aprendizagens através da avaliação formativa

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PENSE

Qual a nossa postura em relao avaliao?Aavaliao da aprendizagem, como elemento integrante da prtica pedaggica, deve ser considerada como um meio e no como um fim em si mesma. Um meio de verificar se o processo de ensino-aprendizagem est ocorrendo de acordo com os objetivos definidos e as prticas pedaggicas desenvolvidas.Nossas decises a respeito daavaliao da aprendizagemno so isoladas ou neutras. Elas se vinculam a nossasconcepes sobre educao, sobre escola, sobre aprendizagem, ou seja, nossa concepo pedaggica mais ampla, a uma viso de educao. Sendo assim, a forma como concebemos e realizamos aavaliaoir refletir uma viso conservadora ou transformadora de educao e de sociedade.

Quando adotamos uma postura conservadora, a avaliao que realizamos tem um carter seletivo, com enfoque nos resultados (notas) alcanados no final dos perodos escolares, a fim de decidir aprovao ou reprovao dos alunos. Porm, se utilizamos uma postura inovadora, a avaliao tem dimenses mais abrangentes, pois leva em considerao no apenas o desempenho do aluno mas, sobretudo, o conjunto de fatores que esto atuando para que a aprendizagem ocorra ou no, inclusive as prticas escolares que esto sendo desenvolvidas e o contexto de vida e de escola em que o aluno est situado. claro que no somos, na realidade, nem to conservadores nem to inovadores... Essa dicotomia entre postura inovadora e conservadora apenas um recurso para ajudar na nossa reflexo. Na realidade, o que estamos querendo mostrar que, quando estamos comprometidos com a busca da qualidade da escola, no nosso caso, da escola pblica, esse compromisso se reflete nos processos de ensino-aprendizagem que empreendemos e, consequentemente, nos processos e procedimentos de avaliao que escolhemos.Agora, reflita:

...que concepes de avaliao esto presentes na prtica pedaggica de sua escola?

ANALISEPara que avaliamos os alunos?A avaliao, como componente do processo de ensino-aprendizagem, deve se configurar como instrumento motivador desse processo, pois as informaes geradas so teis tanto para alunos como para os professores: os alunos podero verificar os seus avanos e as suas dificuldades; os professores podero verificar se a sua prtica est dando bons resultados e o que precisa ser reformulado. Assim, o processo de avaliao no deve ser confundido com a aplicao de um conjunto de testes e provas, para apenas verificar se o aluno aprendeu ou no, sem consequncias outras. E se ele no aprendeu? O que, juntos, ele e o professor podem fazer para superar essa situao?

Para Libneo (2004, p.253), a avaliao sempre deve ter carter de diagnstico e processual, pois ela precisa ajudar os professores a identificarem aspectos em que os alunos apresentam dificuldades. A partir da, os professores podero refletir sobre sua prtica e buscar formas de solucionar problemas de aprendizagem ainda durante o processo e no apenas no final da unidade ou no final do ano...A prtica da avaliao pressupe a relao entreprofessor,conhecimentoesujeito do conhecimento. Em outras palavras: a avaliao est vinculada ao que o professor considera conhecimento vlido, til, desejvel e ao que o professor considera ser o processo de construo desse conhecimento. A perspectiva atual a de considerar o aluno como construtor do seu prprio conhecimento e oprofessor como mediadore orientador desse processo.Apesar de estarmos falando sempre do professor, preciso no esquecer que a avaliao um processo que interessa a todos, na escola. A tomada de decises sobre a perspectiva de avaliao a ser realizada pela escola deve ser um processo coletivo, e, nesse sentido, interessa a toda comunidades escolar, inclusive equipe gestora. Por isso, precisamos refletir sobre algumas questes:Por que avaliamos? Para que avaliamos?

O objetivo da avaliao depende da finalidade da educao e do conceito de ensino. Mais uma vez, vamos pegar dois casos extremos (e at exager-los...), para responder a questo:Para que avaliamos?A avaliao usada para atribuir uma nota e classificar o aluno como aprovado ou reprovado? E excluir os reprovados? Nesse caso,a avaliao se reduz a testes, a provas e exames. A finalidade do ensino se reduz preparao para as provas e exames, e a avaliao ser utilizada como instrumento disciplinador, visando estagnao, conservao do modelo social em que o mais fraco, mais desprovido de recursos, o mais dependente, deve obedecer sem questionar, deve seguir ordens dadas, sob pena de ser classificado como incapaz. Trata-se de um modelo de educao para a dependncia e a aceitao passiva do que est posto, sem possibilidades de transformao.Avaliamos para promover o aluno? Para ajud-lo a crescer, a compreender o mundo e atuar como sujeito de sua histria? Nesse caso, a avaliao ser utilizada como procedimento de preparao do aluno para a conquista de sua autonomia, visando transformao do modelo de sociedade, para que cada pessoa se assuma cidado, consciente de seus direitos, de seus deveres e dos compromissos com a coletividade.

Nessa segunda perspectiva, o objetivo das prticas avaliativas promover a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno. Os professores, certamente, no entraro em classe para reprovar, mas para promover cada um dos alunos, e a escola como um todo deve oferecer as condies para que isso acontea. A promoo do aluno, porm, no se identifica com aprovao automtica, to questionada pelos prejuzos que tm causado aos estudantes da rede pblica de ensino, provocando a excluso social. A promoo deve estar vinculada a uma aprendizagem efetiva e deve ser consequncia de um trabalho pedaggico comprometido com afuno social da escola. Isso significa trabalhar a favor do aluno, para que ele aprenda, se torne competente, se torne um cidado feliz, bem sucedido.Nessa perspectiva a avaliao deve estar voltada para a aprendizagem do aluno (a aprovao apenas uma consequncia...) e para a sua incluso nos processos escolares e na sociedade como ser ativo, autnomo, tico, informado, participante dos processos de produo e de melhoria social. Nesse caso, a avaliao ser realizada para:diagnosticar, ou seja, conhecer as condies de trabalho, as dificuldades e possibilidades do aluno;melhorar as condies e subsidiaro curso da ao didtica a cada etapa do processo, ou seja, corrigir distores, indicar possibilidades, modificar estratgias;tomar decisesreferentes necessria interveno pedaggica (mudar materiais didticos, rever metodologia, apoiar alunos com dificuldades etc).Assim, somente tendo clareza sobre as prticas pedaggicas desenvolvidas na escola, podero todos gestores, professores, alunos e pais - dar um novo significado ao processo de avaliao, contribuindo, assim, para o cumprimento da funo social da escola pblica.Agora, reflita um pouco...

Como as relaes estabelecidas na escola e na sala de aula interferem na aprendizagem e,consequentemente, na avaliao?Todo o processo de aprendizagem precisa ser permeado por um bom relacionamento entre os atores que participam desse processo. Posturas verticalizadas, impositivas, autoritrias, no favorecem a criao de um clima propcio construo do conhecimento. Do mesmo modo, atitudes de descompromisso, de indiferena, de falta de liderana e de desrespeito recproco tambm no so favorveis.Desse modo, a sala de aula e a prpria escola devem ser espaos que permitam, favoream e estimulem a participao de todos os alunos. As aulas devem ser bem planejadas e realizadas, visando aprendizagem.A construo desse ambiente importante no apenas do ponto de vista emocional e psicolgico, mas tambm para que o aprendizado se processe. indispensvel, que haja um clima e um ambiente na escola como um todo e na sala de aula em que as relaes sejam construdas a partir da aceitao, da receptividade, da confiana, da sinceridade e do respeito mtuo.Quando se conquista um ambiente assim, o professor se sente valorizado e respeitado, motivado a dar o melhor de si, e feliz ao constatar o progresso dos estudantes. Em resumo, sente-serealizado como pessoa e profissional. Ele descobre que o tempo e a energia investidos em alcanar esse objetivo valeram a pena, pois a aula flui com mais tranquilidade, os atritos com e entre estudantes se reduzem, o desperdcio de tempo com questes de indisciplina minimizado. Ao invs de terminar a aula estressado e frustrado, o professor constata que a classe est aprendendo melhor.

O estudante, por sua vez, sente-se livre e seguro nesse ambiente. Livre para agir dentro de limites estabelecidos com sua prpria participao; seguro, por saber que seus direitos so reconhecidos e respeitados, tanto por seus colegas quanto pelo professor. Liberdade e segurana permitem que as potencialidades do estudante floresam e contribuem para que ele descubra o prazer de aprender, na medida em que no teme se expressar, cometer erros, fazer perguntas ou tomar iniciativas. As relaes interpessoais vo se tornando cada vez mais respeitosas, cooperativas e solidrias; os conflitos so resolvidos atravs do dilogo e da negociao.Os gestores, finalmente, conseguem desenvolver um trabalho articulado e consistente quando esse clima ultrapassa a sala de aula e constitui a ambincia geral da escola.Em sntese, o ambiente que almejamos permite que a escola e o educador cumpram a sua misso: a construo do conhecimento e a formao do ser humano em sua integralidade.A prtica pedaggica desenvolvida na escola deve, portanto, valorizar as individualidades, respeitar as dificuldades, alm de atentar para todo o desenrolar do processo de desenvolvimento dos alunos. Nesse contexto, a avaliao pode assumir uma outra dimenso e se tornar um instrumento fundamental na consecuo da misso da escola.

Como anda o clima de trabalho na sua escola e as relaes entre as pessoas - gestores, professores, alunos e famlias?AVALIAO DE PROCESSO OU PROCESSUALAVALIAO DE PROCESSO OU PROCESSUAL

A Avaliao Processual refere-se forma como o projeto conduzido, eficincia dos mtodos e procedimentos empregados, de modo a se poder fazer mais com menos. A avaliao de processo ou processual mede o progresso na realizao dos objetivos; identifica e mensura os aspectos ligados ao como fazer, tais como a qualidade dos materiais didticos utilizados, o aproveitamento dos capacitandos (%), o ndice de freqncia, etc.

Conforme o texto acima, as atividades registradas nesta avaliao, seguem a ordem das Atividades Principais contidas na tabela dos Objetivos Especficos. Para cada Atividade Principal, so identificados os indicadores quantitativos e qualitativos de progresso do projeto e, ainda, os meios de verificao das informaes, ou seja: onde, quando e como as informaes sero coletadas e analisadas.

