apostila higiene, saúde e segurança do trabalho

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TEMA: Higiene, Saúde e Segurança do Trabalho. 1 - Objetivo : O objetivo principal deste tema é o de transmitir e ensinar as principais noções básicas e fundamentais relativas ao assunto, bem como, preparar e motivar todos os alunos a engajarem-se na busca de melhorias contínuas da Higiene, Saúde e Segurança do Trabalho, de modo a progredirmos sempre na busca de resultados melhores, de modo a alcançarmos patamares de excelência nesta área tão relevante ao desenvolvimento técnico e social de nosso país. Assim sendo, dentro do período de tempo previsto e disponível do calendário escolar, buscaremos obter uma visão global e uma introdução da Higiene e Segurança do Trabalho, de modo a alicerçarmos uma base para uma atuação responsável e construtiva nesta especialidade tão importante em nossa vida profissional. Observação: - Neste tema além da exposição em aulas, utilizaremos também métodos de aprendizado participativos tais como: Trabalhos de pesquisa individuais e coletivos; Consultas à literatura técnica específica; Consultas e Pesquisas na Internet; Demais meios didáticos possíveis. Pois como todos nós sabemos: O trabalho dignifica o homeme “O conhecimento o enobrece” Autor desconhecido! 2 – Programação do Tema:

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Page 1: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

TEMA: Higiene, Saúde e Segurança do Trabalho.

1 - Objetivo:

O objetivo principal deste tema é o de transmitir e ensinar as principais noções básicas

e fundamentais relativas ao assunto, bem como, preparar e motivar todos os alunos a

engajarem-se na busca de melhorias contínuas da Higiene, Saúde e Segurança do Trabalho,

de modo a progredirmos sempre na busca de resultados melhores, de modo a alcançarmos

patamares de excelência nesta área tão relevante ao desenvolvimento técnico e social de

nosso país.

Assim sendo, dentro do período de tempo previsto e disponível do calendário escolar,

buscaremos obter uma visão global e uma introdução da Higiene e Segurança do Trabalho,

de modo a alicerçarmos uma base para uma atuação responsável e construtiva nesta

especialidade tão importante em nossa vida profissional.

Observação: - Neste tema além da exposição em aulas, utilizaremos também métodos de

aprendizado participativos tais como:

Trabalhos de pesquisa individuais e coletivos;

Consultas à literatura técnica específica;

Consultas e Pesquisas na Internet;

Demais meios didáticos possíveis.

Pois como todos nós sabemos:

“O trabalho dignifica o homem” e “O conhecimento o enobrece”

Autor desconhecido!

2 – Programação do Tema:

Para atingirmos os objetivos anteriormente colocados, abordaremos e

transcorreremos os seguintes assuntos ligados a Segurança e Higiene e do Trabalho:

Visão Histórica, sistêmica e holística da Segurança do Trabalho;

Estatísticas de Acidentes do Trabalho no Brasil e no Mundo;

Principais Leis que regem a Higiene e Segurança do Trabalho no Brasil;

Panorama da Situação da Segurança do Trabalho no Brasil e no Mundo;

Normas Regulamentadora aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de

1978;

Page 2: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Normas Técnicas, inclusive as relativas a Engenharia Elétrica que envolva a

Segurança do Trabalho;

Principais Órgãos Oficiais existentes relacionados a Segurança do Trabalho;

Entidades não Governamentais;

Termos técnicos, siglas e abreviações mais utilizadas;

Riscos Ambientais e Profissionais;

Análises de Riscos e principais Técnicas Utilizadas;

Situações de Emergências;

Gestão de Riscos e Emergências;

Combate a Incêndio;

Segurança em Instalações Elétricas;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –CIPA;

Equipamentos de Proteção Individual – EPIs;

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho;

PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional;

Estrutura e Organização da Área de Segurança do Trabalho;

Sistemas de Gestão de SST;

OSHAS 18001 e BS 8800;

Demais aspectos importantes relativos ao tema.

3 – Introdução ao tema, visão histórica, sistêmica e holística do assunto:

3.1 – Resumo Histórico: - Origem, nascimento e oficialização da Segurança e a Higiene no

Trabalho:

Muito embora o trabalho organizado no mundo civilizado tenha surgido a milhares de

anos, como podemos ver testemunhados em diversas obras históricos, tais como, as

Pirâmides do Egito antigo, a Acrópole de Atenas, o Coliseu de Roma, a Muralha da China,

além de muitas outras Construções Medievais de grande porte, tais como as Catedrais,

Castelos, Monumentos e Túmulos, verificamos, contudo que, ao longo da história, parece

não ter havido uma organização e preocupação maior das Nações e Povos daquelas épocas,

com os aspectos referentes a Segurança de todos estes trabalhadores anônimos e 2

Page 3: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

desconhecidos que se empenharam em promover toda a construção do nosso Mundo

Civilizado.

Cumpre lembrar ainda que grande parte destas obras monumentais utilizou Mão de

Obra escrava.

Na história do mundo, seguindo a linha do tempo a partir das épocas remotas,

verificamos que nos séculos XVIII e XIX, ocorreram importantes eventos e descobrimentos

científicos que culminaram com o surgimento da consagrada Revolução Industrial, a qual,

apoiou-se na evolução técnica decorrente do advento das Novas Tecnologias.

Exemplo disto foi à descoberta e o desenvolvimento das Máquinas a Vapor, dos

Motores de Combustão Interna, dos Motores Elétricos, dos Barcos a Vapor, dos Trens e

Ferrovias, além de diversas máquinas para produção em larga escala, como as máquinas de

Tecelagem e diversos outros inventos.

Em conseqüência de todos estes acontecimentos históricos ocorridos neste nosso

“Admirável Mundo Novo” tiveram o desenvolvimento acelerado da tecnologia e da economia,

modernizando e modificando radicalmente toda uma antiga Civilização.

Todo este desenvolvimento tecnológico, entretanto infelizmente não se fez

acompanhar do correspondente desenvolvimento e equilíbrio sociais, ocasionando assim

muitos e graves problemas sociais.

O agravamento da situação social deu-se principalmente pelo deslocamento em

massa dos trabalhadores e da população envolvida que passaram do trabalho na agricultura

e no campo para o trabalho nas diversas Indústrias que surgiram, tais como, as Indústrias de

Tecelagem, Confecções, de Bebidas e Alimentícias, de Veículos de transporte terrestre,

naval e aéreo Indústrias Químicas e Metalúrgicas, Siderúrgicas, da Construção Civil e outras

tantas existentes.

Além disto, a maioria dos trabalhadores daquela época não possuía formação,

conhecimento, preparo, treinamento e experiências adequadas e suficientes para as

transformações tão intensas que ocorreram.

Naquelas épocas passadas as condições de trabalho conseqüentemente eram

bastante precárias e inseguras.

Documentários antigos mostrando as condições de trabalho existentes nos EUA,

Inglaterra e demais países da Europa, no final do século XIX e início do século XX, como os

que são apresentados no GNT, Discovery, National Geographic e outros canais de TV a 3

Page 4: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Cabo, além de diversos artigos publicados em livros e enciclopédias, impressionam pelos

fatos e cenas apresentadas.

Respeitáveis obras literárias (Victor Hugo, A. J. Cronin, Steinbeck e outros) também

atestaram as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos os trabalhadores,

como por exemplo, os das Minas de Carvão na Inglaterra, das Fábricas e Usinas, dos Portos

e Estaleiros e os da Construção Civil em todo o mundo.

Recentemente, a TV Globo, na novela “Esperança”, líder em audiência, também

abordou estas questões sociais ocorridas no Brasil.

Não faltam exemplos das condições de trabalho deploráveis que existiram nas épocas

passadas, as quais infelizmente ocorrem ainda na época atual, pois apesar de avanços

tecnológicos e sociais ocorridos no mundo, ainda hoje em dia encontramos casos de

displicência, abusos e situações ilegais relativas ao Trabalho, como provam as notícias

divulgadas e as estatísticas de Acidentes do Trabalho publicadas.

Tendo em vista então ao grande número de acidentes desastrosos ocorridos naquelas

épocas passadas, bem como, pela divulgação feita através dos diversos meios de

comunicação, além da decorrente pressão da opinião pública, medidas organizadas de

proteção ao trabalhador finalmente começaram a ser tomadas no mundo.

Mesmo assim com toda da evolução tecnológica dos tempos atuais, por incrível que

pareça, encontramos ainda hoje em dia casos de Trabalho Infantil e Trabalho Escravo!

Em continuidade a este breve histórico, cronológica e resumidamente indicamos

alguns fatos e acontecimentos de maior relevância relacionados com a Segurança do

Trabalho:

Ano de 1911:

Começa-se a implementar com maior amplitude o tratamento médico industrial;

Anos de 1919 até 1921:

Fundação da Organização Internacional do Trabalho – OIT, em 1919, em Genebra, na

Suíça;

O Tratado de Versalhes que selou o fim da Primeira Grande Guerra Mundial incluiu

em seu bojo ações para melhorias das condições de trabalho no mundo.

Surgimentos oficiais de Ações Coordenadas e abrangentes ligadas a Segurança e

Higiene do Trabalho, ocorridas no ano de 1.921, quando a OIT organizou um Comitê para o

Estudo de Assuntos referentes a Segurança e a Higiene no Trabalho.4

Page 5: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Nesta época o Comitê da OIT estabelecido em Genebra na Suíça, estudando as

condições de trabalho e vida dos trabalhadores no mundo, tomou uma decisão histórica

recomendando e tornando obrigatória a constituição de Comissões, compostas de

representantes do empregador e dos empregados, com o objetivo de zelar pela prevenção

dos acidentes do trabalho, quando as empresas tivessem 25 ou mais empregados.

No Brasil simultaneamente surge a primeira Lei sobre Acidentes do Trabalho, a de n o

3.724 de 15 de janeiro de 1919.

Ano de 1934:

Tempos depois, em 10 de julho de 1934 foi promulgada a segunda Lei de Acidentes

do Trabalho através do Decreto n o 24.637.

Ano de 1943:

Criação da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT conforme o Decreto Lei nº 5.452

de 01.05.1943.

Ano de 1944:

Oficialmente instituída a criação da CIPA - Comissão Interna Para Prevenção de

Acidentes, no Brasil:

Getúlio Vargas, um dos políticos de maior expressão em nossa História, conhecido

como o “Pai dos Trabalhadores”, 21 anos após a recomendação feita pela OIT, promulgou

em 10.11.1944, o Decreto – Lei nº 7.036, fixando a obrigatoriedade da criação de Comitês

de Segurança em Empresas que tivessem 100 ou mais empregados. Este decreto ficou

conhecido como Nova Lei de Prevenção de Acidentes.

Ano de 1953:

Em 27.11.1953 a Portaria 155 oficializava a sigla CIPA – Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes.

3.2 – Etapas intermediárias ocorridas no Brasil:

Ano de 1967:

Em 26.02.1967, no Governo do Presidente Costa e Silva, o Decreto-Lei n o 229

modificou o texto do Capítulo V, título II, da CLT, o qual dispunha de assuntos de Segurança

e de Higiene no Trabalho.

Com esta modificação, o artigo 164 da CLT, que tratava de assuntos referentes a

CIPA foi alterado e ficou conforme o seguinte texto:

5

Page 6: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Art. 164 – As empresas que, a critério da autoridade competente em matéria de

Segurança e Higiene no Trabalho, estiverem enquadradas em condições estabelecidas nas

normas expedidas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho,

deverão manter obrigatoriamente, o Serviço Especializado em Segurança e em Higiene do

Trabalho e constituir Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPAS.

§ 1. º O Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho definirá as

características do pessoal especializado em Segurança e Higiene do Trabalho, quanto às

atribuições, à qualificação e a proporção relacionada ao número de empregados das

empresas compreendidas no presente artigo.

§ 2. º As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) serão compostas

de representantes de empregadores e empregados e funcionarão segundo normas fixadas

pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho.

Ano de 1968:

Portaria 3.456: - Em 29 de novembro de 1968, a Portaria 3.456 reduziu o número de

100 para 50 empregados como o limite em que se torna obrigatório à criação das CIPAS em

cada Empresa.

Ano 2000 :

Ainda hoje, apesar de toda a legislação criada e existente, o desenvolvimento

tecnológico continua defasado do desenvolvimento econômico e social, causando em

conseqüência o desemprego em massa, a má distribuição da mão de obra e da renda, fatos

estes que combinados com os programas educacionais, da saúde e habitacionais ainda

deficientes, atingem e prejudicam principalmente as trabalhadores e as classes sociais

menos favorecidas.

Assim sendo, o grande desafio a ser vencido em nossa Sociedade continua sendo o

de progredirmos em harmonia e equilíbrio, buscando o desenvolvimento tecnológico

acompanhado do desenvolvimento econômico, social e da cidadania de modo a

melhorarmos as condições de vida, da educação, da saúde, da habitação e do trabalho no

Brasil e no mundo.

Como descreve Alvin Tofler em seu livro “A terceira onda”, no Brasil temos presentes

simultaneamente as 3 ondas básicas de desenvolvimento que ocorreram nas principais

nações do mundo:

O desenvolvimento Agrícola;6

Page 7: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

O desenvolvimento Industrial;

E o desenvolvimento da Tecnologia da Informação.

Temos assim grandes contrastes, existindo empresas com um alto grau de

desenvolvimento técnico e social, cujos resultados em termos da Segurança no Trabalho são

excelentes, ao lado de empresas tecnicamente e socialmente não adequadamente

estruturadas, sem a mínima responsabilidade social, cujos trabalhadores sofrem as

conseqüências, pagando com a sua saúde e a com a sua vida.

Em vista disto ocorrem os resultados tão ruins relativamente aos principais índices de

Segurança do Trabalho, a ponto do Brasil situar-se atualmente entre as 15 piores nações em

termos de Segurança do Trabalho no mundo.

Esta situação, todavia não deve nos desestimular, mas sim motivar na busca de um

desenvolvimento mais equilibrado, com ações modificadoras que revertam este quadro

desfavorável para uma situação mais compatível comparativamente as nações econômica e

socialmente mais desenvolvidas.

Isto requer de todos nós atitudes reconhecidas como as chaves de sucesso no

alcance de objetivos maiores e marcas de excelência em termos de Segurança e Qualidade

de Vida, tais como:

Ideais maiores;

Ciência, Ética e Humanismo;

Constância de propósitos;

Organização;

Planejamento permanente;

Comunicação;

Treinamento constante;

Coordenação;

Decisão;

Execução.

3.3 – Situação Atual em termos das Leis, Normas, Portarias e Regulamentações:

7

Page 8: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

- A regulamentação referente a Segurança e Medicina do Trabalho atualmente são

regidas pelas seguintes Leis, Normas e Portarias abaixo colocadas, entre outras diversas

tantas existentes:

Constituição Federal de 1988;

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, Capítulo V - Segurança e Medicina do

Trabalho, (Decreto Lei nº 5.452 de 01.05.1943, atualizada pela Lei nº 6.514, de 22

de janeiro de 1977);

Lei nº 6.514, de 22 de janeiro de 1977 (D.O.U. 23.12.1977);

Normas Regulamentadora (NR), aprovadas pela Portaria n0 3.214, de 08 de junho

de 1978;

Normas Regulamentadora Rurais (NRR), aprovadas pela Portaria nº 3.067, de 12

de abril de 1988;

Decreto nº 4.085 de 15 de janeiro de 2002 o qual promulgou a Convenção nº 174

da OIT, bem como, a Recomendação nº 181 sobre a Prevenção de Acidentes

Industriais Maiores;

Demais Portarias, Decretos e Leis vigentes constantes da Legislação

Complementar.

* Responsabilidades Civil e Criminal por Acidente do Trabalho:

Sob o aspecto das Responsabilidades Civil e Criminal por Acidente do Trabalho

temos, (vide em anexo):

Responsabilidade Civil:

Art. 30, da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro;

Art. 157 da CLT;

Artigos 159, 1521, 1522, 1524 do Código Civil;

Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal;

Decreto nº 2172/97, art. 160.

Responsabilidade Criminal:

Artigos 15, 121, 129, 132, do Código Penal;

Decreto nº 2172/97, art. 157, §1.

4 – Segurança no Trabalho, aspectos Políticos, Sociais, Educativos, Econômicos, Dados

Estatísticos:

8

Page 9: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

4.1 - Instituições Governamentais e Entidades não Governamentais ligadas a Segurança e

Medicina do Trabalho:

É de a máxima importância termos uma visão global das várias Instituições

Governamentais e não Governamentais e das diversas Entidades que atuam e interagem

nas questões relacionadas a Segurança e Medicina do Trabalho, no Brasil e no mundo,

inclusive no que tange as recomendações mais recentemente indicadas, bem como, das

tendências que podemos verificar no panorama mundial da Segurança do Trabalho.

