apostila iso 14001 ago 2011

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A NORMA NBR ISO 14001:2004CONCEITOS E INTERPRETAES

JOS AURLIO SILVA FERREIRA AGOSTO/2008

1.

Introduo

INTRODUOO QUE MEIO AMBIENTE? TUDO AQUILO QUE CERCA O HOMEMTudo o que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas, que os influencia e que indispensvel sua sustentao Circunvizinhana em que uma organizao (3.17) opera, incluindo-se ar, gua, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relaes

INTRODUOO SER HUMANO TEM ... NECESSIDADESRECURSOS = GUA, ALIMENTAO, ENERGIA, MATRIA PRIMA, MORADIA, TRABALHO, ETC.

E A SOCIEDADE IMPEM ... LIMITES AO USO DOS RECURSOS

INTRODUOPRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS GUA SOLO ECOSSISTEMAS RESDUOS AR BIODIVERSIDADE ENERGIA

INTRODUO

Transformao progressiva da economia e sociedadeflorestas comerciais minerao

Necessidades

Limitaessistemas hdricos

monocultura

emisso de gases manipulao gentica

Transformao progressiva da economia e da sociedade

No ltimo sculo, notadamente aps a Segunda Guerra Mundial, houve nos pases desenvolvidos, um intenso desenvolvimento de novas tecnologias, que resultaram nos mais variados tipos de indstrias de bens e servios, direcionado para atender uma expressiva onda de consumo de carter global. Durante dcadas acreditou-se que o desenfreado crescimento econmico proporcionaria melhores condies de vida para a sociedade. A natureza, tratada equivocadamente como fornecedora de uma quantidade

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inesgotvel de recursos materiais, sofreu danos irreparveis diante da busca desenfreada por saciar os desejos egostas do bem estar no mundo. Todo este desenvolvimento, cujo benefcio, na grande maioria das vezes, se limita a poucos privilegiados, apresenta um custo extremamente elevado que pago com o desequilbrio dos inmeros e mais variados ecossistemas locais, regionais e planetrios, com a misria da grande maioria de excludos da populao mundial e com o comprometimento da continuidade da vida no planeta. Os anos 60 foram marcados pelo conflito de interesses entre os preservacionistas e desenvolvimentistas, originando o que hoje se denomina questo ambiental. Em resposta este dilogo muitas metodologias foram sendo desenvolvidas e aplicadas na busca de modelos de produo de bens e servios ecologicamente corretos. Os governos, motivados por presses da sociedade civil organizada, tiveram um papel decisivo neste processo, pois foram obrigados a desenvolver legislaes ambientais de carter punitivo, polticas econmicas e outras medidas que fomentassem a proteo ambiental.

EVOLUO DAS PREOCUPAES AMBIENTAISAntes dos anos 70Os impactos ambientais so necessrios para o desenvolvimento econmico Legislao ambiental quase inexistente O romance Silent Spring (Rachel carson -60) contribuiu para proibio do DDT.

Ante essas exigncias, as indstrias responderam, num primeiro momento, com a instalao de equipamentos de controle de poluio (end of pipe control), que, a despeito de seu alto investimento, mostraram-se insuficientes para resolver o problema da acelerada degradao do planeta.

INTRODUOAnos 70 e 80.Primeiras tentativas de minimizar os impactos ao meio ambiente so reativos Equipamentos de controle da poluio end of pipe Surgem ONGs Greenpeace (1971) Comisso Brundland, Estocolmo, 1972 Em 1974 cientistas Americanos apontam CFC como destruidor da camada de oznio Poltica nacional do meio Ambiente (1981) Resoluo CONAMA 1/86 Licenciamento de atividades poluidoras e avaliao de impactos ambientais Relatrio Nosso Futuro Comum, ONU 1987

Com o crescimento das presses para a proteo ambiental, foram introduzidos os conceitos de legislaes e regulamentos ambientais de carter preventivo, e cada vez mais restritivos, contando com os rgos de controle ambiental, j com amplo suporte poltico e elevado nvel de especializao, como assessoria para a elaborao, controle e fiscalizao das mesmas. Esse novo paradigma conduziu a uma segunda gerao de respostas, com o setor produtivo tendo que adequar os seus processos, produtos e servios, a fim de demonstrar sua preocupao com o meio ambiente, implementando aes efetivas para preserv-lo, com

RESULTADOS

CUSTO

Frente a isso, as empresas que partiram na frente, na busca de reverter sua relao com o meio ambiente, passaram a atuar na reduo e no controle do consumo de energia e de insumos, de seus resduos, efluentes hdricos e emisses atmosfricas; a fomentar a reciclagem, recuperao, reutilizao de materiais no aproveitados e demais rejeitos de sua produo; a otimizar os seus processos e servios, o que, conseqentemente, ocasionou uma reduo de seus custos operacionais e, mais, proporcionou uma maior competitividade, com o aumento significativo de sua participao no mercado e retorno assegurado de seus investimentos. Desta forma, uma terceira gerao de respostas comeou a ser articulada, tendo como ponto de partida e foco um gerenciamento ambiental eficaz. Este processo culminou com a busca de consenso para a criao de normas para gesto ambiental. Em 1992, foi criado pela ISO o Comit Tcnico 207 Gesto Ambiental (ISO/TC 207)2. A criao do ISO/TC 207 foi a resposta necessidade de estabelecer um enfoque normalizado e reconhecido internacionalmente para os Sistemas de Gesto Ambiental.

Anos 90 at hoje

INTRODUO

A busca s minimizar os - e impactos ambientais atravs da preveno sistematizao da gesto ambientalEco 92 ISO 14001 1996 Protocolo de Kioto Ampliao da reao da sociedade atravs de leis, polticas e regulamentos Lei de Crimes ambientais (1998) Maior atuao dos rgos de fiscalizao ambiental

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O trabalho do TC 207 resultou na aprovao em 1996 de um grupo de normas que ficou conhecido como a famlia de normas ISO 14000, tornando-se uma nova e importante ferramenta para as empresas demonstrarem comprometimento com as questes ambientais. Desta famlia de normas, a ISO 14001 a norma que estabelece os principais elementos e especfica os requisitos mnimos necessrios para a elaborao de um Sistema de Gesto Ambiental (SGA), que pode ser demonstrado a terceiros, quer por meio de certificao por um OCC (Organismo de Certificao Credenciado) ou por autodeclarao3. Estes elementos so constitudos de: poltica ambiental, planejamento, implantao e operao, monitoramento, ao corretiva e reviso da gesto, dentro do conceito de aperfeioamento contnuo. Como dito acima, o propsito geral desta norma fornecer meios de controle e gerenciamento dos aspectos ambientais da organizao de modo a prevenir a poluio, garantindo o atendimento legislao e aos requisitos regulamentares aplicados e proporcionando condies para que a organizao desenvolva melhoria contnua no seu desempenho ambiental em equilbrio com as suas necessidades scio-econmicas. As diversas organizaes, nos seus diferentes nveis de desenvolvimento, precisam acelerar os seus processos de implantao de sistema de gesto ambiental, correndo o risco de que, se no o fizerem, no sobrevivero num mercado cada vez mais exigente e regido por normas e regulamentos ambientais cada vez mais severos.

1.1

Histrico da normalizao internacional

A normalizao internacional comeou no campo da eletrotcnica, atravs da Electrotechnical Commission Internacional (IEC), que foi criada em 1906, abrindo caminho para outros campos da normalizao, como a engenharia mecnica, que era realizada pela Federao Internacional das Associaes de Normalizao Nacionais (ISA), fundada em 1926. As atividades da ISA cessaram em 1942, devido a Segunda Guerra Mundial. Ento, aps uma reunio em Londres em 1946, a delegao de 25 pases decidiu criar uma nova organizao internacional com o objetivo de facilitar a coordenao internacional e unificao de padres industriais. nova organizao, ISO International Organization for Standartization (Organizao Internacional para Normalizao), convencionou-se chamar de ISO pela idia do prefixo grego de igualdade e comeou a funcionar oficialmente em 23 de fevereiro de 1947. A primeira norma ISO foi publicada em 1951, com o ttulo Norma de temperatura de referncia para medida comprimento industrial".

Classificao das NormasNvel das Normas

O Que ISO ?

Histrico da normalizao internacionalISO AQAP BS-5750 BS-7750 ISO-9000 ISO-14000 ISO-14000 ISO-19011

ISO

ISO International Organization for Standartization (Organizao Internacional para Normalizao)

50-C-QA MIL-STD

ISO-9000

ISO-9000

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19 06 19 26 19 47 19 60 19 62 19 70 19 75 19 79 19 87 19 93 19 94 19 96 20 00 20 02 20 04

Fundada em 1947 Sede em Genebra - Sua Organizao no governamental ( ONG) Elabora normas de aplicaointernacional Mais de 100 pases participam da ISO, entre eles o Brasil.