AVALIAO SOMATIVA, FORMATIVA E DIAGNSTICAA modalidade diagnstica consiste na soldagem, projeo e retrospeco das situaes dos desenvolvimentos do aluno, permitindo constatar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem. Quando os objetivos no forem atingidos, so retomados e elaborada-se novas estratgias para que se efetua a produo do conhecimento. Sant'anna (1999) complementa que esta modalidade deve ser feita no incio de cada ciclo de estudos atravs de uma reflexo constante, crtica e participativa.A modalidade formativa informa o professor e o aluno sobre resultados da aprendizagem no desenvolvimento das atividades escolares. O educador utiliz-la durante o decorrer do ano letivo.A modalidade somativa tem por funo classificar os educandos ao final da unidade, segundo nveis de aproveitamento apresentados no apenas com os objetivos indivduos, mas tambm pelo grupo.A avaliao possui trs funes de fundamental importncia para o processo educativo como diagnosticar, controlar e classificar.A funo diagnstica tem como objetivo identificar, analisar as causas de repetidas incapacidades na aprendizagem, evidenciando dificuldades em seu desempenho escolar, sendo que a funo formativa ou de controle tem a finalidade de localizar, apontar as deficincias, insuficincias no decorrer do processo educativo, na qual os instrumentos de acordo com os objetivos a serem atingidos. Quanto funo classificatria podemos dizer queFrente a este contexto, o professor deve desenvolver o papel de problematizador, ou seja, problematizar as situaes de modo a fazer o aluno, ele prprio, construir o conhecimento sobre o tema abordado de acordo com o contexto histrico social e poltico o qual est inserido, buscando a igualdade entre educador-educando, onde ambos aprendem, trocam experincias e aprendizagens no processo educativo, uma vez que "no h educador to sbio que nada possa aprender, nem educando to ignorante que nada possa ensinar. (Becker, 1997:147). Diante disso, vem a comprovar a interao do aluno no processo de ensino-aprendizagem em que cada um tem a ensinar para o outro, sendo que a avaliao um elo entre a sociedade, as escolas e os estudantes. necessrio que ocorra uma conscientizao de todos estes segmentos, onde a avaliao deve ser repensada para que a qualidade do ensino no fique comprometida e o educador deve ter o cuidado nas influencias nas histrias da vida do aluno e do prprio professor para que no haja, mesmo inconscientemente, a presena do autoritarismo e da arbitrariedade que a perspectiva construtivista tanto combate.Segundo Hoffmann (2000), avaliar nesse novo paradigma dinamizar oportunidades de ao- reflexo, num acompanhamento permanente do professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendizagem, reflexes acerca do mundo, formando seres crticos libertrios e participativos na construo de verdades formuladas e reformuladas.De acordo com o art. 24, inciso V da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9394/96, indica que a avaliao escolar visa:- Uma avaliao contnua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do perodo sobre os de eventuais provas finais;- A possibilidade de acelerao de estudos para alunos com atraso escolar;- a possibilidade de avanos nos cursos e nas sries mediante verificao do aprendizado;- O aproveitamento de estudos concludos com xito;- A obrigatoriedade de estudos de recuperao, de preferncia paralelos ao perodo letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituies de ensino e seus regimentos.A avaliao escolar um processo pelo qual se observa, se verifica, se analisa, se interpreta um determinado fenmeno (construo do conhecimento), situando-o concretamente quanto os dados relevantes, objetivando uma tomada de deciso em busca da produo humana.Segundo Luckesi, avaliar tem basicamente trs passos:- Conhecer o nvel de desempenho do aluno em forma de constatao da realidade.- Comparar essa informao com aquilo que considerado importante no processo educativo. (qualificao)-Tomar as decises que possibilitem atingir os resultados esperados.Neste sentido, essencial definir critrios onde caber ao professor listar os itens realmente importantes, inform-los aos alunos sem uma necessidade, pois a avaliao s tem sentido quando contnua, provocando o desenvolvimento do educando. O importante que o educador utilize o dilogo como fundamental eixo norteador e significativo papel da ao pedaggica."O dilogo a confirmao conjunta do professor e dos alunos no ato comum de conhecer e reconhecer o objeto de estudo. Ento, em vez de transferir o conhecimento estaticamente, como se fosse fixa do professor, o dilogo requer uma aproximao dinmica na direo do objeto". (Freire, 1986: 125).Vasconcellos (1995) complementa ainda que o dilogo visto como uma concepo dialtica de educao, pois supera-se tanto o sujeito passivo da educao tradicional, quanto o sujeito ativo da educao nova em busca de um sujeito interativo.Faz-se necessrio ao educador o comprometimento como profissional durante as suas inter-relaes em que o compromisso no pode ser um ato passivo, mas sim a insero da prxis na prtica educativa de professor e aluno.Se a possibilidade de reflexo sobre si, sobre seu estar no mundo, associada indiscutivelmente sua ao sobre o mundo, no existe no ser, seu estar no mundo se reduz a um no poder transpor os limites que lhe so impostos pelo prprio mundo, do que resulta que este ser no capaz de compromisso. um ser imerso no mundo, no seu estar, adaptado a ele e sem ter dele conscincia...)". (idem, ibidem).Por conseguinte, a avaliao qualitativa deve estar alicerada na qualidade do ensino e pode ser feita para avaliar o aluno como um todo no decorrer do ano letivo, observando a capacidade e o ritmo individual de cada um. Desta forma, para haver uma avaliao qualitativa e no classificatria deve acontecer uma mudana nos paradigmas de ensino em relao democratizao do excesso da educao escolar e com isso haver uma qualidade de ensino do educando onde acontecer um sentido de evoluo produtiva nos processos avaliativos.Esta democratizao tem sido um dos maiores problemas com os quais a escola se defronta, como ter um projeto se no existe espao sistemtico de encontro dos que compe a comunidade escolar para que haja uma realizao coletiva.A auto-avaliao deve estar presente em todos os momentos da vida, uma vez que o ato de julgar o prprio desempenho de aluno e professores. O educador deve se auto-avaliar, revendo as metodologias utilizadas na sua prtica pedaggica. E a auto-avaliao do aluno para avaliar o professor deve servir como subsdio para a sua prpria auto-avaliao, momento este que servir para refletir sobre a relao e interao entre educando e educador.Portanto, o professor deve utilizar instrumentos avaliativos vinculados a necessidade de dinamizar, problematizar e refletir sobre a ao educativa/avaliativa da instituio. Pode utilizar mtodos tais como:-Auto-avaliao: este instrumento de avaliao deve ser utilizado pelo educador que se preocupa em formar indivduos crticos, sendo capazes de analisarem as suas prprias aptides, atitudes, comportamentos, pontos favorveis e desfavorveis e xitos na dimenso dos propsitos. Ao ser utilizado, os educandos comeam a ter mais responsabilidade por suas prprias construes individuais. Propicia, portanto, condies para o aluno refletir sobre si mesmo e o que tem construdo ao longo da vida.- Portflio: uma pasta porttil que contm a trajetria, a caminhada do aluno pela qual poder conter: textos, documentos, dvidas, certezas e relaes da prpria vida ou at mesmos fatos que acontecem fora da escola. Portanto, esta pasta servir para o educando perceber a construo das suas prprias aprendizagens e anlises que ele mesmo faz sobre si.- Observao: o educador deve observar os seus educandos constantemente para constatar quais apresentam dificuldades na aprendizagem e quais ainda conseguiram produzir conhecimento sobre determinado contedo. O professor pode utilizar fichas de observao para a melhor eficcia dos resultados.O instrumento de como vai se chegar a uma anlise de avaliao importa muito pouco saber de quantas maneiras, isto , respostas certas ou erradas os alunos iro alcanar, mas, fundamentalmente importante saber de que maneira chegou a elas, que probabilidade e relaes estabeleceu a seus educandos encontrar as solues fceis para os problemas propostos est no momento de equilbrio j est preparado para operar no nvel de complexidade que o contedo exige.Ento, a interveno pedaggica avaliativa dever ocorrer no sentido de provocar desequilbrio que levem a novas interaes e buscas e, neste momento a processualidade da avaliao requer observaes, registros e anlises sistemticas do processo de elaborao do conhecimento pelo aluno, registrando seu crescimento e desenvolvimento no que se refere a autonomia intelectual, a criatividade, a capacidade de organizao e a participao, condies de elaborao e generalizao, relacionando o coletivo, comunicao e outros critrios que o professor julga ser necessrio e pertinente na fase de desenvolvimento e maturidade em que se encontra o educando.Sendo assim, pode-se dizer que no so apenas instrumentos usados que caracterizam uma avaliao conservadora, mas principalmente as formas de como estes instrumentos sero usados e analisados, pois a avaliao vista como um processo abrangente da existncia humana que implica uma reflexo crtica no sentido de captar seus avanos, suas resistncias, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de deciso de o que fazer para superar os obstculos, tendo como funo o processo transformador da educao na sociedade.Para tanto se torna necessrio fazer com quer a prtica educacional esteja conscientemente preocupada com a promoo da transformao social e o professor precisa mudar na sua concepo de avaliao para desenvolver uma prtica avaliativa mediadora sendo que As transformaes de avaliao so multidimensionais. Uma grande questo que avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Quando se avalia uma pessoa, se envolve por inteiro o que se sabe, o que sente, o que se conhece desta pessoa, a relao que se tem com ela. E esta relao que o professor acaba criando com seu aluno. Ento, para que ele transforme essa sua prtica, algumas concepes so extremamente necessrias.O sentimento de compromisso em relao quela pessoa com quem est se relacionando e reconhec-la como uma pessoa digna de respeito e de interesse.O professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno.

10- AVALIAO UMA CONSTANTE BUSCA

Segundo Jussara Hoffman para a escola desenvolver e construir uma cultura avaliativa mediadora, preciso que se fundamentem princpios, muito mais do que se transformem metodologias. As metodologias so decorrentes da clareza dos princpios avaliativos, onde, defende trs princpios para essa prtica avaliativa mediadora.O primeiro princpio o de uma avaliao a servio da ao. Toda investigao sobre a aprendizagem do aluno feita com a preocupao de agir e de melhorar a sua situao. Uma avaliao que prev a melhoria da aprendizagem.O segundo princpio o da avaliao como projeto de futuro. A avaliao tradicional justifica a no-aprendizagem. Ela olha para o passado e no se preocupa com futuro.Em uma cultura avaliativa mediadora, por exemplo, 20% do tempo em que os professores estiverem reunidos em conselho de classe, eles iro discutir o que vem acontecendo com seus alunos e, no restante do tempo, vo encaminhar propostas pedaggicas para auxiliar os alunos em suas necessidades. Essa uma avaliao como um projeto de futuro - o professor interpreta a prova no para saber o que o aluno no sabe, mas para pensar em quais estratgias pedaggicas ele dever desenvolver para atender esse aluno. De que forma ele poder agir com o grupo, ou com um aluno, para resolver essas questes e dar continuidade ao seu planejamento, para que os alunos sejam mais coerentes, mais precisos e tenha maior riqueza de idias.O terceiro princpio que fundamenta essa metodologia o princpio tico. A avaliao, muito mais do que o conhecimento de um aluno o reconhecimento desse aluno.As estatsticas so cruis: no basta um professor obter uma aprendizagem satisfatria com 70% dos seus alunos, por que, 30% de uma turma de 30 alunos, representam nove alunos que deixam de ser atendidos. Portanto, cada aluno importante em suas necessidades, em sua vivncia, em seu conhecimento.Essa prtica avaliativa mediadora , portanto, fundamentada por esses princpios. No h regras gerais e nem normas que valham para todas as situaes. Alunos com necessidades especiais precisam de atendimento especial. No h tempos padronizados para todos, mas h, sim, clareza de princpios, parmetros de qualidade estabelecidos em consenso pelos professores, uma proposta poltico-pedaggica clara para que a prtica avaliativa seja coerente com o que a escola pretende.Alem disso o entendimento do professor sobre a aprendizagem interfere no seu modo de avaliar e necessrio que o professor esteja conectado com a real questo; para que o aluno tambm possa se ver como um aprendiz, compreender os seus processos, as suas inseguranas, e talvez entender um pouco do porqu, fazendo com que as aprendizagens se desenvolvam.Algumas prticas vigentes nas escolas ainda so camisas-de-fora para os professores. Por que se gasta tanta energia em frmulas, receitas, registros e regimentos de avaliao, enquanto poderia estar se investindo nos professores, na melhoria dessa aprendizagem para desenvolver estudos no sentido de avaliar para promover. No uma promoo burocrtica, mas uma avaliao para promover o desenvolvimento moral e intelectual. Avaliar para promover a cidadania do aluno, como um sujeito digno de respeito, ciente de seus direitos e que tenha acesso a todas as oportunidades que a vida social possa lhe oferecer. E sem promover a aprendizagem, isso no acontecer.Portanto, as frmulas, as receitas

