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1 Apostila de Medidas e Avaliação Prof. Dr. Ricardo Martins de Souza [email protected] Apostila da Disciplina de Medidas e Avaliação em Educação Física Professor Ricardo Martins de Souza 2015

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  1  Apostila  de  Medidas  e  Avaliação  

Prof.  Dr.  Ricardo  Martins  de  Souza  [email protected]  

Apostila da Disciplina de Medidas e Avaliação em Educação Física

Professor Ricardo Martins de Souza

2015

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  2  Apostila  de  Medidas  e  Avaliação  

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Apostila da Disciplina de Medidas e Avaliação em Educação Física

Professor Ricardo Martins de Souza

Sumário

1. Definições 2. Anamnese e Avaliações Prévias

2.1. PAR-Q 2.2. IPAQ versão 6 (curta)

3. Avaliação da Composição Corporal 3.1. IMC 3.2. RCQ 3.3 Perimetria 3.4 Dobras Cutâneas

3.4.1. Fórmulas Para Predição do Percentual de Gordura à Partir das Dobras Cutâneas

3.4.1.1. Pollock (3 dobras) 3.4.1.2. Faulkner (4 dobras) 3.4.1.3. Siri e Brozeck (4 dobras) 3.4.1.4. Yuhanz (6 dobras) 3.4.1.5. Pollock 7 dobras  

3.5. Pesagem Hidrostática 3.6. Bioimpedância

4. Avaliação da Capacidade Flexível 4.1. Flexiteste proposto por Pável e Araújo

4.1.1. Flexão do Quadril 4.1.2. Extensão do quadril 4.1.3. Abdução do quadril 4.1.4. Flexão do tronco 4.1.5. Flexão lateral do tronco 4.1.6. Extensão + Adução posterior do ombro 4.1.7. Adução posterior à partir da abdução de 180° no ombro 4.1.8. Extensão posterior do ombro 4.1.9. Normas de classificação

4.2. Teste de Thomaz (artigo SARRAF et al.) 4.3. Banco de Wells

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5. Avaliação da Potência Muscular 5.1. Impulsão Vertical 5.2. Impulsão Horizontal 5.3. Arremesso de Medicine Ball

6. Determinação do Limiar Anaeróbico 6.1. RAST

6.2. Conconi 7. 1-RM

7.1. 1-RM Carga Máxima 7.2. 1-RM Predição Por Repetições

8. RML: Resistência Muscular Localizada 8.1. Teste de RML de membros superiores 8.2. Teste de RML dos Músculos do Tronco

9. Testes para medir a agilidade 9.1. Teste do Passo Lateral – Side Step (Johnson e Nelson, 1979) 9.2. Corrida Vai-e-Vem – Shuttle Run (Johnson e Nelson, 1979) 9.3. Salto em Quadrante – Quadrant Jump (Johnson e Nelson, 1979) 9.4. Teste de Agilidade de SEMO – SEMO Agility Test (Johnson e Nelson, 1979)

10. Percepção Subjetiva do Esforço Físico – Escala de Borg 11. Testes de Avaliação da Capacidade Aeróbica

11.1. Teste de Astrand (Bicicleta) 11.2. Teste de Cooper (Corrida) 11.3. Teste de Harvard (Banco) 11.4. Teste de McArdle (Banco) 11.5. Teste de 1 Milha (1.600m)

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1. Definições

Nesta seção teremos a definição e descrição de alguns termos que serão importantes para a utilização do restante da apostila e o real entendimento dos assuntos abordados posteriormente. Os primeiros conceitos importantes dizem respeito a definição dos termos teste, medidas e avaliação. Os termos foram determinados com base nas descrições de Johson e Nelson (1979).

Teste é o instrumento usado na avaliação, medida é a informação, formal ou informal coletada durante o teste. Ela necessita ser precisa e objetiva dentro das limitações do teste. Avaliação é a importância ou valor da informação e a definição de que forma essa informação vai ser utilizada. Tomemos um exemplo da avaliação da massa corporal. O teste utilizado pode ser o de medição a partir de uma balança antropométrica. O sujeito subirá na balança, sem calçado e permanecerá imóvel até que a régua seja ajustada em uma massa equivalente à massa do avaliado (esse é o teste). Quando a régua ficar equilibrada, será possível visualizar um valor em kg e em gramas que corresponde à massa do indivíduo (essa é a medida). A partir dessa informação o sujeito será classificado como abaixo, acima ou com a massa ideal, e as atividades executadas poderão ser prescritas com base nestas informações. Existem basicamente 3 tipos de avaliações que podem ser realizadas ao longo de um processo avaliativo: a avaliação DIAGNÓSTICA é realizada no início do programa e identifica o grau de desenvolvimento de certa característica específica do sujeito ou grupo. A avaliação FORMATIVA indica o progresso do indivíduo e permite a correção e a adaptação do processo de treinamento, e a avaliação SOMATIVA é utilizada ao final de cada unidade para obter a evolução do indivíduo. Veja o exemplo abaixo de uma curva de desenvolvimento da altura de indivíduos da infância até o início da vida adulta. Poderíamos ter por objetivo avaliar se a dieta de uma determinada população carente pode ser melhorada para atender a correta curva de desenvolvimento. Essas crianças seriam observadas ao longo de 10 anos de desenvolvimento, dos 5 aos 15 anos de idade. Entre os 5 e 6 anos realizou-se a primeira avaliação (DIAGNÓSTICA) para se verificar qual a média do desenvolvimento neste ano e comparar o resultado com o quadro abaixo. O teste utilizado foi da estadiometria, a medida foi em centímetros e o resultado comparado com o gráfico abaixo (avaliação). Notou-se que entre os 5 e 6 anos de idade o crescimento médio dos indivíduos foi de 4cm/ano, o que é menos do que a média normal desta população que seria entre 6 e 8cm/ano. A partir daí uma nova dieta foi adotada para essas crianças e ao final de cada ano uma nova avaliação da estatura foi realizada (avaliações SOMATIVAS). Essas avaliações foram utilizadas para a realização de correções da dieta (mais ou menos calorias) para que o desenvolvimento se adequasse aos critérios estabelecidos na tabela normativa abaixo. Ao final de todo processo, quando as crianças completaram 15 anos, uma última avaliação foi realizada e constatou-se que as crianças agora tem um desenvolvimento dentro da normalidade para a faixa respectiva etária. Dessa forma, identificou-se que todo o processo de mudança e adequação da nova dieta foi importante para o correto desenvolvimento das crianças participantes do estudo (avaliação SOMATIVA).

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Para que as avaliações sejam corretamente realizadas e os resultados encontrados possam refletir a realidade, alguns princípios básicos devem ser seguidos.

As avaliações devem sempre ser conduzidas com o objetivo do programa em mente, lembrar da relação entre teste, medida e avaliação, somente pessoas capacitadas podem realizar os procedimentos, os dados devem ser interpretados em função do indivíduo como um todo, tudo pode ser medido porém nenhum teste é perfeito, entretanto nenhum teste substitui o julgamento profissional. Deve-se sempre haver re-teste e deve existir a preocupação de se utilizar apenas testes válidos. Podemos classificar as avaliações entre OBSERVAÇÕES, INQUIRIÇÕES e TESTAGEM. Entre as avaliações por OBSERVAÇÃO podemos destacar o Anedotário (breve descrição dos fatos ou episódios decorridos), a Lista de Checagem (a ocorrência ou não de fatos e comportamentos e/ou a ordem em que eles acontecem) e as Escalas de Classificação (descreve a característica e a maneira ou intensidade com que certa característica se manifesta). Entre as INQUIRIÇÕES, podemos destacar o Questionário (geralmente realizado indiretamente, onde o avaliado responde por escrito as perguntas realizadas), a Entrevista (geralmente realizado diretamente, onde o entrevistado responde verbalmente as perguntas, sendo que as respostas serão transcritas pelo entrevistador) e o Sociograma (que descreve as características sociais de uma determinada população, como o senso). Dentre os procedimentos mais utilizados dentro da Educação Física, podemos destacar os TESTES, que podem ser utilizados para a avaliação de inúmeras capacidades físicas, habilidades motoras e características antropométricas.

