apostila seres vivos-

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CIÊNCIAS PARA PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL MÓDULO: SERES VIVOS Texto: Luís A. S. Vasconcellos Atualização de conteúdo: Luigi Leonardo Mazzucco Albano Revisão geral: Nelma R. S. Bossolan e Ronaldo de Rosa Moreno Consultores: Anita Rondon Berardinelli, Maria Isabel Iório Soncini Responsável: Silvia Aparecida Martins dos Santos Coordenador: Prof. Dr. Dietrich Schiel APOIO: CAPES Centro de Divulgação Científica e Cultural – USP – São Carlos Rua Nove de Julho, 1 227 - C.E.P. 13 560-590 - São Carlos - S.P. - Brasil Fone/fax (0xx16) 3372 – 3910 http://www.cdcc.sc.usp.br

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CIÊNCIAS PARA PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL

MÓDULO: SERES VIVOS

Texto: Luís A. S. Vasconcellos Atualização de conteúdo: Luigi Leonardo Mazzucco Albano

Revisão geral: Nelma R. S. Bossolan e Ronaldo de Rosa Moreno Consultores: Anita Rondon Berardinelli, Maria Isabel Iório Soncini

Responsável: Silvia Aparecida Martins dos Santos Coordenador: Prof. Dr. Dietrich Schiel APOIO: CAPES Centro de Divulgação Científica e Cultural – USP – São Carlos Rua Nove de Julho, 1 227 - C.E.P. 13 560-590 - São Carlos - S.P. - Brasil Fone/fax (0xx16) 3372 – 3910 http://www.cdcc.sc.usp.br

SUMÁRIO Parte 1: Seres vivos e não vivos A Terra é habitada por milhões de seres.......................................... 1 Os seres vivos são formados de células ......................................... 1 Os seres vivos possuem capacidade de movimentação................... 3 Os seres vivos precisam de alimentos.............................................. 4 Os seres vivos reagem a estímulos.................................................. 5 Os seres vivos têm ciclo vital............................................................ 6 Os seres vivos se reproduzem.......................................................... 7 Os seres vivos podem adaptar-se..................................................... 8 Leitura complementar......................................................................... 9 Questões e respostas de auto-avaliação............................................ 11 Parte 2: Classificação e nomenclatura dos seres vivos Por que classificamos? .................................................................... 12 Os grupos básicos de Linaeus......... ................................................. 12 Uma classificação geral dos seres vivos.......................................... 14 Nomenclatura dos seres vivos......................................................... 15 Leitura complementar....................................................................... 17 Questões e respostas de auto-avaliação.......................................... 19 Parte 3: Reino Animal Caracterização................................................................................. 20 Invertebrados................................................................................... 20 Vertebrados..................................................................................... 22 Questões e respostas de auto-avaliação.......................................... 39 Parte 4: Reino Plantae Caracterização.................................................................................. 41 Os orgãos e suas funções.................................................................. 41 Criptógamas....................................................................................... 42 Fanerógamas............................................................................... ..... 43 Questões e resposta de auto-avaliaç~~ao........................................ 46 Parte 5: Fungi Caracterização................................................................................... 47 A importância dos Fungos................................................................. 47 Questões e respostas de auto-avaliação............................................ 49 Parte 6: Reino Protista Caracterização.................................................................................... 50 Algas................................................................................................... 50 Protozoários........................................................................................ 51 Questões e respostas de auto-avaliação............................................ 52 Parte 7: Reino Monera Caracterização.................................................................................... 54 As Bactérias........................................................................................ 54 Questões e respostas de auto-avaliação............................................ 56 Glossário............................................................................................. 57 Comentários, sugestões, atividades............................................... 60 Questões de Avaliação...................................................................... 63 Respostas.......................................................................................... 66 Bibliografia, crédito da fotos e ilustrações..................................... 70

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PARTE 1: SERES VIVOS E NÃO VIVOS

A Terra é habitada por milhões de seres

A Terra é habitada por muitos milhões de seres: alguns desses seres são

chamados de vivos, outros não.

Todos os seres são formados por matéria. O que distingue um ser vivo de um ser

bruto ou não-vivo, em primeiro lugar, é a composição química.

Na Antigüidade, os pensadores achavam que os seres vivos eram dotados de uma

exclusiva e misteriosa força vital que lhes confiria vida. Hoje não se acredita mais nisso, pois

sabe-se que a matéria que forma os organismos vivos, embora peculiar, é constituída por

partículas semelhantes às que formam a matéria não viva e está sujeita às mesmas leis que

regem o universo não-vivo.

Na matéria viva, porém, certos elementos químicos estão sempre presentes em

grande proporção, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O) e o nitrogênio (N) que,

junto com vários outros elementos, em menores quantidades, formam substâncias muito

complexas (chamadas genericamente de substâncias orgânicas), que constituem os seres

vivos.

Você é um ser vivo, assim como uma planta e uma bactéria. Já uma pedra não é

viva, nem uma cadeira.

Os seres vivos não podem ser definidos por apenas uma característica sendo,

portanto, necessário levarmos em conta um conjunto de aspectos que os diferenciam dos

demais seres.

Vamos analisar essas características.

Os seres vivos são formados por células

Uma das primeiras generalizações feitas no estudo dos seres vivos diz que: “todos

os seres vivos são constituídos por células”. Este enunciado constitui a chamada Teoria

Celular.

A célula é o elemento fundamental que forma o organismo dos seres vivos. Em

geral a célula é tão pequena que só pode ser vista ao microscópio. Uma das exceções que se

tem, em relação ao tamanho, é um ovo, sua gema constitui uma única célula macroscópica.

A maioria dos seres que conhecemos é formada por grande quantidade de células

e, por isso, são chamados de seres pluricelulares. Entretanto, existem seres vivos formados

Para pensar 1: Um animal morto é um ser inanimado como uma pedra? Por quê?

2

apenas por uma célula: são os chamados unicelulares. As bactérias e os protozoários são

unicelulares.

Apesar de ser uma estrutura muito pequena a célula é composta por várias partes:

• Membrana plasmática: É uma película que envolve a célula. Além de protegê-la, essa

película permite a troca de substâncias entre célula e o exterior. A membrana plasmática

desempenha, assim, uma função importante na nutrição celular.

• Citoplasma: O citoplasma tem o aspecto gelatinoso e é nele que ficam estruturas

(organelas) responsáveis por diversas funções vitais da célula.

• Núcleo: É um corpúsculo geralmente situado no centro da célula. Nele se localizam os

cromossomos (material genético) responsáveis pela hereditariedade. Sua função é

controlar a reprodução e as atividades da célula. Nos seres mais simples, o material

genético está espalhado no citoplasma. Nesse caso dizemos que a célula é procarionte. As

bactérias são organismos procariontes. Nos organismos mais complexos, o material

genético está separado do citoplasma pela membrana nuclear (a carioteca), formando

assim um núcleo

• verdadeiro. Esses organismos são chamados de eucariontes.

• Dentre as organelas celulares mais importantes destacam-se:

• Mitocôndrias: organela responsável pela geração de energia na célula;

• Ribossomo: organela responsável pela produção das proteínas utilizadas pela célula,

atuando sempre em grupo (polissomo);

• Lisossomo: responsável pela digestão intracelular;

• Carioteca: membrana que cerca o núcleo contendo o material genético (DNA) em células

eucariontes;

As células que constituem o organismo dos seres não são todas iguais. Raízes,

folhas, ossos, pele, músculos etc. têm formas diferentes. Isso acontece porque as células que

formam essas partes são diferentes. Um conjunto de células semelhantes que realiza

determinada função recebe o nome de tecido.

Um modelo de célula

3

Os organismos vivos são formados por diferentes tipos de tecidos, que formam a

pele, a raiz, o caule, os músculos etc..

Apesar de todos os animais e vegetais serem formados por células existem

diferenças entre a célula animal e a vegetal. Vejamos as principais:

• Na célula vegetal a membrana plasmática é envolvida por uma parede celular. Essa parede

é rica em uma substância chamada celulose. Na célula animal não existe parede celular e,

conseqüentemente, celulose.

• No interior da célula vegetal existe uma organela chamada vacúolo, que ocupa quase todo

o interior da célula, e é preenchida por uma substância aquosa rica em materiais nutritivos.

Nas células animais os vacúolos são extremamente pequenos.

• No interior da célula vegetal encontram-se organelas denominadas cloroplastos, estruturas

que abrigam no seu interior a clorofila, um pigmento que tem cor verde, característica dos

vegetais. A clorofila permite que os vegetais façam a fotossíntese. Além da clorofila, a

célula vegetal pode ter outros tipos de pigmentos de cores variadas. A célula animal não

apresenta cloroplastos.

Os seres vivos possuem capacidade de movimentação

Quando nos referimos à capacidade de movimentação, estamos falando de uma

ação voluntária, que um ser vivo faz por si próprio. Os animais se movimentam rápida e

ativamente, nadando, correndo ou voando sendo, portanto, mais facilmente identificável.

Movimentando-se os animais realizam, com mais facilidade, algumas tarefas básicas, como

buscar alimentos, se defender e atacar. Nas plantas a constatação dos movimentos requer

uma observação mais cuidadosa pois ocorre mais lentamente. Por exemplo, se girarmos o

Célula vegetal

4

vaso de uma planta que fica perto da janela, suas folhas se moverão lentamente até ficarem

voltadas em direção à fonte de luz. Essa movimentação, no entanto, demorará vários dias.

Os seres vivos precisam de alimento

Não se pode conceber a vida sem a presença de energia. Energia é o

“combustível” necessário para que o ser vivo possa realizar suas funções vitais.

Os seres vivos obtêm a energia a partir dos alimentos orgânicos principalmente

açúcares.

Os organismos que conseguem sintetizar esses açúcares são chamados de

autótrofos (do grego auto = por si próprio e trofos = nutrição). É o que acontece com as plantas,

que são capazes de sintetizar esses açúcares a partir da água e do gás carbônico através de

reações químicas que necessitam de luz, realizando um processo denominado fotossíntese

(do grego foto = luz e synthesis = juntar, agrupar).

Por outro lado, há organismos imcapazes de produzir seu próprio alimento.

Necessitam, então, ingerir vegetais ou outros animais para se alimentarem. Esses organismos

são chamados heterótrofos (do grego heteros = outro, diferente e trofos = nutrição) e como

exemplo temos os animais.

Tanto os organismos autótrofos quanto os heterótrofos necessitam retirar a energia

contida nos açúcares, que são degradados em água e gás carbônico, liberando energia.

O conjunto de reações químicas que acontecem nos seres vivos (quer seja na

síntese de substâncias ou na degradação destas para obtenção de energia) recebe o nome de

metabolismo.

Animais se alimentando

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Os seres vivos reagem a estímulos

Todos os seres vivos respondem a estímulos que podem ser físicos ou químicos,

como pôr exemplo, a mudança de temperatura, de luminosidade, de pressão ou de

composição química do ambiente em que vivem.

Alguns poucos vegetais, porém, como a sensitiva (Mimosa pudica), também

chamada de dormideira, e certas plantas carnívoras, são capazes de retrair suas folhas em

poucos segundos quando tocadas, em uma reação rápida que lembra a de um animal.

Tais plantas produzem reações químicas muito complexas que provocam um

movimento de “retração” e “relaxamento” das células, conferindo estes movimentos.

Organismos complexos, como o caso do ser humano, possuem órgãos sensoriais

(olhos, ouvidos etc.) altamente especializados em receber os estímulos ambientais. Esses

órgãos estão acoplados ao sistema nervoso, que elabora respostas rápidas e adequadas a

cada tipo de estímulo.

Os vegetais também respondem a estímulos, embora mais lentamente que os

animais. As folhas das plantas crescem em direção à luz; o caule cresce para o alto, em

resposta contrária ao estímulo físico da gravidade; as raízes crescem em direção ao centro do

planeta, em resposta positiva à força da gravidade. Também é conhecido o caso do girassol,

que se movimenta orientado pela direção da incidência de raios luminosos do Sol, e as onze-

horas, cujas flores permanecem plenamente abertas apenas perto deste horário.

A capacidade de reagir a estímulos é classificada de acordo com a evolução dos

organismos.

No caso dos animais primitivos, dizemos que estes possuem uma irritabilidade simplificada. Esta irritabilidade é a capacidade de reagir, de forma inata e mecânica, a um

estímulo. Por exemplo, ao encostar num paramécio ela terá a reação de se afastar para o lado

oposto.

Nos animais mais evoluídos, pode-se referir à irritabilidade complexa, através da

excitação de um sistema nervoso mais evoluído, que é uma resposta mais elaborada a um

estímulo. Como exemplo de maior desenvolvimento, temos o homem, capaz de emitir

respostas muito complexas ao meio. Dirigir um automóvel, por exemplo.

No caso dos vegetais estas reações são referidas como tropismos (crescimento do

vegetal orientando-se a favor ou contra estímulos ambientais, como a força de gravidade),

tactismos (orientação espacial do vegetal em relação à substâncias químicas, como as plantas

parasitas infiltrarem raízes em outras plantas para buscar seiva elaborada), nastismos (reação

em resposta à organização interna do vegetal, como o exemplo já citado da planta dormideira)

e blastismos (reação a estímulos luminosos, como a semente ter fobia ou filia pela luz para

germinação).

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Os seres vivos têm ciclo vital

Todos os seres vivos passam por diversas fases durante a sua existência: nascem,

crescem, amadurecem, se reproduzem, envelhecem e morrem.

Essas etapas constituem o ciclo vital. Os seres brutos, sem vida, não possuem

ciclo vital. Os seres brutos não crescem, embora às vezes pareça que isso acontece. O

aumento nas ondulações das areias do deserto, chamadas dunas, não se trata de crescimento.

Na realidade, esse aumento ocorre por causa da deposição da areia transportada pelo vento.

Todos os seres vivos têm duração limitada.

Para pensar 2: Baratas que estejam andando a noite, por um cômodo escuro, fogem

rapidamente quando a luz é acesa. Qual propriedade dos seres vivos que melhor explica

esse comportamento?

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Os seres vivos se reproduzem

Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de gerar outros seres

semelhantes a si mesmos. É por meio da reprodução que as espécies se mantêm através dos

tempos. É ela que explica porquê, em condições normais, um ser vivo morre, mas a espécie

não desaparece. A reprodução pode ser considerada a característica essencial da vida.

Entretanto, apesar de sua importância, não é uma função vital, pois o ser vivo pode viver sem

que haja a necessidade de se reproduzir.

A reprodução pode ocorrer de duas formas principais: assexuada (ou agâmica) e

sexuada (ou gâmica).

Reprodução assexuada é a

reprodução pelo próprio indivíduo, que dá

origem a outros seres iguais a ele. Nessa forma

de reprodução não há a participação de células

sexuais para a formação de novos seres. Como

exemplo temos as amebas, certas bactérias,

esponjas etc., que se reproduzem

assexuadamente. Observe a figura ao lado,

onde uma planária se reproduz

assexuadamente.

Reprodução sexuada é a reprodução onde é necessária a participação de células

sexuais, chamadas gametas. Em geral essas células são produzidas por seres diferentes, um

masculino e outro feminino. Nesse caso dizemos que esses seres têm sexos separados. Entre

os animais vertebrados, por exemplo, os machos formam espermatozóides e as fêmeas,

Capivara com filhotes

Planária se reproduzindo

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óvulos. No entanto, alguns seres vivos possuem a capacidade de, no mesmo organismo,

formarem tanto gametas masculinos quanto femininos. Esses seres são chamados de

hermafroditas. As minhocas, por exemplo.