IEC

ISA

Aps a Segunda Guerra Mundial comearam a surgir novas tecnologias, que trouxeram novas exigncias em relao aos fornecedores da indstria. Como exemplo, citaremos as indstrias blica, nuclear e aeronutica, que tinham requisitos de segurana muito severos e necessitavam de fornecedores que assegurassem a qualidade que os projetos daquelas indstrias exigiam. Da surgirem as primeiras normas de garantia da qualidade, todas ligadas indstria blica na dcada de 50 e 60, que foram as do exrcito dos EUA relacionadas garantia de qualidade de fornecedores e inspees de fabricao, cujos nmeros eram MIL-Q-9858 e MIL-I45208 respectivamente. Na mesma linha das americanas surgiram nesta poca as AQAP-1, AQAP-4 e AQAP-9 da OTAN (Organizao do Tratado do Atlntico Norte) e DEF STAND 05/21, DEF STAND 05/29 e DEF STAND 05/29 do Reino Unido. No incio dos anos 70, com o crescimento da indstria de gerao de energia nuclear, surgem as normas 10 CFR-50 nos EUA e a 50-C-QA da AIEA, Agncia Internacional de Energia Atmica, que tiveram grande sucesso na sua aplicao e na disseminao dos conceitos de qualidade na indstria da poca. No final da dcada de 70, outros setores industriais comearam a colocar seus requisitos de qualidade em normas nacionais, inclusive o Brasil com as normas ABNT de 8593 a 8597, mas foram as normas inglesas BS 5750 part 1, 2 e 3 (1979) as que tiveram maior aceitao e so consideradas as precursoras das famosas normas ISO 9000. A ISO atualmente uma rede de associaes de normalizao de 145 naes, na qual a ABNT representa o Brasil, que trabalham em sociedade com organizaes internacionais, governos, indstrias, negcios e representantes de consumidores, que, alm das ISO 9000 e ISO 14000, produziu mais de 13.700 normas internacionais para negcio, governo e sociedade. Normas so acordos documentados que contm especificaes tcnicas ou outro critrio preciso para ser usado de forma consistente como regra, guia, ou definies de caractersticas, com a finalidade de assegurar que materiais, produtos, processos e servios sejam adequados ao propsito para que foram concebidos. A existncia de normas no harmonizadas para tecnologias similares em diferentes pases ou regies contribui com as denominadas barreiras tcnicas comerciais. As indstrias exportadoras foram as primeiras que notaram e sentiram a necessidade para acordar normas mundiais com a finalidade de racionalizar o processo de comercializao internacional. Esta foi a origem do surgimento da Organizao Internacional de Normalizao. A vasta maioria de normas ISO especfica a produtos, materiais, ou processos, por isso a ISO era conhecida apenas por profissionais que lidavam com estas informaes, como engenheiros. Com o surgimento das famlias ISO 9000 e ISO 14000, como j mencionado, as normas ganharam reputao mundial e ficaram conhecidas como "normas genricas de sistemas de gesto". O termo genricas porque as mesmas podem ser aplicadas a qualquer organizao, grande ou pequena, qualquer que seja seu produto ou fornecimento de servio, em qualquer setor de atividade, seja um empreendimento empresarial, uma administrao pblica ou um departamento governamental. As famlias ISO 9000 e ISO 14000 esto entre as normas ISO mais amplamente conhecidas e que tiveram sucesso de aceitao. A Norma ISO 9001 se tornou referncia internacional para exigncias de qualidade em negcios empresariais, e a ISO 14001 encarada como a norma que ajuda as organizaes a atender os seus desafios ambientais. As normas ISO 9000 foram publicadas pela primeira vez em 1987, como a primeira experincia em carter internacional de normalizao de requisitos de gesto, e, com sua grande aceitao no comrcio mundial, elas deram origem s demais normas de sistemas de gesto, o que levou a Organizao Internacional de Normalizao a considerar o desenvolvimento de normas internacionais de gesto ambiental. As normas de sistemas de gesto ambiental da srie ISO 14000 tomaram por base a norma inglesa BS7750, que foi publicada oficialmente pela British Standards antes da ECO-92. A edio final da norma BS7750 foi publicada em 1994 e serviu de guia para avaliao de impacto ambiental. A norma internacional ISO 14000 foi aprovada em setembro de 1996, sendo publicada no Brasil pela ABNT em outubro de 1996. A ISO estabeleceu o Strategic Advisory Group on the Environment (SAGE) em agosto de 1991 para analisar a viabilidade de normas internacionais, promover uma abordagem comum de gesto ambiental similar

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quela de gesto da qualidade, aumentar a habilidade de organizaes para atingir e medir melhorias em padres de ambiente e facilitar o comrcio internacional. Em junho de 1992 na Conferncia da ONU - UN Conference on Environment and Development (UNCED), no Rio de Janeiro foram envidados os esforos da ISO atravs de 100 naes para o desenvolvimento adicional de um programa de gesto ambiental internacional (ISO 1994). O Comit Tcnico 207 (TC 207) foi ento estabelecido para desenvolver as normas ambientais. Este Comit Tcnico estruturou seis subcomits e um grupo de trabalho, nos quais se discutiram os temas pertinentes aos pases-membros. Subcomit 01: Sistema de Gesto Ambiental- Reino Unido Subcomit 02: Auditorias Ambientais- Holanda Subcomit 03: Rotulagem Ambiental- Austrlia Subcomit 04: Avaliao de Desempenho Ambiental - Estados Unidos Subcomit 05: Avaliao do Ciclo de Vida - Frana Subcomit 06: Termos e Definies-Noruega Grupos de Trabalho: Aspectos Ambientais, Normas e Produtos-Alemanha Este comit vem elaborando normas que visam fornecer os elementos bsicos para que organizaes, independente do seu tamanho, da natureza dos aspectos e impactos do seu negcio, da sua localizao geogrfica e dos aspectos culturais ou scio-econmicos ao qual se inserem, elaborem um Sistema de Gesto Ambiental (SGA) eficaz, para controlar e reduzir seus aspectos e impactos significativos, prevenir a poluio, atender a legislao e os requisitos regulamentares aplicveis e proporcionar condies para melhoria contnua do seu desempenho ambiental. As principais normas da Famlia ISO 14000 so: ISO 14001 Sistemas de Gesto Ambiental requisitos com orientaes para o uso ISO 14004 Sistemas de Gesto Ambiental - diretrizes gerais sobre princpios, sistemas e tcnicas de apoio ISO 14015 Sistemas de Gesto Ambiental Avaliao Ambiental de Locais e Organismos ISO 14.020 Rtulos e declaraes ambientais - Princpios gerais ISO 14021 Rtulos e declaraes ambientais Autodeclaraes ambientais (Rotulagem Tipo I) ISO 14022 Rtulos e declaraes ambientais - Simbologia para Rtulos ISO 14023 Rtulos e declaraes ambientais - Testes e Metodologias de Verificao ISO 14024 Environmental label and Declarations - Environmental labelling Type I - Guiding principles and procedures ISO TR 14025 Environmental labels and declarations - Environmental labelling Type III - Guiding principles and procedures ISO 14031 Gesto ambiental: Avaliao do desempenho ambiental - Diretrizes ISO 14032 Gesto ambiental: Avaliao da Performance Ambiental dos Sistemas de Operadores ISO 14040 Gesto Ambiental: Anlise do Ciclo de Vida - Princpios Gerais ISO 14041 Gesto Ambiental: Anlise do Ciclo de Vida - Inventrio ISO 14042 Gesto Ambiental: Anlise do Ciclo de Vida - Anlise dos Impactos ISO 14043 Gesto Ambiental: Anlise do Ciclo de Vida - Migrao dos Impactos ISO 14050 Gesto Ambiental - Vocabulrio ISO Guia 64 Guia para a incluso dos aspectos ambientais nas normas de produtos. ISO 19011 Diretrizes para auditorias de sistema de gesto da qualidade e/ou ambiental

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Normalizao no BrasilINMETRO - INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAO E QUALIDADE INDUSTRIAL uma autarquia federal, vinculada ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que o rgo normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Sinmetro). ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS Responsvel pela rea de normalizao no Sinmetro uma ONG, mantida com recursos da contribuio dos seus associados e do Governo Federal. Representa o Brasil na ISO/IEC e nos foros regionais de normalizao Tem participao em vrios comits tcnicos, como o ISO TC 176 (qualidade), ISO TC 207 (meio ambiente) e ISO/CASCO

A normalizao no Brasil est dividida em duas reas: Normas Tcnicas, que so de caractersticas VOLUNTRIAS e CONSENSADAS; Regulamentos Tcnicos, de carter OBRIGATRIO.

Avaliao de Conformidade Avaliao da Conformidade um exames sitemtico do grau de atendimento por parte de um produto, processo ou servio a requisitos especificadosDefinio da ISO/IEC Guia 2

Tipos de Avaliao da ConformidadeQuanto ao Agente Econmico 1 PARTE - realizada pelo fabricante ou pelo fornecedor 2 PARTE - realizada pelo comprador 3 PARTE - realizada por uma organizao independente do fornecedor e do cliente Quanto Aplicao Voluntria Consumveis de soldagem, Rodas automotivas, Auditores de SGQ e SGA, Inspetores de soldagem Compulsria Botijo/mangueira/regulador para GLP, Preservativo masculino, Capacete Motocicleta, Extintor de incndio.

Mecanismos de Avaliao da Conformidade 1 CERTIFICAOOrganismos de CertificaoCertificao de produtos, processos e servios Modelos1- Ensaio de Tipo, 2- Ensaio de Tipo seguido de verificao atravs de ensaio em amostras retiradas no comrcio 3- Ensaio de Tipo seguido de verificao atravs de ensaio em amostras retiradas no fabricante 4- Ensaio de Tipo seguido de verificao atravs de ensaio em amostras retiradas no comrcio e no fabricante 5- Ensaio de Tipo, Avaliao e Aprovao do SQ do fabricante, acompanhamento atravs de auditorias no fabricante e ensaio em amostras retiradas no comrcio e no fabricante 6- Avaliao e Aprovao do SQ do fabricante 7- Ensaio de lote 8- Ensaio 100%

PBACSistemas de Gesto Ambiental - OCA Sistemas de Gesto da Qualidade NBR 15100 - OCE Manejo de Florestas - OCF Produtos - OCP Sistemas de Gesto da Qualidade QS 9000 - OCQ Sistemas de Gesto da Qualidade - OCS Pessoal - OPC Sistemas da Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle - OHC Sistemas de Gesto da Qualidade de Empresas de Servios e de Obras na Construo Civil - OCO

Organismos de InspeoProdutos Perigosos - OIC-PP Sistemas da Qualidade - OIC-SQ Segurana Veicular - OIC-SV

Certificao de Sistemas de Gesto Certificao de Pessoal

PBACCertificao de Pessoal

Mecanismos de Avaliao da Conformidade2 - DECLARAO DA CONFORMIDADE PELO FORNECEDOR O fornecedor, sob condies pr-estabelecidas, d garantia escrita de que um produto, processo ou servio est em conformidade com requisitos especificados. No Brasil aplicvel a produtos, processos ou servios que ofeream baixo risco sade e segurana do consumidor e do meio ambiente 3 - INSPEO Avaliao da conformidade pela observao e julgamento, acompanhada, conforme apropriado, por medies, ensaios ou uso de calibres

AUDITORES RAC

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1.2

Programa Brasileiro de Avaliao da Conformidade PBAC

A Avaliao da Conformidade um poderoso instrumento para o desenvolvimento industrial e para a proteo do consumidor. Entre os benefcios que gera para todos os segmentos da sociedade, podemos destacar o estmulo concorrncia justa e melhoria contnua da qualidade, o incremento das exportaes e o fortalecimento do mercado interno. Para os Agentes Reguladores, os programas de avaliao da conformidade representam um importante instrumento para tornar efetivo o cumprimento dos regulamentos por eles estabelecidos e facilitar a fiscalizao por eles exercida. O Inmetro, rgo gestor do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade SBAC, orienta o esforo brasileiro na formulao do Programa Brasileiro de Avaliao da Conformidade PBAC, cujo objetivo promover uma viso de longo prazo para a gesto estratgica da atividade de Avaliao da Conformidade - AC no Pas. Certificao A certificao de produtos ou servios, sistemas de gesto e pessoal , por definio, realizada pela terceira parte, isto , por uma organizao independente credenciada para executar essa modalidade de Avaliao da Conformidade. O Inmetro responsvel pela acreditao (credenciamento) de Organismos de Certificao, de Inspeo, de Verificao de Desempenho e de Treinamento. Organismos de Certificao Sistemas de Gesto Ambiental - OCA Sistemas de Gesto da Qualidade NBR 15100 - OCE Manejo de Florestas - OCF Produtos - OCP Sistemas de Gesto da Qualidade QS 9000 - OCQ Sistemas de Gesto da Qualidade - OCS Pessoal - OPC Sistemas da Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle - OHC Sistemas de Gesto da Qualidade de Empresas de Servios e de Obras na Construo Civil - OCO

Organismos de Inspeo Produtos Perigosos - OIC-PP Sistemas da Qualidade - OIC-SQ Segurana Veicular - OIC-SV

Certificao de Produtos e Servios As modalidades de certificao de produtos mais utilizadas so: Modelo 1 Ensaio de Tipo: o mais simples dos modelos de certificao. Fornece uma comprovao de conformidade de um item de um produto, em um dado momento. uma operao de ensaio, nica no seu gnero, efetuada de uma s vez, limitando a os seus efeitos. Modelo 2 Ensaio de Tipo seguido de verificao atravs de ensaio de amostras retiradas no comrcio: modelo baseado no ensaio de tipo mas combinado com aes posteriores para verificar se a produo continua sendo conforme. Essas aes compreendem ensaios em amostras retiradas no comrcio. Modelo 3 Ensaio de Tipo seguido de verificao atravs de ensaio em amostras retiradas no fabricante: tambm baseado no ensaio de tipo, porm combinado com intervenes posteriores para verificar se a produo continua sendo conforme. Compreende ensaios em amostras tomadas na prpria fbrica.

