apostila - processo civil para a advocacia[1]

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PROCESSO CIVIL PARA A ADVOCACIA

PROF. FBIO BATISTA CCERES

1. LEI PROCESSUAL NO TEMPO A lei processual no retroage para atingir processos j encerrados, no entanto, pass a a reger os que ainda esto em andamento, mantendo todos os atos j praticados anteriormente nov a lei. Assim, a lei processual no retroage para atingir os atos jurdicos perfeitos. No processo civil existem atos instantneos e atos que perduram no processo -difer idos. Explico: a audincia sempre UNA (nica), no entanto, se por algum motivo a audincia no puder ser finalizada no mesmo dia, o Juiz poder marcar audincia em continuao para outro di a, no sendo nova audincia e sim continuao da anterior. Assim, se por ventura houver a entrada e m vigor de uma lei processual nova que elimine o ato de audincia do processo civil, obviamente que a quela audincia UNA dividida, ter que ser realizada, pois o ato processual se iniciou antes da entrad a em vigor da lei nova. Todavia, os atos j praticados sero preservados e os futuros devero se alinhar ao no vo procedimento, pois a aplicao da lei processual no tempo IMEDIATA. Assim, sempre que houver, no processo civil, um ato que se prolongue no tempo -d iferido, este ato ser inteiramente regido pela lei anterior. Se uma lei nova reduz o prazo para rec urso s ser utilizada se no prejudicar as partes. Ou seja, se o prazo j estiver em curso, permanece o anter ior, se ainda no estiver em curso o prazo, aplica-se a lei nova.

2. LEI PROCESSUAL NO ESPAO Vigora o princpio da territorialidade. O Cdigo de Processo Civil aplica-se em todo o territrio nacional, no sendo possvel a aplicao de legislao estrangeira. As normas do Cdigo de Pr cesso Civil so inderrogveis. 3. DOS PRINCPIOS GERAIS DO PROCESSO CIVIL 3.1. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO CIVIL 3.1.1. Devido Processo Legal (art. 5, LIV, da CF): para o processo civil o devido processo legal princpio informativo que abrange e incorpora todos os demais princpios, funcionand o juntamente com o contraditrio, ampla defesa e imparcialidade, como sistemas de garantias processua is bsicas de uma sociedade justa e democrtica; 3.1.2. Imparcialidade (art. 5, LV, da CF): a garantia de um julgamento proferido por juiz eqidistante das partes; 3.1.3. Contraditrio (art. 5, LV, da CF): consiste na outorga de efetiva oportunida de de participao das partes na formao do convencimento do juiz que prolatar a sentena. Por e le se possibilita s partes a oportunidade de manifestao a cada fato novo surgido no proce sso; 3.1.4. Ampla Defesa (art. 5, LV, da CF): consiste na possibilidade de utilizao pela

s partes de todos os meios e recursos legais previstos pela defesa de seus interesses e dire itos postos em juzo; 3.1.5. Motivao (art. 93, IX, da CF): a Constituio Federal exige dos rgos da jurisdio motivao explcita de todos os seus atos decisrios. Tal garantia assegura s partes o co nhecimento das razes do convencimento do juiz e o porqu da concluso exarada em sua deciso; 3.1.6. Publicidade (art. 5, LX, da CF): todos os atos praticados em juzo so dotados de publicidade, como forma de controle da atividade jurisdicional pelas partes e ga rantia de lisura de procedimento; 3.1.7. Duplo Grau de Jurisdio: toda deciso ou sentena judicial est sujeita, como regr a, a um reexame por instncia superior, provocado por recurso da parte possivelmente preju dicada com o ato judicial. 3.1.8. Celeridade Processual (art. 5, LXXVIII, da CF): direito fundamental inseri do pela EC 45/04 garante o direito a um processo sem dilaes indevidas.

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3.2. PRINCOS GERAIS INTERNOS DO PROCESSO CIVIL 3.2.1. Ao e Disponibilidade: a jurisdio inerte, vedado o seu exerccio de ofcio, deven o ser sempre provocada pelas partes; 3.2.2. Lealdade Processual: o princpio pelo qual as partes, mesmo estando em cont enda judicial, devem tratar-se com urbanidade e atuar com boa-f; 3.2.3. Oralidade: o processo oralizado tem a vantagem de estabelecer o contato d o julgador com as partes que se submetero sua deciso, possibilitando um julgamento mais justo e com maior fora de pacificao social da observncia do princpio da oralidade em audincia decorrem os princ ios da imediao e da identidade fsica do juiz; 3.2.4. Economia Processual: o princpio que informa a realizao dos atos processuais. Estes devem ser praticados sempre da forma menos onerosa possvel s partes dentre aquelas previstas na legislao processual. A anlise do Direito Processual Civil depende do estudo de quatro institutos funda mentais, quais sejam, a jurisdio, a ao, a defesa e o processo. 4. DA JURISDIO Tema relevante no estudo do processo civil o instituto da jurisdio. Isso porque na atividade jurisdicional do Estado que daremos soluo maior parte dos conflitos sociais existe ntes. Mas nem sempre foi assim. Historicamente, ao se estudar a atividade do Estado, c onstata-se que este no era presente na executoriedade das regras de conduta. Eram os prprios conf litantes (partes) que, utilizando da prpria fora (autotutela), objetivavam resolver os conflitos. Tnhamos a lei do mais forte contra o mais fraco a autotutela. Evidentemente, referida estrutura no garantia qualquer justia e anlise imparcial das questes, resultando inevitavelmente numa distoro do senso de justia e paz social. Nesse contexto, o Estado como ente soberano desenvolveu importante papel ao subs umir a funo de julgar os conflitos sociais, por meio da criao da atividade jurisdicional. Essa atividade passou a ser desenvolvida, em naes como o Brasil, por meio de um dos componentes da estrutura e statal, qual seja, o Poder Judicirio. A partir desse momento, a regra de soluo de conflitos passa a ser uma atividade do Estado, ficando resguardado como exceo o exerccio da autotutela (justia com as prpria s mos). Passadas essas breves, porm importantes observaes, pode-se afirmar que jurisdio uma atividade tpica do poder judicirio, consistente em intervir nas relaes sociais, quan do provocado, com a finalidade de dirimir conflitos, promovendo justia e paz social. Antes, porm, importante salientar que embora a tutela jurisdicional seja o meio p

rimordial de resoluo de lides na sociedade, o processo civil comporta outros meios de soluo de co nflitos. So elas: a) AUTOTUTELA: embora seja uma espcie primria de composio de litgios, ainda hoje os ordenamentos jurdicos prevem a possibilidade do ofendido agir imediatamente para r epelir a injusta agresso, ante uma situao de urgncia. o que ocorre com o possuidor que, quando turbad a a sua posse, poder exercer a legtima defesa ou, quando, esbulhada a sua posse, poder usar de esforo para restituir-se na posse por sua prpria fora, contanto que o faa logo (art. 1.210, 1 do C.C). Fora das escassas hipteses legais permissivas ou cessada a imediatidade da agresso, deve o agredido procurar o Poder Judicirio para a soluo da lide, sob pena de cometer o crime de exerccio arbitrr io das prprias razes.

b) AUTOCOMPOSIO: por essa forma de resoluo de conflito, uma das partes, ou ambas, abrem mo do interesse ou de parte dele. So trs as formas de autocomposio: a) desistnci a (renncia de direitos); b) submisso (renncia resistncia oferecida pretenso); c) transao (conc s recprocas). As formas de autocomposio podem ocorrer tanto dentro da relao jurdica proc essual (endoprocessual -art. 269, incisos II. III e V do CPC) como fora de um processo (extraprocessual).

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c) ARBITRAGEM (Lei n 9.307/96): a arbitragem substitui a jurisdio entre pessoas mai ores e capazes para dirimir litgios relativos a direitos patrimoniais disponveis. As part es tambm decidem qual norma ser aplicada ou no, ou seja, as regras de direito nacionais ou estrangeiras, desde que no viole a ordem pblica e os bons costumes. A arbitragem instituda mediante a conveno arbitral, de duas espcies: -clusula compromissria -compromisso arbitral. O rbitro pode ser qualquer pessoa capaz, de confiana das partes, desde que no suspe ita nem impedida. A deciso final denominada sentena arbitral, contendo relatrio, fundamentos e dispos itivos, com os mesmos efeitos da sentena judicial (art. 584, III, CPC), assim, a sentena arbit ral ttulo executivo judicial, nos termos do inciso IV, do artigo 475 N, do CPC. OBS.: Da sentena arbitral no cabe recurso, salvo solicitao de correo de erro, obscurid ade, dvida ou contradio, com comunicao outra parte. A sentena arbitral se for nula, pode ser impugnada por meio de ao anulatria, cujo pr azo decadencial de 90 dias ou, atravs de embargos do devedor, se a sentena arbitral fo r executada judicialmente. 4.1. JURISDIO EM ESPCIE funo do Estado, decorrente de sua soberania, de resolver conflitos, na medida em q ue a ela sejam apresentados, em lugar daqueles que no conflito esto envolvidos, atravs da a plicao de uma soluo contida no sistema jurdico. Divide-se em: a) Voluntria: o Poder Judicirio convocado no a dirimir conflito, mas atua na admini strao pblica de interesses particulares. A jurisdio voluntria est formalmente capitulada no s arts. 1.103 a 1.210, CPC: homologao de separao judicial consensual, abertura de testamento e codic ilo, herana jacente, declarao e diviso de bens de ausente, coisas vagas, curatela dos interdito s, organizao e fiscalizao das fundaes. b) Contenciosa: considerada a verdadeira e legtima jurisdio, pois tem por objeto a composio dos interesses e conflitos. 4.2 PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DA JURISDIO:

a) Substitutividade: ao exercer a jurisdio, o Estado substitui, como uma atividade sua, as atividades daqueles que esto envolvidos no conflito trazido sua apreciao; b) Lide: a existncia do conflito de interesses qualificado por uma pretenso resist ida uma caracterstica constante na atividade jurisdicional, quando se trata de pretenses i nsatisfeitas que poderiam ter sido atendidas espontaneamente pelo obrigado;

c) Inrcia: tambm caracterstica da jurisdio o fato de que os rgos jurisdicionais so, sua prpria ndole, inertes (nemo judex sine actore; ne procedat judex ex officio). Some nte em casos especiais, a prpria lei institui excees regra da inrcia dos rgos jurisdicionais, entre as quais, eocntra-se o processo de inventrio (CPC, art. 989); e d) Definitividade: outra caracterstica importante da jurisdio que os atos jurisdici onais e somente eles so suscetveis de se tornarem imutveis. A CF estabelece que "a lei no pr ejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada" (art. 5, inc. XXXVI).

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4.3 PRINCPIOS JURISDICIONAIS A jurisdio, como funo estatal de dirimir conflitos interindividuais, informada por a lguns princpios fundamentais: a) investidura; b) aderncia ao territrio; c) indelegabilida de; d) inevitabilidade; e) inafastabilidade ou indeclinabilidade.

