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MACROECONOMIA PARA O BANCO CENTRAL – TURMA 02 PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br Olá pessoal! Primeiramente, irei fazer uma breve apresentação. Meu nome é César de Oliveira Frade, sou funcionário de carreira do Banco Central do Brasil aprovado no concurso de 1997. Atualmente trabalho com análises de risco de mercado em um dos Departamentos da área de Fiscalização do Banco Central. Antes disso, estive de licença interesse pelo prazo de um ano com o único objetivo de dar aula para concursos públicos. De 2005 a 2008 fui Coordenador-Geral de Mercado de Capitais na Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, auxiliando em todas as mudanças legais e infralegais, principalmente aquelas que tinham ligação direta com o Conselho Monetário Nacional – CMN. Sou professor de Finanças, Microeconomia, Macroeconomia, Sistema Financeiro Nacional, Mercado de Valores Mobiliários, Estatística e Econometria. Leciono na área de concursos públicos desde 2001, tendo dado aula em mais de uma dezena de cursinhos em várias cidades do país, desde presenciais até via satélite. No início da carreira pública, trabalhei com a emissão de títulos da dívida pública externa no Banco Central do Brasil, assim que tomei posse. Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Possuo uma Pós-graduação em Finanças e Mercado de Capitais pelo IBMEC, outra em Derivativos para Reguladores na Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F e uma especialização em Derivativos Agrícolas pela Chicago Board of Trade – CBOT 1 . Sou Mestre em Economia 2 com ênfase em Finanças na Universidade de Brasília e no Doutorado, pela mesma Universidade, está faltando apenas a defesa da Tese 3 , sendo que os créditos já foram concluídos. Vamos ao que interessa! Como será o curso? Acredito que o melhor entendimento da matéria se dá não com a compreensão na ordem como a 1 A Chicago Board of Trade - CBOT é a maior bolsa de derivativos agrícolas do mundo. 2 A dissertação “Contágio Cambial no Interbancário Brasileiro: Uma Análise Empírica” defendida em 2003 foi publicada na Revista da BM&F, o paper aceito na Estudos Econômicos e em alguns dos mais importantes Congressos de Economia da América Latina – LAMES. Versava sobre o risco sistêmico a ser propagado via mercado de câmbio e as contribuições da Câmara de Compensação de Câmbio da BM&F para a mitigação desse risco. 3 Tese de Doutorado é um parto e a gestação já está durando alguns anos. Acho que pode ser que ela não saia.

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  • MACROECONOMIA PARA O BANCO CENTRAL TURMA 02 PROFESSOR: CSAR DE OLIVEIRA FRADE

    Prof. Csar de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br

    Ol pessoal!

    Primeiramente, irei fazer uma breve apresentao. Meu nome Csar de

    Oliveira Frade, sou funcionrio de carreira do Banco Central do Brasil

    aprovado no concurso de 1997. Atualmente trabalho com anlises de risco de

    mercado em um dos Departamentos da rea de Fiscalizao do Banco Central.

    Antes disso, estive de licena interesse pelo prazo de um ano com o nico

    objetivo de dar aula para concursos pblicos.

    De 2005 a 2008 fui Coordenador-Geral de Mercado de Capitais na Secretaria

    de Poltica Econmica do Ministrio da Fazenda, auxiliando em todas as

    mudanas legais e infralegais, principalmente aquelas que tinham ligao

    direta com o Conselho Monetrio Nacional CMN.

    Sou professor de Finanas, Microeconomia, Macroeconomia, Sistema

    Financeiro Nacional, Mercado de Valores Mobilirios, Estatstica e Econometria.

    Leciono na rea de concursos pblicos desde 2001, tendo dado aula em mais

    de uma dezena de cursinhos em vrias cidades do pas, desde presenciais at

    via satlite.

    No incio da carreira pblica, trabalhei com a emisso de ttulos da dvida

    pblica externa no Banco Central do Brasil, assim que tomei posse.

    Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais

    UFMG. Possuo uma Ps-graduao em Finanas e Mercado de Capitais pelo

    IBMEC, outra em Derivativos para Reguladores na Bolsa de Mercadorias e

    Futuros BM&F e uma especializao em Derivativos Agrcolas pela Chicago

    Board of Trade CBOT1. Sou Mestre em Economia2 com nfase em Finanas na

    Universidade de Braslia e no Doutorado, pela mesma Universidade, est

    faltando apenas a defesa da Tese3, sendo que os crditos j foram concludos.

    Vamos ao que interessa! Como ser o curso? Acredito que o melhor

    entendimento da matria se d no com a compreenso na ordem como a

    1 A Chicago Board of Trade - CBOT a maior bolsa de derivativos agrcolas do mundo. 2A dissertao Contgio Cambial no Interbancrio Brasileiro: Uma Anlise Emprica defendida em 2003 foi publicada na Revista da BM&F, o paper aceito na Estudos Econmicos e em alguns dos mais importantes Congressos de Economia da Amrica Latina LAMES. Versava sobre o risco sistmico a ser propagado via mercado de cmbio e as contribuies da Cmara de Compensao de Cmbio da BM&F para a mitigao desse risco. 3 Tese de Doutorado um parto e a gestao j est durando alguns anos. Acho que pode ser que ela no saia.

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    ementa apresentada no concurso. Mas sim, tentando mostrar em primeiro

    lugar que aquilo que acreditamos ser muito complicado pode se tornar simples

    desde que compreendamos os conceitos bsicos e consigamos trazer o assunto

    complexo para exemplos do nosso dia-a-dia.

    Tenho um estilo peculiar de dar aulas. Prefiro tanto em sala quanto em aulas

    escritas que elas transcorram como conversas informais. Entretanto, quando

    tenho que dar aulas de Teoria para futuros fiscais gosto de explicar no apenas

    a matria mas tambm a forma como vocs devem raciocinar para acertar a

    questo. Acredito que todos aqui esto muito mais interessados em passar no

    concurso do que aprender Macroeconomia.

    Em alguns assuntos eu gastaria em sala de aula duas ou trs horas para

    explicar uma determinada passagem e chegar a uma concluso que cai em

    prova. No entanto, com uma explicao de dez minutos consigo convenc-los

    de algo que no exatamente da forma como estou falando mas que far com

    que voc acerte todas as questes. Eu, particularmente, prefiro essa segunda

    forma. Prefiro ser direto no assunto e ensinar vocs a resolver as questes das

    provas ou invs de ficar divagando na teoria e ensinando todas as vrgulas e

    contrapontos de raciocnio em macroeconomia. Se tiver que ensinar tudo como

    , o curso deveria ter umas 20 aulas, pois pode ser um mundo.

    Desta forma, estarei fazendo uma mescla entre um papo informal (papo que

    ocorrer sempre que for possvel) e a teoria formal. Mas nunca deixarei de

    ensinar qual o raciocnio que vocs devem utilizar para acertar as questes.

    Acredito que a matria sendo exposta de forma informal torna a leitura mais

    tranqila e isso pode auxiliar no aprendizado de uma forma geral. Exatamente

    por isso, utilizo com freqncia o Portugus de uma forma coloquial.

    Dessa forma, a Aula Demonstrativa mostrar para vocs um pouco do que

    ser esse curso. Ser uma aula bem menor que as outras, mas apenas

    para vocs sentirem o gostinho de que essa matria no to complicada

    como a maioria pensa. No h a necessidade de nenhum conhecimento prvio

    de Economia. Nesse curso estarei mostrando a Macroeconomia com um

    enfoque diferente daquele que mostrado pelos Economistas.

    Aps terminar esse curso voc ser capaz de fazer, pelo menos, 70% das

    questes de macroeconomia do Banco Central.

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    Sero pelo menos, 400 pginas dissecando todo o assunto de forma clara e

    mostrando a vocs como devem raciocinar para conseguir xito na prova.

    Alm disso, nestas aulas resolveremos mais de 120 questes acerca de

    todos os assuntos.

    As questes sero TODAS de provas anteriores e de vrias bancas, dando

    preferncia para a ESAF e CESPE.

    Contedo Programtico (uma a cada 15 dias - Quintas):

    Aula 0 19/06/2011

    Macroeconomia aberta. Noes sobre o balano de pagamentos. Estrutura do

    balano de pagamentos Parte 1

    Aula 1 08/09/2011

    Macroeconomia aberta. Noes sobre o balano de pagamentos. Estrutura do

    balano de pagamentos Parte 2

    Aula 2 22/09/2011

    As contas do sistema financeiro e o multiplicador bancrio. Parte 1

    Aula 3 06/10/2011

    As contas do sistema financeiro e o multiplicador bancrio. Parte 2

    Aula 4 20/10/2011

    Introduo Macroeconomia. Conceitos Macroeconmicos Bsicos. Identidades

    Macroeconmicas fundamentais. Formas de mensurao do Produto e da

    Renda Nacional. O produto nominal x o produto real. Nmeros ndices.

    Aula 5 03/11/2011

    O Sistema de contas nacionais. Contas nacionais no Brasil.

    Aula 6 17/11/2011

    Macroeconomia keynesiana. Hipteses bsicas da macroeconomia keynesiana.

    As funes consumo e poupana. Determinao da renda de equilbrio. O

    multiplicador keynesiano. Os determinantes do investimento.

    Aula 7 01/12/2011

    Determinao da renda de equilbrio. O multiplicador keynesiano. O modelo IS-

    LM. O Equilbrio no Mercado de Bens. A demanda por Moeda e o Equilbrio no

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    Mercado Monetrio. O equilbrio no modelo IS/LM. Polticas econmicas no

    Modelo IS/LM. Expectativas no modelo IS/LM.

    Aula 8 15/12/2011

    O modelo IS-LM. O Equilbrio no Mercado de Bens. A demanda por Moeda e o

    Equilbrio no Mercado Monetrio. O equilbrio no modelo IS/LM. Polticas

    econmicas no Modelo IS/LM. Expectativas no modelo IS/LM.

    Aula 9 29/12/2011

    Regimes Cambiais. Crises Cambiais. O Modelo IS/LM numa economia aberta.

    Poltica monetria e fiscal numa economia aberta. Poltica Cambial no Plano

    Real.

    Aula 10 12/01/2012

    Modelo de oferta e demanda agregada, inflao e desemprego. A funo

    demanda agregada. As funes de oferta agregada de curto e longo prazo.

    Efeitos da poltica monetria e fiscal no curto e longo prazo. Choques de oferta.

