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CURSO BÁSICO DE INTRODUÇÃO À MÚSICA BÁSICO E NÍVEL INTERMEDIÁRIO (VIOLÃO E GUITARRA) Wagner Vinicius Amorim

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Curso básico e intermediário de violão e guitarra. Teoria musical. 12 aulas.

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Page 1: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

CURSO BÁSICO DE INTRODUÇÃO À MÚSICA

BÁSICO E NÍVEL INTERMEDIÁRIO

(VIOLÃO E GUITARRA)

Wagner Vinicius Amorim

Page 2: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

SUMÁRIO

Apresentação 3

Introdução 4

Aula 1 - Noções básicas de Música: ritmo, melodia e harmonia 6

Aula 2 - Escala cromática, braço do instrumento e anatomia do violão e da

guitarra

9

Aula 3 - Escala Maior 11

Aula 4 - Escala Menor 13

Aula 5 - Campo Harmônico Maior 15

Aula 6 - Intervalos (Teoria dos Intervalos) 18

Aula 7 - Formação de Acordes (Tríades e Tétrades) 24

Aula 8 - Formação de Acordes (Tríades e Tétrades - continuação) 30

Aula 9 - Escala Menor Harmônica 33

Aula 10 - Escala Pentatônica 36

Aula 11 - Noções básicas do "arranjo": improvisos e melodias 39

Aula 12 - Dicas básicas, práticas e fundamentais e a Técnica do “CAGED” 45

Apêndice - Acordes básicos (maiores e menores) 47

Page 3: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

APRESENTAÇÃO: CURSO BÁSICO DE INTRODUÇÃO À MÚSICA

A presente apostila foi organizada a partir de um curso de doze aulas que ministrei na II Igreja

Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo, da cidade de Presidente Prudente-SP entre

dezembro de 2015 e março de 2016. Tratou-se de um curso concentrado, voltado para aqueles

que já tocavam violão, guitarra e contrabaixo. Por isso, é um curso básico e intermediário de

“Nível 1”, mas não voltado para iniciantes, já que o aprendizado depende, em partes, da

explicação do professor, embora possa ser assimilado por aqueles alunos iniciantes mais

dedicados e que buscarem dirimir as eventuais dúvidas com o auxílio de pesquisas

complementares na internet e vídeo-aulas no Youtube.

O aprendizado depende INTEGRALMENTE da dedicação e do esforço do aluno, e por isso

recomendamos que o aluno estude uma aula por semana, e nos demais dias da semana revise

a aula, pratique os exercícios e busque complementá-los com o que mais possa encontrar na

web.

Embora se trate de um curso desenvolvido na igreja, isso não impede o aprendizado por

quaisquer outros alunos que não frequentem igrejas, porém, nesta apostila, alguns exemplos

rementem a músicas evangélicas.

O curso tem por objetivo fornecer um conhecimento básico e intermediário de “Nível 1” de

teoria musical voltada ao violão e à guitarra (embora a teoria se estenda também ao contrabaixo

e ao teclado, dentre outros instrumentos).

Começaremos pelas noções mais básicas e mais importantes no dia a dia da pessoa que toca um

instrumento (notação musical, cifras, símbolos musicais, harmonia, melodia, andamento,

tempo, ritmo, dicas práticas etc.).

Avançaremos aprendendo a estrutura básica de toda a música em geral: as Escalas (Maiores e

Menores). Posteriormente, trataremos do Campo Harmônico, que é o encadeamento básico dos

acordes, ou seja, a estrutura da disposição dos acordes. Passaremos aos Intervalos, avançando

assim na compreensão da junção das Escalas ao Campo Harmônico/Acordes. São os Intervalos

que nos permitem ler e entender os mais variados tipos de acordes.

A Formação de Acordes será estudada após havermos compreendido os pontos anteriores. A

Formação de Acordes (Tríades e Tétrades) é imprescindível para aquele que toca e que se depara

com muitos acordes nas cifras e, que por desconhecimento, evita-os, simplifica-os ou

simplesmente os decora. Assim, vamos aprender a “montá-los”, e não apenas a decorá-los.

Estudaremos também a Escala Pentatônica e a Escala Menor Harmônica como escalas

complementares. Há um universo muito vasto de escalas, e pela impossibilidade de estudarmos

todas elas, vamos focar apenas nas Escalas Maiores, Escalas Menores e nestas duas escalas.

Caminhando para o final, veremos as noções mais básicas do Arranjo, a partir das quais teremos

condições de aplicar as Escalas aos Acordes e aos Campos Harmônicos no decorrer da música:

compondo Arranjos e Frases, ou seja, fazendo o Improviso, criando pequenas melodias, inclusive

re-harmonizando trechos de músicas.

Concluindo a parte teórica, revisaremos as Tétrades (os chamados “acordes dissonantes” – G#o;

A7+; E7/9-) e os uso dos acordes com baixos alternados (E/G#; C/E; G/D).

Finalizaremos o curso com exercícios e dicas práticas – exercitando a capacidade de se tocar em

diferentes tons e posições usando os mesmos shapes de acordes com auxílio do capotraste – a

Page 4: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

chamada técnica do “CAGED” –, e apresentaremos dicas muito úteis e práticas aos violonistas e

guitarristas.

Em apêndice há acordes básicos para o aluno iniciante aprender (decorar e treinar), por isso

recomendamos que após as Aulas 1 e 2 o aluno iniciante vá para os apêndices aprender estes

acordes, na página 47, e depois retome as aulas seguintes.

Obs: para um melhor aproveitamento desta apostila NÃO DEIXE DE LER A INTRODUÇÃO!

INTRODUÇÃO

Este curso foi elaborado e desenvolvido de modo que o aluno possa avançar gradativamente no

estudo da teoria musical básica à execução da harmonia e da melodia no violão e na guitarra.

As aulas devem ser estudadas OBRIGATORIAMENTE na ordem aqui disposta, sem o que ocorrerá

perda ou compreensão insuficiente do conteúdo. Na Aula 1, veremos as “Noções básicas de

Música: ritmo, melodia e harmonia”. Esta aula é aquela mais voltada ao aluno iniciante, podendo

ser “pulada” pelos alunos de nível intermediário, porém pode ser proveitoso revisar este

conteúdo. À Aula 2, “Escala cromática, braço do instrumento e anatomia do violão e da guitarra”

também se aplicam as mesmas sugestões da Aula 1.

Já na Aula 3, sobre “Escala Maior”, veremos a estrutura desta escala e todas as escalas maiores,

isto é, em todos os tons. Há, nesta aula, exercícios práticos, com shapes de escalas maiores para

treinar. À Aula 4, sobre a “Escala Menor”, aplicam-se as mesmas sugestões de estudo da Aula 3.

Procure treinar estas escalas até o ponto em que você saiba executar as principais escalas sem

recorrer a apostila. Procure compreender, memorizar, decorar e praticar com velocidade

gradativa estas escalas. Isto é um exercício que requer prática diária de não menos de uma hora,

e o ganho de velocidade e agilidade vem com meses de estudo e prática, por isso não desanime

nas primeiras semanas.

A Aula 5, sobre “Campo Harmônico Maior”, é o “pulo do gato” para aprender “tirar” música de

ouvido e a memorizar facilmente as cifras. O Campo Harmônico é peça chave para se tocar

algum instrumento (guitarra, violão, teclado), para lidar com acordes e para fazer harmonia em

geral. O aprendizado do Campo Harmônico depende totalmente do aprendizado das escalas

maiores e menores, por isso esteja “craque” nas escalas antes de estudar os Campos

Harmônicos.

A Aula 6, “Intervalos” (Teoria dos Intervalos), é a aula mais teórica desta apostila. Por mais

maçante, teórico, cansativo e difícil que pareça, não despreze o estudo e a compreensão dos

Intervalos, pois eles são a “chave” para ler corretamente os acordes nas cifras e a “porta de

entrada” para o estudo da Formação de Acordes, isto é, das Tríades e das Tétrades.

As Aula 7 e 8, sobre “Formação de acordes” (Tríades e Tétrades), são as aulas em que

estudaremos a montagem dos acordes, sua estrutura, sua formação. A partir disso, não

precisaremos mais decorar acordes, pois saberemos montá-los, na teoria e na prática! Na

Page 5: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

“prática” nós já fazemos Tríades e Tétrades quando tocamos acordes maiores e menores, mas

na teoria não sabemos o que estamos verdadeiramente fazendo se não estudamos Formação

de Acordes.

As Aulas 9 e 10, respectivamente sobre “Escala Menor Harmônica” e “Escala Pentatônica” são

aulas complementares ao estudo das escalas. Estas, depois das escalas maiores e menores, são

escalas muito usadas cotidianamente, por isso é muito importante aprendê-las. O aluno que

queira aprender mais sobre escalas pode pesquisar por “Escalas exóticas” na web, por “Escala

egípcia”, por Escala Menor Melódica, por “Escala nordestina”, dentre outras possibilidades.

