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Apostila modalidades de pagamento

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Sumário 1. MODALIDADES DE PAGAMENTO NO COMÉRCIO EXTERIOR ..................................................... 2 

1.1  Documentação no Câmbio Brasileiro ............................................................................ 2 

1.2  Remessa Sem Saque ...................................................................................................... 3 

1.3  Cobrança Bancária ou Cobrança Documentária ........................................................... 3 

1.4  Carta de Crédito (Letter of Credit) ................................................................................. 4 

1.4.1  Garantias e Riscos para o Vendedor ..................................................................... 5 

1.4.2  Garantias e Riscos para o Comprador ................................................................... 6 

1.4.3  Recomendações Básicas ao Comprador de Mercadoria (Tomador) ..................... 7 

1.4.4  Emendas e Cancelamentos ................................................................................. 10 

1.4.5  Despesas de Bancos Locais e de Bancos no Exterior .......................................... 11 

1.4.6  Roteiro Básico de uma Carta De Crédito ............................................................. 11 

1.5  Pagamento Antecipado (Cash In Advance) ................................................................. 12 

1.5.1  Roteiro Básico do Pagamento Antecipado .......................................................... 13 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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1. MODALIDADES DE PAGAMENTO NO COMÉRCIO EXTERIOR  

1.1  Documentação no Câmbio Brasileiro 

O  embarque  da mercadoria  implica  na  emissão,  no  país  de  exportação,  de  uma  série  de documentos nacionais e  internacionais. Os documentos  internacionais são emitidos em razão de exigências internacionais, sejam por força de tratados, convenções, acordos ou convênios, seja  por  exigência  do(s)  país  (es)  exportador  e/ou  importador.  Estes  documentos internacionais é que formam o conjunto dos chamados documentos de embarque, cabendo, dentre eles, destacar: 

• Fatura comercial; • Conhecimento de Embarque  

o Marítimo (Bill of Lading – B/L); o Aéreo (Air Way Bill – AWB); o Rodoviário Internacional (CRT); o Ferroviário Internacional (TIF); 

• Apólice / Certificado de Seguro; • Certificado de Origem; • Romaneio (packing list). 

Além dos documentos de embarque, o vendedor costuma emitir um saque /  letra de câmbio (draft / Bill of Exchange) quando a operação é realizada em cobrança ou por exigência de carta de crédito. É importante destacar que o saque não é documento de comércio exterior. 

Dos  documentos  de  embarque,  podemos  afirmar  que  o  mais  importante  deles  é  o conhecimento  de  embarque.  Além  de  contrato  de  transporte,  atesta  que  a mercadoria  foi recebida pelo transportador em aparente boa ordem e condições. Se marítimo, indica, ainda, que a mercadoria está a bordo (on board).  

É,  também,  documento  que  dá  ao  seu  portador  ou  consignatário  a  posse  da mercadoria. Sendo marítimo, representa a propriedade da mercadoria, podendo a tradição da mesma ser efetuada mediante endosso. 

Ora, se o vendedor pretende estabelecer um mínimo de segurança para o pagamento de sua operação, não permitirá que tais documentos, especialmente o conhecimento de embarque, sejam entregues ao comprador antes que este efetue  o pagamento ou, pelo menos, aceite um saque para pagamento futuro. 

Porém, nada impede ao vendedor nos casos em que não tenham motivos para temer qualquer risco comercial ou político que entregue os documentos ao comprador independentemente de pagamento, aceite ou de qualquer outra garantia. 

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É, exatamente, em  função do maior ou menor  risco de não pagamento que  será definida a modalidade de pagamento.                                                               

1.2  Remessa Sem Saque 

A  presente  modalidade  implica  no  embarque  da  mercadoria  e  remessa  dos  documentos pertinentes  pelo  vendedor  diretamente  ao  comprador,  antes  do  pagamento,  sem  qualquer interferência bancária. O vendedor, sequer emite qualquer título (saque) contra o comprador. 

Trata‐se  de  operação  de  alto  risco  para  o  vendedor.  Ele  deve  confiar  integralmente  no comprador e em seu país. Deve, pois, estar seguro de que o importador lhe pagará, à vista ou a prazo, após o recebimento da mercadoria, conforme compactuado no contrato comercial.  

Sua  utilização,  conseqüentemente,  só  ocorre  nas  operações  realizadas  entre  empresas  do mesmo grupo ou com compradores tradicionais. 

