FESTIVAISINTERNACIONAIS DE PUBLICIDADE

Por:

Dhione OliveiraJéssica FrançaJosé ClécioLuã Bittencourt

A entidade The One Show, sediada na cidade de Nova Iorque, foi fundada em 1975, sem fins lucrativos. Entre os seus mais de mil membros, estão os diretores de arte e redatores mais respeitados do mundo, assim como estudantes de publicidade. Além de promover palestras e seminários, a associação publica a One, uma revista voltada para a comunidade criativa, e realiza, anualmente, uma premiação na qual concorrem trabalhos publicitários desenvolvidos para a mídia impressa, rádio e TV.

Desde 1998, paralelamente também passou a ser realizado o One Show Interactive, que prestigia os profissionais criadores de peças publicitárias para a Internet.

As duas premiações são reconhecidas internacionalmente pelo universo da propaganda, por destacar os melhores trabalhos em termos de conceito, arte, design e funcionalidade.

Os inscritos são avaliados por um painel de jurados formado pelos maiores diretores de criação do planeta. Tanto no One Show como no One Show Interactive são aceitos trabalhos veiculados durante o ano anterior aos eventos, sendo que as inscrições podem ser feitas por qualquer profissional da área, incluindo agências, clientes, designers, estúdios, fotógrafos, tipógrafos e produtoras.

No site www.oneclub.com são fornecidas as instruções para inscrição, bem como os valores das taxas.

Peças em língua estrangeira (não inglesa) são recebidas em todas categorias, mas é necessário anexar a tradução em inglês, no caso dos trabalhos impressos, bem como legendar ou dublar os comerciais.

São concedidos, como troféus, os Lápis de Ouro, Prata e Bronze na festa de homenagem aos vencedores, que também são inseridos no anuário da entidade

Prêmio anual dedicado àqueles que se destacam na internet.

Realizado pela primeira vez em 1957, o Festival de Nova Iorque tem procurado, ao longo destes 46 anos, “honrar a excelência nos meios de comunicação”.

No princípio, a premiação abarcava somente as áreas de filmes e vídeos para indústria ou educacionais, mas a partir da década de 70 assimilou novas categorias de competição internacional: Propaganda de TV/Cinema, Programação de TV e Promoção.

A categoria Rádio foi incluída em 1982; Mídia Impressa, Design, Fotografia e Ilustração, em 1984; New Media, em 1992; categoria Global Awards, em 1994; Advertising/Marketing Effectiveness (AME), em 1995; visando a reconhecer os melhores trabalhos do mundo em comunicações para os serviços financeiros foi instituída, em 2001, a categoria International Midas Awards; e atualmente conta, ainda, com a categoria Interactive Awards.

O corpo de jurados e conselheiros do Festival é sempre formado pelos maiores líderes mundiais das comunicações.

O LIAA - London International Advertising Awards vem sendo realizado, anualmente, desde 1985, com o objetivo de fomentar a atividade publicitária mundialmente, reconhecendo o talento dos melhores profissionais e empresas do ramo. No Brasil, a Stock Photos passou a representar o evento a partir de 1995.

Efetuadas mediante pagamento de taxas descritas em regulamento, as inscrições abrangem peças publicitárias criadas em qualquer lugar do planeta, devidamente traduzidas para o inglês para que o corpo de jurados possa avaliá-las, sob os critérios criatividade, conceito, execução, funcionalidade, interatividade e impacto global.

Convidados pela organização da premiação, os jurados são publicitários renomados de diversos países, que, após analisarem os concorrentes, definem os finalistas e os merecedores de Ouro, Prata e Bronze.

Todos os premiados recebem certificados, mas os grandes vencedores nas categorias estipuladas para inscrição são homenageados com as cobiçadas estatuetas concedidas pelo evento – sinônimo de excelência internacional em propaganda.

Após a divulgação dos resultados, os trabalhos ganhadores são apresentados ao mercado numa publicação oficial da LIAA, sendo que os comerciais são ainda inseridos numa fita de vídeo, comercializada pela Stock Photos.

A cerimônia oficial de entrega dos prêmios é realizada no no Royal Lancaster Hotel, em Londres. Mas os brasileiros premiados também podem comemorar em seu próprio país, visto que é promovida, tradicionalmente em novembro, uma festa no Centro Brasileiro Britânico, que fica na Rua Ferreira de Araújo, 741 (Edifício Cultura Inglesa), em São Paulo.

A premiação internacional Andy Awards vem sendo organizada, anualmente, pelo Clube de Propaganda de New York (EUA), desde 1964, com o objetivo de homenagear a criatividade na propaganda em todo o mundo, reconhecer a contribuição individual dos profissionais e empresas, bem como encorajar o florescimento do padrão artesanal da indústria publicitária.

