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APOSTILA PARA AULAS (fins didáticos) Legislação da Qualidade: Sistemas Normativos Parte I Disciplina: Legislação da Qualidade Prof° Samira Fajardo 11

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Legislação da Qualidade:Sistemas Normativos

Parte I

Disciplina: Legislação da Qualidade Prof° Samira Fajardo

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1. Sistemas Normativos

Um sistema normativo é um instrumento de gestão, que tem por objetivo organizar e padronizar as atividades de um empreendimento, pela criação e utilização de um conjunto de regras, critérios e parâmetros que, associado aos processos de trabalho, propicia o cumprimento das diretrizes estabelecidas e o alinhamento com as determinações estratégicas da organização.

Defini-se a partir da análise dos objetivos estratégicos, dos processos empresariais e dos documentos existentes, o modelo normativo mais adequado para a empresa. No geral, este modelo é representado por padrões expressos em documentos que contêm instruções normativas distribuídas entre políticas, diretrizes, normas e procedimentos normativos. Os conteúdos são elaborados de forma alinhada aos processos existentes nas áreas e associados ao nível hierárquico organizacional que delimita os responsáveis pela geração, aprovação, disseminação e guarda.

1.1 Resultados/ Vantagens

Alinhamento da estratégia da organização com a sua operação;

Operações mais precisas, seguras, transparentes e aderentes às regulamentações;

Padronização e Atualização (eliminando duplicidades, inconsistências e falta de padronização - gerando um Sistema Normativo consolidado).

1.2 Documentos normativos

É um termo genérico de denomina documentos tais como regulamentos, especificações, relatórios e normas técnicas.

2. O que é uma norma?

Uma norma é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando a obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto.

De uma forma geral as normas são voluntárias. Tornam-se obrigatórias se houver legislação que determine o seu cumprimento.

As normas em geral são baseadas em conhecimentos consolidados da ciência, da tecnologia, e das experiências anteriores. Abrangem todos os ramos do conhecimento humano. Desde tópicos eminentemente técnicos, como concreto, até complexos modelos administrativos, como os sistemas de gestão da qualidade e meio ambiente.

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As normas podem ser internacionais (normas ISO), regionais (por exemplo, Mercosul), nacionais (por exemplo, ABNT, DIN - Deutsches Institut für Normung ) etc. Além das normas existem outros documentos normativos utilizados como os relatórios técnicos (TR na ISO) e as especificações técnicas (TS na ISO).

2.1 Se não existissem normas...

A não existência de normas seria rapidamente notada. As normas contribuem para a maioria dos aspectos de nossas vidas – embora muito freqüentemente, essa contribuição seja invisível. É quando há uma ausência de normas que sua importância é sentida.

Por exemplo, como consumidores ou usuários de produtos, logo perceberíamos quando os produtos não servissem por serem de baixa qualidade, por não caberem ou serem incompatíveis com equipamentos que usamos, por não serem confiáveis ou serem perigosos.

Quando os produtos atendem às nossas expectativas, tendemos a tomar isso como condição. Em geral não temos conhecimento do papel das normas aumentando níveis de qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência e intercambiabilidade – A ABNT é a criadora de normas no Brasil.

Embora a principal atividade da ABNT seja o desenvolvimento de normas técnicas, essas normas possuem importante repercussão econômica e alcance social. As normas ABNT fazem uma positiva diferença, não apenas para engenheiros e fabricantes, para quem elas resolvem problemas básicos na produção e distribuição, mas para a sociedade como um todo.

As Normas Brasileiras desenvolvidas pela ABNT são muito úteis. Para todos os tipos de organizações industriais e de negócios, para governos e outros órgãos reguladores, para comércios, para profissionais avaliadores da conformidade, para fornecedores e clientes de produtos e serviços no setor público e privado, e, por último, as pessoas em geral como consumidores e usuários finais.

As normas ABNT contribuem para o desenvolvimento, fabricação e fornecimento de produtos e serviços mais eficientes e seguros.

Elas tornam o comércio mais fácil e justo entre países. Elas dotam os governos com embasamentos técnicos para a legislação relativa à saúde, segurança e meio ambiente. Elas ajudam na transferência de tecnologia para o desenvolvimento do país. As normas ABNT também servem para salvaguardar consumidores e usuários em geral – de produtos e serviços – assim como para simplificar suas vidas.

