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Redação Técnica INSTRUTORA: CABO CARLA CRISTINA ALVES CFS CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

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Page 1: Apostila Redação Técnica CFS

Redação Técnica

INSTRUTORA: CABO

CARLA CRISTINA ALVES

CFS – CURSO DE FORMAÇÃO DE

SARGENTOS

Page 2: Apostila Redação Técnica CFS

Nesta apostila você verá ou relembrará:

Plano de Ensino

Avaliação

Linguagem/Língua

Regras de Gramática

Características da Redação Oficial

Pronomes de Tratamento

Encerramento das Correspondências

Normatização e Formatação das Comunicações e

correspondências

Confecção do Ofício

Confecção da Comunicação Interna

Confecção do Requerimento

Confecção do Relatório

Erros comuns

Relembrando a avaliação

Modelo para o trabalho

RESUMO

REDAÇÃO TÉCNICA

1

Page 3: Apostila Redação Técnica CFS

Redação Técnica IDENTIFICAÇÃO

Curso: Formação de Sargentos

Professor/Instrutor: Cb Carla Cristina Alves

Disciplina: Redação Técnica (RET).

Carga Horária: 30 h/a.

OBJETIVO GERAL:

Trabalhar com os alunos os aspectos fundamentais da gramática do português.

Promover o aprimoramento do aluno na produção textual e na elaboração dos

documentos produzidos no âmbito da Polícia Militar.

EMENTA:

Apresentação de alguns dos principais aspectos da gramática do português e da

redação oficial, visando ao aprimoramento da produção textual do aluno,

principalmente no que diz respeito à produção dos diversos textos e documentos

produzidos no âmbito da Corporação.

OBJETIVOS CONTEÚDO PROGRAMÁTICO HORAS

AULA

Conceituar linguagem e língua;

Conhecer as diversidades linguísticas do

português no Brasil e como isso se verifica na

relação entre as pessoas.

Linguagem e língua;

Diversidade linguística (língua falada e

língua escrita; norma padrão e norma

popular; linguagem e adequação social).

05 h/a

Promover a revisão de alguns aspectos da

gramática do Português

Ortografia (principais dificuldades );

Acentuação;

Pontuação;

Palavras e expressões que causam dúvidas –

mas, mais, mal, mau, os porquês, etc.

06 h/a

Fornecer subsídios para que o aluno utilize a

língua escrita formal com desenvoltura e

correção

Conceituação de texto;

Gêneros e tipologias textuais;

Coerência e coesão;

Principais conectivos

07 h/a

Instrumentalizar o aluno para que sua

comunicação em língua formal seja produtiva e

eficaz, com repercussão positiva na execução de

suas tarefas futuras.

Características da redação oficial

Ofício

Comunicação Interna

Requerimento

Relatório

Outros documentos

09 h/a

Verificação Final

Apresentação e entrega de um trabalho escrito

sobre a produção de documentos na PMSC

02 h/a

Feedback 01 h/a

PLANO DE ENSINO REDAÇÃO TÉCNICA

2

Page 4: Apostila Redação Técnica CFS

Avaliação: A avaliação final da disciplina (Verificação Final – VF) consistirá na elaboração de um trabalho

escrito, a ser produzido em equipe com no máximo cinco alunos, sobre a produção de alguns documentos em uso na PMSC, com base no conteúdo trabalhado na disciplina e com base no Manual de padronização e redação dos atos oficiais.

O trabalho será proposto já nas primeiras aulas, de forma que à medida que se vai avançando no estudo da disciplina, os alunos possam tirar dúvidas com o professor sobre a elaboração da tarefa proposta.

As equipes deverão desenvolver o trabalho no âmbito da OPM em que estão realizando o curso ou na OPM de origem ou mais próxima.

O desenvolvimento do trabalho consistirá em:

Obter uma cópia de um Ofício (com mais de um parágrafo), de uma Comunicação Interna e de um Requerimento. De posse desses documentos, cada equipe deverá:

Fazer uma análise de cada um dos documentos, apontando, se for o caso, os erros identificados e de que forma o documento diverge do previsto no Manual de padronização e redação dos atos oficiais. Nessa análise, deverão ser observados os seguintes aspectos:

quanto à forma (layout do documento) – verificar se está de acordo com o modelo e dimensões previstos no manual (com exceção da Ficha de Ocorrência, que não está prevista no manual).

quanto à correção gramatical – verificar o correto emprego da ortografia, da acentuação, da concordância e da pontuação.

quanto à coerência e à coesão textual – verificar o encadeamento lógico das ideias do texto e se os elementos de coesão foram bem empregados.

Para cada documento analisado, a equipe deverá produzir um novo documento, com o mesmo conteúdo do documento original, porém dentro das normas previstas no manual e com as devidas correções gramatical e textual.

O trabalho escrito a ser entregue deverá possuir a seguinte estrutura:

Introdução – apresentação do trabalho e do seu objetivo.

Desenvolvimento – registro da análise dos documentos e anexação das cópias dos documentos analisados pela equipe, bem como dos documentos produzidos. Analisar também se pode haver uma relação direta entre os erros/acertos identificados nos documentos e a quantidade adequada/inadequada de manual existente na OPM e seu efetivo uso, já que esse manual foi concebido, produzido e distribuído a todos os órgãos da administração direta do estado para servir como fonte constante de consulta por parte daqueles que desempenham atividades que envolvem a produção de documentos oficiais.

Conclusão – registro do que a equipe conseguiu perceber em relação ao modo como se está se produzindo hoje os documentos nas OPM’s e apresentação de propostas que possam contribuir para a melhoria da qualidade dos documentos produzidos na Corporação.

Realizar a apresentação do trabalho (socializar a experiência com a turma) e fazer a entrega da

versão escrita na penúltima aula da disciplina.

PLANO DE ENSINO REDAÇÃO TÉCNICA

3

Page 5: Apostila Redação Técnica CFS

Muitos animais se comunicam: o cachorro late para avisar que chegou um estranho, as

abelhas mostram para as outras que ficaram na colméia onde foi que elas encontraram nova

fonte de pólen, os lobos uivam para chamar o seu grupo para caçar.

Mas a linguagem que nós, humanos, usamos para nos comunicar é diferente da dos animais

por várias características. Uma delas é que usamos uma série de sinais, e cada um deles tem uma

significação permanente. Outra é que temos uma finalidade clara e definida como ponto de

partida de nossas conversas.

Entre os diferentes tipos de linguagem que usamos, podemos citar: as placas de sinalização

no trânsito ou nos supermercados, os sinais usados pelos surdos, os gestos usados pelas pessoas, o

código morse e muitos outros” (d’ Ávila, 1997).

Linguagem é um sistema organizado de sinais utilizado na comunicação entre as pessoas.

A linguagem usada por nós com mais freqüência é a verbal, que em cada país ou

comunidade se manifesta como uma diferente língua.

LÍNGUA

Para falarmos e sermos compreendidos, para interagirmos com outras pessoas por meio de

palavras, precisamos ter domínio de uma língua. No nosso caso, falamos a língua portuguesa.

Para falar uma língua, não basta conhecer seu vocabulário; é necessário também ter domínio das

leis combinatórias.

Língua é um conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio do qual os

homens se comunicam e interagem. Quando a língua é utilizada para que duas pessoas se

comuniquem, então ela se transforma em linguagem verbal.

- Bem vai olá como tudo?

A frase acima nada significa para nós porque não foram respeitadas as leis de combinação

da palavras. Observe como muda o sentido da frase, se combinarmos as palavras desta

forma:

- Olá, como vai, tudo bem?

LINGUAGEM E ADEQUAÇÃO SOCIAL

Que tipo de língua devemos, então, falar e aprender? Todos os tipos! Quanto mais

conhecermos as variantes da língua portuguesa, seja a norma culta, sejam as muitas variantes

populares, mais preparados estaremos para falar com pessoas de qualquer região deste país e de

qualquer nível social.

Além dessas diferenças, há o jeito pessoal de falar. Precisamos sempre empregar o tipo de

linguagem mais adequado a determinadas situações. Por exemplo, para chamar uma pessoa mais

velha e desconhecida na rua, você não vai dizer: “Chega aí, meu”, pois esse é um nível de

linguagem usado normalmente por pessoas mais jovens e íntimas.

Dependendo da pessoa com quem estamos nos comunicando, podemos falar de modo mais

cerimonioso e educado ou falar de maneira direta, sem muitos rodeios; empregar gírias ou

escolher as palavras com cuidado.

