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APRESENTAÇÃO DAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS DO ESTADO DE MATO GROSSO
Texto anexo “Orientações Curriculares para Educação de Jovens e Adultos, páginas 167 a 239 – Livro Diversidades Educacionais – Editora Defanti, 2012/MT”
Os problemas cotidianos na EJA
• Evasão escolar, desinteresse.
• Inadequação das práticas ao perfil dos estudantes: infantilização.
• Currículos fragmentados e cientificistas.
• Os critérios de seleção e organização dos “conteúdos significativos”.
O desafio da coerênciaComo aproximar reflexão/ação?
Diagnosticando os problemas:
• Fragmentação curricular e conhecimento em rede;
• Infantilização e a significação dos conteúdos;
• As escolas para além das normas;
• Pensando a potencialização do que tem sido bom.
A questão da fragmentação curricular: dissociação dos saberes, hierarquização e formalismo
• “A teoria é mais saber do que a prática” e aorganização do currículo.
•Negligência dos saberes cotidianos embenefício dos saberes formais: o que é “nãosaber nada”?
•O cientificismo tecnicista e disciplinarista: aárvore do conhecimento e a hierarquia no currículo.
A tessitura do conhecimento em rede e as propostas curriculares
• A imagem da árvore pressupõe linearidade, sucessãoe sequenciamento obrigatório.
• A ideia da tessitura do conhecimento em redepressupõe, ao contrário, que as informações às quaissão submetidos os sujeitos sociais só passam aconstituir conhecimento para eles quando podem seenredar a outros fios já presentes nas redes desaberes de cada um.
A tessitura do conhecimento em rede e as propostas curriculares
• As redes de conhecimentos se tecem a partir detodas as experiências que vivemos, de todos osmodos como nos inserimos no mundo à nossa volta.
•Não têm previsibilidade nem obrigatoriedade, nemquebras.
•Não podem ser controladas por processos formais deensino/aprendizagem.
• Assim: processos de aprendizagem não são nemcumulativos nem adquiridos.
A tessitura das redes e a aprendizagem: tecendo significados
• O significado é tecido pelo sujeito, não é necessariamenteaquele que o transmissor da informação supõe.
• Cada um tem uma forma própria e singular de tecerconhecimentos por meio dos modos como atribui sentido àsinformações recebidas, estabelecendo conexões entre os fios etessituras anteriores e os novos.
Enfrentando os problemas e pensando soluções
• Centrar o trabalho pedagógico na “utilidade concreta”dos conhecimentos acumulados pela humanidade.
• Buscar contemplar o interesse dos alunos, partir darealidade vivida, como contributos fundamentais para aaprendizagem.
•A importância da compreensão do significado socialdos conteúdos para a potencialização da aprendizagem.
A questão das necessidades e interesses, da utilidade e do significado social
Os limites do desejo perante a necessidade educativa: a consciência do aprendiz e do educador.
O que são conteúdos significativos?• Úteis? Politicamente engajados??
• Potencialmente transformadores?
• Portadores de potencial de ampliação da autoestima?Os significados e as culturas locais:
• A lógica: o machado e o frio; a água para o refugiado em Israel.
A vida cotidiana para além das regras
• Apesar de todas essas dificuldades e entraves, a vida realnas escolas não é só isso. Incorporam no seu cotidiano,pelo diálogo, as experiências, saberes e possibilidade dossujeitos envolvidos na prática cotidiana doensinar/aprender.
•Ou seja, apesar da estruturação desfavorável, muitossaberes e aprendizagens circulam por nossas escolas epelos nossos alunos.
Uma nova compreensão de currículo
•Não é um produto construído seguindo modelos enormas do que deve ser o processo ensino-aprendizagem.
• É um processo por meio do qual os praticantesressignificam suas experiências a partir das redesde poderes, saberes e fazeres das quais participam.
• É tessitura cotidiana, mas não desvinculada dasestruturas e circunstâncias.
