apostila mec. geral1

Upload: lailson

Post on 10-Jul-2015

850 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

PRODU O MEC NICA Alcantaro Corra Presidente da FIESC Srgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antnio Jos Carradore Diretor de Educao e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antnio Dociatti Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC FIESC SENAI Federao das Indstrias do Estado de Santa Catarina Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Santa Catarina PFODUO MECNICA Florianpolis 2004 No pode ser reproduzido, por qualquer meio, sem autorizao por escrito do SENAI DR/SC. Equipe Tcnica: Organizadores: Carlixto J. Fanzner Coordenao: Adriano Fernandes Cardoso Osvair Almeida Matos Roberto Rodrigues de Menezes Junior Produo Grfica: Csar Augusto Lopes Jnior Capa: Csar Augusto Lopes Jnior Solicitao de Apostilas: [email protected] S474p SENAI. SC. Produo Mecnica Florianpolis: SENAI/SC, 2004. 274 p. 1. Produo Mecnica. I. Ttulo. CDU: 371.67 Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Santa Catarina www.sc.senai.br Rodovia Admar Gonzaga, 2765 Itacorubi. CEP 88034-001 - Florianpolis - SC Fone: (048) 231-4290 Fax: (048) 234-5222 SUMRIO 1 Generalidades ............................................................................................................. 6 2 Prtica de Limagem................................................................................................... 13 3 Traagem................................................................................................................... 23 4 Mquinas de Serrar ................................................................................................... 29 5 Furadeiras.................................................................................................................. 33 6 Ferramenta para Roscar............................................................................................ 53 7 Plaina Limadora......................................................................................................... 62 8 Etapas do Aplainamento............................................................................................ 68 9 Alargadores ............................................................................................................... 70 10 Torno Mecnico Horizontal...................................................................................... 83 11 Ferramentas de Corte.............................................................................................. 99 12 Torneamento ......................................................................................................... 110 13 Cabeote Mvel..................................................................................................... 125 14 Torneamento Cnico ............................................................................................. 133 15 Torneamento Interno ............................................................................................. 140 16 Roscar no Torno .................................................................................................... 149 17 Fresadoras............................................................................................................. 156 18 Fresas.................................................................................................................... 159 19 Fresagem............................................................................................................... 163 20 Aparelho Divisor .................................................................................................... 179 21 Fresar Engrenagens Cilndrica com Dentes Retos ............................................... 187 22 Engrenagem Cilndrica de Dentes Helicoidais ...................................................... 190 23 Retificao ............................................................................................................. 197 24 Rebolo ................................................................................................................... 201 25 Retificao Plana................................................................................................... 219 26 Retificao Cilndrica ............................................................................................. 227 27 Defeitos na Retificao e suas Causas ................................................................. 233 28 Afiao de Ferramentas ........................................................................................ 238 29 Usinagem por Eletroeroso ................................................................................... 243 30 Gerador.................................................................................................................. 253 Referncias Bibliogrficas .......................................................................................... 274 SENAI/SC 5 Produo Mecnica 1 GENERALIDADES 1.1 Conceito de Ajuste Ajuste:VriassoasocupaesquetemestapalavraemMecnica.Vejamosalgu- mas delas: Elaborareacabarmanualmenteumapeametlica,segundoformasemedidasfixa- das de antemo, por exemplo, fazer um gabarito, chaveta, etc. Acabar e retocar peas trabalhadas previamente em mquinas. Adaptar duas ou mais peas que devem trabalhar uma dentro da outra. Todotrabalhodeajustecostumaserbastantecomplexo,querdizer,quepararealiz- lo,completamente,deveserexecutadaumasriesucessivaeordenadadeoperaes simples,ouelementareschamados:limagem,traados,corte,furao,serrar,rosque- amento, esmerilhamento, etc. Alimaumaferramentageralmentefabricadacomao-carbonotemperadoecujas faces apresentam dentes cortantes chamados de picado. SENAI/SC 6 Produo Mecnica 1.2 Classificao das limas Essas informaes esto resumidas no quadro a seguir: ClassificaoTipoAplicaes Superfcie planas Superfcies planas internas em ngulo reto ou obtuso Quanto ao formato Quanto a inclinao do picado Quanto quantidade ou espaamentos dos den- tes Quanto ao comprimentoEntre 4 e 12 polegadas (100 a 300 mm) Superfcie planas em ngulo reto, rasgos internos e exter- nos. Superfcies cncavas peque- nos raios Superfcies cncavas e pla- nas Superfcies em ngulo agudo maior que 60 Superfcies em ngulo agudo menor que 60 Materiais metlicos no- ferrosos (alumnio, chumbo) Materiais metlicos ferrosos (aos, ferro fundido) Desbaste (mais que 0.2 mm) Acabamento (menos que 0.2 mm) Varivel, dependendo do tamanho da superfcie a ser limitada Para que as limas tenham uma durabilidade maior, necessrio ter alguns cuidados: Usar as limas novas para limar metais mais macios como lato e bronze. Quando ela perdereficinciaparaocortedessesmateriais,us-laparatrabalharferrofundido que mais duro. Usar primeiramente um dos lados. Passe para o segundo lado somente quando o pri- meiro j estiver gasto. No limar peas mais duras do que o material com o qual a lima foi fabricada. Usar lima de tamanho compatvel com o da pea a ser limada. Quanto mais nova a lima, menor deve ser a presso sobre ela durante o trabalho. SENAI/SC 7 Produo Mecnica As limas devem ser guardadas em suportes de madeira em locais protegidos contra a umidade. Existeaindaumgrupoespecialdelimaspequenas,inteirasdeao,chamadasdeli- mas-agulha.Elassousadasemtrabalhosespeciaiscomo,porexemplo,paraalima- gemdefurosdepequenodimetro,construoderanhuraseacabamentodecantos vivoseoutrassuperfciesdepequenasdimensesnasquaisserequerrigorosaexati- do. O comprimento total das limas-agulha varia entre120 e 160 mm e o comprimento da parte com picado pode ser de 40, 60 e 80 mm. Quanto ao picado e ao formato elas so semelhantes s limas comuns: a) Redonda b) Meia-cana c) Plana de ponta d) Amndoa e) Faca f) Quadrada g) Triangular h) Plana cerrada i) Triangular unilateral j) Ranhurada k) Rmbica Paratrabalharmetalduro,pedra,vidroematrizesemgeral,eemferramentariaparaa fabricarodeferramentas,moldesematrizesemgeral,sousadaslimasdiamanta- das,ouseja,elasapresentamocorpodemetalrecobertodepdediamantefixado por meio de um aglutinante. Parasimplificarausinagemmanualdeajustagem,rebarbamentoepolimento,usam- seaslimasrotativasoufresas-lima,cujosdentescortantessosemelhantesaosdas limascomuns.Soacopladasaumeixoflexveleacionadaspormeiodeumpequeno motor. Apresentam formatos variados, como mostra a ilustrao a seguir. SENAI/SC 8 Produo Mecnica 1.3 Morsa de bancada Descrio umdispositivodefixaoconstitudodeduasmandbulas,umafixaeoutramvel, que se desloca por meio de parafuso e porca (fig. 1) Comentrios Asmandbulassoprovidasdemordentes estriadosetemperados,paramaiorseguranana fixao das peas. Asmorsaspodemserconstrudasdeaoou ferro fundido, em diversos tipos e tamanhos. Existemmorsasde basegiratriaparafacilitar a execuo de certos trabalhos (figura ao lado). Funcionamento A mandbula mvel se desloca por meio de parafuso e porca. O aperto dado atravs do manpulo localizado no extremo do para- fuso (fig.3). Ostamanhosdasmorsassoidentificadasatravsdenmeroscorrespondendo largura das mandbulas. SENAI/SC 9 Produo Mecnica Tabela NLargura das Mandbulas (mm) 1 80 2 90 3105 4115 5130 Condies de Uso A morsa deve estar bem presa na bancada e na altura conveniente. Conservao Deve-semant-labemlubrificadaparamelhormovimento damandbulaedoparafu- so, e sempre limpa ao final do trabalho. Mordentes de proteo Em certos casos, os mordentes devem ser cobertos com mordentes de proteo, para se evitarem marcas nas faces j acabadas das peas. Os mordentes de proteo so feitos de material mais macio que o da pea a fixar. O material usado pode ser de chumbo, alumnio, cobre, lato ou madeira. 