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LÍNGUA PORTUGUESA ELEMENTOS DE GRAMÁTICA 1 - ACENTUAÇÃO GRÁFICA 1. Introdução: A acentuação se manifesta na língua falada (marcada de forma automática, com uma sutil elevação de voz) e na língua escrita (decorrente da necessidade de marcar os vocábulos que, sem acento, poderiam ser lidos ou interpretados de outra forma). A acentuação gráfica das palavras, portanto possibilita que elas sejam pronunciadas corretamente. 2. Regras de acentuação: 2.1.Palavras monossílabas tônicas: São acentuadas as que terminam em A (S), E (S),O (S). Ex.: chá, gás, mês, fé, lê, vê-lo, nós, dó, pô-lo. 2.2.Palavras oxítonas: São acentuadas as que terminam em A (S), E(S), O(S), EM e ENS. Ex.: atrás, será, Pará, pajé, convés, cortês, avó, avô, após, robô, expô-la, vintém, parabéns. 2.3.Palavras paroxítonas: São acentuadas as que não terminarem em A (S), E (S), O (S), EM e ENS. Ex.: táxi, tênis, bônus, vírus, fórum, álbuns, bíceps, fórceps, órfã, órgãos, ímãs, útil, amável, fêmur, tórax, hífen, pólen, pônei, áreas. Observações: a) Os prefixos, em i ou r não são acentuados: anti, semi, super, inter, etc.; b) A primeira vogal dos hiatos ôo(s), êem é acentuada: vôo, enjôos, crêem (eles), dêem (eles), lêem (eles), vêem(eles). 2.4.Palavras proparoxítonas: São acentuadas todas as palavras proparoxítonas. Ex.: máquina, tônico, código, relêssemos. 2.5.Ditongos EI, EU, OI: São acentuados os ditongos EI, EU, OI, quando forem abertos e tônicos. Ex.: anéis, idéia, troféu, véus, heróico, heróis, dói (mas 1

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LÍNGUA PORTUGUESA

ELEMENTOS DE GRAMÁTICA

1 - ACENTUAÇÃO GRÁFICA

1. Introdução:

A acentuação se manifesta na língua falada (marcada de forma automática, com uma sutil elevação de voz) e na língua escrita (decorrente da necessidade de marcar os vocábulos que, sem acento, poderiam ser lidos ou interpretados de outra forma).

A acentuação gráfica das palavras, portanto possibilita que elas sejam pronunciadas corretamente.

2. Regras de acentuação:

2.1.Palavras monossílabas tônicas: São acentuadas as que terminam em A (S), E (S),O (S). Ex.: chá, gás, mês, fé, lê, vê-lo, nós, dó, pô-lo.

2.2.Palavras oxítonas: São acentuadas as que terminam em A (S), E(S), O(S), EM e ENS. Ex.: atrás, será, Pará, pajé, convés, cortês, avó, avô, após, robô, expô-la, vintém, parabéns.

2.3.Palavras paroxítonas: São acentuadas as que não terminarem em A (S), E (S), O (S), EM e ENS. Ex.: táxi, tênis, bônus, vírus, fórum, álbuns, bíceps, fórceps, órfã, órgãos, ímãs, útil, amável, fêmur, tórax, hífen, pólen, pônei, áreas. Observações: a) Os prefixos, em i ou r não são acentuados: anti, semi, super, inter, etc.; b) A primeira vogal dos hiatos ôo(s), êem é acentuada: vôo, enjôos, crêem (eles), dêem (eles), lêem (eles), vêem(eles).

2.4.Palavras proparoxítonas: São acentuadas todas as palavras proparoxítonas. Ex.: máquina, tônico, código, relêssemos.

2.5.Ditongos EI, EU, OI: São acentuados os ditongos EI, EU, OI, quando forem abertos e tônicos. Ex.: anéis, idéia, troféu, véus, heróico, heróis, dói (mas pasteizinhos, aneizinhos, anzoizinhos não são acentuados).

2.6.I e U como 2ª vogal do hiato: São acentuados o I e U, 2ª vogal do hiato,quando vierem sozinhos ou com S, forem tônicos e não estejam seguidos de NH. Ex.: miúdo (mi-ú-do), baús (ba-ús), país (pa-ís), raízes (ra-í-zes). ( mas: bainha, moinho, rainha, raiz, Jair, ainda, saiu, Raul.)

2.7.Grupos QUE, GUE, QUE, QUI: A letra U destes grupos recebe trema se tiver pronúncia átona (=fraca). Ex.: seqüência, tranqüilo, agüenta, argüir, sagüi; e recebe acento agudo se tiver pronuncia tônica (=forte) Ex.: apazigúe, argúi, obliqúe.

2.8.Verbos TER e VIR: Esses verbos levam acento na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo: eles têm e eles vêm. Nas formas dos verbos derivados (manter, deter, conter, intervir, convir, provir, etc.) usa-se o acento agudo na 3ª pessoa do singular do Presente do Indicativo e o acento circunflexo na 3ª pessoa do plural: ele mantém / eles mantêm, ele detém / eles detêm, ele contém / eles contêm, ele intervém / eles intervêm, ele convém / eles convêm, ele provém / eles provêm.2.9.Acento diferencial: pôr (verbo) / por (preposição); pára (verbo) / para (preposição); pôde (passado de poder) / pode (presente de poder); pêlo (substantivo) / pélo (verbo) / pelo (preposição por+artigo o); pólo (eixo, jogo) / pôlo (filhote de gavião); péla (verbo) / pela (preposição por+artigo a).

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

(Ana Luiza Nazareno Ferreira)

Como vou acentuarTantas palavras assim?É fácil, vou mostrar,Vamos ler até o fim

Monossílabas tônicas como façoPara acentuar e aprender?Terminando em a, e, o, com s, ou sem sPonho acento, não vou mais esquecer.

Pá, pás, pé, pés, pó, pósMonossílabas são e vou acentuarBem, bom, da, de, tu, si, lheTambém são, mas acento nelas nem pensar.

Oxítonas, ai meu Deus,Venha logo me ajudar!Terminam em a, e, o, com s ou não, em, ensTenho logo que acentuar.

Cajá, cajás, rapé, rapés, cipó, cipós,Também, parabéns, acento vão levar.Piqui, tatu, oxítonas também são,Mas acento nelas nem pensar.

As paroxítonas são mais fáceis,Vamos ver como fazer:Se terminam em a, e, o com s, ou não, em, ensAcento nunca vão ter.

Casa, santo, rede, homem, hifensSão paroxítonas, mas não vou acentuar.Terminou diferente e é desse grupo ?Com certeza acento vai levar. As proparoxítonas estão no papo,Todas vou acentuar.I, U, vêm no hiato, só ou com s?Acento neles vou colocar.

E os ditongos eu, ei, e oi, que beleza!Se abertos, acento vão levar.O trema nos grupos que, gue, qui, gui.No u, átono e ouvido, também vou colocar.

Eles vêem, lêem e crêemEu não magôo, perdôo e vejo o vôo do pardal.Eles não vêm e nada têm,Mas aprendem a regra gramatical.

Se é por aqui que ele vemPara pôr ordem no salão,Ele pára, pois é mais fácilAprender as regras de acentuação.

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EXERCÍCIOS

1. Assinale a opção que apresenta erro de acentuação gráfica:

a) O jovem fez uma boa prova, mas alguém fê-lo sair rápido e preocupado.b) Neste ínterim, o herói jogou o chapéu ao japonês que vendia aneizinhos à pálida viuvinha.c) Eu averiguei pessoalmente se fôra lavrado o flagrante do delinquente e se ele ainda estava com o dolar suiço que havia roubado.d) A função dos juízes é dar uma sentença justa àqueles árabes que vêm fazendo balbúrdia no circuito da Fórmula 1.

2. Apenas uma alternativa está correta quanto à acentuação gráfica.

a) Os refens presos na saúna foram soltos quando os bacharéis pagaram o resgate.b) O pelo do gato ficou prêso nos anzóizinhos dos indios daquela aldeia perto do pé de bambú.c) Os professores mandaram por o album sôbre a mesa perto da linguiça.d) Convém que você esclareça se vê alguma falha no projeto que deixamos no fórum.

3. Nos textos que se seguem, um há em que se omitiu o acento gráfico em algumas

palavras. Assinale-o.

a) Vossa Excelência intervém nas discussões dos usuários com idéias irresistíveis.b) O réu não pôde explicar o porquê de sua ausência quando foi chamado a depor.c) As pessoas presentes na assembleia receberam vários itens do programa e a incumbencia de analisa-los e difundi-los junto aos órgãos públicos.d) A verdadeira felicidade se constrói de pequeninos atos que vêm e vão sem que percebamos, preocupados que estamos em encontrar o paraíso.

4. Assinale a alternativa que completa corretamente as frases:I- Cada qual fez como melhor lhe ___________.II- O que ___________ estes frascos?III- Os teóricos _____________ os conceitos.IV- Eles _____________ a casa do necessário.a) convém, contêm, revêem, provêem.b) convêm, contém, revêm, provêmc) convém, contém, revêem, provêm.d) convém, contêm, revêm, provêem

5. Observe os textos abaixo. Depois assinale a opção correta.

I- Eles retêm informações valiosíssimas sobre o troféu roubado.II- Ninguem entendeu a rúbrica do medico paranóico.III- Agüentar o mau humor dos que só vêem tragédia em tudo é fácil quando não nos deixamos envolver pelo trágico.IV- O caráter dos heróis não se mede pelos atos de heroísmo, mas pela maneira como eles se mantêm anônimos.

a) I, II e III estão corretas.b) Somente a II está errada.c) Estão corretas a II, III e IV.d) Todas estão corretas.

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ORTOGRAFIA

1. INTRODUÇÃO

A maioria das dúvidas sobre ortografia ocorrem porque, em português, existem determinados fonemas (=sons) que, dependendo da palavra, são representados por letras diferentes.

Existem três procedimentos que, em conjunto, podem ajudar a diminuir as dificuldades relativas à grafia das palavras:

conhecer as orientações que vamos expor neste trabalho; consultar, sempre que necessário, dicionário; memorizar a grafia das palavras.

2. ORIENTAÇÕES ORTOGRÁFICAS

2.1. Emprega-se S (e não Z)

Nos sufixos – ês ,- esa,- esia,- isa, quando o radical é substantivo ou em gentílicos, títulos nobiliárquicos e profissão.Exemplos: burguês, burguesa, burguesia, (burgo); maresia (mar); poetisa (poeta); japonês, japonesa; português, portuguesa; baronesa, duquesa, marquês.

Em verbos terminados em – isar derivados de palavras que têm S no final do radical. Aqui se acrescenta a desinência verbal – ar.Exemplos: aviso – avisar; friso – frisar; liso – alisar; análise – analisar; pesquisa – pesquisar.

Nos sufixos gregos – ase, - ese, - ise, - ose.Exemplos: metástase, catequese, hemoptise, glicose.

Depois de ditongo.Exemplos: pouso, coisa, deusa, pausa, maisena, lousa.

Nas formas verbais de PÔR e QUERER.Exemplos: pus, pôs, compuseram, dispusestes, quis, quiser, quisera.

Nos nomes relacionados a verbos cujos radicais terminam em D.Exemplos: alusão (aludir), decisiva (decidir), empresa (empreender), difusora (difundir).

Nas palavras terminadas em – és.Exemplos: convés, revés, invés, através. (Exceção: dez)

Em diminutivos cujo radical termine em S.Exemplos: Luisinho (Luís), Teresinha (Teresa), Rosinha, Rosita (Rosa), vasinho (vaso).

Nos sufixos – oso, osa.Exemplos: bondoso, bondosa, feioso, gostosa.

Em muitas outras palavrasExemplos: Ásia, atrás, gás, gasolina, pêsames, fusível, espontâneo, querosene, cós, obséquio, tesoura, etc.

2.2. Emprega-se Z (e não S)

Nos sufixos – ez,- eza, das palavras derivadas de adjetivos.Exemplos: altivez (altivo), surdez (surdo), rapidez (rápido), nitidez (nítido), leveza (leve), nobreza (nobre), beleza (belo), riqueza (rico), singeleza (singelo).

Na terminação – izar dos verbos derivados de palavras sem S na última sílaba.Exemplos: utilizar (útil), atualizar (atual), otimizar (ótimo), finalizar (final), traumatizar (trauma), amenizar (ameno).

Como consoante de ligação, “ligando” a palavra ao sufixo.Exemplos: pazada (pá-ada), pezinho (pé-inho), cafezal (café-al), caquizeiro (caqui-eiro), canzarrão (cão-arrão), cãozito (cão-ito), pazona (pá-ona), mãozorra (mão-orra), pezudo (pé-udo).

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OBSERVAÇÃO:

1. Quando o radical termina em S, o Z não é usado. Exemplos: lapisinho (lápis-inho), mesada (mês-ada), sisudo (sis(o)-udo).

2. Quanto ao plural, só conservarão o S os vocábulos diminutivos que já o possuíam no seu radical. Exemplos: chinesinho (chinês), adeusinho (adeus), lapisinho (lápis). Do contrário, o S, como marca de plural, desaparece no meio da palavra, dando lugar apenas ao Z. Exemplos: caracoizinhos (caracolzinho – caracol – caracóis), coraçõezinhos (coraçãozinho – coração – corações), animaizinhos (animalzinho – animal – animais).

Nas terminações –az, - ez, - iz, - oz, - uz, correspondentes a formas latinas.Exemplos: rapaz, capaz, dez, feliz, feroz, luz.

Em vocábulos de origem árabe, oriental e italiana.Exemplos: azáfama, alazão, algazarra, azeite, vizir, Azambuja, xadrez, bizantino, ojeriza.

Em muitas outras palavras.Exemplos: buzina, baliza, granizo, azia, gozai, azedo, desprezo, talvez, fuzil, etc.

2.3. Homônimos e Parônimos

Asado: que tem asas / Azado: oportunoAsar: guarnecer com asas / Azar: má sorteCoser: costurar /Cozer: cozinharFúsil: que se pode fundir / Fuzil: carabinaRevisar: rever: corrigir. / Revezar: substituir alternadamenteVês: forma de verbo ver. / Vez: ocasiãoÁs: carta de jogo; pessoa notável. / Az: esquadrãoVós: pronome pessoal / Voz: som da laringe.

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2.4. Emprega-se S (e não C ou Ç)

a) Em nomes relacionados a verbos cujos radicais terminam em ND, RG, RT, PEL, CORR e SENT.Exemplos: pretensão (pretender), expansão (expandir), ascensão (ascender), aspersão (aspergir), submerso (submergir), inverso (inverter), diversão (divertir), impulso (impelir), compulsório (compelir), repulsa (repelir), recurso (recorrer), discurso (discorrer), sensível (sentir), consensual (consentir).

b) Em muitas outras palavras.Exemplos: ganso, dorso, ânsia, cansar, utensílio, farsa, comparsa, etc.

2.5. Homônimos e Parônimos

Cegar: fazer perder a vista / Segar: ceifar, cortar.Cela: aposento / Sela: arreio de cavalgaduraCeleiro: depósito de provisões / Seleiro: fabricante de selasCenário: decoração de teatro / Senário: que consta de seis unidadesCenso: recenseamento / Senso: juízo claroCensual: relativo ao censo / Sensual: relativo aos sentidosCético: que ou quem duvida / Sético: que causa infecçãoCerração: nevoeiro espesso / Serração: ato de serrarCerrar: fechar / Serrar: cortarIncerto: duvidoso / Inserto: incluídoIncipiente: principiante / Insipiente: ignoranteIntenção ou tenção: propósito / Intensão ou tensão: intensidadeCervo: veado / Servo: serventeCessação: ato de cessar / Sessação: ato de sessarCessar: interromper / Sessar: peneirarCírio: vela grande de cera / Sírio: da SíriaCesta: utensílio de vara, com asas / Sesta: hora de descanso / Sexta: ordinal

feminino de seis.

2.6. Emprega-se SS (e não C ou Ç)

a) Em nomes relacionados com verbos cujos radicais terminem em GRED, CED, PRIM ou com verbos terminados por TIR e METER.Exemplos: agressivo (agredir), regressão (regredir), cessão (ceder), excesso (exceder), processo (proceder), impresso (imprimir), opressão (oprimir), admissão (admitir), percussão (percutir), submisso (submeter), promessa (prometer).

b) Dobra-se o S (SS) quando a uma palavra iniciada por S se junta um prefixo terminado por vogal.Exemplos: assistemático (a- sistemático), ressurgir (re- surgir), pressentir (pré-sentir).

c) Em muitas outras palavras.Exemplos: dossel, pêssego, assessor, secessão, sossego, massagista, etc.

2.7. Emprega-se C ou Ç (e não S ou SS)

a) Após ditongos.Exemplos: louça, coice, feição, traição, calabouço.

b) Nos derivados de palavras em TO e em nomes relacionados com verbos terminados em TER.Exemplos: ação (ato), infração (infrator), isenção (isento), absorção (absorto), abstenção (abster), detenção (deter), retenção (reter).

c) Em vocábulos de origem árabe, tupi, africana ou exótica.Exemplos: cetim, açucena, açúcar, muçulmanos, paçoca, caiçara, cipó, Iguaçu, Juçara, miçanga, caçula, cacimba, cachaça, cacique.

d) Nos sufixos – aça, - aço, - ação, - çar, - ecer, - iça, - iço, - nça, uça, - uço.

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Exemplos: barcaça, ricaço, armação, aguçar, amanhecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço.

e) Em muitas outras palavras.Exemplos: dançar, buço, soçobrar, dançarina, etc.

2.8. Homônimos e Parônimos

Acento: sinal gráfico / Assento: lugar onde a gente se assenta Acessório: que não é fundamental / Assessório: relativo ao assessor Apreçar: marcar ou ver o preço de / Apressar: tornar rápido Caçar: perseguir a caça / Cassar: anular Empoçar: formar poça / Empossar: dar posse a Cessão: doação / Seção: corte, divisão. / Sessão: reunião. Paço: palácio / Passo: passada Ruço: pardacento, grisalho. / Russo: natural da Rússia Decertar: lutar / Dissertar: discorrer

2.9. Emprega-se G (e não J)

a) Nas terminações – agem, - igem, - ugem, - ege, - oge, - ágio, - égio, - ígio, - ógio, - úgio.Exemplos: coragem, vertigem, ferrugem, herege, paragoge, adágio, sortilégio, vestígio, relógio, refúgio, viagem (s.).(Exceções: pajem e lajem)

b) Nos verbos em -GER e –GIR.Exemplos: eleger, proteger, fingir, fugir.

c) Em muitas outras palavras.Exemplos: gengibre, tigela, monge, esfinge, álgebra, gengiva, gíria, sargento, geringonça, etc.

