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Prêmios SINEPE/RS 2015 | 6º Prêmio Inovação em Educação Gestão Pedagógica APRENDIZAGEM PROFISSIONAL Um exercício de formação continuada a partir da concepção do plano de estudos por habilidades e competências. !

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Prêmios SINEPE/RS 2015 | 6º Prêmio Inovação em Educação

Gestão Pedagógica

APRENDIZAGEM PROFISSIONAL Um exercício de formação continuada a partir da

concepção do plano de estudos por habilidades e

competências.

!

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Colégio Nossa Senhora da Glória, A nossa instituição

O Colégio Nossa Senhora da Glória, fundado em 1928, pertencente à Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria é mantido pela Sociedade Educação e Caridade. Situa-se na Avenida Oscar Pereira, 3052 – Bairro Glória, que faz divisa com os bairros Medianeira, Teresópolis, Partenon e Belém Velho, na zona sul de Porto Alegre. No ano de 2015, conta com 930 alunos distribuídos na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, nos turnos manhã e tarde. Em seu quadro funcional, conta com 55 professores somados a 37 funcionários, totalizando 92 colaboradores. A direção da instituição, atualmente, é presidida pela Irmã Maria Angelina Enzweiler. As famílias do bairro de onde provêm a maioria dos alunos são tradicionais e conservam valores e costumes de seus antepassados, principalmente os que dizem respeito à cultura e religiosidade. São de classe média e média baixa e, ao procurar matrícula para seus filhos, buscam uma educação baseada na formação da pessoa em sua integridade. Muitos ingressam na Educação Infantil e complementam seus estudos no Ensino Médio.

A instituição assume o compromisso com a Educação Evangélico-Libertadora que tem princípios definidos em relação à pessoa que deseja formar e à sociedade que quer construir, iluminado pelos referenciais de sua fundadora, Bárbara Maix. O Colégio oferece um espaço favorável e privilegiado para o desenvolvimento da aprendizagem, tendo sua estrutura organizacional voltada à qualidade e à excelência acadêmica. Apresenta como objetivo geral construir competências, conhecimentos e valores em crianças e adolescentes, desenvolvendo seu potencial humano para a vivência consciente da cidadania e para que compreendam o mundo em que estão inseridos. Desta forma, atuarão como agentes transformadores em prol da justiça, da sustentabilidade do planeta, da ética, da fraternidade e do respeito ao próximo, aptos a proporem soluções para os desafios da sociedade em que vivemos. Acrescenta-se a isso a percepção do Colégio Nossa Senhora da Glória de que vivemos num tempo em que os meios de comunicação constroem sentidos e disputam a atenção da juventude. Sendo assim, a Escola é desafiada a ser um lugar em que se aprende a analisar, criticar, pesar argumentos e fazer escolhas. Isso requer que os conteúdos do currículo sejam tratados de modo a fazer sentido para o aluno. É claro que processar informações depende da realidade imediata e cotidiana, uma vez que pode e deve ser referido a contextos mais amplos, remotos, virtuais ou imaginários do mundo

contemporâneo. Esse é o ponto de partida para aceder aos significados deliberados e sistemáticos, constituídos pela cultura científica, artística e linguística da humanidade, que se busca desenvolver no espaço escolar. Os objetivos específicos do Colégio Nossa Senhora da Glória são: 1) Assumir a educação como processo de libertação, de apropriação e construção do conhecimento a serviço do bem comum. 2) Cultivar e vivenciar os valores evangélicos, comprometendo-se com a formação da justiça e da dignidade humana. 3) Posicionar-se em defesa da vida, tendo como base a pessoa humana, criada a imagem de Deus, a fim de que as relações sejam fraternas e solidárias. 4) Promover a igualdade de direitos entre os gêneros e a autonomia e dignidade da mulher.

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Cenário de surgimento do projeto e justificativa

para a sua implantação.

O Colégio Nossa Senhora da Glória é uma Instituição Educacional pela qual já passaram mais de 30 mil alunos. Os registros dessa trajetória podem ser vistos no Memorial do Colégio, o qual reúne mais de 500 objetos em seu acervo, reconstituindo o dia a dia das aulas, dos professores, dos alunos, das diretoras, enfim, de todas as pessoas que ajudaram a escrever esta História, marcada pelos fundamentos cristãos, éticos, cívicos, científicos e humanísticos que a constituíram ao longo dos tempos. Estes valores têm sido revistos e redimensionados em resposta às constantes mudanças que a sociedade vem lhe impondo. Nesse sentido, e tendo consciência de que a escola contemporânea vive um novo cenário que a desafia, pontuando a necessidade de um novo paradigma educacional em busca de uma sociedade do conhecimento, de aprendizagem e de mudança, o Colégio Nossa Senhora da Glória aponta, nos últimos anos, para a necessidade de desenvolver uma educação mais crítica, de tal forma que permaneça garantindo a qualidade de ensino, aliada à construção de competências e de habilidades, fundamentais aos educandos.

Tal projeto emerge como um novo cenário para o ensino no século XXI, ou seja, um ensino que assume não apenas a transmissão de conhecimentos, mas também a ampliação dos horizontes e a religação dos saberes; persegue um nível de funcionamento superior, um ambiente aberto ao conhecimento, à criação, à interdisciplinaridade, a busca pelo trabalho docente coletivo, a formação de alunos que atuarão na sociedade atual e futura, a ética, a aprendizagem de alto nível. Estes referenciais emanam do Projeto Educativo da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria (2010), do qual o Colégio faz parte, e que registra em seu Marco Operativo a metodologia, entendida como o modo em que o processo de aprendizagem é conduzido para o desenvolvimento de habilidades e de competências. Contempla a ressignificação dos conteúdos nas áreas do conhecimento e uma avaliação mediadora. (p. 51) Tais constatações, referentes à importância de desenvolver uma educação mais crítica e significativa, além de competências e habilidades fundamentais e a interdisciplinaridade, nasceram dos estudos e das reflexões que o corpo docente, em parceria com a Equipe da Coordenação Pedagógica e Diretiva, vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos, especialmente a partir do ano de 2007, quando a Escola convidou o professor Adelar Hengemühle - Mestre em Educação pela PUC-RS, para trabalhar com os professores a metodologia que propõe o conteúdo aos alunos, partindo de situações-problema.