1.4 Rgua de Controle Rguasdecontrolesoinstrumentosparaaverificaodesuperfciesplanas, constru- dasdeao,ferrofundidooudegranito.Apresentamdiversasformasetamanhos,e classificam-se em dois grupos: Rguas de fios retificados; Rguas de faces lapidadas, retificadas ou rasqueteadas. Rguas de fio retificado (biselada) Construda de ao-carbono, em forma de faca (biselada), temperada e retificada, com o fio ligeiramente arredondado. utilizada na verificao de superfcies planas. SENAI/SC 10 Produo Mecnica Paraverificaraplanicidadedeumasuperfcie,coloca-searguacomofioretificado emcontatosuavesobreessasuperfcie,verificandosehpassagemdeluz.Repete- se essa operao em diversas posies. Rguatriangular-Construdadeao-carbono,emformadetringulo,comcanais cncavosnocentroeemtodoocomprimentodecadafacetemperada,retificadae com fios arredondados. utilizada na verificao de superfcies planas, onde no se pode utilizar a biselada. Rguas de faces retificadas ou rasqueadas Existem trs tipos de rgua com faces retificadas ou rasqueteadas: De superfcie plana; Paralela plana; Triangular plana. Rguadesuperfcieplana-Confeccionadadeferrofundido,usadaparadeterminar aspartesaltasdesuperfciesplanasquevoserreasqueteadas.ocaso,porexem- plo, das superfcies de barramento de torno. Rguaparalelaplana-Confeccionadadegranitonegro,utilizadanaverificaodo alinhamentoouretilineidadedemquinasoudispositivos.Possuiduasfaceslapida- das. Rguatriangularplana-Feitadeferrofundido,utilizadaparaverificaraplanezade duassuperfciesemnguloagudoouoempenamentodoblocodomotor.Podeter ngulo de 45 ou de 60. Uso de rgua de controle de faces retificadas ou raqueteadas Coloca-seumasubstnciasobreafacequeentraremcontatocomasuperfcie.No casodepeasdeferrofundido,usa-seumacamadadezarcoouazuldaPrssia. Parapeasdeao,utiliza-senegrodefumo.Aodesliz-laemvriossentidos,sem pression-la, a tinta indicar os pontos altos da superfcie. Dimenses Sempre que for possvel, a rgua deve ter um comprimento maior que o da superfcie que ser verificada. As dimenses das rguas encontradas no comrcio esto indicadas nos catlogos dos fabricantes. SENAI/SC 11 Produo Mecnica Condies de uso Verifiqueseasarestasoufacesdecontroleestoemperfeitascondies,antesde usar as rguas. Conservao No pressionar nem atritar a rgua de fios retificados contra a superfcie. Evitar choques. No manter a rgua de controle em contato com outros instrumentos. Apsouso,limp-laelubrific-laadequadamente(arguadegranitonodeveser lubrificada). Guardar a rgua de controle em estojo. Emcasodeoxidao(ferrugem)nassuperfciesdarguadeaoouferrofundido, limp-las com pedra-pomes e leo. No usar lixa. SENAI/SC 12 Produo Mecnica 2 PRTICA DE LIMAGEM Apesardousodasmquinas-ferramentagarantirqualidadeeprodutividadenafabri- caodepeasemgrandeslotes,existemaindaoperaesmanuaisqueprecisamser executadasemcircunstnciasnasquaisamquinanoadequada.ocasodali- magem,realizadapeloferramenteirooupeloajustadoreusadaparareparaode mquinas,ajustesdiversosetrabalhosdeusinagemnaferramentariaparaaconfec- o de gabaritos, lminas, matrizes, guias, chavetas. A limagem manual pode ser realizada por meio de vrias operaes. Elas so: Limarsuperfcieplana:produzumplanocomumgraudeexatidodeterminadopor meio de rguas. Aplica-se reparao de mquinas e em ajustes diversos; Limarsuperfcieplanaparalela:produzumplanoparalelocujograudeexatidocon- trolado com o auxlio de um instrumento como o paqumetro, o micrmetro ou o relgio comparador.empregadanaconfecodematrizes,emmontagenseajustesdiver- sos; Limarsuperfcieplanaemngulo:produzumasuperfcieemnguloreto,agudoou obtuso,cujaexatidoverificadapormeiodeesquadros(ngulosde90).Usa-se paraaconfecodeguiasdediversosngulos,"rabosdeandorinha",gabaritos,cu- nhas; Limarsuperfciecncavaeconvexa:produzumasuperfciecurvainternaouexterna verificadaporverificadoresderaioegabaritos.empregadaparaaexecuodega- baritos, matrizes, guias, chavetas; Limarmaterialfino(chapasdeat4mm).Aplica-seausinagemdegabaritos elmi- nas para ajuste. A operao de limar superfcie plana prev a realizao das seguintes etapas: Fixaodapeanamorsa-asuperfcieaserlimadadeveficarnapontahorizontal, algunsmilmetrosacimadomordentedamorsa.Paraprotegerasfacesjacabadas dapea,usarmordentesdeproteo.(sochapasdematerialmaismaciodoqueo dapeaqueserfixadaequeevitamqueosmordentesdamorsafaammarcasnas faces j usinadas da pea). Escolha da lima de acordo com a operao e tamanho da pea. Execuo da limagem observando as seguintes orientaes: SENAI/SC 13 Produo Mecnica Segure a lima conforme a ilustrao e verifique se o cabo est bem fixado. Apie a lima sobre a pea, observando a posio dos ps Limeporpassessucessivos,cobrindotodaasuperfciea serlimadaeusandotodoocomprimentodaferramenta. Alimapodecorrertransversalouobliquamenteemrela- o superfcie da pea. Lime a um ritmo entre 30 e 60 golpes por minuto. controle freqentemente a planeza com o auxlio da rgua de controle. OBS.: Paraevitarriscosnasuperfcielimada,limpeoscavacosqueseprendemaopicado da linha com o auxlio de uma nova escova ou raspador de lato ou cobre. Durante a verificao, o contato da rgua deve ser suave, no se deixando deslizar o fio retificado sobre a superfcie. Aoperaodalimagemartesanaleseuresultadodependemuitodahabilidadedo profissional. SENAI/SC 14 Produo Mecnica 2.1 Limar material fino Estaoperaosefazemmetaisdepoucaespessuraedelaminadosfinos(at4mm aproximadamente).Diferencia-sedasoutrasoperaesdelimarpelanecessidadede sefixaromaterialpormeiosauxiliares,taiscomo:calosdemadeira,cantoneiras, grampos e pregos. Aplica-se na usinagem de gabaritos, lminas para ajuste e outros. Nestaoperao,apresentam-sedoiscasos:umquandoselimambordaseooutro quando se limam faces. Processo de Execuo Verifiqueseomaterial est desempenado. Se necessrio, desempene-o, utilizando o macete. Trace. Prenda a pea. OBS.: Use cantoneiras ou calos de madeira para evitar vibraes (figuras 1 e 2) traado deve ficar o mais prximo possvel dos calos (fig. 3). Lime de modo que evite vibraes. OBS.: Paraeliminarasvibraesqueseapresentamaolimardeve-sedeslocaralimaem posio oblqua pea (fig. 4). Verifique a superfcie limada, com a rgua. SENAI/SC 15 Produo Mecnica Nota Quando se trata de limar as faces da chapa, esta se prende sobre madeira, conforme mostram as figuras 5, 6 e 7. 2.2 Limar superfcies cncava e convexa produzirumasuperfciecurva,internaouexterna,pelaaomanualdeumalima redonda, meia-cana ou chata, atravs de movimentos combinado (figs. 1 e 2). Entreasprincipaisaplicaesdestaoperao,podemoscitaraexecuodegabari- tos, matrizes, guias, dispositivos e chavetas. Processo de Execuo Trace a pea. Prenda a pea. Retire o material em excesso (figuras 3, 4 e 5). SENAI/SC 16 Produo Mecnica Lime. Desbaste, respeitando o trao. D acabamento. OBS.: No caso de limar superfcie cncava, a curvatura da lima deve ser menor que a curvatura a limar (figs. 6 e 7). movimento da lima deve ser de acordo com as figuras 8, 9 e 10. Verifique a curvatura com gabarito. (figs. 11, 12 e 13). OBS.: Nocasodepeasespessas,deve-severificaroesquadrejamentodasuperfcie(fig. 14). SENAI/SC 17 Produo Mecnica 2.3 Gabaritos Emdeterminadostrabalhosemsrie,hnecessidadedeselidarcomperfiscomple- xos,comfuraes,suportesemontagens.Nessecaso,utilizam-segabaritosparaveri- ficao e controle, ou para facilitar certas operaes. Osgabaritossoinstrumentosrelativamentesimples,confeccionadosdeaocarbono, podendo ser fabricado pelo prprio mecnico.Suasformas,tipose tamanhos variam de acordo com o trabalho a ser realizado. Osgabaritos comerciais so encontradosemformatospa- dronizados.Temos,assim, verificadoresderaios,dengulofixo para ferramentas decorte, escantilhes para rosca mtrica e whithworth etc. Verificador de raio Serve para verificar raios internos e externos. Em cada lmina estampada a medida do raio. Suas dimenses variam, geralmente, de 1 a 15 mm ou de 1/32 a 1/2". Verificador de ngulos Usa-se para verificar superfcies em ngulos. Em cada lmina vem gravado o ngulo, que varia de 1 a 45. SENAI/SC 18 Produo Mecnica Escantilhes para roscas mtrica e whithworth Servem para verificar e posicionar ferramentas para roscar em torno mecnico. Verificador de rosca Usa-se para verificar roscas em todos os sistemas. Em suas lminas est gravado o nmero de fios por polegada ou o passo da rosca em milmetros. Verificador de ngulo de broca Serve para a verificao do ngulo de 59 e para a medio da aresta de corte de bro- cas. SENAI/SC 19 Produo Mecnica Verificador de folga Overificadordefolgaconfeccionadodelminasdeaotemperado,rigorosamente calibradasemdiversasespessuras.Aslminassomveisepodemsertrocadas. So usadas para medir folga nos mecanismos ou conjuntos. De modo geral, os verificadores de folga se apresentam em forma de canivete. Em ferramentaria, entretanto, utilizam-se calibradores de folga em rolos. Obs.: No exercer esforo excessivo, o que pode danificar suas lminas. Fieira Afieira,ouverificadordechapasefios,destina-severificaodeespessuraedi- metros. Osdoismodelosacimasodeaotemperado.Caracterizam-seporumasriedeen- talhes.Cadaentalhecorresponde,rigorosamente,aumamedidadedimetrodefios ou espessuras de chapas, conforme a fieira adotada. A verificao feita por tentativas, procurando o entalhe que se ajusta ao fio ou cha- pa que se quer verificar. SENAI/SC 20 Produo Mecnica Fieiras usadas no Brasil NoBrasil,adotam-seasfieirasmaiscomumenteusadasnosEstadosUnidosenaIn- glaterra.Acomparaodeumamedidacomoutrafeitapormeiodetabelasapropri- adas. Essas tabelas,emgeral, compreendemnmerosdefieirasdeseis zeros (000000) at fieira 50.A tabela a seguir compara, com as medidas americanas e inglesas, os nme- ros de fieiras de 10 a 30. Essa comparao feita em milmetros. FIEIRAS AMERICANASFIEIRAS INGLESASFIEIRA N da fieira W&M (mm) USG (mm)AWG/B&S (mm) BWG (mm)BG (mm)SWG (mm) MSG (mm) 103,4293,5712,5883,4043,1753,2513,42 113,0613,1752,3043,0482,8272,9463,04 122,6802,7792,0522,7692,5172,6422,66 132,3242,3801,8292,4132,2402,3372,28 142,0321,9841,6282,1081,9942,0321,90 151,8291,7861,4501,8291,7751,8291,71 161,5881,5881,2901,6511,5881,6261,52 171,3721,4291,1481,4731,4121,4221,37 181,2071,2701,0241,2451,2571,2191,21 191,0411,1110,9121,0671,1181,0161,06 200,8840,9530,8130,8890,9960,9140,91 210,8050,8730,7240,8130,8860,8130,84 220,7260,7940,6430,7110,7940,75110,76 230,6550,7140,5740,6350,7070,6100,68 240,5840,6350,5110,5590,6290,5590,61 250,5180,5550,4550,5080,5600,5080,53 260,4600,4760,4040,4570,4980,4570,46 270,4390,4360,3610,4060,4430,4170,42 280,4110,3970,3200,3560,3960,3780,38 290,3810,3570,2870,3300,3530,3450,34 300,3560,3180,2540,3050,3120,3150,31 OBS.: Existe norma brasileira para fios, estabelecendo suas bitolas pela medida da seo em milmetros quadrados. SENAI/SC 21 Produo Mecnica No Brasil, usa-se o sistema milimtrico para especificar fios. A tabela seguinte compa- ra esse sistema com os AWG e MCM. Conservao Evitar choques ou batidas nas faces de contato dos gabaritos, o que pode danific-los irremediavelmente. Aps o uso, limp-los e guard-los em local apropriado. SENAI/SC 22 Produo Mecnica 3 TRAAGEM Muitasvezes,dentrodoprocessodefabricaomecnica,necessriopreversea peaembrutooupr-usinadaresultarrealmentenapeaacabadaquesedeseja, isto,seasdimensesdapeaembrutososuficientesparapermitirausinagem final.Issogeralmenteacontecenaproduodepeasnicas,nafabricaodepe- quenas sries ou na produo de primeiros lotes de peas de uma grande srie. Parafazerisso,executa-seumconjunto deoperaeschamadodetraagem.Por meiodatraagemsomarcadasnapea pr-usinada as linhas e os pontos que delimitamoformatofinaldapeaapsa usinagem. Com o auxlio da traagem, sotransportadosparaapeaos desenhosdosplanoseoutrospontosou linhasimportantesparaausinagemeo acabamento. Comoatraagemconsistebasicamenteemdesenharnomaterialacorretalocalizao dosfuros,rebaixos,canais,rasgoseoutrosdetalhes,elapermitevisualizarasformas finaisdapea.Issoajudaaprevenirfalhasouerrosdeinterpretaodedesenhona usinagem, o que resultaria na perda do trabalho e da pea. O trabalho de traagem pode ser classificado em dois tipos: Traagemplana,queserealizaemsuperfcies planasdechapasoupeasdepequena espessura. Traagemnoespao,queserealizaempeas forjadas e fundidas e que no so planas. Nesse caso,atraagemsecaracterizapordelimitar volumes e marcar centros. Natraagemprecisoconsiderarduas referncias: Asuperfciedereferncia,ouseja,o local no qual a pea se apia; Oplanodereferncia,ouseja,alinhaa partirdaqualtodaatraagemdapea orientada. SENAI/SC 23 Produo Mecnica Dependendodoformatodapea,alinhaqueindicaoplanoderefernciapodecor- responder linha de centro. Da mesma forma, o plano de referncia pode coincidir com a superfcie de referncia. 