Quando as coisas vão bem – por exemplo, quando sistemas, máquinas, equipamentos e dispositivos funcionam bem e de forma segura – isso é porque estão em conformidade com as normas, e a organização responsável pelas cerca de 10000 Normas Brasileiras, que beneficiam a sociedade como um todo, é a ABNT.

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3. O que é Normalização?

Normalização é a maneira de organizar atividades pela criação e utilização de regras e normas, elaboração, publicação e promoção do emprego destas Normas e Regras, visando contribuir para o desenvolvimento econômico e social de uma Nação. Ou seja, estabelece soluções para problemas de caráter repetitivo existentes ou potenciais.

4. Objetivos da Normalização

Economia: Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos

Comunicação: Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços

Segurança: Proteger a vida humana e a saúde

Proteção do Consumidor: Prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos

Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais: Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando assim, o intercâmbio comercial

Na prática, a Normalização está presente na fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia, na melhoria da qualidade de vida através de normas relativas à saúde, à segurança e à preservação do meio ambiente.

5. Benefícios da Normalização

Numa economia onde a competitividade é acirrada e onde as exigências são cada vez mais crescentes, as empresas dependem de sua capacidade de incorporação de novas tecnologias de produtos, processos e serviços. A competição internacional entre as empresas eliminou as tradicionais vantagens baseadas no uso de fatores abundantes e de baixo custo. A normalização é utilizada cada vez mais como um meio para se alcançar a redução de custo da produção e do produto final, mantendo ou melhorando sua qualidade.

Podemos escalar alguns desses benefícios da Normalização da seguinte forma:

5.1 Qualitativos:

A utilização adequada dos recursos (equipamentos, materiais e mão-de-obra)

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A uniformização da produção

A facilitação do treinamento da mão-de-obra, melhorando seu nível técnico

A possibilidade de registro do conhecimento tecnológico

Melhorar o processo de contratação e venda de tecnologia

5.2 Quantitativos:

Redução do consumo de materiais e do desperdício

Padronização de equipamentos e componentes

Redução da variedade de produtos (melhorar)

Fornecimento de procedimentos para cálculos e projetos

Aumento de produtividade

Melhoria da qualidade

Controle de processos

É ainda um excelente argumento para vendas ao mercado internacional como, também, para regular a importação de produtos que não estejam em conformidade com as normas do país importador.

6. Razões para a utilização de Normas:

I. Melhorar seus produtos ou serviços: A aplicação de uma norma pode conduzir a uma melhora na qualidade de seus produtos ou serviços. Resultando, certamente no aumento das vendas. Alta qualidade é sempre uma poderosa proposta de venda. Consumidores são raramente tentados a comprar mercadorias de qualidade questionável. Além disso, agregar qualidade a seu produto ou serviço aumenta o nível de satisfação dos consumidores e é uma das melhores formas de mantê-los.

II. Atrair novos consumidores: Gerar a correta percepção de seu negócio e seus produtos ou serviços é vital quando você quer atrair novos consumidores. As normas são um caminho efetivo para convencer potenciais consumidores de que você atende aos mais altos e amplamente respeitados níveis de qualidade, segurança e confiabilidade.

III. Aumentar sua margem de competitividade: O atendimento às normas aumentará sua reputação de ter um negócio comprometido com a busca por excelência. Isto pode lhe dar uma importante vantagem sobre os seus concorrentes que não aplicam as normas – Auxiliando inclusive no ganho de concorrências. Além do que, muitos consumidores

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em certos setores só comprarão de fornecedores que podem demonstrar conformidade com determinadas normas.

IV. Agregar confiança ao seu negócio: Acreditar na qualidade de seus produtos ou serviços é provavelmente uma das razões chave da existência de consumidores para esses produtos ou serviços. Quando o consumidor descobre que você utiliza normas há o aumento da confiança em seus produtos ou serviços. Além do que, a utilização de certas normas (por exemplo, ABNT NBR ISO 14001) pode ser muito bom para sua imagem.

V. Diminuir a possibilidade de erros: Seguir uma norma técnica implica em atender a especificações que foram analisadas e ensaiadas por especialistas. Isso significa que você terá, provavelmente, menos gasto de tempo e dinheiro com produtos que não tenham a qualidade e desempenho desejáveis.

