apostila motores de combustao interna

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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial CEP SENAI Roberto Barbosa Ribas Mecânica de Automóveis Motores de Combustão Interna - Álcool e Gasolina

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  • Servio Nacional de Aprendizagem IndustrialCEP SENAI Roberto Barbosa Ribas

    Mecnica de AutomveisMotores de Combusto Interna

    - lcool e Gasolina

  • 2SENAI SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIALDEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL

    CONSELHO REGIONALPresidente NatoFrancisco Renan O. Proena Presidente do Sistema FIERGS

    Conselheiros Delegados das Atividades Industriais FIERGS

    Titulares SuplentesManfredo Frederico Koehler Deomedes Roque TaliniAstor Milton Schmitt Arlindo PaludoValayr Hlio Wosiack Pedro Antnio G. Leivas Leite

    Representantes do Ministrio da Educao

    Titular SuplenteEdelbert Krger Aldo Antonello Rosito

    Representantes do Ministrio do Trabalho e Emprego

    Titular SuplenteNeusa Maria de Azevedo Elisete Ramos

    Diretor do departamento Regional do SENAI RSJos Zorta

    DIRETORIA REGIONAL DO SENAI - RS

    Jos Zorta Diretor RegionalPaulo Fernando Presser - Diretor de Educao e TecnologiaSlvio S. Andriotti - Diretor Administrativo Financeiro

  • 3Servio Nacional de Aprendizagem IndustrialCEP SENAI Roberto Barbosa Ribas

    Carlos Alexandre de OliveiraAndrea da Rosa

    Mecnica de AutomveisMotores de Combusto Interna

    - lcool e Gasolina

    Santa Marianovembro de 2003

  • 4MECNICA DE AUTOMVEISMotores de Combusto Interna lcool e Gasolina2003. SENAI-RS

    Trabalho elaborado por tcnico do CEP SENAI Roberto Barbosa Ribas, sob acoordenao, orientao e superviso da Unidade de Negcios em EducaoProfissional de Nvel Bsico e da Diretoria de Educao e Tecnologia doDepartamento Regional do SENAI-RS.

    Coordenao Geral Paulo Fernando Presser

    Coordenao Tcnica Jaures de Oliveira

    Coordenao Local lvaro Borges Soares

    Equipe de Elaborao Carlos Alexandre de OliveiraAndrea da Rosa

    S491 OLIVEIRA, Carlos Alexandre de; ROSA, Andrea da. Motores de combusto interna lcool e gasolina. Santa Maria, CEP SENAI Roberto Barbosa Ribas, 2003. 116 p. il. (Mecnica de Automveis).

    1. Mecnica do Automvel 2. Motor de CombustoInterna I. Ttulo

    CDU 629.331.083 : 621.431

    SENAI Servio Nacional de Aprendizagem IndustrialDepartamento Regional do Rio Grande do SulAv. Assis Brasil, 8787 Bairro Sarandi 91140-001 Porto Alegre, RSTel.: (51) 3347-8697

    SENAI Instituio mantida e administrada pela Indstria

    A reproduo total ou parcial desta publicao por quaisquer meios, sejaeletrnico, mecnico, de fotocpia, de gravao ou outros, somente serpermitida com prvia autorizao, por escrito, deste Departamento Regional.

  • 5SUMRIO

    APRESENTAO ..................................................................................................... 91- MOTOR DE COMBUSTO INTERNA..................................................................111.1-CONSTITUIO DO MOTOR DE COMBUSTO INTERNA ..............................131.2-MOTOR DE QUATRO TEMPOS.........................................................................142- SUBSISTEMA DE DISTRIBUIO ......................................................................172.1- CABEOTE........................................................................................................172.1.1- Guias de vlvulas ..........................................................................................192.1.2- Sedes de vlvulas..........................................................................................192.1.3- Comando de vlvulas....................................................................................232.1.4- Varetas e balancins de vlvulas...................................................................252.1.5- Tuchos............................................................................................................252.1.5.1- Posies de trabalho ....................................................................................272.1.6- Vlvulas ..........................................................................................................292.1.6.1- Vlvulas de admisso...................................................................................292.1.6.2- Vlvulas de escapamento ............................................................................292.1.6.3- Constituio da vlvula.................................................................................302.1.6.4- Dispositivos de montagem ...........................................................................313-SUBSISTEMA DE CONJUNTO MVEL ...............................................................333.1- MBOLOS..........................................................................................................333.1.1- Constituio...................................................................................................333.1.2- Anis de segmento........................................................................................353.1.2.1- Tipos de anis de segmento ........................................................................363.2- BIELAS...............................................................................................................363.2.1- Vantagens do craqueamento ..........................................................................383.3- CASQUILHOS....................................................................................................383.3.1- Tipos de casquilhos ......................................................................................383.4- RVORE DE MANIVELAS.................................................................................393.4.1- Tipos de rvore de manivelas ......................................................................403.5- BLOCO DO MOTOR ..........................................................................................403.5.1- Tipos de bloco ...............................................................................................41

  • 63.6- VOLANTE DO MOTOR......................................................................................413.7- CARACTERSTICAS CONSTRUTIVAS DO MOTOR ........................................433.7.1- Cilindrada .......................................................................................................443.7.2- Relao de compresso (taxa) .....................................................................443.7.3- Torque............................................................................................................453.7.4- Potncia .........................................................................................................454-SUBSISTEMA DE LUBRIFICAO......................................................................474.1- CRTER.............................................................................................................474.2- BOMBA DE LEO..............................................................................................494.3- FILTRO DE LEO..............................................................................................514.4- GALERIAS DE LEO.........................................................................................534.5- INTERRUPTOR DE LEO.................................................................................534.6- LEO LUBRIFICANTE.......................................................................................544.6.1- Funes bsicas dos leos lubrificantes....................................................544.6.2- Classificao quanto viscosidade ............................................................564.6.3- Classificao quanto ao servio ..................................................................564.7- TABELA DE LEO PARA MOTORES...............................................................574.7.1- Tabela FIAT ....................................................................................................574.7.2- Tabela de lubrificantes FORD.......................................................................584.7.3- Tabela de lubrificantes GM ...........................................................................584.7.4- Tabela de lubrificantes VW ...........................................................................595- SUBSISTEMA DE ARREFECIMENTO .................................................................615.1- SISTEMA DE ARREFECIMENTO A AR ............................................................615.2- SISTEMA DE ARREFECIMENTO POR FLUDO...............................................635.3- FLUDO DE ARREFECIMENTO ........................................................................675.4- FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE ARREFECIMENTO...............................685.5-DEFEITOS E CAUSAS MAIS COMUNS DE PROBLEMAS NO SISTEMA DE ARREFECIMENTO.......................................................................................696- SUBSISTEMA DE ALIMENTAO......................................................................716.1-TANQUE DE COMBUSTVEL.............................................................................716.2-TUBULAES ....................................................................................................726.3-FILTRO DE COMBUSTVEL ...............................................................................726.4-BOMBA DE COMBUSTVEL...............................................................................736.5- COLETOR DE ADMISSO ................................................................................736.6- FILTRO DE AR...................................................................................................746.7- CARBURADOR..................................................................................................766.7.1-Sistema de nvel constante ...........................................................................776.7.2-Sistema de partida a frio ................................................................................776.7.3-Sistema de marcha lenta ...............................................................................806.7.4-Sistema de progresso ..................................................................................816.7.5-Sistema de acelerao rpida .......................................................................816.7.6-Sistema principal............................................................................................82

  • 76.7.7-Sistema suplementar ou potncia ................................................................836.8- SISTEMA DE ESCAPAMENTO .........................................................................856.9- CONTROLE DE EMISSES E POLUENTES....................................................856.10-DEFEITOS E CAUSAS MAIS COMUNS DE PROBLEMAS NO SISTEMA DEALIMENTAO.........................................................................................................947- SUBSISTEMA DE IGNIO.................................................................................957.1- SISTEMA DE IGNIO CONVENCIONAL ........................................................967.1.1- Bateria ............................................................................................................967.1.2- Chave de ignio ...........................................................................................967.1.3- Bobina de ignio..........................................................................................977.1.4- Distribuidor ....................................................................................................987.1.4.1-ngulo de permanncia...............................................................................1017.1.4.2- Avano de ignio ......................................................................................1017.1.5- Cabos de vela ..............................................................................................1047.1.6- Vela de ignio ............................................................................................1057.2- SISTEMA DE IGNIO ELETRNICA TRANSISTORIZADA .........................1077.2.1- Emissor de impulsos indutivos TSZ-i......................................................1097.2.2- Ignio eletrnica transistorizada TSZ-h ................................................112REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................115

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  • 9APRESENTAO

    O presente material didtico aborda os temas: Motores de Combusto Interna(lcool e Gasolina) e Sistemas de Lubrificao, Arrefecimento, Alimentao eIgnio, visando o aprimoramento da formao dos aprendizes do Curso deMecnica do SENAI.

    Atravs de informaes atualizadas e detalhadas sobre o funcionamento de cadasistema, este material pretende ser fonte de consulta no somente durante o curso,mas tambm por toda a vida profissional destes aprendizes.

    Assim, h ampla exemplificao, grande aporte de figuras para facilitar oentendimento e explicaes tericas em linguagem simples e funcional. Com isto,espera-se que o aluno egresso do Curso de Mecnica do SENAI encontre-sepreparado para o mercado de trabalho e seguro de seus conhecimentos.

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    1 MOTOR DE COMBUSTO INTERNA

    A combusto, ou queima, um processo qumico que exige trs componentesque se combinam:

    Figura 1 Tringulo do fogo

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    Na locomotiva a vapor, o combustvel o carvo ou a lenha. O calorproduzido utilizado para aquecer gua em uma caldeira, transformando-a emvapor.

    Figura 2 Vapor em expanso

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    O vapor se expande e, com sua presso, vai movimentar os mbolos queacionam as rodas motrizes da locomotiva.

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    Figura 3 Movimento da mquina a vapor

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A locomotiva a vapor movida por um motor de combusto externa, pois aqueima do combustvel ocorre fora dos compartimentos que produzem o movimento(cilindros).

    Seguindo o princpio de funcionamento da locomotiva a vapor, foramdesenvolvidos os primeiros triciclos a vapor.

    Figura 4 Triciclo a vapor

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    O motor de combusto interna um conjunto de peas mecnicas eeltricas, cuja finalidade produzir trabalho pela fora de expanso resultante daqueima da mistura de ar com combustvel, no interior de cilindros fechados.

    Para atender s mais variadas necessidades do atual estado dedesenvolvimento tecnolgico, os fabricantes constroem motores de todos os tipos.Assim, encontram-se motores a gs, gasolina, leo diesel, querosene, lcool emovidos com outras misturas dos vrios combustveis existentes.

    Normalmente, os motores podem ser construdos com um ou mais cilindros.Motores monocilndricos so empregados em implementos agrcolas, motonetas epequenas lanchas. Os policilndricos, com 4, 6, 8, 10, 12 ou at mais cilindros,destinam-se a automveis, locomotivas, navios e avies.