O encontro de gametas denomina-se fecundação e resulta numa célula-ovo, que

se desenvolve para formar um novo ser. Quando a fecundação ocorre no interior do organismo

feminino dizemos que a fecundação é interna (mamíferos, aves etc.). Quando ocorre no meio

externo, dizemos que a fecundação é externa (a maioria dos peixes, anfíbios etc.). Se os

filhotes nascem direto da mãe dizemos que esta espécie é vivípara; se a fêmea bota ovos,

dizemos que esta espécie é ovípara. Os seres vivos podem adaptar-se

O termo adaptação pode ser empregado em vários sentidos.

Quando desenvolvemos atividades físicas, nossa temperatura aumenta. Um dos

mecanismos que o organismo encontra para baixar a temperatura é a transpiração. Esse tipo

de ajustamento é chamado homeostase, que constitui um tipo de adaptação.

Adaptação também significa a capacidade de um organismo desenvolver, ao longo

de milhares de anos, características que permitem melhor ajustamento ao ambiente. Esse

processo de mudanças que levam à adaptação recebe o nome de evolução biológica. Os

cientistas acreditam que as girafas, por exemplo, descendem de ancestrais que tinham

pescoços de comprimentos variáveis. Os indivíduos mais altos tinham mais chance de

sobreviver, pois conseguiam alcançar mais facilmente o alimento. Seus filhos herdaram essas

características a transmitiram a seus descendentes.

Escala de evolução do homem

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Leitura complementar: Biogênese versus Abiogênese e o surgimento da vida

Até os meados do século XIX acreditava-se que os seres vivos podiam surgir

espontaneamente da matéria não-viva, crença que ficou conhecida como hipótese da geração espontânea ou abiogênese. Hoje sabe-se que um ser vivo surge somente através da

reprodução (sexuada ou não).

A teoria da geração espontânea surgiu de um erro de interpretação de fatos que até

hoje se observam. É um fato, por exemplo, que podem sair moscas da carne em

decomposição. A interpretação precipitada levou os cientistas, de um passado não muito

distante, a acreditar que a carne podre se transformava em moscas !

Isso tudo, apesar de parecer ridículo hoje em dia, era dito a sério por gente

importante no mundo da Ciência, na época. O que acontece é que eles não dispunham dos

recursos que dispomos hoje para verificar o que de fato ocorre.

Hoje sabemos que moscas podem fazer a postura de seus ovos na carne em

decomposição, de onde nascerão novas moscas, após certo tempo.

Diversos cientistas trabalharam no sentido de mostrar que a hipótese da geração

espontânea era falsa. Dentre eles destacaram-se Redi, Spallanzani e Pasteur. A hipótese da geração espontânea era inconsciente e foi derrubada por Pasteur

com experimentos simples e bem controlados.

A queda definitiva da hipótese da geração espontânea levantou uma nova questão:

se os seres vivos não surgirem, em nenhum caso, da matéria bruta, como teriam surgido na

Terra pela primeira vez?

Em 1869 o Biólogo inglês Thomas Huxley foi o primeiro a defender a idéia de que

os primeiros seres vivos surgiram como resultado de um lento processo de evolução química

em nosso Planeta. Essa idéia foi retomada e aprofundada por volta de 1920 pelo Biólogo inglês J. B. S. Haldane e pelo Químico russo A. I. Oparin. Estes cientistas propuseram que a vida

teria surgido a partir de substâncias formadas nas condições existentes na Terra primitiva.

Naturalmente, o impressionante ambiente da Terra primitiva deveria sofrer lentas e

profundas alterações para que pudesse comportar a vida tal como a concebemos. E, por certo,

o primeiro ser vivo a surgir teria que fazê-lo espontaneamente, sem qualquer progenitor. Ora,

você deve estar pensando, então, que a teoria da geração espontânea estava correta! Mas

essa “geração espontânea” defendida por Oparin não é a mesma em que os cientistas

acreditavam até o século XIX. Na interpretação moderna de Oparin, a geração espontânea é

impossível nas condições atuais no nosso mundo. Mas nas condições primitivas que o

ambiente da Terra ofereceu há cerca de um bilhão de anos, talvez não tivesse sido impossível

a ocorrência desse fato.

O surgimento da vida Provavelmente, há cerca de 4,5 bilhões de anos surgiu a Terra.

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Inicialmente era um imenso globo pastoso que, juntamente com outros milhões de

corpos celestes, vagava pelo espaço do infinito Universo. Com o resfriamento da sua

superfície, surgiu a primeira camada da crosta terrestre. Depois, pelas rachaduras dessa

crosta, começaram a aparecer incontáveis vulcões. A lava desses vulcões recobria a crosta

que ia se tornando cada vez mais grossa. O vapor de água eliminado durante as erupções

vulcânicas foi se acumulando na atmosfera primitiva durante milhões de anos. Por fim, a

atmosfera ficou saturada de vapor d’água e começou a chover. A persistência das chuvas em

terríveis temporais acabou esfriando a crosta terrestre e levando ao aparecimento dos rios e

mares.

Enquanto isso, os gases que compunham a atmosfera combinaram tanto que

acabaram-se por originar substâncias orgânicas (substâncias que, hoje, compõem os seres

vivos). Depois, essas substâncias foram levadas pelas águas das chuvas para o solo quente e

arrastadas para os mares. Nas águas mornas daqueles primeiros oceanos, as moléculas de

substâncias orgânicas combinaram-se entre si e deram origem a outras substâncias chamadas

proteínas. Muitas proteínas foram se juntando e se transformando, dando origem aos

coacervados.

Os coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das

substâncias orgânicas. Os coacervados, depois de muitas transformações, adquiriram a

capacidade de duplicação. Foi neste momento que surgiu o primeiro ser vivo, que apesar de

muito simples era capaz de se reproduzir dando origem a outros seres vivos. Eram seres muito

simples, formados por apenas uma célula. Esses seres eram heterotróficos, isto é, se

alimentavam de substâncias existentes nos oceanos onde se multiplicavam. Com o passar do

tempo o número desses seres aumentou muito. Conseqüentemente o alimento tornou-se

escasso. Então, alguns desses seres sofreram modificações de deram origem a seres

unicelulares que podiam sintetizar seu próprio alimento (os autótrofos).

Foi a partir desse dois tipos de seres primitivos que toda a vida se desenvolveu na

Terra. Eles foram se diferenciando cada vez mais, e cada um passou a depender do outro para

sobreviver. Assim foram se originando todos os seres vivos que hoje conhecemos.

Obs.: Naturalmente, os fatos não ocorreram com a simplicidade descrita, mas na descrição

foram consideradas as fases mais importantes até a formação de um esboço da vida.

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Questões para auto-avaliação

1) Um inseto é um ser vivo e uma pedra não. Que características os diferenciam?

2) Um grão de areia levado pelo vento está em movimento. É característica dos seres vivos a

capacidade de movimentação. Mas, embora um grão de areia possa se deslocar, ele não é

um ser vivo. Por quê?

3) Por que o organismo necessita de alimento?

4) Os vegetais são seres vivos que produzem seu próprio alimento sem retirá-lo de outro ser

vivo. Como eles fazem isso?

5) Quais as principais diferenças entre uma célula animal e uma vegetal?

6) Ao longo de sua vida, uma planta passa por diferentes etapas de desenvolvimento. Indique

as semelhanças entre ciclo vital de uma árvore e de um ser humano.

Respostas das questões de auto-avaliação

1) Um inseto é capaz de se locomover, alimentar-se, reage a estímulos, possui organização

celular e se desenvolve segundo um ciclo vital. Numa pedra não se observa nenhuma

dessas características.

2) O movimento de um ser vivo é possível graças à atividade de seu próprio organismo. Um

grão de areia não se movimenta por atividade própria, deslocando-se apenas por ação de

fatores externos, como os ventos, os rios, as ondas do mar etc.

3) Os seres vivos precisam de alimentos para deles poder obter energia necessária ao bom

desempenho de suas funções vitais, isto é, para sobreviver.

4) Os vegetais produzem seu próprio alimento. Fazem isso através da fotossíntese, ou seja,

retirando do solo a água e os sais minerais e, do ar, o gás carbônico. Em seguida, utilizam

essas substâncias para produzir compostos de que necessitam para viver, como os

açúcares.

5) A célula vegetal possui uma parede celular, rica em celulose, que envolve a membrana

plasmática; a célula animal é desprovida desta parede. A célula vegetal possui organelas

para realizar fotossíntese (cloroplastos), que não estão presentes na célula animal.

6) Um ser humano nasce, cresce, desenvolve-se física e sexualmente, se reproduz,

envelhece e morre. A semente é o início da vida de uma árvore. A semente germina e dela

nasce a árvore, que cresce, desenvolve-se física e sexualmente e torna-se capaz de

produzir mais sementes, reiniciando o ciclo vital.

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PARTE 2: CLASSIFICAÇÃO DA MONENCLATURA DOS SERES VIVOS Por que classificamos?

Quando nos deparamos com uma grande variedade de objetos ao nosso redor,

temos a tendência de reunir em grupos aqueles que consideramos semelhantes, classificando-

os. Está é uma característica inerente ao ser humano. O ser humano classifica as coisas

porque isso as torna mais fáceis de serem compreendidas.

É provável que o homem primitivo distribuísse os seres vivos em grupos: os

comestíveis e os não-comestíveis, perigosos e não-perigosos etc..

No nosso dia-a-dia, temos constantemente exemplos de classificação de coisas; ao

se classificar os selos, por exemplo, levamos em conta critérios de semelhanças como país, o

ano do selo, o motivo da estampa etc..

Em qualquer sistema de classificação são usados determinados critérios. Num

supermercado, a disposição dos produtos nos corredores e nas prateleiras obedece a certas

regras estabelecidas pelo proprietário. Por exemplo, os produtos de higiene pessoal ficam

numa determinada prateleira de uma determinada seção, os refrigerantes numa outra e os

chocolates em uma terceira etc.. É claro que o dono de um supermercado pode usar critérios

diferentes de arrumação.

Os cientistas também classificam. Mas no caso da Ciência, não é aconselhável a

existência de muitos sistemas diferentes de classificação. Podemos perceber que isso tornaria

muito difícil a “comunicação” entre cientistas.

A importância da classificação biológica é facilitar a compreensão da enorme

variedade de seres vivos existentes.

Os grupos básicos de Linnaeus

A primeira tentativa conhecida de classificação foi feita pelo filósofo grego

Aristóteles (384-322 a.C.).

Aristóteles trabalhou principalmente com animais e classificou várias centenas de

espécies. Ele dividia os animais em dois grandes grupos: os com sangue e os sem sangue.

Teofrasto, um discípulo de Aristóteles, descreveu todas as plantas conhecidas no seu tempo:

ao classificar as plantas, um dos critérios utilizados foi o tamanho; ele as dividia em árvores,

arbustos, subarbustos e ervas.

De Aristóteles até o começo do século XVIII houve pouco progresso. Foram

elaborados alguns sistemas de classificação mas com pouco sucesso. Os critérios eram

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arbitrários, alguns Biólogos classificavam os animais de acordo com seu modo de locomoção,

outros conforme o ambiente em que ele vivia etc.

Um exemplo disso pode ser notado ao analisarmos a classificação de um animal

tendo por base apenas o ambiente onde ele vive. Pássaros, morcegos e insetos são

classificados como animais aéreos e, no entanto, são muito diferentes entre si. Certamente um

beija-flor tem mais semelhança com uma ema (terrestre) do que com uma mosca.

Podemos notar que escolher como critério apenas o ambiente não acrescenta

muito sobre o grupo.

Estas primeiras classificações eram consideradas artificiais, pois utilizavam critérios

que não refletiam as possíveis relações de parentesco entre os seres vivos.

Hoje em dia classificações são naturais, pois procuram agrupar os seres vivos de

acordo com o maior número possível de semelhanças, tentando estabelecer relações de

parentesco evolutivo entre os mesmos.

Um grande marco na classificação dos seres vivos foi estabelecido pelo Naturalista

e Médico sueco Linnaeus (lê-se Linô).

Linnaeus desenvolveu um sistema de categorias hierárquicas que, com algumas

modificações, é usada hoje. No entanto, ele não levou em conta as relações de parentesco

evolutivo entre seres vivos, pois acreditava que as espécies existentes na Terra tinham sido

criadas uma a uma por Deus e que, desde o instante da criação até então, elas teriam

permanecido sem qualquer alteração. Esse princípio da imutabilidade, denominado fixismo,

era crença generalizada entre os naturalistas da época de Linnaeus.

Atualmente o fixismo não é mais aceito, tendo sido contestado a partir dos

trabalhos de Darwin em 1 859. Darwin desenvolveu idéias sobre a evolução dos seres vivos

através da seleção natural.

A teoria da evolução biológica ou simplesmente teoria da evolução diz que todos os

seres vivos, dos mais simples até o homem, estão sujeitos a contínuas modificações ao longo

do tempo. Assim, acredita-se que todas as espécies atuais ou as já extintas se originaram a

partir de outras, pelo acúmulo de novas características, que revelam as suas adaptações ao

diferentes ambientes durante a história da Terra.

Com a aceitação da teoria evolutiva, as espécies deixaram de ser vistas como

grupos estáticos de seres vivos.

No sistema proposto por Linnaeus a espécie é a unidade de classificação e pode

ser definida como sendo “um grupo de organismos que se acasalam na Natureza e cujos

descendentes são férteis”.

O atual sistema de classificação dos organismos também considera a espécie

como unidade de classificação.

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As diferentes categorias de classificação, chamadas de categorias taxonômicas,

foram ampliadas. Linnaeus elaborou um sistema de classificação onde havia 5 categorias de

espécies semelhantes, que eram agrupadas em um mesmo gênero; os gêneros semelhantes

são agrupados numa mesma família; famílias semelhantes são reunidas numa ordem; ordens

semelhantes são agrupadas em uma classe; classes semelhantes são agrupadas em um filo ou divisão, e filos ou divisões semelhantes são agrupadas em um reino. As categorias podem

ser representadas, da mais ampla para a mais restrita, da seguinte maneira:

REINO→FILO→CLASSE→ORDEM→FAMÍLIA→GÊNERO→ESPÉCIE

Além dessas categorias, muitas vezes são utilizadas categorias intermediárias, tais

como subfilo, infraclasse, superordem, superfamília, subgênero, subespécie.

Para exemplificar o atual sistema de classificação, vamos ver a classificação do

cão, desde a categoria mais geral, que é o reino, até a mais restrita, que é a espécie.

Uma classificação geral dos seres vivos

Muitos sistemas de classificação de seres vivos foram propostos, mas esse assunto

ainda é muito controvertido.

As Ciências Biológicas estão em plena expansão e tem sido possível conseguir

mais e melhores informações a respeito dos seres vivos, trazendo assim maiores subsídios

para a compreensão de suas histórias evolutivas. Por essa razão, a classificação tem sofrido

Um exemplo de classificação taxonômica: o cão

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modificações, pois trata-se de um tema dinâmico, não existindo um sistema que contente a

todos.

Num dos primeiros sistemas de classificação, na época de Linnaeus, era comum a

divisão dos seres da natureza em 3 reinos: Vegetalia ou Plantæ, Animalia e Mineralia. Essa

divisão perdurou até cerca de 60 anos atrás. Em conseqüência, ainda há quem insista em

considerar os seres vivos unicamente em dois reinos: Vegetalia e Animalia.

Num outro sistema proposto, os seres vivos eram colocados em 3 reinos: Protista,

Plantæ e Animalia. Este sistema também não é mais utilizado.

Posteriormente surgiu um sistema de classificação onde os seres vivos eram

divididos em 4 reinos: Reino Monera (bactérias e cianobactérias), Reino Protista (algas,

protozoários e fungos), Reino Plantæ (desde musgos até angiospermas) e Reino Animalia

(desde esponjas até os mamíferos).

