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CIÊNCIAS CONTÁBEIS CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAZONAS - CIESA APOSTILA SIMPLIFICADA Teoria da Contabilidade Prof.Valbertone C. de Araújo Edição especial para distribuição gratuita pela Internet, com autorização do Autor.

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAZONAS - CIESA

APOSTILA SIMPLIFICADA

Teoria da Contabilidade

Prof.Valbertone C. de Araújo

Edição especial para distribuição gratuita pela Internet,

com autorização do Autor.

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Teoria da Contabilidade

2

INTRODUÇÃO

Inicio apresentado a vocês algumas razões para gostarem do campo de atuação da

contabilidade e o nosso posicionamento e conhecimento sobre a forma tradicional de

como conduzir o assunto.

Qualquer entidade deverá zelar pela manutenção e crescimento do seu patrimônio e o

nosso objetivo será, de maneira bastante simplória, levar os conhecimentos básicos de

que maneira deveremos cuidar da saúde das pessoas jurídicas que estaremos

acompanhando durante as nossas atividades profissionais.

As empresas (entidades) são criadas, de maneira geral, com objetivo de gerarem lucros

advindos de suas atividades a nível suficiente para remunerar o capital empregado.

Com o advento da Internet e o avanço tecnológico requer que os profissionais

financeiros, executivos e empreendedores passem por um reaprendizado sobre controle

do patrimônio. Nada mais certo do que começarmos nosso estudo pela identificação das

Noções Preliminares da contabilidade e lentamente nos aprofundarmos nos

conhecimentos que norteiam está Ciência Social que escolhemos como opção de atuação

profissional para nossas vidas.

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1 A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

Tão antiga quanto a própria história da civilização é a história da contabilidade. O

homem pré-histórico, inicialmente, foi um animal que, como os demais, lutou pela

sobrevivência, buscando na natureza os meios primitivos de manter a vida através da caça.

O segundo estágio em busca da sobrevivência foi a preocupação com agricultura e em

seguida com a atividade pastoril criando condições próprias para a sobrevivência surgindo

divisões e o senso de propriedade.

No final de sua existência, ao morrer, o legado ficava a disposição dos herdeiros ou

mais próximos, denominado pelos antigos como patrimonium, termo romano (latim) que

representava a herança do pai, que posteriormente ficou denominado como patrimônio. A

nomenclatura passou a ser utilizada para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido

herdados.

Historicamente as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios, mas a prática do

comércio não era exclusiva dos mesmos, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.

O início da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio.

Data do ano 2000 a.C., documentos elaborados por um escriba egípcio relatando

(contabilizando) os negócios efetuados pelo governo de seu país. Era comum as trocas de bens e

serviços serem seguidas de relatórios simples sobre o fato. Na antiga Babilônia podemos já

existiam critérios de arrecadação de tributos já era praticada, através de escritas, de maneira

muito primária.

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A preocupação com o futuro que levou o homem as primeiras anotações a fim de que

pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, produção, comercialização e

etc.

Não havia, naquele tempo, o crédito (evidentemente inexistência de débito), ou seja, as

compras, vendas e trocas eram à vista. Com o decorrer do tempo surgiram os primeiros controles

sobre dívidas e liquidações. Com o surgimento, no Egito antigo, do papiro (papel) e do cálamo

(pena de escrever), facilitou enormemente o registro sobre negócios.

Com o crescimento da atividade comercial, por serem de difícil memorização, o homem

sentiu a necessidade de registros, com a finalidade de memorização das suas atividades e

conhecimento de seus haveres e deveres com o objetivo de aumentar suas posses.

Com as operações econômicas se tornando a dia-a-dia mais complexas, houve e

necessidade de maior refino de seu controle. Na República Romana (200 a.C.), nas escritas

governamentais já existiam receitas de caixa ordenadas em rendas e lucros, e as despesas

contemplando os itens perdas, salários e diversões.

No período medieval, foram introduzidas diversas inovações nos controles por

governos e pela igreja, mas foi na Itália que surgiu o termo Contabilitá.

1.1 Evolução da Ciência Contábil

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - inicia com as primeiras

civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da

autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano.

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CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da

Era Cristã até 1494. Com o surgimento do Tratactus de Computis et Scripturis

(Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, data de publicação

1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à

teoria dos números positivos e negativos, obra que colaborou muito para que a

contabilidade fosse inserida entre os ramos do conhecimento humano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até

1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle

Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, sendo

premiada pelo governo da Áustria. Sendo na história da Contabilidade uma obra

importantíssima.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em

1840 e se perpetua até os dias de hoje.

1.2 Perspectiva da Contabilidade e da Profissão Contábil no Brasil

As características básicas para um profissional da contabilidade são:

gostar de cálculos matemáticos,

ser organizado,

ser ético,

gostar e ter o hábito da leitura,

atenção a detalhes,

ter visão futurista,

ter planejamento de trabalho definido,

postura crítica,

segurança diante de problemas e

ser flexível.

De acordo com pesquisa realizada, verificamos como MARION, José Carlos, professor

doutor e autor da obra “Introdução à Teoria da Contabilidade”, classifica as atribuições do

profissional de contabilidade:

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na empresa:

planejador tributário,

analista financeiro, contador geral,

cargos administrativos,

auditor interno,

contador de custo,

contador gerencial e

atuário.

independente (autônomo):

auditor Independente,

consultor,

contador (propriamente dito,inclusive, defendendo o cliente na

fase administrativa de algum processo de imposição fiscal de

multas ou penalidades),

empresário contábil,

perito contábil e

investigador de fraude

.

no ensino:

professor,

pesquisador,

escritor e

conferencista.

no órgão público:

contador público,

agente fiscal de rendas, apresenta pré-requisitos para

participar de diversos concursos públicos

controlador de arrecadação,

contador do Ministério Público da União,

fiscal do Ministério do Trabalho,

Banco Central do Brasil,

analista de finanças e controles, outros

tribunal de contas e

oficial contador.

O mesmo autor tece alguns comentários de muita importância reflexiva para todos que

pretendam bacharelar-se em contabilidade e atuar neste nicho de mercado de opções que estão à

disposição do Contador:

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“Não basta apenas ter um diploma. É preciso conhecer informática, dominar outro idioma, ser

criativo, saber trabalhar em equipe, ter equilíbrio emocional, aprender a liderar, ter boa comu-

nicação, pensar em pós-graduação, e ler muito”.

“As pessoas que sonham com o impossível são as únicas que têm chance de alcançá-lo.”

“Os estudantes e profissionais que estão investindo em contabilidade podem sonhar alto, aumen-

tar sua auto-estima, pois escolheram uma das melhores ou, quem sabe, a melhor profissão da vi-

rada do milênio."

Alguns outras observações do Prof. Dr. Jose Carlos Marion:

Valorize a profissão: é a única com desemprego zero; tem 23 áreas de

especialização diferentes; o mercado não tem “preconceitos” de idade para esta

profissão (as pessoas acima dos 40 anos conseguem trabalho).

Os professores de contabilidade normalmente são profissionais bem sucedidos.

Aproveite a máximo deles, pergunte, busque conselhos. Dedique-se o máximo

no seu curso. Se você for usar o professor como consultor depois do curso, isto

vai lhe custar caro, em média US$ 100,00 por hora.

Busque conhecimento paralelo ao seu curso: marketing contábil (como ter sua

marca); conheça pelo menos mais de uma língua (de preferência inglês); seja

bom na área de informática (domine Internet, softwares contábeis, planilhas

eletrônicas, bancos de dados...).

Seja um pesquisador por excelência. Não aceite apenas receber tudo

“mastigado” do professor. Lá na empresa não haverá mais professor e você terá

que buscar, descobrir conhecimento. Faça da sua escola um laboratório.

Há áreas de conhecimento que serão decisivas, além da contabilidade, no seu

sucesso profissional: métodos quantitativos (matemática e estatística), disciplina

afins (administração e economia), legislação (direito) etc...;

Aprenda a ser desinibido, a falar bem: participe dos seminários (o contador é a

pessoa que mais fala para induzir às decisões certas na empresa), manifeste

opinião na sala de aula, leia um jornal diariamente e revistas de negócios. Fique

atento aos professores que se expressam bem. Use dicionário várias vezes na

semana.

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O mercado não vê com bons olhos o “clínico geral” (o que sabe de tudo um

pouco). Procure se especializar, concentrar esforços em uma atividade contábil

que você tem mais dons (durante o curso estes dons serão despertados):

auditoria (interna e externa), perito contábil, contador de custos, controller,

planejador tributário, atuário, carreira acadêmica, concurso público, consultor,

investigador de fraudes, empresário contábil, analista (financeiro, de crédito, de

investimento), pesquisador contábil, escritor contábil etc.

ABC DA CONTABILIDADE

A Ativo: Bens e Direitos Metodologia M

B Balanço Normas N

C Custos Obrigações: Passivo O

D Despesas – Deveres Patrimônio P

E Entidade – Empresa Quota Q

F Fatos Receita: Bruta / Líquida R

G Gastos Saldo S

H Haveres: Existências Transação T

I Investimentos Uniformidade U

J Juros: Ativos / Passivos Veracidade V

L Lucro: Bruto / Líquido Zelo Z

Figura 1 Fonte: Elaborada pelo autor.

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2 CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE

A contabilidade como ciência, possui como objeto de estudo o patrimônio e como

objetivo, estudar, registrar, controlar e divulgar os fatos que afetam o patrimônio das entidades e

também auxiliar no planejamento.

É atingida a finalidade contábil através do registro, ou seja a escrituração, elaboração de

demonstrações além da análise e interpretação dos fatos que ocorreram em uma entidade

afetando o seu patrimônio, com a finalidade de fornecer informações sobre sua composição e as

possíveis variações além de apurar o resultado obtido durante um determinado período.

A contabilidade estuda e controla o Patrimônio das entidades com fins lucrativos ou

não, através de registros dos fenômenos econômicos e financeiros que alteram seu patrimônio.

A contabilidade é utilizada tanto para as pessoas físicas como para as pessoas jurídicas.

O campo de atuação e o objeto da Contabilidade são em ordem: a entidade e o patrimônio.

2.1 Finalidades da Informação Contábil

Podemos afirmar que as principais finalidades da informação concentram-se em duas

que são fundamentais:

Informações com Finalidade de Controle e

Informações com finalidade de Planejamento

CONTROLE - podemos entender como um processo pelo qual a alta administração se

certifica que a organização está se comportando em conformidade com as políticas traçadas

pelos investidores. Podemos afirmar que esta é uma concepção bem ampla de controle. A

informação contábil será útil ao processo de controle sob os seguintes aspectos:

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a) Como objeto de comunicação – Os relatórios oriundos da contabilidade poderão ser

de grande valia, ao informar a organização sobre os planos e políticas da alta administração

e, de maneira geral, o posicionamento que a administração deseja tomar sobre a organização

b) Como objeto motivacional – Excluindo as empresas individuais, onde compete ao

administrador executar o serviço, não será competência do(s) administrador(es), fazer o

serviço ou fabricar o produto e sim verificar se os serviços e produtos estão sendo elaborados

por colaboradores que estarão a serviço da organização, sendo os responsáveis inclusive pela

contratação de um quadro de pessoas competentes para atingirem as metas estabelecidas. As

informações contábeis, certamente auxiliarão, se bem utilizadas, como fator motivacional e

por outro lado se utilizadas de maneira incorreta poderão contribuir negativamente.

c) Como objeto de verificação – A administração necessita periodicamente analisar o

desempenho e a qualidade dos serviços e produtos elaborados pelos colaboradores. A analise

de desempenho poderá resultar em ações corretivas, em promoções e reajustes salariais a

favor dos colaboradores, ou, em casos de força maior em demissões. Certamente a

informação contábil estará auxiliando neste processo de avaliação, embora nem sempre o

desempenho humano possa ser medido através de informações contidas em registros

contábeis.

PLANEJAMENTO – é o estabelecimento de processo decisório, definindo ações a

serem tomadas a curto, médio e longo prazo. Tais ações decisórias entre várias alternativas

devem ser consideradas as prioritárias podendo atingir parte da empresa ou mesmo a empresa

como um todo.

Normalmente para tomadas de decisão as informações contábeis são de muita

importância, pois quando bem elaborada a contabilidade informa o fiel estado da entidade em

um determinado momento e as variações ocorridas durante um intervalo de tempo que servirão

como um dos pontos favoráveis para elaboração de um plano de ação.

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2.2 Especializações Contábeis e Funções Contábeis Típicas.

Entre as providências preliminares para se colocar em funcionamento o sistema

organizacional de qualquer entidade será necessário o planejamento geral do setor de

contabilidade.

O contador deverá estudar a natureza da entidade, constatando os tipos de transações

prováveis que ocorrerão e planejar a maneira como tais transações deverão ser escrituradas,

sintetizadas e evidenciadas.

Deverá o responsável pelo setor de contabilidade, o contador, elaborar um plano de

contas, atendendo a estrutura da empresa e elaborando um manual de utilização do mesmo. Por

outro lado, caberá também ao contador definir o processo de escrituração a ser adotado pela

entidade.

A escrituração contábil se torna de certa forma rotineira, quando a contabilidade é bem

planejada, podendo ser terceirizada, de responsabilidade de um escritório de contabilidade. Em

qualquer empresa surgem a cada momento situações que somente poderão ser esclarecidas por

profissionais qualificados.

Às vezes, são problemas de interpretação e classificação de novos fatos ou operações

não previstas inicialmente. Em outras ocasiões, verifica-se a necessidade de modificação do

plano de contas, ou processo de escrituração, ou ainda sistema de apuração de dados para uma

melhor qualidade, o mesmo rapidez, na qualidade das informações.

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Elaboração e Interpretação de Relatórios, tais como Balanço Patrimonial,

Demonstração de Resultados, Fluxo de Caixa, Demonstrações de Origens e Aplicações de

Resultados, Balancetes de Verificação e muitos outros, são o resultado final do processo de

escrituração. Todo trabalho de natureza contábil numa entidade exigirá do profissional de

contabilidade, o Contador, uma especialização neste ou naquele ramo, Exemplo:

Contabilidade Comercial;

Contabilidade Pública;

Contabilidade Bancária;

Contabilidade de Custos;

Contabilidade Industrial, etc...

Entre outros ramos da contabilidade. Importante lembrar que todas as ramificações da

contabilidade surgem da Contabilidade Geral que é a “mãe” de todas.

RAMO DA CONTABILIDADE

Contabilidade Comercial

Contabilidade Industrial

Contabilidade Pública

Contabilidade Bancária

Contabilidade Agrícola

Contabilidade de Custos

ATIVIDADE

Comercial

Industrial

Pública

Bancária

Agrícola

de Custos

EEEssspppeeeccciiiaaallliiizzzaaaçççõõõeeesss DDDiiivvveeerrrsssooosss:

Figura 2 Fonte: Elaborada pelo autor.

