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APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O EXAME DE ARRAIS- AMADOR E MOTONAUTA. OBTENÇÃO DA CARTEIRA DE HABILITAÇÃO PARA CONDUZIR EMBARCAÇÕES E PILOTAR MOTO AQUÁTICA NA ATIVIDADE DE ESPORTE E RECREIO, NOS LIMITES DA NAVEGAÇÃO INTERIOR. 6ª Edição Junho de 2014 COMUNICADO Esta edição da Apostila de Motonauta e Arrais-Amador está de acordo com a Norma da Autoridade Marítima NORMAM-03/DPC, atualizada pela Portaria nº 48, de 20 de fevereiro de 2014, decorre do que estabelece a Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário LESTA, e do Decreto nº 2.596 de 18 de maio de 1998 RLESTA, que a regulamenta.

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Page 1: Apostila Preparatória para o Exame de Arrais-Amador · apostila preparatÓria para o exame de arrais-amador e motonauta. obtenÇÃo da carteira de habilitaÇÃo para conduzir embarcaÇÕes

APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O EXAME DE ARRAIS-AMADOR E MOTONAUTA. OBTENÇÃO DA CARTEIRA DE HABILITAÇÃO PARA CONDUZIR EMBARCAÇÕES E PILOTAR MOTO AQUÁTICA NA ATIVIDADE DE ESPORTE E RECREIO, NOS LIMITES DA NAVEGAÇÃO INTERIOR.

6ª Edição – Junho de 2014

COMUNICADO Esta edição da Apostila de Motonauta e Arrais-Amador está de acordo com a Norma da Autoridade Marítima – NORMAM-03/DPC, atualizada pela Portaria nº 48, de 20 de fevereiro de 2014, decorre do que estabelece a Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário – LESTA, e do Decreto nº 2.596 de 18 de maio de 1998 – RLESTA, que a regulamenta.

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Í N D I C E

Legislação Náutica 1 a 12

Manobra de Embarcação 13 a 23

Navegação e Balizamento 24 a 37

Primeiros Socorros 38 a 48

Combate a Incêndio 49 a 54

Sobrevivência no Mar 55 a 64

Noções de Comunicações 65 e 66

Bandeiras do Código Internacional de Sinais 67

Quadro de Sinais Náuticos (Balizamento Fluvial) 68 a 71

ANEXOS Quadro de Infrações mais comuns e Penas Aplicadas

Suplemento (Questões para fixação)

O quadro a seguir apresenta os modelos de insígnias, de uso facultativo, para serem usadas como distintivo ou bordadas, nas lapelas, camisetas ou bonés dos Amadores:

(NORMAM-03/DPC)

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www.portaldoamador.com.br [LEGISLAÇÃO NÁUTICA]

Arrais-Amador e Motonauta 1

Introdução A segurança da navegação, em águas brasileiras rege-se pela Lei Federal 9.537/97, de 11 de dezembro de 1997, conhecida como Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário (LESTA), e pelo Decreto 2.596/98, conhecido como RLESTA, que a regulamenta.

Atividade de Esporte e Recreio

NORMAM - Norma da Autoridade Marítima DPC - Diretoria de Portos de Costas

Todas as embarcações classificadas na atividade de esporte e/ou recreio, deverão observar a NORMAM-03/DPC, que é a Norma da Autoridade Marítima para Amadores, Embarcações de Esporte e/ou Recreio e para Cadastramento e Funcionamento das Marinhas, Clubes e Entidades Desportivas Náuticas. A NORMAM-03/DPC decorre do que estabelece a LESTA e RLESTA.

Competências

- No exterior, a autoridade diplomática representa a autoridade marítima, no que for pertinente a lei.

Ordenamento das

Praias

• Organização Marítima Internacional (IMO) - Agência especializada da ONU, que trata de assuntos relativos à navegação, orientando os países membros.

• Marinha do Brasil (MB) - É a Autoridade Marítima Brasileira. • Diretoria de Portos e Costas (DPC) - Estabelece as normas de

tráfego e permanência nas águas nacionais para as embarcações de esporte e/ou recreio.

• Capitanias, Delegacias e Agências (CP/DL/AG) - Responsáveis pela fiscalização (Inspeção Naval) do tráfego aquaviário nos aspectos relativos à segurança da navegação, salvaguarda da vida humana no mar e prevenção da poluição ambiental, bem como o estabelecimento de Normas de Procedimentos relativas à área sob sua jurisdição.