Esse sistema ainda é utilizado por algumas pessoas, mas está pouco a pouco

sendo substituído por um sistema que agrupa os seres vivos em 5 Reinos: 1) Reino Animalia: todos os animais desde as esponjas até os mamíferos

2) Reino Plantae: desde algas pluricelulares até angiospermas

3) Reino Fungi: todos os fungos

4) Reino Protista: algas unicelulares e protozoários

5) Reino Monera: bactérias e cianobactérias

O sistema dos 5 Reinos foi proposto em 1 969 pelo Biólogo norte-americano R. H. Wittaker e é o utilizado atualmente.

Nomenclatura dos seres vivos

Se você consultar um dicionário verificará que o fruto conhecido como ABÓBORA

também pode ser chamado de jerimum, jerimu, jurumum, zapolo e zapolito-de-tronco.

É provável que você não conheça todos esses nomes.

Se em uma única língua de um único País existem tantos nomes para um mesmo

organismo, calcule, então, como seria confuso se considerarmos todas as línguas e dialetos

que existem no mundo!

Para facilitar a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades, que falam

diferentes idiomas, e entre pessoas de diferentes regiões geográficas de um mesmo país, são

utilizados nomes científicos para designar as várias espécies de seres vivos.

O sistema atual de nomenclatura segue proposta de Linnaeus:

• é binomial, isto é, composto por dois nomes escritos em latim, ou latinizados;

• o primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter a inicial com letra maiúscula, ex.: Canis

• o segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula, ex.:

familiaris

• Os dois juntos formam o nome da espécie, ex.: Canis familiaris, que é o cão doméstico.

16

• Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada no texto. Se este for manuscrito, deve-

se passar um único traço embaixo do nome. Se for impresso pode-se, por exemplo, deixar

a letra em itálico.

Observe o exemplo abaixo:

Zea mays = milho

↓ ↓

gênero epíteto específico

⎣ ⎦

espécie

Tendo em vista que a classificação correta é em latim (ou em palavras latinizadas),

apresentaremos os tópicos desta forma. No decorrer do texto, porém, vamos usar a

classificação em língua portuguesa. Note também que, em alguns nomes, há a presença de

radicais gregos.

Para pensar 3: O gato pertence a família dos felinos e à ordem dos carnívoros. Em

qual desses dois grupos há maior quantidade de seres?

17

Leitura complementar: Vírus, um ser diferente

Os vírus são o limite entre a matéria bruta e a matéria viva.

Esses seres são muito especiais, pois não são formados por células. Seu

organismo é formado por proteínas e outras substâncias.

De todas as características dos seres vivos, os vírus apresentam somente duas: a

capacidade de se reproduzir e de sofrer mutações. Por essa razão, os cientistas ainda não

chegaram a um acordo se devem ou não classificar esses seres como organismos vivos.

Conseqüentemente, os vírus não estão agrupados em nenhum reino. Quando as dúvidas que

se tem hoje sobre as características desses seres forem esclarecidas, é provável que eles

sejam classificados em um reino exclusivo deles.

O vírus só consegue sobreviver e se reproduzir no interior das células.

Para isso, ele tem que injetar o seu material genético no interior de uma célula viva.

Quando isso ocorre podemos dizer que, de certa forma, o vírus inativa (desliga) o

programa da célula e a obriga a fabricar novos vírus. Esses novos vírus irão contaminar novas

células e, se o processo não for interrompido, ocorre o que chamamos de infecção.

Um ser que vive às custas de outros causando prejuízos denomina-se parasita. O vírus é um parasita intracelular, pois para se manifestar necessita penetrar

numa célula.

Ao se reproduzirem no interior dos seres vivos, os vírus desequilibram o organismo

causando o que denominamos doença.

Existem vírus que atacam animais e outros que atacam somente vegetais.

Na espécie humana podemos destacar doenças que são causadas por vírus: a

gripe, a caxumba, o sarampo, a hepatite, a febre amarela, a poliomielite (ou paralisia infantil), a

raiva, a rubéola etc..

Quando substâncias estranhas (chamadas antígenos) penetram no nosso

organismo (o vírus, por exemplo), existem células do nosso sangue (certos glóbulos brancos)

que são capazes de percebê-las, alertando outras células para o perigo de uma infecção. As

células alertadas, outros glóbulos brancos, fabricam proteínas de defesa chamadas anticorpos,

que inativam os antígenos.

Dessa forma o nosso corpo identifica e neutraliza a ação de certos

microorganismos, inclusive os vírus. Essa capacidade de defesa denomina-se imunização. Não existem medicamentos para combater os vírus depois que eles passam a

parasitar um organismo. Nesse caso o único procedimento possível é esperar que o organismo

reaja e produza anticorpos específicos para destruí-los. É o caso, por exemplo, da gripe.

Não existem remédios para essa doença. O que há são medicamentos para livrar os sintomas

desconfortáveis que ela provoca, como dores de cabeça, febre etc..

18

No entanto alguns vírus são responsáveis por doenças fatais ou que deixam

seqüelas graves, é o caso da AIDS, onde o vírus baixa radicalmente a resistência do

organismo por atacar as células de defesa. O indivíduo, então, contrai infecções com mais

facilidade e que se tornam graves, podendo matar a pessoa. A poliomielite é outro exemplo

que pode deixar uma pessoa paralítica ou com sérios problemas motores.

Contra algumas doenças viróticas existem vacinas, que são medicamentos

preventivos. A vacinas não curam um organismo já infectado por vírus. São produzidas a partir

de vírus “mortos” ou enfraquecidos. Uma vez introduzidos num indivíduo, esses vírus não têm

condições de provocar a doença, mas são capazes de estimular o organismo a produzir

anticorpos, imunizando-o.

19

Questões para auto-avaliação

1) Com que finalidade se classificam os seres vivos?

2) Considere os seguintes seres vivos: mosca, homem, cavalo, macaco, borboleta e zebra.

Adote um critério de classificação e separe-os em grupos.

3) Quais as características que definem um ser vivo como pertencente à mesma espécie do

outro?

4) Quais são as regras básicas para nomear os seres vivos, de modo a serem identificados

com facilidade no mundo todo?

5) Quais são os cinco reinos da Natureza? Cite um ser de cada reino, como exemplo.

Resposta das questões de auto-avaliação

1) Os seres vivos são classificados para que possam ser estudados com mais facilidade.

2) São vários os critérios que poderiam ser utilizados para separar esses seres; eles poderiam

ser separados, por exemplo, segundo o critério capacidade de voar. Teríamos, assim, dois

grupos:

• Voam: mosca e borboleta

• Não voam: homem, cavalo, macaco e zebra.

3) Dois seres vivos pertencem à mesma espécie quando são capazes de acasalarem entre si

e produzir descendência fértil.

4) Para nomear os seres vivos, usam-se as seguintes regras:

• Escreve-se o nome científico em latim

• O nome científico tem duas partes. A primeira é o nome de gênero e a segunda, o epíteto

específico.

• O gênero deve ser escrito com letra inicial maiúscula e o epíteto específico com letra inicial

minúscula.

• O nome científico deve ser sublinhado ou escrito com letras diferentes das que são usadas

no texto.

5) Reino Animalia: Homem, Reino Plantæ: bananeira, Reino Monera: bactéria, Reino Protista:

ameba e Reino Fungi: cogumelo.

20

PARTE 3: REINO ANIMALIA

Caracterização Atualmente são conhecidas cerca de 1 milhão de espécies pertencentes ao Reino

Animal, enquanto outras estão sendo constantemente identificadas. Esses organismos,

chamados genericamente de animais, possuem características comuns:

• São peculiares, eucariontes e heterotróficos (grego hetero = outro, diferente; grego trophé =

nutrição). Suas células não possuem parede celular.

• Como são heterotróficos dependem, para sua nutrição, de outros seres vivos.

• A maioria dos animais é capaz de se locomover. As espécies que não se locomovem são

aquáticas e recebem os alimentos trazidos pela água.

• A maioria dos animais possui sistema nervoso e é capaz de reagir rapidamente a

estímulos.

• A reprodução geralmente é sexuada (com troca de gametas).

Os animais dos filos citados na tabela 1 não possuem coluna vertebral, por isso são

chamados de Invertebrados. Além desses filos, existe o filo dos Cordados. Os representantes

desse filo possuem, durante a vida embrionária, três características: notocorda (eixo

esquelético), fendas branquias (perfurações ao lado da faringe) e tubo nervoso dorsal (participa

da formação do sistema nervoso). O filo dos cordados divide-se em 4 subfilos, dos quais

veremos apenas o subfilo dos Vertebrados (tabela 2).

Tabela 1: Os invertebrados

Filo Classes Representantes Características

1. Poríferos Calcários Hexactinélidas Demospôngias

Esponjas calcárias Esponjas de vidro Esponjas de banho

Aquáticos Apresentam pontos na parede do corpo. Embora pluricelulares, não formam tecidos

2. Celenterados Hidrozoários Citozoários Astozoários

Hidra e obélia Águas-vivas Corais e anêmonas

Aquáticos, formam tecidos, mas não formam órgãos. Possuem cnidoblastos

3. Platelmintos Turbelários Trematódeos Cestóides

Planária Esquistossomo Cestóideo

Vermes de corpo achatado dorsoventralmente. De vida livre e parasitas

4. Nematoda Nematódeos Lombriga, ancilóstomo Vermes de corpo cilíndrico. De vida livre e parasitas

5. Anelídeos Oligoquetos Poliquetos Hirudíneos

Minhocas Nereis Sanguessugas

Vermes anelados. Vida livre em solos úmidos, água doce ou salgada.

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6. Artrópodos Insetos Moscas, barbeiros, borboletas

Corpo com cabeça, tórax e abdômen. Um par de antenas e três pares de patas.

Crustáceos Camarões, siris, caranguejos

Corpo com cefalotórax e abdômen. Dois pares de antenas e vários pares de patas. Maioria marinho

Aracnídeos Aranhas, escorpiões e carrapatos

Corpo com cefalotórax e abdômen. Não possuem antenas. Quatro pares de patas

Quilópodos Centopéias e lacraias Anelados, um par de patas por anel e com um par de antenas.

Diplópodos Piolho-de-cobra Anelados, com dois pares de patas por anel

7. Moluscos Gastrópodos Pelecípodos Cefalópodos

Caramujos Ostras e mariscos Lulas e polvos

Animais de corpo mole, geralmente com concha calcária. Marinhos, de água doce e terrestre.

8. Equinodermos

Asteróides Ofiuróides Equinóides Holoturóides Crinóides

Estrelas-do-mar Ofiúro Ouriço-do-mar Pepino-do-mar Lírio-do-mar

Exclusivamente marinhos. Espinhos na superfície do corpo. Esqueleto interno formado por placas calcárias.

Tabela 2: Os vertebrados

Subfilo Classes Representantes Características

Vertebrados Peixes cartilaginosos Peixes ósseos

Tubarão, cação, raia, quimera. Cavalo-marinho, bagre, dourado, cavalinha.

Esqueleto cartilaginoso. Pecilotérmicos. Marinhos e dulcículas Esqueleto ósseo. Pecilotérmicos. Marinhos e dulcículas.

Anfíbios Sapos, rãs, pererecas. Na fase larval são aquáticos e, quando adultos, terrestres. Pecilotérmicos.

Répteis Cobra, jacaré, tartaruga. Andar rastejante. Pecilotérmicos. Escamas ou placas córneas, adaptados ao ambiente terrestre.

Aves Ema, pingüim, tuiuiú, canário.

Capazes de voar. Dípedes. Homeotermos. Possuem bicos e penas.

Mamíferos Baleia, golfinho, morcego, homem, cachorro, vaca.

Tetrápodos. Possuem pêlos e glândulas mamárias. Homeotermos.

Tendo em vista a extensão do Reino animal vamos abordar apenas os principais

aspectos de cada filo ou subfilo.

22

Invertebrados

1 – Filo Porifera

O Filo Porífera (poríferos) é constituído pelas esponjas, animais sésseis (fixos) que

vivem em ambiente marinho e de água doce.

Quanto à forma, as esponjas podem ser tubulares, ramificadas globulares, em

forma de copa etc.. Quanto à cor, em geral são cinzentas ou pardas. Encontram-se, contudo,

esponjas vermelhas, amarelas, violetas, negras e azuis. Vivem reunidas em colônias que pode

variar em tamanho de 1 milímetro a 2 metros.

O corpo das esponjas é recoberto por poros, daí o nome de Porifera (poros = poro,

phorus = portador de) ao filo. As esponjas têm no ápice do corpo uma abertura denominada

ósculo e internamente uma cavidade chamada átrio.

Os poríferos são animais filtradores: a água e os alimentos entram pelos poros,

circulam pelo átrio, e pelo ósculo são eliminados juntamente com água os restos não-

aproveitáveis.

As esponjas podem se reproduzir tanto assexuadamente, por brotamento, quanto

sexuadamente.

Na reprodução por brotamento aparece um “broto” no corpo do animal que, depois

de um determinado tempo pode soltar-se ou não e formar outro indivíduo.

2 – Filo Cnidaria

Os animais que compõem o grupo dos cnidários são aquáticos e quase todos

marinhos.

Os cnidários compreendem as hidras, águas-vivas, caravelas, corais e as

anêmonas-do-mar.

Possuem simetria radial, pois seu corpo pode ser dividido em vários planos de

simetria, dispostos em raios.

Esponja

23

Nesse filo encontramos dois tipos de indivíduos: as medusas, que são natantes, e

os pólipos, que são fixos. A forma pólipo é cilíndrica, com uma das extremidades apoiadas num

substrato qualquer e a outra livre. A medusa é arredondada (forma de guarda-chuva) e de vida

livre. Eles podem formar colônias, como é o caso dos corais (colônias sésseis), e das caravelas

(colônias flutuantes).

Ao longo de todo o corpo do animal, mas em maior quantidade nos tentáculos,

aparecem células especiais chamadas cnidoblastos que, quando tocadas, lançam para fora um

filamento com um líquido urticante. Esse líquido pode provocar sérias queimaduras no ser

humano. Os cnidoblastos participam também na captura de alimentos.

A reprodução dos cnidários pode ser sexuada e assexuada.

A reprodução assexuada pode ser feita por brotamento. A reprodução sexuada se

faz por gametas, com fecundação externa (os gametas se unem na água) ou interna (no

interior da fêmea).

Em muitos cnidários a reprodução assexuada se alterna com a reprodução

sexuada, num ciclo que há também uma alternância das formas de pólipos e medusas. Esse

tipo de reprodução é chamado alternância de gerações ou metagênese.

3 – Filo Platyhelminthes

Os platelmintos são vermes com o corpo achatado (plathyes = achatado;

helminthes = verme ), também chamados de vermes em forma de fita.

Actínia (uma espécie de Anêmona)

Uma espécie de verme terrestre

24

Ciclo da esquistossomose

São os primeiros animais a apresentar simetria bilateral. Isso quer dizer que esses

animais têm o corpo formado por duas metades simétricas. Nós, por exemplo, somos bilaterais

simétricos. Existe apenas um plano que divide imaginariamente nosso corpo em duas metades

simétricas.

Alguns platelmintos, como as planárias, de vida livre, vivem na água ou na terra.

Outros, como a tênia ou solitária e o esquistossomo, são parasitas de vertebrados, inclusive do

homem.

A planária tem grande poder de regeneração: às vezes utiliza esta capacidade e

divide-se assexuadamente ao meio. A metade anterior regenera a parte posterior e a metade

posterior regenera a anterior.

Os platelmintos reproduzem-se, na grande maioria das vezes, sexualmente.

Existem platelmintos hermafroditas (tênia e planetária) e platelmintos de sexos separados

(esquistossomo).