Na Aula 11, veremos as “Noções básicas do ‘arranjo’: improvisos e melodias”. Ao pé da letra

nem poderíamos dizer aqui que vamos estudar o Arranjo, pois trata-se um conteúdo muito

amplo, complexo e avançado, mas vamos introduzir as noções mais básicas, as quais nos

possibilitarão iniciar a execução de pequenos improvisos e melodias.

Na Aula 12, a última aula, veremos “Dicas básicas, práticas e fundamentais e a Técnica do

‘CAGED’”, a fim de compreender a apreender técnicas e “macetes” muito práticos ao estudo e

aprendizado do violão e da guitarra.

Ao fim do curso procure aprofundar no estudo do conteúdo das aulas de 3 a 12 recorrendo à

web, às revistas e aos sites especializados. Procure estudar temas e conteúdo que facilmente

você descobrirá a partir do estudo desta apostila.

Sugerimos que o aluno dedique muito esforço ao treino das escalas e às tétrades, e procure

treinar escalas, arriscando seus primeiros solos utilizando playbacks disponíveis para guitarra no

Youtube, os chamados backing tracks. Há uma infinidade de backing tracks em todos os tons e

estilos variados no Youtube. Eles servem como verdadeiros playbacks para o treino das escalas,

solos e dos improvisos, por isso sugerimos ao aluno que se aproprie destes recursos

disponibilizados gratuitamente na web.

Page 6: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

AULA 1

Noções básicas de música: ritmo, melodia e harmonia

A música é composta basicamente por ritmo, melodia e harmonia. Melodia e

harmonia por sua vez implicam em notas musicais. Assim, podemos nos

perguntar: sob esse ponto de vista instrumentos de percussão fazem música?

Sob esse ponto de vista a resposta é não. Eles são instrumentos de ritmos,

porque não geram notas.

O que é o ritmo e do que ele é composto?

Ritmo diz respeito ao Andamento, ao tempo, marcado por um tempo, por uma

pulsação (a marcação do tempo: palmas, batidas do pé etc.), por sua vez

contida dentro de um compasso.

Nos violões e guitarras executamos o andamento (ritmo) da música por meio do:

Dedilhado (sobretudo nos violões com cordas de nylon);

Palhetadas (guitarras e violões com cordas de aço);

Batidas (marcam o tempo da música - principalmente na ausência de uma

percussão);

Tridentinho [P.I.M.A.]1 (samba, bossa nova, pagode, pop acústico etc.).

E a melodia e a harmonia, o que são? Melodia e harmonia dizem respeito à

disposição das notas, à forma como elas são executadas, todas ao mesmo

tempo (harmonia) ou uma de cada vez (melodia). Em termos mais técnicos,

diríamos que a harmonia diz respeito àqueles intervalos – de notas musicais –

executados simultaneamente, e o melhor exemplo é o acorde. Já a melodia diz

respeito àqueles intervalos musicais executados separadamente – cada nota

sendo tocada de uma vez sequencialmente –, e o melhor exemplo são os solos

executados pelos instrumentos e/ou pelas vozes. Outro modo de dizer [muito

particular ao violão e à guitarra]: a harmonia diz respeito aos intervalos dispostos

na vertical, e a melodia aos intervalos dispostos na horizontal.

Todos os instrumentos permitem executar melodias e harmonias? Não. Há

alguns que tipicamente executam melodia, por exemplo, o violino. Já há outros

que permitem ao músico executar harmonia e melodia, por exemplo, o piano, no

qual com uma mão (esquerda) o pianista faz harmonia (acorde) e com a outra

(direita) faz a melodia. No violão também há essa possibilidade, devendo o

violonista tocar com os dedos, sem palheta, e ao mesmo tempo em que com

alguns dedos faz harmonia (acordes), com outros faz a melodia (pequenos solos

ou frases).

1 P: polegar, I: indicador, M: médio, A: anelar – dedos da mão esquerda.

Page 7: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

Fonte: http://adriartessempre.blogspot.com.br/p/compreendendo-musica.html

Timbre

É a “cor” do

som, o que

distingue; a

qualidade

(guitarra, violão,

soprano, tenor).

Intensidade

É a força do som.

Sonoridade. Forte

ou fraco – energia

da vibração das

ondas sonoras

(popularmente

conhecido como

volume).

Altura

Agudo

Médio

Grave

É a qualidade do

som ser mais “fino”

(guitarra) ou mais

“grosso”

(contrabaixo)

Densidade

É a qualidade que

estabelece um maior

ou menor número de

sons simultâneos –

muitas vozes (um

coro, coral), muitas

cordas (orquestra).

Duração

Curto – longo.

Tempo da

emissão de um

som... medidos

em pulso,

pulsação.

Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=136

DICAS GERAIS:

Afinação: procure afinar SEMPRE e pacientemente seu instrumento antes

de tocar, de preferência com um bom afinador de captação via cabo;

Equalização: aqui vai uma dica de equalização de violões elétricos (no

violão e na mesa de som) – sendo o violão um instrumento com bastante

som médio, regule o médio abaixo da metade, e agudos e graves acima

da metade, conforme seu gosto e a regulagem da mesa de som;

Timbres: procure sempre equalizar seu instrumento em alto e bom som

antes de tocá-lo ligado à uma mesa de som ou à um amplificador. Use

palhetas para conseguir extrair um timbre mais limpo, claro, nítido e firme

das cordas de aço do seu violão/guitarra. Sempre toque seu instrumento

Page 8: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

de uma maneira que permita que as cordas soem livremente, com a mão

esquerda bem firme, exercendo pressão na execução dos acordes, e sem

ficar abafando-as desnecessariamente com a mão direita;

Conservação: conserve seu violão/guitarra limpos, guardados em cases

quando não usados. Lembre-se de limpá-lo depois do uso, para retirar o

suor das suas mãos das cordas, evitando assim que elas oxidem muito

rapidamente. Lembre-se também de lavar as mãos antes de tocar, a fim

de retirar o excesso de oleosidade e sujeira das suas mãos;

Troca das cordas: fabricantes afirmam que as cordas de aço devem ser

trocadas mensalmente, mas como isto nem sempre é possível troque-as

tão logo elas apresentem coloração diferenciada, pois quando assim se

encontrarem eles já terão perdido muito qualidade no timbre devido a

oxidação e acúmulo de sujeira. Enrole cuidadosamente as cordas nas

tarraxas, a fim de que desafinem menos nos primeiros dias de uso e de

que fiquem bastante firmes ao longo do uso;

Cuidados gerais – posição: nunca deixe seu violão/guitarra na posição

horizontal com as cordas para cima! Isso faz com que o braço empene

com mais facilidade pela própria ação da gravidade. Sempre o deixe num

suporte, na posição vertical. Na ausência de suporte, deixe-o na posição

vertical voltado para a parede, e na posição horizontal sempre com as

cordas para baixo, sobre uma superfície macia;

Bateria: recomenda-se o uso de bateria alcalina em violões de captação

eletrônica e contrabaixos de captação ativa para que possa obter o melhor

som possível de seu sistema de captação.

Postura do violonista/guitarrista: procure sempre tocar em pé, numa

postura ereta, nunca encostado na parede, e se for tocar sentado, nunca

“descanse” seu antebraço esquerdo sobre sua coxa, pois isso limita sua

mobilidade e agilidade, e mesmo sentado mantenha sua coluna numa

posição ereta, nunca se “debruçando” sobre seu instrumento.

Page 9: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

AULA 2

ESCALA CROMÁTICA

NA CIFRA 1 2- 2 3- 3 4 5- 5 5+ 6 7 7+ 8 GRAUS I IIb II IIIb III IV Vb V V+ VI VII VII# VIII NOTA A A#

Bb B C C# Db D D#

Eb E F F# Gb G G#

Ab A PRONÚNCIA Lá Sí Dó Ré Mi Fá Sol Lá

Tom (T): é igual a dois semitons. Igual a duas casas no braço do violão/guitarra/baixo.

Semitom (ST): é a MENOR distância entre as notas. Igual a uma casa no braço dos instr.

