apostila - ii nr-10

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CURSO BSICO DE SEGURANA EM INSTALAES E SERVIOS EM ELETRICIDADE

MDULO DE PREVENO E COMBATE A INCNDIO E PNICO

Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros

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APRESENTAO

Tendo em vista o crescente desenvolvimento industrial e a infinidade de produtos diariamente utilizados em todos os campos da sociedade, tornaram-se mais rgidas as normas das seguradoras, exigindo cada vez equipamentos mais sofisticados para o controle de emergncias diversas; alm de uma preveno cada vez mais eficiente em todos segmentos.

Mas, de nada adianta a diversidade de equipamentos, de custos vultosos, sem a presena de fator humano, que de importncia primordial para o bom funcionamento dos sistemas e a interveno nos mais diversos sinistros.

funo do Brigadista de Incndio, alm de cumprir suas obrigaes como funcionrio de empresas, cumpre tambm seu papel como Cidado do fogo, como Fora Emergencial em toda e qualquer situao onde a interveno qualificada e corajosa se faam necessrias. Para tanto, necessrio um constante treinamento e aperfeioamento daqueles que abraam a to fascinante e gratificante profisso, adequando-se aos processos tcnicos e legais, os quais evoluem diariamente no imenso quadro de PREVENO E COMBATE A INCNDIOS E PNICO.

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INDICEASSUNTO MDULO DE COMBATE A INCNDIO INTRODUO.......................................................................... TEORIA DO FOGO ................................................................. PROPAGAO DO CALOR ................................................... MTODOS DE EXTINO ...................................................... CLASSES DE INCNDIO ........................................................ AGENTES EXTINTORES ........................................................ EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCNDIO ..................... EQUIPAMENTOS DE DETECO E ALARME ..................... PREVENO DE INCNDIO .................................................. ABANDONO DE REA ........................................................... MDULO DE PRIMEIROS SOCORROS SINAIS VITAIS.......................................................................... AVALIAO DE PACIENTES.................................................. DESOBSTRUO DE VIAS AREAS..................................... RESSUSCITAO CRDIO-PULMONAR.............................. ESTADO DE CHOQUE............................................................. HEMORRAGIAS E FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES...... TRAUMATISMO DE EXTREMIDADES.................................... EMERGNCIAS MDICAS E CLNICAS................................. QUEIMADURAS E CHOQUE ELTRICO................................ 60 61 70 76 81 84 87 89 99 08 11 24 26 29 31 42 43 49 51 PGINA

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros INTRODUO Tem o presente trabalho a finalidade de fornecer informaes que adicionadas a objetivos e metas, possam capacitar e dar subsdios tcnicos para o bom despenho das atividades no campo de Preveno e Combate a Incndios e Pnico. A equipe de brigadistas nas empresas tem por finalidades fazer uma preveno segura, conservando os equipamentos manutenidos e em condies perfeitas de

funcionamento. bom ressaltar que os princpios de incndios devem ser combatidos por qualquer funcionrio da empresa, desde que possua habilidades no manuseio dos aparelhos extintores de incndio. Logo, quando o incndio tiver alcanado maiores propores, somente o bombeiro militar ter condies de combat-lo. Diante disto compete ao leitor, estudante deste manual e futuro Brigadista, aprofundarse cada fez mais na busca do saber, transmitindo os conhecimentos adquiridos a um maior nmero de pessoas, tornando-se assim um agente multiplicador em favor da difuso da preveno contra incndio e pnico. Caber a este agente prevencionista avaliar os riscos existentes, inspecionar os equipamentos de combate ao fogo de aes direta ou indireta, orientar quanto a preveno contra incndios, cuidando no s do patrimnio, como fundamentalmente da preservao do meio ambiente e da vida humana. Neste sentido de vital importncia a integrao da equipe de brigadista com todo o departamento e setores existentes na empresa. Situaes especiais de riscos, tais como manipulao e armazenamento de substncias de uso restrito, exigem aplicaes de tcnicas especiais, devendo, nesses casos, ser feita uma pesquisa especfica.

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O PAPEL DO BRIGADISTA NA SOCIEDADEA luta contra os sinistros data de tempos imemorveis. Descobertas arqueolgicas do conhecimentos que enormes sinistros assolaram a humanidade. Magnficas cidades, tais como Ninive, Jerico e Jerusalm, na antigidade foram devastadas por enormes sinistros, restando somente cinzas e carvo para estudos. Nestas pocas no haviam meios, como hoje existem, para fazer frente a este inimigo voraz - o fogo - e em algumas vezes o incndio terminava quando tudo j havia sido consumido. Entre esses incndios podemos citar o de Roma, no ano de 64 AC, ateado pelo imperador Nero. Temos o incndio ocorrido em Londres em 1.798, que destruiu mais de 70 % da cidade. Entre os sculos XVII e XVIII grandes incndios devassaram tanto a Europa como a sia. Em 1.750, um incndio destruiu a cidade de Constantinopla, deixando um saldo de mais de 10.000 vtimas fatais no inicio do sculo XVIII, em 1.812, a cidade de Moscou foi destruda pelos seus habitantes, fugindo das tropas de Napoleo Bonaparte. Na Amrica, no ano de 1.871, um violento incndio destruiu a cidade de Boston, nos Estados Unidos, deixando um saldo de 250 mortos e mais de 100.000 desabrigados. A destruio total ocorreu na cidade de San Francisco, nos Estados Unidos, onde aps um violento terremoto, irrompeu-se um incndio, provocado pela destruio das canalizaes de gs de rua, no sendo possvel seu controle, uma vez que as tubulaes hidrulicas tambm haviam sido destrudas. O mais trgico dos incndios ocorreu na cidade de Tquio, que chegou a atingir a cidade de Yokahama, motivado pelo terremoto de 1.923 deixando o sinistro o gigantesco saldo de 70.000 mortos e cerca de um milho de desabrigados. Foi o maior incndio do sculo. Modernamente, ricas cidades, indstrias, lojas, hospitais, escolas e outros estabelecimentos tm sido devorados pelo fogo. Ainda temos a lembrana do incndio ocorrido na penitenciaria de Taubat (SP), em 1.961, deixando o saldo de 250 vtimas. No mesmo ano na cidade de Niteri (RJ) , um incndio em um circo deixou mais de 350 vtimas fatais , e em sua maioria crianas. No dia 24 de fevereiro de 1972 So Paulo vivia um dos seus maiores incndios, o do edifcio Andraus, com o saldo de 16 mortos; Dois anos mais tarde, no dia dois de fevereiro de 1. 974, a cidade de So Paulo revivia mais um vez seu inferno, o edifcio Joelma, desta vez com propores maiores, deixando o saldo de 198 mortos e mais de 300 feridos. -9www.capre.com.br

Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros A sociedade cresceu intelectualmente e industrialmente, nas ltimas dcadas. A

chamada revoluo industrial foi o fator primordial para este crescimento. As mquinas e outros meios da cincia proporcionaram humanidade este crescimento. Isto implicou no crescimento paralelamente de alguns recursos para se combater e prevenir sinistros. Normas foram criadas, regras foram estabelecidas, objetivando dar mais segurana ao homem e populao em geral que vive ou ocupa edificaes industriais, comerciais, escolares, pblicas ou privadas, dando a extenso ao lar. Desta forma surge a figura do BRIGADISTA DE INCNDIO, embora sua denominao deva abranger no s o setor industrial como tambm o comercial e demais reas de atividades exercidas por esta funo. Deve-se ter em mente, que o brigadista deve ser uma pessoa abnegada, com esprito altrusta, devendo pensar e raciocinar no s em funo de sua vida, mas na vida do prximo, preservando-a, no esquecendo que a vida alheia fator primordial de sua funo, no entanto, dever ser comedido, para que possa raciocinar fria e rapidamente. Dever ser tecnicamente instrudo e aparelhado para o exerccio das suas atribuies. Aliado ao brigadista surge as industrias de aparelhos e equipamentos de proteo e combate a incndios, que proliferaram os ensinamentos de segurana. Enfim, prevaleceu o lema - PREVENIR MELHOR QUE REMEDIAR - incutido na mente humana. Mas deve-se ter em mente que a preveno e combate a incndio e pnico deve ser encarada desde o momento do planejamento de uma edificao, at o planejamento de uma cidade. A preveno completa-se com outras providncias, entre as quais, deve-se destacar as vias de acesso horizontal e vertical ( escadas e elevadores) isolados do corpo da edificao, previses de sistemas racionais, eficientes e eficazes de preveno e combate a incndios e pnico. Todos os equipamentos a serem utilizados devem ser criteriosamente planejados quanto ao risco a proteger, quantidade e qualidade; bem como a sua racional distribuio pela rea a ser protegida, sendo somente operados por pessoas devidamente capacitadas, caso contrrio tronar-se-o ineficazes e os objetivos no sero atingidos. Segundo estudos realizados, 90% dos incndios no teriam ocorrido se fossem tomadas as devidas precaues. Este o importante papel da preveno e ser o forte aliado e instrumento de trabalho do brigadista. Devendo este funcionrio ser convicto na divulgao de que: O SINISTRO OCORRE QUANDO A PREVENO FALHA. A mxima norma do Brigadista: VIVER EM PAZ, TER DEVER CUMPRIDOwww.capre.com.br

