apresentação ademar romeiro
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Palestra do professor Ademar Romeiro no dia 02 de setembro de 2010, na Mesa Redonda "Incentivos para a Restauração Florestal"TRANSCRIPT
VALORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS
Ademar Ribeiro Romeiro
Professor Titular do Instituto de Economia da UNICAMP
O PAPEL DA VALORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS NÃO TRANSACIONADOS NO
MERCADO
ECONOMIA AMBIENTAL X
ECONOMIA ECOLÓGICA
- Capital (K) e Recursos Naturais (R) são perfeitamente substituíveis entre si: Y = f (K, L, R);
Pressupostos Implícitos:- Não existem limites ambientais à expansão do sistema econômico;
- Não são relevantes os riscos de perdas irreversíveis;
A própria idéia de SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL não faz sentido o conceito de SUSTENTABILIDADE FRACA: o que importa preservar para as gerações futuras é o VALOR DO CAPITAL TOTAL (K + KN)
Pressupostos Teóricos:
Economia Ambiental Neoclássica
Os Problemas Ambientais Resultam de Falhas de Mercado Decorrentes do Caráter Público de
Boa Parte dos Bens e Serviços Ambientais
Externalidades negativas
O CONCEITO DE EXTERNALIDADE
A alteração do nível de bem estar de um
agente econômico pela ação de outro sem
o concomitante direito ou dever de ser
compensado ou compensar
O modo mais eficiente de internalizar estas externalidades negativas é através do mercado:
a) Se a origem do problema se situa no caráter público destes bens e serviços, logo o estabelecimento de direitos de propriedade sobre eles criaria automaticamente um mercado (negociação coaseana);
b) Na impossibilidade de estabelecimento destes direitos de propriedade, a melhor alternativa seria a precificação, pelo Estado, dos bens e serviços ambientais públicos (taxação pigouviana).
Taxação PigouvianaTaxação Pigouviana
Avaliação dos impactos ambientais de modo a estabelecer uma curva de custos marginais da poluição a serem impostos ao agente poluidor;
Criação de um “trade off” para o agente poluidor entre os custos marginais de controle (da poluição) e os custos marginais da poluição.
Custo Total
Custos Marginais de Controle
Custos Marginais da Poluição
(Preços dos Bens e Serviços Ambientais)
Poluição Ótima Poluição/Produção
Poluição Ótima = Quantidade de Poluição Ótima = Quantidade de Bens e Serviços Ambientais Bens e Serviços Ambientais
Utilizados (Escala)Utilizados (Escala)
Resulta de uma análise custo-benefício feita pelo agente poluidor sobre a
quantidade de recursos a serem alocados entre pagar os custos de controle ou os
custos de poluir
- Curva de Kuznets Ambiental:
Renda Percapita
Poluição / degradação
Custo Total
Custos Marginais de Controle Custos Marginais da Poluição
(Preços dos Bens e Serviços Ambientais)
Poluição Ótima Poluição/Produção
FALHA DE MERCADO DEVIDO À NATUREZA COLETIVA DESSES BENS E SERVIÇOS
INOVAÇÕES INSTITUCIONAIS QUE PERMITEM A CRIAÇÃO DE MERCADOS PARA OS BENS E SERVIÇOS AMBIENTAIS :
1. NEGOCIAÇÃO COASEANA ---> DEFINIÇÃO DE DIREITOS DE
PROPRIEDADE
E/OU
2. PRECIFICAÇÃO PIGOUVIANA -----> IMPOSIÇÃO DE TAXAS
VALORAÇÃO ECONÔMICA PREÇOS RELATIVOS EFICIENTES
PROBLEMAS AMBIENTAIS RESTRINGIDOS (POLUIÇÃO ÓTIMA)
O PAPEL DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL NA PERSPECTIVA
NEOCLASSICA
Sob sua forma final de valoração econômica, a avaliação
ambiental tem por objetivo único resolver um problema
de externalidade negativa: condição
necessária e suficiente para a solução da
questão ambiental
-Capital (K) e Recursos Naturais (R) são complementares;
- São relevantes os riscos de perdas irreversíveis potencialmente catastróficas;
- Existem limites ambientais à expansão do sistema econômico;
Pressupostos Básicos:
Economia Ecológica
-Capital (K) e Recursos Naturais (R) são complementares;
- São relevantes os riscos de perdas irreversíveis potencialmente catastróficas;
- Existem limites ambientais à expansão do sistema econômico;
A sustentabilidade ambiental é essencial o conceito de SUSTENTABILIDADE FORTE: essencial preservar para as gerações futuras um estoque mínimo de KN que garanta sua sobrevivência com qualidade de vida
Planeta Terra
Qual a capacidade de suporte do planeta?
INCERTEZA INSUPERÁVEL!
RESILIÊNCIA
Risco de Perdas Irreversíveis(Potencialmente Catastróficas)
Reações não-lineares aos impactos
Custo Total
Custos Marginais de Controle
Custos Marginais da Poluição
Poluição / ProduçãoEscala
Ponto de Ruptura
Limite da Capacidade de Suporte
RESUMINDO
Para a Economia Ambiental, o montante de bens e serviços ambientais usados – ESCALA - é determinado pelo cálculo de custo/benefício feito pelos agentes econômicos, dada a tecnologia, visando minimizar o custo total através da ALOCAÇÃO de recursos entre gastos com controle da poluição e gastos com pagamento de taxas por poluir.
