apostila nas ondas ambiente 2014

174

Upload: ludi-um

Post on 13-Jan-2015

793 views

Category:

Education


4 download

DESCRIPTION

Esta apostila faz parte do Curso de Capacitação em Técnicas Radiofônicas Nas Ondas do Ambiente

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 2: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 3: Apostila nas ondas ambiente 2014

ABRIL 2014

2ª Edição

Page 4: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 5: Apostila nas ondas ambiente 2014

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Luiz Fernando de Souza

SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE (SEA)

Carlos Portinho

Superintendência de Educação Ambiental

Paulo Cesar Becker

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO (SEEDUC)

Wilson Risolia

Coordenação de Educação Ambiental e Saúde

Deise Keller Cavalcante

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ)

EQUIPE PROGRAMA NAS ONDAS DO AMBIENTE

Coordenação Acadêmica

Coodernação Adjunta de Logística

Assessoria Executiva

Assessoria Pedagógica

Assessoria Rádio Escola

Subcoordenação Administrativa

Docentes de Educação Ambiental

Docentes de Educomunicação

Docentes de Rádio e Sonoplastia

Programação Gráica Visual

Carlos Eduardo Leal

Jadyr Franco

Fernando Esteban

Luiz Savedra

Andrea Cristina Carneiro

Andrea Valente

Alba Valéria

Eduardo D’Avila

Marco Aurélio Moreira

Mylena Passeri

Eleusa Mancini

Marcos Vinícios Souza de Menezes

Vitor Martins Salles

Beatriz Baptista do Couto

Bernardo Cahuê Martins

Fábio ACM

Felipe Castro

Luis Antônio “Ludi Um”

Sandro Machintal

Comunica Seam

Reitor

Centro de Estudos Ambientais e

Desenvolvimento Sustentável (Ceads)

Ricardo Vieiralves de Castro

Marcos Bastos

Page 6: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 7: Apostila nas ondas ambiente 2014

SUMÁRIO

O PROGRAMA NAS ONDAS DO AMBINTEIntrodução 11

EDUCAÇÃO AMBIENTALEducomunicação Socioambiental 15

Características da Educomunicação 15

Comunicação não é o mesmo que informação 15

Como praticar a Educomunicação Socioambiental 16

Educação Ambiental 19

Caracterização de problemas e conflitos ambientais 19

Refletindo 20

Bacia hidrográfica como unidade espacial de análise 22

Conceito geográfico 22

A Base Legal dos recursos hídricos no Brasil 24

Espaço Geográfico 25

Planejamento: a opção pelo enfoque participativo 26

Etapas do Planejamento Participativo 28

Lei da Educação Ambiental (Lei 3.325) 31

Aterros sanitários (Lei 2.794) 31

Mudanças climáticas (Lei 5.690) 32

Parcelamento do solo urbano (Lei 1.130) 32

Proteção Ambiental (Lei 2.318) 32

Lei do Lixo (Lei 3.009) 32

Resíduos sólidos (Lei 4.191) 32

Coleta seletiva do lixo (Lei 6.408) 33

Reciclagem de PET e plásticos (Leis 3.206 e 3.369) 33

Compensação energética (MCE) (Lei 41.318) 33

Lixo na Rua ( Lei 3.467) 34

Politica de recursos hídricos ( Lei 3.239) 34

Coleta seletiva nas escolas (Lei 1.831) 34

Código Florestal (Lei Federal 12.651) 35

Texto para porte e atividades 35

O que é a natureza? 35

Para rir e refletir 37

Page 8: Apostila nas ondas ambiente 2014

Caindo a ficha: crise ambiental ou dilema civilizatório? 39

Virou notícia 40

Para rodas de reflexão e conversa (distribuindo as frases por grupos) 45

As cidades e os problemas socioambientais locais e globais 47

Poluição do ar 47

Poluição sonora 47

Poluição luminosa 48

Poluição visual 48

Lixo 48

Enchentes 49

Deslizamentos de encostas 49

Mudanças climáticas 50

Rompimento da camada de ozônio 51

Chuva ácida 51

Destruição dos ecossistemas 52

Perda da biodiversidade 52

Desertificação 52

Poluição dos oceanos 53

Poluição e falta de água doce 53

A destruição da diversidade étnica do planeta 54

Como podemos fazer a nossa parte 56

Roteiro de diagnóstico socioambiental – Local 58

Roteiro de diagnóstico socioambiental – Resíduos sólidos 59

Roteiro de diagnóstico socioambiental – Água e esgoto 61

RADIALISMOBreve histórico do Rádio 67

O Rádio no Brasil 68

Rádio Comunitária 71

Para que serve a Rádio Comunitária 72

Legislação sobre a Rádio Comunitária 73

Para que serve a Rádio Escola 75

O texto radiofônico 75

Redação do texto Radiofônico 76

Lead (ou lide) 77

Page 9: Apostila nas ondas ambiente 2014

Vamos ao exemplos 77

Alguns exercícios 79

Preste atenção nas dicas 80

Linguagens de Rádio (Produtos) 81

Spot 82

Notas Jornalísticas 83

Jingle 83

Radionovela ou Radioteatro 83

Produção de programas radiofônicos 84

Locutor/repórter 84

Operador de áudio/sonoplastia 85

Modelo de Pauta 85

Entrevista e reportagem 86

Roteiro 88

Modelo de Roteiro de programa de radiojornalismo 89

Técnica de leitura 90

Locução: a voz do rádio 92

A locução de notícias 95

Cuidados com a voz 95

Glossário de termos radiofônicos 96

Suporte 98

Tocando a Rádio 98

Bibliografia consultada 100

RÁDIO E SONOPLASTIAIntrodução 102

Roteiro 102

Sonoplastia 103

O sonoplasta 103

Princípios da sonoplastia 104

Caderno da sonoplastia 105

Manual de operação de áudio 110

Noções Gerais de áudio 114

Operação de áudio – resumo pratico 114

ZARARADIO (operação de áudio) 134

Radio WEB 155

Page 10: Apostila nas ondas ambiente 2014

10

Page 11: Apostila nas ondas ambiente 2014

11

INTRODUÇÃO

O Programa Nas Ondas do Ambiente (PNOA), fruto da parceria entre a Secretaria de Estado do

Ambiente/Superintendência de Educação Ambiental (SEA/Seam) e a Universidade do Estado do Rio de

Janeiro (Uerj), iniciou suas atividades no Estado do Rio de Janeiro em 2007.

O Programa Nas Ondas do Ambiente é um trabalho pioneiro no país já que, pela primeira vez, uma

Secretaria de Estado adota como política pública a metodologia da Educomunicação como meio de

capacitação de comunidades e unidades escolares para a discussão e o enfrentamento dos problemas

ambientais locais, estimulando-os a criarem suas próprias redes de comunicação social e intervenção

no território. Ao associar processos participativos com educação popular, utilizando as chamadas

TIC´s (tecnologias de informação e comunicação), projetos de Educomunicação como o Nas Ondas do

Ambiente desempenham um relevante papel na capacitação da população para sua participação na vida

pública e no exercício do controle social.

De 2007 a 2009, o PNOA, em parceria com a ONG Viva Rio, desenvolveu atividades de capacitação em

técnicas radiofônicas em comunidades e escolas, tendo como principais projetos: [email protected];

Rádio Quintal: Comunicação Limpa e Despertar Ecológico; Projeto de Animação de Rede e Projeto

Mulheres da Paz.

No inal de 2009, o PNOA iniciou suas atividades no Mosaico da Serra da Bocaina, região da Costa Verde, compreendendo os municípios de Angra dos Reis e Parati, com o Nas Ondas da Mata Atlântica.

O projeto era voltado para a mobilização comunitária e a implementação de rádios comunitárias em

áreas de quilombolas, caiçaras e indígenas no sul do estado luminense, com a realização de cursos de capacitação em técnicas radiofônicas.

Em 2010, o PNOA deu continuidade às atividades do Projeto Nas Ondas da Mata Atlântica na região do

Mosaico Central Fluminense, região central do Estado do Rio de Janeiro, compreendendo, entre outros,

os municípios de Teresópolis, Nova Friburgo, Guapimirim, Magé, Cachoeiras de Macacu, Duque de

Caxias, Petrópolis, Silva Jardim, Itaboraí.

Em 2011, foram realizadas atividades de fortalecimento das capacitações em técnicas radiofônicas e

sensibilização socioambiental nas comunidades das regiões da Serra da Bocainae do Mosaico Central

Fluminense, em particular, na região serrana do Rio de Janeiro fortemente atingida pelo desastre ambiental

de 2010. Paralelamente, foram realizadas atividades de fortalecimento das capacitações e formação em

técnicas radiofônicas e comunicação jornalística com o grupo do Projeto Mulheres da Paz, para instalação e

operação de rádio comunitária (Rádio Mulher) no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro.

A partir de 2012, o PNOA vem atuando em três segmentos distintos: Rádio Escola, Comunidades

Urbanas e Comunidades Mata Atlântica. No componente Rádio Escolas são realizadas atividades de

capacitação em técnicas radiofônicas para alunos e professores da rede estadual de ensino público.

No componente Rádio Comunidades Urbanas, o PNOA consolidou a atuação da rádio comunitária

Rádio Mulher - Um Ambiente Comunitário (98,7MHz), no Complexo do Alemão. Ainda no segmento

Comunidades Urbanas, o PNOA tem promovido a implementação da Rádio Elos do Asé, no município

de São João de Meriti, como a primeira rádio comunitária produzida e transmitida de um terreiro de

candomblé do estado,no formato rádio web. Em relação ao componente Comunidades Mata Atlântica,o

PNOA tem atuado no fortalecimentoda instalação de uma rádio comunitária na região serrana luminense, como forma de contribuir para políticas públicas de apoio à implementação do Mosaico Central Fluminense

e com início de suas atividades na serra da Mantiqueira para o segundo semestre de 2013.

Page 12: Apostila nas ondas ambiente 2014

12

Page 13: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 14: Apostila nas ondas ambiente 2014

14

Page 15: Apostila nas ondas ambiente 2014

15

EDUCOMUNICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL

Educomunicação é um campo de saberes e práticas relacionadas ao uso pedagógico da comunicação e à comunicação social educativa. Educomunicação ambiental, ou socioambiental, é um conceito político-pedagógico que assimila a experiência da Educomunicação em ações de intervenção e educação ambiental.

(Fonte: http://educom-socioambiental.blogspot.com/ consultado em 04/12/2008)

CARACTERÍSTICAS DA EDUCOMUNICAÇÃO:• Promove o desenvolvimento da cidadania.

• Fundamenta sua política de comunicação educativa em princípios da democratização, promoção, autonomia e emancipação.

• Estimula a participação na criação e na gestão dos meios de comunicação, fortalecendo o protagonismo dos indivíduos que (se) educam para a construção de sociedades sustentáveis.

•Promove inclusão ampla no direito à comunicação.

• Envolve a relação entre comunicação, educação e sustentabilidade.

COMUNICAÇÃO NÃO É O MESMO QUE INFORMAÇÃO!

A comunicação de que falamos compreende a arte de dialogar, de conversar, de maneira crítica, de forma a distinguir o verdadeiro do falso.

As tecnologias de informação/comunicação são alguns dos meios pelos quais podemos nos comunicar. A inalidade,porém,napráticaEducomunicativa,équeessesmeiossejamportadoresdeconteúdosparaaeducaçãoparaoambienteesejamosmembrosdacomunidadeosprodutoresecomunicadoresdestesconteúdos.

A participação da comunidade, na prática educomunicativa, traz para o grupo uma comunicação para todas e todos, mais participativa e democrática – em comunhão. Essa prática pode evitar ruídos e sériosconlitosemcomunidades.Portanto,édeextremaimportânciaparaosucessodaimplantaçãoda Agenda 21 Escolar a partir de sua escola e nas demais escolas do Estado do Rio de Janeiro.

Page 16: Apostila nas ondas ambiente 2014

16

COMO PRATICAR A EDUCOMUNICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL?

Há várias possibilidades de materiais de Educomunicação que podem ser desenvolvidas, como se segue:

•Teatro: É um excelente recurso para envolver sua comunidade e mobilizá-la.

• Fotograia:A fotoéa imagemdos conteúdosnamensagem;portanto, ela ilustranossaentrevista. Tire fotos dos entrevistados, do lugar que está o destaque de sua matéria, das autoridades envolvidas e de tudo o que o grupo considerar mais importante para ilustrar o conteúdodamatéria.

•Cartaz:Éconsiderado,napropaganda,umveículodeapoio.Eleajudaamensagemaserixada,masnãosedestinaacomunicardetalhessobreamensagem.Contudo,ocartazpodedirecionaropúblicoaobtermaioresinformações,atravésdoveículoprincipal.Aescrita,nocartaz, deve levar a mensagem resumida, com informação precisa e em poucas palavras. Quanto menos texto, maior a possibilidade dos “passantes” lerem toda a mensagem. O nome e a marca devem estar, sempre, em todos os materiais impressos. Os cartazes devem ser aixadosemlugaresondeaspessoasquepassampelaescolapossamleramensagemeemoutros espaços da comunidade.

• JornalMural:aelaboraçãodeumjornalmuraléexcelentemeiodecomunicação.Aescolhadoespaçoondevai ser aixadoo JornalMural édeextrema importância.Dêpreferênciaaoslugaresondeacomunidadeescolarsereúnaepermaneçaalgumtempo.Assim,todospoderãotermaistempoparalerasnotíciasaixadasnoJornalMural.DepoisdeescolhidoolocaladequadoparaaixaroJornalMural,vamospensaremseuconteúdoeemcomoesteseráarrumadonoespaçodojornal.UmasugestãoparaharmonizaroespaçodoJornalMural:dividaoespaçoemtrêspartes.Aspartesnãoprecisamserseparadasporlinhas.Essejornaldeveserbemcolorido,sugiroousodetarjetasdecartolinacoloridas.MasomaisimportanteéquetodaacomunidadeparticipedaproduçãodoJornalMural!Agora,comopreencheresseJornalcomconteúdos?Oprimeiropassoéaescolhadotema.Umavezescolhidootema,éhoradepensarnorecheio!Orecheiodojornalpoderáserconstruídodediversasformas:

•Fanzine: Tem estilo e diagramação próprios, é elaborado para representar a cultura alternativa, nãodivulgadapelagrandeimprensa.Comessemeiodecomunicação,vocêpodecolherdadosinformativos sobre sua comunidade e fazer um registro de imagens que a represente, textos, culinária típica da região, grupos culturais que existem na comunidade escolar e na do seu entorno. A linguagem utilizada no fanzine é a mais próxima da comunidade que está representando.

Page 17: Apostila nas ondas ambiente 2014

17

Oformatodofanzinepodeserqualquerum!Tablóide,revistaetc.Entretanto,vamosdarumasugestão...OsconteúdostemáticosdoJornalMuralpodemsercolocadosemumfanzinecomo seguinte formato: folha de papel A4, dobrada ao meio, formando um livretinho de 4 páginas. A primeira página de um fanzine é a capa. Não se esqueça de colocar nela o logotipo (nome dojornal)ealogomarca(imagemquerepresentaonome).Ébomsempreapresentaramesmamarcaparaqueelasejaixadaportodososleitores.Nacontracapa,sugiroquevocêcoloqueoscréditos(nomesefunçõesdogrupo,namontagemdofanzine)eonomedaUnidadeEscolar. Assim, em qualquer lugar que seu fanzine estiver circulando, todos saberão quem o confeccionou. Você pode recortar várias letras e iguras de outros jornais e revistas eutilizá-las para fazer uma colagem em seu fanzine. Pode também recortar histórias em quadrinhos, fotograias e outras imagens que achar pertinente ao tema abordado. Usesuacriatividade!Quantomaiscolorido,alegre,dinâmico,foroseujornal,maiorchancede êxito em sua comunicação. Lembre-se: desenhar também é um recurso visual muito bom ecriativo!Esevocêoptarporproduziroutrotipodematerialeducomunicativoescrito,alémdojornalmuraledofanzine,opapelutilizadoparasuareproduçãodeveráseroReciclado.

• Gravaçãodeáudio:SealguémpossuirumgravadordeMP3ousimilarpoderágravaraentrevista.

• Entrevistas: Alunos, professores, diretores, funcionários da escola, pais de alunos, representantes da associação de moradores de seu bairro, radialistas comunitários, representantes deinstituiçõesreligiosas,liderançaspolíticasereligiosas,gestoresefuncionáriosdeUnidadesdeConservaçãodaNaturezasãoexemplosdepessoasquepodemserentrevistadas.Entrevistepessoasdacomunidadequeconheçamahistóriadolocal.Perguntaaestaspessoas:Comoeraaregião,nopassado?Nasuaopinião,qualomaiorproblemadenossobairro?VocêsabeoqueéumaUnidadedeConservação?Qualéamaispróximadanossacomunidade?Nãoseesqueçadelevarumbloquinhoparaanotarasrespostas,ouoseugravadorMP3,ok?

• Radiojornalismo: A comunicação que se estabelece pela linguagem escrita é bem diferente da que se estabelece pala linguagem falada. No rádio, os ouvintes não param o que estão fazendo para ouvir a notícia. Portanto, é preciso repetir a mesma mensagem ao longo da programação, pelo menos três vezes, para que o ouvinte possa registrá-la. A linguagem do rádio deve combinar a fala precisa, clara, direta, com a sonoplastia e a voz cativante do locutor. A locução tem papel fundamental no rádio. É através da voz do locutor que a mensagemganhaforçaetransforma-seemimagensparaoouvinte;portanto,olocutorétambémumator.Atravésdesuafala,imprimeoritmo,aclareza,aemoção,aimportânciadamensagem. O rádio é, também, um veiculo caloroso, participativo, envolvente, de respostas imediatas, que arrasta o ouvinte pelo sugestionamento. Trata do dia-a-dia das pessoas e, por isso, o planejadorderadiojornalismodeveconhecerosseusouvinteseouvirtodososrepresentantesda comunidade: moradores do bairro, donas de casa, autoridades, trabalhadores, associação de moradores e quem mais for representativo para a matéria.

Sejacriativo!Qualqueroutraformaquevocêconsidereprodutivapara

enriquecerojornaldeconteúdospodeedeveserusada!

Page 18: Apostila nas ondas ambiente 2014

18

REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, Carlos. LEÃO, Tom: Rio Fanzine: 18 Anos de Cultura Alternativa. Rio deJaneiro:Record, 2004.

DocumentosTécnicosProgramadeEducomunicaçãoSocioambiental-SérieDocumentosTénicos–2- Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 2005. http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/dt_02.pdf

Projeto Papo Cabeça/Ponto de Cultura: Viva Rio e Ministério da Educação: curso de Capacitação emRadiojornalismoparaComunicadoresdeRádiosComunitárias:RiodeJaneiro,2005.

Page 19: Apostila nas ondas ambiente 2014

19

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Buscamos no Programa oferecer uma Educação Socioambiental crítica, transformadora, política, democrática,interdisciplinar,permanente,ética,comrespeitoàvida,quesejaindividualecoletiva,quetenhaparticipaçãoativaeresponsáveldetodos,comaçõeslocaisquerelitamàrealidade.

DeacordocomaLei9.795de27/4/99EducaçãoAmbientalsãoprocessospormeiodosquaisoindivíduoe a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Já Guimarães diz que “uma Educação Ambiental crítica aponta para transformações radicais nas relações de produção, nas relações sociais, nas relações homem-natureza, na relação do homem com suaprópriasubjetividade,numprocessodeconstruçãocoletivadeumaética,umanovacultura,novosconhecimentos”. (Guimarães, 2000).

CARACTERIZAÇÃO DE PROBLEMAS E CONFLITOS AMBIENTAIS

SegundoQuintas(2009)emtodoprocessodeapropriaçãoeusodosrecursosambientais,estãosempreemjogo interessesdacoletividade,cujaresponsabilidadepeladefesaédoPoderPúblico,e interessesespecíicosdeatoressociaisque,mesmoquandolegítimos,nemsemprecoincidemcomosdacoletividade.

Estesatoressociaispodempossuirgrandecapacidadeparainluir(aseufavor)nasdecisõesdosórgãosdemeioambiente,sobreadestinaçãodosrecursosambientais,sejapelaviadapressãopolíticadireta,sejapormeiodadivulgaçãoàsociedadesobreaimportânciaeconômicaesocialdoseuempreendimento(geração de empregos é um dos fortes argumentos), ou pelas duas formas.

Já vimos também que a disputa pelo controle de qualquer recurso escasso é própria da natureza da

sociedade. Portanto, o importante é que o órgão de meio ambiente, no exercício de sua competência

mediadora, proporcione condições para que os diferentes atores sociais envolvidos tenham oportunidade

deexporaoutrosatoressociaiseaoconjuntodasociedade,osargumentosquefundamentamaposição

decadaumquantoàdestinaçãodosrecursosambientaisemdisputa.AsAudiênciasPúblicasdasquais

falamos,naUnidadeanterior,sebemorganizadas,podemproporcionarcondiçõesparaqueestesaudável

embate de posicionamentos aconteça.

Entretanto, entre os atores sociais envolvidos, há aqueles que dispõem de conhecimentos e habilidades

sobre a problemática em discussão (os empreendedores, por exemplo), que lhes permitem argumentarem

a seu favor. Ao mesmo tempo, há outros que, apesar de afetados pelas decisões (por exemplo, comunidades

costeiras, no caso da construção de um porto), não têm acesso aos conhecimentos e habilidades necessárias

parapoderemdefenderseusinteresses.Emmuitassituações,casotaisinteressessejamcontrariados,este

fato ameaça a própria sobrevivência da comunidade atingida.

A experiência dos educadores tem mostrado que uma ferramenta importante para compreender a

complexidadedaquestãoambientaléo“estudodecaso”,noqualocasopodeserumproblema,conlito

oupotencialidadeambiental.Paraexempliicar,trabalharemoscomaanálisedeumproblemaambiental.

Entretanto, o roteiro adotado para o estudo de problemas e a socialização do seu resultado poderá, com

algumaadaptação,serutilizadonoestudodeconlitosepotencialidadesambientais.

Page 20: Apostila nas ondas ambiente 2014

20

REFLETINDO

Oqueéumproblemaouconflitoambiental?Ou melhor...

Oquenósaquichamaremosdeproblemaouconflitoambiental?Hádiferençaentreosdois?

Otermoproblema,nonossodiaadia,assumeváriossigniicados.Quandoalguémfaladeumproblema

inanceiro,emgeral,estásereferindoaideiasdotipofaltadedinheiro,diiculdadesdepagarcontas

etc.Damesmaforma,seumapessoafaladeumproblemadesaúde,podeestarquerendotransmitira

ideia de risco ou ameaça (esta doença pode deixar fulano sem poder andar pelo resto da vida), de dano

temporário ou permanente ao organismo (tal enfermidade deixou fulano com o pulmão comprometido

parao restodavida;a fraturadeixousicranosempoderusaramãodireitaporuns temposetc.).Há

tambémcasosemqueotermoestáassociadoaodesaioderealizarumatarefaprática(oproblemada

construção de uma ponte) e há, ainda, muitos outros sentidos.

Comopessoasenvolvidascomocampodagestãodomeioambiente,quandousamosotermoproblemaambiental, também atribuíram a ele vários sentidos. Ao usar este termo em nossas falas, podemos estar nos referindoadiiculdades(oproblemadaiscalizaçãoemaltomar),àcarência(oproblemadafaltadeembarcaçõesparaiscalizaremaltomar),atarefaspráticas(oproblemadacriaçãodeumaUnidadedeConservação)ouaoutrossigniicados.Nestetrabalho,estaremosentendendoproblemaambientalcomo“aquelassituaçõesondehajariscoe/oudanosocial/ambientalenãohajanenhumtipodereaçãoporpartedosatingidosoudeoutrosatoresdasociedadecivilfaceaoproblema”(Carvalho&Scotto,1995).

Deacordocomestaconcepção,podemserexemplosdeproblemasambientais:aameaçaouextinçãodeespécies da fauna e da lora; lixões; desmatamentos; rios e águas subterrâneas contaminadas pormetaispesados,chorume,esgotosdomésticoseindustriais,agrotóxicosetc.;usodeagrotóxicos;contaminaçãodepraias;poluiçãodoar;eoutrasformasdepoluição.

Em termos práticos, além de ser uma situação onde se observa dano e/ou risco à qualidade de vida das pessoas (em decorrência da ação de atores sociais sobre os meios físico-natural e/ou construído), o problema ambiental caracteriza-se, pela ausência de qualquer tipo de reação dos atingidos ou de atores sociais dasociedadecivil.SegundoCarvalho&Scotto(1995),“sãofreqüentesoscasosondeexisteapenasumaconstataçãotécnico-cientíicadoproblema–examesdelaboratórioconcluemqueorioestácontaminadopor metais pesados, por exemplo. Outras vezes, há sugestões de solução ou de encaminhamento para umaaçãodegoverno,ouseja,umapolíticaambiental.”Evidentemente,condutasdotiposugerirsoluçãoao governo não podem ser caracterizadas como uma ação contrária (reação) àquela que está provocando risco e/ou dano ao meio ambiente.

É como se a existência de um esgoto a céu aberto, que um dia foi rio, se transformasse num fato tão banal no cotidiano da comunidade, que as pessoas passassem a aceitar o seu mau cheiro, o seu mau aspecto e o risco de contaminação por doenças transmitidas por vetores diversos, como algo “normal”. O fato de o rio contaminado“estarlá”,parecequenãoincomoda,nãointeressa,ouseja,não“mexe”comaspessoas.

Page 21: Apostila nas ondas ambiente 2014

21

Diferentedoproblemaambiental,oconlitoambientaléaquientendidocomo“aquelassituaçõesondeháconfronto de interesses representados por diferentes atores sociais, em torno da utilização e/ou gestão domeioambiente”(Carvalho&Scotto,1995).

Desaída,oconflitoambientalocorreporqueatoressociaisreagememdefesadosseusinteresses,pela utilização e/ou gestão dos recursos ambientais. É o caso de moradores que se organizam para evitar a reativação de um aterro sanitário ou a construção de um incinerador de lixo pela Prefeitura; de pescadores que se organizampara contestar o período de defeso decretado peloIbamaeexigemparticipardaelaboraçãodesuaPortaria;degruposambientalistasquesemobilizamparacontestaraconstruçãodeumahidrelétrica,deumaestrada;deseringueirosdoAcrequenosanos70 impedirama transformaçãoda florestaempastagens,emdefesadesuapotencialidade,e conseguiram a criação de Reservas Extrativistas – Resex pelo Governo Federal; de grandesfazendeiros de soja que lutam pela construção de uma hidrovia, que vai facilitar o escoamentode sua produção, e de outros atores sociais que se organizam para lutar por seus interesses ou da coletividade contra a realização do empreendimento.

Estabelecidaadiferençaentreproblemaeconlitoambiental,vamospraticaragoraomododeprocederàsuaanáliseedeenvolveromaiornúmerodepessoasnasuadiscussão.Aideiaéqueaspessoas,duranteoprocesso de estudo do problema ambiental, percebam os danos e/ou riscos e se motivem para participar do encaminhamento de sua solução. Assim, partindo-se do exame de um problema ambiental, espera-se atingiroestágiodeconlitoambientalinstitucionalizado.

Portanto, podemos dizer que todos os conflitos ambientais envolvem um problema ambiental ou a disputa em torno da defesa e/ou controle

de determinadapotencialidade ambiental, mas nem todo problema ambiental envolve um conflito.

ATIVIDADE

Cadagrupodeveráproporumproblema/conflitoambiental e a partir dele, relacioná-lo ou não a um

conflito/problema.

Comovocêpodenotar,umconlitoocorrequandoatoressociaistomamconsciência de dano e/ou risco ao meio ambiente, se mobilizam e agem no

sentido de interromper ou eliminar o processo de ameaça.

Page 22: Apostila nas ondas ambiente 2014

22

BACIA HIDROGRÁFICA

COMO UNIDADE ESPACIAL DE ANÁLISE

Abaciahidrográica¹ temumasigniicativa importâncianocontextodesteprograma.O termobaciahidrográicanosfazlembrarágua,queporsuaveznosfazlembrarchuva,rios,nascente,foz,cachoeira,loresta,mangue...,dentreoutros.

Éessaáguaouesseconjuntodeáguasdeumabaciaquepodeapresentarsigniicadosdiferentesnoespaçogeográico,deacordocomosmoradoresouaspopulaçõeslocais.Dessemodo,abaciahidrográicaéuma das referências espaciais mais consideradas nos estudos do meio físico e, recentemente, dos meios socioeconômicoeambiental.

Considerarosdiferentesusoseaocupaçãonasbaciastorna-sefundamental,poispermitiráumavisão

conjuntadocomportamentodascondiçõesnaturaisedasatividadeshumanasnelasdesenvolvidas.Mas

comoseráqueissoocorrenoBrasil?EnoEstadodoRiodeJaneiro?Quaissãoaslacunasnaesferada

gestãoequaissãoosdesaiosaseremvencidos?Seráqueésimplesoutãofácilpartirdaconcepção

de bacia hidrográica como subsídio ao planejamento? Em quemomento ocorre a participação da

comunidadeequaléopapeldaeducaçãoambiental?

Numa tentativa de trabalhar esses conceitos, normas, práticas apresentamos um roteiro que norteará a nossadiscussão,oferecendoumasíntesesobrebaciahidrográicanaconcepçãogeográica.

CONCEITO GEOGRÁFICO

Conceituarbaciahidrográicaimplicaadeiniçãodoslimitesespaciaisinternoseexternosondeoperam

osdiversoseinterligadosprocessosdessesistema.Baciahidrográicadevepassaraidéiadedinamismo,

demovimento,deenergia,deentrada,desaída,deconjunto,detodo,oquenoslevaaassociarcoma

idéiasistêmica,processualedecontinuidade.Podeserdeinidacomoumsistemaquecompreendeum

volumedemateriais(sólidoselíquidos)próximoàsuperfícieterrestre.Dessemodo,aidéiadesistema

transcendeaidéiadeárea,quefazreferênciaàbaciahidrográicacomoáreatotal(medidaemkm²)de

captaçãonaturaldaáguadechuvaedoescoamentosupericial.

Aidéiadevolumeedesistemacontidanessadeiniçãonoslevaaentenderqueexisteumconjuntode

terras que direcionam a água das chuvas (precipitações) para um curso d’água (canal principal), que por

suavezalimentaoutroscursosd’água(tributários).Paraidentiicarabaciaéprecisoconhecerseuslimites

espaciais,quesãoolimitesuperior(divisordeáguas)oulimitetopográicoeolimiteinferior(saídadas

águas)oulimitedaconluência.

Éfácildelimitarumabaciahidrográica,bastandoobservar,nascartastopográicas,osdivisoresdeáguasqueasseparamdeoutrasbaciasadjacentes.Cartastopográicassão:cartasoumapas,representaçõesoudesenhos da terra, mantendo uma proporção com a realidade. São mapas que representam a superfície terrestre em dimensões reduzidas.

1-MaterialadaptadodeCarvalhoJr.,R.P.2009.BaciaHidrográicacomounidadeespacialdeanálise.In:CADEI,M.(Org.)EducaçãoAmbientaleAgenda21escolar:formandoelosdecidadania:livrodoestudante,RiodeJaneiro:FundaçãoCECIERJ,2009.,p.55-71.

Page 23: Apostila nas ondas ambiente 2014

23

Esse sistema é, portanto, delimitado interna e externamente por todos os processos que interferem no luxodematériaedeenergiadeumriooudeumarededecanaisluviais,sempreapartirdofornecimento

de água pela atmosfera (água da chuva). Inclui todos os espaços de circulação, armazenamento e de saídas

da água e do material por ela transportado, que mantêm relações com esses canais.

Dessemodo,osprocessosdecirculaçãodematériaeenergiaqueoperamembaciashidrográicasenvolvemos

canaisluviais,asplaníciesdeinundaçãoeasvertentes(encostas),ondeosprocessosinternossãoimportantes.

Aformaçãodabaciahidrográicasedáatravésdosdesníveisdosterrenosquedirecionamsempreoscursosda

águadasáreasmaisaltas(divisor,nascente)paraasmaisbaixas(conluência,foz).Aságuassupericiais,originárias

dequalquerpontodaáreadelimitadapelodivisor,saemdabaciapassandopelaseçãodeinida(canal),eaágua

que precipita fora da área da bacia não contribui para o escoamento na seção considerada. Assim, o conceito de

baciahidrográicapodeserentendidopormeiodosaspectosderede(hidrográica)ederelevo.

Deacordocomoescoamentosupericial,pode-seclassiicarasbaciasemquatrotipos:

1-Quandooescoamentodaságuassedádemodocontínuo,ouseja,quandoaságuassãodrenadasdiretamenteparaomar;

2-Quandoaságuasnãopossuemescoamentoatéomar,ouseja,desembocamemlagosousimplesmenteseperdemnasbaixadasoudepressões(comoéocasonasareiasdodeserto);

3- Quando as águas acham-se privadas do escoamento supericial, ou seja, não existeestruturaçãoembacias(tambémmuitocomumdeacontecernasareiasdedesertos);e

4-Quandoasbaciassãosubterrâneas,ondeorioseiniltranosoloedesaparece.

Domesmomodoqueasbacias,oscursosd’águapodemserclassiicadosdeacordocomoperíodode

tempoduranteoqualoluxoocorre,destacando-setrêstipos:

• Osperenes,quemantêmoluxooanointeiro;

• Osintermitentes,quemantêmluxonaestaçãochuvosa;

• Osefêmeros,queapresentamluxosomentenaschuvasenãotêmcanalbemdeinido.

A bacia hidrográica deve ser considerada como um ecossistema, aqui denominado de geossistema

ou sistema geomorfológico. Lembrando que o sistema é deinido como um conjunto de elementos,

seusatributoseas relaçõesentresi, todosistemaéumorganismoautônomo,masaomesmotempo

componente de um sistema maior (bacia unitária, microbacia, macrobacia).

ATIVIDADES

a)CombasenomapadeRegiõesHidrográficasdoRiodeJaneiro, identifiquearegião

hidrográfica de onde você mora.

b)Combasenomesmomapa,identiiqueoriodesuacidade.Se,emvirtudedaescaladomapa,

o rio de sua cidade não constar no mapa, indique o rio mais próximo dela que consta no mapa.

c)DeacordocomomapadoEstadodoRiodeJaneiro,identifiqueaRegiãodeGoverno

onde está localizada a sua cidade.

d)CompareomapadeRegiõesHidrográicascomomapadeRegiõesdeGovernoindique

uma diferença existente entre as duas formas de divisão regional.

Page 24: Apostila nas ondas ambiente 2014

24

A BASE LEGAL DOS RECURSOS

HÍDRICOS NO BRASIL

NaNovaConstituiçãode1988,oDecretono.24.643,de1934(primeiroCódigodeÁguasdoPaís),teve seu textomodiicadoquando foi extintoodomínioprivadodas águas.Nesse sentido, foramestabelecidos vários princípios básicos sobre as águas, entre os quais estão a deinição dos bensde domínio da União e Estados e as competências privativas da União, competências comuns econcorrentesdaUnião,dosEstados,dosMunicípiosedoDistritoFederal,ediversasatribuiçõesaopoderpúblicodestinadasagarantirummeioambientesadioeequilibradoatodaapopulação.Valedestacar que os lagos, os rios e qualquer outro curso d’água em terras brasileiras ou que passam por mais de um estado servindo de fronteira com outros países, além das áreas marginais e praias, passaramaserdedomíniopúblico.

Outrasmudançasocorreramnadécadaseguinte.Em1995,oMinistériodoMeioAmbienteedaAmazôniaLegalpassouadenominar-seMinistériodoMeioAmbiente,dosRecursosHídricosedaAmazôniaLegalecriou a Secretaria Nacional de Recursos Hídricos, que tinha como atribuição principal gerenciar os recursos hídricos e coordenar o Plano Nacional de Recursos Hídricos.

A Política Nacional de Recursos Hídricos e o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos foraminstituídospelaLeiFederalnº9.433,de08/01/1997,regulamentandooincisoXIXdoartigo21da Constituição Federal, que previa a obrigatoriedade daUnião em instituir o SistemaNacional deGerenciamentodosRecursosHídricosedeinircritériosdeoutorgadedireitodeuso.AnecessidadeeaimportânciadessaleiparaoBrasilestãonacapacidadedereordenamentopelagestãodosrecursoshídricos considerando suas dimensões territoriais, a situação de degradação ambiental das águas em diversospontosdopaíse,principalmente,adesigualdistribuiçãodaságuasentreasbaciashidrográicas,vistoqueaorganizaçãopolítica-administrativanãocorrespondeaoslimitesdasbaciashidrográicas.

Seus princípios são:

• Aáguaébemdedomíniopúblico

• Aáguaérecursonaturallimitado,dotadodevaloreconômico

• Em caso de escassez, o uso prioritário da água é para consumo humano e dessedentação de animais

• Agestãodevepropiciarousomúltiplodaágua

• Abaciahidrográicaéeleitacomounidadedeplanejamento

•A gestão deve ser descentralizada e participativa

•A lei a estabeleceu como instrumento básico de gestão

• Osplanosderecursoshídricos(porbaciahidrográica,Estado,País)

• OenquadramentodosCorposdeÁguaemClassedeUso

• AOutorgadeDireitodeUsodosRecursosHídricos

• ACobrançapeloUsodosRecursosHídricos

• OSistemadeInformaçõessobreRecursosHídricos(Fonte:SRH,1997).

Page 25: Apostila nas ondas ambiente 2014

25

Para conhecer as leis que regulamentam a as políticas ambientais no âmbito federal, você pode acessar o site doMinistério doMeioAmbiente (www. mma.gov.br).

NoEstadodoRiodeJaneiro,destacam-seasLegislaçõesEstaduaiseasResoluçõesdoConselhoNacionaldos RecursosHídricos (CNRH), sendoque o órgão responsável pela gestão dos recursos hídricos é aFundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA).

Abaciahidrográicaéconhecidacomounidadedeplanejamentoeédeaceitaçãouniversal,porqueconstitui um sistema natural bem delimitado no espaço. Santos (2004) assinala que esse espaço ocupado pelabaciahidrográicaécompostoporumconjuntodeterrastopograicamentedrenadasporumcursod’água e seus aluentes, ondeocorrem interações dosmeios físicos e socioeconômicoque, quandointerpretadas,servemaoplanejamentoambiental.São,portanto,“unidadesgeográicasonderecursosnaturais se integram e constituem-se em unidade espacial de fácil reconhecimento e caracterização”. Fica fácil para a ordenação territorial quando reconhecemos os limites de uma bacia, lembrando que nãoháqualqueráreadeterra,pormenorqueseja,quenãoseintegreaumabaciahidrográica.

ESPAÇO GEOGRÁFICO

Resultado da ação humana no espaço herdado, através do trabalho (relação natureza/sociedade/trabalho), masnãobastaentendê-losobdeterminadomododeproduçãodentrodeumcontextohistóricodeinidoporqueeleéformadoporumconjuntodeobjetos(materialidade)eumconjuntoderelaçõesqueenvolvemtantoadimensãoeconômicaquantoasdimensõesdocultural,dopolíticoedoideológico.

