apostila pesquisa mineral 3

56
Apostila de Pesquisa Mineral INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS – CAMPUS OURO PRETO APOSTILA DE PESQUISA MINERAL FELIPE DE ORQUIZA MILHOMEM 3º BIMESTRE DE 2012

Upload: felipe-milhomem

Post on 20-Jan-2016

451 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Apostila de Pesquisa Mineral

INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DE

MINAS GERAIS – CAMPUS OURO PRETO

APOSTILA DE PESQUISA MINERAL

FELIPE DE ORQUIZA MILHOMEM

3º BIMESTRE DE 2012

Apostila de Pesquisa Mineral

2 Felipe de Orquiza Milhomem

1. PROSPECÇÃO DE SUPERFÍCIE – PROSPECÇÃO COM MARTELO

Uma vez que se tenham iniciado os trabalhos de pesquisa, o responsável deve se

encarregar de direcionar os trabalhos para etapas de maior detalhamento, como a

sondagem. Antes do aprofundamento em técnicas mais detalhadas, entretanto, é

realizada a pesquisa com técnicas de superfície e subsuperfície.

Tais técnicas incluem a prospecção com martelo, por poços e trincheiras,

geofísica, entre outras.

A prospecção com martelo é utilizada como etapa preliminar, permitindo a

observação de afloramentos e características gerais do terreno. Pode também ser

utilizada na etapa de elaboração do mapa geológico. Em geral, a experiência do

pesquisador conta muito nesta etapa.

Nesta etapa, a pesquisa é realizada através da busca por indícios de

mineralizações. Esses indícios podem ser:

• toponímia nas cartas topográficas,

• geomorfologia,

• vegetação,

• coloração de solos,

• minerais guias e

• gossans.

A toponímia (topo [lugar] + nímia [nome]) estuda nomeação de locais que

possam identificar existência de mineralizações pré-conhecidas. Exemplos = faisqueira:

lugar onde se encontram restos de cascalho; grupiara: cascalho encontrado em topo de

morros; altos do Nordeste brasileiro: presença de quartzo; córrego do ouro, etc.

As características das rochas também auxiliam na identificação de

mineralizações. Pode ser realizada, por exemplo, observação dos aspectos morfológicos

da área. Afloramentos promissores percebidos por isso podem ser, por exemplo, cristas

de morros silicificadas e gossans [chapéus de ferro]. Gossans ou Chapéu de Ferro são

rochas que originalmente continham sulfetos e que foram submetidas a um processo de

alteração supergênica. A cor avermelhada é uma característica importante dos Gossans.

Ela se debe a transformação de sulfetos originais ricos em ferro em compostos

Apostila de Pesquisa Mineral

3 Felipe de Orquiza Milhomem

oxidados. Os Gossans são o resultado da alteração física e química das rochas como

conseqüência da ação de agentes como a chuva, o vento, sol ou as águas subterrâneas.

Esses processos produzem a alteração dos sulfetos, dissolução e precipitação de outros

minerais e uma importante lixiviação nas rochas.

A formação de um Gossan depende de fatores distintos, como a paragênese

original dos sulfetos, clima, relevo, tipo de rocha encaixante, nível freático, etc.

Ocorrências de gossan são importantes pois indicam a possível existência de minério

em profundidade.

Exemplo de formação de Gossan.

Gossans indicam presença de ferro em profundidade.

Apostila de Pesquisa Mineral

4 Felipe de Orquiza Milhomem

Cada tipo de rocha apresenta um padrão próprio de topografia, vegetação,

drenagem e solo. Este padrão poderá se diversificar substancialmente com pequenas

alterações de composição mineralógica da rocha, mas, por outro lado, rochas bem

diferentes poderão ter padrões semelhantes.

Observação de plantas também pode demonstrar a presença de mineralizações.

planta violácea calamina se desenvolve sobre alguns depósitos de zinco. Fosfato é

nutriente de plantas. Plantas exuberantes podem indicar presença de fosfato no local.

1.1 DICAS

Algumas dicas sobre o procedimento a ser adotado para as anotações de campo,

para que se tenha o maior detalhamento possível dos dados coletados é colocada a

seguir:

Os dados de campo são registrados em uma caderneta de campo cuja capa deve

ser dura tanto para proteção quanto para auxiliar na tomada de medidas de camadas com

a bússola. As dimensões aproximadas são de 15x20cm. As folhas devem ser, de

preferência, quadriculadas em tom cinza esmaecido facilitando o desenho esquemático

de afloramentos e de seções geológicas.

Anote o roteiro de cada percurso e os valores de quilometragem se o mesmo for

realizado com jipe. A descrição dos dados é, normalmente, puntual: descreve-se

afloramento por afloramento e estes são numerados sequencialmente na caderneta. Esta

descrição é acompanhada de seções (perfis longitudinais) e colunas (empilhamento de

camadas) geológicas esquemáticas correspondentes a cada percurso ou local.

Apostila de Pesquisa Mineral

5 Felipe de Orquiza Milhomem

A linguagem deve ser clara, direta, sem palavras desnecessárias. Frases curtas

facilitam a compreensão do assunto. Evite usar termos rebuscados que dificultem o

entendimento. O uso de abreviaturas nas descrições de afloramento é fato corriqueiro ao

se buscar ganhar tempo e espaço na caderneta. Procure manter, entretanto, uma

padronização de abreviaturas para que a caderneta não se torne um amontoado

hieroglífico incompreensível para colegas que trabalham na equipe ou para quem vai

transcrever as informações para banco de dados em computador.

Na 1a página da caderneta, além do nome do responsável, coloque o telefone de

contato (se a caderneta for extraviada esta informação é importante), a empresa, a

campanha de campo ou o projeto, a data de início (e fim) do serviço, a lista de

abreviaturas (se não seguirem um padrão), a declinação magnética usada na bússola e

outros dados de interesse geral.

2. PROSPECÇÃO EM SUBSUPERFÍCIE – TRINCHEIRAS E POÇOS

2.1 TRINCHEIRA

Tem por objetivo complementar as informações adquiridas durante o

mapeamento geológico de detalhe. Os principais meios utilizados correspondem à

abertura de poços, trincheiras e sondagens (rotativas, trado, Banka).

Eles permitem verificar o litotipo e investigar as variações estruturais,

estratigráficas e litológicas das formações geológicas profundas. Além disso, permitem

obter amostras das zonas mineralizadas para serem analizadas.

Trincheiras são escavações (valas) pouco profundas, retilíneas, de larguras e

comprimento variados. Sua profundidade é de cerca de 2 m, aproximadamente.

Tem como objetivos:

• Visualizar os contatos

• Determinar o caráter das rochas subjacentes

• Verificação do estilo estrutural

• Coletar amostras superficiais

Apostila de Pesquisa Mineral

6 Felipe de Orquiza Milhomem

A prospecção por trincheiras é usada nos casos em que se supõe a existência de

capeamento pouco espesso e de consistência razoável. Se o terreno for inconsistente, a

abertura da trincheira pode ser impraticável, devido segurança do trabalhador.

Sua utilização é feita com inexistência de máquinas para movimentar a terra.

Com a utilização de ferramentas manuais, a altura é limitada. Em caso de se querer

maiores alturas, poderá se construir patamares laterais (socalcos).

No caso da primeira trincheira não apresentar resultado positivo, uma segunda

será feita, perpendicularmente a primeira; se algum corpo for revelado por uma das

trincheiras, o mesmo deverá ser acompanhado por uma trincheira em toda a sua

extensão segundo a sua direção, até que seja completamente demarcado.

As trincheiras devem ser feitas sistematicamente, ou seja, com espaçamento fixo

e pré-determinado. As características da trincheira (espaçamento, altura, etc)

dependerão das características topográficas e dureza do terreno.

Apostila de Pesquisa Mineral

7 Felipe de Orquiza Milhomem

2.2.POÇOS

A prospecção por poços é aplicada para áreas onde o capeamento do corpo

mineral a ser mapeado é relativamente espesso para a econômica execução de uma

trincheira, mas não muito duro, pedregoso ou altamente aqüífero.

Normalmente os poços apresentam uma abertura circular ou retangular, no caso

da última (mais comum) as suas dimensões mínimas são 1,0 x 1,5 m.

A escavação é comumente feita com ferramentas manuais (picareta, pá,

alavanca, etc.), por vezes com equipamentos de ar comprimido (marteletes), raramente

com máquinas mais possantes. A retirada do material desmontado é feita com um balde

içada para a superfície via um sistema de roldanas ou sarilho.

São usados para:

• Visualizar os contatos;

• Determinar o caráter das rochas subjacentes;

• Verificação do estilo estrutural;

• Coletar amostras superficiais.

Cuidados básicos devem ser feitos. Alguns deles:

• Não deixar que o material escavado seja empilhado próximo à boca do

poço;

• Uso de equipamento de segurança (botas, luvas, capacete, óculos

protetores, etc.);

• Cercar a área par evitar queda de animais.

Para proteger os poços das águas superficiais os mesmo devem ser cobertos e

circundados por valetas. Quando o poço atinge o corpo mineral, prolonga-se um pouco

mais o suficiente para atravessá-lo, se possível até atingir a sua lapa. Sempre que

possível, os vários poços são locados sistematicamente, por princípio análogo ao das

trincheiras.

Apostila de Pesquisa Mineral

8 Felipe de Orquiza Milhomem

Algumas dimensões características dos poços:

• até 1 metro de profundidade, seção retangular de 0,8 m x 0,5 m;

• de 1 a 3 metros, seção retangular de 1,8 m x 0,8 m, ou quadrada de 1,0 m

x 1,0 m;

• abaixo de 3 metros de profundidade, programam-se poços circulares com

1,5 m ou 1,8 m de diâmetro, ou poços retangulares com degraus e seção

de 3,6 m x 0,8 m.