2.10. Emprega-se J (e não G)

a) Nas formas verbais dos verbos terminados em – jar.Exemplos: viajei, viajem, (de viajar), esbanjem (de esbanjar), trajem (de trajar).

b) Em palavras derivadas de outras cuja última sílaba é –ja.Exemplos: cerejeira (cereja), gorjeta (gorja), lojista (loja).

c) Em inúmeras outras palavras.Exemplos: jiló, jeito, majestade, sarjeta, jibóia, alforje, pajé, jenipapo, berinjela, jirau, canjica, etc.

2.11. Emprega-se X (e não CH)

a) Depois de ditongoExemplos: caixa, feixe, peixe, frouxo, rouxinol.(Exceção: recauchutagem).

b) Depois de EN e ME.Exemplos: enxame, enxó, enxuto, enxoval, mexer, mexicano, mexerico, mexilhão.(Exceção: encher e seus derivados; mecha e se a palavra primitiva já começa com ch: encharcar (charco), enchiqueirar (chiqueiro).).

c) Em muitas outras palavras.Exemplos: taxa (valor), caxumba, rixa, bruxa, bexiga, xingar, puxar, xerife, xereta, muxoxo, xampu, lagartixa, xícara, maxixe, etc.

2.12. Emprega-se CH (e não X)

a) Em palavras de origem latina, francesa, espanhola, italiana, alemã, inglesa e árabe.Exemplos: chave, chaveiro, chumbo, chassi, chuchu, mochila, espadachim, salsicha, chope, checar, sanduíche, azeviche.

b) Em inúmeras outras palavras.Exemplos: broche, charque, ficha, flecha, inchar, cochichar, chuchu, pechincha, piche, penacho, chimarrão, etc.

2.13. Homônimos e Parônimos

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Brocha: prego curto de cabeça longa e chata. / Broxa: pincel Bucho: estômago de animais / Buxo: arbusto ornamental Cachão: fervura / Caixão: caixa grande; féretro. Cachola: cabeça / Caixola: pequena caixa Chá: arbusto; infusão. / Xá: título de soberano no Oriente Chácara: quinta / Xácara: narrativa popular em verso Cocha: gamela / Coxa: parte da perna Luchar: sujar / Luxar: descolar, desconjuntar; ostentar luxo. Cocho: vasilha feita com um tronco de madeira escavada / Coxo: aquele que

manca. Tacha: pequeno prego / Taxa: imposto, preço. Tachar: censurar / Taxar: estabelecer o preço ou o imposto.

2.14. Emprega-se E (e não I)

Na 1ª, 2ª e 3ª pessoas do presente do subjuntivo e na 3ª pessoa do singular do imperativo dos verbos terminados em – uar.Exemplos: cultue, cultues (cultuar); efetue, efetues (efetuar); habitue, habitues (habituar).

Em muitas outras palavras.Exemplos: arrepiar, candeeiro, cumeeira, côdea, campeão, destilar, disenteria, empecilho, quase, sequer, chatear, irrequieto, etc.

2.15. Emprega-se I (e não E)

Na 2ª e 3ª pessoa do singular do presente do indicativo e na 2ª do singular do imperativo dos verbos terminados em – uir.Exemplos: possuis, possui (possuir); diminuis, diminui (diminuir); concluis, conclui (concluir); poluis, polui (poluir).

Em muitas outras palavras.Exemplos: criar, crânio, hilaridade, inigualável, impigem, meritíssimo, privilégio, pátio, silvícola, pinicar, etc.

2.16. Parônimos

Arrear: pôr arreios a / Arriar: abaixar. Deferimento: concessão / Diferimento: adiamento. Deferir: conceder / Diferir: adiar. Delatar: denunciar / Dilatar: retardar, estender. Descrição: representação / Discrição: reserva. Descriminar: inocentar / Discriminar: distinguir. Despensa: compartimento / Dispensa: desobriga. Destratar: insultar / Distratar: desfazer (contrato). Emergir: vir à tona / Imergir: mergulhar. Emigrante: o que sai do próprio país / Imigrante: o que entra em país

estranho. Eminente: alto, excelente. / Iminente: que ameaça cair ou correr. Emitir: lançar fora de si / Imitir: fazer entrar. Enformar: incorporar, meter em fôrma. / Informar: avisar. Lenimento: suavizante / Linimento: medicamento para fricções. Recrear: divertir / Recriar: criar de novo.

2.17. Emprego do O

Capoeira, êmbolo, focinho, goela, mágoa, molambo, óbolo, poleiro, polir, etc.

2.18. Emprego do U

Ao léu, bueiro, buliçoso, bulir, chuvisco, embutir, íngua, jabuti, jabuticaba, tábua, míngua, tabuada, etc.

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2.19. Parônimos

Assoar: limpar (o nariz) / Assuar: vaiar. Comprido: longo / Cumprido: executado. Comprimento: extensão / Cumprimento: saudação. Costear: navegar junto à costa / Custear: prover as despesas. Insolação: exposição ao sol / Insulação: isolamento. Pontear: marcar com ponto / Pontuar: empregar a pontuação. Soar: produzir som / Suar: transpirar. Sortir: abastecer / Surtir: originar. Torvo: enfurecido / Turvo: opaco, toldado. Vultoso: volumoso / Vultuoso: congestão na face.

2.20. Emprego do grupo SC

Abscissa, abscesso, adolescente, ascensão, ascensorista, consciência, descendente, descer, descentralizar, rescisão, disciplina, discípulo, isósceles, nascer, obsceno, oscilação, piscina, etc.

2.21. Homônimos e Parônimos

Acender: pôr fogo a. / Ascender: subir. Decente: decoroso, limpo; / Descente: que desce. Discente: relativo a aluno; / Docente: relativo a professores.

USO DOS “PORQUÊS”

A palavra porquê, conforme sua posição e seu significado, aparece escrita de quatro maneiras diferentes: POR QUE, POR QUÊ, PORQUE e PORQUÊ.

POR QUEPor que (=por que motivo, pelo qual, o motivo pelo qual) é empregado: a) no

início de frases interrogativas diretas ou indiretas; b) quando se subentende a palavra “motivo, razão, etc.”; c) em substituição à expressão “pelo qual” e suas variações; d) e depois das palavras “daí” e “eis”.Exemplos: Por que ele voltou? Eu não sei por que ele voltou. Afinal chegou o dia por que eu tanto esperei. Eis por que não quis te chamar.

POR QUÊPor quê (=por qual motivo) é usado no final das frases interrogativas diretas

ou indiretas.Exemplos: Você não veio por quê? João, você não vai sair hoje. Por quê? Ele não veio e não disse por quê.

PORQUEPorque (=porquanto, por causa que, pois) é usado em lugar de “por causa

que”, introduzindo uma explicação, uma causa ou uma conseqüência.Exemplos: Voltamos porque choveu. Andem depressa, porque o ônibus vem vindo. Faça os exercícios porque senão você não sai. Achei Paulo meio triste. Será porque brigou comigo?

PORQUÊPorquê (=motivo ou indagação) é usado como substantivo e admite artigo ou

pronome adjetivo.Exemplos: Não sei o porquê de teu entusiasmo. Procurava resposta aos teus porquês.

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EMPREGO DO HÍFEN

Além de seu emprego na partição das palavras em final de linha, o hífen separa palavras compostas por justaposição, pronomes átonos enclíticos e mesoclíticos das formas verbais, pronomes enclíticos “lo, la, los, las” dos pronomes “nos e vos” e da palavra “eis” e alguns prefixos nas palavras derivadas por prefixação.

Estudaremos o emprego do hífen e os prefixos.

1) Prefixos que Sempre Exigem HífenAlém, aquém, sem, pós, pré, pró, recém, vice, ex (=já foi), etc.

Exemplos: além-mar; aquém-fronteira; sem-vergonha; sem-cerimônia; pós-moderno; pré-natal; pró-natureza; recém-casado; vice-reitor; ex-presidente.

2) Prefixos e Elementos que Nunca Admitem HífenAcro, aero, anfi, audio, bio, ego, eletro, endo, filo, gastro, cis, hemi, hetero,

hidro, in, intro, peri, pos, pre, pro, re, socio, trans, tri, etc.Exemplos: acromegalia, aeroporto, anfiteatro, audiovisual, bioquímica, egocêntrico, eletrocardiograma, endodontia, filósofo, gastrofaringite, cisplatino, hemisfério, heterossexual, hidroavião, injustiça, introverter, perímetro, pospor, preexistir, procriar, retomar, sociólogo, transpor, tricampeão.

3) Prefixos que Aceitam ou não HífenHá prefixos que, dependendo da palavra que os segue, aceitam ou não hífen.

Nesse caso, o hífen só poderá ocorrer, se vier seguido de uma palavra iniciada por VOGAL, H, R, S (horas). Se a palavra começar por outra letra, não haverá hífen.

a) Prefixos que devem ser separados por hífen antes de palavras que começam por H, R, S ou VOGAL.

Auto, contra, extra, infra, intra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra.Exemplos: auto-estima, auto-retrato, contra-regra, contra-senso, extra-oficial, infra-social, intra-uterino, neo-socialista, proto-histórico, pseudo-sábio, semi-reta, supra-renal, ultra-som. (Exceção: Extraordinário).

b) Prefixos que devem ser separados por hífen antes de palavras que começam por H, R ou S.

Ante, anti, arqui, sobre.Exemplos: ante-sala, anti-herói, arqui-rival, sobre-humano

(Exceções: sobressair, sobressalta, sobressalente, antisséptico (ou anti-séptico)

c) Prefixos que devem ser separados por hífen antes de palavras que começam por H ou R.

Hiper, inter, super.Exemplos: hiper-helênico, inter-racional, super-homem.

d) Prefixos que devem ser separados por hífen antes de palavras que começam por H ou VOGAL.

Circum, mal, pan.Exemplos: circum-hospitalar, mal-educado, mal-humorado, pan-americano.

e) Prefixos que devem ser separados por hífen antes de palavras que começam por R.

Ab, ad, ob, sob, sub.Exemplos: ab-rogar, ad-rogar, ob-repção, sob-roda, sub-reino.(Observação: O prefixo “sub” também exige hífen se a palavra começar por “b”. Ex.: sub-base, sub-bibliotecário.)

EXERCÍCIOS

Assinale a opção em que há erro quanto à grafia de algumas palavras.

O gerente participou de um concerto de violinos na ante-sala do xá da Pérsia.

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No momento azado haverá quem nos tire dessa cerração que não sabemos por que começou tão de repente e nos deixou tão mal-humorados.

Não me responderam porque chegaram tarde, sem o enchoval solicitado. Começou uma discução sem motivo e me deixou de sobre-aviso.

O homem submisso não nos agrada porque para nós isto é empecilho à nossa felicidade.

Apenas uma opção não apresenta erro. Assinale-a:

O menino entrou em casa enxarcado, molhando o tapete, mas feliz por que tinha conseguido fazer seu autorretrato.

Tu possues o dom de adivinhar e não fazes siquer uma pequena demonstração para nós.

O pseudo-sábio quiz usar do previlégio de ser um iminente astrólogo para torvar o ambiente antes tão calmo.

O neo-socialista investiu seus recursos de forma decente, bem diferente do seu arquiinimigo, o subchefe da empresa, que se insulou e não custeou as despesas assumidas.

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Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: “Com a chuva torrencial, furiosas _______e ribeirões ________ no rio, inundando a estrada que o ____________ e __________ toda a planície.

enxurradas – deságuam – margeia – empoçandoenchurradas – desagúam – margeia – empoçandoenxurradas – desagüam – marjeia empossandoenchurradas – deságuam – marjeia – empoçando

Considerando o uso apropriado do termo grifado, identifique em que sentença do diálogo abaixo há um erro de grafia:

Por que você não veio ontem?Você quer mesmo saber o por quê ?Claro. A verdade é o princípio por que me oriento.Pois, acredite, eu não sei por que não vim ontem.

Identifique a alternativa em que todas as lacunas seriam corretamente preenchidas com a letra indicada em cada caso:

x: en_ugar, en_ada, rou_inol, mi-aria, bre-a.z: polemi_ar, sensate_, di_imar, atrá_, pre_ar,s: qui_er, pu_er, atravé_, ob_équio, miude_a,ch: en_ente, pi_ar, _u_u, bro_e, en_arcar.

VERBOS

Verbo é a palavra que, por si só, indica um fato (em geral ação, estado, ou fenômeno) e situa-o no tempo. É a palavra variável em número, pessoa, modo, tempo e voz, que indica um processo, no tempo – alguma coisa que acontece ou é; que aconteceu ou foi; que acontecerá ou será.

Para se redigir empregando corretamente as formas verbais, existem alguns aspectos teóricos e outros práticos cujo conhecimento é importante.

Vejamos os principais:

1. CONJUGAÇÃO VERBAL

Existem três conjugações verbais: a primeira, verbos terminados em – ar (amar, pensar, etc.); a segunda, verbos terminados em –er (vender, comer, etc.); a terceira, verbos terminados em –ir (partir, sair, etc.)

2. PESSOAS

Há três pessoas (1ª, 2ª e 3ª), abordadas em duas situações: singular e plural

3. MODO E TEMPOS

Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato realizar-se. São três: indicativo (exprime um fato certo, real, positivo); subjuntivo (exprime fato possível ou duvidoso); imperativo (expressa ordem, conselho, pedido).

Os tempos situam a época ou o momento em que se verifica o fato. Há três tempos: presente (fato ocorrido no momento em que se fala); pretérito (fato ocorrido antes); futuro (fato que ocorrerá depois).

Observação: O pretérito subdivide-se em: perfeito (ação acabada); imperfeito (ação inacabada no momento a que se refere a narração); mais-que-perfeito (ação acabada, ocorrida antes de outro fato passado).

O futuro subdivide-se em: futuro do presente (refere-se a um fato imediato e certo); futuro do pretérito (pode indicar condição, referindo-se a uma ação futura, vinculada a um momento já passado).

4. FORMAS NOMINAIS

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Chamam-se formas nominais, porque além do valor verbal, podem ter a função de nomes (substantivo, adjetivo e advérbio). São três: infinitivo (impessoal e pessoal), particípio e gerúndio.

5. VOZES VERBAIS

Voz do verbo é a forma que o verbo assume para indicar que a ação verbal é praticada ou recebida pelo sujeito. São três as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva:

a) voz ativa: o sujeito é o agente, isto é, produz a ação. Exemplos: O homem saiu. Ela fez a prova.

b) voz passiva: o sujeito é paciente, isto é, recebe a ação. Ela se apresenta sob duas formas:

passiva analítica (verbo auxiliar + particípio). Exemplo: A prova foi feita por ela.Passiva sintética ou pronominal (verbo transitivo direto acompanhado do pronome

apassivador “se”). Exemplos: Alugam-se casas. Entrega-se flor.

Observação: Muito raramente, surgem formas passivas com outro pronome que não seja o “se”. Exemplos: Batizei-me na Igreja (= Fui batizado); Tu te chamas Sara (= Tu és chamada)

6. FORMAÇÃO DOS TEMPOS

As formas primitivas são aquelas que dão origem a outras (formas derivadas). São as seguintes:

Presente do Indicativo

a) Do radical da 1ª pessoa do singular forma o presente do subjuntivo e, deste último, a 3ª pessoa do singular e a 1ª e a 3ª pessoa do plural do imperativo afirmativo e todo o imperativo negativo. Exemplos: Eu caibo (verbo caber – 1ª pessoa do singular), Que eu caiba, que tu caibas, etc. (Subjuntivo presente), Caiba você, caibamos nós, caibam vocês (Imperativo afirmativo), Não caibas tu, não caiba você, não caibamos nós, etc. (Imperativo negativo).

b) Da 2ª pessoa do singular e plural, menos o “s”, forma a 2ª pessoa do singular e plural do imperativo. Exemplo: Tu cabes, vós cabeis (Presente do Indicativo) , Cabe tu, Cabei vós (Imperativo afirmativo).

Pretérito Perfeito do Indicativo

Suprimindo-se a desinência número-pessoal da 2ª pessoa do singular, - ste, temos o tema, que acrescido das respectivas desinências modo – temporais e número – pessoais, formará o mais-que-perfeito (-ra), o imperfeito do subjuntivo (-sse) e o futuro do subjuntivo (-r,-re). Exemplos: Tu coubeste (2ª pessoa do singular – ste fica o tema coube): eu coubera (mais-que-perfeito); se eu coubesse (imperfeito do subjuntivo); quando eu couber, quando tu couberes (futuro do subjuntivo).

Infinitivo Impessoal

O tema do infinitivo obtém-se pela supressão da desinência final –r. Com esse tema, acrescido das respectivas desinências, conseguimos as formas derivadas. Assim:

a) Pretérito Imperfeito do Indicativo: * 1ª conj: -VA; 2º e 3º conj: -IA. Exemplos: Cantar (-r : Canta): Cantava;

Vender (-r: Vende): Vendia (assimilação da vogal temática –e); Partir (-r: Parti): Partia (crase da vogal temática –i).

b) Futuro do Presente do Indicativo* A desinência modo-temporal do Futuro do Presente é –rei (-re) ou –ra.

Exemplos: amar (-r: ama): amarei; amarás, amaremos; caber (-r: cabe): caberei. caberás, caberemos; sair (-r: sai): sairei, sairás, sairemos.

c) Futuro do Pretérito do Indicativo* A desinência modo-temporal do Futuro do Pretérito é – RIA. Exemplos:

amar (-r: ama): amaria; caber (-r: cabe): caberia; sair (-r: sai): sairia.

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Observação: Os verbos terminados em –zer, como FAZER, TRAZER, e DIZER perdem essa terminação no futuro do presente e futuro do pretérito, ficando o tema em FA, TRA e DI: farei, faria, trarei, traria, direi, diria, etc.

d) GerúndioA desinência do Gerúndio é – NDO. Exemplos: amar (-r: ama): amando;

vender (-r: vende): vendendo; partir (-r: parti): partindo.

e) Infinitivo PessoalA desinência do infinitivo pessoal é –R ou –RE. . Exemplos: cantar (-r: canta):

cantar, cantares; saber (-r: sabe): saber, saberes; vestir (-r: vesti): vestir, vestires.f) Particípio Passado RegularA desinência do particípio passado regular é –DO. Exemplos: voltar (-r: volta):

voltado; vender (-r: vende): vendido (na 2ª conjugação a vogal temática –e se transforma em –i); partir (-r: partir): partido.