Abaciahidrográicaéaindaconsideradaumaunidadeintegradoraentreosimpactoscausadosaomeiofísicoeàapropriaçãosocialdoespaço.Lima(2005:p.182)apresentaacaracterizaçãodabaciahidrográicacomo um meio para a determinação de controle e estabelecimento do território:

Abaciahidrográicatemassumidonovadimensão,umavezqueaspráticassociaistendemasemodiicareasereletirsobreumespaçobemdelimitado.Essaspráticassociaisenvolvemoequilíbriodepodernoâmbitodosistemagestor.Abaciacaracteriza-se,então,comoumespaço onde a delimitação física antepõe-se à delimitação política, sendo esta, porém, a que deineesseespaçosocialmente,dando-lheaconotaçãomaisapropriadadeumterritório.

REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

LIMA,A.G.Abaciahidrográicacomorecortedeestudosemgeograiahumana.Geograia,2005.v.14,n.2,p.173-183.

SANTOS,RozelyFerreirados.PlanejamentoAmbiental:teoriaeprática.SãoPaulo,OicinadeTextos,2004.184p.

LOUREIRO, C.F.B.; LAYRARGUES, P.P.; CASTRO, R.S. (Orgs.). Repensar a Educação Ambiental: um olharcrítico.SãoPaulo:Cortez,2009.

LINKSINSTITUCIONAIS

Secretaria Nacional de Recursos Hídricos http://www.mma.gov.br/

AgênciaNacionaldeÁguas(ANA)http://www.ana.gov.br/

Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas – SERLA http://www.serla.rj.gov.br/index/index.asp

Page 26: Apostila nas ondas ambiente 2014

26

PLANEJAMENTO: A OPÇÃO PELO ENFOQUE PARTICIPATIVO

“Agendar é preciso”, e urgente, pois a nossa forma de viver não “está de acordo com a capacidade do planeta de oferecer, renovar seus recursos naturais e absorver os resíduos que geramos” (disponível em http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/pegada_ecologica/o_que_e_pegada_ecologica/index.cfm, consultadoem1/07/2008).

Masparaagendaréprecisoplanejar!

Temosfaladomuitoemplanejamento,masoquesepodeentenderporisso?

PLANEJAMENTO

“É um pacote de medidas inovadoras, claramente delimitado em função dos recursos, tempo e local, que estabeleceobjetivosemetasaseremalcançadospormeiodeumprocessointerativoentretodososatoresenvolvidosecujaimplementaçãosedápormeiodasinstituiçõesexecutoras,organizaçõesougrupossociais”(disponívelemhttp://www.participando.com.br/metodologia/metodologia.asp,consultadoem13/10/2007).

Pode-se entender o planejamento como “uma ferramenta de trabalho utilizada para tomar decisõeseorganizarasaçõesdeformalógicaeracional” (BUARQUE,1999).Épré-condiçãodessaferramentaoexercício coletivo do poder de decisão, isto é, as decisões e a organização das ações são resultado de escolhas do grupo, de seu consenso.

Aconstruçãodoplanejamentoprevêetapasprogressivas,queseinterligamesealimentamcontinuamente:o conhecimento da realidade, a tomada de decisão, a execução do plano e o acompanhamento, controle e avaliação das ações.

Logo,existeumaforteainidadeentreplanejamentoeparticipação.

PARTICIPAÇÃO

“Éoprocessopeloqualgruposdeinteresseinluenciamepartilhamcontrolesobreoestabelecimentodeprioridades,políticas,alocaçãoderecursose/ouimplementaçãodeprogramas”(TIKAREetal.,1995ApudCASTRO,LIMAeBORGES-ANDRADE,2005).

Podemosconcluirqueparticiparéaaçãode“fazerpartede,tomarparteem”(CUNHA,2001).Paraqueissoocorra,ouseja,paraquehajaumenfoqueparticipativo,énecessáriolevaremcontaalgunsaspectosfundamentais, como:

• odiálogoativo;

• a problematização, isto é, a técnica de formulação de perguntas, orientadoras do trabalho.

• a condução compartilhada do processo.

MaterialadaptadodeSantiago,A.M.A.&Bastos,G.C.Carvalho Jr.,R.P.2009.Comamãonamassa: construindoagendas21escolares.In:CADEI,M.(Org.)EducaçãoAmbientaleAgenda21escolar:formandoelosdecidadania:livrodoprofessor,RiodeJaneiro:FundaçãoCECIERJ,2009.,p.39-57.

Page 27: Apostila nas ondas ambiente 2014

27

ENFOQUE PARTICIPATIVO

“Pode ser entendido como uma aproximação sistemática a processos de grupos, buscando mobilizar seus potenciais e fornecer-lhes instrumentos para melhorar as suas ações pelas contribuições dos participantes eemquesemanifestaeincorporaomeiosocioeconômicoeculturaldecadasituação”(CORDIOLLI,2005) .

Falaréfácil...difíciléfazer!Esse é um desaio de toda prática pedagógica: transformar a teoria em prática. Por isso mesmo,apresentamos, a seguir, alguns instrumentos que podem facilitar a integração das pessoas em um processo participativodeplanejamento.

ENTRE OS DIFERENTES INSTRUMENTOS, MERECEM DESTAQUE:

• OFICINA (Workshop) – trata-se de uma metodologia de trabalho, organizada a partir de atividades práticas, previamente planejadas, com o objetivo de propiciarcondições de relexão e de aprendizado. Como sugere o nome, a oicina pretendeque o aprendizado se realize no desenvolvimento prático dos trabalhos propostos, estabelecendo uma relação de causa e efeito entre fazer e aprender. Considerandoseu objetivo prático, pode prever o uso planejado de diversas técnicas e jogos; SugerimosconsultarapublicaçãodeHonsbergereGeorge,denominadaFacilitandooicinas:da teoria àprática. Trata-sedeumacartilhaqueensinaa construiroicinas,disponível em http://www.portaldovoluntario.org.br/site/pagina.php?idmenu=5&bibliotecaPage=9.

• MODERAÇÃO – o moderador diferencia-se do especialista, pois “o moderador é mais um facilitador, um catalisador, um orientador metodológico para o processo, enquanto o especialista é essencialmente um assessor, um orientador técnico, um agente que irá transferir conhecimentos parafacilitaraanáliseeatomadadedecisãopelogrupo,semdecidirporele”(CORDIOLLI,2005);

• VISUALIZAÇÃO – consiste no “registro visual contínuo de todo o processo, mantendo as idéiassempreacessíveisparatodos.Dessemodo,ascontribuiçõesnãoseperdem,sendomaisobjetivasemaistransparentesparatodoogrupo”(CORDIOLLI,2005);

• TRABALHOEMGRUPO–segundoCordiolli(2005),“éadotadoparaaumentaraeicáciadacomunicação e garantir um momento intensivo de criação, gerando idéias que possam ser o pontodepartidaparaadiscussãoemplenária”;

• SESSÕESPLENÁRIAS – permitem “o aperfeiçoamento e a lapidação das idéias geradas nos grupos. São os momentos de socialização dos resultados, das tomadas de decisão e de se estabeleceraresponsabilidadeeacumplicidadepeloresultadoalcançado”(CORDIOLLI,2005).É o espaço no qual a multiplicidade de vozes poderá ser ouvida de forma organizada e as idéias poderãosernegociadasesistematizadas;

• TEMPESTADEDEIDEIAS(brainstorming) – trata-se de uma técnica para geração de idéias, cujoobjetivoéasoluçãodeproblemasoutarefasgeralmenteacargodeumgrupo.Prevê,emumprimeiromomento,a“formulaçãodeidéiasdemaneiralivre”;posteriormente,“asidéiaspodem ser criticadas pelos outros membros do grupo”.

Em Cordiolli (2005), encontra-se uma descrição detalhada desses instrumentos. Acesse o texto para

aprofundar sua compreensão. Ele se encontra disponível em http//www.preac.unicamp.br/arquivo/

materiais/txt_apoio_sergio_cordiolli.pdf.

Page 28: Apostila nas ondas ambiente 2014

28

ETAPAS DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

1.1. A PREPARAÇÃO DO PROCESSO

Existe uma fase preparatória, na qual ocorre a montagem de uma equipe técnica ou de trabalho,

responsável pela condução e pela articulação do processo. Nesta etapa, a equipe precisa debater

os conceitos básicos que irão nortear teoricamente o planejamento, ou seja, aqueles que a equipe

considerar importantes para o debate com a comunidade.

A equipe deverá, também, nesta fase, organizar e detalhar o plano de trabalho, composto por atividades

a seremdesenvolvidas em um cronograma.Nossa!O que quer dizer isso?Quer dizer que o grupo

precisadeinirosdias,apautaeasestratégiasdecadaencontro,deacordocomosobjetivospensados

paracadaevento.Lembre-sedequeesseéapenasumplanejamentoinicial!Podehavernecessidadede

ser alterado no processo com o coletivo.

Aúltimaatividadedafasepreparatória,aserrealizadapelaequipetécnica,éotrabalhodeidentiicação,

motivação, mobilização e sensibilização dos atores sociais. Neste momento, a equipe estará reconhecendo

que grupos sociais (atores sociais) têm ligação com o espaço escolar – alunos, responsáveis, funcionários,

comerciantes do entorno etc. Esse reconhecimento é fundamental para garantir parceiros.

1.2. O CONHECIMENTO DA REALIDADE SOCIOAMBIENTAL

Esta etapa corresponde ao conhecimento da realidade, subdividindo-se em três momentos: o da análise

dos envolvidos, o do diagnóstico e o do prognóstico.

1.2.1. ANÁLISE DOS ENVOLVIDOS: A IDENTIFICAÇÃO DE PARCERIAS

Como já vimos, a identiicação dos parceiros, grupos de interesse, foi feita, preliminarmente, pela

equipe técnica, que deveria prever, no cronograma de trabalho, um momento de revalidação dessa

identiicaçãopelo coletivo. Isso signiicaque, no início doprocessodeplanejamento, outros atores

podemseridentiicados.Ograudeenvolvimentodessesatores,entretanto,podevariarmuito,istoé,

podem-se ter diferentes graus de compartilhamento do poder na tomada de decisão.

1.2.2. ANÁLISE DOS PROBLEMAS E DAS POTENCIALIDADES: O DIAGNÓSTICO DA REALIDADE SOCIOAMBIENTAL

a)Oqueéumdiagnóstico?

Cotidianamente,associamosapalavradiagnósticoàpráticamédica,oqueenvolveuapalavradeumaconotação negativa. Assim, temos a tendência de pensar que o diagnóstico aponta sempre os problemas, nunca as potencialidades. No entanto, originalmente, a palavra diagnóstico, tanto no grego como no latim,vemaser“oconhecimentosobrealgo,aomomentodoseuexame”;ou“adescriçãominuciosadealgo”;ou,ainda,“ojuízodeclaradoouproferidosobreacaracterística,acomposição,ocomportamento,anatureza etc. de algo, com base nos dados e/ou informações deste, obtidos por meio de exame”.

Sendo assim, agora você entende por que falamos em diagnóstico da realidade socioambiental, envolvendo tanto problemas quanto potencialidades.

Page 29: Apostila nas ondas ambiente 2014

29

b)Qualaimportânciadodiagnóstico?

Conhecerarealidadesocioambientalnaqualestamos inseridoséfundamentalparasereletirsobreofuturo(prognóstico)eplanejaraçõesefetivasqueencaminhemocoletivoparaarealizaçãodemetas.

c)Comofazerumdiagnósticodarealidadesocioambiental?

Sinteticamente,listandoosprincipaisproblemaseaspotencialidadeslocais,identiicandointer-relações,causaseconseqüências.

Não se trata de identificar todos os problemas ou potencialidades, mas de apontar alguns considerados centrais e, a partir destes, outros correlatos, estabelecendo relações de causa e de efeito.

Existemváriasmetodologiasdediagnósticosparticipativosdarealidade.Dentreelas,pode-sedestacaro Diagnóstico Rápido Participativo – DRP. O DRP utiliza, normalmente, as oicinas de trabalho comoestratégias estimuladoras da participação.

Apresentaremos, a seguir, algumas técnicas que podem ser usadas no DRP. Uma delas, usualmenteutilizadanessaetapa,éadaÁrvoredeEncadeamentoLógico:

O primeiro passo é listar, separadamente, os problemas e as potencialidades. Em um segundo momento, estabelece-se, coletivamente, a “relação de causa e efeito existente entre os problemas listados”.

Oresultadodaanáliseé,portanto,umarepresentaçãográica.AÁrvoredeEncadeamentoLógico(ÁrvoredeProblemasePotencialidades)“representa,graicamente,arelaçãodacausalidade,portanto,diferenciandoehierarquizando”.Nessarepresentaçãográicadosproblemasoupotencialidades,encontram-se,nabaseda árvore, os fatores que possuem “o maior poder explicativo da situação-problema”.

Vejamos,passoapasso,comoconstruirumaÁrvoredeProblemasutilizandoatécnicadevisualizaçãoeo trabalho em plenária.

• Oproblemacentraléregistrado,porcadaparticipante,emichasdecartolina(tarjetas);

• Asichassãoaixadasnumpainel;

• Ogrupodiscuteeidentiicaoproblemacentral;

• Ascausasdoproblemacentralsãoregistradas,porcadaparticipante,nastarjetas;

• Asconseqüênciasdoproblemacentralsãoregistradas,porcadaparticipante,nasichas;

• Osproblemaslistadossãoanalisadospelogrupo;

• Porim,ogrupoconstróiumdiagrama,emformadeárvore,estabelecendoasrelaçõesdecausa e efeito entre os problemas.

Entre outras técnicas comumente usadas, podem-se, ainda, mencionar:

•História, retratos, citações Trata-se do registro das histórias locais, oralmente transmitidas, associadas ou não a fotos e a dizeres populares.

•Pesquisadedadossecundáriosemregistrosoiciais Trata-sedabuscadeinformaçõesemórgãospúblicossobrearealidadedacomunidade.Nessasinstâncias,épossíveltermosacessoadadosreferentesàcoletadelixo,aoconsumodeáguaedeenergia,aoperildoconsumidor,àdemograiaetc.

Page 30: Apostila nas ondas ambiente 2014

30

•Entrevistas A entrevista é entendida como uma técnica de coleta de dados, na qual o pesquisador tem contato direto com um indivíduo que disponibiliza informações, a partir de situações de estímulogeradaspeloentrevistador(GIL,2006).

•Questionários Os questionários, assim como as entrevistas, possuem vantagens e desvantagens. Entre asvantagensestão:ograndenúmerodepessoasquepodeseratingido,oanonimatodasrespostaseareduçãodainluênciadopesquisadorsobreoentrevistado.Nocampodaslimitações, estão a possibilidade de uma pergunta ser mal compreendida ou das opções de respostateremsigniicadodiferenteparaosentrevistados.

•Mapas e peris transversais Permitem o registro, em papel, de forma esquemática, do entorno da área trabalhada por intermédio do trabalho de campo. Nesta técnica, os dados considerados relevantes pelo grupo são registrados, por meio de legenda, comentários, ilustrações e outros mecanismos, no mapa daáreatrabalhada.Oresultadoéumaplaniicaçãoesquemáticadarealidadedoentorno.

•Caminhada fotográica A caminhada permite um diagnóstico por meio de trabalho de campo com registro fotográico,oquepossibilitaaidentiicaçãodosprincipaisproblemasedaspotencialidadesdo local por imagens.

1.2.3. ANÁLISE DOS OBJETIVOS: O PROGNÓSTICO

Nestaetapa,apreocupaçãoestánaprojeçãoparaofuturo.Trata-sedaconstruçãodecenários, istoé,daidentiicaçãodecaminhospossíveisparaofuturoquepermitamasoluçãoouoabrandamentodosproblemas, assim como o fortalecimento das potencialidades. Na verdade, é um prognóstico.

Após termos reconhecido e conquistado parceiros, de conhecermos a realidade local – seus problemas e suaspotencialidades–edetermostraçadoumaperspectivadefuturo,chegouahora,inalmente,depôramãonamassa.Éhoradetomardecisões,deplanejaraçõespararealizarofuturodesejadocoletivamente!

Osprodutosproduzidosapartirdeentão,comacolaboraçãodaequipederadiojornalismo,fornecerãoabasepara a construção coletiva dos programas de rádio e da manutenção da mesma com enfoque na realidade local.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUARQUE, Sérgio C. Metodologia de planejamento do desenvolvimento local e municipal sustentável. Materialparaorientação técnicae treinamentodemultiplicadorese técnicosemplanejamento local emunicipal. ProjetodeCooperação Técnica INCRA/IICA. Brasília:MEPF/INCRA/IICA, 1999.Disponível emhttp://www.iica.org.br/Docs/Publicacoes/PublicacoesIICA/SergioBuarque.pdf,consultadoem1/07/2008.

CASTRO,AntônioMariaGomesde, LIMA,SuzanaMariaValleeBORGES-ANDRADE, JairoEduardo.MetodologiadeplanejamentoestratégicodasunidadesdoMinistériodaCiênciaeTecnologia.Brasília:MCT,2005.Disponívelemhttp://planejamento.sir.inpe.br/documentos/arquivos/referencias/Metodologia_PE_MCT_2005.pdf,consultadoem7/10/2007.

CORDIOLLI,Sergio.Enfoqueparticipativonotrabalhocomgrupos.ApostiladoCursodeGestãoEstratégicaPública.Campinas, 2005. Disponível em: http://www.campinas.sp.gov.br/rh/uploads/egds_material/txt_apoio_sergio_cordiolli.pdf,consultadoem30/06/2008.

CUNHA, AntônioGeral da. Dicionário etimológicoNova Fronteira da língua portuguesa. 2. ed. 14ª impr. Rio deJaneiro: Nova Fronteira, 2001.

GIL,AntonioCarlos.Métodosetécnicasdepesquisasocial.5ed.7reimpressão.SãoPaulo:Atlas,2006.

Page 31: Apostila nas ondas ambiente 2014

31

PRINCIPAIS LEIS AMBIENTAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Vejamosagora,asprincipaisLeisdonossoestado,algumasacreditamos que a maior parte da população desconhece.

LEI Nº 3.325 DE 17 DE DEZEMBRO DE 1999

DISPÕESOBREAEDUCAÇÃOAMBIENTAL, INSTITUIAPOLITICAESTADUALDEEDUCAÇÃOAMBIENTAL,CRIAOPROGRAMAESTADUALDEEDUCAÇÃOAMBIENTALECOMPLEMENTAALEIFEDERALNº9.795/99NOÂMBITOdoESTADODORIODEJANEIRO.

Art. 1º- Entende-se por educação ambiental os processos através dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, atitudes, habilidades, interesse ativo e competência voltados para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo por meio do qual o órgão ambiental autoriza a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.

DecretoEstadualnº42.159,de2dedezembrode2009,instituioSistemadeLicenciamentoAmbiental(SLAM), deineosempreendimentoseatividadesqueestãosujeitosao licenciamentoambiental,bemcomo os tipos de documentos que são emitidos em cada caso.

A LeiComplementarnº140,de8dedezembrode2011,ixounormasparaacooperaçãoentreaUnião,osEstados,oDistritoFederaleosMunicípiosnasaçõesadministrativasrelativasàproteçãodaspaisagensnaturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservaçãodaslorestas,dafaunaedalora.

A ResoluçãoCONEMAnº42,publicadaem28deagostode2012,dispôssobreasatividadesquecausamou possam causar impacto ambiental local e ixou normas gerais de cooperação federativa nas açõesadministrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente e ao combate à poluição em qualquer de suas formas, conforme previstonaLeiComplementarnº140/2011.

ATERROS SANITÁRIOS

LEI Nº 2794, DE 17 DE SETEMBRO DE 1997

DISPÕESOBREATERROSSANITÁRIOSNAFORMAQUEMENCIONA

Fica o Poder Executivo autorizado a constituir Grupo de Trabalho com a finalidade de implementar transferênciasdosaterrossanitários,atualmenteexistentespara,áreassituadasàumadistânciade, no mínimo, 15 (quinze) quilômetros da cabeceira das pistas dos aeroportos em todo oEstado do Rio de Janeiro.

Page 32: Apostila nas ondas ambiente 2014

32

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

LEI 5.690 DE 14 DE SETEMBRO DE 2010

Esta Lei institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima e estabelece princípios, objetivos, diretrizes einstrumentos aplicáveis para prevenir e mitigar os efeitos e adaptar o Estado às mudanças climáticas, em benefício das gerações atuais e futuras, bem como facilitar a implantação de uma economia de baixo carbono no Estado.

PARCELAMENTO DO SOLO URBANO

LEI 1.130 DE 12 DE FEVEREIRO DE 1987

Deineasáreasdeinteresseespecialdoestadoedispõesobreosimóveisdeáreasuperiora1.000.000m2(hummilhão de metros quadrados) e imóveis localizados em áreas limítrofes de municípios, para efeito do exame e anuênciapréviaaprojetosdeparcelamentodesoloparainsurbanos,aqueserefereoart.13daleinº6766/79.

PROTEÇÃO AMBIENTAL

LEI 2.318 DE 22 DE SETEMBRO DE 1994

Fica o Poder Executivo autorizado a criar a reserva ecológica da Ilha Grande, abrangendo toda a sua superfície,resguardadaafaixadaMarinha.

LEI DO LIXO

LEI Nº 3.009, DE 13 DE JULHO DE 1998 DO RIO DE JANEIRO

Art. 1º-Ficaproibidoodespejodelixoedetritosemlocaispúblicos.

§1º-Considera-selixo,paraoefeitodoquedeterminaesteartigo,tudooquenãoprestaesedeitafora.

§2º-Incluem-secomolocaispúblicos,paraomesmoobjetivo:baías,rios,lagos,estradas,ruas,praçaselogradouros, localizados no Estado do Rio de Janeiro.

Art. 2º-Aiscalizaçãodoqueestabeleceoartigoanteriorcabeaosfuncionáriosestaduaisemunicipais,qualiicadosparatal.

Art.3º-AinobservânciadestaLeiimplicaapuniçãodosseusrespectivostransgressores.

§1º-CabeaosórgãospúblicosiscalizadorespunirotransgressorcommultasquevariamdeR$10,00(dezreais)aR$3.500,00(trêsmilequinhentosreais)deacordocomograudeinfração,doseuautoreareincidência.

LEI ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO Nº 4.191, DE 30 DE SETEMBRO 2003.

Ficam estabelecidos, na forma desta Lei, princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação inal dosresíduos sólidos no Estado do Rio de Janeiro, visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais.

Page 33: Apostila nas ondas ambiente 2014

33

LEI ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO DE COLETA SELETIVA DE LIXO,

LEI Nº 6408, DE 12 DE MARÇO DE 2013

TornaobrigatóriatodasasediicaçõesresidenciaiscommaisdetrêsandaresnoEstadodoRiodeJaneiroa disponibilizarem recipientes para a coleta seletiva de lixo.

Sãoobjetivosdacoletaseletivadelixoincentivaracoletaseletiva,areutilizaçãoeareciclagem,protegerasaúdepúblicaeaqualidadedomeioambiente,preservareassegurarautilizaçãosustentáveldosrecursosnaturais;ereduzirageraçãoderesíduossólidoseincentivaroconsumosustentável.

A coleta seletiva deverá proceder à separação dos seguintes materiais:

I – papel lll – metal

II – plástico IV - vidro.

RECICLAGEM DE PET E PLÁSTICOS

Lei3206/99e3369/00-A1ªcrianormaseprocedimentosparaoserviçodecoleta,reciclagemedisposiçãoinaldegarrafaseembalagensplásticas,queterãoorientaçõesaoconsumidorsobreosriscosparaomeioambiente,evedaaexpressão“descartável”.A2ªLeideterminaresponsabilidadenadestinaçãoinaldoscomerciantes e fabricantes, que pagarão pelo retorno das embalagens PET e apoiarão as cooperativas de catadores. Realizamos audiências e manifestações. A regulamentação saiu em 2002, no governo Benedita. Os fabricantes começaram a instalar postos de recompra, inclusive em supermercados. Alguns setores cumprem, como o de bebidas, outros ainda não cumprem, como cosméticos, fármacos e plásticos. 28 cooperativas de catadores de materiais recicláveis obtiveram prensas e equipamentos com esta lei.

DECRETO LEI Nº 41.318 DE 26 DE MAIO DE 2008

•os propósitos de favorecer o desenvolvimento sustentável e aumentar a participação de fontesrenováveisnamatrizenergéticaestadual;

• quesegurançaenergéticaéfundamentalparaasustentabilidadeeconômicaesocialdasociedade;

•que os resultados do inventario de emissão de gases de efeito estufa do estado do Rio de Janeiro, com base em 2005, indica que as emissões do setor de geração de energia e do uso de energia nos processos industriais somados são os que mais emitem gases de efeito estufa noestado;

• queaumentaraeiciênciaenergéticacontribuirádiretamenteparareduzirademandaporenergiaeanecessidadedeaplicaçãodasinstalaçõesdegeraçãodeenergiaelétrica;e-queofatodeemissãoatmosféricadamatrizenergéticadosudestecresceu,emmédia,cercade13%nosúltimostrêsanos.

•Art. 1° - Fica instituídoomecanismode compensaçãoenergética (MCE), comopartedoplano de abatimento de emissão dos gases de efeito estufa, para combater o aquecimento globalereforçaraofertaenergéticanoestadodoriodejaneiro.

• Parágrafoúnico:omecanismodecompensaçãoenergética(MCE)visaampliarousodefontes de energia renovável, em especial para geração de energia elétrica e promover a eficiênciaenergéticadeacordocomasdiretrizesdedesenvolvimentoeconômicoenergiaeindústriaeasdiretrizesambientais.

Page 34: Apostila nas ondas ambiente 2014

34

LIXO NA RUA

PUNIÇÃO A INFRAÇÕES LESIVAS AO MEIO AMBIENTE

LEI N 3.467, DE 14 DE SETEMBRO DE 2000

Considera-se infraçãoadministrativa ambiental todaaçãoouomissãodolosaou culposaque viole asregrasjurídicasdeuso,gozo,promoção,proteçãoerecuperaçãodomeioambiente.

§. 1º - As infrações administrativas ambientais serão apuradas em processo administrativo próprio, assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, observadas as disposições desta lei.

Assim através desta lei temos várias sanções que podem ser utilizadas dependendo do tipo de infração, vai de uma simples advertência, interdição do estabelecimento e restritivas de direitos.

POLITICA DE RECURSOS HIDRICOS

LEI Nº 3239, DE 02 DE AGOSTO DE 1999

InstituiapolíticaestadualdeRecursosHídricos;criaosistemaestadualdegerenciamentoderecursoshídricos;regulamentaaConstituiçãoEstadual,emseuartigo261,parágrafo1º,incisoVII;edáoutrasprovidências:

Aáguaéumrecursoessencialàvida,dedisponibilidade limitada,dotadadevaloreseconômico, socialeecológico,que,comobemdedomíniopúblico,terásuagestãodeinidaatravésdaPolíticaEstadualdeRecursosHídricos, nos termos desta Lei.

COLETA SELETIVA NAS ESCOLAS

LEI 1831/91 | LEI Nº 1831, DE 6 DE JULHO DE 1991 DO RIO DE JANEIRO.

Art. 1º-TornaobrigatóriaacoletaseletivadolixonasEscolasPúblicasdoRiodeJaneirocomaseguinteinalidade:

I-Tornaoreaproveitamentodosmateriaisumapráticaconstanteentreosadministradorespúblicoseosestudantes;

II-SerpartedeumprogramadeEducaçãoAmbientalaserinstituídopelasEscolasPúblicas,visandoàexpansãodeumaconsciênciaecológicanasociedade;

III - Auferir os benefícios sociais da prática da reciclagem, tanto no sentido de economizar energias e insumos quanto no de preservação do ecossistema.

Page 35: Apostila nas ondas ambiente 2014

35

CÓDIGO FLORESTAL (FEDERAL)

LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012

Dispõesobreaproteçãodavegetaçãonativa;alteraasLeisnos6.938,de31deagostode1981,9.393,de19dedezembrode1996,e11.428,de22dedezembrode2006;revogaasLeisnos4.771,de15desetembrode1965,e7.754,de14deabrilde1989,eaMedidaProvisóriano2.166-67,de24deagostode2001;edáoutrasprovidências.

MP Nº 571, DE 25 DE MAIO DE 2012

AlteraaLeino12.651,de25demaiode2012,quedispõesobreaproteçãodavegetaçãonativa;alteraasLeisnos6.938,de31deagostode1981,9.393,de19dedezembrode1996,e11.428,de22dedezembrode2006;revogaasLeisnos4.771,de15desetembrode1965,e7.754,de14deabrilde1989,eaMedidaProvisóriano2.166-67,de24deagostode2001.

TEXTOS PARA APORTE E ATIVIDADES

UM MUNDO PARTIDO AO MEIO

Nos últimos quatrocentos anos, as sociedades do mundo ocidental, do qual fazemos parte, foram seacostumando a pensar a natureza como uma coisa diferente de cultura e exterior ao homem. Ora pensamos anaturezacomoumlugarondeestãoaslorestas,osrios,asmontanhas,osanimaiseasplantas,oracomooconjuntodetudoisso.Ummundocriadoseminterferênciahumana.Damesmaforma,aculturaéentendidacomo algo relativo apenas ao homem, produto dele, criação dele, nada tendo a ver com natureza.

Isso pode ser facilmente comprovado se dermos uma olhada nos conceitos mais comuns de natureza encontradosemtextos,sitesouatémesmonabocademuitagente.Vejaoquadroaseguir,emqueestãocitados alguns conceitos de natureza que circulam atualmente em nossa sociedade.

O QUE É NATUREZA

Visãodemundoatual(séculoXXI)

1. A expressão natureza (do latim natura, naturam) envolve todo o ambiente existente que não teve intervenção humana.

2. O mundo material, especialmente aquele que cerca o homem e existe ao seu redor, independentemente das atividades humanas.

3.Omundonaturalcomoeleexistesemossereshumanoseacivilização.

4.Oselementosdomundonaturalcomomontanhas,lorestas,animais,riosetc.

5. Todo o meio natural.

6.Mundoexterioraohomem.

7.Sistemadasleisqueregemeexplicamoconjuntodomundoexterior.

Page 36: Apostila nas ondas ambiente 2014

36

8.Conjuntodetodososseres,animadosounão,queconstituemoUniverso.

9.Surgesemaçãodohomem.

10. Lugar onde a vida se manifesta.

11. É tudo aquilo que cerca o ser vivo e que tem relação direta ou indireta com ele.

12. É tudo que nos rodeia, incluindo o meio físico, biológico e sociocultural.

13. O espaço em que vivem as plantas e os animais, ou o conjunto de condiçõesfísicas,químicas e biológicas que abriga e rege todas as formas de vida do planeta.

Podemosperceberquepraticamentetodasasdeiniçõesdenaturezaexpostasnoquadrofalamdealgoqueexistesemaaçãodohomem:oraelaévistacomoumlugar,oracomooconjuntodeplantas,animaisepaisagens. Em todas temos a visão separatista do mundo atual se manifestando. Os estudiosos chamam esse mododeverdevisãodisjuntiva,quesigniicaseparada,fragmentada.Deacordocomessemododepensar,ohomemestáseparadodanaturezaeavidaestáseparadadolugaremqueocorre.Duasdasrespostasusam até a expressão “mundo exterior” ao homem.

Em algumas respostas, além da visão separatista, vemos a visão reduzida, que se refere à natureza apenas como um sistema de leis que regem e explicam o mundo. Ou ainda aparece a visão biologizada denatureza,citandorios,montanhas,lorestas,animais,aspectosligadosapenasaochamadomundonatural, como se não houvesse o urbano, o cultural, o homem. A cultura aqui também passa longe.

Emoutrasrespostasapareceavisãodisjuntivaacrescidadachamadavisãoantropocêntrica,emqueo homem é o centro do mundo, ao reduzir a natureza àquilo que rodeia o homem e que tem relação diretaouindiretacomele.Ouseja,entendeohomemcomopartedealgoeocolocanumaposiçãode centralidade em relação a todo o resto, no centro de tudo o que existe.

Essa ideia de centralidade, é claro, não é de uma centralidade qualquer, mas signiica também umasuperioridade, na qual o homem está hierarquicamente acima da natureza. É com base nessa ideia, de quenósestamosnocentroeacimadaTerraedosoutrosseres,quenostornamosoquesomoshoje.Construímosrelaçõesdedominação,emqueaquiloqueestáaonossoredor,sejacoisa,animaloupessoas,existe para nos servir, ou para servir ao homem.

No fundo, é assim que grande parte da humanidade pensa: os animais, as plantas, os minerais, a água, as lorestaseoquemaisexistirnomundoestáaíparaatenderàsnecessidadeshumanas,paraohomemusar,exploraredominar.Nãoéporacaso,então,queahumanidadechegouàprimeiradécadadoséculoXXIcom60%dosecossistemasseriamentecomprometidosejáconsumindo20%derecursosnaturaisamaisdoqueoplanetapoderepor.Issosigniicaque,realmente,vemosanaturezacomoalgoqueexisteapenasparaserviraosnossosdesejosenecessidades,merafornecedoradematéria-primaparaoconsumohumano.Asprópriaspalavrasqueusamosparafalardanatureza–comorecursos,valores,bensepatrimônio–jádeixamclarocomopensamosnelaapenasnamedidaemqueelapossanostrazervantagenseconômicas.

É bom saber, no entanto, que essa visão de natureza foi construída com o tempo. No nosso processo de entendereexplicaravida,acostumamosnossocérebroapensardeumjeitodividido,asepararascoisasem caixinhas. Há quatro séculos separamos a realidade em mundo natural e mundo social-cultural. É por isso que usamos tanto a palavra meio ambiente, porque para nós o ambiente está partido ao meio mesmo: de um lado vemos a natureza (relativa ao bíos, à vida, estudada pela biologia), do outro lado o mundo social, do homem e da sua cultura (o socio, estudado pelas ciências humanas).

Page 37: Apostila nas ondas ambiente 2014

37

Nonossopensamento, fazemosaequação“meioambiente=bio+socio”.Ouseja,criamosdoismundosparalelos: o mundo natural, onde está a chamada biodiversidade, e o mundo social, onde está o homem e sua diversidade cultural. E isso não se expressa só no nosso pensamento. Aparece também nas nossas ações e na formacomonossasociedadeseorganiza,sejanapolítica,naeducação,nasciências–emtudo.

Umexemplodissoéaorganizaçãodonossogoverno:temosoMinistériodoMeioAmbiente(MMA),quetratadeassuntosreferentesànatureza,eoMinistériodaCultura(MinC),quecuidadosassuntosreferentesàcultura.Outro exemplo pode ser buscado na organização dos cursos universitários: há os cursos de ciências biológicas (biologia, medicina etc) e os de ciências humanas (sociologia, antropologia, comunicação social...).

Então, para nossos avós, nossos pais, nossos professores e nossos governantes, cultura é do homem, lorestas tropicais e onça são da natureza. A cadeira do designer brasileiro premiada na última feirainternacionaldemóveisdeMilãoéalgodohomem,foiproduzidapelohomem.Ohomeminventouacadeiraeafeira internacionaldemóveisdeMilão,coisasquevãopararnacaixinhadomundosocial-cultural.JáaFlorestaAmazônica,biomadoHemisférioSuldaTerraondeseencontraomogno,decujamadeirasefazemcadeiraspremiadasemMilão,pertenceaomundonatural.Portanto,FlorestaAmazônicae mogno vão parar na caixinha do mundo natural.

É isso o que os nossos pais falam, o que a nossa escola ensina, o que os livros de ciências comprovam com suasteorias,oquedizemosinstitutosdepesquisa,atelevisão,osilmesdeHollywoodeosjornais.Éassimque somos ensinados a pensar.

No entanto, só achamos que faz sentido pensar assim porque acostumamos nosso cérebro a pensar e agir assim,demaneiraseparada.Osespecialistaschamamissode“paradigmadadisjunção”.Otamanhodonomechega a assustar, mas é bem fácil de entender: quer dizer “visão separada, partida”.

Apalavraparadigmasigniicanadamaisdoqueummododepensararealidade,deentenderomundo.Umparadigma é formado por verdades que são aceitas por todos e que não são contestadas, por ideias em que acreditamos e que são como óculos com que olhamos e entendemos a realidade, sem nos perguntarmos por que pensamos dessa maneira.

Especialistasdeinemparadigmacomoumaestruturadopensamentoquedemodoinconscientecomandanossasideias,nossodiscursoenossasações.Oqueissoquerdizer?

Paraicarmaisclaro,vamosaumahistória.Háumtextoquecirculanasredessociaisdainternetqueresumebemoqueéumparadigma,comoeleseformaecomo,demodoinconsciente–ouseja,semnosdarmosconta–,elecomandanossavida.Chama-se“Comonasceumparadigma”.

PARA RIR E REFLETIR:

COMO NASCE UM PARADIGMA

Umgrupodecientistaspôscincomacacosnumajaula.Nomeiodajaula,colocaramuma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavamum jato de água fria nos queestavamnochão.Depoisdecertotempo,quandoummacacoiasubiraescada,osoutros o enchiam de pancadas.

Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, mas foi rapidamente retirado pelos outros, que o surraram violentamente. Depoisdealgumassurras,onovointegrantedogruponãomaissubiaaescada.

Page 38: Apostila nas ondas ambiente 2014

38

Umsegundomacacofoi,então,substituído,eomesmoocorreu.Ooutromacacosubstituto, que nunca tinha levado ducha de água fria nem sabia por que não devia apanharasbananas, tambémparticipoucomentusiasmodasurranonovato.Umterceiromacacofoitrocado,erepetiu-seofato.Umquartoe,inalmente,oúltimodos veteranos foi substituído.

Oscientistasicaramentãocomumgrupodecincomacacosque,mesmonuncatendo tomado um banho frio, continuavam batendo em qualquer um que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles por que batiam em quem tentava subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui.”

Damesmaformaqueomacaco,ohomeméumanimalqueaprendeporrepetição,observandoarealidade.Issotemumladobomeoutroruim.Oladoboméqueelesedesenvolverápido.Umbebê,porexemplo,vai aprendendo a pegar o garfo para comer, bater palminha, virar de lado, comer de boca fechada, dar tchauzinho, não cuspir etc. O lado ruim é que ele acaba herdando, como os macacos, comportamentos e crençasjáformados,semconhecernemquestionarsuaformação.

Você,poracaso,jáparouparaseperguntarporquevárioshomensbrasileirosquetrabalhamemescritóriosusam ternospesadosequentesmesmomorandoemumpaís tropical?OuentãoporqueumgrandesímbolodonossoNataléopinheiroeuropeuenãoumaárvorebrasileira?Domesmomodo,avisãopartidaentre natureza e cultura é um paradigma fortíssimo, que aprendemos com nossos pais, que aprenderam comospaisdeleseassimpordiante.Ouseja,nósherdamosdosnossosantepassadoscomportamentos,hábitos e óculos que nos fazem ver o mundo dividido em duas partes.

Façaumtesteerespondaàpergunta:vocêépartedomeioambienteouémeioambiente?Unsirãodizerquesãoparte,outrosquesãomeioambiente.Eenchenteéumproblemasocialouambiental?Unsdirãoqueéambiental,jáqueasenchentessãocausadaspelachuvaepelaatividadeclimática,eoutrosqueésocial,jáquenasenchentesmuitasáreassãoalagadasemuitaspessoasperdemseusbensesuascasas.Oproblemaéqueatéonossomododeperguntar(“ouissoouaquilo”)jáapontaparaopçõesseparadas.Isso faz com que em ambos os casos as respostas escolham apenas um dos lados da questão.

