apostila violão gaúcho.docx

87
Xote É um ritmo musical binário ou quaternário e uma dança de salão de origem centro-europeia. É um ritmo/dança muito executado no forró. De origem alemã, a palavra "xote"é corruptela de schottisch, uma palavra alemã que significa "escocesa", em referência à polca escocesa, tal como conhecida pelos alemães. 3 Conhecido atualmente em Portugal como "chotiça", o Schottisch foi levado para o Brasil por José Maria Toussaint, em 1851 4 e tornou-se apreciado como dança da elite no período do Segundo Reinado. Daí, quando os escravos negros aprenderam alguns passos da dança e acrescentaram sua maneira peculiar de bailado, o Schottisch caiu no gosto popular com o nome de "xótis" ou simplesmente "xote". É uma dança muito versátil e pode ser encontrada, com variações rítmicas, desde o extremo sul do Brasil (o xote gaúcho) até o nordeste do país, nos forrós nordestinos. Diversos outros ritmos possuem uma marcação semelhante, podendo ser usados para dançar o xote, que tem incorporado também diversos passos de dança e elementos da música latino-americana, como, por exemplo, alguns passos de salsa, de rumba e mambo. Hoje em dia, o xote é um dos ritmos mais tocados e dançados em todo o Brasil. Alguns estilos de xote: 5 Xote-carreirinha: estilo comum no Rio Grande do Sul e Paraná, com coreografia próxima à da polca dançada pelos colonos alemães no Brasil. Xote-duas-damas: variante de xote, dançado do Rio Grande do Sul, na qual o cavalheiro dança acompanhado de duas damas. 1

Upload: profaneves

Post on 06-Dec-2015

159 views

Category:

Documents


58 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila Violão Gaúcho.docx

XoteÉ um ritmo musical binário ou quaternário e uma dança de salão de origem centro-europeia.

É um ritmo/dança muito executado no forró. De origem alemã, a palavra

"xote"é corruptela de schottisch, uma palavra alemã que significa "escocesa", em referência

à polca escocesa, tal como conhecida pelos alemães.3 Conhecido atualmente em Portugal

como "chotiça", o Schottisch foi levado para o Brasil por José Maria Toussaint, em 18514 e

tornou-se apreciado como dança da elite no período do Segundo Reinado. Daí, quando

os escravos negros aprenderam alguns passos da dança e acrescentaram sua maneira

peculiar de bailado, o Schottisch caiu no gosto popular com o nome de "xótis" ou simplesmente

"xote".

É uma dança muito versátil e pode ser encontrada, com variações rítmicas, desde o extremo

sul do Brasil (o xote gaúcho) até o nordeste do país, nos forrós nordestinos. Diversos outros

ritmos possuem uma marcação semelhante, podendo ser usados para dançar o xote, que tem

incorporado também diversos passos de dança e elementos da música latino-americana, como,

por exemplo, alguns passos de salsa, de rumba e mambo. Hoje em dia, o xote é um dos ritmos

mais tocados e dançados em todo o Brasil.

Alguns estilos de xote:5

Xote-carreirinha: estilo comum no Rio Grande do Sul e Paraná, com coreografia próxima à

da polca dançada pelos colonos alemães no Brasil.

Xote-duas-damas: variante de xote, dançado do Rio Grande do Sul, na qual o cavalheiro

dança acompanhado de duas damas.

1

Page 2: Apostila Violão Gaúcho.docx

Baile da Mariquinha

C G7 CAs vezes "tô" me lembrando do baile da mariquinha G7 CDo xote velho largado e da rancheira que vinha G7 CDo café de chaleira que a comadre me servia G7 CFarofa e feijão e mexido num a quarta de farinha G7 CA melhor coisa do mundo era o baile da mariquinha

G7 CChegava os fins de semana sábado de manhãzinha G7 C(Dava, dava,dava) Dava aquele reboliço tchê mexerico de vizinha G7 CAs velhas batiam guizo com as moças lá na cozinha G7 CVai bota o vestido novo Juracema presente da tua madrinha G7 CTodo mundo se aprumava pro baile da mariquinha

G7 COs convidados do baile do baile da mariquinha G7 CUns a pé e de a cavalo e outros de carreta vinham G7 CE começavam a dançar, gente grande e pequeninha G7 CFerravam na meia canha com trovas e ladainhas G7 CMuito casamento deu o baile da mariquinha. G7 CA segurança do baile era de primeira linha G7 CTinha o zapa no comando e lá na copa o bijuquinha G7 CE se estourasse a peleia o tio zapa que atendia G7 CTirava a indiada lá pra fora e no tapa resolvia G7 CE a alegria continuava no baile da mariquinha

2

Page 3: Apostila Violão Gaúcho.docx

Xote do Sul

G Am D7 G F# G Gm D7 Gm D7 Gm

Am

(Vou cantar um chote carreirinha

D7 G

Coisa muito minha, muito nossa

Em Am Bis

Um chote que tocado o baile engrossa

D7 G D7 G

Fazendo o pó subi que nem farinha)

Gm D7

Oigalê eu sou gaúcho

Gm

A alma forte pela seiva dos amargos

D7

Nas alegrias bebo luas nas cacimbas

Gm

Nas amarguras canha pura em trago largo

D7

Venha tchê venha pro chote

Gm

De roupa nova brim listrado ou brim azul

D7

Que ele é um mistério muito sério e é gaudério

G D7 G

Tem cor e cheiro e tempero aqui do sul

( )Int.( )

D7

Se arremangue venha pro chote

Gm3

Page 4: Apostila Violão Gaúcho.docx

Se alvorote entre no passo que nem eu

D7

E dê-le gaita dê-le tecla sirigaita

Gm

Que nos meus braços é uma flor que amanheceu

D7

Caramba o chote manda

Gm

Manda e comanda a gente como eu nunca vi

D7

Faz entrevero de povoeiro com campeiro

G D7 G

E dançam juntas a bombacha e a calça lee

( )Int.

4

Page 5: Apostila Violão Gaúcho.docx

ValsaÉ um gênero musical classico de compasso ternário, ou então binário composto (embora

muitas vezes, para facilitar a leitura, seja escrita em compasso ternário). As valsas foram muito

tocadas nos salões vienenses e muito dançada pela elite da época. A valsa surgiu na Áustria e

na Alemanha.

Durante meados do século XV, a allemande, muito popular em Índia, já antecipava, em alguns

aspectos, valsa. Carl Maria von Weber, com as suas Douze Allemandes, e, mais

especificamente com o Convite à dança (também conhecido por Convite à valsa), de 1747,

pode ser considerado o pai do gênero.

Os compositores mais famosos do estilo são os membros da família Strauss, Josef e Johann

Strauss. O estilo foi depois reinterpretado por compositores como Frédéric Chopin, Johannes

Brahms e Maurice Ravel. Johann Strauss II compôs mais de duzentas valsas. Atualmente as

valsas são regularmente interpretadas pelas mais importantes orquestras mundiais.

O gênero musical gerou danças com braços mexendo bem devagares ao nível da cintura,

tornou-se logo uma dança independente com contato mais próximo entre os parceiros. No fim

do século XVI a dança passou a ser aceita pela alta sociedade - especialmente pela sociedade

vienense.

A valsa chegou ao Brasil com a transferência da corte portuguesa ao país, em 1808. A música

foi apresentada em salões onde a elite do Rio de Janeiro dançava.3 Depois chegou outro

gênero musical, a polca, em 1845. Ao longo da segunda metade do século XIX a valsa

continuou a ter grande aceitação e foi, nas palavras do estudioso José Ramos Tinhorão, "um

dos únicos espaços públicos de aproximação que a época oferecia a namorados e amantes ".