PORTIFLIO DO PROFESSOR

Tenho visto alguns professores preocupados em como fazer um portiflio. Na verdade no existe receita, visto que ele um retrato da construo do que se faz, e como o faz, individual, pessoal e intransfervel. Segundo Hernandes (2000) um portiflio precisa conter:Artefatos: so documentos produzidos durante o trabalho do curso e vo desde as atividades em sala de aula at os trabalhos realizados por iniciativa prpria dos alunos ou por sugesto do professor.As reprodues: so documentos que constituem exemplos de trabalhos, que normalmente no se recolhem em sala de aula, como gravaes, impresso de pgina de internet, etc.Os atestados: so documentos sobre o trabalho do aluno, preparados por outras pessoas.As produes: so os documentos especificamente preparados para dar forma e sentido ao portiflio e incluem trs tipos de materiais: a) explicao de metas; b) as reflexes; c) as anotaes.O continente: lugar onde ser colocado todo o material produzido. Podendo apresentar-se em caixas, pastas, cartazes, CD-ROM, embalagens de presentes, livros, entre outros.Ele como um currculo (coloco entre aspas porque muitas pessoas j fazem o currculo como portiflio, mas o contexto diferente e a abordagem tambm). Imagine o portiflio de uma modelo, ele contm os trabalhos que ela fez, no caso so fotos com poses, ou de propagandas que ele tenha feito. Esse o trabalho dela, que ela pode mostrar para que outros tenham noo do que ela faz. Mesmo sabendo que ela modelo e que fotografada, as pessoas no sabem que tipo de foto ela faz, ou como ela administra seu trabalho, se comprometida ou somente envolvida com ele, nem se ela fez algum trabalho considerado importante, para alguma empresa de renome, ou mesmo um trabalho de cunho social. S sabero isso vendo o portiflio dela, que comprovar com imagens e /ou documentos, tudo o que ela disser sobre si.Ns professores , fazemos inmeras atividades no decorrer do ano, mas podemos perd-las ou desconsider-las pela falta do registro. Sinto que alguns educadores que no esto acostumados a escrever, ou mesmo organizar a sua vida profissional, fazendo planejamentos, por exemplo, tm agora muita dificuldade em sistematizar o que fazem. Sentem medo, mais pela falta de costume, penso eu, do que pelo desafio em si, e encaram o portiflio como mais uma coisa a ser feita. No ! Ele uma sistematizao, uma organizao do nosso trabalho. Quem tiver acesso ele, assim como o da modelo, ter uma idia mais concreta de como trabalhamos de fato. Alm disso, e o mais importante, o portiflio ser, alm de um instrumento de avaliao de nossos alunos, um meio que nos proporciona a reflexo sobre nossa prpria prtica, podendo tornar-se tambm um instrumento de valorizao do nosso trabalho e conseqentemente de ns mesmos. impossvel entender o portiflio sem compreender a concepo de avaliao que ele carrega. Ele permite que, atravs de reflexes o professor avalie constantemente sua postura, sua prtica , as atividades que prope e as aes que realiza, buscando qualidade e coerncia em suas aulas. Um professor transmissor de conhecimentos, ter um amontoado de papis, com inmeras aes e uma prova ao final desse processo de guardar provas daquilo que fez e daquilo que o outro necessitaria ter feito e no fez.O portiflio permite irmos muito alm de condensar dados. Algumas vezes na correria do dia-a-dia, mesmo se tivermos uma concepo construtivista, podemos amontoar papis, que at tiveram uma boa inteno ao serem planejados e aplicados, mas que ficam obsoletos, presos a nossa falta de tempo, de refletir sobre eles e com isso repensar nossa prtica, ensinando nossos alunos a fazer o mesmo, mediando a construo do seu aprendizado, da sua criticidade e da sua autonomia. Podemos, com o portiflio, avaliar esse processo de construo, contando no s com uma folha de papel, onde eles iriam depositar o que deveriam ter aprendido. Sabemos que avaliar assim restringe e desconsidera o conhecimento do aluno. At mesmo porque fomos avaliados assim, quando na escola, enquanto alunos e muitas vezes sabamos tudo, at que o branco aparecesse e simplesmente apagasse o que tnhamos guardado na memria. Sem contar as vezes que esquecamos tudo o que tnhamos aprendido aps vomitarmos o contedo na folha. ramos sim belas cabeas-bem-cheias, repletas de um saber que no nos era til, seno para a prova.Seu portiflio construo sua, e voc decide, junto a pedagoga da escola em que possa tambm auxiliar seus alunos. Procure fazer tudo na medida em que acontea, no deixe que as experincias se acumulem, seja organizada. Muito do que voc poder colocar nele tambm poder ser feito junto com os alunos, com os pais, com a pedagoga, com seus colegas de trabalho.DICA: No se permita ter um final de ano conturbado. No se sobrecarregue com o acmulo de funes por no conseguir dizer no. Todos merecem crescer e aprender, deixe que o ouro faa o que lhe devido. Lembre-se de que ajudar ensinar a fazer e no fazer para o outro. Alm disso s aprendemos a fazer, fazendo.PASSO A PASSO:Coloque sua apresentao, uma foto sua com um texto falando de voc enquanto profissional, os cursos que fez, onde j trabalhou, aquilo em que acredita, no que seu trabalho se fundamenta, quais so suas angstias profissionais, suas esperanas e como far para alcan-las. O histrico e o patrono da escola onde est atuando. Seu planejamento anual. Avaliao diagnstica de seus alunos. Coloque um modelo, que no precisa estar respondida, os dados que obteve e uma anlise a partir deles. Quem precisa aprender o qu, quem j sabe o qu, algumas estratgias que voc pensou, se precisar de alguma interveno (qual?), se conversou com a pedagoga a respeito, dentre outras informaes que considerar relevante. Como aquela ficha que preenchemos no final dos bimestres, onde anotamos o contedo dado, os objetivos que pretendamos alcanar com a turma, o conceito dos alunos, e as intervenes feitas. Voc poder usar a mesma ficha para todas as avaliaes, afinal o portiflio no exclui outras formas de avaliao. Se possvel, pea pedagoga que assine as snteses e/ou relatrios das reunies que vocs fizeram ao longo do ano e anexe ao seu portiflio. Sobre o conselho de classe, basta anotar o que foi abordado e citar a data e talvez o nmero da pgina do caderno de ata. Seu planejamento dirio pode fazer parte do portiflio. Mediante as avaliaes feitas no decorrer do ano, sejam elas atividades ou provas, voc pode anotar as mudanas que sero feitas no plano anterior, para atender as necessidades de sua turma. Alm disso, pode-se tambm registrar fatos alheios a sua vontade que impediram algum planejamento de ser feito. Por exemplo, se iam sair e choveu, voc registra que no foram e porqu. Se alguma criana se machucou ou passou mal e voc teve que dedicar um tempo maior a ela. Se sua aula foi interrompida inmeras vezes, por conta de bilhetes para receber ou entregar, ou recados para ler e assinar. Voc pode elaborar uma ficha, ou utilizar algum registro que a escola j possua, para anotar os alunos que se desenvolveram mais facilmente, ou os que apresentam alguma dificuldade, acompanhando suas atitudes, seu interesse, as dificuldades que apresentam, registrando as providncias que foram tomadas (atendimento aos pais, atividades diferenciadas, monitoria, interveno da pedagoga, encaminhamentos, dentre outros). Voc pode colocar tambm uma ficha, onde anotar os alunos que no fazem as tarefas, que no participam em sala de aula ou os que participam e atendem suas solicitaes. Anotar as dificuldades dos alunos e as suas em lidar com elas proporciona uma facilidade maior em refletir sobre as intervenes necessrias. Projetos e/ou atividades extra-classe que forem desenvolvidos durante o ano, relatrios desses projetos com avaliao final. Essa avaliao pode ser s sua, sua com os alunos, sua com todos os envolvidos: pais, funcionrios da escola e alunos. Coloque tambm fotos legendadas do projeto e/ou das atividades. Se houver atividades escritas dos alunos sobre o projeto, voc poder xerocar algumas para o seu portiflio. Certificados de cursos, oficinas, palestras, dentre outros que voc participou e/ou ministrou, junto com reflexes sobre os mesmos. Na reflexo voc faz suas consideraes, o que foi bom, o que pode melhorar, relacionando-os com sua prtica. No se trata de apenas um relato. Voc conta como foi e tambm pensa sobre como foi, o que voc viu e/ou ouviu que pode ser til para sua prtica. Algumas vezes, e infelizmente, observamos situaes que nos ensinam como no fazer, temos que ter tica para colocar essas observaes no papel, podemos falar do acontecido sem expor as pessoas. No precisam ser textos longos. Por vezes basta uma pequena nota.Portiflio no quantidade, e sim qualidade. Textos que voc leu ao longo do ano, que te auxiliaram na elaborao de suas atividades/projetos/planejemento, com reflexes feitas sobre eles, de como eles lhe foram teis. Pauta das reunies de pais, listas de presena, anotaes que os pais fizeram. Voc pode pedir que os pais avaliem as reunies, digam sobre o que querem saber (alm da nota do filho), coloquem suas dvidas, sugestes, para que possam ser trabalhadas numa prxima reunio. Assim voc pode lev-los escola para saber mais sobre coisas que lhe interessam e que dizem respeito a seus filhos, mas sem correr o risco de chamar aquele pai que vai apenas para ouvir que o filho tem e precisa melhorar. Voc pode pedir que sua pedagoga acompanhe a construo do seu portiflio, orientando, por escrito, como voc pode melhor-lo. Alm disso, esses registros que ela produzir, so alguns dos atestados que voc necessita anexar no portiflio, afinal so necessrios partilha e confronto de saberes para se construir conhecimento. Selecione todo o material que voc ir colocar no portiflio. No precisa colocar tudo o que voc fizer. Tenha uma seqncia de registros. Uma interveno, por exemplo, no pode vir antes da avaliao. Se voc decidir, portanto, mudar uma forma de explicar um contedo, ou alguma atitude sua dentro de sala, essa mudana estar embasada em algo que aconteceu anteriormente, em um estudo feito, em uma reflexo acerca desse estudo e de sua relao com o ocorrido. Os registros precisam estar na mesma ordem em que ocorrerem, para serem coerentes.Bom trabalho!