Emboratenhamosdiiculdadedeverascoisasporinteiro,somosnarealidadeparteetodo.Somospartedo ambiente e ambiente. Somos natureza e sociedade e, portanto, problema ambiental é problema social e problema social é problema ambiental.

VOCÊ SABIA?

Apesar de estarmos treinados para pensar o mundo de maneira partida e separada, nosso cérebro percebe as coisas de maneira integral. O cérebro humano percebe as coisas de maneira sistêmica, analisando o mundo em seu conjunto,nasuatotalidade,evendoosistemacomoumtodoúnico.Façaumteste. Leia a brincadeira do parágrafo abaixo e comprove essa capacidade que nossocérebrotemdeperceberascoisasnoseuconjunto.

Page 39: Apostila nas ondas ambiente 2014

39

Deacordocomumapesquisadeumauniversidadeinglesa,nãoimportaemqualordemasletrasdeumapalavraestão.Aúnicacoisaimportanteéqueaprimeiraeaúltimaletrasestejamnolugarcerto,o resto pode ser uma bagunça total que você pode ainda ler sem problema. Isto ocorre porque nós não lemos cada letra isolada, mas a palavra como um todo.

Toda visão de mundo, todo paradigma, é uma construção histórica, que muda de acordo com a época. Por isso, essa forma de ver o mundo de maneira separada e partida é uma construção social, criada e reforçada ao longo da história do mundo ocidental. Fomos nos condicionando a pensar na natureza como algo externo ao homem, como algo separado e fora de nós. E as divisões não param por aí: também pensamos que mente está separada de corpo, religião de ciência, ocidente de oriente e assim por diante.

DICA DE FILME

Pleasantville–Avidaempretoebranco(GaryRoss,1998)faladosistemadecrenças e valores que imperam numa cidade fictícia chamada Pleasantville, onde a vida é toda em preto e branco. Lá todos são felizes, fazem sempre as mesmas coisas, não há chuva, as ruas são circulares, não há sexo e ninguém nuncaprecisa ir ao banheiro. A chegadados irmãosDavid e Jennifer, quepassam a interagir com a população local e a mudar algumas regras cotidianas, produz pequenas alterações no dia a dia dos moradores. Aparecem diferenças queficamvisíveis(atravésdojogodecor),tantoentreapopulaçãoquantonos locais físicos da cidade. O filme é um excelente exemplo de o que é um paradigma e da força que ele tem na sociedade.

DISCUSSÃO:

MAS ENTÃO, QUANDO E COMO ESSE PARADIGMA SE FORMOU?

CAINDO A FICHA: CRISE AMBIENTAL OU DILEMA CIVILIZATÓRIO?

Vimosqueabaseilosóicadavisãodanaturezacomomáquinafoiadivisãocartesianaentreespírito(quepensa, res cogitans) e matéria (que não pensa, res extensa). Em consequência dessa divisão, a sociedade passou aacreditarnomundocomoumsistemamecânico,capazdeserdescritoobjetivamentepelosolhosdaciência.Taldescriçãoobjetivaformouoidealdetodaaciênciadosséculosseguintes,XVIIIeXIX,queusouafísicanewtoniana com enorme sucesso, aplicando seus princípios às ciências da natureza e da sociedade humana, inluenciandoopensamentodaépoca.

Nesseprocesso,ohomemeuropeudoséculoXVIII,focadonodesenvolvimento,noaumentodariqueza,nousoenavalorizaçãodatécnicaedoconhecimentocientíico,fezaRevoluçãoIndustrial,conhecidacomoarevolução das máquinas. Inventaram aparelhos e máquinas que substituíram a força de trabalho humana em até mil vezes, criando o sistema de produção em massa de mercadorias, como roupas e carros.

Então, vendo-se separado da natureza, o homem explodiu sem pudor as entranhas da Terra em busca de material para abastecer sua produção. Extraiu dela seus elementos, violou seus domínios, dominou suas forças, tudo em nome do progresso, da ciência e da modernidade.

Estesistemadedesenvolvimentoeconômico,praticadopelospaíseseuropeusnosséculosXVIIIeXIX,encontra-seagoramundializado,sendocopiadopelamaioriadospaísesdoplaneta.Mascomumagravante:apartirdaRevolução Industrial, esse modelo de desenvolvimento se especializou na superexploração e no superconsumo dos recursos naturais, na superexploração dos trabalhadores e também na superdegradação e superpoluição de todos os ambientes. Além disso, criou sociedades hierarquizadas e profundamente desiguais.

Page 40: Apostila nas ondas ambiente 2014

40

VIROU NOTÍCIA

Estudo revela alto nível de desgaste físico dos cortadores de cana em SP

Um levantamento inédito feitopelaVigilânciaSanitáriadaSecretariadeSaúdedeSãoPaulocomcortadoresdecanade27usinasdaregiãodeRibeirãoPreto,nonortepaulista,revelou o alto nível de desgaste físico imposto aos trabalhadores do setor.

As condições insalubres de trabalho dessa categoria não são novidade, mas o que

impressiona no estudo é uma radiograia detalhada da rotina extenuante e repetitiva

desses homens. No estado de São Paulo são, aproximadamente, 140 mil cortadores.

Segundooestudo,acadaumminutotrabalhado,sãofeitas17lexõesdetroncopelocortadoreaplicados54golpesdefacão.Ojoelhoicatodootemposemilexionadoeháextensãoda cervical. Não há sombra nos canaviais e o cortador não se hidrata adequadamente. Ao longo do dia, diz o estudo, o trabalhador perde oito litros de água do corpo.

Por dia, são cortadas e carregadas em média 12 toneladas de cana em São Paulo. Nesse trabalho,

ocortadorpercorreumpercursodequasenovequilômetros,emmédia.Ostrabalhadores

levam água de casa para beber na lavoura e depois reabastecem nos reservatórios dos

ônibus,queemmaiorianãosãorefrigeradoseapresentampéssimascondiçõesdehigiene.

SegundoadiretoradaVigilânciaSanitáriadoestadodeSãoPaulo,MariaCristinaMegid,uma

dascoordenadorasdoestudo,cercade40%daáguaconsumidaporessestrabalhadoresnão

erapotável.Comocomemnocanavial,ostrabalhadorestambémnãotêmlocaladequado

paraguardarasmarmitaseacomidaestraga.Maselessãoobrigadosacomerporcausa

doesforçofísico.Asconsequênciassãodoresdeestômago,diarreias,entreoutrasdoenças.

O dono da lavoura não oferece condições básicas, como mesa e cadeira para refeição. E não

há sanitário. E estamos falando do estado mais rico do Brasil.

Oestudoservirádebaseparanovaregulamentaçãoparaosetor.SegundoMariaCristina,duranteoprimeirosemestredesteano,ogovernodoestadodevefazerconsultaspúblicaspara editar normas para melhorar a condição dos cortadores de cana.

Fernando Teixeira, O Globo, 18/01/2011.

DISPONÍVEL EM: http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/01/18/estudo-revela-alto-nivel-

de-desgaste-fisico-dos-cortadores-de-cana-em-sp-923529304.asp.

Oestragofoitãograndeque,apartirdosanos1970,orumododesenvolvimentocomeçouaserduramentecriticado,tantoporcientistasquantoporinstituiçõespolíticasinternacionais,comoaONU.

Em 1987, por exemplo, no relatório Nosso futuro comum (Our Common Future), a ONU colocava a

necessidadedeserepensaromodelodedesenvolvimentoeconômicoadotadopelospaísesindustrializados

e reproduzido pelas nações em desenvolvimento. O relatório ressaltava os riscos do uso dos recursos

naturais sem considerar a capacidade dos ecossistemas, e alertava para a incompatibilidade entre os

padrões de produção e consumo vigentes e a integridade dos ecossistemas do planeta.

Page 41: Apostila nas ondas ambiente 2014

41

Foi exatamente no inal do século XX que surgiu o conceito de ecodesenvolvimento, que depoisevoluiu para o de desenvolvimento sustentável, defendendo um modo de desenvolvimento que fosse ecologicamentesustentável,economicamenteviávelesocialmentejusto.Oobjetivodessesconceitoserareorientar o desenvolvimento de modo a não comprometer a integridade dos ecossistemas e garantir o uso dos recursos naturais para as gerações futuras.

OutrorelatórioquenospermiteterumadimensãodosproblemasedesaiosaenfrentaréaAvaliaçãoecossistêmicadomilênio,umdocumentotécnicoencomendadopelaONUem2005,doqualparticiparam1.350especialistasde95países,quedesvendaasaúdedosecossistemasdoplanetaesuarelaçãocomamanutençãodavida.Segundoaavaliação,60%dosecossistemasdoplaneta jáestãodestruídosouseriamentedeteriorados.Asconclusõesrevelamquejáultrapassamosolimitedaexploraçãopossíveldanatureza, e que dentro de pouco tempo o planeta não terá mais condições de fornecer bens naturais para o consumo humano. Já estaríamos à beira do esgotamento e de um colapso pela superexploração do ambiente por este modelo de desenvolvimento da sociedade moderna.

Em outras palavras, se continuarmos a consumir os recursos naturais – água, energia, alimentos, matérias-primasparaaindústria–noritmoemqueconsumimoshoje,nofuturonãohaveráosuicienteparaasobrevivência dos seres vivos no planeta. Para o bem das espécies, inclusive a humana, avisa o estudo, é urgentíssimo mudarmos o padrão de produção e consumo atual.

OutrorelatóriodaONU,intituladoOestadodomundo,publicadoem2005erepublicadoem2010,ratiicaasconclusõesdaAvaliaçãoecossistêmicadomilênio.Declaraquehojejánãotemosrecursosnaturaisparasupriroatualpadrãodeconsumohumano,poisohomemconsome20%amaisdoqueoplanetapoderepor.

Umagravantedessasituaçãoéqueoconsumoocorredemaneiramuitodesigual:apenasumaminoriade20%dapopulaçãomundialconsome80%dosrecursosnaturais,gera75%dadegradaçãoedasemissõespoluentese86%dodesperdício.Érealmentemuitadesigualdade.Eissonãoénadajusto,porquese20%estãoconsumindoquasetudo,signiicaquetemos80%dapopulaçãomundialquenãoestãoconsumindonadaouquasenada,oupelomenosnãoosuicienteparaterematendidassuasnecessidadesbásicas.

UmaimagemqueilustrabemessesdadosdaONUéestafotomontagemdaNasa,mostrandooplanetaTerraduranteanoite (igura1).A imageméumexemploperfeitodasdesigualdadesmundiaisatuais. No caso em questão, mostra as desigualdades no consumo de energia elétrica (luz).

Pela imagem da Nasa, vemos que algumas áreas estão intensamente iluminadas, enquanto outras não, ou seja,dáparapercebernitidamenteoconsumodesigualdeenergiaelétricanomundo.

Figura 1: Imagem da Nasa do planeta Terra no escuro, feita em outubro de 2005, mostrando o consumo de energia elétrica no mundo. Fonte: http://www.nasa.gov

Page 42: Apostila nas ondas ambiente 2014

42

AÁfricaestáliteralmentenoescuro:recebeaproximadamente90%menosdeenergiaqueaEuropa,umcontinente quase duas vezes menor que ela.

Vemosqueospaíseseuropeus,comoAlemanha,Inglaterra,ItáliaeFrança,juntocomosEstadosUnidos,oCanadáeoJapão,sãoosmaisiluminados,ouseja,osqueconsomemmaisenergiaelétrica.Nãoéporcoincidênciaqueessessãoexatamenteospaísesmaisricos,osqueemitemmaisgáscarbônicoparaaatmosferaeosquemaisintensiicamasmudançasclimáticasmundiais.

Repare que, no Brasil, algumas áreas surgem bem mais iluminadas que outras. Algumas regiões do Sudeste, onde estão os grandes centros urbanos e industriais do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, estão totalmente acessas. Também estão acesas partes do litoral do Nordeste, onde encontramos muitas cidades turísticas – mas a maior parte do país está no escuro.

Vejamosagoraomapadasemissõesglobaisdegáscarbônico(CO2)(igura2).Estegáséproduzidonaqueimadecombustíveisfósseis(carvão,gasolinaediesel)pelasindústrias,siderúrgicasetermoelétricas,mastambémporautomóveis,comocarros,caminhõeseônibus.Éclassiicadocomoumgásdeefeitoestufa (um GEE), e é considerado atualmente o grande vilão das mudanças climáticas.

Figura2:EmissõesmundiaisdeCO2,porprocessosindustriaiseporusodosolo(agropecuária,queimadase desmatamentos).

Naigura2,vemosospaísesdesenvolvidosdoNortecomoosgrandesemissoresdeCO2:aAméricadoNorte,representadapelosEstadosUnidoseoCanadá;aEuropa;eaÁsia,principalmenteoJapãoeantigaUniãoSoviéticae,recentemente,aChina.

Vemos ainda que as atividades industriais são as maiores responsáveis pelas emissões de poluentes.AsemissõesdeCO2porusodosolodizemrespeitoàsflorestasquesãoqueimadasparadisponibilizar solos para formação de lavouras e pastos pela agropecuária. Nesse ponto o Brasil figuracomograndeemissordeCO2,devidoàsqueimadasqueseconcentramnaAmazôniaenoCerrado,principalmente.

Fonte: Relatório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas do Ministério da Ciência e Tecnologia (CBPF-MCT), em 2006.

Page 43: Apostila nas ondas ambiente 2014

43

Outrodadointeressanteequeseuneaessesdois:pesquisadoresnorte-americanosdoDepartamentodeEcologiaGlobaldoInstitutoCarnegieanalisaramasemissõesdeCO2porpessoaemtodooplanetaentreosanosde2000e2004(igura3).

Figura 3: Emissões globais de CO2 por pessoa, de acordo com os países.Fonte: http://www.apolo11.com/meio_ambiente.php?posic=dat_20070522-101542.inc.

Otrabalho,divulgadoem2007pelaAcademiaNacionaldeCiênciasdosEstadosUnidos,dividiaomundoemtrêsblocos:naçõesricas(commaisde10toneladasdeCO2emitidaporpessoa/ano),naçõesemdesenvolvimento(de 1 a 5 toneladas por pessoa/ano) e nações pobres (com menos de 1 tonelada por pessoa/ano). Os países ricosdoNorteapresentaramosmaisaltosíndicesdeemissãodeCO2porpessoa/ano.

Peloestudo,asemissõesanuaisdevidoaousodecombustíveis fósseis são,emtoneladasdeCO2percapita:19nosEstadosUnidos;8,8noJapão;6,3naFrança;1,4noBrasil;0,9naÍndia;0,1emSerraLeoa(África).Logo,aemissãopercapitadosEstadosUnidosé13vezesmaiorqueadoBrasil,20vezesmaiorqueadaÍndiae190vezesmaiorqueadeSerraLeoa:bemdesigual.Osnorte-americanosemitemmaisporque consomem muito, muito mais que brasileiros, hindus e africanos.

Vejamosagoraomapamundialsobaperspectivadariqueza(igura4).Oumelhor,dochamadoProdutoInternoBruto,ouPIB,quesigniicaasomadetodaariquezaproduzidaporumpaís,ouumaregião,emumano.Nomapa,temosoPIBporquilômetroquadrado:asáreasmaisclaras,quasebrancas,sãoasqueapresentamPIBentre0e499dólares.Jáasmaisescurassãoaquelasemqueariquezatotalproduzidaemumquilômetroquadradochegaaaté546milhõesdedólares.

Figura4:Mapadadistribuiçãodariqueza.AscoresmaisescurasapontammaiorPIB.Fonte: http://www.visualizingeconomics.com/wp.

Page 44: Apostila nas ondas ambiente 2014

44

Pelosdadosdomapa,asnaçõesmaisricas–ouseja,quetêmoPIBmaisalto–estãoconcentradasnoNortedoplaneta:AméricadoNorte(EstadosUnidoseCanadá),EuropaeJapão,oschamadospaísesricosoudesenvolvidos.NaAméricaLatina,África,CaribeegrandepartedaÁsiaconcentram-seospaísesmaispobres,oschamadossubdesenvolvidos.Brasil,Rússia,ÍndiaeChina,entretanto,estãohojeentreospaísesque mais crescem economicamente. São chamados de países em desenvolvimento ou emergentes. Esses países crescem, é claro, mas pagam o preço da poluição e dos danos causados ao ambiente em nome do desenvolvimento.MuitagenteaindaselembradaimagemdaChina,sededasOlimpíadasde2008,sobuma densa névoa de poluição, e dos chineses.

DICA DE LIVRO

Podemos ter uma noção mais clara das desigualdades mundiais no livro HungryPlanet:WhattheWorldEats(emportuguês,seriamaisoumenosUmplanetafaminto:oqueomundocome),dofotógrafoPeterMenzeledojornalistaFaithD’Alusio.Aobraregistraemfotosenúmerosoque30

famílias de 24 países comem durante uma semana.

Oresultadoéumcontrastemarcante:enquantonoChadeumafamíliaderefugiadosafricanosgastamenosdeUS$2porsemanacomalimentação,umafamíliaalemãdeclassemédiaconsomeUS$500.Enquantonos

EstadosUnidosumafamíliadequatropessoasgastaUS$341,98,noButãoumafamíliadetrezepessoasgastaUS$5,03.

AsfotosdePeterMenzelnãodeixamdúvidaseilustrammuitobemasdesigualdades mundiais. A revista Time publicou as fotos do livro numa

exposiçãochamadaWhattheWorldEats(Oqueomundocome),quetemcomobaseolivrodeMenzel.Coniranosite:

http://www.time.com/time/photogallery/0,29307,1626519_1373664,00.html.

Pelas quatro iguras apresentadas, podemos ver bem quem são os 20% da população mundial queconsomem80%dosrecursosnaturaisdoplaneta:principalmenteosEstadosUnidos,Canadá,ospaísesdaEuropaeoJapão.Essessãoospaísesqueconsomem85%doalumínioproduzidonomundo,80%dopapel,doferroedoaço,80%daenergiacomercial,75%damadeira,65%dacarne,dospesticidasedocimento,50%dospeixesegrãose40%daáguadocedisponível.

Eondeestãoos80%dapopulaçãomundialquequasenãoconsomem?EspalhadospelaÁfrica,ÍndiaeAmérica Latina.

Porisso,quandoosrelatóriosdoscientistasdaONUalertamparaofatodeahumanidadejáconsumir20%a mais do que o planeta pode repor, eles escondem nos seus alertas os verdadeiros culpados, diluindo a responsabilidade entre todos os seres humanos, como se o consumo e as emissões de todos os países e detodasaspessoasfossemiguais.Masnãoseengane:osresponsáveistêmnomeeendereço.

Page 45: Apostila nas ondas ambiente 2014

45

PARA RODAS DE REFLEXÃO E CONVERSA (DISTRIBUIR AS FRASES POR GRUPOS)

Em2007,asduaspessoasmaisricasdomundotinhammaisdinheiroqueasomadoPIBdos45paísesmais pobres.

• 3bilhõesdepessoassobrevivemnomundocommenosdeUS$2pordia.

• 1bilhãodepessoas (odobrodapopulaçãodaUniãoEuropeia) vivemem favelas aoredor do mundo.

• Todos os setores estratégicos da economia mundial estão concentrados em 10 empresas.

• As952maioresriquezaspessoaisequivalemaorendimentode3bilhõesdepessoas(US$3,5trilhões).

• Dos 15 países integrantes do Conselho de Segurança daONU, 5 são exatamente os 5 maiores produtores de armas.

Conformetemosdemonstrado,vemosomundodemaneirapartidaepensamosnanaturezacomoseelafosse uma máquina obrigada a nos servir. Além disso, a riqueza do mundo está muito concentrada, assim como o consumo e as emissões de gases que causam as mudanças no clima do planeta. Vimos que os países mais ricos são também os que mais consomem energia e os que mais emitem poluentes. Já os países mais pobres são os que menos consomem energia – os que menos consomem qualquer coisa, aliás –, os que emitem menos poluentes e os que apresentam os dados de maior desigualdade e exclusão social.

Entretanto, esses países mais pobres estão ameaçados com as consequências das mudanças climáticas tantoquantoseusirmãosmaisricos.Naverdade,decertamaneiraestãoatémaisameaçados, jáqueos países pobres têm menos infraestrutura para lidar com os problemas relacionados às mudanças climáticas, como secas e enchentes.

Vivemos,então,emummundopartidoaomeio,ondeospaísesousãopobresesujosouricosepoluidores,ondeunspoucosicamcomosbenefíciosdodesenvolvimentoeamaioriaarcacomseusmalefícios.

MasvamosvoltaraorelatórioOestadodomundo2010.Estedocumentoairmaque,senadaforfeitoparamudar o atual padrão de consumo, será preciso mais meio planeta Terra em termos de recursos naturais, umavezqueconsumimoshoje,emplenoséculoXXI,20%amaisdoqueoplanetapoderepor.Porém,se todos no mundo imitarem o modelo de consumo dos norte-americanos e europeus – e o mundo todo imita ou quer imitar esse padrão, até porque os veículos de comunicação de massa, como a televisão, nos dizem a toda hora que esse padrão traz felicidade –, então serão precisos de 4 a 5 planetas Terra para suprir a demanda por água, energia, minerais, madeira e outros recursos da natureza.

Porisso,ahumanidadeencontra-sehojenumimpasse,umavezqueoseumodelodedesenvolvimentoeconômico, com sua cultura de superconsumo e superpoluição, está esgotando e degradando osambientes em velocidade acelerada.

Onúmerodeextinçõesdeespéciesanimaisevegetaistemaumentadoassustadoramente,assimcomoaextinçãodelínguaseculturastradicionais.Ouseja,estamosobservandoaomesmotempoaperdadabiodiversidade e da sociodiversidade (ou diversidade cultural).

Hoje,espéciessãoextintasnumritmomilvezesmaiorqueonatural,comprometendoaestabilidadedosecossistemasaoredordoplanetaeameaçandoaprópriaexistênciahumananaterra.OsprejuízossãoavaliadospelosespecialistasdaONUem5trilhõesdedólaresanuais.Oalertadramáticofoidadopelos193paísesqueparticiparamda10ªConferênciadasPartessobreBiodiversidade,chamadadeCOP10,promovidapelaONUemNagoya,noJapão,emoutubrode2010.

Page 46: Apostila nas ondas ambiente 2014

46

Segundo os especialistas, a humanidade chegou num ponto limite, depois do qual não se terá mais condições viáveis de reverter o processo de extinção de espécies. Se nada for feito agora, ultrapassaremos este ponto em dezanos.Dessaforma,ametadareuniãofoifecharumacordointernacionalpara,emdezanos,interromperadestruição das bases da natureza, que sustentam a vida do homem e de todos os seres vivos.

No caso da diversidade cultural, da riqueza cultural do planeta, os números da destruição não icamatrás.Das15mil línguas fortesexistentesquandoColombonavegouparaaAméricaem1492, restamhojecercade6.500.Sabe-seláporquantotempo,poisadiversidadedeetniaseculturashumanasocorreexatamente na faixa tropical do planeta, onde também se concentra a riqueza de biomas, ecossistemas, deanimaiseplantas,ouseja,dabiodiversidade.

Uma pesquisa apontou que, dos nove países nos quais 60% das 6.500 línguasremanescentes do mundo são faladas, seis aparecem também como centros de megadiversidade:México,Brasil,Indonésia,Índia,ZaireeAustrália.

Além disso, dentre os 25 países commaior número de línguas endêmicas, ou seja,línguas que só existem ali e em nenhum outro lugar domundo, 16 deles tambémtinhamonúmeromaisaltodeespéciesselvagensendêmicas.

Emtermosglobais,há10milgruposidentiicadoscombasenaetnia,línguaereligião,espalhadospormaisde168países.E,apesardereduzidas,essaslínguaseculturasseguemfazendoresistênciaelutandopara não desaparecerem.

Atéaqui,falamossobrenossosparadigmascientíicosdeseparaçãoesuperexploraçãodanatureza,comoeles se formaram historicamente e aonde nos trouxeram. Ao mesmo tempo, notamos em que medida os problemas ambientais estão fortemente ligados aos problemas sociais e como são gerados a partir da estrutura do próprio sistema de desenvolvimento.

Porisso,éprecisoperceberque,maisqueumacriseambiental,oquevivemosagoraseconiguracomoumdilema civilizatório, um impasseda civilizaçãohumana, já queosproblemas ambientais e sociaisquevivemoshojesãoestruturais,vêmdelongadata,ederivamdemodosdevereserelacionarcomanatureza e com os outros homens que precisam ser questionados e transformados, pois colocam em risco a sobrevivência de todos os seres vivos no planeta.

Como continuar a se desenvolver enquanto sociedade humana, sem comprometer osrecursos naturais das gerações futuras? Que cultura precisaremos desenvolver paracontinuarmos a existir? Há outros modelos de vida e de desenvolvimento, diferentesdo modelo urbano-industrial, que não esgotam os recursos naturais nem degradam os ambientesnavelocidadeassustadoradosdiasatuais?Atéoinaldolivro,teremoschancede retomar essas questões.

Podemoshoje,demodobemsintéticoesimplista,dividireclassiicarostiposhumanosdomundoemdoisgrandesgrupos,combasenomododevida,nomodeloeconômicoenacultura.

Deumlado,temosasconhecidascivilizaçõesurbano-industriais,chamadasporalgunspesquisadoresdepovosbiosféricos,ouseja,populaçõeshumanasquevivememcidadesinterligadasporummercadodeconsumoglobalizadoehomogêneo:consomemrefrigerantesdaCoca-Cola,sanduíchesdoMcDonald’s,chocolates Nestlé, iPod da Apple etc.

De outro lado, temos as etnicidades ecológicas, os chamados povos e comunidades tradicionais,representados pelos pescadores, quilombolas, indígenas, catadores de sementes, marisqueiros, entre outros grupos e comunidades que vivem nas chamadas culturas de habitats, num mundo rural, em estreita relação com os elementos naturais.

Page 47: Apostila nas ondas ambiente 2014

47

AS CIDADES E OS PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS LOCAIS E GLOBAIS

A poluição do ar, a poluição das águas, a poluição sonora, a poluição luminosa, a poluição visual, o lixo, as enchentes e os deslizamentos de encostas são os principais problemas socioambientais urbanos encontrados em todas as grandes cidades do mundo.

POLUIÇÃO DO AR

Apoluiçãodoargeradanascidadesdehojeéresultado,principalmente,daqueimadecombustíveisfósseis (carvão, gasolina e diesel), usados na geração da energia que alimenta os veículos e os setores industrial e elétrico de grande parte das economias do mundo. A queima destes produtos lança diariamente uma grande quantidade de gases poluentes na atmosfera, como o monóxido de carbono(CO),odióxidodecarbono(CO2)eodióxidodeenxofre(SO2),quepodeminclusivecausarchuvaácidaeprovocaroaquecimentodoplaneta.SãoPaulo,Tóquio,NovaYorkeCidadedoMéxicoestão na lista das cidades mais poluídas do mundo.

Oexcessodepoluentesnoardascidadesgeraváriosproblemas,especialmenteparaasaúdehumana,comobronquite,asma,riniteediversasalergias.Maspodeafetartambémosecossistemas,opatrimôniohistórico e cultural do homem e até o clima, como nos casos da chuva ácida e do aquecimento global.

POLUIÇÃO SONORA

Ocorre quando, num determinado local, o volume dos sons é tão elevado que altera a condição normal deaudição.Ograndevilãoéoruído,obarulhoexcessivoprovocadopelosomquevemdasindústrias,doscanteirosdeobras,dasbuzinasdosautomóveis,dosmotoresdosônibusecaminhões,dasáreasderecreação,doseventosdemúsica,dasigrejasetc.

O excesso de som provoca efeitos negativos para o sistema auditivo das pessoas e também alterações comportamentaiseorgânicas.Osefeitosmaisnegativosdapoluiçãosonoranasaúdedohomemsão:insônia,estresse,depressão,perdadeaudição,agressividade,perdadeatençãoeconcentração,perdadememória,doresdecabeça,aumentodapressãoarterial,cansaço,gastriteeúlcera,quedaderendimentoescolar e no trabalho ou até mesmo surdez, em casos de exposição a níveis altíssimos de ruído.

Page 48: Apostila nas ondas ambiente 2014

48

POLUIÇÃO LUMINOSA

Existem três tipos de poluição luminosa: o brilho no céu, o ofuscamento e a luz intrusa.

Obrilhonocéuéumbrilhoalaranjadoquepodeservistoacimadascidades,causadopelasluzesquesedirecionamacimada linhadohorizonte. Trata-se,portanto,dodesperdíciode iluminaçãoartiicial, queilumina tudo, ao invés de focar apenas o chão, ou a fachada de um prédio, um hospital ou uma rua. O brilho nocéupodeservistoaquilômetrosdedistânciaeimpedeavisualizaçãodasestrelasedavialáctea.

O segundo tipo de poluição luminosa é o ofuscamento, provocado pela luz direta nos olhos, que ofusca momentaneamente a visão. Os faróis dos carros são os grandes vilões do ofuscamento, mas a luz de um holofotedeshowderocknapraia,porexemplo,tambémentranestalista.

O terceiro tipo refere-se à luz que brilha de um lugar para outro lugar onde ela não é necessária, como aluzdeumaplacanafachadadeumprédioqueicaacesaanoitetodaeiluminabememcimadacamadeumapessoa.Essaéachamadaluzintrusa,queatravessaportasejanelas,invadeoambientee causa desconfortos diversos.

Apoluiçãoluminosapodecausarimpactossociais,ambientais,econômicosecientíicos.Locaiscomaltailuminaçãonoturnapodemprejudicaraqualidadedosonodaspessoas,provocarinsônia,irritabilidade,cansaço, perda de memória e muito estresse. Também causa impactos na vida de muitos animais, provocando mudanças na orientação de voo, caça, reprodução, migração e comunicação das espécies. Alémdisso,essaformadepoluiçãodiicultaavisualizaçãodasestrelasnascidades.Estima-sequemaisde 2 bilhões de pessoas em todo o mundo não enxergam mais a via láctea.

Quanto aos impactos econômicos e cientíicos diretos, calcula-se que sãodesperdiçados nos EstadosUnidosanualmenteUS$2bilhõescomiluminaçãoineiciente.Naáreacientíica,umaumentode25%nailuminaçãonoturnaocasionaumaperdadequaseUS$20milhõesparaaastronomia,dizaNasa.

POLUIÇÃO VISUAL

É uma forma de poluição relacionada ao excesso de elementos visuais presentes nas ruas das cidades. Esse excesso de elementos visuais pode estar ligado à comunicação e à propaganda, como cartazes, anúncios,banners,totens,placas,letreirosluminososeoutdoors,queaparecemespecialmenteemcentroscomerciaisedeserviços.Pichaçõesemmuroseprédios,excessodeiosdeeletricidadeoutelefônicos,edifícios e casas caindo aos pedaços e sem manutenção, lixo exposto a céu aberto são também elementos de poluição visual observados nas cidades.

LIXO

Nas sociedades urbano-industriais, o lixo está em toda parte: no solo, na água dos rios, do mar, no ar, no espaço,etambémespalhadopelasruasdascidades.Esselixoéprovenientedediversasfontes:indústrias,residências,escolas,hospitais,prédiospúblicos,comércioetc.

Calcula-sequecercade30%detodoolixoproduzidonascidadesicanasruaseacabaporentupiros bueiros e as galerias de águas pluviais, provocando o alagamento das vias públicas durante astempestades e o caos emque se transformam as cidades nessas ocasiões. Se jogado em encostas,mantémosoloúmido,podendogerardeslizamentoseescorregamentosdeterras.Olixoacumuladotambém provoca a disseminação de vetores de doenças, como ratos, baratas, mosquitos, moscas e outros insetos, ocasionando o aparecimento de doenças como a leptospirose (transmitida pelos ratos) e a dengue (transmitida por mosquitos).

Page 49: Apostila nas ondas ambiente 2014

49

ENCHENTES

As enchentes, geralmente, são calamidades naturais que ocorrem quando um curso d’água recebe um volume de água superior ao que pode comportar, resultando em transbordamentos. Podem ocorrer em lagos,rios,córregosemaresdevidoachuvasfortesecontínuas.Masnascidades,asenchentes,namaioriadas vezes, ocorrem como consequência da ação humana.

Asprincipaiscausassão:desmatamentos;assoreamentodoleitodosrios;altograudeimpermeabilizaçãodosolo,devidoaocalçamentodasruasecalçadascomasfaltoeconcreto;lixo,queentopeosbueirosegaleriasdeáguaspluviais,impedindoadispersãodaságuas;earetiicaçãodosrios:nanatureza,osriossãocurvilíneos,ouseja,caminhamcomoumaserpente.Essetrajetodiminuimuitoavelocidadedaágua.Retiicá-losigniicaaumentarsuavelocidade,podendoocasionartransbordamentos.

Asconsequênciassãodiversas:mortedepessoas;doenças(comoaleptospirose,porexemplo);engarrafamentosnotrânsito,provocadosporalagamentosnasruas;alagamentodeprédiosedesmoronamentos.

DESLIZAMENTOS DE ENCOSTAS

Ocorrem devido ao desmatamento das encostas e à ocupação humana dos morros. Sem a vegetação, o solo fica vulnerável à ação das chuvas e acaba escorregando ou deslizando com a força das águas. Olixojogadonasencostasdosmorrostambéminfluencia,poisaumentaaretençãodeumidadeeo encharcamento do solo, potencializando o risco de deslizamentos de terra. Os maiores impactos sãosociais:soterramentodecasas,viaspúblicas,danosaopatrimônioindividualoucoletivo.

REFLETINDO E DISCUTINDO

Os problemas locais das cidades, no entanto, não são tão isolados quanto pensamos. O estilo de vida de uma civilização urbano-industrial causa impacto não só no ambiente onde ela se localiza nem atinge apenas seus moradores. Muitasvezes,oqueseobservaéqueapoluiçãoproduzidanumlocal,numaregião, ou mesmo num país atinge os seus vizinhos também, e, o que é mais

danoso, atinge o planeta como um todo, como é o caso do aquecimento global,dachuvaácidaedoburaconacamadadeozônio.Estessãoapenastrêsexemplos de problemas socioambientais globais produzidos pelas civilizações

urbano-industriais, mas há uma lista enorme deles.

Page 50: Apostila nas ondas ambiente 2014

50

AS CIDADES E OS PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS GLOBAIS

Há algumas grandes questões socioambientais que ocupam as atenções dos governantes, políticos, cientistas,ecologistaseórgãosinternacionaiscomoaONUeaOMS.Aseguirestãoalgunsproblemasque constituem o que se poderia chamar de agenda do dia internacional, aparecendo cada vez mais em matériasdejornais,televisãoerevistas.Vejamosquaissãoeles.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Esteassuntoestánasagendasinternacionaisdesde1987,quandooProgramadeMeioAmbientedaONU(Pnuma) criou um grupo de trabalho para estudá-lo. No entanto, ele só ganhou popularidade mundial em 2006,apósolançamentodoilmeUmaverdadeinconveniente,doex-vice-presidentenorte-americanoAlGore.Hoje,estánapautadetodososjornaismundiais,dosmaissoisticadosaosmaispopulares.

Os grandes vilões do aquecimento global são: a queima de combustíveis fósseis (carvão, gasolina e óleo diesel)porveículos,termoelétricas,siderúrgicaseindústrias;asqueimadasdevegetaçãoedelixo.Essasatividades lançam diariamente grandes quantidades de gases poluentes na atmosfera, muitos deles capazesderetercalor,quesãochamadospeloscientistasdeGEE,ouseja,gasesdeefeitoestufa.

Os principais GEEs e suas respectivas participações no aumento da temperatura do planeta são:

•dióxidodecarbonoougáscarbônico(CO2):50%;

•metano(CH4):15%;

•óxidonitroso(N2O):10%;

•ozônio(O3),hidrocarbonetoshalogenados(CFCsehálons):25%.

Os países que mais emitem CO2 para a atmosfera e que, portanto, maisprovocamoaquecimentoglobalsão:EstadosUnidos,Canadá,Japão,Alemanha,Inglaterra, França e outros países da Europa – exatamente as nações mais ricas.Maisrecentemente,aChinasejuntouaogrupodosgrandespoluidoresmundiais.

Os setores que mais emitem GEEs são a agropecuária (32%), astermoelétricaseindústrias(38%)eostransportes(14%).

Os gases estufa aprisionam o calor dos raios solares na atmosfera, que passa aicarmaisquente.Ummundomaisquenteprovocaodegelodascalotaspolareseoaumentodaquantidadedeáguadocenomar.Issoinluenciaascorrentesmarinhas,queinluenciamoclimaeaformaçãoounãodenuvensde chuva. Resultado: secas e inundações em muitos países, tufões, furacões, tempestadesderaios,fomeemisériaemoutros.Ouseja,oproblemaambientalse torna, na verdade, um problema social e de impacto global.

Page 51: Apostila nas ondas ambiente 2014

51

ROMPIMENTO DA CAMADA DE OZÔNIO

Acamadadeozônio éuma regiãoda atmosfera terrestre em tornode25 a 30 kmde altura, ondea

concentração do gás ozônio émaior, e que protege a Terra dos raios ultravioletas do Sol. Produtos

químicos lançados na atmosfera pelo homem estão abrindo um buraco gigantesco nessa camada.

Osprodutosquímicosmaisperigosos,nessecaso,sãooscloroluorcarbonos,ouCFCs,gasesmuitousados

em geladeiras, aparelhos de ar-condicionado, sprays e na aviação.

Figura 5: Imagens da Nasa mostrando a evolução do buraco da camada de ozônio.

CHUVA ÁCIDA

Cercade120trilhõesdem3deáguadescemdoscéustodososanos. Issoébom, jáqueaáguaéum elemento fundamental à existência da vida. Porém, em certos pontos da Terra, principalmente naqueles que concentram muitas atividades industriais, a chuva tornou-se envenenada com ácidos. Assim, a poluição gerada pela nossa sociedade pode também envenenar a chuva, assim como todas as formas de precipitação: a neve, o granizo e até mesmo a neblina.

Os principais agentes químicos causadores dessa acidez da chuva são alguns gases poluentes: certos óxidos, como o dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de nitrogênio (NO e N2O). Esses gases são formados a partir da queima de combustíveis fósseis, como o carvão, a gasolina e o óleo diesel,provenientesdas indústrias,siderúrgicas,termoelétricaseautomóveis.Aqueimadelixotambém lança gases poluentes e acidificantes para a atmosfera.

Umaveznaatmosfera,essesgasespoluentesreagemcomovapord’águapresentenasnuvenseformamtrêsácidos:oácidosulfúrico(H2SO4)eosácidosnítricoenitroso(HNO3eHNO2).Umavezformados,esses ácidos descem para a superfície da terra acompanhando as chuvas, as nevascas e as neblinas.

Dependendo do nível de concentração desses poluentes, a chuva pode matar peixes e outrasformasdevidaaquática,corroeredifíciosemonumentospúblicos,prejudicarflorestaseplantações,contaminarosoloeameaçarasaúdehumanaeanimal.Ondeoácidocair,causarádano.Odióxidode enxofre (SO2), por exemplo, dependendo da sua quantidade, causa danos na vegetação em apenasoitohorasdeexposição,alémdedoençascrônicasdopulmão,comobronquites.

Estima-sehojeque,poraçãodohomem,sejamlançadosàatmosferade75a100milhõesdetoneladasde enxofre por ano e cerca de 20 milhões de toneladas de nitrogênio, que formam os principais gases liberadospelaqueimadecombustíveisfósseis.Comoospoluentespresentesnoarpodemsercarregadospelosventoseviajarmilharesdequilômetros,aschuvasácidaspodemcairagrandesdistânciasdasfontespoluidoras,prejudicandooutrascidades,estadoseatémesmooutrospaíses.