2.2 ETAPAS DA ABERTURA DE UM POÇO

Para a abertura dos poços, são realizadas as seguintes etapas:

1. A escavação do poço deverá ser iniciada após a limpeza superficial de uma área

de 4,00 x 4,00 m e a construção de uma cerca, no desta, constituída de madeira

ou com quatro fios de arame farpado fixados em mourões.

2. No caso de escavação de poço próximo a edificações ou em áreas urbanas,

deverá ser mantido ao redor do poço um isolamento resistente e seguro contra o

acesso de pessoas e animais, com dimensões de acordo com a área disponível, e

sinalização de advertência.

3. Para evitar a entrada de água da chuva no poço deverá ser providenciado a

abertura de um sulco para drenagem no perímetro da área cercada.

4. A dimensão mínima do poço a ser aberto será 1,10 m. A sua forma deverá ser de

preferência circular, para maior segurança e rendimento.

5. A escavação deverá ser executada com picareta, enxadão e pá e prosseguirá

normalmente até uma profundidade que possibilite lançar para fora o material

escavado. Para o prosseguimento da escavação, deverá ser instalado um sarilho

munido de corda, para a entrada e saída dos trabalhadores e retirada do material

escavado.

6. Durante a fase de execução, por razões de segurança, a Empreiteira deverá

manter uma corda de reserva estendida junto à parede do poço e firmemente

fixada na superfície do terreno. Nas paredes do poço deverão ser escavados os

degraus, dispostos segundo duas fileiras diametralmente opostas que facilitem

escalar o poço com o auxílio da corda de reserva.

Apostila de Pesquisa Mineral

9 Felipe de Orquiza Milhomem

7. No caso de serem detectados quaisquer indícios de instabilidade, por menores

que sejam, deverá ser imediatamente providenciado o escoramento das paredes

do poço.

8. O escoramento a ser adotado deverá garantir a estabilidade nos pontos

considerados instáveis, sem prejudicar a inspeção visual das paredes. Para tanto,

o escoramento deverá ter aberturas retangulares, verticais, com largura suficiente

para permitir o exame de toda a seqüência vertical do terreno.

9. Caberá única e exclusivamente ao Empreiteiro a responsabilidade de verificar a

estabilidade das paredes dos poços em execução, interrompendo os trabalhos de

escavações tão logo seja verificado indício de desmoronamento, que possa

colocar em risco a integridade dos trabalhadores.

10. A Fiscalização opinará sobre a necessidade de dar continuidade ao poço, no caso

de insegurança para o trabalho. Se seu aprofundamento for necessário, o

escoramento será feito pela própria Empreiteira, com base em sua experiência

neste tipo de serviço.

11. Em poço escavado em terrenos ricos em matéria orgânica, deverá ser

providenciada ventilação forçada, de modo a expulsar eventuais emanações de

gases tóxicos.

12. Todo solo retirado do poço deverá ser depositado ao seu redor, em ordem

seqüencial, de maneira a formar um anel, fora da área cercada, onde a

distribuição vertical dos materiais atravessados fique reproduzida sem escala.

13. O controle da profundidade do poço será feito através de medida direta entre o

fundo do poço e um ponto de referência na superfície natural do terreno.

14. Quando a escavação estiver a uma profundidade de 0,10 m acima da cota

prevista para a retirada da amostra indeformada, deve-se evitar o písoteamento

do terreno sobrejacente à superfície do topo da amostra.

15. No caso de se atingir o nível freático a operação de escavação deverá ser

interrompida, anotando-se sua profundidade. No caso de artesianismo, deverá

ser registrado o nível estático.

16. O nível d'água deverá ser medido todos os dias antes do inicio dos trabalhos e na

manhã seguinte após a conclusão do poço.

17. O poço será considerado concluído nos seguintes casos: •

i. quando atingir a profundidade prevista pela programação dos

trabalhos;

Apostila de Pesquisa Mineral

10 Felipe de Orquiza Milhomem

ii. quando houver insegurança para a continuidade dos trabalhos;

iii. quando ocorrer infiltração acentuada de água que tome pouco

produtiva a escavação;

iv. quando ocorrer, no fundo do poço, material não escavável por

processos naturais.

18. No final de cada jornada de trabalho a boca do poço deverá ser coberta por uma

tampa, apoiada sobre um cordão de solo, que impeça a entrada de águas pluviais

e animais. Tal procedimento deverá também ser aplicado na conclusão do poço,

caso haja interesse em mantê-lo aberto.

19. Não havendo interesse na manutenção do poço aberto, após a conclusão dos

serviços, este deverá ser totalmente preenchido com solo.

20. Para efeito de identificação, no local do poço deverá ser cravada uma tabuleta

contendo no mínimo os seguintes dados:

i. número do poço;

ii. profundidade;

iii. cotada boca, quando fornecida.

3. PROSPECÇÃO HIDRÁULICA

Quando se dispõe de bastante água, esta pode ser um valioso auxílio para a

pesquisa, tanto na remoção como no transporte das cobertura, ou mesmo do material

mineralizado. Se a água está em cotas mais elevadas, é canalizada e são feitos recortes

laterais no canal, permitindo desviar para os declives dos flancos.

Por erosão, a água abre sulcos no terreno, seguindo as linhas de maior

declividade, ou acompanhando valetas, previamente delineadas. Tornando mais

econômica a abertura de trincheiras inclinadas, com o auxílio de algum desmonte por

enxada, e transporte pelas águas, da cobertura de solo.

Apostila de Pesquisa Mineral

11 Felipe de Orquiza Milhomem

4. PROSPECÇÃO GEOFÍSICA

4.1 INTRODUÇÃO

A prospecção geofísica é, fundamentalmente, um procedimento superficial em

termos de ocorrências profundas. Visa à determinação de jazidas minerais ou de

estruturas geológicas pela medição superficial de grandezas físicas. Na maioria das

vezes envolve métodos aéreos (AEROGEOFÍSICA) e, secundariamente, os terrestres

(GEOFÍSICA TERRESTRE), já que quando se utiliza os terrestres, o alvo já foi

determinado por outro método. A classificação dos métodos em aéreo e terrestre se

refere apenas ao modo de operação e não tem significado físico.

A aerogeofísica é mais rápida e mais barata que a geofísica terrestre. Um

exemplo é o custo do quilômetro analisado: 25 dólares por quilômetro na aerogeofísica

contra 350 dólares para a geofísica terrestre aproximadamente.

Partindo-se das principais propriedades físicas gerais das rochas, como

densidade, magnetismo, elasticidade e condutividade elétrica, foram criados os

processos geofísicos que se seguem:

Tabela I: métodos de investigação geofísica

PROPRIEDADES MÉTODOS

Densidade Gravimétrico/Gravimetria

Susceptibilidade Magnética Magnético/Magnetometria

Condutividade Elétrica Elétrico/Eletromagnético

Radioatividade Radiométrico/Radiometria

Elasticidade Sísmico/Sísmica

Condutividade Térmica Térmico/Termometria

Luminescência Luminescência

Som Acústico

Apostila de Pesquisa Mineral

12 Felipe de Orquiza Milhomem

A prospecção geofísica serve como complemento para os serviços de

mapeamento geológico, realizados em etapas posteriores. É utilizada no reconhecimento

de grandes áreas e antecede os trabalhos de sondagem

Antes de empregar um método de prospecção geofísica em uma área, o

prospector deve definir qual ou quais métodos de prospecção geofísica serão utilizados.

Alguns aspectos deverão ser considerados através de estudos preliminares. São eles:

1) Caracterização geológica geofísica do alvo (através de estudos

bibliográficos): é dependente tanto do alvo como do ambiente em que ele se encontra

inserido;

2) Propriedades físicas dos materiais: a seleção dos métodos de investigação

utilizados é dependente da existência de um contraste das propriedades físicas em sub-

superfície.

3) Razão sinal/ruído: em geral, as medidas geofísicas englobam efeitos de

interesse, ditos sinal, como também efeitos indesejáveis, conhecidos como ruídos. O

sinal mais o ruído é chamado medida, leitura, observação, dado, resposta ou

informação.

Uma razão sinal/ruído (S/R) muito baixa pode tornar proibitiva a aplicação da

geofísica, pois as medidas se tornarão como uma amálgama de efeitos indistinguíveis.

Tipos de Ruídos:

Ruídos Instrumentais

Ruídos Operacionais: erros na leitura, erros posicionamento instrumento,

topografia acidentada , vegetação densa.

Ruídos do Terreno (geológicos, topográficos ): ocorrências minerais,

espessura manto intemperismo relevo topográfico

Ruídos parasitários: tempestades magnéticas, correntes telúricas, linhas alta

tensão, oleodutos, instalações industriais

Com relação às suas vantagens e desvantagens, cabe citar alguns:

Apostila de Pesquisa Mineral

13 Felipe de Orquiza Milhomem

� Vantagens:

1) Não-invasivo: Métodos geofísicos geralmente são não-invasivos e podem ser

usados sem afetar o local.

2) Dados quantitativos: Técnicas geofísicas rendem dados quantitativos que

podem ser usados junto com teoria bem desenvolvida para identificar estrutura de sub-

superfície.