VI. Reduzir seus custos de negócio: A utilização de uma norma pode reduzir suas despesas em pesquisas e em desenvolvimento, bem como reduzir a necessidade de desenvolver peças ou ferramentas já disponíveis. Além disto, a utilização de uma norma de sistema de gestão pode permitir a dinamização de suas operações, tornando seu negócio muito mais eficiente e rentável.

VII. Tornar seus produtos compatíveis: Aplicando as normas pertinentes, pode-se assegurar que seus produtos ou serviços são compatíveis com aqueles fabricados ou fornecidos por outros. Essa é uma das mais efetivas formas de ampliar o seu mercado, em particular o de exportação.

VIII. Atender a regulamentos técnicos: Diferentemente dos regulamentos técnicos, as normas são voluntárias. Não há obrigatoriedade em adotá-las. Entretanto, o atendimento a estas pode auxiliá-lo no cumprimento das suas obrigações legais relativas a determinados assuntos como segurança do produto e proteção ambiental. Haverá impossibilidade de vender seus produtos em alguns mercados a menos que estes atendam certos critérios de qualidade e segurança. Estar em conformidade com normas pode poupar tempo, esforço e despesas, lhe dando a tranqüilidade de estar de acordo com suas responsabilidades legais.

IX. Facilitar a exportação de seus produtos: A garantia de que seus produtos atendem a normas, facilita a sua entrada no mercado externo, devido á confiança gerada pela utilização de normas.

X. Aumentar suas chances de sucesso: Incluir normas como parte de sua estratégia de marketing, pode conferir a seu produto uma enorme chance de sucesso. Isto porque – através de sua natureza colaborativa - a normalização pode auxiliar na construção do conhecimento das necessidades de mercado e dos consumidores. Iniciativas de negócios em mercados que utilizam normas reconhecidas possuem maiores chances de sucesso.

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7. Sistema Internacional de Normalização

Os princípios na normalização internacional são:

Igualdade de direito dos membros, qualquer membro da ISO tem direito de participar de qualquer comitê técnico que desenvolva normas que julgar de interesse para seu país. Cada país tem direito a um voto, independente do tamanho e da riqueza de sua economia.

Normas voluntárias, todas as normas desenvolvidas pela ISO são de caráter voluntário e são adotadas pelas empresas e nações apenas se o desejarem.

Direcionamento ao mercado, a ISO só desenvolve normas quando há interesse do mercado. São reunidos especialistas e representantes das agências governamentais e da academia, dos consumidores e de laboratórios, para a elaboração das normas.

As normas ISO são desenvolvidas a partir do consenso das partes envolvidas, o que lhes dá, apesar do caráter voluntário, uma enorme penetração no mercado mundial.

As normas ISO constituem-se em um acordo técnico que dá a base para uma tecnologia compatível internacionalmente.

Dentro da ISO as normas são desenvolvidas em comitês técnicos constituídos por organismos de normalização interessados, especialistas, representante dos consumidores e governo e academia. Os mais conhecidos são o TC 176 que trabalha com a gestão da qualidade e garantia da qualidade, responsável pelo desenvolvimento e pela atualização da série ISO 9000 (Sistemas de Gestão da Qualidade) e o TC 207 que trabalha com a gestão ambiental e é responsável pela série ISO 14000 (Sistemas de Gestão Ambiental)

8. Histórico da Evolução dos Sistemas Normalizados de Gestão

A evolução histórica dos sistemas normalizados de gestão nos mostra que eles tiveram sua origem ligada principalmente aos fornecimentos a governos e organizações militares.

Duas normas se destacam, a CSA Z299, norma canadense com quatro níveis destinada prioritariamente à garantia da qualidade em instalações nucleares, e a norma BS 5750, norma inglesa utilizada para avaliação do sistema de gestão da qualidade de fornecedores.

A norma canadense, apesar de sua intenção ser a garantia da qualidade em instalações nucleares, foi utilizada extensivamente na América do Norte como modelo para implantação e operação de sistemas de garantia da qualidade. Uma característica desta norma é que o sistema resultante de sua implementação baseava-se extensivamente em documentação, resultando em um sistema de gestão burocrático e difícil de operar.

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A norma BS 5750 Quality Systems, publicada em 1979 pela British Standards Institution, serviu de base para a elaboração pela ISO da série 9000. A rápida aceitação desse modelo de gestão no mundo tornou a série ISO 9000 o maior sucesso internacional em termos de adoção pelas empresas.