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Dentre as ramificações ou detalhamentos da contabilidade, podemos destacar como

relevantes:

Financeira e Contabilidade de Custos, esta praticada pelo Contador de Custos;

Auditoria, podendo a mesma ser interna ou externa;

Análise e Interpretação de Demonstrações Financeiras, exercida por Analistas

com formação básica em Contabilidade;

Sistemas e Métodos, onde atuam Contadores com alto nível de especialização;

Controladoria, cargo de alta especialização a ser atingido por um Contador

dentro de uma empresa, ligado a alta administração e responsável pela

supervisão da Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos, Auditoria

Interna, Contabilidade Fiscal, etc, reportando-se diretamente com altos

mandatários da empresa, tais como, Gerentes, Diretores e até mesmo com

Acionistas em alguns casos;

Perícia Contábil, com a participação de Contadores com elevado nível técnico e

conhecimentos jurídicos.

Preliminarmente daremos maior ênfase à Contabilidade Financeira, responsável pelos

mecanismos básicos de acumulação de dados, registros e relatórios dentro das empresas. É

importante lembrar, também, que Contadores devidamente habilitados, com Registro no CRC,

podem exercer atividades periciais, judiciais ou extrajudiciais, trabalhos de Consultoria e

Auditoria.

2.3 Mercado de Trabalho

Podemos afirmar, que o mercado de trabalho, hoje no Brasil, é sem dúvida alguma um

dos mais promissores para Contadores de alto nível. É sem dúvida, um dos melhores e mais

remunerados entre os profissionais liberais.

Uma das razões é a obrigatoriedade das empresas em manterem os registros contábeis

atualizados para atender as exigências internas e externas. Esse papel traz, além de capacitação

técnica do Contador, alta dose de prudência, ética, de zelo e seriedade em suas atitudes.

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2.4 Limitações do Método Contábil

É importante lembrar algumas limitações do método contábil. A Contabilidade não

pode nem deve ser entendida como um fim em si mesma. Não podemos afirmar que as

informações advindas da Contabilidade só terão utilidade desde que atendam as necessidades da

administração e de outros interessados, e não apenas às necessidades do Contador.

Muitos relatórios contábeis ainda são elaborados sem muita utilidade para a

organização. O Contador deverá ter o cuidado de efetuar os registros dos eventos mensuráveis.

Ainda encontramos Contadores inescrupulosos no que diz respeito a princípios, a procedimentos

de avaliação e utilização de terminologias apropriadas.

O resultado de tais limitações, podemos verificar nos relatórios, que certamente não irão

refletir uma “imagem clara” da entidade em determinado momento.

2.5 Horizontes para a Contabilidade

À medida que a evolução na formação profissional do Contador for enriquecida; à

medida que os órgãos representantes de classe se preocuparem com a valorização do

profissional de contabilidade, certamente os horizontes da Contabilidade serão os mais amplos e

promissores.

A graduação é o início de um processo que no dia-a-dia deverá sofrer melhoria

contínua. Cada dia é uma nova oportunidade de aprender e colocar em prática os ensinamentos

adquiridos.

Lamentavelmente ainda encontramos profissionais muito voltados para si mesmos,

esquecendo que o fortalecimento da classe é iniciado pela união dos que a compõem.

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2.6 O Patrimônio

A palavra PATRIMONIO tem origem latina “patrimonium”, inicialmente tendo

como tradução a herança recebida do pai. O conceito inicial evoluiu e hoje entendemos como

Patrimônio o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa, correspondendo,

portanto, ao seu Patrimônio.

2.6.1 - Bens, direitos e obrigações.

Os bens de sua propriedade e os valores a receber de terceiros, bem como outros

direitos de uma pessoa representam os elementos positivos do patrimônio, os seus ativos.

Os valores provenientes de dívidas assumidas com terceiros e que serão devolvidos através de entrega de

ativos ou com surgimento de receitas, são elementos negativos do patrimônio, constituem o passivo.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES

BENS

Dinheiro

Estoques

Ferramentas Aluguéis a Pagar

Imóveis Contas a Pagar

Máquinas Dividendos a Pagar

Marcas e Patentes Empréstimos

Móveis e Utensílios Encargos Sociais a Recolher

Obras de Arte Financiamentos a pagar

Veículos Fornecedores

Impostos a Recolher

DIREITOS Promissórias a Pagar

Prvisão de 13º Salário

Aluguéis a Receber Prvisão de Fédias

Depósitos Bancários Salários a Pagar

Duplicatas a Receber Títulos a pagar

Empréstimos a Sócios

Impostos a Recuperar

Investimentos Bancários

Títulos a Receber

Figura 2 Fonte: Elaborada pelo autor.

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ESTÁTICA PATRIMONIAL

O Balanço patrimonial é uma das principais demonstrações contábeis, por meio da qual

podemos apurar situação patrimonial-financeira de uma entidade em determinado momento.

Serão evidenciadas, com bastante clareza, o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido da

entidade.

“ALPHA S.A.”

Balanço Patrimonial em 31-01-20..

ATIVO Passivo e Patrimônio Líquido

PASSIVO

Caixa 1.000 Títulos a Pagar 3.500

Bancos 800 Obrigações a Pagar 1.800 5.300

Títulos a Receber 3.000

Terrenos 1.700 PATRIMÔNIO Líquido

Veículos 500 Capital 4.000

Materiais 3.000 Reservas 700 4.700

T O T A L 10.000 T O T A L 10.000

ATIVO

Todos os elementos do Ativo estarão discriminados do lado esquerdo do Balanço

Patrimonial e serão representados por Bens e Direitos, como por exemplo: Caixa e Bancos

(valores que representam disponibilidades financeiras imediatas ), Títulos a Receber, Clientes ou

Duplicatas a Receber representando valores advindos empréstimos realizados a terceiros ou

Vendas efetuadas com vencimento futuro. Encontramos ainda os valores registrados de bens da

empresa tais como: Mercadorias, Terrenos, Imóveis, Veículos, Equipamentos e outros. É

oportuno lembrar que todas as contas com os termos complementares: a receber, a apropriar, a

compensar, pagas antecipadamente certamente terão grande possibilidade de serem classificadas

como de direitos, portanto serão do Ativo. Depreciação Acumulada de..., Amortização Acumu-

lada de... e Exaustão Acumulada de... são contas Redutoras do Ativo.

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PASSIVO

O Passivo compreende todas as obrigações a pagar da entidade assumidas com

terceiros, pessoas Jurídicas ou Físicas (Capitais de Terceiros). Os elementos estarão

representados do lado Direito da demonstração denominada Balanço Patrimonial. Entre outros

grupos do Passivo, podemos citar: Títulos a Pagar, Contas a Pagar, Fornecedores, Salários a

Pagar, Tributos a Pagar, Hipotecas a Pagar. Contas com a complementação em suas

nomenclaturas: a Pagar ou a Recolher indicam obrigações, portanto serão contas do Passivo.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O Patrimônio Líquido terá o seu valor apurado pela diferença entre o Total do Ativo

menos o Total do Passivo. (Bens e Direitos – Obrigações). Todos os elementos componentes do

Patrimônio Líquido estarão discriminados do lado direito do Balanço Patrimonial. Contas que

tiverem em sua nomenclatura o termo Reserva(s) certamente deverão ser classificadas no

Patrimônio Líquido.

Tomando-se como base o Balanço Patrimonial da empresa “ALPHA S.A.”

exemplificaremos abaixo:

Total do ativo da entidade . .. . . . . . . . . . . . . . 10.000$

Valor Total do Passivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.300$

Patriônio Liquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.700$

AS FONTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Podemos afirmar que as origens de recursos classificados no Patrimônio Líquido são de

fatos que nasceram dentro da própria entidade:

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Teoria da Contabilidade

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o INVESTIMENTOS – Efetuados pelos Investidores (proprietários) em troca

de Ações, quotas ou outras participações;

o RESERVAS – Valores oriundos dos resultados obtidos pela entidade

Lucros ou Prejuízos, provenientes dos resultados operacionais da entidade

(são recursos próprios oriundos das atividades operacionais do empre-

endimento).

EXERCÍCIO E SOLUÇÕES

EXERCÍCIO Nº 01

Conforme as transações, informadas a seguir, de maneira cronológica, elaborar um

Balanço Patrimonial da empresa COMERCIAL MANAUARA S.A., após cada operação (em R$

mil).

DATA FATOS OCORRIDOS VALOR

02/01/20X1 Investimento inicial de Integralização de

Capital, em dinheiro. 15.000R$

03/01/20X1 Aquisição de um Imóvel da Cia Beta S.A. com

Pagto. de R$ 2.000 e saldo a prazo 5.500R$

05/01/20X1 Compra a vista de Veículo Cia. VCA Ltda.

Pagamento efetuado pelo Caixa. 1.000R$

07/01/20X1 Aquisição de Equipamentos Industriais

(máquinas) da Cia. Brasil Ltda com

vencimento para 30 e 60 d.d.d. 3.000R$

10/01/20X1 Pagamento efetuado por Caixa referente

Aquisição de Instalações para a empresa. 1.500R$

14/01/20X1Empréstimo realizado junto ao Bco. Do Brasil

S.A, venc. Em 31/03/20X1 Cred. em Conta15.000R$

20/01/20X1 Pagamento saldo do Imóvel adquirido em

03/01/20X1 3.500R$

22/01/20X1 Integralização de Capital efetuada pelos

sócios com depósito efetuado no Bco. do

Brasil S.A. 7.000R$

25/01/20X1 Compra a vista de Mercadorias Para Revenda

com Pagto. Pelo CH. Nº 001 Bco. do Brasil

S.A. 10.000R$

01

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09

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19

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 02/01/20X1

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PATRIMONIO LÍQUIDO

Caixa 15.000R$ Capital 15.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 15.000R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 15.000R$

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 03/01/20X1

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 05/01/20X1

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PASSIVO

Cia Beta S.A. 3.500R$

Caixa 13.000R$ PATRIMONIO LÍQUIDO

Imóvel 5.500R$ Capital 15.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 18.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 18.500R$

01

02

03

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PASSIVO

Caixa 12.000R$ Cia Beta S.A. 3.500R$

Imóvel 5.500R$ PATRIMONIO LÍQUIDO

Veículos 1.000R$ Capital 15.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 18.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 18.500R$

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20

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 07/01/20X1

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PASSIVO

Caixa 12.000R$ Cia Beta S.A. 3.500R$

Imóvel 5.500R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$

Veículos 1.000R$

Equipamentos Industriais 3.000R$

PATRIMONIO LÍQUIDO

Capital 15.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 21.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 21.500R$

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 10/01/20X1

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 14/01/20X1

04

05

06

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PASSIVO

Caixa 10.500R$ Cia Beta S.A. 3.500R$

Imóvel 5.500R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$

Veículos 1.000R$

Equipamentos Industriais 3.000R$

Instalações 1.500R$

PATRIMONIO LÍQUIDO

Capital 15.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 21.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 21.500R$

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PASSIVO

Caixa 10.500R$ Cia Beta S.A. 3.500R$

Imóvel 5.500R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$

Veículos 1.000R$ Bco. do Brasil S.A (Emprest.) 15.000R$

Equipamentos Industriais 3.000R$

Instalações 1.500R$

Bco. do Brasil S.A (C.Movim.) 15.000R$

PATRIMONIO LÍQUIDO

Capital 15.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 36.500R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 36.500R$

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21

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 20/01/20X1

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 22/01/20X1

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PASSIVO

Caixa 7.000R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$

Imóvel 5.500R$ Bco. do Brasil S.A (Emprest.) 15.000R$

Veículos 1.000R$

Equipamentos Industriais 3.000R$

Instalações 1.500R$

Bco. do Brasil S.A (C.Movim.) 22.000R$

PATRIMONIO LÍQUIDO

Capital 22.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 40.000R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 40.000R$

COMERCIAL MANAUARA S.A

Balanço Patrimonial em 25/01/20X1

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PASSIVO

Caixa 7.000R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$

Imóvel 5.500R$ Bco. do Brasil S.A (Emprest.) 15.000R$

Veículos 1.000R$

Equipamentos Industriais 3.000R$

Instalações 1.500R$

Bco. do Brasil S.A (C.Movim.) 12.000R$

Mercadorias P/Revenda 10.000R$ PATRIMONIO LÍQUIDO

Capital 22.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 40.000R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 40.000R$

07

08

09

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

ATIVO PASSIVO

Caixa 7.000R$

Imóvel 5.500R$ Cia Brasil Ltda. 3.000R$

Veículos 1.000R$ Bco. do Brasil S.A (Emprest.) 15.000R$

Equipamentos Industriais 3.000R$

Instalações 1.500R$

Bco. do Brasil S.A (C.Movim.) 15.000R$

PATRIMONIO LÍQUIDO

Capital 15.000R$

TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 33.000R$ TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . 33.000R$

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22

2.6.2 - Composição patrimonial de acordo com a Lei 11.638/07

Estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei 6.404/76 x Lei 11.638/07.

ANTES DEPOIS

ATIVO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

ATIVO PERMANENTE

• INVESTIMENTO

• IMOBILIZADO

• DIFERIDO

ATIVO CIRCULANTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE

• REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

• INVESTIMENTO

• IMOBILIZADO

• INTANGÍVEL

• DIFERIDO

ANTES DEPOIS

PASSIVO CIRCULANTE

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO

PRAZO

RECEITAS DE EXERCÍCIOS

FUTUROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

• CAPITAL SOCIAL

• RESERVA DE CAPITAL

• RESERVA DE REAVALIAÇÃO

• RESERVAS DE LUCROS

• LUCROS OU PREJUIZOS

ACUMULADOS

PASSIVO CIRCULANTE

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

• EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

• RESULTADO DE EXERCÍCIOS

FUTUROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

• CAPITAL SOCIAL

• RESERVA DE CAPITAL

• AJUSTE DE AVALIAÇÃO

PATRIMONIAL

• RESERVAS DE LUCROS

• AÇÕES EM TESOURARIA

• PREJUIZOS ACUMULADOS

Pode-se verificar no quadro a cima, que com a vigência da Lei 11.368/07, já ocorreram

mudanças na estrutura do Balanço Patrimonial, como:

Figura 3 Fonte: Elaborada pelo autor.

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23

Criação do subgrupo “INTANGÍVEL” no Permanente, desdobrado do subgrupo

Imobilizado. (art. 179, VI);

Extinção da possibilidade de reavaliação dos bens do Ativo Imobilizado e,

consequentemente, eliminação das Reservas de Reavaliação;

O uso do subgrupo Diferido fica restrito ao registro das despesas pré-

operacionais e aos gastos de reestruturação. (art. 179, V);

Eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” mantendo somente a

conta “Prejuízos Acumulados” (art. 178, § 2°, d);

Criação, no Patrimônio Líquido, do subgrupo “Ajustes de Avaliação

Patrimonial”, englobando, (art. 182, § 3°) “;

Como “Reservas de Capital” passam a ser considerados apenas os ganhos

relacionados com o Capital Social da empresa;

Reserva de Lucros a Realizar – Inclusão, no cálculo da parcela realizada do

lucro líquido do exercício, do resultado não realizado da contabilização de ativo

e passivo pelo valor de mercado (art. 197, § 2°, II).