5. DA COMPETNCIA (art. 86 e ss. CPC) Competncia justamente o critrio de distribuir entre os vrios rgos judicirios as atrib ies relativas ao desempenho da jurisdio para o melhor atendimento e realizao desta ativi dade, em consonncia com os princpios constitucionais. Primeiramente, analisemos a diviso das Justias : Justias Especiais: (competncia na CF/88) Eleitoral Trabalhista Penal militar Justias Comuns: Federal (art.109, CF) Estadual (competncia residual) 5.1. COMPETNCIA INTERNACIONAL Os artigos 88 a 90 do Cdigo de Processo Civil estipulam quando a jurisdio civil nac ional dever atuar sobre os conflitos de interesses. a) Da competncia concorrente (CPC, art. 88): a autoridade judiciria competente par a julgar, sem prejuzo da competncia das demais jurisdies estrangeiras, toda vez que: a.1) o ru for domiciliado no Brasil; a.2) a obrigao tiver ; ou, a.3) a lide decorrer de ato ou fato praticado no Brasil. Ressalte-se que entena estrangeira pode ser objeto de homologao pelo Superior Tribunal de Justia, .: no precisa de homologao do STJ o ttulo executivo extrajudicial para ser que preencha os requisitos do pas de sua constituio e que indica o Brasil imento. de ser cumprida no Brasil nestas hipteses, a s mediante o exequatur. OBS aqui executado, bastando como o local de seu cumpr

b) Da competncia exclusiva (CPC, art. 89): ocorre quando a autoridade judiciria br asileira a nica com competncia para solucionar o conflito, negando nosso ordenamento processu al qualquer validade a eventual deciso proferida por pas estrangeiro em a) aes relativas a imveis situados no Brasil ou b) inventrio e partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja estrangeiro e tenha residido fora do territrio nacional. OBS.: O artigo 90 do CPC impede o reconhecimento de litispendncia ou conexo entre demandas ajuizadas no Brasil e perante tribunal estrangeiro. 5.2. COMPETNCIA INTERNA

So as regras de competncia interna aquelas que indicaro quais os rgos locais responsve is pelo julgamento de cada caso concreto apresentado em juzo.

A primeira diviso administrativa da jurisdio aquela que determina a atribuio dos rgo jurisdicionais da justia federal e da justia estadual. 5.2.1. Justia Federal (art. 109 da CF): a) as causas em que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem inte ressadas na condio de autoras, rs, assistentes ou opoentes, exceto as de falncia, as de acide nte de trabalho e as sujeitas justia eleitoral e justia do trabalho; b) as causas entre Estado estrange iro ou organismo internacional e Municpio ou pessoa domiciliada ou residente no pas; c) os mandados de segurana e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuado os casos de competncia do s tribunais federais; d) as causas fundadas em tratado ou contrato da Unio com Estado estrangeiro ou organ ismo internacional; e) a disputa sobre direitos indgenas; f) as causas relativas nacionalidade e natural izao; e, g) a execuo de sentenas estrangeiras homologadas pelo STF.

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5.2.2. Justia Estadual Tambm chamada de residual, a competente para apreciao de todas as causas que no seja de competncia de qualquer outra justia especializada (justia federal, militar, do t rabalho e eleitoral).

5.3. CRITRIOS DE COMPETNCIA a) Territorial ou de Foro ( ratione loci ): o critrio indicativo do local onde dever s er ajuizada a ao. Indica qual a Comarca Justia Estadual) ou Seo Judiciria (Justia Federal) onde deve ser proposta a demanda. O foro comum o do domiclio do ru (art. 94, CPC). de natureza r elativa o critrio territorial, podendo ser alterado pelo consenso das partes (foro de eleio) ou pela renncia tcita do beneficiado pela norma legal (exceo de incompetncia relativa). Exceo feita natureza r elativa da competncia ratione loci a prevista no art. 95 do CPC, fixador do foro da situao da co isa para as causas fundadas em direito real sobre imveis (forum rei sitae). Assim, a incompetn cia no caso de propositura da ao fora do local da coisa absoluta e pode ser reconhecida de ofcio p elo juiz, independentemente de oposio de exceo declinatria. b) Matria ( ratione materiae ): determina-se a competncia dos juzos com relao matria discutida. Este critrio considerado de natureza absoluta, no comportando alterao pel a vontade das partes, podendo a no observncia da norma ser reconhecida de ofcio pelo juiz, a qual quer tempo e grau de jurisdio. (ex.: varas da famlia, de acidentes do trabalho, varas cveis, varas cri minais, varas dos registros pblicos etc). c) Pessoa ( ratione personae ): determina-se a competncia em razo de determinadas pess oas que gozam do privilgio de serem submetidas a julgamento por juzes especializados. Este critrio considerado de natureza absoluta. (ex.: empresas pblicas) d) Valor da Causa: este critrio de cunho eminentemente administrativo e fixado na s normas de organizao judiciria, se qualquer regulamentao pelo CPC. (ex.: juizados especiais cveis estaduais at 40 salrios mnimos; juizados especiais cveis federais at 60 salrios mnimos). e) Competncia hierrquica: a justia exercida em duas instncias. A primeira, inferior, constituda pelos juizes comuns e a segunda, superior, composta pelos tribunais (e x.: ao rescisria). 5.3.1. Critrios do Cdigo de Processo Civil Brasileiro: a) competncia objetiva: determinada atravs do exame de certos dados no processo, objetivamente. Os dados so: 1) natureza da matria; 2) qualidade da parte e, 3) val or da causa; b) competncia funcional: tem por contedo determinar a funo do juiz exercida no processo , bem como a

que pode vir a ser exercida no futuro, alm das regras determinadas pelas leis de organizao judiciria; c) competncia territorial: a competncia de foro. determinada segundo critrios estritam ente territoriais, como, p.ex., domiclio do ru e local do fato. 5.4. COMPETNCIA ABSOLUTA E RELATIVA a) Absoluta (material/funcional) -Nos casos de competncia determinada segundo o i nteresse pblico, em principio o sistema jurdico no tolera modificaes nos critrios estabelecidos , e muito menos em virtude da vontade das partes em conflito. Trata-se, dai, de competncia absolu ta, isto , competncia que no pode jamais ser modificada. No ocorre precluso, pode ser alegada em qualquer tempo de grau de jurisdio. Seu descumprimento possibilita a propositura de ao rescisria. Deve ser r econhecida de ofcio pelo juiz e alegada pela parte atravs de preliminar de contestao. b) Relativa (territorial/valor da causa) - competncia relativa, ao reverso, aquela que pode ser alterada pela vontad e das partes, pela conexo ou pela continncia de causas. Prorroga-se a competncia quando, sob certas co ndies, um rgo judicirio se toma competente para determinado processo que, segundo as regras c omuns, refoge de sua jurisdio. Contrato de adeso: A Lei 11.280/06 acrescentou um pargrafo nico no art. 112 do CPC dispondo que a nulidade da clusula de eleio de foro, em contrato de adeso, pode ser declarada de ofc io pelo juiz, que declinar de competncia para o juzo do domiclio do ru.

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Prorrogao de competncia -O juiz, a princpio, incompetente torna-se competente para a preciar o feito, se dela no declinar na forma do pargrafo nico do art. 112 ou por ausncia de oposio do ru via exceo, no prazo legal de resposta (art. 114). O juiz no pode reconhecer de ofcio, sa lvo se tratar-se de contrato de adeso com clusula de foro de eleio nula. Nesta hiptese o juiz, at o prazo para o oferecimento da exceo declinatria de foro poder de ofcio remeter os autos para o domic o do ru.

5.4.1. Conflito de Competncia -Aquele instaurado quando dois rgos presididos por se us respectivos juzos reclamam para si (positivo) ou negam (negativo) a competncia par a o julgamento de uma causa. Deve ser dirimido pelo rgo hierarquicamente superior. 5.4.2. Preveno da Jurisdio -Preveno a prefixao de competncia, para todo o conjunto das diversas causas, significa o juiz que o primeiro tomou conhecimento de uma d as lides coligadas por conexo ou continncia. Regras que devem ser observadas: a) quando os juizes forem da mesma competncia territorial, considera-se prevento aquele que despachar em primeiro lugar (art. 106 do CPC). b) quando os juizes forem de competncia territorial diversa, considera-se prevent o aquele na qual se efetivou a primeira citao vlida (art. 219 do CPC).

5.4.3. Perpetuao da Jurisdio -Definida a competncia de um juiz, a qual se determina n o momento em que ao proposta, permanece ela at o julgamento definitivo da causa. Este princpio chamado da perpetuao da jurisdio (perpetuatio jurisdictionis). O art. 87 consagra es sa idia, tem por fim evitar que uma causa iniciada numa comarca e num juzo seja deslocada para outro p or razes de fato ou de direito ocorridas posteriormente. Esse princpio mais um desdobramento do princp io do juiz natural e salutar porque vincula a causa ao juzo em que foi legitimamente proposta; nem a a lterao do domiclio do ru, nem alterao da circunscrio territorial da comarca, nem a criao de novos juzos, sa de competncia material especializada ou supresso do rgo judicirio (art.87 CPC), modifica ro o poder de decidir a causa que tem o juiz originrio. 5.4.4. Prorrogao - atribuio de competncia a quem no tinha. A prorrogao se d apenas com relao competncia relativa. A prorrogao, segundo a lei e a doutrina, pode ser lega l e voluntria. 5.4.4.1. Prorrogao legal: aquela que decorre da lei, como nos casos de conexo, cont inncia e juzo universal. 5.4.4.2. Prorrogao voluntria: aquela que decorre da vontade das partes. Pode ser: a) convencional (art. 111 CPC): foro de eleio. b) tcita (art. 114 CPC): se a parte no opuser exceo de incompetncia no prazo de 15 di as, a

possibilidade de argio de incompetncia ficar preclusa, prorrogando-se, automaticament e, a competncia. 6. DA AO Ao o direito pblico abstrato de requerer a tutela jurisdicional do Estado, sempre q ue dela se precisar para a soluo de determinada lide ou para a declarao de uma afirmao de direito que se faz. Como o Estado detm a jurisdio, o particular tem a outra face, pois ao lado do poder d ever do Estado h o direito do cidado. Processo o instrumento de que se vale o rgo jurisdicional para solucionar o litgio submetido a sua apreciao. O processo concebido como o procedimento em contraditrio. 6.1. Condies da Ao O direito de ao, todavia, condicionado, e seu exerccio depende do preenchimento de critrios estabelecidos pelo legislador infra-constitucional, que so: a) L -legitimidade de parte b) I-interesse de agir c) PO -possibilidade Jurdica do Pedido

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a) Legitimidade Ad Causam: O legitimado aquele que entende ser titular do direit o material, a grosso modo poderamos dizer que a legislao exige para um julgamento de mrito que o t itular do direito material promova a ao contra aquele que deveria t-lo respeitado. a.1) Legitimao ordinria a regra geral -quem est autorizado a demandar quem for titul ar da relao jurdica. a.2) Legitimao extraordinria: consiste na autorizao legal para que algum demande em no me prprio sobre relao jurdica de que titular terceiro. Decorre de lei expressa. No artigo 3 do CPC, verificamos a exigncia da legitimidade como condio da ao. O artigo 6 do CPC dispe que ningum est autorizado a demandar sobre direito alheio, cada um deve d emandar sobre os seus direitos ordinariamente; somente existindo lei expressa admite-se que al gum demande sobre direito alheio. A Legitimao Extraordinria, pode ser: a) derivada ou conseqente: surge em decorrncia de um fato que desencadeia essa leg itimao. S nasce esta aps alguma omisso. b) originria: quando desde logo ela existe. O terceiro est sempre legitimidade Outros Critrios: c) exclusiva: quando a lei impede o legitimado ordinrio de propor, exemplo nos ca sos de bens dotais, o marido tem legitimidade para defender os bens dotais da esposa. d) concorrente: pode propor o legitimado ordinrio e o derivado. Obs.: Distino entre legitimao extraordinria ou substituio processual, representao processual e sucesso processual: substituio processual: quando a lei autoriza que algum demande, em nome prprio, sobre direito alheio. Quem parte exerce toda autoridade processual a substituio, cabendo ao substitudo, apenas suportar os efeitos da demanda. representao processual: verifica-se quando algum (o representado) demanda por intermd io de outrem (o representante) Aqui, o representado sofre tambm os resultados da ao. O representante atua em nome alheio sobre direito alheio. sucesso processual: d-se quando a parte vem a falecer, sendo sucedido por seu espol io ou seus herdeiros. O desaparecimento da parte traz outra ao processo para que seja possvel o seu prosseguimento. Portanto, a identificao dos legitimados depende da anlise do direito material e dos respectivos sujeitos. b) Interesse de agir