Muitos platelmintos têm grande interesse médico pois causam doenças em vários

animais, inclusive no homem. Para compreender como doenças são adquiridas, faz-se

necessário o estudo do ciclo vital dos platelmintos parasitas.

Vejamos agora algumas doenças causadas por platelmintos:

• Esquistossomose

A esquistossomose, também

conhecida como barriga d'água, é doença

causada pelo verme Schistosoma mansoni

(esquistossomo). Esse verme parasita as veias

do intestino, afetando também o fígado e as

vias urinárias. A pessoa infectada, defecando

em local inadequado, elimina os ovos do verme

junto com as fezes. Se eles atingirem a água

doce, desenvolvem-se em larvas chamadas

miracídios. O miracídio precisa de um

caramujo para continuar seu desenvolvimento.

Não qualquer caramujo, mas só dos gêneros

Biomphalaria e Planorbis. Após infestar o

caramujo, o miracídio sofre inúmeras

transformações e passa a chamar-se cercária.

A cercária sai do caramujo e fica nas águas

paradas dos lagos, açudes ou represas.

25

Quando uma pessoa entra em contato com a água contaminada, seja lavando

roupa, banhando-se ou brincando, a cercária penetra pela pele e circula através da corrente

sangüínea, chegando ao fígado, onde torna-se adulta e o ciclo reinicia.

Como você pode perceber, o esquistossomo precisa de dois hospedeiros para se

desenvolver completamente: um intermediário (que abriga as fases jovens do parasita) – o

caramujo – e um definitivo (que abriga a fase adulta do verme) – o homem.

Sintomas: Os sinais e sintomas da esquistossomose têm relação com a localização dos

vermes no organismo humano. Os doentes apresentam, geralmente, aumento do tamanho do

fígado e do baço e do volume abdominal.

Profilaxia: A profilaxia da doença faz-se pelo combate ao caramujo, que é hospedeiro

intermediário. São também importantes as medidas relativas à educação sanitária,

desincentivando o uso de água parada como lugar para banhos.

• Teníase

A tênia é também chamada de solitária pois geralmente encontra-se apenas um

verme no corpo do hospedeiro. Há dois tipos de solitárias: a Taenia solium e a Taenia saginata.

Ambas são parasitas intestinais e causam doença chamada teníase, sendo que uma adquire-

se ingerindo a carne de porco contaminada (Taenia solium) e a outra carne de vaca (Taenia

saginata).

O corpo desses animais é dividido em

partes chamadas proglotes. São

animais hemafroditas capazes de se

autofecundar, sendo que os

espermatozóides de uma proglote

fecundam os óvulos de outra proglote

de um mesmo animal. As proglotes

depois de fecundadas e cheias de

ovos são chamadas proglotes

grávidas.

Junto com as fezes de um indivíduo contaminado saem as proglotes cheias de ovos.

Esses ovos podem ser ingeridos por um porco ou vaca. Dentro do corpo do animal esses ovos

dão origem a larvas que perfuram a parede do intestino e são conduzidas pelo sangue até os

músculos (carne). Aí elas se desenvolvem, formando uma bolinha branca chamada cisticerco,

também conhecida como canjiquinha e pipoca. Se o homem comer essa carne mal cozida ou

Tênias

26

mal passada, os cisticercos poderão desenvolver-se em seu intestino, dando origem a uma

tênia. Sintomas: Os sintomas da teníase são dores abdominais, alterações no apetite, diarréias e

ocasionais nervosismos. A teníase é muito prejudicial à saúde, pois a tênia consome

praticamente todo o alimento que a pessoa ingere, deixando-a bastante fraca.

Profilaxia: A profilaxia pode ser feita evitando-se comer carnes de porco ou de boi mal cozidas;

através da construção de sanitários em locais adequados; do tratamento da água dos esgotos

e da inspeção rigorosa da carne de porco e de boi nos abatedouros dos açougues.

Há uma forma ainda mais grave dessa doença que recebe o nome de cisticercose.

Grave, e às vezes fatal, essa doença é contraída através da ingestão de ovos do verme em

frutas ou verduras mal-lavadas. Quando isso acontece, repete-se no organismo humano aquilo

que acontece no boi ou no porco: os ovos dão origem a larvas que atravessam a parede

intestinal e atingem órgãos como o globo ocular, os pulmões e o cérebro. Os sintomas dessa

doença dependem da localização dos cisticercos.

4 – Filo Nematoda

Os nematódeos (nemathos = fio, helminthyes = verme) são vermes, como o próprio

nome diz, de corpo alongado e cilíndrico assemelhando-se a um fio.

Estes vermes podem ser de vida livre ou parasitas. Os de vida livre são geralmente

microscópicos e podem ser aquáticos ou terrestres.

Os parasitas podem causar doenças em plantas e animais.

A seguir veremos os principais nematódeos parasitas do homem.

Vermes Doença Contaminação Sintomas Profilaxia

Ancylostom

a

duodenale

e Necator

americanus

Ambos

causam

amarelão

a) andar

descalço: as

larvas

penetram na

sola do pé

b) ingestão de

ovos do verme

Anemia, diarréia,

úlceras

intestinais e

geofagia

(vontade de

comer terra).

a) cuidados com o local

de decomposição de

fezes humanas para

que os ovos do verme

não cheguem ao solo

b) uso de calçados

c) evitar contaminação

de alimentos

Ascaris Ascaridías Ingestão de ovos Falta de apetite, Tomar água filtrada,

Áscaris

27

lumbricoide

s

e ou

lombriga

do verme dor no abdômen,

diarréia ou prisão

de ventre e as

vezes vômitos

clorada ou fervida. As

verduras devem ser

lavadas cuidadosamente

antes de consumidas

Wuchereria

bancrofti

Elefantíase

ou filariose

Transmissão de

larvas do verme

através da picada

do mosquito Culex

fatigans

Hipertrofia

(aumento) das

regiões afetadas

(pernas, mamas

ou saco escrotal)

Combate ao mosquito

transmissor em sua fase

adulta ou larvária

Ancylostom

a

brasiliensis

Bicho

geográfico

Através da

penetração das

larvas (presentes

nas fezes de gato

e cachorro) na

pele

Marcas na pelo

por onde a larva

passa, coceira e

irritação no local

Evitar contato com fezes

de animal, principalmente

cães e gatos

Enterobius

vermicularis

Oxiuríase

ou

oxiurose

Ingestão de ovos

junto aos

alimentos; auto-

infecção (levam os

ovos da região

perianal à boca)

Prurido anal

(geralmente à

noite)

Roupa de cama bem

lavada; unhas cortadas

rentes; higiene pessoal;

tratamento de todas as

pessoas infectadas na

família.

5 – Filo Annelida

Os anelídeos são animais com o corpo segmentado em anéis, característica que

deu nome ao filo.

Alguns vivem no mar, outras na água e na terra,

enquanto outros são exclusivamente terrestres.

Os anelídeos têm aparelho digestório completo,

com boca e ânus. A respiração é cutânea ou através de

brânquias modificadas (nos aquáticos). Os anelídeos são

divididos em três classes: poliquetas, oligoquetas e

hirudíneos. Essa classificação foi feita com base na

presença e no número de filamentos locomotores, as

cerdas. Vejamos a seguir as características de cada uma

dessas classes:

Um anelídeo

28

• Polychaetas (Poliquetos)

Animais marinhos com muitas cerdas, inseridas em projeções laterais ao corpo

chamadas parapódios.

O primeiro anel do corpo desses animais forma a cabeça que é destacada do resto

do corpo do animal. Raramente são hermafroditas; a maioria possui sexos separados.

Exemplos: nereida, sérpula etc..

• Oligochaetas (Oligoquetos)

Animais com poucas cerdas, geralmente terrestres. Respiram pela pele e

apresentam como característica típica o clitelo, que é o órgão responsável pela produção do

casulo, onde neste se abrigam os ovos.

As minhocas são representantes típicos dessa classe. São hemafroditas mas a

reprodução ocorre por fecundação cruzada (dois indivíduos trocam espermatozóides entre si).

As minhocas vivem sob o solo, onde cavam túneis e galerias com movimentos

ondulatórios do corpo. Dessa forma, elas arejam o solo, tornando possível a respiração das

raízes dos vegetais. São por isso úteis à agricultura.

• Hirudinea (Hirudíneos)

São animais que não possuem cerdas, com ventosas ao redor da boca e na região

posterior do corpo que auxiliam na locomoção.

Podem ser aquáticos e terrestres. As sanguessugas representam essa classe.

Algumas sanguessugas são parasitas externos, alimentando-se de sangue. Nesse caso fixam-

se à pele do hospedeiro por meio das ventosas.

29

Uma sangria O Médico entra no quarto com sua maleta, retira dela um frasco de vidro e senta-se

ao lado da cama onde está o paciente deitado de bruços com as costas nuas. Ele abre o

frasco, pega com uma pinça cinco sanguessugas e os coloca sobre as costas do paciente que

se mexe impacientemente.

Após uns 15 minutos, o médico retira os animais que haviam se prendido

fortemente na pele, por ventosas, e os coloca nos vidros. Cada um tem então aspecto

volumoso e rígido.

O médico limpa os pequenos cortes na pele do homem e pergunta como se sente.

Ouve a resposta “parece que estou melhor”.

Essa história é uma descrição de uma sangria, feita com Hirudo medicinalis, ou

seja, a sanguessuga medicinal. Antigamente, essa era uma prática comum para diminuir a

pressão arterial de pessoas que sofriam de hipertensão (pressão alta).

6 – Filo Arthropoda

Os artrópodes constituem o grupo animal mais numeroso existente na Terra: de

cada quatro animais existentes, três são artrópodes! Esses animais vivem em todos os

ambientes: marinhos, fluvial, terrestre e mesmo aéreo.

Os representantes desse filo recebem esse nome porque possuem pernas

articuladas (arthros = articulação, podos = pés) . Não são somente as pernas que possuem

articulações, mas sim todas as demais extremidades, como por exemplo, as antenas e as

peças bucais.

O esqueleto dos artrópodes é externo, recebendo por isso o nome de

exoesqueleto. É muito resistente, formado por uma substância chamada quitina e por sais de

cálcio. A casquinha de siri, do besouro, da cigarra e do camarão são exemplos de

exoesqueleto.

O exoesqueleto não cresce junto com o animal. Assim, de tempos em tempos, é

preciso trocá-lo, do mesmo modo que trocamos nossos sapatos e roupas quando eles se

tornam apertados. Essa troca de exoesqueleto chama-se muda. O corpo dos artrópodes é, geralmente, dividido em cabeça, tórax e abdômen.

Alguns, como a lacraia, têm corpo dividido em vários segmentos, enquanto outros, como a

aranha, possuem a cabeça e o tórax formando uma única peça chamada cefalotórax.

De acordo com as características que apresentam, os artrópodes podem ser

divididos em três subfilos: Crustacea, Chelicerata (que envolve a classe Arachnida), e Uniramia

(que envolve as classes Insecta, Chilopoda e Diplopoda).

Vejamos as principais características de cada um:

30

• Subfilo Crustacea

São descritas aproximadamente 38 mil espécies de crustáceos. São animais

predominantemente aquáticos, de água doce ou marinhos. Vivem também nas areias das

praias, como os caranguejos, e em terra úmida, como os tatuzinhos-de-jardim.

A variedade de forma dentre os crustáceos é muito grande. Existem indivíduos

macroscópicos e muitas formas microscópicas.

São característicos por possuírem:

• Corpo dividido em cefalotórax e abdômen;

• Dois pares de antenas;

• Cinco ou mais pares de pernas;

• Respiração branquial.

São exemplos de crustáceos: lagosta, camarão, siri, caranguejo, craca etc.

• Subfilo Chelicerata

Os membros deste grupo diferem na forma do corpo e natureza das suas

extremidades. São principalmente terrestres, pequenos, de vida livre e a grande maioria é mais

numerosa em regiões quentes e secas do que em outros lugares. muitos possuem glândulas

venenosas e mandíbulas ou ferrões venenosos, com os quais matam insetos e outros animais

pequenos, cujos líquidos e tecidos moles sugam como alimento.

O corpo de um quelicerado é dividido em cefalotórax e um abdômen. Nenhum

possui antenas, sendo o único subfilo dos artrópodos no qual elas se encontram ausentes. O

primeiro par de apêndices são estruturas alimentares, chamadas quelíceras. O segundo são os

pedipalpos e encontram-se modificados para realizar diferentes funções nas diversas classes.

Os pedipalpos são geralmente seguidos por quatro pares de patas.

Os aracnídeos são animais predominantemente terrestres, vivendo sob pedras,

troncos ou buracos construídos em barrancos.

Esses animais são representados pelos carrapatos, aranhas, escorpiões opiliões,

ácaros etc.

Os escorpiões são os mais antigos

artrópodos terrestres conhecidos. Seus palpos foram

modificados em grandes pinças que auxiliam na defesa

e alimentação.

Escorpião

31

Mosquito Aedes aegypti

Durante a estação de acasalamento, o macho perambula até encontrar uma fêmea,

com quem inicia uma prolongada corte

As aranhas desenvolveram especialidades, como glândulas capazes de produzir

seda, com a qual confeccionam a teia. Nestes animais, os pedipalpos possuem funções

reprodutoras.

São conhecidas atualmente 32 mil espécies de aranhas.

Os ácaros e carrapatos possuem uma grande importância para o homem, pois

podem ser parasitas de pessoas, animais e plantas , sendo transmissores de doenças.

• Subfilo Uniramia

Os insetos vivem em quase todos os ambientes: ar, terra e na superfície da água.

São os únicos artrópodes capazes de voar.

Os insetos têm as seguintes características:

• Corpo dividido em cabeça , tórax e abdômen;

• Três pares de patas;

• Respiração traqueal;

• Os insetos têm sexos separados e sua fecundação é interna. São animais ovíparos que

podem apresentar três tipos de desenvolvimento: 1) Direto, sem metamorfose:

desenvolvimento ametábolo (a = sem, metabolos = mudança). Do ovo eclode um jovem

semelhante ao adulto. Ex.: traça de livro. 2) Indireto, com metamorfose gradual ou

incompleta: desenvolvimento hemimetábolo (hemis = meio). Do ovo eclode uma forma

chamada ninfa, que é semelhante ao adulto, mas que não tem asas desenvolvidas. Ex.:

gafanhoto, barata, percevejo. 3) Indireto, com metamorfose completa: desenvolvimento

holometábolo (holos = total). Do ovo eclode uma larva, bastante distinta do adulto. Essa

larva passa por um período em que se alimenta ativamente, depois de um certo tempo

Uma espécie de escaravelho

32

secreta um casulo que o envolve esse estágio chama-se pupa, quando ocorre a

metamorfose. Dentro do casulo, a larva transforma-se no adulto, que emerge

completamente formado. Ex.: borboleta, mosca etc.

Alguns insetos holometábolos possuem a fase larval aquática, como é o caso de

importantes mosquitos vetores de doenças, exemplos: Culex, que transmite a elefantíase.

Anopheles, que transmite a malária e Aedes aegypti, que transmite a dengue e a febre amarela

Os quilópodos e os diplópodos são chamados popularmente de Miriápodos (mil

pés), pois tais animais são caracterizados pelo grande número de patas que possuem.

São exclusivamente terrestres, vivem ao abrigo da luz, lugares úmidos sob folhas,

madeiras, pedras etc.

A coloração do corpo desses animais geralmente é escura, podendo ser parda

clara ou com tons alaranjados.

Os quilópodos têm o corpo achatado

dorsoventralmente, dividido em cabeça e tronco

segmentado: apresentam um par de antenas. Há um

par de patas por segmento do corpo, sendo que o

primeiro segmento é dotado de estruturas para injetar

veneno, denominado forcípulas. São animais

carnívoros, de deslocamento rápido, com tamanho

variado de 1 cm a 20 cm, genericamente chamados de

lacraias ou centopéias.