A CONSCINCIA DO

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros BREVE HISTRIA DO FOGO Quando olhamos para as chamas do fogareiro ou de um palito de fsforo, nunca paramos para perguntar: o que o fogo? como surgiu? o que ocorre dentro daquela luminosidade ?. Para que se possa responder estas perguntas, deve-se retornar no tempo , at a uma era em que o nosso Universo no passava de uma enorme nuvem de poeiras e partculas que giravam em torno do eixo dessa nuvem. Quanto mais girava em torno de seu eixo gravitacional, esta nuvem ia concentrando-se em seu centro, comprimindo as partculas e a poeira. Esta compresso fazia com que as partculas slidas atritassem entre si, e este atrito das partculas geravam um certo tipo de energia trmica, mais conhecida como calor. Este calor foi aumentando a tal ponto que levou as partculas ao incandescimento, forando assim a reao entre si que gerou mais calor. Neste momento, tem-se a idia de quando surgiu o fogo. Durante bilhes de anos assim permaneceu o Universo, at que surgiu o planeta Terra, e nele surgiu o homem. Agora respondamos a pergunta: Quando o fogo se integrou vida do homem ele desconhecia a utilidade do fogo; Conhecia-o como sendo algo da natureza que causava destruio. No conseguia explicar sua origem. Acredita-se que um dia, algum sentado sobre uma pedra viu um relmpago que incendiou uma rvore, como no tinha ainda conhecimento das cincias, analisou dentro de sua capacidade de raciocnio que aquilo que estava na rvore era um presente dos Cus. Passou ento o homem a ter o fogo como sendo algo dado dos Cus para ele. E passou a ador-lo como algo divino e descobriu sua utilidade, na medida que aqueceria sua caverna, utilizava-o para cozinhar e fabricar armas. O fogo comea a integrar a vida humana. Com a evoluo humana, a capacidade de raciocnio ampliou-se e o homem descobriu que tambm poderia fabricar o fogo atritando dois pedaos de paus ou batendo uma pedra contra outra (slex) produzindo fascas. Mas ainda assim, o fogo parecia como algo divino, permanecendo como tal, por muitos anos. Tanto verdade, que em todas as mitologias das civilizaes humanas encontramos referncias ao fogo como sendo algo divino, um presente dos deuses. Podemos ver na mitologia nrdica, a referencia ao deus Thor, senhor dos raios e do fogo; na mitologia greco-romana temos a referncia a Prometeu, o semideus que teria roubado o fogo do Monu-Olimpo e dado ao homem. Na mitologia dos indgenas Brasileiros, encontramos a referncia a Anhang - o demnio do fogo.www.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros E assim caminhava a humanidade, at que em meados do sc. XIV, surge uma classe de pensadores que buscavam maiores esclarecimentos quanto ao mundo em que viviam, e entre essas procuras eles passaram a fazer experincias com compostos elementares ou seja ,FOGO, GUA, TERRA e AR, na busca desenfreada pela pedra filosofal e do Elixir da longa vida Estas experincias criaram uma cincia hermenutica chamada de alquimia, dando base para a origem de uma cincia qumica. Dentro da qumica, com o ilustre qumico do sc. XVII Antonie Laurant du Lavoisier, considerado pai da qumica por suas leis bsicas da qumica moderna, at hoje estudadas e usadas, descobriu que certas substncias quando misturadas, produzem calor. E a partir dai conseguiu-se dar uma definio ao fogo, que deixou de ser encarado como algo divino para ser encarado como simples fenmeno da natureza. TEORIA DO FOGO Como vimos no captulo anterior o fogo possui uma explicao cientfica, mas mesmo assim continua sendo um fator de temor para o homem. Neste captulo ser estudada o que o fogo , como se desenvolve, sua forma de propagao. QUMICA DO FOGO DEFINIO O fogo a manifestao de uma combusto rpida e persistente acompanhada da emisso de luz e energia trmica (calor). Portanto temos como definio: FOGO - reao qumica entre trs elementos, cujo produto final luz, calor e substncias , formadas pelo realinhamento dos tomos das substncias originais. Para que possamos entender a definio de fogo devemos verificar o que uma reao qumica. Por definio, reao qumica a transformao que se produz quando diversas espcies qumicas so colocadas em contato. Como percebemos o fogo ou a combusto, ocorre em funo dos tomos das substncias envolvidas. ncleo Eltrons prtons nutrons

representao de um tomowww.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Como a combusto (fogo) ocorre normalmente entre tomos de carbono ( C ) e de oxignio (02 ) dizemos ento que a combusto uma Reao de Oxidao e que pode ser traduzida na seguinte equao qumica: C + 02 = CO2 + 7.830 kcal Portanto quando uma molcula-grama de carbono ( C ) reage com uma molculagrama de oxignio (02) produzido uma molcula-grama de anidrido carbnico ( CO2 ) e liberado uma grande quantidade de calor na ordem de 7.830 kcal. A esta quantidade de energia liberada damos o nome de calor de reao Para que ocorra a combusto h a necessidade de que a substncia seja ela slida ou liquida, desprenda os tomos que formam as suas molculas. Isto se d atravs do fornecimento de mais energia para os tomos que assim se tornam radicais livres, em conseqncia iro reagir com o oxignio gerando a combusto. Embora a combusto ocorra normalmente entre o carbono e o oxignio, podemos ter combusto, ainda que em pequeno numero, no seguindo a regra acima, mas por exemplo, em antimnio (At) em presena de gs clordrico ( Cl ). Apenas um pequeno nmero de substncias slidas podem reagir diretamente com o oxignio, tais como: fsforo (P) , potssio ( K), sdio ( Na ), brio ( Ba ), clcio ( Ca ) ltio ( Li ), etc. - as demais substncias slidas ou lquidas, tais como papel, tecido, madeira, celulose, gasolina, ter, petrleo, etc. devem primeiramente libertar radicais livres para depois produzirem a combusto. Substncias que em condies normais de presso e temperatura (gases) como, por exemplo, hlio (He) hidrognio (H) metano (CH4) etc. queimam em uma combusto especial assumindo a forma de exploso.

ESTADO FSICO DA MATRIA

Matria por definio tudo que tem massa e que ocupa lugar no espao. Matria a substncia que libera radical livre para que possa ocorrer a combusto. Portanto, devemos verificar que podemos encontrar a matria em trs estados fsicos: 1. - Estado Slido - o estado da matria no qual os tomos oscilam em torno de posies fixas. Ex. papel, madeira, ferro, ao, tecido, etc. 2. - Estado Lquido - o estado da matria onde as molculas dotadas de grande mobilidade, fazem-no tomar a forma do recipiente que o contm. Ex. gasolina, gua, petrleo, etc. 3. - Estado Gasoso - o estado da matria onde o volume do recipiente ocupado por todas as molculas desta. Ex.:hidrognio, hlio, acetileno, metano, butano, propano, etc.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Elementos essenciais do fogo - Tetraedro do fogo - condies propicias para a combusto Sendo a combusto uma reao qumica devemos ter no mnimo dois elementos que reagem entre si, alm do que, deve haver condies propicias para que ela ocorra. A estes elementos que reagem entre si, e as condies propicias para que ocorra a combusto damos o nome de elementos essenciais do fogo, isto quer dizer que na falta de um deles, no haver combusto. Os elementos essenciais do fogo so: 1. Combustvel 2. Comburente 3. Calor 4. Reao em Cadeia COMBUSTVEL a substncia que tem a capacidade de queimar em contato com o oxignio ou com gs que contenha oxignio, produzindo a combusto. Normalmente so conhecidos como combustvel as substncias que queimam utilizando oxignio do ar que o comburente. No entanto certas substncias so conhecidas como incombustveis, em casos especiais, podem se comportar como tal. Citamos como exemplo, o ao, no considerado combustvel porm sob a forma de fios finos ( palha de ao ), e em ambiente riqussimos em oxignio, podem queimar com grande rapidez, desprendendo luz e calor. H vrias classificaes para os combustveis, entretanto vamos enumerar somente as que mais nos interessam. CLASSIFICAO DOS COMBUSTVEIS QUANTO AO ESTADO FSICO Acima vimos que combustvel pode ser qualquer substncia , que em presena do oxignio ou no, pode gerar a combusto. Portanto, encontramos os combustveis de acordo com os trs estados da matria: Slidos - carvo, madeira, papel, tecido, ao, etc.

Lquidos - gasolina, lcool, ter, leo de linhaa, etc.

Gasoso - etano, metano, acetileno, etc.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Existem combustveis que para queimarem, passam primeiro do estado slido para o estado lquido, como a parafina. Um aspecto muito importante da questo que quando, um combustvel slido ou lquido entra em combusto, o que queima realmente no parte slida ou lquida, mas sim os gases desprendidos por este. Observamos uma vela queimando, sua chama no se origina diretamente no pavio e sim um pouco acima deste, ou seja, da coluna gasosa que se origina da parafina aquecida e se eleva alm do pavio. Apagando-se cuidadosamente vela, poderemos reacend-la aproximando-se da coluna gasosa um palito de fsforo aceso a cinco centmetros acima do pavio, enquanto o mesmo estiver quente e desprendendo vapores quentes. Classificao dos combustveis quanto volatilidade Volteis - so os combustveis lquidos que a temperatura ambiente, liberam vapores capazes de inflamarem. Como por exemplo: lcool, ter, gasolina, acetona, benzina, etc. No Volteis - So os combustveis lquidos que para liberar vapores inflamveis, necessitam de aquecimento acima da temperatura ambiente. Como por exemplo: leo de linhaa, leo lubrificante, sacarose, glicose, etc. Os combustveis volteis so os mais perigosos, e por isso, devem ser armazenados e manuseados com cuidados especiais. COMBURENTE Diz-se comburente, a substncia que, combinando-se com o agente gneo (calor), faz ocorrer a combusto do combustvel. Pela definio acima, conclumos que comburente o elemento que reage com o combustvel gerando a combusto. Normalmente o comburente gs oxignio (O2), mas como j estudamos anteriormente podemos ter ocorrncia de combusto sem que o comburente seja o oxignio, no caso do metal antimnio em presena do gs cloro. Para que ocorra a combusto o comburente deve estar a uma determinada porcentagem no ar, normalmente esta porcentagem de 21% , pois nosso ar composto de 77 % de nitrognio ( N ) 21 % de oxignio ( O 2 ) , 1 % de vapor d gua ( H2O ), 0,93 % de argnio ( Ar ) e 0,07 % de outros gases. E quanto maior for a concentrao de oxignio mais intensas sero as chamas da combusto. Para provarmos a necessidade de existncia do oxignio na combusto, faamos a seguinte experincia: - sobre uma vela acesa coloque um copo com o fundo para cima. Verifica-se que gradativamente a chama da vela vai diminuindo a ponto de extinguir-se totalmente. Analisando o resultado da experincia: Quando acendemos a vela tnhamos 21% de oxignio diludo no ar. Quando colocamos o copo sobre ela, confinamos uma poro do ar contendo tambm 21% de O2. Com o desenrolar da reao, o oxignio baixou sua concentrao aumentando a taxa de gs carbnico (CO2) . Ao termino de um espao de tempo a concentrao de oxignio chegou a certo ponto em que no foi mais possvel sustentar a combusto, e esta extingui-se. www.capre.com.br - 15 -

Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Para melhor entendermos a concluso da experincia, vejamos o grfico abaixo.100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0seg 04seg 05seg 10seg 12seg