2.6.3. – Equação fundamental do patrimônio

A demonstração quantitativa do Patrimônio de uma entidade é denominada

como BALANÇO PATRIMONIAL, como já vimos, informando do lado esquerdo o

ATIVO e do lado direito o PASSIVO e o PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Figura 4 Fonte: Elaborada pelo autor.

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24

Uma das demonstrações clássicas da representação equilíbrio patrimonial é a indicada

acima onde visualizamos uma balança contendo dois pratos com pessoa iguais, indicando que a

soma das origens de recursos (recursos próprios mais capitais de terceiros) é exatamente igual ao

total das aplicações (bens e direitos).

A seguir apresentaremos outras representações que demonstram o equilíbrio dos valores

constantes em um BALANÇO PATRIMONIAL. Procurem com bastante calma analisarem

cuidadosamente as demonstrações e entenderão, certamente, a razão da igualdade de valores

existentes do lado esquerdo do (ATIVO, Bens e Direitos) e do lado direito (PASSIVO + PL,

Obrigações mais Capital Próprio).

PATRIMÔNIO

CONCEITO:

• CONJUNTO DE BENS PERTENCENTES A UMA PESSOA OU A

UMA EMPRESA BENS.

• VALORES A RECEBER E DIREITOS A RECEBER DIREITOS,

• CONTAS A PAGAR, DÍVIDAS OBRIGAÇÕES.

Podemos afirmar, portanto, que Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações

de uma entidade.

BENS :São as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas físicas ou jurídicas.

Em direito coisa é: “tudo aquilo que carece de personalidade’.

Somente o homem possui personalidade, portanto, coisa é tudo que existe além dele.

São Classificados em:

Bens Tangíveis = Aqueles que Têm forma física, são palpáveis (concretos).

Ex.: Veículos, estoques de mercadorias, ferramentas, imóveis, dinheiro,

móveis e utensílios, etc.

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25

Bens Intangíveis = Não são palpáveis, não constituídos de matéria.

Ex.: Marcas (Arisco, Coca-cola), patentes de invenção (direito exclusivo

de explorar uma invenção). Denominados também de incorpóreos

Conforme o Código Civil Brasileiro:

Bens Imóveis = Vinculados ao solo. Não podem ser retirados sem destruição ou

dano: edifício, árvores etc.

Bens móveis = Podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas:

animais (semoventes), máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias.

DIREITOS: Em Contabilidade entende-se como o poder de exigir alguma coisa de alguém. São

os valores a receber, tais como: títulos a receber, contas a receber, etc. No que se

refere a empresa, o direito a receber mais comum decorre das vendas a prazo,

quando a empresa vendedora emite uma duplicata como documento comprobatório

da transação. Esse direito denomina-se duplicatas a receber.

Como exemplos de outros direitos podemos destacar alugueis a receber, promissó-

rias a receber, impostos a recuperar, etc. Os valores depositados e ou aplicados em

instituições financeiras também são direitos das entidades.

OBRIGAÇÕES: São dívidas com outras Pessoas Jurídicas ou Físicas. Em Contabilidade tais

dívidas são denominadas obrigações exigíveis, compromissos que deverão

ser pagos nas datas de vencimento. Uma obrigação exigível bastante comum

nas empresas é a compra de mercadorias a prazo. Nesta operação a empresa

compradora fica devendo ao fornecedor da mercadoria; por essa razão, essa

dívida é conhecida como fornecedores.

Em algumas ocasiões as entidades recorrem a Instituições Financeiras

(Bancos) com a finalidade de obtenção de financiamentos com o objetivo de

melhorar o seu Capital de Giro ou aquisição de bens para suprir as

necessidades de suas atividades.

Obrigações trabalhistas, oriundas de encargos trabalhistas, são normais em

todas as entidades.

Outras obrigações exigíveis são com o governo; impostos a recolher – com as

financeiras; financiamentos a pagar – com o INSS e FGTS; encargos sociais a

recolher – com o locador do prédio; aluguéis a pagar.

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26

2.6.4 Representação gráfica dos estados patrimoniais

PATRIMÔNIO

PATRIMÔNIO DA CIA. CONTÁBEIS

BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS

Bens 1.830 Obrigações 4.500

Direitos 2.800

Nesta representação, coloca-se no lado esquerdo Bens e Direitos e

no lado direito, Obrigações.

PATRIMÔNIO DA CIA. TERESÓPOLIS

BENS + DIREITOS

OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS

Bens 1.830 Obrigações 4.500

Direitos 2.800 Patrimônio Líquido 130

TOTAL 4.630 TOTAL 4.630

Lado Esquerdo Lado Direito

BBeennss ++ DDiirreeiittooss –– OObbrriiggaaççõõeess EExxiiggíívveeiiss == PPaattrriimmôônniioo LLííqquuiiddoo

Patrimônio Líquido = $ ???? O P.L. pode ser negativo ???

Patrimônio Líquido = $ 130

Figura 4 Fonte: Elaborada pelo autor.

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27

PATRIMÔNIO

Pessoa Jurídica

Nasce de um contrato

Precisa de uma quantia inicial

$ para Iniciar o Negocio ????

Capital Social

Usam suas poupanças como

uma reserva Inicial e forne-

cem à PJ

Bens=Aplic. Caixa 90.000

PL = Origem Capital 90.000

ATIVO PC + PL

Aplicam na PJ

Sócios A - 30.000

B - 30.000

C - 30.000

90.000

Pessoas Físicas

Reúnem-se p/ estruturar a PJ

P. L = $ 90.000 Aplic. = $ 90.000

Figura 5 Fonte: Elaborada pelo autor.

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ATIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PASSIVO

ATIVO

PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ATIVO - PASSIVO

Balanço Patrimonial Ativo P e PL (origens)

Aplicaçõe

s

De

terceiros

e próprio

$$$$$$$

$

$$$$$$

$$

$$$

$

$

$$$$$$

$$

Caixa Estoque Máquinas Imóveis etc.

PPrroopprriieettáárriiooss

((PPLL))

FFoorrnneecceeddoorreess

GGoovveerrnnoo

BBaannccooss,, eettcc......

FFiinnaanncceeiirraa

ss eettcc..

Figura 6 Fonte: Elaborada pelo autor.

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29

DENOMINAÇÕES UTILIZADAS SOBRE PATRIMÔNIO

PATRIMONIO

OBRIGAÇÕESBENS DIREITOS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO EXIGÍVEL

OUTRAS DENOMINAÇÕES PARA PATRIMÔNIO LÍQUIDO:

SITUAÇÃO LÍQUIDA

OU

RECURSOS PRÓPRIOS

OU

CAPITAL PRÓPRIO

OU

PASSIVO NÃO-EXIGÍVEL

PASSIVO

ou

CAPITAL ALHEIO

ou

PASSIVO EXIGÍVEL

ou

CAPITAL DE TERCEIROS

ou

RECURSOS DE TERCEIROS

ATIVO

ou

CAPITAL APLICADO

ou

PATRIMONIO BRUTO

ou

RECURSOS APLICADOS

ou

APLICAÇÃO DOS RECURSOS

OU

Figura 7 Fonte: Elaborada pelo autor.

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30

3. INFORMAÇÃO CONTÁBIL

De maneira bastante objetiva, podemos afirmar que a Contabilidade coleta, processa e

divulga dados, traduzidos monetariamente, do patrimônio das entidades.

3.1 Técnicas Contábeis

Lopes de Sá, em seu Dicionário de Contabilidade, fala sobre técnica contábil como:

“conjunto de processos adotados em Contabilidade para registrar ou levantar os fatos

patrimoniais”. Considerando, portanto, a escrituração como técnica contábil. Os autores de

maneira geral consideram como técnicas contábeis: Escrituração, Demonstrações Contábeis,

Análise de Balanço e Auditoria.

Escrituração: Técnica que proporciona o levantamento e processamento dos

registros contábeis em ordem cronológica proporcionando uma historia real da

entidade ao longo do tempo;

Demonstrações Contábeis: São constituídas por um conjunto de peças que

evidenciam os resultados Econômicos e Financeiros das entidades em um

determinado momento e a apuração de vantagens ou desvantagens durante um

determinado período;

RELATÓRIOS DADOS

$

PATRIMONIAIS

PROCESSAMENTO

Figura 8 Fonte: Elaborada pelo autor.

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31

Podemos enumerar como principais:

Balanço Patrimonial;

Demonstração de Resultado do Período;

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;

Demonstração dos Fluxos de Caixa; e

Demonstração do Valor Agregado.

Análise de Balanço: É o estudo das demonstrações contábeis por meio de

índices que permitem avaliar a situação financeira, econômica e patrimonial das

entidades.

A Auditoria: No sentido lato, é um conjunto de procedimentos técnicos

aplicados sobre uma relação de responsabilidade, com o objetivo de emissão de

um relatório. Em sentido restrito, a Auditoria Contábil objetiva após aplicação

de procedimentos técnicos, a emissão de opinião sobre a adequação das

demonstrações contábeis através de parecer.

O CFC conceitua a Auditoria Contábil como:

A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos

técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação,

consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de

Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.

Resumo gráfico de Técnicas Contábeis:

ESCRITURAÇÃO

DEMONSTRAÇÕES

CONTÁBEIS

AUDITORIA

ANÁLISE DE

BALANÇO

Figura 9 Fonte: Elaborada pelo autor.

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32

3.2 Usuários da Informação Contábil

Todas as pessoas físicas ou jurídicas possuem algum patrimônio; logo podemos afirmar

que todas necessitam e se interessam por informações contábeis.

Podemos citar entre outros os interessados que seguem:

Os proprietários – todo proprietário (empresário), que pode ser um acionista ou

cotista, pessoa física ou jurídica necessita de informações para saber se as metas

estabelecidas estão sendo observadas e se os objetivos da empresa estão sendo

atingidos. Para tomar conhecimento sobre os resultados, favoráveis ou

desfavoráveis da empresa sempre as terá através das informações contábeis.

Os administradores – através da contabilidade, os administradores poderão

realizarem o planejamento das ações a serem tomadas, bem como, acompanhar

os resultados e analisar as variações ocorridas, uma vez que a maioria das

decisões envolvem aspectos financeiros. O conhecimento das práticas contábeis

e das informações geradas será de grande valia para todo administrador.

Os fornecedores – para os fornecedores de bens ou serviços é de grande

interesse ter conhecimento da situação financeira de seu cliente. Para tanto

existe o interesse sobre as informações contábeis com o objetivo de saber se o

seu cliente possui as condições financeiras, para na data de suas liquidações, por

compras realizadas, terão condições de liquidar tais compromissos.

Os clientes – é evidente que para os clientes há também interesse sobre o

conhecimento das informações contábeis de seus fornecedores. E muito

importante em alguns casos que o cliente tenha a certeza, principalmente sobre a

continuidade e capacidade suprir suas necessidades sobre o fornecimento de

bens ou serviços prestados.

Os banqueiros – os bancos, principais financiadores de capitais, sendo um dos

mais importantes agentes para o fomento da economia. Para o fornecimento de

credito e concessão de empréstimos a seus clientes sempre os mesmos passam

por análise e aprovação para a concessão de empréstimos para se assegurarem

que não terão futuros prejuízos.

Os economistas – Para a laboração de projetos, as peças contábeis são de grande

valia para os profissionais de economia. Através das informações contábeis os

mesmos terão uma visão sobre as reais condições econômicas e financeiras das

empresas, para bem elaborarem os seus trabalhos.

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33

O governo – como bem sabemos a principal fonte de arrecadação para os três

níveis de governo, municipal, estadual e federal, são as Pessoas Jurídicas através

de tributos e a maioria deles baseados em informações reunidas da contabilidade

das empresas. O Sistema Tributário Nacional é o instrumento responsável

pela distribuição de renda arrecadada através dos tributos pagos

pelos brasileiros. O tributo tem como finalidade o financiamento dos serviços

públicos prestados no Brasil, tais como serviços de segurança pública, educação,

fiscalização, previdência social, entre outros.

Os sindicatos – e evidente que as classes trabalhistas, através dos sindicatos são

também interessados nas informações contábeis das empresas com a finalidade

de acompanhar os resultados econômicos e a saúde financeira das empresas com

o objetivo de bem negociarem os reajustes da categoria e também analisarem a

participação nos resultados.

Os auditores – os profissionais de auditoria são contratados para emitir opinião

sobre a adequação ou não dos demonstrativos contábeis elaborados. É evidente

que para os mesmos os relatórios contábeis são peças fundamentais para

elaboração de seu trabalho.

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34

4 . PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE – CFC

De acordo com a estrutura conceitual do CFC: os Princípios Fundamentais de

Contabilidade são aqueles determinados pelo Conselho Federal de Contabilidade, pela

Resolução CFC Nº 750/94, e complementarmente temos a Resolução CFC Nº 794, que se trata

de um Apêndice aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, contendo comentários sobre o

conteúdo dos enunciados, tendo por objetivo uma melhor compreensão sobre tão importante

assunto.

A própria resolução nos diz que os Princípios Fundamentais de Contabilidade,

aprovados pela Resolução CFC n° 750-93, de 29 de dezembro de 1993, requerem, para o seu

amplo entendimento pelos usuários da informação contábil e para a perfeita compreensão pelos

profissionais da contabilidade, um grau de detalhamento que não é possível abranger os próprios

enunciados.

4.1 Resolução 750/94 – CFC

A Resolução CFC Nº 750/94 estabelece que os Princípios Fundamentais de

Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da

Contabilidade,consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País.

Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio

das Entidades. A Resolução 774/94 esclarece que os Princípios Fundamentais de Contabilidade

representam o núcleo central da própria Contabilidade, na sua condição de “ciência social”, sendo a ela

inerentes. Os Princípios constituem sempre vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de

universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância ...Os princípios

contábeis, de acordo com a estrutura do CFC, foram determinados pela Resolução CFC Nº 750/94, e

comentada pela Resolução CFC Nº 794

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35

De acordo com essas resoluções, os Princípios Fundamentais de Contabilidade são:

ENTIDADE;

CONTINUIDADE;

OPORTUNIDADE;

REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

COMPETÊNCIA;

PRUDÊNCIA.

A seguir serão fornecidas as características desses princípios, extraídas da Resolução 750.

PRINCÍPIO DA ENTIDADE

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e

afirmando a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo

dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas,

uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüente,

nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de

sociedade ou instituição.O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A

soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas

numa unidade de natureza econômico-contábil.

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável,

deve ser considerada quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais,

quantitativas e qualitativas.

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A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o

vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo

determinado, previsto ou previsível. A observância do Princípio da CONTINUIDADE é

indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar

diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir

dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.

PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à

integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de

imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Como

resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:

Desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve

ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua

ocorrência;

o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando

os aspectos físicos e monetários;

o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no

patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base

necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das

transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país, que serão

mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou

decomposições no interior da ENTIDADE.