3) Cobertura espacial e vertical: Técnicas geofísicas oferecem freqüentemente

a capacidade de mapeamento de grandes áreas e propagando relativamente depressa a

grandes profundidades. Esta característica distingue técnicas geofísicas claramente de

métodos hidrológicos (que se concentram freqüentemente em dados de fonte pontual -

poços) ou de métodos geoquímicos (que normalmente confiam na análise de amostras

coletadas em pontos discretos).

4) Integrativo: Métodos geofísicos não só provêem informação sobre o

problema ambiental (enfoque primário é superior a alguns metros), mas também sobre a

geologia de subsuperfície (de alguns metros a dezenas de metros).

� Desvantagens:

1) Equipamento caro: Muitas ferramentas de amostragem hidrológica e

geoquímica podem ser obtidos por algumas centenas de dólares. Em contraste,

equipamentos geofísicos custam milhares de dólares.

2) Falta de portabilidade: Alguns equipamentos geofísicos podem ser pesados

ou incômodos, tornando o transporte para locais distantes no campo difícil. Além disso,

muitos tipos de equipamento requerem freqüente recarga, tornando-se dependente da

disponibilidade de um gerador ou de uma fonte de energia elétrica padrão.

3) Manipulação de dados: Técnicas geofísicas rendem dados que significam

pouco sem interpretação adicional, cálculos, ou modelamento. Assim, uma

compreensão da base teórica para vários métodos geofísicos de campo é requerida.

Apostila de Pesquisa Mineral

14 Felipe de Orquiza Milhomem

4.2 AEROGEOFÍSICA

Entre os métodos aerogeofíscos comumente utilizados encontram-se a

magnetometria, a radiometria (gamaespectometria) e a eletromagnetometria (EM).

Dos citados, o mais amplamente utilizado nos levantamentos geofísicos

regionais corresponde ao método magnético. Os sensores e/ ou transmissores são

instalados na aeronave e possuem compensações que eliminam os efeitos do vôo. As

análises por avião ou helicóptero cobrem grandes áreas e viabilizam locais inacessíveis

à geofísica terrestre, ou quando estas áreas devem ser estudadas rapidamente. O relativo

baixo custo destas análises são atrativos para projetos de Exploração Mineral e

Geotécnicos.

Avião com equipamento para medição de propriedades físicas.

4.2.1 Magnetometria

É o método que mede as variações do campo magnético terrestre. As variações

(anomalias) no campo geomagnético são produzidas em função do teor de minerais com

alta susceptibilidade magnética contido nas rochas da crosta, tais como magnetita,

ilmenita e pirrotita. Como esses minerais participam na composição de várias rochas da

crosta, o método magnético é o método geofísico mais utilizado na exploração mineral

devido sua rapidez, o baixo custo e a resposta do método.

A concentração de minerais magnéticos produz distorções locais no campo

magnético da Terra, que podem ser detectadas e fornecem informações sobre a

superfície. A faixa de variação de susceptibilidade magnética é muito maior do que de

Apostila de Pesquisa Mineral

15 Felipe de Orquiza Milhomem

densidades. Rochas básicas apresentam valores altos de susceptibilidade magnética e

rochas ácidas apresentam valores baixos. A susceptibilidade das rochas sedimentares é,

geralmente, muito baixa.

Em um levantamento magnético, as anomalias observadas seriam praticamente

as mesmas com ou sem a presença dos sedimentos, razão pela qual as medidas

magnéticas são relacionadas diretamente com feições do embasamento ou presença de

intrusivas básicas.

A magnetometria permite delinear as estruturas geológicas presentes, mesmo

quando estas se encontram encobertas por sedimentos. Porém, é bom que fique claro

que mesmo quando detectadas as anomalias magnéticas são difíceis de serem

interpretadas, em termos de composição das rochas e forma dos corpos anômalos.

4.2.2 Gamaespectrometria

A radiação gama é detectada na superfície terrestre e resulta da desintegração de

elementos radioativos. A desintegração é decorrente da instabilidade do núcleo do

átomo radioativo que libera energia pela emissão de partículas alfa, beta e radiação

gama.

As principais fontes de radiação gama provêm da desintegração natural do

potássio (40K), urânio (238U) e tório (232Th) que estão presentes na composição da

maioria das rochas em superfície. Entretanto somente podem ser detectadas até

aproximadamente 40 cm de profundidade.

As emissões de radiação gama são influenciadas por diversos fatores, sendo sua

medição prejudicada pela umidade, cobertura vegetal e intemperismo, que afetam não

medidas por mobilização química e física. O relevo também pode influenciar as

aferições devido a lixiviação dos materiais que podem ser misturados, confundindo a

interpretação.

A prospecção de elementos radioativos é realizada como quaisquer outras

substâncias minerais úteis, através de fases e etapas bem definidas. Basicamente,

envolve as seguintes fases:

Apostila de Pesquisa Mineral

16 Felipe de Orquiza Milhomem

• Prospecção regional;

• Prospecção detalhada;

• Avaliação ou definição de reservas.

Entretanto, antes de se iniciar uma campanha de prospecção de minerais

radioativos, alguns requisitos são necessários:

• O conhecimento da geologia do mineral, incluindo a tipologia dos depósitos;

• O conhecimento geológico do território a ser pesquisado em diferentes níveis de

informação;

• A disponibilidade de documentação cartográfica geológica e topográfica, mapas

gamaespectrométricos, além de fotos aéreas, imagens de satélite, radar, etc,

necessárias ao planejamento e execução das investigações.

Normalmente detecta-se a radiação gama através de um cintilômetro ou contador

Geiger. Os instrumentos radiométricos foram desenvolvidos primordialmente para a

detecção de urânio, mas logo apareceram outras aplicações importantes.

São usados mapas ternários (ternary maps) para identificar os 3 elementos

radioativos principais, de acordo com sua abundância. Assim, é produzido um mapa

colorido, que demonstra a abundância de cada elemento.

Atualmente o método é muito usado para mapeamento geológico, identificando

as litologias pelo conteúdo radioativo. Outra aplicação comum consiste em injetar uma

solução radioativa artificial (traçador) no subsolo ou em um aqüífero, para acompanhar

a trajetória dessa solução. O objetivo nesse caso pode ser, por exemplo, verificar a

possibilidade de infiltrações que possam vir a contaminar o aqüífero.

Em laboratório pode-se também determinar com precisão a quantidade com que

os elementos radioativos ou seus isótopos comparecem numa rocha. Este estudo poderá

revelar vários aspectos da história geológica dessa rocha, ou estabelecer comparações

entre vários tipos semelhantes de um mesmo tipo de rocha. Por exemplo, se elas podem

ter se formado a partir da mesma fonte de magma, no caso de rochas ígneas, ou se

derivam da mesma rocha-fonte, através da erosão, no caso de rochas sedimentares.

Apostila de Pesquisa Mineral

17 Felipe de Orquiza Milhomem

4.3 GEOFÍSICA TERRESTRE

Enquanto a aerogeofísica é utilizada para grandes áreas (reconhecimento), a

geofísica terrestre tem seu emprego nas investigações de maior detalhe.

4.3.1 Método gravimétrico

A prospecção gravimétrica envolve medidas das variações do campo de

gravidade terrestre. Deseja-se, com isso, identificar e caracterizar as massas locais de

maior ou menor densidade que as formações encaixantes a partir de irregularidades do

campo medido na superfície. Tais irregularidades, denominadas anomalias, são

interpretadas como resultado das variações na densidade dos materiais da subsuperfície,

provocadas por estruturas geológicas ou corpos rochosos com diferentes densidades. A

tabela abaixo contém os intervalos de variação da densidade de alguns tipos materiais

geológicos:

Apostila de Pesquisa Mineral

18 Felipe de Orquiza Milhomem

Esses contrastes de densidade geram variações locais no campo gravítico da

Terra de pequena magnitude, mas que podem ser medidos com equipamentos próprios

para isso.

As medições da aceleração da gravidade (g) são efetuadas utilizando-se

gravímetros. Medidas de g são efetuadas sobre a superfície terrestre, em terra, lagos e

oceanos. Mais recentemente, com o advento do sistema de posicionamento global por

satélite (GPS= Global Positioning System) de alta precisão, começa a ser utilizada a

gravimetria aérea ou aerogravimetria em locais de difícil acesso.

A interpretação quantitativa da anomalia gravimétrica consiste em, partindo-se

da curva de anomalia, determinar a fonte da anomalia, ou seja, as características físicas

do corpo ou estrutura geológica causadora da anomalia. As características físicas são a

sua profundidade, extensão lateral e contraste de densidade.

Com relação aos fatores que controlam a densidade das rochas, cita-se:

• densidade dos grãos;

• porosidade;

• fluido que preenche os poros.

4.3.2 Método Sísmico

Nesse método são medidos impulsos elásticos, reações de corpos geológicos à

campos físicos. Geralmente há aplicações de energia no terreno por choques mecânicos

(comumente explosões) e são medidos os tempos de percurso das ondas produzidas,

pelo intervalo entre a ação e a recepção, na superfície dos impulsos elásticos, das ondas

diretas refletidas e refratadas.

Felipe de Orquiza Milhomem

Princípio de sismicidade: refração de ondas.

Como a profundidade de penetração desses campos depende do espaçamento

entre os pontos de transmissão e de recepção, é possível condição da variação das

propriedades físicas dos terrenos em profundidade.

O método sísmico é, portanto, bem apropriado para

profundidades dos contatos das formações.

Apostila de Pesquisa Mineral

Felipe de Orquiza Milhomem

Princípio de sismicidade: refração de ondas.

Como a profundidade de penetração desses campos depende do espaçamento

entre os pontos de transmissão e de recepção, é possível condição da variação das

propriedades físicas dos terrenos em profundidade.