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Modelo 4 Ensaio de Tipo seguido de verificao atravs de ensaio em amostras retiradas no comrcio e no fabricante. Combina os modelos 2 e 3, tomando amostras para ensaios tanto no comrcio quanto na prpria fbrica. Modelo 5 Ensaio de Tipo, Avaliao e Aprovao do Sistema da Qualidade do Fabricante, acompanhamento atravs de auditorias no fabricante e Ensaio em Amostras retiradas no comrcio e no fabricante. um modelo baseado, como os anteriores, no ensaio de tipo, mas acompanhado de avaliao das medidas tomadas pelo fabricante para o Sistema de Gesto da Qualidade de sua produo, seguido de um acompanhamento regular, por meio de auditorias, do controle da qualidade da fbrica e de ensaios de verificao em amostras tomadas no comrcio e na fbrica. Este o modelo mais utilizado no Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade SBAC. Este modelo proporciona um sistema credvel e completo de avaliao da conformidade de uma produo em srie e em grande escala. Modelo 6 Avaliao e aprovao do Sistema da Qualidade do fabricante. um modelo no qual se avalia a capacidade de uma indstria para fabricar um produto conforme uma especificao determinada. Este modelo no adequado para certificao de produo j que o que avaliado a capacidade da empresa em produzir determinado produto em conformidade com uma especificao estabelecida, mas no verifica a conformidade do produto final. Modelo 7 Ensaio de Lote: nesse modelo, submete-se a ensaios amostras tomadas de um lote do produto, emitindo-se, a partir dos resultados, uma avaliao sobre a conformidade a uma dada especificao. Modelo 8 Ensaio 100%: um modelo no qual cada um dos itens submetido a um ensaio para verificar sua conformidade com uma dada especificao.

Exemplo de alguns produtos de Certificao Compulsria Barras e Fios de Ao - Vergalhes Bebedouro de gua-Eltrico Fsforo de Segurana Bicicleta de uso Infantil Fusvel Tipo Rolha e tipo Cartucho Brinquedo - Segurana Interruptores para instalaes eltricas fixas, domstica e anloga, para tenses de at 440 V Mamadeira Mangueira de PVC plastificados, para instalaes domsticas de GLP Capacetes para condutores e passageiros de motocicletas e similares Plugues e Tomadas para uso domstico e anlogo Carroaria de nibus Urbano - Padronizao Pneus Novos de Automveis, Caminhes e nibus Cilindro de ao sem costura destinado ao armazenamento de gs metano veicular - GMV Pneus Novos para Motocicletas e Ciclomotores Pneus reformados para automveis, camionetas, caminhonetes e seus rebocados Preservativo Masculino de Ltex de Borracha Componentes para instalao do sistema para gs natural veicular - GNV Reator para lmpada fluorescente tubular Recipientes Transportveis, de Ao, para GLP - (Botijo de Gs) - com capacidade para at 250 L Regulador de Baixa Presso para GLP com capacidade at 4 kg/h Eixo Veicular Auxiliar Fabricao Tanque de armazenamento subterrneo de combustveis em posto revendedor Embalagem Plstica para lcool Embalagens utilizadas no transporte terrestre de produtos perigosos Equipamentos Eletromdicos Fabricao ou importao de extintores de incndio

Certificao de Sistemas de GestoProf. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 9

A certificao dos Sistemas de Gesto atesta a conformidade do modelo de gesto de fabricantes e prestadores de servio em relao a requisitos normativos. Os sistemas clssicos na certificao de gesto so os de gesto de qualidade, baseado nas normas NBR ISO 9001 e os sistemas de gesto ambiental, conforme as normas NBR ISO 14001. Existem, no entanto, outros sistemas de gesto, tambm passveis de certificao, oriundos de iniciativas setoriais como os sistemas desenhados pelas normas do setor automobilstico QS 9000 e AVSQ 94, citando as mais importantes.

Certificao de Pessoal A certificao de pessoal avalia as habilidades e os conhecimentos de algumas ocupaes profissionais, e pode incluir, entre outras, as seguintes exigncias: Formao a exigncia de certo nvel de escolaridade visa assegurar nvel de capacitao; Experincia Profissional a experincia prtica em setor especfico permite maior compreenso dos processos envolvidos e identificao rpida das oportunidades de melhorias. Habilidades e conhecimentos tericos e prticos - a capacidade de execuo essencial para atuar e desenvolverse na atividade. No Brasil, so certificados os inspetores de soldagem, os inspetores de ensaios no destrutivos e os auditores de sistemas da qualidade.

Exemplos de Servios de Certificao Compulsria Comissionamento de Sistema de abastecimento de Gs Natural Veicular (GNV) em postos de abastecimento Configurao de Motores Emisso Veicular Eixo Veicular Auxiliar Adaptao Inspeo tcnica e de manuteno em extintores de incndio Instalao de Sistema de abastecimento de Gs Natural Veicular (GNV) em postos de abastecimento Instalao de Sistema de Abastecimento Subterrneo de combustveis em postos revendedores e de abastecimento Requalificao de Botijes de Gs (Distribuio de GLP) Requalificao de Cilindro de ao para gs metano veicular

Exemplos de Processos Certificados Compulsoriamente Cesta de Alimentos e Similares

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2.

Entendendo a norma ISO 14001:2004

2.1 Princpios da norma ISO 14001:2004

Conforme mencionado, os atuais sistemas de gesto ambiental tiveram suas origens com o desenvolvimento de sistemas da qualidade. A norma inglesa BS 7750 - Especificao para Sistemas de Gesto Ambiental, fundamentou-se nos princpios da norma Inglesa BS 5750 e na srie de normas ISO 9000, quando foi esboada em 1991 pelo British Standards Institution (BSI). O comit sobre Normas de Meio Ambiente e Poluio do BSI, que elabora as normas de sistemas de gesto ambientais, consistia em membros de muitos segmentos da indstria, comrcio, governo, organismos legislativos e outras partes interessadas. As diretrizes definidas por este comit para elaborar as normas ambientais foram as seguintes: deveria refletir os elementos da BS 5750 sistema de qualidade; deveria ser independente da BS 5750 j que o enfoque seria sobre meio ambiente, e no gesto da qualidade; e deveria incentivar o desenvolvimento de medies de desempenho ambiental.

Com base nestes princpios surgiram as normas BS 7750, que foram o arcabouo das normas ISO 14000. Desse modo, seguindo a linha de raciocnio de que se a origem das normas e seus princpios so similares, pode ser dito sem comprometimento da verdade que os princpios que nortearam os sistemas de gesto da qualidade devem ser considerados tambm como fundamentos dos sistemas de gesto ambiental, como assim o foram para as normas inglesas, mas no se limitando a eles. Desta forma pode ser considerado no modelo de gesto ambiental da ISO 14000 os seguintes princpios: uma corporao deve enfocar no que precisa ser feito e ter um propsito e um plano (PLAN); uma corporao deve desenvolver as capacidades e mecanismos de apoio necessrio a alcanar suas polticas, objetivos e metas (DO); e uma corporao deve continuamente realizar avaliaes peridicas do desempenho de seu sistema, produtos e servios (CHECK); e deve analisar criticamente e melhorar continuamente seu sistema de gesto ambiental (ACT).

Por estes princpios, pode claramente ser identificado que os fundamentos do sistema de gesto foi dado pelo famoso ciclo PDCA, dos professores Shewhart e Deming.

P (Plan) Planejar

A CFigura 1

P D

D (Do) Executar C (Check) Verificar A (Act) Agir

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2.2

Compreendendo a norma ISO 14001:2004

Pilares de um SGASGAORGANIZACIONAL TCNICA JURDICA

2.2.1 Comentrios Gerais

O sucesso da implantao de normas depende de trs fatores principais: a) Desejo manifestado pela alta administrao de uma organizao em implementar a norma em questo. b) Compreenso clara e distinta dos elementos apresentados pela norma. c) Comprometimento de todos os nveis e funes, em especial da alta administrao da organizao, com a implantao, implementao e manuteno da sistemtica estabelecida em conformidade com a norma. Este captulo se dedica busca de um entendimento integral, ou seja, com o mnimo de conflitos entre a viso de gestores e a de avaliadores de sistemas de gesto, que tecida de vrios exemplos concretos, fornecer uma ajuda prtica para o dia a dia das atividades do gestor. Porm, no nossa inteno esgotar o assunto nestes prximos pargrafos.

