apostila saberes história do brasil

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PROJETO CONEXÕES DE SABERES CURSINHO PRÉ-VESTIBULAR GRATUITO Diálogos entre a universidade e as comunidades populares – APOIO: MEC/SECAD/UFPB/PRAC 66 HISTÓRIA Profº Israel HISTÓRIA DO BRASIL Perguntas de um operário que lê Bertold Brecht Quem construiu a Tebas das Sete Portas? Nos livros constam os nomes dos reis. Os reis arrastaram os blocos de pedra? E a Babilônia tantas vezes destruída Quem a ergueu outras tantas? Em que casa da Lima reluzente de ouro Moraram os construtores? Para onde foram os pedreiros Na noite em que ficou pronta a Muralha da China? A grande Roma está cheia de Arcos do Triunfo. Quem os levantou? Sobre quem triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio só tinha palácios Para seus habitantes? Mesmo na legendária Atlântida, Na noite em que o mar a engoliu, Os que se afogaram gritavam pelos seus escravos. O jovem Alexandre conquistou a Índia. Ele sozinho? César bateu os gauleses Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo? Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou Ninguém mais chorou? Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos. Quem venceu, além dele? Uma vitória em cada página. Quem cozinhava os banquetes da vitória? Um grande homem a cada dez anos. Quem pagava suas despesas? Tantos relatos. Tantas perguntas. O poema acima revela uma nova forma de escrever e de pensar a história, diferente da que estamos acostumados a ouvir com os grandes homens e heróis à frente da humanidade. A nova história tenta resgatar a contribuição dos homens comuns à construção do mundo em que vivemos. É nessa perspectiva, de tentar analisar a história também através da ótica dos excluídos, que vamos estudar a trajetória histórica do Brasil. O BRASIL FOI DESCOBERTO? Desde pequenos aprendemos na escola que o Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500 por Pedro Álvares Cabral, mas antes mesmo dele aportar por aqui, os verdadeiros donos da terra já habitavam há muito tempo. Os povos que aqui viviam tinham uma cultura muito distinta da dos europeus. Andavam praticamente nus e sua comida e suas habitações não eram nada parecidas com os da Europa. PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL Podemos dizer que o período da pré-história no Brasil é anterior a 1500, e a maioria das informações referentes a esse período são resultados de trabalhos arqueológicos. A Arqueologia nos revela alguns pontos importantes: Antes da chegada dos portugueses ele tinha milhões de habitantes (cinco a seis milhões). O homem não surgiu na América, veio de fora. A migração mais importante foi a de elementos asiáticos pelo estreito de Bering. Os primeiros migrantes chegaram aqui na última idade glacial, há pelo menos quarenta mil anos. Entre os objetos encontrados pela Arqueologia e que trazem à tona algumas indicações da vida social e cultural dos homens da pré-história brasileira, podemos citar: Pontas de flechas Vasos de cerâmica Utensílios de pedra O BRASIL DOS ÍNDIOS Elementos como a antropofagia ameríndia ainda povoam o imaginário coletivo. A pintura de Theodor de Bry é reveladora das representações criadas pelo europeu, no começo dos tempos modernos, para o nativo brasileiro. A partir de 1500, com a chegada dos europeus, passou-se a desenvolver uma escrita e dá-se início à convencionada história do Brasil. Os habitantes desta terra ficaram conhecidos como índios, pois os europeus pensaram estar chegando às Índias orientais. Uma denominação errônea, pois os povos que aqui viviam não formavam uma unidade, mas uma grande variedade de povos com cultura, língua e costumes diferentes. As primeiras notícias sobre as populações ameríndias começaram a ser escritas pelos cronistas, que eram viajantes, náufragos ou missionários que viveram nas aldeias do litoral. Um dos critérios bastante utilizados para classificar os indígenas é agrupá-los de acordo com a língua que falam. Principais troncos lingüísticos: tupi, macro-jê e aruaque. Organização social básica: tribo. Economia: caça, coleta, pesca e agricultura primitiva. A Coivara é a forma característica de preparação do terreno para o plantio pelos índios. É a derrubada e queima da mata no local em que se fará o cultivo. A divisão de trabalho é baseada no sexo, onde as mulheres eram responsáveis por: trabalho agrícola coleta fabricação de farinha fiação e tecelagem serviços domésticos cuidado das crianças. Os homens eram responsáveis por: derrubada do mato e preparação da terra para o plantio pela caça e pesca

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Page 1: Apostila Saberes História do Brasil

