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1 Orçamentária Público e Gestão Fiscal Prof. Elionai Postiglione [programa da prova] ORÇAMENTO PÚBLICO E GESTÃO FISCAL. I. Noções gerais. II. Planejamento e Execução Orçamentários: o Plano Plurianual; a Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. III. O orçamento público na Lei nº 4.320/64: 1. A Despesa: empenho; liquidação e pagamento. IV. A gestão fiscal responsável: 1. A Lei Complementar Federal nº 101/2000: Disposições Preliminares; Planejamento; Receita Pública; Despesa Pública (geração da despesa e das despesas com pessoal) Restos a pagar. 2. Da transparência da gestão fiscal. 3. Do relatório resumido da execução orçamentária. 4. Do relatório de gestão fiscal. 5. Das prestações de contas. 6. Da fiscalização da gestão fiscal.nº 101/2000 SUMÁRIO 1. ORÇAMENTO PÚBLICO pg 2 1.1 Conceito pg 2 1.2 Tipos de Orçamento pg 3 1.3 Princípios Orçamentários pg 8 1.4 Diretrizes Orçamentárias pg 13 2. PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIOS pg 13 2.1 PPA pg 14 2.2 LDO pg 15 2.3 LOA pg 17 2.4 Proposta Orçamentária: pg 19 2.5 Créditos Orçamentários pg 22 3. ORÇAMENTO NA LEI 4.320/64 pg 23 4. RECEITA PÚBLICA pg 24 4.1 Classificação da Receita pg 24 4.2 Estágios ou Fases da Receita Pública pg 29 4.3 Dívida Ativa ou Receitas a Receber pg 30 5. CLASSIFICAÇÃO DE GASTOS PÚBLICOS pg 31 5.1 Despesa Pública pg 32 5.2 Classificação Econômica da Despesa pg 32 5.3 Estágios da Despesa pg 35 5.4 Restos a Pagar pg 38 6. GESTÃO FISCAL pg 63 6.1 Disposições Preliminares pg 63 6.2 Princípios / Objetivos pg 66 6.3 Receita Corrente Líquida pg 66 6.4 Efeitos no Planejamento e no Processo Orçamentário pg 66 6.5 Receita Pública pg 69 6.6 Despesa Pública pg 69 6.7 Das Transferências Voluntárias pg 72 6.8 Da Destinação de Recursos Públicos para o Setor Privado pg 73 6.9 Da Dívida e do Endividamento pg 73 6.10 Operações de Crédito pg 74 6.11 Restos a Pagar pg 78 6.12 Da Gestão Patrimonial pg 78 6.13 Transparência da Gestão Fiscal pg 79 6.14 Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária pg 82 6.15 Do Relatório de Gestão Fiscal pg 83 6.16 Das Prestações de Contas pg 84 6.17 Fiscalização da Gestão Fiscal pg 86 6.18 Disposições Finais e Transitórias pg 88

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

Prof. Elionai Postiglione

[programa da prova] ORÇAMENTO PÚBLICO E GESTÃO FISCAL.

I. Noções gerais. II. Planejamento e Execução Orçamentários: o Plano Plurianual; a Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei

Orçamentária Anual. III. O orçamento público na Lei nº 4.320/64: 1. A Despesa: empenho; liquidação e pagamento. IV. A

gestão fiscal responsável: 1. A Lei Complementar Federal nº 101/2000: Disposições Preliminares; Planejamento; Receita

Pública; Despesa Pública (geração da despesa e das despesas com pessoal) Restos a pagar. 2. Da transparência da gestão

fiscal. 3. Do relatório resumido da execução orçamentária. 4. Do relatório de gestão fiscal. 5. Das prestações de contas. 6.

Da fiscalização da gestão fiscal.nº 101/2000

SUMÁRIO 1. ORÇAMENTO PÚBLICO pg 2

1.1 Conceito pg 2

1.2 Tipos de Orçamento pg 3

1.3 Princípios Orçamentários pg 8

1.4 Diretrizes Orçamentárias pg 13

2. PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIOS pg 13

2.1 PPA pg 14

2.2 LDO pg 15

2.3 LOA pg 17

2.4 Proposta Orçamentária: pg 19

2.5 Créditos Orçamentários pg 22

3. ORÇAMENTO NA LEI 4.320/64 pg 23

4. RECEITA PÚBLICA pg 24

4.1 Classificação da Receita pg 24

4.2 Estágios ou Fases da Receita Pública pg 29

4.3 Dívida Ativa ou Receitas a Receber pg 30

5. CLASSIFICAÇÃO DE GASTOS PÚBLICOS pg 31

5.1 Despesa Pública pg 32

5.2 Classificação Econômica da Despesa pg 32

5.3 Estágios da Despesa pg 35

5.4 Restos a Pagar pg 38

6. GESTÃO FISCAL pg 63

6.1 Disposições Preliminares pg 63

6.2 Princípios / Objetivos pg 66

6.3 Receita Corrente Líquida pg 66

6.4 Efeitos no Planejamento e no Processo Orçamentário pg 66

6.5 Receita Pública pg 69

6.6 Despesa Pública pg 69

6.7 Das Transferências Voluntárias pg 72

6.8 Da Destinação de Recursos Públicos para o Setor Privado pg 73

6.9 Da Dívida e do Endividamento pg 73

6.10 Operações de Crédito pg 74

6.11 Restos a Pagar pg 78

6.12 Da Gestão Patrimonial pg 78

6.13 Transparência da Gestão Fiscal pg 79

6.14 Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária pg 82

6.15 Do Relatório de Gestão Fiscal pg 83

6.16 Das Prestações de Contas pg 84

6.17 Fiscalização da Gestão Fiscal pg 86

6.18 Disposições Finais e Transitórias pg 88

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

1. ORÇAMENTO PÚBLICO Este instituto tem relação direta com “planejamento”, previsão. Assim, trata-se de uma “antecipação hipotética” dos

créditos e débitos a cargo da pessoa política em determinado espaço de tempo. Além da previsão, contém também um caráter autorizador.

Portanto, o orçamento é um plano de trabalho do Governo. É um documento que contém propostas, para o período de um ano. É um documento produzido pelo Poder Executivo e apreciado pelo Poder Legislativo, que pode inclusive alterá-lo em alguns aspectos.

1.1 Conceito

O orçamento é considerado o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins, adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em leis. Assim, trata-se de “documento” em que se localiza a previsão de despesas e de receitas para um período determinado.

Vejamos algumas definições já consagradas sobre o Orçamento Público:

“É uma lei de iniciativa do poder executivo, e aprovada pelo poder legislativo, que estima a receita e fixa a despesa da administração governamental. Essa lei deve ser elaborada por todas as esferas de governo em um exercício para, depois de devidamente aprovada, vigorar no exercício seguinte” (ABOP – Associação Brasileira de Orçamento Público, Glossário de termos orçamentários e afins).

“A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade”(Art. 2o. da Lei no 4.320/64).

“É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza, por certo período, e em pormenor, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim com a arrecadação das receitas já criadas em lei” (Aliomar Baleeiro).

Essa expressão “arrecadação das receitas já criadas em lei”, todavia, não veda a arrecadação do tributo legalmente criado, sem prévia inclusão orçamentária. Em outras palavras, expressa o instrumento que documenta a atividade financeira do Estado, contendo a receita e o cálculo das despesas autorizadas para o funcionamento dos serviços públicos e outros fins projetados pelos governos. Na realidade, há obrigação de previsão das despesas, funcionando o orçamento como condição para sua realização, o que não ocorre com as receitas, que poderão ficar aquém ou além do previsto, sem que disso resulte qualquer implicação.

Assim, observe as características fundamentais do orçamento público:

• Documento legal, elaborado pelo Poder Executivo e autorizado pelo Poder Legislativo, que pode fazer alterações no mesmo (emendas ao orçamento);

• Compreende um determinado período de tempo (doze meses, o chamado ano fiscal) e tem sua vigência limitada a este período;

• Constitui-se num plano de trabalho do Governo nesse mesmo período de tempo, descrevendo as ações que serão executadas;

• Contém uma previsão das diversas receitas a serem arrecadadas pelo Poder Público;

• Contém uma autorização para as diversas despesas a serem realizadas, na realização das ações previstas.

Atenção para este ponto: no tocante às despesas, o orçamento apenas fixa seu limite máximo. Assim, diz-se que o orçamento é autorizativo.

Por exemplo, se a despesa orçada para um determinado município for igual a R$ 4 milhões no ano de 2010, isso não quer dizer que o prefeito vai gastar exatamente essa valor, pois esta cifra é somente um limite. O poder executivo está autorizado, pela lei orçamentária (aprovada pelo Poder Legislativo), a gastar no máximo R$ 4 milhões, mas pode gastar menos que isso.

Se o prefeito fosse obrigado, pela lei orçamentária, a realizar todas as despesas previstas, estaríamos diante do chamado orçamento impositivo.

No Brasil o orçamento público é eminentemente autorizativo, pois estima as receitas e fixa limites máximos para as despesas.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

Natureza Jurídica

Apesar de não haver unanimidade acerca da natureza jurídica do orçamento, entre nós, essa discussão não tem relevância, visto que, desde a reforma constitucional de 1926, nossas Constituições sempre consideraram o orçamento uma lei.

O artigo 166 e parágrafos da Constituição Federal estabelecem um regime peculiar de tramitação do projeto de lei orçamentária, de iniciativa do Executivo, sem, contudo, exigir quorum qualificado para sua aprovação; daí sua natureza de lei ordinária.

A lei orçamentária, entretanto, difere das demais leis; estas caracterizadas por serem genéricas, abstratas e constantes ou permanentes. A lei orçamentária é, na verdade, uma lei de efeito concreto, para vigorar por um prazo determinado de um ano, fato que, do ponto de vista material, retira-lhe o caráter de lei. Essa peculiaridade levou parte dos estudiosos a sustentar a tese do orçamento como ato-condição. Sob o enfoque formal, no entanto, não há como negar a qualificação de lei.

Concluindo, dizemos que o orçamento é uma lei ânua, de efeito concreto, estimando as receitas e fixando as despesas necessárias à execução da política governamental.

1.2 Tipos de Orçamento

• - Orçamento Tradicional

• - Orçamento de Base Zero

• - Orçamento de Desempenho

• - Orçamento-Programa

• - Orçamento Participativo

a) O orçamento tradicional, também conhecido como orçamento clássico, é o processo de elaboração do orçamento em que apenas uma parte do orçamento é enfatizada, qual seja, o objeto de gasto, sem se preocupar com as necessidades reais da administração pública e da população.

Um de seus objetivos principais era o de possibilitar aos órgãos do Legislativo um controle político sobre os gastos públicos, mantendo o equilíbrio financeiro entre as receitas e despesas, evitando, assim, a expansão da despesa pública. Em sua elaboração não se enfatizava, primordialmente, o atendimento das necessidades das coletividades e da administração; tampouco se destacavam os objetivos econômicos e sociais.

O orçamento tradicional se preocupava, basicamente, com as questões tributárias, deixando de lado os aspectos econômicos e sociais e considerava a despesa pública, apenas, como meio necessário para se alcançar os fins pretendidos. Esse tipo de orçamento mantinha duas classificações orçamentárias clássicas para possibilitar o controle das despesas, a saber:

• Por unidade administrativa;

• Por objeto ou item de despesa.

A maior deficiência do orçamento tradicional consistia no fato de que ele não privilegiava um programa de trabalho e um conjunto de objetivos a atingir. Os órgãos eram contemplados no orçamento sobretudo de acordo com o que gastavam no exercício anterior e não em função do que se pretendia realizar (inercialidade). O orçamento tradicional prevaleceu de forma significativa até a década de 60.

b) Orçamento de Base Zero ou Por Estratégia – é um instrumento de planejamento que obriga a demonstração e fundamentação de cada administrador para os recursos solicitados. Neste tipo de orçamento, todos os projetos e atividades devem ser detalhados e relacionados obedecendo a uma ordem de importância. Sua característica principal e fundamental é a avaliação dos resultados alcançados. Seus objetivos principais são:

• Planejamento orçamentário para o próximo exercício;

• Obediência ao princípio da economicidade na elaboração do orçamento;

• Estabelecimento de um planejamento estratégico procurando identificar as necessidades reais do órgão;

• Acompanhamento sistemático dos programas; e

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• Planejamento estruturado a longo prazo.

No Orçamento Base Zero não existem direitos adquiridos sobre verbas autorizadas em exercícios anteriores, zerando-se tecnicamente, ao final de cada exercício financeiro, os programas existentes e obrigando os administradores às demonstrações dos custos e benefícios referentes às novas solicitações orçamentárias, definidas por ordem de prioridades. Esse tipo de orçamento foi uma evolução do orçamento tradicional, constituindo-se numa técnica para elaboração do Orçamento-Programa.

c) Orçamento de Desempenho ou de Realizações - processo orçamentário que se caracteriza por apresentar duas dimensões do orçamento: o objeto de gasto e um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas. O orçamento clássico evoluiu para o orçamento de desempenho ou de realizações, onde se buscava saber "as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra". Toda a ênfase reside no desempenho organizacional, sendo também conhecido como “Orçamento Funcional”. O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não poderia, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe faltava uma característica essencial, que era a vinculação ao Sistema de Planejamento.

d) Orçamento-Programa – A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964, a partir da edição da Lei nº 4.320. Trata-se de um plano de trabalho no qual são detalhados os programas e despesas que se pretende realizar durante o exercício financeiro, evidenciando a política econômica do governo. Nele são demonstrados os propósitos, objetivos e metas para as quais a administração solicita os recursos necessários, identificando os custos dos programas propostos para alcançar tais objetivos e os dados quantitativos que medem as realizações e o trabalho realizado dentro de cada programa.

O orçamento - programa foi introduzido no Brasil através da Lei 4320/64 e do decreto – lei 200/67. O orçamento – programa pode ser entendido como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, além dos estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos relacionados.

A CF/88 implantou definitivamente o orçamento - programa no Brasil, ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária através do PPA, da LDO e da LOA, ficando evidente o extremo zelo do constituinte para com o planejamento das ações do governo.

O orçamento programa é um instrumento de planejamento que permite identificar os programas, os projetos e as atividades que o Governo pretende realizar, além de estabelecer os objetivos, as metas, os custos e os resultados esperados e oferecer maior transparência aos gastos públicos.

A elaboração do orçamento-programa envolve algumas etapas: planejamento (definição de objetivos e metas); programação (atividade necessária à consecução dos objetivos); projeto (estimação dos recursos de trabalho necessários); orçamentação (estimação dos custos e dos recursos necessários) e avaliação dos programas. O orçamento-programa é aquele que enfatiza:

1. os objetivos e propósitos perseguidos pela instituição e para cuja consecução são utilizados os recursos orçamentários.

2. Os programas, isto é, os instrumentos de integração dos esforços governamentais, no sentido de concretização dos objetivos.

3. Os custos dos programas medidos através de identificação dos meios ou insumos (pessoal, material, equipamento, serviços, etc.) necessários à obtenção dos resultados. Tal análise pode, inclusive, projetar os custos para mais de um exercício financeiro;

4. Medidas de desempenho com a finalidade de medir as realizações (produto final), os esforços despendidos na execução dos programas e a responsabilidade pela execução.

O planejamento e a programação, com o estabelecimento de metas, objetivos e estimativas de receitas consistentes são exigências que as autoridades responsáveis deverão cumprir e tais exigências de programação, definição de metas, planejamento, são premissas do orçamento-programa que a LRF ratifica sua necessidade.

São características básicas de um Orçamento-Programa:

• Recursos orçamentários necessários para atingir objetivos e metas;

• Instrumento de planejamento que permite acompanhar, avaliar e controlar a execução dos programas governamentais;

• Fixação de metas para as receitas e despesas com o fim de atender às necessidades econômicas e sociais da população;

• Identificação dos meios ou insumos (pessoal, material, equipamentos, serviços, etc.) necessários para obtenção dos resultados;

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

Principal critério de classificação: funcional-programático.

O Orçamento-Programa se caracteriza por ser o instrumento que faz a ligação entre o planejamento e as funções administrativas de execução, acompanhamento, avaliação e controle.

Não se pode negar que uma das condições necessárias para que se tenha o Orçamento-Programa é a definição clara dos objetivos do governo e sua ligação estreita com o planejamento governamental.

Os objetivos podem ser classificados em:

• Derivados;

• Finais ou básicos.

- Derivados – são aqueles que demonstram quantitativamente os propósitos específicos do governo, contribuindo para o alcance dos objetivos finais ou básicos.

- Finais ou Básicos – são os que demonstram os fins últimos de toda a ação do governo, evidenciando uma avaliação qualitativa dos objetivos e indicando as orientações para as políticas nas áreas econômica e social.

A característica principal do Orçamento-Programa é exatamente o programa que pode ser definido como sendo um conjunto de ações desenvolvidas pelo governo para alcançar objetivos determinados. Programar significa priorizar os objetivos que se pretende alcançar, detalhando as ações que serão utilizadas para se alcançar tais objetivos e especificando os meios para concretização dessas ações.

e) Orçamento Participativo Sabendo-se o que é e como é elaborado um orçamento público, resta agora

entender o que vem a ser o processo do orçamento participativo. Primeiramente, vamos a um pouco de história.

Para suprir a dificuldade de fazer um apanhado histórico sobre o processo do orçamento participativo, tomaremos por base três momentos distintos de sua história no Brasil:

• de 1978 a 1988, foram efetivadas experiências precursoras – não levavam o nome de orçamento participativo, mas tinham ingredientes do processo;

• de 1989 a 1992, um conjunto de iniciativas do PT (Partido dos Trabalhadores);

• 1993 a 2001, correspondendo a uma ampliação desse processo em prefeituras petistas e não-petistas, além de iniciativas tomadas por entidades governamentais e não-governamentais.

As principais experiências de participação popular em administrações municipais aconteceram no Brasil a partir da década de 70. Em 1978, é possível identificar práticas com este propósito, porém ainda não denominadas orçamento participativo, como, por exemplo, nas cidades de Lajes (SC), Boa Esperança (ES) e Pelotas (RS).

Sob a orientação de diferentes partidos, seus governantes criaram uma relação entre prefeitura e população, levando muitas outras cidades a criar organizações como associações de bairro, amigos de bairro, de moradores etc. A partir daí, a população tem tido a oportunidade de participar nas decisões de gasto. Ou seja, nesta forma de elaborar o orçamento do município, os cidadãos são convidados a indicar, discutir, votar, aprovar ou vetar, junto com o prefeito e seus secretários, propostas referentes a despesas com investimento.

O Orçamento Participativo ganha destaque basicamente no governo do PT. Em 1988, este partido conquistou 36 administrações municipais e implantou o processo do orçamento participativo como ingrediente do seu “modo de governar”.

No período de 1993 a 2002, o PT continua a atuar com o processo do orçamento participativo em quase todas as prefeituras. Um dos orçamentos participativos de maior expressão é o do município de Porto Alegre. Devido a sua longevidade, em 1996 a cidade foi escolhida como uma das melhores práticas de governo, por ocasião da II Conferência das Nações Unidas para Assentamentos Humanos - Habitat II (Istambul), passando a ser conhecida internacionalmente.

O Orçamento Participativo (OP) é um processo no qual a comunidade atua através da análise, proposição, fiscalização, debate e deliberação sobre matérias referentes às despesas dos poderes públicos municipais, visando o resgate da cidadania e a melhoria da qualidade do planejamento público.

Neste tipo de orçamento, a população poderia influir, mas somente através de pressões junto as próprias secretarias e ao prefeito. Porém, não há garantias de que algo será respeitado. As decisões são tomadas exclusivamente, no limite dos gabinetes dos secretários e dos prefeitos que se sucedem.

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Os orçamentos-programa da prefeitura são, em geral, instrumentos para cumprimento das exigências legais de contabilidade. Há pouca preocupação em viabilizar os princípios de programa de trabalho e de previsão realistas de despesas e receitas na prefeitura, objetivos da Lei Orçamentária.

A população, principal alvo das ações da prefeitura e pagadora dos tributos, não decide sobre como e onde deveriam ser destinados os recursos públicos.

O orçamento participativo é visto como uma nova forma de governo, que visa a participação da sociedade civil, gerando uma forma mais democrática e de maior transparência dos gastos públicos.

As funções principais do orçamento participativo são:

• incentivar as pessoas a tornarem-se cidadãos ativos e pensantes;

• criar uma sinergia de ajuda política e movimentação de massas para resolver questões principais e urgentes;

• criar mecanismos de controle e acompanhamento pelo povo dos gastos públicos, licitações, cobranças de impostos, dividas e outras afins;

• criar mecanismos de escolha de prioridades, limites de gastos das mesmas, e outras decisões necessárias, pelo povo, sempre recheado de informações idôneas e isentas;

• criar centros de discussão, palestra e similares envolvendo todos os participantes de forma a disseminar soluções e problemas públicos.

O orçamento participativo surge como uma nova forma de gerir os recursos públicos municipais. A linha mestra desse processo é a inversão das prioridades que, junto com a participação popular, permite que a administração pública trabalhe em função dos interesses da população, e não a favor de interesses de grupos econômicos poderosos.

O quadro a seguir ilustra as diferenças entre dois modelos bem distintos:

Orçamento Tradicional Orçamento-Programa

1. O processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e de gestão.

1. O orçamento se torna o elo entre o planejamento e a gestão das várias funções da organização.

2. A definição das dotações orçamentárias de cada órgão tem por objetivo viabilizar a aquisição de recursos.

2. A definição das dotações orçamentárias dá prioridade aos custos de realização dos programas, visando o alcance de metas e de resultados.

3. A estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis da gestão – “quem gasta” e “o que se gasta”.

3. A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento – “como se gasta” e “para que se gasta”.

4. Os principais critérios para classificação de receitas e despesas são determinados em função das unidades administrativas e da natureza de cada item de receita e despesa.

4. Os principais critérios de classificação enfatizam a estrutura dos programas e as diversas funções desempenhadas pelo Governo.

5. Não há uma preocupação com sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, bem como dos resultados.

5. Ocorre uma utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados alcançados.

6. O controle é feito para verificar sobretudo a legalidade no cumprimento do orçamento, ou seja, a adequação da aplicação dos recursos às normas vigentes.

6. O controle enfatiza a avaliação da eficiência, da eficácia e da efetividade das ações governamentais.

1.3 Princípios Orçamentários

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

Alguns princípios orçamentários são usados como referência, orientando o gestor público nos processos de elaboração, execução e controle dos orçamentos. Trata-se de diretrizes para facilitar o processo orçamentário, não se constituindo em dogmas rígidos. São contribuições doutrinárias, resultantes da experiência internacional acumulada no âmbito do Direito Financeiro, no qual se inserem as matérias relativas às Finanças Públicas. No entanto, no caso brasileiro, a própria legislação citada anteriormente tornou obrigatória a observância de alguns desses princípios, como veremos a seguir.

a) Princípio da Anualidade ou Periodicidade

Refere-se à necessidade da limitação temporal, em geral, de um ano, para a estimativa das receitas e autorização das despesas. Esse período limitado de tempo relativo à vigência do orçamento é denominado de exercício financeiro.

Portanto, o orçamento tem sua vigência limitada no tempo, durante um ano. No Brasil o exercício financeiro se inicia em 1o de janeiro e termina em 31 de dezembro, coincidindo com o ano civil. Assim, o orçamento só é válido para aquele ano específico para o qual o mesmo foi elaborado e aprovado.

A periodicidade do orçamento apresenta interesse sob os seguintes aspectos:

• Aspecto Político: dá a oportunidade ao Poder Legislativo de exercer uma de suas principais funções, intervindo periodicamente na atividade financeira do Estado;

• Aspecto Econômico: permite ajustar as finanças públicas às variações cíclicas da conjuntura econômica, levando o Governo a atuar em situações de recessão ou de expansão da renda nacional, ou seja, serve como um instrumento de gerenciamento macroeconômico.

b) Princípio da Universalidade

De acordo com este princípio, o orçamento deve conter a totalidade das receitas do Estado, sejam elas provenientes de tributos, rendas diversas, etc. Igualmente deve conter a totalidade das despesas a cargo da administração pública. O princípio da universalidade recomenda, portanto, que todas as receitas e despesas dos três Poderes, seus órgãos, fundos e entidades da Administração Indireta, devem constar no Orçamento uno. Essa regra é considerada, pelos estudiosos das finanças públicas, como indispensável para o controle parlamentar sobre as finanças públicas, uma vez que:

• Permite ao Poder Legislativo conhecer todas as receitas e despesas, dando previamente a autorização para a respectiva realização; assim como o total das despesas e a correspondente necessidade de tributos para atendê-las;

• Impede o Poder Executivo de executar despesa sem a prévia autorização do Poder Legislativo.

A base legal é o art. 165, § 5°, da Constituição Federal e os artigos 2º, 3º e 4º da Lei 4.320/64.

c) Princípio do Orçamento Bruto

Junto ao princípio da universalidade surgiu o do orçamento bruto, com o mesmo objetivo de facilitar o controle financeiro pelo Legislativo. A Lei 4.320/64, em seu art. 6°, dispõe sobre este princípio nos seguintes termos "todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções".

No § 1° do mesmo artigo temos um esclarecimento sobre a aplicação do princípio: "as cotas de receita que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada à transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber".

d) Princípio da Unidade

O orçamento público é uno, pois engloba todas as instituições e atividades de cada um dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Para cada entidade da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) deve existir um único orçamento para o exercício financeiro correspondente.

Este princípio preconiza a existência de um só documento orçamentário, englobando todas as receitas e despesas do ente político, o que permite o confronto dos totais globais das receitas e despesas, para determinar a existência de equilíbrio, déficit ou superávit orçamentário.

Além disso, ao Poder Legislativo, permite uma visão global, possibilitando-lhe um melhor controle das operações financeiras do Governo como um todo.

e) Princípio da Exclusividade

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

As normas constantes da lei orçamentária não devem conter matéria estranha ao próprio orçamento, ou seja, outros assuntos que extrapolem a esfera da execução orçamentária: a previsão das receitas e autorização das despesas.

Segundo Giacomoni, a adoção desse princípio, na reforma constitucional de 1926, teve por objetivo acabar com as "caudas orçamentárias" ou, segundo Rui Barbosa chamava, "orçamentos rabilongos", que eram inclusões, na lei orçamentária, de dispositivos estranhos à matéria ou a questões financeiras.

Na Constituição Federal de 1988, tal princípio encontra-se estabelecido no art. 165, § 8°: "a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa", excetuando-se da proibição, nos termos da lei, a autorização para:

• Abertura de créditos suplementares;

• Contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária (ARO).

O assunto é, também, tratado no art. 7o da Lei 4.320/64. A abertura de créditos suplementares deverá estar autorizada previamente na Lei Orçamentária Anual, bem como a autorização para o ente público contratar operações de ARO junto ao sistema bancário, para atender a eventuais situações de insuficiência de caixa, frente aos seus compromissos financeiros.

f) Princípio da Especificação, Discriminação ou Especialização

As despesas devem ser classificadas de forma detalhada, para facilitar sua análise e compreensão. A especificação se refere não somente à identificação dos recursos e dos gastos, mas também à localização desses dentro dos órgãos da administração pública, nos programas, subprogramas, atividades ou projetos, e setorizados de acordo com a situação geográfica ou regional. Indicam-se as fontes de receita, os elementos de despesa e os bens e serviços que serão adquiridos e colocados à disposição da coletividade.

Assim, este princípio determina que as receitas e despesas sejam apresentadas de forma detalhada nos orçamentos, possibilitando o conhecimento das origens dos recursos e de sua correspondente aplicação. A finalidade, além da clareza e compreensão do orçamento, é facilitar a análise e a ação fiscalizadora do Legislativo sobre as finanças públicas.