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2. Anamnese e Avaliações Prévias

2.1. PAR-Q

Muitos benefícios de saúde estão associados com o exercício regular, e a realização de PAR-Q constitui uma primeira etapa sensível se estiver planejando aumentar a quantidade de atividade física em sua vida. Para a maioria das pessoas a atividade física não representa qualquer problema ou perigo. PAR-Q foi elaborado com a finalidade de identificar o pequeno número de adultos para os quais a atividade física poderia ser inapropriada ou aqueles que deveriam receber aconselhamento médico acerca do tipo de atividade mais apropriado a eles. O bom senso é o seu melhor guia para responder poucas perguntas. Queira examiná-las com extremo cuidado e checar SIM ou NÃO adiante da questão se isto se aplica a você.

1. Seu médico já lhe disse que você tem um problema cardíaco e que somente deveria realizar a atividade física recomendada por um médico?

2. Você sente dor em seu tórax ao realizar atividade física? 3. No mês passado, você teve dor torácica quando não estava realizando

atividade física? 4. Você perde o equilíbrio em virtude de vertigem ou já perdeu a consciência? 5. Você tem algum problema ósseo ou articular que poderia ser agravado por

uma mudança em sua atividade? 6. Atualmente seu médico está prescrevendo medicamentos (ex. pílulas

diuréticas) para sua pressão arterial ou condição cardíaca? 7. Você tem conhecimento de qualquer outra razão pela qual você não deveria

realizar atividade física? Se você respondeu NÃO honestamente para TODAS as questões do PAR-Q, pode ficar razoavelmente tranqüilo de que pode: 1. Iniciar um programa de exercícios gradativos 2. Tomar parte em uma avaliação de aptidão Entretanto, se você sofre de uma pequena enfermidade (ex. resfriado) deve adiar a atividade. Se você respondeu SIM para uma ou mais questões do PAR-Q, você deve consultar seu medico, caso não tenha o feito recentemente, antes de iniciar um programa de exercícios e/ou de ser submetido a uma avaliação da aptidão.

2.2. IPAQ versão 6 (curta)

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL - DE ATIVIDADE FÍSICA (versão 6) Extraído de Pardini et al., Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.9, n.3, p.45-51, 2001. Nós queremos saber quanto tempo você gasta fazendo atividade física em uma semana NORMAL. Por favor responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Para responder considere as atividades como meio de transporte, no trabalho, exercício e esporte. 1a. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades LEVES ou MODERADAS por pelo menos 10 minutos, que façam você suar POUCO ou

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aumentam LEVEMENTE sua respiração ou batimentos do coração, como nadar, pedalar ou varrer: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 1b. Nos dias em que você faz este tipo de atividade, quanto tempo você gasta fazendo essas atividades POR DIA? (a)_____ horas _____ minutos (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2a . Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos , que façam você suar BASTANTE ou aumentem MUITO sua respiração ou batimentos do coração, como correr e nadar rápido ou fazer jogging: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2b. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta fazendo essas atividades POR DIA? (a)_____ horas _____ minutos (b) Não quero responder (c) Não sei responder ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO 1a.Atualmente você trabalha ou faz trabalho voluntário fora de sua casa? Sim ( ) Não ( ) 1b. Quantos dias de uma semana normal você trabalha? ______ dias Durante um dia normal de trabalho, quanto tempo você gasta: 1c . Andando rápido:_____ horas______ minutos 1d. Fazendo atividades de esforço moderado como subir escadas ou carregar pesos leves: ____ horas____ minutos 1e. Fazendo atividades vigorosas como trabalho de construção pesada ou trabalhar com enxada, escavar: ___ horas_____ minutos ATIVIDADE FÍSICA EM CASA Agora, pensando em todas as atividades que você tem feito em casa durante uma semana normal: 2a . Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades dentro da sua casa por pelo menos 10 minutos de esforço moderado como aspirar, varrer ou esfregar: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2b. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta fazendo essas atividades POR DIA? _______ horas _____ minutos

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2c. Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades no jardim ou quintal por pelo menos 10 minutos de esforço moderado como varrer, rastelar, podar: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2d. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta POR DIA? _______ horas _____ minutos 2e. Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades no jardim ou quintal por pelo menos 10 minutos de esforço vigoroso ou forte como carpir, arar, lavar o quintal: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2f. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta POR DIA? _______ horas _____ minutos ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE Agora pense em relação a caminhar ou pedalar para ir de um lugar a outro em uma semana normal. 3a. Em quantos dias de uma semana normal você caminha de forma rápida por pelo menos 10 minutos para ir de um lugar para outro? (Não inclua as caminhadas por prazer ou exercício) (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 3b. Nos dias que você caminha para ir de um lugar para outro quanto tempo POR DIA você gasta caminhando? (Não inclua as caminhadas por prazer ou exercício) _______ horas _____ minutos 3c. Em quantos dias de uma semana normal você pedala rápido por pelo menos 10 minutos para ir de um lugar para outro? (Não inclua o pedalar por prazer ou exercício) (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 3d. Nos dias que você pedala para ir de um lugar para outro quanto tempo POR DIA você gasta pedalando? (Não inclua o pedalar por prazer ou exercício) _______ horas _____ minutos

3. Avaliação da Composição Corporal

A análise da composição corporal é a quantificação dos principais componentes estruturais do corpo humano. O tamanho e a forma corporais são determinados basicamente pela carga genética e formam a base sobre a qual são dispostos, em proporções variadas, os três maiores componentes estruturais do corpo humano: osso, músculo e gordura. Esses componentes são também as

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maiores causas da variação da massa corporal (MALINA, 1969). Veja abaixo alguns modelos de distribuição das massas corporais de um sujeito.

3.1. IMC O IMC (índice de massa corporal) nos dá uma idéia aproximada da

composição corporal do indivíduo em razão da massa distribuída pela área corporal. É uma medida de fácil aquisição e adequada para a grande maioria da população sedentária ou moderadamente ativa. Indivíduos com massa muscular acima da média podem apresentar resultados que não refletem a realidade. As tabelas abaixo apresentam os valores normais a serem identificados na população normal. O IMC é obtido pela divisão do valor da massa corporal total (em kg) pelo quadrado da altura (em metros).

3.2. RCQ O RCQ (relação cintura/quadril) nos dá um referencia sobre os depósitos de gordura na região do abdomen e cintura pélvica. Esse depósito de gordura se configura um dos mais problemáticos em relação à saúde do indivíduo, pois tem uma relação direta com os depósitos intra-abdominais e vicerais de gordura. O RCQ é obtido com a divisão da medida da circunferência da cintura na altura da cicatriz umbilical pela medida da circunferência da medida do quadril na maior proeminência da musculatura do glúteo máximo (ambas as medidas em centímetros).

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3.3. Perimetria A perimetria se ocupa em medir o perímetro (circunferência) de diversos

pontos anatômicos e pode ter inúmeras aplicações, como o desenvolvimento de vestuário, equipamentos, determinação da composição corporal entre outros. Uma das fórmulas utilizadas para a determinação da composição da composição corporal a partir de uma medida de perímetro, neste caso abdominal, foi determinada por Weltman e colaboradores. As medidas necessárias para a determinação da composição corporal dos homens é a circunferência abdominal (aferida em centímetros na altura da cicatriz umbilical) e a massa corporal total (em kg). Nas mulheres, além dessas medidas é utilizada a altura total do sujeito (em centímetros). Abaixo estão descritas as fórmulas: Homens: %G = 0,31457 (Abd) – 0,10969 (P) + 10,8336 Mulheres: %G = 0,11077 (Abd) – 0,17666 (A) + 0,14354 (P) + 5,103301 Abd – Circunferência abdominal A – Altura em m P – Peso em kg

3.4. Dobras Cutâneas Por volta de 1930 um compasso de espessura foi usado para se medir

gordura subcutânea em alguns locais do corpo humano, com relativa precisão (Katch & McArdle, 1996). A partir daí diversos estudos foram desenvolvidos para se determinar a melhor técnica para a medição da espessura das dobras e a melhor e mais precisa fórmula para sua determinação.

A medição indireta da espessura do tecido adiposo subcutâneo se baseia em alguns pressupostos: a) a dobra cutânea é uma boa medida da gordura subcutânea, b) a distribuição de gordura subcutânea e interna é igual para todos e c) a soma de dobras pode ser utilizada para estimar a gordura total.

Existem vários modelos de equipamentos para realizar essa medida e podem ser chamados de plicômetros, compasso de dobras ou adipômetros (figuras abaixo).

