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Atualização em PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR Slides do Curso de Atualização em Processo Administrativo Disciplinar PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Previsão Constitucional de Perda de Função do Cargo Público CF, Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. CF, Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II - exoneração dos servidores não estáveis. § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. LC 101/2000 CF, Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinqüenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

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Atualização em PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR Slides do Curso de Atualização em Processo Administrativo Disciplinar PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Previsão Constitucional de Perda de Função do Cargo Público �CF, Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: �I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; �II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; �III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. �CF, Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. �§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: �I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; �II - exoneração dos servidores não estáveis. �§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. �LC 101/2000 �CF, Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: �I - União: 50% (cinqüenta por cento); �II - Estados: 60% (sessenta por cento); �III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Demissão de Servidor Instável Precedente do Tribunal Regional Federal da 1ªRegião �Os servidores militares, mesmo sem estabilidade, não estão excluídos das garantias do contraditório e ampla defesa em processo administrativo disciplinar (art. 5º, LV, da Constituição). Não satisfaz à exigência constitucional simples tomada inquisitória de depoimento do acusado, qualificado, aliás, como testemunha. Impõe-se a anulação da punição e a consequente reintegração do servidor, sem prejuízo da possibilidade de renovação do processo disciplinar (RMS 33576 PA 1999.01.00.033576-0, Rel. JUIZ PLAUTO RIBEIRO, J. 09/11/2000). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Impossibilidade de aplicar punição a servidor por fato praticado antes da efetivação da posse. �Precedente do Tribunal de Justiça de Pernambuco �O que motivou a instauração do aludido processo foram as possíveis irregularidades detectadas na Investigação Social havida no bojo do concurso para ingresso na PMPE. Pois bem, tendo os fatos objeto de investigação sido praticados quando o ora recorrido era mero candidato no concurso para acesso ao Curso de Formação da PMPE, na fase de Investigação Social do certame, em momento anterior, portanto, ao seu ingresso na Corporação, entendo, ao menos a um exame prefacial da lide, não ser admissível a imposição da penalidade de licenciamento ex offício a bem da disciplina, porquanto o art. 15 da Lei nº 11.817/2000, que dispõe sobre o Código Disciplinar dos Militares do Estado de Pernambuco, é explícito em dispor que “O militar estadual passa a estar subordinado ao regime disciplinar deste Código a partir da data que, oficialmente, se der sua inclusão na Corporação Militar Estadual (AR 0174.324-4/01, Rel. Des. Luiz Carlos de Barros Figueiredo, J. 10Mar 09). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �A Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal estabelece que a ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � No ensinamento do Cap Allan Denizard Castro o ato administrativo que matricula o candidato no CFSd é, sem dúvida, um ato estritamente vinculado às regras estabelecidas pela própria Administração Pública no Edital do concurso público. Assim, em conseqüência, por ser o ato administrativo da matrícula do licenciando contrário às normas daquele Edital, sugiro, por força do princípio da autotutela administrativa, que tal ato seja declarado nulo pala própria Administração Pública, por conter vício insanável que o torna ilegal, porque dele não decorrem direitos. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DO DEVER DE COMUNICAR E APURAR IRREGULARIDADES �A autoridade que, na sua jurisdição, tiver ciência de irregularidade no serviço público, é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante instauração de sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurado ao acusado ampla defesa (Lei nº. 8.112/90, art. 143). �- Os servidores que, em razão do cargo, tiverem conhecimento de irregularidades no serviço público, devem levá-la ao conhecimento da autoridade superior para adoção das providências cabíveis (Lei nº 8.112/90, art. 116, inc. VI). �Lei 11817/01 - Art. 10 - A competência para aplicar as penas disciplinares, previstas neste Código, é inerente ao cargo ou função ocupada, e não ao grau hierárquico, sendo autoridades competentes para aplicação: (Rol taxativo apresentado pelo CDMEP). � Lei 11817/01 - Art. 11 - Todo militar estadual que presenciar ou tiver conhecimento de uma transgressão disciplinar militar, conforme especificada neste Código, deverá, desde que não seja autoridade competente para adotar as providências imediatas, comunicá-la ao seu superior imediato, por escrito, ou verbalmente, obrigando-se, ainda, quando a comunicação for verbal, a ratificá-la, por escrito, no prazo máximo de 2 (dois) dias úteis.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PRISÃO EM FLAGRANTE POR TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR. Dever de Intervir �Lei 11817/01, Art. 11, § 2º - Quando, para preservação da disciplina e do decoro institucional, a prática da transgressão disciplinar militar exigir uma pronta intervenção, cabe ao militar estadual que a presenciar ou dela tiver conhecimento, seja autoridade competente ou não, com ou sem ascendência funcional sobre o transgressor, tomar imediatas e enérgicas providências contra o mesmo, inclusive prendê-lo "em nome da autoridade competente", que é aquela a quem o militar transgressor estiver funcionalmente subordinado, dando-lhe ciência, pelo meio mais rápido, da ocorrência e das providências em seu nome adotadas. � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Prisão em flagrante por transgressão disciplinar �Lei 11817/01, Art. 29 - A aplicação da pena de prisão, sem publicação em boletim, não poderá exceder de 72 (setenta e duas) horas e somente se dará quando configurada a hipótese do § 2º, do art. 11, deste Código, e, bem assim, por ordem do Governador do Estado, dos Comandantes Gerais das Corporações Militares Estaduais ou do Chefe da Casa Militar do Governo do Estado, conforme o caso. � Prisão em flagrante por transgressão disciplinar �A nossa Carta Magna (BRASIL, 1988), ao tratar dos direitos e garantias individuais dos cidadãos, traz em seu Art. 5º, inciso LIV que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.” No entanto, mais adiante, no inciso LXI, é garantido que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.” � Prisão em flagrante por transgressão disciplinar �LUIZ AUGUSTO DE SANTANA, em seu artigo publicado sobre o tema, na revista Direito Militar do estado de São Paulo, ensina que independente do fato de que para a aplicação de qualquer sanção disciplinar, o único meio possível é o ‘processo administrativo disciplinar’ em que sejam assegurados a ampla defesa e o contraditório ao transgressor, tais garantias comportam exceções quando o fato exige ação imediata da autoridade, não sendo por isso absoluta, e nem poderia ser, exceto de se tratar a ressalva constitucional. �Prisão em flagrante por transgressão disciplinar Ensina JORGE CESAR ASSIS, que a prisão cautelar da transgressão disciplinar é perfeitamente possível de ocorrer, por duas razões: A primeira segundo a qual a medida cautelar encontra amparo constitucional, exatamente no Art. 5º, LXI, que

excepciona da exigência do estado flagrância e da ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, os casos de transgressão disciplinar ou crime propriamente militar, definidos em lei. A segunda, porque a medidas se insere dentro do poder disciplinar que é comum às instituições militares e, do dever de ofício que as autoridades militares que presenciam ou tomam conhecimento de infração disciplinar de natureza grave têm, de intervir prontamente e de forma energética. �Prisão em flagrante por transgressão disciplinar �Na Opinião do Ten PMSC - EVERSON LUÍS FRANCISCO, a prisão em flagrante por transgressão disciplinar se sustenta por base nos princípios da hierarquia e da disciplina já que as instituições militares, de maneira geral, se distinguem das demais por uma série de peculiaridades, dentre as quais, se destaca a importância que é dada por estas aos princípios em apreço. Não são, é claro, princípios exclusivos da administração militar, mas, dentro desta, assumem condição de viga mestra, inclusive servindo de norte para todas as ações por ela tomadas. Tanto que, por conta desta relevância, são diferenciados os membros destas instituições, sendo denominados militares, enquanto todas as demais classes são genericamente chamadas de civis. Prisão em flagrante por transgressão disciplinar �Marcos José da COSTA, em seu livro, aponta que o Flagrante por Transgressão Disciplinar Militar deve atender ao dispositivo constitucional previsto no artigo 5º, inciso LXII, que reza que a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra serão comunicados imediatamente ao juiz competente, permitindo ao magistrado verificar se o ato está observando as formas legais e os critérios estabelecidos, sob pena de decretar a sua nulidade. Prisão em flagrante por transgressão disciplinar Paulo Tadeu Rodrigues ROSA, ao comentar em seu artigo cientifico o parágrafo único do artigo 10 do Regulamento Disciplinar da Aeronáutica (dispositivo semelhante ao recolhimento disciplinar previsto no na Lei 11817/01) comenta que a norma de caráter geral e abrangente que se encontra reproduzida quase que na íntegra em todos os regulamentos disciplinares das Forças Armadas e das Forças Auxiliares está em flagrante desrespeito ao princípio da legalidade e ao artigo 5.º, inciso II, da CF. [...] As normas desta espécie previstas nos regulamentos disciplinares castrenses são inconstitucionais, pois permitem a existência do livre arbítrio, que pode levar ao abuso e excesso de poder. (grifo do autor). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Conceito de Militar Pessoa considerada militar segundo o Código Penal Militar

CPM, Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.

Conceito de militar é definido pela Constituição Federal CF, Art. 42. Os membros das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. �§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º, e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficias conferidas pelos respectivos governadores. Conceito de militar é definido pela Constituição Federal �Art 142. .... �§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. �§ 3º.... �IV - Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; �V - O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; � VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Possibilidade de impetração de HABEAS CORPUS �Precedente do Supremo Tribunal Federal �A concessão de Habeas Corpus impetrado contra punição disciplinar militar, desde que voltada tão-somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a apreciação das questões referentes ao mérito, não configura violação ao Art. 142, § 2º da CF (RE 338840-1/RS-2ª Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 19.08.03). � Precedente do Superior Tribunal de Justiça � A punição disciplinar por transgressão disciplinar tem natureza jurídica de ato administrativo, e o seu exame, por meio de habeas corpus, embora possível, fica restrito à regularidade formal do ato (competência, cerceamento de defesa, cumprimento de formalidades legais). (HC 80852/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia, 5ª Turma, j. 27.03.08. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Afastamento de Função �Lei 11929/01, Art. 014 - Fica o Governador do Estado autorizado a: por decreto, determinar o afastamento das funções exercidas por Policiais Civis e Militares Estaduais, que estejam submetidos a procedimentos administrativos, militar, policial, judicial civil e comissão parlamentar de inquérito, por prática de ato incompatível com a função pública, sem prejuízo da remuneração.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �ADI 2893/03, IMPETRADA PELO PARTIDO LIBERAL � O Artigo 14 da lei 11929/01, os Incisos II, IV, VIII, IX, X, XI, XII do Artigo 26, o Inciso IV do artigo 27, ambos da lei 12344/03 e o Artigo 28 da LCEPE 049/03, afrontam o princípio da presunção de inocência consubstanciado no Inciso LVII do Artigo 5º, além do Artigo 142, ambos da CFRB/88. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Lei Complementar nº 049, de 31 de janeiro de 2003. �Art. 028 - O Militar do Estado afastado pela prática de falta grave, nos termos da legislação que lhe for aplicável, não poderá participar de concurso público para provimento de cargo, emprego ou função na administração pública estadual, direta ou indireta. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Lei nº 12344, de 29 de janeiro de 2003. �Dispõe sobre a promoção de praças na Polícia Militar de Pernambuco, e dá outras providências. �Art. 026, XI, estabelece que não será incluído em QA o graduado que for afastado da função pública, por Decreto do Chefe do Poder Executivo, durante o prazo dessa suspensão, com base no art. 014 da Lei nº 11929/2001; PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �LC 035/79, Artigo 27, § 3º - O Tribunal ou o seu órgão especial, na sessão em que ordenar a instauração do processo, como no curso dele, poderá afastar o magistrado do exercício das suas funções, sem prejuízo dos vencimentos e das vantagens, até a decisão final. �RICNJ, Art. 75. O processo administrativo disciplinar instaurado contra magistrado obedecerá ao procedimento ditado no Estatuto da Magistratura, inclusive no que concerne à aplicação pelo CNJ das penas disciplinares respectivas, aplicando-se subsidiariamente, no que não for incompatível com Resolução do CNJ, a Lei nº 8.112, de 1990, e a Lei nº 9.784, de 1999. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � Lei 8112/90, Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. �Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Afastamento cautelar de função Precedente do tribunal de Justiça do Distrito Federal

�A AUTORIDADE INSTAURADORA DO PROCESSO DISCIPLINAR PODERÁ DETERMINAR O SEU AFASTAMENTO DO EXERCÍCIO DO CARGO, PELO PRAZO DE ATÉ 60 (SESSENTA) DIAS, SEM PREJUÍZO DA REMUNERAÇÃO. O AFASTAMENTO PODERÁ SER PRORROGADO POR IGUAL PRAZO FINDO O QUAL CESSARÃO OS SEUS EFEITOS AINDA QUE NÃO CONCLUÍDO O PROCESSO, SEGUNDO O DISPOSTO NO ARTIGO 147 DA LEI Nº 8.112/90 ( AI20030020086987-DF, j. 24/11/2003, 5ª Turma Cível, Rel. Des. ROBERVAL CASEMIRO BELINATI). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Razoável duração do processo �CF, Art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � Princípio da Celeridade �Lei 11929/01, Art. 14, § 4º estabelece que os Processos Administrativos Disciplinares instaurados em desfavor de Policial Civil, Militar ou Agente de Segurança Penitenciária afastados por força do disposto no caput deste artigo, tramitarão em regime de prioridade nas respectivas Comissões Disciplinares. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � Princípio da celeridade �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �ANISTIA POLÍTICA. ATO OMISSIVO DO MINISTRO DE ESTADO ANTE A AUSÊNCIA DE EDIÇÃO DA PORTARIA. �Entretanto, em face do princípio da eficiência (art. 37, caput, da Constituição Federal), não se pode permitir que a Administração Pública postergue, indefinidamente, a conclusão de procedimento administrativo, sendo necessário resgatar a devida celeridade, característica de processos urgentes, ajuizados com a finalidade de reparar injustiça outrora perpetrada. (MS 9420/DF, Rel. Min. LAURITA VAZ, 3ª SEÇÃO, j. em 25.08.2004). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Sujeitos do Processo Administrativo Disciplinar O Sujeito Ativo é sempre o Poder Público, ainda que ele esteja representado por uma entidade da Administração Indireta. �Já o Sujeito Passivo é necessariamente um funcionário, podendo ser um servidor, um empregado público, um agente político ou ainda, um profissional cuja atividade seja regulada por um Conselho. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Sujeitos do Conselho de Justificação

O sujeito ativo é a Administração Pública Militar, enquanto o Sujeito Passivo é Oficial, em conformidade com a Lei Federal 5836/72 c/c Lei Estadual 6957/75, quando cometem atos que, supostamente, os incapacitem para se manterem na atividade ou se inativos, de permanecerem nesta condição. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Sujeitos do Conselho de Disciplina

O sujeito ativo é sempre a administração pública militar, enquanto o Decreto 3639/75, no Art. 1º estabelece que o sujeito passivo é o Aspirante-a-Oficial PM ou praça da ativa com estabilidade assegurada, quando cometem atos que, supostamente, os incapacitem para se manterem na atividade e ainda os inativos, da reserva remunerada ou reformada, quando cometem faltas administrativas e outros previstos em lei, que as tornem incompatíveis com a função policial militar. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Requisito de Estabilidade A lei 6783, Art. 49, IV, a) estabelece que é direito do policial militar a estabilidade, quando Praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo de efetivo serviço; PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR A lei 11817/01, Art. 30, § 1º - estabelece que o licenciamento a bem da disciplina deve ser aplicado às praças sem estabilidade assegurada, como solução de processo administrativo disciplinar sumário, em que lhes sejam assegurados a ampla defesa e o contraditório. O Comando Geral da PMPE, por meio do Suplemento Normativo 002/2007, publicou a Portaria nº 088, de 24 JAN 2007, aprovando as Instruções Gerais para a elaboração de Processo de Licenciamento a Bem da Disciplina para Praças sem Estabilidade da Polícia Militar de Pernambuco PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Não possui direito subjetivo a submissão a Conselho de Disciplina a praça sem estabilidade assegurada. Tribunal Regional Federal da 1ª Região Legalidade do ato de desligamento praticado pela aeronáutica, sem prévia submissão ao Conselho de Disciplina, tendo em vista que o autor não atingiu 10 (dez) anos ou mais de tempo de efetivo de serviço ( Apelação Civil 9401087172/RO, 2ª Turma, Rel. Des. Tourinho Neto, j. 10.09.03. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Relação do processo disciplinar com o processo penal Processo administrativo disciplinar CEBRAD, SÚMULA 10 - O processo disciplinar e as relações com o Direito

Penal e o Processo Penal. - O processo administrativo disciplinar guarda íntima relação com o Direito Penal e o Direito Processual Penal, dos quais extrai o regramento supletivo indispensável à instrução e ao julgamento. Do Código Penal, são recolhidos, sobretudo, os elementos para análise das teses de defesa; e do Código de

Processo Penal são retiradas as orientações sobre a produção e a valoração da prova e os critérios que orientam o ato de julgar. �O Tribunal de Contas da União, hoje, é uma referência idônea para pôr fim à celeuma. Em Sessão Reservada, de 10.06.98, Ata nº 22/98 – Decisão nº 358/98, a Corte, referido-se a matéria disciplinar submetida à Corregedoria do órgão, decidiu: “...no caso de omissão da Lei nº 8.112/90 e de suas alterações, aplicam-se, analógica e subsidiariamente, no que couber, a juízo do Tribunal de Contas da União, as disposições contidas nas normas do Poder Judiciário, em especial os Código Penal e de Processo Penal.” � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Concurso entre policial militar estável e não estável. Aplicação subsidiária do CPP e CPPM CPP, Art. 77, I estabelece que a competência será determinada pela continência quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração. CPPM, Art. 100, a) estabelece que a haverá continência quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração; O Decreto 3639/75, no Art. 16 estabelece que aplicam-se a este Decreto, subsidiariamente as normas do Código de Processo Penal Militar. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Submissão a Conselho de Disciplina de Inativo O aparente conflito entre a Lei Estadual e Suprema Corte �Enquanto a Lei 11817, Art. 15, Parágrafo Único estabelece que os militares estaduais da reserva remunerados e reformados, ressalvados as peculiaridades de convocação, somente se desobrigam do regime disciplinar por ocasião do óbito, o STF, editou a Súmula 56 estabelecendo que o Militar Reformado não está sujeito à pena disciplinar. � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Por expressa previsão na legislação local, o Conselho de Disciplina da Polícia Militar do Estado do Maranhão é competente para aplicar sanções disciplinares aos militares Reformados (RMS 19.493, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, 5ª Turma, j. 03. 10. 06). Precedente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro � Havendo previsão legal decorrente de dispositivo insculpido no Regulamento Geral da Policia Militar, que afasta a aplicação da anterior Súmula 56 do Pretório Excelso, não houve ilegalidade a ser reparada através do remédio constitucional na punição disciplinar aplicada ao paciente, policial militar aposentado, pelo Comando Geral da corporação e importa indeferir-se o pedido para manter reprimenda administrativa (HC 2004.059.00801, J. 01 Abril 2004). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Manutenção dos Proventos Precedente do Tribunal de Justiça de Pernambuco �Reformado compulsoriamente o militar a mais de trinta anos, não se justifica a cassação do ato de reforma pelo Conselho de Disciplina, com fundamento na sua condenação por crime doloso cometido após sua inativação (MS 129506-1, Rel. Des. Jovaldo Nunes Gomes, J. 19.07.06). � �Precedente do Tribunal de Justiça Militar de São PAULO Policial Militar reformado, condenado em definitivo à pena superior a dois anos por tentativa de aquisição de substância entorpecente para posterior venda, é indigno de integrar os quadros da Corporação. É garantida ao policial militar reformado, excluído da Corporação, a continuidade do recebimento dos proventos adquiridos pela inatividade regularmente alcançada (Ação de Perda de Graduação de praça nº 000556/01, J. 23/10/2002. Rel. Juiz Lourival Costa Ramos. � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Submissão a Conselho de Desertor �Lei 6783/74 (Estatuto Policial Militar) �Art. 75, § 1º, VII, estabelece o policial-militar deve ser agregado quando haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada; �Art. 85, VII, estabelece que o desligamento ou a exclusão do serviço ativo da Polícia Militar é feito em conseqüência de deserção; �Lei 6783/74, Art. 115, § 1º. estabelece que a demissão do Oficial ou a exclusão da Praça com estabilidade assegurada processar-se-á após 1 (um) ano de agregação, se não houver captura ou apresentação voluntária antes deste prazo. � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PARECER Nº. 029/19/Mai/09 – Cor. Aux. BM Cel BM Walmy Rodrigues C. de Santana �Creio, que a melhor tese a ser trilhada, neste momento, ao menos a juízo, é o arquivamento do feito sem julgamento de mérito, pela perda do objeto, vale dizer, perdendo a condição de militar, esvazia-se a competência da Corregedoria Geral, interrompendo-se o prazo prescricional � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Autoridade competente para instaurar o Conselho de Disciplina �A lei 6783/74 c/c Decreto 3639/75O define a competência do Comandante Geral para submeter os Aspirantes e praças com estabilidade assegurada e os demais inativos. � A Lei 11929/01, no Artigo 2º, V, estabelece que são atribuições institucionais da Corregedoria Geral requisitar a instauração de Conselhos de Disciplina e Justificação para apuração de responsabilidade ;

�A Lei 11929/01, no Art. 7º, § 5º estabelece que os Comandantes Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros remeterão ao Corregedor Geral da Secretaria de Defesa Social cópia dos atos que instituírem Conselhos de Disciplina, para distribuição às respectivas Comissões, sem prejuízo da instauração, de ofício, pelo Corregedor Geral quando do não atendimento do requisitório a que alude o inciso V do art. 2º, ou mesmo do Secretário de Defesa Social, ouvido o representante do Ministério Público. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Autoridade competente para instaurar o Conselho de Justificação �LEI Nº 6957/1975, Art. 3º, § 2º, estabelece - Cabe ao Comandante Geral da Polícia Militar indicar, ao Governador do Estado, o Oficial a ser submetido a Conselho de Justificação, bem como os Oficiais a serem nomeados como integrantes do mesmo Conselho. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Princípio da Comissão Processante Natural PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �LEI 11929/01 �Art. 7º - Ficam criadas, no âmbito da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social, compondo o Departamento de Correição, as seguintes Comissões: �I - 01 (uma) Especial Permanente de Disciplina, composta por um Procurador do Estado, por um Médico Legista, um Perito Criminal de padrões QTP-E e um Delegado de Polícia de padrão QAP-E, atribuindo-lhes a função gratificada símbolo FGG-1, cabendo sempre ao primeiro a presidência, com competência para apurar as transgressões disciplinares atribuídas aos delegados de polícia, aos médicos legistas e aos peritos criminais, não participando o representante da carreira cujo integrante estiver sendo investigado; �II - 04 (quatro) Permanentes de Disciplina, presididas por Delegados de Policia de padrão QAP-1, função gratificada símbolo FGG-1, e integradas, cada uma, por dois policiais civis de padrão SP-10, Função gratificada FGG-1, com competência para apurar as transgressões disciplinares atribuídas aos policiais de nível médio e Agentes Administrativos vinculados àquela Secretaria. �III - 02 (duas) Permanentes de Disciplina Policial Militar composta por 03 (três) Oficiais Superiores da Polícia Militar de Pernambuco - PMPE, funções gratificadas símbolo FGG - 1, sobre os quais recairão nomeações para Conselhos de Justificação referentes a Oficiais da Polícia Militar. �IV - 08 (oito) Permanentes de Disciplina Policial Militar, compostas por 03 (três) Oficiais Intermediários e subalternos da Polícia Militar de Pernambuco - PMPE, funções gratificadas símbolo FGG-1, sobre os quais recairão as nomeações para Conselhos de Disciplina referentes às praças da PMPE; �V - 01 (uma) Permanente de Disciplina Bombeiro Militar, composta por 03 (três) Oficiais Superiores do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco - CBMPE, funções gratificadas símbolo FGG-1, sobre as quais recairão as nomeações para Conselhos de Justificação referentes a Oficiais do Corpo de Bombeiros;

�VI - 02 (duas) Permanentes de Disciplina Bombeiro Militar, compostas por 03 (três) Oficiais intermediários e subalternos do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco - CBMPE, funções gratificadas símbolo FGG -1, sobre os quais recairão as nomeações para Conselhos de Disciplina referente a membros da corporação dos Bombeiros; e �VII - 01(uma) Especial de Disciplina, composta por 03 (três) servidores efetivos da SDS, de nível superior, função gratificada símbolo FGG-1, com competência para proceder processos administrativos disciplinares de servidores civis lotados na Secretaria de Defesa Social e nos órgãos operativos. �VI - 02 (duas) Permanentes de Disciplina Bombeiro Militar, compostas por 03 (três) Oficiais intermediários e subalternos do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco - CBMPE, funções gratificadas símbolo FGG -1, sobre os quais recairão as nomeações para Conselhos de Disciplina referente a membros da corporação dos Bombeiros; e �VII - 01(uma) Especial de Disciplina, composta por 03 (três) servidores efetivos da SDS, de nível superior, função gratificada símbolo FGG-1, com competência para proceder processos administrativos disciplinares de servidores civis lotados na Secretaria de Defesa Social e nos órgãos operativos. PORTARIA PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL �PORTARIA � Não se exige na Portaria de instauração de Processo Disciplinar, descrição detalhada dos fatos investigados, sendo considerada suficiente a delimitação do objeto do processo pela referência a categoria de atos possivelmente relacionados a irregularidades (ROMS 25105-4/DF,2ª Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 23.05.06). �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �A Portaria inaugural de Processo Administrativo Disciplinar está dispensada de trazer em seu bojo uma descrição minuciosa dos fatos a serem apurados pela Comissão Processante, bem como a capitulação das possíveis infrações cometidas, sendo essa descrição necessária apenas quando do indiciamento do servidor, após a fase instrutória (MS 8401/DF, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 3ª Seção, J. 22/04/2009). �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Desnecessário que a Portaria inaugural do procedimento administrativo descreva, em minúcias, a imputação feita ao servidor. A documentação que acompanhou o referido ato esclareceu a situação, sendo suficiente para que o servidor apresentasse sua defesa, não havendo qualquer prejuízo (REsp 585.156/Rn, Rel. Min. PAULO GALLOTTI, 6ª Turma, J. 02 de outubro de 2008) �CEBRAD, SÚMULA 14 – A Portaria de processo disciplinar. – A instauração de processo administrativo disciplinar é feita por portaria expedida pela autoridade com atribuição de controle da disciplina, devendo este ato necessariamente apontar o acusado, descrever com objetividade o fato e nomear os integrantes da comissão processante, com indicação do presidente. É recomendável que a portaria assegure,

ainda, dedicação exclusiva aos membros da comissão e delegação para reportarem-se diretamente a outras autoridades em diligências necessárias à instrução processual. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Publicidade �Precedente do Supremo Tribunal Federal �É válida a publicação da portaria que instaurou o procedimento de apuração no boletim informativo interno (MS 22127 RS, Rel. Ellen Gracie, Pleno do Tribunal, j. 29/06/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR CITAÇÃO �Define JORGE CESAR DE ASSIS, como o ato pelo o militar é chamado à presença do Conselho para se defender das acusações que lhe são feitas. � ADDA PELLEGRINI E ANTÔNIO SCARANCE distingue citação, intimação e notificação �É conhecida a distinção doutrinária entre citação, intimação e notificação: a primeira corresponde ao chamamento do réu a juízo para responder à ação contra ele proposta; a intimação é o ato pelo qual se dá conhecimento a alguém dos atos praticados no processo; já a notificação é ato destinado a transmitir conhecimento de ordem do juiz para que se faça ou deixe de fazer alguma coisa. Citação �A citação deve atender, no que couber, às regras do Art. 278 e seguintes do CPPM �Requisitos do mandado �CPPM, Art 278. O mandado, do qual se extrairão tantas duplicatas quantos forem os acusados, para servirem de contrafé, conterá o nome da autoridade judiciária que o expedir, o nome do acusado, seu posto ou graduação, se militar; seu cargo, se assemelhado ou funcionário de repartição militar, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos, a transcrição da denúncia, com o rol das testemunhas, o lugar, dia e hora em que o acusado deverá comparecer a juízo e a por fim assinatura do escrivão e a rubrica da autoridade judiciária. � CPPM, Art. 280. A citação a militar em situação de atividade ou a assemelhado far-se-á mediante requisição à autoridade sob cujo comando ou chefia estiver, a fim de que o citando se apresente para ouvir a leitura do mandado e receber a contrafé. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Citação �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Por ocasião da citação inicial no processo administrativo disciplinar, não foram explicitadas as condutas ilícitas imputadas à servidora, tampouco indicados os preceitos legais eventualmente violados. A investigada, portanto, no momento em que foi cientificada da instauração do processo administrativo disciplinar, desconhecia as razões pelas quais estava sendo investigada, o que lhe impossibilitou o pleno exercício

do contraditório e da ampla defesa. Impõe-se, pois, a anulação do processo administrativo disciplinar a partir da citação. 5. Recurso ordinário provido. Segurança concedida, em ordem a anular o processo administrativo disciplinar desde a citação. (RMS 14901/TO, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 6ª TURMA, J.21/10/2008). Citação Precedente do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo �A comunicação falha, deficiente, bloqueada, corresponde à falta de comunicação e vicia de modo incurável o processo (TACrimSP, HC 119796, RT 578/364). �Precedente do superior Tribunal de Justiça Por ocasião da citação inicial no processo administrativo disciplinar, não foram explicitadas as condutas ilícitas imputadas à servidora, tampouco indicados os preceitos legais eventualmente violados. A investigada, portanto, no momento em que foi cientificada da instauração do processo administrativo disciplinar, desconhecia as razões pelas quais estava sendo investigada, o que lhe impossibilitou o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. Impõe-se, pois, a anulação do processo administrativo disciplinar a partir da citação. 5. Recurso ordinário provido. Segurança concedida, em ordem a anular o processo administrativo disciplinar desde a citação. (RMS 14901/TO, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 6ª TURMA, J.21/10/2008). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Sobrestamento do Procedimento Administrativo face a ação penal �CF, Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. �Lei 11817/01, Art. 30. § 2º A exclusão a bem da disciplina deve ser aplicada aos Aspirantes-a-Oficial e demais praças, com ou sem estabilidade assegurada, conforme legislação própria, cabendo ao Tribunal de Justiça do Estado ou ao Tribunal de Justiça Militar, quando houver, decidir sobre a perda da graduação dos militares julgada culpados em Conselhos de Disciplina. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Precedente do Supremo Tribunal Federal �Independência das instâncias �Embora possa ter sido absolvido o funcionário na ação penal a que respondeu, não importa tal ocorrência na sua volta aos quadros do Serviço Público, se a absolvição se der por insuficiência de provas, e o servidor foi regularmente submetido a regular inquérito administrativo, no qual foi apurado ter ele praticado o ato pelo o qual veio a ser demitido. A absolvição criminal só importaria anulação do ato demissório se tivesse ficado provado, na ação penal, a inexistência do fato ou que o acusado não fora o autor (RE 75.421-BA- RTJ 71/761, Rel. Min. ALDAIR PASSARINHO, Pleno). �Precedente do Superior Tribunal de Justiça � A independência entre as instâncias criminal e administrativa