AVALIAO PARA QU?Segundo nossas observaes que so confirmadas por muitos autores, podemos responder pergunta ttulo deste artigo, apontando, que de modo geral serve: para classificar, castigar, definir o destino dos alunos de acordo com as normas escolares.Pode-se afirmar que a avaliao tem assumido, e j h muito tempo, uma funo seletiva, uma funo de excluso daqueles que costumam ser rotulados menos capazes, com problemas familiares, com problemas de aprendizagem, sem vontade de estudar, sem assistncia familiar e muitos outros termos parecidos.De acordo com Luckesi (1999), a avaliao que se pratica na escola a avaliao da culpa. Aponta, ainda, que as notas so usadas para fundamentar necessidades de classificao de alunos, onde so comparados desempenhos e no objetivos que se deseja atingir. Os currculos de nossas escolas tm sido propostos para atender a massificao do ensino. No se planeja para cada aluno, mas para muitas turmas de alunos numa hierarquia de sries, por idades mas, esperamos de uma classe com 30 ou mais de 40 alunos, uma nica resposta certa.Segundo Perrenoud (2000), normalmente, define-se o fracasso escolar como a conseqncia de dificuldades de aprendizagem e como a expresso de uma falta objetiva de conhecimentos e de competncias. Esta viso que naturaliza o fracasso impede a compreenso de que ele resulta de formas e de normas de excelncia que foram institudas pela escola, cuja execuo revela algumas arbitrariedades, entre as quais a definio do nvel de exigncia do qual depende o limiar que separa aqueles que tm xito daqueles que no o tm. As formas de excelncia que a escola valoriza, se tornam critrios e categorias que incidem sobre a aprovao ou reprovao do aluno.Continua Perrenoud (2000): As classificaes escolares refletem s vezes desigualdades de competncias muito efmeras, logo no se pode acreditar na avaliao da escola. O fracasso escolar s existe no mbito de uma instituio que tem o poder de julgar, classificar e declarar um aluno em fracasso. a escola que avalia seus alunos e conclui que alguns fracassam. O fracasso no a simples traduo lgica de desigualdades reais. O fracasso sempre relativo a uma cultura escolar definida e, por outro lado, no um simples reflexo das desigualdades de conhecimento e competncia, pois a avaliao da escola pe as hierarquias de excelncia a servio de suas decises. O fracasso , assim, um julgamento institucional.A explicao sobre as causas do fracasso passar obviamente pela reflexo de como a escola explica e lida com as desigualdades reais. O universo da avaliao escolar simblico e institudo pela cultura da mensurao, legitimado pela linguagem jurdica dos regimentos escolares, que legalmente institudos, funcionam como uma vasta rede e envolvem totalmente a escola. (Ldke; Andr, M. 1986)Compreender as manifestaes prticas da prtica avaliativa ao mesmo tempo compreender aquilo que nela est oculto. Temos cincia de que esta excluso no interior da escola no se d apenas pela avaliao e sim pelo currculo como um todo (objetivos, contedos, metodologias, formas de relacionamento, etc.). No entanto, alm do seu papel especfico na excluso, a avaliao classificatria acaba por influenciar todas as outras prticas escolares. O que significa em termos de avaliao um aluno ter obtido nota 5,0 ou mdia 5,0? E o aluno que tirou 4,0? O primeiro, na maioria das escolas est aprovado, enquanto o segundo, reprovado. O que o primeiro sabe considerado suficiente. Suficiente para qu? E o que ele no sabe? O que ele deixou de saber no pode ser mais importante do que o que ele sabe?E o que o aluno que tirou 4,0 sabe no pode ser mais importante do que aquilo que no sabe? Acreditar que tais notas ou conceitos possam por si s explicar o rendimento do aluno e justificar uma deciso de aprovao ou reteno, sem que sejam analisados o processo de ensino-aprendizagem, as condies oferecidas para promover a aprendizagem do aluno, a relevncia deste resultado na continuidade de estudos, , sobretudo, tornar o processo avaliativo extremamente reducionista, reduzindo as possibilidades de professores e alunos tornarem-se detentores de maiores conhecimentos sobre aprendizagem e ensino. A avaliao, unicamente, medida, rano do positivismo, mais oculta e mistifica do que mostra, ou aponta aquilo que deve ser retomado, ser trabalhado novamente e de outra forma, o que imprescindvel que o aluno conhea.Tambm no podemos nos esquecer dos instrumentos utilizados para avaliar (confundida com mensurao), que fundamentam este processo decisrio e necessitam de questionamentos, no s quanto a sua elaborao, mas, quanto coerncia e adequabilidade com o que foi trabalhado em sala de aula e o modo com que o que vai ser avaliado foi trabalhado. Avaliar exige, antes que se defina aonde se quer chegar, que se estabeleam os critrios, para, em seguida, escolherem-se os procedimentos, inclusive aqueles referentes coleta de dados, comparados e postos em cheque com o contexto e a forma em que foram produzidos.Para Hadji (2001), a passagem de uma avaliao normativa para a formativa, implica necessariamente uma modificao das prticas do professor em compreender que o aluno , no s o ponto de partida, mas tambm o de chegada. Seu progresso s pode ser percebido quando comparado com ele mesmo: Como estava? Como est? As aes desenvolvidas entre as duas questes compem a avaliao formativa.A funo nuclear da avaliao ajudar o aluno a aprender e ao professor, ensinar. (Perrenoud, 1999), determinando tambm quanto e em que nvel os objetivos esto sendo atingidos. Para isso necessrio o uso de instrumentos e procedimentos de avaliao adequados. (Libneo, 1994, p.204). O valor da avaliao encontra-se no fato do aluno poder tomar conhecimento de seus avanos e dificuldades. Cabe ao professor desafi-lo a superar as dificuldades e continuar progredindo na construo dos conhecimentos. (Luckesi, 1999) No entender de Luckesi (1999, p.43) para no ser autoritria e conservadora, a avaliao tem a tarefa de ser sempre diagnstica, ou seja, dever ser o instrumento dialtico do avano, ter de ser o instrumento da identificao de novos rumos, a avaliao dever verificar a aprendizagem no s a partir dos mnimos possveis, mas a partir dos mnimos necessrios [1].Luckesi enfatiza tambm a importncia dos critrios, pois a avaliao no poder ser praticada sob dados inventados pelo professor, apesar da definio desses critrios no serem fixos e imutveis, modificando-se de acordo com a necessidade de alunos e professores. Modificar a forma de avaliar implica na reformulao do processo didtico-pedaggico, deslocando tambm a idia da avaliao do ensino para a avaliao da aprendizagem.Saviani, (2000, p.41), afirma que: o caminho do conhecimento perguntar dentro da cotidianidade do aluno e na sua cultura; mais que ensinar e aprender um conhecimento, preciso concretiz-lo no cotidiano, questionando, respondendo, avaliando, num trabalho desenvolvido por grupos e indivduos que constroem o seu mundo e o fazem por si mesmos.

O importante no fazer como se cada um houvesse aprendido, mas permitir a cada um aprender [2](Perrenoud, p. 165, 1999)

Fonte: Centro de Referncia Educacional SP

Daqui a cem anos, no importar o tipo de carro que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto tinha depositado no banco, nem que roupas vesti. Mas o mundo poder ser um pouco melhor porque eu fui importante na vida de uma criana.

LEI DE DIRETRIZES E BASES E A AVALIAO

De acordo com Lei de Diretrizes e Bases que foi projetada, em 1988, e aprovada em 1997, nesta lei a o processo avaliativo contemplado no Art. 24 inciso V, que diz a verificao do rendimento escolar observar os seguintes critrios:a) Avaliao contnua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalea dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do perodo sobre os de eventuais provas finais:b) Possibilidade de acelerao de estudos para alunos com atraso escolar;c) Possibilidade de avanos nos cursos e nas sries mediante verificao do aprendizado;d) Aproveitamento de estudos concludos com xito;e) Obrigatoriedade de estudo de recuperao, de preferncia paralelos ao perodo letivo, para os casos de baixo rendimento escolar a serem disciplinados pelas instituies de ensino em seu regimento.

O docente deve valorizar o processo de formao mais adequadamente, no acrescentando na prova final somente a nota daquela avaliao, embora seja regimental. Uma reflexo importante est em alguns casos na mudana de procedimento.Como se observa, a Lei usa a expresso verificao do rendimento escolar. Verificar, numa de suas acepes, quer dizer comprovar; rendimento pode ser entendido como eficincia. Ento de acordo com a lei, cabe a escola comprovar a eficincia dos alunos nas atividades, ou seja, avaliar o xito por eles alcanado no processo de ensino aprendizagem.

, quando se trata em comprovar esse xito e como avaliar se torna complexo. Avaliar no a mesma coisa que medir, qualquer medida pode-se dispor de instrumentos precisos tais como: rgua balana, etc. E quanto mais preciso os instrumentos, mais exatos a medida. Ao contrrio disso no h instrumento preciso para a avaliao.

Na avaliao escolar, no se avalia um objeto concreto observvel e sim um processo humano contnuo.Por outro lado, para tentar contornar esse problema e evitar avaliaes precipitadas, para impedir que a avaliao de um momento seja generalizada para todo o processo, deve-se proceder a uma avaliao continua que capte o desenvolvimento do educando em todos os seus aspectos.Na concepo de Csar Coll, h trs modalidades de avaliao: avaliao inicial, avaliao formativa e avaliao somatria.

Atualmente os objetivos da avaliao visam tanto o processo de aprendizagem quanto os sucessos ou fracassos dos estudantes. Neste sentido, uma diferena fundamental em relao s provas escolares a avaliao permanente, que se realiza com outro tipo de meios, entre os quais se inclui o conjunto de tarefas realizadas pelo estudante no decurso do ano escolar. A avaliao , assim, realizada para obter sobre o aluno uma informao mais abrangente que a simples e pontual referncia das provas.A avaliao tem funo legitimadora da ideologia das sociedades modernas. Os bons resultados acadmicos so vistos como indicadores das aptides que daro ao indivduo possibilidades de progredir e ter xito.No entanto, recentemente o interesse est concentrado em reduzir os efeitos negativos da avaliao no sistema escolar e sua repercusso individual sobre os estudantes.