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Entretanto, para que as medições sejam corretas, alguns cuidados devem ser tomados durante a medição das dobras: a) por protocolo tomar todas as medidas do lado direito do corpo; b) cuidadosamente identificar, medir e marcar o local da dobra cutânea, especialmente tratando-se de um avaliador novato; c) segurar firmemente a dobra cutânea entre o polegar e o indicador da mão esquerda. A dobra é destacada 1 cm acima do local a ser medido; d) destacar a dobra, colocando o polegar e o indicador a uma distância de 8 cm, em uma linha perpendicular ao eixo longo da dobra. O eixo longo é paralelo em relação às linhas naturais da pele. Entretanto, para indivíduos com dobras cutâneas extremamente grandes, o polegar e o indicador precisarão se separar por mais de 8 cm para que se consiga destacá-la; e) manter a dobra pressionada enquanto a medida é realizada; f) colocar as hastes do adipômetro perpendiculares à dobra, aproximadamente 1 cm abaixo do polegar o do indicador, e soltar pressão das hastes lentamente g) tomar as medições das dobras 2 segundos após a pressão ter sido aplicada; h) afastar as hastes do adipômetro para remove-lo do local. Fechar as hastes lentamente para prevenir danos ou perda de calibragem

As descrições abaixo indicam a correta determinação dos pontos anatômicos e o correto posicionamento do compasso para medição das dobras cutâneas. Algumas das dobras abaixo pode possuir mais de uma forma de determinar sua localização, geralmente a partir de outros referenciais anatômicos. SUBESCAPULAR: Dobra ao longo da linha natural da pele, logo abaixo do ângulo inferior da escápula com o apidômetro aplicado a 1 cm abaixo dos dedos TRICIPITAL: Destacada no ponto médio entre o processo acromial e o processo do olécrano da ulna BICIPITAL: Destacada sobre o ventre do bíceps ao nível da marcação para o tríceps. PEITORAL: Dobra destacada entre a prega axilar anterior e o mamilo, medida 1 cm abaixo dos dedos AXILAR MÉDIA: Destacada na linha média axilar ao nível da junção xifo-esternal SUPRAILÍACA: Destacada posteriormente à linha à linha média axilar e sobre a crista ilíaca, ao longo da linha natural da pele ABDOMINAL: Dobra destadada a 3 cm lateral mente e 1 cm abaixo da cicatriz umbilical (vertical ou horizontal) COXA MEDIAL: Ponto média entre a linha inguinal e a borda proximal da patela. O peso do corpo é transferido para o pé esquerdo PANTURRILHA: Destacada ao nível da circunferência máxima da panturrilha, no aspecto medial, com o joelho flexionado a 90º.

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3.4.1. Fórmulas Para Predição do Percentual de Gordura à Partir das Dobras Cutâneas

3.4.1.1. Pollock (3 dobras)

Dobras = Tríceps + Supra-ilíaca + Coxa (Colocar a idade em anos) Fórmula: ((4,95/Densidade Corporal)-4,5)x100 Densidade Corporal Feminina: (1,0994921-(0,0009929 x Dobras))+(0,0000023 x (Dobras)2)-(0,0001393 x idade) Densidade Corporal Masculina: (1,10938-(0,0008267 x Dobras))+ (0,0000016 x (Dobras)2)-(0,0002574 x idade)

3.4.1.2. Faulkner (4 dobras) Dobras = Tríceps + Subescapular + Supra-ilíaca + Abdominal Fórmula: (Dobras) x 0,153 + 5,783

3.4.1.3. Siri e Brozeck (4 dobras) Dobras utilizadas = Tríceps + Subescapular + Abdominal + Coxa (Colocar a idade em anos) Fórmula Feminina: (0,29669 x Dobras) – (0,00043 x Dobras2) + (0,02963 x idade) + 1,4072 Fórmula Masculina: (0,29288 x Dobras) – (0,0005 x Dobras2) + (0,15845 x idade) – 5,76377

3.4.1.4. Yuhanz (6 dobras) Dobras utilizadas = Tríceps + Subescapular + Supra-ilíaca + Abdominal + Peito + Coxa Fórmula Feminina: (4,56 + Dobras) x 0,143 Fórmula Masculina: (3,64 + Dobras) x 0,097

3.4.1.5. Pollock 7 dobras Dobras utilizadas = Tríceps + Subescapular + Supra-ilíaca + Abdominal + Axilar Média + Peito + Coxa Fórmula: ((4,95/Densidade Corporal)-4,5)x100 Densidade Corporal Feminina: (1,097-(0,0004697 x Dobras))+(0,00000056 x (Dobras)2-(0,00012828 x idade) Densidade Corporal Masculina: (1,112-(0,00043499 x Dobras)) + (0,00000055 x (Dobras)2-(0,00012882 x idade)

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3.5. Pesagem Hidrostática

O termo densitometria refere-se ao procedimento de se estimar a composição corporal através da densidade corporal. A densidade do corpo humano (Dc) como em qualquer material é equivalente à razão de sua massa e volume:

Dc=Massa / Volume.

3.6. Bioimpedância

A bioimpedância baseia-se na analise da estimativa da composição corporal através da condutibilidade e da resistência promovida pelos diversos tecidos corporais a variação da freqüência da corrente elétrica.

O formato do corpo humano assemelha-se a um cilindro com comprimento e área de secção transversal uniformes. Partindo do pressuposto que o corpo seja um cilindro perfeito, o fluxo de corrente através do corpo é diretamente proporcional ao comprimento do condutor e inversamente proporcional a sua secção transversal.

Tecidos que contenha mais água e eletrólitos como o fluido cérebro-espinhal, sangue, músculos, são altos condutores elétricos, contudo gordura, ossos, e o ar que preenche alguns espaços do corpo (pulmão) são de alta resistência à corrente elétrica.

A condutibilidade dos tecidos biológicos é praticamente iônica, ou seja, as cargas elétricas são transferidas pela ionização dos sais, bases, ácidos dissolvidos

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no fluido corporal. Portanto a condutibilidade biológica é diretamente proporcional a quantidade do volume de fluido corporal.

Cuidados para a realização da medição da composição corporal utilizando técnica de bioimpedância: a) Manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem o teste; b) Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste; c) Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste; d) Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste; e) Não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste; f) Permanecer, pelo menos, 5 a 10 minutos deitado em decúbito dorsal, em total repouso antes da execução do teste.

(Heyward & Stolarczyk, 2000; Costa, 2001)

Vantagens da utilização da bioimpedância na determinação da composição corporal: a) Não requer um alto grau de habilidade do avaliador; b) É confortável e não-invasiva; c) Pode ser utilizada na avaliação da composição corporal de indivíduos obesos; d) Possui equações específicas a diferentes grupos populacionais;

(Heyward & Stolarczyk, 2000; Costa, 2001)

Desvantagens da utilização da bioimpedância na determinação da composição corporal: a) Depende de grande colaboração por parte do avaliado; b) Apresenta custo mais elevado que a outras técnicas duplamente indiretas; c) É altamente influenciado pelo estado de hidratação do avaliado; d) Nem sempre os equipamentos dispõem das equações adequadas aos indivíduos que pretendemos avaliar;

(Heyward & Stolarczyk, 2000; Costa, 2001)  

4. Avaliação da Capacidade Flexível

4.1. Flexiteste proposto por Pável e Araújo

Sem realizar aquecimento, execute o protocolo procurando avaliar a

flexibilidade articular, de forma passiva máxima, através de 08 movimentos, no lado direito do corpo, nas articulações do quadril, tronco e ombro, onde o avaliador deve movimentar o segmento avaliado até o seu limite, comparando-o seguidamente o grau de amplitude de movimento ao gabarito de avaliação, dando

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o conceito relativo ao movimento que mais se aproxima do gabarito. Cada movimento é retratado em gradações que variam de 0 a 4, perfazendo um total de cinco valores possíveis de classificação. Somente números inteiros podem ser atribuídos aos resultados, de forma que as amplitudes de movimentos intermediários entre duas gradações são sempre consideradas pelo valor inferior.

Recomenda-se que os movimentos sejam feitos lentamente a partir da posição demonstrada no desenho (usualmente 0), indo até o ponto de aparecimento de dor ou grande restrição mecânica do movimento. Obs: a seguir temos uma breve descrição dos movimentos articulares do flexiteste adaptado.