Este pode ser empregado em duas acepes: interesse material: a pretenso no plano do direito material; o contedo. interesse processual: a necessidade de se recorrer ao Judicirio para obteno do resul tado pretendido, independentemente da legitimidade ou legalidade da pretenso. S podendo a ao ser exercida se a pretenso contiver os requisitos da: a) necessidade: significando dizer que o Poder Judicirio somente atua se o requer ente precisar dele, para alterar uma situao jurdica. O Poder Judicirio no responde a consultas, no t em funo consultiva e tambm no decide sobre direito em tese, salvo a ao declaratria inconstitu cionalidade ou

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constitucionalidade. Essa necessidade decorre de dois fenmenos. b) adequao: a perti nncia da pretenso pretendida em corrigir o tipo de leso que est sofrendo. c) utilidade -a do utrina dominante no sentido de que o Cdigo exige, quanto ao interesse, tambm a utilidade. Como sabido o Cdigo e, princpio s admite a provocao do Poder Judicirio, quando o autor tiver necessidade de obter o provimento jurisdicional e quando esse provimento lhe puder trazer alguma utilid ade. c) Possibilidade Jurdica do Pedido: Normalmente a impossibilidade decorre de uma proibio na causa de pedir -o pedido at existe em tese, mas em outra situao. Ex.: cobrana de dvid a de jogo. A proibio deve ser expressa, pois se bastasse uma interposio, o direito no evoluiria. A proibio pode decorrer de princpios constitucionais. Art. 1 -separao de poderes.

6.2. CARNCIA DA AO Ocorre quando h a ausncia de qualquer das condies da ao. Nesse caso, o processo extin o sem apreciao do mrito. 6.3. ELEMENTOS DA AO As aes so identificadas e diferenciadas por seus elementos, a saber: a) partes: so os autores e rus que consistem nos sujeitos ativos e passivos do pro cesso. b) causa de pedir: resulta da soma dos fundamentos jurdicos e de fato que geraram o pedido. b.1) Remota: so os fatos deduzidos pelo autor na inicial e que materializam seu a legado direito (Ex: acidente). b.2) Prxima: so os fundamentos jurdicos da pretenso (Ex: dever de indenizar). a causa da ao, o fato jurdico que o autor coloca como fundamento de sua demanda. O art. 282, III estabelece como requisitos da petio inicial o fato e os fundamentos jurdico s do pedido . A causa de pedir constitudo do elemento ftico e da qualificao -jurdica que dele decorre. O CPC adotou a teoria da substanciao, ou seja, o autor tm o nus de descrever os fato s. A descrio da substanciao da causa de pedir. Essa descrio de dois tipos:

1) fatos bsicos: que descrevem a relao jurdica. Revela qual a relao que est em crise 2) fatos recentes: so os fatos que desencadeiam o interesse de agir; o fato contrr io ao ru. o fato que causa a leso, o prejuzo ou o dano.

c) Pedido: o objeto da ao, ou seja, o provimento jurisdicional solicitado. Poder se r Imediato (tipo de tutela desejada), ou, Mediato ( a prestao de direito material bem da vida propriamente dito). 7. DO LITISCONSRCIO (art. 46 e ss. CPC) H litisconsrcio quando, em um ou ambos os plos da demanda. demonstrar-se uma plural idade de pessoas. Ativo (pluralidade de autores) Passivo (pluralidade de rus) Misto (pluralidade em ambos os plos da demanda) Facultativo (litisconsrcio formado por vontade das partes) Necessrio (litisconsrcio formado em decorrncia de obrigao legal) Simples (a relao jurdica no exige sentena nica) Unitrio (a relao jurdica exige que deciso seja igual para todos os litisconsortes) 7.1. ESPCIES DE LITISCONSRCIO O Litisconsrcio pode ser:

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a) originrio: quando se instaura desde logo. b) ulterior: quando a pluralidade de sujeitos ocorre posteriormente a propositur a da demanda e citao do ru, sendo admissvel nos casos expressos em lei, como ocorre no chamamento a o processo ou da denunciao da lide. Ou, segundo critrio ser ou no dispensvel a presena de mais de um sujeito no plo ativo ou passivo da ao, pode ser: c) facultativo: decorre da reunio de autores e rus, por escolha do autor ou pelo c onjunto de autores. d) necessrio: se d na ao que pode ser intentada pr ou contra duas ou mais pessoas, se ja por disposio da lei, seja em razo da natureza da relao jurdica material posta em juzo. 7.1.1. Litisconsrcio facultativo ou voluntrio (art. 46 CPC): I -comunho de direitos: ocorre quando duas ou mais pessoas promovem o mesmo bem j urdico ou tm o dever da mesma prestao. No se trata de direitos ou obrigaes idnticos, iguais, osto que diversos, mas de um nico direito com mais um titular ou de uma nica obrigao sobre a qual mais de uma pessoa seja devedora. Pode derivar: a) dos mesmos fatos duas pessoas extraem con seqncias jurdicas e diferentes desejam litigar conjuntamente. b) de diferentes fatos duas pessoas ex traem a mesma qualificao jurdica, litigam em litisconsrcio. II -conexo: quando lhes for comum o objeto (pedido) ou a causa de pedir. O dispos itivo justificase porque a identidade de um ponto de fato ou de direito pode levar a uma prova nica ou a uma soluo anloga para casos semelhantes, com economia processual e preveno do perigo de decise s conflitantes. 7.1.2. Litisconsrcio Necessrio (art. 47 CPC) -o Cdigo definiu o litisconsrcio necessr io como litisconsrcio unitrio, isto , aquele em que sentena tem que ser obrigatoriamente uni forme entre as partes. Todavia, em diversos dispositivos do Cdigo pode no existir a uniformidade no plano do direito material da sentena a ser proferida ex.: usucapio -a ao pode ser julgada procedente em relao a alguns e no em relao a outros confrontantes. (a lei exige a citao de todos). Concluise, portanto, que nem sempre o litisconsrcio necessrio se funda na unitariedade. e que, de regra o l itisconsrcio unitrio necessrio, salvo o caso de solidariedade ou o de condomnio, nos termos da Lei Civi l (art. 1.314 do CC). Dispe o artigo citado: Art. 1.314 - Cada condmino pode:

I -usar livremente da coisa... II -reivindic-la de terceiro Assim, haver litisconsrcio quando a lei o determinar, tornando obrigatria a presena de mais de uma pessoa no plo ativo ou no plo passivo da demanda. Se o autor no colocar no plo p assivo todos os litisconsrcios necessrios, o juiz poder determinar que ele promova a citao de todos, sob pena de extino de processo. Esse chamamento de pessoas determinado pelo juiz denomina-se i nterveno iussu iudicis . 8. DA INTERVENO DE TERCEIROS A regra o princpio da singularidade onde apenas as partes se manifestam o curso d a demanda e somente estas esto sujeitos a eficcia das decises. Todas as formas de interveno so exc ees a regra da singularidade, e como excees s podem ocorrer com a devida autorizao legislativa. O legislador incorre em erro ao realizar um captulo das intervenes de terceiro, no porque os inst itutos ali compreendidos no sejam modalidades de intervenes mas porque deixa algumas modalidad es fora deste captulo, como a assistncia e o recurso de terceiro prejudicado. Em algumas oportun idades o prprio processo (autor ou ru) quem convida algum alheio a participar (chamamos esta modal idade de provocada), em outras o prprio terceiro quem se dirige a relao processual (chamamos de espontnea). 8.1. FORMAS 8.1.1. Provocadas: requisio para o processo por uma das partes a) nomeao;

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8.1.2. Espontneas: a iniciativa do terceiro para o ingresso no processo voluntria a) assistncia; b) oposio c) recurso de terceiro prejudicado. Em sentido genrico, ocorre quando algum, devidamente autorizado em lei, ingressa e m processo alheio, tornando complexa a relao jurdica processual. 8.2. ASSISTNCIA Configura-se quando a relao jurdica do assistente para com o assistido depende da r elao jurdica que este mantm com um terceiro. (direito de intervir o terceiro na causa n a qual tenha interesse jurdico em que a sentena seja favorvel a uma das partes) Ex.: a relao que o sublocatri o mantm com o locatrio depende da relao que este mantm com o locador. Se o assistido for revel, pode assumir a causa como ru feitor de negcios. Se, todavia houver confisso, desistncia da ao ou tran signcia, nada pode o assistente fazer, pois, terminado o processo, cessa a interveno do assisten te. A revelia do assistido ensejar uma forma de substituio processual, segundo o qual o assistente, em nome prprio movido for o interesse decorrente do prejuzo jurdico que a sentena poder lhe causar, impulsionar a demanda em favor do assistido, porque a sentena a este atingir em seus efeitos dir etos. 8.3. OPOSIO Regula o ingresso de terceiro, em processo pendente, nos casos em que este terce iro tenha pretenso excludente da do autor e da defesa do ru, e objetive excluir o autor e o ru acerca do direito ou coisa, objeto do litgio. Dependendo do momento que se instaure a conseqncia dada pe lo cdigo distinta. Se antes da audincia a mesma apensada aos autos da ao principal e julgada numa s sentena. Se aps a audincia seguir a oposio o rito ordinrio, caso em que o juiz poder restar a ao principal para realizar julgamento conjunto.

8.4. NOMEAO AUTORIA ato atravs do qual o mero detentor, nos termos do artigo 62 do CPC, tendo sido er roneamente demandado, declara ao autor quem deve ser o verdadeiro ru, ou seja, aquele em nom e de quem detm o bem que lhe est sendo demandado. A situao de fato leva o autor a erro, cite disto o cdigo abre exceo ao princpio da fixao das partes e possibilita a alterao do ru. Em suma d vida ao proce so culminado a extino sem exame de mrito por ilegitimidade de partes. 8.5. DENUNCIAO DA LIDE

a forma reconhecida pela lei como idnea para trazer terceiro ao processo (litisde nunciado), a pedido da parte, autor e/ou ru, visando eliminar eventuais ulteriores aes regressiv as, nas quais o terceiro figuraria, ento, como ru. Em outras palavras, consiste em chamar terceiro (denunci ado), que mantm um vnculo de direito com a parte (denunciante), para vir responder pela garantia do negcio jurdico, caso o denunciante saia vencido do processo.