Aprendizagens Atravs da Avaliao Formativa

Autor:Edlene do Socorro Teixeira RodriguesData:14/08/2008

1. IntroduoO termo avaliao educacional entrou para o vocabulrio do universo das escolas, com os trabalhos de Ralph Tyler, por volta de 1940 (citado em Vianna, 2000), quando este desenvolveu anlises sobre uma nova concepo de aprendizagem. O autor percebeu a avaliao como um meio para se estabelecer comparaes entre os resultados e os objetivos educacionais. Desse modo, a avaliao passa a ser vista como uma atividade prtica.Scriven (1967, citado em Hadji, 2001) vai alm da comparao colocada por Tyler. O autor afirma que os avaliadores deveriam analisar os resultados obtidos com a avaliao, com o objetivo de emitir julgamentos. Traz tambm a idia de duas dimenses da avaliao: a da avaliao formativa e da avaliao somativa, percebendo a avaliao como um instrumento de orientao para as prticas docentes.Em 1979, Allal, Cardinet e Perrenoud (citado em Fernandes, 2005) publicaram um livro que alargou o campo conceitual da avaliao. Por intermdio de um foco, sob a perspectiva da Sociologia e da Psicologia cognitivas, apresentaram uma anlise sistemtica das prticas desenvolvidas. Eles aprofundaram os conceitos de avaliao formativa e somativa, o de diferenciao pedaggica ou de regulao e o de auto-regulao. Esse aprofundamento ocorreu, a partir das novas concepes de currculo, da aprendizagem e de avaliao.O ato de avaliar um fato freqente nas atividades humanas; est presente de maneira espontnea, ou expressando os parmetros de alguma instituio. Esse ato est incorporado ao sistema educativo mundial, para ser mais preciso, ao sistema escolar mundial, pois faz parte do contexto dos administradores das escolas, professores, alunos e famlias.Avaliao inerente e imprescindvel, durante todo processo educativo que se realize em um constante trabalho de ao-reflexo, porque educar fazer ato de sujeito, problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradies, comprometendo-se com esse mundo para recri-lo constantemente.(Gadotti, 1984, p. 90)Nos ltimos anos, a avaliao assumiu grande importncia nas polticas dos governos, devido ao crescimento das avaliaes externas, como forma de medir a evoluo educacional de um pas, e, conseqentemente, as escolas tambm passaram a trabalhar com um olhar voltado para essas avaliaes externas.Uma necessidade do contexto educacional fazer com que nossa prtica educativa seja desenvolvida, de maneira coerente, e que esteja comprometida com a promoo da transformao social e a formao de cidados conscientes. Para alcanarmos esse objetivo, a avaliao no pode ser um ato mecnico, no qual o professor d atividades, o aluno as realiza, sendo lhe dado um conceito para transmitir a medio do conhecimento. A avaliao tem que ser um ato, no qual a reflexo seja inerente, contribuindo para a construo de competncias tcnicas e scio-poltico-culturais.De acordo com Luckesi (2002), o processo avaliativo est relacionado ao contexto mundial educacional da poca: "(...) no se d nem se dar num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo terico de mundo e, conseqentemente de educao, que possa ser traduzido em prtica pedaggica" (p. 28).Assim, avaliao, para estar a servio da qualidade educacional, deve entre outros, cumprir o seu papel de promoo do ensino, o qual ir guiar os passos do educador. Ela precisa possuir o carter de contribuio para a formao do aluno e, no apenas, classificar e medir aprendizagens.

2. Avaliao Formativa e seus ContornosO processo avaliativo precisa ser voltado para a melhoria da aprendizagem e ajuste de processos e assim, buscar uma avaliao formativa, que fundamenta-se nos princpios do cognitivismo, do construtivismo, nas teorias socioculturais e sociocognitivas.A avaliao formativa considera que o aluno aprende ao longo do processo, que vai reestruturando o seu conhecimento por meio das atividades que executa. Do ponto de vista cognitivo, a avaliao formativa centra-se em compreender o funcionamento da construo do conhecimento. A informao procurada na avaliao se refere s representaes mentais do aluno e s estratgias utilizadas, para chegar a um determinado resultado. Os erros so objetos de estudo, pois revelam a natureza das representaes ou estratgias elaboradas pelo estudante.Matui (1995) trata a avaliao em sua concepo formativa, utilizando a designao de "avaliao dialgica". Ele afirma que o dilogo perpassa por uma proposta construtivista de ensino, garantido um processo de interveno eficaz e uma relao de afetividade, que contribui para a construo do conhecimento. Na perspectiva do autor, a "avaliao dialgica" ser subsidiada pela diagnstica, viabilizando a participao do aluno no processo ensino-aprendizagem.A avaliao formativa analisada sob a perspectiva de prognstico, por Hadji (2001), que afirma que esta uma avaliao que precede ao de formao e possui, como objetivo, ajustar o contedo programtico com as reais aprendizagens. Por ser uma avaliao "informativa" e "reguladora", justifica-se pelo fato de que, ao oferecer informao aos professores e alunos, permite que estes regulem suas aes. Assim, o professor faz regulaes, no mbito do desenvolvimento das aes pedaggicas, e o aluno conscientiza-se de suas dificuldades e busca novas estratgias de aprendizagem.Fernandes (2005) caracteriza a avaliao formativa, a partir das caractersticas descritas abaixo: Ativam os processos mais complexos do pensamento (Ex. analisar, sintetizar, avaliar, relacionar, integrar, selecionar); As tarefas refletem uma estreita relao e a avaliao deliberadamente organizada para proporcionar umfeedbackinteligente e de elevada qualidade tendo em vista melhorar as aprendizagens dos alunos; Ofeedback determinante para ativar os processos cognitivos e metacognitivos dos alunos, que, por sua vez, regulam e controlam os processos de aprendizagem, assim como para melhorar a sua motivao e auto-estima; A natureza da interao e da comunicao entre professores e alunos absolutamente central porque os professores tm de estabelecer pontes entre o que se considera ser importante aprender e o complexo mundo do aluno; Os alunos so deliberados, ativa e sistematicamente envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, responsabilizando-se pelas suas aprendizagens e tendo amplas oportunidades para elaborarem as suas respostas e para partilharem o que, e como, compreenderam; As tarefas propostas aos alunos que, desejavelmente, so simultaneamente de ensino, de avaliao e de aprendizagem, so criteriosamente selecionadas e diversificadas, representam os domnios estruturantes entre as didticas especficas das disciplinas, que se constituem como elementos de referncia indispensveis, e a avaliao, que tem um papel relevante na regulao dos processos de aprendizagem; O ambiente de avaliao das salas de aula induz uma cultura positiva de sucesso baseada no princpio de que todos os alunos podem aprender. (p. 68-69)Fernandes (2005) percebe o papel do professor, nesse tipo de avaliao, como o de contribuir para o desenvolvimento das competncias metacognitivas dos alunos, das suas competncias de auto-avaliao e tambm de autocontrole. Uma avaliao, que traz essas caractersticas contribui, para que o aluno construa suas aprendizagens e o para que sistema educacional consiga melhorar as aprendizagens dos alunos.A avaliao formativa destaca-se pela regulao das atuaes pedaggicas e, portanto, interessa-se, fundamentalmente mais, pelos procedimentos, do que pelos resultados. uma avaliao que busca a regulao pedaggica, a gesto dos erros e a consolidao dos xitos. De acordo com Jorba e Sanmart (2003):A avaliao formativa tem como finalidade fundamental a funo ajustadora do processo de ensino-aprendizagem para possibilitar que os meios de formao respondam as caractersticas dos alunos. Pretende-se detectar os pontos fracos da aprendizagem, mais do que determinar quais os resultados obtidos com essa aprendizagem.(p. 123)