O método sísmico é, portanto, bem apropriado para determinação da

profundidades dos contatos das formações.

19

Como a profundidade de penetração desses campos depende do espaçamento

entre os pontos de transmissão e de recepção, é possível condição da variação das

determinação das

Felipe de Orquiza Milhomem

4.3.3 Métodos Elétricos

Os métodos elétricos dependem, primeiramente, das grandes diferenças de

condutividade elétrica, entre formações contínuas.

de jazidas metálicas, pois os minerais metálicos são comumente bons condutores.

método também é muito utilizado na pesquisa de água subterrânea, que também é um

bom condutor de eletricidade.

Na prática, em vez da condutividade, é mais con

resistividade dos terrenos. Essa

alterações fundamentais com a perda de umidade, nas amostras.

Assim, nesse método, utiliza

que vai permitir a determinação da variação da resistividade em subsuperfície.

Apostila de Pesquisa Mineral

Felipe de Orquiza Milhomem

Métodos Elétricos (método resistivimétrico)

Os métodos elétricos dependem, primeiramente, das grandes diferenças de

condutividade elétrica, entre formações contínuas. São bastante aplicado

de jazidas metálicas, pois os minerais metálicos são comumente bons condutores.

método também é muito utilizado na pesquisa de água subterrânea, que também é um

bom condutor de eletricidade.

Na prática, em vez da condutividade, é mais conveniente a determinação da

resistividade dos terrenos. Essas resistividades devem ser medidas “in loco”, pois há

alterações fundamentais com a perda de umidade, nas amostras.

Assim, nesse método, utiliza-se uma fonte artificial de corrente elétrica no solo

que vai permitir a determinação da variação da resistividade em subsuperfície.

20

Os métodos elétricos dependem, primeiramente, das grandes diferenças de

São bastante aplicados na prospecção

de jazidas metálicas, pois os minerais metálicos são comumente bons condutores. O

método também é muito utilizado na pesquisa de água subterrânea, que também é um

veniente a determinação da

devem ser medidas “in loco”, pois há

se uma fonte artificial de corrente elétrica no solo,

que vai permitir a determinação da variação da resistividade em subsuperfície.

Apostila de Pesquisa Mineral

21 Felipe de Orquiza Milhomem

Exemplo de levantamento elétrico.

A resistividade das rochas não alteradas (normais) é quase totalmente devida à

umidade, contida nos poros, planos de juntas e fraturas. A corrente elétrica aplicada

pode ser contínua ou alternada. A aplicação e a verificação da corrente e do campo

elétrico produzido pode ser verificada por contato direto ou por indução.

Os levantamentos podem ser feitos de duas formas:

• Sondagens elétricas (SE): detecta-se a variação vertical da resistividade a partir

do aumento do espaçamento dos eletrodos em sucessivas leituras.

• Caminhamento elétrico: neste caso, são detectadas também as variações laterais

de resistividade, mantendo-se fixa a distância entre eletrodos e movendo-se todo

o arranjo na superfície.

O arranjo de eletrodos mais utilizado é o Schlumberger, pois este tipo de arranjo

é o que apresenta melhor resolução e maior profundidade de investigação. Neste

arranjo, os eletrodos, são dispostos linearmente na superfície e distribuição

aproximadamente regular.

Apostila de Pesquisa Mineral

22 Felipe de Orquiza Milhomem

Dispositivo de medida das sondagens elétricas através

do arranjo Schlumberger.

Por meio dos dois elétrodos externos A e B (eletrodos de corrente) é introduzida

no terreno uma corrente contínua fornecida por uma série de pilhas ou por um gerador;

através de dois elétrodos centrais M e N (eletrodos de potencial) é medida a diferença

de potencial gerada no subsolo da passagem da corrente entre A e B. As medidas de

diferença de potencial (ddp) e de intensidade de corrente (I) são efetuadas com

instrumentos de precisão, dotados de anulador dos potenciais espontâneos existentes no

terreno.

5. AMOSTRAGEM

5.1 Introdução

A experiência com amostragem é fato corrente no cotidiano. Basta lembrar

como um cozinheiro verifica o tempero de um prato que está preparando, como alguém

testa a temperatura de um prato fumegante de sopa, como são realizadas as pesquisas de

intenção de voto ou ainda um médico detecta as condições de um paciente através de

exames de sangue. Em todos os casos, o objetivo é o mesmo: obter informações sobre o

todo, baseando-se no resultado de uma amostra.

Apostila de Pesquisa Mineral

23 Felipe de Orquiza Milhomem

Entretanto, um procedimento amostral pode trazer resultados errados sobre o

resultado. Assim, é desejável que se obtenham amostras que resultem em resultados

confiáveis. Para que ocorra esta representatividade, é preciso adotar critérios e métodos

que permitam manter os erros de cada etapa, desde a coleta da amostra, até a

interpretação dos dados, dentro dos limites aceitáveis e controlados.

Em todas as fases da prospecção mineral são coletadas amostras nos corpos

mineralizados; entretanto, durante a exploração geológica e a prospecção em superfície,

a amostragem é menos densa e pouco regular, já que as amostras são recolhidas apenas

em afloramentos, trincheiras ou poços-testes. O objetivo da amostragem nessas duas

etapas é dar uma ideia do teor médio do minério na superfície a fim de compará-lo

com os teores críticos em jazidas semelhantes, para decidir sobre a conveniência ou não

de avaliar detalhadamente o depósito.

Na fase de avaliação dos depósitos, a amostragem é mais completa e

conduzida de forma regular, devido à abertura de novos poços ou trincheiras, e à

implantação de furos de sonda segundo malhas regulares de perfuração ou à execução

de galerias de pesquisa. No fim da fase de avaliação deve ficar definido o teor médio do

minério e as propriedades qualitativas e tecnológicas do material até certa profundidade.

De forma geral, a base de todas as avaliações geológicas está na amostragem.

Amostragem deficiente resultará numa avaliação não-confiável da área em questão.

5.2 Objetivos da amostragem

A amostra é uma porção reduzida de um corpo ou população infinitamente

maior, que resume em si mesma determinadas características do todo.

Ao se realizar uma amostragem, deve-se levar em conta que um depósito

mineral é uma mistura de minerais em proporções que variam de ponto a ponto da

sua massa. Consequentemente, as proporções de seus metais também variam de um

local a outro. Assim, é extremamente improvável que uma ÚNICA AMOSTRA

represente com eficiência a composição global do depósito.

O aumento do número de amostras, portanto, aumenta a certeza dos dados

adquiridos. A amostragem deve então buscar o equilíbrio entre o menor número de

amostras e o maior grau de precisão possível.

Apostila de Pesquisa Mineral

24 Felipe de Orquiza Milhomem

Assim, os objetivos gerais da amostragem litológica podem ser assim

relacionados:

� Representar depósitos naturais ou artificiais (estoques e rejeitos) de rochas,

minerais e minérios.

� Determinar propriedades física e químicas dos materiais amostrados.

Os dados que são assim obtidos devem então ser aplicados para:

(a) classificação de rochas, minerais e minérios;

(b) avaliação de potencialidade econômica;

(c) cubagem de reservas;

(d) seleção de processos de tratamento e transformaçãoindustrial;

(e) interpretação dos processos de formação.

5.3 Princípios da amostragem litológica

1 - A amostragem deve ser sempre sistemática, independente da etapa e dos

objetivos do trabalho.

Isto significa que ela deve sempre obedecer aos critérios e métodos da sua teoria.

Não existe vantagem em se recorrer a procedimentos mais fáceis, quando eles

prejudicam os resultados, pois talvez seja preferível não ter dados a tê-los falsos ou com

erros acima dos limites aceitáveis.

2 - Toda amostragem envolve erros, em todas as etapas, desde a coleta até a

interpretação dos dados.

Estes erros devem ser mantidos sob controle, por métodos apropriados, para que

se mantenham conhecidos e dentro dos limites admissíveis para cada caso. É fácil de

verificar o quanto este princípio deixa de ser obedecido nos projetos de prospecção e

Apostila de Pesquisa Mineral

25 Felipe de Orquiza Milhomem

mapeamento, pelas raras referências feitas nos textos aos limites dos erros observados

em cada tipo de amostragem.

3 - Uma amostra só pode representar uma zona de homogeneidade para um

determinado atributo.

Isto pode corresponder a uma zona visivelmente uniforme do corpo amostrado,

por meio de alguma propriedade aparente (variações litológicas e zonas de alteração

intempérica, por exemplo), ou uma zona de influência determinada estatisticamente. O

primeiro tipo de zona homogênea tem valor somente quando é confirmado e coincidente

com o segundo, pois a representatividade é um conceito estatístico.

4 - A escolha de qualquer esquema de amostragem exige a definição do

comportamento estatístico dos atributos pesquisados através do corpo amostrado.

Toda amostragem sistemática exige uma fase inicial para determinação do

comportamento estatístico dos atributos investigados, que é definido pelo coeficiente de

variabilidade, e planejamento do esquema de amostragem.

