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Revista da Junta de Missões Nacionais

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ÍNDICE

EDITORIAL

Cartas e e-mails... .........................................................................4

Entrevista “Encontrei a verdade de Jesus Cristo” ............6

Especial É preciso agradecer .........................................8

Campanha Igrejas trabalham Por um Brasil vedadeiramente feliz .....................................14

Nós não tínhamos ideia da dimensão e impacto que o envio de missionários para trabalhar na Cracolândia em São Paulo seria. Também não imaginávamos que o projeto frutificaria de maneira extraordinária em tão pouco tempo. O Senhor Jesus nos surpreendeu de forma maravilhosa. Cada dia há um novo milagre nas ruas da Cracolândia. Vidas estão sendo transformadas pelo poder do evange-lho da graça de Deus. A esperança se renova a cada manhã quando as portas da Missão Batista Cristolândia se abrem para receber os que estão “caídos à beira do caminho”. É o raiar de um novo dia para aqueles que estão morrendo nas drogas. Oferece-se pão, banho, roupas, compaixão e graça, mas o que mais se evidencia é a forma carinhosa que nossos missionários e radicas tratam os que vivem nas ruas da Cracolândia. A principal e mais eficaz estratégia tem sido o amor ao próximo, demonstrado de várias maneiras por todos da equipe. Isso tem feito a diferença. Aliás, é preciso destacar o maravi-lhoso trabalho realizado pelos radicais.

Temos muitos testemunhos impactantes como o da Geisa que testemunhou na noite de missões na assembleia da CBB em Cuiabá. Após viver muitos anos nas ruas da Cracolândia, foi alcançada pela graça do Senhor Jesus Cristo. A transformação na vida da Geisa tem sido extraordinária, um milagre. No dia 24 de novembro de 2010 a Geisa se casou com o jovem Diógenes no templo da Primeira Igreja Batista de São Paulo, foi uma festa inesquecível. A partir de janeiro desse ano ela será contratada por Missões Nacionais para trabalhar em uma das nossas comunidades terapêuticas. Quem olhar as fotos dessa jovem que viva nas ruas da Cracolândia não imagina que se trata da nova Geisa. Ela é outra pessoa, uma cidadã vivendo com dig-

ArtigoAs Motivações de Paulo para plantar igrejas ...............................................16

Norte a Sul Notícias do campo ........................................18

Testemunhos “Nossa igreja não é mais a mesma” ............20 Façanha missionária .....................................21 Estive lá e vi .................................................21

Relatório Financeiro Prestando contas ..........................................22

nidade, transformada pelo Espírito de Deus. Se tivéssemos alcançado somente a Geisa já teria valido a pena o projeto, pois uma alma vale mais do que o mundo inteiro.

Todos nós sabemos que as drogas estão destruindo milhares de vidas em todo o país. Com certeza você conhece alguém que tem sofrido as consequências do uso de substâncias químicas proibidas. Como igreja do Senhor Jesus não podemos passar de largo. Não dá para fechar os olhos e achar que o assunto não é nossa responsabili-dade.Não podemos esquecer que somos sal e luz. É preciso encarar os desafios, pois podemos fazer muito mais do que tem sido feito. O projeto Cristolândia foi um marco para Missões Nacionais em 2010. Um marco porque estamos descobrindo que podemos ampliar nossas ações e abençoar muito mais pessoas. Mesmo sabendo que esse tipo de projeto requer muito esforço de todos e investimento financeiro significativo, não podemos recuar. Quando tiramos uma pessoa das ruas da Cracolândia precisamos assumir a responsabilidade por todo o processo de recuperação. Isso não é fácil. Mas precisa ser encarado. Por esse motivo já abrimos várias comunidades terapêuticas, inclusi-ve a mais recente foi no estado de São Paulo para atender os que es-tão sendo alcançados pela Cristolândia. Em 2011 planejamos lançar um grande programa de prevenção que será colocado à disposição das igrejas para abençoar muitas vidas, principalmente os jovens; também abriremos novas cristolândias e comunidades terapêuticas. Esperamos que mais igrejas se disponham a participar conosco para abrirmos mais Cristolândias em todo o Brasil, abençoando vidas que caminham sem esperança para perdição eterna. Vamos avançar por um Brasil verdadeiramente feliz com Cristo Jesus.

Pr. Fernando BrandãoDiretor Executivo da JMN

CRISTO – LÂNDIA (Terra de Cristo)

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Uma publicação da Junta de Missões Nacionaisda Convenção Batista Brasileira

Ano LXVI nº 251 Janeiro a Abril/2011

Direção ExecutivaPr. Fernando Brandão

Gerência Executiva de Planejamento e EstratégiaPr. Jeremias Nunes

RedaçãoJornalista Responsável

Marize Gomes Garcia – DRT 25.994/RJAssistente – Tiago Pinheiro Monteiro

RevisãoAdalberto Alves de Sousa

ArteOliverartelucas

Nossa Missão: Conquistar a Pátria para Cristo.

Nossa Visão: Ser uma agência missionária dinâmica e criativa, com excelência na gestão missionária, voltada para servir às

igrejas da CBB no cumprimento da sua missão.

Endereço da Sede:Rua Gonzaga Bastos, 300 – Vila Isabel

20541-000 – Rio de Janeiro – RJTelefax: (21) 2107-1818

CARTAS E E-mAILS

Parabéns“Quero parabenizar a revista A Pátria Para Cristo pelo conteúdo das matérias. São edificantes, infor-

mam e transformam.”Pr.Cleverson Pereira do Valle – Pastor da PIB em Artur Nogueira

You Tube“Maravilha! Precisamos ampliar o número de acessos a este canal de informações tão importantes e

animadoras!”Niraldo – comentário postado no canal Missões Nacionais, no You Tube.

Missionários“Queridos irmãos, que Deus continue abençoando suas vidas e o vosso trabalho missionário, que não é fácil.

Mas Deus escolheu vocês para estarem realizando o trabalho em campo e eu, de longe, fico pedindo a Deus que a cada dia os capacite e lhes dê a unção do Espírito Santo para evangelizar e salvar vidas para o Reino de Deus.”

Claudia Silva – por e-mailCracolândiaLembrando as palavras de Paulo, em I Coríntios 15.58, desejo que se mantenham firmes na missão que

lhes foi confiada pelo Senhor de toda a Terra. Eu e minha família estamos sempre em orações por vocês, citando o vosso trabalho em preleções, sermões e conversas; lembrando quão grandiosas têm sido as ações de Deus na construção deste ministério na Cristolândia. Também temos contribuído financeiramente - embora com muito pouco, diante dos desafios - mas confiamos no poder multiplicador das mãos que alimentaram e ainda alimentam as multidões famintas.

Particularmente, tenho grande satisfação de ver minha ex-aluna (Soraya) e sua família, em tão nobre e exito-sa missão em nome de Deus e sob os cuidados dos batistas brasileiros, e por isso sempre rendo louvores ao Senhor.

Queridos, seja qual for o desafio, prossigam, orem, peçam socorro a Deus e até mesmo aos amigos quando necessitarem... as bênçãos estão apenas começando.

Um grande abraço,Pr. Irenilson de Jesus Barbosa e família – por e-mail

A Revista A Pátria para Cristo está empenhada em oferecer a você o melhor conteúdo infor-mativo missionário do Brasil. Para que ela possa continuar abençoando sua vida, envie suas sugestões, comentários, cartas e frases missionárias para: [email protected]

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ENTREVISTA

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“Encontrei a verdade de Jesus Cristo”

Como era seu relacionamento familiar? Meu pai é falecido. Tenho cinco ir-

mãos: quatro em Portugal e 1 na África. Minha mãe é enfermeira e, como na Áfri-ca a medicina é uma área muito carente, com frequência ela precisava viajar para Portugal, fazendo transporte de doentes. Em uma dessas viagens ela acabou fican-do por lá. Desde então, nos vemos pouco. Nos falamos mais pelo telefone. Não te-nho muito contato com meus irmãos de Portugal. Eles praticamente são pessoas desconhecidas, pois têm outros laços fa-miliares, outra cultura.

Quando e por que veio para o Brasil?Na primeira vez que cheguei ao Bra-

sil, dia 14 de novembro de 2007, foi para prestar vestibular. Na segunda vez, dia 14 de Agosto de 2008, iniciei meus estudos na UNIP. Assim que cheguei, passei a morar com um amigo em uma espécie de repú-blica da USP. Dividíamos o quarto até que ele foi morar nos Estados Unidos. Daí, pre-cisei sair e alugar uma quitinete.

Já havia usado drogas antes?Antes apenas bebia socialmente com

os amigos.

Como aconteceu seu envolvimento com as drogas?

Certo dia, num final de semana, minha namorada veio me visitar e, quando foi ao banheiro, acabou deixando o cachimbo e o crack em cima da mesa. Curioso, decidi experimentar. No primeiro momento senti uma sensação muito boa, bem diferente de quando a gente percebe seu poder de des-truição. Minha namorada, quando viu que eu tinha fumado, brigou comigo e chorou porque disse que não desejaria que ninguém usasse aquilo. Eu já sabia que ela era usu-ária de crack, mas, por vê-la empenhada, estudando e trabalhando, achei que não era tão destrutivo quanto descobri que é.