O2 CO2

Analisando o grfico, vemos que a 0 seg. o oxignio estava a 21% e o CO2 encontra-se a um pouco mais de 10 %, no 4 seg. o O2 estava a menos de 20 % enquanto o CO2 j estava a mais de 15 % . J no 5 seg. tnhamos oxignio a 15 % enquanto o gs carbnico j atingia quase 20 % . No 10 seg. o gs carbnico atingiu a concentrao de 20 % e o oxignio j estava a menos de 10 % . No 12 seg. j no tnhamos mais combusto. Ento conclumos que no 12 segundo a proporo de diluio de oxignio no ar confinado sob o copo no mais era suficiente pra manter a combusto e esta se extinguiu. CALOR Energia que se transfere de um sistema para outro, sem transporte de massa, e que no corresponde execuo de um trabalho mecnico. Pela definio de calor, verificamos que este o elemento que ir ativar a combusto , fazendo com que se desassocie os tomos das molculas que compe o combustvel, gerando a combusto e incentivando a sua propagao. O calor pode provocar: Elevao de temperatura, Aumento do volume dos corpos, Mudana do estado fsico da matria. H casos de materiais que a prpria temperatura ambiente j serve como fonte de calor, como o magnsio, ou o fsforo amarelo. Poder Calorfico ou Calor da Combusto Durante uma combusto, seja ela completa ou incompleta desprendida uma certa quantidade de energia trmica, que ser liberada para o meio ambiente. Esta quantidade de energia o calor que sentimos quando nos aproximamos do fogo. Este calor liberado para o meio ambiente, denominamos de Calor de combusto, ou tecnicamente, de Poder calorfico Poder calorfico a quantidade de calor liberada para o meio ambiente, por uma combusto completa ou incompleta de uma substncia qualquer. Ela medida em metros cbicos (m3) ou em quilocalorias ( kcal ) .www.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Calor especifico ou Calor de massa Sendo o calor uma forma de energia que pode ser transferido de sistemas, tendo a propriedade de causar aumento de temperatura; dilatar corpos ; fundir ; volatizar; decompor um corpo ; ele implica em movimento molecular. Este movimento molecular causa atrito que gera uma quantidade de calor prprio de cada corpo. A esta quantidade de calor prprio em cada substncia , damos o nome de Calor especfico ou Calor de massa , que definimos como:

Calor Especifico - a quantidade de calor gerada pelo atrito dos tomos que compe a substncia, mantendo-a estvel. Para que uma substncia entre em combusto, deve-se alterar o seu calor especfico, o que se far com auxilio de uma fonte externa de calor qualquer, como exemplo um palito de fsforo aceso. REAO EM CADEIA Quando aproximamos uma fonte de calor qualquer a uma substncia, esta ir transferir calor para esta substncia, a ponto de alterar o seu calor especfico, a qual passar a liberar radicais livres que iro reagir com o comburente, gerando mais calor. Este calor ter parte dele liberado para o meio ambiente (poder calorfico) e parte ser transferida para outras molculas que liberaro radicais livres, que reagiro com o comburente gerando mais calor, que parte ser liberado para o meio ambiente e parte transferida para outras molculas da substncia. Notamos aqui que o calor vai sendo transferido de camada de molculas para outra em um processo continuo. dessa forma que o fogo caminha sobre o combustvel, seja ele slido ou lquido. Ao processo de transferncia de calor de uma camada de molcula para outra em uma substncia durante a reao de oxidao, damos o nome de reao em cadeia. Portanto definimos reao em cadeia como: Reao em cadeia - o processo de transferncia de calor de molcula do combustvel, gerando radicais livres, os quais reagiro com comburente gerando a combusto e incentivando a sua propagao. Essa reao vai ter uma velocidade de propagao relacionada com diversos fatores, tais como: Temperatura ambiente; Umidade do ar; Caractersticas qumicas do combustvel; Forma fsica do combustvel ( slido bruto ou partcula do lquido voltil, etc.); Condies de ventilao; Comportamento do combustvel, etc.www.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Condies propcias para combusto Alm dos elementos essenciais do fogo, h a necessidade de que as condies em que esses elementos se apresentam, sejam propcias para o incio da combusto. Se uma pessoa trabalha em um escritrio iluminado com uma lmpada incandescente de 100 watts e, alm disso, fuma, haver no ambiente: Combustvel: mesa, cadeira, papel, etc.; Comburente: oxignio presente no ar ambiente; Calor: representado pela lmpada e cigarro acesos. Apesar destes trs elementos estarem presentes no ambiente, s ocorrer incndio se, por distrao da pessoa esta encostar papel no cigarro aceso, por exemplo. Neste caso o cigarro aquecer o papel e este comear a liberar vapores que, em contato com a fonte de calor (brasa do cigarro), se combinar com o oxignio do ar e entrar em combusto. Importante - somente quando o combustvel se apresentar sob a forma de vapor ou gs, ele poder, normalmente entrar em ignio. Se este combustvel estiver no estado slido ou lquido, haver a necessidade de que comece a liberar radicais livres. Esquematicamente teremos:aquecimento A. slido vapor exemplo: papel vapor B. lquido aquecimento exemplo: leo combustvel aquecimento C. slido lquido aquecimento vapor exemplo: parafina D. gs ( j entra no estado fsico adequado combusto ) exemplo: acetileno

Quanto ao oxignio, ele dever estar presente no ambiente em porcentagens adequadas. Para cada combustvel haver a necessidade da presena de uma porcentagem mnima de oxignio, a partir do qual a mistura poder entrar em combusto. A concentrao de oxignio abaixo do limite inviabiliza a combusto, pois a mistura combustvel - comburente estar muito pobre. Tringulo do fogo Para que haja combusto necessrio a presena simultnea dos trs elementos essenciais nas devidas propores: combustvel, comburente e calor. A clssica figura do Tringulo do Fogo ilustra bem os trs elementos essenciais para que haja a combusto.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Tetraedro do fogo Apesar de ser o Tringulo do Fogo a representao grfica mais conhecida, devemos tambm levar em considerao o quarto elemento, a reao em cadeia, pois atravs dela que a combusto caminha atravs do combustvel. Assim, a representao mais apropriada ser o Quadrado ou Tetraedro do Fogo. H porm uma interdependncia entre esses quatro elementos que a figura do Quadrado do Fogo no representa; portanto em um corpo slido, o tetraedro, simboliza melhor os fatores do surgimento do fogo.

Desta forma, para que o fogo se mantenha necessrio presena desses quatro elementos. com a retirada de um deles, cessar a combusto. Por isso, definimos Tetraedro do fogo como: Tetraedro do fogo a representao grfica da unio dos quatros elementos essenciais do fogo, dando origem combusto. Pontos de Temperatura Crtica Como vimos toda matria composta por tomos, e este por sua vez possui um movimento prprio que gera um atrito e este atrito vem a gerar um calor prprio que a mantm estvel. Tambm vimos que para ocorrer combusto deve haver a presena de uma fonte externa de calor que ir transferir calor para as molculas da matria, que liberar radicais livres. Para que ocorra esta liberao de radicais livres, deve haver alterao do calor especfico da matria. Esta liberao comear quando se atingir uma determinada temperatura, que ir variar de combustvel para combustvel. Esta temperatura que provocar alterao no calor especfico, denominamos de Pontos de Temperatura Crtica.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Denominamos de temperatura crtica porque a determinado ponto comea a causar mudanas no estado fsico da matria. Portanto: Os pontos de temperatura crtica so trs: 1. - Ponto de fulgor; 2. - Ponto de combusto; 3. - Ponto de ignio. Os pontos de fulgor e o de combusto possuem uma interdependncia entre si, ao passo que o ponto de ignio no ter relao alguma com os demais. Pontos de temperatura crticas So temperaturas mnimas, nas quais as substncias liberam radicais livres, os quais reagiro com o comburente, gerando a combusto Ponto de fulgor - a temperatura mnima na qual uma substncia qualquer, em presena de uma fonte externa de calor ir liberar radicais livres que reagiro com o comburente, gerando a combusto, mas se retiramos a fonte externa de calor a combusto no se manter, pois a quantidade de calor no foi suficiente para dar incio a reao em cadeia.

Notamos que com a retirada da fonte de calor, a combusto no se mantm, isto devido quantidade de calor fornecida pela fonte de calor no ser suficiente para manter a reao em cadeia. O ponto de fulgor varia para cada combustvel, conforme sua composio qumica, como por exemplo, a gasolina tem seu ponto de fulgor em - 42,2 0 C, ao passo que o asfalto possui o ponto de fulgor de 204 0 C. Ponto de combusto - a temperatura mnima em que os combustveis, em contato com uma fonte externa de calor, qualquer libera radicais livres, que reagiro com o comburente dando origem combusto, mas se retirarmos a fonte de calor a combusto se manter, uma vez que a quantidade de calor fornecida foi suficiente para dar incio reao em cadeia.

A diferena mais visvel entre o ponto de fulgor e o ponto de combusto que no ponto de fulgor a combusto no se mantm devido a pouca quantidade de calor fornecida e isto implica que a fonte de calor permanea prxima da substncia para haver continuidade na combusto; enquanto que no ponto de combusto mesmo com a fonte afastada, a combusto se manter devido maior quantidade de calor fornecida.www.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros E a segunda diferena que ponto de combusto tambm varia de combustvel para combustvel medida que varia o ponto de fulgor. Durante uma combusto ocorre tanto o ponto de fulgor para iniciar a combusto como tambm ocorre o ponto de combusto nesta mesma substncia. O ponto de combusto varia do ponto de fulgor na ordem de 30 C a 40 C. Ponto de ignio - a temperatura mnima na qual os combustveis liberam radicais que iro reagir com o comburente, dando origem combusto que se manter, independentemente de uma fonte externa de calor prxima ou no. No ponto de ignio notamos que no h necessidade de que a fonte de calor esteja prxima do combustvel, bastando que o ar ambiente esteja aquecido elevada temperatura para que o combustvel atinja seu ponto de ignio.

Como no ponto de fulgor o ponto de ignio tambm varia de matria para matria dependendo de sua composio qumica. de suma importncia que o brigadista conhea o ponto de fulgor e o ponto de ignio dos materiais utilizados, armazenados e manuseados na Empresa, para tanto nas prximas pginas teremos os pontos de fulgor e ponto de ignio dos materiais mais usuais nas empresas.