5.4 Coeficiente de variabilidade dos depósitos minerais

O coeficiente de variabilidade é um conceito estatístico de aplicação universal

para a caracterização do comportamento estatístico dos atributos medidos numa

população. A sua equação é simples:

Cv d / x 100%= ⋅

Onde:

d: desvio-padrão dos valores

x: média dos valores

O coeficiente de variação é a principal expressão quantitativa utilizada para

definir a regularidade dos corpos mineralizados. Lembre-se que para um mesmo

depósito mineral, vários coeficientes de variação podem ser obtidos (teor, volume e

parâmetros de qualidade). Por exemplo, em depósitos de minério de ferro, tem-se

coeficientes de variação em relação a sua espessura, densidade, aos teores de Fe2O3,

Apostila de Pesquisa Mineral

26 Felipe de Orquiza Milhomem

P2O5, sílica, etc. Depósitos de bauxita, além do teor de Al2O3 deve ser determinada sua

variabilidade em relação ao teor de sílica e minérios de nióbio a relação entre Ca/Nb

deve ser controlada.

Assim, este coeficiente é parâmetro fundamental para a escolha dos métodos de

amostragem litológica, como será visto nos próximos itens. Ele permite classificar os

depósitos minerais em três categorias de variabilidade:

• Depósitos regulares;

• Depósitos irregulares;

• Depósitos muito irregulares e

• Depósitos extremamente irregulares.

Tabela de classificação dos depósitos minerais em função de sua

regularidade

Regularidade Principais depósitos

Regulares (V até 40%) Jazidas de Fe, Mn, Ni, Co, S, bauxita, argilas, gipstia, sais, magnesita, caulim, materiais de construção, alguns depósitos de carvão

Irregulares (40% < V > 100%)

Jazidas de fluorita, barita, grafite, coríndon, asbestos, carbonatitos, minérios de U, bauxita fosforosa, minério de ilmenita maciça, associada com magetita e hematita, minérios de Cu e Ni em rochas básicas ultrabásicas, tc.

Muito Irregulares (100% < V > 150%) Jazidas de tungstênio em tactitos, depósitos de ouro e minérios de estanho, Pb, Zn, greisens, etc.

Extremamente Irregulares (V > 150%) Pegmetitos com berilos, tantalita, columbita, cassiterita, muscovita, platina e pedras preciosas, vários depósitos de tactitos,e tc.

5.5 Processos para a coleta de amostras

A tomada de amostras é uma das fases mais difíceis da investigação dos depósitos minerais. Há diferentes métodos de amostragem cujo emprego é função dos fatores geológicos que condicionam a variabilidade natural.

Apostila de Pesquisa Mineral

27 Felipe de Orquiza Milhomem

A amostragem pode produzir material que eventualmente contenha teor maior ou menor que o teor real, ou ainda pode fornecer material com granulação diferente da verdadeira, etc.

Caso a variabilidade da propriedade a ser investigada seja pequena, toma-se um pequeno número de amostras, caso contrário um número maior. Em consequencia, é necessário um conhecimento prévio sobre a variabilidade natural, para que melhor seja definido o método a ser utilizado. Os dados prévios sobre a variabilidade são obtidos:

• por amostragem preliminar;

• por analogia com corpos mineralizados (dados bibliográficos);

• por definição da confiabilidade desejada ou da produção necessária;

Ressalta-se duas causas para a existência da variabilidade amostral:

• Perda de material durante a tomada de material;

• Contaminação por mistura de material não pertencente à amostra.

Por sua vez, esses erros podem estar sendo introduzidos por:

• pela existência de recipientes de coleta contaminados com material de outra amostra;

• pela adição de material estranho na amostra (ex: desmoronamento da parede de amostragem);

• pelo uso inadequado do equipamento

• por causa do retículo de amostragem.

Com relação aos métodos de amostragem, os mesmos serão apresentados a seguir.

Apostila de Pesquisa Mineral

28 Felipe de Orquiza Milhomem

SISTEMA MÉTODO

PONTUAL

Amostras individuais

Fragmentos

Rocha desmontada

LINEAR

Canal

Poço

Trincheira

Galerias

Sondagem

VOLUMÉTRICO Amostra total

PLANAR Camadas

Amostra Pontual (amostragem de fragmentos)

Método mais simples de amostragem. É uma amostra isolada, baseada na aparente homogeneidade do depósito. Em etapas preliminares, amostras de mão constituem a representação da população. Algumas características:

� Amostras pequenas: 0,5 a 2 kg � Úteis para determinação de conteúdo mineralógico � Rochas resistentes são difíceis de coletar � Às vezes ocorre alteração da amostra aflorante

Felipe de Orquiza Milhomem

Algumas regras para tornar mais significativa a amostragem por amostras

individuais:

� Coletar amostras de interesse;

� Coletar amostras no contato

� Coletar amostras de rocha fresca;

� Coletar amostras com tamanhos idênticos

� Coleta em frentes de lavra: pilhas de minério ou caminhões usados para

transporte.

� Neste último caso, o ideal é que cada vagonete ou caminhão seja amos

embora nem sempre isso seja obedecido.

Caso o corpo tenha granulação fina e estrutura homogênea, alguns poucos

fragmentos são representativos. Dados sobre quantidade de fragmentos podem ser

encontradas na tabela a seguir:

Apostila de Pesquisa Mineral

Felipe de Orquiza Milhomem

Amostragem de fragmento

Algumas regras para tornar mais significativa a amostragem por amostras

Coletar amostras de interesse;

Coletar amostras no contato corpo mineralizado/encaixante;

Coletar amostras de rocha fresca;

Coletar amostras com tamanhos idênticos

Coleta em frentes de lavra: pilhas de minério ou caminhões usados para

Neste último caso, o ideal é que cada vagonete ou caminhão seja amos

embora nem sempre isso seja obedecido.

Caso o corpo tenha granulação fina e estrutura homogênea, alguns poucos

fragmentos são representativos. Dados sobre quantidade de fragmentos podem ser

encontradas na tabela a seguir:

29

Algumas regras para tornar mais significativa a amostragem por amostras

Coleta em frentes de lavra: pilhas de minério ou caminhões usados para

Neste último caso, o ideal é que cada vagonete ou caminhão seja amostrado,

Caso o corpo tenha granulação fina e estrutura homogênea, alguns poucos

fragmentos são representativos. Dados sobre quantidade de fragmentos podem ser

Apostila de Pesquisa Mineral

30 Felipe de Orquiza Milhomem

Fragmentos recolhidos devem ter o mesmo peso (aproximado) e quantidade

depende da variabilidade: Alguns estudiosos recomendam nunca usar esse método em

trabalhos de prospecção, mas apenas no controle de qualidade em frentes de lavra,

quando o método já foi comparado com canais e aprovado como suficientemente

preciso.

Mesmo as compostas ou coletadas em pilhas de estoque aplicam-se somente a

minérios cujos teores independem do comportamento do minério e do estéril à explosão,

ou estoques já homogeneizados.

Amostragem linear

A amostragem linear é usualmente empregada para detectar variações quando a heterogeneidade do material não é imediatamente percebida, ou quando não se tem uma tendência perceptível. Neste caso, a amostragem objetiva descobrir se as variações são significativas ou não.

� Amostragem de canal

Esse processo consiste em abrir, sobre a face exposta do minério, pequenos canais com largura e profundidade constantes, recolhendo o material retirado em uma lona colocada em baixo do canal, quando o minério “aflora” nas paredes dos poços, trincheiras e galerias, de tal forma que os fragmentos deslocados durante a abertura do canal caiam sobre a lona.

Amostras de canal são recomendadas e utilizadas na pesquisa de rochas e minérios tabulares. A principal característica da amostra de canal justifica a universalidade da sua aplicação: a regularidade de volume da amostra ao longo de uma dimensão do corpo amostrado.

São realizadas amostragens de canais paralelos e perpendiculares à direção da mineralização, sendo a amostragem perpendicular a mais utilizada.

A amostragem é sempre da capa para a lapa. Quanto maior a granulometria do minério, mais profundo devem ser os canais. As distâncias entre os canais devem ser entre 10 a 20 m. Uma vez escolhida a distância, ela deve ser mantida durante todo o trabalho. Numa mineralização irregular as distâncias entre os canais são diminuídas para 5 a 8 m. A largura e profundidade devem ser constantes em todos os canais e a extensão

Apostila de Pesquisa Mineral

31 Felipe de Orquiza Milhomem

deve cobrir a largura inteira da jazida. Na tabela a seguir, estão alguns dados sobre a geometria do canal, de acordo com a variabilidade do minério.

Dimensionamento de amostras de canal

Em geral, o canal não deve ultrapassar 1,5 m de espessura. Caso a amostra tenha espessura maior que isso, as amostras devem ser subdivididas, conforme mostrado na figura a seguir.

Fracionamento de amostra de canal quando a camada ultrapassa o limite de 1,5 m.

As duas vantagens de realizar este procedimento são:

• evita erros de enriquecimento ou empobrecimento, quando se coleta mais material rico do que pobre, ou vice-versa;

Apostila de Pesquisa Mineral

32 Felipe de Orquiza Milhomem

• há maior precisão nas informações sobre as variações de teores em correspondência às mudanças litológicas.

O canal corta a rocha no sentido da espessura do corpo tabular. Em paredes verticais, os canais são verticais quando o mergulho aparente é menor que 45° e horizontais quando o mergulho for maior, conforme figura a seguir.

Amostragem vertical e horizontal em canais.

Por outro lado, quando o minério aparece na forma de veio ou apresenta-se no teto ou piso de galerias e trincheiras, geralmente os canais são abertos perpendicularmente ao minério.

Amostragem em afloramentos ou nos pisos e tetos de galerias.

O espaçamento entre os canais pode ser determinado pela fórmula:

Apostila de Pesquisa Mineral

33 Felipe de Orquiza Milhomem

2

2 2

L×Eh=

t Cv×

Onde:

h – distância entre os canais; L – extensão a amostrar (espessura) E – erro percentual admissível Cv – coeficiente de variabilidade t – constante de student

Este tipo de amostragem é indicado em quase todos os depósitos minerais. Porém não deve ser empregada em corpos de minério cuja forma seja altamente irregular (a qualidade essencial dessa amostragem é a regularidade).