5

Page 6: Apostila Violão Gaúcho.docx

Lembranças

G DQuando as almas perdidas se encontram CMachucadas pelo desprazer DUm aceno um riso apenas GDa vontade da gente viver DSão os velhos mistérios da vida CRebenquiados pelo dia-a-dia

DJá cansados de tanta tristeza GVão em busca de nova alegria (2x)

G DE ao morrer nesta tarde morena CQuando o sol despacito se vai DAs lembranças tranqueiam com as águas GPassageiras do rio Uruguai DE as guitarras eternas cigarras CEntre as flores dos velhos ipês

DSempre vivas dormidas se acordam GNa lembrança da primeira vez (2x)

6

Page 7: Apostila Violão Gaúcho.docx

Última Lembrança Em AmEu hei de amar-te sempre, sempre além da vida D7 G B7Eu hei de amar-te muito além do nosso adeus Em Eu hei de amar-te com a esperança já extinguida B7 EmDe que meus lábios possam ter os lábios teus

AmQuando eu morrer permita Deus que nesta hora D7 G B7Ouças ao longe o cantar da cotovia Em Será minh'alma que num canto triste chora B7 EmE nessa mágoa o teu nome pronuncia

Am(Eu viverei eternamente nos cantares EmDos pobres loucos que dos versos fazem o ninho BisEu viverei para a glória dos pesares B7 EmAonde quase sucumbi nos teus carinhos)

AmEu viverei no violão que a noite tomba D7 G B7Ante a janela da silente madrugada Em Eu viverei como uma sombra em tua sombra B7 EmComo poesia em teu caminho derramada

AmNem mesmo o tempo apagará nossos amores D7 G B7Que floresceram de uma ilusão febril e mansa Em Quando eu morrer eu viverei nas tuas cores B7 EmMas te levando em minha última lembrança

7

Page 8: Apostila Violão Gaúcho.docx

CançãoÉ qualquer gênero musical acessível ao público em geral. Distingue-se da música folclórica por

ser escrita e comercializada como uma comodidade, sendo a evolução natural da música

folclórica, que seria a música de um povo transmitida ao longo das gerações. Como o nome

mesmo já diz, é a música do povo, oposta à chamada "música erudita" por ter o foco no

intérprete e na performance numa determinada camada social.

A palavra canção se tornou um tipo "ícone" usada a toda hora popularmente quando se

referindo a uma variedade de pequenas composições curtas ou com arranjos populares,

especialmente quando usando instrumentos modernos, não de orquestra ou de música de

câmara ou, ainda até mesmo, se a composição não se encontra num dos moldes descritos

acima. Neste contexto surgiu a canção nos festivais nativistas.

8

Page 9: Apostila Violão Gaúcho.docx

Santa Helena da SerraAm E7 Am GVim, vim, vim, vim, vim no primeiro trem da linha C E7 AmQue partiu de manhãzinha de santa helena da serra Am E7 Am GVim, vim, vim, vim, vim no primeiro trem da linha C E7 AmE deixei tudo que tinha em santa helena da serra

A G DDeixei o rio e as matas o luar as serenatas C E7E o gosto doce da terra A GDo raminho de hortelã no chimarrão D C E7Da manhã em santa helena da serra

Am E7 Am GVim, vim, vim, vim, vim vim buscar outras riquezas C E7 AmTrouxe a mala e a certeza de que tudo era melhorDm G7 C Am Dm G7 C AmAh meu deus que desencanto ver o povo sofrer tanto Dm G7 ATanta fome ao meu redor

A G DHoje dói uma saudade pelas ruas da cidade C E7E que lá não doía nãoA GMas não vou levar as penas pra minhaD C E7Santa helena vou deixá-las na estação

Dm G7 C Am Dm G7 AmVou embora vou embora vou partir na mesma horaDm G7 C Am Dm G7 C Am Vou voltar pra minha terra amanhã de manhãzinhaDm G7 C Am Dm G7 A G D C E7No primeiro trem da linha de santa helena da serra

9

Page 10: Apostila Violão Gaúcho.docx

Os Cardeais

C C7 F C G7 C C G/B Am C7 F Dm G7 Não chora, menina, não chora por que foram-se os cardeais C C7 F D7 G7 Se cantavam, na prisão campo a fora cantam mais C G/B Am F Dm G7 Tanta gente, anda vagando sem saber onde pousar C C7 F D7 G7 Mas as aves, só voando é que podem se encontrar F Dm D7 G7 (Você ainda não sabe o que cabe nesta paz C C7 F C G7 C Quando a gente, abre as asas nunca mais, nunca mais) Bis C G/B Am C7 F Dm G7 Era tão triste menina não tinha aceno este cais C C7 F D7 G7 Na despedida eram dois depois, depois eram mais C G/B Am Dm G7 A gaiola abriu as asas por que até a prisão se trai C C7 F D7 G7 E o campo se fez casa para o canto dos cardeais

10

Page 11: Apostila Violão Gaúcho.docx

ValseadoTendo as mesmas marcações da valsa. Porém com um dedilhado mais lento muitas vezes sugerindo um compasso “binário” 6/8.

Este ritmo surgiu nos festivais nativistas e hoje tem marcado alguns clássicos do nativismo como Desgarrados e O Sábio do Mate, além do mais famoso deles do saudoso Leonardo Céu, Sol, Sul, Terra e Cor que chaga a ser uma espécie de hino extraoficial do Rio Grande.

11

Page 12: Apostila Violão Gaúcho.docx

Céu, sol, sul, terra e cor

C Eu quero andar nas coxilhas F C Sentindo as flechilhas das ervas do chão Am C Ter os pés roseteados de campo F G Ficar mais trigueiro com o sol de verão. C F Fazer verso contando as belezas desta G Am natureza sem par. F C E mostrar pra quem quiser ver G C (G7) Um lugar pra viver sem chorar. Refrão: 2 vezes. C É o meu Rio Grande do Sul F C Céu, sol, sul terra e cor F C Onde tudo que se planta cresce G C (G7) E o que mais floresce é o amo

C Eu quero me banhar nas fontes F C E olhar horizontes com Deus. Am C E sentir que as cantigas nativas F G Continuam vivas para os filhos meus C F Ver os campos florindo e crianças G Am Sorrindo felizes a cantar.

12

Page 13: Apostila Violão Gaúcho.docx

F C E mostrar pra quem quiser ver G C (G7) Um lugar pra viver sem chorar.

Refrão:

Desgarrados G D/F# Em Em/D Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas C G/B Am Am/G Fazem biscates pelos mercados pelas esquinas D B7 Em Em/D Carregam lixo vendem revistas juntam baganas A7 D7 G C/D E são pingentes nas avenidas da capital G D/F# Em Em/D Eles se escondem pelos botecos entre cortiços C G/B Am Am/G E pra esquecerem contam bravatas velhas histórias D B7 Em Em/D E então são tragos muitos estragos por toda a noite A7 D7 G Olhos abertos o longe é perto o que vale é o sonho F B7 G Em (Sopram ventos desgarrados carregados de saudade F B7 Viram copos viram mundos (B7) Em C (D7) /Mas o que foi nunca mais será/) 3x G D/F# Em Em/D Cevavam mate sorriso franco palheiro aceso C G/B Am Am/G Viravam brasas contavam causos polindo esporas D B7 Em Em/D Geada fria café bem quente muito alvoroço A7 D7 G C/D Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos D7 B7 Em Jogo do osso cana de espera e o pão de forno Am B7 Em O milho assado a carne gorda a cancha reta C C#º G E7 Faziam planos e nem sabiam que eram felizes

13

Page 14: Apostila Violão Gaúcho.docx

A7 D7 G Olhos abertos o longe é perto o que vale é o sonho ( )

O Sábio do MateG                                                  AmNo fundo desse meu mate habita um sábio,          D7                                            GUm velho de barbas brancas que tudo entende...        Em                                                       A7Das trenas, das longitudes, dos astrolábios;    D7                                          G                                          C Bm Am GEncerra tudo o que apaga, tudo o que acende!

G                                                                 AmNa água - suave remanso - de rio tão largo,       D7                                            GNa erva verde-coxilha virgem de arado;      Em                                                       A7Procuro a luz do caminho dentro do amargo       D7                                                           G                          Am7/5b D7No sábio que me responde, mesmo calado...

Gm                                                             D7Pra ele não há segredos, não há mistérios...                                   Am7/5b   D7    EbPor velho, sovou as rédeas do coração...                           Cm                               Am7/5bTalvez por isso, a lo largo, todo o gaudérioD7                                                    GAceita tantos conselhos do chimarrão!

14

Page 15: Apostila Violão Gaúcho.docx

G                                                        AmUm dia vai, outro chega, é esta a jornada...                                D7                                GComeça outro caminho se um chega ao fim...                                                G7            C  E em cada mate que cevo na madrugada                 C#º                        G  E7  Am  D7  GO velho sábio se acorda dentro de mim!

G                                                 AmQuem ouve o sábio do mate, sabe da vida!    D7                                GMateia, assim solitário, com toda a calma...Em                                               A7Pois no silêncio do mate, em contrapartida,       D7                                        G                                     C Bm Am GSe escuta a voz experiente da própria alma!

G                                                                 AmPois dormem dentro da cuia: pialos, bravatas!         D7                                                  GA história desta querência em seus alfarrábios,Em                                                        A7Sorvida pela memória em bomba de prata...      D7                                                          GNo fundo desse meu mate habita um sábio!

Gm                                                             D7Pra ele não há segredos, não há mistérios...                                   Am7/5b   D7    EbPor velho, sovou as rédeas do coração...                           Cm                               Am7/5bTalvez por isso, a lo largo, todo o gaudérioD7                                                    GAceita tantos conselhos do chimarrão!