    Os cilindros podem ser agrupados de vrias formas, dando origem a motores:

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    em linha em V radial cilindros opostos

    Figura 5 Motores em linha e em V Figura 6 Motores radial e com cilindros opostos

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    1.1- CONSTITUIO DO MOTOR DE COMBUSTO INTERNA

    O motor de combusto interna produz movimentos de rotao por meio decombustes dentro de cilindros fechados. Suas partes principais so:

    Figura 6 Partes do motor

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    No cabeote esto as cmaras de combusto, onde feita a queima damistura ar/combustvel.

    O bloco a estrutura principal do motor, onde esto agregados, entre outros,os seguintes elementos: Cilindros e mbolos; rvore de manivelas; Cabeote.

    O conjunto mvel formado pelas bielas, mbolos, anis e rvore demanivelas e transforma os movimentos retilneos alternados dos mbolos emrotao da prpria rvore de manivelas.

    Para explicar o funcionamento do motor, abordaremos o funcionamento deum cilindro. Cada um deles tem, no mnimo, duas vlvulas: Admisso: permite a entrada da mistura de ar/combustvel;

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    Escapamento: permite a passagem dos gases queimados para a descarga.

    A abertura e o fechamento dessas vlvulas so feitos de forma sincronizadacom os movimentos dos mbolos, que se repetem em uma ordem determinada.Cada movimento do mbolo chamado de tempo e corresponde a meia volta darvore de manivelas.

    H motores que completam seu ciclo de trabalho com dois movimentos dosmbolos, ou seja, uma volta da rvore de manivelas: so os motores de doistempos. Outros motores so de quatro tempos, ou seja, completam seu ciclo detrabalho com quatro tempos, ou a cada duas voltas da rvore de manivelas.

    1.2- MOTOR DE QUATRO TEMPOS

    O motor de 4 tempos funciona pela repetio ordenada de quatromovimentos.1 Tempo: Admisso

    Figura 7 Tempo de admisso

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    2 Tempo: Compresso

    Figura 8 Tempo de compresso

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A vlvula de escapamento est fechada e a deadmisso se abre progressivamente. O mbolo desloca-se de PMS (ponto morto superior) ao PMI (pontomorto inferior), aspirando a mistura ar/combustvel.

    A vlvula de admisso se fecha e a deescapamento continua fechada. O mbolo inverte seumovimento do PMS ao PMI, comprimindo a mistura nacmara de combusto

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    3 Tempo: Combusto

    Figura 9 Tempo de combusto

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    4 Tempo: Escapamento

    Figura 10 Tempo de escapamento

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Com isso conclumos que dos quatro tempos apenas um produtivo. Otempo de combusto o nico que produz trabalho. Um volante instalado na partetraseira da rvore de manivelas regulariza o funcionamento do motor.

    Os cilindros trabalham dentro de uma determinada ordem de combusto e ovolante, por ter movimentos de inrcia, transforma os impulsos que recebe em ummovimento contnuo. Esse ciclo de quatro tempos, com a combusto provocada pelacentelha na vela de ignio, chamado Ciclo Otto. Existem outros tipos de motores,do ciclo Diesel e ainda motores de dois tempos.

    Nesta apostila, trataremos especificamente de motores do ciclo Otto,sabendo que motores do ciclo diesel possuem um funcionamento semelhante.

    As vlvulas continuam fechadas. A misturacomprimida inflamada por uma centelha que salta davela de ignio. Com a queima, formam-se gases que seexpandem, impulsionando o mbolo de volta para o PMI.

    A vlvula de admisso fica fechada e a deescapamento se abre, progressivamente, medida que ombolo vai do PMI ao PMS, expelindo os gasesresultantes da combusto.

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    Neste funcionamento podemos esclarecer que os tempos praticamente nuncaacontecem ao mesmo tempo em dois cilindros, ou seja, no mesmo momento nuncateremos, em cilindros diferentes, dois tempos iguais.

    Este exemplo demonstra um momento do funcionamento de um motor cicloOtto de 4 tempos comum, ciclo completo com combustvel lcool ou gasolina.

    Figura 11 Momento de funcionamento do motor de 4 tempos

    Fonte: Autor do Texto

    Um motor de combusto interna pode ser dividido em alguns subsistemaspara o melhor entendimento: Subsistema de Distribuio Subsistema de Conjunto Mvel Subsistema de Lubrificao Subsistema de Arrefecimento Subsistema de Alimentao Subsistema de Ignio

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    2 SUBSISTEMA DE DISTRIBUIO

    Este subsistema tem a funo de realizar os tempos de funcionamento domotor, sincronizado com o subsistema de conjunto mvel. constitudo por vrioscomponentes que so:- Cabeote - Vlvulas de Admisso e Escape- Comando de Vlvulas - Tuchos

    2.1- CABEOTE

    O cabeote fabricado em ferro fundido, para os veculos antigos, e ligasleves de alumnio, para a maioria dos veculos. Ao ser instalado no bloco, o cabeoteforma a cmara de combusto em cada cilindro do motor.

    Dependendo da marca e do tipo, o motor funciona com um ou maiscabeotes, instalados na posio vertical ou inclinada.

    O cabeote constitudo de:

    Figura 12 Componentes do cabeote

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    O cabeote serve de fixao para as velas de ignio, guias de vlvulas,vlvulas e mancais de apoio do conjunto dos balancins ou comando de vlvulas.

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    Figura 13 Guias e sedes de vlvulas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A face inferior do cabeote deve ser rigorosamente plana para que a vedaoda mistura seja a mais perfeita possvel.

    O cabeote tem, ainda, cavidades para formar as cmaras de combusto emconjunto com os cilindros. Essas cmaras de combusto precisam serhermeticamente fechadas para no haver perda de compresso. por isso queexiste uma junta de vedao, instalada entre o cabeote e o bloco.

    Figura 14 Junta do cabeote

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A junta do cabeote tem as funes de vedao entre o bloco e o cabeote,vedao de um cilindro para o outro, vedao dos dutos de leo e gua. A juntatradicional fabricada de amianto e recebe reforos metlicos para resistir a altastemperaturas e presses causadas pela combusto da mistura. Toda vez que ocabeote for removido, a junta dever ser substituda.

    Nos motores novos, esta junta tradicional foi substituda por uma junta todametlica para vedar os aumentos de compresso nestes motores e, tambm,proporcionar um menor consumo de lubrificante, devido ao melhor nvel deacabamento das superfcies do bloco e do cabeote.

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    Figuras 15 e 16 Juntas metlicas do cabeote

    Fonte: Material de Motores Stilo FIAT

    2.1.1- Guias de vlvulas

    So fabricadas em lato, ferro fundido ou ao. Tm forma cilndrica e socolocadas sob interferncia em perfuraes existentes no cabeote. Em geral, naparte superior encontram-se retentores de vlvulas, que fazem a vedao do leolubrificante que poderia vazar para dentro das cmaras de combusto.

    Como o nome j diz, sua funo de guiar as vlvulas, para sua abertura efechamento, causando a vedao da mistura ar/combustvel.

    Figura 17 Guias de vlvulas

    Fonte: Manual Motor Gol GTI 16V - VW

    2.1.2- Sedes de vlvulas

    So instaladas no cabeote por interferncia, ou fazem parte do mesmo. Tma funo de, junto com a vlvula, causar a vedao da mistura ar/combustvel epossuem o mesmo ngulo de inclinao que a vlvula.

    So fabricadas em aos especiais para resistirem a altas temperaturas.

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    Figura 18 Sede de vlvulas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Como o cabeote uma pea grande e possui vrios parafusos ou porcaspara sua fixao, no momento de remov-lo e de coloc-lo deve ser seguida umaseqncia, que pode ser em X ou em caracol.

    Exemplo:

    Figura 19 Maneiras de aperto do cabeote

    Fonte: Autor do texto

    Obs.: Estas seqncias so ilustraes e podem ser seguidas, mas sempre se deveverificar a seqncia recomendada pelo fabricante.

    Os tempos de funcionamento de um motor de quatro tempos acontecemdevido ao de um comando de vlvulas que acionado pela rvore demanivelas. Em cada uma dessas rvores existem engrenagens, que so montadas

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    em posies especficas para que o motor entre em sincronismo mecnico. Este ochamado ponto mecnico.

    Existem diversas maneiras de ligao entre as rvores de comando devlvulas e de manivelas:

    Figura 20 Engrenamento direto

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Figura 21 Engrenagens intermedirias

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Figura 22 Distribuio por corrente

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Por Engrenamento Direto1- Engrenagens2- Pontos de Sincronismo

    Por Engrenagens Intermedirias

    1 Engrenagens Intermedirias2 Engrenagens de Distribuio3 Pontos de sincronismo

    Distribuio por Correntes

    1 Corrente2 Engrenagens3 Pontos de Sincronismo

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    Figura 23 Distribuio por correia dentada

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Conforme a localizao da rvore de comando de vlvulas, cada motor levauma denominao:

    - OHV: (over head valve ou vlvula no cabeote)

    Figura 24 Comando de vlvulas no bloco

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    - OHC: (over head canshaft ou comando no cabeote)

    Figura 25 - Comando de vlvulas no cabeoteFonte: Transparncias de Motores FIAT

    Distribuio por Correia Dentada

    1 Correia Dentada2 Pontos de sincronismo3 Tensor4 Engrenagens

    Este modelo possui o comandode vlvulas instalado ao lado doscilindros no bloco do motor e usa hastee balancins para o acionamento dasvlvulas no cabeote.

    Este modelo utiliza o comando devlvulas no cabeote e dispensa o usode varetas.

    1- Comando de Vlvulas2- Calo de Regulagem3- Tucho4- Vlvula

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    - DOHC: (double over canshaft ou duplo comando de vlvulas no cabeote)

    Figura 26 Duplo comando de vlvulas no cabeote

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    2.1.3- Comando de Vlvulas

    A rvore de comando de vlvulas tem as seguintes funes: sincroniza a abertura e o fechamento das vlvulas com os mbolos do motor; estabelece a ordem de ignio dos cilindros; um dos responsveis pelo limite de rotao do motor.

    Figura 27 Comando de vlvulas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Esta rvore possui vrios excntricos chamados cames ou ressaltos. Emalguns casos, alm das vlvulas, ele aciona a bomba de combustvel e a bomba deleo.

    confeccionado em ao especial e apoiado em seu alojamento por meio dosmunhes. Alguns tipos de motores possuem buchas ou casquilhos entre osmunhes e os mancais de apoio. Esses casquilhos so de materiais antifrico, queevitam o desgaste acelerado dos munhes e mancais.

    Cada motor possui o seu comando de vlvulas especfico e atravs daangulao dos cames so formados os diagramas de vlvulas.

    Este modelo possui dois comandosde vlvulas no cabeote, um aciona asvlvulas de admisso e o outro, asvlvulas de escapamento. Tambmno utiliza balancins.