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CORPO Acetaldedo Acetado etlico Acetato metlico Acetato vnilico Acetona Acetileno cido actico cido benzico cido carbnico ( fenol ) cido ciandrico Acido picricio lcool etlico lcool metlico ( metanol ) Amnia Anilia Asfalto Benzeno Benzina Bissulfeto de carbono Betona Cnfora Cera de canaba Cloreto de etla Cloreto vnilico Cldio Diclorobenzeno Enxofre Estireno Etana ter etlico Etileno Fsforo amarelo Fsforo vermelho Formaldedo (soluo gs a 37% de gua ) Gs de iluminao Gasolina Glicerina Hexana Hidrognio Isobutana Isoprene

FRMULA QUMICA CH3 CH ( OC2 H3 ) CH3COOC3H2 CH3COOCH3 CH3CHOOCCH3 CH3COCH C2H2 CH3COOH C6H5COOH C6H5OH HCN (NO2) 3C.H = (OH) C2 H5 OH CH2OH NH C2H5NH2 C6H3 CS C4H11 C2H16CO C2H5C3 CH2CHC3 C12H16O3 a C16H12O(NO)2 C3H4CCL S C6H6CHCH1 C2H6 C2H2OCH3 C2H4 P P CH2O C5H12 a C3H2 HOCH2CHOCH2OH C6H14 H (CH3) 3CH CH2=C(CH)-CH=CH - 22 -

PONTO DE FUGOR -27C -4,4C -10 C -7,7 C -17,7 C GS 40 C 121 C 79,5 C -17,7 C Explosivo 12,6C 11,1 C (GS) 75 C 204 C -11,1 C -17,7 C -30 C -60 C 83 C 282 C -50 C -6,6 C -17,7 C 65,5 C 207 C 32,1 C GS -45 C GS 29,9 c 54 C GS -42 C 160 C GS GS GS -55 C

PONTO DE IGNIO 185 C 426 C 454 C 426 C 538 C 335 C 426 C 573,5 C 714 C 538 C 300C 371C 426 C 650 C 538 C 484 C 538 C 100 C 429 C 466 C 518 C

232C 489 C 510 C 180 C 510 C 260 c 429 C 589 C 257 C 392 C 260 C 584,5 C 543 C 219 C

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CORPO Lacas Lanolina Metana Monxido de carbono Nafta de Hulha Nafta de petrleo Naftalina Nitrocelulose (unido com solvente) Octana leo combustvel leo de creosoto leo de amendoim leo de algodo leo lubrificante mineral leo lubrificante ( leve ) leo lubrificante ( pesado ) leo de mamona leo de milho leo de oliva leo de peixe leo de pinho leo de tempera leo de tungue leo vegetal hidrogenado Parafina Pentana Propano Propano Querosene Resina de pinho Solvente ( tipo varsol ) Sesquissulfeto de fsforo Toluneno Verniz Xilol

FRMULA QUMICA

CH2 CO

C6H

CH3 (CH3 ) CH C3H C3H

PONTO DE FUGOR -17 C 238 C GS GS 37,3 C 26,8 C 80 C 4,4 C 15,6 C 110 C 73,5 C 282 C 252 C 260 C 160 C 232 C 229 C 254 C 224,5 C 215 C 78 C 149 C 289 C 321 C 199 C -40 C GS GS 73,5 C 188 C 43 C 4,4 C 26,8 C 17,1 C

PONTO DE IGNIO 26,8 C 445 C 537 C 537 C 510 C 558 C 232 C 407 C 335,5 C 445 C 343 C

449 C 393 C 343 C

457 C 308 C 308 C 465,5 C 496,5 C 254 C 232 C 100 C 552 C 482 C

P4S

C6H4 (CH3 )

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros FORMAS DE PROPAGAO DO CALOR Sendo o calor uma forma de energia, sabemos que pode ser transferido de um sistema para outro, ou de uma molcula para outra. Esta transmisso ou transferncia de calor pode dar-se de trs formas: 1. CONDUO 2. CONVECO 3. IRRADIAO CONDUO - a transmisso de calor de molcula para molcula; ou de substncia para substncia sem que haja espao fsico entre elas. Dizemos que na conduo no existe espao fsico entre os combustveis ou entre as molculas. Na realidade existe um nfimo espao fsico, mas devido s suas propores este pode ser desprezado. A taxa de transmisso de conduo do calor vai depender basicamente da condutividade trmica do material, bem como de sua superfcie e espessura. importante destacar a necessidade de existncia de um meio fsico para a transmisso do calor. Alguns corpos so bons condutores de calor, tal como os metais, ao passo que outros como a madeira, papel, carvo, so maus condutores de calor.

Corpos bons condutores de calor Abaixo esto relacionados alguns corpos por ordem decrescente de condutividade de calor: prata; cobre; ouro; zinco; estanho; ferro; platina; etc. Corpos isolantes de calor Temos abaixo uma relao alguns corpos por ordem crescente de isolncia de calor: vidro; mrmore; porcelana; carvo; madeira; substncias orgnicas vegetais (cnhamo, algodo, etc.); substncias orgnico animal ( seda, pluma, sebo, etc.).

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Por Conveco - a transmisso de calor que se d atravs de massas de ar ou de lquidos, que indo de uma zona de combusto, carregada de calor, para uma zona no atingida, ali aquece o ar ambiente a ponto de provocar o ponto de ignio de um combustvel qualquer nesta rea. O exemplo clssico de conveco o secador de cabelos, onde uma corrente de ar frio absorvida por uma ventoinha que empurra este para um sistema de resistncia que aquecem o ar e a prpria ventoinha projeta esta massa de ar aquecida para os cabelos. O mesmo acontece em incndios de edifcios, onde massas de ar so aquecidas nos andares inferiores incendiados, e por estarem aquecidas tende a subir pelos vos verticais do edifcio ( fosso de elevadores, vos de escadas, clarabias de ventilao, etc.) aquecendo o ar ambiente dos andares superiores, provocando novos focos de incndio.

Por Irradiao - Sendo o calor uma forma de energia, este caminha no espao atravs de ondas eletromagnticas, mais conhecidas como raios calorficos. Esta a forma de transmisso de calor do Sol para a Terra, pois entre a Terra e o Sol no h qualquer meio fsico de transmisso de calor. Tambm temos a transmisso de calor por irradiao quando acendemos uma lmpada incandescente. Quando a corrente eltrica passa pelo filamento de tungstnio da lmpada este se incandesce emitindo luz e calor. Como sentimos calor na palma da mo se a aproximarmos da lmpada, se dentro do bulbo no h ar ou outro meio fsico de transmisso? Dizemos ento que o calor chegou palma de nossa mo pela irradiao do calor emitido pelo filamento de tungstnio aquecido. A finalidade de se conhecer os processos de transmisso do calor que como j vimos, um dos trs elementos essenciais do fogo o calor e este, geralmente, o que mais dificulta a ao dos bombeiros durante os trabalho. Nos locais de incndio deve-se ter o devido cuidado com as paredes, tubulaes de gua ou esgoto, sistemas de aquecimento interno, etc., pois por conduo poder provocar incndios em materiais em contato com estes. Por qualquer de um dos trs processos o calor poder causar aumento de presso e, em conseqncia exploso de cilindros de gs, caldeiras etc.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros MTODOS DE EXTINO Combate ao Fogo A preveno de incndios obtida pela aplicao de um conjunto de medidas que evitem a ocorrncia do fogo. Nos processos que exigem material em combusto, a preveno obtida atravs do controle de reas e, principalmente minimizando-se a quantidade necessria de combustvel para manter a operao do sistema. Como, praticamente, o tringulo do fogo (combustvel - comburente - calor ) pode ser encontrado em qualquer ambiente, na maioria dos casos a preveno somente possvel pela eliminao das condies propcias, evitando-se a reao em cadeia. Os mtodos so: 1. Atuao sobre o combustvel; 2. Atuao sobre a fonte de calor; 3. Atuao sobre a mistura do combustvel comburente; Estes tpicos sero os assuntos que veremos mais adiante. Quando, por qualquer motivo, a preveno falha os brigadistas devem estar preparados para o combate ao principio de incndio, o mais rpido possvel, pois quanto mais tempo durar o incndio, maiores sero as conseqncias. Para que o combate seja eficaz, necessrio que: A) - Existam equipamentos de combate a incndios em quantidade suficiente e adequada ao tipo de material em combusto; B) - Que o pessoal ( bombeiros e brigadistas ) saibam como usar eficazmente estes equipamentos e possam avaliar sua capacidade de extino. Como j visto, o fogo um tipo de queima de uma reao qumica, enfim de uma oxidao, que provoca alteraes profundas nas substncias que se queimam. Um pedao de papel ou madeira que se inflama transforma - se em uma outra substncia completamente diferente. O mesmo acontece com leo, com gasolina, ou com o gs que pegue fogo. A palavra oxidao significa tambm queima. A oxidao pode ser lenta como o caso de ferrugem, tratando-se de uma queima lenta, sem chamas. J a combusto do papel, h chamas, sendo uma oxidao rpida. Na detonao da dinamite, a queima, a oxidao instantnea e violenta. Chama-se oxidao, porque o oxignio que entra na transformao, ajudando a queima das substncias. O tipo de queima, de oxidao que interessa a este estudo a que apresenta chamas e/ou brasas.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Mtodos de Extino do Fogo . Considerando o tringulo do fogo:

Para que tenhamos a oxidao necessrio que os elementos - combustvel comburente - calor - estejam juntos para que ocorra a reao em cadeia, e em conseqncia combusto se propague por todo o combustvel. Como percebemos para que a combusto se extinga, deve haver toda a consumao do combustvel ou do comburente, ou interfiramos no processo, a fim de extinguir o fogo. O fato de interferirmos no processo de oxidao de um corpo denominamos de: Processo de Extino do Fogo, que poder ser feito de quatro formas: - Retirada do combustvel ou isolamento; - Retirada do comburente ou abafamento; - Retirada do calor ou resfriamento; - Quebra da reao em cadeia ou extino.

De tudo, conclui-se que, impedindo-se a ligao dos vrtices do Tringulo do fogo, ou seja, dos elementos essenciais indispensveis, este no surgir, ou deixar de existir se j teve inicio. Quando em um poo de petrleo, que est em chamas, provocada uma exploso, o objetivo afastar momentaneamente o comburente e com isto extinguir-se o fogo. Em um local onde h combustveis lquidos, e se l a placa Proibido Fumar .

O que se deseja controlar o calor, pois a brasa do cigarro servir como fonte de calor para incio da combusto. No incndio de matas, quando fazemos os chamados aceiros, o que estamos controlando o combustvel, a fim de se evitar que o fogo tenha mais campo de propagao. Basicamente temos os quatro mtodos para a extino do fogo so:

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1) - Ao de resfriamento: diminui-se a temperatura a nveis inferiores ao ponto de fulgor do combustvel, evitando-se a emisso de radicais livres deixando assim de haver condies para a combusto.

2) - Ao de abafamento: resultante da retirada do comburente da zona de combusto pela aplicao de um agente extintor que deslocar da superfcie do combustvel o ar comburente. Deve-se, contudo, notar que existem certos combustveis, tais como o nitrato de celulose, a plvora, os quais, podem queimar sem a presena do comburente livre do ar. Nestes casos deve-se aplicar outro mtodo de extino, para obtermos xito na extino.

3) - Ao de isolamento: consiste na retirada ou no controle do combustvel que est queimando ou ainda no entrou em combusto retirando-os da zona de combusto, sem a necessidade de utilizar-se qualquer tipo de agente extintor. Este mtodo puramente mecnico uma vez que necessita mais da fora fsica do brigadista do que da ao de um agente extintor.