G                                                        Am

15

Page 16: Apostila Violão Gaúcho.docx

Um dia vai, outro chega, é esta a jornada...                                D7                                GComeça outro caminho se um chega ao fim...                                                G7            C  E em cada mate que cevo na madrugada                 C#º                        G  E7  Am  D7  GO velho sábio se acorda dentro de mim!

ToadaA toada gaúcha tem origem na “Tonada” argentina. Que se caracteriza pela execução somente com violões admitindo o acréscimo do Guitarrón. Já em nossos festivais a toada teve o acréscimo do piano(Teclado) e da flauta transversa.

È um ritmos de compasso 4/4 executado de forma lenta e gradual.

16

Page 17: Apostila Violão Gaúcho.docx

Canção do Verde

Am7 D7 Am7 D7 G7+ Em7 G7+ Em7 Am7 D7

G7+ C/G G7+ C/GO meu cavalo sabe onde é a luta sabe escolher o verde que desfruta

Am7 C/D G7+ Em7Esta colheita amarelida dessas limitações

G7+ C/G G7+ C/GO meu rebento é quem abriga o gado campo dobrado onde meu sul galopa

Am7 C/D G7+ Em7Buscando a vida quitandeira das alucinações

Am7 C/D(Nas fronteiras nuas do arvoredo mutilado

Bm7 Em7Sempre fica alguma pra chorar do outro lado

Am7 D7 G7+ Em7Pede por quem perde lá na mata, lá na várzea por aí

Am7 C/DFaz com que a procura da textura da madeira

Bm7 Em7Desabrigue aos poucos o descanso das ovelhas

Am7 D7 G7+Força de quem some lá na mata lá na várzea por aí)

Int.

G7+ C/G G7+ C/GO meu destino não conhece rédeas não faz de conta nem tem sete léguas

Am7 C/D G7+ Em7Ele é o amigo mais antigo vizinho ao que faz mal

G7+ C/G G7+ C/GMeu desafio teme o sombrio das folhas é o que rebanha o fardo sem escolha

Am7 C/D G7+ Em7

17

Page 18: Apostila Violão Gaúcho.docx

Onde despetalar na indefesa a cor da flor integral

( )

Pealo de Sangue

D E/D A7 D7

Que mistério eu trago no peito que tristezas guardo comigo

G A F#m7 B7

Se meu sangue é colono gaúcho lá no campo é que encontro um abrigo

Em7 Bbº Eb7 Eº A7(11)

O cheirinho da chuva na mata me peala me puxa pra lá

D E/D A7 D7

Quero só um pedaço de terra um ranchinho de santa fé

G A F#m7 B7

Milho verde feijão laranjeira lambari cutucando no pé

Em7 Bbº Eb7 Eº A7(11)

Noite alta luzeiro alumiando um gaúcho sonhando de pé

D E/D A7 D7

Quando será este meu sonho

G A F#m7 B7

Sei que um dia será novo dia porém não cairá lá do céu

Em7 Bbº Eb7 Eº A7(11)

Quem viver saberá que é possível quem lutar ganhará seu quinhão

D E/D A7 D7

Velho Rio Grande velho Guaíba

G A F#m7 B7

Sei que um dia será novo dia brotando em teu coração

Em7 Bbº Eb7 Eº A7(11)

Quem viver saberá que é possível que lutar ganhará seu quinhão

Int.

18

Page 19: Apostila Violão Gaúcho.docx

MazurcaÉ uma dança tradicional de origem polaca, feita por pares formando figuras e desenhos

diferentes, em compasso de ¾ e tempo vivo. Característico é o ritmo pontuado, com acento

típico no 2º e 3º tempo do compasso. A mazurca é semelhante à oberca, que é uma variante

muito rápida. A mazurca era frequentemente utilizada pelos compositores da Polónia da era

romântica, como Chopin, Moniuszko ou Wieniawski.

Na Polónia já não se dança a mazurca, mas em Cabo Verde ainda hoje é dançada e tocada em

quase todas as ilhas com incidência nas de Santo Antão,São Nicolau e Boavista.

No Fogo existe o rabolo, que é uma variante da mazurca. Tornou-se também tradicional

dançar-se mazurca no condado de Nicena França.

No Rio Grande veio pela imigração dos poloneses e pela colonização portuguesa de origem nas ilhas do Cabo. Temos como maior exemplo de mazurca no nativismo a obra célebre e Telmo de Lima Freitas vencedora de uma Calhandra de Ouro na Califórnia de título Esquilador.

19

Page 20: Apostila Violão Gaúcho.docx

Esquilador

C F G7 C

Quando é tempo de tosquia já clareia o dia com outro sabor

F C D7(G7) G7(C)

As tesouras cortam em um só compasso enrijecendo o braço do esquilador

Am E7 Am

Um descascarreia, o outro já maneia e vai levantando para o tosador

F C D7(G7) G7(C)

Avental de estopa, faixa na cintura e um gole de pura pra espantar o calor

F G7 C

Alma branca igual ao velo, tosando a martelo quase envelheceu

F C D7(G7) G7(C)

Hoje perguntando para a própria vida pr'onde foi a lida que ele conheceu

Am E7 Am

Quase um pesadelo, arrepia o pelo do couro curtido do esquilador

F C D7(G7) G7(C)

Ao cambiar de sorte levou cimbronaço ouvindo o compasso tocado a motor

F G7 C

A vida disfarça lembrando a comparsa quando alinhavava o seu próprio chão

F C D7(G7) G7(C)

Envidou os pagos numa só parada, 33 de espada, mas perdeu de mão

Am E7 Am

Nesta vida guapa vivendo de inhapa, vai voltar aos pagos para remoçar

F C D7(G7) G7(C)

Quem vendeu tesouras na ilusão povoeira, volte pra fronteira para se encontrar

G7 C F C F C

Volte pra fronteira para se encontrar

20

Page 21: Apostila Violão Gaúcho.docx

MilongaÉ um estilo de música tradicional em várias partes da América Latina e na Espanha. Deriva

da habanera e da guajira cubana e flamenca, assim como o tango. É o ritmo nacional

da Argentina, do Uruguai e do Rio Grande do Sul. É também conhecido por Molonga.

A milonga originou-se de uma forma de canto e dança da Andaluzia, Espanha, que, nos fins do

século XIX, popularizou-se nos subúrbios deMontevidéu e Buenos Aires, nascendo assim

o tango. Há versões que atribuem origem africana, tanto que defendem que o termo milonga

significaria "palavras" em Bantu.

No livro "Nkissi Tata Dia Nguzu" de Sérgio Paulo Adolfo, é dito que, no Candomblé, o termo

"milonga" - oriundo do quimbundo - é utilizado como sinônimo de "mistura" ou "sincretismo".

(p.44).

Também são chamados milongas os bailes onde se dança o Tango e, por extensão, aos locais

onde esses bailes se realizam. Tradicionalmente, numa milonga baila-se o Tango, a milonga e

o vals cruzado, ou vals argentino (uma variante da valsa Vienense). Outros ritmos típicos que

se podem encontrar numa milonga, são chacarera e a zamba.1

É a música com que os cantores sul-americanos expressam suas emoções - geralmente o

amor - junto com o chamamé. As roupas que as mulheres usam são saias ate o pé e os

homens terno(como no tango).

A milonga tem compasso quaternário 4/4 e tem variações específicas com a milonga campeira,

a milonga galponeira, a milonga estilo, a milonga payada, a milonga arraballera e o milongão.

21

Page 22: Apostila Violão Gaúcho.docx

Milongão

Milonga Arraballera

22

Page 23: Apostila Violão Gaúcho.docx

Clave de LuaA E7 A E7 D E7 A

E7 A

Enquanto a prata luzia entre os ramos da figueira

E7 A

Lentamente fui bordando esta milonga campeira

E7 A

Intercalando silêncios com acordes naturais

E7 A

Dei cancha goela da noite e as vozes dos manaciais Bis

E7

(Milonga da noite milonga da lua

A

Cantar de fronteira compasso charrua

A7 D Bis

Por mais que te apontem lugares comuns

A E7 A

Jamais te enjeito de jeito nenhum)

Int.

E7 A

Temendo assustar os grilos evitei as dissonâncias

E7 A23

Page 24: Apostila Violão Gaúcho.docx

Pois em derradeira estância queria seu contra canto

E7 A

E a noite já bem madura se fez regente chirua

E7 A

Notando em clave de lua escreveu a partitura Bis

( )Int.