    1- Comando de Vlvula2- Tuchos

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    Figura 28 Diagrama de vlvulas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Quando o comando de vlvulas gira, seus cames acionam os tuchos,proporcionando movimentos alternados aos mesmos. Estes transmitem osmovimentos s varetas ou, quando elas no existirem, diretamente s vlvulas.

    Em alguns motores 16V o comando de vlvulas de admisso traz umatecnologia chamada de Comando de Vlvulas Varivel. Este recurso melhora oenchimento do cilindro em todas as rotaes. um comando hidrulico que acionado atravs de uma vlvula eltrica, controlada pela central de InjeoEletrnica.

    Figura 29 Comando de vlvulas varivel

    Fonte: Manual Injeo Eletrnica Marea FIAT

    Este recurso faz avanar o comando de vlvulas de admisso numdeterminado ngulo, melhorando, assim, o enchimento do cilindro.

    1 Solenide2 Conjunto de vlvulas3 Mola4 Pisto5 Pinho6 Ponta Comando deVlvulas7 Mola do pisto8 Bateria9 Rel Injeo10 Rel de Comando daEletrovlvula11 Central de Injeo12 Comutador deIgnio

    Este diagrama determina o momento deabertura e fechamento de cada vlvula para omelhor rendimento e maior economia do motor.

  • 25

    2.1.4- Varetas e Balancins de Vlvulas

    As varetas so hastes longas que transmitem os movimentos dos tuchos aosbalancins e estes, para as vlvulas. Cada balancim possui uma regulagemindependente atravs de porca e parafuso, o que possibilita periodicamente ajustena folga das vlvulas.

    O conjunto de balancins instalado no cabeote.

    Figura 30 Balancins

    Fonte: Manual Motor AE - VW

    2.1.5- Tuchos

    So os elementos que transmitem os movimentos dos cames do comandopara as hastes de comando de balancins ou, diretamente, s hastes das vlvulas.Podem ser instalados no bloco ou no cabeote, depende da localizao do comandode vlvulas.

    Existem dois tipos de tuchos utilizados pelos motores: Convencional Hidrulico

    No tipo convencional, teremos uma pea nica e macia.

    Figura 31 Tucho mecnico

    Fonte: Manual Motor AP - VW

    J no hidrulico, teremos componentes em seu interior que visam compensaros desgastes existentes entre as peas mveis, que acionam as vlvulas e ocomando de vlvulas, e melhorar o acionamento das vlvulas e o rendimento domotor.

  • 26

    Figura 32 - Tucho hidrulico

    Fonte: Manual Tucho Hidrulico - VW

    Figura 33 Entrada de leo no tucho

    Fonte: Manual Tucho Hidrulico - VW

    Figura 34 Compensao da folga das vlvulas

    Fonte: Manual Tucho Hidrulico VW

    O prprio leo do motor chega sobpresso no tucho, atravs de um orifcioexistente no cabeote, realizando oenchimento do reservatrio. Estaoperao ocorre com o alinhamentolateral da canaleta com o anel dealimentao.

    Em seguida, o leo sob pressoempurra a esfera para baixo, enchendo acmara de alta, que auxiliado pela mola,desloca o pisto contra o came docomando.

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    Figura 35 Eliminao da folga

    Fonte: Manual Tucho Hidrulico VW

    2.1.5.1- Posies de Trabalho

    Incio de Abertura da Vlvula

    Figura 36 Incio de abertura da vlvula

    Fonte: Manual Tucho Hidrulico VW

    Abertura

    Figura 37 Abertura da vlvula

    Fonte: Manual Tucho hidrulico - VW

    Ao ser pressionado pelo came, otucho comprime o leo da cmara de altapresso, formando um tipo de CaloHidrulico. Desta forma, o tucho passa ater rigidez para o acionamento dasvlvulas do motor.

    Ao se apoiar no came, a pressode leo da cmara de alta se iguala coma do reservatrio, permitindo que a molade sustentao da esfera empurre-a paracima, vedando a passagem do leo.Desta maneira, processa-se o ajusteautomtico das vlvulas, mantendo otucho sempre apoiado no came.Esta ao faz com que o motor que usetucho hidrulico no tenha necessidadede regulagem de vlvulas.

    A presso oferecida pelas molas dasvlvulas do motor, durante a abertura, provoca oaumento gradativo da presso de leo na cmarade alta presso.

    Nesse estgio, uma pequena quantidadede leo da cmara escapa para o reservatrio,proporcionando um encolhimento controlado dotucho.

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    Fechamento

    Figura 38 Fechamento da vlvula

    Fonte: Manual Tucho hidrulico - VW

    Os tuchos produzem rudos quando: ocorre folga excessiva entre eles e as vlvulas; baixa o nvel de leo no motor; ocorrem avarias no dispositivo hidrulico do tucho; h obstruo nas vlvulas; h desgastes dos prprios tuchos.

    Figura 39 Balancins roletados

    Fonte: Manual Motor Polo VW

    Esta tecnologia minimiza o atrito do came do comando, fazendo com que omotor ganhe em desempenho e em economia de combustvel.

    Na fase final de fechamento dasvlvulas, o encolhimento ocorridodurante o processo de abertura,favorece o fechamento total dasmesmas.

    Existem motorescom uma configurao,que traz o comando devlvulas no cabeote eos cames do comandodeslizam sobrebalancins roletados.Nesta configurao, ostuchos servem de pontode ancoragem para osbalancins.

  • 29

    2.1.6- Vlvulas

    So hastes que possuem uma das extremidades achatadas, em forma dedisco, e que se assentam perfeitamente em suas sedes no cabeote. So instaladasno cabeote, no interior das cmaras de combusto. As vlvulas precisam resistir a:

    - Temperaturas elevadas; - Desgastes mecnicos; - Corroso.

    Figura 40 Componentes das vlvulas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Por isso, as vlvulas so confeccionadas em aos especiais.Existem dois tipos de vlvulas conforme suas funes:

    vlvulas de admisso; vlvulas de escapamento.

    2.1.6.1- Vlvulas de admisso Permitem a entrada da mistura de ar/combustvel na cmara de combusto; Vedam a abertura de admisso no tempo exato de sua compresso.

    A cabea da vlvula de admisso possui um dimetro maior que a deescapamento para facilitar a entrada da mistura no cilindro.

    Obs.: Nos motores 16 Vlvulas, principalmente os 1000 cc, acontecem casosde as vlvulas de admisso e escapamento terem os mesmos dimetros.

    2.1.6.2- Vlvulas de escapamento Permitem o escapamento dos gases queimados pela combusto; Vedam a abertura de escapamento no tempo de compresso.

    Devido temperatura dos gases de escape ser maior que a temperatura damistura de ar/combustvel na admisso, as vlvulas de escapamento so fabricadasem materiais mais resistentes.

    Obs.: Em alguns casos, nos motores turbinados originais de fbrica asvlvulas de escapamento trazem em seu interior sdio, que permite uma melhordissipao de calor. Estas vlvulas podem ter sua temperatura de trabalho reduzidaem at 150 C, igualando-se a uma vlvula dos motores aspirados.

  • 30

    2.1.6.3- Constituio da vlvulaA vlvula formada por uma srie de partes que garantem seu

    funcionamento adequado:

    Figura 41 Componentes das vlvulas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A cabea trabalha dentro da cmara de combusto e, de acordo com oformato dessa cmara, pode ser:

    plana; cncava; convexa.

    Figura 42 Tipos de vlvulas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Quando a vlvula no pressionada pelo balancim ou came da rvore decomando de vlvulas, sua cabea deve acasalar-se perfeitamente na sua sede nacmara de combusto.

    Figura 43 Assentamento da vlvula na sede do cabeote

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

  • 31

    Para esse acasalamento, a vlvula tem uma faixa inclinada chamada face deassentamento. A inclinao da face de assentamento da vlvula igual de suasede para vedar completamente a sada de mistura ou de gases, quando a vlvulaest fechada.

    A margem uma faixa situada entre a cabea e a face de assentamento davlvula e garante que a mesma, durante um certo tempo, no se deforme pela aodo calor da combusto.

    A abertura entre a sede e a face de assentamento da vlvula ocorre pelodeslocamento da haste nas guias das vlvulas. Esse deslocamento ocorre quando op da vlvula pressionado pelo balancim ou pelo came do comando de vlvulas.O fechamento ocorre pela ao de uma mola de ao.

    2.1.6.4- Dispositivos de montagemAs vlvulas funcionam fazendo movimentos retilneos alternados. Por esta

    razo, so montados em seus alojamentos com dispositivos que, alm de aprision-las, lhes permitem tais movimentos. Estes dispositivos so:

    Figura 44 Dispositivos de montagem

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A mola serve para retornar a vlvula, enquantoo prato centraliza a vlvula na mola e aschavetas travam o conjunto, para que omovimento acontea normalmente.

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  • 33

    3 SUBSISTEMA DE CONJUNTO MVEL

    Os componentes deste sistema se conjugam entre si para transformar aenergia calorfica, resultante da queima da mistura, em energia mecnica capaz deefetuar trabalho.

    Os componentes que fazem parte deste sistema so:

    3.1- MBOLOS

    O mbolo o componente responsvel por transmitir a fora da expanso dosgases no cilindro para a rvore de manivelas atravs da biela.

    Possui as seguintes caractersticas: baixo peso para se mover com facilidade; alta resistncia; rpida dissipao de calor.

    3.1.1- Constituio

    O mbolo fabricado em liga de alumnio e tem forma cilndrica, sua partesuperior fechada e a inferior aberta. Suas partes principais so:

    Figura 45 Componentes do mbolo

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A cabea do mbolo a regio que mais se aquece e recebe a fora deexpanso dos gases da combusto. Pode ter superfcie plana, cncava ou convexa.

  • 34

    Na lateral, ficam as canaletas que alojam os anis, chamada zona de anis.J na parte inferior, fica a saia que serve de equilbrio para o mbolo no seumovimento de subida e descida. Em seu interior, possui um anel chamado deautotrmico, que tem a funo de controlar a dilatao do mbolo, quando o mesmose aquece com o funcionamento do motor.

    O mbolo tem a propriedade de ser cnico para que, quando for aquecido, setorne cilndrico e sua lateral totalmente reta, causando a vedao da misturaar/combustvel.

    Figura 46 - Dilatao do mbolo Figura 47 Anel autotrmico

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    No caso do pino, este fabricado em ao especial, tratado para garantir altaresistncia ao desgaste. Este pino descentralizado para eliminar a possibilidade deque a saia do mbolo bata contra o cilindro do bloco.

    Existem vrios tipos de fixao do pino no pisto:

    Figura 48 Pino flutuante

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    Figura 49 Pino semiflutuante

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    - Pino Flutuante: Desliza livre no mbolo e nabiela, limitado por anel trava;

    - Pino Semiflutuante: Desliza livre no mbolo e preso na biela, normalmente por interferncia;

  • 35

    Figura 50 Pino fixo

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    Em alguns motores, os pistes trazem em sua saia uma camada de grafiteque proporciona um menor desgaste, durante a fase de aquecimento, e um menornvel de atrito e rudo.