REDAÇÃO TÉCNICA LINGUAGEM

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Page 6: Apostila Redação Técnica CFS

A língua falada e a língua escrita são equivalentes?Nem sempre. Embora sejam

expressões de um mesmo idioma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais

natural; aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por outro lado, só é

aprendida depois que dominamos a língua falada E ela não é uma simples transcrição do que

falamos; está mais subordinada às normas gramaticais. Portanto, requer mais atenção e

conhecimento de quem fala. Além disso a língua escrita é um registro, permanece ao longo do

tempo, não tem o caráter efêmero da lingua falada.

Principais características da língua falada e da língua escrita:

Norma Padrão e Norma Popular

Existe um jeito mais certo de falar? Os estudos lingüísticos mais recentes defendem a

idéia de que não existe, já que todas as variantes lingüísticas são eficazes na comunicação

verbal e possuem valor dentro das comunidades em que são faladas. Apesar disso, uma das

variantes, a norma padrão ou norma culta, tem grande prestígio na sociedade, por ser o tipo

de língua utilizado na maior parte dos jornais, dos livros e das revistas, dos documentos, dos

textos científicos e didáticos, etc. Também é a língua falada em alguns programas da tevê e

pelas classes sociais mais ricas.

Há também a norma popular. Nesta existem muitas variações por causa da origem do

falante (região, cidade), de sua idade, do grupo a que pertence, de sua família, etc.

REDAÇÃO TÉCNICA

Língua Falada Língua Escrita

Palavra sonora

Recursos: signos acústicos e

extralingüísticos: gestos, entorno físico e

psíquico

Requer a presença dos interlocutores.

Ganha em vivacidade.

É espontânea e imdediata. Uso de

palavras-curinga. de frases feitas

A expressividade permite prescindir de

certas regras

É repetitiva e redundante

A informação é permeada de

subjetividade e influênciada pela

presença do interlocutor

O contexto extralingüístico é importante

Palavra gráfica

Pobreza de recursos não-lingüísticos; uso

de letras, sinais de pontuação

Comunicação unilateral. Ganha em

permanência

É mais precisa e elaborada. Ausência de

cacoetes lingüísticos e vulgarismos

Mais correção na elaboração das frases.

Evita a improvisação

É mais sintética. A redundância é um

recurso estilístico

É mais objetiva. É possível esquecer o

interlocutor

O contexto extralingüístico tem menos

influência

LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA

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Page 7: Apostila Redação Técnica CFS

1. Ortografia

O sistema ortográfico, isto é, o conjunto de

letras e sinais que usamos para grafar nossa

fala, resulta de acordos entre os estudiosos

da língua. É, pois, um sistema arbitrário

que devemos conhecer de cor. A leitura

frequente de mensagens escritas (jornais,

revistas, livros, cartazes etc.) nos ajuda a

dominar a ortografia do português.

Principais dificuldades ortográficas

Uma mesma letra pode representar fonemas

distintos e um mesmo fonema pode ser

representado por várias letras.

Disso decorrem algumas das principais

dificuldades ortográficas na escrita de

palavras com:

r ou rr

s ou ss

m ou n

am ou ão

e ou i

e ou ei

o ou u

o ou ou

eu ou el

ou ou ol

s, ss, c, ç, sc, x, xc (fonema /s/)

s, z, x (fonema /z/)

x ou ch

g ou j.

GRAMÁTICA

Quando usar r ou rr:

Equivale a /R/

no início de palavras: roda, rico

depois de consoante: honra, bilro

Equivale a /r/

entre vogais: ferida, moral

Equivale a /R/

entre vogais: ferro, morrer

Quando usar s ou ss

Equivale a /s/

no início de palavras: sapo, solidão

depois de consoante: pensar, bolsa

Equivale a /z/

entre vogais: casa, pesado

na palavra obséquio e no prefixo

trans: transatlântico, transar, transe

Equivale a /s/

só é usado entre vogais: pêssego,

missa

REDAÇÃO TÉCNICA

6

Page 8: Apostila Redação Técnica CFS

Quando usar m ou n:

M - Apenas antes de p e b: campo, rombo

N - Antes de qualquer outra consoante: dente, pinga

Quando usar am ou ão

AM - É átono e finaliza verbos no passado, no presente

e em outros tempos, mas nunca no futuro do presente

foram, entraram, estavam, eram

ÃO – É quase sempre tônico e finaliza, em geral, os

substantivos

canhão, canção

Verbos no futuro do presente do indicativo

estarão, serão, chegarão, sairão

Escreve-se com o ou u:

O U

agrícola bueiro

botijão bujão

coruja camundongo

estorricar curinga

explodir cutia

moringa escapulir

poleiro tabuleiro

Formas parônimas de o e u:

O U

comprimento (medida) cumprimento (saudação)

comprido (longo) cumprido (do verbo cumprir)

soar (fazer som) suar (transpirar)

sortir (abastecer) surtir (resultar)

eu, ou

São, por natureza, ditongos fechados

meu, judeu, roubo

Finalizam verbos no passado

comeu, resolveu, achou, esperou

el, ol

Têm som aberto e nunca finalizam verbo

anel, papel, farol, anzol, anzol

Escreve-se com e ou i:

E I

aperitivo aborígine

bexiga casimira

cadeado corrimão

corpóreo crânio

desfrutar criar, criação

empecilho dilapidar

encorpar incorporar

lêndea pátio

marceneiro eletricista

penico privilégio

pedinte requisito

Escreve-se com e ou ei:

azulejo aleijado

bandeja ameixa

beneficente cabeleireiro

caranguejo desleixo

fear, freada madeireira

prazeroso manteiga

recear peneira

remelexo reivindicar

Formas parônimas de e e i:

deferir (conceder) diferir (diferenciar)

descriminar (isentar de crime) discriminar (separar)

delatar (denunciar) dilatar (ampliar)

despensa (onde se armazena) dispensa (licença)

emergir (flutuar) imergir (afundar)

emigrar (sair de seu país) imigrar (entrar noutro país)

eminência (importância) imininência (proximidade)

GRAMÁTICA REDAÇÃO TÉCNICA

7

Page 9: Apostila Redação Técnica CFS

Escreve-se com s, ss, c/ç, sc, x ou xc:

S

ânsia

avulso

balsa

cansar

dimensão

estender

curso

esplêndido

estorno

SS

acesso

assessor

cassetete

classismo

ecossistema

escasso

excesso

retrocesso

sossego

C/Ç

à beça

açude

acessório

almaço

cansaço

censura

dançar

sucinto

suíço

SC

acrescentar

adolescência

consciência

crescer

enrubescer

fascículo

florescer

ressuscitar

transcender

X

aproximar

experiência

extensão

extrato

extenuar

máximo

próximo

extravasar

extrapolar

XC

exceção

exceder

excelência

excelente

excepcional

excesso

exceto

-

-

Com S ou Z:

S Z

aliás arroz

liso azedo

analisar azia

anestesia batizar

artesão buzina

através capaz

aviso deduzir

brasa deslize

casaco dúzia

defesa enfezar

fase fazenda

frase foz

parafuso gozar

gasolina horizonte

pralisar prejuízo

visar vizinho

querosene vozes

Formas parônimas de s e z ou x:

coser (costurar) cozer (cozinhar)

esotérico (hermético) exotérico (aberto a todos)

hesito (do verbo hesitar) êxito (sucesso)

pesar (pôr na balança) pezar (desgosto)

presa (do verbo prender) preza (do verbo prezar)

trás (atrás de) traz (do verbo trazer)

Formas parônimas com c e sc, c e s, ss e ç, s e x:

acender (tornar aceso) ascender (elevar-se)

censo (recenseamento) senso (sentido)

cerrar (fechar) serrar (cortar)

conserto (reparação) concerto (sessão musical)

cessão (do verbo ceder) seção (departamento)

seção (departamento) sessão (reunião)

espiar (olhar) expiar (pagar castigo)

incipiente (iniciante) insipiente (ignorante)

GRAMÁTICA

Formas Parônimas com X e CH

broxa (pincel, índíviduo impotente) brocha (grampo para brochura)

coxo (manco) cocho (recipiente para o gado)

taxa, taxar (imposto, cobrar) tacha, tachar (tipo de prego, pôr defeito)

xá (soberando) chá (planta)

REDAÇÃO TÉCNICA

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Page 10: Apostila Redação Técnica CFS

ACENTUAÇÃO

Acentuação

As palavras que têm mais de uma sílaba classificam-se – de acordo com a tonicidade ou posição da sua sílaba tônica –

em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

Em algumas palavras, a sílaba tônica é marcada necessariamente por um acento gráfico. É esse acento que define a correta pronúncia e muitas vezes é fundamental para o significado da palavra:

revólver, revolver / tomara, tomará

O acento gráfico que marca a sílaba tônica pode ser agudo – café, indicando também que a vogal é aberta; ou circunflexo – você, indicando vogal fechada.