#: sustenido (eleva a nota um semitom)

b: bemol (abaixa a nota um semitom)

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BRAÇO DO INSTRUMENTO OU ESCALA (VIOLÃO/GUITARRA DE SEIS CORDAS)

SENTIDO ASCENDENTE (PROGRESSIVO) (AUMENTA TOM) “#”

15 a 14 a 13 a 12 a 11 a 10 a 9 a 8 a 7 a 6 a 5 a 4 a 3 a 2 a 1a G Gb/F# F E Eb/D# D Db/C# C B Bb/A# A Ab/G# G Gb/F# F E 6ª

C B Bb/A# A Ab/G# G Gb/F# F E Eb/D# D Db/C# C B Bb/A# A 5ª

F E Eb/D# D Db/C# C B Bb/A# A Ab/G# G Gb/F# F E Eb/D# D 4ª Bb/A# A Ab/G# G Gb/F# F E Eb/D# D Db/C# C B Bb/A# A Ab/G# G 3ª

D Db/C# C B Bb/A# A Ab/G# G Gb/F# F E Eb/D# D Db/C# C B 2ª

G Gb/F# F E Eb/D# D Db/C# C B Bb/A# A Ab/G# G Gb/F# F E 1ª SENTIDO DESCENDENTE (REGRESSIVO) (DIMINUI TOM) “b”

TRASTES

CASA

Fonte: http://www.conteudomega.com.br/musica/aprender-a-tocar-violao e

http://manualdoguitarrista.com.br/2010/06anatomia-da-guitarr0.html

Page 11: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

AULA 3

ESCALA MAIOR

(JÔNIO) (PRIMEIRO MODO GREGO)

ESTRUTURA: T T ST T T T ST

NOTA T T ST T T T ST

I II III IV V VI VII VIII

C D E F G A B C

C# D# F F# G# A# C C#

D E F# G A B C# D

D# F G G# A# C D D#

E F# G# A B C# D# E

F G A Bb C D E F

F# G# A# B C# D# F F#

G A B C D E F# G

G# A# C C# D# F G G#

A B C# D E F# G# A

A# C D Eb F G A A#

B C# D# E F# G# A# B

ACIDENTES MUSICAIS:

NA ESCALA DE C: 0 (NOTAS NATURAIS)

NA ESCALA DE G: 1 (F#)

NA ESCALA DE F: 1 (Bb)

NA ESCALA DE D: 2 (C#, F#)

NA ESCALA DE A#: 2 (D#, A#)

NA ESCALA DE A: 3 (C#, F#, G#)

NA ESCALA DE D#: 3 (D#, G#, A#)

NA ESCALA DE E: 4 (F#, G#. C#, D#)

NA ESCALA DE G#: 4 (G#, A#, C#, D#)

NA ESCALA DE B: 5 (C#, D#, F#. G#, A#)

NA ESCALA DE C#: 5 (C#, D#, F#, G#, A#)

NA ESCALA DE F#: 5 (F#, G#, A#, C#, D#)

Page 12: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim
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AULA 4

ESCALA MENOR

(EÓLIO) (SEXTO MODO GREGO)

ESTRUTURA: T ST T T ST T T

NOTA T ST T T ST T T

I II III- IV V VI- VII- VIII

C D Eb F G Ab Bb C

D E F G A Bb C D

E F# G A B C D E

F G Ab Bb C Db Eb F

G A Bb C D Eb F G

A B C D E F G A

B C# D E F# G A B

C# D# F# G# A B C#

D# F F# G# A# B C# D#

F# G# A B C# D E F#

G# A# B C# D# E F# G#

A# C Db Eb F F# G# A#

ESCALAS CORRELATAS (IGUAIS)

ESCALA MAIOR ESCALA MENOR ESCALA MENOR ESCALA MAIOR

C Am Am C

C# A#m A#m C#

D Bm Bm D

D# Cm Cm D#

E C#m C#m E

F Dm Dm F

F# D#m D#m F#

G Em Em G

G# Fm Fm G#

A F#m F#m A

A# Gm Gm A#

B G#m G#m B Obs: 1) A estrutura sempre começa a contar da primeira nota, ou seja, da tônica;

2) A Terça ou Terceira é quem define se a escala (ou acorde) será maior ou menor

3) A 7ª (VII) na escala (e acorde) maior é maior, e na escala (e acorde) menor é menor;

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AULA 5 CAMPO HARMÔNICO MAIOR

ESTRUTURA IGUAL A DA ESCALA MAIOR

T T ST T T T ST

I7+ IIm7 IIIm7 IV7+ V7 VIm7 VIIØ C7+ Dm7 Em7 F7+ G7 Am7 BØ

C#7+ D#m7 Fm7 F#7+ G#7 A#m7 CØ

D7+ Em7 F#m7 G7+ A7 Bm7 C#Ø

D#7+ Fm7 Gm7 G#7+ A#7 Cm7 DØ

E7+ F#m7 G#m7 A7+ B7 C#m7 D#Ø

F7+ Gm7 Am7 Bb7+ C7 Dm7 EØ

F#7+ G#m7 A#m7 B7+ C#7 D#m7 FØ

G7+ Am7 Bm7 C7+ D7 Em7 F#Ø

G#7+ A#m7 Cm7 C#7+ D#7 Fm7 GØ

A7+ Bm7 C#m7 D7+ E7 F#m G#Ø

A#7+ Cm7 Dm7 D#7+ F7 Gm7 AØ

B7+ C#m7 D#m7 E7+ F#7 G#m7 A#Ø Ø: meio diminuto.

SIMPLIFICADO (USUAL NO DIA-A-DIA)

1º GRAU 2º GRAU 3º GRAU 4º GRAU 5º GRAU 6º GRAU 7º GRAU

TÔNICA SUBDOMINANTE

MENOR DOMINANTE

MENOR SUBDOMINANTE DOMINANTE

TÔNICA MENOR

DOMINANTE MENOR

C Dm C/E F G Am G/B

C# D#m C#/F F# G# A#m G#/C

D Em D/F# G A Bm A/C#

D# Fm Eb/G G# A# Cm Bb/D

E F#m E/G# A B C#m B/D#

F Gm F/A Bb C Dm C/E

F# G#m F#/A# B C# D#m C#/F

G Am G/B C D Em D/F#

G# A#m G#/C C# D# Fm Eb/G

A Bm A/C# D E F#m E/G#

A# Cm Bb/D D# F Gm F/A

B C#m B/D# E F# G#m F#/A#

Obs: O CAMPO HARMÔNICO MENOR está localizado entre o SEXTO GRAU e o QUINTO GRAU

DO CAMPO HARMÔNICO MAIOR, ou seja, é só começar a tocá-lo a partir de Am7 em diante e

concluir em G7 (no caso do tom C [DÓ MAIOR]). Sua estrutura é igual a da escala menor: T ST T T

ST T T. Exemplo em Dó: Am7 BØ C7+ Dm7 Em7 F7+ G7.

Dicas básicas de harmonização (exemplos no tom C):

1. Na passagem do 1º para o 2º grau poderás fazer o 1º# diminuto, exemplo:

|| C7+ C#o Dm7 ||;

2. Na passagem do 5º para o 6º grau poderás fazer o 5º# diminuto, exemplo:

|| G7 G#o Am7 ||;

3. Para resolver uma estrofe quase sempre ocorrerá o 5º grau, e nele poderás usar 5º grau

suspenso (4) ou com sétima, exemplo em C: || C Dm7 G G4 G C ||

|| C Dm7 G G7 C ||

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AULA 6

INTERVALOS

O que é intervalo?

Intervalo é a distância que há entre uma e outra nota. Em função da diferença que há

entre harmonia e melodia, o intervalo apresenta estas duas naturezas, ou seja,

podemos falar de intervalos harmônicos (nos quais várias notas são tocadas

simultaneamente) e de intervalos melódicos (sendo uma nota do intervalo tocada de

cada vez).

Os intervalos são classificados em SIMPLES, COMPOSTOS, MELÓDICOS, HARMÔNICOS,

UNÍSSONOS e ENARMÔNICOS.

1. Intervalos SIMPLES são quando estão as notas dentro do limite de uma oitava.

Exemplo:

C C# D D# E F F# G G# A A# B C [uma oitava acima]

Todas as notas que estão entre os dois C estão entre um intervalo simples, pois

não ultrapassam a oitava, não vão além da oitava. Nós fazemos intervalos

simples sempre, em todos acordes, e sem nos dar conta disso. No próprio acorde

maior ou menor, os quais são formados pela T, 3ª e 5ª há dois intervalos (3ª e 5).

Em outros acordes usuais também ocorrem intervalos simples, como em C4, C7+,

A4, A7+, G7, Bm7, D#m7/5+ etc.

2. Intervalos COMPOSTOS são quando as notas estão além do limite de uma oitava, ou

seja, começam a partir da oitava, estando todo o intervalo uma oitava acima da sua

tônica. Exemplo em negrito:

C C# D D# E F F# G G# A A# B C C# D D# E F F# G G# A A# B C

O intervalo composto começa do C (dó) oitavado em diante. Nós fazemos

intervalos compostos frequentemente quando tocamos um A9, um C9, C9/12,

D9, dentre outros.

3. Intervalos MELÓDICOS são quando as notas são ouvidas sucessivamente, uma de

cada vez, e não todas ao mesmo tempo como num acorde. Os intervalos melódicos

podem ser ascendentes e descendentes. Exemplo: solos.

4. Intervalos HARMÔNICOS são quando as notas são ouvidas simultaneamente, tocadas

ao mesmo tempo. Exemplo: acordes.

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5. Intervalos UNÍSSONOS são quando duas notas iguais são tocadas ao mesmo tempo,

porém estando uma delas uma oitava acima da sua tônica. Exemplo: C com C oitavado,

D com D oitavado, E com E oitavado etc. (“as chamadas dobras de oitavas”).