7. NÚMEROQuanto ao número de pessoas em que os verbos são empregados, eles

classificam-se em: unipessoais, impessoais e pessoais.

1. Unipessoais : emprega-se só na 3ª pessoa (singular e plural) e são:

a) os verbos que se referem a vozes de animais: Exs.: O cão late. Os sapos coaxavam

b) Os verbos que indicam necessidade, conveniência, sensação, costume: Exs.: Urgem as providências cabíveis. Pareceu-me que ele sorria. Convém que fiques aqui. Isso sói acontecer sempre.

c) Os verbos concernir, acontecer, grassar, assentar, constar, conforme os seguintes exemplos: Aconteceu o que eu temia. As epidemias grassavam na região. O exemplo não concerne ao caso. O livro consta de duas partes. Os vestidos lhe assentavam bem.

2. Impessoais : são os verbos que não possuem sujeito e, por isso, são conjugados só na 3ª pessoa do singular. São os seguintes:

a) Os verbos que exprimem fenômenos da natureza, como: anoitecer, amanhecer, chover, nevar, relampejar, trovejar, ventar, etc. Exemplos: Nunca nevou nesta cidade. Ventou muito à noite.

b) Verbo haver no sentido de existir; fazer quando indica tempo decorrido ou situação de tempo; estar, quando indica situação de tempo; ser quando indica tempo. Exs.: sempre haverá ricos e pobre. Faz dez anos que saí. Fazia muito calor. Está quente. São duas horas (usado no plural, porque concorda com o predicativo).

c) Certos verbos que indicam necessidade, conveniência ou sensação, quando regidos de preposição, em frases do tipo: Basta de provocações ! Dói-me do lado direito. Chega de lamúrias.

3. Pessoais : são os verbos conjugados nas diversas pessoas. Exemplos: Eu amei. Tu brincas. Ele fará tudo. Nós estamos bem. Eles cantariam.

8. FLEXÃO

Quanto à flexão, os verbos podem ser: regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes.

a) Regulares são os verbos que se conjugam sem sofrerem, em nenhuma de suas formas, alteração do radical. Exemplos: Amar (amo, amei, amarei, ame, etc.) vender (vendes, venderia, vendêssemos, etc.); partir (partiram, partes, partirdes, partiste, etc.)

b) Irregulares são os verbos que, ao serem conjugados, sofrem alteração no radical. Exemplos: caber (caibo, coube, coubesse, etc); dizer (digo, disse, direi, etc.)

c) Anômalos são os verbos que apresentam profundas irregularidades. São eles: estar, haver, ir, pôr, ser, ter e vir. Foram assim classificados pela Nomenclatura Gramatical Brasileira.

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d) Defectivos são os verbos que não são conjugados em todas as pessoas, tempos ou modos: Exemplos: reaver, combalir, precaver-se, remir, falir, abolir, demolir, etc.

e) Abundantes são os verbos que possuem dois particípios, um regular e outro irregular. Exemplos: aceitar (aceitado, aceito); acender (acendido, aceso); completar (completado, completo); benzer (benzido, bento), expulsar (expulsado, expulso); pagar (pagado, pago); imprimir (imprimido, impresso); morrer (morrido, morto); ganhar (ganhado, ganho); gastar (gastado, gasto); etc.

Observações:

1- Usam-se, com o particípio regular, os verbos ter e haver e, com o particípio irregular, os verbos ser e estar. Exemplos: Ela tinha enxugado a louça. A travessa já está enxuta. Ele havia expulsado o aluno. O aluno foi expulso da aula.

2- O verbo imprimir possui dois particípios quando significa gravar. No sentido de produzir movimento, usa-se apenas o particípio regular. Exemplos: O livro foi impresso em Lisboa. Enorme velocidade foi imprimida pelo motorista.

3 – Alguns verbos têm um único particípio irregular, não sendo, portanto, abundantes. São eles: abrir (aberto), cobrir (coberto), dizer (dito), escrever (escrito), fazer (feito), pôr (posto), ver (visto), vir (vindo) e os seus derivados.

AMAR EM TEMPO DE VERBO(Ana Luiza Nazareno Ferreira)

Hoje eu te AMO,

Ontem eu te AMEI

E amanhã te AMAREI mais ainda.

Eu já te AMAVA desde muito

E te AMARA num passado que é hoje.

E creio: te AMARIA sempre

Se já não te AMASSE tanto.

Que eu te AME

E tu me AMES, isto é certo.

Quando eu te AMAR mais ainda ?

É impossível.

Pois me parece que dizer: AMA-ME,

Não é necessário.

AMAR a mim é o que fazes;

AMAR a ti é o que faço;

E AMANDO num sempre

É ser AMADO na eternidade.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

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Os pronomes pessoais oblíquos átonos ligam-se ao verbo e podem, dependendo de certos fatores, ocupar três diferentes posições:

Antes do verbo (próclise): Eu te amo;No meio do verbo (mesóclise): Amar-te-ei;Depois do verbo (ênclise): Amo-te.

PRÓCLISE

Usa-se a próclise quando há:

a) Palavras de sentido negativo. Exs.: Não me esqueças. Jamais te enganei.b) Pronomes relativos. Exs.: O jovem que me deu o livro saiu. Escuta quem

fala.c) Pronomes indefinidos. Exs.: Alguém te convidou. Tudo me alegra.d) Pronomes demonstrativos. Exs.: Isto me incomoda. Este nos pediu

primeiro.e) Advérbios não seguidos de vírgula. Exs.: Aqui me sinto bem. Hoje te vi

alegre.f) Conjunções subordinativas. Exs.: Quando nos viram, era tarde. Todos

sabem que te amo.g) Gerúndio precedido da preposição “em”. Exs.: Em se tratando de ti, tudo é

possível. Em se anunciando o editor, ofereceu-nos um exemplar.h) Frases optativas com o sujeito anteposto ao verbo. Exs.: Deus nos proteja.

Bons ventos a tragam.i) Frases exclamativas iniciadas por expressões exclamativas. Exs.: Como te

exibes ! Quanta mentira se contou !j) Frases interrogativas iniciadas por uma vocábulo interrogativo. Exs.: Quem

te contou isto ? Quando nos veremos ?l) Infinitivo pessoal regido de preposição. Exs.: Ao se sentirem ameaçados,

fugiram. Por se considerarem bons, fizeram logo a prova.

MESÓCLISE

Usar-se-á a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito e a próclise não for obrigatória (mesóclise proibida); e não houver sujeito expresso, anteposto ao verbo (mesóclise facultativa).

Exs.: Ver-te-ei amanhã. Contar-vos-ia, se soubesse. Amá-lo-ei sempre.MAS: Não nos farão mal (palavra negativa: mesóclise proibida). O amor te

fará feliz. O amor far-te-á feliz. (Sujeito expresso anteposto ao verbo: mesóclise facultativa).

ÊNCLISE

Usa-se a ênclise quando o verbo está:

a) Iniciando frase. Exs.: Olhou-nos e saiu. Mostrava-me tudo.b) No imperativo afirmativo. Exs.: Por favor, diga-lhe que saí. Mexam-se,

jovens ! Levanta-te depressa !c) No infinitivo impessoal. Exs.: Vê-lo é o meu desejo. Esperar-te sempre é

bom.d) No gerúndio. Exs.: Vendo-nos, ficou feliz. Ouvindo-te agora, fiquei alegre.

OBSERVAÇÕES:

1 – O futuro do presente, o futuro do pretérito e o particípio não aceitam a ênclise.

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2 – Nas orações principais, coordenadas ou absolutas, a próclise ou a ênclise são facultativas. Exemplos: Eu te adoro. Eu adoro-te.

3 – Com os infinitivos impessoais, precedidos de preposição ou locução prepositiva, a próclise ou a ênclise são facultativas. Exemplos: Tudo fez para agradar-te. Tudo fez para te agradar. NOTA: A ênclise, porém, é usada, quase que exclusivamente, com os pronomes o,a,os,as e as preposições a e por regendo infinitivo impessoal. Exemplos: Continuou a amá-lo. Tudo fez por consegui-lo.

4 – Quando a pessoa verbal termina por “r”, “s” ou “z” e vamos acrescentar os pronomes oblíquos “o”, “a”, “os”, “as”, cortam-se aquelas consoantes e empregamos as formas –lo,-la,-los,-las. Essa regra é válida também para os verbos “partidos” (futuro do presente e futuro do pretérito). Exemplos: enviá-lo (enviar+o); observamo-lo (observamos+o); amamo-la (amamos+a); fi-lo (fiz+o); mostrá-lo-ei (mostrar+o+ei); contá-lo-ia (contar+o+ia).

5 – Quando a pessoa verbal termina por ditongo nasal (M, ão ou õe) e vamos acrescentar os pronomes oblíquos “o”, “a”, “os”, “as”, coloca-se “n” antes do pronome oblíquo. Exemplos: levam-no (levam+o); dão-no (dão+o); repõe-no (repõe+o).

6 – Por uma questão de eufonia, corta-se o “s” final das formas verbais que se assemelham aos seguintes casos (1ª pessoal do plural): Subscrevemo-nos (subscrevemos+nos); firmamo-nos (firmamos+nos); conservemo-nos (conservemos+nos).

PRONOME OBLÍQUO NAS LOCUÇÕES VERBAIS

a) Verbo auxiliar + infinitivo ou gerúndio.a. Se não houver palavra que exija próclise, o pronome oblíquo

poderá ser colocado antes ou depois do verbo auxiliar ou depois do infinitivo ou gerúndio. Exs.: Nós lhe devemos dizer tudo. Nós devemos-lhe dizer tudo. Nós devemos dizer-lhe tudo. Ele se vem aplicando. Ele vem-se aplicando. Ele vem aplicando-se.

b. Se houver palavra que exija próclise, o pronome oblíquo poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do infinitivo ou gerúndio. Exs.: Não lhe devemos dizer tudo. Não devemos dizer-lhe tudo. Ele não lhe está falando. Ele não está falando-lhe.

b) Verbo auxiliar + particípio.a. O pronome oblíquo virá antes ou depois do auxiliar, nunca depois

do particípio. Exs.: O fato me tem desagradado. O fato tem-me desagradado. Ele não tem visto.

EXERCÍCIOS

1 – Assinale a flexão verbal incorreta:a) Se vir o tal colega, falar-lhe-ei.b) Se eu pôr o verbo no plural, erro de novo.c) Se eu vier cedo, aguardo-o.d) Se a duplicata estiver certa, paguem-na.e) Se eu for tarde, esperem-me.

2 – Assinale a única alternativa em que há erro de flexão verbal:

a) Quando eu o vir, acertarei as contas.b) Se ele propor um aumento, direi que não podemos.c) O governo interveio na região.d) Os funcionários vêm aqui hoje.e) Na tentativa de solucionar o problema, eles se desavieram.

3 – Em apenas uma das frases a forma verbal está incorreta. Assinale-a:

Desejo que me ouçais com atenção.Se eles se precavessem, não sofreriam o acidente.Se intervissem, o conflito cessaria.Não odieis vosso irmão.Trá-lo-ei assim que mo pedires.

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4 – Corrija se necessário:

Maneco interviu a tempo.Atualmente eu mobilio a casa.É necessário que você averigüe a questão.Se vos pedem para fazer o trabalho, façais.Por haver aceito as normas foi aceitado na empresa.Quando você vir aqui novamente, mostrarei a minha casa.Hoje não viemos aqui para brincar.Ele não quiz fazer o serviço a que se propora.

5 – Assinale a opção que completa os espaços: “Vi, mas não ____; o policial viu, e também não ___; dois agentes secretos viram e não ___. Se todos nós ___, talvez ___ tantas mortes.”

intervir, interviu, interviram, tivéssemos intervido, teríamos evitado.me precavi, se precaveio, se precaveram, nos precavíssemos, não teria havido.me contive, se conteve, contiveram, houvéssemos contido, tivéssemos impedido.me precavi, se precaveu, precaviram, precavêssemo-nos, não houvesse.intervim, interveio, intervieram, tivéssemos intervindo, houvéssemos evitado.

6 – Nas frases abaixo:

I – Os miúdos corriam barulhentos, me pedindo dinheiro.II – Dizia ele cousas engraçadas, coçando-se todo.III – Ficarei no lugar onde encontro-me.IV – Quando me vi sozinho, tremi de medo.O pronome oblíquo foi corretamente empregado:nas orações I e IInas orações III e IVnas orações I e IIInas orações II e IVem todas as orações

7 – Assinale a frase incorreta:

Aquilo incomoda-a.O lugar para onde nos mudamos é lindo.É importante que nos venha visitar.Arruma-te de uma vez !Contei-lhe o caso.

8 – Marque com “V” a colocação verdadeira e com “F” a colocação falsa dos pronomes oblíquos nas orações abaixo.

( ) Não lhe quero chamar agora.( ) Dir-se-ia que todos preferem lhe ocultar os fatos.( ) Já notavam-se diferenças sensíveis nas primeiras horas.( ) Todos querem lhe perguntar sobre a viagem.( ) Ela tem preocupado-se bastante com as provas.( ) Alguém me havia falado do teu caso.( ) Ninguém interessou-se pelo programa.

9 – Observe os períodos abaixo.

I – Nunca soubemos quem roubava-nos nas medidas.II – Pouco se sabe a respeito de novas tarefas.III – Nada chegava a impressioná-lo na juventude.IV – Falaria-me tudo, se eu fizesse pressão.V – Dar-lhe-emos novas oportunidades.VI – Eles apressaram-se a convidar-nos para a festa

A alternativa em que os períodos estão corretos quanto à colocação dos pronomes oblíquos é:

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I, IV, V, VII, II, IIIII, III, V, VII, II, IV, VIIII, IV, V.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. REGRA GERAL

O adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome adjetivo concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.

Exemplo: As duas minhas belas amigas chegaram

2. CASOS ESPECIAIS

2.1 – Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos

a) Substantivos do mesmo gênero: o adjetivo conserva o gênero e vai para o plural ou concorda com o mais próximo (permanecendo, então, no singular).

Exemplos: O batom e o perfume importado(s) são caros. Ele tem lancha e moto nova(s).

b) Substantivo de gênero diferente: nesse caso, o adjetivo vai para o masculino plural ou concorda com o substantivo mais próximo.

Exemplos: Compramos jornais e revistas ilustrados. Compramos jornais e revistas ilustradas. Ela tem casa e carro bons. Ela tem casa e carro bom. Ela tem carro e casa boa.

Observação: O adjetivo, mesmo se vier após os substantivos, concordará obrigatoriamente só com o último, quando se referir, de modo nítido, apenas a este. Exemplos: Comeu feijão e carne assada. Não gostou de salsicha e ovo estrelado.

2.2 – Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos

Quando o adjetivo (ou pronome adjetivo) se antepõe a dois ou mais substantivos, concorda quase sempre com o mais próximo em gênero e número.

Exemplos: Minha filha e netos são amigos. Belas rosas e cravos enfeitaram a sala. Muitas moças e rapazes saíram felizes.

Observação: Se o adjetivo estiver anteposto a nomes próprios de pessoas, nomes de parentesco ou a títulos, deverá ir para o plural. Exemplos: Aprenderemos com os grandes Machado de Assis e José de Alencar. Os bondosos tio e sobrinho vieram nos ajudar. Os afortunados embaixador da Itália e prefeito de Roma saíram ilesos do atentado.

2.3 – Dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo

Neste caso ocorrem duas construções: substantivo no plural (os adjetivos não vêm com artigo) e substantivo no singular (um ou mais adjetivo vem com artigo).

Exemplos: Estudo as línguas grega e francesa. Estudo a língua grega e a francesa.As esquadras brasileira e paraguaia estão em paz. A esquadra brasileira e a paraguaia estão em paz.

2.4 – Concordância do Adjetivo em função de Predicativo

a) O adjetivo em função do predicativo do sujeito ou do objeto concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. Referindo-se a dois ou mais substantivos do mesmo gênero, vai para plural e conserva o gênero dos substantivos; referindo-se a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, vai para o masculino plural.

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Exemplos: O céu está nublado. As nuvens estão carregadas. Mãe e filha eram amigas. Esposo e esposa são belos. O macaco e a gazela fugiram apavorados. Ele julgou o aluno e a mestra culpados. Suponho incorretas a proposta e a solução apresentadas.

Observações: 1 – Se no caso do sujeito composto posposto, o verbo vier concordando

com o sujeito mais próximo, o predicativo anteposto concordará com ele também. Exemplo: Estava deserta a vila, a casa e o templo. Estavam desertos a vila, a casa e o templo.

2 – Se o predicativo antepuser a dois ou mais núcleos do adjetivo pode também concordar com o mais próximo. Exemplo: Tenho como aprovada a aluna e o aluno. Tenho como aprovados a aluna e o aluno.

b) Predicado do tipo “É bom”, “É proibido”, “É necessário”, etc. Nestes casos, o predicativo ficará no masculino, quando o sujeito vier sem determinante; quando o sujeito vier com determinante haverá a concordância.

Exemplos: É necessário fé. Manteiga é bom para engordar. É proibido entrada. A manteiga é boa para engordar. A fé é necessária. É proibida a entrada. Pimenta é nocivo à saúde. Esta pimenta é nociva à saúde.

c) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o predicativo concorda com o sexo da pessoa a que se refere o tratamento.

Exemplo: Sua Alteza, o príncipe, ficou encantado. Sua Excelência, a governadora, estava exausta.

2.5 – Nomes de cor

a) Quando originados de um substantivo, os nomes de cor ficam invariáveis, quer se tratem de uma palavra simples, quer se tratem de uma palavra composta (nome de cor + substantivo).

Exemplos: Comprei duas bolsas vinho e três calças rosa. Os meus lenços verde-mar mancharam. Gostei das tintas vermelho-rubi. (Exceção: lilás: Calças lilases).

b) Quando adjetivos (cor propriamente dita), variam, quer sejam uma palavra simples, quer sejam o segundo elemento de uma palavra composta.

Exemplos: As saias vermelhas eram caras. As colchas amarelo-esverdeadas eram tuas. (Exceções: bege, azul-marinho e azul-celeste são invariáveis: As bolsas bege, as saias azul-marinho e as blusas azul-celeste estavam bonitas.)

