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Apostila Rádio Nas Ondas do São Francisco

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República Federativa do Brasil Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva Vice-Presidente: José Alencar Gomes da Silva Ministério do Meio Ambiente Ministro: Carlos Minc Secretária Executiva: Izabella Mônica Vieira Teixeira Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental Secretária: Samyra Brollo de Serpa Crespo Departamento de Educação Ambiental Diretor: Claudison Rodrigues de Vasconcelos Gerente de Projeto: Renata Rozendo Maranhão Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano Secretário: Silvano Silvério da Costa Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas Julio Thadeu Kettelhut Gerentes: Renato Ferreira Saraiva Larissa Alves da Silva Rosa Ficha Técnica: Coordenadora Técnica Andrea Paula de Carestiato Costa Equipe DEA/SAIC e DRB/SRHU Ana Cristina Monteiro Mascarenhas Cláudio Salles Fabiana Mauro Mariana da Silva Dourado Ricardo Tezini Minoti Ricardo Veronezi Ferrão Apoio: Juliana Alves Missiaggia Ubiracy Tomé de Souza Texto: Cláudio Salles Colaboração: Fábio ACM Wallace Herman Gabriel Pimenta Arte: Ricardo Veronezi Ferrão

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APRESENTAÇÃO

Uma das principais características do rádio é a sua função social de atuar como agente de informação e formação do coletivo e, dentre as funções do rádio para a sociedade, estaria a de facilitar o diálogo entre indivíduos e grupos, promovendo a noção de comunidade. Processos educativos podem acontecer dentro de uma sala de aula, mas também fora dela; por meio de conteúdos educativos veiculados pela mídia, mas também por meio da participação no fazer-comunicação. Considera-se importante, então, a responsabilidade dos veículos de comunicação e de seus profissionais no sentido de veicular uma programação consciente e educativa. Maior importância ainda é confiada àqueles veículos que têm a possibilidade de veicularem um conteúdo mais ligado às necessidades da comunidade na qual está inserida, potencializando ainda mais a educação ambiental por meio da promoção da participação no fazer-comunicação. Por isso, o Projeto Educomunicativo “Nas Ondas do São Francisco” se fundamenta em uma proposta de Educomunicação, tendo o rádio como ferramenta educomunicativa de estímulo às comunidades, para que participem nos processos de desenvolvimento local, levando em consideração suas relações com os seus rios e com a bacia hidrográfica. Dessa forma, produzir peças radiofônicas de conteúdo socioambiental e veiculá-las nas rádios parceiras, se constitui em uma das estratégias de internalização das ações da revitalização que devem ser empreendidas na bacia do São Francisco a partir das comunidades que a formam. Para tanto, esta apostila reúne informações necessárias para iniciar os participantes no aprendizado de técnicas de produção de conteúdos e peças radiofônicas. O objetivo do não é formar profissionais de rádio, com domínio de técnicas de produção, mas, sim, trazer compreensões importantes para o entendimento de como peças radiofônicas educativas são elaboradas, ao mesmo tempo em que traz maior confiança aos moradores da bacia para fazerem uso da rádio como ferramenta de educação e mobilização. O Projeto Nas Ondas do São Francisco foi lançado em dezembro de 2009 pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Articulação Institucional e a Cidadania Ambiental (DEA/SAIC/MMA) em articulação com o Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (DRB/SRHU/MMA). Realizado com recursos do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, o Projeto Nas Ondas do São Francisco constitui em uma parceria com o poder público em suas três esferas de atuação, sociedade civil, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e demais Comitês de Bacias dos seus rios fluentes, ONGs, movimentos sociais e educadores ambientais.

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ÍNDICE

BREVE HISTÓRIA DO RÁDIO .................................................................................. 5 O RÁDIO NO BRASIL ................................................................................................. 6 PARA QUE SERVE A RÁDIO COMUNITÁRIA? ..................................................... 8 LEGISLAÇÃO SOBRE AS RÁDIOS COMUNITÁRIAS ........................................... 9 O TEXTO RADIOFÔNICO ........................................................................................ 11 REDAÇÃO DO TEXTO RADIOFÔNICO ................................................................. 12 INTRODUÇÃO ÀS TÉCNICAS DE ENTREVISTA E REPORTAGEM ................. 14 REPORTAGEM: PRODUZINDO NOTÍCIAS, DIVULGANDO INFORMAÇÃO, PROMOVENDO O CONHECIMENTO .................................................................... 16 PRODUÇÃO DE PROGRAMAS RADIOFÔNICOS ................................................. 16 MODELO DE PAUTA ................................................................................................ 17 MODELO DE ROTEIRO DE PROGRAMA DE RADIOJORNALISMO ................ 17 LOCUÇÃO: A VOZ NO RÁDIO ................................................................................ 18 A LOCUÇÃO DE NOTÍCIAS .................................................................................... 20 CUIDADOS COM A VOZ .......................................................................................... 21 O QUE UMA BOA IDÉIA PRECISA TER ? ............................................................. 21 SEU PRIMEIRO ANÚNCIO ...................................................................................... 22 EXERCÍCIOS .............................................................................................................. 22 GLOSSÁRIO DE TERMOS RADIOFÔNICOS ......................................................... 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 34 

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BREVE HISTÓRIA DO RÁDIO

1887 O cientista alemão Rudolf Hertz demonstrou a existência da radiação eletromagnética, criando aparelhos emissores e detectores de ondas de rádio. Neste mesmo ano, outro alemão, o inventor Emil Berliner criou o gramofone que servia para reproduzir som gravado utilizando um disco plano. 1893 Poucos brasileiros sabem, mas o padre gaúcho Roberto Landell de Moura inventou diversos aparelhos importantes para a história do rádio, que foram expostos ao público de São Paulo. Padre Landell foi o precursor da transmissão de vozes e ruídos que, posteriormente, viria a ser o rádio. 1897 O físico Italiano Marconi ganhou a patente inglesa para o telégrafo sem fio. Também nesta época, o físico inglês Oliver Lodge inventou o circuito elétrico sintonizado, que possibilitou a mudança de sintonia. O físico americano Lee Forest desenvolveu a válvula Tríodo, e pesquisou o uso de componentes e aparelhos dedicados a gravação e reprodução de sons. Von Lieben, na Alemanha, e Armstrong, nos Estados Unidos, empregaram o Tríodo para amplificar e produzir ondas eletromagnéticas de forma contínua. 1916 O físico Lee Forest instala a primeira “estação estúdio” de radiodifusão na cidade de Nova York, transmitindo conferências, música clássica ao vivo e gravações, além de transmitir as apurações da votação para a presidência dos Estados Unidos. 1920 Um engenheiro da companhia Westinghouse montou um transmissor radiofônico em casa, dando origem ao rádio como o conhecemos hoje. Surge o microfone a partir da ampliação dos recursos do bocal do telefone, experimento desenvolvido por um engenheiro da Westinghouse. Foi a própria Westinghouse que fez nascer a radiodifusão ao instalar em seu pátio uma grande antena para transmitir música para os moradores do bairro. Com o término da primeira guerra mundial, a Westinghouse, que fabricava os aparelhos de transmissão para o exército americano, ficou com um grande estoque de aparelhos que foram posteriormente comercializados. 1938 Transmissão feita por Orson Welles de um programa radiofônico baseado na novela literária “A Guerra dos Mundos” de H.G.Wells. Causou pânico na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, em razão de os ouvintes acreditarem que os marcianos estavam invadindo a Terra, como alardeava o programa, sem avisar que se tratava de uma ficção. Essa experiência demonstra que o rádio, além de emissor de informação e entretenimento, é também um agente indutor de comportamentos. 1947 A invenção do transistor revolucionou o rádio: ele deixa de ser um móvel da sala e torna-se nômade, acompanhando os ouvidos, passando a estar em qualquer espaço.

