apostila plantação de igreja com propósitos

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  • CURSO: UMA IGREJA COM PROPSITOS

    Material organizado pelo Pr. Josias Moura de Menezes

    Site: www.josiasmoura.wordpress.com

    Apostila Baseada no Livro uma Igreja com Propsitos.

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    UMA IGREJA COM PROPSITOS

    (Material organizado pelo Pr Josias Moura de Menezes)

    Rick Warren. Uma igreja com propsitos. So Paulo : Editora Vida, 1998. 496 p.

    Parte I - OBSERVANDO O TODO

    Introduo:

    O segredo na vida fazer as perguntas certas! Quando se fala em crescimento da igreja, normalmente se pergunta: O que far a nossa igreja crescer? Esta uma pergunta errada. A pergunta certa deve ser: O que est impedindo nossa igreja de crescer? Alm disso, o enfoque normalmente tem sido colocado no lugar errado. O enfoque deve estar na sade da igreja e no no seu crescimento. Uma igreja saudvel cresce. Esta a lei da natureza. O organismo (a igreja um organismo vivo) que no cresce est doente. A chave para a igreja do sculo XXI, portanto, est na sade espiritual da igreja e no no seu crescimento.

    1.0 - Histria da igreja de Saddleback

    2.0 - Os mitos sobre o crescimento da igreja

    1) A nica coisa que importa para as grandes igrejas o nmero de freqentadores. Uma igreja no cresce se pensar apenas em ter pessoas assentadas nos bancos.

    2) Grandes igrejas cresce s custas de igrejas menores. Em alguns casos isso verdade, mas no a regra.

    3) Voc deve escolher entre qualidade e quantidade em sua igreja. Sem qualidade no existe quantidade. por causa da qualidade da igreja que ela cresce e no o inverso. Qualidade se refere ao tipo de discpulos de Cristo que a igreja produz. Quantidade se refere ao nmero de discpulos que a igreja est produzindo. Ambos so importantes e esto inter-relacionados.

    4) necessrio comprometer a mensagem e a misso da igreja para que ela venha a crescer. O pressuposto aqui que uma igreja que est crescendo deva ser superficial e sem compromisso. Na verdade o inverso que acontece! Jesus atraiu multides e nunca comprometeu a verdade. Alm disso, ele exigia entrega total; compromisso total. Jesus nunca rebaixou seus padres e multides o seguiam, mas ele sempre comeava onde o povo estava. Cobrar dedicao no afasta as pessoas; o que as afasta a forma como ela cobrada. Desafiar as pessoas a assumir um compromisso srio com a igreja acaba atraindo mais pessoas que afugentando. Quanto maior o compromisso, maior a resposta. As igrejas falham em explicar o seu propsito, a sua viso e o valor e os benefcios de uma vida comprometida.

    5) Se voc for bastante dedicado sua igreja vai crescer. O trabalho dedicado, por si s, no faz crescer a igreja. Ec 10.10 nos traz uma grande lio: Se voc deixa o machado perder o corte e no o afia, ter de trabalhar muito mais. mais inteligente planejar, antes de agir(BLH). A questo decisiva trabalhar bem e no arduamente. Reservar tempo para aprender as habilidades do ministrio, a longo tempo, vai economizar mais tempo e trar melhores resultados. necessrio mais do que dedicao para levar a igreja a crescer preciso usar a inteligncia (1 Co 3.10). As igrejas crescem pelo poder de Deus, atravs dos esforos de pessoas habilidosas (1 Co 3.6-13).

    A sade de uma igreja medida pela capacidade de enviar missionrios e

    no pela capacidade de lotar o templo.

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    6) Existe uma chave secreta para o crescimento da igreja. No existe uma receita pronta. Deus usa infinitas formas de agir. Nunca devemos criticar o que Deus est abenoando, mesmo que seja um estilo de ministrio que faz com que alguns de ns no nos sintamos muito vontade. Se todas as igrejas fossem iguais seria atingida s uma pequena parcela das pessoas. Contudo, no podemos confundir mtodos com a verdade bblica. A mensagem no pode mudar, enquanto que os mtodos devem se atualizar a cada gerao.

    7) A fidelidade tudo o que Deus espera. Esta uma meia verdade. Deus espera mais do que fidelidade. Deus espera fidelidade e frutos (Jo 15.8, 16; Cl 1.10; Mt 21.19)! H muitas variaes do termo fruto, no NT. Todavia, de modo especial, o fruto do crente outro crente. A fidelidade, por outro lado, foi definida por Jesus como a disposio de enfrentar os riscos para dar o fruto que ele espera. Em Mt 25.14-30, na Parbola dos Talentos, os servo que enterrou o seu talento por causa do medo foi chamado mau e negligente/preguioso; os que duplicaram os seus talentos foram chamados bons e fiis. Se voc no enfrentar nenhum risco em seu ministrio, ento no necessrio que tenha f. E se seu ministrio no necessita de nenhuma f, ento voc est sendo infiel. Quando uma igreja insiste em usar mtodos que no funcionam est sendo infiel.

    8) No h nada a aprender nas grandes igrejas. O que pode ser aprendido so os princpios aplicados em uma igreja, nunca os seus mtodos. Princpios so universais, mtodos so especficos. Princpios so transferveis.

    Por fim, algumas perguntas fundamentais, que devem ser feitas constantemente e cujas respostas devem estar claras:

    1) Quais so os assuntos primrios: Quem nosso mestre? Qual a nossa mensagem? Qual a nossa motivao?

    2) Quais so os assuntos secundrios: Quem o nosso mercado? Quais so nossos modelos? Quais so nossos mtodos?

    Parte II - TORNANDO-SE UMA IGREJA DIRIGIDA POR PROPSITOS

    3.0 - O que motiva a nossa igreja?

    Toda igreja dirigida ou motivada por alguma coisa. Existe uma fora que guia, uma pressuposio controladora, uma convico motivadora por trs de tudo o que acontece. Se olharmos a palavra dirigir no dicionrio, acharemos esta definio: guiar, controlar ou direcionar. Este direcionamento pode no estar escrito em nenhum lugar, ele pode ser desconhecido para a maioria das pessoas da Igreja. Provavelmente nunca houve uma votao para aprovar tal direcionamento. Mas, ainda assim, ele existe e influencia cada aspecto da vida da Igreja.

    Qual a fora que direciona e motiva nossa igreja?

    1) Igrejas dirigidas pela tradio: Nas igrejas dirigidas pela tradio, a frase preferida : Ns sempre fizemos isso deste jeito. O alvo da igreja dirigida por tradies simplesmente perpetuar o passado. Mudanas so quase sempre vistas de uma forma negativa e a estagnao interpretada como sinnimo de estabilidade. Igrejas mais antigas tm a tendncia de se agarrar a certas regras, regulamentos e rituais, enquanto as mais jovens tendem a se unir a um propsito e uma misso. Em algumas igrejas a tradio tanta que qualquer outra coisa, inclusive a vontade de Deus, se torna secundria. Algum disse que as sete ltimas palavras de uma igreja so: ns nunca fizemos isto este jeito antes.

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    2) Igrejas dirigidas por personalidades: Nesta igreja o fato mais importante : O que o lder da igreja quer? Se o pastor est servido na igreja por muito tempo, certamente a personalidade que a motiva. Mas se a igreja tem uma histria de sempre mudar de pastor, um ou mais leigos de destaque na igreja certamente so esta fora polarizadora. Um dos problemas comuns de uma igreja dirigida por personalidades que o planejamento sempre determinado pelo passado, necessidades e inseguranas do lder, no pela vontade de Deus e pela necessidade do povo. Outro problema que esta igreja colocada em cheque quando a personalidade dirigente a deixa ou morre.

    3) Igreja dirigida pelas finanas: A questo que ronda a mente de cada pessoa numa igreja dirigida por finanas : Quanto isto vai custar? Nada to importante quanto as finanas. O debate mais quente nessa igreja sempre sobre o oramento. Boa mordomia e entrada financeira so elementos essenciais em um igreja sadia, mas finanas nunca poder ser um fator controlador. O item principal deve ser o que Deus quer que a Igreja faa. Igrejas no existem para produzir lucro. A razo da existncia de uma igreja no deve ser quanto conseguimos economizar?, mas sim, quantos ns conseguimos salvar? .

    4) Igrejas dirigidas por programas: O programa feminino, o coral, a escola dominical, e o estudo bblico so exemplos de programas que muitas vezes so a fora que motiva certas igrejas. Numa igreja dirigida por programas, toda energia est concentrada em se manter o que foi planejado. A igreja dirigida por programas, em vez de desenvolver o povo, trabalha somente no preenchimento de cargos. A comisso de nomeaes o grupo mais importante da igreja. Se os resultados no so os esperados, as pessoas envolvidas culpam a si mesmas por no trabalharem o suficiente. Ningum jamais questiona se o programa ainda funciona ou no.

