apostila lfg - processo civil ii - daniel assumpcao e fredie didier

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  • DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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    MEIOS DE PROVAS EM ESPCIE .......................................................................................... 0

    1. Depoimento Pessoal (342-347) ...................................................................................... 0

    1.1 Conceito ................................................................................................................... 0

    1.2 Sujeitos ..................................................................................................................... 1

    1.3 Procedimento do Depoimento Pessoal ................................................................ 3

    2. Confisso ( CPC 348-354 ) .............................................................................................. 7

    2.1 Conceito ................................................................................................................... 7

    2.2 Condies para Eficcia ......................................................................................... 8

    2.3 Espcies de Confisso .......................................................................................... 15

    2.4 Invalidao da confisso ...................................................................................... 16

    3. Exibio de Coisa ou Documento ............................................................................... 18

    3.1 Conceito ................................................................................................................. 18

    3.2 Aspectos Procedimentais comuns ...................................................................... 19

    3.3 Procedimentos com a Parte Contrria ............................................................... 23

    3.4 Procedimento contra 3 ........................................................................................ 28

    4. Prova Documental (364 399) .................................................................................... 30

    4.1 Conceito ................................................................................................................. 30

    4.2 Procedimento ........................................................................................................ 30

    5. Prova Testemunhal (400-419) ...................................................................................... 36

    5.1 Conceito ................................................................................................................. 36

    5.2 Cabimento .............................................................................................................. 37

    5.3 Direitos e Deveres da Testemunha ..................................................................... 39

    5.4 Procedimento da Prova Testemunhal ................................................................ 43

    6. Prova Pericial (420-439) ................................................................................................ 45

    6.1 Conceito ................................................................................................................. 45

    6.2 Cabimento .............................................................................................................. 46

    6.3 Procedimento da Percia ...................................................................................... 47

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    Contato: [email protected] III

    7. Inspeo judicial ........................................................................................................... 54

    TEORIA DOS RECURSOS ....................................................................................................... 55

    1. Panorama dos Meios de Impugnao das Decises Judiciais ................................ 55

    2. Conceito de Recurso ..................................................................................................... 56

    3. Classificao dos Recursos .......................................................................................... 62

    4. Atos sujeitos a recurso ................................................................................................. 64

    5. Juzo de Admissibilidade dos Recursos. ................................................................... 86

    APELAO ............................................................................................................................ 119

    1. Apelao sem efeito suspensivo. .............................................................................. 119

    2. Julgamento direto do Mrito pelo Tribunal em Apelao .................................... 123

    3. Correo de Defeitos Processuais no Julgamento da Apelao ........................... 126

    4. Inovao em Matria Ftica na Apelao ................................................................ 126

    5. Processamento da Apelao em 1 Instncia .......................................................... 127

    EMBARGOS DE DECLARAO ........................................................................................ 130

    1. Prazo: 5 dias. ................................................................................................................ 130

    2. Cabem contra qualquer deciso: sentena, interlocutria, acrdo. ................... 130

    3. STF - exceo: inadmite ED de deciso monocrtica de Relator .......................... 130

    4. Competncia: rgo prolator da deciso ................................................................. 130

    5. O julgamento dos Embargos tem a natureza do julgamento embargado. ......... 131

    6. ED: recurso de fundamentao vinculada. Hipteses tpicas. ............................. 132

    7. Interrompem prazo para interposio de outros recursos ................................... 134

    8. Possvel Efeito Modificativo/ Efeito Infringente ................................................... 135

    9. Os Embargos de Declarao dispensam o preparo. .............................................. 137

    10. Embargos de Declarao protelatrios: ............................................................... 137

    11. ED com efeitos de Pr-questionamento ............................................................... 138

    AGRAVOS ............................................................................................................................... 139

    1. Agravo Retido ............................................................................................................. 139

    2. Agravo de Instrumento.............................................................................................. 140

    EMBARGOS INFRINGENTES ............................................................................................. 150

    1. Cabimento .................................................................................................................... 150

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    Contato: [email protected] IV

    2. Observaes: ................................................................................................................ 151

    RECURSOS EXTRAORDINRIOS ...................................................................................... 155

    1. Caractersticas gerais de ambos ................................................................................ 156

    2. RECURSO ESPECIAL ................................................................................................ 169

    3. RECURSO EXTRAORDINRIO .............................................................................. 174

    RECURSOS REPETITIVOS ................................................................................................... 181

    AO RESCISRIA .............................................................................................................. 187

    1. Conceito ....................................................................................................................... 188

    2. Pressupostos ................................................................................................................ 188

    3. Prazo: dois anos do trnsito em julgado ................................................................. 195

    4. Hiptese de rescindibilidade .................................................................................... 201

    5. Peculiaridades do processo da Ao rescisria. ..................................................... 223

    RECLAMAO ...................................................................................................................... 227

    TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA ........................................................................... 244

    2. Execuo por sub-rogao VS execuo indireta: .................................................. 253

    3. Princpios ..................................................................................................................... 272

    4. Sujeitos Processuais .................................................................................................... 304

    5. Competncia ................................................................................................................ 339

    EXECUO PROVISRIA ................................................................................................... 357

    1. Conceito ....................................................................................................................... 357

    2. Instrumentalizao dos Autos da Execuo Provisria ........................................ 361

    3. Cauo .......................................................................................................................... 363

    4. Responsabilidade do exequente Provisrio ............................................................ 379

    5. Execuo provisria contra a fazenda pblica ....................................................... 380

    TTULO EXECUTIVO ............................................................................................................ 384

    1. Requisitos da obrigao exeqenda 586 ............................................................... 385

    2. Ttulos executivos judiciais 475-N ......................................................................... 387

    3. Ttulos executivos extrajudiciais (585) ..................................................................... 409

    4. Responsabilidade patrimonial .................................................................................. 423

    LIQUIDAO DE SENTENA ........................................................................................... 476

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    1. Obrigaes Liquidveis ............................................................................................. 476

    2. Ttulos executivos que contem obrigaes liquidveis ......................................... 479

    3. Vedao de sentena ilquida .................................................................................... 480

    4. Efeito Secundrio da sentena .................................................................................. 484

    5. Espcie de deciso que julga a liquidao ............................................................... 488

    6. Natureza Jurdica da deciso da liquidao ........................................................... 490

    7. Liquidao como forma de frustrao da execuo............................................... 491

    8. Natureza jurdica da liquidao ............................................................................... 495

    9. Legitimidade ............................................................................................................... 498

    10. Competncia ............................................................................................................ 498

    11. Espcies de Liquidao .......................................................................................... 499

    CUMPRIMENTO DE SENTENA ...................................................................................... 511

    1. Regra geral ................................................................................................................... 511

    2. Multa ............................................................................................................................ 512

    3. Incio do Cumprimento de Sentena ...................................................................... 519

    4. Garantia do juzo ........................................................................................................ 521

    5. Honorrios Advocatcios ........................................................................................... 523

    PROCESSO DE EXECUO DA OBRIGAO DE PAGAR QUANTIA ..................... 524

    1. Consideraes iniciais: ............................................................................................... 524

    2. Propositura .................................................................................................................. 524

    3. Citao .......................................................................................................................... 529

    4. Efetivao da citao .................................................................................................. 530

    5. Penhora: ....................................................................................................................... 532

    6. Formas de expropriao: ........................................................................................... 550

    7. Defesas do executado: ................................................................................................ 566

    JUIZADOS ESPECIAIS ........................................................................................................ 570

  • Professor Daniel Neves

    www.professordanielneves.com.br

    Vamos seguir a ordem do CPC.

    1. Depoimento Pessoal (342-347)

    Espcie de Prova Oral

    Depoimento da Parte

    Na demanda S depe a parte

    Que Pede uma tutela ou

    Contra quem se pede

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    Assistente e MP como fiscal da Lei (custos legis) so partes do

    processo que no depem pessoalmente.

    Prova oral, consubstanciada no depoimento da parte. Toda

    prova tem por objetivo convencer o juiz.

    Objetivos:

    Obteno da confisso

    Esclarecimento dos Fatos

    Quem faz o depoimento pessoal o maior interessado na

    demanda.

    uma prova que se busca fazer contra quem depe.

    Parte: Pessoa Humana

    Princpios da Pessoalidade e Indelegabilidade -> um ato

    personalssimo.

    STJ, RE 623.575-RO

    PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL.

    DEPOIMENTO PESSOAL. MANDATRIO COM

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    PODERES ESPECIAIS.

    O depoimento pessoal ato personalssimo, em que a

    parte revela cincia prpria sobre determinado fato.

    Assim, nem o mandatrio com poderes especiais pode

    prestar depoimento pessoal no lugar da parte.

    RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

    Se a parte uma pessoa humana, no cabe procurao

    delegando o nus de depor pessoalmente a 3.