    Figura 51 mbolo com grafite

    Fonte: Manual Motor Gol Turbo - VW

    3.1.2- Anis de segmento

    Os anis de segmento so instalados na cabea do mbolo, possuem formacircular e so fabricados em ferro fundido ou aos especiais.

    Figura 52 Anis de compresso Figura 53 Anis raspadores

    Fonte: Manual de Motores SENAI Fonte: Manual de Motores SENAI

    Os anis cumprem as seguintes funes: vedao, impedindo a sada da mistura na compresso e dos gases na combusto; dissipao do calor, fazendo-o passar dos mbolos para os cilindros e, da, para o

    sistema de arrefecimento.

    - Pino Fixo: preso no mbolo por meio deparafuso, trava ou interferncia e no temmovimento de rotao.

  • 36

    3.1.2.1- Tipos de anis de segmentoExistem dois tipos de anis de segmento:

    de compresso (vedao); raspadores e recolhedores de leo.

    Os anis de compresso so revestidos de cromo ou molibdnio, que lhesconfere maior resistncia ao atrito e abraso, principalmente no perodo deamaciamento do motor.

    Estes anis so instalados nas duas primeiras canaletas superiores dombolo. Causam a vedao entre mbolos e cilindros, o que garante a compressoda mistura, e evitam a passagem de gases das cmaras de combusto para o crtere do leo do crter para as cmaras.

    Os anis raspadores e recolhedores de leo tm como principal funo rasparo excesso de leo da parede do cilindro e dren-lo, em direo ao crter do motor.Desta forma, asseguram uma pelcula de leo adequada, suficiente para lubrificar osanis de compresso.

    Estes componentes no requerem manuteno, somente a troca norecondicionamento do motor.

    3.2- BIELAS

    Componente do motor, construdo de ao-liga, que transmite os movimentosretilneos alternativos dos mbolos s manivelas da rvore de manivelas.

    A biela composta por:

    Figura 54 Componentes da biela

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    No p da biela preso o pino, que tambm ligado ao mbolo. Nele colocada uma bucha de bronze que se ajusta ao pino quando o conjunto montado.Quando da manuteno da biela, a bucha sempre inspecionada.

    A cabea da biela dividida em duas partes e se acopla ao moente da rvorede manivelas. Em ambas as partes, so montados casquilhos para o assentamentodo moente.

  • 37

    A biela tem um corpo, que sua parte mdia, com perfil em l, para aumentarsua rigidez e diminuir o peso. Em alguns tipos existe um orifcio interno paraconduzir o leo lubrificante.

    Figura 55 Canal interno da biela

    Fonte: Manual Motor Polo - VW

    Existem dois tipos de biela quanto maneira de fabricao:

    Figura 56 Fabricao por corte

    Fonte: Manual Motor Polo - VW

    Figura 57 Fabricao por craqueamento

    Fonte: Manual Motor Polo - VW

    Por CraqueamentoNo processo de craqueamento. A biela e suacapa so produzidas em uma nica pea edepois, por meio de uma ferramenta, queexerce uma grande fora, se obtm a separaodas duas peas.

    Por CorteNo procedimento de corte, a biela e sua capaso fabricadas em uma nica pea, commaterial sobressalente para serem separadas,posteriormente, atravs de usinagem.

  • 38

    3.2.1- Vantagens do craqueamento:

    Produz-se uma superfcie de fratura inconfundvel. Dessa forma, a biela e suacapa somente se encaixam caso pertenam ao mesmo conjunto;

    Mtodo de fabricao mais barato; Ajuste perfeito das folgas.

    3.3- CASQUILHOS

    Os casquilhos servem de guia e apoio para os rgos giratrios em regime develocidade e cargas elevadas. Estes componentes possuem na sua superfcie ummaterial especial antifrico, para reduzir o atrito, desgaste das peas e possveisgrimpamentos.

    O casquilho constitudo basicamente de:

    Figura 58 Componentes dos casquilhos

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Nos motores, estes componentes so empregados na rvore de manivelas e,em alguns modelos, nas rvores de comando de vlvulas.

    O ressalto de localizao evita que o casquilho se desloque lateralmente,quando o rgo apoiado nele gira. Na parte central est o canal de lubrificao deleo, onde o leo distribudo mais rapidamente pelo casquilho. Junto do canalexiste um orifcio que serve de passagem para que o leo atinja o elemento mvelapoiado no casquilho.

    Os casquilhos so vendidos em jogos e s so removidos quando o motorapresenta irregularidade, como batida interna ou lubrificao deficiente.

    3.3.1-Tipos de Casquilhos

    Casquilhos para assentamento das bielas aos moentes da rvore de manivelas; Casquilhos para assentamento da rvore de comando de vlvulas; Casquilhos com flange de encosto para ajustar a folga axial da rvore de

    manivelas;

  • 39

    Casquilhos inteirios, tambm conhecidos como bucha; Casquilhos do munho da rvore de manivelas.

    3.4- RVORE DE MANIVELAS

    um dispositivo mecnico que permite fazer a rotao de um eixo usandomenor esforo atravs de uma alavanca. A rvore possui diversas manivelas,dispostas em ngulos diferentes, para que possa manter o equilbrio do componentequando est em rotao.

    A rvore de manivelas assentada em casquilhos, para possibilitar o mnimopossvel de desgaste na mesma.

    Figura 59 Componentes da rvore de manivelas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Os munhes so os locais onde a rvore se apia ao bloco do motor e osmoentes so os locais onde as bielas so presas.

    O rolamento de agulha, ou bucha, localizado na parte traseira da rvore eserve de apoio rvore primria da caixa de mudanas. J o flange traseiro servede apoio e encosto para o volante, que fixado rvore de manivela comparafusos.

    No interior da rvore, temos orifcios de lubrificao que permitem apassagem de leo para lubrificao dos munhes e moentes.

    A rvore de manivelas tem uma srie de caractersticas para possibilitar umfuncionamento correto:

    deve ser feita de aos especiais que garantam uma resistncia, de acordocom a potncia do motor;

    no deve ter cantos vivos onde possam aparecer trincas, elas so prejudiciaispara o motor, com o tempo poderiam causar a ruptura da rvore. Assim, deveapresentar raios de concordncia adequados, que provoquem umarredondamento nos cantos e garantam maior resistncia.

  • 40

    3.4.1- Tipos da rvore de Manivelas

    Figura 60 rvore de manivelas de motor em linha

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Figura 61 rvore de manivelas motor em V

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A manuteno deste componente feita pela retfica no momento em que sefaz uma reforma no motor. Os munhes e moentes possuem medidas padres e, apartir delas, sero feitas as retficas da rvore.

    3.5- BLOCO DO MOTOR

    um dos principais componentes do motor, tem a funo de alojar a maioriados componentes e dar sustentao ao motor. Os blocos so fabricados em ferrofundido e ligas ou em alumnio e ligas.

    Figura 62 Bloco e seus componentes

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Nos motores que tm os cilindros emlinha, o nmero de moentes igual ao nmerode cilindros.

    Nos motores em V, h duas bielaspara cada moente e, assim, a rvore demanivelas pode ser mais curta e maisresistente

  • 41

    Os cilindros podem ser usinados diretamente no bloco do motor, ouseparados. Quando so usinados no bloco so chamados de cilindros e quandoso separados so chamados de camisas.

    Quando so usadas camisas elas podem ser molhadas ou secas.- secas - molhadas

    Figura 63 Tipos de camisas

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A operao de acoplamento da camisa no bloco chama-se encamisamento.As camisas podem ser retificadas at uma certa tolerncia, passando a recebermbolos e anis sob medida, os chamados kits.

    No caso dos cilindros, a partir da retfica tambm passam a receber mbolose anis sob medida.

    3.5.1- Tipos de Bloco

    em linha; em v; radial; com cilindros opostos.

    A manuteno do bloco tambm feita com a retfica do motor.

    3.6- VOLANTE DO MOTOR

    Este componente preso ao flange traseiro da rvore de manivelas. Possuiem sua superfcie uma cremalheira de ao, onde se engrena o pinho impulsor domotor de partida nas primeiras rotaes.

    Tem as seguintes funes: acoplar a embreagem; dar impulso ao motor para partida; compensar os tempos improdutivos do motor.

  • 42

    Figura 64 Partes do volante

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    O plat de embreagem fixado ao volante, onde mantm o disco deembreagem pressionado ao mesmo. Com o giro do motor, o volante adquire umaenergia, chamada cintica, no tempo produtivo (combusto), a qual utilizada nosmomentos improdutivos para manter o motor com uma rotao constante. Devido aisso uma das peas mais pesadas do motor e leva alguns rebaixos parabalanceamento.

    Uma das preocupaes constantes dos fabricantes so as oscilaes geradaspelas combustes pulsantes sobre a rvore de manivelas que, devido a ligao coma transmisso atravs da embreagem, leva essas vibraes para a transmisso, queresultaro em rudos e desgastes a longo prazo dos componentes do motor,embreagem e transmisso.

    Pensando em evitar que estas oscilaes sejam transmitidas, foi incorporadojunto do volante um conjunto amortecedor de vibraes, onde o volante passa a serchamado de volante bi-massa.

    Este volante dividido em duaspartes, onde aquela que fica ligada rvore de manivelas chamada demassa de inrcia primria e a que ficaligada embreagem chamada demassa de inrcia secundria. Entre asmassas so encontradas molas decompresso e molas arqueadas que tma funo de amortecer as oscilaes evariar o ngulo de toro do volante,quando muito torque colocado disposio da transmisso.

    Figura 65 Volante bi-massa

    Fonte: Manual Volante Bi-massa VW

  • 43

    Com a estrutura tradicional, todas as vibraes produzidas pelo motor sotransmitidas para o conjunto.

    Figura 66 Sistema com volante tradicional

    Fonte: Manual Volante Bi-massa VW

    Com o uso do volante bi-massa, quase toda oscilao do motor absorvida eno transmitida ao conjunto.

    Figura 67 Sistema com volante bi-massa

    Fonte: Manual Volante Bi-massa VW

    As vantagens do volante bi-massa so: elevado conforto de conduo; absoro de vibraes do conjunto moto-propulsor; absoro de rudos; reduo do consumo de combustvel por suavizar a utilizao do motor nos

    regimes mais baixos de rotao; menor desgaste nos sincronizadores.

    3.7- CARACTERSTICAS CONSTRUTIVAS DO MOTOR

    O motor pode ser descrito pelas suas diversas caractersticas de construo edesempenho, que no devem sofrer grandes alteraes aps seurecondicionamento.

