apostila_técnica de redação-472,2(utilizada)

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Tcnicas de redao em lngua portuguesa Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI-SP, 2008 Trabalho organizado pela Escola SENAI Hermenegildo Campos de Almeida, a partir de contedos extrados da Intranet do SENAI-SP, baseado em adaptao da Escola SENAI Ary Torres para curso de Redao Empresarial. Coordenao Contedo Tcnico Adaptao Editorao Reviso Adilson Augusto Lzaro Acervo SENAI Recursos Didticos On-line Intranet Lucilene Santos Silva Fonseca CFP 1.12 Susane Schmieg CFP 1.22 Susane Schmieg CFP 1.22 Carla Pinheiro de Camargo CFP 1.22 SENAI Telefone Telefax SENAI on-line E-mail Home page Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Escola SENAI Hermenegildo Campos de Almeida Av. Dr. Renato de Andrade Maia, 601 Jd. Paraventi Guarulhos SP CEP 07114-000 (11) 6408-3299 (11) 6468-9090 0800-55-1000 [email protected] www.sp.senai.br

Sumrio O processo de comunicao Funes da linguagem Comunicao lingstica Modelos de textos de uso habitual Formas de tratamento Abreviaes Algumas recomendaes sobre a linguagem Concordncia Emprego da vrgula Emprego da vrgula - observaes importantes Crase Vcios de linguagem Erros mais comuns Ortografia: o ouvido pode enganar Vogais, hfens e emprego do x e ch As terminaes - o, - so, e - sso As terminaes- esa, - eza, - isar, e - izar O emprego do s e do z Ortografia: exerccios A palavra, o pensamento e o texto O texto que voc l e escreve Tipos de discurso: descrio Dissertao e exposio Narrao A estrutura do texto A organizao bsica do texto Para ler e refletir Referncias bibliogrficas 7 9 13 17 29 33 37 41 47 51 59 69 73 77 79 89 93 97 101 117 121 127 131 133 137 139 147 149

Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 7 O processo de comunicao Como os homens se comunicam? A comunicao humana uma relao social que se estabelece entre duas ou mais pessoas que desejam trocar informaes, idias e compartilhar sentimentos ou conhecimentos. O ser humano utiliza inmeros signos universais de comunicao: o choro, para expressar aborrecimentos; o sorriso, para manifestar alegria; o beijo e o abrao, para transmitir afeto. As pessoas no se comunicam apenas por meio de gritos, gestos ou smbolos: a comunicao humana se faz, principalmente, pela palavra. Diferenas entre comunicao humana e comunicao animal Humana: Posturas, gestos e gritos com valor significativo concreto. Capacidade de gerar infinitas mensagens, combinando um nmero reduzido de signos, letras e fonemas. Relao interpessoal. Explora o mundo, procura conhec-lo, nome-lo e transmitir suas experincias. Animal: Signos mmicos, orais e vocais com amplo valor significativo. No se deixa analisar em componentes. Reao somtica, estmulo-resposta. Seu contedo sempre o mesmo: reao somtica ou espacial. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 8 O Ato de Comunicao Em todo processo de comunicao intervm necessariamente um conjunto de fatores: um emissor ou pessoa que perante um estmulo codifica, elabora e transmite para outra o receptor uma informao ou mensagem sobre o mundo ou sobre si mesmo, dentro de um referente ou contexto. Para transmitir essa mensagem, o emissor emprega um conjunto de signos, que se combinam de acordo com regras cdigo ou lngua. Seu meio de difuso um meio fsico o canal. Exemplo: o ar, no caso das ondas sonoras; o papel, no caso do texto impresso. Confira o esquema abaixo: Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 9 Funes da linguagem Quais so as funes da linguagem? A linguagem, utilizada como meio de comunicao, tem mltiplas finalidades: d unidade a um povo, aproxima o homem de seus iguais, sua famlia e amigos, e o coloca em sintonia com o mundo ao redor. A linguagem um instrumento que serve para informar, dar ordens, suplicar, prometer, maldizer, enganar, rezar, meditar. Tambm ajuda a pensar e, at mesmo, a sonhar. Essa aparente multiplicidade pode ser sintetizada em seis funes ou finalidades bsicas da linguagem. 1. Funo referencial ou denotativa Transmite uma informao objetiva sobre a realidade. D prioridade aos dados concretos, fatos e circunstncias, suprimindo tanto as valoraes como os sentimentos de quem fala (o emissor). a funo caracterstica do discurso cientfico e de qualquer exposio de conceitos. Ela pe em evidncia o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere. 2. Funo expressiva ou emotiva Reflete o estado de nimo do emissor, os seus sentimentos e emoes. Exprime-se a partir da perspectiva do emissor, sempre resultando em textos subjetivos, escritos na primeira pessoa. Um dos indicadores da funo emotiva num texto a presena de interjeies e de alguns sinais de pontuao, como as reticncias e o ponto de exclamao. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 10 3. Funo apelativa ou conotativa Seu objetivo influenciar o receptor ou destinatrio, com a inteno de convenc-lo de algo ou dar-lhe ordens. So prprios dessa funo os recursos que podem motivar o ouvinte a praticar uma ao, dar uma resposta ou reagir afetivamente: Vem c! proibido fumar!Meu filho est doente, me ajude! Est permeada de recursos apelativos sutis ou no, tais como: o uso do imperativo Procure; do vocativo Maria, vem c!; da interrogao Voc j tomou banho? E de recursos literrios freqentes na linguagem da propaganda. 4. Funo potica ou esttica aquela que pe em evidncia a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais de expresso, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lgica ou provocar um efeito humorstico. Embora seja prpria da obra literria, a funo potica no exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com freqncia nas expresses cotidianas de valor metafrico (O tempo voa) e na publicidade: Em tempos de turbulncia, voe com fundos de renda fixa. As grias da garotada tambm tem sua raiz na funo potica: Queimei meu filme com o professor de Geografia. 5. Funo ftica Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicao. aplicada em situaes em que o mais importante no o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Aparece geralmente nas frmulas de cumprimento; Como vai, tudo certo?; ou em expresses que confirmam que algum est ouvindo ou est sendo ouvido: sim, claro, sem dvida, entende?, voc percebe? no mesmo? Seus objetivos principais so proteger e reforar o canal de comunicao. O cachorro late para estabelecer uma comunicao: funo ftica. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 11 6. Metalingstica A funo metalingstica aquela que possibilita um cdigo lngua, sinais de trnsito, linguagem Braille referir-se a ele mesmo. a palavra comentando a palavra, o cinema falando do cinema, a pintura expressando a pintura. Com a finalidade de garantir que o falante e o ouvinte utilizem o mesmo cdigo, a metalinguagem usada em qualquer aprendizado de uma lngua, nas gramticas e nos dicionrios. Exemplo: Frase qualquer enunciado lingstico com sentido acabado. Para dar a definio de frase, usamos uma frase. Conotativo: significado que pode ter uma palavra, dependendo de quem a usa, a quem se dirige ou em que circunstncia dita. Depende da interpretao. Denotativo: significado padro de uma palavra. No depende do emissor nem das circunstncias. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 12 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 13 Comunicao lingstica o sistema de signos lingsticos usados pelos homens para transmitir seus pensamentos e sentimentos. a linguagem que proporciona o autoconhecimento e que permite a percepo da realidade, a transmisso dos conhecimentos e o progresso humano. Comunicao No Lingstica Na vida cotidiana utilizamos freqentemente como emissores ou receptores diversos signos no lingsticos: o sorriso amvel, o aperto de mos, os cumprimentos. So os cdigos sistemticos. Tambm existem os cdigos sistematizados convencionais de representao grfica (cdigos de trnsito, planos, mapas e cdigos numricos). Eles auxiliam na organizao e identificao das pessoas (RG, CIC) e das coisas (placas de carros, nmeros de telefones). Procedimentos No-Verbais Os principais so os pictogramas e os ideogramas: Os pictogramas so desenhos figurativos que exprimem um contedo significativo simples ou complexo, como a escrita hieroglfica egpcia, os quadrinhos, as charges. Os ideogramas so signos representativos de um conceito, ou idia, que podem ser percebidos diretamente sem passar por seus equivalentes em palavras: smbolos abstratos das escritas cuneiforme e chinesa. Tambm so numerosos entre os smbolos matemticos, fsicos e qumicos. Tm ainda relao prxima com os logotipos, que remetem a marcas e produtos e so importantes na publicidade. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 14 Linguagem Formal e Linguagem Informal A lngua falada e a lngua escrita ou formal so equivalentes? Nem sempre. Embora sejam expresses de um mesmo idioma, cada uma tem a sua especificidade. A linguagem informal a mais natural; aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A linguagem formal, por seu lado, s aprendida depois que dominamos a lngua falada. E ela no uma simples transcrio do que falamos; est mais subordinada s normas gramaticais. Portanto requer mais ateno e conhecimento de quem fala. Alm disso, a linguagem formal um registro, permanece ao longo do tempo, no tem o carter efmero da lngua falada. Diferenas entre lngua falada e a lngua escrita Lngua FaladaLngua Escrita Palavra sonora. Recursos: signos acsticos e extralingsticos, gestos, entorno fsico e psquico. Requer a presena dos interlocutores. Ganha em vivacidade. espontnea e imediata. Uso de palavras-curinga, de frases feitas. A expressividade permite prescindir de certas regras. repetitiva e redundante. A informao permeada de subjetividade e influenciada pela presena do interlocutor. O contexto extralingstico importante. Palavra grfica. Pobreza de recursos no lingsticos; uso de letras, sinais de pontuao. Comunicao unilateral. Ganha em permanncia. mais precisa e elaborada. Ausncia de cacoetes lingsticos e vulgarismos. Mais correo na elaborao das frases. Evita a improvisao. mais sinttica. A redundncia um recurso estilstico. mais objetiva. possvel esquecer o interlocutor. O contexto extralingstico tem menos influncia. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 15 Registros da Lngua Falada H pelos menos dois nveis de lngua falada: a culta, ou padro, e a coloquial, ou popular. A linguagem coloquial tambm aparece nas grias, na linguagem familiar, na linguagem vulgar e nos regionalismos e dialetos. Essas variaes so explicadas por vrios fatores: Diversidade de situaes em que se encontra o falante: uma solenidade ou uma festa entre amigos. Grau de instruo do falante e tambm do ouvinte. Grupo a que pertence o falante. Este um fator determinante na formao da gria. Localizao geogrfica: h muitas diferenas entre o falar de um nordestino e o de um gacho, por exemplo. Essas diferenas constituem os regionalismos e os dialetos. Ateno: o dialeto a variedade regional de uma lngua. Quando as diferenas regionais no so suficientes para constituir um dialeto, usam-se os termos regionalismos ou falares para design-las. A Lngua Falada como recurso literrio A transio da lngua falada um recurso cada vez mais explorado pela literatura graas vivacidade que confere ao texto. Observe, no trecho seguinte, algumas das caractersticas da lngua falada, tais como o uso de grias e de expresses populares e regionais; incorrees gramaticais (erros na conjugao verbal e colocao de pronomes); e repeties: - Menino, eu nada disto sei dizer. A outro eu no falava, mas a ti eu digo. Eu no sei que gosto tem esse bicho mulher. Eu vi Aparcio se pegando nas danas, andar por a atrs das outras, contar histrias de namoro. E eu nada. Pensei que fosse doena, e quem sabe, no ? Cantador assim como eu, Bentinho, mesmo que novilho capado. Tenho desgosto. A voz de Domcio era de quem para se confessar: - Desgosto eu tenho, pra que negar?.... (Pedra Bonita, de Jos Lins do Rego) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 16 Registros da Lngua Escrita Alm dos dois grandes nveis Lngua Culta e Lngua Coloquial , os registros escritos so to distintos quanto s necessidades humanas de comunicao. Destacam-se, entre outros, os registros jornalsticos, jurdicos, cientficos, literrios e epistolares. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 17 Modelos de textos de uso habitual Que tipos de texto usamos habitualmente? Mesmo com o progresso veloz dos instrumentos de comunicao neste final de milnio, ainda h ocasies em que de fato, precisamos escrever uma carta, redigir requerimento ao diretor de uma empresa, montar um currculo, fazer um recibo ou remeter um simples telegrama. Esses textos apresentam diferentes graus de formalidade, mas, de qualquer maneira, exigem do remetente a habilidade de expor-se com clareza e preciso para fazer-se compreender pelo destinatrio. Alm disso, indispensvel dominar o idioma em que se escreve e conhecer as regras bsicas de formulao desses textos, pois o sucesso da mensagem tambm depende de uma boa apresentao. Carta A carta a forma mais freqente de correspondncia, usada desde a Antiguidade. A primeira carta de que se tem registro foi escrita h mais de quatro mil anos, na Babilnia, e era uma correspondncia amorosa. H trs tipos bsicos de carta: correspondncia particular: dirigida a amigos, conhecidos; trata de assuntos particulares e o registro menos formal de todos. correspondncia comercial: ligada a assuntos comerciais e financeiros, trocada para pedidos de emprego, demisses, vendas. Segue frmulas fixas, que devem ser observadas. correspondncia oficial: dirigida a instituies pblicas ou delas provenientes; so portarias, certides ou avisos. Bastante formal, respeita padres determinados. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 18 Exemplo de uma carta particular: Porto Alegre, 20 de fevereiro de 1996. Minha Lusa, H tanto tempo no temos notcias suas, que quase comeo a duvidar que sejamos da mesma famlia. Aqui, tudo continua do mesmo jeitinho que voc deixou. A nica novidade que parece que vo construir um shopping bem na esquina da casa da Estela, sabe? Por favor, encontre um tempinho pelo menos para nos dizer se j est instalada na nova casa e como est se saindo na faculdade. Espero que tudo esteja correndo s mil maravilhas como voc sonhava! Um beijo de seu irmo, que no se esquece de voc, Carlos P.S.: mame manda dizer que seu casaco de tric j est pronto. Cartas Particulares Costumam ser escritas em uma linguagem mais simples e espontnea, at subjetiva. No entanto, a correspondncia que ser lida por mais de uma pessoa (convites, participaes) deve ser mais objetiva. As cartas particulares em geral trazem: O lugar e a data, que normalmente so colocados no incio da carta esquerda ou no final, abaixo da assinatura. Introduo: frmula de cortesia que varia segundo o destinatrio (caros amigos, estimado senhor, Rosa querida...). Pode ser seguida de dois pontos, de vrgula ou no trazer pontuao nenhuma. Texto: numa carta amistosa, a linguagem livre, espontnea, podendo incluir grias. Despedida: tambm uma frmula de cortesia, que nesse tipo de carta varia muito (um forte abrao, uma beijoca). Assinatura: em geral sem sobrenome, nesse tipo de carta. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 19 P.S.: o post scriptum, traz as anotaes que se fazem depois das despedidas. Cartas comerciais As cartas comerciais so bem mais formais do que as particulares. Devem iniciar-se com frmulas respeitosas, como Prezado Senhor, Prezado Senhor Diretor e encerrar-se com protestos de estima, agradecimentos e saudaes formais, como Atenciosamente, Cordialmente. O tratamento dado ao destinatrio, nos casos de maior formalidade, deve ser o de V.Sa. (Vossa Senhoria) ou V.Sas. (quando no plural). Se os assuntos da carta so mltiplos, pode-se organiz-los em tpicos, indicados por letras maisculas. Se a empresa muito grande, convm indicar o departamento a que se destina a carta, assim como destacar o assunto de que se trata acima da introduo, indicando-o como Ref. (Referncia). Exemplo: Madeireira Olmpia Rua Jos Benedito, 110 Curitiba, PR Curitiba, 16 de junho de 1995 Sr. Martim Felipe Fernandes Rua Joo Goulart, 80 Rolndia, PR Ref.: Projeto de impermeabilizao de assoalhos Prezado Senhor, Tenhoasatisfaodecomunicar-lhequeseuprojeto,tendosido examinado por nossos tcnicos, apresentou resultados confiveis, alm de uma vantajosa relao custo/benefcio. Assimsendo,gostaramosqueentrasseemcontatocomnosso departamentocomercialparaagilizarmosumcontratodeprestaode servio. Aceite nossos protestos de elevada estima. Cordialmente, Fernando Zampieri Departamento Comercial

Dados do Remetente Dados do Destinatrio Referncia Fecho Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 20 Requerimento o texto administrativo mais freqente, por meio do qual se faz um pedido, uma solicitao. Quando o requerimento traz a solicitao de vrias pessoas, chama-se memorial. Confira, a seguir, um modelo de requerimento: Ilmo. Sr. Diretor da Escola Tcnica de Valinhos Caio Mrcio Paim, natural desta cidade, portador do RG n ................, aluno regularmente matriculado nesse estabelecimento sob n ....................., no intuito de promover maior entrosamento entre alunos do 1 ano e os veteranos, vem requerer de V.Sa. a permisso para utilizar o ginsio de esportes para realizar um campeonato de futebol, na semana de 2 a 9 de maro. Certo de sua compreenso, p. deferimento Assinatura Valinhos, 8 de maro de 1996. Aviso uma forma de correspondncia muito utilizada por bancos, reparties e rgos pblicos. No traz um destinatrio especfico, mas coletivo: pblico em geral, correntistas, clientes ou a populao de uma cidade. Dele devem constar: Nome da pessoa ou instituio que emite o aviso. Comunicao que se quer transmitir. Dados objetivos e essenciais. Local, data e assinatura. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 21 A V I S O Casa de Machado de Assis Informamos aos pesquisadores desta instituio que a partir de abrilprximo, estaremos funcionando em novo horrio, das 8h s 17h30. At o final do semestre, contrataremos mais dois auxiliares. Com essas medidas, esperamos melhorar ainda mais nosso atendimento. Rio de Janeiro, 17 de maro de 1994. Sonia Regina Sampaio Vianna Diretora Ata o registro do que se passou numa reunio, num congresso ou em uma conveno, para futura comprovao das discusses e decises tomadas. Segue uma forma fixa, no se admitindo pargrafos (a no ser o inicial) para se evitarem adulteraes. Pelo mesmo motivo, assinada pelos participantes do encontro logo aps a ltima linha. Deve conter: Nmero da ata. Data e local da reunio. Registro do nome dos presentes. Pauta, ou ordem do dia, isto , a descrio do assunto que vai ser tratado. Relato dos assuntos tratados, nomeando-se as pessoas que se manifestaram. Registro das concluses, solues. Alm disso, a ata, antes de ser assinada, deve ser lida e aprovada pelos presentes reunio. ATA n 0173 Aos vinte dias do ms de novembro de mil, novecentos e oitenta e cinco, reuniram-se na sala do Conselho da Txtil Pedrense S.A. os senhores Raul Leonardo Silveira, Paulo de Tarso Marquesi e Mrio Luiz Pereira da Silva para deliberar sobre a remessa (...) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 22 Currculo Curriculum Vitae Documento cujo nome tomado por emprstimo do latim (e significa carreira de vida), o currculo rene informaes sobre o preparo profissional e as experincias anteriores de algum que se candidata a um emprego. Um bom currculo apresenta um resumo breve, objetivo e conciso; deve ser atualizado, corretamente escrito e bem formatado. O currculo tem duas funes bsicas: uma ferramenta para gerar entrevistas de emprego e serve de guia para os seus entrevistadores. Portanto, facilite a vida do seu entrevistador. Procure responder, no currculo, as perguntas que voc j sabe que os entrevistadores querem. Mas, afinal, o que os entrevistadores querem saber de um candidato a emprego? Simples: quais so seus objetivos, porque voc quer e merece trabalhar naquela empresa, o que voc j fez de bom para outras empresas, se voc organizado (se o seu currculo , voc tambm ), se voc sabe se planejar para alcanar objetivos, se voc sabe se comunicar (use frases curtas, evite palavras como extremamente ou fortemente, comece as frases com verbos de ao: constru, melhorei, organizei, mas evite a palavra eu). Enfim, tente demonstrar segurana, atitudes positivas e dar a impresso de que voc faz. Lembre-se: h uma pilha de currculos na frente do entrevistador. No d pra ler tudo. Quanto mais objetivo voc for, maiores sero as suas chances. E nunca minta ou se faa de coitado. Cuide para que o seu currculo tenha o seguinte: 1.Seus objetivos. 2.Resumo de suas qualificaes. 3.Sua formao escolar. 4.Suas experincias profissionais. 5.Seus pontos fortes. 6.Seus conhecimentos em informtica. Coloque logo no incio o seu nome, endereo e telefones. Evite muitas cores e tipos de letras (use apenas negrito e itlico para destacar algum ponto interessante). Nunca faa listas grandes. No precisa colocar CIC, RG, Ttulo de Eleitor ou Carteira Profissional. No fique explicando porque saiu dos empregos anteriores, isso fica para a entrevista. Se a empresa pedir referncias, faa uma lista parte. Nunca cite raa, religio ou partidos. S coloque o ltimo salrio e a pretenso salarial se a empresa pedir. E, no esquea, revise seu currculo vrias vezes. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 23 Seu modelo mais comum, que tradicionalmente conserva a identificao escrita em latim, contm os seguintes itens: Procurao um documento expedido por uma pessoa (o mandante ou outorgante), autorizando uma segunda pessoa (o procurador ou outorgado) a tratar de seus negcios. Pode ser geral, quando o mandante autoriza o procurador a agir em seu nome em qualquer transao, ou especfica, quando concede ao procurador um ou alguns poderes sobre determinados assuntos. O prprio mandante pode redigir a procurao (que recebe o nome de procurao por instrumento particular), sendo obrigatrio o reconhecimento de firma. A procurao tambm pode ser lavrada por tabelio pblico, em cartrio. Exemplo: C U R R I C U L U M V I T A E Caio Mrcio Rodrigues de Freitas Data de nascimento: 01/10/1969 Brasileiro Tel.: 8816-2972 Objetivos: . . . Formao: Bacharel em Direito, pela Faculdade de Direito da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo. Curso de Histria da Arte, na Faculdade de Histria da Universidade de So Paulo, 1990. Francs (fluncia) Ingls (fluncia) Alemo (noes bsicas) Experincias Profissionais: . . . So Paulo, fevereiro de 1996. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 24 Declarao um documento que d uma informao sobre determinada pessoa ou fato. Como tambm vlida perante a Justia, a declarao deve expressar a verdade e ser datada. O declarante, assim como o beneficirio, deve vir identificado, como no exemplo: PROCURAO Por esse instrumento particular de procurao, eu, Maria Thereza Gugliemo, portadora do RG n......., CPF n............, residente na rua ..........., n ........, cidade ..........., nomeio e constituo meu bastante procurador ao Sr. .................., portador de RG n............, CPF n.............., residente na rua ......., n .........., para o fim especfico de negociar junto ao Banco ........... as cotas do Fundo ........, autorizado a vender, ceder, transferir e dispor a quem convier s citadas cotas, inclusive assinar recibos e documentos; enfim, praticar todos os atos necessrios ao fiel desempenho deste mandato. Goinia, 20 de fevereiro de 1995. Assinatura do outorgante DECLARAO Hilda Maria Cintra, portadora do RG n ..................., residente na rua dos Cravos 92, N/C, chefe do departamento de pessoal das Indstrias Americanas, empresa sediada na Av. Naes Unidas, 2692, N/C, declara que o Sr. Fernando Viana, portador do RG n ........................., residente rua Bahia, 900, N/C, empregado deste departamento, exerce a funo de datilgrafo, recebe a quantia de R$ 350,00 (trezentos e cinqenta reais) por ms. Salvador, 1 de outubro de 1995. Hilda Maria Cintra Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 25 Recibo Documento que comprova o recebimento de um pagamento, de uma encomenda ou de uma mercadoria qualquer. As importncias em dinheiro devem vir em algarismos e por extenso e as mercadorias especificadas. obrigatrio o registro da data e do local, assim como a assinatura: Telegrama Utilizado para comunicao urgente; transmitido pelo correio, pelo telgrafo ou por telefone. Tem como principal caracterstica a sntese, j que o nmero de palavras que determina seu preo. Assim, no telegrama, devemos suprimir: Qualquer palavra dispensvel compreenso da mensagem, como artigos, preposies, conjunes. Sinais de pontuao, a no ser os indispensveis, que sero grafados PT (ponto) ou VG (vrgula). RECIBO R$ 300,00. Recebi do Sr. Pedro Emlio Garcia a importncia supra de (trezentos reais) relativa ao pagamento da taxa de inscrio para o curso de monitores de acampamento, a realizar-se no perodo de 7 a 27 de julho de 1996. Rio de Janeiro, 2 de maro de 1996, Clube de Campo Caiows Marlia Barreto Secretria TELEGRAMA Joo da Silva Av. Paulista, 311 Santo Andr, SP Impossvel expedir diploma VG motivo falta de pagamento mensalidade dezembro PT Favor enviar recibo assinado urgente PT Escolas Reunidas Sto. Andr Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 26 Redao Eletrnica: e-mail Escrever na Internet no diferente de redigir no papel. As mudanas ficam por conta da forma como se usam esses meios. O resto permanece igual, ou seja, clareza e conciso continuam contando pontos. Escrever bem na era da Internet uma tarefa que exige, pelo menos, um pouco de ateno e cuidado. Com os textos cada vez mais curtos e objetivos, os erros que aparecem so enormes. A desculpa a rapidez e a digitao. Muitos e-mails so recebidos. H que se responder a todos. Estamos todos correndo para bater o recorde de quem recebe mais e-mails. E cheios de erros. Ora, tambm nas home-pages encontramos artigos sem sentido ou aqueles to longos que nem paramos para ler. As tcnicas de redao no mudaram s porque estamos na Internet. Pelo contrrio, devemos reparar mais no que escrevemos, porque nossa imagem profissional tambm passa pelo e-mail. Primeiro, vamos salientar a importncia de pensar. Para escrevermos um texto que atinja o leitor, imprescindvel sabermos pensar. O que significa analisar, testar e criar a redao? O texto deve ser lgico, com frases harmoniosas e ligadas entre si. Vejamos algumas caractersticas de uma redao clara e precisa na internet: Estrutura do texto: delimitar o objetivo do texto e escolher o tema. Aqui, deve-se evitar detalhes sem importncia para o leitor, embora paream belos ou pitorescos para o redator. Introduo: h vrias maneiras de comear um texto. Fazer perguntas, montar comparaes, contar uma histria pessoal ou profissional so algumas delas. Desenvolvimento: nesta parte, vamos contar somente o que realmente interessa, argumentando, sem perder o foco no tema escolhido. Concluso: aqui, devemos aplicar as mesmas tcnicas usadas na introduo. Porm, podemos terminar de maneira contundente, citando uma frase de autor famoso ou at mesmo criando uma especial para o texto. Preste ateno aos 5 Cs Correo: o redator precisa conhecer muito bem sua prpria lngua. Como escrever bem se no conhecemos a gramtica? s vezes, basta consultar um dicionrio ou livros do gnero tira-dvidas, e muitos erros podem ser eliminados. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 27 Coerncia: est ligada maneira pela qual distribumos as idias no texto, isto , a ordem lgica de cada frase. Escrever o que interessa essencial. Clareza: a escolha correta das palavras e a riqueza do vocabulrio so pontos importantes para quem deseja escrever bem e com clareza. Conciso: expressar um pensamento com o menos nmero de palavras. Para tal, importante evitarmos as repeties de idias, as frases de duplo sentido ou aquelas muito confusas ou difceis de entender. Conhecimento do assunto: este item talvez seja o mais importante, pois no podemos escrever sobre um assunto sem ao menos conhec-lo um pouco. Alis, o que prejudica a maioria dos textos empresariais escrever sem qualquer domnio do tema, sem conhecer o seu objetivo, resultando numa redao catica e desestruturada. Quando escrever... Prenda a ateno do leitor, fazendo-o participar do texto. Use frases curtas com palavras simples. Cuide do vocabulrio, variando o tipo de leitura. Cada pargrafo deve ter no mximo cinco linhas para que o texto seja claro. Lembre-se de que a introduo representa um quinto do texto; o desenvolvimento, trs quintos; e a concluso, um quinto. Verifique se os pargrafos esto interligados, pois se um deles no se harmoniza com o outro, porque faltam idias precisas entre eles. Consulte sempre uma boa gramtica e faa cursos de atualizao. J diziam os egpcios: Para ter fora, s um arteso das palavras. A fora de um ser sua lngua, e as palavras so mais eficazes que qualquer forma de luta. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 28 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 29 Formas de tratamento Pronomes de tratamento Expresses de tratamento ou pronomes de cortesia. Vocativo Palavra ou expresso enunciadora de pessoa a quem se dirige. A forma de tratamento deve ser compatvel com o vocativo empregado. Vocativo o mesmo que invocao (saudao). Quadro demonstrativo de alguns pronomes de tratamento DestinatrioVocativoTratamentoAbreviatura Bispos e Arcebispos Reverendssimo Senhor Vossa Excelncia Reverendssima V. Exa Revma Cardeais Eminentssimo Senhor Vossa EminnciaV. Ema

Reitor de universidade Magnfico Senhor Vossa magnificnciaV. Mag Vice-presidente da Repblica, Presidente do Congresso Nacional Senador, Presidente e Membros das Assemblias Legislativas, Excelentssimo Senhor Vossa ExcelnciaV. Exa Ministro de Estado, Ministros e Membros dos Tribunais, Chefes de Gabinete, Procuradores Gerais, Consultor Geral da Republica, Oficiais-Generais e qualquer outro alto Representante dos Poderes Pblicos. Funcionrios Graduados(Diretor, Coordenador, Chefe de Diviso de Servio, etc.) e todos os destinatrios que forem autoridades no compreendidas no item anterior, Chefes de empresas e particulares. Ilustrssimo Senhor Vossa SenhoriaV.Sa Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 30 Sobre o tratamento, importam algumas observaes: A expresso de tratamento empregada para o Presidente da Repblica Excelentssimo Senhor no pode ser abreviada. Quando se dirige s pessoas usa-se o pronome Vossa. Exemplo: Peo que Vossa Excelncia me conceda uma explicao Quando se fala das pessoas usa-se o pronome sua. Exemplo: Sua Excelncia me concedeu uma explicao. Quando no se sabe que forma usar singular ou plural e, tambm, no caso de encaminhar correspondncia a bancos e firmas, emprega-se o possessivo, em lugar do pronome de tratamento. Exemplo: Pelo seu anncio, publicado na Folha de So Paulo... No ser demais relembrar que, com essas formas de tratamento usam-se os pronomes de 3a pessoa. Exemplo: Voltando presena de V.Sa quero comunicar-lhe que... O plural indica a responsabilidade coletiva. Quem redige, fala em nome da empresa. Exemplo: Encaminhamos a V. Sa... Havendo, no entanto, um fato de responsabilidade individual e outro de cunho coletivo, usa-se o plural para este ltimo. Exemplo Venho comunicar-lhe que ainda temos vagas para o curso... O plural torna-se obrigatrio porque a escola que tem vagas, e no o seu diretor; por outro lado, o singular obrigatrio porque o diretor da escola que comunica. As abreviaturas aqui mencionadas so oficiais. Por serem consideradas antieconmicas para a datilografia, h forte tendncia para escrever algumas de modo diferente, como, por exemplo: V.S.a. e V. Exa. Em lugar de V.Sa eV. Exa , e Ilmo. em vez de IImo. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 31 preciso haver coerncia: Ilustrssimo Senhor - V.Sa Excelentssimo Senhor - V. Exa V.Sa e V. Exa fazem no plural V.Sas . e V. Exas e no: W. SS. e W. EE. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 32 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 33 Abreviaes So meios de reduzir palavras ou locues. Abreviao um conceito genrico que abrange: abreviaturas, smbolos e siglas. Em qualquer forma de correspondncia oficial, comercial ou bancria percebe-se o uso freqente de redues grficas. Abreviaturas As principais aparecem no Pequeno Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa (oficial). As abreviaturas podem ser formadas: a)Com as primeiras letras: Art. (artigo) Pg. (pgina) Fat. (fatura) Alm. (almirante) Decr. (decreto) Ex. (exemplo) b)Com as primeiras e as ltimas letras: Cia. (Companhia) Sr. (Senhor) Dr. (Doutor) c)Com letras consecutivas: Cx. (Caixa) Pg. (pago) Dz. (dzia) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 34 d)Com a primeira ou a segunda palavra de nomes compostos ou locues: Postal (carto-postal); Rio (Rio de Janeiro) e)Por convenes: % (por cento) & (e comercial) Na correspondncia bancria, o uso da barra comum: C/c (conta corrente); A/a (ao ano);S/a (sem aceite); P/c (por conta). Smbolos Sua grafia foi uniformizada pelo Instituto Nacional de Pesos e Medidas (Portaria 36, de 06.08.1965). Os smbolos so usados sempre no singular e sem ponto abreviativo: 200m 6h 80g 4,5cm 20,5km Nmeros e datas Nas datas abreviadas, usa-se a barra 14/8/82, ou trao 14-8-82, ou ponto 14.8.82. Os algarismos dos nmeros inteiros acima de 999 levam um ponto ou espao na separao em classes de trs: 8.214.740 ou 8 214 740 O nmero indicativo de ano no segue essa norma: 1984. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 35 Siglas So formadas pelas letras ou slabas dos nomes prprios. As siglas so usadas para abreviar. a)Ttulos de obras de consulta: PVLOP (Pequeno Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa) NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) b)Nomes de instituies culturais e cientficas IBGE (Inst. Brasileiro de Geografia e Estatstica) MEC (Ministrio da Educao e Cultura) USP (Universidade de So Paulo) c)rgos e reparties pblicas, entidades pblicas ou particulares, associaes e organizaes polticas e militares: ONU (Organizao das Naes Unidas) FAB (Fora Area Brasileira) CBD (Confederao Brasileira de Desportos) DOU (Dirio Oficial da Unio) FECOLAN (Federao das Cooperativas de L) IBBD (Inst. Brasileiro de Bibliografia e Documentao) SENA (Servio Nacional de Assistncia aos Municpios) Para melhor entendimento, aconselha-se explicar a sigla, escrevendo-a por extenso, entre parnteses, ou ainda antepondo-lhe ou pospondo-lhe o sinal: Exemplos O Presidente da COSESP (Companhia de Seguros do Estado de So Paulo) informou que... O Presidente da Companhia de Seguros do Estado de So Paulo - COSESP informou que... Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 36 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 37 Algumas recomendaes sobre a linguagem Escrever com naturalidade. Preferir o simples ao complexo. Escrever para comunicar e no para impressionar. Considerar o destinatrio, pois termos prprios de uma empresa podem ser ininteligveis para ele. Palavras como citado, dito, referido, o mesmo e outras denotam dificuldade redacional. Sempre que possvel, devem ser evitadas. Selecionar as palavras. Eliminar as de efeito negativo, como, por exemplo: fracasso, descuido, infantilidade, no, nunca, no admitimos, etc. Mesmo quando se precisar evidenciar o aspecto negativo, convm destacar o aspecto positivo. O modo mais adequado para isso amortecer o impacto do contedo negativo, tornando-o mais aceitvel para o destinatrio, incluindo expresses do tipo: se fosse possvel, agradeo-lhe ter-se lembrado do assunto e outras. Grafar com minsculas os nomes de meses e dias da semana. H uma norma de Correspondncia Oficial que aos poucos vai obtendo a adeso da correspondncia empresarial. Trata-se da abreviatura dos meses: fev. (em minsculo, com ponto) Fev (em maiscula, sem ponto) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 38 Nas formas superlativas, formadas com O MAIS, evitar a repetio do O. Exemplo Ele era o funcionrio o mais dedicado da Diviso. O correto : Ele era o funcionrio mais dedicado da Diviso. No acrescentar passiva sinttica um objeto direto. No dizer, por exemplo - Lida a ata no se a aprovoumas, Lida a ata no a aprovaram. Escrever com maisculas palavras como Diretoria, Firma, Empresa, Escola e outras, quando designativas da pessoa ou entidade a quem se dirige. Exemplo Conforme instrues dessa Diretoria ... Supervisor dessa Diviso ... Encaminhamos a essa Escola ... Para as expresses de cortesia, no fecho da correspondncia, usar o verbo apresentar quando o contato for o primeiro, e os verbos renovar e reiterar nos contatos posteriores: Apresento a V. Sa. os protestos da minha considerao (contatos posteriores). Renovo a V.Sa. os protestos da minha considerao (contatos posteriores). No empregar sem em lugar de se no fosse ou no fora. Assim, em vez de dizer: Sem essa providncia, os servios no se desenvolveriam satisfatoriamente, diga-se: Se no fosse (ou no fora) essa providncia, os servios no se desenvolveriam satisfatoriamente. Grafar com inicial maiscula os designativos de cargos ou funes: usar minsculas, nas escalas: Professor nvel II Escriturrio classe B Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 39 Expresses como Sem mais, Sem outro motivo, prprias de fechos de cartas tradicionais, devem ser abolidas; pois, uma vez que nada mais existe para relatar, no se precisa comunicar isso. Eliminar a redundncia: Subscrevo-me com estima e apreo. Estima e apreo so sinnimos. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 40 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 41 Concordncia Existe sempre concordncia entre as palavras? A concordncia a combinao, ou a coincidncia, em gnero, nmero ou pessoa que se faz entre algumas palavras de uma mesma frase. Se a concordncia no acontece, a frase fica incorreta. Observe: Pedro estudam os inseto (?!) Todo usurio da Lngua Portuguesa percebe que a frase acima est mal construda, no soa bem. E a razo disso simples: no h concordncia gramatical entre as palavras. Mas no difcil corrigir essa estranheza. Com apenas duas alteraes, a frase torna-se correta: Pedro estuda os insetos. A frase agora apresenta concordncia gramatical entre Pedro e estuda e entre insetos e os. Como se estabelece a concordncia? A concordncia definida pelos morfemas gramaticais, que esto localizados no final das palavras. So sinais, ou signos, que indicam como deve ser feita a combinao entre as palavras. Se uma frase comea da seguinte maneira: Muitas meninas ... e se quer acrescentar um adjetivo (lindo, por exemplo), os morfemas gramaticais (a e s) exigem que seja lindas e no lindo, linda ou lindos. H trs morfemas gramaticais que sinalizam a concordncia em uma frase. So os morfemas de gnero, de nmero e de nmero-pessoa: Morfema de gnero: Muitas meninas lindas. Morfema de nmero: Muitas meninas lindas. Morfema de pessoa: Eu conheci meninas lindas. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 42 Tipos de concordncia A Lngua Portuguesa estabelece dois tipos bsicos de concordncia: Nominal: Estabelece-se entre as palavras adjetivas (adjetivo, artigo, pronome e numeral) e o substantivo. Exemplo: Aqueles rapazes esperavam ansiosos o nibus. A concordncia se faz em gnero (masculino) e em nmero (plural) entre palavras adjetivas e os substantivos (ou palavras substantivas) Aqueles rapazes / rapazes ansiosos / o nibus. Verbal: Ocorre entre o sujeito e o verbo. Os meninos brincam na chuva. O substantivo meninos e o verbo brincam mantm uma relao de concordncia em nmero (plural) e pessoa (terceira). A concordncia verbal tambm pode ser chamada de concordncia de sujeito gramatical. Concordncia Nominal Concordncia das palavras adjetivas com o substantivo. A regra geral determina que o adjetivo deve concordar em gnero e nmero com o substantivo a que se refere. Mas h vrias regras especficas: Quando o adjetivo qualifica mais de um substantivo e posposto aos substantivos. O adjetivo vai para o plural e a concordncia em gnero prioriza o substantivo masculino ( a concordncia mais aconselhvel): Vestia capa e casado importados. Ou concorda com o substantivo mais prximo: Vestia casaco e capa importada. Ateno: se o adjetivo estiver funcionando como predicativo (qualidade atribuda ao sujeito ou ao objeto e que completa a significao do verbo, s possvel a primeira opo): Sua capa e seu casaco eram importados. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 43 Quando o adjetivo qualifica mais de um substantivo e anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, de preferncia, com o substantivo mais prximo: Altas paredes e portes escondiam a casa. Ateno: se o adjetivo estiver funcionando como predicativo, tambm pode ir para o plural, desde que se observe a opo feita em relao ao verbo: Dormia quieta a rua e as casas. Dormiam quietas a rua e as casas. Quando o substantivo qualificado por mais de um adjetivo. A concordncia, geralmente, segue a regra geral: Conheo histrias lindas e inteligentes. Mas, tratando-se de seres ou coisas distintas o substantivo fica no plural: Completei os cursos bsico e intermedirio. Ou fica no singular e se repete o artigo: Completei o curso bsico e o intermedirio. Concordncia verbalConcordncia entre o verbo e seu sujeito. A regra geral determina que o verbo deve concordar com o sujeito em pessoa e em nmero. Mas existem vrias regras especficas: Quando o sujeito composto e est anteposto ao verbo. O verbo vai para o plural: O advogado e o ru retiraram-se da sala. Ou o verbo fica no singular, se os ncleos dos sujeitos so resumidos pelas expresses tudo, nada, ningum: O advogado, o ru, o juiz, ningum ficou na sala. Quando o sujeito composto e est posposto ao verbo. O verbo vai para o plural: Retiraram-se da sala o advogado e o ru. Ou o verbo concorda com o ncleo mais prximo: Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 44 Retirou-se da sala o advogado e o ru. Quando o sujeito composto por pessoas gramaticais diferentes O verbo se flexiona no plural, na pessoa que prevalece (a primeira prevalece sobre a segunda e esta sobre a terceira): Tu e eu j fizemos muito. (ns) Tu e ele j fizestes muito. (vs) Expresses com o verbo ser Quando o substantivo no precedido por determinantes ou modificadores Expresses do tipo bom, preciso, claro, proibido ficam invariveis: proibido entrada. Quando o substantivo precedido de artigo, ou de qualquer modificador As mesmas expresses bom, preciso, claro, proibido passam a variar, concordando com o substantivo. proibida a entrada. Casos que merecem ateno Quando os sujeitos so formados pelas expresses um dos que, um e outro, nem um nem outro, ou pelas expresses partitivas a maioria de, grande parte de O verbo pode ficar no singular ou ir para o plural: A maioria dos condminos preferiu/preferiram dividir as despesas. Ele um dos que apoiou/apoiaram o presidente. Quando os sujeitos so formados por expresses que indicam quantidade aproximada mais de um, cerca de O verbo concorda com o substantivo: Mais de um candidato foi escolhido. Cerca de vinte candidatos foram escolhidos. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 45 Quando o sujeito indica porcentagem O verbo concorda com o numeral ou com o substantivo: 35% do nosso oramento destina-se/destinam-se a investimentos internos. Quando o sujeito formado pelo pronome que O verbo concorda com o antecedente do pronome: Fui eu que fiz. Fomos ns que fizemos. Quando o sujeito formado pelo pronome quem O verbo fica na terceira pessoa do singular ou concorda com o antecedente do pronome: Fui eu quem fez. (3 pessoa) Fui eu quem fiz. (1 pessoa) Verbos Impessoais So verbos que no admitem sujeito. Permanecem sempre na terceira pessoa do singular. Haver no sentido de existir, acontecer ou na indicao de tempo passado: Havia muitos estrangeiros na universidade. Pode haver problemas na execuo do projeto. Isto aconteceu h dez anos. Fazer quando indica fenmenos da natureza: Na Amaznia faz invernos chuvosos. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 46 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 47 Emprego da vrgula Emprega-se a vrgula Para separar o aposto Paulo, um velho amigo, chegou da Bahia. Pedro, o ascensorista, parece boa pessoa. Fui a Campinas, terra de minha me. Braslia, capital do Brasil, foi fundada em 1960. Homero, poeta grego, era cego. Homem inteligente, Joo progrediu na profisso. Para separar o vocativo Jos, voc no escuta? No demore tanto, menina. Acabou a gua, me. Amigos, ajudemos os infelizes. Para separar oraes adjetivas explicativas Paulo, que trabalha em Curitiba, veio visitar-me. O jacarand, que madeira de lei, est desaparecendo. A sade, que o maior dos bens, deve ser preservada. O mesmo adjetivo pode ser - de acordo com o contexto - restritivo ou explicativo. Assim tambm as oraes. Compare: Os filhos peraltas estragaram o jardim. Os filhos, peraltas, estragaram o jardim. Os alunos que completarem dezoito anos devem mudar de perodo. Jos, que completou dezoito anos, mudou de perodo. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 48 Para separar elementos da mesma funo sinttica Esses elementos podem ser palavras, locues ou oraes. Exemplos A padaria oferecia pes, bolos, doces e bolachas. (Palavras) Pediu um bife milanesa, uma salada mista e uma cerveja preta. (Locues) O gato entrou pela porta, saltou sobre o sof, quebrou um vaso e fugiu para a cozinha. (Oraes) Os dois ltimos elementos so ligados pela conjuno E. Sem vrgula, portanto. Observei, gostei, entrei e comprei. A praia era imensa, calma e ensolarada. Perdeu a caneta, a rgua, o grampeador e a agenda. Para separar adjuntos e oraes adverbiais Depois da sua explicao, acabei concordado. Antes de almoar, foi buscar o filho. O apartamento, apesar de pequeno, oferece comodidade. Apesar de pequeno, o apartamento oferece comodidade. Irei com voc, se no for muito longe. Embora a me no permitisse, a filha saa sempre. Posto que fosse rico, ele ainda trabalhava. As subordinadas adverbiais comparativas e conformativas (com o verbo oculto) no recebem vrgula. Comparativa: Ele to gordo como o irmo. Conformativa: Agimos de acordo com a lei. Para separar oraes reduzidas De gerndio: Chegando Rodoviria, no puderam embarcar. Trabalhando sem mtodo, perderemos tempo. De infinitivo: Ao sair, nem se despediu. De particpio: Terminada a reunio, fui para casa. "Suprimido o prmio, no haver estmulo." Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 49 Para separar oraes intercaladas Ele, para no magoar o pai, calou-se. Seu desenho, permita-me a crtica, no est bom. Outras intercalaes: Palavras e expresses que servem para exemplificar, explicar, corrigir: Exemplo Isto resolver a questo, isto , ajudar a resolv-la. Estava cansado; alm disso, era velho e doente. Li a Portaria, alis, reli-a. Este assunto, vocs ho de concordar, no deve ser tratado aqui. Jos, todos sabem, excelente funcionrio. O Tempo, no o dinheiro, que me preocupa. Para indicar supresso do verbo Eles foram de avio, de nibus. (= ns fomos de nibus) Trabalho no quarto andar; voc no terceiro. (voc trabalha no terceiro) Ns temos os nossos problemas e vocs, os seus. Gosto de cinema e minha mulher, de teatro. Alguns estudam pela manh; outros, noite. Para separar oraes ligadas por conjunes coordenativas Pedi-lhe que no reclamasse, pois seria pior. Fazia muito esforo para andar, mas no conseguia. Trabalhava muito, contudo no tinha mtodo. Eles queriam viajar, todavia no tinham dinheiro suficiente. Quer faa frio, quer faa calor, iremos viajar. Quando as oraes coordenadas so curtas, costuma-se dispensar a vrgula: Exemplo Veio o sol e a roupa secou. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 50 Quando no se usa a vrgula No se emprega a vrgula para separar: O sujeito do verbo; O verbo do complemento; O adjetivo do substantivo. Exemplos A chuva excessiva prejudicou consideravelmente a lavoura. A Diretoria da Associao reuniu-se na semana passada. Vocs querem vinho ou cerveja? Eles no entenderam a importncia dessa medida. Lus mudou seu consultrio para a Vila Mariana. Os jornais dizem que no haver guerra. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 51 Emprego da vrgula - observaes importantes Adjunto adverbial No final de frase no separado por vrgula: As moas entraram no nibus rapidamente. No incio ou no meio, separado por vrgula: Rapidamente, as moas entraram no nibus. As moas, rapidamente, entraram no nibus. Conjunes coordenativas adversativas A conjuno mas no fica entre vrgulas. A vrgula vem antes: Queria o terreno, mas no podia pagar o preo pedido. As outras adversativas, conforme vm no incio ou no meio da orao, podem ser ou no separadas por vrgula: Queria o terreno, porm no podia pagar o preo pedido. Trabalhou muito, contudo continua pobre. Queria o terreno, no podia, porm, pagar o preo pedido. Trabalhou muito; continua, contudo, pobre. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 52 Palavras repetidas Devem ser separadas por vrgula: Estava com os cabelos brancos, brancos. Pedro danou, danou, danou, at cansar. Briguei, briguei, briguei, at conseguir o que pleiteava. A conjuno e As oraes coordenadas ligadas por e Quando tm sujeitos diferentes so separadas por vrgula: Vocs foram a Florianpolis, e ns a Curitiba. O guarda fez um sinal, e ele ps o carro em movimento. Chegou a hora da partida, e todos se despediram. Veja a diferena: Joo saiu tarde de casa, e Pedro no o encontrou. (sujeitos diferentes) Joo saiu tarde de casa e foi ao restaurante. (o mesmo sujeito) As conjunes nem e ou No costumam ser virguladas. A vrgula, contudo, poder ser usada se houver idia de retificao ou alternativa:Com ele era assim: ou tudo, ou nada. "Se precisar de ns, ou se a febre no ceder, telefone-nos." Pois Significando porque, recebe vrgula antes: No sa, pois estava chovendo. (= porque) Significando portanto, fica entre vrgulas: No tenho frias; no irei, pois, a Ouro Preto. (= portanto) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 53 Sim e No Depois do sim e do no, usados em respostas, no incio da frase, h vrgula: Sim, estive l. No, no fui a Santos. Provrbios Os "elementos paralelos" dos provrbios so separados por vrgula: Quem quer vai, quem no quer manda. Quem no chora no mama. Um olho no gato, outro no prato. Realce Os termos, aos quais se deseja atribuir nfase, realce, so separados por vrgula: Havia, mesmo, um rapaz surdo-mudo. Voc quer, realmente, mudar de profisso. A mim, pouco me importa. Ento, enfim, em geral, a meu ver, em verdade, assim... Depois de palavras como essas (e muitas outras) h vrgula: Se aparecem no incio: Ento, faz muito calor por aqui? A meu ver, este assunto deveria ser melhor estudado. Em verdade, no houve modificao no programa. Se aparecem no meio, ficam entre vrgulas: Havia, porm, uma dificuldade. No eram, todavia, os melhores alunos da escola. As crianas, em geral, gostam de doces. Pedi, ento, que fosse ao escritrio. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 54 Exerccios 1Em cada grupo, uma frase apresenta erro da vrgula. Assinale-a. 1.a)()Pode sair, se quiser, mas volte logo. b)()Se quiser, pode sair, mas volte logo. c)()Pode sair se quiser, mas, volte logo. 2.a)()O bbado ficou agitado, ameaou as pessoas, pronunciou palavres. b)()Os candidatos, aguardavam inquietos o resultado do concurso. c)()Inquietos, os candidatos aguardavam o resultado do concurso. 3.a)()Jos, posto que esforado, no conseguiu ser promovido. b)()Eles se quiserem, podero viajar amanh. c)()Quanto ao livro, deixe-o sobre a mesa. 4.a)()No, no posso receber ningum hoje. b)()No posso receber ningum disse o diretor. c)()Ele parecia calmo, seguro. 5.a)()Os morcegos, revoando no telhado, pareciam fantasmas. b)()Revoando no telhado, os morcegos pareciam fantasmas. c)()Tenho pena dele; culto, educado, mas, pouco esforado. 6.a)()O gelo por ser frio, conserva os alimentos. b)()Este trabalho no poder ser concludo, a menos que trabalhemos noite. c)()Tal medida, segundo eles, serve para evitar novas greves. 7.a)()No posso viajar, pois tenho muito que fazer. b)()Durante o ano trabalhei muito; nas frias porm descansei. c)()De manh, falei com Luza; tarde, com Marina. 8.a)()A peroba, a imbuia, o mogno so madeiras de lei. b)()A peroba, a imbuia e o mogno so madeiras de lei. c)()Os jornais de acordo com o sindicato exageram os fatos. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 55 9.a)()Embora avisados eles no acreditaram. b)()Eles, embora avisados, no acreditaram. c)()Ao receberem a ordem, voltaram para o escritrio. 10. a)()No j lhe disse, no posso assinar esse documento. b)()Como o pagamento atrasasse, no puderam saldar seus compromissos. c)()Uma andorinha s, no faz vero. 2Empregue a vrgula convenientemente. O nmero entre parnteses indica quantas vrgulas devem ser usadas. 1."Ariadne filha de Minos rei de Creta auxiliou Teseu a livrar sua ptria de um vergonhoso tributo que consistia em entregar todos os anos sete donzelas para servirem de alimento ao Minotauro." (4) 2.Ana deixou-se cair primeiro de joelhos depois resvalou para um lado deitando-se sobre a coxa direita apoiando o busto com o cotovelo ficando no cho. (4) (rico Verssimo - Ana Terra - pg. 65) 3.Fazia dias que os bois vinham aparecendo aqui ali nas encostas das serras nas vrzeas na beira das estradas uns bois calmos confiantes e indiferentes. (7) J.J. Veiga - A hora dos ruminantes, pg. 84) 4.Os hbitos de curvar-se estender as mos mostrar os dentes bater no peito gritar so evidentes formas de comunicao entre chimpanzs gorilas e babunos. (5) (Revista do Clube do Livro, no 5) 5....e Baleia fugiu precipitada rodeou o barreiro entrou no quintalzinho da esquerda passou rente aos craveiros e s panelas de losna meteu-se por um buraco da cerca e ganhou o ptio...