Classificação/acentuação

das palavras pela sílaba tônica

Oxítonas

Só levam acento gráfico quando terminadas em a, e, o, em, ens seguidos ou não de s

sofá, atrás, português, armazém, parabéns

A sílaba tônica é a última

Paroxítonas

Só levam acento gráfico quando terminadas em r, i (is), n, l, u (us), x e um (uns), ã (ãs), ps, oo (oos)

açúcar, safári, pólen, fácil, vírus, tórax, álbum, ímã, bíceps, enjôo

ditongo:

jóquei, órgão, comércio, história

A sílaba tônica é a penúltima

Proparoxítonas

A sílaba tônica é a antepenúltima

Todas levam acento gráfico

árvore, antropológico,caríssimos

Palavras monossilábicas

Átonas

artigos, preposições e conjunções – nunca são acentuadas: os, com, sem, nem, ou

Mas conjunção

De preposição

Do preposição + artigo

Tônicas

substantivos, adjetivos, advérbios, verbos e alguns pronomes – levam acento gráfico quando terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s: já, lê, pó, nós, lá

Más adjetivo

Dê verbo

Dó substantivo

REDAÇÃO TÉCNICA

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Page 11: Apostila Redação Técnica CFS

Acento diferencial

Algumas palavras homônimas guardam o

acento diferencial

pode (verbo no presente)

pôde (verbo no passado

por (preposição)

pôr (verbo)

para (preposição)

pára (verbo)

Regras gerais

Acentuam-se graficamente os ditongos

abertos, desde que sejam tônicos:

herói, heróico, céu, idéia

As vogais i e u levam acento quando

formam hiato com a vogal anterior,

seguidas ou não de s:

ju-í-zes, sa-ú-de, e-go-ís-ta

Mas não são acentuadas quando vêm

antecedidas de vogal e seguidas de l, m, n,

r, z e nh, i ou u:

ju-iz, mo-i-nho, xi-i-ta

Os hiatos êem:

crêem, lêem, dêem, vêem

O u tônico nos grupos gue, gui, que, qui:

apazigúe, argúi, obliqúe

• Como Usar Vírgula:

•Em enumerações, para separar elementos que as

compõem

•Machado de Assis foi contista,

romancista, poeta, dramaturgo e crítico

literário.

•Em intercalações, quando palavras ou expressões

se interpõem entre o sujeito e o verbo; entre o

verbo e seus complementos (objetos) ou entre o

verbo e predicativo:

•Os funcionários, a pedido do diretor,

alteraram o horário da reunião.

•Para isolar predicativo quando não antecedido por

verbo de ligação:

•Furioso, levantou-se.

•Para isolar aposto:

•A minha avó, Maria, era suíça.

•Para isolar vocativo:

•Estamos de férias, pessoal!

• Para marcar elipse do verbo:

• Sua palavra é a verdade; a minha, a lei.

•Para separar orações coordenadas, exceto

as iniciadas pela conjunção e:

•Sei que ele andou falando em

castigo, mas ninguém se

impressionou.

•Para dar ênfase, marcando uma pausa

maior:

•“Disse, e fitou Don’Ana e sorriu

para ela.”(Jorge Amado)

•Quando forma um polissíndeto

•Levanta, e senta, e vira, e torna a

se levantar.

•Para isolar orações adjetivas explicativas:

•Minha avó, que era francesa, não

tolerava grosserias.

•Para separar as orações adverbiais se

substantivas quando antecedem a oração

principal:

•Como Cassiano chegou a prefeito,

ninguém soube.

PONTUAÇÃO

ACENTUAÇÃO REDAÇÃO TÉCNICA

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Page 12: Apostila Redação Técnica CFS

PONTUAÇÃO

O ponto (.)

O ponto, ou ponto final, é utilizado basicamente no final de uma frase declarativa:

“Não sou poeta e estou sem assunto.”

(Fernando Sabino)

Alguns gramáticos chamam de ponto final apenas o ponto que encerra uma sentença. Ao ponto seguido por outras frases chamam de ponto simples. O ponto é também usado em abreviaturas (etc., h., S. Paulo).

Ponto-e-vírgula (;)

O ponto-e-vírgula é usado basicamente quando se quer dar à frase a pausa e a entoação

equivalentes ao ponto, mas não se quer encerrar o período:

“A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados; perdê-los equivalia a morrer.”.

(Machado de Assis)

•O ponto-e-vírgula também é utilizado para separar itens de uma enumeração:

O plano prevê:

a) internações;

b) exames médicos;

c) consultas com médicos credenciados.

Interrogação e exclamação (?/ !)

• O ponto de interrogação marca o fim de uma frase interrogativa direta:

Quem te deu licença?

• O ponto de exclamação marca o fim de frases optativas, imperativas ou exclamativas:

Como era lindo o meu país!

Vá com calma!

Reticências (...)

As reticências interrompem a frase, marcando uma pausa longa, com entoação descendente.

São usadas basicamente:

• Para indicar uma hesitação, uma incerteza ou mesmo um prolongamento da ideia:

“Há um roer ali perto... Que é que estarão comendo? (..)”(Dionélio Machado)

Bem, não sei... Talvez seja... É, realmente não sei...

O técnico do time é muito competente, mas os jogadores...

Aspas (“ ”)

As aspas são usadas para assinalar citações textuais e para indicar que um termo é

gíria, estrangeirismo ou que está sendo usado em sentido figurado:

O presidente afirmou em seu discurso: “Toda corrupção será combatida!”

Minha turma é “fissurada” nessa música.

Travessão e parênteses (– / ( ))

São usados para esclarecer o significado de um termo:

Granada – último refúgio dos árabes – foi conquistada em 1492.

Granada (último refúgios dos árabes) foi conquistada em 1492.

Os dois sinais têm basicamente a mesma função.

•Intercalar reflexões, comentários, à sequencia da frase:

Mas agora – pela centésima vez o pensava – não podia admitir aquilo.

•O travessão também é usado em diálogos para marcar mudança de interlocutor:

“- Peri sente uma coisa!

- O quê?

- Não ter contas mais bonitas do que estas para dar-te”(José de Alencar)

REDAÇÃO TÉCNICA

11

Page 13: Apostila Redação Técnica CFS

PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE CAUSAM DÚVIDAS

Mal e mau

Mal é substantivo ou advérbio. Seu antônimo é

bem: É impossível evitar o mal. (substantivo) /

Como você escreve mal! (advérbio)

Mau é adjetivo. Seu antônimo é bom: De manhã,

seu mau humor é insuportável! / Parabéns pelo

seu bom humor! / Não seja mal, seja bom!

Senão e se não

Senão equivale a não ser ou caso contrário: Não

faz coisa nenhuma, senão chorar./ Tome uma

atitude, senão tudo estará terminado!

Se não exprime condição, equivale a caso não:

Se não parar de chover, a passeata será adiada.

Há e a, nas expressões de tempo

Há indica tempo passado, equivale a faz: Ele

partiu há muito tempo.

A (preposição) indica tempo futuro: Partirei

daqui a duas semanas.

Acerca de e há cerca de

Acerca de equivale a respeito de:

Discutiram acerca das possibilidades do negócio.

Há cerca de indica tempo passado: Discutiram o

negócio há cerca de duas semanas.

Aonde e onde

Aonde é usado com os verbos que sugerem

movimento ou que regem a preposição a:

Aonde ela vai? / Não sei aonde chegará.

Onde é usado com verbos que sugerem

permanência:

Onde ela está? / Não sei onde ficará.

Mas, más, mais

Mas (= porém) é conjunção: Estudei muito, mas

não passei no vestibular.

Más (= boas) é adjetivo: Júlia anda em más

companhias.

Mais é advérbio. Seu antônimo é menos: Os

alunos mais bem preparados tiveram um bom

resultado na prova final.

Emprego do por que, por quê, porque, porquê

Por que

- Preposição por + pronome interrogativo.

Emprega-se em frases interrogativas diretas ou

indiretas. Equivale a por qual motivo: Por que

chegou tarde? / Explique-me por que chegou

tarde.

- Preposição por + pronome relativo. Equivale a

pelo qual: Contou-me o motivo por que não veio.

Por quê

Preposição por + pronome interrogativo. Usa-se

em final de frase ou antes de pausa significativa:

Você chegou tarde por quê? / Não sei; não sei por

quê... talvez por distração.

Porque

Conjunção causal, explicativa ou final. Equivale a

visto que, pois, para que: Cheguei tarde porque

meu carro quebrou.

Porquê

Substantivo. Equivale às palavras razão ou

motivo: Não sei o porquê de tanta briga. / Ele tem

os seus porquês.