    Essas caractersticas so:

  • 44

    3.7.1-Cilindrada

    o volume do cilindro compreendido entre o PMS e o PMI. Nos motores agasolina e a lcool o volume mximo de mistura que entra no cilindro. A unidadede medida o cm3, l ( 1l = 1000 cm3)V = . r2 . h . n

    Figura 68 Cilindrada

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    3.7.2- Relao de Compresso (Taxa)

    a razo entre o volume do cilindro situado acima do PMI e aquele que ficaacima do PMS.Rc = V + v

    v

    Figura 69 Relao de compresso

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    A relao de compresso (RC) indica quantas vezes a mistura comprimidaquando o mbolo passa do PMI ao PMS. Quanto maior a RC, maior a potncia domotor. Os motores a lcool possuem uma relao de compresso maior que os agasolina, devido s caractersticas do combustvel.

    A unidade de medida uma relao entre volumes e dada por um nmero.Exemplo: 8:1

    Onde:V = cilindrada = 3,14r = raio do cilindro em cmh = curso do mbolon = nmero de cilindros do motor

    Onde:Rc = relao de compressoV = cilindradav = volume da cmara decompresso

  • 45

    3.7.3- Torque

    A palavra torque quer dizer toro. O torque depende no s da fora que aplicada, como da distncia que funciona como brao de alavanca dessa fora.

    Figura 70 - Exemplo de torque

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Torque = fora x distncia

    Figura 71 Local de extrao do torque

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    As unidades de medida so:mkgf = metro-quilograma-foraNm = Newton metro

    3.7.4- Potncia

    a medida do trabalho realizado em uma unidade de tempo. Como o trabalho o resultado do produto da fora pelo deslocamento de seu ponto de aplicao,temos:

    O torque de um motor de combusto interna correspondeao produto da fora que o mbolo aplica, atravs da biela,sobre o brao da manivela da rvore de manivelas.

  • 46

    Figura 72 Exemplo de potncia

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Potncia = fora x distncia Tempo

    A potncia de um motor indica que trabalho ele pode executar na unidade detempo.

    Por exemplo, se sua potncia de 52 HP, temos:

    a) 1HP a potncia que permite deslocar por 1 metro, um corpo submetido a umafora de 76kgf no tempo de 1 segundo.

    1 HP = 76kgf . 1m 1s

    b) 52 HP = 52 . 76kgf . 1m1s

    52 HP = 3952kgf . 1m 1s

    Portanto, um motor igual a 52 HP capaz de deslocar um objeto, utilizandouma fora de 3952kgf, por uma distncia de 1 metro em 1 segundo.

    As unidades de medida do torque so:- HP = 76kgf . 1m Horse Power

    1s

    - CV = 75kgf . 1m Cavalo Vapor1s

    - W = 1N . 1m Watt 1s

  • 47

    4 SUBSISTEMA DE LUBRIFICAO

    O atrito gerado pelo funcionamento do motor proporciona, ao mesmo tempo,um desgaste acentuado e, com isso, um calor muito grande. Para reduzir este atritoe o calor gerado, usado leo lubrificante que, colocado sob presso entre aspeas, tem vital importncia para a longevidade dos componentes do motor.

    Este sistema tem a funo de manter o leo sob circulao forada por todosos componentes que produzem movimento e, portanto, atrito e calor. Tambm tem afuno de auxiliar no sistema de arrefecimento do motor fazendo a troca de calor.

    Figura 73 - Componentes do sistema de lubrificao

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Os componentes do sistema de lubrificao so:

    4.1- CRTER

    Componente que serve de reservatrio de leo e de elemento de proteoaos rgos internos do motor.

    Poderemos encontrar basicamente dois tipos de crter:

  • 48

    Figura 74 Crter de chapa de ao

    Fonte: Manual Motor AT 1000 - VW

    Figura 75 Crter de alumnio Figura 76 Crter de alumnio

    Fonte: Motor Stilo FIAT Fonte: Motor Stilo - FIAT

    O crter parafusado no bloco do motor e para vedao entre os doiscomponentes so usadas juntas de cortia ou borracha, ou ainda silicone que resistea altas temperaturas. Este recurso est cada vez mais sendo utilizado, devidopossuir vantagens de manuteno e melhor vedao.

    Em alguns tipos de crter, vamos encontrar na sua parte interna uma placa deao que serve para atenuar o movimento brusco do leo dentro do crter, evitandouma falha na lubrificao.

    De acordo com as caractersticas do motor, o crter varia de forma etamanho. Mesmo assim, o crter sempre deve ter uma presso uniforme do leo emseu interior e eliminar vapores de combustvel, gua e leo causados devido aofuncionamento do motor. Tudo isso garantido pela ventilao do crter, que podeser:

    direta; positiva.

    Na ventilao direta, os gases produzidos no crterso lanados para a atmosfera.

    Figura 77 Ventilao do crter direta

    Fonte: Manual de Motores SENAI

  • 49

    Na ventilao positiva, o ar em movimento arrasta os vapores para dentro doscilindros, onde estes so queimados com a mistura.Todos os vapores produzidos pelo motor, que estodentro do crter, so reaproveitados e queimados.Esta ao visa diminuir o ndice de poluentes domotor.

    Figura 78 Ventilao do crter positiva

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    4.2- BOMBA DE LEO

    Figura 79 Bomba de leo

    Fonte: Manual Motor AP - VW

    Nos automveis, hoje, so usados dois tipos de bombas de leo:

    Figura 80 Bomba de engrenagens

    Fonte: Manual de Motores Marea FIAT

    Componente responsvel por manter o leolubrificante sob circulao forada, para atingir todosos elementos mveis do motor.

    - Bomba de leo de Engrenagens

  • 50

    Figura 81 Bomba de rotor

    Fonte: Manual Motor Polo VW

    Quando o motor estiver com bomba de leo de engrenagem, esta seracionada pela rvore de manivelas, pelo comando de vlvulas ou por um comandoauxiliar. Na bomba, teremos uma engrenagem fixa a um eixo, que dar o movimentoa outra engrenagem mvel que, com isso, causa uma depresso na entrada dabomba e, ao mesmo tempo, uma presso na sada enviando o leo sob presso.Desta forma, os componentes so lubrificados e o leo retorna sob ao dagravidade.

    Figura 82 Funcionamento da bomba de engrenagem

    Fonte: Transparncias de Motores Marea

    Quando o motor estiver usando bomba de rotor, ela normalmente estarinstalada na sua parte frontal, estando acoplada ao flange. Possui um rotor externoque desliza livremente, acionado pelo rotor interno com o giro da rvore demanivelas.

    Normalmente, o rotor interno tem um dente a menos que o rotor externo,ento criado um espao, por onde o leo comprimido e enviado para as galeriasdo motor.

    - Bomba de leo de Rotor

  • 51

    Figuras 83 e 84 Funcionamento da bomba de rotor

    Fonte: Manual Motor Polo - VW

    Para verificao de algum tipo de problema com a bomba de leo, deve-seinstalar um manmetro no local do interruptor de leo e comparar com valores dosmanuais dos fabricantes.

    Na mesma carcaa da bomba de leo, est instalada a vlvula reguladorade presso.

    Figura 85 Vlvula reguladora de presso

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    Esta vlvula tem a funo de, atravs de uma mola, controlar a pressomxima de leo que o motor pode suportar em segurana. Atravs de uma mola ede um mbolo, quando a presso de leo vencer a fora da mola, esta e o mbolocedem e desviam uma parte do leo para a entrada da bomba ou para o crter.

    4.3- FILTRO DE LEO

    A funo do filtro de leo reter as impurezas do leo lubrificante emcirculao. Normalmente, o filtro de leo instalado na lateral do motor, atravs desuporte ou diretamente no bloco.

  • 52

    O filtro constitudo basicamente de:

    Figura 86 Filtro de leo

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    O leo flui da periferia para o centro do filtro sob a ao da bomba de leo. Apartir da, passa pelo elemento filtrante, onde as partculasde sujeira ficam retidas. O leo sai do filtro pela partecentral e vai para as galerias lubrificar os componentesmveis do motor. O elemento filtrante fabricado compapel impregnado de resina ou com tela.

    Figura 87 Funcionamento do filtro de leo

    Fonte: Manual de Motores SENAI

    A vlvula de reteno do filtro um disco e uma mola montados inclinados etem a funo de que, quando o motor for desligado, o filtro de leo se mantenhacheio, facilitando a lubrificao para nova partida.

    A vlvula de segurana instalada no fundo do filtro tem a funo de liberar apassagem de leo para o motor, caso o elemento filtrante esteja saturado.

    Obs.: - Em alguns motores, a vlvula de segurana no est no filtro e, sim, nobloco do motor e a vlvula de reteno no existe; a bomba de leo faz a funo dereter o leo nas galerias.- O perodo de troca do filtro de leo o mesmo do leo lubrificante. Hoje, osmotores no aceitam mais duas trocas de leo para uma troca de filtro.

  • 53

    4.4- GALERIAS DE LEO

    As galerias de leo so canais existentesno bloco e cabeote que guiam o leo para queo mesmo chegue aos elementos mveis domotor.

    Figura 88 Galerias de leo

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    4.5- INTERRUPTOR DE LEO

    Este componente est instalado na sada da bomba de leo, no cabeote ouno bloco e controla a luz espia de presso de leo no quadro deinstrumentos. Possui em seu interior um mbolo e uma molacalibrada, que abre um contato eltrico quando a presso de leofor maior que a fora da mola.

    Figura 89 Interruptor de leo

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Em alguns motores, para auxiliar o arrefecimento do mbolo e melhorar alubrificao dos cilindros existem pequenos injetores de leo, direcionados para aparte inferior dos mesmos.

    Figura 90 Injetor de leo Figura 91 Injetor de leo

    Fonte: Manual Motor AP VW Fonte: Manual Motor AP - VW

  • 54

    Tambm como recurso de auxiliar no sistema de arrefecimento, algunsmotores utilizam, junto do filtro de leo, um radiador de leo. Por este radiadorcircula fludo refrigerante e por canais separados, leo lubrificante.

    Figura 92 Radiador de leo

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    4.6- LEO LUBRIFICANTE

    Com o funcionamento dos rgos mveis do motor, temos uma grandeintensidade de atrito, que a fora que se ope ao movimento, gerando calor edesgaste.

    A lubrificao dos componentes consiste em eliminar esse contato diretoentre as superfcies, colocando entre elas um lubrificante. Estes lubrificantes, nosautomveis, podem ser graxas ou leos, sendo o ltimo utilizado para os motoresautomotivos.

    Os leos lubrificantes podem ter vrias origens e cada motor, dependendo desuas caractersticas construtivas, utilizar uma delas:

    Minerais: Provenientes do petrleo; Graxos: Obtidos de vegetais ou animais (como a mamona, a palma, a baleia

    e o bacalhau); Sintticos: Produzidos em laboratrio e com qualidades especiais no

    encontradas nos outros dois tipos.

