apostila segurança e saúde do trabalhador na atividade da indústria da construção -2008

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1. INTRODUÇÃO A indústria da construção envolve uma variedade de riscos ambientais, de acidentes e fatores ergonômicos, sendo as medidas de controle difíceis e complexas, principalmente pela alta rotatividade e qualificação da mão-de-obra e participação de terceirizadas no processo construtivo. Além da prevenção de acidentes graves e fatais (quedas, soterramento, choque elétrico, máquinas e equipamentos desprotegidos), devem ser consideradas as questões ambientais, ergonômicas, educacionais, de saúde, alimentação, habitação e transporte dos trabalhadores. Essa atividade ainda apresenta os maiores índices de acidentes do trabalho no Brasil, estando atualmente em torno de 20% do total. Embora com o advento da Norma Regulamentadora 18 (julho de 1995), associada a uma ação fiscal do governo federal mais eficiente e eficaz, através do Ministério do Trabalho e Emprego, se tem observado uma grande melhoria nas condições e no meio ambiente de trabalho nos canteiros de obras. Infelizmente ainda existem muitos “empresários” que consideram a

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Page 1: Apostila  Segurança e Saúde do Trabalhador na Atividade da indústria da construção -2008

1. INTRODUÇÃO

A indústria da construção envolve uma variedade de riscos ambientais, de acidentes e fatores ergonômicos, sendo as medidas de controle difíceis e complexas, principalmente pela alta rotatividade e qualificação da mão-de-obra e participação de terceirizadas no processo construtivo.

Além da prevenção de acidentes graves e fatais (quedas, soterramento, choque elétrico, máquinas e equipamentos desprotegidos), devem ser consideradas as questões ambientais, ergonômicas, educacionais, de saúde, alimentação, habitação e transporte dos trabalhadores.

Essa atividade ainda apresenta os maiores índices de acidentes do trabalho no Brasil, estando atualmente em torno de 20% do total. Embora com o advento da Norma Regulamentadora 18 (julho de 1995), associada a uma ação fiscal do governo federal mais eficiente e eficaz, através do Ministério do Trabalho e Emprego, se tem observado uma grande melhoria nas condições e no meio ambiente de trabalho nos canteiros de obras.

Infelizmente ainda existem muitos “empresários” que consideram a segurança e a saúde um custo adicional para a empresa e não um investimento no seu maior patrimônio, que são os trabalhadores. Essas “empresas” são as que contribuem de maneira incisiva para o aumento dos índices de acidentes. Um acidente onera de maneira significativa os serviços e produtos de uma empresa, isso considerando somente a parte material, já que uma vida humana não tem preço.

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2 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

2.1 OBJETIVOS:

- Identificar, avaliar e propor medidas técnicas de eliminação e/ou controle dos riscos ambientais e de acidentes;

- Elaborar programa de gerenciamento de riscos (prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais) para a atividade da indústria da construção.

2.2 CAMPO DE APLICAÇÃO

Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da Norma Regulamentadora 4 - Código 45.

2.3 CÓDIGOS DE ATIVIDADES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

45.1 – Preparação do terreno45.2 – Construção de edifícios e obras de engenharia45.3 – Obras de infra-estrutura para engenharia elétrica, eletrônica e ambiental45.4 – Obras de instalações45.5 – Obras de acabamentos e serviços auxiliares45.6 – Aluguel de equipamentos de construção e demolição com operários

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2.4 DIMENSIONAMENTO DO SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO – SESMT, PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.

Grau de

Risco

Número de empregados no estabelecimento

50a

100

101a

250

251a

500

501a

1000

1001a

2000

2001a

3500

3501a

5000

Acima de 5000 para cada grupo de 4000 ou fração acima de

2000

3Técnico de SegurançaEngenheiro de SegurançaAuxiliar de EnfermagemEnfermeiro do TrabalhoMédico do Trabalho

1 2 31*

1*

411

1

612

1

82112

111

1

4

Técnico de SegurançaEngenheiro de SegurançaAuxiliar de EnfermagemEnfermeiro do TrabalhoMédico do Trabalho

1 21*

1*

31*

1*

411

1

511

1

822

2

103113

311

1

*tempo parcial

2.5 COMUNICAÇÃO PRÉVIA

É obrigatória a comunicação à Delegacia Regional do Trabalho, antes do início das atividades, das seguintes informações:- endereço da obra;- Endereço e qualificação (CEI, CNPJ ou CPF) do contratante, empregador ou condomínio;- Tipo de obra;- Datas previstas do início e conclusão da obra;- Número máximo de trabalhadores na obra.

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2.5 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - PCMAT

Um dos principais avanços da NR 18 (Portaria 4, de 04.07.1995), é a obrigatoriedade de elaboração do PCMAT. Sua implementação permite um efetivo gerenciamento do ambiente de trabalho, do processo produtivo e de orientação aos trabalhadores, reduzindo o acentuado número de acidentes e doenças ocupacionais.

É obrigatório para estabelecimentos com 20 (vinte) ou mais empregados em atividades, contemplando a NR-18 e outros dispositivos complementares de segurança, inclusive as exigências estabelecidas na NR-9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – (PPRA).

DOCUMENTOS INTEGRANTES DO PCMAT:

a – memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, considerando os riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas medidas de controle;b – projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra;c – especificação técnica das proteções coletivas e individuais;d – cronograma de implantação das medidas de controle;e – layout inicial do canteiro de obra (com área de vivência);f – programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária.

METODOLOGIA

A concepção do PCMAT é precedida do comprometimento da direção da empresa com o Programa, através de sua política de segurança e saúde;

O Programa deve ser composto de vários projetos que devem estar vinculados a uma proposta de ação (melhoria contínua das condições e dos ambientes de trabalho), com objetivos concretos que possam ser avaliados quantitativamente e/ou qualitativamente, serem limitados no tempo (duração da obra) e apresentarem expansão, modernização ou aperfeiçoamento da ação desejada;

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O conteúdo deve indicar metas físicas e financeiras, estratégia de execução e integração interna e externa;

Priorizar as condições de grave e iminente risco; O treinamento admissional e/ou periódico dos trabalhadores deve ter material instrucional voltado para a realidade regional; Elaborar programa de manutenção preventiva das máquinas e equipamentos e o treinamento dos operadores; O Programa deve ter interface com o PPRA e o PCMSO, bem como com a análise ergonômica dos postos de trabalho; No reconhecimento dos riscos causadores de doenças ocupacionais além dos agentes físicos, químicos e biológicos, considerar também as condições de trabalho em função dos fatores ambientais, como chuva, umidade, vento e altitude.

ESTRUTURA BÁSICA

1. Diagnóstico da situação de partida:

1.1 Análise criteriosa dos projetos, cronogramas, métodos ou processos de trabalho;1.2 Definição dos recursos financeiros a serem alocados;1.3 Descrição da obra (etapas, sistemas construtivos, números de trabalhadores, etc);1.4 Intervenientes (terceirizados);1.5 Levantamento do perfil da mão-de-obra;1.6 Condições geo-climáticas (precipitação pluviométrica, temperatura, altitude, umidade, direção predominante e velocidade dos ventos.

2. Organização do canteiro de obra:

2.1 Dimensionamento e locação da área de vivência / arranjo físico (lay out);2.2 Circulação de veículos e pessoas;2.3 Sinalização de segurança;2.4 Transporte de pessoal;2.5 Escoamento de esgoto e águas pluviais;2.6 Lixo (acondicionamento, transporte e destino final);2.7 Linhas de abastecimentos (água / eletricidade / telefone).

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3. Riscos Ocupacionais

Descrição das atividades / categorias profissionais;Antecipação e reconhecimento;Avaliação;Medidas de controle:Projeto de execução e especificação técnica das proteções coletivas;Proteção individual (especificação e definição dos locais de uso). Treinamento;Avaliação da eficácia.Planejamento:Metas / Prioridades / Cronograma de execução.Monitoramento da exposição ao risco;Registro e divulgação dos dados.