�É questão pacificada tanto na doutrina, como na jurisprudência deste C. STJ. Aplicada a pena de demissão de servidor público com base em processo administrativo no qual não se vislumbra qualquer irregularidade, não há porque determinar a suspensão do ato demissório até que a justiça criminal se pronuncie, de forma irrecorrível, sobre as faltas imputadas ao servidor (MS 7042/DF, 3ª S., Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, DJU 05.03.2001). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Da INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO �CPP, Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal. �§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da autoridade policial ao juiz competente. �§ 2o O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � MEIOS DE PROVAS � Princípio da não auto incriminação � Princípio da não hierarquia das provas � Princípio do livre convencimento motivado � Prova emprestada � Princípio do ônus da prova PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Princípio da não auto incriminação �Neste contexto, encontra-se o princípio da não auto-incriminação: Um direito fundamental previsto da CF, precisamente no artigo 5º, LXIII ( nemo tenetur se detegere), permitindo ao acusado permanecer em silêncio ou inerte face a situações que possam incriminá-lo. � Princípio da não auto incriminação �Precedente do Superior Tribunal de Justiça � Ainda que implicitamente, ao acusado é dado não apenas permanecer calado como também vir a mentir, exercendo, dessa forma, a garantia constitucional da ampla defesa, como também não poderá ser aplicada sanção alguma em virtude de uma ou de outra atitudes, o que é corroborado pelas manifestações pretorianas: "Recurso de habeas corpus– Constitucional – Processual Penal – Indiciado – Acusado – Silêncio. O indiciado ou o acusado não pode ser compelido a trazer elementos para a sua condenação. Tem o direito a ‘permanecer calado’ (Constituição, art. 5º, LXIII)" ( RHC 6.756, 6ª T., Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, j. 20.10.1997).

Princípio da não auto incriminação Precedente do Superior Tribunal de Justiça A servidora foi interrogada por duas vezes durante o processo administrativo disciplinar, e, em ambas as oportunidades, ela se comprometeu "a dizer a verdade das perguntas formuladas. Ao assim proceder, a comissão processante feriu de morte a regra do art. 5º, LXIII, da CF/88, que confere aos acusados o privilégio contra a auto-incriminação, bem como as garantias do devido processo legal e da ampla defesa. Com efeito, em vez de constranger a servidora a falar apenas a verdade, deveria ter-lhe avisado do direito de ficar em silêncio. Portanto, e sem desmerecer os posicionamentos em sentido diverso, não é concebível a exigência de termo com compromisso de dizer a verdade, assinado pelo acusado em processo disciplinar, uma vez que a referida prática afronta o sagrado direito ao silêncio (RMS 14901. Rel.: Min. Maria Thereza de Assis Moura ). Princípio da não auto incriminação � Julio Fabbrini MIRABETE, em sue livro de Processo penal comenta que sendo o interrogatório ao menos em parte, meio de defesa, o acusado pode mentir e negar a verdade. Não há um verdadeiro direito de mentir, tanto que as eventuais contradições em seu depoimento podem ser apontadas para retirar qualquer credibilidade das suas respostas. Mas o acusado, não presta compromisso de dizer a verdade, como testemunha, e sua mentira não constitui crime, não é ilícito. O réu é livre para mentir porque, se o fizer, não sofrerá nenhuma sanção. Essa liberdade, porém, é concedida apenas em benefício de sua defesa, pois se ele atribui a si próprio crime inexistente ou praticado por outrem, comete o delito de auto-acusação falsa.... " PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Princípio da não hierarquia das provas � É irrelevante a existência de poucas provas, para que seja o réu condenado, pois na aferição do conjunto probatório, o que prevalece é a idoneidade, segurança e harmonia para se tirar a conclusão e firmar a certeza para o desate da demanda, sendo que a prova não se mede pelo seu volume , mas pela sua qualidade e seriedade, mesmo porque todo malfeitor da sociedade sempre busca não deixar provas, ou dificultar o colhimento (TACRIM-SP-AP RJD 16/138). Extrato do relatório da 1ª CPDPM �Há muito, a lei não mais admite provas de valor tarifado, nem mais estabelece uma hierarquia entre as provas. Desta forma, não existe meias-provas ou provas menores, ou, até, prova nenhuma. As provas, como quaisquer outras, serão aferidas dentro de todo o contexto instrutório, como, aliás, ocorre com todas as demais provas. Princípio da não hierarquia das provas �O juiz não esta adstrito ao laudo pericial, podendo utilizar, para a formação de sua convicção, elementos outros provados nos Autos. Incidência do Princípio do Livre Convencimento do Juiz, inscrito no código de processo penal, art. 157 (RT 762/569-70).

Princípio do livre convencimento motivado � CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Elementos colhidos da fase inquisitiva �O Procurador Baiano Rômulo de Andrade Moreira em seu artigo “A reforma do CPP - provas”: ...Ao prescrever que o Juiz não pode fundamentar a sua decisão exclusivamente nos atos investigatórios, a contrario sensu, defere-se ao Magistrado a possibilidade de motivar a sua sentença com base em alguns elementos informativos colhidos na investigação (ainda que não todos), o que é uma afronta à CF. A lei deveria sim proibir categoricamente a utilização de quaisquer elementos informativos adquiridos na primeira fase da persecutio criminis, salvo, evidentemente, as provas irrepetíveis, antecipadas e produzidas cautelarmente. Elementos colhidos da fase inquisitiva �O juiz Guilherme de Souza Nucci em seu “Código de Processo Penal Comentado”, a reforma deixou por desejar, uma vez que somente reafirmou o entendimento já consolidado- logo, inócuo fazê-lo- de que a fundamentação da decisão judicial, mormente condenatória, não pode calcar-se exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação. [...] Portanto, a reforma teria sido mais ousada se excluísse a ressalva “exclusivamente” do art. 155, caput, do CPP. O juiz não poderia formar sua convicção nem fundamentar sua decisão com base nos elementos advindos da investigação. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PRINCÍPIO DO ÔNUS DA PROVA �CPP, Art. 156, II, estabelece que a prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. �CPPM, Art. 296, estabelece que o ônus da prova compete a quem alegar o fato, mas o juiz poderá, no curso da instrução criminal ou antes de proferir sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Realizada a diligência, sobre ela serão ouvidas as partes, para dizerem nos autos, dentro em quarenta e oito horas, contadas da intimação, por despacho do juiz. ÔNUS DA PROVA O ilustre processualista GUILHERME DE SOUZA NUCCE, em sua obra, o Código de Processo Penal Comentado, salienta que o ônus da defesa não deve ser levado a extremos, em virtude do princípio da presunção da inocência e, consequentemente, do IN DUBIO PRO REO. Com isso, alegada alguma excludente, como legítima defesa, por exemplo, feita prova razoável pela defesa e existindo dúvida, deve o réu ser absolvido e não condenado. Assim, embora a acusação tenha comprovado o fato

principal - materialidade e autoria - , a dúvida gerada pelas provas produzidas pelo acusado, a respeito da existência da justificativa, deve beneficiar a defesa. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Extrato do Relatório da 1ª CPDPM É bem verdade que, via de regra, o ônus da prova é da acusação, que no caso do Processo Administrativo Disciplinar é apresentada pela Administração Pública por meio da portaria administrativa que delimita o raio a ser apurado, entretanto o réu pode chamar a si o interesse de produzir prova, o que ocorre quando alega, em seu benefício, algum fato que propiciará a exclusão de ilicitude ou culpabilidade. DEVER DE MOTIVAR PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DEVER DE MOTIVAR � Sérgio Ferraz e Adilson Abreu Dallari ensina que a garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa (CF/1988, art. 5º, LV) exige a motivação dos atos administrativos. Afinal, o contraditório amplo e irrestrito só poderá ser efetivado se o litigante conhecer os fundamentos e os motivos que ensejaram a prática do ato administrativo que afetou seus interesses. � DEVER DE MOTIVAR �Sem a explicitação dos motivos torna-se extremamente difícil sindicar, sopesar, ou aferir a correção daquilo que foi decidido. Sem a motivação fica frustrado ou, pelo menos, prejudicado o direito de recorrer, inclusive perante a própria Administração ou o Poder Judiciário. Não basta que a autoridade invoque um determinado dispositivo legal como supedâneo de sua decisão; é essencial que aponte os fatos, as inferências feitas e os fundamentos de sua decisão. DEVER DE MOTIVAR �Bruno Cesar Gonçalves Teixeira, ensina que o direito à apreciação judicial só pode ser efetivado em face da motivação, visto que o juiz só poderá averiguar e analisar o atendimento dos princípios da moralidade e atendimento do interesse público, entre outros, se a motivação estiver presente e explícita. A motivação é, por conseguinte, uma exigência constitucional e um pressuposto para a efetivação do direito à inafastabilidade da jurisdição. DEVER DE MOTIVAR �Precedente do TRF 1ª REGIÃO �O acesso aos critérios de correção da prova de redação, bem assim de vista da aludida prova e de prazo para interposição de recurso é direito assegurado ao candidato, encontrando respaldo nos princípios norteadores dos atos administrativos, em especial, o da publicidade e da motivação, que visam assegurar, por fim, o pleno exercício do direito de acesso às informações, bem como do contraditório e da ampla defesa, com observância do devido processo legal, como garantias constitucionalmente consagradas ( MS 2004.34.00.021156-9/DF. Rel. Des. Souza Prudente, j.em 30/6/2008 ). Dever de Motivar

Lei Federal 9784/99, Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Lei Estadual 11871/00, Art. 2º - A Administração Pública Estadual obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa contraditório, segurança jurídica, impessoalidade e interesse publico. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Dever de Motivar Lei 9874/90, Art. 50 - Os atos, administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: �I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; �II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; �V - decidam recursos administrativos; �VII - deixem de aplicar Jurisprudência firmada sobre questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; �VIII - importem em anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. Dever de Motivar �Aplicação da Lei 9874 aos Processos Administrativos Disciplinares Militares �Precedente do E. Tribunal Regional Federal da 4ª Região �Não se verifica a existência de disposição, expressa ou tacitamente, que incompatibilize a aplicação do disposto no art. 18, inciso I, da Lei nº. 9.784/99 com as regras contidas no Estatuto do Militar, Lei nº. 6.880/80 (HC nº. 2002.71.00.046153-3/RS, Rel. Des.Luiz Fernando Wowk Penteado, j.em 22.10.2003). DEVER DE MOTIVAR FACE AO ART. 93, X da CF �José dos Santos Carvalho Filho destaca que o art. 93, X, se situa no Capítulo que a Constituição reserva ao Poder Judiciário. Logo, mesmo entendendo que o texto constitucional exige a motivação, essa exigência se restringiria aos atos do Poder Judiciário, não alcançando, portanto, os atos do Poder Executivo. �Lúcia Valle Figueiredo defende que se o Judiciário que exerce função atípica – a administrativa – deve motivar, como conceber esteja o administrador desobrigado da mesma conduta? PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Prova emprestada � Fredie Didier Jr Conceitua Prova emprestada como aquela produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele. �Para a advogada Vanessa TERUYA, a prova produzida alhures ingressa noutro processo sob a forma documental, cuja força probatória será valorada pelo juiz, que não está adstrito a dar-lhe idêntico valor ao que teve nos autos em que foi produzida. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

PROVA EMPRESTADA �Para a advogada Vanessa TERUYA, a prova emprestada gera infindáveis discussões no âmbito jurídico, eis que, segundo alguns doutrinadores, a utilização vulneraria os princípios do contraditório, devido processo legal, bem como feriria os princípios do juiz natural, da oralidade e imediação (do magistrado que examinará a prova e do que colheu). �Prova Emprestada �Precedente do Pleno do Supremo Tribunal Federal �Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, bem como documentos colhidos na mesma investigação, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessas provas ( Pet 3683/MG, Rel. Min. César Peluso, j. 13.08.08). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Prova ilícita �CF, art. 5°, inciso LVI, são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. �CPP, Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. �CPM, 295. É admissível, nos termos deste Código, qualquer espécie de prova, desde que não atente contra a moral, a saúde ou a segurança individual ou coletiva, ou contra a hierarquia ou a disciplina militares. � � Prova ilícita �Ensina Antônio Scarance que é ampla a aceitação de sua aplicação aos casos em que a prova da inocência depende de prova produzida com violação de uma garantia constitucional. Não se conseguiria justificar a condenação, até mesmo a pena elevada, de uma pessoa quando há nos Autos prova de sua inocência, ainda que tenha sido obtida por meios ilícitos. �Ensina Eugênio Pacelli que a prova da inocência do réu deve ser sempre aproveitad, em quaisquer circunstâncias. Em um Estado de Direito não há como se conceber a idéia da condenação de alguém que o próprio Estado acredita ser inocente. � Prova lícita Prova obtida por particular Precedente do Supremo Tribunal Federal �Fotos que foram furtadas do consultório do reu e que entregues à polícia pelo autor furto, foram utilizadas contra o acusado, para incriminá-lo. Inadmissibilidade...fotos surrupiadas de seu proprietário, que atentem contra a intimidade, direito constitucionalmente reconhecido, são imprestáveis para sustentar um provimento condenatório, pois ilícitas, devendo ser retiradas dos autos e devolvidas ( RE 251445/GO, Rel. Min. Celso de Mello, j. 21.06.00)

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Qualificação e Interrogatório Decreto 3639/75, Art. 7º, reunido o Conselho de Disciplina, convocado previamente por seu presidente, em local, dia e horário designados com antecedência, presente o acusado, o presidente manda proceder a leitura e à autuação dos documentos que constituírem o ato de nomeação da Comissão; em seguida, ordena a Qualificação e Interrogatório do acusado, o que é reduzido a auto, assinado por todos os membros do Conselho e pelo acusado, fazendo-se juntada de todos os documentos por este oferecidos � �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO � Tourinho Filho, em sua obra Processo Penal, em face da Constituição Federal de 1988, reviu sua posição anterior e considera hoje, principalmente em virtude do direito ao silêncio, o interrogatório como meio de defesa. �Fala Borges da Rosa que o interrogatório tem, pois, o caráter de meio de defesa; mediante ele pode o acusado expor antecedentes que justifiquem ou atenuem o crime, opor exceções contra as testemunhas e indicar fatos ou provas que estabeleçam sua inocência. Então ele é o próprio advogado de si mesmo, é a natureza que pugna pela conservação de sua liberdade e vida, que fala perante juízes que observam seus gestos e emoções. � �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO �Ensina Eugênio pacelli é de ser em vista que uma coisa é o direito à oportunidade do interrogatório, e outra é o direito de realização obrigatória. De fato, se, uma vez intimado o réu, regularmente, ele não comparece à audiência, não se pode mais falar em um direito futuro à repetição...Direito a ser ouvido, sim, mas não quando for conveniente apenas o acusado. O eventual não comparecimento na data de audiência, designada pelo juízo, enquanto não justificado, pode e deve ser entendido como manifestação do direito ao silêncio... �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL �Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. �Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. �Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. �§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. �§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:

�I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela; III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta; IV - as provas já apuradas; V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas; VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração; VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. �Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. �Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. �Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam. �Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente. �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO SEGUNDO O DECRETO 3639/75 O Decreto 3639/75, Art. 7º, estabelece que reunido o Conselho de Disciplina, convocado previamente por seu presidente, em local, dia e hora designados com antecedência, presente o acusado, o presidente mandar proceder à leitura e à autuação dos documentos que constituíram o ato de nomeação da Comissão; em seguida, ordena a qualificação e o interrogatório do acusado, o que é reduzido a auto, assinado por todos os membros do Conselho e pelo acusado, fazendo-se juntada de todos os documentos por este oferecidos. �Lei 8112/90, Art. 159 estabelece que concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO CPP, Art. 400, estabelece que na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado (redação dada pela Lei 11719/08). � �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO CPPM, Art. 302 estabelece que o acusado será qualificado e interrogado num só ato, no lugar, dia e hora designados pelo juiz, após o recebimento da denúncia; e, se presente à instrução criminal ou preso, antes de ouvidas as testemunhas. Decreto 3639/75, Art. 16, estabelece que se aplicam a este Decreto, subsidiariamente, as normas do Código de Processo Militar.

�QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO Precedente do Superior Tribunal Militar Não se diga que o artigo 188 do CPP (com a redação dada pela lei 10791/03) tem o condão de substituir a regra do Art. 303 do CPPM. Não substitui e nem poderia fazê-lo, pois embora a legislação comum tenha aplicação subsidiária na Justiça Castrense, a lei específica tem autonomia e prevalência sobre a ordinária (Correição Parcial, 2005.01.001888-6/PE, Rel. Min. Flávio Lencastre, j. 19.04.05). �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO Precedente do Superior Tribunal Militar Não se diga que o artigo 188 do CPP (com a redação dada pela lei 10791/03) tem o condão de substituir a regra do Art. 303 do CPPM. Não substitui e nem poderia fazê-lo, pois embora a legislação comum tenha aplicação subsidiária na Justiça Castrense, a lei específica tem autonomia e prevalência sobre a ordinária (Correição Parcial, 2005.01.001888-6/PE, Rel. Min. Flávio Lencastre, j. 19.04.05). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO Precedente do Superior Tribunal Militar Não se diga que o artigo 188 do CPP (com a redação dada pela lei 10791/03) tem o condão de substituir a regra do Art. 303 do CPPM. Não substitui e nem poderia fazê-lo, pois embora a legislação comum tenha aplicação subsidiária na Justiça Castrense, a lei específica tem autonomia e prevalência sobre a ordinária (Correição Parcial, 2005.01.001888-6/PE, Rel. Min. Flávio Lencastre, j. 19.04.05). �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO A Lei 10792/2003, dando nova redação ao Art. 187 do CPP, suprimiu de conseqüência a proibição que se lhe continha, no sentido de que o defensor do acusado e o órgão de acusação não poderão influir, de qualquer modo, nas perguntas e respostas. � �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO Indaga-se se tal Lei pode ser aplicada na Justiça Militar, seja Estadual, seja Federal. �Para Paulo Tadeu Rosa defende a possibilidade de se aplicar à seara Castrense o princípio do contraditório no interrogatório, usando mão do Art. 3º do CPPM, a) que possui a seguinte redação: Os casos omissos neste Código serão supridos pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar; �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO Ensina José Luiz Dias Campos Júnior que não se pode olvidar que a analogia só pode ser usada se e somente se estivermos diante de uma lacuna, o que in casu, definitivamente não se verifica. Ensina Cláudio Amim Miguel que a permissibilidade de suprimento contida na alínea a restringe-se necessariamente aos casos omissos, ou seja, quando não houver na nossa

legislação especial dispositivo que solucione a hipótese e, assim, mesmo, se não prejudicar a índole do processo penal militar, mormente no que tange à hierarquia e disciplina militares. �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO Precedente do Superior Tribunal Militar Não se diga que o artigo 188 do CPP (com a redação dada pela lei 10791/03) tem o condão de substituir a regra do Art. 303 do CPPM. Não substitui e nem poderia fazê-lo, pois embora a legislação comum tenha aplicação subsidiária na Justiça Castrense, a lei específica tem autonomia e prevalência sobre a ordinária (Correição Parcial, 2005.01.001888-6/PE, Rel. Min. Flávio Lencastre, j. 19.04.05). �QUALIFICAÇÃO e INTERROGÁRIO DO ACUSADO Participação do advogado do co-réu na realização de reperguntas aos demais réus. Precedente do Supremo Tribunal Federal É legítimo, em face do que dispõe o Art. 188 do CPP, que as defesas dos co-réus participe do interrogatório dos demais réus. Deve ser franqueada à defesa de cada réu a oportunidade de participação no interrogatório dos demais co-réus, evitando-se a coincidência de datas, mas a cada um cabe decidir sobre a conveniência de comparecer ou não à audiência (Pleno, Ap 470 – AR/MG, Rel. Min. Joaquim Barbosa). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Libelo Acusatório �Decreto 3639/75, Art. 9.º Ao acusado é assegurada ampla defesa, tendo ele, após o interrogatório, prazo de 5 (cinco) dias para oferecer suas razões por escrito, devendo o Conselho de Disciplina fornece-lhe o libelo acusatório, onde se contenham com minúcias o relato dos fatos e a descrição dos atos que lhe são imputados. Ensina Diógenes Gomes Viera que o Libelo Acusatório é a acusação formalizada dos motivos ensejadores à submissão do militar ao Conselho. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Das Alegações Iniciais Ensina Guilherme Nucce que a ausência de intimação relativa, sujeita à demonstração do prejuízo, uma vez que o prazo para defesa prévia, normalmente, é usado somente para arrolar testemunha. Das Alegações Iniciais Precedente do Tribunal de Justiça de São Paulo Defensor Constituído, ausente no interrogatório, não intimado do prazo para defesa prévia – nulidade de caráter relativo, alegada na oportunidade prévia – prejuízo decorrente da impossibilidade de arrolar testemunha – processo anulado, restituído ao réu o prazo do Art. 395 do CPP – recurso provido (SER 267692-3, 5ª C. Rel. Dante Busana, j. 25.02.1999).

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR TESTEMUNHAS Momento para defesa apresentar rol de testemunhas CPPM, Art. 417, 2º, 1ª parte, estabelece que as testemunhas de defesa poderão ser indicadas em qualquer fase da instrução criminal, desde que não seja excedido o prazo de cinco dias, após a inquirição da última testemunha de acusação. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR QUANTIDADE DE TESTEMUNHAS ARROLADAS Equiparação de Armas Precedente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo Processo Penal Militar. Art. 417, §§ 2º e 3º do CPPM. Sua não recepção pela atual Constituição Federal. Ofensa aos princípios da isonomia e da ampla defesa. Direito do acusado de arrolar igual número de testemunhas facultado ao Ministério Público pelo art. 77, h do CPPM, sem limite quanto às informantes. Precedentes (RHC nº 57.443 e HC nº 67. HC 80855, 1ª T., J.01. 08. 2003). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Comparecimento de testemunha Ivan Barbosa Rigolin defende que o Administrador Público não tem o poder de obrigar uma pessoa estranha ao serviço público a testemunhar em um processo administrativo disciplinar. E ainda diz que no caso do processo administrativo disciplinar, a autoridade pode apenas convidar, solicitar que compareça, mas nunca obrigar nem impor comparecimento. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Pensa diferente Léo da Silva Alves, que defende que a obrigação de depor se estende ao particular e justifica afirmando que todo processo, judicial ou administrativo, tem de ser pautado pela busca da verdade e pelo alcance da justiça. Não se pode deixar uma instrução mal feita; não se pode apenar um inocente; não se pode patrocinar a impunidade sob o pretexto de que a prova encontra-se no conhecimento do particular, fora do alcance da Administração Pública. A cidadania tem direitos e tem deveres. Assim como o homem tem o dever de alistamento eleitoral e de alistamento militar, o cidadão tem a obrigação de contribuir com a promoção da justiça, onde ela esteja em jogo, por ser valor de ordem pública. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR A inversão da ordem de oitiva de testemunhas Precedente do Superior Tribunal de Justiça A inversão da ordem de oitiva de testemunhas de defesa e de acusação, bem como a juntada posterior de documentos pela Comissão Processante não acarreta a nulidade do Processo Administrativo Disciplinar, se, em razão disso, não houver qualquer prejuízo para defesa do acusado (MS 24487/GO, Rel. Min. Félix Fischer).