Page 52: Apostila nas ondas ambiente 2014

52

DESTRUIÇÃO DOS ECOSSISTEMAS

As lorestas e outros ambientes naturais estão sendo destruídos pela ação das civilizações urbano-industriais. Isso tem ocorrido principalmente nas regiões tropicais do planeta, que são as mais ricas em diversidadedeespécies,enacostaoestedosEstadosUnidoseCanadá.

Asprincipaiscausassão:desmatamentosparainstalaçãodefábricas,plantações,mineradoraseresidências;chuvaácida;atividadedeextraçãodemadeiraparaconstruçãociviloumovelaria;poluição(daágua,doaredosolo);mudançasclimáticas.

EmMadagascar,naÁfrica,adevastaçãode93%daslorestastropicaistransformouregiõesexuberantesemdeserto.NaAmérica,hámaisde3milmadeireirasatuandodiariamente.Paracadaárvoreretirada,osmadeireirosdaniicampelomenosoutras15árvores.Segundodadosoiciais,até2050acoberturalorestaldaAmazôniabrasileiradeveperder2,1milhõesdequilômetros,umaáreamaiorqueadoMéxico.

Asprincipaisconsequênciassão:extinçãodemuitasespéciesanimaisevegetais,quepoderiamserúteisnaproduçãoderemédios;degradaçãodasmatasciliares,queameaçaaqualidadeeaquantidadedaáguadocedisponívelparaconsumo;diminuiçãodaproduçãodealimentos,jáquemuitasespéciescultivadasdependemdeanimaispolinizadores,comoasabelhaseasvespas,paraageraçãodefrutosesementes;aumentodedoençaseepidemias;instabilidadesocial,políticaeeconômica.

PERDA DA BIODIVERSIDADE

Entre as principais causas da perda de biodiversidade, podemos citar: destruição e diminuição dos habitatsnaturais;introduçãodeespéciesexóticaseinvasoras;exploraçãoexcessivadeespéciesanimaisevegetaispelomercado;caçaepescasemcritérios;tráicodafaunaelorasilvestres;poluiçãodosolo,águae atmosfera; ampliação desordenada das fronteiras agropecuárias dentro de áreas nativas;mudançasclimáticas e aquecimento global.

AtaxadeextinçãodeespécieshojeémilvezesmaiorqueanaturalecustacercadeUS$5trilhõesporano.Estima-sequeemtornode150espéciessejamextintasdiariamente.Asespéciesdeanfíbios(sapos,rãsepererecas) são as mais ameaçadas.

Como consequência dessa perda temos: diminuição na variedade de alimentos produzidos;maiorvulnerabilidade dos ecossistemas a desastres naturais; redução e restrição do uso de energia;diminuição da oferta e distribuição irregular de água potável; aumento de doenças e epidemias;instabilidadesocial,políticaeeconômica.

DESERTIFICAÇÃO

Éumfenômenoemquedeterminadosoloétransformadoemdeserto,atravésdaaçãohumanaoudeumprocessonatural.Nadesertiicação,avegetaçãodiminuiouacabatotalmenteeosoloperdesuaspropriedades, tornando-se infértil.

Osdesmatamentos,ouso intensivodosoloporatividadesagropecuáriaspredatóriaseosprojetosdeirrigaçãomalconduzidossãoosprincipaisagentescausadoresdadesertiicação.

Adesertiicaçãocausaváriosproblemaseprejuízosparaoserhumano:aformaçãodeáreasáridasesecasprejudicaaproduçãodealimentos,provocaaerosãodosolo,aumentaatemperaturalocalediminuioníveldeumidadedoar,causandoproblemasdesaúdecomodiiculdadesrespiratórias,ressecamentodasmucosas, alergias, desidratação etc.

Page 53: Apostila nas ondas ambiente 2014

53

Os ecossistemas também são impactados com este processo, pois a formação de desertos elimina a vida de milharesdeespéciesdeanimaisevegetais,modiicandoradicalmenteoambientedaregiãoafetada.

As regiõesáridas, semiáridasede terras secasocupammaisde37%de todaa superfíciedoplaneta,abrigandomaisde1bilhãodepessoas,ouseja,1/6dapopulaçãomundial,cujosindicadoressãodebaixonível de renda, baixo padrão tecnológico, baixo nível de escolaridade e ingestão de proteínas abaixo dos níveisaceitáveispelaOMS.

Adesertiicaçãoocorreemmaisdecempaísesdomundoporissoéconsideradaumproblemaglobalevemaumentandosigniicativamentenasúltimasdécadas.

NoBrasil,existemquatroáreasquesãochamadasNúcleosdeDesertiicação,ondeéintensaadegradação.Elassomam18,7milkm²eselocalizamnosmunicípiosdeGilbués,noPiauí;Seridó,noRioGrandedoNorte;Irauçuba,noCeará;eCabrobó,emPernambuco.

POLUIÇÃO DOS OCEANOS

O oceano, berço da vida e um dos principais produtores de oxigênio do planeta, também está sendo poluído pelas ações humanas. As cidades costeiras poluem os mares lançando nas águas esgoto e outros resíduos urbanos. Além disso, os oceanos são contaminados por produtos químicos resultantes daatividadeagrícolaouindustrial.Objetosdeplásticotambémsãolançadosemgrandequantidadenosoceanosepermanecemnoambienteporséculos.UmapesquisarecenteemquarentapraiasdaInglaterramostrouque1/3daáguaerafeitadepolímeros,ouseja,plástico,quepodemmataranimaisaquáticosporsufocamento,quandoengolidosouretidosnasbrânquias.

Mas,dosagentespoluidoresassociadoscomaatividadehumana,umdosmais temidoséopetróleo.Quandoderramadonomar,opetróleodiicultaaentradadeluzecomprometeafotossíntesefeitapelasalgas.Consequentemente,todooequilíbrioecológicodoplanetaéafetado,jáqueasalgassãoasmaioresprodutoras do oxigênio que respiramos.

Aprincipalconsequênciadapoluiçãooceânicaéocomprometimentodacomunidadeaquática,podendohaver contaminação, sufocamento e morte de animais e até mesmo extinção de espécies.

Acredita-sequemaisde50%dosecossistemasmarinhosjáestejam,dealgumaforma,afetadospela presença humana.

POLUIÇÃO E FALTA DE ÁGUA DOCE

Ébomlembrarqueapenas2,5%detodaaáguaexistentenoplanetaTerrasãodeáguadoce.Dessapequenafração, apenas 0,002 pode ser usado para abastecimento humano. As principais causas da poluição e da escassezdeáguadocesão:oenvenenamentoporagrotóxicos,mercúriodegarimpo,lixo,rejeitosindustriaise domésticos, mineração sem controle, aterros de nascentes e retiradas de vegetação ciliar.

Entreosanosde1990e1995,observou-sequeanecessidadeporáguadocehaviaaumentadocercadeduasvezes mais que a população mundial. Isso ocorreu devido ao alto consumo de água em atividades industriais e agropecuárias.Juntos,essessetoresdaeconomiaconsomemhoje92%detodaaáguadocedisponível.

Osagrotóxicoseoutrosprodutosquímicoscausamenvenenamentosedoençascomocânceres,problemasnosistemanervosoenofígado;olixoacabaindopararnomar,prejudicandoavidamarinha;oesgotodoméstico jogado frequentemente nos corpos d’água, muitas vezes sem tratamento algum, espalhadiversas doenças, como diarreia, cólera, esquistossomose, hepatite e febre tifoide, que chegam a matar mais de 5 milhões de pessoas por ano, principalmente crianças.

Page 54: Apostila nas ondas ambiente 2014

54

Apoluiçãodaságuasdocesprejudicaaproduçãodeenergia,anavegaçãoeairrigaçãoagrícola,entreoutrosproblemas.Masafaltadeáguaparabeber,paraobanho,paraocozimentodealimentosédiretamentesentidapelasfamílias.Esseproblemajáéumarealidadeparamuitospaíses:em2000,aproximadamente2 bilhões de pessoas enfrentavam falta d’água no mundo – mas não devido a causas naturais.

A DESTRUIÇÃO DA DIVERSIDADE ÉTNICA DO PLANETA

Signiicaaextinçãodepovos, línguaseculturas.Das15mil línguasfortesexistentesquandoColombo

navegou para a América em 1492, restam hoje cerca de 6.500. Sabe-se lá por quanto tempo, pois a

diversidade de etnias e culturas humanas ocorre exatamente na faixa tropical do planeta, onde também

seconcentraariquezadebiomas,ecossistemas,deanimaiseplantas,ouseja,dabiodiversidade.

A principal causa está relacionada com a perda de território e das terras tradicionalmente ocupadas,sejaparaainstalaçãodeprojetosindustriais,demineração,agropecuários,madeireiros, de turismo, ou para a demarcação de parques e reservas. Isso acarreta a desorganização dos modos tradicionais de vida, levando à extinção de povos e culturas, à perda da diversidade cultural e ao empobrecimento e à homogeneização cultural do planeta.

Emboracausemdanosaoambiente,destruiçãodepatrimônioculturalenaturaleameacemasaúdede

homens e animais, todos os chamados problemas socioambientais locais e globais são causados por

atividades humanas. Entretanto, tais problemas não atingem as pessoas da mesma maneira nem com a

mesma intensidade. Também não é igual a responsabilidade dos países na geração de suas causas.

Masveja,issoéoesperado,porqueadistribuiçãodesigualdosriscos,desvantagensedanosporclassesocial

é uma consequência normal das economias modernas, que distribuem mercadorias e serviços com base na

riqueza.Comisso,osbenefícioseconômicosdaprodução(maisofertaseoportunidades,osmelhoresemais

exclusivosprodutos,tecnologiaseserviços)tendemaicarconcentradosnospaísesmaisricosenascamadas

sociais mais altas. Inversamente, os danos e riscos ambientais gerados pela produção de mercadorias e de

serviços tendem a se concentrar nos países mais pobres e nas camadas inferiores do sistema.

E apesar de haver leis que determinam o controle da poluição, buscando a garantia da integridade dos ambientes e da saúde das pessoas, as consequências dasmudanças climáticas, da chuva ácida, da poluição química do solo e da água, da desertiicação,dasenchentesedeslizamentos,porexemplo, tendema sermaissentidas pelas populações mais vulneráveis (os mais pobres). Esses são os grupos sociais que estão, normalmente, sob maior risco de serem impactados e de sofrerem danos, caso alguma coisa séria ocorra no ambiente (local ou global), uma vez que vivem em ambientes mais próximos das fontes de poluição, em locais onde falta águaencanada,coletadelixoetratamentodeesgoto,serviçosbásicosdesaúde,segurança etc.

Page 55: Apostila nas ondas ambiente 2014

55

DICA DE FILME

OsolhosfechadosdaAméricaLatinaéumdocumentáriodirigidoporMiguelMirraque foia sensaçãodoFestival InternacionaldeCinemaAmbientalde2008. Ele é baseado no livro As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, e mostra uma América Latina submetida ao saque e à poluição provocados por empresas multinacionais e estrangeiras, que exploram sem controleosrecursosnaturaisdoMéxico,Colômbia,Peru,Guatemala,Uruguai,Argentina e Brasil. Nele, é possível ver a mineração a céu aberto, as grandes plantaçõesdesoja,asmonoculturas,adepredaçãodossolos,lorestaserios,adevastaçãodospeixes.E,ainal,aestreitarelaçãoentreosaquedosrecursosnaturais, a contaminação do ambiente, o modelo de exploração das empresas multinacionais e a extinção de povos e culturas tradicionais, indígenas e não-indígenas, na América Latina.

(Atividade de casa para discussão)

REFERÊNCIABIBLIOGRÀFICA

MoutinhodaCosta,L.Culturaénatureza:tribosurbanasepovostradicionais.RiodeJaneiro,Garamond,2011.Cap.1,3e5

CONSUMOSUSTENTÁVEL:Manualdeeducação.Brasília:ConsumersInternational/MMA/MEC/IDEC,2005.160p.

Page 56: Apostila nas ondas ambiente 2014

56

COMO PODEMOS FAZER A NOSSA PARTE?

Todos nós podemos contribuir para minimizar os problemas causados pelo lixo compequenasaçõesnodia-a-dia.Vejaalgumasdicas:

•PENSARSEREALMENTEPRECISAMOSDEDETERMINADOSPRODUTOS;

•COMPRAR SOMENTE O NECESSÁRIO PARA O CONSUMO, EVITANDO ODESPERDÍCIO;

•PLANEJAR A COMPRA DE ALIMENTOS PARA NÃO HAVER DESPERDÍCIO,DIMENSIONANDO A COMPRA DE PRODUTOS PERECÍVEIS COM AS REAISNECESSIDADESDAFAMÍLIAECOMASPOSSIBILIDADESDEUSO;

•COMPRAR PRODUTOS DURÁVEIS E RESISTENTES, EVITANDO COMPRARPRODUTOSDESCARTÁVEIS;

•REDUZIRAQUANTIDADEDEPACOTESEEMBALAGENS;DARPREFERÊNCIAPARAPRODUTOS VENDIDOS A GRANEL; LEVAR SACOLAS OU CARRINHO DE FEIRAPARA CARREGAR AS COMPRAS, EM SUBSTITUIÇÃO ÀS SACOLAS OFERECIDASNAS LOJAS E SUPERMERCADOS; COLOCAR O MÁXIMO DE PRODUTOS NUMAMESMASACOLA,EVITANDOOUSODEDUASSACOLASSOBREPOSTAS;EVITARA COMPRA DE SACOS DE LIXO, UTILIZANDO AS SACOLAS PLÁSTICAS QUEEMBALAMASCOMPRAS);

•COMPRAR PRODUTOS CUJAS EMBALAGENS SÃO REUTILIZÁVEIS E/OURECICLÁVEIS;

•COMPRARPRODUTOSRECICLADOSE/OUQUEAEMBALAGEMSEJAFEITADEUMMATERIALRECICLADO;

•ESCOLHERPRODUTOSDEEMPRESASCERTIFICADAS(ISO9000E14000),QUEDESENVOLVEMPROGRAMASSOCIOAMBIENTAISE/OUQUESEJAMRESPONSÁVEISPELOSPRODUTOSPóS-CONSUMO;

•EVITAR A COMPRA DE PRODUTOS QUE POSSUEM ELEMENTOS TóXICOS OUPERIGOSOS;

•EMPRESTAR OU ALUGAR EQUIPAMENTOS QUE NÃO SÃO USADOS COMFREQUÊNCIA,AOINVÉSDECOMPRÁ-LOS;

•CONSERTAR PRODUTOS EM VEZ DE DESCARTÁ-LOS E SUBSTITUÍ-LOS PORNOVOS;

•DOARPRODUTOSQUEPOSSAMSERVIRAOUTRASPESSOAS;

•REUTILIZARMATERIAISEEMBALAGENS;

•SEPARAR OS MATERIAIS RECICLÁVEIS E ENCAMINHÁ-LOS PARA ARTESÃOS,CATADORES,ENTIDADESOUEMPRESASQUEREUTILIZARÃOOURECICLARÃOOSMATERIAIS;

•FAZERSUAPRóPRIACOMPOSTAGEM,QUANDOFORPOSSÍVEL;

Page 57: Apostila nas ondas ambiente 2014

57

•ORGANIZAR-SE EM SEU TRABALHO/ESCOLA/BAIRRO/COMUNIDADE/IGREJA EINICIARUMPROJETOPILOTODESEPARAÇÃODEMATERIAISRECICLÁVEIS;

•ORGANIZAR-SE JUNTOAOUTROSCONSUMIDORESPARAEXIGIRPRODUTOSSEMEMBALAGENSDESNECESSÁRIAS,COMOTAMBÉMVASILHAMESREUTILIZÁVEISOURECICLÁVEIS;

•EVITAR GASTOS DE PAPEL E OUTROS MATERIAIS DESNECESSÁRIOS AOEMBRULHARPRESENTES;

•EVITARAQUEIMADEQUALQUERTIPODELIXO;SENÃOHOUVERCOLETANOSEUBAIRRO,ENTERREOLIXOEMVEZDEQUEIMÁ-LO;

•EVITARACOMPRADECADERNOSEPAPÉISQUEUSAMCLORONOPROCESSODEBRANQUEAMENTO;

•NÃODESCARTARREMÉDIOSNOLIXO;OMESMOVALEPARAMATERIALUSADOEMINJEÇÕESECURATIVOSFEITOSEMCASA.PROCURECOMOSEUFARMACÊUTICOOUNOSPOSTOSDESAúDEUMAALTERNATIVADEDESCARTEMAISADEQUADA;

•LEROSRóTULOSDOSPRODUTOSPARACONHECERASSUASRECOMENDAÇÕESOUINFORMAÇÕESAMBIENTAIS;

•USARDETERGENTESEPRODUTOSDELIMPEZABIODEGRADÁVEIS;

•UTILIZARPILHASRECARREGÁVEISOUALCALINAS;

Page 58: Apostila nas ondas ambiente 2014

58

ROTEIRO DE DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL LOCAL

1. Que tipos de atividades de lazer estãodisponíveisemseubairro?

( ) Rádio local

( ) Praças

()Cinemas

()Museus

( ) Turismo

()Outros.Quais?

2.Qualaprincipalatividadeeconômicadesuaregião?

( ) Industrial

( ) Ligada à exploração de petróleo

( ) Artesanal

( ) Piscicultura

( ) Agrícola

( ) Pecuária

()Outras.Identiique

3.NasuaregiãoexistemparquesouunidadesdeConservação?Identiique.

4.Identiiqueasprincipaisdoençasqueatingemsuacomunidade:

()Dengue

( ) Verminoses

( ) Gripe

()Cólera

()Outras.Identiique

5.Classiiqueosserviçosdisponíveisemsuaregião(1-ótimo,2-bom,3-regular,4-ruim,5-péssimo):

( ) Transporte

( ) Pavimentação urbana

()Coletadelixo

( ) Saneamento

()Moradia

()Hospitaisepostosdesaúde

( ) Escola

Page 59: Apostila nas ondas ambiente 2014

59

6.Acomunidadelocaldiscuteseusproblemasprocurandosoluções?

( ) Sim ( ) Não

7.Identiiqueasinstituiçõesqueparticipamnasoluçãodeproblemaslocais:

( ) Escolas ( ) Prefeitura

()Igrejas ()Associaçãodemoradores

()ONGs ()Outros.Identiique.

ROTEIRO DE DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL RESÍDUOS SÓLIDOS

1.Vocêconsegueidentiicarotipodelixomaisencontradonasuaárea?

Quanto à origem:

Domiciliar SIM( ) NÃO( )

Industrial SIM( ) NÃO( )

ServiçosdeSaúde SIM( ) NÃO( )

ViasPúblicas SIM( ) NÃO( )

ConstruçãoCivil SIM( ) NÃO( )

Outros: ___________________________

Quanto ao material:

Papel SIM( ) NÃO( )

Latas/Metal SIM( ) NÃO( )

GarrafasPet SIM( ) NÃO( )

Vidros SIM( ) NÃO( )

Plásticos SIM( ) NÃO( )

Sucatas SIM( ) NÃO( )

Matériaorgânica SIM( ) NÃO()

Outros: ___________________________

2.Indentiiqueotipoderecolhimentodelixo.Eafrequência.

Tipo Sim Não Quem faz Qantas vezes por semana

ColetaDomiciliar

ColetaSeletiva

Varrição de Ruas

Coletores/Catadores

Outros

Page 60: Apostila nas ondas ambiente 2014

60

3.Casonãohajacoletadelixo,aondeesteédescartado:

( ) Terreno baldio ( ) Encosta

()Rua ()Outros.Qual?__________________

( ) Quintal

4.Identiiqueodestinodadoaolixodesuacomunidadeapóssercoletado:

AterroSanitário SIM( ) NÃO()

Lixão SIM( ) NÃO()

Incineração SIM( ) NÃO()

Outros: _________________________________

5.Hálixeiraspelasruas?______________________

Estãoemquantidadesuiciente?_________________

6.Numereemordemcrescentedegravidade,porqueolixoéumproblemaparavocê.(useonumeral1para o mais grave).

( ) Por causa do mau cheiro.

( ) Porque atrai animais como ratos, baratas e outros insetos.

( ) Porque torna o ambiente feio.

( ) Porque desvaloriza a comunidade.

( ) Porque causa doenças.

()Outros.Oque?____________________________________________

7.Háalgumaindústria,empresaoucomércioquesejaresponsávelpelaproduçãodepartedestelixo?

Queempresa/indústria?_____________________________________________

Quetipodelixoelaproduz?____________________________________________

Emquequantidadeestelixoéproduzido?()Muito()Pouco

8.Háalgumaempresae/oucooperativaqueutilizeolixoproduzidoparainsdereciclagemoureutilização?___________________________________________

9.Háalgumaaçãodereciclagemoureutilizaçãodolixo,individualoucoletivadepessoasdaescolaoucomunidade?__________________Qual?_______________________

10.Háalgumprojetodogovernoqueenvolvareciclagemoureutilizaçãodolixoemsuaescolaoucomunidade?Qual?_______________________

Page 61: Apostila nas ondas ambiente 2014

61

1.Asuacomunidadepossuiáguaencanada?

( ) Sim ( ) Não

2.Deondevemaáguautilizadanasuacomunidade?

()Rio ()Cisterna

()Lago ()Caminhão-pipa

( ) Poço ( ) Outros

3.Ondeaáguaéarmazenadaemsuacasa?

()Caixad’água ()Cisterna

( ) Poço ( ) Outros ___________________________

4.Existemproblemasdefaltad’águaemsuacomunidade?

( ) Não

( ) Sim, semanalmente

( ) Sim, mensalmente

( ) Sim, eventualmente

5.Oqueacontecenasuaruaquandochove?

( ) Nada, a água desce pelos bueiros

( ) Enche, mas não muito

( ) Alaga completamente

( ) A rua é uma ladeira que se transforma em um rio

( ) Outra situação ____________________

ROTEIRO DE DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL ÁGUA E ESGOTO

Page 62: Apostila nas ondas ambiente 2014

62

6.Vocêconsegueidentiicarseexistealgumafontedecontaminaçãodaágua?

( ) Não existe

( ) Agrotóxicos

( ) Lixo

( ) Esgoto

()Metaispesados

()Resíduoseeluentesindustriais

( ) Outros ___________________________

7.Aáguaquesuacomunidadebeberecebealgumtipodetratamento?

( ) Não

()ElajávemtratadacomcloropelaCEDAE

()Aáguaéiltradaemcasa

( ) A água é fervida em casa

( ) A água recebe cloro em casa

( ) Outros _________________________

8.Suacomunidadeparticipadealgumadiscussãoenvolvendootemaqualidadedaágua?

( ) Sim ( ) Não

9.Quemparticipa?

( ) Associação de moradores

( ) Todos os moradores

( ) ONGs locais

( ) Lideres da comunidade

()Igreja

( ) Políticos

10.NaregiãoondevocêmoraexistemComitêsdeBaciaHidrográicaorganizados?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não consegui informação

11.Oqueacontecenasuacomunidadecomoesgoto(daprivada)?

( ) É coletado

()Éjogadoemsumidouronosolo

()Éjogadodiretamentenasruas

()Éjogadodiretamentenosrios

()Éjogadodiretamentenomar

( ) Outros _________________________

Page 63: Apostila nas ondas ambiente 2014

63

12.Queméresponsávelpelacoleta?

13.Recebealgumtipodetratamento?

( ) Não

( ) Fossa séptica

( ) Sumidouro

( ) Biodigestor

( ) Estação de tratamento de esgotos (ETE)

Outros ___________________________

14-Existealgumriooucórregopassandopróximoàsuacomunidade?

( ) Sim

( ) Não, nunca existiu

( ) Já existiu, mas secou com o tempo

( ) Sim, mas se encontra canalizado

15-Qualasituaçãoatualdele?

( ) Ele está muito limpo

()Eleestáumpoucocontaminado/sujo

()Eleestácompletamentecontaminado/sujo

16-Seestivercontaminado/sujo,vocêsabeindicarasuafontepoluidora?

()Nãoseiidentiicar,poiselejáchegasujoàcomunidade

( ) Esgoto domiciliar

( ) Esgoto industrial

( ) Esgoto hospitalar

( ) Lixo

Outros ___________________________

Page 64: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 65: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 66: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 67: Apostila nas ondas ambiente 2014

67

BREVE HISTÓRIA DO RÁDIO

1887

O cientista alemão Rudolf Hertz provou a existência das ondas de rádio criando aparelhos emissores e detectores de ondas de rádio. Neste mesmo ano o alemão Emil Berliner inventou o gramofone, que servia para reproduzir som gravado utilizando um disco plano.

1893

Poucos brasileiros sabem mas o padre gaúcho Roberto Landell de Moura inventou diversosaparelhosimportantesparaahistóriadorádioqueforamexpostosaopúblicodeSãoPaulo.PadreLandell foi o precursor da transmissão de vozes e ruídos, o que posteriormente viria a ser o rádio.

1897

Marconiganhouapatenteinglesaparaotelégrafosemio.OliverLodgeinventouocircuitoelétricosintonizado,quepossibilitouamudançadesintonia,selecionandoa freqüênciadesejada.LeeForestdesenvolveuaválvulaTríodo.VonLieben,naAlemanha,eArmstrong,nosEstadosUnidos,empregaramoTríodoparaampliicareproduzirondaseletromagnéticasdeformacontínua.

1916

Lee Forest instala a primeira “estação estúdio” de radiodifusão na cidade de Nova York,transmitindoconferências,músicaclássicaaovivoegravações,alémdetransmitirasapuraçõeseleitoraisparaapresidênciadosEstadosUnidos.

1920

Um engenheiro da companhia Westinghouse montou um transmissor radiofônico em casa,dandoorigemaorádiocomooconhecemoshoje.

Surge o microfone a partir da ampliação dos recursos do bocal do telefone por um engenheiro daWestinghouse.FoiaprópriaWestinghousequefeznasceraradiodifusãoaoinstalaremseupátioumagrandeantenaparatransmitirmúsicaparaosmoradoresdobairro.Comotérminodaprimeiraguerramundial,aWestinghouse,quefabricavaosaparelhosdetransmissãoparaoexércitoamericano,icoucomumgrandeestoquedeaparelhosqueforam,então,comercializados.

1938

TransmissãoporOrsonWellesdeumprogramaradiofônicobaseadonanovelaliterária“AGuerradosMundos”deH.G.wells,quecausoupânicoemNovaYork,emrazãodeosouvintesacreditaremque os marcianos estavam invadindo a Terra, como alardeava o programa sem avisar que tratava-sedeicção.Demonstra-seassimqueorádioalémdeemissordeinformaçãoeentretenimentoé também um agente indutor de comportamentos.

1947

A invenção do transistor revolucionou o rádio, que deixa de ser um móvel da sala e torna-se nômadecomoosouvidos,passandoaestaremqualquerespaço.

Page 68: Apostila nas ondas ambiente 2014

68

O RÁDIO NO BRASIL

1922

AprimeiratransmissãoradiofônicafoinoRiodeJaneiro,duranteascomemoraçõesdoscemanosda independência do Brasil com o discurso do então presidente Epitácio Pessoa para os auto-falantes instalados no centro da cidade.

1923

FundaçãodaRádiosociedadedoRiodeJaneiroporRoquetePintoeHenriqueMoritz.Atéosanos30orádioeraprivilégiodaselites.Todasasemissoraschamavam-seclubesesociedadesporque eram clubes e associações sustentadas pelos sócios. Transmitiam somente 4 horas de programação, os receptores eram caros e importados.

1932

ORÁDIOENTRANAERACOMERCIAL.

AntônioNássara,cartunistaecompositor,improvisaumfadoaovivoparaanunciarumapadariadoRiodojaneiro–estácriadooprimeirojingledorádiobrasileiro.

Nadécadade30,comGetúlioVargasnopoder,foramcriadasasregrasoiciaisdaradiodifusãonoBrasil.Apartirde1934,ogovernofederalpassouaexigirumnovotipodelicença(concessão)dosinteressadosemcolocarumarádionoar.Determinou-sequeasconcessõesseriamrenovadasacada15anoseasemissorasfuncionariamsegundoleisespecíicas.

Vargas foi o primeiro político brasileiro a perceber a capacidade de alcance do rádio em um país com a dimensão do Brasil.

1937

Entranoaroprograma“AVozdoBrasil”(“HoradoBrasil”),criadoparaserodivulgadoroicialdas ações do governo.

1940

GetúlioVargasassumeocontroledaRádioNacionaldoRiodeJaneiro,quevemasetornaramaioremissoradopaís,inluenciandodeinitivamentealinguagemeomododeseproduzirrádiono Brasil. Surgem os programas de auditório, os cantores e cantoras que arrastam multidões, programashumorísticos,jornalísticoseasrádiosnovelascomapurotécnicoesonoplastia.

1941

O Brasil entra na ll Guerra e a Rádio Nacional do Rio de Janeiro coloca no ar o primeiro “Repórter Esso”, cominformessobreodesenrolardaguerra.Osdoisbordõesprincipaisdonoticiárioicaramparasemprenamemóriadorádiobrasileiro:“Oprimeiroadarasúltimas”,“testemunhaoculardahistória.”

A maior contribuição do “Repórter Esso” foi introduzir no rádio brasileiro o noticiário adaptado paraa linguagemradiofônica(atéentãoerasomentea leituradasnotíciasdos jornais)ecomhorários regulares.

LançanoBrasiloprimeiroguiaderadiojornalismo.

Page 69: Apostila nas ondas ambiente 2014

69

A forte credibilidade do “Repórter Esso” foi resultado em boa parte da locução de Heron Domingues: “O ritmodas frasesparavalorizara informaçãoea interpretaçãodo textoparaconseguir atrair e cativar o ouvinte.”

1948 - O transistor chega ao Brasil. Os receptores tornam-se portáteis e mais baratos.

Orádiotorna-senômadecomoosouvidos.

1974

SurgeemVitória,EspíritoSanto,aParanóicaFM,talvezaprimeirarádioFMairaoarnoBrasil.

AbandaFMeotransistorcausamforteimpactotantonalinguagemdorádiocomotambémnomodelo de negócio desta mídia.

1981/1984

Surgem as primeiras Rádios Livres, embrião das rádios comunitárias, em Sorocaba, interior de SãoPaulo,montadaporestudantessecundaristas,comalgumconhecimentodeeletrônicaesempretensõespolítica,daescolatécnicadacidade.Erambasicamentemusicais,transmitiamemFM,nãotinhamhoráriosnemprogramasixos,contestavameparodiavamaprogramaçãodasFMslocais.OmovimentoderádioslivresdeSorocabateveseuapogeuentre1981e1984.

1982

SurgeaFluminenseFM,“AMaldita”.Comumalinguagemoriginalesócomlocuçãofemininaela revoluciona o dial . Sua programação musical só tocava o que as outras rádios não tocava e isto incluía gravações demonstrativas de bandas desconhecidas: ela lançou por exemplo Legião Urbana,Paralamasdosucesso,Lobão,Capitalinicial,KidAbelhaeetc.Popularizoupelaprimeiravez um programa diário sobre meio ambiente.

1985

EntranoaraRádioXilik,inspiradanaexperiênciadasrádioslivresitalianasefrancesas.AXilik,produzidaporestudantesdaPUCdeSãoPaulo,comtransmissorinstaladoclandestinamentenocampus.AXiliksurgeprincipalmentecomoatopolíticoquecontestavaapolíticadeconcessõesde rádio da ditadura militar.

Esta experiência teve impacto nacional e os manifestos da emissora serviram durante muitos anos como inspiração para segmentos da sociedade questionarem a política de concessões de frequências de rádio e tv no Brasil.

1986

EntranoaraRádiolivreTamTamnomunicípiodeMacaénoRiodeJaneiro.Comumaprogramaçãobem humorada que parodiava a linguagem da publicidade em rádio produzindo anti-propaganda de produtos e questionando a política de concessões do Estado.

1989

Ocorre o l encontro Nacional de Rádios Livres, na Escola de Comunicações e Artes da USP,organizadopelaUNEepeloColetivoNacionaldeRádiosLivres(CNRL).

Page 70: Apostila nas ondas ambiente 2014

70

1990

AconteceollEncontroNacionaldeRádiosLivres,emGoiânia,quedeine:“RádioLivreéaquelaquevaiaoarsempedirautorizaçãoaquemquerqueseja.”Esteencontrotambémdeliberacomotarefadomovimentoaconstruçãodeummodeloderadiodifusãocomunitárianopaís,ouseja,aconstituiçãodeemissorasseminslucrativos,programaçãopluralegestãoparticipativa.

EntranoaraRádioClubeNovosRumosnomunicípiodeQueimadosnoRiodeJaneiro,tidacomoa primeira rádio comunitária do Brasil, que colocou em prática os princípios de uma rádiodifusão seminslucrativos,programaçãopluraledirigidaporpessoaseleitaspelaprópriacomunidade.

1991

FundaçãodoFNDC(FórumNacionalpelaDemocratizaçãodaComunicação)queveioasetornaraprincipal instânciade formulaçãodepolíticaspúblicasdemocratizantesdacomunicaçãonoBrasil.

EntranoaraRádiocomunitáriaMeiaPonte,emPirinópolis,estadodeGoiás.

1994

Entra no ar a Rádio Reversão em São Paulo, a primeira rádio livre do Brasil autorizada a operar porforçadeumadecisãojudicial.

1995

OcorreolEncontroNacionaldeRádiosLivreseComunitárias,naABIdoRiodeJaneiro,organizadopeloFórumNacionalpelaDemocratizaçãodaComunicação.

Deine-seentãoRádiosComunitáriascomorádiosseminslucrativos,deprogramaçãopluralegestão participativa.

1996

FundaçãodaABRAÇO(AssociaçãoBrasileiradeRadiodifusãoComunitária)emPraiaGrande,SãoPaulo,comapresençademaisde300rádiosecomamploapoiodomovimentosocial.

1998

É sancionadapelopresidenteda república a lei 9612que regulamentao funcionamentodasrádios comunitárias no país.

De1980paracá

a proliferação de rádios livres e comunitárias é proporcional à insatisfação de segmentos da sociedade civil com o predomínio do critério político eleitoral adotado pelo governo federal na concessão de canais de rádio e televisão.

Page 71: Apostila nas ondas ambiente 2014

71

RÁDIO COMUNITÁRIA

O QUE É UMA RÁDIO COMUNITÁRIA?

OServiçodeRadiodifusãoComunitáriafoicriadopelaLei9.612,de1998,regulamentadapeloDecreto2.615domesmoano.Trata-sederadiodifusãosonora,emfreqüênciamodulada(FM),debaixapotência(25Watts)ecoberturarestritaaumraiode1kmapartirdaantenatransmissora.Podemexploraresseserviçosomenteassociaçõesefundaçõescomunitáriasseminslucrativos,comsedenalocalidadeedaprestação do serviço. As estações de rádio comunitárias devem ter uma programação pluralista, sem qualquer tipo de censura, e devem ser abertas à expressão de todos os habitantes da região atendida.

COMO DEVE SER A PROGRAMAÇÃO DE UMA RÁDIO COMUNITÁRIA?

A programação diária de uma rádio comunitária deve conter informação, lazer, manifestações culturais, artísticas, folclóricas e tudo aquilo que possa contribuir para o desenvolvimento da comunidade, sem discriminação de raça, religião, sexo, convicções político-partidárias e condições sociais. A programação deve respeitar sempre os valores éticos e sociais da pessoa e da família, prestar serviços de utilidade públicaecontribuirparaoaperfeiçoamentoproissionalnasáreasdeatuaçãodosjornalistaseradialistas.Além disso, qualquer cidadão da comunidade beneiciada terá o direito de emitir opiniões sobrequaisquer assuntos abordados na programação da emissora, bem como manifestar idéias, propostas, sugestões, reclamações ou reivindicações.

O QUE NÃO PODE SER TRANSMITIDO POR UMA RÁDIO COMUNITÁRIA?

É proibido a uma rádio comunitária utilizar a programação de qualquer outra emissora simultaneamente, a não ser quando houver expressa determinação do Governo Federal. Não poderá ela, também, em hipótesealguma:veicularqualquertipodedefesadedoutrinas,idéiasousistemassectários;einserirpropaganda comercial, a não ser sob a forma de apoio cultural, de estabelecimentos localizados na sua área de cobertura.

O QUE É APOIO CULTURAL?

De acordo com a lei nº 9.612/98, uma emissora de rádio comunitária não pode veicularpublicidade comercial. Ela pode veicular apenas apoio cultural de entidades localizadas na área de cobertura do serviço, entendendo-se apoio cultural como a forma de patrocínio limitada à divulgação de mensagens institucionais para pagamento dos custos relativos à transmissão da programação ou de um programa especíico, em que não podem ser propagados bens,produtos, preços, condições de pagamento, ofertas, vantagens e serviços que, por si só, promovam a pessoa jurídica patrocinadora, sendo permitida a veiculação do nome, endereçosfísicos e eletrônicos e telefone do patrocinador situado na área de execução do serviço.

A Rádio Comunitária é obrigada a veicular o programa

'A VOZ DO BRASIL' e o 'O HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO'?

Page 72: Apostila nas ondas ambiente 2014

72

OprogramaoicialdeinformaçõesdospoderesdaRepública,maisconhecidocomo“VozdoBrasil”,devesertransmitidoobrigatoriamenteportodasasemissorasderádio,nohoráriode19às20horas,exceto aos sábados, domingos e feriados. A exigência de veiculação desse programa consta do art. 38doCódigoBrasileirodeTelecomunicações.Aemissoraderádiocomunitáriatambéméobrigada,nos períodos que antecedem as eleições, a transmitir programas eleitorais e propaganda eleitoral gratuita. A veiculação desses conteúdos é regulamentada pela Justiça Eleitoral, que estabelece asregras que devem ser seguidas pelas emissoras.

QUAL DEVE SER O HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DE UMA RÁDIO COMUNITÁRIA?

A programação diária de uma emissora de rádio comunitária deve ter, no mínimo, 8 horas de duração. Fonte:AssociaçãoBrasileiradeRadiodifusãoComunitária–ABRAÇO:www.abraconacional.org

PARA QUE SERVE A RÁDIO COMUNITÁRIA?

1) É um veículo da expressão social da comunidade.

2)Divulgartemasquenãotêmespaçoemoutrosmeios:acultura,aeducação,asaúde,asegurança, a organização política e o meio ambiente.

3)Foconointeressedoouvinte.Acomunidadepodeatravésdarádiocomunitária,fazersua própria comunicação, mais concreta e real, mais próxima da sua realidade.

4)Hápossibilidadedediálogonoplanopúblico,explicitaçõeseproduçãodeconsensosparaaresoluçãodasdiiculdadesindividuaisecoletivas.

5) Aumenta a solidariedade social, a segurança coletiva, a cidadania, a democracia e liberdade de expressão.

6)ADemocratizaçãodaMídiapriorizaadiversidadeculturalnolugardamassiicação,ocontrole do cidadão no lugar de escolha corporativa, o desenvolvimento cultural e social no lugar da concentração de lucro e informação.