4) Ao de extino qumica: consiste em aplicarmos um agente extintor especial que ir reagir com o combustvel ou com seus radicais livres, gerando compostos mais estveis, evitando assim a gerao de mais calor, interrompendo desta forma a reao em cadeia. Nestes casos, deve-se ter a cautela de utilizar estes agentes extintores, munidos de aparelhos de proteo individual de respirao, uma vez que os agentes extintores ou seus produtos finais so na maioria das vezes mais txicos do que a prpria combusto.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Classificao de Incndio A expanso dos estudo de todos os ramos da tecnologia moderna durante as ltimas dcadas tem sido enorme, principalmente no campo da qumica industrial. Certamente a indstria penetra em todos os aspectos das nossas vidas, porque cada descoberta em laboratrios, industria, ou universidade, pode dar resultado a descoberta de um material especial, ou de nova aplicao para um composto ou substncia. O campo dos plsticos o exemplo mais comum, pois at incio da dcada de 50 era considerado um subproduto industrial sem utilidade comercial. Hoje, entretanto est integrado praticamente em 90 % dos produtos que utilizamos. Para o profissional ligado preveno e combate a incndios de suma importncia ter conhecimento desses novos produtos ou substncias. Isto o obriga a conhecer e tornar-se familiarizado com as suas caractersticas de combustibilidade, e de risco de incndio em sua fabricao mesmo que este seja considerado incombustvel; como conhecer seu

comportamento quando envolvido em fogo. Diante disto, foi feita uma tentativa de agrupar os combustveis por suas caractersticas e comportamento similares durante a combusto, a fim de facilitar a aplicao de tcnicas comuns de extino para cada grupo A este agrupamento deu-se o nome de Tabela Universal de Classificao de Incndios. No qual foram obtidos 04 grupos de incndios, como podemos ver abaixo. Esta tabela no to completa, pois as caractersticas so generalizadas no especificando certas limitaes para os agentes extintores, ou certas caractersticas particulares de comportamento da combusto dos lquidos inflamveis. TABELA UNIVERSAL DE INCNDIOS

CLASSE A - So incndios em slidos que queimam em superfcie e profundidade, deixando resduos. Ex.: papel, madeira, tecido, carvo. Sendo representada por um tringulo verde com a letra A

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CLASSE B - Lquidos inflamveis que queimam somente em superfcie e no deixam resduos. Ex.; petrleo, querosene, acetona, gasolina, glicose, etc. representada por um retngulo vermelho com a letra B

CLASSE C - So incndios em equipamentos eltricos energizados. Ex.: curto-circuito em motor eltrico. Representada por um circulo azul com a letra C

CLASSE D - So incndios em metais pirofricos. Ex.: potssio ( P ), titnio ( Ti), magnsio (Mg),etc. representada por uma estrela amarela com aD

A classificao de incndios no pode ser rgida e cada risco deve ser considerado separadamente. Por exemplo: Incndio em madeira e papel pertence Classe A e so melhor extintos com a ao resfriadora da gua. Por outro lado, os incndios em acetona gasolina, so da Classe B e a ao abafadora da espuma a melhor maneira de extingu-lo. Mas a acetona tem a propriedade de dissolver a espuma qumica, portanto, somente poder ser extinto por ao de uma espuma especial. Os lquidos combustveis como leos lubrificantes tem um comportamento diferente quando em combusto se misturados a gasolina ou a acetona, enquanto a glicerina possui um comportamento atpico dos demais.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros ESTUDO DOS AGENTES EXTINTORES

AGENTES EXTINTORES - So substncias slidas, lquidas ou gasosas, as quais tem a propriedade de extinguir a combusto quer por abafamento; quer por resfriamento; por extino qumica ou por elas concomitantemente combinadas. PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES 1. - GUA 2. - ESPUMA QUMICA 3. - ESPUMA MECNICA 4. - GS CARBNICO ( CO2 ) 5. - P QUMICO SECO 6. - P QUMICO SECO ESPECIAL 7. - COMPOSTOS HALOGENADOS CLASSIFICAO DOS AGENTES EXTINTORES Os agentes extintores possuem sua classificao pelas aes primrias que agem na extino do fogo. Portanto temos: 1. - Os que ABAFAM : Espuma Qumica ; Espuma Mecnica; P qumico Seco; P Qumico Seco Especial; Gs carbnico; vapor Dgua. 2. - Os que RESFRIAM: gua 3. - Os que QUEBRAM A REAO EM CADEIA: Agentes Halogenados

GUA - o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento. Devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor. Atua tambm por abafamento (dependendo da forma como aplicada, neblina, jato continuo etc.) A gua agente extintor mais empregado, em virtude do seu baixo custo e da facilidade de obteno. Em Razo da existncia de sais minerais em sua composio qumica, a gua conduz eletricidade e seu usurio , em presena de materiais energizados, pode sofrer choque eltrico. Quando utilizada em combate a fogo em lquidos inflamveis, h o risco de ocorrer transbordamento do lquido que est queimando ou mesmo um boi over aumentando assim a rea do incndio. Jato slido Neblina de alta velocidade Neblina de baixa velocidade