Depois de experimentar o crack, em quanto tempo foi parar nas ruas?

Nove meses. Até chegar às ruas, come-cei a usar o crack nos finais de semana,

após ter descoberto a cracolândia por meio de um amigo. Depois a coisa foi ficando mais frequente e passei a usar também nos dias de semana, chegando ao ponto de matar aulas para usar dro-ga. Daí por diante, já gastava tudo com o crack e passei a viver nas ruas.

Antes de conhecer a Cristolândia, alguém tentou ajudar você a deixar as drogas?

Não, ninguém. Ouvia apenas falar de casa de recuperação, mas não sabia como funcionava. Os amigos que tinha se afastaram de mim quando souberam que eu estava na rua. Então, não tinha ninguém que pudesse me orientar. Esta-va totalmente perdido.

Enquanto estava nas ruas, você acreditava que ainda era possível resgatar sua vida?

Quando eu dormia embaixo de um papelão, eu chorava e clamava por so-corro para um Deus que eu nem conhe-cia. Eu não via uma saída para mim. Por isso, pensava em me matar, em pular

AA chegada dos batistas na Cracolândia (SP) foi imprescindível para o resgate de vidas como a do africano Hideraldo Moacyr Nuelson Car-valho Pussicklaval, 33 anos. Antes de conhecer a Missão Batista Cris-tolândia, vivia nas ruas de São Paulo, buscando recursos para gastar com o vício. De estudante de Direito na UNIP passou a ser catador de papelão, chegando ao limite da subsistência, ponto onde pensou em suicidar-se. Hideraldo, agora recuperado, lembra este passado tenebro-so, conta como conheceu a Cristo e o que pretende fazer de seu futuro. Recuperado, Hideraldo sonha

em levar Cristo aos africanos

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Hideraldo entre as pessoas que ajudou a evangelizar

Hideraldo é apresentado como um dos frutos da Cristolândia

Contribuindo com a inauguração do Centro de Formação de Vida Cristã

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“Encontrei a verdade de Jesus Cristo”do viaduto do Anhangabaú. Meu desejo naquela época era conhecer alguém que me ajudasse a sair do Brasil, que me le-vasse a Portugal para que eu recomeças-se a vida.

Como foi sua chegada à Missão? Após três meses na rua, me falaram

de um lugar onde eu poderia me ali-mentar, tomar um banho e trocar de roupa. Nessa época eu estava há uma semana sem comer e tomar banho, mas meu desejo mesmo era me trocar para poder ir à casa de uma amiga pedir dinheiro para comprar mais crack. Na Missão me falaram de Jesus, mas não o aceitei naquele momento. Então, retor-nei à cracolândia.

Você chegou a ser internado em alguma casa de recuperação? Por quanto tempo?

Após algumas idas e vindas à Cris-tolândia, me ofereceram a internação e eu decidi aceitar. Vi nisso uma chance de me restabelecer... de me tratar e conse-guir ter uma vida normal. Foram 112 dias na casa de recuperação. Na primeira semana, eu só comia e dormia. Não con-segui fazer outra coisa. Depois comecei a participar dos momentos de reflexão da Palavra e nesse período passei a bus-

car na Bíblia palavras que pudessem me confortar, palavras de consolo. Em uma dessas buscas, no dia 24 de maio de 2009, encontrei a verdade de Jesus Cristo, em João 8.32: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Nessa palavra eu vi que se caminhasse conforme a orien-tação da Palavra seria liberto e encontra-ria paz para minha vida.

Quanto tempo ficou sem contato com sua mãe, sua família?

Fiquei 90 dias sem entrar em contato com minha mãe por sentir vergonha da-quilo que me aconteceu.

Eles já sabem o que de fato aconteceu com você?

Não, ainda não.

Qual tem sido sua atuação na Cris-tolândia?

Tenho trabalhado com a comunida-de africana no centro de São Paulo. Há muitos africanos perdidos por lá. Já con-segui resgatar alguns deles. Há, inclusi-ve, um que era traficante e eu já cheguei a ser seu cliente. Certa vez o encontrei remexendo lixo...tinha acabado de usar drogas e naquele momento disse: “você não precisa ficar nessa condição”. Falei

de Cristo a ele e o convidei para frequen-tar a missão. Outro africano, apesar de ter recebido a mensagem de Cristo, não conseguiu se firmar e acabou pagando um preço muito caro. Morreu após ter ingerido uma grande quantidade de cra-ck para tentar levar a droga a outro país. Com relação aos que se firmaram, sinto--me feliz por ter cumprido a missão que a mim foi confiada.

Você crê que seja possível transfor-mar a cracolândia em Cristolândia?

Sim, eu creio. Já vemos pelo número de pessoas que já foram transformadas nesse pequeno período.

Quais são hoje os planos de seu coração?Terminar meu curso de Direito, fazer

Teologia e esperar a direção de Deus. Es-tou pensando em um projeto que possa alcançar especificamente os africanos aqui de São Paulo. Conheci uma casa de imigrantes que está cheia de africa-nos. Muitos estão sem documentação e sofrem muito por isso. Não têm direitos, são explorados em relação a trabalho... estão totalmente perdidos. Penso em aju-dá-los a legalizar sua situação no país e, ao mesmo tempo, levar o amor de Deus a eles.

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ESPECIAL

É preciso agradecer

Investindo na infância do BrasilComo influenciar o país, mostrando

o amor de Cristo, sem priorizar a infân-cia? Esse questionamento pairava sobre a mente e coração de muitos líderes batis-tas preocupados com o futuro do país. Os índices que manchavam a inocência de nossas crianças atestavam a necessidade de altos investimentos para a mudança desse quadro.

Um dos grandes investimentos feitos pela JMN foi a construção do novo Lar Batista F. F. Soren. Fazer isso, começando do zero, parecia um sonho inatingível. Mas, com a graça de Deus e a unidade de Seu povo, foi possível concretizar o pro-jeto que trouxe uma nova esperança de futuro a dezenas de crianças vítimas de maus tratos, encaminhadas pelos Conse-lhos Tutelares. Para isso, até o último dia do exercício, foram investidos, na cons-trução do Lar e em equipamentos, um total de R$ 1.262.495,20 e R$ 100.000,00 na aquisição do terreno, localizado em Porto Nacional, TO.

O novo Lar possui quatro casas-lares, casa dos diretores, sala de administração e secretaria, refeitório, lavanderia, prédio

administrativo, brinquedoteca, dois cha-lés, consultórios dentário e médico e salas multiuso para música, inclusão digital, biblioteca, pintura, artes e artesanato. Na segunda etapa da construção, ainda em andamento, estão sendo construídas mais

duas quitinetes (de 60 m² cada), quadra poliesportiva com vestiários, praça temá-tica, sistema de segurança, salas multiu-so para oficinas pesadas (marcenaria, carpintaria, mecânica, hidráulica), ar-ruamento/calçamento das ruas internas,

E

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Em todo o Brasil, vimos no último ano convencional (out/2009 a set/2010) uma inegável atuação de Deus por meio de Missões Nacionais, alcançando vilas, grandes centros, trans-formando vidas e resgatando a dignidade do ser humano em vários aspectos. Foi um tempo de colheita para os batistas, com fatos que marcaram uma época de avanço para a denominação.

A história desse período também foi escrita pelas mãos de nossos parceiros. Afinal de contas, sem sustentadores,

voluntários e intercessores não poderíamos caminhar visto que a luta é por demais ferrenha e os desafios se ergueram como gigantes emparelhados para uma batalha. Sim... tra-vamos juntos uma guerra contra as trevas, mas fomos ao inferno para resgatar vidas preciosas para Deus e saímos vitoriosos, causando muitas baixas ao adversário. Enfim, podemos nos regozijar e agradecer porque grandes coisas fez o Senhor por nós.

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Antes e depois da reforma no Lar David Gomes

estacionamento, pistas ecológicas, urbani-zação e arborização, horta, pomar e siste-ma de reciclagem de lixo. A previsão é de atender, além dos internos, 200 crianças e adolescentes da comunidade, durante o dia, nas diversas atividades e projetos, tais como aconselhamento psicológico, aten-dimentos na área de saúde, artes, esportes, cursos, oficinas.

Além dos investimentos financeiros, voluntários de várias igrejas da região doaram sua força de trabalho, revezan-do-se em 15 mutirões de construção co-ordenados pelo casal de obreiros e tam-bém voluntários, Cláudio Márcio Rodri-gues de Jesus e Rosemeire Nantes Rodri-gues. Participaram igrejas do Tocantins, São Paulo, Goiás, Bahia e Rio de Janeiro.