3.1 Riscos de Acidentes3.1.1 Quedas;3.1.2 Máquinas e equipamentos sem proteção;3.1.3 Instalações elétricas;3.1.5 Soterramento;3.1.6 Ferramentas inadequadas e defeituosas;3.1.7 Incêndio / explosões;3.1.8 Armazenamento inadequado;3.1.9 Transporte de trabalhadores;3.1.10 Animais peçonhentos;3.1.11 Outras situações de riscos.

3.2 Riscos Ambientais

3.2.1 Riscos Físicos3.2.1.1 Ruídos (máquinas, equipamentos e ferramentas);3.2.1.2 Vibrações (máquinas pesadas, marteletes pneumáticos, vibradores, ferramentas manuais motorizadas);3.2.1.3 Radiações ionizantes e não ionizantes (solda / solar);3.2.1.4 Temperaturas extremas;3.2.1.5 Pressões anormais;3.2.1.6 Umidade.

3.2.2 Riscos Químicos3.2.2.1 Poeiras (preparação de concreto e argamassas / movimentação de terra / demolição / corte e raspagem de madeiras / ação do vento);3.2.2.2 Operação de pintura e uso de solvente;3.2.2.3 Impermeabilizantes;

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3.2.2.4 Manuseios de ácidos;3.2.2.5 Fumos metálicos, gases e vapores;

3.2.3 Riscos Biológicos (bactérias, vírus, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, etc) 3.2.3.1 Escavação de valas e execução de tubulões;3.2.3.2 Obras de saneamento.

3.2.4 Fatores Ergonômicos3.2.4.1 Esforço físico intenso;3.2.4.2 Levantamento e transporte manual de cargas;3.2.4.3 Trabalho em turno e noturno;3.2.4.4 Jornadas de trabalho prolongadas;3.2.4.5 Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico;3.2.4.6 Análise ergonômica dos postos de trabalho (recomendações de segurança).

4. Treinamento4.1 Definição do conteúdo programático, carga horária e material instrucional;4.2 Tipos: introdutório, gerencial e por categoria profissional;4.3 Periodicidade

5. Integração Interna e Externa5.1 Programa de qualidade da empresa;5.2 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO;5.3 Recursos humanos;5.4 Manutenção;5.5 Compras e licitações;5.6 Planejamento; 5.7 Instituições que atuam na área (DRT / FUNDACENTRO / SESI / Sindicatos, etc).

6. Definição das responsabilidades gerenciais6.1 Gerência6.2 Engenheiro responsável pela obra;6.3 Mestre, encarregados e trabalhadores;6.4 SESMT;6.5 CIPA;6.6 Setor administrativo.

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7. Controle e Avaliação do Programa

7.1 Principais indicadores (freqüência, gravidade, absenteísmo, etc);7.2 Cronograma geral de implantação;7.3 Auditoria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A nova visão de prevenção de riscos de acidentes e de doenças ocupacionais face ao atual processo de globalização, introdução de novas tecnologias e a complexidade crescente dos riscos e seus efeitos é que, além do simples cumprimento da legislação vigente, é necessário o desenvolvimento integral da prevenção, objetivando qualidade de vida. É importante a eliminação ou neutralização do risco, sua avaliação, seu controle na origem, a adaptação do trabalho ao homem, a organização do trabalho e a prioridade da proteção coletiva sobre a individual. O Programa deve ser acompanhado com o objetivo de se fazer os ajustes necessários. Devem ser previstas reuniões periódicas com a participação de todos os envolvidos no processo, para revisão, definição de novas prioridades e objetivos. A concepção do Programa da forma proposta, determinando maior importância às medidas de controle coletivas e maior reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho, antecipa-se à tendência mundial de tratar as questões de segurança e saúde no trabalho de forma ampla e prioritária dentro do sistema gerencial da empresa.

2.6 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA É obrigatória a elaboração e implementação, por parte de todos os pregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados. No caso da indústria da construção a obrigatoriedade é para canteiro de obra com menos de 20 (vinte) empregados.

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ESTRUTURA BÁSICA

- Antecipação e reconhecimento dos riscos;- Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;- Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;- Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;- Monitoramento da exposição ao risco;- Registro e divulgação dos dados.

2.7 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO

O PCMSO deve possuir diretrizes mínimas que possam balizar as ações desenvolvidas, de acordo com procedimentos em relação a conduta dentro dos conhecimentos científicos atualizados e da boa prática médica. Assim o programa requer um estudo “in loco” para reconhecimento prévio dos riscos ocupacionais existentes. Através do reconhecimento deve ser estabelecidos um conjunto de exames clínicos e complementares específicos para a prevenção ou detecção precoce dos agravos à saúde dos trabalhadores.

Os exames médicos obrigatórios que devem ser submetidos os trabalhadores são: . admissional;. periódico;. de retorno ao trabalho;. mudança de função;. demissional.

Os exames compreendem:a) Avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional, exame físico

e mental;b) Exames complementares, realizados de acordo com os termos

específicos da Norma Regulamentadora 7 e seus anexos.

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2.8 ÁREAS DE VIVÊNCIA

As áreas de vivência compreendem:

a) instalações sanitárias;

b) vestiário;

c) alojamento;

d) local de refeições;

e) cozinha (quando houver preparo de refeições na própria obra);

f)lavanderia;

g) área de lazer;

h) ambulatório (quando se tratar de frentes de trabalho com cinqüenta ou mais trabalhadores).

É importante destacar que as instalações sanitárias, vestiário e local de refeições devem constar nas obras desde seu início até o seu final, e que o alojamento, lavanderia e área de lazer só são obrigatórios nos casos em que houver trabalhadores alojados.

2.8.1 Instalações Sanitárias

As instalações sanitárias devem estar sempre em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza e atender à quantidade de trabalhadores existente no canteiro de obra, sendo constituída por um conjunto de vaso sanitário, lavatório e mictório para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração e um chuveiro para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração. Deve ainda estar situada em local de fácil acesso, não sendo permitido um deslocamento superior a 150 (cento e cinqüenta) metros do posto de trabalho mais distante. Os lavatórios e mictórios devem ser individuais ou coletivos e os vasos sanitários do tipo bacia turca ou sinfonado.

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2.8.2 Vestiário

Os vestiários devem ter armários individuais dotados de fechadura ou cadeado; ter piso de concreto, cimentado ou madeira; cobertura apropriada que proteja contra a ação das intempéries; área de ventilação de, no mínimo, 1/10 da área do piso; pé direito mínimo de 2,50m; iluminação natural e/ou artificial e possuir bancos em número suficiente para atender todos os trabalhadores da obra, com largura mínima de 0,30m (trinta centímetros).

2.8.3 Local para Refeições

Mesmo não havendo obrigação legal de fornecer refeições aos empregados, as empresas são obrigadas a construir no canteiro de obra, independente do número de empregados, um refeitório, com capacidade suficiente para atender a todos os trabalhadores no horário. O refeitório deve ter ventilação e iluminação natural e/ou artificial, ter mesas com tampos lisos e laváveis, ter número de assentos suficientes para o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições e ter depósito com tampa para detritos.

Deve dispor de água potável e filtrada, através de bebedouro de jato inclinado ou similar, ficando proibida a utilização de copo coletivo.

Independente do número de trabalhadores e da existência ou não de cozinha, em todo canteiro de obra deve haver um local exclusivo para aquecimento de refeições, dotado de equipamento adequado e seguro para o aquecimento.

2.8.4 Alojamento

Quando existirem trabalhadores residentes na obra, será obrigatória a instalação de alojamento, que deve dispor, no mínimo, de: iluminação natural e artificial; sistema de acondicionamento de lixo; conforto térmico; ventilação natural e/ou artificial; instalações elétricas protegidas; higiene e limpeza; camas (ou beliches) com lençol, fronha e travesseiro, armário duplo individuais e água potável em condições de higiene.

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2.8.5 Cozinha

Se o preparo das refeições for no canteiro de obras, é obrigatória a instalação de cozinha, que deve dispor de instalações sanitárias de uso exclusivo dos encarregados de manipular os alimentos e utensílios. Gorros e aventais são de uso obrigatório todos os que trabalham na cozinha.

É proibido preparar, aquecer e tomar refeições fora dos locais previamente definidos.