4.1.1. Flexão do Quadril Avaliado: deitado em decúbito dorsal, com os braços colocados naturalmente acima da cabeça, perna esquerda estendida e direita flexionada, tentando colocar a coxa sobre o tórax. Avaliador: em pé, usando sua mão direita para manter o joelho esquerdo do avaliado estendido e com a mão esquerda colocada no terço proximal anterior da perna direita. Executando a flexão do quadril direito do avaliado. Observação: em alguns casos pode ser necessário que o avaliador se aproveite do peso do seu corpo para conseguir a amplitude máxima do movimento, usando para isso as duas mãos sobre a perna direita do avaliado e o seu joelho direito para manter a perna esquerda do avaliado estendida. Para alcançar as amplitudes correspondentes aos valores 3 e 4 é preciso executar uma pequena abdução do quadril do avaliado. É muito importante evitar que haja rotação do quadril, o que pode ser detectado pela perda de contato entre a nádega esquerda e o solo.

4.1.2. Extensão do quadril Avaliado: deitado em decúbito ventral, com os braços estendidos naturalmente à frente do corpo e com o joelho direito fletido. Avaliador: posicionado lateralmente ao avaliado, agachado ou ajoelhado executando a extensão do quadril direito do mesmo, colocando sua mão esquerda por baixo do joelho direito, e a direita de modo a empurrar a crista ilíaca direita do avaliado contra o solo. Observação: a parte mais difícil deste movimento é manter a espinha antero-superior da crista ilíaca em contato com o solo. Não se considera a posição do pé no julgamento. É útil pedir ao avaliado que inicie o movimento, o que diminui a necessidade de emprego de força por parte do avaliado.

4.1.3. Abdução do quadril Avaliado: deitado em decúbito lateral esquerdo, mantendo os braços estendidos naturalmente acima da cabeça. A perna esquerda deve estar totalmente estendida semi-fletida, fazendo um ângulo reto entre a coxa e a perna, mantendo ainda o pé em uma posição natural. Avaliador: ajoelhado, tendo o corpo do avaliado entre suas pernas, executando o movimento de abdução do quadril direito. A sua mão direita é colocada na parte distal da perna e a esquerda indiferentemente no terço distal da coxa ou no terço proximal da perna direita do avaliado. Observação: para alcançar os valores 3 e 4 é preciso que o avaliador recline um pouco o seu tronco, de modo a não limitar a a amplitude. É muito importante não permitir qualquer rotação do quadril neste movimento. O ângulo reto entre o tronco e a coxa direita corresponde ao valor 3.

4.1.4. Flexão do tronco Avaliado: deitado em decúbito dorsal, com os quadris encostados a uma parede e as pernas completamente estendidas, assumindo uma ângulo reto com o tronco. As mãos devem estar entrelaçadas na altura da nuca.

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Avaliador: ajoelhado por trás do avaliado, com suas mãos nas suas costas, executando a flexão do tronco. Observação: é conveniente que o avaliado inicie o movimento, de modo a diminuir o emprego de força pelo avaliador. Também é melhor o avaliador colocar suas mãos supinadas na região escapular e no oco axilar do avaliado. E extremamente importante encostar bem as nádegas na parede, assim como evitar a flexão dos joelhos. Quando apenas deslocar-se do solo a coluna cervical temos o valor 1; para a lombar 3 e com a superposição completa entre tórax e coxas, 4. no caso em que o avaliado sequer assuma a posição inicial, atribuímos o valor 0.

4.1.5. Flexão lateral do tronco Avaliado: deitado em decúbito ventral, com ambas as pernas estendidas e as mãos entrelaçadas na nuca. Avaliador: a mesma do movimento anterior, exceto que para facilitar a flexão é desejável que sua mão direita seja colocada no braço direito do avaliado. Observação: tal como nos outros movimentos do tronco o avaliado deverá iniciar o movimento. É também válido orientar-se pela linha da coluna quando executar o movimento de indivíduos com as costas descobertas. O movimento deverá ser realizado sem que o avaliado execute simultaneamente uma extensão da coluna, isto é, mantendo o tórax rente ao solo.

4.1.6. Extensão + Adução posterior do ombro Avaliado: deitado em decúbito ventral, com as pernas estendidas e os braços abduzidos e estendidos, com as palmas das mãos voltadas para o solo. Avaliador: a mesma do movimento anterior, segurando com suas mãos as palmas das mãos do avaliado e executando o movimento. Observação: quando existe um ângulo reto entre os braços e o corpo do avaliado, temos o valor 2. quando há superposição dos punhos, 3 de cotovelos, 4.

4.1.7. Adução posterior à partir da abdução de 180° no ombro

Avaliado: em pé, com o tórax colocado contra uma parede e o braço direito em adução posterior a partir da abdução de 180° no ombro. Avaliador: em pé, atrás do avaliado, apoiando o tórax deste contra a parede com sua mão esquerda e executando o movimento com a direita. Observação: quando o braço direito do avaliado está paralelo ao eixo longitudinal do seu corpo temos o valor 1, e quando o cotovelo direito se encontra sobre a linha mediana do corpo, o valor 2.

4.1.8. Extensão posterior do ombro Avaliado: a mesma do movimento extensão+adução posterior do ombro, mas os braços não são abduzidos. Avaliador: a mesma do movimento extensão+adução posterior do ombro, podendo segurar as mãos ou o terço distal dos antebraços do avaliado. Observação: para iniciar o movimento o avaliador deve assumir a posição equivalente ao zero, com os braços do avaliado sem qualquer abdução. É aconselhável realizar este movimento de modo especialmente lento, reduzindo assim o risco de luxação acidental.

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4.1.9. Normas de classificação Pontuação Classificação

< 09 Nível de flexibilidade, muito pequeno (ancilose)

09 - 12 Nível de flexibilidade, pequeno

13 - 16 Nível de flexibilidade, médio negativo

17 - 20 Nível de flexibilidade, médio positivo

21 - 24 Nível de flexibilidade, grande

> 24 Nível de flexibilidade, muito grande (hipermobilidade)

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4.2. Teste de Thomaz (artigo SARRAF et al.)

MÉTODO DE QUANTIFICAÇÃO EM GRAUS PARA PROVAS SUBJETIVAS DE

ENCURTAMENTOS MÚSCULARES DOS FLEXORES DO QUADRIL UNI E BIARTICULARES

Thiago Augusto Sarraf, Valério Henrique Dezan, Julimar Luis Pereira, André Rodacki Universidade Federal do Paraná/Departamento de Educação Física do Setor de Ciências Biológicas RESUMO O encurtamento dos músculos dos flexores de quadril pode resultar emdesordens na coluna e lombalgias. A verificação deste se torna fundamental para intervenções preventivas ou prognóstico da terapia. Este estudo possui a finalidade de desenvolver uma metodologia para quantificar de modo objetivo o comprimento muscular dos flexores de quadril uni e bi articulares. Por meio de fotometria durante o teste de Thomas quantificou-se em graus o comprimento muscular dos flexores e quadril uni e biarticulares. O comprimento dos músculos neste estudo foram quantificados em graus através da ferramenta “dimensão angular” do programa Corel Draw 9. Através da metodologia apresentada neste estudo, foi proposta uma avaliação mais apurada do comprimento muscular dos flexores de quadril. Palavras-chave: Flexores do quadril; Encurtamentos musculares; Postura; Fotometria. INTRODUÇÃO A postura física resulta da interação de todas as articulações do corpo (Kendall et al, 1995), associada com atitudes psicológicas, culturais e ambientais (Rasch, 1989). Uma postura eficiente se caracteriza por um estado de equilíbrio dos seguimentos corporais, refletindo em uma quantidade mínima de esforço com uma máxima sustentação (McGraw,1952). O encurtamento muscular dos flexores de quadril uni e/ou bi articulares podem resultar em alterações nas curvaturas