6. Intervalos ENARMÔMICOS: dois intervalos são considerados enarmônicos quando possuem a mesma frequência sonora, mas recebem nomes diferentes. Exemplo: C# e Db, A# e Bb etc.

A grafia dos intervalos nas cifras:

INTERVALOS NA CIFRA

COMO SE LÊ

SÍMBOLOS NA CIFRA

COMO SE LÊ

1 Primeira + maior

2 Segunda - menor

3 Terceira M maior

4 Quarta M menor

5 Quinta Maj major (maior em inglês)

6 Sexta # aumentado (ou maior)

7 Sétima b diminuto (ou menor)

8 Oitava sus suspenso

9 Nona o acorde diminuto

10 Décima Ø acorde meio-diminuto

11 Décima primeira

/

barra separadora de intervalos (para o caso de haver mais de um intervalo no mesmo acorde

12 Décima segunda

J justo

13 Décima terceira

É importante estudar intervalos, pois há regras que precisam ser compreendidas e

decoradas! Estas regras existem, pois na própria escala cromática (C C# D D# E F F# G G#

A A# B) há acidentes musicais entre as notas (# e b), porém não entre todas elas (entre

B e C e entre E e F não há acidente musical), e por isso precisamos estudar os intervalos

e entender suas regras e suas exceções. É importante estudá-los para sabermos

executar corretamente os acordes e, sobretudo, para sabermos o que estamos

executando, e não simplesmente decorar os acordes e executá-los mecanicamente.

Tendo aprendido intervalos você saberá que já usa intervalos todas as vezes que toca,

mas sem se dar conta disso (exemplo quando faz um C7, um A4, um E7, um C7+, um G#o

etc.). A partir da teoria dos intervalos poderemos montar nossos acordes quando a cifra

nos apresentar um acorde desconhecido para nós até então. Saberemos localizar aquele

intervalo na cifra e à qual nota ele corresponde no contexto daquele acorde em

particular e do tom da música tocada, e assim procurarmos no braço do instrumento,

montando o acorde informado na cifra.

Page 20: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

Na página seguinte veremos a relação intervalar, isto é, os intervalos. Lembramos que

até a 8ª estamos tratando de intervalos simples, e acima da 8ª estamos tratando de

intervalos compostos, que nada mais são que os intervalos simples, porém tocados

acima da oitava da nota do acorde, portanto tratam-se de uma “repetição oitavada”,

mas com grafia diferente.

Relação dos intervalos:

QUALIDADE SÍMBOLO NA CIFRA

DISTÂNCIA DA TÔNICA

(EM SEMITOM) QUALIDADE NA CIFRA

DISTÂNCIA DA TÔNICA

(EM SIMETOM) Intervalos simples Intervalos compostos (uma 8ª acima)

2ª menor 2- ou 2b 1 ST 9ª menor 9- ou 9b 13 ST

2ª maior 2 2 ST 9ª maior 9 14 ST

2ª aumentada 2+ ou 2# 3 ST 9ª aumentada 9+ ou 9# 15 ST

3ª diminuta 3b ou 3- 2 ST 10ª diminuta 10- ou 10b 14 ST

3ª menor m 3 ST 10ª menor m 15 ST

3ª maior * 4 ST 10ª maior * 16 ST

3ª aumentada 3+ ou 3# 5 ST 10ª aumentada 10+ ou 10# 17 ST

4ª diminuta 4- ou 4b 4 ST 11ª diminuta 11- ou 11b 16 ST

4ª justa 4 5 ST 11ª justa 11 17 ST

4ª aumentada 4+ ou 4# 6 ST 11ª aumentada 11+ ou 11# 18 ST

5ª diminuta 5- ou 5b 6 ST 12ª diminuta 12- ou 12b 18 ST

5ª justa * 7 ST 12ª justa * 19 ST

5ª aumentada 5+ ou 5# 8 ST 12ª aumentada 12+ ou 12# 20 ST

6ª menor 6- ou 6b 8 ST 13ª menor 13- ou 13b 20 ST

6ª maior 6 9 ST 13ª maior 13 21 ST

6ª aumentada 6+ ou 6# 10 ST 13ª aumentada 13+ ou 13b 22 ST

7ª diminuta 7- ou 7b 9 ST 14ª diminuta 14- ou 14b 21 ST

7ª menor 7 10 ST 14ª menor 14 22 ST

7ª maior 7+ ou 7# 11 ST 14ª maior 14+ 23 ST

8ª justa * 12 ST 15ª justa * 24 ST

* Tratam-se de intervalos que fazem parte naturalmente da tríade (do acorde), e por isso não precisam aparecer na cifra. Observações importantes:

sublinhados estão os intervalos que fazem parte da tríade do acorde (seja ele maior ou menor), por isso eles não aparecem nas cifras.

os intervalos em destaque são os que frequentemente mais usamos. não se preocupem com os intervalos diminutos e aumentados (veja bem que não

estamos falando do acorde diminuto, mas apenas do intervalo diminuto), pois não usamos tais intervalos na prática.

os intervalos 5ª, 6ª e 7ª nunca serão cifrados na sua forma composta, e sempre na sua forma simples.

Page 21: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

Exemplo de intervalos em Dó:

NOTA/CIFRA ENARMONIA INTERVALO SÍMBOLOS NOMES

C 1 Tônica

Db 2m B9 Nona menor

D 2M 9 Nona

D# Enarmônicos

2 aumentada 9+ ou #9 Nona aumentada

Eb 3m m Terça menor

E 3M Terça maior

F

4 J 4 Quarta Justa

11 11ª Justa

F# Enarmônicos

4 aumentada 11# ou +11 11ª aumentada

Gb 5o -5 ou b5 Quinta diminuta

G 5J Quinta Justa

G#

Enarmônicos

5 aumentada 5+ ou #5 Quinta aumentada

Ab 6m b6 Sexta menor

b13 13ª menor

A Enarmônicos

6M 6 Sexta maior

13 13ª maior

Bbb (Si bemol dobrado)

7 diminuta 7dim Sétima diminuta

Bb 7m 7 Sétima menor

B 7M 7M ou 7+ Sétima maior

A seguir, na próxima página, temos um quadro com TODOS os intervalos em TODOS OS TONS. Por isso não é preciso decorar todos os intervalos de todas as notas, pois podemos consultar esse quadro sempre que preciso. O IMPORTANTE é compreender a natureza dos intervalos, suas regras e exceções, para que servem, ou seja, sua aplicabilidade. Observações importantes para a compreensão e leitura adequada do quadro:

No quadro o símbolo significa dobrado sustenido, ou seja, eleva a nota como se fosse um duplo sustenido, e só tem serventia de nomenclatura aqui, não sendo nada usual no nosso caso.

O símbolo significa dobrado bemol, ou seja, um duplo bemol, restituindo a nota à sua anterior. Exemplo um Ebb é igual a D. Mas isso só tem serventia de nomenclatura aqui, não sendo nada usual no nosso caso.

A abreviatura significa alterado.

A abreviatura significa aqui “adição”, ou seja, refere-se a qualidade (adicionada) do intervalo em relação à nota da coluna 1 (Tônica).

E a palavra refere-se aos intervalos uma oitava acima.

Page 22: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

RELAÇÃO DOS INTERVALOS (TODOS) (Fonte: http://www.deniswarren.com/?page_id=3822)

Page 23: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

INTERVALOS (resumo)

Intervalo é a distância entre duas notas, medida em números, que usa a separação em tons para definir o seu tipo. Essa distância pode variar entre ½ tom até o limite do nosso instrumento. Quando nos movemos uma casa no braço da guitarra estamos nos deslocando ½ tom, que é o menor intervalo usado na música ocidental. Como classificar os intervalos? Primeiro usamos uma numeração para representar a distância entre os nomes das notas seguindo a sequência diatônica (Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó). Por exemplo, para medir a distância entre Dó e Ré. Intervalos simples: estão abaixo de uma oitava. Intervalo composto: são os intervalos acima de uma oitava como nona, décima primeira, décima terceira etc. Cifra: equivalência entre os intervalos e os acordes comuns (as tríades e as tétrades).

(maior) – Quando o acorde é maior usa-se a terça maior.

(menor) – Quando o acorde é menor usa-se a terça menor.