9. Sistema Nacional de Normalização - ABNT

Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.

É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992.

A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil das seguintes entidades internacionais: ISO (International Organization for Standardization), IEC (International Electrotechnical Comission); e das entidades de normalização regional COPANT (Comissão Panamericana deNormas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de Normalização).

9.1 Missão

Prover a sociedade brasileira de conhecimento sistematizado, por meio de documentos normativos, que permita a produção, a comercialização e uso de bens e serviços de forma competitiva e sustentável nos mercados interno e externo, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico, proteção do meio ambiente e defesa do consumidor.

9.2 Visão

Uma ABNT ágil que responda com eficiência às demandas do mercado e da sociedade, comprometida com o desenvolvimento brasileiro, de forma sustentável, nas dimensões econômica, social e ambiental.

9.3 Premissas

Ser o Foro Nacional de Normalização, previsto no Sistema Brasileiro de Normalização (SBN), no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO);

Ter compromisso com as diretrizes estratégicas do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO);

Ser o representante do Brasil nos foros sub-regionais, regionais e internacionais de normalização;

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Reconhecer como organismos internacionais de normalização a International Organization for Standardization (ISO), International Eletrotechnical Comission (IEC) e International Telecommunications Union (ITU) e como organizações internacionais com atividades de normalização o CODEX ALIMENTARIUS, Bureau Internationale de Poids e Mesures (BIPM), Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), International Accreditadion Forum (IAF) e International Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC);

Ser signatário do Código de Boas Práticas de Normalização da Organização Mundial do Comércio (OMC);

Ser entidade não-governamental, sem fins lucrativos e de utilidade pública, como agente privado de políticas públicas.

9.4 Valores

Atuar de forma isenta e ética, garantindo ampla participação da sociedade brasileira em suas áreas de atuação;

Implementar um modelo de gestão que contemple os princípios da governança corporativa, comprometida com a proteção da reputação, da imagem e do patrimônio da Associação e de seus associados;

Contribuir para a integração e para a inserção do Brasil no cenário internacional;

Zelar pelas marcas da ABNT e pela propriedade intelectual de seus produtos;

Buscar a auto-sustentação financeira, com base nas suas atividades fim, desenvolvendo produtos e serviços e formas de captação de recursos;

Orientar sua atuação de acordo com as políticas governamentais de desenvolvimento;

Acompanhar e contribuir para o avanço do estado-da-arte nas suas áreas de atuação.

10. Processo de elaboração de Normas Brasileiras

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a – Demanda: Necessidade de normalização de determinado tema, manifestada à ABNT por qualquer interessado, seja ele representante do governo, setor produtivo, consumidores ou qualquer outra parte interessada.

b – Programa de Normalização: Relação dos temas previstos a serem normalizados pelo Comitê Técnico, com respectivo cronograma de execução. Manifestada a demanda o tema é encaminhado ao Comitê Técnico responsável, onde será exposto aos diversos setores envolvidos. Após consenso quanto à necessidade de normalização e sua prioridade, o tema é inserido no Programa de Normalização do Comitê Técnico relacionado.

c – Elaboração do Projeto de Norma: Processo onde é formada a Comissão de Estudos, formada por representantes de todas as partes interessadas, que possui a responsabilidade de desenvolver por consenso, o texto a ser submetido à Consulta Nacional.

d – Consulta Nacional: Processo em que o Projeto de Norma, elaborado por uma Comissão de Estudo representativa das partes interessadas e setores envolvidos com o tema, é submetido à apreciação da sociedade. Durante este processo qualquer interessado pode se manifestar sem qualquer ônus, a fim de recomendar à Comissão de Estudo autora sua aprovação como apresentado; sua aprovação com sugestões ao texto; ou sua não aprovação, devendo, para tal, apresentar as objeções técnicas que justifiquem sua manifestação.

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e – Análise do Resultado da Consulta Nacional: Fase em que a Comissão de estudo autora do Projeto de Norma submetido à Consulta Nacional se reúne, com a participação de todos os interessados que se manifestaram durante o processo de Consulta, a fim de deliberarem, por consenso, se este Projeto de Norma deve ser aprovado como Norma Brasileira. Caso o projeto seja alterado tecnicamente como resultado das sugestões ou objeções técnicas oriundas da Consulta Nacional, a Comissão de Estudo deve submetê-lo à nova Consulta Nacional como 2° Projeto de Norma. Caso o Projeto receba objeções técnicas que justifiquem que o tema proposto ainda não possui o consenso necessário para sua aprovação como Norma Brasileira, a Comissão de Estudo autora poderá solicitar seu cancelamento à ABNT.