“Fazem” cinco anos.

Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz

cinco anos. / Fazia dois séculos. / Faz 15 dias.

“Houveram” muitos acidentes.

Haver, no sentido de existir, também é invariável:

Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. /

“Existe” muitas esperanças.

Existir, bastar, falar, restar e sobrar admitem

normalmente o plural: Existem muitas esperanças.

/ Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. /

Para “mim” fazer.

Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim:

Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

Entre “eu” e você.

Depois de preposição usa-se mim ou ti: Entre mim

e você. / Entre eles e ti.

“Há” dez anos atrás.

Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas

há dez anos ou dez anos atrás.

Ela é “meia” louca.

Meio, quando advérbio, não varia: meio louca.

REDAÇÃO TÉCNICA

12

Page 14: Apostila Redação Técnica CFS

Redação oficial é a técnica usada na escritura das correspondências, dos processos e documentos gerados na rotina do serviço público, ou seja, é a maneira pela qual o Poder Público se comunica formalmente com órgãos e servidores públicos, e com particulares.

As orientações expressas neste manual não têm a pretensão de impor um modelo, tampouco um gabarito para a redação oficial, mas sim definir padrões básicos e uniformes que podem ser perfeitamente adotados na comunicação oficial. Assim, podemos enumerar algumas qualidades que devem ser incutidas nos textos oficiais e defeitos que devem ser evitados.

Qualidades a serem observadas

Coerência e coesão

A coerência e a coesão, na redação oficial, resultam da utilização harmoniosa das palavras em relação ao sentido e do encadeamento das ideias dentro do texto, de modo que a mensagem se organize de forma sequenciada, tendo um início, um meio e um fim.

A conexão entre as palavras exige do redator o conhecimento do significado e do sentido que os elementos de ligação, isto é, de coesão, introduzem na frase, conforme é demonstrado no quadro abaixo para que ocorra o encadeamento lógico do texto.

Quando lemos ou ouvimos um texto bem construído, não nos perdemos por entre as partes que o constituem, nem perdemos a noção de conjunto. Podemos perceber a ligação que existe entre os vários segmentos desse texto e compreender que todos estão interligados.

As orações ou palavras que compõem um texto não estão amontoadas de forma caótica, mas estão interligadas; percebe-se uma espécie de costura entre as diferentes partes desse texto. Essa conexão interna entre as várias partes de um texto se chama coesão.Da perfeita coesão resulta a relação de sentido entre uma ideia e outra e a decorrente coerência do texto.

Num texto coerente, todas as partes se encaixam, se completam, não há nenhuma parte que destoe ou que contradiga as outras partes deste texto, a não ser que esta seja a intenção do autor, e que ele tenha encaminhado o texto nesse sentido.

Concisão

Consiste em apresentar uma ideia em poucas palavras, sem, contudo, comprometer-lhe a clareza. A expressão concisa desenvolve-se em sentido retilíneo, evitando adjetivação desnecessária, períodos extensos e confusos.

A simplicidade, a concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade na elaboração dos documentos oficiais contribuem para que sejam cumpridos os princípios da Administração Pública.

Obtém-se a concisão, ao:

a) maximizar a informação com um mínimo de palavras;

b) eliminar os clichês;

c) cortar redundâncias;

d) retirar ideias excessivas.

REDAÇÃO TÉCNICA CARACTERÍSTICAS DA

REDAÇÃO OFICIAL

13

Page 15: Apostila Redação Técnica CFS

QUADRO – PRINCIPAIS CONECTIVOS E SUAS RELAÇÕES DE SENTIDO

RELAÇÕES DE

SENTIDO

CONECTIVOS LOCUÇÕES CONECTIVAS

causa

porque, pois, por,

porquanto, dado, visto,

Como

por causa de, devido à, em vista de, em virtude de,

em face de, em razão de, já que, uma vez que,

visto que, dado que

consequência

imprevista

tão, tal, tamanho

tanto que, de modo que, de forma que, de maneira

que, de sorte que, tanto que, tanto... que

consequência

lógica

logo, portanto, pois, assim assim sendo, por conseguinte

finalidade

para, porque para que, a fim de que, a fim de, com o propósito

de, com a intenção de, com o fito de, com o intuito

de

condição se, caso, mediante, sem,

salvo

contanto que, desde que, a não ser que, a menos

que, exceto se

oposição

mas, porém, contudo,

todavia, entretanto,

embora, conquanto

no entanto, apesar de, a despeito de, não obstante,

malgrado a, sem embargo de, se bem que, mesmo

que, ainda que, em que pese, posto que, por mais

que, por muito que, muito embora

comparação

como, qual do mesmo modo que, como se, assim como, tal

como

tempo quando, enquanto, apenas,

ao, mal

logo que, antes que, depois que, desde que, cada

vez que, todas as vezes que, sempre que, assim

que

proporção à proporção que, à medida que

conformidade

como, conforme, Segundo,

consoante

de acordo com, em conformidade com

alternância ou

nem... nem, ou... ou, ora... ora, quer... quer,

seja... seja

adição e, nem (= e também não)

não só... mas também, tanto... como, não

apenas... como

restrição que

FONTE: GOLD, M. Redação empresarial. São Paulo: MAKRON Books, 1999, p. 81 – 82. (adaptado)

REDAÇÃO TÉCNICA CARACTERÍSTICAS DA

REDAÇÃO OFICIAL

14

Page 16: Apostila Redação Técnica CFS

Texto sem concisão

“Em razão do questionamento da Secretaria da Fazenda quanto à inclusão ou não de

despesas empenhadas e não empenhadas no exercício da Conta Restos a Pagar, solicitamos

melhores esclarecimentos sobre o assunto, considerando os termos do art. 38 da Lei no 4.320,

que determina a reversão das despesas anuladas à dotação orçamentária do próximo

exercício.”

Texto com concisão

“Solicitamos a Vossa Senhoria orientação sobre a classificação de Restos a Pagar

cancelados fora do exercício de emissão.”

Impessoalidade

“O emissor do ato não é a pessoa que o assina, mas o Serviço Público que ela

representa.” (FLÔRES, 1993, p. 12) O receptor é o integrante do quadro dos órgãos públicos

ou da sociedade. Daí o fato de, nas comunicações oficiais, a forma de tratar os assuntos

públicos ser impessoal, isto é, sem impressões individuais do redator, ou direcionamento

particular do assunto tratado. Essa recomendação, contudo, não tem relação direta com a

pessoa gramatical do verbo relativo ao emissor, que tanto pode ser empregado na 1a pessoa do

plural (Informamos, Comunicamos), quanto na 1a do singular (Informo, Comunico).

Assim, o tratamento impessoal dado aos assuntos que constam das comunicações

oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação;

c) do caráter público do assunto tratado.

Objetividade e clareza

Consistem na expressão exata de um pensamento, colocando adequadamente as

palavras, visando a facilitar a compreensão da mensagem; em usar a linguagem técnica

apenas nas situações específicas. Para comunicar-se com clareza, basta seguir alguns

procedimentos, tais como:

a) organizar mentalmente o conteúdo;

b) eliminar redundâncias;

c) primar pela impessoalidade;

d) adotar o padrão culto de linguagem;

e) evitar vocábulos de circulação restrita;

f) observar rigorosamente a correção gramatical.

O texto se articula em função das informações a serem apresentadas, dispensando os

elementos que possam distrair o leitor do que se deseja transmitir. Texto eficiente é aquele que

é facilmente compreendido pelo receptor.

REDAÇÃO TÉCNICA CARACTERÍSTICAS DA

REDAÇÃO OFICIAL

15

Page 17: Apostila Redação Técnica CFS

Ambiguidade

Ocorre quando a frase apresenta dupla interpretação, ou seja, duplo sentido, em

consequência da má colocação das palavras (ambiguidade lexical), ou má pontuação e

estruturação da frase (ambiguidade sintática).

Com ambiguidade: O Secretário comunicou ao gerente que ele seria exonerado.

Sem ambiguidade: O Secretário comunicou ao gerente que este seria exonerado.

Cacofonia

É o vício de linguagem que consiste na formação de palavra inadequada ao contexto,

por ser ridícula ou inconveniente. Resulta da combinação de palavras ou de sílabas de palavras

escritas em sequência.

Ex.: Esse servidor nunca ganhou uma promoção. (Substitua nunca por jamais.)

Quanto se paga por cada equipamento? (Elimine cada.)

Para evitar a cacofonia, adota-se um dos seguintes expedientes:

a) substituem-se por sinônimos as palavras geradoras de cacofonia;

b) altera-se a estrutura da frase;

c) suprime-se palavra.