    Se a pessoa humana, que parte, for INCAPAZ, no

    h como fazer o depoimento pessoal.

    Parte: Pessoa Jurdica/Formal

    Representante legal pode fazer o depoimento.

    Preposto tambm pode.

    OBS 1: Art. 9, 4, L. 9.099/95 Apesar de ser a lei dos juizados, tem

    uma regra aplicvel tambm justia comum: o preposto no precisa ter

    vnculo empregatcio com a pessoa jurdica.

    OBS 2: A melhor doutrina (Dinamarco, Vicente Greco Filho): O preposto

    vai audincia para depor sobre os fatos da demanda, ento deve ter

    conhecimento mnimo dos fatos. Se o preposto no tem cincia dos fatos,

    a conseqncia a confisso tcita.

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    1.3 Procedimento do Depoimento Pessoal

    1.3.1 Pedido da Parte

    O depoimento pessoal um meio de prova que depende do

    pedido da parte. No um meio de prova que possa ser realizado de

    ofcio.

    Quando o juiz chama a parte em juzo, no mais depoimento

    pessoal; tem-se, na verdade, o interrogatrio da parte.

    Art. 343. Quando o juiz no o determinar de ofcio,

    compete a cada parte requerer o depoimento pessoal da

    outra, a fim de interrog-la na audincia de instruo e

    julgamento.

    A diferena? No existe, tanto que o interrogatrio no est previsto no

    CPC.

    OBS: MP, como fiscal da lei, pode pedir o depoimento pessoal

    de ambas as partes.

    CPC 343, 1.

    1o A parte ser intimada pessoalmente, constando do

    mandado que se presumiro confessados os fatos contra

    ela alegados, caso no comparea ou, comparecendo, se

    recuse a depor.

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    2o Se a parte intimada no comparecer, ou

    comparecendo, se recusar a depor, o juiz Ihe aplicar a

    pena de confisso.

    O mandado de intimao tem que prever expressamente a

    possibilidade de confisso.

    No um dever, um nus processual

    No comparecimento: Confisso tcita/implcita, salvo se tiver

    algum problema de fora maior/caso fortuito.

    Comparecimento: pode comparecer e se recusar a responder s

    perguntas. Em tese est colaborando, porque Foi at l, mas no

    responde s perguntas. Isso tambm gera a confisso tcita.

    CPC 347 e CC 229

    CPC, Art. 347. A parte no obrigada a depor de fatos:

    I - criminosos ou torpes, que Ihe forem imputados;

    II - a cujo respeito, por estado ou profisso, deva guardar

    sigilo.

    Pargrafo nico. Esta disposio no se aplica s aes de

    filiao, de desquite e de anulao de casamento.

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    CC, Art. 229. Ningum pode ser obrigado a depor sobre

    fato:

    I - a cujo respeito, por estado ou profisso, deva guardar

    segredo;

    II - a que no possa responder sem desonra prpria, de seu

    cnjuge, parente em grau sucessvel, ou amigo ntimo;

    III - que o exponha, ou s pessoas referidas no inciso

    antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano

    patrimonial imediato.

    Responder

    Se responder de forma evasiva, tambm gerar a

    confisso tcita.

    Forma objetiva: pode ocorrer a confisso expressa.

    O ru no pode ouvir o que o autor fale no depoimento pessoal.

    Quando os 2 vo depor pessoalmente, o ru retirado da sala de

    audincia.

    No momento em que o ru vai depor, no faz sentido o autor

    sair da sala, porque ele j deps!

    Se o ru est advogando em causa prpria, voc inverte a

    ordem da colheita dos depoimentos e manda o autor sair da sala.

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    Autor e ru advogam em causa prpria. O juiz designa

    advogado dativo para o ru, exclusivamente para o depoimento pessoal

    do autor.

    Depoimento Pessoal Interrogatrio

    Depende de pedido da parte De ofcio

    Objetivo Principal: Confisso

    Possvel confisso tcita.

    Objetivo Principal:

    esclarecimento dos fatos.

    No h confisso tcita.

    Ausncia presuno de

    veracidade

    Confisso expressa: possvel

    Regra: realizado na audincia

    de instruo e julgamento

    Pode acontecer a qualquer

    momento

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    Realizado uma vez. Feito quantas vezes o juiz

    entender necessrio.

    O advogado da parte contrria

    faz perguntas depois do juiz. O

    MP, por ltimo.

    OBS: o advogado da parte que

    est depondo no faz

    perguntas, s acompanha.

    S o juiz pergunta.

    2. Confisso ( CPC 348-354 )

    3 elementos:

    2.1.1 Conhecimento de um fato alegado pela parte contrria

    2.1.2 Voluntariedade

    No pode ser eivada por vcios de consentimento.

    2.1.3 Prejuzo ao confitente

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    Ex.: casamento um fato jurdico que s se prova com a

    certido (instrumento pblico).

    Ineficaz a confisso sobre fato que fundamente direitos

    indisponveis (CPC 351).

    Art. 351. No vale como confisso (Ineficaz) a admisso,

    em juzo, de fatos relativos a direitos indisponveis.

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    RESP 765.128/SC

    PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL.

    VIOLAO AO ART. 535 DO CPC NO CONFIGURADA.

    INDEFERIMENTO DE PRODUO DE PROVA PERICIAL.

    ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE DA CDA.

    REVOLVIMENTO DE MATRIA FTICO-PROBATRIA.

    IMPOSSIBILIDADE. SMULA 07 DO STJ. EXECUO

    PROPOSTA COM BASE EM DECLARAO PRESTADA PELO

    CONTRIBUINTE. PREENCHIMENTO DA GIA - GUIA DE

    INFORMAO E APURAO DO ICMS. DBITO DECLARADO

    E NO PAGO. AUTO-LANAMENTO. PRVIO PROCESSO

    ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. CREDITAMENTO NA

    ENTRADA DE BENS DESTINADOS AO USO E CONSUMO E

    BENS DO ATIVO FIXO. ENCARGOS DECORRENTES DE

    FINANCIAMENTO. SMULA 237 DO STJ. ENCARGOS

    DECORRENTES DE "VENDA A PRAZO" PROPRIAMENTE DITA.

    INCIDNCIA. JUROS MORATRIOS. APLICAO DA TAXA

    SELIC. LEGALIDADE.

    1. A aferio da necessidade de percia tcnica para desconstituir a

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    certido de dvida ativa e caracterizar o conseqente cerceamento de

    defesa da recorrente, impe o reexame do conjunto ftico exposto

    nos autos, o que defeso ao Superior Tribunal de Justia em face do

    bice imposto pela Smula 07/STJ, porquanto no pode atuar como

    Tribunal de Apelao reiterada ou Terceira Instncia revisora.

    (Precedentes: Ag 683627/SP, desta relatoria, DJ 29.03.2006; RESP

    670.852/PR, desta relatoria, DJ de 03.03.2005; RESP 445.340/RS,

    Relator Ministro Jos Delgado, DJ de 17.02.2003).

    2. A verificao do preenchimento dos requisitos em Certido de

    Dvida Ativa demanda exame de matria ftico-probatria,

    providncia invivel em sede de Recurso Especial. Aplicao da

    Smula 07/STJ. O Tribunal de Apelao soberano no exame dos

    fatos e provas nos quais a lide se alicera. Tendo decidido a Eg.

    Corte Estadual que "A alegao de que a execuo fiscal nula por

    no estar acompanhada de demonstrativo da evoluo do dbito, por

    sua vez, foi igualmente afastada no acrdo, ainda que de forma

    indireta, ao analisar de modo exauriente todos os valores constantes

    da CDA, concluindo pela sua validade para instruir o processo

    executivo. De fato, no se aplica o inciso II do art. 614 do CPC

    execuo fiscal, mas sim o art. 202, II, do CTN, que determina que o

    termo de inscrio da dvida dever indicar a quantia devida e a

    maneira de calcular os juros de mora, exatamente como explicitado

    no aresto de fls. 212/224.", no cabe ao Superior Tribunal de Justia o

    reexame dessa inferncia. (Precedentes: AgRg no REsp 547548 / MG;

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    1 Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ 07/11/2006; AG 525.587/SP,

    desta relatoria, DJ de 05.04.2004; REsp 824711 / RS, 2 Turma, Rel.

    Min. Joo Otvio de Noronha, DJ de 12/06/2006)

    3. O ato administrativo do lanamento, efetuado pelo ente tributante,

    desnecessrio quando o prprio contribuinte, previamente,

    mediante GIA ou DCTF, procede declarao do dbito

    tributrio a ser recolhido.

