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    Geologia..................................................................................................... 2

    CAPTULO I. ESTUDO DA TERRA...................................................................................................... 4

    I.1 ORIGEM E EVOLUO DA TERRA ...................................................................................................... 6I.2 CONSTITUIO INTERNA DA TERRA ................................................................................................ 7I.3. METEORITO ................................................................................................................................... 9I.4. DISTRIBUIO DOS ELEMENTOS NA CROSTA TERRESTRE .............................................................. 11I.5 CLASSIFICAO GEOQUMICA DOS ELEMENTOS .............................................................................. 12

    CAPTULO II. DINMICA INTERNA............................................................................................. 13

    II.1. VULCANISMO ............................................................................................................................. 13II.2. TERREMOTOS ............................................................................................................................. 15II.4. TSUNAMIS................................................................................................................................. 19II.3. VULCANISMO E TERREMOTO NO BRASIL .................................................................................... 19

    CAPTULO III. TEORIA DA TECTNICA DE PLACAS ............................................................. 22

    III.1. ORIGEM DAS PLACAS E DOS SEUS MOVIMENTOS ...................................................................... 23III.2 FALHAS E DOBRAS.................................................................................................................... 27III.3. ORIGEM DAS MONTANHAS ........................................................................................................ 29

    CAPTULO V. MINERALOGIA........................................................................................................... 31

    V.1 CICLO GEOQUMICO ...................................................................................................................... 32V.2 TCNICAS DE ANLISE MINERALGICA E PETROGRFICA............................................................... 33V.3 PROPRIEDADES DOS MINERAIS ...................................................................................................... 36V.4. CRISTALOGRAFIA ESTRUTURAL E MORFOLOGIA DOS CRISTAIS ..................................................... 37

    V.4.1 Sistemas Cristalinos............................................................................................... 38V.5. CLASSIFICAO QUMICA DOS MINERAIS ................................................................................... 39V.6. PROPRIEDADES FSICAS ............................................................................................................. 41

    V.7. PROPRIEDADES PTICAS ............................................................................................................. 44V.8. PROPRIEDADES QUMICAS ........................................................................................................... 44V.9. ESQUEMA DE IDENTIFICAO MACROSCPICA.............................................................................. 44

    CAPTULO VI. PETROGRAFIA......................................................................................................... 47

    VI.1 ROCHAS SEDIMENTARES ............................................................................................................... 47VI.2 ROCHAS GNEAS .......................................................................................................................... 49VI.3 ROCHAS METAMRFICAS ............................................................................................................... 51

    CAPTULO VII. DINMICA EXTERNA......................................................................................... 53

    VII.1 PROCESSOS ............................................................................................................................... 54VII.2 INTEMPERISMO .......................................................................................................................... 54

    VII.3 EROSO..................................................................................................................................... 57VII.4 TRANSPORTE ............................................................................................................................. 58VII.5 DEPOSIO ............................................................................................................................... 59VII.6 AMBIENTES DE SEDIMENTAO .................................................................................................. 59

    CAPTULO VIII. PEDOLOGIA...................................................................................................... 63

    VIII.1. PROCESSOS DE FORMAO DO SOLO ...................................................................................... 64VIII.2. CONSTITUIO DO SOLO ...................................................................................................... 64VIII.3. FATORES DE FORMAO DOS SOLOS ..................................................................................... 65

    VIII.3.1 Material Parental............................................................................................... 65VIII.3.2. Estrutura dos Minerais ................................................................................. 66VIII.3.3. Composio Qumica e Mineralgica dos Materiais Parentais.. 66

    VIII.3.4. Clima........................................................................................................................ 67VIII.3.5. Organismos ............................................................................................................ 69

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    VIII.3.6. Relevo (Topografia) ........................................................................................ 70VIII.3.7. Tempo........................................................................................................................ 71

    VIII.4. HORIZONTES DO SOLO.......................................................................................................... 71VIII.5. POLUIO DO SOLO ............................................................................................................. 72

    CAPTULO IV. TEMPO GEOLGICO ............................................................................................... 77IV.1. MAGNITUDE DO TEMPO GEOLGICO............................................................................................ 80IV.2. DATAO RADIOMTRICA (ABSOLUTA) ..................................................................................... 81IV.3. MTODO RADIOCARBNICO ......................................................................................................... 83

    BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................... 85

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    Captulo I. ESTUDO DA TERRA

    A curiosidade natural do homem em desvendar os

    mistrios da natureza levou-o ao estudo da Terra.Perguntas tais como: de onde vem as lavas dos vulces; oque causa os terremotos; como se formam as montanhas; deque modo se formaram os planetas e as estrelas, e muitasoutras, sempre foram enigmas que o homem vem tentandodecifrar. O principal fator que impulsiona o homem a melhor conhecer a Terra o fato de ter que usar materiais extrados do subsolo para atender as suasnecessidades bsicas.

    Na idade Mdia, acreditava-se que a Terra era o

    centro do Universo e que todos os outros astros, como oSol, a Lua, os planetas e as estrelas giravam em tornodela. Com o desenvolvimento da cincia e da tecnologia,o homem pde comprovar que a Terra pertence ao umconjunto de planetas e outros astros, que giram em tornodo Sol, formando o sistema solar. Descobriu-se tambmque a prpria Terra se modifica atravs dos tempos. Porexemplo, reas que hoje esto cobertas pelo mar, h 15mil anos eram plancies costeiras, semelhante baixadade Jacarepagu; regies que estavam submersas h milhes

    de anos, formam agora montanhas elevadas como os Alpes eos Andes. Lugares onde existiam exuberantes florestasesto hoje recobertas pelo gelo da Antrtica outransformaram-se em desertos, como o Saara. O materialque atualmente constitui montanhas, como o Po de Acare o Corcovado, formou-se a centenas ou milhares demetros abaixo da superfcie terrestre, h muito milhesde anos (SBG, 1987).

    Estas transformaes so causadas por gigantescos movimentos que ocorrem continuamente no interior e nasuperfcie da Terra. Por serem transformaes muitolentas, o homem no pode acompanh-las diretamente, poisele s apareceu h cerca de dois milhes de anos. Issoquer dizer que, se toda a evoluo da terra fosse feitaem um ano, o homem s teria aparecido quando faltassemdois minutos para a meia-noite do ltimo dia do ano.

    Alm disso, o homem s tem acesso camada maissuperficial do nosso planeta. A distncia da superfcieat o centro da Terra mede 6.378 km - dois mil

    quilmetros a mais que a distncia entre o Oiapoque e oChu, pontos localizados nos extremos norte e sul do

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    Brasil - e a maior perfurao j feita s alcanou 10 kmde profundidade.

    Ento, como se pode saber o que existe dentro daTerra em to grandes profundidades e como descobrir aidade de cada perodo da histria da Terra? Isto possvel atravs do estudo das rochas, dos terremotos,dos vulces, dos restos dos organismos preservados nasrochas e das propriedades fsicas terrestres, tais comoo magnetismo e a gravidade.

    As rochas so formadas por minerais, que por sua vezso constitudos por substncias qumicas que secristalizam em condies especiais. O estudo dosminerais contidos em uma determinada rocha pode indicar

    onde e como ela se formou.Para medir o tempo geolgico, utiliza-se elementos

    radioativos contidos em certos minerais (dataoabsoluta). Esses elementos so os relgios da Terra.Eles sofrem um tipo especial de transformao que seprocessa em ritmo uniforme, sculo aps sculo, semnunca se acelerar ou retardar. Por este processo chamadoRADIOATIVIDADE, algumas substncias se desintegram,transformando-se em outras. Medindo-se a quantidadedessas substncias em uma rocha, pode-se saber a sua

    idade (Captulo IV).

    A Terra atrai os corpos pelas foras magntica egravitacional. Estas foras variam de local para local,devido as diferenas superficiais e profundas dos materiais que constituem a Terra. A anlise dessasdiferenas outra forma de interpretar o que existe nosubsolo terrestre (Tabela I.1).

    Todos esses estudos fazem parte da GEOLOGIA, acincia que busca o conhecimento da origem, composio e

    evoluo da Terra. Outras cincias da Terra como aGEOGRAFIA, a OCEANOGRAFIA e a METEOROLOGIA, ocupam-se deoutros aspectos do nosso planeta (SBG, 1987).

    Tabela I.1. Dados numricos da Terra.

    Raio equatorial 6.378 kmRaio polar 6.356 kmDiferena (RE - RP) 22 kmPermetro no Equador 40.075 kmrea superficial da terra 510 milhes de km2Volume 1,083 x 109 km3

    Massa 5,976 x 1027 g

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    Densidade mdia 5,517 g/cm3Densidade mdia nasuperfcie

    2,7 - 3,0 g/cm3

    Densidade no ncleo 13 g/cm3

    Gravidade no Equador 978,032 cm/s2Elevao mdia doscontinentes

    623 m

    Profundidade mdia dosoceanos

    3,8 km

    I.1 Origem e Evoluo da Terra

    Estima-se que a formao do Sistema Solar teveincio h seis bilhes de anos, quando uma enorme nuvemde gs que vagava pelo Universo comeou a contrair. A

    poeira e os gases dessa nuvem se aglutinaram pela forada gravidade e, h 4,5 bilhes de anos, formaram vriasesferas que giravam em torno de uma esfera maior, de gsincandescente, que deu origem ao Sol. As esferas menoresformaram os planetas, dentre os quais a Terra. Devido fora da gravidade, os elementos qumicos mais pesadoscomo o ferro e o nquel, concentraram-se no seu centroenquanto os mais leves, como o silcio, o alumnio e osgases, permaneceram na superfcie. Estes gases foram, emseguida, varridos da superfcie do planeta por ventos

    solares.Assim, foram separando-se camadas com propriedades

    qumicas e fsicas distintas no interior do GloboTerrestre. H cerca de 4,4 a 4,0 bilhes de anos,formou-se o NCLEO - constitudo principalmente porferro e nquel no estado slido, com raio de 3.700 km.Em torno do ncleo, formou-se uma camada - o MANTO - quepossui 2.900 km de espessura, constituda de material emestado pastoso, com composio predominante de silcio emagnsio (Figura I.1).