Sem dúvida alguma, para o comprador esta é a mais interessante das modalidades. 

Recebendo diretamente os documentos, acelera o desembaraço da mercadoria e, assim, evita eventuais  custos  de  armazenagem.  Como  não  há  intervenção  bancária  no  trâmite  da documentação, elimina, também, as despesas de bancos locais e de banqueiros, no exterior. 

1.3  Cobrança Bancária ou Cobrança Documentária 

A  cobrança,  por  definição,  é  manuseio  de  documentos  pelos  bancos.  Por  documentos entende‐se: 

• Documentos  comerciais:  faturas  comerciais,  conhecimentos  de  embarque  e outros; 

• Documentos financeiros: saques, recibos, notas promissórias, cheques etc. 

Com relação ao prazo de pagamento, a cobrança pode ser: 

• À  vista  (sight  draft):  neste  caso  o  pagamento  ao  vendedor  é  efetuado  pelo comprador contra a apresentação dos documentos. 

• A  prazo:  os  documentos  são  entregues  ao  comprador  contra  o  aceite (acceptance) do saque, para pagamento pelo comprador ao vendedor, no seu vencimento.  Normalmente  o  vencimento  é  estabelecido  após  a  data  do embarque (... days from bl date). 

Na prática, as partes envolvidas numa cobrança são: 

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• Cedente  (principal): é aquele que confia ao banco remete os documentos em cobrança. Normalmente, é o próprio vendedor, exportador, sacador (drawer); 

• Banco  remetente  (remitting  bank):  o  banco  ao  qual  o  cedente  confiou  os documentos para cobrança; 

• Banco apresentador (presenting bank): o banco encarregado de apresentar os documentos ao sacado.  O chamado banco cobrador (collecting bank), 

• Sacado  (drawer): aquele a quem é  feita a apresentação, conforme  instruções de cobrança. Em regra, é o comprador, importador. 

Nesta modalidade o vendedor embarca a mercadoria e entrega os documentos a um banco para que este, através de um de seus correspondentes no Brasil, providencie a cobrança dos mesmos  juros ao comprador. Normalmente os documentos são acompanhados de um saque (letra de câmbio ou cambial  ) à vista ou a prazo, sacado pelo vendedor contra o comprador. Trata‐se de título representativo da dívida. 

O  comprador deve  sempre  indicar  ao  vendedor o banco  através do qual deseja  receber os documentos  em  cobrança.  Não  o  fazendo,  corre‐se  o  risco  que  os  documentos  cheguem através de bancos com os quais o comprador não opera, inclusive em outras praças, o que, no mínimo, causará atrasos na comunicação, por tal banco, da chegada dos documentos. 

Os bancos envolvidos no procedimento de cobrança são apenas intermediários do processo e, portanto,  não  se  responsabilizam  pelo  pagamento,  Responsabilizam‐se,  apenas,  pelo  fiel cumprimento das instruções recebidas do vendedor.  

1.4  Carta de Crédito (Letter of Credit) 

Aconselhável  nas  operações  de  alto  risco  de  não  pagamento  (comercial  e/ou  político)  o Crédito Documentário constitui‐se em modalidade através da qual um banco (banco emitente – issuing bank) agindo a pedido e por conta do importador (proponente / tomador – applicant / beneficiary). Permite, dessa maneira, que um banco assuma o papel de pagador da operação. 

Também  tem  sido  exigido  quando  o  vendedor  necessita,  em  seu  país,  de  financiamento  à comercialização de mercadoria, no  caso de operações  a prazo.  Tal  instrumento  serve, pois, para alavancagem financeira para o vendedor. 

Compromisso  firme do balanço emitente, posto que deva ser  irrevogável  (irrevocable), pode envolver  compromisso  adicional  de  outro  banco  (banco  confirmador  –  confirming  bank), dando maior segurança à operação.  

Obviamente  que  estes  compromissos  são  estabelecidos  condicionalmente,  ou  seja,  o pagamento é assegurado ao beneficiário desde que ele cumpra todos os termos e condições estabelecidas no  referido Crédito Documentário  e  apresente  todos os documentos  exigidos pelo mesmo. 