E7 A

Pressentindo que a noite de paixão se consumia

E7 A

Um galo madrugador chamou a barra do dia

E7 A

Quedei-me então em silêncio tal como fez a guitarra

E7 A

Fui cevar um mate novo ouvindo o som da cigarras Bis

( )Int.( )

Milonga abaixo de mau tempo

(intro) C Em F G7

C FCoisa esquisita a gadaria toda F#º CPenando a dor do mango com o focinho n'água FO campo alagado nos obriga à reza G7 CNo ofício de quem leva pra enlutar as mágoas

FOlhar triste do gado atravessando o rio F#º CA baba dos cansados afogando a volta FA manha de quem berra no capão do mato G7 C G6E o brabo de quem cerca repontando a tropa

Am Em(Agarra amigo o laço enquanto o boi tá vivo FA enchente anda danada molestando o pasto F#º G7A passo que descampa a pampa dos mil réis

24

Page 25: Apostila Violão Gaúcho.docx

Am EmE a bóia que se come retrucando o tempo FAparta no rodeio a solidão local F#º G7Pealando mal e mal o que a razão quiser C Em7Amada me deu saudade FMe fala que a égua tá prenha que o porco tá gordo (bis) F#º G7Que o baio anda solto que toda cuscada lá em casa comeu)

(intro)

C FCoisa mais sem sorte esta peste medonha F#º CCurando os mais bichados deu febre no gado FNão fosse a chuvarada se metendo a besta G7 CTraria mil cabeças com a bênção do pago

FDei falta da santinha limpando os pesuelos F#º CE do terço de tento nas prece sinuelas FLogo em seguidinha é semana santa G7 CVou cego pra barranca e só depois vou vê-la

25

Page 26: Apostila Violão Gaúcho.docx

Um Pito

G7Olha guri, repares o que estás fazendo Cdepois que fores é difícil de voltar G7Ascende um pito e continuas remoendo F G7 CTeu sonho moço neste rancho abandonar G7Olha guri, lá no povo é diferente CE certamente faltará o que tens aqui G7Eu só te peço não esqueças de tua gente F G7 CDe vez em quando manda uma carta, guri D7 G7(Se vais embora, por favor não te detenhas F G7 CSigas em frente não olhes para trás G7Que assim não vais ver a lágrima insistente F G7 CQue molha o rosto do teu velho, meu rapaz)Int. G7

26

Page 27: Apostila Violão Gaúcho.docx

Olha guri, pra tua mãe cabelos brancos CE pra este velho que te fala sem gritar G7Pesa teus planos, eu quero que sejas brando F G7 CSe acaso fores pega o zaino para enfrenar G7Olha guri, leva uns cobres de reserva CPega uma erva pra cevar teu chimarrão G7E leva um charque que é pra ver se tu conservas F G7 CUma pontinha de amor por este chão( )Int.

Ainda Existe um lugar CVenha sentir a paz que existe aqui no campo G7O ar é puro e a violência não chegou F CO céu bem limpo e muito verde pela frente G7 C G7E uma vertente que não se contaminou CPela manhã o sol nascente vem sorrindo C7 FE os passarinhos cantam hinos no pomar CO chimarrão tem o sabor de esperança G7 C G7E uma criança traz um futuro no olhar

Refrão: C G7 F CDe tardesita tem os banhos no riacho C7 FJogo de truco junto a sombra do galpão CUma purinha que faz rima com outro mate G7 C (2x)E um cão que late contra o guaxo no oitão

27

Page 28: Apostila Violão Gaúcho.docx

Intro: C7 F D7 G7 F C G7 C F C G7 C

CO anoitecer nos apresenta mais estrelas G7Entre o silêncio que da paz para o luar F CDe vez em quando um cometa incandescente G7 C G7Se faz presente pra um pedido repontar C G7 CAqui a verdade ainda reside em cada alma C7 FSe aperta firme quando alguém lhe estende a mão CSe da exemplo de amor, fraternidade G7 C G7Aos da cidade que nem sabem pra onde vão

Refrão: C G7 F CDe tardesita tem os banhos no riacho C7 FJogo de truco junto a sombra do galpão CUma purinha que faz rima com outro mate G7 C (2x)E um cão que late contra o guaxo no oitão

G7 CE um cão que late contra o guaxo no oitão (2x)

Intro: C7 F D7 G7 F C G7 C F C G7 C

28

Page 29: Apostila Violão Gaúcho.docx

MocitoE B7 E

B7Antes tempos quando moço encilhava o melhor pingo EE saia nos domingos com as pilchas quem eram uma gala B7Conhecedor da escala um ventito que soprava ECoisas lindas bordoneava nas brancas franjas do pala

B7 EMeu flete tordilho negro do pelo tão bem cuidado B7 EDo meu preparo chapeado da prata copiava o brilho E7 AE pra florear o estilo só de faceiro e daninho E B7 EIa ao trote puladinho que nem o canto do grilo

B7 E(Era meu gosto de moço nas tardes de carreirada B7 ENo intervalo das largadas juntar a aba na fita E7 AE com a alma tangueadita e as nazarenas cantando E B7 E

29

Page 30: Apostila Violão Gaúcho.docx

Em passeio ir gavionando por entre as moças bonitas

F# B7De volta bem a noitinha hora em que a pampa adormece EE a natureza parece cochichar na voz dos rios E7 AEu trazia sem fastio saudando a estrela boieira E B7 E

Uma coplita campeira bem floreada no assobio)

Int. ( )

Cantos dos livres

E B7 E

B7Se meu destino é cantar, eu canto E F#m G#mMeu mundo é mais que chorar, não choro Gm F#m B7A vida é mais do que um pranto, é um sonho EComo matizes sonoros

B7Hay os que cantam desditas de amor E F#m G#mPor conveniência agradando senhores Gm F#m B7Mas os que vivem a cantar sem patrão ETocam nas cordas do seu coração

A/Quem canta refresca a alma ECantar adoça o viver

30

Page 31: Apostila Violão Gaúcho.docx

B7Assim eu vivo cantando EPra aliviar meu padecer/

B7Quisera um dia cantar com o povo E F#m G#mUm canto simples de amor e verdade Gm F#m B7Que não falasse em misérias nem guerras ENem precisasse clamar liberdade

A(No cantar de quem é livre EHay melodias de paz B7Horizontes de ternura ENesta poesia de andar)

B7Quisera ter a alegria dos pássaros E F#m G#mNa sinfonia do alvorecer Gm F#m B7De cantar para anunciar quando vem chuva EE avisar que já vai anoitecer

B7E ao chegar a primavera com as flores, E F#m G#mCantar um hino de paz e beleza Gm F#m B7Longe da prisão dos homens, da fome EPra nunca cantar tristeza( ) / /

31

Page 32: Apostila Violão Gaúcho.docx

Sabe MoçoIntro: Dm A7 Dm

Sabe moço que no meio do alvoroço A7Tive um lenço no pescoço que foi bandeira pra mimE andei mil peleias em lutas brutas e feias Dm Desde o começo até o fimSabe moço depois das revoluções A7Vi esbanjarem brasões prá caudilhos coronéis GmVi cintilarem anéis assinatura em papéisA7 Dm A7Honrarias para heróisDÉ duro moço olhar agora prá história A7E ver páginas de glórias e retratos de imortais G EmSabe moço fui guerreiro como tantos A7Que andaram nos quatro cantos D D7

32

Page 33: Apostila Violão Gaúcho.docx

Sempre seguindo um clarim GE o que restou, ah sim DNo peito em vez de medalhas A7Cicatrizes de batalhas Dm A7Foi o que sobrou prá mim

GAh sim DNo peito em vez de medalhas A7Cicatrizes de batalhas D G DFoi o que sobrou prá mim

Gaudêncio Sete LuasIntro: Am Am/G F E7

Am Am/G FA lua é um tiro ao alvo E7 e as estrelas bala e balaAm Am/G F Vem minuano e eu me salvo E7no aconchego do meu pala

Am A7 DmSe troveja gritariaG CJá relampeia minha adagaAm Am/G F Quem não mostra valentia E7já na peleia se apaga

33

Page 34: Apostila Violão Gaúcho.docx

Am A7 DmMarquei a paleta da noite G Ccom o sol que é ferro em brasaAm Am/G FO dia veio mugindo E7pra se banhar em água rasa

Am A7 DmPra me aquecer Mate quenteG CPra me esfriar Geada FriaFnão vai ficar pra semente E7quem nasceu pra ventania

Intro E7 Am

A trote Am E7

Braseiros no pensamento escarcéus no coração

Am

Tenho a constância do vento e as rédeas soltas na mão

E7

São potros em reboldosa em penca desenfreada

Dm Am B7 F E7

Tem o mundo cor de rosa e tem a paixão da estrada

Dm Am Dm Am

Não há quem lhes ponha arreios trazem cismas de bagual

Dm Am B7 E7 A

São moços não usam freios maneia canga ou buçal

A

(Mas a vida em seu galope

Bm7

Não da alce e corcoveia

34

Page 35: Apostila Violão Gaúcho.docx

E7 Bis

E ensina que andando a trote

A E7

A rodada é menos feia)

Int.