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O RÁDIO NO BRASIL 1922 A primeira transmissão radiofônica ocorreu no Rio de Janeiro, durante as comemorações dos 100 (cem) anos da independência do Brasil, com o discurso do presidente Epitácio Pessoa transmitido pelos autofalantes instalados no centro da cidade. 1923 Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro pelo antropólogo Roquete Pinto e Henrique Moritz. Até os anos 30 o rádio era privilégio das elites. Todas as emissoras chamavam-se Clubes e Sociedades porque eram clubes e associações sustentadas pelos sócios. Transmitiam somente 4 horas de programação. Os receptores eram caros e importados. 1932 O rádio entra na era comercial. Antônio Nássara, cartunista e compositor, improvisa um fado ao vivo para anunciar uma padaria do Rio do janeiro: nasce o primeiro jingle do rádio brasileiro. Na década de 30, com Getúlio Vargas no poder, foram criadas as regras oficiais da radiodifusão no Brasil. A partir de 1934, o governo federal passou a exigir um novo tipo de licença (concessão/ permissão) dos interessados em colocar uma rádio no ar. Determinou-se que as concessões seriam renovadas a cada 15 anos e as emissoras funcionariam segundo leis específicas. Vargas foi o primeiro político brasileiro a perceber a capacidade de alcance do rádio em um país com a dimensão do Brasil. 1937 Entra no ar o programa “A Voz do Brasil” (“Hora do Brasil”), criado para ser o divulgador oficial das ações do governo. 1940 Getúlio Vargas assume o controle da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que vem a se tornar a maior emissora do país, influenciando definitivamente a linguagem e o modo de se produzir rádio no Brasil. Surgem os programas de auditório, os cantores e cantoras que arrastavam multidões, programas humorísticos, jornalísticos e as radionovelas com apuro técnico e sonoplastia. 1941 O Brasil entra na ll Guerra Mundial e a Rádio Nacional do Rio de Janeiro coloca no ar seu primeiro noticiário: o “Repórter Esso”, com informes sobre o desenrolar da guerra. Os dois bordões principais do noticiário ficaram para sempre na memória do rádio brasileiro: “o primeiro a dar as últimas’” “testemunha ocular da história.” A maior contribuição do “Repórter Esso” foi introduzir no rádio brasileiro o noticiário adaptado para a linguagem radiofônica (até então era somente a leitura das notícias dos jornais), com horários regulares. Lança no Brasil o primeiro guia de radiojornalismo. A forte credibilidade do “Repórter Esso” foi resultado, em boa parte, da locução de Heron Domingues, sinônimo de “ritmo das frases para valorizar a informação e a interpretação do texto para conseguir atrair e cativar o ouvinte.”

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1948 O transistor chega ao Brasil. Os receptores tornam-se portáteis e mais baratos. O rádio torna-se nômade como os ouvidos. 1974 Surge em Vitória, no Espírito Santo, a Paranóica FM, talvez a primeira rádio FM a ir ao ar no Brasil. A banda FM e o transistor causam forte impacto, tanto na linguagem do rádio, como também no modelo de negócio desta mídia. 1981/1984 Em Sorocaba, interior de São Paulo, surge a primeira Rádio Livre, embrião das rádios comunitárias, montada por estudantes secundaristas, com algum conhecimento de eletrônica e sem pretensões políticas. As programações eram basicamente musicais: transmitiam em FM, não tinham horários nem programas fixos, contestavam e parodiavam a programação das FMs locais. O movimento de rádios livres de Sorocaba teve seu apogeu entre 1981 e 1984. 1982 Surge em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, a Fluminense FM, “A Maldita”. Com uma linguagem original e só com locução feminina ela revoluciona o dial. Sua programação musical só tocava o que as outras rádios não tocavam, e isto, incluía gravações demonstrativas de bandas desconhecidas: foi a Fluminense FM que lançou, por exemplo, as bandas Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Lobão e os Ronaldos, Capital Inicial, Kid Abelha, e etc. Popularizou pela primeira vez um programa diário sobre Meio Ambiente. 1985 Entra no ar a Rádio Xilik, inspirada na experiência das rádios livres italianas e francesas. A Xilik, produzida por estudantes da PUC de São Paulo, com transmissor instalado clandestinamente no campus. A Xilik surge principalmente como ato político que contestava a política de concessões de rádio da ditadura militar. Esta experiência teve impacto nacional e os manifestos da emissora serviram, durante muitos anos, como inspiração para segmentos da sociedade questionarem a política de concessões de frequências de rádio e tv no Brasil. 1986 Entra no ar a Rádio livre Tam Tam, no município de Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Com uma programação bem humorada, parodiava a linguagem da publicidade em rádio, produzindo antipropaganda de produtos e questionando a política de concessões do Estado. 1989 Ocorre o I Encontro Nacional de Rádios Livres, na Escola de Comunicações e Artes da USP, organizado pela UNE e pelo Coletivo Nacional de Rádios Livres (CNRL). 1990 Acontece o II Encontro Nacional de Rádios Livres, em Goiânia, que define: “Rádio Livre é aquela que vai ao ar sem pedir autorização a quem quer que seja”. Este encontro também delibera, como tarefa do movimento, a construção de um modelo de radiodifusão comunitária no país, ou seja, a constituição de emissoras sem fins lucrativos, programação plural e gestão participativa.

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Entra no ar a Rádio Clube Novos Rumos no município de Queimados, no estado do Rio de Janeiro, tida como a primeira rádio comunitária do Brasil, que colocou em prática os princípios de uma radiodifusão sem fins lucrativos, programação plural e dirigida por pessoas eleitas pela própria comunidade. 1991 Fundação do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação ) que veio a se tornar a principal instância de formulação de políticas públicas democratizantes da comunicação no Brasil. 1994 Entra no ar a Rádio Reversão, em São Paulo (capital), a primeira rádio livre do Brasil autorizada a operar por força de uma decisão judicial. 1995 Ocorre o I Encontro Nacional de Rádios Livres e Comunitárias, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, organizado pelo FNDC. Define-se então Rádios Comunitárias como rádios sem fins lucrativos, de programação plural e gestão participativa. 1996 Fundação da ABRAÇO (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária), no município de Praia Grande, no estado de São Paulo, com a presença de mais de 300 rádios, e com amplo apoio do movimento social. 1998 É sancionada pelo presidente da república a lei 9612, que regulamenta o funcionamento das rádios comunitárias no país. De 1980 para cá, a proliferação de rádios livres e comunitárias é proporcional à insatisfação de segmentos da sociedade civil. Há o predomínio do critério político eleitoral, adotado pelo governo federal, na concessão de canais de rádio e televisão.

PARA QUE SERVE A RÁDIO COMUNITÁRIA?

1) É um veículo da expressão social da comunidade. 2) Divulgar temas que não têm espaço em outros meios: a cultura, a educação, a saúde, a segurança, a organização política e o meio ambiente. 3) A comunidade pode, através da rádios comunitárias, fazer sua própria comunicação, mais concreta e real, mais próxima da sua realidade. 4) Há possibilidade de diálogo no plano público, explicitações e produção de consensos para a resolução das dificuldades individuais e coletivas. 5) Aumenta a solidariedade social, a segurança coletiva, a cidadania, a democracia. 6) Aperfeiçoa a democracia. É um exercício da liberdade de expressão! 7) A Democratização da Mídia prioriza a diversidade cultural no lugar da massificação, o controle cidadão no lugar de escolha corporativa, o desenvolvimento

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cultural e social no lugar da concentração de lucro e informação. Eixos relevantes:

a) Educação - o entendimento de como a mídia molda o nosso mundo e a democracia.

b) Protesto - contra um sistema de mídia baseado na comercialização e na exclusão.

c) Mudança - clama por reformas que respondam aos interesses públicos, promovam a diversidade e que assegurem a representação e a responsabilidade comunitária.