Governo no Brasil:

MINISTÉRIOS:

Da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Ministro:

Casa Civil da Presidência da República

Ministra:

Das Cidades

Ministro:

Da Ciência e Tecnologia

Ministro:

Das Comunicações

Ministro:

Controladoria-Geral da União

Ministro Chefe:

9

República Federativa do Brasil

Poder Executivo Poder Legislativo

Poder Judiciário

Page 10: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Da Cultura

Ministro:

Da Defesa (Comandos: Exército, Marinha e Aeronáutica)

Ministro:

Do Desenvolvimento Agrário

Ministro:

Do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Ministro:

Do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Ministro:

Da Educação

Ministro:

Do Esporte

Ministro:

Da Fazenda

Ministro:

Da Integração Nacional

Ministro:

Da Justiça

Ministro:

Do Meio Ambiente

Ministro:

De Minas e Energia

Ministro:

Do Planejamento, Orçamento e Gestão

Ministro:

Da Previdência Social

Ministro:

Das Relações Exteriores

Ministro:

Da Saúde

Ministro: 10

Page 11: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Do Trabalho e Emprego

Ministro:

Dos Transportes

Ministro:

Do Turismo

Ministro:

Observação:

Para um melhor conhecimento e entendimento da matéria, é muito importante

conhecermos e acessarmos os seguintes Órgãos Governamentais e Não Governamentais

em seus respectivos sites, como por exemplo, os seguintes:

Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (http://www.mte.gov.br/) e seus Órgãos

Regionais do MTb;

Ministério da Previdência Social - http://www.mpas.gov.br/;

Ministério da Saúde – http://www.saude.gov.br/;

Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST órgão de âmbito nacional

competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades

relacionadas com a Segurança e medicina do trabalho;

Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho – SSMT;

Delegacias Regionais do Trabalho – DRT, nos limites de sua jurisdição, órgão

regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e

medicina do trabalho;

Órgãos Federais, Estaduais e Municipais: - Podem ainda ser delegadas a outros

Órgãos Federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo

Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas,

quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e

medicina do trabalho.

Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho – DSST (Órgão do MTE);

MPT;

Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do

Trabalho (http://www.fundacentro.gov.br/;

IBGE http://www.ibge.gov.br/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil;11

Page 12: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

OMS/OPAS – Organização Mundial da Saúde (http://www.opas.org.br/);

OIT – Organização Internacional do Trabalho (http://www.oitbrasil.org.br/);

SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança

http://www.sobes.org.br/;

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (http://www.abnt.org.br);

ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho

(http://www.anamt.org.br/;

ABMT – Associação Brasileira de Medicina do Trabalho;

ABPA – Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes

(http://www.abpa.org.br/);

ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais

(http://www.abho.com.br/);

FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho;

CREA – SP (http:// www.creasp.org);

Abraphiset - Associação Brasileira dos Profissionais de Higiene e Seg. do

Trabalho - Http://www.abraphiset.com.br/;

Anent - Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho -

Http://www.anent.org.br/;

Anest - Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho

-Http://www.anest.cjb.net/;

SAUDE E TRABALHO ON LINE;

Várias outras entidades nacionais e internacionais, cujos “Links” são encontrados

nos diversos “Sites” e Portais de Segurança e Medicina do Trabalho que existem.

4.2 – Dados Estatísticos relativos aos Acidentes do Trabalho no Brasil e no mundo:

O Acompanhamento periódico dos dados Estatísticos referentes à Segurança do

Trabalho é da máxima importância para analisarmos e verificarmos em que situação nos

encontramos e quais as ações necessárias de serem tomadas, no que se refere as medidas

para melhoria das Condições de Saúde e Segurança no Trabalho.

A título de exemplos, transcrevemos abaixo alguns dados estatísticos e informações

pesquisadas:

Ano de 1965:12

Page 13: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Conforme pgs. 946 e 947 do livro “Instalações Elétricas, Antonio Bossi e Ezio Sesto,

Hemus Editora Ltda” em 1965, conforme dados Instituto Nacional para Seguros contra

Acidentes do Trabalho – INAIL foram denunciados 1.084.886 acidentes do trabalho, dos

quais 2.657 foram mortais, acidentes estes ocorridos nos diversos setores industriais.

Destes acidentes ocorridos, 1.189 (44,7 %) se referiam aos acidentes em Instalações

Elétricas.

Os dados acima não incluem acidentes domésticos.

Período de 1970 até 2003 (33 anos):

Conforme estatísticas da Previdência Social, no período de 33 anos, a média anual

dos acidentes com lesão foram da ordem de 400.000, sendo que dentre estes, 4.000 foram

de acidentes fatais.

Ano

AEmpregados Segurados

BAcidentes

Registrados

C= Bx100/AIncidência

(%)

DN° de

Óbitos

E´ =N° de

Óbitospor

100.000trabalhadores

E= Dx1000/BCoeficiente

de

Letalidade

(por 1000)

13

Page 14: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

1970 7.284.022 1.220.110 16,75 2.232 30,6 1,831975 12.996.187 1.916.187 14,74 4.001 30,8 2,091980 18.686.355 1.464.211 7,84 4.824 25,8 3,291985 20.106.355 1.077.861 5,36 4.384 21,8 4,061990 22.755.875 693.672 3,05 5.355 23,5 7,721991 22.792.858 640.790 2,81 4.523 19,8 7,061992 22.272.843 532.514 2,40 3.666 16,5 6,881993 23.165.027 426.960 1,84 3.689 15,9 8,641994 23.667.241 388.304 1,71 3.129 13,2 8,051995 23.755.736 424.137 1,79 3.967 16,7 9,351996 23.838.312 395.455 1,66 4.488 18,8 11,351997 24.140.428 421.343 1,75 3.469 14,4 8,231998 24.491.635 414.341 1,69 3.793 15,5 9,151999 24.993.265 387.820 1,55 3.896 15,6 10,05

2000 (*) 26.228.629 363.868 1,39 3.094 11,8 8,52001 (*) 26.966.897 340.251 1,26 2.753 10,2 8,12002 (*) 28.683.913 393.071 1,35 2.968 10,1 7,5

2003(**)

29.544.927 390.180 1,25 2.582 9,0 6,6

20042005

Observação:

- Os dados indicados na Tabela supracitada acima são retirados de estatísticas oficiais;

- Nota-se haver uma incoerência de resultados no que se refere às curvas dos índices de

Incidência e o do Coeficiente de Letalidade, respectivamente colunas “C” e “E”;

- (*) Sujeito a revisão;

- (**) Dados preliminares.

Ano de 1.995

Mortos por 1.000 Acidentes de Trabalho (Coeficiente de

Letalidade, E = Dx1000/B).

EUA = 0,95.

14

Page 15: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Portugal = 1,10.

Espanha = 2,07.

México = 2,97.

Brasil = 3.967*1.000 / 424.137 = 9,35 (conforme os

dados da tabela supracitada).

Nicarágua = 9,81.

o Informações complementares:

Conforme artigo recentemente publicado em “A TRIBUNA”, por ocasião do IX

Encontro Nacional de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, realizado em 2002 em Santos no

Mendes Convention Center, no Brasil de 1971 até 2000 (período de 30 anos), tivemos o

seguinte quadro:

- Perderam a Vida mais de 120.000 trabalhadores, ou seja, em média 4.000

trabalhadores por ano;

- Cerca de 300.000 ficaram inválidos, com uma média de 10.000 trabalhadores

inválidos por ano;

- Ocorrência de mais de 30.000.000 de acidentes do trabalho registrados neste

período de período 30 anos, ou seja, em média 1.000.000 de acidentes por ano;

- Com um índice de 12,6 acidentes para cada 100.000 trabalhadores, índice este

comparativamente bastante acima dos índices dos demais países, tais como os

seguintes:

o 7,6 registrados na França;

o 5,5 na Alemanha;

o 4,2 na Finlândia;

o 2,7 na Suécia.

Dados recentemente divulgados pelo Ministério do Trabalho indicam que o Brasil está

entre as 15 nações com maior número de acidentes do trabalho no mundo.

Além disto, o prejuízo anual no Brasil devido a indenizações e tratamentos médicos

decorrentes dos acidentes do trabalho a que ocorrem é da ordem de R$ 20 bilhões. Esta

15

Page 16: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

cifra seria suficiente para construção de 1 (um) milhão de casas populares ou de 70.000

escolas. (Ver artigo publicado em A Tribuna de 26.01.2003).

De outro lado, informe da Organização Internacional do Trabalho – OIT divulgado em

Genebra na Suíça no dia Internacional do Trabalho mostra que as doenças e acidentes

relacionados ao trabalho no mundo provocam a cada ano 2 milhões de óbitos, ou seja, cerca

de 5.480 mortes por dia onerando a economia global em pelo menos US$ 1,25 trilhões

equivalente a 4% do Produto Interno Bruto do mundo. (Ver artigo publicado em A Tribuna

de 02/05/2003).

4.3 – Principais Indicadores de Desempenho utilizados na Segurança do Trabalho, Taxa de

Freqüência e Taxa de Gravidade:

Relativamente aos dados estatísticos é muito importante que se determine, analise e

acompanhe periodicamente as Taxas de Freqüência, e Taxas de Gravidade.

Observação:

A NB 18 (ABNT, 1975), sugere a elaboração e acompanhamento dos seguintes

Indicadores:

- Taxas de Freqüência (total, com perda de tempo e sem perda de tempo);

Ou seja:

Taxa de Freqüência = nº total de acidentes * 1.000.000 / nº total de h. h. trabalhadas.

- Taxa de Gravidade;

Ou seja:

Taxa de Gravidade = nº total de dias perdidos * 1.000 / nº total de h. h. trabalhadas.

Observações:

- O numerador da Taxa de Freqüência é expresso pelo Número Total de Acidentes

ocorridos no período de avaliação;

16

Page 17: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

- O numerador da Taxa de Gravidade é expresso pelo Número Total de Dias

Perdidos mais os Dias Computados devido aos acidentes no período de avaliação;

- O denominador das duas expressões anteriores, Taxas de Freqüência e de

Gravidade é expresso em horas trabalhadas em um determinado período de

tempo, ou seja, mensalmente, anualmente, etc.

Veja exemplo de cálculo nas pgs. 58,59 e 60 do livro “Prevenção de Acidentes nas

Indústrias”, W. R. Peixoto, Ediouro.

- Outras medidas de avaliação da gravidade (número médio de dias perdidos em

conseqüência de incapacidade temporária total, número médio de dias perdidos em

conseqüência de incapacidade permanente e tempo médio computado).

Sob este aspecto é interessante que se consulte sempre as estatísticas e dados do

Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS, bem como, do Ministério do Trabalho

e Emprego – MTE - (http:// www.mte.gov.br/);

É muito importante estabelecer e conhecer a relação das causas e efeitos, para os

vários tipos de acidentes ocorridos, inclusive caracterizando os tipos das instalações e das

substâncias perigosas envolvidas. Isto nos possibilitará agir de forma mais direcionada e

eficaz na solução dos problemas de segurança existentes.

Assim sendo nas duas tabelas abaixo colocadas encontramos dados de Acidentes de

Grande Porte ocorridos no mundo, envolvendo Produtos Químicos diversos, inclusive

combustíveis e explosivos, bem como, suas principais causas e perdas de vidas decorrentes

(Foram registrados os acidentes com mais de 20 mortes).

É importante que conheçamos estas informações para que haja uma conscientização

do alto poder de destruição revelado por estes acidentes.

Semelhantemente aos acidentes ocorridos no ramo Químico, abaixo indicados,

ocorreram também acidentes de gravidade e conseqüências em diversos outros ramos de

atividades perigosas existentes no mundo, os quais também precisam ser pesquisados e

conhecidos.

ANEXO I: - Tabela 1 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20

óbitos do início do século até 1969.

Data País Tipo de Acidente / Substância Mortes

1917 Escócia Explosão de Navio / Explosivos militares 1.80017

Page 18: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

1921 Alemanha Explosão em Fábrica / de Nitrato e >500

1926 EUA Explosão em Depósito de Munições / Trinitrotoluol 21

EUA Vazamento de Tanques / Cloro 40

1929 EUA Incêndio com gases Tóxicos em / Nitrogênio, e Monóxido

de Carbono 119

1930 Bélgica Gases Tóxicos na Atmosfera / Fluoreto de Hidrogênio,

Ácido e Dióxido Sulfúrico 92

1933 Alemanha Explosão em Fundição / Gás 65

1934 China Incêndio em Gasômetro / Gás 42

1935 Alemanha Explosão em Fábrica de Explosivos / Dinitroluok,

Trinitrotoluol

1939 Romênia Vazamento em Indústria Química / Cloro 60

1942 Bélgica Explosão / Nitrato de Amônia 60-80

1943 Alemanha Explosão de Caminhão em ind. / Butadieno e 60-80

1944 EUA Explosão de Nuvem de Gás / GLN 130

1947 França Explosão de Navio Cargueiro / Nitrato de Amônia 21

EUA Explosão de Caminhão em Ind. / Éter Dimetílio 209

Alemanha Explosão em Metalúrgica / Poeira de

Carvão 50

1950 México Vazamento em Fábrica / Sulfeto de Hidrogênio 22

1959 EUA Explosão de Caminhão em Rod. / Gás Líquido de Petróleo 26

1966 França Explosão em Refinaria / Propano e Butano 21

1968 Alemanha Explosão em Indústria / Cloreto de 24

Japão Contaminação da água por uma / Cádmio 100

Fonte: Freita; C. M. de et al [1995]

Tabela 2 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20 óbitos de 1970 até 1984.

Data País Tipo de Acidente / Substância Mortes

1970 Japão Explosão / Gás 92

1972 EUA Explosão de Coqueria / Propano 21

Japão Vazamento em 6 indústrias / Desconhecido 76

18

Page 19: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Brasil Explosão em Refinaria / Propano e 38

1973 EUA Incêndio em / GLP 40

1974 Inglaterra Flixborough / Vazamento seguido de Explosão em / Ciclohexano 28

1976 Finlândia Explosão / Explosivos 43

1977 Coréia Sul Explosão de Trem / Explosivos 56

Colômbia Vazamento em Indústria de / Amônia, Nitrato e carbamide

1978 Espanha Acidente de Transporte Rodoviário / Propileno 216

México Explosão / Butano 100

México Explosão de Gasoduto / Gás 58

Explosão de um Vagão Tanque / GLP 25

1979 U.R.S.S. Acidente em Fábrica Prod. Químico 300

Irlanda Explosão de tanque de Óleo / Óleo 55

China Naufrágio de um Navio de / Óleo 72

EUA Explosão e Incêndio em Tanque / Óleo Cru 32

1980 Índia Explosão em 2 Fábricas / Explosivos 40+80

Irã Explosão em Depósito de Explosivos / Nitroglicerina 80

Espanha Explosão / Explosivos 51

Tailândia Explosão de Armamentos / Explosivos 54

1981 Venezuela Explosão / Hidrocarbureto 145

México Descarrilamento de Trem / Cloro 28

1982 Canadá Naufrágio em Navio de Óleo / Óleo 84

EUA Incêndio em Navio de Óleo / Óleo 51

Noruega Naufrágio de Navio de / Óleo 123

Espanha Explosão / Explosivos 51

Tailândia Explosão de Munições / Explosivos 54

Venezuela Explosão / Hidrocarbonos 145

1983 Brasil Explosão de Trem / Diesel e 45

1984 Brasil Explosão de Oleoduto / Petróleo (Vila Socó – Cubatão) 508

Brasil Explosão em Plataforma de Petróleo / Petróleo 40

México Explosão de Reservatório / Gás Líquido de 550

Índia Bophal / Vazamento em Indústria Química / Isocianato de Metila >2.500

19

Page 20: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Paquistão Explosão de Gasoduto / Gás Natural 60

Romênia Explosão em Fábrica 100

Índia Transporte Rodoviário / Petróleo 60

Fonte: Freita; C. M. de et al [1995].

LISTAGEM DOS ACIDENTES AMPLIADOS / MAIORES OCORRIDOS ( * ) : (*) - Ver adiante a Convenção OIT 174 e o Decreto Lei 4085 de 15 de janeiro de 2002.

1921 - Alemanha, Oppau, explosão, 561 mortes

1943 – Alemanha, Ludwigshaffen, explosão, 245 mortes

1944 - EUA, Cleveland, incêndio, 136 mortes

1947 - EUA, Texas, explosão barco, 3.000 feridos e 552 mortes

1966 - França, Feyzin, bola de fogo, 81 feridos e 18 mortes

1972 - Brasil, Duque de Caxias, bola de fogo, 53 feridos e 39 mortes

1974 – Inglaterra, Flixborough, explosão, 104 feridos e 28 mortes

1975 - Holanda, Beek, explosão, 14 mortes

1976 – Itália, Seveso, vazamento, intoxicação e dano ao meio ambiente

1978 - Espanha, San Carlos, explosão, 200 feridos e 206 mortes

1983 - Egito, rio Nilo, explosão de carga de GLP, 317 mortes

1984 - Brasil, Cubatão, Vila Socó, fogo, 500 evacuados e 93 mortes

1984-Índia, Bhopal, explosão, 200.000 intoxicados e agressão ao Meio Amb. 4.000 mortes

1984 - México, cidade do México, explosão, 6.400 feridos e 650 mortes

1984 - México, San Juan, explosão de tanque de GLP, 550 mortes

1986 - URSS, Chernobyl URSS, Chernobyl

1987 - Seul, Correa, explosão, 59 feridos e 9 mortes

1988 - EUA, Houston, explosão, 23 mortes

1989 - EUA, Alaska, vazamento de 40 ton de petróleo, 100.000 aves mortas

1990 - Nagothane, Índia, explosão, 35 feridos e 35 mortes

1991 - Sungei Buloh, Malásia, incêndio, 60 feridos e 40 mortes

1991 - Dhaka, Bangladesh, explosão, 39 feridos e 7 mortes

1991 - Bagkok, Thailandia, explosão, mais de 200 feridos e 5 mortes

1993 - Hubei, China, explosão, 52 feridos 63 mortes

20

Page 21: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

1993 - Tailândia, fogo em fábrica de foguetes

2000 - Guizhou, China, explosão de gás Metano em um mina de carvão

2001 - Brasil, plataforma de petróleo, incêndio e dano ao meio ambiente, com 11 mortes

2001 - Zasiadko, Ucrânia, explosão em mina de carvão, mais de 17 feridos e 36 mortes

Observação: Das ocorrências e dos exemplos acima colocados constatamos o perigo, o

risco e o alto grau de destruição dos acidentes com:

Vazamentos de produtos inflamáveis e/ou produtos tóxicos;

Das explosões;

Dos naufrágios;

Dos curtos-circuitos;

Das descargas atmosféricas;

Dos incêndios;

Das ocorrências semelhantes às acima colocadas.