Chavões

São frases ou expressões antiquadas, que comprometem a concisão e, muitas vezes, a

eficácia do texto da comunicação oficial. Os chavões assumem um papel negativo não só

pela concepção do texto como antiquado, mas também pela falha no poder de comunicação

com o leitor, uma vez que não conferem ao texto a necessária autenticidade.

São exemplos de chavões que não devem ser utilizados:

a) Outrossim - Prefira utilizar igualmente ou também.

b) Debalde, destarte – É preferível empregar: assim, dessa maneira, diante disso em lugar

de destarte; e em vão ou inutilmente em lugar de debalde.

c) Vimos através desta... – Este chavão é redundante, pois o texto da correspondência é o

meio pelo qual o emissor marca presença indireta junto ao receptor.

O Manual de Redação da Presidência da República (p. 28) recomenda que sejam

evitadas frases-feitas para iniciar ou encerrar textos das correspondências.

“No lugar de Tenho a honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que,

empregue a forma direta: Informo Vossa Excelência de que, Submeto à apreciação de Vossa

Excelência, Encaminho a Vossa Senhoria.” Evitem-se, também, as expressões redundantes:

Venho por meio deste, Pelo presente informamos, Venho pela presente, Valemo-nos do

presente para, Acusamos o recebimento do ofício...

REDAÇÃO TÉCNICA ERROS A SEREM EVITADOS

16

Page 18: Apostila Redação Técnica CFS

d) Reiteramos os protestos de estima e consideração... – Falta coerência nesse chavão, pois não se pode fazer votos, isto é, desejos de estimar alguém, visto que a estima e a consideração se adquirem pela convivência. Além disso, a Instrução Normativa no 04/92, da Presidência da República estabelece os fechos das correspondências oficiais, conforme será descrito no próximo capítulo, Respeitosamente e Atenciosamente, em substituição às formas antigas como: Sendo o que tínhamos para o momento, aproveitamos o ensejo para..., Sem mais para o momento, subscrevo-me...

Eco

É a repetição de sons idênticos no final de palavras próximas, que torna o texto desagradável e com um ritmo monótono.

Ex.:

Em complementação da resposta a sua solicitação, informamos que a GEDOC está a sua disposição para qualquer informação adicional.

O diretor chamou o assessor no corredor, dizendo-lhe que, embora reconhecendo ser este trabalhador, não lhe poderia fazer esse favor.

Obscuridade

É o defeito que se opõe à clareza. Entre os fatores que acarretam a obscuridade estão a má pontuação, o rebuscamento da linguagem, as frases excessivamente longas ou exageradamente curtas, ou, ainda, as frases incompletas.

Os servidores lotados nesse setorial já foram convocados pelo respectivo responsável. Contudo, rogamos a colaboração de Vossa Senhoria no sentido de recomendar-lhes que compareçam nesta Gerência de Pessoal, até o dia 21 do corrente, a fim de tomarem conhecimento de como devem preencher os formulários Declaração de Família e Declaração de Bens, e fornecerem comprovante de escolaridade e Laudo de Saúde atualizado (requisito essencial para a posse), tudo exigindo medidas que demandam tempo.

Para tornar o texto acima claro, vamos identificar primeiro as informações principais:

a) comparecer;

b) à Divisão de Pessoal;

c) até o dia 21 do corrente;

d) levar o Comprovante de Escolaridade e Laudo de Saúde atualizado.

As informações secundárias são:

a) preencher os formulários de Declaração de Família e de Bens;

b) os documentos são necessários à posse.

Eis uma sugestão da reescritura do texto com clareza:

Solicitamos lembrar aos servidores recentemente lotados nesse setor a necessidade de comparecerem à Gerência de Pessoal até o dia 21 do corrente, munidos do Comprovante de Escolaridade e do Laudo de Saúde atualizado.

Na ocasião serão preenchidos os formulários Declaração de Família e de Bens.

Lembramos, ainda, que esses procedimentos são indispensáveis para a posse.

ERROS A SEREM EVITADOS REDAÇÃO TÉCNICA

17

Page 19: Apostila Redação Técnica CFS

Pleonasmo ou redundância

Consiste na repetição desnecessária de um termo ou de uma ideia. Nas

correspondências, também constituem pleonasmos as expressões óbvias de início do texto,

como vimos em 2.2.3. Em alguns casos, o pleonasmo tem a função de realçar uma ideia.

Quando for usado para esse fim, ele deixa de ser um vício e passa a ser um recurso

argumentativo. Contudo, esse instrumento deve ser usado com muita cautela pelo redator. A

seguir apresentamos alguns exemplos clássicos de pleonasmo que devem ser evitados

(GOLD, 1999, p. 23):

EXEMPLOS CLÁSSICOS DE PLEONASMO

a razão é porque a seu critério pessoal a última versão definitiva

abertura inaugural acabamento final amanhecer o dia

ambos os dois anexo junto à carta certeza absoluta

comparecer em pessoa continua a permanecer

conviver juntos

cópia fotocopiada criação nova de sua livre escolha

demasiadamente excessivo detalhes minuciosos elo de ligação

em duas metades iguais empréstimo temporário encarar de frente

escolha opcional exceder em muito fato real

gritar bem alto há anos atrás monopólio exclusivo

multidão de pessoas todos foram unânimes Vereador da cidade

nos dias 8, 9 e 10 inclusive surpresa inesperada

superávit positivo

preparar de antemão sintomas indicativos quantia exata

planejar antecipadamente prosseguir adiante propriedade característica

possivelmente poderá ocorrer principal protagonista

ERROS A SEREM EVITADOS REDAÇÃO TÉCNICA

18

Page 20: Apostila Redação Técnica CFS

A redação de correspondências oficiais deve seguir características específicas de cada

tipo de expediente. Deve ser elaborada em linguagem formal, caracterizada principalmente

pelo emprego dos pronomes de tratamento adequados ao receptor, pela impessoalidade e pela

correção gramatical. Podem ser estabelecidos alguns padrões de apresentação, contendo

introdução, desenvolvimento e conclusão.

A introdução deve ser elaborada com criatividade, visando estimular o receptor à

leitura, porém sem afastar-se do objetivo principal que é introduzir o assunto da

correspondência, nem ultrapassar um parágrafo. Tenha-se em mente evitar chavões.

O desenvolvimento é a contextualização do conteúdo da mensagem. Pode ser

constituído por mais de um parágrafo.

A conclusão possui, além da finalidade de arrematar o texto, a de saudar o

destinatário.

Encerramento das correspondências

As formas de encerramento das comunicações oficiais estão estreitamente

relacionadas à hierarquia administrativa do emissor e do receptor. Assim, doravante ficam

estabelecidas as seguintes formas para autoridades brasileiras:

a) Respeitosamente – endereçadas a autoridades superiores a do emissor;

b) Atenciosamente – endereçadas a autoridades de igual hierarquia ou de hierarquia

inferior a do emissor, e a particulares.

As formas de encerramento devem ser seguidas de vírgula.

Ao produzir um texto de correspondência oficial, três aspectos devem ser

considerados:

• o uso adequado do pronome de tratamento, observado o cargo ocupado ou a função

exercida pelo destinatário,

• o uso do vocativo adequado ao receptor, que deve ser seguido de vírgula e obedecer à

linha de parágrafo;

• a concordância com os pronomes de tratamento, que se faz com o verbo na terceira

pessoa do singular ou do plural, quando dirigido a mais pessoas. Disso decorre que o

possessivo também deve ser de terceira pessoa: seu, sua, seus, suas.

• O vocativo, nas comunicações, é utilizado para invocar o destinatário da

correspondência. É seguido sempre de vírgula e tem reentrada de parágrafo. Como

ficou explícito, o cargo ou a função ocupada pelo destinatário é que vai indicar o

vocativo adequado, conforme o quadro acima

• Quando a correspondência é endereçada ao Presidente da República, deve-se escrever

Vossa Excelência por extenso e não se usam os pronomes lhe ou o. Exs.: Remeto a

Vossa Excelência... Envio a Vossa Excelência...

• Doutor não é forma de tratamento e sim título acadêmico. Deve-se evitar usá-lo

indevidamente e procurar empregá-lo somente a pessoas que tenham concluído curso

de doutorado. Nos demais casos, o usar o tratamento “Senhor”.