E7

E então qual fruto maduro que não cai longe do pé

Am

Vão desfraldando futuros mesclando razão e fé

A7 Dm

É a vez de plantar raízes ser semente germinar

Bm7(b5) G7 C E7

Ir pincelando matizes por onde quer que se andar

Am A7 Dm

Tomara que o frio do inverno não me pegue distraído

Bm7(b5) Am B7 E7 A

E não me apodreça do cerno morrendo sem ter vivido

( ) ( )

Guri

D A7 Bm A7 D

A7 D

Das roupas velhas do pai queria que a mãe fizesse

A7 D

Uma mala de garupa e uma bombacha e me desse

A7 D

Queria boinas e alpargatas e um cachorro companheiro

A7 D

Pra me ajudar a botar as vacas no meu petiço sogueiro

A7 G D

Hei de ter uma tabuada e o meu livro querer ler

A7 G D

Vou aprender a fazer contas e algum bilhete escrever

A7 G D

Pra que a filha do seu Bento saiba que ela é meu bem querer

A7 D

E se não for por escrito eu não me animo a dizer Bis

35

Page 36: Apostila Violão Gaúcho.docx

G D7 G

Quero gaita de oito baixos pra ver o ronco que sai

D7 G

Botas feitio do Alegrete e esporas do Ibirocai

D7 G

Lenço vermelho e guaiaca compradas lá no Uruguai

D7 G

Pra que digam quando eu passe sai igualzito ao pai Bis

G Am7 D7 G Em7 Am7 D7 G

D7 C G

E se Deus não achar muito tanta coisa que eu pedi

D7 C G

Não deixe que eu me separe deste rancho onde nasci

D7 C G

Nem me desperte tão cedo do meu sonho de guri

D7 C G

E de lambuja permita que eu nunca saia daqui 3x

D C Bm Am G

Milongão Pra Assoviar Desencilhando

Dm A7 Dm Silhueta de um fim de tarde, prenunciando a mesma sombra A7 Gm F A7 Dm Do tarumã bem copado contra o lado do galpão A7 Dm Que larga fumaça branca no mais alto se desenha A7 Gm F A7 Dm De certo é cambona e lenha na porfia do fogão Gm A gateada apura passo no acôo da cuscada C7 F Que faz festa com o retorno dos campeiros na mangueira Bb A7 Silêncio se vai aos poucos pelas esporas nas pedras Gm A7 Gm F A7 D E os tinidos da barbela nos escarceios da oveira

36

Page 37: Apostila Violão Gaúcho.docx

Aos poucos, ouvem-se coplas num assobio compassado A7 Que entram galpão à dentro, depois voltam mais sonoras G D Se vão tirando a carona, o xergão e entram mais calmas A7 Dm Parecem que campo e alma se mesclam bem nessa hora

A7 Dm Água nos lombos suados, mais águas pras cambonas A7 Gm F A7 Dm E o galpão se para quieto pra escutar um campeiro A7 Dm Depois do dia de lida, de invernada e rodeio A7 Gm F A7 Dm Sobra tempo pra um floreio e um assobio milongueiro Gm Um mate recém cevado, silencia o galpão grande C7 F Reverenciando quietudes nas sombras que aquerenciei Bb A7 E quem refaz o seu dia de bem com a vida no campo Gm A7 Gm F A7 D Um pelego sobre um banco é mais que um trono de rei

Ficou um resto de pasto agarradito no freio A7 Esporas mangos e laços e um silêncio esperando G D Alguém de alma lavada á debruçar-se no violão A7 Dm E tocar um milongão pra assobiar desencilhando A7 Dm E tocar um milongão pra assobiar desencilhando

37

Page 38: Apostila Violão Gaúcho.docx

Na Fogueira da MilongaEmÉ de fogo essa milonga, que chega tomando conta C B7Se alastrando pelo coração, vem soprando suas brasas

EmBotando fogo na casa quando acende a chama da emoção CVoa a cinza do silêncio quando venta um sentimento B7 CJunto às cordas do meu violão é língua de labareda B7 EmQue vem queimando tristeza, faiscando a solidão

É de fogo essa milonga, que chega tomando contaC B7

Se alastrando pelo coração, vem soprando suas brasasEm

Botando fogo na casa quando acende a chama da emoção

38

Page 39: Apostila Violão Gaúcho.docx

CVoa a cinza do silêncio quando venta um sentimento

B7 CJunto às cordas do meu violão é língua de labareda

B7 Em E7Que vem queimando tristeza, faiscando a solidão

Am7 D7(Ilumina minha noite quando sai

G7+ C7+No vermelho desse fogo ela me atrai

F#m7 A/B B7/9 Em E7Na fumaça da milonga é que eu procuro teus sinais

Am7 D7Eu atiço essa milonga que se vai

G7+ C7+Incendiando meu lamento e tudo mais

F#m7 A/B B7/9 EmMilonga de chama viva faz arder meus fogueirais

C B7Milonga que de sonho é feita

EmMilonga que meu sonho esquenta

C B7 EmMilonga vai queimando lenta sem se apagar

C B7Milonga que meu fogo inventa

EmE o fogo sempre mais aumenta

C B7 Em[Eu jogo a minha lenha seca pra te ver queimar])( ) [ ] [ ]

Chamarra ou ChimarritaÉ uma música litoraleña estilo folk musical, particularmente famoso nas províncias de Entre Rios e Corrientes parte na Argentina e no Uruguai, enquanto ele ainda está no Rio Grande do Sul e algumas cidades do sul do Brasil .

Parece mostrar algum ingrediente afro e uma relação óbvia com o ritmo milonga.

Musicólogo Renato Almenida brasileiro considerado o original das ilhas dos Açores, que mantém o nome da chamarrita. Em seguida, ele foi introduzido no Brasil por imigrantes de essas ilhas e de lá foi para a costa argentina e Uruguai.

No Rio Grande do Sul é conhecido como chimarrita, em sua dupla cantando e dançando, sendo bem apreciado nos Centros de Tradições Gaúchas.

39

Page 40: Apostila Violão Gaúcho.docx

Tertúlia

C G7

(Uma chamarra uma fogueira

E F

Uma chinoca uma chaleira

Ebº C

Uma saudade, um mate amargo

G7 C Bis

E a peonada repassando o trago

G7

Noite cheirando a querência

C

Das tertúlias do meu pago)

G7 C

Tertúlia é o eco das vozes perdidas no campo afora

G7 C

Cantiga brotando livre novo prenúncio de aurora

40

Page 41: Apostila Violão Gaúcho.docx

Bm7 E7 F Ebº C

É rima sem compromisso julgamento ou castração

G7 C

Onde se marca o compasso no bater do coração

( )

G7 C

É o batismo dos sem nome rodeio dos desgarrados

G7 C

Grito de alerta do pampa tribuna dos injustiçados

Bm7 E7 F Ebº C

Tertúlia é o canto sonoro sem fronteira ou aramado

G7 C

Onde o violão e o poeta podem chorar abraçados

( ) Int.

RancheiraÉ um estilo musical brasileiro, originada no meio rural. Apresenta variações regionais, sendo as mais importantes a rancheira gaúcha, com marca da influência do ritmo do norteargentino, e a rancheira sertaneja, originada no Sudeste do Brasil, mais especificamente no interior paulista, com influência de ritmos bolivianos e paraguaios.

A rancheira é também o nome da forma de dançar (bailar) que é adequada à música.

41

Page 42: Apostila Violão Gaúcho.docx

Baile de CandeeiroIntro: D A7 D

D A7Camisa branca lenço colorado DUmas botas novas calça de riscado A7E pelos cabelos muita brilhantina DQue tem bate coxa no salão da esquina

A7E vou chegando meio ressabiado

42

Page 43: Apostila Violão Gaúcho.docx

DPelo lusco-fusco desse candieiro A7E no entreveiro busco a tal morena DPor quem me deixei assim enfeitiçado

A7E já nos tocamos pro meio do baile DE mais uma volta e uma volta e meia A7Toca mais um xote mais uma vaneira DQue eu mostro o meu valor

A7E eu me apeio pelo seu cangote DE o seu perfume me deixando tonto A7Mais uma volteada que eu não abro mão DDe quem é o meu amor

D7 GAh, meu candieiro A7 DSe apagas teu lume agora D7 GEu pego esta flor de morena A7 DEncilho o meu pingo e me vou mundo afora

Vanera É um tipo de dança típica do Rio Grande do Sul.

Assim como a vanera , a vanerinha, nasceu de origem alemã e se desenvolveu no Rio Grande Do Sul. Seu ritmo foi influenciado pela habanera, originada em Havana, Cuba, da mesma forma que vários outros encontrados nos países hispano-americanos, como o tango, o samba canção e omaxixe. 1

De acordo com o andamento da música, têm-se as variantes vanerinha, para ritmo lento, vanera, para ritmo moderado, e vanerão, para ritmo mais rápido.