5 - Higiene e Segurança do Trabalho em geral, inclusive Segurança em Instalações Elétricas:

5.1 - Áreas de Conhecimentos envolvidas:

A Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho inclui uma gama de conhecimentos

bastante variada e extensa, envolvendo atividades das mais diversas áreas e

especializações existentes, as quais interagem entre si, como por exemplo, as seguintes:

Administração; Biologia; Comunicação; Construção Civil; Construção e Montagem;

Direito; Economia; Educação; Energia; Enfermagem; Engenharia; Ergonomia; Estatística;

Família; Finanças; Física; Gestão; História; Matemática; Medicina; Organização; Pesquisas;

Planejamento; Política; Petroquímica; Processos Industriais; Psicologia; Química; Recursos

Humanos; Saúde; Sociologia; Tecnologia; Transporte; E diversos outros ramos de atividade

existentes em nossa Sociedade e Economia.

Observações:

É por isto que se diz que a Higiene, Segurança e a Medicina do Trabalho tem uma

natureza multifacetada;

Além disto, para o bom conhecimento da Segurança do Trabalho é necessário que se

tenha, além de todos os conhecimentos técnicos envolvidos, uma visão histórica,

holística e sistêmica dos acontecimentos;

21

Page 22: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

É importante, por exemplo:

* Pensarmos globalmente e atuarmos localmente (por razões econômicas);

* Conhecermos o todo, desde o chão de fábrica até a presidência da Empresa;

* Trabalharmos com constância de propósitos;

* Trabalharmos de maneira organizada, planejada e em equipe;

* Acessarmos e nos comunicarmos com todas as áreas da empresa e pessoal

envolvido.

5.2 – Quadro I - Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE da NR 4 –

Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:

A visão e o conhecimento dos diversos e diferentes campos de atividades econômicas

e sociais existentes no país, os quais demandam e utilizam o trabalho das pessoas e o

respectivo Grau de Risco é de suma importância.

Para iniciar é muito útil então conhecermos e consultarmos o Quadro I -

Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE da Norma Regulamentadora

– NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho, cujo resumo colocamos abaixo:

Quadro I – Classificação Nacional das Atividades Econômicas – CNAE

(Tabela parcial e resumida, vide NR-4, Quadro I).

A – AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL.

Código Atividades Grau de Risco

01AGRICULTURA, PECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS COM ESSAS

ATIVIDADES.

01.1 Produção de Lavouras Temporárias

01.13-9 Cultivo de cana-de-açúcar 3

22

Page 23: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

01.15-5 Cultivo de soja 3

01.2 Horticultura e Produtos de Viveiro

01.21-0 Cultivo de hortaliças, legumes e especiarias hortícolas. 3

01.3 Produção de Lavouras Permanentes

01.31-7 Cultivo de frutas cítricas 3

01.32-5 Cultivo de café 3

01.4 Pecuária

01.41-4 Criação de bovinos 3

01.44-9 Criação de suínos 3

01.45-7 Criação de aves 3

01.5 Produção Mista: Lavoura e Pecuária

01.50-3 Produção mista: lavoura e pecuária 3

01.6Atividades de Serviços Relacionada com a Agricultura e

Pecuária, Exceto Atividades Veterinárias.

01.61-9 Atividades de serviços relacionados com a agricultura 3

01.62-7Atividades de serviços relacionados com a pecuária,

exceto atividades veterinárias.3

2SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E SERVIÇOS

RELACIONADOS COM ESTAS ATIVIDADES.

02.1Silvicultura, Exploração Florestal e Serviços Relacionados com estas

Atividades.

02.11-9 Silvicultura 3

02.12-7 Exploração florestal. 3

B - PESCA.

5PESCA, AQÜICULTURA E ATIVIDADE DOS SERVIÇOS

RELACIONADOS COM ESTAS ATIVIDADES.

05.1Pesca, Agricultura e Atividades dos Serviços Relacionados com estas

Atividades.

05.11-8 Pesca 3

C - INDÚSTRIAS EXTRATIVAS.

23

Page 24: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

10 EXTRAÇÃO DE CARVÃO MINERAL 4

10.04 Extração De Carvão Mineral. 4

11 EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E SERVIÇOS CORRELATOS

11.1 Extração de Petróleo e Gás Natural

11.10-04 Extração de petróleo e Gás Natural 4

11.2Serviços Relacionados com a Extração de Petróleo e Gás - Exceto a

prospecção realizada por terceiros

11.20-7Serviços relacionados com a extração de petróleo e gás -

Exceto a prospecção realizada por terceiros4

13 EXTRAÇÃO DE MINERAIS METÁLICOS.

13.1 Extração de Minério de Ferro

13.10-2 Extração de minério de ferro 4

13.2 Extração de Minérios Metálicos Não-Ferrosos

13.21-8 Extração de minério de alumínio 4

13.23-4 Extração de minério de manganês 4

13.25-0 Extração de minerais radioativos 4

14 EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS

14.1 Extração de Pedra, Areia e Argila.

14.10-9 Extração de pedra, areia e Argila. 4

14.2 Extração De Outros Minerais Não-Metálicos

14.22-2 Extração e refino de sal marinho e sal-gema 4

14.29-0 Extração de outros minerais Não-Metálicos 4

D - INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO.

15 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS E BEBIDAS

15.1 Abate e Preparação de Produtos de Carne e de Pescado

15.11-3 Abate de reses, preparação de produtos de carne. 3

15.12-1Abate de aves e outros pequenos animais e preparação

de produtos de carne.3

15.14-8Preparação e preservação do pescado e fabricação de

Conservas de peixes, crustáceos e moluscos.3

24

Page 25: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

15.2Processamento, Preservação e Produção de Conservas

de Frutas, Legumes e Outros Vegetais.

15.23-7 Produção de sucos de frutas e de legumes 3

15.3 Produção de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais

15.31-8 Produção de óleos vegetais em bruto 3

15.32-6 Refino de óleos vegetais 3

15.4 Laticínios

15.41-5 Preparação do leite 3

15.42-3 Fabricação de produtos do laticínio 3

15.51-2Beneficiamento de arroz e fabricação de produtos do

arroz3

15.52-0 Moagem de trigo e fabricação de derivados 3

15.53-9 Fabricação de farinha de mandioca e derivados 3

15.6 Fabricação e Refino de Açúcar

15.61-0 Usinas de açúcar 3

15.62-8 Refino e moagem de açúcar 3

15.7 Torrefação e Moagem de Café

15.71-7 3 Torrefação e moagem de Café 3

15.8 Fabricação de Outros Produtos Alimentícios

15.81-4Fabricação de produtos de padaria, confeitaria e

pastelaria.3

15.82-2 Fabricação de biscoitos e bolachas 3

15.84-9 Fabricação de massas alimentícias 3

15.89-0 Fabricação de outros produtos alimentícios 3

15.9 Fabricação de Bebidas

15.92-0 Fabricação de vinho 3

15.93-8 Fabricação de malte, cervejas e chopes. 3

15.95-4 Fabricação de refrigerantes e refrescos 3

16 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUMO

16.0 Fabricação de Produtos do Fumo

25

Page 26: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

16.00-4 Fabricação de produtos do fumo 3

17 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS

17.1 Beneficiamento de Fibras Têxteis Naturais

17.11-6 Beneficiamento de algodão 3

17.19-1 Beneficiamento de outras fibras têxteis naturais 3

17.2 Fiação

17.21-6 Fiação de algodão 3

17.22-1 Fiação de outras fibras têxteis naturais 3

17.23-0 Fiação de fibras artificiais ou sintéticas 3

17.3 Tecelagem - Inclusive Fiação e Tecelagem

17.31-0 Tecelagem de algodão 3

17.32-9 Tecelagem de fios de fibras têxteis naturais 3

17.5Serviços de Acabamento em Fios, Tecidos e Artigos

Têxteis.

17.6Fabricação de Artefatos Têxteis a Partir de Tecidos –

Inclusive Vestuário - e de Outros Artigos Têxteis.

Observações:

Vide na NR – 4: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho - SESMT, o Quadro I acima referido onde encontramos uma listagem completa

de todos os ramos de Atividades Econômicas, inclusive com o seu respectivo Grau de

Risco em uma escala de 1 (um) a 4 (quatro).

Complementando esta linha de conhecimento o passo seguinte é o de conhecermos os

diversos processos industriais existentes, como os da Refinação de Petróleo,

Siderúrgicos, Metalúrgicos, Químicos, Petroquímicos, Extração de Minérios, Mecânica

Pesada, Transporte e diversos outros. Na literatura técnica encontramos muitas obras

publicadas.

5.3 – Acidentes no Trabalho:

Diariamente, conforme divulgado pelos diversos meios de comunicação, tais como:

jornais, revistas especializadas e pela televisão, encontramos notícias, umas abrangentes,

26

Page 27: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

com estatísticas da situação em geral, outras mais breves, relatando as ocorrências de

Acidentes no Trabalho no Brasil e no mundo.

Estas notícias descrevem e nos revelam os altos índices de Acidentes do Trabalho

ocorridos no Brasil, índices estes bem acima dos índices das demais nações evoluídas do

mundo.

Estes acidentes além de vitimarem a parte mais fraca da cadeia produtiva, ou seja, os

trabalhadores e suas famílias causam prejuízos de grande monta à Previdência Social e à

Saúde do nosso país.

5.4 – Definição Legal do Acidente no Trabalho:

* Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991;

Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.

Art.19:

Acidente do Trabalho: é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta

Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou

redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Art.20:

Consideram-se Acidentes do Trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes

entidades mórbidas:

I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício

do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada

pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de

condições especiais, em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,

constante da relação mencionada no inciso I.

§1o Não são consideradas como doença do trabalho:

a) Doença degenerativa;

b) A inerente a grupo etário;

c) Que não produza incapacidade laborativa;

27

Page 28: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

d) A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se

desenvolva, salvo comprovação de que resultante de exposição ou contato direto

determinado pela natureza do trabalho.

§2o Em caso excepcional constatando-se que a doença não incluída na relação

prevista nos incisos I e II deste o artigo resultou das condições especiais em que o trabalho

executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la

acidente do trabalho.

Art.21:

Equipara-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja

contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua

capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua

recuperação;

II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em

conseqüência de:

a) - Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro

de trabalho;

b) - Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada

com o trabalho;

c) - Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro

de trabalho;

d) - Ato de pessoa privada do uso da razão;

e) - Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de

força maior.

III - A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de

sua atividade;

IV - O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) - Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) - Na prestação espontânea de qualquer serviço a empresa para evitar-Ihe prejuízo

ou proporcionar proveito;

28

Page 29: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

c) - Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por

esta, dentro de seus planos, para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente

do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) - No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer

que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§1o Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de

outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é

considerado no exercício do trabalho.

§2o Não é considerado agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão

que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências

do anterior.

5.5 – Causas Verificadas, Análise das Causas e Classificação das Causas dos Acidentes do

Trabalho:

A Análise das Causas dos Acidentes do Trabalho consta de estudos que nos levam ao

conhecimento de como e por que os acidentes ocorreram, facilitando a compreensão das

suas causas e possibilitando assim a atuação e a implantação de medidas preventivas que

protejam e impeçam a ocorrência de novos acidentes.

De um modo restrito as causas dos acidentes do trabalho são classificadas como:

I - ATOS INSEGUROS:

Os atos inseguros são geralmente definidos como causas de acidentes do trabalho

que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução de

tarefas de forma contrária as normas de segurança.

Como por exemplo:

o Falta de atenção;

o Excesso de autoconfiança;

o E outros atos.

* Causas:

As causas dos atos inseguras por sua vez podem ser devidas:

A - Inadaptação entre o Homem e a Função;

B - Fatores Constitucionais:

o Idade, Sexo, Percepção, entre outros.

29

Page 30: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

C - Fatores Circunstanciais:

o Problemas familiares, abalos emocionais;

o Discussão com colegas, alcoolismo, doenças, entre outros.

D - Desconhecimento dos Riscos da Função e/ou Formas de Evitá-los:

É comum um operário praticar atos inseguros por não ter conhecimento

adequado sobre a forma recomendada de executar a operação, ou mesmo, por

desconhecer os riscos a que está sujeito.

Cabe aos técnicos e encarregados orientá-lo sobre as formas recomendadas

e mais seguras de se realizar determinadas tarefas de risco envolvidas na função.

II - CONDIÇÕES INSEGURAS:

São aquelas condições que, presente no local de trabalho, colocam em risco

a integridade física e mental do trabalhador, devido à possibilidade de o mesmo

acidentar. Tais condições apresentam e como deficiências técnicas.

Exemplo: Máquinas sem proteção, fiação elétrica exposta, piso defeituoso,

entre outros.

5.6 – Demais causas desfavoráveis as quais não podem ser ignoradas:

Além das causas primárias das ocorrências ligadas aos Acidentes do

Trabalho como as acima colocadas podem identificar outros fatores que

favoreceram a ocorrência e o incremento dos acidentes do trabalho, os quais não

podem ser ignorados:

Exemplo disto ocorreu no Brasil na década de 90:

Conjunturas Econômicas bastante desfavoráveis, como as ocorridas no

Brasil na década de 90, em conseqüência de períodos de crises da política e

economia mundial.

Estas condições repercutiram negativamente em nossa economia,

estimulando o emprego de políticas econômicas não adequadas, impostas pelos

credores internacionais.

Como por exemplo, tivemos os casos de diversas privatizações realizadas

no Brasil, as quais foram bastante desvantajosas para o nosso país, como as que

30

Page 31: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

ocorreram com a Cia. Vale do Rio Doce, com as Concessionárias de Telefonia e de

Energia Elétrica e de Gás Natural.

Estas privatizações, além causarem o desemprego em massa, causaram

também o advento de políticas de terceirização da mão de obra, executadas

precariamente.

A terceirização por sua vez quase sempre veio acompanhada pela perda dos

direitos por parte dos trabalhadores, bem como, da diminuição do poder de

negociação dos Sindicatos, os quais tinham antes condições de lutar e defender os

direitos dos trabalhadores e atualmente encontram-se enfraquecidos, dado os

elevados índices de desemprego ainda existentes em nosso pais.

Sem generalizar, com raras exceções, podemos constatar que os índices de

acidentes do trabalho são mais elevado aonde o trabalho foi terceirizado.

Muitos trabalhadores terceirizados inclusive acabam trabalhando de modo

informal, não por sua própria escolha, mas devido às necessidades e circunstâncias

impostas por um mercado globalizado, competitivo, predatório e socialmente

desestruturadas.

Neste caso quando os acidentes ocorrem com dado a esta informalidade,

acontece na maioria das vezes da CAT – Comunicado de Acidente do Trabalho não

ser emitida, o que acaba distorcendo as estatísticas de acidentes de trabalho,

prejudicando muito os trabalhadores.

Além disto, à política da “globalização” dos mercados, tida como o “supra-

sumo” da economia mundial, revelou-se agora em sua face oculta e mais cruel, ou

seja, a da competividade desigual, a qual favorece sobretudo as potências

economicamente mais fortes, em detrimento dos povos e economias das Nações

emergentes e em desenvolvimento.

Isto tem levado ao agravamento do quadro econômico e social dos países

em desenvolvimento, como no caso do Brasil, contribuindo para a estagnação da

economia, terceirização da mão de obra e desemprego em massa, causando

graves problemas sociais, como a falta de moradias, a crise da saúde pública, da

educação, além da falta de infra-estrutura no país.

Conseqüentemente, além do aumento dos índices de acidentes do trabalho,

aumentaram também os índices da violência e da criminalidade no Brasil.31

Page 32: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Condições Inseguras do Trabalho: - Conforme acima referido as condições

inseguras de trabalho são causadas na maioria das vezes por instalações

irregulares e/ou obsoletas desrespeitando as recomendações ditadas pelas

Normas Técnicas vigentes de instalações, bem como, desobedecendo as

exigências das Normas Regulamentadora, além de procedimentos impróprios

executados na operação, na produção e na manutenção.

Estas condições inseguras por sua vez, em grande parte são causadas pela

falta de investimentos que permitam a execução de manutenção adequada, de

melhorias e de modernização das instalações.

Falta de uma fiscalização mais intensa, severa, contínua, preventiva e efetiva

por parte dos Órgãos Públicos e Privados e pelos Sindicatos e o conseqüente

descaso e desrespeito às leis específicas relativas Segurança no Trabalho por

parte de empresas sem estrutura e sem qualquer compromisso social.