A especificação das contas das receitas e despesas na atualidade deve considerar as exigências do controle externo e interno, do planejamento administrativo, da avaliação econômica do impacto do gasto público sobre a economia, dos critérios dos registros contábeis, etc.

A Lei 4.320/64, no seu art. 5°, dispõe que "a lei orçamentária não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras".

No seu art. 15, estabelece que "na lei orçamentária a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo, por elementos", entendidos estes, como "pessoal, material, serviços e obras e outros meios que se serve a administração pública para a consecução de seus fins".

E no seu art. 20 e parágrafo único, determina que os investimentos serão discriminados segundo os projetos de obras e outras aplicações, fazendo exceção para os programas especiais de trabalho cujas despesas poderão ser custeadas por dotações globais.

g) Princípio da Flexibilização

Não seria possível operacionalizar o orçamento sem a flexibilização da sua execução, mediante ajustes que se façam necessários para atender aos objetivos do Governo. É aconselhável que o orçamento, sempre quando necessário, possa ser modificado quanto à sua despesa e orientado pela vontade de quem o aprovou.

O próprio mecanismo dos créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários) cumpre a finalidade de adequar o nível de despesas às necessidades imprevistas ou subdimensionadas, além de permitir a adaptação do orçamento a situações supervenientes, tais como calamidade pública, guerra, etc.

h) Princípio da Clareza

O documento orçamentário deve ser elaborado de maneira bem ordenada e completa em todas as suas etapas, assegurando resultados positivos na execução das metas estabelecidas, para que seja um instrumento eficiente e adequado ao ato de governar, administrar e executar programas e planos de desenvolvimento sócioeconômico. Esse princípio complementa o da publicidade, uma vez que dita que o orçamento deve ter uma linguagem clara e compreensível, não só aos técnicos, mas a todas as pessoas que precisam consultá-lo.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

Nos tempos atuais, ganha cada vez mais força a idéia da Transparência nas contas públicas, no sentido de que o poder público deve buscar cada vez mais dar acesso à população às informações pertinentes ao montante de receitas arrecadadas e a sua respectiva aplicação nas despesas públicas distribuídas nos diversos programas do orçamento.

A Transparência está fortemente ligada à idéia da Prestação de Contas, mecanismo pelo qual a sociedade tem como cobrar resultados dos seus governantes, na gestão dos recursos públicos. Sendo assim, o princípio da clareza nas expressões constantes da Lei Orçamentária e nos seus diversos demonstrativos se coaduna com as novas exigências da sociedade contemporânea.

i) Princípio do Equilíbrio Financeiro

O orçamento deve manter um equilíbrio do ponto de vista financeiro – o montante da despesa autorizada não deve ultrapassar a receita prevista para o período.

Procura-se consolidar uma política econômico-financeira que produza a igualdade entre os valores de receita e despesa, evitando dessa forma eventuais déficits que obriguem a constituição de dívidas.

Busca-se impedir o ciclo vicioso do endividamento público:

• Sucessivos déficits exigem um aumento contínuo da dívida pública para o seu financiamento;

• O aumento da dívida acarreta maiores gastos com juros e demais encargos;

• O que, por sua vez, gera pressões deficitárias ainda maiores, e assim por diante.

A Lei Complementar no. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê uma série de mecanismos que objetivam trazer para a própria elaboração e execução do orçamento a busca pelo equilíbrio nas contas públicas, impondo limites para as despesas diante das receitas, e sanções para os entes públicos que desrespeitarem tais limites.

j) Princípio da Publicidade

Esse princípio determina que o conteúdo do orçamento deve ser divulgado por veículos oficiais de comunicação para conhecimento da sociedade e para eficácia de sua validade. No caso específico do Governo Federal, a divulgação é feita através do Diário Oficial da União. Note-se que este princípio é extensivo a todos os atos oficiais da administração pública.

Sendo assim, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual devem ser divulgadas por veículos oficiais de comunicação, como o Diário Oficial. O mesmo princípio vale também para Estados e Municípios, através de veículos próprios.

Atualmente, a publicidade do orçamento envolve também as suas fases de elaboração, discussão legislativa, execução e controle, utilizando meios e linguagem que facilitem a participação da sociedade.

Diversos entes públicos têm procurado implantar o chamado orçamento participativo, no qual o processo de elaboração da proposta orçamentária, ou seja, dos valores previstos para receita e despesa, pode contar com a participação popular. Os cidadãos são chamados a opinar sobre programas e ações que gostariam que constassem da Lei Orçamentária Anual, propondo sugestões e manifestando as demandas de sua comunidade.

l) Princípio da Legalidade (ou da Reserva Legal)

Esse princípio tem fundamento no princípio da legalidade geral, segundo o qual a Administração Pública se subordina aos ditames da lei, bem como de assegurar o exame e aprovação do Poder Legislativo de todos os atos relacionados ao interesse da sociedade.

A Constituição Federal contém vários dispositivos que mencionam a obrigatoriedade do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e dos orçamentos serem estabelecidos por lei, bem como da prévia autorização legislativa para que sejam modificados.

A Constituição estabelece ainda que são da exclusiva iniciativa do Poder Executivo as leis que estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais (art. 165).

m) Princípio da Não-afetação das Receitas

Esse princípio postula que as receitas públicas, em geral, não poderão ser reservadas ou comprometidas para atender a determinados órgãos, objetivos ou gastos.

A exigência de que as receitas não sofram vinculações é mais uma questão de bom senso administrativo, pois a princípio elas sempre são destinadas a atender às despesas conforme as necessidades e prioridades da coletividade. Na prática a sua

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

observância foi sempre complicada, quer pela sua relação direta com a prestação de certos serviços, a exemplo das taxas, quer devido a pressões de determinados grupos de interesse.

A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu art. 167, IV, que são vedados "a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas:

• A repartição da arrecadação dos impostos (arts. 158 e 159);

• A destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde (art. 198, § 2°); EC 29/00;

• A destinação de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino (art. 212);

• Os recursos para realização de atividades da administração tributária (art. 37, III) EC 42/03;

• A prestação de garantias às operações de ARO (art. 165, § 8°);

• A prestação de garantias ou contragarantia à União e para pagamento de débitos com esta (art. 167, §4°);

n) Princípio da Programação

Esse princípio é decorrente da evolução das funções do orçamento público: de instrumento de autorização e controle parlamentar para o de auxiliar às funções de administração, planejamento e gerência da ação governamental.

O orçamento tradicional, com ênfase nos "meios", tinha como papel principal servir para a autorização e fiscalização legislativa. Na atualidade, ele vai além, na medida em que expressa os objetivos, programas, metas e respectivos custos.

Uma vez que o orçamento-programa se concentra no atendimento de demandas da coletividade, as restrições fiscais, decorrentes de limites socialmente aceitos para o crescimento da carga tributária, leva a administração pública a procurar se tornar cada vez mais eficiente no uso dos recursos escassos de que dispõe, frente às crescentes demandas sociais.

1.4 Diretrizes Orçamentárias

No Brasil, as principais normas jurídicas relativas ao Orçamento Público encontram-se contidas nos seguintes dispositivos legais:

• Constituição Federal da República, de 1988, nos seus artigos 163 a 169 (Capítulo II – Das Finanças Públicas);

• Lei Federal no 4.320/64 – Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal;

• Lei Complementar no 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – Estabelece Normas de Finanças Públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências;

• Portaria no 42/99 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – Atualiza a discriminação da despesa por funções de que trata a Lei 4.320/64, estabelece os conceitos de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras providências;

• Portaria Interministerial no 163/2001 da Secretaria do Tesouro Nacional – STN e Secretaria de Orçamento Federal – SOF, consolidada com as Portarias 212/2001, 325/2001 e 519/2001.

2. PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIOS

A Constituição Federal de 1988 trata das funções de planejamento e orçamento em vários dos seus dispositivos, mais especificamente nos arts. 165 a 169, instituindo três instrumentos básicos a serem estabelecidos por leis de iniciativa do Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art 165 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

III - os orçamentos anuais.

Ao instituir estes três instrumentos, a CF/88 prevê claramente a necessidade de integração entre as funções de planejamento e orçamento, exigindo a compatibilização e a consonância com o plano plurianual dos planos gerais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social. A novidade, na norma constitucional, é a criação da LDO, com a finalidade, dentre outras, de destacar, da programação plurianual, as prioridades e metas a serem contempladas nos orçamentos anuais, e orientar a sua elaboração.

Quanto aos planos, a Constituição Federal concebe duas modalidades: o plano plurianual que estabelece as diretrizes, objetivos e programas governamentais para o período de quatro anos, orientando as programações orçamentárias anuais, e os planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento cujo conteúdo deve está sempre em consonância com o plano plurianual.

2.1 O PLANO PLURIANUAL – PPA

O Plano Plurianual é o instrumento da ação governamental que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública e as despesas de capital e outras delas decorrentes e relativas aos programas de duração continuada.

A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. (Art. 165, § 1º, da Constituição Federal)

Disposições Constitucionais:

• Os orçamentos fiscal e de investimentos das empresas devem ser compatibilizados com o PPA;

• O início de qualquer investimento, cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, dependerá de sua prévia inclusão no PPA, sob pena de crime de responsabilidade;

• Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA e aprovados pelo Congresso Nacional ou Assembléia Legislativa.

O PPA será encaminhado pelo Poder Executivo ao Legislativo até 31 de agosto do primeiro ano de mandato do governante e deverá ser aprovado até 31 de dezembro do mesmo exercício, vigorando até o final do primeiro ano de mandato do próximo governante, ou seja, sua vigência será de quatro anos. O PPA e orçamento do primeiro ano de mandato são elaborados pelo governante anterior, visando aplicar o Princípio da Continuidade Administrativa. Para consolidar esse princípio, o PPA deverá ser elaborado e estabelecido por lei, no primeiro ano de mandato do Executivo, para execução nos quatro anos seguintes.

Já os investimentos cuja execução seja levada a efeito por períodos superiores a um exercício financeiro, só poderão ser iniciados se previamente incluídos no PPA ou se nele forem incluídos por autorização legal.

O Decreto Federal nº 2.829/98 estabelece normas para a elaboração e execução do PPA e dos Orçamentos da União, a partir do exercício de 2000, tendo como pressuposto básico a produção de mudanças na Administração Pública pelo planejamento, com foco em aspectos tais como: visão estratégica, programas, gerenciamento, informação, avaliação e integração.

Então o PPA é o documento que expressa o planejamento do governo para um período de 4 anos, que abrange: o segundo, terceiro e quarto ano do mandato do governante eleito e o primeiro ano do governo seguinte para garantir a continuidade de ações de um governo para o outro. Ainda o PPA deve demonstrar todas as ações de forma coordenada. Nele devem conter a delimitação e a enunciação das diretrizes genéricas e abrangentes, com os respectivos objetivos, programas, ações e metas; inclusive com valores financeiros, possibilitando a cobertura das ações governamentais que se queixa executar.

Conforme a CF, o plano plurianual é um instrumento que objetiva estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas para as despesas de capital, ou seja, os investimentos, e para as relativas aos programas de duração continuada, aqueles que ocorrem constantemente e são necessárias à manutenção das ações que não podem ser interrompidos.

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Lembrando que quanto à elaboração do PPA, o levantamento da situação atual do ente público é de extrema importância, pois é necessário saber dos projetos em andamentos, determinados ou não, inclusive das suas formas de financiamento.

Integram o Plano Plurianual os seguintes anexos:

I - Anexo I - Programas Finalísticos;

II - Anexo II - Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais; e

III - Anexo III - Órgãos Responsáveis por Programas de Governo.

Não integram o Plano Plurianual os programas destinados exclusivamente a operações especiais.

PROGRAMA: instrumento de organização da ação governamental que articula um conjunto de ações visando à concretização do objetivo nele estabelecido, sendo classificado como:

a) Programa Finalístico: pela sua implementação são ofertados bens e serviços diretamente à sociedade e são gerados resultados passíveis de aferição por indicadores;

b) Programa de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: aqueles voltados para a oferta de serviços ao Estado, para a gestão de políticas e para o apoio administrativo;

AÇÃO: instrumento de programação que contribui para atender ao objetivo de um programa, podendo ser orçamentária ou não orçamentária, sendo a orçamentária classificada, conforme a sua natureza, em:

a) Projeto: instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação de governo;

b) Atividade: instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo;

c) Operação Especial: despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações do governo federal, das quais não resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

2.2 A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO (artigo 165, § 2º, da Constituição Federal)

A implantação da LDO pela Constituição representa um importante marco na reforma do orçamento brasileiro, pois a mesma permite que a administração defina, no ano anterior, os objetivos, metas e prioridades que constarão da sua proposta orçamentária do ano seguinte, possibilitando ao Legislativo, antes da aprovação da Lei Orçamentária, uma discussão prévia sobre a definição a respeito das metas e objetivos que se pretende alcançar.

A LDO, devidamente compatibilizada com o PPA, deverá conter:

• As metas e prioridades da Administração Pública, incluindo as despesas de capital, para o exercício seguinte;

• Orientações para a elaboração da Lei Orçamentária Anual;

• Disposições sobre alterações na Legislação Tributária;

• A política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento;

• Autorização específica para a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista;

• Os limites para elaboração da proposta orçamentária dos Poderes Judiciário e Legislativo.

A Constituição Federal define que os prazos de encaminhamento e aprovação da LDO serão definidos em lei complementar. Enquanto não entrar em vigor a referida lei, esses prazos serão regulamentados, no âmbito da União, pelo artigo 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que estabelece que a LDO deverá ser encaminhada pelo Executivo até 15 de abril de cada ano, devendo ser aprovada pelo Legislativo até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa. É

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal bom lembrar que a LDO é elaborada pelo Executivo (Secretaria de Orçamento Federal) para regular a proposta orçamentária que será elaborada no ano seguinte.

A LDO é reforçada na Lei de Responsabilidade Fiscal pela incorporação dos Anexos Metas Fiscais e Anexo de Riscos Fiscais, onde são estabelecidos pelo ente da federação as metas pretendidas no orçamento e os riscos que poderão prejudicar o alcance das referidas metas.

Na maioria dos municípios brasileiros, a Lei de Diretrizes Orçamentárias era elaborada apenas para cumprir as formalidades legais. Com a implantação da LRF, ela tomou novo fôlego, tendo em vista que a Lei Orçamentária Anual deverá ser elaborada em consonância com a LDO e o PPA, respeitando os objetivos e metas estabelecidos naqueles instrumentos de planejamento.

Como se pode observar, a LDO passa a vigorar como instrumento orientador da elaboração da proposta orçamentária, onde serão definidos critérios para renúncia de receitas, para aumento de despesas de caráter continuado e para limitação de empenho.

A LDO conterá o Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas:

• As metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas e despesas;

• o resultado nominal e primário;

• o montante da dívida pública para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes;

• avaliação do cumprimento da metas relativas ao ano anterior

• demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifique os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três últimos exercícios anteriores e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

• evolução do patrimônio líquido, também nos três últimos exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação dos ativos;

• avaliação da situação financeira e atuarial do regime próprio de previdência social dos servidores públicos, se houver, e demais fundos e programas de natureza atuarial;

• demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia da receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

A LRF introduziu, também, na LDO, o Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. Normalmente, esses riscos são representados por demandas judiciais que poderão culminar em significativos pagamentos a serem efetuados pela União, Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal.

Disporá também a LDO sobre:

• o equilíbrio entre as receitas e despesas;

• critérios e formas de limitação de empenho;

• avaliação dos resultados;

• condições para transferências para o setor privado.

2.3 A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA (artigo 165, § 5º, da Constituição Federal):

A Lei Orçamentária Anual é o instrumento de planejamento utilizado pelo governo para gerenciar as receitas e despesas públicas em cada exercício financeiro. A LOA é também conhecida como "Lei de Meios" e representa o principal instrumento orçamentário, haja vista que sem ela o administrador não recebe autorização para execução do orçamento.

A composição da Lei Orçamentária Anual está prevista na CF/88, art. 165, § 5°:

• Orçamento fiscal referente aos poderes da União, seus fundos e entidades da administração direta e indireta, inclusive as fundações instituídas e mantidas pelo poder público. A administração indireta é representada por quatro tipos de entidades, a saber: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. As fundações e autarquias dependem de recursos do orçamento fiscal para se manterem, enquanto as empresas

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

públicas e sociedades de economia mista só são incorporadas ao orçamento fiscal quando necessitam de recursos complementares para manutenção de suas atividades;

• Orçamento de investimento compreende os investimentos realizados pelo governo nas empresas estatais em que ele, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. O orçamento de investimentos está interessado nos investimentos das empresas, não se preocupando com as receitas e despesas operacionais. Neste sentido, estão no orçamento de investimentos, as empresas públicas(100% do capital é do poder público) e as sociedades de economia mista(mais de 50% do capital com direito a voto pertencente ao governo, direta ou indiretamente);

• Orçamento da seguridade social, abrange todas as entidades e os órgãos da administração direta e indireta, a ela vinculados, bem como os fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Esse tipo de orçamento não se preocupa, somente, com os órgãos da seguridade social, mas também com todos os recursos relacionados com a seguridade social, não importando onde eles estejam alocados. Praticamente a maioria dos órgãos da administração direta, além de estarem no orçamento fiscal, recebem, também, recursos do orçamento da seguridade social para cobrirem as suas despesas com inativos e com assistência social dos seus servidores.

Constitui matéria exclusiva da lei orçamentária a previsão da receita e a fixação da despesa, podendo conter, ainda segundo a norma constitucional:

• Autorização para abertura de créditos suplementares;

• Autorização para contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO) na forma da lei.

Os orçamentos fiscal e de investimentos serão compatibilizados com o PPA; terão a função de reduzir as desigualdades inter-regionais, segundo critérios de população e renda per capita.

A Lei Orçamentária Anual deve guardar, na sua elaboração e aprovação, compatibilidade com o Plano Plurianual e com Lei de Diretrizes Orçamentárias e, para isso, contará com um demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal -LRF, a LOA deverá conter:

• demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias;

• demonstrativo do impacto orçamentário-financeiro referente às renúncias de receita e às despesas obrigatórias de caráter continuado;

• reserva de contingência definida com base na receita corrente líquida que será utilizada no pagamento dos passivos contingentes;

• despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual e as receitas que as atenderão;

• separadamente, o refinanciamento da dívida mobiliária.

É vedado consignar na lei orçamentária, crédito com finalidade imprevista ou com dotação ilimitada e a atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada.

As emendas ao projeto de LOA ou aos projetos que o modifiquem terão que ser compatíveis com o PPA e com a LDO, para serem aprovadas. O prazo para envio do projeto da LOA ao Poder Legislativo é até 31 de agosto.

No prazo de trinta dias após o encerramento de cada bimestre, o Poder Executivo publicará relatório resumido da execução orçamentária.

NO RIO GRANDE DO SUL

PLANO PLURIANUAL

O Plano Plurianual - PPA resulta de lei de iniciativa do Poder Executivo que estabelece as diretrizes, objetivos e metas da administração pública estadual para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para às relativas aos programas de duração continuada.

De acordo com a Constituição Federal, o PPA deve ser elaborado no primeiro ano de uma gestão.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

O PPA é um o instrumento coordenador de todas as ações governamentais e, como tal, orienta as Leis de Diretrizes Orçamentárias- LDOs e os Orçamentos Anuais - LOAs, bem como todos os planos setoriais instituídos durante o seu período de vigência que é de 4 anos.

Define a ação do Governo no quadriênio, imprimindo uma diretriz estratégica aos orçamentos anuais.

Tem a qualidade de promover a articulação entre as instâncias executivas da administração pública, proporcionando a base para a construção das ações integradas em articulação com as da iniciativa privada, do terceiro setor e das demais esferas de governo. Permite a concepção de programas intersetoriais, multissetoriais ou a identificação de temas transversais visando o desenvolvimento socioeconômico. Promove a eliminação de duplicidade de esforços e de gastos visando a eficiência e eficácia das ações governamentais.

Para o Sistema de Elaboração do Plano Plurianual foi desenvolvida uma ferramenta específica - o SISPLAG, que permite, além de ações de elaboração e revisão do PPA, o acompanhamento das realizações do Governo, suprindo a demanda por informação sobre a execução de programas e projetos, permitido a elaboração de relatórios de acompanhamento do Plano Plurianual entre outros.

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO

A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende as metas e prioridades da administração pública estadual, contidas no Plano Plurianual, para o exercício financeiro do ano seguinte. Além de orientar a elaboração dos orçamentos anuais, a LDO dispõe sobre alterações na legislação tributária e estabelece a política tarifária das empresas da administração indireta e a de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Os projetos de lei de diretrizes orçamentárias devem ser enviados à Assembléia Legislativa pelo Poder Executivo até o dia 15 de maio de cada ano e ser sancionada até 15 de julho.

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA

Lei Orçamentária Anual (LOA) compreende as receitas e despesas da administração direta e Indireta do Estado do Rio Grande do Sul, seus fundos, órgãos, inclusive suas fundações e autarquias. O orçamento deve ser compatível com o Plano Plurianual (PPA) e em conformidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

O orçamento é elaborado pela Secretaria do Planejamento e Gestão e deve ser encaminhado pelo Governador do Estado à Assembléia Legislativa até o dia 15 de setembro de cada ano, na forma de proposta de orçamento (PLOA). Consta na proposta texto de mensagem do Chefe do Poder Executivo, onde são analisados os cenários macros e microeconômicos, as finanças estaduais, a regionalização das receitas e das despesas, os indicadores socioeconômicos e outros assuntos relevantes. Para a sanção da lei, o prazo encerra-se em 30 de novembro.

2.4 PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA: a) ELABORAÇÃO

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prioriza as metas do PPA e orienta a elaboração do Orçamento Geral da União, que terá validade para o ano seguinte. O projeto da LDO é elaborado pelo Poder Executivo, sob a direção do MPO e a coordenação da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), e precisa ser encaminhado ao Congresso até o dia 15 de abril de cada ano. O projeto da LDO tem como base o PPA e deve ser apreciado pelo Congresso Nacional até 30 de junho de cada exercício. Depois de aprovado, o projeto é sancionado pelo Presidente da República. Com base na LDO, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, com a participação dos Ministérios (órgãos setoriais) e as unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário. Por determinação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o projeto de lei do orçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano. Acompanha a proposta uma mensagem do Presidente da República, na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas, observando os seguintes procedimentos:

1ª Etapa Entre os meses de janeiro e maio, na Secretaria de Orçamento Federal - SOF, é desenvolvida a análise da série histórica

da execução dos últimos exercícios, para definição dos limites de gastos por unidade orçamentária da União.

2ª Etapa No mês de junho, os órgãos setoriais apresentam uma proposição detalhada relativa às suas programações em:

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

Atividades - envolvendo o montante de recursos necessários para assegurar a manutenção da execução das ações atualmente desenvolvidas para a prestação de serviços à comunidade;

Despesas Obrigatórias - relativas a despesas com pessoal, serviço da dívida, benefícios previdenciários.

3ª Etapa Com a estimativa da Receita a ser arrecadada e o montante de gastos projetados para o exercício na 2a Etapa, define um

limite adicional e o remete aos órgãos para complementar a sua programação orçamentária, compreendendo:

Expansão de atividades - os valores necessários para expansão dos serviços;

Projetos - gastos requeridos para aumento da capacidade física de atendimento ou inserção de uma ação nova nas atribuições dos órgãos.

4ª Etapa Formaliza o documento final elaborando todos os demonstrativos exigidos pela Lei Federal no 4.320/64 e pela Lei de

Diretrizes Orçamentárias.

b) DISCUSSÃO

No Congresso, deputados e senadores discutem a proposta que o Executivo preparou, fazem as mudanças que consideram necessárias e votam o projeto. Até à Constituição de 1988, o Congresso apenas homologava o orçamento tal qual ele vinha do Executivo. A partir de 1988, deputados e senadores adquiriram o direito de emendar o orçamento, o que significa que os parlamentares podem propor alterações em programas e projetos apresentados pelo Poder Executivo, desde que sejam compatíveis com o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A Constituição determina que o Congresso deve votar o Orçamento até o encerramento da sessão legislativa de cada ano.

c) APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO

Compete ao Poder Legislativo a apreciação e votação do projeto de lei, podendo emendá-las, segundo certos critérios e, em situações extremas, rejeitá-las. No entanto, mesmo depois de votado o orçamento e já se tendo iniciada a execução, o processo legislativo poderá ser desencadeado em virtude de projeto de lei destinado a solicitar abertura de créditos adicionais.

Depois da aprovação pelo Legislativo, o projeto é enviado ao Presidente da República para ser sancionado. Após a sanção, transforma-se em lei.

d) EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Tão logo seja publicada a Lei Orçamentária Anual- LOA, começam-se os preparativos para sua execução a partir do primeiro dia do exercício financeiro. O Ministério do Planejamento e Orçamento toma as providências com vistas a introduzir, via fita magnética, os dados orçamentários no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, instrumento que processa, por meio de computadores interligados a uma base única, a execução do Orçamento-Geral da União. O resultado desta operação é a liberação dos créditos aprovados para cada Unidade Orçamentária, por projeto/atividade.

No passo seguinte, a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, órgão responsável pela Conta Única do Tesouro Nacional, edita normas de execução orçamentária e financeira, fixando cotas e prazos para a utilização dos recursos necessários ao atendimento dos programas de Governo, em consonância com o comportamento da receita e das disponibilidades do Tesouro. Concluída essa etapa, a Secretaria Federal de Controle, tal como as demais unidades orçamentárias, passa a receber as cotas de recursos que viabilizarão a execução dos seus programas de trabalho, de acordo com o cronograma de desembolso.

Durante a execução orçamentária, é imperativo a SFC observar os três estágios da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento, conforme os ditames da Lei n° 4.320/64, que disciplina as normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.

Relativamente à fase de execução orçamentária, a experiência dos últimos anos revela que a SFC não tem conseguido realizar totalmente os seus programas de trabalho, conforme planejado. Tal fato, decorre dos constantes desequilíbrios das contas públicas, cujos efeitos vêm levando o Governo Federal a editar medidas, via Decreto, efetuando cortes orçamentários de forma linear, sem discutir com o Legislativo e a sociedade, em detrimento do implemento de alguns projetos e/ou atividades e, conseqüentemente, dos interesses sociais.

e) CONTROLE E AVALIAÇÃO.

A Lei n° 4.320/64 determina que o controle da execução orçamentária e financeira da União, Estados, Municípios e Distrito Federal será exercido pelos Poderes Executivo e Legislativo, mediante controles interno e externo, respectivamente.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

De acordo com o art. 76 da Lei n° 4.320/64, o Poder Executivo exercerá três tipos de controle, a saber: prévio, concomitante e subseqüente.

a) O controle prévio tem por objetivo assegurar que os créditos orçamentários ou recursos financeiros sejam movimentados ou utilizados mediante prévia observação das normas de administração orçamentária e financeira. É nesta fase do controle que se examina, entre outros aspectos, a correta classificação da despesa, a existência de saldo para atendê-la, a utilização de formulários adequados e as normas de preenchimento desses documentos.

b) Relativamente ao controle concomitante, este é instrumentalizado pela contabilidade, que se ocupa no registro e escrituração da despesa, por intermédio de relatórios, balancetes e demonstrações. No âmbito da SFC e dos órgãos da administração direta, o controle concomitante é realizado mediante a utilização do Sistema SIAFI. Tal Sistema registra e controla todas as etapas do processo de realização de despesas, emite relatórios contábeis, além de outras funções.

c) O controle subseqüente está corporificado na tomada de contas, ao final do exercício financeiro, e nos trabalhos de auditoria. Nesta fase de controle, a unidade competente de auditoria e o órgão de contabilidade análitica examinam os processos contendo os comprovantes das despesas efetuadas pela SFC (bilhetes de passagens, pedidos de diárias etc), com o fim de comprovar a legalidade e a legitimidade e avaliar os resultados quanto à eficácia, eficiência e economicidade dos atos de gestão praticados por seus administradores.