Segundo a gerente executiva de Ação Social, Alice Carolina B. Cirino, o novo Lar expressa a visão de Missões Nacionais sobre suas instituições, ou seja, transmi-tir a fé e abrir portas para a divulgação do Evangelho por excelência dos resultados de seus projetos. O diretor executivo da Convenção Batista Brasileira, pr. Sócrates Oliveira de Souza, durante a inaugura-ção do Lar, comentou o significado desse empreendimento para a denominação: “Nenhum papel, nenhuma caneta pode-

rá registrar o valor desta obra porque ela tem sido escrita no coração dos batistas brasileiros por pessoas. Escrita não com caneta, mas com vidas”.

O empreendimento impressiona não apenas aos da denominação, mas ao estado do Tocantins, que, mais uma vez, tem sua história marcada por Missões Nacionais. “Este trabalho é magnífico. Ainda bem que há instituições religiosas que estão resgatando aquilo que para nossos governantes ainda não foi possível entender e priorizar”, disse a secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado do Tocantins, Dolores Nunes.

Também no Lar Batista David Gomes, em Barreiras (BA), o trabalho voluntário ao longo de um ano do irmão Cleyton

Machado permitiu reparos na estrutura e o retorno de atividades que estavam paralisadas por falta de estrutura. A re-forma da marcenaria, após restauração da maquinaria, contribuiu para o trei-namento e profissionalização de inter-nos e jovens da comunidade, projeto que rendeu à instituição o reconhecimento da sociedade barreirense. Além da mar-cenaria teve início a fabricação de pré--moldados de cimento, como placas de concreto para circulação em gramados e meio-fio que estão sendo utilizados na própria revitalização.

Além destas ações, Missões Nacionais planeja investir na reforma do LBDG para melhor atender às necessidades das crianças e adolescentes.

A luta contra as drogasNa região da Luz,

Centro de São Paulo, milhares de vidas va-gam pelas ruas, guia-das pela dependência das drogas. Perderam famílias, bens e a si

mesmos, formando uma massa de exclu-ídos, vistos por muitos como lixo huma-no. Esse cenário compõe a Cracolândia. Mas, para a glória de Deus, raiou uma luz em meio às trevas quando, em me-ados de 2009, Missões Nacionais deu os primeiros passos para a evangelização dessa região. Com 13 voluntários do pro-jeto Radical Brasil, um novo ministério se descortinou aos batistas, fazendo-nos

Triste cenário das drogas à porta da MB Cristolândia

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intensificar o trabalho missionário em regiões atingidas pelo tráfico de drogas. Firmadas as bases do projeto Radical Brasil Cracolândia, em março de 2010 a JMN implantou o quartel general para este trabalho de resgate aos marginaliza-dos, uma igreja disposta a fazer a dife-rença, de uma maneira integral.

Assim nascia a Missão Batista Cris-tolândia que, coordenada pelos missio-nários pr. Humberto e Soraya Machado e auxiliada pelos voluntários do projeto Radical Brasil, entre outros, trazia nova esperança aos que já estavam desacre-ditados. A missão funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia, oferecen-do quatro cultos diários, evangelização, discipulado, aconselhamento bíblico e ainda fornece alimentação, corte de ca-belo, banho, roupas limpas, atendimen-to psicológico. As crianças também são contempladas com um trabalho especial de reforço escolar e desenvolvimento ar-tístico através do Projeto Novos Sonhos.

Desde sua inauguração até 30.09.2010, a Cristolândia atendeu Projeto Novos Sonhos com crianças da cracolândia

Missão Batista Cristolândia

5.379 pessoas, sendo que 19 pessoas foram batizadas, e estão integradas na igreja, atuando no evangelismo. Al-guns, inclusive, desejam participar do projeto Radical Brasil.

Pr. Paulo Eduardo Vieira, da Pri-meira Igreja Batista de São Paulo, tem

tido o privilégio de poder acompanhar de perto os milagres na Cracolândia. A PIB é a igreja-mãe da MB Cristolândia e entende que a mensagem que temos não pode ser escondida, mas apresen-tada à sociedade como a única propos-ta capaz de provocar as mudanças ne-cessárias. “Seria dispensável dizer, mas todos nós sabemos que temos o que de melhor a sociedade pode ter, que é o evangelho. Nada nesse mundo pode solucionar o problema da Cracolândia como o evangelho do Senhor Jesus”, sustenta o pr. Paulo.

Por conta de seus resultados – com dezenas de vidas batizadas, a Missão Batista Cristolândia já é um projeto consolidado. Mas não apenas isso, tem uma proposta que poderá atingir ou-tras regiões dominadas pelas drogas, como defende o missionário pr. Hum-berto: “ Eu creio que esse projeto veio para ficar não só em São Paulo, mas no Brasil inteiro”.

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Restaurando vidasExpandir a rede de

atendimentos a de-pendentes químicos através de comunida-des terapêuticas é um dos grandes desafios para Missões Nacio-nais. Com o apoio de igrejas e parceiros, conseguimos alcan-çar, nesse exercício, 261 residentes e 927 familiares. Incluindo as pessoas assistidas não residentes, o Pro-grama de Dependência Química atendeu 6907 dependentes químicos e co-depen-dentes.

Na Comunidade Terapêutica Reviver, foram 33 internos e 289 familiares rece-bendo acompanhamento ao longo des-se período. Atualmente, a comunidade atende 17 residentes em Muriaé (MG) e 25 que estão sendo atendidos no anexo do Reviver, no município de Espera Fe-liz. Um novo imóvel foi adquirido para a instalação da nova sede do Reviver. Com isso, a capacidade de atendimento subi-rá para 34 residentes.

A aquisição do novo patrimônio repre-senta o envolvimento de igrejas batistas e da mobilização da Associação das Igre-jas Batistas da Zona da Mata, de Minas Gerais, que levantou 56% do custo total, tornando-se parceira do empreendimen-to cujo valor foi de R$ 90 mil. Para ade-quação aos padrões legais, o local passa por obras de ampliação, com apoio de internos do Reviver, voluntários, igrejas locais e parceiros. A cozinha, duas salas,

banheiros, escada para o 2º piso já foram construídos nas dependências da casa. Os investimentos até o mês de setembro to-talizaram R$ 39.000,00, incluindo con-tribuições de igrejas e parceiros.

A CT Reviver é dirigida pelo pastor Fernando Ribeiro de Arêde Junior, que também tem a coordenação nacional do Programa de Recuperação de Dependen-tes Químicos da JMN.

Em Campos dos Goytacazes, no es-tado do Rio de Janeiro, outra Comuni-dade Terapêutica vem realizando um excelente trabalho na reabilitação de mulheres dependentes químicas. Inau-gurada em 30/11/2009, a CT Élcia Bar-reto Soares atendeu, até setembro/2010, 31 mulheres, sendo 13 vindas da Cra-colândia/SP, além de 11 familiares e seis atendidos externamente. Atualmen-te conta com 12 internas e uma delas tem o sonho de ser missionária Radical, após sua recuperação.

A Comunidade Terapêutica Élcia Bar-reto Soares é coordenada pela missioná-

ria Rosangela Maria das Dores e tem conta-do com a colaboração de igrejas batistas da cidade, além de par-ceiros e profissionais voluntários que se colocam à disposição, dando apoio ao tra-tamento das internas por meio de ativida-des ocupacionais e laborativas, além dos atendimentos psicoló-gicos, médicos e de ca-

pelania. Dentre as ações, foi inaugurada a Biblioteca e implantados cursos de ar-tesanato como flores artesanais, pintura em tecidos e fabricação de bonecas.

O funcionamento da CT em Campos dos Goytacazes só foi possível graças ao pastor Ebenézer Soares Ferreira, que mostrou sua preocupação com a obra missionária, expressando isso através da doação da propriedade. Para ade-quação das instalações aos padrões le-gais, Missões Nacionais ainda investiu R$15.754,82.

O sistema de ampliação das comunida-des de tratamento de dependência química também chegou ao estado de Goiás. Em 24 de abril de 2010, a JMN inaugurou a Comu-nidade terapêutica Águas de Meribá. Insta-lada em Senador Canedo, a casa também abria suas portas para ajudar mulheres a se libertarem do vício das drogas. A nova CT é gerida por Missões Nacionais, em convê-nio com a Convenção Batista Goiana, que disponibilizou as instalações. Ela ainda re-cebe apoio da Prefeitura da cidade, igrejas

Culto na CT Águas de Meribá

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e empresas da região. Adequando o imóvel ao projeto idealizado, foi necessário investir R$ 16.222,95.

A coordenação local está sob a respon-sabilidade do casal de missionários Sérgio e Márcia Grycuk e já atendeu até agora 18 mulheres vítimas da dependência quími-ca, sendo duas da Cracolândia paulista, além de 146 familiares e 128 externos. Além do trabalho de evangelização e dis-cipulado, projetos de laborterapia foram implantados, tais como horta, ateliê de customização de roupas do Projeto Mãos que fazem a diferença, oficinas de bijute-rias, fabricação de amaciante de roupas, costura e bordado em sandálias havaia-nas, ministrados por voluntários e parcei-ros das igrejas e pessoas da região.