� Amostragem por trincheiras e poços

Trabalhos com trincheiras e poços são realizados para visualização e exame direto do corpo. Além disso, uma característica é a coleta de amostras quando se tem um capeamento pouco espesso.

Trincheiras são escavações lineares, executadas em terrenos horizontalizados, com profundidade limitada a cerca de 2,5 m. São normalmente executadas em terrenos de consistência baixa a média, quando o minério está exposto ou capeado com estéril pouco espesso.

Poços são verticais, e normalmente são realizados em minérios brandos a medianamente duros, não pedregosos e com aquifero mais profundo que a extensão estimada para os poços.

Quando comparados com a amostragem por sondagem, verifica-se que a execução de poços é mais lenta e mais dispendiosa, especialmente se os poços forem mais profundos ou exigirem escoramento.

Apostila de Pesquisa Mineral

34 Felipe de Orquiza Milhomem

À esquerda, exemplo de trincheira, e à direita, de um poço.

Por outro lado, exibem melhor o corpo, a amostragem é mais facilitada, o acesso é imediato e permitem que dele saiam as galerias.

Algumas desvantagens:

• Intercalação entre estéril e minério;

• Presença de água;

• Instabilidade das paredes em terrenos friáveis.

� Amostragem por galerias

As galerias, do mesmo modo que poços e trincheiras, são serviços de pesquisas que podem ser utilizados para fins de amostragem. Elas são utilizadas para investigar corpos tabulares subterrâneos. Além da amostragem volumétrica, pode ser realizada a amostragem por fragmentos, canais, etc.

Dentre os métodos que permitem amostragem, a abertura de galerias é o mais caro e que exige maior técnica. Por isto só deve ser feita quando as possibilidades de empregos de serviços de superfície se esgotam e quando as sondagens tem que ser complementadas com serviços subterrâneos.

A amostragem praticada nas escavações subterrâneas é feita por meio de fragmentos e canais. As escavações subterrâneas, quando utilizadas não só para amostragem, mas também com a finalidade de definir a geometria do corpo devem ser executadas no próprio corpo. Neste caso são estreitas e nem sempre regulares.

Apostila de Pesquisa Mineral

35 Felipe de Orquiza Milhomem

Esquema de acesso ao corpo de minério através de galeria

� Amostragem por sondagens

É o método mais rápido e de maior alcance que todos os outros. Além disso, certos prospectos só são convenientes por meio de sondagens.

Tal método consiste na execução de furos de comprimento relativamente longo, geralmente iniciados na superfície, e destinados ao fornecimento de amostras dos terrenos subsuperficiais.

Amostragem de camadas

São usadas em veios ou camadas muito delgadas e de minérios irregulares, em que o canal acaba sendo a superfície de exposição do corpo mineralizado, isto é, extrai-se uma camada delgada de material ao longo da área aflorante. Não exstem regras para o seu dimensionamento. Elas podem ter espessuras de 5 a 10 cm e extensão de 1 m, ou correspondente à própria exposição.

Entretanto, essas amostras são geralmente tão demoradas e difíceis de se coletar em materiais duros, que só devem ser coletadas em veios delgados de minérios altamente irregulares, como filões auríferos com pepitas, ou para controlar outras amostras em depósitos de pequena espessura.

Apostila de Pesquisa Mineral

36 Felipe de Orquiza Milhomem

Amostragem de volume (amostragem semi-industrial)

Essas amostras são normalmente usadas em avaliações de depósitos, para determinação das características tecnológicas dos minérios, na escala de laboratório, bancada ou industrial. Mas, mesmo nas fases iniciais de projetos, elas são usadas para fornecer informações preliminares sobre minerais industriais.

Outros minérios podem exigir amostragem de volume, quando são altamente irregulares em teores e granulação ou porque os erros das demais amostras são muito grandes. Esses depósitos são normalmente de W, Sn, Mo, Au, Pt, micas e gemas.

Assim, elementos como ouro, prata e platina, que possuem teor da ordem de alguns gramas por tonelada necessitam de grande volume de amostra para que a amostra seja representativa. Assim, as amostragens de canal e de fragmentos não são utilizadas.

Não existem fórmulas disponíveis para a determinação de seus volumes, apenas indicações genéricas. Na tabela a seguir estão algumas indicações dos volumes a serem coletados de acordo com a aplicação.

Recomendações para dimensionamento para amostras de volume

5.6 Redução das amostras

Qualquer processo anterior dá grandes volumes de amostras. Análises

químicas necessitam de apenas pequenas dosagens. Necessidade, portanto, de

redução de peso das amostras antes do envio ao laboratório.

Se for utilizada apenas britagem, terá gasto de tempo e dinheiro para

liberação dos constituintes metálicos. Assim, usualmente, faz-se apenas britagem

inicial.

Apostila de Pesquisa Mineral

37 Felipe de Orquiza Milhomem

Redução de tamanho das amostras em comparação com o peso das mesmas

Peso da amostra em kg Diâmetro em cm

Mais de 450 4,45

450 a 90 2,54

90 a 18 1,27

18 a 4,5 0,64

4,5 a 2 0,48

Inferior a 2 Variável

Os equipamentos usados podem ser britadores (de mandíbulas e de rolos) e

moinhos (de disco ou de bolas).

• Na etapa inicial: britador de mandíbulas (para grandes amostras – 50

a 60 mm), britador de rolos (amostras menores – 1 a 15 mm);

• Na etapa final: moinhos de bola ou disco para uma fração mais fina

(0,15 a 0,05 mm)

A divisão das amostras pode ser feita principalmente por quarteamento em

pilha cônica ou por divisor Jones.

• Quarteamento em pilhas cônicas: homogeneização do material e formar

uma pilha cônica. O vértice é achatado e divide-se o material em quatro

porções. Duas frações em diagonal são reunidas e outras duas são rejeitadas.

Se for preciso amostra menor, repete-se o processo.

Apostila de Pesquisa Mineral

38 Felipe de Orquiza Milhomem

Quarteamento em pilha cônica

• Quarteador tipo Jones: a amostra seca é adicionada no quarteador na parte

central, de forma suficiente a cobrir o conjunto de calhas do mesmo. A

distribuição da amostra sobre as calhas também deve ser uniforme (não deve

ser concentrada em um dos lados da calha)

Quarteador Jones

Apostila de Pesquisa Mineral

39 Felipe de Orquiza Milhomem

6. SONDAGEM

6.1 Introdução

A Sondagem Geológica tem por objetivo abordar as rochas em profundidades

que não possam ser atingidas por trincheiras ou poços de pesquisa, podendo ser

sistemática ou assistemática (eventual), dependendo dos objetivos do estudo de

Pesquisa Mineral. Os objetivos podem ser definidos em:

• Amostragem dos terrenos;

• Exploração Mineral para depósitos metálicos;

• Localização de corpos recobertos (por água, solo ou rocha);

• Verificação da continuidade de corpos já descobertos, em extensão ou

profundidade;

• Localização de lençóis freáticos ou localização de águas subterrâneas;

• Extração de petróleo, gases, enxofre e sais solúveis;

• Estudo de fundações e barragens;

• Aberturas de furos para passagem de canos, cabos elétricos, etc.;

• Furos para drenagem de água ou para injeções de cimento com o objetivo de

vedá-las.

As Sondagens sistemáticas obedecem a uma Malha de Sondagem definida por

perfís (ou seções) geológicos transversais e longitudinais. Perfís Diagonais

(intermediários) podem ser utilizados. A intersecção de um perfil transversal com um

longitudinal é denominada “Nó da Malha”, sendo justamente nesse local onde se deve

realizar o furo de sonda.

Apostila de Pesquisa Mineral

40 Felipe de Orquiza Milhomem

Parte de uma malha de sondagem

Uma sondagem assistemática ou eventual é realizada com os mais diversos

objetivos, como estabelecer a estratigrafia de uma área, comprovar a continuidade de

uma camada em profundidade etc. Geralmente são furos de sonda isolados. A

Sondagem Sistemática é somente utilizada em áreas que tem sido selecionada como

“Alvo” pela geologia, geofísica e/ou geoquímica. Com a sondagem se define as três

dimensões de um depósito, a geometria de sub-superfície é definida. A Sondagem

fornece a maior parte das informações para a avaliação final de um prospecto e, em

última análise, determinar se o prospecto é uma Jazida Mineral (passivo de se tornar

uma mina). Análises geoquímicas de testemunhos de sondagens (amostras) fornecem as

bases para determinar o teor médio do Depósito Mineral. Essas amostras são

cuidadosamente “guardadas” em caixas de madeira e ajuda a delinear a geometria do

Depósito Mineral, calcular seu volume e fornece importantes detalhes estruturais.

Com relação às suas vantagens e desvantagens, cita-se:

Vantagens:

• É quando a presença de água impede o uso de outros métodos de pesquisa, tais

como abertura de poços, trincheiras e galerias de pesquisa;

• As observações podem ser obtidas com maior rapidez que pelos outros

métodos de pesquisa;

Apostila de Pesquisa Mineral

41 Felipe de Orquiza Milhomem

• Grande valia na obtenção das informações preliminares antes de se executarem

obra de maior porte como a abertura de galerias de pesquisa, que por sua natureza é

mais cara e mais demorada;

• Grande alcance em profundidade, não tendo confronto com os outros métodos

de pesquisa.