    Inflao e Emprego. Determinao do Nvel de Preos. Introduo s Teorias

    da Inflao. A curva de Phillips. A Rigidez dos reajustes de preos e salrios. A

    Teoria da Inflao Inercial e a anlise da Experincia Brasileira Recente no

    combate inflao.

    Aula 11 26/01/2012

    Crescimento de longo prazo: O modelo de Solow. O papel da poupana, do

    crescimento populacional e das inovaes tecnolgicas sobre o crescimento. "A

    regra de ouro".

    Aula 12 09/02/2012

    A economia intertemporal. O consumo e o investimento num modelo de

    escolha intertemporal. A restrio oramentria intertemporal das famlias. A

    restrio oramentria intertemporal do governo e a equivalncia ricardiana. A

    restrio oramentria intertemporal de uma nao e o endividamento

    externo.

    Aula 13 23/02/2012

    Modelos de crescimento. Teoria dos ciclos econmicos (reais, com moeda).

    Expectativas Racionais.

    Aula 14 08/03/2012

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    II PND. A crise da dvida externa na dcada de 1980. Planos heterodoxos de

    estabilizao. O Plano Real e a economia brasileira ps estabilizao.

    Transformaes do sistema financeiro brasileiro.

    Espero que este curso seja bastante til a voc e que possa, efetivamente,

    auxili-lo na preparao para o concurso de Analista do Banco Central ou

    qualquer outro que voc venha a fazer que cobre Macroeconomia. Estou

    fazendo esse curso para que seja definitivo no seu aprendizado. As dvidas

    sero sanadas por meio do frum do curso, a que todos os matriculados tero

    acesso. Caso tenha exerccios da matria e queira me enviar, farei todos os

    esforos para que eles sejam, medida do possvel, includo no curso. Envie

    para meu e-mail abaixo (e-mail do Ponto).

    As crticas ou sugestes podero ser enviadas para:

    [email protected].

    Finalmente, gostaria de dizer a vocs que muito mais do que saber toda a

    matria, importante que voc saiba fazer uma prova e esteja tranqilo neste

    momento! Portanto, tente aprender a matria mas certifique-se que voc

    entendeu como deve proceder para marcar o X no lugar certo. No interessa

    saber a matria, interessa marcar o X no lugar certo e ver o nome na lista.

    Prof. Csar Frade

    Janeiro/2011

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    1. INTRODUO AO BALANO DE PAGAMENTOS

    Balano de Pagamentos o registro contbil das transaes existentes entre

    os mais diversos pases. Qualquer transao, envolvendo ou no

    pagamento financeiro, entre residentes e no-residentes ser registrada no

    balano de pagamento dos dois pases envolvidos.

    Segundo Simonsen & Cysne (Macroeconomia - 2 Edio Ed. Atlas) define-

    se usualmente balano de pagamentos como sendo o registro sistemtico das

    transaes entre residentes e no-residentes de um pas durante determinado

    perodo de tempo.

    Isso significa que as transaes, envolvendo ou no a transferncia de

    recursos financeiros, existente entre residentes e no-residentes deve ser

    contabilizada dentro de determinado perodo de tempo. Em geral, utilizamos o

    ano civil como o perodo no qual registramos essas transaes. Observe que,

    de tempos em tempos h a necessidade de zerar as contas e partir do zero o

    Balano de Pagamentos. Todas essas transaes so contabilizadas usando o

    princpio da partida dobrada. Lembre-se de uma coisa, apesar de o nome ser

    Balano de Pagamentos, essa estrutura no se parece tanto com o Balano de

    uma empresa, pois esta ltima d uma fotografia geral da empresa enquanto

    que a primeira tira uma fotografia de um pedao da vida da empresa.

    O Balano de Pagamento (BP) trabalha no regime de fluxo e no no regime

    de estoque. Imagine, ser que as pessoas desejam saber as transaes que os

    residentes no Brasil fizeram com os no-residentes desde o ano de 1.500 ou as

    transaes que foram efetuadas naquele ano?

    Concordam que no faz muito sentido somarmos todas as transaes que um

    determinado pas j fez com o exterior desde seus tempos remotos. Alm disso

    ser algo extremamente complexo no nos traria nenhum tipo de informao

    agregadora aos negcios atuais. A nica serventia desse tipo de informao

    seria o fato de levar tona o relacionamento comercial histrico entre aqueles

    pases. No entanto, essa informao no iria nem incrementar nem reduzir os

    prximos negcios.

    Tal fato nunca nos dar uma idia se, naquele momento, as exportaes

    superam as importaes, entre outras importantes informaes da atualidade

    que podem ser retiradas do Balano de Pagamento. E o que nos interesse

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    agora como esto nossas exportaes nesse ano, como esto comportando

    as importaes, os investimentos brasileiros no exterior e os estrangeiros no

    Brasil. Seria importante responder a uma pergunta sobre o que tem ocorrido

    com os investimentos americanos e de pases europeus no Brasil aps a crise

    de 2008. Isso s seria possvel de ser respondido se mantivermos um controle

    peridico das transaes de tal forma que seus saldos sejam reduzidos a zero

    de ano em ano. Portanto, o Balano de Pagamentos registra todas as

    operaes em um perodo de tempo, em geral o ano-calendrio.

    Alguns aspectos importantes devem ser ressaltados. Em primeiro lugar,

    devemos esclarecer que, ao contrrio do que a maioria das pessoas pensa,

    nem todas as operaes que so contabilizadas no Balano de Pagamentos

    possuem transferncia de recursos financeiros.

    Por exemplo, quando o Governo Brasileiro opta por doar medicamentos para

    pases pobres da frica, h uma transao entre residentes e no-residentes e,

    portanto, haver um impacto sobre o Balano de Pagamentos. claro que o

    Governo Brasileiro um agente residente no Brasil e o Governo estrangeiro

    um agente no-residente.

    Imagine a situao em que uma instituio de caridade europia opte por doar

    para o Brasil medicamentos, roupas e alimentos para moradores de uma

    comunidade carente no Rio de Janeiro. Essa doao ensejar uma transao

    entre residentes e no-residentes e, portanto, haver lanamento no Balano

    de Pagamentos.

    Imagine que o jogador de futebol Petkovic opte por fazer uma doao de

    roupas para uma comunidade carente do Rio de Janeiro. Para quem no sabe,

    o Petkovic nasceu na Srvia e vive no Brasil h alguns anos. Quem imagina

    que est havendo uma transao entre residentes e no-residentes, se

    enganou. Essa doao do Petkovic no impactar o Balano de Pagamentos.

    Veremos mais a frente o motivo.

    Existem vrios outros exemplos em que transaes entre residentes e no-

    residentes, mesmo sem que exista transferncia de recursos financeiros, so

    lanadas por partida dobrada no Balano de Pagamentos de um pas.

    Em segundo lugar, importante compreender que, apesar da definio falar

    que impactam o Balano de Pagamentos as transaes ocorridas entre

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    residentes e no-residentes, existem algumas excees. Quando o Banco

    Central adquire ouro de um cidado brasileiro, morador de Braslia por

    exemplo, h uma transao entre residentes.

    Ou seja, h transao entre uma pessoa que mora no Brasil e o prprio

    Governo brasileiro, neste caso representado pelo Banco Central, logo, uma

    operao entre dois residentes. No entanto, essa transao ocorrida

    chamada de monetizao do ouro e impacta o Balano de Pagamentos.

    Essas operaes de monetizao de ouro (aquisio de ouro pelo Banco

    Central) e tambm de desmonetizao de ouro (venda de ouro efetuada pelo

    Banco Central), mesmo que sejam feitas com pessoas residentes, devem ser

    registradas no Balano de Pagamentos. Portanto, existem transaes entre

    residentes que so registradas no Balano de Pagamentos, mas representam

    excees. Sinceramente, nunca vi uma questo sobre esse assunto em prova.

    Temos um terceiro tpico a ser ressaltado, que a definio de residentes e no

    residentes. Na verdade, devemos fazer uma distino clara entre residentes e

    no-residentes.

    Entende-se como residentes em um pas aquelas pessoas que possuem seu

    principal interesse naquele pas, seja ela pessoa fsica ou jurdica, nacional ou

    estrangeira. Imagine um jogador de futebol de nacionalidade Argentina que

    joga em um grande time do Brasil, Montillo4 por exemplo. Este jogador

    considerado residente no Brasil, pois aqui que ele exerce a sua profisso

    e, portanto, tem o seu grande interesse, seu centro de interesse.

    Imagine uma empresa multinacional instalada em So Paulo. Apesar de sua

    organizao societria conter capital externo, essa empresa possui uma fbrica

    no Brasil, emprega pessoas residentes, e contribui com o pagamento de

    impostos no Brasil. Portanto, essa empresa tem seu interesse econmico

    situado no territrio brasileiro e, por isso, esse seria um outro exemplo de

    pessoa residente no Brasil. Nesse caso, uma pessoa jurdica, mas que deve ser

    considerada como residente assim como o jogador de futebol.

    Alm disso, podemos citar as pessoas fsicas e jurdicas nacionais que possuem

    seu interesse em nosso pas, como eu, voc e o Ponto dos Concursos que est

    veiculando essas aulas.

    4 O Montillo um jogador argentino que joga no Cruzeiro de Belo Horizonte.

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    Alm dessas pessoas expostas acima, funcionrios em servio no exterior ou

    residentes que se encontram temporariamente fora do pas so considerados

    residentes.

    Por exemplo, sou funcionrio do Banco Central e com freqncia tenho que

    viajar para o exterior a trabalho. Nessas viagens a trabalho, a minha condio

    de residente no alterada. Portanto, todas as transaes que fao quando

    estou nessas viagens devero impactar a Balana de Pagamentos. Da mesma

    forma, se essas viagens fossem realizadas a lazer, elas tambm impactariam a

    Balana de Pagamentos do Brasil e do pas em que gastei os meus recursos.

    Entende-se como no-residentes pessoas fsicas e jurdicas que possuem seu

    interesse maior em outro Pas, como por exemplo, empresas brasileiras

    sediadas no exterior, pessoas fsicas que trabalham no exterior, entre outras.

    Se um jogador de futebol brasileiro joga em algum time da Europa ele

    considerado no-residente no Brasil. Teoricamente, todas as vezes que esse

    jogador vier de frias para o Brasil e fizer qualquer tipo de transao com

    algum residente no Brasil, ocorrer um fato gerador de um lanamento no

    Balano de Pagamentos.