Das mulheres que passaram pela Comunidade Terapêutica, apenas 3 não tomaram decisão ao lado de Cristo. Os familiares das internas também recebem orientação por meio do evangelho. Dessa maneira, 30 pessoas conheceram a Cris-

to, aceitando-o como Senhor e Salvador. Hoje, as residentes mais antigas minis-tram estudos bíblicos às novas mulheres que chegam, propiciando incentivo e confiabilidade às novatas.

Além de estarem à frente das institui-ções de reabilitação de dependentes quí-

Nova sede da CT Reviver

micos, os missionários também minis-tram palestras em igrejas e instituições de ensino. Seus esforços e programas de gestão são referências para outras enti-dades com atividades afins, sendo reco-nhecidos pelos Conselhos Municipais de Entorpecentes.

Vivendo a multiplicaçãoNo campo missionário experimen-

tamos avanços importantes. Nesse perí-odo foram nomeados 138 obreiros que, somados ao quadro de missionários, resultam em 485 vidas que se dedicam exclusivamente à plantação de igrejas multiplicadoras em várias localidades do país. Esses índices são fruto de uma visão progressista sobre a obra missionária, visto que temos a tão nobre missão de conquistar a Pátria para Cristo.

Essa multiplicação de frentes missio-nárias foi apoiada pela maior mobliliza-ção missionária dos batistas brasileiros. Em julho de 2009, mais de 4.300 volun-

tários participaram de 13 mobilizações Jesus TRANSforma, alcançando diversas localidades em 11 estados brasileiros (Amazonas, Ceará, Alagoas, Rondônia, Distrito Federal, Paraíba, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina). As ações nos campos re-sultaram na evangelização de mais de 74 mil pessoas, impulsionando de maneira ímpar o trabalho batista na Pátria. Por meio dessas ações, 143 novas igrejas fo-ram plantadas e outras 81 revitalizadas.

A JMN entende que o vocacionado tem papel fundamental no crescimento do número de obreiros no campo. Por isso,

investe em programas de mobilização de vidas que sentem uma chamada especial da parte de Deus. Nesse último ano con-vencional, foram realizadas nove confe-rências missionárias em seminários do Rio de Janeiro, alcançando um número superior a 600 seminaristas que foram impactados e desafiados pelo testemu-nho dos missionários batistas brasileiros. Além disso, mais de 1600 vocacionados entraram em contato com a JMN em busca de capacitação missionária atra-vés da indicação de literatura específica.

O processo de expansão missionária ganhou novo fôlego com a chegada da

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Congressos disseminam a visão de multiplicação

visão Igreja Multiplicadora. Para difun-dir essa ideia, a JMN realizou, em abril e outubro de 2010, congressos com a parti-cipação do missionário norte-americano pr. Charles Brock e pastores convidados. Além dos eventos, Missões Nacionais lan-çou o Manual Igreja Multiplicadora, que traz à luz estratégias de discipulado, for-mação de líderes e igrejas.

Quem provou da estratégia, aprovou. Foi o caso do pastor Rafael dos Santos, da Primeira Igreja Batista de Itabaiana, em Sergipe. “Temos implantado o projeto Igre-ja Multiplicadora em nossa igreja e já abri-mos uma frente missionária em um bairro da cidade, e estamos com a meta para 2011, que é abrir outras em Campo do Brito e também em Pinhão”. Pr. Oséias Madson de Souza, da IB Água Vida (MG), também elo-giou a visão de Missões Nacionais. Segun-do ele, a metodologia é de fácil aplicação e garantirá o avanço dos batistas. Durante o treinamento de Igreja Multiplicadora, ele comentou: “Foram momentos que nos fi-zeram refletir sobre o que queremos e o que precisamos fazer para que a denominação atinja os novos desafios. Rogo a Deus pela vida da nossa liderança e da membresia em geral, a fim de que possamos fruir de um despertamento espiritual, e em consequên-cia disso, passarmos a cumprir com maior diligência o Ide de Jesus”.

Os batistas também foram diretamen-te impactados através de congressos que aproximavam a denominação da reali-dade do campo. Dessa forma, 19 estados brasileiros foram impactados por 15 con-

gressos Desperta pelo Brasil, além de outros 50 congres-sos Missões – Brasil, 50 programações Hoje é Dia de Mis-sões, em igrejas estratégicas, e o Primeiro Congresso Indígena de Mis-sões Nacionais, em São Paulo, evento ímpar que abriu os olhos da Igreja para a evangelização de silvícolas.

Nesse ano con-vencional, merece destaque o projeto Tenda da Esperança, que mais uma vez cumpriu a missão de evangelização em meio à romaria do Cí-rio de Nazaré, em Belém do Pará. Ao todo, 325 voluntários se apresentaram, resul-tando em 850 decisões por Cristo, além de 983 pessoas atendidas socialmente.

Ciente da importância de levar a mensagem evangélica às minorias, Mis-sões Nacionais realizou, em janeiro de 2010, o Curso de Formação de Líderes para o Ministério com Surdos, onde 27 pessoas – entre elas, alguns surdos - fo-ram preparadas para desenvolver eficaz-mente este trabalho em suas igrejas. O curso contou com 316 horas/aulas e teve representação de 13 estados brasileiros (SP, PA, RJ, AP, SE, MA, BA, RS, AM, MT, PR, TO e MS). Pastor Josué Campanhã,

executivo da Sepal e um dos professores do Curso de Formação de Líderes, co-mentou:” Lembro que há 10 anos quase ninguém tinha o desejo de servir a essas pessoas e pregávamos o evangelho den-tro das fronteiras que nós mesmos esta-belecíamos. Jesus veio para servir além das fronteiras. Quando olho para esse grupo (formandos), vejo que eles estão fazendo a mesma coisa que Jesus fez: servindo além das fronteiras”.

Também foi neste ano convencional que os primeiros missionários surdos de Missões Nacionais (Esdras dos Santos Paixão – Itabaiana,SE; Flávio Alan e Pa-trícia dos Santos – Arapiraca,AL; Josival-do e Valdelina Beda – Morro do Chapéu, BA) realizaram os primeiros batismos de seus ministérios.

Filho dos missionários, ao centro, único ouvinte entre os batizados em Arapiraca Missionário Esdras batiza em Itabaiana

Valdelina e Josivaldo com seus primeiros frutos

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Exemplo de amor

Juventude missionária

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Igrejas trabalham Por um Brasil verdadeiramente feliz

CAmPANhA

Um exemplo de determi-nação e liberalidade chamou a atenção da Igreja Batista da Fé Monte Moriá, em Cam-po Grande, Zona Oeste do Rio. Rafael, um menino de apenas sete anos de idade, deu o maior exemplo missio-nário já vivido pela igreja.

Ele sozinho, atingiu a maior renda percapita de oferta para Missões Nacio-nais deste ano. Rafael doou R$ 70,00 que somados às de-mais ofertas totalizou R$ 1.837,31, o que representa 67% acima do valor estipulado de R$ 1.100,01.

Na Segunda Igreja Batis-ta em Capão Redondo, SP, a juventude realiza seu culto mensal e toda a oferta e a ren-da da cantina é destinada a missões. Além disso, durante o mês da campanha uniram jovens, adolescentes e crianças e realizaram a Primeira Festa da Laranja pró Missões, quan-do abordaram diferentes temas missionários nas atividades propostas. Laranjas foram distribuídas e de acordo com os caroços a pessoa dava sua oferta, fizeram um Jornal por meio

A mãe de Rafael, irmã Ede-cledja, conta que para alcançar a quantia de R$ 70,00 seu filho Rafael abriu mão de comprar o lanche diário da própria merenda escolar. “O menino economizou porque queria contribuir para missões”, disse.

O Pr. José Carlos do Rego considerou a atitude da ovelhi-nha um ato de fé. “Ele entendeu a proposta e já aprendeu a amar

missões. Inclusive reclamou que não foi escolhido para entrar com a bandeira do Brasil no culto de abertura da campanha. Um exemplo para toda igreja”, disse entusiasmado o pastor de Rafael.

do qual apresentaram notícias dos campos; oraram pela obra missionária e ainda contaram com uma farta cantina com cachorro quente, bolo de laran-ja, mouse de laranja, doce de casca de laranja, geleia de la-ranja, refrigerante de laranja. “Pra honra e glória do Senhor Jesus, o culto foi uma bênção,

arrecadamos a oferta e mobilizamos a Igreja a orar e con-tribuir mais com Missões”, afirmou Isabella dos Santos, que com seus 17 anos é a promotora de missões da igreja.

Membros da IB da Fé Monte Moriá

Jornal leva informação dos campos à igreja

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Despertar missionário

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Igrejas trabalham Por um Brasil verdadeiramente feliz

Com seis anos de fundação, a Igre-ja Batista em Vila Magine, Mauá/SP, realizou sua pri-meira campanha missionária. Mesmo tendo membros que individualmente co-laboravam com a campanha, já terem arrecadado ofertas ou mesmo contribuí-do para a construção da nova sede do Lar Batista F. F. Soren, como igreja essa foi a primeira vez que dedicaram um mês inteiro para missões. “Tanto nos cultos de domingo (EBD e das 19h) quanto nos de quarta-feira quando as mensagens eram voltadas para missões”, compartilhou o promotor de missões, Rafael Monteiro.