8.6. CHAMAMENTO AO PROCESSO uma forma de interveno de terceiros provocada, competindo ao ru, que tem relao de solidariedade em face de outrem, cham-lo para participar do processo e em face de le, ser dada a cota parte de sua responsabilidade. OBS.: Difere da denunciao -nesta o denunciado no tem relao jurdica com o adversrio; no chamamento o chamante tem relao jurdica com o adversrio -v culo de solidariedade. No possvel o chamamento em processo de execuo porque basta que o exec utado pague, se no pagar o avalista pode pagar e tem autorizao de regresso. Atualidade do chamamento ao processo a de que o ru possa, desde logo, obter um titulo executivo contra o deve dor principal os outros fiadores ou os outros devedores solidrios. No caso especfico do fiador que seja ex ecutado, no se aplica o instituto do chamamento ao processo, tpico do processo de conhecimento, mas a d e alegao do beneficio de ordem, previsto no art. 595 do CPC.

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9. DA CITAO o ato pelo qual o autor chama o ru ou o interessado ao processo para se defender.

Intimao o ato pelo qual se d cincia a algum dos atos e termos do processo para que fa ou deixe de fazer alguma coisas (art. 234, CPC). 9.1. CLASSIFICAO a) FICTA: edital ou hora certa a.1) Citao por hora certa: hipteses de cabimento arts 227, 228 do CPC. A formalidad e prevista no art. 229 do CPC, apesar de indispensvel, no mais pertence ao procedimento citatr io, de modo que os prazos decorrentes da citao correm da data da juntada do mandado em cartrio e no do envio da carta. a.2) Citao por edital: A condio de ser o ru pessoa incerta, se incerto ou no sabido o seu paradeiro ou ainda a inacessibilidade do local em que se encontre pode ser compr ovada pelo oficial de justia aps a tentativa de citao pessoal por mandado. Todavia, as circunstncias podem j ser de conhecimento do autor, que pode desde logo, requerer a citao por edital, justifica ndo as razes do pedido (arts. 231 a 233 do CPC). Os requisitos esto descritos no art. 232. So todos requi sitos essenciais. A falha de qualquer um deles anula o ato. Para essas duas hipteses de citao, sendo o ru revel, dever ser designado um curador n os termos do art. 90, II do CPC b) REAL: pelo correio ou oficial de justia OBS.: Com a edio da Lei n 8.710/93, as citaes passaram, de regra, a ser efetuadas pel o correio nos termos do artigo 222 do CPC. Ressalta-se, que existem excees previstas no prprio ar tigo quanto ao cabimento da citao pelo correio, como nos casos de citao da Fazenda Pblica ou dos inc apazes.

Citao por meio eletrnico( CPC, art. 221, IV): o art. 9 da Lei n 77.419/2006 prescreve u que, no processo eletrnico, todas as citaes, intimaes e notificaes, inclusive da Fazenda Pbli sero feitas por meio eletrnico. Cabe ao autor, na petio inicial, indicar o endereo eletrnico do ru . 9.2. EFEITOS DA CITAO (art. 219, CPC): 9.2.1. Tornar prevento o juzo -significa a fixao de competncia de um juzo em face de outros juzos que tambm seriam em tese competentes. 9.2.2. Induzir litispendncia - um fato processual da existncia de um processo em an damento. O segundo processo, se j instaurado, deve ser extinto e, salvo se por qualquer ra

zo, o primeiro foi antes extinto sem julgamento do mrito tambm. Se no instaurado, deve ser rejeitado (art. 2 67, V). O efeito negativo da litispendncia, ou seja a proibio de existir ao idntica matria de ordem p a, que o juiz pode conhecer de oficio, a qualquer tempo, em qualquer grau de jurisdio. As aes so idn ticas quando h identidade de partes, o pedido e causa de pedir. 9.2.3. Tornar a coisa litigiosa -quando o bem material sobre o qual litigam as p artes coisa infringvel, a citao vlida vincula definitivamente ao processo e seu resultado Isto no quer dizer que a coisa se torna inalienvel, mas sim que qualquer alterao jurdica em sua titularidade irrelevante e ineficcia para o processo; Assim, a alienao da coisa litigiosa no altera a legitimid ade das partes, que continuam a demanda como partes principais; a execuo da sentena vai alcanar a coisa, ainda que em mos de terceiros, porque a eventual alienao se considera em fraude de execuo -(art. 5 92 V, do art. 593, I CPC). 9.2.4. Constituir o devedor em mora -fica o devedor em situao de descumprimento da obrigao; ou a dvida liquida e certa, e neste caso a mora ocorre a partir do vencime nto, ou a dvida ser declarada no prprio processo, ficando o devedor em mora a partir da citao, porque e sta a ltima oportunidade para que o ru deixe de opor-se ao cumprimento da obrigao ainda sem nus. Se resistir e vier perder demanda arcar com os efeitos da mora a partir da citao, inclusive os ju ros legais. 9.2.5. Interromper a prescrio OBS.: a) O comparecimento espontneo do ru no processo supre a necessidade da citao ( art. 214, 1,

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b) A regra que as citaes obedeam o requisito da pessoalidade. O artigo 215 do CPC, traz, porm, as excees a essa regra: menor, procurador com poderes especficos, mandatrio, ad ministrador, feitor ou gerente. c) O ru poder ser citado em qualquer lugar que for localizado (art. 216,CPC) d) Os artigos 217 e 218 do CPC trazem casos em que a citao no se realiza seja por r espeito a dignidade humana, seja por impossibilidade da parte demente.

10. DO NUS PROCESSUAL Praticado um ato processual por impulso oficial, j se desencadeia o nus de pratica r outro, para a parte ou para a parte contrria. E uma situao prevista em lei, que admite alternativ a, mas optando por uma delas, o processo se desenvolve de uma determinada maneira. O nus processual no se confunde com dever -este uma situao de contedo exigvel aquele a oportunidade de agir, preven o a lei, no caso de omisso, determinada conseqncia jurdica que aparte escolhe livremente. O prim eiro nus processual o nus ao prprio processo: o autor tem o nus de demandar para poder obter o que pretende contra o ru; proposta a ao tem o nus de proporcionar os meios para a citao do ru, de r querer prova e apresent-la, de recorrer, de no aceitar alguma deciso do juiz etc. O ru tem o nus d e contestar, de produzir prova em certas condies de recorrer etc. Os nus processuais se dizem: a) perfeitos ou plenos: quando da prtica, ou no, de um ato, ou do modo de pratic-lo , resulta de uma situao irreversvel -Ex. nus de recorrer. b) imperfeitos ou diminudos: so aqueles que admitem a prtica posterior, a reverso, no ocorre a precluso. Ex. a falta de contestao naqueles processos cujo objeto sejam direitos indisponveis. Este instituto dirigido as partes, o juiz tem dever-poder, no h precluso para ele. Trs hipteses ligadas ao fenmeno da PRECLUSO: a) precluso lgica: decorre da prtica sem reservas de um ato incompatvel Ex.: inquili no, sem reservas, deixa o imvel no pode recorrer; b) precluso temporal: decorre do decurso de prazo para a prtica do ato. c) precluso consumativa: ocorre quando a parte podendo praticar o ato de mais de uma maneira escolhe uma, no pode praticar as demais.

Os atos das partes, por conseguinte, correspondem aos nus estabelecidos pelo dire ito processual e elas o praticam com o fim de obter uma situao favorvel, tendo em vista o resultad o final que a expectativa de vencer a demanda. Sob o aspecto formal, os atos da partes podem ser peties, cotas e condutas de inte resses. 11. DAS NULIDADES (art. 243 e ss. CPC) 11.1. ABSOLUTA Resulta da violao de norma de interesse pblico, ex.: a falta de uma das partes esse nciais da sentena. Deve ser reconhecida de ofcio, em qualquer grau de jurisdio. 11.2. RELATIVA Violao de norma cogente de interesse das partes e no ao interesse pblico. O juiz s po de reconhecer a nulidade relativa se a parte que se sentir prejudicada pelo ato pro ceder provocao. Assim, se a nulidade relativa no for alegada na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos a matria restar definitivamente preclusa, transformando o ato nulo em vlido. So exemplos de nulidade relativa: (a) os atos praticados por juiz relativamente incompetente; (b) penhora de bem desre speitando a ordem de preferncia contida no art. 655 do CPC etc.

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11.3. DISTINO ENTRE NULIDADE DE ATOS E A NULIDADE DO PROCESSO A nulidade do ato o vicia individualmente por falta de um dos seus elementos, at ingindo todos os atos dele decorrentes. A nulidade do processo no se refere a atos individualmente , mas a requisitos de validade da prpria relao processual que une autor, juiz e ru. Ex.: a falta de pressu postos no anula atos, mas o processo.

11.4. PRINCPIOS QUE REGEM A NULIDADE 11.4.1. Princpio da instrumentalidade artigo 244, complementado pelo 1 do art. 249 do CPC. Se o ato, ainda que praticado de maneira diversa disposta em lei, alcana sua fina lidade e no causar prejuzo parte, dever ser mantido. Esse princpio no se aplica nulidade absoluta, conf orme preceitua o art. 244 do CPC: ... sem cominao de nulidade... em face do interesse pblico, presumid o em carter absoluto (vide art. 249, 1 e 2 do CPC). 11.4.2. Princpio da causalidade ou de conseqncialidade -decretada a nulidade de um ato tambm sero considerados de nenhum efeito todos os subseqentes que dele depender (ar t. 284 do CPC); 11.4.3. Princpio da conservao dos atos processuais - uma complementao ao principio anterior, a contrrio senso, a nulidade de uma parte do ato no prejudicar as outras que dela sejam independentes e, muito menos, outros independentes; 11.4.4. Princpio do interesse de agir -quem deu causa nulidade no pode requer-la ne m se repetir o ato em favor de quem no sofreu prejuzo. No se aplica tambm essa regra no ca so de nulidade absoluta. 11.4.5. Princpio da economia processual -conservam-se os atos no atingidos pela nu lidade (arts. 248, 249 e 250 do CPC); 11.4.6. Princpio da precluso -no caso de anulabilidade ou nulidade relativa, no dec retada de oficio, deve a parte interessada aleg-la na primeira oportunidade que tiver de fa lar nos autos, sob pena de precluso. No se aplica s nulidades absolutas e, no caso da parte provar ter tido le gtimo impedimento de alegar. OBS.:-Art. 246 do CPC ocorre a nulidade absoluta caso o Ministrio Pblico deixe de ser intimado, nos casos previstos do art. 82 do CPC, em face do interesse pblico, salvo se apesar d a falta de sua intimao, o interesse foi preservado. -O ato ser considerado sanado ou convalidado se a parte expressamente aceitar ou no caso que no haja nulidade absoluta deixar de se manifestar contra o modo como foi praticad o. Aps a coisa julgada no mais possvel a argio de nulidade processual. Logo aps o trnsito em julgado da sen , restam os casos de rescindibilidade da sentena, relacionados no art. 485 do CPC, que no so casos de nulidade mas de nova ao, tendente a desfazer a coisa julgada.