Freqüentemente atua-se mais nas conseqüências do que na prevenção, na

educação e na eliminação das causas dos Acidentes do Trabalho:

Despreparo educacional e profissional que atinge grande parte dos

Trabalhadores, principalmente os de menor qualificação e renda, despreparo

este, causado por conjunturas políticas, econômicas, social, trabalhista,

educacional e da saúde ainda deficientes para as necessidades de nosso país.

Alguns países desenvolvidos, por exemplo, tomam medidas mais adequadas

no caso da ocorrência do desemprego:

Ocorrendo o desemprego os trabalhadores recebem, além do seguro

desemprego, também cursos de especialização e de atualização profissional que os

habilitam e capacitam a voltar mais rapidamente ao mercado de trabalho.

Morosidade da Justiça no que se refere à apuração, julgamento, e punição dos

responsáveis pelos acidentes do trabalho ocorridos, bem como, a indenização

de direito a ser recebida pelos trabalhadores e suas famílias, situações estas

que, para não prejudicar o trabalhador, não deveriam tardar para serem

resolvidas.

5.7 – Normas e Princípios Básicos da Segurança do Trabalho:

No Brasil os princípios básicos da Segurança do Trabalho são ditados e

orientados pelas Normas Regulamentadora – NR.32

Page 33: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

A partir das NR podemos e devemos nos guiar, verificando as diversas

situações de riscos que ocorrem nas instalações de uma empresa.

As Normas Regulamentadora – NR por sua vez apóiam-se e se relacionam

com as Normas Técnicas oficiais, estabelecidas pelos órgãos competentes, como

as da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e das demais Normas

Técnicas existentes no mundo, tais como a ISO, a ASTM, a API, a ASME, a DIN, a

BS a NF e todas as demais.

No que tange a Eletricidade, a Norma Regulamentadora a ser seguida é a

NR – 10 – Instalações e Serviços em Eletricidade, a qual deve ser complementada

pelas diversas Normas Técnicas específicas para a Eletricidade, tais como:

o NBR 5410 - Instalações de baixa tensão;

o NBR 14039:03 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a

36,2 kV;

o NBR 5414 / Instalações Elétricas de Alta Tensão;

o E demais normas.

É muito importante também que sejam seguidas às recomendações técnicas

relativas a Segurança da Instalação e a Segurança do Trabalhador encontradas

nos livros técnicos que regem o assunto, nos manuais técnicos das instalações e de

seus componentes, nos treinamentos específicos, entre outras.

A experiência acumulada das pessoas, das firmas que trabalham com

seriedade e competência e das técnicas utilizadas em Concessionárias de Serviço

Público é de suma importância também.

Outro meio atual e de extrema valia que deve ser sempre levado em conta

são as informações disponíveis em Páginas e Endereços da INTERNET dedicados

a Segurança e Saúde no Trabalho.

Para obtê-las devemos acessar principalmente os “Sites” das Universidades,

das Entidades Governamentais e não Governamentais e de Empresas

comprometidas com a SEGURANÇA, HIGIENE e MEDICINA do TRABALHO.

5. 8 – Principais Conceitos e Objetivos em Higiene e Segurança do Trabalho:

SAÚDE OCUPACIONAL - SO:

* Funções Básicas:

33

Page 34: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Essencialmente, a vida do Homem transcorre, na sua maior parte, em dois

tipos de ambientes:

o O ambiente ocupacional ou local de trabalho;

o O ambiente de sua comunidade.

Cada um destes ambientes possui suas características próprias e atua sobre

o organismo humano, o qual procura adaptar-se às forças, aos agentes e às

tensões.

Este processo de adaptação é muito lento e limitado, diante das rápidas e

constantes mudanças do meio físico e do sistema de vida, o que acaba por

provocar o aparecimento das doenças.

Os ambientes ocupacionais, onde o trabalhador permanece, praticamente

1/3 de cada um de seus dias, têm sido sempre considerados como potencialmente

mais nocivos à saúde, do que o ambiente da comunidade.

O ambiente industrial, por exemplo, é na maioria das vezes bastante artificial.

Nele são operadas máquinas perigosas; estão presentes agentes químicos

potencialmente tóxicos; podendo haver excesso de ruído; temperaturas elevadas e

fontes de radiação, etc. e em muitas ocasiões estas exposições atingem também a

comunidade, através da poluição da água, do ar e do solo; criando graves

problemas de saúde pública.

Por elementar direito de sua condição humana, tal como foi reconhecido pela

ONU (Organização das Nações Unidas), o governo de cada país têm o dever de

zelar pela saúde dos seus trabalhadores.

A responsabilidade pela vida e saúde de um trabalhador deve recair sobre o

trinômio ESTADO – EMPRESA – TRABALHADOR, seja porque o estado terá

gastado para a recuperação do indivíduo (quando possível) ou para a sua

manutenção ou de seus dependentes, quando da morte ou invalidez, seja porque a

empresa perde seu investimento em qualificação e material ou porque o próprio

trabalhador incapacitado terá seu futuro (e de seus dependentes) muitas vezes

comprometido.

* Conceitos:

SAÚDE OCUPACIONAL - SO:

34

Page 35: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Conforme a OIT – Organização Internacional do Trabalho e a OMS – Organização

Mundial da Saúde, a Saúde Ocupacional é o ramo da saúde que tem por objetivos:

A Promoção e Manutenção no mais alto grau do bem-estar físico, mental e social dos

trabalhadores em todas suas ocupações;

A Prevenção, entre os trabalhadores, das doenças ocupacionais causadas pelas

condições inadequadas e inseguras do trabalho;

A Proteção dos trabalhadores em seu labor, dos riscos resultantes de fatores adversos à

saúde;

A Colocação e Conservação dos trabalhadores em ambientes ocupacionais adaptados a

suas aptidões fisiológicas e psicológicas;

* Em resumo:

A Adaptação do Trabalho ao Homem e de cada Homem ao seu próprio Trabalho.

MEDICINA OCUPACIONAL:

É o campo da Medicina relacionado com:

A avaliação, manutenção, recuperação e melhoria da saúde do trabalhador, através da

aplicação de princípios da Medicina Preventiva, da Medicina de Emergência, da

Reabilitação e Medicina do Ambiente;

A promoção de uma produtiva e satisfatória interação do trabalhador com seu trabalho,

através de aplicação de princípios do comportamento humano;

A ativa apreciação das necessidades e responsabilidades sociais, econômicas e

administrativas do trabalhador e da Comunidade trabalhadora.

HIGIENE INDUSTRIAL (Segundo a “American Industrial Hygiene Association”):

“É a ciência e a arte devotadas ao reconhecimento, avaliação e controle daqueles

fatores ou condicionantes ambientais, provenientes do ambiente de trabalho, que podem

causar doenças, danos à saúde e ao bem-estar, ou desconforto significativo e ineficiência

entre trabalhadores ou entres os habitantes da Comunidade".

SEGURANÇA OCUPACIONAL (Segundo o “National Safety Council”):

“A Segurança Ocupacional visa à Prevenção dos Acidentes".

FUNÇÕES BÁSICAS DA SAÚDE OCUPACIONAL:

* Em Higiene do Trabalho:

1 - Adoção das características físicas dos ambientes no que se refere à iluminação,

ventilação, conforto térmico e conforto acústico, radiação, entre outras.35

Page 36: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

2 - Adoção de normas higiênicas sobre os poluentes do ambiente atmosférico,

encontrados na empresa.

3 - Estabelecimento das características toxicológicas de todos os materiais, produtos

químicos, subprodutos e resíduos da empresa, assinalando a classe de proteção necessária

que deve ser utilizada.

4 - Estudo das condições da empresa, e de cada processo ou operação que

apresentem risco para a saúde dos trabalhadores.

5 - Determinação quantitativa e qualitativa dos poluentes e outros agentes de doenças

profissionais.

6 - Estabelecimento da relação que poderia haver entre o ambiente de trabalho e seus

efeitos sobre a saúde do trabalhador.

7 - Estabelecimento de sistemas ou métodos de controle para eliminar ou minimizar as

condições perigosas conhecidas.

8 - Estabelecimento de medidas que conduzam a uma periódica avaliação da

efetividade dos métodos de controle utilizados.

9 - Participação nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA).

10 - Estabelecimento e manutenção dos sistemas de controle para evitar a poluição

das águas, do ar e do solo da comunidade.

11 - Estabelecimento das medidas que concorrem a uma melhor manutenção,

ampliação e modificação das facilidades sanitárias em uso pelos trabalhadores.

* Em Segurança do Trabalho:

1 - Manutenção de um registro de acidentes com as estatísticas atualizadas, adotando um

tipo de relatório dos acidentes que ocorrem, calculando os respectivos índices de freqüência

e gravidade.

2 - Estabelecimento de um sistema de inspeção para a execução das recomendações.

3 - Investigação, discussão e informação dos acidentes ocorridos, para evitar a repetição.

4 - Estudo permanente das condições de trabalho que oferecem maior risco de acidentes,

para decidir de que forma devem corrigir.

5 - Programação educativa para criação de uma consciência de segurança entre os

trabalhadores.

6 - Estabelecimento de um programa preventivo e de controle no caso de incêndio.

36

Page 37: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

7 - Programa de treinamento dos trabalhadores em primeiros socorros.

8 - Estabelecimento das medidas para realizar a administração e manutenção dos

equipamentos de proteção individual (EPI).

9 - Estabelecimento dos programas de sinalização, dinâmica de cores e manutenção (Ordem

e Limpeza).

10 - Estímulos aos trabalhadores para a apresentação de sugestões para melhoramento da

segurança, premiando as idéias práticas, estabelecendo, além disso, um programa de

prêmios de incentivo por recordes de segurança, e castigos, se houver recorrência de

violação a determinada norma.

11 - Divulgação, através de literatura, painéis, cartazes, avisos, etc sobre segurança.

12 - Participação nas comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA).

13 - Estabelecimento de regulamentos de segurança de acordo com o tipo de industria, e

adequados às exigências legais.

* Em Medicina do Trabalho:

1 - Exames Médicos Ocupacionais.

2 - Seleção e colocação dos trabalhadores de acordo com suas aptidões físicas e

emocionais.

3 - Supervisão das facilidades de primeiros socorros e normas para o ensinamento dos

mesmos.

4 - Participação no programa de educação sanitária.

5 - Manipulação dos casos de compensação segundo a lei.

6 - Diagnóstico e tratamento de casos de acidentes ocupacionais e não ocupacionais.

7 - Programas de imunização, e alimentação.

8 - Manutenção e estudos das estatísticas de absenteísmo e outras.

9 - Participação das comissões internas de prevenção de acidentes.

10 - Aconselhamentos à gerência da empresa em todo assunto relacionando com a saúde

dos trabalhadores.

5. 9 – Ergonomia:

Este tema é tratado pela Norma Regulamentadora NR-17.

Além disto, no Capítulo 2, Conhecimentos Técnicos, pgs. 36 até 41 do livro:

Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental, Editora Atlas, Antonio Nunes Barbosa Filho,

37

Page 38: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

2001, referenciado em nossa Bibliografia, temos colocado os principais conceitos envolvidos

neste termo.

Etimologicamente, Ergonomia deriva da língua Grega “Ergos” significando Trabalho e

“Nomos” significando Leis, sendo, portanto Ergonomia o Estudo das Leis que regem o

Trabalho.

Conforme o livro supracitado, este termo foi utilizado pela primeira vez em 1.857 na

publicação intitulada “Ensaios de Ergonomia” escrito por Woitej Yastembowky, de

nacionalidade Polonesa.

Em 1.949 na Inglaterra foi criada uma entidade pioneira nesta área denominada

“Ergonomics Research Society” com o propósito de estudar o relacionamento entre o

Homem e seu Trabalho, bem como, a solução dos problemas resultantes dessa relação.

Em 1.957 nos EUA foi criada a “Human Factors Society”.

Em 1.961 ainda nos EUA foi criada ainda a “International Ergonomics Association -

IEA”.

Em 1.970, em Estrasburgo, na Áustria, realizou-se o I Congresso Internacional de

Ergonomia, no qual foi definido o objeto da mesma como sendo o seguinte:

“Elaborar, com a contribuição das diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo

de conhecimentos que, com uma perspectiva de aplicação, deve desembocar em uma

melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos de produção e dos ambientes de

trabalho”.

No Brasil em 1.983 foi criada a Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO,

entidade congregando profissionais interessados na temática, a qual, bi-anualmente realiza

Encontros para promoção da Ergonomia em todo Brasil.

Também no Brasil em 1.998 foi lançado o Núcleo de Ergonomia Aplicada do Recife

(NEAR) cujo site na Internet é encontrado no endereço (www.ufpe.br/near).

5.10 – Termos Técnicos Específicos, Entidades, Siglas e Abreviaturas Utilizadas na

Segurança Do Trabalho:

Em Segurança do Trabalho, além de diversos termos técnicos específicos, é muito

comum o uso de abreviaturas e siglas, como algumas das principais abaixo colocadas:

- ASO: - Atestado de Saúde Ocupacional (Ver NR – 7, item 7.4.4 );

- AT: - Acidente do Trabalho;

- APA: - Área de Proteção Ambiental;38

Page 39: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

- BS 8800: - A Norma BS 8800, é uma norma de origem inglesa (“British

Standards”), que originalmente era numerada como BS 8750.

Trata-se de uma norma direcionada para os Sistemas de Gestão da Segurança e

Saúde no Trabalho - SST, sendo considerada o que há de mais atual em todo o mundo para

a implantação de sistemas eficazes de gerenciamento das questões relacionadas à

prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.

Para a área de saúde e segurança do trabalho esta norma tem a mesma importância

que as Normas ISO 9.000 tem para a área de Qualidade Total e ISO 14.000 tem para a área

de Gestão Ambiental.

- CA: - Certificado de Aprovação de Equipamentos de Proteção Individual

(Secretaria de Inspeção do trabalho) - (Ver NR – 6, item 6.8.1 e 2).

- CAI: - Certificado de Aprovação de Instalação cf. NR-2.

- CAT: - Comunicado de Acidente do Trabalho.

Observação: - O CAT deve ser emitido e encaminhado no prazo de 1 (um) dia útil.

- Ver NR – 5, item 5.16. n.

- Causa – É a origem de caráter humano ou material relacionado com o evento

catastrófico (acidente ou falha), resultante da materialização de um risco,

provocando danos.

- Cerests - Centros de Referência em Saúde do Trabalhador.

- CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: - (Ver NR – 5 ):

A CIPA originou-se de uma recomendação da OIT (Organização Internacional

do Trabalho) em 1921 e transformando-se em determinação legal no Brasil em 1944

(Decreto-Lei nº 7.036, artigo 82).

Os empregadores, cujo número de empregados seja superior a 100, deverão

providenciar a organização em seus estabelecimentos de comissões internas, com

representantes dos empregados, com o fim de estimular o interesse pelas questões de

prevenção de acidentes, apresentar sugestões quanto à orientação e fiscalização das

medidas de proteção ao trabalhador, realizar palestras instrutivas, propor a instituição

de concursos e prêmios e tomar outras providências para a educar o empregado na

prática de prevenir acidentes.

- CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas cf. NR 4 e 5.

39

Page 40: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

- Convenção nº 174 da OIT complementada pela Recomendação nº 181, conf.

Decreto nº  4.085 de 15 de janeiro de 2002:

Refere-se à Prevenção de Acidentes Industriais Maiores de acordo com a

Convenção da Organização Internacional do Trabalho, editada em 1993, que tem por

objeto a prevenção de acidentes industriais maiores que envolvam substâncias

perigosas e a limitação das conseqüências desses acidentes.

A Convenção aplica-se a instalações sujeitas a riscos de acidentes maiores ou

ampliadas, não se aplicando, todavia aos casos de:

A) Instalações nucleares e usinas que processem substâncias

radioativas, à exceção dos setores dessas instalações nos quais se manipulam

substâncias não radioativas;

B) Instalações militares;

C) Transporte fora da instalação distinto do transporte por tubulações.

Nota: O Brasil ratificou a OIT nº 174 em 02 de agosto de 2001.

- CONTRU: - Departamento de Controle de Uso de Imóveis.

- COSAT: - Coordenador de Saúde do Trabalho (Órgão do Ministério da Saúde)

- DANO:

Lesão Física e/ou prejuízo que provoca prejuízo à saúde, ao meio ambiente ou

à propriedade.

- DANOS (“DAMAGE”) – É a gravidade (severidade) da perda humana, material,

ambiental ou financeira, que pode resultar, caso o controle sobre um risco seja

perdido.

Um operário desprotegido pode cair de uma viga a 3 m de altura, e sofrer um

dano físico, por exemplo, uma fratura na perna. Se a viga estivesse a 90 m de altura,

ele, com certeza, estaria morto. O risco (possibilidade) e o perigo (exposição) de

queda são os mesmos. Entretanto, a diferença reside na gravidade do dano que

poderia ocorrer com a queda.

- DI - Declaração de Instalações cf. (Ver NR – 2).

- DORT: - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho;

- Efeito Aditivo:

De acordo com a NBR 14725, é o efeito quantitativamente igual a soma dos

efeitos produzidos individualmente de dois ou mais agentes tóxicos.40

Page 41: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

- Efeito de Potenciação:

De acordo com a NBR 14725, é o efeito que ocorre quando um agente tóxico

tem seu efeito aumentado por agir simultaneamente com um agente não tóxico.