2.2.2 Introduo, Campo de Aplicao, Objetivos e algumas definies da ISO 14001:2004

A introduo da norma no tem caracterstica prescritiva e normalmente no avaliada quanto a sua implementao por auditores, por isso, muitas vezes alguns leitores passam por ela sem se ater a algumas informaes importantes para o planejamento da implementao de um SGA. Em funo disso, cabe apresentar alguns pontos que podem ser considerados chave. O princpio que fundamenta que a implantao do SGA possa ser integrada com outros requisitos gerenciais, reflete a tendncia atual da implantao em conjunto com os requisitos da qualidade e sade e segurana ocupacional, isto , com a implantao da ISO 9000 e BS 8800 ou OHSAS 18001, respectivamente. A seguinte sentena da introduo orienta neste sentido: Esta Norma no inclui requisitos especficos de outros sistemas da gesto, tais como aqueles para qualidade, segurana e sade ocupacional, finanas ou gerenciamento de risco, muito embora seus elementos possam ser alinhados ou integrados com os de outros sistemas da gesto. possvel a uma organizao adaptar seu (s) sistema (s) de gesto existente (s) para estabelecer um sistema da gesto ambiental que esteja em conformidade com os requisitos desta Norma. Convm que se entenda, contudo, que a aplicao de vrios elementos do sistema da gesto poderia diferir, dependendo dos objetivos pretendidos e das partes interessadas envolvidas. Isto uma realidade para aquelas organizaes que j tm seu sistema de gesto da qualidade implementado e uma orientao para as que no o possuem, pois, em virtude de ser mais rica em detalhes, consideramos que a implantao da ISO 9000 torna-se a base para implantar outros sistemas gerenciais. Cabe ressaltar que a Norma ISO 14001 foi escrita para ser aplicvel a todos os tipos e tamanhos de organizao e para se ajustar s diferentes condies geogrficas, culturais e sociais, e desse modo afirmar queProf. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 12

no h contra-indicao; e que a nica norma da famlia ISO 14000 que pode ser utilizada para fins de certificao, uma dvida que ainda muito comum para os que esto no incio deste processo. A outra norma, a ISO 14004, deve ser usada como um guia para orientar a implementao do SGA, e que tambm pode ser usada para buscar uma maior abrangncia na implantao dos requisitos do sistema de gesto. O campo de aplicao para cada utilizao desta Norma deve ser claramente identificado, isto quer dizer que: quando se pretende implantar um sistema de gesto, uma das primeiras coisas que precisa ser definida a abrangncia que ser dada a esta implantao, para que possa ser realizado um planejamento eficaz. A abrangncia de um sistema de gesto significa: os produtos, os locais, os processos e as atividades que estaro envolvidos no SGA. Estas informaes influem de forma significativa com as definies de cronogramas de implantao, recursos financeiros, polticas, objetivos, grupos de trabalho etc. Por isso, sugerimos ter bastante cautela ao definir o campo de aplicao do sistema de gesto ambiental para que no ajam surpresas no futuro. A definio do campo de aplicao importante tambm no momento de contratar a certificao do sistema de gesto, isto porque, a organizao deve decidir se mais de um site ser registrado sob a mesma certificao, ou se cada unidade ou site procurar obter a certificao separadamente. Tambm dever ser decidido se haver limitaes, como a excluso de certos produtos, servios ou reas geogrficas. As seguintes questes devem ser consideradas quando estiver sendo desenvolvido o campo de aplicao: 1. Todos os impactos ambientais atuais e potenciais relativos operao da empresa tm sido identificados? 2. Os critrios de avaliao significativamente relevantes tm sido aplicados de forma consistente e apropriada? Isto , todos os impactos ambientais significantes foram classificados como tal? 3. A legislao ambiental aplicvel ao negcio encontra-se identificada? Ela atendida? Por ser uma norma, que padroniza uma forma de fazer para obteno de resultados pr-definidos, a ISO 14001 proporciona queles que corretamente implant-la o atendimento aos seguintes objetivos: a) Prevenir a poluio; b) Atender aos requisitos legais e estatutrios; c) Melhorar continuamente o desempenho do SGA; e d) Demonstrar tais resultados a terceiros. Desta forma, a norma ISO 14001 visa atender as demandas ambientais de uma organizao frente s diversas partes interessadas. Partes interessadas, o nome dado as diversas partes que so afetadas, direta ou indiretamente, pelas atividades, produtos e servios de uma organizao, a saber: os clientes, os fornecedores, os acionistas, os funcionrios, os organismos vinculados ao estado, o Ministrio Pblico, as comunidades do entorno, as organizaes no governamentais, e o pblico em geral. Algumas definies que facilitam o entendimento dos requisitos da norma so citadas a seguir: 3.6 meio ambiente - circunvizinhana em que uma organizao (3.17) opera, incluindo-se ar, gua, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relaes NOTA - Neste contexto, circunvizinhana estende-se do interior de uma organizao para o sistema global. 3.7 aspecto ambiental - elemento das atividades ou produtos ou servios de uma organizao (3.17) que pode interagir com o meio ambiente (3.6) NOTA - Um aspecto ambiental significativo aquele que tem ou pode ter um impacto ambiental (3.8) significativo.

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3.8 impacto ambiental - qualquer modificao do meio ambiente (3.6), adversa ou benfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais (3.7) da organizao (3.17) 3.9 sistema da gesto ambiental - a parte de um sistema da gesto de uma organizao (3.17) utilizada para desenvolver e implementar sua poltica ambiental (3.12) e para gerenciar seus aspectos ambientais (3.7) NOTA 1 - Um sistema da gesto um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados para estabelecer a poltica e os objetivos e para atingir esses objetivos. NOTA 2 - Um sistema da gesto inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, prticas, procedimentos (3.20), processos e recursos. 3.10 objetivo ambiental - propsito ambiental geral, decorrente da poltica ambiental(3.12), que uma organizao (3.17) se prope a atingir 3.11 desempenho ambiental - resultados mensurveis da gesto de uma organizao (3.17) sobre seus aspectos ambientais (3.7) NOTA - No contexto de sistemas da gesto ambiental (3.9), os resultados podem ser medidos com base na poltica ambiental (3.12), objetivos (3.10) e metas (3.13) ambientais da organizao e outros requisitos de desempenho ambiental. 3.12 poltica ambiental - intenes e princpios gerais de uma organizao (3.17) em relao ao seu desempenho ambiental (3.11), conforme formalmente expresso pela alta administrao NOTA - A poltica ambiental prov uma estrutura para ao e definio de seus objetivos (3.10) e metas (3.13) ambientais. 3.13 meta ambiental - requisito de desempenho detalhado, aplicvel organizao (3.17) ou a parte dela, resultante dos objetivos ambientais (3.10) e que necessita ser estabelecido e atendido para que tais objetivos sejam atingidos 3.14 parte interessada - indivduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental (3.11) de uma organizao (3.17) 3.19 preveno de poluio - uso de processos, prticas, tcnicas, materiais, produtos, servios ou energia para evitar, reduzir ou controlar (de forma separada ou combinada) a gerao , emisso ou descarga de qualquer tipo de poluente ou rejeito, para reduzir os impactos ambientais (3.8) adversos NOTA - A preveno da poluio pode incluir reduo ou eliminao de fontes de poluio, alteraes de processo, produto ou servio, uso eficiente de recursos, materiais e substituio de energia, reutilizao, recuperao, reciclagem, regenerao e tratamento.2.2.3 Entendendo o item 4 da Norma 14001:2004

Uma das caractersticas das normas de sistemas de gesto a sua forma prescritiva de estabelecer os requisitos. Isto se d atravs da colocao do verbo "deve" na orao com a finalidade de tornar os requisitos obrigatrios. Com o requisito 4.1 - Requisitos Gerais, a norma estabelece a obrigatoriedade de atendimento de todos os requisitos estabelecidos na seo 4 na implantao do SGA. No entanto, a Norma ISO 14001 no especifica o como cada requisito deve ser atendido. Fica a cargo de cada organizao descrever o como o seu sistema ser (ou foi) edificado para atender a cada requisito obrigatrio da Norma. Porm, cabe ressaltar, que as organizaes devem buscar implantar e manter um sistema de gesto dinmico, vivo, criativo e adaptvel, e em condio de ser integrado a outros sistemas de gesto da organizao. Para isto, a alta administrao deve estar integralmente comprometida com o projeto, e liderar o processo de sua implantao. Deve ser dado o devido cuidado na implantao do sistema, para que este traduza a melhor maneira de atender aos requisitos da norma, de forma equilibrada e consistente com o estado da arte do fazer e com aProf. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 14

tecnologia aplicada, considerando as caractersticas especficas do negcio, para poder cumprir responsabilidades ambientais.

com suas

Cada organizao tem a liberdade de adotar as formas que entender como mais adequadas para cumprir os requisitos desta norma; contudo, segundo as orientaes dadas pela Associao Portuguesa de Certificao APCER, quatro aspectos devem ser salientados como relevantes, para que as formas adotadas possam ser as mais eficazes: a possvel integrao do sistema de gesto ambiental com os restantes subsistemas da gesto global, como o sistema da qualidade ou o sistema de higiene e segurana; a adoo de medidas adequadas s caractersticas da organizao (dimenso, complexidade da estrutura, atividades, produtos, servios, mercados, sensibilidade do meio circundante etc.) e natureza das suas atividades (maior ou menor impacto no ambiente); as solues tcnicas encontradas para os problemas ambientais devem permitir o cumprimento da legislao e da poltica da organizao, com custos associados equilibrados; a anlise peridica do sistema de gesto ambiental, no sentido de que a avaliao da resultante permita identificar novas oportunidades de melhorar o sistema e/ou o desempenho ambiental.2.2.3.1 Poltica Ambiental

A ISO define a poltica ambiental como sendo a declarao da organizao sobre suas intenes e princpios relacionados com o seu desempenho ambiental global que prov uma estrutura para aes e para o estabelecimento dos seus objetivos e metas ambientais. Em linhas gerais, a poltica de uma organizao significa seu compromisso declarado e formalizado com um objetivo a ser entendido e perseguido por todas as pessoas da organizao. As orientaes estabelecidas pela poltica devem ser ... de carter permanente, apesar de alterveis em funo da legislao e regulamentao aplicvel, do mercado, da concorrncia, da sociedade, dos clientes, ou das necessidades de outras partes interessadas. Por isso, a Poltica deve ser revisada a intervalos de tempo prestabelecidos para manter a sua adequao. A Norma ISO 14001 pede que a alta administrao assegure que a sua poltica ambiental seja adequada natureza, escala e impactos ambientais das atividades, produtos e servios da organizao. Segundo o CB-38/SC-01/GRUPO DE INTERPRETAO, devemos entender por: Natureza , o tipo de atividades, produtos ou servios da organizao. Escala, o porte e abrangncia geogrfica das atividades, produtos e servios da mesma. Impactos ambientais: reconhecimento dos principais tipos de impacto. Desta forma, para a correta definio de uma poltica ambiental, faz-se necessrio uma devida compreenso dos processos, produtos e servios de uma organizao, a magnitude das conseqncias ambientais destes, bem como as peculiaridades ambientais do local onde esta est inserida. Ao se definir uma poltica ambiental um ponto tem que ser claramente contemplado e descrito no texto da poltica, a declarao de compromisso com a melhoria contnua do SGA e com a preveno da poluio. Como j mencionado no item 4.1, a norma ISO 14001 segue o modelo conceitual do ciclo de PDCA, que : planejar, executar, verificar e agir nos casos de desvios. Este modelo traduz a idia de um movimento contnuo, no qual sempre se persegue o aprimoramento dos processos. Para que seja possvel demonstrar a melhoria contnua faz-se necessrio a existncia de parmetros quantificveis que mostrem os resultados atuais e passados. D-se o nome de indicadores de desempenho para estes parmetros. A preveno da poluio, alm de um objetivo a ser perseguido, deve ser considerado um compromisso a ser assumido pela organizao, de tal sorte que deve ser internalizado como carter preventivo no controle e na busca de melhores opes tecnolgicas.Prof. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 15