    5) Igrejas dirigidas por construes: Winston Churchill disse uma vez: Formamos os nossos prdios e depois os prdios nos formam. Muitas vezes uma congregao est to ansiosa por ter uma prdio bonito, que os seus membros gastam mais dinheiro do que eles tm. O maior item do oramento o pagamento da manuteno das instalaes. Fundos necessrios para operar ministrios tm de ser desviados para pagar interminveis prestaes e assim o verdadeiro ministrio da Igreja sofre. Para isso serve a expresso chinesa: Em vez de o cachorro balanar o rabo, o rabo balana o cachorro.

    6) Igrejas dirigidas por eventos: Se olharmos o calendrio de uma igreja dirigida por eventos, ficaremos com a impresso de que a meta daquela igreja manter o povo ocupado. Sempre tem alguma coisa acontecendo, todos os dias da semana. Existe muito trabalho em igrejas como esta, mas no necessariamente produtividade. Uma igreja pode ser ocupada sem entender qual o propsito de tanta ocupao. Algum precisa questionar: Qual o propsito de cada uma de nossas atividades? Numa igreja dirigida por eventos, o nmero de programaes que uma pessoa freqenta principal medida de fidelidade e maturidade.

    7) Modelo bblico - uma igreja dirigida por propsitos: Devemos comear olhando para tudo o que a nossa igreja faz, atravs da tica dos propsitos colocados pelo Novo Testamento e ver como Deus deseja que ela seja equilibrada em todos eles. Vejamos At 2.42-47: 42) E perseveravam na doutrina dos apstolos e na comunho, no partir do po e nas

    oraes. 43) Em cada alma havia temor; e muitos prodgios e sinais eram feitos por intermdio dos

    apstolos. 44) Todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum. 45) Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, medida que

    algum tinha necessidade. 46) Diariamente perseveravam unnimes no templo, partiam po de casa em casa, e

    tomavam as suas refeies com alegria e singeleza de corao, 47) louvando a Deus, e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso,

    acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. A partir do texto percebemos cinco propsitos para a igreja: reunir; edificar; adorar;

    ministrar; evangelizar. Igrejas fortes so construdas sobre um propsito. Enfocando igualmente todos os cinco propsitos, nossa igreja ir desenvolver um equilbrio sadio, que produzir um

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    crescimento duradouro. Muitos so os planos do corao do homem, mas o propsito do Senhor que permanecer (Pv 19.21).

    [Comentrio: Estes propsitos iro fortalecer as oito marcas de qualidade de uma Igreja que cresce: Liderana capacitadora; Ministrios orientado pelos dons; Espiritualidade contagiante; Estruturas funcionais; Culto inspirador; Grupos familiares; Evangelizao orientada para as necessidades; Relacionamentos marcados pelo amor fraternal. Planejamentos, programas e personalidades no duram, mas o propsito de Deus prevalecer].

    8) A importncia de ser dirigido por propsitos: O ponto de partida de cada Igreja deve ser a questo: Por que existimos? At que saibamos qual a razo de existncia de nossa Igreja, no temos um alicerce, nem motivao nem direo no ministrio. Se estamos ajudando uma nova Igreja a comear, nossa primeira misso deve ser definir o seu propsito. muito mais fcil colocar a base correta quando se comea uma nova Igreja, do que tentar endireit-la depois que ela existe h anos. Se ministramos numa Igreja que est estvel, declinando, ou est simplesmente desencorajada, nossa misso principal redefinir o seu propsito. Esqueamos qualquer outra coisa, at que tenhamos estabelecido novos propsitos nas mentes de nossos membros. Resgatemos uma viso clara do que Deus quer fazer em nossa Igreja e atravs dela. No existe nada no mundo que vai revitalizar mais rpido uma Igreja desencorajada do que redescobrir esse propsito. Igrejas so iniciadas por diversas razes. Algumas vezes so razes inadequadas: competio, orgulho denominacional, necessidade de reconhecimento de um lder, ou algum outro motivo no louvvel. A no ser que a fora motivadora que rege a Igreja seja bblica, a sade e o crescimento da Igreja nunca sero o que Deus deseja. Igrejas fortes no so construdas sobre programas, personalidades ou artifcios, e sim sobre os propsitos eternos de Deus.

    4.0 - Os alicerces para uma igreja sadia

    A fundao determina o tamanho e a durabilidade de um prdio. Nunca poderemos construir mais do que a fundao pode agentar. O mesmo verdade nas Igrejas. Uma Igreja construda sobre uma fundao inadequada, nunca alcanar a altura que Deus deseja. Ela ir desmoronar quando ir alm do que suporta a sua base. Se quisermos construir uma Igreja sadia, forte e que cresa, precisamos gastar tempo alicerando uma fundao slida. necessrio esclarecer na mente de todos os envolvidos exatamente o porqu da existncia da Igreja e o que ela deve fazer. Existe um poder incrvel em ter uma declarao de propsito claramente definida. Ela produzir cinco maravilhosas benefcios para nossa Igreja.

    1) O propsito claro cria moral: Moral e misso sempre andam juntas. O texto de 1 Co 1.10 diz que digais todos a mesma coisa, e que no haja entre vs divises, para que sejais unidos no mesmo sentido e no mesmo parecer. Note bem que Paulo diz que a chave para a harmonia na Igreja estar unida em um s propsito. Se nossa misso no for clara, nosso moral ser baixo. Pessoas trabalhando juntas para alcanar um propsito maior no tm tempo de ficar discutindo assuntos triviais. Quando estamos ajudando a remar o barco, no temos tempo para balan-lo! Onde no h viso, as pessoas vo para outra comunidade, ou no vem mais. Muitas Igrejas esto vivendo por um fio, porque no tem viso. Elas cambaleiam de domingo a domingo porque perderam a viso do propsito de sua existncia. Uma Igreja sem propsito e misso, mais cedo ou mais tarde, se torna uma pea de museu das tradies do passado.

    2) Um propsito claro reduz a frustrao: Uma declarao de propsito reduz a frustrao porque permite que esqueamos coisas que na realidade no tm importncia. O propsito claro no somente define o que fazemos, mas tambm o que no fazemos. A Igreja no tem tempo para fazer tudo. As boas - novas so que Deus no espera que faamos tudo. O segredo de ser eficiente saber e fazer o que realmente deve ser feito, e no se preocupar com o que no pode ser feito. As pessoas esto sempre dizendo a igreja deve fazer isso, ou a igreja deve fazer aquilo. Muitas dessas sugestes so atividades importantes, mas este no o assunto principal. A questo deve ser a seguinte: esta atividade vai de encontro a um dos propsitos para os quais Deus estabeleceu esta Igreja? Sem uma declarao de propsito fcil ficar frustrado. Talvez j tenhamos nos sentido como Isaas: Mas eu disse: Debalde trabalhei, intil e em vo gastei as minhas foras. (Is.

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    49.4a). Quando a Igreja esquece o seu propsito, ela tem muita dificuldade em decidir o que importante.

    3) Um propsito claro permite concentrao: Uma luz bem focada tem uma tremenda fora. J uma luz difundida, no tem muito efeito. Vidas e igrejas enfocadas tero maior impacto do que as que esto fora de foco. Um propsito claro permite que concentremos nossos esforos. Se quisermos que nossa Igreja venha a impressionar o mundo, precisamos dar importncia ao que realmente essencial. A maioria das igrejas tenta fazer coisas demais. Ns simplesmente cansamos o povo. Atiramos em todas as direes, mas nunca acertamos o verdadeiro alvo. Quanto mais antiga a igreja, mais podemos observar este fato. Programas e eventos continuam a ser acrescentados no calendrio, sem que nada seja retirado. Lembremo-nos de que nenhum tipo de programa deve ser feito para durar eternamente. Para uma Igreja permanecer sadia essencial fazer uma faxina de vez em quando e abandonar programas que j no cumprem seus propsitos. No se pode permanecer montado num cavalo morto!

    4) Uma propsito claro atrai cooperao: As pessoas querem se unir a uma Igreja que sabem para onde est indo. Quando uma Igreja deixa claro o seu destino, as pessoas ficam ansiosas para entrarem a bordo. Isto ocorre porque todos ns procuramos algo que nos preencha de significado, propsito e direo. Se queremos que os nossos membros fiquem animados, apoiem e se dediquem s atividades da Igreja, precisamos explicar exatamente para onde a Igreja est indo. importante explicar a declarao de propsito em detalhes para toda pessoa que quer se unir Igreja, antes dela se tornar membro. Se permitirmos que as pessoas se tornem membros da Igreja sem entender o seu propsito, estaremos procurando sarna para nos coarmos. As pessoas geralmente tm interesses pessoais e pressuposies sobre a Igreja. Se no soubermos lidar com elas de uma forma clara e honesta, mais cedo ou mais tarde teremos problemas e conflitos. Uma outra coisa importante no permitir que lamentadores dirijam os departamentos e trabalhos da Igreja. Ao explicarmos o propsito da Igreja para as pessoas antes de se unirem a ela, no s reduziremos conflitos e decepes, como ajudaremos a reconhecerem que devem se unir a uma igreja de acordo com sua filosofia e gosto pessoal.