O julgamento dos trabalhos é realizado por um júri composto por renomados diretores de criação de diversos países. Podem se inscrever trabalhos em todas as línguas, mediante pagamento de taxas descritas em regulamento.

O certame cobre as categorias de mídia gráfica, rádio, TV, mídia externa, mala-direta, vídeo/cinema, mídia interativa, entre outras, além de permitir a participação de estudantes em áreas específicas. O melhor trabalho é contemplado com o Grandy mais a soma de US$ 50 mil.

A divulgação oficial dos vencedores é feita pela organização em seu site. A festa de encerramento ocorre geralmente em maio.

Um dos maiores e mais prestigiados prêmios da publicidade internacional, o Clio Awards foi criado em 1959 por Wallace A. Ross, para reconhecer a excelência criativa no campo da propaganda. A partir de 1965, o evento, antes restrito ao mercado norte-americano, começou a avaliar trabalhos internacionais.

Em 1972, Bill Evans adquire direitos sobre o festival, construindo o status da competição até o final dos anos 80. Em 1991, o Clio Awards passa para as mãos de Ruth Ratny, publisher da Screen Magazine, de Chicago, sendo por ela revendido no ano seguinte a Jim Smyth. Em 1997, Smyth negocia o prêmio junto a BPI Communications em Nova Iorque, uma subsidiária do conglomerado de mídia e pesquisa alemão VNU.

Desde 2001, o prêmio é realizado em meados de maio, no Art Déco de South Miami Beach, Flórida, durante quatro dias, englobando palestras, exposições dos trabalhos concorrentes nas categorias TV, Mídia Impressa, Outdoor, Rádio, Mídia Integrada, Design, Internet e Trabalho Estudantil, além, é claro, das respectivas noites de premiação em cerimônias de gala.

Podem competir trabalhos mediante inscrição e pagamento de taxas descritas no regulamento (http://www.clioawards.com/html/main.isx?sub=6). Os concorrentes são avaliados por cinco júris distintos: TV e Rádio, Mídia Impressa e Mídia Inovadora, Técnicas (para a produção de comerciais), Internet e Design.

Numa primeira rodada são avaliados pelos membros dos júris todos os inscritos, sendo que uma média de apenas 15% dos trabalhos integra o short list. Em sessões sucessivas de julgamento anteriores à realização do Festival são determinados os ganhadores das cobiçadas estatuetas de Ouro, Prata e Bronze.

Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, Don Barron fundou a Art Direction, revista que seria líder em seu segmento, nas cinco décadas seguintes, no mercado norte-americano. Visando a incrementar o nível da qualidade dos trabalhos na área, o profissional passou a editar o The Creativity Annual, publicação que buscava ser uma grande vitrine criativa do que melhor estava sendo feito no mundo por profissionais do setor, missão encampada durante 25 anos pelo publisher.

Ao completar 80 anos de vida, em 1997, Don Barron afastou-se de suas funções, imediatamente assumidas pelo até então editor da American Corporate Identity, David Carter, que estabeleceu parceria com a Harper Collins para dar continuidade à publicação e à distribuição do anuário.

Em sua 30ª edição, a Creativity recebeu mais de sete mil peças inscritas de todo o mundo, concorrentes nas categorias TV/ Film, Mídia Impressa e Mídia Digital, dos quais apenas 10% em média são distinguidos com medalhas de Ouro – a Creativity Gold Medal Awards –, sendo que os demais trabalhos incluídos na publicação recebem um exemplar grátis do anuário.

O International Echo Awards é organizado há 74 anos, pela norte-americana DMA – Direct Marketing Association, entidade que representa as principais empresas de marketing direto dos EUA. Todavia, o prêmio, como sugere o nome, aceita inscrições de trabalhos de outros países, assim como convida membros estrangeiros para compor o júri.

Uma vez a cada ano são selecionadas as melhores campanhas ou peças nas seguintes categorias: Sem Fins Lucrativos, Serviços e Produtos Financeiros, Editorial, Comunicações/Utilidades, Automotiva, Tecnologias da Informação, Varejo, Vendas por Resposta Direta, Viagem e Hospitalidade/Transportes, Farmacêutica/Saúde, Negócios e Serviços ao Consumidor e Manufatura de Produtos e Distribuição.

O júri é formado por profissionais com experiência mínima de sete anos na área em que atuará como avaliador dos concorrentes. O processo de julgamento é feito em três etapas, considerando estratégia, criatividade e resultado. Aos vencedores são conferidos Troféus Echo de Ouro, Prata e Bronze.

O Prêmio El Ojo de Iberoamérica vem sendo organizado, anualmente, desde 1998, pela revista argentina Latin Spots. O objetivo do evento é reconhecer e distinguir a trajetória, o desempenho e as melhores peças das empresas e profissionais da América Latina e Península Ibérica, contribuindo para o desenvolvimento da publicidade mundial.