O compromisso do atendimento legislao exige que a empresa conhea e atenda a todos os requisitos legais aplicveis. Este atendimento pode estar sendo realizado por compromisso formal firmado com a autoridade competente (normalmente o rgo ambiental) ou no, mas, de qualquer forma, o compromisso deve ser rigorosamente atendido por todos na organizao. O mesmo deve ser considerado em relao aos compromissos assumidos com normas tcnicas ambientais aplicveis e com ouros requisitos subscritos pela organizao, que so queles requisitos voluntrios que a empresa subscreveu sobre si ou para si, ou melhor dizendo, so queles declarados como valor e tornam-se regra dentro do ambiente institucional. Deve ser ressaltado que para a organizao assumir o compromisso de atender a legislao vigente, no mnimo, faz-se necessrio que se saiba a legislao que o negcio da organizao deve atender. Para isso deve ser levantada toda a legislao aplicvel, buscar apoio jurdico e recursos de informao e atualizao necessrios. O gestor deve estar atento, quando da definio da poltica ambiental, em orientar a organizao para que a mesma seja possvel e passvel de ser desdobrada em objetivos e metas ambientais. No item 4.3.3 da ISO 14001:2004 est estabelecida a necessidade da organizao em definir objetivos e metas ambientais. Desse modo, o ponto de partida para a definio destes ser manter coerncia com a sua maior diretriz que poltica ambiental. A poltica ambiental deve ser documentada, ou seja precisa ser formalmente instituda por um documento do sistema, que deve estar em vigor, mantido sempre atualizado e devidamente divulgado a toda a fora de trabalho. Recomenda-se que a poltica seja de fcil entendimento para que seja compreendida por todos. O gestor deve ter sempre em mente que, fora de trabalho e deve fornecer evidncias da sua compreenso da poltica de gesto, quando estas forem solicitadas. Para isso, deve ser feito um planejamento para a sensibilizao e conscientizao da fora de trabalho na poltica utilizando-se de meios e recursos os mais diversos quanto julgados apropriados, no qual o gestor, sempre que apropriado, deve buscar auxlio de pessoas, dentro ou fora da organizao, que tenham habilidades e/ou competncias na rea de educao ambiental; pedagogos da rea de treinamento em recursos humanos, por exemplo. Vrias so as formas de divulgao interna. Trataremos com mais detalhe no requisito de treinamento e conscientizao. Para a divulgao da poltica ao pblico externo, deve se, sempre que possvel, contar com a ajuda das reas jurdicas e de marketing, pois est em jogo a imagem da organizao perante as partes interessadas no negcio. As organizaes esto, cada vez mais, utilizado a Internet como meio de divulgao externa de sua poltica. Exemplos de Polticas Ambientais: a) Poltica Ambiental da SONY MUSIC (BRASIL) "A Filosofia da Sony Music (Brasil) garantir a satisfao total de nossos clientes, parceiros e colaboradores, por meio do crescimento contnuo da qualidade de nossos Produtos e Servios, bem como do Meio Ambiente, prevenindo contra a poluio ambiental e respeitando a legislao em vigor e o bom senso industrial. Ns enfatizamos o respeito a todos os nossos funcionrios e os encorajamos a atingirem a EXCELNCIA. Meio Ambiente A Sony Music (Brasil) se compromete a proteger o Meio Ambiente, buscando a melhoria contnua da nossa prtica de Gesto Ambiental com relao aos nossos produtos, processos e procedimentos, em todas as reas da Empresa.

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O desenvolvimento, a implementao e a manuteno desta Poltica, um compromisso da Administrao da Sony Music (Brasil) e uma responsabilidade compartilhada com os nossos empregados. A Sony Music (Brasil) reconhece como fundamental para o desenvolvimento da Poltica Ambiental da Empresa, que haja um comprometimento de todos os empregados e parceiros, com os seguintes princpios: - A Empresa tem o compromisso de cumprir com todas as leis e regulamentos referentes ao meio ambiente, bem como implementar programas que venham a atender ou mesmo a exceder estes requisitos mnimos, quando considerado de bom senso industrial; - Os Aspectos e Impactos Ambientais, devem ser considerados como elementos essenciais, na avaliao de novos projetos, produtos e processos; - Objetivos e Metas devem ser estabelecidos, visando a preveno da poluio atravs da reduo de desperdcios, da implementao de programas de reciclagem e da disposio adequada dos resduos no reciclveis; - Deve ser estabelecido um programa de desenvolvimento de processos produtos que vise a eliminao ou a reduo de uso de substncias nocivas ao meio ambiente, desde que vivel; - A conservao de energia, gua e outros recursos naturais devem ser encorajadas, atravs de programas de melhoria de eficincia industrial e/ou da introduo de novas tecnologias; - O Sistema de Gesto Ambiental da Sony Music (Brasil) e sua Poltica Ambiental, devem ser divulgados a todos os funcionrios e parceiros que trabalham na Empresa." Fonte: www.sonymusic.com.br/sonymusic/site/institucional/politicaincludes.asp Consultado dia 5/11/03 b) Poltica Ambiental RIPASA S/A "A RIPASA S/A - CELULOSE E PAPEL na conduo de seus negcios de fabricao e comercializao de celulose e papel, incluindo a produo de florestas plantadas, assegura que seu compromisso presente e constante a realizao dessas atividades, com prtica tcnica e economicamente viveis para a proteo do Meio Ambiente. Por este princpio estabelecem-se: Pleno conhecimento e disciplina no emprego desta poltica por todos da organizao, enfatizando o compromisso, responsabilidades de cada um e a importncia em buscar a melhoria do desempenho frente s questes ambientais; Respeito e cumprimento legislao ambiental vigente, compromissos assumidos e contnuo esforo na superao dos padres atuais; Manejo florestal para a produo sustentada de matria-prima renovvel, utilizando-se de tcnicas que compatibilizem ganhos de qualidade e produtividade com o uso racional dos recursos naturais; Sistema de Gerenciamento Ambiental estruturado para avaliar e controlar as atividades que causam impactos considerados significativos, estabelecer objetivos e metas, executar auditorias internas, efetuar anlises crticas e revises peridicas, visando a preveno da poluio e a melhoria contnua; Transparncia nas suas atividades e aes disponibilizando s partes interessadas, os resultados alcanados pela organizao, os objetivos e metas, revises desta Poltica e outras informaes relevantes.

Nosso Sistema de Gerenciamento Ambiental abrange a unidade industrial de Limeira/SP e os nossos parques florestais. A empresa moderna tem participao decisiva e meios adequados de produzir o desenvolvimento em equilbrio com o Meio Ambiente. A RIPASA reconhece sua responsabilidade e entende que esta Poltica e suas aes, so sua contribuio para que a natureza seja desfrutada por ns e, sobretudo, pelas geraes futuras." Fonte: www.ripasa.com.br/meio_ambiente.cfm?cg=EBXPoliticaAmbProf. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 17

Consultado no dia 5/11/03 c) Poltica Ambiental da IPIRANGA QUMICA"POLTICA AMBIENTAL

Reconhecendo a preservao da vida sob todas as suas formas de manifestao como o seu maior compromisso, as Empresas Petrleo Ipiranga com atuao no Brasil e exterior assumem como Poltica Ambiental Corporativa todas as aes que visam garantir a sade, segurana e conservao do meio ambiente, buscando atravs do desenvolvimento sustentvel, uma melhoria contnua da qualidade de vida. As EMPRESAS PETRLEO IPIRANGA atendero a todas as legislaes ambientais vigentes aplicveis a suas atividades e aos cdigos de prtica setoriais que as mesmas tenham aderido, visando a uma melhoria contnua e preveno da poluio e faro um contnuo esforo para: Promover a implantao de programas de gerenciamento ambiental e aes prticas de controle ambiental em todas as Empresas Ipiranga, controladas ou coligadas. Aumentar a conscientizao das responsabilidades ambientais em todos os nveis hierrquicos das Empresas Ipiranga e em seus clientes-fornecedores. Promover a implantao de projetos que promovam produtos, processos e servios que causem o menor efeito agressivo, buscando a preservao do meio ambiente. Minimizar a gerao e emisso de efluentes gasosos, lquidos e slidos, promover a implementao efetiva de procedimentos de controle e de programas de destinao, tratamento e reciclagem de resduos.

Cada empresa Ipiranga, controlada ou coligada, responsvel por preparar um programa de ao para assegurar a efetiva implantao desta poltica ambiental." Conselho Superior Maro de 2002 Fonte : http://ipirangaquimica.ipiranga.com.br/empresa/politica_ambiental.htm Consultado no dia 05/11/032.2.3.2 Planejamento: Aspectos Ambientais.

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosASPECTO E IMPACTO AMBIENTALAtividade, Produto ou Servio Derrame. Manuseio de PCB (ascarel) Tanque armazenador. Contaminao do solo ou da gua. % de Pb na formulao do produto Contaminao atmosfrica. Aspecto Impacto

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosASPECTO E IMPACTO AMBIENTALAtividade, Produto ou Servio Contaminao de solo, gua e ar Carregamento de caminhes tanque Aspecto Impacto

Gasolina.

Derrames

Degradao ambiental Exposio de pessoas

Transporte de cargas.

Emisses de escapamento.

Contaminao atmosfrica.

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4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosFluxograma Simplificado de ProcessoENTRADAS Materiais - Insumos - Energia-

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosFluxograma Simplificado de ProcessoENTRADAS PROCESSO - Caf - Filtro de papel - gua - Acar - Energia - Copos SADAS

PROCESSO

SADAS

- Aquisio de Matrias Primas - Fabricao - Disposio - Transporte

Produtos - Emisses Atmosfricas - Efluentes Lquidos - Resduos Slidos - Outras Partes

- Fabricar

e servir Caf

- Caf - Emisses Atmosfricas (vapor) - Efluentes Lquidos (gua, sobras de caf) - Resduos Slidos (borra, filtro de papel, copos usados) - Consumo de energia

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosResponsabilidade pela gerao do aspectoDireto - o aspecto gerado pela prpria empresa Indireto o aspecto gerado por terceiros contratados

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosNatureza do ImpactoQuanto natureza o impacto ambiental pode ser positivo (benfico) ou negativo (adverso). Exemplos: 1) Construo de aceiros Impacto positivo proteo da floresta contra incndios Impacto negativo eroso do solo e desmatamento. 2) Reciclagem de pneus

Esta informao vai sinalizar a necessidade de atuao junto a fornecedores, porque quem contrata coresponsvel pelos danos ambientais que porventura sejam causados ao meio ambiente

Impacto positivo reduo do descarte de pneumticos na natureza Impacto negativo resduos, consumo de energia, etc. comuns fabricao de pneumticos

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosAvaliao da relevncia do ImpactoA relevncia do impacto deve ser avaliada quanto aos fatores abrangncia, gravidade e probabilidade Para os fatores devem ser estabelecidos critrios de graduao atravs de ponderao (definio de pesos diferentes conforme o grau), a fim de facilitar avaliao final.