    5) Um propsito claro ajuda na avaliao: Paulo escreveu aos Corntios: Examinai-vos a vs mesmos se permaneceis na f; provai-vos a vs mesmos (2 Co 13.5). Como uma igreja se auto-analisa? Isso possvel somente atravs da comparao com outras igrejas, mas ela deve se questionar: Estamos fazendo aquilo que Deus deseja que faamos? Com que estamos indo? Qual o nosso negcio. A declarao de propsito deve ser o padro atravs do qual meamos a sade e o crescimento de nossa Igreja. Este processo de construir uma Igreja com propsitos claros leva algum tempo. No acontece de uma hora para outra, nem mesmo em alguns meses. Pode levar anos para que a transio seja feita. Para termos uma Igreja com propsitos, atravessaremos quatro fases crticas, que sero detalhadas abaixo:

    a) Definir os propsitos da Igreja (eles esto no Novo Testamento). b) Comunicar constantemente os propsitos a todos os membros da Igreja. c) Organizar nossa igreja de acordo com os propsitos. d) Aplicar os propsitos em todos os aspectos de nossa igreja.

    Lembremos que a Igreja de Cristo e no nossa. Ele fundou a Igreja, morreu por ela, enviou o seu Esprito Santo e um dia vir busc-la. Como proprietrio da Igreja, Ele j estabeleceu os seus propsitos. No nossa misso criar os propsitos da Igreja, mas sim, descobrir quais so eles. Vejamos agora cada um dos quatro passos seguintes mencionados. Precisamos ler a Bblia e rever o que ela fala sobre a Igreja e tentar achar as respostas para as seguintes perguntas:

    a) Por que existe a Igreja? b) O que devemos ser como Igreja? (Quem e o que somos?) c) Qual a nossa misso como Igreja? (O que Deus quer que faamos no mundo?) d) Como vamos fazer isto? Algumas passagens:

    5.0 - Definindo seus propsitos

    1) Liderando a definio dos propsitos: a) Atentar ao que a Bblia diz: os seguintes textos bblicos podem ser estudados:

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    Mt 5.13-16; 11.28-30; 16.15-19; 18.19-20; 22.36-40; 24.14; 25.34-40; 28.18-20. Mc 10.43-45. Lc 4.18-19; 4.43-45. Jo 4.23; 10.14-18; 13.34-35; 20.21. At 1.8; 2.41-47; 4.32-35; 5.42; 6.1-7. Cartas de Paulo: Rm 12.1-18; 15.1-7; 1 Co 12.12-31; 2 Co 5.17; 6.1; Gl 5.13-15; 6.1-2;

    Ef 1.22-23; 2.19-22; 3.6, 14-21; 4.11-16; 5.23-24; Cl 1.24-28; 3.15-16; 1 Ts 1.3; 5.11. Cartas pastorais: Hb 10.24-25; 13.7, 17; 1 Pe 2.9-10; 1 Jo 1.5-7; 4.7-21. Nestes textos atente para o seguinte:

    Observe o ministrio de Cristo aqui na terra. Atente s imagens que h nos nomes da Igreja. Note os exemplos das igrejas no Novo Testamento. Examine os mandamentos de Cristo.

    b) Buscar respostas para quatro perguntas: Por que a igreja existe? O que devemos ser como Igreja? (Quem e o que somos?) Qual a nossa misso como Igreja? (O que Deus quer que faamos no mundo?) Como vamos fazer isto?

    c) Escrever cada uma das descobertas. d) Resumir as concluses em uma frase.

    2) O que faz uma declarao de propsitos eficiente? a) bblica: ela expressa a doutrina da igreja do NT (ns no decidimos quais so os propsitos

    da igreja, apenas os descobrimos no Novo Testamento). b) especfica: deve ser simples e clara; no querer abordar todos os assuntos. c) transfervel: que seja fcil de memorizar. d) mensurvel: deve possibilitar que a igreja seja avaliada a partir da mesma.

    3) Duas grandes passagens: a) Mt 22.37-40: o grande mandamento. b) Mt 28.19-20: a grande comisso

    Os dois textos resumem tudo o que a igreja deve ser e fazer.

    4) Os cinco grandes propsitos da igreja Uma igreja com seus propsitos est comprometida com os cinco aspectos constantes no texto do

    grande mandamento e da grande comisso: a) Amar a Deus com todo o corao: adorao. Adorar a deus o primeiro propsito da

    igreja! A igreja existe para adorar a Deus. Adorar vem antes de servir! b) Amar ao prximo como a si mesmo: ministrio. A igreja existe para ministrar ao povo.

    Ministrio demonstrar o amor de Deus aos outros. Cada vez que tocamos algum com amor estamos ministrando. A igreja deve ministrar a todos os tipos de necessidades: fsicas, emocionais e espirituais! A igreja deve preparar os santos para a obra do ministrio (Ef 4.12). [ver o livro: A hora e a vez dos leigos].

    c) Ir e fazer discpulos de Jesus: evangelismo. A igreja existe para comunicar a Palavra de Deus. Nossa misso evangelizar o mundo (2 Co 5.20). A evangelizao to importante que Jesus comissionou os discpulos em cinco vezes ocasies: Mt 28.19-20; Mc 16.15; Lc 24.47-49; Jo 20.21; At 1.8.

    d) Batizar os que foram feitos discpulos: comunho. O batismo introduz na comunho e identifica o novo crente com o corpo de Cristo. Como crentes somos membros de um corpo; somos chamados a participar. Batismo a visualizao da integrao no corpo de Cristo (Ed 2.19). [Lembremos que no incio da igreja crist o batismo acontecia aps a confisso de f, neste contexto que surgiu o Credo Apostlico, como credo batismal].

    e) Ensinar a obedecer: discipulado. A igreja existe para educar e edificar o povo de Deus. Em seu sentido literal Mt 28.19 que dizer: indo, batizando e ensinado. Estes trs aspectos so os elementos essenciais no processo de formar discpulos de Jesus. Ensino e obedincia esto intimamente ligados (Ef 4.12-13; Cl 1.28).

    5) Declaraes de propsito.

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    a) Trazer pessoas para Jesus e torn-las membros de sua famlia, desenvolver nelas maturidade de acordo com a semelhana de Cristo e equip-las para seus ministrios na igreja e para a misso de suas vidas no mundo, a fim de glorificar o nome de Deus (Saddleback).

    b) A Comunidade Evanglica Trindade de Ivoti, em resposta ao chamado bblico, existe para glorificar a Deus, envolvendo pessoas pela evangelizao integral atravs dos diversos ministrios, equipando-as para que, pelo poder do Esprito Santo, sejam transformadas em discpulos de Jesus, testemunhando at os confins da Terra .

    Comentrio : A declarao da igreja de Saddleback, em primeiro lugar, est formulada em termos de resultados mensurveis (medveis) e no de atividades. Em segundo lugar, aponta para o encorajamento da participao dos membros. E, terceiro e mais importante, a declarao indica um processo. Os propsitos passam por um processo para alcanar seu objetivo. importante concentrar-se no crescimento de pessoas, atravs de um processo. Este conceito de processo o corao de uma igreja com propsito. Na igreja de Saddleback, o processo compreende quatro passos: trazer pessoas, edific-las, trein-las e envi-las. As pessoas so trazidas como membros, so edificadas para a maturidade, so treinadas para o ministrio e so enviadas para a misso, glorificando a Deus neste processo.

    6.0 - Comunicando seus propsitos

    Os propsitos da igreja devem ser constante e regularmente difundidos. possvel difund-los atravs do ensino das Escrituras, por meio de smbolos e slogans, por meio de histrias...

    necessrio explicar com clareza e objetividade como se pretende alcanar os propsitos estabelecidos. Quanto mais objetiva for a viso da igreja, mais ateno e mais compromisso atrair. Ao lado da objetividade importante personalizar os propsitos (tornar os propsitos de cada crente).

    7.0 - Organizando seus propsitos

    Para que a renovao seja duradoura numa igreja necessrio que ela tenha uma estrutura para nutr-la e apoi-la (exemplos: diferena entre Whitefield e Wesley, sc. XVIII). insuficiente apenas comunicar a declarao de propsitos. A igreja deve ser organizada em funo de seus propsitos. O equilbrio nos propsitos a chave para uma igreja sadia. Uma tendncia natural enfatizar mais um aspecto que outro. muito comum encontrar igrejas que sejam extenso dos talentos e dons do pastor [isso ruim]. A no ser que se desenvolva um sistema e uma estrutura para equilibrar os cinco propsitos, a igreja ter a tendncia de enfatizar os propsitos que melhor expressam os dons e afinidades do pastor. Desta forma, surgem cinco tipos de igreja:

    a) A igreja que ganha almas. b) A igreja que desfruta de Deus. c) A igreja da reunio familiar. d) A igreja da sala de aula. e) A igreja da conscincia social.