(5) (Graciliano Ramos - vidas Secas - pg. 106) 6.Quando acabamos de ler um livro teremos de ser capazes de saber o que o autor disse e qual a sua inteno. Fica claro portanto que a memria de suma importncia no processo de leitura. (4) (E. Rozendo dos Santos - Por que lemos mal - pg. 29) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 56 7.Ele mordeu o lbio enfiou as mos nos bolsos engoliu as palavras que trazia prontas rodou nos ps e partiu. O vento havia serenado e a noite era calma com estrelas aconchegadas no despropsito do cu. S o rio era o mesmo marulhando nas trevas a cano do seu fadrio. (5) (Hernani Donato - Cho Bruto, pg. 170) 8."Com muita pacincia ele conversou com o velho ouviu-lhe as queixas e de acordo com as possibilidades atendeu-o em alguma coisa." (4) 9.De repente arma-se um temporal que parecia vir o mundo abaixo; o vento era to forte que apesar da escurido viam-se contradanar no espao as telhas arrancadas da cidade alta. (4) (M. AAlmeida - Memrias de um Sargento de Milcias - pg. 93) 10. Sempre que possvel convm evitar um relatrio longo demais pressupondo-se que ele elaborado exatamente para poupar o tempo da pessoa que o l. (2) 11. Assim conclumos que se o conhecimento emprico insuficiente para chegarmos aos universais o conhecimento cientfico embora suporte da tecnologia apresenta as suas limitaes. E para se justificar necessita do amparo de conhecimento mais alto: o filosfico. (7)(Martins, D. M. e Scliar, L. - Portugus Instrumental - pg. 121) 12. Que homem dentre vs tendo cem ovelhas e perdendo uma delas no deixa no deserto as noventa e nove e no vai procura daperdida at que venha a ach-la? (4) (Evangelho de So Lucas) 13. Polissemia a situao em que uma palavra assume significados variveis de acordo com o contexto mas cuja origem nica. Com relao polissemia os dicionrios via de regra apresentam uma entrada (verbete). (4) (Martins e Scliar - Portugus Instrumental , pg. 43) 14. Sbito sentiu um grande medo um choque. Dos fundos da casa sara o vulto de um homem o vulto de um homem magro como um fantasma. Hesitara uns segundos depois correra passando por baixo da cerca de arame e se perdera nas sombras. (6) (Dinah Silveira Queiroz - Floradas na Serra - pg. 121) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 57 15. Chegara assim ao trmino daquela minha longa e cruel viagem de quatro anos atravs da Europa atravs da guerra do sangue da fome das aldeias incendiadas das cidades destrudas. (7) (Curzio Malaparte - Kaput, pg. 418) 16. A lngua no seu sentido digamos abstrato uma propriedade de todo o grupo social que a emprega. Mas isto uma mera abstrao essa lnguano existe. (5) (Mrio de Andrade - O Empalhador de Passarinho - pg. 93) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 58 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 59 Crase Na indicao de horas, partes do dia Viajaremos s dez horas. Samos s quatro horas. Chegamos tardinha. Vamos sair s cinco horas ou s seis. Uma s precedido de acento quando acompanha a palavra hora. Cheguei uma hora. Trata-se de numeral. No confundir com o artigo indefinido uma, que no precedido de acento: Assistimos a uma festa. O a com crase somente quando o numeral indicar hora. Assim, sem crase: As duas horas de ensaio semanal vo garantir timo desempenho no desfile. Com expresses que indicam moda - claras ou subentendidas. Comportava-se moda de historiador. Bife milanesa. (= moda de Milo) Churrasco gacha. (= moda gacha) Couve mineira. Sapatos Luiz XV. Quando estiverem subentendidas as palavras rua, avenida, empresa, tambm ocorre o acento no a: Fui Paulista. (= Avenida Paulista) Escrevi Comrcio de Mveis. (= empresa Comrcio de Mveis) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 60 Antes de locues adverbiais, prepositivas e conjuntivas s claras, parte, bea, espera, queima-roupa, margem, risca, revelia, s escondidas, noite, fora de, custa de, vista de, medida que, proporo que, etc. Vive s expensas do pai. Anda procura de casa. Samos s pressas ontem noite. Uso proibido da crase Nos seguintes casos no h possibilidade de crase: Antes de nomes masculinos Pintar a leo. Cheira a mofo. Comprar a prazo. Falei a respeito de voc. Andar a cavalo. Motor a leo. Compare com os exemplos dados anteriormente, quando fica subentendida a palavra moda: Sapatos Luiz XV.; Cabelos Sanso, etc. Antes de verbos Atende-se a partir das dez horas. Disposto a colaborar. Saiu a correr. Comearam a cantar. Prefiro ir a ficar. Levei-o a passear. Ficou a assobiar. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 61 Antes de artigo indefinido Contei a uma pessoa. Entreguei o embrulho a uma senhora que estava na sala. Comparecemos a uma festa. Antes de pronomes pessoais, inclusive de tratamento Pedi a ela. Escrevemos a voc. Dirigiu-se a mim. Ofereceram a Vossa Excelncia. Mandaram um convite a Vossa Senhoria. Alguns autores recomendam o uso da crase antes de senhora e dona: Falei dona Luiza. Fez referncia senhora. Antes de locues formadas com palavras repetidas Tomou o remdio gota a gota. Estiveram frente a frente. De ponta a ponta. Face a face. Cara a cara. Ombro a ombro. Passo a passo. Antes de pronomes indefinidos e dos demonstrativos essa e esta Respondi a vrias perguntas. No do valor a nada. Falei a cada pessoa. No fui a nenhuma festa. Fomos a muitas cidades. A essas pessoas nada disse. Tem amor a esta empresa. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 62 Antes de locues adverbiais de instrumento Ferido a faca. Morto a pauladas. Combate a espada. Escrevo a tinta, no a mquina. No a antes de palavras no plural No vou a festas. Reduzir a cinzas. Refiro-me a moas. Com o artigo no plural, h crase. Compare: No falo a mulheres. No falo s mulheres. Antes de nomes de cidades Retornei a Ubatuba. Vou a Blumenau. Foi a Berlim. Vou a Marlia. Fui a Roma. Se o nome da cidade estiver particularizado, modificado, o acento obrigatrio: Retornei bela Ubatuba. Vou Joinville das flores.Fui centenria Itu. Vai moderna Berlim. Querem ir Limeira dos laranjais. Antes dos relativos quem e cujo Este o quadro a cuja pintora voc se refere. Conheo a pessoa a quem se refere. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 63 Quando a crase facultativa Antes de nomes prprios femininos Escrevi Maria Luisa. (ou a Maria Luisa) Dei o recado Lcia. (ou a Lcia) Antes de pronomes possessivos femininos Telefonei sua irm. (ou a sua irm) Referiram-se minha excurso. (ou a minha excurso) Casos particulares Com a palavra casa No sentido de lar, residncia, no h crase: Voltei a casa e apanhei as malas. No sentido de estabelecimento comercial, h crase: Preciso ir Casa Italiana.Vou Casa Bahia. Se a palavra casa estiver modificada, haver crase: Dirigi-me casa de Lcia. Fui velha casa de meus pais. Com a palavra terra Quando usada na linguagem nutica, em sentido oposto a mar, no se usa a crase: Os marinheiros desceram a terra. Se estiver modificada, isto , seguida de uma especificao qualquer, recebe o acento de crase: Regressou terra lusitana. Vai terra de seus pais. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 64 Com a palavra distncia O a s ser com crase se a distncia estiver determinada em metros, quilmetros, etc. Vejo um barco distncia de quinhentos metros. O automvel foi atirado distncia de cinco metros. Estvamos distncia de cem metros. Quando a distncia estiver indeterminada, no haver crase. O automvel foi atirado a distncia. Vejo um barco a distncia. Mantenha as crianas a distncia. Com a locuo at a Usa-se indiferentemente a crase: Fui at porta (ou a porta) Fomos at Paraba (ou a Paraba) Com palavras masculinastambm se diz: Vou at ao Banco. (ou o Banco) Fui at ao quarto andar. (ou o quarto andar) Com os relativos que, a qual, as quais Pode ou no haver crase. Se o antecedente for feminino haver crase: Houve uma informao anterior que voc deu. As leis, s quais obedecemos. A terra, qual dedico afeio. Observe que, com antecedente masculino aparece ao. Compare: As leis, s quais obedecemos. Os decretos, aos quais obedecemos. A cidade, qual dedico afeio. O bairro ao qual dedico afeio. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 65 Trs regras prticas As regras prticas, a seguir mencionadas, no constituem originalidade. Encontram-se em vrias gramticas e obras do gnero. Para fins didticos, tentamos operacionaliz-las. 1.Para a = - Para = a Se o a puder ser substitudo por para a, haver crase: Vou Venezuela = Vou para a Venezuela - com crase. Vou Bahia = Vou para Bahia - sem crase. Vou a Piracicaba = Vou para Piracicaba - sem crase. 2. = feminino - Ao = masculino Substitui-se a palavra feminina por outra masculina, sinnima ou adequada. Se a nova construo exigir o emprego de ao, haver crase. Vou a feira. Vou ao mercado. Logo: Vou feira. Fui a escola. Fui ao colgio. Logo: Fui escola. Fugiu a questo. Fugiu ao caso. Logo: Fugiu questo. 3.Cheguei da = - cheguei de = a Se, numa substituio mental, for admitida a expresso cheguei da haver crase. Fomos Argentina. (cheguei da) com crase Vamos Itlia. (cheguei da) com crase Vou a Roma. (cheguei de) sem crase Fomos a Manaus. (cheguei de) sem crase Observaes importantes 1.As preposies em e a. O desconhecimento do emprego dessas preposies ocasiona grande nmero de erros. No sentido de direo e estar junto, emprega-se a, com acento grave: Encostado parede. Ficar janela. Foi cidade. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 66 No sentido de posicionamento, emprega-se em: Moro na Rua Oito. Residente na Rua Dez. Estabelecido na Rua das Flores. Acentua-se o a quando a preposio a substituda por em: sada das aulas, houve brigas. (= na sada) entrada da fbrica, havia um porto. (=na entrada) 2.O numeral uma, antes de hora, acentuado. Samos uma hora. A expresso uma (todos juntos, ao mesmo tempo) tambm tem o a acentuado: Todos, uma, aplaudiram o mgico. Os numerais (com exceo de um e uma) podem ser determinados pelo artigo. Assim, ocorrendo a contrao, deve acentuar-se o a: Tinha direito quarta parte do lucro. Referiu-se s oito primeiras letras do alfabeto. Fez aluso s sete maravilhas do mundo antigo. 3.Segundo a regra, nas locues adverbiais de instrumento no se acentua o a: ferido a bala, a faca, a cacetada, etc.; mas, se tais expresses estiverem no plural, aparece o acento: Brigaram s bofetadas. s dentadas. s cacetadas. 4.No fcil estabelecer regras que solucionem todos os casos de emprego de crase em locues adverbiais femininas. Como norma, deixam de receber o acento de crase as locues adverbiais de instrumento, sendo as demais acentuadas. Mesmo essa regra, por descuido ou em benefcio da clareza da frase, , comumente, transgredida. Autores h que defendem o uso do acento para evitar ambigidade e citam exemplos como os seguintes: Vendo vista. (*) Matou-o bala. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 67 Contudo, quando ocorrer o duplo sentido, no se usa o acento: Fazer cortes de cabelo a navalha. Fao barba a navalha. (*)Os gramticos, em princpio, afirmam que em vista e em outras locues semelhantes, no ocorre o fenmeno da crase, por fora das leis gramaticais. Entretanto, argumentam eles que, para evitar ambigidades e para maior clareza da frase, tornou-se usual, costumeiro, em nossa lngua, o emprego do acento grave (crase) em expresses como: mquina, vista, faca, mo, chave, fome, toa, distncia (quando determinada) e outras. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 68 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 69 Vcios de linguagem Barbarismo o erro que atenta contra a grafia, a pronncia, a morfologia e a semntica. O uso de palavras estrangeiras tambm constitui barbarismo. Erros de pronncia (cacopia)Erros de grafia ErradoCertoErradoCerto abbodaabboraadvinharadivinhar arietearetemagestosomajestoso varoavaroxuxchuchu crisantemocrisntemopixepiche dcanodecanogeitojeito empingemimpigemquizerquiser estejeestejaanciansia hilariedadehilaridadedefezadefesa interimnterimcanadocansado mcabromacabroreprezarepresa mendingomendigopecegopssego mortandelamortadelatijelatigela rbricarubrica terebentinaterebintina Erros de morfologiaErros semnticos (palavras semelhante) ErradoCertocumprimento (saudao) por comprimento (extenso) eu intervieu intervimdelatar (denunciar) por dilatar (estender) eles vemeles vmvultoso (inchado) por vultuoso (de grande vulto) a alvaro alvardescrio (descrever) por discrio (reserva, discreto) a champanhao champanhaflagrante (evidente) por fragrante (perfumado) o cala caltrfego (veculos) por trfico (comrcio) o dinamitea dinamiteincipiente (iniciante) por insipiente (ignorante) a clo clinfringir (desrespeitar) por infligir (aplicar) despensa (p/ mantimentos) por dispensa (licena) Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 70 Solecismo qualquer erro que recai sobre a concordncia, a regncia ou a colocao. Solecismos de colocao Foi ele quem avisou-me. (... quem me avisou) No trata-se de assunto delicado. (No se trata...) Todos j retiraram-se.