Impactados pelas informações do material promocional, viram que há muito a ser feito em nosso país. “Enquanto estamos em nossas igrejas fechados, recebendo as bênçãos do Senhor, existem pessoas ao nosso lado que têm uma vida atribulada pelo inimigo e vão buscar soluções até mesmo buscando a morte”. Cientes da responsabilidade pessoal na transformação deste quadro, deram os primeiros passos na ca-minhada missionária, com o desenvolvimento da campanha, que teve como proposta principal a realização de uma “pra-ça missionária”, uma grande festa temática, com comidas e adereços típicos, que trouxe aos membros da igreja informa-

Praça missionária de Vila Magine

ções estratégicas so-bre os desafios da Pá-tria. Em meio a tudo isso, um concurso de fantasias regionais incrementou a oca-sião e estimulou os que andavam desa-nimados. “Os irmãos se fantasiaram, cada um com o seu esti-lo, mas para ganhar cada participante tinha que dizer a região que estava re-

presentando, um motivo de oração por aquela região, ou qual a população não-alcançada, ou quantas cidades daquela re-gião ainda não têm igreja batista, ou qual é o projeto da JMN para aquela região”, explicou o Rafael, que em parceria com o pastor da igreja criou a atividade.

No período de campanha, a igreja também recebeu a visita da missionária Zulmira Brito F. de Souza, plantadora de igrejas em Jabaquara (SP). A presença da obreira inspirou ainda mais os corações dos batistas de Vila Magine. Como resultado do so-matório das ações da igreja nesse período, a igreja levantou uma oferta que representou 50% da receita mensal. “Para nos-sa realidade, de uma igreja pequena, levantarmos uma oferta representando 50% das nossas entradas é motivo para louvar-mos ao nosso Deus, e dizer que a igreja Batista em Vila Magine despertou para missões”, celebra o promotor e já avisa que em 2011 a igreja fará muito mais.

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O

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O apóstolo Paulo passou para a histó-ria não somente como o maior teólogo do cristianismo mas também como o seu maior missionário, mas o que motivava Paulo a sair plantando igrejas, organi-zando comunidades ao longo da bacia do Mediterrâneo, apesar da rejeição dos seus patrícios e das implacáveis persegui-ções que sofria?

O que o movia não eram arroubos de piedade, espírito proselitista, amor ao lucro, popularidade ou qualquer outra motivação similar. Essas motivações não teriam suportado as angústias do cam-po missionário por muito tempo. Paulo estava motivado por suas convicções teo-lógicas. Sua ação missionária era resul-tado dessas convicções. E elas eram de tal natureza que impeliam o apóstolo a ir ao mundo para proclamar o evangelho e plantar novas igrejas. Seguem algumas dessas convicções.

A. Os Últimos Dias já Começaram A primeira dessas convicções é que

Paulo estava vivendo nos últimos dias, dias de cumprimento, em que os fins dos séculos haviam chegado (1Co 10.11). Seus dias eram um período momentoso da história da humanidade, em que to-das as antigas promessas de Deus esta-vam sendo cumpridas por intermédio da vida e obra de Jesus de Nazaré.

Ele mesmo havia sido alcançado pelos efeitos do período em que vivia. Ele, que antes era perseguidor do cris-tianismo, havia sido alcançado pela graça de Deus e tornara-se um defensor do que antes procurava destruir. Havia experimentado em sua alma o poder da nova era que havia se iniciado em

Cristo Jesus (1Tm 1.12-15). Mais ainda, Paulo estava plenamente convencido de que outras promessas e profecias, além daquelas referentes à vinda do Messias, estavam igualmente se cumprindo: (1) A restauração e a reconstrução de Israel por meio do remanescente fiel do qual os profetas frequentemente falaram, que eram os israelitas que criam em Cristo (Romanos 9); (2) A vinda de todos os povos para adorarem a Deus, antecipa-da pelos antigos profetas. Paulo perce-bia o cumprimento daquelas promessas diante de seus próprios olhos, em seu ministério, pela entrada dos gentios na igreja de Cristo (cf. Rm 15.9-21). Assim, Paulo compreendia sua época como o início de um tempo especial da história, em que Deus estava consumando o seu plano de fazer convergir em Cristo to-das as coisas, tanto as que estão no céu como as que estão na terra (Ef 1.10). Não podemos perder de vista essa pers-pectiva, porque está presente em todo o pensamento de Paulo e influencia, decisivamente, a sua atividade como plantador de igrejas.

B. A Igreja é a Plenitude de CristoA segunda convicção do apóstolo Pau-

lo era que as antigas promessas de Deus encontravam concretização histórica na igreja de Cristo. Era na igreja que a restauração de Israel, profetizada nas Es-crituras do Antigo Testamento, se consu-mava. Era na Igreja que a plenitude dos gentios estava entrando. Por isso Paulo fala da igreja como sendo a plenitude de Cristo (Ef 1.23). É por isso que ele fala da igreja como sendo um novo homem, uma nova criação, feita de judeus e gen-

tios, o remanescente fiel de Israel e dos gentios, que agora está sendo trazido à obediência de Cristo Jesus (Ef 2.15; 4.24; Cl 3.10). Esse entendimento de Paulo sobre a igreja como comunidade escato-lógica o levava a sair plantando igrejas locais. Tal atividade era uma consequ-ência de como ele entendia a igreja. Não era um mero ativismo: plantar igrejas por plantar igrejas. Ele não podia fazer outra coisa porque entendia exatamente o que era ser igreja. Era na igreja que as antigas promessas encontravam plena consumação.

C. Consciência do Chamado Divino para Edificar a Igreja

A terceira convicção de Paulo era que Deus o havia chamado para edificar essa igreja. O apóstolo reflete essa persuasão frequentemente em seus escritos. A lin-guagem de edificação está presente em quase todos os seus escritos, e está rela-cionada com o conceito da igreja como a “casa,” o “edifício,” o “templo” de Deus (cf. 1Tm 3.15; 1Co 3.9; Ef 2.21; 1Co 3.16; Ef 2.21). A palavra edificação e o verbo edificar aparecem frequentemente quan-do Paulo fala do crescimento da Igreja (cf. 1Co 3.10,12; Gl 2.18; Ef 2.22).

Paulo vê a Igreja como uma edifica-ção cujo fundamento é o próprio Cristo (1Co 3.11), conceito que tem origem nas palavras do próprio Senhor Jesus, quando disse a Pedro: “... e sobre esta pedra (a confissão de Pedro de que Jesus era o Cristo) edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). Paulo tinha consciência de que Cristo o havia chamado para ser um instrumento pelo qual essa edificação ocorreria.

ARTIgO

As Motivações de Paulo para plantar igrejas

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a) Edificação como ExpansãoÉ importante observar que Paulo

usa o termo edificação e seus derivados em dois sentidos relacionados, porém distintos:

Algumas vezes, quando fala de “edi-ficação” da igreja, Paulo está se referin-do à sua expansão. Isso fica claro em Romanos 15.20, onde declara que seu alvo é anunciar o evangelho onde Cristo não fora ainda ouvido, “para não edifi-car sobre fundamento alheio.” Por isso, quando ele fala em “edificação” temos de lembrar que existe esta dimensão de expansão, de crescimento, de adição. Tal expansão ocorreria à medida em que a plenitude dos gentios, conforme as antigas promessas, fosse entrando na igreja de Cristo (Rm 11.23). O alvo de Paulo, portanto, era edificar a igreja pela obra de expansão missionária. É neste sentido que ele chama a si mesmo de “construtor,” ao falar aos coríntios sobre a sua estada naquela cidade e a plantação da igreja ali: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente constru-tor [arquiteto, no grego]; e outro edi-fica sobre ele” (1Co 3.10). Para Paulo estava claro que seu trabalho como ar-quiteto, como edificador, era lançar os fundamentos da igreja para sua expan-são. É por isso que ele diz: “outro edifica sobre ele” (v.10).

b) Edificação como FortalecimentoMas há um outro sentido parale-

lo, que anda junto com esse sentido de expansão, e que por vezes tem sido ignorado nos nossos planos de fazer a igreja crescer. Para Paulo, a edificação da igreja não somente era um avanço numérico, mas era igualmente o for-

talecimento daqueles que já haviam “entrado.” É neste sentido que ele usa o verbo edificar em Efésios 4.12. Na pas-sagem, o apóstolo ensina que o Senhor glorificado concedeu dons à igreja com o objetivo de aperfeiçoar os santos para que desempenhem seu serviço, isto é, para a edificação do corpo de Cristo. O contexto da passagem deixa claro que Paulo não está falando de extensão (embora também mencione o dom de evangelista), mas de fortalecimento. Talvez possamos dizer que não há uma distinção rígida no pensamento de Pau-lo – nem em sua prática – entre o fa-zer a Igreja se expandir e o enraizá-la, fundamentá-la e fortificá-la. São duas coisas que andam juntas na obra do apóstolo. Era assim que ele entendia a sua vocação. O seu apostolado consistia não somente em plantar igrejas (edifi-cação como expansão) mas em firmá--las e fundamentá-las (edificação como fortalecimento).