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR O Direito de arrolar testemunhas, substituí-las ou delas desistir. Precedente do Tribunal de Justiça de São Paulo Não pode o Juiz indeferir a oitiva de testemunha arrolada dentro do número legal, podendo a parte, sem qualquer justificativa, arrolar qualquer pessoa que não se insira entre as proibidas de depor (RJTJSP 117/485), não podendo ser aceitas justificativas de que estaria a parte procrastinando o andamento do processo ou a pessoa nada saberia dos fatos (RT 542/374). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR O Direito de arrolar testemunhas, substituí-las ou delas desistir. Precedente do Supremo Tribunal Federal Anulou processo porque, certificado pelo Oficial de Justiça que as testemunhas não foram encontradas por estarem viajando, assiste ao acusado, ao menos, o direito de substituí-las, o que no caso não ocorreu (HC 68900). Já decidiu o STF quanto a desnecessidade de ser ouvida a defesa (RTJ 57/29). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Testemunho Único O Ensina Guilherme Souza Nucce que não prevalece mais, em nosso ordenamento, o princípio, segundo o qual um único testemunho é considerado de nenhuma validade (testis unus testis nullus). Tudo depende, portanto, da credibilidade que ele irá transmitir ao juiz, dentro do seu livre convencimento motivado. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Compromisso da Testemunha Ensina Guilherme Souza Nucce que a pessoa que é, legalmente, considerada como testemunha tem o dever de dizer a verdade, não sendo o simples fato do magistrado alertá-la para isso que a torna penalmente responsável pelas mentiras narradas. Eugênio Pacelli ensina que ainda que o juiz da causa tenha esquecido de tomar o compromisso da testemunha, ela não estará dispensada ou desobrigada do dever de dizer a verdade. Desse dever já cuidou a própria lei, cuja observância não depende da atuação ou lembrança do magistrado. No ponto, é relevante lembrar que o art. 342 do CP não faz qualquer referência ao compromisso como elementar do tipo penal de falso testemunho. Compromisso da Testemunha Para Espínola Filho o compromisso é indispensável e componente da essência do ato, sendo que sua falta invalida o ato. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Condutor do Flagrante Guilherme Souza Nucce defende que o condutor do flagrante deve ser compromissado, porque não se enquadra nas hipóteses legais de ausência do compromisso de dizer a verdade. Neste sentido já decidiu o STF no HC 62820 /Pb, Rel. Décio Miranda.

O STJ já decidiu de forma contrária no HC 3303/SC, Rel. Jesus Costa Lima PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Direito de Presença Decreto 3639/75, Art. 9.º § 1.º O acusado deve estar presente a todas as sessões do Conselho de Disciplina, exceto à sessão secreta de deliberação do relatório. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR O direito à participação na audiência Direito de Presença Ensina ADA PELLEGRINI e ANTÔNIO SCARANCE que a autodefesa, não pode ser imposta ao acusado, é considerada renunciável por este. Mas essa renunciabilidade não significa sua dispensabilidade pelo juiz. O direito à participação na audiência Precedente do Supremo Tribunal Federal �O acusado, embora preso, tem o direito de comparecer, de assistir e de presenciar, sob pena de nulidade absoluta, os atos processuais, notadamente aqueles que se produzem na fase de instrução do processo penal, que se realiza, sempre, sob a égide do contraditório. São irrelevantes, para esse efeito, as alegações do Poder Público concernentes à dificuldade ou inconveniência de proceder à remoção de acusados presos a outros pontos do Estado ou do País, eis que razões de mera conveniência administrativa não têm - nem podem ter - precedência sobre as inafastáveis exigências de cumprimento e respeito ao que determina a Constituição. Doutrina. Jurisprudência (HC 93503 MC/SP, Min. Celso de Mello, j. 14.2.2008). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Retirada do réu da audiência CPPM, Art. 358. Se o juiz verificar que a presença do acusado, pela sua atitude, poderá influir no ânimo de testemunha, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará retirá-lo, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. Neste caso, deverá constar da ata da sessão a ocorrência e os motivos que a determinaram. CPP, Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. �Retirada do réu da audiência �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �É certo que a jurisprudência deste Superior Tribunal não vê nulidade na retirada do réu da sala de audiências a pedido de testemunhas ou vítimas (art. 217 do CPP). Porém, a retirada em razão da simples aplicação automática do comando legal, sem que se indague os motivos que levam à remoção do acusado, fere o próprio conteúdo daquela norma, bem como o art. 93, IX, da CF/1988. Dever-se-ia fundamentar

concretamente a remoção, pautando-se no comportamento do acusado. Precedentes citados do STF: HC 68.819-SP, DJ 28/8/1992; do STJ: HC 28.810-SP, DJ 9/5/2005; HC 29.982-SP, DJ 9/5/2005, e HC 11.550-SP, DJ 25/9/2000. HC 83.549-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/4/2008. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Co-réu como testemunha Precedente do Tribunal de Justiça de São Paulo Impedimento decorrente do direito daquele de se manter em silêncio. Inteligência do art. 5º, LXIII DA CF. Exclusão do rol de testemunha (Correição Parcial Deferida, 247297/SP, 2ªC., Rel. Silva Pinto). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Testemunha eximida de depor �Obrigação e recusa de depor �CPPM, Art. 354. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Excetuam-se o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão de acusado, bem como pessoa que, com ele, tenha vínculo de adoção, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. �Testemunha eximida de depor �CPP, Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. �Testemunha eximida de depor �Ensina Mirabete que a lei não exclui do dever de testemunhar os parentes do ofendido, que são ouvidos sob compromisso e podem ser acusados da prática do crime previsto no artigo 342 do CP. �Testemunha eximida de depor �Ensina Jorge Cesar de Assis que em face da proteção ao direito da proteção à família (CF, Art. 226 e parágrafos), e também da entidade familiar (Lei 9278/96), deve ser estendida a liberação do dever de depor aos conviventes, não sendo crível que se possa impor a esposa e filhos, ou companheiro (a) o dever de prestar depoimento em investigação contra o marido, pai ou convivente. �Testemunha eximida de depor �CPP, Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. �Testemunha Proibida de depor

�Ensina Eugênio Pacelli que se da confissão obtida se puder extrair fundado receio da prática de crimes futuros, não se poderá exigir o silêncio absoluto da testemunha, devendo ela diligenciar junto as autoridades para adoção das providências cabíveis, mantido, porém, o segredo em relação aos fatos passados. �Testemunha Proibida de depor �Ensina Eugênio Pacelli que se da confissão obtida se puder extrair fundado receio da prática de crimes futuros, não se poderá exigir o silêncio absoluto da testemunha, devendo ela diligenciar junto as autoridades para adoção das providências cabíveis, mantido, porém, o segredo em relação aos fatos passados. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Contradita e Arguição de circunstancias ou defeitos �CPP, Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou argüir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � Contradita e Arguição de circunstancias ou defeitos Para Tornaghi a contradita e a argüição de defeito são institutos distintos. Para o mestre, a testemunha será contraditada se mentir ou calar a verdade quando perguntada sobre seus dados qualificativos ou sobre suas relações com o acusado, o ofendido ou o Ministério Público. De outro modo, argüir-se-á defeito da testemunha que, por qualquer outra circunstância, for suspeita de parcialidade ou não mereça fé (se for doente mental, ou interessado na causa, ou se estiver respondendo a processo análogo, além de sentimentos como a paixão, a solidariedade e a vaidade, a promessa de recompensa, o suborno, etc.). Contradita e Arguição de circunstancias ou defeitos �Ensina Guilherme Nucce que na Contradita ou Arguição de Defeito o presidente deve necessariamente ouvir a parte contraria, em homenagem ao contraditório. �A manifestação da defesa deve ocorrer necessariamente após a qualificação., sob pena de preclusão. �Contradita e Arguição de circunstancias ou defeitos �Precedente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina �APELAÇÃO CÍVEL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. AGRAVO RETIDO. CONTRADITA OFERECIDA APÓS A OITIVA DA TESTEMUNHA. PRECLUSÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA AFASTADA. VALORAÇÃO DA PROVA. LIVRE APRECIAÇÃO PELO MAGISTRADO. Apelação Civil 2000.016563-8, Rel. Juiz Henry Petry Junior). �Contradita e Arguição de circunstancias ou defeitos

�A contradita deve ser levantada logo após a qualificação da testemunha, podendo ser argüida até o momento imediatamente anterior ao início do depoimento. Iniciado este estará preclusa a faculdade de contraditar a testemunha.” (NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria Andrade. Código de Processo Civil Comentado: e legislação

extravagante. 9. ed. São Paulo: RT, 2003, p. 563). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Falso Testemunho �CP, Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: �§ 1o Omissis �§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. �Extratos do relatório da 1ª CPDPM �Falso Testemunho � O Advogado Thiago Lauria ressalte que, de acordo com o Superior Tribunal de Justiça, é ilegal a voz de prisão dada pelo juiz em audiência por motivo de falso testemunho. De acordo com o referido Tribunal, a prisão poderá ser ordenada apenas quando da sentença, pois é nesse momento processual que o juiz estará deveras analisando as provas constantes dos autos. Além do mais, a testemunha pode retratar de seu depoimento até o advento da sentença, pelo que anteriormente não é permitida a prisão. No caso das causas afetas à jurisdição do Tribunal do Júri, a prisão só poderá ser decretada em sentença e quando indicada pelos jurados. � Falso Testemunho � Precedente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina �Amparada a conduta da juíza pela legislação processual penal - art. 301 do CPP - a qual permite a prisão em flagrante de quem quer que seja encontrado em flagrante delito, no caso, segundo o convencimento da magistrada, o crime de falso testemunho, tipificado no art. 342 do Código Penal Pátrio, não se configura ilegalidade ou abuso de poder no ato jurisdicional, restando prejudicado o exame do dano moral, porquanto ausente ato ilícito (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2000.72.02.003161-6/TJSC). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Das perguntas ao Ofendido �CPP, Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. Das perguntas ao Ofendido �Tourinho Filho afirma que o Ofendido não pode ser sujeito ativo do crime de falso testemunho, e que ele teria, inclusive, o direito ao silêncio. Das perguntas ao Ofendido

Precedente do Supremo Tribunal Federal Seu valor probatório é relativo, devendo ser aceito com reservas, salvo em crimes praticados às ocultas, como são os crimes contra os costumes, ou no caso de crimes praticados por pessoas desconhecidas da vítima, como, em regra, nos crimes contra o patrimônio, praticados como violência ou grave ameaça contra a pessoa, onde o único interesse é apontar os verdadeiros culpados (HC 74379-0/MG, Rel. Maurício Corrêa). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DA CONFISSÃO �CPP, Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. �CPP, Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos, observado o disposto no art. 195. �CPP, Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. �Precedente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região �DA CONFISSÃO �No que toca à confissão espontânea, ela não poderia ser levada em consideração, por ocasião da fixação da pena, em face do próprio depoimento do acusado. In casu, o apelante, aqui embargante, nada mais fez do que contar a sua versão dos fatos, reconhecendo, sim, a sua presença no local, porém somente até onde o conjunto probatório já apurado e conhecido, decorrente, inclusive, da própria prisão em flagrante, não pudesse comprometê-lo ainda mais. A confissão espontânea, entretanto, capaz de atenuar a pena a ser imposta, não pode ser incompleta ou intercalada. Ela, a confissão, deve demonstrar o efetivo reconhecimento do cometimento de um ilícito penal (ED /MA 2001.37.00.004951-8, Rel. Des PLAUTO RIBEIRO, 3ª T. J. 02/12/2003). �Lei 11817/01, Art. 24 - São circunstâncias atenuantes: �I - a constatação de bons antecedentes, registrados nos assentamentos do transgressor; �II - a relevância de serviços prestados; �III - a falta de prática no serviço; �IV - a influência de fatores diversos, devidamente comprovados e justificados. � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �A aplicação da Lei 9.807/99 no Processo administrativo Disciplinar Proteção de testemunhas e vítimas �A aplicação da LEI N. 9.807/99 no Processo administrativo Disciplinar �A referida lei estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a

proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Incidente de Sanidade Extraído do relatório da 1ª CPDPM Incidente de sanidade �O incidente deve ser instaurado quando há dúvidas acerca da integridade mental do autor do fato delituoso. Acontece que no caso em apreço, o defensor não motivou as razões que o Aconselhado deve ser submetido ao referido exame, limitando apenas a requerê-lo. O certo é que o simples requerimento, por si, não obriga o juiz (STJ, 5ª T, HC 10221/SP, rel. Min. Félix Fischer, j. 15/02/2000). A Corte Suprema decidiu inclusive que só está o juiz obrigado a determinar que o réu seja submetido a exame de médico quando houver dúvida sobre a sua integridade mental (STF, RT 477/434), o que não parece o caso. �Ainda a respeito da matéria, a Suprema Corte tem decidido que simples informações de familiares, despidas de qualquer comprovação, sobre circunstancias reveladoras de desequilíbrio emocional por parte do paciente não justificam sua realização (STF, RTJ 145/259). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Carta Precatória Decreto 3639/75, Art. 9º, § 3º estabelece que as provas a serem realizadas mediante carta precatória são efetuadas por intermédio da autoridade policial-militar, ou na falta desta, da autoridade judiciária local. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � ACAREAÇÃO � CPPM, Art. 365, estabelece que a acareação é admitida, assim na instrução criminal como no inquérito, sempre que houver divergência em declarações sobre fatos ou circunstâncias relevantes: �a) entre acusados; b) entre testemunhas; c) entre acusado e testemunha; d) entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida; e) entre as pessoas ofendidas. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � ACAREAÇÃO �CPPM, Art. 366. A autoridade que realizar a acareação explicará aos acusados quais os pontos em que divergem e, em seguida, os reinquirirá, a cada um de per si e em presença do outro. �CPPM, Art. 367. Se ausente alguma testemunha cujas declarações divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no respectivo termo o que explicar. � � �

�ACAREAÇÃO �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Não ofende o princípio constitucional da ampla defesa o desatendimento do pedido de acareação, formulado na defesa escrita, sem reiteração nas alegações finais e, nessas duas oportunidades, sem a demonstração da necessidade dessa diligência, mediante a indicação de depoimentos contraditórios ou que se infirmassem, como seria de rigor (art. 158, § 2º, da Lei nº 8.112/90) ( MS 13646/DF, Rel. Min Felix Fischer, j. 24.09.08). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Reconhecimento de pessoas ou coisa �CPPM, Art. 368. Quando houver necessidade de se fazer o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: a) a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; b) a pessoa cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se a apontá-la quem houver de fazer o reconhecimento; c) se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não seja vista por aquela. �1º O disposto na alínea c só terá aplicação no curso do inquérito. Reconhecimento de pessoas ou coisa �Precedente do Supremo Tribunal Federal �Reconhecimento de pessoa �Reconhecimento de pessoa: sua realização sem observância do procedimento determinado imperativamente pelo art. 226 CPP elide sua força probante e induz à falta de justa causa para a condenação que, além dele e de sua reiteração em juízo, também sem atendimento às mesmas formalidades legais, só se apóia em confissão policial retratada ( HC 70936/SP, 1ª T. Rel. Min. Sepúlveda Pertence). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Reconhecimento fotográfico PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �É firme o entendimento jurisprudencial no sentido de que o reconhecimento fotográfico, como meio de prova, é plenamente apto para a identificação do réu e fixação da autoria delituosa, desde que corroborado por outros elementos idôneos de convicção ( HC 22.907/SP, Rel.: Min. Félix Fischer, 5ª T., j. 4/8/03). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Prova documental PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR CPPM, Art. 371. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.

�Art. 372. O documento público tem a presunção de veracidade, quer quanto à sua formação quer quanto aos fatos que o serventuário, com fé pública, declare que ocorreram na sua presença. �Art. 378. Os documentos poderão ser apresentados em qualquer fase do processo, salvo se os autos deste estiverem conclusos para julgamento, observado o disposto no art. 379. � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �CPC, Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais: �IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). �Prova documental �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �A documentação juntada nos autos mediante fotocópia goza de presunção juris

tantum, mesmo que não autenticada, incumbindo à parte contrária impugná-la. Precedentes: (EREsp 179.147/SP, Min. Humberto Gomes de Barros, DJ 30/10/2000; EREsp 450.974 / RS, Min. Cesar Asfor Rocha, DJ 15/09/2000; AGA 3.563.189-SP, Min. Eliana Calmon, DJU de 16/11/2004). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Indícios PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Prova Indiciária �CPPM, Art 382. Indício é a circunstância ou fato conhecido e provado, de que se induz a existência de outra circunstância ou fato, de que não se tem prova. �Art. 383. Para que o indício constitua prova, é necessário: �a) que a circunstância ou fato indiciante tenha relação de causalidade, próxima ou remota, com a circunstância ou o fato indicado; �b) que a circunstância ou fato coincida com a prova resultante de outro ou outros indícios, ou com as provas diretas colhidas no processo. �Prova Indiciária �Ensina TOURINHO FILHO, que o indício é, também, um meio de prova, e tanto o é, que o legislador o encartou no capítulo pertinente às provas, e, por isso mesmo, seu valor probatório é semelhante às chamadas provas diretas. �Prova Indiciária �Precedente do Supremo Tribunal Federal �Sentença condenatória: justa causa conforme fundamentação idônea, baseada não apenas na confissão depois retratada do paciente, mas também na prova indiciária colhida em juízo, julgada bastante para elidir a verossimilhança de sua versão dos fatos ( HC 83.542/PE, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 26.03.2004) �Prova Indiciária �Precedente do Tribunal de Justiça do Rio de janeiro

�A Lei exige a fundamentação de todos os decisórios judiciais, obrigando o juiz a dar os motivos de seu convencimento. Não é nula, assim, a decisão que acolhe provas indiciárias, especialmente se não são elas as únicas a embasar a condenação. Se à defesa é oportunizado produzir provas e requerer diligências, não se verifica a alegada violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa (HC 10.483/RJ, T5, 19/10/1999, DJ 16.11.1999). � �Prova Indiciária �Ensina o Cap Rogério Luís Marques Melo que o Direito Administrativo Sancionador é especialmente receptivo à prova indiciária, até porque essa modalidade de prova é fundamental no estabelecimento de pautas de ‘razoabilidade’ dos julgamentos. �Prova Indiciária �O juiz Luís Flávio Cunha Navarro entende que se há apenas indícios da possibilidade de participação de acusado em crime, ele deve ser absolvido. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Diligencias Complementares � CPPM, Art. 427. Após a inquirição da última testemunha de defesa, os autos irão conclusos ao auditor, que deles determinará vista em cartório às partes, por cinco dias, para requererem, se não o tiverem feito, o que for de direito, nos termos deste Código. �Diligencias Complementares �Ensina Guilherme Souza Nucce que não se deve deixar para a fase final uma diligência que poderia ter sido pleiteada durante a instrução, pois ao referir-se à complementação da prova resultante de circunstâncias ou de fatos apurados na instrução. �Diligencias Complementares �Precedente Superior Tribunal de Justiça �A falta intimação de defesa para a fase das Diligências Complementares configura nulidade relativa que, para ser decretada, exige a comprovação de prejuízo, inexistente na espécie. Ademais, sendo assim, se não alegada na fase das alegações finais, se convalida (HC 9065/GO, 6ª T., Rel. Fernando Gonçalves). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Alegações Finais �Ensina Clóvis Alessandro De Souza Telles que a Alegação Final é a peça a ser apresentada após a fase do requerimento das diligências complementares , e que antecede a sentença do juiz, cuja finalidade é influir na decisão do magistrado. �Alegações Finais �Ensina Diógenes Gomes Viera que os diplomas que tratam a respeito de Conselho de Disciplina não prevê alegações escritas finais após o termino da instrução processual,

contudo é direito do acusado manifestar-se sobre todas as provas produzidas em seu desfavor. �Alegações Finais � Mandado de segurança. Militar. Conselho de Justificação. Ofensa a princípios constitucionais. Legalidade. Cerceamento de Defesa. Anulação de Ato Administrativo. A ausência de oitiva de testemunhas de defesa e falta de oportunidade de apresentação de alegações finais configuram cerceamento de defesa (RMS 2002320000510062/AM, 2ªT.,Rel. Des. Jiriar Aram Me Gueriam, j. 14.09.05). �Alegações Finais �Ensina Mirabete que hoje é predominante na jurisprudência que a falta de alegações finais pelo acusado é causa de nulidade. Afirma-se que o oferecimento de alegações finais é termo essencial do processo, já que a omissão causa esvaziamento do princípio do contraditório, deixando de se expor a pretensão da defesa. Assim, a falta de alegações finais, ainda que notificado o defensor constituído para oferecê-las, implica nulidade absoluta. Ao juiz cabe designar advogado para apresentar as alegações finais se o defensor do réu se omite. �Alegações Finais �Precedente do Superior Tribunal de Justiça � A falta de alegações finais, imediatamente anteriores ao julgamento do mérito da causa, consubstanciam-se em termo essencial do processo penal, razão pela qual a sua ausência implica em nulidade, por ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Precedentes (ROHC 10.186/RS, Rel. Min. Edson Vidigal, J. em 01/03/2001). - �Alegações Finais � Tourinho Filho pontifica que findo os prazos para apresentação das alegações finais, com elas ou sem elas, os autos são conclusos ao Juiz, isto é, são a ele encaminhados, nos termos e para os fins do art.502. Já vimos, examinando os artigos 499 e 500, não haver nulidade se, por acaso, intimadas às partes, deixarem elas passar in albis os prazos ali referidos. � �Alegações Finais � Precedente do superior Tribunal de Justiça � É pacífico que a falta de alegações finais não acarreta a nulidade no processo penal, pois esta só se dá na ausência de intimação para o seu oferecimento, nos termos do artigo 564, III, “e”, do Código de Processo Penal (HC n. 60.341-4/MG - 1ª T. , Rel. Min. MOREIRA ALVES J. 3.9.93). � �Alegações Finais � Ensina Diógenes Gomes Viera que os diplomas que tratam a respeito de Conselho de Disciplina não prevê alegações escritas finais após o termino da instrução processual, contudo é direito do acusado manifestar-se sobre todas as provas produzidas em seu desfavor. �

�Alegações Finais � Lei 9784/99, Art. 38, estabelece que o interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. �Alegações Finais �Súmula 523 do STF: NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Relatório �Ensina PALHARES MOREIRA REIS funciona o documento da Comissão como o relatório de uma sentença, ficando o correspondente a parte dispositiva a cargo da autoridade a quem compete julgar o processo. Sua importância resulta de que, pelo seu texto, a Comissão leva à autoridade julgadora a sua opinião sobre os fatos apurados, e sobre a inocência ou culpabilidade do indiciado. �. Relatório �Ensina HELY LOPES MEIRELLES que o Relatório é a síntese do apurado no processo, feita por quem presidiu individualmente ou pela comissão processante, com a apreciação das provas, dos fatos apurados, do direito debatido e proposta conclusiva para decisão da autoridade julgadora competente. É peça informativa e opinativa, sem efeito vinculante para a administração ou para os interessados no processo. Daí por que pode a autoridade julgadora divergir das conclusões e sugestões do relatório, sem qualquer ofensa a interesse público ou ao direito das partes, desde que fundamente sua decisão em elementos existentes no processo ou na insuficiência de provas para uma decisão punitiva ou, mesmo, deferitória ou indeferitória da pretensão postulante. � �Relatório �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Não há ilicitude no fato de a autoridade competente divergindo do relatório da Comissão Disciplinar, atribuir aos acusados imputação diversa daquela sugerida. A autoridade vincula-se aos fatos apurados no Processo Administrativo Disciplinar e não à capitulação legal proposta por órgãos e agentes auxiliares (MS 10935 DF 2005/0133082-8, Rel. Min. PAULO MEDINA, 3ª S., J. 09.08.06). �Relatório �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Não há ilicitude no fato de a autoridade competente divergindo do relatório da Comissão Disciplinar, atribuir aos acusados imputação diversa daquela sugerida. A autoridade vincula-se aos fatos apurados no Processo Administrativo Disciplinar e não à capitulação legal proposta por órgãos e agentes auxiliares (MS 10935 DF 2005/0133082-8, Rel. Min. PAULO MEDINA, 3ª S., J. 09.08.06).

�Relatório �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Falta de intimação pessoal do indiciado do relatório final da Comissão processante não constitui vício absoluto, e não tem o condão de, por si só, anular a punição, se há demonstração inequívoca de que o servidor tomou ciência desse ato. É incabível a alegação de cerceamento de defesa por supressão do direito ao recurso na via administrativa, se, tão-logo tomou conhecimento do ato demissório, o impetrante ingressou com pedido de reconsideração, em regular trâmite na Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça ( MS 8851 DF 2003/0000018-9, Rel. Min. FELIX FISCHER, 3ª S., j.22/04/2003). � Relatório �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Falta de intimação pessoal do indiciado do relatório final da Comissão processante não constitui vício absoluto, e não tem o condão de, por si só, anular a punição, se há demonstração inequívoca de que o servidor tomou ciência desse ato. É incabível a alegação de cerceamento de defesa por supressão do direito ao recurso na via administrativa, se, tão-logo tomou conhecimento do ato demissório, o impetrante ingressou com pedido de reconsideração, em regular trâmite na Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça ( MS 8851 DF 2003/0000018-9, Rel. Min. FELIX FISCHER, 3ª S., j.22/04/2003). � Relatório �Decreto 3639/75, Art. 11, estabelece que o Conselho de Disciplina dispõe de um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua nomeação, para a conclusão de seus trabalhos, inclusive remessa do relatório. � Decreto 3639/75, Art. 11, PÚ, estabelece que o Comandante Geral da Corporação, por motivos excepcionais, pode prorrogar até 20 (vinte) dias, o prazo de conclusão dos trabalhos. � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Prazo para conclusão �A extrapolação do prazo para conclusão do Processo Administrativo não gera qualquer conseqüência para a validade do mesmo, podendo importar, porém, em responsabilidade administrativa para os membros da Comissão (ROMS 6757/Presidente da República, Rel. Min. Anselmo Santiago). � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Sessão secreta �Decreto 3639/75, Art. 12, estabelece que realizadas todas as diligências, o Conselho de Disciplina passa a deliberar, em sessão secreta, sobre o relatório a ser redigido. �Sessão Secreta � LC 035 (LOMAN), Art. 27, § 2º, estabelece que findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o Presidente, no dia útil imediato, convocará o Tribunal ou o seu órgão especial para que, em sessão secreta, decida sobre a instauração do

processo, e, caso determinada esta, no mesmo dia distribuirá o feito e fará entregá-lo ao relator. � �Sessão Secreta � Lei 8112/90, Art. 150, PU, estabelece que as reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado. � �Sessão Secreta �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �O caráter secreto de tal reunião todavia não foi recepcionado pela Carta Política de 1988 que em seu art. 93, IX, instituiu que todos os julgamentos serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes (RMS 13358/ PB, Rel. Ministro GILSON DIPP, T5, j. 15/05/2003). � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Notificação do Relatório �Precedente do Tribunal de Justiça de Pernambuco �Após a confecção do relatório pela Comissão de Disciplina, exarado ao termino de regular procedimento onde deve ter assento a garantia aos princípios do devido processo legal, ampla defesa e contraditório, nada mais resta senão a vista dos Autos ao Ministério Público, para oferecimento de parecer ou requerimento de diligências e homologação do referido relatório final pelo Corregedor Geral da Secretária de Defesa Social (AI 0176387-9, Rel.Luiz Carlos Figueiredo, J. 09.12. 08). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Voto Vencido �Decreto 3639/75, Art. 12, § 3º, estabelece que quando houver voto vencido, é facultada sua justificação, por escrito. � �Voto Vencido � Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Por fim, o simples acolhimento pelos pares dos fundamentos do voto do relator não torna o julgamento por falta de decisão motivada, de ausência de publicidade do entendimento de cada um deles, porquanto se cuida de simples técnica de julgamento utilizada para agilizar o escrutínio do colegiado, sendo que o julgador é livre para expor suas próprias convicções, aderindo aos fundamentos do relator se assim o quiser (RMS 7464/BA, Rel. Min. Jorge Mussi, J. 09.06.09). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Impedimento e Suspeição � Lei 8112/90, Art. 149, estabelece que o processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente,

que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. � Lei 8112/90, Art. 149, § 2, estabelece que não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. � �Impedimento e Suspeição � Decreto 3639/75, Art. 5º,§ 2º - Não podem fazer parte do Conselho de Disciplina o Oficial que formulou a acusação; os Oficiais que tenham entre si, com acusador ou com o acusado, parentesco consangüíneo ou afim, na linha reta ou até o quarto grau de consangüinidade lateral ou de natureza civil; e os Oficiais que tenham particular interesse na decisão do Conselho de Disciplina. Impedimento para exercer a jurisdição �CPPM, Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, ou parente consangüíneo ou afim até o terceiro grau inclusive; b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente consangüíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado. � Suspeição �Casos de suspeição do juiz �Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas; b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim até o segundo grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer delas; e) se tiver dado parte oficial do crime; outros. Procedimento de Suspeição e Impedimento �CPPM, Art. 129. A argüição de suspeição ou impedimento precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente. �Art. 130. O juiz que se declarar suspeito ou impedido motivará o despacho. �Parágrafo único. Se a suspeição for de natureza íntima, comunicará os motivos ao auditor corregedor, podendo fazê-lo sigilosamente. �Art. 131. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, fá-lo-á em petição assinada por ela própria ou seu representante legal, ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as razões, acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas, que não poderão exceder a duas. Procedimento de Suspeição e Impedimento