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Jato slido - o jorro de gua produzido sob alta presso, por meio de um esguicho com orifcio de descarga circular. Sob esta forma a gua atinge o material incendiado com velocidade, e penetra no seu interior. Por este motivo o meio mais usado e mais eficiente para a extino de incndio de classe A onde o material fibroso que queima tem que ser bem encharcado para se garantir a extino total. Em algumas circunstncias como por exemplo, incndio em madeira, colches, travesseiros, etc. para que seja totalmente extinto, precisa-se mergulhar estes materiais em baldes com gua para apagar as brasas que permanecem no interior destes materiais. Neblina - tanto de alta como de baixa velocidade aplicada sob a forma de minsculas gotculas por esguichos especiais chamados pulverizadores. As neblinas podem ser utilizadas para extino de incndios de classe A reduzindo as chamas superficiais e permitindo que os homens se aproximem mais do foco do incndio, o que facilitar sua extino com jato slido. As neblinas so altamente eficazes para a extino de incndios de classe B , onde o jato slido no tem a maior ao extintora pelo contrario, aumenta mais o volume dos incndios classe B pelo turbilionamento que provoca no lquido inflamado. Em casos de incndios da classe C se no houver nenhum outro meio mais adequado, a gua poder ser utilizada somente em forma neblina de baixa velocidade, que a forma em que ela tem menor poder de penetrao no interior do equipamento, e portanto, menor probabilidade de causar curto-circuito. A gua sob qualquer das trs formas em que empregada ( jato slido, neblina de alta ou baixa velocidade) extingue o fogo por resfriamento, isto , baixando a temperatura de ignio do material que esta queimando. Quando se aplica gua sobre material incendiado, e portanto aquecido, parte desta gua se transforma em vapor. O vapor tem a ao primria de abafamento. Dizemos ento que a gua tem a funo de resfriamento e a funo secundria de extino por abafamento. ESPUMA o agente extintor especifico para a classe B . Este tipo de agente extintor produzido por dois mtodos bsicos que os caracterizam como: espuma qumica espuma mecnica espuma mecnica especial. ESPUMA QUMICA um agregado de bolhas, contendo no seu interior CO2, obtidas a partir da reao qumica entre solues aguosas contendo 1 soluo bicarbonato de sdio; 2 sulfato de alumnio + alcauz. a mais consistente e produz camadas mais resistentes sobre o fogo. Em virtude dessa maior consistncia, no qual projetada, por isso no contorna obstculos encontrados. ESPUMA MECNICA um agregado de bolhas contendo em seu interior ar, obtida a partir do turbilionamento de soluo aquosa contendo um agente saponaceo (LGE) . Sendo menos compacta que a qumica, produz uma camada menos resistente sobre o fogo. Ao ser aplicada, no ir se acumular sobre as paredes e contornar rapidamente os obstculos formando uma camada continua.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros ESPUMA MECNICA ESPECIAL um agregado de bolhas contendo no seu interior ar, que obtida a partir do turbilionamento de uma soluo aquosa contendo gua e compostos orgnicos, que lhe da resistncia a decomposio . este tipo de espuma ideal para incndios que envolvam combustveis de baixo ponto de fulgor, os quais, tem a propriedade de dissolver as espumas anteriores. Estes tipos de espumas como vimos formam-se da mistura de um p ou de um lquido especial com mais de 90% de gua. Quando estas espumas so aplicadas sobre o lquido inflamado, devido a sua pequena densidade, flutuam e formam uma cobertura, isolando a superfcie do lquido incendiado do ar atmosfrico. O incndio se extinguir, principalmente por abafamento e devido a sua alta taxa de gua, esta ir agir por resfriamento. Diz-se que a espuma extingue o fogo, primariamente por abafamento, e secundariamente por resfriamento. GS CARBNICO OU ANIDRIDO CARBNICO CO2 o gs anidrido carbnico proveniente da combusto de qualquer material que contenha ( C ) na sua representao. Por ser mal condutor de eletricidade de uso especifico de classe C . o seu uso eficaz em principio de incndio de qualquer classe de incndio. Em instalaes fixas tambm pode ser usado para incndios da classe B em : Praas de mquinas; Coletores de descarga de motores Armazns de tintas Tanques de combustveis, etc. Por ser o CO2 um gs inerte, isto , um gs que no alimenta a combusto, ele muito empregado como agente extintor por abafamento, criando ao redor do material em chamas uma atmosfera rica em CO2 e, por conseguinte, pobre em oxignio, o que no permite continuar a combusto. Para ser usado no combate a incndio, o CO2 vem comprimido sob a forma lquida em um cilindro metlico. Quando sofre uma descompresso brusca, vaporiza-se de tal forma que a sua temperatura desce a vrios graus abaixo de zero ( -79 C ) atingindo a forma de nvoa carbnica ( gelo seco ). Se for utilizado nos incndios numa temperatura to baixa, haver um certo tipo de resfriamento que auxiliar a extino do mesmo. Entretanto o CO2 extingue o fogo primariamente por abafamento e secundariamente por resfriamento. AGENTES QUMICOS SECOS So produtos qumicos pulverizados os quais tem a propriedade de extinguir o fogo por abafamento. Quando aplicado sobre a superfcie do combustvel, o agente qumico seco forma uma nvoa de p, que deslocar o ar rico em oxignio em seguida assentar esta nvoa sobre a superfcie do combustvel evitando contato dos radicais livres com o comburente. Estudos mais recentes, porm. Indicam que o bicarbonato de sdio quando em contato com o fogo descompe-se reagindo com os radicais livres e gerando compostos mais estveis, o que indica que os agentes qumicos secos agem tambm pela quebra da reao em cadeia.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros OS AGENTES QUMICOS MAIS USUAIS SO: Bicarbonato de sdio ideal para incndios das classes B e C Fosfato de monoamonia ideal para incndios da classe A , B e C Cloreto de potssio ideal par incndios das classes B e C Bicarbonato de potssio com uria ideal para incndios das classes B e C Dizemos ento que os Agentes Extintores Qumicos Secos extingui o fogo por abafamento e secundariamente por extino qumica. VAPOR usa-se vapor para extingue incndios de classe B principalmente em: Pores e praas de caldeiras Pores de praas de navios a vapor Quando o incndio se mostra insensvel a outros mtodos, usa-se ento o vapor. Nesse caso, o seu uso obriga o isolamento da rea, que nessa ocasio ficar totalmente fechada. Para extinguir um incndio usando vapor deve-se tomar as seguintes providncias. 1. Evacua-se todo o pessoal da rea, o que obriga cessar o funcionamento de todos os equipamentos e maquinrios ali existentes 2. Fecha-se todas as portas, vitrs, portas de estanques, escotilhas e etc. 3. Para-se todas as ventilaes da rea e inunda-se a rea com vapor. S poder abrir a rea novamente, quando se estiver certeza que a temperatura no seu interior caiu at prximo do normal e o fogo foi totalmente debelado. Se isto no acontecer, o oxignio do ar que entra pela porta reativar o incndio. AGENTES HALOGENADOS Denomina-se de agentes halogenados a um grupo de agentes extintores que so produtos qumico pulverizados que tem a propriedade de extinguir o fogo por extino qumica. Estes agentes quando aplicados sobre a superfcie da combusto, reagem diretamente com o combustvel ou com seus radicais livres gerando compostos estveis que evitam a reao em cadeia. Por ser um grupo de agentes extintores, podemos ter agentes de carga slida (p qumico) ex. tetracloreto de carbono; carga liquida clorobromotrifluorometano carga gasosa.Halon 1211 Embora estes agentes sejam indicados para o uso em centros de processamentos de dados, laboratrios, aviao, navegao. Industrias automobilsticas, instalaes radiofnica e de televiso, hoje tem seu uso restrito, uma vez que pode ser mais txicos do que seus prprios produtos de ao. Portanto a utilizao destes agentes extintores requer que o Brigadista esteja equipado com mscaras de respirao artificial, ou equipamento autnomo.www.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros LIMITAES DOS AGENTES EXTINTORES Os agentes extintores so os meios de que dispomos para extinguir os incndios. Quando utilizados incorretamente, podem causar mais prejuzos do que benefcios. Embora sejam eficazes para extino de incndios, os agentes extintores possuem tambm certas propriedades que limitam seu uso no combate a incndios, que deve ser observado atentamente pelo homem de preveno e combate a incndios. Abaixo citaremos as principais limitaes que possuem cada um dos agentes extintores. GUA aparentemente o mais incuo dos agentes extintores, entretanto, oferece alguns riscos que devem ser evitados: Condutividade eltrica a gua uma boa condutora de energia eltrica, portanto nunca dever ser utilizada em incndios de classe C Tenso superficial a superfcie da gua possui uma pelcula causada por sua tenso superficial, que evita a sua penetrao em combustveis slidos, para reduzirmos sua tenso superficial devemos adicionar a gua um agente umectante. Reatividade em geral a gua no deve ser utilizada em incndios que envolvam carbonatos, perxido, sdios metlicos, magnsio pulverizado, etc. , uma vez que reage violentamente com estes produtos Qumicos. Baixa viscosidade a gua possui uma baixa viscosidade, e faz com que escoe facilmente e rapidamente, dificultando assim a sua capacidade de cobrir o fogo. Nestes casos necessrio aplicar a gua por um perodo de tempo mais prolongado e em grande volume. ESPUMA realmente o agente extintor mais incuo que existe, mas certos cuidados devem ser tomados quanto a: Condutividade eltrica por ser 90% a base de gua a espuma conduz tambm eletricidade, portanto nunca dever ser utilizado em incndios de classe C. Risco de exploso no se deve utilizar a espuma em incndios que envolvam gs liqefeito de petrleo tais como: butano, propano, butadeino etc. pois estes decompem violentamente a espuma causando exploso por liberao rpida de energia. leos de alta viscosidade em alta temperatura desaconselhvel o uso de espuma em recipientes que contenham leos de alta viscosidade, tipo bunker oil , que tenham permanecido por muito tempo em alta temperatura, pois essa aplicao poder causar o boil over. ANIDRIDO CARBONICO OU CO2 - o anidrido carbnico mais conhecido gs carbnico ou CO2, como agente extintor tem relativamente poucas limitaes. Toxidade embora o gs carbnico no seja txico, pode em determinada concentrao causar desmaios e em concentraes maiores causar a morte. A uma concentrao de 9% p.p.m pode causar desmaios, e a 15% p.p.m pode provocar morte por asfixia se a vtima permanecer por mais trs minutos a esta concentrao. Superfcies quentes ou braseiros incndios aparentemente extintos por CO2 podem sofrer reignio, se no local permanecer superfcies quentes ou braseiros. Material contendo oxignio embora seja um agente extintor por excelncia, o gs carbnico pouco ser til para se extinguir incndios que envolvam molculas de oxigniowww.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros ligadas a sua estrutura molecular, tais como: nitrato de celulose, nitrato de carbono (plvora negra), etc. Metais pirofricos incndios que envolvam metais pirofricos: como sdio, potssio, p de magnsio, oxido nitroso, no podem ser extintos por CO2, pois estes decompem o gs carbnico. AGENTES QUMICOS SECOS embora sejam txicos os agentes qumicos secos possuem duas limitaes. Perigo de asfixia quando em recinto fechado, o uso da quantidade de agentes qumicos secos deve ser controlada, pois o uso de quantidades excessivas podem provocar asfixia do operador. Corrosividade pode ser base de hidrxidos e monofosfato, os agentes qumicos, quando aplicados sobre o fogo, se decompem produzindo vapor dgua e sais, estes sais corroem as partes metlicas, se permanecerem por muito tempo sobre eles, portanto aps a extino todo o material eltrico dever ser limpo AGENTES HALOGENADOS os agentes halogenados apresentam as seguintes limitaes: Toxidade uma vez que os agentes halogenados reagem com fragmentos moleculares do combustvel, interrompendo a transmisso de calor intramolecular, em certos casos produzem produtos mais estveis, mas que se tornam mais perigosos ou txicos do que o prprio agente extintor. Citamos como exemplo o tetracloreto de carbono, que por si s txico e quando aplicado sobre o fogo o gs fosfagnio altamente txico. Portanto o uso destes agentes requer o uso de equipamentos de proteo individual (P.A) Fator de corroso alguns dos agentes halogenados apresentam fator de corroso, principalmente quando umedecidos. Por exemplo brometo de metila ( p qumico) ataca com severidade o alumnio e suas ligas, e com poucas insignificncia o ao, mas quando umedecido, gera o cido hidrobrmico, que ataca com severidade o ao com inoxidvel. O clobrometano como na maioria dos agentes a base de cloro e bromo, No corri o ao, bronze e chumbo, mas ataca o alumnio, magnsio e quando umedecido ataca com severidade o ferro. O tetracloreto de carbono corrosivo principalmente quando umedecido, pois gera o cido clordrico. Os agentes mais estveis so base de flor, entretanto quando umedecido ataca o bronze e corroem o ao, pois geram cido fluordrico. AGENTES EXTINTORES NOVOS AGENTE EXTINTOR INERGEN INERGEN um gs inerte, no corrosivo, no combustvel e no reagente com a maioria das substncias. Contm apenas gases de ocorrncia natural na atmosfera no contribui com o aquecimento da atmosfera (efeito estufa) e no representa risco para camada de Oznio. Obtido pela mistura de trs gases; Nitrognio (52%), Argnio (40%) e Dixido de Carbono (8%), o agente extintor INERGEN extingue o fogo reduzindo o nvel de Oxignio, no ambiente, abaixo do ponto de sustentao da combusto. Quando INERGEN descarregado em uma sala, introduz uma mistura apropriada de gases de modo a permitir a respirao em uma atmosfera com baixo nvel de Oxignio,www.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros estimulando a capacidade do corpo humano de assimilar Oxignio. A atmosfera normal de uma sala contm 21% de Oxignio e menos de 1% de Dixido de Carbono. Se a quantidade do primeiro for reduzida abaixo de 15%, a maioria dos combustveis no mais queimar. O INERGEN ir reduzir o nvel do Oxignio do ambiente para 12,5% enquanto eleva a concentrao de Dixido de Carbono para 4%. O aumento da quantidade de Dixido de Carbono aumenta a taxa respiratria e a capacidade de absoro de Oxignio do organismo. Em sntese, o corpo humano estimulado, pelo Dixido de Carbono, a respirar mais rpida e profundamente, para compensar a reduo de Oxignio na atmosfera. IMPACTO AMBIENTAL INERGEN uma mistura de trs gases normalmente encontrado na natureza; Nitrognio, Argnio e Dixido de Carbono. Em decorrncia disto, no ataca a camada de Oznio E no contribui para o aquecimento global da atmosfera , ao contrrio das substncias qumicas que possuem longo tempo de vida na atmosfera. Uma vez que o INERGEN composto de gases atmosfricos, no possui os problemas de toxicidade associados aos agentes alternativos ao Halon, originrios de processos qumicos, nem produz subprodutos perigosos como cidos fluordricos nos produtos que contm flor em sua formulao, resultante da decomposio trmica pela exposio ao fogo (razo pela qual a NFPA-2001 Cap. 3 Pargrafo 3.8.1.2 determina que estes produtos devem ser lanados em no mximo 10 Seg.). Existe tambm, ao contrrio dos agentes qumicos alternativos, limitaes quanto aos testes de sistemas e obrigatoriedade de recuperao do agente (NFPA 2001 Cap. 4 Pargrafo 4.1.4). APLICAO O agente extintor INERGEN aplicado em reas confinadas sendo particularmente til em riscos em que desejvel ou essencial um agente extintor no condutivo, no qual obstculos exigem a utilizao de um agente gasoso, onde um agente limpo se faz necessrio ou ainda onde a rea de risco normalmente ocupada e exige um agente no-txico. As seguintes reas so tpicas para o uso do Agente Extintor INERGEN: Salas de computao; Pisos falsos; Fitotecas; reas de processos; Salas de controle; reas normalmente, ocupadas ou no, contento equipamento eltrico ou eletrnico sensvel ou insubstituvel. reas enclausuradas.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros APARELHOS EXTINTORES DE INCNDIO

So aparelhos de fcil manuseio, destinados a combater princpios de incndios. Recebem o nome do agente extintor que transporta em seu interior. OS EXTINTORES PODEM SER:

Extintor de gua:

Pressurizado. Extintor de espuma

Presso injetada.