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Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:

a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores

de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os

agentes externos ou da imposição destes;

uma vez integrado ao patrimônio, o bem, direito ou obrigação não

poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-

somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial

ou integral, a outros elementos patrimoniais;

o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do

patrimônio, inclusive quando da saída deste;

o uso da moeda do país na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui

imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em

que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou

pagamento.

O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo

resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das

mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas,é conseqüente

natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. As consideram-se realizadas:

nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou

assumirem compromisso de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens

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anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta

prestados;

quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o

motivo,sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou

maior;

pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de

terceiros;

no recebimento efetivo de doações e subvenções.

Consideram-se incorridas as despesas:

quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua

propriedade para terceiro;

pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes

do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas

igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio

líquido.O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte

menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios

Fundamentais de Contabilidade.O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores,

constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às

variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

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39

RESUMO DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

ENTIDADE:

1.Reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade, afirmando a

autonomia patrimonial;

2.O patrimônio não se confunde com aqueles dos sócios ou

proprietários.

CONTINUIDADE:

A continuidade das operações e presumida indefinidamente pela

Contabilidade.

OPORTUNIDADE:

Os registros contábeis relacionados às mutações patrimoniais

efetuados de forma tempestiva e integral, no tempo (momento) certo e

com extensão correta.

REGISTRO PELO

VALOR ORIGINAL:

Os componentes patrimoniais devem ser registrados pelos valores

originais (documentais) das transações com o mundo exterior,

expressos a valor presente na moeda do país.

COMPETÊNCIA:

As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado

do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se

correlacionarem, independente de terem sido recebidas ou pagas.

PRUDÊNCIA:

Determina a adoção do menor valor aos componentes do ATIVO e

maior para o PASIVO, sempre que se apresentarem alternativas

igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais

que alteram o Patrimônio Líquido.

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40

5 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

No Capítulo 3 conhecemos algumas Técnicas Contábeis tais como:

Escrituração;

Demonstrações Contábeis;

Balanço Patrimonial;

Demonstração de Resultado do Período;

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;

Demonstração dos Fluxos de Caixa; e

Demonstração do Valor Agregado.

Análise de Balanço; e

A Auditoria.

Para iniciantes o estudo de Ciências Contábeis iremos explorar parcialmente tais técnicas,

tais como:

Escrituração;

Demonstrações Contábeis;

Balanço Patrimonial;

Demonstração de Resultado do Período.

5.1 Escrituração

Não teríamos hoje condições de elaborarmos as demonstrações contábeis se inexistisse

a escrituração dos fatos contábeis. A escrituração representa uma técnica utilizada pela

contabilidade e representa o registro, em livros próprios, de todos os fatos que provocam

alterações no patrimônio da empresa. É importante lembrar alguns conceitos, antes de mais nada

sobre aquilo que efetivamente é escriturado contabilmente.

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41

Na verdade a escrituração, não é nada mais que o registro de ações administrativos que

causam variações no patrimônio da entidade, portanto devemos distinguir quais que podem ser

traduzidos como fatos contábeis.

Ações Administrativos – São ocorrências que podem ou não modificar os elementos

patrimoniais, tais como: reunião da diretoria, compra de veículo, inventário de bens, compra de

mercadorias para revenda ou consumo, admissão ou demissão de colaborador etc.. São Atos e

Fatos Administrativos.

Ato Administrativo - Ação praticada pela administração que não provoca (podendo vir

a provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto, não

interessa à contabilidade.

Exemplo: avalizar uma compra, ATO ADMINISTRATIVO, não altera o Patrimônio.

Fato Administrativo - Ação praticada pela administração que provoca alteração

qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da entidade, portanto interessa à contabilidade.

Exemplo: pagar o aval de uma compra, FATO ADMINISTRATIVO = FATO CONTABIL,

ALTERA O PATRIMÔNIO.

Fatos Contábeis – São ocorrências que provocam alterações qualitativas e quantitativas

nos elementos do patrimônio, tais como: compra de mercadorias para revenda, compra de

veículo, venda de mercadorias, pagamento de ordenados e salários etc..

5.2 – Variações Patrimoniais

Conceito de Variações Patrimoniais: São todas as alterações sofridas pelo patrimônio na

sua composição qualitativa e/ou quantitativa em virtudes de atos praticados pela administração,

ou fatos vinculados às atividades da entidade ou, ainda, resultantes de fatos totalmente

imprevistos ou fortuitos.

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Podemos verificar que todo fato contábil é um fato administrativo, todavia não

podemos afirmar que todo ação administrativo se constitua em um fato contábil. As decisões dos

administradores das entidades que podem ser traduzidos (convertidos) monetariamente em

moeda são aqueles que denominamos como fatos contábeis, e portanto, deverão ser reconhecidos

contabilmente em sua escrituração.

Sá, Antônio Lopes de, em seu livro Princípios Fundamentais de Contabilidade, quando

se reporta sobre variações patrimoniais, afirma:

As variações patrimoniais e o Princípio da COMPETÊNCIA

A compreensão do cerne do Princípio da COMPETÊNCIA está diretamente

ligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestas

encontramos duas grandes classes: a daquelas que somente modificam a

quantidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no

montante do Patrimônio Líquido, e a das que o modificam. As primeiras são

denominadas de ”qualitativas”, ou “permutativas”, enquanto as segundas são

chamadas “quantitativas”, ou “modificativas”. Cumpre salientar que estas

últimas sempre implicam a existência de alterações qualitativas no patrimônio,

a fim de que permaneça inalterado o equilíbrio patrimonial.

5.2.1 – Tipos de Variações Patrimoniais:

Os fatos contábeis podem ser classificados em:

- Fatos Permutativos (ou compensativo): são aqueles que apenas provocam

alterações em contas do patrimônio. O valor e do fato não irá afetar o

Patrimônio Líquido da entidade;

Exemplos:

depósito bancário;

venda de um bem sem lucro nem prejuízo;

compra de mercadorias a prazo;

compra de mercadorias a vista;

aumento de capital com Reservas;

pagamento de uma dívida.

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- Fatos Modificativos: são todos aqueles que modificam o Patrimônio Líquido

da entidade, na maioria das vezes envolvem contas de Resultado (Despesas ou

Receitas).

Exemplos:

constituição do capital da entidade;

despesas com energia a pagar;

pagamento de despesas com ordenados e salários;

pagamento de despesas de aluguel;

recebimento de receitas com serviços;

receitas de vendas a receber

recebimento de juros ativos;

pagamentos de juros passivos.

- Fatos Mistos (ou composto): São todos os fatos que envolvem além de contas

do patrimônio entre si ainda modificam a Situação Líquida da entidade,

provocam alterações no Patrimônio Líquido.

Exemplos:

recebimento de um direito com juros ou desconto;

venda de um veículo com lucro ou prejuízo;

pagamento de uma obrigação com juros ou desconto;

venda de mercadorias para revenda com lucro ou prejuízo;

operação de Desconto de Duplicatas;

compra ou venda de ações com ágio ou deságio, etc.

5.2.1.1 - Superveniência e Insubsistência

Conceito: Eventuais alterações positivas ou negativas da Situação Líquida, independentes de

intervenção da gestão.

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Superveniência: Provocam aumento e pode ser:

SUPERVENIÊNCIA ATIVA

– Aumento do ativo (variação patrimonial ativa). Ex: Recebimento de valores

provenientes de prêmios, loterias, herança ou legado doação.

SUPERVENIENCIA PASSIVA

– Aumento do passivo (variação patrimônio passiva). Ex: Reconhecimento de

dívidas anteriormente não registradas no passivo, provenientes de decisão

judicial ou de outros casos fortuitos.

Insubsistência: Provocam diminuição e pode ser:

INSUBSISTÊNCIA DO ATIVO

– diminui o ativo (variação patrimonial passiva) Ex: Ocorrência de incêndio,

furto, perda de rebanho por morte.

INSUBSISTËNCIA DO PASSIVO

– diminui o passivo (variação patrimonial ativa). Ex: Redução no valor das

obrigações por motivo de prescrição ou baixa da dívida correspondente

Efeitos no Patrimônio Líquido

Superveniência ativa – Aumenta o patrimônio líquido (receita)

Superveniência passiva – Diminui o patrimônio líquido (despesa)

Insubsistência do ativo – Diminui o patrimônio líquido (despesa).

Também denominada de Insubsistência Passiva.

Insubsistência do passivo – Aumenta o patrimônio líquido

(receita). Também denominada de Insubsistência Ativa.

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45

5.2.1.2 – Contas de Resultado (elementos modificativos)

Receitas

As Receitas constituem os elementos denominados positivos, ou seja, aumentam

o Patrimônio Líquido.

Abaixo algumas nomenclaturas de Receitas:

receitas com vendas;

receitas de alugueis;

juros ativos;

descontos obtidos;

outras receitas.

Para o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (PCP), organismo criado pela

Resolução n.1.055/2005 para o estudo, o reparo e emissão de Procedimentos

Técnicos sobre normas de Contabilidade, Receitas “são aumento nos

benefícios econômicos durante o período sob a forma de aumentos de Ativos

ou diminuição de Passivos, que resultam em aumentos do Patrimônio Líquido

e que não sejam provenientes de aportes dos proprietários da entidade”.

Despesas.

De maneira inversa as Despesas São consideradas como elementos negativos

que, reduzem o Patrimônio Líquido da entidade. Podem ser consideradas como

consumo de um bem ou serviço que direta ou indiretamente irão gerar Receitas.

São também as Despesas consideradas como reduções do Ativo sem a

correspondente redução do Passivo.

Podemos exemplificar como Despesas:

Custo das Mercadorias Vendidas (CMV);

Custo dos Produtos Vendidos (CPV);

Custo dos Serviços Prestados (CSP);

impostos sobre vendas;

despesas com salários;

despesas com condução;

despesas com veículos;

juros passivos;

despesas com seguros;

despesas com encargos sociais;

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Para o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (PCP), despesas “são decréscimos nos

benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída ou redução de ativos ou

incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do Patrimônio Líquido e que não sejam

provenientes de distribuição de resultado ou de Capital aos proprietários da entidade”.

Toda entidade constituída, para exercer atividade, com objetivo de obter Lucro, visa

evidentemente o crescimento de seu patrimônio através de realização de Lucros.

A máxima contábil da Confrontação da Receita (para cada receita teremos uma ou mais

despesas que lhe deu origem), as Receitas devem sempre ser apresentadas em confronto com as

Despesas correspondentes, pois somente dessa forma que apuramos o resultado (Lucro ou

Prejuízo), aumentando ou diminuindo o Patrimônio Líquido.

Confrontação das Contas de Resultado:

Quando as Receitas superarem as Despesas em um mesmo período, afirmamos que a

entidade obteve um Lucro. R > D

Quando as Despesas superarem as Receitas, afirmamos que a entidade obteve um

Prejuízo. D > R

Podendo, raramente ocorrer, a igualdade entre as Receitas e Despesas em um período e

caso isso ocorra o resultado será nulo. R = D

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ESUMO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

BENS

RECEITAS

DESPESAS

OBRIGAÇÕES

DIREITOS

PATRIMONIO

LÍQUIDO

ATIVO PASSIVO

APLICAÇÕES DE

RECURSOS

ORIGENS DE

RECURSOS

ORIGENS DE

RECURSOS

CONSUMO DE

APLICAÇÕES

FATOS MODIFICATIVOS

Figura 10 Fonte: Elaborada pelo autor.

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Os fatos contábeis provocam impactos qualitativos e/ou quantitativos no Patrimônio de

uma entidade, modificando a situação patrimonial. Assim podemos analisar o Exercício abaixo:

a) Constituição da Cia. Contábeis Só Nota Dez com o Capital de R$ 100.000,00, em

espécie.

CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX

Data:

(Em R$ 1,00)

ATIVO PASSIVO + PL

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 100.000,00 Capital 100.000,00

T O T A L 100.000,00 T O T A L 100.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

Cia. Contábeis Só Nota Dez

Ativo = Passivo + Patrimônio

Líquido

R$ 100.000,00 =

0 + R$ 100.000,00

R$ 100.000,00 = R$ 100.000,00

Comentários: observem que os sócios (pessoas físicas ou jurídicas) através de dinheiro

constituíram o Capital da Cia. Contábeis Só Nota Dez, dessa forma, fazendo nascer uma nova

(entidade) Pessoa Jurídica. No momento a nova Pessoa Jurídica, Cia. Contábeis Só Nota Dez,

possui recursos próprio no valor de R$ 100.000,00 (Capital) e verificamos que o mesmo valor

constará no Caixa da entidade, aplicação de recursos R$ 100.000,00. Constatamos aqui um Fato

Modificativo, pois o Patrimônio Líquido da entidade que era R$ 0,00 passou a ser de R$

100.000,00.

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b) os investidores praticaram os seguintes atos administrativos:

reunião para definirem o início das atividades comerciais;

abertura de vagas para contratação de colaboradores (funcionários);

para maior segurança dos bens numerários existentes decidiram pela aber-

tura de uma Conta Corrente no Banco do Brasil S.A. depositando na

mesma 50% das disponibilidades imediatas da empresa.

CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX

Data:

(Em R$ 1,00)

ATIVO PASSIVO + PL

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 50.000,00 Capital 100.000,00

Bancos c/Movimento 50.000,00

T O T A L 100.000,00 T O T A L 100.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

Cia. Contábeis Só Nota Dez

Ativo = Passivo + P. Líquido

Bens R$ 50.000,00 0 + R$ 100.000,00

Direitos R$ 50.000,00 = R$ 100.000,00

TOTAL R$ 100.000,00 = R$ 100.000,00

Comentários: como podemos observar no item “b” nem todo ação administrativo será

considerado como sendo um Fato Contábil. A decisão dos administradores de se reunirem para

definirem o início das atividades comerciais não será um Fato Administrativo, pois nenhuma

influencia provocará monetariamente a entidade. Outra decisão tomada, a de abrirem vagas para

contratação de colaboradores. A exemplo do primeiro caso não provocou impacto qualitativo

e/ou quantitativo ao Patrimônio da entidade, portanto, não é um Fato Contábil e por esta razão

não será reconhecido contabilmente.

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50

A terceira ação administrativo abertura de uma Conta Corrente no Banco do Brasil S.A.

depositando na mesma 50% das disponibilidades imediatas da empresa, este sim, por ser um

Fato Administrativo provocou um impacto qualitativo, portanto um Fato Contábil Permutativo.

O Patrimônio Líquido da entidade não sofreu acréscimo nem decréscimo permaneceu com o

valor de R$ 100.000,00. O depósito de R$ 50.000,00 no Banco do Brasil S.A. quando

reconhecido contabilmente provocou uma permuta entre contas do Ativo (aplicações de

recursos) a conta Caixa que tinha um montante de Bens Numerários no valor de R$ 100.000,00

ao entregar 50% à instituição financeira adquiriu um direito em igual valor.

d) Compra de um veículo a prazo 30 e 60 d.d.d. (notas promissórias) por R$ 25.000,00.

CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX

Data:

(Em R$ 1,00)

ATIVO PASSIVO + PL

PASSIVO

Caixa 50.000,00 Notas Promis. a Pagar 25.000,00

Bancos c/Movimento 50.000,00

Veículos 25.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital 100.000,00

T O T A L 125.000,00 T O T A L 125.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

Cia. Contábeis Só Nota Dez

=

Bens 75.000,00R$ Cap. Terc. 25.000,00R$

Direitos 50.000,00R$ Cap. Prop. 100.000,00R$

TOTAL 125.000,00R$ = TOTAL 125.000,00R$

Ativo Passivo + Patrim. Líquido

Comentários: houve um acréscimo no Ativo de R$ 25.000,00 com a aquisição de um

veículo (Bem) e ao mesmo tempo um acréscimo no Passivo em igual valor, pelo registro

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compromisso assumido no ato da compra (Obrigação). Observem que o Patrimônio Líquido não

sofreu variação, portanto, tivemos um impacto qualitativo, Fato Contábil Permutativo.

e) Compra de Mercadorias para Revenda aprazo no valor de R$ 35.000,00 com

vencimentos em 30 e 60 d.d.d.

CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX

Data:

(Em R$ 1,00)

ATIVO PASSIVO + PL

PASSIVO

Caixa 50.000,00 Fornecedores 35.000,00

Bancos c/Movimento 50.000,00 Notas Promis. a Pagar 25.000,00

Mercadorias p/Revenda 35.000,00

Veículos 25.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital 100.000,00

T O T A L 160.000,00 T O T A L 160.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

Cia. Contábeis Só Nota Dez

=

Bens 110.000,00R$ Cap. Terc. 60.000,00R$

Direitos 50.000,00R$ Cap. Prop. 100.000,00R$

TOTAL 160.000,00R$ = TOTAL 160.000,00R$

Ativo Passivo + Patrim. Líquido

Comentários: houve um acréscimo no Ativo de R$ 35.000,00 com a aquisição de

Mercadorias para Revenda (Bens) e um acréscimo no Passivo de valor idêntico, pelo registro da

dívida assumida no ato da compra (Obrigação). Permanecendo e o Patrimônio Líquido

inalterado, o Fato Contábil Permutativo.

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Consideramos no Passivo o valor da compra a prazo de mercadorias para revenda no

grupo de Fornecedores. Motivo: as obrigações provenientes de compra de bens para uso,

consumo ou comercialização são classificadas neste grupo (Fornecedores).

e) Venda de mercadorias adquiridas ao custo de R$ 15.000,00 por R$ 25.000,00 a prazo

com vencimento para 30 d.d.d.

CNPJ. XX.XXX.XXX/0001-XX

Data:

(Em R$ 1,00)

ATIVO PASSIVO + PL

PASSIVO

Caixa 50.000,00 Fornecedores 35.000,00

Bancos c/Movimento 50.000,00 Notas Promis. a Pagar 25.000,00

Clientes 25.000,00

Mercadorias p/Revenda 20.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Veículos 25.000,00 Capital 100.000,00

(+)Receitas 25.000,00

(-)Despesas 15.000,00

T O T A L 170.000,00 T O T A L 170.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

Cia. Contábeis Só Nota Dez

=

Bens 95.000,00R$ Cap. Terc. 60.000,00R$

Direitos 75.000,00R$ Cap. Prop. 100.000,00R$

Resultado 10.000,00R$

TOTAL 170.000,00R$ = TOTAL 170.000,00R$

Ativo Passivo + Patrim. Líquido

Comentários: houve um acréscimo no Ativo de R$ 25.000,00 com a obtenção de um

Direito adquirido pel[a Revenda de Mercadorias e um acréscimo no Patrimônio Líquido de

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igual valor (Receita de Vendas) , ocorrendo também um decréscimo no Patrimônio Líquido pelo

reconhecimento do Custo das Mercadorias Vendidas (despesa). Ocorreu um Fato Misto pois

envolveu além de contas do patrimônio entre si ainda houve modificação a Situação Líquida da

entidade, provocam alterações no Patrimônio Líquido.

Analisando o Princípio de Competência: “As receitas e despesas devem ser incluídas na

apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se

correlacionarem, independente de terem sido recebidas ou pagas”. Foi o que ficou caracterizado

como registro contábil o registro simultâneo da Receita s/Vendas e a Despesa provocada pela

obtenção da mesma Receita (Despesas são Gastos necessários para obtenção de Receitas).

Confrontação do Resultado: R > D Receitas maiores que Despesas, portanto Lucro.

5.1 - Evolução da escrituração no Brasil

Interferência marcante da legislação

O Código Comercial 1850, uma das primeiras manifestações que instituiu a

obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração anual do balanço geral

das empresas comerciais no Brasil.

Em 1940 o Decreto-Lei nº. 2627 , constituiu a primeira Lei das S/A,

determinando procedimentos para a contabilidade, como regras para avaliação

de ativos, apuração e distribuição dos lucros, criação de reservas, padronizações

para publicação do Balanço e demonstração de Lucros e Perdas.

O CFC através da Resolução 321/72 passou a adotar os Princípios de

Contábeis, como normas resultantes do desenvolvimento da aplicação prática

dos princípios técnicos emanados da contabilidade.

Foi publicada em 1976 a nova Lei das S/A Nº 6404, significando uma nova fase

para o desenvolvimento da contabilidade no Brasil e de forma definitiva

incorporando as tendências da Escola Norte-Americana.

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Teoria da Contabilidade

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Recentemente em 2007 foi publicada a Lei 11.638/07, com a preocupação maior

de tornar a Composição Patrimonial de acordo com as Normas Internacionais de

Contabilidade, atendendo as exigências provocadas pela Globalização.

5.2 – Mecanismo de Débito e Crédito

O equilíbrio patrimonial existe, partindo da afirmativa que a soma dos Débitos

reconhecidos contabilmente sempre será igual d soma dos Créditos existentes na Escrituração

Contábil. Podemos constatar a veracidade da afirmativa pelos demonstrativos até aqui

apresentados.

Alguns autores procuram, quando abordam o assunto, afirmar que débitos são valores

positivos e créditos são valores negativos. Se formos analisar matematicamente tal informação

iremos constatar que ela é falsa, pois: A – P = PL matematicamente falando se fossemos

resolver esta expressão teríamos { A – (-P)} = PL, portanto A + P = PL. Afirmamos que os

valores do Ativo sempre serão maiores que zero e os valores que compõem o Passivo, a exemplo

daqueles, também serão maiores de zero. O mais correto seria afirmar que a soma dos valores

constantes no Ativo são valores favoráveis e a soma dos valores do Passivo são os desfavoráveis

em relação ao Patrimônio da entidade.

Para melhor entendimento sobre o mecanismo de Débito e Crédito vamos em primeiro

lugar conhecer a natureza das contas contábeis em relação ao assunto.

Conta de Natureza Devedora, aquela que têm o seu saldo devedor:

Contas do Ativo, exceto as Retificadoras;

As contas do Ativo, aquelas nas quais encontramos os valores

representantes de Bens e Direitos da entidade, são de Natureza Devedora,

representa dizer que os seus saldos serão sempre devedores, com exceção

das Contas Retificadoras que são aquelas que, como o próprio nome

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indica retifica (reduz) o valor da conta principal (ex.: Provisão

p/Desvalorização de Estoques, Depreciação Acumulada, Amortização

Acumulada, etc).

São contas denominadas como Patrimoniais, os seus saldos são de

caráter permanente, o que vale dizer que passam de um exercício

financeiro para outro levando os saldos existentes.

Contas de Despesas.

Todas as contas de Despesas são de Natureza Devedora, o que vale

lembrar que são sempre crescentes com valores a elas debitados e

decrescentes com créditos eventualmente reconhecidos (lançados).

São contas denominadas como de Resultado, são chamadas de

Transitórias, ou seja, são encerradas no final de cada Exercício

Financeiras com a finalidade de apuração do resultado, Lucro ou

Prejuízo (Superávit ou Déficit) reiniciando nova acumulação de valores

no primeiro dia do exercício subsequente conforme a sucessão dos fatos

contábeis.

Conta de Natureza Credora, aquelas que têm o saldo credor:

Contas do Passivo, exceto as Retificadoras;

Contas do Passivo, aquelas nas quais encontramos os valores

correspondentes às obrigações da entidade (dívidas assumidas junto a

terceiros), são de Natureza Credora, isto é, os seus saldos serão sempre

credores, com exceção das Contas Retificadoras que, a exemplo daquelas

do Ativo, retifica (reduz) o valor da conta principal.

São contas, como aquelas do ativo, denominadas como Patrimoniais, os

seus saldos são de caráter permanente, passam de um exercício

financeiro para outro levando os saldos existentes.

Contas do Patrimônio Líquido.

Contas do Patrimônio Líquido, aquelas nas quais encontramos os valores

correspondentes às origens de recursos, denominado de Capitais

Próprios, correspondentes ao valor integralizado pelos investidores,

Pessoas Físicas ou Jurídicas e demais valores oriundos da própria

atividade da entidade como por exemplo resultados favoráveis (lucros)

ou desfavoráveis (prejuízos). São de Natureza Credora, isto é, os seus

saldos serão sempre credores, com exceção das Contas Retificadoras,

reduz o valor da conta principal (ex.: Prejuízos Acumulados, Ações em

Tesouraria).

O resultado apurado no final e cada Exercício Financeiro (Lucro ou

Prejuízo), será incorporado a este Grupo Patrimonial.

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Teoria da Contabilidade

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São contas, denominadas como Patrimoniais, os seus saldos são de

caráter permanente, passam de um exercício financeiro para outro

levando os saldos existentes.

Contas de Resultado.

Todas as contas de Receitas são de Natureza Credora, são sempre

crescentes com valores a elas creditados e decrescentes com débitos

eventualmente lançados.

São contas denominadas como de Resultado, são chamadas de

Transitórias, por serem encerradas no final de cada Exercício Financeiras

com a finalidade de apuração do resultado, Lucro ou Prejuízo (em

Contabilidade Publica e nas entidades sem fins lucrativos as

terminologias utilizadas são: Superávit ou Déficit) reiniciando nova

acumulação de valores no primeiro dia do exercício subsequente

conforme os fatos contábeis que as movimentarão.

QUADRO RESUMO DOS EFEITOS DÉBITO X CRÉDITO

Natureza Para o Saldo

Das Contas Do Saldo Aumentar Diminuir

Ativo = Bens e Direitos D D C

Passivo = Obrigações C C D

Patrimônio Líquido C C D

Receitas C C D

Despesas D D C

Contas Retificadoras do Ativo C C D

Contas Retificadoras do Passivo D D C

DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO; CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO

Figura 11 Fonte: Elaborada pelo autor.

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NATREZA DAS CONTAS

DÉBITO CRÉDITO

Acréscimos Decréscimos

DESPESAS

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

DÉBITO CRÉDITO

Decréscimos Acréscimos

RECEITAS

As contas de Receitas são de Natureza Credora

As contas do Ativo são de Natureza Devedora

As contas de Despesas são de Natureza Devedora

ATIVO

As contas do Passivo e do Patrimônio Líquido são de

Natureza Credora

São denominadas de Resultado, pois é exatamente por intermédio das mesmas que sabemos,

no final de cada período, se a entidade obteve resultado favorável ou desfavorável [(Lucro /

Prejuizo) ou (Déficit / Superávit)]

Como podemos verificar: contas do Ativo (Aplicações de Recursos) são de Naturesa Credora,

contas do Passivo (Capitais de Terceiros) e Patrimonio Líquido (Capital Próprio), são de Natu-

reza Credora

Contas de Resultado: Receitas e Despesas.

Figura 12 Fonte: Elaborada pelo autor.

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5.2.1. Lançamento Contábil

Foi com o surgimento da escrita que o homem de maneira mais clara conseguiu

historiar as ações praticadas por ele próprio, bem como, as ocorrências de fenômenos naturais

ocorridos e registrar previsões de fatos futuros, procurando muitas vezes evitar eventuais danos

baseado em suas memórias devidamente registradas.

Podemos afirmar que é através dos lançamentos contábeis que contamos de maneira

real a HISTÓRIA da entidade, uma vez que, como veremos em tópico próprio, no livro

obrigatório denominado Diário Geral, teremos os registros efetuados em ordem cronológica de

todos os Fatos Contábeis ocorridos na entidade. Se voltarmos ao item 4 (PRINCÍPIOS

FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE) verificamos que os mesmos deverão ser rigorosamente

atendidos por todos os profissionais de contabilidade. Em especial: o Princípio da Entidade; o

Princípio da Oportunidade; e o Princípio da Competência.

O lançamento contábil é o registro de um fato contábil e todo fato que origina um

lançamento contábil deve estar suportado em documentação idônea.

Fazendo uma breve analise constaremos que quando se trata do Princípio da Entidade,

somente os fatos contábeis relacionados com a entidade (pessoa Jurídica 100% independente das

demais Pessoas Jurídicas ou Físicas relacionadas ou não com ela) deverão ser escriturados.

Princípio da Entidade: Reconhece o patrimônio como objeto da

contabilidade, afirmando a autonomia patrimonial; .O patrimônio não se

confunde com aqueles dos sócios ou proprietários.

Princípio da Oportunidade: Os registros contábeis relacionados às

mutações patrimoniais efetuados de forma tempestiva e integral, no

tempo (momento) certo e com extensão correta.

Princípio da Competência: As receitas e despesas devem ser incluídas

na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre

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simultaneamente quando se correlacionarem, independente de terem sido

recebidas ou pagas.

No Diário Geral encontraremos fato a fato registrado rigorosamente em ordem

cronológica, atendendo aos Princípios Contábeis acima, mostrando exatamente a HISTÓRIA da

entidade.

Lançamentos são os registros dos fatos contábeis, efetuados de acordo com o método

das partidas dobradas. É feito em ordem cronológica e obedecendo a determinada técnica.

O lançamento é feito nas contas Patrimoniais, pertencentes ao grupo do ATIVO,

PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, e nas contas de Resultado, representadas pelas

RECEITAS, e DESPESAS (em Capítulo próprio sobre Plano de Contas estudaremos melhor o

assunto).

5.2.1.1 - Etapas para se Efetuar um Lançamento.

Na existência de um fato contábil, devemos seguir algumas etapas para efetuar seu devido

lançamento, sempre levando em consideração os Princípios Contábeis.

Exemplo: Compra de Mercadorias Para Revenda à vista em espécie no valor total de

R$ 1.000,00

1ª Etapa – identificar as contas envolvidas no fato;

Mercadorias Para Revenda (bem de venda)

Caixa (bem - valor em espécie)

2ª Etapa – identificar a que grupos pertencem e a natureza das contas:

Ativo (A) - natureza Devedora (D);

Passivo (P) - natureza Credora;

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Patrimônio Líquido (PL) - natureza Credora;

Receitas (R) - natureza Credora; ou

Despesas (D) - natureza Devedora (D).

Caixa – Ativo (A)

Veículo – Ativo (A)

3ª Etapa – analisar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o saldo aumento ou

diminuição; no caso:

Caixa (A) pela saída de numerários o saldo diminuirá ( - ).