EIxOSRELEvANtES:

1) Educomunicação - utilização da mídia (rádio)comprometida com a informação voltada para a instrução, orientação, indicação de caminhos e oportunidades, esclarecendo e tratandodosinteressesdacomunidade,semdeixardeladoaculturaeoentretenimento;

2)Protesto-contraumsistemademídiabaseadonacomercializaçãoenaexclusão;

3) Mudança - mobiliza, forma opinião, cobra direitos e deveres, clama por reformasque respondam aos interesses públicos, promovam a diversidade e que assegurem arepresentação e a responsabilidade comunitária.

Page 73: Apostila nas ondas ambiente 2014

73

LEGISLAÇÃO SOBRE AS RÁDIOS COMUNITÁRIAS

Aquiapresentaremosalgunspontosespecíicosdaleiqueregulamenta os serviços de radiodifusão comunitária.

Leinº9.612de19/02/98

Art. 1º-Denomina-seServiçodeRadiodifusãoComunitáriaaradiodifusãosonora,emfreqüênciamodulada,operada em baixa potência e cobertura restrita, outorgada a fundações e associações comunitárias, sem inslucrativos,comsedenalocalidadedeprestaçãodoserviço.

§ 1º Entende-se por baixa potência o serviço de radiodifusão prestado a comunidade, com potência limitada a um máximo de 25 watts ERP e altura do sistema irradiante não superior a trinta metros.

Comentário:Asrádioscomunitáriasquestionamjáesteparágrafoprimeiro:

a)Porque25wattsrepresentamuitopoucapotência,suicienteparacobrirnomáximo1km,dependendodascondiçõesgeográicasdalocalidade.Porexemplo:seestalocalidadetivermorros, como é o caso do estado do Rio de Janeiro, o alcance será ainda mais reduzido.

b)Antenacomapenas30metrosdealtura.Asrádiosquestionamarazãodeestabelecer30metrospara todoo territórioNacional, sem levaremconsideraçãoasespeciicidadesgeográicasdecadaregiãodoBrasil,umpaísdedimensõescontinentais.

§ 2º Entende-se por cobertura restrita aquela destinada ao atendimento de determinada comunidade de um bairro e/ou vila.

Comentário: O segundo parágrafo também é questionável já que inúmeras rádioscomerciais, apesar terem veiculadas suas autorizações à determinadas localidades, nãoestãosituadasemsuascidadesdeorigem,ousejaváriascidadesdopaísnãosãocobertaspornenhumtipoderadiodifusãoqueatendaaoconjuntodosseusinteresses,à sua unidade territorial como um todo.

a) De um lado muitas rádios comercias guiadas exclusivamente por seus interessesinanceirossemudamdecidadeeperdemoseuvínculocomomunicípiodeorigemdasuaconcessão.Muitasvezesacontecedestasrádios,alémdetransmitiremdeoutrolugar,nãofalarem sequer da sua cidade de origem, não empregarem funcionários da localidade, não divulgarem sua cultura, seus artistas, ou até mesmo notícias locais.

b) E por outro lado a própria legislação impede que as rádios comunitárias aumentem a suapotênciaepossamatenderàtodoomunicípio,ousejaaLegislaçãoéfalhaporquenãoatendeaoseuprincipalobjetivo:proporcionarumaprogramaçãodequalidadequeatendaaosinteressespúblicos.

Art.3º-OServiçodeRadiodifusãoComunitáriatemporinalidadeoatendimentoàcomunidadebeneiciada,com vistas a:

I-daroportunidadeàdifusãodeidéias,elementosdecultura,tradiçõesehábitossociaisdacomunidade;

II - oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convíviosocial;

Page 74: Apostila nas ondas ambiente 2014

74

III-prestarserviçosdeutilidadepública,integrando-seaosserviçosdedefesacivil,semprequenecessário;

IV-contribuirparaoaperfeiçoamentoproissionalnasáreasdeatuaçãodos jornalistaseradialistas,deconformidadecomalegislaçãoproissionalvigente;

V - permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível possível.

Comentário:A lei determinamuitas inalidades importantespara as rádios comunitárias,masnãooferece-lhecondiçõesdeviabilizarestesprincípios.Determinaoupriorizaapenasrestriçõesdealcanceeviabilidadeeconômica.NoartigoArtigo18,porexemplo,aleidiz:AsprestadorasdoServiçodeRadiodifusãoComunitáriapoderãoadmitirpatrocínio,sobaforma de apoio cultural, para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida.

Art 4º - As emissoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária atenderão, em sua programação, aosseguintes princípios:

I-preferênciaainalidadeseducativas,artísticas,culturaiseinformativasembenefíciododesenvolvimentogeraldacomunidade;

II-promoçãodasatividadesartísticasejornalísticasnacomunidadeedaintegraçãodosmembrosdacomunidadeatendida;

III - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, favorecendo a integração dos membros dacomunidadeatendida;

IV - não discriminação de raça, religião, sexo, preferências sexuais, convicções político-ideológico-partidárias e condição social nas relações comunitárias.

§1ºÁvedadooproselitismo*dequalquernaturezanaprogramaçãodasemissorasderadiodifusãocomunitária.

§ 2º As programações opinativa e informativa observarão os princípios da pluralidade de opinião e de versãosimultâneasemmatériaspolêmicas,divulgando,sempre,asdiferentesinterpretaçõesrelativasaos fatos noticiados.

§ 3º Qualquer cidadão da comunidade beneiciada terá direito a emitir opiniões sobre quaisquerassuntos abordados na programação da emissora, bem como manifestar idéias, propostas, sugestões, reclamações ou reivindicações, devendo observar apenas o momento adequado da programação para fazê-lo,mediantepedidoencaminhadoàDireçãoresponsávelpelaRádioComunitária.

Deimediatoétambémimportantevocêsaberqueoprojeto“OndasdoAmbiente”atendeoArt.igo20dalei9.612quediz:

Art 20º - Compete ao Poder Concedente estimular o desenvolvimento de Serviço de RadiodifusãoComunitária em todo o território nacional, podendo, para tanto, elaborar Manual de Legislação,ConhecimentoseÉticaparausodasrádioscomunitáriaseorganizarcursosdetreinamento,destinadosaos interessados na operação de emissoras comunitárias, visando o seu aprimoramento e a melhoria na execução do serviço.

*Proselitismo:empenhoativistadeconverterumaouváriaspessoasaumadeterminadacausa,idéiaoureligião.

Page 75: Apostila nas ondas ambiente 2014

75

PARA QUE SERVE A RÁDIO ESCOLA?

Entre vários benefícios diretos e indiretos, de se fazer uma Rádio Escola, podemos citar:

1- O desenvolvimento da criatividade, do senso de responsabilidade, da liberdade de expressão;

2-Aexploraçãodaspotencialidadespedagógicasdorádioparaadifusãodeconteúdosescolares;

3-Apromoçãodaeducaçãoambientalnaescoladeformainterdisciplinar;

4-Acontribuiçãoparaaformaçãodojovemeoestímuloaoexercíciodacidadania;

5-Ocombateàviolênciaeofavorecimentoàculturadepaznoambienteescolar;

6-Oesclarecimentoeasensibilizaçãodetemasquetenhamointeressedosouvintes;

7-Divulgaçãodasoportunidadesdeestágios,bolsasdeestudo,calendárioescolar;

8-Estímulo,descoberta,epromoçãodetalentoslocais;

9-Aintegraçãoentreosalunos,osprofessores,osfuncionários,afamíliaeacomunidadenoambienteescola;

10- Prática da educomunicação socioambiental.

O TEXTO RADIOFÔNICO

“Escreverparaquemouveéescrevercomoquemfala.”(Ivantubau)

Antes de conhecermos as especiicidades do texto escrito para o rádio, vamos destacar algumas dasprincipais características desta mídia:

Sensorialidade: o rádio forma imagens. Quem faz textos e comentários para o rádio escolhe as palavras de modo a criar imagens na mente do ouvinte no sentido de tornar o assunto inteligível e, de certa forma, “mentalmente visível”.

Abrangência:orádiofalaparamilhõesdepessoas;

Regionalismo: o regionalismo é uma marca fundamental do rádio, pois dá visibilidade às informações locais. Este princípio dinamiza as relações entre rádio e comunidade. É importante avaliar corretamente o que é umanotícialocaledistinguirentreoqueélocaleoqueéparoquial;Nocasaderádiocomunitáriaexistealiberdade e até o dever de conceder uma atenção especial para as prioridades do entorno.

Intimidade: o rádio fala para cada indivíduo. As palavras, a forma de falar são pensadas para o ouvinte comsuasparticularidadeseexpectativas.Otransistorfacilitouestecaráter,jáquepermitiuumaaudiênciaindividual. O tom íntimo das transmissões materializado pelas expressões “amigo ouvinte”, “querido ouvinte”, proporcionam aproximação e intimidade, fazendo do rádio um veículo companheiro. Por isto o rádio tem este caráter de “amigo”: você liga e ele está lá.

Page 76: Apostila nas ondas ambiente 2014

76

Imediatismo e instantaneidade: O rádio possui um caráter imediato, possibilitando que o ouvinte se intere dos fatos no momento em que estão acontecendo. O rádio acelera a disseminação de informações em curto espaçodetempo.Comumcelulareumahíbridaorepórterpodeentrarnoardequalquerlugardomundoetransmitir uma informação. Nenhum outro veículo tem esta facilidade.

Simplicidade: com uma estrutura mínima trabalha-se no meio, o que abre precedentes para que pessoas não-especialistas se aventurem na arte de fazer rádio.

Mobilidade:orádiopodeserlevadoeouvidoemqualquerlugar,eemtodasascircunstâncias:nocarro,narua,nobanho,nacozinha,nocampodefutebol,nobardaesquina.Orádionãoexigeatençãoixacomoatelevisão, pode-se ouvi-lo realizando outras atividades.

Acessível: O rádio é muito popular. Praticamente toda residência tem um ou vários aparelhos. Segundo pesquisas recentes, a proporção é de um rádio por pessoa. O rádio está sempre por perto, ao alcance da mão ou do ouvido, atingindo toda a população, da criança ao idoso.

Função Social: O rádio é ummeio que inluência o cotidiano das pessoas e tem amagia de cativare sensibilizar seus ouvintes, conduzindo-os à atitudes e comportamentos. Por causa de todas estas características anteriormente citadas, concluímos que este veículo possui uma importante função social, se destacando como importante agente de formação de opinião e mobilização coletiva. Por isto o rádio é potencialmenteumimportantealiadodepolíticaspúblicaseprojetoscomunitáriosquepossampromovero desenvolvimento local e a inclusão social, colaborando para o diálogo entre indivíduos e grupos e fortalecendo a noção de comunidade.

REDAÇÃO DO TEXTO RADIOFÔNICO

A regra geral do texto escrito para o rádio é utilizar-se de linguagem direta, períodos curtos e simples, poucosadjetivos,objetividadeerevisão.

Nomeioimpresso(jornais,revistas,etc.)épossívelreleroquenãofoientendido,masnorádio,seissoacontecer,ainformaçãoicaperdida.Amensagemnorádiose“dissolve”nomomentoemqueélevadaaoar.Oouvintenãopodeperguntar“oquêeledisse?”Devemosserobjetivoseclaros.

Escrevercomosefala.

É a dica mais importante de todas: leia a sua nota em voz alta, para conferir se o que você está querendo dizer está fácil de ser entendido.

VEJA AGORA ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA A REDAÇÃO DE UM TEXTO RÁDIO:

• Formarfrasessempreemordemdireta,istoé,sujeito-verbo-predicado.Aordemdiretaéaforma mais simples de compreender o que é dito.

Aoinvésdeusar:Estavacongestionadaarua.

Preira:Aruaestavacongestionada.

Page 77: Apostila nas ondas ambiente 2014

77

•O texto começa com as principais informações. Procure a novidade, o fato que atualiza a notícia e a torna o mais atraente possível. A missão do redator é conquistar o ouvinte na primeira frase. Se esta não levar à segunda, a comunicação está morta.

• Proximidade: quanto mais próximo o ouvinte estiver do local do evento, mais interesse a notícia gera, porque implica mais diretamente na vida do ouvinte. Este é um fator de muita importância,principalmenteparaasrádioscomunitárias.

LEAD (OU LIDE)

Olead(ou,naformaaportuguesada,lide)éumaexpressãoinglesaquesigniica“guia”ou“oquevemàfrente”.Emjornalismo,chamamosdeleadaprimeirapartedeumanotícia,geralmentepostaemdestaquerelativo, que fornece ao leitor a informação básica sobre o tema e pretende prender-lhe o interesse.

Procure o fato que atualiza a notícia e a torna o mais atraente possível. No “lead”, ou na cabeça da notícia, oouvintejádeveserinformadodoacontecimento.DeumacertamaneiraéumaespéciedeMANCHETEquejáinformaaoouvinteumasíntesedanotícia.

Nateoriadojornalismo,asseisperguntasbásicasdoleaddevemserrespondidasnaelaboraçãodeumamatéria. São elas:

Oquê? O assunto

Quem? Pessoas ou coisas envolvidas

Onde? Local onde acontece o fato

Quando? Data,hora

Como? Modocomosedesenrolouofato

PorQuê? Causas

vAMOSAOSExEMPLOS

ExEMPLOS1

ACIDENTECOMÔNIBUSCAUSATRAGÉDIANORIO/////

UMÔNIBUSDALINHAQUATRO-OITO-QUATRO,QUELIGAOLARIAACOPACABANA,INVADIUACALÇADAEMATOUCINCOPESSOASEDEIXANDOMAISDETRINTAFERIDOSNOINÍCIODAMANHÃDEHOJE////

OACIDENTEACONTECEUNAAVENIDABRASIL,NAALTURADOCAJU, ESEGUNDOTESTEMUNHAS,OMOTORISTATRAFEGAVAEMALTAVELOCIDADEQUANDOPERDEUOCONTROLEDOVEÍCULOEATROPLEOUVÁRIASPESSOASQUEESTAVAMNOPONTO////

DEACORDOCOMOCORPODEBOMBEIROS,ASVÍTIMASFORAMLEVADASPARAOSHOSPITAISGETúLIOVARGAS,NAPENHA,ESOUZAAGUIAR,NOCENTRO////

OTRÂNSITOFICOUINTERDITADOPORVÁRIASHORASNOLOCAL,MASJÁFOILIBERADO////

Page 78: Apostila nas ondas ambiente 2014

78

Oquê? Umacidente

Quem? Ônibus484

Quando? Namanhãdehoje

Onde? AvenidaBrasil,naalturadoCaju

Como? Invadiu a calçada e matou 5 pessoas

PorQuê? Trafegava em alta velocidade e perdeu o controle

ExEMPLOS2

OCORINTHIANSÉONOVOCAMPEÃODATAÇALIBERTADORESDAAMÉRICA////

OTIME,DIRIGIDOPELOTÉCNICOTITE,VENCEUAEQUIPEARGENTINADOBOCAJUNIORSPELOPLACARDEDOISAZERO,AGORAAPOUCO,NOESTÁDIODOPACAEMBU,EMSÃOPAULO//////

OS DOIS GOLS DO CORINTHIANS FORAM MARCADOS PELO ATACANTE EMERSON E COROARAM UMACAMPANHAPERFEITANACOMPETIÇÃOCOMOITOVITóRIASESEISEMPATES//////

ESTAÉAPRIMEIRAVEZQUEOTIMEPAULISTACONQUISTAALIBERTADORESEGANHAAOPORTUNIDADEDEDISPUTAROTÍTULOMUNDIALINTERCLUBES,NOFIMDOANO,NOJAPÃO/////

Oquê? CampeãodaTaçaLibertadores

Quem? OCorinthians

Quando? Agora a pouco

Onde? Estádio do Pacaembu, São Paulo

Como? Doisazero

PorQuê? OportunidadedejogaroMundial

Page 79: Apostila nas ondas ambiente 2014

79

ExERCÍCIOS1

AONULANÇA,ESTEMÊS,PROJETOPARACOMBATERAEXTRAÇÃOILEGALDEMADEIRAEMTODOMUNDO////

O PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE, EM PARCERIA COM A INTERPOL,DESENVOLVE UM PROJETO QUE TEM COMOOBJETIVO COMBATER TODOS OS ASPECTOS DE CRIMESFLORESTAISINCLUINDOOTRÁFICOEAEXTRAÇÃOILEGALDEMADEIRA////

ESSES CRIMES AMBIENTAIS DESTROEM A BIODIVERSIDADE, AFETAM O CLIMA E AMEAÇAM A VIDADAQUELESQUEDEPENDEMDASFLORESTAS//////

SEGUNDOESTUDOSDAONU,MAISDEUMQUARTODAPOPULAÇÃOMUNDIALDEPENDEMDIRETAMENTEDAFLORESTAPARATERACESSOACOMBUSTÍVEIS,ALIMENTOSEREMÉDIOS////

Oquê?____________________________________________

Quem?___________________________________________

Quando?__________________________________________

Onde?____________________________________________

Como?____________________________________________

PorQuê?__________________________________________

ExERCÍCIOS2

ORIODEJANEIROVAIGANHARAPRIMEIRACOOPERATIVAPARARECICLAGEMDELIXOELETRÔNICO/////

LANÇADONARIOMAISVINTE,OPROJETO,DESENVOLVIDOPELAUFRJ,TEMAPROPOSTADECOLETARELETROELETRÔNICOSFORADEUSOCOMOTV’S,COMPUTADORES,CELULARESEAPARELHOSDESOM////

OSCOMPONENTESSERÃOSEPARADOSEMTRÊSSEGMENTOS:PLÁSTICO,METALEPLACASQUESERÃOVENDIDOSPARAEMPRESASESPECIALIZADAS///

AIDÉIAÉ,ATÉOFIMDOANO,FORMARUMAREDEDEMAISDEVINTECOOPERATIVASNOESTADODORIODEJANEIRO////

SEGUNDOPESQUISASDAONU,OBRASILÉHOJEOCAMPEÃONAPRODUÇÃODELIXOELETRÔNICOPORHABITANTE /////

Oquê?___________________________________________

Quem?___________________________________________

Quando?_________________________________________

Onde?___________________________________________

Como?___________________________________________

PorQuê?_________________________________________

Page 80: Apostila nas ondas ambiente 2014

80

PRESTE ATENÇÃO NAS DICAS:

•USARFRASESCURTASESINTÉTICAS.IRDIRETOAOASSUNTO.

•PROCURARUSAROVERBOSEMPRENOPRESENTEDOINDICATIVO.ISSODENOTAINSTANTANEIDADE E ATUALIDADE, CARACTERÍSTICAS DO RÁDIO. É IMPORTANTESALIENTARQUEOPASSADONÃOÉNOTÍCIAEMRÁDIO.

• A LINGUAGEM PRECISA SER COLOQUIAL. EVITE, POR EXEMPLO, AS CONJUNÇÕES“POIS”, “EMBORA”, “APóS”. ELAS SÃOCOMUNSNA LINGUAGEM ESCRITA,MASDÃOUMAR PRETENSIOSOÀ LINGUAGEM FALADA. ÉMELHORUSAR “PORQUE”, “MAS” E“DEPOIS”.

•APONTUAÇÃOÉUMDOSPONTOSMAISIMPORTANTESNACONSTRUÇÃODOTEXTORADIOFÔNICO. ELA SERVE PARA ASSOCIAR A IDÉIA EXPRESSADA À SUA UNIDADESONORA. A VÍRGULA NO TEXTO RADIOFÔNICO MARCA UMA PAUSA CURTA, QUEINTRODUZUMAPEQUENAVARIAÇÃONAENTONAÇÃO,EDÁLUGARÀRENOVAÇÃODOAR.

•ÉBOMLEMBRARQUEOTEXTORADIOFÔNICO-EMESPECIALASONORA(ENTREVISTA/DEPOIMENTO) PRECISA SER O MAIS CLARO POSSÍVEL, PARA QUE FACILITE ACOMPREENSÃO DO OUVINTE QUE, NA MAIORIA DAS VEZES, TERÁ APENAS UMAOPORTUNIDADEDEESCUTARANOTÍCIA.

•ÉACONSELHÁVELEVITARADJETIVOS,POISELESCARREGAMPOUCAINFORMAÇÃOEPODEMINDUZIROOUVINTEAENDOSSARJUÍZOSDEVALORPRÉ-DETERMINADOS.SUBSTANTIVOS FORTES E VERBOS NA VOZ ATIVA REFORÇAM A DENSIDADEINDISPENSÁVELAOTEXTOESCRITOPARAORÁDIO.

•EVITEAGÍRIA.ELAVULGARIZAOTEXTO.MASISTONÃOSIGNIFICAUSARPALAVRASREBUSCADAS, E, MUITO MENOS, MENOSPREZAR O OUVINTE. ENTRA AQUI O BOMSENSO.

•APONTUAÇÃOMERECEATENÇÃOESPECIAL.NORÁDIOAPONTUAÇÃOSERVEPARAASSOCIARAIDEIAASUAUNIDADESONORA,ISTOÉ,MARCAUNIDADESFÔNICASENÃOGRAMATICAIS.OUSODOSSINAISORTOGRÁFICOSFACILITAAENTONAÇÃODAVOZEARESPIRAÇÃO.

•O“PONTO”DEVESERSUBSTITUÍDOPORBARRAS“///”,PARAQUEOLOCUTORPOSSAVISUALIZARCOMMAIS FACILIDADEO FINALDOS PERÍODOS EASSIMCALCULAROARNECESSÁRIONOSPULMÕES,OSUFICIENTEPARAEXECUTARUMALOCUÇÃOMAISCONFORTÁVELECOMBOAINTERPRETAÇÃO.

• EVITARA CACOFONIA, ISTO É, PALAVRASQUE,QUANDO JUNTAS, FORMEMUMATERCEIRA.EX:BOOMDASOJA;PORCADA;MEJOGOU;BUSCARALHO;UMAMÃO.

• EVITE FRASES LONGAS: ELAS DIFICULTAM A RESPIRAÇÃO DO APRESENTADOR/LOCUTORESÃOMAISDIFÍCEISDESEREMENTENDIDASPELOOUVINTE.CADAFRASEDEVEEXPRESSARUMAIDEIA.

Page 81: Apostila nas ondas ambiente 2014

81

•OTEXTOPRECISATERRITMO.USEFRASESCURTASEEVITEFRASESINTERCALADAS,ENTREVÍRGULAS.MASTENHACUIDADO:ASFRASESDEVEMSERCURTAS,MASNÃOTELEGRÁFICAS.AREGRAÉESCREVERCOMOSEFALA.

•EVITEOUSODONÃONOLIDE(LEAD).CONTEOQUEACONTECEU;NINGUÉMLIGAORÁDIOPARASABEROQUENÃOACONTECEU.

•TAMBÉMDEVE-SETERCUIDADOCOMOUSODOSPRONOMESPOSSESSIVOSCOMOSEU,SUA,SEUSESUAS.OOUVINTEPODEENTENDERQUEESTÁSEFALANDODELE,OUDEALGUMAPESSOAOUOBJETODESUASRELAÇÕESPESSOAIS.

•AREVISÃODOTEXTOEMVOZALTAÉAMELHORMANEIRADESEEVITARERROSQUE“DERRUBAM”OAPRESENTADOR/LOCUTOR.COLOQUE-SENOLUGARDOOUVINTE;ELENÃOESTÁLENDO.COMALEITURAEMVOZALTAÉPOSSÍVELIDENTIFICARPROBLEMASCOM A SONORIDADE DAS PALAVRAS, CONCORDÂNCIA, CACóFATOS, FRASES SEMSENTIDO,EETC.

LINGUAGENS DE RÁDIO (PRODUTOS)

VINHETA

• Umtextocurtoassociadoaumefeitosonorooumúsica.

• Éusadaparaidentiicaraemissora,programasouquadros.

• Pode também marcar abertura e encerramento de programas, separar os blocos ou anunciar quadros do programa ou emissora.

• Pode ser usada várias vezes durante a programação.

• Dámaisdinamismoetornaaprogramaçãomaisinteressante.

DICA: QUANTO MAIS VINHETAS MELHOR

Ex:“plim-plim”(sinalsonoro,TVGlobo);“Orelógiomarca”(falado,transmissãoesportiva);“sempre...Coca-Cola”(cantado,publicidade);“Emvinteminutostudo

pode mudar.” (BandNews).

Page 82: Apostila nas ondas ambiente 2014

82

SPOT

• É uma produção curta e impactante feita com a intenção de promover uma idéia ouum produto.

•Muitoutilizadoemrádio.

• Podem ser institucionais, campanhas educativas, publicitárias, etc.

• Sãoutilizadosrecursoscriativoscomoefeitossonoros,músicas,eumalocuçãoadequadaaotexto.

• Temcomeço,meioeim,estimulaaatençãodesdeoinício,mantémointeresseeprovocaalgum tipo de reação no ouvinte.

•Geralmente tem duração de até 01 minuto.

EXEMPLO:

Você sabia que a buzina dos carros é uma das principais fontes de poluição sonora na nossacidade??//////

E, para os desavisados, buzinar sem parar acarreta ao motorista nervosinho uma multa de 50 reais e menos três pontos na carteira de habilitação /////

Respeite o direito do cidadão e use a buzina de seu carro com responsabilidade ////

Umacampanhanasondasdoambiente////

Rádio arroba escola ponto com /////

OBS: CONCEITO + CONVITE.

No caso da educomunicação, podemos utilizar o spot institucional fazendo uma comunicação breve onde se passa um conceito ou idéia, estimulando a

participação dos ouvintes.

EXEMPLO:

O papel demora de três a seis meses para se decompor no ambiente/////

Pratique a coleta seletiva /////

Anaturezaagradece!/////

Page 83: Apostila nas ondas ambiente 2014

83

NOTAS JORNALÍSTICAS

• Textopequeno,decincoaoito linhas,cominício,meioeim,sobredeterminadofatoouacontecimento que atualiza informações de interesse do ouvinte.

EXEMPLO:

TRINTAEQUATROMILHÕESDEÁRVORESSERÃOPLANTADASNORIODEJANEIROATÉASOLIMPÍADASDE2016////

ESTAINICIATIVADASECRETARIADEESTADODOAMBIENTEBUSCACOMPENSARAEMISSÃODEGASESDOEFEITOESTUFADURANTEAREALIZAÇÃODACOPADE2014EOLIMPÍADASDE2016/////

PARACOLOCAROPROJETOEMPRÁTICA,SERÃOCRIADOSCERCADECINCOMILEMPREGOSVERDESVOLTADOSPARAAPRODUÇÃO,OPLANTIO,EAMANUTENÇÃO DESSAS MUDAS/////

JINGLE

• É uma mensagem publicitária musicada e elaborada com refrão simples e de curta duração, aimdeserlembradacomfacilidade.

• Éumamúsicafeitaparaumprodutoouempresa;utilizadaporemissorasderádioouTVparaidentiicaçãodamarca,canal,frequência.

• Geralmentetemletrasemelodiassimplesparaquesejamfacilmentememorizadaserecordadas por quem as ouve.

EXEMPLO:

”Dolly,DollyguaranáDolly,Dollyguaraná,osaborbrasileiro”

”JáéNatalnaLeaderjáéhora...”

Medá,medá.medá.MedáDanoninho,Danoninhodá.Cálcioevitaminapragentebrincar”

RADIONOVELA OU RADIOTEATRO

• É uma narrativa sonora, nascida da dramatização do gênero literário novela, produzida e divulgada em rádio.

• Envolve,geralmente,maisdeumavoz,efeitossonoros,músicas,etc.

• Temasdeinteressepúblicocomcriatividadeebomhumor.

MÚSICA

• Amúsicatemfundamentalimportâncianarádio.Comotodaaproduçãodarádio,aprogramaçãomusicalédeinidaapartirdoseupúblicoalvo.

• Atravésdamúsicaumarádiomarcaseuestilo,suatendência,propostaepersonalidade.

• Portanto, tenha coerência, sensibilidade, inteligência, criatividade.

• Umamúsicapodedarcontinuidadeaoclimadeumassuntoou,aocontrário,mudardotristeparaoalegre,dolendoparaorápido,sempredeacordocomumcontexto.Tenhafeeling!

EXEMPLO:

AúltimamúsicatocadanasaudosaRádioFluminenseFM,AMaldita,foi:TheEnd,dabandaTheDoors.

Page 84: Apostila nas ondas ambiente 2014

84

PRODUÇÃO DE PROGRAMAS RADIOFÔNICOS

PRODUÇÃO

Umacoordenaçãointegradiferentestarefasqueprecisamserfeitaspordiferentespessoascomfunçõesespecíicas,prazosdeterminadoseumobjetivoemcomum:fazerumprogramaderádio.Portanto,organização, participação, divisão de tarefas e compromisso, estão no início da “brincadeira”. Assim funcionaumaequipederádio.Cadaumdeveocuparatarefaquemaiscurte,maséimportantequetodosestejamcapacitadosnotripé:Redação,LocuçãoeOperaçãodeÁudio,paraumcolegapodersubstituir o outro garantindo o funcionamento da rádio.

A produção é tudo, pois engloba o antes (reunião de pauta, pesquisa, gravação e edição de sonoras, agendamento e conirmação dos convidados) o durante (chegada dos convidados, equipamentos,silêncio no estúdio) e o depois (pesquisa de opinião, sugestões, repercussão, já pensando nopróximo).É importante equilibrar informação e entretenimento.Interatividade é a palavra de ordem.

A Grade de Programação deve ser variada e buscar cativar os ouvintes, por isso é saudável que tenha opredomíniodamúsica,mas sempremisturadas àsdiversas informaçõesde interessedosouvintes,comoeducaçãoecidadania,culturaediversão.Cadaintegrantedarádioviraumaantenasintonizadaaomeioemquecircula.Desdeoquintaldecasa,atéopátioeasaladeaula,asruas,osbairros,asárvores,montanhas, os lixos, as águas. Nossa “frequência” é socioambiental e assim podemos produzir diferentes tiposdeprogramas.Entreosváriosgêneros,estãooshumorísticos,jornalísticos,entrevistas,musicais...

ALGUMAS FUNÇÕES DA EQUIPE:

PRODUTOR(A) OU COORDENADOR(A):

• Criaousupervisionaapesquisaquevaialimentarapautacomasinformaçõesfundamentaissobre o tema abordado

• Criaeelaboraroteiros,programas,vinhetasechamadas.

• É responsável pela coordenação do programa, organiza a grade de programação, horários, lidera e supervisiona a equipe.

• Desenvolvepesquisasobretemas,textosemúsicas.

• Acompanhaaexecuçãodoroteiro,sejaemapresentaçõesaovivoougravações.

•Realiza agendamento de entrevistas.

LOCUTOR(A):

Apresenta o programa e deve ter conhecimento prévio do roteiro, dos dados levantados pela pesquisa e das perguntas que serão feitas aos convidados. Âncora é o principal locutor ou apresentador e pode ter mais de um.

REPÓRTER

Équemfazasentrevistas,reportagenseelaboraapautajuntamentecomoprodutor.

Page 85: Apostila nas ondas ambiente 2014

85

OPERADOR(A) DE ÁUDIO/SONOPLASTA

Opera os equipamentos de áudio, verifica se os microfones estão bem posicionados, equalizados, no volume correto, grava, edita e monta diferentes produtos colocados no ar como sonoras e indicam o início das locuções que utilizam BG, entre outras tarefas mais detalhadas na parte do RádioeSonoplastiadaapostila.Pormelhorquesejaaredaçãoealocução,semumaoperaçãodeáudiocorreta,tudoestaráperdido!

MODELO DE PAUTA

PAUTA

É uma orientação para o repórter saber com quem vai conversar, sobre quais assuntos, contextos, destaques, onde,quando,deinidospreviamentenaReuniãodePauta.Apesardetodaaelaboração,nãoesqueçaquea pauta está a serviço do repórter. A pauta, na verdade, garante um ponto que devem ser tratados na reportagemouentrevista,podendo,nodecorrerdosfatos,sertotalmentemodiicada,desdeasperguntasaté os entrevistados, garantindo autonomia para o repórter decidir pela notícia inédita que surge num momento imprevisível, como um furo.

TEMA

O assunto que se pretende abordar. (exemplos: coleta seletiva do lixo, aquecimento global, reciclagem do óleo de cozinha, etc.)

SINOPSE

Dadosfundamentaissobreotemaquevaiserabordado.Situaçãoatual,antecedentes.

ENCAMINHAMENTO

Objetivodamatéria.Ofoco.Oquesedesejadestacarentreasquestõesabordadas.

FONTES

São as pessoas que fornecem as informações da pauta, cabendo à produção ou ao repórter, manter contato por telefone, e-mail e locais onde possam ser encontradas.

PESQUISA

É fundamental para a realização de um bom programa. Busque fontes seguras e atuais sobre o tema escolhidoemjornais,bibliotecas,revistas,naInternetecompessoasqueconhecemoassunto,gravandoou anotando seus depoimentos.

Page 86: Apostila nas ondas ambiente 2014

86

ENTREVISTA E REPORTAGEM

ProduzindoInformação,PromovendoConhecimento

REPORTAGEM

Éuma“notícia”maisaprofundada,commaiordesenvolvimento.Contemdiferenteslinguagens.Areportagempode se desdobrar em entrevistas, depoimentos, comentários, opiniões. Dentro da imparcialidade, éfundamental ouvir todos os lados envolvidos e por vezes, cabe a avaliação de especialistas.

ENTREVISTAS

“Técnicadeobtermatériasdeinteressejornalísticopormeiodeperguntaserespostas”(LuizBeltrão-jornalista)

É basicamente uma conversa com perguntas e respostas. As perguntas são feitas pelo repórter para obter informações do entrevistado. O repórter/entrevistador é o elo de ligação entre os ouvintes da rádio e os entrevistados,tendosempreemmente:oqueédeinteressedeseuouvintearespeitodoentrevistado?

DICA:NUNCAUSEBGNASENTREVISTAS.

ALGUNS TIPOS DE ENTREVISTAS:

ENQUETE

É basicamente a opinião das pessoas sobre determinado assunto, servindo como uma pesquisa, sondagem, levantamento.

PING PONG

Perguntassimplesediretasdirecionadasaumapessoaquedeveresponderdemaneirarápidaeobjetiva,jáseguidadeoutrapergunta,numjogodinâmicoedivertido.

DEBATE

Quando duas ou mais pessoas orientadas por um moderador, falam sobre algum tema que discordam ou concordam, emitindo suas opiniões pessoais que podem, inclusive, serem alteradas de acordo com as argumentações.

MESA REDONDA

Quandoumtemaélevadoàopiniãodediferentesespecialistasporummoderador,levandoaopúblicoinformação e conhecimento.

Page 87: Apostila nas ondas ambiente 2014

87

ENTREVISTA COLETIVA

Quando uma pessoa é entrevistada por deferentes repórteres.

TÉCNICAS DE ENTREVISTA

1. A equipe da rádio faz a Reunião de Pauta,onde são levantados temas atuais e de interesse dos ouvintesaseremdesenvolvidosemdiferenteslinguagens,deinindo,entreváriosprodutos,aentrevista: o tema, o formato, o entrevistado, o repórter, as perguntas, a data e local...

2. A partir da escolha do entrevistado, começa a fase da pesquisa, sempre focada no interesse do ouvinte (o que vão querer saber sobre o entrevistado), baseada em atualidades e fontes seguras.

3.Dependendodoentrevistado,conirmecomoprópriooucomsuaassessoriaocargoeapronunciacorretadonome-principalmentenocasodenomesestrangeiros.Tenhacerteza!

4. A entrevista deve ter começo, meio e im. Planeje o tempo. Se precisar divida aentrevista em blocos.

5.Sejaclaroeobjetivocomasperguntas.

6. Ao longo da entrevista repita o tema, o cargo e o nome do entrevistado, já que aaudiênciadorádioérotativa.Ex:ConversamossobreosurtodadenguenoRiodeJaneirocom o infectologista Fulano de Tal.

7.Nãointerrompaoentrevistadosemqueeleconcluaopensamento,istoirritaoouvinteeprejudicaaedição.

8. Por outro lado, se o entrevistado fugir da pergunta ou se estender demais, querendo transformar a entrevista num palanque, no momento oportuno interrompa e retome a pergunta. Ex:Ok,mas demaneira simples e objetiva, ...? É importante ser gentil,mas não submisso. Em casos singulares é preciso dizer claramente que ele não respondeu ao que foi perguntado.

9. Fuja do óbvio, como a cretinice de perguntar como se sente umamãe que acaboudeperderoilho.Daívema importânciadapesquisa,dabuscapelo interessante,pelainformação embasada na criatividade e inteligência.

10. Não tem problema consultar rapidamente as anotações enquanto o entrevistado responde, mascuidadoparanãoperguntaroquejáfoirespondido.Nestecasopuleapergunta,inclusivecomliberdadedeimprovisodianted’algocuriosoequeestejaforadapauta.

11. Na falta de tempo para formular as perguntas, você pode, em poucos minutos antes da entrevista, perguntar ao entrevistado os temas mais interessantes, que não devem faltar na conversa, ou ainda utilizar o roteirinho básico: o quê, quando, onde, como, por quê.

12.Comotudonorádio,aspalavrasdeordemparaumaboaentrevistasão:jogodecintura,perspicácia, foco na missão.

Page 88: Apostila nas ondas ambiente 2014

88

ROTEIRO

•Roteiro é o trilho por onde passa tudo o que se fala e se escuta na rádio.

• Oroteirodescreveoinício,omeioeoimdeumprogramaradiofônico.

•O roteiro é o direcionamento de todas as ações e recursos técnicos necessários para a realização de um programa.

•O roteiro organiza, ordena e orienta toda a estrutura de um programa.

DICA

Assuntossériosnoinícioelevesnoinal.Nãomudedrasticamentedeassunto.Façaganchos,linksentreaspautaseaslinguagensdorádio.

ALGUNS ELEMENTOS DO ROTEIRO

Abertura: breve apresentação do nome e proposta do programa.

Encerramento: é praticamente a repetição da abertura com uma despedida.

DICA

Tanto na abertura quanto no encerramento, cuidado com o bom dia, boa tarde eboanoite.Preirao:olá,estánoar,começaagora(abertura)e:umabraço,

então valeu, até mais (encerramento) para possibilitar o uso em qualquer período do dia de um programa gravado.

Girodemanchetes:anunciaasmanchetesdasnotasjornalísticas, entrevistas e quadros.

Page 89: Apostila nas ondas ambiente 2014

89

MODELO DE ROTEIRO DE PROGRAMA DE RADIOJORNALISMOBLOCO1

<TEC>VINHETADEABERTURA

<TEC>BGABERTURA

<LOC>TEXTODEABERTURA-âncora:apresentação(propostadoprograma+conviteparaaparticipaçãodosouvintes).

<TEC>VINHETA

<TEC>BGGIRODEMANCHETE

<LOC>GIRODEMANCHETES-âncora:anúnciodasmanchetes,quadroseentrevistadoprograma.

<LOC>MANCHETE1

<LOC>MANCHETE2

<LOC> ENTREVISTA - tema, cargo, entrevistado - exemplo: Na entrevista de hoje, conversaremossobre a inauguração da Rádio Escola NOA com a coordenadora da rádio, Fulana de Tal.

<LOC>AGENDACULTURAL

<TEC>VINHETADEPASSAGEM

<LOC>ANúNCIOMúSICA1-nomedamúsica,autoreintérprete

<TEC>MúSICA1

<LOC>DESANúNCIOMúSICA1-vocêescutouamúsica...,de...,com...