Portanto, a tecnologia e as preferências são tomadas como parâmetros não-físicos que determinam uma posição de equilíbrio onde são minimizados os custos totais, sendo a ESCALA a variável de ajuste.
Para a Economia Ecológica, ao contrário, é a ESCALA o parâmetro físico que deve determinar a posição à qual deverão se ajustar as preferências e a tecnologia.
Como a Escala é determinada?
Pelo Estado e/ou Sociedade Civil Organizada com base na
Ciência
A Determinação da Escala Sustentável: oPRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
Processo de escolha pública baseado em critérios outros que a busca individual de maximização do ganho: solidariedade intra e inter-gerações.
No caso de problemas ambientais globais, estes critérios devem necessariamente ser baseados em valores altruístas na medida em que implicam num sacrifício em benefício de populações distantes no espaço e no tempo, os quais (valores) têm que se afirmar num contexto de incertezas e controvérsias científicas.
Mecanismo de Correção Ideal do Ponto de Vista da Economia Ecológica:
- Determinação da ESCALA: de acordo com a capacidade de suporte;
- Determinação da DISTRIBUIÇÃO: de acordo com o que se considera justo;
- Determinação da ALOCAÇÃO: através do mercado (mercado de direitos negociáveis a poluir).
FALHA DE MERCADO DEVIDO À NATUREZA COLETIVA DESSES BENS E
SERVIÇOS
INTERVENÇÃO DO ESTADO E/OU SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA NA
DEFINIÇÃO DA ESCALA
INOVAÇÕES INSTITUCIONAIS QUE PERMITEM A CRIAÇÃO DE MERCADOS
DE DIREITOS A POLUIR
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS POUPADORAS DE BENS E SERVIÇOS
AMBIENTAIS
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ELIMINADA
O PAPEL DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL NA PERSPECTIVA
ECONÔMICO-ECOLÓGICA
Avaliar os impactos ambientais tendo em conta:
A capacidade de suporte dos ecossistemas: Valor Ecológico;
O papel sócio-cultural dos ecossistemas: Valor Sócio-Cultural;
A expressão econômica dos impactos : Valor Econômico.
Métodos de Valoração
Valor Econômico:
- Métodos baseados na disposição a pagar (DAP) dos indivíduos;
- Métodos não baseados na disposição a pagar.
Métodos de Valoração
Valor Ecológico:
- Métodos baseados em equipes de “experts” (cientistas);
- Métodos baseados em equipes ampliadas de indivíduos portadores de
conhecimento relevante
Métodos de Valoração
Valor Sócio-Cultural:
- Métodos participativos com a população alvo.
CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA A A APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE
VALORAÇÃO ECONÔMICA E ECOLÓGICA:
AVALIAÇÃO ECOSSISTÊMICA
O Papel da Avaliação Ambiental para a
Economia Ecológica
Funções Ecossistêmicas
Funções de Regulação
Funções de Habitat
Funções de Produção
Funções de Informação
Regulação de gás, regulação climática, regulação de distúrbios, regulação e oferta de água, retenção do solo, formação do solo, regulação de nutrientes, tratamento de resíduos, polinização,
controle biológico
Refúgio e berçário
Alimentos, matéria orgânica em geral, recursos genéticos, recursos ornamentais
Recreação, informação estética, informação artística e cultural, informação histórica e espirutal, ciência e educação
O Papel da Avaliação Ambiental para a
Economia Ecológica
Serviços Ecossistêmicos
Serviços de Provisão (serviços de abastecimento)
Serviços de Regulação
Serviços Culturais
Alimentos, água, madeira para combustível, fibras, bioquímicos, recursos genéticos
Regulação climática, regulação de doenças, regulação biológica, regulação e purificação de água, regulação de danos naturais, polinização
Ecoturismo e recreação, espiritual e religioso, estético e inspiração, educacional, senso de localização, herança cultural
Serviços de Suporte
Formação do solo, produção de oxigênio, ciclagem de nutrientes, produção primária
Fontes de Valor na Visão Neoclássica
Valor de Uso Direto
Apropriação direta de recursos ambientais, via extração, visitação ou outra atividade de produção ou consumo direto.
Valor de Uso Indireto
Benefícios indiretos gerados pelas funções ecossistêmicas.
Valor de Existência
Valores não associados ao consumo e que referem-sea questões morais, culturais, éticas ou altruística em
relação à existência dos bens ambientais.
Valor de Opção
Intenção de consumo direto ou indireto do bemambiental no futuro.
Valor de Uso
Valor de Não Uso
Val
or E
conô
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o do
R
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Métodos de Valoração Baseados na Disposição à Pagar
Métodos Indiretos de Valoração
Recuperam o valor dos bens e serviços ambientaisatravés das alterações nos preços de produtos de
mercado resultantes das mudança ambientais
Avaliação Contingente
• Preços Hedônicos• Custos de Viagem
Mercado Bens Substitutos
• Custos evitados• Custos de controle• Custos de reposição• Custos de Oportunidade
Produção Sacrificada
Métodos Diretos de Valoração
Obtém as preferências dos consumidores através da disposição a pagar do indivíduo
para bens e serviços ambientais