    Em torno de 4 bilhes de anos atrs, gases do mantoseparam-se, formando uma camada de ar ao redor da Terra- a ATMOSFERA. Finalmente, h aproximadamente 3,7bilhes de anos, solidificou-se uma fina camada derochas - a CROSTA. A crosta no igual em todos oslugares. Debaixo dos oceanos, ela tem mais ou menos 7 kmde espessura e constituda por rochas de composiosemelhante do manto. Nos continentes, a espessura dacrosta aumenta para 30-50 km, sendo composto por rochas

    formadas principalmente por silcio e alumnio e, por

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    isso, mais leves que as do fundo dos oceanos (SBG,1987).

    I.2 Constituio Interna da Terra

    As informaes das camadas internas da Terra soobtidas a partir de informaes diretas e indiretas. Asobservaes da densidade e da gravidade do globoterrestre mostram que o interior e a crosta devempossuir uma constituio diferente. Observaessismolgicas (comportamento das ondas ssmicas) ededues baseadas em estudos de meteoritos indicam que aTerra constituda de vrias camadas.

    Figura I.1. Estrutura interna da Terra (Kearey e Vine,1990).

    Medies geoqumicas elementares da massa, volume emomento de inrcia da Terra indicam que a densidade deseus materiais cresce de fora para dentro, alcanando umvalor da ordem de 13 g/cm3 perto do centro (Tabela I.1).

    As velocidades das ondas ssmicas do-nos uma idiadetalhada quanto distribuio dos materiais nointerior. Assim haveria uma crosta com uma espessuramdia de 35 km sob os continentes e 7 km sob os oceanos;um manto que se estende metade da distncia at ocentro; um ncleo lquido ocupando cerca de dois teros

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    da distncia restante e um ncleo interno slido (FiguraI.1).

    Tabela I.2. Tipos de ondas ssmicas e suascaractersticas.

    Ondas CaractersticasP - primria Rpidas, ondas longitudinais com pequena

    amplitude, semelhantes s ondas sonoras. Propagam-se com maior velocidade nas camadas de maiordensidade. Velocidade mdia 5,5 - 13,8 km/s

    S -secundria

    Pouco veloz, ondas transversais, semelhantes vibrao da luz. S se propagam atravs deslidos. Velocidade mdia 3,2 - 7,3 km/s

    L - longa Menor velocidade, propagam prximo superfcie,apresentam grande comprimento de onda. Velocidademdia 4 - 4,4 km/s

    A natureza dos materiaisde cada uma dessasregies foramdeterminadas por mediesde ondas ssmicas (TabelaI.2 e Figura I.2), devidoas variaes da densidadee das constantes

    elsticas. Devido sdiferentes velocidades epercursos, os trs tiposde ondas chegam a umsismgrafo em temposdiversos, os registrosdessas ondas fornecem alocalizao do foco doterremoto e informaesdas camadas inferiores.

    Figura I.2. Propagaodas ondas ssmicas(Selbey, 1985).

    Para restringir nossas suposies quanto a qumicado interior, precisamos de dados de outras fontes. Umapossvel indicao provm do estudo dos meteoritos.

    Esses objetos que caem sobre a Terra a partir de rbitassolares so interpretados como fragmentos de um planeta

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    desaparecido, ou possivelmente, resduos de material quecomps originariamente a Terra. A composio mdia dosmeteoritos deve se assemelhar composio mdia de todaa Terra.

    I.3. Meteorito

    Os meteoritos so objetos que se movem no espao eque atravessam a atmosfera e chegam a superfcie daTerra sem serem totalmente vaporizados. Provavelmente,pertencem ao sistema solar e tem origem no cinturo deasterides localizados entre as rbitas dos planetasJpiter e Marte. O fenmeno causado pela queda demeteorito popularmente conhecido como estrela cadente.

    A composio dos meteoritos varivel, num extremoesto os que so compostos predominantemente de ferro metlico com alguma porcentagem de nquel. Em outroesto os que consistem principalmente de silicatos eassemelhando-se em composio s rochas ultramficas.Inclui na composio dos meteoritos, tanto silicatoscomo metal nativo e algumas a fases sulfetadas (troilitaFeS).

    Entre os meteoritos distinguem-se 3 grupos:

    Sideritos: compostos de ferro metlico com + 8% de Ni; Assideritos ou aerlitos: compostos principalmente por

    silicatos e baixo teor de ferro;

    Litossideritos: composio intermediria.

    A Terra constituda por uma srie de camadasconcntricas de constituio qumica diferentes e, emestado fsico distinto ao redor do ncleo, cada uma

    dessas camadas tem uma condutividade diferente. Como asvelocidades das ondas ssmicas dependem das propriedadese das densidades dos materiais atravs dos quais passamas ondas, as mudanas de velocidade a diferentesprofundidades so atribudas a diferentes composies edensidades e, talvez, a diferentes estados, sobretudo noncleo (Figura I.2).

    Os geofsicos reconheceram duas descontinuidadesdividindo a Terra em trs partes:

    Crosta: desde a superfcie em direo ao centro, at aprimeira descontinuidade (Mohorovicic, 30 -50 km).A crosta dividida em crosta continental (mais

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    espessa e menos densa) e crosta ocenica (menosespessa e mais densa);

    Manto: desde a base da crosta at a segundadescontinuidade (Wiechert-Gutemberg, 2.900 km);

    Ncleo: desde a descontinuidade do manto at o centro daTerra.

    A crosta continental de composio grantica ougranodiortica e a crosta ocenica de composiobasltica, correspondendo ao SIAL (material rico em Si eAl) e ao SIMA (rico em Si e Mg), respectivamente (TabelaI.3).

    O manto formado por material silicatado de olivina

    e piroxnio ou seus equivalentes de presso etemperaturas altas. O ncleo ou siderosfera constitudo por ligas de ferro-nquel, possivelmente aparte exterior lquida e a parte inferior slida.Para completar, deve-se adicionar a crosta, manto encleo, mais trs zonas: a atmosfera, hidrosfera ebiosfera. A atmosfera o envoltrio gasoso. Ahidrosfera a camada descontnua de gua, salgada ou doce(oceanos, lagos e rios). A biosfera a totalidade da matria orgnica distribuda atravs da hidrosfera,

    atmosfera e superfcie da crosta.Embora importantes do ponto de vista geoqumico, a

    hidrosfera, biosfera e atmosfera contribuem com menos de0,03% da massa total da Terra, a crosta 0,4%, o manto67% e o ncleo 32%.

    Tabela I.3. Caractersticas da estrutura interna daTerra.

    Profundidadekm

    Denominao Constituiolitolgica

    Densidadeg/cm3

    Temperatura(oC)

    Litosfera15 a 25 crosta

    superior SiAlsedimentosgranito

    2,7 600

    30 a 50 crostainferior SiMa

    basalto 2,9 1.200

    1.200 Mantosuperior

    (astenosfera)

    peridotito 3,3 3.400

    2.900 Mantoinferior

    silicatos,sulfetos exidos

    4,7 4.000

    6.370 NcleoNiFe ferrometlico e 12,2 4.000

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    nquel

    I.4. Distribuio dos elementos na crostaterrestre

    A geoqumica mostra a importncia dos elementos queconstituem os minerais, cujos objetivos essenciais so:

    a determinao da abundncia dos elementos naTerra;

    a repartio dos elementos nos minerais e nasrochas;

    estabelecimento dos princpios que regem aabundncia e distribuio dos elementos qumicos.

    A crosta composta de silicatos de alumnio, sdio,potssio, clcio, magnsio e ferro. Em funo do nmerode tomos o oxignio ultrapassa 60% e forma mais de 90%do volume total ocupado pelos elementos. A Tabela I.4 mostra a repartio dos constituintes da crostaterrestre em porcentagem em peso de xidos, em ons enos minerais.

    Tabela I.4. Distribuio dos elementos na crostaterrestre.

    xidos Peso%

    ons Peso%

    Volume%

    Minerais Peso%

    SiO2 59,12 O 46,6 92,0 Feldspatoalcalino

    31,0

    Al2O3 15,34 Si 27,72 0,8 Plagioclsio 29,2Fe2O3 +FeO

    6,88 Al 8,13 0,8 Quartzo 12,4

    MgO 3,49 Fe 5,0 0,7 Piroxnio 12,0CaO 5,08 Ca 3,63 1,4 Minerais

    opacos

    4,1

    Na2O 3,84 Na 2,83 1,6 Biotita 3,8K2O 3,13 K 2,59 2,1 Olivina 2,6TiO2 1,05 Mg 2,09 0,6 Hornblenda 1,7Total 97,93 98,59 100,0 Muscovita 1,4

    Clorita 0,6Apatita 0,6Nefelina 0,3Titanita 0,3

    100,0

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    I.5 Classificao Geoqumica dos Elementos

    As diretrizes da geoqumica moderna tratam de mostrar onde se podem encontrar os elementos e em que

    condies. Ex.: Lantnio e potssio encontram-se juntos;telrio e tntalo fogem um do outro. Alguns, emborapresentes, esto dispersos como o rubdio no potssio eglio no alumnio. Hfnio e selnio no so formadoresde acumulaes e s vezes, se acham to dispersos nanatureza que seu percentual na composio das rochas nfimo. Outros elementos como chumbo e ferro durante seuprocesso de deslocamento experimentam uma parada eformam combinaes capazes de acumularem-se comfacilidade (Antonello, 1995).

    A geoqumica estuda as leis da distribuio emigrao dos elementos em condies geolgicas definidasmarcando seu percurso e explorao das jazidas minerais.

    Goldschmidt foi o primeiro a acentuar a importnciada diferenciao geoqumica primria dos elementos,classificando-os da seguinte maneira:

    Siderfilos: com afinidade pelo ferro metlico; ex.:Cr, V, Co, Ni.

    Calcfilos ou sulffilos: com afinidade pelo

    sulfeto, ex.: Pb, Zn, Cu, Ag, Hg, Bi, Sb, Se,Fe, S, As.

    Litfilos: com afinidade pelo silicato, ex.: O, Si,Al, Na, K, Ca, Mg.

    Atmfilos: com afinidade pela atmosfera, ex.: O, C,gases nobres, N.

    Alguns elementos mostram afinidade por mais de umgrupo, pois a distribuio de qualquer elemento depende,em certo grau, da temperatura, presso e ambientequmico, como um todo.