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Perguntas de um operário que lê Bertold Brecht Quem construiu a Tebas das Sete Portas? Nos livros constam os nomes dos reis. Os reis arrastaram os blocos de pedra? E a Babilônia tantas vezes destruída Quem a ergueu outras tantas? Em que casa da Lima reluzente de ouro Moraram os construtores? Para onde foram os pedreiros Na noite em que ficou pronta a Muralha da China? A grande Roma está cheia de Arcos do Triunfo. Quem os levantou? Sobre quem triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio só tinha palácios Para seus habitantes? Mesmo na legendária Atlântida, Na noite em que o mar a engoliu, Os que se afogaram gritavam pelos seus escravos. O jovem Alexandre conquistou a Índia. Ele sozinho? César bateu os gauleses Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo? Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou Ninguém mais chorou? Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos. Quem venceu, além dele? Uma vitória em cada página. Quem cozinhava os banquetes da vitória? Um grande homem a cada dez anos. Quem pagava suas despesas? Tantos relatos. Tantas perguntas.

O poema acima revela uma nova forma de escrever e

de pensar a história, diferente da que estamos acostumados a ouvir com os grandes homens e heróis à frente da humanidade. A nova história tenta resgatar a contribuição dos homens comuns à construção do mundo em que vivemos. É nessa perspectiva, de tentar analisar a história também através da ótica dos excluídos, que vamos estudar a trajetória histórica do Brasil.

O BRASIL FOI DESCOBERTO?

Desde pequenos aprendemos na escola que o Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500 por Pedro Álvares Cabral, mas antes mesmo dele aportar por aqui, os verdadeiros donos da terra já habitavam há muito tempo. Os povos que aqui viviam tinham uma cultura muito distinta da dos europeus. Andavam praticamente nus e sua comida e suas habitações não eram nada parecidas com os da Europa.

PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL

Podemos dizer que o período da pré-história no Brasil é anterior a 1500, e a maioria das informações referentes a esse período são resultados de trabalhos arqueológicos. A Arqueologia nos revela alguns pontos importantes: Antes da chegada dos portugueses ele tinha milhões de habitantes (cinco a seis milhões). O homem não surgiu na América, veio de fora.

A migração mais importante foi a de elementos asiáticos pelo estreito de Bering. Os primeiros migrantes chegaram aqui na última idade glacial, há pelo menos quarenta mil anos. Entre os objetos encontrados pela Arqueologia e que trazem à tona algumas indicações da vida social e cultural dos homens da pré-história brasileira, podemos citar: Pontas de flechas Vasos de cerâmica Utensílios de pedra

O BRASIL DOS ÍNDIOS

Elementos como a antropofagia ameríndia ainda povoam o

imaginário coletivo. A pintura de Theodor de Bry é reveladora

das representações criadas pelo europeu, no começo dos

tempos modernos, para o nativo brasileiro.

A partir de 1500, com a chegada dos europeus, passou-se a desenvolver uma escrita e dá-se início à convencionada história do Brasil. Os habitantes desta terra ficaram conhecidos como índios, pois os europeus pensaram estar chegando às Índias orientais. Uma denominação errônea, pois os povos que aqui viviam não formavam uma unidade, mas uma grande variedade de povos com cultura, língua e costumes diferentes.

As primeiras notícias sobre as populações ameríndias começaram a ser escritas pelos cronistas, que eram viajantes, náufragos ou missionários que viveram nas aldeias do litoral. Um dos critérios bastante utilizados para classificar os indígenas é agrupá-los de acordo com a língua que falam. Principais troncos lingüísticos: tupi, macro-jê e aruaque. Organização social básica: tribo. Economia: caça, coleta, pesca e agricultura primitiva. A Coivara é a forma característica de preparação do terreno para o plantio pelos índios. É a derrubada e queima da mata no local em que se fará o cultivo. A divisão de trabalho é baseada no sexo, onde as mulheres eram responsáveis por: trabalho agrícola coleta fabricação de farinha fiação e tecelagem serviços domésticos cuidado das crianças. Os homens eram responsáveis por: derrubada do mato e preparação da terra para o plantio pela caça e pesca

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fabricação de canoas e armas construção de casas proteção das mulheres, crianças e velhos pelas expedições guerreiras.