3.1 Instrumentos e materiais para traagem Pararealizaratraagemnecessrioteralgunsinstrumentosemateriais.Osinstru- mentossomuitosevariados:mesadetraagemoudesempeno,escala,graminho, riscador,rguadetraar,suta,compasso,esquadrodecentrar,cruzdecentrar,pun- oemartelo,calosemV,macacosdealturavarivel,cantoneiras,cubodetraa- gem. Paracadaetapadatraagemumdessesinstrumentosougrupodeinstrumentos usado.Assim,paraapoiarapea,usa-seamesadetraagemoudesempeno.De- pendendodoformatodapeaedamaneiracomoprecisaserapoiada,necessrio tambm usar calos, macacos, cantoneiras e / ou o cubo de traagem. SENAI/SC 24 Produo Mecnica Para medir usam-se: escola, gonimetro ou calibrador traador. Para traar, usa-se o riscador, o compasso e o graminho ou calibrador traador. Para auxiliar na traagem usa-se rgua, esquadros de base, o esquadro de centrar, a suta, tampes, gabaritos. Para marcar usam-se um puno e um martelo. SENAI/SC 25 Produo Mecnica Paraqueotraadosejamaisntido, assuperfciesdaspeas devem serpintadascom soluescorantes.Otipodesoluodependedasuperfciedomaterialdocontroledo traado. O quadro a seguir resume as informaes sobre essas solues. SUBSTNCIACOMPOSIO SUPERFCIESTRAADO VernizGoma-laca, lcool, ani- lina Soluo de alvaiadeAlvaiade, gua ou lco- ol Gesso diludo Gesso,gua,colaco- mumdemadeira,leo de linhaa, secante. TintaJ preparada no co- mrcio Tinta negra especialJ preparada no co- mrcio Lisas ou polidasRigoroso Em brutoSem rigor Em brutoPouco rigoroso LisasRigoroso De metais clarosQualquer Quandohnecessidadederealizaratraagemempeas fundidasouforjadasmuitograndes,possvelfaz-loem mquinas de traagem. 3.2 Etapas da traagem Comoemqualqueroutrotipodeoperao,atraagem realizada em vrias etapas. Elas so: Limpezadassuperfciesqueestaroemcontato,ouseja,a peaeamesadetraagem.Ambasdevemestarlivresde qualquertipodesujeira,taiscomop,graxa,leo.Alm disso, a pea deve ter sido previamente rebarbada. Preparao da superfcie com o material adequado, ou seja, aplicao de uma pintura especial que permita visualizar os traos do riscador. Posicionamentoapeasobreasuperfciederefe- rncia.Seapeanotiverumasuperfcieusinada quesepossatomarcomoplanodereferncia,ela deveserposicionadacomoauxliodecalos,ma- cacos e / ou cunhas. Preparao do graminho na medida correta. SENAI/SC 26 Produo Mecnica Traagem,fazendoumtraofino,ntido,emumnicosentido, ouseja,deumavezs.Seostraosforemparalelossuper- fciedereferncia,bastausarograminhooucalibradortraa- dor. Paratraarlinhasperpendiculares,usa-seoesquadroade- quado. Paraatraagemdelinhasoblquas,usa-seasuta,queserve para transportar ou verificar o ngulo da linha oblqua. No caso de furos ou arcos de circunferncia, marcar com punoemartelo.Estaoperaorealizadacolocando-sea ponta do puno exatamente na interseo de duas linhas anteriormente traadas. Emseguida,golpeia-seacabeadopunocomomartelo. Comoindicaoprtica,deve-sedaraprimeiramarteladacom poucafora,verificaroresultadoedarumsegundogolpepara completar a marcao. Paraatraagemdearcosdecircunferncia,usa-seopuno paramarcarocentroda circunfernciaeocompassopara realizar a traagem. Comovocviu,traagemodesenhonoprpriomaterialqueajudaavisualizaro formatoqueapeaterdepoisdeusinada.Elaajudaaprevenirerrosdooperador.E como diz o velho ditado, melhor prevenir do que remediar. SENAI/SC 27 Produo Mecnica 3.3 Desempenho um bloco robusto, retangular ou quadrado, construdo de ferro fundido ou granito. A face superior rigorosamente plana. O plano de referncia serve para traado com graminho, ou para controle de superfcie planas. Dimenses mais comuns (mm)1000 x 6302000 x 1000 400 x 250630 x 4001000 x 10002000 x 1600 400 x 400630 x 6301600 x 10003000 x 2000 SENAI/SC 28 Produo Mecnica 4 MQUINAS DE SERRAR Afinalidadedocortetambmdeterminaaescolhadaoperao.Assim,senecess- rio fazer cortes de contornos internos ou externos, previamentetraados,abrir fendas e rebaixos,aoperaoindicadaoserramento,operaodecortedemateriaisque usaaserracomoferramenta.Oserramentopodeserfeitomanualmenteoucomo auxilio de mquinas. Parasefazeroserramentomanual,usa-seum arcodeserranoqualseprendealminade serra. Paratrabalhosemsrie,usam-seosseguintes tipos de mquinas de serrar: Mquina de serrar alternativa, horizontal ou vertical para cortes retos, que reproduz o movimento do serramento manual, isto , de vaivm. Mquina de serrar de fita circular, que pode ser vertical ou horizontal. 3. Mquina de serrar de disco circular. SENAI/SC 29 Produo Mecnica 4.1 Serras Sejacomarco,sejacommquinas,oitemmaisimportantenoserramentoalmina deserrarousimplesmenteserra.Porisso,ocuidadocomaseleodaslminasde serra tanto para trabalhos manuais quando com mquinas essencial. O quadro a seguir resume as principais caractersticas das lminas de serra. SERRASMATERIALNMERO DE DENTESFORMATO E DIMEN- SES Lminas para opera- es manuais Lminas para opera- es com mquinas Ao rpido (rgidas e flexveis) Ao alto carbono (rgi- das) Ao alto carbono Aos-liga de molibdnio e cobalto 14, 18, 24 e 32 por po- legada. 4, 6, 8 e 10 dentes por polegada Lminas com 8, 10 ou 12 de comprimento por 1/2" de largura. Lminas de 12 x 1" a 40 x 5" Rolos de fita de dimen- ses variadas. Discos de corte Corpo de ao-carbono, e dentes de ao rpido, ao-cromo, metal duro, diamantados. Varia de acordo com o dimetro. Circular com dimetro de 4 a 40 . Dica Tecnolgica Existemserrasusadasparafazerfurosdedimetrosmaioresdosqueosquesepode fazercombrocascomuns.Elasforamespecialmentedesenvolvidasparaafunode chapasdeaoeoutrosmetais,madeiras,fibras,plsticos,etc.Sofabricadasemao rpido bimetal e usadas em furadeiras. So chamadas de serra copo. Aescolhadalminadeserraadequadaaotrabalhodependerdotipodetrabalho (manualoupormquina),daespessuraedotipodomaterial.Almdeconsiderares- sesdados,necessriocompatibiliz-loscomavelocidadedecorteounmerode golpes (mquina alternativa). Os quadros a seguir renem essas informaes. SENAI/SC 30 Produo Mecnica ESPESSURA DO MATERIAL Material At 6mm 1/4 De 6 mm a 13 mm 1/4 a 1/2" De 13 mm A 25 mm 1/2 a 1" Acima de 25 mm 1 At 13 mm 1/2 De 13 mm a 38 mm 1/2 a 1 1/2" Acima de 38 mm 1 1/2 Nmero de dentes por polegadasVelocidade (m/min) Aos comuns.24 - 181410 - 86 - 4605040 Ao-cromo- nquel;aos fundidose ferro fundido. Ao rpido. Ao inoxidvel e aos tipo RCC Perfilados e tubos (parede grossa). Tubos (parede fina). Metais no- ferrosos. Alumnio Antimnio Lato e Mag- nsio 24 - 1814108 - 6403530 24 - 1814108302520 24 - 1814108 - 6605550 14 141414757575 10864500400300 Cobre e zinco14864300250200 Tubos de co- bre.Alumnio oulatocom parede fina 18 - 1418 - 1418 - 1418 - 14600500400 Fonte: Adaptada do catlogo B 100 - Starret Tools ESPESSURA DO MATERIAL Material At 20mm (3/4 ) De 20mm a 40mm (de 3/4 a 1 1/2") De 40mm a 90mm (de 1 1/2 a 3 1/2") Acima de 90mm (Acima de 3 1/2 ) Golpes por minuto Nmero de dentes por polegadas Aos / nquel14106470 a 85 Aos comuns Aos inoxid- veis Aos rpidos Aos tipos RCC Perfilados tu- bos 14106475 a 90 14---75 a 90 Ferro fundido14106490 a 115 Bronze Cobre Alumnio / La- to 14106495 a 135 141064100 a 140 Noseesqueadequeessesquadrosresumembastanteasinformaes.Paramais detalhes,obomprofissionalnodispensaaconsultaamanuaisecatlogosdefabri- cantes. SENAI/SC 31 Produo Mecnica 4.2 Etapas do serramento Para executar a operao de corte seguem-se as seguintes etapas: Marcaodasdimensesnomaterialasercortado.Nocasodecortedecontornos internosouexternos,hnecessidadedetraagem,observandoaseqnciajestu- dada. Fixao da pea na morsa, se for o caso. Seleo da lmina de serra de acordo com o material e sua espessura. Fixao da lmina no arco (manual) ou na mquina, observando o sentido dos dentes de acordo com o avano do corte. Regulagem da mquina, se for o caso. Serramento.Seoserramentoformanual,manteroritmo(aproximadamente60golpes porminuto)eapresso(feitaapenasduranteoavanodaserra).Usaraserraem todooseucomprimento,movimentandosomenteosbraos.Aofinaldaoperao, diminuiravelocidadeeapressosobreaserraparaevitaracidentes.Essarecomen- dao vlida tambm para as mquinas de corte vertical. Casoocortesejafeitocommquina,usarofluidodecorteadequado(normalmente leo solvel). Paraobterosmelhoresresultadosnocortecommquina,deve-semanteroequipa- mentoembomestadodeconservao.Almdisso,algumasrecomendaesdevem ser seguidas, a saber: Se a mquina possuir morsa, verificar se o material est firmemente preso. Escolher a lmina de serra adequada ao trabalho. Verificaratensodalminadeserra,quedevesermoderada.Apsalgunscortes, fazer nova verificao e reajustar se necessrio. Ao ligar a mquina, verificar se a lmina est afastada do material. Usar avano e velocidade de corte adequados espessura e ao tipo de material a ser cortado. SENAI/SC 32 Produo Mecnica 5 FURADEIRAS Furadeira uma mquina-ferramenta destinada a executar as operaes como a fura- o por meio de uma ferramenta chamada broca. Elas so: Furadeiraporttil-sousadasemmontagens,naexecuodefurosdefixaode pinos,cavilhaseparafusosempeasmuitograndescomoturbinas,carroceirasetc., quandohnecessidadedetrabalharnoprpriolocaldevidoaodifcilacessodeuma furadeiramaior.Sousadastambmemserviosdemanutenoparaextraode elementosdemquina(cornoparafusos,prisioneiros).Podesereltricaetambm pneumtica. Furadeirade coluna - chamada de furadeira de coluna porque seu suporte principal e umacolunanaqualestomontadososistemadetransmissodemovimentoame- sa eabase.Acolunapermitedeslocaregirarosistemadetransmissoeamesa, segundo o tamanho das peas. A furadeira de coluna pode ser: Debancada(tambmchamadadesensitiva,porqueoavanodaferramentadado pelaforadooperador)-portermotoresdepequenapotnciaempregadaparafazer furospequenos(1a12mm).Atransmissodemovimentosfeitapormeiodesiste- ma de polias e correias. Depiso -geralmenteeusadaparaa furao depelas grandes comdimetrosmaiores doqueosdasfuradeirasdebancada.Possuemmesasgiratriasquepermitemmaior aproveitamentoempeasdeformatosirregulares. Possuem,tambm,mecanismo paraavanoautomticodoeixorvore.Normalmenteatransmissodemovimento feita por engrenagens. SENAI/SC 33 Produo Mecnica Furadeiraradial-empregadaparaabrirfurosempeaspesadas,volumosasoudif- ceisdealinhar.Possuiumpotentebraohorizontalquepodeserabaixadoelevanta doe capaz de girar em torno da coluna.Esse brao, por sua vez, contm o eixo por- taferramentasquetambmpodeserdeslocadohorizontalmenteaolongodobrao. Issopermitefuraremvriasposiessemmoverapea.Oavanodaferramenta tambm automtico. Furadeiras especiais - podem ser: Furadeiramltipla-possuivriosfusosalinhadosparaexecutaroperaessucessivas ousimultneasemumanicapeaouemdiversaspelasaomesmotempo.usada em operaes seriadas nas quais preciso fazer furos de diversas medidas. Furadeiradefusosmltiplos-osfusostrabalhamjuntos,emfeixes.Amesagirasobre seueixocentral.usadaem usinagem deumapegacomvriosfuroseproduzidaem grandes quantidades de peas seriadas. SENAI/SC 34 Produo Mecnica As furadeiras podem ser identificadas por caracterstica como: Potncia do motor; Variao de rpm; Deslocamento do eixo mximo principal; Deslocamento mximo da mesa; Distncia mxima entre a coluna e o eixo principal. 