Há um outro aspecto importante a ser notado: Paulo não via qualquer contra-dição entre a atuação soberana de Deus em fazer a igreja crescer, e a sua respon-sabilidade de empregar todos os esforços possíveis para isto. Em 1Coríntios 3.5-9, onde fala do seu trabalho apostólico em Corinto, ele diz: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus”. Cresci-mento abrange não somente o plantar, mas o regar, e os resultados advindos daí. E esse crescimento, diz Paulo, vem de Deus. Ao final de sua terceira viagem missionária, escrevendo aos romanos, o apóstolo faz uma retrospectiva do seu trabalho durante aqueles anos:

“Não ousarei discorrer sobre cousa alguma senão daquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os

gentios à obediência, por palavras e por obras, por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças, até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo” (Rm 15.18,19). Aqui vemos como Paulo atribui a Cristo o poder, a energia e o crescimento da igreja; en-fim, o resultado dos seus labores. Paulo tinha plena consciência desse fato. Em certo sentido, podemos dizer que missões é obra de Deus; começa em Deus, con-tinua com Ele e termina nele. Alguns estudiosos de missões têm sugerido que devemos falar, não em missiologia e sim em missiodeologia.

Missões é exatamente a atuação de Deus neste mundo perdido, implantan-do o seu reino e trazendo para dentro dele aqueles que Ele quis. É extrema-mente importante observar que a cons-ciência deste fato não se constituía em um empecilho para que Paulo saísse plantando igrejas. Nunca houve, tal-vez, uma pessoa que se esforçasse tanto para fazer a igreja crescer. Ao mesmo tempo em que o apóstolo Paulo tinha plena consciência de que missões, plan-tação e crescimento de igrejas era uma obra divina, ninguém mais do que ele esforçou-se para persuadir as pessoas a entrarem no reino de Deus. Ele labutou ardorosamente, gastou-se de forma sa-crificial para edificar a igreja de Cristo, tanto na sua expansão como na sua fundamentação.

Texto de Augustus Nicodemus reduzido e adaptado

Teólogo, mestre em Novo Testamento pela Universidade

Reformada de Potchefstroom (África do Sul)

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NORTE A SUL

CBT encerra atividades O Colégio Batista do Tocantins (CBT),

em Tocantínia, encerrou suas ativida-des. A decisão, tomada pelo Conselho da Convenção Batista Brasileira, foi neces-sária em virtude do esvaziamento das salas de aula da instituição provocado pelo aumento de escolas da rede pública implantadas nos últimos anos, fruto do desenvolvimento educacional do estado.

O CBT, que possui capacidade para 450 alunos, viu, nos últimos dez anos, decres-cer o número de alunos, passando a contar com apenas 42 estudantes em 2010. Com um patrimônio enorme a zelar, os custos inviabilizaram a continuidade do projeto. Contudo, o encerramento das atividades no segmento educacional não representa o fim das bênçãos que um novo projeto trará, é o que afirma a gerente executiva de Ação Social da Junta de Missões Nacionais, Alice Carolina B. Cirino. Segundo ela, o patrimô-nio continuará existindo, funcionando sob uma nova perspectiva a ser avaliada. “Esta-

mos trabalhando para encontrar a melhor solução para viabilizar o empreendimento. O Colégio cumpriu um importante papel, des-de sua fundação, em um tempo cujo cená-rio demandava essa existência. O cenário mudou... Face a esse cenário, o Conselho da Convenção Batista Brasileira votou pelo encerramento das atividades a partir deste ano”, explicou Alice.

Educar a criança e o adolescente com o caráter de Cristo foi a meta prioritária do Colégio Batista do Tocantins, que adotou uma filosofia cristã de ensino, baseada na Palavra de Deus. A história do Colégio Ba-tista do Tocantins começou com a missio-nária Beatriz Rodrigues da Silva, que, em  25 de janeiro de 1936, a bordo do navio Itapé, deixava o Rio de Janeiro, para aten-

der um apelo de gente simples do sertão da pátria. Chegou a  Tocantínia em 28 de feve-reiro e, três dias depois,  em 2 de março de 1936, fundava a Escola Batista da Junta de Missões Nacionais, hoje Colégio Batista do Tocantins e, por muitos anos, foi diretora da Instituição. Após Beatriz, outros nomes honraram a instituição, dirigindo com zelo  o CBT:  Maria Emília Feitosa, Noah Arruda, Neli Monteiro, Margarida Lemos Gonçalves, Tilda Evaristo da Silva, Juselita Amorim, Simone de Jesus Silva, Manoel Gomes da Costa Júnior e Mírian Diana.

Vista parcial do CBT

Cidade tem primeiro impacto evangelístico

Aconteceu, nos dias 27 e 28 de novem-bro de 2010, o primeiro impacto evan-gelístico da cidade de Almino Afonso, no interior do Rio Grande do Norte. A ação, organizada pelos missionários Luzinaldo e Graça Tomaz, em parceria com a Igreja Batista de Gramoré, foi um marco para

o município, repre-sentando o cresci-mento do evangelho na Pátria.

A programação registrou a presen-ça de centenas de batistas, simboli-zando a unidade da denominação. Des-

tes, cerca de 90 irmãos vieram de Natal para apoiar o evento. Faziam parte da caravana membros das igrejas batistas Gramoré, Potiguar e Cidade Satélite.

Dentre as atividades realizadas no impacto, destaca-se a programação so-cial em um dos bairros mais populosos

de Almino Afonso. Cortes de cabelo, apli-cação de flúor, aferição de pressão, entre outros serviços assistiram mais de 200 pessoas da comunidade.

Como não poderia deixar de existir, o trabalho de evangelização alcançou mais de 180 casas. Cerca de 600 folhetos foram distribuídos e 50 estudos bíblicos foram agendados. Durante a noite de sábado, os batistas realizaram uma pas-seata ao som de trio elétrico com partici-pação da banda Razão para Viver, da IB Gramoré. A passeata culminou em culto público na praça da cidade. O primeiro impacto ficou registrado na memória de Almino Afonso, que viu de perto a alegria e unidade dos batistas brasileiros.

Com trio elétrico, batistas proclamam o nome de Cristo

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Multiplicando com qualidade

Em Goiânia, GO, a Frente Missionária do Celina Park Eldorado está se preparan-

do para a organização da liderança da congregação. Seguindo o método Igreja Multiplicadora, o missionário Fernando Lemos pretende, em 2011, inserir os no-vos convertidos batizados e outros novos membros ao organograma da igreja.

Segundo o pastor, todos os novos fiéis estão vivendo “a realidade de uma igreja movida pelo desejo de multiplicação e

expansão do reino de Deus”. Os próprios novos convertidos estão compartilhando com os seus vizinhos, familiares e ami-gos o verdadeiro evangelho de Cristo. “Nosso anseio é ver todos aqui envolvi-dos no projeto de construir uma igreja que mostre ao Celina Park , ao Eldorado e toda região a verdadeira felicidade”, concluiu o missionário.

Missionários Pr. Fernando e Adriane Lemos

Cristolândia ganha Centro de Formação de Vida Cristã

Inaugurado no dia 26 de novembro de 2010, em Piratininga (SP), o Centro de Formação de Vida Cristã Cristolândia servirá como um polo de formação de dis-cípulos, para onde serão enviados homens retirados das ruas da cracolândia. Partici-param da cerimônia de inauguração deze-

nas de irmãos, pastores amigos do projeto e representantes das igrejas da região.

O ato de inauguração foi diri-gido pelo pastor Fernando Bran-dão, diretor Executivo de Missões Nacionais. Após esse momento, ele trouxe uma mensagem bíbli-ca, desafiando os internos a per-manecerem firmes e aos demais

irmãos a não ficarem de fora dessa grande oportunidade de Deus que é sermos usados para abençoar vidas com a mensagem de libertação em Cristo Jesus.

A inauguração foi especialmente marca-da com a realização de 23 batismos. Os tes-temunhos dos que foram imersos nas águas

batismais mais uma vez emocionaram os que acompanhavam a programação. Um dos ba-tizados, irmão Severino, contou que antes de ser alcançado andava sujo, usando drogas e se alimentando de lixo. Com Cristo, tudo mu-dou. Além do maior milagre, que é ter sido salvo, disse ainda que Deus o curou de uma paralisia, fazendo com que voltasse a andar.

Com um ano e meio de existência, a Missão Batista Cristolândia conta com 74 irmãos. Os gerentes regionais da JMN em São Paulo, pastor Exequias e Maria Hele-na Santos, glorificam a Deus por tantas vitórias no campo paulista. “Somos gratos a Deus por tantas bênçãos que temos al-cançado por intermédio desse projeto. A Ele toda a honra e toda a glória!”.