    Imagine que o Kak foi passar frias em So Paulo e resolveu sair para jantar

    em um bom restaurante da cidade. Mesmo com o Kak sendo brasileiro, esse

    jantar, em tese, dever gerar um lanamento no Balano de Pagamentos pois

    o Kak considerado no-residente no Brasil e o restaurante uma pessoa

    jurdica residente no Brasil, mesmo que seu proprietrio no seja brasileiro.

    No momento em que a Gerdau ou a Vale adquirem uma empresa no exterior

    para ampliar seus negcios ao redor do mundo, apesar de as duas serem

    empresas residentes no Brasil, a pessoa jurdica adquirida ser considerada

    no-residente no Brasil. No entendeu? Explico de novo.

    A Gerdau Brasil foi at o Canad e comprou uma empresa de ao no Canad.

    Essa empresa passou a se chamar Gerdau Canad. Enquanto a Gerdau Brasil

    uma empresa nacional, de capital nacional, a Gerdau Canad uma empresa

    canadense de capital brasileiro. Para o Balano de Pagamentos, a Gerdau

    Brasil considerada residente e a Gerdau Canad considerada no-residente.

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    Logo, quando houver uma remessa de lucros para o Brasil haver um impacto

    na Balana de Pagamentos.

    Observe a seguinte curiosidade: um jogador comeou a jogar no Brasil e em

    algum momento se transferiu para o exterior. Dessa forma, podemos ver que

    uma pessoa pode alterar o seu status entre residente e no-residente,

    podendo gerar inclusive, em princpio, um lanamento no Balano de

    Pagamentos. Veja. Em tese, o jogador embarcou no Brasil como residente em

    nosso pas e desembarcou no exterior como no-residente no Brasil.

    importante frisar que todos os lanamentos no Balano de Pagamentos

    utilizam a metodologia da partida dobrada, e, dessa forma, para todo dbito

    deveremos gerar um crdito correspondente. Sendo assim, qualquer operao

    entre residentes e no-residentes impactar um lanamento duplo no Balano

    de Pagamentos do Brasil, ou seja, essa transao ir gerar um lanamento a

    dbito e outro a crdito no BP.

    Entretanto duas ressalvas devem ser feitas sobre esse assunto, principalmente

    para aquelas pessoas que j dominam a contabilidade.

    Em primeiro lugar, necessrio esclarecer que enquanto na contabilidade

    esses lanamentos acontecem em uma forma horizontal, onde de um lado

    esto as contas ativas e de outro as contas passivas e o patrimnio lquido, no

    Balano de Pagamentos esse lanamento na vertical. Ou seja, todas as

    contas a serem impactadas com a operao esto na mesma direo (umas

    embaixo das outras) e isso faz com que tudo que seja somado tenha uma

    subtrao equivalente que o anule, sendo no final o saldo igual a zero. Essa

    uma grande diferena da contabilidade mas no , ainda, a principal.

    Em segundo lugar, uma parcela das contas aumenta seu saldo a dbito e outra

    parte aumenta seu saldo a crdito. Forma essa, similar contabilidade. No

    entanto, cabe ressaltar que SEMPRE um lanamento a dbito ter sinal

    negativo enquanto que um lanamento a crdito ter sinal positivo,

    independentemente em que parte do Balano de Pagamentos esteja a conta

    impactada.

    Portanto gravem:

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    Lanamentos a Crdito SINAL POSITIVO

    Lanamentos a Dbito SINAL NEGATIVO

    Tendo em vista o fato de que boa parcela dos leitores deste curso possui um

    conhecimento prvio de contabilidade5, por mais rudimentar que seja, e com o

    objetivo de no trazer confuso alguma nos lanamentos, todas as vezes que

    houver um lanamento ser efetuado um raciocnio similar com a Conta Caixa

    da contabilidade, mesmo que no haja transferncia de recursos.

    Compreenderam o que irei fazer. Estarei sempre, mesmo que no seja

    verdico, tentando fazer um lanamento de Caixa contra alguma coisa. Como

    sei que a conta CAIXA da contabilidade sensibilizada a dbito a todo instante

    que recebe recursos, fica muito mais simples de definir como ser o

    lanamento em questo.

    2. ESTRUTURA DO BALANO DE PAGAMENTOS

    Antes de comearmos a falar sobre a estrutura do Balano de Pagamento de

    um Pas e mais especificamente do Brasil, devemos frisar que em 1993 houve

    uma alterao no Manual de Balano de Pagamentos do Fundo Monetrio

    Internacional FMI com a publicao da quinta edio.

    Neste documento, visando modernizar e padronizar o Balano de Pagamentos

    de todos os pases, vrias mudanas foram propostas, adequando desde

    nomenclaturas at criando itens de lanamentos que vinham se tornando

    importantes.

    Entretanto, tal medida no foi impositiva e os pases no eram e no so

    obrigados a implement-la, o documento apenas uma recomendao.

    Dessa forma, o Brasil veio a implementar essas mudanas apenas no ano de

    5 Para compreender o que irei explicar, o raciocnio que irei utilizar, necessrio apenas que se saiba fazer o lanamento da conta Caixa de contabilidade. Como alguns leitores podem no ter familiaridade, darei uma breve explicao deste raciocnio a ser adotado na utilizao desse mtodo. Uma empresa quando recebe um recurso, quando uma grana entra na conta caixa da empresa, dever ter um lanamento a dbito daquele valor. Para voc compreender isso, imagine que ao receber os recursos, a empresa passa a ter um dbito para com os seus donos, logo, haver um lanamento a dbito na conta Caixa da empresa. Ou seja, a empresa passa a dever a seus proprietrios o valor que acabou de receber. Caso a empresa efetue um pagamento, o valor correspondente ser lanado a crdito. Quando a empresa efetua um pagamento, como se ela estivesse pagando algo que era devido por seus proprietrios. Dessa forma, ela passa a ter um crdito para com os donos da empresa.

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    2001 e podemos citar que as mais importantes alteraes introduzidas pelo

    Banco Central do Brasil na nova apresentao do balano de pagamentos

    foram:

    a) introduo, na conta corrente, de clara distino entre bens, servios, renda

    e transferncias correntes, com nfase no maior detalhamento na classificao

    dos servios;

    b) introduo da conta capital, que registra as transaes relativas s

    transferncias unilaterais de patrimnio de migrantes e a aquisio/alienao

    de bens no financeiros no produzidos (cesso de marcas e patentes);

    c) introduo da conta financeira, em substituio antiga conta de capitais,

    para registrar as transaes relativas formao de ativos e passivos

    externos, como investimento direto, investimento em carteira, derivativos e

    outros investimentos. A conta financeira foi, portanto, estruturada de forma a

    evidenciar as transaes ativas e passivas, as classes dos instrumentos

    financeiros de mercado e os prazos das transaes;

    d) incluso, no item investimentos diretos, dos emprstimos intercompanhia

    (emprstimos praticados entre empresas integrantes de mesmo grupo

    econmico), de qualquer prazo, nas modalidades de emprstimos diretos e

    colocao de ttulos;

    e) reclassificao de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bnus, notes

    e commercial papers, para a conta de investimentos em carteira;

    f) introduo de grupo especfico para registro das operaes com derivativos

    financeiros, anteriormente alocados na conta servios e nos capitais a curto

    prazo; e

    g) estruturao da conta de rendas de forma a evidenciar as receitas e

    despesas geradas por cada uma das modalidades de ativos e passivos externos

    contidas na conta financeira.

    Isso foi muito importante, e os examinadores de concursos pblicos, aps essa

    mudana (veja que ela ocorreu em 2001) passaram a utilizar exerccios tanto

    com a metodologia antiga quanto com a metodologia nova do Balano de

    Pagamentos.

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    Observe que o fato de as mudanas no terem sido impositivas, fez com que

    vrios pases continuassem a utilizar a metodologia antiga e com o passar do

    tempo algumas naes foram migrando para a nova. Tanto verdade que a

    migrao no caso brasileiro ocorreu apenas 8 anos depois da confeco do

    Manual. Portanto, caso seja mencionada que a questo fala sobre a

    metodologia atualmente utilizada no Brasil, os examinadores estariam se

    referindo nova. Mas caso a base da questo seja um pas hipottico ou se

    nada for mencionado, a questo poder tratar tanto da metodologia nova

    quanto da antiga.

    Sendo assim, ser necessrio aprendermos o Balano de Pagamentos duas

    vezes, ou seja, a metodologia antiga e as mudanas que ocorreram para que

    possamos determinar a metodologia nova. E vai ser dessa forma que vamos

    trabalhar nesse captulo.

    Vocs vero que com o passar dos anos, as questes vem cobrando cada vez

    mais a metodologia nova, mas ainda podemos encontrar questes recentes

    sobre o assunto que solicitam que sejam explicitadas as mudanas ocorridas

    ou que se utilize metodologia antiga.

    Vamos estrutura? Ento vamos comear a pegar mais pesado.

    O Balano de Pagamentos subdividido em oito grandes sub-grupos e dentro

    de cada um desses existe uma infinidade de contas. Os oito sub-grupos6 so:

    Balana Comercial, Balana de Servios e Rendas, Transferncias Unilaterais

    Correntes, Saldo em Transaes Correntes7, Conta Capital e Financeira, Erros

    e Omisses, Saldo Total do Balano de Pagamentos e Reservas.

    Iremos comear dando uma breve explicao a respeito da ltima conta, ou

    seja, a conta Reservas.

    Em primeiro lugar devemos lembrar que, normalmente, quando h uma

    transao que impacte o Balano de Pagamentos, na maioria das vezes,

    haver envolvimento financeiro e, portanto, transferncia de recursos.

    6 As nomenclaturas listadas tomam como base a nova metodologia do Balano de Pagamentos. 7 Tambm denominado Saldo em Conta-Corrente.

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    Dessa forma, precisamos definir quais so as possibilidades existentes em se

    efetuar um pagamento de uma transao. A primeira e principal delas a

    transferncia de Reservas que consiste, principalmente, em recursos

    pertencentes ao Pas e que esto aplicados no exterior, podendo ser sacados a

    qualquer momento.