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O Crédito Documentário é assim chamado por estabelecer, em regra, que o seu pagamento será  feito  contra  ou  após  a  apresentação  –  pelo  beneficiário  –  de  documentos  ao  banco designado –  (nominated bank), ou seja, banco nomeado pelo banco emitente para efetuar o pagamento ( aceite ou negociação ). Para o nosso trabalho, optamos pela designação Carta de Crédito. 

Em tais operações, tanto o banco emitente quanto o banco confirmador – ao contrário do que ocorre nas Cobranças em que os bancos são meros intermediários – estão comprometidos no pagamento  ao  beneficiário.  Está  obrigado  a  pagar  o  beneficiário  independentemente  de  o pagamento  ter sido efetuado pelo comprador. Para estes bancos, pois,  trata‐se de operação de  risco.  Por  essa  razão,  além  de  cobrarem  tarifas  pela  prestação  de  serviços,  cobram comissões pelo risco que correm. 

Partes intervenientes na Carta de Crédito: 

• Proponente/tomador  (applicant/taker):  comprador,  importador,  aquele  que solicita ao banco emitente a abertura/emissão da Carta de Crédito; 

• Banco Emitente (issuing bank): banco que, a pedido e por conta do tomador, emite a Carta de CRÉDITO; 

• Banco  Avisador  (advising  bank):  banco  através  do  qual  o  banco  emitente emite a Carta de Crédito e que é responsável de avisar o beneficiário (entregar a Carta de Crédito ao beneficiário); 

• Banco Confirmador (confirming bank): banco que, a pedido ou sob autorização do banco emitente, confirma a Carta de Crédito; 

• Beneficiário  (beneficiary):  vendedor,  exportador,  aquele  em  favor  do  qual  a Carta de Crédito é emitida; 

• Banco  Designado  ou  Nomeado  (nominated  bank):  banco  a  quem  os documentos deverão ser apresentados; 

• Banco Negociador (negotiating bank): banco que está autorizado a negociar. 

Estas operações estão regulamentadas pela Câmara de Comércio  Internacional – CCI, Paris – através da Publicação 600,  a qual deverá  sempre  estar  incorporada no  texto das Cartas de Crédito.  

Sempre é bom lembrar que, dada a complexidade com que se revestem as operações cursadas ao  amparo  de  Cartas  de  Crédito,  torna‐se  indispensável  o  profundo  conhecimento  destes regulamentos por parte de todos os seus intervenientes. 

1.4.1  Garantias e Riscos para o Vendedor 

A Carta de Crédito pode  ser  considerada  como um ótimo  instrumento, desde que, além de irrevogável, apresente as seguintes características: 

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• Seja emitida e/ou confirmada por um first class bank; • Seja  emitida  e/ou  confirmada  em  um  país  que  não  ofereça  risco  de 

transferência; • Estabeleça termos e condições que o exportador possa cumprir; • Exija documentos que o exportador possa fornecer; • O exportador cumpra todos os seus termos e condições e apresente todos os 

documentos por ela exigidos, em ordem (sem discrepâncias). 

Sendo operação  à  vista,  o  vendedor  embarca  a mercadoria  e  apresenta os documentos  ao banco designado para pagamento.  

Sendo  operação  a  prazo,  apresenta  os  documentos  ao  banco  designado  e  aguarda  o vencimento do prazo para  recebimento do pagamento. Em qualquer destas circunstâncias e consideradas as características acima, é correto afirmar que a Carta de Crédito será honrada e, portanto, que seu pagamento é líquido e certo. 

No entanto, deve ser ressaltado que o pressuposto do cumprimento de uma Carta de Crédito se pauta pela exatidão. A Carta de Crédito pretende ser um documento perfeito. Há que se respeitar o princípio do “estrito cumprimento” ou da “estrita conformidade”.  

Qualquer erro, qualquer  imperfeição, omissão ou alteração de dados na documentação, no confronto desta  com os  termos  e  condições da Carta de Crédito ou no  confronto  entre  os próprios  documentos,  será  considerado  uma  divergência,  uma  discrepância  e, conseqüentemente,  poderá  acarretar  a  recusa  dos  documentos  ou  impugnação  de pagamento. 

Se o beneficiário, ao receber a Carta de Crédito, percebe que ela não o satisfaz plenamente, deverá de pronto, exigir que nela seja promovida a emenda (amendment) necessária (aditivo que  tem  por  objetivo  suprimir,  incluir,  alterar  ou  explicar  termos  e  condições  da  Carta  de Crédito ). 