Nas áreas próximas às praias, sejam elas, marítimas, fluviais ou lacustres, também é competência das Capitanias, Delegacias e Agências fiscalizarem, podendo delegar competência para órgãos públicos, Estaduais ou Municipais. Municípios – Compete aos Municípios estabelecer o ordenamento do uso das praias, especificando as áreas destinadas a banhistas e à prática de esportes aquáticos o qual poderá ser incorporado ao Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro. Portanto, uma infração cometida nas áreas adjacentes às praias poderá ter pena de multa aplicada pelos órgãos municipais.

Lei 9.537/97 – Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário - LESTA A segurança da navegação, nas águas sob jurisdição nacional rege-se por esta lei.

Conceitos e Definições

- Conduzir uma embarcação sem habilitação acarretará a pena de multa do grupo E, no valor de R$ 40,00 a R$ 2.200,00.

I - Amador - todo aquele com habilitação certificada pela Autoridade Marítima para operar embarcações de esporte e recreio, em caráter não profissional. Conforme entendimento genérico, amador é aquele que não atua como profissional, ou seja, aquele que faz da navegação aquavária uma opção de esporte e/ou lazer. Desta forma, um amador não poderá ser contratado para conduzir embarcação classificada como de esporte e/ou recreio.

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www.portaldoamador.com.br [MANOBRA DE EMBARCAÇÃO]

Arrais-Amador 13

Veremos nesta unidade, Manobra de Embarcação: atracar, desatracar, pegar a boia, manobra em espaço limitado com emprego de um e dois hélices, identificação, classificação e nomenclatura de embarcações miúdas e leme e seus efeitos.

Marinharia A arte ou profissão de marinheiro, restrita, na concepção de hoje, a atividades menores, tais como dar nós, fazer trabalhos com cabos, lona, brim, realizar pequenas manobras de peso a bordo, dirigir embarcações miúdas, tratar do exterior do navio.

[Dicionário Aurélio - Cf. arte do marinheiro, arte naval e náutica].

Embarcação Construção flutuante, feita de madeira ou ferro, que transporta com segurança, sobre a água (salgada ou doce), pessoas e/ou carga.

Navios e Barcos O significado natural de barco é o de um navio pequeno. Navio é o termo empregado para designar embarcações de grande porte.

Identificação de corpos e partes da embarcação Os barcos são divididos em corpos, formando os corpos de vante e de ré. A medida longitudinal da embarcação é chamada comprimento; e a sua medida transversal é chamada boca, medido de borda a borda. As posições relativas para quem está a bordo, são consideradas assim: se estiver na parte de trás, estará a ré e se estiver na parte da frente estará a vante. Os lados da embarcação são os bordos - se estiver voltado para a parte da frente – parte de vante – o lado que fica à direita é chamado boreste e o lado que fica à esquerda é chamado bombordo. A parte da frente da

embarcação é a proa e a parte de trás, a popa. As embarcações são divididas ao meio formando os corpos de vante e de ré. A parte do casco que divide os dois corpos é a meia-nau – é um referencial de uma região da embarcação que se situa entre a proa e a popa. O revestimento ou forro exterior que envolve toda a embarcação é chamado costado; as partes curvas do costado de um bordo a outro - próximas a proa, são as bochechas – a da direita é chamada bochecha de boreste e a da esquerda, bochecha de bombordo. As partes curvas do costado de um bordo e de

outro – próximas à popa, são as alhetas – a da direita é chamada alheta de boreste e a da esquerda, alheta de bombordo. A interseção da superfície da água com o costado da embarcação é chamada linha d’água; é também chamada linha d’água a faixa pintada no casco entre os calados máximo (a plena carga) e o calado leve (embarcação vazia). Chama-se calado, a medida da altura, desde a quilha (fundo da embarcação) até a linha d´água, quando a embarcação está flutuando. A distância vertical entre a linha de flutuação (superfície da água) até o convés principal é chamada borda livre. O pontal ou pontal moldado é a medida vertical entre o convés

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www.portaldoamador.com.br [NAVEGAÇÃO E BALIZAMENTO]

Arrais-Amador e Motonauta 24

Veremos nesta unidade, Noções Básicas de Luzes de Navegação, Luzes Especiais e Regras de Governo, Sistema de Balizamento Marítimo da IALA B, Sinais de Perigo e Sinais Diversos.

RIPEAM

RIPEAM Entrada em vigor: 15/julho/1977 Resumo: Esse regulamento tem sua primeira versão em 1889 e vem sendo aprimorado ao longo dos anos sempre com o objetivo de estabelecer e padronizar as luzes, marcas e sinais (sonoros e luminosos) de navegação, assim como os procedimentos para manobra, de forma a constituir um tráfego marítimo internacional organizado e seguro. Finalidade do RIPEAM - Evitar abalroamento no mar, utilizando-se regras internacionais de navegação, luzes, marcas e sinais.