2.6 – Mesmo, Próprio, Obrigado, Outro, Anexo, Incluso, Quite, Leso

Estas expressões concordam em gênero e número com o substantivo aos quais se referem.

Exemplos: Ela mesma fez tudo. Elas próprias fizeram tudo. Maria disse: Muito obrigada. Nós outros não vimos nada. Vão anexas as faturas. Seguem inclusos os documentos. Eu estou quite; e vocês estão quites ? Foi um crime de lesa-pátria.

2.7 – Meio, Bastante, Junto, Caro, Barato, Longe, Só

Estas expressões são variáveis quando forem adjetivos (acompanham um substantivo) e invariáveis quando forem advérbios.

Exemplos: Era meio-dia e meia. Ela comeu meia laranja. A porta está meio caída. Comprou bastantes livros. Elas são bastante felizes. As moças voltaram juntas. Envio as fichas junto com o livro. As roupas são caras (baratas). Compra caro (barato) aquelas roupas. Andei por longes terras. Eles estavam longe de nós. Eles nunca estão sós. (=sozinhos). Eles só comem juntos (= somente).

2.8 – Menos, Alerta, Pseudo, Monstro

Estas palavras devem permanecer invariáveis.Exemplos: Havia menos gente aqui. Os soldados estão alerta. As pseudo –

atrizes foram presas. Elas são criaturas monstro.2.9 – Tal Qual

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Nesta expressão, o primeiro elemento concorda com o antecedente, e o segundo, com o conseqüente.

Exemplos: O menino é tal qual o pai. Os meninos são tais quais os pais. O menino é tal quais os pais. Os meninos são tais qual o pai.

2.10 – O Mais Possível – O Menos Possível

Nas expressões acima, o adjetivo possível ficará no singular quando o artigo definido estiver no singular; e ficará no plural se o artigo definido estiver no plural. Exemplos: Estes alunos são o mais aplicados possível. Conservou os tapetes os mais novos possíveis.

2.11 – Os substantivos e os numerais.

Numerais ordinais: quando um substantivo vier posposto a dois ou mais numerais ordinais, ficará no singular ou irá para o plural. No entanto, se o substantivo vier antes dos numerais, irá para o plural. Exemplos: Ele subiu o primeiro e segundo andar (andares). Ele desobedeceu às leis terceira e quarta.

Numerais cardinais: Quando se empregam os numerais cardinais no lugar dos ordinais, eles ficam invariáveis. Exemplos: Abra o livro na página vinte e um. Ele mora na casa duzentos e dois. Olhe a figura seis deste livro.

2.12 - Concordância dos nomes compostos

A concordância dos nomes compostos obedece ao seguinte esquema:Flexão dos dois elementosSubstantivos formados por :

Subst. + subst. – cirurgiões-dentistas / tios-avôs.Subst. + adj. – amores-perfeitos / guardas-noturnos.Adj. + subst. – livres-pensadores / baixos-relevos.

Flexão só do segundo elementoa) Substantivos formados por:

verbo + subst. – porta-retratos / guarda-chuvas verbo + verbo – puxa-puxas / corre-corres

b) Substantivos e adjetivos formados por:adv. + adj. (ou particípio) – sempre-vivas / alto-falantes.

c) Adjetivos compostos formados por:adj. + adj. – greco-latinos / médico-cirúrgicos.

Flexão só do primeiro elementoa) Substantivos formados por:

subst. + prep. + subst. – pés-de-moleque / águas-de-colônia subst. + subst. (o 2º elemento indicando finalidade) – cafés-

concerto / canetas-tinteiro

(Obs.: neste caso já se registram os dois plurais: flexionando só o primeiro elemento ou os dois).

Os dois elementos invariáveis

Advérbio formado por:

Adv. + adv. – Eles vivem assim-assim.

Adjetivo composto formado por;

Adj. + subst. – Os cavalos puro-sangue.

Subst. + adj. – Os índios pele-vermelha.

Observações:

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1. O nome composto por adjetivo + substantivo ou substantivo + adjetivo terá flexionado os dois elementos se for um substantivo. Exs.: Os puros-sangues corriam velozes. Os peles-vermelhas habitavam aqui.

2. A expressão surdo-mudo, quando for substantivo, terá flexionados os dois elementos, mas, se adjetivo, flexionará só o segundo elemento. Exs.: Os surdos-mudos não estavam sós. As crianças surdo-mudas estudam aqui.

CONCORDÂNCIA VERBAL

1. REGRA GERAL

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Exs. O chefe estava feliz. Os chefes estavam felizes. O amor e a paz fazem parte de nós.

2. CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA

2.1. Sujeito Simples Coletivo

O verbo ficará no singular se estiver junto do sujeito coletivo. Exs.: O povo aplaudia o ator. O exército infiel foi derrotado.

O verbo ficará no singular ou plural se estiver distanciado do sujeito coletivo ou se o sujeito coletivo vier seguido de palavra que mencione os indivíduos nele contido. Exs.: O grupo se afastou; mais adiante, porém, foram presos (ou foi preso). O cardume surgiu do fundo das águas; depois se dispersaram (ou se dispersou). Um enxame de abelhas atacaram (ou atacou) o rapaz. Um bando de aves pousaram (ou pousou) na árvore.

2.2. Sujeito Expressão de Tratamento

Se o sujeito for uma expressão de tratamento o verbo irá para a 3ª pessoa. Exs.: V.Sa. há de convir que seu discurso foi ruim. Vossa Excelência está passando bem? Vossa Alteza trouxe consigo o carro?

2.3. Sujeito Nome Próprio Plural

Quando funciona como sujeito o nome próprio de forma plural, o verbo vai para o plural se o nome vier precedido de artigo plural, caso contrário, o verbo fica no singular Exs.: Os Lusíadas narram a história de Portugal. Os Estados Unidos progrediam muito. Minas Gerais cresce cada vez mais. O Amazonas atravessa a região Norte.

2.4. Sujeito Representado por QUE

Se o sujeito é o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do relativo. Exs.: Nós, que ficamos e vós, que partis, seremos sempre amigos. Foste tu que falaste a verdade.

2.5. Sujeito Representado por QUEM

O verbo que tem como sujeito o relativo quem tanto pode ficar na 3ª pessoa do singular (concordância lógica) como concordar com a pessoa do antecedente (concordância enfática) Exs.: Somos nós quem deve pagar (ou devemos pagar). Não sou eu quem mando aqui (ou manda aqui). “Direis vós se fui eu quem menti.” (G. Dias)

2.6. “Um dos... que”, “Uma das... que”

Se o sujeito é o relativo que precedido da expressão um dos, uma das o verbo ficará no singular se quisermos enfatizar um dos elementos do conjunto, no plural, se quisermos enfatizar o conjunto dos elementos. Ex.: O sol é um dos astros que dá luz e calor a Terra. Ela era uma das alunas que tirou nota dez (ou tiraram).

2.7. “Mais de...”

Quando o sujeito é introduzido pela expressão “mais de...”, o verbo concorda com a palavra ou expressão que vem em seguida. Exs.: Mais de um aluno ficou sem nota. Mais

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de um jornal fez alusão ao Brasil. Mais de dois médicos fizeram a cirurgia. Mais de um milhão de dólares foram roubados.

Observação: o verbo ficará no plural quando exprimir reciprocidade, mesmo com a expressão “mais de um”, ou a expressão vier repetida. Exs.: Mais de um deputado se agrediram. Mais de um apaixonado se abraçaram. Mais de um povo, mais de uma nação foram arrasadas na guerra.

2.8. Sujeito com Locuções Pronominais

Quando o sujeito é formado por pronome indefinido ou interrogativo no singular e “de nós” ou “de vós” o verbo ficará na 3ª pessoa do singular; se estiver no plural, o verbo concordará com os pronomes “nós” ou “vós” ou vai para a 3ª pessoa do plural. Exs.: Quem de nós fará a prova? Qual de vós pagou a conta? Nenhum de nós viu o acidente. Alguns de nós viemos (ou vieram) de longe. Quais de vós sois (ou são) médicos? Poucos de nós saberemos (ou saberão) o que fazer.

2.9. Verbo com pronome SE apassivador.

O verbo transitivo direto ou verbo transitivo direto e indireto apassivado pelo pronome SE concorda com o sujeito. Exs.: Alugam-se salas. Analisou-se o plano sugerido. Entregaram-se flores a todos.

2.10. Verbo com o pronome SE índice de indeterminação do sujeito.

O verbo transitivo indireto ou intransitivo acompanhado do “SE” ficará na 3ª pessoa do singular, pois o sujeito é indeterminado por este “se”. Exs.: Precisa-se de amigos bons. Descansa-se muito aqui. Não se obedece mais às leis de trânsito.

2.11. Sujeito Composto e Anteposto

Com o sujeito composto anteposto ao verbo, este vai para a 3ª pessoa do plural, se todos os elementos do sujeito estiverem na 3ª pessoa. Se os elementos do sujeito forem de pessoas gramaticais diferentes, o verbo vai para o plural, concordando com a menor pessoa (numericamente falando). Exs.: O amor, a paz e a alegria enchem nossas vidas. V. Exa. e meu avô eram amigos. Eu (1ª) e tu (2ª) vamos ao cinema. (verbo = 1ª pes. plural). Tu (2 ª) e ele (3ª) sois bons alunos. (Verbo = 2ª pes. plural).

Observações: a) Também é correto que o verbo vá para a 3ª pessoa do plural com o sujeito composto formado de elementos da 2ª e 3ª pessoa. Exs.: Tu e ele são bons alunos. Tu e João ficarão na sala.

b) O verbo ficará no singular quando as partes do sujeito composto se referirem a um mesmo indivíduo. Exs.: El-rei e meu senhor vai chegar. O poeta da saudade e contemporâneo de Varela escreveu belos versos.

2.12. Sujeito Composto Resumido por um Pronome Indefinido.

Quando o sujeito composto vier resumido por um pronome indefinido (tudo, nada, ninguém, etc.), o verbo fica no singular. Exs.: A pasta, o lápis, a caneta, tudo foi muito caro. Velhos, mulheres, crianças, ninguém confia no inimigo.

2.13. Sujeito Composto de Palavras Sinônimas ou em Gradação.

O verbo fica no singular ou plural quando os termos do sujeito composto forem sinônimos ou formam gradação de sentido. Exs.: O ódio e o rancor deixou-o (ou deixaram-no) perplexo. A mágoa e a dor lhe ressuscitou (ou ressuscitaram) o entendimento. Um berro, um grito, um gemido, um murmúrio saiu (ou saíram) de sua boca. Um olhar, um gesto, um sorriso bastava (ou bastavam).

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2.14. Sujeito Composto e Posposto

Se o sujeito composto vem após o verbo, este poderá ir para o plural ou concordar com o elemento mais próximo. Exs.: Reinavam (ou reinava) a paz e o silêncio. Chegaram (ou chegou) Paulo e o seu irmão. Vieram os jovens e o diretor.

2.15. Sujeito Composto Ligado por OU ou por NEM.

Quando os elementos do sujeito composto se acham ligados por “ou” ou “nem”, o verbo concordará com o sujeito mais próximo se houver idéia de exclusão ou retificação; e ficará no plural se houver idéia de adição (ou=e). Exs.: O pai ou o filho será o presidente. Nem Carlos nem José podem ser aproveitados na empresa. Pedro ou Luís receberão a resposta.

2.16. “Um e outro”, “Nem um nem outro”

Com o sujeito constituído por uma das expressão “um e outro”, “nem um nem outro” o verbo tanto pode ir para o plural como para o singular. Exs.: Um e outro aluno entrava (ou entravam) na sala. Nem uma nem outra ave caiu (ou caíram) no chão.

2.17. Sujeito composto ligado por “COM”

Quando os elementos do sujeito composto se ligam pela preposição “COM”, e não houver vírgula antes do “com”, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Se o verbo vier antes dos elementos ligados por com, concordará com o mais próximo. Exs.: A mãe com a filha saíram (ou saiu) hoje. O professor com os alunos voltaram (ou voltou) cedo. O maestro, com a orquestra, executa a peça musical. Vieram as damas com um cavaleiro. Veio Jesus com sua mãe para Cafarnaum.

2.18. Sujeito como Expressão Partitiva

Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva como “Uma parte de” – “Uma porção de” – “Grande parte de” – “A maioria de” – “O resto de”, etc., seguida de um nome no plural, o verbo pode ir para o singular ou para o plural. Exs.: Uma porção de moleques me olhavam admirados (ou olhava admirada). Grande parte dos pais saíram (ou saiu) com seus filhos. O resto dos doces estão (ou está) na cozinha.

2.19. Verbos “DAR, BATER, SOAR”

Concordarão com o sujeito (sino, relógio, cuco, etc.), se estiver expresso ou concordarão com o numeral (que passa a ser sujeito), se o aparelho que indica horas não funcionar como sujeito. Exs.: O relógio deu (bateu, soou) oito horas. Deram (bateram, soaram) duas horas no relógio da matriz.

2.20. Verbos “HAVER” E “FAZER”

O verbo haver (no sentido de existir) e fazer (indicando tempo) são impessoais, ficando na 3ª pessoa do singular. Nas locuções verbais, esses verbos transmitem a impessoalidade ao auxiliar. Exs.: Havia lugares na sala. Não o vejo há dois anos. Fazia dez anos que ele havia sumido. Aqui faz verões muito quentes. Deve haver coisas boas. Está fazendo cinco anos que ela nasceu.

2.21. O verbo “SER”

O verbo ser pode concordar com o sujeito ou com o predicativo.

a) Na indicação de horas, distâncias e datas ele é impessoal e concorda com o predicativo (a expressão numérica). Na indicação de datas pode ficar no singular, concordando com “dia” (palavra oculta). Exs.: São seis horas da manhã. Já era uma e

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vinte quando ele chegou. Daqui à cidade são dez quilômetros. Hoje são (ou é) quinze de abril. Que horas são?

b) Quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisas ou designam pessoas, o verbo ser poderá concordar com o sujeito ou com o predicativo. Exs.: O perigo seria (ou seriam) as febres. Nossas vidas eram (ou era) um paraíso. Nosso medo são (ou é) as acusações falsas. Os escritores eram (ou era) uma só pessoa. Na vida, nem tudo são (ou é) flores.

c) Quando o sujeito ou o predicativo designa pessoas o verbo concorda com a palavra que designa pessoa. Exs.: O homem é sofrimentos e alegrias. Os amigos eram sua alegria. Maria é os cuidados da mãe. Estas garotas são uma jóia.Sua vida eram os pais.

d) Quando o sujeito ou o predicativo é pronome pessoal, com ele concorda o verbo; se ambos (sujeito e predicativo) forem representados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o sujeito. Exs.: O acusado sou eu. Nós somos o Brasil. Tu és um farrapo. O vencedor fui eu. Eu não sou ela. Eles nunca serão nós.

e) Nas frases que dizem preço, medida, quantidade, as expressões “é muito”, “é pouco”, é mais de”, “é menos de”, “é tanto”, é bastante” o verbo ser fica sempre no singular. Exs.: Dois anos é muito para te esperar. Seis metros seria demais para esta blusa. Dois milhões é pouco para pagar tudo.

2.22. Verbo “PARECER”

Em frases em que o verbo parecer segue um infinitivo, ocorrem dois tipos de concordância: pode-se flexionar o verbo parecer ou o infinitivo que o acompanha (nunca os dois). Exs.: As paredes pareciam estremecer. As paredes parecia estremecerem.

Observação: Com a oração desenvolvida, parecer ficará no singular. Exs.: As notícias parece que têm asas. As paredes parecia que estremeciam.

EXERCÍCIOS

Complete as frases seguintes com a palavra entre parênteses, observando a concordância.Escolheu # hora e momento para sair. (péssimo)Escolheu o momento e a hora # para sair. (adequado)Aguardava a ocasião e o momento #. (oportuno)É # entrada de estranhos. (proibido)É # a entrada de estranhos. (proibido)Seguem # as fotografias. (anexo)Vão # à carta os meus documentos. (incluso)Ela # entregou os documentos. (mesmo)Muito #, respondeu Heloísa. (obrigado)

As frases seguintes apresentam erro de concordância. Reescreva-as, corrigindo-as.Nós próprio assumimos a responsabilidade.A quem pertence esses objetos?Se não vier as chuvas,como faremos?Vossa Excelência vos preocupais bastante com vossos projetos.Ela ficou meia envergonhada com a reprovação.É precaríssima as condições do prédio.Não tem diminuído os índices da inflação.A essa altura não devem haver mais ingressos, pois já fazem dias que a casa tem

estado com a lotação esgotada.Faltava apenas dois veículos para que a indústria automobilística aquecesse o

mercado de vendas de carros modernos.

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Assinale a alternativa em que há erro de concordância.

a) Todo o bairro ficou inundado e contaminado.b) Árvores e carros foram arrastadas pela fúria das águas.c) Restaram centenas de pessoas famintas e desabrigadas.d) A chuva e o vento foram tão violentos que chegaram a provocar mortes.

Complete com as palavras indicadas entre parênteses, fazendo a concordância adequada.a) Quando chegamos ao clube, estavam #. portas e portões. (fechado)b) As gêmeas vestiam calças e agasalhos # .(igual)c) Tanto o leão como o tigre são animais #. (feroz)d) Com a enchente, enfrentei trânsito e ruas #. (caótico)e) O presidente depositou no ministro esperança e crédito #. (ilimitado)f) Encontramos # e # a sala e os quartos. (desarrumado / sujo)g) O júri julgou # mãe e filho. (culpado)h) Pareciam # sua força e poder (esgotado)

Assinale a frase gramaticalmente correta.

a) Fazem dois dias que cheguei.b) Ele pediu para mim esperar um pouco.c) Já estou a par do caso.d) Podes ir; não há nenhum empecílio.e) Derrepente a porta se abriu.

Marque a alternativa certa.

# três anos que não # vejo.a) Fazem, lheb) Fazem, oc) Faz, lhed) Faz, o

O período está expresso corretamente em:Não se pensam em miséria com dinheiro no bolso.Estudaram-se esta matéria. Esclareceram-se as dúvidas.Comentaram-se muito durante a estréia da peça.Convocou-se os candidatos à Prefeitura.

A concordância verbal não está correta em:Isso são verdadeiros absurdos.Os Andes ficam na América.Entre nós não haviam segredos.Isso não passa de absurdos comentários.Menos de dois alunos disputam a vaga.

