apresentação juventude e consumo 09

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Lucina Reitenbach Viana UTP - PR

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Apresentação do congresso Juventude e Consumo de 2009 - ESPM Porto Alegre

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Page 1: Apresentação Juventude E Consumo 09

Lucina Reitenbach Viana – UTP - PR

Page 2: Apresentação Juventude E Consumo 09

(VICENTE, 1996): histórico da indústria fonográfica dividido em quatro fases, de acordo com a disponibilidade tecnológica

O ápice foi na virada do século, onde “as gravadoras finalmente haviam aperfeiçoado o processo de fabricação de arrasa-quarteirões e agora seus departamentos de marketing podiam prever e, mais que isso, criar demanda com precisão científica” (ANDERSON, 2006, p. 29).

MECÂNICA

•Final do século XX

•Reprodutores de cilindros

ELÉTRICA

•A partir de 1925

•Estereofonia

•Microssulco

ELETRÔNICA

•Transistores

•hight fidelity

•estúdios multi-canais

•equipamentos portáteis

DIGITAL

•Surgimento do cd

•Incorporação de hardware e software na produção

Page 3: Apresentação Juventude E Consumo 09

• Proposição: Quinta fase: em rede

Inserção do CONSUMIDOR na produção e

distribuição musical através da mediação

por computador

EM REDE

• Consumidor participativo

• Nova hierarquia de produção e distribuição

• Consumidor e produtor dentro da mesma plataforma

• Nova lógica de mercado –novas funções, invertendo ou anulando papéis.

MECÂNICA ELÉTRICA ELETRÔNICA DIGITAL

Anos 90, novo ciclo de evolução

tecnológica, a partir do

desenvolvimento da internet.

Page 4: Apresentação Juventude E Consumo 09

• Resgate do termo: FUNK como gíria dos negros

americanos para designar o odor do corpo durante

as relações sexuais

• Por volta de 1968 perdeu o significado pejorativo e

passou a significar algo como “orgulho negro”

“tudo pode ser funky: uma roupa, um bairro da cidade, o jeito de

andar e uma forma de tocar música que ficou conhecida como

funk” (VIANNA, 1988, p. 20).

Page 5: Apresentação Juventude E Consumo 09

• Primeiros bailes brasileiros em 1970 na zona sul• Tomada do Canecao pela MPB – migração do funk para a periferia – bailes da pesada• Profissionalização dos produtores – formação das “equipes” – totalmente independente

• Em 1976 a imprensa descobre o funk• Industria fonográfica também – mas não agrada• Período de ostracismo na era disco

os bailes chamados de “Bailes da Pesada”, produzidos por Big

Boy e Ademir Lemos foram transferidos para o subúrbio, e

passaram a acontecer a “cada fim de semana num bairro

diferente” (VIANNA, 1988, p. 24)

Page 6: Apresentação Juventude E Consumo 09

• 1980 – Repertório internacional e primeira incursão

brasileira com as “melôs”

• Mudança de cenário com Fernando Luís Mattos da

Matta - o DJ Marlboro

• Lança o primeiro disco – Funk Brasil em 1989 (

versões das musicas americas e samples

• 1994 – repertório 100% nacional

“uma primeira forma de apropriação criativa, que resulta num produto

obviamente híbrido: músicas americanas tocadas em versões

instrumentais com refrões gritados pelo público dos bailes em

português” (SÁ, 2009, p. 6).

Page 7: Apresentação Juventude E Consumo 09

• Após a nacionalização, o funk entrou com força total na televisão no programa Xuxa Park• Entre 1994 e 1995 – perseguição da mídia

• Associação com a violência e facções criminosas

• Primeira onda de aproximação entre jovens do morro e do asfalto.

• 1997 – a paradinha funk da Viradouro na Marquês de Sapucaí.

• 2000 – regulamentação dos bailes.

Page 8: Apresentação Juventude E Consumo 09

• 1992 – arrastão na praia do arpoador

• Estigmatização do “funkeiro” como sendo

“pivete”, ladrão.

• Após retorno do consumo entre 1994 e 1995, nova

onda de crimes ligados ao funk – chacina no morro

do Turano, em Vigário Geral

Page 9: Apresentação Juventude E Consumo 09

• Preconceito como barreira de defesa que permitiu

que o funk maturasse antes de ser descoberto pela

imprensa internacional

• Alternância entre visibilidade e ostracismo

permitindo a união interna do movimento

• Funk considerado como a verdadeira música

eletrônica brasileira

Page 10: Apresentação Juventude E Consumo 09

• Ano 2001 e o retorno do funk com o movimento

dos bondes

• Formados pela geração que cresceu nos bailes

• Letras com forte conotação sexual e duplo sentido

• Utilização do “tamborzão” desperta atencão de

artistas como Caetano Veloso

Page 11: Apresentação Juventude E Consumo 09

• Ampla utilização da tecnologia por parte da

juventude

• Produtores e consumidores na mesma plataforma

de interação ( redes sociais)