    A nomenclatura na metodologia antiga da conta Reservas era Haveres

    de Curto Prazo no Exterior. No entanto, a conta Haveres era apenas uma

    das rubricas existentes para se efetuar o pagamento das transaes efetuadas.

    Quer saber como voc deve raciocinar para no cometer erros? Imagine que

    essa conta Reservas um fundo de investimento ou uma poupana mantida no

    exterior, uma vez que est em dlares, euros, libras etc., e que ser utilizada

    para efetuar o pagamento das despesas efetuadas dentro de um pas.

    Essa talvez seja a conta mais importante de ser compreendida dentro desse

    estudo e funciona nos mesmos moldes da Conta Caixa em contabilidade.

    Ou seja, se houver um ingresso de recursos para o Pas essa conta dever ser

    debitada e, apesar do sinal do dbito ser negativo, ela ter seu saldo

    majorado. Caso haja uma sada de recursos/pagamento essa conta dever

    ser lanada a crdito, ocorrendo uma reduo em seu saldo. Podemos concluir

    que ela funciona de forma idntica conta caixa, e dessa forma que voc

    deve pensar.

    Se voc entendeu o que acabei de passar a voc, parabns, pois acertar

    todas as questes sobre Balano de Pagamentos na Prova. TODAS.

    Passemos agora, a estudar o Balano de Pagamentos na sua ordem normal de

    exposio e sempre que formos efetuar os lanamentos tomaremos a conta

    Reservas como base para descobrir se debitamos ou creditamos cada uma das

    contas envolvidas, mesmo que no haja envolvimento financeiro na transao.

    Acredito que a melhor forma seja explicando cada uma das contas

    individualmente.

    O primeiro grande grupo do Balano de Pagamentos a Balana Comercial.

    Ela possui duas contas bsicas: Exportao e Importao.

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    Importao

    Exportao ComercialBalana

    Enquanto em toda a estrutura do Balano todas as contas podem ser lanadas

    tanto a dbito quanto a crdito, na Balana Comercial isso no ocorre, ou

    seja, cada uma das contas ser impactada apenas a dbito ou a crdito.

    Imagine uma empresa brasileira, portanto, residente, esteja efetuando uma

    exportao para uma empresa no-residente no valor de US$ 10 milhes.

    Dado que houve uma transao entre residentes e no-residentes, a

    negociao em questo ir impactar o Balano de Pagamentos. Toda vez que

    h uma exportao, o residente dever receber recursos como pagamento do

    produto enviado para o exterior. Dessa forma, esses recursos impactaro a

    conta Reservas a dbito8 e, portanto, haver um lanamento de igual valor a

    crdito na conta Exportaes. Sendo assim, dever ser efetuado o seguinte

    lanamento no Balano de Pagamentos:

    10Milhes US$ExportaoCReservasD

    De forma anloga, imaginemos uma empresa brasileira que utiliza um insumo

    importado em seu processo produtivo. Ela dever, com freqncia, fazer

    importaes e em todo momento que isso ocorrer produzir efeitos no Balano

    de Pagamentos.

    Imagine que esta empresa efetuou uma importao no valor de US$ 1 Milho.

    Como ela fez uma importao dever fazer um pagamento em moeda

    estrangeira. Ao fazer esse pagamento, sairo recursos do Pas e, portanto,

    haver uma reduo na conta Reservas. Dessa forma, dado que haver sada

    de recursos, a conta Reservas ser impactada a crdito e a contrapartida

    ocorrer a dbito na conta Importaes. Sendo assim, dever ser efetuado o

    seguinte lanamento no Balano de Pagamentos:

    8 Lembre-se que uma entrada de recursos na conta Caixa provoca um lanamento contbil a dbito na conta.

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    1Milho US$ReservasC

    sImportaeD

    Com a explicao acima e sabendo que toda vez que houver uma Exportao

    haver um ingresso de recursos financeiros e que quando existir uma

    Importao dever haver uma sada de recursos, conclumos que sempre a

    rubrica Exportao ser lanada a crdito e a Importao a dbito. O

    somatrio das duas contas (Exportao e Importao) resultar no saldo da

    Balana Comercial. Como em qualquer conta um lanamento a crdito ter

    sinal positivo e um lanamento a dbito ter sinal negativo, falamos que a

    Balana Comercial ser superavitria (ou positiva) quando o montante

    exportado superar o importado. Por outro lado, ela ser deficitria quando o

    montante importado superar o exportado.

    Questo 1

    (ESAF BACEN 2002) A partir de 2001, o Banco Central do Brasil

    introduziu algumas importantes alteraes no balano de pagamentos. Entre

    estas alteraes, destaca-se:

    a) a excluso da conta reinvestimentos dos movimentos de capitais

    autnomos;

    b) a incluso do item amortizaes na conta de servios fatores;

    c) a retirada do item investimentos diretos dos emprstimos intercopanhias;

    d) a incluso das transferncias unilaterais na conta de investimentos diretos;

    e) a introduo da conta financeira, em substituio antiga conta de

    capitais, para registrar as transaes relativas formao de ativos e passivos

    externos.

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    QUESTES RESOLVIDAS

    Questo 1

    (ESAF BACEN 2002) A partir de 2001, o Banco Central do Brasil

    introduziu algumas importantes alteraes no balano de pagamentos. Entre

    estas alteraes, destaca-se:

    a) a excluso da conta reinvestimentos dos movimentos de capitais

    autnomos;

    b) a incluso do item amortizaes na conta de servios fatores;

    c) a retirada do item investimentos diretos dos emprstimos intercopanhias;

    d) a incluso das transferncias unilaterais na conta de investimentos diretos;

    e) a introduo da conta financeira, em substituio antiga conta de

    capitais, para registrar as transaes relativas formao de ativos e passivos

    externos.

    Resoluo:

    Em geral, esse tipo de pergunta retirado de um documento do Banco Central

    do Brasil que resume as mudanas nos seguintes itens (que, inclusive foram

    colocados ao longo da aula terica):

    a) introduo, na conta corrente, de clara distino entre bens, servios, renda

    e transferncias correntes, com nfase no maior detalhamento na classificao

    dos servios;

    b) introduo da conta capital, que registra as transaes relativas s

    transferncias unilaterais de patrimnio de migrantes e a aquisio/alienao

    de bens no financeiros no produzidos (cesso de marcas e patentes);

    c) introduo da conta financeira, em substituio antiga conta de

    capitais, para registrar as transaes relativas formao de ativos e

    passivos externos, como investimento direto, investimento em carteira,

    derivativos e outros investimentos. A conta financeira foi, portanto,

    estruturada de forma a evidenciar as transaes ativas e passivas, as classes

    dos instrumentos financeiros de mercado e os prazos das transaes; - grifo

    meu

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    d) incluso, no item investimentos diretos, dos emprstimos intercompanhia

    (emprstimos praticados entre empresas integrantes de mesmo grupo

    econmico), de qualquer prazo, nas modalidades de emprstimos diretos e

    colocao de ttulos;

    e) reclassificao de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bnus, notes

    e commercial papers, para a conta de investimentos em carteira;

    f) introduo de grupo especfico para registro das operaes com derivativos

    financeiros, anteriormente alocados na conta servios e nos capitais a curto

    prazo; e

    g) estruturao da conta de rendas de forma a evidenciar as receitas e

    despesas geradas por cada uma das modalidades de ativos e passivos externos

    contidas na conta financeira.

    Observe que foi extrado dos itens acima, um fragmento do texto que foi

    colocado na questo correta. Portanto, uma dica: DECOREM essas mudanas.

    E DECOREM mesmo para que no haja nenhuma pegadinha que possa te

    derrubar. Essas questes so fceis mas so as mais provveis de equvoco

    nessa matria.

    Sendo assim, o gabarito a letra E.

    Gabarito: E

    Galera,

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    Terminamos aqui a nossa Aula Demonstrativa. Tentei passar para vocs

    nesta aula um pouco de como vai ser o curso, lembrando sempre que irei

    mant-lo com uma linguagem simples e direta com o intuito de facilitar a

    compreenso. Pois o que estamos interessados no em aprender Economia,

    mas sim em acertar as questes da prova, no mesmo?

    Abraos,

    Csar Frade

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    Ol pessoal!

    Vamos comear nossas aulas de Macroeconomia?

    A tentativa nessas aulas fazer com que vocs compreendam a matria de

    uma forma simples, sem aqueles jarges normais das aulas de Economia e

    sem tambm aquele formalismo exagerado que, na minha opinio, s

    complicam.

    Nessa aula, vocs vero que a questo 5 parece que est com problemas. Fiz e

    refiz algumas vezes, pensei at em tirar da aula, mas achei melhor coment-la

    e tentar mostrar o raciocnio deixando claro que o examinador tambm erra.

    Vamos aula, ento?

    Lembro que as crticas ou sugestes, assim como questes que vocs

    gostariam que fossem resolvidas, podero ser enviadas para:

    [email protected].

    Prof. Csar Frade

    SETEMBRO/2011

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    Vamos dar continuidade s explicaes das contas do Balano de Pagamentos.

    O segundo grande grupo do Balano de Pagamentos , atualmente, a Balana

    de Servios e Rendas. At a mudana efetuada em 2001 pelo Banco Central do

    Brasil, esse grupo tinha o nome de Balana de Servios. Esse grupo por sua

    vez, sub-dividido em dois grandes grupos: a Balana de Servios e a Balana

    de Rendas.

    A Balana de Servios composta dos servios prestados propriamente ditos,

    ou seja, das transaes que envolvem prestao de servios, como fretes,

    seguros, viagens internacionais, etc. At a mudana efetuada em 2001, essa

    parte da Balana se chamava Balana de Servios no-Fatores.

    A Balana de Rendas composta de contas que seriam a remunerao de

    fatores de produo. Quando uma pessoa possui um recurso financeiro e o

    empresta a um no-residente, a remunerao desse fator de produo

    denominado capital monetrio o juros. Quando se investe em algo do setor

    real, espera-se que a empresa consiga pagar todos os seus custos e gere

    lucro. O lucro a remunerao do fator de produo risco. At a mudana

    efetuada em 2001, o que hoje chamamos de Balana de Rendas era a

    denominada Balana de Servios Fatores.