O corpo de jurados é composto por profissionais do ramo, que analisam os concorrentes nas categorias descritas em regulamento.

Participam da disputa trabalhos da Argentina, do Brasil, da América Central e do Caribe (Panamá, Honduras, Guatemala, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua e República Dominicana), do Chile, da Colômbia, da Península Ibérica (Espanha e Portugal), dos Estados Unidos, de Porto Rico, do México, da Região Andina (Peru, Equador e Bolívia), do Uruguai e da Venezuela.

Os resultados são publicados no site www.latinspots.com e numa edição especial da Latin Spots, que também promove uma festa de homenagem aos vencedores.

O El Sol, Festival Publicitário Ibero-americano, antes conhecido como Festival Publicitário de San Sebastián, é o evento mais importante que a AEAP (Associação Espanhola de Agências de Publicidade) organiza, tendo como objetivo impulsionar a criatividade naquele país. Desde sua primeira edição, em 1986, transformou-se no maior foro de reunião do setor publicitário na Espanha.

O prêmio é composto por quatro categorias: Mídia Impressa, Televisão, Rádio e Internet. Existem subcategorias dividindo os trabalhos de acordo com o tema.

As melhores peças são distinguidas com Grand Prix, Sol de Ouro, Prata e Bronze. O corpo de jurados é composto por profissionais do ramo, que analisam os concorrentes nas categorias descritas em regulamento.

Todo material inscrito tem de ser concebido e realizado por agências de língua espanhola ou portuguesa, mediante pagamento de taxas, além de ter sido exibido durante o ano anterior ao festival. Caso a peça seja vencedora, é necessária apresentação de alguns comprovantes que certifiquem a veiculação ou alojamento do trabalho vencedor.

A divulgação oficial dos vencedores é feita pela organização do evento no site http://www.elsolfestival.com/index_N.asp e, posteriormente, todos os responsáveis pelas inscrições e contemplados são convidados para uma cerimônia de entrega de prêmios, que, geralmente, ocorre no final de maio.

O FIAP - Festival Ibero-americano de Publicidade foi criado em 1969, na Argentina e, desde então, vem sendo organizado anualmente. Os concorrentes são avaliados nas áreas Filmes para TV e Cinema, Anúncios, Spots e Jingles, Técnicas de Produção Audiovisual, Internet (websites e publicidade on-line) e Inovação, cada uma delas subdivididas em categorias de produtos e serviços.

Podem participar agências de publicidade, anunciantes, produtoras, meios de comunicação e empresas que desenvolvem e implementam websites, de países de língua portuguesa e espanhola, não existindo limite de peças por candidato.

As inscrições são aceitas mediante pagamento de taxas descritas em regulamento (www.fiap.com.ar). A missão de analisar os concorrentes e definir os vencedores cabe aos júris formados por renomados profissionais iberoamericanos, convidados pelos organizadores, e representantes do festival em cada país.

Os vencedores são destacados com os troféus de Grande Prêmio Sol de Iberoamérica, Sol de Ouro, Sol de Prata, Sol de Bronze e diploma de Finalista.

Todos os trabalhos inscritos ficam em poder do FIAP, podendo ser utilizados como fonte de publicidade e divulgação do evento, apresentação em instituições educativas e programas de televisão.

Sempre realizado em Buenos Aires, o Festival compreende uma semana de atividades, incluindo, além dos julgamentos, a apresentação de palestras e a festa de encerramento, na qual são homenageados as empresas e profissionais vitoriosos.

O Art Directors Club, fundado em 1921, em Nova Iorque, EUA, é uma associação sem fins lucrativos, da qual fazem parte, como membros associados, criadores das áreas de publicidade, designer gráfico, mídia interativa, design televisivo (vinhetas), tipografia, embalagem, designers de ambiente, fotografia, ilustração e disciplinas correlatas.

A missão do clube é promover os altos padrões de excelência e integridade em comunicações visuais, além de encorajar os estudantes e profissionais que pretendem entrar na área da comunicação. São realizadas exposições mensais para estudantes, profissionais e grande público, nas quais se destacam trabalhos oriundos de diversos países.

A entidade também possui publicações e promove simpósios, oficinas e uma premiação, dedicada às categorias design gráfico, fotografia, ilustração, anúncios e internet. Para participar da premiação, os concorrentes devem se inscrever seguindo as orientações dispostas no www.adcny.org, que incluen o pagamento de taxas e envio do material para a sede do evento.

A Escola Panamericana de Arte e Design é a representante oficial do Art Directors Award no Brasil, estando apta a fornecer informações e esclarecer dúvidas sobre a premiação pelo telefone (11) 3887.4200.