(justa) – Quando não há quinta na cifra ela é sempre justa.

o – Na prática a sétima diminuta só é usada no acorde diminuto. Harmônico e melódico: quando as duas notas são tocadas simultaneamente, chamamos o intervalo de harmônico. Quando as duas notas são tocadas em sequência chamamos o intervalo de melódico. Ascendente ou descendente: No intervalo melódico quando a segunda nota é mais aguda que a primeira chamamos o intervalo de ascendente. Quando a segunda nota é mais grave que a primeira chamamos o intervalo de descendente. Consonantes X dissonantes:

Consonantes: são os intervalos sem tensão, mais estáveis, que soam agradáveis ao ouvido. As duas notas soam sem uma causar grande interferência na outra. Os consonantes podem ser divididos ainda em perfeitos e imperfeitos: Perfeitos (1a, 4a, 5a, 8a justas) → totalmente estáveis, as notas coexistem com mínima

interferência; Imperfeitos (3a, 6a menores e maiores) → menos estáveis. Dissonantes: são os intervalos tensos, instáveis, causam expectativa. A vibração de uma nota interfere na vibração da outra causando efeitos destrutivos e construtivos. São os de 2a e 7a menores e maiores, e grande parte dos intervalos aumentados (5ª) e diminutos (9ª).

Justo, maior, menor, aumentado, diminuto → Após a classificação numérica atribuímos uma outra classificação que vai levar em conta a distância em tons, seguindo as seguintes lógicas: 1 – Os intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7 ª podem ser menores ou maiores. 2 – Os intervalos de 1ª, 4ª, 5ª e 8ª podem ser justos. 3 – Todos os intervalos podem ser diminutos ou aumentados. 4 – Todos os intervalos podem ser superdiminutos (ou sub) ou superaumentados. Os intervalos não precisam se limitar a uma oitava, podendo-se usar classificações como nona, décima, décima primeira, e assim por diante. Semitons diatônicos ou cromáticos: Dizemos que um semitom é cromático quando o nome da nota permanece, por exemplo, de C para C#. Ele é diatônico quando o nome da nota muda, por exemplo, de C para Db. Enarmonia: dois intervalos são considerados enarmônicos quando possuem a mesma frequência sonora, mas recebem nomes diferentes. Exemplo: C# e Db.

Page 24: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

AULA 7

FORMAÇÃO DE ACORDES (TRÍADES E TÉTRADES)

O que é um acorde? Acorde é a combinação de três ou mais notas tocadas ao mesmo

tempo. Acordes são intervalos harmônicos, porque são intervalos executados

simultaneamente (ao mesmo tempo). Os acordes podem ser maiores (3ª maior, ou

simplesmente Acorde Maior) ou menores (3ª menor – m, ou simplesmente Acorde

Menor). Os acordes também se subdividem em Tríades e Tétrades.

Tríades são acordes formados por apenas três notas. As tríades podem ser maiores ou

menores, a depender da sua terça ser maior ou menor. Já as Tétrades, são acordes

formados por quatro notas (popularmente chamados acordes dissonantes). As tétrades

também podem ser maiores ou menores.

Comumente nós usamos tríades e tétrades, ainda que sem saber. Por exemplo, quando

tocamos qualquer acorde maior ou menor (natural ou acidentado [#, b]), como acorde

de C, D, E, F, G, A, B ou Cm, Dm, Em, Fm, Gm, Am, Bm... estamos executando tríades.

Porém, se a estes acordes acrescentarmos um intervalo da escala correspondente, sem

subtrair as três notas da formação da Tríade original, estaremos executando Tétrades,

exemplo: C7+, Am7, G4, G7, G#o, A7+/9 etc.

É fundamental compreender a estrutura das Tríades e Tétrades, pois, assim, não

precisaremos decorar todos acordes, nem recorrer aos dicionários de acordes – ou à

internet –, e não precisaremos evitá-los e/ou simplificá-los, deixando de fazer conforme

aparecer na cifra de uma determinada música.

No entanto, para compreender a estrutura das Tríades e Tétrades é fundamental que

se conheça a Estrutura da Escala Maior e a Escala Menor e a Teoria dos Intervalos, pois

os acordes maiores e menores derivam das suas respectivas escalas (Maiores e

Menores), e a leitura dos acordes na cifra se dá a partir dos Intervalos (dos números

acrescentados aos acordes em questão). Justamente por isso, neste curso, aprendemos

estes dois conteúdos antes de aprendermos a Formação de Acordes.

Finalmente, vamos às Tríades:

TRÍADE MAIOR:

T (Tônica) 3ª 5ª

TRÍADE MENOR:

T (Tônica) 3ªm 5ª

Page 25: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

TRÍADES (EM TODOS OS TONS):

TRÍADE MAIOR: TRÍADE MENOR:

T 3ª 5ª T 3ªm 5ª

C E G C Eb G

C# F G# C# E G#

D F# A D F A

D# G A# D# F# A#

E G# B E G B

F A C F Ab C

F# A# C# F# A C#

G B D G Bb D

G# C D# G# B D#

A C# E A C E

A# D F A# C# F

B D# F# B D F#

As Tríades também podem apresentar outras variações, por exemplo, na 5ª e na 9ª (2ª).

Exemplos:

Tríade Diminuta: composta por um intervalo de 3ª menor e 5ª diminuta;

Tríade Aumentada: composta por um intervalo de 3ª maior e 5ª aumentada;

Tríade com 9ª: quando, no lugar da 3ª fazemos a 9ª. Exemplos: A9, Bb9, B9, C9,

C#9, D9... (estes acordes não são, necessariamente, nem maior e nem menor,

porque cedem sua única 3ª à 9ª);

EXERCÍCIO: escreva todas as seguintes Tríades identificando os intervalos (T, 3ª e 5ª) na

casa e corda correspondentes:

C D E

Page 26: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

F G A

B Am Dm

Em C#m F#m

Bm Cm G#m

Page 27: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

Nas duas páginas seguintes temos sete sequências de tríades e tétrades, em Tom C, em

Bm, em A, em G, em E, em F e uma pequena sequência de intervalos de terça em A para

contrabaixo. Pratique-as a fim de aprender estes acordes nos seus respectivos Campos

Harmônicos. Procure praticá-los até o ponto em que “monte” tais acordes rapidamente,

mantendo a cadência do seu ritmo. Preferencialmente toque em dedilhado e/ou

tridentinho (usando os dedos, e não palheta) para que possa ouvir o som de cada corda

soar corretamente.

Após ter “decorado” cada acorde pratique as sequências sem consulta-los, apenas

observando o exercício logo abaixo:

Exercício (tríades e tétrades):

1) Tom C:

C7+/9 F7+ Dm7 G7/6 G7/6- C7+/9

2) Tom Bm:

Bm7/4 D#o Em7/9 G7+ F#7 Bm

3) Tom A:

A7+/9 G#o C#7/9- F#m7 Bm7 D7+/9 E7/9 E7/9- F7+ F/G A

4) Tom G:

G7+ Bm7 C7+ Am7 D7/9

5) Tom E:

Esus4 C#m7/5+ C#m7 A B Bsus4 B E

6) Tom F:

F7+ Dm7 Gm7 Bb/C F7+

7) Intervalos de terça no baixo

A D F#m E A

Page 28: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim
Page 29: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim
Page 30: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

AULA 8

FORMAÇÃO DE ACORDES

(TRÍADES E TÉTRADES - continuação)

Já vimos na aula anterior que um acorde é a combinação de três ou mais notas tocadas

ao mesmo tempo. Acordes são Intervalos Harmônicos, porque são intervalos

executados simultaneamente. Os acordes podem ser maiores ou menores, e vimos

também que os acordes se subdividem em Tríades e Tétrades. Tríades são acordes

formados por apenas três notas (T, 3ª e 5ª). As tríades podem ser maiores ou menores,

a depender da sua terça ser maior ou menor. Já as Tétrades, são acordes formados por

quatro notas (popularmente chamados acordes dissonantes). As Tétrades também

podem ser maiores ou menores. Para existir uma Tétrade basta que adicionemos uma

quarta nota (o que é a mesma coisa que um quarto intervalo) à Tríade.

Para compreendermos a Formação de Acordes é FUNDAMENTAL termos aprendido e

muito claro em nossa mente todo o conteúdo trabalhado até agora neste curso: notas

musicais, símbolos usados na cifra (#, b, +, -, o, Ø, /, M, m, sus), Escalas Maiores, Escalas

Menores e a Teoria dos Intervalos. Sem isso não poderemos compreender facilmente a

Formação de Acordes (tríades e tétrades).

Tétrades são acordes comumente usados na MPB, mas também usamos e muito na

música gospel. Ao contrário do que o nome sugere, Tétrade não é SEMPRE um acorde

complicado ou de difícil execução.

Exemplos de Tétrades de fácil execução que comumente usamos:

G7+, G7, G9, G4, Gm7 etc.

Há Tétrades de montagem um pouco mais complicadas, porém de muito uso, elas são:

Go (diminuto), C5+/7+, C7+/9, C7/9, C7/9b, G7/132, G/13b, G#Ø (meio-diminuto).

Vamos a uma Tétrade citada anteriormente muito comum que, ainda que pareça ser de

difícil montagem, é de muita importância na estrutura do Campo Harmônico, bem como

na harmonia. Esta Tétrade é o acorde é o acorde diminuto, representado por o.

O acorde diminuto é composto por: T, 3b, 5b e 7b, ou seja, todos os intervalos do acorde

são menores. Assim, num acorde de G#o temos as seguintes notas respectivamente: G#,

B, D e F.