    (BSF)Fator ServiosdeBalana

    osReinvestid

    Dividendose Lucros

    Rendas

    e

    (BSNF)Fator noServiosdeBalana

    taisGovernamenServiosFretesSeguros

    naisInternacioViagens

    sServiodeBalana

    RENDAS E SERVIOSDE BALANA

    LucrosRoyaltiesJuros

    Inicialmente, vamos tratar da atual Balana de Servios. importante

    ressaltar que, diferentemente do que ocorre na Balana Comercial, todas as

    rubricas deste grupo do Balano de Pagamentos podem ter lanamentos tanto

    a dbito como a crdito, conforme mostraremos abaixo.

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    Suponha que um residente no Brasil viaja de frias para a Hungria. Resolve

    almoar prximo ao palcio de Buda e deixa alguns Florins1 na capital

    hngara. Houve uma transao entre residentes e no-residentes, pois o

    cidado residente no Brasil efetuou um gasto em viagem que ser recebido por

    um cidado no-residente no Brasil. Suponha que a conta do restaurante

    totalizou US$ 50,00. Sendo isso verdade, haver uma sada de recursos da

    conta Reservas da Balana de Pagamentos do Brasil, portanto, essa rubrica

    dever ser creditada (pois houve uma sada de recursos da conta Caixa). Em

    contra-partida dever haver um dbito na conta Viagens Internacionais que

    consta da Balana de Servios.

    00,50$Reservas-C

    naisInternacioViagensUS

    D

    Imagine um turista alemo passando o Carnaval em Salvador. Quando ele for

    pagar a conta de seu Hotel no valor de US$ 200,00, ter ocorrido uma

    transao entre residente e no-residente, impactando a Balana de

    Pagamentos. Como o hotel, pessoa jurdica residente no Brasil, recebeu o

    pagamento das estadias, haver um lanamento a dbito na conta Caixa pois

    houve entrada de recursos no Pais e a contra-partida ser um lanamento a

    crdito na conta Viagens Internacionais do Balano de Pagamentos do Brasil.

    00,200$naisInternacioViagens-C

    ReservasUS

    D

    Em uma situao em que uma empresa brasileira importa um produto e efetua

    o pagamento vista, devemos ter impacto tanto na balana comercial quanto

    na balana de servios. Imagine a importao de uma mquina que custou

    US$ 1 milho, e ainda houve uma despesa de US$ 100.000 com frete e US$

    50.000 com seguro. importante destacar que essa transao impactar o

    Balano de Pagamentos em sua totalidade apenas se tanto a transportadora

    quanto a seguradora forem no-residentes. Caso alguma delas seja residente

    no Brasil, a parcela do pagamento destinada a esse agente no impactar o

    Balano, pois se configurar uma transao entre residentes. Sendo uma

    transao entre residente e no-residentes, haver uma sada de US$ 1,15

    milho do Brasil, impactando a conta Reservas a crdito. Dessa forma, a conta

    importao ser debitada no valor de US$ 1 milho, a conta Seguros da 1 Florim a moeda Hngara. E para quem no sabe, a atual capital da Hungria, Budapeste, eram duas cidades no passado separadas pelo Rio Danbio. De um lado a bela cidade de Buda e na outra margem do rio a badalada Peste. Por isso, o nome Budapeste para a capital magiar.

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    balana de servios ser debitada em US$ 50.000 e a conta frete debitada em

    US$ 100.000.

    Milho1,15 US$Reservas-C50.000 US$Frete-D

    100.000 US$Seguros-DMilho1 US$Importao-

    D

    Por outro lado, devemos ressaltar que se uma empresa brasileira fizer o frete

    de um produto para uma empresa no-residente, assim como o seguro de um

    bem, haver um ingresso de recursos no pas e, portanto, a conta Reservas

    dever ser debitada e a conta correspondente na balana de servios lanada a

    crdito. Ou seja, se uma empresa brasileira efetuar uma exportao no valor

    de US$ 1 Milho, e empresas residentes prestarem tanto o servio de

    transporte quanto o de seguro cobrando por isso, respectivamente, US$

    50.000 e US$ 100.000 de uma empresa estrangeira, teremos o seguinte

    lanamento no Balano de Pagamentos:

    50.000 US$Frete-C100.000 US$Seguros-C

    Milho1 US$Importao-Milho1,15 US$Reservas-D

    C

    A outra parte da Balana de Servios e Rendas era antigamente, antes da

    mudana de 2001, chamada de Balana de Servios Fatores. Atualmente,

    recebe o nome de Balana de Rendas e tem como contas principais a conta de

    Juros, a de Lucros e Dividendos e a conta Lucros Reinvestidos. Ela tem como

    caracterstica receber os lanamentos das remuneraes dos fatores de

    produo, tambm denominados de Renda.

    Tendo em vista o fato de que muitos lanamentos que so obtidos na Balana

    de Rendas s ocorrem quando j houver sido feito algum lanamento na Conta

    Capital e Financeira, uma vez que a Balana de Rendas representa a

    transferncia de recursos com o objetivo de remunerar fatores de produo,

    que por sua vez, em sua grande maioria impactam a Conta Financeira. Dessa

    forma, interessante tentarmos aprender de forma conjunta essas duas

    parcelas do Balano de Pagamentos. As contas mais importantes e comuns da

    Conta Financeira so as Amortizaes, os Emprstimos e Financiamentos, os

    Investimentos Diretos e os Capitais de Curto Prazo. Por outro lado, a Conta

    Capital composta pelas Transferncias Unilaterais de Capital.

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    {

    PrazoCurtodeCapitaisentoReinvestimesAmortiza

    DiretotoInvestimenntosFinanciamee sEmprstimo

    FinanceiraConta

    Capitaldeis UnilateraciasTransfernCapitalContaFINANCEIRA E CAPITALCONTA

    Imagine a situao de uma empresa residente que contrai um emprstimo de

    US$ 1 milho de um no-residente. O principal do emprstimo contrado ser

    retornado no prazo de 3 anos e, anualmente, dever ser remetida uma parcela

    de juros taxa de 10% ao ano. Vamos tentar entender os lanamentos dessa

    operao.

    Quando a empresa residente recebe o emprstimo, h uma entrada de

    recursos no pas, logo, dever haver um lanamento na conta Reserva. Tendo

    em vista o fato de a conta Reserva funcionar da mesma forma que a conta

    CAIXA, como houve um ingresso de recursos, essa conta dever ser debitada.

    A contra-partida do lanamento a dbito na conta Reserva ser um lanamento

    de igual valor, a crdito, na conta Emprstimos e Financiamentos que faz parte

    da Balana Financeira. Esse lanamento dever ocorrer no momento da

    obteno do emprstimo. Sendo assim, no ano zero haver o seguinte

    lanamento no Balano de Pagamentos:

    MilhoUSC

    servasD1$

    ntosFinanciamee sEmprstimoRe

    Entretanto, nos dois anos seguintes dever haver uma remessa do residente

    para o no-residente dos juros que incidiram sobre o principal do emprstimo.

    Tendo em vista o fato de o juro ser de 10% ao ano com pagamentos anuais,

    dever haver uma remessa de US$ 100.000,00 tanto no ano 1 quanto no ano

    2.

    Dessa forma, como h uma sada de recursos do pas, a conta Reserva dever

    ser creditada e a contra-partida dever ser um lanamento a dbito na conta

    juros que faz parte do Balano de Rendas. Ocorrero dois lanamentos desse

    tipo, o primeiro ao final do primeiro ano do emprstimo e o segundo no ano

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    seguinte, ou seja, a cada pagamento de juros dever ocorrer um lanamento

    como o que segue abaixo:

    00,000.100$Re

    USservasC

    JurosD

    No ltimo ano, dever haver uma liquidao do emprstimo com o pagamento

    da ltima parcela de juros e tambm o retorno do principal. Dessa forma,

    dever ser enviado para o no-residente US$ 1,1 milho sendo US$

    100.000,00 para o pagamento da ltima parcela dos juros (impactando a

    Balana de Rendas) e o restante para a amortizao do principal (impactando

    a Conta Financeira).

    Sendo assim, devero ocorrer dois lanamentos. O primeiro ser um crdito na

    conta Reserva e um dbito na conta Juros no valor de US$ 100.000,00. Esse

    lanamento idntico ao ocorrido nos anos 1 e 2 para o pagamento dos juros

    daquele perodo.

    00,000.100$Re

    USservasC

    JurosD

    O segundo lanamento ser um crdito na conta Reserva e um dbito na conta

    Amortizao, que tambm faz parte da Conta Financeira, no valor de US$ 1

    Milho. Devemos esclarecer que quando se contrai um emprstimo o

    lanamento ocorre na conta Emprstimos e Financiamento e quando ocorre o

    pagamento a conta a ser impactada a de Amortizaes.

    Milho1$Re

    USservasC

    esAmortizaD

    Imaginemos agora a situao de um capitalista no-residente que opta por

    fazer um Investimento no Brasil, seja pela aquisio de uma empresa nacional

    seja pela implantao de uma nova fbrica em nosso pas. Quando esse

    capitalista efetuar a compra da empresa nacional, por exemplo, haver uma

    transferncia de recursos de um no-residente para um residente e,

    conseqentemente, um impacto no Balano de Pagamentos.

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    Nesse caso especfico da aquisio de uma empresa brasileira, estar

    ocorrendo um ingresso de capital externo no Brasil. Portanto, a conta Reserva

    ser majorada e como toda conta CAIXA, ela dever ser debitada. Sendo

    assim, a aquisio desta empresa provoca um dbito na conta Reserva e um

    crdito na conta Investimento Direto. Para exemplificar, suponhamos que o

    valor da alienao foi de US$ 5 Milhes. Logo, o lanamento ser o seguinte:

    Milhes5$DiretotoInvestimen

    ReUS

    CservasD

    Neste momento, o investidor estrangeiro passou a ter a propriedade de uma

    empresa residente em nosso pas. Essa empresa produzir seus produtos e

    gerar lucro. Esse lucro dever ser remetido para o seu proprietrio e, como a

    empresa, apesar de ter sido constituda com capital estrangeiro, tem como

    centro de interesse o Brasil, ela considerada residente no Brasil.