Além do controle interno, os atos praticados pelas SFC e pelos demais órgãos federais estão sujeitos ao controle externo que é exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de contas da União, conforme prescreve o art. 71 da Carta Magna. No cumprimento de suas atribuições, o TCU procede ao julgamento da regularidade das contas dos administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos, através de levantamentos contábeis e certificados de auditoria.

É interessante anotar a crítica quanto à atuação do controle interno e externo, existente tanto na SFC quanto no âmbito de toda Administração Pública, seja em nível federal, estadual e municipal. As prestações de contas dos entes públicos estão apoiados em demonstrativos de ingressos e desembolsos decorrentes da lei orçamentária anual e destinados a usuários institucionais (Tribunais de Contas e Assembléias Legislativas ou Câmaras dos Vereadores), cuja preocupação é apenas de fundo jurídico-administrativo.

Esta postura legalista do controle, vista atualmente no âmbito da Administração Pública, advém de uma legislação antiquada, centrada na lógica de direcionar as informações aos usuários exclusivos em prejuízo do cidadão comum. Tal procedimento contraria um dos princípios fundamentais de uma sociedade livre e democrática, qual seja, a obrigatoriedade de os agentes públicos ou políticos prestarem contas dos recursos que lhes são confiados, indicando quais as aplicações realizadas e, principalmente, os efeitos de tais aplicações sobre a vida dos membros da comunidade.

IMPORTANTE: Não confundir CICLO ORÇAMENTÁRIO COM EXERCÍCIO FINANCEIRO, pois este, segundo a lei 4320/64, coincide com o ano civil e está inserido no ciclo orçamentário, dizendo respeito ao período de execução do orçamento.

2.5 CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS

Expressão utilizada para designar o montante de recursos disponíveis numa dotação orçamentária seja ela consignada na Lei Orçamentária ou num crédito adicional, para aplicação por uma unidade orçamentária na finalidade e natureza das despesas indicadas através das respectivas classificações.

Créditos Adicionais: Conceito, Classificação e Vigência

Créditos Adicionais são as autorizações para despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual, visando atender:

• Insuficiência de dotações ou recursos alocados nos orçamentos;

• Necessidade de atender a situações que não foram previstas, inclusive por serem imprevisíveis, nos orçamentos.

Os créditos adicionais, portanto, constituem-se em procedimentos previstos na Constituição e na Lei 4.320/64 para corrigir ou amenizar situações que surgem, durante a execução orçamentária, por razões de fatos de ordem econômica ou imprevisíveis. Os créditos adicionais são incorporados aos orçamentos em execução.

Modalidades de Créditos Adicionais

a) Créditos Suplementares

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São destinados ao reforço de dotações orçamentárias existentes, dessa forma, eles aumentam as despesas fixadas no orçamento. Quanto à forma processual, eles são autorizados previamente por lei, podendo essa autorização legislativa constar da própria lei orçamentária, e abertos por decreto do Poder Executivo. A vigência do crédito suplementar é restrita ao exercício financeiro referente ao orçamento em execução.

b) Créditos Especiais

São destinados a autorização de despesas não previstas ou fixadas nos orçamentos aprovados. Sendo assim, o crédito especial cria um novo projeto ou atividade, o uma categoria econômica ou grupo de despesa inexistente em projeto ou atividade integrante do orçamento vigente.

Os créditos especiais são sempre autorizados por lei específica e abertos por decreto do Executivo. A sua vigência é no exercício em que forem autorizados, salvo se o ato autorizativo for promulgado nos últimos quatro meses (setembro a dezembro) do referido exercício, caso em que, é facultada sua reabertura no exercício subseqüente, nos limites dos respectivos saldos, sendo incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente (CF, art. 167, § 2°).

c) Créditos Extraordinários

São destinados para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública (CF. art. 167, § 3).

Os créditos extraordinários, quanto à forma procedimental, são abertos por Decreto do Poder Executivo, que encaminha para conhecimento do Poder Legislativo, devendo ser convertido em lei no prazo de trinta dias.

Com relação à vigência, os créditos extraordinários vigoram dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o ato da autorização ocorrer nos últimos quatro meses (setembro a dezembro) daquele exercício, hipótese pela qual poderão ser reabertos, nos limites dos seus saldos, incorporando-se ao orçamento do exercício seguinte.

Recursos para financiamento dos Créditos Adicionais

Os recursos financeiros disponíveis para abertura de créditos suplementares e especiais estão listados no art. 43 da Lei n° 4.320/64, no art. 91 do Decreto-Lei n° 200/67 e no § 8° do art. 166 da Constituição Federal:

• O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, sendo a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais reabertos ou transferidos, no exercício da apuração, e as operações de créditos a eles vinculadas.

• O excesso de arrecadação, constituído pelo saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Do referido saldo será deduzida a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.

• A anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais autorizados em lei, adicionando àquelas consideradas insuficientes. Neste tipo, inclui-se a anulação da reserva de contingência, conceituada como a dotação global não destinada especificamente a órgão, unidade orçamentária ou categoria econômica e natureza da despesa;

• O produto das operações de crédito, desde que haja condições jurídicas para sua realização pelo Poder Executivo.

• Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. (CF, art. 166, § 8°).

O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a sua espécie e a classificação da despesa.

3. ORÇAMENTO NA LEI 4.320/64

Bases institucionais do orçamento público no Brasil

O marco legal ocorreu em 1964 com a Lei 4.320/64 estabelecendo normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e Distrito Federal.

Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal.

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Instituiu as bases para orçamento-programa, posteriormente (o que foi reafirmado e fortalecido pelo Decreto Lei 200/1967 para todas as esferas da federação). A maior parte dos procedimentos da Lei 4.320/64 ainda valem.

A lei 4.320, estabelece que a Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo.

4. RECEITA PÚBLICA

Receita Pública, em sentido amplo, compreende todos os ingressos financeiros ao patrimônio público. Portanto, abrange o fluxo de recebimentos auferidos pelo Estado.

Em sentido estrito, a Receita Pública equivale a todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos pelo Poder Público, compreendendo qualquer ente da Federação ou suas entidades, para atender as despesas públicas. Nesse conceito, equivale à Receita Pública Orçamentária.

Essa distinção é importante pelo fato de que alguns ingressos financeiros no caixa do Poder Público têm um caráter transitório, extemporâneo, não podendo ser utilizadas pelo Estado na sua programação normal de despesas. Exemplos são cauções, depósitos, etc... Equivalem esses ingressos à chamada Receita Pública Extra-orçamentária.

Vejamos a seguir as diversas classificações doutrinárias e legais das Receitas Públicas.

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA

4.1.1) Classificação quanto à Origem: Originárias X Derivadas

a) Receitas Originárias (Patrimoniais, de Economia Privada, de Direito Privado)

São aquelas provenientes da exploração do patrimônio da pessoa jurídica de direito público, ou seja, o Estado coloca parte do seu patrimônio a disposição de pessoas físicas ou jurídicas, que poderão se beneficiar de bens ou de serviços, mediante pagamento de um preço estipulado.

Elas independem de autorização legal e podem ocorrer a qualquer momento, e são oriundas da exploração do patrimônio mobiliário ou imobiliário, ou do exercício de atividade econômica, industrial, comercial ou de serviços, pelo Estado ou suas entidades. Exemplos:

• Rendas provenientes da venda de bens e de empresas comerciais ou industriais;

• Rendas obtidas sobre os bens sujeitos à sua propriedade (aluguéis, dividendos, aplicações financeiras);

• Rendas do exercício de atividades econômicas, ou seja, industriais, comerciais ou de serviços.

b) Receitas Derivadas (Não-patrimoniais, de Economia Pública, de Direito Público)

São aquelas cobradas pelo Estado, por força do seu poder de império, sobre as relações econômicas praticadas pelos particulares, pessoas físicas ou jurídicas, ou sobre seus bens.

Na atualidade, constitui-se na instituição de tributos, que serão exigidos da população, para financiar os gastos da administração pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos específicos prestados ou colocados a disposição da comunidade.

São exemplos mais significativos das receitas derivadas os tributos que se encontram estabelecidos na Constituição Federal nos termos do art. 145:

Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas"

Quanto ao poder de tributar, seus limites são estabelecidos na Norma Constitucional nos seguintes termos:

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Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros:

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de créditos, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar;

§ 10o. É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, lI, IV e V.

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprio dos discriminados nesta Constituição;

II - na iminência ou no caso de guerra externa impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

I - transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos;

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

III - propriedade de veiculos automotores;

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão inter vivos, a qualquer titulo, por ato oneroso, de bens imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, lI, definidos em lei complementar;

4.1.2) Quanto à Natureza: Receitas Orçamentárias X Receitas Extra-Orçamentárias

a) Receitas Orçamentárias

São todos os ingressos financeiros de caráter não transitório auferidos pelo Poder Público. Se subdivide ainda nas seguintes categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital.

b) Receitas Extra-Orcamentárias

Receitas extra-orçamentárias são aquelas que não fazem parte do orçamento público.

Como exemplos temos as cauções, fianças, depósitos para garantia, consignações em folha de pagamento, retenções na fonte, salários não reclamados, operações de crédito a curto prazo e outras operações assemelhadas.

Sua arrecadação não depende de autorização legislativa e sua realização não se vincula à execução do orçamento.

Tais receitas também não constituem renda para o Estado, uma vez que este é apenas depositário de tais valores. Contudo tais receitas somam-se às disponibilidades financeiras do Estado, porém têm em contrapartida um passivo exigível que será resgatado quando da realização da correspondente despesa extra-orçamentária.

Em casos especiais, a receita extra-orçamentária pode converter-se em receita orçamentária. é o caso de quando alguém perde, em favor do Estado, o valor de uma caução por inadimplência ou quando perde o valor depositado em garantia. O mesmo acontece quando os restos a pagar têm sua prescrição administrativa decorrida. É importante frisar que cauções,

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal fianças, e depósitos efetuados em títulos e assemelhados quando em moeda estrangeira são registrados em contas de compensação, não sendo, portanto considerados receitas extra-orçamentárias.

4.1.3) Quanto à Repercussão Patrimonial: Efetivas X Não-efetivas

a) Efetivas

São aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes. Por isso, aumentam a situação líquida patrimonial. Exemplos:

Receita Tributária, Receita Patrimonial, Receita de Serviços, etc.

b) Não-Efetivas

São aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro de reconhecimento do direito. Por isso, não alteram a situação líquida patrimonial. Exemplos: alienação de bens, operações de crédito, amortização de empréstimo concedido no passado, cobrança de dívida ativa, etc.

4.1.4) Quanto à Regularidade: Ordinárias X Extraordinárias

a) Receitas Ordinárias

Apresentam certa regularidade na sua arrecadação, sendo normatizadas pela Constituição ou por leis específicas. Exemplos: arrecadação de impostos, transferências recebidas do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, etc.

b) Receitas Extraordinárias

São aquelas que representam ingressos acidentais, transitórios e, as vezes, até de caráter excepcional, como os impostos por motivo de guerra, heranças, etc.

4.1.5) Quanto à forma de sua realização: Receitas Próprias, de Transferências e de Financiamentos

a) Próprias

Quando seu ingresso é promovido pela própria entidade, diretamente, ou através de agentes arrecadadores autorizados. Exemplo: tributos, aluguéis, rendimentos de aplicações financeiras, multas e juros de mora, alienação de bens, etc.

b) De Transferências

Quando a sua arrecadação se processa através de outras entidades, em virtude de dispositivos constitucionais ou legais, ou ainda, mediante celebração de acordos ou convênios. Exemplo: cota-parte de Tributos Federais aos Estados e Municípios (FPE e FPM ), Cota-Parte de Tributos Estaduais aos Municípios (ICMS e IPV A), convênios, etc.

c) Financiamentos

São as operações de crédito realizadas com destinação específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os financiamentos para implantação de parques industriais, aquisição de bens de consumo durável, obras de saneamento básico, etc.

4.1.6) Segundo a Categoria Econômica: Receitas Correntes X Receitas de Capital

a) Receitas Correntes

São destinadas a financiar as Despesas Correntes. Classificam-se em:

• Receitas Tributárias - as provenientes da cobrança de impostos, taxas e contribuições de melhoria.

O Código Tributário Nacional define tributo no art. 3º como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” e define suas espécies da seguinte forma:

Impostos – conforme art. 16, “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”;

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Taxa – de acordo com o art. 77, “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”;

Contribuição de Melhoria – segundo o art. 81, “a contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.

• Receitas de Contribuições - as provenientes da arrecadação de contribuições sociais e econômicas; por exemplo: contribuições para o PIS/PASEP, contribuições para fundo de saúde de servidores públicos, etc.

Contribuições sociais – destinadas ao custeio da seguridade social, compreendendo a previdência social, a saúde e a assistência social;

Contribuições de Intervenção no domínio econômico – deriva da contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade.

Contribuições de Interesse das categorias profissionais ou econômicas – destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados.

• Receita Patrimonial - proveniente do resultado financeiro da fruição do patrimônio, decorrente da propriedade de bens mobiliários ou imobiliários; por exemplo: aluguéis, dividendos, receita oriunda de aplicação financeira, etc.

• Receita Agropecuária - proveniente da exploração das atividades agropecuárias; por exemplo: receita da produção vegetal, receita da produção animal e derivados.

• Receita Industrial é proveniente das atividades ligadas à indústria de transformação. Exemplos: indústria editorial e gráfica, reciclagem de lixo, etc.

• Receitas de Serviços - provenientes de atividades caracterizadas pela prestação se serviços por órgãos do Estado; por exemplo: serviços comerciais (compra e venda de mercadorias ), etc.

• Transferências Correntes - recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados ao atendimento de despesas correntes.

• Outras Receitas Correntes - grupo que compreende as Receitas de Multas e Juros de Mora, Indenizações e Restituições, Receita da Dívida Ativa, etc.

b) Receitas de Capital

São destinadas ao atendimento das Despesas de Capital. Dividem-se em:

• Operações de Crédito - financiamentos obtidos dentro e fora do País; recursos captados de terceiros para financiar obras e serviços públicos. Exemplos: colocação de títulos públicos, contratação de empréstimos e financiamentos, etc;

• Alienação de Bens - provenientes da venda de bens móveis e imóveis;

• Amortização de Empréstimos - provenientes do recebimento do principal mais correção monetária, de empréstimos efetuados a terceiros;

• Transferência de Capital - recursos recebidos de outras entidades para aplicação em despesas de capital. O recebimento desses recursos não gera nenhuma contraprestação direta em bens e serviços;

• Outras Receitas de Capital - envolvem as receitas de capital não classificáveis nas anteriores.

4.2 ESTÁGIOS OU FASES DA RECEITA PÚBLICA

A realização da receita pública se dá mediante uma seqüência de atividades, cujo resultado é o recebimento de recursos financeiros pelos cofres públicos. Os estágios são os seguintes:

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal a) Previsão

Compreende a estimativa das receitas para compor a proposta orçamentária e aprovação do orçamento público pelo legislativo, transformando-o em Lei Orçamentária.

Na previsão de receita devem ser observadas as normas técnicas e legais, considerados os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante, sendo acompanhada de demonstrativo de sua evolução nos três últimos anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referir a estimativa, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas, segundo dispõe o art. 12 da LRF.

b) Lançamento

É o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, identifica a pessoa que é devedora e inscreve o débito desta. Compreende os procedimentos determinação da matéria tributável, cálculo do imposto, identificação do sujeito passivo e notificação.

As importâncias relativas a tributos, multas e outros créditos da Fazenda Pública, lançadas mas não cobradas ou não recolhidas no exercício de origem, constituem Dívida Ativa a partir da sua inscrição pela repartição competente.

c) Arrecadação

É o ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas e demais créditos, sendo distinguida em;

• Direta, a que é realizada pelo próprio Estado ou seus servidores e;

• Indireta, a que é efetuada sob a responsabilidade de terceiros credenciados pelo Estado. Os agentes da arrecadação são devidamente autorizados para receberem os recursos e entregarem ao Tesouro Público,

sendo divididos em dois grupos:

• Agentes públicos (coletorias, tesourarias, delegacias, postos fiscais, etc);

• Agentes privados (bancos autorizados).

d) Recolhimento

Consiste na entrega do numerário, pelos agentes arrecadadores, públicos ou privados, diretamente ao Tesouro Público ou ao banco oficial. O recolhimento de todas as receitas deve ser feito com a observância da princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para a criação de caixas especiais. (art. 56 da Lei 4.320/64).

Os recursos de caixa do Tesouro Nacional serão mantidos no Banco do Brasil S/A, somente sendo permitidos saques para o pagamento de despesas formalmente processadas e dentro dos limites estabelecidos na programação financeira;

A conta única do Tesouro Nacional é mantida no Banco Central, mas o agente financeiro é o Banco do Brasil, que deve receber as importâncias provenientes da arrecadação de tributos ou rendas federais e realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da União.

ATENÇÃO:

O Manual Técnico Orçamentário 2011, trás apenas 3 estágios, assim considerados:

Segundo o art. 22 do Decreto Legislativo no 4.536, de 28 de janeiro de 1922, que organiza o Código de Contabilidade da União, a receita orçamentária percorre três estágios até que ocorra a efetiva entrada de recursos nos cofres públicos, na Conta Única do Tesouro Nacional: Previsão, Arrecadação e Recolhimento.

Dessa forma, do ponto de vista orçamentário, os estágios seriam:

Obs.: Lançamento – Procedimento Administrativo do Fisco

Embora parte da doutrina considere o “Lançamento” estágio intermediário entre a “Previsão” e a “Arrecadação” da receita, o art. 53 da Lei no 4.320, de 1964, o preceitua como “ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora, e inscreve o débito desta”.

Dessa forma, na ótica orçamentária, lançamento é procedimento administrativo realizado pelo Fisco – e não estágio. Ressalte-se que as receitas patrimoniais e as empresariais não se sujeitam ao lançamento, haja vista ingressarem diretamente

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no estágio da Arrecadação, mas as tributárias e de contribuições necessitam do procedimento administrativo em epígrafe antes de ingressarem no estágio da “Arrecadação”.

4.3 DÍVIDA ATIVA OU RECEITAS A RECEBER

A Dívida Ativa constitui-se nos créditos da Fazenda Pública, tributários ou não, que, não pagos no vencimento, são inscritos em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, de acordo com a legislação especifica. A Dívida Ativa da União deve ser apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional, e as Dividas dos Estados, DF e Municípios nos seus órgãos correspondentes.

A Dívida Ativa compõe Ativo Permanente, no Balanço Patrimonial da União, Estados, DF, Municípios, são créditos a receber de terceiros. A Dívida Passiva constitui o Passivo, sendo obrigações com terceiros.

A inscrição, perante o Tesouro, na Procuradoria, é condição necessária para seu encaminhamento à cobrança judicial, à execução. É comum, ser concedidos trinta dias ao devedor, a partir do vencimento da obrigação, (cobrança amigável); daí, seriam concedidos mais trinta dias para à cobrança judicial.

Uma observação adicional: segundo a Lei 4.320/64:

• pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, portanto vale para as Receitas Públicas o Regime de Caixa;

• pertencem ao exercício financeiro as despesas nele legalmente empenhadas, ou seja, para as Despesas Pública vale o Regime de Competência.

• por isto se diz que a Contabilidade Pública adota o Regime Misto: de caixa para as receitas e de competências para as despesas.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal 5. CLASSIFICAÇÃO DE GASTOS PÚBLICOS

FUNÇÕES DO ESTADO (AÇÃO GOVERNAMENTAL)

É sabido que o sistema de mercado não consegue cumprir algumas tarefas. Existem alguns bens que o mercado não consegue fornecer (bens públicos); logo a presença do Estado é necessária (função alocativa). O sistema de mercado não consegue distribuir a renda, sendo necessária a intervenção do Estado (função distributiva). Finalmente, a economia do mercado não consegue se autorregular, sendo necessária a função estabilizadora do Estado.

FUNÇÃO ALOCATIVA

A função alocativa do governo está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado.

Esses bens, denominados bens públicos, têm por principal característica a impossibilidade de excluir determinados indivíduos de seu consumo, uma vez delimitado o volume de produção.

É importante notar que existem bens de consumo coletivo, onde o fato de o bem ser de consumo não excludente, só funciona quando a utilização do bem não está saturada. Como exemplo, podemos tomar as praias, onde a utilização por um indivíduo não é independente do grau de utilização da mesma praia por outros indivíduos; melhor dizendo: A praia é um bem público, mas a partir do momento em que ela está lotada (saturada) ela deixa de funcionar como bem público porque o fato de um indivíduo sair beneficia outros. Nesse caso, não podemos considerar esse bem como bem público "puro" (bens públicos puros têm como exemplo o serviço de meteorologia, de defesa nacional e o serviço de despoluição, que constituem uma função típica do Estado).

Um caso particular são os bens semipúblicos ou meritórios. Esses bens satisfazem o princípio da exclusão, mas são produzidos pelo Estado. Como exemplo, temos os serviços de Saúde, Nutrição e Saneamento.

FUNÇÃO DISTRIBUTIVA

A distribuição de renda depende da produtividade do trabalho e dos demais fatores dados no mercado. Neste caso, a distribuição de renda dependerá da oferta de seus fatores e do preço que esses atingem no mercado. Se deixarmos o sistema de preços funcionar, teremos uma distribuição de renda que dependerá da produtividade de cada indivíduo no mercado dos fatores em que é dotado. Adicionalmente, a desigualdade pode refletir diferentes dotações iniciais de patrimônio.

A redistribuição de renda pode ser implementada através de um esquema de tributação progressiva da renda com subsídios para as famílias de baixa renda. Ainda essa redistribuição pode ser feita combinando impostos sobre produtos adquiridos por pessoas ricas com subsídios para produtos adquiridos por consumidores de baixa renda.

FUNÇÃO ESTABILIZADORA

A função estabilizadora do governo está relacionada com a intervenção do Estado na economia para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego.

A política fiscal seria esse instrumento da política econômica, pois o pleno emprego e a estabilidade de preços não ocorrem de maneira automática na economia. Como política fiscal, entende-se como ação do governo a interferência na economia, utilizando o gasto e a receita pública.

5.1 DESPESA PÚBLICA

A despesa pública pode ser conceituada como o gasto que a entidade de direito público realiza para a manutenção de serviços existentes e para a criação ou ampliação dos serviços públicos, visando à satisfação das necessidades coletivas. Esse conceito de despesa pública equivale ao de despesa orçamentária, isto é, daquela que, para ser realizada, precisa estar autorizada no orçamento ou em créditos adicionais.

Saídas de numerário ocorrem, porém, nas entidades de direito público, que não dependem de autorização legislativa. São as chamadas despesas extraorçamentárias.

a) Despesa extraorçamentária

Constituem despesas extraorçamentárias as saídas de numerário que não dependam de autorização legislativa, isto é, aquelas que não correspondam a pagamentos de despesas orçamentárias. A despesa extraorçamentária caracteriza-se por acarretar um aumento do Ativo Financeiro Realizável (quando a saída de numerário gerar um direito a ser inscrito nesse

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subgrupo) ou uma redução do Passivo Financeiro (quando, em razão da saída de numerário, ocorrer uma diminuição das obrigações financeiras inscritas nesse grupo).

São exemplos de despesa extraorçamentária: adiantamentos e empréstimos a autarquias, desfalques de numerário, com responsabilização de servidor (nesses casos, as saídas de numerário geram direitos a serem inscritos no Realizável), pagamentos de Restos a Pagar, dos serviços da Dívida a Pagar, amortização do principal da dívida contraída a curto prazo, devoluções de cauções, pagamentos às entidades ou pessoas em favor das quais foram efetuadas retenções na fonte (nesses casos, as saídas de numerário acarretam diminuição do passivo financeiro).

Caracteriza-se a despesa extraorçamentária, ainda, por representar, a exemplo do que acontece com a receita extraorçamentária, um fato contábil tipo permutativo, uma vez que não altera o patrimônio líquido.

b) Despesa orçamentária

A despesa orçamentária pode ser conceituada como aquela que a entidade de direito público, devidamente autorizada pela lei orçamentária ou pelos créditos adicionais, realiza para a manutenção de serviços anteriormente criados e para a criação ou ampliação dos serviços públicos, visando à satisfação das necessidades coletivas. Para que a despesa orçamentária possa ser realizada, é imprescindível, como se vê, que esteja programada no orçamento ou autorizada por créditos adicionais. A despesa orçamentária deve ser realizada com rigorosa observância aos três estágios que a Lei Federal nO 4.320/64 estabelece: empenho, liquidação e pagamento.

Finalmente, é importante anotar que, excetuados os casos previstos pela legislação pertinente, a despesa orçamentária deve ser precedida de licitação e formalizada através de contrato.

5.2 CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DA DESPESA

A despesa orçamentária classifica-se nas seguintes categorias econômicas: Correntes e de Capital.

a) Despesas correntes

Classificam-se na categoria de despesas correntes todas as despesas que não contribuem diretamente para aumentar a capacidade produtiva da economia, não se transformando em poupança. Não devem, porém, ser confundidas com os gastos gerais ou despesas gerais da empresa privada porque muitas das ações importantes que o Governo realiza para a sociedade são classificadas como despesas correntes, como, por exemplo, as despesas com o ensino e a saúde, entre muitas outras. São subcategorias das despesas correntes: despesas de custeio e transferências correntes.

1) Despesas de custeio

Classificam-se como despesas de custeio as destinadas à manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender obras de conservação e adaptação de bens móveis e imóveis, tais como funcionamento de escolas, de hospitais, de postos de saúde, coleta de lixo, limpeza de vias públicas, serviços administrativos, só para citar alguns exemplos. São elementos de despesa de custeio: Pessoal, Material de Consumo, Serviços de Terceiros e Encargos e Diversas Despesas de Custeio.

2) Transferências correntes

São transferências, de um modo geral, todas as dotações para despesas que não correspondam a uma prestação de serviço ou aquisição de bens de consumo diretamente na área do Governo que faz a transferência. Em outras palavras, nas transferências, a despesa vai materializar-se em bens e serviços na área do Governo ou da entidade beneficiada. Como transferências correntes classificam-se todas as transferências que participam do conceito de despesa de custeio, o que implica dizer que as transferências correntes correspondem, em princípio, a uma despesa de custeio nas entidades beneficiadas.

As transferências podem ser:

Intra-govemamentais, isto é, quando ocorrem em uma mesma esfera de governo (transferência de uma Prefeitura para uma autarquia municipal ou vice-versa);

Inter-govemamentais, quando ocorrem entre esferas de governo diferentes (União para Estado, Estado para Município, Estado para União, etc.); Instituições Privadas (Subvenções Sociais, Subvenções Econômicas, Contribuições Correntes); ao Exterior (transferências a Governos, a organismos internacionais, contribuições a fundos internacionais; a Pessoas (inativos, pensionistas, salário-família, apoio financeiro a estudantes, assistência médico- hospitalar, etc.); Encargos da Dívida

Ouros, outros encargos da dívida, correção monetária sobre as operações de crédito por antecipação da receita, etc.).

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal b) Despesas de capital

Classificam-se como despesas de capital todas aquelas que contribuem para formar um bem de capital ou adicionar um valor a um bem já existente, bem como transferir, por compra ou outro meio de aquisição, a propriedade de bem entre entidades do setor público ou de setor privado para o primeiro.

Tal conceito de despesas de capital não se' confunde com o conceito contábil de bens de Ativo e como tal contabilizáveis.