12. DA FORMAO, SUSPENSO E EXTINO DO PROCESSO (art. 262 e ss. 12.1. FORMAO (arts. 262 e 263 do CPC) O processo comea com a iniciativa das partes e se completa com a da a citao, defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir Aps o saneamento nada poder ser alterado, mesmo com o consentimento do do CPC). Pode haver: a) Alterao subjetiva:

CPC) citao do ru. Efetua consentimento do ru. ru (art. 264, nico

interveno de terceiros sucesso processual (art. 43 -direitos transmissveis) b) Alterao objetiva: -denunciao da lide; chamamento ao processo; oposio; reconveno; incidente de falsidade; fato novo etc. 12.2. SUSPENSO O Cdigo relaciona nos incisos do art. 265 do CPC, as causas de suspenso do process o:

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III -divergncia terminolgica entre este inciso e o art. 306 do CPC. Suspende o pro cesso quando for oposta a exceo ou recebida a exceo? Prevalece o entendimento do inciso II, quand o for oposta. Se o juiz rejeitar a exceo de plano, o processo fica suspenso somente naquele perodo; IV -prejudicialidade em sentido amplo, nas hipteses das alneas a e c . Estas causas so de prejudicialidade externa, mesmo no caso da letra c , que poderia dar a entender tratar-se de declarao incidente de questo de estado requerida no mesmo processo. A letra b no de fato uma prejudicial, mas sim uma preliminar. Prejudicialidade dife rente de preliminar. preliminar: toda questo anterior deciso definitiva e que impede o conhecimento do mrito. Litispendncia, coisa julgada, incompetncia absoluta. Mrito -prescrio e decadncia. pontos prejudiciais: so os fatos afirmados pelo autor que so antecedentes lgicos da relao jurdica que encerra seu pedido. Se o ru no impugnar o ponto prejudicial, o juiz o d ar como certo. Se o ru impugnar o ponto prejudicial -aquele ponto torna questo prejudicial. uma relao an tecedente. Alnea a -chamada ao prejudicial externa -nunca se suspende a ao, se a ao de prejudicialidade foi proposta posteriormente. Alnea c -no existe, porque a questo de estado decidida no prprio processo. Logo, a suspenso nunca se aplica. O julgamento simultneo. Ex. reconveno. VI nos demais casos que o Cdigo regula. Ex.: incidente de falsidade; embargos de terceiros, se abranger a maioria dos bens penhorados; denunciao da lide e chamamento do processo , enquanto se faz a citao do denunciado e do chamado. O ato praticado durante a suspenso nulo, exceto aqueles atos urgentes, a fim de s e evitar dano irreparvel.

12.3. EXTINO DO PROCESSO natural -sentena com resoluo do mrito anmala -sem resoluo do mrito 12.3.1. Extino do processo sem resoluo de mrito Com a nova redao dada pela Lei 11.232/05, o caput do artigo 267, CPC, que anterior mente lia-se: sem julgamento de mrito ; agora se l: sem resoluo de mrito , que ao nosso ver mais a ao tratar da questo, uma vez que, nesta modalidade, o julgamento da causa no resolve o mrito da lide. Nesse sentido, o artigo em comento, relaciona as hipteses de extino do processo sem resoluo de mrito, ou seja, no abarca o mrito da causa. Logo, admissvel a repetio da ao, desde e corrija o defeito que levou extino. No ocorre a coisa julgada material, ou seja, sanado o vc io e pagas as

despesas do processo anterior extinto, no h bice em que o autor intente de novo a ao -art. 268 do CPC. OBS.: Somente quando ocorrer qualquer das hipteses previstas no inciso V, deste a rtigo, que o autor fica impossibilitado e ingressar com nova ao, no mesmo sentido da ao anteriormente p roposta, tendo em vista que, tais hipteses previstas, so impeditivas para a constituio e desenvolvi mento regular do processo. So os casos de: Litispendncia, Coisa Julgada e Perempo. -Inciso I -o indeferimento se d conforme as situaes do art. 295; -Inciso II -quando o abandono for do autor (inciso III) depende de requerimento do ru no podendo, pois, ser decretada de oficio sem ouvir-se o ru ou sem que este aceite. O abandono uma forma de desistncia tcita, de modo que, se o ru desejar, pode pedir que o processo contin ue mesmo com a desistncia expressa ou abandono, at a sentena de mrito. Decorridos os 30 dias, diante do requerimento do ru o juiz poder de deixar de decr etar a extino se o autor, comparecendo, justificar a demora, admitindo-se at, a concesso de prazo adi cional para que se cumpra a diligncia, se houver razo relevante. Esses dois incisos dependem de intimao do Autor, para evitar a desdia do Advogado. -Inciso IV -falta de pressuposto processual, porm pode no acarretar desde logo a e xtino. Pressupe anterior tentativa de saneamento do processo e correo do vicio ou que o de feito seja insuprvel. Ex.: a incapacidade das partes provoca primeiro, a suspenso do processo , marcando o juiz prazo para que seja sanado o defeito, e, depois a nulidade do feito e sua conseqe nte extino se nele nada puder ser preservado (art. 13). Conclui-se, portanto, que a extino somente oc orre se no for possvel a preservao, ainda que parcial, do processo. -Inciso V -as hipteses previstas so impeditivas da constituio e desenvolvimento regu lar do

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processo. So os chamados pressupostos objetivos negativos, porque no podem existir para que o processo seja vlido. So eles: a) Perempo: a perda do direito de demandar daquele que, por trs vezes, deu causa ex tino do processo por abandono, com fundamento no inciso III, do mesmo art. 267.

b) Litispendncia: a situao que gerada pela instaurao da relao processual (art. 219 efeito da citao), produzindo o efeito negativo de impedir a instaurao de processo co m ao idntica. c) Coisa julgada: a imutabilidade da deciso que ocorre depois de esgotados todos o recursos e que impede o conhecimento repetido da lide pelo judicirio. A coisa julgada, que c onsiste na imutabilidade da deciso mais o efeito negativo de impedir que a lide seja novamente discutida, somente ocorre com a sentena de mrito e se chama coisa julgada material. O fundamento do efeito negativ o impeditivo de nova demanda em virtude da litispendncia e da coisa julgada est na necessidade de estab ilidade das relaes jurdicas, que no podem permanecer eternamente em discusso. -Inciso VI -a extino do processo sem julgamento de mrito por ausncia de uma das cond ies da ao no faz coisa julgada material, e, portanto, admite posterior reiterao da demand a (art.268 CPC). -Inciso VII -o compromisso arbitral o acordo, judicial ou extrajudicial, formal, solene e escrito, que pessoas capazes de contratar podem fazer em matria de direitos patrimoniais d isponveis, submetendo as questes relativas a esses direitos a rbitros no pertencentes ao Poder Judicirio. regulado pelos arts. 1.072 a 1.077 do CPC.

-Inciso VIII -se o autor desistir da ao, extingue-se tambm o processo como conseqncia . A desistncia distingue-se da renncia, porque esta atinge o prprio direito discutido, ao passo que a primeira, apenas a ao, que poder, novamente, ser intentada, salvo a ocorrncia de fato superven iente impeditivo, como por exemplo, a decadncia. A desistncia at o prazo para resposta ato unilateral do autor e produzir efeito extintivo do processo independe de manifestao do ru. Aps a manifestao, s se consuma a desistncia se o ru consentir (art. 267, 4 CPC). Se o ru revel a desistncia no depende da manifestao ou concordncia do ru (no contestou -desinteresse). Se h litisconsrcio pa sivo, deve haver concordncia de todos os rus, o mesmo acontecendo se houver intervenientes ob rigatrios. A desistncia s produz efeitos depois de homologada por sentena art. 158, nico do CPC. -Inciso IX -trata-se de aes fundadas em direito personalssimo, como por exemplo, o ptrio

poder, o direito a alimentos, o usufruto, o direito separao judicial etc. A morte do autor ou do ru, ou de qualquer um deles, conforme o caso, no transmite o direito que se funda a ao, , por conseqncia, no transmite a ao, provocando a extino do processo, porque ningum pode nele prosseguir. H casos, porm, que a lei atribui o carter personalssimo iniciativa da ao, permitindo o prosseg uimento pelos sucessores como, por exemplo, a ao de revogao de doao por ingratido do donatrio, conf e preceitua o art. 555 do Cdigo Civil. -Inciso X -a confuso extingue a obrigao quando na mesma pessoa se confundem as qualidades de credor e devedor. -Inciso XI -entre outros, podem ser citados os casos dos arts. 48, nico do CPC (e xtino se o autor deixa de promover a citao dos litisconsortes necessrios) e art. 794, I CPC (e xtino do processo de execuo se o devedor satisfaz a obrigao) O juiz conhecer de ofcio, em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdio, as hiptes es previstas nos incisos IV, V e VI. As demais dependem de provocao, em geral do ru, p ois quem interesse em se desvincular do processo, com a conseqente condenao do autor nas des pesas e honorrios de advogado. OBS.: Art. 268 do CPC -Salvo a hiptese do inciso V, pode o autor intentar de novo a ao desde que prove o pagamento das custas e honorrios relativos ao processo anterior.

12.3.2. Sentena com resoluo de mrito A Lei 11.232/05, deu nova redao ao caput do artigo 269, CPC, onde anteriormente li a-se: com julgamento de mrito ; agora se l: com resoluo de mrito . Nesse sentido, o artigo em com o, relaciona as hipteses de extino do processo com resoluo de mrito, ou seja, que decide o mrito da causa. -Inciso I -este trata da soluo ordinria e natural de qualquer processo com julgamen to de mrito. -Inciso II -o reconhecimento jurdico do pedido a submisso do ru pretenso material formulada pelo autor. Este no admitir o reconhecimento somente no caso de no ter o ru possibilidade perante a Lei Civil de fazer essa aceitao que importa em transigncia, ou porque inc apaz, ou porque o direito no comporta esse tipo de manifestao de vontade. Difere da confisso, pois est a consiste no reconhecimento de fatos desfavorveis ao confitente favorveis parte contrria (art. 3 48 CPC). A confisso no resulta necessariamente em sentena de mrito favorvel ao autor. E um eleme nto de prova que, no sistema do Cdigo, pode dispensar a produo das demais provas, tornando o fat o incontroverso,

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mas resta, ainda, ao juiz o exame da questo jurdica, sobre a qual pode persistir a controvrsia.