Aplicação do RIPEAM - As regras do RIPEAM se aplicam a todas as embarcações em mar aberto e em todas as águas a este ligadas, navegáveis por navios de alto mar, e para embarcações em águas interiores. Hidroavião - A palavra “hidroavião” designa qualquer aeronave projetada para manobrar na água.

A “Convenção sobre o Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar” (COLREG), conhecida no Brasil como RIPEAM, foi adotada pela Organização Marítima Internacional (IMO), no ano de 1972 e entrou em vigor, internacionalmente, em 1977. O RIPEAM apresenta medidas para evitar abalroamento no mar, utilizando-se regras internacionais de navegação, luzes e marcas e ainda sinais sonoros, convencionadas pelos países membros da IMO e que padronizam as ações e manobras, a fim de evitar acidentes envolvendo mais de uma embarcação. O RIPEAM é composto de 38 regras, 4 anexos e incorpora as emendas de 1981, 1987, 1989, 1993 e 2001. Palavras e Termos utilizados pelo RIPEAM:

A palavra “embarcação” designa qualquer engenho ou aparelho, inclusive veículos sem calado (sobre colchões de ar) e hidroviários, usado ou capaz de ser usado como meio de transporte sobre a água.

O termo “embarcação de propulsão mecânica” designa qualquer embarcação movimentada por meio de máquinas ou motores.

O termo “embarcação à vela” designa qualquer embarcação sob vela, ou seja, com a máquina de propulsão, se houver, não esteja em uso.

O termo “embarcação engajada na pesca” designa qualquer embarcação pescando com redes, linhas, redes de arrasto ou qualquer outro equipamento que restringe sua manobrabilidade. A pesca de anzol não se inclui nesta definição.

O termo “embarcação sem governo” designa uma embarcação que se encontra incapaz de manobrar.

O termo “em movimento” se aplica a todas as embarcações que não se encontram fundeadas, amarradas a terra ou encalhadas.

O termo “embarcação com capacidade de manobra restrita” designa uma embarcação que devido a natureza de seus serviços, se encontra restrita em sua capacidade de manobrar.

O termo “embarcação restrita devido ao seu calado” designa uma embarcação que, devido ao seu calado em relação à profundidade e largura de um canal, está com severas restrições de manobra.

O termo “no visual” significa que uma embarcação observa a outra visualmente.

O termo “visibilidade restrita” se aplica a qualquer condição na qual a visibilidade é prejudicada por nevoeiro, névoa, chuva, tempestade ou qualquer causa semelhante.

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www.portaldoamador.com.br [PRIMEIROS SOCORROS]

Arrais-Amador e Motonauta 38

Importância dos Primeiros Socorros a

bordo

- Os primeiros socorros são medidas emergenciais de prestação de socorro, antes do encaminhamento médico.

Estudaremos um assunto muito importante para quem é marinheiro, porque a bordo nem sempre temos os recursos que existem em terra. E, normalmente, nos casos de emergência, os conhecimentos de primeiros socorros podem salvar muitas vidas. O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve-se manter a calma e ter em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a importância de um médico. Além disso, certifique-se de que há condições seguras o bastante para a prestação do socorro sem riscos para você. Não se esqueça que um atendimento de emergência prestado de qualquer jeito, sem o uso de técnicas corretas e sem o conhecimento mínimo, ao invés de ajudar, pode prejudicar a vítima, agravando o seu estado e provocando danos irreversíveis, ou até mesmo a morte.

Omissão de Socorro é Crime

O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: “deixar de prestar socorro à vítima de acidente ou pessoa em perigo iminente, podendo fazê-lo, é crime”. A omissão de socorro caracteriza-se pela falta de pronto atendimento eficiente às vítimas de acidente, e são as principais causas de mortes ou danos que poderiam ser evitados. Os minutos imediatos após o acidente são os mais importantes para garantir recuperações e sobrevivência de feridos.

Primeiras Providências

Regras Básicas

Os acidentes são formados de vários fatores e é comum que quem os presencia, ou quem chega ao acidente logo que este aconteceu deparar-se com cenas de sofrimento, nervosismo, pânico, pessoas inconscientes e outras situações que exigem previdências imediatas. A bordo de uma embarcação, de um modo geral, você não contará com auxílio de outras pessoas, além disso, os recursos existentes a bordo são poucos em relação aos que existem em terra ou em grandes navios. Seja qual for a gravidade da situação, deve-se agir com calma, conhecimento de causa e frieza para evitar o pânico e inspirar confiança, dominando a situação. Algumas regras básicas ao prestar os primeiros socorros:

Transmitir confiança, tranquilidade e segurança, para alívio dos acidentados que estiverem conscientes, informando que ajuda especializada está a caminho, se isto já estiver assegurado.