“funk de apartamento”, fazendo uma referência direta à forma

como este é construído, nas salas e quartos da classe média

brasileira que possui acesso à internet e tempo livre para

empenhar na produção musical

Page 12: Apresentação Juventude E Consumo 09

Momentos da trajetória do Funk no Brasil

Filho, Herschmann e Paiva (2004)

PRIMEIRO

• Entre 1992 e 1998

• Associado à violência e criminalidade urbana

SEGUNDO

• Entre 1998 e 2002

• Acusações de promover erotismo e pornografia nos bailes

TERCEIRO

• Entre 2002 e data de publicação (2004)

• Condenado pela falta de conteúdo social ou político e pela suposta falta de qualidade como produto cultural

Page 13: Apresentação Juventude E Consumo 09

QUARTO (ATUAL)

• A partir de 2005

• Produzido na quinta fase de desenvolvimento da indústria fonográfica

• Visibilidade internacional

• Abandono das questões anteriores

• Foco nas possibilidades sociais

PRIMEIRO SEGUNDO TERCEIRO

Page 14: Apresentação Juventude E Consumo 09

EM REDE

neofunk

MECÂNICA ELÉTRICA ELETRÔNICA DIGITAL

Funk Carioca

Funk produzido no Rio de Janeiro

Funk produzido fora do Rio

Page 15: Apresentação Juventude E Consumo 09

• BAUMAN, Z. (2008). Vida para Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Editor.• CANEVACCI, M. (2005). Culturas Extremas. Rio de Janeiro: DP&A.• CETIC.br. (março de 2009). TIC Domicilios 2008 - Pesquisa sobre os usos das Tecnologias de Informação e Comunicaçao no Brasil. Acesso em abril de 2009, disponível em CETIC.: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2008/analise-tic-domicilios2008.pdf• DIAS, M. T. (2000). Os Donos da Voz. Indústria Fonográfica Brasileira e Mundialização da Cultura. São Paulo: Boitempo.• ENDRES, F. (4 de junho de 2009). Influênicas gerais e o Funk em sua História. (L. R. VIANA, Entrevistador)• ESSINGER, S. (2005). Batidão. Uma História do Funk. Rio de Janeiro: Record.• FACINA, A. (1 de Janeiro de 2009 ). O funk no contexto da criminalização da pobreza. Acesso em 12 de junho de 2009, disponível em Brasil de Fato: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/o-funk-no-contexto-da-criminalizacao-da-pobreza• FILHO, J. F., & HERSCHMANN, M. (agosto-dezembro de 2003). Funk Carioca: Entre a Condenação e a Aclamação da Mídia. Revista ECO- Pós , pp. 60-72.• FILHO, J. F., HERSCHMANN, M., & PAIVA, R. (dezembro de 2004). Rio de Janeiro: Estereótipos e Representações Midiáticas. Revista e-Compós .• GOFFMAN, E. ([1975] 2008). A representaçõa do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Editora Vozes.• GOFFMAN, E. ([1963] 1982). Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro: LTC-Gen.• HERSCHMANN, M. (2000). O Funk e o Hip-Hop Invadem a cena. Rio de Janeiro: UFRJ.• IFPI. (jan de 2009). IFPI - Digital Music Report. Acesso em 14 de maio de 2009, disponível em http://www.ifpi.org/content/library/DMR2009.pdf• MACEDO, S. (2003). DJ Marlboro na Terra do Funk. Bailes, Bondes, Galeras e MC´s. Rio de janeiro: Dantes.• MATTA, F. L. (21 de maio de 2009). O Funk no Brasil. (L. R. VIANA, Entrevistador)• MEDEIROS, J. (2006). Funk Carioca: crime ou cultura? São Paulo: Terceiro Nome.• SÁ, S. P. (2007). Funk Carioca: música eletronica popular brasileira?! e-compós .• SÁ, S. P. (2009). Som de preto, de proibidão e tchuchucas: o Rio de Janeiro nas pistas do funk carioca. In: A. PRYSTON, & P. CUNHA, Ecos Urbanos - As Cidades e suas Articulações Midiáticas. Porto Alegre: Sulina.• SALLES, L., & MARLBORO. (1996). DJ Marlboro por ele mesmo. Rio de Janeiro: Mauad.• VIANNA, H. (1987). O Baile FUnk Carioca: Festas e Estilos de Vida Metropolitanos. Rio de Janeiro: Dissertação de Mestrado não Publicada, UFRJ.• VIANNA, H. (2006). O Funk Como Símbolo da Violência Carioca. In: G. VELHO, & M. ALVITO, Cidadania e Violência .Rio de Janeiro: Editora FGV.• VIANNA, H. (1988). O mundo Funk Carioca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.• VICENTE, E. (1996). A música Popular e as Novas Tecnologias de Produçaõ Digital. Dissertação de Mestrado não Publicada. Campinas: IFGH/UNICAMP.