9- Num dos provérbios seguintes não se observa a concordância prescrita pela gramática. Indique-o.

a) Não se apanham moscas com vinagre.b) Casamento e mortalha no céu se talha.c) Quem ama o feio, bonito lhe parece.d) De boas ceias, as sepulturas estão cheias.e) Quem cabras não tem e cabritos vende, de algum lugar lhe vêm.

10- Em todas as opções, o verbo pode ir para o plural ou para o singular, exceto em:

a) Um grande número de fugitivos (sair) pelas montanhas.b) Um bando de papagaios (pousar) no laranjal.c) Mais de um ciclista (cair) da bicicleta.d) Pequena parte dos visitantes (estar) em silêncio.

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11- Assinale a opção correta.

a) Mais de um retirante se afastou do serviço.b) Qual de vós sabeis o destino do retirante?c) Podem haver, no campo, dias horríveis.d) Espera-se dias mais propícios.

12- Assinale a alternativa gramaticalmente correta.

a) O povo brasileiro anseia por uma constituição digna.b) Era necessário a permanência do médico no hospital.c) Aconteceu, durante a discussão do processo, graves distúrbios.d) Sua discrição era digna de elogios, pois todos estavam ao par das dificuldades

de se manter secreta a negociação.e) Não mais se lê bons autores naquela escola.

13- Assinale a frase gramaticalmente correta.

a) Há menas pessoas hoje.b) Ele comportou-se muito mau durante a entrevista.c) Esperava-se menos perguntas na prova.d) Os atletas apresentavam-se afim de iniciarem a corrida.e) Cristina viajou há três semanas.

14- Todas as concordâncias nominais estão corretas, exceto em:

a) Seguem anexo as notas promissórias.b) Escolhemos má hora e lugar para a festa.c) A justiça declarou culpados o réu e a ré.d) A moça usava uma blusa verde-clara.e) Estou quite com meus compromissos

15- Aponte a alternativa correta.

a) Considerou perigosos o argumento e a decisão.b) É um relógio que torna inesquecível todas as horas.c) Já faziam meses que ele não a via.d) Os atentados que houveram deixaram perplexa a população.e) A quem pertence essas canetas?

REGÊNCIA

Regência trata das relações entre os termos de uma oração, verificando se um termo pede ou não complemento.

1. REGÊNCIA VERBAL

Verbo Intransitivo (VI) – não pede complemento. Verbo Transitivo Direto (VTD) – pede complemento sem preposição (OD). Verbo Transitivo Indireto (VTI) – pede complemento com preposição (OI). Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – pede os dois tipos de complemento

(OD e OI). Os pronomes O, A, OS, AS são os “representantas oficiais” de OBJETO

DIRETO (OD). Os pronomes LHE, LHES são as “marcas registradas” do OBJETO INDIRETO

(OI).

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

1. Amar , Ver, Adorar, Estimar, Admirar, Cumprimentar, Visitar, Namorar, Convidar são VTD. Exs.: Amo meu trabalho (=Amo-o). João namora Maria.2. Obedecer e Desobedecer são VTI (pedem preposição A). Exs.: Os filhos obedecem aos pais. (=Obedecem-lhes). Obedeça aos sinais de trânsito. Não deu certo, porque as pessoas desobedeceram ao esquema.

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3. Assistir : a) VTD (preferível) = dar assistência. Exs.: O Médico assiste o doente. O governo assistiu os pobres.b) VTI= presenciar (prepos. A obrigatória). Exs.: Ele assistiu ao filme. Assistimos a um belo espetáculo. (Obs.: Com este sentido não aceita o pronome lhe: Assististe ao filme? Sim, assisti a ele).c) VTI= favorecer (com a prep. A). Exs.: Este é um direito que me assiste. (me=a mim). Este é um direito que assiste ao dono da casa.d) VI= residir (prep. EM obrigatória). Ex.: Ele assiste em Porto.

4. Aspirar: a) VTD= cheirar, sorver. Exs.: Aspiramos o perfume das flores. Aspirava, feliz, o ar frio da serra. b) VTI= almejar (prepos. A obrigatória e não troca o OI por lhe). Exs.: Ele aspirava a um bom cargo – Tu aspiravas àquele emprego? Sim, eu aspirava a ele.5. Visar: a) VTD = mirar, assinar. Exs.: Ele visou todas as provas. Não acertou o tiro, embora visasse o alvo.b) VTI = almejar (com a prep. A e não aceita o lhe como OI). Exs.: A educação visa ao progresso. Você visava a este cargo? Sim, eu visava a ele.

6. Preferir: VTDI (exige prep. A) . Exs.: Prefiro sair a ficar só. Preferia Inglês a Português.7. Avisar, Informar, Comunicar, Prevenir: VTDI – (OD – coisa ou pessoa; OI – coisa ou pessoa). Exs.: Informei ao aluno a prova de inglês. Informei o aluno da prova de Inglês. Avisei-o de que era proibido. Avisei-lhe que era proibido.8. Esquecer e Lembrar: admitem três construções para o mesmo sentido: a) Esqueci o compromisso. (OD) Nós lembramos o pedido. (OD); b) Nós nos esquecemos do compromisso.(OI). Eles se lembraram do pedido. (OI); c) Esqueceu-me o compromisso. (me OI; o compromisso = sujeito).Lembrou-me o pedido.(me=OI; o pedido=sujeito).9. Morar, Residir, Situar: pedem preposição EM. Exs.: Moro em Curitiba na Rua da Felicidade. Resido num bairro calmo. A casa está situada em zona perigosa.10. Custar: a) VTI = ser difícil. Deve ser usado na 3ª pes. do sing., tendo por sujeito uma oração reduzida de infinitivo. Exs.: Custou-me sair logo. (me = OI; Sair logo = sujeito). Custa a estas pessoas ficar em silêncio. (a estas pessoas = OI; ficar em silêncio = sujeito).

2. REGÊNCIA NOMINAL

Regência de Alguns Substantivos e Adjetivos:Alheio a; Afável com , para com; Amor a, de, por; Ansioso de, para, por; Apego a; Desejo de; Digno de; Fiel a; Feliz com, de, em, por; Medo de; Necessário a; Nocivo a; Obediência a; Prejudicial a; Útil a., para; Versado em.

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EXERCÍCIOS

1. Assinale a única alternativa incorreta quanto à regência do verbo:a) Perdoou nosso atraso no imposto.b) Lembrou ao amigo que já era tarde.c) Moraram na rua da Paz.d) Meu amigo perdoou ao pai.e) Lembro de todos os momentos felizes.

2. Assinale a alternativa que contém as respostas certas.I- Visava apenas os seus próprios interesses.II- Preferiu declarar falida a firma a aceitar ajuda.III- Desde criança sempre aspirava a uma posição boa.IV- Aspirando o perfume das flores, desmaiou.

a) II – III – IV; b) I – II – III; c) I – III – IV; d) I – III; e) I – II.

3. Assinale a opção que completa a frase: Alguns têm aversão __ cães, porque moram __ rua perto do canil ___ te falamos.

a) Com – pela – de que;b) por – com – que;c) a – na – que;d) com – na – que;e) a – na – de que.

4. Assinale a frase que apresenta erro de regência verbal:Este autor tem idéia com que todos simpatizam.Eis a ordem de que nos insurgimos.Aludiram a incidentes de que já ninguém se lembrava.Qual o cargo a que aspiras?Há fatos que nunca esquecemos.

5. Assinale a alternativa em que a regência verbal está correta.a) Prefiro mais a cidade que o campo.b) Chegamos finalmente em Santo André.c) Esta é a cidade que mais gosto.d) Assisti ao concerto de que você tanto gostou.e) Ainda não paguei o médico.

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CRASE

Crase significa fusão, junção. Em português, a crase é a fusão das vogais idênticas a+a, indicada por meio do acento grave (à)

Regra geral para identificação da Crase.

Haverá crase sempre que o termo anterior exigir a preposição a e o termo posterior admitir o artigo a ou as. Para descobrir se há ou não crase, colocamos uma palavra masculina no lugar da feminina: se aparecer ao, antes da feminina será à. Exs.: Eu me referi à diretora. (Eu me referi ao diretor). Fui à cidade. (Fui ao campo).

Crase Obrigatória

a) Nas locuções prepositivas, adverbiais ou conjuntivas que tenham como núcleo um substantivo feminino. Exs.: à custa de, às vezes, às cegas, à noite, à procura de, à medida que, etc.

b) Na indicação do número de horas. Exs.: Sai ás quatro horas. Chegou à uma hora em ponto.

c) Quando as expressões “à moda de”, “rua”, “loja”, etc. estiverem subentendidas. Exs.: Ele tinha olhos à Alain Delon. Dirigiu-se à Marechal Floriano. (= à rua).

d) Quando está implícita uma palavra feminina. Exs.: Esta religião é igual à dos hindus (= à religião dos hindus).

Crase Proibida

a) Antes de palavra masculina. Ex.: Vieram a pé.b) Antes de verbo. Ex.: Ele começou a ter vertigens.c) Antes de artigo indefinido. Ex.: Refiro-me a uma pessoa

educada.d) Antes de expressão de tratamento introduzida pelos pronomes

VOSSA ou SUA ou ainda da expressão você. Ex.: Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria e a você também.

e) Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa, dos pronomes pessoais e dos pronomes indefinidos (com exceção de outra). Exs.: Não deu importância a esta carta. Nada revelei a ela. Direi isso a qualquer pessoa.

f) Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte estiver no plural. Exs.: Irei a festas.

g) Quando, antes do “a”, existir preposição. Ex.; Os livros estavam sob a mesa..

h) Com expressões repetitivas. Ex.; Enfrentaram-se cara a cara.

A Crase é Facultativa.

a) Antes de nomes próprios femininos e de pronome adjetivo possessivo feminino.Exs.: Enviei uma carta à (ou a) Marieta. Pediu informações à (ou a) minha amiga.

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Casos especiais

a) Diante de nomes de lugares só haverá crase se o topônimo (o nome do lugar) aceitar o artigo a ou se estiver modificado por adjetivo ou locução adjetiva. Exs.: Ele foi à Espanha. Ele vai a Roma. Ele vai à Roma dos meus sonhos. Nós nos referimos à Bahia. Ele irá à Brasília moderna.

Observação: Método prático pra saber se os nomes dos lugares admitem crase: Se vou A e volto DA, uso crase: Se vou A e volto DE, não uso.

b) Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo só haverá crase se o termo antecedente exigir a preposição a. Exs.: Assisti àquele filme. Enviei convites àquela sociedade. Tudo se relaciona àqueles casos. Não dei atenção àquilo.

c) Só ocorre crase diante da palavra CASA, quando vier modificada por adjetivo ou locução adjetiva. Exs.: Chegamos alegres a casa (= lar, domicílio).

Levaram-me à casa de Tereza. Dirigiram-se à casa das máquinas.d) Diante da palavra “TERRA” só haverá crase quando ela significar “solo”,

“planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”. Exs.: Voltei à terra de meus pais. Ele dedicou à terra seus melhores dias. Os marcianos viriam à Terra? (mas: Os marinheiros foram a terra. Os astronautas desceram a terra).

e) Usa-se crase diante da palavra “DISTÂNCIA” quando ela vier determinada. Exs.; Vi o rapaz à distância de cem metros. (Mas: Olhavam-no a distância).

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EXERCÍCIOS

Onde há erro quanto ao emprego da crase?

Não vou a reuniões dominicais.Ele observava a bola a distância.Não me referi a sua escolha.Refiro-me a Elisângela.Referia-me a bela Josefa dos meus sonhos.

Aponte a alternativa incorreta.

Sairemos à uma hora.Chegamos à noite.Esta é a prova à qual me referi.Estas cenas são às que me referi ontem.Daqui à uma hora, a gente se fala.

Coloque F ou V quanto ao emprego da crase.

( ) Ele é fiel à disciplina militar.( ) João não se prendia a nenhuma garota..( ) Lúcia retornará a Brasília amanhã.( ) Ele declarou amor à certa jovem.( ) À partir da meia-noite, os fantasmas saem a passeio.( ) Era ele o mestre a quem obedeciam e à cuja ordem todos corriam.( ) Ela ofereceu a flor a mim.( ) José foi bem-recebido, mesmo tendo chegado tarde à casa.( ) Teus cabelos cheiram a rosa.( ) Mostrou-se indiferente às súplicas do réu.( ) Ela não veio mais a aula.

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EMPREGO DA VÍRGULA

A vírgula indica uma pausa de curta duração, que não marca o fim do enunciado. Ela é empregada nos seguintes casos:

Para separar termos da mesma função sintática. Ex.: A sala era enorme, vazia, escura.

Para isolar o aposto, o vocativo e o adjunto adverbial deslocado ( neste caso a vírgula não é obrigatória, mas aconselhável). Exs.: João, filho de Luís, era estudioso. Maria, por que não vens? Durante a peça teatral, não se ouviu um ruído.

Para separar a localidade da data e nos endereços. Exs.: São Luís, 30 de abril de 2004. Rua do Alecrim, 320.

Para marcar a supressão do verbo. Exs.: Eu fui de ônibus e ela, de avião. Nós tivemos alegrias; eles, só tristezas.

Para isolar o predicativo deslocado (vírgula aconselhável), as conjunções coordenativas adversativas e conclusivas deslocadas e os elementos repetidos. Exs.: A mulher, desesperada, fugiu depressa. Havia, porém, um inconveniente. Façamos, pois, as pazes. Ela pulou, pulou, pulou até cansar.

Para separar as orações coordenadas (assindética, adversativas e explicativas), orações adjetivas explicativas e orações adverbiais deslocadas (reduzidas ou não). Exs.: Vim, entrei, olhei e saí. Estudou, mas não aprendeu. Duvido, logo penso. A água, que é incolor, é muito útil. Quando ele entrou, todos saíram. Ao vê-la triste, viu que errara. Saciada a sede, ela foi deitar-se. Sua casa, embora pequena, é ventilada.

OBSERVAÇÃO: As conjunções e, nem e ou normalmente não são virguladas.A vírgula poderá,no entanto, ser usada quando: a) “OU” estiver retificando ou alternando. Ex.: Ou tudo, ou nada. Se precisar de ajuda, ou a dor nas costas piorar, telefone para nós. b) “E” vier antes de oração com sujeito diferente da anterior; vier repetida e enfaticamente; assumir outros valores (adversidade, conseqüência, etc.). Exs.: Os tolos falam demais, e os sábios mantêm-se em silêncio. E vem, e vai, e volta, e começa. Ele estudou muito, e não foi aprovado.

NÃO SE USA VÍRGULA para separar sujeito e predicado, verbo e seus complementos (objeto direto e objeto indireto). Ex.: O diretor da escola comunicou aos alunos e professores que estaria viajando logo.

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EXERCÍCIOS

Assinale a alternativa que apresenta correta pontuação.

Somos alma, somos cérebro, somos coração.Rio de Janeiro 11 de abril de 2004.Lembra-te,de que somos mortais.Chegou, e comprou o bar.O caso como vemos reclama sérias providências.

Assinale os períodos com pontuação correta.

O homem, que é mortal, é um hóspede da terra.São Paulo 20 de março de 2004.Agora podemos, disse João, recomeçar tudo.Os sonhos, levou-os o vento.Estudou as lições e foi reprovado.Irei logo, isto é, quando puder.E foi e voltou e conquistou sua liberdade.Ao acabar as aulas, os alunos saíram.O aluno estudou com dedicação, e o professor o reprovou.Eram frustradas, insatisfeitas, além disso seus conhecimentos eram duvidosos.O fogo está apagado- defendeu-se a moça. Mas o almoço está pronto.

EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO

Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado:

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo:

Presidente da República; Vice-Presidente da República; Ministros de Estado; Secretário-Geral da Presidência da República; Consultor-Geral da República; Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República; Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República; Secretários da Presidência da República; Procurador-Geral da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Chefes de Estado-Maior das Três Armas; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores;Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios; Secretários de Estado dos governos Estaduais; Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo:

Presidente, Vice-Presidente e Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União; Presidentes e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas Estaduais; Presidentes das Câmaras Municipais.

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c) do Poder Judiciário:

Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral,do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e dos Tribunais Regionais do Trabalho; Juízes e Desembargadores; Auditores da Justiça Militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República,; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal;.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador,; Senhor Juiz,; Senhor Ministro,; Senhor Governador,.

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

Excelentíssimo SenhorFulano de TalMinistro de Justiça70064-Brasília/DF

Em comunicações oficiais, fica abolido o uso do tratamento digníssimo(DD) às autoridades arroladas na lista acima. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal,. No envelope,deve constar do endereçamento:

Ao senhorFulano de TalRua ABC, no.12370123- Curitiba/PR Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do

superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. Nos demais casos o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.

Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo: Magnífico Reitor,.

Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: Santíssimo Padre,.

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,.

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.

PROBLEMAS DE CONSTRUÇÃO DE FRASES

1. Sujeito

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O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas,portanto, construções como:

Errado: É tempo do Congresso votar a emenda.Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.

Errado: Apesar das relações entre eles estarem cortadas,(...).Certo: Apesar de as relações entre eles estarem cortadas,(...).

Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim.Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos,(...).Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos,(...).

2. Frases Fragmentadas

A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples locução como se fosse uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Exs.:

Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido.

Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido. / Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional.

Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República que aprovou. Consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.

Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.

3. Erros de paralelismo

Uma das convenções estabelecidas na língua escrita “consiste em apresentar idéias similares numa forma gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos. Vejamos alguns exemplos:

Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.

Certo:Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que economizassem energia e (que) elaborassem planos para redução de despesas

Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas como reduzidas de infinitivo:

Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios economizar energia e elaborar planos para redução de despesas

Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na coordenação de orações subordinadas.

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta:

Errado: No discurso de posse, mostrou determinação não ser inseguro, inteligência e ter ambição.

Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição.

Ou empregar a forma de oracional reduzida uniformemente:

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Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligência e ambição.

Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso paralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) a idéias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de forma paralela, estruturas sintáticas distintas:

Errado: O projeto tem mais de cem páginas e muita complexidade.

Aqui, repete-se a equivalência gramatical indevida: estão em coordenação, no mesmo nível sintático, o número de páginas do projeto (um dado objetivo, quantificável) e uma avaliação sobre ele (subjetiva).