    Paralelamente pode-se perceber que os cinco movimentos paraeclesisticos (entidades e instituies que trabalham ao lado da igreja) mais importantes da atualidade seguem uma destas linhas. verdade, os movimentos devem se especializar para produzir impacto. A igreja, contudo, precisa de todos os elementos para ser sadia. muito simplista e incorreto pensar que um nico fator responsvel pelo crescimento da igreja. O apstolo Paulo, em 1 Co 12, ilustra que a igreja o corpo de Cristo. Um corpo composto de vrios sistemas. Quando todos eles esto sincronizados dizemos que o corpo est saudvel. Assim com a igreja. Equilibrar os propsitos do NT traz sade para o corpo de Cristo, a igreja. Falta de equilbrio doena.

    Outro aspecto a ser observado so os crculos de compromisso existentes na igreja. Os compromissos so aprofundados atravs de um processo de desenvolvimento de vidas. No seu ministrio terreno Jesus estabeleceu diferentes crculos de compromisso, cada um conforme o nvel de compreenso de cada um (Mt 11.28-29; Mc 12.34; Jo 1.19; Mc 8.34).

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    8.0 - Aplicando seus propsitos

    Aplicar os propsitos parte mais difcil. Passar de uma declarao de propsito para as aes dirigidas por estes propsitos estabelecidos requer uma liderana que esteja totalmente comprometida com este processo. Isso leva tempo. preciso muita pacincia! So necessrios: muita orao, planejamento, preparo e experimentar como vai funcionar. O importante concentrar-se no progresso, no na perfeio. Existem dez maneiras de ser dirigido por propsitos:

    1) Conquistar novos membros com propsitos. O caminho comear de fora para dentro e no de dentro para fora. Isto quer dizer: comear o trabalho com os no-crentes, lev-los f, ensin-los e capacit-los para que assumam um ministrio. O problema, quando se comea o trabalho com um ncleo de crentes que este grupo acaba desenvolvendo uma comunho to fechada que acaba perdendo o contato com os no crentes. Por conseguinte, perde-se o mpeto evangelizador e a comunidade deixa de crescer.

    [Comentrio: Aqui temos uma viso diferente. O mtodo tradicional comear com um ncleo compromissado de crentes maduros. Tenho percebido que na minha prtica esta forma proposta de Warrem mais eficiente].

    2) Desenvolver programas ao redor de propsitos. De acordo com o diagrama acima, cada crculo de compromisso corresponde a um propsito. Ao usar os cinco crculos de compromisso como uma estratgia para as atividades o pblico-alvo tambm vai estar identificado, assim como o objetivo. Sempre deve ficar bem claro qual o objetivo de cada programa. As atividades ou programas devem estar sempre servio dos propsitos estabelecidos.

    3) A capacitao do povo deve ter um propsito claro. preciso ter bem claro onde ser quer chegar com os cursos e programas de capacitao. Existem basicamente quatro passos na capacitao: a) Primeiro: levar a pessoa f em Jesus e ajud-la a ser membro da igreja; b) Segundo: ajudar o novo crente no crescimento espiritual; c) Terceiro: ajudar o crente a que encontre o seu ministrio, conforme seus dons; d) Quarto: capacitar o crente a ganhar outros para Cristo.

    Assim se completa o circuito. O objetivo da capacitao transformar freqentadores da igreja em missionrios.

    4) Comear pequenos grupos com um propsito. Pode-se ter os mais diversos grupos com objetivos diferentes. No preciso e nem bom que todos os grupos queira a mesma coisa. Neste diversidade reside a sade.

    5) Contratar obreiros com um propsito especfico. Cada pessoa tem algo que gosta mais de fazer e o faz melhor. preciso que todo obreiro trabalhe naquilo que se sente vocacionado. As pessoas que sentem amor pelo que fazem tm mais motivao. Existem inmeros ministrios na igreja. [Aqui importante ver mais uma vez o livro: A hora e a vez dos leigos; outro material que vamos trabalhar neste ano aborda com detalhes este aspecto].

    6) Organizar a estrutura a partir dos propsitos. A estruturao do trabalho pode ser feita com base nos propsitos. Assim, podem ser criadas as mais diferentes equipes de trabalho, cada uma com um objetivo bem claro para alcanar um aspecto de algum dos propsitos.

    7) Pregar com um propsito claro. As pregaes precisam atingir todos os cinco propsitos da igreja. preciso planejar a pregao. Sries com temas especficos.

    8) Elaborar o oramento baseado nos propsitos da igreja. A forma mais rpida de descobrir quais as prioridades de uma igreja olhar o oramento e o calendrios de atividades. A forma como gastamos nosso tempo e dinheiro mostra o que importante para ns.

    9) Organizar a agenda conforme os propsitos. possvel destinar dois meses por ano a cada um dos propsitos. Desta forma, a cada bimestre a igreja estar trabalhando com mais nfase em dos propsitos. Se os propsitos no forem agendados eles no sero enfatizados!

    10) Avaliar os propsitos. A avaliao fundamental para que se possa corrigir os erros e distores durante a caminhada. Sem avaliao no possvel corrigir a direo. Quanto mais membros entenderem e se comprometerem com os propsitos mais forte a igreja ser.

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    Parte III - ALCANANDO SUA COMUNIDADE

    9.0 - Quem o alvo?

    O mtodo mais eficiente de evangelismo depende do tipo de pessoas a alcanar. Para isso preciso saber que tipo de pessoas esto em nossa rea de atuao. A Bblia determina nossa mensagem, mas ns precisamos determinar o alvo: quando, onde e como evangelizar. A mensagem nunca pode ser comprometida!!

    1) Mirar para evangelizar bblico: Jesus tinha um ministrio direcionado para os judeus (Mt 15.22-28). Ele direcionava seu ministrio para ser efetivo e no exclusivo. Assim Jesus tambm orientou os discpulos (Mt 10.5-6). Assim Paulo e Pedro tinham ministrios igualmente direcionados (Gl 2.7). At mesmo os quatro Evangelhos foram escritos para pblicos diferentes. Por isso tm um estilo diferente. Concentrar os recursos para alcanar as pessoas que a igreja tem mais facilidade de alcanar uma boa estratgia. Nisto tambm faz parte a escolha do estilo de msica!

    2) Como definir o alvo? Antes de tudo preciso conhecer o contexto. preciso definir o alvo nos aspectos geogrfico, demogrfico, cultural e espiritual. preciso conhecer o povo a quem pregamos! O alvo geogrfico:

    Que distncia as pessoas esto dispostas a percorrer para vir igreja? Por outro lado, cada vez mais, as pessoas escolhem uma igreja por causa de seus

    relacionamentos e programas e no tanto por causa da localizao. A maioria das pessoas no contexto urbano so pessoas sem igreja.

    O alvo demogrfico: Que tipo de pessoa mora nesta rea geogrfica? Quais so seus interesses e expectativas.

    O alvo cultural: Qual o estilo de vida e modo de pensar daqueles que vivem na rea de ao da igreja? Uma das maiores barreiras para o crescimento da igreja a cegueira cultural.

    O alvo espiritual: Qual a histria espiritual das pessoas do contexto de ao da igreja? Que tipo de vnculos

    espirituais j teve? O que crem, o que conhecem da Bblia...

    3) Personalizar o alvo: importante conseguir descrever este tipo de pessoa .

    10 - Conhecendo quem voc pode alcanar melhor

    O Novo Testamento mostra que o evangelho foi propagado atravs dos relacionamentos! Isto continua vlido. As pessoas mais fceis de alcanar so aquelas que combinam com os membros desta igreja, isto , com a cultura desta igreja. Por isso preciso perguntar:

    1) Quem freqenta a igreja? Quem freqenta a igreja se pergunta: existem algum como eu aqui? A questo da afinidade cultural muito importante.

    2) Quem so lderes da igreja? Os lderes refletem a imagem da igreja. Voc conquista mais fcil quem mais parecido contigo e com que voc se relaciona. Esta a regra de ouro. Isto tambm diz muito acerca da faixa etria da liderana. A questo do combinar com as pessoas decisivo. Observao: programas e cultos de formas e estilos variados ajudam a alcanar uma variedade maior de pessoas de uma mesma igreja. Comear novas igrejas, porm, tm sido a forma mais eficiente para alcanar um grupo tnico-cultural e social especfico.