2.8.6 Lavanderia

As áreas de vivência devem dispor de local próprio, coberto, ventilado e iluminado para que o trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas, dispondo de tanques individuais e/ou coletivos. A empresa poderá contratar serviços de terceiros para essa atividade, porém, sem ônus para o trabalhador.

2.8.7 Área de Lazer

Deve ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o refeitório.

2.8.8 Ambulatório

É obrigatório somente quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou mais trabalhadores e suas atividades integradas ao PCMSO do estabelecimento.

Observação importante:

Em todo canteiro de obra é obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para todos os trabalhadores por meio de bebedouros de jato inclinado ou equipamento similar que garanta as mesmas condições, na proporção de 1 (um) para cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração. Sendo que do posto de trabalho ao bebedouro, não haja deslocamento superior a 100 (cem) metros, no plano horizontal e 15 (quinze) metros no plano vertical.

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3. SERVIÇOS AUXILIARES EXECUTADOS DENTRO DO CANTEIRO DE OBRA

3.1 Carpintaria

Na carpintaria são desenvolvidas atividades que expões os trabalhadores a riscos ambientais (ruído e poeira) e de acidentes (corte, perfuração, prensagem, choque elétrico, queda de altura, etc). As etapas das operações são o corte em geral de madeiras, a preparação, montagem e transporte de formas e escoras.

Dos diversos equipamentos utilizados nesses serviços, destacamos a serra circular como o que mais risco oferece ao trabalhador, portanto, cuidados especiais devem ser tomados quando de sua instalação e operação(que só deve ser feita por trabalhador qualificado), como o aterramento elétrico da carcaça do motor, a proteção das partes móveis e de transmissão de forças, manter sempre o disco afiado e travado, utilizar coifa e cutelo divisor, evitar o corte de peças de pequenas dimensões, utilizar coletor de serragem e a mesa deve ser estável e resistente.

O piso da carpintaria deve ser resistente e antiderrapante e a cobertura capaz de proteger os trabalhadores de intempéries.

Em todas as etapas do processo operacional, devem ser utilizados os equipamentos de proteção individual adequados aos riscos da exposição.

3.2 Armações de Aço

Cuidados especiais devem ser tomados quando do transporte, descarga, estocagem, corte e dobramento dos vergalhões de aço e na montagem das armações.

As principais atividades realizadas são: descarregamento, corte, dobramento, transporte e montagem das armações de aço.

A estocagem dos vergalhões deve ser feita pela separação dos mesmos de acordo com a bitola e armazenados sobre cavaletes. A central de armação deve contar com bancadas ou plataformas estáveis e apropriadas ao serviço e as máquinas devem ser inspecionadas periodicamente, só podendo ser operadas por profissional treinado.

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Os principais riscos ocupacionais e de acidentes que estão expostos os ferreiros e ajudantes são: Batida, corte, perfuração e prensagem de mãos e dedos; contato com disco policorte; postura inadequada; ruído excessivo; não utilização de EPIs adequados; choque elétrico; projeção de fragmento; queda de altura; queda de armação durante o transporte vertical; prensagem de mãos e dedos.

Medidas básicas de controle:

Apoiar e escorar as armações de vigas e pilares para evitar tombamento; aterramento elétrico dos equipamentos; isolamento de área na descarga e transporte de vergalhões; bancadas com coberturas resistentes à quedas de objetos e intempéries; proteção das pontas de vergalhões de aço; bancada de dobragem e corte de vergalhões afastada da circulação de pessoas; treinamento dos trabalhadores.

Em todas as etapas do processo operacional, devem ser utilizados os equipamentos de proteção individual adequados aos riscos da exposição.

4. PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES CONFORME AS ETAPAS DA OBRA.

4.1 Demolição Os trabalho de demolição apresentam muitos riscos, exigindo para sua execução o emprego de pessoal treinado. Para evitar a ocorrência de acidentes devem ser adotadas medidas adequadas, tanto de prevenção e eliminação dos riscos, como de proteção dos trabalhadores envolvidos na operação.

Uma demolição deve ser programada e dirigida por profissional legalmente habilitado, sendo que antes de iniciá-la, deve ser tomadas as seguintes providencias:

. Desligar todas as linhas de fornecimento de água, energia elétrica, inflamáveis líquidos e gasosos, substâncias tóxicas e esgotos;. Escorar, se necessário, as edificações vizinhas;. Remover os vidros, ripados, estuques e outros elementos frágeis;. Fechar todas as aberturas existentes no piso.

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A remoção de entulhos, por gravidade, deve ser feita em calhas fechadas e com inclinação máxima de 45º. Durante a execução da demolição, devem ser instaladas, no máximo a dois pavimentos abaixo do que será demolido, uma plataforma de retenção de entulhos (2,50 metros de largura, inclinação de 45º e envolvendo todo o perímetro da obra).

Para evitar a formação de poeiras, os materiais a serem demolidos, devem ser previamente umedecidos. Os riscos mais freqüentes são:

Inexistência de tapume e/ou galeria de proteção; desmoronamento da estrutura; Soterramento; utilização inadequada de máquinas, veículos, equipamentos e ferramentas; uso de explosivos; abertura nas lajes e paredes; projeção de materiais; inexistência de guarda-corpo; instalações elétricas em condições de riscos; exposições a produtos químicos e gases; efeitos de intempéries; ruídos, radiações e poeiras; não utilização de EPIs ou uso inadequado; queda de pessoa e/ou material.

Medidas básicas de prevenção:

Construção de tapumes e galerias; instalação de guarda-corpo em periferia de lajes; instalação de proteção nas aberturas de pisos de lajes; instalação de rede e plataforma de retenção de materiais; sinalização; isolamento da área de trabalho; não sobrecarregar a estrutura com entulhos; não lançar em queda livre, para o interior ou exterior da edificação, qualquer material retirado da demolição; umedecer os materiais a serem demolidos; verificar a estabilidade das estruturas vizinhas; retirar o entulho por meio de calhas fechadas; iniciar demolição por paredes divisórias e externas, que não tenham função estrutural; não trabalhar sobre elementos a demolir; sempre que necessário montar andaimes para trabalhos em altura e utilizar os EPIs adequados;

4.2 Escavações e fundações

“O risco de acidentes em serviços de escavações é diretamente proporcional ao desconhecimento das características do solo a ser escavado, ao otimismo quanto à sua estabilidade e à desatenção quanto as possíveis influências e perturbações de fatores externos”.

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Os serviços de escavação e fundação devem ter responsável técnico legalmente habilitado.

Antes de iniciar uma escavação, as edificações vizinhas, muros e todas as estruturas que possam ser afetadas, devem ser escoradas, como também, desligados cabos subterrâneo de energia elétrica, se houver.

Os taludes instáveis das escavações com profundidade superior a 1,25 metros e estáveis com profundidade superior a 1,75 metros, devem ter sua estabilidade garantida e dispor de escadas ou rampas, para saída rápida de trabalhadores em caso de emergência.

Para evitar desmoronamento dos taludes de corte (sem a necessidade de escoramento), esses devem ter um ângulo de inclinação inferior ao ângulo de talude natural do terreno.

Natureza do Terreno Ângulo de talude natural (graus) terreno seco terreno úmidoRocha dura 20 a 90 80Fragmento de rocha 45 40Terreno vegetal 45 30Areia e argila 45 30Argila 40 20 Areia fina 30 20

As escavações realizadas em vias públicas e nos canteiros devem ter sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira isolante em todo seu perímetro.

O operador de bate-estacas deve ser qualificado e ter sua equipe treinada.

Na execução de tubulões a céu aberto, a exigência de escoramento fica a critério do responsável técnico (especialista em solo), com base em estudo geotécnico obrigatório.

Riscos mais freqüentes:

Deslizamento de terra; falta de resistência do escoramento; inclinação inadequada do talude; infiltração de água; queda de pessoas e/ou materiais; sobrecarga nas bordas da escavação; uso de explosivos; vibrações nas proximidades provocadas por veículos, linha férreas, marteletes pneumáticos, vibradores e equipamentos pesados; inundações,

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asfixia e choque elétrico; inexistência ou uso inadequado de EPIs; ruído e umidade; interferência de tubulações subterrânea.