    4. In casu, o contribuinte, mediante GIA (Guia de Informao e

    Apurao do ICMS), efetuou a declarao do dbito inscrito em

    dvida ativa. Nestes casos, prestando o sujeito passivo informao

    acerca da efetiva existncia do dbito, porm no adimplindo o

    crdito fazendrio reconhecido, inicia-se para o Fisco Estadual a

    contagem do prazo para ajuizar o executivo fiscal, prazo este

    prescricional, posto constitudo o crdito tributrio por

    autolanamento.

    5. A Guia de Informao e Apurao do ICMS - GIA assemelha-se

    DCTF, razo pela qual, uma vez preenchida, constitui confisso do

    prprio contribuinte, tornando prescindvel a homologao formal,

    passando o crdito a ser exigvel independentemente de prvia

    notificao ou da instaurao de procedimento administrativo fiscal.

    6. A interposio do recurso especial impe que o dispositivo de Lei

    Federal tido por violado, como meio de se aferir a admisso da

    impugnao, tenha sido ventilado no acrdo recorrido, sob pena de

    padecer o recurso da imposio jurisprudencial do

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    prequestionamento, requisito essencial sua admisso, atraindo a

    incidncia dos enunciados n. 282 e 356 das Smulas do STF.

    7. Precedentes desta Corte: RESP 754145/PR, Desta Relatoria,

    publicado em 01/09/2005; AGA 438802/RS, Min. Rel. JOS

    DELGADO, DJ: 19/08/2002; AGA 401958/MG, Min. Rel. GILSON

    DIPP, DJ: 04/02/2002.

    8. Inexiste ofensa ao art. 535 do Cdigo de processo Civil quando o

    Tribunal aprecia as questes fundamentais ao deslinde da

    controvrsia posta, no sendo exigido que o julgador exaura os

    argumentos expendidos pelas partes, posto incompatveis com a

    soluo alvitrada.

    9. O princpio da persuaso racional ou da livre convico motivada

    do juiz, a teor do que dispe o art. 131 do Cdigo de Processo Civil,

    revela que ao magistrado cabe apreciar livremente a prova,

    atendendo aos fatos e circunstncias constantes dos autos.

    10. Deveras, no tocante impossibilidade de invocao do direito

    compensao, imposta pelo art. 16, 3, da LEF, a obstar a anlise,

    em sede de embargos execuo, do no-aproveitamento do crdito,

    o posicionamento deste Tribunal Superior no sentido de que

    creditamento no sinnimo de compensao de tributos,

    inexistindo bice a que a parte, em sede de embargos execuo

    fiscal, alegue excesso de execuo porque no abatidos crditos que,

    em tese, poderiam ser aproveitados, sendo descabida ainda a

    exigncia da prova da no-repercusso. Precedente: REsp 710201 / SC

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    , 2 Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 30/05/2006.

    11. cedio que somente h o direito de creditamento do ICMS

    pago anteriormente quando se tratar de insumos que se incorporam

    ao produto final ou que so consumidos no curso do processo de

    industrializao, de forma imediata e integral, o que no restou

    debatido na instncia de origem, que afastou a anlise de

    creditamento do ICMS, com arrimo no art. 16, 3, da LC 87/96.

    Destarte, a anlise da questo encerra matria de prova, cuja

    cognio insindicvel em sede de recurso especial, ante a ratio

    essendi da Smula 07/STJ.

    12. Ademais, o inciso I do artigo 33 da referida Lei Complementar

    estabelece que "somente daro direito ao crdito as mercadorias

    destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele entradas a

    partir de 1. de janeiro de 2007".

    13. A "venda a prazo" revela-se modalidade de negcio jurdico

    nico, o de compra e venda, no qual o vendedor oferece ao

    comprador o pagamento parcelado do produto, acrescendo-lhe o

    preo final, razo pela qual o valor desta operao constitui a base de

    clculo do ICMS, na qual se incorpora, assim, o preo "normal" da

    mercadoria (preo de venda a vista) e o acrscimo decorrente do

    parcelamento (Precedentes desta Corte e do Eg. STF: AgR no RE n.

    228.242/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 22/10/2004; EREsp n.

    550.382/SP, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 01/08/2005; REsp n.

    677.870/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 28/02/05; e AgRg

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    no REsp n. 195.812/SP, Rel. Min. Francisco Falco, DJ de 21/10/2002).

    14. Os juros da taxa SELIC em compensao de tributos e, mutatis

    mutandis, nos clculos dos dbitos dos contribuintes para com a

    Fazenda Pblica Federal, Estadual e Municipal, so devidos

    consoante jurisprudncia majoritria da Primeira Seo.

    15. Alis, raciocnio diverso importaria tratamento anti-isonmico,

    porquanto a Fazenda restaria obrigada a reembolsar os contribuintes

    por esta taxa SELIC, ao passo que, no desembolso os cidados

    exonerar-se-iam desse critrio, gerando desequilbrio nas receitas

    fazendrias. (Precedentes: AGRG em RESP n 422.604/SC, desta

    relatoria, DJ de 02.12.2002; RESP n 400.281-SC, Relator Ministro

    Jos Delgado, DJU de 08.04.2002).

    16. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte,

    desprovido.

    A confisso conhecida como a Rainha das Provas.

    Porm, no prova plena!

    A confisso tima, ningum nega, mas o juiz pode no se dar

    por convencido. A confisso pode ser afastada por outros meios de

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    prova. Raramente acontece. Livre convencimento motivado; persuaso

    racional do juiz.

    A confisso est limitada aos fatos.

    Confessou que os fatos eram verdadeiros e concorda com o

    direito afirmado pela parte contrria. No se trata de confisso, mas de

    reconhecimento jurdico do pedido. As conseqncias so bem

    diferentes. O reconhecimento, o juiz apenas homologa (269, II).

    Quanto confisso, um mero substrato para o juiz decidir a

    demanda.

    A idia de atos processuais, atos praticados no processo.

    Expressa

    Escrita feita por DOCUMENTO

    Oral feita em AUDINCIA

    Tcita

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    S ocorre nas hipteses de depoimento pessoal.

    Feita fora do processo.

    Escrita feita por DOCUMENTO

    Oral levada ao processo por meio de prova

    TESTEMUNHAL

    CPC 352 e CC 214.

    O 214 corrige, pelo menos, 2 equvocos do 352.

    2 artigos que tratam do mesmo tema. O 214 melhor! Ficar com

    ele na prova.

    CPC 352 CC 214

    Art. 352. A confisso, quando

    emanar de erro, DOLO ou

    coao, pode ser revogada:

    I - por ao anulatria, se

    Art. 214. A confisso

    irrevogvel, mas pode ser

    anulada se decorreu de erro de

    fato ou de coao.

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    pendente o processo em que foi

    feita;

    II - por ao rescisria, depois

    de transitada em julgado a

    sentena, da qual constituir o

    nico fundamento.

    Pargrafo nico. Cabe ao

    confitente o direito de propor a

    ao, nos casos de que trata este

    artigo; mas, uma vez iniciada,

    passa aos seus herdeiros.

    Diz que a confisso pode ser

    revogada.

    A confisso irrevogvel!

    Pode ser invalidada.

    Confisso pode ser invalidade

    por Erro, Coao e Dolo.

    Confisso s pode ser invalidada

    por Erro e Coao.

    O 352 ainda presta ao prever a forma procedimental para a

    invalidao da confisso. Tudo depende de o processo em que se deu a

    confisso estar ou no em trmite.

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    Se o processo em que se deu a confisso estiver em trmite, a

    parte deve lanar mo da Ao Anulatria do 486. Vc s vai

    precisar do vcio na confisso.

    Art. 486. Os atos judiciais, que no dependem de sentena,

    ou em que esta for meramente homologatria, podem ser

    rescindidos, como os atos jurdicos em geral, nos termos da

    lei civil.

    Se o processo estiver extinto, o cabimento ser de Ao

    Rescisria. Vc quer desconstituir o julgamento de procedncia da

    ao. Para a Ao Rescisria, neste caso, no basta o vcio da

    confisso. Voc tem que mostrar que, sem a confisso, o

    resultado seria outro mostrar a imprescindibilidade da

    confisso para o resultado.

    3. Exibio de Coisa ou Documento

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    a apresentao em juzo de coisa ou documento que no

    esteja em poder de quem alega o fato. A idia que a coisa

    ou documento esteja ou com a parte contrria ou com 3.

    Exibir simplesmente colocar a coisa ou documento em

    contato visual. Voc leva a coisa ou documento aos autos por

    determinado perodo de tempo, depois ela devolvida a

    quem de direito. Diferentemente de um documento que vc

    junte, que ficar no processo.

    Requisitos formais do pedido de exibio de coisa ou

    documento CPC 356.

    Art. 356. O pedido formulado pela parte conter:

    I - a individuao, to completa quanto possvel, do

    documento ou da coisa;

    II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se

    relacionam com o documento ou a coisa;

    III - as circunstncias em que se funda o requerente para

    afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em

    poder da parte contrria.

