apresentacao jagaurao outubro de 2013
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Diálogo sobre Educação e Currículo da
Escola do Campo
Prof. Salomão Hage GEPERUAZ/ ICED/UFPA
Jaguarão – Rio Grande do Sul – Outubro de 20 13
EDUCAÇÃO DO CAMPO
CAMPOLutas e
Movimentos Sociais
POLÍTICA PÚBLICAUniversalização de Direitos
EDUCAÇÃOEscola
Processos formativos das
lutas Sociais
(Roseli Caldart)
EDUCAÇÃO DO CAMPO
PROTAGONISMO
PRECARIZAÇÃONegação e violação de direitos
Sujeito de direitos
Consolidação do Agronegócio
Aliança entre os grandes proprietários de terra, o capital estrangeiro e o
capital financeiro
Apoio do Estado – financia com considerável volume de recursos
públicos
Conseqüências do Agronegócio- A não realização da reforma agrária…- A não demarcação e reconhecimento de territórios
indígenas e quilombolas…- A violação dos territórios dos pescadores e povos da floresta… - A fragilização da agricultura familiar e camponesa… - O consumo de alimentos contaminados e a degradação ambiental… - A desigualdade social entre o campo e a cidade…- O esvaziamento do meio rural - O aumento da vulnerabilidade dos sujeitos do campo, das águas e da floresta.
347 pessoas ameaçadas de morte por causa dos conflitos agrários
(CONTAG, 2012)
Acesso à Educação Básica no Campo
• População do Campo - 29.830.007
• Matrículas na Educação Básica –
6,3 milhões – 21%
• Fonte: Censo Escolar INEP/2011• Censo IBGE/2010
Acesso à Educação Básica no Campo
• Total de Escolas no Campo: 76.229
• Total de matrículas: 6.293.885
• 71,37% das escolas tem turmas multisseriadas - 22% das matrículas do campo
• 54.405 – Escolas MultisseriadasFonte: Censo Escolar INEP/2011
Censo IBGE/2010
53.537
21.581
11.069
4.463
2.843
Elaboração : Fábio Josué - UFRB Fonte: Sinopse Estatística - 2012 Brasil: 93.493
Número de Turmas Multisseriadas, segundo a região geográfica –
Brasil – 2012
Região Classes Multisseriadas
%
BRASIL 93.493 100
Norte 21.581 22,97
Nordeste 53.537 57,26
Sudeste 11.069 11,83
Sul 4.463 4,77
Centro Oeste 2.843 3,64
Número de Turmas Multisseriadas segundo a região geográfica – Brasil - 2012
Elaboração : Fábio Josué – UFRB.Sinopse Estatística da Educação Básica, Brasil, INEP, 2012.
Taxas de atendimento
Educação Infantil /Creche 6,98%
Educação Infantil/Pré-Escola 66,80%
Ensino Fundamental 91,96%
Ensino Médio 18,43%
EJA – Ensino Fundamental 4,34%
EJA – Ensino Médio 3,10%
Acesso à Educação Básica no Campo
Censo Escolar INEP/2011Censo IBGE/2010
Ministério da Educação
Analfabetismo no CampoIdade média da população analfabeta no campo: 53 anos• População não alfabetizada com 15 anos ou mais: 23,2% no campo, 7,3% urbano e 9,6% em todo o País.
Brasil: 13.933.173 analfabetos
Campo: 4.935.448 (35,4% do total)Fonte: Censo PNAD/2009 e IBGE/2010
Matrículas no Campo
• Ensino FundamentalPara 02 vagas nos anos iniciais - existe 01
vaga nos anos finais
• Ensino Fundamental e Ensino Médio Para 06 vagas nos anos finais do Ensino Fundamental - existe apenas 01 vaga no
Ensino Médio
Fonte: Observatório da Equidade – As Desigualdades na Escolarização do Brasil
Formação dos Professores
Censo INEP/2011Escolar
Ministério da Educação
Total de professores no campo: 342.845
Professores no campo sem educação superior: 160.317
•Com ensino médio - 156.190 •Com ensino fundamental - 4.127
Vínculo Empregatício Precário
•Muitos professores com contratos temporários
•Vulnerabilidade aos políticos e aos representantes do poder local
Infra-estrutura
Escola Campo
%
Total 76.229
Sem Internet 68.651 90,1%
Sem Energia Elétrica 11.413 15,0%
Sem Água Potável 7.950 10,4%
Sem Esgoto Sanitário 11.214 14,7%
Censo Escolar INEP/2011
Infraestrutura Física e Tecnológica das Escolas
Quando a terra, o território e as formas de produção estão ameaçados, são ameaçadas também as identidades dos
sujeitos: a infância, a adolescência e a juventude…
a ESCOLA também é ameaçada! (Miguel Arroyo)
No Brasil
Nos últimos 10 anos
Foram fechadas mais de 30 mil escolas rurais
Nas Redes Municipais
Para os gestores públicos a Nucleação e o Transporte Escolar é a solução para a precarização da
escola do campo
Não importa que as crianças, adolescentes e jovens passem o dia
todo sendo transportados, em condições desumanas e abandonem suas
comunidades
Traporte Escolar
Protagonismo dos Sujeitos e
Movimentos Sociais
do Campo
Articulação Nacional Por Uma Educação do Campo
FÓRUM NACIONAL DE EDUCAÇÃO DO
CAMPO
Movimento Paraense da Educação do
Campo
• Marcha das Margaridas• Grito da Terra Brasil
• Abril Vermelho• Marcha em Defesa da Pesca
Artesanal do Brasil• Encontro Unificado de
trabalhadores e trabalhadoras, povos do campo, das águas e das florestas: Por Terra, Território e
Dignidade!