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosAbrangncia do ImpactoGrau de extenso do dano ao meio ambienteLocal dentro dos limites da empresa ultrapassa os limites da empresa ultrapassa o municpio da empresa

Regional

Global

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosGravidade do ImpactoGrau de gravidade em relao a resilincia ambiental, ou seja, em relao a capacidade que um ecossistema tem de sofrer perturbaes e absorv-las, sem perder suas propriedades fundamentais nem deixar de cumprir suas funes mais importantes

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosProbabilidade/Freqncia do ImpactoEm situao normal e anormal mede-se a freqncia que ocorre o aspecto associado. Em situao de emergncia mede-se o grau de risco de sua ocorrncia pouco freqente/provvel de ocorrer Freqente/provvel que ocorra Muito freqente/provvel que ocorra

Baixa

danos pouco significativos e reversveis danos considerveis e reversveis a mdio prazo Danos severos e irreversveis

Baixa Mdia

Mdia

Alta

Alta

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4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosFiltros de SignificnciaPara que um impacto seja considerado significativo sua anlise deve levar em considerao os chamados filtros de significncia. Como base metodolgica sugere-se os seguintes filtros: Existncia de requisitos legais ou subscritos Poltica Ambiental; Partes Interessadas; Situaes de controle. O que procuraremos medir o grau de relacionamento dos aspectos identificados com os filtros

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosProbabilidade/Freqncia do ImpactoEm situao normal e anormal mede-se a freqncia que ocorre o aspecto associado. Em situao de emergncia mede-se o grau de risco de sua ocorrncia pouco freqente/provvel de ocorrer Freqente/provvel que ocorra Muito freqente/provvel que ocorra

Baixa Mdia Alta

Fraco ou inexistente Mediano Forte

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosCritrio para identificao dos aspectos ambientais significativosAps somar todos os graus dados, os aspectos so considerados como irrelevantes, no significativos e significativos, de acordo com a metodologia proposta.

4.3.1 Aspectos ambientais - ConceitosAspectos ambientais significativosSo aspectos em que h real ou potencialmente a capacidade de impactar o meio ambiente. Aes gerenciais devem ser priorizadas atravs de programas de gesto.

Aspectos ambientais significativos de responsabilidade direta da organizao devem ser objetos de planos de ao de melhorias e considerados no mbito do SGA. Aspectos ambientais significativos de responsabilidade indireta da organizao devem ser objetos de polticas e aes especficas em relao aos fornecedores e considerados no mbito do SGA.

Ateno! A metodologia proposta deve ser freqentemente testada e questionada quanto a sua consistncia. E caso procedente modificada e melhorada.

Para que possamos planejar de modo eficaz um sistema de gesto ambiental fundamental ter os aspectos e impactos ambientais levantados, o que deve ser feito antes da implantao efetiva do sistema. Ou melhor dizendo, a primeira etapa de implantao de um sistema de gesto ambiental em uma organizao levantar os aspectos e impactos ambientais dos produtos ou servios de uma organizao em relao ao meio ambiente. A norma considera aspecto ambiental como o elemento das atividades, produtos ou servios de uma organizao que pode interagir com o ambiente. Fica subentendido na definio, o carter potencial do aspecto, ou seja, este pode vir a causar um impacto ao meio ambiente. Estes podem ser potencialmente benficos ou malficos ao meio ambiente. Um aspecto ambiental significativo aquele que tem ou pode ter um impacto ambiental significativo. Por significativo deve ser entendida uma situao potencial que pode causar um dano real que no pode ser tolerado. A organizao necessita identificar este tipo de aspecto, e propor medidas mitigadoras para garantir a segurana ambiental das suas atividades, produtos e servios. Exemplos de aspectos so: probabilidade de emisso de efluentes lquidos de um oleoduto, probabilidade de uma torre de transmisso de energia, um reator nuclear, a emisso de uma chamin, uma estrada, descarga de nibus urbano. Segundo a norma, impacto ambiental ... qualquer mudana no ambiente, quer adversa ou benfica, inteira ou parcialmente resultante das atividades, produtos ou servios de uma organizao. O impacto ambiental essencialmente antrpico pela definio da norma, ou melhor, resultante da interao humana com o meio ambiente; e da mesma maneira que os aspectos ambientais, os impactos podem ser benficos ou adversos ao meio ambiente. Exemplos de impactos: alterao da qualidade das guas do mar decorrente de um vazamento de leo, supresso da vegetao nativa decorrente da queda de uma torre, alterao da qualidade do ar decorrente de umProf. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 20

vazamento de material radioativo, alterao da qualidade do ar decorrente da emisso de poluentes oriundos da queima incompleta de combustvel fssil, alterao da qualidade do ambiente decorrente da emisso de rudos do trnsito de veculos, poluio atmosfrica devido emisso de CO2 oriunda de uma fonte estacionria. A relao entre aspecto e impacto ambiental de causa e efeito: um impacto pode ser a resultante de um aspecto ambiental que no foi gerenciado corretamente ou no foi controlado como apropriado. Podemos tambm considerar os aspectos e impactos ambientais como diretos e indiretos. Diretos so aqueles que podem ser atribudos diretamente ao pretendida, ou seja, resultantes das operaes em que a organizao pode exercer e manter controle. Indiretos so os indiretos, ou os que introduzem alteraes, e normalmente incluem os investimentos associados e as alteraes do modelo das atividades sociais e econmicas passveis de ser estimuladas ou induzidas pela ao pretendida, ou seja, no so resultantes das operaes da organizao, mas sobre os quais a mesma pode exercer alguma influncia para alcanar e manter o controle.

Exemplos:Aspecto Diretos Aspecto Indiretos

matria prima usada na fabricao de carros, por exemplo, ao.

produo da matria prima desde a mina at a indstria siderrgica.

Matria prima usada na fabricao de leo combustvel, por exemplo, nafta. Tabela I

Produo da nafta e a sua logstica de transporte at a rea de mistura.

Aspectos indiretos ainda so encarados de forma inadequada por grande parte das organizaes, porm cada vez mais se torna realidade a exigncia de um adequado controle destes aspectos para fornecedores de grandes organizaes comprometidas com uma gesto ambiental consistente. Isto porque, como a organizao tem alguma influncia em seus fornecedores, os aspectos externos devem ser levados em considerao dentro do processo de aquisio. E cada vez mais se fortalece a tendncia de se elaborar uma Anlise do Ciclo de Vida do Produto, o qual definir todos os aspectos ambientais que devero ser controlados desde a concepo, uso de materiais, produo, consumo e destinao final. Citamos abaixo um primeiro exemplo, da Ford, retirado da reportagem sobre esta empresa que foi publicada no jornal Valor Econmico - Prmio Valor Social 2001. Antes que qualquer material, produtivo ou no-produtivo, possa entrar nas fbricas da Ford, ele passa por uma rigorosa anlise com relao aos seus efeitos ambientais. Essa verificao feita pelo Laboratrio de Toxicologia, com o exame qumico de seus componentes. A anlise se estende s instalaes dos fornecedores, de seus processos produtivos e destinao dada aos resduos. A Ford estabeleceu um prazo para todos os seus fornecedores se enquadrarem na certificao da ISO 14000. O no cumprimento implicar descredenciamento. No entanto, no se trata de uma mera imposio. As reas de compras, sade e engenharia ambiental trabalham em parceria para orientar e auxiliar os fornecedores a se enquadrarem na norma. Muitos fornecedores tm-se beneficiado da experincia acumulada pela Ford nessa rea para aprimorar seus processos ambientais: mais de 35 deles j se certificaram e outros 120 esto a caminho da certificao ainda em 2001. Tambm podemos subdividir os aspectos e impactos ambientais diretos em primrios e secundrios. Primrios resultantes das operaes da organizao em que a mesma pode exercer e manter controle. Secundrios no so resultantes das operaes da organizao, mas a mesma pode exercer e manter controle.Prof. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 21

Exemplos:Aspecto primrio Aspecto secundrio

Sucata de matria prima usada na fabricao de carros, por exemplo, ao. Efluentes resultantes da fabricao de leo combustvel, por exemplo, borra de petrleo. Tabela II

Rejeitos do refeitrio da fbrica. Descarte de documentos contbeis aps prazo de temporalidade.

Estes so alguns exemplos; com toda certeza, se desejarmos poderemos enumerar uma grande variedade. Outro ponto importante quanto ao conceito de aspecto e impacto ambiental se eles so positivos ou benficos e negativos ou adversos. Impacto Positivo ou Benfico - quando a ao resulta na melhoria da qualidade de um fator ou parmetro ambiental. Impacto Negativo ou Adverso - quando a ao resulta em um dano qualidade de um fator ou parmetro ambiental. Exemplos:Impacto negativo Impacto positivo

Uso excessivo de gua potvel na fabricao de carros. Lixo urbano. Tabela III

Tratamento de efluentes de produo e esgoto para aproveitar como gua do processo. Reciclagem de latas de alumnio.

A organizao tem que ter uma metodologia e critrios a serem adotados para identificao de aspectos ambientais de suas atividades, produtos e servios e para avaliao dos aspectos que possam causar impactos ambientais significativos. No requerido que a empresa apresente um procedimento documentado sobre a identificao dos aspectos ambientais. Porm esta uma prtica regular e consagrada no pas. Uma sistemtica consistente de identificao de aspectos ambientais, no documentada, mas verificada quanto sua eficcia pode ser aceita. Listagens, registros em software e/ou mdia especfica so os meios mais comuns de evidenciar a atualizao de informaes no contexto dos aspectos ambientais, porm outra maneira pode ser aceita, se ela estiver consistente com o modelo do SGA implantado.2.2.3.3 Planejamento: Requisitos Legais e Outros

Como j mencionado um dos principais compromissos do SGA refere-se ao cumprimento dos requisitos legais (municipais, estaduais, federais e internacionais) e outras requisitos e regras que a organizao entenda que deva atender. Para isso, o SGA deve ter um dispositivo de controle para garantir que as exigncias legais, e de outras requisitos subscritos pela organizao (por exemplo, regulamentos internos, normas especficas, prticas empresariais, diretrizes do setor, contratos firmados com clientes, etc...) relativas ao meio ambiente sejam identificadas, conhecidas, documentadas, disponveis, entendidas e atualizadas (sempre que necessrio) pela organizao. No Brasil os principais dispositivos legais podem ser classificados em: Constituio Federal - complexo de normas jurdicas fundamentais. a lei maior de um pas. Constituio Estadual - cada unidade da federao tem a sua.Prof. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 22