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    Objetivo: permitir a reao do sujeito que deve exibir

    Serve ao Oficial de Justia para levar a termo a Busca e Apreenso

    OBS: STJ, RESP 862448/AL

    A individuao no precisar ser extremamente detalhada, no

    precisar ser completa. Precisa ser suficiente para identificao da

    coisa/documento.

    Ao de exibio de documentos. Art. 356, I, do Cdigo de

    Processo Civil.

    1. Na ao de exibio de documentos necessrio que a

    parte autora faa a individuao do documento, no sendo

    suficiente referncia genrica que torne invivel a

    apresentao pela parte r. Ainda que no seja completa a

    individuao, deve ser bastante para a identificao dos

    documentos a serem apresentados.

    2. Recurso especial conhecido e provido.

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    Fatos que se pretende provar com a exibio.

    Esse requisito tambm tem uma dupla funo:

    1 Para que o juiz possa analisar a pertinncia da exibio

    2 Presuno de veracidade dos fatos.

    3.2.3

    Justificar porque o sujeito estaria com a coisa ou 3.

    O 2 aspecto procedimental comum exibio vale tanto para a

    parte contrria como para o 3. CPC 358-363. Tratam da Recusa (Motivos

    de recusa e Excludentes do Motivo de recusa).

    Art. 358. O juiz no admitir a recusa:

    I - se o requerido tiver obrigao legal de exibir;

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    II - se o requerido aludiu ao documento ou coisa, no

    processo, com o intuito de constituir prova;

    III - se o documento, por seu contedo, for comum s

    partes.

    Art. 363. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juzo,

    o documento ou a coisa: (Redao dada pela Lei n 5.925,

    de 1.10.1973)

    I - se concernente a negcios da prpria vida da

    famlia; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

    II - se a sua apresentao puder violar dever de

    honra; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

    III - se a publicidade do documento redundar em

    desonra parte ou ao terceiro, bem como a seus

    parentes consangneos ou afins at o terceiro grau; ou

    lhes representar perigo de ao penal; (Redao dada

    pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

    IV - se a exibio acarretar a divulgao de fatos, a

    cujo respeito, por estado ou profisso, devam guardar

    segredo; (Redao dada pela Lei n 5.925, de

    1.10.1973)

    V - se subsistirem outros motivos graves que, segundo

    o prudente arbtrio do juiz, justifiquem a recusa da

    exibio. (Redao dada pela Lei n 5.925, de

    1.10.1973)

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    Pargrafo nico. Se os motivos de que tratam os ns. I a

    V disserem respeito s a uma parte do contedo do

    documento, da outra se extrair uma suma para ser

    apresentada em juzo. (Redao dada pela Lei n 5.925,

    de 1.10.1973)

    Voc vai instaurar um incidente processual para que ocorra a

    exibio.

    Comea com o pedido.

    OBS: Pode no ter pedido, porque pode ser uma prova

    de ofcio.

    Intimao da parte contrria

    5 dias de reao (contraditrio)

    OBS: Dinamarco/HTJ defendem que a intimao pode ser

    feita na pessoa do advogado.

    Marinoni diz que ela tem que ser obrigatoriamente

    pessoal, com o argumento de que exibir a coisa ou

    documento no ato postulatrio, ato da parte.

    Em prova objetiva: Ir com Dinamarco. Pode ser feita na

    pessoa do advogado.

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    Em prova discursiva: explicar a divergncia.

    O sujeito, nesses 5 dias, pode ter 3 reaes: inrcia, apresentar

    defesa ou exibir (a nica que resolve o problema). Na inrcia

    e na defesa, o juiz ainda ter que decidir se condena ou no

    condenao. Na inrcia, a condenao natural. Na inrcia

    ou na defesa, havendo 1 deciso pela exibio, vc tem prazo

    de 5 dias para exibir a coisa em juzo.

    Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitir como

    verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da

    coisa, a parte pretendia provar:

    I - se o requerido no efetuar a exibio, nem fizer qualquer

    declarao no prazo do art. 357;

    II - se a recusa for havida por ilegtima.

    Conforme previso do caput 359, reafirmado pelo STJ em

    deciso da 1 turma RESP 989.616/TO, no havendo a

    exibio em 5 dias, presumem-se verdadeiros os fatos que se

    pretendia provar com a exibio frustrada.

    PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AO DE COBRANA. CONTRATO DE PRESTAO

    DE SERVIOS. INADIMPLNCIA. APURAO DE SALDO DEVEDOR. SMULAS 05 E 07/S.T.J.

    1. O Recurso Especial no servil ao exame de questes que demandam o revolvimento de

    clusulas contratuais e do contexto ftico-probatrio encartado nos autos, em face do

    bice erigido pelas Smulas 05 e 07/S.T.J.

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    2. In casu, a questo concernente existncia de saldo devedor oriundo dos contratos de

    prestao de servios ns 0294/91 e 0394/90 firmados para a implantao de

    revestimento primrio na Rodovia TO-430, bem como atividades de complementao,

    terraplanagem e revestimento da Rodovia TO-426, foi solucionada pelo Tribunal a quo

    luz da anlise do contexto ftico-probatrio encartado nos autos, qual seja, os documentos

    acostados s fls. 470/473, alm daqueles atinentes dcima primeira medio, consoante

    se infere do excerto do voto condutor do acrdo hostilizado, verbis: "(..)Extrai-se dos

    autos nesta fase recursal que a pretenso ao percebimento de obrigaes contratuais do

    Estado ru para com sua adversria encontra-se galgada em parecer de sua prpria

    produo que aponta saldo devedor discrepante do primeiro trabalho pericial realizado, e

    ainda maior divergncia em relao ao segundo laboro tcnico-especializado, sobre o qual

    se funda a sentena sob aoite. Tais diferenas resultam da divergncia de critrios

    adotados pelos respectivos signatrios das percias encartadas ao caderno processual,

    dissonncia esta que se conclui ser o ponto fulcral da contenda recursal, pois, segundo a

    autora, foi prejudicada com o desprezo de documentos que juntou aos autos, por estarem

    desprovidos de autenticao, bem como com aqueles que teriam deixado de vir aos autos

    por encontrarem-se sob posse estatal. Nessa conjuntura, tenho para mim que razo

    acompanha a recorrente quando apregoa que teve seu direito desprezado na instncia

    monocrtica. Nesse sentido, denota-se que os esclarecimentos prestados pelo perito s fIs.

    3183/3205 so reveladores e no deixam margem a dvidas acerca desse desprezo s

    provas carreadas pela autora. Das ditas informaes (fl. 3194) possvel aferir que a falta

    de autenticao dos documentos de fIs. 470/473, e de documentos relativos 11 medio,

    deram ensejo ao desprezo do laboro pericial acerca dos mesmos para fins de obteno do

    saldo devedor. Observe-se os esclarecimentos do expert s partes e sobretudo juza da

    causa: "Este perito ao fazer carga do processo, ciente dos fato. Acima narrados, e

    considerando os documentos de os 470/473 (Doe. P-2), no estarem autenticados e diante

    da falta da 118 medio (dcima primeira) medio do contrato 294/91, diligenciou junto

    Secretaria de Transportes e Obras do Estado Tocantins, mesma onde solicitou do que

    encaminhasse cpia autenticada do referido processo caso estivesse em seu poder. Ciente, o

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    perito, da impugnao do Estado-ru, referente autenticidade dos documentos juntados

    pelo autor e que Vossa Excelncia j antecipou o feito da diligncia, determinando que o

    Requerido encaminhasse os mesmos devidamente autenticados, o que realmente aconteceu

    (fls. 1853/2729), amparou-a a decidir: 1) Deixar de proceder s diligncias para a busca

    de documentos citados, por j estarem nos autos, a no ser aquela diligncia informada no

    pargrafo precedente... ". Ora, denota-se que o perito judicial confeccionou seu laudo sem

    tomar em considerao tanto os dados referentes 11 a medio, quanto documentao

    colacionada pela autora que se encontrava desprovida de autenticao. Tenho para mim

    como inadmissvel a postura adotada, posto que o mesmo incidiu em verdadeiro exerccio

    de valorao de prova, prtica que lhe vedada, eis que privativa do juiz. A magistrada,

    por sua vez, agasalhando o laudo pericial, e nele fulcrando a sentena, desprezou a

    atividade irregular do perito, decidindo contrariamente prova constante dos autos. No

    que pertine documentao faltante em relao 11 a medio, consigne-se que a Lei

    8151/91 remete ao Poder Pblico sua guarda e gesto, para que possa ser consultada no

    somente pelos interessados diretos, mas por qualquer cidado, eis que, versando sobre

    aplicao de verba pblica, "pblico seu domnio". O no cumprimento do nus legal no

    pode servir de alforria obrigao contratual do demandado, que no pode se beneficiar

    de sua incuriosa conduta, mesmo porque era quem fazia a medio para posterior

    pagamento autora. Ademais, a prpria legislao processual assegura o pedido

    incidental de exibio de documento ou coisa que se encontre em poder da parte contrria.