Agir rapidamente, porém dentro dos próprios limites.

Usar conhecimentos básicos de primeiros socorros.

Algumas vezes saber improvisar.

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www.portaldoamador.com.br [COMBATE A INCÊNDIO]

Arrais-Amador 49

Prevenção e Extinção de Incêndios em Embarcações

A cada ano, ocorrem diversos acidentes marítimos, boa parte desses acidentes, são causados por incêndios e explosões a bordo. Porém, a grande maioria desses acidentes poderiam ser evitados se fossem tomadas algumas precauções básicas, no manuseio de líquidos inflamáveis, manutenção adequada das instalações elétricas, entre outras. Além do que, esses acidentes tem vitimado dezenas de pessoas e, causado consideráveis prejuízos financeiros, devido a destruição de embarcações que, por mais simples, tem considerado valor agregado. Considerando que, na prática, um incêndio a bordo não pode ser definitivamente impedido, convido você a mergulhar no assunto e, se já não o fez, adotar providências não só de prevenção de incêndios, mas também, aquelas que venham a atenuá-lo, quando ele for inevitável.

Natureza do Fogo

Natureza do Fogo - Para haver combustão precisamos dos três componentes: Combustível, comburente e temperatura de ignição. Classificação dos Combustíveis - Os combustíveis podem ser classificados conforme sua velocidade em: completa, incompleta, espontânea e explosão.

Para que haja fogo faz-se necessário que estejam presentes três componentes básicos: combustível, comburente e temperatura de ignição.

Combustível – É todo material capaz de entrar em combustão (madeira, papel, pano, estopa, tintas, alguns metais etc.).

Comburente – É todo elemento que, associado quimicamente ao combustível, é capaz de fazê-lo entrar em combustão.

Temperatura de Ignição – É a temperatura necessária (quantidade de calor) para que a reação química ocorra entre o combustível e o comburente, produzindo gases capazes de entrarem em combustão.

A reação química que ocorre com a presença do

combustível, do comburente e da temperatura de ignição, com desprendimento de luz e calor, denomina-se “Combustão”.

O oxigênio é o comburente mais facilmente encontrado na

natureza, existe no ar atmosférico em uma quantidade aproximada de 21%. Além do oxigênio o ar contém 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Normalmente, não ocorre chama em uma concentração de oxigênio inferior a 16%. O carvão é uma exceção, pois queima com 9% de oxigênio.

Calor

Os vapores emanados de um combustível inflamam-se na presença do comburente, a partir de determinada temperatura.

Ponto de Fulgor – Temperatura mínima na qual um combustível desprende gases suficientes para serem

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www.portaldoamador.com.br [SOBREVIVÊNCIA NO MAR E MATERIAL DE SALVATAGEM]

Arrais-Amador e Motonauta 55

Salvatagem

Desde que o homem lançou-se ao mar, passou a conviver com sinistros envolvendo suas embarcações. Por mais modernos que sejam os sistemas de prevenção, por mais que se observem as medidas de segurança, em tempo algum será possível eliminar definitivamente o risco de acidentes no mar. Por isso, torna-se necessário, que todo o pessoal embarcado saiba utilizar os equipamentos de salvatagem disponíveis para uma eventual faina de abandono e conheça os procedimentos básicos de busca de salvamento (Search And Rescue – SAR).

Os recursos de salvatagem normalmente encontrados nas embarcações são os coletes salva-vidas, boias circulares, balsas salva-vidas e os equipamentos de sinalização de emergência.

Material de Salvatagem Homologação - Cabe a Diretoria de Portos e Costas (DPC), a emissão do certificado de homologação de todo componente, acessório, dispositivo, equipamento ou outro produto cuja homologação pelo Governo Brasileiro, seja requerida por regulamentos nacionais e internacionais, para aplicações em embarcações, plataformas e atividades náuticas esportivas.

As Normas marítimas brasileiras determinam que todas as embarcações devam ter a bordo equipamentos de salvatagem. Esses equipamentos é que vão facilitar os procedimentos de emergência para garantir a sobrevivência das pessoas caso ocorra um naufrágio. Existem dois tipos de equipamentos de salvatagem: Os equipamentos individuais e os coletivos.

São exemplos de equipamentos individuais de salvatagem os coletes salva-vidas e a boias circulares.