Veículos (A) com o acréscimo de um bem o saldo aumentará ( + ).

4ª Etapa – efetuar o lançamento contábil segundo o método das partidas dobradas.

A conta Veículos aumentará, portanto será a conta a ser debitada;

A conta Caixa, com a saída de bens numerários, diminuirá, portanto será creditada.

Lançamento: Débito: Conta Veículos

Crédito: Caixa

5.2.1.2 - Funções do Lançamento

Ao conjunto de lançamentos, como já estudamos, denomina-se ESCRITURAÇÂO. O

lançamento é uma parcela da Escrituração, e apresenta duas funções:

Função Histórica

Consiste em narrar o fato contábil em ordem cronológica.

Função Monetária

Compreende o registro da expressão monetária dos fatos e seu

agrupamento segundo a natureza de cada um.

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5.2.1.3 - Elementos do Lançamento

5 (cinco) são os elementos obrigatórios de um lançamento:

1. Local e data – local da empresa e dia, mês e ano da ocorrência do registro.

2. Conta devedora – é a conta debitada. Vem sempre em primeiro lugar.

3. Conta credora – é a conta creditada, que vem acompanhada da preposição “a”.

4. Histórico – é a narração do fato ocorrido, resumida e exprimindo bem a operação.

5. Valor – é a Importância das operações expressas em unidades monetárias.

5.2.2. Formulas de Lançamentos

O lançamento contábil é o registro do fato contábil. Todo registro contábil deve estar

suportado em documentação idônea.

Os lançamentos contábeis são classificados como:

Lançamento de Primeira Fórmula;

Lançamento de Segunda Fórmula;

Lançamento de Terceira Fórmula;

Lançamento de Quarta Fórmula.

Como já estudamos no item 5.4.1.3 – Elementos do Lançamento, observamos que para

a escrituração do Fato Contábil devemos seguir, em ordem crescente, os seguintes registros: 1.

Local e data; 2. Conta devedora; 3. Conta credora; 4. Histórico e 5. Valor.

Ao falarmos de Formulas de Lançamentos estaremos analisando apenas dois elementos

de um lançamento contábil:

Débito e

Crédito

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LANÇAMENTO DE PRIMEIRA FÓRMULA

É todo registro do fato contábil que envolve somente uma conta devedora e outra conta credora.

Exemplo: Depósito bancário com recursos do caixa:

Data do lançamento: 14.07.2011 (Histórico): (valor total)

D: Banco do Brasil S/A (Ativo)

C: .a Caixa Matriz (Ativo) Depósito N/data R$ 10.000,00

LANÇAMENTO DE SEGUNDA FÓRMULA

É o registro contábil um fato constituído de um Débito tendo como contrapartida dois

ou mais Créditos com o valor total corresponde ao valor debitado.

Exemplo: Recebimento de Clientes Duplicata no valor de R$ 5.000,00 com Juros de R$ 500,00:

Data do lançamento: 14.07.2011 (Histórico): (valor parc.) (valor total)

D: Caixa Matriz (Ativo)

C: .a DIVERSOS

.a Duplicatas a Receber: (Ativo) Rec. Dupl. 345-A R$ 5.000,00

.a Juros Ativos: (Receita) Jrs. S/Dupl. 345-A R$ 500,00 R$ 5.500,00

LANÇAMENTO DE TERCEIRA FÓRMULA

É o registro contábil um fato constituído de dois ou mais Débito tendo como

contrapartida um Créditos correspondente ao total dos valores debitados.

Exemplo: Pagamento a Fornecedor de Duplicata R$ 2.350,00 com acréscimo de Juros R$ 23,50:

Data do lançamento: 14.07.2011 (Histórico): (valor parc.) (valor total)

D: DIVERSOS

C: .a Caixa Matriz (Ativo)

FORNECEDORES

(Cia “X” Ltda, : (Passivo) Pagto.. Dupl. 2.450 R$ 2.350,00

DESPESAS FIANCEIRAS

Juros Passivo: (Despesa) Jrs. S/Dupl. 2.450 R$ 23,50 R$ 2.373,50

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LANÇAMENTO DE QUARTA FÓRMULA

É o registro contábil de um fato constituído de Diversos Débito tendo como

contrapartida Diversos Créditos correspondentes, sendo o mesmo valor monetário total (Débitos

= Créditos).

Exemplo: Compra de Cia Contábeis Ltda. de Mercadorias P/Revenda através da NF. 31 no valor

de R$ 10.000,00 com 17% de ICMS recuperável, sendo que houve um adiantamento de 30% do

valor total da NF.

Data do lançamento: 14.07.2011 (Histórico): Débitos Créditos

D: DIVERSOS (valor) (valor)

C: DIVERSOS

Mercadorias P/Revenda (Ativo)

NF.31 da Cia. Com-

tábeis Ltda. R$ 8.300,00

ICMS a Recuperar (Ativo) ICMS NF. 31 R$ 1.700,00

.a FORNECEDORES

Cia Contábeis Ltda. (Passivo) Saldo NF. 31 R$ 5.000,00

.a ADIANT. A FORNECEDORES

Cia Contábeis Ltda. (Ativo) Bx. pelo rec.NF. 31 R$ 5.000,00

Hoje o Lançamento de Quarta Fórmula é muito comum quando os profissionais de

Contabilidade utilizam Sistemas Eletrônicos de Contabilidade.

5.2.3. Formas de Retificação de Lançamentos Contábeis

Encontramos nas Normas Brasileiras de Contabilidade T 20 que trata da Escrituração

Contábil nos Itens de 48 a 53 os procedimentos a serem observados:

48. Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro

realizado com erro, na escrituração contábil da entidade e pode ser feito por meio

de:

a) estorno;

b) transferência; e

c) complementação.

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49. Em qualquer das formas supramencionadas, o histórico do lançamento deve

precisar o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de origem.

50. O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente,

anulando-o totalmente.

51. Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de

conta indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do valor para

a conta adequada.

52. Lançamento de complementação é aquele que vem, posteriormente,

complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado.

53. Os lançamentos realizados fora da época devida devem consignar, nos

seus históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do atraso.

5.2.4. Demonstrações Contábeis Obrigatórias

As Demonstrações Contábeis compõem o conjunto de informações divulgadas

obrigatoriamente anualmente, pela administração de uma sociedade por ações, segundo a lei

6404/76 e representa a sua prestação de contas para os acionistas.

Na prestação anual de contas iremos encontrar: Relatório da Administração, as

Demonstrações Contábeis e as notas explicativas, Parecer dos Auditores Independentes e o

Parecer do Conselho fiscal.

Balanço Patrimonial

Demonstração Contábil que mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade

numa determinada data. Poderíamos comparar como uma foto da entidade, uma posição estática

da mesma. O Balanço apresenta do seu lado esquerdo os Ativos (bens e direitos) e do lado

esquerdo o Passivos (exigibilidades e ou obrigações) e o Patrimônio Líquido (resultante apurado

entre o total de ativos menos os passivos).

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Demonstrações do Resultado do Exercício – DRE

Tem por finalidade evidenciar a formação de resultado líquido do exercício (diferença

entre as Receitas menos da Despesas) apuradas segundo o regime de competência. A DRE

oferece um resumo econômica dos resultados operacionais de uma entidade durante um certo

período, normalmente anual e denominado de Exercício Financeiro. Embora elaboradas

anualmente para fins de divulgação, atendendo legislação vigente. Em geral para atender a

administração, como auxílio a decisões financeiras, são feitas mensalmente e trimestralmente

por exigências fiscais.

Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL

Evidencia a mutação do Patrimônio Líquido em termos globais (novas integralizações

de capital, ajustes de exercícios anteriores, resultado do exercício, dividendos, etc.) e em termos

de mutações internas (incorporações de reservas ao capital, transferências de lucros, entre

outras).

Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC

Tem como finalidade mostrar como ocorreram as movimentações das disponibilidades

e o Fluxo de Caixa em um dado período de tempo. Substituiu a Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos – DOAR (que procurava evidenciar as origens de recursos que ampliam

a folga financeira de curto prazo e as aplicações de recursos que consomem essa folga). É

fundamentada pela Lei n° 11.638/07.

Demonstração do Valor Adicional – DVA

Implantada oficialmente no Brasil pela Lei n° 11.638/07 tem como objetivo principal

informar ao usuário o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição.

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Demonstrações Comparativas

Tem como objetivo a analise da entidade feita com vista no futuro. São elaboradas

comparando as demonstrações contábeis dos dois últimos Exercícios Sociais. Para fins

gerenciais, em alguns casos, são elaboradas demonstrações do triênio (últimos três anos) ou até

mesmo do qüinqüênio (últimos cinco anos). É importante analisar a evolução, e não apenas

situação em um determinado momento (estática).

Em elaboração de orçamentos são elaboradas projeções de Demonstrações

Comparativas que posteriormente servirão como base comparativa quando da elaboração das

Demonstrações Reais (Demonstração Orçada X Demonstração Real).

Consolidação das Demonstrações Contábeis

Para Companhias Abertas e Grupos Societários, além das Demonstrações Contábeis

normais, faz-se necessário também apresentação das Demonstrações Contábeis Consolidadas da

Investidora com suas Controladas (No Brasil - Instrução CVM nº 247/96).

Balanço Social

O balanço social é demonstrativo publicado pela entidade com um conjunto de

informações tais como: planos; projetos; benefícios, e ações sociais direcionadas aos

colaboradores internos (funcionários), investidores, clientes, fornecedores, empresas parceiras e

demais que direta ou indiretamente se favorecem com as atividades da entidade, em alguns casos

utilizado para campanhas publicitárias fortalecendo o nome e a marca da organização.

Com a preocupação com o meio ambiente e com a sociedade que vive em torno das

companhias, muitas empresas estão elaborando e publicando as seguintes demonstrações:

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Balanço Ambiental – Mostra a postura da entidade com os recursos naturais,

compreendendo gastos com a preservação, proteção e recuperação bom como,

investimentos com tecnologias, equipamentos e campanhas voltadas para o meio

ambiente. O demonstrativo, a exemplo do Balanço Patrimonial, podem ser

comparativos, deixando transparecer o crescimento ou decrescimento das ações

praticadas pela entidade. como por exemplo: poluentes produzidos entre um

período e outro.

Balanço de Recursos Humanos – Tem como finalidade mostrar o perfil da força de

trabalho, remuneração, e gastos com treinamento de colaboradores, além das

informações de outros gastos , como centros de recreação e benefícios assisten-

ciais.

No Brasil em 1997, o sociólogo Betinho, iniciou uma campanha incentivando a

divulgação voluntária pelas empresas do Balanço Social.

Em 1998, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), lançou o selo

Balanço Social Ibase/Betinho, conferido anualmente às empresas que publicam o balanço social

no modelo sugerido pela entidade.

Outros Itens da Prestação Anual de Contas

Relatório da Administração

Não faz parte das demonstrações contábeis, porém é por Lei ( artigo 133 da Lei 6.404/76 , alterada

pela Lei 10.303/01) determina que o Relatório da Administração deve ser publicado em conjunto

com as demonstrações financeiras, que evidenciará os principais fatos administrativos e financeiros

ocorridos durante o Exercício Social, tais como: a política de distribuição de dividendos;

investimentos feitos em outras entidades; a política de reinvestimento dos resultados obtidos etc.

Notas Explicativas

É a complementação das Demonstrações Contábeis devem conter no mínimo: a descrição dos

critérios deavaliação dos elementos patrimoniais e das práticas contábeis adotadas, ônus sobre

ativos, detalhamento das dívidas de longo prazo, dos ajustes dos períodos anteriores, do capital e

dos investimentos relevantes aplicados em outras sociedades etc.

Parecer dos Auditores Independentes

No Brasil a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº. 6.404/76, sendo alterada em parte pela Lei nº.

11.638 de 28/12/2007), determina que as demonstrações contábeis brasileiras sejam auditadas por

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Teoria da Contabilidade

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auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Normas próprias

exigem que as instituições subordinadas ao Banco Central do Brasil, à Superintendência de Seguros

Privados e outras também tenham suas demonstrações contábeis auditadas.

O parecer emitido pelo auditor independente compõe-se basicamente, de três parágrafos, como se

segue:

a) Parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição das

responsabilidades da administração e dos auditores;b) Parágrafo referente à extensão dos trabalhos;

c) Parágrafo referente à opinião sobre as demonstrações contábeis.

Nos Estados Unidos da América esta necessidade é ainda maior após o advento da SOX ([The

Sarbanes-Oxley Act of 2002] ou Sarbanes-Oxley compliance) e normalmente exigido o Parecer dos

Auditores Independentes se refletindo a todas filiadas americanas domiciliadas em outros países.

Tipos de Parecer de Auditores:

Parecer sem ressalva: é quando o auditor, de forma clara e objetiva, expressa estar convencido

sobre todos os aspectos relevantes dos assuntos tratados no âmbito de auditoria.

Parecer com ressalva: é quando o auditor detecta discordância ou restrição na extensão de um

trabalho e conclui que o efeito de qualquer forma não é tão relevante que requeira parecer adverso

ou abstenção de opinião.

Parecer adverso: é quando o auditor verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas, de tal

forma que impossibilite a emissão do parecer com ressalva.

Parecer com abstenção de opinião: é quando o auditor se depara com limitação significativa na

extensão de seus exames impossibilitando expressar opinião sobre as demonstrações contábeis

Parecer do Conselho Fiscal No Brasil não existe a obrigatoriedade de publicação do Parecer do Conselho Fiscal, na sua

existência ele deve ser submetido à Assembléia Geral dos acionistas, mas é publicado na maioria

das vezes.

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69

Demonstrações Contábeis e Relatórios Obrigatórios

Segundo a Lei 6404/76

         Composição das Demonstrações Contábeis

      Balanço Patrimonial

      Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

      Demonstra ações de Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL (*)

      Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC (**)

      Demonstração do Valor Adicionado – DVA

      Demonstrações Comparativas

      Consolidação das Demonstrações Contábeis

      Balanço Social

         Outros Itens da Prestação Anual de Contas

      Relatório da Administração

      Notas Explicativas

      Parecer dos Auditores Independentes

      Parecer do Conselho Fiscal

* DMPL consta indiretamente a Demo. dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA .

Conforme a legislação do Imposto de Renda (art. 274 do RIR/99) continua sendo

obrigatória (DLPA) para as empresas de maneira geral.

** Conforme Lei 11.638/07 substituiu a Demo. das Origens e Aplic. de Recursos – DOAR

5.2.5. Livros Contábeis Obrigatórios

A Resolução nº. 1330/11 que aprovada a ITG 2000 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBL,

publicada no Diário Oficial da União de 22 de março de 2011 , nos itens de 9. a 28., estabelece

alguns procedimentos sobre: Livros contábeis; Escrituração contábil de filial e Documentação

contábil. A seguir transcrição na íntegra os itens acima citados.