LEGISLAÇÃO SOBRE AS RÁDIOS COMUNITÁRIAS Apresentamos alguns pontos específicos da lei que regulamenta os serviços de radiodifusão comunitária . Lei nº 9.612 de 19/02/98 * Art. 1º Denomina-se Serviço de Radiodifusão Comunitária a radiodifusão sonora, em freqüência modulada, operada em baixa potência e cobertura restrita, outorgada a fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação do serviço. § 1º Entende-se por baixa potência o serviço de radiodifusão prestado à comunidade, com potência limitada a um máximo de 25 watts ERP e altura do sistema irradiante não superior a trinta metros. Comentário : As rádios comunitárias questionam já este parágrafo primeiro:

a) Porque 25 wats representa muito pouca potência, suficiente para cobrir no máximo 1Km, dependendo das condições geográficas da localidade. Por exemplo: se esta localidade tiver morros, como é o caso de várias regiões do estado do Rio de Janeiro, o alcance será ainda mais reduzido.

b) Antena com apenas 30m de altura. As rádios questionam a razão de estabelecer estes 30m para todo o território Nacional, sem levar em consideração as especificidades geográficas de cada região do Brasil, um país de dimensões continentais.

§ 2º Entende-se por cobertura restrita aquela destinada ao atendimento de determinada comunidade de um bairro e/ou vila. Comentário: O segundo parágrafo também é questionável, já que inúmeras rádios comerciais, apesar terem autorizadas suas veiculações a determinadas localidades, não estão situadas em suas cidades de origem, ou seja, várias cidades do país não são cobertas por nenhum tipo de radiodifusão que atenda ao conjunto dos seus interesses, a sua unidade territorial como um todo.

a) De um lado estão muitas rádios comercias - guiadas exclusivamente por seus interesses financeiros – que mudam de cidade e perdem o vínculo com o município de origem da sua concessão. Muitas vezes, há casos de rádios transmitirem de outro lugar, não falarem sequer da sua cidade de origem, não empregarem funcionários da localidade, não divulgarem sua cultura, seus artistas, ou nem mesmo veicularem notícias locais.

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b) E, por outro lado, a própria legislação impede que as rádios comunitárias aumentem a sua potência, impedindo que alcancem todo o município. Resumindo: a legislação é falha porque não atende ao seu principal objetivo: proporcionar uma programação de qualidade que atenda aos interesses públicos locais.

* Art. 3º O Serviço de Radiodifusão Comunitária tem por finalidade o atendimento à comunidade beneficiada, com vistas a: I - dar oportunidade à difusão de idéias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade; II - oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; III - prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário; IV - contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas, de conformidade com a legislação profissional vigente; V - permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível possível. Comentário: A lei determina muitas finalidades importantes para as rádios comunitárias, mas não lhes oferece condições de viabilizar estes princípios. Determina apenas restrições de alcance e viabilidade econômica. No artigo 18, por exemplo, a lei diz: “As prestadoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária poderão admitir patrocínio, sob a forma de apoio cultural, para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida”.

* Art 4º As emissoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária atenderão, em sua programação, aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas em benefício do desenvolvimento geral da comunidade; II - promoção das atividades artísticas e jornalísticas na comunidade e da integração dos membros da comunidade atendida; III - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, favorecendo a integração dos membros da comunidade atendida; IV - não discriminação de raça, religião, sexo, preferências sexuais, convicções político-ideológico-partidárias e condição social nas relações comunitárias. § 1º Á vedado o proselitismo* de qualquer natureza na programação das emissoras de radiodifusão comunitária. § 2º As programações opinativa e informativa observarão os princípios da pluralidade de opinião e de versão simultâneas em matérias polêmicas, divulgando, sempre, as diferentes interpretações relativas aos fatos noticiados.

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§ 3º Qualquer cidadão da comunidade beneficiada terá direito a emitir opiniões sobre quaisquer assuntos abordados na programação da emissora, bem como manifestar idéias, propostas, sugestões, reclamações ou reivindicações, devendo observar apenas o momento adequado da programação para fazê-lo, mediante pedido encaminhado à Direção responsável pela Rádio Comunitária. De imediato é também importante você saber que o projeto “Nas Ondas do Ambiente” atende o Artigo 20 da lei 9.612 que diz :

Art 20 - Compete ao Poder Concedente estimular o desenvolvimento de Serviço de Radiodifusão Comunitária em todo o território nacional, podendo, para tanto, elaborar Manual de Legislação, Conhecimentos e Ética para uso das rádios comunitárias e organizar cursos de treinamento, destinados aos interessados na operação de emissoras comunitárias, visando o seu aprimoramento e a melhoria na execução do serviço.

O TEXTO RADIOFÔNICO

“Escrever para quem ouve é escrever como quem fala.” (Ivan Tubau) Antes de conhecermos as especificidades do texto escrito para o rádio, vamos destacar algumas das principais características desta mídia: Sensorialidade: o rádio forma imagens. Quem faz textos e comentários para o rádio escolhe as palavras de modo a criar imagens na mente do ouvinte no sentido de tornar o assunto inteligível e, de certa forma, “mentalmente visível”. Abrangência: o rádio fala para milhões de pessoas; Regionalismo: o regionalismo é uma marca fundamental do rádio, pois dá visibilidade às informações locais. Este princípio dinamiza as relações entre rádio e comunidade. É importante avaliar corretamente o que é uma notícia local, e distinguir entre o que é local e o que é paroquial. No caso de rádios comunitárias, existe a liberdade, e até o dever de conceder uma atenção especial às prioridades do entorno. Intimidade: o rádio fala para cada indivíduo. As palavras e a forma de falar são pensadas para o ouvinte, levando em conta suas particularidades e expectativas. O transistor facilitou este caráter, já que permitiu uma audiência individual. O tom íntimo das transmissões - materializado pelas expressões “amigo ouvinte”, “querido ouvinte” - proporciona aproximação e intimidade, fazendo do rádio um veículo companheiro. Por isto o rádio tem este caráter de “amigo”: você liga e ele está lá. Imediatismo e instantaneidade: O rádio possui um caráter imediato, possibilitando que o ouvinte fique a par dos fatos no momento em que estão acontecendo. O rádio acelera a disseminação de informações em curto espaço de tempo. Com um celular e uma híbrida, o repórter pode entrar no ar de qualquer lugar do mundo e transmitir uma informação. Nenhum outro veículo tem esta facilidade. Simplicidade: com uma estrutura mínima, trabalha-se no meio radiofônico, o que abre precedentes para que pessoas não-especialistas se aventurem na arte de fazer rádio.