A EXPANSÃO EUROPÉIA E A CONQUISTA DO BRASIL

A partir do século XV os europeus foram

impulsionados em direção ao mar, onde o fator principal que contribui para isso foi a intensificação da atividade comercial. Essa expansão comercial e marítima, estava diretamente associada ao fortalecimento do Estado e do mercantilismo. Antes desse fortalecimento o sistema vigente na Europa era o feudalismo. No sistema feudal a sociedade era estratificada, isto é, composta de estratos, ou camadas sociais, onde basicamente, existiam dois pólos: dos senhores feudais, proprietários de terras denominadas feudos; dos servos, trabalhadores que se dedicavam ao cultivo das terras dos senhores feudais. Principais características do feudalismo: Poder descentralizado; A terra era principal fonte de riqueza; De modo geral, tudo que se produzia nos feudos, destinava-se ao consumo imediato. A passagem do feudalismo ao capitalismo é um processo complexo, não existe um fato concreto, ou uma data específica que marque essa transição. Mas, podemos apontar um conjunto de fatores interligados que atuaram no sentido de superar o sistema feudal. Entre eles, podemos citar: Econômicos – a terra deixou de ser a única fonte de riqueza econômica. O comércio ganhou força, ampliaram-se as rotas mercantis e surgiram feiras, onde se negociavam vários tipos de mercadorias. Sociais – a classe social diretamente ligada ao comércio, a burguesia, tornou-se cada vez mais rica e poderosa, passando a disputar interesses com a nobreza feudal. Surgiram novas relações sociais no campo, com a introdução do trabalho assalariado. As cidades progrediam. Políticos – desenvolveu-se uma progressiva centralização do poder político nas mãos dos reis, levando ao enfraquecimento da nobreza feudal. Esse processo de centralização política contou com a colaboração de setores da burguesia. Os burgueses desejavam um clima de ordem, segurança e estabilidade política para o bom desempenho das atividades comerciais. Surgiram os chamados Estados Modernos. A formação do Estado Moderno, que tem como característica a unidade e a centralização na pessoa do rei, foi uma resposta às tensões sociais que foi característica marcante na fase de superação do feudalismo. A burguesia, que estimulou essa centralização de poder tinha como interesses os lucros que obteria com a diminuição ou a anulação das barreiras alfandegárias, pois as mercadorias

atingiriam um maior número de pessoas, uma vez que poderiam ser vendidas a preço mais baixo. Existiu entre o Estado e a burguesia uma dependência recíproca, pois para ser rico, o Estado absolutista deveria desenvolver o comércio, sobretudo através da exploração colonial, o que gerava, por sua vez, o crescimento e o enriquecimento da burguesia.

Mercantilismo

Economicamente, o Estado Moderno foi marcado

pelo predomínio do capital comercial, que é o proveniente da compra e venda de mercadorias. Só existia lucro no comércio, que passou a ser realizado em escala mundial uma vez que o excedente comercial não retornava para a produção. Por isso, o Estado absolutista se utilizou do mercantilismo, que é a política econômica que buscava o desenvolvimento da economia de mercado, cujo elemento fundamental do comércio era a exploração colonial. Princípios básicos: Metalismo – era a busca pelos metais nobres (ouro e prata), pois a riqueza de um país se media pelo montante desses metais. Balança de comércio favorável – Exportar mais do que importar, ou vender mais caro e comprar mais barato. Protecionismo – Para obter superávit era necessário exportar mais e importar menos, logo os impostos de exportação eram baixados e os de importação eram elevados. Fomento à indústria – incentivo à produção de artigos que pudessem concorrer vantajosamente no mercado internacional, o que implicava uma baixa no custo da produção, mesmo que isso viesse a restringir o consumo interno.

Cabral chega ao Brasil

Fruto da expansão da burguesia portuguesa, apoiada pela monarquia, em busca de mercados fora da Europa, o que representou, na verdade, uma etapa de desenvolvimento comercial europeu, a chegada de Cabral ao Brasil, em 22 de abril de 1500 desperta debates sobre sua intencionalidade, onde até hoje não há um consenso. É a partir da chegada de Cabral que se convencionou dividir a história do Brasil: * Período Colonial * Monarquia * República Para fins didáticos o período colonial pode ser dividido em três períodos muito desiguais em termos cronológicos: 1500-1549: chegada de Cabral até a instalação do governo geral, o que marca o reconhecimento e posse da nova terra e um escasso comércio. 1549 até as últimas décadas do século XVIII. Com a criação do governo geral inicia-se a montagem da colonização que só se consolidará dois séculos depois. A partir do final do século XVIII se inicia um conjunto de transformações de ordem mundial e colonial que dão origem à crise do sistema e aos movimentos pela independência.