- Efeito Toxicologicamente Sinérgico:

De acordo com a NBR 14725:2001, é o efeito quantitativamente maior que a

soma dos efeitos produzidos individualmente de dois ou mais agentes tóxicos. O efeito

é maior que o efeito aditivo.

- E.P.C. - Equipamento de Proteção Coletiva.

São exemplos de EPC:

Chuveiros de Emergências, detectores de tensão, varas de manobra, entre

outros.

- E.P.I. - Equipamento de Proteção Individual: (Ver NR – 6).

São alguns exemplos de EPI:

Capacete;

Óculos de segurança;

Luvas (de raspa, látex, hexanol, contra choque elétrico, entre outros...);

Aventais (PVC, vaqueta, entre outros...);

Botas e /ou sapatos de segurança com biqueira de aço;

Protetores auriculares;

Máscaras protetoras (Combitox);

Mascaras contra gases;

Cintos de Segurança;

Entre outros.

- Emergência: - Sinistro ou risco iminente que requeira ação imediata.

- Ergonomia: (Ver NR – 17).

Etimologicamente Ergonomia deriva da língua Grega “Ergos” significando

Trabalho e “Nomos” significando Leis, sendo, portanto Ergonomia o Estudo das Leis

que regem o Trabalho.

- FICHA DE EMERGÊNCIA:

Esta ficha informa sobre as características físico-químicas básicas do produto

químico e/ou resíduo e as providências que devem ser tomadas em caso de acidente,

derramamento, envolvimento de pessoas, etc. A mesma deve sempre acompanhar o 41

Page 42: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

transporte de produtos químicos conforme Decreto Lei 96.044 de 18 de maio de 1988,

Capítulo II, Seção VI (Da Documentação) - Artigo 22, e deve ser confeccionada de

acordo com as NBR-7503/7504 e 8285.

- FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos:

De acordo com a NBR 14725, esta ficha fornece informações sobre vários

aspectos desses produtos químicos (substâncias ou preparados) quanto à proteção, à

Segurança, à saúde e ao meio ambiente. A FISPQ fornece, para esses aspectos,

conhecimento básico sobre os produtos químicos, recomendações sobre medidas de

proteção e ações em situação de emergência. Em alguns países a mesma é

denominada de “Material Safety Data Sheet” – MSDS.

- FMEA: é uma abreviação do nome inglês, "Fail Mode & Effect Analysis" ou AMFE

(Análise de Modos de Falhas e Efeitos) e deve ser aplicada para sistemas ou

falhas simples.

Esta técnica permite analisar como podem ocorrer as falhas de um

equipamento ou sistema, estimando as taxas de falha, determinar os efeitos

recorrentes e estabelecer mudanças para aumentar sua confiabilidade operacional de

modo adequado e seguro.

- FUNDACENTRO: - http://www.fundacentro.gov.br/

Fundação Jorge Duprat de Segurança e Medicina do Trabalho.

- HAZOP: é uma abreviação do nome inglês, "Hazard and Operability Study". Os

principais objetivos são identificar todos os desvios operacionais possíveis do

processo e também identificar todos os perigos e/ou riscos associados a esses

desvios operacionais.

Esta técnica é utilizada quando precisamos estudar as possíveis maneiras de

ocorrências de perigos e problemas operacionais através da utilização de grupos de

trabalho.

- IRB: - Instituto de Resseguros do Brasil: - Foi criado em 1939, graças ao então

presidente Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no País era

feita Quase totalmente no Exterior, de forma direta ou por intermédio de

companhias estrangeiras que operavam no Brasil. A necessidade de favorecer o

aumento da capacidade seguradora das sociedades nacionais, para a retenção de

42

Page 43: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

maior volume de negócios em nossa economia, tornava urgente a organização de

uma entidade nacional de resseguro.

Nasceu assim o IRB, uma sociedade de economia mista, jurisdicionada ao

Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio, com o objetivo de regular o

cosseguro, o resseguro e a retrocessão, além de promover o desenvolvimento das

operações de Seguros no País.

- LT CAT - Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalhado;

- LER: - Lesão por Esforços Repetitivos;

- Mapa de Riscos:

Documento explicitado na NR – 5, Das Atribuições, conf. o item 5.16, bem como,

pela Portaria Número 25 de 29/12/1994. (Ver pgs. 60 e 575 do livro Segurança e

Medicina do Trabalho da Editora Atlas).

O Mapa de Risco quando bem executado é um instrumento da maior valia.

- NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health at Work (EUA).

- NFPA – “National Fire Protection Association” ((http://www.nfpa.org.br/); –

Associação Nacional de Proteção a Incêndios sediada nos U. S. A.).

- NR: - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho ( Ver Portaria

- Nº 3.214 de 08.07.1978).

- OIT: - Organização Internacional do Trabalho (http://www.oitbrasil.org.br/);

- OMS: - Organização Mundial da Saúde.

- Convenção OIT 174 e Decreto 4085 de 15 de janeiro de 2002 o qual Promulga a

Convenção no 174 da OIT e a Recomendação no 181 sobre a Prevenção de

Acidentes Industriais Maiores.

- OSHA – “Occupational Safety and Health Administration”: - Organização

Americana de Segurança e Saúde do Trabalho. A OSHA dedica-se a prevenir

acidentes, doenças e mortes relacionadas ao trabalho. Foi criada em 1971, está

vinculada ao “U.S. Department of Labor” e tem sua sede em Washington, DC.

- OSHAS 18001 – “Occupational Safety and Health Assessment Series”: - “Norma”

publicada pela BSI – British Standards Institution que entrou em vigor em

15/04/1999 com a finalidade da certificação de Sistemas de Gestão da SST.

- PAINEL DE SEGURANÇA:

43

Page 44: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

São placas retangulares (dimensões: 30 cm de altura x 40 cm de comprimento),na cor

laranja onde são alocados os números de identificação de risco (4 campos na cor preta) na

parte superior e o número da ONU (Organização das Nações Unidas) na parte inferior com 4

algarismos na cor preta. Líquido Inflamável que em contato com a água libera gases

inflamáveis Metildiclorossilano.

- PAIR: - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído;

- PCA: - Programa de Conservação Auditiva.

- PCMAT: (Ver NR – 18).

Programa das Condições de Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção Civil.

- PCMSO: (Ver NR – 7).

Plano de Controle Médico e Saúde Ocupacional.

- Perigo (“Danger”) - Expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a

sua materialização em danos.

- POO: - Programa de Prevenção Oftalmológico-Ocupacional.

- PPAI: - Programa de Prevenção à AIDS.

- PPAL: - Programa de Prevenção ao Alcoolismo.

- PPD: - Programa de Prevenção às Drogas.

- PPR: - Programa de Proteção Respiratória.

- PPRA: (Ver NR – 9) - Plano de Prevenção de Riscos Ambientais.

- PPS: - Programa de Prevenção do “Stress”.

- Preparado: - De acordo com a NBR 14725, é uma mistura ou solução composta de

duas ou mais substâncias.

- RAO: - Registro e Análise de Ocorrências.

- RENAST – Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (órgão do

Ministério da Saúde).

- RIMA: - Relatório de Impacto Ambiental;

- Risco (“Hazard”):

Uma ou mais condições de uma variável com o potencial necessário para causar

danos. Esses danos podem ser entendidos como lesões as pessoas, danos a equipamentos

e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou redução da

44

Page 45: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

capacidade de produção. Havendo um risco, persistem as possibilidades de efeitos

adversos.

- Risco: - Possibilidade de perda material ou humana.

- Risco (“Risk”) – Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um

período específico de tempo ou número de ciclos operacionais.

Incerteza quanta à ocorrência de um determinado evento.

Chance de perda que uma empresa pode sofrer por causa de um acidente ou série de

acidentes.

- RÓTULOS DE RISCO:

Estes são etiquetas, na forma de losango, que estampam os símbolos e/ou

expressões emolduradas, referentes à natureza, manuseio ou identificação do produto.

Devem ser afixados em local de fácil visualização, no lado externo do caminhão,

conjuntamente com o respectivo painel de segurança.

- SESMT: (Ver NR – 4 e 27).

Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.

- SEST: - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Coletivo;

- Sinistro: - Ocorrência de prejuízo ou dano, causado por incêndio ou acidente, em

algum bem.

- SIPAT: (Ver NR – 5).

Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho. Uma das atribuições da

CIPA é promovê-la anualmente, em conjunto com o SESMT(Serviços Especializados em

Segurança e Medicina do Trabalho).

- SIT: - Secretaria de Inspeção do Trabalho.

- Segurança: - É freqüentemente definida como isenção de riscos. Entretanto, é

praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. Segurança é,

portanto, um compromisso acerca de uma relativa proteção de exposição a riscos.

É o antônimo de perigo.

- SSO – Segurança e Saúde Ocupacional.

- SST – Segurança e Saúde no Trabalho.

- SUS – Sistema Único de Saúde.

- SUSEP: A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos

mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. 45

Page 46: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de

21 de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros

Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP,

o IRB Brasil Resseguros S.A. – IRB Brasil Re, as sociedades autorizadas a operar

em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e

os corretores habilitados. Com a edição da Medida Provisória nº 1940-17, de

06.01.2000, o CNSP teve sua composição alterada.

- Perdas: - É o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarcimento

por Seguro ou outros meios.

- Sinistro: - É o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarcimento

por Seguro ou outros meios.

- Incidente: - Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos.

É também chamado de quase-acidente.

6 – Procedimentos principais utilizados na Segurança do Trabalho – Breve verificação:

A título de exemplo, segue abaixo uma breve verificação relativa a Segurança do

Trabalho:

Acidente do Trabalho; Auditoria; Cálculos relativos a Taxa Freqüência – T F e da Taxa

de Gravidade T G; Campanhas de Segurança; Causas dos Acidentes do Trabalho; CIPA (NR

5); EPC –Equipamentos de Proteção Coletiva; EPI – Equipamentos de Proteção Individual

(NR 6); Gestão de Emergências; Gestão de Riscos; Inspeções de Segurança; Investigações

dos Acidentes do Trabalho; Normas Regulamentadora – NR; Normas Técnicas nacionais e

internacionais; PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (NR 7}; PPRA

– Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (NR 9); Prevenção e Combate a Incêndios

(NR 23 ); Primeiros Socorros; Riscos Ambientais e Profissionais; Segurança em Instalações

Elétricas (NR 10); Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT

(NR 4); SST – Segurança e Saúde no Trabalho; Técnicas de Análise de Riscos de Acidente

do Trabalho; Treinamento de pessoal; Demais assuntos.

7 - LEIS, PORTARIAS E NORMAS:

(Ver item 3.3 na pg. 7 - Situação Atual em termos das Leis, Normas, Portarias e

Regulamentações).

Observação: - Resumidamente transcreveremos aqui somente os títulos e subtítulos. O

texto integral deve ser pesquisado.46

Page 47: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Lei nº 6.514, de 22 de janeiro de 1977 - (D.O.U. - 23.12.1977):

- Esta lei altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, relativo

à Segurança e Medicina do trabalho e dá outras providências.

O Presidente da república. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,

aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1 0 de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte

redação (simplificada):

Capítulo V - DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO.

Seção I - Disposições Gerais.

Art. 154 até art.159.

Seção II - Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição.

Art. 160 e 161.

Seção III - Dos Órgãos de Segurança e da Medicina do trabalho nas empresas.

Art.162 até art. 165.

Seção IV - Do Equipamento de Proteção Individual.

Art. 166 e 167.

Seção V - Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho.

Art. 168 e 169.

Seção VI - Das Edificações.

Art. 170 até art. 174.

Seção VII - Da Iluminação.

Art. 175.

Seção VIII - Do Conforto Térmico.

Art. 176 até art. 178.

Seção IX - Das Instalações Elétricas:

Art. 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as

medidas especiais a serem observadas relativamente às instalações elétricas, em qualquer

das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia.

Art. 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou

reparar instalações elétricas.

47

Page 48: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Art. 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas

devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico.

Seção X - Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.

Art. 182 e art. 183.

Seção XI - Das Máquinas e Equipamentos.

Art. 184 até art. 186.

Seção XII - Das Caldeiras, Fornos e recipientes sob Pressão.

Art. 187 e art. 188.

Seção XIII - Das Atividades Insalubres ou Perigosas.

Art. 189 até art. 197.

Seção XIV - Da Prevenção da fadiga.

Art. 198 e art. 199.

Seção XV - Das Outras Medidas Especiais de Proteção.

Art. 200.

Seção XVI - Das Penalidades.

Art. 201 e art. 2 até art. 5.

.

.

. Ernesto Geisel

Observação: - Vejam os textos completos nas páginas em anexo ou nas páginas 11 até 19

do livro Segurança e Medicina do Trabalho – São Paulo - Editora Atlas S. A. - 2003 ou em

demais obras já publicadas.

8 - NORMAS REGULAMENTADORAS – N R´s aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 08 de

junho de 1978 e informações complementares:

As Normas Regulamentadora – NR são fundamentais e obrigatórias para o exercício da

Higiene e Segurança do Trabalho.

As Normas Regulamentadora – NR complementadas com a aplicação das Normas Técnicas

correspondentes servem para nortear as principais ações preventivas e de fiscalização

indicadas nos assuntos da Higiene e Segurança do Trabalho nas Empresas.

8.1 – Transcrição da Portaria nº 3.214 de 08.06.1978 a qual regulamenta as Normas

Regulamentadora – NR:

Ministério do Trabalho – Gabinete do Ministro48

Page 49: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Portaria nº 3.214 de 8 .06.1978:

Aprova as Normas Regulamentadora – NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação

das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.

O MINISTRO DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, considerando o

disposto no artigo 200, da Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei n 0 6.514 , de 22 de dezembro de 1977,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar as Normas Regulamentadora - NR - do Capítulo V, Título II, da

Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho:

Normas regulamentadora:

- NR – 1 / Disposições gerais;

- NR – 2 / Inspeção prévia;

- NR – 3 / Embargo e interdição;

- NR – 4 / Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT;

- NR – 5 / Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;

- NR – 6 / Equipamento de Proteção Individual – EPI;

- NR – 7 / Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional;

- NR – 8 / Edificações;

- NR – 9 / Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

- NR – 10 / Instalações e Serviços de Eletricidade;

- NR – 11 / Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;

- NR – 12 / Máquinas e Equipamentos;

- NR – 13 / Caldeiras e Vasos de Pressão;

- NR – 14 / Fornos;

- NR – 15 / Atividades e Operações Insalubres;

- NR – 16/ Atividades e Operações Perigosas;

- NR – 17 / Ergonomia;

- NR – 18 / Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;

- NR – 19 / Explosivos;

- NR – 20 / Líquidos Combustíveis e Inflamáveis;

- NR – 21 / Trabalho a Céu Aberto;

- NR – 22 / Trabalho Subterrâneos;49

Page 50: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

- NR – 23 / Proteção contra Incêndios;

- NR – 24 / Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;

- NR – 25 / Resíduos Industriais;

- NR – 26/ Sinalização de Segurança;

- NR – 27 / Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério

do Trabalho;

- NR – 28 / Fiscalização e Penalidades;

- NR – 29 / Segurança e Saúde no Trabalho Portuário (Elaborada posteriormente

conf. Port. nº 53 de 17.12.1997).

Art. 2º As alterações posteriores, decorrentes da experiência e necessidade, serão

baixadas pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 2º Revigorado pela Portaria nº 3.144, de 2.5.1989.

Art. 3º Ficam revogadas as Portarias MTIC. . . . . . . . .

Art. 4º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão decididos pela Secretaria de

Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 4º Revigorado pela Portaria nº 3.144 de 2.5.1989.

Art. 5º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

Arnaldo Prieto.

Observação: - Nos anos seguintes de 1978 em diante as Normas Regulamentadora foram

sendo ampliadas, modificadas e complementadas com o acréscimo de novas NR conforme

abaixo colocado:

8.2 – Resumo das Normas Regulamentadora - NR e informações complementares:

A seguir, de uma forma introdutória, colocamos um resumo geral das NR.

Posteriormente algumas das principais NR serão estudadas mais detalhadamente,

principalmente aquelas de aplicação mais generalizada.

Observações:

Outro ponto a salientar é de que estas normas são revisadas periodicamente. Nestas

ocasiões as mesmas são colocadas para consulta pública antes de serem recolocadas;

A fiscalização dos estabelecimentos pelos órgãos competentes é feita com base nas

Normas Regulamentadora – NR;

50

Page 51: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

As Normas Regulamentadora – NR em seus textos fazem sempre referência às Normas

Técnicas da ABNT vigentes, ou na possível falta destas, às Normas Técnicas Internacionais;

Deste fato concluímos que ao utiliza-las e emprega-las necessitamos sempre de dispor

também das Normas Técnicas correspondentes.

NR – 1 - Disposições Gerais:

Determina que as Normas Regulamentadora, relativas à Segurança e Medicina do

Trabalho, obrigatoriamente, deverão ser cumpridas por todas as empresas privadas e

públicas, desde que possuam empregados celetistas.

Determina, também, que o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho – DSST

é o órgão competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar todas as atividades

inerentes.

Dá competência às DRT regionais, determina as responsabilidades do empregador e

a responsabilidade dos empregados.