Tal metodologia apoia-se no Arco de Maguerez, no qual, segundo Hengemühle (2008):

(...) o professor parte da realidade do

aluno, busca iluminação no conhecimento

teórico e retorna à realidade. Esse retorno,

no entanto, não será mais ao mesmo nível

da competência anterior, pois, agora,

fundamentado no conhecimento

adquirido, o aluno será mais capaz de

compreender as situações e/ou resolver os

problemas do contexto. Por outro lado,

esse exercício também desenvolverá no

aluno o hábito e o desejo da busca

investigativa, pois vai criando novas

perguntas e curiosidades que necessitam

de novas respostas. (p.37) Deste trabalho, nasceu uma proposta de exercício a partir da metodologia do nosso Colégio, nos diferentes segmentos, ou seja, desde a Educação Infantil ao Ensino Médio, e a posterior partilha da mesma, o que veio a efetivar-se no Seminário da Prática Docente.

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Significar a Educação: da

Teoria à Sala de Aula Seminário da prática docente

Como complemento desta publicação, também foi lançada a Revista Pedagógica da Escola, no mesmo ano, com o registro de mais 26 professores sobre suas práticas, a partir da mesma metodologia. Todas estas experiências e registros deram suporte a outros tantos projetos, nos quais procurávamos resgatar o conhecimento significativo, ou seja, ressignificar os conteúdos para os alunos, respeitando suas realidades, partindo de situações-problema, como forma de provocar o desejo de aprender, utilizando os conteúdos como base para a compreensão e a resolução dos problemas de seu tempo, com o objetivo de levá-los a produzir respostas teoricamente fundamentadas.

Desenvolvido na própria Escola, entre os dias 15 e 16 de agosto de 2008, quando foram apresentados relatos de vinte e quatro professores do Colégio Nossa Senhora da Glória. Frente aos relatos apresentados no Seminário, surgiu o desafio proposto aos professores de transformarem suas experiências em artigos, o que culminou na publicação do livro “Significar a Educação: da Teoria à Sala de Aula”, do organizador e autor Prof. Adelar Hengemühle junto com professores do Colégio Glória.

Publicação que recebeu o prêmio Responsabilidade Social - Categoria Público Interno – Bronze/3 º lugar – SINEPE-RS, no ano de 2009.

As vivências até aqui relatadas possibilitaram ampliar reflexões e referenciais teóricos no próprio Colégio em seu objetivo de permanecer em contínua formação e aprendizagem, enquanto instituição aprendente. Processo este que se apresenta implicado de questionamentos, de revisões, de retomadas de estudos e de partilha de experiências e práticas pedagógicas, em uma dimensão que pressupõe a totalidade do corpo docente em sintonia com a Equipe de Coordenação Pedagógica, como um exercício de aprendizagem organizacional. Neste sentido, Thurner (2001) enfatiza:

“Vista desse modo, a aprendizagem organizacional pode ser compreendida como um processo de desenvolvimento contínuo, durante o qual os atores coletivos se questionam constantemente com perguntar do gênero: Como agimos? Por que agimos desse modo? e Para que finalidade agimos desse modo? A questão do como diz respeito às regras de comportamento; a do por que concerne à cultura, as normas e valores, enquanto a questão da finalidade diz respeito à identidade coletiva.” ( p.182)

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A busca pela “organização aprendente”

Nessa busca pela constituição de uma “organização aprendente”, entendida como aquela que é pesquisadora, na qual se desenvolve o trabalho em equipe, coletivo; em que a formação continuada é endógena à escola, à própria instituição e que nasce das demandas dos professores, a partir das suas reflexões sobre sua ação, enfrentamos, no ano de 2009, o advento do novo Enem – Exame Nacional do Ensino Médio, cuja origem já era conhecida dos próprios PCN´S (Parâmetros Curriculares Nacionais) e da própria LDB (Lei de Diretrizes e Base Nacional). O novo Enem surgiu com o propósito de avaliar como o aluno trabalha na resolução de situações-problema contextualizadas e representou, desde então, um novo desafio aos professores e à própria escola no sentido de rever suas posturas e práticas, historicamente calcadas na transmissão de conteúdos e que, a partir de então, necessitavam respaldar-se para enfrentar a realidade de construir conhecimentos e desenvolver competências e habilidades junto aos estudantes. De acordo com as orientações do Ministério da Educação, o exame abrange as quatro grandes áreas do saber, organizadas em quantidade variável de competências específicas, relacionadas com um conjunto de 30 habilidades por área. Todas essas informações passaram, então, a ser nosso foco de estudos e análise e que, portanto, rearticulariam nossa proposta pedagógica, já embasada na proposição de trabalhar a partir de situações-problema com nossos alunos.

INEP: (Site: www.enem.inep.gov.br/enem.php)

Para tanto, O Colégio investiu mais uma vez, ainda em 2009, na formação continuada de seus professores, através do assessoramento prestado pela professora Doutora em Geociências, Roselane Costella, da PUC-RS. O trabalho propôs a revisão dos processos cognitivos que envolvem as Habilidades e as Competências, bem como a construção do conhecimento em rede e a interação entre as diferentes ciências, ou seja, a cadeia interdisciplinar que provoca a mobilidade do conhecimento.