    A negativa de exibio, ou mesmo seu extravio, importa na veracidade da declarao da

    parte oponente quanto ao contedo do documento como expressamente prev a disciplina

    do art. 359 do Cdigo de Processo Civil, evidentemente na hiptese de inexistncia de

    documento que aponte em sentido contrrio. Acaso realmente inexistente a documentao

    Por outro lado, no se pode alegar a imprestabilidade de documento colacionado por uma

    das partes pelo simples fato de no vir em sua via original, ou mesmo autenticado por

    quem de direito, posto que, a meu ver, nosso sistema contempla como regra geral a

    presuno de veracidade dos documentos, a qual se afasta apenas por elemento inequvoco

    em contrrio ou por meio de incidente de falsidade, hipteses no presentes no caso

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    vertente. Desta forma, no vejo lastro legal para o desprezo da documentao colacionada

    pela parte autora, que deveria ter sido tomada em conta pelo perito na feitura de seu

    laboro. Refletindo acerca dos aspectos enfrentados, entendo que caberia ao perito

    perseguir o montante do crdito de titularidade da demandante, j que a inadimplncia j

    se tornara incontroversa naquele estgio processual, persistindo a dvida apenas no

    tocante ao quantum debeatur. Para tanto, deveria levar em considerao todos os

    elementos constantes dos autos, alertando de maneira mis contudente ao juzo acerca dai

    falta da documentao pertinente 11 a medio, cabendo ao julgador proceder como

    entendesse de direito a respeito desta omisso estatal; da mesma forma, deveria apenas

    alertar ao magistrado acerca da no autenticao da parte da documentao apresentada

    pela autora, demonstrando eventual direito de crdito da requerente relativos aos mesmos,

    quando ento o julgador poderia valer-se da sua prerrogativa de livre valorao das

    provas para formar seu convencimento, acolhendo ou no a referida documentao como

    prova.(...) Por todo o exposto, conheo do recurso manejado e dou-lhe provimento, razo

    pela qual, reformo a sentena fustigada no sentido de reconhecer os direitos creditcios

    relacionados documentao de fls 470/473, bem como os relativos 11 a medio,

    devendo o respectivo quantum ser apurado em liquidao de sentena, majorando-se os

    honorrios de sucumbncia nos termos adrede frisados." (fls. 3367/3371)

    3. Deveras, o exame acerca da existncia de saldo devedor oriundo dos contratos de

    prestao de servios ns 0294/91 e 0394/90 firmados para a implantao de

    revestimento primrio na Rodovia TO-430, bem como atividades de complementao,

    terraplanagem e revestimento da Rodovia TO-426, carece da anlise do contexto ftico-

    probatrio encartado nos autos, notadamente dos documentos acostados s fls. 470/473,

    alm daqueles atinentes dcima primeira medio, interditada em sede de recurso

    especial, ante a ratio essendi das Smulas 05 e 07 do S.T.J.

    4. Recurso especial no conhecido

    desnecessria a adoo de medidas de execuo indireta ou

    por subrogao para levar a coisa/documento aos autos. Para a parte

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    que pede, o ideal que nem haja a exibio, pois ter desde logo o que

    busca, pois presumem-se verdadeiros os fatos que se pretende provar.

    Como mostra a melhor doutrina (Barbosa Moreira, Nelson

    Nery), como vc vai fazer 1 pedido contra algum que no est no

    processo, isso se dar por meio de uma ao incidental de exibio.

    pelo princpio da inrcia, o juiz no pode comear aes

    de ofcio. A jurisdio inerte, s se movimenta quando provocada.

    Aqui, porm, o juiz poder, de ofcio, determinar a exibio. uma ao

    incidental e, excepcionalmente, de ofcio, o juiz pode fazer esse pedido.

    uma exceo inrcia da jurisdio.

    A parte entra com a ao incidental, o 3 citado, e a ele ser

    dado prazo de 10 dias para resposta.

    2 diferenas fundamentais:

    Parte contrria intimada 5 dias

    3 - citado 10 dias

    As posturas desse 3 so exatamente as da parte contrria

    (inrcia, defesa ou exibio).

    Quando h inrcia ou h defesa, voc precisa de uma deciso

    que determine ao 3 a exibio da coisa e a entra em jogo o artigo 361 do

    CPC.

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    Art. 361. Se o terceiro negar a obrigao de exibir, ou a

    posse do documento ou da coisa, o juiz designar

    audincia especial, tomando-lhe o depoimento, bem como

    o das partes e, se necessrio, de testemunhas; em seguida

    proferir a sentena.

    O pronunciamento judicial que resolve aqui 1 sentena.

    Barbosa Moreira e Fux falam que cabe apelao.

    Scarpinella Bueno diz que no, que como se trata de ao

    incidental, a deciso ser impugnvel por agravo de instrumento.

    uma hiptese para aplicar o princpio da fungibilidade. Na

    prtica, aceita apelao e agravo.

    Condenado a exibir, o 3 ter prazo de 5 dias para exibir.

    E se ele no exibir?

    Nesse caso, no cabvel a presuno de veracidade, pois voc

    estaria prejudicando uma parte que no causou a omisso.

    Vamos partir para a Busca & Apreenso, forma de execuo por

    sub-rogao.

    Voc pode aplicar as Astreintes, e a entra a execuo direta.

    Dinamarco.

    S que essa opinio do Dinamarco vai encontrar um

    complicador na Smula 372 do STJ, que veda, na ao de exibio, a

    aplicao da Astreinte.

    Smula: 372

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    Na ao de exibio de documentos, no cabe a aplicao

    de multa cominatria.

    Nos vdeos complementares, o primeiro sobre esse tema. Fao

    comentrio sobre a smula.

    Marinoni: Multa CPC 14, V, nico. Aqui, multa sano, ato

    atentatrio dignidade da jurisdio.

    4. Prova Documental (364

    399)

    Qualquer coisa capaz de representar um fato.

    No precisa ser escrita (ex. foto) nem em papel. Pode ser em

    qualquer superfcie concreta.

    Diferenciar documento de instrumento:

    O instrumento uma espcie de documento. produzido com

    o objetivo de servir de prova de um ato jurdico.

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    CPC 396

    Art. 396. Compete parte instruir a petio inicial (art.

    283), ou a resposta (art. 297), com os documentos

    destinados a provar-lhe as alegaes.

    Regra: As partes devem produzir a prova documental no

    primeiro ato postulatrio:

    Autor: Petio Inicial

    Ru: Contestao.

    Esta regra tem excees. Permisso para produo depois desse

    momento inicial.

    Na lei, a exceo est expressamente consagrada no

    Art. 397. lcito s partes, em qualquer tempo, juntar

    aos autos documentos novos, quando destinados a fazer

    prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para

    contrap-los aos que foram produzidos nos autos.

    Permite para fato superveniente, fatos ocorridos aps o

    momento inicial.

    E tambm para contraposio de documento juntado pela parte

    contrria.

    Barbosa Moreira Existem algumas permisses legais de

    produo em momento especfico fora do 397 artigos 326 e 327:

    O autor, na rplica, pode produzir prova documental. Haver

    rplica se o ru alegar defesa processual (preliminares) ou defesa de

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    mrito indireta. Nesses casos, o autor pode produzir prova documental

    na rplica.

    Seo III

    Dos Fatos Impeditivos, Modificativos ou Extintivos do

    Pedido

    Art. 326. Se o ru, reconhecendo o fato em que se

    fundou a ao, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo

    ou extintivo do direito do autor, este ser ouvido no prazo

    de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produo de prova

    documental.

    Seo IV

    Das Alegaes do Ru

    Art. 327. Se o ru alegar qualquer das matrias

    enumeradas no art. 301, o juiz mandar ouvir o autor no

    prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a produo de

    prova documental. Verificando a existncia de

    irregularidades ou de nulidades sanveis, o juiz mandar

    supri-las, fixando parte prazo nunca superior a 30 (trinta)

    dias.

    Art. 301. Compete-lhe, porm, antes de discutir o

    mrito, alegar:

    I - inexistncia ou nulidade da citao; cabvel tambm

    Querela Nulitatis

    II - incompetncia absoluta;

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    III - inpcia da petio inicial;

    IV - perempo;

    V - litispendncia;

    Vl - coisa julgada;

    VII - conexo;

    Vlll - incapacidade da parte, defeito de representao ou

    falta de autorizao;

    IX - compromisso arbitral;

    IX - conveno de arbitragem; (Redao dada pela Lei n 9.307, de

    23.9.1996)

    X - carncia de ao;

    Xl - falta de cauo ou de outra prestao, que a lei exige

    como preliminar. (Includo pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

    STJ RESP 795.862

    Para que vc possa produzir a prova extempornea, h 3

    requisitos:

    Inexistir m-f

    No pode resultar de manobra da parte, de uma ocultao

    maliciosa.