Pode-se reescrever a frase de duas formas: ou faz-se nova oração com o acréscimo do verbo ser, rompendo, assim o desajeitado paralelo:

Certo: O projeto tem mais de cem páginas e é muito complexo.Ou se dá forma paralela harmoniosa transformando a primeira oração

também em uma avaliação subjetiva: Certo: O projeto é muito extenso e complexo.

4. Erros de Comparação

A omissão de certos termos ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase:

Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico.A omissão de termos provocou uma comparação indevida: “o salário de um

professor” com “um médico”.Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um

médico. / O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.

5. Ambigüidade

Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão.

A ambigüidade decorre, em geral, da dificuldade de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer com:

a) pronomes pessoais

Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretário que ele seria exonerado.Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado.Ou então, caso o entendimento seja outro: Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração deste.

b) Pronomes possessivos e pronomes oblíquos:Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso,

e solicitou sua intervenção no seu Estado, mais isso não o surpreendeu.Observe-se a multiplicação de ambigüidade no exemplo acima, as quais

tornam virtualmente inapreensível o sentido da frase.Claro: Em seu discurso, o Deputado saudou o Presidente da República. No

pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente da República.

c) Pronome relativo: Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.

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Não fica claro se o pronome relativo da segunda oração se refere a mesa ou a gabinete. Essa ambigüidade se deve ao pronome relativo que, sem marca de gênero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais, as quais, que marcam gênero e número.

Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava trabalhar.Se o entendimento é outro, então:Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava trabalhar.Há, ainda, outro tipo de ambigüidade, que decorre da dúvida sobre a que se

refere a oração reduzida:Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário.Para evitar o tipo de ambigüidade do exemplo acima, deve-se deixar claro

qual o sujeito da oração reduzida.Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este indisciplinado.Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora chamou o médico.Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi chamado por uma

senhora.

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REDAÇÃO OFICIAL

Redação Oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicação, em objeto de serviço, nos diversos órgãos públicos.

A redação oficial, pelo fato de preocupar-se, acima de tudo, com a objetividade, a eficácia e a exatidão das comunicações, pode ser considerada, em sentido amplo, como redação técnica, o que a difere da redação literária que prima pelos aspectos artísticos da linguagem, enquanto que a primeira assume, com grande ênfase, um caráter predominantemente instrumental.

A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, pelo uso do padrão culto de linguagem, pela clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública é evidente que esses devem nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais; uma vez que, não se deve conceber que um ato normativo, de qualquer natureza, seja redigido de forma obscura e que, por tal motivo, torne-se obscura sua compreensão. É inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.

Esses princípios e características arrolados no segundo parágrafo aplicam-se às comunicações oficiais e, estas também, devem permitir sempre uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes.

E qual será, portanto, a finalidade básica da Redação Oficial?Comunicar com impessoalidade e máxima clareza os atos normativos, bem

como as comunicações oficiais.Para que a redação oficial alcance melhor seu objetivo, para que cumpra sua

tarefa de comunicação eficiente é necessário observarmos algumas características no momento em que se estiver redigindo.

1. CARACTERÍSTICAS:

- IMPESSOALIDADE (OBJETIVIDADE) – decorre da ausência de impressões individuais de quem comunica; da impessoalidade de quem recebe a comunicação; do caráter impessoal do próprio assunto tratado; logo, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais.

A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem elabora.

A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.

- PADRÃO DE LINGUAGEM- A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e comunicações oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.

As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos.

A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça.

Os textos oficiais por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua.

Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais.

- FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO- As comunicações oficiais devem ser formais, isto é, obedecem a certas regras de forma, além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem , é imperativa, ainda, certa formalidade de

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tratamento. Não se trata somente de eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível. Mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.

A formalidade de tratamento, vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações.

A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização.

- CONCISÃO – A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. É a arte de encerrar um pensamento no menor número possível de palavras. Consiste em apresentar exatamente as idéias que se pretende comunicar, com palavras e expressões necessárias ao perfeito entendimento da mensagem.

Pela concisão não se sacrificam as idéias importantes nem se eliminam as considerações pertinentes, destaca-se o essencial e o necessário.

Prejudicam a concisão, principalmente, as perífrases (emprego de muitas palavras, desnecessariamente) e as redundâncias-repetição das mesmas idéias, com as mesmas palavras ou palavras diferentes.

- CLAREZA: A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, portanto, pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem:

a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;

b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;

c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos;

d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam.

É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção.

Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros.

- CORREÇÃO: A correção gramatical é o requisito básico para qualquer tipo de redação. Consiste no respeito às normas e princípios do idioma. Para obter a correção, devem-se evitar os solecismos (erros de sintaxe), as deformações (erros na forma das palavras), os cruzamentos (troca de palavras parecidas), os barbarismos (emprego abusivo de palavras, expressões e construções estrangeiras) e os arcaísmos (emprego de palavras, expressões e construções antiquadas). Também os neologismos (criação de palavras novas) devem ser evitados, quando existem expressões portuguesas que dizem exatamente a mesma coisa.

- PRECISÃO: Se, na linguagem literária, há uma certa liberdade quanto ao uso de sinônimos, isso não se dá na mesma medida, na redação técnica, onde as palavras têm, geralmente, opções inconfundíveis e diferenciadoras, com a finalidade de não permitir duplicidade de interpretação. Devem-se, por outro lado, evitar, na redação oficial, palavras e expressões vagas, imprecisas, que não acrescentam nada ao texto.

- HARMONIA: Ajustamento harmônico das palavras nas frases e das frases no período. Especialmente prejudiciais à harmonia são os cacófatos – palavras obscenas ou inconvenientes resultantes do encontro de sílabas iniciais com sílabas finais, as assonâncias –

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semelhança ou igualdade de sons na frase ou no período e os ecos – repetição sucessiva de finais idênticos.

- POLIDEZ : Emprego de boas maneiras, tratamentos respeitosos, dignos e apropriados aos superiores, iguais e inferiores. Abrange à discrição, qualidade indispensável a todos quantos lidam com assuntos oficiais, sigilosos e de publicidade.

OFÍCIO

Ofício é texto proveniente de uma autoridade, que consiste em comunicação de qualquer assunto de ordem administrativa, ou estabelecimento de uma ordem; distingue-se da carta por apresentar caráter público e só poder ser expedido por órgão da administração pública, como uma secretaria, um ministério, uma prefeitura e outros. O destinatário pode ser órgão público ou um cidadão particular.

É uma participação escrita em forma de carta que as autoridades das secretarias endereçam a seus subordinados. É um meio de comunicação por escrito dos órgãos do serviço público. O que o distingue de uma carta é o caráter oficial de seu conteúdo.

Para Odacir Beltrão“o ofício não é elo nas relações entre autoridades unicamente; é instrumento

de comunicação do serviço público; portanto, de autoridade a autoridade ou desta para outrem. Por outro lado, o ofício não é meio de comunicação interna ou interdepartamental”.

São partes de um ofício:

1. Timbre ou cabeçalho: dizeres impressos na folha, símbolo (escudo, armas).

2. Índice e número: iniciais do órgão que expede o ofício, seguidas do número de ordem do documento. Separa-se o índice do número por uma diagonal. O número de ofício e ano são separados por hífen: Of. Nº DRH/601-99 = Ofício número 601, do ano de 1999, expedido pelo Departamento de Recursos Humanos.

3. Local e data: na mesma altura do índice e do número. Coloca-se ponto após o ano:

Brasília, 20 de agosto de 1999.

4. Assunto ou ementa: só justificável quando o documento é extenso.

Assunto: Exoneração de cargo

5. Vocativo ou invocação: tratamento ou cargo do destinatário: Senhor Presidente, Senhor Diretor. Na correspondência oficial não se usa Prezado Senhor.

6. Texto: exposição do assunto. Se o texto for longo, podem-se numerar os parágrafos a partir do segundo, que deverá receber o número 2. Se o texto do ofício ocupar mais de uma folha, escrevem-se 10 linhas na primeira folha e o restante nas demais. Nesse caso, colocam-se endereço e iniciais na primeira folha. Repetem-se o índice e o número nas demais folhas, acrescentando-se o número da folha. Exemplo:

Ofício nº 52/99 – fl. 2

7. Fecho ou cumprimento final: não será numerado.

8. Assinatura: nome do signatário, cargo e função. O designativo do cargo ou função deve ser separado por vírgula do nome do signatário. Trata-se de um aposto:

José Carlos, Marcos da Silva,Supervisor. Presidente.

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Não se antepõe qualquer título profissional ao nome do signatário. O nome e o cargo ou função do signatário são grafados preferencialmente com letras minúsculas, exceto as iniciais.

9. Anexos: se o ofício contém anexos, colocar:/3 (o ofício contém três anexos)/4 (o ofício contém quatros anexos).Se se tratar de um anexo somente, procede-se do seguinte modo:Anexo: diploma de 3º grau.Anexa: nota fiscal.

Observa-se que a palavra anexo deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere.

10. Endereço: fórmula de tratamento, nome civil do receptor e cargo ou função do signatário, seguidos da localidade e do destino.

11. Iniciais: primeiras letras dos nomes e sobrenomes do redator e digitador. Usar letras maiúsculas. Se o redator e o digitador forem os mesmos, basta colocar iniciais após a barra diagonal: /MIR.

1. INTRODUÇÕES

1.1. Introduções superadas, desgastadas- Vimos, por intermédio do presente, levar ao conhecimento de

V. Sa. que...- Este tem por finalidade levar ao conhecimento de V. Sa. que...

1.2. Introduções atuais- Comunicamos a V.Sa. que...- Informamos a V. Exa. que...

2. FECHOS

2.1. Fechos antigos- Com os protestos de estima e apreço...- Com os protestos de elevada estima e distinta consideração.- Aproveitamos o ensejo para reafirmar a V. Sa. nossos protestos

de estima e apreço.- Aproveitamos o ensejo para apresentar a V. Sa. votos de

estima e apreço.

2.2. Fechos atuais- Atenciosas saudações- Respeitosas saudações- Atenciosamente- Respeitosamente.

A Instrução Normativa nº 4, de 6-3-1992, estabelece:“Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que

pela forma: a exposição de motivos, o aviso e o ofício. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que se siga o que chamamos de “padrão ofício””.

Todos os três devem conter as seguintes partes:

a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede:EM nº 123/MEFPAviso nº 123/SG

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Ofício nº 123/DP

b) local e data em que foi assinado, datilografado por extenso, com alinhamento à direita:

Brasília, 15 de maço de 1992ou

Brasília, em 15 de março de 1991c) vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,Senhora Ministra,Senhor Chefe de Gabinete,

d) texto. Nos casos em que não for mero encaminhamento de documentos, o expediente deve apresentar em sua estrutura:

- introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Deve ser evitado o uso de frases feitas para iniciar o texto. No lugar de: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta: “Informo Vossa Excelência de que”, “Submeto à apreciação de Vossa Excelência”, “Encaminho a Vossa Senhoria”;- desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado. Se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e- conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.

No texto, à exceção do primeiro parágrafo e do fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados, como maneira de facilitar-se a remissão.

e) fecho: [O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de marcar o fim do texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados, foram regulados pela Portaria nº 1 do Ministério da Justiça, de julho de 1937, que estabelecia cerca de quinze padrões diferentes. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, esta IN estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

1. para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,2. para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.)

f) assinatura do autor da comunicação; e

g) identificação do signatário: [Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer datilografado o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. Esse procedimento facilita sobremaneira a identificação da origem das comunicações. A forma da identificação deve ser a seguinte:

(espaço para assinatura)JARBAS PASSARINHO

Ministro da Justiça

(espaço para assinatura)FLÁVIO ANTUNES GONÇALVES

Diretor do Departamento de Serviços Gerais daSecretaria da Administração Federal]

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Ofício nº 524/SG-PRBrasília, 27 de fevereiro de 2004.

Senhor Deputado,

Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta nº 6.708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instruído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressaltava a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características socioeconômicas regionais.3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 213, § 1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente.4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.

A Sua Excelência o SenhorDeputado (nome)Câmara dos Deputados770160-000 Brasília – DF

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Ofício nº 524/SG-PR-fl.2

5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas.6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade.

Atenciosamente,

(Nome e cargo do signatário)

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REQUERIMENTO

Petição por escrito feita com as fórmulas legais, na qual se solicita algo que é permitido por lei ou que como tal se supõe. É todo pedido que se encaminha a uma autoridade do Serviço Público. Enquanto o requerimento é um veículo de solicitação sob o amparo da lei, a petição destina-se a pedido sem certeza quanto ao despacho favorável.

O requerimento deve ser redigido em papel simples ou duplo, mas o formato será o almaço, com pauta (se manuscrito) ou sem pauta (se digitado). O papel utilizado é o do tamanho ofício (215 a 315 mm). Evita-se, porém, o uso de tinta vermelha.

Entre a invocação e o texto deve haver espaço para o despacho: sete linhas (em caso de papel pautado) ou sete espaços interlineares duplos (se o papel não for pautado).

Foram abolidas as expressões abaixo assinado, muito respeitosamente e tantas outras.

Observam-se ainda os seguintes dizeres:Estabelecido, residente, morador, sito na Rua, na Avenida, na Praça. Evitam-

se as formas: estabelecido à, residente à, sito à. A preposição correta, no caso, é em.A um estabelecimento de ensino particular encaminha-se também

requerimento pelo motivo de haver aí representante do governo ou inspetor.São componentes de um requerimento:1 – Invocação: forma de tratamento, cargo e órgão a que se dirige:

Ilustríssimo Senhor:Diretor-Geral do Departamento de Pessoal do Ministério da Educação Cultural:

Não se menciona no vocativo o nome da autoridade.Não se coloca após o vocativo nenhuma fórmula de saudação.2 – Texto: nome do requerente, sua filiação, sua naturalidade, seu estado

civil, sua profissão e residência (cidade, Estado, rua e nº).Acrescente-se, ainda, exposição do que se deseja, justificativa

(fundamentada em citações legais e outros documentos.)3 – Fecho: NESTES TERMOS PEDE DEFERIMENTO em letra maiúsculas,

ouNestes termos pede deferimento.Espera deferimento.Aguarda deferimento.Pede deferimento.Termos em que pede deferimento4 – Local e data.5 – Assinatura.

Obs.: Evita-se o “pede e aguarda deferimento”, pois ninguém pede e se recusa a aguardar.

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Ilmo Sr.Diretor do Pessoal do Ministério da Educação e Cultura

Carlos Alberto, que atualmente ocupa o cargo de Servente, nível 4, com exercício no Departamento de Ensino de 2º Grau, requer a V. Sa. se digne conceder-lhe Auxílio-Doença, nos termos do artigo 143, do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, por se encontrar licenciado para o tratamento de saúde por mais de 12 meses, em conseqüência de doença prevista no artigo 104, da Lei nº 1.711/52.

NESTES TERMOSPEDE DEFERIMENTO

São Paulo, .... de ................. de 2004.

a) ........................................................(assinatura do requerente)

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MEMORANDO

Na administração pública é uma forma de correspondência entre autoridades de um mesmo órgão ou entre Diretores e Chefes ou vice-versa. Serve para comunicações internas sobre assuntos rotineiros. Caracteriza-se, portanto, pela simplicidade, concisão e clareza. Pode ser considerado um ofício em miniatura.

A Instrução Normativa nº 4, de 6-3-1992, estabelece:“O memorando é uma modalidade de comunicação entre unidades

administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna a determinado órgão do Governo.

Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público.

Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando.

Do memorando devem constar:a) Número do documento e sigla de identificação de sua origem (ambas as

informações devem figurar na margem esquerda superior do expediente): Memorando nº 19/DJ (nº do documento: 19; órgão de origem: Departamento Jurídico)

b) Data (deve figurar na mesma linha do número e identificação do memorando):

Memorando nº 19/DJ Em 12 de abril de 2004.

c) Destinatário do memorando: no alto da comunicação, depois dos itens a e b acima indicados; o destinatário é mencionado pelo cargo que ocupa:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

d) Assunto: resumo do teor da comunicação, datilografado em espaço um:Assunto: Administração. Instalação de microcomputadores.e) Texto: desenvolvimento do teor da comunicação. O corpo do texto deve

ser iniciado 4 cm ou quatro espaços duplos (‘espaço dois’) verticais, abaixo do item assunto, e datilografado em espaço duplo (‘espaço dois’). Todos os parágrafos devem ser numerados, na margem esquerda do corpo do texto, excetuados o primeiro e o fecho (este procedimento facilita eventuais remissões a passagens específicas, em despachos ou em respostas à comunicação original);

f) Fecho:Atenciosamente, ou Respeitosamente, conforme o caso.

g) Nome e cargo do signatário da comunicação: 4 cm ou quatro espaços duplos (‘espaço dois’) verticais após o fecho.”

Memorando nº 19/DJ Em 12 de abril de 2004.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

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Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores

Nos termos do “Plano geral de informatização”, solicito a V. Sa. verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento.

2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de “disco rígido” e de monitor padrão “EGA”. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um “processador de texto”, e outro “gerenciador de banco de dados”.

3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará uma mais racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome e cargo do signatário)

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RELATÓRIO

Relatório é a exposição de ocorrências ou da execução de serviços ou, ainda, dos fatos de uma administração pública ou privada, sendo essa exposição acompanhada, quando necessário, de gráficos, mapas, tabelas, ilustrações. Sua linguagem é a fatual, no mais das vezes.

“Um relatório é uma descrição de fatos passados, analisados com o objetivo de orientar o serviço interessado ou o supervisar imediato, para determinada ação.” (G. Bousquié)

O relator deve tomar como base um fato real, descrevê-lo cuidadosamente, interpretá-lo e, com base na descrição e na interpretação do fato, apresentar propostas práticas.

O relatório enquadra-se (tal como se dá com o memorando ou o telegrama, por exemplo) em todos os ramos da Correspondência e apresenta-se nos mais variados tipos, espécies, formas, desde um elementar relatório de inspeção de amostras ou um reporte pessoal e desformalizado até um volumoso e importante relato de gestão empresarial.

Elementos

Em síntese, divide-se o relatório em três partes:

Introdução:onde é indicado o motivo de sua confecção.

Corpo ou desenvolvimento: que é a seção central e deve ser ordenada com destaque dos títulos de assuntos capitais, respeitada a ordem de sucessão dos fatos expostos.

Conclusão: que é o encerramento, devendo conter:- considerações finais;- deduções lógicas de argumentação que a precede;- sugestões dispostas clara e ordenadamente;- agradecimentos, despedida etc.