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Mobilidade: o rádio pode ser levado e ouvido em qualquer lugar, e em todas as circunstâncias: no carro, na rua, no banho, na cozinha, no campo de futebol, no bar da esquina. O rádio não exige atenção fixa como a televisão, pode-se ouvi-lo realizando outras atividades. Acessível: O rádio é muito popular. Praticamente toda residência tem um ou vários aparelhos. Segundo pesquisas recentes, a proporção é de um rádio por pessoa. O rádio está sempre por perto, ao alcance da mão ou do ouvido, atingindo toda a população, da criança ao idoso. Função Social: O rádio é um meio que influência o cotidiano das pessoas e tem a magia de cativar e sensibilizar seus ouvintes, conduzindo-os a atitudes e comportamentos. Por causa de todas estas características anteriormente citadas, concluímos que este veículo possui uma importante função social, se destacando como um dos principais agentes de formação de opinião e mobilização coletiva. Por isto, o rádio é potencialmente um importante aliado de políticas públicas e projetos comunitários que possam promover o desenvolvimento local e a inclusão social, colaborando para o diálogo entre indivíduos e grupos, e fortalecendo a noção de comunidade.

REDAÇÃO DO TEXTO RADIOFÔNICO

A regra geral do texto escrito para o rádio é utilizar-se de linguagem direta, períodos curtos e simples, poucos adjetivos, objetividade e revisão. Escrever como se fala. E a dica mais importante de todas é: leia a sua nota em voz alta, para conferir se o que você está querendo dizer está fácil de ser entendido. A notícia deve responder às perguntas:

• O quê? O assunto. • Quem? Pessoas envolvidas. • Onde? Local onde acontece o fato. • Quando? Data, hora. • Como? Modo como se desenrolou o fato. • Por Quê? Causas.

O que diferencia o texto radiofônico do texto da imprensa escrita é a instantaneidade. O ouvinte só tem uma chance para entender o que está sendo dito. A mensagem no rádio se “dissolve” no momento em que é levada ao ar. O texto deve ser coloquial e, no caso do rádio, alguma vezes a redundância é bem vinda. A seguir algumas recomendações para a redação do texto no rádio: • Formar frases sempre em ordem direta, isto é, sujeito-verbo-predicado. A ordem direta é a forma mais simples de compreender o que é dito. Por exemplo: "O vovô (Sujeito) viu (Verbo) a uva (predicado) é mais fácil de ler do que "Viu a uva o vovô". Formas rebuscadas de escrever ou falar, usadas sem necessidade, podem dar a impressão de falta de clareza de raciocínio . Alguns fatores que influenciam na qualidade da notícia:

1. Novidade: a notícia deve conter informações novas, e não repetir as já

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conhecidas; 2. Proximidade: quanto mais próximo o ouvinte estiver do local do evento, mais

interesse a notícia gera, porque implica mais diretamente na vida do ouvinte. Este é um fator de muita importância, principalmente para as rádios comunitárias.

O Lead O texto começa com o lead (abertura da notícia; relato do fato mais importante de uma notícia). Procure o fato que atualiza a notícia e a torna o mais atraente possível. O desafio do redator é conquistar o ouvinte na primeira frase. Sua importância torna-se mais relevante na medida em que os ouvintes têm menos tempo para ler, para se informar, em razão do corre-corre da vida moderna. No lead, ou na cabeça da notícia, o ouvinte já deve ser informado do acontecimento. De certa forma, é uma espécie de MANCHETE que já oferece ao ouvinte uma síntese da notícia. Exemplo: PRESIDENTE LULA PROÍBE COMÉRCIO DE BEBIDAS NAS RODOVIAS. Este é o começo do lead. Que se completa com outras informações. Segue-se, por exemplo: A DECISÃO ESTÁ CONTIDA NA MEDIDA PROVISÓRIA ASSINADA HOJE EM BRASÍLIA/// AGORA SERÁ DE INCUMBÊNCIA DE A POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL FISCALIZAR O CUMPRIMENTO DA MEDIDA E PUNIR OS INFRATORES /// No exemplo acima, nós temos o lead e o sublead. Se o ouvinte não teve tempo de escutar a notícia toda, desde o início, ficará informado ao ouvir esta segunda parte da nota, ainda que não tenha tomado conhecimento de todos os detalhes da notícia. Outras dicas: • Usar frases curtas e sintéticas. Ir direto ao assunto. • Procurar usar o verbo sempre no presente do indicativo. Isso denota instantaneidade e atualidade, características do rádio. É importante salientar que o passado não é notícia em rádio. • A pontuação é um dos pontos mais importantes na construção do texto radiofônico . Ela serve para associar a idéia expressada à sua unidade sonora. A vírgula no texto radiofônico marca uma pausa curta, que introduz uma pequena variação na entonação, e dá lugar à renovação do ar. O ponto deve representado por barras /// • É bom lembrar que o texto radiofônico - em especial a sonora - precisa ser o mais claro possível, para que facilite a compreensão do ouvinte que, na maioria das vezes, terá apenas uma oportunidade de escutar a notícia. • É aconselhável evitar adjetivos, pois eles carregam pouca informação e podem induzir o ouvinte a endossar juízos de valor pré-determinados. Substantivos fortes e verbos na voz ativa reforçam a densidade indispensável ao texto escrito para o rádio. • A pontuação merece atenção especial. No rádio a pontuação serve para associar a ideia a sua unidade sonora, isto é, marca unidades fônicas e não gramaticais. O uso

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dos sinais ortográficos facilita a entonação da voz e a respiração. • Em frases interrogativas convém usar a técnica espanhola de pontuação; colocando um sinal de interrogação no início da frase, o apresentador/locutor não será pego de surpresa. Exemplo: ? Quem são os responsáveis pelo aquecimento global ? • O “ponto” deve ser substituído por barras “///”, para que o locutor possa visualizar com mais facilidade o final dos períodos e assim calcular o ar necessário nos pulmões, o suficiente para executar uma locução mais confortável e com boa interpretação. • Evite frases longas: elas dificultam a respiração do apresentador/locutor e são mais difíceis de serem entendidas pelo ouvinte. Cada frase deve expressar uma ideia. • O texto precisa ter ritmo. Use frases curtas e evite frases intercaladas, entre vírgulas. Mas tenha cuidado: as frases devem ser curtas, mas não telegráficas . A regra é escrever como se fala. • Evite o uso do não no lide (lead). Conte o que aconteceu; ninguém liga o rádio para saber o que não aconteceu. • O uso do “ontem” no lead “envelhece” a notícia. Explique quando o fato aconteceu em outro período do texto. Outra palavra que deve ser evitada na nota é “parece”, pois pode passar a impressão que o locutor ou repórter está inseguro ou não domina o assunto noticiado. • Também deve-se ter cuidado com o uso dos pronomes possessivos como seu, sua, seus e suas. O ouvinte pode entender que está se falando dele, ou de alguma pessoa ou objeto de suas relações pessoais. • Cada assunto deve ocupar uma página do computador. • A revisão do texto em voz alta é a melhor maneira de se evitar erros que “derrubam” o apresentador/locutor. Coloque-se no lugar do ouvinte; ele não está lendo. Com a leitura em voz alta é possível identificar problemas com a sonoridade das palavras, concordância, cacófatos, frases sem sentido, e etc. No texto dos roteiros deve haver clara diferenciação entre o texto a ser lido e indicações para locução e sonoplastia.

INTRODUÇÃO ÀS TÉCNICAS DE ENTREVISTA E REPORTAGEM A entrevista é, basicamente, uma conversa com perguntas e respostas. A entrevista no rádio tem o poder de transmitir emoção, o que nem sempre se consegue com o jornalismo impresso. O repórter/entrevistador é o elo (ligação) entre os ouvintes de uma emissora e os entrevistados. O repórter deve ter em mente o seguinte: o que é de interesse do seu ouvinte a respeito do entrevistado.