São exemplos de equipamentos coletivos de salvatagem as

balsas infláveis e baleeiras.

Coletes Salva-Vidas

Coletes Infláveis - Devem ser inflados quando já estiver dentro da água.

Uso do Colete - O colete deve ser amarrado ao corpo, com a parte flutuante para frente. - É conveniente que antes de uma viagem se faça uma demonstração para todos embarcados, da forma de uso dos coletes salva-vidas. Saber vestir o colete corretamente já salvou muitas vidas nos casos de abandono de uma embarcação. Uso de roupas protetoras (Neoprene): - Nas motos aquáticas, trajes normais de banho não oferecem a proteção adequada contra fortes jatos de água como, por exemplo, os da saída da turbina. Além disso, é recomendado usar calçados, luvas e óculos de proteção.

É o principal e mais comum equipamento de salvatagem a bordo de uma embarcação. Podem ser infláveis ou rígidos (conhecidos como coletes de paina, estes são normalmente utilizados nas embarcações de esporte e/ou recreio).

São normalmente fabricados em cinco tamanhos básicos: extragrande, para adultos acima de 110kg, grande, para adultos de 55 a 110kg, médio, para pessoas de 35 a 55kg, pequeno, para crianças de 25 a 35kg, e pequeno para crianças de 25kg. Podem ser do tipo canga (de vestir pela cabeça) ou do tipo jaqueta ou jaleco (de vestir como paletó). Normalmente possuem os seguintes acessórios: apito, lanterna, bateria e faixas adesivas refletoras. Os coletes infláveis contem ainda: ampola de CO2, alça de pick-up e linha de agregação (utilizado para manter os náufragos reunidos), e pó marcador.

É importante que todos os tripulantes saibam vestir os coletes, para que eles sejam utilizados adequadamente quando se fizerem necessários. Todos os ocupantes de moto aquática devem utilizar coletes salva-vidas classe V ou superior, homologados pela Marinha do Brasil. Os condutores, tripulantes e passageiros das demais embarcações, deverão mantê-los a bordo, estivados (guardados) de maneira a serem prontamente utilizados, em local visível, bem sinalizado e de fácil acesso para uma eventual necessidade de uso.

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www.portaldoamador.com.br [NOÇÕES DE COMUNICAÇÕES NA NAVEGAÇÃO INTERIOR]

Arrais-Amador 65

Equipamentos

Transceptor de HF/SSB (High Frequency/SSB)

Transceptor de VHF

(Ultra High Frequency)

VHF portátil

- As estações-rádio pertencentes aos Iates Clubes localizados ao longo do litoral brasileiro mantêm serviço de escuta em VHF e/ou SSB, para apoio às embarcações de esporte e/ou recreio (lazer).

Manter comunicações confiáveis no mar é de suma importância para a segurança da embarcação e das pessoas de bordo. Nesta disciplina iremos conhecer os equipamentos básicos obrigatórios a bordo das embarcações de esporte e/ou recreio (lazer).

Os equipamentos de rádio comunicações deverão possuir as seguintes características:

Transceptor fixo de HF – potência de operação para operar a uma distância de pelo menos 75 milhas da costa. Esses aparelhos mais conhecidos a bordo pela sigla SSB, em referência ao tipo de modulação executada pelo equipamento.

Transceptor fixo de VHF – potência mínima de 25w, para operar no limite da navegação em mar aberto, tipo costeira, e na navegação interior.

Transceptor portátil de VHF – indicado para os casos de abandono da embarcação ou falha de outro equipamento. É recomendável que possua revestimento emborrachado (a prova d’água), bateria com autonomia quatro (4) horas, mantida sempre em carga, e com um coeficiente de utilização de 1:9 (1 minuto de transmissão por 9 minutos de escuta).

O rádio HF e o VHF podem ser usados para:

Comunicações entre embarcações.

Comunicações entre uma embarcação e uma Estação Costeira (Iates Clubes e Marinas).

Comunicações entre uma embarcação e um telefone, por meio de uma Estação Costeira (Iates Clubes e Marinas).

Transmissão e recepção de mensagens de socorro de pessoas que estejam correndo risco de vida.

Frequências Obrigatórias

São obrigatórias as seguintes frequências:

Em HF/SSB Frequência

(kHz) DESCRIÇÃO

2182 Socorro Internacional (curta distância)

4125 Socorro Atlântico Sul (longa distância)

4431,8 8291,1

Utilizada pelas estações costeiras dos

Iates Clubes e Marinas

6215 8255 12290 22060

Em função das condições locais de propagação o equipamento poderá operar ainda nessas frequências.