Medidas básicas de controle:

Escoramento de árvores, muros e edificações vizinhas; máquinas e equipamentos em condições seguras de utilização, com operadores habilitados / qualificados; sinalização e proteção nas aberturas no terreno, circulações e vias de acesso; treinamento de práticas seguras na execução dos trabalhos para qualificação dos empregados; depositar os materiais de escavação a uma distância superior à metade da profundidade da vala ou talude; programação e direção dos trabalhos por profissional técnico habilitado; elaborar projeto de acordo com a NBR 9061/85 (segurança de escavação a céu aberto); evitar trabalhos sob intempéries; ventilação mecânica e monitoramento do local pela possibilidade de existência de gás; utilizar EPIs adequados e eficazes. A fundação é parte integrante da estrutura e tem como função distribuir e transmitir para o terreno as cargas oriundas da edificação.

Principais Atividades Realizadas:

Cravação de estacas metálicas, madeira e concreto; estacas moldadas no solo; soldagem de estacas; escavação manual (tubulões a céu aberto); remoção de materiais e trabalhos sob pressão.

Riscos mais freqüentes:

Vibrações nas proximidades provocadas por bate- estacas; inexistência ou uso inadequado de EPIs; ruído e umidade; quedas de pessoas e materiais; pressões anormais; golpes por objetos; choque elétrico e queimaduras; projeção de partículas; explosões e incêndios; desmoronamento das paredes da fundação e infiltração de água e inundações.

Medidas básicas de controle:

Aterramento elétrico de todas as máquinas e equipamentos elétricos; operação de máquinas e equipamentos por profissionais habilitados; proibição de acesso a pessoas não autorizadas às áreas de fundação; treinamento de práticas seguras na execução dos trabalhos para os empregados; programação e direção dos trabalhos por profissional técnico habilitado;

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4.3 Estruturas de Concreto

A estrutura de concreto compreende várias fases, como: confecção de formas; escoramento; colocação das armaduras; concretagem e desforma.

Riscos mais freqüentes na confecção e colocação de formas:

Choque elétrico; batida, corte, perfuração e prensagem de mãos, braços, pés e pernas; queda de altura de pessoas e materiais; esforço excessivo; lesões nas mãos e dedos; postura inadequada.

Medidas básicas de controle:

Aterramento elétrico de máquinas e equipamentos elétricos; utilização de EPIs adequados; utilizar andaimes apoiados sobre cavaletes na operação de execução das formas; na operação de içamento de formas e painéis, a área dever ser isolada e sinalizada.

Riscos mais freqüentes no escoramento:

Recalques e deslocamentos; prensagem de mãos e dedos; materiais de baixa qualidade; queda de formas; ruído excessivo; não utilização de EPIs; radiações não ionizantes.

Medidas básicas de controle:

Pontaletes com mais de três metros de comprimento deverão ser contraventados; o escoramento deve ser projetado para que resista a todos os esforços e cargas atuantes; inspecionar os suportes e escoras das formas antes , durante e depois da concretagem.

Riscos mais freqüentes na instalação das armaduras:

Queda de materiais durante a operação de içamento; ferimentos nos membros superiores e inferiores; esforço excessivo; choque elétrico; postura inadequadas; queda de altura.

Medidas básicas de controle:

Orientação e supervisão no transporte e manuseio das armaduras; utilização de EPIs adequados; evitar a execução de trabalhos sob condições climáticas agressivas.

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Riscos mais freqüentes na concretagem:

Quebra e ruptura de formas; falhas no escoramento; vibração; choque elétrico; dermatose por contato; ruído excessivo; queda de diferença de nível; esforço excessivo; postura inadequada; não utilização de EPIs.

Medidas básicas de controle:

Todas as operações de concretagem devem ser dirigidas por profissional qualificado; providenciar acesso seguro até o local de trabalho, evitando pisar nas armações; utilizar vibrador com dupla isolação; supervisão de formas deslizantes por profissional habilitado; não permitir que trabalhadores subam nas formas de pilares ou permaneçam em equilíbrio sobre essas estruturas; aterrar as máquinas e os equipamentos elétricos; evitar os trabalhos de concretagem sob intempéries; inspecionar peças e máquinas do sistema de transporte de concreto.

Riscos mais freqüentes na desforma:

Prensagem dos dedos; queda de trabalhadores, materiais e ferramentas; cortes e arranhões; golpes provocados por formas e escoras; não utilização de EPIs adequados; postura inadequada; levantamento e transporte de cargas.

Medidas básicas de controle:

Iniciar a desforma somente após a autorização do profissional responsável; planejar a seqüência da operação; utilizar somente ferramentas adequadas e em bom estado de conservação; utilizar andaimes sobre cavaletes; tomar medidas de proteção contra queda de trabalhadores, materiais e ferramentas; colocar em locais adequados todos os materiais proveniente da desforma.

4.4. Estruturas Metálicas

Riscos mais freqüentes na fabricação:

Choque elétrico; radiações não ionizantes; queimaduras; quedas de cargas suspensas; projeção de partículas; postura inadequada; não utilização de EPIs adequados; cortes e lesões provocadas por objetos e ferramentas.

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Medidas básicas de controle

Utilizar equipamentos e ferramentas manuais adequadas; utilizar sistema de elevação e transporte compatíveis com as dimensões e pesos das peças; utilizar EPIs adequados; aterramento elétrico de máquinas e equipamentos elétricos; treinamento de práticas seguras na execução dos trabalhos para qualificação dos empregados.

Riscos mais freqüentes na montagem:

Queda de estruturas, trabalhadores e ferramentas; projeção de partículas; radiações não ionizantes; choque elétrico; ruído excessivo; postura inadequada; não de utilização de EPIs adequados; queimaduras.

Medidas básicas de controle:

Planejar todas as etapas da montagem; utilizar os EPIs adequados; fixar as peças estruturais enquanto ainda estiverem suspensas pelo equipamento de guindar; isolar e sinalizar a área de trabalho; montar piso de trabalho provisório no pavimento imediatamente inferior e redes de proteção na periferia; evitar a operação de corte a quente em alturas; aterrar a estrutura e as máquinas e equipamentos elétricos; isolar as linhas de transmissão de energia elétrica próxima da edificação; não permitir trabalhadores no raio de transporte e montagem de estrutura e abaixo dos pontos em que se realizem operações de soldagem.

4.5. Escadas, rampas e passarelas

Utilizadas na movimentação de pessoas, máquinas, equipamentos e materiais nos diversos setores da obras.

A madeira utilizada na confecção das escadas, rampas e passarelas, deve está seca e ser de boa qualidade, sem apresentar nós e rachaduras que comprometam sua resistência, não sendo permitido o uso de pinturas que encubram imperfeições.

4.5.1. Escadas de uso individual4.5.1.1. de mão

A escada de mão deve ter seu uso restrito para acessos provisórios e serviços de pequeno porte. Deve ser dimensionada com um espaçamento mínimo entre os montantes de 0,45m (quarenta e cinco centímetros)e máximo de 0,55m (cinqüenta e cinco centímetros). Os

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degraus devem ser distanciados no mínimo de 0,25m (vinte e cinco centímetros) e no máximo de 0,30m (trinta centímetros) e deve ter no máximo 7,00m (sete metros) de extensão.

Não é permitido o uso de escada de mão com montante único.

4.5.1.2. Escada de abrir

A escada de abrir deve ser rígida, estável e provida de dispositivos que a mantenha com abertura constante. Seu comprimento máximo não deve ultrapassar a 6,00 (seis) metros.

4.5.1.3. Escada extensível

Deve ser dotada de dispositivo limitador de curso, colocado no quarto vão, a contar da catraca. Caso não haja o limitador de curso, quando estendida, deve permitir uma sobreposição de, no mínimo, 1,00 (um) metro.

4.5.1.4. Escada fixa

A escada fixa (tipo marinheiro) com 6,00 (seis) metros ou mais de altura, deve ser provida de gaiola protetora a partir de 2,00 (dois) metros acima da base até 1,00 (um) metro acima da última superfície de trabalho. Para cada lance de 9,00 (nove) metros deve existir um patamar intermediário de descanso, protegido por guarda-corpo e rodapé.