Elaboração do Relatório

Já é tradição os técnicos não gostarem de escrever relatórios. Mas os diretores não se preocupam com isso. Hoje em dia, sua tendência é pretender mais e mais relatórios de seus chefes de produção. Portanto, desde que ninguém pode subtrair-se a essa tarefa, em lugar de rabiscar às pressas poucas palavras no papel – que provocam má impressão – mais vale aprender a escrever relatórios claros e completos, que aumentam o prestígio de quem os faz.

Basicamente, escrever um relatório é muito simples. Essencialmente, trata-se de anotar no papel os próprios pensamentos. Se, quando falamos, podemos raciocinar claramente, com a mesma simplicidade poderemos preparar um bom relatório.

Ao escrevê-lo, procure, antes, determinar os verdadeiros objetivos. Evitará, assim, pormenores inúteis, que poderiam confundir o leitor. Antes de iniciar o trabalho, pergunte a si mesmo:

- Por que devo escrever esse relatório?- Quem irá lê-lo?- O que pretendo escrever?- Como irei fazê-lo?Em seguida, vá à organização do relatório, ao seu início. Não se preocupe

com o estilo. Use palavras simples. Palavras bonitas, mas inúteis, não ajudam e podem comprometer a aceitação de uma boa idéia.

Não conclua abruptamente o relatório. Use o último parágrafo para expor as conclusões que se originam dos fatos apresentados. Faça também suas recomendações e sugestões.

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Finalmente, após encerrar o relatório, não envie imediatamente. Volte a revisá-lo cuidadosamente. Verifique cada parágrafo e assegure-se de que seguiu uma seqüência lógica: introdução, apresentação dos fatos e conclusões.

Para facilitar citações, convém numerar os parágrafos. Os mapas, gráficos, tabelas e demais peças ilustrativas serão distribuídos oportunamente telo texto e os anexos ficarão reunidos no final do trabalho, antes da bibliografia, se houver.

Elementos

A seqüência dos elementos que irão compor um relatório ficariam assim distribuídos:

Folha de rosto: A folha de rosto, página de rosto, frontispício, portada – página que contém os elementos essenciais à identificação da obra. Pode haver duas ou mais folhas de rosto. Ex.: texto em mais de uma língua, edições fac-similidas etc. Na folha de rosto constarão os dados de identificação, como: entidade, ou empresa, setor, ou departamento, título, autor, local, data.

Sumário: que será organizado ao término do trabalho, incluindo os títulos principais e subtítulos, como a respectiva página. Introdução: apresentação inicial do trabalho já elaborado, que leva o leitor à compreensão mais precisa do assunto, tomando ciência imediata do foco do seu conteúdo.

Desenvolvimento: é o texto propriamente dito, com explanação simples e clara do assunto.

Conclusão: encerramento do trabalho, com a confirmação do(s) ponto(s) de vista do autor. É apresentada nos mesmos moldes de introdução.

Anexos: material ilustrativo complementar – gráficos, tabelas etc., não estritamente essenciais à compreensão do assunto.

Bibliografia: indicações precisas e minuciosas que permitem a identificação de publicações, no todo ou em parte.

Em uma referência bibliográfica, os elementos essenciais são os indispensáveis à identificação de publicações mencionadas em qualquer trabalho, enquanto os complementares são aqueles facultativos que, acrescentados aos primeiros, permitem caracterizar, localizar ou obter publicações referenciadas em bibliografias e resumos.

ATA

É um registro em que se relata o que passou numa reunião, assembléia ou convenção. Há os seguintes tipos de ata: a ordinária e a extraordinária.

A ata ordinária é a que resulta de reuniões estabelecidas em estatutos, ou convocadas com regularidade. A extraordinária ocorre fora das datas costumeiramente previstas.

A ata deve ser assinada pelos participantes da reunião em alguns casos (conforme o estatuto da empresa), pelo presidente ou secretário, sempre. Para sua lavratura, devem ser observadas as seguintes normas:

1. Lavrar a ata em livro próprio ou em folhas soltas. Deve ser lavrada de tal modo que impossibilite a introdução de modificações.2. Sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências verificadas.3. Na ata do dia, são consignadas as retificações feitas à anterior.4. O texto será digitado ou manuscrito, mas sem rasuras.5. O texto será compacto, sem parágrafos ou com parágrafos numerados, mas não se fará uso de alíneas.

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6. Se manuscrito, nos casos de erros constatados no momento de redigi-la, em prega-se a partícula corretiva “digo”.7. Quando o erro for notado após a redação de toda a ata, recorre-se à expressão: “em tempo”, que é colocada após todo o escrito, seguindo-se então o texto emendado: Em tempo: na linha onde se lê “bata”, leia-se “pata”.8. Os números são grafados por extenso.9. Quando ocorrem emendas à ata ou alguma contestação oportuna, a ata só será assinada após aprovadas as correções.10. Há um tipo de ata que se refere a atos rotineiros e cuja redação tem procedimento padronizado. Nesse caso, há um formulário a ser preenchido.11. A ata é redigida por um secretário efetivo. No caso de sua ausência, nomeia-se outro secretário (ad hoc) designado para essa ocasião.

Devem constar de uma ata:

Dia, mês ano e hora da reunião (por extenso).Local da reunião.Pessoas presentes (com suas respectivas qualificações).Declaração do presidente e secretário.Ordem do dia.Fecho.Assinaturas de presidente, secretário, participantes.

MODELOS DE FECHOS

...Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente encerrou a sessão e convocou outra sessão para o dia.........., às ......... horas e ......... minutos, quando serão julgados os recursos em pauta. E, para constar, lavrei a presente ata que subscrevo e vai assinada pelo Sr. Presidente depois de lida.

São Paulo, ... de ................de 20.. .Fulano de Tal, Presidente.Fulano de Tal, Secretário.

________________

...Nada mais havendo a tratar, Fulano de Tal agradece a presença do Sr. Beltrano, do Sr. Cicrano, das demais autoridades presentes e declara encerrada a reunião, da qual eu, .................................................., Secretário em exercício, lavrei a presente ata, que vai assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

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São Paulo, ... de ...............de 20.. .a) Fulano de Tal, Presidente.b) Fulano de Tal, Secretário.

_________________

...A sessão encerrou-se às ....... horas. Eu, .............., Secretário em exercício, lavrei, transcrevi e assino a presente ata.

São Paulo,... de ...............de 20.. .a) Fulano de Tal, Presidente.b) Fulano de Tal, Secretário.

ATESTADO

É um documento onde se afirma a veracidade de certo fato ou a existência de certa obrigação. Também pode comprovar a existência de um ato que se consumou. Tipos: atestado ou certidão de idade, atestado de sanidade mental, atestado de óbito, atestado de boa conduta, atestado de vida, atestado de residência, atestado de idoneidade moral, atestado de vacina e outros. Quando os fatos ou informações constam em arquivos da administração, utiliza-se a certidão para comprovar sua existência. Enquanto o atestado declara, a certidão é a transcrição de algo já existente. São partes de um atestado:

1. Timbre do órgão ou da empresa que fornece o atestado.2. Título: ATESTADO (em letras maiúsculas).3. Texto: exposição daquilo que se afirma, atesta ou declara. Identificação do emissor, objetivo do documento, nome do interessado e dados de identificação, exposição do fato que se atesta.4. Local e data.5. Assinatura: nome e cargo da autoridade que atesta.

Dispensam-se no atestado os seguintes clichês:- Nada sabendo em desabono de sua conduta.- É pessoa de meu conhecimento.

INAMPSATESTADO MÉDICO PARA GESTANTE

Atesto para os devidos fins que, em face do resultado do exame médico, a segurada..................................... ...................................................

....................................... ........................................(nº de Matrícula) (nº da C.T.P.S)

se encontra nas condições previstas no artigo 392 e seus parágrafos da Consolidação das Leis do Trabalho, devendo seu afastamento ser considerado de . . . / . . . /2000 a . . . . / . . . ./ 2000.

...................................... ........................................Hospital ou ambulatório local e data

carimbo

(a) Nome e nº de Registro do Médico

DECLARAÇÃO

Significa a afirmação da existência de um fato; existência ou não de um direito. Tanto pode ser manifestada por escrito, como de viva voz. Quando for por escrito, a declaração é conhecida como documento. Entretanto, quando a declaração provém de alguma

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autoridade, recebe várias denominações, conforme o caso; por exemplo: aviso, edital, instrução despacho, decisão, ofício, portaria, sentença. Ainda, segundo as circunstâncias e a finalidade da declaração, ela toma várias outras denominações, como, por exemplo: declaração de ausência, declaração de vontade, declaração de crédito, declaração de direito, declaração de guerra, declaração de falência, declaração de interdição, declaração de nascimento, declaração de óbito, declaração falsa, declaração de renda, declaração de princípios.

Pode-se iniciar uma declaração assim:- Declaro para fins de prova junto ao órgão tal...- Declaro, para os devidos fins, que...- Declaro, a pedido verbal de...

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERALQUARTEL GENERAL DO IV COMANDO AÉREO

REGIONAL

DECLARO que FERNANDO CUNHA esteve presente no Serviço Regional de Recrutamento e Mobilização deste Quartel General, no período das 10h às 12h, para tratar de assuntos do Serviço Militar.

São Paulo, 14 de março de 2004. Walter Silva

DECLARAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO COMODOCENTE

Eu, ............., RG ............., Diretor da EE ................ de ........, declaro para fins da classificação a que se refere o artigo 14 do Decreto nº 14.329, de 29 de novembro de 1979, que ....................., RG ................., contava até 30/6 com o seguinte tempo de serviço como docente, no magistério oficial do Estado de São Paulo:

I. no campo de atuação:a. de 1ª a 4ª série do 1º grau: .............. dias;b. de 5ª a 8ª série do 1º e 2º grau: ............. dias;

II. na docência no magistério oficial do Estado de São Paulo, de 1º e/ou 2º graus:

.................... dias(número)

Local e data.Assinatura e carimbo do Diretor

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PROCURAÇÃO

Em linguagem jurídica, significa o instrumento do mandato, isto é, o escrito ou documento em que se outorga o mandato e se explicitam os poderes conferidos. Por extensão designa o próprio mandato. Assim, define-se como sendo o título ou documento por meio do qual um indivíduo, chamado mandante, confere a outra pessoa, chamada mandatário, poderes para praticar atos em seu nome e por sua conta. A procuração pode ser particular ou por escritura pública. Conforme os poderes, a procuração recebe vários nomes: procuração ad judicia, procuração em causa própria, procuração em termos gerais, procuração especial, procuração extrajudicial, procuração geral, procuração particular, procuração pública, procuração insuficiente e outras.

Exemplo de procuração ad judicia:

PROCURAÇÃO

José Silva Matos, brasileiro,casado, professor, residente na Rua da Paz, 112,Centro, São Luís-MA, portador do RG no. 432564/SSP/MA, CPF no. 123546212-65, pelo presente instrumento de procuração, constitui e nomeia seu bastante procurador, Pedro da Costa Vieira ,brasileiro, casado, advogado, com escritório na Rua do Passeio,786,Centro, São Luís-MA, inscrito na OAB, seção MA, sob no. 876, CPF no. 342213431-76.

Para que em seu nome, como se presente fosse, em qualquer juízo ou tribunal, possa requerer tudo o que em direito for permitido, usando os poderes AD JUDICIA, em toda sua extensão, podendo, também, acordar, transigir, receber e dar quitação, substabelecer, praticando, enfim, todos os atos permitidos em direito, por mais especiais que sejam, o que tudo dará por firme e valioso, a bem deste mandato.

São Luís, 23 de abril de 2004.

José Silva Matos

(Reconhecer firma em cartório.)

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Modelo de procuração para movimentação de conta corrente

PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: nome do participante, número da Cédula de Identidade e do CIC, filiação e endereço.

OUTORGADO: nome, número do documento de identificação e endereço.Pelo presente instrumento particular de produção e na melhor forma de

direito, o outorgante, acima qualificado, constitui e nomeia o outorgado seu procurador, com poderes bastantes e expressos para o fim específico de efetuar movimentação de conta corrente, podendo assinar documentos, dar quitação e praticar, todos os atos necessários ao bom e fiel cumprimento do presente mandato.

........................,.........de.....................de 2004.

.............................................. assinatura do participante

(reconhecer firma em cartório).

Outro Modelo de Procuração

PROCURAÇÃO

Por este instrumento particular de procuração, Marta Ribeiro Lopes, brasileira, solteira, residente e domiciliada em Porto Alegre, na Rua das Flores,45,Centro, aluna da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, aprovada no quinto semestre do Curso de Bacharelado, nomeia e constitui seu bastante procurador o senhor Ângelo Ferreira, brasileiro, solteiro, maior, residente e domiciliado em Porto Alegre, na Rua do Parque,34, Centro, com o fim especial de efetuar sua matrícula na referida faculdade, no sexto semestre.

Porto Alegre, 2 de janeiro de 2004.

Marta Ribeiro Lopes.

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CIRCULAR

Circular é toda comunicação reproduzida em vias, cópias, ou exemplares de igual teor e expedidas a diferentes pessoas, órgãos ou entidades. Especificadamente, como documento, é mensagem endereçada simultaneamente a diversos destinatários, para transmitir avisos, ordens ou instruções. O termo circular é, neste caso substantivo, por ser o nome do documento.

Exemplo de Circulares :

Porto Alegre, 6 de outubro de 20XX.

Senhor (a) Professor (a):

Face a impossibilidade de conciliar o número de professores para estar presente na data marcada (dia 15 de outubro), estamos tentando outra data que será comunicada em função do número de participantes para o Churrasco de Confraternização.

Atenciosamente,

Jussara Costa Rosa,Gerente de Marketing.

Formatação para ser elaborada pelo computador de aviso-circular.Os elementos colocados entre parênteses serão aqueles que poderão ter

alguma alteração.

Porto Alegre, 22 de junho de 20XX.

[Empresa]At.: Senhor [Diretor][Endereço][Bairro] [Cidade] [Estado]

Prezado Senhor:Verificamos em nossos arquivos que a duplicata [número] vencida em [data],

ainda não foi paga por sua Empresa.Solicitamos contatar nosso Departamento Comercial para os devidos

esclarecimentos.

Atenciosamente,LTA-RHA Informática

Um exemplo, na correspondência oficial:___________________________________________________________

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CIRCULAR 5.........

Senhor Diretor:

Determino, para os fins convenientes, que V. Sa. não deve limitar-se a dar livre trânsito a papéis, em sua repartição, encaminhando-os a esta Secretaria sem qualquer esclarecimento sobre o assunto de que tratam.

É indispensável que sejam examinados os processos e se preste, a seguir, resumido parecer ou se lhes anexem documentos que facilitem a decisão final.

Rio Janeiro, .. . . de . . . . . . . . . . . .. . de . . . .

CIRCULAR Nº 50, DE 31 DE MAIO DE . . . . . .

O DIRETOR GERAL DO TESOURO DO ESTADO, no uso de suas atribuições, comunica aos Senhores Exatores que, de conformidade com a Portaria nº 1.358, desta data, do Excelentíssimo Senhor Secretário da Fazenda, foram estabelecidos, para o corrente exercício, os valores de R$ . . . . . . . . . . . (. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .) por cabeça de gado bovino, e de R$ . . . . . . . . . . . . ( . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .) para a arroba de lã, para bases de cálculo da Taxa de Cooperação, a que se refere o Decreto nº 16.466, de 7 de fevereiro de . . . . . .

Fulano de Tal,Diretor Geral substituto.

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INFORMAÇÃO

É o instrumento pelo qual se fornecem, por solicitação ou ordem, elementos necessários ao preparo do parecer ou para o despacho final. A informação é provocada, ao passo que a comunicação (=memorando interno) é espontânea.

Informação e histórico assemelham-se nas linhas gerais, uma vez que este é o relato ou transcrição do que há a respeito de uma pessoa – parte na linguagem oficial- ou marcha de um documento. Entende Josias Argons que informe é a descrição de um fato assim como foi visto e informação é o resultado do cotejo de informes, através do complexo processo da elaboração mental; os informes integram, constituem a informação, são os ingredientes, a matéria-prima, e a informação é o produto elaborado. Como se deduz, informe e histórico são equivalentes. Nos dias atuais, atendendo à datilografia, a informação é lançada como qualquer outro texto subordinado às regras da correspondência oficial. Em algumas repartições, o texto é distribuído em três seções, ao ser feita a primeira informação:

PROCEDÊNCIAOBJETO eINFORMAÇÃO

____________________________________________________________

Da Divisão de Administração.Ao Sr. Delegado Estadual.Interessado: Jota Eme (cargo ou função etc.).Assunto: Justificação de faltas.

(Informação.) O servidor acima, em requerimento de fl. 1, solicita justificação e abono de faltas ao expediente dos dias 8 e 9 do corrente, juntando atestado pelo qual se comprova que ele compareceu a provas, nos dias citados, no Curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas (PUC).

2. Em face do exposto e de conformidade com o art.158 da Lei 1.711, de 28-10-.... (texto do artigo), pode ser deferido requerimento em tela.

SPC, 20-6....Fulano de Tal,Ch. Do SPC (cargo ou função etc.).

(Parecer, ou conclusão.) Somos pelo deferimento do solicitado.D. Ad., 21-6-........Sicrano de Tal,Ch. Da D. Ad. (cargo ou função etc.).

(Despacho, ou decisão.) Defiro o requerimento de fl. 1 de acordo com o parecer de fl. 2. Publique-se no BLS e encaminhe-se à homologação.

Em 22-6......Delegado Estadual

____________________________________________________________

INFORMAÇÃO

Destacando do teor da carta endereçada em data de 18 de maio último, anexa ao relatório, informo a V. As. Que do item doze, relacionado com a visita realizada anteriormente àquela empresa, já está bem clara e detalhada a situação de abandono do prédio central, não havendo maiores necessidades de considerações a respeito.

Em 15 de junho de .......Bel. José Carlos Dias,

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Relator.____________________________________________________________

Rio de Janeiro......de.........de..........

Informação nº ...........Processo nº ...........Assunto: liberação do ponto.

Examinado a solicitação de afastamento que faz o servidor Roberto de La Scarpa, neste processo, informo que o mesmo poderá afastar-se para os fins pretendidos, pois encontra amparo legal na IN/12-...., devendo, para tanto, ao retornar, apresentar relatório detalhado do referido encontro.

À decisão de Vossa Senhoria.

Fulano de Tal,Assessor.