Tentativas iniciais de exploração

A primeira impressão sobre o Brasil foi de desentusiasmo. Ele aparece como uma terra cujas possibilidades de exploração e contornos geográficos eram desconhecidos. Por vários anos, pensou-se que não se passava

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de uma grande ilha. Recebeu o nome de terra dos papagaios, depois de Vera Cruz e logo de Santa Cruz. O nome Brasil começou a aparecer em 1503, e está associado à primeira riqueza aproveitada pelos europeus: o pau brasil ou pau-de-tinta. De 1500 a 1535 não existiu no Brasil uma tentativa de colonização, mas os primeiros esforços de exploração do litoral se basearam no sistema de feitorias, que eram uma espécie de entreposto comercial que tinha como atividade econômica principal a extração do pau Brasil, obtida principalmente mediante troca com os índios.

Início de colonização – as capitanias hereditárias A concorrência dos piratas franceses no litoral brasileiro e questões políticas levaram a Coroa Portuguesa à convicção de que era preciso colonizar a nova terra. Assim é enviada ao Brasil a primeira expedição de colonização, a de Martim Afonso de Sousa (1530 a 1533), que tinha os seguintes objetivos: * Patrulhar a costa. * Estabelecer uma colônia através da concessão não-hereditária de terras aos povoadores que trazia. * Explorar a terra. Depois o Brasil foi dividido em quinze quinhões, por uma série de linhas paralelas ao equador que iam do litoral ao meridiano de Tordesilhas, sendo esses quinhões entregues aos chamados capitães-donatários. Estes receberam uma doação da Coroa, pela qual se tornavam possuidores, mas não proprietários da terra. Não podiam vender ou dividir a capitania, cabendo ao rei o direito de modificá-la ou extingui-la. Mesmo assim possuíam poderes na esfera econômica e na administrativa. Com exceção das Capitanias de São Vicente e Pernambuco, as outras fracassaram em maior ou menor grau, por falta de recursos, desentendimentos internos, inexperiência, ataques de índios.

Capitania Donatário

Capitania do Maranhão João de Barros / Aires da Cunha

Capitania do Ceará Antônio Cardoso de Barros Capitania do Pará (ou do Rio Grande)

João de Barros / Aires da Cunha

Capitania de Itamaracá Pero Lopes de Sousa Capitania de Pernambuco Duarte Coelho Pereira Capitania da Bahia Francisco Pereira Coutinho Capitania de Ilhéus Jorge de Figueiredo Correia Capitania de Porto Seguro Pero Campos de Tourinho Capitania do Espírito Santo Vasco Fernandes Coutinho Capitania de São Tomé Pero de Góis da Silveira Capitania de São Vicente - 1ª seção (aproximadamente de Parati a Cabo Frio)

Martim Afonso de Sousa

Capitania de Santo Amaro (aproximadamente de Bertioga a Parati)

Pero Lopes de Sousa

Capitania de São Vicente - 2ª seção (aproximadamente de Cananéia a Bertioga)

Martim Afonso de Sousa

Capitania de Santana (aproximadamente de Cananéia a Laguna)

Pero Lopes de Sousa

O Governo Geral

A criação do Governo Geral por Dom João III está

relacionada com uma série de fatores de ordem internacional, mas o peso maior se deve ao fracasso das capitanias, o que tornou a instituição do governo geral um passo importante na organização administrativa da Colônia. Governo Tomé de Sousa (1549-53) - O primeiro governador geral, Tomé de Sousa, chegou à Bahia acompanhado de mais de mil pessoas, com o propósito de garantir a pose territorial, colonizar a terra e garantir as rendas da Coroa. Alguns cargos criados ajudaram no cumprimento dessas finalidades, sendo os mais importantes: ouvidor, capitão-mor e provedor-mor. Chegaram com ele seis jesuítas, chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega. As realizações mais importantes do período foram a fundação da primeira cidade brasileira (Salvador), a criação do primeiro bispado, e o estabelecimento do primeiro colégio do Brasil. Governo Duarte da Costa (1553-58) – Segundo governador geral, Duarte da Costa veio também para o Brasil acompanhado de jesuítas, entre os quais José de Anchieta. Este, junto com Nóbrega, fundou o colégio de São Paulo em 25 de janeiro de 1554. No governo de Duarte da Costa ocorreu, em 1555, a invasão do Rio de Janeiro pelos franceses, que fundaram a França Antártica. Governo Mem de Sá (1558-72) – Seu governo foi marcado por fatos importantes, como a dissolução da Confederação dos Tamoios, pela interferência direta de Nóbrega e Anchieta e a fundação da segunda cidade brasileira, São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1565. A colonização se consolida

A colonização começa a tomar forma depois de três décadas de esforços. O Brasil viria a ser uma colônia com o objetivo de fornecer ao comércio europeu gêneros alimentícios ou minérios de grande importância. A política da metrópole portuguesa consistirá no incentivo à empresa comercial, com base em uns poucos produtos exportáveis em grande escala e assentada na grande propriedade.