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    Captulo II. DINMICA INTERNA

    II.1. Vulcanismo

    Os vulces so crateras ou fissuras na crostaterrestre atravs da qual o magma (rocha fundida que seorigina em profundidade, abaixo da crosta), sobe at asuperfcie em forma de lava. Localizam-se geralmente aolongo dos limites das placas crustais; a maioria fazparte de um cinturo chamado crculo de fogo, que seestende ao longo das costas do oceano Pacfico.

    Os vulces podem ser classificados de acordo com afreqncia e violncia de suas erupes. As erupes no

    explosivas, geralmente ocorrem onde as placas crustaisse separam, ou seja, nas bordas de placas divergentes(ex. Cordilheira Mesocenica). Estas erupes produzemlava basltica (bsica) mvel, que se espalharapidamente por longas distncias e forma conesrelativamente achatados. As erupes mais violentasacontecem onde as placas colidem, bordas convergentes(ex. Andes). Essas erupes expelem lava rioltica(cidas) viscosa e exploses repentinas de gases, cinzase piroclastos (fragmentos de lava solidificada). A lava

    pouco mvel, percorre distncias curtas e d origem acones de vertentes ngremes. Alguns vulces apresentamerupes de lava e cinza, que formam os conescompsitos.

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    Os vulces com erupesfreqentes so descritoscomo ativos; os vulcesdormentes so os queraramente entram emerupo, e os queaparentemente cessam aserupes so consideradosextintos.

    Alm dos vulces, outrosaspectos associados szonas vulcnicas so osgiseres, fontes minerais

    quentes, fumarolas e poosde lama borbulhante.

    Figura II.1. Esquema de umvulco.

    Plutonismo o conjunto de processos magmticos queocorrem no interior do planeta e que geram intruses de magma. Plton o corpo de rocha magmtica consolidadano interior da crosta terrestre, a partir de uma cmara

    magmtica. Designa-se de rocha encaixante a rochainvadida por um plton. Os pltons podem ser de doistipos: concordantes (sill, laclito e faclito) ediscordantes (neck, dique, batlito e "stock").

    Material vulcnico:

    piroclastos: bomba, tufos, lapilli, cinza etc.

    gases: vapor d'gua, CO2, H2S, HCl, SO2 etc.

    lavas: almofadadas, "aa" e cordadas.

    A viscosidade do magma varivel, dependendoessencialmente da sua temperatura e da composioqumica. Magma cido, isto , rico em slica, maisviscoso do que um magma bsico, pouca slica (Leinz eAmaral, 1987).

    Magma cido rico em slica mais viscoso

    Magma bsico pobre em slica mais fluido

    Tipos de vulcanismo: havaiano, peleano,

    estromboliano e pliniano

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    O calor interno da Terra associado ao calorremanescente da sua formao (Big Bang) e da

    desintegrao de istopos radiognicos; p.ex., K40,

    Th232 e U238. O grau geotrmico refere-se aprofundidade, em metros, para elevar-se a temperatura em1C. O valor mdio de 30 m, podendo existir grandesvariaes, dependendo da localizao geogrfica.

    II.2. Terremotos

    O terremoto, ou sismo qualquer vibrao na crostae que tem origem no seu interior. Quando a vibrao relativamente intensa, o tremor de terra se tornaperceptvel aos nossos sentidos.

    Quando muito fraca, seuregistro se faz por meiode aparelhos especiais,denominados sismgrafos(Figura II.2). Talvibrao denominada demicrossismo.

    Figura II.2. Sismgrafo

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    Figura II.3. a) linha de propagao das ondas ssmicas;b c) sismgrafos; d) propagao das ondas; e)sismograma; f) grfico mostrado a diferena no tempode chegada dos trs tipos de ondas em locaisdiferentes (Selbey, 1985).

    Em um ano registram-se na superfcie terrestre cercade 100 mil terremotos. Destes, 90 mil possuem

    intensidade muito fraca, sendo quase imperceptveis aossentidos das pessoas; 9.000 so de intensidade fraca eos 1.000 restantes de intensidade mdia. Apenas 100 serevelam fortes, e s 10, aproximadamente, socatastrficos.

    Os terremotos no se distribuem uniformemente emtoda a superfcie da Terra, existem regies onde ofenmeno praticamente desconhecido, so as chamadasregies asssmicas, como as reas centrais do Canad edos Estados Unidos, a frica (exceto a orla

    mediterrnea), a Arbia, a sia Central e a Austrlia.

    As regies mais intensamente atingidas poratividades ssmicas so aquelas localizadas nas bordasdas placas tectnicas. Na Figura II.2 estorepresentados os epicentros dos terremotos mais intensosao longo de um perodo de 6 anos. Observa-se que oterritrio brasileiro est praticamente fora das regiescom maiores incidncias de terremotos, isto , devido asua posio no interior da placa sul-americana.

    As principais causas dos terremotos so: desabamentointerno, vulcanismo, acomodamento de rocha e tectonismo.

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    Os terremotos por desabamento podem ser provocados pordissoluo (cavernas) ou deslizamento de massas rochosasem virtude da ao da fora da gravidade. Essesterremotos so em geral fracos e de pouco poder

    destrutivo, pelo menos em comparao com os de origemvulcnica e tectnica.

    Em regies sujeitas a ocorrncias vulcnicas, osterremotos produzidos por exploses internas decorrem,em geral, do escape violento de gases acumulados sobforte tenso e do magma.

    Os mais terrveis terremotos esto associados acausas tectnicas, que se desencadeiam quando uma porodos materiais do interior da Terra, distendido ou

    comprimido e deformados por tenses acumuladas, atinge oponto de ruptura, procurando um novo estado deequilbrio.

    A intensidade dos terremotos medida pela escalaRichter, criada em 1935 pelo cientista americano CharlesFrancis Richter. O terremoto de maior intensidade jregistrado marcou 8,6, mas, teoricamente no h limites.

    Lugares geomtricos na crosta associados aos sismos:

    hipocentro - ponto no interior da crosta onde teve

    a origem do terremoto;

    epicentro - ponto na superfcie da crosta,projeo do hipocentro ortogonal superfcie.

    Efeitos dos abalos ssmicos: maremotos, tsunamis eterremotos.

    Figura II.4. Localizao do hipocentro.

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    Figura II.5. Localizao dos epicentros dos terremotosmais intensos (Kearey e Vine, 1990).

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    II.4. Tsunamis

    Figura II.5. Formao dos tsunamis.

    II.3. Vulcanismo e Terremoto no Brasil

    Nas bordas de placas, o vulcanismo um processocontnuo, pois, ao longo das cordilheiras submarinas quese estendem longitudinalmente no meio dos grandesoceanos, as chamadas dorsais mdio-ocenicas, o magmaemerge das profundezas da Terra, controlado pela fusode material na parte superior do manto.

    H dois tipos de crosta: continental, situada noscontinentes e ocenica que constitui o assoalho dos mares. As placas tectnicas so formadas por crosta -continental e ocenica - e pela parte superior do manto.

    Nas zonas de coliso entre continentes, como noHimalaia, ou entre uma placa ocenica e outra

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    continental, como nos Andes, a mais densa delas empurrada sob a outra, rumo a parte profunda do manto -onde, em conseqncia das altas presses e do calor,sofre fuso. Em sua ascenso, a massa fundida forma

    vulces e grandes corpos de rochas gneas abaixo dasuperfcie. Nas reas afastadas das bordas de placas, emcontrapartida, o vulcanismo fenmeno menos comum,embora no possa ser considerado inexistente.

    O territrio brasileiro situa-se no interior dagrande placa tectnica conhecida como placa sul-americana. Na extremidade sul do continente, h ainda aplataforma patagnica. A regio ativa da placa, comterremotos e vulces, a cadeia andina, situada a oestedessas duas plataformas (Figura II.2).

    H evidncias da presena de vulces no nossoterritrio, que nem sempre teria sido, portanto, toestvel. E no foi uma presena discreta: os indciosde atividade vulcnicas no Brasil so incontveis, sejanum passado relativamente prximo, como na ilha deTrindade e em Fernando de Noronha, num passado remoto,caso de Poos de Caldas, entre muitos outros, ou aindaem tempos muito mais longnquos, caso de Crixs em Gois(Carneiro e Almeida, 1990).

    Durante o Mesozico tiveram vrias atividadesvulcnicas no territrio brasileiro, principalmente decomposio alcalina. As principais ocorrncias dederrames localizam-se em Nova Iguau (RJ), Tangu (RJ),Jacupiranga (SP), Anitpolis (SC), Serra Negra (SP),Itatiaia (RJ), Cabo Frio (RJ), entre outros.

    Vulcanismo de fissura de lava bsica, toleticas,ocorreu na bacia do Paran, no fim do Jurssico eprincipalmente no perodo Cretceo (120 - 130 milhes deanos). Esses derrames atingiram cerca de 1.200.000 km2(Popp, 1995). A alterao da rocha basltica deu origemao solo denominado de terra-roxa que recobre grandeparte da bacia do Paran.

    Recentemente tem sido registrados vrios abalosssmicos de baixa intensidade no territrio brasileiro.No dia 12 de maio de 2000 vrios estados brasileiras(Gois, So Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso)foram atingidas por terremoto de baixa intensidade, osismo teve o seu epicentro localizado na regio de Jujuy

    na Argentina (Figura II.6).

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    Figura II.6. rea atingida pelo sismo que teve oepicentro na regio de JuJuy Argentina.

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    Captulo III. TEORIA DA TECTNICA DE PLACAS

    Em 1620 o ingls Sir Francis Bacon registrava asimilaridade entre o contorno litorneo da fricaocidental e do leste da Amrica do Sul. Em meados dosculo XIX surgia a tese de que os dois continentespossuam um passado comum. O alemo Alfred Wegenerformulou, em 1912, a Teoria da Deriva Continental,baseando-se em algumas evidncias fsseis e semelhanaentre as estruturas de relevo. Ele postulou a unidadedas massas continentais no passado (Pangia), que teriamdepois se fragmentado e afastado umas das outras,conformando os continentes e bacias ocenicas atuais.

    A genialidade da intuio de Wegener decorre daausncia de meios cientficos, na sua poca, para avalidao da idia da deriva dos continentes.Entretanto, justamente esse fato transformou-o, por muito tempo, num incompreendido. A ausncia de um mecanismo aceitvel para justificar o movimento de massas continentais sufocando assoalhos ocenicoscondenou a nova teoria marginalidade.