Os diplópodos têm o corpo cilíndrico e não

possuem forcípulas: seu tronco apresenta dois pares de

patas por segmento, com exceção do primeiro. São

animais herbívoros e de deslocamento lento, que se

enrolam quando são atacados e possuem glândulas

que liberam líquidos repugnantes. São denominados

embuás ou piolho de cobra.

7 – Filo Mollusca

A pérola é formada entre o manto e a concha pela sucessiva deposição de

madrepérola em torno de um grãozinho de areia, um fragmento de concha ou em torno de

vermes microscópicos que ali tenham penetrado.

Os moluscos constituem um dos maiores filos animais, incluindo formas como

ostras, caramujos, lulas e polvos. Esses animais são, aparentemente, diferentes entre si.

Possuem no entanto, características em comum que os incluem no mesmo grupo.

Lacraia

Piolho-de-cobra

33

O termo molusco deriva-se do grego mollis, que

significa mole. O grupo dos moluscos apresenta geralmente

três partes especializadas: a cabeça, com a boca e os órgãos

sensoriais: o pé, geralmente adaptado para locomoção; e a

massa visceral, que aloja os órgão internos. Essa região é

revestida por uma dobra da pele, chamada manto, responsável

pela produção da concha.

Os moluscos são na maioria aquáticos.

Esses animais geralmente possuem uma concha que pode ser externa, formada

por uma só peça, como no caso dos caramujos; ou formadas por duas peças, como no caso

das ostras. Entretanto, nem todos os moluscos a possuem. A lula, por exemplo, apresenta uma

concha interna reduzida, enquanto a lesma e o caracol não possuem nenhuma.

O grupo dos moluscos é muito numeroso e variado. Há moluscos de grande

importância econômica, como as ostras utilizadas na alimentação e as produtoras de pérolas.

8 – Filo Echinodermata

Os equinodermos são animais exclusivamente marinhos, encontrados ao longo

da costa e do fundo do mar. Alguns vivem fixos e os que se locomovem o fazem lentamente.

São exemplos de equinodermos:

estrela-do-mar, ouriço-do-mar, pepino-do-mar,

bolacha-da-praia etc..

Todos os equinodermos apresentam espinhos na

pele: característica que deu nome a este grupo de

animais (esquino = espinho, derma = pele). Em

alguns, como no pepino-do-mar, os espinhos são

atrofiados; em outros, como no ouriço-do-mar, são

fortes e bem desenvolvidos.

Esses animais apresentam um esqueleto interno formado por placas calcárias.

Essa característica os diferencia da grande maioria dos invertebrados que possuem um

esqueleto externo, como no caso dos artrópodes.

As principais características que esses animais apresentam e que os diferenciam

dos demais são:

• Abaixo da pele, há uma carapaça, de onde saem os espinhos também calcários;

• Um aparelho ambulacrário, que participa da movimentação, da respiração, da excreção e

da circulação desses animais:

• corpo com simetria radial.

Caramujos

Estrela-do-mar

34

Subfilo Vertebrata 1 – Superclasse Pisces

Os peixes são animais aquáticos e um dos mais primitivos dentre os vertebrados.

Os animais desse grupo têm o corpo fusiforme o que faz com que sejam excelentes

nadadores.

O coração apresenta duas cavidades, uma aurícula e um ventrículo, por onde só

passa o sangue venoso.

São divididos em 2 classes: os peixes ósseos (Osteichthyes) e os peixes

cartilaginosos (Chondrichthyes).

Os peixes cartilaginosos compreendem os tubarões, os cações, e as raias e as

quimeras. Apresentam as seguintes características:

• Pele com muitas glândulas mucosas e

recoberta por pequenas escamas;

• Esqueleto cartilaginoso;

• Boca ventral e cloaca (bolsa na qual

terminam os sistemas digestivo, urinário e

reprodutor);

• Respiração branquial;

• Ausência de bexiga natatória;

• Reprodução sexuada com fecundação

interna;

• Temperatura corporal variável com o

ambiente (pecilotérmicos).

Os peixes ósseos englobam espécies como o bonito, o baiacu, o bagre, a

sardinha, o cavalo-marinho etc.. Apresentam como características:

• Pele com muitas glândulas mucosas,

geralmente recoberta de escamas;

• Uma linha lateral de cada lado do corpo,

contendo órgãos sensíveis às vibrações da

água circundante;

• Boca anterior;

• Esqueleto ósseo;

• Respiração por pares de brânquias cobertas por uma placa chamada opérculo;

• Bexiga natatória geralmente presente;

• Reprodução sexuada; geralmente são ovíparos;

• Temperatura corporal variável com o ambiente (pecilotérmicos).

Peixe ósseo

Peixe cartilaginoso

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Superclasse Tetrapoda 1 – Classe Amphibia

Os únicos anfíbios que possuem veneno são algumas espécies de sapos, onde tal

veneno é produzido em glândulas denominadas paratóides. Mas o sapo não possui nenhuma

estrutura para injetar o veneno, sendo este eliminado pela compressão das glândulas, o que

ocorre quando são abocanhados por um predador. Se atingir os olhos, o veneno pode provocar

irritação muito forte.

Os anfíbios (amphis = duplo; bios = vida) compreendem os sapos, rãs, pererecas,

salamandras e cobras-cegas. São animais de quatro patas (tetrápodos). Quando adultos

geralmente respiram por pulmões, mas suas larvas (girinos) vivem na água e têm respiração

branquial. Os anfíbios não apresentam escamas. Seu corpo é recoberto por uma pele lisa, fina

e umedecida pela secreção de glândulas, de tal modo que parte da respiração se faz pela pele

(respiração cutânea). São animais pecilotérmicos.

O coração apresenta-se formado por três cavidades, duas aurículas e um

ventrículo. No ventrículo ocorre ampla mistura entre sangue venoso e sangue arterial.

Os anfíbios dependem da água, onde ocorre a fecundação. O ovo origina uma larva

com respiração branquial, que posteriormente sofre metamorfose, transformando-se em um

adulto com respiração pulmonar. É daí que provém o nome da classe, uma vez que os anfíbios

têm uma vida aquática quando jovens e outra terrestre quando adulto.

Usando como critérios sistemáticos a presença ou ausência de patas e cauda nos

adultos, a classe dos anfíbios é dividida em três ordens:

• Anura – sem cauda e com patas. Ex.: sapos, pererecas, rãs.

• Urodela – com cauda e com patas. Ex.: salamandras e tritões.

• Ápoda – com cauda e sem patas. Ex.: cobra-cega.

Salamandra

Perereca

36

Réptil: serpente coral

2 – Classe Reptila

Os répteis mais temidos são, sem dúvida, as serpentes. Na natureza não há vilões.

Não mate serpentes simplesmente pelo fato de estarem vivas. Elas mantêm o equilíbrio

natural, comendo roedores, que transmitem doenças e dão prejuízos nas plantações e paióis.

Os répteis compreendem as tartarugas, serpentes, lagartos, jacarés e crocodilos.

São animais tetrápodos ou ápodos. Seu corpo é recoberto por escamas ou por placas córneas.

Têm respiração pulmonar e o coração apresenta-se formado por quatro câmaras, duas

aurículas e dois ventrículos. A separação entre os ventrículos não é completa, de modo que

ocorre certa mistura do sangue venoso com o arterial.

Os répteis apresentam fecundação interna e são na maioria ovíparos.

Alguns porém são ovovivíparos. Assim como os anfíbios os répteis são animais

pecilotérmicos.

A classe dos répteis pode ser dividida em três ordens principais:

• Chelonia: tartarugas, cágados e jabutis;

• Crocodilia: jacarés e crocodilos

• Lepidosauria: tuatara, lagartos, serpentes e cobras-de-duas-cabeças.

O sucesso dos répteis

Quando os répteis apareceram no mundo, surgiram com uma inovação – as fêmeas

após serem fecundadas desenvolviam um ovo com casca dura, capaz de ser chocada na areia,

ao Sol, mas em terra e não na água. Isso facilitou a vida dos répteis, pois eles puderam

conquistar novas áreas, mesmo longe da água.

Você sabe que existe cobras e lagartos até nos desertos?

Serpente: sucuri

37

Venenosos ou peçonhentos?

Todo ser vivo capaz de produzir substância tóxica (veneno) para outro ser é dito

venenoso.

Os seres vivos que, além de produzirem essas substâncias também possuem

estruturas especiais para a inoculação (introdução) do veneno, são chamados peçonhentos.

Portanto um sapo pode ser venenoso, enquanto que algumas cobras são ditas

peçonhentas assim como também são considerados peçonhentos uma vespa e um escorpião.

No Brasil as cobras peçonhentas são: as jararacas, urutus, cascavéis, surucucus e

a coral verdadeira.

4 – Classe Aves

Embora comumente consideradas bípedes, pois andam sobre apenas dois

membros, as aves são na verdade, tetrápodos. Os membros anteriores transformam-se em

asas, órgãos fundamentais para o vôo.

São animais com o corpo

recoberto de penas, sem dentes e com um

bico córneo. Apresentam os membros

anteriores transformados em asas que lhe

permitem voar.

A respiração é pulmonar, e o

coração é dividido em quatro câmaras

(duas aurículas e dois ventrículos), não

ocorrendo mistura entre o sangue venoso

e o sangue arterial.

As aves são animais homeotermos, isto é, possuem mecanismos de manutenção da

temperatura corporal, a qual mantém-se constante independentemente da temperatura

ambiente.

A fecundação é interna e são ovíparas.

Ave brasileira: uirapuru

38

O vôo das Aves

Muito importantes para o vôo das aves são as formas do corpo e das asas, que

oferecem mínima resistência à passagem do ar.

Os movimentos das asas dependem de músculos situados no peito. Nas aves

voadoras, o osso do peito, chamado esterno, possui uma quilha, onde se prendem músculos

bem desenvolvidos que movimentam as asas.

As aves apresentam outras adaptações para o vôo. Uma delas são os sacos

aéreos. Trata-se de cinco pares de sacos cheios de ar que se ramificam a partir dos pulmões.

Esses sacos penetram entre os órgãos e chegam ao interior dos ossos pneumáticos, outra

adaptação importante nas aves.

Os ossos pneumáticos são ossos muito leves, com cavidades que se enchem de ar

diminuindo assim o peso da ave. Finalmente, também concorre para a redução de peso a não-

retenção de urina e fezes, que são eliminados logo após a sua formação.

5 – Classe Mammalia

Os mamíferos compreendem o

homem, o macaco, o boi, o cachorro, o gato, a

baleia, o morcego etc..

A principal característica dos

mamíferos é a presença de glândulas mamárias nas fêmeas, daí o nome que

receberam (do latim: mamma = mama, teta:

feros = portador).

Outra característica importante nos mamíferos é a presença de pêlos recobrindo o

corpo.

Além das glândulas mamárias, os mamíferos possuem outras glândulas, que não

as sebáceas, as sudoríparas, as lacrimais e as odoríferas. Todos os mamíferos são homeotermos e têm respiração pulmonar, inclusive os

aquáticos como a baleia, o golfinho e o peixe-boi.

Uma outra característica importante nos mamíferos é a presença do diafragma

(músculos que separa o tórax do abdômen, cujos movimentos relacionam-se com a entrada de

ar nos pulmões e com sua saída).

Os mamíferos são animais vivíparos (as fêmeas parem as crias já completamente

formadas) e com fecundação interna.

Mamífero: morcego

39

O coração é dividido em quatro câmaras (duas aurículas e dois ventrículos), não

ocorrendo mistura entre o sangue venoso e o sangue arterial.

O sucesso dos mamíferos

A grande vantagem apresentada pelos mamíferos é a capacidade das fêmeas

gerarem seus filhotes dentro do ventre. E isso só se tornou possível para os mamíferos porque

neles as fêmeas possuem um órgão chamado útero, em cujo interior de desenvolve um

embrião. No útero também se forma a placenta, que faz a ligação entre o filho e a mãe. A

placenta permite ao embrião nutrir-se e respirar dentro do ventre da mãe, através do sangue

dela. Depois que o filhote nasce, a placenta é expelida (eliminada) pela mãe.

Questões para auto-avaliação

1) Qual o critério para classificar os dois grandes grupos de animais? Dê exemplos de animais

desses grupos.

2) Cite algumas características que os animais pertencentes ao filo Porifera possuem.

3) A que grupo de animais pertence a água-viva?

4) Qual a diferença entre pólipo e medusa?

5) Qual a função dos cnidoblastos?

6) Quais são as caracterísiticas gerais dos platelmintos?

7) Quais as principais doenças causadas por platelmintos?

8) Quais as principais doenças causadas por nematelmintos?

9) Quais são os principais tipos de anelídeos e qual o critério de divisão utilizado?

10) Cite três exemplos de moluscos.

11) Quais as características gerais dos artrópodes?

12) Dê um exemplo de cada classe de artrópode

13) Qual a principal característica dos equidermos e quais animais fazem parte desse grupo?

14) Apresente 3 diferenças entre peixe ósseo e peixes cartilaginosos.

15) Quais os tipos de respiração que os anfíbios possuem?

16) Dê um exemplo de cada tipo de réptil.

17) Qual a diferença entre um animal peçonhento e um venoso?

18) Quais as principais características das aves?

19) Quais as estruturas que favorecem o vôo nas aves?

20) Quais as principais características dos mamíferos?

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Respostas das questões de auto-avaliação

1) Os animais são subdivididos em vertebrados e invertebrados, conforme possuam ou não

coluna vertebral. São vertebrados: peixes, sapos, jacarés, etc.; e invertebrados: lombriga,

aranha, camarão etc..

2) São animais aquáticos, vivem fixos, possuem poros e sua nutrição depende da água que

lhes atravessa o corpo.

3) Ao grupo dos celenterados.

4) Os pólipos são na maioria fixos enquanto que as medusas são móveis.

5) Os cnidoblastos auxiliam na defesa e captura de alimentos.

6) O corpo é achatado em forma de fatias, possuem simetria bilateral, podem ser de vida livre

ou parasitas.

7) Esquistossomose e teníase.

8) Ancilostomíase, ascaridíase, oxiurose, elefantíase etc..

9) São os oligoquetos: minhocas; poliquetos: nereida; hirudíneos: sanguessugas. O critério

utilizado é a quantidade de cerdas.

10) São as ostras, caramujos e lulas.

11) Os artrópodes possuem patas articuladas, exoesqueleto e o corpo segmentado.

12) Crustáceos: camarão; Insetos: mosca; Aracnídeos: escorpião; Diplópodo: piolho-de-cobra;

Quilópodo: lacraia.

13) Todos os equinodermos possuem pele com espinhos, simetria radial, um esqueleto

formado por placas calcárias e um sistema ambulacrário. Fazem parte a estrela-do-mar,

pepino-do-mar etc..

14) Peixes ósseos: esqueleto ósseo, boca anterior e opérculo protegendo as brânquias.

Peixes cartilaginosos: esqueleto cartilaginoso, boca ventral e ausência de opérculo.

15) Quando larvas (girinos), a respiração é branquial; quando adulto é pulmonar e cutânea.

16) Tartaruga, crocodilo lagartos e cobras.

17) Todo ser vivo capaz de produzir substâncias tóxicas (veneno) para outro ser é dito

venenoso. Os seres vivos que, além de produzirem essas substâncias, também possuem

estruturas especiais para a inoculação (introdução) do veneno são chamados peçonhentos.

18) Corpo recoberto por penas, bico córneo e membros anteriores transformados em asas.

19) Presença de asas, ossos pneumáticos, sacos aéreos e esterno em forma de quilha.

20) O corpo recoberto por pêlos, glândulas mamárias, diafragma, glândulas sudoríparas,

sebáceas e lacrimais.