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fisiológicas da coluna vertebral, implicando em uma postura defeituosa (Kendall et al, 1995), conduzindo a sérios prejuízos para a saúde destes indivíduos (Pollock & Willmore, 1993). Este estudo possui a finalidade de desenvolver uma metodologia para quantificar de modo objetivo o comprimento muscular dos flexores de quadril uni e bi articulares. MATERIAIS Para a demarcação dos pontos anatômicos especificados foram utilizadas etiquetas brancas autoadesivas redondas de 13 mm de diâmetro. As fotos foram realizadas a partir de uma câmera digital OLYMPUS CAMEDIA MASTER, de 1,3 milhões de pixels. Foi empregado um flexímetro, (instrumento que fixado ao corpo, quantifica em graus a mobilidade de uma articulação) para verificação da perna não avaliada. MÉTODOS Foram posicionadas sobre a pele dos indivíduos etiquetas em oito pontos anatômicos empregados para aferição a partir de um goniômetro, em pontos anatômicos, citados para aferição utilizando-se de um goniômetro: duas sobre os trocanteres maiores do fêmur: duas sobre os epicôndilos medial e lateral do fêmur e duas sobre os maléolos laterais do tornozelo (Noekin, 1997). Os indivíduos devem estar vestidos de forma que se obtenha a visualização das etiquetas. O avaliado deve deitar-se em posição de decúbito dorsal sobre a mesa, com a região da coxa posterior tocando a mesa e os joelhos exatamente na borda desta, caracterizando a posição inicial (PI). Deve-se posicionar um flexímetro (Achour Jr., 1997) na coxa não avaliada, para quantificar a angulação da flexão do quadril com o joelho fletido. O indivíduo deve trazer a coxa não avaliada em direção ao tronco com o joelho fletido, em 125 graus, mantendo a coxa avaliada em repouso, caracterizando como posição final (PF). Segundo Kendall (1995), 125º representa a flexão normal do quadril com os joelhos fletidos, sendo verificado encurtamentos musculares de flexores de quadril caso ocorra algum tipo de compensação na perna oposta. A câmera foi posicionada na altura do plano onde se encontra em decúbito dorsal o indivíduo, e a uma distância de 1,75 m, estando o foco principal apontado para o epicôndilo lateral do fêmur da perna avaliada. Foram retiradas fotos na PI e PF. Para a avaliação do comprimento muscular dos flexores do quadril biarticulares (FQB), Kendall (1995), parte da posição anatômica de 180 graus, considerando o comprimento normal no teste de Thomas a angulação de 100° da fle xão de joelho. (Fig. 1). Para a avaliação dos flexores do quadril uniarticares (FQU), definimos a posição anatômica como 0°.

Fig 1 - Indivíduo com comprimento normal dos flexores do quadril

uni e bi-articulares. Nota-se que o flexímetro deve estar a 125 graus. ANÁLISE DOS RESULTADOS ENCONTRADOS Os ângulos foram avaliados a partir do movimento realizado em plano coronal através da ferramenta “dimensão angular” do programa Corel Draw 9. Para o cálculo do ângulo da amplitude de comprimento muscular (ACM) dos músculos FQB, utiliza-se como ponto fixo o epicôndilo lateral do fêmur (ELF). O ângulo formado pelos pontos maléolo lateral (ML) e trocânter femoral (TF) nos fornece a ACM

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destes músculos. O valor do ângulo obtido na PI é subtraído de 100 graus, para verificar se o indivíduo já parte de um possível encurtamento muscular. Subtrai-se do valor angular final 100 graus, para se quantificar o encurtamento muscular dos músculos flexores do quadril bi-articulares. Acaso o resultado da subtração seja positivo, o valor encontrado é a quantidade em graus do encurtamento muscular (fig. 2).

Fig. 2 – O indivíduo mostra uma amplitude de 150 º, que representa um

encurtamento de flexores do quadril biarticular de 50 º. Para o cálculo de comprimento dos músculos FQU, é traçada uma linha perpendicular (LP) a mesa que passando pelo TM, sendo este o eixo do ângulo. O angulação inicial é aquele obtido entre o ELF e a LP na posição inicial. Na posição final se utiliza os mesmos pontos para obtenção do ângulo de encurtamento. A partir do momento que o EL passa acima da LP, somam-se os dois valores encontrados na PI e PF, para fornecer os graus do possível encurtamento muscular dos FQU (fig. 3). Quando o EL não passa pela LP, o valor da PF deve ser subtraído da PI para que se obtenha os graus de encurtamento.

Fig. 3 - Indivíduo com encurtamento de flexores do quadril uni e

biarticularesarticulares da perna direita. Foi quantificado nos flexores de quadril uniarticular um encurtamento de 8º na posição final.

Fig. 4- exemplo da fotometria com indivíduo em posição final,

com flexímetro e demarcações posicionadas. DISCUSSÃO Indivíduos que possuem encurtamentos musculares dos flexores de quadril podem apresentar desordens na coluna, devido as possíveis alterações nas curvaturas fisiológicas, e maior sobrecargas nas estruturas lombares (Pollock & Willmore, 1993). Tradicionalmente para avaliar o comprimento muscular destes músculos, utiliza-se o teste de Thomas, descrito por Kendall (1995). Estas provas consistem

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em um julgamento subjetivo do comprimento muscular em: normal, excessivo ou encurtado(leve, moderado, acentuado), durante a realização de movimentos passivos ou ativos-assistidos, que aumentam a distância entre as origens e inserções dos músculos. Este teste parte do princípio da insuficiência passiva, na qual afirma que os músculos biarticulares limitam sua amplitude articular completa quando são alongados nas duas articulações simultaneamente (lynn Petter, 1996), podendo apenas realizar seu movimento em aproximadamente 80% (Kendall, 1995). Em decorrência deste teste apresentar um caráter subjetivo, pode estar mais sujeito a erros inter e intra-avaliador, além de possuir uma classificação limitada e pouco precisa. CONCLUSÃO Através da metodologia apresentada neste estudo, foi proposta uma avaliação mais apurada do comprimento muscular dos flexores de quadril, possibilitando uma verificação da condição inicial e um o acompanhamento do prognóstico do tratamento ou treinamento de forma mais satisfatória, quando envolvendo estes grupos musculares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACHOUR, A. J. Bases para Exercícios de Alongamento Relacionados com a Saúde e no Desempenho Atlético. Londrina: Midiograf, 1996. ACHOUR, A. J. Avaliando a Flexibilidade: Fleximeter. Londrina: Midiograf, 1997. ALTER, M. J. Science of flexibility. United States of America: Human Kinetics, 1996 HOPPENFELD, S. Propedêutica Ortopédica: Coluna e Extremidades. São Paulo: Atheneu, 1999. KENDALL, F. P.; McCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G. Músculos Provas e Funções. São Paulo: Manole, 1995. POLLOCK M. L.; WILMORE J. H. Exercício na Saúde e na Doença: Avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. Rio de Janeiro: Medsi, 1993. RASCH, F. J. Cinesiologia e Anatomia Aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. NOEKIN, C.C., WHITE, D. J. Medida do movimento articular. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

 

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4.3. Banco de Wells Objetivo Medir a flexibilidade do quadril, dorso e músculos posteriores dos membros inferiores. O teste pode ser aplicado em pessoas de 6 anos até a idade universitária (ao redor dos 35 anos), de ambos os sexos. Protocolo Não existe aquecimento prévio ao teste. Assumir a posição sentada, pés afastados na largura do quadril, joelhos completamente estendidos. Os pés devem estar apoiados completamente no banco e o banco apoiado em sua extremidade posterior em uma parede para não haver nenhum tipo de movimentação. Com um movimento único, lento e contínuo, estender os braços sobre a cabeça e em seguida sobre a régua na parte superior do banco até o ponto máximo alcançado. A posição deve ser sustentada por um período de 2 segundos. O indivíduo tem 3 tentativas e é computado o maior valor alcançado.