    O arcabouo cientfico para a Teoria da Deriva

    Continental s iria se desenvolver muito mais tarde. Oestudo detalhado do fundo dos oceanos, iniciando com ouso do sonar na Segunda Guerra Mundial e intensamentedesenvolvido nas ltimas dcadas, finalmente forneceuuma explicao plausvel para a migrao das massascontinentais (Magnoli e Arajo, 1997).

    A Terra est dividida em placas relativamente finas(podendo ou no conter continentes), cada qualcomportando-se como uma unidade mais ou menos rgida,

    que movimenta-se uma em relao outra.Sabe-se hoje em dia que os continentes se movem.

    Acredita-se que h muitos milhes de anos, todos estavamunidos em um nico e gigantesco continente chamadoPANGIA. Este teria se dividido em fragmentos, que soos continentes atuais. Foi o curioso encaixe de quebra-cabea entre a costa leste do Brasil e a costa oeste dafrica que deu origem a esta teoria, chamada de DERIVACONTINENTAL.

    Ao estudar o fundo do Oceano Atlntico descobriu-se

    uma enorme cadeia de montanhas submarinas, formada pelasada de magma do manto. Este material entra em contato

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    com a gua, solidifica-se e d origem a um novo fundosubmarino, medida que os continentes africano e sul-americano se afastam. Este fenmeno conhecido comoEXPANSO DO FUNDO OCENICO.

    Com a continuidade dos estudos, as teorias da DerivaContinental e da Expanso do Fundo Ocenico foramagrupadas em uma nova teoria, chamada TECTNICA DEPLACAS. Imagine os continentes sendo carregados sobre acrosta ocenica, como se fossem objetos em uma esteirarolante. como se a superfcie da Terra fosse divididaem placas que se movimentam em diversas direes,podendo chocar-se umas com as outras. Quando as placasse chocam, as rochas de bordas enrugam-se e rompem-se,originando terremotos, dobramentos e falhamentos.

    Embora a movimentao das placas seja muita lenta -da ordem de poucos centmetros por ano - essas dobras efalhas do origem a grandes cadeias de montanhas como osAndes, os Alpes e os Himalaias.

    Outro fenmeno causado pelo movimento de placas ovulcanismo, que pode originar-se pela sada de rochasfundidas - MAGMA - em regies onde as placas se chocamou se afastam. Quando o magma que atinge a superfcie seacumula em redor do ponto de sada, formam-se os

    VULCES. Os terremotos no Brasil felizmente so muitosraros e de pequena intensidade e somente so encontradosrestos de vulces extintos. Isto ocorre devido ao fatodo nosso pas situar-se distante de zona de choque e deafastamento de placas.

    III.1. Origem das placas e dos seusmovimentos

    A conveco do magma na Astenosfera (envoltrio

    plstico localizado no Manto Superior) produz plumasascendentes quentes que, atingindo a parte superficialda Crosta, criam nova crosta ocenica (basalto). Paramanter a rea (e volume) da Terra constantes, precisoque, em algum lugar, a crosta ocenica seja destruda(consumida); isto ocorre em zonas de subduco, onde acrosta ocenica afunda, por ser a mais densa, fechando apluma descendente (mais fria) da clula de conveco daAstenosfera. Assim, os continentes (menos densos) migram, empurrados (e puxados) pela crosta ocenica

    (mais densa) (Figura III.1).

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    Figura III.1. Esquema da Dorsal do Atlntico e a da placa sul-americana e seus limites (Salgado-Labouriau, 1994).

    Os movimentosentre as placaspodem ser de trstipos: convergente(compressivo),divergente(distensivo) etranscorrente(Figuras III.2III.3 e TabelaIII.1).

    Figura III.2. Tipos de limites deplacas tectnicas.

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    Figura III.3. Mapa tectnico indicando os limites das placas, as setas indicam a direo movimentos e avelocidade (cm/ano) (Wilson, 1989).

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    Tabela

    III.1.

    Tipos

    de

    limites

    de

    placas

    tectnicas

    e

    suas

    principais

    caractersticas.

    Tipos

    de

    Bor

    das

    Tipos

    de

    Placas

    Envo

    lv

    idas

    Topogra

    fia

    Eventos

    Geo

    lg

    ico

    s

    Exemp

    los

    Mo

    dernos

    Di

    vergentes

    Oceni

    ca-

    Ocen

    ica

    Cadeia

    de

    montanha

    mesocenica

    Espalhamento

    do

    fundo

    ocenico,terremotos

    (focoraso)e

    vulcanismo

    Cordilheira

    mesocenica

    Continental-

    Continental

    Rift

    Valley

    Terremotose

    vulcanismo

    Rift

    do

    leste

    africano

    Oceni

    ca

    Ocen

    ica

    Arcos

    de

    ilhas,

    fossas

    ocenicas

    Subduco,terremotos

    (focoprofundo),

    vulcanismo,

    deformao

    dasrochas

    Pacfico

    (Norte)

    Co

    nvergentes

    Oceni

    ca

    Continental

    Montanhase

    fossas

    ocenicas

    Subduco,terremotos

    (focoprofundo),

    vulcanismoe

    deformao

    dasrochas

    Andes

    Continental-

    Continental

    Cadeias

    de

    montanhas

    Terremotos

    (foco

    profundo)e

    deformao

    dasrochas

    Himalaias

    Tr

    anscorrent

    es

    Oceni

    ca-

    Ocen

    ica

    Terremotos

    Pacfico

    (Leste

    e

    Sul)

    Continental-

    Continental

    Deformaes

    ao

    longo

    das

    falhas

    Terremotose

    deformao

    dasrochas

    Califrnia

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    Evidncias da Teoria da Deriva Continental

    semelhana entre afauna e flora fsseis

    encontrada emcontinentes separados;

    conformao doscontinentes sul-americano e africano(Figura III.4);

    dados paleoclimticosem desacordo com oRecente, registradosem rochas sedimentares

    em diversoscontinentes;

    continuidade decadeias de montanhasentre doiscontinentes;

    semelhanas entrelitologias

    recifes de corais

    fossilizados naGroenlndia e Canad

    Figura III.4. Reconstituio doGondwana (Kearey & Vine, 1990).

    Evidncias da Teoria de Expanso do Fundo Ocenico

    sedimentos jovens e pouco espessos recobrindo acrosta ocenica;

    crosta ocenica mais velha Trissica;

    simetria de idades da crosta ocenica a partir dacordilheira Mesocenica;

    idade das ilhas vulcnicas do Pacfico.

    Os estudos do paleomagnetismo nas rochas baslticasque constituem a crosta ocenica, indicam que o polomagntico da Terra tem mudado de posio em relao aoscontinentes durante a histria geolgica.

    III.2 Falhas e Dobras

    O movimento contnuo das placas da crosta terrestrepode comprimir, esticar ou quebrar os estratos rochosos,

    deformado-os e produzindo falhas e dobras. Uma falha uma fratura numa rocha, ao longo da qual ocorre

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    deslocamento de um lado em relao ao outro. O movimentopode ser vertical, horizontal ou oblquo (vertical ehorizontal). Estas evidncias de tectonismo podem serclaramente observadas nas rochas metamrficas que

    constituem grande parte do estado do Rio de Janeiro.

    As falhas ocorrem quando as rochas duras e rgidas,que tendem a quebrar-se e no a dobrar-se. As menoresfalhas ocorrem em cristais minerais individuais e so detamanho microscpico, enquanto a maior delas - o GreatRift Valley (a Grande Fossa), na frica - tem mais de 9mil km de comprimento. O movimento ao longo das falhasgeralmente causa terremotos, o exemplo tpico destemovimento a falha de Santo Andr, Califrnia - EUA.

    Dobra a curvatura de umacamada rochosa causada porcompresso, podem variar emtamanho, de uns poucos milmetros de comprimentos cadeias montanhosasdobradas com centenas dequilmetros de extenso.Alm de falhas e dobras,outros aspectos associados

    com deformaes das rochasso os boudins, osmullionse fraturas escalonadas (enchelon).

    Figura III. Dobras.

    As dobras ocorremnas rochaselsticas, quetendem a dobrar-semais do quequebrar-se. Os doistipos principais dedobras so asanticlinais (os

    flancos convergempara cima) e as Figura III. Sinclinais e

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    sinclinais (osflancos convergempara baixo) (FiguraIII. ).

    anticlinais.

    III.3. Origem das Montanhas

    Os processos envolvidos na formao das montanhas -a orognese - ocorrem como resultado do movimento dasplacas crustais. H trs tipos principais de montanhas:as de origem vulcnica, as montanhas de dobramento e as montanhas por falhamento ou de blocos. A maioria das montanhas vulcnicas forma-se ao longo dos limites dasplacas, onde estas aproximam ou se separam, e a lava eos detritos so ejetados em direo superfcieterrestre. A acumulao de lava e material piroclsticopode formar uma montanha em torno da chamin de umvulco.

    As montanhas por dobramento se formam onde as placasse encontram e provocam o dobramento e o soerguimentodas rochas. Onde a crosta ocenica se encontra com a

    crosta continental menos densa, a crosta ocenica empurrada sob a crosta continental. A crosta continental ento dobrada pelo impacto e se formam montanhas dedobramento, como os Apalaches na Amrica do Norte. Ascadeias dobradas formam-se tambm quando encontram-seduas reas de crosta continental. O Himalaia, porexemplo, comeou a formar-se quando a ndia colidiu coma sia, dobrando os sedimentos e parte da crostaocenica entre as duas placas.

    As montanhas por falhamento de blocos formam-se

    quando um bloco de rocha soerguido entre duas falhascomo resultado de compresso ou tenso na crostaterrestre. Com freqncia, o movimento ao longo dasfalhas ocorre gradualmente durante milhes de anos.Contudo, duas placas podem deslizar bruscamente ao longode uma linha de falha - a falha de Santo Andr, porexemplo, provocando terremotos.

    O tectonismo abrange dois tipos diferentes demovimentos: orognese e epirognese.

    Orogneses so os processos de formao de grandescadeias de montanhas, em reas compressivas (choque de

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    placas) entre crosta continental/crosta continental oucrosta continental/crosta ocenica. Trata-se dedeformaes relativamente rpidas da crosta terrestre,geradas pela acomodao de placas tectnicas. So

    associadas a essas reas: dobras, falhas inversas,vulcanismos, plutonismos, sismos etc.