Lei Orgnica - uma espcie de constituio municipal. Cada municpio tem a sua. Lei - dispositivo legal elaborado e votado pelo Poder Legislativo. Pode ser federal, estadual ou municipal. Decreto - instrumento legal que, via de regra, regulamenta uma lei. A exemplo da lei, tambm pode ser federal, estadual ou municipal. Medida Provisria - diploma legal emanado do Executivo Federal, em caso de urgncia e relevncia, assim considerado a critrio do presidente da Repblica. Necessita ser submetida ao Congresso Nacional. Resoluo - ato administrativo expedido por organismos internacionais, nacionais, assemblias e outros, que visa a execuo de determinaes ou de leis. Portaria - ato administrativo de qualquer autoridade pblica, que contm instrues acerca de aplicao de leis ou regulamentos ou qualquer determinao de sua competncia. Obs. No Anexo 1 encontra-se a relao da legislao federal aplicada a industria do petrleo. semelhana do que j foi mencionado para o processo de aspectos ambientais, para este item tambm no obrigatrio que as organizaes documentem um procedimento para o cumprimento deste requisito, o que a norma NBR ISO 14001 requer que a organizao tenha um procedimento para identificar e ter acesso legislao e outros requisitos, por ela subscrito, aplicveis aos aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou servios. Para atendimento deste requisito da norma fundamental o conhecimento e a aquisio de toda a legislao pertinente s atividades da organizao. Se a organizao possuir um setor jurdico, recomendvel que os advogados tenham uma iniciao em legislao ambiental. Caso a organizao no tenha esta facilidade, recomendvel uma ajuda especializada na pesquisa da legislao e anlise da sua aplicabilidade na organizao. Um ponto de partida muito praticado recuperar toda a documentao envolvida na obteno das licenas ambientais (prvia, instalao e operao). Todas as correspondncias existentes entre o rgo ambiental e a empresa devem ser resgatadas. Os critrios e atribuies do processo de licenciamento ambiental encontram-se descrito na RESOLUO CONAMA N 237, de 19 de dezembro de 1997, da qual retiramos os seguintes esclarecimentos sobre as licenas mencionadas: Art. 8 - O Poder Pblico, no exerccio de sua competncia de controle, expedir as seguintes licenas: I - Licena Prvia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localizao e concepo, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bsicos e condicionantes a serem atendidos nas prximas fases de sua implementao; II - Licena de Instalao (LI) - autoriza a instalao do empreendimento ou atividade de acordo com as especificaes constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. III- Licena de Operao (LO) - autoriza a operao da atividade ou empreendimento, aps a verificao do efetivo cumprimento do que consta das licenas anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operao. Pargrafo nico - As licenas ambientais podero ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, caractersticas e fase do empreendimento ou atividade. Quando toda a documentao referente s licenas estiver disponvel, passa-se a identificar a legislao relativa aos aspectos ambientais significativos das atividades, produtos ou servios da organizao. Neste momento, deve ser realizada uma pesquisa junto ao rgo ambiental e a associao de classe pertinente. Uma forma que facilita bastante esta atividade a aquisio de um software sobre legislao ambiental com servio de atualizao contnua ou estabelecer convnios com as entidades que possuam a legislao atualizada. Neste campo, o Dirio Oficial da Unio ou Estado so exemplos de importantes fontes de informao.Prof. Jos Aurlio S. Ferreira Pgina 23

Para garantir o seu controle, a organizao dever manter registros (lista, tabela, base de dados etc.), em arquivo fsico ou em meio eletrnico (Internet, bases de dados etc.), sempre atualizados da legislao aplicvel, de tal forma que possam ser facilmente acessados sempre que necessrio. Estes registros podem ser organizados por temas (ar, gua, solo, resduos...) e/ou subtemas (captao de gua, gerao de efluentes...); podem ainda assumir a forma de uma tabela, organizada por atividades, na qual se identifica, no s a legislao, mas tambm as obrigaes da resultantes (registros a gerar, relatrios a enviar a entidades pblicas etc.). Segundo o CB-38: "Todos os requisitos legais (no est restrito aos requisitos originados pelos rgos do SISNAMA) que influenciem a operao e/ou levam a controles/monitoramento de aspectos e impactos ambientais so considerados aplicveis aos aspectos ambientais das atividades, produtos e servios da organizao. So tambm considerados aplicveis os requisitos legais que definem aes administrativas, tais como obteno/publicao de licenas, outorgas, cadastros e autorizaes." Licenas ambientais, quando exigidas, so documentos bsicos e aplicveis. Nos casos de dvida quanto exigibilidade, a consulta ao rgo ambiental competente, por parte da organizao que est implementando seu SGA, condicionante. necessria a obteno da Licena, para obter uma certificao ambiental; o protocolo de entrada no rgo ambiental s ser vlido em renovaes. Acordos com o Ministrio Pblico so tambm requisitos legais. Ento deve-se dar ateno especial s licenas de operao fornecidas pelos rgos ambientais, pois de extrema importncia demonstrar que todas as condicionantes so atendidas, e em caso de eventuais desvios entre as condicionantes e a realidade da operao, um plano de ao em comum acordo deve ser estabelecido junto ao rgo (recomenda-se que numa primeira anlise da conformidade da licena de operao, sejam atendidas todas as observaes que possam estar pendentes no verso da licena). Alm disso, qualquer divergncia legal deve estar mutuamente aceita pelo rgo ambiental e, quando for o caso, com o Ministrio Pblico, como o caso, por exemplo, do Termo de Ajustamento de Conduta. Existe um rgo ambiental a nvel federal, o IBAMA, e rgos ambientais para cada estado, como FEEMA e CETESB, no Rio de Janeiro e So Paulo respectivamente. Suas atribuies esto definidas na RESOLUO CONAMA N 237, de 19 de dezembro de 1997, que dispe sobre o Licenciamento Ambiental. Segundo a norma., alem dos requisitos legais aplicados a organizao dever atender aos requisitos subscritos, os quais so entendidos como aqueles que a organizao estabelece como necessrios para a sua atuao responsvel, mesmo que no estejam estabelecidos em legislao ou que transcendam. Estes requisitos aps internalizados passam a ter fora de lei. O CB-38 coloca alguns casos entendidos tradicionalmente como requisitos subscritos, que so Atuao Responsvel, Carta CCI, contratos com Fundos de Financiamento (BNDES, IFC), contratos com clientes (ex.: retorno de embalagens).2.2.3.4 Planejamento: Objetivos, Metas e programa(s)

Objetivos e metas norteiam as organizaes para a direo que elas estabeleceram como favorveis aos seus negcios e as ajudam a traduzir em aes suas pretenses. Os objetivos ambientais devem ser entendidos como mais gerais do que as metas. Por objetivo ambiental, pode se entender o propsito ambiental global, decorrente da poltica, que uma organizao se prope a agir, sendo quantificado sempre que exeqvel; Meta ambiental, uma exigncia de desempenho pormenorizada, quantificada, sempre que exeqvel, sempre relativa a um determinado objetivo, e com prazo determinado para a sua efetiva realizao. A seguinte passagem do filme Alice no pas das maravilhas demonstra de forma um tanto quanto irnica a importncia em se estabelecer objetivos e metas para um negcio: Alice: - Que direo devo ir ?. Gato Risonho: - Isto depende para onde voc quer ir.. Alice: - Eu no sei... Gato: - Ento no importa o caminho que voc escolher.

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Com maior clareza, o que se procura quando so estabelecidos objetivos e metas a serem perseguidas pelo sistema de gesto ambiental orientar o desempenho ambiental da organizao. O ideal que os objetivos e metas ambientais sejam definidos na fase de planejamento estratgico, envolvendo a alta cpula da organizao. Isto pode facilitar a integrao da gesto ambiental com os outros sistemas de gesto da organizao. Os objetivos e metas ambientais devero ser coerentes com a poltica ambiental definida pela organizao, tendo como base os temas e os eixos de ao prioritrios nela definidos e que sejam levadas em considerao medidas preventivas, quando apropriado. Devem ser documentados, mensurveis, sempre que possvel, e definidos para qualquer setor ou funo organizacional na qual se deseje obter melhorias no desempenho ambiental. Para estabelec-los, uma organizao deve levar em conta as constataes relevantes do diagnstico preliminar e os aspectos ambientais e impactos associados. No estabelecimento de objetivos, deve ser mantida as orientaes dada ao sistema, focando os seus trs principais pilares, a saber: preveno a poluio, atendimento aos requisitos legais e melhoria contnua. Devem ser considerados os aspectos ambientais significativos, os requisitos legais e outros requisitos no atendidos, a viso das partes interessadas, aspectos financeiros, aspectos operacionais e as melhores opes tecnolgicas disponveis quando economicamente vivel, rentvel e julgadas apropriadas. A referncia aos requisitos financeiros da organizao no implica necessariamente que as organizaes sejam obrigadas a utilizar metodologias de contabilidade de custos ambientais. Mas se esta assim o fizer obter dados mais consistentes para sua avaliao. Limitaes oramentrias conjunturais em relao aos objetivos e metas devem ser objeto de uma anlise crtica pela alta administrao com as respectivas justificativas e aes mitigadoras. Programas de Gesto Ambiental Este requisito da norma est diretamente relacionado com o anterior e consiste na definio de aes, atribuio de responsabilidades, disponibilizao de recursos financeiros necessrios e definio de prazos para que se atinjam os objetivos e metas ambientais definidos. A criao e o uso de um ou mais programas so elementos essenciais para a implementao bemsucedida de um sistema de gesto ambiental. recomendado que o programa descreva de que forma os objetivos e metas da organizao sero atingidos incluindo cronogramas e pessoal responsvel pela implementao da poltica ambiental da organizao. Este programa pode ser subdividido para abordar elementos especficos das operaes da organizao. recomendado que o programa inclua uma anlise ambiental para novas atividades. O programa pode incluir, onde apropriado e exeqvel, consideraes sobre as etapas de planejamento, projeto, produo, comercializao e disposio final. Isto pode ser efetuado tanto para atividades, produtos ou servios atuais quanto para os futuros. No caso de produtos, podem ser abordados projetos, materiais, processos produtivos, uso e disposio final. Para instalaes ou modificaes significativas de processos, podem ser abordados: o planejamento, projeto, construo, comissionamento, operao e, na ocasio apropriada determinada pela organizao, o descomissionamento das atividades. Comissionamento o processo durante o qual os componentes e sistemas de uma instalao so tornados operacionais e verificados quanto sua conformidade em relao aos critrios de projeto e desempenho. Descomissionamento o processo pelo qual os componentes e sistemas de uma instalao so retirados de operao, de forma planejada, controlada e documentada. (Anexo A ISO 14001) Pode-se aplicar a ferramenta de 5W-2H na formulao de programas ambientais, definindo: O que (What) deve ser feito, Quem (Who) o responsvel, Quando (When) prazo para execuo, Onde (Where) local aplicado, Por que (Why) o motivo para se fazer, Como (How) deve ser feito e Quanto Custa ( How much)?. O exemplo a seguir procura demonstrar um programa bastante simples, que apresenta o objetivo ambiental com seu respectivo detalhamento em metas, aes, meios, responsveis e prazos.