5.1 Acessrios das furadeiras Para efetuar as operaes, as furadeiras precisam ter acessrios que ajudem a pren- de a ferramenta ou a pea, por exemplo. Os principais acessrios das furadeiras so: Mandril-esteacessriotemafunodeprenderasferramentas,comhastecilndrica paralela,paraseremfixadosnafuradeiraelessoproduzidoscomroscaoucone.Pa- ra a fixao da ferramenta, o aperto pode ser feito por meio de chaves de aperto. Exis- temtambmmodelosdeapertorpidoparaapertosdeprecisorealizadoscombro- casdepequenodimetro.Seuusolimitadopelamedidamximadedimetroda ferramenta.Omenormandrilusadoparaferramentacomdimetrosentre0,5e4 mm e o maior, para ferramentas de 5 a 26 mm. SENAI/SC 35 Produo Mecnica Buchascnicas-soelementosqueservemparafixaromandrilouabrocadireta- mentenoeixodamquina.Suasdimensessonormalizadastantoparaconesexter- nos(machos)comoparaconesinternos(fmeas).Quandooconeinterno(eixoou rvoredamquina)formaiorqueoconeexterno(dabroca)usam-sebuchascnicas de reduo. OsistemadeconeMorseomaisusadoemmquinas-ferramentaepadronizado com uma numerao de O a 6. Cunhaousaca-mandril/bucha-uminstrumentodeaoemformadecunhausado para extrair as ferramentas dos furos cnicos do eixo porta-ferramenta . Paraumajustecorretodaferramenta,antesdeefetuaramontagemdasbrocas,man- dris,buchas,rebaixadores,escareadoresdeve-sefazeralimpezadoscones,retirando qualquer trao de sujeira. 5.2 Velocidade de Corte Dependendodaoperao,asuperfciedapeapodeserdeslocadaemrelaofer- ramenta,ouaferramentadeslocadaemrelaosuperfciedapea.Emambosos casos, tem-se como resultadoo corte, ou desbaste do material. E para obter o mximo rendimentonessaoperao,necessrioquetantoaferramentaquantoapeade- senvolvam velocidade de corte adequada. Velocidade de corte o espao que a ferramenta percorre, cortando um material den- tro de um determinado tempo Uma srie de fatores influenciam a velocidade de corte: Tipo de material da ferramenta; tipo de material a ser usinado; Tipo de operao que ser realizada; Condies de refrigerao; Condies da mquina etc. Emboraexistaumafrmulaqueexpressaavelocidadedecorte,elafornecidapor tabelas que compatibilizam o tipo de operao com o tipo de material da ferramenta e o tipo de material a ser usinado. SENAI/SC 36 Produo Mecnica Quandootrabalhodeusinageminiciado,precisoajustararpm(nmeroderota- es por minuto) ou o gpm (nmero de golpes por minuto) da mquinaferramenta. Isso feito tendo como dado bsico a velocidade de corte. Para calcular o nmero de rpm de uma mquina, emprega-se a frmula: rpm = vc 1000 d Para calcular o nmero de gpm, emprega-se a frmula: gpm = vc 1000 2 c Aescolhadevelocidadedecortecorretaimportantssimatantoparaaobtenode bonsresultadosdeusinagemquantoparaamanutenodavidatildaferramentae para o grau de acabamento. Avelocidadedecorteincorretapodesermaioroumenorqueaideal.Quandoisso acontece, alguns problemas ocorrem. Eles esto listados a seguir. Velocidade maiorVelocidade menor 1. Superaquecimento da ferramenta, que perde suas caractersticas de dureza e tenacidade. 2. Superaquecimento da pea, gerando modifica- o de forma e dimenses da superfcie usinada. 3. Desgaste prematuro da ferramenta de corte. 1. O corte fica sobrecarregado, gerando trava- mento e posterior quebra da ferramenta, inutili- zando-a e tambm a pea usinada. 2. Problemas na mquina-ferramenta, que perde rendimento do trabalho porque est sendo subuti- lizada. Avano Umavezestabelecidaavelocidadedecorte,ooperadordevecompatibiliz-lacomo avanodaferramentaoudapea.Oavanonadamaisqueavelocidadededeslo- camentodeumaem relaooutraacada rotao do eixo da mquina (mm/rotao). Oavanopode,tambm,sereferiraoespaoemqueapeaouaferramentasedes- locaumaemrelaooutraacadagolpedocabeotedamquina-ferramenta(mm/ golpe). Essesvaloresestoreunidosemtabelas,publicadasemcatlogosfornecidospelos fabricantesdasferramentas.Elesestorelacionadoscomomaterialaserusinado,a ferramenta e a operao de usinagem. preciso lembrar que a primeiracondio para a usinagem que a ferramenta cortan- tesejamaisduradoque omaterialusinado. Assim,usando a ferramentade corte cor- retaeosparmetrosadequados,nohcomoerrar.Almdisso,necessrioqueo cavacosedesprendadetalmaneiraqueasuperfcieapresenteascaractersticasde acabamento e exatido de medidas adequados finalidade da pea. SENAI/SC 37 Produo Mecnica 5.3 Fluidos de corte Dopontodevistadoscustosdeproduo,nasoperaesdeusinagemcommqui- nas-ferramenta,quantomaiorforavelocidadedecorte,maiorseraproduoemais econmicaelaser.Naprocuradenveiscadavezmaisaltosdeprodutividade,autili- zaodenovosmateriaisparaasferramentasdecortepermitiuatingirvelocidadesde corte inimaginveis alguns anos atrs. Poroutrolado,sabe-sequequantomaioravelocidadedecorte,maioroatritope- a-ferramenta-cavaco,oqueliberaaindamaiscalor.Emtese,issoprejudicaaquali- dadedotrabalho,diminuiavidatildaferramenta,ocasionandoaoxidaodesua superfcieedasuperfciedomaterialusinado.Diantedessedilematecnolgico,que fazer? A respostaestnadescoberta deTaylor.Ele comeoucom agua, mas logodeveter percebidoseusinconvenientes:corrosonausinagemdemateriaisferrosos,baixo poderumectanteelubrificante,eempregoempequenafaixadetemperatura.Todavia, elaabriucaminhosparaapesquisaeousodemateriaisquepermitiramausinagem maiseficiente,mais rpidaecommelhoracabamento.Essesmateriais soosagentes de melhoria da usinagem e que receberam o nome genrico de fluidos de corte. Um fluidodecorteummaterialcomposto,na maioria das vezes, lquido, que deve ser capazde:refrigerar,lubrificar,protegercontra a oxidao e limpar a regio da usinagem. Comorefrigerante,ele atua sobre a ferramentaeevitaqueelaatinjatemperaturas muitoaltase percasuascaractersticasde corte.Age,tambm,sobreopeaevitando deformaescausadaspelocalor.Atua, finalmente,sobreocavaco,reduzindoafora necessria para que ele seja cortado. Como lubrificante, o fluido de corte facilita o deslizamento do cavaco sobre a ferramentaediminuioatritoentreapeaeaferramenta.Evitaaindaoaparecimento da aresta postia, reduz o coeficiente de atrito na regio de contato ferramenta-cavaco e diminui a solicitao dinmica da mquina. Como protetor contra a oxidao, ele protege a pea, a ferramenta e o cavaco, mqui- na para contribuindo para o bom acabamento e aspecto final do trabalho. Aaodelimpezaocorrecomoconseq12nciada aplicao do fluido em forma de jato, cuja presso afasta as aparas deixando limpa a zona de corte e facilitando o controle visual da qualidade do trabalho. O abastecimento do fluido de corte em uma mquina-ferramentageralmentefeitopormeiode uma bomba e conduzido por mangueiras at o pontodeaplicao.Afiguraaseguirmostra,em representaoesquemtica,umafresadoraeseu sistema de distribuio do fluido de corte. SENAI/SC 38 Produo Mecnica Ofluido,depoisderefrigeraraferramentaeapea,caiparaamesaonderecolhido porcanaiselevado, pormeiodeumtubo,parao reservatrio. Do reservatrio, abom- baaspiranovamenteofluidoparadevolv-losobreaferramentaeasuperfciedetra- balho. Observequeoreservatrio,nabasedamquina,estdivididoemdoiscompartimen- tos,demodoqueasaparaseasujeirafiquemnofundodocompartimentodafrente para que a bomba possa se alimentar de lquido limpo. Slido? Lquido? Ou gasoso? Emboragenericamentedesignadoscomo"fluidos"decorte,osmateriaisquecumprem essasfunespodemser,naverdade,slidos,lquidosegasosos.Adiferenaentre elesqueenquantoosgasessrefrigerameosslidosapenasreduzemoatrito,os lquidos refrigeram e reduzem o atrito, da a preferncia pelos ltimos. Ousodosagentesdecortegasososvisaprincipalmenterefrigerao,emboraofato deestarsobpressoauxilietambmnaexpulsodocavaco.Paraessasfinalidades, usa-seoarcomprimidoemtemperaturasabaixodeOC,oCOZ(dixidodecarbono ougelo-seco)paraaltasvelocidadesdecortedeligasdedifcilusinagem,eonitrog- nio para operaes de torneamento. Os slidos visam somente lubrificao no processo de usinagem. o caso do grafite e dobissulfetodemolibdnio,aplicadosnasuperfciedesadadaferramentaantes que se inicie o processo de corte. Ogrupomaior,maisimportanteemaisamplamenteempregado,semdvida,o composto pelos lquidos. Eles esto divididos em trs grandes grupos: Ogrupodosleosdecorteintegrais,ouseja,quenosomisturadoscomgua,for- madopor:leosminerais(derivadosdepetrleo),leosgraxos(deorigemanimalou vegetal),leoscompostos(minerais+graxos)eleossulfurados(comenxofre)eclo- rados (com cloro na forma de parafina clorada). Ogrupo dos leos emulsionveis ou "solveis", formado por: leos minerais solveis, leos solveis de extrema presso (EP). Fluidosdecortequmicos,oufluidossintticos,compostospormisturasdeguacom agentesqumicoscomoaminasenitritos,fosfatoseboratos,sabeseagentesumec- tantes, glicis e germicidas. Osleosmineraissoabasedamaioriadosfluidosdecorte.Aelessoadicionados osaditivos,ouseja,compostosquealteramemelhoramascaractersticasdoleo, principalmentequandoelemuitoexigido.Osaditivosmaisusadossoosantioxidan- tes e os agentes EP. Os antioxidantes tm a funo de impedir que o leo se deteriore quando em contato com o oxignio do ar. Quandoaspresseseasvelocidadesdedeslizamentoaumentam,apelculadeleo afinaatseromper.Paraevitarocontatometalcommetal,necessriousaruma- gente EP. SENAI/SC 39 Produo Mecnica OsagentesEPsoaditivosquereagemquimicamentecomasuperfciemetlicae formam uma pelcula que reduz o atrito. Entre os tipos de agentes EP pode-se citar: Matria graxa, constituda de cidos graxos, indicada para trabalhos leves; Enxofre,formandooleosulfurado,indicadoparatrabalhospesadoscomaoeme- taisferrosos.Duranteotrabalhodecorte,formasulfetometlicodecaractersticas anti-soldantes e lubrificantes; Cloro, adicionado sob a forma de parafina clorada e tambm indicado para operaes severas com ao; Fsforo que combinado com o enxofre substitui o cloro. Tem propriedades antioxidan- tes. Osleosemulsionveisousolveissofluidosdecorteemformadeemulsocom- postaporumamisturadeleoegua.Isso possvelcoma adio deagentesemul- sificadores,ouseja,aquelesqueajudamaformarasgotculasdeleoqueficamdis- persasnagua.Quantomelhorforesseagente,menorserotamanhodagotade leo e melhor a emulso. Exemplos desses agentes so sabes e detergentes. Dica tecnolgica Paraobterumaboaemulsodeleosolvel,oleodeveseradicionadogua,sob agitao,(enuncaocontrrio)emumaproporodeumapartedeleoparaquatro partes de gua. A mistura obtida pode ento ser diluda na proporo desejada. Em geral, alm desses aditivos, adiciona-se aos fluidos de corte agentes biodegrad- veis anticorrosivos, biocidas e antiespumantes. Naverdade,noexisteumfluido"universal",isto,aquelequeatendaatodasasne- cessidades de todos os casos. Os leos solveis comuns e os EPs so os que cobrem o maiornmerodeoperaesdecorte.Adiferenaentrecadagrupoestnacompo- sio e na aplicao que, por sua vez, depender do material a ser usinado, do tipo de operao de corte e da ferramenta usada. Aescolhadofluidocomdeterminadacomposiodependedomaterialaserusinado, dotipodeoperaodecorteedaferramentausada.Osfluidosdecortesolveiseos sintticossoindicadosquandoafunoprincipalresfriar.Osleosminerais,.gra- xosusadosjuntosouseparados,purosoucontendoaditivosespeciaissousados quando a lubrificao mais importante do que o resfriamento. Aseguirvoctemdoisquadros.Oprimeiroresumeinformaessobreostiposde fluidosdecorte.Osegundodindicaessobreousodosvriosfluidosdecorte,re- lacionando-oscomaoperaoeograudeusinabilidadedosmateriaismetlicospara construo