Institucionalizando o real: para além do formalismo, outras possibilidades de organização curricular
• Superar o entendimento formalista e cientificista docurrículo, buscando entendê-lo como produzidopor múltiplos e singulares processos locais detessitura e de criação curricular, requer o estudo eo interesse em fazer aparecer as alternativascurriculares efetivas tecidas cotidianamente pelossujeitos das práticas pedagógicas.
Partindo das realidades e das determinações políticas para chegar à formulação da proposta: os eixos norteadores
• Eixo 1: O trabalho como princípio educativo: o Projeto da SEDUC e a escola para o trabalhador
• Eixo 2: o direito de aprender por toda a vida: seguindo objetivos locais e determinações internacionais
• Eixo 3: Ampliando práticas de cidadania: determinações legais e objetivos “consensuais”
• Eixo 4: Educação dialógica: articulação e reconhecimento dos múltiplos saberes
Eixo 1: Trabalho como princípio educativo
• Eixo base dos três seguintes:• Busca contemplar a idéia de que todo educando tem direito a uma escola
que o forme “como pessoa capaz de pensar, de estudar, de dirigir ou decontrolar quem dirige” (Gramsci, 1968).
• Incorpora a ideia de escola desinteressada (não profissionalizante).
Eixo 2: o direito de aprender por toda a vida
• A ideia é contemplar o compromisso da escola com o ensinoe a aprendizagem de conteúdos, com o direito de acesso dasclasses subalternizadas ao conhecimento social ehistoricamente acumulado pela humanidade, mas tambémcom a disposição consciente de que os aprendizadosconstituem — porque se dão sempre em todos os espaçossociais — a experiência humanizadora dos sujeitos nomundo.
Eixo 3: Ampliando práticas de cidadania
• Está voltado para os usos sociais do conhecimento, entendendo sernecessário formar o educando para o exercício da cidadania efetiva ecrítica. O investimento central neste Eixo é na cidadania e nacapacidade de ação social e política dos sujeitos de EJA.
Eixo 4: educação dialógica
• Dialogar com os saberes presentes nas experiências doseducandos, nas suas culturas de origem, e com alternativascurriculares já desenvolvidas pelos professores nas escolas écondição fundamental para interrogá-los — saberes, experiências erealidades sociais e profissionais.
• Esse diálogo é quem vai favorecer a apropriação dos conteúdoscom atribuição efetiva de significado, o que pode levar o educandoa compreender os conhecimentos formais como instrumentosnecessários à vida profissional e também à vida cidadã, comoproduto do trabalho humano, material e intelectual, que ele écapaz de realizar na medida em que aprofunda sua capacidade decompreender o mundo e de agir sobre ele.
O papel das escolas
• EIXO 1:
• A escola deve propor e efetivar algo mais do que o treinamentodestinado ao trabalho material, desenvolvendo, também, aconsciência crítica.
• Eixo 2:
• Possibilitar aos estudantes a apropriação efetiva de conhecimentosestruturados necessários para um engajamento social mais efetivo,para o exercício crítico da liberdade de escolha e para sua inserção nodebate social.
O papel das escolas
• Eixo 3
• Estabelecer objetivos e definir conteúdos e, sobretudo, formas deabordá-lo que permitam aos educandos apropriar-se de seussignificados sociais, de sua possível operacionalidade para a reflexãoe ação sobre o mundo. Essa idéia está voltada para o compromissoque a educação formal precisa assumir com a formação das classessubalternas para a luta pelos direitos cidadãos e para a inserção navida política e social do país.
O papel das escolas
• Eixo 4:
• A questão da interculturalidade;
• Reconhecer a validade e importância de práticas culturais, de valorese modos de interação social que vigoram nas diferentescomunidades, considerando-os como ponto de partida do trabalhopedagógico e da proposta curricular é elemento fundamental, não sópara o sucesso da escolarização como também para odesenvolvimento das capacidades de exercício da cidadania.