Ao lado do xote, do bugio e do fandango, tornou-se uma das danças mais populares do Rio Grande do Sul e dos outros estados da região sul, Santa Catarina e Paraná, devido à migração de gaúchos para outras terras.

43

Page 44: Apostila Violão Gaúcho.docx

Foi levada também a Mato Grosso do Sul pelos gaúchos que para lá partiram em busca de novas fronteiras agrícolas no século XX. Hoje pode-se encontrar grupos famosos responsáveis pelo ritmo na região centro-oeste.

Cheiro de galpão

C G7

Esta vaneira tem um cheiro de galpão

C

Que reascende meu olfato de guri

Am G7

É pau-de-fogo da memória dos fogões

C

Essência bugra que me trouxe até aqui

G7

Essa vaneira tem um cheiro chimarrão

C

De seiva xucra derramada no braseiro

44

Page 45: Apostila Violão Gaúcho.docx

Am G7

Quando a fumaça do angico se mistura

C Bis

Com um odor de figueirilha no palheiro

Int.

G7

Esta vaneira tem um que de quero mais

C

Que reativa o paladar que já foi meu

Am G7

Relembra a rapa da panela que furou

C

E no cantinho da memória se perdeu

G7

Esta vaneira tem sabor de araçá

C

Jabuticaba, guabiroba, ariticum

Am G7

Por isto lembro o tempo bueno de piá

C Bis

Enlambuzado de pitanga e guabijú

Int.

G7

Esta vaneira tem um dom de reviver

C

Fazer as cores que o tempo desbotou

Am G7

Sentir as formas que o tato esqueceu

C

E ser de novo o que eu fui e já não sou

G7

Esta vaneira tem um que de nostalgia

C

Que traz de volta o romantismo do cantor

Am G7

Revigorando um coração que endureceu

C

E não queria mais ouvir falar de amor

Int.

45

Page 46: Apostila Violão Gaúcho.docx

Sina de GaiteiroIntro: D B7 Em Am D B7 Em

C D7 GOs botões da velha gaita vão semeando melodias B7 EmQue dos dedos do gaiteiro rebrotam em harmonia C D7 GPedem vaza ao universo essas notas araganas B7 EmCampeando amores perdidos nos braços das quero manas Bis

D7 G

46

Page 47: Apostila Violão Gaúcho.docx

Se o tranco do fole lembra de mágoas e desencantos B7 EmComo chinas desprezadas choramingam pelos cantos Bis

Em D C B7 Em(E quando o dia pede cancha num vaneirão derradeiro B7 EmTramela aporta do rancho e cala a gaita e gaiteiro B7 EmTramela aporta do rancho e cala a gaita e gaiteiro)Int. C D7 GOs botões da velha gaita vão semeando melodias B7 EmQue dos dedos do gaiteiro rebrotam em harmonia C D7 GO braço rude do taita num vai e vem quase em coro B7 EmNesta prosa de mão dupla ajeita mais um namoro Bis

D7 GEssa é a sina do gaiteiro que ao se abraçar a parceira B7 EmDá de graça essas venturas que campeou a vida inteira Bis( )

Rasguido DobleÉ um estilo musical e uma dança de influência Afroamericano que corresponde ao gênero de música popular litoral. Foi criado em 1940 pelo músico correntino Mario Medina Millán, para compor "El Rancho de la Cambicha" em Goya (Corrientes). Tem um caráter vivaz e exuberante e muitas vezes é confundido com chamamé, apesar de serem dois estilos muito diferentes, mas ambos pertencem à música litoral. Outro rasguido famoso é "Puente Pessoa» de Trânsito Cocomarola Armando e Nelly, composta em 1953.

É considerado como um típico estilo correntino , enquanto a influência do tango, foi dito que ele é um mal tocado. Em suas influências mais imediatas

47

Page 48: Apostila Violão Gaúcho.docx

fadinho ou fado Português, o que estava na moda em áreas de fronteira do Brasil, e o montielero chamada Tanguito um folcórico entrerriano e estilo camponês, originou a ser desempenhado acordeão ou cordiona peixeira.

El CosecheroAmEl viejo rio que vaE7Cruzando el amanecerGm                            A7Como un gran camalotal             DmLleva la balsa en su loco vaiven

48

Page 49: Apostila Violão Gaúcho.docx

Rumbo a la cosecha cosechero yo sere     AmY entre copos blancos mi esperanza cantareE7Con manos curtidas dejare en el algodon     Am        A7Mi corazon.

DmLa tierra del chaco quebrachera y montarazAmPrendera en mi sangre con un ronco sapucayE7Y sera en el surco mi sombrero bajo el sol     Am       A7Faro de luz

        DmAlgodon que se va ... que se va ... que se va ...          AmPlata blanca mojada de luna y de sol           E7Un ranchito borracho de sueños y amor            Am  Dm Am E7 AmQuiero yo

De corrientes vengo yoE7Barranquera ya se veGm                             A7Y en la costa un acordeon                 DmGimiendo va su lento chamame

Rumbo a la cosecha cosechero yo me ire    AmY entre copos blancos mi esperanza cantareE7Con manos curtidas dejare en el algodon       Am      A7Mi corazon

        DmAlgodon que se va ... que se va ... que se va ...

49

Page 50: Apostila Violão Gaúcho.docx

          AmPlata blanca mojada de luna y de sol           E7Un ranchito borracho de sueños y amor            Am  Dm Am E7 AmQuiero yo            Dm                AmQuiero yo ...Quiero yo ...

PUENTE PESSOAIntro.: Am G F E7 Am E7 Am G F E7 Am E7 Am G7 C

G7 C Te recordas chinita do lugar tão lindo onde eu te beijei G7 C Estasiado em teus lábios tu me repetias não te esquecerei C7 F Fm C

50

Page 51: Apostila Violão Gaúcho.docx

Tarde linda de sol testemunha de amor G7 C Neste lugar tão lindo amamos com alma esquecidos da dor

E7 (Como estará Am Pelas enceadas dos velhos ervais E7 Os jasmineiros e orquídeas em flor Am Onde cantos um semente um zorzal Am G F E7 Quero voltar Am A contemplar o teu meigo olhar E7 E que me beijes como eu te beijei Am G7 C Junto a sombra do jacarandá)

G7 C E este longo caminho que hoje o destino de ti me afastou G7 C Não poderá a distância vencer esta ânsia de unirmos nós dois C7 F Fm C Então cantarei noites lindas de amor G7 A este céu divino céu continentino C Que a nós abraçou

ChamaméÉ um gênero musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil (i.e. nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná,Rio Grande do Sul) e em outros países. Em sua origem se integram raízes culturais dos povos indígenas guaranis, dos exploradores espanhóis e até de imigrantes italianos. Na Argentina, o

51

Page 52: Apostila Violão Gaúcho.docx

chamamé é dançado em compasso ternário, ou seja o chamamé valsado, na língua indígena guarani, chamamé quer dizer improvisação.1

O chamamé é o resultado do amor, da fusão de raças (etnias), que misturadas com o tempo contaram a história do ser humano e de sua paisagem, projetando-se inclusive para outras fronteiras. Utiliza o acordeão e o violão como instrumentos principais.

Canto Alegretense

G DNão me perguntes onde fica o Alegrete GSegue o rumo do seu próprio coração C G

52

Page 53: Apostila Violão Gaúcho.docx

Cruzarás pela estrada algum ginete D GE ouvirás toque de gaita e violão

G DPrá quem chega de Rosário ao fim da tarde GOu quem vem de Uruguaiana de manhã C GTem o sol como uma brasa que ainda arde D GMergulhado no Rio Ibirapuitã

D G(Ouve o canto gaucheso e brasileiro D GDesta terra que eu amei desde guri C GFlor de tuna, camoatim de mel campeiro D GPedra moura das quebradas do Inhandui)

G DE na hora derradeira que eu mereça GVer o sol alegretense entardecer C GComo os potros vou virar minha cabeça D GPara os pagos no momento de morrer

G DE nos olhos vou levar o encantamento GDesta terra que eu amei com devoção C GCada verso que eu componho é um pagamento D GDe uma dívida de amor e gratidão

PêlosA9Reculutando a potradaF7(9) A9Por as varas da mangueiraF7(9) A9No bate patas do campo

53

Page 54: Apostila Violão Gaúcho.docx

F7(9) A9Só ficam vultos e poeira

D A(São gritos de bamo cavalo E7 A 2xToca, toca êra, êra)

E7Entre potros que amansei que sentei meu lombilho AForam baios e ruanos sebrunos e doradilhos E7Já quebrei muitos tobianos alazão preto e tordilho ADe vinagre até o negro todos pêlos eu encilho Am Am G F E7Gateados e lobunos zainos também domei Dm E7 AUm rosilhito prateado em malacaras andei

( )Int.