�Art. 132. Se reconhecer a suspeição ou impedimento, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos autos o requerimento do recusante com os documentos que o instruam e, por despacho, se declarará suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto. �Art. 133. Não aceitando a suspeição ou impedimento, o juiz mandará autuar em separado o requerimento, dará a sua resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas. Em seguida, determinará a remessa dos autos apartados, dentro em vinte e quatro horas, ao Superior Tribunal Militar, que processará e decidirá a argüição. Precedente do Tribunal Regional Federal da 4 Região Suspeição e Impedimento Na hipótese, inicialmente houve anulação do procedimento administrativo por ter sido conduzido por autoridade militar impedida, forte nos termos da Lei 9784/99 (HC 200804000326913/RS, 7ª T., Rel. Des. Tadaaqui Hirose, j. 07.10.08). �Procedimento de Suspeição e Impedimento �Lei 9784/99, Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. �Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. � �Suspeição e Impedimento �A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou preliminar de nulidade de decisão da qual participou um juiz que, antes de integrar a magistratura, atuou no Ministério Público do Trabalho. O colegiado seguiu o voto do relator, ministro Emmanoel Pereira, no sentido de que o impedimento só ocorre quando o então procurador do Trabalho houver se manifestado nos autos em questão de mérito, o que não era o caso. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Improbidade Administrativa �Lei 8429/92, Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições... � Art. 12, III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. �

�Improbidade Administrativa �Precedente do Superior Tribunal de Justiça �Quanto aos limites de jurisdição cível da Justiça Militar, a ação civil por ato de improbidade deve ser processada perante a justiça estadual comum já que não se dirige contra a administração militar nem é conseqüência de atos disciplinares militares que tenham sido concretamente aplicados: volta-se a demanda contra o próprio militar, não se discute ato disciplinar, mas ato de indisciplina cometida por policiais militares no exercício das funções (CC 100.682/MG, Rel. Castro Meira, j. 10.06.09). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Competência para julgar o Conselho de Disciplina �Decreto 3639/75, Art. 13, estabelece que recebidos os autos do processo do CD, o Comandante Geral, dentro do prazo de 20 (vinte) dias, aceitando, ou não, seu julgamento e, neste último caso, justificando os motivos de seu despacho, determina: �o arquivamento do processo, se não julga a praça culpada ou incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade; a aplicação da pena disciplinar, se considera contravenção ou transgressão disciplinar a razão pela qual a praça foi julgada culpada; a remessa do processo ao auditor competente, se considerada crime a razão pela qual a praça foi julgada culpada; ou �a exclusão a bem da disciplina, nos termos do Estatuto dos Policiais Militares, ou a remessa do processo ao Governador do Estado para efetivação da Reforma, se considera que: a razão pela qual a praça foi julgada culpada, está prevista nos itens I, II ou IV do art. 2.º; ou se, pelo crime cometido, previsto no item III do art. 2.º, a praça foi julgada incapaz de permanecer na atividade ou inatividade. Competência para julgar o Conselho de Disciplina �Rito para julgamento �Lei 11929/01, § 2º - Todos os relatórios finais dos processos administrativos realizados pelas comissões previstas pelos incisos I a VII, deste artigo, deverão ser homologados pelo Corregedor Geral, antes do seu envio, para deliberação do Secretário de Defesa Social, ouvidos, para oferecimento de parecer ou proposição de outras providências que entenderem cabíveis, os membros do Ministério Público com atuação junto à Corregedoria Geral. �Competência para julgar o Conselho de Disciplina Lei 11817/01 face a Lei 6.783/74 �A Lei 6783/74, Art. 11, estabelece que è da competência do Comandante-Geral da Polícia Militar o ato de exclusão a bem da disciplina do Aspirante-a-Oficial PM, bem como das Praças com estabilidade assegurada enquanto a Lei 11817/01, Art. 10, estabelece que no Art. 10 que a competência para aplicar as penas disciplinares, previstas neste Código, é inerente ao cargo ou função ocupada, e não ao grau hierárquico, sendo autoridades competentes para aplicação: I- o Governador do Estado e o Secretário de Defesa Social, em relação a todos os integrantes das Corporações Militares Estaduais; Omissis. Competência do Secretário de Defesa Social para aplicar a pena de exclusão.

� Precedente do Superior Tribunal de Justiça �No recurso ao STJ, Silva alegou que o secretário de Defesa Social do Estado de Pernambuco é incompetente para a aplicação do ato impugnado, sob o argumento de que o artigo 10 do Código Disciplinar dos militares daquele estado indica apenas genericamente as autoridades que podem aplicar as punições, “mas não diz que todas as autoridades ali indicadas podem aplicar todo tipo de punição”. Sobre o tema, afirma, por fim, que o artigo 113 do Estatuto dos Policiais Militares de Pernambuco indica o comandante geral da Corporação para a aplicação da reprimenda. �Sustentou, ainda, que a legislação local pernambucana exige prévia decisão do Tribunal estadual acerca da perda da graduação das praças locais, ou seja, não apenas em caso de exclusão por força de condenação penal, mas também por força de processo disciplinar. Ao decidir, o relator, ministro Gilson Dipp, destacou que, muito embora o autor indique dispositivo regendo a mesma matéria e em outro sentido, qual seja o artigo 113 do Estatuto dos Policiais Militares do Estado de Pernambuco, cumpre lembrar que o Código Disciplinar dos Militares do Estado, a Lei nº 11817/2000, é posterior ao referido Estatuto, encontrando-se o primeiro em vigor à época da exclusão de Silva. “Logo, não se vislumbra qualquer óbice vedando a aplicação do Código Disciplinar ao caso dos autos (RMS 22708, rel. , ministro Gilson Dipp, j 08.11.2006). � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Espécies de Penas Disciplinares e Recursos Administrativos PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Espécies de Penas Disciplinares �Lei 11817/01, Art. 28, estabelece que as penas disciplinares militares a que estão sujeitos os militares estaduais, segundo o estabelecido na Parte Especial deste Código, são as seguintes: I - repreensão; II - detenção; III - prisão; IV - licenciamento a bem da disciplina; e V - exclusão a bem da disciplina. Espécies de Recursos Administrativos �Lei 11817/01, Art. 51 - Os recursos disciplinares são: Reconsideração de Ato; Queixa; Representação e Revisão Disciplinar. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Pressupostos dos Recursos Administrativos Ensina Léo Silva Alves, que são pressupostos dos recursos administrativos a autorização legal ( previsão em lei); tempestividade (prazo legal) e observância de formalidades legais ( as formalidades essenciais, como aautoridade a quem deve ser dirigida o recurso, o apontamento das divergências e o fundamento de sua pretensão ). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Ensina Léo da Silva Alves que o recurso não está condicionado a apresentação de novos elementos. O julgador a quem se recorre deverá reexaminar as provas já postas no processo. Apenas enfatiza-se novo ângulo. O recorrente mostra pontos que

deixaram de ser considerados. Novas provas servem para a revisão, que tem outro procedimento. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Efeito Suspensivo quando da impetração do Recurso Administração �A Lei 11817/01, Art. 36, § 1º, estabelece que o recurso administrativo sobrestará o início de cumprimento da pena e a eficácia de seus efeitos, até julgamento final, desfavorável ao recorrente, em última instância administrativa e não tenha se pronunciado, de forma diversa, o Poder Judiciário. Lei 11817/01, Art. 52, estabelece que a Reconsideração de Ato é o recurso interposto, mediante requerimento, por meio do qual o militar que se julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado, solicita à autoridade que praticou o ato, que reexamine sua decisão e reconsidere seu ato. �Lei 11817/01, Art. 53, estabelece que a Queixa é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de ofício ou parte, interposto pelo militar que se julgue injustiçado, dirigido diretamente ao superior imediato da autoridade contra quem é apresentada a queixa. � PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Modificação de pena �Lei 11817/01, Art. 39, § 3º - estabelece que as modificações da aplicação de pena são: I - Anulação; II – Omissis III – Omissis IV - Omissis �Lei 11817/01, Art. 40, § 1º, estabelece que deve ser concedida a anulação quando ficar comprovado ter ocorrido injustiça ou ilegalidade na sua aplicação PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Modificação de pena �Súmula do STF 473 - A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL. � � Anulação de pena disciplinar �Ensina o 1º Ten ALEXANDRE HENRIQUES DA COSTA/ PMSP que efetivada uma reprimenda disciplinar, não poderá a autoridade administrativa determinar uma segunda punição a um militar do Estado caso a primeira tenha sido cumprida, ou iniciado o seu cumprimento, a exemplo dos casos de sanção de cumprimento continuado, como as restritivas de liberdade. Assim, iniciado o cumprimento de uma sanção, será impossível reverter-se este ato, não se podendo revogá-lo. As sanções aplicadas, mas ainda não cumpridas, podem ser anuladas ou revogadas pela Administração ex officio ou por provocação da parte interessada, mas aquelas em exaurimento não poderão ser revistas, sob pena de incorrer-se em bis in idem.

� �Anulação de pena disciplinar �Ensina Ronaldo João Roth, não podem ser revogados os atos vinculados, nem os que tenham exaurido os seus efeitos, nem aqueles em que a autoridade deixou de ser competente, em virtude de um recurso, nem os que geraram direitos adquiridos (Súmula nº 473, do STF), Pode-se dizer então que, nestes casos, os atos disciplinares tornaram-se irreversíveis pela Administração, fazendo verdadeira coisa julgada administrativa. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR �Dupla punição �Precedente do Superior Tribunal de Justiça Em havendo sido aplicada sanção disciplinar de prisão por 30 (trinta) dias, não pode o militar sofrer outra punição – exclusão dos quadros da corporação – se ambas as medidas punitivas decorrem de um só ato infracional. (RMS 14.626 – GO, 2002/0043320-3, Rel.Min. Paulo Medina) � �Dupla punição �Precedente do Superior Tribunal de Justiça Este Eg. Tribunal já deliberou, em casos análogos, sobre não se tratar de dupla punição, considerando que a exclusão da Corporação consubstancia-se numa avaliação global da conduta (RMS 19040/40, Rel. Min. José Arnaldo, j. 05.09. 05). � �Dupla punição �Precedente do Superior Tribunal de Justiça A aplicação inadequada de servidor público federal da pena de suspensão, quando anulada em seu lugar imposta a pena de demissão prevista na Lei nº. 8.112/91, não incorre na vedação estabelecida na Súmula 19 do Excelso Pretório (É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo em que se fundou a primeira). Incorre em ofensa aos princípios do contraditório e ampla defesa a aplicação de demissão a servidor, após a anulação d prévia pena de suspensão, sem sua prévia notificação sem que se manifestasse acerca daquela anulação e da possibilidade da aplicação de pena mais severa Precedentes do Supremo Tribunal Federal e desta Corte. (RMS 7.034-DF, 2000/0053417-0, Rel. Min. Maria Tereza de Assis Moura). PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR � Prescrição segundo o Decreto 3639/75 � Parecer da procuradoria do Estado de Pernambuco Portanto, no que se refere ao tema PRESCRIÇÃO e REGIME DISCIPLINAR DOS MILITARES, verifica-se existirem diferentes disposições no estatuto dos militares e dos servidores civis, sem que este possa aplicar-se subsidiariamente àquele. Grosso modo, o prazo prescricional é aquele previsto nas normas referentes ao Conselho de Disciplina e de Justificação, que fixam em 06 (seis) anos o prazo de apuração e aplicação das punições, independentemente de sua natureza (o que novamente distingue o tratamento da matéria sob a ótica militar, já que o Estatuto

Civil prevê diferentes prazos a depender da gravidade e importância da conduta do servidor civil), salvo tratar-se de fato também caracterizado como crime militar, hipótese em que o prazo será aquele previsto no Código Penal Militar. Assim, os prazos prescricionais previstos nos art.17 do Decreto Estadual nº. 3.639/75 e no art. 18 da Lei nº.5.836/72 hão de transcorrer, a princípio, sem qualquer incidente interruptivo ou suspensivo na forma da legislação militar em vigor. Prescrição segundo a Lei 5836/72 e o Decreto 3639/75 �Parecer 444/06 da procuradoria do Estado de Pernambuco �Procuradora Ana Claudia Silva Gurgel Nada obstante válidos os questionamentos, impões-se conduzir a questão sob a perspectiva legal, de modo que, nesta ótica, considerados os distintos estatutos funcionais a que estão submetidos policiais civis e militares, diversos serão os respectivos processos disciplinares, até que se reformulem as leis de referência de modo a contemplar o que seria hoje a melhor encarnação do interesse público sobre a questão da disciplina dos profissionais de Segurança Pública.

“Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós..." Tiago 4:8 Deus abençoe vocês

Professor Vilmarde Barbosa da Costa

Fonte de referência Bibliográfica � Alves, Léo da Silva. Processo Disciplinar Passo a Passo. Brasília: Brasília Jurídica,

2ª edição, 2004. � Nucci, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. Editora Revista

dos Tribunais, 3ª edição revista, atualizada e ampliada, 2004. � Assis, Jorge César de. Curso de Direito Disciplinar Militar: da simples transgressão

ao processo administrativo. Juruá, 2008. � Costa, José Armando da. Teoria e Prática do Processo Administrativo Disciplinar.

Brasília Jurídica, 3ª edição Revista, atualizada e ampliada, 1940. � Fernandes, Antonio Scarance. Processo Penal Constitucional. 4. ed. ver., atual. e

ampl. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2005. � Júnior. José Cretella. Prática do Processo Administrativo. 3ª edição revistada e

atualizada de acordo com a Lei nº.9.784/99. Editora Revista dos Tribunais LTDA. � Lobão, Célio. Direito Processual Penal Militar. Forence; São Paulo : Método, 2009. � Luz, Egberto Maia. Direito Administrativo Disciplinar, teoria e prática. 4ª ed. rev.

Atual., ampl. – Bauru, SP: EDIPRO, 2002. � Nassar, Elody. Prescrição na Administração Pública. 2ª edição Revistada, atualizada

e ampliada, 2009. � Vieira, Diógenes Gomes. Manual Prático do Militar. Editora D & F Jurídica, 1ª

edição, 2009.

Anexos LEI Nº 5.836, DE 5 DE DEZEMBRO DE 1972

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art . 1º O Conselho de Justificação é destinado a julgar, através de processo especial, da incapacidade do oficial das Forças Armadas - militar de carreira - para permanecer na ativa, criando-lhe, ao mesmo tempo, condições para se justificar. Parágrafo único. O Conselho de Justificação pode, também, ser aplicado ao oficial da reserva remunerada ou reformado, presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se encontra. Art . 2º É submetido a Conselho de Justificação, a pedido ou " ex officio " o oficial das forças armadas: I - acusado oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter: a) procedido incorretamente no desempenho do cargo; b) tido conduta irregular; ou c) praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe; II - considerado não habilitado para o acesso, em caráter provisório, no momento em que venha a ser objeto de apreciação para ingresso em Quadro de Acesso ou Lista de Escolha; III - afastado do cargo, na forma do Estatuto dos Militares por se tornar incompatível com o mesmo ou demonstrar incapacidade no exercício de funções militares a ele inerentes, salvo se o afastamento é decorrência de fatos que motivem sua submissão a processo; IV - condenado por crime de natureza dolosa, não previsto na legislação especial concernente a segurança do Estado, em Tribunal civil ou militar, a pena restrita de liberdade individual até 2 (dois) anos, tão logo transite em julgado a sentença; ou V - pertencente a partido político ou associação, suspensos ou dissolvidos por força de disposição legal ou decisão judicial, ou que exerçam atividades prejudiciais ou perigosas à segurança nacional. Parágrafo único. É considerado, entre outros, para os efeitos desta Lei, pertencente a partido ou associação a que se refere este artigo o oficial das Forças Armadas que, ostensiva ou clandestinamente: a) estiver inscrito como seu membro; b) prestar serviços ou angariar valores em seu benefício; c) realizar propaganda de suas doutrinas; ou d) colaborar, por qualquer forma, mas sempre de modo inequívoco ou doloso, em suas atividades. Art . 3º O oficial da ativa das Forças Armadas, ao ser submetido a Conselho de Justificação, é afastado do exercício de suas funções: I - automaticamente, nos casos dos itens IV e V, do artigo 2º; e II - a critério do respectivo Ministro, no caso do item I, do artigo 2º. Art . 4º A nomeação do Conselho de Justificação é da competência: I - do Ministro da Força Armada a que pertence o oficial a ser julgado; e II - do Comandante do Teatro de Operações ou de Zona de Defesa ou dos mais altos comandantes das Forças Singulares isoladas, para os oficiais sob seu comando e no caso de fatos ocorridos na área de sua jurisdição, quando em campanha no país ou no exterior. § 1º As autoridades referidas neste artigo podem, com base nos antecedentes do oficial a ser julgado e na natureza ou falta de consistência dos fatos argüidos, considerar, desde logo, improcedente a acusação e indeferir, em conseqüência, o pedido de nomeação do Conselho de Justificação. § 2º O indeferimento do pedido de nomeação do Conselho de Justificação, devidamente fundamentado, deve ser publicado oficialmente e transcrito nos assentamentos do oficial, se este é da ativa. Art . 5º O Conselho de Justificação é composto de 3 (três) oficiais, da ativa, da Força Armada do justificante, de posto superior ao seu. § 1º O membro mais antigo do Conselho de Justificação, no mínimo um oficial superior da ativa, e o presidente, o que lhe segue em antigüidade é o interrogante e relator, e o mais moderno, o escrivão. § 2º Não podem fazer parte do Conselho de Justificação: a) o oficial que formulou a acusação; b) os oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com o acusado, parentesco consangüíneo ou afim, na linha reta ou até quarto grau de consangüinidade colateral ou de natureza civil; e c) os oficiais subalternos.

§ 3º Quando o justificante é oficial-general cujo posto não permita a nomeação de membros do Conselho de Justificação com posto superior, estes serão nomeados dentre os oficiais daquele posto, da ativa ou na inatividade, mais antigos que o justificante. § 4 o Quando o justificante é oficial da reserva remunerada ou reformado, um dos membros do Conselho de Justificação pode ser da reserva remunerada. Art . 6º O Conselho de Justificação funciona sempre com a totalidade de seus membros, em local onde a autoridade nomeante julgue melhor indicado para à apuração do fato. Art . 7º Reunido o Conselho de Justificação, convocado previamente por seu presidente, em local, dia e hora designados com antecedência presente o justificante, o presidente manda proceder a leitura e a situação dos documentos que constituíram o ato de nomeação do Conselho; em seguida, ordena a qualificação e o interrogatório do justificante, o que é reduzido a auto, assinado por todos os membros do Conselho e pelo Justificante, fazendo-se a juntada de todos os documentos por este oferecidos. Parágrafo único. Quando o justificante é oficial da reserva remunerada ou reformado e não é localizado ou deixa de atender a intimação por escrito para comparecer perante o Conselho de Justificação: a) a intimação é publicada em órgão de divulgação na área do domicílio do justificante; e b) o processo corre à revelia, se não atender à publicação. Art . 8º Aos membros do Conselho de Justificação é lícito reperguntar ao justificante e às testemunhas sobre o objeto da acusação e propor diligências para o esclarecimento dos fatos. Art . 9º Ao justificante é assegurada ampla defesa, tendo ele após o interrogatório, prazo de 5 (cinco) dias para oferecer suas razões por escrito, devendo o Conselho de Justificação fornecer-lhe o libelo acusatório, onde se contenham com minúcias o relato dos fatos e a descrição dos atos que lhe são imputados. § 1º O justificante deve estar presente a todas as sessões do Conselho de Justificação, exceto à sessão secreta de deliberação do relatório. § 2º Em sua defesa, pode o justificante requerer a produção, perante o Conselho de Justificação, de todas as provas permitidas no Código de Processo Penal Militar. § 3º As provas a serem realizadas mediante Carta Precatória são efetuadas por intermédio da autoridade militar ou, na falta desta, da autoridade judiciária local. Art . 10. O Conselho de Justificação pode inquirir o acusador ou receber, por escrito, seus esclarecimentos, ouvindo, posteriormente, a respeito, o justificante. Art . 11. O Conselho de Justificação dispõe de um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua nomeação, para a conclusão de seus trabalhos, inclusive remessa do relatório. Parágrafo único. A autoridade nomeante, por motivos excepcionais, pode prorrogar até 20 (vinte) dias o prazo de conclusão dos trabalhos. Art . 12. Realizadas todas as diligências, o Conselho de Justificação passa a deliberar, em sessão secreta, sobre o relatório a ser redigido. § 1º O relatório, elaborado pelo escrivão e assinado por todos os membros do Conselho de Justificação, deve julgar se o justificante: a) é, ou não, culpado da acusação que lhe foi feita; ou b) no caso de item II, do artigo 2º está ou não, sem habilitação para o acesso, em caráter definitivo; ou c) no caso do item IV, do artigo 2º, levados em consideração os preceitos de aplicação da pena previstos no Código Penal Militar, está, ou não, incapaz de permanecer na ativa ou na situação em que se encontra na inatividade. § 2º A deliberação do Conselho de Justificação é tomada por maioria de votos de seus membros. § 3º Quando houver voto vencido é facultada sua justificação por escrito. § 4º Elaborado o relatório, com um termo de encerramento, o Conselho de Justificação remete o processo ao Ministro Militar respectivo, através da autoridade nomeante, se for ocaso. Art . 13. Recebidos os autos do processo do Conselho de Justificação, o Ministro Militar, dentro do prazo de 20 (vinte) dias, aceitando ou não seu julgamento e, neste último caso, justificando os motivos de seu despacho, determina: I - o arquivamento do processo, se considera procedente a justificação; II - a aplicação de pena disciplinar se considera contravenção ou transgressão disciplinar a razão pela qual o oficial foi julgado culpado; III - na forma do Estatuto dos Militares, e conforme o caso, a transferência do acusado para a reserva remunerada ou os atos necessários a sua efetivação pelo Presidente da República, se o oficial foi considerado não habilitado para o acesso em caráter definitivo;

IV - a remessa do processo ao auditor competente, se considera crime a razão pela qual o oficial foi considerado culpado; V - a remessa do processo ao Superior Tribunal Militar: a) se a razão pela qual o oficial foi julgado culpado está previsto nos itens I, III e V do artigo 2º; ou b) se, pelo crime cometido prevista nos itens IV do artigo 2º o oficial foi julgado incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade. Parágrafo único. O despacho que julgou procedente a justificação deve ser publicado oficialmente e transcrito nos assentamentos do oficial, se este é ativa. Art . 14. É da competência do Superior Tribunal Militar julgar, em instância única, os processos oriundos de Conselhos de Justificação, a ele remetidos por Ministro Militar. Art . 15. No Superior Tribunal Militar, distribuído o processo, é o mesmo relatado por um dos Ministros que, antes, deve abrir prazo de 5 (cinco) dias para a defesa se manifestar por escrito sobre a decisão do Conselho de Justificação. Parágrafo único. Concluída esta fase é o processo submetido a julgamento. Art . 16. O Superior Tribunal Militar, caso julgue provado que o oficial é culpado de ato ou fato previsto nos itens I, III e V, do artigo 2º ou que, pelo crime cometido, previsto no item IV, do artigo 2º, é incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade, deve, conforme o caso: I - declará-lo indigno do oficialato ou com ele incompatível, determinando a perda de seu posto e patente; ou II - determinar sua reforma. § 1º A reforma do oficial é efetuada no posto que possui na ativa, com proventos proporcionais ao tempo de serviço. § 2º A reforma do oficial ou sua demissão " ex officio " conseqüente da perda de posto e patente, conforme o caso, é efetuado pelo Ministro Militar respectivo ou encaminhada ao Presidente da República, tão logo seja publicado o acórdão do Superior Tribunal Militar. Art . 17. Aplicam-se a esta lei, subsidiariamente, as normas do Código de Processo Penal Militar. Art . 18. Prescrevem em 6 (seis) anos, computados na data em que foram praticados, os casos previstos nesta Lei. Parágrafo único. Os casos também previstos no Código Penal Militar como crime prescrevem nos prazos nele estabelecidos. Art . 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada a Lei nº 5.300, de 29 de junho de 1967 e demais disposições em contrário. Brasília, 5 de dezembro de 1972; 151º da Independência e 84º da República.

LEI Nº 6957, DE 3 DE NOVEMBRO DE 1975

EMENTA: ESTABELECE OS CASOS DE PERDA DO POSTO DE OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR, FIXA NORMAS DE PROCEDIMENTO DO CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O Governador do Estado de Pernambuco: Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou, nos termos do artigo 32, § 3º da

Constituição do Estado, e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1º - O Oficial da Polícia Militar do Estado de Pernambuco só perderá o posto e a

patente se for declarado indigno do oficialato, ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça do Estado, em decorrência de julgamento a que for submetido.

Art. 2º - Será declarado indigno para o oficialato, ou com ele incompatível, o Oficial que:

I – for condenado, por Tribunal Civil ou Militar, a pena restritiva de liberdade individual, superior a 2 (dois) anos, em decorrência de sentença condenatória passada em julgado;

II – for condenado por sentença passada em julgado, por crime para os quais o Código Penal Militar comina essas penas acessórias e por crimes previstos na legislação concernente à Segurança Nacional;

III – houver perdido a nacionalidade brasileira; IV – incidir nos casos, previstos em lei federal, que motivam o julgamento por

Conselho de Justificação e, neste, for considerado culpado. Art. 3º - O Conselho de Justificação observará as normas de procedimento estabelecidas

pela lei federal. § 1º - Para a aplicação da lei federal aos Oficiais da Polícia Militar, as atribuições

conferidas ao Presidente da República, aos Ministros Militares e ao Superior Tribunal Militar, são, no Estado, da competência do Governador, do Comandante Geral e do Tribunal de Justiça do Estado, respectivamente.

§ 2º - Cabe ao Comandante Geral da Polícia Militar indicar, ao Governador do Estado, o Oficial a ser submetido a Conselho de Justificação, bem como os Oficiais a serem nomeados como integrantes do mesmo Conselho.

Art. 4º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições

em contrário.

LEI Nº 11.817, DE 24 DE JULHO DE 2000.

Dispõe sobre o Código Disciplinar dos Militares do Estado de Pernambuco, e dá outras

providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO: Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL TTÍÍTTUULLOO II

DDOO RREEGGIIMMEE DDIISSCCIIPPLLIINNAARR

CAPÍTULO I

DDOOSS PPRRIINNCCÍÍPPIIOOSS GGEERRAAIISS

Art. 1º O Código Disciplinar dos Militares do Estado de Pernambuco tem por finalidade instituir o regime disciplinar dos militares estaduais, cabendo-lhe especificar e classificar as transgressões disciplinares militares, estabelecer normas relativas a amplitude e aplicação de penas disciplinares, classificar o comportamento das Praças, definir os recursos disciplinares e suas formas de interposição, além de regulamentar as recompensas especificadas no Estatuto dos Militares Estaduais.