O júri é composto por profissionais das principais agências do mundo, que analisam os trabalhos inscritos e os condecoram com Ouro, Prata, Honra ao Mérito e Mérito.

Criado em 2001, na Austrália, o YoungGuns é um dos mais recentes festivais de publicidade do mundo, com o diferencial de ser voltado ao estímulo de novos talentos, entre 18 e 30 anos, além de ser economicamente acessível, comparado aos grandes prêmios internacionais.

Um arquivo, em pdf, contendo o kit de inscrições — incluindo as principais categorias profissionais (advertising e design) e a de estudantes — pode ser baixado do site www.ygaward.com, onde também estão disponibilizadas informações gerais a respeito da premiação.

O YoungGuns engloba 15 categorias, subdivididas em várias outras (53 no total). Em cada uma delas são “disparadas” Balas de Ouro, Prata e Bronze em homenagem aos três primeiros colocados, sendo que um dentre eles é eleito o “YoungGun Creative of the Year”, título pelo qual recebe da organização um troféu e uma soma em dinheiro.

O júri é composto por 13 profissionais de criação de renome internacional, que atuam nas melhores agências do mundo. O diretor responsável pela premiação é Michael Kean, que reside em Sidney, na Austrália

De olho no tipo de atenção que os filmes e os diretores recebiam no Festival de Cinema de Cannes, membros da Screen Advertising World Association (SAWA) criam o Festival Internacional de Filmes Publicitários. A primeira edição é sediada em Veneza, com 187 filmes inscritos a partir de 14 países diferentes. O formato do prêmio veio da famosa escultura do leão alado na praça de São Marcos, em Veneza. No ano seguinte, o festival transferiu-se para Monte Carlo. Em 1956, chegou a Cannes. Entre 1956 e 1983, a sede do evento se alternaria entre Veneza e Cannes.

A estrutura da premiação sofre mudanças: os anúncios de cinema e televisão passam a ser divididos entre categorias de produto e de serviço.

O Brasil estréia no festival com 22 filmes inscritos e ganha seus primeiros prêmios, entre eles um Leão de Prata com o comercial ‘O Nobre’, com o ator Raul Cortez, para a mortadela Swift.

A cidade de Cannes passa a ser a sede permanente do festival.

Para sobreviver ao mau momento do mercado publicitário na época da Guerra do Golfo e atrair atenção, o festival acrescenta à sua programação seminários e palestras para enriquecimento da formação dos profissionais da área.

Com a introdução de prêmios para anúncios impressos, o nome do evento muda para Festival Internacional de Publicidade.

1954a criação

1967separação

1971Brasil estréia

1984sede fixa

1990dificuldades

1992novo nome

1998internet

1999nova categoria

2000Almap na liderança

2001Brasil no topo

2002direct

2005radio e titanium

2006promo e outdoors

O crescimento da internet leva à introdução de uma nova categoria no festival, a Cyber Lions, para trabalhos no meio digital. Nesse ano, o Brasil mostra sua força: a agência brasileira DM9DDB é eleita a melhor do ano e leva mais um Leão de Ouro, quatro de Prata e seis de Bronze, além de um Cyber Lion.

É introduzida a categoria Media, voltada ao planejamento de ações publicitárias em diferentes mídias. Logo em seu primeiro ano, 421 trabalhos são inscritos. A DM9DDB volta a repetir o ótimo desempenho e ganha novamente o prêmio de Agência do Ano.

Outra agência brasileira é escolhida a melhor do ano: a AlmapBBDO, com quatro Leões de Ouro, dois de Prata e três de Bronze.

O Brasil mantém a boa fase ao dominar o pódio. A agência paulistana F/Nazca é eleita a melhor do ano, seguida pelas também brasileiras DM9DDB e Almap/BBDO, respectivamente 2ª e 3ª colocadas. Nesse ano, o jornal O Estado de S. Paulo passa a ser o representante oficial do festival no Brasil.

Outra nova categoria: a Direct, que premia trabalhos de marketing direto.

As categorias Radio e Titanium (para trabalhos inovadores de uso de diversas mídias) são incluídas na competição.

Mais categorias são incluídas. O marketing promocional é homenageado com a categoria Promo, enquanto os outdoors ganham uma categoria própria.

Por causa da crise econômica global, há uma redução de participação em todos os festivais publicitários. Embora os números oficiais ainda não tenham sido liberados pelos organizadores do evento, há indicações de que o Brasil terá cerca de 30% menos comerciais e peças inscritas no geral. Para jurados brasileiros, esse cenário de retração da participação não só brasileira, mas geral, acentuará ainda mais a qualidade do que será inscrito este ano

2009cannes e a crise

www.portaldapropaganda.comwww.estadao.com.brwww.wikipedia.org

Referências