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A escravidão – índios e negros

Um outro aspecto da empresa colonial é o trabalho compulsório, onde no caso do Brasil a escravidão foi dominante. O índio foi a primeira mão de obra escrava utilizada no Brasil, mas chocou-se com série de inconvenientes. Eles tinham uma cultura incompatível com o trabalho intensivo e regular, não que fossem vadios ou preguiçosos, mas faziam apenas o necessário para garantir sua subsistência. Mesmo assim, o índio foi subjugado e sujeito ao trabalho forçado e a religião cristã. Essa sujeição foi respondida com revolta, e as formas encontradas pelos índios para resistirem foram as guerras, as fugas ou as recusas ao trabalho compulsório. Um fator que contribuiu para colocar a mão-de-obra indígena em segundo plano foi a catástrofe demográfica. Além das mortes causadas pelos confrontos diretos com os europeus as epidemias produzidas pelo contato com os brancos liquidaram milhares de índios.

A partir da década de 1570 incentivou-se a

importação de africanos, que foi não só uma forma de substituição de mão-de-obra, mas a introdução de mais um produto mercantil com alto valor agregado de lucratividade. Além disso, muitos escravos provinham de culturas em que trabalhos com ferro e a criação de gado eram usuais. Sua capacidade produtiva era assim tecnologicamente bem superior à do indígena.

Assim como os índios, os negros se opuseram à escravidão. Foram inúmeras as fugas individuais ou em massa, agressões contra senhores, resistência cotidiana fizeram parte das relações entre senhores e escravos, desde os primeiros tempos. Quilombos – estabelecimentos de negros que escapavam à escravidão pela fuga e recompunham no Brasil formas de organização social semelhantes às africanas. A agromanufatura do açúcar

O início da colonização propriamente dita esteve ligado ao cultivo da cana e ao preparo do açúcar, principal produto de exportação, em quase todo o período colonial. Como a montagem da agroindústria açucareira, o engenho, era economicamente elevado, recorreu-se inicialmente aos recursos particulares, através das concessões das capitanias e das sesmarias.

Os portugueses eram os mais experientes com a produção do açúcar, introduzida desde o século XV nas ilhas da Madeira e de São Tomé, nos Açores e no Cabo Verde. A comercialização, por sua vez, era realizada pelos flamengos desde 1472. Essa associação entre os colonos portugueses e mercadores flamengos é apontada como um dos fatores fundamentais para o êxito do desenvolvimento da produção açucareira no Brasil.

O Engenho

A grande propriedade era monocultora e voltada para

o mercado externo. Por isso, nela os colonos concentravam todos os recursos, a fim de produzir mercadorias de alto valor comercial em larga escala. A unidade produtora da agromanufatura açucareira era o engenho, que se constituía basicamente de: Casa-grande – residência, geralmente assobradada, onde viviam o senhor de engenho e sua família. Moravam também nela empregados de confiança. Era a central administrativa das atividades econômicas e social do engenho. Senzala – habitação de um só compartimento, rústica e pobre, onde viviam os escravos, na maior promiscuidade. Casa do engenho – era formada pelas instalações destinadas à produção do açúcar, como a moenda, a fornalha, a caldeira, a casa de purgar e os galpões.

O papel da Igreja na colonização

A igreja católica, representada pelas diversas ordens religiosas, das quais se deve destacar a Companhia de Jesus, exerceu um papel eminentemente colonizador na América ibérica. Seus objetivos principais eram, a principio, preservar e conquistar para si as populações nativas dessas terras que ainda não tinham sido atingidas pelas reformas protestantes. A administração eclesiástica A Igreja católica atuou no Brasil por meio do Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição. Os tribunais ficavam em Portugal e nas colônias eram representados periodicamente pelas visitações. As quais no Brasil foram inúmeras, onde resultaram num grande número de vítimas: cristão-novos acusados de serem maus católicos, pertencentes em geral à elite colonial, e grande número de pessoas provenientes das camadas mais pobres acusados de feitiçaria, heresia, blasfêmia ou de praticarem os chamados crimes nefandos (atos e práticas sexuais proibidos pela igreja). Além dos processos inquisitórias havia a presença das ordens religiosas estabelecidas na colônia (jesuítas, carmelitas, beneditinos, franciscanos e mercedários), que exerceram importante papel na educação e na catequese do índio. Jesuítas

Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 com Tomé de Souza e tinham como ordem expressa converter os indígenas à fé católica pela catequese e pela instrução. Em 1950, dois colégios, com meninos órfãos, encontravam-se em funcionamento, na Bahia e em São Vicente, visando

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principalmente a formação de quadros que pudessem se somar aos jesuítas no seu trabalho catequético. om o passar do tempo os colégios passaram a atender também aos colonos e aos seus filhos, tornando-se assim, as únicas escolas ecistentes da época.