2.1. Avaliao Formativa - um Elemento do Processo Ensino-aprendizagemA avaliao formativa uma proposta avaliativa, que inclui a avaliao, no processo ensino-aprendizagem. Ela se materializa nos contextos vividos pelos professores e alunos e possui como funo, a regulao das aprendizagens. Para ocorrer essa regulao, necessrio que ela trabalhe com procedimentos que estimulem a participao dos autores do processo. Ela baseia-se em princpios, que decorrem do cognitivismo, do construtivismo, do interacionismo, das teorias socioculturais e das sociocognitivas. Ela trabalha sob a tica das aprendizagens significativas.Um planejamento deve ser organizado para a efetivao de uma avaliao formativa e, assim, guiar as aes do professor. Essas aes devem incluir tarefas contextualizadas, que levem os alunos a estabelecerem relaes para solucion-las, conduzindo-os ao desenvolvimento de suas competncias. Tarefas que proponham problemas complexos para os mesmos resolverem, aplicando os conhecimentos veiculados pelos contedos curriculares.Os instrumentos avaliativos, que sero utilizados e, as competncias avaliadas devero ser esclarecidas aos alunos, antes de serem aplicados. As correes dos instrumentos avaliativos devem analisar as estratgias cognitivas e metacognitivas, utilizadas pelos alunos. Na elaborao desses instrumentos, os professores devem fazer um intercmbio, analisando o que foi elaborado e fazendo observaes para contribuir com a elaborao. Um instrumento importante e que no pode deixar de estar presente, em uma avaliao formativa, a auto-avaliao.A avaliao formativa fundamentada no paradigma construtivista. Na perspectiva construtivista, as pessoas desenvolvem construes por meio dos significados e dos sentidos que atribuem aos fenmenos, que as rodeiam, nos contextos em que vivem, havendo mltiplas realidades resultantes dessas construes. uma perspectiva relativista, pois se destina compreenso dos processos cognitivos e metacognitivos dos alunos e os de ensino, no havendo a possibilidade de avaliar, em sua totalidade, os saberes dos alunos, a subjetividade, so inerentes avaliao.A avaliao das aprendizagens ocorre como um elemento do processo de ensino-aprendizagem; h uma integrao entre avaliao, ensino e aprendizagem, fazendo desses trs elementos parte de todo um processo que s tem sentido, se desenvolvido de maneira integral. Para o desenvolvimento de uma avaliao coerente necessria uma diversidade de instrumentos, que realmente, faam o levantamento das aprendizagens construdas.A avaliao formativa possibilita aos professores acompanhar as aprendizagens dos alunos, ajudando-os no seu percurso escolar. uma modalidade de avaliao fundamentada no dilogo, que possui como objetivo, o reajuste constante do processo de ensino. Exige muito envolvimento por parte do professor; exige-lhe uma disponibilidade de tempo, que vai alm do dispensado no momento das aulas, pois entre suas atividades, passa a ser necessria, a construo de um registro sobre cada aluno e a atualizao desse registro, sempre que novos dados surgirem. fundamental planejar, diariamente, as atividades que sero desenvolvidas pelos alunos e elaborar estratgias individualizadas.A respeito da contribuio da avaliao formativa, para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, Esteban (2004) faz consideraes:Avaliar o aluno deixa de significar fazer um julgamento sobre a sua aprendizagem, para servir como momento capaz de revelar o que o aluno j sabe os caminhos que percorreu para alcanar o conhecimento demonstrado, seu processo de construo do conhecimento, o que o aluno no sabe e o caminho que deve percorrer para vir, a saber, o que potencialmente revelado em seu processo, suas possibilidades de avano e suas necessidades para a superao, sempre transitria, do no saber, possa ocorrer.(p.19)Nessa perspectiva, a avaliao trabalha com um contexto, no qual os conhecimentos esto em construo e so estes que devem conduzir ao educativa. O conhecimento existe em uma dimenso coletiva e, a riqueza da heterogeneidade existente no grupo que impulsiona a conduo dos processos. A comunicao das construes, dos saberes o centro de um processo avaliativo, numa perspectiva formativa.A avaliao formativa proporciona condies para as regulaes retroativas das aprendizagens (Perrenoud, 1999), uma vez que as dificuldades dos alunos so detectadas, aps o processo de ensino-aprendizagem, normalmente, por meio do teste. Esse tipo de avaliao possui um carter pontual, pouco interativo, orientada para a verificao da consecuo dos objetivos comportamentais e possui exigncia cognitiva reduzida. Percebemos que essa avaliao, descrita por Allal (citado em Onofre, 2000), no atinge as reais intenes da avaliao formativa, mas a que prevalece, atualmente, nos sistemas educativos. uma avaliao, que faz parte de um processo pedaggico, que integra processos avaliativos e processo ensino-aprendizagem, tendo carter interativo. Sua principal funo a de regular e melhorar as aprendizagens dos alunos; a de conseguir com que os alunos desenvolvam as suas competncias de domnio cognitivo e metacognitivo.Para alcanar a finalidade da avaliao formativa necessrio que professores e alunos assumam responsabilidades especficas no processo avaliativo. Como chama ateno Perrenoud (1999): "(...) a avaliao formativa demanda uma relao de confiana entre alunos e professores" (p. 96). Ela exige da parte dos professores a capacidade de fazer as articulaes necessrias para possibilitar a regulao das aprendizagens.Os professores so agentes fundamentais no processo ensino-aprendizagem e devem posicionar-se diante da avaliao formativa, organizando o processo de ensino de maneira ativa e planejada. A definio dos objetivos do processo de ensino importante para fazer o aluno sentir-se autor desse processo. Por isso, devem ser propostas atividades diversificadas e adequadas ao nvel de desenvolvimento do aluno, pois este precisa receber umfeedbackpermanente, que o ajude a perceber os movimentos necessrios para alcanar as aprendizagens, alm de ser um instrumento efetivo na comunicao entre os autores do processo. As informaes colhidas por meio da avaliao devem ser utilizadas pelo professor para o planejamento de suas aulasO aluno tambm um agente ativo no processo avaliativo, portanto, possui algumas responsabilidades, que devem ser observadas, para que as aprendizagens ocorram de maneira satisfatria. Eles precisam participar dos processos de aprendizagem, utilizando os instrumentos de avaliao, como uma forma de perceberem como seus conhecimentos esto sendo construdos, realizando todas as atividades que lhes forem propostas, demonstrando interesse e buscando novas atividades, por iniciativa prpria, que levem aprendizagem. Eles precisam, tambm, utilizar ofeedbackoferecido pelo professor e regular suas aprendizagens por intermdio da anlise de seus processos cognitivos e metacognitivos. Os alunos precisam, ainda, conduzir processos de auto-avaliao e serem autores de sua prpria aprendizagem, demonstrando iniciativa e autonomia.Professores e alunos so responsveis pelo bom andamento do processo de ensino-aprendizagem. O professor possui um papel preponderante no que tange organizao dos processos e distribuio dofeedback. J os alunos devem ter uma atuao efetiva nos processos, que se referem auto-regulao e auto-regulao das suas aprendizagens.Perrenoud (1999) explora trs modalidades da avaliao formativa, sob a perspectiva das regulaes: regulaes retroativas, regulaes interativas e regulaes pr-ativas. Para o autor, essas modalidades de avaliao no ocorrem de maneira estanque, mas sim, de forma relacional, pois aparecem associadas, combinadas, interligadas.

A regulao retroativa acontece como uma "remediao", na qual o professor realiza intervenes, buscando processos de aprendizagens anteriores aos que esto em realizao, encontrando as reais defasagens.A regulao pr-ativa acontece como elemento que antecede os procedimentos que estimularo a aprendizagem. um perodo de investigao sobre o contexto dos alunos, sobre as aprendizagens j solidificadas, sobre quais os interesses do grupo de discentes, sobre quais os recursos disponveis e quais as possveis dificuldades.A regulao interativa aquele que permite ao professor compreender como os processos de aprendizagens esto ocorrendo, percebendo as aquisies e dificuldades dos alunos; ao aluno, essa regulao, ir lev-lo a se conscientizar de seu processo de aprendizagem. Segundo Perrenoud (1999) " a comunicao contnua entre professores e alunos" (p. 116). A regulao interativa inclui as regulaes retroativa e pr-ativa, configurando a perspectiva de associao das trs modalidades. Essa modalidade de regulao no deve incidir na atividade, mas sim, na ao que gera aprendizagem, pois nem toda atividade gera a aprendizagem. Para isso, o professor deve planejar muito bem aulas e selecionar aes que proporcionaro aprendizagens. Ele dever investir tempo e motivao na preparao e conduo das situaes de aprendizagens, fazendo assim as regulaes interativas. Segundo Perrenoud (1999) "(...) o professor dever maximizar o conflito cognitivo e todos os processos suscetveis ao desenvolvimento e fortalecimento dos esquemas ou saberes" (p. 116).Perrenoud (1999) considera que a avaliao formativa desenvolvida pela regulao vista sob a perspectiva de um processo deliberado e intencional, tendo como objetivo, controlar os processos da aprendizagem, para que possa consolidar, desenvolver ou redirecionar essa mesma aprendizagem.A avaliao formativa traz a idia de que os processos cognitivos e metacognitivos dos alunos desempenham um papel fundamental na regulao e auto-regulao das suas aprendizagens. Os alunos constituem parte ativa, por intermdio da mobilizao consciente de um conjunto de recursos cognitivos, metacognitivos e afetivos.Fernandes (2005) analisa duas perspectivas da regulao das aprendizagens: regulao convergente e regulao divergente. A regulao convergente depende de um critrio ou um objetivo estabelecido previamente, que ir orientar o processo avaliativo. uma regulao de matriz behaviorista, que no est integrada ao processo de ensino-aprendizagem, e sim, centrada bem mais nos resultados, do que nos processos. Essa perspectiva tem como objetivo, quantificar resultados. J a regulao divergente est orientada para o desenvolvimento dos processos complexos de pensamento dos alunos, das aprendizagens com compreenso e das estratgias de resoluo de problemas. Essa avaliao est focada nos processos de aprendizagem e na construo de competncias, sendo desenvolvida num ambiente interativo, onde o aluno assume um papel preponderante. Nela, dado relevncia aos processos cognitivos e metacognitivos dos alunos, auto-avaliao, ao autocontrole e aos processos de auto-regulao das aprendizagens.No processo de desenvolvimento da avaliao formativa deve se ter claro o estgio de desenvolvimento, no qual os alunos se encontram, sendo que o instrumento utilizado pra avaliar, por sua vez, deve fornecer dados claros sobre o que necessrio fazer a seguir. Nas situaes, em que sejam convenientes correes de percurso das aprendizagens, professores e alunos devem ter clareza de quais processos precisam ser refeitos e como essas correes sero feitas. fundamental a qualificao do trabalho a ser desenvolvido, e para isso, necessrio utilizar um conjunto de recursos cognitivos e metacognitivos, para que se alcance o que realmente foi almejado. Novamente, preciso ressaltar que, numa avaliao formativa, professor e aluno precisam ter uma participao ativa. uma avaliao que apresenta as seguintes caractersticas: um instrumento que permite a anlise das aprendizagens dos alunos; ele d condies ao avaliador de perceber quais os saberes que realmente os alunos dominam; os instrumentos utilizados so construdos para atender s caractersticas citadas anteriores; esses instrumentos permitem a realizao da anlise das aprendizagens.Na avaliao formativa a nfase dada compreenso dos processos cognitivos utilizados pelo aluno, que analisados e interpretados qualitativamente, do condies ao prosseguimento do processo ensino-aprendizagem. H uma preocupao em contextualizar os processos de ensino, de aprendizagem e de avaliao. A negociao e os contratos didticos com os alunos criam condies para o desenvolvimento de processos de auto-avaliao e de auto-regulao das aprendizagens. Para o bom desenvolvimento da avaliao formativa necessrio haver uma seleo criteriosa de tarefas, a qual promova a interao, a relao e a mobilizao inteligente de diversos tipos de saberes e que, por isso, possuam elevado valor educativo e formativo (Perrenoud, 1999).