    Dessa forma, uma remessa de recursos pela empresa para o seu proprietrio,

    dado que este ltimo no-residente, ser fato gerador de lanamento no

    Balano de Pagamentos. Imaginemos que o valor distribudo de US$

    200.000,00 ao final de 1 ano. Como haver uma sada de recursos do pas, a

    conta Reserva dever ser creditada e a conta Lucros e Dividendos creditada

    conforme lanamento abaixo:

    200.000,00$Reservas-C

    Dividendose LucrosUS

    D

    Sempre pensamos, ao longo dos anos e neste exemplo acima fiz da mesma

    forma, que h uma invaso de multinacionais no Brasil e, portanto, uma

    remessa de lucros para o exterior. No entanto, nos ltimos tempos, vrias

    empresas brasileiras esto efetuando aquisies em outras partes do mundo e

    o nosso pas tem recebido recursos advindos de lucros, como o caso da

    Companhia Vale do Rio Doce e Gerdau.

    Voltemos agora ao caso da multinacional que adquiriu uma fbrica no Brasil,

    adquirindo uma empresa brasileira e recebe, com freqncia, dividendos no

    exterior. Em um determinado ano, seu proprietrio optou por ao receber esses

    dividendos investi-lo no Brasil. Nestas situaes podemos apresentar duas

    solues cabveis.

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    A primeira seria um caso em que a empresa residente remete para o exterior

    os recursos referentes ao pagamento dos dividendos. Isso geraria um

    lanamento a crdito na conta Reserva e um dbito na conta Lucros e

    Dividendos, suponhamos de US$ 200.000,00. No entanto, quando o capitalista

    recebe os recursos remete-os de volta ao Brasil a ttulo de Investimento, ou

    seja, aumentado o capital investido em sua empresa residente no Brasil. Essa

    remessa geraria um segundo lanamento, desta vez gerando um dbito na

    conta Reserva e um crdito na conta Investimento Direto no valor de US$

    200.000,00. Segue abaixo os lanamentos expostos:

    200.000,00$Reservas-C

    Dividendose LucrosUS

    D

    200.000,00$DiretotoInvestimen

    ReUS

    CservasD

    Esses lanamentos ocorreram desta forma no Brasil at o ano de 1979.

    Posteriormente, adotou-se uma outra metodologia, pois tendo em vista que os

    recursos eram remetidos para o exterior e, posteriormente, regressavam, no

    havia sendo sequer envi-los. Logo, mantm-se a necessidade de se fazer dois

    contratos de cmbio, um de sada e outro de entrada dos recursos, mas no

    h, atualmente, em um caso como esse remessa de dinheiro. Sendo assim, a

    conta Reserva que era impactada tanto a dbito quanto a crdito no mais

    precisa ter lanamento e, portanto, teramos o seguinte:

    200.000,00$Reservas-C

    Dividendose LucrosUS

    D

    200.000,00$DiretotoInvestimen

    ReUS

    CservasD

    200.000,00 US$DiretotoInvestimen-C

    Dividendose LucrosD

    No entanto, convencionou-se que quando ocorrer uma situao como essa, os

    fatos geradores no seriam lanados como est acima, mas seriam criadas

    duas contas que substituiriam as rubricas acima expostas neste caso. No

    Balano de Rendas a rubrica Lucros Reinvestidos substituiria Lucros e

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    Dividendos e na Conta Financeira aparecia a rubrica Reinvestimento para

    substituir o Investimento Direto. Dessa forma, o lanamento correto para o

    caso exposto seria:

    200.000,00 US$entoReinvestimC

    osReinvestidLucrosD

    Por fim, a ltima conta que necessita ser explicada na Conta Financeira so os

    Capitais de Curto Prazo. Essa rubrica abarca, dentre outros, todos os recursos

    que so encaminhados ao mercado de capitais, notadamente, a Bolsa de

    Valores. Por exemplo, no dia 26 de outubro de 2007, a BOVESPA Bolsa de

    Valores de So Paulo aps um processo de desmutualizao efetuou uma

    IPO2 de sua Holding na prpria Bolsa de Valores de So Paulo.

    Trocando em midos, a Bolsa vendeu suas prprias aes nela mesma e as

    pessoas que adquiriram as aes passaram a ser proprietrias da Bolsa mais

    importante do Brasil. Nessa emisso, uma boa parte das aes vendidas foram

    adquiridas por estrangeiros, ou melhor, no-residentes no Brasil. Com isso,

    houve um ingresso enorme de recursos no dia do IPO, impactando fortemente

    a cotao da moeda norte-americana e tambm o Balano de Pagamentos. O

    lanamento adequado para esse ingresso foi um dbito na conta Reserva e um

    crdito de igual valor na conta Capitais de Curto Prazo.

    Tendo em vista o fato de j termos apresentado praticamente todas as contas

    mais importantes que fazem parte do Balano de Pagamentos, julgo necessrio

    mostrar um BP consolidado. Na verdade, no apenas um, mas dois, ou seja,

    como era o Balano de Pagamentos antes da alterao efetuada em 2001 e o

    que est vigorando atualmente.

    At 2001, a estrutura do Balano de Pagamento era a seguinte:

    I Balana Comercial

    Exportao

    Importao

    II Balana de Servios

    2 IPO a Oferta Pblica Inicial e se constitui no fato de uma empresa vender parte de suas aes na Bolsa, diluindo o capital entre vrios acionistas.

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    II.1 Balana de Servios No-fatores

    Viagens Internacionais

    Seguros

    Fretes

    Servios Governamentais

    II.2 Balana de Servios Fatores

    Juros

    Lucros e Dividendos

    Lucros Reinvestidos

    III Transferncias Unilaterais

    IV Saldo em Transaes Correntes ou Saldo em Conta-Corrente (IV = I + II + III)

    V Capitais Autnomos

    Emprstimos e Financiamentos

    Investimento Direto

    Amortizaes

    Reinvestimento

    Capitais de Curto Prazo

    VI Erros e Omisses

    VII Saldo Total do Balano de Pagamentos (VII = IV + V + VI)

    VIII Capitais Compensatrios

    (a) Haveres de Curto Prazo no Exterior (b) Ouro Monetrio (c) DES (d) Posio de Reserva no FMI

    Atrasados

    Emprstimos de Regularizao

    Duas mudanas importantes e das quais ainda no falamos foram a diviso

    das transferncias unilaterais em duas contas, sendo que uma originou a

    Conta Capital e a sada da conta atrasados dos capitais compensatrios para

    ser uma conta retificadora das rubricas existentes na Conta Financeira. Dessa

    forma, a estrutura atual do Balano de Pagamentos passou a ter a seguinte

    configurao:

    I Balana Comercial

    Exportao

    Importao

    II Balana de Servios e Rendas

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    II.1 Balana de Servios

    Viagens Internacionais

    Seguros

    Fretes

    Servios Governamentais

    II.2 Balana de Rendas

    Juros

    Lucros e Dividendos

    Lucros Reinvestidos

    III Transferncias Unilaterais Correntes

    IV Saldo em Transaes Correntes ou Saldo em Conta-Corrente (IV = I + II + III)

    V Conta Capital e Financeira

    V.1 Conta Capital

    Transferncias Unilaterais de Capital

    V.2 Conta Financeira

    Emprstimos e Financiamentos

    (Atrasados)

    Investimento Direto

    Amortizaes

    (Atrasados)

    Reinvestimento

    Capitais de Curto Prazo

    (Atrasados)

    VI Erros e Omisses

    VII Saldo Total do Balano de Pagamentos (VII = IV + V + VI)

    VIII Reservas

    As transferncias unilaterais recebem, em sua grande maioria, lanamentos de

    doaes. Quando se faz uma doao, em geral, no h uma contra-partida

    financeira e, portanto, haver um impacto em apenas uma das contas do

    Balano de Pagamentos. Por este motivo, definiu-se que a contra-partida seria

    a rubrica de transferncias unilaterais. Imagine que o Governo Brasileiro

    efetuou a doao de medicamentos para pases pobres da frica. Como os

    medicamentos foram enviados para o exterior, houve uma exportao de

    medicamentos e deveria haver um pagamento por parte dos pases africanos

    quando do recebimento dos produtos. Se houvesse tido o pagamento, haveria

    um ingresso de recursos no Brasil e, portanto, um lanamento a dbito na

    conta Reservas e a crdito na rubrica exportaes. No entanto, como no

    houve a remessa de recursos financeiros, no haver impacto na conta

    Reservas e o lanamento a dbito passar a ser em transferncias unilaterais.

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    Mais um esclarecimento importante de ser feito. Nem sempre haver na

    transao efetuada o envio ou recebimento de recursos financeiros.

    Entretanto, para que no haja o risco de errarmos o lanamento, iremos

    sempre supor que houve a remessa e, posteriormente, substituir a conta

    Reserva pela conta que est faltando.

    Por exemplo, suponha que uma multinacional optou por fazer um investimento

    em sua filial brasileira no valor de US$ 1 Milho. O lanamento no Balano de

    Pagamentos em decorrncia do envio desse recurso deveria ser um dbito na

    conta Reservas e um crdito em Investimento Direto, ambos no valor de US$ 1

    Milho. Entretanto, a empresa brasileira, imediatamente aps receber o

    recurso destinou-o aquisio de um equipamento de um no-residente.

    Dessa forma, houve um segundo lanamento, em seguida, de igual valor,

    provocando um crdito na conta Reservas e um dbito na conta Importao.

    No h problema algum nos lanamentos efetuados acima, mas a

    multinacional em questo que efetuou o investimento de US$ 1 Milho no

    Brasil poderia ter optado por, ao invs de mandar os recursos, enviar a prpria

    mquina que posteriormente seria adquirida pela empresa nacional. O fato de

    a empresa no-residente optar por no enviar os recursos e sim uma mquina

    poderia ser informado pelo simples fato de se comunicar que o investimento foi

    feito sem cobertura cambial, ou seja, sem a remessa de recursos financeiros.

    Logo, se a multinacional efetuar o investimento com a aquisio e posterior

    envio da mquina que a empresa residente necessita, o lanamento no

    Balano de Pagamentos ser um dbito na conta Importao e um crdito na

    conta Investimento Direto.

    Acredito que todas as dvidas acerca dos possveis lanamentos j devam

    estar sanadas, faltando agora apenas concluir os itens do Balano de

    Pagamentos que ainda no foram mencionados.

    O saldo da Balana Comercial ser a soma entre exportao e importao. O

    mesmo podemos falar da Balana de Servios e Rendas que ter como saldo a

    soma dos valores constantes em cada uma de suas contas. Entretanto, aps

    determinarmos o saldo das transferncias unilaterais, vemos que o saldo em

    transaes correntes o somatrio dos saldos da Balana Comercial com a

    Balana de Servios e Rendas mais as Transferncias Unilaterais Correntes.