-Inciso III -a transao pode ser espontnea ou provocada pelo convite conciliao, uma d autocomposio, na qual as partes resolvem o litgio e o extinguem no plano do direito material. Aceita, o juiz profere sentena de mrito, admitindo a renncia de urna parte e o reconhecimento da outra. -Inciso lV -a prescrio ou a decadncia podem ser reconhecidas, conforme as circunstnc ias, desde logo, ao despachar a inicial (art. 295, IV CPC) ou aps a manifestao do ru ou, at aps a dilao probatria, mas sempre a sentena ter a natureza de sentena de mrito. -Inciso V -na renncia, no se consulta o ru para se ver de sua concordncia ou no, porq ue no tem ele interesse em discordar, uma vez que implica deciso da lide a seu favor. E ntretanto, se o direito irrenuncivel, a manifestao de vontade ineficaz e, por no produzir efeitos no plano d o direito material, no ser acolhida pelo juiz, prosseguindo o processo. OBS.: O art. 269 do CPC, no esgota os casos de extino do processo com resoluo do mrito . EXs.: purgao da mora, nos casos de despejo por falta de pagamento, o devedor que em ao de consignao em pagamento, complementa o depsito, nos termos do art. 899 CPC, caso em que h, po r parte dele, o reconhecimento jurdico do direito do ru. OBS.: Nos termos do artigo 285 A, acrescentado pelo Lei 11.277/06, quando a matri a controvertida for unicamente de direito e no juzo j houver sido proferida sentena de total improcednci a em outros casos idnticos, poder ser dispensada a citao e proferida sentena, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. Diante dessa sentena, que extingue o processo com resoluo de mrito, o aut or pode interpor recurso de apelao, nesse caso facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dia s, no manter a sentena e determinar o prosseguimento da ao ( 1, do art. 285-A). Caso seja mantida a sentena, ser ordenada a citao do ru para responder ao recurso ( 2, do art. 285-A), para que depois os autos sejam encaminhado para o seu julgamento pela 2 instncia. 13. DA TUTELA ANTECIPADA A finalidade deste instrumento dar maior efetividade funo jurisdicional. O autor p oder, antes da sentena, no todo ou em parte usufruir de seu direito ou, pelo menos assegurar a futura fruio. uma cautelar antecipativa ou execuo antecipada como ocorre, por exemplo, nas possessria s. 13.1. REQUISITOS Na execuo da tutela antecipada devero ser observados preceitos relativos execuo provi sria

(art. 588, II e III CPC). Pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em d eciso fundamentada. Tambm pode ser concedida a qualquer tempo, ou seja, ainda que indeferida liminarm ente, poder ser concedida posteriormente quando surgir, prova inequvoca. O juiz poder conceder a t utela por ocasio da sentena. Nesse caso, a apelao do ru, quanto essa parte da sentena, no ter efeito suspe sivo, ainda que a apelao tenha o duplo efeito quanto ao restante do dispositivo. Da deciso que concede a providncia antes da sentena, cabe agravo de instrumento, o qual no tem efeito suspe nsivo. Esse efeito, porm, poder vir a ser obtido por meio de mandado de segurana se violar direito lquid o e certo. Concedida ou no a tutela, o processo prosseguir at final julgamento. De acordo com a nova redao do art. 520 do CPC, a sentena que confirma a tutela antecipada no est sujeita a efeito suspensivo. 13.2. DIFERENCIAES ENTRE: -tutela antecipada -medida cautelar -julgamento antecipado da lide. 13.3.1. Tutela Antecipada -Deferimento provisrio do pedido inicial; -Passvel de revogao e modificao; -E realizada dentro do prprio processo de conhecimento; -E requerida pelo autor; -Pode ser concedida a qualquer momento;

-Tem como pressuposto a prova inequvoca e verossimilhana da alegao do autor dano irreparvel ou difcil reparao, abuso do direito de defesa do ru ou propsito protelatrio -Visa conceder antecipadamente o prprio provimento jurisdicional; -Natureza de deciso interlocutria cabe ao agravo de instrumento.

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13.3.2. Medida Cautelar -Pode ser acidental e preventivo; -Visa assegurar o resultado til do processo de conhecimento ou a viabilidade do d ireito do autor 13.3.3. Julgamento Antecipado da Lide -H julgamento do mrito da ao, nos termos do artigo 330 do CPC I qaundo a questo de mrito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, no houver necessi dade de produzir prova em audincia II quando ocorrer a revelia. Cabendo os recursos de embargos de decla rao e/ou de apelao da deciso. 14. DOS PROCEDIMENTOS Para cada tipo de processo (conhecimento, execuo e cautelar) corresponde mais de u m procedimento. No processo de conhecimento h procedimento ordinrio e sumrio. No processo de execuo h

o procedimento de execuo das obrigaes de fazer ou no fazer, de execuo das obrigaes d er ou no fazer, de execuo para entrega de coisa, de execuo por quantia certa contra deve dor solvente, execuo por quantia certa contra devedor insolvente, execuo por quantia certa contra devedor insolvente, da execuo de obrigao alimentcia. No processo cautelar h o procedimento geral (art. 802) e os procedimentos especfic os. Alm desses, existem os procedimentos especiais de jurisdio voluntria e contenciosa que so processos de conhecimento em geral, mas que trazem inseridas medidas executivas e s vezes medi das cautelares. Leis Especiais: regulam determinados processos e respectivos procedimentos, como , por exemplo, o mandado de segurana, despejo, a execuo de dvida pblica etc. O procedimento mais comum o ordinrio desde que o processo no se enquadre nas hiptes es do procedimento sumrio ou procedimento especial. 14.1. PROCEDIMENTO SUMRIO *Leis especiais prevem aes em procedimento sumrio:

adjudicao compulsria de imveis vendidos prestao (Decreto lei n 58/37 e art. 16, co redao dada pela Lei n 6.014/73). aes de acidente de trabalho (Lei n 6.367/76 art. 19 II); aes discriminatrias de terras devolutas da unio (Lei n 6.383/76, art.20); ao de cobrana de seguro obrigatrio de responsabilidade civil (Lei n 6.194/74, art. 10 ); ao de retificao de erro de grafia no registro civil de pessoas naturais (Lei n 6.015/ 73, art. 110, 4); ao de usucapio especial (Lei n 6.969/81, art.5); O rito sumrio se caracteriza pela concentrao procedimental dos atos, o que no se con

funde com a cognio sumria. A diferena do rito ordinrio para o rito sumrio que os atos so m concentrados e o processo mais clere, pois o legislador previu (seja pelo valor, seja pela matria) as situaes de direito material cuja prova seja mais simples e portanto criou um proce sso mais enxuto. O rito sumrio cabe em duas hipteses previstas no artigo 275, do Cdigo de Processo C ivil: I nas causas at 60 salrios mnimos. Pode-se escolher o juizado especial (cujo limite at sessenta salrios mnimos) por ser uma faculdade da parte, pois processo especial e no procedimento especial. II nas causas de qualquer valor:

a. contratos de arrendamento rural e parceria agrcola; b. cobrana de condomnio qualquer quantia devida do condmino ao condomnio. No confundir com a cobrana executiva (art. 585, IV, do CPC) que cobrana do locador ou locatrio em decorrncia de contrato de locao; c. ressarcimento por danos em prdio urbano ou rstico (rural) se fala em prdio, l-se, imvel;

a ao de Indenizao. Quando

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d. ressarcimento por danos causados em acidente de veculos (terrestre); e. cobrana de seguro por acidente ou ressarcimento de veculo alnea que perder a eficcia com a possibilidade de se denunciar lide no rito sumrio nos casos de seguro (art. 280); f. cobrana de honorrios de profissionais liberais desde que no haja legislao especfica dispondo o contrrio; e, g. demais casos previstos em lei*. 14.1.1. Inicial -O autor deve desde logo, oferecer o rol de testemunhas que dese ja sejam ouvidas na audincia de instruo e julgamento e, se requerer percia, formular desde logo os req uisitos, podendo indicar assistente tcnico. 14.1.2. Audincia de Conciliao -dever ser realizada no prazo de 30 dias art. 277 do C PC. se o ru deixar de comparecer injustificadamente, reputar-se-o verdadeiros os fatos alegados (art. 319) na petio inicial, salvo o 2 do art. 277 do CPC; se for frutfera a conciliao ser reduzida a termo e homologada por sentena. Com a recente reforma foi introduzido no CPC, a figura do preposto ( 3 do art. 277 do CPC). No caso, dever ele comparecer com documento de preposio, com poderes para transigir. Ainda, em primeira audincia, o juiz decidir de plano a impugnao ao valor da causa ou a controvrsia sobre a natureza da demanda e eventual descabimento do rito se forem apresentadas, aps ouvir o autor, em respeito ao contraditrio. se for acolhida a impugnao ao valor da causa ou questo relativa a natureza da causa que leve a inadequao do procedimento sumrio, o juiz determinar, se for o caso, a converso do p rocedimento sumrio em ordinrio. O juiz tambm determinar a converso do procedimento em ordinrio se houver a necessidade de prova tcnica de maior complexidade; se o juiz determinar a converso do procedimento em ordinrio, o ru sair intimado para

apresentar contestao no prazo legal. no obtida a conciliao, o ru oferecer, na prpria audincia, resposta escrita ou oral, acompanhada de documentos, rol de testemunhas e, se requerer percia, formular seus quesitos desde logo, podendo indicar assistente tcnico. O mesmo, quanto percia, ocorrer, se esta f or requerida pelo autor, devendo o ru estar preparado, nesse caso, para faz-lo, porque com a citao, j t eve cincia da percia requerida pelo autor. 14.1.3. Defesa -poder consistir em contestao ou exceo se oferecida esta e no for rejei tada de plano, o processo ficar suspenso at seu julgamento. No ser admitida reconveno, porq ue o ru poder formular o pedido a seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial. No procedimento sumrio, a ao trplice. No ocorrendo as hipteses previstas nos artigos 267 ou 269 do

CPC, o juiz designar audincia de instruo e julgamento, no prazo no superior a 30 dias havendo necessidade de prova, salvo se houver necessidade de percia a ser realizada. Essa audincia proceder-se de acordo com as normas do procedimento ordinrio (arts. 444 e ss.). Findos a inst ruo e os debates orais, o juiz proferira sentena na prpria audincia ou no prazo de 10 dias. No h proib io de as partes requererem a apresentao de memoriais. Caracteriza-se, o procedimento sumrio por des ejvel rapidez e concentrao, de modo que absolutamente pertinente o disposto no artigo 280. O proce dimento sumrio convive com a ao monitria (arts. 1.102 a , b e c ) e com a possibilidade de que o auto dirija ao Juizado Especial da Lei n 9.099/95 (art. 3 desse diploma). Tendo o autor documento constitutivo de crdito em dinheiro ou para entrega de coisa fungvel ou bem mvel, dever utilizar-se d a ao monitria, que tem fora executiva e, portanto, de maior fora, ainda que coincidentemente tive sse o procedimento sumrio. Quanto ao Juizado Especial, o acesso a ele depende de opo do autor, que pod e escolher aquele ou o sumrio junto aos rgos judicirios comuns e, tambm, aplicar-se- o sumrio nos casos e excluso de competncia do Juizado Especial (arts. 3, 2 e 8 da Lei n 9.099/95). De acordo com a nova legislao admite-se as seguintes intervenes de terceiros no sumrio: assistncia, recurso de terceiro prejudicado e interveno de terceiro fundada em contrato de seguro. A percia no tem m ais o prazo fixo de quinze dias e no h mais vedaes acerca do recuso a ser interposto em matria probatri a e nas audincias. Saliente-se que, no rito sumrio, vedada a prolao de sentena ilquida. 14.2. PROCEDIMENTO ORDINRIO 14.2.1. Fases a) Postulatria: Propositura da demanda e a resposta. A resposta pode consistir em contestao, exceo e reconveno. A primeira resistncia pretenso do autor, a segunda defesa indi

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b) Julgamento conforme o estado do processo: Podem ocorrer vrias alternativas: b.1) extino do processo sem resoluo do mrito; b.2) julgamento antecipado da lide se a matria for unicamente de direito, ou, sen do de direito e de fato, no houver necessidade de produzir prova em audiencia ou, quando ocorrer rev elia; b.3) audiencia preliminar e saneamento do processo. c) Fase instrutria: As provas periciais e orais desenvolvem, nessa fase, do sanea mento at a audincia. d) Decisria: Na prpria audincia o juiz pode proferir a sentena se j se encontrar habi litado, seno, preferir sentena nos dez dias seguintes. Prolatada a sentena e, aps o trnsito em julgado desta (caso no haja a interposio de recurso), inicia-se o processo de execuo, conforme alte rao trazida pela Lei 11.232/2005 (que se estudar adiante). Havendo recurso, inicia-se uma seg unda fase dirigida ao tribunal, procedendo-se, ainda, em primeiro grau, a interposio, a resposta e o pre paro (pagamento das custas) do recurso. 15. DA CONTESTAO (art. 300 e ss. CPC) a resposta do ru ao do autor. Por ela o ru exerce, na sua plenitude, o direito de co ntradio, ou defesa, em face da ao e da pretenso do autor. Regra: dever ser escrita, mas pode ser oral no juizado especial cvel e no procedim ento sumrio (arts. 278, CPC e art. 3, Lei n 9.099/95). nus da impugnao especfica sob pena do fato ficar incontroverso (art. 334, III). No se admite a contestao por negativa geral (exceo: ad vogado dativo, curador, MP). A defesa pode ser:

15.1. PROCESSUAL (PRELIMINARES) Existe impugnao do instrumento (ao ou processo) de que se pretende valer o autor par a a afirmao do seu direito. Assim, a defesa processual sempre indireta, porquanto o re sultado pretendido se obtm mediante uma alegao que no discute mrito. No ataca um fundamento do pedido. A def esa processual se faz com preliminar de contestao se a matria de objeo (ex.: litispendnci e a coisa julgada, materiais processuais de ordem pblica ou exceo em sentido estrito se a ale gao de incompetncia relativa, suspeio ou impedimento do juiz. 15.2. DE MRITO Quando nega o prprio direito alegado do autor. A defesa de mrito se faz na contest

ao, substancial ou material, pode ser: a) indireta: quando consiste em opor fato extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor, situao em que se inverter o nus da prova. b) direta: quando consiste em resistncia que ataca a prpria pretenso do autor, nega ndo-a quanto aos fatos ou quanto ao direito material.