    4.6.1- Funes bsicas dos leos lubrificantes

    Reduzir o desgaste de materiais que se atritam, tais como mancais dasbielas, comando de vlvulas e rvore de manivelas, paredes do cilindro comos anis;

    Fazer uma compensao do espao livre entre as peas mveis; Ajudar no processo de arrefecimento, removendo uma parte do calor

    gerado em todos os componentes mveis em que o leo circular;

  • 55

    Limpar o motor, impedindo a formao de depsitos de carvo (para isso oleo possui elementos detergentes em sua composio);

    Proteger o motor contra a corroso atravs da neutralizao dos cidosque se formam na combusto da mistura, isso se d devido aos componentesalcalinos do leo lubrificante.

    O leo lubrifica os componentes mveis do motor por meio de um sistemamisto de lubrificao, onde uma parte do leo deslocada por galerias e outralubrifica os componentes por salpicos de leo.

    Figura 93 Sistema de lubrificao misto

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Os leos lubrificantes so classificados por trs normas: SAE, API e ASTM.

    SAE: Society of Automotive Engineers (Associao dos EngenheirosAutomotivos) - define a classificao do lubrificante conforme a necessidade,normalmente est relacionada viscosidade do leo.

    API: American Petroleum Institute (Instituto Americano de Petrleo) -desenvolve a linguagem para o consumidor em termos de servios dos leoslubrificantes.

    ASTM: American Society for Testing of Materials (Associao Americanapara Prova de Materiais) - define os mtodos de ensaios e limites de desempenhodo lubrificante.

    Nos EUA, a SAE, API e ASTM constituem o grupo trino responsvel porespecificaes aceitas pelas indstrias. Solicitaes para novas classificaes, ourevises das j existentes, so enviadas pelo Comit Tcnico de Lubrificantes eCombustveis do SAE, que estabelece um grupo-tarefa para estudar a proposta.

    Se o grupo-tarefa concorda que uma nova categoria seja necessria, faz-seuma solicitao oficial a ASTM para desenvolver ou selecionar as tcnicas de ensaionecessrias. A tarefa do API a de desenvolver a linguagem usada para comunicarao usurio a nova categoria.

  • 56

    4.6.2- Classificao quanto viscosidade

    Quando um fludo muda do estado de repouso para o de movimento, ocorreuma resistncia ao fluir, devido ao atrito interno do mesmo. A viscosidade umamedida desse atrito interno. Para se medir a viscosidade do lubrificante existemdiversas tcnicas.

    Sua classificao se d pela norma SAE seguido por nmeros com doisalgarismos (para lubrificantes de motores a exploso). Quanto maior for essenmero, maior ser a viscosidade do leo. Em outros termos, leo "mais grosso".Assim temos: SAE 5, SAE 10, SAE 20, SAE 30, SAE 40, etc. Esses lubrificantestambm so chamados de monograu ou monoviscosos, pois, independente datemperatura, sempre tero seu valor indicado. Temos, tambm, os leos multigrauou multiviscosos. Esses leos possuem dois nmeros, sendo o primeiroacompanhado pela letra W (winter) que significa inverno em ingls, lembrandobaixas temperaturas. Sendo assim, sua viscosidade pode variar de acordo com atemperatura, atendendo melhor o motor. Ex: SAE 20W 40, SAE 20W 50, etc.

    4.6.3- Classificao quanto ao servio

    A norma API classifica o leo lubrificante quanto ao servio prestado por ele(motores que atende). Sua classificao se d sempre pela sigla API seguida daletra S (service) e outra que vai de A at L atualmente. Quanto mais avanada for asegunda letra, melhor o lubrificante em termos de servio, ou seja, atende a todosos motores fabricados at hoje. Ex: API SA, SB, SC, SD, SE, SF, SG, SH, SI, SJ eSL. Os leos SA no possuem aditivao e atendem apenas aos motores muitoantigos, fabricados antes da dcada de 50. Os leos SL so indicados a todos osmotores fabricados at hoje.

    Quanto maior o avano da segunda letra, mais caro o leo. Se o carro dadcada de 80, por exemplo, no necessita utilizar leos SJ ou SL. Logicamente, notraro problemas. Veja abaixo algumas das classificaes:SF: de 1980 a 1989;SG: de 1989 a 1994;SH: de 1994 a 1996;SI: de 1996 a 1998;SJ: de 1998 a 2000;SL: de 2000 aos dias atuais.

    Muitos dos leos recomendados para motores at 1996 j no esto mais venda, sendo necessrio substituir pela categoria superior.

    Essa classificao somente vlida para os motores a lcool e a gasolina.Motores diesel so classificados pela sigla API + C + A a F.

  • 57

    4.7-TABELA DE LEOS PARA MOTORES

    4.7.1-Tabela FIATVECULO TIPO DE LUBRIFICANTE QUANTIDADE

    OBS.: Com filtro

    CLASSIFICAO

    Famlia Uno

    At 98

    Selnia SAE 20W-50 4,0 L Multiviscoso para 7.500

    Km

    Famlia Uno

    98 at 2001

    Selnia 20K API SJ

    SAE 15W-40

    4,0 L Semi-sinttico para

    15.000 Km

    Famlia Palio

    -1.0, 1.5 e 1.6

    8V

    FIASA

    -1.6 16 V

    Torque

    - 1.0 8V

    - 1.0 e 1.3 16 V

    FIRE

    Selnia 20 K API SJ

    SAE 15W-40

    Motores 1.0 e 1.5 3,5 L

    1.6 8V 3,8 L

    1.6 16V 4,2 L

    1.0 8V 3,0 L

    1.0 e 1.3 16V 2,7 L

    Semi-sinttico para

    15.000 Km

    Tempra

    8V, 16V e

    Turbo

    Selnia 20 K API SJ

    SAE 15W-40

    8V - 5.0 L

    16V 4,8 L

    Turbo 5,5 L

    Semi-sinttico para

    15.000 Km

    Tipo

    1.6, 2.0 e 2.0

    16 V

    Selnia 20 K API SJ

    SAE 15W-40

    1.6 3,6 L

    2.0 5,0 L

    2.016V 4,8 L

    Semi-sinttico para

    15.000 Km

    Brava

    1.8 16 V e 2.0

    Selnia 20 K API SJ

    SAE 10W-40

    1.8 16V 4,3 L

    2.0 5,0 L

    Semi-sinttico para

    15.000 Km

    Marea

    2.0 e Turbo

    Selnia 20 K API SJ

    SAE 15W-40

    5.0 L Semi-sinttico para

    15.000 K

    Marea 1.8 16 V Selnia 20 K API SJ

    SAE 15W-40

    4,3 L Semi-sinttico para

    15.000 K

    Ducato Selnia Turbo Diesel Urania

    Turbo15W-40

    5,4 L Semi-sinttico para

    15.000 K

    Alfa Romeo

    164,155,156,

    166 e Spider

    Selnia 20 K API SJ

    10W-40

    145, 155, 156 4,4 L

    166 6,1 L

    Sinttico para

    15.000 Km

  • 58

    OBS.: Os leos listados so sugestes do fabricante. Podero ser usadosoutros leos lubrificantes, desde que atentam as mesmas classificaes deviscosidade e qualidade.

    4.7.2- Tabela de lubrificantes FORD

    VECULO TIPO DE LUBRIFICANTE QUANTIDADECom filtro

    CLASSIFICAO

    Veculoscom motorENDURA

    Mobil, Havoline, Motorcraft

    API SJ

    15W-50 (S)

    E

    20W-50 (M)

    4,10 L S = Sinttico para

    15.000 Km

    M = Multiviscoso para

    5.000 Km

    Veculoscom motor

    ROCAM

    Texaco API SJ

    5W-30

    P/ Motor 1.0 = 4,15 L

    P/ motor 1.6 = 4,3 L

    Mineral para

    20.000 Km

    Veculoscom

    motoresZetec 1.8

    Mobil, Havoline, Motorcraft

    API SJ

    15w-50

    Sinttico para

    15.000 Km

    4.7.3- Tabela de lubrificantes GM

    VECULOS TIPO DE LUBRIFICANTE QUANTIDADECom filtro

    CLASSIFICAO

    Todos osveculos

    AC Delco, Shell Helix

    API SJ

    20W-50

    Multiviscoso para

    5.000 Km

  • 59

    4.7.4- Tabela de lubrificantes VW

    VECULOS TIPO DE LUBRIFICANTE QUANTIDADECom Filtro

    CLASSIFICAO

    Veculos commotores

    AE, AT, AP eArrefecidos a

    ar

    Castrol GTX 2,

    ESSO Uniflo,

    Havoline Superior 3,

    Mobil Superior XHP,

    Shell Helix Super,

    Lubrax SJ,

    F1 Master,

    ELAION (original) 15W-40 API

    SJ

    SAE 20W-50

    AE = 3,5 L

    AP = 3,5 L

    AT = 3,3 L

    A ar = 2,5 L

    OBS.: Motores AT no

    ultrapassar quantidade

    especificada, com

    riscos de vazamentos.

    Multiviscoso para

    5.000 Km

    Motores Golf,Bora, Passat e

    Polo

    Esso Ultra,

    Selnia T, U, O,

    Shell Helix Plus,

    API SJ

    SAE 15W-50

    Semi-sinttico para

    15.000 Km

    Motores Golf,Bora, Passat e

    Polo

    -Esso Ultron 5W-40

    -Elaion Sinttico 5W-40Original

    -Castrol GTX Magnatec 10W-40

    -Elf Sinthese 10W50

    -Castrol Frmula RS

    10W-60

    -Shell Helix Ultra 15W-50

    -F1 Master Sinttico 15W-50

    -Motul 6100 Synergie

    15W-50

    TODOS API SJ/CF

    SINTTICOS para

    15.000 Km

  • 60

  • 61

    5 SUBSISTEMA DE ARREFECIMENTO

    Este sistema visa manter a temperatura do motor em uma faixa ideal defuncionamento.

    Basicamente, vo existir dois tipos de sistema de arrefecimento: Sistema de arrefecimento a ar; Sistema de arrefecimento por fludo.

    5.1- SISTEMA DE ARREFECIMENTO A AR

    um sistema que controla a temperatura do motor com a circulao de arforado e troca de calor por vlvula termosttica.

    1- Aletas2- Tubulao3- Turbina4- Vlvula termosttica

    Figura 94 Componentes do sistema arrefecido a ar

    Fonte: Manual Mecnico de Automveis CBS SENAI Sistema de Arrefecimento

    Com o funcionamento do motor, a rvore de manivelas gira e, atravs de umacorreia, aciona a turbina que fora o ar a circular pelo motor e remover o excesso decalor gerado pelo seu funcionamento.

    Neste sistema, teremos instaladas, ao redor de todo o motor, chapasmetlicas que direcionam o ar forado a passar por todos os componentes. O ar direcionado a passar pelas aletas, salincias fundidas na prpria carcaa do motor,

  • 62

    que aumentam a rea de contato com o ar. Com isso, teremos maior dissipao docalor.

    Quando o motor est frio, a vlvula termosttica, que controla a troca de calordo motor, est fechada. Ao aquecimento do motor, esta vlvula causa uma aberturapara que o calor saia e o ar menos aquecido entre e circule. Assim, ocorre acirculao para troca de calor.