    3) Qual a receptividade espiritual das pessoas? Na parbola do semeador, Jesus ensinou que as pessoas so como os diferentes tipos de solo (Mt 13.3-23). preciso avaliar a receptividade das

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    pessoas. Os quatro tipos de ouvintes descritos por Jesus podem ser agrupados em dois: as pessoas em transio e as pessoas sob presso.

    a) Pessoas em transio: Alvin Tofler diz que as pessoas procuram ilhas de estabilidade quando as mudanas so grandes demais. Atualmente h uma grande interesse espiritual pelas mudanas macias no mundo, que esto fazendo com que as pessoas se sintam amedrontadas e inquietas. Outras mudanas (casamento, chegada de um beb, mudana de residncia, ...) fazem com que as pessoas sejam receptivas ao evangelho.

    b) Pessoas sob tenso: Deus usa a dor para chamar a ateno das pessoas. Pessoas com medo e ansiedade geralmente comeam a procurar por algo superior a elas para tirar-lhes a dor e preencher o vazio que sentem. Os seguintes grupos esto entre os mais receptivos ao evangelho: Visitante que vm pela primeira vez. Amigos e parentes de novos convertidos. Pessoas que esto passando por um processo de divrcio. Pessoas que precisam de um programa de recuperao (lcool, drogas, sexual,...). Pais que tenham tido seu primeiro filho. Pessoas com doenas terminais e suas famlias. Casais com problemas conjugais. Pais com filhos problemticos. Pessoas desempregadas ou com problemas financeiros. Novos moradores.

    possvel desenvolver um programa especfico para cada grupo. Trazer de volta os membros que deixaram de participar uma estratgia garantida para o declnio de uma igreja! Ela no funciona. Normalmente gastamos cinco vezes mais energia para reaproximar algum que est desviado, do que para ganhar para Cristo uma pessoa que nunca ouviu o Evangelho.

    11 - Desenvolvendo sua estratgia

    Em Mt 10 e Lc 10 podemos aprender a estratgia e os princpios que Jesus empregou para proclamar o Evangelho. Jesus nos ensina o que falar e como compartilhar. Nestes dois textos encontramos cinco regras bsicas:

    1) Saber quem se quer alcanar: quando Jesus enviou os discpulos ele definiu com preciso as pessoas a quem eles deviam ir s ovelhas perdidas de Israel (Mt 10.5-6). Jesus mirou o tipo de pessoa que seus discpulos teriam mais chance de alcanar: pessoas como eles mesmos.

    2) Falar para quem est aberto para ouvir: Jesus recomendou aos seus discpulos que no deveriam ficar com pessoas fechadas ao evangelho (Mt 10.14). No boa mordomia de tempo ficar implorando a algum que j rejeitou a Cristo outras vezes, enquanto que h outros tantos, receptivos, esperando para ouvir o evangelho pela primeira vez. Jesus disse que no deveramos nos ocupar com quem no quer ouvir. perda de tempo!

    3) Aprender a pensar como um no-crente: Jesus era eficiente em lidar com as pessoas porque as entendia. Jesus geralmente sabia o que os no-crentes estavam pensando (Mt 9.4; 12.25; Mc 2.8; Lc 5.22; 9.47; 11.17). Para saber como um no-crente pensa precisamos nos relacionar com um. Quanto mais tempo passas na igreja menos s capaz de pensar como um no-crente. Repetidas vezes Jesus perguntava: O que posso fazer por ti?. A maioria das pessoas no

    Igrejas que crescem se concentram em alcanar pessoas receptivas.

    Igrejas que no crescem se concentram em real istar pessoas inativas

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    participa da igreja porque no percebe nada que a igreja possa lhes oferecer. A maioria dos no-crentes no atesta.

    4) Entrar no mundo daquele que se alcanar: Jesus ensinou a necessidade de ser sensvel aos costumes e cultura do local, quando disse: Quando entrardes numa cidade, e vos receberem, comei de tudo que vos oferecerem (Lc 10.8). O resultado do conclio dos apstolos (At 15) foi que os gentios no precisavam se adaptar cultura dos judeus. preciso distinguir os princpios bblicos (que no podem ser violados) de hbitos culturais. Para isso preciso: a) Permitir que o alvo determine o mtodo: Paulo descreve que fez exatamente isso em 1

    Co 9.19-22 para ganhar as pessoas para Cristo (por exemplo, quando se pesca, a isca adequada ao peixe que se quer pescar).

    b) Sentir as necessidades dos sem-igreja: Jesus, onde encontrava as pessoas, comeava detectando suas ansiedades, necessidades e interesses. Quando Ele enviou os discpulos, fez a mesma coisa: Curais os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demnios. De graa recebestes, de graa dai (Mt 10.8). Quem prega para os sem-igreja deve estar disposto para agentar pessoas que tm muitos problemas.

    c) Entender e responder s necessidades dos sem-igreja: cada vez mais as pessoas esto olhando menos para a questo denominacional para se tornar membros de uma igreja. O que elas observam em que esta igreja pode ajud-las.

    d) Mudar os mtodos quando necessrio: o que deu certo no passado pode no dar certo hoje. O maior inimigo do nosso sucesso no futuro nosso sucesso no passado.

    5) Apresentar ofertas mltiplas: Vivemos num mundo de mltiplas escolhas. Infelizmente, no que diz respeito aos cultos, a maioria das igrejas oferece apenas duas possibilidades: pegar ou largar. A questo no ceder ao consumismo, mas oferecer mais possibilidades para que as pessoas ouam falar de Cristo. As igrejas que crescem oferecem programas diversos.

    Duas observaes finais:

    a) Alcanar a sociedade com o evangelho no barato: evangelizao investimento. Sem investimento no h retorno. Contudo, este investimento custa dinheiro! Todavia, quando a situao financeira da igreja est apertada, uma das primeiras coisas que cortada a evangelizao. Este um erro fatal! A evangelizao a fonte de sangue novo e de vida nova para a igreja. Muitas vezes, a falta de dinheiro revela tambm a falta de um viso clara por parte da igreja. Quando a viso da igreja est clara as pessoas ofertam com mais disposio. Quando a igreja gasta migalhas com a evangelizao ela recebe migalhas como resultado. Em Mt 17.27 (quando Jesus pede a Pedro para pesque um peixe, que ter uma moeda na boca, para pagar o imposto) Jesus nos ensina uma grande lio: as moedas sempre esto na boca do peixe!! Quando nos concentramos em pescar (evangelizar), Deus sempre vai providenciar o pagamento das contas.

    b) Evangelizar no hobby deve ser um estilo de vida: Jesus chamou os seus discpulos e lhes disse: Vinde aps mim e eu vos farei pescadores de homens (Mt 4.19). Quem segue a Jesus tem uma tarefa claramente definida: pescar homens. Para a grande maioria dos crentes esta pescaria um hobby

    Parte IV - ATRAINDO AS MULTIDES

    De momento no foi feita a sntese desta parte.

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    12 - Como Jesus atraa multides

    13 - Adorao pode ser um testemunho

    14 - Planejando um culto sensvel aos no crentes

    15 - Selecionando sua msica

    16 - Pregando para os sem-igreja

    Parte V - CONSTRUINDO A IGREJA

    17 - Transformando freqentadores em membros congregao

    Freqentadores do culto ainda no so membros da Igreja de Cristo!! Os membros so contribuintes e no somente consumidores. A vida crist no envolve apenas crer, mas tambm participar com responsabilidade. O termo membresia/membro origem crist, mas foi esvaziado. Quando Paulo usa o termo membro ele no se referia a uma fria entrada de algum para uma instituio; ele falava em tornar-se membro vital do corpo de Cristo (Rm 12.4-5; 1 Co 6.15; 12.12-27). urgente recuperar este conceito bblico! A igreja um organismo vivo e no uma organizao. Qualquer membro que retirado do corpo faz falta e deixa de cumprir uma finalidade que lhe foi data, alm disso vai morrer rapidamente. O mesmo acontece com os crentes que no compromisso com a igreja local.

    Neste contexto, a integrao de novos membros (novos crentes) na igreja fundamental e no acontece automaticamente. preciso ter um sistema e uma estrutura para faz-lo. O discipulado to importante quanto a evangelizao. Os nens na f no sabem o que precisam. responsabilidade da igreja tomar a iniciativa, alimentando-os adequadamente e orientando-os at chegar maturidade. As igrejas que fazem da integrao de novos crentes na igreja uma prioridade e tm um plano para desenvolver isso, so abenoadas em seu crescimento. Alguns passos podem ser observados no processo do discipulado:

    1) Desenvolver um plano para integrar novos membros. Para desenvolver este plano devem ser feitas algumas perguntas: a) O que Cristo espera dos membros da sua Igreja? b) O que esperamos dos nossos membros neste momento? c) O que as pessoas pensam sobre a nossa congregao/comunidade? d) Como sero as mudanas nos prximos cinco a dez anos? e) Quais so os valores de nossos membros? f) Quais so as necessidades mais importantes de nossos novos membros (novos crentes)? g) Quais so as maiores necessidades dos nossos membros mais antigos? h) Como podemos tornar a membresia mais importante? i) Como podemos assegurar que os membros se sintam amados e queridos? j) O que ns devemos aos nossos membros? k) Quais so os recursos e servios que podemos oferecer aos nossos membros? l) Como podemos melhorar o que oferecemos?