15.3. PRAZO PARA CONTESTAO O prazo para o oferecimento de contestao no procedimento ordinrio de 15 dias, dentr o do qual deve o ru apresentar, querendo contestao, ou ainda, exceo, ou, reconveno. Sendo vrios com procuradores diferentes, o prazo ser em dobro. O prazo comea a contar da juntada a os autos do ltimo mandado de citao devidamente cumprido. OBS.: -A contestao ea reconveno devero ser apresentadas simultaneamente, sob pena de no mais poder apresentar-se aquela que foi omitida. Trata-se de precluso consumativa . -A exceo poder ser apresentada em pea autnoma e ser processada em apenso aos autos principais. Tem se admitido que se proponha a exceo exclusivamente, a qual suspend e o processo (art. 306 do CPC). Aps seu julgamento, no prazo restante, apresentar-se- a contestao e a r econveno. Tal prtica, porm, perigosa porque o prazo restante pode ser muito curto ou at inexistir se a exceo j foi apresentada no ltimo dia. O procedimento mais, cauteloso a apresentao simultnea das trs, quando for o caso.

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15.4. RECONVENO a ao do ru contra o autor, proposta no mesmo feito em que est sendo demandado. No substitui a defesa, nem obrigatria, podendo ser argida atravs de ao prpria autnoma, ue justifica a sua imediata apresentao o princpio da economia processual. Seus pressup ostos: conexo, competncia, identidade das partes. No admissvel no procedimento sumrio, no juizado e special e nas aes possessrias, posto admitirem estas os chamados pedidos contrapostos. Sua nature za jurdica de uma ao, pedido de tutela jurisdicional, com inverso da posio ativa e passiva da relao rocessual. 15.4.1. Pressupostos processuais e regularidade procedimental

legitimidade ad causam: o ru da reconveno, denominado reconvindo, o antigo autor, de que, igualmente atue na condio de legitimado ordinrio. No pode o ru, em seu prprio nom e, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem (art. 315, 1 CPC) e igu almente, se o ru demandar tambm em nome de outrem. oportunidade: a reconveno uma das alternativas da resposta do ru, a ser apresentada prazo de 15 dias, juntamente com a contestao e a exceo. A perda do prazo para sua apresentao (trata-se de precluso consumativa), no exclui a possibilidade da ao prpria :autnoma, em separado, que pode vir a ser reunida anterior se conexa (arts. 103 e 106 CPC).

pendncia da ao principal: somente possvel a reconveno se pendente o processo ante Se o processo primitivo for extinto antes da oportunidade de defesa (rejeio da ini cial, por exemplo) no h que se falar em reconveno.

se interposta a reconveno e ocorrer a hiptese de desistncia ou extino do processo a , tal fato no acarretar a extino da reconveno. procedncia de uma delas no exclui a da outra, podendo todavia, uma ser condicionante d a deciso da outra, dada a complexidade. 15.4.2. Competncia - de natureza funcional porque decorre das funes que o juiz exerc e num processo. No cabimento da ao reconvencional:

incompatibilidade de procedimento. Exceo -ao de despejo por falta de pagamento e ao d

consignao; no procedimento sumrio; se o juiz for incompetente em razo da matria; no processo de execuo, porque o executado faz sua defesa em ao prpria incidental que s os embargos do devedor. A reconveno, como ao que , ser julgada na mesma sentena da ao primitiva, cabendo de sua deciso apelao da sentena que extingue o processo (art. 513 CPC) e agravo das dem

ais decises (art. 522 CPC). 15.5. EXCEO (Arts. 304 e 314) -Incompetncia (art. 112) -Impedimento (art. 134) -Suspeio (art. 135)

15.5.1. Noes Gerais Exceo um incidente processual destinado argio da incompetncia relativa do juzo, impedimento ou suspeio. No ao, mas sim incidente. a forma adequada para argir estes procedimentos fora da contestao e das preliminares de mrito que no constam no artigo 301. Tanto a competncia quanto a imparcialidade so pressupostos processuais positivos de desenv olvimento do processo. No basta o juiz estar investido de jurisdio. Para atuar em um caso concre to indispensvel a verificao de competncia como limite do seu poder jurisdicional, bem como ausncia de impedimento ou obstculos previstos no sistema que possam afastar o julgador da causa. A exceo, qua lquer que seja ela, provoca imediata suspenso do processo (artigos 256, III e 306), suspenso esta que automtica. O Cdigo fala no prazo de 15 dias contados do fato que ocasionou a suspeio, o impedime nto e a incompetncia. Pode ser antes ou junto com a contestao (art. 297 e 305).

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15.5.2. Procedimento a) Exceo de Incompetncia (art. 307 e 311) o incidente pelo qual o ru argi a incompetncia relativa do juzo (territorial). Porque a incompetncia absoluta argida c omo preliminar de contestao (art. 301, II). ofertado por meio de petio escrita, fundamentada e instruda com provas disponveis, indicando o juzo competente para conhecimento da causa (art. 307). O j uiz mandar ouvir o excepto em 10 dias e decidir em igual prazo (art. 308). Julgada procedente ou no a exceo o processo retorna a seu curso normal (ainda que interposto agravo, j que este recebido some nte no seu efeito devolutivo).

b) Exceo de Impedimento (objetiva) e suspeio (subjetiva) Est prevista nos artigos 312 e 314 Enquanto na exceo de incompetncia o objetivo o afastamento do rgo jurisdicional, na exceo de impedimento ou suspeio, o prprio juiz, pessoa fsica que afastado, por ser, em pri ncpio, parcial, podendo favorecer alguma das partes (o processo no se desloca da vara, apenas sub stitui-se o juiz). Impedimento (art. 134) ocorre nos casos em que a prova se faz de plano, porque a parcialidade do juiz inferida desde logo (o juiz foi parte, atuou como advogado da causa, parente de uma das partes). J a suspeio (art. 135), ocorre naqueles casos de presuno relativa que h a necessidade de se provar a parcialidade, pois no h prova documental suficiente (amigo ntimo). As excees sero dirigidas ao juiz que poder: -Acolher o impedimento ou a suspeio (no a parcialidade em si, mas a iminncia de se p roferir um julgamento maculado), remetendo-se os autos ao seu substituto legal. -No acolhe, quando ento dar suas razes em 10 dias para o Tribunal; -Os motivos dos artigos 134 e 135, tambm se aplicam ao MP.

16. DA REVELIA (art. 319 e ss. CPC) Nos termos do art. 319 do CPC, a revelia a situao do ru que no contesta a ao. O aband no em geral tambm gera a mesma conseqncia, ainda que posterior contestao, se bem que, ne sse caso, nem todos os efeitos se produzem. 16.1. EFEITOS DA REVELIA presuno de veracidade dos fatos afirmados pelo autor; dispensa de intimao dos atos processuais, correndo os prazos sem a sua comunicao for mal inclusive a sentena. A presuno de veracidade decorrente da revelia no absoluta. Se houver elementos nos autos que levem concluso contrria, no est obrigado a decidir em favor do pedido do autor ( art. 131 do CPC). Mesmos produzidos os fatos em virtude da revelia, continua o juiz com a liberdad

e e responsabilidade de aplicar a eles a correta norma legal. Dos fatos alegados nem sempre decorrem as conseqncias jurdicas pretendidas, de modo que nesse aspecto, a revelia nenhum efeito produz, porque d e exclusiva atribuio do juiz, segundo o princpio iura novit curia o juiz conhece do direito ou do mihi fa cta, dabo tibi jus (d-me os fatos que eu te darei o direito). Para que produza o efeito da confisso ficta indispensvel que no mandado conste a cominao expressa do art. 285 do CPC. Ressalvadas as hipteses do ar t. 320 do CPC, a revelia induz o efeito da confisso ficta, presuno de veracidade, tornando os fato s incontroversos e determinando o julgamento antecipado da lide (art. 330, II CPC), extinguindo-se o processo com julgamento de mrito, com a procedncia ou improcedncia do pedido. Ocorrendo a revelia, o autor no poder alterar o pedido (art. 321 do CPC). Esse dispositivo visa coibir abusos que eventualment e poderiam ocorrer uma vez que, revel, o ru no mais intimado dos atos do processo. Salvo promovendo nova citao do Ru a quem ser assegurado o direito de responder no prazo de 15 (quinze) dias. No contes tando a ao ou abandonando-a contra o revel aplica-se o disposto no art. 322 do CPC. O revel pa ssar a ser intimado na pessoa do advogado, quando ingressar no processo, aps a decretao de sua revelia. Ao revel defeso discutir questes j decididas sobre as quais ocorrer precluso. 17. DAS PROVAS (art. 332 e ss. CPC) 17.1. TEORIA GERAL DAS PROVAS Prova o instrumento processual adequado a levar ao conhecimento do juiz os fatos que envolvem a relao jurdica objeto da atuao jurisdicional. So admitidos todos os meios de provas m oralmente legtimos.