ELEMENTOS COMUNS NAS CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

REDAÇÃO TÉCNICA

19

Page 21: Apostila Redação Técnica CFS

REDAÇÃO TÉCNICA

Vossa Excelência V. Ex.a Excelentíssimo

Senhor (seguido do

cargo respectivo,

para Presidente da

República,

Presidente do

Congresso

Nacional e

Presidente do

Supremo

Tribunal Federal)

Senhor (seguido do

cargo, para as

demais autoridades

a) Autoridades do Poder Executivo:

Presidente da República, Vice-

Presidente da República, Ministros de

Estado, Secretário-Geral da

Presidência da República, Consultor-Geral da

República, Chefe do Estado-

Maior das Forças Armadas, Chefe do

Gabinete Militar da Presidência da

República, Chefe do Gabinete Pessoal da

Presidência da República,

Secretários da Presidência da República,

Procurador-Geral da República,

Governadores e Vice-Governadores de

Estado e do Distrito Federal, Chefes

de Estado-Maior das Três Armas, Oficiais-

Generais das Forças Armadas,

Embaixadores, Secretário Executivo e

Secretário Nacional de Ministérios,

Secretários de Estado dos Governos

Estaduais, Prefeitos Municipais

b) Autoridades do Poder Legislativo:

Presidente, Vice-Presidente e

c) Autoridades do Poder Judiciário:

Presidentes e Membros do Supremo

Vossa Senhoria V. S.a Senhor (seguido do

cargo)

Autoridades não contempladas no quadro

acima e particulares

Vossa

Magnificência

Magnífico Reitor Reitores de Universidades

Vossa Santidade V. S.

Santíssimo Padre Papa

Vossa Eminência

ou

Vossa Eminência

Reverendíssima

V. Em.a

ou

V. Em.ma

Rev.ma

Eminentíssimo

Senhor Cardeal

Eminentíssimo e

Reverendíssimo

Senhor Cardeal

Cardeais

Vossa Excelência

Reverendíssima

V. Ex.a

Rev.ma

Reverendíssimo

Senhor

Arcebispos e Bispos

Vossa

Reverendíssima

ou Vossa

Senhoria

Reverendíssima

V. Rev.ma

ou

V. S.ª

Rev.ma

Reverendo Senhor Monsenhores, Cônegos e superiores

religiosos

Vossa

Reverência

V. Rev.ª Reverendo(a)

Padre (Madre)

Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos

PRONOMES DE TRATAMENTO

20

Page 22: Apostila Redação Técnica CFS

Com a finalidade de uniformizar os documentos oficiais produzidos, especialmente pela Administração Direta, Autarquias e Fundações, além das orientações tratadas anteriormente, na apresentação de expedientes, deverão ser seguidas as normas gerais abaixo relacionadas.

Papel

As folhas de papel de uso comum no Estado têm o formato A–4 (210x297mm). No caso da

Administração Direta, a folha contém a impressão, em preto, do Brasão do Estado, na parte superior esquerda, seguido da expressão Estado de Santa Catarina; no caso da Administração Indireta e Entidade Fundacional, a logomarca da Empresa. Em caso de não ser usado o papel pré-impresso, deve ser utilizado o cabeçalho-padrão do Estado que as repartições têm no microcomputador.

Margens

As comunicações e correspondências oficiais devem obedecer às seguintes margens:

superior: 2,0cm ou 4 espaços simples, contados a partir da última informação do cabeçalho, excetuando-se o requerimento, a certidão, o atestado, a comunicação interna e o fax, os dois últimos, por serem emitidos em formulário próprio;

Inferior: contada do final da folha: 2,5cm;

direita: 1,5cm;

esquerda: 2,5cm.

Textos

As comunicações oficiais possuem caráter legal, por isso exigem cuidados especiais na sua elaboração, bem como na datilografia ou na digitação, pois, se mal redigidas e digitadas ou datilografadas, perdem parte do efeito e comprometem a eficiência do serviço público e a imagem do emissor.

Nos textos deverá ser utilizado a fonte Times New Roman, corpo 12 (doze), observadas as margens estipuladas acima.

APRESENTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES E CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

REDAÇÃO TÉCNICA

21

Page 23: Apostila Redação Técnica CFS

APRESENTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES E CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

REDAÇÃO TÉCNICA

Veja como configurar a margem do seu arquivo:

No topo do programa, vá em layout de página

Clique sobre margens

Depois clique em margens personalizadas

Altere os valores de acordo com o repassado

Clique em ok!

22

Page 24: Apostila Redação Técnica CFS

Espaço interlinear e distância de parágrafo

Relativamente à diagramação do texto, observam-se as seguintes indicações, quando

configurado através do menu formatar parágrafo, disponível no editor de texto Microsoft

Word:

entre parágrafos: um espaço simples, equivalente a 6pt.antes e 6pt. depois;

distância da margem esquerda até o início do parágrafo: 1,5cm ou 6 toques;

entre alíneas: um espaço simples, equivalente a 6pt. antes e 6pt. depois;

entre o texto e as citações ou transcrições: um espaço simples, equivalente a 6pt.antes e

6pt.depois;

entre o texto e as ilustrações ou os gráficos: um espaço simples, equivalente a 6pt.antes

e 6pt.depois;

nas notas de referências bibliográficas de rodapé: um espaço simples, equivalente a

6pt.antes e 6pt.depois.

entre as linhas do texto: um espaço simples.

Abaixo, a imagem mostra como configurar essas medidas no Word.

Clique na Aba Inicio

Clique na seta ao lado da palavra parágrafo

Faça as alterações descritas

Clique em OK!

APRESENTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES E CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

REDAÇÃO TÉCNICA

23

Page 25: Apostila Redação Técnica CFS

REDAÇÃO TÉCNICA

Datas

os números cardinais, quando designam ano, devem ser escritos sem ponto e sem espaço

entre o milhar e a centena;

em datas abreviadas, não se usa o ponto, mas a barra;

os nome dos meses, serão escritos com inicial minúscula;

os algarismos correspondentes ao dia serão escritos sem o zero antecedendo-os.

Ex.: Florianópolis, 4 de setembro de 2001.

Em 2/06/2001 ou Em 2/06/01.

Cabeçalhos dos documentos oficiais

Conforme vimos anteriormente, todos os documentos produzidos pelos órgãos da

Administração Direta, das Autarquias e Fundações devem trazer, ao lado do Brasão do Estado

ou da logomarca da empresa ou entidade fundacional, a identificação da esfera administrativa,

observando a hierarquia da unidade que está emitindo o documento.

Ex.:

ESTADO DE SANTA CATARINA

SECRETARIA ...

DIRETORIA ...

GERÊNCIA ...

Esse procedimento permitirá a identificação de grupos e subgrupos, por ocasião do

arquivamento permanente dos documentos oficiais. O endereço do órgão poderá ser

datilografado ou digitado logo abaixo da sua identificação, podendo ser acrescido do no do

telefone, fax e e-mail.

O Brasão do Estado é utilizado com 15mm de altura e o nome do Estado com fonte

Arial, tamanho 10. (pág. 223 Manual de Padronização e Redação de Atos Oficiais 2013)

Assinatura

Deverá ser feita acima do nome e cargo do signatário, digitados apenas com as iniciais

maiúsculas, sem traço entre a assinatura e o nome, excetuando-se os atos publicados no

formato de portaria (apostila, permissão, ato punitivo etc.), em que o nome do signatário é

grafado em caixa alta. Quando, houver mais de uma assinatura, deve ser observada a

hierarquia do maior (à esquerda) para o menor (à direita). O nome e o cargo são grafados em

linhas distintas.

APRESENTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES E CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

24

Page 26: Apostila Redação Técnica CFS

Folha de continuação

Nas comunicações e correspondências, deverá ser repetido o cabeçalho da folha inicial e 2,0cm abaixo deste, ser indicado o tipo do documento, acrescido do número da folha, entre parênteses.

Ex.: ESTADO DE SANTA CATARINA

SECRETARIA ...

DIRETORIA ...

(Fl. 2 do Ofício no 00/01, de 0/00/01).

Endereçamento

No endereçamento interno das correspondências oficiais basta que constem os seguintes elementos: forma de tratamento, nome do destinatário (em caixa alta), cargo, nome da cidade e sigla do estado. Nas comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

Ex.:

Excelentíssimo Senhor

NOME

Secretário de Estado da Fazenda

Florianópolis – SC

No envelope, o endereçamento deverá ser constituído de: forma de tratamento, nome do destinatário, cargo, rua, número, bairro, código de endereçamento postal, cidade e sigla do estado.

Ex.:

Excelentíssimo Senhor

Nome

Secretário de Estado da Fazenda

Rua ... no ...

Centro

00000-000 – Florianópolis – SC

Destaque gráfico

Nos textos oficiais, os destaques devem ser usados comedidamente, por isso os inúmeros recursos gráficos do microcomputador não são próprios para esses textos. Na Administração Pública do Estado, os destaques devem limitar-se aos seguintes:

títulos: serão digitados em caixa alta e negrito, sem espacejamento entre letras;

subtítulos: serão digitados apenas com a letra inicial maiúscula, somente da primeira palavra, quando esses forem constituídos de mais de uma palavra, ressalvados os nomes próprios; terão destaque em negrito e itálico;

as palavras e expressões estrangeiras serão grafadas em itálico.