Idade-Anos 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 Sexo M/F M/F M/F M/F M/F M/F Excelente >39 >43 >40 >41 >38 >41 >35 >38 >35 >39 >33 >35 Ac. media 34-38

38-42 34-39 37-40

33-37 36-40

29-34 34-37

28-34 33-38

25-32 31-34

Média 29-33 34-37

30-33 33-36

28-32 32-35

24-28 30-33

24-27 30-32

20-24 27-30

Ba. média 24-28 29-33

25-29 28-32

23-27 27-31

18-23 25-29

16-23 25-29

15-19 23-26

Ruim <23 >28 <24 <27 <22 <26 <17 <24 <15 <24 <14 <23

5. Avaliação da Potência Muscular  

5.1. Impulsão Vertical Objetivo Mensurar a potência de explosão (potência anaeróbia de pico) dos membros inferiores. Características fisiológicas: teste anaeróbio alático (predomínio do metabolismo anaeróbio alático). Recrutamento de fibras rápidas. Protocolo Determinar a massa corporal do avaliado; Aquecimentos com duração de 3 a 5 minutos; Determinação da posição de salto a ser utilizada; Passar giz nos dedos e anotar a altura máxima alcançada pela mão com os calcanhares no solo; Saltar e tocar os dedos na parede milimetrada; São permitidas 3 repetições do salto (respeitando a posição escolhida); O maior salto é anotado como sendo a impulsão vertical (IV). Cálculos Potência anaeróbia A potência pode ser determinada através do cálculo abaixo: PAn (W) = 21,67.MC kg . IV(m)

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Classificação: Percentil 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Masculino 9-11 anos 40.64 38.10 35.56 30.48 27.94 25.40 22.86 17.78 10.16 5.08

12-14 anos 50.80 45.72 43.18 40.64 35.56 33.02 27.94 22.86 12.70 5.08 15-17 anos 63.50 60.96 58.42 53.34 48.26 40.64 30.48 20.32 12.70 5.08 18-34 anos 66.04 63.50 60.96 58.42 48.26 40.64 33.02 22.86 20.32 5.08

Feminino 9-11 anos 40.64 38.10 35.56 30.48 27.94 25.40 22.86 17.78 10.16 5.08

12-14 anos 40.64 38.10 35.56 33.02 30.48 27.94 25.40 20.32 10.16 5.08 15-17 anos 43.18 40.64 38.10 35.56 33.02 27.94 20.32 15.24 7.62 5.08 18-34 anos 35.56 33.02 33.02 30.48 25.40 20.32 15.24 10.16 5.08 2.54

5.2. Impulsão Horizontal

Objetivo Avaliação da potência anaeróbica (sistema ATP-PC) de MMII. Protocolo Salto realizado em terreno plano, a partir de uma linha pré-demarcada, sendo permitido o livre balanço dos MMSS. Classificação (Rocha e Caldas, 1978) Classificação Resultados Fraco <2,30m Regular 2,30 – 2,49 Bom 2,49 – 2,69 Muito Bom 2,70 – 2,89 Excelente > 2,89 Classificação (Lancetta, 1978) Sexo Idade Excelente M.Bom Bom Regular Fraco M 11-12 2,10 + 2,09-2,00 1,99-1,90 1,89-1,80 1,79- M 13-14 2,46+ 2,45-2,32 2,31-2,21 2,20-2,07 2,06- M 15-16 2,71+ 2,70-2,57 2,56-2,43 2,42-2,29 2,28- F 11-12 2,02+ 2,01-1,94 1,93-1,86 1,85-1,78 1,77- F 13-14 2,06+ 2,07-1,96 1,95-1,88 1,87-1,83 1,82- F 15-16 2,23+ 2,12-2,06 2,05-1,99 1,98-1,92 1,91-

5.3. Arremesso de Medicine Ball Objetivo Avaliação da potência anaeróbica (sistema ATP-PC) de MMSS. Protocolo Sentado em uma cadeira, com as costas presas no encosto por meio de uma corda, efetuar o lançamento de uma bola de 3kg apenas usando a força dos braços. Marcar a distância do primeiro toque da bola no solo. Classificação (Johnson e Nelson, 1979)

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Sexo Masculino Sexo Feminino Resultados (cm) Nível de Performance Resultados (cm) 763+ Avançado 428+ 611-762 Intermediário Avançado 367-427 367-610 Intermediário 214-366 275-366 Iniciante avançado 123-213 274- Iniciante 122-

6. Determinação do Limiar Anaeróbico

6.1. RAST O teste anaeróbio de corrida de velocidade de distância curta (RAST) foi

desenvolvido na Universidade de Wolverhampton ( Reino Unido) para testar o desempenho anaeróbio de atletas. O RAST é semelhante ao Wingate (teste anaeróbio de 30 segundos no ciclo ergômetro (WANT). O teste proporciona aos treinadores medidas de potência e índice de fadiga. O teste de Wingate é mais específico para ciclistas enquanto que o RAST é um teste que pode ser usado com atletas de várias modalidades de corridas. Inicialmente deve-se pesar o indivíduo antes do teste. Empreende um aquecimento de 10 minutos antes da sessão, com 5 minutos de recuperação. O teste compreende 6 (seis) corridas máximas de 35 (trinta e cinco) com 10 segundos de recuperação entre cada corrida. Deve-se registrar o tempo em segundos para cada tiro de 35 metros de corrida. A potência produzida para corrida de curta distância é calculada utilizando as seguintes equações: Velocidade: distância / tempo Aceleração: velocidade / tempo Força: peso x aceleração Potência : força x velocidade ou Potência : peso x distancia m 2 / tempo 3 onde tempo (3): tempo x tempo x tempo O calculo da potência das seis corridas é então determinado: Potência máxima: o valor mais alto Potência mínima: o valor mais baixo Potência média: soma de todos os seis valores de potência , dividido por 6 Índice de fadiga: (potência máxima – mínima ) / tempo total para as 6 corridas

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EXEMPLO Peso de atleta: 76 quilogramas Corridas de curta distância tempo (seg) Potência (watts) 1 4.52 1008 2 4.75 869 3 4.92 782 4 5.21 658 5 5.21 658 6 5.62 525 Potência máxima: 1008 watts Potência mínima: 525 watts Potência média: 736 watts Índice de fadiga: (1008 – 525) = (483 / 30.48) = 15.8 watts / segundos

Potência máxima É uma medida da potência mais alta produzida e provê informação sobre força máxima de corrida em velocidade. As pesquisas variam de 1054 watts a 676 watts.

Potência mínima É a mais baixa produção de potência alcançada e é usado para calcular o índice de fadiga. As pesquisas variam de 674 watts a 319 watts.

Potência média Dá indicação da habilidade do atleta para manter potência com o passar do tempo. Quanto mais alto a contagem, melhor a habilidade do atleta em manter desempenho anaeróbio.

Índice de fadiga Indica a taxa de declínios da potência para o atleta. Quanto mais baixo o valor, mais alta é a habilidade do atleta manter desempenho anaeróbio. Com um valor de índice de fadiga alto o atleta pode precisar treinar a tolerância ao lactato.

6.2. Conconi

Fenômeno fisiológico descoberto pelo médico fisiologista Dr Francesco Conconi (1980). Este percebeu que, dentro de um exercício progressivo, os incrementos da freqüência cardíaca cresciam linearmente até um certo ponto, depois disso havia uma deflexão desta linearidade. Este ponto foi denominado Ponto de Deflexão da Frequência Cardíaca (PDFC), sendo originalmente correlacionado com o limiar de lactato (Conconi et al., 1980). Atualmente a maioria dos estudos preferem correlacioná-lo ao Máximo Lactato de Fase Estável (MSSLac) (RIBEIRO, 1985).

Este teste tem por objetivo determinar o PDFC e, consequentemente, estimar indiretamente o MSSLac.

Tem como característica fisiológica o metabolismo predominantemente aeróbio, sendo um teste de esforço máximo.

Para administração do teste é necessária uma pista de 400m ou esteira ergométrica. O avaliado deve ser instruído a percorrer várias voltas de 400m até a

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fadiga. A velocidade é aumentada em 0,5 km/h a cada 200m ou 400m. Costuma-se optar por 400m para facilitar o controle do avaliador na tomada de tempo de cada volta (Tabela 1). No caso da esteira ergométrica, a velocidade pode ser aumentada a cada 200m ou 400m.

Tabela 1 – Tempo correspondente a cada incremento de velocidade por volta

e distância acumulada. (teste iniciado em 12km/h).

Voltas Vel (Km/h) Duração de cada volta (min) Dist

Acumulada

1 12 2,00 ou 2'00" (60” 200m 30” 100m) 400

2 12,5 1,92 ou 1'55" (57” 200m 28,5” 100m) 800

4 13,5 1,78 ou 1'47" (53” 200m 26,5” 100m) 1600

5 14 1,71 ou 1'42" (51” 200m 25,5” 100m) 2000

6 14,5 1,66 ou 1'39" (49” 200m 24,5” 100m) 2400

7 15 1,60 ou 1'36" (48” 200m 24” 100m) 2800

8 15,5 1,55 ou 1'33" (46” 200m 23” 100m) 3200

9 16 1,50 ou 1'30" (45” 200m 22,5” 100m) 3600

10 16,5 1,45 ou 1'27" (43” 200m 21,5” 100m) 4000

11 17 1,41 ou 1'24" (42” 200m 21” 100m) 4400

12 17,5 1,37 ou 1'22" (41” 200m 20,5” 100m) 4800

13 18 1,33 ou 1'20" (40” 200m 20” 100m) 5200

14 18,5 1,30 ou 1'18" (39” 200m 19,5” 100m) 5600

15 19 1,26 ou 1'15" (37” 200m 18,5” 100m) 6000

A Freqüência cardíaca deve ser tomada durante todo o teste, os valores

considerados para o cálculo devem ser recordados nos últimos 50m de cada volta ou nos últimos 15 segundos de cada estágio (calculando-se a média de cada período).