NR – 2 - Inspeção Prévia:

Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas

instalações ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o CAI -

Certificado de Aprovação de Instalações, por meio de modelo pré-estabelecido.

NR – 2 - Embargo ou Interdição:

A DRT poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas, setor de serviços

se os mesmos demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador, mediante laudo

técnico, e/ou exigir providências a serem adotadas para prevenção de acidentes do trabalho

e doenças profissionais.

Caso haja interdição ou embargo em um determinado setor, os empregados

receberão os salários como se estivessem trabalhando.

NR – 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho – SESMT:

A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal da

empresa conforme os dados da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE

(Ver Quadro I) e do número total de empregados do estabelecimento (Ver Quadro II).

Dependendo desses elementos o SESMT deverá ser composto por um Engenheiro de

Segurança do Trabalho, um Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de

51

Page 52: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Enfermagem do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, todos empregados da

empresa.

Atualmente, esta Norma está sendo revista pela Comissão Tripartite Paritária

Permanente. A nova NR4 - Sistema Integrado de Prevenção de Riscos do Trabalho, pela

Portaria n º 10, de 6 de abril de 2000.

As novas determinações referem-se aos serviços terceirizados, o SEST próprio, o

SEST coletivo e a obrigatoriedade de todo estabelecimento, mesmo com um empregado, ser

obrigado a participar do programa.

NR – 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA:

Todas empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições

beneficentes, cooperativas, clubes, desde que possuam empregados celetistas, dependendo

do grau de risco da empresa e do número mínimo de 20 empregados, são obrigadas a

constituir a CIPA e a manter em regular funcionamento.

Os trabalhos desenvolvidos pela CIPA são da maior importância para a segurança

dos trabalhadores.

O dimensionamento da CIPA é feito conforme o Quadro I – Dimensionamento da

CIPA, além da utilização do Quadro II – Agrupamento de setores econômicos pela

Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, e do Quadro III – Relação da

Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, com correspondente

agrupamento para dimensionamento da CIPA, anexados a NR –5.

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA tem como objetivo a

prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível

permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do

trabalhador;

A CIPA será composta de representantes da empregador e representantes dos

empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR – 5 - CIPA,

ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos

específicos;

Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles designados.

Os representantes dos empregados titulares e suplentes serão eleitos em escrutínio secreto,

do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados

52

Page 53: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

interessados, com mandato de um ano e direito a uma reeleição e mais um ano de

estabilidade.

A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido;

As reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de

medidas corretivas de emergência;

b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c) houver solicitação expressa de uma das representações.

As principais atribuições da CIPA serão as seguintes:

a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos (*) com a

participação do maior número de trabalhadores, com acessória do SESMT, onde houver;

b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de

problemas de segurança e saúde no trabalho;

c) Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção

necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) Realizar, periodicamente, verificações no ambiente e condições de trabalho visando

a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos

trabalhadores;

e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu

plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo

empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho

relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina

ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos

trabalhadores;

53

Page 54: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros

programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadora, bem como

cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no

trabalho;

l) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da

análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos

problemas identificados;

m) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham

interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

n) Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana

Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

p) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção

da AIDS.

(*) Mapa de Riscos:

Ver definições e conceitos na NR – 5, CIPA, Das Atribuições, conf. o item 5.16, bem

como, Portaria Número 25 de 29/12/1994. (Ver pgs. 60 e 575 do livro Segurança e Medicina

do Trabalho da Editora Atlas).

A Tabela I desta Portaria classifica os principais tipos de riscos ocupacionais

existentes em grupos de acordo com a natureza dos mesmos, inclusive com a padronização

de cores para utilização no Mapa de Risco.

De acordo com a NR-5, quais os principais objetivos visados na execução do Mapa de

Riscos são os seguintes:

A – Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de

segurança e saúde no trabalho na empresa;

B – Possibilitar, durante as sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre

os trabalhadores, bem como, estimular sua participação nas atividades de prevenção.

Principais Etapas na elaboração de um Mapa de Risco:

54

Page 55: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

A – Conhecimento dos Processos de Trabalho (Trabalhadores, instrumentos,

materiais, atividades e ambiente);

B – Identificação dos Riscos existentes;

C – Identificação das Medidas de Prevenção e sua Eficácia;

D – Identificação dos Indicadores de Saúde;

E – Conhecimento dos Levantamentos Ambientais realizados;

F – Elaboração do Mapa de Riscos, sobre o “layout” da Empresa e Sinalização das

Áreas de Riscos.

Mapa de Riscos vem a ser um mapa constituído de uma vista em planta do ambiente

de trabalho, na qual estão indicados, através de círculos coloridos, os diversos tipos de

riscos existentes naquele ambiente do trabalho. Ele deve ser colocado num quadro e num

lugar bem a vista de todos aqueles que trabalham naquele ambiente.

O Mapa de Risco objetiva indicar todos os riscos existentes no ambiente de trabalho,

de modo a orientar, prevenir e a evitar possíveis Acidentes do Trabalho.

Os círculos coloridos indicando os riscos variam de tamanho, sendo tanto maior

quanto maior a gravidade do risco indicado.

No mapa de riscos o usam-se as seguintes cores convencionais:

Verde representa os riscos físicos;

Vermelho os riscos químicos;

Marrom os riscos biológicos;

Amarelo os riscos ergonômicos;

Azul os riscos mecânicos.

NR – 6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI:

Os EPI, Equipamentos de Proteção Individual são empregados na proteção da saúde

e integridade física do trabalhador.

As Empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados, gratuitamente,

Equipamentos de Proteção Individual – EPI adequados aos riscos e em perfeito estado de

conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

55

Page 56: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

A – Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não

oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças

profissionais e do trabalho;

B – Enquanto as medidas de proteção coletivas estivem sendo implantadas;

C – para atender as situações de emergência.

Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho

e Emprego e a Empresa que importa EPI também deverá ser registrada junto ao

Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo

administrativo.

Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional e respeitando-se o disposto

no item 6.2, da NR – 6, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os seguintes EPI:

I - Proteção para a cabeça:

a) protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões

ocasionadas por partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas

intensas;

b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos,

provenientes de impacto de partículas;

c) óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar irritação

nos olhos e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos e metais em fusão;

d) óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos,

provenientes de poeiras;

e) óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras

lesões decorrentes da ação de radiações perigosas;

f) máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco elétrico;

g) capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos a:

1. agentes meteorológicos (trabalhos a céu aberto);

2. impactos provenientes de quedas, projeção de objetos ou outros;

3. queimaduras ou choque elétrico.

II - Proteção para os membros superiores:

Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem ser usados em

trabalhos em que haja perigo de lesão provocada por:

56

Page 57: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

1. materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;

2. produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos,

solventes orgânicos e derivados de petróleo;

3. materiais ou objetos aquecidos;

4. choque elétrico;

5. radiações perigosas;

6. frio;

7. agentes biológicos.

III - Proteção para os membros inferiores:

a) calçados de proteção contra riscos de origem mecânica;

b) calçados impermeáveis para trabalhos realizados em lugares úmidos, lamacentos

ou encharcados;

c) calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;

d) calçados de proteção contra riscos de origem térmica;

e) calçados de proteção contra radiações perigosas;

f) calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos;

g) calçados de proteção contra riscos de origem elétrica;

h) perneiras de proteção contra riscos de origem mecânica;

i) perneiras de proteção contra riscos de origem térmica;

j) perneiras de proteção contra radiações perigosas.

IV - Proteção contra quedas com diferença de nível:

a) cinto de segurança para trabalho em altura superior a 2 (dois) metros em que haja

risco de queda;

b) cadeira suspensa para trabalho em alturas em que haja necessidade de

deslocamento vertical, quando a natureza do trabalho assim o indicar;

c) trava-queda de segurança acoplada ao cinto de segurança ligado a um cabo de

segurança independente, para os trabalhos realizados com movimentação vertical em

andaimes suspensos de qualquer tipo.

V - Proteção auditiva

Protetores auriculares para trabalhos realizados em locais em que o nível de ruído

seja superior ao estabelecido na NR 15, Anexos I e II.

57

Page 58: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

VI - Proteção respiratória, para exposições a agentes ambientais em concentrações

prejudiciais à saúde do trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR 15:

a) respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem produção de poeiras;

b) máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através de jateamento de areia;

c) respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos

prejudiciais à saúde;

d) aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais de trabalho

onde o teor de oxigênio seja inferior a 18 (dezoito) por cento em volume.

VII - Proteção do tronco:

Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos

em que haja perigo de lesões provocadas por:

1. riscos de origem térmica;

2. riscos de origem radioativa;

3. riscos de origem mecânica;

4. agentes químicos;

5. agentes meteorológicos;

6. umidade proveniente de operações de lixamento a água ou outras operações de

lavagem.

VIII - Proteção do corpo inteiro:

Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais de trabalho

onde haja exposição a agentes químicos, absorvíveis pela pele, pelas vias respiratórias e

digestivas, prejudiciais à saúde.

IX - Proteção da pele:

Cremes protetores

Os cremes protetores só poderão ser postos à venda ou utilizados como

equipamentos de proteção individual, mediante o Certificado de Aprovação - CA do Ministério

do Trabalho, para o que serão enquadrados nos seguintes grupos:

a) Grupo 1 - água-resistente - são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário,

não são facilmente removíveis com água;

b) Grupo 2 - óleo-resistente - são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário,

não são facilmente removíveis na presença de óleos ou substâncias apolares;

58

Page 59: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

c) Grupo 3 - cremes especiais - são aqueles com indicações e usos definidos e bem

especificados pelo fabricante.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA COLETIVOS (EPC);

· Vara de manobra isolada; · Conjunto de aterramento temporário; · Detectores de

tensão; · Cones e bandeirolas de sinalização; · Escadas com isolamento próprias para

trabalho com eletricidade.

NR – 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO:

Este programa trata dos exames médicos obrigatórios para as empresas.

São eles:

Exame admisisional;

Exame periódico;

Exame de retorno ao trabalho;

Exame de mudança de função;

Exame demissional;

Exames complementares.

Dependendo do grau de risco da empresa, ou empresas que trabalhem com agentes

químicos, ruídos, radiações ionizantes, benzeno etc., a critério do médico do trabalho e

dependendo dos quadros na própria NR7, bem como, na NR15, existirão exames específicos

para cada risco que o trabalho possa gerar.

NR – 8 - Edificações:

Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção

contra a chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Deve-se observar também as

legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR – 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA:

Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da

antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir

no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao Meio Ambiente e aos Recursos

Naturais.

Leva-se em conta os Agentes:

FÍSICOS;

QUÍMICOS;

BIOLÓGICOS;59

Page 60: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Além desses agentes, destacamos também:

RISCOS ERGONÔMICOS;

RISCOS DE ACIDENTES.

É importante manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não sofrerem ações

de natureza civil por danos causados ao trabalhador, mantendo-se atualizados os Laudos

Técnicos e o Perfil Profissiográfico Previdenciário.

O objetivo visado pela mesma é o da preservação da saúde e da integridade dos

trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da

ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente do trabalho,

tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

As etapas a serem seguidas no desenvolvimento do PPRA são as seguintes:

A – Antecipação e reconhecimento dos riscos;

B – Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

C – Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

D – Implantação de medidas de controle e avaliação da sua eficácia;

E – Monitoramento da exposição aos riscos;

F – Registro e divulgação dos dados.

No desenvolvimento do PPRA, em termos de apoio às atividades a serem executadas,

normalmente se utilizam os recursos do SESMT – Serviços Especializados em Engenharia

de Segurança e de Medicina do Trabalho, ou então, o apoio de pessoa ou de equipes de

pessoas qualificadas, que a critério do empregador sejam capazes de desenvolver os

trabalhos relativos a todas as etapas de realização previstas no PPRA.

NR – 10 - Instalações e Serviços de Eletricidade:

Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em

instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação,

manutenção, reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários.

A NR 10 foi recentemente atualizada e modificada após um período de consulta

pública, sendo então alterada conforme a Portaria 598 de 07 / 12 / 2004 .

Observação:

60

Page 61: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Complementando estas informações, ver no item 9 adiante colocado, maiores

detalhes sobre a Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade, conf. a NR – 10 e

demais Normas Técnicas:

NR – 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais:

Destina-se a Operação de Elevadores, Guindastes, Transportadores Industriais e

Máquinas Transportadoras.

NR – 12 - Máquinas e Equipamentos:

Determina as instalações e áreas de trabalho; distâncias mínimas entre as máquinas e

os equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das máquinas e

equipamentos.

Contém Anexos para o uso de moto-serras, Cilindros de Massa entre outros.

No Estado de São Paulo, as empresas devem observar a Convenção Coletiva para

Melhoria das Condições de Trabalho em Prensas e Equipamentos Similares, Injetoras de

Plásticos e Tratamento Galvânico de Superfícies nas Indústrias Metalúrgicas no Estado de

São Paulo, assinada em 29.11.02, em vigência a partir de 28.01.03.

TRABALHO SEGURO COM MÁQUINAS – LISTA DE VERIFICAÇÃO – FATORES

IMPORTANTES:

1 – As conexões elétricas estão seguras e a máquina está aterrada?

A chave de acionamento é blindada?

2 – Existe proteção na transmissão de força (polias e correias, engrenagens,

correntes)?

3 – Existe proteção mecânica no ponto de operação (barreira de acesso)?

4 – Existe proteção mecânica no ponto de operação (cortinas de luz ou similar)?

5 – Existe comando bi-manual (no caso de prensas em geral)?

6 – Não se usam luvas na operação de máquinas com partes móveis?

7 – As distâncias entre máquinas respeitam a Norma Regulamentadora nº 12?

8 – Existem botões para parada de emergência ao alcance do operador nas máquinas

grandes e em várias posições de operação?

9 – Existe prevenção do efeito estroboscópio (as partes móveis parecem lentas ou

paradas sob iluminação fluorescente)?

10 – As manutenções e intervenções em geral só ocorrem dentro do princípio de

energia zero (desativar a eletricidade, o ar comprimido, a pressão hidráulica, travar 61

Page 62: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

movimentos, partes suspensas, entre outras), com os comandos etiquetados e bloqueados

fisicamente?

11 – Em caso de dúvida consulte sempre o pessoal especializado e as normas

regulamentadora e técnicas.

Além da lista supra é de suma importância conhecermos e aplicarmos também as

Normas Técnicas de Instalações de Máquinas mais recentemente publicadas, tais como as

seguintes:

ABNT NBR 14152, 14153 e 14154;

ABNT NBR 13930.

Observação: - Para maior conhecimento e aprofundamento da tecnologia ref. as

Instalações de Máquinas, entre as diversas obras disponíveis ver artigo publicado na Revista

C & I – Controle & Instrumentação de abril de 2003, pg. 80 – Tecnologia de Segurança

Humana em MÁQUINAS.

NR – 12 - Caldeiras e Vasos de Pressão:

São de competência do Engenheiro especializado nas atividades referentes ao projeto

de construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de

inspeção periódica das caldeiras e vasos de pressão.

A Norma exige treinamento específico para os seus operadores, contendo várias

classificações e categorias, nas especialidades, devidas, principalmente, ao seu elevado

grau de risco.

Saliente-se também que as Caldeiras e Vasos de Pressão e suas instalações

demandam bastante cuidado tendo em vista os riscos de Incêndios e de Explosões.

Considerando a NR – 13, Caldeiras e Vasos de Pressão, quais as principais exigências e

recomendações de segurança são as seguintes:

Obediência a todas as exigências e recomendações de segurança especificadas na

NR –13, bem como, nas Normas Técnicas referentes às Caldeiras e Vasos de Pressão

instalados, a exemplo dos seguintes:

Projeto da instalação deve ser feito por firma ou escritório de engenharia com

profissionais devidamente habilitados e credenciados para execução e instalações

caldeiras a vapor, no que concerne ao atendimento desta NR-13 e das Normas

Técnicas de Instalação, bem como, na obediência aos aspectos de segurança,

62

Page 63: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

saúde e meio ambiente previstos nas Normas Regulamentados, convenções e

disposições legais aplicáveis.

As Caldeiras e Vasos de Pressão devem ser fabricados e fornecidos por

empresas devidamente habilitadas e credenciadas para fabricação e fornecimento

da Caldeira ou Vaso de Pressão a ser instalado;

As Caldeiras e Vasos de Pressão instalados devem ter fixado em seu corpo Placas

de Identificação com todas as informações requeridas nas normas;

Na operação e funcionamento da Caldeira ou Vaso de Pressão não ultrapassar

jamais a Pressão Máxima de Trabalho Permitida – PMTP ou a Pressão Máxima de

Trabalho Admissível – PMTA;

Além disto nunca operar e trabalhar com a Caldeira em condições de risco tais

como no caso de mau funcionamento ou falta na falta dos seguintes componentes:

a) Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou

inferior a PMTA;

b) Instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;

c) Equipamentos de alimentação de água, independente do sistema principal, em

caso caldeiras combustível sólido;

d) Sistema de indicação e controle do nível de água ou outro sistema que evite o

superaquecimento por alimentação deficiente.