2.2. O Desenvolvimento da Avaliao FormativaAnalisamos a aplicabilidade da avaliao formativa e a sua convivncia com a avaliao certificativa e psicomtrica. Apontamos sobre a importncia da utilizao da avaliao formativa, no sentido de integrar os processos de ensino, de aprendizagem e os avaliativos e, como essa modalidade de avaliao pode ser uma aliada, na qualificao das aprendizagens. Cabe, agora, entendermos como a avaliao formativa pode ser desenvolvida, no contexto da sala de aula. Para isso, analisaremos os seguintes aspectos: a integrao ensino-aprendizagem-avaliao; a seleo de tarefas, a sua funo; as estratgias, os instrumentos; os espaos e tempos, em que a avaliao formativa desenvolvida; ofeedback.Elemento do processo ensino-aprendizagem, a avaliao, alcana todo o fazer pedaggico, pois expressa a proposta pedaggica, orienta o planejamento do professor, estimula o aluno a tomar conscincia de seu processo de construo do conhecimento, conduz as relaes do professor com os alunos.Gomes (2003) desenvolveu estudos sobre a prtica docente e os processos da avaliao das aprendizagens. A pesquisa foi desenvolvida em duas escolas brasileiras, que adotavam prticas de avaliao formativa. Os resultados obtidos permitiram verificar que o conhecimento sobre os processos da avaliao formativa estavam em construo e, para que esses conhecimentos fossem viabilizados no cotidiano, as escolas transformaram-se em um espao de aprendizagens para os professores, levando-os a uma prtica reflexiva.Tal estudo demonstrou que os grupos de professores, das duas escolas, fizeram da prtica, uma fonte para a aquisio de conhecimentos, assim, perceberam que, para que tais conhecimentos pudessem tornar-se efetivos, havia a necessidade de uma mobilizao, por parte de todo o grupo de docentes, o que levaria a uma reflexo sobre a prtica, tornando-os "profissionais reflexivos" (Perrenoud, 2002).Villasboas (2004) constatou que o desenvolvimento da avaliao formativa, nas escolas brasileiras, ainda incipiente, pois essa modalidade de avaliao est presente de maneira "informal". Realizada nos momentos em que o professor e aluno estabelecem uma interao, os discentes trabalham, a partir de propostas colocadas pelo docente, e este observa o desempenho dos alunos, concluindo sobre as aprendizagens construdas. A avaliao formativa um conhecimento, que comea a ser construdo com a prtica dos professores, mas, ainda, sem uma reflexo consistente.O autor citado acima considera que o professor deve ser o mediador de uma avaliao formativa, no contexto da sala de aula. O docente deve, conscientemente, planejar estratgias, que viabilizem a prtica dessa modalidade de avaliao. Tal prtica deve estar sustentada pela teoria e pelas peculiaridades do contexto pedaggico.Silva (2006) afirma, em seus estudos, que a avaliao formativa, no contexto brasileiro, encontra trs dificuldades para o seu desenvolvimento: uma modalidade de avaliao que ainda no bem compreendida pelos docentes, tornando-a, assim, um instrumento frgil, no processo ensino-aprendizagem; O contexto institucional est voltado para a avaliao classificatria, dificultando, assim, a aplicao da avaliao formativa; Sua execuo implica mudana de percepo de todo o processo ensino-aprendizagem por parte da equipe pedaggica.No contexto de realizao da avaliao, fica claro que a avaliao formativa, tem includa, dentro de sua concepo a avaliao diagnstica. Quando aplicado um diagnstico aos alunos, antes de se iniciar uma unidade de estudo, objetivando a coleta de informaes, para a conduo do processo ensino-aprendizagem, est ocorrendo uma avaliao formativa, uma avaliao a servio das aprendizagens.Na perspectiva da avaliao formativa, o ensino, a aprendizagem e a avaliao constituem um todo articulado e coerente. A avaliao parte integrante do processo de ensino-aprendizagem.A integrao entre os trs processos permite a regulao do ensino e da aprendizagem, pois a avaliao, por intermdio dofeedback, assume sua funo de comunicao. As tarefas utilizadas devem ter como objetivo ensinar, aprender, avaliar e contextualizar a avaliao, assim, haver uma relao muito prxima entre as tarefas de avaliao e as finalidades do ensino. A avaliao formativa proporciona condies para um maior equilbrio entre as finalidades do currculo, do ensino e da avaliao.2.2.1. Avaliao Formativa: quando?A avaliao deve ocorrer em diferentes contextos, ao longo do perodo letivo. importante a recolha de informao, dentro da sala de aula, por intermdio de instrumentos variados como: trabalho individual, em pequeno grupo, em grande grupo, interpares, simulao de conferncias, apresentaes, leituras etc. Essa recolha deve ocorrer, tambm, fora do espao da sala de aula, como nos momentos em que so realizados trabalhos de campo (visitas aos museus, mercados, indstrias etc.).A informao desejada deve ser recolhida, em tempos diversificados, no devendo ficar presa aos testes, previamente marcados, mas sim, no decorrer do perodo escolar.

2.2.2.Feedback- um Elemento da Avaliao FormativaA comunicao entre alunos e professores fundamental para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. pela comunicao que os alunos se conscientizam de seus progressos e sobre quais caminhos seguir para sanar suas dificuldades. Os alunos necessitam de orientaes sistemticas, a respeito de seu desempenho, para que possam melhorar as suas aprendizagens. Eles necessitam defeedback.Ofeedbackprecisa ser planejado e estruturado, para que se integre aos processos de aprendizagens dos alunos. Precisa ser bem mais do que uma simples mensagem. necessrio que os fatores da aprendizagem, que precisam ser comunicados aos alunos, sejam realmente percebidos por eles, para que, possam tornar-se autnomos, em seu processo de construo do conhecimento. Ofeedbackprecisa se materializar, na expresso de uma ao, ou de um conjunto de aes, que o aluno dever desenvolver, para melhorar a sua aprendizagem. Os alunos devem compreender ofeedbacke relacion-lo com a qualidade dos trabalhos que desenvolvem e a utiliz-lo como um guia, uma orientao dos caminhos, que dever seguir para continuar sua trajetria na construo do conhecimento. Deve, ainda, orientar os alunos e ajud-los a ultrapassarem as suas eventuais dificuldades, por meio da ativao de seus processos cognitivos e metacognitivos.Os professores, na utilizao dofeedback, devero dar orientaes precisas aos seus alunos sobre os percursos, que devero seguir, na resoluo das atividades.Umfeedbackfundamentado numa perspectiva construtivista, apresentar caractersticas especficas, pois ter como prioridade, as orientaes para a regulao das aprendizagens, a partir dos resultados. Ofeedbackajudar na construo da auto-estima do aluno, pois no est centrado no erro, mas sim, no caminho que o aluno deve seguir para alcanar bons resultados, para construir aprendizagens. Alm disso, orientar os processos de ensino e construes dos alunos, aps um planejamento, que conduza ao trabalho de desenvolvimento das estratgias cognitivas e metacognitivas, as quais sero adotadas para atingir o objetivo da educao, que a construo de aprendizagens.Ofeedbackdeve ser expresso de maneira equilibrada nas formas oral, escrita ou no-verbal, no mbito pblico ou privado, focando os contedos disciplinares especficos ou as aprendizagens de natureza transversal. Receber esse retorno sobre suas aprendizagens um direito de todo aluno e, fundamental para a aprendizagem. Ofeedback um recurso que estimula os processos cognitivos, proporcionando a auto-regulao da aprendizagem.Fernandes (2005) faz referncia ao que se deve considerar a respeito da aplicao dofeedback: Os processos cognitivos e socioafetivos suscitados nos alunos; A sua relao, com o que se ensina, a sua incluso, em contratos didticos que se estabelecem com os alunos e, em geral, na gesto global do ambiente de ensino na sala de aula; As suas relaes com os conceitos de ensino e de aprendizagem; O seu grau de individualizao e sua relevncia; Os meios e os efeitos envolvidos na regulao dos processos de aprendizagem. (p. 85)2.3. Avaliao Formativa e suas ContribuiesA avaliao formativa traz, em sua concepo, a preocupao com os processos de ensino e de aprendizagem, valorizando a integrao da avaliao com esses processos. Valoriza a seleo criteriosa de tarefas, percebendo nessas, uma estratgia para motivar o aluno em seu processo de aprendizagem, levando-o a uma participao ativa em sua aprendizagem e avaliao. Possui como funo principal a motivao, a regulao e a auto-regulao, o apoio aprendizagem, a orientao, ao diagnstico e prognstico.Perrenoud (1999) afirma que a avaliao formativa possui como premissa se ocupar das aprendizagens e, conseqentemente, do desenvolvimento do aluno. uma avaliao que atua no acompanhamento das aprendizagens. Ainda de acordo com Perrenoud (1999), "a avaliao formativa ajuda o aluno a aprender" (p. 103).A observao uma situao inerente avaliao formativa, pois, por meio dela, cumpre-se a funo da avaliao formativa, que a de compreender o contexto da aprendizagem, analisando suas modalidades, mecanismos e resultados. Da observao, passa-se interveno, ajudando o aluno a progredir, na construo de seus conhecimentos.Vasconcellos (2000) compartilha com as observaes realizadas por Perrenoud (1999) ao trabalhar o tema finalidades da avaliao, descreve a avaliao como um processo que pressupe reflexo, no sentido de avaliar a construo do aluno e direcionar as intervenes.Esteban (2003) reafirma a idia, j defendida por Scriven (1967), sobre a avaliao como uma orientao das propostas pedaggicas, quando aborda a funo da avaliao formativa, afirmando que neste tipo de avaliao, o professor deve ter como objetivo, analisar os resultados obtidos, para orientar o planejamento de suas aes. Essa postura de utilizar os resultados da avaliao para planejar as aulas, contribui para a construo da identidade do professor, como um profissional que reflete, a partir de suas prticas e, assim, constri conhecimentos durante sua prtica. Portanto a avaliao formativa possui, tambm, como funo, a caracterstica de ser fonte para a construo do conhecimento do professor na prtica, (Garca, 2002).O carter educativo precisa estar presente na avaliao, precisa constituir-se como um elemento de formao. O aluno deve aprender alguma coisa, ao ser avaliado; a avaliao deve permitir-lhefirmar suas aquisies. Ela deve ajudar o aluno a avanar e estimul-lo, alm de oferecer os meios para que o aluno supere suas eventuais dificuldades. O objetivo principal de um projeto pedaggico o de proporcionar aprendizagens, portanto, a avaliao escolar deve existir a servio da construo de aprendizagens.

Avaliao FormativaO que ?Tambm chamada de avaliao para as aprendizagens, a avaliao formativa tem seu foco no processo ensino-aprendizagem. Alguns tericos chegam a nomear essa modalidade com o nome de avaliao formativa diagnstica. A avaliao formativa no tem finalidade probatria e est incorporada no ato de ensinar, integrada na ao de formao. Alguns autores consideram que a avaliao formativa englobe as outras modalidades de avaliao j que ela se d durante o processo educacional. Seu carter especificamente pedaggico.Quais so seus objetivos?A avaliao formativa pretende melhorar o processo de ensino-aprendizagem mediante o uso de informaes levantadas por meio da ao avaliativa. Semelhantemente avaliao diagnstica, a avaliao formativa busca detectar dificuldades suscetveis de aparecer durante a aprendizagem a fim de corrigi-las rapidamente. Todavia, seu foco est no processo de ensino-aprendizagem. Atravs dessa modalidade de avaliao, informaes sobre o desenvolvimento do aluno so fornecidas ao professor, permitindo que a prtica docente se ajuste s necessidades discentes durante o processo.Quais so as suas caractersticas?Uma das mais importantes caractersticas da avaliao formativa a capacidade em gerar, com rapidez, informaes teis sobre etapas vencidas e dificuldades encontradas, estabelecendo um feedback contnuo sobre o andamento do processo de ensino e aprendizagem. Com esse tipo de avaliao possvel ter os subsdios para a busca de informaes para soluo de problemas e dificuldades surgidas durante o trabalho com o aluno. Na avaliao formativa, os fatores endgenos, ou seja, os fatores internos situao educacional so levados em conta para proceder avaliao. Por acontecer durante o processo de ensino e aprendizagem, a avaliao formativa se caracteriza por possibilitar a proximidade, o conhecimento mtuo e o dilogo entre professor e aluno.Para que servem os seus resultados?Os resultados da avaliao formativa serviro de base para identificar como o processo de aprendizagem tem acontecido. As informaes que essa avaliao revela permitem o planejamento, o ajuste, o redirecionamento das prticas pedaggicas no intuito de aprimorar as aprendizagens dos alunos. Ou seja, seus resultados servem para apoiar, compreender, reforar, facilitar, harmonizar as competncias e aprendizagens dos alunos.