Dominar linguagens, compreender fenômenos, construir e aplicar conceitos, enfrentar situações-problema, construir argumentação e elaborar propostas tornaram-se, a partir de então, os eixos norteadores do trabalho pedagógico, através da revisão, reestruturação e implementação do Plano de Estudos da Escola. A esta ação, associou-se a formação continuada dos professores, os quais, a partir de leituras, palestras, discussões, associações entre teoria e prática, estudos de caso e partilha de experiências bem sucedidas e dificuldades inerentes ao trabalho, constituem-se, cada vez mais, como um grupo reflexivo.

Sobre a noção de “Escola Reflexiva”, Alarcão (2003) destaca (...) uma escola em desenvolvimento e em aprendizagem (...) e baseada na (...) consciência da capacidade de pensamento e reflexão que caracterizaria o ser humano como criativo e não como mero reprodutor de ideias e práticas que lhe são exteriores. (p.41) O diferencial do nosso Projeto é, portanto, a participação ativa dos professores do Colégio na concepção do Plano de Estudos; ou seja, entendendo que o professor é quem efetivamente trabalha com os alunos na construção de conhecimento e, por isso, é munido da experiência e vivência educacional. Este aspecto reflete sobre sua prática e é a referência para o desenvolvimento da nova proposta pedagógica. Soma-se a isso a importância de reestruturar os planejamentos dos professores e de adequá-los a uma prática de ensino e aprendizagem que valorize o desenvolvimento dessas competências de pensamento e que privilegiem a constituição da autonomia como forma de garantir a adaptação das crianças e dos jovens aos desafios que a sociedade do conhecimento lhes coloca. Considera que os alunos possam perceber a relação entre as diversas áreas do conhecimento e que lhes permite compreender, processar, pensar, criticar e incorporar diversos conteúdos e conceitos fundamentais das disciplinas e as ligações entre eles.

Possui graduação em Estudos Sociais pelo Centro de Ensino Superior de Erechim (1987), graduação em Licenciatura Em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1993), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009).

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Objetivos e desafios Demandas e desafios que levaram o Colégio Nossa

Senhora da Glória a desenvolver este projeto:

Com esse Projeto buscamos uma transformação na nossa concepção de escola que propicie o diálogo entre as áreas do conhecimento, a participação efetiva dos alunos no processo pedagógico, o desenvolvimento de competências e de habilidades fundamentais, tomando como parâmetros as quatro áreas do conhecimento, assim organizadas, conforme o INEP

A revisão do Plano de Estudos e a sua concepção a partir de habilidades e competências, portanto, representa convite para que nossos educadores possam concretizar com entusiasmo a tarefa da Escola de construção de um processo pedagógico saudável e que responda às expectativas da sociedade em que estamos inseridos. Luck (2000) que, ao tratar da transposição da ação individualista para a coletiva, dentro do Processo de Gestão e o desenvolvimento profissional na Escola afirma que a complexidade do processo do ensino depende, para seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, de ação coletiva, de espírito de equipe, devendo ser esse o grande desafio da gestão educacional. (p. 89)

• Necessidade de atualização do Plano de Estudos

O Plano de Estudos de uma Instituição de Ensino é o elemento ordenador do currículo da Escola e é parte integrante do Projeto Pedagógico. A sua revisão periódica e sistemática é entendida como uma ação pedagógica vinculada à formação continuada dos professores, às práticas pedagógicas da Escola e às demandas que são atualmente impostas ao corpo da ação educativa na Sociedade do Conhecimento em que estamos inseridos. O termo “Sociedade do Conhecimento” é apresentado por Hargreaves (2004) que afirma:

“A sociedade do conhecimento é uma sociedade de aprendizagem. (...) Ensinar na sociedade do conhecimento, e para ela, está relacionado com a aprendizagem cognitiva sofisticada, com um repertório crescente e inconstante de práticas de ensino informadas por pesquisa, aprendizagem a autoacompanhamento profissional contínuo, o trabalho coletivo, parceria de aprendizagem com os pais, desenvolvimento e utilização de inteligência coletiva e cultivo de uma profissão que valorize a solução de problemas, a disposição para o risco, a confiança profissional, lidar com a mudança e se comprometer com a melhoria permanente.” (p. 45).

•Matemática e Física.

• Português, Literatura, Espanhol, Inglês, Artes e Ed. Física

•Química, Física e Biologia.

•História, Geografia, Sociologia, Filosofia e Ensino Religioso. Ciências

Humanas Ciências da Natureza

Matemática Linguagens e Códigos

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• Compromisso com a formação continuada dos

professores e com a aprendizagem profissional

na Escola.

A relação possível que estabelecemos entre o conceito “Sociedade do Conhecimento” e o presente projeto é a de reconhecer que vivemos uma dinâmica que exige da Escola uma nova postura em relação à aprendizagem profissional de seus professores, enquanto processo contínuo de qualificação. Segundo Hargreaves (2004) a aprendizagem profissional no ensino é uma obrigação individual, bem como um direito institucional, (p. 41) a partir da qual os professores podem realizar o desenvolvimento curricular conjunto, responder de forma efetiva e criativa às demandas que lhes são impostas, desenvolver pesquisa-ação e beneficiar o aprendizado de seus alunos. Tomando consciência de tais demandas e apostando numa nova proposta de desenvolvimento profissional que recorresse, ao mesmo tempo, à contribuição de referenciais teóricos bem como um novo tipo de profissionalismo em favor do trabalho em equipe e da cooperação, efetivamos um plano de formação continuada para os professores durante os anos de 2013 e 2014, dando sequência aos estudos que já vinham sendo desenvolvidos e que incluiu, nos momentos de reunião de professores, a revisão do Plano de Estudos da Escola vinculado ao exercício da leitura e da escrita em todas as Áreas do Conhecimento.