____________________________________________________________

A informação deve sempre conter:

I- A ementa, clara e concisa, do assunto, no alto, à direita (este requisito deve ser satisfeito, apenas, pelo primeiro servidor que instruir o processo).(Essa ementa, ou assunto, é substituível por objeto.)

II- O contexto, que constará:a) da introdução, em que se fará referência ao assunto tratado;b) da apreciação do assunto, esclarecimentos e informações que ilustrem;c) da conclusão, de modo claro e preciso.

(Não raro é a informação confundida com o parecer, que é uma sugestão, uma opinião, uma solução e serve de apoio ao despacho.)

Qualquer referência a elementos constantes do processo deverá ser feita com a indicação do número da folha respectiva. Em caso de referência a elementos constantes de processo anexado ao que estiver em estudo, dever-se-á também fazer menção do número daquele em que se encontra a folha citada na instrução.

Entende-se por anexação a juntada de um processo a outro, em caráter definitivo; diz-se apensação a juntada de um processo a outro ou outros quando aquele apenas servir de elemento elucidativo ou subsidiário para a instrução destes, continuando, porém com existência própria e independente.

O fecho da informação, parecer ou despacho compreenderá.

a) a denominação do órgão em que tenha exercício o servidor, permitida a abreviatura;b) a data;c) a assinatura;d) o nome do servidor, por extenso, e o cargo ou função.

Os requisitos exigidos nas alíneas a, b e d poderão ser datilografados, digitados ou feitos por meio de carimbo.

ORDEM DE SERVIÇO

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Instrumento da comunicação interna ou interdepartamental de determinação sobre assunto a ser executado e/ou cumprido.

É ato de chefia sobre assunto de sua competência. Versa sobre trabalho e não sobre o destino de pessoas.

A ordem de serviço tem numeração própria e pode adquirir as características de circular, quando se destina a diversos departamentos situados em locais ou localidades diferentes.

A OS encerra providências tomadas ou a serem tomadas pela chefia no sentido de orientar a execução de serviços ou o desempenho de encargos. É também recurso de que se vale o administrador quando deseja que alguém substitua outrem tão-somente nos encargos, nas tarefas, sem direito a qualquer remuneração extra, o que lhe seria assegurado se a ordem fosse dada em portaria.

Há certa confusão com a ordem de serviço, chegando algumas repartições a substituí-la, erroneamente, pela papeleta, equivalente no máximo ao memorando interno. É freqüente em muitos órgãos administrativos esta divisão:

1. Ordem de Serviço (OS) para chefias superiores e por sua vez subordinadas a relações (Res. ou RS).

2. Orientação de Serviço (ODS) para essas mesmas chefias superiores, como veículo de explicação de resoluções ou até de ordens de serviço.

3. Determinação de Serviço (DS) para chefias subordinadas às anteriores, como veículos de suas ordens diretas ou de ordens provindas do escalão superior.

Em um instituto de aposentadoria e pensões, por exemplo, a OS e a ODS vêm da presidência para a delegacia regional, enquanto que a DS é baixada pela delegacia regional. Em empresas privadas (bancos, companhias de seguros etc.), encontra-se a ordem de serviço com fins que, no serviço público, seriam próprios da portaria, da resolução ou da ordem de serviço.

Nas amostras apresentadas adiante, verificar-se-à que existem tipos diversos para o cabeçalho, a numeração e a data da ordem de serviço, desde aquele usual em atos internos até o que assemelha a ordem ou a orientação de serviço a uma lei ou um decreto:

ORDEM DE SERVIÇO 784, DE 3 DE SETEMBRO DE .......

Expede inscrições sobre as reuniões de trabalho do Instituto de Administração.

____________________________________________________________

A padronização de tais atos é difícil, porque são múltiplas suas aplicações e não menos numerosas as variantes surgidas em face das contingências ou da posição que se lhe quis dar no esquema de documentos previstos em determinada organização. Nota-se em alguns setores administrativos que a ordem de serviço avança na faixa estabelecida para a portaria.

A abreviação ODS, para orientação de serviço, foi criada para diferenciar de OS, ordem de serviço.____________________________________________________________

ORDEM DE SERVIÇO Nº . . . . / . . . . de 20XX

A Direção do Colégio Protásio Alves- Escola Estadual de 2º Grau, no uso de suas atribuições.DESIGNA a Professora . . . . . . . . . . . . , para freqüentar o Curso de Treinamento, ministrado pela Olivetti, no período de 2 a 20 de abril,no Colégio Pax,com o objetivo de Treinamento para atuar no Escritório-modelo, a ser implantado nesta Escola.

Fulana de Tal,Diretora.

____________________________________________________________

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ORDEM DE SERVIÇO Nº . . . . . Designa Comissão de Formatura.

O Diretor do Colégio . . . . . . . . . . . . . . no uso de suas atribuições.

RESOLVEdesignar os Professores Fulano de Tal e Sicrano de Tal, para coordenar os trabalhos referentes à formatura dos alunos concluintes dos cursos técnicos deste Estabelecimento neste ano.

Porto Alegre, 20 de outubro de 20XX.Beltrano de Tal,

Diretor.(Brasão)

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

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ORDEM DE SERVIÇO Nº 04/DP

O DIRETOR GERAL DO DEPARTAMENTO DE PESSOAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, no uso de suas atribuições e,

- considerando a necessidade de planejar, organizar e controlar os serviços de xerox deste Departamento; e- considerando, ainda, a utilização do referido serviço por outros setores da Reitoria;

RESOLVE:

1. O Setor de Xerox, para fins de controle e execução, fica subordinado à Secretaria deste Departamento;

2. O uso dos serviços de xerox fica condicionado à apresentação de requisição, conforme modelo 1 em anexo, assinada por servidor credenciado junto à Secretaria deste Departamento;

3. Os setores externos ao Departamento deverão trazer o papel necessário à execução de cada tarefa solicitada;

4. As solicitações de usuários eventuais serão apreciadas e decididas pela Secretaria deste Departamento;

5. A Secretaria manterá os dados de utilização do equipamento tabulados, dia a dia, por setor, para fins de relatório semestral, conforme modelos 2 e 3 anexos.

6. As presentes normas entrarão em vigor a partir de 1º de setembro de . . . . . . revogadas as disposições em contrário.

Porto Alegre, 5 de setembro de . . . . . .

Aldriovando Rodrigues,Diretor Geral.

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PARECER

É a análise de um caso; é opinião técnica sobre um assunto ou ato; “é uma proposição oriunda de comissão, quando esta se pronuncia acerca de assunto submetido a seu exame”.

O parecer serve de base à decisão do assunto, orientando-a ou facilitando-a.Define A. de Almeida Carneiro:“O parecer visa interpretar e apreciar fatos, a informação visa fornecer fatos.” O parecer pode ser administrativo, quando diz respeito a caso burocrático,

técnico ou científico, quando se relaciona com matéria específica. Tanto nas empresas comerciais, industriais ou de crédito, quanto nas profissões liberais tem o parecer lugar de destaque, seja por sua importância administrativa, seja por seu significado técnico ou científico. A redação de um parecer pode apresentar simplicidade, como no caso dos assinados por conselhos fiscais, os quais são mais ou menos estereotipados, ou requer raras qualidades redacionais, como no caso dos firmados por especialistas em ciências ou técnicas.____________________________________________________________

CONSULTORIA GERAL DA REPÚBLICA

Assunto: Demissão por abandono de cargo. Atenuante da menoridade. Parecer nº 081, de ...... Na hipótese, impõe-se a pena de demissão, por isso que incontroversos os fatos com relação à atitude disciplinar do servidor.

PARECER

Fulano de Tal, Estafeta, nível 7, lotado na Diretoria Regional dos Correios e Telégrafos de São Paulo, faltou ao serviço, injustificadamente, por mais de 60 dias, interpelados, no período de 12 meses, motivo pelo qual foi sugerida sua demissão, com fundamento no § 2º do art. 207, da Lei nº 1.711 de 28 de outubro de ........

2. Houve processo regular, no que concerne à apuração da falta disciplinar, concluindo a Comissão de Inquérito, conforme relatório apresentado, pela transgressão da norma estatuária, de modo a ensejar a pena proposta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

10. No que diz respeito ao entendimento firmado por este Órgão, não encontro razões que justifiquem sua alteração, reconhecendo, apenas, que sua aplicação deve merecer cautela de forma a se ajustar a cada caso concreto, atendendo, em conseqüência, aos fatores determinantes da conduta do funcionário.

11. O simples fato de o funcionário ser menor não ilide a infração disciplinar. Só a análise das causas e o exame da conduta funcional poderão informar o grau de responsabilidade do menor, no sentido da aplicabilidade, ou não, do princípio jurídico.

Nestas condições, sou de opinião que, na hipótese, se impõe a aplicação da pena de demissão, face ao que consta do processo, relativamente ao comportamento ao comportamento ilícito e consciente do funcionário.

“Sub censura.”

Brasília, 9 de maio de ................................................Consultor Geral da República

____________________________________________________________

TRIBUNAL MILITAR DO ESTADOCARGO DE OFICIAL ESCREVENTEPROVA DE DATILOGRAFIA

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PARECER

A Banca de DATILOGRAFIA do Concurso para o Cargo de Oficial Escrevente reconsidera a nota atribuída à solicitante, Sra ......................, inscrição nº 021, por julgar procedente o seu pedido, no que se refere aos toques nas palavras “estar” e “exame”, já que outros toques, no mesmo texto, apresentam características iguais e não foram considerados erros.

Quando à palavra “decretação”, mantém a correção estabelecida, considerando letra rebatida.

A nota da candidata é alterada, portanto, de 98 para 99.

Profª. Mariúsa Beltrão,Banca de Datilografia.

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ORDEM DE MISSÃO E RELATÓRIO DE MISSÃO

A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 001/81 – CCP/DPF dispõe sobre Ordens de Missão e Relatórios de Missão.

1. ORDEM DE MISSÃO é um documento operacional básico, interno dos órgãos descentralizados, de caráter obrigatório em qualquer missão policial, que tem por objetivo:

- dar respaldo legal às atividades; - controlar as atividades e o desempenho dos funcionários policiais; - oferecer ao encarregado da missão elementos que o auxiliem na execução do seu

trabalho; - facilitar a coleta de dados para a elaboração do Relatório de Atividades.

2. A elaboração da ORDEM DE MISSÃO observará o modelo contido no Anexo I da Portaria 409/DG/79, e sua numeração de ordem obedecerá aos critérios que forem estabelecidos em cada Regional.

3. RELATÓRIO DE MISSÃO é um documento operacional básico, interno dos órgãos descentralizados, de caráter obrigatório, que tem por objetivo:

- proporcionar aos escalões superiores o conhecimento de fatos que possibilitem a adoção de providências de sua alçada;

-avaliar o desempenho dos funcionários policiais; -oferecer dados para elaboração do Relatório de Atividades.

4. A elaboração do Relatório de Missão observará o modelo contido no Anexo II da Portaria nº 409/DG/79, e sua numeração obedecerá ao disposto nas alíneas “a” e “b” do item seguinte.

5. A cada ORDEM DE MISSÃO corresponde um ou mais RELATÓRIOS DE MISSÃO.

a) O Relatório de Missão levará o mesmo número da ordem de Missão;b) Havendo mais de um Relatório para cada Ordem de Missão, seu

número de ordem será um só, seguido das letras “A”, “B”, “C”, etc.Exemplo:ORDEM DE MISSÃO Nº 005/81-CRP/SR/DFRELATÓRIO DE MISSÃO Nº 005/81-CRP/SR/DFRELATÓRIO DE MISSÃO Nº 005-A/81-CRP/SR/DFRELATÓRIO DE MISSÃO Nº 005-B/81-CRP/SR/DFRELATÓRIO DE MISSÃO Nº 005-C/81-CRP/SR/DF

6. Qualquer missão somente poderá ser executada mediante ORDEM DE MISSÃO expedida por autoridade competente.

7. Excepcionalmente (em casos de urgência, flagrante, etc.), não havendo tempo ou condições para expedição da Ordem de missão, o funcionário policial que executar diligências deverá, imediatamente, após o término desta, ou na primeira oportunidade, dar conhecimento à autoridade a que estiver subordinado, mediante comunicação escrita.

8. Se as circunstâncias da excepcionalidade, previstas no item anterior, ocorrerem em horário fora do expediente normal, quando não for possível a expedição de Ordem de Missão, o fato deverá ser comunicado à autoridade que estiver de plantão, que determinará o registro de maneira sucinta, no Livro de Ocorrências:

a) Do que for consignado no Livro de Ocorrências, relativamente ao fato objetivo da diligência, deverá ser dado conhecimento, por escrito, no primeiro horário do primeiro dia útil, à autoridade da área de atuação a

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que estiver afeto o assunto (DOPS, DRE, DPMAF e DPFAZ0, caso a urgência e o princípio da oportunidade não exijam providências imediatas. Em se tratando de assunto sigiloso, o registro, ao invés de ser lavrado no Livro de Ocorrências, deverá ser feito em separado.

b) As providências contidas na alínea anterior não eximem o executor da diligência de apresentação de relato detalhado, por escrito, á autoridade a que estiver subordinado, caso esta considere necessário maiores esclarecimentos.

Ocorrendo as circunstâncias de excepcionalidade previstas no item 7, se da diligência resultar perseguição, ao final desta, deverá ser dado conhecimento, por escrito, à autoridade a que estiver subordinado o executor. Se a perseguição se prolongar por período fora do expediente normal, o procedimento a ser adotado é o previsto no item anterior.

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MODELO DE ORDEM DE MISSÃO (em branco)

MINISTÉRIO DA JUSTIÇADEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO DISTRITO FEDERAL

ORDEM DE MISSÃO Nº________ Brasília,____/_________/_________

1. Missão:

2. Autoridade que determinou:

3. Dados Conhecidos:

4. Restrições:

5. Meios disponíveis

Pessoal:

Material:

I-Transporte: II- Armamento: III- Telecomunicações: IV- Verba: V- Outros:

6. Prazo:Início:Término:

7. RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS:

___________________

AUTORIDADE

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MODELO DE ORDEM DE MISSÃO (preenchimento)

ESTADO DO MARANHÃOGERÊNCIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA

SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA CIVIL DA CAPITAL_______DISTRITO POLICIAL

ORDEM DE MISSÃO Nº_______São Luís,_____/___________/___.

1. Missão: Redigir de forma concisa, empregando corretamente os verbos

que caracterizam as ações a realizar. Ex.: localizar, identificar,etc.2. Autoridade que determinou: nome, cargo,função do superior que

determinou a missão e assinou a ordem.3. Dados conhecidos: citar apenas os necessários ao cumprimento da

missão,não revelando aqueles que devam permanecer em sigilo,como origem da denúncia, fonte do informante, etc.

4. Restrições: relacionar os cuidados a serem observados no cumprimento da missão, como fatos,pessoas,processos ou técnicas que não devam ser citados ou utilizados.

5. Meios disponíveis:a) Pessoal:nomes e cargos dos policiais a serem empenhados, podendo ser usado o

nome de “guerra”.b) Material:

I. Transportes:meio de transporte a ser utilizado ou a placa da viatura.II. Armamento: pessoal ou os demais que sejam necessários.III. Telecomunicações:as necessárias, citando os tipos e quantidades.IV. Verba: geralmente diz-se apenas a finalidade da verba. Ex. diárias,

passagens, combustível, etc.V. Outros: meios eventuais, como máquina fotográfica, gravador, etc.

6. Prazo:Início: hora, dia, mês e ano do início da missão.Término: término previsto

7. RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS : podem existir em face de orientação da chefia.

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AUTORIDADE

MODELO DE RELATÓRIO DE MISSÃO (em branco)

ESTADO DO MARANHÃOGERÊNCIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA

SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA CIVIL DA CAPITAL_______DISTRITO POLICIAL

RELATÓRIO DE MISSÃO Nº_______

l. Missão:

2. Autoridade determinante:

3. Condições de execução: a. Início e Término: Saída: às____h de____/____/_____. Chegada: às____h de____/____/____.

b. Local:

c. Participantes:

I. Chefe de Equipe: II. Componentes: d. Custo Operacional:

I. Diárias______________________________ II. Despesas de Passagens_________________ III. Outras Despesas______________________ IV. Custo Total da Operação_______________

4. Relato:

5. Data e Nome do responsável pela missão

São Luís-MA, _____/__________________/___________

Nome do Responsável pela Missão

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MODELO DE RELATÓRIO DE MISSÃO (preenchimento)

ESTADO DO MARANHÃOGERÊNCIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA

SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA CIVIL DA CAPITAL__________DISTRITO POLICIAL

RELATÓRIO DE MISSÃO Nº (o mesmo nº da OM)

1. Missão: repetir o que consta na OM.2. Autoridade determinante: da mesma forma que o item anterior.3. Condições de execução: a. Início e Término: Saída: às____h de___/___/____ Chegada: às___h de___/___/___ (datas efetivas da saída e chegada da equipe na sede do órgão). b. Local: nomes das localidades onde as diligências se realizaram. c. Participantes: I. Chefe de Equipe: nome antecedido do cargo. II. Componentes: como no item I, podendo usar o nome de guerra. d. Custo Operacional: I. Diárias: valores gastos em diligências. II. Despesas de Passagens: valores gastos nas viagens. III. Outras despesas: combustível, óleo, consertos, etc. IV. Custo Total da Operação: soma dos valores registrados acima.4. Relato: descrever, de forma clara, precisa e concisa, as diligências desenvolvidas e os resultados obtidos: . Se for o caso, especificar as dificuldades encontradas, o apoio recebido por pessoas ou órgãos, as datas, os locais e os nomes das pessoas envolvidas com os fatos. . Relato pode ser parcial, desde que o relato final dependa ainda de investigações complementares. . Se o espaço para o relato for insuficiente, usar o verso da folha. . Observar as regras básicas de um bom relatório.5. Data e Nome do responsável pela missão.Observação: O Relatório de Missão, como já foi visto, é um documento Operacional Básico interno do órgão, não podendo, pois, constar dos autos de um IPL. As informações e operacionalizações que, muitas vezes, ele contém não devem ser divulgadas. Também durante as investigações e um inquérito policial, pode a autoridade que o preside solicitar diligências mediante despacho nos próprios autos. O resultado dessas diligências será apresentado por meio de um relatório elaborado pelo agente designado para promove-las. Assim, é anexado ao IPL que será remetido à Justiça, um relatório que segue, preferencialmente, a forma anteriormente descrita.

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