1.4.2  Garantias e Riscos para o Comprador 

É preciso dizer, desde  já, que a finalidade do crédito é assegurar pagamento ao beneficiário. Em princípio, não tem a finalidade de assegurar recebimento da mercadoria ao importador.  

O pagamento será efetuado ao beneficiário com base em documentos. Embora seja correto afirmar  que  o  pagamento  somente  será  efetuado  ao  beneficiário  se  ele  apresentar documentos  que  comprovem  o  estrito  cumprimento  dos  termos  e  condições  da  Carta  de Crédito,  isto  não  assegura,  no  entanto,  que  efetivamente  tenha  ocorrido  o  embarque  das mercadorias e nem que, se embarcadas, as mercadorias sejam exatamente aquelas  indicadas na Carta de Crédito e nos documentos. 

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Para maior clareza, transcrevemos, a seguir, alguns trechos da Publicação 600: 

• “Créditos, por sua natureza, são transações distintas dos contratos de venda ou de  outro  (s)  contrato  (s),  nos  quais  possam  estar  baseados  e  os  bancos,  de nenhum modo,  estão  vinculados  ou  obrigados  por  tal  (is)  contrato  (s)  seja incluída no Crédito...”  

• “Em operações de Crédito todas as partes envolvidas operam com documentos e  não  com  mercadorias,  serviços  e/ou  outros  desempenhos  a  que  os documentos possam se referir.” 

• “Após  a  recepção  dos  documentos  o  Banco  Emitente  e/ou  o  Banco Confirmador, caso haja, ou o Banco Designado, devem determinar, com base apenas nos documentos...”  

• “Os  bancos  não  assumem  obrigação  ou  responsabilidade  pela  forma, suficiência,  exatidão,  autenticidade,  falsificação  ou  efeito  legal  de  qualquer (quaisquer)  documento  (s),...,  tampouco  assumem  obrigação  ou responsabilidade  pela  descrição,....,  ou  existência  das  mercadorias representadas por quaisquer documentos, ...” 

Por essa razão, o comprador deve  tomar alguns cuidados, especialmente no que concerne à integridade  e  reputação  do  vendedor,  antes  de  concordar  em  lhe  fornecer  uma  Carta  de Crédito. Deve, também, exigir documentos apropriados visando a minimizar os riscos de erro ou fraude. 

1.4.3  Recomendações Básicas ao Comprador de Mercadoria (Tomador) 

Antes  de  “fechar”  o  negócio  comercial  promova  um  criterioso  levantamento  cadastral  do vendedor, em especial sobre sua integridade e reputação 

Em caso de dúvida:  

• Não comprar deste fornecedor;  • Exigir  documentos  apropriados,  como  por  exemplo,  certificado  de  inspeção 

pré‐embarque  indicando  a  empresa  certificadora,  a  forma  da  inspeção  e  os termos do certificado; 

• Sua capacidade para entregar a mercadoria nos prazos e condições pactuados: quando necessário, exigir performance bond; 

• Verificar se as exigências, termos e condições estabelecidas pelo vendedor para a  abertura  da  Carta  de  Crédito  são  exeqüíveis  à  luz  da  nossa  legislação, especialmente no que respeita ao licenciamento; 

• Avaliar se as condições estabelecidas pelo vendedor para a abertura da Carta de Crédito estão de acordo com o contrato comercial e não comprometem a segurança  da  operação  nos  seus  vários  aspectos  operacional,  comercial  e financeiro. 

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Fechado  o  negócio  com  o  vendedor,  o  comprador  deve  identificar,  no mercado  local,  um banco autorizado a operar em câmbio que esteja disposto a emitir a Carta de Crédito. Para tanto, deverá escolher um banco que: 

• Possa atender, na  integra, as necessidades de sua operação e que  seja de 1ª linha para que seja aceito pelo vendedor; 

• Tradicional em operações da espécie; • Que mantenha correspondentes na localidade do vendedor; • Que tenha linhas de crédito no exterior, para o caso de operações confirmadas 

ou financiadas; • Ofereça serviços da melhor qualidade; • Possa  oferecer  tarifas  e  comissões  personalizadas,  levando  em  conta  a 

qualidade e quantidade de negócios da sua empresa; • Não extrapole nas exigências de garantia; e, finalmente, • Esteja disposto a assessorá‐lo, como parceiro. 