Todo este trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos foi complementado através dos encontros de formação com assessoramento com a professora Doutora Roselane Costella, sobre questões teóricas e abordagem prática de temas referentes aos mapas conceituais, à construção do conhecimento em rede, às competências, às habilidades e aos eixos cognitivos fundamentais das áreas do conhecimento. Ao longo deste processo, os professores estudaram a obra “Como Aprender e Ensinar Competências”, dos autores Antoni Zabala e Laia Arnau (2010) cujas ideias principais se apresentam mais focadas no ensino e na aprendizagem de competências e nas capacidades cognitivas do que na aquisição do conhecimento. É importante ressaltar que todos os aspectos que consideramos significativos para a organização desse projeto sempre visaram à qualificação do processo ensino e de aprendizagem no nosso Colégio e das pessoas nele envolvidas.

•Objetivos: as metas do Colégio Nossa Senhora da

Glória

Abordando os aspectos que norteiam o conceito de Gestão Compartilhada no que tange à Escola atual, compreendemos a revisão do Plano de Estudos e sua concepção a partir dos referenciais de Habilidades e Competências, uma ação que sustenta o conceito de Inovação em Educação, enquanto iniciativa, que toma como foco e desafio a melhoria dos processos desenvolvidos pela gestão escolar, a partir da reflexão sobre a prática e a formação continuada dos professores.

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Sendo a Escola o espaço institucionalizado de construção de aprendizagem, a ação desenvolvida procurou agregar os conceitos de Escola Reflexiva e Formação Continuada a uma reflexão sobre os conhecimentos construídos ao longo do estudo desenvolvido pela equipe docente, em especial nos últimos anos, sob duas dimensões: 1) As ações que desencadearam o projeto e que estão vinculadas à Instituição do novo Enem, a partir do ano de 2009; 2) O desenvolvimento do Projeto em si, correlacionando-os à mediação da equipe de Gestão Pedagógica e aos saberes constituído pelos professores envolvidos nesse contexto, os quais foram partícipes do referido projeto e suas percepções acerca do seu impacto no cotidiano e nas práticas pedagógicas na Escola. O referido projeto propôs-se a tornar relevantes os espaços de formação continuada de professores, de tal forma que passassem de um nível meramente narrativo ou descritivo para um nível de sistematizações que ecoassem efetivamente nas suas salas de aula, fomentando, inclusive, uma revisão metodológica, redimensionando os espaços de aprendizagem na Escola e o impacto na prática docente.

Sendo assim, a revisão do Plano de Estudos foi realizada pelos professores do Colégio Nossa Senhora da Glória durante os anos de 2013 e 2014 e apresenta um currículo baseado na progressão de competências e habilidades em cada área do conhecimento, relacionadas à competência maior de nossa Escola. Esta diretriz constitui um processo mental amplo e é o resultado de múltiplas habilidades relacionadas e desenvolvidas ao longo da vida do estudante. Constitui-se no referencial pedagógico de toda a Escola a partir de então. Conforme Zabala (2010, p. 27), a competência, no âmbito da educação escolar, identificará o que qualquer pessoa necessita para responder aos problemas que enfrentará ao longo de sua vida. Sendo assim, a competência consistirá na intervenção eficaz nos diferentes âmbitos da vida, mediante ações nas quais são mobilizados ao mesmo tempo e de maneira inter-relacionada, componentes atitudinais, procedimentais e conceituais. O currículo é organizado em áreas do conhecimento que, por sua vez, estão ancoradas nos conceitos estruturantes que balizam e garantem sua identidade entre todos os anos escolares, desde os primeiros até os últimos anos da Educação Básica. Além disso, para que esse trabalho mantenha esta identidade, temos nos esforçado para que o parâmetro de referência de nossa prática pedagógica esteja pautado em ler, escrever, argumentar, desenvolver valores e aplicar conceitos em cada uma dessas áreas do conhecimento. Assim como a criança e o adolescente se desenvolvem ao longo do tempo, o currículo deve assumir níveis diferenciados de dificuldade, respeitando-se, ao mesmo tempo, o aluno e o conteúdo a ser desenvolvido, visto que a cada idade se estabelecem tipos particulares de interação entre o sujeito e o seu meio. Deve-se compreender que o desenvolvimento cognitivo não ocorre independente do contexto e é resultado de um processo em diferentes fases, baseadas em sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas do pensamento, em que são construídas e reconstruídas continuamente, em busca de um equilíbrio. Embora os estágios de desenvolvimento cognitivo estejam associados a determinadas faixas de idade, eles variam de indivíduo para indivíduo, apresentando várias características e muitas formas estruturais detalhadas. Identificá-las e acompanhá-las constituiu-se no desafio para o planejamento do Plano de Estudos e ferramenta indispensável e fundamental para o desenvolvimento de qualquer tipo de conhecimento em qualquer momento ou lugar. A articulação entre os conteúdos e as habilidades dar-se-á por componente curricular e não por etapa de ensino do Ensino Fundamental I e II e do Ensino Médio, visando à percepção da crescente complexidade exigida e a continuidade dos processos de aprendizagem. Além das habilidades relacionadas para cada etapa de ensino, o Plano de Estudos apresenta os conceitos estruturantes de cada área do conhecimento e a distribuição dos conteúdos por componente curricular.