BLOCO2

<TEC> VINHETA

<TEC> SPOT 1

<TEC>VINHETANOTAJORNALÍSTICA

<TEC> BG NOTA

<LOC>MANCHETE1-âncora

<LOC>NOTAJORNALÍSTICA1-locutor

<LOC>MANCHETE2–âncora

<LOC>NOTAJORNALÍSTICA2-locutor

<TEC> VINHETA

<LOC>ANúNCIOMúSICA2-nomedamúsica,autoreintérprete

<TEC>MúSICA2

<LOC>DESANúNCIOMúSICA2-vocêescutouamúsica...,de...,com...

BLOCO3

<TEC>VINHETARÁDIONOVELA

<TEC>RÁDIONOVELA

<TEC>VINHETARÁDIONOVELA

<TEC> SPOT 2

Page 90: Apostila nas ondas ambiente 2014

90

<TEC> VINHETA ENTREVISTA

<LOC> ENTREVISTA – apresentação e início

<LOC>ESTAMOSCONVERSANDOSOBRE(TEMA),COM(CARGO),(ENTREVISTADA)-meio

<LOC>ENTREVISTA –inal e desanúncio - exemplo: acabamosde conversar sobre a inauguraçãodaRádio Escola NOA, com a coordenadora da rádio Fulana de Tal.

<TEC> VINHETA ENTREVISTA

BLOCO4

<TEC> VINHETA

<TEC>VINHETAAGENDACULTURAL

<TEC>BGAGENDACULTURAL

<LOC>AGENDACULTURAL

<TEC>SPOT3

<TEC>BGENCERRAMENTO

<TEC> VINHETA

<LOC>ENCERRAMENTO

<TEC>VINHETA

<LOC>ANúNCIOMúSICA3

<TEC>MúSICA3

TÉCNICA DE LEITURA

ACENTUAÇÃO

Cada vocábulo (palavra) tem a sua tonicidade (acentuação) própria, podendo ser:

• oxítonos-acentonaúltimasílaba

• paroxítonos-acentonapenúltimasílaba

• proparoxítonos-acentonaantepenúltimasílaba

Além do acento principal, palavras longas ou derivadas apresentam acento secundário.

ACENTO TÔNICO a)dinâmicooudeintensidade-reforçonaemissãodasílabatônica

b)melódico–mudançadefrequência(tom=graveouagudo)

Os acentos podem ser fechados ou abertos quanto ao timbre e também podem ser acentos de insistência, quando além dos acentos normais, dão mais emoção a determinadas palavras.

AnegligênciadaacentuaçãotônicaprejudicaaclarezadaDICÇÃOetambémacompreensãodafrase.

Umaacentuaçãoerradamodiicaosigniicadodapalavra.

EXEMPLO:

Pais / país - Baia / baía - Secretária / secretaria

Page 91: Apostila nas ondas ambiente 2014

91

Existempalavrascomsignificaçãoplena(ex.:colher/porta/cadeira),sãoossubstantivos,adjetivos,verbos, advérbios, etc...

Nestas palavras sempre acontece de terem uma sílaba mais acentuada do que as outras. E existem as palavras que são inacentuadas ou átonas: artigos, preposições (ex. : a, de, em, com, por, sem, sob, ... ),asconjunções (que,se,como,e,ou,mas,...),pronomes (me, te, lhe,etc...)epor issonãotemautonomia fonética. Na fala, estas palavras se incorporar ao vocábulo que é acentuado formando um vocábulo fonético, chamado de grupo intensivo ou acentual.

FRASE

Para expressarmos uma “ideia” usamos palavras que se unem em diferentes grupos e que se integram uns aos outros surgindo então as unidades de sentido.

GRUPO INTENSIVO OU ACENTUAL

É amenor unidade rítmico-semântica da frase e é caracterizada pelo acento dominante, que ocorregeralmente na penúltima sílabadogrupo acentual; pode tambémacontecer na antepenúltimaou naúltimasílaba,mascompoucafrequência.

RITMO E GRUPO RÍTMICO

Cada idioma tem seu ritmo, e na nossa língua alternamos sílabas acentuadas (fortes) com sílabasinacentuadas(fracas);éochamadoRitmoIntensivo.

A reuniãodepalavrasque seorganizamparaumaúnica signiicação sãopronunciadas tambémnumúnicoimpulsoemtornodeumacentodominante.

Cadapalavratemsuacadência(seutempoforteeseutempofraco),masafraseéumacadeiasonoraquesegueummovimentoregularemedido,queconstituioRITMO.

GRUPO RÍTMICO

Éogrupoformadoporpalavrasqueseunemparaumasigniicaçãounitária.

Na fala alémdeacentuar sílabas comacréscimode forçaexpiratória (intensidade=volume) tambémelevamosoubaixamosavoz,pararealizarmosinlexõesdealtura(graveeagudo)oudesenhosmelódicos.

EXPRESSÃO - ENTONAÇÃO E INFLEXÃO

Alémdasacentuaçõescomuns,aexpressãodeterminaumaouduaspalavraspararealçarseusigniicado.

Dequemaneira?

-articulandocommaiornitidez;

-retardandoapalavraqueantecedeaprincipal;

-mudandoafrequênciadavoz;

- mudando o volume, etc...

Mas,claro,semexagerosparanãoprejudicaroequilíbriodotexto.

Page 92: Apostila nas ondas ambiente 2014

92

INFLEXÕES

As inflexões são modulações da voz em torno do tom médio para expressarmos o nosso pensamento.

Numa só palavra e nas frases curtas a voz sobe ou desce; nas frases mais longas descreve curvas. Asinlexõesascendentesmostraminteresse,curiosidade,entusiasmo,etc...;asdescendentes,indiferença,desdém,raiva;easmédias,sentimentostranquilosouenunciações.

ENTONAÇÃO

A entonação é ao mesmo tempo, uma expressão da unidade sintática (uma linha tonal completa com início, desenvolvimentoeim)eummeiopeloqualavoztraduzosestadosafetivoseemocionais.

- Frase declarativa

- Frase imperativa

- Frase interrogativa

- Frase optativa

- Frase exclamativa

PONTUAÇÃO E PAUSA

Pontuação:Sistemadesinaisgráicosqueindicanaescrita,apausanalinguagemoral.

Pausa: Silêncio, breve ou longo, que se produz em uma enunciação.

Na leitura em voz alta, é preciso poupar o sopro respiratório e evitar a exaustão completa. Para isso, temos aajudadapontuação,quenosdáaoportunidadederenovaçãoconstantedaprovisãodear.

Apontuaçãooralàsvezesdesprezaumapontuaçãográica,eemoutrassupresuafaltaembenefíciodaexpressão.

A pontuação também serve para indicar as modulações de voz, geralmente:

MOVIMENTO

O estilo do texto e o sentimento que ele determina indicam o movimento a ser obedecido, como por exemplo :

movimentolento:tranquilidade,desânimo,resignaçãoetc...

movimento rápido : entusiasmo, vivacidade, pressa, agitação etc...

LOCUÇÃO: A VOZ NO RÁDIO

O texto usado no rádio é uma fala armazenada. Embora o comunicador/a se prepare antes de apresentar o programa, ele deve demonstrar espontaneidade e improviso ao falar, imprimindo emoção à sua voz em relação ao que está sendo noticiado e relatado.

Page 93: Apostila nas ondas ambiente 2014

93

A voz “radiofônica” tradicional é uma voz impostada, exercitada para ser emitida com ressonância. Naatualidadebusca-seavozviva,comunicativa,ouseja,avozdeumrádioamigoecompanheiro.

Avozdoslocutoresproissionaisestevepormuitotemposubordinadaanormasde“perfeição”queprovocaramumafriezacomunicativaedistanciadora.Asnovasformasradiofônicas,principalmenteacomunitária,priorizamuma fala direta e informal que transmita emoção e sentimento.

Não existem “vozes de locutor”, há lugar para todos os timbres e todas as formas de falar. Em uma emissoracomunitáriatodasasvozessãobem-vindas!Quandoconversamoscomumamigonãoestamospreocupadoscomaimpostaçãodasuavoz,masnoconteúdodoqueestádizendoenomodocomofaz.

No rádio, o comunicador/a é avaliado não só pelo que diz mas como o diz.

Porissoéimportantereletirsobrequatroitens,antesdelevaraoaroquetememmente,sãoelas:

• Oqueestoudizendoéimportanteparaquemescuta?

• Oqueestoudizendofazsentidoparaquemestáládooutroladodorádio?

• Istoqueestoudizendovaitrazerbenefícioouresultadopositivoparaoouvinte?

Aformadefalarétãoimportantequantooconteúdo.Aênfasequeolocutordáadeterminadaspalavraspode mudar o sentido da frase ou da idéia.

Deacordocompesquisasdeneurolinguística,(ciênciaqueestudaaelaboraçãocerebraldalinguagem),38%danossainluênciasobreosoutrosacontecepormeiodonossotomdevoz.Aformadapalavracorrespondea7%dainluênciaqueexercemossobreaspessoas.Sobramentão55%paraosargumentosque usamos para expressar as idéias.

NO TEXTO DO ROTEIRO RADIOFÔNICO EXISTEM DOIS SINAIS DE PONTUAÇÃO QUE SÃO FUNDAMENTAIS PARA O RITMO E O SENTIDO DA LOCUÇÃO:

Asvírgulassãocomoumsinaldetrânsitonoamarelorepresentaumapausaparaarespiraçãoedevemser entoadas para cima.

Ospontos(Quedevemserrepresentadosporbarras“///”)representamosinalvermelho,ouseja,umaparada e devem ser entoados para baixo.

Agoraseguemalgunsexercíciose recomendaçõesparaasaúdevocaleobomusodavoznorádio.Comoummúsico,olocutorainaseuinstrumentoantesdecomeçaratocar:

1) Para articular melhor as palavras, uma prática recomendada consiste em morder umlápisenessaposiçãolerumanotíciadejornaloucantarumamúsicainteiracomvoz forte. Esteexercício relaxa todososmúsculosdo rosto, é aconselhávelque sejapraticado todas as manhãs.

2) Soletrar é ótimo e ajudamuito! Pegue um livro e leia-o em voz alta lentamente.Emseguidasoletremaisrápido,certiicando-sequeestápronunciandocadaumadassílabas de cada palavra.

3)Ostradicionaistrava-linguasnãoservemapenasdebrincadeirasparaascrianças,masparamelhoraradicçãodosadultos.Procureumcomletrasincômodasparavocê.Se tiver problema com os erres, não hesite em praticar o conhecido: “ O rato roeu a roupa do rei de Roma”.

Page 94: Apostila nas ondas ambiente 2014

94

EXEMPLO: DE TRAVA LÍNGUAS (DEVEM SER FALADOS RAPIDAMENTE SEM PAUSAS)

1)Pedrotemopeitopreto,OpeitodePedroépreto;Quemdisserqueopeitode Pedro é preto, Tem o peito mais preto que o peito de Pedro.

2) A vaca malhada foi molhada por outra vaca molhada e malhada.

3)Umninhodemafagafos,comcincomafagainhos,quemdesmafagaizarosmafagafos,bomdesmafagaizadorserá.

4) Há quatro quadros três e três quadros quatro. Sendo que quatro destes quadros são quadrados, um dos quadros quatro e três dos quadros três. Os três quadros que não são quadrados, são dois dos quadros quatro e um dos quadros três.

5)Chupacanachupadordecananacamachupacanachutacamacainochão.

6)PingaapipaDentrodopratoPiaopintoemiaogato.

7)OratoroeuaroupadoreideRoma.

8) Pinga a pia apara o prato, pia o pinto e mia o gato.

9) O princípio principal do príncipe principiava principalmente no princípioprincipesco da princesa.

10)Quicoquerquaqui.QuequaquiqueoQuicoquer?OQuicoquerqualquerquaqui.

11) Três pratos de trigo para três tigres tristes.

12) Luzia lustrava o lustre listrado, o lustre listrado luzia.

13) Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o quenão sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.

14) Fala, arara loura. A arara loura falará.

15) Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, para o prato, pia o pinto e mia o gato.

16)Avidaéumasucessivasucessãodesucessõesquesesucedemsucessivamente,sem suceder o sucesso...

17) O Tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem, o Temporespondeu pro tempo que o tempo tem o tempo que o tempo tem.

Page 95: Apostila nas ondas ambiente 2014

95

A LOCUÇÃO DE NOTÍCIAS

A apresentação de notícias é a base da comunicação no rádio. Quem domina as técnicas de locução de notícias, sabendo modular a voz, quebras de ritmo e mudanças interpretativas, domina um dos recursos mais importantesdacomunicaçãoradiofônica.Ocomunicadordevelerpreviamenteotextoeobservarosentidoda notícia antes de interpretá-la.

Procure escutar com atenção programas de notícias transmitidos pelo rádio, observando os seguintes detalhes:

1)Comomudaainlexãodevozdoapresentador,deumanotíciaparaoutra?

2)Comosoaacolocaçãodavoznosinaisdefrase?

3)Qual amodulação de voz do locutor e quais as técnicas utilizadas para despertara curiosidade do ouvinte para determinado item, dentro da notícia (números, cifras,índices, porcentagens, cotações etc)

4)Comoageolocutordiantedeumerroouenganoquandoestáfalando?

5) Observe os improvisos utilizados para se sair bem nos momentos em que é necessário terjogodecintura.

CUIDADOS COM A VOZ

1)Administrarocansaçofísicoemental.Umanoitebemdormidaéfundamentalparaaqualidadeeasaúdedavoz.

2) Evitar falar alto em ambientes ruidosos ou ao ar livre.

3)Procurarmanterúmidaamucosadafaringe,depreferênciacomáguasemgelo.

4)Duranteotrabalhodelocução,ingerirmaiorquantidadedeágua.

5) Falar sempre no tom natural de sua voz, sem forçar os graves e agudos.

6)Nãopigarrearoutossirparalimparagarganta,atéporquenãolimpaeaindairritaascordas vocais. Beber água para atenuar os efeitos nocivos do pigarro para as cordas vocais.

7)Disciplinaroshoráriosdetrabalhoparaquehajarepousovocalapóscadaperíodo.

8) Hidratar-se com sete a oito copos de água por dia.

9)Evitaraingestãoderefrigerantesgelados,bebidasalcoólicas,comidasgordurosasoumuito temperadas.

10) Evitar dormir ou permanecer muito tempo em recintos com ar condicionado.

11)Manteraposturaeretadacabeçaedocorpodurantealocução.

Page 96: Apostila nas ondas ambiente 2014

96

GLOSSÁRIO DE TERMOS RADIOFÔNICOS

ACÚSTICA: Estudo do som, sua natureza e característica. Em rádio, é a medida de qualidade sonora de um ambiente.

AM: Amplitude Modulation ( modulação de amplitude ). Sistema que aplica o sinal do som à freqüência do transmissor, associado à transmissão de ondas médias.

FM: Abreviação de Freqüência Modulada, sistema de transmissão em que a onda portadora é modulada em feqüência.As transmissões em FM sofrem menos incidência de ruídos e apresentam maior idelidade de resposta. Os carros de reportagem externa freqüentemente transmitem nessa faixa.

BREAK: Expressão inglesa usada em algumas emissoras para designar o intervalo comercial.

BRAINSTORMING: Traduzindo do inglês, tempestade cerebral ou tempestade de ideias. Trata-se de um método inventado por Alex Osborn que destaca a produção criativa muitas vezes limitada por julgamentos. Assim, um tema é apresentado e as pessoas vão dizendo palavras que vêm à mente, escrevendo-as em torno da ideia central. Importante: sem julgamentos ou críticas, para num segundo momento ocorrer a seleção dentro do objetivo desejado.

BLOCO: Conjunto de notícias , músicas ou matérias situado entre dois intervalos comerciais ou institucionais.

BG: Abreviação de background, músicas ou sons de fundo que servem como suporte para a locução. O popular fundo musical.

CABEÇA DA MATÉRIA: Abertura de uma notícia ou reportagem. É o fato mais importante, destacado logo no início da informação, para prender a atenção do ouvinte. Geralmente a cabeça é lida pelo apresentador no estúdio.

CHAMADA: Flash gravado sobre a matéria ou programa, transmitido várias vezes durante a programação, para despertar o interesse do ouvinte.

CLIPPING: Conjunto de recortes de jornais e revistas sobre determinado assunto.

COMENTÁRIO: É a opinião de alguém que conhece bem o assunto abordado pelo programa. O comentarista inluencia o ouvinte e nunca é neutro: sempre servirá para emitir um juízo de valor.

DECUPAGEM: Processo de registro da ordem e da duração das diversas seqüências de uma reportagem gravada, com anotação de frases capazes de identiicá-las posteriormente, para ins de edição.

DEIXA: Palavras inais da matéria que indicam ao apresentador e ao operador de som o momento em que outro trecho da informação deve ir ao ar.

EDIÇÃO: Montagem de uma matéria radiofônica, seleção, corte e emenda de trechos das entrevistas gravadas.

Page 97: Apostila nas ondas ambiente 2014

97

EDITORIAL: Texto opinativo sobre determinado assunto que expressa a posição política da emissora sobre um fato especíico.

FLASH: Rápido informe sobre um fato, dado pelo repórter ou pelo locutor.

FONTE: É a origem da notícia, onde o radialista vai buscar a informação. A fonte pode ser: oicial( representantes do governo, instituições, escolas, etc.), comunitária ( pessoa da comunidade que tenha alguma relação com o assunto tratado), documental( quando o produtor do programa consulta arquivos, livros, documentos, páginas da Internet etc.)

FURO JORNALÍSTICO: Basicamente é uma informação importante que ninguém ainda sabe.

GANCHO: O elemento que justiica a matéria e a torna oportuna. É a relação da matéria radiofônica com a vida real do ouvinte.

JABÁ: Gíria que designa a veiculação de informações ou músicas mediante pagamento, “por baixo do pano”. O mesmo que “ jabaculê”.

LIDE: Forma aportuguesada de lead, que é a abertura da notícia. Relato do fato mais importante de uma notícia, que informa objetivamente: O quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por Quê?

MICROFONIA: Defeito de instalação de áudio em que o som dos auto-falantes retorna ao microfone provocando um forte ruído. Isso ocorre com freqüência em rádio quando o entrevistado, por telefone, também esta ouvindo a rádio e não reduz o volume.

NOTA: Texto pequeno, de cinco a oito linhas, com informações objetivas sobre determinado fato, para ser lido em intervalos da programação musical. E uma forma de manter o ouvinte atualizado sobre assuntos variados.

PAUTA: É o roteiro dos principais assuntos ou temas que merecem cobertura em um programa de rádio, contém o resumo do que deve ser apurado na reportagem e indicações básicas como: pessoas a serem ouvidas; meio de contato com elas( tel., email, endereço, etc.)

PÚBLICO-ALVO OU PRIORITÁRIO: Segmento da população que se pretende atingir e sensibilizar com uma campanha, programa, anúncio, notícia etc.

QUADRO: Temas especíicos desenvolvidos dentro de um programa.

RELEASE: Texto informativo distribuído por instituição privada ou governamental para ser divulgado pelo veículo, com informações básicas sobre determinado acontecimento ou evento.

REPORTAGEM: Conjunto de providências necessárias à elaboração de uma matéria radiofônica. Inclui pesquisa, entrevista, seleção de dados relacionados ao fato/acontecimento a ser veiculado.

Page 98: Apostila nas ondas ambiente 2014

98

ROTEIRO: É o texto que serve de guia para a apresentação do programa. É uma prévia, no papel, de como o programa irá se desenvolver. Além do texto que será lido pelo locutor, no roteiro está descrito todo o trabalho técnico que deve ser feito pelo operador de áudio, como: a música que vai ao ar, o momento da fala do locutor, as vinhetas de apresentação do programa e de passagem de blocos, os spots publicitários e institucionais, os efeitos sonoros, o BG etc.

SPOT: Comunicação breve em rádio, de mensagem comercial ou institucional.

TEASER: Breve e instigante chamada para promover uma notícia ou um programa que vem a seguir.

VINHETA: Mensagem curta que marca a passagem de blocos do programa, composta com texto e efeitos sonoros ou só com efeitos sonoros (o“plimplim” que demarca o início e o inal de um bloco do programa).

SUPORTE

Nafasedosuporteoobjetivoéverasequipesdasrádioscaminhandosozinhas.Arádioquedácertonão se sustenta pelo talento ou sorte, mas pela união, a força de vontade, a disciplina da equipe. E quando se trata de rádio, esse esforço tem uma boa parcela de prazer no que se faz. Simplesmente distribuindo e assumindo tarefas a serem cumpridas num certo prazo.

OCoordenadordarádiotemopapelfundamentaldeestimular, instruir,cobrar, interagireampliararádio,logicamenteemconjunto.Semequipenãotemrádio.Semacomunidade(escolar),osouvintes,arádionãoexiste.Ainterdependênciadecadaumeparticipaçãodetodoséfundamental.Duranteosuporte,osprofessoresdoNOAestarãopresencialmenteounainternet–e-mail,facebook.Estaremosnaativaenatorcida!

TOCANDO A RÁDIO

ESTRUTURA: A Rádio precisa de condições básicas para produzir e funcionar, tendo como ideal: um localeequipamentosespecíicosparaarádio.Acoordenaçãodarádioprecisacombinarcomadireçãoda escola ou responsáveis locais a liberação para o acesso da equipe ao local e equipamentos da rádio em determinados dias e horários, sem atrapalhar ou serem atrapalhados por atividades locais.

EQUIPAMENTOS: Computador,estabilizador (ou,sepossível,umnobreak),mesadesom,microfones,fone de ouvido, gravador digital, cabos, adaptadores – os professores de Rádio e Sonoplastia darão as especiicaçõestécnicasdecadaequipamento.

Nafaltadealgumequipamento,aCoordenaçãodarádiodeveseinformarsobreumprazoparaaresoluçãodaspendências.Enquantoisso,umaalternativaéusaronotebookdealguémdaequipeou os computadores de casa visando cumprir a meta de produção - pelo menos um programa de 10min por semana.

CONTATOS: Todosdaequipeprecisaminformarosnúmerosdoscelulares,telefoneixo,e-mailseredessociaisparasecomunicarem.Sepossível,veriicaroe-mailtodososdias.

No período de capacitação a equipe do NOA também poderá prestar suporte pela internet através de e-mailoufacebook,interagindocomasequipesderádio–quedeveminteragircomseusouvintes!

Page 99: Apostila nas ondas ambiente 2014

99

REUNIÕES: Deinirpelomenosdoisdiasda semanapara reuniões.Umaparaproduçãoeoutroparagravações/montagem.Determinehoráriosdeinícioeimdasreuniões.Alémdosencontrosparaproduzir,gravaremontarosprogramas,aequipedevedeinirqualouquaisdiasdasemanaarádioseráveiculada,sejaaovivoougravada–façaumagradedeprogramação.

1ª Reunião:Reunião de pauta com foco no interesse doouvinte para deiniçãodos temas, quadros,entrevistas, roteiro. Para começar a produção, a coordenação da rádio deve distribuir tarefas à equipe e cada um deve cumpri-las antes da gravação, no segundo encontro.

DICA

Faça brainstorming, pesquise e peça sugestões aos seus ouvintes: alunos, professores e funcionários da escola. Pode consultar os amigos

e familiares, mas sem perder o foco no interesse dos seus ouvintes.

2ªReunião:existemváriasmaneirasdesefazerrádio,sejaaovivoougravado.Abaixosegueumexemplode programa gravado.

GRAVAÇÃO

Texto pronto e locução ensaiada.

DICASDELOCuçãOEGRAvAçãO

1)Deinaquemseráâncora-quefaráalocuçãodaabertura,girodemanchetes,mancheteseencerramento.Podesermaisdeumapessoa,intercalandoicalegal!

2) Atenção com a dicção (pronúncia correta da palavra), o ritmo, entonaçãovalorizandootexto,entusiasmonaaberturaenoencerramento.Altoastral!

3)Treineesublinhepalavrasdifíceis.Seinformesobreapronúnciacorretadenomes,cargos e palavras estrangeiras.

4) Se a locução travar, não perca tempo, bote esta pessoa pra treinar e grave outra.

5)Ficanoestúdiosóquemvaigravar:técnicosdeáudio,âncora,repórteres,convidados.

6) Enquetes e entrevistas podem ser gravadas fora do estúdio paraentrarem como sonoras.

7)Programeotemponecessárioparaasgravações–sempreépouco,cuidado!

Page 100: Apostila nas ondas ambiente 2014

100

MONTAGEM

• Depoisdetudogravado,otécnicoaindaprecisamontaroprogramaseguindooroteiro-oquepodeserfeitoemcasaseotécnicotiverPC.

• Salveasgravaçõesemmp3comqualidadede,pelomenos,256kbps.

• Cadaprodutonumapastaespecíica:spots,vinhetas,etc.

• Sugestão: Nomeie o programa colocando: o nome do programa e a data, exemplo: Rádio NOA020313.

DICA

FAÇABACKUPDETUDO!Quando?SEMPRE!

MantenhaoantivírusatualizadoeantesdeabrirqualquerpendrivenoPC, passe o antivírus.

BIBLIOGRAFIACONSuLtADA

Vigil,JoséIgnácioLópez.Manualurgentepararadialistasapaixonados.SãoPaulo,Paulinas,2003.

César,Cyro.Rádio:AmídiadaEmoção.SãoPaulo.IBRASA,1989.

Prado,Emílio.EstruturadaInformaçãoRadiofônica.SãoPaulo,summuseditorial,1989.

Lage,Nilson.LinguagemJornalística.SãoPaulo,Ed.Ática,1986.

Porchat,MariaEmília.ManualdeRadiojornalismo(JovemPan).SãoPaulo,Ed.Brasiliense,1986.

Unicef.Chamadaàação:Manualdoradialistaquecobreeducação.Brasília,1997.

Sônia,VirgíniaMoreira.RádioPalanque.RiodeJaneiro,MilPalavras,1998.

Rádio,aartedefalareouvir/Laboratório.Sepac,SãoPaulo,2003.

Page 101: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 102: Apostila nas ondas ambiente 2014

102

RÁDIO E SONOPLASTIA

INTRODUÇÃO

Ligueorádio:ouçaavozdolocutorpreferido,asmúsicasdomomento,asvinhetasqueanunciamonomeda emissora, do programa e também dos comerciais. Nesse universo de sons, de repente, uma batata pode falar, ondas quebram no mar revolto, os grilos e outros animais da noite invadem a casa. Essa é a magia do rádio, que estimula a imaginação e a fantasia por meio dos sons, fazendo cada pessoa criar e sentir o sabor, o cheiro, a cor e a textura das imagens ouvidas.

Criaresseclima,permitirvisualizaroqueseestáouvindoéafunçãodasonoplastia,autilizaçãoderecursossonoros(musicais,sonseefeitosespeciais)queajudamacriarimagensauditivas,prendendoa atenção, envolvendo as pessoas, fazendo-as sentir as mais diversas emoções: alegria, tristeza, solidariedade, paixão e etc.

A sonoplastia é um dos maiores trunfos, um dos motivos da magia do rádio, mas o que seriam dos grandestruquessemumhabilidosomágico?

Por isso, antes de conhecermais profundamente os segredos da sonoplastia, conheça o proissionalresponsávelportodaessamagia:ooperadordeáudio,osonoplasta!

Ao contrário dos grandes mágicos e ilusionistas, esse artista quase não aparece. Sua atuação é nos bastidores, onde comanda com maestria uma equipe do barulho, sendo ele a peça fundamental.

Para ser um bom proissional na área é necessário possuir um amplo conhecimento arespeito dos equipamentos técnicos, ser curioso e correr atrás das novidades que a moderna tecnologia proporciona diariamente. Além disso, procurar cultivar as qualidades, as aptidões ehabilidadesquenostornamúnicos,especiais,porqueasrelaçõessãocomoutraspessoas,que possuem expectativas, frustrações, sonhos, tristezas e alegrias como qualquer um de nós. Eoqueseriaumproissionaldesprovidodesensibilidadeeempatia?Talvezumbomoperador,movimentandobotõesaquieali,reproduzindomúsicas,colocandovinhetas,comerciais.Esó.

Essa é a grande diferença entre o sonoplasta e um simples operador de áudio. O primeiro não se limita a operar equipamentos, a transmitir sons pelas ondas do rádio: vai muito mais longe. O sonoplasta é ousado, criativo, persistente e determinado. Não tem medo de tentar, errar, corrigir e tentar novamente, atéencontrarosom,amúsica,oefeitodesejável,queproporcioneàquelacenaoclimaquefaltava.Éumproissionalincansávelnabuscadenovosequipamentoseconhecimentosquepossammelhorarcadavezmais a qualidade de seu trabalho.

Como senãobastasse, o sonoplasta sabe (egosta) de trabalhar emequipe, propõe e aceita ideias esugestões,viveemeternapesquisanabuscadenovossons,músicas,efeitossonoros,usandoeabusandode sua sensibilidade e criatividade.

ROTEIRO

Imagine um espetáculo onde os atores principais não conheçam as deixas de suas entradas e saídas, não saibamaordemdasfalasenemoenredodahistória.Comcerteza,seriaumverdadeirodesastre.

Agora, imagine isso acontecendo durante a execução de um programa de rádio ao vivo. Acaba de ser anunciadaaentrevistas(gravada)comamédicafulanadetal.Derepente,emlugardaentrevista,ouve-seumacampanhapelovotoaos16anos.Éclaroquedápraremediarasituação,masissopodeserevitado.

Page 103: Apostila nas ondas ambiente 2014

103

Basta o operador de áudio conhecer, com antecedência, o roteiro ou script do programa. No roteiro está descrito todo o trabalho técnico que será realizado durante a execução do programa; indicaa entrada e saída de vinhetas e comerciais, as deixas das matérias gravadas, as cortinas e trechos musicais,efeitossonoros,momentosdasfalasdosapresentadores,queajudaaseterumaideiadoprograma antes de sua execução.

SONOPLASTIA

Através da audição, o rádio desperta uma parceira poderosa: a imaginação, utilizando uma combinação harmoniosa de ingredientes como a voz da razão (as palavras), a voz da emoção (asmúsicas)eavozdanatureza (os sons, ruídoseefeitosque reproduzemsonsnaturais),muitacriatividade e sensibilidade.

Essa combinação recebe o nome de sonoplastia, que pode ser traduzida como a arte e a técnica de compore combinar sons,músicas, ruídoseefeitosacústicosparadarasasà imaginaçãodequemouveumprogramaderádio,assisteaumilmeouumapeçateatral,porexemplo.

Através da manipulação e composição dos sons, o sonoplasta reconstitui o ambiente, o lugar, o cenário onde se realiza determinada cena. Se o assunto é relacionado a água são utilizados sons, ruídos,músicaseefeitossonorosajudandoacriaroambientenaimaginaçãodequemestáouvindo.

A sonoplastia pode ser dividida em quatro áreas: ilustrativa, complementar, tradutora e visualizadora. Equetalconhecerumpouquinhodecadaumadelas?

I lustrativa:comoonomesugere,essaáreadasonoplastiaéutilizadapara“ilustrar”,exempliicarumainformação, tornando-a mais atraente aos ouvintes do rádio.

Complementar: atua como complemento à ideia central contida em um texto ou informação. Para isso,osonoplastautilizaumacortinamusical–trechodeumamúsicaquereforçaoquefoidito.Querumexemplo?Seoassuntoéasecaeanecessidadedeutilizarracionalmenteaágua,pode-seusaraseguinte frase musical: “Traga-me um copo d’água tenho sede. E essa sede pode me matar...”.

Tradutora: procura simpliicar a mensagem ou informação, buscando traduzi-la para os ouvintes.Pode e deve ser utilizada para facilitar a compreensão da ideia central do texto ou informação.

Visualizadora: possui semelhanças com a ilustrativa, porém é mais utilizada quando se quer criar imagens a respeito do assunto sobre o qual está se tratando, como uma radionovela. Permite que o ouvinte use a imaginação e fantasie, crie “imagens auditivas” sobre o tema.

SONOPLASTA

Osonoplastaéoproissionalquetrabalhacomasonoplastia,sendofundamentalemqualqueremissora,sejarádiooudetelevisãoetambémemproduçõescomoespetáculosteatraiseilmes.Fazpartedesuarotina estudar e pesquisar novas técnicas, equipamentos e recursos para executar com maior qualidade o seu trabalho e, além dos conhecimentos e habilidades, deve ter o espírito curioso, procurar estar sempre bom-informado e manter os ouvidos e as “antenas ligadas”.

Obomsonoplastaicaatentoaotexto,àfaladosapresentadoreseentrevistados,aomesmotempoemque procura encaixar os efeitos sonoros ou musicais de acordo com a mensagem transmitida. Para isso, usa e abusa da criatividade e sensibilidade.

Page 104: Apostila nas ondas ambiente 2014

104

PRINCÍPIOS DO SONOPLASTA

Além de usar e abusar a todo instante de sua imaginação, sensibilidade, criatividade na hora de relacionar músicas,sons,ruídoseefeitossonorosaoassuntoqueestásendoabordado,osonoplastalevaemcontaos seguintes princípios:

AS LETRAS E ARRANJOS

• Todaaletradeumamúsicapodenãoservirparailustrarumassunto,maspequenostrechosoufrases musicais podem (e devem) ser aproveitados isoladamente para ilustra uma determinada mensagem ou texto.

• Quandoestiverselecionandoumamúsicaaserutilizada,deve-selevaremconsideraçãonãosomente a letra, mas a qualidade da gravação. O mais importante é a nitidez, a clareza com quealetradamúsicasedestacasobreaparteinstrumentaldacanção.

•Muitasvezes,pormaisqueamúsicatenhaumaletraadequada,oritmoatornaimpossívelde ser ouvida.

• Deve-seprocurar“casar”nãosóaletra,mastambémoritmodamúsicacombinando-ocomo ritmo da narrativa ou da emoção que o texto pede ou está tentando transmitir aos ouvintes. Umtextotristenãocombinacomumfundomusicalalegre.

A PESQUISA E SELEÇÃO MUSICAL

• Umbomsonoplastaestásempredispostoaouvirqualquerestilodemúsicae,dessaforma,encontrar novas possibilidades e ideias interessantes para seu trabalho.

• Alémdepesquisareouvirtiposdemúsicaséinteressanteclassiicá-lasporestilo,assuntooutemas, fazendo uma espécie de “catálogo” musical ou banco de dados, o que facilita o trabalho nahoradeselecionareencontrarasmúsicasadequadasàqueletema.

ATENÇÃO E SENSIBILIDADE

• Deacordocomaspossibilidadestécnicasdosnossosequipamentos,deve-seprocurardaromelhortratamentopossívelàcomposiçãodesons,efeitos,ruídos,músicaseevitaroscortesbruscos que possam “ferir” o ouvido de quem escuta o programa.

• Em programas ao vivo, não pode haver bobeiras ou descuidos. Se for utilizar um determinado trechodemúsicaparacomplementaramensagemouideiacentraldotexto,ébomevitarqueamúsicatoquealémdotrechopreviamenteselecionado.

CUIDADOS COM OS EQUIPAMENTOS

• Osonoplastatemomáximodecuidadocomseusequipamentos,CD’s,gravadores,cabos,adaptadores, headphone e microfones.

•O bom sonoplasta busca reivindicar, sempre que possível melhor condição para executar suas funções, sugerindo a aquisição de novos equipamentos que possam auxiliar, cada vez mais, no desenvolvimento e na qualidade do seu trabalho.

Page 105: Apostila nas ondas ambiente 2014

105

CADERNO DA SONOPLASTIA

A sonoplastia é um dos maiores trunfos, um dos motivos da magia do rádio. É a “plástica do som” - areconstituição dos ruídos que companham a ação num programa de rádio, numa peça de teatro, numilme,numespetáculo.Asonoplastiapermiteque a música e os efeitos sonoros ampliem ossentimentose as emoções, envolvendoopúblicocom suas vibrações sutis e poderosas. A base de umaboasonoplastiaéaTÉCNICA,aINFORMAÇÃOe a SENSIBILIDADE do sonoplasta. A sonoplastiadeve ser VISUALIZADORA, COMPLEMENTAR eILUSTRATIVAaoroteiro.

VISUALIZADORAporque...

...cria a imagem e faz o ouvinte visualizar a ação.

COMPLEMENTARporque...

...complementacomefeitose/oumúsicasaidéiacentral do texto.

ILUSTRATIVAporque...

...torna a informação dada mais atraente para o(a) ouvinte.

Atravéz da audição, o rádio desperta uma parceria poderosa: a imaginação, utilizando uma combinação harmoniosadeingredientescomoavozdarazão(aspalavras),avozdaemoção(asmúsicas)eavozdanatureza (os sons, ruídos, e efeitos que reproduzem os sons naturais), muita criatividade e sensibilidade.

SONOPLASTA

É quem elabora/seleciona o fundo musical(BG - background)ouefeitossonorosaovivoougravados,selecionandomúsicas,efeitosadequadosaoroteiroedecomumacordocomaequipedecriação;o(a)sonoplastapodepesquisarasmúsicasouefeitosparamontaratrilhasonora;podeoperaramesadesom,produzindoosefeitosplanejadosoudirigiro(a) operador de som.

É necessário que o sonoplasta possua um repertório musicalminimamentediversiicado,paraquepossafazer de sua atividade um instrumento de ampliação do sentimento no rádio. Lembrando-se sempre de que asmúsicasesonsutilizadosdevemestarintimamenteligados ao que o roteiro quer representar.

Page 106: Apostila nas ondas ambiente 2014

106

O (A) SONOPLASTA DEVE...

...exigir um roteiro claro e bem formatado.

...saber ouvir as indicações sonoras dos roteiristas, locutores e/ou clientes.

...estar sempre atento ao conteúdo do roteiro, durante a seleção dos BG`s e dos efeitos sonoros.

...ter sensibilidade na escolha dos efeitos sonoros, trechos ou frases musicais e BG`s.

...criarumcatálogodemúsicastemáticaseefeitossonoros.

...saber aproveitar os trechos ou frases musicais, que vão servir para que o ouvinte visualize melhor a informação do locutor(a).

...nunca ter preconceito com estilos musicais.

CURIOSIDADES DA SONOPLASTIA NO BRASIL

Com o desenvolvimento das radionovelas foi precisotambém que se desenvolvessem outras áreas de criação a imde dar complemento ao texto e aos atores. Aquié que surge um trabalho especializado: a sonoplastia. E com ela, o (a) sonoplasta, proissional responsável portodos os efeitos sonoros pedidos pelo texto. Efeitos que dariam ao (a) ouvinte a possibilidade de visualizar a cena, do modo que mais lhe agradasse.

Edno do Valle, um dos melhores sonoplastas que o rádio conheceu, conta como foi esse processo na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

“O elenco do radioteatro na Rádio Nacional do Rio de Janeiro chegou a ter mais de 120 ‘elementos’ e o1ºestúdio,no22ºandar,nãofoiconstruídoexatamentepraisso,mascomotemponóspassamosparao2ºestúdioqueicavano21ºandar.Eraumespaçomuitograndeemuitobemfeito,ecomisso,pela quantidade de programas que nós tínhamos, a contra regra tinha que estar permanentemente capacitada e com script na mão para reproduzir tudo aquilo que se pedia.”

Osonoplastaeraconhecidocomocontra-regra¹;eeramnecessários vários contra- regras para construir, ao vivo, efeitos que hoje podem ser feitos por apenas 01proissional,pelosimplesfatodelesjáestaremgravados.

Em1941estreounaRádioNacionaldoRiode Janeiroa1ªradionovelabrasileira,masnãoeradetodobrasileira,o seu autor, Leandro Blanco era cubano, a novela foi adaptadanoBrasil porGilbertoMartins edeuumnovocolorido a “Em Busca da Felicidade”.