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A entrevista caracteriza-se por ser uma modalidade espontânea de obter informações, o que desaconselha encaminhar previamente as perguntas ao entrevistado. O entrevistador deverá ter claro o seu objetivo e fazer perguntas, orientado pelo lead, como já estabelecemos anteriormente: o que? quem? quando? onde? como? por quê?. É importante prestar muita atenção às respostas do entrevistado para, se necessário, mudar a pergunta ou criar uma nova. - Orientações:

1) A entrevista deve ter começo, meio e fim. Planeje o tempo disponível, informe-se sobre o que vai perguntar. O despreparo pode dar ao entrevistado a chance de transformar a entrevista em palanque.

2) A pergunta tem de ter tamanho certo, suficiente para que o ouvinte entenda o assunto. Não fale demais a ponto de deixar o entrevistado sem ter o que dizer.

3) O entrevistador deve se colocar no lugar do ouvinte e perguntar o que considera mais importante sobre o assunto pautado.

4) Se as respostas não forem claras, deve-se pedir para o entrevistado explicar melhor o que está dizendo sobre o tema abordado.

5) Os entrevistados devem ser tratados com gentileza, que como sabemos “gera gentileza”, mas não com subserviência. O repórter pode e deve interromper o entrevistado sempre que ele estiver “esticando” a resposta ou fugindo do tema da pergunta. Em casos singulares é preciso dizer claramente que ele não respondeu ao que foi perguntado.

6) Quando necessário, não hesite em perguntar ao entrevistado, antes de iniciar a entrevista, a pronúncia certa de seu nome.

7) Ao longo da entrevista deve-se repetir o nome do entrevistado, seu cargo e função, já que a audiência do rádio é rotativa, ou seja, um novo ouvinte pode ligar o rádio no meio da entrevista e se você não repetir algumas informações básicas ele ficará “boiando” no assunto, perderá o interesse e mudará de estação.

8) Fuja do óbvio, como a cretinice de perguntar como se sente uma mãe que acabou de perder o filho.

9) Não interrompa o entrevistado sem que ele conclua o pensamento, isto irrita o ouvinte e prejudica a edição.

10) Há entrevistados que se sentem intimidados diante do entrevistador. Alguns por não estarem acostumados a dar entrevistas e outros por terem receio da repercussão de suas declarações. Numa conversa informal, tente convencê-lo da importância de sua informação para a sociedade.

11) Em caso de dúvidas ou falta de tempo para preparar a entrevista, lembre-se que toda reportagem tem perguntas básicas: o quê, como, quando, onde e por quê?

12) Cuidado com a adequação: até a forma de se vestir pode influenciar o rumo da conversa.

13) É conveniente chegar sempre antes do horário marcado.

14) Escrever antecipadamente as perguntas ajuda muito e não tem problema se enquanto o entrevistado responde, consultar rapidamente as anotações.

15) Foco no assunto. Se o número de informações for grande, deve-se conduzir a entrevista em blocos.

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REPORTAGEM: PRODUZINDO NOTÍCIAS, DIVULGANDO INFORMAÇÃO, PROMOVENDO O CONHECIMENTO

A reportagem é a base do Radiojornalismo. Para o desenvolvimento de uma boa reportagem é fundamental manter-se distante emocionalmente do acontecimento e sempre ouvir todos os lados da questão. Sempre faça uma pequena introdução para situar o ouvinte na matéria, o chamado lead. Outro formato em que podemos trabalhar dentro do rádio informativo são os programas de debate. Neles podemos abordar assuntos de interesse da comunidade, contrapondo diferentes opiniões em relação ao tema proposto. Chamado também de mesa-redonda, este formato dá credibilidade ao trabalho jornalístico no rádio. Algumas orientações para a realização de um debate radiofônico:

1) Escolha do tema; 2) A produção escolhe, contata e agenda os convidados que irão fazer parte da

mesa/entrevista. Obviamente, a escolha dos participantes tem de estar em sintonia com o tema proposto;

3) Os convidados que não puderem comparecer podem participar do debate

pelo telefone, através da híbrida (aparelho presente em quase todas as emissoras e que serve para colocar no ar as ligações telefônicas). Com esse dispositivo pode-se convidar pessoas que estejam em outro estado, município ou até mesmo fora do país para dar a sua opinião no debate.

4) Convém ter sempre um convidado reserva para ser entrevistado, no caso de

ocorrer algum imprevisto com a pessoa agendada inicialmente para o programa.

5) O tema tem de ser conduzido de maneira livre e natural, não deve haver um

direcionamento do apresentador em relação à mesa. O apresentador/mediador do debate deve se preparar: estar bem informado sobre o tema e procurar ter senso de humor, coisa que não se ensina a ninguém, mas que é fundamental em todas as situações.

6) O mediador tem de observar e corrigir eventuais alterações no equilíbrio das

vozes antes de começar o programa. Isto pode ocorrer por causa de um participante que se afastou do microfone para se dirigir ao participante ao lado, ou se debruçou e chegou perto demais do microfone. O mediador também tem que ficar atento para qualquer barulho externo, como manuseio de papéis ou dedos batendo na mesa. Sinais não-verbais são suficientes para impedir este tipo de intromissão.

PRODUÇÃO DE PROGRAMAS RADIOFÔNICOS Para se fazer um programa de rádio, seja qual for o formato, precisamos de pessoas com funções específicas. Apresentamos a seguir algumas funções básicas para a produção de um programa de rádio:

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Produtor(a): É a pessoa que faz ou supervisiona a pesquisa, que vai alimentar a pauta, com as informações fundamentais sobre o tema abordado; seleciona as músicas que vão tocar, marca as entrevistas e providencia a produção de vinhetas de abertura, fechamento e passagem do programa. Pauta: É um roteiro de perguntas básicas que orienta o entrevistador na sua entrevista. Um resumo dos acontecimentos e informações básicas sobre os entrevistados. Pauta é ponto de partida e serve para aumentar as possibilidades de reportagens.

MODELO DE PAUTA Tema: O assunto que se pretende abordar. (exemplos: coleta seletiva do lixo, aquecimento global, reciclagem do óleo de cozinha e etc.). Sinopse: Dados fundamentais sobre o tema que vai ser abordado. Situação atual, antecedentes. Encaminhamento: Objetivo da matéria. O foco. O que se deseja destacar entre as questões abordadas. Fontes: São as pessoas, sites ou documentos por meio dos quais os repórteres buscam as informações. As fontes podem ser oficiais (representantes do governo, instituições, escolas, etc.), comunitárias (pessoa da comunidade que tenha alguma relação com o assunto tratado), ou documentais (arquivos, livros, documentos, páginas da Internet etc.). Lembre-se de que um bom repórter não necessariamente é aquele que tem todas as respostas, mas sim aquele que sabe onde encontrá-las, por isto ter uma boa fonte é fundamental. Mantenha sempre à mão seus telefones, emails, e locais onde podem ser encontradas. Pesquisa: é fundamental para a realização de um bom programa. A pesquisa sobre determinado tema pode ser feita com jornais e revistas, na Internet, em bibliotecas e com pessoas que conhecem o assunto, gravando ou anotando seus depoimentos. Apresentador(a) ou âncora: Apresenta o programa e deve ter conhecimento prévio do roteiro, dos dados levantados pela pesquisa e das perguntas que serão feitas aos convidados. Repórter: É quem faz as entrevistas e elabora a pauta juntamente com o produtor. Operador(a) de áudio/sonoplasta: Opera os equipamentos, verifica se os microfones estão bem colocados, cuida da mesa de som, edita as sonoras (entrevistas gravadas), põem no ar as vinhetas do programa e os spots comerciais e de utilidade pública.