    Epirognese so processos de grande amplitude queafetam por igual extensas reas continentais, podendoformar grandes arqueamentos, provocando elevaes decertas reas e depresses de outras. Os movimentos solentos e predominantemente na vertical.

    "Rift" processo de rompimento de antigoscontinentes, instalando novas reas ocenicas:

    cordilheira Mesocenica (crosta ocenica) e reasdistensivas (divergncia de placas) dentro de crostacontinental ou de crosta ocenica.

    Pangea - Antigo supercontinente, reunido no final doCarbonfero, composto pelo Gondwana e de outras massascontinentais, que se desmembrou a partir do final doTrissico. Da massa ocenica circundante (Pantalassa)originaram-se os atuais oceanos Pacfico e rtico, porcontrao, e o Atlntico Norte, pela separao entre aAmrica do Norte, Gondwana e Eursia, a partir do

    Jurssico. Uma menor massa marinha, o mar de Ttis,dispunha-se, semicerrado, a Leste do Pangea (a partir doqual originou-se, por compresso, o mar Mediterrneo).

    Gondwana - Antigo continente, reunido no final doProterozico, composto pelas atuais Amrica do Sul,frica, ndia, Madagascar, Austrlia e Antrtica, que sedesmembrou a partir do Cretceo, originado os atuaiscontinentes e os oceanos ndico, Antrtico e AtlnticoSul (Figura III.4).

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    Captulo V. MINERALOGIA

    A mineralogia estuda os minerais cientificamente

    envolvendo o conhecimento da estrutura interna,composio, propriedades fsicas e qumicas, modo deformao, ocorrncia, associaes e classificao.

    Atualmente existem cerca de 3.500 nomes de minerais.Novos minerais tem sido acrescentados a esta lista cadaano. So minerais que foram descobertos atravs detcnicas analticas novas, tais como microanlise e microssonda eletrnica. Muitos minerais tm sidoretirados das listas de minerais existentes pois mtodos modernos de estudos mostraram que as substncias

    consideradas como minerais individuais so associaesou misturas de minerais (Antonello, 1995).

    Mais ou menos 20 minerais mais comuns soresponsveis por mais de 95% de todos os minerais nacrosta continental e ocenica. Eles esto contidos emquase todas rochas. Os silicatos so os mais abundantes.

    As caractersticas principais de qualquer mineralso sua estrutura cristalina e sua composio qumica,

    levando em considerao o contedo qumico permitidopela substituio de tomos de um elemento pelos deoutro numa dada estrutura. Por exemplo, o valor demuitos minerais, origina-se do fato de conterem um metalque um constituinte acessrio e no essencial. Ex.:trio na monazita, prata na tetraedrita. Nestes casos,um conhecimento do mecanismo pelos quais osconstituintes chegaram a estar presentes, pode ser degrande significao econmica.

    Usamos uma vasta quantidade de minerais e produtos

    de minerais na nossa sociedade. Embora a maioria daspessoas no se d conta, a minerao ou maisespecificamente os produtos que ela gera, est presenteem praticamente todas as etapas do seu cotidiano, do momento em que elas se levantam ao instante em que sedeitam. Virtualmente tudo que usamos tem conexo fortecom os minerais.

    Por vezes ele usado em sua forma natural por terpropriedades valiosas. Ex.: diamante por sua beleza epela sua extrema dureza. Em outras ocasies, os mineraispossuem componentes qumicos de grande valor. Ex.:

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    calcopirita (CuFeS2) consiste em 34% de cobre e omineral coletado para se recuperar este metal valioso(Antonello, 1995).

    Os minerais no so considerados meramente comoobjetos de beleza ou como fonte de material econmico.Eles podem ser chaves para o entendimento dascondies nas quais eles e as rochas foram formadas. Oestudo dos minerais pode indicar importantes informaessobre as condies fsico-qumicas de regies da Terraque no so acessveis a observao e mensurao direta(manto e ncleo).

    V.1 Ciclo GeoqumicoA parte acessvel ao exame direto do ciclo

    geoqumico a superfcie da Terra, onde os elementos migram. O ciclo geoqumico no fechado nem materialnem energeticamente.

    A partir do magma, o material original, que uma mistura complexa de silicatos, xidos e compostosvolteis, podendo ocupar espaos definidos eindividualizados (cmara magmtica), poder haver a

    cristalizao magmtica, que a separao dos mineraisdurante a sua formao e, a cristalizao originando asrochas magmticas.

    Atravs do intemperismo dos minerais primrios eformao dos minerais secundrios forma-se ossedimentos, que, atravs da diagnese formam as rochassedimentares.

    As rochas sedimentares por ao da presso etemperaturas variveis daro origem a rochas metamrficas, que por transformao ultrametamrficadaro origem a rochas gneas.

    Conceitos

    Mineral: um elemento ou composto qumico, resultantesde processos inorgnicos, de composio qumica eestrutural definida, encontrados naturalmente nacrosta da Terra. Ex. diamante, quartzo e feldspato.

    Rocha: um agregado natural formado de um ou mais minerais caractersticos. As rochas soclassificadas segunda a sua origem em trs tipos:

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    Figura V.1. Comprimento de onda.

    Figura V.2. Representao esquemtica do

    funcionamento do difratometro de raios-X. microscopia tica (luz transmitida e refletida)

    microscpio eletrnico de varredura - MEV (FiguraV.2)

    anlise qumica por via mida

    ensaio de chama

    anlise macroscpica (auxlio de lupas de mo comaumento de 10X a 20X).

    raios gama

    luz

    microonda

    ondas de rdioUV infravermelh

    Comprimento de onda (nm)

    Raios-X

    Amostrapolicristalina

    (p)

    Fonte deraios-Xmonocromtic

    Colimado Colimado

    Deteto

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    Figura V.3. Microscpio petrogrfico

    20 40 60 80 100

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    Intensidade

    2 theta

    Figura V.4. Difratograma de raios-X de uma caulinita.

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    Figura V.5. Fotografia obtida atravs do microscpioeletrnico de varredura (MEV).

    V.3 Propriedades dos Minerais

    As propriedades dos minerais so controladas pelasua composio e estrutura cristalina. A composio podeser definida atravs de mtodos de anlises qumicas.Uma vez que a composio foi definida, a frmula qumicapode ser calculada pelo balanceamento do nmero dections e nions.

    A determinao da estrutura do cristal feitaatravs de mtodos de observao indireta,principalmente atravs da difratometria de raios-X(DRX). A DRX uma das tcnicas mais importantes naidentificao dos minerais (Figura V.1), qualquer

    mineral pode ser identificado atravs desta tcnica.Por causa, de propriedades facilmente determinadas,

    tais como, dureza e cor, so controladas pela composioe estrutura do cristal, em muitos casos possvel usaruma combinao de propriedades simples para identificarum mineral.

    As caractersticas mais usadas na identificao dos minerais so: cor, brilho, hbito (formato doscristais), dureza, clivagem, fratura, densidade,magnetismo.

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    V.4. Cristalografia estrutural e morfologiados cristais

    Os cristais so corpos homogneos, anisotrpicos

    (possui propriedades fsicas e qumicas diferentes emdirees diferentes). Um corpo isotrpico, ao contrrio,tem as mesmas propriedades em direes diferentes, porex.: vidro. Quase todas as substncias slidas, nosomente os minerais so cristalinos. Os corposhomogneos podem ser istropos ou anisotrpicos.

    As unidades da estruturados cristais so os

    tomos, os ons ou as molculas que apresentamno espao um arranjotridimensional exato. Osintervalos entre estasunidades estruturais sode ordem de 1 angstrom .

    Figura V.3. Clulaunitria.

    Um cristal um arranjo tridimensional, peridico,de tomos, de ons ou de molculas e pode ser definidocomo slidos polidricos limitado por faces planas queexprimem um arranjo interno. O arranjo das partculasrepresenta-se por um retculo cristalino ou retculoespacial. Os planos situados em diferentes direesatravs dos pontos do retculo denominam-se planosreticulares (faces do cristal).

    A estrutura ordenada dos retculos dos cristais, nemsempre refletida pela presena no cristal de uma formacristalina distinta. So relativamente raros os cristaistpicos, reconhecveis exteriormente, pois a substnciacristalina apresenta externamente sua estrutura interna.Pela forma externa os slidos podem ser:

    Idiomrficos: possuem faces bem desenvolvidas eperfeitas;

    Subdricos ou hipidiomrficos: desenvolvimentoparcial das fases;

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    Andricos ou xenorfcos: sem faces definidas;

    Substncia amorfa: sem arranjo interno.

    O retculo espacial e consequentemente o cristal

    formado pela repetio de unidades tridimensionais muitopequenas, as clulas unitrias, que por definio so as menores pores geomtricas que se repetetridimensionalmente segundo direes preferencias decrescimento e desenvolvimento, dando origem ao cristal.So possveis 14 tipos diferentes de clulas unitrias;so os retculos de Bravais, que so retculos detranslao cuja unidade de translao de um ponto aoutro a distncia.

    V.4.1 Sistemas CristalinosRefere-se forma na qual os tomos dos elementos

    qumicos esto agrupados. Cada sistema cristalino caracterizado por certo nmero de elementos de simetria(Figura V.3).

    Sistema cbico: formado por um cubo. Os trs eixoscristalogrficos so iguais e perpendiculares entresi, de comprimentos iguais.

    Sistema hexagonal: formado por um prisma reto de base

    hexagonal regular. Os eixos cristalogrficos soquatro: 3 horizontais iguais cortando-se em ngulosde 120o, e um quarto de comprimento diferente eperpendicular ao plano dos outros trs.

    Sistema tetragonal: prisma reto de base quadrada. Oseixos cristalogrficos so mutuamenteperpendiculares; os dois horizontais so decomprimento igual, mas o eixo vertical mais curtoou mais longo do que os outros dois.

    Sistema ortorrmbico: prisma reto de base retangular oulosangular. Os eixos cristalogrficos soperpendiculares entre si e de comprimentodiferente.

    Sistema monoclnico: prisma oblquo de base retangularou losangular. Os eixos cristalogrficos so 3desiguais, dois dos quais esto inclinados entre siformando um ngulo oblquo, sendo o terceiroperpendicular ao plano dos outros dois.