Possuir, no estabelecimento onde estiver instalada, o Prontuário atualizado da

Caldeira ou Vaso de Pressão, o Registro de Segurança, o Projeto da Instalação, o

Projetos de Alteração ou Reparos executados e os Relatórios de Inspeção emitidos

por Inspetores credenciados no Ministério do Trabalho;

Possuir "Manual de Operação" atualizado, em língua portuguesa, em local de fácil

acesso aos operadores, contendo no mínimo;

A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser implementados,

quando necessários para compatibilizar suas propriedades físico-químicas com os

parâmetros de operação da caldeira;

Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de

operador de caldeira, credenciado e registrado sendo que o não - atendimento a

esta exigência caracteriza condição de risco grave e iminente;

63

Page 64: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Executar as inspeções de segurança e a manutenção das caldeiras e seus

acessórios, bem como dos vasos de pressão dentro dos prazos estabelecidos nas

normas;

As inspeções de segurança e a manutenção das caldeiras e seus acessórios, bem

como, dos vasos de pressão, deverão seguir sempre todas as recomendações

técnicas especificadas na NR –13 e demais normas técnicas oficiais.

NR – 14 - Fornos:

Define os parâmetros para a instalação de fornos:

Deve-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

Além disto considerar que as fontes de aquecimento dos fornos podem ser obtidas

pela queima de combustíveis, pela eletricidade ou pela recuperação de gases quentes e

que, portanto devem ser tomados todos os cuidados seguidas as recomendados a respeito

das mesmas.

NR – 15 - Atividades e Operações Insalubres:

Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16 - Atividades Perigosas, quando

ocorre além dos limites de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo de exposição ao

agente, que não causará dano a saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são considerados os

agentes: Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto; Tolerância para Exposição ao

Calor; Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e Poeiras Minerais.

Tanto a NR15 quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do médico ou do

engenheiro do trabalho, devidamente credenciado junto ao Ministério do Trabalho e

Emprego.

NR – 16 - Atividades e Operações Perigosas:

Também considerada quando ocorre além dos limites de tolerância.

São as atividades perigosas àquelas ligadas a Explosivos, Inflamáveis e Energia

Elétrica.

NR – 17 - Ergonomia:

Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das condições de

trabalho às características psicofisiológicas, máquinas, ambiente, comunicações dos

elementos do sistema, informações, processamento, tomada de decisões, organização e

conseqüências do trabalho.64

Page 65: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Observe-se que as LER - Lesões por Esforços Repetitivos, hoje denominada DORT -

Doença Osteomuscular, relacionada ao trabalho constituem o principal grupo de problemas à

saúde, reconhecidos pela sua relação laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o

termo LER, constante hoje das relações de doenças profissionais da Previdência.

NR – 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção –

PCMAT:

O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção -

PCMAT equivale ao “PPRA” da Construção Civil.Resume-se no elenco de providências a

serem executadas, em função do cronograma de uma obra, levando-se em conta os riscos

de acidentes e doenças do trabalho e as suas respectivas medidas de segurança.

NR–19 - Explosivos:

Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos.

NR–20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis:

Define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis.

NR–21 -Trabalho a céu aberto:

Define o tipo de proteção aos trabalhadores que trabalham sem abrigo, contra

intempéries (insolação, condições sanitárias, água entre outros).

NR–22 - Trabalhos subterrâneos:

Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto, garimpos,

beneficiamento de minerais e pesquisa mineral.

Nesses trabalhos é necessário ter um médico especialista em condições hiperbáricas.

Esta atividade possui várias outras legislações complementares.

NR–23 - Proteção contra Incêndios:

Todas as empresas devem possuir proteção contra incêndio; saídas para retirada de

pessoal em serviço e/ou público; pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem

observar as normas do Corpo de Bombeiros sobre o assunto.

DADOS COMPLEMENTARES:

RELAÇÃO DE ALGUNS DOS GRANDES INCÊNDIOS OCORRIDOS NO BRASIL:

Incêndios e Explosões são tipos de acidentes com grande potencial de destruição e

mortes conforme visto nas tabelas anteriormente colocadas com a relação dos Acidentes

Maiores ou Ampliados.

65

Page 66: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Daí a extrema importância do conhecimento e emprego das técnicas de Combate a

Incêndios disponíveis atualmente.

Na Internet estão disponíveis diversos endereços e “Links” que devem ser

consultados:

Secretaria Nacional de Defesa Civil: http: //www.defesacivil.sp.gov.br/

Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo: http://www.polmil.sp.gov.br;

Defesa Cível do Estado de São Paulo: http://www.defesacivil.sp.gov.br/

Prefeitura de São Paulo:

http://www6.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/habitacao/cartilha_prevencao/0001

ABNT: CB–24, Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio:

http://www.abnt.org.br/revisao_cb24.htm

NFPA – “National Fire Protection Association” – em portugues:

http://www.nfpa.org/itemDetail.asp?

Ano Edifício Cidade Mortos Feridos1961 Penitenciaria Taubaté 152 -1966 Circo Niterói 350 -1972 Andraus São Paulo 16 3001974 Joelma São Paulo 187 4001981 Grande Avenida São Paulo 17 521996 Plaza Shopping Osasco 42 400

A partir do incêndio do Joelma (1974), com a morte de 187 pessoas, começou a haver

maior conscientização e preocupação da população e de todos os órgãos, com a Prevenção

de uma forma mais ampla, desde a especificação de materiais aos sistemas de proteção, até

com os Treinamentos de Brigadas de Incêndio, inclusive, com locais apropriados para estes

treinamentos, que atendessem as exigências ambientais da CETESB.

A implantação destes centros de Treinamentos para Brigadas de Incêndio, tem

contribuindo para que as estatísticas de grandes incêndios sejam reduzidas ou neutralizadas,

apesar do crescimento urbano e industrial.

Também houve uma maior conscientização prevencionista, a qual tem sido reforçada

por uma atuação maior dos legisladores, com Leis e Normas mais específicas.

LEGISLAÇÕES:

No âmbito federal: A Brigada de Incêndio está prevista na Lei nº 6.514 de 1977, que

dá as diretrizes sobre Segurança e Medicina do Trabalho, regulamentada pela Portaria nº

3.214/78, através da NR 23.

66

Page 67: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

No âmbito estadual: O programa de Brigada de Incêndio está previsto no Decreto

Estadual nº 46.076 de 31.08.01, que regulamenta a segurança contra incêndio nas

edificações de áreas de risco no Estado de São Paulo, em vigor a partir de 23 de Abril de

2002, que contempla a I.T (Instrução Técnica) 17 que passou a integrar os parâmetros para

o programa de Brigadas de Incêndio previstos na NBR nº 14.276/99 e para os Campos de

Treinamento de Combate a Incêndio a NBR 14.277/99.

No âmbito municipal: Cada Prefeitura através do seu CONTRU (Departamento de

Controle de Uso de Imóveis), que atua na prevenção e fiscalização de instalações e sistemas

de segurança de edificações do município, tem aplicado normas e exigências próprias.

No âmbito securitário: O legislador, através do Instituto de Resseguros do Brasil

(IRB) e da Circular 006/92 da SUSEP, também contempla diretrizes que se satisfeitas,

através da tarifação de seguros de Incêndio do Brasil (TSIB), bonifica o prêmio pela

implantação de Brigadas de Incêndio, pois estas reduzem drasticamente riscos e

conseqüentemente o custo dos seguros.

No âmbito Civil e Criminal: Vale aqui destacar: que o investimento preventivo na

segurança e na manutenção minimiza possível ação judicial de responsabilidade Civil e/ou

Criminal.

CERTIFICAÇÃO:

Em 1970 é instalada a Comissão Brasileira de Proteção Contra Incêndio, como

responsável dentro da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – pela

normalização do setor e que a partir de 1990 foi reformulada como Comitê Brasileiro de

Segurança contra Incêndio, recebendo a denominação de CB-24, com sede no Comando do

Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Portanto o CB-24 é o órgão responsável dentro da ABNT pelo planejamento,

coordenação e controle das atividades de elaboração de Normas relacionadas com os

assuntos de Segurança contra Incêndio.

CLASSES DE FOGO E EXTINTORES RECOMENDADOS DE SE USAR:

Classes de IncêndioTipos de material Combustível / área onde ocorre o

incêndio.

AMadeira, tapetes, papéis, cortinas, tecidos, borracha,

couro.

67

Page 68: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

BGasolina, óleo, acetileno, éter, graxas, gás de iluminação,

resina, ceras, gás de petróleo, querosene, álcool.

C

Eletricidade: Usinas Termoelétricas, Subestações, Casas

de Força, Casas de Máquinas, Eletrodomésticos,

transformadores.

DMetais pirofóricos: magnésio, alumínio, titânio, zircônio,

entre outros.

Tipos de Extintores Portáteis recomendados de serem utilizados:

X => Principal; (X) => Condicionalmente.

Classes de Incêndio

A B C D

Água pressurizada ou água-gás X

Espuma X X

CO 2 (Dióxido de Carbono) (X) X X

Químico Seco X X

Químico Seco ABC ou especial X

Sistemas de Combate a Incêndios:

Os Sistemas de Combate a Incêndios são projetados e instalados com os seguintes

objetivos principais:

Garantir a segurança das pessoas e de uma edificação em um nível adequado nos casos

de ocorrência de um incêndio;

Possibilitar a saída em tempo hábil das pessoas em condições seguras, evitando perdas

de vida;

Facilitar as ações de combate ao fogo;

Minimizar as possibilidades de propagação do fogo;

Facilitar as ações de socorro;

Minimizar os danos ao patrimônio em casos de incêndios.

Principais tipos de Sistemas de Combate a Incêndios existentes:

Sistemas de Extintores de Incêndios;

Sistemas de Hidrantes;

Sistemas de Escadas de Segurança;

68

Page 69: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Sistemas de Iluminação de Emergência;

Sistemas de Detecção e alarmes de Incêndio;

Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas;

Sistemas de Sinalização de Segurança contra Incêndios;

Sistemas de “Sprinklers”;

Sistemas de Compartimentação;

Sistemas de Contenção para instalações de Reservatórios de Combustíveis;

Sistemas de Esvaziamento rápido para instalações de Fluídos Térmicos Orgânicos;

Brigadas Contra Incêndios;

Bombeiros;

Sistemas de Proteção para Resistência Estrutural;

Sistemas Fixos de CO 2 e de Gases para Extinção do Fogo;

Sistemas de Espuma e de Resfriamento.

Os tipos de Sistemas acima referidos devem ser compatíveis com o tipo de instalação

a que se destinam e inclusive para a Carga de Incêndio prevista e calculada.

NR–24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho:

Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma, que o próprio

nome contempla. Cabe a CIPA e/ou ao SESMT, se houver, a observância desta norma.

Deve-se observar, também, nas Convenções Coletivas de Trabalho de sua categoria se

existe algum item sobre o assunto.

NR–25 - Resíduos Industriais:

Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade,

periculosidade, risco biológico, radioativo, a exemplo do césio em Goiás. Remete às

disposições contidas na NR15 e legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e

municipal.

NR–26 - Sinalização de Segurança:

Determina as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção evitando a

distração, confusão e fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos

e locais perigosos.

NR–27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança no Ministério do

Trabalho e Emprego:

69

Page 70: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Todo técnico de segurança deve ser portador de certificado de conclusão do 2º grau

de Técnico de Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do Ministério do Trabalho e

Emprego, devidamente registrado através das DRT regionais.

NR–28 - Fiscalização e Penalidades:

Toda norma regulamentadora possui uma gradação de multas, para cada item das

normas. Estas gradações são divididas por número de empregados, risco na segurança e

risco em medicina do trabalho.

O agente da fiscalização, baseado em critérios técnicos, autua o estabelecimento, faz

a notificação, concede prazo para a regularização e/ou defesa.

Quando constatar situações graves e/ou iminentes ao risco à saúde e à integridade

física do trabalhador propõe à autoridade regional a imediata interdição do estabelecimento.

NR–29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário:

Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças

profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições

possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta

NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra,

assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e

instalações portuárias de uso privativo e retro-portuárias, situadas dentro ou fora da área do

porto organizado. A sua existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária,

através da Medida Provisória nº 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto nº

99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção nº 152 da OIT.

NR–30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.

(NR em fase de Consulta Pública):

Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de

mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na

navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas

e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e portuário. A

observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de

70

Page 71: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e

contratos coletivos de trabalho.

NR–31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em

Espaços Confinados. (NR em fase de Consulta Pública):

Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços

confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a

garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores.

Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação humana que possua

ventilação deficiente para remover contaminantes, bem como a falta de controle da

concentração de oxigênio presente no ambiente.

NR–32 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em

Estabelecimentos de Assistência à Saúde. (NR em fase de Consulta Pública):

Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de

medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de

assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência

à saúde em geral.

Normas Regulamentadora Rurais:

Conforme Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973, a qual institui Normas Reguladora do

Trabalho Rural, bem como, a Portaria nº 3.067 de 12 de abril de 1.988.

NRR-1 - Disposições Gerais:

Estabelece os deveres dos empregados e empregadores rurais no tocante à

prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é

assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR-2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural -

SEPATR:

Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do número de

empregados que possuam, organizem e mantenham em funcionamento serviços

especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, visando à prevenção de acidentes do

trabalho e doenças ocupacionais no meio rural. A sua existência jurídica é assegurada por

meio do artigo 13 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973.71

Page 72: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

NRR-3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural -

CIPATR:

Estabelece para o empregador rural, a obrigatoriedade de organizar e manter em

funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A sua existência jurídica

é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR-4 - Equipamento de Proteção Individual - EPI:

Estabelece a obrigatoriedade para que os empregadores rurais forneçam,

gratuitamente, a seus empregados Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco

e em perfeito estado de conservação, a fim de protege-los dos infortúnios laborais. A sua

existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei n o 5.889, de 8 de junho de

1973.

NRR-5 - Produtos Químicos:

Estabelece os preceitos de Segurança e Medicina do Trabalho Rural a serem

observados no manuseio de produtos químicos, visando à prevenção de acidentes do

trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo

13 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973.

8.3 – Estrutura de pessoal necessária para compor a Gerência de Segurança em uma

Empresa:

A estrutura de pessoal de uma Diretoria, Gerência ou Departamento de Segurança

das Empresas varia de acordo com as características das mesmas, tais como, do grau de

risco do porte da empresa, do histórico além dos padrões internos e políticos de cada

empresa.

As empresas estruturadas têm assim a possibilidade de planejar e trabalhar de modo

preventivo, alicerçando seus trabalhos nas áreas da Organização, da Tecnologia e na de

Recursos Humanos, com a execução de ações tais como:

Treinamento de pessoal em técnicas de prevenção de acidentes;

Análises de riscos;

Gerenciamento dos riscos;

Gerenciamento das emergências;

E diversas outras atividades importantes voltadas para a Segurança e a Medicina do

Trabalho.

72

Page 73: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Contudo a obrigatoriedade do cumprimento ao estabelecido nas diversas Normas

Regulamentadora acima mencionadas, direta ou indiretamente impõem uma estrutura

mínima de pessoal qualificado.

Esta estrutura de Segurança do Trabalho, além da política de Segurança seguida

pelas Empresas é de fundamental importância para que os bons resultados sejam obtidos.

Exemplos:

A NR-4 / Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT,

conforme seja o Grau de Risco e o número de empregados no estabelecimento, exige o

emprego do seguinte quadro de pessoal (Vide Quadros I e II anexos a NR – 4):

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho - engenheiro ou arquiteto portador de certificado

de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em

nível de pós-graduação;

b) Médico do Trabalho - médico portador de certificado de conclusão de curso de

especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de

certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou

denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do

Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha

curso de graduação em Medicina;

c) Enfermeiro do Trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de

especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por

universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem;

d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico de

enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de

enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada

pelo Ministério da Educação;

e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de registro

profissional expedido pelo Ministério do Trabalho.

De outro lado a NR-5 / Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA exige a

constituição de uma comissão formada por representantes dos empregadores e

representantes dos empregados, dimensionada de acordo com as características das

empresas (Vide Quadros I, II e III anexos a NR – 5).

73

Page 74: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

A NR-7 / Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional por sua vez cuida da

execução dos diversos tipos de exames médicos a serem feitos para efeito do

acompanhamento da saúde dos trabalhadores.

A NR-9 / Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais cuida do controle dos riscos

ambientais que podem causar a ocorrência de acidentes do trabalho, acidentes ampliados

e que podem também provocar as doenças profissionais e as doenças do trabalho.

A NR – 23 / Proteção contra Incêndios por sua vez, exige que hajam pessoas adestradas

no uso correto dos equipamentos de combate a incêndios.

Em geral o atendimento as exigências das diversas Normas Regulamentadora

demanda o emprego de um pessoal técnico e qualificado em uma vasta gama de

especialidades profissionais.

Por exemplo, ver o caso da NR – 13 Caldeiras e Vasos de Pressão, entre outros

diversos.

9 – Seguranças em Instalações e Serviços de Eletricidade, NR – 10 e demais

Normas Técnicas:

As Normas Regulamentadora apontadas no item anterior aplicam-se ao exercício legal

da matéria no que se refere a Segurança e Medicina do Trabalho. Para sua aplicação,

todavia, conforme demonstra seu próprio conteúdo, faz-se necessário a consulta das Normas

Técnicas específicas, nacionais (ABNT) e/ou internacionais (ISO, NEC, ASME, NFPA, API,

ASTM, BS, OHSAS, NIOSH e outras) de acordo com os diversos itens e matérias indicadas.