Uma estrada, por exemplo, é um bem de capital, mas não é contabilmente um bem de ativo, por não ser incorporável ao patrimônio das entidades de direito público.

De modo geral, os bens do domínio público são bens de capital embora não adicionáveis ao patrimônio das referidas entidades. O conceito de despesas de capital é, pois, mais amplo que o de ativo contábil. A massa de despesas de capital traz necessariamente a ideia de patrimônio social ou patrimônio governamental. Por isso é que há despesas de capital que não se agregam ao patrimônio das entidades de direito público. São subcategorias das despesas de capital: Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências de Capital.

1) Investimentos

Os investimentos, por serem despesas de capital, participam, genericamente, das propriedades destas e, de modo específico, constituem aquelas despesas de capital que correspondem à aquisição de um bem novo, isto é, fazem surgir na economia nacional um novo bem ou agregam novo valor a um bem já existente. Há investimentos de caráter patrimonial, dos quais resulta um bem ativo, como, por exemplo, a construção de um edifício público; outros há, de caráter puramente social, de que não resulta um ativo, como, por exemplo, a construção de uma estrada de rodagem. São elementos de despesa dos investimentos: Obras e Instalações (planejamento e execução de obras, inclusive aquisição de imóveis considerados necessários à realização das mesmas); Equipamentos e Material Permanente (Aeronaves, Veículos, Máquinas, etc.); Constituição ou Aumento do Capital de Empresas Industriais ou Agrícolas (sem caráter comercial ou financeiro); Diversos Investimentos.

2) Inversões financeiras

As inversões financeiras correspondem a uma despesa de capital da qual, porém, não resulta a aquisição ou formação de um bem novo. A distinção fundamental entre Investimento e Inversões Financeiras é, pois, que do primeiro resulta, sempre, a formação ou aquisição de um bem novo, enquanto que, das segundas, resulta a aquisição de um bem já em utilização. São elementos de despesas compreendidos em Inversões Financeiras:

Aquisição de Imóveis (exceto aqueles necessários à realização de obras); Aquisição de Outros Bens de Capital já em Utilização (compra de um trator usado); Aquisição de Bens para Revenda (compra de mercadorias para revenda); Aquisição de Títulos de Crédito (compra de Títulos de Dívida Pública);

Constituição ou Aumento de Capital de Empresas Comerciais ou Financeiras, inclusive Bancos e Companhias de Seguros (que visem a objetivos comerciais ou financeiros); Concessão de Empréstimos (inclusive bolsas de estudos reembolsáveis); Depósitos Compulsórios; Diversas Inversões Financeiras.

3) Transferências de capital

São transferências de capital as despesas que vão, nas entidades beneficiadas, contribuir para formação ou aquisição de um bem de capital. Participam, pois, as transferências de capital, do conceito genérico de transferências mencionado, quando se tratou das transferências correntes.

Despesas Correntes

Despesas de Custeio

� Pessoal Civil;

� Pessoal Militar;

� Material de consumo;

� Serviços de terceiros;

� Encargos diversos.

Transferências Correntes

� Subvenções sociais;

� Subvenções econômicas;

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� Inativos;

� Pensionistas;

� Salário-família e abono;

� Juros da Dívida Pública;

� Contribuição de Previdência Social;

� Transferências correntes diversas.

Despesas de Capital

Investimentos

� Obras públicas;

� Equipamentos e instalações;

� Participação no capital de empresas industriais e agrícolas;

� Material permanente.

Inversões Financeiras

� Aquisição de imóveis;

� Participação no capital de empresas comerciais e financeiras;

� Concessão de empréstimos;

� Constituição de fundos rotativos.

Transferências de Capital

� Amortização da dívida pública

� Auxílios para obras públicas;

� Auxílios para equipamentos e instalações;

� Auxílios para inversões financeiras;

� Outras contribuições.

5.3 ESTÁGIOS DA DESPESA

Fixação

1. Empenho

2. Liquidação

3. Pagamento

Fixação – Não consta da Lei nº 4.320/64 – O estágio da fixação é em última análise, o momento da edição/aprovação da Lei Orçamentária – instrumento no qual são legalmente fixadas as discriminações e especificações dos créditos orçamentários. A escrituração contábil da fixação da despesa orçamentária é feita com base nos valores constantes da Lei de Orçamento publicada e devidamente registrada no livro da despesa.

1° Empenho – É emitido pela unidade que recebeu créditos orçamentários por consignação no orçamento ou por descentralização de créditos de outra unidade.

A Lei nº 4.320/64 define o empenho como “o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de Pagamento, pendente ou não de implementação de condição” .

Assim a lei, em seu art. 60, §§ 2º e 3º, diz:

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“ será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar” e “ é permitido o empenho global de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento”

Ao emitir um empenho, o Ordenador de Despesas deve deduzir o seu valor da dotação adequada à despesa a realizar, por força do compromisso assumido, não podendo jamais, o seu valor exceder o saldo da dotação.

O empenho será formalizado no documento denominado “Nota de Empenho”, no qual constará o nome do credor, a especificação e importância da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução orçamentária e ao acompanhamento da programação financeira.

O Empenho possui três modalidades:

a) Empenho ordinário - é emitido para certo e determinado credor e relativo a uma única parcela de valor indivisível. Exemplo: A compra de artigos de escritório e a contratação de pequenos serviços de terceiros;

b) Empenho por estimativa - não sendo conhecido o valor da despesa, emite-se um empenho estimativo. Isto não significa que o credor e o objeto de despesa sejam também desconhecidos. A estimativa refere-se apenas ao valor. Exemplo: O pagamento de contas de água, energia e telecomunicações. Ver art. 60, § 2º, da Lei nº 4.320/1964; e

c) Empenho global - engloba pagamentos parcelados relativos a contratos. O credor e a obrigação são perfeitamente definidos. É semelhante ao Empenho ordinário, diferindo apenas pelo seu histórico (pagamento parcelado). Exemplo: O contrato para o asfaltamento de uma via de acesso de uma cidade à estrada federal ou estadual mais próxima. Em cada uma das etapas concluídas da obra, de acordo com o contrato firmado, exige-se o pagamento de uma parcela contratual. Outro exemplo são os contratos referentes a aluguéis. Ao findar o mês, exige-se o pagamento da parcela daquele período. Ver art. 60 da Lei nº 4.320/1964.

Observações Importantes sobre o Empenho i - "É vedada a realização de despesas sem prévio empenho." A despesa empenhada posteriormente é sujeita a crime de responsabilidade. Somente em casos urgentes, caracterizado na Administração Financeira e Orçamentária legislação em vigor, será admitido que o ato de empenho seja contemporâneo à realização da despesas. (Ver arts. 60, da Lei nº 4.320/1964; 24, § único, Decreto nº 93.872/1986) ii - Com relação à definição do empenho criar para o Estado a obrigação de pagamento é bastante discutível. O empenho por si só não cria a obrigação de pagamento, podendo ser cancelado ou anulado unilateralmente. iii - É vedado o empenho no último mês de mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo (1/12) das despesas previstas no orçamento vigente (ver art. 59 da Lei nº 4.320/1964). Somente admite-se exceção a esta norma nos casos comprovados de calamidade pública. iv - "Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria " (grifos nossos).A este respeito ver arts. 61 da Lei nº 4.320/1964; 25 e 29 do Decreto nº 93.872/1986. Por especificação entende-se o programa de trabalho (classificação funcional-programática) e a classificação por natureza da despesa (classificação por categorias econômicas e por elementos de despesa). Ver arts. 60 da Lei nº 4.320/1964; e arts. 29, § único, e 30 do Decreto nº 93.872/1986. v - "Em casos especiais, previstos na legislação específica, será dispensada a emissão da nota de empenho." (Art.60, § 1º, da Lei nº 4.320/1964). É preciso retomar a discussão sobre a diferença existente entre empenho e nota de empenho, pois não são a mesma coisa. Primeiro, é possível empenhar-se previamente a despesa, sem que haja a necessidade da emissão do documento Nota de Empenho. Segundo, empenha-se a despesa previamente, com a obrigatoriedade da emissão da Nota de Empenho. Desde que regulamentadas na lei complementar ou supletiva estadual ou municipal, são passíveis de dispensa da Nota de Empenho, quando for o caso, as seguintes despesas ou obrigações: a) Relativas a contratos de adesão, de convênios ou contratos expressos, ou de ajustes ou acordos firmados entre entidades governamentais da mesma esfera e de esfera diferente; ou entre entidades de direito privado das quais façam parte como acionistas; b) Originárias de mandamentos constitucionais ou de leis, tais como o PASEP, encargos patronais, sociais e trabalhistas, inativos, pensionistas e outras; c) Oriundas de mandamentos constitucionais, da Lei Orgânica dos Municípios ou de outra lei e que caracterize transferências inter ou intragovernamentais; e d) Referentes a contratos de empréstimos ou financiamentos, independentemente de destinação do seu produto. vi -" As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada (grifos nossos). Ver art. 27 do Decreto nº 93.872/1986. vii - “ O empenho da despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins salvo quando: a) vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor; b) vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

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c) se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; e d) corresponder a compromisso assumido no exterior. (Ver art. 35 do Decreto nº 93.872/1986). viii - "A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterize o empenho, implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância correspondente à respectiva dotação ...". Ver art. 35 do Decreto nº 93.872/ 86.

2° Liquidação - É caracterizada pela entrega da obra dos bens, dos materiais ou dos serviços, objetos do contrato com o fornecedor.

A Lei nº 4.320/64 em seu art. 63 define que a Liquidação da Despesa “consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito”.

Na Liquidação da Despesa é verificado se o contrato foi efetivamente cumprido pelo fornecedor e é nesse momento que se faz a contabilização da despesa.

O ato de liquidar exige que a mesma seja contabilizada, pois, ao se receber o objeto do empenho, ocorre uma alteração na qualidade ou na quantidade do patrimônio da entidade, que tem de ser registrado na contabilidade.

3° Pagamento - Conforme o art. 62 da Lei nº 4.320/1964, "...o pagamento da despesa só poderá ser efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.". É preciso observar que a liquidação da despesa permite a administração pública reconhecer a dívida como líquida e certa, só então nasce a obrigação de pagar.

De acordo o art. 64 da supracitada lei, " a ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga." E prossegue em seu § único, " a ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade."

Com a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, promovida pelo Decreto nº 93.872/ 86, em seu art. 43, ficou estabelecido que a ordem de pagamento é dada em documento próprio assinado pelo ordenador de despesas e pelo agente responsável pelo setor financeiro. O documento próprio denomina-se "Ordem Bancária" e disciplinado pela Instrução Normativa/STN nº 04, de 13.08.2002. O pagamento será efetuado mediante saque contra a conta única do Tesouro Nacional, para crédito em conta bancária do credor, no banco por ele determinado, podendo ser efetuado em espécie, quando autorizado (ver art. 43 do Decreto nº 93.872/ 86).

Atualmente, a ordem de pagamento é dada por meio de emissão, no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, de ordem bancária autorizada pelo ordenador de despesas e pelo agente responsável pelo setor financeiro.

5.4 RESTOS A PAGAR O que são Restos a Pagar?

O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas conforme o exercício a que pertençam. Se uma despesa foi empenhada em um exercício e somente foi paga no exercício seguinte, ela deve ser contabilizada como pertencente ao exercício do empenho e o seu pagamento deve ser considerado extra-orçamentário.

5.4.1 Conceito : Consideram-se Restos a Pagar, ou resíduos passivos, de acordo com art. 36 da Lei nº 4.320/1964, as despesas

empenhadas mas não pagas dentro do exercício financeiro (31.12). Para maiores esclarecimentos sobre o assunto, veja também arts. 35 e 67 do Decreto nº 93.872/ 86.

As despesas inscritas em Restos a Pagar classificam -se em:

a) Processadas - são despesas em que o credor já tenha cumprido com as suas obrigações, ou seja, que já tenha entregue o material ou executado o serviço ou etapa de uma obra, dentro do exercício, tendo, portanto, direito líquido e certo e em condições de receber pagamento imediato.

b) Não Processadas - são as despesas que dependem , ainda da prestação do serviço ou fornecimento do material, isto é, o direito do credor não foi apurado. São despesas ainda não liquidas.

5.4.2 Inscrição em Restos a Pagar Faz-se necessário recordar o estágio de Empenho da Despesa em que o art. 35 do Decreto nº 93.872/ 86 determina que a

despesa empenhada e não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando:

a) ainda vigente para cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

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b) vencido o prazo para cumprimento da obrigação, mas esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja, de interesse da Administração, exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

c) se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; e

d) corresponder a compromisso assumido no exterior.

Os empenhos enquadrados nas ressalvas anteriormente citadas, bem como as despesas já liquidadas e não pagas, serão automaticamente inscritos em Restos a Pagar, no encerramento do exercício.

Observações Importantes sobre Restos a Pagar i - Os Restos a Pagar terão validade até 31 de dezembro do exercício financeiro subseqüente, a partir de então serão cancelados (prescrição interrompida). ii - A inscrição da despesa em Restos a Pagar deverá ser feita pelo valor devido, ou caso o valor seja desconhecido, pelo valor estimado. Neste caso, duas hipóteses podem ocorrer: a) o valor a ser pago é superior ao valor inscrito: a diferença deverá ser empenhada à conta de Despesas de Exercícios Anteriores; e b) o valor a ser pago é inferior ao valor inscrito: o saldo deverá ser anulado. iii - É vedada a reinscrição de empenhos em Restos a Pagar. O reconhecimento de eventual direito do credor deverá ser feito através da emissão de nova Nota de Empenho, no exercício de recognição, à conta de Despesas de Exercícios Anteriores, respeitando-se a categoria econômica própria. iv - "Os Restos a Pagar com prescrição interrompida" não significa dizer que o direito do credor também esteja cancelado. O direito creditório terá validade por 5 (cinco) anos a partir da data da inscrição em Restos a Pagar.

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FCC - 2008 - MPE-RS - Assessor - Área Administração 1) Assinale a alternativa que define corretamente uma das mudanças introduzidas no processo orçamentário pela Constituição Federal de 1988. a) Recuperou a figura do planejamento na administração pública brasileira, mediante a integração entre plano e orçamento por meio da criação do Plano Plurianual (PPA) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). b) Concluiu o processo de modernização orçamentária, criando, além do Orçamento Monetário, o Orçamento Fiscal e o Orçamento da Seguridade Social. c) Restaurou a prerrogativa do Congresso Nacional de iniciativa de proposição de lei em matéria orçamentária ao longo de todo o ciclo orçamentário. d) Unificou o processo orçamentário, desde a definição de diretrizes para o exercício financeiro subseqüente no PPA, até a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA). e) Eliminou a multiplicidade de peças orçamentárias, unificando-as no Orçamento Fiscal. FCC - 2008 - MPE-RS - Assessor - Área Administração 2) Considere as afirmações em relação ao Orçamento Público no Brasil. I. A Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e o orçamento da seguridade social. II. A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais de forma a adequá-los às diretrizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidos no plano plurianual. III. O Plano Plurianual é um plano de médio prazo, através do qual procura-se ordenar as ações do governo que levem à realização dos objetivos e metas fixadas para um período de cinco anos. IV. A Lei dos Orçamentos Anuais é o instrumento utilizado para a conseqüente materialização do conjunto de ações e objetivos que foram planejados visando ao atendimento e bem-estar da coletividade. V. A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública. São verdadeiras APENAS as afirmações a) II e IV. b) I, II, IV e V. c) II e III. d) I, IV e V. e) I, II e III. 3 Prova: FCC - 2008 - MPE-RS - Assessor - Área Administração Com relação ao orçamento fiscal, no âmbito da Lei Orçamentária Anual (LOA), assinale a alternativa correta. a) Inclui os poderes da União, os órgãos e entidades, fundos, autarquias e fundações instituídas e mantidas pela União, além das empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e que recebam desta quaisquer recursos que não sejam provenientes de participação acionária, pagamento de serviços prestados e transferências para aplicação em programas de financiamento. b) Inclui os poderes da União, os órgãos e entidades a quem compete executar ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social, quer sejam da administração direta ou indireta, bem como seus fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público, além das empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. c) Inclui todos os órgãos e entidades, fundos, autarquias e fundações instituídas e mantidas pela União, além das empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. d) Inclui os poderes da União, os órgãos e entidades, fundos, autarquias e fundações instituídas e mantidas pela União, incluindo os órgãos e entidades a quem compete executar ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social, bem como seus fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público e as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. e) Inclui os poderes da União, as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e que recebam desta quaisquer recursos que não sejam provenientes de participação acionária, pagamento de serviços prestados e transferências para aplicação em programas de financiamento. 4 Prova: FCC - 2008 - MPE-RS - Assessor - Área Administração Considere as afirmações com relação à nova classificação orçamentária adotada no Brasil, a partir de 2000. I. Esse novo enfoque funcional-programático permitiu uma visão mais precisa do "que o governo compra", o que tem significado bastante diferente do critério anterior que visualizava o "que o governo faz".

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal II. A partir do orçamento do ano 2000, diversas modificações foram estabelecidas na classificação vigente, procurando-se privilegiar o aspecto contábil do orçamento, com adoção de práticas de sistematização e controle prévio dos gastos públicos no âmbito federal. III. O eixo principal dessas modificações foi a interligação entre o Planejamento (Plano Plurianual - PPA) e o Orçamento, por intermédio da criação de Programas para todas as ações de governo, com um gerente responsável por metas e resultados concretos para a sociedade. IV. De acordo com a nova metodologia, uma vez definido o programa e suas respectivas ações, classifica- se a despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo e produto, em uma subfunção, independente de sua relação institucional, ou seja, independente de qual Ministério esteja localizada aquela ação. V. A adoção da classificação funcional-programática representou um grande avanço na técnica de apresentação orçamentária, permitindo a vinculação das dotações orçamentárias a objetivos de governo que, por sua vez, eram viabilizados pelos programas de governo. São verdadeiras APENAS as afirmações São verdadeiras APENAS as afirmações a) II e IV. b) III, IV e V. c) III. d) I, II, IV e V. e) I, II e V. 5) FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção Governamental A Lei nº 4.320/64 disciplina os créditos adicionais. Sobre este assunto é correto afirmar que a) os créditos suplementares são destinados a despesas para as quais não haja dotação específica. b) os créditos suplementares e especiais serão autorizados exclusivamente por decreto executivo. c) a abertura de créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis. d) os créditos extraordinários serão abertos apenas por lei. e) os créditos adicionais são utilizados no exercício financeiro em que forem abertos e, os suplementares, para os dois exercícios financeiros subsequentes. 6) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas Conforme a Constituição Federal, cabe à lei complementar dispor sobre vigência, prazos, elaboração e organização do plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual. Sobre esta norma constitucional, é correto afirmar que a) a Lei de Responsabilidade Fiscal fixa os prazos para apresentação das propostas das leis orçamentárias. b) uma regra constitucional transitória dispõe sobre os prazos para apresentação das propostas das leis orçamentárias, diante da falta de lei complementar neste sentido. c) a Lei nº 4.320/64 dispõe sobre os prazos para apresentação de propostas das leis orçamentárias, já que foi recepcionada como lei complementar. d) a própria Constituição Federal fixa o prazo limite para apresentação de proposta única das três leis orçamentárias, podendo a lei complementar disciplinar de forma diferente. e) cada ente federado deverá editar uma lei complementar estabelecendo os prazos para apresentação das propostas das leis orçamentárias. 7) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas O Plano Plurianual a) está previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. b) só é exigido para a União, devendo ser encaminhada a proposta até quatro meses antes do encerramento do último exercício financeiro do mandato presidencial. c) compreende as metas e prioridades da administração pública, incluindo despesas de capital para o exercício financeiro subsequente. d) está inserido na Lei de Diretrizes Orçamentárias. e) tem vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente. 8) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Pública

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O Anexo de Metas Fiscais, no qual são estabelecidas as metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, integrará a) a Lei de Diretrizes Orçamentárias. b) a Lei Orçamentária Anual. c) o Plano Plurianual. d) o Balanço Orçamentário. e) o Balanço Patrimonial. 9) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas Ao titular de Poder é vedado contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro do exercício, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito, a partir a) do último bimestre do mandato. b) do último quadrimestre do mandato. c) dos dois últimos bimestres do mandato. d) dos dois últimos quadrimestres do mandato. e) do último bimestre de cada exercício financeiro. 10) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas A Lei nº 4.320/64 disciplina os créditos adicionais. Sobre este assunto é correto afirmar que a) os créditos suplementares são destinados a despesas para as quais não haja dotação específica. b) os créditos suplementares e especiais serão autorizados exclusivamente por decreto executivo. c) a abertura de créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis. d) os créditos extraordinários serão abertos apenas por lei. e) os créditos adicionais são utilizados no exercício financeiro em que forem abertos e, os suplementares, para os dois exercícios financeiros subsequentes. 11) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas A aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização, é classificada como despesa a) corrente, de custeio. b) de capital, inversão financeira. c) de capital, transferência corrente. d) corrente, investimento. e) de capital, investimento. 12) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas Quanto à categoria econômica, a receita proveniente de tributos classifica-se como a) corrente. b) de capital. c) derivada. d) originária. e) de custeio. 13) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas A Constituição Federal, ao disciplinar sobre os orçamentos, dispõe que a) o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais são leis de iniciativa do Congresso Nacional. b) a lei de diretrizes orçamentárias não poderá conter dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa. c) a lei ordinária disporá sobre os limites para despesa com pessoal ativo e inativo da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. d) a concessão ou utilização de créditos ilimitados é vedada. e) um investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado desde que haja prévia inclusão na lei de diretrizes orçamentárias. 14) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo É uma das características dos créditos especiais: a) independerem de autorização legal para sua consecução.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal b) serem destinados a reforço de dotação orçamentária já existente. c) abertura por decreto legislativo. d) dependerem de recursos disponíveis para financiar a despesa. e) serem previstos na lei orçamentária anual. 15) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo A consolidação do projeto de lei orçamentária anual da União é de responsabilidade a) do Ministério da Fazenda. b) da Secretaria do Tesouro Nacional. c) da Secretaria da Receita Federal. d) do Ministério da Indústria e do Comércio. e) do Ministério do Planejamento. 16) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo O princípio orçamentário que estabelece que todas as receitas e despesas do ente público devem compor o orçamento público é o princípio da a) Não afetação. b) Unidade. c) Exclusividade. d) Especificação. e) Universalidade 17) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo É característica do orçamento base-zero: a) ênfase no acréscimo de gastos em relação ao orçamento anterior. b) decisões considerando as necessidades financeiras das unidades operacionais. c) justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem desenvolvidas. d) dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos. e) inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas. 18) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo É exemplo de receita de capital: a) Receita de alienação de bens. b) Receita patrimonial. c) Inscrição de dívida ativa do ente público. d) Receita industrial. e) Aluguéis de imóveis públicos. 19) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo É exemplo de despesa corrente: a) Aquisição de imóveis. b) Juros da dívida pública. c) Inversões financeiras. d) Amortização de empréstimos recebidos. e) Participação no capital de empresas. 20) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo As despesas orçamentárias empenhadas e não pagas até o último dia do ano financeiro são denominadas a) despesas de exercícios anteriores. b) débitos de tesouraria. c) resíduos ativos. d) restos a pagar. e) despesas não processadas. 21) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo

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A Lei Complementar nº 101/2000 (Lei da Responsabilidade Fiscal - LRF) estabeleceu limites para as despesas de pessoal dos entes públicos com base em percentuais definidos sobre a receita corrente líquida. Para a União esse percentual é de a) 50,0% b) 55,0% c) 57,5% d) 60,0% e) 65,0% 22) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade Quanto à natureza, segundo a doutrina, a despesa pública se divide em a) orçamentária e extraorçamentária. b) originária e derivada. c) corrente e de capital. d) ordinárias e extraorçamentárias. e) orçamentárias e extraordinárias. 23) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade No que se refere à regularidade, as despesas destinadas à manutenção contínua dos serviços públicos, classificam- se como a) permanentes. b) orçamentárias. c) correntes. d) ordinárias. e) contínuas. 24) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade Segundo a classificação econômica da despesa, as dotações para aquisição de imóveis considerados necessários para execução de obras serão classificadas como a) inversões financeiras. b) investimentos. c) corrente. d) inversões qualitativas. e) inversões patrimoniais. 25) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade Considere as seguintes assertivas: I. As dotações destinadas a constituição ou aumento de capital de empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros serão classificadas como inversões financeiras. II. No conceito econômico, as despesas de capital classificadas como inversões financeiras geram serviços que contribuem para o aumento do Produto Interno Bruto. III. As dotações destinadas a constituição ou aumento de capital de empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros serão classificadas como investimento. Sobre dotações, está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) II e III. c) III. d) II. e) I. 26) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade De acordo com o artigo 12 da Lei nº 4.320/64, as despesas para as quais não corresponda a contraprestação direta em bens e serviços são classificadas como a) custeio. b) inversões financeiras. c) transferências correntes ou de capital. d) investimentos. e) operações especiais.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal 27) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade O descumprimento pelo credor das obrigações constantes do empenho, impedindo o ente público de receber o material entregue, implica no cancelamento do estágio da despesa denominado: a) Liquidação. b) Empenho. c) Pagamento. d) Fixação. e) Previsão. 28) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade O mecanismo utilizado para reforçar dotação orçamentária que se tornou insuficiente durante o exercício denomina- se crédito a) complementar. b) especial. c) extraordinário. d) suplementar. e) ordinário. 29) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade Ocorrendo a anulação de um empenho, no exercício da sua emissão, a importância anulada será a) revertida à dotação. b) contabilizada com receita orçamentária. c) contabilizada como uma variação ativa independente da execução orçamentária. d) classificada como uma interferência financeira. e) registrada como uma receita extraorçamentária. 30) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade Segundo a Classificação da Despesa por Programas, gastos com inativos, amortizações e encargos são enquadrados em ações do tipo a) atividade. b) projeto. c) operações especiais. d) custeio. e) transferências correntes. 31) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Contabilidade O instrumento de organização da ação governamental buscando a concretização dos objetivos propostos é denominado a) projeto. b) ação. c) função. d) subfunção. e) programa. 32) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Contabilidade A Lei nº 4.320/64, em seus artigos 3º e 4º, ao determinar que a lei de orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei, e todas as despesas próprias dos órgãos do governo e da administração centralizada, ou que por intermédio deles se devam realizar, incorpora às suas disposições o princípio orçamentário da a) exclusividade. b) unidade. c) universalidade. d) anualidade. e) especificação. 33) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Contabilidade

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Na classificação da despesa, a categoria definida como um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo é denominada de a) projeto. b) atividade. c) operação especial. d) despesa de capital. e) despesa corrente. 34) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Contabilidade Um exemplo de despesa corrente é a) o recebimento em doação de um bem móvel. b) o pagamento de juros da dívida interna contratada. c) a aquisição de ações de empresas já em funcionamento. d) o resgate de títulos do Tesouro Nacional. e) a atualização monetária da dívida fundada externa 35) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Contabilidade Em relação ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta de Lei Orçamentária Anual, considere: I. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. II. Uma das condições para a aprovação das emendas propostas pelo Poder Legislativo ao projeto de lei orçamentária é que elas sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. III. A iniciativa de apresentação da proposta de lei orçamentária é privativa do chefe de cada um dos três poderes, a qual será consolidada durante o processo de discussão no Poder Legislativo. IV. Os recursos que, em decorrência de veto ou emenda, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, para a abertura de créditos extraordinários com prévia autorização legislativa. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. c) I, II e IV. d) II, III e IV. e) III e IV. 36) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Contabilidade Em agosto de X8, o Secretário de Educação da Prefeitura Y fez uma previsão das matrículas do ensino fundamental para o exercício de X9 e constatou que a estrutura física existente era insuficiente para atender à demanda prevista. Por outro lado, percebeu que a dotação para despesa com material permanente não seria integralmente utilizada e o excedente poderia ser destinado para o início da realização de obras para a construção de um prédio escolar. O Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias referentes ao exercício de X8 previam a construção de novos prédios escolares, mas a Lei Orçamentária Anual de X8 não a previa. Neste caso, para que a obra pudesse ser realizada seria necessária a a) abertura de créditos extraorçamentários. b) abertura de créditos suplementares. c) abertura de créditos extraordinários. d) abertura de créditos especiais. e) transposição de créditos de material permanente para obras. 37) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Contabilidade O servidor responsável quando empenha despesa pelo seu valor total e efetua o pagamento de forma parcelada utiliza a modalidade de empenho a) por estimativa. b) global. c) ordinário. d) específico. e) total. 38) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Contabilidade