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Objetivo: Reduzir as emisses de Compostos Orgnicos Volteis (COV) no ar em 10% em 2002 Meta: Baixar em 80% as emisses de diclorometano relativamente at 12/ 2002 Aes Meios Responsveis Prazos At Out/02

Ligar todos os condutos de exausto $ 500.000,00 (materiais + Chefe da manuteno das estufas que secam produtos mo de-obra interna) lavados com diclorometano a um s conduto de sada. Adquirir um lavador de gases para $5.000.000,00 (Alemanha) Diretor Tcnico Executivo tratar os gases desta conduta de sada. Instalar o lavador de gases adquirido. $150.000,00 (mo-de-obra Chefe da manuteno interna + tcnico alemo)

At Out/02 At Dez/02 At Dez/02

Fazer a ligao da sada do lavadores $50.000,00 (materiais + Chefe da manuteno de gases ETDI para tratamento do mo-de-obra interna) efluente. Elaborado por: Aprovado por: Tabela IV

Em: 05/06/2002 Rev.-02

Um programa de gesto ambiental pode tomar formas mais complexas dependendo dos recursos disponveis dentro da organizao, como por exemplo com o uso do programa de computador da Microssoft o MS Project para este fim. A amplitude do programa vai depender, em particular, das capacidades financeiras, tecnolgicas e humanas da organizao. O programa de gesto ambiental deve ser continuamente acompanhado quanto ao seu grau de concretizao, devendo ser periodicamente reexaminado e, em caso de necessidade, reajustado. Tal como os objetivos e metas ambientais, o programa de gesto ambiental deve ser aprovado pela Alta Direo de forma a garantir que os meios e recursos necessrios sua concretizao sejam previamente assegurados.2.2.3.6 Recursos, funes, responsabilidades e autoridades

A implementao bem sucedida de um sistema de gesto ambiental requer o comprometimento de todos os empregados da organizao. Portanto, recomendado que as responsabilidades ambientais no se restrinjam funo ambiental, podendo incluir tambm outras reas da organizao, tais como a gerncia operacional ou outras funes no especificamente ambientais. recomendado que o comprometimento comece nos nveis gerenciais mais elevados da organizao. recomendado que, como parte do seu comprometimento, a alta administrao designe seu(s) representante(s) especfico(s), com responsabilidade e autoridade definidas para a implementao e manuteno do sistema de gesto ambiental. No caso de grandes ou complexas organizaes, podem existir mais de um representante designado. Em pequenas e mdias empresas, essas responsabilidades podem ser assumidas por apenas um indivduo. igualmente recomendado que a alta administrao assegure o fornecimento de um nvel apropriado de recursos para garantir a implementao e manuteno do sistema de gesto ambiental. tambm importante que as principais responsabilidades do sistema de gesto ambiental sejam bem definidas e comunicadas ao pessoal envolvido. recomendado que o representante da Direo (RD), que possui responsabilidades executivas para a implantao e manuteno do sistema de gesta ambiental, seja, ou um elemento proveniente da 1 linha de gesto da organizao, ou, no sendo proveniente da 1 linha, seja ligado diretamente a esta, tendo funes

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executivas na rea ambiental (Exemplos: gerente, diretor geral, diretor do ambiente, diretor da qualidade e ambiente). Este enunciado no significa que o representante da direo tenha que ser um diretor, mas sim um elemento da Direo. O que essencial para o bom desempenho do SGA o entrosamento do RD com a equipe de Direo e a sua liberdade, autoridade e legitimidade organizacional para poder assegurar execuo as tarefas acima referidas. Para dar cumprimento a este requisito da norma, necessria a definio clara das responsabilidades e da autoridade para as funes dos que gerenciam (todos os nveis hierrquicos), executam (funes relacionadas com as reas produtivas/executantes) e verificam (funes mais relacionadas com o controle ambiental) atividades subordinadas ao sistema de gesto ambiental. igualmente essencial que a organizao defina de forma clara as qualificaes (por exemplo, formao escolar e profissional, experincia profissional e treino) mnimas para um colaborador poder desempenhar uma funo sem comprometer o desempenho ambiental e os compromissos legais e voluntrios assumidos. A definio das qualificaes mnimas para desempenhar adequadamente uma funo particularmente importante quando a atividade desenvolvida est, de alguma forma, relacionada com aspectos ambientais significativos ou com o controle e gesto ambiental. A flexibilidade, polivalncia ou critrios de substituio devem ser definidos respeitando as qualificaes mnimas definidas para as funes. No raro que ao iniciarmos um processo de implantao de um sistema de gesto nos deparemos com empresas que no possuam uma estrutura voltada para rea ambiental definida ou, ainda, em alguns casos, nem estrutura organizacional esteja definida. No primeiro caso, precisa-se inicialmente definir as responsabilidades que esta rea ter e o seu nvel de relacionamento dentro da organizao. Constatamos que as organizaes que obtiveram melhores resultados na implantao de um SGA foram aquelas que estabeleceram nveis superiores de relacionamento para esta rea, como por exemplo, ligada diretamente presidncia, ou seja, criao de uma Diretoria ou Superintendncia Ambiental. Uma forma tradicional para descrever a estrutura organizacional atravs de organogramas funcionais e seus respectivos manuais de descrio de cargos. Porm, nos casos de atribuies especficas para rea ambiental, pode ser mais apropriado fazer a descrio atravs de uma matriz de atribuies (ver exemplo na tabela abaixo) no prprio manual de gesto ambiental e as descries detalhadas sobre as atividades dos processos em procedimentos sistmicos ou instrues operacionais.

MATRIZ DE ATRIBUIES E RESPONSABILIDADES

Supervisor 1

Operador 1 Operador 2x x

Operador 3x

4.1 3.2 4.3 4.3.1 4.3.2

Requisitos Gerais Poltica Ambiental Planejamento Aspectos ambientais Requisitos legais e outros x x x x x x x x x x x x x x

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Operador 4

Presidente

Diretor X Diretor Y

Chefe A Chefe B

Chefe C Chefe D

ELEMENTOS DA NBR ISO 14001

Supervisor 2 Supervisor 3

RD

MATRIZ DE ATRIBUIES E RESPONSABILIDADES

Supervisor 1

Operador 1 Operador 2x x x x x x

Operador 3x x x

4.3.3 4.4 4.4.1 4.3.2 4.4.3 4.4.4 4.4.5 4.4.6 4.4.7 4.5 4.5.1 4.5.2 4.5.3 4.5.4 4.5.5 4.6

Objetivos e metas e Programa(s) Implementao e Operao

x

x

x

Recursos, funes, responsabilidade x e autoridades Competncia, Treinamento conscientizao Comunicao Documentao Controle de documentos Controle operacional Preparao emergncias Verificao Monitoramento e medio Avaliao do atendimento requisitos legais e outros de e respostas a e

x

x x

x

x x

x

x

x

x x x x x x x x x x x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

No-conformidade e aes corretiva e preventiva Registros Auditoria do sistema de gesto ambiental Anlise pela Administrao x x x

x x x x x x x x x x x x

Tabela V

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Operador 4

Presidente

Diretor X Diretor Y

Chefe A Chefe B

Chefe C Chefe D

ELEMENTOS DA NBR ISO 14001

Supervisor 2 Supervisor 3

RD

A Norma NBR ISO 14004 indica uma abordagem para o desenvolvimento de responsabilidades ambientais, conforme exemplo a seguir:Estabelecer a orientao geral Presidente, Executivo Principal, Diretoria Desenvolver objetivos, metas e programas ambientais Gerentes envolvidos Assegurar o cumprimento dos regulamentos Gerente Geral Operacional Identificar as expectativas dos clientes Pessoal de vendas e de marketing Desenvolver e manter procedimentos contbeis Gerentes financeiros e contbeis Desenvolver a poltica ambiental Presidente, Executivo Principal, Gerente de Meio Ambiente Monitorar o desempenho global do SGA Gerente de Meio Ambiente Assegurar a melhoria contnua Todos os Gerentes Identificar as expectativas dos fornecedores Pessoal de compras e contratao Cumprir os procedimentos definidos Todo o pessoal

Tabela VI NOTA - No caso das pequenas e mdias empresas, a pessoa responsvel pode ser o prprio proprietrio.2.2.3.7 Competncia, treinamento e conscientizao

Os princpios de gesto que fundamentam as normas da famlia ISO 14000 e ISO 9000 enfatizam a importncia da gesto dos recursos humanos e da necessidade de treinamento adequado. Fruto desta importncia, e consciente da dificuldade que as organizaes encontram de implementar este requisito de forma eficaz, a ISO emitiu a norma 10015, Gesto da qualidade Diretrizes para treinamento, cuja finalidade fornecer diretrizes para orientar as organizaes e seu pessoal para os assuntos relacionados a treinamento. Antes de prosseguir, precisamos definir os termos, treinamento e competncia pela ISO 10015: Competncia Aplicao do conhecimento, habilidades e comportamento no desempenho. Treinamento Processo para desenvolver e prover conhecimento, habilidades e comportamento para atender requisitos Pelas definies acima podemos notar que o treinamento por si s no garante que os resultados planejados sejam alcanados, precisamos ter associado a funo competncia. Competncia uma capacidade de executar uma tarefa no "mundo real". Uma pessoa competente em alguma rea se demonstrou, atravs de realizaes passadas, a capacidade de executar uma determinada tarefa. Para se aplicar um processo de treinamento de forma eficaz necessrio que haja planejamento e sistematizao. A norma de treinamento da ISO recomenda que para selecionar e implementar o treinamento com a finalidade de reduzir as lacunas entre as competncias requeridas e as existentes, devem ser cumpridos os seguintes passos: a) definio das necessidades de treinamento; b) projeto e planejamento do treinamento; c) execuo do treinamento; d) avaliao dos resultados do treinamento.

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Para assegurar os conhecimentos e as habilidades necessrias ao cumprimento dos objetivos e metas ambientais, a organizao deve investir no treinamento de seus empregados. Os programas de treinamento implementados em toda organizao, devem fornecer as ferramentas necessrias para que todas as pessoas envolvidas no processo executem suas tarefas com eficincia e competncia, tendo conhecimento do impacto que suas atividades podem causar ao meio ambiente, caso sejam executadas de forma incorreta. Um programa de educao ambiental de carter interno em sua organizao ter um valor inestimvel para o sucesso da implementao do SGA, pois medida que conquistamos mais adeptos com a causa de preservao ambiental, aumentar a motivao do corpo funcional para na busca do sucesso do sistema. Este programa deve comear no incio da implantao do SGA, uma vez que se trata de conscientizao sobre o meio ambiente de forma genrica, sem necessidade de ser especificamente voltado para ISO 14001. Se a Poltica Ambiental j estiver definida uma boa oportunidade para comear a sua difuso pela organizao de forma a atingir a todos os empregados.. importante notar que a norma menciona o pessoal que executa tarefas que possam causar impactos ambientais, incluindo-se a os subcontratados, cujas tarefas possam criar um impacto significativo sobre o meio ambiente, e desse modo tambm devem receber treinamento adequado. Um cruzamento de funes com o levantamento de aspectos e impactos ambientais a melhor ferramenta para identificar o pessoal que necessita de treinamento especfico. O CB-38 esclarece que, no que se refere ao requisito de treinamento, como a norma no menciona funes chave, entende-se que todas as funes, independente de seu aspecto hierrquico funcional, que desempenham tarefas com possibilidade de causar impacto significativo, devem ser competentes com base em educao, treinamento e/ou experincia apropriados.