Voluntários preparam local para inauguração

Criminosos de alta periculosidade são evangelizadosA Penitenciária de Segurança Máxima de

Catanduvas (PR), para onde foram enviados os criminosos de grande periculosidade do Rio de Janeiro – entre eles, Fernandinho Beira--Mar, tem sido alvo dos batistas brasileiros por meio do trabalho missionário. Na primeira semana de novembro, o pastor Luiz Carlos Magalhães, obreiro da JMN que realiza um belo trabalho entre a população carcerária, liderou uma equipe de voluntários de Curitiba na realização de 8 cultos em um único dia, alcançando presos e agentes de segurança.

Em Catanduvas estão 150 presos. Por uma questão de segurança, os cultos são

acompanhados por apenas 13 pessoas por vez. Cada culto dura, no máximo, 20 minu-tos. Segundo o pastor Luiz, além de cultos, o pastor já iniciou a proposta para a abertura de uma biblioteca. Livros e DVDs já foram doados por parceiros do projeto. Tudo para que mais vidas sejam apoiadas por meio do discipulado.

A evangelização da população carcerária está passando por um processo bastante sin-gular, com portas abertas para a pregação da Palavra. Além de Catanduvas, o pastor Luiz e sua equipe dão assistência a duas outras unidades: a Penitenciária Feminina do Pa-

raná em Piraquara, com 380 mulheres, e o Centro de Regime Semiaberto Feminino em Curitiba, com 120 presidiárias. Uma das mulheres evangelizadas, após ter cum-prido pena de dois anos e meio, começou a frequentar a mesma igreja do missionário. Certo dia, este, convocado pela tesoureira para analisar um envelope de dízimo, viu a seguinte frase: “Meu primeiro dízimo de dinheiro onesto” (sem “h”). “A tesoureira achou que eu conhecia a pessoa. E conhecia realmente... era a nossa querida Maria. Gra-ças a Deus! Quem convence o homem do pecado é o Espírito Santo”, contou o pastor.

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TESTEmUNhOS

“Nossa igreja não é mais a mesma”

CCom a propagação da visão de igrejas

multiplicadoras, igrejas em todo o Brasil estão ultrapassando as barreiras das quatro paredes para viver um grande despertar, com membros que buscam mais a Deus e demonstram tal busca por meio de ações favoráveis ao Reino. A Primeira Igreja Ba-tista em Itabaiana, em Sergipe, já não é mais a mesma. É o que afirma o próprio pastor da igreja, Rafael dos Santos. Segundo ele, desde o congresso Missões-Brasil, onde foi apresentada a proposta da JMN para a expansão do Reino, muitas mudanças co-meçaram a acontecer. Tais mudanças são testemunhadas por ele abaixo.

“Deus tem feito maravilhas em nosso meio. A igreja está passando por um des-pertamento missionário desde o Congres-so Missões-Brasil, realizado entre os dias 30 de abril e 02 de maio de 2010 , com o Pr. Cirino Refosco. De lá para cá, a igre-ja não foi mais a mesma. Os projetos de Missões Nacionais, temos abraçado com amor e dedicação. Queremos juntos ver o Brasil Verdadeiramente Feliz.

Nessa visão, começamos, em 12 de se-tembro de 2010, com um treinamento de evangelismo com o pr. Edson Cerqueira (Missionário da JMN). Pela manhã e à tarde fomos ao bairro que já era o nosso alvo de plantação da igreja e fizemos um recenseamento. Começamos ali a dar es-tudos bíblicos e fazer evangelismo e hoje temos uma congregação naquele bairro que é nosso primeiro fruto de trabalho missionário. Realizamos cultos às terças-

-feiras, num local fixo, e às quintas-feiras, nos lares. Temos uma equipe evangelizando, fazendo estudos bíbli-cos semanalmente e confeccionamos ca-misas para facilitar a identificação. Em 2011, estamos com a meta de abrir mais duas frentes em Campo do Brito e Pinhão, cidades vizinhas a Itabaiana.

Fizemos, no início de dezembro, o ba-tismo dos 14 frutos do Igrejas Multiplica-doras. O mais impressionante é que quatro dos que foram batizados já haviam dado fruto e testemunharam o batismo de seus filhos na fé. Um deles falou que evangeli-zou dois traficantes no bairro onde mora e os chamou para que Jesus faça na vida deles o que fez na dele. A igreja chorou e aplaudiu de pé o testemunho dele. Temos mais novos convertidos frutos do trabalho de multiplicação de igreja, mas ainda não foram batizados. É tão maravilhoso este trabalho que até os novos convertidos es-tão com a mesma visão de multiplicação.

Diante da realidade em que vivemos, de tantos métodos e estratégias de cresci-mento que vemos igrejas e denominações utilizando, fico feliz em ter sido abençoa-do com o modelo bíblico do crescimento da Igreja Multiplicadora.

Também fomos desafiados no Congresso Desperta Pelo Brasil, na Primeira Igreja Ba-

tista em Aracaju. Neste congresso fui procu-rado pelo pr. Marcos Azevedo para dar apoio na Trans Rio Grande do Sul com o sustento de uma equipe. Levei o desafio para a igreja e a mesma aceitou, e, ao apresentar o desa-fio da oferta, também desafiei os irmãos que tinham interesse em participar da Trans, quando seis irmãs se apresentaram. Oramos e colocamos diante de Deus a vida e o desejo delas de participar do projeto. Nesse momen-to, vimos o agir de Deus ao levantar a provi-são das passagens e inscrição de cada uma. Destas seis, apenas duas (inclusive uma delas é a minha esposa) já participaram de outros projetos da JMN.

Louvo a Deus pela vida e visão missio-nária do Pr. Fernando Brandão, que verda-deiramente tem sido um instrumento nas mãos do Deus de Missões para mover e unir nossa denominação para alcançar esta na-ção. Louvo a Deus pela iniciativa da JMN na implantação deste projeto e os resultados que está gerando para o reino de Deus. Se cada crente tiver esta visão certamente vere-mos o Brasil Verdadeiramente Feliz.”  

20

Pr Rafael entre os frutos da visão de Igrejas Multiplicadoras

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Façanha missionária

Estive lá e vi

Profª Tilda na Cristolândia

Os mais sujos (é difícil escolher quem) são convidados a tomar banho. Saem  trans-formados: limpos, cheirosos e diferentes. Muitos permanecem, outros vão embora. Que importa? Receberam a mensagem do Pai, receberam o carinho dos filhos do Pai.   A Cristolândia é um projeto da JMN, reali-zado por voluntários Radicais e sob a super-visão de um casal que Deus preparou para isso: Soraya e pastor Humberto. É indescrití-vel a satisfação dos que ali trabalham. São 24 horas ininterruptas de serviço ao próxi-mo. Muito trabalho, muito esforço, muita batalha espiritual, muitas vitórias para o Reino. Eles precisam de nossas orações, nos-sa intercessão constante. Bom seria se nossas igrejas pudessem fazer caravanas e ir lá ver essa façanha missionária e aprender com eles como implantar um projeto que alcan-ça drogados a ponto de ver a transformação

de suas vidas; conviver com os 28 internos, já transformados, em processo de recupe-ração, crentes convertidos que glorificam a Deus pela restauração de suas vidas. Marca a vida da gente conviver com esses regene-rados. Dá vontade de ficar lá, permanecer nesse local onde a graça de Deus é palpável! Deus seja louvado!

Tilda Evaristo

NNos três dias que passei na cracolândia,

meus olhos viram o poder das trevas e meu coração sentiu uma compaixão tremenda por aquelas pessoas escravizadas pelo crack e pelo álcool. É difícil descrever a miséria em que vivem. Mas estão desesperados por uma saída. Depois de um culto de louvor e reforço espiritual, a Cristolândia sai às ruas convidando aquele povo  para tomar café. Muitos, muitos, muitos vão. O salão fica cheio. Sujos, malcheirosos, miseravelmen-te vestidos  e ainda com efeito da “noita-da”. Ouvem a Palavra. Cânticos de alegria e vitória em Cristo são entoados, orações são proferidas e uma breve mensagem do evangelho é apresentada. Na hora do apelo, é impressionante. Caem de  joelhos se ren-dendo e desejando melhorar. Seus nomes são anotados. Logo após recebem pão e café com leite, com fartura. Comem sofregamente.

EEu estive lá e vi. Na realidade visível, per-

cebi uma mão invisível.Estive lá em Piratininga. No prédio do

Instituto Teológico Batista de São Paulo, que originalmente era em Bauru.

Estive lá no culto de inauguração do Centro de Formação de Vida Cristã. Espaço para onde serão enviados os recuperandos da cracolân-dia, pela Missão Cristolândia. Nove mil metros quadrados com edificações e equipamentos que servirão para alojar, recuperar, treinar e enviar pessoas de volta à vida em sociedade.

Estive lá no dia 26 de novembro de 2010. A mão invisível foi percebida. No dia 26 de novembro de 1993 aquele prédio foi inaugu-

rado para funcionar o Instituto. Este fato foi recordado durante o culto pelo pastor Nelson Nunes de Lima, ex-diretor da casa. O prédio era para formação de obreiros. Continua com o mesmo objetivo, só que recebendo pessoas vários passos antes no processo de formação. Conforme testemunho dado no culto, tam-bém no dia 26 de novembro, do ano passado, naquelas mesmas instalações, ocorreu um encontro de promotores de missões.