Desvantagens:

• Nem sempre será o método de prospecção ou exploração mais barato;

• Às vezes não oferecem todas as informações desejadas;

• É uma técnica não muito empregada para: Veios estreitos e muito

mergulhantes; Corpos pequenos e irregulares ou de teor muito variável e ocorrências

esparsas.

6.2 Tipos de sondagem

Grosso modo existem dois tipos gerais de sondagem: Percussão e Rotativa. Na

Sondagem a Percussão um peso cai em queda livre sobre o conjunto de equipamentos

que penetra na rocha. Na Sondagem Rotativa a rocha é perfurada pelo movimento de

rotação que corta a rocha.

Tipos de sondagem

Basicamente, a escolha do método de sondagem irá depender das propriedades

físicas da rocha, principalmente dureza, abrasão, consistência e grau de fraturamento.

Apostila de Pesquisa Mineral

42 Felipe de Orquiza Milhomem

Classificação das rochas quanto à dureza.

Abrasão: maior ou menor capacidade de uma rocha para desgastar o material

que penetra no seu interior;

Consistência: as rochas podem ser repartidas em tenazes ou consolidadas e

inconsolidadas;

Tenacidade: a maior dificuldade consiste na penetração (por isso sondagens são

executadas com auxílio de máquinas);

Fraturas: modificam localmente as características das rochas, reduzindo a

resistências de forças mecânicas, criando áreas de maior permeabilidade onde podem

ocorrer perda do fluido de circulação, faixas de desmoronamento, zonas de abrasão, etc.

Na tabela a seguir estão as principais diferenças entre os principais métodos de

sondagem:

Apostila de Pesquisa Mineral

43 Felipe de Orquiza Milhomem

Comparação entre os métodos de sondagens rotativa e a percussão

6.3 Sondagem à percussão

Na Sondagem a Percussão um peso cai em queda livre sobre o conjunto de

equipamentos que penetra na rocha. Esse peso desfere golpes ritmados contra o fundo

do poço de sondagem cortando a rocha em fragmentos. As Sondagens Percussivas

podem ser Manuais ou Mecânicas e com ou sem circulação de água.

A sondagem percussiva manual é constituída por um tripé, com uma roldana

na parte superior, por onde passa uma corda grossa ou um cabo de aço, que se liga a um

Peso de Bater contendo uma haste-guia

Apostila de Pesquisa Mineral

44 Felipe de Orquiza Milhomem

Sondagem manual à percussão

O peso de bater é levantado por dois operários, puxando a corda que passa na

roldana. Um terceiro operário introduz a haste-guia no orifício do cabeçote e o peso é

deixado cair em queda livre, iniciando a penetração do amostrador.

A sondagem manual é utilizada para a pesquisa inicial de minérios

inconsolidados e aflorantes (argilas, areias, diatomitos, minerais pesados).

A Sondagem Percussiva Mecânica é utilizada apenas para furos verticais,

visando à prospecção de minérios horizontais a subhorizontais que ocorrem em pequena

profundidade e mostram uma distribuição regular de valores (teor e espessura). São

principalmente depósitos sedimentares e aquiferos, embora na maioria dos casos a

sondagem à percussão possa ser substituída com vantagens pela sondagem rotativa. Por

isso, a sondagem percussiva é mais utilizada em terrenos muito fraturados, em que seria

difícil realizar uma sondagem rotativa.

Outra utilização da sondagem percussiva seria para coleta de amostras para

ensaios de beneficiamento, pois tal técnica permite coletar grande quantidade de

amostras, possibilitando ensaios tecnológicos mais precisos.

Apostila de Pesquisa Mineral

45 Felipe de Orquiza Milhomem

Sondagem percussiva mecânica.

A Sondagem Percussiva apresenta como principal vantagem o baixo custo por

metro linear perfurado, possibilidade de coletar amostras maiores, inclusive para testes

industriais, melhor recuperação de materiais inconsolidados, quebradiços e muito

friáveis.

Como principais desvantagens citam-se, sem excluir outras, as seguintes: a

impossibilidade de realização de furos inclinados, ascendentes (em subsolo), baixo

rendimento em rochas duras, maior possibilidade de contaminação de amostras,

testemunhos de sondagem em fragmentos dificultando identificação petrográfica como

textura, composição, estrutura e mergulho.

6.4 Sondagem rotativa

A sondagem rotativa vertical é realizada para corpos superficiais ou profundos

com disposição horizontal a subhorizontal. As perfurações geralmente são implantadas

segundo malhas regulares de perfuração. As Sondagens Rotativas podem ser Manuais (a

Apostila de Pesquisa Mineral

46 Felipe de Orquiza Milhomem

trado, empire ou banka) ou Mecânica (a diamante, a grenalha ou calix e “rotary”). As

Sondagens Manuais são utilizadas em rochas inconsolidadas, para coleta de amostras de

solo de pouca profundidade entre outros.

Por seu turno, a sondagem rotativa inclinada é usada na pesquisa de corpos

inclinados (normalmente acima de 30° de inclinação). É um método caro, mas é ideal

para jazidas com grandes mergulhos e as perfurações algumas vezes não obedecem a

uma malha regular.

Exemplo de sondagem inclinada

Os tipos de sondagem rotativa podem ser visualizados na tabela a seguir.

Tipos de sondagem rotativa

Perfuração Manual Perfuração mecânica

Sondagem a trado Sondagem a diamante

Sondagem empire ou banka Sondagem a granalha

Sondagem rotary

Apostila de Pesquisa Mineral

47 Felipe de Orquiza Milhomem

6.4.1 Sondagem rotativa manual

� Trado manual

A perfuração a trado é um método de perfuração rotativa em formações não

consistentes. O material desagregado é trazido para a superfície pelas hélices de

ferramenta. Os furos permanecem desobstruídos e firmes, mesmo em formações

“soltas”, embora não seja usado fluxo de ar ou água para limpeza.

O furo é feito lentamente, pois após algumas voltas o operador tem que levantar

a ferramenta para retirar o material preso na caçamba. Ao atingir o nível freático é

necessário descer um ou mais tubos que protejam a parede do poço, evitando seu

desmoronamento. Para continuar a perfuração na zona saturada é necessário diminuir o

diâmetro da caçamba para poder perfurar por dentro do tubo de revestimento. Quando

da presença de muita água, o avanço se torna muito difícil, pois há a formação de lama

no fundo, tornando-se quase impossível a retirada do material. Outra condição

desfavorável para o trado manual é que quanto maior for o diâmetro do trado, mais

pesado ficará o serviço.

Devido a adaptações para melhor desempenho em determinados tipos de

litologia, existem vários tipos de Trados Manuais: em hélice (argila), caçamba (areia e

solos em geral), boca de lobo (para pequenos furos onde é necessário o emprego de

força percussiva e rotativa daí poder ser utilizado em solos mais resistentes, porém de

pouca profundidade < 1,0 m).

Trado manual

Apostila de Pesquisa Mineral

48 Felipe de Orquiza Milhomem

� Sondagem Empire ou Banka

Método manual que consiste em se introduzir uma tubulação no terreno

inconsolidado e recolher o material que ficou retido no interior da mesma.

Obtida a furação inicial com uma alavanca pesada, uma sapata lisa ou dentada é

parafusada ao lance de tubo de 1,5 m e diâmetro de 4 polegadas. O tubo é introduzido

no furo e verticalizado. Aparafusa-se em seguida um cabeçote especial na extremidade

livre da tubulação e monta-se a plataforma sobre o mesmo.

Sondagem tipo Empire ou Banka

Dois a quatro homens sobem na plataforma e a tubulação é girada para apertar as

juntas, em seguida, inicia-se a perfuração continuando a girar a tubulação com

alavancas ou braços de madeira equipados com punhos e ligados a um dispositivo que

morde a tubulação. Aprofundada a tubulação verifica-se sua verticalidade, fator

importante na condução da perfuração.

Terminado o furo destaca-se o dispositivo de rotação remove-se a plataforma e

prende-se a tubulação com um dispositivo mordedor e através de alavancas presas a

esse dispositivo tenta-se sacar a tubulação.

Apostila de Pesquisa Mineral

49 Felipe de Orquiza Milhomem

É indicada na pesquisa de aluviões com espessuras de no máximo 30 m a 40 m

dependendo da consistência da aluvião, em áreas de acesso difícil e com disponibilidade

de trabalhadores braçais. Indicadas para depósitos aluvionares, tailings de minas, argila,

bauxita e minério de ferro laterítico, Camadas muito úmidas, Geoquímica de

profundidade em solos saturados de água, testes de solo para Geotecnia.

Atualmente é um método pouquíssimo utilizado.

6.4.2 Sondagem rotativa mecânica

As Sondagens Rotativas Mecânicas principais são: a diamante, a grenalha ou

calix e “rotary”. A mais utilizada em Pesquisa Mineral é a Sondagem a Diamante em

que se desejam testemunhos contínuos para estudo petrográfico (textura, estrutura

incluindo mergulho, mineralogia etc) e litogeoquímico. Não são indicadas para rochas

inconsolidadas, pulverulentas, de matriz mole ou rochas muito fraturadas.

Nas sondagens rotativas as rochas perfuradas são cortadas pelo movimento de

rotação de um elemento cortante (broca, trépano ou coroa), que fica em contato, direto

com as rochas.

O material cortado é trazido à superfície graças a um fluido de perfuração água,

lama ou ar), que circula sob pressão no interior do furo, ou fica retido em tubos

especiais (barriletes).