MODELO DE ROTEIRO DE PROGRAMA DE RADIOJORNALISMO

1. Vinheta de abertura (gravada);

2. Abertura do jornal pelos locutores, giro de manchetes ou escalada (os

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assuntos que serão abordados, pessoas que serão entrevistadas, e etc.); 3. Vinheta de passagem (gravada, composta com texto e efeitos sonoros ou

só com efeitos sonoros, o “plim plim” que demarca o início de um bloco do programa);

4. Primeiro bloco do jornal;

5. Vinheta de passagem (janela comercial ou apoio cultural);

6. Segundo bloco do jornal; 7. Vinheta de passagem; 8. Terceiro bloco; 9. Encerramento do jornal pelos locutores; 10. Ficha técnica (produtores, apresentadores, operação de áudio,

agradecimentos eventuais); 11. Vinheta de encerramento (gravada).

LOCUÇÃO: A VOZ NO RÁDIO O texto usado no rádio é uma fala armazenada. Embora o comunicador(a) se prepare antes de apresentar o programa, ele deve demonstrar espontaneidade e improviso ao falar, imprimindo emoção à sua voz em relação ao que está sendo noticiado e relatado. A voz “radiofônica” tradicional é uma voz impostada, exercitada para ser emitida com ressonância. Na atualidade, busca-se a voz viva, comunicativa, ou seja, a voz de um rádio amigo e companheiro. A voz dos locutores profissionais esteve por muito tempo subordinada a normas de “perfeição” que provocaram uma frieza comunicativa e distanciada. As novas formas radiofônicas, principalmente a comunitária, priorizam uma fala direta e informal, que transmita emoção e sentimento. Não existe aquele negócio de só tem espaço para quem tem “voz de locutor”: há lugar para todos os timbres e todas as formas de falar. Em uma emissora comunitária todas as vozes são bem-vindas! Quando conversamos com um amigo não estamos preocupados com a impostação da sua voz, mas no conteúdo do que está dizendo e no modo com o faz. No rádio, o comunicador(a) é avaliado não só pelo que diz mas como o diz. Por isso é importante refletir sobre três itens, antes de levar ao ar o que tem em mente, são elas: - O que estou dizendo é importante para quem escuta? - O que estou dizendo faz sentido para quem está lá do outro lado do rádio? - Isto que estou dizendo vai trazer benefício ou resultado positivo para o ouvinte?

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A forma de falar é tão importante quanto o conteúdo. A ênfase que o locutor dá a determinadas palavras pode mudar o sentido da frase ou da ideia. De acordo com pesquisas de Neurolinguística (ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem), 38% da nossa influência sobre os outros acontece por meio do nosso tom de voz. A forma da palavra corresponde a 7% da influência que exercemos sobre as pessoas. Sobram então 55% para os argumentos que usamos para expressar as ideias. No texto do roteiro radiofônico existem dois sinais de pontuação que são fundamentais para o ritmo e o sentido da locução: - As vírgulas são como um sinal de trânsito no amarelo representa uma pausa para a respiração e devem ser entoadas para cima; - Os pontos (que devem ser representados por barras “///”) representam o sinal vermelho, ou seja, uma parada e devem ser entoados para baixo. Agora seguem alguns exercícios e recomendações para a saúde vocal e o bom uso da voz no rádio. Como um músico, o locutor afina seu instrumento antes de começar a tocar:

1. Para articular melhor as palavras, uma prática recomendada consiste em morder um lápis e nessa posição ler uma notícia de jornal ou cantar uma música inteira com voz forte. Este exercício relaxa todos os músculos do rosto (é aconselhável que seja praticado todas as manhãs).

2. Soletrar é ótimo e ajuda muito! Pegue um livro e leia-o em voz alta

lentamente. Em seguida, soletre mais rápido, certificando-se que está pronunciando cada uma das sílabas de cada palavra.

3. Os tradicionais trava-línguas não servem apenas de brincadeiras para

as crianças, mas para melhorar a dicção dos adultos. Procure um com letras incômodas para você. Se tiver problema com os ‘erres’, não hesite em praticar o conhecido: “O rato roeu a roupa do rei de Roma”.

Exemplos de Trava-Línguas (devem ser falados rapidamente sem pausas):

1. Pedro tem o peito preto, O peito de Pedro é preto; Quem disser que o peito de Pedro é preto, Tem o peito mais preto que o peito de Pedro.

2. A vaca malhada foi molhada por outra vaca molhada e malhada.

3. Um ninho de mafagafos, com cinco mafagafinhos, quem desmafagafizar

os mafagafos, bom desmafagafizador será.

4. Há quatro quadros três e três quadros quatro. Sendo que quatro destes quadros são quadrados, um dos quadros quatro e três dos quadros três. Os três quadros que não são quadrados, são dois dos quadros quatro e um dos quadros três.

5. Chupa cana chupador de cana na cama chupa cana chuta cama cai no

chão.

6. Pinga a pipa Dentro do prato Pia o pinto e mia o gato.

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7. O rato roeu a roupa do rei de Roma.

8. Pinga a pia apara o prato, pia o pinto e mia o gato.

9. O princípio principal do príncipe principiava principalmente no princípio principesco da princesa.

10. Quico quer quaqui. Que quaqui que o Quico quer? O Quico quer qualquer

quaqui.

11. Três pratos de trigo para três tigres tristes.

12. Luzia lustrava o lustre listrado, o lustre listrado luzia.

13. Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.

14. Fala, arara loura. A arara loura falará.

15. Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, para o prato,

pia o pinto e mia o gato.

16. A vida é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente, sem suceder o sucesso.

17. O Tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo

respondeu pro tempo que o tempo tem o tempo que o tempo tem.

A LOCUÇÃO DE NOTÍCIAS A apresentação de notícias é a base da comunicação no rádio. Quem domina as técnicas de locução de notícias, sabendo modular a voz, quebras de ritmo e mudanças interpretativas, domina um dos recursos mais importantes da comunicação radiofônica. O comunicador deve ler previamente o texto e observar o sentido da notícia antes de interpretá-la. Procure escutar com atenção programas de notícias transmitidos pelo rádio, observando os seguintes detalhes:

1. Como muda a inflexão de voz do apresentador, de uma notícia para outra?

2. Como soa a colocação da voz nos finais de frase?

3. Qual a modulação de voz do locutor e quais as técnicas utilizadas para

despertar a curiosidade do ouvinte para determinado item, dentro da notícia (números, cifras, índices, porcentagens, cotações e etc.) ?

4. Como age o locutor diante de um erro ou engano quando está falando?

5. Observe os improvisos utilizados para se sair bem nos momentos em que

é necessário ter jogo de cintura.

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CUIDADOS COM A VOZ

1) Administrar o cansaço físico e mental. Uma noite bem dormida é fundamental

para a qualidade e a saúde da voz. 2) Evitar falar alto em ambientes ruidosos ou ao ar livre. 3) Procurar manter úmida a mucosa da faringe, de preferência com água sem

gelo. 4) Durante o trabalho de locução, ingerir maior quantidade de água. 5) Falar sempre no tom natural de sua voz, sem forçar os graves e agudos. 6) Não pigarrear ou tossir para limpar a garganta, até porque não limpa e ainda

irrita as cordas vocais. Beber água para atenuar os efeitos nocivos do pigarro para as cordas vocais.

7) Disciplinar os horários de trabalho para que haja repouso vocal após cada período.

8) Hidratar-se com sete a oito copos de água por dia. 9) Evitar a ingestão de refrigerantes gelados, bebidas alcoólicas, comidas

gordurosas ou muito temperadas. 10) Evitar dormir ou permanecer muito tempo em recintos com ar condicionado. 11) Manter a postura ereta da cabeça e do corpo durante a locução.