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    Sistema triclnico: prisma oblquo de baseparalelogrmica. Trs eixos cristalogrficosdesiguais, formando ngulos oblquos.

    Figura V.3. Sistemas cristalinos.

    V.5. Classificao Qumica dos Minerais

    Na natureza, os minerais cristalizam-se a partir desolues de composio complexa, sendo oferecidas, porconseguinte, amplas oportunidades para a substituio deum on por outro. Resulta disto, que, praticamente,

    todos os minerais apresentam variao na sua composioqumica, conforme a localidade de procedncia e entreuma e outra espcie.

    A composio qumica a base para a classificao moderna dos minerais. De acordo com este esquema,dividem-se os minerais em classes dependendo do nion ougrupo aninico. A composio pode ser definida atravsde mtodos de anlises qumicas.

    Elementos nativos: encontram-se como minerais sob formano combinada no estado nativo. Ex. Au, Ag, Pt, Hg.

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    Sulfetos: consistem em combinaes de vrios metais como S-2. Ex.: Galena, PbS.

    Pirita - FeS2, cbico, D=5,0 (Densidade), d=6(dureza), cor dourada e trao preto.

    Sulfossais: os minerais compostos de Pb, Cu ou Ag emcombinao com S, Sb, As ou Bi. Ex. Cu3AsS4.

    xidos: contm um metal em combinao com o O-2. Ex.:hematita Fe2O3;

    Quartzo - SiO2, hexagonal, D=2,65, d=7, coresvariadas e fratura conchoidal.

    Hematita - Fe2O3, hexagonal, D=5,26, d=6, traovermelho.

    Ilmenita - FeTiO3, hexagonal, D=4,7, d=5,5, traocinza.

    Pirolusita - MnO2, tetragonal, D=4,75, d=2, traopreto.

    Hidrxidos: xidos minerais contendo gua ou hidroxila(OH-) como radical importante. Ex.: brucita Mg(OH)2.

    Haletos: cloretos, fluoretos, brometos e iodetosnaturais. Ex.: fluorita CaF2, halita NaCl.

    Carbonatos: incluem os minerais com o radical (CO3)-2.Ex.: calcita CaCO3.

    Calcita - CaCO3, hexagonal, D=2,71, d=3, trsclivagens perfeitas.

    Aragonita - CaCO3, ortorrmbico, D=2,95, d=3,5, duasclivagens perfeitas.

    Dolomita - (Ca,Mg)(CO3)2, hexagonal, D=2,85, d=3,5,trs clivagens perfeitas.

    Nitratos:contm o radical NO

    3

    -1

    .Ex.: KNO

    3.

    Boratos: contm o radical BO3. Ex.: brax Na2B4O7.10H2O.

    Fosfatos: contm o radical (PO4)-3. Ex.: apatita

    Ca5(F,Cl)(PO4)3, hexagonal, D=3,2, d=5, clivagemfraca.

    Sulfatos: contm o radical (SO4)-2. Ex.: barita BaSO4;

    Gipsita - CaSO4 2H2O, monoclnico, D=2,32, d=2,fratura fibrosa.

    Anidrita - CaSO4, ortorrmbico, D=2,98, d=3, trs

    clivagens perfeitas.

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    Tungstato: contm o radical WO4. Ex.: sheelita CaWO4.

    Silicatos: radical (SiO4)-4, formam a classe qumica

    mxima entre os minerais, contm vrios elementos,dos quais os mais comuns so o Na, K, Ca, Mg, Al eFe em combinao com Si e O formando estruturasqumicas complexas.

    Ortoclsio - KAlSi3O8, monoclnico, D=2,27, d=6, "K-feldspato").

    Anortita - CaAl2Si2O8, triclnico, D=2,76, d=6, "Ca-feldspato" ou plagioclsio)

    Micas - muscovita - KAl2(AlSi3O10)(OH)2, monoclnico,D=2,88, d=2,5, mica branca; Biotita -

    K(Mg,Fe)2(AlSi3O10)(OH)2, monoclnico, D=3,2, d=2,5, micapreta.

    Piroxnios - aegirina (NaFeSi2O6, monoclnico, D=3,5,d=6,5, piroxnio verde/castanho).

    Anfiblios - tremolita (Ca2Mg5Si8O22(OH)2,monoclnico, D=3,2, d=6, anfiblio verde claro).

    Argilo-minerais - Caulinita (Al2Si2O5(OH)4,triclnico, D=2,6, d=2).

    V.6. Propriedades FsicasAs propriedades fsicas dos minerais so

    determinadas pela composio qumica e estruturacristalogrfica.

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    Hbito - aforma externado mineral.Os planos deum cristalsoexpressesexternasexatas daorganizaointerna dostomos. Tiposde hbito:acicular,laminar,colunar,fibroso,botroidal,tabular,micceo etc

    Clivagem - atendncia de um mineral se quebrarao longo de planos

    preferenciais.Clivagem perfeitaou boa (2 ou 3direes), moderada, irregularetc. Tais planosso controladospela estruturacristalina e pelasligaes qumicas.

    Ex. micas umadireo e K-

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    feldspato duasdirees.

    Fratura - a forma como um mineral quebra. Osprincipais tipos de fraturas: conchoidal (quartzo),plana e irregular.

    Dureza - resistncia (relativa) que um mineral ofereceao ser riscado com outro mineral ou com um objetoqualquer. Esta associada estrutura cristalina e aoarranjo dos tomos (ligaes). A dureza de um mineral uma propriedade importante e pode ser

    avaliada de acordo com a Escala de Dureza de Mohs(relativa) (Tabela V.1).

    Tabela V.1. Escala de dureza de Mohs.

    Dureza

    Grau dedureza

    Minerais Observaes

    Baixa 1 talco so riscveis pela unha (D =2,5)

    2 gipso3 calcita riscam a unha e so riscveis

    Mdia 4 fluorita pelo vidro (D=5,5) e pela5 apatita lmina do canivete (D=5,5)6 ortoclsio7 quartzo riscam o vidro e a lmina do

    Alta 8topzio canivete9 corndon10 diamante

    Tenacidade resistncia que o mineral oferece deformao. Termos utilizados para descrever a

    tenacidade dos minerais: quebradio, malevel,dctil, flexvel etc.

    Magnetismo a propriedade de alguns minerais de serematrados pelo im. Ex. magnetita e pirrotita.

    Densidade ou peso especfico o peso de um mineralcomparado com o peso do mesmo volume de gua(adimensional). Minerais com tomos agrupadosdensamente apresentam densidades mais elevadas.Quartzo D = 2,65, calcita D =2,75, magnetita D =

    5,2.

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    V.7. Propriedades pticas

    Cor o comprimento de onda luminosa refletida outransmitida; opaco, transparente e translcido;

    idiocromtico, alocromtico, pleocrosmo, dicrosmo;iridescncia, opalescncia etc.; hialino, vermelho,laranja, amarelo, verde, azul, violeta etc.

    Trao a cor do trao deixado pelo mineral aps riscara superfcie de uma placa de porcelana. Ex. hematita(vermelho), pirita (preto) e quartzo (branco).

    Brilho a intensidade da reflexo da luz. O brilho do mineral pode ser vtreo, resinoso, sedoso,adamantino, metlico etc.

    V.8. Propriedades Qumicas

    Polimorfismo - diferentes minerais com a mesma frmulaqumica, porm formas cristalinas diferentes.Calcita (CaCO3, hexagonal) e Aragonita (CaCO3,ortorrmbico).

    Isomorfismo - minerais de composio qumica diferente,porm anlogas, com a mesma estrutura cristalina.Plagioclsios (Ca,Na-feldspatos, triclnicos).

    V.9. Esquema de Identificao Macroscpica

    Os minerais mais comuns podem ser identificados apartir da determinao das suas propriedades e posteriorconsulta a um manual de mineralogia.

    1. Cristalizao: sistema cristalino em que seenquadra a amostra.

    2. Forma dos cristais: cubo, tetraedro, prismahexagonal com terminao em pirmide, octaedros,

    dodecaedro, etc., acrescentando se eudrico,subdrico ou andrico.

    3. Hbito: cbico (eqidimensional), prismtico,acicular, fibroso, micceo, botroidal, etc.

    4. Cor: examinar uma superfcie recente em luzrefletida.

    5. Pleocrosmo: mudana de cor de acordo com adireo

    6. Brilho: metlico, no metlico: vtreo, resinoso,

    sedoso, gorduroso, nacarado, adamantino e terroso..

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    7. Cor do trao: sempre sobre uma placa de porcelanano brilhante.

    8. Clivagem: boa, ntida, fcil, regular ou ruim.Quantos planos de clivagem.

    9. Fratura: existente ou no.

    10. Dureza relativa: usar a escala de Mohs.

    11. Diafaneidade (transparncia do mineral):transparente, translcido opaco.

    12. Densidade relativa.

    13. Magnetismo: atrao por um im de mo.

    14. Presena de incluses.

    15. Alterao

    16. Diagnstico

    Tabela V.2 Guia para identificao mineralgica.

    Caractersticas domineral

    Amostras

    1. Hbito:

    2. Brilho:

    3. Cor:

    4. Diafaneidade:

    5. Pleocroismo:

    6. Cor do Trao:

    7. Clivagem:

    8. Fratura:

    9. Dureza:

    10.Densidade

    11.Alterao

    superficial:12.Ensaios de

    confirmao:13. Nome do Mineral

    14.Frmula:

    15.Sistemacristalino:

    16.Ocorrncia:

    Observao:

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    Captulo VI. PETROGRAFIA

    As rochas so agregados naturais formados de um ou

    mais minerais, que podem ser de um tipo (rocha monominerlica) ou de vrios tipos (poliminerlica). Acrosta terrestre constituda essencialmente de rochas.So elas, juntamente com os fsseis, os elementos que osgelogos usam para decifrar os fenmenos geolgicosatuais e do passado.

    A Petrografia ou petrologia o ramo da cinciageolgica dedicado ao estudo da constituio, textura,origem e classificao das rochas.