……………………………………………………………

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9. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão,

em forma não digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como:

a) serem encadernados;nxxxxnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn

b) terem suas folhas numeradas sequencialmente;xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

c) conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular ou

representante legal da entidade e pelo profissional da contabilidade

regularmente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade.xxxxxxxxxx

10. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão,

em forma digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como:

a) serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da

contabilidade regularmente habilitado;xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

b) serem autenticados no registro público competente.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

11. Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos

lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar o

significado dos códigos e/ou abreviaturas no Livro Diário ou em registro

especial revestido das formalidades extrínsecas de que tratam os itens 9 e 10.

12. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises,

demonstrativos e demonstrações contábeis são de atribuição e de

responsabilidade exclusivas do profissional da contabilidade legalmente

habilitado.

13. As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário,

completando-se com as assinaturas do titular ou de representante legal da

entidade e do profissional da contabilidade legalmente habilitado.

Livro diário e livro razãoxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

14. No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com

individualização, clareza e referência ao documento probante, todas as

operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem variações

patrimoniais.

15. Quando o Livro Diário e o Livro Razão forem gerados por processo que

utilize fichas ou folhas soltas, deve ser adotado o registro “Balancetes Diários e

Balanços”.

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71

16. No caso da entidade adotar processo eletrônico ou mecanizado para a sua

escrituração contábil, os formulários de folhas soltas, devem ser numerados

mecânica ou tipograficamente e encadernados em forma de livro.

17. Em caso de escrituração contábil em forma digital, não há necessidade de

impressão e encadernação em forma de livro, porém o arquivo magnético

autenticado pelo registro público competente deve ser mantido pela entidade.

18. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos

gerais da escrituração contábil.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

19. A entidade é responsável pelo registro público de livros contábeis em órgão

competente e por averbações exigidas pela legislação de recuperação judicial,

sendo atribuição do profissional de contabilidade a comunicação formal dessas

exigências à entidade.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Escrituração contábil de filialxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

20. A entidade que tiver unidade operacional ou de negócios, quer como filial,

agência, sucursal ou assemelhada, e que optar por sistema de escrituração

descentralizado, deve ter registros contábeis que permitam a identificação das

transações de cada uma dessas unidades.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

21. A escrituração de todas as unidades deve integrar um único sistema

contábil.

22. A opção por escrituração descentralizada fica a critério da entidade.

23. Na escrituração descentralizada, deve ser observado o mesmo grau de

detalhamento dos registros contábeis da matriz.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

24. As contas recíprocas relativas às transações entre matriz e unidades, bem

como entre estas, devem ser eliminadas quando da elaboração das

demonstrações contábeis da entidade.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

25. As despesas e as receitas que não possam ser atribuídas às unidades devem

ser registradas na matriz e distribuídas para as unidades de acordo com critérios

da administração da entidade. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Documentação contábil xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

26. Documentação contábil é aquela que comprova os fatos que originam

lançamentos na escrituração da entidade e compreende todos os documentos,

livros, papéis, registros e outras peças, de origem interna ou externa, que

apóiam ou componham a escrituração. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

27. A documentação contábil é hábil quando revestida das características

intrínsecas ou extrínsecas essenciais, definidas na legislação, na técnica-

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72

contábil ou aceitas pelos “usos e costumes”. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

28. Os documentos em papel podem ser digitalizados e armazenados em meio

magnético, desde que assinados pelo responsável pela entidade e pelo

profissional da contabilidade regularmente habilitado, devendo ser submetidos

ao registro público competente. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

……………………………………………………………

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73

5.2.6. Aspectos Sobre Escrituração Contábil

ASPECTOS SOBRE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Contabilidade Tradicional X Moderna

A CONTABILIDADE ONTEM ERA A CONTABILIDADE HOJE TENDE A SER

HISTÓRICA

1. Preocupava-se com os dados do

passado;

2. O produto final era o inventário dos

diversos itens patrimoniais e análise

como foram formados

FUTURISTA

1. Sempre preocupada com o presente e

futuro das operações e de seus

resultados sobre o patrimônio;

2. O produto final, embora contemplando

dados passados, incorporam maior

quantidade dados provisionais.

SINTÉTICA

1. Objetivo principal: organização como

um todo;

2. Desdobramento somente a forma de

razonetes auxiliares

ANALÍTICA

1. Preocupação com os componentes e

segmentos da organização;

2. Divisão em quantos componentes e

segmentos a gerência determinar.

PERSPECTIVA

1. Preocupação exagerada com a exatidão

dos dados de controle e medição

PRÁTICA

1. Preocupação com a velocidade das

informações;

2. Dados com precisão relativa;

3. A perfeição dependente das finalidades

para as quais estão sendo preparados.

INDEPENDENTE

1. Na maioria dos casos bastava-se a si

mesma;

2. Dados manipulados de forma indepen-

dente

DEPENDENTE

1. Integrada às demais funções da organi-

zação;

2. Funcionamento dependente dos dados

que recebe das outras funções da

empresa.

JURÍDICA

1. Preocupação exagerada com os aspectos

legais das transações;

2. Em que pese ser ciência dos números,

preocupação em mostrar a face jurídica

das operações financeiras.

QUANTITATIVA

1. Dados monetários e não monetários

com tratamento matemático e

estatístico;

2. Preocupação em mostrar a correspon-

dência entre os resultados quantitativos

e as decisões tomadas.

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74

ASPECTOS SOBRE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Contabilidade Tradicional X Moderna

A CONTABILIDADE ONTEM ERA A CONTABILIDADE HOJE TENDE A SER

MONETÁRIA

1. Manipulação somente de dados mone-

tários;

2. Relatórios preparados com base em da-

dos monetários.

MONETÁRIA E NÃO MENTÁRIA

1. Além dos dados monetários, preo-

cupação com dados não monetários -

físicos, quantitativos, operacionais.

CONTROLISTA

1. Maior preocupação centrado nos itens

patrimoniais

2. A função de controle como maior

campo de atuação.

INFORMATIVA

1. Maior preocupação em manter a

gerência informada a respeito das

operações internas e externas do ponto

de vista econômico, financeiro, legal e

administrativo.

RESTRITIVA

1. Restrito aos itens patrimoniais

constantes do Balanço Patrimonial.

2. Restrito aos dados levados aos livros

contábeis.

ABRANGENTE

1. Envolve todas as áreas da organização;

2. Aplicação ampla, podendo atuar em

todas as funções empresariais e

manipular os dados do ambiente

externo. Maior preocupação em manter a gerência informada a respeito das operações internas e externas do ponto de vista econômico, financeiro, legal e administrativo.

NÃO-INTEGRADA

1. Envolvidos somente em valores

monetários;

2. Dados financeiros como principal bjeto.

INTEGRADA

1. Interdependência com as demais fun-

ções. Utiliza dados não-monetários;

2. Presente em qualquer função em-

presarial, como industrial e comercial.

FECHADA

1. Dados manipulados e trabalhados para

uso próprio;

2. O fim em si mesmo.

ABERTA

1. Dados divulgados amplamente;

2. Função de servir como centro de infor-

mações para os níveis gerenciais;

3. Constitui-se um meio;

4. Utilizado por todos os segmentos em-

presariais.

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75

5.2.7. Curto Prazo e Longo Prazo

Importante lembrar que em Administração, Economia e Contabilidade sempre são

referenciados os termos Curto Médio e Longo Prazo, deixando a entender como intervalos de

tempo.

Em Contabilidade usualmente na elaboração de Demonstrativos, duas denominações

deverão ser analisadas: Curto Prazo e Longo Prazo. Ficamos aqui duas perguntas a serem

respondidas. Afinal qual o intervalo de tempo correspondente ao Curto Prazo? Para entrarmos

um conceito de tempo denominado de Longo Prazo quando assim podemos identificar?

Curto Prazo: Em contabilidade normalmente entende-se como Curto Prazo o intervalo

de tempo correspondente a 360 dias seguintes ao da data do Demonstrativo Contábil. Alguns

autores preferem afirmar que Curto Prazo referem-se a Direitos realizáveis antes do término do

próximo Exercício Financeiro da entidade ou Obrigações com exigibilidade também anteriores

ao final do próximo Exercício Social da entidade. Se formos analisar, os Demonstrativos

Contábeis, verificaremos que, no intervalo entre um Balanço Patrimonial e outro, no intervalo

dos doze meses que o compõe a empresa estará elaborando Balancetes de Verificação e também

Balaços Patrimoniais e Apurações de Resultados intermediários, tendo como finalidade manter

os usuários das demonstrações contábeis informados sobre a situação da entidade. É importante,

portanto, que levemos sempre em consideração como Curto Prazo todos os Direitos Realizáveis

até 360 dias apos a data da elaboração do Demonstrativo Contábil, valendo o mesmo conceito de

Curto Prazo para todas as obrigações exigíveis no mesmo intervalo de tempo.

Exercício Social (Financeiro) – é o espaço de tempo de (12 meses), quando as pessoas

jurídicas apuram resultado do exercício; ele pode coincidir, ou não, com o ano-calendário ou

Exercício Fiscal, de acordo com o que dispuser o estatuto ou o contrato social da entidade.

Exercício Fiscal é o período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano calendário

utilizado pelo governo (federal, estadual ou municipal), como prazo prestação de contas.

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76

OBS.: na empresa em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a

classificação de valores no circulante ou no longo prazo terá como base o prazo deste ciclo.

Ciclo Operacional:

Representa a rotatividade de recursos na atividade da entidade até a formação dos estoques que,

mediante venda, voltarão a ser valores disponíveis.

Ciclo Operacional de Longo Prazo:

Somente ocorrerá nas entidades onde o processo produtivo é muito lento, como por exemplo:

construção civil pesada, construção naval, construção de equipamentos de grande porte, etc.

Longo Prazo serão, portanto, todas as realizações de direitos ou exigibilidades de

obrigações que superarem o intervalo de tempo considerado como Curto Prazo, ou seja, todas as

realizações ou obrigações com prazos superiores a 360 dias da data da elaboração dos

demonstrativos contábeis deverão ser consideradas como Longo Prazo.

OBS.: os direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou

controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituam

negócios usuais no objeto da exploração da entidade, independentemente do prazo.

5.3 Contas de Ativo

As contas do Ativo serão representativas de todos os Bens e Direitos da entidade,

portanto serão composta pelo reconhecimento de todos os fatos contábeis registrados, atendendo

os Princípios de Contabilidade, dos bens (tangíveis e intangíveis), bem como pelos direitos

adquiridos.

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77

No Balanço Patrimonial, representação que informa a situação estática de entidade em

determinado momento, elas deverão estar demonstradas em ordem decrescente ao grau de

liquides, ou seja, no Balanço Patrimonial aparecerá em primeiro lugar a conta Caixa por ser o

bem de maior liquides e as contas seguintes deverão seguir, conforme o prazo de conversão do

bem ou direito em moeda corrente.

Segundo o artigo 179 §1º da Lei Nº 11.941/09, O Ativo é, quando ocorre sua

escrituração, dividido nos seguintes grupos:

Disponibilidades

Direitos Realiáveis

Despesas de Exercício Seguintes

Realizavel a Longo Prazo

Investimentos

Ativo Imobilizado

Ativo Intangível

Ativo Não Circulante

Ativo Circulante

ATIVO CIRCULANTE: Resumidamente pode-se afirmar que classificam-se todos os

Bens e Direitos imediatos ou realizáveis a curto prazo.

Disponibilidades: representam as disponibilidades os valores existentes em Caixa, os

saldos de contas-correntes de livre movimentação da empresa junto a instituições financeiras, as

aplicações de liquidez imediata e numerários em trânsito, em decorrência de transferências de

valores entre estabelecimentos de uma mesma entidade.

Direitos Realizáveis:

Duplicatas a Receber (Clientes), direitos que a entidade possui oriundos de vendas

de mercadorias, produtos ou serviços prestados a prazo, podendo ser dividida em

contas distintas para vendas no mercado interno e vendas para o exterior. No

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segundo caso os saldos deverão sofrer o ajuste de variação cambial no final de cada

mês.

Duplicatas Descontadas, títulos provenientes de vendas a prazo negociados com

instituições financeiras (normalmente Bancos) que adiantam os valores a receber

cobrando taxas e juros creditando o saldo na conta da entidade. Caso o Cliente não

venha a liquidas o seu débito a entidade terá que repor o valor anteriormente

antecipado. O valor nominal das duplicatas descontadas deverão ser controlados

em conta retificadora e a medida que ocorrem os recebimentos pela instituição que

efetuou o desconto são baixadas tendo como contrapartida a conta de Duplicatas a

Receber ou quando não há recebimento a conta de Bancos c/Movimento.

Cheques a Receber ou a Depositar, são valores correspondentes a cheques

recebidos e, por alguma razão, não depositados ou devidamente compensados.

Adiantamento para Viagens, são valores normalmente entregues a Colaboradores

da entidade em viagens a serviço da mesma. Tais valores deverão ser controlados

se possível em contas individuais e logo após a viagem, através da contabilização

dos gastos relacionados em formulário próprio acompanhado de documentação

legal.

Adiantamento a Funcionários, são provenientes de valores entregues ou creditados

aos colaboradores, normalmente proveniente de direitos trabalhistas, tais como,

Adiantamento de Salários, Férias, 13º Salário e outros.

Estoques, representam bens materiais produzidos ou adquiridos pela entidade,

destinados ao uso, consumo ou aqueles destinados a venda. Nesse grupo podemos

encontrar subgrupos tais como: Matéria-Prima, Material de Embalagem, Material

Secundário, Produtos Acabados, Mercadoria para Revenda, etc...

Adiantamentos a Fornecedores, representam valores entregues a fornecedores de

bens ou serviços em garantia de contratos firmados com a garantia de entregas

futuras.

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Impostos a Recuperar, são valores provenientes de créditos tributários, direitos

adquiridos pela entidade conforme legislação vigente.

Dividendos a Receber, são valores que a entidade investidora, avaliada pela

equivalência patrimonial, tem a receber das entidades investidas.

Despesas de Exercício Seguintes. Nesse subgrupo são classificados os valores

correspondentes aos gastos contratados, pagos ou não, que atenderão a entidade por

vários meses e deverão ser reconhecidos como custos ou despesas, atendendo o Regime

de Competência, como por exemplo: Seguros, Assinatura de Revistas e Periódicos,

Encargos Financeiros e outros.

ATIVO NÃO CIRCULANTE: grupo do ativo que está subdividido em Realizável a

Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Diferido.

Realizável a Longo Prazo, são classificados nesse grupo os bens e direitos realizáveis

após o exercício social seguinte àquele em que o Balanço Patrimonial está sendo

encerrado. Podemos encontrar subgrupos, tais como:

Adiantamento a Diretores, representa os adiantamentos ou empréstimos efetuados

pela entidade a diretores e que deverão ser restituídos no futuro.

Adiantamentos a Controladas e Coligadas ou outros direitos adquiridos

provenientes da atividade da entidade, como já tratamos quando comentamos

Longo Prazo, independentemente do prazo deverão ser classificados nesse

subgrupo.