    O leo, neste sistema, possui funo muito importante, devido existncia deum radiador, por onde este circula para fazer a troca de calor dos componentesinternos do motor.

    Por possuir poucos componentes, este sistema praticamente no requermanuteno, a no ser o cuidado com a correia da turbina.

    Vantagens e desvantagens de cada sistema:

    Vantagens

    Sistema com Fludo deArrefecimento

    Sistema Arrefecido a Ar

    - Mantm a temperatura do motormais uniforme, independentemente datemperatura externa;

    - O motor mais silencioso: acamada de fludo entre os cilindros agecomo amortecedor de rudos.

    - No h fludo de arrefecimentopara ser examinado;

    - Defeitos so mais raros;- Menor peso por no ter radiador

    e fludo de arrefecimento;- O motor atinge a temperatura

    normal de trabalho mais rapidamente.

    Desvantagens

    Sistema com Fludo deArrefecimento

    Sistema Arrefecido a Ar

    - Exige verificao peridica donvel do fludo;

    - Manuteno mais cara;- Veculo mais pesado por ter

    radiador e fludo;- Atinge a temperatura de

    trabalho mais lentamente.

    - A temperatura externa influenciano sistema;

    - Motor mais ruidoso, pois asaletas formam pequenos amplificadoressonoros.

  • 63

    5.2- SISTEMA DE ARREFECIMENTO POR FLUDO

    Este sistema utiliza a circulao de fludo de arrefecimento entre motor eradiador, fazendo a troca de calor e o controle da temperatura por uma vlvulatermosttica, um interruptor trmico, com a circulao do fludo por ao de umabomba dgua.

    Figura 95 - Componentes do sistema de arrefecimento por fludo

    Fonte: Manual Motor AE 1600 - VW

    A bomba dgua o elemento responsvel por manter o fludo dearrefecimento em circulao forada, atravs dos dutos do motor, mangueiras e

    radiador. Este componente est sempre acoplado ao motor, emalguns casos na frente e em outros na lateral.

    Figura 96 - Bomba dgua

    Fonte: Manual de Reparao Motor AT 1000 VW

    sempre acionada por correia, em alguns casos pela correia em V ou Poly Ve em outros casos pela correia dentada.

    Com o giro do eixo da bomba dgua, o rotor interno faz com que o fludo dearrefecimento circule e remova parte do calor do motor e se desloque para oradiador, para que esse calor seja dissipado pelo ar, proveniente do deslocamentodo veculo e, tambm, pelo acionamento do ventilador.

  • 64

    Este componente praticamente no possui manuteno. Caso ocorravazamento, folga dos rolamentos, barulhos nos rolamentos, desgaste das ps dorotor, a soluo a troca da pea.

    Para que este fludo circule do motor para o radiador e vice-versa, necessrio que passe pela vlvula termosttica, que o elemento que, na fasefria, do motor tem a funo de ficar fechada para facilitar o aquecimento rpido domotor e, na fase quente, tem a funo de permitir que o fludo circule livremente do

    motor para o radiador e vice-versa. Esta abertura navlvula termosttica causada pela temperatura e crucial para o bom funcionamento do motor.

    Figuras 97 Vlvula termosttica

    Fonte: Manual de Reparaes Motor AP VW

    Todos os motores possuem vlvulas termostticas e cada um possui umavlvula termosttica especfica, conforme o tipo de combustvel.

    Figura 98 - Funcionamento da vlvula termosttica

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Todo fludo aquecido que passa pela vlvula termosttica vai para o radiador,que nada mais que um trocador de calor. Possui em seu interior uma parte dofludo de arrefecimento menos quente para que, quando a vlvula termosttica abrir,

  • 65

    este fludo seja deslocado ao motor e uma parte do fludo bem mais aquecido domotor venha para ele e seja refrigerado.

    Figura 99 Radiador

    Fonte: CD Apostila Automotiva autor desconhecido

    O fludo aquecido entra no radiador em pequenos canais, onde se desloca at sada. Neste caminho atravs das aletas, o ar, forado pelo ventilador ou naturalpelo deslocamento do veculo, passa e remove parte do calor, refrigerando-o.

    Junto ao radiador est o ventilador, que pode ser acionado por correia, presona bomba dgua ou do tipo eltrico, comandado por motor e interruptor eltrico,sendo este o usado hoje.

    Figura 100 Ventilador com acionamento eltrico

    Fonte: Manual Sistema de Arrefecimento SENAI

    Atravs de um interruptor trmico preso ao radiador, quando a temperaturaatinge o valor ideal para o funcionamento do sistema de arrefecimento, este fechaum contato eltrico e o motor do eletro-ventilador entra em funcionamento at que atemperatura baixe e o termostato abra o contato. Este controle contnuo e funciona

    sempre que o motor estiver acionado.

    Figura 101 Termostato

    Fonte: Manual de Reparao Motor AT 1000 VW

  • 66

    Com o aquecimento do fludo de arrefecimento existe, dentro do sistema, umaumento de presso, gerando uma necessidade de controle desta presso. Nosveculos antigos, o radiador trazia uma tampa que possua duas vlvulas de controlede presso. J nos veculos novos, a tampa est no reservatrio de expanso.

    Quando a presso interna do sistema atinge um valor acima da calibraoda vlvula de presso, esta se abre e libera o vapor para a atmosfera.

    1- Tampa2- Vlvula de presso3- Sada para reservatrio

    Figura 102 Vlvula de presso aberta

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Ao desligar o motor, acontece o resfriamento do fludo de arrefecimento.Devido a isto se cria uma depresso no sistema. Neste momento, abre-se, ento, avlvula de depresso, permitindo que o ar atmosfrico entre para o sistema,equilibrando as presses.

    1- Tampa2- Vlvula de presso3- Sada para reservatrio4- Vlvula de depresso

    Figura 103 Vlvula de depresso aberta

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Os veculos trazem o sistema de arrefecimentochamado selado, devido ao fato de possurem umreservatrio de expanso ligado s mangueiras dosistema.

    Figuras 104 e 105 Reservatrio de expanso

    Fonte: Manual Sistema de Arrefecimento SENAI e de Reparao Motor AT 1000 VW

  • 67

    Este reservatrio de expanso possui as marcas de nvel MIN. e MX. e ofludo deve se encontrar sempre entre estas duas marcaes. Isto necessrio paraque, quando houver o aumento de temperatura no sistema de arrefecimento, devidoao aumento de volume, o fludo seja direcionado para o reservatrio e no para fora,

    como ocorre no sistema sem reservatrio.Sobre este reservatrio est a tampa comas vlvulas de presso e depresso, com omesmo funcionamento mencionadoanteriormente.

    Figura 106 Expanso do fludo no reservatrio de expanso

    Fonte: Manual Sistema de Arrefecimento SENAI

    Para suportar as presses geradas no sistema de arrefecimento e transportaro fludo do sistema, as mangueiras so de borracha sinttica com cordes de nylonou lonas, que evitam que rachem com as vibraes entre o motor e o radiador.

    Sempre que houver necessidade de substituio das mangueiras necessrio que se verifique o dimetro interno, o comprimento e as curvaturas, poisdevem ser as mesmas das originais. Todas as mangueiras so fixadas porbraadeiras metlicas.

    5.3- FLUDO DE ARREFECIMENTO

    Para que todos os componentes do sistema de arrefecimento e os canaisinternos do motor se mantenham o maior tempo possvel em bom estado defuncionamento, necessrio que, periodicamente, seja verificado e substitudo ofludo de arrefecimento.

    Este elemento de vital importncia para o funcionamento do sistema dearrefecimento uma combinao de componentes qumicos e gua, numaporcentagem adequada, que visa trs funes bsicas:

    aumentar o ponto de ebulio do fludo de arrefecimento; limpar e manter limpo o sistema de arrefecimento e os canais do motor; evitar o congelamento do fludo em baixas temperaturas.

    Este componente qumico normalmente etilenoglicol, misturado numaproporo de 40% de aditivo e 60% de gua. Esta soluo dever ser substituda acada 2 anos.

    Obs.: Sem este fludo, com o uso somente de gua, a formao de ferrugem,o desgaste das ps do rotor da bomba dgua, a obstruo dos canais do radiador ea mudana de colorao do fludo sero fatores de problemas para o bomfuncionamento do motor.

  • 68

    5.4-FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE ARREFECIMENTO

    Fase FriaNos primeiros momentos de funcionamento do motor, o fludo de

    arrefecimento se encontra na mesma temperatura do motor: frio. Ao passo que omotor vai aquecendo, o fludo vai recebendo parte do calor gerado pelo atrito e pelasexploses nos cilindros. Os componentes do sistema esto, respectivamente:- A bomba dgua est sendo acionada e criando o movimento do fludo no sistema;- O fludo est circulando entre bloco e cabeote, devido vlvula termosttica estarfechada;- O radiador, que aloja parte do fludo, est se aquecendo mais lentamente que ofludo que est no motor.

    Figura 107 Sistema de arrefecimento na fase fria

    Fonte: Manual Motor AE 1600 - VW

    Fase Quente

    Figura 108 - Sistema de arrefecimento na fase quente

    Fonte: Manual Motor AE 1600 - VW

  • 69

    Com o funcionamento contnuo do motor, o fludo se aquece, chegando aomelhor ndice trmico para o motor. Neste momento, teremos:

    Bomba dgua acionando o fludo; O fludo circulando entre motor e radiador, devido vlvula termosttica abrir

    com a temperatura, para que parte do fludo seja refrigerado pelo radiadorcom o deslocamento do ar pelas aletas do radiador e pelo acionamento doeletroventilador pelo interruptor de temperatura.O motor considerado na temperatura normal de trabalho quando ligar duas

    vezes o eletroventilador ou o ponteiro da temperatura estabilizar no centro domarcador.

    5.5- DEFEITOS E CAUSAS MAIS COMUNS DE PROBLEMAS NO SISTEMA DEARREFECIMENTO

    DEFEITOS CAUSAS- Superaquecimento do motor - Vlvula termosttica emperrada,

    fechada ou fora de especificao;- Falta de fludo de arrefecimento;- Vazamentos;- Correia frouxa ou arrebentada;- Radiador obstrudo;- Termostato defeituoso;- Oxidao e acmulo de

    sedimentos no sistema;- Defeito na bomba dgua;- Porcentagem errada de aditivo;- Defeito do motor ou ligao do

    ventilador eltrico.- O motor no atinge a

    temperatura normal de funcionamento- Vlvula termosttica fora de

    especificao ou emperrada (aberta);- Termostato defeituoso.

    - Vazamento do fludo dearrefecimento

    - Vazamento do radiador;- Mangueiras ou braadeiras

    danificadas;- Vazamento da bomba dgua;- Junta do cabeote danificada;- Vazamentos dos tampes

    (selos);- Bloco ou cabeote trincados ou

    empenados.