Os valores devem ser plotados num gráfico onde no eixo das abscissas fica estabelecida a velocidade e no das ordenadas a freqüência cardíaca (Figura 1). O ponto onde a FC tender a não aumentar na mesma taxa da velocidade é denominado PDFC.

Figura 1– Método visual de detecção do PDFC.

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7. 1-RM  

7.1. 1-RM Carga Máxima

O objetivo do teste de 1RM é determinar a carga máxima possível para a execução de uma repetição completa de determinado exercício em suas duas fases (excêntrica e concêntrica). Existe certa polêmica quanto a aplicação do teste, pois ele gera um grande estresse muscular localizado e somente deve ser aplicado em pessoas adaptadas ao treinamento de força ou que pelo menos passaram por um período de adaptação a este tipo de exercício. Protocolo

O exercício onde a força muscular será avaliada deve ser escolhido. O indivíduo realiza inicialmente um aquecimento geral, de preferência com exercícios aeróbicos, por um período de 5 a 10 minutos. Esse aquecimento não precisa ser necessariamente envolver o grupo muscular que será avaliado. Logo após o aquecimento inicial, o indivíduo deve realizar um aquecimento localizado, no exercício onde será efetuada a avaliação posterior. A carga utilizada nas séries de aquecimentos (2 ou 3) não deve ultrapassar 50% da carga que será inicialmente utilizada na primeira tentativa do teste.

Após o aquecimento específico, o indivíduo terá 3 tentativas para a determinação da carga máxima, sendo que cada tentativa deverá respeitar um intervalo de pelo menos 5 minutos para a recuperação das reservas de ATP necessárias para a realização da atividade.

Na tentativa valida, o individuo deve conseguir executar uma repetição completa, lenta, sem ajuda e numa grande amplitude articular. Caso o indivíduo consiga realizar 2 ou mais repetições, o teste deve ser imediatamente interrompido e uma nova carga colocada para a próxima tentativa. Caso uma repetição completa não seja executada, o mesmo procedimento deverá ser tomado.

Caso após as 3 tentativas o valor de 1RM não consiga ser determinado (ex.: nas três tentativas o sujeito executou 2 repetições) um intervalo de pelo menos 48hs deve ser observado para uma nova realização do teste.

7.2. 1-RM Predição Por Repetições

Além do teste de 1RM, existe outra forma de determinar qual a carga máxima (agora de forma teórica) para a execução de determinado movimento. Esse teste pode ser utilizado em ocasiões onde a força máxima não pode ser realizada (ex.: lesões, idade avançada, equipamento com pouca resistência ou mesmo opção do avaliador). Neste teste, o indivíduo realiza um número maior de repetições (entre 2 e 10) e a partir de uma tabela ou fórmula se determina qual seria a carga teórica para a execução de uma única repetição. O protocolo segue as mesmas recomendações do protocolo de 1RM, com a ressalva de que pelo menos 2 e no máximo 10 repetições sejam executadas neste teste. Fórmula de Bryzick: 1RM = 100 x CARGA / (102,78 – (2,78 x REPETIÇÕES))

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8. RML: Resistência Muscular Localizada  

8.1. Teste de RML de membros superiores Uma das opções de testes de para a mensuração da RML nos membros superiores é o teste de flexão de braço. Em decúbito ventral, com os joelhos e o quadril extendidos (o tronco, coxa e perna devem formar uma linha reta), apoiado sobre as mãos espalmadas e afastadas a uma distancia um pouco maior que a largura dos ombros, o indivíduo deve flexionar o cotovelo até tocar o ponto de referência no solo e voltar a estender completamente o cotovelo. O ponto de referencia é a mão do avaliador fechada e apoiada logo abaixo do avaliado, de modo que no momento da descida o esterno do avaliado toque este ponto. O sujeito avaliado deverá realizar o maior número de repetições no intervalo de tempo de 60 segundos.

Teste de Resistência Muscular Localizada – Flexão de Braço

Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H., 1993

CLASSIFICAÇÃO PARA HOMENS (número de repetições por minuto) Idade Excelente Acima da Média Média Abaixo da

Média Fraco 15 - 19 + 39 29 a 38 23 a 28 18 a 22 - 17 20 - 29 + 36 29 a 35 22 a 28 17 a 21 - 16 30 - 39 + 30 22 a 29 17 a 21 12 a 16 - 11 40 - 49 + 22 17 a 21 13 a 16 10 a 12 - 09 50 - 59 + 21 13 a 20 10 a 12 07 a 09 - 06 60 - 69 + 18 11 a 17 08 a 10 05 a 07 - 04

CLASSIFICAÇÃO PARA MULHERES (número de repetições por minuto) Idade Excelente Acima da Média Média Abaixo da

Média Fraco

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15 - 19 + 33 25 a 32 18 a 24 12 a 17 - 11 20 - 29 + 30 21 a 29 15 a 20 10 a 14 - 09 30 - 39 + 27 20 a 26 13 a 19 08 a 12 - 07 40 - 49 + 24 15 a 23 11 a 14 05 a 10 - 04 50 - 59 + 21 11 a 22 07 a 10 02 a 06 - 01 60 - 69 +17 12 a 16 05 a 11 02 a 04 - 01

8.2. Teste de RML dos Músculos do Tronco

Para a avaliação da RML dos músculos do tronco, é possível a realização de um teste de número máximos de abdominais realizados por minuto. Em decúbito dorsal, sobre um colchonete, com o dorso completamente apoiado, a cintura escapular tocando o solo, os pés afastados na largura do quadril e os joelhos flexionados a pelo menos 90º, o indivíduo deve realizar o maior número possível de flexões do quadril no intervalo de tempo de 60 segundos. Os braços devem estar posicionados cruzados sobre o peito do avaliado. As repetições são consideradas válidas quando no início do movimento a cintura escapular toca completamente o solo e no final do movimento os braços cruzados sobre o peito tocam as coxas. Os braços não podem em momento algum se afastar do peito. O avaliador pode apoiar os pés do sujeito avaliado como forma de facilitar o movimento.

Teste de Resistência Muscular Localizada – Abdominal

Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H., 1993

CLASSIFICAÇÃO PARA HOMENS (número de repetições por minuto) Idade Excelente Acima da Média Média Abaixo da

Média Fraco 15 - 19 + 48 42 a 47 38 a 41 33 a 37 - 32 20 - 29 + 43 37 a 42 33 a 36 29 a 32 - 28 30 - 39 + 36 31 a 35 27 a 30 22 a 26 - 21 40 - 49 + 31 26 a 30 22 a 25 17 a 21 - 16 50 - 59 + 26 22 a 25 18 a 21 13 a 17 - 12 60 - 69 + 23 17 a 22 12 a 16 07 a 11 - 06

CLASSIFICAÇÃO PARA MULHERES (número de repetições por minuto) Idade Excelente Acima da Média Média Abaixo da

Média Fraco 15 - 19 + 42 36 a 41 32 a 35 27 a 31 - 26 20 - 29 + 36 31 a 35 25 a 30 21 a 24 - 20 30 - 39 + 29 24 a 28 20 a 23 15 a 19 - 14 40 - 49 + 25 20 a 24 15 a 19 07 a 14 - 06 50 - 59 + 19 12 a 18 05 a 11 03 a 04 - 02 60 - 69 + 16 12 a 15 04 a 11 02 a 03 - 01    

9. Testes para medir a agilidade  

9.1. Teste do Passo Lateral – Side Step (Johnson e Nelson, 1979)

Objetivo: medir a rapidez de execução e a mudança de direção em movimentos executados lateralmente.

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População: Aplicável a homens e mulheres, dos 10 aos 35 anos. Material: Quadra poliesportiva, fita adesiva e cronometro. Metodologia: São demarcadas 3 linhas paralelas com distância de 30 cm entre elas. O sujeito se mantém em pé sobre a linha central. Ao iniciar o teste, ele salta com os pé unidos para uma das linhas laterais, por exemplo a direita (os pés devem tocar ou ultrapassar a linha), então ele volta à saltar a linha central e logo após para a outra linha lateral, neste caso a esquerda. O próximo movimento é o salto novamente a linha central. Neste momento se encerra um ciclo completo. O objetivo é realizar o maior número de ciclos no intervalo de 1 minuto. A tabela abaixo oferece uma classificação.