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal A Lei nº 101/2000 determina que integrará a Lei de Diretrizes Orçamentárias Anexo de Metas Fiscais em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, referentes ao resultado primário. Para o cálculo deste resultado são confrontadas as receitas fiscais e as despesas fiscais. Um item que NÃO compõe a receita fiscal é a receita oriunda de a) impostos. b) rendimento de aplicações financeiras. c) contribuições. d) serviços. e) alienação de bens móveis. 39) Prova: FCC - 2009 - TRE-PI - Técnico Judiciário - Contabilidade Os créditos adicionais que tem como finalidade atender a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública são denominados a) fundos especiais. b) créditos especiais. c) créditos suplementares. d) créditos extraordinários. e) adiantamento de despesa. 40) Prova: FCC - 2009 - TRE-PI - Técnico Judiciário - Contabilidade De acordo com o art. 43 da Lei n o 4.320/64, a abertura de créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para acorrer à despesa. Um recurso que NÃO pode ser considerado para fins de cobertura dos créditos suplementares e especiais é a) o excesso de arrecadação. b) a diferença entre Ativo financeiro e Passivo financeiro do final do exercício anterior. c) o superávit financeiro do exercício corrente. d) o resultante de anulação total de dotações orçamentárias. e) o resultante de anulação parcial de créditos adicionais. 41) Prova: FCC - 2007 - TRE-PB - Técnico Judiciário - Especialidade - Contabilidade Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria são fontes classificadas em receita a) de capital. b) fiscal. c) tributária. d) patrimonial. e) de transferência corrente. 42) Prova: FCC - 2007 - TRE-PB - Técnico Judiciário - Especialidade - Contabilidade Qual princípio orçamentário resta excepcionado frente a autorização, na lei orçamentária, para abrir créditos suplementares? a) Universalidade. b) Unidade. c) Orçamento bruto. d) Exclusividade. e) Não-afetação de receitas. 43) Prova: FCC - 2007 - TRE-PB - Técnico Judiciário - Especialidade - Contabilidade Autorizado em outubro, um crédito adicional especial a) pode ser reaberto no exercício seguinte até o limite do saldo ainda não empenhado. b) não pode nunca ser reaberto no exercício seguinte, posto que sua vigência se encerra no ano da autorização. c) pode ser reaberto no exercício seguinte, no mesmo valor da autorização original. d) poderia ser reaberto no exercício seguinte se autorizado até maio do ano anterior. e) pode ser reaberto no exercício seguinte, menos no último ano dos mandatos. 44) Prova: FCC - 2008 - TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas No processo de avaliação do orçamento-programa, a análise custo-benefício pode ser usada para determinar o resultado econômico esperado de um dado programa governamental, o qual pode ser apurado pela diferença entre o valor

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a) das receitas orçamentárias a serem direcionadas ao programa e o custo contábil dos recursos a serem empregados na prestação dos serviços. b) dos benefícios diretos e indiretos do programa e o custo de oportunidade dos recursos a serem empregados na prestação dos serviços. c) dos benefícios diretos e indiretos do programa e o custo contábil dos recursos a serem empregados na prestação dos serviços. d) dos benefícios diretos e indiretos do programa e o valor das receitas de impostos a serem direcionadas para a sua execução. e) das receitas de impostos a serem direcionadas ao programa e o custo de oportunidade dos recursos a serem empregados na prestação dos serviços. 45) Prova: FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - Prova 2 Com base nas disposições constitucionais sobre o processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta de Lei Orçamentária Anual, é correto afirmar: a) O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. b) A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, poderá ser realizada sem prévia autorização legislativa, desde que seja definida como prioridade pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. c) As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de superávit financeiro. d) Os recursos que, em decorrência de veto ou emenda, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, para a abertura de créditos extraordinários com prévia autorização legislativa. e) A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos especiais e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 46) Prova: FCC - 2010 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Administrativa O período durante o qual se exercem todas as atividades administrativas e financeiras relativas à execução do orçamento é denominado a) exercício orçamentário. b) período financeiro. c) exercício financeiro. d) exercício da escrituração contábil. e) execução contábil-orçamentária. 47) Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior Administrador Segundo especialistas, o ciclo orçamentário compreende um conjunto de oito grandes fases, cuja materialização se estende por um período de vários anos. A terceira fase compreende a a) execução dos orçamentos aprovados. b) elaboração da proposta de orçamento pelo Executivo. c) formulação do Plano Plurianual pelo Executivo. d) apreciação e adequação do Plano Plurianual pelo Legislativo. e) proposição de metas e prioridades para a adminis- tração e a política de alocação de recursos pelo Executivo.

48) Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior Administrador Com relação aos componentes do Ciclo Orçamentário estabelecido pela Constituição Federal de 1988: I. A proposta da LOA compreende os três tipos distintos de orçamentos da União, a saber: Orçamento Fiscal, Orçamento de Investimento das Empresas Estatais e Orçamento Plurianual. II. Na esfera federal, o Governo ordena suas ações com a finalidade de atingir objetivos e metas por meio do PPA, um plano de médio prazo elaborado no primeiro ano de mandato do presidente eleito, para execução nos quatro anos seguintes. O PPA é instituído por lei, estabelecendo, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital, e outras delas decorrentes e para aquelas referentes a programas de duração continuada. III. A LDO tem a finalidade precípua de orientar a elaboração dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais, compreendendo as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal IV. O Orçamento Fiscal compreende os poderes da União, os Fundos, os Órgãos, as Autarquias, inclusive as especiais, e as Fundações instituídas e mantidas pela União; abrangendo, também, as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. V. O Orçamento de Seguridade Social é parte integrante da Lei de Diretrizes Orçamentárias e compreende todos os órgãos e entidades a quem compete executar ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social, quer sejam da Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. a) Estão corretas APENAS as afirmativas III, IV e V. b) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II. c) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V. d) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV. e) Estão corretas APENAS as afirmativas III e IV. 49) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas É correto afirmar que o ciclo orçamentário a) começa com a aprovação da LOA. b) termina com a aprovação da LOA. c) é composto por etapa de competência do Poder Legislativo. d) dura exatamente o período correspondente ao exercício financeiro. e) inicia-se com ato do Poder Legislativo. 50) Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico em Informática De acordo com a Constituição Federal de 1988, no processo de estudo e aprovação da Lei Orçamentária pelo Poder Legislativo, existe a possibilidade de o parlamentar propor emendas de despesa desde que, entre outras regras constitucionais, sejam indicados os recursos para viabilizá-las. Uma das fontes de recursos é a) o excesso de arrecadação do exercício da apresentação da proposta orçamentária. b) a anulação de despesa com pessoal e encargos sociais do projeto de lei orçamentária. c) o superávit financeiro do exercício anterior à proposta orçamentária. d) o superávit corrente do exercício de apresentação da proposta orçamentária. e) a anulação de despesas com material de consumo do projeto de lei orçamentária.

51) Prova: FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - Prova 2 Durante o processo eleitoral, o então candidato a prefeito do município de WCL prometeu aos cidadãos que, caso fosse eleito, daria início, no primeiro dia do seu mandato, à construção de uma escola em um bairro da periferia. Após tomar posse no cargo, tentou cumprir o prometido, mas o secretário de planejamento disse que isso não seria possível, porque: I. a despesa não estava incluída no Plano Plurianual. II. a construção não havia sido definida como prioridade, para aquele exercício, na Lei de Diretrizes Orçamentárias. III. não existia dotação específica para a construção da escola na Lei Orçamentária Anual. IV. a realização da despesa com a construção somente poderia ser feita com a anulação de outras dotações. De acordo com as disposições constitucionais, os impedimentos para a realização da despesa são aqueles listados nos itens a) I, II, III e IV. b) I, II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) II, III e IV, apenas. 52) Prova: FCC - 2006 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área Administrativa Em matéria de despesas públicas considere as assertivas: I. As despesas de capital, quanto a investimentos abrangem, dentre outros, a aquisição de imóveis, a constituição de fundos rotativos e a concessão de empréstimos. II. As despesas correntes, quanto as de custeio remuneram os serviços necessários ao desempenho do serviço público a teor do pagamento efetuado aos servidores públicos civis e militares. III. As despesas de capital têm natureza econômica produtiva, pois implicam mutações no patrimônio público. Dentre outras, podem ser de transferências de capital . Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II.

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d) III. e) II e III. 53) Prova: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa Os gastos de custeio e de manutenção das atividades dos órgãos da administração pública são classificados como a) Gasto Nominal. b) Despesas Correntes. c) Despesas de Capital. d) Despesas Financeiras. e) Necessidades de Financiamento do Setor Público. 54) Prova: FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público – Especialidade Administração De acordo com a Lei no 4.320/64, a fase de execução da despesa que consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito, é denominada a) recolhimento. b) liquidação. c) empenho. d) licitação. e) pagamento. 55) Prova: FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público – Especialidade Administração A classificação da despesa por categorias econômicas tem por finalidade indicar os efeitos que o gasto público tem sobre a economia. Como exemplo de despesa de capital, tem-se a) a aquisição de material de consumo. b) os salários dos professores da rede pública. c) o pagamento de juros e encargos da dívida pública. d) os dispêndios relacionados com a conservação de praças. e) a aquisição de ações de empresas em funcionamento. 56) Prova: FCC - 2010 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Técnico Judiciário - Área Administrativa Tratando-se da Lei nº 4.320/1964, as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado, classificam-se como a) despesas de custeio. b) transferências correntes. c) subvenções econômicas. d) transferências de capital. e) inversões financeiras. 57) Prova: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa Quando um órgão público conclui uma licitação para uma obra ou compra, ele 'empenha' a parte do orçamento correspondente para o pagamento do serviço ou mercadoria. Quando concluída a obra ou serviço ou entregue a mercadoria, o empenho é liquidado ? e, a partir daí, o ente público deve quitar a sua conta. Se o órgão não dispõe efetivamente do dinheiro, essa dívida, que corresponde, em última instância, à despesa feita acima da arrecadação daquele ano, entra na rubrica a) dívida ativa. b) restos a pagar. c) dívida consolidada. d) empenhos liquidados. e) encargos e despesas excedentes. 58) Prova: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa Analise o texto abaixo. De acordo com o Art. 35 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, a administração pública adota o ...... para as receitas efetivamente ingressadas no exercício financeiro e o ...... para as despesas empenhadas pagas e não pagas no exercício financeiro. Para completá-lo corretamente as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por a) regime de caixa - regime de competência.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal b) sistema contábil - sistema fiscal. c) regime de competência - regime de caixa. d) princípio da não-retroatividade - princípio da anualidade. e) princípio da anualidade - princípio da não-retroatividade. 59) Prova: FCC - 2009 - TCE-GO - Técnico de Controle Externo - Área Administrativa Os restos a pagar a) são assim considerados, quando não-processados, pois a despesa já liquidada está pendente de empenho. b) representam valores que começaram a ser pagos no final do exercício financeiro, mas que não foram concluídos por falta de dotação suficiente e empenho. c) são valores pendentes de pagamento, com juros e amortização empenhadas e não-pagas. d) incluem os empenhos que correm à conta de créditos com vigência plurianual, não-liquidados, computados ao final de cada exercício de vigência do crédito. e) são de pronto pagamento quando processados, ou seja, com empenhos executados e liquidados, mas não pagos até o dia 31 de dezembro. 60) Prova: FCC - 2009 - TCE-GO - Técnico de Controle Externo - Área Administrativa A Lei nº 4.320/64 dispõe sobre a dívida flutuante. Dentre as dívidas que são consideradas como dívida flutuante estão os débitos de tesouraria, que podem ser entendidos como a) os compromissos contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou o financiamento urgente de obras e serviços públicos. b) as cauções ou garantias recebidas de terceiros para execução de contratos. c) os serviços de dívida a pagar. d) as dívidas provenientes de operações de crédito para antecipação de receita para atender insuficiência de caixa ou de tesouraria. e) os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida e os depósitos escriturados como parcelas de amortização. 61) Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico em Informática A Lei nº 4.320/64 determina que a Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecendo, entre outros, o princípio da universalidade. Isso significa que a lei orçamentária a) não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a qualquer elemento de despesa, exceções podendo ser feitas aos programas especiais de trabalho. b) não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos adicionais e a contratação de operações de crédito. c) discriminará os valores de receitas e despesas para um período anual, inclusive para as despesas de capital. d) compreenderá todas as receitas e todas as despesas próprias dos órgãos do governo ou da administração centralizada ou que por intermédio deles se devam realizar. e) discriminará as receitas e despesas pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções, inclusive aquelas referentes às transferências intergovernamentais. 62) Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo Para a aquisição de um equipamento de telefonia, a prefeitura do município WE utilizou recursos oriundos de operações de crédito consignadas na Lei Orçamentária Anual e cujo prazo de pagamento era de 10 meses. Nesse caso, de acordo com a Lei n o 4.320/64 e a Lei nº 101/2000, o valor obtido com a operação de crédito deveria ser classificado como a) passivo financeiro. b) despesa orçamentária. c) despesa de exercícios futuros. d) receita orçamentária. e) receita extraorçamentária. 63) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Área Administrativa De acordo com a Lei nº 4.320/64, serão admitidas emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a a) criar um programa educacional não-previsto no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes. c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente criado.

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d) conceder dotação superior aos quantitativos previamente fixados em resolução do Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções. e) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio quando for provada a inexatidão da proposta. 64) Prova: FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judiciário - Área Administrativa De conformidade com o estabelecido pela Lei no 4.320/64, é correto afirmar que: a) O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. b) A despesa anulada no exercício reverte-se à dotação. A despesa anulada no exercício seguinte será considerada despesa extra-orçamentária do ano em que se efetivar. c) Em hipótese alguma será dispensada a emissão da Nota de Empenho. d) A dívida flutuante compreende apenas os serviços da dívida a pagar, depósitos e restos a pagar, excluídos os serviços da dívida. e) O empenho da despesa pode exceder o limite de crédito concedido. 65) Prova: FCC - 2010 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Administrativa A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) I. estabelece os parâmetros necessários à alocação dos recursos no orçamento anual, de forma a garantir a realização das metas e objetivos contemplados no PPA ? Plano Plurianual. II. norteia apenas a elaboração do orçamento fiscal e do orçamento de investimento das empresas. III. compreende as metas e prioridades da administração pública e dispõe sobre as normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos do orçamento. IV. tem como parte integrante as metas fiscais que estabelecem as metas anuais, em valores correntes e constantes, relativos a receitas e despesas para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. V. contém o anexo de riscos fiscais, que avalia os ativos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. É correto o que consta APENAS em a) II e V. b) I, III e IV. c) I, II e III. d) IV e V. e) III, IV e V. 66) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista - Orçamento A política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento é estabelecida na Lei a) orçamentária anual (LOA). b) de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 100/2000). c) de Diretrizes Orçamentárias (LDO). d) específica aprovada pela maioria absoluta do Congresso Nacional. e) que aprovar o Plano Plurianual de Investimentos. 67) Prova: FCC - 2009 - TJ-AP - Analista Judiciário - Administração Na elaboração do Orçamento, o papel da LDO é a) submeter aos representantes eleitos a definição de prioridades para a aplicação dos recursos públicos por meio da LOA. b) estabelecer de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. c) discriminar os recursos orçamentários e financeiros necessários para se alcançar as metas e prioridades estabelecidas pelo PPA. d) compatibilizar as diretrizes da LOA com os pisos e tetos de gastos definidos pela LRF. e) fixar as metas de Receita, Despesa, Resultado Primário e Nominal e montante anual da dívida pública, além de sinalizar com metas fiscais para os dois exercícios seguintes. 68) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas O instrumento de planejamento em que serão avaliados os passivos contingentes capazes de afetar as contas públicas é o anexo de a) Metas Fiscais, que integra a LDO. b) Metas Fiscais, que integra a LOA. c) Riscos Fiscais, que integra a LOA.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal d) Metas Fiscais, que integra o PPA. e) Riscos Fiscais, que integra a LDO. 69) Prova: FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Administrativa O art. 165 da Constituição Federal de 1988 estabelece os três instrumentos de planejamento e orçamento das ações governamentais: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). Sobre as disposições constitucionais e aquelas contidas na Lei Complementar nº 101/2000 relativas a tais instrumentos, considere: I. O PPA estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para a totalidade das despesas correntes e de capital. II. A LDO conterá Anexo de Metas Fiscais, cuja finalidade é avaliar os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. III. A LOA da União apresentará as receitas tributárias líquidas dos valores transferidos para municípios e estados por determinação constitucional. IV. A LDO e a LOA poderão conter autorização para que os municípios contribuam para o custeio de despesas de competência de outros entes da federação. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II. d) III e IV. e) IV. 70) Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Área Administrativa O Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual são leis de iniciativa a) do Poder Legislativo. b) do Poder Judiciário. c) do Poder Executivo. d) do Poder Executivo em conjunto com o Legislativo. e) dos três Poderes em conjunto. 71) Prova: FCC - 2007 - TRE-PB - Analista Judiciário - Área Administrativa Nos termos da Constituição Federal, compõe a lei de diretrizes orçamentárias: a) metas e prioridades para os 4 (quatro) anos do mandato e orientações para elaboração do orçamento anual. b) orçamento fiscal; orçamento de investimento das estatais; orçamento da seguridade social. c) metas e prioridades para o exercício subseqüente; alterações na legislação tributária; política de aplicação das agências oficiais de fomento. d) programas de duração continuada; diretrizes e objetivos para as despesas de capital; critérios para limitação de empenho. e) todos os investimentos cuja execução ultrapasse um exercício financeiro. 72) Prova: FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judiciário - Área Administrativa É INCORRETO o que se afirma em: a) O projeto de lei orçamentária anual deve ser elaborado de forma compatível com o Plano Plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas da Lei de Responsabilidade Fiscal. b) A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. c) A lei de diretrizes orçamentárias disporá sobre normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos. d) A lei orçamentária poderá consignar dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no Plano Plurianual. e) O Plano Plurianual, a lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento anual são instrumentos relativos ao processo orçamentário. 73) Prova: FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - Prova 2 Com base nas disposições constitucionais sobre o processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta de Lei Orçamentária Anual, é correto afirmar:

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a) O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. b) A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, poderá ser realizada sem prévia autorização legislativa, desde que seja definida como prioridade pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. c) As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de superávit financeiro. d) Os recursos que, em decorrência de veto ou emenda, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, para a abertura de créditos extraordinários com prévia autorização legislativa. e) A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos especiais e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 74) Prova: FCC - 2010 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Administrativa A LOA - Lei Orçamentária Anual compreende os orçamentos a) de metas e riscos fiscais, de investimentos das empresas e da seguridade social. b) fiscal, de metas fiscais e de riscos fiscais. c) de riscos fiscais, de investimento sociais e de investimentos das empresas. d) fiscal, de investimento das empresas e da seguridade social. e) fiscal, de investimentos sociais e da seguridade social. 75) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista - Orçamento Na Lei Orçamentária Anual poderão constar a) operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, desde que haja prévia autorização legislativa. b) créditos com dotação ilimitada ou com finalidade imprecisa. c) dotações para investimentos de longo prazo que não estejam previstos no Plano Plurianual. d) transferências de recursos para pagamento de despesas de pessoal de outro ente público. e) instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. 76) Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior Administrador Em relação ao estatuto legal da LOA ? Lei Orçamentária Anual no Brasil é correto afirmar: a) O orçamento é uma lei formal, que apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, não criando direitos subjetivos nem modificando as leis tributárias e financeiras. b) A LOA é uma lei temporária com vigência limitada a quatro anos, assim como o PPA e a LDO. c) Sendo uma lei formal, a mera previsão de despesa na lei orçamentária anual cria direito subjetivo, sendo possível se exigir, por via judicial, que uma despesa específica prevista no orçamento seja realizada. d) Por ser uma lei ordinária, a LOA não pode ser considerada uma lei especial, isto é, não possui processo legislativo diferenciado nem trata de matéria específica. e) Como todas as demais leis orçamentárias, a LOA é uma lei complementar. 77) Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico em Informática Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA) de um governo estadual é correto afirmar que a) a autorização para abertura de créditos adicionais especiais poderá ser incluída na LOA. b) as operações de crédito por antecipação da receita orçamentária integrarão a receita prevista na LOA. c) os orçamentos das autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público serão abrangidos pela LOA. d) as funções educação, saúde e assistência social integrarão o orçamento da seguridade social. e) todas as receitas e despesas das empresas de economia mista serão compreendidas pela LOA 78) Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo De acordo com a Constituição Federal de 1988, no processo de estudo e aprovação da Lei Orçamentária pelo Poder Legislativo, existe a possibilidade de o parlamentar propor emendas de despesa desde que, entre outras regras constitucionais, sejam indicados os recursos para viabilizá-las. Uma das fontes de recursos é a) o superávit corrente do exercício de apresentação da proposta orçamentária. b) a anulação de despesas com material de consumo do projeto de lei orçamentária. c) o excesso de arrecadação do exercício da apresentação da proposta orçamentária. d) a anulação de despesa com pessoal e encargos sociais do projeto de lei orçamentária. e) o superávit financeiro do exercício anterior à proposta orçamentária.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal 79) Prova: FCC - 2007 - TRE-SE - Analista Judiciário - Área Administrativa O orçamento a) é uma peça contábil que indica a movimentação financeira do exercício. b) tem como finalidade demonstrar o total de bens, direitos e obrigações da entidade pública. c) tem como principal finalidade evidenciar o resultado do período. d) é uma lei que trata da fixação da despesa e da previsão da receita. e) é uma Portaria elaborada pelo Poder Executivo. 80) Prova: FCC - 2009 - TJ-AP - Analista Judiciário - Administração O Orçamento de Investimento compreende a) os órgãos e entidades da administração direta, bem como fundos e fundações instituídos pelo Poder Público, responsáveis por investimentos. b) os órgãos e entidades da administração indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. c) todos os órgãos e entidades da administração direta e indireta, empresas e fundações nos quais a União detenha uma parte do capital social. d) as empresas em que a União detenha diretamente a maioria do capital social. e) as empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. 81) Prova: FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - Prova 2 Uma das características do orçamento-programa é a utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados. Para isso, é feita uma diferenciação entre os produtos finais dos programas e os produtos intermediários necessários para alcançar os seus objetivos. É produto final de um programa da área de saúde: a) o percentual da população atendida pelo programa de vacinação. b) o número de postos de saúde construídos. c) o número de medicamentos distribuídos. d) o total de consultas médicas realizadas. e) a redução da mortalidade infantil. 82) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista - Orçamento Analise as afirmações a seguir, relativas à elaboração, acompanhamento e fiscalização do orçamento público no Brasil. I. O projeto de lei orçamentária anual deverá ser encaminhado pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo até 31 de agosto do exercício financeiro corrente. II. Os parlamentares poderão apresentar emendas ao projeto de lei orçamentária anual, desde que sejam compatíveis com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias. III. O Presidente da República deverá sancionar o projeto de lei orçamentária aprovado pelo Congresso Nacional, estando impedido de vetá-lo, no todo ou em parte. IV. O controle externo das contas públicas da União está a cargo do Congresso Nacional e será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União. É correto o que consta APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) III e IV. e) I, II e IV. 83) Prova: FCC - 2006 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área Administrativa No que diz respeito ao orçamento público, a formulação de objetivos e o estudo das alternativas da ação futura para alcançar os fins da atividade governamental; assim como a redução dessas alternativas de um número muito amplo a um pequeno e, finalmente, a prossecução do curso da ação adotada, referem-se ao princípio da a) programação. b) unidade. c) universalidade. d) estabilidade orçamentária. e) exclusividade.

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84) Prova: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa A classificação funcional-programática representou um grande avanço na técnica de apresentação orçamentária. A partir do orçamento do ano 2000, diversas modificações foram introduzidas nesta classificação. O objetivo principal dessas mudanças foi a) distinguir o Planejamento (Plano Plurianual ? PPA) do Orçamento, por intermédio da definição de novas Funções para as ações de governo, avaliadas pelo Ministério Público. b) articular o Planejamento (Plano Plurianual ? PPA) e o Orçamento, por intermédio da criação de Programas para todas as ações de governo, com um gerente responsável por metas. c) transformar o Orçamento (LDO e LOA) em elemento subsidiário para o Planejamento (Plano Plurianual ? PPA), por meio da definição de novas Funções para as ações de governo e com a criação de um órgão responsável por avaliação de resultados. d) fundir o Planejamento (Plano Plurianual ? PPA) e o Orçamento, por meio de novos critérios de classificação funcional-programática, ficando a Comissão Mista do Orçamento responsável pela avaliação dos resultados. e) centralizar o Planejamento ( Plano Plurianual ? PPA) e o Orçamento no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio da elaboração de planos quadrienais, controlados por órgãos setoriais de planejamento. 85) Prova: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa O orçamento-programa foi introduzido no Brasil por meio da Lei no 4.320/64 e do Decreto-Lei no 200/67. A Constituição Federal de 1988 consolidou definitivamente o orçamento-programa no Brasil, ao vincular o processo orçamentário ao PPA, à LDO e à LOA. Orçamento-programa é um a) documento que prevê apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, constituindo a principal peça contábil-financeira para a orientação da ação governamental. b) programa que compreende as metas e prioridades da Administração Pública Federal, orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual, dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. c) documento que se preocupa com a efetividade e a eficiência dos gastos públicos das estatais. d) plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos relacionados. e) plano de trabalho que tem por finalidade estabelecer as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal, de forma regionalizada, orientando a ação governamental apenas dos governos subnacionais. 86) Prova: FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público – Especialidade Administração A legislação brasileira referente ao orçamento público define determinados princípios que devem ser respeitados no processo orçamentário. Um deles é o princípio da exclusividade, significando que a lei orçamentária a) não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a qualquer elemento de despesa, exceções feitas aos programas especiais de trabalho. b) discriminará os valores de receitas e despesas para um período anual, inclusive para as despesas de capital. c) não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito. d) compreenderá o orçamento fiscal, das entidades e órgãos da seguridade social e dos investimentos das empresas em que a União detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital votante. e) discriminará as receitas e despesas pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções, inclusive aquelas referentes às transferências intergovernamentais. 87) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção Governamental Em relação ao orçamento público, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 a) estabelece que o PPA, a LDO e a LOA, todos instrumentos de planejamento orçamentário, são leis de iniciativa conjunta dos Poderes Executivo e Legislativo. b) permite, de forma excepcional, a utilização de créditos orçamentários ilimitados para a reserva de contingência, que é destinada a despesas imprevisíveis e urgentes decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. c) prevê que a abertura de crédito extraordinário ou especial será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. d) determina que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa, incluindo-se nessa proibição a autorização para a abertura de créditos suplementares. e) dita que tanto o PPA como a LDO devem conter dispositivos que tratem do planejamento relacionado às despesas de capital. 88) Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico em Informática O elemento básico da estrutura do Orçamento-Programa é o programa que pode ser conceituado como um instrumento de

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal a) identificação da estrutura organizacional e administrativa governamental que se subdivide em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária . b) programação, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. c) organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual. d) programação, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo. e) identificação do maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público de cada esfera de governo. 89) Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Área Administrativa A lei orçamentária não consignará dotação para investimento, que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no art. 167 § 1º da Constituição, cuja duração seja superior a a) 1 ano. b) 2 anos. c) 3 anos. d) 4 anos. e) 6 meses. 90) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista - Orçamento É característica da técnica de elaboração orçamentária denominada orçamento base zero: a) dissociação dos processos de planejamento e programação. b) revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária. c) ênfase aos aspectos contábeis da gestão e controle externo dos gastos. d) avaliação da integridade dos agentes governamentais e legalidade no cumprimento do orçamento. e) direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas. 91) Prova: FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público – Especialidade Administração No processo de reforma da administração pública brasileira, têm sido apresentadas mudanças de impacto no processo de planejamento e orçamento, baseando-se na busca de uma administração menos burocrática e mais gerencial, com efetiva orientação para resultados. Neste sentido, há um esforço para integrar planos e orçamentos por meio de um instrumento de organização das ações governamentais, visando à concretização dos objetivos pretendidos pela gestão pública, denominado de a) plano de governo. b) projeto. c) atividade. d) programa. e) operações especiais. 92) Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior de Análise Contábil Em relação aos princípios orçamentários que estão incorporados à legislação brasileira sobre o orçamento público, considere: I. A Lei Orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos especiais e para contratação de operação de crédito. II. A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei, bem como as entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros. III. A Lei Orçamentária discriminará os valores de receitas e despesas para um período anual, inclusive para as despesas de capital. IV. A Lei de Orçamento compreenderá os investimentos nas empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. V. Todas as receitas e despesas serão discriminadas na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Está correto o que se afirma APENAS em a) III, IV e V. b) I, II e III. c) I, III e IV. d) I, III e V. e) II, III e IV.