1-Contra-regraéoproissionalencarregadodecuidardoscenárioseobjetosdecena.Ibdicaraentradaesaídadosatoresdecena,dirigiramovimentaçãodasm;aquinas,distribuirinformesehorários.

Page 107: Apostila nas ondas ambiente 2014

107

ROTEIRO

Oroteiropodeserdeinidocomoumapréviadecomoseráoprogramaquandoforaoar.Naformataçãodoroteiro,ousodascoresparadiferenciaredestacarentrevistadodeentrevistador,músicaeefeitos,facilitamuito o trabalho do sonoplasta. No roteiro está descrito todo o trabalho técnico que deverá ser feitos na montagem dos programas, como o momento da fala do locutor e do entrevistado, a entrada de efeitos sonoros, trilhas sonoras e BG`s.

EXEMPLODEROTEIRO

(Fonte:ProgramaBrasilSustentáveleDemocrático.Tema:Gênero.Roteiro:DeniseViola.)

TEC:MúSICA–SEXOFRÁGIL–ERASMOCARLOS

“...DIZEMQUEAMULHERÉSÉXOFRÁGIL

MASQUEMENTIRAABSURDA

EUQUEFAÇOPARTEDAROTINADEUMADELAS

SEIQUEAFORÇAESTÁCOMELA...”0`20``

(Édestaformaqueamúsicaoutrechomusicaldeveserapresentada.Reparequearoteiristaindica

o nome da m’sica, o cantor e só não cita o disco, por que não sabe, mas deixa uma observação para

o sonoplasta. É importante registrar o tempo do trecho musical.)

DENISE:SóPRAVOCÊTERUMAIDÉIA,ASMULHERESSÃORESPONSÁVEISPOR70%DASHORASTRABALHADASNOMUNDO//EMBORATENHAMEMMÉDIAMUITOMAISANOSDE ESCOLARIDADE, RECEBEM CERCA DA METADE DO SALÁRIO DOS HOMENS PARAEXERCEREMASMESMAS FUNÇÕES// SE AMULHER FORNEGRA, ESSE VALOR AINDA ÉMENOR//

(Esteéotextodalocutora,escritoemcaixaalta(letramaiúscula)esemseparaçãodesílabas,para

facilitaraleitura.Éimportantequearoteiristaiqueatentaaotempodenarrativa.)

TEC:EFEITODEESPANTO(Rápido)

(Descriçãodeumefeitosonoroindicandoinclusiveoseumododeinserção.Nestecasooefeito

deveserrápido.Masépossíveldescreverefeitossonoroscomogritodepavorougritodealegria,

dependendo da situação.)

DENISE: EMBORA ESTEJA CRESCENDOONúMERODEMULHERES... TEC: PODE ENTRARUMAPARTEINSTRUMENTALDEMARIAMARIA

(Esta é uma “sugestão” musical.)

DENISE:NENHUMMOVIMENTOCRESCEU TANTO EOBTEVE TANTASCONQUISTASNOSúLTIMOSANOSCOMOOMOVIMENTODEMULHERES//MARIAEMÍLIALISBOAPACHECOÉ DIRETORA DA FASE E CONVERSA CONOSCO SOBRE UM NOVO CONCEITO – OEMPODERAMENTODASMULHERES//OQUEÉESSEEMPODERAMENTO,MARIAEMÍLIA?

Page 108: Apostila nas ondas ambiente 2014

108

MARIAEMÍLIA-MDO2-TRACK01-0’23”:EMPODERAMENTOÉEXATAMENTEADQUIRIRPODER.NóSPARTIMOSDO...DACONSTATAÇÃOQUEEXISTENOBRASIL,UMAENORMEDESIGUALDADEDEGÊNERO,UMAENORMEDESIGUALDADEENTREASOPORTUNIDADESDEACESSOAMEIOSDEPRODUÇÃO,ARECURSOSPORPARTEDASMULHERES.ASMULHERESTÊM,EMGERAL,UMASITUAÇÃOSUBORDINADAEMRELAÇÃOAOSHOMENS,EISSOACABATENDOCONSEQÜÊNCIASTAMBÉMNASUAPRóPRIAVIDA,NAQUALIDADEDESUAVIDA,ETAMBÉMNA,NASPOLÍTICAPúBLICAS.1’03”

(Este é um bom exemplo de como roteirizar uma entrevista ou depoimento, a roteirista previu até

oscortesdeedição,indicandotambémamídiaeotrackondeseencontraafala,alémdotempode

início e término do trecho a ser usado.)

TEC:VINHETA

“OBRASILQUEQUEREMOS//

REPENSAROPRESENTEÉGARANTIRUMFUTUROPARATODOS//

UMPROGRAMADOPROJETOBRASILSUSTENTÁVELEDEMOCRÁTICO//APOIO:FUNDAÇÃOHEINRICHBÖLLEFUNDAÇÃOFORD//

REALIZAÇÃO:REDEHECEMINA”

(Aroteiristaregistraotextodavinhetainal,indicandocomasbarras,otempodepausana narrativa, facilitando a interpretação a interpretação do texto.)

MÚSICAS TEMÁTICAS:Sãomúsicascujas letrasrelacionam-se com o assunto abordado e que podem ser tocadas por inteiro,servindoaindadeBGoumúsicadecorte.

BG: vemdoinglêsbackgrounde,norádio,éosomqueicapor trás do texto, da entrevista, ao fundo do que está sendo dito, debatido. Este é um recurso sonoro muito utilizado para criar uma “imagem auditiva” reforçando a idéia sobre que se estácomentando.Nãoéindicadoutilizarmúsicascomletrasquando se estivar fazendo uma entrevista, um comentário ou mesmolendoumtexto.MesmoqueoBGsejainstrumental,não pode estar mais alto que a voz do locutor, pois isso também confunde quem está ouvindo.

RÁDIONOVELA: gênero dramático apresentado em capítulos durante um certo período, divididos em partes,aexemplodatelevisão.Exigeinterpretaçãoteatraleosmaisvariadosrecursoseconlitos.

CAMPANHAS: objetivaadivulgação,porumcertotempo,demensagenseducativasatraente,informativase esclarecedoras sobreum tema importante ede interesse coletivo: saúde, educação solidariedade,mobilizaçãopopular.Preferencialmenteemformadedramatização,spote/oujingle.

Existem várias instituições, empresas e organizações não governamentais (ong̀ s) que costumam produzir materiais informativos para ser veiculados no rádio.

Sãoascampanhas,quepossuemdiversostemas,comoaprevençãoàs–DST`s/AIDS,DireitosHumanosdaMulhereAmamentação.

Page 109: Apostila nas ondas ambiente 2014

109

SPOT: palavrainglesa,dedifíciltradução,quepodeserentendidacomosinaldinâmicoesensível.No rádio e na televisão é um texto gravado com uma mensagem falada, mixada com efeitos sonoros e trilhas musicais.

JINGLE: também do inglês, pode ser traduzida como som vibrante. Ao contrário do spot, é um formato publicitáriogravado,queusatextoemúsica,ouseja,éumamensagemcantada.

ENQUETE: são simplesmente as gravações de opiniões de várias pessoas sobre um determinado assunto.

EDIÇÃO: é o mesmo que selecionar e combinar os materiais gravados, cortando os trechos que não interessam,deformaqueoresultado–aediçãoinal–sejasimples, informativoeinteressanteparaoouvinte. A edição não deve mascarar respostas e sim buscar corrigir alguns defeitos, como ruídos desagradáveis, espaçosde silêncio, acessosde tosse, etc... demodoque estes imprevistos não sejamouvidos quando o programa estiver no ar.

BIBLIOGRAFIAGERALUTILIZADA

1.ProjetoFalaJuventudenasEscolas–ManualdasOicinasdeRádio–GovernodoEstadodoAmapá;2000

2.Introduçãoàsonoplastia.SANTOS,Marcelo.Ediçãodoautor,s/d.

3.ORádionoBrasil–Acervo:RádioNacionaldoRiodeJaneiro.

Criação:Fá[email protected]

Page 110: Apostila nas ondas ambiente 2014

110

MANUAL DE OPERAÇÃO DE ÁUDIO

Compreendendoumamesadesom.

Todo o sistema de som funciona da mesma maneira. Sempre terá uma entrada e uma saída, as vezes muitas entradas e muitas saídas, todas disposta em um canal, a mesa é um entrelaçado de canais que você poderá controlar de acordo com as suas necessidades.

Nomundooquevaleéaexperiênciaentãoamelhormaneiradeaprendermosébotandoamãonamassa!

*MuItOIMPORtANtE!! Consultemaseção“TerminologiaUniversaldoÁudio”(Pg.15)paracompreenderas funções básicas de uma mesa.

**LembremqueparafunçõesmaisespecíicasdecadamesaSEMPRECONSULTEMOSMANUAIS!!

*Reparemqueoscanaissãoquaseidênticos,somenteo9/10eo11/12nãopossuemumaentradabalanceadaXLRouCannon(*VerseçãodeCaboseConectores)

Page 111: Apostila nas ondas ambiente 2014

111

COMO LIGAR O EQUIPAMENTO?

VERMELHO ENTRADA - AZUL SAÍDA

Abaixo entradas de uma placa de som onboard:

CadaentradateráseuvolumecontroladopeloFader(iguradapágina2),assimcomoassaídas,seapósvocêconectartudonãoouvirosom,lembre-sesempredechecarosvolumes!

OBS: Repare que nesta ligação acima o computador não possui placa de som externa . Se ele tivesse, em vezdeligarmosamesaaocomputador,ligaríamosaplacadesomaocomputadoreestaaoPC.

DICA

Pensesemprenocaminhoqueosinalestáfazendoassimicarámaisfácil de entender o seu sistema.

Page 112: Apostila nas ondas ambiente 2014

112

COMO PREPARAR MEU EQUIPAMENTO PARA GRAVAR:

Os programas de edição têm as mesmas funções, o que parece óbvio em um pode estar “escondido” no outro,oprogramausadocomoexemploéoCubase.

Primeiroéprecisoentenderalógicadosprogramas,oCubaseéumprogramaMultipista,istoémulticanais,vários canais trabalhando simultaneamente. Assim como uma mesa de som, é necessário que você diga para o programa de onde está vindo o som então para gravar você deve “armar” os canais que irão gravar senão não haverá captura de som, isto é o computador não irá gravar. Ilustrei um quadro para melhor visualização dos comandos básicos.

Page 113: Apostila nas ondas ambiente 2014

113

Estas são as funções básicas do programa. Façam uso da seção terminologia universal do áudio para poder esclarecer cada função.

Quadro de entradas e saídas de áudio do programa: AperteateclaF4,ouvánomenuDevices,VSTConection.Iráapareceroseguintequadro:

Page 114: Apostila nas ondas ambiente 2014

114

NOÇÕES GERAIS DO ÁUDIO:

SOM MONO:

É um sistema de som onde existe apenas uma fonte sonora.

O QUE É STEREO?

Éasensaçãocausadapeladistância(defasagem)entreduasfontessonorasalinhadas,criandoassima“imagem” estéreo ( em inglês Stereo), onde está imagem é chamada de panorama, ou PAN. Isto também quer dizer que o som para ser estéreo precisará de dois canais da mesa, ou um canal estéreo tanto para entrar quanto para sair.

Exemplo

Pelos padrões para se obter uma “imagem” estéreo perfeita precisaremos deumtriânguloperfeitoentreascaixasenossosouvidos.

Paraaproveitar100%doseusompresteatenção!!

SetivermosumsomestéreoondeasduasfontesestejamjuntasseobteráumsomMono.

PAN é um dos parâmetros existentes na mesa de som, o seu knobb (potenciômetro)marcado com PAN, funciona da seguinte maneira:

VEJA QUADROS:

Se colocado na posição central teremos a seguinte sensação:

Page 115: Apostila nas ondas ambiente 2014

115

Se colocado na posição um pouco para a esquerda, teremos:

CABOS E CONECTORES - INFORMAÇÕES PRÁTICAS

Tipos de cabos mais usados

TodocaboTemum“Macho”euma“Fêmea”:

Cuidadoseprecauções:Usesempreocaboadequadoàcadaaplicação.Improvisarsoluções,aindaqueem

situaçõesdeemergência,acabacomprometendooresultadoinaldetodootrabalho.Comparadocomos

demais componentes de um sistema musical, o cabo é uma peça bem mais barata, e por isso economizar

nele não parece ser uma atitude racional. O ideal é ter-se sempre um cabo reserva de cada espécie, para uma

eventualnecessidade.Evitedeixaroplugsobretensãoistoiráaumentarsuavidaútil,nãodeixeopendurado.

Evite usar adaptadores quanto menos obstáculos para o sinal melhor qualidade será obtida.

Page 116: Apostila nas ondas ambiente 2014

116

LIGAÇÃO CABO / PLUG DESBALANCEADO DA FORMA CORRETA:

Page 117: Apostila nas ondas ambiente 2014

117

LIGAÇÃO CABO / PLUG BALANCEADO DA FORMA CORRETA.

Page 118: Apostila nas ondas ambiente 2014

118

CABO "Y" P2 (STEREO) PARA P10 (MONO)

Existem diversos adaptadores que podemos usar para fazer possível nosso sistema de som, mas quanto menos obstáculos o sinal tiver melhor será o resultado.

Ao lado o cabo adequado para ligar uma mesa de som ao computador.

Basta ligar o plug dourado na entrada da placa de som de seu computador ( conector de cor Azul) e osoutrosdoisemduassaídasdamesa!

OS EQUIPAMENTOS QUE COMPÕE UMA RÁDIO SÃO:

Microfone - É o transdutor, o que converte o som em sinal elétrico.

Mesa de Som - É onde poderemos ligar todos nossos aparelhos, e ter controle independente de cada sinal entrando ou saindo da mesa, podendo alimentar microfones e equalizar o sinal.

Amplificador - O som que saí de uma mesa não é capaz de fazer mexer um alto falante (no casodecaixasPassivas),paraissoprecisamosdoampliicadorparapoderouvirosom.

Caixas de Som - Seativas(Quandojavemcomoampliicadorinterno)dispensamousodeampliicadores.Éporondesemonitoraossinais.

Computador - É o que vai possibilitar sua rádio de gravar suas transmissões e ainda ter uma programação sem interrupções.

Compressor - Éumreguladordefaixadinâmica.

Transmissor - É o que emite o sinal para a antena.

Antena - É o que propaga o sinal.

Page 119: Apostila nas ondas ambiente 2014

119

TERMINOLOGIA UNIVERSAL DO ÁUDIO

Input: Entrada para um cabo de ligação: microfone, aparelho de cd, etc.

Output:Saídaaondecolocamosumcabodirecionandoosomparaoampliicadoroucaixade som.

Pan: Panorama (neste “botão” escolhemos se queremos um som indo em stéreo por igual para as duas caixas, ou se queremos que o som vá mais para direita ou para a esquerda.

Send: Enviar, mais uma saída.

Mute:Mudo.Estecomandoserveparamutarocanal.

Return: Retorno, mais uma entrada.

REC: Record, quer dizer gravar.

Gain ou Trim:Ganho,éasensibilidadedomicrofoneetambémovolumedopré-ampliicador.Na prática ele serrve para aumentar ou abaixar o volume.

Insert: Inserir,comaajudadeum*cabo“Y”,Maisumaentradaeumasaída,querdizerqueosomirásairparaumdispositivodesejadoeirávoltarpelomesmolugar,colocandoestedispositivocomoconrolador.ParamaisdetalhesvejaaseçãoEfeitosdestaapostila.

(*verquadrodeplugsecabos)

Fader: Peça da mesa de som, controle principal dos volumes.

Fade In: MovimentodoFaderdovolumemaisbaixoparaovolumedesejado.

Fade Out: MovimentodoFaderdovolumedesejadoatévolumenenhum.

Page 120: Apostila nas ondas ambiente 2014

120

Cross-Fade: Recursousadoparaunirdoisáudiossemter“pops*”

(*verquadroderuídos)

Ferramentas de Comando:SegureateclaCtrlemaisasletrasindicadas.

Cut: Cortar(CtrlX)

Duplicate: Duplicar(CtrlD)

Copy: Copiar(CtrlC)

Paste: Colar(CtrlV)

Channel: Canalporondepassaráosinal

Mute: Mudo,nãiirásairsom.

Solo: Significa que todos os outros canais ficaram mudos exceto o que estiver com o solo

Signal: Sinal, Audio, sinal de variação de voltagem.

Wet: “Molhado”,iráapareceremefeitos,quantomaismolhadomaisefeito

Dry: Seco, irá aparecer em efeitos, quanto mais seco menos efeito.

Low-Pass: Filtro Passa Alta, quanto mais virar o Knobb para a direita você estará cortando os graves.

High-Pass: Filtro Passa Baixa, quanto mais virar o Knobb para a esquerda você estará cortando os agudos.

Main: Principal,saídaprincipaldesom,Stereo(L+R)

Page 121: Apostila nas ondas ambiente 2014

121

Split: Separar, em alguns programas a função cut pode ser chamada de split.

Knobb: Potenciômetro

Width: Largura, normalmente irá aparecer em uma opção do equalizador paramétrico e irá determinaralarguradabandadefreqüênciaquevocêiráoperar.

Clip: Signiicaqueoseusinalestádistorcido,normalmenteeste recursoestarásempresinalizado por uma luz vermelha acendendo toda vez que o som distorcer.

DICA

Sempreconienomedidordocomputador,seeleacenderabaixeovolume!!

DICASDEGRAvAçãO!

a)Sempreveriiqueoscabosquevocêiráusar,elesdevemestarsemprebemsoldados sem nenhum iozinho arrebentado, pois senão poderão causar“hums” um ruído que pode acabar com seu trabalho.

b)Vejaseosinalestáchegandoemumníveladequado,sinalbaixodemaissigniicamáqualidade.

c) Sempre nomeie corretamente seus canais,tanto no programa quanto na mesa(useitacrepeeescrevecomumhidrocoronomedecadaitemqueestáentrandoesaindodamesa),paranãofazerconfusão!Sessãodesorganizadaé um atraso de produção e incompetência do operador.

d)Estejasempreatentoaoganhopoiseleéasensibilidadedomicrofone.

EXEMPLO:sevocêestivergravandonomeiodeumamultidão,vocêdeveráusar o ganho o mais baixo possível levando o microfone o mais perto da boca tomando o cuidado com as sílabas com “t” e “p” elas são responsáveis pelo ruído “pop” que é causado pelo brusco movimento do diafragma causado por essas sílabas.

Page 122: Apostila nas ondas ambiente 2014

122

e) Para uma boa gravação é necessário concentração total por parte dos participantes, pois é um trabalho em equipe.

f) Sempre use o fone de ouvido para monitorar o que está sendo gravado, pois se usar as caixas de som pode ocorrer uma microfonia ou então um vazamento de som na gravação.

g) Se a luz vermelha acender abaixe o volume pois o som está distorcido, mesmo que você não perceba abaixe o volume do canal que estiver com a luz acesa.

h) Ao terminar de usar os equipamentos cubra-os e não os deixa exposto á luz do sol, poeira e maresia, senão eles irão deteriorar muito mais rápido e o custo para o conserto pode ser bem caro.

i) Se tiver que limpar algum equipamento eletrônico NUNCA use wd-40ou qualquer produto desengripante. O produto correto para limpeza de equipamentoéchamadoLIMPA-CONTATO.

j)NUNCAcomaoubebapertodoequipamento,águaeoutrassubstânciaspodemserfataisparaseuequipamento.Massecasoacontecerdecairáguaou algum líquido rapidamente remova o equipamento da tomada e aplique muito limpa-contato e só os coloque na tomada depois de terem secado por completo. Se ligar os equipamentos molhados irão queimar.

RELAÇÃO SINAL / RUÍDO

Esta é a relação que irá garantir um bom material para a edição atingir um nível de qualidade bom.

Vejaoexemploabaixo:

Sinal com baixo nível de entrada: Sinal com um bom nível de entrada:

O primeiro exemplo está comprometido pois se usarmos o recurso de ganho para aumentarmos seu volumeosruídosaligravadosirãosubirjunto.

Page 123: Apostila nas ondas ambiente 2014

123

Existem vários recursos na edição para tentar salvar sua gravação, mas para se atingir um resultado satisfatório na edição é preciso uma boa gravação.

Ruídossãotodosossomsnãodesejáveisemumagravação.Porexemploemumaentrevistaaoar-livreosom dos carros, dos passarinhos, de tudo aquilo que não for a voz do entrevistador / entrevistado pode serconsideradoruído.Masporexemplosevocêforgravarumaentrevistadefórmula1,ouumaentrevistaemumafazenda,óbvioqueestessonsdefundo(carro,oupassaros),senãoinluenciaremnegativamentena compreensão da mensagem, eles podem até funcionar como um reforço à mensagem.

Aoaumentaroganhobuscandoummelhorsinalvocêtambémestarásujeitoamaisruídos,masnomundo do áudio tudo deve ser feito pela experiência. O sinal não pode estar baixo de mais, e nem alto de mais, deve estar adequado a situação, e isto requer sensibilidade do operador.

Outros ruídos são as interferências eletromagnéticas que podem ocorrer por equipamento mal conservado, cabos mal soldados, ou não soldados corretamente. Os equipamentos de áudio tem um padrão que estámostradonasessãoCaboseConectoresdestaapostila,qualqueralteraçãonessasconexõespodemacarretar ruídos e interferências. Se chamam “Hums”.

Existem também os ruídos das sílabas fortes com “t” e com “p”, e o corte em um áudio sem o uso de fades, resultamemruídochamado“Pop”paraamenizaresseruídobastacolocaromicrofoneaumadistânciaadequadaemrelaçãoabocadolocutor,casotenhaqueeditarbastaatenua-locomoganho.Abaixovejacomo se parece um ruído Pop:

Repare que o sinal dá um “pulo” rápido, isto acarretará um puff em suas caixas de som.

EDIÇÃO

Todo programa fará uso da terminologia universal do áudio, que está contida nesta apostila. Se houver alguma dúvida sugiro que consultem as seções, como preparar meu equipamento para gravar eterminologia universal do áudio ( pg. 12)

A edição é capaz de consertar muitos erros de gravação e até limpar ruídos e restaurar áudios comprometidos. Nãoteremostempodedartodasasdicasnecessáriasparaseusar100%queosprogramaspodemlhesoferecer mas colocaremos aqui as operações básicas.

Farei uso de ilustrações para ser mais preciso, abaixo um corte realizado.

Barra de Ferramentas:

Page 124: Apostila nas ondas ambiente 2014

124

Para cortar:

Muitosdoscomandosestarãoaoclickdobotãoesquerdodomouse,sejacuriosoclicknas opções, a barra Edit estará presente em todos os programas.

VAMOS COMPREENDER A TABELA DE FREQÜÊNCIA:

•AudiçãoHumana:de20Hzaté20.000Hzou20KHz

•20hzaté300Hz-ChamamosgravesouBaixas(eminglêsBassouLow)

•300hzaté1.000Hz–MédioGrave

•1.000Hzaté3.000Hz–Médio(eminglêsMédium)

•3.000Hzaté8.000Hz–MédioAlta

•8.000Hzaté20.000Hz–AltasouAgudosem(inglêsTrebleouHigh)

Page 125: Apostila nas ondas ambiente 2014

125

Aqui abaixo em um equalizador paramétrico comum nos softwares de áudio.

Muitosruídospodemseramenizadosapenascomousodoequalizador.Semnecessitar de cortes.

Page 126: Apostila nas ondas ambiente 2014

126

Abaixo um locução editada, cortando as respirações do locutor.

OBS:parafazerumcross-fade,selecioneasduasregiõeseaperteatecla“X”

Abaixo uma referência para servir de guia para uma possível equalização para voz. Lembrem-se que istonãoéregraequeessasfreqüênciaspodemnãoserexatamenteoqueestáescrito,entãoprocure,ouça,tente,FAÇA!!

Vozhumana:Pufsabaixode80Hz,Profundidadeem120a250Hz,Corpodesnecessário400a700Hz(dependedavoz),nitidez3a5KHz,sibilância(éosomproduzidopelos“esses”)de7,5a10KHz.

Osruídosde“Hums”normalmenteselocalizamnabandade60Hz,bastacolocaroequalizadoremcimade60Hzeatenuar.Vejaexemplo:

Page 127: Apostila nas ondas ambiente 2014

127

AbaixoediçãodeumPOP,manualmente:ComaferramentaSelecionarRegião:

TERMINEI O MEU TRABALHO, COMO EXPORTO O ÁUDIO DO PROGRAMA?

Page 128: Apostila nas ondas ambiente 2014

128

Aparecerá o seguinte quadro:

COMO IMPORTAR UM SOM PARA DENTRO DO PROGRAMA?

Vá no menu File, import. Aparecerá as seguintes opções:

AopçãoÁudio File importará todos os arquivos que você quiser, basta seleciona-los.Os áudios irãoaparecernocanalqueestiverselecionado,emcimadabarra.AsegundaopçãoÁudioCDéparaimportaráudiosdeumCDqueestiverdentrodoseudrive.

Page 129: Apostila nas ondas ambiente 2014

129

EFEITOS

Falarei apenas dos efeitos mais usados em rádio.

Vamos começar pelo efeito mais importante chamado de compressor:

O compressor éumreguladordefaixadinâmicaistoéeleregulaavariaçãodevolumenoáudiogravado.Existem mil e uma formas de regular um compressor, apenas a experiência atrelada a leitura dos manuais paraadquirirdomíniosobreosparâmetrosdeumcompressor.Minhadicauseosparâmetrospréprontos(preset) que vem nos compressores. Irei ilustrar mais adiante.

Primeiro vou ilustrar uma locução sem compressão e outra comprimida:

Reparequeavariaçãodevolumefoireduzidaeamúsicairásoartodacomomesmovolume.Paraesseresultado usei o preset do compressor.

Todo programa irá possuir presets, inclusive outros efeitos. Isso vale para todos os programas de edição de áudio.

Recomendo o programa Sony Soundforge que possui um compressor muito bom com excelentes presets.

A compressão irá garantir também uma melhor qualidade no sinal de saída para o transmissor.

Page 130: Apostila nas ondas ambiente 2014

130

REVERB:

Signiica reverberação, também é um simuladorde sala, é o efeito que faz parecer que estamos falando dentro de uma caverna, ou mesmo em um estádiodefutebol.AbaixoparâmetrosdoreverbpadrãodoCubase.

Os presets funcionam da mesma forma que o compressor e se localizam na mesma barra. Basta clickarnodefaultqueiráaparecerasopções.

Esteefeitoéusadoparanarrarjogosdefutebol!!

OBS: Paraouvir o efeitodesejadoem tempo realé necessário ativar o modo de Monitoração emTempo Real. Veja seção: Como preparar meuequipamento para gravar.

EQUIPAMENTOS RECOMENDADOS

OkitdaBehringuerPodcaststudioUSBéumaótimaopçãoparaquemquergastarpoucoejácomeçaraproduzirseusprogramas,poisjávemcommesa,microfone,placadesomefonedeouvido,tudooquevocêprecisaparacomeçar..AquinoBrasilestácustandonafaixados550R$podendosermaisbarato,ouum pouco mais caro dependendo de onde comprar.

Casonãotenhadinheiroparaissoumamesadesomeummicrofonejábastampoisoscomputadoressãoequipadoscomumaplacadesomon-board,quesigniicaqueaplacadesomestájuntodaplacamãe. Aíbastaligar,vejaquadrodeligaçãonessaapostilaeprontoésóapertaroREC.

ProcuremmarcascomoBehringer,LeSoneÁudioTechnicaelaslhedarãoumamelhorrelaçãocustobenefício.

Page 131: Apostila nas ondas ambiente 2014

131

OPERAÇÃO DE ÁUDIO

RESUMO DE OPERAÇÃO PRÁTICA

INTRODUÇÃO

Projetosdecomunicaçãopassam,necessariamente,porpadrõesdequalidadequenãosediferenciamtantodacomunicaçãoescrita.Orespeitoaoformatoeaolayout,assimcomoacontecenosjornaisdegrandecirculação,tambémocorrenoradio.Porém,diferentedosjornais–queorganizamseusespaçosmétricoseseparasuasseções por página – o radio organiza seus espaços temporais. Em resumo, oprojetográicoestáparaumjornalassim como o roteiro está para o radio.

Acapado jornalFolhadeSãoPauloretratabemessaorganizaçãométricaemseuprojetográico.Reparequecadaseçãoocupaumespaçoespecíicodaescalada,eaindadestinaseurodapéparaumanúnciocomercial.Osucessodeumprojetodecomunicaçãodepende,necessariamente,da formacomoseorganizaesseprojeto;fazcomqueopúbliconãoiqueperdidonomeiodasinformações.

Assimtambémocorrenoradio.Aorganizaçãodoprojetoérealizadaatravésdeumroteiro,especiicandograusdeimportânciadasnotícias,tempodeleitura,fundomusical,vinhetasqueanunciam o tema que está para ser exposto. A partir do roteiro, organiza-se o formato de um programa.

Page 132: Apostila nas ondas ambiente 2014

132

A preparação também é um fator importante para cada projeto de comunicação em radio. Vamoscompararmaisumavez:nasredaçõesdeumjornal,apartirdomomentoemqueanotíciachega,é averiguada, preparada e colocada nos padrões de layout para impressão, respeitando o limite que para elafoidestinada.Porúltimo,prepara-seacapaeoformatoparaimpressão.

No radio, todo o corpo de notícia também é preparado – previamente e, de acordo com a necessidade, durante oprograma,pelafacilidadedecomunicaçãodinâmicaemtemporeal–eorganizadoemumroteiroouemichas.Há,também,apossibilidadedereceberpessoaspreviamenteconvidadasparaconcederentrevista.Tudo,também,respeitandooslimitesdetempodestinadosacadablocoe,inalmente,aoprograma.

Como no radio a comunicação é sonora, existem alguns artifícios que podem ser utilizados, como aambientação–tambémconhecidacomosonoplastia.Cadanotíciaoumomentodoprogramapodetercomo pano de fundo uma trilha musical de acordo com aquele momento. Exemplos:

•Notícias relativas a exposições em museus e centros culturais (exceto musicais) podem ter comopanodefundo,preferencialmente,músicaclássica;

• Notíciasemtomdedenúncia,precedidasounãodecrônicaouopiniãopessoaldoproissionalderadio,podemcontercomopanodefundoumatrilhaquemistureaçãoesuspense;

•Notícias relativas a atrações musicais devem, preferencialmente, utilizar como panos de fundo músicasdeautoriaouinterpretaçãodaprópriaatração.

• Cadamomentodoprogramadevesercuidadosamentepreparadoparanãodestoardoobjetivoprincipal do programa: passar a informação com o devido sentido, causando o sentimento necessário para assimilação do ouvinte.

PREPARAÇÃO DE UM PROGRAMA

Omomentodepreparaçãodeumprogramaapartirdeumroteirooudeichastambémfazpartedoprocesso de pré-produção.

Algumasferramentas,hojeemdia,sãoutilizadasparafacilitaraoperaçãodeáudioemumprogramaderadio.Comohojepraticamentetodasasplataformasderadioutilizamocomputador–pelafacilidadenabusca dos arquivos de áudio e operação – podemos utilizar os famosos players.

OWinamp– famoso software de execução de arquivos de midia (vídeo/áudio) – é utilizado em várias estações de rádio, pela facilidade de organização. Normalmente em rádiosFMooperadordeáudioéoprópriolocutor.Seguirielmenteoqueo roteiroouasichasapontamparaasnotaspreparadaséumparâmetroderespeitoaoroteiro.Para o comunicador-operador é mais fácil, visto que o mesmo pode sentir liberdade para dar o tom necessário à notícia. Salvo em rádios do formado allnews ou que migraram recentemente para a faixa dos Megahertz(estiloBandNews,CBN,RadioGloboeTupi),ondeexistea igura do operador de audio: nesse caso, o operadordeve coniar em sua equipe, e estar o tempo todo emconsonânciacomopensamentoexpressadopelolocutor,deacordocomaimportânciadecadatópicoapresentado.

Page 133: Apostila nas ondas ambiente 2014

133

ZARARADIO

Para cumprir com essa etapa de pré-produção, um dos programas mais recomendados atualmente é o latinoZaraRadio.Apossibilidadederealizarumprogramaderadiocontrolado,nasuatotalidade,atravésdeum software – semanecessidadedemodiicaçãodas coniguraçõespadrõesdamesade somdaestação de radio, fora o fato de o programa estar com suas propriedades de licença liberadas (é um software livre) – fez com que esse programa fosse adotado em várias estações de rádio, comerciais ou comunitárias.Abaixonoexemplo,oZaraRadiosendooperadopeloWindows7.

Aversão instalada,nocaso,éa1.6.2,adequadaparaoWindows7Ultimate.ExistemoutrasversõesparaWindowsanteriores,masnãoparaoutrossistemasoperacionaiscomoMacouLinux.

UmdossítiosmaisrecomendadosparaadquiriroZaraRadioéosuperdownloads.com.br.Atravésdele,também, podemos encontrar o pacote de instalação em português do programa.

(Houvesupressãodeanúncioscomerciaispublicadosnosite)

Page 134: Apostila nas ondas ambiente 2014

134

INSTALAÇÃO DO PROGRAMA

EstessãooíconeeonomedoaplicativoaseracionadoobjetivandoainstalaçãodoZaraRadio1.6.2paraWindows7Ultimate.Normalmentedevemosapontaromouseeativarcliqueduploaimdeacionaroprograma. Siga os passos a seguir.

(Nestaigura,suprimimosaespeciicaçãodoarquivo)

CasooWindowsestejapedindopermissãoparaexecução,dêadevidapermissãoclicandoem“Sim”.

Para fazer o download do programa e do pacote, é sóclicaremcimadeZaraRadioeZaraRadioLanguagePack,eclicarnaiguracomonoexemploàdireita.

Page 135: Apostila nas ondas ambiente 2014

135

Escolha a opção de linguagem para instalação: Espanhol, Espanhol catalão ou inglês.

No nosso caso, escolhemos o inglês.

Comodemonstradonaigura,érecomendadofechartodososoutrosprogramasemexecuçãoduranteainstalaçãodoZaraRadio.Apóscumprircomessatarefa,cliqueem“Next>”.

OacordodelicençaconirmaasinformaçõesdoZaraRadiocomosoftwarelivre:“EsteprogramaéLIVREesuaVENDAÉPROIBIDA,individualmenteeempacotesdeprograma”.Aoclicarem“Euaceitooacordo”,você estará aceitando todos os tópicos expostos pelo acordo da ZaraSoft®. Para instalar o programa,necessariamentedeve-seentraremacordocomostópicosclicandonessaopção,logodepoisem“Next>”.

Page 136: Apostila nas ondas ambiente 2014

136

Esta caixadediálogo refere-se ao local ondedeseja-se instalar o ZaraRadio. Este caminho éomaisrecomendadonoWindows7epeloprograma,portantoébemprovávelquenãosejanecessárioalterá-lo.Cliqueem“Next>”.

Estacaixadediálogorefere-seàcriaçãodosíconesdeatalhonoMenuIniciar(comodemonstradoabaixo).Cliqueem“Next>”.

Page 137: Apostila nas ondas ambiente 2014

137

Depoisdoprogramainstalado,seuMenuserácriadodessaforma.

Selecionandoconteúdosadicionais:oZaraRadiosemprepermitequeíconessejaminstaladosnaÁreadeTrabalho.Aopçãodecriaçãojáestámarcadaporpadrão.Paramanterainstalaçãodocaminhoeaexecuçãodoprogramadiretamentedatelaprincipal,nãodesmarqueaopção.Cliqueem“Next>”.Apósainstalação,apareceráoseguinteíconenaÁreadeTrabalho.

Page 138: Apostila nas ondas ambiente 2014

138

Umduplocliquesobreoíconeseráocaminhonecessárioparaexecutaroprograma.

Estaéaúltimacaixadediálogo,conirmandoosdadosparaainstalaçãodoZaraRadio.Cliqueem“Install”.

A instalação continuará. Não cancele enquanto o programa estiver extraindo os arquivos para o seu computador. A instalação dura, em média, de 4 a 15 segundos.

ZaraRadio

Page 139: Apostila nas ondas ambiente 2014

139

Completada a instalação, temos a opção de executar o programa ou não. Caso queira executar oZaraRadio, clique diretamente em “Finish”. Caso contrário, desmarque a opção “Launch ZaraRadio”antes de clicar no botão, e o programa de instalação encerrará o processo.

INSTALANDO O PACOTE DE LINGUAGEM PT-BR

Programa para instalação do pacote de linguagem Português (Brasil).

Como o arquivo está em formato zip (compactado), pode ser necessário utilizar outros programasdescompactadores.OWindows7Ultimate jádispõedeumdescompactadorzip instalado,masutilizamosumaplataformamuitocomum,oWinRAR(cópiadeavaliação),paraabriropacote.

Clicandonaopção“Extrair Para”, abrir-se-á uma outra caixa de diálogo:

Comosoftware livre,ospacotesde instalaçãotambémpodemserfeitos com auxílio de programadores independentes. No caso do pacote de linguagem disponibilizado pelo sítio superdownloads, o programador provavelmente se chama ou adota alcunha de “Bruno”.

Page 140: Apostila nas ondas ambiente 2014

140

Caminho de destino: seainstalaçãoforpadrãocomojádemonstrado(semalterarasespeciicaçõespadrõessugeridaspeloprogramadeinstalaçãodoZaraRadio),especiiqueoseguintecaminhonacaixa:

C:\ProgramFiles(x86)\ZaraSoft\ZaraRadio\Lang.Depois,cliqueemOKefecheoWinRAR.

A pasta “Lang” utiliza uma abreviação de language, que significa linguagem. Nela, provavelmente iremos encontrar outro pacote de instalação em espanhol, seguindo o padrão de instalação sugerido peloZaraRadio.Oprogramapossuipadrãodelinguagememinglês,quenãopodeserdesinstaladoatravés da pasta Lang.

NoWindowsExplorer,acessamosapastaLangeencontramosoutrosdoispacotesdelinguagem,emespanhol e português.

Page 141: Apostila nas ondas ambiente 2014

141

CONFIGURANDO O ZARARADIO

Se anteriormente seguimos os passos de instalação conforme demonstrado, provavelmente teremos disposto na nossa ÁreadeTrabalho o ícone do ZaraRadio.Umduplocliquedomouseéosuicienteparaacionar o programa.

TeladeapresentaçãodoZaraRadio.

Sempre quando o ZaraRadio for acionado, abrir-se-á uma caixa de diálogo intitulada “Dica do Dia”. Por enquanto, conforme o padrão de instalação, as dicas estão em inglês.

ZARARADIO

Page 142: Apostila nas ondas ambiente 2014

142

ZARARADIO EM PORTUGUÊS

Reparetambémque,inicialmente,oprogramaestátodoeminglês.Paracolocaroprogramainalmenteem português do Brasil, feche a caixa de diálogo das dicas através do botão “Close” e vá ao menu “Tools”, depois escolha a opção “Options...”.

Reparem, agora, na caixa de diálogo “Options”. Na guia esquerda, a opção “General” informa as opções gerais do programa, entre elas a de linguagem (guia “Language”). Ao acionar o menu suspenso, percebemos agora a opção “Portuguese (Brazilian)”. Acione essa opção e clique em OK.