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Público Interno: *Duas coordenadoras pedagógicas, três orientadoras educacionais, três coordenadores de níveis de ensino e serviços de apoio (Biblioteca, Pastoral, Informática).

Alunos:

O envolvimento dos professores na organização e planejamento do Plano de Estudos por Habilidades e Competências do Colégio Nossa Senhora da Glória deu-se através de reuniões pedagógicas nas quais os docentes se reuniram por áreas do conhecimento (Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Códigos e Matemática). As pautas das reuniões visavam o planejamento na perspectiva da transversalidade e da progressão das habilidades e das competências ao longo dos anos/séries. Neste sentido, a competência para uma determinada etapa da escolarização se tornou habilidade na etapa seguinte.

O cronograma de reuniões pedagógicas incluiu:

ENVOLVIMENTO COM OS PÚBLICOS DE INTERESSE

Apresentação dos públicos

de interesse do projeto Quantificar e qualificar o público

Formas de envolvimento do público de interesse

Leituras e revisões bibliográficas visando ao

aprofundamento de estudos sobre modelos pedagógicos e

curriculares

Partilha de ideias Estudo da matriz de referência do Enem

Apresentação de relatos de grupos de professores a partir

dos estudos realizados

Definição de conceitos estruturantes de cada área do conhecimento

Redação da relação definitiva do Plano de Estudos a partir da

concepção de conexão entre a proposta de desenvolvimento de

competências e de situações-problema com a prática

pedagógica desenvolvida em sala de aula

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Além das dinâmicas desenvolvidas nas reuniões pedagógicas ao longo do ano letivo, a Escola preocupou-se em remodelar a programação da jornada pedagógica, no início de cada período letivo, visando à:

Ao acompanhar as recentes práticas pedagógicas do Colégio Nossa Senhora da Glória, percebe-se que são resultado da ação de revisão do Plano de Estudos. Sua continuidade necessita de permanente aprofundamento e disponibilidade dos professores das diferentes Áreas do Conhecimento. Da mesma forma, a Escola precisa propor acesso amplo a espaços e ferramentas que favoreçam o desenvolvimento das competências relacionadas ao poder argumentativo e ao senso crítico dos alunos, ou seja, atividades mais dinâmicas e instigantes que não se limitem à transmissão de informações. Ao apropriarem-se do Projeto Educativo da Escola (2010), que prima por uma metodologia que exige constante atualização e aperfeiçoamento de toda a equipe de trabalho na Escola, fica evidente, também, a importância do trabalho intelectual da mudança por parte dos professores. Com o intuito de tornar o aprendizado mais relevante para a vida dos educandos, conduzindo a prática pedagógica para a construção de experiências de aprendizagem mais sofisticadas e significativas, desenvolvidas em ambientes mais complexos, tendo a clareza de quais habilidades e competências precisam ser desenvolvidas, e quais os conceitos e situações-problema necessitam ser revisitados, percebemos a relevância da atuação da Gestão Pedagógica nesse trabalho com os professores. No nosso entendimento, tratou-se da necessidade da construção coletiva para legitimação de todo o Projeto, através de estratégias e ações adotadas coletivamente para atingir os objetivos.

Identificação e análise

• Identificação dos índices de aprovação dos alunos nas provas externas (Vestibular e Enem), tomando-os como parâmetros de análise do trabalho que vem sendo desenvolvido na escola, enquanto mecanismos de acompanhamento e avaliação da aprendizagem.

Motivação

•Dinâmicas e palestras de motivação dos professores, visando inspirá-los a desenvolverem uma prática que tornasse o aprendizado relevante para a vida dos educandos. Ou seja, sob uma perspectiva de mudança paradigmática e não apenas programática no âmbito da Escola.

Projetos e Estudos

•Planejamento de projetos de estudos interdisciplinares que envolvesse o maior número de professores por ano/série e que incluísse saídas de estudo com os alunos para que pudessem vivenciar, na prática, os conceitos trabalhados em aula.

Metas a cumprir

•Planejamento de metas sob uma lógica que pressupõe padrões com maior flexibilidade, tempo, orientação, apoio, encorajamento ressignificação dos conteúdos e de formação de competências na Escola, tanto para os alunos quanto para seus professores.

Planejamento de planos

•Planejamento de planos de ação pedagógicos que gerassem experiências significativas na vida dos estudantes professores (participação em: Olimpíadas Nacionais, Feira de Inovação da PUCRS, UFRGS Jovem, UFRGS MUNDI, Miniempresa, concursos internacionais, Projeto Pré-Grad PUCRS).

GESTÃO DO PROJETO Estratégias e ações adotadas para atingir os objetivos

Estratégias de implantação do projeto

ESTRATÉGIA 1 | remodelamento da jornada pedagógica 2013 e 2014

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ESTRATÉGIA 2 | implantação de um programa de formação continuada dos gestores,

professores, coordenadores, orientadores educacionais, setores de apoio e direção

ESTRATÉGIA 4 | Palestra e assessoria com a professora

Monica Bertoni dos Santos, da PUCRS.

ESTRATÉGIA 5 | Levantamento, acompanhamento e

análise dos resultados obtidos pelos alunos da escola no

Enem, nos últimos anos concebidos como mecanismos de

acompanhamento e avaliação da aprendizagem.