41

PARTE 4 – REINO PLANTAE

Caracterização

O Reino Plantae compreende seres eucariontes, pluricelulares, autotróficos, que

realizam fotossíntese.

A exemplo dos animais, o organismo vegetal é constituído por células. Contudo,

sua organização é bastante diferente. Se seus órgãos têm funções paralelas às dos sistemas

animais, o mesmo não pode se dizer da sua estrutura. Em relação aos animais falamos em

sistemas digestório, respiratório, reprodutor, etc.; no que diz respeito às plantas, tratamos de

órgãos: a raiz, o caule, a folha, a flor, o fruto e a semente.

A classificação dos vegetais possui ligeiras diferenças em relação à classificação

animal. Ao invés de usar o termo Filo, usa-se o termo Divisão.

As plantas são divididas em dois grandes grupos:

• Criptógamas (kripto, escondido): plantas que possuem as estruturas produtoras de

gametas pouco evidentes

• Fanerógamas (phanero, evidente): possuem as estruturas produtoras de gametas bem

visíveis. Os órgãos e suas funções

A raiz tem por função fixar a planta ao solo e retirar dele água e sais minerais,

essenciais à vida vegetal. O caule mantém a planta ereta. Em seu interior encontram-se vasos

condutores de seiva. Por seiva entende-se o líquido absorvido pelas raízes (seiva bruta) e as

substâncias produzidas pela fotossíntese (seiva elaborada).

Há vegetais que não possuem vasos condutores (algas e musgos). Nesse caso, a

distribuição da seiva se faz de célula a célula. A maioria, porém, é dotada de vasos condutores.

Do caule partem ramos onde se prendem as folhas, levando a seiva bruta e

trazendo a seiva elaborada. As folhas são, portanto, a parte dos vegetais onde ocorre a

fotossíntese. A seiva elaborada por ela produzida é distribuída todas as partes do vegetal,

garantindo a sua sobrevivência.

Nas folhas também acontecem os processos de respiração e transpiração vegetal.

Flores e sementes são órgãos que se relacionam com a reprodução vegetal.

42

Criptógamas

As criptógamas podem ser divididas, com base na organização do corpo, em

grupos menores:

1 – Talófitas

As talófitas são plantas cujo corpo é um talo, estrutura não diferenciada em raiz,

caule e folha. São as algas pluricelulares.

Um dos critérios de classificação das algas

é a cor. As algas segundo esse critério são divididas

em:

• Chrorophyta (clorofíceas): as algas verdes;

• Phaeophyta (feofíceas): as algas pardas;

• Rhodophyta (rodofíceas): as algas vermelhas.

A importância das algas

As algas realizam a maior parte da fotossíntese que ocorre no Planeta. São,

portanto, os mais importantes produtores de alimento e energia.

Grande quantidade de oxigênio existente na hidrosfera e na atmosfera se deve à

fotossíntese realizada pelas algas.

As algas vermelhas são ricas em iodo e constituem uma valiosa de substâncias

como o ágar-ágar (utilizado em laboratório para a cultura de bactérias) e a carragenina

(utilizada como estabilizador de sorvetes, pastas de dentes e doces).

2 – Briófitas

As briófitas são plantas de pequeno

porte, sendo que na maioria não ultrapassa 20 cm

de altura.

Vivem em ambientes úmidos e

sombreados, uma vez que não são susceptíveis à

dessecação.

Alga

Musgo

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As briófitas apresentam estruturas chamadas rizóides, caulóides e filóides que

desempenham um papel semelhante ao da raiz, caule e folhas. No entanto, não têm vasos

condutores de seiva; tanto a seiva elaborada quanto a bruta passam diretamente de uma célula

para outra, através de suas paredes.

O grupo das briófitas tem os musgos como principal representante.

3 – Pteridófitas

As pteridófitas são as primeiras plantas a

possuir vasos condutores de seiva. A existência dos

vasos possibilitou às plantas a conquista definitiva do

ambiente terrestre. Os vasos permitem o transporte

rápido da água e sais minerais até as folhas e de seiva

elaborada para as demais partes da planta.

Os principais representantes do grupo são

as samambaias e as avencas.

Nas pteridófitas as folhas se desenrolam a partir do centro da planta.

A reprodução é feita por meio de esporos, que freqüentemente são produzidos em soros

localizados na parte de baixo das folhas (são aqueles pontinhos alaranjados que vemos às

vezes nas samambaias). Ocorre alternância de gerações, sendo o vegetal adulto produtor de

esporos que, uma vez no chão, dão origem a uma plantinha parecida com um coração (prótalo)

e que produz os gametas. Esses se unem e vão dar origem a uma nova planta.

Fanerógamas

Nas fanerógamas os óvulos e o pólen são os gametas feminino e masculino,

respectivamente.

Dentre as fanerógamas temos as Gimnospermas, que produzem estróbilos como

estruturas reprodutoras, que são erradamente denominados flores; e as Angiospermas, que

produzem flores.

Uma flor pode ser definida, de maneira ampla, como um “ramo” modificado e

adaptado à reprodução. Sobre as folhas modificadas desse ramo é que se formam as

estruturas reprodutivas das plantas fanerógamas.

A semente é uma estrutura que contém em seu interior um pequeno embrião em

repouso, além de grande quantidade de células e material nutritivo para garantir a germinação.

As sementes têm origem a partir dos óvulos, formados nas flores.

Samambaia

44

As fanerógamas são divididas em dois grandes grupos:

1 – Gimnospermas

As gimnospermas são as primeiras plantas a produzirem flores (inflorescências) e

sementes, porém não produzem frutos (grego = gymnos = nua, grego = sperma = semente) .

As gimnospermas mais conhecidas são os pinheiros, ciprestes e sequóias. No

Brasil uma gimnosperma nativa é a araucária, também conhecida como pinheiro-do-paraná.

As flores da gimnosperma são chamadas de cones ou estróbilos.

Essas flores são de um só sexo, masculino ou feminino.

As gimnospermas estão mais adaptadas às regiões temperadas Chegam a formar

vegetações como as taigas no Hemisfério Norte e a mata de araucária no sul do Brasil.

As sequóias são gimnospermas de grande porte e ocorrem na Califórnia (Estados

Unidos). Essas plantas chegam a atingir 120 metros de altura e seus troncos podem chegar a

ter diâmetro de 12 metros.

Estima-se que as sequóias atuais tenham aproximadamente 4000 anos de idade.

2 – Angiospermas

As angiospermas possuem como característica exclusiva, a semente contida no

interior de um fruto (grego angio = urna; sperma = semente). Por esse motivo são conhecidas

como plantas frutíferas.

As angiospermas correspondem ao grupo de plantas com maior número de

espécies sobre a Terra. Ocorrem em ampla diversidade de hábitats, existindo desde espécies

aquáticas até plantas adaptadas a ambientes áridos, como os cactos.

.

Araucária

45

Economicamente, as angiospermas representam

uma fonte de inestimável importância para o homem. Seus

órgãos, como raiz, caule, folhas, flores, sementes e frutos,

podem servir de alimento para a população humana. Além

disso, servem, também como fontes de matéria-prima para

as mais diversas atividades humanas e industriais.

A principal característica que permite distinguir esses dois grupos é o número de

cotilédones presentes na semente. Os cotilédones são folhas modificadas que fazem parte do

corpo do embrião e que podem armazenar nutrientes que serão fornecidos a ele durante os

estágios iniciais de desenvolvimento. Como o próprio nome diz, nas monocotiledôneas há

apenas um cotilédone por semente, enquanto nas dicotiledôneas há dois cotilédones por

semente.

São exemplos de monocotiledôneas: Alho, cebola, aspargo, abacaxi, bambu,

grama, arroz, trigo, aveia, cana-de-açúcar, milho, gengibre e palmeiras em geral: coco-da-baía,

babaçu, etc.

São exemplos de dicotiledôneas: Vitória-régia, eucalipto, abacate, rosa, morango,

pêra, maçã, feijão, ervilha, goiaba, jabuticaba, algodão, cacau, limão, maracujá, cacto,

mamona, mandioca, seringueira, batata, mate, tomate, jacarandá, café, abóbora, melancia, etc.

A formação da semente

Nas angiospermas a fecundação se dá quando o núcleo masculino (proveniente do

grão de pólen) e o núcleo feminino (oosfera, proveniente do óvulo) se encontram, formando o

zigoto, ainda no ovário da flor.

O zigoto, uma célula simples, sofre então muitas divisões celulares e dá origem a

um pequeno embrião, pluricelular.

O óvulo fecundado desenvolve-se formando então uma semente. Ela contém um

embrião e substâncias nutritivas que o alimentarão quando a semente germinar.

A formação de uma ou mais sementes no interior de um ovário provoca o seu

desenvolvimento e ele, crescendo muito origina um fruto, enquanto murcham todas as demais

partes da flor.

Bananeira: um exemplo de angiosperma

46

Questões para auto-avaliação

1) Quais os grupos em que se divide o Reino Plantae?

2) Quais os principais órgãos de uma planta e quais as funções?

3) Qual a principal característica das algas e a importância desse grupo de organismos?

4) Como se dá a condução de seiva na briófitas? Dê um exemplo de briófita.

5) Quais as plantas que fazem parte do grupo das pteridófitas?

6) Qual a principal característica das fanerógamas e em quais grupos ela se divide?

7) Como se caracterizam as gimnospermas e as angiospermas? Dê exemplos.

8) Qual o nome das flores das gimnospermas?

9) As angiospermas se subdividem em dois grupos; quais são eles? Dê exemplos.

Respostas das questões de auto-avaliação

1) O reino Plantae se divide em:

• Criptógamas: plantas que não produzem flores nem sementes. Ex.: algas, musgos e

samambaias;

• Fanerógamas: plantas que produzem flores e sementes. Ex.: pinheiros, roseiras,

coqueiros.

2) São: raiz - fixação e absorção; caule - fixação e condução; folhas - fotossíntese,

transpiração e respiração, flores e sementes - reprodução.

3) As algas têm o copo formado por um talo, não podendo se diferenciar raiz, caule ou folhas.

Esses organismos são responsáveis pela maior parte da fotossíntese que ocorre no planeta.

4) As briófitas não têm vasos condutores de seiva; tanto a seiva elaborada quanto a bruta

passam diretamente de uma célula para outra, através de suas paredes. Os musgos

pertencem ao grupo das briófitas.

5) São as samambaias e avencas.

6) As fanerógamas são plantas que produzem flores e sementes. Elas se dividem em

gimnospermas e angiospermas.

7) As gimnospermas produzem flores e sementes, porém não produzem frutos. As

angiospermas produzem flores e sementes, que ficam abrigadas no interior de um fruto.

8) Cones ou estróbilos

9) As angiospermas se dividem em:

• Monocotiledôneas (1 cotilédone): alho, cebola, aspargo, abacaxi, bambu, grama, arroz,

trigo, aveia, cana-de-açúcar, milho, etc.

• Dicotiledôneas (2 cotilédones): Vitória-régia, eucalipto, abacate, rosa, morango, pêra, maçã,

feijão, ervilha, goiaba, jabuticaba, etc.

47

PARTE 5 – REINO FUNGI Caracterização

Os fungos mais conhecidos são os bolores, fermentos, lêvedos, orelhas de pau,

mofos e cogumelos. São todos organismos eucariontes e heterotróficos. Podem viver

livres na água ou no meio terrestre, onde há predominância de matéria orgânica.

Para poderem absorver a matéria orgânica de que

necessitam, os fungos mantêm três tipos de relacionamentos

com outros seres vivos: saprofitismo (nutrem-se de restos de

seres vivos que eles mesmos decompõem), mutualismo

(associação com outro ser onde os dois se beneficiam) e

parasitismo (nutre-se de substâncias orgânicas do corpo de

animais ou plantas vivos).

A maioria dos fungos é constituída por filamentos

microscópicos denominados hifas, que em conjunto formam

um emaranhado denominado micélio.

A importância dos fungos

Os fungos desempenham importantíssimo papel na Natureza: são eles que,

juntamente com as bactérias do solo, fazem a decomposição de cadáveres de animais e de

plantas. Nesse papel de decompositores da cadeia alimentar, eles permitem a reciclagem dos

elementos químicos que constituem a matéria orgânica. Se não fosse assim, os elementos se

esgotariam para os seres vivos.

Os fungos são antigos aliados da humanidade, utilizados na fermentação do pão e

na produção de bebidas alcoólicas. Além disso eles emprestam um sabor característico ao

queijos tipo roquefort, camembert, gorgonzola e muitos outros, sem falar na utilização de

fungos diretamente na alimentação, como é o caso dos famosos champignons.

Os fungos têm importância médica pois podem causar doenças no homem, nos

vegetais e nos animais. As doenças causadas por fungos recebem o nome de micoses.

As principais micoses humanas são: o sapinho, a frieira e as micoses de pele. Nos

vegetais os fungos podem causar doenças como: as “ferrugens”, e os “carvões”.

Ainda temos os fungos do gênero Penicillium, que são empregados na fabricação

de antibióticos naturais.

Um exemplo de fungo

48

Por que cresce a massa do pão?

O fermento biológico é um tipo de fungo utilizado desde a Antigüidade na produção

de pães e bebidas alcoólicas. Somente com o uso do microscópio verificou-se que o fermento

é constituído de seres vivos, unicelulares que se produzem por esporos e brotamento.

O fermento colocado na massa do pão alimenta-se dela e produz gás carbônico.

Com a formação de bolhas de gás carbônico no interior da massa, esta aumenta de volume e

se torna porosa, originando um pão macio.

A técnica de produção de bebidas alcoólicas é semelhante. O fungo presente no

caldo da cana, no suco da uva ou em outro líquido açucarado utiliza o açúcar como alimento e

realiza sua fermentação. Nesse processo são liberados gás carbônico e álcool. Assim, do suco

de uva produz-se vinho e do caldo de cana produz-se cachaça.

49

Questões para auto-avaliação 1) Quais os fungos mais conhecidos? Cite duas características principais.

2) Onde podem viver os fungos?

3) Quais as relações que os fungos podem manter com outros seres vivos?

4) Como são chamadas as doenças provocadas por fungos?

Respostas das questões de auto-avaliação

1) Os fungos mais conhecidos são os bolores, fermentos, lêvedos, orelhas-de-pau, mofos e

cogumelos. São todos organismos eucariontes e heterotróficos. 2) Podem viver livremente na água ou no meio terrestre, onde há predominância de matéria

orgânica.

3) Os fungos mantêm três tipos de relacionamentos com outros seres vivos: saprofitismo

(nutrem-se de restos de seres vivos que eles mesmos decompõem), mutualismo (associação com outro ser onde os dois se beneficiam) e parasitismo (nutre-se de

substâncias orgânicas do corpo de animais ou plantas vivos).

4) São chamadas de micoses.

50

PARTE 6 – REINO PROTISTA

Caracterização

Os seres classificados no Reino Protista são unicelulares, microscópicos e suas

células são eucarióticas, portanto com núcleo verdadeiro. Eles podem ser autótrofos (grego

autos = por si mesmo; trophé = nutrição) ou heterótrofos. Podemos dividir o Reino Protista em

dois grupos: o das algas e o dos protozoários.

1 – Algas

Os protistas autótrofos, organismos microscópicos, constituem a maior parte do

plâncton marinho e dulcícula. São de fato os mais importantes produtores desses

ecossistemas, isto é, pela fotossíntese, produzem os alimentos que direta ou indiretamente

garantem a vida de todos os demais seres. Eles também são chamados de algas unicelulares.

As algas unicelulares pertencentes ao Reino Protista distribuem-se por três

divisões: Chrysophyta (diatomácias e crisofítas), Euglenophyta (euglenóides) e Pyrrophyta

(dinoflagelados).