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    Por fim, vemos que h uma grande dificuldade em controlar as transferncias

    fsicas na prtica e o mesmo fato no ocorre com as transferncias financeiras.

    Portanto, se no houver, na prtica, uma igualdade nos lanamentos a rubrica

    Erros e Omisses serve para fechar o Balano de Pagamentos e omitir os

    possveis erros existentes. Entretanto, h um valor mximo em termos

    percentuais do Balano que pode ser colocado nessa rubrica.

    Finalmente, vemos que a saldo total do Balano de Pagamentos o somatrio

    do Saldo em Transaes Correntes com a Conta Capital e Financeira e os Erros

    e Omisses.

    Uma dvida muito comum acharmos que o Saldo Total do Balano ser zero

    dado que para todo crdito haver um dbito de mesmo valor e como os

    dbitos so sempre negativos e os crditos sempre positivos. No entanto, isso

    no est correto pois o Saldo Total do Balano de Pagamentos no a ltima

    rubrica existente, ainda teremos a conta Reservas. Sendo assim, podemos

    afirmar, com base no Balano de Pagamentos apresentado aps 2001 que a

    soma do Saldo Total do Balano de Pagamentos com a conta Reservas

    necessariamente igual a zero. Se considerarmos o Balano anterior a 2001

    temos que a soma do Saldo Total do Balano de Pagamentos com os Capitais

    Compensatrios que equivalem zero.

    2.3. Renda Enviada ou Recebida do Exterior

    Com bastante freqncia aparecem os termos Renda Lquida Enviada ao

    Exterior (RLEE), Renda Lquida Recebida do Exterior (RLRE), Renda Enviada ao

    Exterior (REE) e Renda Recebida do Exterior (RRE).

    Quando tratamos da Balana Comercial estamos nos referindo importao e

    exportao de bens. No entanto, quando tratamos da Balana de Servios3

    estamos tambm nos referindo a importaes e exportaes, mas apenas de

    servios. Dessa forma, quando tratarmos de exportao de bens e servios

    estamos falando do somatrio de todos os bens que foram exportados e esto

    lanados a crdito na balana comercial e de todos os servios exportados e

    3 Neste caso, estamos nos referindo nova classificao do Balano de Pagamentos, que era, anteriormente, chamado de Balana de Servios no-Fatores.

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    lanados a crdito na balana de servios. Quando nos referirmos a

    importaes de bens e servios estamos falando dos lanamentos a dbito

    tanto na balana comercial (bens) quanto na balana de servios.

    Com isso, para podermos determinar o saldo em transaes correntes ou o

    saldo em conta-corrente falta a determinao dos lanamentos tanto na

    Balana de Rendas quanto nas Transferncias Unilaterais Correntes. O

    somatrio desses dois itens dar origem RLEE ou RLRE conforme o caso.

    Se a soma da Balana de Rendas com as Transferncias Unilaterais teve como

    resultado um saldo a dbito, significa que houve uma contra-partida a crdito.

    Para compreendermos exatamente o que isto representa, vamos supor que

    todas as contas do Balano de Pagamentos esto zeradas e o primeiro

    lanamento que ir ocorrer ser uma remessa de juros para o exterior, logo,

    uma sada de recursos. Ao lanarmos uma sada de recursos do Pas (pela

    conta de juros), teremos um lanamento a dbito na conta juros e um

    lanamento a crdito de mesmo valor na conta Reservas. Dessa forma, se a

    soma do Balano de Rendas e das Transferncias Unilaterais tiver um saldo

    negativo, significa que os lanamentos a dbito superaram os lanamentos a

    crdito e, portanto, na conta Reservas ocorreu o inverso. Logo, houve uma

    sada de recursos do Pas.

    Com isso, podemos determinar que o somatrio dos lanamentos a crdito na

    Balana de Rendas e Transferncias Unilaterais gerou, em tese, um

    lanamento a dbito na conta Reservas e chamaremos esse somatrio de

    Renda Recebida do Exterior (RRE). Por outro lado, os lanamentos a dbito na

    Balana de Rendas e Transferncias Unilaterais gerou, em tese, um

    lanamento a crdito na conta Reservas (significando que houve sada de

    recursos) e chamaremos esse somatrio de Renda Enviada ao Exterior (REE).

    A Renda Lquida Enviada ao Exterior ir ocorrer se o total de Renda Enviada ao

    Exterior superar a Renda Recebida do Exterior4. Caso contrrio, ou seja, se a

    Renda Recebida do Exterior superar a Renda Enviada ao Exterior teremos a

    Renda Lquida Recebida do Exterior.

    4 Normalmente, no Brasil, a Renda Enviada ao Exterior superior Renda Recebida do Exterior e uma explicao plausvel, apesar de mudanas estruturais estarem ocorrendo, que temos muito mais empresas multinacionais estrangeiras no Brasil enviando lucros e juros para o exterior do que empresas brasileiras no exterior remetendo lucros para o Brasil.

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    crditoa lanadoSaldo00Sedbitoa lanadoSaldo00Se

    >>>>

    RLREREERRERLEERREREE

    2.4. Tabela de Usos e Fontes

    A Tabela de Usos e Fontes a seguinte:

    Usos Fontes

    Transaes Correntes Conta Capital

    Balana Comercial (importaes e exportaes)

    Investimentos estrangeiros diretos

    Servios e Rendas (juros, receitas e despesas)

    Investimentos em papis domsticos de longo prazo

    Lucros e Dividendos Desembolsos de mdio e longo prazos

    Viagens internacionais - Bnus, Notes e Commercial Papers

    Transferncias Unilaterais Correntes - Crdito de fornecedores

    Amortizaes de mdio e longo prazos - Emprstimos

    - Bnus, Notes e Commercial Papers Ativos de Brasileiros no Exterior

    - Crdito de fornecedores Emprstimos ao Banco Central

    - Emprstimos Curto prazo e demais

    Ativos de Reservas

    Devemos observar que nessa Tabela de Usos e Fontes, todos os itens que

    fazem parte dos Usos, ao serem classificados no Balano de Pagamentos

    devero estar inseridos no Saldo em Transaes Correntes com exceo das

    amortizaes de mdio e longo prazos. Ou seja, o saldo em transaes

    correntes a soma da Balana Comercial com a Balana de Servios e Rendas

    e as Transferncias Unilaterais Correntes. Observe que todos esses itens

    citados acima fazem parte dos Usos e somado a esses temos: Lucros e

    Dividendos que integram a Balana de Rendas, Viagens Internacionais que

    integram a Balana de Servios e a prpria conta de Transaes Correntes.

    Portanto, a nica exceo seria o termo amortizaes.

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    QUESTES PROPOSTAS

    Questo 2

    (FGV BADESC 2010) Analise os lanamentos no Balano de Pagamentos

    de um pas durante um ano.

    Exportao de bens ................................................... 152.994

    Importao de bens ................................................. 127.647

    Transferncias Unilaterais Correntes ............................. 2.314

    Viagens internacionais ................................................. 5.593

    Investimento brasileiro direto ....................................... 10.084

    Investimento estrangeiro direto .................................... 25.948

    Royalties e licenas ...................................................... 2.078

    Lucros e dividendos ................................................... 17.765

    O saldo em transaes correntes desse pas :

    a) 2.225.

    b) 5.106.

    c) 2.792.

    d) 1.535.

    e) 8.414

    Questo 3

    (FGV Porto de Santos 2010) Dados:

    Em US$

    Exportaes (FOB) 900,00

    Importaes (FOB) 700,00

    Viagens Internacionais -100,00

    Lucros enviados 400,00

    Lucros Recebidos 500,00

    Pagamento de Juros 50,00

    Recebimento de Juros 0,00

    Saldo em Transaes Correntes 300,00

    O valor referente s transferncias unilaterais

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    a) 50,00

    b) 150,00

    c) 250,00

    d) 350,00

    e) 450,00

    Questo 4:

    (FGV Porto de Santos 2010) Considere as seguintes informaes:

    Exportaes: $500. Importaes: $300. Saldo na balana de servios: $ -300. Saldo em Transaes correntes: $ -150. Saldo do Movimento de Capitais Autnomos: $250. Erros e omisses de zero.

    Com base nas informaes acima, o saldo das transferncias unilaterais e do

    BP so, respectivamente,

    a) 50 e 200

    b) 50 e 100

    c) -50 e 200

    d) -50 e 100

    e) 100 e -50

    Questo 5

    (FGV Porto de Santos 2010) Considere as seguintes informaes:

    Exportaes: $200. Importaes: $150. Saldo balana de servios: $ -100. Emprstimos novos: $50. Investimento direto (na forma de mquinas e equipamentos) de: $100. Erros e omisses: $0. Transferncias unilaterais: $0.

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    Com base nos dados, avalie as afirmativas abaixo:

    I. O saldo em transaes correntes foi de $50.

    II. O saldo do Balano de Pagamentos foi de $-100.

    III. O saldo da conta de capital autnomo foi de $50.

    Assinale:

    a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

    b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

    c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

    d) se todas as afirmativas estiverem corretas.

    e) se nenhuma afirmativa estiver correta.

    Questo 6

    (CESGRANRIO BNDES Economia 2008) Na conta de transaes

    correntes do balano de pagamentos do pas, entre outros itens, registram-se

    as(os)

    a) exportaes e os investimentos estrangeiros que trazem divisas para o pas.

    b) exportaes e as importaes de mercadorias feitas pelos residentes no

    pas.

    c) variaes das reservas internacionais no Banco Central.

    d) emprstimos e os financiamentos de longo prazo.

    e) pagamentos de juros e de amortizaes de capital recebidos do exterior.

    Questo 7

    (ESAF APO 2003) Considere os seguintes lanamentos realizados entre

    residentes e no residentes de um pas, num determinado perodo de tempo,

    em unidades monetrias:

    o pas exporta mercadorias no valor de 100, recebendo vista; o pas importa mercadorias no valor de 50, pagando vista; o pas realiza pagamentos a vista referente a juros, lucros e aluguis, no

    valor de 50;

    ingressam no pas investimentos diretos, no valor de 20, sob a forma de mquinas e equipamentos;

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    o pas paga 50 referente a despesas com transportes; o pas recebe emprstimos no valor de 100.