O QUE UMA BOA IDÉIA PRECISA TER ?

Muitas pessoas crêem que a criatividade é um talento nato da pessoa. Em alguns casos pode até ser, mas existem algumas fórmulas, regras ou percepções que podem ajudar e muito na hora de produzir um spot.

Há algumas informações sobre criação que é importante saber, pois

elas podem te ajudar a organizar as idéias e ter uma percepção mais clara sobre este caminho “misterioso” da criação:

1) Existe a primeira idéia.

2) Existe a idéia sensacional..... mas que alguém já fez.

3) E existe a idéia original, aquela que nunca foi realizada.

Em tese, uma boa idéia precisa ser: • A – original • B – brilhante • C – possível de ser produzida • D – pertinente • E – vendedora

Muitas e muitas vezes, a idéia original (A) e a idéia pertinente (D) não estão presentes, porque o “gênio” considera que a primeira idéia que ele teve é o “Ó do Borogodó”, ”espetáculo da natureza”, “estouro do furúnculo de seu cérebro”, ou é preguiça mesmo de pensar outra ideia !

Outras vezes a idéia brilhante (B) é suprimida, pois há gênios criativos

que juram serem diretores de cinema, escritores, roteiristas, multimédias e que, longe do patrão, dizem que fazem publicidade enquanto a carreira não decola.

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Aí falta o esforço de criar muitas idéias. A idéia pertinente (d) é a mais complicada de todas. Aquele que

consegue ser pertinente em publicidade tem diante de si um futuro promissor, pois originalidade sem pertinência é dinheiro jogado fora.

Já a ”idéia vendedora “é aquela que funciona. As vezes nem é a mais

criativa , ou original, mas ela é pertinente e funciona !

SEU PRIMEIRO ANÚNCIO • BRIEFING Marca: BZZZ. Produto: Eletrocutor de insetos a pilha. Características: portátil, especial para pescarias, salas de aulas, consultórios e qualquer lugar onde não deve haver moscar incomodando. A velha e boa luz azul chama os insetos e a pilha, com uma descarga amplificada por um pequeno transformador, dá um choque no inseto, que é eletrocutado na hora. Slogan: BZZZ desliga os insetos. Target: pessoas que fazem camping. Objetivo da comunicação: manutenção da imagem. Partimos do princípio de que todos conhecem a marca e que este será mais um anúncio para complementar a imagem. A liberdade de criação é total, inclusive para um novo slogan ou marca.

EXERCÍCIOS É da quantidade que se pinça a qualidade É de muitas idéias feitas para resolver um problema que se tira uma ou outra idéia boa. E algumas vezes uma idéia ótima ! Ter uma idéia já é difícil, então como é que se pode ter muitas idéias ? Quando se esta só é mais difícil, mas quando somos muitos isto é possível. Uma das capacidades do ser humano é a imaginação. Podemos colocar o nosso raciocínio em qualquer patamar. É assim que os atores entram num personagem. Um ator gaucho é capaz de fazer o papel de um monge tibetano. É comum ouvirmos que um ator faz pesquisas e incorpora o personagem à sua própria freqüência mental. Em outras palavras, ver como o outro, sentir e pensar sob um ponto de vista diferente é uma “experimentação mental” que propicia boas idéias. Criar oitenta idéias ou mais como um redator publicitário pode ser difícil, mas se vc pensar em criar 10 idéias do ponto de vista um astronauta, mais 10 do ponto de vista de um extraterrestre, mais 10 do ponto de vista da lua, mais 10 como se fosse uma nave e mais 10 como se fosse a terra, e etc será, possível alcançar o

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objetivo de ter várias idéias (quantidade) para escolher algumas boas qualidades . Em suma é isso que alguns profissionais fazem. Quando isto acontece, o ator pensa como o outro, respira como o outro, vive como o outro. Surgem suas atitudes, pensamentos e comportamentos tão interessantes que acabam por compor um personagem realmente rico e inovador. A idéia é: temos um problema. Então, vamos assumir diferentes posicionamentos diante dele dividindo-o em vários pontos de vista. Depois, é só preencher os espaços.

O primeiro passo é dividir o problema em oito. Por quê? Se dividir o problema em oito e fizer dez títulos para cada divisão, você terá oitenta títulos/idéias soltas/anúncios. Desse total certamente saíra o melhor, aquilo que será produzido. CAMINHO 1 “Não perca para um bicho que tem menos de 1 cm.” Observação: Neste caminho, você precisa explorar que o mosquito é pequeno e que você não pode perder pra ele. TÍTULOS:

1. Da ultima vez que você correu, foi de alguém bem maior (foto do mosquito). 

2. Não deixe que ele chame os amigos pra te pegar na saída (foto de um mosquitinho). 

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DICA 1-Não vale ser preguiçoso. 2-Para encontrar criatividade mude sempre seu ponto de vista. Elabore suas ideias como se fosse um mosquito, pense sobre o ponto de vista dos outros mata-insetos, da dona de casa, do bebê, etc.

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CAMINHO 2 “Acabe com os zumbidos no ouvido.” Observação: Neste caminho, você precisa explorar a irritação que o som do mosquito provoca. TíTULOS:

1. Nem grilo agüenta som de mosquito (um anúncio de um grilo se matando de tanta irritação) 

2. Bzzz, porque essas serão suas últimas palavras (fotos de um pernilongo voando para o aparelho). 

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CAMINHO 3 “Prefira um caminho natural e sem poluir o ambiente para combater os mosquitos.” Observação: Neste caminho, você precisa explorar que o aparelho acaba com os mosquitos de maneira natural, sem venenos, por isso não prejudica crianças, cachorros etc. TÍTULOS:

1. Nenhum deles jamais voltou para contar (foto do mosquito). 

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CAMINHO 4 “Portabilidade do Aparelho.” Observação: Neste caminho, você precisa explorar que o aparelho pode ser levado para onde o consumidor quiser. TÍTULOS:

1. Se não dá pra levar o ria pra casa, leve Bzzz pro rio (foto de um lago bem bonito). 

2. O Bzzz é como o mosquito. Vai lá e inferniza a vida dele. 

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CAMINHO 5 “Economia. Uma simples pilha pode deixar você livre dos mosquitos.” Observação: Neste caminho, você precisa explorar que o aparelho consome pouca energia e que é uma maneira limpa e econômica de acabar com os mosquitos. TÍTULOS:

1. Chegou um jeito bem melhor de matar mosquitos usando pilhas (imagem do coelhinho da Duracell batendo dois pratos de fanfarra). 

2. 5 reais por mês. Nenhum matador trabalha por esse preço (imagem do aparelho com pilhas ao lado). 

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CAMINHO 6 “Os mosquitos se reproduzem rapidamente.” Observação: Neste caminho, você precisa explorar que os mosquitos são uma praga e que o consumidor necessita se livrar deles de uma maneira prática, sem ficar apertando sprays ou batendo nos bichos. TÍTULOS:

1. A cada segundo, nascem 20 milhões desses (foto de um pernilongo assustador). 

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CAMINHO 7 “No Brasil, existem muitos locais pra colocar um desses.” Observação: Neste caminho, você vai explorar as possibilidades de uso do aparelho (um parque, numa pescaria, no quarto de um bebê dormindo). É um caminho muito bom. TÍTULOS:

1. No Brasil os mosquitos vão do Oiapoque ao Chuí. 

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CAMINHO 8 “Modernidade. Um jeito moderno de fazer algo ancestral.” Observação: Neste caminho, você precisa explorar o fato de que matar mosquito é coisa antiga, mas o jeito é novo e eficiente. Tudo evolui. TÍTULOS:

1. (complete.) 