11. Série ISO 9000

A série ISO 9000 é composta por três normas principais:

ISO 9000:2005 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Fundamentos e Vocabulário

Estabelece um ponto de partida para o entendimento das normas e define os termos fundamentais usados na Família ISO 9000.

ISO 9001: 2008 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos

Contém requisitos a serem utilizados para atender eficazmente os requisitos de clientes e regulamentares aplicáveis e para aumentar a satisfação do cliente.

ISO 9004: 2010 – Gestões para o sucesso sustentado de uma organização — Uma abordagem da gestão da qualidade

Esta Norma fornece orientação às organizações para o alcance do sucesso sustentado através de uma abordagem da gestão da qualidade. É aplicável a qualquer organização, independentemente do tamanho, tipo e atividade.

Existem diversas normas e documentos normativos que complementam as três normas principais da série ISO 9000. Podemos citar entre outros:

ISO 10002:2005 - Gestão da qualidade - Satisfação do cliente - Diretrizes para o tratamento de reclamações nas organizações

Esta Norma fornece orientação para o processo de tratamento de reclamações sobre produtos dentro de uma organização, incluindo planejamento, projeto, operação, manutenção e melhorias. O processo de tratamento de reclamações aqui descrito é apropriado para ser um dos processos do sistema de gestão da qualidade como um todo.

ISO 10005:2007 - Sistemas de gestão da qualidade - Diretrizes para planos da qualidade

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Esta Norma fornece diretrizes para o desenvolvimento, análise crítica, aceitação, aplicação e revisão dos planos da qualidade.

ISO 10006:2006 - Sistemas de gestão da qualidade - Diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos

Esta Norma fornece uma orientação para a aplicação da gestão da qualidade em empreendimentos.

ISO 10007:2005 - Sistemas de gestão da qualidade - Diretrizes para gestão de configuração.

Esta Norma fornece orientação sobre o uso de gestão de configuração em uma organização. É aplicável para suporte de produtos, desde a concepção até o descarte.

ISO 10012:2004 - Sistemas de gestão de medição - Requisitos para os processos de medição e equipamentos de medição

Esta Norma especifica requisitos genéricos e fornece orientação para a gestão de processos de medição e comprovação metrológica de equipamento de medição usado para dar suporte e demonstrar conformidade com requisitos metrológicos. Ela especifica requisitos de gestão da qualidade de um sistema de gestão de medição que pode ser usado por uma organização que executa medições como parte de um sistema de gestão global, e para assegurar que os requisitos metrológicos são atendidos.

ISO/TR 10013:2002 - Diretrizes para a documentação de sistema de gestão da qualidade.

Este Relatório Técnico fornece diretrizes para o desenvolvimento e a manutenção da documentação necessária para assegurar um efetivo sistema de gestão da qualidade, adaptado às necessidades específicas da organização. O uso dessas diretrizes auxilia no estabelecimento de um sistema documentado como requerido pelas normas de sistema de gestão da qualidade aplicáveis.

ISO 10014:2008 - Gestão da qualidade - Diretrizes para a percepção de benefícios financeiros e econômicos

Esta Norma fornece diretrizes para a percepção de benefícios financeiros e econômicos com base na aplicação dos princípios de gestão da qualidade da ABNT NBR ISO 9000.

ISO 10015:2001 - Gestão da qualidade - Diretrizes para treinamento

Estas diretrizes abrangem o desenvolvimento, implementação, manutenção e melhoria das estratégias e dos métodos de treinamento que afetem a qualidade dos produtos fornecidos por uma organização.

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ISO/TS 16949:2004 - Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos particulares para aplicação da ABNT NBR ISO 9001:2000 para organizações de produção automotiva e peças de reposição pertinentes.

Esta Norma especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade para fornecer de forma coerente produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares aplicáveis.

12. Referências:

CARVALHO, Marly Monteiro de; PALADINI, Edson Pacheco; ... [et al.] Gestão da Qualidade: Teoria e Casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 10ª reimpressão

Normalização ABNT. Disponível em: http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=931.

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