A avaliao formativa a componente indispensvel e indissocivel da prticapedaggica, suas mltiplas funes se consubstanciam na orientao e regulao do processo ensino-aprendizagem no mbito da aprendizagem significativa. Para o aluno, a funo dessa concepo de avaliao fornecer subsdios para que ele compreenda o seu prprio processo de aprendizagem e o funcionamento de suas capacidadescognitivassubjacentes na resoluo de problemas. Dentro desse escopo, o foco se desloca do nvel do desempenho para o da competncia.Para o professor, a avaliao formativa orienta e regula a prtica pedaggica, uma vez que se prope analisar e identificar a adequao de ensino com o verdadeiro aprendizado dos alunos. Cowie e Bell definem como um processo bidirecional entre professor e aluno para aprimorar, regular e orientar a aprendizagem. Black e William consideram a avaliao formativa a funo de darfeedbackna aprendizagem. Nicool e Macfarlane-Dick tm conduzido pesquisas em avaliao formativa, mostrando como esses processos podem ajudar estudantes a reconhecerem seus processos de aprendizagem.

Introduo Segundo as atuais propostas curriculares, bem como a legislao escolar vigente, demonstra-se a importncia da avaliao ser contnua, formativa e personalizada, tornando-se elemento do processo de ensino aprendizagem, que nos permite conhecer o resultado de nossas aes didticas, buscando aperfeio-las. Porm, na prtica a teoria no se faz realidade, com altos ndices de reprovao, avaliaes classificatrias e discriminatrias. Faz-se necessrio uma reflexo profunda da prtica avaliativa nas escolas, embasada pelo dilogo entre autores, educadores e pesquisadores, sobre a problemtica da avaliao, no intuito de aperfeioar as prticas avaliativas vigentes, abrindo caminho para uma avaliao com enfoque reflexivo na prtica do aluno. Percebo, em contato com os professores, que o fenmeno avaliao hoje um fenmeno indefinido. Professores e alunos que usam o termo atribuem-lhe diferentes significados, relacionados, principalmente, aos elementos constituintes da prtica avaliativa tradicional: prova, nota, conceito, boletim, recuperao, reprovao. (HOFFMANN, 1999:14).Desenvolvimento A avaliao no deve ser entendida como simples exerccios, testes ou provas, mas como um processo extenso de aprendizagens, indissociveis do envolvimento globalizado, das responsabilidades do educador e do aluno, porm em muitos casos o sistema educacional apia-se na avaliao classificatria e tm a pretenso de verificar a aprendizagem atravs de notas ou conceitos. Dessa forma a avaliao escolar vigente exclui, uma vez que pressupe que os alunos aprendem de forma linear e do mesmo modo o que, obviamente, no condiz com a realidade. O enfoque da definio de avaliao conota julgamento, valorao, classificao, que praticado de acordo com padres pr-estabelecidos. Transformar a prtica avaliativa significa questionar a educao desde suas concepes, fundamentos e organizao, significando assim mudanas conceituais e redefinio das funes docentes. O que se prope uma reestruturao nas escolas quanto sua forma de avaliar. Necessita-se, sobretudo, de uma avaliao contnua e formativa na perspectiva do desenvolvimento integral do aluno. importante estabelecer um diagnstico correto para cada aluno e identificar as possveis causas de seus fracassos ou dificuldades, visando uma maior qualificao e no somente uma quantificao (classificatria, discriminatria e imprecisa) da aprendizagem. A avaliao formativa no tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais, em aprendizagens significativas que se aplicam em diversos contextos.Duas coisas so, pois, claramente declaradas: a avaliao torna-se formativa na medida em que se inscreve em um projeto educativo especfico, o de favorecer o desenvolvimento daquele que aprende, deixando de lado qualquer outra preocupao (...). A partir do momento em que informa formativa, quer seja instrumentalizada ou no, acidental ou deliberada, quantitativa ou qualitativa (...). Uma avaliao no precisa conformar-se a nenhum padro metodolgico para ser formativa. (HADJI, 2001). Deve-se avaliar o que se ensina, encadeando a avaliao no mesmo processo de ensino-aprendizagem, somente neste contexto possvel falar em avaliao inicial (avaliar para conhecer melhor o aluno e ensinar melhor) e avaliao final (avaliar ao finalizar um determinado processo didtico). Se a avaliao contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, pode-se dizer que ela se converte em uma ferramenta pedaggica, em um elemento que melhora a aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino. Assim sendo, o sentido e a finalidade da avaliao formativa deve ser o de conhecer melhor o aluno, suas competncias, seu estilo de aprendizagem, seus interesses, suas tcnicas de trabalho (a isso poderamos chamar de avaliao inicial). Em seguida, constatar o que est sendo aprendido; o professor vai recolhendo informaes, de forma contnua e com diversos procedimentos metodolgicos e julgando o grau de aprendizagem, ora em relao a todo grupo, ora em relao a um determinado aluno em particular julgar globalmente o processo de ensino-aprendizagem e adequar o processo de ensino aos alunos como um todo e queles que apresentam dificuldades, conforme os objetivos propostos; podemos exemplificar o citado acima que ao trmino de uma determinada unidade didtica dever-se-ia fazer uma anlise e reflexo sobre o sucesso alcanado em funo dos objetivos previstos e rev-los de acordo com os resultados apresentados. Percebendo este sentido e finalidades, a avaliao formativa tem como caractersticas primordiais, ser uma avaliao contnua e integrada ao fazer dirio do professor, devendo ser realizada (sempre que possvel) em situaes normais, evitando a exclusividade de rotina de provas, na qual o aluno medido somente naquela situao especfica, abandonando-se tudo aquilo que foi construdo em sala de aula antes da prova. Deveria tambm, ser uma avaliao global, na medida em que observa as vrias capacidades/habilidades do aluno em diferentes mbitos: cognitivo, motor, de relaes interpessoais, de atuao (participao), entre outras. Seguindo estes critrios, deve-se verificar uma melhora do processo ensino-aprendizagem, visto que a avaliao no comea nem termina na sala de aula. Sendo um processo pedaggico, envolve o planejamento e o desenvolvimento do processo de ensino, neste contexto necessrio que a avaliao insira-se desde o projeto curricular at o ensino em sala de aula conforme seus resultados (a aprendizagem construda pelos alunos). A avaliao, nessa perspectiva, dever encaminhar-se a um processo dialgico e cooperativo, atravs do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmo no ato prprio da avaliao (...). urgente encaminhar a avaliao, a partir da efetiva relao professor e aluno, em benefcio educao do nosso pas, contrapondo-se concepo sentenciva, grande responsvel pelo processo de eliminao de crianas e jovens da escola. (HOFFMANN, 1999).Concluso Infelizmente o que observamos o processo de avaliao reduzir-se nfase na aprendizagem produzida (reproduzida) pelos alunos. No contexto de um processo de ensino e de avaliao formativa inadmissvel, que ainda hoje, os educadores utilizem a avaliao meramente para averiguar a memorizao e reproduo automatizada de informaes, sem instigar no alunado a capacidade crtica e reflexiva. Nesse processo, os resultados obtidos devem necessariamente levar a um re-planejamento dos objetivos, contedos, das atividades, dos recursos utilizados e das variveis envolvidas no processo de ensino. A avaliao deve por excelncia, servir para promover o indivduo e no exclu-lo de maneira preconceituosa, e esse , sem dvidas, um dos grandes desafios para a educao atual, ou seja, romper os paradigmas presentes nas peculiaridades da pedagogia vigente, com vistas a uma educao emancipadora e libertria, em que a avaliao seja vista como um processo de ensino e aprendizagens para o cotidiano, levando ao enriquecimento, qualificao e estimulando a busca de saberes pelos atores envolvidos no processo.Referncias HADJI, Charles.Avaliao desmistificada.Porto Alegre: Artmed, 2001. HOFFMANN, Jussara.Avaliao mito & desafio: uma perspectiva construtivista.26 ed. Porto Alegre: Mediao, 1999.

AVALIAO EMANCIPATRIA-DIAGNSTICA E SEU VALOR PARA A EFETIVA APRENDIZAGEM

ResumoO presente artigo trata de uma anlise da avaliao da aprendizagem, levando em conta sua funo diagnstica e social. Enfoca a utilizao da avaliao como ferramenta capaz de possibilitar a autonomia dos indivduos em meio ao processo de desenvolvimento social e intelectual.No decorrer da histria da educao surgiram diversos paradigmas educacionais, muitos estudiosos deram considervel contribuio ao que diz respeito aos processos de aprendizagem, objetivando o estudo de como se caracteriza e se constitui a construo do conhecimento nos seres humanos.No Brasil a educao esteve h muito tempo aprisionado a prticas e metodologias tradicionais, onde os contedos em sua maioria eram vivenciados de forma fragmentada e descontextualizada. Perpetuou-se em nossas escolas a cultura da transmisso de conhecimentos, de repasse de informaes e conceitos pr-estabelecidos e imutveis.Nas ltimas dcadas, essas prticas educacionais tornaram-se insuficientes para dar conta da verdadeira essncia do processo educacional, onde o foco passou a ser o educando e no mais o educador. As verdades absolutas de outrora j no eram mais capazes de justificar as infinidades de prticas pedaggicas desumanas e irreflexivas.Mesmo vivendo um momento de profundas transformaes no sistema educacional brasileiro. Mudanas que so reflexo de um acelerado movimento scio-poltico, avano tecnolgico e cultural em todo o mundo. Nesse contexto, a escola precisa repensar sua prtica, sua existncia numa sociedade ps-moderna que busca a transformao do profissional de ensino, partindo de uma proposta sociointeracionista.Em meio s transformaes dessa sociedade surge um novo modelo educacional, mais humano, comprometido com a formao do profissional cidado, capaz de sobreviver na atual sociedade envolta pelas novas tecnologias, mas que apia seu crescimento como indivduo nas experincias colhidas atravs das relaes sociais. O novo modelo educacional que surge das experincias mal sucedidas do nosso passado em educao sugere que o educador tenha seu perfil modificado a fim de atender as demandas da sociedade atual, apela pela sensibilidade dos profissionais da educao para que estes possam desenvolver no discente muito mais do que os aspectos cognitivos e psicomotor, mas, sobretudo a afetividade e as relaes sociais. Esse profissional, agora mais completo e sensvel capaz de unir conhecimento s vrias linguagens flexibilizando o processo de ensino e aprendizagem e tornando-o constante por toda a vida.Essa "nova educao" agora se preocupa com a incluso social, adere s novas tecnologias, numa proposta interdisciplinar. Atende as expectativas dos indivduos possibilitando o sucesso e a permanncia na escola, visa o desenvolvimento pleno do educando para que o mesmo possa interagir e transformar a sociedade.Na perspectiva de uma avaliao mais humanizadora e emancipadora depositam-se as esperanas de construo de uma sociedade mais igualitria e preparada para as futuras transformaes que possam surgir. Onde os indivduos construam por meio da pluralidade das diferenas e das relaes sociais, experincias mais humanas para povoar no ntimo de cada um, uma sociedade