Mecnica (pressurizada)

Mecnica (presso injetada)

Qumica

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Extintor de p qumico seco

Pressurizado Extintor de gs carbnico

Presso injetada Extintor halogenado

Pressurizao pela despressurizao do gs

Pressurizao direta por N2

Extintores portteis so recipientes metlicos dotados de cilindros e acessrios que possui massa total inferior a 25 kg., e deve ser operador por uma pessoa. Porttil de baixa presso Capacidade 10 litros Unidade extintora 10litros Pressurizao direta por N2 Para classe de incndio A Porttil de baixa presso Capacidade 10 litros Unidade extintora 10litros Pressurizao direta por N2 Para classe de incndio A

GUA PRESSURIZADA

GUA PRESSURIZADA

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Porttil de baixa presso Capacidade 10 litros Unidade extintora 10 litros Pressurizao indireta por co2 Para classe de incndio Porttil de baixa presso Capacidade nominal de 9 litros Unidade extintora 9 litros LGE = AFFF Pressurizao direta por N2 Para classe de incndio A e B Porttil de baixa presso Capacidade nominal de 9 litros Unidade extintora 9 litros LGE = AFFF Pressurizao indireta por co2 Para classe de incndio A e B Porttil de baixa presso Capacidade 10 litros Unidade extintora 10 litros Pressurizao por reao entre solues formadoras de co2 ( sulfato de alumnio + bicarbonato de sdio + agente estabilizante) Para classe de incndio A e B Porttil de baixa presso Capacidade de 01 at 12 kg Unidade extintora 04 kg Pressurizao direta por N2 Agente mais comum o bicarbonato de sdio Para classe de incndio B e C Porttil de baixa presso Capacidade de 04 at 12 kg Unidade extintora 04 kg Pressurizao indireta por co2 Agente extintor mais comum o bicarbonato de sdio para classe incndio B e C Porttil de alta presso Capacidade de 02 at 06 kg Unidade extintora 06 kg ( ou 02 de 04kg) Pressurizao pela descompresso do gs carbnico Para classe de incndio B e C Porttil de baixa presso Capacidade de 01 at 04 kg Unidade extintora 02 kg Pressurizao direta por N2 Agente mais comum o halon 1211www.capre.com.br

GUA PRESSO INJETADA

ESPUMA MECANICA PRESSURIZADA

ESPUMA MECANICA PRESSO INJETADA

ESPUMA QUMICA

PQS PRESSURIZADO

PQS PRESSO INJETADA

CO2 GS CARBNICO

HALON

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Para classe de incndio B e C

APARELHOS EXTINTORES SOBRE RODAS So recipientes metlicos montados em chassis sobre rodas, dotados de cilindro e acessrios que possuem massa total superior a 25kg. Sobre rodas de baixa presso Capacidade de 75 ou 150 litros Presso injetada indireta por co2 Para classe de incndio A Sobre rodas de baixa presso Capacidade de 50 litros Presso injetada indireta por co2 Para classe de incndio A e B Sobre rodas de baixa presso Capacidade de 75 ou 150 litros Presso por reao qumica Para classe de incndio A e B Sobre rodas de baixa presso Capacidade a partir de 20 kg Presso injetada por co2 Para classe de incndio B e C sobre rodas de alta presso Capacidade a partir de 10 kg Presso pela descompresso do gs Para classe de incndio B e C

GUA

ESPUMA MECNICA

ESPUMA QUIMICA

PQS

CO2

TECNICAS DE EXTINO DE INCNDIO Tcnicas de extino de incndio a utilizao correta dos meios disponveis para extinguir incndios com maior segurana e com o mnimo de danos durante o combate. Os brigadistas devem estar aptos a executar com rapidez e eficincia as evolues determinadas pelo chefe da equipe. Este nvel de profissionalizao alcanado quando h empenho no treinamento por parte da equipe. A finalidade com o equipamento de combate a incndios obtida atravs de instrues constantes. As tcnicas de extino so determinadas pelas peculiaridades de cada classe de incndios e suas caractersticas. A penetrao numa edificao somente deve ser evitada quando houver risco para a equipe (possibilidade de desabamento, excesso de calor, falta de visibilidade, perigo de exploso, presena de produtos perigosos, possibilidade de radiao atmica). Outras situaes de ataque externo constituiro, quase invariavelmente, erros grosseiros.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros INSTALAES E EQUIPAMENTOS DE PCI As indstrias, comrcios, edifcios devem adotar medidas de proteo que visam a preveno de sinistros e em sua ocorrncia , a neutralizao dos seus efeitos, danos ao patrimnio e a coletividade. A periculosidade do risco est ligada as condies de segurana contra incndio. Estas condies podem ser resumidas em ESTRUTURAIS e de PREVENO E COMBATE . A taxa de risco determinada, levando-se em conta trs fatores fundamentais a saber: LOCALIZAO, OCUPAO E CONSTRUO. Um quarto fator de grande influncia na determinao das classes de ocupao o ISOLAMENTO. A taxa determinada, em princpio, de acordo com as caractersticas de um mesmo risco isolado. Dois ou mais edifcios ou locais constituem um mesmo risco isolado, quando esto em comunicao entre si, formando um conjunto separado dos demais. Os elementos estruturais e de proteo e combate ao fogo, constituem meios de evitar o incndio, dificultar ou retardar sua propagao. Os elementos estruturais do risco so os que se referem ao material e tcnica empregados na construo das edificaes. So de interesse das classes de construo e na resistncia ao fogo. Os sistemas de preveno e combate podem determinar a reduo da taxa do risco onde se encontram instalados, mediante procedimentos prprios. INSTALAES E EQUIPAMENTOS DEFINIES Instalaes de PCI so estruturas fixas que so projetadas junto com a edificao, e que se destinam a Preveno e Combate a Incndio. Exemplos: escadas de incndio; porta corta-fogo; reservatrios e caixas d gua; sistema de alarme; sistema automtico de deteco e alarme; etc. Equipamentos de PCI so aparelhos e apetrechos de uso individual ou coletivo, que se destinam a auxiliar o homem na Preveno e Combate a Incndios. Exemplos: viaturas; escadas portteis; extintores e carretas-extintores; esguichos; mangueiras; mscaras; cordas; material de arrombamento; etc. Classificaes de Instalaes e Equipamentos de PCI Existe um grande nmero de tipos de instalaes e equipamentos de PCI, que podem ser classificados em : As instalaes de PCI so classificadas em : Fixas - So estruturas fixas a edificao destinada preveno, isolamento e combate a incndios. Como exemplos: reservatrio e caixas dgua; paredes e portas cortafogo; tetos e pisos incombustveis, pra-raios; escadas de evaso, etc. Fixas automticas So estruturas fixas, que para entrarem em funcionamento no dependem da interveno humana. Como por exemplo: sistema hidrulico automtico de proteo; sistemas automticos de deteco e alarme; sistemas automticos de isolamento; etc. Fixas sob comando So estruturas fixas, que para entrarem em funcionamento dependem da interveno humana. Como por exemplo: sistemas de alarme; sistemas hidrulicos sob comando; portas corta-fogo; etc.www.capre.com.br

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CLASSIFICAO DOS EQUIPAMENTOS DE PCI Mveis So os equipamentos de uso coletivo, que se destinam a auxiliar o brigadista, no combate direto ou indireto ao incndio. Exemplos: viaturas, extintores sobre rodas; carretas e viaturas dotadas de auto-bomba; etc. Portteis So os equipamentos de uso individual que se destinam a auxiliar diretamente o brigadista no combate ao fogo. Exemplos: extintores; cordas; escadas; mscaras de respirao; materiais de arrombamento; etc. USO DAS INSTALAES DE PCI Embora de grande importncia para combater os incndios, a simples existncia de instalaes e equipamentos no indica que o perigo esteja afastado. H necessidade de adoo de medidas complementares de preveno recomendadas para cada caso. As instalaes e equipamentos devem passar por revises peridicas e mantidas em perfeitas condies, a fim de evitar problemas em horas emergnciais, como registros e vlvulas que no abrem, mangueiras furadas, aparelhos extintores com carga fora de tempo de validade, etc. No devem ter o seu acesso obstrudo pela disposio de materiais e devem ser perfeitamente sinalizados para sua perfeita visualizao. Em empresas onde h grande periculosidade, como a fabricao de explosivos e refinaes de petrleo, os cuidados contra incndio devem ser maiores, pois, qualquer falha na preveno poder acarretar a destruio das instalaes e perdas de vida. SISTEMA DE DETECO E ALARME So dispositivos mecnico eltricos ou eletrnicos, que detectam e denunciam por sinais luminosos e ou sonoros uma emergncia. Os detectores de incndios possuem alta sensibilidade para luz; gazes; fumaa e aumento de temperatura; so constitudos de um sistema ativado por um processo fsico, qumico ou de ambos, independentemente da interveno humana. Existem quatro tipos principais de detectores de incndios, que podem ser encontrados todos em um nico sistema: Detectores trmicos ( calor ) Detectores infravermelhos ( chamas ) Detectores fotoeltricos ( fumaa ) Detectores de ionizao ( aumento de carga eltrica )

Detectores trmicos - Reagem a energia calorfica desprendida pelo fogo. Tal ocorre ao aumento brusco da temperatura ambiente (em geral para um acrscimo de cerca de 10 C por minuto). Detectores infravermelhos So usados nas reas onde o fogo pode alastrarse rapidamente, com pouco ou sem estgio incipiente, como depsito de lquidos inflamveis, salas de equipamentos de fora, etc.). Estes detectores reagem diretamente s radiaes dewww.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros infravermelho emanadas das chamas. Tais radiaes precisam ser moduladas durante alguns segundos antes que o detector acione o dispositivo sinalizador de alarme. Detectores fotoeltricos - reagem alta concentrao de fumaa visvel ( a mesma fumaa que o olho humano pode ver) . So ineficazes onde h grande produo de fumaa, principalmente nos primeiros estgios da combusto. Detectores de ionizao - utilizam um princpio segundo o qual a radiao alfa torna condutivo o ar no interior do detector; quando ento uma voltagem aplicada e uma pequena corrente eltrica comea a fluir. Quando os produtos da combusto penetram no interior do detectar, o fluxo da corrente reduzido, e em conseqncias o sinal de alarme acionado. Equipamento de controle - uma instalao de detectores torna-se ineficiente quando no se conta com equipamentos de controle. Estes so equipamentos eletrnicos os quais recebem os sinais de alarmes enviados pelo sistema de detectores e fornece uma indicao visual da zona atingida. O equipamento de controle tem tambm a funo de comandar os dispositivos audveis de sinalizao, tais como sirenes, campainhas, etc. , a fim de alertar o pessoal de toda a edificao. Alm disto, o equipamento recebe, tambm, a sinalizao de defeitos dos circuitos externos e supervisiona seus prprios circuitos internos. SISTEMA HIDRAULICO E AUTOMTICO DE PROTEO