    Respeitar o contraditrio

    Aplicar o 398 intimar a parte contrria para se manifestar

    em 5 dias.

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    Art. 398. Sempre que uma das partes requerer a juntada

    de documento aos autos, o juiz ouvir, a seu respeito, a

    outra, no prazo de 5 (cinco) dias.

    O estgio procedimental permitir a juntada de documento.

    De repente, tamanho o desenvolvimento procedimental que

    se torna incompatvel a juntada de documento: RExt e REsp.

    Aqui, s se discute direito. O estgio procedimental j no

    admite mais anlise de prova.

    CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.

    RESPONSABILIDADE CIVIL. ART. 535 DO CPC. OMISSO.

    INOCORRNCIA. DANO MORAL. OCORRNCIA. PRETENSO

    ARBITRRIA DE DESPEJAR MORADORA. INTERRUPO DE

    FORNECIMENTO DE GUA, ENERGIA E TELEFONE.

    PRESSUPOSTOS FTICOS. REEXAME DO JULGADO.

    IMPOSSIBILIDADE. SMULA 07/STJ. DOCUMENTOS JUNTADOS

    COM A APELAO. INOCORRNCIA DE ALEGADA

    CONTRARIEDADE AOS ARTS. 396 E 397 DO CPC. VALOR

    INDENIZATRIO. REDUO.

    1. O decisum colegiado a quo apreciou, fundamentadamente, as questes

    que lhe foram submetidas, com abordagem integral do tema.

    Inocorrncia da suposta infringncia ao artigo 535, II, do CPC.

    2. O Tribunal, com base nas provas coligidas, considerou demonstrada a

    pretenso arbitrria da recorrida de despejar a moradora: "No caso

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    vertente, indiscutvel que a apelada provocou danos autora, eis que

    procedeu de maneira imprudente, ao determinar o corte indevido de

    energia, gua e telefone, e ainda, impedir o religamento, conforme

    determinado pela justia, em deciso confirmada por esta Egrgia Corte

    (Acrdo, fls.247/249).

    3. A inverso da convico firmada pelo Tribunal de origem implicaria o

    reexame de fatos e provas, procedimento cognitivo vedado nesta Corte

    Superior. Observncia da Smula 07/STJ. Precedentes.

    4. Na linha de precedentes desta Corte, "somente os documentos tidos

    como indispensveis, porque pressupostos da ao, que devem

    acompanhar a inicial e a defesa. A juntada dos demais pode ocorrer em

    outras fases e at mesmo na via recursal, desde que ouvida a parte

    contrria e inexistentes o esprito de ocultao premeditada e de

    surpresa de juzo". Inocorrncia da alegada infringncia aos arts. 396 e

    397 do CPC. Precedentes.

    5. Consideradas as peculiaridades do caso em questo e os princpios de

    moderao e proporcionalidade, o quantum fixado pelo Tribunal a quo

    (R$ 10.000,00) a ttulo de danos morais mostra-se excessivo, no se

    limitando a justa reparao dos prejuzos advindos do evento danoso.

    Destarte, para assegurar ao lesado justo ressarcimento, sem incorrer em

    enriquecimento indevido, reduzo o valor indenizatrio, para fix-lo na

    quantia certa de R$5.000,00 (cinco mil reais).

    6. Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, provido.

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    5. Prova Testemunhal (400-419)

    a declarao em juzo de um terceiro que tenha presenciado

    os fatos.

    1 prova oral, a exemplo do depoimento pessoal.

    Como um 3 pode presenciar 1 fato: viso, olfato, audio,

    paladar.

    Testemunha Presencial

    a testemunha que presenciou.

    Testemunha de Referncia

    a testemunha que ouviu falar. Vai chegar a juzo com

    1 carga muito menor de confiabilidade do que a

    testemunha presencial. A doutrina fala que esta traz

    meros indcios, no prova em si.

    Testemunha Referida

    a indicada por outra testemunha.

    a prostituta das provas.

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    Prova pouco confivel.

    No tem tu, vai tu mesmo.

    No tem muita moral por vrios fatores.

    Depende muito da memria das testemunhas.

    Diferentes percepes outro problema.

    M-f. a prova mais fcil de burlar. A mentira

    comum.

    Art. 400, caput, cria como regra a admissibilidade plena. Tanto

    que a regra que a prova testemunhal sempre admissvel. Mas o

    prprio CPC abre a exceo: no dispondo a lei de modo diverso.

    Art. 400. A prova testemunhal sempre admissvel, no

    dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferir a

    inquirio de testemunhas sobre fatos:

    I - j provados por documento ou confisso da parte;

    II - que s por documento ou por exame pericial puderem

    ser provados.

    No se admite a prova testemunhal quando o fato j estiver

    provado por confisso ou documento. No porque j existe confisso e

    documento que cabe prova testemunhal. Se o juiz j estiver convencido,

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    a no h porque fazer prova testemunhal. O objetivo da prova o

    convencimento do juiz e s ser dispensvel quando tal convencimento

    j ocorreu.

    Atos jurdicos especficos que dependem de instrumento

    pblico para sua admisso. Ex.: casamento, propriedade de imvel.

    O artigo mais problemtico quanto ao no cabimento da prova

    testemunhal o CPC 401, que deve ser analisado com o CC 227.

    CPC, Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal s se

    admite nos contratos cujo valor no exceda o dcuplo do

    maior salrio mnimo vigente no pas, ao tempo em que

    foram celebrados.

    CC, Art. 227. os casos expressos, a prova

    exclusivamente testemunhal S se admite nos negcios

    jurdicos cujo valor no ultrapasse o dcuplo do maior

    salrio mnimo vigente no Pas ao tempo em que foram

    celebrados.

    Pargrafo nico. Qualquer que seja o valor do negcio

    jurdico, a prova testemunhal admissvel como

    subsidiria ou complementar da prova por escrito.

    No cabe prova exclusivamente testemunhal para provar a

    existncia de Negcio Jurdico de valor superior a 10 salrios mnimos.

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    o mais problemtico, porque o STJ no RESP no 713073/MS

    prev que a nica coisa que vc no pode provar com prova testemunhal

    a existncia do negcio jurdico, mas para provar os efeitos, o

    descumprimento, admissvel a prova testemunhal.

    PROCESSUAL CIVIL. COBRANA. CORRETAGEM.

    PRESTAO DE SERVIOS. INTERMEDIAO.

    CONTRATO VERBAL. PROVAS. TESTEMUNHAS.

    DEMONSTRAO INEQUVOCA.

    I. Ainda que no expressamente documentado por escrito,

    seria injusto deixar-se de remunerar um trabalho

    efetivamente acontecido apenas com base na interpretao

    hermtica da norma.

    II. Recurso especial no conhecido.

    CPC 339 Dever de colaborar com a justia na obteno da

    verdade. No 1 dever exclusivo da testemunha, mas de todo sujeito.

    Dever de comparecimento audincia. Vamos imaginar que a

    testemunha descumpra esse dever, simplesmente no comparea.

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    As conseqncias do no comparecimento dependero da

    intimao ou no da testemunha:

    Se foi intimada, haver a conduo coercitiva, em outra data.

    Se for a testemunha que a parte se comprometeu a levar,

    independentemente de intimao, haver simplesmente precluso

    da prova e a testemunha no ser ouvida.

    Dever de responder s perguntas. O direito ao silncio est

    consagrado no 406:

    Art. 406. A testemunha no obrigada a depor de fatos:

    I - que Ihe acarretem grave dano, bem como ao seu

    cnjuge e aos seus parentes consangneos ou afins, em

    linha reta, ou na colateral em 2 grau;

    II - a cujo respeito, por estado ou profisso, deva

    guardar sigilo.

    A testemunha obrigada a dizer a verdade, sob pena de

    praticar o crime de falso testemunho. Deve comparecer e dizer a

    verdade.

    Ressarcimento das despesas que teve para prestar o

    depoimento.

    No sofrer retaliaes em seu emprego. Ex.: desconto em folha

    de pagamento, retirar de promoo.

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    Tratada com respeito e urbanidade. No se admitem perguntas

    capciosas e vexatrias.

    STJ 4 Turma RESP 161438/SP direito de a testemunha ser

    ouvida no foro de seu domiclio. Vc vai se valer da carta precatria. Se a

    prpria testemunha comparecer voluntariamente, td blz.

    AUDINCIA DE INSTRUO E JULGAMENTO.

    DEPOIMENTO PESSOAL. RUS RESIDENTES FORA DA

    COMARCA. PENA DE CONFISSO. PRESUNO

    RELATIVA.