Art. 2º O companheirismo e o respeito às leis são os principais valores a serem cultivados na formação e no convívio da família militar estadual, incumbindo aos mais graduados incentivar e manter a harmonia e a amizade entre os menos graduados que lhe sejam subordinados, respeitados a hierarquia.

Art. 3º A civilidade, sendo parte da educação militar, é de interesse prioritário para a disciplina consciente, sendo dever de todos os integrantes das Organizações Militares Estaduais(OME), em serviço ou não, tratarem-se mutuamente com urbanidade.

§ 1º O militar mais graduado deve tratar os subordinados com educação e justiça, interessando-se pelos seus problemas, e o militar menos graduado deve tratar com respeito e deferência os militares a quem estiver subordinado.

§ 2º As demonstrações de educação, cortesia e consideração, expressada entre os militares estaduais, devem ser dispensadas aos civis e militares, de outras organizações, nacionais ou estrangeiras.

Art. 4º Para os efeitos deste Código, todos os titulares de OME, a exemplo dos Comandantes, Chefes e Diretores, serão aqui tratados unicamente, como Comandantes.

Art. 5º A hierarquia militar nas OME é a ordenação de autoridade, em níveis diferentes, por Postos e Graduações.

§ 1º A ordenação de Postos e Graduações obedece ao disposto no Estatuto dos militares do Estado de Pernambuco.

§ 2º O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito do acatamento às ordens emanadas em seqüência à autoridade hierárquica.

Art. 6º A disciplina militar é a rigorosa observância e o integral acatamento às leis, regulamentos, normas e disposições, aplicáveis as OME, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever, por parte de todos e de cada um dos integrantes das instituições militares.

§ 1º São manifestações essenciais da disciplina militar: I - a correção de atitudes; II - a obediência pronta às ordens legais dos superiores hierárquicos; III - a dedicação integral ao serviço; IV - a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da instituição; V - a consciência das responsabilidades; VI - a rigorosa observância das prescrições regulamentares; e VII - o respeito à continuidade e à essencialidade do serviço à sociedade.

§ 2º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos permanentemente, pelos militares na ativa e na inatividade.

Art. 7º Na emissão e no cumprimento de uma ordem, cabe ao militar a inteira responsabilidade pelas conseqüências que dela advierem.

§ 1º Cabe ao subordinado que receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos necessários ao seu total entendimento, cumprindo ao militar que a emitiu atender à solicitação, confirmando-a, se necessário, por escrito.

§ 2º Ao executante, que transgredir no cumprimento de uma ordem recebida, caberá a responsabilidade pelos excessos e omissões que vier a cometer.

CAPÍTULO II

DA ESFERA DE AÇÃO E DA COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO

Art. 8º Estão sujeitos ao regime disciplinar, estabelecido neste Código, os militares na ativa, na reserva remunerada e reformados. § 1º Os Oficiais nomeados juízes da Justiça Militar serão regidos por legislação específica. § 2º Os alunos de cursos militares também estão sujeitos às normas específicas previstas no regulamento da OME em que estejam matriculados, sem prejuízos de outras de superior hierarquia. Art. 9º É vedado aos militares estaduais, na ativa ou na inatividade, tratar no meio civil, pela imprensa ou por outro meio de divulgação, de assuntos de natureza militar, de caráter sigiloso ou funcional, ou de caráter reivindicatório, ou que atente contra os princípios da hierarquia, da disciplina, do respeito e do decoro militar, ou ainda, qualquer outro que atinja negativamente o conceito ou a base institucional da OME. Parágrafo único. Excetua-se da proibição acima os assuntos de caráter técnico-profissional, desde que o militar estadual que o divulgue esteja devidamente qualificado e autorizado para tal. Art. 10. A competência para aplicar as penas disciplinares, previstas neste Código, é inerente ao cargo ou função ocupada, e não ao grau hierárquico, sendo autoridades competentes para aplicação:

I - o Governador do Estado e o Secretário de Defesa Social, em relação a todos os integrantes das Corporações Militares Estaduais;

II - os Comandantes-Gerais das Corporações Militares Estaduais, em relação a todos os integrantes das suas respectivas Corporações;

III - o Chefe da Casa Militar do Governo do Estado, em relação aos que servirem sob sua chefia; IV - os Chefes do Estado-Maior e/ou Subcomandantes das Corporações Militares Estaduais, e o

Subchefe da Casa Militar do Governo do Estado, em relação aos que lhes são funcionalmente subordinados; V - os Subchefes do Estado-Maior Geral, Comandantes de Grandes Comandos e de Comandos

Intermediários ou de Área, os Ajudantes Gerais ou seus equivalentes e os Diretores de Diretorias, das Corporações Militares Estaduais, e os Diretores de Diretorias da Casa Militar do Governo do Estado, em relação aos que lhes são funcionalmente subordinados;

VI - os Corregedores e os Assistentes dos Comandos Gerais das Corporações Militares Estaduais, em relação aos que lhes são funcionalmente subordinados;

VII - os Comandantes de OME, com autonomia administrativa, em relação aos que servirem sob seus comandos;

VIII - os Comandantes de OME, que exerçam atividades de ensino e instrução, em relação aos que servirem sob seus comandos, inclusive os matriculados em cursos militares naquelas OME; e

IX - Outros que, em razão do cargo ou função, receberem delegação específica para tal, proveniente de autoridade competente superior. Art. 11. Todo militar estadual que presenciar ou tiver conhecimento de uma transgressão disciplinar militar, conforme especificada neste Código, deverá, desde que não seja autoridade competente para adotar as providências imediatas, comunicá-la ao seu superior imediato, por escrito, ou verbalmente, obrigando-se, ainda, quando a comunicação for verbal, a ratificá-la, por escrito, no prazo máximo de 2 (dois) dias úteis. § 1º A parte deve ser clara, concisa e precisa, devendo conter os dados capazes de identificar as pessoas ou coisas envolvidas: o local, a data, a hora da ocorrência, e caracterizar as circunstâncias que a envolveram, sem tecer comentários ou opiniões pessoais. § 2º Quando, para preservação da disciplina e do decoro institucional, a prática da transgressão disciplinar militar exigir uma pronta intervenção, cabe ao militar estadual que a presenciar ou dela tiver conhecimento, seja autoridade competente ou não, com ou sem ascendência funcional sobre o transgressor, tomar imediatas e enérgicas providências contra o mesmo, inclusive prendê-lo "em nome da autoridade competente", que é aquela a quem o militar transgressor estiver funcionalmente subordinado, dando-lhe ciência, pelo meio mais rápido, da ocorrência e das providências em seu nome adotadas. § 3º No caso da transgressão disciplinar militar, objeto da comunicação, ter sido praticada por militar estadual subordinado a OME diversa daquela a que pertence o signatário da parte, deve este ser notificado de sua solução, no prazo máximo de 15 (quinze) dias úteis. § 4º Expirado o prazo de que trata o parágrafo anterior, deve o signatário da parte informar da ocorrência à autoridade a quem estiver imediatamente subordinado, para as providências cabíveis. § 5º A autoridade competente, a quem a parte disciplinar é dirigida, deve notificar o transgressor no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data em que tomou conhecimento da ocorrência, e informar ao notificado da abertura do prazo de 5 (cinco) dias úteis para apresentação de defesa escrita e provas, que julgar adequada. § 6º Na impossibilidade de proceder à notificação no prazo estabelecido, providenciará a autoridade competente a publicação, em boletim específico, das razões fundamentadas da extrapolação do prazo, o qual, pelas mesmas razões, poderá ser prorrogado até o máximo de 15 (quinze) dias úteis, desde que a autoridade competente opte pela instauração de Sindicância ou Inquérito Policial Militar, com amplo direito de defesa ao investigado. § 7º O Comandante de OME, uma vez recebida à defesa escrita e provas do transgressor, ou cientificado, formalmente, da sua não-apresentação no prazo legal ou da recusa de ciência da notificação, dará solução à parte disciplinar no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, caso não julgue serem necessárias novas diligências, ou a encaminhará ao seu superior imediato, caso não se julgue autoridade competente para solucioná-la. § 8º O Comandante da OME procederá de forma análoga, quando do recebimento dos relatórios conclusivos de sindicâncias e outros processos administrativos disciplinares militares. Art. 12. Ocorrendo a prática de transgressão disciplinar em que estejam envolvidos militares estaduais de mais de uma OME, caberá ao Comandante da OME do escalão imediatamente superior ao das OME dos transgressores determinar a apuração dos fatos, procedendo, a seguir, de conformidade com o artigo anterior e seus parágrafos.

§ 1º No caso de serem identificados, entre os transgressores, militares estaduais da reserva remunerada ou reformados, as providências disciplinares, quanto aos mesmos, deverão ser adotadas em nome da autoridade competente, da Corporação Militar Estadual, com jurisdição sobre os inativos, a quem caberá a adoção das providências administrativas subseqüentes. § 2º Havendo militar de Força Armada entre os transgressores, caberá ao Comandante da OME, que iniciar a apuração dos fatos, cientificar, de imediato, à autoridade militar local, da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, a quem o transgressor estiver, no momento, subordinado.

TÍTULO II

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES MILITARES

CAPÍTULO I

DA CONCEITUAÇÃO E DA ESPECIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES

Art. 13. Transgressão disciplinar Militar, para os fins deste Código, é toda ação ou omissão praticada por militar estadual que viole os preceitos da ética e os valores militares, ou, que contrarie os deveres e obrigações a que o mesmo está submetido, constituindo-se em manifestações elementares e simples que não possam ser tipificadas como crime ou contravenção.

Parágrafo único. As transgressões disciplinares militares são as previstas na Parte Especial deste Código, sem prejuízo de outras definidas em lei ou regulamento, devendo sua aplicação, necessariamente motivada, considerar sempre a natureza e a gravidade da infração.

Art. 14. Considera-se praticada a transgressão disciplinar militar no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

Art. 15. O militar estadual passa a estar subordinado ao regime disciplinar deste Código a partir da data que, oficialmente, se der sua inclusão na Corporação Militar Estadual.

Parágrafo único. Quanto aos militares estaduais da reserva remunerados e reformados, ressalvados as peculiaridades de convocação, somente se desobrigam do regime disciplinar por ocasião do óbito.

Art. 16. Ficam sujeitos ao regime disciplinar deste Código os militares estaduais agregados, nas condições estabelecidas pelo Estatuto dos Militares de Pernambuco, assim como os que estiverem à disposição de órgãos públicos civis, exercendo cargos ou funções considerados como de natureza ou interesse militar, na forma da legislação específica ou peculiar.

Art. 17. O resultado de que depende a existência da transgressão disciplinar militar somente é imputado a quem lhe deu causa, considerando-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

§ 1º A omissão do militar estadual é disciplinarmente relevante sempre que, no caso específico, ele devia e podia agir para evitar o resultado, que é a transgressão disciplinar militar.

§ 2º O dever de agir incumbe a quem: I - tenha a obrigação de cuidado, proteção e vigilância; II - de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e III - com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Art. 18. Diz-se da transgressão disciplinar militar: I - consumada, quando nela se reúnem todos os elementos de sua tipificação; e II - tentada, quando, iniciada a execução, a mesma não se consuma, por circunstâncias alheias à

vontade do transgressor. Parágrafo único. Salvo dispositivo em contrário, pune-se a tentativa com a pena mínima prevista para

a transgressão consumada ou com uma pena alternativa. Art. 19. O militar estadual que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução da transgressão

ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Art. 20. Não se pune a tentativa de transgressão disciplinar militar quando, por ineficácia absoluta

dos meios ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se a ação ou omissão.

CAPÍTULO II

DO JULGAMENTO DAS TRANSGRESSÕES

Art. 21. O julgamento das transgressões disciplinares militares deve ser precedido de uma análise que considere:

I - os antecedentes do transgressor; II - as causas que a determinaram; III - a natureza dos fatos ou dos atos que a envolveram; e IV - as conseqüências que dela possam advir. Parágrafo único. Em quaisquer instâncias a que submetido o transgressor, o julgamento dar-se-á em

respeito ao amplo direito de defesa e ao devido processo legal. Art. 22. No julgamento das transgressões disciplinares militares, podem ser levantadas causas que as

justifiquem, ou circunstâncias que as atenuem ou agravem. Art. 23. São causas de justificação: I - ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no interesse do serviço ou da ordem

pública; II - ter sido cometida a transgressão em legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de

direito ou estrito cumprimento do dever legal; III - ter sido cometida a transgressão em decorrência de caso fortuito ou força maior, plenamente

comprovado e justificado; e IV - ter sido cometida a transgressão em decorrência da falta de melhores esclarecimentos, quando

da emissão da ordem, ou de falta de meios adequados para o seu cumprimento, devendo tais circunstâncias serem plenamente comprovadas e justificadas.

Art. 24. São circunstâncias atenuantes: I - a constatação de bons antecedentes, registrados nos assentamentos do transgressor; II - a relevância de serviços prestados; III - a falta de prática no serviço; e IV - a influência de fatores diversos, devidamente comprovados e justificados. Art. 25. São circunstâncias agravantes: I - a constatação de maus antecedentes, registrados nos assentamentos do transgressor; II - a prática simultânea ou a conexão de duas ou mais transgressões; III - a reincidência específica da transgressão; IV - o conluio de duas ou mais pessoas na prática da transgressão; V - ter sido cometida a transgressão com abuso da autoridade hierárquica e/ou funcional do

transgressor; VI - ter sido cometida a transgressão durante a execução do serviço; VII - ter sido cometida a transgressão em presença de subordinados; VIII - ter sido praticada a transgressão em presença de tropa ou de público civil; e IX – ter sido tentada ou consumada, a transgressão, em desrespeito ao dever da continuidade e da

essencialidade do serviço.

CAPÍTULO III

DA CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES

Art. 26. As transgressões disciplinares militares classificam-se, segundo sua intensidade e desde que não haja causa de justificação, em:

I - leves; II. - médias; e

III - graves.

TÍTULO III

DAS PENAS DISCIPLINARES E DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

CAPÍTULO I

DA ESPECIFICAÇÃO DAS PENAS E MEDIDAS E DA REABILITAÇÃO

Art. 27. A pena disciplinar militar é a sanção administrativa imposta ao militar estadual, com o objetivo de fortalecer a disciplina, a partir da reeducação do transgressor penalizado e da coletividade a que ele pertence, visando evitar a prática de novas transgressões.

Art. 28. As penas disciplinares militares a que estão sujeitos os militares estaduais, segundo o estabelecido na Parte Especial deste Código, são as seguintes:

I - repreensão; II - detenção; III - prisão; IV - licenciamento a bem da disciplina; e V - exclusão a bem da disciplina. § 1º Poderão ser aplicadas, alternativa ou cumulativamente com as penas disciplinares previstas neste

artigo, as seguintes medidas administrativas: I - cancelamento de matrícula em curso ou estágio; II - afastamento do cargo, função, encargo ou comissão; III - movimentação da OME; IV - suspensão da folga, para prestação compulsória de serviço administrativo ou operacional à

OME; e V - suspensão de pagamento, no soldo, dos dias faltados, injustificadamente, e interrupção,

compatível à contagem do tempo de serviço, conforme disposto em legislação própria. § 2º Todas as penas disciplinares aplicadas deverão ser registradas na ficha disciplinar do

transgressor, para fins de apuração de seu comportamento, se Praça, ou se de seu conceito, se Oficial. § 3º Precedente à aplicação de qualquer pena disciplinar ou medida administrativa, previstas nestes

artigos, a autoridade competente poderá adotar o recurso da advertência, como orientação verbal ao transgressor, sem registro em sua ficha disciplinar, e poderá fixar-se unicamente nesta admoestação, quando se tratar da primeira penalidade aplicada ao transgressor ou quando os antecedentes deste assim o recomendarem.

§ 4º As penas disciplinares de prisão e detenção não poderão ultrapassar a 30 (trinta) dias, implicando em privação de liberdade, respectivamente, absoluta e relativa do transgressor, processando-se da seguinte forma:

I - no caso de detenção, o recolhimento dar-se-á em dependência da OME, para tal fim designado; e II – no caso de prisão, implicará em confinamento do transgressor em local específico da própria

OME ou em estabelecimento prisional destinado aos militares estaduais. III - comunicação, imediata, do local onde se encontre, à sua família ou à pessoa por ele indicada. § 5º A critério da autoridade competente, o militar estadual detido poderá comparecer a todos os atos

de instrução e serviço. § 6º Em casos especiais, a critério da autoridade competente, o Oficial, o Aspirante-a-Oficial e a

Praça graduada poderão ter suas residências como locais de cumprimento da pena disciplinar de prisão. § 7º Os militares estaduais dos diferentes círculos de Oficiais e Praças não poderão ficar recolhidos

na mesma dependência, quando no cumprimento de penas de detenção ou prisão; deverão ficar, também, separados dos presos à disposição da justiça.

§ 8º O cumprimento de pena de prisão não deve implicar, em princípio, em prejuízo das atividades instrucionais a que o transgressor deva comparecer; quando for com prejuízo, esta condição deve ser declarada no boletim da OME que publicar a aplicação da pena.

§ 9º Quando a OME não dispuser de instalações apropriadas para o cumprimento da pena de detenção, cabe à autoridade competente que aplicar a punição solicitar ao escalão superior a definição de outra OME onde se possa dar o recolhimento do transgressor detido.

§ 10. Compete à autoridade que aplicar a primeira prisão ao militar ajuizar da conveniência e necessidade de encarcerar o mesmo, tendo em vista os altos interesses da ação educativa da coletividade e a elevação do moral da tropa; no caso de não haver encarceramento, esta circunstância deverá ser, fundamentadamente, publicada em boletim da OME, conferindo-se ao militar a prerrogativa especial de permanecer no quartel.

Art. 29. A aplicação da pena de prisão, sem publicação em boletim, não poderá exceder de 72 (setenta e duas) horas e somente se dará quando configurada a hipótese do § 2º, do art. 11, deste Código, e, bem assim, por ordem do Governador do Estado, dos Comandantes Gerais das Corporações Militares Estaduais ou do Chefe da Casa Militar do Governo do Estado, conforme o caso.

Parágrafo único. Ao militar preso nas circunstâncias deste artigo são garantidos os seguintes direitos: I - a identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório; II - a comunicação imediata do local onde se encontre, à sua família ou à pessoa por ele indicada; e III - assistência da família. Art. 30. O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina consistem no afastamento ex-offício do

militar estadual das fileiras de sua Corporação, conforme previsto em legislação própria, e somente se aplicam aos Aspirantes-a-Oficial e às demais Praças, após o devido processo administrativo disciplinar militar.

§ 1º O licenciamento a bem da disciplina deve ser aplicado às praças sem estabilidade assegurada, como solução de processo administrativo disciplinar sumário, em que lhes sejam assegurados a ampla defesa e o contraditório, desde que se conclua que:

I - o militar processado, com a prática das transgressões objeto das investigações, afetou o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe; ou

II - o militar processado, encontrando-se no comportamento MAU há, no mínimo, 1 (um) ano, continua tendo conduta irregular ou procedendo incorretamente no desempenho de suas funções.

§ 2º A exclusão a bem da disciplina deve ser aplicada aos Aspirantes-a-Oficial e demais praças, com ou sem estabilidade assegurada, conforme legislação própria, cabendo ao Tribunal de Justiça do Estado ou ao Tribunal de Justiça Militar, quando houver, decidir sobre a perda da graduação dos militares julgada culpados em Conselhos de Disciplina.

Art. 31. O Governador do Estado, o Secretário de Defesa Social ou os Comandantes Gerais das Corporações Militares Estaduais poderão, atendendo requerimento do interessado ou ex-offício, conceder a reabilitação do militar licenciado ou excluído a bem da disciplina, desde que devidamente comprovado, em grau de recurso administrativo, ter ocorrido ilegalidade ou injustiça no processo disciplinar que ensejar a aplicação daquelas penas.

Parágrafo único. A reabilitação prevista neste artigo deverá ser publicada no Boletim Geral da Corporação, descrevendo-se os atos administrativos anulados, e ensejará a reinclusão do militar, desde que não haja nenhuma lide judicial em curso com a mesma finalidade.

CAPÍTULO II

DAS NORMAS PARA APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DAS PENAS

Art. 32. A aplicação da pena disciplinar é tornada oficial através da publicação em boletim da OME ou Boletim Geral da Corporação, devendo constar na nota de culpa o seguinte:

I - a descrição sumária, clara e precisa, dos fatos e circunstâncias que envolveram a prática da transgressão;

II - o enquadramento da transgressão cometida, conforme prevista neste Código, e legislação correlata, especificando-se, inclusive, sua classificação;

III - as circunstâncias atenuantes e agravantes, relacionando-as com o comportamento do transgressor;

IV - a pena disciplinar imposta, com detalhamento sobre a data de início do cumprimento, nos casos em que o militar já tiver sido recolhido ou se encontrar afastado do serviço à disposição de outra autoridade, o local de cumprimento, e se haverá prejuízo ou não das atividades instrucionais do transgressor; e

V - a classificação do comportamento em que a Praça penalizada permaneça ou ingresse. § 1º Quando ocorrer causa de justificação, esta circunstância deverá ser publicada em substituição à

pena que deveria ser aplicada. § 2º Quando a autoridade que aplicar a pena disciplinar não dispuser de boletim para a sua

publicação, esta deve ser feita, mediante solicitação escrita, no boletim da autoridade imediatamente superior. § 3º As penas impostas aos Oficiais e Aspirantes-a-Oficial deverão ser publicadas, em princípio, em

boletim reservado (da OME ou Geral), somente se dando em caráter ostensivo quando a natureza e as circunstâncias da transgressão assim o recomendarem.

Art. 33. A aplicação de qualquer pena disciplinar, por parte de autoridade competente, deverá ser feita, sempre, com justiça, serenidade e imparcialidade, para que o transgressor penalizado fique consciente e convicto de que a sanção se inspira no estrito cumprimento do dever de quem aplicou e visa, a precipuamente, o benefício educativo do militar e da coletividade.

Art. 34. A aplicação de pena disciplinar deve obedecer aos seguintes requisitos: I- a pena aplicada deve ser proporcional à gravidade da transgressão cometida, dentro dos limites

fixados neste Código, e sua dosimetria deve levar em conta a ocorrência de circunstâncias atenuantes e agravantes;

II - pela prática de uma única transgressão, não pode ser aplicada mais de uma pena disciplinar, o que não exime o transgressor da responsabilidade civil e criminal que lhe couber;

III - na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada uma deve ser imposta a pena disciplinar correspondente;

IV – na ocorrência de mais de uma transgressão, havendo conexão, as transgressões de menor gravidade serão consideradas como circunstâncias agravantes da transgressão principal.

Art. 35. Nenhum militar deve ser interrogado ou encarcerado em estabelecimento prisional em estado de embriaguez ou sob o efeito de qualquer substância que lhe suprima ou perturbe o entendimento correto de suas ações, ficando, desde logo, detido, até possuir plena capacidade para ser ouvido.

Art. 36. O início do cumprimento de pena disciplinar e a eficácia da medida administrativa somente dar-se-ão, após a publicação desta, em boletim, salvo se houver a interposição de recurso administrativo.

§ 1º O recurso administrativo sobrestará o início de cumprimento da pena e a eficácia de seus efeitos, até julgamento final, desfavorável ao recorrente, em última instância administrativa e não tenha se pronunciado, de forma diversa, o Poder Judiciário.

§ 2º A contagem de tempo de cumprimento de pena disciplinar, nos casos de detenção e prisão, vai do momento em que o militar sancionado é recolhido, até aquele em que for posto em liberdade.

§ 3º A autoridade que necessitar punir seu comandado, que se encontre à disposição ou a serviço de outra autoridade, deve a esta requisitar a apresentação daquele, a fim de proceder ao cumprimento da pena imposta; neste caso, quando o local de recolhimento do militar sancionado não for sua própria OME, a autoridade requisitante deverá solicitar à autoridade requisitada que faça recolher tal militar diretamente ao local designado.

§ 4º O cumprimento de pena disciplinar de detenção ou prisão, por militar afastado do serviço ou em gozo de licença de qualquer natureza, somente se dará após o seu retorno à OME, salvo quando a preservação da disciplina e do decoro da classe e da Corporação recomendarem o imediato recolhimento do transgressor, a critério de autoridade competente.

§ 5º A interrupção da contagem de tempo das penas de detenção e prisão, em decorrência de baixa a hospital, enfermaria e similares, terá início no momento em que o militar sancionando for retirado do local de cumprimento da pena, concluindo com o retorno do mesmo àquele local, devendo o afastamento e o retorno ser publicados em boletim.

Art. 37. As penas disciplinares e medidas administrativas tratadas neste Código devem ser aplicadas de acordo com as prescrições nele contidas, observando-se, quanto às penas e medidas máximas que podem ser aplicadas pelas autoridades competentes, o que dispõe a PARTE ESPECIAL, TÍTULO ÚNICO, CAPÍTULO I, desta Lei.

§ 1º Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com ação disciplinar sobre o transgressor, conhecerem de uma transgressão, à de nível hierárquico mais elevado competirá aplicar a pena disciplinar e/ou medida administrativa cabível.

§ 2º Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão disciplinar militar, concluir que a pena disciplinar e/ou medida administrativa a ser aplicada está além do limite máximo que lhe é permitido por este Código, cabe-lhe solicitar à autoridade superior, com ação disciplinar sobre o transgressor, a aplicação da pena e/ou medida cabível, mais adequada.

CAPÍTULO III

DAS NORMAS PARA APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO

DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Art. 38. As medidas administrativas, previstas no § 1º, do art. 28, deste Código, deverão ser aplicadas quando as circunstâncias da transgressão disciplinar militar assim recomendarem, cabendo à autoridade competente, quando de sua aplicação, observar o seguinte:

I - poderão ser aplicadas alternativamente, substituindo totalmente as penas previstas para as transgressões de natureza leve, desde que o transgressor não seja reincidente específico e se encontre , pelo menos, no comportamento BOM; e

II - poderão ser aplicadas cumulativamente, complementando as penas previstas para as transgressões de natureza média ou grave, desde que o transgressor seja reincidente específico e se encontre, pelo menos, no comportamento INSUFICIENTE.

§ 1º Considera-se reincidência específica a prática de ação ou omissão, prevista como transgressão disciplinar militar, que venha a ocorrer, por mais de uma vez, durante o lapso de tempo necessário para o cancelamento da pena disciplinar aplicada à primeira transgressão.

§ 2º Embora não tenha sua ficha disciplinar classificada por comportamentos, aplica-se ao Oficial ou Aspirante-a-Oficial, no que couber, a disposição deste artigo.

CAPÍTULO IV

MODIFICAÇÃO NA APLICAÇÃO DAS PENAS

Art. 39. A modificação da aplicação de pena pode ser realizada pela autoridade que a aplicou, por autoridade superior ou pelas Comissões Recursais, quando se tomar conhecimento de fatos que recomendem tal procedimento.

§ 1º A modificação será realizada pelas Comissões quando se tratar de recurso apresentado pelo militar penalizado.

§ 2º O militar que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na aplicação de pena e que não tenha competência para modificá-la deve propor a sua modificação à autoridade competente, fundamentadamente.