ESTRATÉGIA 3 | Revisão do Plano de Estudos através de uma sequência de etapas

Definição dos conceitos

estruturantes por área do

conhecimento

Leituras e estudos sobre o tema “habilidades e competências”

Análise da matriz de referência do

Enem

Definição da progressão das

habilidades e das competências por

ano/série, ao longo da educação

básica

Partilha de leituras

realizadas entre os

professores

Monica Bertoni dos Santos, mestre em Educação em Ciências e Matemática, pela PUCRS;

1. Definição dos componentes (professores) de cada grupo

•visando o levantamento de bibliografia, leituras, estudos e planejamentos a serem realizados e a fundamentação de práticas pedagógicas a partir de referenciais teóricos.

2. Organização de cronograma para encontro dos grupos

• Iniciação Científica na escola; Filosofando na escola; a leitura e a representação do espaço geográfico; a construção dos conceitos matemáticos; a leitura e a interpretação de gráficos, infográficos e tabelas; o desenvolvimento da comunicação, expressão e interpretação; ler, escrever e comunicar-se na língua estrangeira; a releitura do tempo para a compreensão da História.

3. Apresentação dos grupos de professores a partir dos

tópicos

4. Revisão final e fechamento do

Plano de Estudos no dia 18 de

dezembro.

•Construir conhecimentos para ler e interpretar o mundo, a partir da elaboração e da re-elaboração de seus próprios conceitos e da compreensão do contexto social, pesquisando, experienciando situações, socializando o aprendido e elaborando propostas que o levem à autorrealização, ao empreendedorismo e ao exercício da cidadania, motivados por valores humanos e cristãos.

COMPETÊNCIA DO ALUNO GLORIENSE

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ESTRATÉGIA 6 | Planejamento e

implantação de aulas inter-

disciplinares.

ESTRATÉGIA 7 | Implantação de

simulado do Enem para todas as

turmas do Ensino Médio

ESTRATÉGIA 8 | adequação de material didático (criação

de apostilas para o Ensino Médio)

ESTRATÉGIA 9 | reorganização dos espaços da Escola com

a implantação de projetores multimídia em todas as salas

de aula da Ed. Infantil, EFI, EFII e EM

ESTRATÉGIA 8 | desenvolvimento e engajamento

em projetos pedagógicos para qualificar o processo de ensino-aprendizagem a partir de situações-problema, quais sejam: saídas de Estudos; Simulação da Assembleia das Nações Unidas para a 2ª série do EM; Iniciação Científica para a 1ª série do EM; Uma Leitura puxa a outra: para todas as turmas do 6º ano do EF II ao EM; Redação Interdisciplinar (para todo o EM), participação de alunos em Olimpíadas Nacionais (EF e EM), Mostra Cultural, Pré-Grad PUCRS, Oficina de Redação.

ESTRATÉGIA 11 | Inclusão de Oficina de Redação no

turno inverso

Desde o início do ano letivo de 2015, os alunos do Ensino Médio contam com mais uma oportunidade para aprimorar suas habilidades de interpretação, escrita e argumentação, tendo como referência o texto dissertativo. Esta é a proposta da oficina de redação, ministrada pela professora Maurin de Souza que traz seu testemunho a seguir:

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“Tem sido uma alegria ministrar a oficina de redação no Colégio Glória. Oficina de redação que, ao completar seus os primeiros encontros, orgulho-me, já tem um nome: “Textualizando”. Todas as terças, das 15h30 às 17h, na sala 204, é o que fazemos meus alunos e eu. Procuro mostrar a eles o sentido da Língua Portuguesa, os porquês de, graficamente, haver a necessidade de pontuar e de acentuar, por exemplo. Além de leitura e de dedicação, a escrita criativa e fluente faz-se de desenvoltura. Neste início tímido, acredito já ser possível perceber alguns desses traços. Sou grata ao Colégio pela carinhosa acolhida; e aos alunos, pela assiduidade e participação.”

Maurin de Souza Professora de Língua Portuguesa, Literatura e

Redação.

ESTRATÉGIA 12 | Inclusão de trabalhos por

áreas nas avaliações trimestrais (Redação

Interdisciplinar, Iniciação Científica,

Cadernetas de Campo)

ESTRATÉGIA 13 | Definição de situações-

problema, vinculadas aos projetos de

estudos de cada ano/série

ESTRATÉGIA 14 | Organização de

encontros entre alunos e ex-alunos,

aprovados nas Universidades

Federais pelo Vestibular e pelo Enem

(SISU)

Na manhã de 26 de fevereiro de 2015, os alunos das turmas 301 e 302 do Ensino Médio receberam para um bate papo alguns ex-alunos aprovados nas Universidades Federais. Os ex-alunos Gabriel Figueira, Felipe Xavier de Lima e Silva, Thor Castilhos Sanchotene, Lucas Boaz, Lucas Ebehardt, João Paulo de Moura Alves, Filipe V. dos Santos Vescia, Norton Garcia de Oliveira falaram sobre a experiência de ingressar na Universidade Pública, enfatizando sua trajetória de estudantes de Ensino Médio para alcançar esse objetivo. Ressaltaram a importância de manter uma rotina de estudo agregada ao desejo de realmente empenhar-se, para concorrer a uma das vagas oferecidas pela Universidade pública, tão almejada pelos jovens de todo o país.