    Com base nessas informaes, o pas apresentou :

    a) saldo total nulo no balano de pagamentos;

    b) dficit no balano de pagamentos de 100;

    c) supervit em transaes correntes de 70;

    d) supervit na balana comercial de 50;

    e) supervit no balano de pagamentos de 50.

    Questo 8

    (ESAF Auditor Fiscal da Previdncia Social 2002) Considere as seguintes

    informaes: saldo da balana comercial: dficit de 100; saldo da balana de

    servios: dficit de 200; saldo em transaes correntes: dficit de 250; saldo

    total do balano de pagamentos: supervit de 50. Com base nessas

    informaes5, o saldo das transferncias unilaterais e do movimento de

    capitais autnomos foram, respectivamente,

    a) + 50 e + 300

    b) 50 e 300

    c) + 30 e 330

    d) 30 e +330

    e) 30 e 300

    Questo 9

    (ESAF APO 2003) Considere os seguintes dados para uma economia

    hipottica: exportaes de bens e servios no-fatores = 100; importaes de

    bens e servios no-fatores = 50; dficit no balano de pagamentos em

    transaes correntes = 10. Com base nas identidades macroeconmicas

    bsicas para uma economia aberta e com o governo, podemos afirmar que

    essa economia apresentou:

    5 Observe que apesar de a questo ser de 2002, ou seja, aps as mudanas estruturais efetuadas pelo Banco Central do Brasil no balano de pagamentos, ele se refere s contas com as nomenclaturas antigas.

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    a) renda lquida enviada ao exterior igual a 60;

    b) renda lquida recebida do exterior igual a 60;

    c) renda lquida enviada ao exterior igual a 40;

    d) renda lquida recebida do exterior igual a 40;

    e) renda lquida enviada ao exterior igual a 50.

    Questo 10

    (ESAF Analista de Planejamento e Oramento do Ministrio do Planejamento,

    Oramento e Gesto 2002) Com base no balano de pagamentos, correto

    afirmar que

    a) o saldo do movimento de capitais autnomos tem que ser necessariamente

    igual ao saldo do balano de pagamentos em transaes correntes;

    b) as transferncias unilaterais tm como nica contrapartida de lanamento a

    balana comercial;

    c) o saldo total do balano de pagamentos necessariamente igual a zero;

    d) os lucros reinvestidos so lanados com sinal positivo nos movimentos de

    capitais e com sinal negativo no balano de servios;

    e) as amortizaes fazem parte do balano de servios.

    Questo 11

    (ESAF Analista de Planejamento e Oramento do Ministrio do Planejamento,

    Oramento e Gesto 2002) Considere os seguintes dados para uma

    economia hipottica, em unidades monetrias e num determinado perodo de

    tempo: dficit comercial = 100; transferncias unilaterais recebidas = 10;

    saldo lquido positivo do movimento de capitais autnomos = 100.

    Considerando que o saldo total do balano de pagamentos foi nulo e supondo a

    ausncia de erros e omisses, correto afirmar que

    a) o balano de servios apresentou saldo negativo de 110 e o saldo em

    transaes correntes foi deficitrio de em 90;

    b) o saldo do balano de servios foi nulo e o saldo em transaes correntes foi

    deficitrio em 90;

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    c) o balano de servios apresentou saldo negativo de 10 e o saldo em

    transaes correntes foi deficitrio em 100;

    d) o saldo do balano de servios foi nulo e o saldo em transaes correntes foi

    deficitrio em 110;

    e) o saldo do balano de servios foi igual ao saldo em transaes correntes.

    Questo 12

    (ESAF BACEN 2002) Considere as seguintes operaes entre residentes e

    no residentes de um pas, num determinado perodo de tempo, em milhes

    de dlares: o pas exporta mercadorias no valor de 500, recebendo vista; o

    pas importa mercadorias no valor de 400, pagando vista; o pas paga 100

    vista, referente a juros, lucros e aluguis; o pas amortiza emprstimo no valor

    de 100; ingressam no pas mquinas e equipamentos no valor de 100 sob a

    forma de investimentos diretos; ingressam no pas 50 sob a forma de capitais

    de curto prazo; o pas realiza doao de medicamentos no valor de 30. Com

    base nestas informaes, pode-se afirmar que as reservas do pas, no perodo,

    a) tiveram uma reduo de 50 milhes de dlares;

    b) tiveram uma elevao de 50 milhes de dlares;

    c) tiveram uma reduo de 100 milhes de dlares;

    d) tiveram uma elevao de 100 milhes de dlares;

    e) no sofreram alteraes

    Questo 13

    (APO ESAF 2003) Com base no balano de pagamentos, incorreto

    afirmar que

    a) os investimentos diretos fazem parte dos denominados movimentos de

    capitais autnomos;

    b) o saldo total do balano de pagamentos sempre igual a zero;

    c) os emprstimos do Fundo Monetrio Internacional fazem parte das

    denominadas transaes compensatrias;

    d) os chamados capitais de curto prazo fazem parte dos denominados

    movimentos de capitais autnomos;

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    e) despesas com turismo fazem parte da balana de servios no fatores.

    Questo 14

    (ESAF AFRF 2 2002) Com relao ao balano de pagamentos, incorreto

    afirmar que:

    a) as exportaes de empresas multinacionais instaladas no Brasil so

    computadas na balana comercial do pas.

    b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de capitais

    autnomos.

    c) o saldo da conta transferncias unilaterais faz parte do saldo do balano

    de pagamentos em transaes correntes.

    d) o saldo total do balano de pagamentos no necessariamente nulo.

    e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balano de

    servios no fatores.

    Questo 15

    (ESAF AFRF 2002) Considere as seguintes informaes:

    A = saldo da balana comercial

    B = saldo da balana de servios

    C = saldo das operaes de transferncias unilaterais

    D = saldo em transaes correntes

    E = movimento de capitais autnomos

    F = movimento de capitais compensatrios

    G = saldo total do balano de pagamentos

    Com base nestas informaes, pode-se afirmar com certeza que

    a) A + B + C = D + E + F + G

    b) A + B + C + D + E + F + G = 0

    c) A + B + C + E + F = 0

    d) G = 0

    e) A + B + C = D = G = 0

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    QUESTES RESOLVIDAS

    Questo 2

    (FGV BADESC 2010) Analise os lanamentos no Balano de Pagamentos

    de um pas durante um ano.

    Exportao de bens ................................................... 152.994

    Importao de bens ................................................. 127.647

    Transferncias Unilaterais Correntes ............................. 2.314

    Viagens internacionais ................................................. 5.593

    Investimento brasileiro direto ....................................... 10.084

    Investimento estrangeiro direto .................................... 25.948

    Royalties e licenas ...................................................... 2.078

    Lucros e dividendos ................................................... 17.765

    O saldo em transaes correntes desse pas :

    a) 2.225.

    b) 5.106.

    c) 2.792.

    d) 1.535.

    e) 8.414

    Resoluo:

    Observe que o examinador j forneceu o saldo de algumas contas. Isso nos

    livra de pensar em como deveramos fazer os lanamentos, mas devemos

    saber em que ponto do balano de pagamentos se situa cada uma das contas

    relacionadas. Voc deve estar se perguntando qual estrutura usar, no

    mesmo? Temos que procurar uma dica na questo, mas quando o examinador

    coloca transferncias unilaterais correntes, ele nos indica que est usando a

    nova estrutura. Lembre-se que a estrutura atual a seguinte:

    127.647:portaoIm152.994 : Exportao

    ComercialBalanaI

    O saldo da Balana Comercial positivo e de $25.347.

    Passemos agora para a Balana de Servios.

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    -2.078:LicenaseRoyalties-5.593:naisInternacioViagens

    ServiosdeBalana1.II

    O saldo da Balana de Servios negativo, deficitrio, e de $7.671.

    A nica conta da Balana de Renda a Lucros e Dividendos.

    Como o saldo em Transaes Correntes o somatrio do saldo das Balanas

    Comerciais, Servios e Rendas alm do valor das Transferncias Unilaterais

    Correntes, temos:

    I- Balana Comercial + $25.347

    II.1- Balana de Servios - $7.671

    II.2 - Balana de Rendas - $17.765

    III - Transferncias Unilaterais Correntes $ 2.314

    IV- Saldo em Transaes Correntes + $2.225

    Sendo assim, o gabarito a letra A.

    Gabarito: A

    Questo 3

    (FGV Porto de Santos 2010) Dados:

    Em US$

    Exportaes (FOB) 900,00

    Importaes (FOB) 700,00

    Viagens Internacionais -100,00

    Lucros enviados 400,00

    Lucros Recebidos 500,00

    Pagamento de Juros 50,00

    Recebimento de Juros 0,00

    Saldo em Transaes Correntes 300,00

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    O valor referente s transferncias unilaterais

    a) 50,00

    b) 150,00

    c) 250,00

    d) 350,00

    e) 450,00

    Resoluo:

    Para resolver essa questo, devemos, em primeiro lugar, montar o balano de

    pagamentos e verificar se uma conta quando recebe juros deve ser debitada

    ou creditada e o mesmo com a conta lucro. Vamos s duas, primeiro.

    Uma operao de envio de lucro para o exterior. Teremos como contrapartida

    a conta reservas. Se o recurso foi enviado para o exterior, saiu recursos do

    caixa e, portanto, a conta reservas dever ser creditada. Logo, teremos:

    Reservas-CEnviadoLucroD

    De maneira anloga, tratamos o pagamento de juros:

    Reservas-CJurosdeagamentoPD

    Dessa forma, teremos o seguinte:

    I Balana Comercial +900 700 = +200

    II.1 Balana de Servios -100

    II.2 Balana de Renda -400+500-50+0 = +50

    III Transferncias Unilaterais X

    IV Saldo em Transaes Correntes 300

    Sabemos que I + II.1 + II.2 + III = IV.

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    Dessa forma, temos:

    150X300X150

    300X50100200

    =+=++

    =+++

    Sendo assim, o gabarito a letra B.

    Gabarito: B

    Questo 4:

    (FGV Porto de Santos 2010) Considere as seguintes informaes:

    Exportaes: $500. Importaes: $300. Saldo na balana de servios: $ -300. Saldo em Transaes correntes: $ -150. Saldo do Movimento de Capitais Autnomos: $250. Erros e omisses de zero.

    Com base nas informaes acima, o saldo das transferncias unilaterais e do

    BP so, respectivamente,

    a) 50 e 200

    b) 50 e 100

    c) -50 e 20