4.5.2. Escadas de uso coletivo

São indicadas quando há um fluxo acima de 20 (vinte) trabalhadores, devendo ter uma largura mínima de 0,80 m (oitenta centímetros) e patamar intermediário a cada 2,90 m (dois metros e noventa centímetros), com largura e comprimento de, no mínimo, iguais à largura da escada.

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Para o dimensionamento utiliza-se os parâmetros da tabela abaixo:

Número de trabalhadores Largura Mínima (m) até 45 0,80 46 a 90 1,20 Mais de 90 1,50

A escada deve ser dotada do sistema guarda-corpo e rodapé.

4.5.3. Rampas e passarelas

As rampas são utilizadas quando há necessidade de transposição de obstáculos com diferença de nível (acesso à primeira laje, por exemplo). Já as passarelas são utilizadas quando os pontos extremos do obstáculo a ser ultrapassado estão no mesmo nível (uma vala, por exemplo).

As rampas devem ter:

ângulo de inclinação do piso de no máximo 30º (trinta graus); corrimão com altura de 0,90m (noventa centímetros); rodapé com altura de 0,20m (vinte centímetros).

Rampas com a inclinação do piso superior a 18º (dezoito graus), deve-se utilizar peças transversais, espaçadas de no máximo 0,40m (quarenta centímetros), para apoio dos pés.

O dimensionamento das larguras das rampas e das passarelas é em função do fluxo de trabalhadores e de acordo com a tabela abaixo:

Número de trabalhadores Largura Mínima(m) Até 45 0,80 46 a 90 1,20 Acima de 90 1,50

Quando é utilizada para trânsito de caminhões devem ter largura mínima de 4,00m (quatro metros).4.6. Medidas de proteção contra quedas de altura

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A principal causa dos acidentes graves e fatais que ocorrem na atividade da industria da construção civil é a queda de diferença de nível. Para o enfrentamento deste fato se faz necessário a adoção de medidas técnicas de controle, coletivas e individuais, que eliminem ou restrinjam esse risco. Os principais sistemas de proteção são: Fechamento provisório de todas as aberturas no piso; Fechamento provisório dos vãos de acesso às caixas dos elevadores com , no mínimo, 1,20 metros de altura; Instalação do sistema de guarda-corpo e rodapé na periferia da edificação; Instalação da plataforma principal de proteção na altura da primeira laje (obrigatório somente para edificações com mais de quatro pavimentos ou altura equivalente); Instalação das plataformas secundárias de proteção, de três em três lajes, a partir da plataforma principal; Fechamento do perímetro da construção com tela a partir da plataforma principal. Essa instalação deve ser entre as extremidades de duas plataformas consecutivas, só podendo ser retirada quando a vedação da periferia estiver concluída. Para qualquer atividade a mais de dois metros de altura do piso, com risco de queda do trabalhador, é obrigatório o uso de cinto de segurança tipo pára-quedista, dotado de dispositivo trava-quedas, ligado a cabo guia preso na estrutura da edificação.

4.6.1 Sistema de guarda-corpo e rodapé

O sistema de guarda-corpo e rodapé deve se constituir de uma proteção sólida, de material rígido e resistente, convenientemente fixada e instalada nos pontos de plataformas, passarelas, áreas de trabalho e de circulação onda haja risco de queda de pessoas e materiais.

Características do sistema de guarda-corpo e rodapé:

. o travessão superior deve estar a 1,20m (um metro e vinte centímetros) acima do piso das áreas de trabalho ou de circulação;.o travessão intermediário deve estar a 0,70m (setenta centímetros) de altura em relação ao piso;.o rodapé deve ter altura mínima de 0,20m (vinte centímetros);.todo o vão do sistema deve ser preenchido com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento da abertura;.o sistema de guarda-corpo e rodapé pode ser de madeira,metálicos ou ainda mesmo uma combinação dos dois.

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4.6.2 Plataformas de proteção (principal, secundária e terciária)

É obrigatória a instalação de uma plataforma principal de proteção na altura da primeira laje que esteja, no mínimo,um pé direito acima do nível do terreno, em todo o perímetro da construção de edifícios com mais de quatro pavimentos ou de altura equivalente.

A plataforma pode ser confeccionada com tábuas de madeira de lei , placas de madeirite ou de metálicas, sendo sustentadas por vigas ou treliças de madeira ou metal e ter, no mínimo, 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros) de projeção horizontal da face externa da construção e um complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de extensão, com inclinação de 45º(quarenta e cinco graus), a partir de sua extremidade. A plataforma principal deve ser instalada logo após a concretagem da laje a que se refere e retirada somente quando o revestimento externo do prédio acima dela estiver concluído.

Acima e a partir da plataforma principal, devem ser instaladas as plataformas secundárias de proteção, em balanço, de 3 (três) em 3 (três) lajes, tendo no mínimo, 1,40m (um metro e quarenta centímetros) de projeção horizontal e um complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus), a partir de sua extremidade. As plataformas terciárias de proteção, são instaladas somente em construções onde hajam pavimentos no subsolo, deve ser em balanço, de 2 (duas) em 2 (duas) lajes, contadas em direção ao subsolo e a partir da laje referente à instalação da plataforma principal, com no mínimo 2,20m (dois metros e vinte centímetros) de projeção horizontal da face externa da construção e um complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus).

4.6.3 Telas

Utilizadas no fechamento do perímetro da construção, a partir da plataforma principal de proteção, a fim de se evitar a projeção de materiais e ferramentas. É constituída de arame galvanizado nº 14 ou de fibras sintéticas como a poliamida, poliéster ou polipropileno, devendo apresentar resistência e durabilidades equivalentes mínima de 150kgf/m (cento e cinqüenta quilogramas força por metro), de acordo com a NBR 7678 da ABNT.

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É instalada entre as extremidades de duas plataformas de proteção consecutivas, sendo permitida sua retirada apenas quando estiver concluída a vedação da periferia até a plataforma imediatamente superior.

4.7. Movimentação e transporte de materiais e pessoas

A movimentação de materiais e pessoas no canteiro de obra oferece uma gama de riscos de acidentes, sendo necessária a adoção de medidas de controle, eficiente e eficazes, que contemplem todas as etapas das operações, em especial, no referente aos equipamentos destinados ao transporte de materiais e pessoas, abrangendo desde a instalação, operação, manutenção e desmontagem.

Para todas as fases (instalação, operação, manutenção e desmontagem), é necessária a presença de trabalhadores qualificados, com suas funções registrada na carteira de trabalho e sob supervisão constante de profissionais legalmente habilitados

No transporte vertical e horizontal de concreto, argamassa ou outros materiais, é proibida a circulação ou permanência de pessoas sob a área de movimentação da carga, devendo a mesma ser isolada e sinalizada.

Os acessos da obra devem ser desobstruídos para que seja possível a movimentação dos equipamentos de guindar e transportar.O guincho do elevador deve ser provido de dispositivos próprios ,como chave de partida e bloqueio para que impeça seu acionamento por pessoa não qualificada para esta tarefa.Os equipamentos de transporte de materiais devem possuir dispositivos que impeçam a carga e descarga acidental do material transportado.O transporte de materiais a granel somente poderá ser efetuado em elevadores de caçamba e, finalmente, é proibido o transporte de pessoas por equipamentos de guindar.

4.7.1. Elevadores de materiais e pessoas

São equipamentos provisórios para transporte vertical de materiais e pessoas, sendo composto pela torre, guincho e cabina, instalados em uma base única de concreto. Sua operação deve ser feita, obrigatoriamente, por trabalhador qualificado.

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4.7.1.1 Torre

Estrutura vertical metálica ou de madeira e que desempenha a função de sustentação do cabo de tração e serve de guia para o deslocamento vertical da cabina. O dimensionamento é em função das cargas que terá que suportar e sua montagem deve ser o mais próximo possível da edificação. Os elementos estruturais (laterais e contraventos) devem estar em perfeitas condições e sem deformações que possam comprometer sua resistência e estabilidade, sendo sua fixação à estrutura da edificação a cada laje e os montantes posteriores estaiados a cada 6,00 (seis) metros, por meio de cabos de aço.