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93) Prova: FCC - 2010 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Administrativa O princípio orçamentário que define que nenhuma parcela da receita de impostos poderá ser posta em reserva para cobrir certos e específicos dispêndios, salvo as exceções previstas em lei, é denominado Princípio da a) Reserva Legal. b) Universalidade e Unidade Orçamentária. c) Não-afetação e da Quantificação dos Créditos Orçamentários. d) Legalidade. e) Vinculação dos Créditos Orçamentários. 94) Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas O contador da Prefeitura Municipal de Verde foi indagado sobre a possibilidade de ser incluída no projeto de lei de orçamento uma autorização para a contratação de operação de crédito por antecipação de receita. Ao analisar o assunto, ele verificou que isso era perfeitamente possível em razão de uma exceção constitucional ao princípio da a) legalidade. b) exclusividade. c) unidade. d) especificação. e) universalidade. 95) Prova: FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judiciário - Área Administrativa A determinação "cada entidade de Governo deve possuir um orçamento", está contida no Princípio da a) Unidade. b) Universalidade. c) Singularidade. d) Exclusividade. e) Competência. 96) Prova: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa Quando um órgão público conclui uma licitação para uma obra ou compra, ele 'empenha' a parte do orçamento correspondente para o pagamento do serviço ou mercadoria. Quando concluída a obra ou serviço ou entregue a mercadoria, o empenho é liquidado ? e, a partir daí, o ente público deve quitar a sua conta. Se o órgão não dispõe efetivamente do dinheiro, essa dívida, que corresponde, em última instância, à despesa feita acima da arrecadação daquele ano, entra na rubrica a) dívida ativa. b) restos a pagar. c) dívida consolidada. d) empenhos liquidados. e) encargos e despesas excedentes. 97) Prova: FCC - 2009 - TCE-GO - Técnico de Controle Externo - Área Administrativa Os restos a pagar a) são assim considerados, quando não-processados, pois a despesa já liquidada está pendente de empenho. b) representam valores que começaram a ser pagos no final do exercício financeiro, mas que não foram concluídos por falta de dotação suficiente e empenho. c) são valores pendentes de pagamento, com juros e amortização empenhadas e não-pagas. d) incluem os empenhos que correm à conta de créditos com vigência plurianual, não-liquidados, computados ao final de cada exercício de vigência do crédito. e) são de pronto pagamento quando processados, ou seja, com empenhos executados e liquidados, mas não pagos até o dia 31 de dezembro. 98) Prova: FCC - 2007 - TRE-PB - Analista Judiciário - Área Administrativa Restos a Pagar decorrem de a) despesas orçamentárias empenhadas, mas não pagas até o término do exercício financeiro. b) obrigação de despesa contraída entre maio e dezembro do último ano do mandato. c) despesas extra-orçamentárias, regularmente empenhadas, mas não quitadas até 31 de novembro de cada ano civil. d) dívidas assumidas em anos anteriores, ainda não empenhadas. e) valor principal das operações de crédito por antecipação da receita orçamentária (ARO).

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal 99) Prova: FCC - 2007 - TRF-2R - Analista Judiciário - Área Administrativa Conforme Lei Federal no 4.320/64, artigo 36: Consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas. Despesa não processada é aquela a) operação do sistema financeiro de escrituração contábil, sendo a despesa realizada normalmente pela sua liquidação, e lançada como despesa orçamentária do exercício a pagar. b) cujo empenho foi legalmente emitido, mas depende, ainda, da fase de dotação orçamentária. c) cujo empenho foi entregue ao credor, que por sua vez entregou o material, prestou o serviço e a despesa foi considerada liquidada, estando na fase de pagamento. d) que em termos orçamentários foi considerada despesa realizada, faltando apenas o processamento do pagamento. e) cujo empenho foi legalmente emitido, mas depende, ainda, da fase de liquidação. 100) Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior Administrador O tipo de orçamento adotado pelos governos no Brasil, cujo principal objetivo é a articulação com o planejamento, denomina-se a) orçamento-programa. b) orçamento participativo. c) orçamento por desempenho. d) orçamento clássico. e) orçamento de base zero. 101) Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior Administrador Sobre os modelos de Orçamento Público: I. O orçamento de base zero é uma técnica utilizada para a confecção do orçamento-programa, consistindo basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais e no questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. II. O orçamento tradicional ou clássico é aquele em que constam apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo. III. O orçamento de desempenho ou por realizações pode ser entendido como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos relacionados. IV. Apesar de ser um passo importante, o orçamento-programa ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo. V. No orçamento de desempenho ou por realizações o gestor se preocupa com o resultado dos gastos e não apenas com o gasto em si, ou seja, preocupa-se em saber o que o governo faz e não o que governo compra. a) Estão corretas APENAS as afirmativas III, IV e V. b) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II. c) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V. d) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV. e) Estão corretas APENAS as afirmativas III e IV. 102) Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico em Informática A obrigatoriedade de transferência para os municípios de 50% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios é uma exceção a) ao princípio orçamentário do equilíbrio. b) à proibição constitucional de não vinculação da receita de impostos. c) à regra de as receitas constarem na lei de orçamento pelos seus totais. d) ao princípio orçamentário da anualidade. e) ao princípio orçamentário da exclusividade.

Gabarito:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

A B A B C B E A D C B A D D E E C A B D

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

A A D B A C B D A C E C A B A D B B D C

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

C D A B A C E D C C B E B B E B B A E D

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

D D E A B C A E E C C D A D A A C B D E

81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

E E A B D C E C A B D A C B A B E A E A

101 102

C B

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal 6. GESTÃO FISCAL

Lei Complementar nº 101/2000

• Lei Complementar – regula o art. 163 da CF.

• Normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal

• Abrange União, Estados e Municípios, seus Poderes e suas entidades da Administração indireta, excluídas as empresas que não dependem do Tesouro do ente ao qual se vinculam.

6.1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

a) Origem

Num contexto de globalização da economia, surgiu, no final do século XX, um processo de mudança na administração pública mundial, visando à eficiência administrativa dos recursos disponíveis.

Assim, sob a influência de modelos adotados pela Grã-Bretanha, Nova Zelândia, Peru, México e Estados Unidos da América e na mesma linha do Fundo Monetário Internacional - FMI, a administração burocrática vem cedendo lugar à gerencial. Administração mais ágil e dinâmica, centrada na qualidade dos serviços públicos e no atendimento à população.

Internamente, o País se via diante de uma seqüência de atos de improbidade administrativa e déficit público que geraram verdadeiro clamor da sociedade por mudanças na condução da coisa pública.

Como resposta, o governo instituiu o Programa de Estabilidade Fiscal, no qual se insere a LRF e que integra o projeto maior de Reforma do Estado, conforme preconiza a Exposição de Motivos da LRF:

"Este Projeto integra o conjunto de medidas do Programa de Estabilidade Fiscal - PEF, apresentado à sociedade brasileira em outubro de 1998, e que tem como objetivo a drástica e veloz redução do déficit público e a estabilização do montante da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto da economia."

A moralidade erigida como princípio constitucional é, antes de se tornar princípio jurídico, princípio ético a ser adotado pelo homem em todos os seus atos e, de modo especial pelo agente público a quem foi confiada a gestão dos recursos pertencentes à sociedade, que deverão retornar na forma de serviços, de melhoria da qualidade de vida, de crescimento econômico e de garantia do desenvolvimento sustentável.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

No ordenamento jurídico pátrio a LRF é Lei Complementar de nº 101/2000 que dispõe sobre os princípios fundamentais e normas gerais de finanças públicas, conforme o art. 163 da Constituição federal; regula o art. 169 da Constituição.

b) Objetivos

Estabelecer o regime de gestão fiscal responsável para as três esferas de governo e para cada um dos seus Poderes.

A responsabilidade na gestão fiscal, diz o § 1º, do art. 1º da LRF, pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar

c) Princípios

O estudo de uma lei deve ser feito dentro do contexto geral em que está inserida. Portanto, os seus dispositivos devem ser interpretados levando-se em consideração a ética, os princípios, a sua relação com as demais normas jurídicas, a realidade política-econômica-social em que foi concebida e na qual é aplicada, dentre outros.

Os princípios podem estar expressos ou implícitos no corpo normativo.

A LRF foi elaborada sob os princípios esculpidos na Carta Política de 1988, especialmente: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência, Interesse Público, Economicidade, Razoabilidade, Isonomia, Continuidade do serviço público, Planejamento, Transparência, Controle, Responsabilidade.

Explicitaremos os princípios basilares da LRF: planejamento, transparência, controle e responsabilização e remeteremos à leitura complementar para o aprofundamento do estudo dos demais.

d) Planejamento

Definir objetivos e traçar caminhos que possibilitem o equilíbrio das finanças públicas, sinalizando riscos e corrigindo desvios constituem a chamada ação planejada.

Planejar para bem gastar. A LRF visa o equilíbrio das finanças públicas, isto é, que as despesas sejam compatíveis com a receita arrecadada.

Para tanto, o planejamento serve de base para a estruturação dos mecanismos operacionais da gestão fiscal. É constituído de três instrumentos: PPA, LDO e LOA, previstos no art. 165, da Constituição Federal de 1988.

As três leis orçamentárias compõem um todo harmônico. Sendo, o PPA a peça de planejamento estratégico que orienta a confecção da LDO e da LOA.

A LDO constitui o elo entre o PPA e a LOA, pois, seleciona metas e programas constantes do PPA que serão executados no orçamento subseqüente.

LOA é modernamente conceituada como:

"O orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos exprime em termos financeiros a alocação dos recursos públicos. Trata-se de um instrumento de planejamento que espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias para atendimento das demandas da sociedade, em face à escassez de recursos.

Apresenta múltiplas funções - de planejamento, contábil, financeira e de controle."

(Manual Básico - LRF. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, pág.67)

Duração: PPA - 4 anos

LDO - anual

LOA - anual

e) Transparência

Este princípio decorre do princípio da publicidade e o amplia, ao prescrever, mais do que a simples publicação, que seja proporcionado e incentivado o conhecimento pela sociedade, de maneira clara e simplificada, do conteúdo dos atos de gestão pública, bem como lhe seja assegurada a efetiva participação nas decisões políticas.

f) Controle

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

As normas devem ser cumpridas para que sejam atingidas as metas previstas e, conseqüentemente, atendido o interesse público. (arts. 70 e 71 da CF*) (art. 59 da LRF**)

Os sistemas de controle externo e interno devem verificar e fiscalizar a atividade administrativa sob os mais variados aspectos.

O controle externo

O controle externo que faz a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, realizado:

Pelo Poder Legislativo, cuja competência é do Congresso Nacional, quando exercido no âmbito federal, das Assembléias Legislativas nos Estados, da Câmara Legislativa no Distrito Federal e das Câmaras Municipais nos Municípios. Auxiliados pelos respectivos Tribunais de Contas; pela população e pelo Poder Judiciário.

O controle interno

Controle interno, existente no âmbito de cada Poder, cujas finalidades estão dispostas no art. 74 da Constituição Federal. (art.74 CF*)

h) Responsabilidade

Responsabilidade - responsável, na lição de Regis Fernandes de Oliveira, é a pessoa que deve suportar a conseqüência de sua ação antijurídica, típica e punível.

O gestor público deve cumprir a lei. A LRF prevê sanções institucionais em seu próprio texto e sujeita os responsáveis a sanções de outros diplomas legais. (art. 73 da LRF)

6.2 PRINCÍPIOS / OBJETIVOS

• Ação planejada e transparente

• Prevenção de riscos e correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas

• Cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas

• Obediência a limites e condições (renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar).

• Combater o déficit limitando as despesas de pessoal, dificultando a geração de novas despesas, impondo ajustes de compensação para a renúncia de receitas e exigindo mais condições para repasses entre governos e destes para instituições privadas.

• Reduzir o nível da dívida pública induzindo a obtenção de superávits primários, restringindo o processo de endividamento, nele incluído o dos Restos a Pagar, requerendo limites máximos, de observância contínua, para a dívida consolidada.

.

6.3 RECEITA CORRENTE LÍQUIDA: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:

- na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios;

- nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

- na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira a contribuição na adm. Pública e na atividade privada (conf. Art . 201 da CF).

• Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os em decorrência da LEI KANDIR, e do FUNDEB.

• Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União (a união custeará o Poder judiciário, o MP e DP do DF e territórios)

• A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

6.4 EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO

LRF - disciplina conteúdos da LDO e da LOA, ambas de iniciativa privativa do Executivo.

6.4.1 LDO - LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Dispõe sobre:

• equilíbrio entre receitas e despesas;

• normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

• condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;

Na LDO serão anunciadas as metas fiscais , ou seja, o montante a ser arrecadado e como e onde isto será despendido, seja em pessoal e outras despesas de custeio, subvenções, investimentos ou utilizando-se do superávit primário, no pagamento do principal e juros da dívida.

Tribunal de Contas - examinará os Relatórios de Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal, para verificar se a LDO está sendo cumprida.

a) Anexo das Metas Fiscais na LDO

• Metas anuais (três anos), em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, e, do confronto, a estimativa dos resultados nominal e primário;

• Previsão trienal do estoque da dívida pública; considerados os passivos financeiro e permanente;

• Avaliação do cumprimento das metas do ano anterior;

• Demonstrativo das metas anuais (justificar memória de cálculo comparando 3 últimos anos);

• Evolução do patrimônio líquido (3 últimos exercícios), os recursos para reduzir o estoque da dívida;

• Avaliação financeira e atuarial dos fundos de previdência dos servidores públicos;

• Estimativa de compensação da renúncia de receitas (anistias, remissões, isenções, subsídios etc) e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

b) Anexo de Riscos Fiscais na LDO, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará em anexo específico:

• os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial;

• os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis;

• as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

6.4.2 LOA - LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

Elaborado de forma compatível com o PPA, com a LDO e com as normas LRF.

Tem entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

Compreende:

• o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

• o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

• o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da adm. direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

A LOA deve Conter:

• Demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo das Metas Fiscais na LDO;

• Será acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;

• Conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

• Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão;

• O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.

• A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.

• É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

• Não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão;

Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas

• O Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso até 30 dias após a publicação dos orçamentos;

� Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

• Se bimestralmente se verificar o não cumprimento das metas de receita, nos 30 dias subsequentes os poderes limitarão empenho e movimentação financeira, critérios da LDO.

� Se restabelecido a previsão a recomposição dar-se-á de forma proporcional às reduções; � As obrigações constitucionais e legais (inclusive serviço da dívida) não sofre limitação. � O Executivo pode limitar os valores financeiros conforme (LDO) se PL , PJ e MP não o fizerem no prazo; � O Executivo demonstrará e avaliará quadrimestralmente em audiência pública o cumprimento da metas; � Semestralmente (até 90 dias), o BACEN apresentará avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das

políticas monetária, creditícia e cambial, o impacto e o custo fiscal de suas operações às comissões do CN.

• A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de sentenças judiciais.

6.5 RECEITA PÚBLICA

a) PREVISÃO E DA ARRECADAÇÃO

• A previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos é requisito essencial da responsabilidade na gestão fiscal.

� É vedada transferência voluntária para o ente que não observe o disposto.

• As previsões de receita observarão normas técnicas e legais, alterações na legislação, variação de preços, crescimento econômico ou outro fator relevante;

� Acompanha demonstrativo da evolução nos três anos anteriores, e projeção dois anos seguintes ;

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

� Legislativo pode fazer reestimativa se comprovado erro ou omissão técnica ou legal; � A previsão de receitas de operações de crédito não pode ser superior às despesas de capital na LOA; � O Executivo enviará aos outros poderes os estudos e as estimativas de receitas (Inclusive RCL) para o exercício

seguinte, 30 dias antes do prazo final para a apresentação das propostas.

• • Até 30 dias após a publicação dos orçamentos, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Executivo em metas bimestrais de arrecadação, em separado quando cabível:

� as medidas de combate à sonegação, � quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, � evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

b) Da Renúncia de Receita

• • A renúncia de receita tributária acompanha-se de estimativa do impacto orçamentário-financeiro até os dois anos seguintes. Deve atender a LDO e :

� Demonstrar que a renuncia foi considerada na previsão de receita da LOA, e que não afetará as metas fiscais previstas na LDO; ou;

� estar acompanhada de medidas de compensação, (aumento da receita, impostos); neste caso o benefício só entra em vigor quando implementadas as medidas;

• A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo;

• Estas regras não se aplicam a Importação e exportação, IPI , operações de crédito e valores menores que o custo de cobrança;

6.6 DESPESA PÚBLICA

a) Da Geração da Despesa

• A ação governamental que aumente a despesa será acompanhada de:

� Estimativa (com as premissas e metodologia de calculo) do impacto orçamentário-financeiro no exercício e nos dois seguintes;

� Declaração do ordenador da despesa de que está adequada com LOA, o PPA e a LDO ;

• Estas normas constituem condição prévia para:

� empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras; � desapropriação de imóveis urbanos, com relação à indenização;

b) Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

• È obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo. ( Tem obrigação de execução por mais de dois exercícios ).

� Os atos que criarem ou aumentarem despesa deverão ser instruídos com Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício e nos dois seguintes e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio. Não se aplica ao reajuste de salários e Serviço da Dívida;

� O ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas fiscais da LDO, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento de receita ou pela redução de despesa. Neste caso a despesa somente será executada após a implementação das medidas.

� A prorrogação de uma despesa com prazo determinado considera-se aumento de despesa;

• Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam as normas acima citadas.

c) DESPESAS COM PESSOAL

Despesa total com pessoal: somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

- A mão-de-obra terceirizada em substituição de servidores será contabilizada como Outras Despesas de Pessoal .

Despesa total - soma do mês com as dos 11 meses anteriores, pelo regime de competência.

Não pode exceder os percentuais da receita corrente líquida :

I - União: 50%;

II – Estados: 60%;

III - Municípios: 60%

Despesas não computadas:

� Indenização por demissão de servidores ou empregados;

� Incentivos à demissão voluntária;

� Convocação extraordinária do congresso nacional (art. 57 CF § 6o inciso II);

� Decisão judicial de período anterior ao da apuração;

� Pessoal, do DF, Amapá e Roraima, de recursos transferidos pela União.

� Inativos, custeados com recursos de contribuições, compensações financeiras e receitas de fundo vinculado, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.

Despesas com sentenças judiciais - incluídas no limite.

Limites:

I - na esfera federal:

- 2,5% para o Legislativo, incluído o TCU; - 6% para o Judiciário; - 40,9% para o Executivo - Incluindo 3% p/ custear o PJ, MP e DP do DF e territórios repartidos proporcional à média das despesas relativas a cada dispositivo, em % RCL nos três exercícios financeiros anteriores à LRF. - 0,6% para o Ministério Público da União;

II - na esfera estadual:

- 3% para o Legislativo, incluído o TCE; - 6% para o Judiciário; - 49% para o Executivo; - 2% para o (MP) Ministério Público dos Estados;

III - na esfera municipal:

- 6% para o Legislativo, e TCM; - 54% para o Executivo. - Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera - limites repartidos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, % da RCL, nos 3 exercícios financeiros anteriores à LRF.

d) Do Controle da Despesa Total com Pessoal

É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda: I - as exigências da LRF e disposto na CF; II - o limite legal aplicado às despesas com pessoal inativo. É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão. Verificação do cumprimento - realizada ao final de cada quadrimestre . (município com menos de 50 mil e facultado a

verificação semestral)

- Despesa total com pessoal > 95% do limite – Vedações:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual; II - criação de cargo, emprego ou função; III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; V - contratação de hora extra, salvo Convocação Ext. Congresso e as situações previstas na LDO.

- Despesa total com pessoal > limite - o excedente terá de ser eliminado nos 2 quadrimestres seguintes, sendo pelo

menos um 1/3 no primeiro. O objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (poderá duplicar o prazo caso o crescimento do PIB nacional, regional ou estadual fique abaixo ate 1%, por período igual ou superior a 4 trimestres)

É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária. Não alcançada a redução no prazo estabelecido , e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá : I - receber transferências voluntárias; II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal. Estas restrições aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do

último ano do mandato dos titulares.

e) Das Despesas com a Seguridade Social

- Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou o estendido sem a indicação da fonte de custeio total ( art. 195 CF § 5 ). - Aplica-se a benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência social, inclusive aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas. - É dispensada da compensação o aumento de despesa decorrente de: I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação pertinente; II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados; III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.

6.7 DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Transferência voluntária é a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

- Exigências, além das estabelecidas na LDO: I - existência de dotação específica; III - Não pode ser para pagamento de despesas com pessoal (Art. 167 CF inciso X); IV - comprovação, por parte do beneficiário, de: - Regular quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos; - Cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde; - Observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal; - Previsão orçamentária de contrapartida. - Excetuam-se sanções de suspensão de transferências voluntárias, aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal 6.8 DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO

A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender a LDO e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.

- Inclui concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital.

- Não se aplica às instituições financeiras e o BACEN. A concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou

indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação. Salvo lei específica, recursos públicos, não poderão socorrer instituições Financeiras, ainda que mediante a concessão de

empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário. - A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, constituídos pelas instituições financeiras; - O BACEN pode conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a

trezentos e sessenta dias.

6.9 DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO

Dívida pública consolidada ou fundada : montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

Dívida pública mobiliária : dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do BACEN, Estados e Municípios;

Operação de crédito : compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

Concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

Refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.

Dívida pública consolidada da União– inclui títulos de responsabilidade do BACEN. Dívida pública consolidada– inclui também as operações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham

constado do orçamento. Refinanciamento do principal da dívida mobiliária- não excederá, ao término do exercício, o montante do final do

exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

6.9.1 LIMITES DA DÍVIDA

Fixados em percentual da receita corrente líquida (RCL) para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.

Apuração do montante da dívida consolidada- efetuada ao final de cada quadrimestre. (município com menos de 50 mil e facultado a apuração semestral)

Proposta de Refinanciamento - envio ao Senado Federal ou Congresso Nacional, de proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições previstos.

Precatórios judiciais não pagos no orçamento - integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites. Da Recondução da Dívida aos Limites

- Se a dívida consolidada de um ente da federação ultrapassar o limite ao final de um quadrimestre, deverá ser reconduzida até o término dos 3 subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% no primeiro. (poderá ser duplicado caso o crescimento do PIB nacional, regional ou estadual fique abaixo ate 1%, por período igual ou superior a 4 trimestres) (se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado Federal o prazo poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres).

- Enquanto perdurar o excesso: I – proibição de operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o

refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho;

- Estas restrições aplicam-se imediatamente se a dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.

- Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

6.10 OPERAÇÕES DE CRÉDITO

Ministério da Fazenda

Qual o Papel do Ministério da Fazenda no Âmbito da LRF?

Cabe ao Ministério da Fazenda segundo a LRF:

Verificar o Cumprimento dos Limites e Condições Relativos à Realização de Operações de Crédito

A quem se destina essa verificação?

A todos os entes da Federação, as empresas por eles controladas direta ou indiretamente, incluídas as autarquias e fundações.

Quando se realiza essa verificação?

É verificação precedente à autorização para a realização de operações de crédito.

Quais os procedimentos a serem seguidos pelos que pleiteiam operações de crédito?

Pleito fundamentado em parecer dos órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando:

- a relação custo-benefício,

- o interesse econômico e social da operação e

O pleito deverá atender as seguintes condições:

a) existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica;

b) inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de operações por antecipação de receita;

c) observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;

d) autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operações de crédito externo;

e) atendimento ao disposto no inciso III do art 167 da Constituição;

Art. 167. São vedados: III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

f) observância das demais restrições estabelecidas na LRF. (art 32, § 1º, I a VI LRF).

Min. Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições das operações de crédito dos entes. - O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer demonstrando a relação custo-benefício, o

interesse econômico e social da operação e das seguintes condições: I - existência de prévia e expressa autorização, na LOA, em créditos adicionais ou lei específica; II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de

operações por antecipação de receita; III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal; IV - quando se tratar de operação de crédito externo deverá ter autorização específica do Senado Federal; V - (REGRA OURO) – vedação da realização de operações de crédito que excedam as despesas de capital, salvo as

autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovada pelo Legislativo por maioria absoluta;

- Considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

das despesas de capital executadas, observado o seguinte: � não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a

contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, � se a instituição financeira for controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das

despesas de capital; VI - observância das demais restrições estabelecidas na LRF.

- Operações da dívida mobiliária federal autorizadas, na LOA ou créditos adicionais, teram processo simplificado. - O Min. da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa,

garantido o acesso público às informações; - A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida

mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites. - A operação realizada com infração do disposto na LRF será considerada nula, mediante a devolução do principal, vedados

o pagamento de juros e demais encargos financeiros.

Vedações

- O BACEN não emitirá títulos da dívida pública a partir 2002; - É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo,

autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente.

- Excetua-se da vedação as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

- Não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União; - É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente que a controle; - Não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública.

Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha

ocorrido; II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a

maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação; III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens,

mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;

IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.

Excetuam-se da vedação as operações entre instituição financeira estatal e outro ente, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

a) Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária

A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências legais e mais as seguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do 10º dia do início do exercício; II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano; III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente

prefixada ou indexada à taxa básica financeira; IV - estará proibida:

a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada; b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

Estas regras não valem para créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo

por maioria absoluta;

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante processo competitivo eletrônico promovido pelo BACEN.

O BACEN fará acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

Das Operações com o Banco Central do Brasil É vedado ao BACEN:

I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado; II - permuta, (com ou sem intermediários) de título da dívida de ente da Federação por título da dívida pública federal,

compra e venda daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta; III - concessão de garantia.