    A parte, intimada a prestar depoimento pessoal, no est

    obrigada a comparecer perante o Juzo diverso daquele em

    que reside.

    A pena de confisso no gera presuno absoluta, de

    forma a excluir a apreciao do Juiz acerca de outros

    elementos probatrios. Prematura, assim, a deciso do

    Magistrado que, declarada encerrada desde logo a

    instruo, dispensa a oitiva das testemunhas arroladas.

    Recurso especial no conhecido.

    Ateno no CPC 411. Prev as autoridades que tm a

    prerrogativa de serem ouvidas no dia, local e horrio que determinarem:

    Art. 411. So inquiridos em sua residncia, ou onde

    exercem a sua funo:

    I - o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica;

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    II - o presidente do Senado e o da Cmara dos

    Deputados;

    III - os ministros de Estado;

    IV - os ministros do Supremo Tribunal Federal, do

    Superior Tribunal de Justia, do Superior Tribunal Militar,

    do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do

    Trabalho e do Tribunal de Contas da Unio; (Redao dada

    pela Lei n 11.382, de 2006).

    V - o procurador-geral da Repblica;

    Vl - os senadores e deputados federais;

    Vll - os governadores dos Estados, dos Territrios e do

    Distrito Federal;

    Vlll - os deputados estaduais;

    IX - os desembargadores dos Tribunais de Justia, os

    juzes dos Tribunais de Alada, os juzes dos Tribunais

    Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais

    e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do

    Distrito Federal;

    X - o embaixador de pas que, por lei ou tratado,

    concede idntica prerrogativa ao agente diplomtico do

    Brasil.

    Pargrafo nico. O juiz solicitar autoridade que

    designe dia, hora e local a fim de ser inquirida, remetendo-

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    lhe cpia da petio inicial ou da defesa oferecida pela

    parte, que arrolou como testemunha.

    o arrolamento da testemunha.

    Art. 407. Incumbe s partes, no prazo que o juiz fixar

    ao designar a data da audincia, depositar em cartrio o rol

    de testemunhas, precisando-lhes o nome, profisso,

    residncia e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol

    ser apresentado at 10 (dez) dias antes da

    audincia. (Redao dada pela Lei n 10.358, de 27.12.2001)

    Pargrafo nico. lcito a cada parte oferecer, no

    mximo, 10 testemunhas; quando qualquer das partes

    oferecer mais de 3 testemunhas para a prova de cada fato,

    o juiz poder dispensar as restantes.

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    A funo do arrolamento prvio da testemunha garantir o

    princpio do contraditrio, dar cincia parte contrria de quem so as

    testemunhas, para que ela possa reagir, fazendo a contradita,

    formulando as perguntas previamente.

    Voc no arrola testemunhas para que elas sejam intimadas,

    mas para que a outra parte saiba quem so. Mesmo a testemunha que se

    leva audincia deve ser arrolada.

    Para arrolar as testemunhas, o prazo fixado pelo juiz. O juiz

    fixar, levando em conta as particularidades do caso concreto. No

    silncio, e somente no silncio do juiz, a 10 dias antes da audincia.

    Em regra, a prova testemunhal realizada, produzida, em

    audincia de instruo e julgamento.

    Esta regra tem 4 excees:

    Produo Antecipada de Prova

    Carta Precatria e Rogatria

    Doena da testemunha ou outro motivo relevante

    Autoridades j mencionadas (411).

    Nessa Audincia, tudo muito simples.

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    1 ouve as testemunhas do autor (que vai atacar), depois as do ru (que

    vai defender).

    1 o juiz faz as perguntas

    2 a parte que arrolou as testemunhas

    3 a parte contrria

    4 MP, se existir, como fiscal da lei

    a prova destinada a comprovar um fato que exige

    conhecimento tcnico especfico. Aqui entra a figura do especialista.

    O CPC 420 fala que a percia pode ser de 3 espcies:

    Exame: Mveis/Semoventes/Coisas/Pessoas

    Vistoria: Imveis

    Avaliao/Arbitramento: aferio de valor de um bem,

    direito ou obrigao

    Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliao.

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    A prova pericial a mais demorada, mais cara e mais complexa

    de todas as provas. Resultado: deve ser evitada ao mximo.

    Art. 420, nico. O juiz indeferir a percia quando:

    I - a prova do fato no depender do conhecimento

    especial de tcnico;

    somente admitida quando essencial/indispensvel, quando

    no houver outra forma de provar o fato.

    A prova ser dispensvel quando no decorrer de

    conhecimento tcnico especfico. Voc vai recomendar ao juiz que se

    valha das regras de experincia tcnica, aqueles conhecimentos de outros

    ramos alm do direito que so comuns pessoa mediana. Se no, vai ter

    percia em todo e qualquer processo...

    Marinoni + Dinamarco + Nery: o juiz deve levar em conta a

    experincia tcnica, mas ele no pode funcionar como perito, por mais

    que ele entenda do assunto. Precisa-se do laudo pericial, da resposta de

    um terceiro (perito) aos quesitos. Se o juiz tiver conhecimento sobre

    assunto que no mediano, ele deve chamar perito.

    Art. 420, nico. O juiz indeferir a percia quando:

    II - for desnecessria em vista de outras provas

    produzidas;

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    No vamos fazer percia quando houver outros meios de prova

    que dem conta do servio. Quando outros meios de prova forem

    suficientes para convencer o juiz, no vou precisar da percia.

    REsp 320.665/PR havendo prova documental suficiente ao

    convencimento do juiz, no h porque fazer a percia.

    Art. 420, nico. O juiz indeferir a percia quando:

    III - a verificao for impraticvel.

    Impede a percia quando voc estiver em frente de uma

    verificao impraticvel.

    Quando isso vai acontecer? De duas, uma:

    1) Quando a cincia no tem meios;

    2) Quando o objeto da percia no existe mais.

    Tudo comea com a indicao do perito.

    Aqui no Brasil, o Perito 1 pessoa de confiana do juiz. O juiz

    livremente escolhe o perito. uma escolha livre e pessoal do juiz, o que

    curioso: mesmo que as partes escolham de comum acordo, a vontade das

    partes irrelevante.

    OBS:

    Art. 431-B. Tratando-se de percia complexa, que

    abranja mais de uma rea de conhecimento especializado,

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    o juiz poder nomear mais de um perito e a parte indicar

    mais de um assistente tcnico. (Includo pela Lei n 10.358,

    de 27.12.2001)

    Percia complexa a que envolve mais de 1 rea do

    conhecimento humano. Nesse caso, o juiz pode indicar mais de um

    perito. Ex.: acidente de trabalho: voc vai periciar o acidentado e o

    maquinrio.

    RESP 866.240/RS -> o juiz determina os peritos. O perito

    designado no pode indicar o outro perito. O perito tem que avisar o juiz

    se no der conta do recado.

    PROCESSUAL CIVIL. PERCIA REALIZADA POR

    CONTADOR NO NOMEADO PELO JUZO. ART. 431-B

    DO CPC.

    1. O artigo 431-B do CPC autoriza a nomeao pelo

    magistrado de mais de um expert nos casos em que, em

    razo da complexidade e abrangncia de vrias reas

    tcnicas, haja necessidade da participao de mais de um

    profissional especializado.

    2. A nomeao ato privativo da autoridade judicial,

    vedando-se a escolha pelo perito nomeado pelo juzo.

    3. Recurso especial improvido.

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    Na hora que o juiz indica o perito, ele j determina o prazo para

    o laudo (admite-se 1 prorrogao, se o perito pedir) e fixa o valor dos

    honorrios.

    OBS: Honorrios do Perito -> o artigo 33 do CPC determina

    quem ser o responsvel por adiantar os honorrios do perito. Dica:

    sempre o autor, salvo 1 hiptese, em que ser o ru quando s ele pedir

    a prova pericial.

    Art. 33. Cada parte pagar a remunerao do assistente

    tcnico que houver indicado; a do perito ser paga pela

    parte que houver requerido o exame, ou pelo autor,

    quando requerido por ambas as partes ou determinado de

    ofcio pelo juiz.

    Pargrafo nico. O juiz poder determinar que a parte

    responsvel pelo pagamento dos honorrios do perito

    deposite em juzo o valor correspondente a essa

    remunerao. O numerrio, recolhido em depsito

    bancrio ordem do juzo e com correo monetria, ser

    entregue ao perito aps a apresentao do laudo, facultada

    a sua liberao parcial, quando necessria. (Includo pela

    Lei n 8.952, de 13.12.1994)

    REsp 845.601/SP

    Este tema objeto do 2 vdeo no site.

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    A inverso do nus da prova no inverte o dever de adiantar os

    honorrios do perito.