Estive lá com pessoas de várias igrejas, mas principalmente da Missão Cristolândia. Homens assentados, asseados e em perfeito juízo (Mc 5.15), louvando de forma inconti-da e testemunhando de forma contagiante,

enquanto no Rio de Janeiro estava ocorrendo uma guerra por causa de drogas. Como disse o pastor Fernando Brandão: Sem armas, ho-mens foram conquistados e a paz estabelecida.

Estive lá e vi o Hideraldo de Guiné-Bissau, resgatado na cracolândia e batizado em agosto, que evangelizou o Patrick da Libéria, o Alberto e o Beni do Congo e o Fernando da Nigéria. O Patrick foi batizado naquela noite com outros 22 sobreviventes da cracolândia. Não estou certo se algum outro africano foi batizado naquela ocasião. Como disse o Ide-raldo: “Minha África é aqui”.

Paulo Biasi Nascimento,pastor em Porto Feliz, SP

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“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios.”

(Salmo 103.1 e 2)

Apresentamos aos batistas brasileiros a prestação de contas de Missões Nacionais no exercício 01/10/2009 a 30/09/2010. Prestar contas, para nós, é muito mais do que informar resultados financeiros e patrimoniais. Prestar contas, para nós, é uma

cerimônia de adoração, louvor e gratidão. É um culto ao Deus que nos mantém no centro de sua vontade e que, recebendo as ofertas do seu povo como de cheiro agradável a si, as multiplica na medida exata das necessidades de seus soldados nas frentes de batalha da conquista de nossa Pátria para Cristo.

Queremos louvar e engrandecer o nome do Senhor, porque os números apresentados nas peças contábeis a seguir, longe de serem mais um relatório técnico, contam a história de lutas e batalhas em que não faltaram recursos para que, com fé, espírito de luta espiritual e coragem de quem avança sem recuar um milímetro sequer, pudéssemos apresentar aos batistas brasileiros resultados de muitas vitórias.

Olhemos para os dados com louvor, pois neles encontramos um cenário de ocupação de território com 393 frentes e nomeação de 138 soldados missionários. Glorifiquemos a Deus pelos relatórios que constatam que o Livro da Vida recebeu o registro de 75.792 novas almas das quais 1.004 testemunharam sua fé por meio do batismo.

Olhemos mais um pouco para os relatórios com o olhar de adoração ao Deus que permitiu a realização de 13 mobilizações Jesus Transforma, a construção do Lar Batista F. F. Soren, a abertura de Comunidades Terapêuticas, a expansão do Ministério com Surdos e a comovente ação do Sangue de Jesus Cristo na Cristolândia a lavar e purificar as almas “arrancadas” das garras de Satanás .

Batistas brasileiros, recebam os relatórios a seguir com a visão de seu conteúdo espiritual e louvemos ao Senhor Jesus Cristo, usando, como se fossem nossas, as palavras de João (1.16): “Todos recebemos de sua plenitude, graça sobre graça.”.

Antonio Lopes FilhoGerente Executivo de Administração e Finanças

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Graça sobre graça

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JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS DA CBBNOTAS EXPLICATIVAS AO BALANÇO ENCERRADO EM 30/09/2010

Contexto OperacionalA Junta de Missões Nacionais é uma sociedade civil de natureza religiosa, sem fins lucrativos, tendo como finalidade precípua,

servir às igrejas batistas brasileiras, na expansão missionária no Brasil, através de evangelização, plantação e crescimento de igrejas, capacitação e ação social.

Sumário das práticas contábeisAs demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com as práticas e normas contábeis legais e geralmente aceitas. A apura-

ção do resultado é feita conforme o regime de competência da CBB, a saber, de 01 de outubro a 30 de setembro. Seguem as principais práticas adotadas e esclarecimento sobre contas patrimoniais:

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Ativoa) Aplicações Financeiras: As disponibilidades são aplicadas nas instituições bancárias onde a JMN possui conta corrente, em CDBs.;b) Clientes – Neste grupo estão contabilizados os valores a receber de vendas efetuadas pela livraria, nas modalidades cartão de cré-

dito, boleto bancário, cheques pré-datados, cooperativa para missionários e funcionários, cheques devolvidos em cobrança, notas promissórias a receber pelo Instituto Batista de Carolina e depósitos a compensar;

c) Adiantamentos - conjunto composto pelas contas de adiantamentos de férias, a fornecedores, décimo terceiro salário, viagens e despesas operacionais com promoção, eventos, Campanha Anual e projetos especiais;

d) Valores a Receber – Conta composta dos valores referentes aos empréstimos concedidos aos Seminários Teológicos Batistas do Norte e do Sul do Brasil, parcelas a receber da alienação de imóveis dentro do plano de qualificação dos ativos e débitos de terceiros;

e) Ativo Transitório – Valores relacionados com os relatórios de prestação de contas das instituições filiais em processo de conciliação;f) Estoques – São avaliados ao custo médio de aquisição. Levantado inventário em 30/09/2010 pela contagem física;g) Realizável em Longo Prazo – Representado por créditos a receber do Conselho de Planejamento da CBB. Os créditos são conside-

rados de longo prazo por não haver compromisso ou previsão de datas para o recebimento;

Passivoh) Circulante – Compõem este grupo, salários a pagar, os encargos sociais e impostos do mês de setembro, recolhidos no mês de outu-

bro, bem como, as provisões para 13 salário e férias e o FGTM – Fundo de Garantia por Tempo Ministerial devido aos missionários;i) Arrendamento mercantil – Constam dessas contas as operações de “leasing” dos computadores DELL. Os equipamentos foram

comprados através de operação de arrendamento mercantil financeiro junto ao Banco Real S.A. A contabilização obedece normas contábeis em vigor e está formalizada através das contas “Arrendamento Mercantil a Pagar” e “Despesas Financeiras a Apropriar” de curto e longo prazos;

j) Provisões para Riscos Fiscais - Refere-se ao provisionamento do IPTU 2008 cujo valor faz parte de ação em andamento para depó-sito em juízo, visando o direito de isenção legal em virtude do título de filantropia;

k) Receitas Não Operacionais – Este grupo de contas contempla os lançamentos referentes à receita das alienações dos imóveis reali-zadas durante o exercício 2009/2010;

l) Despesas Não Operacionais – Contempla as despesas diretas na alienação dos imóveis realizadas durante o exercício 2009/2010 e as baixas dos valores contábeis desses imóveis no grupo do Ativo Imobilizado.;

m) Patrimônio Social e Gratuidades – Missões Nacionais possui título satisfatório de todos os ativos de que é proprietária. O superávit do exercício tem a destinação única de re-investimento na instituição e seus projetos missionários e sociais. Os dirigentes não são remunerados nem têm concessão de vantagens ou benefícios indiretos.Foram investidos acima de 20% (vinte por cento) da receita bruta, em gratuidade e projetos de cunho social à comunidade. A

instituição utilizou o benefício de isenção da cota patronal de previdência social por possuir o título de filantropia. O valor da cota patronal está preservado em recursos disponíveis por recomendação jurídica de seu patrono na causa com o INSS, aguardando re-conhecimento processual administrativo e/ou judicial em virtude do trânsito em julgado do processo com o INSS que reconhece a filantropia da instituição.

Para realizar as despesas com gratuidades, Missões Nacionais mantém sua estrutura com receitas originadas de doações, ofere-cendo a população carente, crianças e adolescentes em situação de risco social, de acordo com sua disponibilidade orçamentária, atividades educativas, de esporte e lazer, casas lares, prevenção de doenças e promoção da saúde.

Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2010

Fernando Macedo Brandão Antonio Lopes Filho Diretor Executivo Contador CRC RJ 18398-8 CPF 665.689.356-20 CPF 054.704.207-87

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PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2010.

Aos Administradores e Conselheiros da JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

1. Examinamos o balanço patrimonial da JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA em 30 de setembro de 2010 e as correspondentes demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e do fluxo de caixa relativos ao exercício social compreendido entre O1 de outubro de 2009 a 30 de setembro de 2010, elaborados sob a responsabili-dade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de emitir uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.

2. Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de auditoria que requerem que o exame seja realizado com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações contábeis em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nosso exame compreendeu, entre outros procedimentos: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos, b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados e c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representa-tivas adotadas pela administração da Entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

3. A Entidade não registrou os encargos de depreciação sobre o Imobilizado de Uso por ser facultativo pela legislação tributária, porém determinado pelas Normas Brasileiras de Contabilidade.

4. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis mencionadas no parágrafo 1°, exceto em relação ao exposto no parágrafo 3°, representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA em 30 de setembro de 2010 e as correspondentes demonstrações do resul-tado, das mutações do patrimônio líquido e do fluxo de caixa, relativos ao exercício social compreendido entre 01 de outubro de 2009 e 30 de setembro de 2010, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

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