  • 70

  • 71

    6 SUBSISTEMA DE ALIMENTAO

    O sistema de alimentao tem a funo de enviar ao motor a quantianecessria de mistura ar/combustvel para que seja queimada, sendo transformadade energia qumica em energia mecnica.

    Os componentes responsveis por isto so:

    Figura 109 - Componentes do sistema de alimentao

    Fonte: Manual Sistema de Alimentao SENAI So Paulo

    6.1- TANQUE DE COMBUSTVEL

    Componente do sistema que serve de depsito para o combustvel do veculo.Sua localizao e capacidade dependero do projeto do automvel. Em algunstanques, so encontrados separadores internos que servem para atenuar omovimento do combustvel no seu interior. Nele esto instaladas a bia e o tubo desuco de combustvel.

  • 72

    Figura 110 - Tanque de combustvel

    Fonte: Manual de Reparao Gol VW

    6.2- TUBULAES

    So tubos que conduzem o combustvel do tanque para o motor e oexcedente de volta para o tanque. Em geral, essas tubulaes passam sob a chapado piso ou da armao do veculo. Devido vibrao do motor, so utilizadasmangueiras flexveis para evitar seu rompimento.

    6.3- FILTRO DE COMBUSTVEL

    Entre o tanque e a bomba de combustvel h um filtro que retm possveisimpurezas que possam estar presentes no combustvel e atingir o carburador,podendo causar desregulagens.

    Figura 111 - Filtro de combustvel

    Fonte: Manual Sistema de Alimentao SENAI So Paulo

    Possui em seu interior um elemento filtrante de papel micro-poroso, que retmas impurezas do combustvel. No momento de montagem dever ser observada aseta que est gravada na carcaa do filtro que aponta sempre o motor. Os perodosde troca deste filtro devero seguir orientao do fabricante do filtro de combustvel.

  • 73

    6.4- BOMBA DE COMBUSTVEL

    Instalada no motor do veculo, acionada pelo comando auxiliar ou pelocomando de vlvulas. Tem a funo de sugar o combustvel do tanque e envi-lopara o carburador. As bombas antigas eram desmontveis e possuam manuteno,as ltimas bombas utilizadas pelos veculos carburados no possuem manuteno,

    pois so blindadas.

    1- Membrana elstica (diafragma)2- Vlvula de aspirao3- Filtro de tela4- Vlvula de envio5- Haste de acionamento6- Cames da rvore de comando

    Figura 112 - Bomba mecnica de combustvel

    Fonte: Transparncias de Motores FIAT

    Quando o came aciona a haste, criada uma depresso e o combustvel trazido do tanque para a bomba, passando pela vlvula de aspirao. No momentoem que o came deixa de ser acionado, a haste solta e o combustvel enviado parao carburador pela vlvula de envio.

    Os defeitos mais comuns neste componente so vazamentos ocorridosdevido ao fato de a membrana elstica estar danificada (furada).

    6.5- COLETOR DE ADMISSO

    o componente responsvel por conduzir a mistura de ar/combustvel para ointerior dos cilindros. O carburador vai sempre preso ao coletor e este, na maioriadas vezes, fabricado em ligas de alumnio, o que confere maior leveza e melhoraquisio de calor, conseqentemente melhor dissipao deste calor.

    Alguns coletores trazem em seu interior um canal, onde circula gua dosistema de arrefecimento para causar um aquecimento mais rpido do coletor queir, tambm, aquecer a mistura de ar/combustvel que est entrando para oscilindros do motor. J outros coletores possuem uma resistncia de aquecimentopara que quando o combustvel e o ar entrarem sejam aquecidos mais rapidamente.

  • 74

    Figura 113 - Coletores de admisso

    Fonte: Manual Sistema de Alimentao SENAI

    6.6- FILTRO DE AR

    O ar atmosfrico aspirado pela depresso gerada pelos mbolos do motor,passando sempre por um elemento filtrante, que tem a funo de reter as impurezasexistentes no ar ambiente para evitar que estas atinjam os elementos do carburadorou venham a causar danos aos cilindros do motor.

    Figura 114 - Componentes do filtro de ar

    Fonte: Manual Sistema de Alimentao SENAI So Paulo

    O elemento filtrante fabricado de papel fibroso e dobrado em forma desanfona para possuir maior rea de contato com o ar aspirado. Este elemento nodeve ser molhado ou forado com a mo ou ar comprimido, sob o risco de abrirpequenos buracos facilitando a passagem de ar no filtrado para o carburador.

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    Junto da carcaa do filtro de ar temos uma vlvula termopneumticacomandando uma vlvula angular, que controla a passagem de ar quente/frio para ocarburador dependendo da temperatura do motor.

    Na fase de aquecimento do motor, a vlvula termopneumtica permite apassagem de carga total de vcuo para a vlvula angular. Esta depresso age sobreo diafragma da vlvula angular, fazendo com que a passagem de ar aquecido sejaaberta para que este atinja o carburador.

    Figura 115 - Vlvula termopneumtica Figura 116 - Vlvula angular

    Fonte: Manual Controle de Emisses de Poluentes VW

    Com o motor aquecido, a temperatura dentro do filtro de ar sobe a um valorpr-determinado, a vlvula de controle da presso atmosfrica comea a se abrirgradativamente, expondo o sistema de vcuo presso atmosfrica, fazendo comque o valor do vcuo comece a cair. A lmina bimetlica da vlvula de carga total fazcom que a mesma se mantenha na posio aberta, com qualquer valor de vcuo dosistema. Assim, a vlvula angular poder ficar entreaberta ou fechada para o araquecido e aberta para o ar atmosfrico.

    Figura 117 - Vlvula sem vcuo Figura 118 - Vlvula angular fechada

    Fonte: Manual Controle de Emisses de Poluentes VW

    6.7- CARBURADOR

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    o componente responsvel por adequar a todas as fases de funcionamentodo motor uma quantia de ar/combustvel para fcil queima no interior dos cilindros.

    Atravs do funcionamento do motor, desde a fase fria at a fase normal detemperatura, o carburador possui sistemas que o permitem regular a quantia de ar ecombustvel necessria, adequando a mesma para cada situao.

    Figura 119 - Carburador

    Fonte: Transparncias de Sistema de Alimentao FIAT

    Basicamente poderemos encontrar 3 (trs) tipos de mistura ar/combustvel: Mistura Ideal: Onde a proporo de ar e combustvel est adequada para

    uma queima completa; Mistura Rica: Onde a proporo da mistura possui uma quantia adicional de

    combustvel em relao quantia de ar no momento da queima; Mistura Pobre: Onde a proporo da mistura possui uma quantia de

    combustvel menor que a necessria no momento da queima.

    Para os veculos a gasolina, a mistura ideal, tambm chamada de MisturaEstequiomtrica, em um determinado momento de funcionamento de 14:1, ouseja 14 partes de ar para uma parte de combustvel. J nos veculos a lcool, estamistura de 9:1, 9 partes de ar e uma parte de combustvel.

    Dois tipos de carburadores foram empregados nos veculos:Carburador de corpo simples Carburador de corpo duplo

    Figuras 120 e 121 - Tipos de carburadores

    Fonte: Manual de Carburador H32 PDSIT e 2E7 e 3E VW

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    Para entendermos o funcionamento de um carburador, podemos dividi-lo emvrios sistemas, que esto a seguir. Trataremos somente do carburador de corpoduplo, por entender que este carburador engloba todas as funes do de corposimples e mais as suas funes especficas.

    6.7.1-Sistema de nvel constante

    Este sistema composto pela cuba do carburador, bia e vlvula estilete(agulha). Possui a funo de manter dentro da cuba do carburador uma quantiasuficiente e regulada de combustvel, para atender todas as situaes defuncionamento do motor.

    Ao passo em que o motor funciona, o combustvel necessrio fornecidoatravs de um controle rgido de nvel, feito pelos componentes do sistema de nvelconstante.

    Com a diminuio do combustvel na cuba, a bia que acompanha estemovimento permite que a vlvula estilete libere a entrada de combustvel, para queabastea a mesma at o nvel previamente regulado. Com isso a bia sobe eempurra a vlvula estilete a vedar a entrada de combustvel para o cuba. Esta ao contnua.

    Figura 122 - Componentes do sistema de nvel constante

    Fonte: Transparncias de Sistema de Alimentao FIAT

    6.7.2- Sistema de partida a frio

    Este sistema funciona atravs da ao de um cabo espia que, acionado,causa o fechamento da borboleta superior do carburador do primeiro corpo, isto ,na borboleta do afogador. Ao mesmo tempo, atravs de uma regulagem causadauma pequena abertura na borboleta aceleradora, chamada de abertura positivada borboleta inferior do primeiro corpo, onde o motor fica ligeiramente acelerado.

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    Figura 123- Componentes do sistema de partida a frio

    Fonte: Transparncias de Sistema de Alimentao FIAT

    Esta ao necessria quando da primeira partida no motor e o mesmo seencontra frio. Nesta condio, o combustvel e o ar de admisso no conseguem semisturar adequadamente e ocorre uma grande perda nas paredes do coletor deadmisso por condensao. Ento, fechando a borboleta do afogador, evitando aentrada parcial de ar para o motor e tornando a mistura rica ocorre o funcionamentoadequado do motor para esta situao.

    No mesmo momento causada uma abertura na borboleta do aceleradorabertura positiva que visa o aumento da depresso sobre o carburador, fazendocom que a mistura fique rica e a rotao do motor aumente, at que o mesmo atinjaa temperatura normal de funcionamento em que o afogador pode ser solto.

    Obs.: Nos motores a lcool, alm desta ao necessria a utilizao deinjeo de gasolina para facilitar o funcionamento do motor, onde um reservatrio,uma bomba eltrica e um solenide controlam a passagem da gasolina para ocarburador.

    Figuras 124 e 125 - Componentes de injeo de gasolina para motores a lcool

    Fonte: Manual de Carburadores 2E CE e 3E CE VW

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    Em alguns carburadores o acionamento da borboleta afogadora poder serfeito por dispositivos eltricos ou termopar, utilizando uma ligao com o sistema dearrefecimento do motor.

    Figuras 126 e 127 - Acionamento da borboleta afogadora utilizando fludo aquecido

    Fonte: Manual de Carburadores 2E CE e 3E CE VW

    Para o caso do aquecimento do motor e a borboleta afogadora ainda estarfechada e o motor necessitar de uma quantidade de ar maior alguns carburadorestrazem uma vlvula chamada de desafogadora, que est ligada por mangueira e acionada por depresso do coletor de admisso.

    Figura 128 - Vlvula pneumtica desafogadora

    Fonte: Transparncias de Sistema de Alimentao FIAT

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    6.7.3- Sistema de marcha lenta

    Para que o motor funcione mesmo que o pedal do acelerador no estejasendo acionado, o carburador regulado para fornecer uma pequena quantia decombustvel e ar.

    Alguns carburadores possuem uma vlvula eletromagntica que, quando achave de ignio es