As torres metálicas e o guincho do elevador devem ser aterrados eletricamente.

As torres de elevadores de materiais devem ter suas faces revestidas com tela de arame galvanizado ou material de resistência e durabilidade equivalentes, exceto naquelas em que a cabine for fechada por painéis fixos de, no mínimo, 2,00 (dois) metros de altura e dotada de um único acesso. A distância entre a viga superior da cabina e o topo da torre, após a última parada deve ser de 4,00(quatro) metros.

Em todos os acessos à torre do elevador deve-se instalar uma rampa de acesso (aclive na direção da torre) e barreira (cancela) com, no mínimo 1,80m (um metro e oitenta centímetros) de altura e também um dispositivo que impeça a abertura da cancela quando o elevador não estiver no nível do pavimento.

4.7.1.2 Elevadores de materiais

Nesse tipo de equipamento não é permitido o transporte de pessoas, sendo exclusivo para materiais.

Os elevadores de materiais devem dispor de:

a)sistema de frenagem automática;b)sistema de segurança eletromecânica no limite superior, instalado a 2,00m (dois metros) abaixo da viga superior da torre;

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c)sistema de trava de segurança para mantê-lo parado em altura,além do freio motor;d)interruptor de corrente para que só se movimente com as portas fechadas;e)dispositivo de tração na subida e na descida, de modo a impedir a descida da cabina em queda livre;f)sinalização de segurança dentro da cabina, contendo placa indicativa de carga máxima e a proibição do transporte de pessoas;g) operador com treinamento específico.

4.7.1.3 Elevadores de passageiros ou misto

É obrigatório sua instalação (devendo o percurso alcançar toda a extensão da obra) nos edifícios em construção com 12 (doze) ou mais pavimentos ou a partir da 7ª laje nos edifícios em construções com 8 (oito) ou mais pavimentos, ou altura equivalente,cujo canteiro possua pelo menos 30 (trinta) trabalhadores.

É proibido o transporte simultâneo de carga e passageiros nesse equipamento e quando ocorrer transporte de carga, o comando do elevador deve ser externo (através de botoeira).

Deve-se utilizar a cabina sempre fechada e com dispositivo que impeça sua movimentação com as portas abertas.

O sistema de frenagem são ops especificados para o elevador de materiais, mais o interruptor de fim de curso e o freio manual na cabina.

O elevador de passageiros deve ser inspecionado diariamente e a qualquer sinal de alteração em suas condições de funcionamento deve ser comunicado ao encarregado da obra e anotada no livro de inspeção.

4.7.2 Gruas

Equipamento que faz o transporte de materiais tanto no sentido horizontal, como vertical e rotacional. Deve ter aterramento elétrico adequado e, se necessário, dispor de pára-raios situados a 2,00 (dois) metros acima da ponta mais elevada da torre. A utilização de trava de segurança no gancho do moitão é obrigatória.

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Sempre que houver movimentação de cargas, o operador deve acionar um alarme sonoro que alcance todos os pontos do canteiro. Sendo a área de carga/descarga delimitada e sinalizada.

Não é permitido o arrastamento de peças e nem trabalho sob intempéries.

4.8 Andaimes

A utilização de andaimes é feita em trabalhos em lugares elevados, cujo tempo de atividade não justifica o uso de escadas.

O piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, antiderrapante, ser nivelada e fixada de maneira segura e resistente.

O andaime deve dispor de sistema de guarda-corpo e rodapé.

Não é permitida a utilização sobre o piso de trabalho do andaime de escadas e outros meios para se atingir lugares mais altos.

4.8.1 Tipos de Andaimes

4.8.1.1 Simplesmente apoiado

São estruturas simplesmente apoiadas, que podem mover-se horizontalmente ou serem fixas. Andaimes com altura superior a 2,00 (dois) metros e com largura inferior a 0,90 (noventa) centímetros, não poderão estar apoiados sobre cavaletes. Não é permitido o deslocamento dessas estruturas com trabalhadores sobre as mesmas.

Quando não estaiadas as torres de andaimes não podem exceder, em altura, 4 (quatro) vezes a menor dimensão da base de apoio.

4.8.1.2 Fachadeiros

São andaimes simplesmente apoiados e fixados à edificação por toda a extensão da fachada. Os acessos verticais devem ser feitos em escada incorporada à própria estrutura. Devem ser protegidos por meio de telas de arame galvanizado ou outro material de resistência e

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durabilidade equivalente, desde a primeira plataforma de trabalho, até pelo menos 2,00 (dois) metros acima da última plataforma.

Entre o andaime e a construção a distância deve ser a menor possível, não excedendo a 0,20m(vinte centímetros).

4.8.1.3 Móveis

São utilizados geralmente em serviços de instalação e acabamento, apoiados sobre rodas e são restritos aos trabalhos em superfícies planas.

4.8.1.4 Em balanço

São superfícies que se projetam para fora da estrutura externa da edificação e suportadas por vigas em balanço.

4.8.1.5 Suspensos mecânicos

Os andaimes suspensos são compostos por cabos de aço, vigas metálicas de sustentação, guinchos ou motores elétricos e plataforma.

Os sistemas de fixação e sustentação e as estruturas de apoio dos andaimes suspensos, deverão ser acompanhados de projeto (ART). O trabalhador deve utilizar cinto de segurança tipo pára-quedista, com trava-quedas ligado a cabo guia, quando em atividades no andaime suspenso;

É proibido o uso de cabos de fibras naturais ou artificiais para sustentação dos andaimes suspensos;

Os sistemas de fixação e sustentação, bem como suas estruturas de apoio, deverão ser precedidas de projetos elaborados por profissionais legalmente habilitados. Quando da utilização do sistema de contrapeso, os pesos deverão atender às seguintes especificações mínimas:a – serem invariáveis;b - serem fixados à estrutura de sustentação do andaime;c – serem de concreto ou aço, com peso conhecido e marcado de forma indelével;d – terem contraventamentos que impeçam seu deslocamento horizontal.

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O contrapeso é definido pela seguinte fórmula: C = (4xPxA) / B, onde:

C - massa do contrapeso em Kg (quilograma);P - massa total a ser sustentada em Kg (quilograma);A - braço de carga em m (metro);B - braço do contratempo em m (metro);4 - fator de segurança.

Os andaimes suspensos são classificados como:

Suspensos mecânicos leves

São utilizados para serviços de pintura, limpeza, reparo e manutenção de edificações, com permanência de, no máximo, 2 (dois) trabalhadores, com carga máxima de 300 kgf. Cada armação deve dispor de dois guinchos, podendo se utilizar um guincho para cada armação, caso seja colocado um segundo cabo de segurança, porém não podem ser interligados.

Andaimes suspensos mecânicos pesados

Os estrados devem ter largura mínima de 1,50 (um metro e cinqüenta centímetros) e podem ser interligados até um comprimento máximo de 8,00 (oito) metros. Cada armação deve dispor de dois guinchos.

São utilizados nos serviços de acabamento externo da edificação. Suportam a carga máxima de 400 kgf/m2 (quatrocentos) quilogramas força por metro quadrado.

4.8.1.6 Cadeira Suspensa

Sistema só permitido quando não for possível a instalação de andaimes. Sua sustentação deve ser feita por meio de cabos de aço ou de fibra sintética, sendo de uso obrigatório o cinto de segurança tipo pára-quedista, ligado ao trava-quedas em cabo guia independente.

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A cadeira suspensa deve ser composta por:

a) sistema dotado com dispositivo de subida e descida com dupla trava de segurança

b) requisitos mínimos de conforto previstos na NR-17-Ergonomia;

c) sistema de fixação do trabalhador por meio de cinto.

Não é permitida a improvisação de cadeira suspensa, sendo o sistema de fixação independente do cabo-guia do trava-quedas.

4.9 Cabos de aço

É obrigatória a observância das condições de utilização, dimensionamento e conservação dos cabos de aço utilizados na indústria da construção, conforme disposto na NBR 6327/83, da ABNT.