    Os membros, por outro lado, tm pelo menos cinco perguntas a fazer: a) Eu me encaixo aqui? A questo da aceitao b) Algum aqui se interessa em me conhecer? A questo da amizade. c) Eles precisam de mim aqui? A questo do valor. d) A qual a vantagem de me unir a esta igreja? A questo do benefcio. e) O que que eles esperam de mim como membro? A questo da expectativa.

    2) Comunicar o valor da membresia: cada vez mais comum as pessoas no estarem ligadas a uma congregao. Um freqentador passa a ser membro na medida em que descobrir benefcios que ele no encontrar em nenhum outro lugar. importante mostrar aos novos convertidos os benefcios de tornar-se membro da igreja (Ef 2.19; Rm 12.15; Gl 6.1-2; Hb 10.24-25; 1 Co 12.4-

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    27; Hb 13.17; At 20.28-29; Ef 5.21). Vivemos hoje uma epidemia de solido. Vrios fatores tm fragmentado o ncleo da famlia. No contexto urbano, a igreja tem sido a nova famlia para pessoas que no laos familiares. Em todos os lugares existem pessoas ansiosas por comunho.

    3) Organizar uma classe obrigatria de novos membros: a maneira como as pessoas se ligam igreja vai determinar a eficincia delas como membros. A classe de membresia a mais importante de uma igreja. A melhor hora de solicitar um compromisso forte dos membros no momento em que se unem igreja. Quando se requer pouco de uma pessoa ao se tornar membro, muito pouco ser esperado dela mais tarde. Isso no significa, necessariamente, que uma classe forte deva ser longa. A sua fora determinada pelo contedo e pelo apelo ao compromisso. Na classe de membresia deve ser dito com clareza o que a igreja espera do novo membro. A classe de novos membros no tem como contedo doutrinas bsicas. Apenas uma explicao clara da salvao. Um curso para novos membros deve responder s seguintes perguntas: a) O que uma igreja? b) Qual o propsito de uma igreja? c) Quais so os benefcios de ser um membro? d) O que requerido de um membro? e) Quais so as responsabilidades de um membro? f) Como a igreja organizada? g) Como eu posso me envolver no ministrio? h) O que eu fao, agora que sou membro?

    4) Desenvolver um pacto para novos membros: h muitas pessoas no rol de membros das igrejas com pouco ou nenhum compromisso com Cristo. Isso acontece porque ao ingressarem no se colocou nenhuma expectativa sobre eles. As expectativas da igreja podem ser expressas num pacto que o novo membro assume para com a igreja. Cada igreja deve estabelecer os requisitos para algum tornar-se membro. certo, porm, que algumas pessoas vo sair. Isso, no entanto, vai mostrar igreja quem so as pessoas que querem ficar.

    5) Fazer com que os membros se sintam especiais: os novos membros precisam ser muito bem recebidos e introduzidos no crculo dos membros mais antigos. preciso faz-los sentirem-se bem. Hospitalidade fundamental.

    6) Criar oportunidades para construir relacionamentos: estabelecer vnculos e novas amizades fundamental para a igreja. A vida comunitria feita de relacionamentos. Se os relacionamentos vo bem a igreja tambm.

    7) Integrar os membros em grupos pequenos: os grupos de afinidade proporcionam o cuidado pessoal e a ateno que cada membro precisa. Os pequenos grupos so especiais para criar intimidade e comunho. Quanto mais a igreja cresce mais importante se tornam os pequenos grupos em sua funo de cuidado pastoral. A igreja precisa reaprender a usar os lares! Existem quatro benefcios em us-los: a) Eles so indefinidamente expansveis (casas esto em todo lugar). b) Eles so ilimitados geograficamente. c) Eles so uma boa demonstrao de mordomia crist. d) Eles facilitam relacionamentos (as pessoas ficam mais vontade).

    8) Manter as linhas de comunicao abertas. As pessoas no participam se elas no so informadas. Membros informados so eficientes. Pv 27.23 diz: Procura cuidar das tuas ovelhas e cuida bem do teu rebanho.

    9) Ressaltar continuamente a natureza corporativa (de corpo) da igreja. fundamental que constantemente seja lembrado que na igreja pertencemos uns aos outros e precisamos uns dos outros. Somos um corpo; somos uma famlia. Este aspecto o fundamento de tudo; o mais importante!

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    18 - Desenvolvendo membros maduros compromissados

    Levar pessoas f em Cristo apenas o primeiro passo. Lev-los ao amadurecimento o segundo. O NT deixa claro que Deus quer que todo crente seja espiritualmente maduro (Ef 4.14; Rm 8.29). O alvo tornar-se semelhante a Cristo.

    1) Os mitos sobre a maturidade espiritual. a) O crescimento espiritual automtico aps nascer de novo. No!! Em Hb 5.12 isso

    ensinado com clareza. Um membro participante no igual a um membro maduro. O crente pode envelhecer sem ter crescido. O crescimento espiritual provocado. Cada crente deve querer e decidir crescer; requer compromisso e esforo (Fp 2.12-13; Rm 6.13).

    b) O crescimento espiritual mstico e a maturidade espiritual alcanado somente por poucos. De 1 Tm 4.7-8 aprendemos que o caminho da forma espiritual to prtico quanto o da forma fsica. O que se requer disciplina para desenvolver bons hbitos dirios muito simples.

    c) A maturidade espiritual pode ocorrer imediatamente para quem achar a chave certa. O crescimento espiritual um processo que leva tempo. No existem atalhos para a maturidade (Ef 4.13).

    d) A maturidade espiritual medida por aquilo que o crente sabe. O conhecimento bblico indispensvel para o crescimento espiritual. Porm, maturidade espiritual no sinnimo de conhecimento bblico. A maturidade demostrada nas atitudes do dia-a-dia (Mt 7.16, 24-27; Tg 2.18; 3. 3.13; Ef 5.8) Paulo ensina em 1 Co 8.10 que o conhecimento, apenas, pode levar ao orgulho. A maturidade espiritual se d na exata relao entre o conhecimento e a obedincia (Tg 4.17).

    e) O crescimento uma questo pessoal e privada. Pelo contrrio, para crescer espiritualmente os cristos necessitam de relacionamentos. Ns nos desenvolvemos dentro de um ambiente de comunho (Hb 10.24-25; 1 Jo 1.7; 4.20).

    f) So necessrios estudos bblicos para crescer. Este um mito muito difundido. a idia de que, para crescer, o crente precisa participar muito de Estudo Bblico. O efeito desse mito que pessoas ficam anos participando de estudos bblicos e nunca chegam a ficar prontas para compartilhar o que j aprenderam. Porm, uma variedade de experincias com Deus so necessrias para produzir maturidade: um corao que adora e louva a Deus; construir relacionamentos de amor; usar os dons e talentos servio dos outros; compartilhar sua f com pessoas perdidas. O conhecido professor de Bblia Gene Getz ensinava o seguinte: O estudo bblico, por si s, no produz espiritualidade. Se ele no for praticado produzir somente carnalidade. O estudo sem servio produz crentes que gostam de julgar, com uma indisfarvel soberba espiritual. Tiago bem advertiu: Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e no somente ouvintes, enganando-vos a vs mesmos (Tg 1.22). [Excesso de estudo bblico d indigesto e gera obesidade espiritual].

    2) Planejar a estratgia para alcanar a maturidade espiritual. a) Desenvolver o nvel de compromisso:

    Eleve o seu nvel de compromisso. Se a igreja no pedir compromisso de seus membros outros grupos vo faz-lo. medida em que se cresce aumenta o compromisso. A razo de ser ter crentes pouco envolvidos que se comprometem com outras causas. Uma barreira para o crescimento espiritual normalmente no a falta de compromisso, mas um compromisso com coisas erradas.

    Pedir um grande compromisso confidencialmente. Jesus sempre pedia compromisso de forma clara e pessoal. Jesus pedia comprometimento total de seus discpulos; o mesmo vale ainda hoje. Ele disse: Assim, pois, todo aquele que dentre vs no renuncia a tudo quanto tem no pode ser meu discpulo (Lc 14.33). As pessoas querem estar comprometidas com algo que d significado s suas vidas. Igrejas e pastores tm medo de exigir comprometimento, com medo de que os membros saiam da igreja. As pessoas no se ofendem por serem requisitadas a assumir um grande compromisso, desde que haja um grande propsito por trs. fundamental saber que as pessoas respondem a uma viso e no a uma necessidade.