So sistemas modernos utilizados nas grandes organizaes industriais, comerciais, refinarias, usinas, armazns, etc. So de grande eficincia, porm suas instalaes alm de serem muito dispendiosas so puramente tcnicas. Funcionam pelo principio fsico de deteco de calor, fumaa, ou luz, independentemente do homem para a deteco e extino do fogo. Exigem manuteno adequada e constante para o perfeito funcionamento. Estes tipos de sistema recebem a denominao errnea Sprinklers em forma genrica, pois o sistema Sprinklers para um agente extintor gua, uma vez que o sistema tambm pode ter como agente extintor: espuma, CO2 e agentes qumicos secos. Temos tambm o sistema MULSIFIRE , que se assemelha ao sistema Sprinklers, mas ao contrrio deste, fornece jatos de neblina de alta velocidade. Nos locais onde so armazenados G.L.P , encontramos o sistema PROTECTOSPRAYM que funciona aplicando gua pulverizada sobre os tanques de armazenagem e a rede de tubulao adjacente. Dos sistemas acima mencionados, estudaremos especialmente o agente extintor gua (Sprinklers).www.capre.com.br

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SISTEMA SPRINKLERS consiste num sistema de chuveiros automticos para fins de proteo contra incndio definido como sistema fixo integrado, compreendendo os seguintes elementos: a) rede hidrulica de distribuio que alimenta os chuveiros automticos, aps a vlvula de alarme ou chave detectara de fluxo dgua; b) rede de abastecimento das vlvulas de alarme ou detectara de fluxo dgua; c) abastecimento dgua. A parte do sistema aps as vlvulas de alarme formada por uma rede de tubulaes fixas, compreendendo tubulaes de subida principal( onde instalada a vlvula de alarme ou chave detectora de fluxo dgua, que controla e indica a operao do sistema), tubulaes de subidas e descida, tubulaes gerais, tubulaes subgerais e ramais. Ao longo destes ramais so instalados os chuveiros automticos para atender as seguintes condies: a) proteo total; b) mnimo interferncia descarga de gua; c) rea mxima por chuveiro automtico, de acordo com o risco a proteger d) posio em relao ao teto ou telhado, para obter uma sensibilidade adequada de funcionamento, em funo do acmulo mais rpido de calor junto ao chuveiro automtico. O dimensionamento da tubulao aps a vlvula de alarme pode ser determinada por tabelas, conforme o risco a proteger, ou por clculos hidrulicos, respeitando os parmetros de densidade e rea de operao de chuveiros funcionando simultaneamente. O resultado de clculo da rede aparente do sistema se estende at os abastecimentos de gua, para serem determinadas suas dimenses. e) O sistema de chuveiros automticos processa a descarga de gua sobre o foco de incndio, em uma densidade adequada para control-lo ou extingui-lo em seu estgio inicial. Com simples operao de um ou mais bicos, ocorrem simultaneamente o funcionamento de um alarme e o desencadeamento dos abastecimentos de gua.

Nos sistemas hidrulicos sob comando encontramos os seguintes equipamentos:

ABRIGO - caixa metlica, destinada a guarnecer e proteger o hidrante bem como os seus acessrios.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros ESGUICHO - pea metlica de vrias formas destinadas a dar forma de direo ao jato. H vrios tipos de esguicho. HIDRANTE INTERNO

aquele constitudo de uma tomada de gua com dispositivo de manobra e localizado no interior da edificao; No podero ser instalados a mais de 1,30m de altura acima do piso. Os Hidrantes Internos (HI), devem ser instalados de forma que, qualquer ponto da edificao possa ser alcanado pelo jato de gua e ser instalado no interior de um abrigo que contenha mangueira e esguicho com requinte e apresente externamente a palavra incndio;

Os hidrantes internos s devem ser usados em duas ocasies: Em combate a incndio; Em treinamento.

Jamais use-os para lavar carro, aguar jardins, limpeza de casas e outros fins; HIDRANTE DE RECALQUE

aquele que, situado no passeio pblico, permite o abastecimento da canalizao do edifcio, por fonte externa. Inspecione-os sempre e mantenha-os desobstrudos, limpos e em condies de uso.

Mangueiras de IncndioMANGUEIRAS - o equipamento de combate a incndio, constitudo de um duto flexvel dotado de juntas de unio, destinado a conduzir gua sobre presso. O revestimento interno do duto um tubo de borracha que impermeabiliza a mangueira, evitando que a gua saia do seu interior. vulcanizada a uma capa de fibra.www.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros A capa do duto flexvel uma lona, confeccionada de fibras naturais ou sintticas, que permite a mangueira suportar alta presso de trabalho, trao e as difceis condies de servios de bombeiro. As juntas de unio so peas metlicas, fixadas nas extremidades das mangueiras, que servem para unir lances entre si ou lig-los a outros equipamentos hidrulicos, depois de apoiadas nos encaixes. INSTRUES DE USO DE - MANGUEIRA DE INCNDIO As mangueiras de incndio devem atender a marca de conformidade ABNT, o que significa que alm de atender totalmente a NBR 11861. 1. Mangueira Tipo 1 - Destina-se a edifcios de ocupao residencial. Presso de trabalho mxima de 980 kPa (10 kgf/cm2). 2. Mangueira Tipo 2 - Destina-se a edifcios comerciais e industriais ou Corpo de Bombeiros. Presso de trabalho mxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2). 3. Mangueira Tipo 3 - Destina-se a rea naval e industrial ou Corpo de Bombeiros, onde indispensvel maior resistncia abraso. Presso de trabalho mxima de 1.470 kPa (15 kgf/cm2). 4. Mangueira Tipo 4 - Destina-se a rea industrial, onde desejvel maior resistncia abraso. Presso de trabalho mxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2). 5. Mangueira Tipo 5 - Destina-se a rea industrial, onde desejvel uma alta resistncia abraso. Presso de trabalho mxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm2) ATENO: O tipo da mangueira deve estar marcado nas duas extremidades do duto flexvel. Certifica-se de que o tipo de mangueira de incndio adequado ao local e as condies de aplicao, conforme a NBR 11861. Verificar se a presso na linha compatvel com a presso de trabalho de

mangueira. Seguir todas as instrues contidas na Norma NBT 12779 - INSPEO, MANUTENO E CUIDADOS EM MANGUEIRAS DE INCNDIO. A mangueira de incndio deve ser utilizada por pessoal treinado. No arrastar a mangueira sem presso. Isso causa furos no vinco. No armazenar sob a ao direta dos raios solares e/ou vapores de produtos qumicos agressivos. No utilizar a mangueira para nenhum outro fim (lavagem de garagens, ptios etc.)

que no seja o combate a incndio. Para a sua maior segurana, no utilize as mangueiras das caixas/abrigos em treinamentos de brigadas, evitando danos e desgastes. As mangueiras utilizadas em treinamento de brigadas devem ser mantidas somente para este fim.www.capre.com.br

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros Evitar a queda das unies. Nunca guardar a mangueira molhada aps a lavagem, uso ou ensaio hidrosttico.

DURANTE O USO: Evitar a passagem da mangueira sobre cantos vivos, objetos cortantes ou pontiagudos, que possam danific-la. No curvar acentuadamente a extremidade conectada com o hidrante. Isso pode causar o desempatamento da mangueira (unio).

causados por entrada de bomba ou fechamento abrupto de vlvulas e esguicho (segundo a norma americana NFPA 1962, a presso pode atingir sete vezes, ou mais, a presso esttica de trabalho). Isso pode romper ou desempatar uma mangueira. Quando no for possvel evitar a passagem de veculos sobre a mangueira, deve ser utilizado um dispositivo de passagem de nvel. Recomendamos o dispositivo sugerido pela Norma NBR 2779.

Cuidado com golpes de arete na linha

INSPEO E MANUTENO Toda mangueira, quando em uso (em prontido para combate a incndio), deve ser

inspecionada a cada 3 (trs) meses e ensaiada hidrostaticamente a cada 12 (doze) meses, conforme a norma NBR 12779. Estes servios devem ser realizados por profissional ou empresa especializada. Para lavagem da mangueira, utilizar gua potvel, sabo neutro e escova macia. Secar a mangueira sombra, utilizando um plano inclinado ou posicionando-a na vertical; nunca diretamente ao sol. Fazer a redobra dos vincos, conforme a Norma NBR 12779, item 5.2.5, com

profissional ou empresa especializada. O usurio deve identificar individualmente as mangueiras sob sua responsabilidade e manter registros histricos de sua vida til. Recomendamos o uso da Ficha de controle individual para Mangueira de Incndio, conforme o Anexo A da Norma NBR 12779, para manuteno do presente Certificado de Garantia.

Aps o ensaio hidrosttico, a mangueira deve retornar, preferencialmente, para o mesmo hidrante ou abrigo em que se encontrava antes do ensaio. Consultar a Norma NBR 12779 para formas de enrolamento. CHAVES DE MANGUEIRA pea destinada a auxiliar o brigadista a atarraxar ou desatarraxar engates rpidos quando estes esto difceis de atarraxar ou desatarraxar.

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros

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Curso Bsico de Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade NR-10 Combate a Incndio e Primeiros Socorros PREVENO DE INCNDIO DEFINIO : A preveno de incndios envolve uma srie de providncias e cuidados, cuja aplicao e desenvolvimento visam evitar as conseqncias danosas de um incndio ou pelo menos limitar a propagao do fogo caso ele surja . Tal preveno constitui regra bsica para a segurana das pessoas nas reas operacionais e para proteo do patrimnio. FASES DA PREVENO Fase Pr Operacional: Est ligada Engenharia de Projetos, exigindo as devidas previses quanto da feitura de um projeto de construo. Atravs da observncia das normas estabelecidas pelos rgos que regem a matria. Fase Operacional: Caracteriza a necessidade de se preservar o sistema de segurana do prdio aps sua ocupao e determina a aplicao de medidas preventivas. Fase Corretiva: Dever ser aplicada sempre que uma edificao no apresentar as condies de segurana exigidas pela legislao pertinente. Sejam em conseqncias de falhas originrias do prprio projeto de construo ou em conseqncia de alteraes sofridas aps a ocupao do imvel. Circunstncias que implicam em modificaes, remanejamento e adaptaes. O objetivo da preveno impedir o aparecimento de um princpio de incndio e, caso ele ocorra, detect-lo o mais rapidamente possvel, dificultar a sua propagao e, sobretudo facilitar o seu combate ainda na fase inicial. O descuido, a falta de orientao e a negligncia continuam sendo as principais causas da maioria dos incndios. GENERALIDADES SOBRE INCNDIO O conceito de incndio baseia-se na ao destruidora do fogo, o que ocorre Incndio sempre que o mesmo foge do controle do homem. FORMAS DE COMBUSTO COMBUSTO VIVA - Processa-se com o desprendimento de luz e calor e com elevao rpida da temperatura como ocorrem na queima da gasolina, tintas, vernizes, papel, plsticos, tecidos, etc...Normalmente este tipo de combusto completa, porque o combustvel totalmente consumido pelas chamas, restando apenas resduos quando se trata de corpos slidos. COMBUSTO INCOM