Pode-se referir às algas como crisofíceas ou crisófitas, por exemplo, valendo esta

nomenclatura para as outras classes.

• Crisófitas (grego chrysos = ouro; grego phykia = alga): são as algas douradas,

representadas principalmente pelas diatomáceas;

• Euglenófitas (grego eu = bem; grego glene = encaixe): são algas esverdeadas que

possuem um ou dois flagelos, vivem principalmente em água doce. O principal

representante é a Euglena;

• Pirrófitas (grego pyrrhos = avermelhado, cor de fogo): são as “algas de fogo”, assim

chamadas por causa da cor avermelhada que possuem. Algumas vivem em água doce mas

a maioria é marinha. Um exemplo interessante de pirrófita é a Noctiluca, que possui

luminescência, sendo responsável, em grande parte, pela luminosidade do mar e da areia

molhada, que se pode observar facilmente à noite.

51

2 – Protozoários

Antigamente referia-se ao Filo dos Protozoários. Atualmente o termo protozoário

tem sido empregado como uma designação coletiva, sem valor taxonômico. Os antigos

Subfilos passaram a ser os atuais Filos.

A classificação dos protozoários é feita com base nas estruturas de locomoção que

apresentam. Os principais Filos de protozoários são:

• Sarcodina (sarcodíneos): locomovem-se através de pseudópodos. Ex.: as amebas;

• Mastigophora (mastigóforos): locomovem-se através de flagelos. Também conhecidos

como flagelados. Ex.: tripanossomo;

• Ciliophora (ciliados): locomovem-se através de cílios. Ex.: paramécio;

• Sporozoa (esporozoários): não possuem estruturas de locomoção. Ex.: plasmódio.

Os protozoários (grego protos = primeiro; grego zoon = animal) formam um grupo

numeroso, com uma grande variedade de formas, adaptadas aos mais diferentes modos de

vida. Eles ocorrem em praticamente em todos os ambientes aquáticos e terrestres. Existem

espécies de vida livre e parasitas.

As células dos protozoários são chamadas de “células-organismo”, pois são

capazes de executar todas as funções que os seres pluricelulares são feitas por células ou

órgãos especializados.

Os protozoários podem se locomover por

pseudópodos, cílios e flagelos, embora haja também

espécies sem locomoção.

Os pseudópodos (grego pseudo = falso;

grego podos = pé) são expansões de citoplasma que

permitem um lento deslizamento do organismo. Esses

pseudópodos se alongam e alargam, e assim mudam

constantemente a forma da célula durante o

deslocamento.

Os cílios são filamentos curtos que ocorrem em grande número por célula,

enquanto os flagelos são longos e cada célula apresenta apenas um ou alguns poucos. Nos

dois casos eles batem coordenadamente e possibilitam a natação do organismo numa

determinada direção.

Muitos protozoários são parasitas do homem causando diversas doenças. Veja no

quadro a seguir as principais:

Ameba

52

Espécie Classe Doença Sintomas Transmissão

Entamœba histolytica Rizópodo Amebíase Ulcerações intestinais,

diarréia,

enfraquecimento

Ingestão de cistos

eliminados com as

fezes humanas.

Trypanosoma Cruzi Flagelado Doença

de

Chagas

Problemas no

coração, inchaço do

baço e fígado, mal

estar

Fezes do inseto

barbeiro (Triatoma

sp.)

Leishmania

brasiliensis

Flagelado Úlcera de

Bauru

Ulcerações (feridas

que não cicatrizam)

no rosto, braços e

pernas

Picada do mosquito

palha (Phlebotomus

sp.)

Trichomonas vaginalis Flagelo Tricomoní

ase

Vaginite, uretrite,

corrimento

Relação sexual ou

toalhas e objetos

úmidos

contaminados

Giardia lamblia Flagelado Giardíase Dores abdominais,

diarréia

Ingestão de cistos

eliminados com

fezes humanas

Plasmodium vivax Esporozoá

rio

Malária Febres, anemia,

lesões no baço e no

fígado

Picada de mosquito-

prego (Anopheles

sp.).

Questões para auto-avaliação

1) Quais as características dos organismos pertencentes ao reino Protista?

2) Qual a importância das algas unicelulares nos ecossistemas aquáticos?

3) Por que as células dos protozoários são chamadas de “células organismos”?

4) Dê exemplos de protozoários.

5) Cite 3 doenças causadas por protozoários.

53

Respostas das questões de auto-avaliação

1) Os seres classificados no reino Protista são unicelulares, microscópicos e suas células são

eucarióticas, portanto com núcleo verdadeiro. Eles podem ser autótrofos ou heterótrofos

2) São os mais importantes produtores desses ecossistemas, isto é, pela fotossíntese,

produzem os alimentos que direta ou indiretamente garantem a vida de todos os demais

seres.

3) As células dos protozoários são chamadas de “células-organismo”, pois são capazes de

executar todas as funções que os seres pluricelulares são feitas por células ou órgãos

especializados.

4) São protozoários: o paramécio, a ameba e o tripanossomo.

5) Amebíase, Doença de Chagas e Malária.

54

PARTE 7 – REINO MONERA Caracterização

O reino Monera compreende bactérias e cianobactérias.

As bactérias e as cianobactérias são seres unicelulares, embora várias espécies se

apresentem como colônias, formadas por agrupamentos celulares.

Além da unicelularidade, os seres pertencentes ao Reino Monera possuem a

propriedade de serem procariontes, ou seja, suas células não possuem membrana nuclear, a

ausência dessa membrana resulta na difusão do material genético no citoplasma.

1 – Bactérias

Com cerca de 3000 espécies, as bactérias estão entre os menores e mais simples

organismos e são, provavelmente, os organismos mais abundantes do planeta, sendo

encontradas em praticamente todos os meios: na terra, na água e no ar, na superfície ou no

interior de organismos, em objetos e nos materiais em decomposição.

A maioria das bactérias não ultrapassa 1µm (micrômetro), mas algumas podem

atingir 10µm ou mais ( o micrômetro é a milésima parte do milímetro).

De acordo com a forma que apresenta, elas recebem um denominação específica:

cocos (esféricas), bacilos (alongadas, em forma de bastonete), espirilos (em forma de espiral)

e vibriões (lembram uma vírgula).

Os cocos podem se associar, formando diversos tipos de colônias:

• Diplococos: colônia de dois indivíduos;

• Tétrade: colônia de quatro indivíduos;

• Estreptococos: colônia em forma de colar ou fila;

• Estafilococos: colônia em forma de cacho;

• Sarcina: colônia em forma de cubo;

• Pneumococos: colônia de dois indivíduos, em forma de

chama de vela;

• Gonococos: colônia de dois indivíduos, em forma de rim.

Bactéria da leptospirose

55

As bactérias em geral são heterótrofas, mas existem espécies autótrofas e

parasitas de animais, inclusive do homem.

Dentre as doenças de maior gravidade causadas por bactérias, devem ser

lembradas a meningite, a tuberculose, a difteria, a lepra, a febre tifóide, a disenteria bacilar, o tétano, e o cólera.

Muitas dessas doenças podem ser evitadas pela vacinação como, por exemplo, a

tuberculose, a difteria, o tétano e a meningite.

A importância das bactérias Quando falamos em bactérias, em geral as associamos a doenças. Porém, nem

todas são nocivas à saúde. Muitas espécies são úteis ao homem, dentre elas bactérias do

ácido acético, utilizadas na fabricação de vinagre, e os lactobacilos, empregados na

preparação de coalhadas, iogurtes, queijos etc. Além disso, as bactérias são fundamentais

para o equilíbrio da natureza. Como exemplo podemos citar as que participam do ciclo do

nitrogênio, permitindo sua utilização pelas plantas terrestres.

Devemos lembrar ainda das bactérias decompositoras, que permitem a reciclagem

de elementos através da decomposição dos corpos mortos. As bactérias que vivem no nosso

trato digestivo produzem vitaminas essenciais à nossa saúde.

2 – Cianobactérias

As cianobactérias são organismos unicelulares procariontes.

Algumas vivem isoladamente, enquanto outras se associam em colônias de até 1

metro de comprimento.

São seres autótrofos fotossintetizantes. Além

da clorofila, as cianobactérias possuem ficocianina

(pigmento azul) e a ficoeritrina (pigmento vermelho).

As cianobactérias são seres de grande

distribuição natural, ocorrendo em água doce, terra e mar.

São bastante comuns em fontes termais, suportando

temperaturas acima de 80ºC. Em associação com certas

espécies de fungos, formam os línquenes.

Elas têm pequena exigência de nutrientes, proliferando em qualquer ambiente onde

haja apenas gás carbônico, nitrogênio, água, alguns minerais e luz.

Algumas cianobactérias são capazes de fixar o nitrogênio do ar atmosférico,

aproveitando esse gás para construir suas proteínas.

Cianobactéria

56

Questões para auto-avaliação

1) Quais as principais características dos moneras?

2) Onde podem ser encontradas as bactérias?

3) Cite uma importância das bactérias.

4) Cite 3 doenças causadas por bactérias.

5) Onde são encontradas as cianobactérias?

Respostas das questões de auto-avaliação

1) São unicelulares e procariontes

2) São encontradas em praticamente todos os meios: na terra, na água e no ar, na superfície

ou no interior de organismos, em objetos e nos materiais em decomposição.

3) As bactérias decompositoras permitem a reciclagem dos elementos através da

decomposição dos corpos mortos.

4) Meningite, tuberculose e cólera

5) As algas são seres de grande distribuição natural, correndo em água doce, terra e mar.

57

GLOSSÁRIO

Abiogênese: o mesmo que geração espontânea. Explicação para a origem dos seres vivos,

que supõe a formação desses seres a partir da matéria não viva.

Adaptação: Conjunto de características de um organismo que lhe permite a sobrevivência e

reprodução num determinado ambiente.

Anemia: tipo de doença que provoca fraqueza e debilita a pessoa. É causada pela redução de

células vermelhas do sangue.

Anticorpo: substância produzida pelo organismo para destruir substâncias estranhas que nele

penetrem.

Assexuada: que ocorre sem a participação de elementos sexuais.

Autótrofo: organismo vivo capaz de sintetizar seu próprio alimento.

Bexiga natatória: Estrutura presente nos peixes ósseos; constitui um saco armazenador de

gases, com a função de ajustar o peso específico do animal ao da água, facilitando a flutuação.

Biogênese: Teoria segundo a qual todos os seres vivos originam-se de outros seres já

existentes.

Brânquia: Conjunto de filamentos delicados em cujo interior existem capilares sangüíneos s;

promovem a respiração para certos animais, como os peixes.

Coacervados: conjunto de proteínas aglomeradas e circundadas por uma película líquida.

Clorofila: pigmento verde dos vegetais, de importância fundamental para a fotossíntese,

atuando como elemento responsável pela absorção de luz.

Coníferas: designação comum para um grupo de plantas das gimnospermas, que produzem

sementes não abrigadas em um fruto.

Cotilédone: folha embrionária que contém reservas nutritivas para o embrião da planta.

Decompositores: organismos, como a maioria das bactérias e dos fungos, que transformam a

matéria orgânica morta em material simples, possível de ser reutilizado pelos demais seres

vivos.

Diafragma: músculo que separa o tórax do abdômen; sua atividade é fundamental para a

ocorrência da respiração nos mamíferos.

Embrião: organismo vivo nos primeiros estágios de seu desenvolvimento.

Espécie: Unidade de classificação que abrange os indivíduos com grandes semelhanças

físicas e fisiológicas e capazes de se cruzarem entre si, originando descendentes férteis.

58

Esporo: célula reprodutora que apresenta capacidade de germinação, resultando na formação

de um novo indivíduo idêntico àquele que o originou.

Fecundação: processo de encontro entre duas células reprodutoras (gametas). Desse

encontro surge o zigoto ou ovo.

Gameta: célula reprodutora sexuada.

Girino: nome dado às fases larvárias de sapos e rãs.

Glândula: qualquer célula ou conjunto de células capazes de produzir substâncias que são

mantidas no seu interior ou expelidas para fora.

Hermafrodita: ser vivo que possui órgãos reprodutores dos dois sexos.

Heterótrofo: organismo vivo que não é capaz de sintetizar seu próprio alimento.

Hospedeiro: organismo vivo que abriga no interior do seu corpo outro ser vivo, geralmente um

parasita.

Metamorfose: processo de mudanças na estrutura de um organismo durante a passagem da

fase larvar para a fase adulta.

Mutação: modificação que ocorre na estrutura genética, presente no interior do núcleo celular,

de um organismo vivo.

Orgânica: que se refere a organismo.

Ovíparo: animal que põe ovos.

Ovo: resultado da fecundação do óvulo pelo espermatozóide.

Óvulo: célula sexual feminina.

Parasita: organismo vivo que se aloja em outro causando-lhe prejuízo.

Patogênico: organismo vivo capaz de produzir doença em outro.

Pecilotérmico: animal cuja temperatura varia de acordo com a temperatura do ambiente.

Procarionte: célula em que o material genético não está isolado do citoplasma.

Proteína: substância orgânica que constitui o principal componente químico dos organismos

vivos.

Pseudópodo: saliência da membrana plasmática, que ocorre em algumas células, servindo

para captura de alimento e locomoção.

Saprófitas: grupo de seres vivos que se nutrem de matéria orgânica morta, fazendo sua

decomposição. O mesmo que decompositores.

Seiva bruta: líquido formado por água e sais minerais que circula na planta, nutrindo-a.

59

Seiva elaborada: líquido formado por água e outras substâncias produzidas pelo vegetal, que

nele circula, completando sua nutrição.

Seleção natural: teoria que afirma que todos os seres vivos são selecionados pelo ambiente,

de modo a que os mais aptos sobrevivam.

Teoria: Conjunto de conhecimentos que apresentam uma certa credibilidade e explicam

determinado fenômeno

Vivíparo: animal cujos filhotes se desenvolvam originalmente no interior do organismo da

fêmea.

Zigoto: célula resultante da fecundação, isto é, do encontro do gameta masculino com o

feminino.

60

COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, ATIVIDADES.

Parte 1: Seres vivos e não vivos

É muito importante ressaltar as diferenças entre os seres vivos e os seres brutos ou

inanimados, para isso você pode pedir para que os alunos façam uma lista de “coisas” que eles

considerem que sejam vivos e outras que eles considerem não vivos. Baseando-se nessa lista

você poderá promover uma discussão com a classe para verificar se os seres que estão na

lista possuem todas as características necessárias para que sejam considerados seres vivos.

Seria interessante se os alunos pudessem observar uma célula através de um

microscópio, geralmente o interesse por esse tipo de atividade é muito grande.

Se você dispuser do microscópio aqui estão duas práticas fáceis que geralmente

dão um bom resultado.

Material: microscópio, gilete, lâmina, conta-gotas, corante: azul de metileno, palitos (tipo

sorvete), recipientes (pequenos) para água, recipiente (pequenos) para os cortes, pincel,

cebola.

1) Observação de células de cebola Procedimento:

• Retirar a “pelinha” da cebola (camada de células) com a gilete e colocar no recipiente para

cortes contendo água;

• Com um pincel, transferir a película da cebola para a lâmina;

• Colocar uma gotinha de azul de metileno, cobrir com uma lamínula e levar ao microscópio

para observação.

• Desenhar o que foi observado

2) Observação de células da mucosa bucal Procedimento:

• Raspar a bochecha com o palito e retirar células da mucosa bucal;

• Transferir o material para a lâmina;

• Com o conta-gotas pingar uma gotinha de azul de metileno e cobrir com lamínula;

• Levar ao microscópio e observar

• Desenhar o que foi observado.