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    Ser especfico quando pedir compromisso. imprescindvel dizer s pessoas exatamente o que a igreja espera delas. Os membros precisam ter muito claro qual o seu compromisso.

    Explicar cada um dos benefcios do compromisso. A Bblia est repleta de referncias que apontam para os benefcios recebidos pelo compromisso assumido! Por exemplo: a bno conseqncia da obedincia; honra a teu pai e a tua me para que vs bem e vivas muito tempo sobre a terra, ... Ao lado disso, as pessoas esperam ser valorizadas de acordo com o compromisso assumido. fundamental marcar e celebrar os compromissos assumidos pelos membros.

    b) Ajudar as pessoas a desenvolver hbitos de crescimento espiritual. Hbitos ou disciplinas espirituais promovem o crescimento espiritual. Quem no desenvolve bons hbitos ter maus hbitos. Por outro lado, hbitos devem ser desfrutados e no suportados. Quatro so hbitos fundamentais, os quais fazem nascer outros. Jesus nos ensinou e estes hbitos fundamentais definem o discipulado: um discpulos segue a Palavra de Deus (Jo 8.31-32), ora e d frutos (Jo 157-8), no possudo por seus bens (Lc 14.33) e expressa seu amor para com os outros (Jo 13.34-35). No possvel falar de carter sem falar de hbitos.

    c) Construir um plano equilibrado de educao. Cinco aspectos fazem parte do processo de crescimento espiritual: conhecimento, perspectiva, convico, habilidades e carter. Conhecimento da palavra: Duas perguntas so fundamentais para comear: o que as

    pessoas j sabem? O que elas precisam saber? O analfabetismo bblico hoje quase universal. Portanto, os grupos de Estudo Bblico so fundamentais.

    Perspectiva: perspectiva a forma como olhamos as coisas. Perspectiva espiritual a capacidade de ver a vida sob o ponto de vista de Deus. A perspectiva a viso ampliada. perceber como as coisas so interligadas. A perspectiva responde as perguntas do porqu. A falta de perspectiva sinal de imaturidade (Hb 5.14). A perspectiva produz o seguintes resultados: faz com que amemos mais a Deus (Ef 3.18); nos ajuda a resistir s tentaes (Pv 14.12); nos ajuda a lidar com as tribulaes (Rm 8.28; Tg 1.3; Hb 12.2); nos protege do erro (Ef 4.14).

    Convico: nossas convices incluem nossos compromissos, valores e motivaes. A convico desenvolve um propsito de vida. As pessoas de maior impacto so as de convices fortes. A convico leva ao compromisso. A convico a mola propulsora para o crescimento.

    Habilidades: habilidade a capacidade de uma pessoa fazer algo com facilidade e preciso. Habilidades so adquiridas pela prtica e experincia. A igreja deve ajudar os membros ensinando-lhes como fazer o trabalho e no apenas o que fazer. Habilidades esto relacionadas ao fazer. A habilidade o segredo da eficincia.

    Carter: o alvo da maturidade crist est descrita em Ef 4.13: a semelhana de Cristo. O objetivo do crescimento espiritual, portanto, no adquirir conhecimento, mas mudana de vida. O carter nunca construdo numa sala de aula, mas nas circunstncias da vida. Em Gl 5.22-23, na descrio do fruto do Esprito, ns temos uma descrio do carter de Cristo. Carter, portanto, est ligado ao fruto do Esprito em nossas vidas.

    Existe uma ordem lgica no processo da maturidade espiritual. Comea-se com o conhecimento bblico, que amplia a perspectiva da realidade, e, motivado pela convico leva a desenvolver habilidades, que desembocam num carter transformado.

    Plante um pensamento e voc colher um ato; Plante um ato e voc colher um hbito; Plante um hbito e voc colher um carter; Plante um carter e voc colher um destino.

    Quatro perguntas que devem ser feitas num programa de educao crist (Cl 1.28): a) As pessoas aprendem o contedo e o significado da Bblia? b) As pessoas esto vendo em si mesmas a perspectiva de Deus? c) As pessoas vendo seus valores alinhados com os valores divinos? d) As pessoas esto se tornando mais parecidas com Cristo?

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    19 - Transformando membros em ministros ncleo de liderana

    A maior necessidade das igrejas que membros se tornem ministros. A designao de membro ativo, na maioria das igrejas evanglicas significa que freqenta aos cultos contribui com ofertas e dzimo [Lajeado: quem est em dia com os pagamentos]. Deus, porm, espera muito mais dos cristos. Ele espera que cada um use seus dons e talentos para o ministrio no Reino. Agora, como transformar membros em ministros? Existem pelo menos quatro aspectos.

    1) Ensinar a base bblica de que cada membro um ministro. Em todas as coisas que fazemos na igreja sempre precisamos ensinar o porqu antes de ensinar o como. fundamental transmitir o ensino bblico acerca do ministrio leigo. a) Cada crente um ministro. A bblia ensina que cada crente um sacerdote e, portanto,

    tem um ministrio. Nem todos os crentes so pastores, mas todos os crentes so chamados por deus para o ministrio. O servio no corpo de Cristo no opcional (Ef 2.10; 4.11-12; 2 Tm 1.9: 1 Pe 2.9-20; 4.10; Mt 28-18-20; 20.26-28; 1 Co 12.27; Cl 3.23-24).

    b) Cada ministrio importante. Assim como a funo dos membros no corpo humano, no existe ministrio insignificante. Existem ministrio mais visveis e outros menos visveis, mas todos so igualmente valiosos (1 Co 12.18-22).

    c) Ns dependemos uns dos outros. O ensino bblico da interdependncia deve ser recuperado pela igreja. Nenhum ministrio ou ministro independente. Ningum, sozinho, consegue realizar tudo o que a igreja chamada a fazer. O trabalho da igreja como um quebra-cabeas, a primeira que se percebe a pea que est faltando. Assim como no corpo, quando um membro (ministrio) no funciona bem o corpo tambm disfuncional. A cultura do individualismo e da autonomia tem sido muito danosa para a igreja. Ns devemos trabalhar juntos num s propsito.

    d) O ministrio uma expresso da boa forma espiritual. Cada pessoa nica! Deus formou cada um de acordo com o que Ele quer que faamos. O ministrio de cada crente determinado pela formao de cada um: dons, talentos/habilidades, corao, personalidade e experincias. Cada crente deve fazer para o qual Deus o criou. Os dons devem combinar com ministrio que desempenha na igreja. Quando isso no acontece o resultado frustrao para todos: os resultados so limitados, perda de tempo, de energia e de potencial. Vejamos: Dons espirituais: A Bblia ensina claramente que cada crente recebe dons espirituais para

    serem usados no ministrio (1 Co 12; Rm 8; Ef 4). Dons espirituais so capacidades concedidas pelo Esprito Santo. A forma mais fcil e prtica para descobrir o seu dom colocar a mo na massa, trabalhar. trabalhando que descobrimos o que fazemos melhor. Alm disso, devemos ter o cuidado para no nos concentrarmos apenas nos dons espirituais. Deus nos formou com um conjunto de outros elementos que no podem ser esquecidos.

    Corao / paixo: A Bblia usa o termo corao para representar o centro de nossas motivaes, desejos, interesses e inclinaes (Mt 12.34; Sl 37.4; Pv 4.23). Existem assuntos e questes pelas quais nos sentimos apaixonados e no por outros. Esta uma expresso corao. A motivao natural, dada por Deus, serve como um sistema direcional interne. No devemos ignorar nossos interesses naturais. Eles motivam a ir em busca de certas atividades, assuntos e ambientes. As pessoas raramente tm xito em trabalhos que no gostam de realizar. Prazer e realizao so importantes. Crente que est desenvolvendo o ministrio para o qual foi vocacionado por Deus est feliz com o que faz e, por isso, o faz bem!

    Habilidades / talentos: As habilidades so talentos naturais com os quais nascemos. Estudos tm mostrado que cada pessoa possui entre quinhentas a seiscentas habilidades diferentes. Portanto, importante combinar as habilidades com o ministrio certo.

    Personalidade: No existem temperamentos certos ou errados. A igreja precisa de personalidades diferentes para temper-la e equilibr-la. A personalidade vai determinar onde e como cada um vai desenvolver seu ministrio. Quando ministramos de maneira consistente com a personalidade que Deus nos deu, vamos experimentar plenitude, satisfao e colher frutos. Isso d um incrvel sentimento de realizao.

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    Experincias: Deus faz bom usos de todas as nossas experincias (Rm 8.28). Todas as nossas experincias nos ajudaro a determinar melhor o nosso ministrio. Deus quer usar a cada um de ns com as marcas de sua histria para que ministremos a outros.