mecnica. SENAI/SC 40 Produo Mecnica TiposComposioPROPRIEDADES Resfria- mento Lubrifi- cao Proteo contraa corroso EPResis- tncia corroso leo mineraisDerivado de petrleo...........timaExcelen- te ............Boa leos graxosleo de origem vegetal ou animal ........... Excelen- te Boa Boa........... leos compos- tos Mistura de leos minerais e graxos. ........... Excelen- te Excelen- te Boa Boa leos "solveis" leos minerais + leos gra- xos, soda custica, emulsifi- cantes, gua. timo Boa tima...........Boa leos EPleos minerais com aditivos EP (enxofre, cloro ou fsforo). timo Boa timaExcelen- te Boa leos sulfura- dos e clorados leos minerais ou graxos sulfurados ou com substn- cias cloradas. ........... Excelen- te Excelen- te Excelen- te tima Fluidos sintti- cos gua + agentes qumicos (aminas, nitritos, nitratos, fosfatos), sabes, germicidas. Excelen- te Boa Excelen- te Excelen- te Excelen- te Fonte: Usinagem e fluidos de corte. Esso Brasileira de Petrleo S.A., s/d, pg 36. Graude severi- dade 1 2 3 4 4 5 6 7 7 8 9 10 Legenda: Material Operao Brochamento Roscamento Roscamento com cossinete Corte e acab. De den- tes de engrenagem. Oper. C/ alargador. Furao profunda. Fresamento Mandrilamento Furao mltipla Torneamento em mquinas automticas Aplainamento e Torneamento Serramento, retificao Aos de baixo carbono aditivado A A ou B B ou C B D E ou D E, C ou D C C ou D C ou D E E Aos- ligade mdio carbo- no A A ou B B ou C B C E ou C E, C ou D C C ou D C ou D E E Aos- liga de alto carbo- no AouJ AouB B ou C B B E ou B E, C ou D C C ou D C ou D E E Aos- ferra- menta e aos inoxid- veis AouK AouB ouCB ou C A A E ou A C ou B C C ou D C ou D E E Alumnio, magnsio, latover- melho D D ou G/H a K D ou H G ou H F E ou D E, H a K E F F E E Cobre, nquel, bronze de alumnio C D ou G/H a K D ou H J ou K G E ou D E, H a K E G G E E A - leo composto com alto teor de enxofre (sulfurado) B - leos compostos com mdios teores de enxofre (sulfurado) ou substncias cloradas (clorado) C - leos compostos com baixos teores de enxofre ou substncias cloradas. D - leo mineral clorado E - leos solveis em gua F, G, H, J, K - leo composto com contedo decrescente de leo graxo de F a K Adaptadade:FundamentosdaUsinagemdosMetaisporDinoFerraresi.SoPaulo, Edgard Blcher, 1977, pg. 551. SENAI/SC 41 Produo Mecnica Manuseio dos fluidos e dicas de higiene Osfluidosdecorteexigemalgumasprovidnciasecuidadosdemanuseioquegaran- temseumelhordesempenhonasoperaesdeusinagem.Vamoscitaralgunsexem- plos. 1. Armazenamento-osfluidosdevemserarmazenadosemlocaladequado,sem muitasvariaesdetemperatura.Almdisso,elesdevemsermantidoslimposeli- vres de contaminaes. 2. Alimentao - ofluido decortedeve ser aplicado diretamente ponta daferramen- tacomalimentaoindividualdecadaponta.Aalimentaodofluidodeveserinici- adaantesquea ferramentapenetrenapeaafimdeeliminar ochoque trmico e a distoro.Asilustraesaseguirmostramamaneiraadequadadeaplicarofluido em diversas operaes de usinagem. 3. Purificaoe recuperao -osfluidosdecortepodemficar contaminados porlima- lha, partculas de ferrugem, sujeirasdiversas.Nessecaso,eles podem ser limpos por meio de tcnicas de decantao e filtragem. 4. Controledeodor-osfluidosdecorteemformadeemulso,porconteremgua, esto sujeitos ao de bactrias presentes no ar, na gua, na poeira e que produ- zemmausodores.Esseproblemapodeserdiminudopormeiodaconstanteda limpeza da oficina, pelo arejamento e pelo tratamento bactericida da emulso. Oscuidados,porm,nodevemserestringirapenasaosfluidos,mas tambm precisam ser estendidos aos operadores que os manipulam. Emboraosprocessosdeproduodosfluidosdecorteestejamcadavezmaisaper- feioadosparaeliminarcomponentesindesejveis,nosnoqueserefereaouso, mastambmaosaspectosrelacionadossadedousurio,ocontato prolongado com esses produtos pode trazer uma srie de problemas de pele, genericamente chamados de dermatite. Comoocontatodooperadorcomessesleosinevitvelpelotipodetrabalhoreali- zado,torna-seindispensvelqueessecontatosejaevitado,usando-sedeluvaseuni- formesadequados.Almdisso,prticasdehigienepessoalsoimprescindveisparao controle e preveno das dermatites. Oqueacontecenadermatite,queacombinaodosfluidosdecortecomosres- duosquegeralmenteacompanhamostrabalhosdeusinagemformacompostosque aderempeledasmosedosbraos.Essassubstnciasentopemosporoseosfol- culoscapilares,impedindoformaonormaldosuoreaaodelimpezanaturalda pele, o que causa a dermatite. O controle desse problema simplesmente uma questo de higiene pessoal e limpeza do fluido de corte. Para isso, algumas providncias devem ser tomadas, a saber: SENAI/SC 42 Produo Mecnica Manter tanto o fluido de corte quanto a mquina-ferramenta sempre limpos. Instalar nas mquinas protetores contra salpicos. Vestir um avental prova de leo. Lavarasreasdapelequeentramemcontatocomossalpicosdefluido,sujeirae partculasmetlicasaomenosduasvezesduranteodiadetrabalho,usandosabes suavesoupastaseumaescovamacia.Enxugarmuitobemcomumatoalhadepapel. Aplicarcremeprotetornasmosenosbraosantesdeiniciarotrabalhoesempre depois de lav-los. Tratar e proteger imediatamente cortes e arranhes. Esta aula sobre fluidos de corte termina aqui. A informao bsica voc j tem.Valelembrarmaisumavezquehmuitacoisaaseraprendidaainda.Fique sempre de olho em catlogos, revistas tcnicas e outras fontes que possam aumentar o seu conhecimento. 5.4 Brocas Aferramentaquefazotrabalhodafuraochama-sebroca.Naexecuodofuro,a brocarecebeummovimentoderotao,responsvelpelocorte,eummovimentode avano, responsvel pela penetrao da ferramenta. O furo obtido tem baixo grau de exatido e seu dimetro em geral varia de 1a 50 mm. Namaioriadasoperaesdefurarnaindstriamecnicasoempregadasbrocasi- guaisquelasqueusamosemcasa,nafuradeiradomstica.Ouigualquelaqueo dentista usa para cuidar dos seus dentes: a broca helicoidal. Abrocahelicoidalumaferramentadecortedeformacilndrica,fabricadacomao rpido,ao-carbono,oucomao-carbonocompontademetalduro.Abrocadeao rpidopodetambmserrevestidacomnitretodetitnio,oqueaumentaavidatilda ferramentaporquediminuioesforodocorte,ocalorgeradoeodesgastedaferra- menta. SENAI/SC 43 Produo Mecnica Haste cnicacorpoponta Lingeta para extrao ngulo da ponta Guiacanal aresta cortante Haste cilndricacorpoponta ngulo da ponta Guia canalaresta cortante Issomelhoraaqualidadedeacabamentodofuroeaumentaaprodutividade,umavez quepermiteotrabalhocomvelocidadesdecortemaiores.Parafinsdefixaoeafia- o, ela dividida em trs partes: haste, corpo e ponta. A haste a parte que fica presa mquina. Ela pode ser cilndrica ou cnica, depen- dendo de seu dimetro e modo de fixao; O corpo a parte que serve de guia e corresponde ao comprimento til da ferramenta. Tem geralmente dois canais em forma de hlice espiralada. A ponta da extremidade cortante que recebe a afiao. Forma um ngulo de ponta que varia de acordo com o material a ser furado. Abrocacortacomassuasduasarestascortantescomoumsistemadeduasferra- mentas. Isso permite formar dois cavacos simtricos. A broca caracterizada pelas dimenses, pelo material com o qual fabricada e pelos seguintes ngulos: SENAI/SC 44 Produo Mecnica ngulodehlice (indicado pela letra grega y, l-segama) - auxiliano desprendimentodocavacoenocontroledoacabamentoedapro- fundidade do furo. Deve ser determinado de acordo com omateriala serfurado:paramaterialmaisduro>ngulomaisfechado;para materialmaismacio>ngulomaisaberto.formadopeloeixoda broca e a linha de inclinao da hlice. ngulodeincidnciaoufolga(representadopelaletragregad,l-se alfa)-temafunodereduziroatritoentreabrocaeapea.Isso facilitaapenetraodabrocanomaterial.Suamedidavariaentre6 e 15. Ele tambm deve ser determinado de acordo com o material a serfurado:quantomaisduroomaterial,menorongulodeinci- dncia. ngulodeponta(representadopelaletragregao,l-sesigma)-cor- responde ao ngulo formado pelas arestas cortantes da broca. Tambm determinado pela dureza do material a ser furado. muitoimportantequeasarestascortantestenhamomesmocom- primentoeformemngulosiguaisemrelaoaoeixodabroca(A= A'). SENAI/SC 45 Produo Mecnica 5.5 Tipos de brocas Damesmaformacomoosngulosdabrocaestorelacionadosaotipodemateriala serfuradoostiposdebrocassotambmescolhidosessescritriosoquadro aseguir mostra a relao entre esses ngulos o tipo de broca e o material. ngulos da brocaClassificao quanto ao ngu- lo de hlice Tipoh-paramateriaisduros, tenazese/ouqueproduzem cavaco curto. (descontnuo) ngulo da pon- ta (o) 80 118 140 Aplicao Materiaisprensados, ebonite,nilon,pvc, mrmore, granito. Ferro fundido duro, lato, bronze, celeron, baquelite. Ao de alta liga Tipo n - para materiais de te- nacidade e dureza normais. 130 118 Ao alto carbono. Ao macio, ferro fundi- do, lato e nquel. Tipo w - Para materiais macios e/ou que produzem cavaco longo 130Alumnio, zinco, cobre, madeira, plstico. Quandoumabrocacomumnoproporcionaumrendimentosatisfatrioemumtraba- lhoespecficoeaquantidadedefurosnojustificaacompradeumabrocaespecial, pode-sefazeralgumasmodificaesnasbrocasdotipoNeobterosmesmosresulta- dos. SENAI/SC 46 Produo Mecnica Pode-se por exemplo modificar o ngulo da ponta, tornando-o mais obtuso. Isso proporciona bons resultados na furao de materiais duros, como aos de alto carbono. Para a usinagem de chapas finas so freqentes duas dificuldades: a primeira que os furos obtidos no so redondos; a segunda que a parte final do furo na chapa apresenta-se com muitas rebar- bas. A forma de evitar esses problemas afiar a broca de modo que o ngulo de ponta fique muito mais obtuso. Para a usinagem de ferro fundido, primeiramente afia-se a broca com um ngulo normal de 118. Posteriormente, a parte externa da aresta principal de corte, medindo 1/ 3 do comprimento total dessa aresta, afiada com 90. Brocas especiais Almdabrocahelicoidalexistemoutrostiposdebrocasparausinagensespeciais. Elas so por exemplo: a)Broca de centrar - usada para abrir um furo inicial que servir como guia no local dofuroqueserfeitopelabrocahelicoidal.Almdefurar,estabrocaproduzsi- multaneamentechanfros.Elapermiteaexecuodefurosdecentronaspeas quevosertorneadas,fresadasouretificadas.Essesfurospermitemqueapea seja fixada por dispositivos especiais (entre pontas) e tenha movimento giratrio. b)Broca escalonada ou mltipla - serve para executar furos e rebaixos em uma ni- ca operao. empregada em grande produo industrial. SENAI/SC 47 Produo Mecnica c)Brocacanho-temumnicofiocortante.indicadaparatrabalhosespeciais comofurosprofundosdedezacemvezesseudimetro,ondenohpossibilida- de de usar brocas normais. d)Brocacomfuroparafluidodecorte-usadaemproduocontnuaeemalta velocidade,principalmenteemfurosprofundos.Ofluidodecorteinjetadosobal- tapresso.Nocasoseferrofundido,arefrigeraofeitapormeio deinjeode ar comprimido que tambm ajuda a expelir os cavacos. entrada de fluidocanais entrada de fluido canais Existeumavariedademuitograndedebrocasquesediferenciampeloformatoeapli- cao.Oscatlogosdefabricantessofontesideaisdeinformaesdetalhadassobre asbrocasquemostramosnestaaulaeemmuitasoutras.Nuncadesperdiceaoportu- nidade de consult-los. 5.6 Escareadores e Rebaixadores Nasoperaesdemontagemdemquinas,necessrioembutirparafusosqueno devemficarsalientes.Nessecaso,afuraocomumabrocacomumnoindicada. Paraessetipodetrabalhousam-seferramentasdiferentesdeacordocomotipode rebaixo ou alojamento que se quer obter. Assim,pararebaixoscnicos,comoparaparafusosdecabeaescareadacomfenda, emprega-seumaferramentachamadadeescareador.Essaferramentaapresentaum ngulodepontaquepodeserde60,90ou120epodeterocorpocomformatociln- drico ou cnico. SENAI/SC 48 Produo Mecnica ParaexecutarrebaixoscilndricoscomoosparaalojarparafusosAllencomcabea cilndrica sextavada, usa-se o rebaixador cilndrico com guia. Tanto para os rebaixos cilndricos quanto para os cnicos, deve-se fazer previamente um furo com broca. 