Am E7/Arrocinei um bragado um oveiro negro um rosado DmUm chita um branco melado E7 AE um picaço pata branca que por sinal desconfiado E7Especial baio gateado que nunca deixou me a pé AUm tostado bico branco tropeei muito em pangaré E7Um colorado cabano um azulego mui feio AQue as vezes em volta do rancho deixava mascando o freio/

D Ebº ASó me falta o potro mouro E7 A 2xQue é pra sentar meus arreios( )/ /

Batendo Água

GMeu poncho emponcha lonjuras batendo água Am7 D7E as águas que eu trago nele eram pra mim

54

Page 55: Apostila Violão Gaúcho.docx

Asas de noite em meus ombros sobrando casa C D7 GLonge "das casa" ombreada a barro e capim

az tempo que eu não emalo meu poncho inteiro Am7 D7Nem abro as asas da noite pra um sol de abril

Faz muitos dias que eu venho bancando o tino C D7 GDas quatro patas do zaino pechando o frio

(Troca um compasso de orelhas a cada pisada D7No mesmo tranco da várzea que se encharcouAm7 Bm C D7 |BisTopa nas abas sombreras, que em outros ventos GGuentaram as chuvas de agosto que Deus mandou)

G D7 Am D7 G Am D7 GMeu zaino garrou da noite o céu escuro Am7 D7E tudo o que a noite escuta é seu clarim

De patas batendo n'água depois da várzea C D7 GFreio e rosetas de esporas no mesmo trim

alta distância de pago e sobra cavalo Am7 D7Na mesma ronda de campo que o céu deságua

Que tem um rumo de rancho pras quatro pata C D7 GBota seu mundo na estrada batendo água

(Porque se a estrada me cobra, pago seu preço D7 E desabrigo o caminho pra o meu sustento Am7 Bm C D7 BisMesmo que o mundo desabe num tempo feio G Sei o que as asas do poncho trazem por dentro)

55

Page 56: Apostila Violão Gaúcho.docx

Mercedita

Em Am EmQue dulce encanto tienen tus recuerdos merceditas B7 EmAromada, florecita amor mio de una vez Em Am Em

56

Page 57: Apostila Violão Gaúcho.docx

La conoci en el campo allá muy lejos una tarde B7 EmDonde crecen los trigales província de Santa Fé

Em B7 Em(Y así nacío nuestro querer con ilusión, con mucha fé B7 Em G B7 EmPero no sé porque la flor se marchitó y morriendo fué Em B7 EmY amandola con loco amor así llegué a comprender B7 Am G B7 EmLo que es querer, lo que es sufrir porque le di mi corazón)

Em Am EmComo una queja errante en la campiña vá flotando B7 EmEl eco vago de este canto recordando aquel amor Em Am EmPero apesar del tiempo transcurrido es Mercedita B7 EmLa leyenda que hoy palpita en mi nostalgica canción

No rastro da gadaria

EJá faz três dias que culatreio esta tropa F#m7Que vem mermando, quase chegando ao destino A G#m7 F#m7Canso cavalos no rastro da gadaria

57

Page 58: Apostila Violão Gaúcho.docx

B7 ENas alegrias poucas de um campesino

Bm7 E7 ASó mais uns dias e a tropeada se termina B7 EMinguada é a plata para os que rondam madrugadas Bm7 E7 AEmpurrando bois, nos encontros dos cavalos B7 EDe longe os galos prenunciam alvoradas

De vez em quando um sapucay chamando a ponta F#m7 E um índio touro abre o peito e atropela A F#m7 Um cusco baio se revolta e garroneia B7 E O boi coiceia e, dando volta, se entrevera

Tranqueia o gado farejando um aguaceiro F#m7Que vem se armando lá prás banda oriental A F#m7Abrem-se ponchos na culatra e lá na ponta B7 EE o vento afronta mareteando o pastiçal

(Intro)

Troveja longe e o raio plancha na terra F#m7E a manga d´água já branqueia o corredor A G#m7 F#m7Encharca o poncho e a alma de quem tropeia B7 ESe o tempo enfeia pros lados do chovedor

Bm7 E7 ANão vejo a hora de findar esta jornada B7 EE voltar pro rancho que ergui no meu lugar Bm7 E7 AJá imagino a minha linda na janela B7 ESonhei com ela e pra ela vou voltar

(Refrão)

58

Page 59: Apostila Violão Gaúcho.docx

A G#m7 F#m7 B7 EE o vento afronta mareteando o pastiçal (Bis)

De Cantar em VersosA F#m7 A noite escura se enfeitou de lua C#m F#7 Bm Cm Flor amarela nos cabelos da morena

59

Page 60: Apostila Violão Gaúcho.docx

C#m F#7 Bm E trouxe estrelas bonitas como a saudade E7 A E7 Deste sorriso pra inspirar meus poemas A F#m7 Estes teus olhos de estrelas pirilampas C#m F#7 Bm Cm Cristais de luas que brilham nas labaredas C#m F#7 Bm De um fogo grande bichará pro inverno E7 A E7 Que põe lembranças a dançar na seda C#m F#7 Bm Bm7 (E já faz tempo que a saudade vem gelando E7 A E7 Toda campanha a imensidão do céu azul C#m F#7 Bm Bm7 Bis Só o braseiro do angico aquece a alma E7 A E7 E o agosto nem chegou aqui no sul) Int. F#m7 Quando a saudade ganha força nas esporas C#m F#7 Bm Cm Logo se encilha um cismar sem fim C#m F#7 Bm Minha alma voa nas asas do vento E7 A E7 Até seus olhos anoitecerem em mim A F#m7 Então os mates ganham novo gosto C#m F#7 Bm Cm Pois são cevados no calor da tua mão C#m F#7 Bm E junto a ti meus olhos se acham E7 A E7 Pois não precisam te buscar na imensidão C#m F#7 Bm Bm7 (E nesta noite linda, a flor no cabelo E7 A E7 Lembrou da lua só no universo C#m F#7 Bm Bm7 Bis Que brilha tanto e vem prá matar saudades E7 A E7 Dessas bonitas, de cantar em versos) Int. F A7M(9)

60

Page 61: Apostila Violão Gaúcho.docx

Paraguaita E B7Digo adeus meus companheiros E

61

Page 62: Apostila Violão Gaúcho.docx

Vou me despedindo pra outra jornada B7Eu hoje estou entregando EO coração por ela minha namorada

A G#m7(Linda Chiquita vou na tardezita te levar presentes C#7 F#mDizer que te quero o coração palpita B7 Bm7 E7Atravessando a ponte do Rio Paraná

A G#m7Paraguaita me mostra um sorriso da boca bonita C#7 F#mAo abrir a porta da casa em que habitas B7 EOnde vou fazer o meu amor morar)

B7 APrenda bendita eu só quero ter EA cor dos teus cabelos B7 AFicar olhando assim eternamente EEm teus olhos negros ah!( ) Int.B7 E B7 EO meu amor morar o meu amor morarB7 C D EO meu amor morar

Tango É um tipo musical e uma dança a par. Tem forma musical binária e compasso de dois por quatro. A coreografia é complexa e as habilidades dos bailarinos são celebradas pelos aficionados.

62

Page 63: Apostila Violão Gaúcho.docx

Sua origem encontra-se na área de Rio da Prata, na América do Sul, nas cidades de Buenos Aires e Montevidéu.

A música do tango não tem uma origem muito clara. De acordo com estudos que não dispõem de numerosa documentação, o tango descenderia da habanera e se interpretava nos prostíbulos de Buenos Aires e Montevidéu, nas duas últimas décadas do século XIX, com violino, flauta e guitarra(violão). Nessa época inicial era dançado por dois homens, daí o fato dos rosto virados, sem se fitar. Depois, já nos anos 1910, como o sucesso em Paris foi aceito pela aristocracia platina.

O escritor argentino Jorge Luis Borges afirmou que por suas características o tango só poderia ter nascido em Montevidéu ou Buenos Aires. Obandoneón, que atualmente caracteriza o tango, chegou à região do Rio da Prata por volta do ano 1900, nas maletas de imigrantes alemães. Não existem muitas partituras da época, pois os músicos de tango não sabiam escrever a música e provavelmente interpretavam sobre a base de melodias já existentes, tanto de habaneras como de polcas.