Essas regras são as genéricas, se não constarem outras mais específicas para os documentos.

REDAÇÃO TÉCNICA

APRESENTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES E CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

25

Page 27: Apostila Redação Técnica CFS

Ofício é comunicação externa escrita que as autoridades fazem entre si, com

instituições públicas e privadas, e com particulares, em caráter oficial. O ato de expedir

ofícios compete aos titulares dos órgãos, diretores, gerentes e chefes de serviço.

O conteúdo de um ofício deve tratar de matéria administrativa ou de mero

encaminhamento. Pode veicular também assunto de caráter social, oriundo do

relacionamento da autoridade com particulares, em virtude do cargo ou função.

1. Geralmente é enviado a um único receptor, mas o assunto de que trata pode exigir que

mais receptores tomem-lhe ciência. Quando assim for, o ofício terá tantas cópias

quantos forem os receptores e se chamará ofício circular.

2. O tipo do ofício e o número, iniciado a cada ano, devem ser apresentados à margem

esquerda;

3. O local e a data devem ser escritos por extenso, alinhados à margem direita e na mesma

linha em que se encontra o tipo e o número do documento.

4. A sequência numérica atribuída aos ofícios deve ser crescente e iniciada a cada ano.

5. O vocativo deve ser adequado ao destinatário, conforme o quadro de pronome de

tratamento seguido de vírgula e obedecer à linha de parágrafo.

6. O texto deve iniciar com a introdução do assunto de que trata o ofício, seguida do

desenvolvimento e da conclusão.

7. Os parágrafos, a exceção do parágrafo de introdução e de encerramento, são numerados

a partir do segundo, que recebe o número 2.

8. A quatro espaços simples do último parágrafo do texto, centralizada à direita, escreve-

se a expressão de encerramento (Respeitosamente ou Atenciosamente), observada a

hierarquia do receptor e do emissor.

9. A cinco espaços simples da expressão de encerramento, também centralizados à direita,

escrevem-se o nome e, abaixo deste, o cargo do signatário, ambos com iniciais

maiúsculas. Quando o ofício for assinado por mais de um signatário, deve-se observar a

hierarquia do maior para o menor, conforme modelo XXVIII.

10. Nos ofícios mais extensos, em que haja a necessidade de se utilizar mais de uma folha,

recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente, mas transferir

para a segunda página ao menos a última frase anterior ao fecho. As páginas, a partir da

segunda, e os anexos devem trazer no alto da folha identificações conforme segue:

Fl. 2 do Of. no 0000/00, de 0/00/00.

Fl. 1 do Anexo 1 do Of. no 0000/00, de 0/00/00.

11. O tratamento designativo, o cargo ou função do destinatário, seguido da localidade de

destino, são colocados na primeira folha, próximo à margem inferior, junto à margem

esquerda, mesmo que o ofício tenha mais de uma folha. O nome do destinatário será em

letra maiúscula e o local só com inicial maiúscula, sem sublinhar.

12. Não se antepõe título profissional ao nome do signatário, já que este assina o

documento em razão do cargo que ocupa ou da função que exerce.

REDAÇÃO TÉCNICA OFÍCIO

26

Page 28: Apostila Redação Técnica CFS

REDAÇÃO TÉCNICA OFÍCIO

27

Page 29: Apostila Redação Técnica CFS

REDAÇÃO TÉCNICA OFÍCIO

28

Page 30: Apostila Redação Técnica CFS

REDAÇÃO TÉCNICA OFÍCIO

29

Page 31: Apostila Redação Técnica CFS

A comunicação interna (CI) ou memorando é uma modalidade de comunicação entre

unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente no mesmo

nível ou em níveis diferentes.

É utilizada em caráter meramente administrativo, para encaminhar relatórios,

comunicar a ausência de funcionários, solicitar diárias, solicitar a compra de material, expor

projetos a serem executados, ou ideias e diretrizes a serem adotadas por determinado setor

do serviço público.

Suas características principais são a agilidade na tramitação e a simplicidade de

procedimentos burocráticos. Compete aos titulares dos órgãos, diretores e gerentes, ou a

quem detiver a autorização destes, expedir comunicações internas, observando sempre a

hierarquia. Quando for necessário, a CI poderá ter o preenchimento manuscrito. Não há

vocativo obrigatório.

Geralmente a CI é enviada a um único receptor, mas o assunto de que trata pode

exigir que mais receptores tomem-lhe ciência. Quando assim for, a CI terá tantas cópias

quantos forem os receptores e se chamará Comunicação Interna Circular – CIC.

A numeração da CI é determinada pela unidade geradora do documento, devendo ser

sequencial, crescente e iniciada a cada ano.

Deve-se utilizar o modelo padronizado – Comunicação Interna MCP– 001, no

formato A5 – 148 x 210mm, e no formato A4 – 210 x 297, quando editada em

microcomputador –, mantendo o mesmo layout padronizado. No preenchimento dos campos

DE e PARA, sugere-se colocar por extenso o nome da unidade, quando o espaço permitir.

O uso do modelo padronizado é indispensável ao bom funcionamento do órgão, pois

se constitui num valioso elemento de consulta, disciplina e coordenação. Sendo assim, a

linguagem deve ser clara e concisa, para que a CI preencha devidamente a sua função (ver

modelo XXIX).

REDAÇÃO TÉCNICA COMUNICAÇÃO INTERNA

30

Page 32: Apostila Redação Técnica CFS

REDAÇÃO TÉCNICA COMUNICAÇÃO INTERNA

31

Page 33: Apostila Redação Técnica CFS

Requerimento é um documento específico de solicitação sob amparo da lei. Através

dele o signatário pede a uma autoridade do serviço público algo que lhe pareça justo ou legal.

Os pedidos do cidadão a entidades particulares são feitos por meio de carta; os provenientes

de órgãos públicos, por ofício. Os requerimentos podem ser encaminhados a escolas

particulares, uma vez que essas instituições exercem atividades próprias do poder público, por

uma espécie de delegação.

1. O requerimento é constituído de invocação (pronome de tratamento e cargo da

autoridade), texto (identificação do requerente, pedido e fundamentação legal), fecho,

data e assinatura.

2. Quando fazemos um requerimento, por deferência à pessoa a quem nos dirigimos,

tratamo-nos a nós próprios pela terceira pessoa, e não pela primeira:

FULANO DE TAL, aluno da 8ª série do Colégio São João, requer concessão de

data especial para realização das provas mensais, às quais não pôde se submeter

na época devida por motivo de doença. O nome será grafado em letras

maiúsculas.

O número de dados sobre o requerente será maior ou menor, dependendo da finalidade e do

destino do documento.

3. Depois do nome e dos dados de qualificação do requerente, segue-se, primeiro, a

exposição dos fatos e da finalidade do que se requer, com remissão às provas; segundo,

dos fundamentos jurídicos da petição, podendo-se invocar leis, decretos e outros

instrumentos normativos; terceiro, do pedido em termos claros, simples e precisos.

4. Não se usa, no requerimento, a expressão vem mui respeitosamente à presença de Vossa

Excelência para requerer... Diz-se, simplesmente, requer.

5. A forma de encerramento, a data e a assinatura iniciam no meio horizontal da folha e

estendem-se para a direita.

6. Há várias formas de encerramento. Para efeito deste manual, é recomendada a forma

Nestes termos, pede deferimento.

Observações:

– Se o requerimento precisar ser instruído com documentação, os papéis de prova deverão

ser mencionados no texto.

– Em alguns casos existem formulário próprio. Os órgãos públicos que os adotam devem

cuidar da correta e atualizada expressão verbal.

REDAÇÃO TÉCNICA REQUERIMENTO

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REDAÇÃO TÉCNICA REQUERIMENTO

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RELATÓRIO É a exposição circunstanciada de atividades levadas a termo por

funcionário, no desempenho das funções do cargo que exerce, ou por ordem de autoridade

superior. É geralmente feito para expor: situações de serviço, relato de uma ocorrência, da

execução de serviços, de fatos da administração pública ou privada ou, ainda, o resultado de

uma pesquisa ou investigação, resultados de exames, eventos ocorridos em relação a

planejamento, prestação de contas ao término de um exercício financeiro etc. Um bom relatório

traz todas as informações necessárias ao alcance de sua finalidade, que depende de aspectos

como:

a quem se destina;

sua periodicidade (regular ou eventual);

o que se quer comunicar (ocorrência, pesquisa...).