História da Paraíba Conquista Violenta

A conquista do Brasil, e conseqüentemente da Paraíba, se deu numa perspectiva violenta. O acordo de paz, firmado nas águas do Rio Paraíba entre João Tavares, Escrivão da Câmara e de Juiz de Órfãos de Olinda, e Piragibe, chefe dos Tabajara não é o fim de um processo de guerras entre os europeus e as populações indígenas, mas o início de uma aliança contra um inimigo comum: Os Potiguara e seus aliados franceses. O dia de “nascimento” da Paraíba é 05 de agosto de 1585, e é considerado o dia da fundação da cidade de Nossa Senhora das Neves. Foi também um processo extremamente complicado e lento, pois entre a primeira ordem régia e a efetivação da conquista, com a firmação da paz com os Tabajara, passaram-se quinze anos. Porém a guerra havia começado bem antes e, do rio, se estenderia, ainda por muitos anos, pelas serras e pelas praias. A história da conquista da Paraíba relaciona-se diretamente com a das Capitanias de Pernambuco e de Itamaracá, mais especificamente com a necessidade de garantir a segurança necessária para o desenvolvimento da colonização daquelas áreas. Significado do Nome

Sobre o significado do nome não existe uma só opinião, mas a maioria dos autores concorda com “rio mau”, “rio imprestável”, mas outros dizem significar “braço de mar”. Os portugueses chegaram a batizá-lo de São Domingos, revelando assim, estarem se apossando da região, atitude comum dos conquistadores que atribuíam nomes cristãos e portugueses aos acidentes geográficos. A língua portuguesa triunfará sobre as autóctones em meados do século XVII, mas alguns nomes dados pelos índios vão permanecer até hoje, como é o caso da Paraíba e Pernambuco. Importância do Rio

O Rio Paraíba foi o cenário do confronto de dois mundos, além de um desafio militar para as populações que viviam e para as que pretendiam viver naquela região. Quem conquistasse o Paraíba definitivamente expandiria seu modelo de ocupação da terra. Portugueses

Para os portugueses estabelecidos em Pernambuco e Itamaracá (precariamente), o Rio Paraíba era a fronteira de

expansão para o norte. Assim conquistá-lo seria expandir o povoamento e a exploração econômica da terra, com base na agromanufatura açucareira. E também um modo de defesa daquilo que já haviam conseguido implantar nas capitanias ao sul. Potiguaras

Para eles era a base a partir da qual se tornava possível organizar a ofensiva contra os portugueses, por ele os índios podiam avançar sobre as fazendas e arraiais ao sul e recuar, com segurança, quando necessário. Era um ponto estratégico, que permitia, a um só tempo, acossar os portugueses e manter, através do negócio do pau-brasil, a aliança com os franceses. Assim o Rio Paraíba se torna o cenário de sangrentas batalhas do Nordeste.

Depois de conquistar os Portiguara os portugueses queriam conquistar o Paraíba para povoar a terra e extrair proveito dela. Em 1574 a Coroa portuguesa enviou a primeira expedição para conquista da Paraíba, a região entre o Paraíba e o baixo Jaguaribe, no Ceará estava ocupada pelos Potiguara. Hoje seus últimos remanescentes vivem nos municípios de Baía da Traição e Rio Tinto no litoral setentrional da Paraíba. O nome para alguns significa “pescadores de camarão”, para outros “comedores de camarão”. Nessa época os Tabajara, expulsos pelos Potiguara, estavam vivendo na faixa de terra entre a zona da mata e o rio de São Francisco, onde contribuíam a prestar serviços aos antigos aliados, fazendo a guerra para cativeiro.