    PROCESSO CIVIL - CDIGO DE DEFESA DO

    CONSUMIDOR - INVERSO DO NUS DA PROVA -

    CUSTEIO DA PROVA DETERMINADA PELO JUZO,

    COM ADESO DO AUTOR AO PUGNAR PELA

    REDUO DA VERBA HONORRIA -

    INTERPRETAO DOS ARTS. 19 E 33 DO CPC, BEM

    COMO 6, VIII, DO CDC - RECURSO ESPECIAL

    CONHECIDO E PROVIDO.

    - Acerca da inverso dos nus da prova e das despesas

    para custe-la quando verificada a relao de consumo,

    prevalece, no mbito da Segunda Seo desta Corte

    Superior de Justia que os efeitos da inverso do nus da

    prova no possui a fora de "obrigar a parte contrria a

    arcar com as custas da prova requerida pelo consumidor"

    (cf. Resp n 816.524-MG, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ

    de 08/11/2006).

    - No caso em comento a prova foi determinada pelo

    magistrado, de ofcio, de modo que cabe ao autor o seu

    adiantamento, nos precisos termos dos artigos 19 e 33 do

    Cdigo de Processo Civil. Esses preceitos estabelecem

    que a remunerao do perito ser paga pelo autor quando

    determinada a prova pericial de ofcio pelo juiz.

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    Trilhando o mesmo modo de pensar confira-se o Resp

    894.628-SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de

    02/02/2007 e Resp n 45.208-SP, Rel. Min. Cludio Santos,

    DJ de 26/2/1996.

    - Recurso especial conhecido e provido para reconhecer

    que cabe ao autor da demanda o pagamento da prova

    pericial

    REsp 1.109.357/RJ - Info. 412, STJ

    Processual civil. Recurso especial. Ao rescisria. Prova.

    Percia. Honorrios do perito. Depsito fora do prazo.

    Possibilidade. Excessivo rigor formal. Inexistncia de

    prejuzo. Instrumentalidade das formas.

    - A declarao de precluso do direito produo de

    prova pericial no razovel unicamente porque a parte

    depositou os honorrios periciais com quatro dias de

    atraso. Trata-se de excessivo rigor formal, que no se

    coaduna com o princpio da ampla defesa, sobretudo

    considerando a inexistncia de qualquer prejuzo para a

    parte contrria, tampouco para o perito judicial.

    - Alm do compromisso com a Lei, o juiz tem um

    compromisso com a Justia e com o alcance da funo

    social do processo para que este no se torne um

    instrumento de restrita observncia da forma se

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    distanciando da necessria busca pela verdade real,

    coibindo-se o excessivo formalismo.

    - Conquanto merea relevo o atendimento s regras

    relativas tcnica processual, reputa-se consentneo com

    os dias atuais erigir a instrumentalidade do processo em

    detrimento ao apego exagerado ao formalismo, para

    melhor atender aos comandos da lei e permitir o

    equilbrio na anlise do direito material em litgio.

    Recurso especial provido.

    O prazo para adiantar os honorrios em juzo prazo

    imprprio. Significa que mesmo vencido o prazo, voc pode depositar e

    estar garantida a prova. S no vai poder depositar se o juiz decidir que

    ela j precluiu.

    Mandou depositar e as partes so intimadas (prazo comum de 5

    dias) para indicar quesitos e assistentes tcnicos. STJ REsp 639.257/MT

    diz que esse tambm 1 prazo imprprio, ou seja, voc pode indicar

    quesitos e assistente at o incio da percia.

    PROCESSUAL CIVIL. PROVA PERICIAL. INDICAO

    DE ASSISTENTE TCNICO. EXTEMPORANEIDADE.

    ART. 421, 1, CPC. PRAZO NO-PRECLUSIVO.

    PERMISSO DE JUNTADA DE PARECER.

    PRECEDENTES. RECURSO DESACOLHIDO.

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    1. Recurso Especial com o escopo de manter parecer tcnico

    emitido por assistente no indicado e anexado aps o incio

    da realizao da percia.

    2. Acrdo a quo que anulou o decisum calcado dentre

    outros elementos, na referida pea tcnica, determinando o

    rejulgamento da causa.

    3. cedio na Corte que: "A corrente dominante nos

    tribunais firmou-se no sentido de que possvel a

    indicao de assistente tcnico e formulao de quesitos,

    para a realizao da percia, alm do qinqdio do artigo

    421, parg. 1, do Cdigo de Processo Civil, desde que no

    haja principiado a diligncia nem prestado compromisso o

    louvado do juzo." (REsp 19.282-0/SP, Rel. Min.

    DEMCRITO REINALDO, DJ 18.05.1992); "No

    peremptrio o prazo de que trata o 1 do art. 421 do CPC,

    permitida a sua ampliao desde que o processo continue

    na mesma fase (...)"( REsp 6.269-0/CE, Rel. Min. Csar

    Rocha, DJ 16.08.1993)

    4. In casu, o parecer do tcnico do INCRA, no indicado

    anteriormente nos autos, foi apresentado posteriormente

    ao incio da produo da prova pericial, em confronto com

    a jurisprudncia do Tribunal.

    5. Precedentes: RESP 229.201/SP, Rel. Min. Waldemar

    Zveiter, DJ 11.02.2000; REsp 148.204/SP, Rel. Min. Slvio

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    de Figueiredo Teixeira, DJ 09.12.1997; EREsp 39.749/SP,

    Rel. Min. Jos de Jesus Filho, DJ 29.10.1996.

    6. Recurso Especial desprovido.

    Realizadas as indicaes, o 431-A, CPC, prev que as partes

    sero intimadas do incio da percia, para que possam acompanhar a

    percia desde o incio. Isso contraditrio. As partes so intimadas sobre

    dia, horrio e local de incio da percia.

    O laudo pericial apresentado em juzo sempre com 20 dias

    antes da audincia, no mnimo.

    As partes so intimadas e tm 10 dias para impugnao, que

    geralmente vem pelos pareceres tcnicos dos assistentes: Pareceres

    Periciais.

    7. Inspeo judicial

    Ler os artigos da Lei sobre inspeo judicial.

    Pegar o material no site do professor e assistir o injur.

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    Bibliografia:

    Bernardo Pimentel Souza Introduo aos Recursos Cveis e a

    Ao Rescisria, Editora Saraiva.

    Volume 3 do Curso do Fredie.

    1. Panorama dos Meios de

    Impugnao das Decises Judiciais

    Meios de Impugnao judicial podem ser divididos em 3 grupos:

    1.2 Aes autnomas de Impugnao

    So demandas que geram processo novo com o objetivo de

    impugnar uma deciso judicial. Um processo novo se

    instaura com o objetivo de impugnar uma deciso judicial.

    D-se incio, do zero, a processo com esse objetivo.

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    Exemplos: Ao Rescisria, Querela Nulitatis, reclamao,

    Mandado de Segurana contra ato judicial (Gajardoni).

    1.3 Sucedneos Recursais

    tudo o que no se encaixa nas outras categorias.

    1 categoria ecltica, heterognea, com o objetivo de

    agrupar todos os meios que no so recursos nem aes

    autnomas.

    Ex.: reexame necessrio, pedido de suspenso de segurana,

    correio parcial e pedido de reconsiderao.

    Outros autores tm apenas 2 grupos: Recursos e Sucedneos

    Recursais, colocando as Aes Autnomas de Impugnao como

    Sucedneos Recursais.

    Lei 12.322, do final de 2010, alterou a parte de recursos.

    Editorial no site.

    Editada em setembro. Vigncia a partir de dezembro.

    2.1 O recurso 1 meio de impugnao voluntrio.

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    Para o direito brasileiro, s h recurso por provocao do

    interessado. preciso que algum recorra. O recurso est disposio

    das partes.

    Por conta dessa caracterstica, o reexame necessrio no

    recurso, exatamente porque necessrio.

    O recurso no necessrio, voluntrio, depende da

    manifestao de vontade de algum.

    2.2 Recurso 1 meio de impugnao previsto em lei.

    O recurso tem de estar previsto em lei, no existe por criao do

    interessado.

    O agravo regimental apenas 1 agravo previsto em lei (h

    previso legal), mas regulamentado pelo Regimento do Tribunal. Por

    isso chamado de Agravo Regimental.

    2.3 Recurso 1 meio de impugnao para, no mesmo processo,

    impugnar deciso nele proferida

    Uma marca do recurso servir para impugnar uma deciso

    judicial no processo em que ela foi proferida.

    O recurso prolonga a existncia de um processo que j existe.

    Ele mantm o processo vivo. E essa a grande diferena do recurso para

    as aes autnomas de impugnao exatamente a circunstncia de que

    as aes autnomas geram processo novo para impugnar a deciso,

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    enquanto os recursos no, estes servem para impugnar a deciso no

    mesmo processo em que ela proferida.

    Litispendncia como perodo da existncia do processo.

    Correta:

    O recurso prolo