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Fatos que independem de prova: notrios, incontroversos, inconcludentes, intuitivo s e presumidos legalmente (art. 334 CPC). 17.2. CLASSIFICAO DAS PROVAS 17.2.1. Quanto ao objeto: a) diretas: se referem ao prprio fato probando. Dirigem-se ao objeto litigioso. E x: indenizao por acidente de veculos: testemunha que narra os fatos b) indiretas: no se referem ao prprio fato probando, mas sim a outro, do qual, por trabalho de raciocnio, se chega quele. Ex: indenizao p or acidente de veculo: perito que analisa a posio dos carros 17.2.2. Quanto ao sujeito: a) pessoal: toda afirmao pessoal consistente. Ex: testemunha que narra os fatos. b ) real: deriva de fato material verificado atravs de documento ou atravs de percia. Ex: trincas na parede, ferimento. 17.2.3. Quanto a forma: a) testemunhal (afirmao pessoal real) b) documental (afirmao escrita ou gravada) c) material (qualquer materialidade que sirva de prova do fato probando). Ex.: instrumento d o crime 17.2.4. Quanto a sua preparao: a) causais (preparadas no curso do processo) b) pr-constituda (preparadas preventivamente em vista de possvel utilizao no curso da demanda) OBS.: -O CPC adotou o princpio do livre convencimento motivado do juiz (art. 131 CPC), de forma que no h hierarquia entre as provas, devendo o magistrado apreciar todo o conjunto proba trio e decidir de acordo com o seu convencimento. Vige no processo civil brasileiro, o princpio da aquisio p rocessual da prova, segundo o qual a prova no pertence a nenhuma das partes do processo, sendo irrele vante a sua autoria. Uma vez produzida, ela passa a integrar o processo, podendo, em tese, at mesmo pr ejudicar o seu autor. -Poder de instruo do Juiz: Conforme ensina o mestre Jos Roberto Bedaque, no process o moderno, deixou o juiz de ser simples rbitro diante do duelo travado entre os lit igantes e assumiu poderes de iniciativa para perseguir a verdade real e bem instruir a causa. Assim, pode o juiz determinar a complementao de prova testemunhal (art. 418, I CPC) ou determinar, de oficio, a re alizao das que julgar necessrias (art. 130 CPC). OBS.: -Os meios de prova permitidos no processo civil brasileiro no so tratados de forma taxativa pelo CPC. Segundo o artigo 332 do CPC, todos os meios legais, bem como os moralmente legtimos, ainda que no especificados no Cdigo, so hbeis para provar a verdade dos fatos em que se funda

a ao ou a defesa. -Prova Legal: Exceo ao princpio da isonomia entre as provas. prevista no artigo 366 do CPC, o qual dispe que nenhuma outra prova pode suprir a falta de instrumento pblico qua ndo este for da essncia do ato. Ex: magistrado no pode julgar inexistir casamento quando existir c ertido no registro civil comprovando a sua realizao. -Prova Emprestada: Exceo a regra de que a prova deva ser produzida dentro do proce sso onde os fatos foram alegados. Aqui, a prova trazida de outro processo, sendo requisit o para sua aceitao, que o processo em que ela foi produzida tenha respeitado o princpio do contraditrio e qu e ela seja reconhecida por sentena transitada em julgado.

17.3. PROVA DOCUMENTAL (arts. 364 a 399 CPC) Documento: coisa representativa de um fato e destinada a fix-lo de modo permanent e e idneo, reproduzindo-o em juzo. prova pr-constituda. O momento adequado para sua apresentao c m a inicial ou com a contestao, aps tal fase permite-se apenas a juntada de documentos novos. 17.4. PROVA TESTEMUNHAL (arts. 400 a 419 CPC) aquela fornecida por uma testemunha, ou seja, uma pessoas capaz e estranha ao fe ito, chamada a juzo para depor o que sabe sobre o fato litigioso.

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Da obrigao de testemunhar em juzo: art. 339 e art. 341, 1 do CPC. Dos que podem e dos que no podem depor em juzo: a regra que todas as pessoas possa m depor, exceto os incapazes para o exerccio dessa funo, os incompatveis e os suspeito s (art. 405 CPC). Obrigaes da testemunha: comparecer em juzo, depor e dizer a verdade. Direitos das testemunhas: segurana jurdica -crime de coao (art. 344 CP); ser tratada com urbanidade (art. 416, 1 CPC); ser ouvida por juiz (art. 413 e 416 CPC), consultar notas e apontamentos e ser ressarcida dos gastos que teve para vir depor, inclusive o no recebimento de salrio (art. 419 CPC). Admissibilidade da prova testemunhal: a regra a admisso. Exceo: a) fatos j provados por documento ou confisso da parte; b) atos para os quais a lei impe forma especial (a rt. 400, II CPC); c) fatos que se possam ser provados por percia (art. 400, II CPC); d) contratos exce dentes a determinado valor (art. 401 do CPC dcuplo do salrio mnimo). Nmero de testemunhas: art. 407, nico CPC 10 testemunhas, sendo que acerca de fato o juiz poder dispensar as testemunhas em nmero superior a trs. Prazo para s antes da audincia, esentado o poder ser oferecimento do rol: Marcado pelo juiz, quando este for omisso 10 dia depositado em cartrio. No sumrio, arrola-se na inicial ou na contestao. Apr rol, s substitudo nas hipteses do artigo 408 do CPC.

17.4.1. Confisso (reconhecimento da parte sobre um fato) 17.4.2. Depoimento Pessoal (consiste no depoimento da parte em juzo, requerido pe la parte contrria, tem como finalidade a confisso, ocorre a audincia de instruo e julgamento) 17.4.3. Interrogatrio (testemunho da parte determinado de oficio pelo juiz, busca o esclarecimento de um fato, ocorre em qualquer fase processual) 17.5. PROVA PERICIAL (arts. 420 a 439 CPC) A percia consiste no meio pelo qual, no processo, pessoas entendidas, e sob compr omisso, verificam fatos interessantes causa, transmitindo ao juiz o respectivo parecer. Perito auxiliar do juiz (art. 139 CPC), incidindo para o mesmo, as limitaes quanto a suspeio e o impedimento. Espci es de Percia: exame pericial; vistoria e avaliao. Procedimento: Nomeado o perito, o juiz deve fixar os honorrios (provisrios e, no f inal, os definitivos). As partes podem nomear assistentes tcnicos (art. 421, 1 CPC). Todos devem prestar compromisso (art. 422 CPC). As partes devem indicar quesitos (5 dias aps a nomeao d o perito art. 421, 1, II CPC) sendo que o juiz pode indeferir aqueles que achar impertinentes (

art. 426, I CPC). Pode haver solicitao de esclarecimentos em audincia. Pode o juiz designar uma segunda percia, a teor do artigo 437 do CPC, sempre que parecer que a primeira no lhe tenha esclarecido suficientemente a matria, ou quando nula, ou eiv ada de vcios incorrigveis. Pode tambm o juiz, a teor do artigo 130 do CPC, designar urna nova p ercia (outro fato) se da primeira surgirem novos elementos que meream ser periciados. Com a nova legislao o perito deve entregar seu laudo 20 dias antes da audincia de instruo, sob pena de adiamento. Not e que aps esta entrega as partes sero intimadas, momento em que se inicia o prazo de 10 dias par a a juntada dos laudos dos assistentes, sob pena de precluso. 17.6. INSPEO JUDICIAL (arts. 440 a 443 CPC) Meio de prova atravs do qual o juiz recolhe diretamente, por seus prprios sentidos , as observaes sobre pessoas ou coisas objeto da lide e com elas se relacionam. OBS.: -Pode ser requerida pelas partes ou determinada de oficio e tem por objeto , pessoas ou coisas. -O juiz pode realizar a diligncia acompanhado por peritos, podendo as partes indi car assistentes tcnicos e/ou acompanhar pessoalmente a diligncia. Concluda a diligncia, o juiz manda r lavrar auto circunstanciado (art. 443, CPC), devendo o termo ser assinado pelo juiz, pela pe ssoa inspecionada e/ou proprietrio ou possuidor.

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17.7. EXIBIO DE DOCUMENTO OU COISA (arts. 355 a 363 CPC) Exceo a regra de que cada parte prova o que alega.Meio de prova pelo qual a produo s e d no por quem a prova aproveita, mas pela parte contrria ou terceiro, ou ainda por i niciativa do juiz, no uso do poder que lhe assegura o artigo 130 do CPC. Contra a parte contrria: Pedido deve ser formulado na inicial ou na contestao, send o a outra parte intimada para resposta em 5 dias (art. 357, CPC). Se houver o silncio da pa rte, ou injusta em recusa em apresent-lo, se admitir o fato como provado (art. 359, CPC).

Contra terceiro: Pedido deve ser feito em ao incidental. A outra parte deve ser ci tada para responder em 10 dias. Se houver silncio ou injusta recusa em apresent-lo, a parte ser condenada a apresentar o que requerido, sob pena de busca e apreenso e responsabilizao por crim e de desobedincia (art. 362 CPC). Pode ser designada audincia especial (art. 361 CPC) n o curso do incidente. OBS.: -A prpria lei, no artigo 363 do CPC, arrola os casos em que a parte ou terc eiro no estaro obrigado a apresentar a coisa ou documento. Nos casos do artigo 358, porm, no se a dmitir a recusa na exibio. A ao de exibio pode ser preparatria (arts. 844 e 845 do CPC) ou incidental (ar s. 355 e 363 do CPC) 18. DA AUDINCIA (art. 444 e ss. CPC) Somente ter lugar a audincia, caso no se verifiquem os casos do artigo 329 e 330 do CPC. 18.1. CARACTERSTICAS DA AUDINCIA a) O juiz quem preside a audincia, nela exercendo poder de polcia com a finalidade de manter a ordem e o decoro (art. 445 CPC) b) A audincia documentada mediante a lavrao de termo pelo escrivo, contendo em resum o o ocorrido. c) Salvo em casos de segredo de justia, a audincia pblica (art. 155 CPC) d) Lugar -regra: sede do juzo (excees: art. 176 CPC) e) Horrio (art. 172 CPC): a nova redao estendeu at as 20:00 hs os atos processuais ( observar o disposto no 3 do referido artigo que fala sobre a disposio da lei local quanto ao p rotocolo) 18.2. AUDINCIA PRELIMINAR (DE CONCILIAO) (art. 331 CPC) Prazo de 30 dias. No h obrigatoriedade de comparecimento das partes nem de seus pa tronos, sendo que a sua falta ser entendida como falta de interesse em firmar acordo. O juiz designar audincia preliminar se a causa versar sobre direitos que admitam t ransao e, se as

circunstncias da causa evidenciarem ser provvel sua obteno. Caso contrrio, o juiz pod er, desde logo, sanear o processo e ordenar produo de provas.

18.2.1. Atos desta audincia: a) Tentativa de conciliao: Deve o juiz indicar as partes as solues que mais se coadu nam com a equidade e com o sentido de justia, quer dizer, com o equilbrio mais justo e hum ano entre os interesses em conflito. Pode ocorrer a transao sobre alguns pontos apenas (parcial), caso em que o processo prosseguir. O acordo ser homologado judicialmente atravs de sentena, com resoluo de mr to. b) Decidir as questes processuais pendentes: referida audincia substitui o antigo despacho saneador. Devem ser apreciadas, em especial, as questes relativas as condies da ao, s em que se adentre ao mrito da causa. Caso haja essas decises na audincia, tem-se o incio do pr azo para a interposio de agravo, sob pena de precluso.

c) Fixar os pontos controvertidos e determinar as provas a serem produzidas: os pontos afirmados pelo autor so controvertidos na contestao, cabendo ao ru o nus da impugnao e pecfica. Caso o ru deixe de impugnar algum fato alegado pelo autor, no ser necessria a produo d e prova sobre ele, porquanto incontroverso (art. 334, III CPC). O juiz deve decidir sobr e a produo das provas requeridas pelas partes e que tenham por objetivo analisar os pontos que se torn aram controvertidos. As provas indeferidas podero ser objeto, em regra, de agravo retido ou, se passveis d e causar parte leso grave, de agravo de instrumento.

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d) Designar a audincia