5.7 Operaes na furadeira Oqueosegpciosfaziamparacortarblocosdepedraeraabrirfurosparalelosmuito prximosunsdosoutros.Paraestefim,elesusavamumafuradeiramanualchamada de furadeira de arco. Porincrvelqueparea,4000anosdepoiscontinuamosausarestaoperaoque consisteemobterumfurocilndricopelaaodeumaferramentaquegirasobreseu eixoepenetraemumasuperfciepormeiodesuapontacortante.Elasechamafura- o. SENAI/SC 49 Produo Mecnica Essaoperaodeusinagemtemporobjetivoabrirfurosempeas.Ela,muitasve- zes,umaoperaointermediriadepreparaodeoutrasoperaescomoalargar furos com acabamentos rigorosos, serrar contornos internos e abrir roscas. O uso de furadeiras permite a realizao de vrias operaes que se diferenciam pelo Ferramenta (broca) cavaco resultado que se quer obter e pelo tipo de ferramenta usado. Essas ,operaes so: Escarear furo - consiste em tornar cnica a extremidade de um furo previamente feito, utilizando um escareador. O escareado permite que sejam alojados elementos de uni- o tais como fusos e rebites cujas cabeas tm formato cnico. 1. Furar - com o uso de uma broca; produz um furo ciln- drico. 2. Rebaixarfuros-consisteemaumentarodimetrodeumfuroatumaprofundida- dedeterminada.Orebaixodestina-seaalojarcabeasdeparafusos,rebites,por- cas,buchas.Comesserebaixo,elasficamembutidas,apresentandomelhoraspec- toeevitandooperigodeacidentescomaspartessalientes.Comoaguiadorebai- xadorresponsvelpelacentralizaodorebaixo,importanteverificarseudi- metro de modo que o dimetro da broca que faz o furo inicial seja igual ao da guia. SENAI/SC 50 Produo Mecnica Operaes como alargar furos cilndricos e cnicos e roscar tambm podem ser feitas em furadeiras, mas, por sua importncia, elas sero estudadas nas prximas aulas. Comoexemplo,vamosapresentarasetapasparaarealizaodeumafuraocom broca helicoidal. Elas so: a)Preparao da pea por meio de traagem e funcionamento j estudados. b)Fixaodapeanafuradeira.Issopodeserfeitopormeiodemorsa,grampos, calos,suportes.Seofuroforvazarapeadeve-severificarseabrocacapaz de atravessar a pea sem atingir a morsa ou a mesa da mquina. c)Fixaodabroca,pormeiodomandriloubuchasdereduo,verificandoseo dimetro,oformatoeaafiaodaferramentaestoadequados.Aosegurara broca deve-se tomar cuidado com as arestas cortantes. d)Regulagemdamquina:calcularrpm,quevocjestudouemClculoTcnicoe, paramquinasdeavanoautomtico,regularoavanodaferramenta.Paraisso, deve-seconsultarastabelasadequadas.Naoperaodefurar,deve-seconside- rarotipodefuro,ouseja,sepassanteouno.Nocasodefurono-passante, deve-setambmregularpreviamenteaprofundidadedepenetraodabroca.A mediodaprofundidadedofurosemprefeitaconsiderando-seaparededofuro sem a ponta da broca. SENAI/SC 51 Produo Mecnica e)Aproximao e centralizao da ferramenta na marca puncionada na pea. f)Acionamento da furadeira e execuo da furao.Ao seaproximar o fim da furo, o avanodabrocadeveserlento,porqueexisteatendnciadeomaterial"puxar"a brocaoquepodeocasionaracidentesouquebradaferramenta.Senecessrio, usar o fluido de corte adequado. g)Verificaocomopaqumetro.Ofuroexecutadopelabrocageralmenteajustes rigorosos.Porisso,quandosoexigidosfuroscomexatidodeformadimensoe acabamento,torna-senecessrioousodeumaferramentadeprecisodenomi- nado alargador. VELOCIDADE E AVANO PARA BROCAS DE AO RPIDO VELOCIDADE- CORTE (m/min) 35252218325065100 DA BROCA (mm) AVAN- O (mm/V) ROTAES POR MINUTO (rpm) 10,061114079507003573010186159002067031800 20,085570397535022865509376501033515900 30,10371326502334191033965300689010600 40,1127851988175114332547397551677650 50,1322281590140111462037318041346360 60,141857132511679551698265034455300 70,161591113610008191455227129534542 80,1813929948757161273198725833975 90,1912388837786371132176722983534 100,2011147957005731019159020673180 120,24928663584478849132517232650 140,26796568500409728113614762272 160,2869649743835863799412921988 180,2961944238931856688311481766 200,3055739835028750979510341590 220,335063613182604637239401446 240,344643312922394246638611326 260,364283062692203923127951224 280,383982842502053645687381136 300,383712652331913405306891060 350,38318227200164291454591908 400,38279199175143255398517796 450,38248177156127226353459706 500,38223159140115204318413636 SENAI/SC 52 Produo Mecnica 6 FERRAMENTA PARA ROSCAR Todomundojviuumarosca:elaestnasporcaseparafusosembrinquedos,utens- lios, mquinas. A operao que produz os filetes de que a rosca composta chama-se roscamento. O roscamento produz uma rosca com formato e dimenses normalizadas. Comoaroscapodeserinterna(naporca)ouexterna(noparafuso),oroscamento tambm chamado de interno ou externo. Comearemospelaoperaoderoscamentointernoquerealizadacomumaferra- mentachamadamachopararoscar.Elegeralmentefabricadodeaorpidopara operaes manuais e mquina. Osmachospararoscarmanuaissogeral- mentemaiscurtoseapresentadosemjogos de2peas(pararoscasfinas)ou3peas (pa- raroscasnormais)comvariaesnaentrada da rosca e no dimetro efetivo. Oprimeirotemapartefiletada(roscada)em formadecone.Osegundotemosprimeiros filetesemformadeconeeosrestantesem formadecilindro.Oterceirotodocilndrico napartefiletada.Osdoisprimeirossopara desbaste e o terceiro para acabamento. Osmachospararoscarmquinasoapresentadosemumapeaetmocompri- mento total maior que o macho manual. Os machos so caracterizados por: Sistemasderoscaquepodemser:mtrico(emmilmetro),Whitworthe americano (em polegada). Aplicao: roscar peas internamente. Passomedidopelosistemamtricodecimal,ounmerodefiletesporpo- legada: indica se a rosca normal ou fina. Dimetro externo ou nominal: dimetro da parte roscada. Dimetro da espiga ou haste cilndrica: indica se o macho serve ou no pa- ra fazer rosca em furos mais profundos. Sentido da rosca: direita ou esquerda. SENAI/SC 53 Produo Mecnica As roscas podem ser classificadas pelo tipo de canal, ou ranhuras dos machos: Canais retos Canais helicoidais direita Tipo de CanalAplicao De uso geral. So empregados nos machos manuais e para mquinas co- mo rosqueadeiras e tornos automticos, para roscar materiais que formam cavacos curtos. Usados em mquinas, indicados para materiais macios que formam cavacos longos e para furos cegos, porque ex- traem os cavacos no sentido oposto ao avano. Canais helicoidais esquerda Para roscar furos passantes na fabricao de porcas, em roscas pas- santes de pequeno comprimento. Canais com entrada helicoidal curta. Para roscar chapas e furos passantes. Canais com entradas helicoidais contnuas. A funo dessa entrada eliminar os cavacos para frente durante o roscamento. So empregados para furos passantes. Com canais de lubrificao, retos, de pouca largura. Usados em centros de usinagem, tm funo de conduzir o lubrificante para a zona de formao do cavaco. Sem canais So machos laminadores de rosca, trabalham sem cavacos, pois fazem a rosca por conformao. So usados em materiais que se deformam plasticamente. 6.1 Roscar manualmente com machos Roscarmanualmentecommachosconsisteemabrirroscasinternasparaaintroduo deparafusosoufusosroscadosdedimetrodeterminado,enafabricaodeflanges, porcas e peas de mquinas em geral. Antesdeiniciarotrabalhocomomacho,deve-severificarcuidadosamenteodimetro dofuro.Seofuroformaiorqueodimetrocorreto,osfiletesficarodefeituosos(in- completos).Seformenor,omachoentrarforado.Nessecaso,ofluidodecorteno penetrareoatritosetornarmaior,ocasionandoaquecimentoedilatao.Oresulta- dodissootravamentodomachodentrodofuro,ocasionandosuaquebra.Paraevi- taresseproblema,deve-seconsultartabelasquerelacionamodimetrodabrocaque realizaofuroea roscaquesequerobter.Por exemplo: suponhamosquesejapreciso fazerumfuroparaumaroscaM6x1(roscamtricacomde6mmepassode1 mm). Consultando a Tabela ISO Mtrica Grossa temos: SENAI/SC 54 Produo Mecnica Portanto, para a rosca M 6 x 1,0furo deveserfeito com a broca de5 mm. Valelembrarqueessastabelaspodemserencontradasemcatlogosdefabricantes de machos, em livros tcnicos como os citados na bibliografia do final deste livro. Sevocnotiveracessoanenhumadessaspublicaes,possvelcalcularovalor tericododimetrodofuro(d),subtraindo-sedodimetronominaldarosca(D)as seguintes constantes: Sistema Whitworth:d = D -1,2806 passo Sistema Americano:d = D -1,299 passo Sistema Internacional (mtrico):d = D -1,299 passo Por aproximao, podemos usar, na prtica, as frmulas: d = D - passo (paramenores que 8 mm). d = D -1,2 passo (paramaiores que 8 mm). Na haste cilndrica dos machos esto marcadas as indicaes do dimetro da rosca, o nmero de filetes por polegada ou passo da rosca. Todososfurospararoscasdevemserescareadoscom90paraevitarqueasentra- das de rosca formem rebarbas. Pararoscascomfuroscegos,ouseja,novazados,aextremidadedomachojamais devebatercontraofundodofuro.Assim,semprequepossvel,furarmaisprofundo queonecessrioparafazeraroscaafimdequeseobtenhaumespaoparareteros cavacos.Quandonoforpossvelobterfurosmaisprofundos,recomenda-seremover com freqncia os cavacos que se alojam no fundo do furo. Parafuroscomdimetromenordoque5mm,deve- seusarumdesandadormuitoleveparaquesepos- sa"sentirmelhoras"reaes"dometal.Deve-se tambm retirar e limpar freqentemente o macho. Parafurosdedifcilacesso,ondenoforpossveluso dedesandador,utiliza-seumaextensochamadade desandador T. Entredoismetaisdiferentes,deve-seabrirofurocomo dimetroprevistopararoscarometalmaisduro,caso contrrio,omachotenderasedesviarparaometal mais macio. SENAI/SC 55 Produo Mecnica Parafurosemmetaislevescomoalumnioesuasligas,ligasdemagnsio,apassa- gemdeumnicomachosuficiente.Agripagemevitada,lubrificando-secuidado- samente o macho, para prevenir o arrancamento dos filetes. Parafurosvazados,quandoodimetrodahasteinferioraodimetrodafurao,a operaodedesatarraxaromachononecessria,umavezqueelepodeatraves- sar completamente a pea. Etapas da operao A operao de roscar manualmente prev a realizao das seguintes etapas. 1. Fixao da pea em uma morsa, por exemplo. O furo deve ser mantido em posio vertical. 2. Seleodomachoedodesandador,adequadosoperao.Deve-selembrarque osmachosdevemserusadosnaseguinteordem:1e2paradesbaste,3para acabamento. 3. Seleodofluidodecorte:deve-seescolherofluidoapropriadocomojfoiestu- dado na Aula 23. O uso de fluido de corte inadequado, ou a sua noutilizao pode causarosseguintesinconvenientes:oesforoparaabriraroscaaumentaconside- ravelmente, os filetes ficam com qualidade inferior ou com falhas, o macho engripa, e pode se quebrar. 4. Inciodaaberturadarosca:deve-seintroduziromachono furocomlevepresso,dandoasvoltasnecessriasato incio do corte. 5. Verificaodaperpendicularidadecomesquadroecorre- o (se necessrio). 