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8. ___________________________________________________________ 

 

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10. ___________________________________________________________ 

(Se quiser registrar mais de dez idéias de cada, ótimo, mas tente no mínimo dez.)

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CURIOSIDADE

Quebrar as regras é fundamental. Ver com os olhos dos outros, sentir com o coração dos outros e se colocar em outros universos pressupõe não obedecer a obstáculos físicos e psíquicos para, com essa visão surpreendente de outrem, encontrar posicionamentos e sentimentos diferentes e interessantes para a publicidade. Por isso, apesar de eu citar um método, um sistema, para que você encontre caminhos criativos, você pode jogar tudo no lixo para encontrar seu próprio caminho. Isso é possível. Quebrara regras é fundamental nessa profissão

GLOSSÁRIO DE TERMOS RADIOFÔNICOS ACÚSTICA: estudo do som, sua natureza e característica. Em rádio, é a medida de qualidade sonora de um ambiente. AM: Transmissão AM é o processo de transmissão através do rádio usando Modulação em Amplitude, ou Amplitude Modulada (AM). Foi por oitenta anos o principal método de transmissão via rádio. É caracterizada pelo longo alcance dos sinais, mas está sujeita a interferências de outras fontes eletromagnéticas. FM: Iniciada nos Estados Unidos no início do século XX, FM é uma modalidade de radiodifusão que usa a faixa 87,5 Mhz a 108 Mhz, com Modulação em Frequência, ou Freqüência Modulada (FM). As transmissões em FM sofrem menos incidência de ruídos e apresentam maior fidelidade de resposta. Uma rádio em FM apresenta uma ótima qualidade sonora, adequada ao uso da estereofonia, mas com alcance limitado, chegando, em média, a um de raio de alcance de 100 quilômetros. A potência dos sistemas de emissão pode variar entre poucos watts (rádios comunitárias) até centenas de quilowatts, no caso de retransmissores de grande cobertura. BREAK: expressão inglesa usada em algumas emissoras para designar o intervalo comercial. BLOCO: conjunto de notícias, músicas ou matérias, situado entre dois intervalos comerciais ou institucionais. BG: abreviação de background, músicas ou sons de fundo que servem como suporte para a locução. O popular fundo musical. CABEÇA DA MATÉRIA: abertura de uma notícia ou reportagem. É o fato mais importante, destacado logo no início da informação, para prender a atenção do ouvinte. Geralmente a cabeça é lida pelo apresentador no estúdio. CHAMADA: flash gravado sobre a matéria ou programa, transmitido várias vezes durante a programação, para despertar o interesse do ouvinte. CLIPPING: conjunto de recortes de jornais e revistas sobre determinado assunto.

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COMENTÁRIO: é a opinião de alguém que conhece bem o assunto abordado pelo programa. O comentarista influencia o ouvinte e nunca é neutro: sempre servirá para emitir um juízo de valor. DECUPAGEM: processo de registro da ordem e da duração das diversas sequências de uma reportagem gravada, com anotação de frases capazes de identificá-las posteriormente, para fins de edição. DEIXA: palavras finais da matéria que indicam ao apresentador e ao operador de som o momento em que outro trecho da informação deve ir ao ar. EDIÇÃO: Feita atualmente com o auxílio de um computador, a edição serve para a produção e montagem de vinhetas, aberturas, spots e matéria radiofônica (seleção, corte e emenda de trechos das entrevistas gravadas). EDITORIAL: texto opinativo sobre determinado assunto que expressa a posição política da emissora sobre um fato específico. FLASH: rápido informe sobre um fato, dado pelo repórter ou pelo locutor. FONTE: é a origem da notícia, onde o radialista vai buscar a informação. A fonte pode ser: oficial (representantes do governo, instituições, escolas, universidades, e etc.), comunitária (pessoa da comunidade que tenha alguma relação com o assunto tratado), documental (quando o produtor do programa consulta arquivos, livros, documentos, páginas da Internet, e etc.) GANCHO: o elemento que justifica a matéria e a torna oportuna. É a relação da matéria radiofônica com a vida real do ouvinte. JABÁ: gíria que designa a veiculação de informações ou músicas mediante pagamento, “por baixo do pano”. O mesmo que “jabaculê”. JINGLE: mensagem publicitária ou institucional em formato musical, necessariamente curta, simples e fácil de memorizar. MICROFONIA: defeito de instalação de áudio em que o som dos auto-falantes retorna ao microfone, provocando um forte ruído. Isso ocorre com freqüência em rádio quando o entrevistado, por telefone, também está ouvindo a rádio e não reduz o volume. PAUTA: é o roteiro dos principais assuntos ou temas que merecem cobertura em um programa de rádio, contém o resumo do que deve ser apurado na reportagem e indicações básicas como, por exemplo: pessoas a serem ouvidas, meio de contato com elas ( tel., email, endereço, e etc.). PÚBLICO-ALVO OU PRIORITÁRIO: segmento da população que se pretende atingir e sensibilizar com uma campanha, programa, anúncio, notícia etc. RELEASE: texto informativo distribuído por artista, instituição privada ou governamental para ser divulgado pelo veículo, com informações básicas sobre determinado acontecimento ou evento. REPORTAGEM: conjunto de providências necessárias à elaboração de uma matéria radiofônica. Inclui pesquisa, entrevista, seleção de dados relacionados ao fato/acontecimento a ser veiculado.

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ROTEIRO: é o texto que serve de guia para a apresentação do programa. É uma prévia, no papel, de como o programa irá se desenvolver. Além do texto que será lido pelo locutor, no roteiro está descrito todo o trabalho técnico que deve ser feito pelo operador de áudio, como por exemplo: a música que vai ao ar, o momento da fala do locutor, as vinhetas de apresentação do programa e de passagem de blocos, os spots publicitários e institucionais, os efeitos sonoros, o BG, e etc. SPOT: comunicação breve em rádio, de mensagem comercial ou institucional. LIDE: forma aportuguesada de lead, que é a abertura da notícia. Relato do fato mais importante de uma notícia e que sintetiza a informação. NOTA: texto pequeno, de cinco a oito linhas, com informações objetivas sobre determinado fato, para ser lido em intervalos da programação musical. E uma forma de manter o ouvinte atualizado sobre assuntos variados. VINHETA: mensagem curta que marca a passagem de blocos do programa; composta com texto e efeitos sonoros, ou só com efeitos sonoros (o “plim plim” que demarca o início e o final de um bloco do programa). TEASER: breve e instigante chamada para promover uma notícia ou um programa que vem a seguir.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CÉSAR, Cyro. Rádio: A mídia da Emoção. São Paulo. IBRASA, 1989.

PRADO, Emílio. Estrutura da Informação Radiofônica. São Paulo, summus editorial, 1989.

LAGE, Nilson. Linguagem Jornalística. São Paulo, Ed. Ática, 1986.

PORCHAT, Maria Emília. Manual de Radiojornalismo (Jovem Pan). São Paulo, Ed. Brasiliense, 1986.

Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF. Chamada à ação: Manual do radialista que cobre educação. Brasília, 1997.

MOREIRA, Sônia Virgínia. Rádio Palanque. Rio de Janeiro, Mil Palavras, 1998.

FOGOLARI: Elide Maria. Laboratório de Rádio: a arte de falar e ouvir. São Paulo: SEPAC/ Paulinas. Sepac, São Paulo, 2003.