Não se aplica ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial. O BACEN só compara títulos da União para refinanciar a dívida federal que estiver vencendo na sua carteira, realizado à taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público. É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do BACEN, ainda que com

cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

b) Da Garantia e da Contra-garantia Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observadas as normas legais, e no

caso da União, também os limites e as condições estabelecidos pelo Senado Federal. A garantia estará condicionada a contra-garantia, em valor igual ou superior ao da garantia, e à adimplência da entidade

que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controlada observado o seguinte: I - não será exigida contra-garantia de órgãos e entidades do próprio ente; II - a contra-garantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na

vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da dívida vencida.

Na operação de crédito junto a organismo financeiro internacional, ou a instituição federal de crédito e fomento para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a ente que atenda, além da contra-garantia, as exigências legais para o recebimento de transferências voluntárias.

É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal. As entidades da administração indireta, não podem conceder garantia, ainda que com recursos de fundos. Poderão oferecer garantia :

I - empresa controlada a subsidiária ou sua controlada; II - instituição financeira a empresa nacional;

Estas regras não se aplicam a garantia prestada:

I - por instituições financeiras estatais, submete-se às normas aplicáveis às instituições financeiras privadas; II - pela União, a empresas financeiras por ela controladas, quanto às operações de seguro de crédito à exportação.

Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia prestada, a União e os Estados poderão condicionar as

transferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento. O ente cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em operação de

crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total liquidação da mencionada dívida.

6.11 RESTOS A PAGAR É vedado ao titular de Poder ou ao órgão nos últimos 2 (dois) quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de

despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

- Na disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

6.12 DA GESTÃO PATRIMONIAL a) Disponibilidade de Caixa

- As disponibilidades de Caixa da União serão depositadas no BACEN;

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

- As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas em instituições financeiras oficiais; - As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ficarão

depositadas em conta separada e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira. Não podem ser aplicadas em:

I - títulos da dívida pública estadual e municipal, em ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;

II - empréstimos, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas controladas.

b) Da Preservação do Patrimônio Público

- É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos do patrimônio Público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência;

- A LOA não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no PPA ou em lei que autorize a sua inclusão, a LOA e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a LDO.

� O Poder Executivo encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto da LDO, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do disposto, ao qual será dada ampla divulgação.

- É nulo o ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem prévia e justa indenização em dinheiro, ou prévio depósito judicial do valor da indenização.

c) Das Empresas Controladas pelo Setor Público

- A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do PPA, LDO e LOA.

- A empresa controlada incluirá em seus balanços trimestrais nota explicativa em que informará: I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com respectivos preços e condições, comparando-os com os

praticados no mercado; II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especificando valor, fonte e destinação; III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de empréstimos e financiamentos com preços, taxas, prazos ou

condições diferentes dos vigentes no mercado.

6.13 TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL

"Tão importante quanto às normas que regulam a aplicação dos recursos públicos é a permanente fiscalização da sociedade sobre os atos daqueles a quem foi confiada à responsabilidade de geri-los." (Exposição de Motivos da LRF).

A LRF está firmada, segundo a mais abalizada doutrina, em quatro esteios: planejamento, transparência, controle e responsabilidade. Entende por:

- Gestão Fiscal é a administração financeira e patrimonial exercida pelo Poder Público, que envolve ação tributária, financeira e orçamentária.

A Lei Complementar nº 101, chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, foi promulgada em 4 maio de 2000. Será que você já conseguiu formar uma opinião a respeito de sua importância para o País?

Da Exposição de Motivos da Lei de Responsabilidade Fiscal consta: "Este Projeto integra o conjunto” de medidas do Programa de Estabilidade Fiscal - PEF, apresentado à sociedade brasileira em outubro de 1988, e que tem como objetivo a drástica e veloz redução do déficit público e a estabilização do montante da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto da Economia.

Entendemos que a combinação desse ambiente fiscal mais favorável com a aprovação de uma norma que estabelece princípios norteadores da gestão fiscal responsável, que fixa limites para o endividamento público e para expansão de despesas continuadas, e que institui mecanismos prévios e necessários para assegurar o cumprimento de metas a serem atingidas pelas três esferas de governo, é a condição necessária e suficiente para a consolidação de um novo regime fiscal no País.

A LRF veio para implantar um sistema de planejamento que possibilite a gestão fiscal responsável. Por gestão fiscal responsável, entende-se aquela em que só se gasta o que se arrecada. Além do que, esse gasto deve estar voltado para o atendimento das necessidades definidas de acordo com as prioridades estabelecidas em conjunto com a sociedade, assegurando condições para o desenvolvimento sustentável e obedecendo a padrões éticos, morais e legais.

Mas afinal, o que significa a expressão transparência da gestão fiscal? Art. 37. A administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da

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União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência... (Constituição da República Federativa do Brasil, 1988)

Podemos definir a expressão transparência da gestão fiscal sob o enfoque da LRF, nos seguintes termos: Consiste em tornar públicos e inteligíveis os atos de gestão fiscal, de modo a propiciar o controle, a fiscalização e a efetiva

participação da sociedade na administração dos recursos que coloca à disposição do governo. O controle social mostra-se eficaz no controle da Administração Pública, razão pela qual, está presente na Lei de

Responsabilidade Fiscal como desdobramento dos princípios constitucionais: 1- O Art. 48 da LRF prescreve como instrumentos de transparência da gestão fiscal e determina que a eles seja dada ampla

divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: (art 48, caput*) - os planos, orçamentos, leis de diretrizes orçamentárias, as prestações de contas, o parecer prévio, o Relatório Resumido de Execução Orçamentária, o Relatório de Gestão Fiscal e as versões simplificadas desses documentos.

* Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

2- Incentivam a participação popular e a realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos (LRF art.48*, parágrafo único); * Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

3- determina que as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade ( LRF art.49*, caput);

* Art 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

4- dispõe que até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais (art. 9º, § 4º*);

*§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

5- será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas pelos Tribunais de Contas (LRF art. 56, § 3º).

* Art.56. § 3º Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.

Importante salientar a preocupação do legislador com a questão da efetiva participação da sociedade no processo de gestão fiscal. Quando prescreve que versões simplificadas dos documentos devem ser publicadas, pretende que o cidadão comum tenha acesso e condições de entendimento do conteúdo dos documentos, a fim de que possa avaliar o desempenho do gestor público na administração dos recursos disponíveis.

Importante salientar a preocupação do legislador com a questão da efetiva participação da sociedade no processo de gestão fiscal. Quando prescreve que versões simplificadas dos documentos devem ser publicadas, pretende que o cidadão comum tenha acesso e condições de entendimento do conteúdo dos documentos, a fim de que possa avaliar o desempenho do gestor público na administração dos recursos disponíveis.

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a) Instrumentos - ampla divulgação , inclusive em meios eletrônicos de acesso público: • Planos, orçamentos e LDO • Prestações de contas e parecer prévio • Relatório Resumido da Execução Orçamentária • Relatório de Gestão Fiscal e as versões simplificadas desses documentos. •Incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão

dos planos, LDO e orçamentos. - Contas do Chefe do executivo - disponíveis, durante o exercício, no Legislativo e no órgão técnico de elaboração, para

consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. - Prestação de contas da União - demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento,

incluído o BNDEs , e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.

b) Da Escrituração e Consolidação das Contas

- A escrituração das contas públicas obedece normas de contabilidade pública e observará as seguintes: I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, identificados e escriturados de forma individualizada; II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência; III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e operações de cada órgão,

fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional e empresa estatal dependente; IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros e orçamentários

específicos; V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento junto a terceiros,

deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando a natureza e o tipo de credor;

VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos.

- A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

- A União promoverá, até o dia trinta de junho , a consolidação nacional e por esfera de governo, das contas dos entes

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da Federação do exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público. - Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Exc. da União nos seguintes prazos:

I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril; II - Estados, até trinta e um de maio.

- O descumprimento dos prazos impedirá, transferências voluntárias e contratação de operações de crédito;

6.14 DO RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Portaria da Secretaria do Tesouro Nacional, órgão central de contabilidade da União, aprova anualmente o Manual de Elaboração do Relatório Resumido de Execução Orçamentária, destinado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

O Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO é exigido pela Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, que estabelece em seu artigo 165, parágrafo 3º, que o Poder Executivo o publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre. A União já o divulga , há vários anos mensalmente. O objetivo dessa periodicidade é permitir que, cada vez mais, a sociedade, por meio dos diversos órgãos de controle, conheça, acompanhe e analise o desempenho da execução orçamentária do Governo Federal.

A Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, que se refere às normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, estabelece as normas para a elaboração e publicação do RREO.

O RREO e seus demonstrativos abrangerão os órgãos da Administração Direta, dos poderes e entidades da Administração Indireta, constituída pelas autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas e sociedades de economia mista que recebem recursos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, inclusive sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal e de custeio, ou de auxílios para pagamento de despesas de capital, excluídas, neste caso, aquelas empresas lucrativas que recebam recursos para aumento de capital.

O RREO será elaborado e publicado pelo Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios. Quando for o caso, serão apresentadas justificativas da limitação de empenho e da frustração de receitas, especificando as

medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança. “As informações deverão ser elaboradas a partir do consolidado de todas as unidades gestoras, no âmbito da

Administração Direta, autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas e sociedades de economia mista." (Relatório Resumido de Execução Orçamentária - Manual de Elaboração. Ministério da Fazenda, STN, 2003-3ed. Brasília)

Publicação - até 30 dias após cada bimestre I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica , as:

a) receitas por fonte , informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;

II - demonstrativos da execução das: a) receitas, por categoria econômica e fonte , especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício,

a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação

para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; c) despesas, por função e sub-função .

Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas receitas de operações de

crédito e nas despesas com amortização da dívida. Outros demonstrativos do Relatório (município com menos de 50 mil e facultado a publicação semestral) : I - apuração da receita corrente líquida (RCL), sua evolução, e a previsão de desempenho até o final do exercício; II - receitas e despesas previdenciárias apresentadas em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos; III - resultados nominal e primário; IV - despesas com juros; V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão os valores inscritos, os pagamentos realizados e a pagar. O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos:

I - vedado realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital; II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos; III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes;

Quando for o caso, serão apresentadas justificativas: I - da limitação de empenho; II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e

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as ações de fiscalização e cobrança.

6.15 DO RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL

O relatório é elaborado de forma padronizada, seguindo modelos fornecidos pelo Conselho de Gestão Fiscal ou órgão que o substitua (art. 50 § 2º da LRF*), e deve contar com a participação de cidadãos e instituições no processo de controle das contas públicas:

- por meio das audiências públicas realizadas durante a elaboração e execução dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos;

- em audiência pública realizada no Legislativo para a demonstração do cumprimento das metas fiscais, art.9, §º 4º. - por meio da disponibilização das contas apresentadas pelo Chefe do Executivo, durante todo o exercício, no Poder

Legislativo e no órgão responsável pela elaboração, art. 49. Publicado ate 30 dias ao final de cada quadrimestre com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.

(município com menos de 50 mil e facultado a publicação semestral) Deve ser assinado pelo:

I - Chefe do Poder Executivo; II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora, dos órgãos do Poder Legislativo; III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração, dos órgãos do Poder Judiciário; IV - Chefe do Ministério Público federal e estadual;

Será assinado também pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle interno. O relatório conterá:

I - comparativo com os limites da LRF, dos seguintes montantes: a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; b) dívidas consolidada e mobiliária; c) concessão de garantias; d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;

II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites; III - demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro; b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:

- Liquidadas; - Empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade de caixa; - Não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados; - Do pagamento com juros até o dia dez de dezembro de cada ano da operação de crédito por antecipação de receita

proibida no último ano de mandato. Os relatórios serão elaborados de forma padronizada, segundo modelos atualizados pelo conselho de gestão fiscal.

6.16 DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS

Os meios de divulgação da gestão fiscal previstos na Lei de Responsabilidade

Fiscal são, basicamente: publicação dos documentos orçamentários e fiscais e ações de participação popular.

Na verdade, constituem desdobramentos dos preceitos contidos na Constituição Federal de 1988, de modo especial nos arts.: 37 caput; 29 caput e incisos XII e XIII art. 74 § 2º; 31 § 3º da CF, cujo prazo foi ampliado pelo art. 49 da LRF. 1 - Publicação dos documentos orçamentários e fiscais

Os gestores públicos deverão publicar os documentos orçamentários e fiscais nos seguintes meios:

- no jornal oficial, se houver, - no periódico de maior circulação do município; - na Internet; e, - em murais situados em locais de fácil acesso e de grande fluxo de

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pessoas. 2 - Ações de participação popular

A participação popular se dá, em todos os níveis: federal, estadual e municipal, especialmente, por meio de audiências públicas durante:

Os processos de elaboração e de discussão dos planos, leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (art. 48, Parágrafo único) Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Demonstração e avaliação do cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre; Art 9º § 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder

Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

Importante salientar que a mera publicação de material de conteúdo técnico, por si só, é considerada insuficiente pela LRF, que prevê a publicação de versões simplificadas dos documentos.

Simplificar significa prestar a informação de maneira a facilitar o entendimento da mesma por maior parcela da população, evitando que a assimilação seja restrita a detentores de conhecimento técnico.

O público deverá ter acesso garantido à informação, bem como, lhe ser assegurada à efetiva colaboração. A LRF determina que a participação popular seja INCENTIVADA. Cumpre, portanto, ao setor público e à sociedade

organizada fomentar, estimular, criar mecanismos de esclarecimento, dar a devida publicidade aos atos que incitam a participação popular. Conseqüentemente, gerar uma nova consciência social que resultará num controle eficaz da gestão pública.

- Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas. - As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, as contas dos Presidentes Poderes Legislativo e Judiciário

e do Chefe do MP, que receberão parecer prévio, separadamente do respectivo Tribunal de Contas. - As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:

I - da União, pelos Presidentes do STF e dos Tribunais Superiores; II - dos Estados, pelos Presidentes dos TJ.

- As contas dos Tribunais de Contas terão parecer proferido pela comissão mista permanente do legislativo. - Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de 60 dias do recebimento, se outro

não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais. - Nos Municípios não capitais e com menos de 200 mil habitantes o prazo será de 180 dias. - Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas pendentes de parecer prévio. - A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão, destacando: - Providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, - Ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, - Medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.

6.17 FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL

a) O que são os Tribunais de Contas?

São órgãos técnicos, independentes e autônomos, que auxiliam o Poder Legislativo no exercício do controle externo. Previstos na Constituição Federal, arts. 70 a 75, 33 § 2º e nas Constituições Estaduais. Vedada a sua criação no âmbito municipal. (art. 70, 71, 72, 73, 74 e 75). b) Natureza do Controle Externo

O controle externo é da competência do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais e Câmara Legislativa órgãos eminentemente políticos. A despeito do controle político que realizam, cabe-lhes o controle técnico que é viabilizado pela efetiva colaboração dos Tribunais de Contas, que constituem organismos técnicos especializados.

Podemos concluir que o controle externo possui natureza política e técnica.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal

c) Instrumentos de Controle Segundo a Natureza dos Fatos Controlados

1- Controle contábil; 2- Controle financeiro; 3- Controle orçamentário; 4- Controle operacional; e, 5- Controle patrimonial. Controle contábil - pelos registros contábeis são analisadas e controladas as operações orçamentárias, financeiras e

patrimoniais, durante o exercício financeiro. Possibilita a quantificação das ações em termos financeiros. Controle financeiro - incide sobre o orçamento e controla a receita arrecadada e as despesas. Controle orçamentário - diferencia-se do financeiro porque incide sobre a execução do orçamento. Verificando a

obediência ao princípio da legalidade, no tocante à realização da despesa. Controle patrimonial - incide sobre o patrimônio público que engloba bens dominiais e bens públicos de uso do povo,

espelhados no balanço patrimonial e verifica a legitimidade dos acréscimos e das diminuições do mesmo. Controle operacional - instituído pela Constituição Federal de 1988, incide sobre a execução das atividades

administrativas, apreciadas pelo ângulo operacional, compreendendo a economia, a eficiência e a legitimidade. Diferença entre os termos controle e fiscalização O controle ocorre desde a fase de exame e aprovação do

orçamento. Já a fiscalização acontece na fase de execução do orçamento.

A fiscalização do cumprimento das normas contidas na LRF, exercida pelo Poder Legislativo auxiliado pelos Tribunais de Contas, deve enfatizar:

- o cumprimento das metas estabelecidas na LDO; - os limites e condições de realização de operações de crédito e inscrições em restos a pagar; - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite; - o endividamento; - a destinação de recursos obtidos com a alienação do ativo e - o cumprimento do limite de despesas totais dos Legislativos municipais, quando houver. Da inteligência da norma contida no art 59 da LRF, que traz a expressão "com ênfase”, se depreende que essa enumeração

não é exaustiva, isto é, outros aspectos poderão ser fiscalizados pelos Tribunais de Contas. (art 59)

d) Despesa total com pessoal: conferência dos cálculos

Os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão citado no art. 20 da LRF deverão ser conferidos pelos Tribunais de Contas. (art 59 § 2º)

- O Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas (inclui o TCU) , e o sistema de controle interno de

cada Poder e do MP, fiscalizarão o cumprimento das normas da LRF, com ênfase no que se refere a: I - atingimento das metas estabelecidas na LDO; II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite; IV - providências tomadas, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos

limites; V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições da CF e as da LRF; VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.

- Os Tribunais de Contas (TCU incluso) alertarão os Poderes e órgãos quando constatarem: I - a possibilidade da realização de receita não comportar o cumprimento das metas Fiscais;

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II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite; III - que as dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram

acima de 90%dos limites; IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei; V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão

orçamentária. - Compete ainda aos Tribunais de Contas (inclui o TCU) verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de

cada Poder e órgão.

6.18 DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS - Lei estadual ou municipal pode fixar limites inferiores àqueles previstos na LRF para dívidas, operações de crédito e

garantias. - Os títulos da dívida pública, devidamente escriturados poderão ser oferecidos em garantia de empréstimos, - Os Municípios só contribuirão para o custeio de despesas de competência de outros entes da Federação se houver:

I - autorização na LDO e LOA; II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.

- A União prestará assistência técnica e cooperação financeira aos Municípios para a modernização das respectivas administrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com vistas ao cumprimento das normas da LRF;

- A assistência técnica consiste no treinamento e desenvolvimento de RH e na transferência de tecnologia, e apoio à divulgação dos relatórios em meio eletrônico de amplo acesso público.

- A cooperação financeira compreende doação de bens e valores, o financiamento através das instituições financeiras federais e o repasse de recursos de operações externas.

- Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo CN, no caso da União (também estado de defesa ou sítio), ou pelas Assembléias Legislativas, nos casos dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:

I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições relativas a despesas com pessoal e das dividas; II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho;.

- O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:

- harmonização e coordenação entre os entes da Federação; - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto público, na

arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal; - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de contas e dos relatórios

e demonstrativos de gestão fiscal de que trata LRF, normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social;

- divulgação de análises, estudos e diagnósticos. - O conselho instituirá formas de premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que alcançarem

resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas da LRF.

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EXERCÍCIOS GESTÃO FISCAL 1 • Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior de Análise Contábil No ciclo orçamentário, a etapa de elaboração do orçamento envolve a previsão das receitas públicas em que, conforme a Lei Complementar no 101/2000, a) a estimativa do impacto orçamentário-financeiro da renúncia de receita não será considerada na previsão de receitas na lei orçamentária, desde que as metas de resultados fiscais não sejam afetadas. b) as estimativas serão realizadas com base na escolha de um dos seguintes critérios: evolução histórica das receitas arrecadadas, mudança da legislação tributária, variação dos índices de preço ou crescimento econômico. c) a reestimativa da receita poderá ser feita pelo Poder Legislativo se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal. d) os montantes de receitas de operações de crédito poderão ser superiores aos das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. e) o Poder Executivo colocará os estudos e as estimativas à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público no prazo máximo de trinta dias após o encaminhamento da proposta orçamentária. 2 • Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior de Análise Contábil Sobre as disposições constitucionais e aquelas contidas na Lei Complementar no 101/2000 relativas ao PPA ? Plano Plurianual, à LDO ? Lei de Diretrizes Orçamentárias e a LOA ? Lei Orçamentária Anual é correto afirmar que a) o PPA estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para a totalidade das despesas correntes e de capital. b) o PPA orientará a elaboração da LOA e disporá sobre as alterações na legislação tributária. c) a LOA estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. d) a LDO disporá sobre normas relativas ao controle de custos dos programas financiados com recursos dos orçamentos. e) a LOA conterá Anexo de Riscos Fiscais, com avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas.

3 Prova: FCC - 2010 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Administrativa A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) I. estabelece os parâmetros necessários à alocação dos recursos no orçamento anual, de forma a garantir a realização das metas e objetivos contemplados no PPA ? Plano Plurianual. II. norteia apenas a elaboração do orçamento fiscal e do orçamento de investimento das empresas. III. compreende as metas e prioridades da administração pública e dispõe sobre as normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos do orçamento. IV. tem como parte integrante as metas fiscais que estabelecem as metas anuais, em valores correntes e constantes, relativos a receitas e despesas para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. V. contém o anexo de riscos fiscais, que avalia os ativos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. É correto o que consta APENAS em a) II e V. b) I, III e IV. c) I, II e III. d) IV e V. e) III, IV e V. 4 • Prova: FCC - 2010 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Administrativa A Lei Complementar nº 101/2000 estabelece que, para os Estados e Municípios, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida em a) 75%. b) 50%. c) 60%. d) 60% e 50%, respectivamente. e) 75% e 45%, respectivamente. 5 Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista - Orçamento A receita cujo valor é deduzido para o cálculo da receita corrente líquida do ente público, cujo conceito consta do art. 2º da Lei Complementar no 101/2000 (Lei da Responsabilidade Fiscal), é a receita a) de aluguéis de imóveis de propriedade do ente público. b) da contribuição para o financiamento da seguridade social. c) decorrente das atividades industriais e agropecuárias do ente público. d) da contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência.

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e) da dívida ativa do ente público. 6 • Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista - Orçamento A despesa total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os seguintes percentuais da receita corrente

líquida do ente da federação: (União), (Estados) e (Municípios). Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III: a) 70%, 70% e 70% b) 60%, 70% e 70% c) 60%, 60% e 60% d) 60%, 50% e 50% e) 50%, 60% e 60% 7 • Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista - Orçamento

Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um , deverá ser a ele

reconduzida até o término dos subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos no primeiro. Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III: a) bimestre, dois, 10% b) trimestre, três, 20% c) quadrimestre, três, 25% d) semestre, dois, 30% e) ano, dois, 35%

8 • Prova: FCC - 2006 - TRE-SP - Analista Judiciário - Área Administrativa O relatório de gestão fiscal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC no 101/2000) conterá, dentre outros registros demonstrativos, a indicação, no último a) quadrimestre, do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro. b) trimestre, do montante da inscrição em Restos a Pagar, das dívidas liquidadas, concessão de garantias e operações de crédito, inclusive por antecipação de despesa c) quadrimestre, do montante da despesa com o pessoal, total e sem distinção com inativos e pensionistas e dívidas não consolidadas e imobiliárias. d) trimestre, do montante em operações de crédito, salvo por antecipação de receita ou despesa. e) quadrimestre, do montante das operações de crédito inscritas por falta de disponibilidade em caixa e cujos empenhos não foram cancelados. 9 • Prova: FCC - 2006 - TRE-SP - Analista Judiciário - Área Administrativa A repartição entre os limites globais com despesas de pessoal NÃO poderá, na esfera federal, exceder ao percentual de a) 0,4%, para o Tribunal de Contas da União. b) 0,6%, para o Ministério Público da União. c) 2,9%, para o Legislativo. d) 4,5%, para o Judiciário. e) 30,9%, para o Executivo.

10 • Prova: FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia da Informação - Redes-Segurança-Conectividade Noções de Administração Pública. A receita corrente líquida, excluídas as duplicidades, será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos a) seis anteriores. b) dez anteriores. c) onze anteriores. d) doze anteriores. e) treze anteriores.

11 • Prova: FCC - 2008 - MPE-RS - Assessor - Área Administração Considere as afirmações com relação à Lei de Responsabilidade Fiscal.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal I. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. II. Compete aos respectivos Poderes Judiciários verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada ente da Federação e de cada Poder. III. Caso os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promovam a redução de despesas no prazo estabelecido no Artigo 9º (trinta dias subseqüentes a relatório bimestral que demonstre deficiência de receita para cumprir metas), o Poder Executivo está autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. IV. O montante previsto para a contratação de operações de crédito em cada exercício fica limitado ao montante da despesa de capital constante no projeto de lei orçamentária. V. Proíbe-se qualquer despesa corrente de caráter continuado, mesmo derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo, que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. São verdadeiras APENAS as afirmações a) II, IV e V. b) II, III e V. c) I e III. d) I e IV. e) I, III e IV. 12 • Prova: FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo - Gestão de Pessoas A Lei nº 101/2000 prevê que, quando o Poder Executivo ultrapassar 90% (noventa por cento) do limite definido para a despesa total com pessoal, ele será alertado pelo a) Conselho Municipal. b) Setor de Contabilidade. c) Poder Judiciário. d) Tribunal de Contas. e) Poder Legislativo. 13 • Prova: FCC - 2009 - TCE-GO - Técnico de Controle Externo - Área Administrativa Conforme previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, após a publicação dos orçamentos e observadas as demais exigências legais, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso no prazo de a) 120 dias, aprovando quadro de quotas trimestrais. b) 60 dias, aprovando quadro de quotas trimestrais. c) 30 dias, aprovando quadro de quotas bimestrais. d) 20 dias, aprovando quadro de quotas mensais. e) 10 dias, aprovando quadro de quotas bimestrais. 14 • Prova: FCC - 2009 - TCE-GO - Técnico de Controle Externo - Área Administrativa Determina a Lei de Responsabilidade Fiscal que na execução orçamentária sejam identificados os beneficiários do pagamento de sentenças judiciais. Sobre esta exigência legal é correto afirmar que a a) referida identificação será feita por meio do sistema de contabilidade e administração. b) lei orçamentária anual tem que indicar os nomes dos beneficiários. c) lei de diretrizes orçamentárias tem que trazer previsão dos nomes dos beneficiários que apresentaram o crédito até 31 de julho. d) exigência se justifica para que seja respeitada a ordem de valores para pagamento dos precatórios. e) identificação dos beneficiários será apresentada nas metas fiscais que acompanham a lei orçamentária. 15 • Prova: FCC - 2009 - TCE-GO - Técnico de Controle Externo - Área Administrativa A Lei Complementar nº 101/00 estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Essa lei a) autoriza que o titular de Poder, nos dois últimos quadrimestres do seu mandato, contraia obrigação de despesa para ser cumprida no próximo exercício financeiro, desde que ingresse como restos a pagar. b) disciplina a execução orçamentária, ao lado da Lei nº 4.320/64. c) define plano plurianual e disciplina o seu conteúdo mínimo. d) foi omissa quanto ao controle da despesa total com pessoal. e) veda expressamente qualquer forma de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária.