Os Potigura de aliados e colaboradores, passaram a inimigos mortais, dedicados à destruição de plantações, currais e engenhos instalados ao sul. Pior ainda, associado aos franceses que, em toda costa, implantavam postos para negociar o pau-brasil. Eles eram senhores da costa, tanto que alguns a denominavam de “Costa dos Potiguara”. A presença dos franceses na exploração do pau-brasil era tão efetiva que algumas áreas como a que se estende entre Pitimbu, passando por Jacumã até a barra do Rio Gramame, serem conhecidas como “porto dos franceses”. O principal ponto desse escambo era ao norte da Baía da Traição, localizada entre as barras dos rios mamanguape e Camaratuba, onde existiam inclusive oficinas para reparo das embarcações francesas. Como ao norte de Pernambuco, inclusive em Itamaracá, o projeto português de capitanias hereditárias veio a fracassar, as relações entre os Potiguara e os franceses perduraram, quase que ininterruptamente, até o final do século XVI. Da mesma forma que os portugueses ao longo do século XVI, os franceses também se utilizaram do concubinato com as mulheres Potiguara para salvaguardar e consolidar a sua presença no Brasil. Episódio de Tracunhaém

Está relacionada ao rapto de uma índia, filha do principal de uma aldeia localizada na Serra da Copaoba, por um mameluco, filho de homem honrado, proveniente de Olinda. Na seqüência dos acontecimentos, o chefe Iniguassu teria enviado dois filhos à Capitania de Pernambuco para obter, junto às autoridades, a devolução da moça. Foi determinado que os moradores não só não interrompessem a viagem dos índios até a sua aldeia, mas também os auxiliasse no que fosse necessário. A ordem foi cumprida por todos, com exceção de Diogo Dias, senhor do Engenho de Tracunhaém, situado na fronteira com as terras dos Potiguara. Este aprisionou a índia, não permitindo que os irmãos a levasses de volta ao pai.

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O principal Iniguassu, depois de informado do ocorrido, tentou obter mais uma vez a devolução da filha, desta vez junto as autoridades de Itamaracá, e não foi atendido. Insuflado pelos franceses e por seus aliados, resolveu, então atacar e destruir a fazendo do inimigo, onde no inicio de 1574 aproximadamente 600 pessoas que moravam no engenho foram atacadas e praticamente todas morreram. Criação da capitania real da Paraíba

Para a maioria dos historiadores da Paraíba, ocorrem em 1574, sendo resultado do massacre de Tracunhaém, mas a hipótese de necessidade de conquista e ampliação das fronteiras da capitania de Pernambuco são mais convicentes. O massacre de Tracunhaém seria apenas o pretexto para a matança de índios que ocorreu nas duas décadas seguintes. Expedições de conquista da Paraíba Fernão da Silva -1575

Comandada por Dr Fernão da Silva, que baseado em Pernambuco, reuniu gente de pé e de cavalo da dita capitania e muitos índios para castigar os Potiguara. Primeira expedição e primeiro fracasso. D Luiz de Brito D’Almeida - 1579

Governador-geral da época equipou na Bahia uma armada de doze velas, com toda gente que pudesse ajuntar, levando toda a nobreza da cidade. Partindo em setembro de 1575, assolada pelos maus ventos, a armada voltou à Bahia, sem nunca ter chegado próximo ao seu objetivo. Frutuoso Barbosa - 1580

Se dispôs a bancar a terceira expedição, onde em troca foi nomeado “capitão de mar e terra” da gente que levava, por dez anos. A grande expedição montada com homens de Portugal e os de Frutuoso Barbosa mais uma vez fracassou devido ao tempo ruim, dispersando-a. Algumas embarcações foram arribar à Bahia e outras, inclusive a do Capitão, às Índias. Frutuoso Barbosa

Três anos depois Frutuoso Barbosa tenta de novo, mas os índios Potiguara, mais uma vez saem vencedores. Houveram também expedições em 1584 e 1585, onde só aqui conseguiu-se conquistar o território da Paraíba. A conquista (apoio dos Tabajara)

A conquista só é efetivada com a chegada dos Tabajara à Paraíba, que mesmo tendo lutado contra os portugueses antes, eram inimigos dos Potiguara, firmam assim “acordo” com os portugueses e participam do processo de conquista da Paraíba.