    Tcnicas de reconhecimento petrogrficas:

    anlise macroscpica

    microscopia ptica e eletrnica

    anlise geoqumica

    Quanto origem (gnese), as rochas so distinguidasem gneas ou magmticas, rochas metamrficas e rochassedimentares; dentro desses grupos, de forma geral, atextura e a composio mineral so os critrios para aidentificao do tipo litolgico.

    Rochas Sedimentares Clsticas ou mecnicasQumicas

    Organoqumicas

    Vulcanoclsitcas

    Rochas Metamrficas Ortometamrficas(magmticas)

    Parametamrficas(sedimentares)

    Rochas Magmticas ougneas IntrusivasExtrusivas ou efusivas

    VI.1 Rochas sedimentares

    So rochas formadas a partir do material resultanteda ao do intemperismo e da eroso de uma rochaqualquer que posteriormente ser transportado edepositado em outro ambiente.

    As rochas sedimentares so importantes por estarem

    associadas depsitos decarvo, petrleo, gs natural,

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    alumnio, minrio de ferro, matria prima para aconstruo civil.

    A diagnese o conjunto de processos fsicos equmicos sofridos pelos sedimentos aps sua deposio, eque resultam em litificao, como, p.ex., compactao,recristalizao, dissoluo, precipitao de mineraisetc.

    Processos geradores das rochas sedimentares

    1. Intemperismo da rocha geradora:Fsico,Qumico eBiolgico

    2. Transporte: gua, vento e geloSuspensoTrao saltao e rolamento

    3. Deposio ambientesContinental: fluvial, lacustre, desrtico e

    glacial

    Transicional: praia, delta, estuarino,lagunar...

    Marinho: plataforma, recife, taludecontinental, fundo ocenico.

    4. Litificao e diagnese

    Compactao e cimentao

    Ambientes deposicionais

    O estudo dos ambientes modernos, seus sedimentos e

    processos contribui muito para o entendimento dosambientes deposicionais antigos.

    Ambiente marinho: distribuio mais extensa e maiscontnua, deposio de sedimentos qumicos e clsticos

    Ambiente continental: depsitos mais restritos,predomnio de sedimentos clsticos

    Rochas carbonticas

    As rochas carbonticas formam aproximadamente 10% doregistro sedimentar exposto, tendo uma grandedistribuio ao longo do tempo geolgico. So formadaspredominantemente por calcita, aragonita e dolomita,

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    alm de fsseis e siliciclsticos. produtoprincipalmente de precipitao orgnica de carbonato declcio. As rochas carbonticas so formadasprincipalmente em ambiente marinho de guas claras,

    quentes e rasas.

    Minerais comuns em rochas sedimentares

    Quartzo, muscovita, biotita, caulinita, ilita, montmorilonita, aragonita, calcita, dolomita, siderita,gipso, pirita, hematita, magnetita...

    Classificao

    I. Siliciclsticas

    Formadas por fragmentos de rochas preexistentes

    (clastos).

    Conglomerado, arenito, siltito, argilito,folhelho, diamictito, tilito, etc.

    II. Biognicas ou bioqumicas

    Origem orgnica

    Diatomito, radiolarito, coquina, etc.

    III. Qumicas

    Evaporao e precipitao,

    Calcrio, gipsita, anidrita, halita, etc.

    IV. Vulcanocltsicas

    fragmentos de atividades vulcnicas

    VI.2 Rochas gneas

    So formadas a partir da consolidao do magma emprofundidade (rocha gnea plutnica) ou em superfcie(rocha gnea vulcnica). Atravs da textura e da

    composio mineralgica de uma rocha magmtica podeinterpretar as condies em que a rocha se formou

    As rochas magmticas intrusivas ou plutnicas seformam quando o magma resfria lentamente, usualmente emprofundidades de dezenas de quilmetros, os cristaisseparam-se do lquido fundido, formando rochas degranulao grossa (rochas fanerticas equigranular).

    As rochas magmticas extrusivas so formadas quandoo magma resfria rapidamente, normalmente prximo a

    superfcie da terra, os cristais so extremamente

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    pequenos e resulta uma rocha de granulao fina outextura vtrea (rochas afanticas).

    O magma uma fuso silicatada, contendo gases eelementos volteis, gerada em altas temperaturas nointerior da Terra.

    Caractersticas das rochas gneas

    cor: melanocrtica, mesocrtica e leucocrtica.

    textura: fanertica, afantica, porfirtica evtrea.

    composio: flsica ou mfica, cida,intermediria (alcalinas), bsicas, ultrabsicas.

    Tipos de rochas gneas ou magmticas:Granito: quartzo, K-feldspato, Ca-feldspato, micas

    (biotita e muscovita), granada etc. Apresentatextura fanertica.

    Riolito: correspondente extrusivo do granito. Texturaporfirtica com abundantes fenocristais de quartzo.

    Sienito: K-feldspato, anfiblio, pouca slica.Predominantemente leucocrtica com feldspato de corcinza claro.

    Gabro: Ca-Na-feldspato (labradorita), piroxnio (augitaou diopsdio) e magnetita.

    Basalto: piroxnio, plagioclsio e calcita (baixa).Colorao escura e textura finamente cristalizados.

    Classificao qumica das rochas gneas:

    rochas cidas > 65% de SiO2

    intermedirias 65 - 55% SiO2

    bsicas 55 - 45% de SiO2

    ultrabsicas < 45% SiO2

    Tabela VI.1. Classificao das rochas gneas.

    Rochas cidas Intermedirias Bsicas

    Plutnica Granito Sienito GabroHipoabissais Granito

    porfirticoDioritoporfirtico

    Diabsio

    Vulcnicas Riolito Andesito Basalto

    Modos de ocorrncias das rochas gneas

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    Batlitos - so grandes corpos de rochas plutnicasque se formam em profundidade, podendo se ter mais 100km2.

    Laclito - so intruses de rochas gneaslentiformes, geralmente circulares ou subcirculares,concordantes as rochas encaixantes.

    Dique - intruso de forma tabular discordante,preenchendo uma fenda aberta em outra rocha. Quando odique concordante com as rochas encaixantes chama-sesill.

    VI.3 Rochas Metamrficas

    As rochas metamrficas podem ser formadas a partirde rochas gneas, sedimentares ou mesmo metamrficas,preexistentes, submetidas a novas condies de presso etemperatura. Quando as rochas atravs de processosgeolgicos so submetidas a condies diferentes(temperatura e presso) das quais foram formadas,ocorrem modificaes denominadas de metamorfismo.

    Durante o metamorfismo ocorrem modificaes nascomposies qumicas e/ou a estrutura cristalina dos minerais, sem haver fuso ou alterao na constituio

    qumica total da rocha (processo de equilbrio fsico-qumico no estado slido, isoqumico). Podem ocorretanto a recristalizao dos minerais preexistentes comotambm a formao de novos minerais.

    Fatores de metamorfismo

    Calor

    Presso

    Percolao de fluidos

    Caractersticas das rochas metamrficas: textura

    xistosidade/foliao, clivagem ardosiana. funo dacomposio da rocha original e da intensidade e tipo dometamorfismo.

    Principais tipos de rochas metamrficas

    Gnaisse - caracteriza-se pela alternncia de bandas decores claras (quartzo e feldspato) e escuras(biotita, anfiblio ou granada). o tipo litolgicopredominante no estado do Rio de Janeiro, formando

    grande parte da do macio da Serra do Mar.

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    Xisto - ausncia de bandamento e presena de finaslminas ao longo da qual a rocha pode ser quebradamais facilmente.

    Filito - textura intermediria entre o xisto e a ardsiae tende a partir-se em lminas.

    Ardsia - rocha de granulao extremamente fina com boaclivagem, normalmente utilizada na construo civil.

    Mrmore - calcrio metamrfico.

    Quartzito - derivada do metamorfismo do arenito.

    Na classificao das rochas metamrficas utiliza-seo nome do tipo textural precedido da assemblia de minerais constituintes em ordem crescente de

    importncia. Ex. estaurolita-granada-quartzo-xisto.

    Grau de Metamorfismo

    O metamorfismo pode ocorre com maior ou menorintensidade em funo das temperaturas e presses a quea rocha submetida, o que, at certo ponto, funotambm das profundidades em que o fenmeno ocorre.Metamorfismo regional ou de contato.

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    Captulo VII. DINMICA EXTERNA

    A dinmica externa retrata todos os processos

    geolgicos que, atuando sobre a parte mais superficialda Crosta, promovem o seu modelamento. A ao da gua,dos ventos, do calor e do frio sobre as rochas provoca oseu desgaste e decomposio, causando o que se denominade INTEMPERISMO. O intemperismo implica sempre nadesintegrao das rochas, que pode ser de vrios modos,pelos agentes qumicos, fsicos e biolgicos. Estadesintegrao gera areias, lamas e seixos, tambmdenominados SEDIMENTOS.

    O deslocamento desses sedimentos da rocha

    desintegrada chamado de EROSO. O transporte dessematerial para as depresses da crosta, (oceanos, mares elagos) pode ser realizado pela gua (enxurradas, rios egeleiras) ou pelo vento, formando depsitos como asareias de praias e de rios, as dunas de desertos e aslamas de pntanos.

    Todo PROCESSO (ao) natural obtm-se, como PRODUTO(resultado da ao) uma modificao na paisagemsuperficial do planeta. Por exemplo, aps uma intensachuva (PROCESSO) muitas encostas de morros serosulcadas por eroso (PRODUTO 1) e o material (solo ourocha) removido ser depositado em vales ou no sopdestes morros (PRODUTO 2) ou levado por rios. Em fim,processaram-se modificaes na paisagem superficial.Este processo ocorre sem a interferncia do homem, cujaao pode acelera-lo. O homem influncia no processo dedenudao, principalmente devido ao desmatamento. NaFigura VII.1 representada uma viso simplificada dasfontes de energia dos processos externos que atuam nasuperfcie da Terra

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    Figura VII.1. Fontes de energia dos processos que atuamna superfcie da Terra.

    VII.1 Processos

    Processos fsicos: tenses (variao de temperatura,gravidade, etc.) e cintica (resultante da variao de

    velocidade de um corpo).Processos qumicos: reaes (hidrlise, redox,

    combinaes, etc.), solues/precipitaes etc.

    Processos biolgicos: atividade dos organismos gerarelaes de fenmenos Fsicos e Qumicos com o meioambiente. A presso do crescimento das razes vegetaispode provocar a desagregao da rocha. O vento aobalanar a rvore contribui para afrouxar as rochasfendilhadas. Ao de animais como: minhocas, formigas,cupins, roedores, etc.