Títulos a Receber, Depósitos Judiciais, Empréstimos Compulsórios e outras sub-

contas poderão constar desse subgrupo desde que os valores se enquadrem no

conceito de Longo Prazo.

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Investimentos são aplicações de recursos em participações permanentes em outras

entidades bem como bens e direitos não classificados no Ativo Circulante, Imobilizado

ou diferido.

Participações em Controladas, são participações de natureza permanente onde o

valor investido em ações ou cotas representam a maioria das ações com direito a

voto ou cotas da entidade investida.

Participações em Outras Empresas, são aplicações de recursos em ações ou cotas

de participações quando a investidora não detêm a maioria de ações ou cotas da

empresa investida, representam normalmente pequenos investimentos.

Imóveis de Renda, são imóveis de propriedade da entidade, não utilizados nas

suas atividades operacionais e não destinados a venda. A conta redutora de

Depreciação Acumulada de tais imóveis, quando houver, deverá fazer parte

integrante desse subgrupo (conta redutora).

Imobilizado, a classificação do imobilizado está definida no inciso IV do art. 179 da Lei

11.638/07, são classificados nesse grupo todos os bens corpóreos destinados à

manutenção das atividades da entidade entre outras podemos citar as contas.

Terrenos são valores de terrenos de propriedade da entidade utilizados nas

operações da mesma.

Imóveis representam os edifícios de propriedade da entidade em uso nas suas

operações normais.

Instalações como o próprio nome indica corresponderão aos gastos realizados em

propriedades da entidade ou mesmo em imóveis de terceiros a disposição da

entidade para suas atividades normais.

Veículos representam os veículos de propriedade da entidade, utilizados em suas

atividades

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Móveis e Utensílios são as aplicações realizadas pela entidade na aquisição de

bens como o próprio nome indica utilizados nas atividades-fins.

Máquinas e equipamentos, Computadores e Periféricos e outras contas farão parte

desse grupo.

OBS.: Cada ma dessas contas, com exceção da conta Terrenos terá uma conta retificadora com o

a denominação de Depreciação Acumulada (Depreciação Acumulada Imóveis, Depreciação

Acumulada Instalações, Depreciação Acumulada Veículos, etc...).

Intangível

5.4 Passivo

No passivo iremos encontrar os valores correspondentes as fontes de recursos

provenientes de capitais de terceiros, ou seja valores financiados por terceiros que serão

aplicados no ativo com a finalidade da entidade exercer as suas atividades afins.

As contas devem ser classificadas, quando aplicável, em ordem decrescente de

exigibilidade, isto é, as obrigações com vencimentos mais próximos à data da elaboração do

Balanço Patrimonial deverão ser as primeiras a serem demonstradas seguindo sucessivamente as

demais obrigações atendendo a ordem decrescente, sendo subdivididas em dois grupos distintos,

Passivo Circulante e Passivo Não Circulante.

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Empréstimos e Financiamentos

Fornecedores

Obrigações Fiscais

Outras Obrigações

Provisões Trabalhistas

Empréstimos e Financiamentos

Resultados de Exercícios FuturosPassivo Não Circulante

Passivo Circulante

Passivo Circulante, a identificação das sub-contas que comporão esse grupo do Passivo

será determinada atendendo as normas estabelecidas pelo Comitê de Pronunciamentos

Contábeis – CPC, órgão do Conselho Federal de Contabilidade – CFC.

Conforme Pronunciamento Técnico CPC 26, item 69, temos:

69. Um passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer

dos seguintes critérios:

(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;

(b) está detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;

(c) deverá ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou

(d) a entidade não tem um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo

durante pelo menos doze meses após a data do balanço. Todos os outros

passivos devem ser classificados como não circulantes.

Empréstimos e financiamentos

Fornecedores

Obrigações Fiscais

Outras Obrigações

Provisões Trabalhistas

Passivo não Exigível

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Empréstimos e Financiamentos

Resultados de Exercícios Futuros

5.5 Contas de Patrimônio Líquido

Capital

Reservas de Capital

Reservas de Lucros

Patrimônio Líquido

5.6 A escrituração das contas de resultado

Receita Bruta de Vendas

Deduções da Receita Bruta

Ajuste a Valor Presente de Clientes

Custo dos Produtos e Serviços

Despesas Operaconais

Ouros Resultaos (não operacionais)

Tributos Sobre o Lucro

Participações e Contribuições

Contas de Resultado

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ATIVO PASSIVO

RECEITAS DESPESAS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Aplicações de Recursos Origens de Recursos

BALANÇO PATRIMONIAL

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Comentários:

No quadro acima podemos verificar alguns situações peculiaes sobre Naturesa das contas.

ATIVO > PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO > Ø

ATIVO = PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO = Ø

ATIVO < PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO < Ø

LUCRO / NULO / PREJUÌZO

As Contas Patrimoniais demonstradas do lado esquerdo do Balanço Patrimonial (ATIVO) são

de Natureza DEVEDORA.

As Contas Patrimoniais demonstradas do lado direito do Balanço Patrimonial (PASSIVO E

PATRIMÔNIO LÍQUIDO) são de Natureza CREDORA.

Analizando CONTAS DE RESULTADO (Receitas e Despesas), não podemos esquecer do

Princíio da Competência. Confrontação entre Receitas e Despesas. No final de cada período

predeterminado para apuração do Resultado Econômico o mesmo será incorporado ao

Patrimônio Líquido da entidade. Resultado Credor Lucro quando devedor Prejuizo.

+ +CapitalReservas

de Capital

Reservas

de Lucros

Figura 12 Fonte: Elaborada pelo autor.

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5.7 Operações com mercadorias

5.8 Inventário periódico

5.9 Inventário permanente

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6 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 6.1 Balanço Patrimonial

ATIVO 20X1 20X2 PASSIVO 20X1 20X2

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

DISPONBILIDADES EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

Caixa Empréstimos e Financiamentos

Bancos Conta Movimento Credores por Financiamento

Aplicações Financeiras Financiamentos Bancários (CP)

Numerários em Trânsito Títulos a Pagar

DIREITOS REALIZÁVEIS Juros a Pagar de Empréstimo e Financiamento

Duplicatas a Receber Nacionais (Clientes) FORNECEDORES

Duplicatas a Receber Exterior (Clientes) Fornecedores Nacionais

(-) Duplicatas Descontadas (-) Ajuste a Valor Presente

(-) Provisão Créditos Liquidação Duvidosa Fornecedores Estrangeiros

Cheques a Receber OBRIGAÇÕES FISCAIS

Adiantamentos ICMS a Recolher

Estoques ISS a Recolher

ICMS a Recuperar Pis a Recolher

ISS a Recuperar Cofins a Recolher

Pis a recuperar IR a Pagar

Cofins a Recuperar CS a Pagar

IR a Recuperar Outros Impostos e Taxas a Recolher

Dividendos a Receber OUTRAS OBRIGAÇÕES

DESPESAS DE EXERCICIO SEGUINTE Adiantamento de Clientes

Encargos Financeiros a Apropriar Contas a Pagar

Seguros a Apropriar Ordenados e Salários a Pagar

ATIVO NÃO CIRCULANTE Encargos Sociais a Pagar

REALIZAVEL A LONGO PRAZO FGTS a Recolher

Adiantamento a Diretores Honorários da Diretoria a Pagar

Adiantamento a Controladas Comissões a Pagar

Títulos a Receber Dividendos a Pagar

Duplicatas a Receber

Depósitos Judiciais PROVISÕES TRABALHISTAS

INVESTIMENTOS Férias

Participações em Controladas 13º Salário

Imóveis de Renda Encargos Sociais

Participação em Outras Empresas FGTS

(-) Depreciação Acumulada PASSIVO NÃO CIRCULANTE

(-) Provisão Desvalorização de Investimentos EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

IMOBILIZADO Empréstimos e Financiamentos Nacionais

Terrenos Juros a pagar em Moeda Nacional (LP)

Imóveis Empréstimos e Financiamentos Estrangeiros

Veículos Juros a Pagar em Moeda Estrangeira (LP)

Móveis e Utensílios RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

Instalações Receita de Exercícios Futuros

(-) Depreciações Acumuladas (-)Custos Correspondentes às Receitas

INTANGÍVEIS PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Fundo de Comércio CAPITAL

Marcas e Patentes RESERVAS DE CAPITAL

(-) Amortizações Acumuladas RESERVAS DE LUCROS

TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

BALANÇO PATRIMONIALCia Contábeis Só Nota Dez

CNPJ Nº XX.XXX.XXX/0001-XXExercícios findo em 31 de dezembro de 20X1 e 20X2

NE = Notas explicativas - fazem parte integrante das demonstrações contábeis.

Figura 13 Fonte: Elaborada pelo autor.

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6.2 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO 20X1 20X2

I. RECEITA BRUTA DE VENDAS

VENDAS DE PRODUTOS

Mercado nacional

Exportação

VENDAS DE SERVIÇOS

Mercado nacional

Exportação

II. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

VENDAS CANCELADAS E DEVOLUÇÕES

ABATIMENTOS

IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS

ICMS

ISS

PIS

COFINS

III. AJUSTE A VALOR PRESENTE DE CLIENTES (D)

IV. CUSTO DOS PRODUTOS E DOS SERVIÇOS

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS

CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS

V. DESPESAS OPERACIONAIS

ADMINISTRATIVAS

COMERCIAIS

RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO RECEITA E DESPESAS FINANCEIRAS

Despesas Financeiras

Receitas Financeiras

Resultado Financeiro Comercial VARIAÇÕES MONETÁRIAS DE OBRIGAÇÕES E CRÉDITOS

Variações de Obrigações

Variações de Créditos PIS SOBRE RECEITAS FINANCEIRAS

COFINS SOBRE RECEITAS FINANCEIRAS

OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS LUCROS E PREJUÍZOS DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIA

VENDAS DIVERSAS

VI. OUTROS RESULTADOS (NÃO OPERACIONAIS)

GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NOS INVESTIMENTOS

GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NO IMOBILIZADO

GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NO ATIVO DIFERIDO

VII. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

VIII. PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

DEBÊNTURES

EMPREGADOS

ADMINISTRADORES

PARTES BENEFICIÁRIAS

IX. LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

CNPJ Nº XX.XXX.XXX/0001-XX

Período de 01/01/20X2 a 31/12/20X2

Cia Contábeis Só Nota Dez

NE = Notas explicativas - fazem parte integrante das demonstrações contábeis.

Figura 14 Fonte: Elaborada pelo autor.

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Teoria da Contabilidade

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6.3 Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL

Capital

Social

Reserva

Legal

Reserva de

retenção

Lucros

Lucros

Acumulados Total

Saldo em 31 de dezembro de 20X0 32.143,36 199,94 1.442,42 - 33.785,72

Aumento de capital social 11.295,20 11.295,20

Lucro líquido do exercício 11.629,20 11.629,20

Destinação proposta à A.G.O.:

Reserva legal - 581,46 (581,46) -

Juros sobre o capital próprio (2.214,32) (2.214,32)

Dividendos (1.217,58) (1.217,58)

Reserva para investimentos - - 7.615,84 (7.615,84) -

Saldo em 31 de dezembro de 20X1 43.438,56 781,40 9.058,26 - 53.278,22

Lucro líquido do exercício - - - 7.258,32 7.258,32

Destinação proposta à A.G.O.:

Reserva legal - 362,92 (362,92)

Juros sobre o capital próprio - - - (2.213,33) (2.213,33)

Reserva para investimentos - - 4.682,07 (4.682,07) -

Saldo em 31 de dezembro de 20X2 43.438,56 1.144,32 13.740,33 0,00 58.323,21

Cia Contábeis Só Nota Dez

CNPJ Nº XX.XXX.XXX/0001-XX

Para os Exercícios Findos em 31 de dezembro de 20X1 e de 20X2

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

NE = Notas explicativas - fazem parte integrante das demonstrações contábeis.

Figura 15 Fonte: Elaborada pelo autor.

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6.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC

20X1 20X2

Fluxos de caixa das atividades operacionais

Lucro líquido do exercício

Ajustes para a reconciliação do lucro líquido do exercício

com a geração de caixa das atividades operacionais:

Provisão (reversão) para créditos de liquidação duvidosa

Depreciação

Amortização de intangíveis

Variações monetárias e cambiais não realizadas - líquidas

Provisões no passivo não circulante

Baixas de imobilizado - líquidas

Baixas de intangível - líquidas

Redução (aumento) dos ativos

Duplicatas a Receber

Dividedos a Receber

Impostos e contribuições sociais

Estoques

Dividenddos a Receber

Gastos a Aproprias

Outros créditos

Aumento (redução) dos passivos

Empréstimos e financiamentos - juros pagos

Dividendos a Pagar

Fornecedores

Obrigações Fiscais

Folha de pagamento e provisões trabalhistas

Encargos Sociais a recolher

Outras Obrigações

Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais

Fluxos de caixa das atividades de investimento

Adições no imobilizado

Adições no intangível

Venda de imobilizado

Caixa líquido utilizado pelas atividades de investimento

Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Empréstimos Nacionais Obtidos

Empréstimos Estrangeiros Obtidos

Juros s/Emprestimos

Empréstimos e Juros - amortização

Integralização de capital social

Caixa líquido gerado (utilizado) pelas atividades de financiamento

Total dos efeitos no caixa e equivalentes de caixa

Saldo inicial de caixa e equivalentes de caixa

Saldo final de caixa e equivalentes de caixa

Variação no caixa e equivalentes de caixa

Para os Exercícios Findos em 31 de dezembro de 20X1 e de 20X2

CNPJ Nº XX.XXX.XXX/0001-XX

Cia Contábeis Só Nota Dez

Demonstração dos Fluxos de Caixa

NE = Notas explicativas - fazem parte integrante das demonstrações contábeis.

Figura 16 Fonte: Elaborada pelo autor.

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6.5 Demonstração do Valor Adicionado – DVA

DESCRIÇÃO 20X1 20X2

1-RECEITAS

Vendas de mercadoria, produtos e serviços

Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)

Não operacionais

( - ) INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

Matérias-Primas consumidas

Custos das mercadorias e serviços vendidos

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

Perda/Recuperação de valores ativos

( = ) VALOR ADICIONADO BRUTO

( - ) RETENÇÕES

Depreciação, amortização e exaustão

( = ) VALOR ADICIONADO LÍQUIDO

( + ) VALOR RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

Resultado de equivalência patrimonial

Receitas financeiras

( = ) VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR

Demonstração do Valor Adicionado

Cia Contábeis Só Nota Dez

CNPJ Nº XX.XXX.XXX/0001-XX

Para os Exercícios Findos em 31 de dezembro de 20X1 e de 20X2

DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 20X1 % 20X2 %

Pessoal e encargos

Impostos, taxas e contribuições

Juros e aluguéis

Juros s/ capital próprio e dividendos

Lucros retidos / prejuízo do exercício

* TOTAL 100 100

* O total deve ser exatamente igual ao Total a Distribuir

NE = Notas explicativas - fazem parte integrante das demonstrações contábeis.

Figura 16 Fonte: Elaborada pelo autor.