    2) Simplificar a estrutura organizacional: O segundo passo para o desenvolvimento dos ministrio leigos diminuir as atividades na igreja. A igreja no pode ocupar os membros com tantas reunies. preciso estabelecer a diferena entre manuteno da igreja e ministrio. A diferena entre comisso e ministrio que comisses discutem, ministrios fazem; comisses debatem, ministrios agem; comisses falam sobre necessidades, ministrios vo de encontro a elas. Como resolver a questo? Conceder que as pessoas que realizam os ministrios tomem as decises sobre seus prprios ministrios. Desta forma, autoridade e responsabilidade andam juntos. Isto significa que o pastor e demais pessoas precisam renunciar ao controle. O pastor precisa renunciar ao controle do ministrio e os membros ao controle da liderana. preciso decidir: estruturar para crescer ou estruturar para controlar. O trabalho do pastor e da liderana no controlar a igreja, mas lider-la. Quanto maior a mquina administrativa mais tempo, energia e dinheiro gasto e menos trabalho feito. Membro que reclama muito porque no est envolvido no trabalho ministerial! Os mais diferentes ministrios devem ser criados sem burocracia. Se tem algum disposto a iniciar um trabalho deve ser estimulado. Iniciativas devem ser apoiadas.

    3) Estabelecer um processo de colocao ministerial: Levar membros ao ministrio deve ser um processo constante. Aqui no se visa o preenchimento de vagas. O ministrio para as pessoas e no para programas. O sucesso est em concentrar-se na pessoa e no na instituio. importante oportunizar um acompanhamento s pessoas que esto em busca do seu ministrio, ajudando-as a determinar o ministrio mais adequado ao seu perfil.

    4) Providenciar treinamento no local de trabalho: Apenas na medida que o trabalho avana percebem-se a deficincias. Muito treinamento antes de comear o trabalho tira o entusiasmo inicial.

    5) Nunca comear um ministrio sem um ministro: Criar uma vaga para depois preench-la no funciona. O decisivo num novo ministrio no a idia, mas que lidera. Sem o lder certo e motivado um ministrio no avana. O livro de Atos nos ensina que qualquer tipo de organizao sempre o que o Esprito Santo estava fazendo. Em Atos no vemos pessoas organizando ministrios e depois orando para Deus abenoar. Pelo contrrio, Deus comeava a mover o corao das pessoas e um ministrio comeava espontaneamente e depois de crescer colocavam alguma estrutura para apoi-lo.

    6) Estabelecer padres e diretrizes mnimas: Embora se deva simplificar a estrutura organizacional, importante estabelecer padres mnimos para a implantao de um ministrio, sempre primando pelo mximo de liberdade possvel. Estes padres devem ser claros e breves. Trs aspectos so bsicos: colocar em prtica sua prpria idia; respeitar os propsitos estabelecidos pela igreja e no levantar fundos para seu ministrio (um oramento unificado essencial para uma igreja unificada).

    7) Permitir que as pessoas renunciem ou mudem de ministrio: No possvel algemar algum a um ministrio. Se uma pessoa no gosta ou no se adapta a um ministrio deve ser encorajada a mudar, sem sentir vergonha ou culpa. As pessoas devem ter a liberdade de ter outras experincias em outros ministrios. Esta a melhor forma delas descobrirem seus dons e talentos.

    8) Confiar nas pessoas, delegando autoridade com responsabilidade: O segredo da motivao o sentimento de propriedade. As pessoas que esto liderando um ministrio devem poder tomar suas prprias decises. Via de regra elas sabem o que melhor, pois tm conhecimento de causa. As pessoas respondem quanto tm autonomia para gerenciar; prosperam e crescem quando se confia nelas. Quando delegamos autoridade com responsabilidade abrimos espao para a criatividade. O objetivo deve ser desmamar a igreja da dependncia do pastor o quanto antes. A igreja deve ser dirigida por propsitos e no por personalidades; pessoas saem, propsitos ficam.

    9) Providenciar o apoio necessrio: Sem apoio no h sucesso! Todo ministrio precisa de algum tipo de investimento.

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    a) Apoio material: A estrutura da igreja deve estar disposio. O apoio comunica que o ministrio importante.

    b) Apoio de comunicao: Canais de comunicao devem estar abertos. c) Apoio promocional: Os ministrios devem ser vistos e conhecidos por todos os membros. A

    igreja deve proporcionar que isto acontea. d) Apoio moral: Comunicar apreo pelo trabalho feito fundamental para manter a motivao.

    10) Renovar a viso regularmente: Sempre devemos ter bem presente que a viso que motiva a igreja. Sem viso a igreja perde o rumo. Portanto, a igreja no pode se descuidar de perder o rumo.

    Observao: Rick Warren usa vrias vezes a expresso ministro leigo, eles diz que o faz apenas distinguir entre obreiros remunerados e voluntrios. Creio que devemos abolir a expresso obreiro leigo do nosso vocabulrio. Se usarmos as expresses obreiro remunerado e obreiro voluntrio vamos conseguir no entender. Como podemos ver no livro A hora e a vez dos leigos, no NT no encontramos o conceito de leigo. Pelo contrrio, todos so sacerdotes. Na igreja de Jesus Cristo no existem leigos. A idia de duas classes de cristos, o clero e o leigo, uma criao igreja catlica romana.

    20 - O propsito de Deus para a sua igreja

    Devemos tomar o cuidado para no nos preocuparmos demasiadamente com o crescimento da igreja. Nenhuma igreja cresce como a outra, cada uma tem o seu ritmo (exemplo: bambu chins). O importante observar os propsitos estabelecidos no NT para a igreja, sendo discpulo fiel de Jesus Cristo.

    1) Ser uma pessoa com propsitos: As igrejas com propsitos so dirigidas por lderes com propsitos. Servir igreja s possvel se a amamos de todo o corao (Ef 5.25, 29-30). Infelizmente o inverso tem acontecido: a igreja serve a membros que no a amam. Devemos usar todos os recursos de nossa gerao para atingir as pessoas, a fim de falar-lhes de Cristo.

    2) Medindo os resultados: O sucesso do ministrio edificar a igreja nos propsitos de Deus e no poder do Esprito Santo e esperar os resultados de Deus. Deus termina tudo o que comea (Fp 1.6). Existem muitos fatores que no controlamos, pois pertencem soberania de Deus, mas existe um que podemos controlar: o quanto cada um escolhe confiar em Deus! Existem um denominador comum em todas as igrejas que crescem: os seus lderes no tm medo de confiar em Deus; so pessoas de f, que acreditam nas promessas de Deus, mesmo nas horas mais desencorajadoras. Este o segredo por trs de tudo. Como aprendemos de Ez 37, no importa quo secos os ossos estejam, Deus pode soprar nova vida neles. Qualquer igreja pode ter nova vida se permitirmos que o Esprito Santo implante em ns um novo sentido do seu propsito.

    Informaes sobre o professor:

    Pr. Josias Moura de Menezes, j atuou como pastor em diferentes denominaes. Iniciou sua vida pastoral na Igreja Congregacional Central em Belo Horizonte. Posteriormente foi pastor da Conveno Batista Nacional, e atualmente esta trabalhando no Instituto Bblico Betel Brasileiro, onde leciona e pastoreia Uma Igreja do Betel na cidade de Joo Pessoa.

    formado em Bacharel em Teologia. Tem especializao em Hermenutica bblica e esta cursando seu mestrado em teologia.

    Foi Professor nas seguintes instituies: STEB(Seminrio teolgico Batista Mineiro),Faculdade Batista da Lagoinha (BH/Minas Gerais), Seminrio Congregacional de Braslia/DF (Extenso), Instituto Bblico Betel Brasileiro/ Joo Pessoa, Fater (Faculdade Teolgica do Recife), Curso preparatrio para Lideres: Igreja Congregacional Central de BH/ MG, STEAD Seminrio teolgico Evanglico Assemblia de Deus no Rio Grande do Norte Extenso Macau/RN.

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    Atualmente professor: No Instituto Bblico Betel Brasileiro em Joo Pessoa e no STEC Seminrio Teolgico Congregacional.

    Materias lecionadas: Teologia sistemtica, Hermenutica, Homiltica, teologia pastoral, administrao eclesistica da igreja, Implantao e desenvolvimento de igrejas, Anlise em Romanos e Apocalipse, Liderana crist, Aconselhamento pastoral, Escatologia, Introduo a filosofia, Teologia Contempornea, Apologtica, Filosofia da Religio e Lgica Filosfica.

    Na rea secular ministrou os seguintes cursos: Comunicao e postura pblica, Marketing pessoal, planejamento estratgico, Relaes humanas na empresa, Cursos de informtica (Windows,Word, Acess, Excel, Internet, Corew Draw), Msica instrumental.