2 O intervalo de 13ª equivale ao mesmo intervalo de sexta, só que uma oitava acima, portanto, dizer 13 é a mesma coisa que 6, e 13b é igual a 5+.

Page 31: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

A diferença que há entre o acorde diminuto e o meio-diminuto está apenas na 7ª.

Enquanto que no acorde diminuto a sétima é diminuta (7b), no acorde meio-diminuto a

sétima é apenas menor (7). Então, no caso de G#Ø (Sol sustenido meio diminuto) temos

os seguintes intervalos: T, 3b, 5b e 7, e respectivamente as seguintes notas: G#, B, D e

F#.

Quanto aos demais acordes, o intervalo já está indicado na própria cifra (ex: C7/9b), não

havendo símbolos que resumam tais intervalos como no caso do acorde diminuto ou

meio-diminuto. Assim, basta que procuremos por ele na montagem do acorde.

Como exercício, vamos montar todas as Tétrades indicadas anteriormente e outras:

G7+ G7 G9 G4 Gm7

Go C5+/7+ C7+/9 C7/9 C7/9b

Page 32: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

G7/13 G/13b G#Ø C#o F7+

B7/9b D7/9 D7/9b Dm7/9 F/G

NOTAS QUE COMPOEM OS ACORDES ANTERIORES: G7+ - G F# B D G7 - G F B D G9 - G B D A G4 - G B D C Gm7 - G F Bb D Go - G E Bb Db C5+/7+ - C E G# B

C7+/9 - C E B D C7/9 - C E Bb D C7/9b - C E Bb Db G7/13 - G F B E G/13b - G F B Eb G#Ø - G# F B D C#o - C# G Bb E

F7+ - F E A C B7/9b - B D# A C D7/9 - D F# C E D7/9b - D F# C Eb Dm7/9 - D F C E F/G - G F A C

DESAFIO: PRATIQUE A SEGUINTE SEQUÊNCIA DE TÉTRADES EM C (DÓ MAIOR):

|| C7+/9 B7/9b G#o Am7 D7/9 D7/9b Gm7 C7/9 C7/9b F7+ Dm7/9 F/G G7/13 G7/13b C7+/9 ||

Page 33: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

AULA 9

ESCALA MENOR HARMÔNICA

A escala menor harmônica é muito parecida com a escala menor natural. A única diferença entre

as duas escalas está no sétimo grau. Na escala menor natural, o sétimo grau é menor, enquanto na

escala menor harmônica o sétimo grau é maior.

Para que vejamos essa diferença, vamos usar como exemplo a escala de Lá menor natural e a escala

de Lá menor harmônica.

Compare:

Notas da escala: Am: A, B, C, D, E, F, G

Notas da escala: Am Harmônica: A, B, C, D, E, F, G#

Note como a única diferença está no sétimo grau (nesse caso, a nota G). Esse sétimo grau maior na

escala menor harmônica aumentou a distância entre os graus 6 e 7, encurtando a distância entre os

graus 7 e 8. Essa alteração conferiu um som muito interessante: G# ao invés de G.

ESTRUTURA DA ESCALA MENOR HARMÔNICA:

T ST T T ST 1T ½ ST

APLICAÇÃO:

Campo Harmônico Menor Harmônico:

O campo harmônico gerado pela escala Lá Menor Harmônica é o seguinte:

Graus Im IIm7/5b III7+ IVm7 V7 VI7+ VII#o Notas Am Bm7/5b3 C7+ Dm7 E7 F7+ G#o

O contexto em que a escala menor harmônica mais costuma ser usada é quando um acorde

V7 resolve em um acorde menor. Essa resolução é típica do Campo Menor Harmônico, pois ela não

existe no campo harmônico maior natural nem no campo menor natural. No campo maior, o V7

resolve em um acorde maior, como já sabemos. E no campo menor não existe V7, pois o quinto grau

é menor (Vm7). Um exemplo de solo conhecido usando esta escala está na música “Em teus átrios”

do CD Preciso de Ti, do Diante do Trono, no caso o solo da introdução da música: em Em harmônico.

3 Ou G/B.

Page 34: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

ESTRUTURA DA ESCALA MENOR HARMÔNICA – NOTAS

T ST T T ST 1T ½ ST

A B C D E F G# A

A# C C# D# F F# A A#

B C# D E F# G A# B

C D Eb F G G# B C

C# D# E F# G# A C C#

D E F G A Bb C# D

D# F F# G# A# B D D#

E F# G A B C D# E

F G Ab Bb C Db E F

F# G# A B C# D F F#

G A Bb C D Eb F# G

G# A# B C# D# E G G#

EXERCÍCIOS EM TABLATURA (observe em negrito o sétimo grau maior: 7+).

Am harmônica

E|----------------------------------------------------------------------------------------4----5---------------| B|------------------------------------------------------------------3----5----6-------------------------------| G|---------------------------------------------2----4----5----------------------------------------------------| D|------------------------2----3-----6------------------------------------------------------------------------| A|---0---2---3----5-------------------------------------------------------------------------------------------| E|---------------------------------------------------------------------------------------------------------------|

Bm harmônica

E|-------------------------------------------------------------------------------2---3-----6----7-------------| B|-----------------------------------------------------------2-----3-----5------------------------------------| G|-------------------------------------------3----4------------------------------------------------------------| D|-----------------------2----4----5--------------------------------------------------------------------------| A|---2-----4-----5--------------------------------------------------------------------------------------------| E|---------------------------------------------------------------------------------------------------------------|

Em harmônica

E|-----------------------------------------------------------------------------------7----8-----11----12-----| B|------------------------------------------------------------7------8-----10---------------------------------| G|------------------------------------------------8---9--------------------------------------------------------| D|-----------------------------7----9----10-------------------------------------------------------------------| A|------7-----9-----10----------------------------------------------------------------------------------------| E|---------------------------------------------------------------------------------------------------------------|

Page 35: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

Dm harmônica

E|-------------------------------------------------------------------------------5----6-----9-----10---------| B|-----------------------------------------------------------5----6-----8-------------------------------------| G|--------------------------------------3------6-----7--------------------------------------------------------| D|-------------------3-----5----7-----------------------------------------------------------------------------| A|------5----7-------------------------------------------------------------------------------------------------| E|---------------------------------------------------------------------------------------------------------------|

C#m harmônica

E|-------------------------------------------------------------------------------------8-----9-----------------| B|----------------------------------------------------------------5------7-----9------------------------------| G|-------------------------------------------5-----6-----8----------------------------------------------------| D|-----------------------4----6-----7-------------------------------------------------------------------------| A|------4----6-----7------------------------------------------------------------------------------------------| E|---------------------------------------------------------------------------------------------------------------|

Pequeno exercício em Am harmônica: || Am Esus4 Am ||

E |--------------5----7----8----7----5------------------4-----5---------------------------------------------| B |--------5---------------------------------6-----5-----------------------------------------------------------| G |---5---------------------------------------------------------------------------------------------------------| D |--------------------------------------------------------------------------------------------------------------| A |--------------------------------------------------------------------------------------------------------------| E |--------------------------------------------------------------------------------------------------------------|

Pequeno exercício em Em harmônica: || Em B7 Em ||

E |-------------------0----2----3---5----3-----2-------------------------------------------------------------| B |------------0----------------------------------------1-----0------4-----5---------------------------------| G |-------0-----------------------------------------------------------------------------------------------------| D |-------------------------------------------------------------------------------------------------------------| A |--------------------------------------------------------------------------------------------------------------| E |--------------------------------------------------------------------------------------------------------------|

Pequeno exercício em Bm harmônica: || Bm Em Bm F#7 Bm ||

E |-----------------------------0-----2-----3-----2-----0-----------------------------------0----------------| B |----------------2----3------------------------------------------3-----2-----------------------3----2----0| G |---------4---------------------------------------------------------------------4-----3---------------------| D |-------------------------------------------------------------------------------------------------------------| A |--------------------------------------------------------------------------------------------------------------| E |--------------------------------------------------------------------------------------------------------------|

Page 36: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

AULA 10

ESCALA PENTATÔNICA

A Escala Pentatônica é uma escala formada apenas por cinco notas, por isso seu nome

“pentatônica”. Elas podem tanto ser maiores como menores, e são muito usadas,

teoricamente em variados estilos, mas mais popularmente no rock, no blues, na música

popular brasileira. Ela provavelmente surgiu no oriente, na China, e por isso sua

sonoridade se assemelha muito às melodias orientais. A partir da descoberta de

artefatos musicais da antiguidade, supõe-se que a primeira escala desenvolvida tenha

sido a escala de cinco sons ou pentatônica, o que é confirmado pelo estudo de

sociedades antigas encontradas contemporaneamente.

A Escala Pentatônica Maior, mais usada, é aquela derivada da Escala Maior (Modo Jônio)

quando tiramos o 4º e o 7º grau.