Ao  solicitar  a  emissão  da  Carta  de  Crédito,  é  preciso  informar  ao  banco,  em  instrumento apropriado  (“proposta‐contrato”  para  a  abertura  de  crédito),  e  de  forma  clara  e  preciosa todos  os  termos  e  condições  do  negócio  para  que  a  Carta  de  Crédito  seja  emitida  em conformidade com o contrato comercial, com destaque para: 

• Forma de abertura da Carta de Crédito: se por via aérea, telégrafo ou Swift; • Banco avisador (através do qual a Carta de Crédito deverá ser aberta); • Tipo de Carta de Crédito: irrevogável ou irrevogável confirmada, transferível; • Nome e endereço corretos e completos do beneficiário; • Moeda e valor, inclusive valores adicionais aceitáveis; • Comissão de agente se houver; • Disponibilidade do crédito; • Prazo para o pagamento e exigência de saque; • Permissão, ou não, para embarques parciais; • Permissão, ou não, para transbordo; • Validade  para  embarque/recebimento  para  embarque  (respeitada  a  validade 

indicada na LI, quando for o caso); • Porto local para embarque/recebimento para embarque; • Porto local para desembarque/entrega; • Modalidade de transporte;  • Validade  para  a  apresentação  de  documentos  (e  período  par  apresentação, 

contado do embarque/recebimento para embarque); • Descrição da mercadoria (resumida, fazendo referência à fatura pro forma e/ou 

LI – Licença de Importação); • Condição de compra “Incoterms”; • Preço unitário; 

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• Quantidade, medida, peso etc.; • Documentos  exigidos  (fatura  comercial,  conhecimento  de  embarque, 

certificado de origem, packing list etc.); • Condições adicionais e instruções especiais; • Despesas: quais e por conta de quem correrão; • Etc. 

Na existência de condições técnicas a serem incluídas na Carta de Crédito, fornecer ao banco o texto já traduzido. Lembre‐se que os bancos não se responsabilizam pela tradução de termos técnicos e reservam o direito de transmiti‐los sem tradução; 

Evite a inclusão de excessivo detalhamento. A existência de muitos pormenores, além de não melhorar  a  segurança  para  o  importador,  em  regra,  só  serve  para  causar  confusão  e mal‐entendidos. 

Informe, com clareza, os documentos contra os quais o Crédito deverá ser honrado.  Indique, também, o  tipo e quantidade de originais e  cópias de  cada documento. No  caso de outros documentos  que  não  a  fatura  comercial,  o  documento  de  transporte  e  o  documento  de seguro, informe quem deverá ser o emitente, qual a sua redação e o seu conteúdo.  

Jamais utilize expressões como “bem conhecido”, “qualificado”, “idôneo”, “oficial”, “regular”, “competente”  e  outras  de  efeito  semelhante  para  identificar  o  emitente  de  qualquer documento; 

Quando  possível  e  estando  o  Banco  Emitente  de  acordo,  instruir  para  que  os  documentos originais, ou parte deles, sejam remetidos diretamente pelo beneficiário ao tomador, e que o conhecimento  de  embarque  seja  emitido  à  ordem  do  tomador.    Seguramente  estas providências facilitarão o Despacho Aduaneiro. 

Após a emissão da Carta de Crédito: 

• Solicitar,  imediatamente, ao banco, Carta de Crédito. Verificar se a mesma foi emitida como solicitado; 

• Enviar cópia da Carta de Crédito ao beneficiário o mais breve possível. • Após (a negociação) o recebimento dos documentos pelo Banco Emitente: • Certificar‐se  que  os mesmos  se  encontram  em  “boa  ordem”,  ou  seja,  sem 

discrepâncias; • Se  informado  pelo  Banco  Emitente  da  existência  de  discrepâncias,  procure, 

imediatamente, delas se inteirar, avaliar o seu impacto e, o mais breve possível, informe  por  escrito,  o  Banco  Emitente  quanto  à  aceitação,  ou  não,  dos documentos.  O  Banco  Emitente  tem  apenas  7  dias  úteis  bancários,  após  o recebimento dos documentos para recusar o pagamento. 