§ 3º As modificações da aplicação de pena são: I - Anulação; II - Relevação; III - Atenuação; e IV - Agravação. Art. 40. A anulação de pena consiste em tornar sem efeito a publicação da mesma. § 1º Deve ser concedida a anulação quando ficar comprovado ter ocorrido injustiça ou ilegalidade na

sua aplicação. § 2º A anulação poderá ocorrer nos seguintes prazos: I - em qualquer tempo e em quaisquer circunstâncias, pelas autoridades especificadas nos incisos I e

II, do art. 10, deste Código; e

II - no prazo de 60 (sessenta) dias, pelas demais autoridades, exceto quando a pena for publicada em Boletim Geral, competindo-lhes dar ciência de sua decisão ao escalão superior.

§ 3º Quando a anulação for concedida durante o cumprimento da pena, será o penalizado posto em liberdade imediatamente.

Art. 41. Anulada a pena, deve-se eliminar toda e qualquer anotação ou registro nas alterações do militar relativas a sua aplicação, observado o disposto no art. 64, deste Código;

Art. 42. A relevação da pena consiste na suspensão do cumprimento da mesma. Parágrafo único. A relevação da pena pode ser concedida: I - quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com a aplicação da mesma,

independente do tempo de pena a cumprir; e II - por motivo de passagem de comando, data de aniversário da OME ou data nacional, quando já

tiver sido cumprida pelo menos metade da pena. Art. 43. A atenuação de pena consiste na transformação da pena aplicada em uma pena menos

rigorosa, se assim o exigir o interesse da disciplina e da ação educativa. Art. 44. A agravação de pena consiste na transformação da pena aplicada em uma pena mais

rigorosa, se assim o exigir o interesse da disciplina e da ação educativa.

TÍTULO IV

DO COMPORTAMENTO MILITAR

CAPÍTULO ÚNICO

CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E MELHORIA DE COMPORTAMENTO

Art. 45. O comportamento militar das praças espelha o seu procedimento civil e militar, sob o ponto de vista disciplinar.

§ 1º A classificação, a reclassificação, bem como a melhoria de comportamento, são da competência do Comandante Geral e dos Comandantes de OME, obedecendo ao disposto neste Capítulo e necessariamente publicado em boletim.

§ 2º Ao ser incluída numa Corporação Militar Estadual, a Praça será classificada no comportamento Bom.

Art. 46. O comportamento militar das praças deve ser classificado em: I - Excepcional - quando, no período de 06 (seis) anos de efetivo serviço, não tenha sofrido qualquer

pena disciplinar; II - Ótimo - quando, no período de 04 (quatro) anos de efetivo serviço, tenha sido penalizada com até

uma detenção; III - Bom - quando, no período de 02 (dois) anos de efetivo serviço, tenha sido penalizada com uma

prisão, ou com duas sanções menores; IV - Insuficiente - quando, no período de 02 (dois) anos de efetivo serviço, tenha sido penalizada

com até duas prisões ou com quatro sanções menores; e V - Mau - quando, no período de 01 (um) ano de efetivo serviço, tenha sido penalizada com mais de

duas prisões, ou com quatro sanções menores. Art. 47. A reclassificação e melhoria de comportamento das praças serão feitas automaticamente,

mediante a aplicação da escala móvel resultante dos prazos estabelecidos no artigo precedente e a aplicação do disposto no art. 67, deste Código.

Parágrafo único. Para efeito de classificação de comportamento, a condenação da Praça por sentença transitada em julgado é equiparada :

I - a prisão, se resultante de crime; e II - a detenção, se decorrente de contravenção penal. Art. 48. A contagem de tempo para reclassificação e melhoria de comportamento, de que trata o

artigo anterior, começa a partir da data em que se encerra o cumprimento da pena disciplinar.

Art. 49. Para efeito de classificação e melhoria, fica estabelecido que duas detenções eqüivalem a uma prisão.

TÍTULO V DOS RECURSOS DISCIPLINARES E DAS COMISSÕES RECURSAIS

CAPÍTULO I

DOS RECURSOS DISCIPLINARES

Art. 50. Os recursos disciplinares constituem os procedimentos administrativos interpostos pelo militar, penalizado disciplinarmente por autoridade competente, com o objetivo de modificar a pena aplicada.

Art. 51. Os recursos disciplinares são os seguintes: I - Reconsideração de Ato; II - Queixa; III - Representação; e IV - Revisão Disciplinar.

§ 1º Todos os recursos disciplinares têm efeito suspensivo, ficando sobrestado o recolhimento do militar até que sejam julgados, em última instância administrativa, todos os recursos ao seu alcance.

§ 2º O recurso de revisão disciplinar somente é cabível perante as Comissões Recursais. § 3º A tramitação dos recursos tem caráter urgente, não podendo exceder a 15 (quinze) dias, contados

da data de recebimento do processo, devidamente instruído pela autoridade competente para solucioná-lo. Art. 52. Reconsideração de Ato é o recurso interposto, mediante requerimento, por meio do qual o

militar que se julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado, solicita à autoridade que praticou o ato, que reexamine sua decisão e reconsidere seu ato.

§ 1º O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado através da autoridade a quem o requerente estiver diretamente subordinado.

§ 2º O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no prazo máximo de 2 (dois) dias úteis, a contar da data em que o militar tomar oficialmente conhecimento dos fatos que o motivaram.

§ 3º A autoridade a quem é dirigida o pedido de reconsideração de ato deve despachá-lo no prazo máximo de 04 (quatro) dias úteis, sob pena de infringência regulamentar.

Art. 53. Queixa - é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de ofício ou parte, interposto pelo militar que se julgue injustiçado, dirigido diretamente ao superior imediato da autoridade contra quem é apresentada a queixa.

§ 1º A apresentação da queixa só é cabível após a publicação, em boletim da OME onde serve o queixoso, da solução do pedido de reconsideração.

§ 2º A apresentação da queixa deve ser feita dentro de um prazo de 05 (cinco) dias úteis, a contar da publicação em boletim da solução de que trata o parágrafo anterior.

§ 3º O queixoso deve informar, por escrito, à autoridade de quem vai se queixar, do objeto do recurso disciplinar que irá apresentar.

§ 4º O queixoso deve ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem formulou o recurso, até que o mesmo seja julgado, devendo, no entanto, permanecer na localidade onde serve, salvo a existência de fatos que contra-indiquem a sua permanência na mesma.

Art. 54. Representação é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de ofício ou parte, interposto por autoridade em favor de um subordinado, que esteja sendo vítima de injustiça ou prejudicado em seus direitos por ato de autoridade superior.

Art. 55. A Revisão Disciplinar consiste na interposição de recurso, sob a forma de requerimento, perante Comissão Recursal, após esgotados os recursos anteriores.

§ 1º O pedido de Revisão Disciplinar deve ser encaminhado à Comissão Recursal, através da autoridade a quem o requerente estiver subordinado, instruído com:

documentação que deu origem à pena disciplinar;

provas ou documentos comprobatórios; e argumentos de fatos que motivem ou fundamentem o pedido. § 2º O pedido de Revisão Disciplinar deve ser apresentado no prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis,

a contar da data em que o militar tomar conhecimento oficialmente do indeferimento do seu último recurso. § 3º Ao dar entrada no protocolo da OME com o pedido de Revisão Disciplinar, deverá o ato ser

registrado em boletim, ficando suspensos todos os efeitos da pena até o julgamento do recurso. § 4º As Comissões só decidirão sobre os recursos que atendam os requisitos do presente

Código, e das leis atinentes à espécie, e de superior hierarquia, sendo os casos que contrariem suas prescrições consideradas prejudicados, mandando-se publicar seu indeferimento em boletim, fundamentadamente.

CAPÍTULO II

DAS COMISSÕES RECURSAIS

Art. 56. As Comissões Recursais, com a finalidade de receber e julgar os pedidos de Revisão Disciplinar, são as seguintes:

I - Comissão Permanente de Recursos Administrativos (CPRAD); e II - Comissão Especial de Recursos Administrativos (CERAD).

Art. 57. A Comissão Permanente de Recursos Administrativos será composta por 03 (três) Oficiais Superiores da Corporação, sorteados entre os Oficiais da área de jurisdição, para um período de 06 (seis) meses, competindo-lhe julgar os requerimentos oriundos de penas disciplinares aplicadas pelas autoridades especificadas nos incisos VII a IX, do art. 10, deste Código, exceto os casos do artigo seguinte.

Parágrafo único. Poderão ser criadas tantas Comissões Permanentes de Recursos Administrativos quantas forem às áreas de jurisdição, criadas pelo Comandante Geral.

Art. 58. A Comissão Especial de Recursos Administrativos será constituída por 03 (três) Coronéis PM, sendo um o Corregedor e dois sorteados especialmente para cada recurso, competindo-lhe julgar requerimentos oriundos de penas disciplinares aplicadas pelas autoridades especificados nos incisos II a IV, do art. 10, deste Código.

Art. 59. O funcionamento das Comissões Permanentes e Especial de Recursos Administrativo será regulamentado por Portaria do Comando Geral, ouvida a Secretaria de Defesa Social.

TÍTULO VI

DO CANCELAMENTO DE PENAS E DAS RECOMPENSAS

CAPÍTULO I

DO CANCELAMENTO DE PENAS

Art. 60. O cancelamento de pena é o direito concedido ao militar de ter cancelado a averbação de pena e outras notas a ela relacionadas, em sua ficha disciplinar.

Art. 61. O cancelamento de pena será concedido ao militar automaticamente, dentro das seguintes condições:

I - não se tratar de pena que afete o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe;

II - ter o militar bons serviços prestados, comprovados pela análise de suas alterações; III - ter o militar conceito favorável de seu comandante; e IV - ter o militar completado: a) 06 (seis) anos de efetivo serviço, quando a pena a cancelar for de prisão; e b) 04 (quatro) anos de efetivo serviço, quando a pena a cancelar for de detenção.

Art. 62. Os prazos a que se referem às alíneas "a" e "b" do inciso IV, do artigo anterior, serão contados da pena a cancelar e terão início a partir da data de cumprimento do último dia de detenção ou prisão.

§ 1º O cancelamento de qualquer pena não é prejudicado pela superveniência de outra pena.

§ 2º Concedido o cancelamento, o comportamento da Praça será alterado, mediante a aplicação das prescrições sobre melhoria de comportamento, contidas neste Código.

Art. 63. O Comandante Geral, independentemente das condições enunciadas no artigo 61 deste Código, poderá cancelar uma ou todas as penas do militar que tenha, comprovadamente, prestados relevantes serviços, e não haja sofrido qualquer pena nos últimos 02 (dois) anos.

Art. 64. Todas as anotações relacionadas com as penas canceladas devem ser tingidas de maneira que não seja possível a sua leitura.

Parágrafo único. Na margem onde for feito o cancelamento, devem ser anotados o número e a data do boletim da autoridade que concedeu o cancelamento, sendo estas anotações rubricadas pela autoridade competente para assinar as folhas de alterações.

CAPÍTULO II

DAS RECOMPENSAS

Art. 65. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelo militar. Art. 66. Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são recompensas militares: I - o elogio; II - as dispensas do serviço; e III - a dispensa da revista do recolher e do pernoite, para as praças e alunos dos cursos militares a

eles destinados. Art. 67. O elogio pode ser individual ou coletivo. § 1º O elogio individual, que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais, somente poderá

ser formulado a militares que se hajam destacado do resto da coletividade, no desempenho de ato de serviço, ação meritória ou bravura.

§ 2º Os aspectos principais para a concessão de elogio são os referentes a caráter, coragem e desprendimento, inteligência, condutas civil e militar, culturas profissional e geral, capacidade como instrutor, capacidade como Comandante, administrador e capacidade física.

§ 3º O elogio coletivo visa a reconhecer e a ressaltar um grupo de militares ou fração de tropa, ao cumprir destacadamente uma determinada missão.

§ 4º A descrição do fato ou dos fatos que motivam o elogio deve precisar a atuação do elogiado e citar expressamente os atributos de sua personalidade que ficaram evidenciados.

§ 5º A linguagem deve ser sóbria, como convém ao estilo militar, evitando-se as generalidades e adjetivações ocas, desprovidas de real significado.

§ 6º Os elogios, quando concedidos por transferência para a inatividade, poderão conter, a título de homenagem, ou mesmo de exemplo, breve referência sobre fatos de períodos anteriores da vida do militar, que mereçam destaque especial e ressaltem atributos dignos de nota.

§ 7º Só serão registrados nos assentamentos dos militares os elogios individuais, obtidos no desempenho de suas funções próprias, na sua Corporação ou em atividades consideradas de natureza militar, e concedidos por autoridades com atribuição para fazê-los.

§ 8º Quando a autoridade que conceder o elogio não dispuser de boletim para sua publicação, esta deve ser feita, mediante solicitação, por escrito, no da autoridade imediatamente superior.

§ 9º Os elogios individuais, para efeito de classificação, reclassificação e melhoria de comportamento, previstos no Título IV, deste Código, serão concedidos nas seguintes categorias e valores:

Bravura: ação destacada de coragem do militar, no cumprimento do dever, que, descrita inequivocamente, tem valor para anular os efeitos de pena aplicada de prisão;

Ação Meritória: ação de caráter excepcional que destaque o militar com risco da própria vida, entre os seus pares, tem valor para anular os efeitos de pena aplicada de detenção; e

Ato de Serviço: ação de caráter excepcional que destaque o militar entre seus pares, tem valor para anular os efeitos de medida administrativa autônoma.

§ 10. Na aplicação do parágrafo anterior, no que concerne à equivalência e adição dos valores de elogios concedidos, adota-se de forma análoga às mesmas regras do art. 49, deste Código.

Art. 68. As dispensas do serviço, sempre expressamente justificadas, podem ser: I - dispensa total do serviço, que isenta de todos os trabalhos da OME, inclusive os de instrução; e II - dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos que devem ser especificados na

concessão; § 1º A dispensa total do serviço é considerada pelo prazo máximo de 08 (oito) dias e não

deve ultrapassar o total de 16 (dezesseis) dias, no decorrer de 01 (um) ano civil, não invalidando o direito a férias;

§ 2º A dispensa total do serviço pode ser gozada fora da sede da OME, ficando subordinada às mesmas regras relativas à concessão de férias.

§ 3º A dispensa total do serviço é regulada por período de 24 (vinte e quatro) horas, contadas de boletim a boletim e sua publicação deve ser feita, no mínimo, 24 (vinte e quatro) horas antes de seu início, salvo motivo de força maior.

Art. 69. São competentes para conceder estas recompensas, as autoridades especificadas no art. 10, deste Código.

Art. 70. As dispensas da revista do recolher e de pernoitar no aquartelamento são da competência das autoridades especificadas nos incisos V a IX, do art. 10, deste Código, podendo ser incluídas numa mesma concessão; a praça beneficiada com esta recompensa deverão comparecer à instrução e aos serviços para os quais forem escaladas.

Art. 71. São competentes para anular, restringir ou ampliar as recompensas concedidas por si ou por seus subordinados, as autoridades especificadas no art. 10 deste Código, devendo esta decisão ser justificada em boletim da OME, dentro do prazo de 04 (quatro) dias úteis de sua concessão.

TÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 72. Os julgamentos a que forem submetidos os militares, perante Conselho de Justificação ou Conselho de Disciplina, serão conduzidos segundo normas próprias ao funcionamento dos referidos Conselhos.

Parágrafo único. As causas determinantes que levam o militar a ser submetido a um destes Conselhos, ex-officio ou a pedido, as condições para sua instauração, funcionamento e providências decorrentes, estão estabelecidas na legislação que dispõe sobre os citados Conselhos.

Art. 73. É da competência das autoridades especificadas nos incisos I e II, do art. 10, deste Código, o direito de penalizar os militares inativos na prática de transgressão disciplinar.

Art. 74. O Comandante Geral baixará instruções complementares necessárias à interpretação, orientação e aplicações deste Código Disciplinar para as circunstâncias e casos não previstos no mesmo.

PARTE ESPECIAL

TÍTULO ÚNICO

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES EM ESPÉCIE

CAPÍTULO I

DAS TRANSGRESSÕES DE NATUREZA GRAVE

Art. 75. Utilizar-se do anonimato para qualquer fim. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Parágrafo único. Se do anonimato resultar ofensa a pessoa ou à Corporação. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 76. Deixar de punir o transgressor da disciplina. Pena: Prisão, de 5 a 10 dias. Art. 77. Deixar de comunicar ao superior imediato ou a outro, na ausência daquele, qualquer

informação que tiver conhecimento, sobre iminente perturbação da ordem pública ou da boa marcha do serviço.

Pena: Prisão, de 5 a 10 dias. Art. 78. Aconselhar, concorrer, retardar, prejudicar ou embaraçar a execução de medidas ou ações

legais de ordem judiciária, administrativa ou policial, que lhe caiba promover em razão da função, desrespeitando a autoridade competente pelo não cumprimento de sua ordem.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 79. Deixar de atender, imediatamente, à convocação de autoridade superior, dentro da hierarquia

legal, bem como, deixar de prestar informações solicitadas e julgadas necessárias. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 80. Dar conhecimento de fatos, documentos ou assuntos militares, a quem deles não deva ter

conhecimento e não tenha atribuições para neles intervir. Pena: Prisão, de 5 a10 dias. Art. 81. Não cumprir, por negligência, ordem legal recebida. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 82. Simular fato impeditivo para esquivar-se do cumprimento de qualquer obrigação legal. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 83. Trabalhar mal, intencionalmente, em qualquer serviço ou instrução. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 84. Faltar a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou a que deva assistir. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias, com perda da remuneração e do tempo de serviço referentes aos dias da

falta ao serviço. Art. 85. Abandonar o serviço para o qual tenha sido designado. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias, além da aplicação das medidas administrativas de perda da

remuneração e interrupção da contagem do tempo de serviço. Art. 86. Afastar-se de qualquer lugar em que deva encontrar-se por força de disposição legal ou

ordem. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 87. Rasurar livros de ocorrências, fichas disciplinares, folhas de alterações, folhas de conceitos

ou outros documentos, bem como lançar quaisquer outras matérias estranhas às finalidades desses documentos.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 88. Investir-se de função que não exerce. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Parágrafo único. Se da transgressão resultarem danos a terceiros ou ao patrimônio público. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 89. Confiar a pessoas estranhas à Corporação, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de

cargo, encargo ou função que lhe competir, ou a seus subordinados. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 90. Deixar de recolher-se ou apresentar-se nos prazos regulamentares na OME para a qual tenha

sido transferido ou classificado, ou às autoridades competentes, nos casos de missão ou serviço extraordinário para o qual tenha sido designado.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 91. Não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo que o mesmo

for interrompido. Pena: Prisão, de 5 a 10 dias. Art. 92. Representar a OME em qualquer ato de serviço, sem estar para isso autorizado.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 93. Tomar compromisso pela OME, através de órgão que comandar ou em que servir, sem estar

para isso autorizado, desde que não constitua crime. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 94. Fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias, envolvendo assunto

de serviço, bens da administração pública, artigos de uso proibido nos quartéis, desde que não constitua crime ou contravenção.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 95. Deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência ou incúria,

medidas contra quaisquer irregularidades que venha a tomar conhecimento. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 96. Não ter os devidos cuidados com arma, que estiver sob sua responsabilidade, deixando que

terceiros possam utilizá-la. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 97. Espalhar notícias exageradas, falsas ou tendenciosas, em prejuízo da boa ordem civil ou

militar. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 98. Provocar ou fazer-se causa, voluntariamente, de origem de alarme injustificável. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 99. Não cumprir as normas legais no ato de efetuar prisão. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 100. Conversar ou deixar terceiros conversarem com preso sob sua guarda, sem que para isso

esteja autorizado, em razão da função ou por ordem de autoridade competente. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 101. Deixar que presos conservem em seu poder instrumentos ou objetos capazes de constituir

perigo, causar lesão, danificar instalações ou facilitar a fuga. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 102. Afastar-se do local ou área de atuação onde exerce suas atividades, sem permissão de

autoridade competente. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 103. Manter em seu poder ou usar indevidamente bem da Corporação do qual detenha a posse,

em razão de cargo ou encargo, fora das atividades normais do serviço. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 104. Valer-se do cargo com o fim de obter proveito de qualquer natureza, desde que não

constitua crime. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 105. Andar, quando de serviço a cavalo, a trote ou galope, por via pública, sem que haja

necessidade. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 106. Censurar ato se superior ou procurar desconsiderá-lo, reservadamente ou em público. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 107. Procurar desacreditar superior, igual ou subordinado, em qualquer ocasião. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 108. Ofender, provocar, ameaçar ou desafiar superior, igual ou subordinado, com palavras,

gestos ou ações, desde que não constitua crime. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 109. Concorrer para discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizade entre os companheiros.

Pena: Prisão de 20 a 30 dias. Art. 110. Manter rixa ou travar luta corporal com seu igual ou subordinado. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 111. Tratar o subordinado de forma descortês, deseducada, incivilizada ou injusta ou dirigir-se

ou referir-se ao mesmo em termos incompatíveis com a disciplina militar. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 112. Portar-se em público ou na presença de tropa de modo inconveniente, sem compostura,

faltando aos preceitos da ética, da moral, dos bons costumes e da educação. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 113. Promover escândalo ou nele envolver-se, comprometendo o prestígio da Corporação. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 114. Promover ou participar de manifestação de caráter coletivo, ou de associações, exceto as

que tenham fins lícitos. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 115. Aceitar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados, salvo nos casos previstos no

artigo anterior. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 116. Travar discussão, por qualquer veículo de comunicação, sobre assunto militar, sem estar

para isso autorizado. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 117. Autorizar, promover ou assinar documento, de caráter coletivo ou não, dirigido a qualquer

autoridade civil ou militar, sem seguir as normas regulamentares da Corporação. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 118. Deixar ou negar-se a receber fardamento, equipamento ou material que lhe seja destinado,

ou deva ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 119. Introduzir, ter em seu poder ou distribuir na OME, como propaganda, publicação ou

material equivalente, que atente contra a hierarquia, a disciplina e a moral. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 120. Introduzir em área sob a administração militar material inflamável, explosivo, tóxico,

entorpecente ou bebido alcoólica. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 121. Fazer uso, apresentar sintomas de estar sob ação ou induzir outrem a uso de bebida

alcoólica, estando de serviço, desde que comprovada tal circunstância em exame clínico específico. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 122. Introduzir bebida alcoólica em área sob a administração militar, sem estar para isso

autorizado. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 123. Dificultar ou retardar, deixando de concluir no prazo legal, a solução ou andamento de

documento, parte, recurso, prestação de informação, processo administrativo, inquérito, sindicância, diligências ou cumprimento de determinação judicial, que lhe competir, desde que não constitua crime .

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 124. Deixar de levar ao conhecimento da autoridade competente, por via hierárquica

e dentro do prazo regulamentar, à parte, representação, petição, recurso ou documento que houver recebido, se não estiver na sua alçada resolvê-lo, desde que elaborado de acordo com os preceitos regulamentares.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Parágrafo único. Se da transgressão resultar decadência do documento. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 125. Não levar a falta ou irregularidade que presenciar ou de que tiver ciência, e não lhe couber

reprimir, ao conhecimento da autoridade competente, no mais curto prazo. Pena: Prisão, de 11 a 20 dias. Art. 126. Incitar paralisação do serviço ou participar da incitação. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias. Art. 127. Paralisar o serviço. Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

CAPÍTULO II

DAS TRANSGRESSÕES DE NATUREZA MÉDIA

Art. 128. Faltar com a verdade. Pena: Detenção, de 20 a 30 dias.

Art. 129. Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas atribuições quando se julgar suspeito ou impedido de adotar providências a respeito.

Pena: Detenção, de 20 a 30 dias. Art. 130. Gravar tatuagem no corpo que fique à mostra nos diversos tipos de uniformes. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 131. Apresentar-se desuniformizado, mal uniformizado ou, ainda, com o uniforme alterado ou

desalinhado. Pena: Detenção de 11 a 20 dias. Art. 132. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência da OME, fora do horário de expediente, desde

que não seja o respectivo Comandante, sem ordem por escrito com expressa declaração de motivo ou sem ordem de autoridade competente, em situação de emergência.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias. Art. 133. Deixar de prestar a superior hierárquico, as honras, as continências e os sinais de respeito

nos regulamentos militares. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 134. Deixar de corresponder à continência de subordinado. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 135. Não cumprir as normas de apresentação, procedimentos, formas de tratamento e

precedência, previstos nos regulamentos militares. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 136. Dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior hierárquico. Pena: Detenção, de 20 a 30 dias. Art. 137. Dificultar ao subordinado a apresentação de parte ou recurso. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 138. Negar ao subordinado, sem motivo justificável, licença para se dirigir à autoridade superior,

a fim de tratar assuntos de seu interesse. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 139. Deixar de cumprir ou de fazer cumprir as normas regulamentares na esfera de suas

atribuições. Pena: Detenção, de 21 a 30 dias. Art. 140. Deixar de dar informação que lhe competir, no prazo regulamentar, nos documentos que

lhe forem encaminhados, exceto nos casos de suspeição, impedimento ou absoluta falta de elementos, hipótese em que essas circunstâncias serão fundamentadas.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias. Art. 141. Retardar a execução de qualquer ordem, sem motivo justificável. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 142. Deixar de participar a tempo, à autoridade a que estiver subordinado, impossibilidade de

comparecer à OME, ou a qualquer serviço em que seja obrigado a tomar parte ou a que tenha de assistir. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 143. Chegar atrasado a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou a que deva assistir. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 144. Permutar serviço sem permissão da autoridade competente. Pena: Detenção, 11 a 20 dias. Art. 145. Retirar ou tentar retirar de qualquer área sob jurisdição militar, material, viatura ou animal,

ou mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável. Pena: Detenção, de 21 a 30 dias. Art. 146. Não ter, pelo preparo próprio, ou pelo de seus comandados, instruendos ou educandos, a

dedicação imposta pelo sentimento do dever. Pena: Detenção, 21 a 30 dias. Art. 147. Içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insígnia de autoridade. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 148. Dar toques militares ou fazer sinais regulamentares sem permissão. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 149. Conversar com sentinela, em seu posto, salvo sobre objeto de serviço. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 150. Conversar, sentar-se ou fumar a sentinela ou plantão da hora, ou ainda consentir na

formação ou permanência de grupo de pessoas junto a seu posto de serviço. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 151. Comparecer a qualquer ato de serviço sem uniforme, quando tenha sido determinado o seu uso, ou com uniforme diferente do previsto.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 152. Deixar o superior, uniformizado ou não, de determinar a saída imediata, de solenidade

militar ou civil de subordinado que a ela compareça desuniformizado ou com uniforme diferente do determinado.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 153. Entrar em OME, nela permanecer ou dela sair em trajes civis, durante o expediente sem

autorização de autoridade competente. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 154. Penetrar, sem permissão ou ordem, em área sob a administração militar cuja entrada lhe

seja vedada . Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 155. Ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial, cuja divulgação possa ser prejudicial

à disciplina ou à boa ordem do serviço. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 156. Publicar ou contribuir para que sejam publicados, por qualquer meio, fatos, documentos ou

assuntos técnicos militares sem autorização para tal. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 157. Deixar, o Comandante da guarda ou quem se ache em função correspondente, de levar ao

conhecimento do Oficial-de-Dia ou autoridade equivalente, a presença de qualquer pessoa estranha à OME, bem como de Oficiais, Praças e Civis da própria Corporação que nela penetrarem depois do toque de silêncio ou do encerramento do expediente.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 158. Maltratar ou não ter o devido cuidado no trato com semoventes da Corporação. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 159. Desrespeitar em público as convenções sociais. Pena: Detenção, de 21 a 30 dias. Art. 160. Dirigir-se ao Comandante ou seu substituto imediato, na OME onde serve, sem autorização

do Comandante sob cujas ordens servir. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 161. Dirigir-se a outra OME ou a autoridades civis ou militares, sem autorização do

Comandante sob cujas ordens servir. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias. Art. 162. Empregar ou autorizar o emprego de subordinado para serviços não previstos em

regulamentos e normas da Corporação. Pena: Detenção, de 21 a 30 dias. Art. 163. Permanecer o militar, alojado ou não, em horário de expediente, desuniformizado ou

deitado, sem autorização de quem de direito. Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 164. Executar exercícios profissionais, que envolvam riscos à integridade física de seus executantes, sem autorização superior, salvo nos casos de competição ou demonstração em que houver um responsável habilitado.