FRACO RAZOÁVEL MÉDIA BOM EXCELENTE Mulheres 33- 34-37 38-41 42-45 46+ Homens 37- 38-41 42-45 46-49 50+

9.2. Corrida Vai-e-Vem – Shuttle Run (Johnson e Nelson, 1979)

Objetivo: medir a habilidade de correr com mudanças de direção do corpo. População: Aplicável a homens e mulheres, dos 9 aos 35 anos. Material: Quadra poliesportiva, blocos de madeira, fita adesiva e cronometro. Metodologia: Duas linhas são traçadas paralelamente com uma distência de 9,14m entre elas (30pés). O sujeito se coloca atrás da linha inicial. Atrás da outra linha estão colocados dois blocos de madeira medindo 5cm x 5cm x 10cm. Ao sinal, o indivíduo deve se locomover o mais rápido possível até a outra linha, pegar um dos blocos e colocá-lo atrás da linha inicial. O bloco não deve ser jogado no chão, e sim colocado. Então, o indivíduo se desloca novamente até o outro lado e repete a operação. O resultado do teste é o tempo necessário para o transporte dos dois blocos. 9.3. Salto em Quadrante – Quadrant Jump (Johnson

e Nelson, 1979) Objetivo: medir a habilidade de realizar mudanças da posição do corpo através de um salto. População: Aplicável a homens e mulheres, dos 10 aos 35 anos. Material: Quadra poliesportiva, fita adesiva e cronometro. Metodologia: O esquema ao lado e montado em um superfície plana e aderente como uma quadra poliesportiva. Ao início do teste, o sujeito salta por sobre as linhas, seguindo a ordem numérica representada. A cada salto em um quadrante correto é atribuído um ponto. Para cada salto no quadrante incorreto, ou cada vez que o pé tocar uma linha, 0.5 ponto deve ser subtraído. O teste tem duração de 10 segundos.

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9.4. Teste de Agilidade de SEMO – SEMO Agility Test (Johnson e Nelson, 1979) Objetivo: medir a rapidez de execução e a mudança de direção em movimentos executados lateralmente, para frente e para trás. População: Aplicável a homens e mulheres, dos 10 aos 35 anos. Material: Quadra poliesportiva, cones e cronometro. Metodologia: É organizado com cones o esquema abaixo. Quatro cones são separados em uma distância de 12 pés (4m) e 19 pés (6,3m). O objetivo é se deslocar o mais rápido possível pelos cones, em uma ordem pré-determinada. Saindo do ponto inicial, seguir até o cone número 2 e contorná-lo à direita, seguindo até o cone número 3 e contorná-lo novamente à direita. Seguir então até o cone 1 e contorná-lo à direita. Continuar até o cone 4 e então contorná-lo à esquerda, seguindo até o cone 2 e contorná-lo à esquerda até o ponto final do teste. O valor do teste é obtido com o tempo total gasto para realizar a tarefa.  

   

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10. Percepção Subjetiva do Esforço Físico – Escala de Borg

11. Testes de Avaliação da Capacidade Aeróbica

11.1. Teste de Astrand (Bicicleta) Dentre os protocolos submáximos de determinação do V)smáximo, o

proposto pelo Dr. Astrand tem tido preferência pela eficiência e simplicidade de aplicação. A metodologia utilizada inclui a escolha de uma carga inicial de acordo com o sexo, sendo entre 100 e 150 watts para homens e 50 a 100 watts para mulheres. O avaliado deverá pedalar durante 5 minutos em uma velocidade constante de 50 rpm (rotações por minuto) com a carga previamente escolhida. Registra-se a FC no final do minuto 4 e 5. Com esses dois valores calcula-se a FC média. Se houver a possibilidade de utilização de um frequencímetro maior será a precisão do teste. Após a realização do teste, determina-se inicialmente o VO2 da carga pela seguinte fórmula: VO2carga l.min-1 = 0,014 x carga (watts) + 0,129.

O segundo passo é utilizar o valor encontrado para determinar o VO2máximo. As fórmulas são diferenciadas entre homens e mulheres. Homens: VO2máximo (l.min-1) = ((195-(61 x VO2carga))/FCmédia – 61 Mulheres: VO2máximo (l.min-1) = ((198-(72 x VO2carga))/FCmédia – 72

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11.2. Teste de Cooper (Corrida)

O teste de Cooper foi desenvolvido pelo Dr. Kenneth H. Cooper em 1968 para ser usado pelas forças armadas a fim de se verificar o nível de condicionamento cardiorrespiratório. Em sua forma original o objetivo do teste é de correr a maior distância possível no intervalo de tempo de 12 minutos. É necessário que o teste seja realizado em uma pista de atletismo ou em um local onde a distância seja conhecida.

Com o valor da distância percorrida (em metros), aplica-se a fórmula e se determina o VO2máximo (ml/kg/min) = (distância – 504) / 45

11.3. Teste de Harvard (Banco) O protocolo de banco de Harvard se utiliza de um degrau ou banco com

altura pré-determinada e de um movimento ritmado em um certo período de tempo para causar alteração da FC e assim determinar em que faixa de classificação se enquadra o indivíduo participante do teste no que se diz respeito à capacidade aeróbica.

O teste foi validado para indivíduos jovens. A altura do banco é de 50,8cm e a freqüência do movimento deve ser determinada por um metrônomo a 30ppm (passos por minutos). É considerado como passo um movimento completo de subida e descida de ambos os membros inferiores.

Os indivíduos permanecem realizando o teste até o momento onde não seja mais possível acompanhar o ritmo determinado pelo metrônomo. Caso o sujeito consiga permanecer por 5 minutos realizando o teste ele também é encerrado.

Para o calculo da classificação do indivíduo, mede-se a FC durante 30 segundos em três instantes após o término do teste: entre 60 e 90 segundos após o final (medida 1), entre 120 e 150 segundos após o final (medida 2) e entre 180 e 210 segundos após o final do teste (medida 3).

Após as três medições, aplicam-se os resultados encontrados na seguinte

fórmula: !"#$çã!  !"  !"#!"   ! !  !""

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Uma segunda opção de determinação da classificação é realizar uma única medição de 30 segundo entre 60 e 90 segundos após o encerramento do teste e

aplicar a fórmula a seguir: !"#$çã!  !"  !"#!"   ! !  !""!,!  !  !"#$%#&'()  !"#$#%

11.4. Teste de McArdle (Banco)

O protocolo de banco de McArdle segue os mesmos pressupostos do teste de

banco de Harvard. Entretanto diferentes parâmetros são utilizados. A altura utilizada é de 41 cm, a freqüência de subida e descida é diferente entre homens e mulheres, sendo 24ppm para homens e 22ppm para mulheres. O teste tem duração obrigatória de 3 minutos, não podendo ser interrompido previamente.

Após o encerramento do teste, mede-se a FC por 15 segundos e multiplica-se o valor encontrado por 4 para se determinar a FC por minuto. Com o valor encontrado, aplica-se as seguintes fórmulas e determina-se o VO2máximo do indivíduo.

Homens: 111,33 - 0,42 x FCfinal Mulheres: 65,81 – 0,1847 x FCfinal

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11.5. Teste de 1 Milha (1.600m)

O teste de 1 milha (1600m) foi desenvolvido pelo Rockport Walking Institute (1986) para indivíduos com baixa aptidão física. Antes do início do teste deve-se coletar os dados referentes à massa corporal e idade do avaliado. O teste é bastante simples, e é composto por uma caminhada cronometrada por uma distância de 1600m. Ao final do teste, mede-se rapidamente a FC durante 15 segundos e multiplica-se o valor encontrado por 4 para a determinação da frequência cardíaca final. Aplica-se o resultado encontrado na seguinte fórmula: VO2máx (ml/kg/min) = 132,853 – (0,0769 x (PC / 0,454)) – (0,3877 x idade) + (6,3150 x sexo) – (3,2649 x tempo) – (0,1565 x FC) Onde: PC = peso corporal Tempo = Tempo dos 1600m em minutos Idade = Idade em anos Sexo = Masculino 1 e Feminino 0 FC = Frequencia Cardíaca no final do teste