Metodologia de aplicação e

execução do projeto Recursos necessários Recursos humanos: profissionais do Colégio Nossa Senhora da Glória e profissionais convidados para palestras e eventos de formação. Os professores do Colégio Nossa Senhora da Glória participaram de 4 horas mensais de reuniões durante os anos letivos de 2013 e 2014, acrescidas de jornadas pedagógicas (dois dias: turnos manhã e tarde, no início e final de cada ano). Recursos financeiros: os principais recursos necessários à implantação do projeto foram os investimentos em formação (horas de trabalho e pagamento de palestrantes) e adequações de espaços físicos, com instalação de projetores multimídia e quadros brancos. Aspectos relacionados à prática O principal objetivo do projeto de aprendizagem profissional a partir da revisão do Plano de Estudos do Colégio Nossa Senhora da Glória foi o de beneficiar os alunos no seu desenvolvimento cognitivo, a partir do trabalho de equipe entre gestores pedagógicos e corpo docente, enquanto ação coletiva. A partir desses princípios, balizamos um processo em busca da gestão compartilhada no espaço educacional, formando um quadro dinâmico que originou, constituiu e desenvolveu novas práticas organizacionais e, portanto, a própria prática da gestão mediadora, a partir da reflexão sobre a ação. Dentre os aspectos relacionados à prática pedagógica que o projeto evidenciou, destacamos as ações pedagógicas que possibilitaram dinâmicas problematizadoras e desafiadoras para os alunos, tais como:

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Educação Infantil: “MISSÃO ESPAÇO” (Projeto sobre o Sistema Solar) No projeto de estudo sobre o Sistema Solar, muitas descobertas vêm sendo feitas! A turma de Nível B, Professora Liane, a partir de um vídeo sobre a viagem do primeiro astronauta à Lua, demonstrou curiosidade sobre o flutuar. Que força seria esta? Para percebermos a força da gravidade que nos mantém fixos ao chão, através de um experimento simples, os educandos observaram que ao arremessarem duas bolas de papel crepom de uma mesma altura; semelhantes na forma e diferentes no tamanho; o tempo de queda foi o mesmo. Além disso, as bolas permaneceram no solo sem flutuar. Isso porque a força da gravidade na Terra é maior do que na Lua. Em uma outra dinâmica, foram colocados balões no miolo de discos de vinil, comprovando a gravidade: os discos “flutuaram”. A força do ar despendida do balão superou a força da gravidade existente sobre este. A diversão foi garantida e o projeto continua.

“Uma das descobertas de Galileu Galilei, foi a de que todos os corpos, independentemente de seu peso, caem juntos quando abandonados a uma certa altura. A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta”. (Isaac Newton)

EF I: ELETRICIDADE – 4° Ano Habilidades: 1) Perceber a eletricidade presente na natureza, relacionando às tempestades e ao clima; 2) Compreender a importância da energia para o planeta; 3) Identificar a eletricidade como manifestação de energia, reconhecendo alguns processos de transformação (força da água; solar e eólica); 4) Conhecer os modos de produção de energia elétrica; 5) Relacionar a energia com o desenvolvimento da humanidade; 6) Estabelecer a relação entre água e energia. Trabalhar o tema da Eletricidade com as crianças sempre gera entusiasmo. Os alunos se sentem atraídos, criam hipóteses e estudam textos. Ao estudar este tema, nessa fase, significa passar a olhar as coisas cotidianas de uma maneira investigativa e curiosa. Os alunos do 4° Ano do Ensino Fundamental iniciam este estudo com muitos questionamentos: “por que uma lâmpada acende?” “Como funciona um interruptor?” “De que maneira as pilhas guardam energia?” Quanto mais dúvidas surgirem e questões forem formuladas, maior o sucesso na aprendizagem. Após os questionamentos, os alunos iniciam uma busca das respostas através de experimentos realizados em sala de aula e no Laboratório de Física, auxiliados pelo especialista da área e pesquisa em diversas fontes. Este trabalho resulta em confecção de panfletos com dicas para economizar energia, construção de murais com invenções que necessitam de energia elétrica e apresentação dos experimentos com explicações dos alunos.

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EFII: Projeto 6º ano Ao iniciar o presente ano letivo de 2015, a Equipe de Professores do 6º ano deparou-se com a emergência de retomar a questão hídrica no nosso planeta, junto aos alunos. Ao longo do período de férias, foram inúmeras as reportagens que apontavam a crise de água em vários estados brasileiros, bem como em diversos países, da África a Europa, e que incluíam aspectos relacionados ao acesso, ao uso e ao desperdício da água. Sendo assim, os professores iniciaram o planejamento do Projeto de Estudos “Guaíba: fonte de vida” com os sextos anos. A atividade desencadeadora do projeto foi a apreciação do documentário “Planeta Sedento”, seguido de uma dinâmica de explosão de ideias que norteou a abordagem inicial sobre o tema “água”. Nos dias 08 e 20 de abril recebemos na escola a Equipe de Educação Ambiental do DMAE, Departamento Municipal de Água e Esgotos, a qual apresentou informações relevantes sobre o consumo de água de Porto Alegre e as ações que visam à manutenção saudável dos recursos hídricos junto ao Lago Guaíba. No mês de maio, ocorreu uma saída de estudos por Porto Alegre, para que os alunos vivenciassem “in loco” e identificassem o percurso dos arroios e da drenagem superficial do município, a partir da qual pudessem reconhecer a distribuição dos cursos de água e observar e interpretar as paisagens e os elementos que as constituem, estabelecendo relações entre os diferentes lugares visitados e os conceitos trabalhados em aula. A vivência destes momentos e as conclusões dos alunos foram registradas em suas cadernetas de campo, fruto de suas percepções e análises frente ao estudo realizado com seus professores. Este material, portanto, sintetiza as ações pedagógicas desenvolvidas de forma interdisciplinar no ano de 2015.

EM: Iniciação Científica

Considerada elemento estruturante do currículo a Iniciação Científica proporciona acesso ao conhecimento científico e desperta interesse pela ciência e pelas relações entre os conceitos científicos e a vida.

Os professores de Ciência, Biologia, Química, Física e Língua Portuguesa são os orientadores desse grande projeto desenvolvido pelos alunos, cujos trabalhos são inscritos e apresentados no Salão de Iniciação Científica UFRGS Jovem (1ª série do EM).