Exemplo de Escala Pentatônica Maior em Dó (C):

C D E G A ⇒ repare que as notas F e B da escala maior natural foram suprimidas.

Assim temos uma estrutura de:

T 2ª 3ª 5ª 6ª

Obs: qualquer escala de cinco notas com a terça maior poderia ser considerada como

uma Pentatônica Maior.

O mais interessante no uso da Escala Pentatônica é que ela nos passa uma sensação de

“leveza”, de “limpeza” na melodia, de “menos é mais”, permitindo “saltos” nas

melodias, já que as notas não são tão próximas uma das outras. Se pensarmos que

existem 12 notas musicais (sete naturais e cinco acidentadas), a Escala Pentatônica

constrói a melodia somente com cinco notas, e permite ao músico solar somente com

cinco notas! Mas isso não significa que é mais fácil fazê-lo assim do que usando todas as

demais.

Para treinarmos as Escalas Pentatônicas vamos usar shapes. Diferentemente das outras

escalas, é muito mais fácil compreender a sonoridade da Escala Pentatônica e

memorizar o seu “desenho” no braço do instrumento (a “forma”, ou o shape) do que

decorar sua estrutural tonal, e como só existem cinco padrões (cinco shapes) essa

memorização fica ainda mais facilitada. Então, concluímos que executar e usar Escala

Pentatônica, assim como todas as demais, é uma questão de estudo e de MUITO treino.

Antes de vermos os cinco padrões da Escala Pentatônica, vamos ver um quadro com

todas as ESCALAS PENTATÔNICAS MAIORES e MENORES em todos os tons:

Page 37: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

ESCALAS PENTATÔNICAS MAIORES

T 2º 3º 5º 6º

C D E G A

C# Eb F G# A#

D E F# A B

D# F G A# C

E F# G# B C#

F G A C D

F# G# A# C# D#

G A B D E

G# A# C D# F

A B C# E F#

A# C D F G

B C# D# F# G#

Obs: observe que as mais fáceis são em C e em G.

No blues e no rock é comum acrescentar uma 5º aumentada no uso destas escalas

A Escala Pentatônica Menor é baseada na Escala Menor natural, porém sem o 2º e o 6º

graus. Veja o exemplo de uma Escala Pentatônica Menor em C e veja seus intervalos:

C Eb F G Bb (ou Dó Mib Fa Sol Sib).

T b3 4 5 b7

Esta é a escala preferida pelos músicos de blues, rock e metal.

ESCALAS PENTATÔNICAS MENORES

T 3ºm 4º 5º 7º

C D# F G Bb

C# E F# G# B

D F G A C

D# F# G# A# C#

E G A B D

F G# A# C D#

F# A B C# E

G A# C D F

G# B C# D# F#

A C D E G

A# C# D# F G#

B D E F# A

Oba: as mais fáceis são em A e Em, exatamente as suas correlatas maiores C e G. No blues e no rock é comum usar a Escala Pentatônica Menor sobre um acorde dominante maior com sétima (A7). Por exemplo, se você toca um acorde dominante de A7 você pode improvisar com a Escala Pentatônica Menor de A.

Page 38: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

PADRÕES (SHAPES) BÁSICOS DAS ESCALAS PENTATÔNICAS MAIORES E MENORES

G (ou Em) G (ou Em) F (ou Dm)

D# (ou Cm) G# (ou Fm)

Fonte: http://www.guitarbattle.com.br/licoes/1314-escala-pentatonica-maior.html

Obs: as notas em laranja indicam o lugar da Tônica (do tom) da escala.

Os números indicam os dedos que devem ser usados. O desafio agora e tocá-los em outros tons, isto é, outras casas, começando em outras

tonalidades, identificando sempre, portanto, a tônica da escala!!!

DICAS: Procure memorizar um padrão de cada vez, pois com um padrão você já será

capaz de fazer muita coisa, se souber executá-los em diferentes áreas do braço; Você pode começar o padrão de onde quiser no momento de um solo, e pode

ficar “indo e voltando” em algum trecho dele. Procure identificar os padrões com a figura de um acorde conhecido, por

exemplo: o primeiro padrão com o acorde de G, o terceiro padrão com Dm (em pestana) e o quinto padrão com Fm, e você será capaz de usá-los facilmente.

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AULA 11

NOÇÕES MAIS BÁSICAS DO “ARRANJO”: IMPROVISOS E MELODIAS

Nesta penúltima aula veremos as noções mais básicas do arranjo, a partir das quais teremos

condições de aplicar as Escalas aos acordes e aos Campos Harmônicos no decorrer de uma

música: compondo pequenos arranjos, ou seja, fazendo os improvisos, criando melodias.

O tema do Arranjo (e do improviso) é muito complexo, avançado e vasto para explorarmos

apenas em uma aula. O Arranjo remete-se à capacidade de criar melodia, e a melodia, grosso

modo, podemos dizer que é quase a metade de todo o conteúdo que temos visto até aqui, ou

seja, envolve todo o conteúdo de Escalas e Intervalos. Por isso não há como esgotar este tema

em uma aula, por isso vamos nos ater às dicas teóricas que podem ser válidas se bem aplicadas

na prática, ou seja, durante a execução da música.

Um Arranjo consiste, simplificadamente, numa “estética” que o arranjador (ou o músico) dá à

música. O Arranjo, bem como a melodia, é responsável por criar um “clima”, uma “sensação”,

uma “emoção” (tristeza, alegria, suspense etc.) na música. Há músicas que são facilmente

reconhecidas por suas linhas melódicas, até mais por suas melodias que por sua harmonia

(exemplos: “Mais perto que estar”, “Tua graça me basta”, “Deus de promessas”, “Hino Nacional

Brasileiro” etc.). No caso da linha melódica de uma música podemos facilmente identificá-la na

voz do cantor principal da mesma e, a partir de um completo domínio das escalas, podemos

“tirar de ouvido” esta linha melódica. Com o tempo vamos percebendo que, de um modo geral,

na música gospel e pop-rock em geral, estas linhas melódicas seguem padrões comuns, fáceis

de serem identificados, até mesmo repetitivos.

O improviso pode ser construído sobre a linha melódica principal da música, mas também pode

ser construído fora dela nos seguintes momentos:

durante a introdução da música;

na passagem de uma estrofe para outra (constituindo uma frase);

na passagem de uma estrofe para o refrão – criando um “clima”, uma “sensação” na

música, “chamando” o refrão, ou “resolvendo” uma estrofe, “preenchendo”;

na passagem para a estrofe/refrão final – dando mais “vigor”, “emoção” e “sensação”

na finalização da música;

no interlúdio (lembre-se de que pode haver na música o prelúdio [antecede a música],

o poslúdio [ao final da música] e, assim, o interlúdio [no meio da música]. Veja o exemplo

da música “Nos braços do Pai”, do Diante do trono, do CD “Nos braços do Pai”, neste

caso ocorre um interlúdio aos 9min50segs). Na música “Em teus átrios”, do CD “Preciso

de Ti”, antes da introdução há um prelúdio (o solo de guitarra em Em harmônica);

Para o propósito deste curso compreendemos que o improviso se constrói a partir de uma

junção de Escalas e Intervalos, podendo ser construído somente com o uso de Escalas

Pentatônicas ou quaisquer outras escalas – Maiores, Menores, Menor Harmônica etc.

Na passagem da estrofe para o refrão o improviso pode ressaltar a 4ª do V grau, sendo

construído sobre a base de um acorde do V grau (formando assim um acorde suspenso), bem

como pode ressaltar a 7+, a 9 ª e a 10ª da Tônica.

Page 40: Apostila - Teoria Musical - Violão e guitarra - Wagner Amorim

Uma maneira fácil de começar a compreender a importância dos Arranjos, falando mais

francamente, do improviso, e “improvisar” na música é harmonizar os acordes da mesma. Isso

consiste “enfeitar”, em enriquecer os acordes usados, por exemplo, adicionando-se intervalos

de 9ª, de 4ª e de 7+ à Tônica; de 9ª e de 7+ ao IV grau do Campo Harmônico Maior; de 4ª, 9ª e

9/7 ao V grau do Campo Harmônico; de 7ª e 9ª ao VI grau do Campo Harmônico; de 7 e de 9 ao

II grau do Campo Harmônico; e de 7 ao III grau do Campo Harmônico, em todos eles, SEMPRE,

ressaltando bem a 3ª, que é a identidade do acorde. Vejamos um exemplo:

sem harmonizar (sem improvisar):

C F Dm Am G C harmonizando (improvisando):

C C4 C7+ C9 C/E F F7+ F9 C/E Dm Dm7 Dm7/9 Am Am7 Am7/9 Am/G G Gsus4 G7

F/G – F/A G/B – C7+

A partir desta noção (de improvisar harmonizando) poderemos dar um salto em direção ao

improviso e ao arranjo no padrão melódico.