Obs.: Chamar a atenção dos alunos para as diferenças entre esses tipos de células,

principalmente quanto a forma e o tamanho.

61

Parte 2: Classificação e nomenclatura dos seres vivos

É importante deixar claro que os seres vivos são classificados segundos alguns

critérios para que possam ser melhor estudados.

Para que os alunos tenham mais claro o que são critérios de classificação você

poderia, por exemplo, colocar uma lista de nomes (ou um cartaz com gravuras) de animais na

lousa e pedir para que eles agrupem esses animais da maneira que eles acharem melhor.

Depois pedir para que alguns alunos coloquem os grupos que formaram na lousa e dizem qual

foi o critério escolhido para aquela separação.

Parte 3: Reino Animalia

Os alunos geralmente têm muita curiosidade quanto o assunto trata de animais.

Muitas vezes não é possível trabalhar-se com exemplares desses seres, o que seria muito

interessante, na impossibilidade é importante que o professor lance mão de gravuras, slides,

atlas, etc., pois em algumas situações o animal não é familiar.

Não é raro os alunos levarem para a sala de aula animais que encontraram perto

de casa, na escola etc., quando isso acontecer explore o máximo possível o fato.

Quando o assunto for verminoses seria interessante discutir o problema da higiene

individual e coletiva. Destacar bem esse aspecto, pois seu cunho social e político é da maior

importância. É preciso esclarecer que o lançamento de esgoto in natura em valas e riachos não

causa um problema apenas estético, mas antes de tudo, sanitário.

Parte 4: Reino Plantae

Sem dúvida trabalhar com plantas é muito mais fácil do que com animais. A

germinação de sementes de feijão, alpiste, milho, etc., é uma boa prática para se realizar com

alunos. Se você resolver executá-la peça para que os alunos façam observações diárias e

promova uma discussão em sala sobre cada etapa do desenvolvimento do vegetal.

Quando você estiver tratando dos órgãos e de suas funções na planta seria

interessante que você realizasse alguns experimentos. Aqui vão algumas sugestões:

Raiz: para constar a função de absorção das raízes você pode colocar uma planta

com raiz em um recipiente transparente com água. Para que não ocorra evaporação dessa

água você deve colocar um pouco de óleo (pode ser o de cozinha) neste recipiente; deste

modo o óleo ficará em cima e não permitirá que a água evapore. Feito isto você deve fazer

62

uma marca no nível da água e depois colocar a planta em um local iluminado. Esperar uns dois

dias e verificar o nível da água. Você notará que o nível da água abaixou, como a possibilidade

de evaporação está descartada você comprovará que a raiz absorveu a água.

Caule: Para constatar a função de condução no caule você deve ter em mãos uma

flor branca (rosa, palma, cravo, crisântemo), água, anilina e prosseguir da seguinte maneira:

• Misturar água e anilina em um recipiente (a solução deve ser concentrada).

• Em seguida fazer um corte transversal no talo da planta (o talo da planta deve ficar uns 15

cm) e colocá-la rapidamente nessa solução.

• Depois de 30 min. observar.

Você notará que as pétalas da flor vão ficar coloridas, resultado da condução do

caule.

• Folha: para constatar que nas folhas ocorre o processo de transpiração da planta, você

deverá prosseguir da seguinte maneira:

• Pegar um saco plástico e um barbante e amarrá-lo em um galho de uma planta que deverá

ficar exposta ao sol (pode ser uma planta da escola ou vaso).

• Depois de uns 20 minutos observar.

Você notará que existe água no interior do saco plástico. Explicar para os alunos

que a transpiração ocorre em forma de vapor mas em contato com o saco plástico o vapor se

condensa.

Parte 5: Reino Fungi

É muito fácil conseguir uma laranja “mofada”, você poderia utilizar esse tipo de

material para observação dos fungos no microscópio.

Você poderia também dissolver um pouco o fermento biológico (fermento de pão)

em um pouco de água e levar ao microscópio para observação.

Parte 6: Reino Protista e Parte 7: Reino Monera

O ideal seria a observação desses seres no microscópio. Se isso não for possível

consiga ilustrações para que os alunos tomem contato com os mesmos.

Uma estratégia que têm motivado os alunos é a pesquisa. Você poderia pedir para

que os alunos fizessem uma pesquisa a respeito das doenças causadas por protozoários e

bactérias. Os alunos poderão fazer painéis com as medidas preventivas contra essas doenças

e também falando da importância da vacinação no caso de algumas doenças.

63

Questões de avaliação

1) Quais são as características básicas que um organismo deve apresentar para ser

considerado um ser vivo?

2) Relacione as colunas:

(a) autótrofo ( ) possui membrana nuclear

(b) fotossíntese ( ) possui mais de uma célula

(c) heterótrofo ( ) processo de produção de alimentos

(d) procarionte ( ) se alimentam de outros seres

(e) unicelular ( ) o material genético não está em um núcleo

(f) eucarionte ( ) etapas de desenvolvimento de um ser vivo

(g) pluricelular ( ) seres que produzem seu alimento

( ) possui apenas uma célula

3) O que significa classificar e qual o principal critério que devemos adotar para fazer uma

classificação?

4) Associe os seres com seus respectivos reinos:

( a ) roseira ( ) Animalia

( b ) protozoário ( ) Monera

( c ) bactéria ( ) Plantæ

( d ) cogumelo ( ) Fungi

( e ) gato ( ) Protista

5) Relacione os grupos com as características:

(a) Poríferos ( ) células urticantes

(b) Celenterados ( ) vermes em forma de fio

(c) Platelmintos ( ) água viva; hidra

(d) Nematelmintos ( ) poros por toda a superfície

(e) Anelídeos ( ) pólipos e medusas

( ) corpo segmentado em anéis ( ) Ascaris; ancilóstomo

( ) vermes em forma de fita ( ) presença de cerdas

( ) planária; esquistossomo ( ) minhoca; sanguessuga

( ) primeiros que apresentam simetria bilateral ( ) elefantíase; amarelão

( ) teníase; barriga d’água

64

6) Assinale C (certo) ou E (errado)

( ) Todos os artrópodes apresentam corpo segmentado, exoesqueleto e patas articuladas.

( ) Os crustáceos e os aracnídeos têm corpo dividido em cefalotórax e abdômen.

( ) Os insetos possuem seis patas.

( ) Os crustáceos e os insetos possuem dois pares de antenas.

( ) Os aracnídeos e os crustáceos são artrópodes com quatro pares de patas.

( ) Os crustáceos são artrópodes exclusivamente aquáticos.

( ) A muda ocorre em todos os artrópodes.

( ) Os diplópodos possuem um par de patas por segmento.

7) Quais as características dos equinodermos? Dê exemplos.

8) Em que característica os peixes se assemelham aos anfíbios e répteis?

9) Dê um exemplo de peixe ósseo e um exemplo de peixe cartilaginoso.

10) Por possuir glândulas que produzem veneno, o sapo pode ser considerado um animal

perigoso?

11) Complete as sentenças, comparando anfíbios e répteis:

a) A pele dos répteis é seca e sem glândulas: a dos anfíbios é ______________________ .

b) Os répteis têm apenas respiração pulmonar, os anfíbios têm respiração branquial na fase

larval e, na fase adulta, respiração ______________________________________ .

c) Para a reprodução os répteis não dependem da água e os anfíbios ________________ .

12) Escreva uma característica comum aos mamíferos e aos répteis.

13) Que características se aplicam a todos os répteis?

14) O que significa dizer que as aves são vertebrados homeotermos?

15) Quais são as estruturas que facilitam o vôo nas aves?

16) Quais as características comuns a todos os mamíferos?

17) Associe corretamente:

(a) raiz ( ) reprodução

(b) caule ( ) condução

(c) folha ( ) absorção

(d) flores e sementes ( ) fotossíntese, transpiração, respiração

65

18) Coloque A para angiospermas, B para briófitas, G para gimnospermas, P para pteridófitas

e T para as talófitas.

( ) não possuem vasos condutores de seiva ( ) são divididas em mono e dicotiledôneas

( ) produzem flores mas não produzem frutos ( ) abacateiros; roseiras; mangueiras

( ) são as samambaias e avencas ( ) são as algas pluricelulares

( ) seu corpo é constituído por um talo ( ) as flores são chamadas de estróbilos

( ) são os pinheiros

19) Qual a principal característica dos moneras e quais organismos fazem parte desse reino?

20) Cite algumas doenças causadas por bactérias.

21) Qual a principal característica dos protistas e quais organismos fazem parte desse Reino?

22) Cite algumas doenças causadas por protistas.

23) Em que tipos de ambientes podemos encontrar os fungos? Dê exemplos de fungos.

66

Respostas das questões de avaliação

1) Quais são as características básicas que um organismo deve apresentar para ser

considerado um ser vivo?

R: Para ser considerado um ser vivo o organismo precisa: ser formado por células, ter nutrição, ter capacidade de movimentação, reagir a estímulos, ter um ciclo vital, ter capacidade de reprodução e poder adaptar-se.

2) Relacione as colunas

(a) autótrofo ( f ) possui membrana nuclear

(b) fotossíntese ( g ) possui mais de uma célula

(c) heterótrofo ( b ) processo de produção de alimentos

(d) procarionte ( c ) se alimentam de outros seres

(e) unicelular ( d ) o material genético não está em um núcleo

(f) eucarionte ( a ) seres que produzem seu alimento

(g) pluricelular ( e ) possui apenas uma célula

3) O que significa classificar e qual o principal critério que devemos adotar para fazer uma

classificação?

R: Classificar é agrupar, formar grupos, obedecendo a determinados critérios. Devemos observar as semelhanças e as diferenças existente em cada membro do grupo.

4) Associe os seres com seus respectivos reinos:

( a ) roseira ( e ) Animalia

( b ) protozoário ( c ) Monera

( c ) bactéria ( a ) Plantæ

( d ) cogumelo ( d ) Fungi

( e ) gato ( b ) Protista

5) Relacione os grupos com as características:

( a ) Poríferos ( d ) Nematelmintos

( b ) Celenterados ( e ) Anelídeos

( c ) Platelmintos

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( b ) células urticantes ( c ) planária, esquistossomo

( d ) vermes em forma de fio ( e ) minhoca, sanguessuga

( b ) água viva, hidra ( d ) áscaris, ancilóstomo

( a ) poros por toda superfície ( c ) primeiros que apresentaram simetria bilateral

( b ) pólipos e medusas ( d ) elefantíase, amarelão

( e ) corpo segmentado em anéis ( c ) teníase, barriga-d’água

( c ) vermes em forma de fita

( e ) presença de cerdas

6) Assinale C (certo) ou E (errado)

( c ) Todos os artrópodes apresentam corpo segmentado, exoesqueleto e patas articuladas.

( c ) Os crustáceos e os aracnídeos têm corpo dividido em cefalotórax e abdômen.

( c ) Os insetos possuem seis patas.

( e ) Os crustáceos e os insetos possuem dois pares de antenas.

( e ) Os aracnídeos e os crustáceos são artrópodes com quatro pares de patas.

( e ) Os crustáceos são artrópodes exclusivamente aquáticos.

( c ) A muda ocorre em todos os artrópodes.

( e ) Os diplópodos possuem um par de patas por segmento.

7) Quais as características dos equinodermos? Dê exemplos.

R: Os equinodermos são animais exclusivamente marinhos, com o corpo coberto de espinhos e com um aparelho ambulacrário.

8) Em que característica os peixes se assemelham aos anfíbios e répteis?

R; Peixes, anfíbios e répteis são animais pecilotérmicos.

9) Dê um exemplo de peixe ósseo e um exemplo de peixe cartilaginoso

R: Ósseo: sardinha; cartilaginoso: tubarão

10) Por possuir glândulas que produzem veneno, o sapo pode ser considerado um animal

perigoso?

R: Não, pois ele não dispõe de meios para inocular o veneno.

11) Complete as sentenças, comparando anfíbios e répteis:

a) A pele dos répteis é seca e sem glândulas: a dos anfíbios é recoberta por glândulas de muco.

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b) Os répteis têm apenas respiração pulmonar, os anfíbios têm respiração branquial na fase

larval e, na fase adulta, respiração pulmonar e cutânea. c) Para a reprodução os répteis não dependem da água e os anfíbios dependem.

12) Escreva uma característica comum aos mamíferos e aos répteis.

R: Todos têm respiração pulmonar, são heterótrofos

13) Que características se aplicam a todos os répteis?

R: pele seca, pecilotermia, respiração pulmonar 14) O que significa dizer que as aves são vertebrados homeotermos?

R: Significa que as aves mantêm a temperatura do corpo constante, não variando com a temperatura do ambiente.

15) Quais são as estruturas que facilitam o vôo nas aves?

R: Asas, ossos pneumáticos, sacos aéreos, esterno em forma de quilha.

16) Quais as características comuns a todos os mamíferos?

R: São homeotermos, heterótrofos, têm respiração pulmonar, possuem glândulas mamárias e o corpo recoberto de pêlos.

17) Associe corretamente:

( a ) raiz ( d ) reprodução

( b ) caule ( b ) condução

( c ) folha ( a ) absorção

( d ) flores e sementes ( c ) fotossíntese, transpiração, respiração

18) Coloque A para angiospermas, B para briófitas, G para gimnospermas, P para pteridófitas e

T para as talófitas.

( B ) não possuem vasos condutores de seiva ( A ) são divididas em mono e dicotiledôneas

( G ) produzem flores mas não produzem frutos ( A ) abacateiros, roseiras, mangueiras

( P ) são as samambaias e avencas ( T ) são as algas pluricelulares

( T ) seu corpo é constituído por um talo ( B ) são os musgos

( G ) são os pinheiros ( G ) as flores são chamadas de estróbilos

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19) Qual a principal característica dos moneras e quais organismos fazem parte desse reino?

R: São unicelulares e procariontes. As bactérias e cianobactérias.

20) Cite algumas doenças causadas por bactérias.

R: Meningite, tuberculose, cólera, tétano.

21) Qual a principal característica dos protistas e quais organismos fazem parte desse reino?

R: São seres unicelulares e eucariontes. Os protozoários e algas unicelulares.

22) Cite algumas doenças causadas por protistas.

R: Doença de Chagas, malária, amebíase, giradas.

23) Em que tipos de ambientes podemos encontrar os fungos? Dê exemplos de fungos.

R: Podem viver livremente na água ou no meio terrestre, onde há predominância de matéria orgânica. Cogumelos, bolor etc..

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Bibliografia; crédito das fotos e ilustrações

• Kimball, J. W. – BIOLOGIA – Fondo Educativo Interamericano S. A. - México, 1 971

• Paulino, W. R. – Coleção BIOLOGIA ATUAL, 8ª edição – Editora Ática, 1 992

• Marcondes, A. C. ; Lammoglia, D. Â. – Coleção BIOLOGIA CIÊNCIA DA VIDA – Atual

Editora, 1 994

• Albuquerque, N. E. – Coleção BIOLOGIA – Editora Lê, 1 993

• Amabis, J. M. ; Martho, G. R. – Coleção BIOLOGIA, 1ª EDIÇÃO – Editora Moderna, 1 999

• Linhares, S. ; Gewandsznajder – BIOLOGIA, PROGRAMA COMPLETO – Editora Ática, 1

999

• Silva Junior, C. da ; Sasson, S. – Coleção BIOLOGIA, 5ª edição – Editora Atual, 1 989

• Marcondes, A. C. ; Lammoglia, D. Â. – Coleção AULAS DE BIOLOGIA, vol. 3: Zoologia e

Botânica, 2ª edição – Atual Editora, s/ data

• Storer, T. I. ; Usinger, R. L. ; Stebbins, R. C. ; Nybakken, J. W. – ZOOLOGIA GERAL, 6ª

edição – Companhia Editora Nacional, 1 991.