(...j se retiraram) Nunca encontraram-se. (...se encontraram) Rio Branco foi um homem grande. (... grande homem) Solecismos de concordncia Faltava dois dias. (Faltavam...) Vende-se casas. (Vendem-se...) A turma j chegaram. (...chegou) Haviam muitas pessoas. (Havia...) Fazem oito anos. (Faz...) Solecismos de regncia Assistir o jogo (Assistir ao...) Visava o cargo. (...ao cargo) Preferi cerveja do que vinho. (...a vinho) Ambigidade Vcio de linguagem que consiste em dispor as palavras de maneira que se prestem a mais de uma interpretao. (Dicionrio Gramatical - Ed. Globo). Uma frase , portanto, ambga quando tem mais de um significado. Em - Este o moo do carro que precisava de gasolina - h ambigidade porque no est claro se era o moo ou o carro que precisava de gasolina. Quase sempre, em casos como este, pode-se substituir o que por o qual e a ambigidade ser desfeita: Este o moo do carro o qual precisava de gasolina. A m colocao do adjunto adverbial tambm pode gerar ambigidade. Por exemplo: Em - A comisso que estava cuidando do caso ontem deu seu parecer - no se sabe se a comisso deu ontem seu parecer, ou se a comisso estava cuidando do caso ontem. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 71 A ambigidade ser desfeita com a mudana de posio do adjunto ontem: A comisso que estava cuidando do caso deu, ontem, seu parecer. Ou, Ontem, a comisso que estava cuidando do caso deu seu parecer.. Os pronomes so outras fontes de ambigidade. Em - Joo disse a Paulo que ele no iria ter frias.- no est claro quem no iria ter frias: Joo ou Paulo. Repetindo-se um dos termos, a ambigidade desaparecer: Joo disse a Paulo que ele, Paulo, no ia ter frias., ou Joo disse a Paulo que ele, Joo, no iria ter frias. A ambigidade , pois, um erro que deve ser evitado. Alguns exemplos de frases ambgas: Ele telefonou ao amigo, e depois saiu com sua irm. Vimos uma fotografia sua no avio. Jos esteve com o amigo em sua casa. Mrio, vi o Joo com sua mulher no cinema. Comprou meias para mulheres claras. Vendia sapatos para homens brancos. Cacfato o encontro de slabas formando palavras de sentido ridculo e, s vezes, obsceno. Exemplos Ela tinha uma mo machucada. Nunca dela se afastou. Pegue a almofada e ponha a capa nela. Este desenho, como o concebo, exeqvel. Vem c, Brito. O cacfato s condenvel quando ridculo ou indecoroso. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 72 Coliso a seqncia de consoantes iguais ou semelhantes. Exemplos Fico quieto quando quero que te cales. Jos e Jorge j jantaram. A mo marcou a manga da malha. O Papa pedia pacincia ao povo. O rato roeu a roupa do rei. Eco a seqncia de sons iguais. a rima em prosa. Exemplos impossvel a transao sem a aprovao da comisso de construo. (D.G) Para ele, o rompimento do casamento foi um tormento. A mocidade desta cidade no tem vaidade. Hiato a seqncia de vogais, produzindo efeito desagradvel. Exemplos Ou o ouo ou o ponho para fora da sala. Considero-o o melhor amigo. D a ave Ana. Vai aula amanh? Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 73 Erros mais comuns Pelo exposto, embora em linhas gerais, podemos concluir que os chamados vcios de linguagem conduzem principalmente aos seguintes erros: Erros de grafia em geral Certo Adivinhar, almao, ascenso, apropriar, beneficncia, entretela, figadal, frustrado, oprbrio, perscrutar, privilgio, prostrado, pior, pressgio, puxar, rasura, recenseamento, rejuvenescer, rescindir, sisudo, umedecer, etc. Errado Advinhar, almasso, acenso, apropiar, beneficincia, entertela, fidagal, frustado, oprbio, pescrutar, previlgio, prostado, peior, presgio, puchar, razura, recenceamento, rejuvenecer, recindir, sizudo, umidecer, etc. Erros de pronncia Certo gape, algaravia, aziago, estoura, filantropo, empecilho, nterim, maquinaria, misantropo, prazerosamente, percalo, recm, refm, ruim, etc. Errado Agape, algarvia, azago, estra, filntropo, impecilho, interm, maquinria, misntropo, prazeirosamente, precalo, rcem, rfem, ruim, etc. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 74 Erros de crase Certo a essa indstria; assisti a demonstraes; vou quele mercado; couve mineira; cheguei s oito horas; refiro-me quela moa; fui Bahia, etc. Errado ... essa indstria; assisti demonstraes; vou aquele mercado;... ...couve a mineira; cheguei as oito horas; refiro aquela moa; fui a Bahia, etc. Erros de acentuao grfica Certo Pases, vivo, jri, lmpido, averige, crem, lem, crtex, vo, tranqilo, etc. Errado Paises, viuvo, juri, limpido, averigue, creem, lem, cortex, vo, tranquilo, etc. Erros de colocao de pronomes Certo No o vejo... Tudo se resolve...Conforme me contaram. Saram, queixando-se, etc. Errado No vejo-o h dias. Tudo resolve-se com calma. Conforme contaram-me. Saram, se queixando, etc. Erros de concordncia Certo Deve haver outros motivos. Prefiro esperar que V.Sa d suas ordens. Elas mesmas... Deu duas horas, etc. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 75 Errado Devem haver outros motivos. Prefiro esperar que V.Sa d vossas instrues. Elas mesmo fizeram isso. Deram duas horas, etc. Erros de nomes compostos Certo Vestidos verde-amarelos. Blusas furta-cor. Sandlias marrom-caf. Altares-mores, etc. Errado Vestidos verde-amarelo. Blusas furta-cores. Sandlias marrons-caf. Altares-mor, etc. Erros de regncia Certo Prefiro estudar a trabalhar. Visar a um resultado. Atendi ao chamado. Compareci reunio, etc. Errado Prefiro mais estudar do que trabalhar. Visar um resultado. Atendi o chamado. Compareci na reunio, etc. Erros de emprego de verbos Certo No intervim nessa questo. Ele anseia por viajar. Se voc souber, avise-me. Eu me acautelo. Fulano reouve... Ela frege os ovos. Se eu for... Se voc vir...etc. Errado No intervi nessa questo. Ele ansia por viajar. Se voc saber, avise-me. Eu me precavenho. Fulano reaveu as jias. Ela frige os ovos. Se eu ir, voc tambm ir. Se voc ver que no pode...etc. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 76 Erros semnticos Certo Agiu com discrio. A chuva estava iminente. Essa palavra no tem acento. Consertou a porta, etc. Errado Agiu com descrio. A chuva estava eminente. Esta palavra no tem assento. Concertou a porta, etc. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 77 Ortografia: o ouvido pode enganar 1.Para a distino ortogrfica, certas palavras precisam ser visualizadas: Deteno-Reteno-ObtenoO Pretenso-Expanso-DistensoSO Permisso-Admisso-repercussoSSO 2.A pronncia descuidada de pessoas que nos cercam faz com que o ouvido grave sons que sero, depois, representados erradamente. Isto ocorre comumente com as vogais: O correto Tabuada, bueiroTaboada, boeiro Privilgio, disenteriaPrevilgio, desinteria Engolir, cortio e no Engulir, curtio CandeeiroCandieiro, 3.O fato de um mesmo fonema ser representado por mais de uma letra tambm causa dificuldade para a correta grafia: G Jgentejeito X SSauxlioassduo X Sexatolesado SSadoaendossa SS XCacessoexcesso S Zanalisarrealizar S Cobservoacervo Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 78 Pela pronncia impossvel a soluo. Os caminhos so outros: Visualizar = ver ler Escrever = praticar Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 79 Vogais, hfens e emprego do x e ch As vogaise, i, o, e u O uso das vogais regulado pela etimologia e, tambm, por particularidades da histria das palavras. Assim, impossvel estabelecer normas prticas para atender ao seu emprego. Apenas pouqussimos casos podem ser aqui mencionados. oportuno lembrar que, pela pronncia, impossvel a soluo. A nossa pronncia normal um tanto vacilante e nem sempre deixa perceber se algumas palavras devem ser escritas com e ou i, ou com o ou u. Os recursos so, portanto, os mesmos que vimos sugerindo: Visualizar; Procurar derivados e cognatos. As vogais e e i Com e O presente do subjuntivo (1a, 2a e 3a pessoas) e a 3a pessoa do singular do imperativo dos verbos terminados em uar e oar: Habituar - habitue; continuar continue; Efetuar - efetue; insinuar insinue; Afeioar - afeioe; magoar magoe; Abenoar - abenoe, etc. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 80 As palavras derivadas: Cume - cumeeira, cumeada Candeia candeeiro; Baleia baleeiro; Arear - areeiro, areao; Bolia boleeiro O ditongo ei de certos verbos no deve ser reduzido para : Inteirar : inteiro, inteiras,... (e no intro); Peneirar : peneiro, peneiras,...(e no penro); Enfeixar : enfeixo, enfeixas,... (e no enfxo). Com i A segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a segunda do singular do imperativo dos verbos em uir: Influir: Isso no influi; Contribuir: Voc contribui; Concluir: o que voc conclui; Distribuir: Ela distribui. Derivados, cognatos: Crie - cariar cariado; Criar - criao recriar. Observaes eano - iano - O normal seria iano: camoniano, machadiano, cabo-verdiano, etc. H, contudo, algumas palavras com a terminao eano: montevideano, acreano, coreano, etc. O i tono final no prprio do portugus. Aparece em formas de emprstimo: dndi, jri. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 81 Exemplrio (Para visualizar) Palavras de uso comum Com e areocaranguejoempecilhoquase apearcumeeiraencabularsequer arrepiarcumeadairrequieto bandejacreolinamestio cadeadoenteadaoleado Com i adivinhocriouloinigualvelrstia caititudigladiarlampioterebintina cabrivadilapidarptio casimiradiscricionriopardieiro calidoscpioescrniopior crnioimbuiaprivilgio Com o cobiafosquinhamolambopolia cocurutoesgoelarndoapolir engolirgoelabolosapoti farndolamgoapoleiro focinho Com u bueirocutiamutucatbua buliosoembutirpirulitotabuada burburinhonguarebuliotabuleiro camundongojabutiregurgitartabuleta curtumejabuticaba*surtirurtiga Observao *surtir - dar resultado sortir - abastecer Os sons do x O emprego do x em numerosas palavras oferece dificuldades por essa letra representar sons diferentes: X - baixo, feixe, encaixar; Z - exame, exato; KS - nexo, fixo, slex. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 82 Como sempre vimos mostrando, o uso do x tambm depende da etimologia, da histria da lngua. H, no entanto, trs normas prticas que podem auxiliar: Depois de ditongo escreve-se x: -peixe - baixo - caixa - trouxa - frouxo... Em geral, depois de en: -enxada - enxotar - enxame - enxofre - enxugar... Nas palavras iniciadas por e e que, logo a seguir, tenham o som de z: -exato - exame - exalar - exmio - exibir, - exorbitante. Observaes Dada a variedades de sons que o x apresenta, a visualizao das palavras de grande importncia. O emprego do x avulta de importncia e torna-se dificlimo se considerarmos a procedncia de numerosas palavras com que foi enriquecido o nosso idioma e que so grafadas com essa letra. Por exemplo, palavras de origem: rabe e castelhana: xadrez, xarope, oxal. Indgena e africana: abacaxi, caxambu, xavante, muxoxo. Francesa: chapu, chal. Alem e inglesa: cheque, chope, brecha... Para visualizao O normal, em portugus, usar x depois de en. As palavras derivadas de outras com ch, obviamente, conservam o ch: Charco encharcar; Cheio - enchente, encher; Chiqueiro enchiqueirar. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 83 Exemplrio (Para visualizar) Com ch bochechachumao bolachaestrebuchar bolicheflecha brechahachuras cacholamalacacheta cachimbomecha chcarapechincha chimarropenacho charquepiche chispasalsicha cochichartacho (utenslio) cochilartocha chuchutrincha Com x ameixaenfeixarfaxinaremexerxavante baixadaengraxargraxarixaxereta bexigaenxaquecalaxativotarraxaxcara bruxaenxergarmexertrouxaxingar caixilhoenxertarmexericovexadoxucro caxumbaenxofreoxalvexame coxilhaenxpraxexadrez elixirenxotarpuxarxale enfaixarenxugarrelaxadoxarope Com som de z exameexigirextico exatoexilarexultar exemploexistirexumar exeqvelxitoexigncia exibirexonerarinexistente Com som de ss aproximarexplanaoextensivo auxiliarexplicarextremoso contextoexplcitopretexto expectorarexplorartexto expletivoexpoentetextual expelirxtase Com som de ks anexoconvexoxido afixarlxicoparadoxo asfixiarmaxilarperplexo axilanexosaxofone axiomanixtxico conexoortodoxo Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 84 O hfen e os prefixos O que a seguir apresentamos no se refere propriamente ao uso do hfen nem ao estudo dos prefixos, assuntos que sero devidamente tratados em outros fascculos. O que apresentamos apenas um aspecto da ortografia que provoca dvidas constantes: o uso do hfen em palavras formadas por prefixo. Consideramos somente os prefixos mais comumente usados. O assunto, cuja importncia no precisa ser destacada, apresentado em trs diferentes situaes: 1.Prefixos que sempre exigem hfen; 2.Prefixos que nunca exigem hfen; 3.Prefixos que exigem hfen em certos casos. Prefixos que sempre exigem hfen PrefixosExemplos ALMalm-mar, alm-tmulo, alm-fronteira AQUMaqum-mar, aqum-fronteira COco-autor, co-produtor, co-seno (ver observao) EXex-aluno, ex-governador, ex-presidente PSps-graduao, ps-guerra, ps-meridiano PRpr-escolar, pr-histria, pr-carnavalesco (ver observao) PRpr-alfabetizao, pr-paz, pr-aliado (ver observao) RECMrecm-casado, recm-eleito, recm-formado SEMsem-fim, sem-vergonha, sem-cerimnia SOTOsoto-mestre, soto-ministro, soto-almirante VICEvice-diretor, vice-presidente, vice-rei Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 85 Observaes a)Quanto ao prefixo ex, h excees: expatriar, exsurgir... b)Quanto ao prefixo co: h hfen com palavras modernas, que indicam juntamente, com: co-autor, co-produtor, etc. As formas tradicionais so excludas da regra: coabitar, coeficiente, coadjutor, coexistir, colateral, etc. c)Quanto ao prefixo pr, pr, ps: com hfen, quando monosslabos tnicos, acentuados: ps-graduao, pr-histrico; quando tonos, sem hfen: predizer, predeterminado, posfcio, pospontar, produtor, pronome, etc... d) O prefixo soto (tambm sota) significa substituto: soto-capito, sota-piloto, soto-mestre, sota-proa. So termos da linguagem martima. Elementos prefixo-radicais nunca seguidos de hfen PrefixosExemplos AEROaeromoa, aeroclube, aeromodelismo, aerovia AGROagropecuria, agrotcnica, agrogeologia AMBIambidestro, ambivalncia ANFIanfiteatro, anfbio ARTRIOarteriosclerose, arteriocapilar ASTROastrofsica, astronutica, astrobiologia AUDIOaudiovisual, audiocomando, audiofreqncia BIbianual, bimestral, bicolor, bissemanal BRONCObroncopneumonia, broncodilatador, broncopulmonar CARDIOcardiovascular, cardiopulmonar CIScisalpino, cisandino, cisplatino ELETROeletroim, eletrodomstico, eletrocardiograma ENDOendoscopia, endovenoso, endocarpo FILOfilatelia, filodramtico, filosofia FISIOfisioterapia, fisioqumica FOTOfotossntese, fotorreao, fotoatividade GEOgeopoltica, geocntrico, geofsico MACROmacrofotografia, macrodtilo MICROmicroondas, microbalana, microssomtico MULTImultinacional, multicor, multimilionrio NEUROneurocirurgia, neurobiologia, neurocardaco POLIpolissacardeo, polisslaba, politcnica PSICOpsicobiologia, psicomotor, psicossocial RADIOradioamador, radiopatrulha, radiovitrola TELEtelecomunicao, telecomando, teleobjetiva TERMOtermonuclear, termorregulador Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 86 Prefixos que exigem hfen em certos casos Prefixos h que s se ligam com hfen s palavras quando estas so iniciadas por certas letras. O quadro a seguir esclarece o assunto de modo simples. Damos exemplos que abonam a regra e, tambm exemplos fora da regra. PrefixosExemplosExemplos fora da regra AUTOauto-avaliao, auto-retratoautodidata,CONTRAcontra-regra, contra-almirantecontramestre, contraprova EXTRA extra-oficial, extra-regulamentarextralegal INFRAinfra-renal, infra-estruturainfravermelho INTRAintra-uterino, intra-ocularintramuscular NEOneo-expresionismo, neo-realista neologismo, neoclssico, neozelands PROTOproto-histrico, proto-revolucionrioprotomrtir, protoplama PSEUDOpseudo-sbio, pseudo-heripseudofibia SEMIsemi-selvagem, semi-esfricosemivogal, semicrculo SUPRAsupra-renal, supra-sumosupramencionado ULTRAultra-som, ultra-sensvelultravioleta (*) nica exceo: EXTRAORDINRIO ANTEante-histrico, ante-salaanteprojeto, antecmara, anteontem ANTIanti-rbico, anti-higinicoanticomunista, anticristo, antiareo ARQUIarqui-rabino, arqui-secular arquidiocese, arquiduque, arquimilionrio SOBRE(*)sobre-humano, sobre-estarsobreaviso, sobrepor EXCEES - sobressair, sobressalente, (*) - sobressalto, sobressaltar SUPERsuper-homem, super-realismosupersnico, superagudo INTERinter-resistente, inter-relaoInterseco, interestadual PANpan-americano, pan-helnicopandemnio, pangermanismo MALmal-entendido, mal-agradecidomalcriado, malfeitor CIRCUMcircum-hospitalar, circum-adjacentecircumpolar, circunscrever ADad-renal,adjurar ABab-rogarabjurar OBob-reptcioobjeo SOBsob-rodasobestar, sobpor SUBsub-rogar, sub-reino, sub-raasubalugar, subtotal Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 87 Observaes a)O prefixo sub tambm admite hfen quando a palavra que se lhe segue comear por b: sub-bibliotecrio, sub-base. Assim, eliminando as palavras iniciadas por r e b - sub-raa, sub-base, - nas demais o prefixo sub no separado por hfen: Subdelegado, suboficial, subareo, subchefe, subsolo, subinspetor, subdiretoria, subalugar, subclasse, subcutneo, subdiviso, subentender, subnutrido, subtipo, submltiplo, etc. b)Sobre o prefixo bem: Com hfen, se o segundo elemento no tiver vida autnoma: Bem-amado, bem-aventurado, bem-vindo, bem-falante. Sem hfen, se o segundo elemento no tiver vida autnoma: Benquisto, benquerena, benfeitor, bendizer. c)Sobre o prefixo para: Como prefixo, no se separa: pargrafo, paraestatal, parmetro. Mas a palavra para tambm pode funcionar como verbo; nesse caso, alm de separada, acentuada: Pra-lamas, pra-raios, pra-brisa. d)Sobre o prefixo recentemente criado - mini (reduo de mnimo), h divergncias quanto ao seu uso, com hfen ou no. Encontramos mini-selo, mini-secador, minicarro, minibanheiro, etc. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 88 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 89 As terminaes - o, - so, e - sso Palavras com essas terminaes apresentam srias dificuldades. Pela pronncia, impossvel a soluo. preciso visualiz-las. Os poucos recursos prticos, a seguir apresentados, apenas suavizam as dificuldades do assunto. Mas ajudam a vencer dificuldades comuns. Para melhor visualizao, o assunto ser apresentado em forma de resumo esquematizado. Palavras com sufixo -o: Que significa ato de ato de reclamarreclamao ato de arrumararrumao ato de contribuircontribuio Derivados do verbo ter obterobteno deterdeteno reterreteno conterconteno Palavras com o sufixo -so: Derivados dos verbos terminados em -erter converterconverso perverterperverso inverterinverso Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 90 Derivados dos verbos com nd- no radical pretenderpretenso distenderdistenso compreendercompreenso expandirexpanso apreenderapreenso Palavras com o sufixo -sso: Derivados do verbo ceder cedercesso concederconcesso intercederintercesso Derivados dos verbos terminados em -tir admitiradmisso permitirpermisso Derivados dos verbos terminados em -gredir regredirregresso agrediragresso Derivados dos verbos terminados em -primir imprimirimpresso reprimirrepresso Observaes a.O que apresentamos no so regras, no seu exato sentido, mas normas prticas, que servem de orientao. b.Evitamos os casos em que h muitas excees. c.Os recursos prticos aqui mencionados no solucionam todos os casos. H numerosas palavras com as terminaes aqui apresentadas, para as quais, por dependerem da etimologia, no h possibilidade de propor recursos prticos. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 91 Algumas palavras com as terminadas em -o. abstraocoaoelucubraoindiscrio acepocoeroerupomiscigenao alocuocremaoexaooscilao amortizaodelaoextirpaoobcecao canonizaodeflagraoexultaoprescrio cerraodilaoexumaorejeio cessaodescriofrustraosujeio circunscriodiscrioinserotergiversao Palavras terminadas em -so. ascensoconvulsoextorsoreverso aspersodispersoimersorepreenso aversoexcursoimpulsosubverso compulsoexpansoincursosuspenso conversoextensopropulso Palavras terminadas em -sso. cessointromissoopresso concessointercessoregresso digressoobsessoremisso emissorepresso Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 92 Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 93 As terminaes esa, - eza, - isar, e - izar Defesa Clareza Alisar Realizar Essas terminaes tambm causam dvidas. Por terem o mesmo som, o recurso visualiz-las. H algumas normas prticas que podem servir de orientao, sem que seja necessrio recorrer etimologia. Esa Eza -esa a desinncia feminina do sufixo -s, que indica ttulo nobilirquico, origem ou procedncia: Duquesa, consulesa, baronesa, camponesa, aragonesa, chinesa, finlandesa, veronesa ... A terminao -isa tambm se pospe a nomes: Profetisa, sacerdotisa, poetisa, papisa ... -eza sufixo que indica qualidade: Clareza: qualidade daquilo que claro. Dureza: qualidade daquilo que duro. Nobreza: qualidade daquilo que nobre. Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 94 O sufixo -eza pospe-se a adjetivos para formar substantivos: Claro+ezaclareza Puro+ezapureza Avaro +ezaavareza Duro+ezadureza Belo+ezabeleza Cru+ezacrueza As palavras originrias perdem a vogal final: Clar(o)+eza Avar(o)+eza Pur(o)+eza Cert(o)+eza Limp(o)+eza Espert(o)+eza Isar Izar -isar No sufixo. A terminao verbal -ar, nos verbos onde as letras -is- fazem parte do radical. Exemplo: Avisar e Alisar Pis(o)+arpisar Precis(o)+arprecisar Pesquis(o)+arpesquisar Eletrlis(e)+areletrolisar Outros verbos: Catalisar, divisar, hidrolisar, improvisar, paralisar, revisar, repisar, visar ... As palavras que deram origem aos verbos possuem s-: Liso, piso, aviso ... Tcnicas de redao em lngua portuguesa SENAI Guarulhos 95 Izar sufixo que se pospe a substantivos e adjetivos: Real+izarrealizar Final+izarfinalizar Canal+izarcanalizar Natural+izarnaturalizar Outros verbos: Autorizar, atemorizar, centralizar, civilizar, concretizar, especializar, fertilizar, fiscalizar, fossilizar, horrorizar, oficializar, uniformizar, vaporizar, vulgarizar ... Tambm so escritos com -izar os verbos derivados de palavras terminadas em -iz: Cicatriz - cicatrizar Giz - gizar (en)raiz -