Aparentemente nada mudou, mas para acionar a opção em Português, feche o programa no botão direitoacimadacaixa(o“X”vermelho)eacionenovamentecomdoiscliquesnoíconedoZaraRadio.

OPERAÇÃO DE AUDIO NO ZARARADIO

Page 143: Apostila nas ondas ambiente 2014

143

Repare que, após configurar a linguagem do programa, todas as opções de menu, caixas de diálogo naoperação,demonstrativosdedataehorae, inclusive, “Dicasdodia”eosbotõesdascaixasdediálogo estão em português.

Casoousuáriotenhamaiscuriosidadessobreoprograma,podemanternacaixadediálogo“Dicadodia”aopçãomarcadaem“Mostrardicasaoiniciar”.SemprequequisernovasdicasdecomooperarefazeralteraçõesnoZaraRadio,podeacessá-laspelobotão“PróximaDica”.Docontrário,desmarqueaopçãodemostrarasdicasefecheacaixadediálogo.DapróximavezqueiniciaroZaraRadio,asdicasnãoirãomaisaparecer. Por enquanto, vamos deixar a opção ativada e simplesmente clicar no botão “Fechar”.

A simplicidade do programa como player é parecida com a maioria dos players convencionais, como o Winamp.Masexistemoutras funçõesque facilitammuitoooperadornahoradeoperarumaestaçãoderadio.Paraacionaressasfunções,vamosprimeiramentecriarumaplaylist,ouseja,simularemosumroteiro para operação de áudio de um programa.

Reparemos,naabaesquerda,umalistadepastasparecidacomasárvoresdoWindowsExplorer.Éatravésdessaárvorequevamosteracessoàslistasdemúsicasevinhetasdarádio.Procureatravésdestacaixaondeestáapastademúsicas.

DiferentedoWindowsExplorer,asmúsicasirãoaparecernaprópriaabadaárvoredepastas.Umaárvoreabaixo de uma pasta, com os arquivos levemente apontados a direita por uma linha, indica que os arquivos estão dentro dessa pasta.

Page 144: Apostila nas ondas ambiente 2014

144

Vamosarrastarumdessesarquivosparaalistademúsicasàdireitadessaaba.

Observamos que o nome do arquivo arrastado aparece na guia “Próximo”, acima desta aba para onde arrastamosoarquivo.Signiicaquenestaaba,naverdade,jáestásendomontadaaplaylist,ouseja, a lista de faixas musicais que serão executadas durante o programa. A guia “Próximo” é a próxima faixa musical a ser executada. Repare, também, que a aba à esquerda, “NO AR – Reproduzindo agora”, está vazia. Sinal de que o programa não está executando nenhuma faixa ainda.

O trabalho de pré-produção de um programa de radio engloba, também, organizar o programa de acordo comoroteiropreparado.Comoaindanãotemosumroteiro,vamosprepararnossaplaylistparaoperarumprogramainespecíico,mascomasseguintescaracterísticas:

• Vinhetainicialdaradioeblocodelocução;

• Doisblocosdetrêsmúsicascada,separadasporvinhetas;

Page 145: Apostila nas ondas ambiente 2014

145

• Cadablocoteráumintervalodelocução;

• Cadaintervalodelocuçãoterá,obrigatoriamente,umteaserdecampanhaambiental;

• Programa terá uma hora de duração.

Assim, teremos como playlist:

Reparem que, após o playlist montado para a execução do programa de radio, a duração total do programaestádescritaacimadaaba(1hora,0minuto,16segundose8centésimos),ealgumasfunçõesdoZaraRadioinalmentepodemserativadas.Vamosconhecê-las?

BarrainferiordoZaraRadio:controlesimprescindíveisnahoradeoperarumprogramaderadio.

PLAY

Botão que aciona a faixa musical descrita na aba “Próximo”, em verde na playlist. Vamos acionar esse botãoparainalmentecomeçarnossoprograma?Aoacionar,reparenamudançadabarrainferior:outrosbotõesestãodisponíveisparaacionamento,ouseja,quandosaemdoestágiocinzaeicamcoloridos.

Indicaçõesnasguiassuperioresebotõesdisponíveisnabarrainferior:aradioestánoar!

Page 146: Apostila nas ondas ambiente 2014

146

STOP

Interrompe a execução do programa. Repare: se interrompermos o programa, veremos que a aba “NO AR” icarávaziaeabarrainferiorvoltaráaoestágiodeiníciodoprograma.Ouseja,oprogramaestáinterrompido.

OBSERVAÇÃO: AcionaroSTOPnãosigniicaqueaplaylistretornaráparaaprimeirafaixamusical.Seno

momento em que acionar o botão o programa passar para a próxima faixa, tanto a playlist quanto a aba “Próximo” irão indicar qual trilha musical estará pronta para execução. Para retornar para a faixa inicial do programa, dê dois cliques em cima dessa faixa

no topo da lista como o cursor do mouse na própria playlist, e ela voltará a ser realçada em verde e indicada na aba “Próximo”.

PAUSA

Literalmentepausaoprograma.A faixaemexecuçãoicarápausadanomomentoemqueobotãoforacionado,atéqueomesmosejaclicadonovamente.A aba indicativa “NO AR” indicará que a faixa estáemexecuçãoemanteráotemporestanteparado,nãosigniicando,entretanto,queoZaraRadioestá emitindo qualquer som.

PRÓXIMO

Interrompeaexecuçãodafaixa“NOAR”einiciaaexecuçãodafaixaexplícitaem“Próximo”.Muitoutilizadono momento em que terminamos de realizar uma locução para executar outra faixa na playlist.

BOTÕES RETROCEDER E AVANÇAR

Controlenaprópriafaixaemexecução.Botões não muito utilizados, pela imprecisão do retorno ou avanço da faixa;nãohá,noZaraRadio,qualquerartifícioindicativoparasabermosatéondeavançamosouretrocedemosna faixa musical em execução durante o acionamento dos botões.

PARAR APÓS O ARQUIVO ATUAL

Interromperá o programa após o término da execução da faixa “NO AR”. Botão muito utilizado por locutores quenãocostumamutilizarquaisquermúsicasdefundodurantesuaslocuções.

ATENUADOR

Botãoquesubstituioatodeabaixarovolumedocanaldeexecuçãodocomputadornamesadesom.Utilizadoparadiminuir o som da faixa durante uma locução.AexistênciadesseartifícionoZaraRadiopermitequeasconiguraçõesdaestaçãoderadiopermaneçamnumúnicopadrão,independentedoprogramaqueestivernoar,ouseja,seminterferência ou mudança por diferentes operadores.

Page 147: Apostila nas ondas ambiente 2014

147

CONTROLE DE EXECUÇÃO DA FAIXA

Nocantodireitodabarradeferramentasinferior.Mostraaooperadoremquepontoafaixaestásendoexecutada.IndicadorsimilaraosdeplayersWindowsMediaPlayereWinamp.Arrastando o indicador, o operadorpodecolocarafaixanopontoemquedeseja;assim,podesuprirparcialmenteafalhadosbotõesRETROCEDEReAVANÇAR.

APAGAR AO REPRODUZIR

Localizado acima da aba de playlist, à direita. Botão utilizado quando o operador aproveita a execução de umaplaylistpréviaparainserirseuprograma“nomeio”deumaprogramaçãojápreparada,normalmentequando a radio funciona em esquema automatizado. (pode se tornar um desastre para a estação de radio caso o operador esqueça o botão ligado, por isso recomendamos não utilizar esse artifício e realizar outro procedimentopermitidopeloZaraRadio.)

REPETIR

Utilizadopararepetirafaixaqueestá“NOAR”.Normalmenteutilizadoquandoamúsicadefundoparalocuçãoé muito curta. (esse botão também é digno de muita atenção do operador, uma vez que ele pode esquecer o botãoligadoeacionaroutrafaixa,cujarepetiçãotambémseráintermitenteatéopróximocomando.)

PROCEDIMENTO PARA ACIONAMENTO DE UMA NOVA PLAYLIST

Vimosanteriormentequeaopção“APAGARAOREPRODUZIR”()nãoémuitorecomendada,pornoatodeincorporar uma playlist dentro de outra o operador pode causar alguns acidentes, como por exemplo deixar o botão acionado e apagar uma playlist inteira caso a rádio não tenha muitos programas – e isso literalmente deixaria a radio emitindo sinal em silêncio. Existe outro procedimento mais adequado para lidar com a situação, mais trabalhoso, porém muito mais seguro.

O ZaraRadio permite que o operador abra duas ou mais janelas com playlists diferentes. Nesse caso,enquanto a suposta playlist automática está em execução, o operador pode tranquilamente ir montando a outra do seu programa. Também não corre o risco de, no meio da montagem de uma playlist dentro de outra, as faixas correrem e seu programa iniciar sem que tenha montado o programa a tempo.

Paraacionaroutrajanelaalémdaplaylistemexecução,bastaqueooperadorcliqueduasvezesnoíconedoZaraRadionaÁreadeTrabalho.Seráacionadaumanovajanela.

SALVANDO UMA PLAYLIST

O procedimento de arquivamento de uma playlist é tão simples quanto salvar qualquer arquivo em qualquer editordemúsica,texto,desenho…OoperadorsóprecisaacionaromenuArquivo>SalvarComo...,depoisindicar o local de destino do arquivo, nomear e clicar no botão “Guardar”.

Page 148: Apostila nas ondas ambiente 2014

148

COPIAR, COLAR E DELETAR

O ato de “cópia-colagem” numa playlist também pode ser realizado com faixas que se repetem, como as músicasdefundoutilizadasparalocução.Paracopiar,clicarnafaixaeacionarnotecladoosbotõesCRTL+C.Paracolar,colocarnopontoemquesedesejaeacionarnotecladoacombinação

CTRL+V.Pararetirarumamúsicadaplaylist(deletar),selecionarafaixacomomouseeteclar“Del”.TodososcomandospodemseraveriguadosnomenuEditardoZaraRadio.

Outrasfunções:Eliminartudo–limpatodaaplaylist;Buscar...–paralocalizarumafaixanaplaylist;

Buscarempastas...–paralocalizarumarquivoespecíico,fazumavarreduranaspastasdocomputadorparaooperadorencontrarumafaixadeáudiodesejadaparacumprimentodoroteiro.

OsartifíciosdebuscanoZaraRadioseguemospadrõesdecomandodoWindows,comutilizaçãodearterisco(*)parageneralizaracontinuaçãodonomedeumarquivo,oubuscaratotalidadedosarquivosqueiniciamcomumadeterminadaletraouexpressãodesejada.

Janela de busca de arquivo em pastas.

Page 149: Apostila nas ondas ambiente 2014

149

LOCUÇÕES DE HORA, TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR

Vários são os pacotes disponíveis para locução de hora, temperatura e umidade relativa do ar. Normalmente, oZaraRadioéinstaladohorasemospacotes,horacomalgumtipodepacote.

Os áudios de locução estão localizados nas pastas Humidity (Umidade),Temperature (Temperatura) e Time (Hora). Todos os arquivos podem ser editados de acordo com a política editorial padrão de cada emissora de radio, em qualquer programa de edição de áudio.

Casoooperadoropteporutilizaroutropadrãodelocuçãopronto,existemváriosdisponíveisnainternet.Emqualquersitedebusca,procurarpor“LocuçãoZaraRadio”,eoslinksdospacotesaparecerãonalista.

AGENDANDO EVENTOS

Função muito importante principalmente para rádios comerciais, o agendamento de eventos permite que possamos inserirnaprogramação,exatamentenohorárioemquedesejamos,anúnciosouteasersdenotícias no meio da programação.Consideradoferramentaprimordialnainserçãodeanúnciospagos,nohorário em que os serviços da radio foram contratados. Também pode ser utilizado para inserir locuções de hora pontuais no meio da programação. Isso nos permite a possibilidade de ter mais controle sobre os anúnciossemicarmosperdidosmeioaplaylistsmuitolongas.

Esta aba, logo acima da localização de pastas e arquivos à esquerda, organiza e anuncia que eventos de áudio estão próximos de acontecer. Para programar um evento, basta clicar no relógio.

Para agendar um novo evento, clique no botão “Novo...”

Page 150: Apostila nas ondas ambiente 2014

150

Podemos escolher vários momentos para programar um evento sonoro:

• Umavezaodia,nohorárioemqueforprogramadoàdireita;

• Reproduçãoacadahora,ouseja,dehoraemhora,apartirdadataconiguradaemarcadanominutoprogramado;

• Reproduçãoemhorasespecíicas,nominutoprogramado.

FORMAS DE EXECUÇÃO:

• Imediato - interrompe a faixa que está em execução e executa o som de qualquer maneira nohorárioprogramado;

• Espera máxima - limitedetolerânciaparaafaixaserexecutada.

Importante ressaltar que a execução de um determinado evento com espera máxima pode ser cancelada pelo próprio programa, visto que a prioridade neste caso passa a ser das faixas inclusas na playlist. Casootemporestantedafaixaemexecuçãosejamaiorqueotempodeesperamáximadoevento,oeventoserá expirado e a execução do áudio cancelada.

Prioridades: um evento com prioridade ALTA tende a ser priorizado no momento em que atingir o horário deexecução,mesmoqueexistamoutroseventoscomprioridadeBAIXA,queporsuavezicamparadepois. Maisumcasoemqueumeventopodedeixardeserexecutado,baseadonotempodeesperamáximaconigurado.

DICA

Umeventotambémpodesermarcadoparaalgunsdiasespecíicosdasemana.

Tipo de evento: o operador tanto pode escolher um arquivo para ser executado, como pode escolher entre comandosdeparada e execuçãoououtros comandospadrõesdoZaraRadio, como locuçãodehora,temperatura e humidade relativa do ar.

Page 151: Apostila nas ondas ambiente 2014

151

Arquivo aleatório: o operador, caso tenha a possibilidade de utilizar mais de um arquivo para um mesmo anúncio,podeselecionarnessaopçãoapastaondeseencontramosarquivos.Oprogramadestinaráumadelasparaserexecutada.(essaopçãoémaisrecorrenteemrádioscomerciaisquerecebemanúnciosoupreparam teasers diferenciados para um mesmo assunto.)

Radio na internet: utilizadoparareproduziromesmoconteúdodeumarádiodisponívelnainternet.Ooperadordeveutilizaromesmolinkdeacessodarádio(Obs.:nãoéomesmolinkdapáginadeacesso;asrádioswebutilizamendereçoespecíicoparaconexão.)Podeserutilizado,porexemplo,para as rádios comunitárias retransmitirem o programa obrigatório “Voz do Brasil”.

Conexão e desconexão com satélite: conexão ou desconexão para envio de sinal via placa de som. Conigurado através das opções de satélite. Obs.: utilizado em rádios que optam por horário defuncionamento limitado, ou que marcam o evento para realizar manutenção marcada dos equipamentos.

Detector de tons DTMF: veriicadordetonsdediscagem.Aindaemfasedeteste,utilizaenlacessemioporsatéliteoumicro-ondas,paracontroledoZaraRadioadistância.

ApósaconiguraçãodoeventoclicandonobotãoOK,oeventoapareceránalista.

Também,seráindicadonapáginaprincipaldoZaraRadioparaciênciadooperador.

Page 152: Apostila nas ondas ambiente 2014

152

CONFIGURAÇÕES DE EXECUÇÃO

Paraconiguraralgumasfunçõesbásicasdeoperação,énecessáriovoltaràsopçõesdomenuFerramentas.

Volume gradativo:aguiaérelativaaovolumedeinícioeinaldecadafaixa.Sobreposiçãosigniicaqueoiníciodecadafaixadeáudioirásesobrepornossegundosconiguradossobreafaixaanterior–porpadrão,8segundos.Esmaecersigniicaqueafaixairáabaixandoovolumequandoforchegandoaoinal,comaduraçãodossegundosconigurados–porpadrão,4segundos.DetectarinaldearquivofazcomqueoZaraRadio,porsisó,detecteosomesmaecidopróximoaoinaldafaixadeáudioepasseparaapróximafaixadaplaylist–porpadrão,-26dB.

Detector de silêncio:casoovolumedafaixadeáudionãoaumentenotempoconigurado–porpadrãodoprograma,15segundos,oZaraRadioseencarregadepassarparaapróximafaixadeáudio.Evitaquearadio se mantenha em silêncio por muito tempo por conta de uma provável falha de arquivo.

Page 153: Apostila nas ondas ambiente 2014

153

Atenuador: ajustedovolumedafaixadeáudiocomoatenuadorativado,ouseja,volumeemqueafaixadeáudioestaráconiguradanomomentoemqueoatenuadorforligado.Otempodetransiçãoéotempoentreovolumeinicialeovolumeinaldeativaçãoedesativaçãodorecurso.Comopadrão,estáem½segundo.

OUTRAS FUNÇÕES DO ZARARADIO

O ZaraRadio possui uma ininidade de funções, que vão desde a escolha entre a visualização dasferramentas pelo operador, passando pela escolha de faixas em dispositivo de samples (menu Vinhetas), atéaconiguraçãodeumaestaçãodewebradio.

Falandoemwebradio,aúnicadesvantagemdoZaraRadio(porenquanto,porqueoprogramanãoparadeseraperfeiçoado)emrelaçãoaoutrosplayerscomooMixxxéafaltadeumsistemadeenvioerecebimentodemetadados,háalgumtempoutilizadosporalgumasestaçõesFMeacessadosemaparelhosderadioquejáutilizamosistemaderadiodigital.

Page 154: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 155: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 156: Apostila nas ondas ambiente 2014

156

Page 157: Apostila nas ondas ambiente 2014

157

ÍNDICE:

1. Introdução

2. Referência Rápida sobre áudio digital

2.1. Som

2.2.SinaldeÁudio

2.3.Captaçãoeconversãodeumsinaldeáudio

2.4. Sinais analógicos e digitais

2.5. Placa de Som

2.6.AnalógicoversusDigital

2.7.Propriedadesdeumsinaldeáudiodigital

2.8.Áudiocomprimido:mp3eogg

2.9.Metadados

3. Tiposdetransmissão

3.1.TransmissãoAssíncrona

3.2.TransmissãoSíncrona

3.3.Comofuncionaumatransmissão

4. Streaming

5. Buffer

6. Hardware

7. Softwarenecessários

8. Transmitindo

Page 158: Apostila nas ondas ambiente 2014

158

Page 159: Apostila nas ondas ambiente 2014

159

1 . INTRODUÇÃO

Comoadventodaweb2.0icoucadavezmaisfácilterumarádionawebeencontrarnovoscaminhosemaneiras para a democratização da comunicação.

Estaapostilatemcomoobjetivomostrardemaneirasimpliicadaasetapasdemontagemeestruturaçãode uma rádio web.

UmarádiowebconsistenumaemissoradeáudioqueutilizaaInternetparatransmitirsuaprogramação,similar ao que acontece no rádio que usamos no dia-a-dia, só que, no caso da rádio web, ele é integrado aocomputador.Sendoassimdesejoàtodosumaótimatransmissão.

2. REFERÊNCIA RÁPIDA SOBRE ÁUDIO DIGITAL

2.1. SOM

Ainal,oqueéosom?Simpliicando,osoméumavibraçãodeummeiomaterial.Porvibraçãopodemosentender como sendo uma onda, que é um ente que transporta uma perturbação de um meio material.

No ar, por exemplo, uma perturbação da pressão atmosférica provoca uma onda, devido à elasticidade de suas moléculas chocando-se mutuamente de tal forma que essa perturbação é transportada no espaço.

Quando essa perturbação chega ao nosso ouvido ou num microfone, ela causa a vibração das respectivas membranas e ambos convertem essa perturbação da pressão do ar numa equivalente elétrica.

Nessa transformação, o meio pelo qual essa onda passou a se propagar bem como sua fenomenologia mudaram, mas a sua essência, que é a informação contida na perturbação - o sinal -, foi preservada.

2.2 .SINAL DE ÁUDIO

Umamaneiraderepresentaressesinaldeinformaçãosonoraépormeiodegráficos.Suponhaquevocê está no sofá de sua casa ouvindo alguém tocando sanfona no outro lado da sala.

As vibrações do ar chegam até seus ouvidos. Essas oscilações na pressão atmosférica (que nada mais é do que a força que as moléculas de ar aplicam numa área) fazem com que a membrana auditiva de cada um dos seus ouvidos também vibre, e a partir disso um complicado processo de conversão ocorre até que esse sinal chegue bem dentro da sua cabeça de tal forma que você escute o som da sanfona.

Page 160: Apostila nas ondas ambiente 2014

160

Seizermosumgráicomostrandocomovarianoseuouvidoapressãoatmosféricacomotempo,teríamosalgo assim:

Essegráicosigniicaquenoinstantedetempoaapressãoatmosféricanoseuouvidovaliadenoinstante b valia d. A linha cheia com o aspecto de onda representa o valor da pressão em cada instante de tempo.

Defato,essedesenhoparecidocomumaondapodeserentendidocomoumaondasonoraquechegaatéseu ouvido. Normalmente, a onda sonora não tem um aspecto tão certinha e sim mais bagunçada, assim:

2.3. CAPTAÇÃO E CONVERSÃO DE UM SINAL DE ÁUDIO

Agora, o que nos interessa é saber como uma onda sonora é sentida pelos equipamentos de áudio (microfone e placa de som) e como essa informação pode ser manipulada.

Comojádissemos,ummicrofoneconverteavariaçãodapressãoatmosféricacomotempoemvariaçãodatensão elétrica com o tempo.

Para cada valor dapressão atmosférica, os iosdomicrofone apresentamuma tensão elétrica (voltagem)diferente.Conformeapressãovaimudandocomotempo,atensãoentreosiosdomicrofonetambémvaria.

Esseéoprincípiobásicodefuncionamentodacaptaçãodeáudioporequipamentoeletroeletrônico.

O contrário também pode acontecer, isto é, um sinal elétrico de áudio ser convertido em variação da pressão atmosférica (ondas sonoras). Isso tipicamente é feito com o uso das conhecidas caixas de som.

Page 161: Apostila nas ondas ambiente 2014

161

2.4.SINAIS ANALÓGICOS E DIGITAIS

Chegouahoradeintroduzirmososconceitosmaisimportantesdaseção.Osgráicosquevocêviuatéagora mostram que a cada instante de tempo haviam associada alguma grandeza física (no caso, a pressão atmosférica) associada ao som. Quando o microfone converte essa grandeza física para a tensão elétrica, essa associação é mantida.

Os sinais de informação que apresentam essa característica de analogia entre cada instante de tempo e o respectivo valor são chamados de sinais analógicos ou contínuos, pois para todo instante de tempo há um valordapressãoatmosféricanoseuouvidoouumvalordetensãoelétricaentreosiosdeummicrofone.

Os sinais que não apresentam essa característica são chamados de sinais digitais. Esses serão discutidos no próximo tópico.

vantagensdoAnalógico

Baixo custo

vantagensdoDigital

MaiorimunidadeaoruídoeadistorçãoIntegração do sistema

MaissegurançaeprivacidadePercorremaisdistância

Page 162: Apostila nas ondas ambiente 2014

162

2.5. PLACA DE SOM

Nada melhor do que um exemplo para ilustrar o que é um sinal digital e como um sinal analógico é convertido em sinal digital (e vice-versa).

O equipamento que mais estamos acostumados a lidar para esse tipo de tarefa é a placa de som presente na maioria dos computadores.

UmaplacadesomnadamaisédoqueumconversorAnalógico/DigitaleDigital/Analógicootimizadapara sinais sonoros.

Na Parte Prática você verá como ligar um microfone ou outro dispositivo de áudio na sua placa de som.Porhoraésuicientesabermosqueumplacadesoméumequipamentoquefuncionaconformeo seguinte desenho:

O sinal analógico entra na placa e sai convertido num sinal digital, e os sinais digitais que entram na placa saem dela convertidos em sinais analógicos.

A conversão de um sinal analógico é feita da seguinte maneira: o sinal que chega até a placa é mostrado em intervalosdetempoixos(porexemplo,de1em1segundo)eovalordetensãoelétrica(voltagem)dosinalanalógiconaqueleinstanteéarmazenadoemnúmerosbinários.

Aqui aparecem as duas grandes diferenças entre um sinal analógico e um digital: no caso analógico, para todososinstantesdetempoexistemassociadosvaloresdetensãoelétrica,ouseja,osinalécontínuo.

Além disso, esses valores de tensão elétrica (isto é, as informações) são grandezas físicas.

Jáumsinaldigitalpossuiinformaçõesapenasparaalgunsinstantesdetempo,ouseja,osinalédiscreto.

E mais, o sinal digital existe num formato que independe das grandezas físicas queocontém,jáqueasinformaçõessãorepresentadasutilizandonúmerosinteiroseinitos(osdígitos)enãoatensãoelétricaou a pressão atmosférica, por exemplo.

Nossistemasdigitaisatuais,essesnúmerossãomanipuladosutilizandoabasenuméricabinária(0e1),mas essa é outra história...

2.6. ANALÓGICO VERSUS DIGITAL

Nessepontoprecisamosdeumapequenarelexãosobreoaparenteantagonismoentreossinaisanalógicosedigitaiseaatualvalorizaçãodesteúltimoemdetrimentodoprimeiro.

Vocêjádeveestaracostumado(a)aouvirsobreas“maravilhasdoáudiodigital”oudequetudoqueédigitalésuperior.Masseráissoverdade?Porqueocorreessaixaçãopelodigital?

Page 163: Apostila nas ondas ambiente 2014

163

Não sabemos ao certo o motivo. Historicamente, os sinais digitais ganharam hegemonia pois possuem um controle de erro mais simples para transmissão e recepção de mensagens e as perdas de sinal são praticamentenulas.Mas é interessantenotarque, quandoum sinal analógicoédigitalizado,ocorremperdas de informação inerentes a esse processo.

Esse debate vai longe, principalmente no que diz respeito ao retorno dos computadores analógicos, então deixaremos este tópico para uma outra oportunidade.

2.7. PROPRIEDADES DE UM SINAL DE ÁUDIO DIGITAL

Para o estudo das transmissões de áudio pela rede, basta que saibamos três propriedades de um sinal digital:

•eunúmerodecanais,

•sua taxa e

•razão de amostragem

Onúmerodevezesporsegundoemqueumaamostradosinalanalógicoécolhidaéchamadodetaxade amostragem (sample rate) e a quantidade de valores numéricos que essa informação pode assumir é chamada de razão de amostragem (bits per sample). Valores usuais para a taxa de amostragem (sample rate) são de:

•11,025KHz (11025 amostras por segundo),

•2,05KHz ou

•44.1KHz

A razão de amostragem (bits per sample) costuma ser de:

•8 bits,

•16bitsou

•32bits,

Page 164: Apostila nas ondas ambiente 2014

164

Lembrando que 1 bit é a menor unidade de informação, que pode assumir apenas dois valores diferentes, 0ou1(verdadeirooufalso).Podeassumiraté256valoresdiferentes,ouseja,poderepresentaraté256valoresdetensãoelétrica(osinalanalógico)diferentes.Jáumnúmerode16bitspoderepresentaratécercade65milvaloresdiferentes,eassimpordiante.

Quanto maiores forem a taxa e a razão de amostragem, mais alta será a qualidade do sinal digitalizado com relação ao sinal analógico original.

Por exemplo, para um sinal digital com taxa de amostragem de 11,025KHz e razão de amostragem de 8 bits possui um 11025 valores de 8 bits por segundo. Já com uma taxa de amostragem de 44100KHz e razão de16bitstemos,acadasegundo,44100amostraspodendocadaumarepresentar65milníveisdiferentesdeperturbaçãosonora,oqueémaisdoquesuicienteparapessoascomunsnãoperceberemqueestãoescutando um sinal não-contínuo.

Quando você grava um áudio no seu computador, o programa de gravação normalmente armazena todas essasinformaçõesnumarquivocujonometerminacomum.wav,porexemploaudio.wav.EssetipodearquivoéchamadodeWaveFile(arquivodeonda),emalusãoàondassonoras.

2.8. ÁUDIO COMPRIMIDO: MP3 E OGG

Chegouahoradedarmosopulodogato.Oáudiodigitalizadoocupamuitainformação.Dadiscussãoprecedente,umáudiocommilharesdeamostrasporsegundotendocadaamostraumtamanhode8a32bits supera em muito a capacidade de armazenamento dos computadores atuais.

Armazenararquivosdotipowavgastatantoespaçoquevocênãoconseguiriatermuitashorasdemúsicaemseucomputador.Transmitiressasmúsicaspelainternet,então,nempensar.Comavelocidadeatualdas conexões é inviável transmitir tais arquivos.

A solução tecnológica para driblar esse obstáculo foi o advento da compressão dos arquivos de áudio. Damesmaformaquevocêpodecompactarumarquivonumoutrodetamanhomenor(textoouimagem),também é possível comprimir arquivos de áudio para tamanhos menores.

Isso é feito eliminando do áudio frequências inaudíveis ou pouco audíveis por seres humanos e utilizando métodos de compactação de dados.

Umarquivodeáudiocomprimido,dependendodesuascaracterísticas,podesermaisdedez vezes menor do que o arquivo wav original. É esse tamanho reduzido que possibilita as rádios via internet, que nada mais são do que transferências de arquivos de áudio comprimido, ao vivo ou não.

OsdoisformatosdearquivosdeáudiocomprimidosmaisconhecidossãooMP3eoOGG.OMP3nãoéumformatoemCopyleft(livre)ejáéumpoucoantigo,enquantoqueoOGGélivreedemaiorperformance.

ParafazerumarquivoemMP3ouOGG,énecessáriocomprimiroáudiooriginal.Paraouvi-lo,éprecisodescompactá-lo, e isso é feito através de alguns programas de áudio.

Assim como para o áudio digital do tipo wav tem suas propriedades de amostragem, o áudio comprimido temsuarazãodeamostragem(bitrate)emkbps(milbitsporsegundo)equandodescompactadotambémapresenta uma taxa de amostragem de 11,025KHz, 22,05KHz ou 44.1KHz e valores de bits por amostra (bits persample)de8ou16.

Page 165: Apostila nas ondas ambiente 2014

165

Umáudiocomprimidodeboaqualidadetem192kbpsdebitrate,sampleratede44,1KHze16bitspersample. Para transmitir um arquivo desse tipo em “tempo real” pela internet atual ainda é um pouco complicado,entãoosvaloresideaisparaumarádioviainternetsãobitratede16ou24kbps,sampleratede11,025KHzou22,05KHze16bitspersample.

Taxa de ‘Bitrate’ Faixa (Bandwidth) Qualidade após descompressão

32kbps 7.5kHz RádioAM

96kbps 11kHz RádioFM

128kbp16kHz ProximidadecomoCD

2.9. METADADOS

Os arquivos compactados em MP3 e OGG ainda possuem uma grande facilidade, conhecidas comometadados (ou etiquetas): são ditos metadados por serem informações sobre o áudio como nome da música,nomedoartista,álbum,númerodafaixa,datadagravação.

Isso émuito útil por possibilitar que esse tipode informaçãonãoique restrita apenas aonomedoarquivo.Vocêpodeterumarquivodemp3comoonomemuzik.mp3emesmoassimaindaarmazenartodasessasinformações,jáqueosmetadadossãoguardadosdentrodoarquivodeáudioenãoemseunome de arquivo.

Adiante veremos que os metadados são utilizados na transmissão de áudio pela internet para enviar o nomedamúsicaaosouvintes.

Agora que você já está com uma boa base sobre áudio digital, vamos focar no funcionamento dastransmissões desse tipo de áudio pela rede.

Page 166: Apostila nas ondas ambiente 2014

166

3. TIPOS DE TRANSMISSÃO

Há duas formas de transmitir o áudio: Assíncrona e Síncrona. Vamos a elas.

3.1. TRANSMISSÃO ASSÍNCRONA

A primeira é a mais simples e é a melhor opção para quem não tem condições de fazer uma rádio ao vivo, massimutilizandoarquivosdeáudio(mp3ououtroformatopré-gravadoearmazenadonoseusite).

Esse método é conhecido como transmissão assíncrona ou sob demanda.

3.2.TRANSMISSÃO SÍNCRONA

A segunda opção para web rádio é um pouco mais complicada e é usada para veicular uma rádio ao vivo pela internet.

Para começar, é preciso de um computador com acesso à internet e uma placa de som.

Noteque“aovivo”nãoquerdizernomesmoinstante.Éinviávelterumatransmissão/recepçãoinstantânea.

Primeiroporque,noUniversoobservável,avelocidademáximadainformaçãoéavelocidadedaluz.

Nocasodatransmissãoviaondaseletromagnéticas(rádioAM,FM,etc)esselimiteéquaseatingido,masnocasodainternetexistemváriosfatoresquefazercomquehajamatétrêsminutosdediferençaentreamensagem se enviada e recebida.

Page 167: Apostila nas ondas ambiente 2014

167

3.3. Como funciona

4. STREAMING

A tecnologia de streaming se utiliza para tornar mais leve e rápido o download e a execução de áudio evídeonaweb,jáquepermiteescutarevisualizarosarquivosenquantosefazodownload.

Senãoutilizamosstreaming,paramostrarumconteúdomultimídianaRede,temosquedescarregarprimeirooarquivointeiroemnossocomputadoremaistardeexecutá-lo,parainalmentevereouviro que o arquivo continha.

Entretanto, o streaming permite que esta tarefa se realize de uma maneira mais rápida e que possamos vereescutarseuconteúdoduranteodownload.

O streaming funciona da seguinte maneira. Primeiro nosso computador (o cliente) conecta com o servidor e este, começa a lhe mandar o arquivo.

O cliente começa a receber o arquivo e constrói um buffer onde começa a salvar a informação. Quando se enche o buffer com uma pequena parte do arquivo, o cliente começa a mostrar e ao mesmo tempo continua o download.

O sistema está sincronizado para que o arquivo possa ser visto enquanto se baixa o arquivo, de modo que quando o arquivo acaba de ser baixado, também acaba de ser visualizado.

Se em algum momento a conexão sofre decréscimos de velocidade se utiliza a informação que existe no buffer, de modo que se pode aguentar um pouco esse decréscimo. Se a comunicação se corta durante muito tempo, o buffer se esvazia e a execução do arquivo se cortaria também até que se restaurasse o sinal.

Page 168: Apostila nas ondas ambiente 2014

168

PROGRAMAS DE STREAMING

Na verdade, este processo de streaming já podemos ter visto em muitas ocasiões em nossoscomputadores.ÉoquefazemprogramascomooRealPlayerouoWindowsMediaPlayer,programasquese instalam como plug-ins nos navegadores para receber e mostrar conteúdosmultimídiaporstreaming. Quando pretendemos incluir áudio ou vídeo nas páginas o melhor então, é utilizar a tecnologia de streaming. Para isso simplesmente temos que salvar os arquivos multimídia com o formato de um dos programas de streaming e seguir umas pequenas normas na hora de subi-los à Internet e colocá-los na página.

As normas para seguir são próprias de cada sistema e não as veremos aqui. O melhor para estar por dentro de como funcionam é visitar as correspondentes páginas web, assinaladas mais abaixo.

Para converter os arquivos de audio e vídeo ao formato de cada programa de streaming se utilizam uns programas especiais que podem ser baixados das páginas de cada tecnologia. Por exemplo, o programa para converter ao formato que lê o Real Player chama-se Real Producer.

Na hora de desenvolver o web com conteúdos multimídia será necessário decidirmos utilizar umatecnologia de streaming em concreto e não as utilizamos todas para não obrigar a nossos usuários a baixar todos os plug-ins do mercado. A seguir vemos as três possíveis tecnologias de streaming do momento.

RealMediaépossivelmenteamaispopular.Tambéméaempresacommaisexperiêncianosetoredesenvolve muitos produtos orientados à distribuição de arquivos multimídia Sua web:

Windows Media é a aposta de Microsoft. Já possui uma cota de usuários muito importante ecertamenteaumentarácomrapidezjáqueMicrosoftincluioplug-innainstalaçãotípicadossistemasoperativos que está fabricando.

QuickTimeéaterceiraemdiscórdia.Commenorcotademercado.

SERVIDORES DE STREAMING

A princípio não é necessário contar com um servidor especial para colocar arquivos de áudio ou vídeo com download streaming em nossas webs. Qualquer servidor normal pode mandar a informação e é o cliente quem se encarrega de processá-la para poder mostrá-la na medida em que for recebendo.

Entretanto, existem servidores especiais preparados para transmitir streaming. Embora em muitas ocasiões não é necessário utilizá-los, podem nos oferecer importantes prestações como mandar um arquivo de maior ou menor qualidade dependendo da velocidade de nossa linha.

Em determinados casos, como para dar funcionamento a uma rádio ou a transmissão de um evento ao vivo, sempre será imprescindível contar com um servidor de streaming ao que mandaremos o sinal e com ele, enviará a todos os clientes à medida em que vai recebendo.

CONCLuSãO

Nãocabedúvidaqueatransmissãodeconteúdomultimídiaatravésdawebserá cada vez mais importante. A tecnologia de streaming é um mercado com futuro egrandescompanhiasjáestãolutandopelomercado.AvelocidadedaInternet

aumentará com o tempo e com ela aumentará a qualidade de transmissões, para tornar possível tanto a rádio como a televisão na Internet.

Page 169: Apostila nas ondas ambiente 2014

169

5. BUFFER

As transmissões de áudio em tempo real tem a séria desvantagem de serem suscetíveis ao congestionamento darede,jáqueoouvinteprecisareceberdadosdatransmissãootempotodo.

Para contornar esse problema, os softwares de transmissão e recepção adotaram um sistema de buffer, um armazenamento que funciona como uma memória contra congestionamento da rede, onde o tocador de áudio recebe alguns segundos da transmissão antes de começar a tocar.

Dessa forma ele sempre terá armazenado alguns segundos e caso a transmissão interrompatemporariamenteamúsicanãoprecisaparar.

6. HARDWARE NECESSÁRIO

• Processador600Mhz

• 64MbRAM

• Kitmultimídiacomplacadesomespeakers

• ConexãodeBandalarga

7. SOFTWARES NECESSÁRIOS

Player de mídia

Éumprogramadecomputadorqueexecutaarquivoscontendomultimídiaemgeralcomo:MP3,WMA,WAV,MPEG,VCDs,DVDsetc.Algunstocadores(reprodutores)maisconhecidossão:Silverjuke,BSplayer,MediaPlayerClassic,PowerDVD,MPlayer,WindowsMediaPlayer,Winamp,RealPlayer,iTunes,VLCMediaPlayer,GomPlayereTheKMPlayer.

Encoder(Codiicador)

Esta ferramenta realiza a tarefa de possibilita a conversão dos sinais saídos do seu computador para serem transmitidos ao vivo ou on-demand, sendo assim, ele interliga sua rádio com a distribuidora de streaming.

Automação de rádio

Ferramentaque“conversa”comocodiicador.

Page 170: Apostila nas ondas ambiente 2014

170

8. TRANSMITINDO

Existem vários servidores de streaming gratuitos e pagos. Os servidores gratuitos tem várias limitações como:

• Transmissão com pouco consistência,

•Quantidade de ouvintes limitadas,

•Quase sempre propagandas vinculadas

Jáosservidorespagosumdosseusmaioresproblemasédeordeminanceira,poisexigemumamensalidadenão muito baixa mas que apresentam uma ótima relação custo/benefício.

Page 171: Apostila nas ondas ambiente 2014

Anotações

Page 172: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 173: Apostila nas ondas ambiente 2014
Page 174: Apostila nas ondas ambiente 2014

DireitosReservados:ProgramaNasOndasdoAmbiente