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1.4.4  Emendas e Cancelamentos 

Sendo  irrevogável,  a  Carta  de  Crédito  não  poderá  ser  emendada  ou  cancelada  sem  a concordância de todas as partes, a saber: tomador, banco confirmador e beneficiário. É o que estabelece a Publicação 600, da CCI: 

• “...  um  Crédito  irrevogável  não  pode  ser  emendado  ou  cancelado  sem  a concordância  do  Banco  Emitente,  do  Banco  Confirmador,  se  houver,  e  do Banco Beneficiário.” 

• “Os termos de um Crédito original... permaneceram válidos para o Beneficiário até  que  o  Beneficiário  comunique  sua  aceitação  da  emenda  ao  banco  que avisou tal emenda...”  

Uma emenda (amendment) nada mais é que um aditivo à Carta de Crédito e, como já foi dito anteriormente, serve para suprimir, incluir, alterar ou explicar os termos e condições da Carta de Crédito. 

A solicitação, emissão, confirmação e aviso de uma emenda seguem o mesmo caminho e ritual da Carta de Crédito. A emenda, no entanto, só produz efeito  final após a sua aceitação pelo beneficiário. Significa dizer que, não raras vezes, o tomador fica “na mão” do beneficiário até que este concorde com determinada emenda. 

Embora ocorram com certa freqüência, as emendas devem ser evitadas por que:  

• Muitas  vezes,  podem  sugerir  certa  inabilidade  ou  falta  de  qualificação profissional da parte de quem as solicita; 

• O  excessivo  número  de  emendas  em  uma  Carta  DE  Crédito  pode  gerar confusão; 

• Retardam o embarque de mercadoria; e • Principalmente geram despesas não previstas na operação. 

Os  cancelamentos  de  Cartas  de  Crédito,  embora  não  sejam  tão  freqüentes,  também  –  a exemplo da emenda – dependem das anuências de  todas as partes envolvidas na operação. Por exemplo, se for ordenado um cancelamento que venha a ser recusado pelo Beneficiário, o Tomador pode estar certo de que a mercadoria será embarcada e que a Carta de Crédito será honrada. 

A maior  incidência de cancelamentos é verificada em casos de saldos não utilizados. Porém, qualquer  que  seja  o  seu motivo,  o  cancelamento  gera  despesas  bancárias,  no  Brasil  e  no exterior.  Além  disso,  comissões  e  gastos  cobrados  pelos  bancos  em  função  da  abertura  e confirmação da Carta de Crédito não serão devolvidos ao Tomador.   

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Atenção e  cuidados especiais na análise da Fatura Pro Forma, da  LI e da Proposta‐Contrato para Abertura do Crédito. 

1.4.5  Despesas de Bancos Locais e de Bancos no Exterior 

Uma  operação  com  Carta  de  Crédito,  além  de  ser  demorada  e  complexa,  é  uma  operação onerosa por envolver serviços e compromissos bancários, principalmente quando se tratar de Carta de Crédito confirmada. 

Normalmente, as despesas bancárias correm por conta do Tomador, salvo quando pactuado em contrário. 

Hoje é muito comum que uma parte de tais despesas seja absorvida pelo Beneficiário. Cabe ao Tomador, no momento da compra da mercadoria, ajustar esta condição com o Beneficiário, como por exemplo: despesas fora do país do comprador correrão por conta do beneficiário. 

Para  finalizar,  registre‐se que operações com Carta de Crédito,  como  regra geral,  são muito interessantes para o vendedor de mercadoria. Apesar de às vezes não existir outra  saída, o comprador deve evitar operar nesta modalidade. 

1.4.6  Roteiro Básico de uma Carta De Crédito 

Carta de Crédito à vista: 

• Contrato Comercial (observar exigências de LI) • LI, quando exigível previamente ao embarque (observar exigências e condições 

do contrato comercial) • Solicitação de abertura de Carta de Crédito: proposta‐contrato e constituição 

de garantias junto ao Banco Emitente • Emissão da Carta de Crédito • Aviso (entrega) e Confirmação da Carta de Crédito ao Beneficiário • Embarque da mercadoria • Apresentação dos documentos pelo Beneficiário ao Banco Designado • Análise e remessa dos documentos pelo Banco Designado ao Banco Emitente; 

débito, sob aviso, pelo Designado ao Emitente. • Pagamento ao Beneficiário • Contratação do Câmbio e pagamento ao Banco Emitente pelo Tomador • Banco Emitente entrega documentos ao Tomador • Beneficiário providencia o Desembaraço Aduaneiro 