Movimento da Educação do Campo:
Movimentos e Organizações Sociais
Universidades
Governos
(Tensões e conflitos permeiam a relação entre esses atores)
Aliança cosntruída entre:- Universidades - Classes Trabalhadoras do Campo - Setores do governo
Garantir a universalização do direito:
- Ao conhecimento- À escolarização- À vida com dignidade
CONQUISTAS
•Inclusão da Educação do Campo na agenda política da Sociedade Brasileira - MEC, Secretarias de Educação, Universidades...
• Marco legal próprio- Resoluções, Pareceres, Decretos – Programas e políticas educacionais;
- Experiências pedagógicas inovadoras – Pedagogia da Alternância – Saberes da Terra, Pedagogia da Terra, Pedagogia das Águas ...
Desafios para a construção de uma Agenda Coletiva
•Projeto Político-Pedagógico•currículo
Consolidar a Participação
Construir com os sujeitos enão para eles
Protagonismo – empoderamento emancipação - controle social
• Precisamos ouvir os sujeitos do Campo;• Aprender com suas experiências;• Afirmar os seus modos de vida;• Oportunizá-los o acesso à informação, ciência, tecnologias, sem hierarquizar os conhecimentos, valores, ritmos de aprendizagem...
EDUCAÇÃO DIALÓGICA
Fortalecer a Inter-Multiculturalidade
Afirmar as identidades e modos de vida próprios do Campo
HeterogeneidadeConflitualidade
DiferençaConvivialidade
Denúncia feita pela Educação do Campo
Os saberes produzidos no trabalho, na cultura e nas lutas sociais dos sujeitos do campo não têm
sido considerados na construção das pesquisas, das políticas, do currículo e das práticas educacionais vigentes e muitas vezes são tratados de modo
preconceituoso, discriminatório. O Universal tem sido pouco universal. O que se quer portanto, não é ficar na particularidade,
fragmentar o debate e as lutas; ao contrário, a luta é para que o “universal seja mais universal”, seja de fato síntese de particularidades diversas, contraditórias. (Roseli Caldart)
Na organização do Currículo, estimulamos os professores
a incorporar: - Os saberes da Terra - Os saberes da Mata - Os saberes das Águas - Os saberes das ciências e da Tecnologia
Vamos construir currículos e PPPs:
Que tenham a cara, o jeito de ser, de sentir, de agir e de
viver do Campo
Que considerem o contexto urbano, nacional e internacional e ao mesmo tempo afirmem as identidades culturais do campo
Articular saberes de diferentes Tradições
InterdisciplinaridadeTransdisciplinaridadePerspectiva relacional
TRABALHO - CIÊNCIA - CULTURA
Estimular formas inovadoras de Organização Curricular
TRANSGREDIR
MULTI(SÉRIE)
SERIAÇÃO PRECARIZADA
Pilares da Seriação – fragmentação e padronização:
- TEMPO – Ano letivo (anual), carga horária para cada disciplina...
- ESPAÇO – Escola como único local de aprendizagem (deslegitima as lutas – trabalho – atividades
culturais como espaços educativos
- CONHECIMENTO – Só o conhecimento científico tem validade, é legítimo, os saberes dos sujeitos do campo são desvalorizados, negados e invisibilizados
Transgressão do modelo seriado urbano de ensino
Minar os pilares da seriação
A Transgressão não se efetivará:
1- Via decreto, por imposição do poder público,
2 - De modo compulsório e padronizado para todas as escolas
ao mesmo tempo,3 - Por decisão de pesquisadores,
educadores ou outro segmento isoladamente.
A Transgressão se efetivará:
1 - Com muito diálogo e reflexão, envolvendo todos os segmentos
escolares,
2 - Com estudos e pesquisas sobre as condições existenciais e as
possibilidades de intervenção que considerem as peculiaridades locais das
escolas e suas comunidades,
A Transgressão se efetivará:
3 - Incorporando o acúmulo de experiências e práticas dos sujeitos que participam dessas escolas, que resistem e que procuram fazer diferente mesmo
quando as condições materiais, objetivas e subjetivas são muito desfavoráveis e as limitações e carências são muito profundas.
Coletânea - EDUCAÇÃO DO CAMPO:Coletânea - EDUCAÇÃO DO CAMPO: Políticas e Práticas Educacionais no Pará e
no Brasil
História, Contexto e Políticas Públicas
Escola do Campo –
Metodologias e
Experiências Educativas
Volume 1 Volume 2
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