O texto do relatório, quando necessário, é acompanhado de gráficos, tabelas,

ilustrações, mapas, diagramas. Enfim, tudo o que ajude a esclarecer ou detalhar as informações

nele contidas. Muitas vezes, dependendo dos trâmites de cada instituição, é encaminhado como

anexo de um ofício ou CI. Lembre-se de que, como aprendeu na Aula 1, é você quem decide o

quê e como escrever. Por isso, antes de iniciar, planeje o conteúdo de seu relatório, sempre

pensando:

Pra quem vou escrever?

Qual é o meu objetivo?

Que canal de comunicação utilizarei?

Qual a melhor forma de comunicar o que quero?

Ao concluir seu relatório, releia o texto. Lembre-se da dica de Kanitz (2010), revise

seu texto e verifique:

Lancei as informações essenciais para alcançar os objetivos previstos?

Os dados são apresentados com correção e fidedignidade?

O texto está claro, objetivo e coeso?

Os fatos são narrados em ordem cronológica?

Há correção textual?

A linguagem está adequada ao contexto?

A apresentação está adequada?

REDAÇÃO TÉCNICA RELATÓRIO

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As normas técnicas, como a NBR 10719 (ABNT, 1989) estabelecem como partes do

relatório os seguintes itens:

1. Título (a palavra RELATÓRIO), em letras maiúsculas.

2. Vocativo: a palavra Senhor (a), seguida do cargo do destinatário, e de vírgula.

3. Texto paragrafado, composto de introdução, desenvolvimento e conclusão.

introdução - se enuncia o propósito do relatório;

desenvolvimento - corpo do relatório - a exposição minuciosa dos fatos;

Conclusão - o resultado ou síntese do trabalho, bem como a recomendação de

providências cabíveis.

4. Fecho, utilizando as fórmulas usuais de cortesia, como as do ofício.

5. Local e data, por extenso.

6. Assinatura, nome (CAIXA ALTA) e cargo ou função do signatário.

7. Anexos, complementando o Relatório, com material ilustrativo e/ou documental.

FORMATAÇÃO

O relatório não exige formatação fixa, mas normalmente se utiliza margem superior e

esquerda de 3 cm e inferior e direita de 2 cm.

O espaço entrelinhas é de 1,5, deixando-se 4 cm entre o final do texto e a data e entre a data

e a assinatura.

Se o tipo de relatório a ser elaborado dispuser de modelo ou formulário pré-impresso,

o relator deverá ter o cuidado de adequar as informações aos respectivos campos. Na

eventualidade de não haver informações para determinados campos, estes devem ser anulados

com um traço.

Já o relatório descritivo (relatório detalhado e grande!) será elaborado de acordo

com o modelo apresentado na seção 2.1.5.4 (p. 175 a 178) do Manual de Padronização e

Redação dos Atos Oficiais. Neste caso, seu relator deverá ter o cuidado de incluir as partes

obrigatórias e selecionar as partes opcionais que a matéria requer.

REDAÇÃO TÉCNICA RELATÓRIO

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REDAÇÃO TÉCNICA RELATÓRIO

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REDAÇÃO TÉCNICA RELATÓRIO

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Page 39: Apostila Redação Técnica CFS

Na numeração do ofício, colocar sigla da seção. É redundante, pois esse dado deverá vir no cabeçalho. Ex: ofício nº 56/DP/2014.

No cabeçalho, onde haverá o brasão, este deve ser alinhado à esquerda da margem, quase na borda da folha, e os órgãos e sua hierarquia devem vir alinhados à margem.

O brasão a ser utilizado é o do Estado. Há diversos brasões utilizados que não compactuam com o padrão.

A informação da hierarquia de órgãos deve vir no campo cabeçalho do Word, colado à margem superior da folha. A partir destes dados é que começa a contar a margem superior que está descrita nas margens da parte que trata da normatização e formatação das comunicações e correspondências oficiais.

As comunicações e correspondências oficiais devem obedecer às seguintes margens:

a)superior: 2,0cm ou 4 espaços simples, contados a partir da última informação do cabeçalho, excetuando-se o requerimento, a certidão, o atestado, a comunicação interna e o fax, os dois últimos, por serem emitidos em formulário próprio;

Negritar, colocar em caixa alta, sublinhar demais. Somente é permitido em caixa alta o nome do destinatário do oficio e o nome do requerente no requerimento. Negrito somente em títulos e subtítulos, de outros documentos que não são os explicados(excetuando-se o cabeçalho)

O Brasão do Estado é utilizado com 15mm de altura e o nome do Estado com fonte Arial, tamanho 10.

REDAÇÃO TÉCNICA ERROS COMUNS

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Page 40: Apostila Redação Técnica CFS

O padrão para o rodapé das páginas de ofício é não ir o endereço do emissor. No

entanto, para facilitar a comunicação entre órgãos, o endereço pode até ser colocado,

respeitando a margem de 2,5 cm.

No requerimento, o padrão é não ir nenhum cabeçalho. No entanto, é muito comum

vê-lo neste documento.

Também é comum colocar nas comunicações internas, no campo DE e PARA, o nome

da pessoa que representa, juntamente com o cargo. Não há uma regra específica para

isso. Neste caso, o emissor já é especificado abaixo, bastando o cargo(Ex Chefe do P-

1/4º BPM).

Para. (preferencialmente endereçar ao cargo/ função)

Remetente, precedido da preposição De. (preferencialmente remeter em razão do

cargo/ função que está desempenhando)

No caso do documento ser emitido para outra seção, muitas vezes não se sabe quem é

o chefe no momento(sendo passível de erro, caso haja mudança de chefia), podendo

ser suprimido o nome e posto/graduação, colocando simplesmente o cargo. Ex. Chefe

do P-1, Comandante do 4º BPM.

Na dúvida de saber se o cargo do emissor é superior ou não ao receptor do documento,

encerra-se com a expressão “Respeitosamente,”.

No entanto, muitos superiores exigem que seja colocado na frente do cargo o Posto/

Graduação do emissor e receptor, assim como o nome. Ex. Ten. Cel. Cmt. do 16º

BPM.

Assim, concluo que, a não ser que seja endereçado especificamente à pessoa, e não ao

cargo, não há a necessidade desses termos todos, bastando o cargo.

A exceção neste caso é a CI de cunho particular, sendo que esta sim deve constar

como emissor o Posto/Graduação, matricula e nome completo.

REDAÇÃO TÉCNICA ERROS COMUNS

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Utilize modelo disponibilizado pela instrutora para a confecção do trabalho avaliativo!

Relembrando:

Obter uma cópia de um Ofício (com mais de um parágrafo), de uma Comunicação Interna

e de um Requerimento. De posse desses documentos, cada equipe deverá:

Fazer uma análise de cada um dos documentos, apontando, se for o caso, os erros

identificados e de que forma o documento diverge do previsto no Manual de padronização

e redação dos atos oficiais. Nessa análise, deverão ser observados os seguintes aspectos:

quanto à forma (layout do documento) – verificar se está de acordo com o modelo e

dimensões previstos no manual (com exceção da Ficha de Ocorrência, que não está

prevista no manual).

quanto à correção gramatical – verificar o correto emprego da ortografia, da

acentuação, da concordância e da pontuação.

quanto à coerência e à coesão textual – verificar o encadeamento lógico das ideias do

texto e se os elementos de coesão foram bem empregados.

Para cada documento analisado, a equipe deverá produzir um novo documento, com o

mesmo conteúdo do documento original, porém dentro das normas previstas no manual e

com as devidas correções gramatical e textual.

O trabalho escrito a ser entregue deverá possuir a seguinte estrutura:

Introdução – apresentação do trabalho e do seu objetivo.

Desenvolvimento – registro da análise dos documentos e anexação das cópias dos

documentos analisados pela equipe, bem como dos documentos produzidos. Analisar

também se pode haver uma relação direta entre os erros/acertos identificados nos

documentos e a quantidade adequada/inadequada de manual existente na OPM e seu

efetivo uso, já que esse manual foi concebido, produzido e distribuído a todos os órgãos

da administração direta do estado para servir como fonte constante de consulta por parte

daqueles que desempenham atividades que envolvem a produção de documentos

oficiais.

Conclusão – registro do que a equipe conseguiu perceber em relação ao modo como se

está se produzindo hoje os documentos nas OPM’s e apresentação de propostas que

possam contribuir para a melhoria da qualidade dos documentos produzidos na

Corporação.

Realizar a apresentação do trabalho (socializar a experiência com a turma) e fazer a entrega

da versão escrita na penúltima aula da disciplina.

REDAÇÃO TÉCNICA MÃOS À OBRA!

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