Carta de Crédito a prazo: 

• Contrato Comercial (observar exigências de LI); 

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• LI, quando exigível previamente ao embarque (observar exigências e condições do contrato comercial); 

• Solicitação de abertura de Carta de Crédito: proposta‐contrato e constituição de garantias junto ao Banco Emitente; 

• Emissão da Carta de Crédito; • Aviso (entrega) e Confirmação da Carta de Crédito ao Beneficiário; • Embarque da mercadoria; • Apresentação dos documentos pelo Beneficiário ao Banco Designado • Análise e remessa dos documentos pelo Banco Designado ao Banco Emitente; • Banco Designado compromete‐se a pagar Beneficiário no vencimento • Banco  Emitente  entrega  documentos  ao  Tomador mediante  constituição  ou 

reforço de garantia; • Tomador providencia Desembaraço Aduaneiro; • Tomador providencia pagamento ao Banco Emitente, em moeda nacional. 

1.5  Pagamento Antecipado (Cash In Advance) 

Nesta modalidade, o  comprador deverá  efetuar o pagamento  ao  vendedor previamente  ao embarque da mercadoria. Para o vendedor isso é excelente!  

Deixa de correr riscos de não pagamento e ainda conta com capital para produzir ou adquirir a mercadoria a ser exportada. 

Para o comprador, no entanto, é uma operação financeiramente onerosa e, muitas vezes, de alto  risco:  desembolsa  o  dinheiro  antes  do  embarque  da mercadoria  e  corre  o  risco  d  não recebê‐la. Se for o caso, o comprador deverá exigir a performance bond. 

O pagamento antecipado pode envolver o pagamento total ou parcial da operação e é exigido pelo vendedor por vários motivos, a saber: 

• Eliminar riscos comercial e/ou político; • Financiar a produção do bem a ser exportado; • Sinal  de  pagamento  (down  payment)  para  início  de  fabricação  d mercadoria 

adquirida sob encomenda. 

Sua  operacionalização  é  simples  posto  que,  concretizado  o  pagamento,  o  vendedor  –  nos termos  do  contrato  comercial  –  embarca  a mercadoria  e  remete  a  documentação  para  o comprador para que este providencie o Desembaraço Aduaneiro.  

Nos casos em que tenha ocorrido pagamento antecipado parcial, a operação é conduzida em modalidade  mista  e,  portanto,  pode  ser  que  os  documentos  sejam  remetidos  através  de bancos. 

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A  legislação  brasileira  permite  que  o  comprador,  sem  necessidade  de  prévia  autorização governamental, realize pagamentos antecipados. No entanto, estabelece algumas exigências, em especial: 

• Que a operação comercial esteja efetivamente contratada no exterior; • Que a antecipação do pagamento em relação ao embarque ou à nacionalização 

da  mercadoria,  conforme  o  caso,  não  seja  superior  a  180  dias  (casos excepcionais serão admitidos); 

• Que  o  contrato  comercial  (fatura  pro  forma)  preveja  esta  condição  de pagamento e  indique a data prevista para o embarque ou a nacionalização da mercadoria; 

• Que  a  LI  –  Licença  de  Importação,  quando  esta  for  exigível  previamente  ao embarque, esteja devidamente aprovada pelo órgão anuente. 

Fica o comprador, ainda, responsável por: 

• Desembaraçar ou nacionalizar a mercadoria e vincular o Contrato de Câmbio à respectiva DI no prazo mínimo de 60 dias da data prevista para embarque ou nacionalização  prevista  no  contrato  comercial  e  informada  por  ocasião  da liquidação do contrato de câmbio; 

• Não ocorrendo o embarque ou a nacionalização até a data prevista para esse fim  no  contrato  comercial,  repatriar,  em  até  30  dias,  os  valores correspondentes aos pagamentos antecipados. 

1.5.1  Roteiro Básico do Pagamento Antecipado 

• Contrato Comercial (observar exigências de LI); • LI, quando exigível previamente ao embarque; • Contratação  do  Câmbio  e  pagamento  pelo  comprador  ao  banco,  em moeda 

nacional e remessa da moeda estrangeira pelo banco ao vendedor; • Embarque  da  mercadoria  e  remessas  dos  documentos  pelo  vendedor 

diretamente ao comprador; • Comprador providencia o Desembaraço Aduaneiro.