Pena: Detenção de 21 30 dias. Art. 165. Não observar as ordens em vigor, relativas ao tráfego, nas saídas e regressos de viaturas de

serviço, bem como nos deslocamentos nas imediações de áreas sob a administração militar. Pena: Detenção, de 21 a 30 dias. Art. 166. Transportar em viatura ou equivalente, pessoal ou material sem autorização de autoridade

competente. Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

CAPÍTULO III

DAS TRANSGRESSÕES DE NATUREZA LEVE

Art. 167. Apresentar parte ou recurso contra superior sem observar as normas regulamentares. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 168. Deixar de comunicar ao superior a execução de ordem dele recebida. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 169. Deixar de avisar militar, em companhia do qual estiver, sobre a aproximação de superior

hierárquico. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 170. Permanecer em dependência de sua OME, desde que seja estranho ao serviço, sem

permissão do respectivo chefe. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 171. Ter pouco cuidado com o asseio próprio ou coletivo, em qualquer circunstância. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 172. Conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares impróprios. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 173. Fumar em lugares ou ocasiões onde isso seja vedado. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 174. Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentares, ou usar indevidamente

uniforme ou condecorações. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 175. Andar o militar a pé ou em transporte coletivo público, com uniforme inadequado,

contrariando o Regulamento de Uniformes ou normas a respeito. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 176. Deixar o Oficial ou Aspirante-a-Oficial, ao entrar em OME diferente daquela em que

servir, de entender-se com o Oficial-de-Dia, para que este tenha ciência de sua presença e, em seguida, com o Comandante ou Oficial de maior posto presente, para cumprimentá-lo.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 177. Deixar a praça, ao entrar em OME diferente daquele onde servir, de apresentar-se ao

Oficial-de-Dia ou, na sua falta, ao Adjunto-de-Dia ou autoridade equivalente. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 178. Deixar o Oficial-de-Dia ou de serviço, de se apresentar regularmente a qualquer superior

que entrar em sua OME, quando disso tenha ciência. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 179. Penetrar ou tentar penetrar o militar em alojamento de outra Subunidade da OME que não a

sua, depois da revista do recolher, salvo os que, pelas funções, sejam a isto obrigados. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 180. Entrar ou sair de OME com tropa, sem prévio conhecimento ou ordem de autoridade

competente ou que não seja para instrução prevista. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 181. Deixar de portar o militar o seu documento de identidade, estando uniformizado ou não, ou

de exibi-lo, quando solicitado de acordo com a legislação vigente. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 182. Deixar o militar, no início de expediente, tão logo seus afazeres o permitam, de apresentar-

se ao seu Comandante imediato ou, no impedimento deste, ao Oficial de maior posto presente na OME onde serve, salvo ordem ou instrução contrária a respeito.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 183. Usar, quando uniformizado, barba, cabelo, bigode ou costeleta, em desacordo com as

normas regulamentares da Corporação. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 184. Usar, quando uniformizado, penteado exagerado, peruca, maquilagem excessiva e unhas

demasiadamente longas, comprometendo sua imagem e a da Corporação. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 185. Usar jóias ou outros adereços que prejudiquem a apresentação pessoal, quando

uniformizado. Pena: Detenção, de 3 a 5 dias. Art. 186. Freqüentar uniformizado bares, boates ou estabelecimentos similares, de notória

incompatibilidade com o decoro da classe e da Corporação.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 187. Deixar o Comandante de OME de dirigir-se a Oficial de posto superior ao seu, quando o

mesmo adentrar na respectiva OME, quando disso tiver ciência. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 188. Deixar de comunicar ao órgão competente de sua OME o seu endereço domiciliar, ou de

atualizá-lo, em caso de mudança. Pena: Detenção, de 6 a 10 dias. Art. 189. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 190. Revogam-se as disposições em contrário. Palácio do Campo das Princesas, em 24 de julho de 2000.

JARBAS DE ANDRADE VASCONCELOS Governador do Estado

IRAN PEREIRA DOS SANTOS MAURÍCIO ELISEU COSTA ROMÃO

DECRETO Nº 22.114, de 13 de MARÇO de 2000 Aprova o Regulamento de Ética Profissional dos Militares do Estado de Pernambuco e dá outras providências. O Governador do Estado, no uso das suas atribuições que lhe são conferidas pelo Artigo 37, incisos II e IV, da Constituição do Estado; Considerando as diretrizes na área de Segurança Pública, em nível federal e estadual, no tocante à instituição de normas de Ética Profissional para as Corporações Militares; e Considerando a necessidade de dotar a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco de um instrumento específico para regular as condutas éticas de seus integrantes; DECRETA: Art. 1º Fica aprovado o Regulamento de Ética Profissional dos Militares do Estado de Pernambuco, anexo a este Decreto. Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS, em 13 de março de 2000. JARBAS DE ANDRADE VASCONCELOS Governador do Estado IRAN PEREIRA DOS SANTOS MAURÍCIO ELISEU COSTA ROMÃO SÍLVIO PESSOA DE CARVALHO REGULAMENTO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS MILITARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º O Regulamento de Ética Profissional dos Militares do Estado de Pernambuco norteia-se por princípios que formam a consciência profissional do militar estadual e representa imperativos de sua conduta, traduzindo-se pelo fiel cumprimento à lei, às ordens das autoridades constituídas, ao cumprimento dos princípios norteadores dos direitos humanos e dos demais princípios que norteiam a vida em sociedade. Art. 2º A função militar está revestida de certa parcela do Poder Estatal, possibilitando tomadas de decisões, impondo regras, dando ordens, por vezes restringindo bens e interesses jurídicos, direitos individuais e coletivos, dentro dos limites autorizados por lei. Art. 3º Para o desempenho da missão, o militar estadual deve possuir atributos intelectuais, técnico-profissionais, e, acima de tudo, morais, colocando-o como espelho da cidadania; deve possuir firmeza de

caráter, dedicação ao trabalho e profissionalismo, atuando sempre com senso de justiça, pré-requisitos que a sociedade espera e exige do verdadeiro militar estadual. Art. 4º O militar estadual, ao ingressar na carreira, prestará o compromisso de honra, em caráter solene afirmando a sua consciente aceitação dos valores profissionais, dos deveres éticos, do sentimento do dever, do pundonor, do decoro da classe e a firme disposição de bem cumpri-los. § 1º Honra Militar é a qualidade íntima do militar estadual que se conduz com integridade, honestidade, honradez e justiça, observando com rigor os deveres morais que tem consigo e seus semelhantes. § 2º Sentimento do Dever Militar consiste no envolvimento com uma tomada de consciência perante o caso concreto, ou seja, com a realidade, implicando no reconhecimento da obrigatoriedade de um comportamento militar coerente, justo e equânime. § 3º Pundonor Militar é o sentimento de dignidade própria, procurando o militar estadual ilustrar e dignificar a Corporação, através da beleza e retidão moral que se conduz, resultando honestidade e decência. § 4º Decoro da Classe Militar é a qualidade do militar estadual, baseada no respeito próprio dos companheiros e da comunidade a que serve, visando o melhor e mais digno desempenho da profissão militar. CAPÍTULO II DA DEONTOLOGIA MILITAR Art. 5º A Deontologia Militar é constituída pelo elenco de valores e deveres éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão militar atinja plenamente os ideais de realização do bem comum, através da preservação da ordem pública. Parágrafo único. Aplicada aos militares estaduais, independentemente de posto ou graduação, a Deontologia Militar reúne valores úteis e lógicos a valores espirituais superiores, destinados a elevar a profissão militar a nível de missão. SEÇÃO I DOS VALORES MILITARES Art. 6º Os valores militares, determinantes da moral do militar estadual, são os seguintes: patriotismo, revelado no amor e dedicação à Pátria; civismo, através do culto aos símbolos e tradições da Pátria, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, além da dedicação ao interesse público; hierarquia, traduzida no respeito e valorização dos postos e graduações; disciplina, significando exato cumprimento do dever, essencial à preservação da ordem pública; profissionalismo, revelado pelo exercício da profissão com entusiasmo e perfeição; lealdade, manifestada pela fidelidade aos compromissos para com a Pátria, Polícias Militares, Corpos de Bombeiros Militares e aos superiores hierárquicos; constância, significando firmeza de ânimo e fé nas Polícias Militares e nos Corpos de Bombeiros Militares; espírito de corpo, traduzido pelo orgulho de suas Instituições, mediante identificação legítima entres seus componentes; honra, revelada como busca legítima do reconhecimento e consideração, tanto interna, quanto externamente, das Polícias Militares e aos Corpos de Bombeiros Militares; dignidade, correspondendo ao respeito a si próprio e aos seus semelhantes, indistintamente; honestidade, demonstrada através da probidade, tanto no exercício da função pública, quanto na vida particular; coragem, demonstrada pelo destemor ante o perigo e o devotamento à proteção de pessoas, do patrimônio e do meio ambiente. SEÇÃO II DOS DEVERES DO MILITAR ESTADUAL Art. 7º Os deveres éticos, emanados dos valores militares e que conduzem a atividade profissional sob o signo da retidão moral, são os seguintes: cultuar e zelar pela inviolabilidade dos símbolos e das tradições da Pátria, dos Estados, das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares; cumprir os deveres de cidadão; preservar a natureza e o meio ambiente; servir à comunidade, procurando, no exercício da suprema missão de preservar a ordem pública, promover sempre o bem-estar comum; atuar com devotamento no interesse púbico, colocando-o acima dos interesses particulares;

atuar de forma disciplinada e disciplinadora, respeitando os superiores e preocupando-se com a integridade física, moral e psíquica dos subordinados, envidando esforços para bem encaminhar a solução dos problemas apresentados; cumprir e fazer cumprir a Constituição, as leis e as ordens legais de autoridades competentes, exercendo sua atividade profissional com responsabilidade, incutindo, também, o senso de responsabilidade em seus subordinados; ser justo, na apreciação de atos e méritos de subordinados; dedicar-se em tempo integral e exclusivamente ao serviço militar, buscando, com todas as energias, o êxito do serviço, o aperfeiçoamento técnico-profissional e moral; estar sempre preparado para as missões que venha a desempenhar, entendendo que os problemas particulares não devem prejudicar sua atividade profissional; exercer as funções com integridade e equilíbrio, seguindo os princípios que regem a administração pública, não sujeitando o cumprimento do dever às influências indevidas; abster-se, quando no serviço ativo, do uso de influências de pessoas ou autoridades estranhas, para a obtenção de facilidades pessoais ou para esquivar-se ao cumprimento da ordem ou obrigações impostas, em razão do serviço ou de circunstâncias em que se encontre; procurar manter boas relações com outras categorias profissionais, conhecendo e respeitando os limites de competência, mas elevando o conceito e os padrões de sua própria profissão, sendo cioso de sua competência e autoridade; ser fiel na vida militar, cumprindo os compromissos com a Pátria, com o Estado, com sua Instituição e com seus superiores hierárquicos, bem como na vida familiar; manter ânimo forte e fé nas Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, mesmo diante das maiores dificuldades, demonstrando persistência no trabalho para solucioná-las; zelar pelo bom nome da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e de seus componentes, aceitando seus valores e cumprindo seus deveres éticos; manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida militar, evitando comentários desairosos sobre os componentes da Corporação, ainda que na reserva ou reformados, solidarizando-se nas dificuldades que possam ser minimizadas com sua ajuda ou intervenção; não pleitear para si cargo ou função que esteja sendo exercido por outro militar; proceder, sempre, de maneira ilibada, na vida pública e particular; conduzir-se de modo que não seja subserviente e nem venha a ferir os princípios de respeito e decoro militar, ainda que na inatividade; abster-se do uso do posto, graduação ou cargo, para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros; abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designações hierárquicas em: atividade político-partidária, salvo quando candidato a cargo eletivo; atividade comercial ou industrial; pronunciamento público a respeito de assunto político que influencie o ambiente militar, salvo os de natureza técnica; exercício de cargo ou função de natureza civil; garantir assistência moral e material à família; amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal; exercer a profissão sem alegar restrições de ordem religiosa, política, racial ou social; respeitar a integridade física, moral e psíquica da pessoa do condenado ou de quem seja objeto de incriminação; observar as normas de boa educação, sendo discreto nas atitudes, maneiras, na linguagem escrita e falada; manter-se, constantemente, cuidadoso com sua apresentação e postura pessoal, sabendo que a elegância de porte e de espírito revelam o cavalheiro ou a dama que todo o militar estadual deve representar em público e na vida particular; evitar publicidade visando a própria promoção pessoal; agir com isenção, eqüidade e absoluto respeito pelo ser humano, não usando sua condição de autoridade pública para a prática de arbitrariedades; não abusar dos meios e dos bens públicos postos à sua disposição, nem distribuí-los a quem quer que seja, em detrimento dos fins da administração pública, coibindo ainda a transferência de tecnologia própria das funções militares;

exercer a função pública com honestidade, não aceitando vantagem indevida de qualquer espécie, sendo incorruptível, como, também, opor-se rigorosamente a todos os atos dessa natureza; atuar com eficiência e probidade, zelando pela economia e conservação dos bens públicos, cuja utilização lhe for confiada; proteger as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente com abnegação e desprendimento pessoal, arriscando, se necessário, a própria vida; atuar sempre, respeitados os impedimentos legais, mesmo não estando de serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento e no local, força de serviço suficiente; manter sigilo de assuntos de natureza confidencial de que venha a ter ciência em razão da atividade profissional, exceto para satisfazer interesse da justiça e da disciplina militar; exercer todos os atos de serviço com presteza e pontualidade, desenvolvendo o hábito de estar na hora certa, no local determinado e no momento certo, para exercer a sua habilidade. § 1º A dedicação integral e exclusiva ao serviço militar, de que trata o inciso X deste artigo, obriga ao militar estadual, independente de quadro, qualificação, especialização, atividade técnica, sexo ou nível hierárquico, ao cumprimento de jornada de trabalho que compreende serviços de polícia ostensiva de preservação da ordem pública ou de bombeiro, instrução, ações e operações, exercícios de adestramento, revistas, formaturas, paradas, diligências, patrulhamento, expediente, serviços de escalas normais, extraordinárias ou especiais e outros encargos estabelecidos pelo respectivo chefe ou comandante, por períodos e turnos variáveis e subordinados apenas aos interesses do dever ou da missão militar. § 2º Além das condições fixadas no parágrafo anterior, o militar estadual está sujeito às exigências das situações extraordinárias da tropa, decorrentes de ordens de sobreaviso, de prontidão e de marcha. § 3º Ao militar estadual da ativa é vedado exercer atividade de segurança privada, fazer parte de firmas comerciais, de empresas industriais e serviços de qualquer natureza, ou nela exercer função ou emprego remunerado, exceto como acionista, quotista em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. § 4º Os militares estaduais, em atividade, podem exercer diretamente a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o disposto no parágrafo anterior. § 5º São proibidas aos militares estaduais da ativa quaisquer manifestações individuais ou coletivas sobre atos de superiores, de caráter reinvidicatório, de cunho político-partidário e sobre assuntos de natureza militar de caráter sigiloso, sujeitando-se às demonstrações internas de boa e sã camaradagem e aos preceitos expressos no Regulamento Disciplinar. § 6º Observados os preceitos da Ética Militar e os valores militares, em suas manifestações essenciais, é assegurado ao militar estadual inativo e aos agregados, para concorrerem a cargos eletivos, o direito da participação no meio civil, em atividades político-partidárias e em manifestações sobre quaisquer assuntos, excetuados os de natureza militar de caráter sigilosos. § 7º A prescrição do parágrafo anterior não se aplica aos militares estaduais inativos, quando na situação de mobilizados ou convocados para o serviço ativo. § 8º É vedada a utilização de componentes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares em órgãos civis, públicos ou privados, sob pena de responsabilidade de quem os permitir, ressalvadas as situações previstas expressamente em lei ou regulamento. §9º É vedado, também, aos militares estaduais, da ativa, o comparecimento e a participação, fardado, em quaisquer manifestações político-partidárias, exceto quando em serviço. § 10. Ao militar estadual é proibido o exercício cumulativo de cargos ou empregos públicos, ressalvado o contido na Constituição Federal. § 11. O Comandante Geral poderá determinar aos seus subordinados da ativa que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem de seus bens, quando haja razões que recomendem tal medida. CAPÍTULO III DA VIOLAÇÃO DOS VALORES E DOS DEVERES ÉTICOS Art. 8º A violação dos valores e dos deveres éticos dos militares estaduais constituirá crime, contravenção ou transgressão disciplinar, conforme o disposto em legislação específica. § 1º É obrigação de todo militar estadual cumprir e fazer cumprir os deveres éticos; § 2º A violação dos preceitos será tão mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer; § 3º Havendo concurso de crime militar e transgressão disciplinar, da mesma natureza, a apuração de responsabilidade criminal militar não sobrestará o procedimento disciplinar;

§ 4º A inobservância ou falta de exação no cumprimento dos deveres especificados em lei ou regulamento, poderá acarretar ao militar estadual responsabilidades de ordem civil, administrativa e criminal; § 5º A responsabilidade de que trata o parágrafo anterior, pela participação de mais de um militar estadual, é solidária, respondendo cada um proporcionalmente pelos danos causados; CAPÍTULO IV DOS DIREITOS HUMANOS Art. 9º Cabe a todo militar estadual a observância das prescrições contidas no Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, instituído pela Organização das Nações Unidas, e ratificado pelo Governo brasileiro. Art. 10. Ao militar estadual cabe o cumprimento da lei, no âmbito de suas atribuições, servindo à comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer. Art. 11. No cumprimento do seu dever, o militar estadual deve respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de todas as pessoas. Art. 12. Somente será permitido ao militar estadual o emprego da força quando se afigure estritamente necessária e na medida exigida para o cumprimento do seu dever. Art. 13. Nenhum militar estadual pode infligir, instigar ou tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra forma de tratamento cruel, desumano ou degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstâncias excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política e interna ou qualquer outra emergência pública, como justificação para torturas ou outras formas de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Art. 14. Os militares estaduais devem assegurar a proteção da saúde das pessoas que estiverem sob sua guarda. Art. 15. Os militares estaduais não devem cometer qualquer ato de corrupção. Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os atos desta índole. Art. 16. Deve o militar estadual respeitar a capacidade e as limitações individuais de todo o cidadão, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político, posição social e quaisquer outras formas de discriminação. CAPÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 17. O Código Disciplinar Militar do Estado de Pernambuco deve refletir, no seu conteúdo, as normas de conduta e os preceitos éticos recomendáveis aos militares estaduais. Art. 18. As disciplinas de Deontologia Militar, Direitos Humanos e Cidadania, serão ministradas como matérias curriculares obrigatórias nos cursos de formação, adaptação e aperfeiçoamento do militar estadual, em todos os níveis e quadros. Art. 19. Os Comandantes Gerais das Corporações Militares Estaduais, ouvido o Secretário de Defesa Social, poderão instituir, através de Portaria, manuais de Conduta e de Posturas Éticas, detalhando as normas constantes deste regulamento.

DECRETO N.º3.639, DE 19 DE AGOSTO DE 1975.

EMENTA: Dispõe sobre a aplicação do Conselho de Disciplina na Polícia Militar de Pernambuco e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO, usando das atribuições que lhe confere o inciso II do artigo n.º69 da Constituição do estado e considerando a necessidade de regulamentar a aplicação do Conselho de Disciplina de que trata o artigo 48 do estatuto dos Policiais-Militares. DECRETA:

Art. 1.º O Conselho de Disciplina é destinado a julgar da incapacidade do Aspirante-a-Oficial PM e das demais praças da Polícia Militar de Pernambuco com estabilidade assegurada, para permanecerem na ativa, criando-lhes, ao mesmo tempo, condições para se defenderem. Parágrafo único. O Conselho de Disciplina pode, também, ser aplicado ao Aspirante-a-Oficial PM e às demais praças da Polícia Militar, reformados ou na reserva remunerada, presumivelmente incapazes de permanecerem na situação de inatividade em que se encontram. Art. 2.º É submetida a Conselho de Disciplina “ex officio”, a praça referida no artigo 1.º e seu parágrafo único: I – acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter:

a) procedido incorretamente no cargo; b) tido conduta irregular; ou c) praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe.

II – afastada do cargo, na forma do Estatuto dos Policiais Militares, por se tornar incompatível com o mesmo ou demonstrar incapacidade no exercício de funções policiais-militares a ela inerentes, salvo se o afastamento é decorrente de fatos que motivem sua submissão a processo; III – condenada por crime de natureza dolosa, não previsto na legislação especial concernente à Segurança Nacional, em tribunal civil ou militar, a pena restritiva de liberdade individual até 2 (dois) anos, tão logo transite em julgado a sentença; ou IV – pertencente a partido político ou associação, suspensos ou dissolvidos por força de disposição legal ou decisão judicial, ou que exerçam atividades prejudiciais ou perigosas à Segurança Nacional. Parágrafo único. É considerada entre outros, para os efeitos deste decreto, pertencente a partido ou associação a que se refere este artigo, a praça da Polícia Militar que, ostensivamente ou clandestinamente:

a) estiver inscrita como seu membro; b) prestar serviços ou angariar valores em seu benefício; c) realizar propaganda de suas doutrinas; ou d) colaborar, por qualquer forma, mas sempre de modo inequívoco ou doloso, em sua atividades.

Art. 3.º A praça da ativa da Polícia Militar, ao ser submetida a Conselho de Disciplina, é afastada do exercício de suas funções. Art. 4.º A nomeação do Conselho de Disciplina, por deliberação própria ou por ordem superior, é da competência do Comandante-Geral da Corporação. Art. 5.º O membro mais antigo do Conselho de Disciplina é composto de 3 (três) Oficiais da Corporação. § 1.º O membro mais antigo do Conselho de Disciplina, no mínimo um Oficial intermediário, é o presidente; o que lhe segue em Antigüidade é o interrogante e relator, e o mais moderno, o escrivão. § 2.º Não podem fazer parte do Conselho de Disciplina:

a) o Oficial que formulou a acusação; b) os Oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com o acusado, parentesco consangüíneo ou afim, na linha reta

ou até quarto grau de consangüinidade colateral ou de natureza civil; e c) os Oficiais que tenham particular interesse na decisão do Conselho de Disciplina.

Art. 6.º O Conselho de Disciplina funciona sempre com a totalidade de seus membros, em local onde a autoridade nomeante julgue melhor indicado, para a apuração do fato. Art. 7.º Reunido o Conselho de Disciplina, convocado previamente por seu presidente, em local, dia e hora designados com antecedência, presente o acusado, o presidente mandar proceder à leitura e à autuação dos documentos que constituíram o ato de nomeação da Comissão; em seguida, ordena a qualificação e o interrogatório do acusado, o que é reduzido a auto, assinado por todos os membros do Conselho e pelo acusado, fazendo-se juntada de todos os documentos por este oferecidos. Parágrafo único. Quando o acusado é praça da reserva remunerada ou reformada e não é localizado ou deixa de atender à intimação por escrito para comparecer perante o Conselho de Disciplina:

a) a intimação é publicada em órgão de divulgação na área de domicílio do acusado; e b) o processo corre à revelia, se o acusado não atender à publicação.

Art. 8.º Aos membros do Conselho de Disciplina é lícito reperguntar ao acusado e às testemunhas sobre o objeto da acusação e propor dilig6encias para o esclarecimento dos fatos.

Art. 9.º Ao acusado é assegurada ampla defesa, tendo ele, após o interrogatório, prazo de 5 (cinco) dias para oferecer suas razões por escrito, devendo o Conselho de Disciplina fornece-lhe o libelo acusatório, onde se contenham com minúcias o relato dos fatos e a descrição dos atos que lhe são imputados. § 1.º O acusado deve estar presente a todas as sessões do Conselho de Disciplina, exceto à sessão secreta de deliberação do relatório. § 2.º Em sua defesa, pode o acusado requerer a produção perante o Conselho de Disciplina, de todas as provas permitidas no Código de Processo penal Militar. § 3.º As provas a serem realizadas mediante carta precatória são efetuadas por intermédio da autoridade policial-militar, ou na falta deste, da autoridade judiciária local. § 4.º O processo é acompanhado por um Oficial:

a) indicado pelo acusado, quando este o desejar, para orientação de sua defesa; ou b) designado pelo Comandante-Geral da Corporação nos casos de revelia.

Art. 10 O Conselho de Disciplina pode inquirir o acusador ou receber, por escrito, seus esclarecimentos, ouvindo, posteriormente, a respeito, o acusado. Art. 11 O Conselho de Disciplina dispõe de um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua nomeação, para a conclusão de seus trabalhos, inclusive remessa do relatório. Parágrafo único. O Comandante-Geral da Corporação, por motivos excepcionais, pode prorrogar até 20 (vinte) dias, o prazo de conclusão dos trabalhos Art. 12 Realizadas todas as diligências, o Conselho de Disciplina passa a deliberar, em sessão secreta, sobre o relatório a ser redigido. § 1.º O relatório, elaborado pelo escrivão e assinado por todos os membros do Conselho de Disciplina, deve decidir se a praça:

a) é, ou não culpada da acusação que lhe foi feita; ou b) no caso do item III, do art. 2.º, levados em consideração os preceitos de aplicação da pena prevista no Código Penal

Militar, está ou não incapaz de permanecer na ativa ou na situação em que se encontra na inatividade. § 2.º A decisão do Conselho de Disciplina é tomada por maioria de votos de seus membros. § 3.º Quando houver voto vencido, é facultada sua justificação por escrito. § 4.º Elaborado o relatório com o termo de encerramento, o Conselho de Disciplina remete o processo ao Comandante-Geral da Corporação. Art. 13 Recebidos os autos do processo do Conselho de Disciplina, o Comandante-Geral, dentro do prazo de 20 (vinte) dias, aceitando, ou não, seu julgamento e, neste último caso, justificando os motivos de seu despacho, determina: I. o arquivamento do processo, se não julga a praça culpada ou incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade; II. a aplicação da pena disciplinar, se considera contravenção ou transgressão disciplinar a razão pela qual a praça foi

julgada culpada; III. a remessa do processo ao auditor competente, se considerada crime a razão pela qual a praça foi julgada culpada; ou IV. a exclusão a bem da disciplina, nos termos do Estatuto dos Policiais Militares, ou a remessa do processo ao

Governador do Estado para efetivação da Reforma, se considera que: a) a razão pela qual a praça foi julgada culpada, está prevista nos itens I, II ou IV do art. 2.º; ou b) se, pelo crime cometido, previsto no item III do art. 2.º, a praça foi julgada incapaz de permanecer na atividade ou

inatividade. § 1.º O despacho que determinar o arquivamento do processo deve ser publicado oficialmente e transcrito nos assentamentos da praça se esta é da ativa. § 2.º A reforma da praça é efetuada no grau hierárquico que possui na ativa, com proventos proporcionais ao tempo de serviço. Art. 14 O acusado ou, no caso de revelia, o oficial que acompanhou o processo, pode interpor recurso de decisão do Conselho de Disciplina ou da publicação da solução do Comandante-Geral da Corporação. Parágrafo único. O prazo para interposição de recurso é de 10 (dez) dias, contados da data na qual o acusado tem ciência da decisão, julgar os recursos que forem interpostos nos processos oriundos dos Conselhos de Disciplina. Art. 15 Cabe ao Governador do estado, em última instância, no prazo de 20 (vinte) dias, contados da data do recebimento do processo, julgar os recursos que forem interpostos nos processos oriundos dos Conselhos de Disciplina. Art. 16 Aplicam-se a este Decreto, subsidiariamente, as normas do Código de Processo Militar.