    Os processos geolgicos responsveis pela formaodas rochas sedimentares podem ser reunidos em trsgrandes grupos: intemperismo, eroso, transporte edeposio.

    VII.2 Intemperismo

    Conjunto de processos fsicos, qumicos ebiolgicos, operantes na superfcie terrestre queocasionam a alterao dos minerais das rochas, graas a

    ao de agentes atmosfricos e biolgicos. Processo

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    espontneo controlado pelas foras (energias) envolvidasnas ligaes dos ons que fornam os cristais.

    O intemperismo um dos processos mais importantepara o desenvolvimento da vida sobre a Terra. Osnutrientes inorgnicos disponveis no solo ou nas guassuperficiais so obtidos a partir do intemperismo dasrochas e dos minerais.

    Por qu ocorre intemperismo?

    a resposta natural dos minerais das rochas superfcie do planeta, em virtude de mudanas nascondies fsicas e qumicas em que estes se formaram(altas presses e temperaturas no interior da Terra).Processo espontneo controlado pelas foras (energia)

    envolvidas nas ligaes dos ons que formam os cristais.Ex.: a olivina (Mg2SiO4) se altera mais facilmente do

    que o quartzo (SiO2).

    Reao de hidrlise da olivina:

    Mg2SiO4 + 4H+ + 4 OH- 2Mg++ + 4 OH- + H4SiO4

    olivina gua ionizada ons em soluocido silcico

    Processos qumicos

    A dissoluo, alm de ser um processo intemprico,tambm pode se constituir em um eficaz processo erosivo,quando envolve a remoo de apreciveis massas rochosas.O exemplo mais evidente a carstificao, que trata dadissoluo de rochas carbonticas formando cavernas,grutas, dolinas etc.

    Fatores condicionantes do tipo e intensidade dointemperismo

    clima (temperatura, precipitao)

    relevo (inclinao do terreno) constituio dos minerais (composio qumica)

    estrutura das rochas (porosidade, xistosidade,fraturas)

    tamanho das partculas.

    Temperatura

    A temperatura intervm na velocidade da decomposioqumica. Esta mais rpida em climas quentes do que emclimas temperados e frios. A pluviosidade elevada,

    associada a temperatura mdias altas e cobertura vegetalexuberante, tem papel muito eficaz na decomposio das

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    rochas, pelo aumento do teor em cidos hmicos e gscarbnico.

    Intemperismo fsico: fragmentao ou desagregao domaterial rochoso em partculas cada vez menores. No hmudana mineralgica ou qumica.

    Dilatao X compresso (variao na taxa deaquecimento e resfriamento)

    Congelamento d'gua no interior das rochas (aumentodo volume, 9%)

    Cristalizao de sais no interior das fendas(cloreto de sdio, gipsita)

    Deslocamento de massas rochosas, lquidas (gua) e

    gasosas (ar).

    Rocha = minerais com diferentes coeficientes dedilatao trmica

    As rochas no interior da crosta so submetidas aalta presso, quando expostas s condies desuperfcie, h um alvio de presso e consequentemente,

    expanso da parte rochosa atingida. O alvio de pressoleva ao desenvolvimento de diclases, juntas e planos defraturas na rocha.

    O intemperismo qumico forma, predominantemente,argilo-minerais e hidrxidos de Fe e Al. H mudanamineralgica.

    Reao qumica entre a rocha e solues aquosasdiversas.Oxidao X reduoDissoluo X precipitao

    HidrliseCombinao

    Hidrlise a reao entre os ons H+ e OH- da gua eos elementos (ou ons) do mineral. importante lembrarque apesar do que se imagina a gua no um lquido depH neutro. Oxidao um processo de decomposioqumica que envolve perda de eltrons. Ex. a pirita(FeS2) se oxida em xido de ferro hidratado.

    O intemperismo fsico favorece o intemperismo

    qumico criando condies de penetrao de solues

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    atravs das fraturas e aumentando a superfcieespecfica do material.

    O intemperismo biolgico compe-se de uma srie deaes fsicas e qumicas dos organismos sobre o meioambiente para a adaptao do meio sua sobrevivncia.Est relacionado com as reaes qumicas da matria vivae com o comportamento dos organismos.

    Produtos do Intemperismo

    Regolito (ou manto de intemperismo) cobertura de material mineral inconsolidado na superfcie da Crostaque repousa diretamente sobre rocha inalterada. Muitosautores restringem a abrangncia do termo para osmateriais que no sofreram transporte.

    Solo a superfcie inconsolidada que recobre asrochas e mantm a vida animal e vegetal da Terra. constitudo de camadas que diferem pela natureza fsica,qumica mineralgica e biolgica que se desenvolvem como tempo sob a influncia do clima e da atividadebiolgica.

    Sedimento: regolito ou outro produto do intemperismo(ons em soluo) que foi transportado por qualquerprocesso da dinmica externa.

    VII.3 Eroso

    A eroso engloba um grupo complexo de processosgeolgicos pelo qual o produto final do intemperismo removido por ao de um agente natural.

    A configurao morfolgica de uma paisagem pode serdevido a uma atividade construtiva (dunas, restingas,relevo vulcnico, deltas) ou destrutiva (mar, gelo,vento e rios).

    Se no fosse a instabilidade tectnica da crosta(dinmica interna), h muito tempo j teriamdesaparecidos todos os continentes. Em 25 milhes deanos (taxa atual de denudao) todos os continentesseriam arrasados ao nvel do mar. O relevo terrestre resultante dos processos englobado na dinmica interna(vulcanismo, terremoto e movimentao das placastectnicas) e os processos da dinmica externa(intemperismo, eroso, transporte e deposio).

    Processos erosivos

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    Processos gravitacionais: processos que envolvemdeslocamento de massas (rocha, solo, regolito ousedimento) sob ao da gravidade, buscando uma posiode menor energia potencial.

    Processos hidrodinmicos

    ao das ondas (abraso marinha)ao de correntes (fluvial)ao de ventos (deflao)

    Agentes erosivos: chuva, rio, mar, vento, geleira egravidade

    INTEMPERISMO + EROSO = DENUDAO

    Produtos da eroso: sedimentos

    Tipos de sedimentos Clstico, qumico eorgano-qumico

    Clsticos: resultam da fragmentao de materialrochoso e transportado por um agente externo. Exemplo:areia, silte, argila, etc (Tabela VII.1).

    Tabela VII.1 Escala granulomtrica em mm.

    Classe Dimetro mm

    Mataco >256Calhau 64 - 256Seixos 4 - 64Grnulo 2 - 4Areia 0,062 - 2Silte 0,004 -

    0,062Argila

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    VII.5 Deposio

    Acmulo de sedimentos por processos fsicos,qumicos e organo-qumicos (processos de sedimentao)

    Sedimentos qumicos: resultam da precipitao deminerais de solues concentradas. Caractersticas:cor,mineralogia e estruturas. Exemplos: calcrio calctico/dolomtico, chert, gipso, itabirito, etc.

    Sedimentos organo-qumicos: resultam do acmulo derestos de organismos, os quais podem ter sidotransportados. Caractersticas: cor e composio.Exemplos: coquinas, vazas (globigerina, radiolrios,pterpodes e diatomceas), recifes, esponglitos,estromatlitos, etc.

    Bacias sedimentares

    So reas deprimidas da crosta, capazes de acumularconsiderveis espessuras de sedimentos e preserv-laspor um bom tempo. As bacias sedimentares estoassociadas a movimentos crustais que geram subsidnciana crosta. Os movimento so controlados por eustasia,subsidncia (tectnica) e aporte sedimentar (clima).

    As bacias sedimentares so preenchidas por

    sedimentos clsticos qumicos e biognicos. Ambientes desedimentao rios, lagos, desertos, praias, mares etc.

    Tipos de deposio

    fsica: por perda da energia do agentetransportador

    qumica: por saturao de solues (precipitao)

    organo-qumica (biolgica): acmulo de restos deorganismos (fsseis)

    VII.6 Ambientes de sedimentaoCompartimento da superfcie da Terra onde dominam

    uma srie de processos fsicos, qumicos e biolgicosdeposicionais, que distinguem-no dos adjacentes. Hdiversas classificaes, que variam de autor para autor,em funo dos critrios adotados (geomorfologia,processos fsicos etc.).

    ambientes continentais: fluvial, lacustre, desertoe glacial

    ambientes transicionais: deltaico, estuarino,lagunar, plancie de mar e praia

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    ambientes marinhos: plataforma continental,recife, talude continental, sop continental e

    assoalho ocenico.

    Ambiente ContinentalFluvial: compreende os sops das montanhas, os vales

    e baixadas fluviais. Subambientes: canal, diquemarginal, plancie de inundao e terraos fluviais.

    Lacustre: siltes e argilas; carbonatos e sulfatos;cores vermelhas e pretas.

    Desrtico: trao (vento) e, subordinadamente,suspenso e precipitao. Depsitos: areias (muito bemselecionadas e arredondadas), cascalhos (pavimento de

    deflao, ventifactos), siltes e evaporitos.Glacial: trao (arrasto, preferencialmente) e

    "suspenso". Depsitos: tilitos, diamictitos, areias,siltes e argilas, seixos pingados e facetados/estriados,etc. Controles: climtico (altitude/latitude),astronmico (glaciaes do Quaternrio) e tectnico(glaciaes permo-carbonferas do Gondwana).

    Na Figura VII.2 observa-se um perfil de um rio semuniformidade de gradiente. Na zona AB, onde a

    profundidade maior a velocidade diminuda graas menor declividade. Na zona BC da corredeira aprofundidade diminui devido o aumento da velocidade eaps C ocorre grande turbulncia, depositando maiorquantidade de seixos. A variao granulomtrica dosedimento ao longo do perfil vai ser variar em funo dadeclividade e energia do meio.

    Figura VII.2. Perfil de um rio sem uniformidade degradiente.

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    Ambientes Transicional e Marinhos

    Deltaico - o ambiente deltaico refere-se acumulao sedimentar em parte subarea e em partesubaquosa, na foz de um rio que desemboca em um lago oumar, que se d pela perda da competncia de transportedo rio quando atinge estes corpos d'