Os cabos de aço utilizados para tração não podem ter emendas nem pernas quebradas que comprometam sua segurança; deve ter carga de ruptura equivalente a, no mínimo, 5 (cinco) vezes a carga máxima de trabalho que estiverem sujeitos e resistência a tração de seus fios de, no mínimo, 160 kgf/mm².

Os cabos de fibra sintética utilizados para a sustentação de cadeira suspensa ou como cabo-guia para a fixação de trava-quedas do cinto de segurança tipo pára-quedista, deverá ser dotado de alerta visual amarelo.

4.10 Alvenaria, revestimentos e acabamentos

A elevação de alvenaria, por si só, não apresenta riscos elevados à integridade física do trabalhador, mas por apresentar uma gama variada de operações e vários ambientes de trabalho, deve-se tomar medidas técnicas de controle, como:

a) proteger os quadros fixos de tomadas energizadas, quando estiverem executando serviços de revestimento e acabamento;b) iniciar a alvenaria pelas escadas, caixas e elevadores, dutos de ventilação e iluminação e fachadas;

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c) delimitar e proteger contra quedas de materiais os locais abaixo das áreas de colocação de vidros;d) não permitir a improvisação de andaimes para a execução de arremates de paredes e tetos;e) retirar imediatamente os entulho sobre os degraus das escadas e das áreas de circulação de pessoas;f) garantir a estabilidade das paredes da periferia.

4.11 Serviços em telhados

Para qualquer serviço em telhados, devem ser utilizados dispositivos que permitam a movimentação segura dos trabalhadores, sendo obrigatória a instalação de cabo-guia de aço (fixado na estrutura da edificação), para fixação do cinto de segurança tipo pára-quedista.

Todas a área de trabalho deve estar sinalizada e isolada.

Não é permitido trabalho em telhados sob intempéries.

4.12 Locais confinados

Nas atividades que exponham os trabalhadores a riscos de asfixia, explosão, intoxicação e doenças relacionadas ao trabalho, devem ser adotas medidas especiais de controle, como:

a ) treinamento dos trabalhadores sobre os riscos da atividade e as formas de preveni-los;b ) utilização de EPIs adequados;c ) elaboração de ordens de serviços sobre os procedimentos a serem adotados;d ) proibição do uso de oxigênio para ventilação de local confinado;e ) utilizar ventilação local exaustora eficaz;f ) uso de cordas ou cabos que possibilite meios seguros de resgates;g ) a cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores, 2 (dois) devem ser treinados para resgate.

4.13 Instalações elétricas A execução e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por trabalhador qualificado e a supervisão por profissional legalmente habilitado.

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Qualquer serviço só pode ser realizado com o circuito elétrico desenergizado, sendo proibida a existência de partes vivas expostas de circuitos e equipamentos.

4.14 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas

A operação de máquinas e equipamentos que exponha o operador ou terceiros a riscos só pode ser feita por trabalhador qualificado e identificado por crachá.

As partes móveis e de transmissão de forças das máquinas e equipamentos devem ser protegidas por anteparos rígidos ou isoladas para evitar o contato acidental com trabalhadores.

As ferramentas devem ser apropriadas ao uso a que se destinam, não sendo permitido o uso das defeituosas, danificadas ou improvisadas. Os trabalhadores que iram utilizar ferramentas pneumáticas e de fixação a pólvora, devem ser submetidos a treinamentos específicos.

4.15 Equipamentos de proteção individual

Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo ou produto, de uso individual, destinado a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador. Esse equipamento só pode ser comercializado após sua aprovação pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o Certificado de Aprovação com validade de 5 (cinco) anos. Tanto a razão social do fabricante ou importador, como o número do Certificado de Aprovação, devem constar nos equipamentos de forma visível e indelével.

É obrigação legal do empregador o fornecimento, gratuito, a seus trabalhadores dos equipamentos de proteção individual adequados aos riscos a que estarão expostos, e em perfeito estado de funcionamento e conservação.

Os equipamentos de proteção individual devem ser empregados somente nas seguintes situações:

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a) quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;c) para atender situações de emergência.

Tipos de equipamentos de proteção individual utlizados na indústria da construção:

1 - Proteção para a cabeça

a) Capacetes de segurançab) Óculos de segurançac) Máscaras para soldadord) Protetores faciais

2 - Proteção para membros superiores

a) Luvas de borracha para eletricistab) Luvas de látexc) Luvas de raspa de courod) Luvas de malha de açoe) Luvas de algodão

3 - Proteção para membros inferiores

a) calçados impermeáveis;b) calçados de proteção contra riscos de origem mecânica;c) calçados de proteção contra riscos de origem térmica;d) calçados de proteção contra radiações perigosas;e) calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos;f) calçados de proteção contra riscos de origem elétrica;g) peneiras de proteção contra os riscos de origem térmica, mecânica e

de radiações perigosas.

4 - Proteção contra quedas com diferença de nível

a) cinto de segurança tipo pára-quedista (para trabalhos realizados em altura);

b) cinto de segurança tipo abdominal (trabalhos em postes).

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5 - Proteção auditiva

a) protetor tipo concha;b) protetor tipo plug.

6 - Proteção respiratória

a) máscaras descartáveis contra poeiras;b) máscaras contra gases, vapores orgânicos, solventes e inseticidas;c) máscaras semifacial;d) respiradores e aparelhos ou de adução de ar para locais de trabalho

onde o teor de oxigênio seja inferior a 18% (dezoito porcento) em volume.

7 - Proteção do tronco

a) aventais;b) capas e outras vestimentas especiais.

8 - Proteção da pele

Cremes protetores divididos em 3 (três) grupos, a seguir:a) Grupo 1- resistentes a água - são aqueles que ao serem aplicados sobre a pele, não são removidos com facilidade na presença de água;b) Grupo 2 - resistentes a óleo - são aqueles que ao serem aplicados sobre a pele, não são removidos com facilidade por óleos;c) Grupo 3 - cremes especiais - são aqueles cujas indicações e usos estão bem definidos e especificados pelo fabricante.

4.16 – Armazenagem e estocagem de materiais

Os materiais devem ser armazenados e estocados de modo a não prejudicar o trânsito de pessoas e de trabalhadores, a circulação de materiais, os acessos aos equipamentos de combate a incêndio, não obstruir portas e saídas de emergências e não provocar empuxos e sobrecargas nas paredes, lages e estruturas de sustentação.

Esses cuidados são tomados a fim de se reduzir acidentes que possam vir a lesionar o trabalhador e/ou causar danos a própria construção.

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Os materiais devem ser empilhados sobre piso nivelado, estável e sem umidade, além disso sua retirada deve se dar a partir de um planejamento, de modo que não desestabilize o empilhamento..

Os locais de armazenagem e estocagem de materiais tóxicos, explosivos, corrosivos ou inflamáveis devem estar bem sinalizados, isolados e com acesso permitido apenas a pessoal devidamente autorizado.

4.17 – Transporte de trabalhadores em veículos automotores

O transporte coletivo de trabalhadores deve ser feito por meios de transportes normalizados pelas entidades competentes e adequados às características do percurso.

A utilização de veículos a título precário para transporte de trabalhadores, somente será permitida em vias que não apresentem condições de tráfego para ônibus.

4.18 - Proteção contra incêndios

É obrigatória a adoção de medidas que atendam, de forma eficaz, às necessidades de prevenção e combate a incêndio para os diversos setores, atividades, máquinas e equipamentos do canteiro de obras.

Deve haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todos os locais do canteiro.

Nos locais confinados e onde são executados pinturas, aplicação de laminados, pisos, papéis de parede e similares, com emprego de cola, bem como nos locais de manipulação e emprego de tintas, solventes e outras substâncias combustíveis, inflamáveis ou explosiva, devem ser tomadas medidas especiais de segurança, conforme segue:

a) proibir fumar ou portar cigarros ou similares acesos, ou qualquer outro material que possa produzir faísca ou chama;b) evitar, nas proximidades, a execução de operação com risco de centelhamento, inclusive por impactos entre peças;c) utilizar obrigatoriamente lâmpadas e luminárias à prova de explosão;

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d) instalar sistema de ventilação adequado para a retirada de mistura de gases, vapores inflamáveis ou explosivos do ambiente;e) colocar placas de alerta nos locais de acesso com as seguintes inscrições: “Risco de Incêndio” ou “Risco de Explosão”;f) manter cola e solventes em recipientes fechados e seguros;g) quaisquer chamas, faíscas ou dispositivos de aquecimento devem ser mantidos afastados de formas, resquícios de madeiras, tintas, vernizes ou outras substâncias combustíveis, inflamáveis ou explosivas.