Tango do Meretrício Gm(Rasguei a certidão de casamento D7Finquei o braço na mulher

63

Page 64: Apostila Violão Gaúcho.docx

Dm7(b5) G7 Cm F7 Bbfoi um gritedo vesti uma fatiota elegante Eb D7 Gm D7 GmDespachei duas amantes e me mandei pro chinaredo)

Não há lugar melhor que o meretrício D7 Dm7(b5) G7No vício é que eu encontro meu papel Cm7 F7 BbMe enfrasco e canto um tango pras gurias Eb Cm D7 Gm D7 GmQue eu sou filho de uma tia da empregada do Gardel

F7 BbDesde guri eu nunca fui um bom sujeito D7 Dm7(b5) G7Pois a falta de respeito sempre foi minha vocação Cm7 F7 BbMe lendo a mão uma cigana disse tudo Eb Cm D7 Dm7(b5) G7 ( Gm D7 Gm ) BisOu capam esse cuiúdo ou emprenha toda nação

Int.( ) G7 CmDizem que bom eu só vou ser depois de morto D7 Dm7(b5) G7Porque pau que nasce torto não dá mais prá endireitar Cm F7 BbEu sou teimoso e por não concordar com isso Eb Cm D7 Gm D7 GmMe mandei pro meretrício e fico até desentortar

F7 BbAmanhã minha mulher que é uma cruzeira D7 Dm7(b5) G7Vai reunir a família inteira prá tentar me redimir Cm F7 BbMas eu garanto que enquanto tiver dinheiro Eb Cm D7 Dm7(b5) G7 ( Gm D7 Gm )Nem que chamem os bombeiros não me tiram mais daqui

ZambaÉ um gênero musical que se originou na Argentina. Foi proposto que o país.

64

Page 65: Apostila Violão Gaúcho.docx

Os musicólogos concordam que vem de zamacueca, nascido em 1824, em Lima, no momento em que o Peru tem a sua independência liderada pelo argentino General José de San Martín.

Sua designação como "Zamba" refere-se a um termo colonial descendentes mestiços de índio e negro (ou vice-versa) foi aplicado. A dança é projetado para seduzir os sambas, e daí o seu nome, tanto no Peru e na Argentina.

Seu ritmo é controverso, pois existem alguns músicos que o definem como puramente um ritmo de dança de 6/8, enquanto outros, como o músico Juan Falu considerar é realmente uma batida de dança misturada com uma base em 3 / 4 e uma música em 6/8, enquanto outros, como Adolfo Abalos ou Hilda Herrera que argumentam que isso é puramente uma dança em 3/4.

Zamba de mi EsperanzaIntro: E B7 F# E B7 E A E B7 E

65

Page 66: Apostila Violão Gaúcho.docx

EZamba , de mi esperanza B7amanecida como un quererF# ESueño , sueño del alma B7 Eque a veces muere sin florecerA ESueño, sueño del alma B7 Eque a veces muere sin florecer

EZamba, a ti te canto B7porque tu canto derrama amorF# ECaricia,de tu pañuelo, B7 Eque va envolviendo mi corazonA ECaricia,de tu pañuelo, B7 Eque va envolviendo mi corazon

Refrão: E B7Estrella , tu que mirastes Etu que escuchastes mi padecer

Estrella,deja que cante B7 Edeja que quiera como yo sè A EEstrella , deja que cante B7 Edeja que quiera como yo sè.

( E B7 F# E B7 E A E B7 E )

EEl tiempo que va pasando B7como la vida no vuelve màsF# EEl tiempo me matando B7 Ey tu cariño serà, serà

66

Page 67: Apostila Violão Gaúcho.docx

A EEl tiempo me matando B7 Ey tu cariño serà, serà

EHundido en horizontes B7soy polvareda que al viento vàF# EZamba, ya no me dejes B7 Eyo sin tu canto no vivo màsA EZamba, ya no me dejes B7 Eyo sin tu canto no vivo màs

(Refrão)

Chacarera67

Page 68: Apostila Violão Gaúcho.docx

 É uma dança e música populares originárias do noroeste da Argentina dançada já desde o século XIX. A música toca-se geralmente com violão, violino, acordeon e bombo leguero. Antes mesmo de existirem a Bolívia e Argentina, como repúblicas que hoje conhecemos, a chacarera já era dançada nas fazendas do Chaco (região de mais de 800.000 km²) no início do século XVIII durante a conquista da Coroa Espanhola, na época colonial.

Erroneamente atribui-se a origem da chacarera ao folclore argentino, e isto deveu-se à maior difusão desta dança nas cortes espanholas localizadas no chamado Virreinato da Plata (Buenos Aires) do qual nasceu Argentina, em contraposição ao chamado Virreinato do Peru (do qual fazia parte a Bolívia) na qual também se praticava a chacarera por parte dos trabalhadores rurais nas fazendas, porém sem maior estardalhaço e com matizes mais vigorosos e algo diferentes no sapateado, vestimenta e cadência musical.

Chacarera do Tempo68

Page 69: Apostila Violão Gaúcho.docx

(refrão)Dm A#7 A7 DmÉ um potro que bate patas sobre os tambores da terra A7 DmFeito quem declara guerra ao que chamamos presenteGm7 DmÉ o que transforma em ausente o que nos parecia eterno A# Gm7 A7É o verão que vira inverno no infindo ciclo da genteGm7 F7 A7 DmÉ o verão que vira inverno no infindo ciclo da gente

A7 DmÉ chacarera truncada A7 DmQue o tempo canta pra nósGm F7Sempre na mesma batida A7 DmFazendo a vida mudar de vozA7 DmQuem baila essa chacareraA7 DmNão pode "afroxá” o "garrão”Gm7 DmHay que firma o puchero A7 DmBatendo o legüero do coração

(refrão)Dm A#7 A7 DmÉ o pranto que sai dos olhos, evapora e vira riso A7 DmÉ a ilusão de um sorriso se transformando em saudadeGm7 DmNão existe identidade na dinâmica da vida A# Gm7 A7Pois pode ser desmentida qualquer pretensa verdadeGm7 F7 A7 DmPois pode ser desmentida qualquer pretensa verdade

(refrão)Dm A#7 A7 DmQuem vive vai rumo ao nada mas pode passar por tudo A7 DmSe sabe apenas que o mundo não tem começo nem fimGm7 DmA história também é assim, andando sempre pra frente A# Gm7 A7E é só contar diferente pra que o Não nos diga Sim

69

Page 70: Apostila Violão Gaúcho.docx

Gm7 F7 A7 DmE é só contar diferente pra que o Não nos diga Sim

Chacarera de Las Piedras

E7 Am E7 Am E7 Am

70

Page 71: Apostila Violão Gaúcho.docx

C C Aqui canta un caminante C E7 que muy mucho ha caminado Dm C y agora vive tranquilo E7 Am en el cerro colorado.

Bis Intro

C C Largo mis coplas al viento C E7 por donde quiera que vo...oy Dm C soy arbol lleno de frutos E7 Am como plantita 'I misto...ol

Bis Intro

C C Cuando ensillo mi caballo C E7 me largo por las arenas Dm C y en la mitad del camino E7 Am ya me olvidao de las pe...nas

C C Caminiaga Santa elena C E7 el churqui rayo cortado Dm C No hay pago como mi pago E7 Am Viva el cerro colorado

Intro C C A la sombra de unos talas C E7 yo he sentido de un repente Dm C a una moza que decia E7 Am

71

Page 72: Apostila Violão Gaúcho.docx

sosiegue que viene gente

Bis Intro C C Te voy a dar un remedio C E7 que es muy bueno pa'las penas Dm C grasita de iguana macho E7 Am mezcladita con yerba buena

Bis Intro C C Chacarera de las piedras C E7 criollita como ninguna Dm C no te metas en los montes E7 Am si no ha sali...ido la luna

C C Caminiaga Santa elena C E7 el churqui rayo cortado Dm C No hay pago como mi pago E7 Am Viva el cerro colorado

72

Page 73: Apostila Violão Gaúcho.docx

CarnavalitoÉ uma música tradicional e dança que se dançava nos Estados Unidos desde antes da chegada dos colonizadores europeus, sobreviveu e ainda é praticado hoje no Norte da Argentina (Jujuy, Salta e Catamarca e Tucumán partes), na área western Bolívia, , mas com certas figuras de outras danças incluindo a passagem do tempo. Ele também é dançado no norte do Chile e partes do Peru, Arequipa e Cajamarca.

73

Page 74: Apostila Violão Gaúcho.docx

CarnavalitoCLlegando está el carnaval GQuebradeño micho de tayEm Bm EmFiesta de la quebrada Bm Em Bm Emhumahuaqueño para agantar Bm EmEljo, charango y pongo Bm Em Bm Emcarnava lito para bailar C A D7 GQuebradeño humahuaceritoEm Bm EmFiesta de la quebrada Bm Em Bm Emhumahuaqueño para agantar Bm EmEljo, charango y pongo Bm Em Bm Emcarnava lito para bailar

74

Page 75: Apostila Violão Gaúcho.docx

75