Art. 17 Prescrevem em 6 (seis) anos, computados da data em que foram praticados, os casos previstos neste decreto. Parágrafo único. Os casos também previstos no Código Penal Militar como crime, prescrevem nos prazos nele estabelecidos. Art. 18 O Comandante-Geral da Polícia Militar, baixará as respectivas instruções complementares necessárias à execução deste Decreto. Art. 19 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

LEI Nº 6.783, DE 16 DE OUTUBRO DE 1974 EMENTA: Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais-Militares do Estado de Pernambuco e dá outras providências. Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos policiais-militares do Estado de Pernambuco. .......................................................................................................................................... Dos Crimes Militares Art. 44 - O Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco é competente para processar e julgar os policiais-militares nos crimes definidos em lei como militares. Art. 45 - Aplicam-se aos policiais-militares, no que couber, as disposições estabelecidas no Código Penal Militar. ............................................................................................................................................. Dos Conselhos de Justificação e Disciplina Art. 47 - O Oficial presumivelmente incapaz de permanecer como policial-militar da ativa será submetido a Conselho de Justificação na forma da legislação específica. § 1º. - O Oficial, ao ser submetido a Conselho de Justificação, poderá ser afastado do exercício de suas funções automaticamente ou a critério do Comandante-Geral da Polícia Militar conforme estabelecido em lei específica. § 2º. - Compete ao Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco julgar os processos oriundos dos Conselhos de Justificação, na forma estabelecida em lei específica. § 3º. - O Conselho de Justificação também poderá ser aplicado aos Oficiais reformados e na reserva remunerada. Art. 48 - O Aspirante-a-Oficial PM, bem como as Praças com estabilidade assegurada, presumivelmente incapazes de permanecerem como policiais-militares da ativa serão submetidos a Conselho de Disciplina, na forma da legislação específica. § 1º. - O Aspirante-a-Oficial PM e as Praças com estabilidade assegurada, ao serem submetidos a Conselho de Disciplina, serão afastados das atividades que estiverem exercendo. § 2º. - Compete ao Comandante-Geral da Polícia Militar julgar, em última instância, os processos oriundos dos Conselhos de Disciplina convocados no âmbito da Corporação. § 3º. - O Conselho de Disciplina também poderá ser aplicado às Praças reformadas e na reserva remunerada. ............................................................................................................................................. Da Agregação Art. 75 - A agregação é a situação na qual o policial-militar da ativa permanece sem número na sua escala hierárquica. Nos termos da Constituição Estadual, a agregação não abre vaga, inclusive para efeito de promoção. § 1º. - O policial-militar deve ser agregado quando: a) for nomeado para cargo policial-militar ou considerado de natureza policial-militar, estabelecido em lei ou decreto, não previsto nos quadros de organização da Polícia Militar; b) aguardar transferência "ex-officio" para a reserva remunerada por ter sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que a motivam; e c) for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de: I - ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano contínuo de tratamento; II - ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma; III - haver ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria; IV - haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos de licença para tratar de interesse particular;

V - haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da família; VI - ter sido considerado oficialmente extraviado; VII - haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada; VIII - como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e recolhido a fim de se ver processar; IX - se ver processar, após ficar exclusivamente a disposição da justiça comum; X - haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos sujeito a processo no foro militar; XI - ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a 6 (seis) meses, em sentença com trânsito em julgado, enquanto durar a execução ou até ser declarado indigno de pertencer a Polícia Militar ou com ela incompatível; XII - ter passado à disposição de Secretarias do Governo ou de outros órgãos do Estado de Pernambuco, da União, dos demais Estados ou dos territórios, para exercer função de natureza civil; XIII - ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta; XIV - ter-se candidatado a cargo eletivo desde que conte 5 (cinco) ou mais anos de efetivo serviço; XV - ter sido condenado a pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista no Código Penal Militar ou comum. § 2º. - O policial-militar agregado de conformidade com as alíneas a) e b) § 1º, continua a ser considerado, para todos os efeitos, em serviço ativo. § 3º. - A agregação do policial-militar, a que se refere a alínea a) e os itens XII e XIII da letra c) do § 1º., e contado a partir da data de posse do novo cargo até o regresso a Corporação ou transferência "ex-officio" para a reserva remunerada § 4º. - A agregação do policial-militar, a que se refere os itens I, III, IV, V e X da alínea c) do § 1º., e contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto durar o respectivo evento. § 5º. - A agregação do policial-militar, a que se refere a alínea b) e itens II, VI, VII,VIII, IX, XI e XV da alínea c) do § 1º., e contada a partir da data indicada no ato que torna público respectivo evento. § 6º. - A agregação do policial-militar, a que se refere o item XIV da alínea c) do § 1º. e contada a partir da data do registro como candidato até sua diplomação ou seu regresso a Corporação, se não houver sido eleito. § 7º. - O policial-militar agregado fica sujeito as obrigações disciplinares concernentes as suas relações com outros policiais-militares e autoridades civis, salvo quando titular de cargo que lhe de precedência funcional sobre outros policiais-militares mais graduados ou mais antigos. Art. 76 - O policial-militar agregado fica adido, para efeito de alterações e remuneração, a organização policial-militar que lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro, sem número, no lugar que até então ocupava, com a abreviatura "Ag" e anotações esclarecedoras de sua situação. Art. 77 - A agregação se faz por ato do Governador do Estado de Pernambuco ou de autoridade a qual tenham sido delegados poderes para isso. Seção II Da Reversão Art. 78 - Reversão é o fato pelo qual o policial-militar agregado retorna ao respectivo quadro tão logo cesse o motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na respectiva escala numérica. PARÁGRAFO ÚNICO - A qualquer tempo poderá ser determinada a reverção do policial-militar agregado, exceto nos casos previstos nos incisos I, II, III, VI, VII, VIII, XI, XIV e XV da alínea c) do § 1º. do Artigo 75. Art. 79 - A reversão será efetuada mediante ato do Governador do Estado de Pernambuco ou de autoridade a qual tenham sido delegados poderes para isso. ............................................................................................................................................. Do Ausente e do Desertor Art. 81 - É considerado ausente o policial-militar que por mais de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas: I - deixar de comparecer a sua Organização Policial-Militar sem comunicar qualquer motivo de impedimento; e II - ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-Militar onde serve ou local onde deve permanecer. PARÁGRAFO ÚNICO - Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades previstas em legislação específica. Art. 82 - O policial-militar é considerado desertor nos casos previstos na legislação penal militar.

Seção V Do Desaparecimento e do Extravio Art. 83 - É considerado desaparecido o policial-militar da ativa que, no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em operações policiais-militares ou em caso de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de 8 (oito) dias. PARÁGRAFO ÚNICO - A situação de desaparecido só será considerada quando não houver indício de deserção. Art. 84 - O policial-militar que, na forma do artigo anterior, permanecer desaparecido por mais de 30 (trinta) dias, será oficialmente considerado extraviado. Capítulo II DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO Art. 85 - O desligamento ou a exclusão do serviço ativo da Polícia Militar é feito em conseqüência de: I - transferência para a reserva remunerada; II - reforma; III - demissão; IV - perda de posto e patente; V - licenciamento; VI - exclusão a bem da disciplina; VII - deserção; VIII - falecimento; e IX - extravio. PARÁGRAFO ÚNICO - O desligamento do serviço ativo será processado após a expedição de ato do Governador do Estado de Pernambuco ou de autoridade a qual tenham sido delegados poderes para isso. Art. 86 - A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isentam o policial-militar da indenização dos prejuízos causados à Fazenda do Estado de Pernambuco ou a terceiros, nem ao pagamento das pensões decorrentes de sentença judicial. Art. 87 - O policial-militar da ativa, enquadrado em um dos itens I, II e IV do Art.85 ou demissionário a pedido, continuará no exercício de suas funções até ser desligado da Organização Policial-Militar em que serve. PARÁGRAFO ÚNICO - O desligamento da Organização Policial-Militar em que serve deverá ser feito após a publicação em Diário Oficial ou Boletim da Corporação do ato oficial correspondente, e não poderá exceder de 45 (quarenta e cinco) dias da data da primeira publicação oficial. ............................................................................................................................................. Da Reforma Art. 93 - A passagem do policial-militar a situação de inatividade, mediante reforma, se efetua "ex-officio". Art. 94 - A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada ao policial-militar que: I - atingir as seguintes idades-limites de permanência na reserva remunerada: a) para Oficial superior, 64 anos; b) para Capitão e Oficial Subalterno, 60 anos; e c) para Praças, 56 anos. II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo da Polícia Militar; III - estiver agregado por mais de 2 (dois) anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente mediante homologação da Junta de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia curável; IV - for condenado a pena de reforma, prevista no Código Penal Militar, por sentença passado em julgado; V - sendo Oficial, a tiver determinado o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco em julgamento por ele efetuado, em conseqüência de Conselho de Justificação a que foi submetido; e VI - sendo Aspirante-a-Oficial PM ou Praça com estabilidade assegurada, for para tal indicado ao Comandante-Geral da Polícia Militar, em julgamento de Conselho de Disciplina. PARÁGRAFO ÚNICO - O policial-militar reformado, na forma dos itens V e VI só poderá readquirir a situação policial-militar anterior, respectivamente, por outra sentença do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco e nas condições nela estabelecidas, ou por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar. ............................................................................................................................................. Da Demissão; Da Perda do Posto e Da Patente e Da Declaração de Indignidade ou Incompatibilidade com o Oficialato Art. 103 - A demissão da Polícia Militar, aplicada exclusivamente aos Oficiais, se efetua: I - a pedido; e

II - "ex-officio". Art. 104 - A demissão a pedido será concedida, mediante requerimento do interessado: I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar mais de 5 (cinco) anos de oficialato; e I - com indenização das despesas feitas pelo Estado de Pernambuco, com a sua preparação e formação, quando contar menos de 5 (cinco) anos de oficialato. § 1º. - No caso do Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração igual ou superior a 6 (seis) meses e inferior ou igual a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado de Pernambuco, e não tendo decorrido mais de 3 (três) anos de seu término, a demissão só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes ao referido curso ou estágio, acrescidas, se for o caso, das previstas no item II deste artigo e das diferenças de vencimentos. § 2º. - No caso do Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração superior a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado de Pernambuco, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda não houver decorrido mais de 5 (cinco) anos de seu término. § 3º. - O Oficial demissionário, a pedido, não terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua situação militar definida pela lei do serviço militar. § 4º. - O direito à demissão, a pedido, pode ser suspenso, na vigência de estado de guerra, calamidade pública, perturbação da ordem interna, estado de sítio ou em caso de mobilização. Art. 105 - O Oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho a sua carreira e cuja função não seja de magistério, será imediatamente, mediante demissão "ex-officio" por esse motivo transferido para a reserva, onde ingressará com o posto que possuía na ativa, não podendo acumular qualquer provento de inatividade com a remuneração do cargo público permanentemente. Art. 106 - O Oficial que houver perdido o posto e patente será demitido "ex-officio", sem direito a qualquer remuneração ou indenização e terá a sua situação militar definida pela lei do serviço militar. Art. 107 - O Oficial perderá o posto e a patente se for declarado indigno do oficialato ou com ele incompatível por decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, em decorrência do julgamento a que for submetido. PARÁGRAFO ÚNICO - O Oficial declarado indigno do oficialato, ou com ele incompatível, e condenado a perda de posto e patente só poderá readquirir a situação policial-militar anterior por outra sentença do tribunal mencionado e nas condições nela estabelecidas. Art. 108 - Fica sujeito a declaração de indignidade para o oficialato, ou de incompatibilidade com o mesmo por julgamento do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, o Oficial que: I - for condenado por tribunal civil ou militar a pena restritiva de liberdade individual superior a 2 (dois) anos em decorrência de sentença condenatória passada em julgado; II - for condenado por sentença passada em julgado por crime para os quais o Código Penal Militar comina essas penas acessórias e por crimes previstos na legislação concernente a Segurança Nacional; III - incidir nos casos previstos em lei específica que motivam o julgamento por Conselho de Justificação e neste for considerado culpado; e IV - tiver perdido a nacionalidade brasileira. Seção IV Do Licenciamento Art. 109 - O licenciamento do serviço ativo, aplicado somente às Praças, se efetua: I - a pedido; e II - "ex-officio". § 1º. - O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que não haja prejuízo para o serviço, à Praça engajada ou reengajada que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou. § 2º. - O licenciamento "ex-officio" será feito na forma da legislação peculiar: a) por conclusão de tempo de serviço; b) por conveniência do serviço; e c) a bem da disciplina. § 3º. - O policial-militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e terá sua situação militar definida pela lei do serviço militar. § 4º. - O licenciado "ex-officio" a bem da disciplina receberá o certificado de isenção previsto na lei do serviço militar. Art. 110 - O Aspirante-a-Oficial PM e as demais Praças empossadas em cargo público permanente, estranho a sua carreira e cuja função não seja de magistério, serão imediatamente licenciados "ex-officio" sem remuneração e terão sua situação militar definida pela lei do serviço militar.

Art. 111 - O direito ao licenciamento a pedido poderá ser suspenso na vigência do estado de guerra, calamidade pública, perturbação da ordem interna, estado de sítio ou em caso de mobilização. Seção V Da Exclusão da Praça a Bem da Disciplina Art. 112 - A exclusão a bem da disciplina será aplicada "ex-officio": a) às Praças sem estabilidade assegurada que forem condenadas a pena restritiva de liberdade superior a dois anos por tribunal militar ou civil em sentença transitada em julgado. b) aos Aspirantes-à-Oficial PM ou às Praças com estabilidade assegurada: I - sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem sido condenados em sentença passado em julgado por aquele Conselho ou Tribunal civil à pena restritiva de liberdade individual superior a 2 (dois) anos ou, nos crimes previstos na legislação especial concernente à Segurança Nacional, à pena de qualquer duração; II - sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem perdido a nacionalidade brasileira; III - que incidirem nos casos que motivarem o julgamento pelo Conselho de Disciplina previsto no Artigo 48 e neste forem considerados culpados. PARÁGRAFO ÚNICO - O Aspirante-a-Oficial ou a Praça com estabilidade assegurada que houver sido excluído a bem da disciplina só poderá readquirir a situação policial-militar anterior: a) por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça e nas condições nela estabelecidas, se a exclusão for conseqüência de sentença daquele conselho; e b) por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar, se a exclusão for conseqüência de ter sido julgado culpado em Conselho de Disciplina. Art. 113 - É da competência do Comandante-Geral da Polícia Militar o ato de exclusão a bem da disciplina do Aspirante-a-Oficial PM, bem como das Praças com estabilidade assegurada. Art. 114 - A exclusão da Praça a bem da disciplina acarreta perda do seu grau hierárquico e não isenta das indenizações dos prejuízos causados à Fazenda do Estado de Pernambuco ou a terceiros, nem das pensões decorrentes de sentença judicial. PARÁGRAFO ÚNICO - A Praça excluída a bem da disciplina não terá direito a qualquer remuneração ou indenização e sua situação militar será definida pela lei do serviço militar. Seção VI Da Deserção Art. 115 - A deserção do policial-militar acarreta uma interrupção do serviço policial-militar, com a consequente demissão "ex-officio" para o Oficial ou exclusão do serviço ativo para a Praça. § 1º. - A demissão do Oficial ou a exclusão da Praça com estabilidade assegurada processar-se-á após 1 (um) ano de agregação, se não houver captura ou apresentação voluntária antes deste prazo. § 2º. - A Praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída após oficialmente declarada desertora. § 3º. - O policial-militar desertor, que for capturado ou que se apresentar voluntariamente depois de haver sido demitido ou excluído, será reincluído no serviço ativo e a seguir agregado para se ver processar. § 4º. - A reinclusão em definitivo do policial-militar, de que trata o parágrafo anterior, dependerá da sentença do Conselho de Justiça. Seção VII Do Falecimento e do Extravio Art. 116 - O falecimento do policial-militar da ativa acarretará interrupção do serviço policial-militar, com o consequente desligamento ou exclusão do serviço ativo, a partir da data da ocorrência do óbito. Art. 117 - O extravio do policial-militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar com o consequente afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for oficialmente considerado extraviado. § 1º. - O desligamento do serviço ativo será feito 6 (seis) meses após a agregação por motivo de extravio. § 2º. - Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes oficialmente reconhecido, o extravio ou o desaparecimento do policial-militar da ativa será considerado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos máximos de possível sobrevivência ou quando se dêem por encerradas as providências de salvamento. Art. 118 - O reaparecimento do policial-militar extraviado ou desaparecido, já desligado do serviço ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apurar as causas que deram origem ao seu afastamento.

PARÁGRAFO ÚNICO - O policial-militar reaparecido será submetido a Conselho de Justificação ou a Conselho de Disciplina, por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar, se assim for julgado necessário. ............................................................................................................................................. Art. 136 - São adotados na Polícia Militar, em matéria não regulada na legislação estadual, os regulamentos e leis em vigor no Exército brasileiro, até que sejam adotados leis e regulamentos peculiares. ............................................................................................................................................. Art. 141 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas a Lei nº. 6.499, de 28 de dezembro de 1972 e demais disposições em contrário. LEI Nº 11.781, DE 06 DE JUNHO DE 2000. EMENTA: Regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Estadual. O 1º VICE-PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO, NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA: Faço saber que tendo em vista o disposto nos §§ 6º e 8º do artigo 23, da Constituição do Estado, o Poder Legislativo decreta e eu promulgo a seguinte Lei: Capítulo I das Disposições Gerais Art. 1º - Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da administração estadual direta, indireta e fundacional, visando, em especial, a proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da administração pública. Parágrafo Único -Para os fins desta Lei, consideram-se: I) Órgão - a unidade de atuação Integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura de uma entidade da Administração indireta e fundacional; II) entidade -a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III) autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Art. 2º - A Administração Pública Estadual obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa contraditório, segurança jurídica, impessoalidade e interesse publico. Parágrafo -Único -Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I) atuação conforme a lei e o Direito: II) atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei: III) objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV) atuação segundo os padrões éticos de probidade, decoro e boa fé; V) divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI) adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições, e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII) indicação de pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII) observância das formalidades essenciais à garantia dos direito dos administrados; IX) adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; X) garantia dos direitos à comunicação, à apresentação das alegações finais, a produção de provas e a interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas sItuações de litígio; XI) proibição de cobranças de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei: XII) impulsão, de oficio, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; XIII) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. XIV) garantia de cumprimento dos prazos de entrega de certidão e documentos solicitados, necessários à instrução processual administrativa de interesse do administrado. Capítulo II Dos Direitos do Administrado Art. 3º -O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração sem prejuízo de outros que lhe são assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas: III -formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV -fazer-se assistir, facultativamente por advogado, salvo quando obrigatória a representação por força de lei. Capítulo III Dos Deveres do Administrado Art. 4° - São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I - expor os fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa fé; III - não agir de modo temerário; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. Capítulo IV do início do Processo Art. 5° - O processo administrativo pode Iniciar-se de ofício ou a pedido do interessado. Art. 6° - O requerimento inicial do Interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - Identificação do interessado ou de quem o represente, se for o caso; III - domicílio do requerente ou local paro recebimento de comunicações: IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V - Identificação do órgão ao qual á subordinado; VI - data e assinatura do requerente ou de seu representante. § 1° - É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documento, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. § 2° - O administrado poderá, até antes da decisão do objeto do processo administrativo, apresentar documentos e provas que tenham correspondência ao direito dele, devolvendo-se à Administração Pública a verificação delas para os efeitos legais pretendidos. § 3° - Estando o processo administrativo em fase de homologação processual não se permitirá apresentação de novas provas, exceto se dá decisão resultar exoneração ou despedimento do administrado. Art. 7º - Os órgãos e entidades administrativos poderão elaborar modelos ou formulários padronizados para fins de utilização, em busca de pretensões de direitos do administrado. Parágrafo Único - Na hipótese de adoção de sistema Informatizado, deverá haver intercâmbio entre as entidades e órgãos, de forma a possibilitar a observância da disposição deste artigo. Art. 8º - Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário, ou serem eles conexos para efeitos decisórios. Capítulo V Dos Interessados Art. 9° - São legitimados como interessados no processo administrativo: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos, ou Interesses Individuais, ou no exercício do direito de representação; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, tem direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos: IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 10 - São capazes, para fins de processo administrativos, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo-próprio. Capítulo VI Da Competência Art. 11 - A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os caso de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12º - Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, mediante ato administrativo, ainda que estes não lhe sejam

hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias, do índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo Único - O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência de órgãos colegiados aos respectivos presidentes somente para cumprimento de ato especifico o por prazo determinado. Art. 13 - Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Art. 14 - O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. § 1° - O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. § 2° - O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. § 3º - As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 15 - Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente Inferior. Parágrafo Único - A avocação, de que trata este artigo, não se repetirá durante o exercício financeiro do órgão. Art. 16 - Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade funcional competente em matéria de interesse especial. Art. 17 Inexistindo competência legal especifica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. Parágrafo Único - A superveniência de conexão processual, na qual haja competência legal, específica, importará em subida do processo à autoridade de maior grau hierárquico. Capítulo VII Dos impedimentos e de Suspeição Art. 18 - É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrerem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente o afins ate o terceiro grau; II - esteja litigando judicial ou administrativamente cem o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Art. 19 - A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Parágrafo Único - A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. Art. 20 - Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Art. 21 - O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recursos, sem efeito suspensivo. Capitulo VIII Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo Art. 22 - Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. § 1º - Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. Admitir-se, no caso de informatização, a assinatura através do procedimento compatível, inclusive com a utilização da senha do responsável. § 2º - Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade. § 3º - A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo, por intermédio de autoridade formalmente designada para esse fim. § 4º - O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas por pessoa designada pela autoridade a quem couber apreciá-lo. Art. 23 - Os atos processuais devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.

Parágrafo Único - Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à administração, bem como àqueles que, por suas características próprias, independam de dias e horários de expediente normal. Art. 24 - Inexistindo disposição especifica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Parágrafo Único - O prazo previsto, neste artigo, pode ser dilatado, mediante justificativa fundamentada da autoridade competente, em até trinta dias. Art. 25 - Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização. Capítulo IX Da Comunicação dos Atos Art. 26 - O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação, segundo as regras legal, existentes, do interessado, para ciência de decisão ou a efetivação de diligência. § 1° - A intimação deverá conter: a) Identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; b) finalidade da intimação; c) data, hora e local em que deve comparecer; d) se o intimado deve comparecer pessoalmente ou fazer-se representar; e) Informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; f) Indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. § 2° - A Intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. § 3° - A intimação será efetuada, diretamente, ao interessado, sendo eficaz que se processe pelo chefe imediato. § 4° - No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. § 5º - As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Art. 27 - O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Parágrafo Único - No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado. Art. 28 - Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrições ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. Capitulo X Da Instrução Art. 29 - As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º - O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2º - Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se de modo menos oneroso a estes. Art. 30 - São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. Art. 31 - Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. § 1° - A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. § 2° - O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais. Art. 32 - Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. Art. 33 - Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.

Art. 34 - Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. Art. 35 - Quando necessária a instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes de órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Art. 36 - Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo seguinte. Art. 37 - aliando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38 - O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada de decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. Art. 39 - Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se a data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo ÚnIco - Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir decisão. Art. 40 - Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Art. 41 - Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local da realização. Art. 42 - Quando deva ser ouvido obrigatoriamente um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. § 1° - Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. § 2° - Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu ao atendimento. Art. 43 - Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgão administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalente. Art. 44 - Encerrada a instrução, O interessado terá direito de manifestar-se no prazo não inferior a cinco dias e máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Art. 45 - Em caso de risco iminente, a administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. Art. 46 - Os interessados tem direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. Art. 47 - O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. Capitulo XI Do Dever de Decidir Art. 48 - A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. Art. 49 - Concluída a instrução de processo administrativo, a administração tem o prazo de trinta dias para decidir, observado o parágrafo único do artigo 24, desta Lei. Art. 50 - Os atos, administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso, licitações ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de oficio;

VII - deixem de aplicar Jurisprudência firmada sobre questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem em anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. § 1º - A motivação deve ser explicita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. § 2º - Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico ou eletrônico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. § 3º - A motivação de decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. Capitulo XII Da Desistência e Outros Casos de Extinção de Processo Art. 51 - O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. § 1° - Havendo vários interessados, a desistência ou renuncia atinge somente quem a tenha formulado. § 2º - A desistência ou renuncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a administração considerar que o interesse público assim o exige. Art. 52 - O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tomar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. Capitulo XIII Da Anulação, Revogação e Convalidação Art. 53 - A Administração deve anular seus próprios atos, quando enviado de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54 - O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários e danosos para o Estado, decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má fé, e observada a legislação civil brasileira quanto à prescrição de dívida para o erário. § 1° - No caso do efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2° - Considera-se exercício do direito de anular, qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Art. 55 - Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. Capítulo XIV Do Recurso Administrativo e da Revisão Art. 56 - Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. § 1° - O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. § 2° - Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução. Art. 57 - O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Art. 58 - Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: I - Os titulares de direitos ou interesses que forem parte no processo; II - aqueles cujos direitos ou Interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 59 - Salvo disposição legal especifica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. § 1° - Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no Prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. § 2º - O prazo mencionado no dispositivo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante Justificativa explícita. Art. 60 - O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. Parágrafo único - excepcionalmente, o recurso administrativo poderá ser interposto via fax ou por meio de correio eletrônico, caso o órgão por onde tramita o processo esteja dotado de tais meios tecnológicos, a critério do dirigente do processo.

Art. 61 - Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Parágrafo Único - Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. Art. 62 - Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. Art. 63 - O recurso não será conhecido quando interposto: I - fora do prazo; II - perante órgão incompetente; III - por quem não seja legitimado; IV - após exaurida a esfera administrativa, § 1° - Na hipótese do inciso I, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. § 2° - O não conhecimento do recurso não impede a administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa. Art. 64 - O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo Único - Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. Art. 65 - Os processos administrativos de que resultem sanções poderão, ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes susceptíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Parágrafo Único - Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. Capítulo XV Dos Prazos Art. 66 - Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. § 1° - Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. § 2° - Os prazos expressos em dias contam-se de modo continuo. § 3° - Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data, se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. Art. 67 - Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem. Capitulo XVI Das Sanções Art. 68 - As sanções, aplicáveis por autoridade competente, observarão as disposições estatutárias do servidor público em consonância á legislação civil brasileira, assegurado o direito ao contraditório do administrado. Parágrafo Único - As sanções serão aplicadas, após ultrapassadas as instâncias administrativas recursais. Capitulo XVII Da Disposições Finais Art. 69 - Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. Art. 70 - A publicidade dos atos deverá ser feita de forma a deixar bem clara a decisão ou a manifestação, não produzindo nenhum efeito a publicação que no expresse literalmente o fato e a decisão. Art. 71 - A adoção de sistemas informatizados ou utilizando novas tecnologias será implantada de forma compatível com as normas desta Lei, vedada a inobservância dos seus princípios fundamentais. Art. 72 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 73 - Revogam-se as disposições em contrário.