As medidas preventivas de combate ao incêndio devem visar o isolamento e a eliminação imediata de qualquer foco de fogo, sendo necessário que todos os trabalhadores recebam treinamento adequado sobre a utilização correta dos equipamentos de combate ao fogo em seu início. Além disso deve sempre se ter presente uma brigada de incêndio

4.19 Sinalização de segurança

A sinalização de segurança no canteiro de obras deve ter os seguintes objetivos:

a) identificar os locais de apoio que compõem o canteiro de obras;b) indicar as saídas por meio de inscrições ou setas; c) manter comunicação através de avisos, cartazes ou similares;d) advertir contra perigo de contato ou acionamento acidental de partes móveis das máquinas e equipamentos;e) advertir quanto ao risco de queda;f) alertar quanto a obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção individual específico para cada atividade executada, com a devida sinalização e advertência;g) alertar quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por grua, guincho e guindaste;h) identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra;i) advertir contra risco de passagem de trabalhadores onde o pé-direito for inferior a 1,80m (um metro e oitenta centímetros); j) identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e radioativas.

A sinalização de segurança em vias públicas deve ser dirigida para alertar os motoristas e pedestres e em conformidade como determina o órgão competente.

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4.20 Treinamento

Todo trabalhador, antes de iniciar qualquer atividade dentro do canteiro de obras, deve receber treinamento admissional, para que possa desempenhar seguramente suas tarefas.

O treinamento admissional deve ter carga horária de ,no mínimo, 6 (seis) horas e ser ministrado dentro do horário de expediente, devendo apresentar:

a) informações sobre as condições e meio ambiente de trabalho;b) riscos inerentes a sua função;c) uso adequado dos equipamentos de proteção individual;d) informações sobre os equipamentos de proteção coletiva, existentes no canteiro de obras.

O treinamento periódico deve ser realizado no início de cada fase da obra e sempre que se torne necessário.

Os treinamentos deverão ser ministrados preferencialmente pelo SEMST da empresa, devendo ser separado por categoria profissional.

4.21 Tapumes e galerias

Antes da execução de qualquer atividade ligada a indústria da construção civil, é necessária a colocação de tapumes ou barreiras que impeçam o acesso de pessoas ao canteiro de obras. O tapume deve ter altura mínima de 2,20m (dois metros e vinte centímetros) em relação ao nível do terreno.

No caso de construções com mais de 2 (dois) pavimentos, executadas no alinhamento do logradouro, é obrigatória a construção de galerias sobre o passeio, com altura interna livre de no mínimo 3,00m(três metros) e mantidas sem sobrecargas. Quando houver necessidade de realização de serviços sobre o passeio, a galeria deve executada na via pública,devendo ser sinalizada em toda sua extensão, por meio de sinais de alerta aos motoristas nos dois extremos e iluminação durante a noite.

No caso da edificação ser construída no alinhamento do terreno, essa deve ser protegida, em toda sua extensão, com fechamento por meio de tela.

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4.22 Ordem e limpeza

Todo canteiro de obras deve apresentar-se organizado, limpo e desimpedido, notadamente nas vias de circulação, passagens e escadarias.

Deve constar no PCMAT medidas de organização e limpeza do canteiro de obras, como:

a) coleta sistemática e remoção de entulhos;b) limpeza e higienização das instalações sanitárias;c) recolhimento e destinação adequada do lixo, proibindo sua queima dentro do canteiro de obras;d) destinação adequada das águas servidas e pluviais;

4.23 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. É uma Comissão bipartiste e paritária, formada por representantes indicados pelo empregador e representantes eleitos pelos trabalhadores.

Na indústria da construção é obrigatória a constituição de CIPA, casos seguintes:

1 - CIPA por estabelecimento – quando o canteiro ou frente de trabalho possuir mais de 70 (setenta) empregados;

2 - CIPA centralizada – quando a empresa possuir na mesma cidade 1 (um) ou mais canteiros de obras ou frentes de trabalho, com menos de 70 (setenta) empregados cada um;

3 - Comissão Provisória - aplica-se nos casos em que os canteiros possuírem mais de 70 (setenta) empregados e cuja construção não exceda a 180 (cento e oitenta) dias.

O dimensionamento da CIPA, no caso particular da indústria da construção, é feito da seguinte maneira:

a) – CIPA Centralizada – 1 (um) representante titular e 1 (um) suplente (do empregador e do empregado), por grupo de até 50 (cinqüenta) empregados por canteiro de obra ou frente de trabalho;

b) – CIPA da obra – dimensionada conforme a NR 5;

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c) – Comissão Provisória – eleição paritária de 1 (um) membro efetivo e (um) membro suplente, para cada grupo de 50 (cinqüenta) empregados.

Antes de tomarem posse de seus cargos, os membros da CIPA, deverão passar por treinamento, que se for o caso de mandato inicial, deverá se dar em até trinta dias a partir da data da posse.

No treinamento, com duração mínima de 20 (vinte) horas, deverão ser abordados os seguintes temas, dentre outros:

a) estudo das condições e do meio ambiente de trabalho na indústria da construção, enfocando os riscos que podem ser originados por eles e as medidas de controle;b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;c) noções sobre os tipos de acidentes e doenças do trabalho mais comuns, incluindo-se também conceitos sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, além das medidas para sua prevenção;d) noções gerais de higiene do trabalho e métodos de controle de riscos;e) noções gerais sobre as legislações trabalhistas;f) a estruturação da CIPA e sua organização e outros temas que forem necessários, além das atribuições da Comissão.

O treinamento poderá ser ministrado pelo próprio SESMT da empresa, por entidade patronal ou de trabalhadores ou por profissional legalmente habilitado na área.

A CIPA tem as seguintes atribuições:

a) fazer a identificação dos riscos presentes no ambiente de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, que deve contar com a participação dos trabalhadores e do SESMT (se houver);b) elaborar um plano de trabalho, no intuito de viabilizar ações preventivas nas áreas de segurança e saúde do trabalho;c) participar da implementação dos programas e projetos de prevenção e controle dos riscos ambientais e de acidentes;d) verificar, periodicamente, os ambientes e condições de trabalho, procurando identificar situações que sejam danosas a saúde e segurança do trabalhador;

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e) avaliar, em cada reunião, se as metas fixadas no plano de trabalho estão sendo cumpridas e debater sobre as atuais situações de risco;f) disseminar, entre os trabalhadores, todo tipo de informação que diga respeito à segurança e saúde no trabalho;g) avaliar, juntamente com o SESMT, os impactos de alterações no ambiente de trabalho;h) anualmente promover em parceria com o SESMT,a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT.

4.24 Acidente Fatal

Quando da ocorrência de acidente fatal no canteiro de obra, é obrigatória a adoção das seguintes medidas:

a) comunicação imediata do ocorrido à autoridade policial competente e ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que informará em seguida ao sindicato da categoria profissional do local da obra;b) isolamento do local do acidente, mantendo suas características, até a liberação pela autoridade policial competente e pelo órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego;c) a liberação do local ocorrerá após o processo investigatório do Ministério do Trabalho e Emprego, que terá o prazo máximo de 72 (setenta e duas horas), contado do protocolo de recebimento da comunicação escrita ao referido órgão.

Responderá civil e criminalmente todo o responsável, direto ou indireto, pela ocorrência de acidentes grave e/ou fatais.

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FACULDADE ATHENAS MARANHENSE - FAMA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

SEGURANÇA DO TRABALHO NAS ATIVIDADES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

ALLAN KARDEC AYRES FERREIRA

SÃO LUÍS, JUNHO DE 2008.

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