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16 • Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior Administrador Receita Corrente Líquida a) corresponde aos ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhorias. b) é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, consideradas as deduções conforme o ente (União, Estados, DF e Municípios). c) foi definida pela LRF (Lei Complementar no 101), como a receita realizada nos doze meses anteriores ao mês que se estiver apurando, excluídas as receitas provenientes de operações de crédito e de alienação de bens. d) foi estabelecida pela Resolução do Senado Federal no 96, de 15/12/1989, como a receita resultante da diferença entre a receita bruta e as deduções. e) é a soma dos ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades operacionais, visando a atingir objetivos traçados nos programas e ações do governo. 17 Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior Administrador Com relação à chamada "regra de ouro" da LRF (Lei Complementar no 101, de 4/5/2000): I. Segundo a CF (art. 167, inciso III), o Poder Legislativo pode autorizar, por maioria absoluta e finalidade precisa, a realização de operações de créditos (empréstimos) de valor superior ao das despesas de capital fixadas na Lei Orçamentária Anual - LOA, mas a LRF não prevê essa exceção. II. A aplicabilidade da "regra de ouro" ainda é obrigatória, pois essa previsão encontra-se também inserida na Constituição Federal. III. A "regra de ouro", atualmente em vigência, inserida no § 2o do art. 12 da LRF, dispõe que o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. IV. A aplicação do parágrafo 2o do art. 12 da LRF foi questionada por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, mas esta não foi aceita pelo STF. V. A "regra de ouro" da LRF, atualmente suspensa pelo STF, inserida no § 2º do art. 12, dispõe que o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária, ressalvadas as autorizadas mediante créditos especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. a) Estão corretas APENAS as afirmativas III, IV e V. b) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II. c) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V. d) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV. e) Estão corretas APENAS as afirmativas III e IV. 18 Prova: FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público – Especialidade Administração Os valores monetários recebidos de operações de crédito com a finalidade de atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro, cuja liquidação deve ocorrer, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano, constitui uma a) receita extra-orçamentária. b) despesa extra-orçamentária. c) aumento de dívida ativa. d) receita orçamentária. e) redução de dívida fundada. 19 Prova: FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público – Especialidade Administração Uma receita que pode ser considerada como corrente é aquela oriunda a) de transferências para cobrir despesas de capital. b) da alienação de bens móveis. c) da amortização de empréstimos concedidos. d) do recebimento de dívida ativa tributária. e) de operações de crédito. 20 Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas Considere a tabela abaixo.

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(*) Receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras também correntes, já realizadas as deduções previstas na LRF e excluídas as duplicidades. Nos termos estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o percentual de gastos com pessoal sobre a receita corrente líquida do Executivo Municipal de Azul, calculado com base no mês de dezembro/2009, é a) 49,21% b) 50,00% c) 54,00% d) 80,00% e) 125,00% 21 Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas Tomando como referência o mês de dezembro de 2009, o Executivo Municipal de Amarelo registrou um percentual de gastos com pessoal sobre a receita corrente líquida de 48,70%. Em relação a esse percentual obtido, é correto afirmar que o Executivo não está acima do limite máximo a ele estabelecido, que é de a) 54%. Não há necessidade de adoção de medidas para recondução ao patamar permitido. Cabe emissão de alerta por parte do Tribunal de Contas. b) 54%. Não há necessidade de adoção de medidas para recondução ao patamar permitido, nem cabe emissão de alerta por parte do Tribunal de Contas. c) 60%. Haverá necessidade de adoção de medidas para recondução ao patamar permitido, caso tenha ocorrido queda na arrecadação da receita. Não cabe emissão de alerta por parte do Tribunal de Contas. d) 60%. Cabe emissão de alerta por parte do Tribunal de Contas; não há necessidade de adoção de medidas para recondução ao patamar permitido, mas está vedada qualquer alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa. e) 54%. Cabe emissão de alerta por parte do Tribunal de Contas. Não há necessidade de adoção de medidas para recondução ao patamar permitido, mas está vedada qualquer alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa. 22 Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas A Prefeitura Municipal de Vermelho concedeu isenção de IPTU aos proprietários cujos imóveis fossem pintados de cinza. Nos termos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, essa medida a) não é renúncia de receita, uma vez que o critério adotado não pode ser considerado como ferramenta de justiça social. É necessário, entretanto, o atendimento ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. b) é renúncia de receita, pois se trata de isenção em caráter geral. É necessário o atendimento ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. c) é renúncia de receita, mas não será necessário o atendimento ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias em razão da autonomia legislativa municipal.

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d) é renúncia de receita, uma vez que corresponde a tratamento diferenciado. É necessário o atendimento ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. e) não é renúncia de receita, uma vez que o IPTU se trata de imposto progressivo, conforme previsão constitucional. É necessário o atendimento ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 23 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico em Informática Em 2X09, durante o processo de planejamento e orçamento para os próximos exercícios financeiros, o gestor de um governo estadual foi informado que demandas trabalhistas foram ajuizadas e era previsto risco de condenação. As ações são de servidores pleiteando a incidência dos adicionais quinquenais sobre os vencimentos integrais. Neste caso, o governo estadual deveria a) fazer a avaliação do passivo contingente no Anexo de Riscos Fiscais constante da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2X10, informando as providências a serem tomadas, caso se concretize. b) fixar o valor a ser pago, caso a condenação se concretize, como despesa com pessoal e encargos sociais na proposta de Lei Orçamentária Anual de 2X10. c) fixar o valor a ser pago, caso a condenação se concretize, como despesa com sentenças judiciais na proposta de Lei Orçamentária Anual 2X10. d) fazer a avaliação do passivo contingente no Anexo de Riscos Fiscais constante da proposta do Plano Plurianual 2X10/2X13, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. e) fazer a avaliação do passivo contingente no Relatório Resumido de Execução Orçamentária constante da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2X10, informando as providências a serem tomadas, caso se concretize. 24 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico em Informática Com o intuito de verificar se o comportamento das despesas com pessoal estava em conformidade com o estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o prefeito de um determinado município solicitou ao setor de contabilidade o levantamento dos dados referentes ao exercício findo em 31/12/X1, os quais estão descritos abaixo:

Considerando que a Despesa Líquida com Pessoal atende às normas estabelecidas pela LRF em relação ao que deve ser considerado despesa com pessoal para efeitos dos cálculos dos limites, o Poder Executivo, em relação ao exercício findo em 31/12/X1, a) deve comparar o percentual de realização de 50% de despesa com pessoal com os limites definidos pela LRF. b) deve comparar o percentual de realização de 52% de despesa com pessoal com os limites definidos pela LRF. c) atende ao limite máximo de despesa com pessoal, podendo tomar decisões que impliquem aumento do percentual de aplicação. d) atende ao limite máximo de despesa com pessoal, mas está proibido de criar novos cargos, empregos e funções. e) não atende ao limite máximo de despesa com pessoal. 25 Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Área Administrativa O Anexo de Riscos Fiscais, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, integrará o projeto de Lei a) do Plano Plurianual. b) Orçamentária Anual. c) de Diretrizes Orçamentárias. d) de Diretrizes Fiscais. e) de Diretrizes Plurianuais. 26 • Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Área Administrativa Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente, no primeiro quadrimestre, em pelo menos a) 5% b) 10%

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal c) 15% d) 25% e) 35% 27 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo A Lei de Responsabilidade Fiscal define limites máximos para as despesas com pessoal que cada ente da federação poderá realizar. Na verificação do atendimento dos limites definidos, serão computadas as despesas a) de indenização por demissão de servidores ou empregados. b) relativas a incentivos à demissão voluntária. c) decorrentes de decisão judicial de competência de período anterior ao da apuração. d) com inativos custeadas com recursos provenientes da arrecadação de contribuições dos segurados. e) com contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição de servidores públicos. 28 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo Com o intuito de verificar se o comportamento das despesas com pessoal estava em conformidade com o estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o prefeito de um determinado município solicitou ao setor de contabilidade o levantamento dos dados referentes ao exercício findo em 31/12/X1, os quais estão descritos abaixo:

Considerando que a Despesa Líquida com Pessoal atende às normas estabelecidas pela LRF em relação ao que deve ser considerado despesa com pessoal para efeitos dos cálculos dos limites, o Poder Executivo, em relação ao exercício findo em 31/12/X1, a) deve comparar o percentual de realização de 52% de despesa com pessoal com os limites definidos pela LRF. b) atende ao limite máximo de despesa com pessoal, mas está proibido de criar novos cargos, empregos e funções. c) deve comparar o percentual de realização de 50% de despesa com pessoal com os limites definidos pela LRF. d) atende ao limite máximo de despesa com pessoal, podendo tomar decisões que impliquem aumento do percentual de aplicação. e) não atende ao limite máximo de despesa com pessoal. 29 Prova: FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Administrativa Em 31/12/X1, a Prefeitura Y possuía as seguintes contas com seus respectivos saldos no Sistema Financeiro:

Durante o exercício de X2, ano eleitoral, o município arrecadou receitas no valor de R$ 2.500.000,00. Além disso, no final do exercício apresentava despesas liquidadas e pagas de 2.000.000,00, despesas liquidadas e não pagas de R$ 600.000,00 e despesas empenhadas e não liquidadas de 500.000,00. De acordo com a Lei Complementar no 101/2000, o valor máximo a ser inscrito em Restos a Pagar, em reais, é a) 100.000,00. b) 255.500,00. c) 355.500,00. d) 600.000,00. e) 755.500,00. 30 Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário - Área Administrativa Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e o Ministério Público quando constatarem

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I. o atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias. II. que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 85% do limite definido em lei. III. que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% dos respectivos limites. IV. que os gastos com inativos e pensionistas ultrapassou 90% do limite definido em lei. V. fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) III e V. e) IV e V. 31 Prova: FCC - 2007 - TRE-PB - Analista Judiciário - Área Administrativa No que toca à despesa de pessoal, a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que a) em até 3 (três) quadrimestres, tal gasto retome seu limite máximo. b) o limite prudencial corresponde a 90% do limite máximo. c) os limites são antepostos somente para todo o nível de governo; nunca para cada Poder estatal. d) os subsídios dos mandatos eletivos e o pagamento de pensionistas integram ambos o cômputo daquele gasto público. e) a apuração considera apenas o gasto havido no mês anterior, proporcionalmente à receita corrente líquida. 32 Prova: FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judiciário - Área Administrativa Assinale o valor máximo da despesa total com pessoal do Ministério Público da União permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, considerando os valores fornecidos a seguir:

a) R$ 648.000 b) R$ 414.000 c) R$ 64.800 d) R$ 41.400 e) R$ 5.880 33• Prova: FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário - Engenharia Civil transparência pública, determina a disponibilização de informações sobre a execução orçamentária e financeira da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Essa Lei estabelece que todos os gastos e receitas públicos deverão ser divulgados em meios eletrônicos. O prazo para os Municípios que tenham até cinquenta mil habitantes se adequarem a nova norma é de a) 1 ano. b) 2 anos. c) 3 anos. d) 4 anos. e) 6 anos. 34• Prova: FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - Prova 2 Sobre despesa total com pessoal, é INCORRETO afirmar: a) Serão computadas para cálculo do limite da despesa total com pessoal as despesas relativas a incentivos à demissão voluntária e à indenização por demissão de servidores. b) Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra para substituição de servidores serão contabilizados como "outras despesas de pessoal". c) A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês de referência com as dos onze meses imediatamente anteriores. d) Quando o Poder Público está excedendo em 95% do limite para despesa total com pessoal, será vedada a criação de cargo, emprego ou função.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal e) Se a despesa total com pessoal ultrapassar os limites definidos na Lei de Responsabilidade Fiscal, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes. 35 Prova: FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - Prova 2 A Lei de Responsabilidade Fiscal disciplina a renúncia de receitas. Não se considera renúncia de receita a) a remissão. b) a anistia. c) o crédito presumido. d) a isenção em caráter não geral. e) a imunidade. 36 Prova: FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Administração A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) a) representa a peça mais abrangente do planejamento governamental promovendo a convergência do conjunto das ações públicas e dos meios orçamentários para a viabilização dos gastos públicos. b) cria vínculos específicos de integração da LOA ? (Leis Orçamentárias Anuais) e da Lei de Responsabilidade Fiscal. c) estabelece os parâmetros necessários à alocação dos recursos no orçamento anual, de forma a garantir a realização das metas e objetivos contemplados no PPA (Plano Plurianual). d) é a Lei de maior alcance no estabelecimento das prioridades e no direcionamento das ações do governo, para um período de quatro anos. e) é o mais importante instrumento de gerenciamento orçamentário e financeiro da Administração Pública Federal. 37 Prova: FCC - 2010 - PGE-AM - Procurador Ao se referir a restos a pagar a Lei de Responsabilidade Fiscal afirma que é vedado ao titular de Poder ou órgão mencionado na referida lei, contrair obrigação de despesa, a) nos últimos dois bimestres do seu mandato, que não possa ser cumprida até o último dia do penúltimo mês do exercício, ainda que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito, sendo que, na determinação da disponibilidade de caixa, serão considerados os encargos e despesas compromis sadas a pagar até o final do exercício. b) nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito, sendo que, na determinação da disponibilidade de caixa, serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício. c) no último ano do seu mandato, que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito, sendo que, na determinação da disponibilidade de caixa, serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício seguinte. d) até o penúltimo quadrimestre do seu mandato, que venha a ser cumprida no exercício financeiro seguinte, sendo que, na determinação da disponibilidade de caixa, não serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar no referido exercício financeiro e no seguinte. e) nos últimos três trimestres do seu mandato, que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, ainda que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito, sendo que, na determinação da disponibilidade de caixa, serão consideradas as despesas com pessoal a pagar até o final do exercício financeiro. 38 Prova: FCC - 2010 - TJ-PI - Assessor Jurídico A lei que estabelece as metas e as prioridades da administração pública federal e orienta a lei orçamentária anual, ao dispor sobre alterações na legislação tributária e determinar a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, é denominada a) Lei de diretrizes orçamentárias. b) Lei de responsabilidade fiscal. c) Lei de improbidade administrativa. d) Plano plurianual. e) Lei de incentivo fiscal.

39 Prova: FCC - 2006 - TRE-SP - Analista Judiciário - Área Administrativa O relatório de gestão fiscal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC no 101/2000) conterá, dentre outros registros demonstrativos, a indicação, no último a) quadrimestre, do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro.

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b) trimestre, do montante da inscrição em Restos a Pagar, das dívidas liquidadas, concessão de garantias e operações de crédito, inclusive por antecipação de despesa c) quadrimestre, do montante da despesa com o pessoal, total e sem distinção com inativos e pensionistas e dívidas não consolidadas e imobiliárias. d) trimestre, do montante em operações de crédito, salvo por antecipação de receita ou despesa. e) quadrimestre, do montante das operações de crédito inscritas por falta de disponibilidade em caixa e cujos empenhos não foram cancelados. 40 Prova: FCC - 2008 - MPE-RS - Assessor - Área Administração Considere as afirmações com relação à Lei de Responsabilidade Fiscal. I. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. II. Compete aos respectivos Poderes Judiciários verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada ente da Federação e de cada Poder. III. Caso os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promovam a redução de despesas no prazo estabelecido no Artigo 9º (trinta dias subseqüentes a relatório bimestral que demonstre deficiência de receita para cumprir metas), o Poder Executivo está autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. IV. O montante previsto para a contratação de operações de crédito em cada exercício fica limitado ao montante da despesa de capital constante no projeto de lei orçamentária. V. Proíbe-se qualquer despesa corrente de caráter continuado, mesmo derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo, que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. São verdadeiras APENAS as afirmações a) II, IV e V. b) II, III e V. c) I e III. d) I e IV. e) I, III e IV. 41 Prova: FCC - 2008 - MPE-RS - Assessor - Área Administração Quanto ao cumprimento das normas da Lei de Responsabilidade Fiscal, é certo que o controle externo será exercido pelo a) Ministério do Planejamento, com o auxílio do Ministério Público. b) Poder Judiciário, exclusivamente. c) Ministério Público com o auxílio do Poder Judiciário. d) Ministério da Fazenda, exclusivamente. e) Poder Legislativo diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas. 42 Prova: FCC - 2009 - TCE-GO - Técnico de Controle Externo - Área Administrativa A Lei de Responsabilidade Fiscal disciplina a renúncia de receita. É considerado como forma de renúncia de receita a a) remissão. b) moratória. c) compensação. d) prescrição do crédito. e) conversão do depósito em renda. 43 Prova: FCC - 2006 - PGE-RR - Procurador de Estado Ao se referir à previsão e à arrecadação da receita pública, a Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe que a reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida a) se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal. b) se houver anulação de alguma despesa previamente prevista. c) em caso de necessidade ou interesse público. d) em caso de urgência e relevante interesse nacional. e) em caso de estado de emergência ou calamidade pública. 44 Prova: FCC - 2006 - PGE-RR - Procurador de Estado "Montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses, bem assim as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento", é, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, definição de

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal a) dívida pública consolidada ou fundada. b) operação de crédito. c) dívida pública mobiliária. d) refinanciamento de dívida. e) dívida pública garantida. 45 Prova: FCC - 2006 - PGE-RR - Procurador de Estado Acerca dos restos a pagar, a Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe: a) É vedado ao titular de Poder, nos últimos três trimestres do seu mandato, contrair obrigação de receita que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, ainda que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. b) É autorizado ao titular de Poder, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. c) É autorizado ao titular do Poder, até o penúltimo quadrimestre do seu mandato, contrair obrigação de despesa que venha a ser cumprida no exercício financeiro seguinte. d) É vedado ao titular de Poder, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele. e) É autorizado ao titular do Poder, nos últimos dois bimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida até o último dia do penúltimo mês do exercício, ainda que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. 46 Prova: FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade No âmbito da União, de acordo com a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Orçamentária Anual a) deve compreender apenas o orçamento fiscal, em respeito ao princípio da exclusividade. b) não poderá conter dispositivo estranho à previsão das receitas e fixação das despesas, não havendo qualquer tipo de ressalva a essa proibição. c) poderá consignar dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual, desde que devidamente justificada a necessidade pelo Poder Executivo. d) deve ter por objetivo reduzir as desigualdades inter-regionais, de acordo com o critério populacional, através da utilização do orçamento fiscal e do orçamento da seguridade social. e) deve compreender somente o orçamento fiscal e o orçamento da seguridade social, uma vez que as empresas estatais, por serem pessoas jurídicas de direito privado, têm orçamento próprio. 47 Prova: FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior de Procuradoria Um determinado Município excedeu o limite de despesa com o seu pessoal ativo e inativo fixados na Lei de Responsabilidade Fiscal. Em razão disso, decorrido o prazo para a adequação dessas despesas aos parâmetros legais, a) o Prefeito respectivo não poderá se candidatar à reeleição. b) o Município será passível de intervenção federal. c) o Município não mais receberá repasses do Fundo de Participação dos Municípios, até que sobrevenha a regularização de seus gastos. d) o Município não mais receberá repasses voluntários de verbas federais ou estaduais, enquanto permanecer acima do limite referido. e) será nomeado interventor pelo respectivo Estado-membro, com poderes para, inclusive, exonerar, motivadamente, servidores estáveis. 48 Prova: FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público – Especialidade Contabilidade Considere as afirmativas a seguir. I. Recolhimento é a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. II. Arrecadação é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira. III. Planejamento compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual ? LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal ? LRF. Está correto o que se afirma APENAS em a) III. b) I. c) I e III.

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d) II. e) II e III. 49 Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas Sobre a disciplina legal das operações de crédito, é correto afirmar que a) será admitida a contratação somente se tiver existência prévia e expressa de autorização no plano plurianual e na lei de diretrizes orçamentárias. b) é vedada a operação de crédito entre um ente da Federação e outro, de forma direta ou por intermédio de entes da administração indireta, salvo exceções previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal. c) é vedada a compra de títulos da dívida da União pelos Estados e Municípios, como aplicação de suas disponibilidades. d) só é permitida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. e) é permitida a assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços, por não caracterizar operação de crédito. 50 Prova: FCC - 2010 - TCM-CE - Analista de Controle Externo - Inspeção de Obras Públicas Conforme a Constituição Federal, cabe à lei complementar dispor sobre vigência, prazos, elaboração e organização do plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual. Sobre esta norma constitucional, é correto afirmar que a) a Lei de Responsabilidade Fiscal fixa os prazos para apresentação das propostas das leis orçamentárias. b) uma regra constitucional transitória dispõe sobre os prazos para apresentação das propostas das leis orçamentárias, diante da falta de lei complementar neste sentido. c) a Lei nº 4.320/64 dispõe sobre os prazos para apresentação de propostas das leis orçamentárias, já que foi recepcionada como lei complementar. d) a própria Constituição Federal fixa o prazo limite para apresentação de proposta única das três leis orçamentárias, podendo a lei complementar disciplinar de forma diferente. e) cada ente federado deverá editar uma lei complementar estabelecendo os prazos para apresentação das propostas das leis orçamentárias. 51 Prova: FCC - 2010 - Casa Civil - SP - Executivo Público Com relação aos princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), considere as afirmativas abaixo. I. A LRF determina ainda que os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. II. Caso se verifique, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. III. O Poder Executivo deve estabelecer a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a Lei de Diretrizes Orçamentárias. IV. Segundo a LRF, o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. V. É considerada obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de ato normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a três exercícios. Está correto o que se afirma SOMENTE em a) II e III. b) I, II, III e IV. c) I, III e V. d) III, IV e V. e) I, III, IV e V. 52 Prova: FCC - 2002 - MPE-PE - Promotor de Justiça Em matéria de gestão fiscal, que deve ser observada pelo Poder Público, em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no 101, de 04.05.2000), diz-se que a) não integra a receita corrente líquida, que deve ser arrecadada em doze meses, entre outras, a receita industrial, a exemplo da extração mineral, a receita agropecuária, como a silvicultura, e a receita de serviços diversos, a título de armazenagem. b) a transparência dessa gestão patrimonial será assegurada pelos órgãos públicos e pelos meios eletrônicos de acesso público, vedado o incentivo à participação popular e à realização de audiências públicas.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal c) a renúncia de receita compreende, dentre outras, o crédito presumido, o subsídio e a modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições. d) constituem requisitos essenciais da responsabilidade dessa gestão fiscal a instituição, a imunidade, a arrecadação, a isenção de caráter geral dos impostos, excluídas as taxas e as contribuições de melhoria e sociais. e) o Poder Executivo, a seu critério, poderá colocar à disposição do Poder Legislativo e do Ministério Público, em qualquer momento, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subseqüente, e as memórias de cálculo, salvo a receita corrente líquida. 53 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico em Informática De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a a) dez anos. b) cinco anos. c) quatro anos. d) três anos. e) dois anos. 54 Prova: FCC - 2008 - MPE-RS - Agente Administrativo Aponte a alternativa que NÃO contém instrumentos de transparência da gestão fiscal expressamente previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal: a) O Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal. b) Os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias. c) As prestações de contas e o respectivo parecer prévio. d) A avaliação do cumprimento das metas do ano anterior e demonstrativo de evolução do patrimônio líquido. e) O incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos. 55 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos citados no art. 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal quando constatarem que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou a) 75% do limite. b) 80% do limite. c) 90% do limite. d) 95% do limite. e) 190% do limite. 56 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo O cumprimento das normas previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal será fiscalizado pelo Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, com ênfase no que se refere a a) limites e condições para realização de investimentos e inversões financeiras. b) providências tomadas para recondução do montante das dívidas flutuante aos respectivos limites. c) atingimento das metas estabelecidas no Plano Plurianual. d) cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver. e) atingimento das metas estabelecidas na Lei Orçamentária Anual. 57 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo O prazo fixado na Lei de Responsabilidade Fiscal para os Tribunais de Contas emitirem parecer prévio conclusivo sobre as contas, se outro não estiver previsto nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais, é de a) 45 dias do encerramento do exercício. b) 45 dias do recebimento. c) 90 dias do encerramento do exercício. d) 60 dias do recebimento. e) 60 dias do encerramento do exercício.

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58 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo Sobre orçamento, é correto afirmar que a) o demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia é objeto do plano plurianual. b) as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente são objeto do plano plurianual. c) a orientação da elaboração da lei orçamentária anual é objeto da lei de diretrizes orçamentárias. d) as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas relativas aos programas de duração continuada são previstas na lei de diretrizes orçamentárias. e) o objeto do plano plurianual vem definido na Lei Complementar nº 101/00 ? Lei de Responsabilidade Fiscal. 59 Prova: FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo Quanto à Lei de Responsabilidade Fiscal, é INCORRETO afirmar: a) O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realiza- das, acrescido de atualização monetária. b) É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos de fundos. c) Os contratos de operação de crédito externo deverão sempre conter cláusula que importe a compen- sação automática de débitos e créditos, limitada ao exercício da sua constituição, ainda que sem previ- são orçamentária. d) A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar previs- ta no orçamento ou em seus créditos adicionais. e) Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% no primeiro. 60 Prova: FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Contabilidade O Relatório de Gestão Fiscal é um dos instrumentos de transparência da administração previstos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Sobre o relatório é correto afirmar que a) será emitido ao final de cada trimestre pelo Chefe do Poder Executivo. b) será publicado até 60 (sessenta) dias após o encerramento do período a que corresponder, inclusive por meio eletrônico. c) contém demonstrativo das disponibilidades em caixa em todo relatório. d) é facultativo para municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes. e) contém comparativo entre o montante de concessão de garantias e os limites determinados pela LRF. 61 Prova: FCC - 2003 - TRT - 21ª Região (RN) - Analista Judiciário - Área Administrativa Para os fins da Lei de Responsabilidade Fiscal: I. A despesa total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder ao percentual da receita corrente líquida de 60% para a União. II. A repartição dos limites globais, referentes aos percentuais e à receita corrente líquida, não pode exceder a 6% para o Judiciário. III. Na verificação do atendimento dos limites referentes às despesas de pessoal não serão computadas as despesas relativas à demissão voluntária. IV. As despesas com pessoal, decorrentes de sentenças judiciais referentes ao período anterior da apuração, devem ser incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão. Está correto APENAS o que se afirma em a) I e II. b) I, II e IV. c) I e IV. d) II e III. e) II, III e IV. 62 Prova: FCC - 2007 - TRE-PB - Analista Judiciário - Área Administrativa No que toca à despesa de pessoal, a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que a) em até 3 (três) quadrimestres, tal gasto retome seu limite máximo. b) o limite prudencial corresponde a 90% do limite máximo. c) os limites são antepostos somente para todo o nível de governo; nunca para cada Poder estatal. d) os subsídios dos mandatos eletivos e o pagamento de pensionistas integram ambos o cômputo daquele gasto público.

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Orçamentária Público e Gestão Fiscal e) a apuração considera apenas o gasto havido no mês anterior, proporcionalmente à receita corrente líquida. 63 Prova: FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judiciário - Área Administrativa É INCORRETO o que se afirma em: a) O projeto de lei orçamentária anual deve ser elaborado de forma compatível com o Plano Plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas da Lei de Responsabilidade Fiscal. b) A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. c) A lei de diretrizes orçamentárias disporá sobre normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos. d) A lei orçamentária poderá consignar dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no Plano Plurianual. e) O Plano Plurianual, a lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento anual são instrumentos relativos ao processo orçamentário. 64 Prova: FCC - 2006 - TRT-24R - Analista Judiciário - Área Administrativa Nos três meses finais de seu mandato, determinado Prefeito Municipal enviou projeto de lei à Câmara dos Vereadores propondo a criação de dez cargos em comissão. No prazo de duas semanas, transformado em lei, os servidores foram nomeados. Diante da situação narrada e, nos termos do disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no 101/00), o ato a) de nomeação é nulo, uma vez que nos 180 (cento e oitenta) dias que antecedem o final do mandato apenas podem ser nomeados servidores concursados. b) de nomeação é válido, uma vez que expedido dentro de prazo de até 3 (três) meses que antecede o término do mandato. c) que ocasionou o aumento de despesa com pessoal é anulável ante a regra que proíbe a nomeação de servidores durante o último ano de mandato. d) que culminou com o aumento de despesas pode ser convalidado, no exercício financeiro seguinte, pelo sucessor do prefeito. e) que resultou no aumento da despesa com pessoal é nulo de pleno direito, posto que expedido dentro dos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato.

Gabarito:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

C D B C D E C A B C D D C A B B B A D B

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

A D A E C D E E E D D C D A E C B A A D

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

E A A A D D D A B B B C E D C D D C A E

61 62 63 64

D D D E