6. Roscamento: os machos so introduzidos progressiva- mente,pormeiodemovimentoscircularesalternativos,ou seja, de vai-e-volta. Isso feito a fim de quebrar o cavaco e permitir a entrada do fluido de corte. 7. Passagem do segundo e terceiro machos para terminar a rosca. Oroscamento,naverdade,umadasoperaesdeusinagemqueexigemaiscuida- dosporpartedoprofissional.Issoaconteceporproblemascomodificuldadederemo- o do cavaco e de lubrificao inadequada das arestas cortantes da ferramenta. SENAI/SC 56 Produo Mecnica Esses problemas podem ser diminudos de diversas maneiras: Pela correta seleo de materiais que ofeream menor resistncia usina- gem; Evitandoprofundidadederoscaqueexcedaem1,5vezesodimetrodo furo; Deixando uma folga adequada no fundo dos furos cegos; Fazendo o furo prvio dentro das dimenses especificadas para cada tipo de rosca; Selecionando a ferramenta adequada operao; Em operaes com mquinas, escolhendo corretamente o equipamento, a velocidade de corte e o lubrificante. 6.2 Ferramenta de roscar externo A operao que produz o parafuso o roscamento externo,queconsisteemobterfiletesnasuperfcie externadepeascilndricas.Servetambmparaa abertura de roscas externas em tubos. Aoperaopodeser executada com mquina ou manualmente.Quandomanual,elarealizadacomuma ferramenta chamada cossinete ou tarraxa. Essaferramenta,assimcomoosmachos,tmafinalidadedeasse- gurarumperfeitoacoplamentoeintercambialidadedepeasfabrica- dasemsrie.umaferramentadecortefeitadeaoespecialcom umfurocentralfiletado,semelhanteaodeumaporca.Possuitrsou maisfurosqueauxiliamnasadadoscavacos. Pode apresentar um corteradial deabertura, quepermiteregularaprofundidadedecorte.Issofeitopormeio deumparafusoinstaladonafenda,oupormeiodosparafusosde regulagemdoporta-cossinete.Seessesparafusosnoforem bemapertados,podemproduzirerrosnopasso,porqueosdentes cortam irregularmente. Para trabalhos de obteno de roscas iguais e normalizadas, deve-se usar cossinetes rgidos ou fechados. Nomercadosoencontradoscossinetescomentradacorrigida,ouseja,helicoidal, pararoscamentoemmateriaisdecavacolongo,paraaosemgeral,facilitandoasa- dadocavaconosentidocontrrioaodoavanodaferramenta.Issoevitaoengripa- mentoporacmulodecavacosnosfuros.Existemtambmcossinetessementrada corrigida para materiais que apresentam cavacos curtos e quebradios, como o lato. Ocossinetebipartidoumavariaodessa ferramenta.formadoporduasplacascom formatoespecialcomapenasduasarestas cortantes.Usadoparafazerroscasemtu- bos de plstico, ferro galvanizado e cobre. SENAI/SC 57 Produo Mecnica Outravariaoocossinetedepente,usadonoroscamentocomtornosrevlvere rosqueadeirasautomticas.Ospentessomontadosemcabeotescomquatroranhu- ras,eapertoconcntricoesimultneo.Issoasseguraaregulagemdodimetroea aberturabruscanofimdotrabalho,afimdeliberaropentesemvoltaraferramenta. Nasrosqueadeiras,paracadacabeote,existeumcarrinhoqueavanaerecuaape- aequetemsistemaprprioparaaplicaodefluidodecorterecomendadonapro- duo de grandes quantidades de peas. O cossinete caracterizado por: Sistema de rosca: mtrico, Whitworth ou americano; Passo ou nmero de fios por polegada; Dimetro nominal: gravado no corpo da ferramenta; Sentido da rosca: direita ou esquerda. Pararealizaroroscamentoexternomanualmente,utilizaseoporta-cossinete.Seu comprimento varia de acordo com o dimetro do cossinete. Operao de roscamento externa (manual) Oroscamentoexternomanual,comojdissemos,consisteemabrirroscanasuperf- cieexternadepeascilndricascomousodeumaferramentachamadadecossinete, pormeiodeummovimentocircularalternativo(vaivm).Essaoperaoconsistenas seguintes etapas: 1. Preparaodomaterial:deve-seconferirodimetrodomaterialaser roscado.O dimetro ideal para essa operao obtido aplicando-se a frmula: Dimetro ideal do eixo = d - passo 5 Parafacilitaroinciodaoperao,apontadapeacilndrica deve ser chanfrada. SENAI/SC 58 Produo Mecnica 2. Marcao do comprimento da rosca. 3. Seleodocossinete considerandoodimetrodomaterialeopasso(ounmero de filetes) da rosca. 4. Seleo do porta-cossinete, considerando o dimetro externo do cossinete. 5. Montagem do cossinete de modo que: Suaaberturacoincidacomoparafusode regulagem; Asperfuraesdesuaparteexternacoinci- damcomosparafusosdefixaodoporta- cossinete. 6. Fixaodapeausandoummordenteemforma de "V" para evitar que pea gire. 7. Aberturadarosca:iniciararoscagirandoocossinetenosentidohorrio,fazendo presso.Apsaaberturadedoisoutrsfiletes,continuarcommovimentosalterna- tivos:acadameia-volta, voltarnosentidoanti-horrio paraaquebradocavaco.Pa- ra facilitar a operao, deve-se aplicar fluido de corte. 8. Verificao da rosca com um calibrador de rosca. Para isso, retira-se o cossinete, girando-o no sentido anti-horrio. Em seguida, limpa- se a rosca com um pincel para retirar os cavacos. Repassar, se necessrio. SENAI/SC 59 Produo Mecnica 6.3 Operaes de roscar com mquinas Asoperaesmanuaissosempreusadasparaproduzirumnmerolimitadodepe- asouparatrabalhosdemanuteno.Paratrabalhosemsrieepeasdemaiores dimetros,asroscasexternaseinternassoproduzidasemmquinas,porcorteou por compresso. Para isso, so usadas as seguintes mquinas: Rosqueadeiras, que empregam machos de roscar e cossinetes de pente; Laminadores de rosca nos quais se aplicam pentes e rolos; Fresadoraspararoscas,queusamfresassimplesoumltiplasparacons- truir a rosca. A fresa simples usada na produo de parafusos compridos e produzfileteporfilete.Afresamltiplaagesimultaneamenteemtodoo comprimento do roscado; Tornospararoscarnosquaisseusamferramentasdeumscorte,cuja ponta tem o mesmo formato do vo do filete; Retificadorasde roscas,nasquaisseusam rebolos para daracabamento s roscas. Arosqueadeiraqueempregamachos,tambmchamadadem- quinaderoscar,especialmenteprojetadaparaabrirroscasin- ternascommachosemfurosdepequenoemdiotamanho. semelhanteaumafuradeiradecolunaeequipadacommeca- nismodereverso,fusodeavanoeumoumaiscabeotesml- tiplos.Algumasmquinassodedicadasaapenasumtipode trabalho,comoaberturaderoscasemporcas,porexemplo,e atingindo produes de 150 peas por minuto. Avantagemdessamquinagarantiraintroduocontnuado machonofuro.Issoforneceumaroscacommedidasmaisexa- tas, alm de uniformidade de acabamento. Alaminadoraderoscausadanoquecha- mamosderoscamentoporlaminao.Nessa operao,ofileteformadosemretiradade material, porque o roscamento feito por compresso do material sem formao de cavaco.Almdisso,ofileteobtidoporesse processomuitomaisresistentedoqueo feitoporcorte,porqueaestruturainternado material compactada sem se romper. Autilizaodesseprocessolimitadaaoroscamentoexternoempeasmaciase resistentes.Comoolaminadoaumentaodimetroexterior,osparafusosdevemser feitos com um dimetro inicial menor. SENAI/SC 60 Produo Mecnica Rosca IS0 Mtrica Normal D x PASSODimetro do ncleo (mm)Dimetro da Broca (mm) MximoMnimo 3x0,50 2,5992,4592,5 3,5x0,603,0102,8502,9 4x0,70 3,4223,2423,3 4,5x0,753,9793,6883,7 5x0,80 4,3344,1344,2 6x1,00 5,1534,9175,0 7x1,00 6,1535,9176,0 8x1,25 6,9126,6476,8 9x1,25 7,9127,6477,8 10x1,508,6768,3768,5 11x1,509,6769,3769,5 12x1,75 10,44110,10610,2 14x2,00 12,21011,83512,0 16x2,00 14,21013,83514,0 18x2,50 15,74415,29415,5 20x2,50 17,74417,29417,5 22x2,50 19,74419,29419,5 24x3,00 21,25220,75221,0 27x3,00 24,25223,75224,0 30x3,50 26,77126,21126,5 33x3,50 29,77129,21129,5 36x4,00 32,27031,67032,0 39x4,00 35,27034,67035,0 42x4,50 37,79937,12937,5 45x4,50 40,79940,12940,5 48x5,00 43,29742,58743,0 52x5,00 47,29746,58747,0 56x5,50 50,79650,04650,5 SENAI/SC 61 Produo Mecnica 7 PLAINA LIMADORA Aplainamento Aplainamentoumaoperaodeusinagemfeitascommquinaschamadasplainase queconsisteemobtersuperfciesplanas,emposiohorizontal,verticalouinclinada. As operaes deaplainamentoso realizadas com oempregodeferramentas quetm apenas uma aresta cortante que retira o sobremetal com movimento linear. Oaplainamento umaoperaode desbaste. Por isso, e dependendo do tipo de pea queestsendofabricada,podesernecessrioousodeoutrasmquinasparaareali- zao posterior de operaes de acabamento que do maior exatido s medidas. Oaplainamentoapresentagrandesvantagensnausinagemderguas,bases,guiase barramentosdemquinas,porquecadapassadadaferramentacapazderetirar material em toda a superfcie da pea. Nasoperaesdeaplainamento,ocortefeitoemumnicosentido.Ocursodere- tornodaferramentaumtempoperdido.Assim,esseprocessomaislentodoqueo fresamento, por exemplo, que corta continuamente. SENAI/SC 62 Produo Mecnica Poroutrolado,oaplainamentousaferramentasdecortecomumasarestacortante quesomaisbaratas,mais fceis deafiarecommontagemmais rpida.Isso significa queoaplainamento,emregrageral,maiseconmicoqueoutrasoperaesdeusi- nagem que usam ferramentas multicortantes. 7.1 Tipos de plainas a) Plaina limadora, que, por sua vez, pode ser: - Vertical - Horizontal b) Plaina de mesa Aplainalimadoraapresentamovimentoretilneoalternativo(vaivm)quemoveafer- ramentasobreasuperfcieplanadapearetirandoomaterial.Issosignificaqueoci- clocompletodivide-seemduaspartes:emuma(avanodaferramenta)realiza-seo corte; na outra (recuo da ferramenta), no h trabalho, ou seja, um tempo perdido. Comopodeservistonailustrao,es- samquinasecompeessencialmente deumcorpo(1),umabase(2),um cabeotemveloutorpedo(3)quese movimentacomvelocidades variadas, umcabeotedaespera(4)quepode tersuaalturaajustadaeaoqualest presoo porta-ferramenta (5), e a mesa (6) commovimentos de avano e ajus- te e na qual a pea fixada. Naplainalimadoraaferramentaque fazocursodocorteeapeatemape- nas pequenos avanos transversais. Esse deslocamento chamado de passodoavano.Ocursomximoda plainalimadoraficaemtornode600 mm.Poressemotivo,elaspodeser usadaparausinarpeasdetamanho mdio ou pequeno, como uma rgua de ajuste. SENAI/SC 63 Produo Mecnica Quantosoperaes,aplainalimadorapoderealizarestrias,rasgos,rebaixos,chan- fros,faceamentodetopoempeasdegrandecomprimento.Issopossvelporque conjunto no qual est o porta-ferramenta pode girar e ser travado em qualquer ngulo. Comoaferramentaexerceumafortepresso sobreapea,estadeveestarbempresa mesadamquina.Quandoapeapeque- na,elapresapormeiodeumamorsae comoauxiliodecunhasecalos.Aspeas maioressopresasdiretamentesobreame- sapormeiodegrampos,cantoneirasecal- os. Aplainademesaexecutaosmesmostrabalhos que as plainas limadoras podendo tambm ser adaptadaatparafresamentoeretificao.Adife- renaentreasduasque,naplainademesa,a peaquefazomovimentodevaivm.Aferramen- ta,porsuavez,fazummovimentotransversalcor- respondente ao passo do avano. Para oaplainamento de superfcies internas de furos(rasgosdechavetas)emperfisvariados,usa- se a plaina limadora vertical. Comosepodeverpelafigura,aplainademesaformadaporcorpo(1),coluna(2), ponte(3),cabeotesporta-ferramentas(4)emesa(6).Oitemdenmero5mostra onde a pea posicionada. SENAI/SC 64 Produo Mecnica O cursoda plaina de mesa superior a 1.000 mm. Usina qualquer superfciede peas comocolunasebasesdemquinas,barramentosdetornos,blocosdemotoresdiesel martimos de grandes dimenses. Nessasmquinas,quatroferramentasdiferentespodemestarrealizandooperaes simultneas de usinagem, gerando uma grande economia no tempo de usinagem. Aspeassofixadasdiretamentesobrea mesa por meio de dispositivos diversos. Sejaqualforotipodeplainadora,asferra- mentas usadas so as mesmas. Elas so tambm chamadas de "bites"egeralmente fabricadasdeaorpido.Paraausinagemde metaismaisdurossousadaspastilhasde metal duro montadas em suportes. 