� Sondagem a diamante

A sondagem rotativa a diamante é o método mais utilizado na exploração

mineral e definição de jazidas e desenvolvimento de lavra, justamente porque obtem

diretamente as amostras (testemunhos), propiciando oportunidade para uma série de

ensaios na rocha a ser explorada.

Neste processo, a perfuração é realizada com auxílio de uma coroa de forma

anelar, contendo inúmeros diamantes encravados, que, girando a alta velocidade, corta o

Apostila de Pesquisa Mineral

50 Felipe de Orquiza Milhomem

terreno segundo uma seção circular, separando um cilindro do material penetrado do

resto da rocha.

Coroa diamantada

Com equipamentos relativamente leves, de fácil transporte e manuseio, são

obtidas amostras (testemunhos) desde a superfície até grandes profundidades, que

retratam fielmente as características físicas, químicas e geológicas das rochas

atravessadas.

Apostila de Pesquisa Mineral

51 Felipe de Orquiza Milhomem

Equipamento para sondagem diamantada

O equipamento é constituído por:

1. máquina responsável pela força motriz, que origina o movimento

rotativo;

2. bomba que injeta água no furo para diminuir a abrasão sobre a coroa e

remover as partículas de formação atravessada;

3. um tripé que permite manter a sondagem na posição correta e também

facilitar a retirada da composição;

4. a coluna de perfuração, contendo hastes, barrilete, calibrador e coroa

diamantada, que é acoplada ao cabeçote da máquina responsável pelo

movimento de rotação, através dp mandril.

Possui diversas vantagens:

1. testemunhos contínuos;

2. furos em qualquer direção (inclusive ascendentes);

3. sondas leves e portáteis até pesadas para furos profundos, oferecendo

assim grande flexibilidade para atender todos os tipos de serviços.

Apostila de Pesquisa Mineral

52 Felipe de Orquiza Milhomem

Como restrições (desvantagens) temos:

1. as despesas elevadas, e

2. o método é mal adaptável a cascalhos, argilas, enfim em rochas com

características físicas muito heterogêneas, que provocariam choques e

quebra dos diamantes ou o empastamento da coroa impedindo a ação

abrasiva dos diamantes. Nestes casos os diamantes devem ser

substituídos por inserções de carboneto de tungstênio ou aços especiais.

� Sondagem a grenalha (cálix)

Este método tem um princípio de funcionamento semelhante ao da sondagem

diamantada, sendo que, nas formações atravessadas, a perfuração do terreno é efetuada

por seção, através de coroas lisas extremamente duras. Estas são comprimidas sobre os

grãos de quartzo ou esferas de aço de pequeno diâmetro (grenalha), que por abrasão no

fundo do poço, vão cortando as rochas.

Só são utilizadas em terrenos de dureza média, como folhelhos e calcários. E só

são econômicas em perfurações de grandes diâmetros, com furos verticais ou de

inclinação inferior a 300 m com a vertical

� Sondagem rotary

O processo de perfuração é realizado com o auxílio de trépano ou broca,

que,girando rapidamente no terreno, corta e reduz a rocha a pequenos fragmentos, à

medida que ocorre a penetração nas formações.

O fluido de perfuração, que é bombeado através de hastes, sai com forte pressão

por orifícios existentes na broca e sobe ainda com grande pressão até a superfície,

carregando o material cortado e efetuando, desta forma, a limpeza do furo.

Apostila de Pesquisa Mineral

53 Felipe de Orquiza Milhomem

Na superfície, a lama de perfuração é dirigida para um tanque de decantação e

peneirada, para se recuperarem os fragmentos das rochas cortadas, que constituem as

amostras de calha indicativas das formações atravessadas.

Não é uma sondagem propriamente de amostragem de terreno. A sondagem

rotary é de grande importância no campo da pesquisa e lavra do petróleo e gases

combustíveis, no qual suplantou totalmente a sondagem por percussão mecânica.

Seu emprego nas demais operações mineiras é excepcional. Mas suas

adaptações, em graus variados, têm aplicação muito grande, desde a execução de furos

para o desmonte a explosivo, para captação de águas subterrânea ou túneis, com alguns

metros de diâmetro usando–se máquinas especiais denominadas tuneleiras ou toupeiras.

Sondagem rotary

Felipe de Orquiza Milhomem

6.5 Testemunho de sondagem

Testemunho de Sondagem

realização dos Furos de Sonda. Nos tipos a percussão os testemunhos são fragmentos de

rocha, enquanto nas Rotativas, a depender do material perfurado, são amostras íntegras

e contínuas (têm aspecto de cil

Normalmente, o testemunho é lavado, removendo a lama que o envolve, e, após

a descrição inicial, os intervalos mais interessantes são partidos ao meio, utilizando

aparelhos denominados “divisores de testemunho”.

O testemunho partido ao meio é enviado para análise. O teor do minério no

intervalo considerado é obtido por média ponderada entre o volume do minério e o teor

do minério no testemunho e nas amostras de calha.

6.6 Recuperação

A recuperação corresponde ao avan

relação ao tamanho do testemunho recuperado. Por exemplo, se o avanço proporcionado

durante uma manobra da sondagem foi de 3 metros (o equivalente ao comprimento do

barrilete) e o testemunho nele contido foi de 2,4 metr

Apostila de Pesquisa Mineral

Felipe de Orquiza Milhomem

Testemunho de sondagem

Testemunho de Sondagem é o nome dado as amostras coletadas por ocasião da

realização dos Furos de Sonda. Nos tipos a percussão os testemunhos são fragmentos de

rocha, enquanto nas Rotativas, a depender do material perfurado, são amostras íntegras

e contínuas (têm aspecto de cilindro).

Testemunhos de sondagem

Normalmente, o testemunho é lavado, removendo a lama que o envolve, e, após

a descrição inicial, os intervalos mais interessantes são partidos ao meio, utilizando

aparelhos denominados “divisores de testemunho”.

testemunho partido ao meio é enviado para análise. O teor do minério no

intervalo considerado é obtido por média ponderada entre o volume do minério e o teor

do minério no testemunho e nas amostras de calha.

Recuperação

A recuperação corresponde ao avanço da sondagem (metros avançados) em

relação ao tamanho do testemunho recuperado. Por exemplo, se o avanço proporcionado

durante uma manobra da sondagem foi de 3 metros (o equivalente ao comprimento do

barrilete) e o testemunho nele contido foi de 2,4 metros, a recuperação foi de:

54

é o nome dado as amostras coletadas por ocasião da

realização dos Furos de Sonda. Nos tipos a percussão os testemunhos são fragmentos de

rocha, enquanto nas Rotativas, a depender do material perfurado, são amostras íntegras

Testemunhos de sondagem

Normalmente, o testemunho é lavado, removendo a lama que o envolve, e, após

a descrição inicial, os intervalos mais interessantes são partidos ao meio, utilizando

testemunho partido ao meio é enviado para análise. O teor do minério no

intervalo considerado é obtido por média ponderada entre o volume do minério e o teor

ço da sondagem (metros avançados) em

relação ao tamanho do testemunho recuperado. Por exemplo, se o avanço proporcionado

durante uma manobra da sondagem foi de 3 metros (o equivalente ao comprimento do

os, a recuperação foi de:

Apostila de Pesquisa Mineral

55 Felipe de Orquiza Milhomem

100R = 2,4 80%

3

× =

Os valores de recuperação aceitáveis encontram-se sempre acima de 90% (para

cada metro perfurado, no mínimo, 0,9m de testemunho recuperado).

Apostila de Pesquisa Mineral

56 Felipe de Orquiza Milhomem

REFERÊNCIAS

ARIOLI, E.E. Amostragem Litológica na Prospecção Mineral e no Mapeamento

Geológico. Mineropar. Curitiba, 2006.

AUGUSTO, O. Sondagem. 3° Módulo, CECON Ensino Profissional. Curso Técnico em

Mineração.

COSTA, A.P.L. Pesquisa e prospecção mineral. Notas de aula. IFRN.

GROSSI SAD, J.H. e VALENTE, J., “Reservas e Recursos Minerais – Uma Revisão”,

ed. IBRAM, Belo Horizonte (MG), Brasil, 1996;

GROSSI, J.; VALENTE, J. Guia Prático para Calculo de Recursos e Reservas Minerais.

2003.

LACERDA, C.M.M. Apostila de Pesquisa Mineral. Notas de aula. IFMG, 2008.

LICHT, O.A.B et alii. Prospecção Geoquímica: depósitos minerais metálicos, não-

metálicos, óleo e gás. Rio de Janeiro. CPRM, 2007, 780 p.

LIMA, M.P. Apostila de Pesquisa Mineral. Notas de Aula. UFPA. Faculdade de

Engenharia de Minas. 2008.

MARANHÃO, R.J.L. Introdução à Pesquisa Mineral, 4ª ed., Banco do Nordeste do

Brasil, ETENE, Fortaleza, 796p. 1983.

MESQUITA, M.J.M. Prospecção. Notas de aulas. Instituto de Geociências,

UNICAMP.

MOON, C. J.; WHATELEY, E.G. & EVANS, A.M. Introduction to Mineral

Exploration, 2th edition. Blackwell Publishing, USA, 2006.

NETO, M.T.O.C. e ROCHA, A.M.R. Noções de Prospecção e Pesquisa Mineral para

Técnicos de Geologia e Mineração. IFRN, Rio Grande do Norte, 2010, 267 p.

PEREIRA, R.M. Fundamentos de Prospecção Mineral. Rio de janeiro, 2003, 167p.

VASCONCELLOS, E.M.G. Conceito de Geoquímica. Notas de aulas. Departamento de

Geologia, UFPR.