Improvisos podem ser facilmente feitos sobre intervalos de terças, quintas e sobre oitavas.

A seguir apresentaremos uma lista de exercícios em tablatura. São intervalos de terças, de

quintas e oitavas em diferentes tons. Eles poderão ser usados – não necessariamente nessa

disposição – quando tocar alguma música. A criatividade e a capacidade “construtiva” do músico

é que vai definir como tais intervalos serão usados. Porém, eles são muito assimiláveis à

estrutura do Campo Harmônico, e facilmente incorporados no ato do improviso. Por exemplo,

coincidentemente, observe como a segunda metade dos Intervalos de Terças em Tom G na

página seguinte ne assemelha muito à finalização do arranjo da introdução da conhecida música

“Galopeira”. Intencionalmente, o arranjo da música utiliza dobras em terça (no tom G) na

sequência ascendente e descendente (como aparece na segunda metade do nosso exercício).

Na tablatura, quando os números das casas estiverem um sobre o outro é porque eles devem

ser tocados ao mesmo tempo. Quando não estiverem um sobre o outro é porque não são

executados simultaneamente.

Vamos aos exemplos de intervalos ligados de terças, quintas e oitavas respectivamente

(próximas páginas):

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AULA 12 DICAS BÁSICAS, PRÁTICAS E FUNDAMENTAIS: PARA CONCLUIR E RECOMEÇAR...

1. Um instrumento bem afinado (por bons afinadores), bem equalizado e uma boa cifra

auxiliar etc., tudo isso já é “meio caminho andado” para uma boa execução; 2. Ensaio nunca é demais: você nunca saberá tocar uma música “perfeitamente” a menos

que ensaie em casa (sozinho) ANTES e DURANTE (só ou com a banda) o dia de tocar – de preferência ouvindo e tocando junto com a canção original;

3. Cordas tem tempo de vida útil e ele não é muito longo, por isso é preciso trocá-las periodicamente;

4. Preserve seu instrumento das posições erradas e da umidade – mantenha sempre dentro da capa quando não estiver tocando;

5. Procure transportá-lo com cuidado, evitando danos e que as peças internas chacoalhem – muitos violonistas e guitarristas investem grandes recursos em bons instrumentos, mas investem muito pouco em capas e cases adequados;

6. Procure tocar seu instrumento sempre, treinando todos os dias, mas se não for possível toque dia sim e dia não, dedicando tempo ao que você não sabe tocar, pois dedicando tempo ao que você já sabe tocar isso não te fará avançar;

7. O volume dos instrumentos (violão, guitarra, bateria, teclado) deve estar em total “harmonia”. Um não deve se sobressair em relação ao outro. Se há um instrumento para fazer melodia (solos) os outros devem se preocupar em fazer a base (harmonia);

8. O músico deve sempre CONDUZIR e OUVIR a voz dos que cantam, preferencialmente CANTANDO JUNTO com eles (ainda que sem microfones) – assim não perderá o tempo, e NUNCA deverá sobrepor-se ao volume das vozes (no caso de um grupo, banda, por exemplo);

9. Tenha o costume de ouvir música não simplesmente por ouvi-la, mas por estudá-la, ouvindo-a tão atentamente quanto você ouve uma palestra, uma aula interessante, assisti um bom filme ou lê um livro. Tenha um bom fone de ouvido para poder discernir o som dos instrumentos que está ouvindo e um equipamento de som adequado para poder tocar junto com o som ligado – quando for necessário ensaiar e “tirar músicas”. Se você é daqueles que ensaia a música ouvindo-a apenas nos autofalantes do seu notebook ou em pequenas caixas de som do seu computador, dificilmente você poderá ouvir a música em sua integralidade e discernir o som de todos os instrumentos (obs: geralmente nestas pequenas caixinhas não é possível sequer ouvir o som do contrabaixo);

10. Procure tocar as músicas corretamente, sem suprimir (eliminar) acordes “difíceis”. Por exemplo, NÃO toque “G D Em C” se na música ocorre “G D/F# Em C9”. Procure ser o mais fiel possível aos acordes originais da música.

11. Inicialmente, procure treinar músicas conhecidas e busque pelos solos de fáceis de execução na internet em sites de cifras e de tablaturas (TAB). Pratique estes solos e estas melodias de fácil execução, e busque identificar o Intervalo de cada nota de cada solo em relação ao acorde da base da música. Por exemplo, exercite isso com músicas conhecidas e famosas, assim você encontrará facilmente as cifras e as tablaturas, e poderá exercitar isso de maneira muito proveitosa, compreendendo o uso das Escalas na prática.

12. No Youtube há uma infinidade de vídeo-aulas e de canais de teoria musical em geral (muito além de tudo que vimos nesta apostila) e de músicas. Explore e aproveite bem estes recursos, treinando suas músicas preferidas e aprofundando-se no estudo das nossas 12 aulas, dentre outros conteúdos.

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A TÉCNICA DO CAGED (uso do capotraste – “fugindo” das pestanas)

13. Você que toca com capotraste pratique a técnica do CAGED: toque em diferentes

tonalidades usando as formas dos acordes de C, A, G, E e D, assim quando for tocar em tons diferentes dos habituais você não ficará perdido em meio as cifras e conseguirá evitar as temíveis pestanas:

c. Usando o padrão C maior: Toque: C G/B Am F G - fixe o capotraste na primeira casa e toque: C# G#/C A#m F# G#; avance mais uma casa e toque: D A/C# Bm G A, avance mais uma e toque D# Bb/D Cm G# A# e assim por diante até onde desejar.

a. Usando o padrão A maior: Toque: A Bm C#m F#m D E - fixe o capotraste na primeira casa e toque: Bb Cm Dm Gm Eb F; avance mais uma casa e toque B C#m D#m G#m E F#;

g. Usando o padrão G maior: Toque: G Em Am C D - fixe o capotraste na primeira casa e toque: G# Fm A#m C# D#; avance mais uma casa e toque A F#m Bm D E; avance mais uma casa e toque: Bb Gm Cm D# F#; avance mais uma e toque: B G#m C#m E F#

e. Usando o padrão E maior: Toque: E F#m E/G# A C#m B - fixe o capotraste na primeira casa e toque: F Gm F/A Bb Dm C; avance mais uma casa e toque: F# G#m F#/A# B D#m C#;

d. Usando o padrão D maior: Toque: D G Bm Em A - fixe o capotraste na primeira casa e toque: D# G# Cm Fm A#; avance mais uma casa e toque: E A C#m F#m B;

9.1. No caso dos padrões menores usando a metodologia CAGED só é viável usá-los nos padrões de Am, Dm e Em:

a. Usando o padrão de Am: Toque: Am F C G - fixe o capotraste na primeira casa e toque: A#m F# C# G#; avance mais uma casa e toque: Bm G D A; avance mais uma casa e toque: Cm G# D# A#;

e. Usando o padrão de Em: Toque: Em C G D - fixe o capotraste na primeira casa e toque: Fm C# G# D#; avance mais uma casa e toque: F#m D A E; avance mais uma casa e toque: Gm D# A# F;

d. Usando o padrão Dm: Toque: Dm Bb F Gm C - fixe o capotraste na primeira casa e toque: D#m B F# G#m C; avance mais uma casa e toque: Em C G Am D;

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APÊNDICE: ACORDES BÁSICOS - MAIORES E MENORES

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PARA REFLEXÃO E INSPIRAÇÃO: ALGUMAS PASSAGENS BÍBLICAS QUE VERSAM SOBRE MÚSICA

Salmos 33:3: “Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo”.

Neemias 12:46: “Porque já nos dias de Davi e Asafe, desde a antiguidade, havia chefes dos cantores, e dos cânticos de louvores e de ação de graças a Deus”.

1 Crônicas 15:16: “Davi também ordenou aos líderes dos levitas que encarregassem os músicos que havia entre eles de cantar músicas alegres, acompanhados por instrumentos musicais: liras, harpas e címbalos sonoros”.

1 Crônicas 15:22: “E Quenanias, chefe dos levitas, tinha o encargo de dirigir o canto; ensinava-os a entoá-lo, porque era entendido”.

1 Crônicas 25:6: “Todos esses homens estavam sob a supervisão de seus pais quando ministravam a música do templo do Senhor, com címbalos, liras e harpas, na casa de Deus. Asafe, Jedutum e Hemã estavam sob a supervisão do rei”.

2 Crônicas 7:6: “E os sacerdotes, serviam em seus ofícios; como também os levitas com os instrumentos musicais do Senhor, que o rei Davi tinha feito, para louvarem ao Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre, quando Davi o louvava pelo ministério deles; e os sacerdotes tocavam as trombetas diante deles, e todo o Israel estava em pé”.

Salmos 150:1-6: “Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder! Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza! Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa! Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta! Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes! Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!”.

Que DEUS, o único digno de ser louvado e adorado, os abençoe e os capacite para toda boa obra,

e seja qual for o instrumento que seja para honra e glória dEle.

Soli Deo Gloria