7.2 Anel Graduado Umadasformasdeobter odeslocamentodepreciso doscarrose dasmesas de m- quinas operatrizesconvencionaiscomo:plainas,tornos,fresadoraseretificadoras utilizar o anel graduado. Essaoperaonecessriasemprequeo trabalhoexigirqueaferramentaouamesa seja deslocada com preciso. Osanisgraduados,comoonomejdiz, soconstrudoscomgraduaes,queso divisesproporcionaisaopassodofuso, ouseja,distnciaentrefiletesconsecuti- vos da rosca desse fuso. Isso significa que, quando se d uma volta completa no anel graduado, o carro da m- quina deslocado a uma distncia igual ao passo do fuso. SENAI/SC 65 Produo Mecnica Paraumoperadordemquina,oproblemaaserresolvidodescobrirquantasdivi- sesdoanelgraduadodevemseravanadasparaseobterumdeterminadodesloca- mento do carro. Vamossupor,ento,quevocsejaumfresadoreprecisefazerfurosemumapea com uma distncia precisa de 4 mm entre eles. Quantas divises voc deve avanar no anel para obter o deslocamento desejado? Clculo de Deslocamento Paraesse clculo,precisamosapenasdedois dados:opasso dofuso (pf) eo nmero dedivisesdoanel(ndiv.).Issoporque,comojdissemos,asdivisesdoanelso proporcionais ao passo do fuso. Assim, para calcular o deslocamento, usamos: A = pf n.div EmqueAaaproximaodoanelgraduado,ouodeslocamentoparacadadiviso do anel. Vamos supor, ento, que sua fresadora tenha o passo do fuso de 5 mm e 250 divises do anel graduado. Para calcular A, temos: Passo do fuso = 5 mm Nmero de divises = 250 A = ? A = pf n.div A = 5 250 A = 0,02 mm por diviso Com esse resultado, voc descobriu a distncia de deslocamento do carro correspon- dente a cada diviso do anel graduado. Sevocquisersaberquantasdivises(x)doanelvocdeveravanarparateradis- tnciaprecisaentreosfurosdapeaquevocprecisafazer,oclculosimples:divi- de-se a medida entre os furos da pea (4 mm) pelo valor de A (0,02), ou seja: X = 4 0,02 = 200 divises. Portanto,vocterdeavanar200divisesnoanelgraduadoparaqueamesase desloque 4 mm. svezes,amedidaquevocprecisadeslocarmaiordoqueopassodo fuso.Nesse caso,necessriodarmaisqueumavoltanoanel.Vamosveroquesedevefazer nesses casos. SENAI/SC 66 Produo Mecnica Imagineque,namesmamquinadoexemploanterior,vocprecisefazerumdeslo- camentode21mm.Comoessenmeromaiordoque5mm,queamedidado passodofuso,issosignificaqueseronecessrias4voltasnoanel,porque21dividi- do por 5 igual a 4 e um resto de 1, ou seja: 21 5 = 4 O que fazer com o resto da diviso (1),se necessitamos de um deslocamento preciso? Paraobterprecisonodeslocamento,esserestodeveserdivididopelovalordeuma divisodoanel(0,02)parasesaberquantasdivises(x)avanarparasechegar medida desejada. X = 1 0,02 = 50 divises. Assim, para obter um deslocamento de 21 mm, voc deve dar 4 voltas no anel e avan- ar mais 50 divises. Apesar de fcil, esse clculo um dos mais importantes para o operador de mquinas. Se voc quer ser um bom profissional, faa com muita ateno os exerccios a seguir. Exerccio 1 Calculeonmerodedivises(x)paraavanaremumanelgraduadode200divises, paraaplainar1,5mmdeprofundidadeumabarradeao,sabendoqueopassodo fuso de 4 mm. A = pf n.div A = ? pf= 4 mm n div = 200 A = X= 1 5, A X = Exerccio 2 Calcule quantas divises (x) devem ser avanadas em um anel graduado de 200 divi- sesparasetornearumasuperfcie cilndrica de dimetro 50 mm, para deix-la com 43mm,sabendo que opassodo fuso de 5 mm. Para calcular a penetrao da fer- ramenta use a) Clculo de penetrao: pn = D d 2 D = 50 d = 43 pn = D d= 50 43 22 pn= b) Clculo de A c) Clculo de x SENAI/SC 67 Produo Mecnica 8 ETAPAS DO APLAINAMENTO O aplainamento pode ser executado por meio de vrias operaes. Elas so: 1. Aplainarhorizontalmentesuperfcieplanaesuperfcie paralela:produzsuperfciesderefernciaque permitem obter faces perpendiculares e paralelas. 2. Aplainar superfcie plana em ngulo: o ngulo obtido pela ao de uma ferramentasubmetidaadoismovimentos:umalternativoouvaivm(decorte)e outro de avano manual no cabeote porta-ferramenta. 3. Aplainar verticalmente superfcie plana: combina doismovimentos:umlongitudinal(daferramenta)e outrovertical(daferramentaoudapea).Produz superfciesderefernciaesuperfciesperpendicula- resdepeasdegrandecomprimentocomoguias de mesas de mquinas. 4. Aplainarestrias:produzsulcos,iguaiseeqidistan- tessobreumasuperfcieplana,pormeiodapenetra- odeumaferramentadeperfiladequado.Asestrias podemserparalelasoucruzadaseestopresentes emmordentesdemorsasdebancadaougramposde fixao. 5. Aplainarrasgos:produzsulcospormeiodemovimentoslongitudinais(decorte)e verticaisalternados(deavanodaferramenta)deumaferramentaespecialchama- da de bedame. SENAI/SC 68 Produo Mecnica Essasoperaespodemser realizadasobedecendoseguinteseqnciadeeta- pas: a) Fixaodapea-aomontarapea, necessriocertificar-sedequenohna mesa,namorsaounapearestosdeca- vacos,porqueapresenadestesimpediria acorretafixaodapea.Nessecaso, limpam-setodasassuperfcies.Paraobter superfciesparalelasusam-secunhas. O alinhamentodeveserverificadocomum riscador ou relgio comparador. b) Fixaodaferramenta-aferramen- tapresanoporta-ferramentapor meiodeumparafusodeaperto.A distnciaentreapontadaferramenta eapontadoporta-ferramentasdeve seramenorpossvelafimdeevitar esforo de flexo e vibraes. c) Preparao da mquina - que envolve as seguintes regulagens: -Alturadamesa-deveserreguladademodoqueapontadaferramentafiquea aproximada-mente 5 mm acima da superfcie a ser aplainada. -Regulagemdocursodaferramenta deveserfeitademodoqueaofim decadapassagem,elaavance20 mmalmdapeae,antesdeiniciar nova passagem, recue at 10 mm. - Regulagemdonmerodegolpes porminuto-issocalculadomedi- ante o uso da frmula: gpm = vc l000. O valor da velocidade de corte est na tabe- la. 2 c -Regulagem do avano automtico da mesa. d) Execuo da referncia inicialdoprimeiropasse(tambmchamadade tangenciamento)-Issofeitodescendoaferramentaatencostarnapeae acionando a plaina para que se faa um risco de referncia. e) Zeramento do anel graduado do porta-ferramentas e estabelecimento da profundi- dade de corte. f)Acionamento da plaina e execuo da operao. Dica tecnolgica Paraaexecuodeestriase rasgos necessriotrabalharcomoanelgraduadoda mesa da plaina. SENAI/SC 69 Produo Mecnica 9 ALARGADORES O furo executado pela broca geralmente no perfeito: a superfcie do furo rugosa; o furo no perfeitamente cilndrico por causa do jogo da broca; o dimetro obtido no precisoequasesempresuperioraodimetrodabrocaporsuaafiaoimperfeita ou porseujogo.Almdisso,oeixogeomtricodofurosofre,svezes,umaligeira inclinao.Assim,quandoseexigefurosrigorosamenteacabados,quepermitemajus- tesdeeixos,pinos,buchas,mancaisetc.,torna-senecessriocalibr-los.Paraisso, executa-se a operao de alargar. Alargarumfurodaraeleperfeitoacabamento,com umasuperfcierigorosamentecilndricaelisa.Comes- saoperao,possveltambmcorrigirumfuroligei- ramentederivado,ouseja,excntrico.Odimetroobti- dotemumaexatidodeat0,02mmoumenos.Ore- sultado dessa operao chama-se tambm calibrao. Osfurosalargadospodemsercilndricosou cnicos. So obtidos com uma ferramenta chamadaalargador,quepodeserusadoma- nualmenteoufixadoaumamquina- ferramentacomoafuradeira,otorno,aman- driladora etc. O cavaco produzido no alargamento muito pequeno, j que a finalidade da operao dar acabamento e exatido ao furo. Aoperaodealargarfeitaemmquinas-ferramenta usadanaproduoemsrie.Aoperaomanualem- pregadaemtrabalhosdemanuteno,ouemtrabalhosde montagem e construo de estruturas metlicas. Ferramentas e materiais para alargar Seaoperaodealargarforrealizadamanualmente,sernecessrioousodeum alargadoredeumdesandador.Seaoperaoforcommquina,usa-seoalargador que fixado por meio dos acessrios (como mandril ou buchas cnicas). Oalargadorumaferramentafabricadacomao-carbono(paratrabalhosgeraisde baixaproduo),ouaorpido(paratrabalhosgeraisdemdiaaaltaproduo).H aindaalargadorescompastilhasdecarbonetosoldadasssuasnavalhas.Essesalar- gadores so usados para elevada produo em srie. Um alargador formado por corpo e haste. SENAI/SC 70 Produo Mecnica Ahastetemumacabeachamadadeespigaque seprendeao demandador, para uso manualoulingetadeextraoparafixaonamquina.Ocorpoapresentanavalhas deformatosretosouhelicoidaisresponsveispelocortedomaterial.Apartecortante dosalargadorestemperada,revenidaeretificada.Asranhurasentreasnavalhas servemparaalojaredarsadaaosminsculoscavacosresultantesdocorte,facilitan- do tambm a ao dos fluidos de corte. Asnavalhasouarestascortantes,endurecidaspelatmpera,trabalhamporpresso, duranteogirodoalargadornointeriordofuro.Aquantidadedematerialretiradoda parede do furo muito semelhante de uma raspagem contnua. Quando se escolhe um alargador, alguns fatores devem ser considerados: A aplicao, que pode ser manual ou mecnica. Ascaractersticasdofuro,ouseja,profundidade;sepassanteoucego; interrompido;espessuradaparededapea;graudeacabamentoouexati- do nas dimenses e formas. Material da pea: resistncia e usinabilidade. 9.1 Tipos de alargadores Atabelaaseguirapresentaumresumodetiposdealargadoresparatrabalhoscom mquinas, indicando o tipo de canal, o tipo de ponta e suas aplicaes. Tipo de canalTipo de pontaAplicao Canais retos.Chanfrada a 45.Em furos passantes em Materiais de cavaco curto. Furos cegos com at 3 x d de profundidade. Para furos cnicos de pouca profundidade, usar alargador cnico 1:50. Canais retos com entrada Helicoidal esquerda Chanfrada a 45 com incio de corte inclinado a 15 Para furos passantes profundos: em materiais de difcil usinagem e peas de paredes finas. Para furos cnicos profundos, usar alargador cnico 1:50. Canais helicoidais direita ( 10) Chanfrada a 45.Para furos cegos e profundos ou para materiais de difcil Usinagem SENAI/SC 71 Produo Mecnica Canais helicoidais esquerda (10) Canais helicoidais esquerda para desbaste. Chanfrada a 45 com incio de corte inclinado a 15. Chanfrada a 45. C - Chanfrada em 45 com incio de corte de 1. F Chanfrada em 45 com conicidade de 1:10. Para furos interrompidos longitudinalmente, como rasgos de chavetas; para materiais tanto de cavacos curtos quanto longos. Para furos cnicos; para maior grau de exatido, repassar com alargador cnico de canais retos. Materiais que produzem cava- cos longos e de baixa resistn- cia. Para furos para rebites e para a compensao de furos desloca- dos em chapas. Asdimensesdosdimetrosdosalargadoressopadronizadasevmgravadasna haste da ferramenta. Osalargadoresquemostramosatagorasopadronizadosparaastarefasemedidas maiscomuns.Paramedidasmuitoespecficas,usa-seoalargadordeexpanso,de lminasremovveis.Elepodeserajustadorapidamentenamedidaexatadeumfuro, poisaslminas(navalhas)deslizamnofundodascanaletas,pormeiodeporcasde regulagem.Essesalargadores tmumgraudeexatidoque atinge 0,01mm e a varia- o de seu dimetro pode ser de alguns milmetros. Outravantagemdessetipodealargadorofatodesuaslminasseremremovveis. Isso facilita sua afiao e a substituio de lminas quebradas ou desgastadas. SENAI/SC 72 Produo Mecnica Na operao manual, usam-se alargadores como os mostrados a seguir. P