QUESTÕES DE VESTIBULARES 1. O Brasil foi dividido em quinze quinhões, por uma série de linhas paralelas ao equador que iam do litoral ao meridiano de Tordesilhas, sendo os quinhões entregues (…) [a] um grupo diversificado, no qual havia gente da pequena nobreza, burocratas e comerciantes, tendo em comum suas ligações com a Coroa. (B. Fausto, História do Brasil.) No texto, o historiador refere-se às a) câmaras setoriais. b)sesmarias. c)colônias de povoamento. d)capitanias hereditárias. e) controladorias. 2. (Fuvest – SP) Sobre o tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava: a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima. b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional. c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais. d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois de expedições de Vasco da Gama às Índias. e) reconhecer a hegemonia anglo – francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Filipe II, da Espnha. 3. (OSEC – SP) “... a primeira preocupação dos Estados colonizadores será resguardar a área de seu império face as demais potências, a administração se fará a partir da metrópole, e a preocupação fiscal dominará todo o mecanismo administrativo. Mas a medula do sistema, seu elemento definidor, reside no monopólio do comércio colonial. Em torno da preservação desse privilégio... é que gira toda a política do sistema colonial...” (Fernando Novais). Nesse texto, o autor define a política econômica utilizada por Portugal em relação ao Brasil. a) capitalismo industrial b) feudalismo c) imperialismo industrial d) liberalismo e) mercantilismo 4. ( FI CELSO LISBOA – RL) Os primeiros trinta anos de nossa história podem ser caracterizados pela: a) luta pela posse de nosso litoral entre portugueses e flamengos b) luta pela posse do nosso litoral entre ingleses e portugueses c) exploração da bacia Amazônica d) fundação das primeiras cidades em nosso litoral e) exploração e comércio de madeira de tintura 5. (UF – GO) Em relação às invasões holandesas no nordeste brasileiro durante o século XVII, pode-se afirmar que: a) foram patrocinadas pela Companhia das Índias Orientais, fundada em Amsterdã em 1653. b) tiveram, como conseqüência, o aumento progressivo da exportação do açúcar brasileiro após 1660. c) propiciaram, durante certo tempo, uma aliança entre os invasores e os proprietários de engenho. d) objetivavam proteger o grupo mercantil e o Estado inglês, tradicionais aliados da Holanda na política européia.

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e) foram comandadas por Felipe II da Espanha, soberano da colônia holandesa. 6. (UFPB – 2004) Leia o trecho a seguir: “(...) O avanço em que ia o progresso da Capitania, em 1601, ou um pouco mais tarde, leva a crer que o trabalho nativo era o motor desse progresso” (MEDEIROS, M. do Céu e SÁ, Ariane N. de M. O trabalho na Paraíba: das origens à transição para o trabalho livre. João Pessoa: Universitária/ UFPB, 1999, p.31). Baseado no exposto pode-se afirmar: I. As aldeias, para os capitães-mores da Capitania Real da Paraíba, tinham a finalidade de preparar braços para lavoura e soldados para a guerra. II. A mão de obre indígena teve pouca participação na conquista e colonização da Paraíba, pois os nativos não se adaptaram às condições exigidas pelo colonizador. III. O escambo, relação de trabalho que deu certo no extrativismo do pau-brasil, foi posto em prática na Paraíba, para integrar o índio ao processo produtivo. A(s) afirmação(ões) correta(s) é(são): a) apenas II e III d) I, II e III b) apenas I e III e) apenas I e II c) apenas III 7. (UFPB 2001) Leia as estrofes do poema A canção do

africano. Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez p’ra não a escutar! “Minha terra é lá bem longe, Das barras de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem! .................................................. “Lá todos vivem felizes, Todos dançam no terreiro; A gente lá não se vende Como aqui, só por dinheiro”. .................................................. O escravo então foi deitar-se, Pois tinha de levantar-se Bem antes do sol nascer, E se tardasse coitado, Teria de ser surrado, Pois bastava escravo ser. E a cativa desgraçada Deita seu filho, calada, E põe-se triste a beijá -lo, Talvez temendo que o dono Não viesse, em meio ao sono, De seus braços arrancá-lo! (Castro Alves, Recife, 1863. In: GOMES, Eugênio (org.) Castro Alves: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976). As estrofes espelham a situação do africano, escravizado e exposto a uma nova realidade e condições de vida, diferentes daquelas a que estava habituado, restando-lhe poucas opções. Tendo como base de referência esse poema, analise as seguintes afirmações:

I. A opção pela escravidão do africano deveu-se, principalmente, à possibilidade de ampliação do lucrativo comércio que se estabeleceu entre a Colônia brasileira e a burguesia metropolitana portuguesa. II. Os africanos vinham para o Brasil em navios negreiros. Por se tratar de uma carga lucrativa, os traficantes tinham o maior cuidado em transportá-los, tomando medidas cautelares, no que dizia respeito à alimentação e higiene a fim de evitar a proliferação de doenças dentro das embarcações. III. A ordem geral imposta pelo proprietário era a obediência do escravo e, caso não fosse cumprida, ele era submetido a castigos corporais cruéis. A principal reação dos escravos era fugir em busca de liberdade e para se defenderem da perseguição formavam comunidades chamadas quilombos. Está(ão) correta(s) apenas: a) I e III b) II e III c) III d) II e) I