A área de Ciências Humanas também participa do projeto, com o desenvolvimento da pesquisa científica, nos componentes curriculares de Sociologia e Geografia.

Além disso, visando complementar este momento inicial de pesquisa, os alunos também visitam o Museu de Ciência e Tecnologia da PUC-RS, no mês de maio.

A atividade de culminância, por sua vez, acontece através da apresentação dos trabalhos no Salão Jovem UFRGS e na Mostra Cultural da Escola.

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RESULTADOS Avaliação da continuidade do projeto ou

da ação.

Pensamos que, se por um lado, todo o paradigma é fruto de uma consciência e de um tempo, se constitui um paradigma saber qual professor a sociedade necessita e qual ensino se acredita ser o mais significativo para a formação integral das crianças e dos jovens. De outro lado, percebemos que vivemos em uma condição de transição contínua e de demandas que parecem resultar em tensões próprias do processo, para as quais é preciso estar preparado, buscando orientação teórica permanente, somada ao esforço e à orientação para a implementação de práticas idealizadas. Nesse sentido, ao iniciar o ano de 2015, traçamos novas metas pedagógicas, visando à continuidade do projeto, através de ações que possibilitam a manutenção dos estudos dos professores e de sua aprendizagem profissional, sempre objetivando uma gestão compartilhada e reflexiva. Este projeto e as conclusões que dele emergem, portanto, buscam apresentar o que é possível ser alcançado e o que é mais discutido na atualidade em termos de metodologia para o desenvolvimento de competências e de habilidades na Escola. Neste contexto, considera-se essencial a participação de professores preparados e motivados para ensinar, abertos às mudanças, comprometidos com o Projeto Educativo da Instituição, com os seus alunos, bem como o suporte e a visão compartilhada da Equipe Gestora.

Resultados Quantitativos: 1) 55 professores e colaboradores participaram da jornada pedagógica.

2) 40 horas de capacitação foram oferecidas aos professores ao longo de cada ano (2013 e 2014).

3) observação dos resultados obtidos no Enem, pelos alunos da Escola: no decorrer do projeto, pelo engajamento e nível de exigência que vem sendo ampliado, é possível acompanhar o desenvolvimento significativo dos resultados obtidos pelos estudantes no Enem como resposta aos desafios cognitivos que vêm sendo efetivados no trabalho pedagógico desenvolvido na Escola. Apresentamos a seguir, como referência, os resultados dos anos 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, em uma análise histórica e comparativa da própria Escola, nas quatro áreas do conhecimento, bem como em relação à taxa de participação de nossos alunos neste exame.

Resultados alcançados (quantitativos/ percentagens e qualitativos).

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Resultados Quantitativos: Ao constatar que nos deparamos com muitos desafios sobre o que está sendo proposto e desenvolvido em termos pedagógicos e seus resultados, percebemos que o exercício vital é manter o exercício da utopia; a capacidade crítica que permite o pensar, o inventar, o reinventar na Escola; dar conta da complexidade do mundo; preparar para o hoje e não para o futuro; compreender o aluno de agora e propiciar a formação contínua dos professores.

A este respeito, Chiavenato (1995) afirma:

“As organizações e as pessoas que nelas trabalham estão em constante mudança. Novos objetivos são estabelecidos, enquanto velhos objetivos são revistos e modificados; (...) os produtos sofrem alterações profundas; a tecnologia avança inexoravelmente. As pessoas também se desenvolvem, aprendem novas coisas, modificam seu comportamento e suas atitudes, desenvolvem novas motivações, criam novos problemas. Os tempos mudam. Nas organizações, algumas mudanças ocorrem por força das oportunidades que surgem, enquanto outras são projetadas antecipadamente. O termo desenvolvimento é geralmente aplicado quando a mudança é intencional e projetada com antecipação”. (p 445)

Considerando que mudanças e avanços levam tempo e consistem em uma jornada com muitas etapas, concluímos que é preciso trabalhar persistentemente para fazer a diferença, inspirando professores e alunos, fazendo com que os membros da equipe tenham consciência dos conceitos essenciais que podem impulsionar novas práticas e desenvolver a cultura da cooperação e do aprendizado profissional e reflexivo, capaz de constituir professores habilitados a correr riscos e a atuar com criatividade.

O trabalho da gestão pedagógica para esse fim, não consiste apenas em cumprir ou executar, mas consiste também na atividade que pretende dar um sentido ao que é desenvolvido pelo educando. A partir desses princípios, pode-se balizar um processo em busca da gestão compartilhada no espaço educacional, formando um quadro dinâmico que pode originar, constituir e desenvolver novas práticas organizacionais e, portanto, a própria prática da gestão mediadora, a partir da reflexão sobre a ação. Acrescentamos que a gestão pedagógica é concebida neste espaço escolar com um papel de construção coletiva, de compartilhamento dos agentes educativos, com a meta de mediar a educação no século XXI.

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FICHA TÉCNICA Direção: Ir. Maria Angelina Enzweiler

Coordenação Pedagógica Educação Infantil e EFI: Caroline dos Santos Klein Coordenação Pedagógica EFII e EM: Cristina Pires Corso Orientação Educacional Educação Infantil e EFI : Konstans Steffen Orientação Educacional EFII e EM: Maria Luisa Boll Damiani e Rosane Braga Souto

Vice-direção: Rosane Braga Souto

Coordenação de níveis Educação Infantil e EFI: Fátima Aparecida D.R. da Silva Coordenação de níveis EFII e EM: Claudir Menegat e Kelbert Steffen