9.1 – Aspectos técnicos ligados a novos Projetos, Fabricação, Montagem, Operação e

Manutenção:

Relacionamos abaixo algumas das principais Normas Técnicas, e procedimentos

utilizados nos Projetos, nas Instalações, na Operação e na Manutenção de Instalações

Elétricas em geral, especificamente os ligados a Segurança e Proteção das pessoas e das

Instalações, tais como:

NB - 3 / 60 Execução de Instalações Elétricas de Baixa Tensão;

NB - 79 / 67 Execução de Instalações Elétricas de Alta Tensão;

NBR – 5410 / 1990 / Instalações Elétricas de Baixa Tensão;

NBR 14039:03 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV;

NBR – 5414 / Instalações Elétricas de Alta Tensão;

NBR – 5418 / Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas;74

Page 75: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

NBR – 5419 / Proteção de Edificações contra Descargas Elétricas Atmosféricas;

NBR 5363 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Invólucros à

prova de explosão – Tipo de Proteção “d” - Especificação;

NBR 5420 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Invólucros com

Pressurização ou Diluição Contínua – Tipo de Proteção “p” Especificação;

NBR 8370 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas - Terminologia;

NBR 8447 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas de Segurança

Intrínseca Tipo de Proteção “i” - Especificação;

NBR 9518 / 97 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Requisitos

gerais – Especificação;

NBR 9883 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas de Segurança

Aumentada – Tipo de Proteção “e” - Especificação;

NBR - 14039 / Instalações Elétricas de média Tensão;

NBR 14153 – Segurança Humana em Máquinas.

Além das normas acima referidas faz-se necessário, de acordo com o assunto e a

necessidade, consultar também diversas outras Normas Técnicas.

A título de exemplo, ver as normas relacionadas no livro Instalações Elétricas, Antonio

Bossi e Ezio Sesto, Hemus Editora Ltda, nas pgs. de Apresentação à Edição Brasileira, além

de diversos outros livros técnicos publicados.

O Conhecimento Técnico e a Tecnologia utilizada por Fornecedores de Equipamentos,

Empresas de Engenharia de Segurança do Trabalho e Medicina do Trabalho,

Concessionárias de Serviços Públicos, Associações e Organizações existentes no Brasil e

no mundo deverá ser considerada e assimilada. Trata-se da aquisição do “know-how” e dos

Conhecimentos Técnicos acumulados pelas Empresas, Fabricantes de Equipamentos,

Universidades, Centros de Pesquisas, os quais são da mais alta valia em termos da técnica e

da segurança.

Por exemplo:

9.2 – GUIA DE SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS CONF.

RECOMENDAÇÕES DA COPEL http://www.copel.com/pagcopel.nsf

Nas recomendações da COPEL abaixo colocadas temos os procedimentos de

segurança para manutenção em sistemas elétricos em baixa tensão (BT) e alta tensão (AT).

I. NORMAS ABNT, NR e COPEL:75

Page 76: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Normas Brasileiras que regulamentam a segurança no trabalho, em instalações

elétricas:

Associação Brasileira de Normas Técnicas - www.abnt.org.br;

Ministério do Trabalho e Emprego - www.mte.gov.br;

Normas Técnicas da COPEL - www.copel.com.br

NR–6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI (1006.000-7):

Para os fins de aplicação desta norma, considera-se Equipamento de Proteção

Individual - EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira,

destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

NR–10 - Instalações e Serviços em Eletricidade:

Esta norma, recentemente revisada, fixa as condições mínimas exigíveis para garantir

a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas

etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma, ampliação e a

segurança de usuários e terceiros.

NBR–5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão:

Esta norma fixa as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa

tensão, a fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais

domésticos e a conservação dos bens.

NBR–14039 - Instalações Elétricas de Alta Tensão

Esta norma fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de instalações

elétricas de alta tensão, com tensão nominal de 1,0 kV a 36,2 kV, à freqüência industrial, de

modo a garantir segurança e continuidade de serviço.

II. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA RECOMENDADOS:

Para garantia de segurança dos profissionais envolvidos no projeto, a COPEL

recomenda a aquisição dos seguintes equipamentos:

a) EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL – EPI utilizados em

eletricidade:

Capacete de segurança com isolamento para eletricidade;

Meia bota isolada;

Óculos de segurança incolor e com proteção contra raios ultravioletas;

Roupas de algodão;

Luvas de borracha isolantes BT e AT;76

Page 77: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Luvas de pelica para proteção das luvas de borracha;

Luvas de raspa para trabalhos rústicos;

Cinturão de segurança com talabarte para trabalhos em grandes alturas.

b) EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA COLETIVOS – EPC:

Vara de manobra isolada;

Conjunto de aterramento temporário;

Detector de tensão;

Cones e bandeirolas de sinalização;

Escadas com isolamento próprias para trabalho com eletricidade.

Saiba mais sobre equipamentos de segurança:

Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica - www.abinee.org.br

Associação Nacional da Indústria de Materiais de Segurança e Proteção ao Trabalho -

www.animaseg.com.br

III. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA MANUTENÇÃO:

A) Introdução:

Execute as manutenções somente com pessoal capacitado.

Efetue a análise de risco da tarefa com os envolvidos e exija a utilização de

equipamentos de proteção e ferramentas adequadas.

Nos desligamentos programados ou não programados, o responsável pelo trabalho

deve tomar as providências necessárias à segurança da equipe e de terceiros.

Sempre registre as alterações implementadas no sistema e mantenha os operadores

dos equipamentos informados.

Evite adaptações ou alterações das características originais dos equipamentos

elétricos.

B) Procedimentos:

A COPEL recomenda os seguintes procedimentos para isolamento da área na qual

será executada a intervenção:

PROCEDIMENTOS PRELIMINARES EXECUÇÃO DA TAREFA:

1. Quando necessário solicite à COPEL que a COPEL faça o desligamento da unidade (a

ligação telefônica é gratuita);

2. Trave mecanicamente, através de cadeado, as chaves seccionadoras;

3. Retire dos cartuchos das chaves fusíveis;77

Page 78: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

4. Bloqueie o religamento remoto de disjuntores;

5. Sinalize o poste com placas de advertência: “ATENÇÃO NÃO OPERE ESTE

EQUIPAMENTO”;

6. Isole o local com cordas, bandeirolas e cones para delimitar a área;

7. Delimite as distâncias mínimas de segurança entre os locais de trabalho e partes

energizadas com sinalização apropriada, levando em consideração o quadro abaixo:

Tensão Nominal (kV) Distância Mínima (metros)

13,8 0,60

34,5 1,00

69,0 1,10

138,0 1,80

230,0 2,00

8. Teste a linha ou rede com o uso de detector de tensão:

Observação: - Antes de efetuar testes elétricos ou abertura de equipamentos elétricos para

manutenção, verifique que a umidade relativa do ar esteja inferior a 70%;

9. Instale o conjunto de aterramento temporário na BT e na AT;

10. Esteja certo de que todos compreendam o planejamento, e saibam exatamente seu papel

dentro do processo;

11. Utilize ferramentas em perfeitas condições de uso e em quantidade suficientes;

12. Evite improvisações. Lembre-se que o planejamento serve para evitar problemas durante

a execução do trabalho;

13. Faça supervisão constante;

14. Faça uma inspeção nas instalações;

CONCLUSÃO DOS SERVIÇOS:

15. Afaste todas as pessoas das partes que deverão ser energizadas;

16. Retire os aterramentos temporários;

17. Retire placas de sinalização;

18. Recoloque os cartuchos;

19. Faça o religamento, ou solicite que a COPEL o faça;

20. Retire a sinalização;

21. Após a conclusão dos serviços, recolha sobras de materiais que ficarem pelo chão,

evitando que outras pessoas os utilizem inadvertidamente;78

Page 79: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

IV. Dicas:

Saiba mais sobre equipamentos de segurança:

Para saber mais sobre segurança na manutenção de instalações elétricas, acesse o

“Site” www.copel.com.br ou entre em contato com o COPEL.

10 - PERIGOS, RISCOS E EMERGÊNCIAS, GESTÃO DE RISCO E DE

EMERGÊNCIAS:

10.1 – Conceitos:

Ao considerarmos os diversos aspectos abrangidos pela Segurança do Trabalho

imediatamente nos lembramos dos conceitos dos Perigos existentes, dos Riscos, e das

Emergências que ocorrem.

Lembramo-nos principalmente das ocorrências de maior gravidade intituladas de

ACIDENTES AMPLIADOS / MAIORES.

Sobre estes aspectos não podemos esquecer do alcance e da importância dos

seguintes fatores:

Da extrema valia que tem o Instinto de Conservação das Pessoas, o qual adquire e

traz desde as mais remotas épocas da existência humana;

Da importância de exercermos o Espírito de Cidadania, do Profissionalismo e da

Auto-estima.

Não podemos nos esquecer, todavia que no mundo atual somente uma parte dos

riscos existentes já foi assimilada e absorvida pelo Instinto de Conservação das pessoas.

Por exemplo:

Sabemos dos riscos e perigos envolvendo os seguintes casos:

O risco do Trabalho nas alturas e o risco da queda;

Os riscos de incêndios e de explosões;

O perigo de lesões por objetos ou ferramentas de corte;

O risco do afogamento das pessoas;

Riscos de Inundações e dos deslizamentos de terras;

Avalanches;

Terremotos;

Naufrágios;

O risco dos raios nas tempestades;79

Page 80: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

E muitas diversas outras situações da vida.

Ocorre, porém que, ao lado destes riscos e perigos mais conhecidos, existem riscos

menos conhecidos e dominados, principalmente os relativos as novas e mais recentes

tecnologias, os quais devem ser estudados e aprofundados.

Só como exemplo, podemos nos lembrar aqui das seguintes casos:

Da Eletricidade;

Dos Combustíveis;

Dos Meios de Transporte;

Da Aviação;

Da Energia Atômica;

Da Bio – Tecnologia;

E demais outras tantas Tecnologias historicamente recentes.

Relativamente a estas Tecnologias historicamente mais recentes, sob o ponto de vista

racional, até podemos ter informações atualizadas a respeito, mas mesmo assim, o

desenvolvimento de um instinto de autoconservação e segurança, na maioria das pessoas,

pode ainda não ter sido assimilada por completo, no que se refere aos riscos derivados

destas novas tecnologias, de modo que, ficasse estabelecida uma autodefesa primária,

natural e instintiva com reações de conservação rápidas e instantâneas.

Assim, é de máxima importância proporcionar e executarmos os Programas de

Treinamento, necessários, bem como, o aperfeiçoamento contínuo dos trabalhadores e de

todos profissionais que atuam nas Empresas existentes, de modo que, haja uma grande

conscientização de todo o trabalho e dos meios de proteção necessários, no que se refere à

execução dos trabalhos com Segurança e Qualidade.

PRINCÍPIOS DE GESTÃO DE RISCOS:

(Consultar o livro de Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, Editora Atlas

S.A., Benedito Cardella, 1.999).

Relativamente à ocorrência dos acidentes, existe um consenso com base na

experiência acumulada dos especialistas quanto à validade dos seguintes princípios:

1 – Nas organizações e sociedades, o acidente é um fenômeno de natureza multifacetada,

que resulta de interações complexas entre fatores físicos, químicos, biológicos, ergonômicos,

psicológicos, sociais e culturais;

2 – Todos os acidentes podem ser evitados;80

Page 81: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

3 – Um indivíduo sozinho não consegue controlar os riscos envolvidos na sua atividade;

4 – Os acidentes ocorrem porque a mente se envolve tanto com o trabalho que se esquece

do corpo.

Aspectos humanos, técnicos, educacionais e sociais:

Para os que já vivenciaram de perto situações reais envolvendo Acidentes do

Trabalho de maior gravidade, não é difícil a compreensão das conseqüências tristes e

adversas que ocorrem com a perda de vida do trabalhador e o sofrimento para seus filhos,

esposa e toda a sua família.

No que se refere à Eletricidade, por exemplo, numa Instalação Industrial, em

contrapartida com a movimentação mecânica e dos ruídos diversos presentes nos processos

industriais, os quais estimulam a ficar de alerta, nas Instalações Elétricas, o que mais

desperta a nossa atenção é a movimentação relativamente silenciosa dos motores elétricos.

No entanto, apesar do silêncio, o perigo de choques elétricos, curtos-circuitos,

incêndios e explosões estão bastantes presentes nas Subestações, nas Salas de Despacho,

nas Cabines de Distribuição, nos CCM, nos Painéis Elétricos, nos Quadros de Força, entre

outros.

Aos visitantes ou a alguém que não conheça ou trabalhe numa determinada

instalação, que com a permissão e acompanhado de técnicos habilitados, visitar estas partes

de uma Instalação Elétrica, além do uso dos EPI e EPC necessários, recomenda-se se

manter sempre a distância dos diversos componentes e até a mesmo colocar as duas mãos

no bolso, de modo a não tocar em nada.

É muito útil também o uso e o efeito provocado pelos Cartazes Admoestadores

bastante utilizados em Instalações Elétricas, como o da Caveira com as duas Tíbias

cruzadas, com os dizeres “PERIGO DE MORTE”, o qual normalmente está colocado nas

portas dos diversos painéis elétricos e cabines de força.

Consideremos também os demais avisos e alertas por escrito, como “Proibido a

Entrada de Pessoas não Autorizadas” ou aquele outro utilizando o símbolo de um Raio, para

chamar a atenção das pessoas que se aproximam das partes de uma Instalação Elétrica,

bem como, as demarcações de área, as quais servem para nos alertar dos perigos que

rondam aquela instalação.

Mesmo com todo o treinamento, o impacto emocional destes símbolos é bastante

profundo, servindo como alerta.81

Page 82: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

As Instalações Elétricas, comparativamente as demais partes das instalações

industriais, seus componentes são bastante silenciosos e estáticos, de modo que, o risco de

certa forma poderia passar despercebido para o trabalhador comum sem um treinamento

específico, daí a importância do uso dos EPI e dos EPC além do emprego dos símbolos

acima referidos, dos avisos colocados e de toda a precaução envolvida.

Naturalmente isto só não é o bastante. É preciso também que as instalações sejam

executadas seguindo-se as recomendações indicadas nas Normas Técnicas e das Normas

Regulamentadora existentes.

Em qualquer caso, sejam os de Instalações Elétricas mais simples até os de

Instalações Elétricas mais complexas, é da maior importância um enfoque especial de todos

os aspectos ligados a Segurança dos Trabalhadores e de todas as pessoas possíveis ao

redor.

Para que tenhamos sucesso nos assuntos ligados as Seguranças além de todo o

estudo e formação envolvidos necessitam também do apoio por parte da hierarquia, além de

toda dedicação e motivação.

Testemunhos dados em reuniões e congressos realizados relatam e enfocam sempre

este lado da questão.

Um risco poderá estar presente, mas deverá haver um baixo nível de perigo, devido às

precauções tomadas para minimizá-lo.

Assim, um banco de transformadores de alta tensão possui um risco inerente de

eletrocussão, uma vez que esteja energizado.

Haverá um alto nível de perigo se o banco estiver desprotegido, no meio de uma área

de pessoas.

O mesmo risco estará presente quando os transformadores estiverem trancados num

cubículo sob o piso. Entretanto, o risco será menor para o pessoal.

Vários outros conceitos e exemplos ligados à segurança podem ser citados:

Incidentes;

Acidentes;

Riscos;

Exposição;

Perigo;

Causas;82

Page 83: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Fatos;

Efeitos;

Natureza;

Falhas humanas;

Falhas de instalação;

Danos humanos;

Danos materiais;

Danos financeiros.

RISCO ou “HAZARD”: - Uma condição ou situação (de uma variável) com potencial

para causar danos.

RISCO: Probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo definido ou

ciclos operacionais - “RISK”.

PERIGO: - Parâmetro que caracteriza uma relativa exposição a um risco. É a

exposição que favorece a “materialização” do risco como causa de um fato catastrófico

(acidente) e dos danos resultantes - “DANGER”.

De outra maneira:

SITUAÇÃO RISCO VARIÁVEL CONDIÇÃO

Trabalho com

chapas aquecidas QueimadurasTemperatura da

Chapa

Temperatura da chapa

muito maior que a

temperatura da pele.

Trabalho em alturaQueda Fatal Altura de Trabalho

Altura de trabalho muito

maior que a altura do

indivíduo.

Trabalho em

ambiente ruidoso

Redução da

Capacidade

Auditiva

Dose de Ruído

Diária

Dose maior que 1 ou

100%

83

PERIGO = ____________________________ MEDIDAS DE CONTROLE

RISCO

Page 84: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Exemplo:

Situação: Trabalho de limpeza e desengraxamento de peças com solventes.

Neste caso:

Risco: Intoxicação.

MEDIDAS DE CONTROLE QUANTO

À EXPOSIÇÃO AO RISCO:PERÍGO:

Nenhuma Alto

Uso de máscara filtrante (EPI) Moderado a baixo

Limitação do Tempo de exposição (se viável) Baixo

Automatização do processo (não há necessidade do

operador no recinto).

Praticamente nulo

Como podemos verificar no exemplo acima colocado em função das possíveis

medidas tomadas o perigo diminui.

Resumidamente então:

Risco Perigo ou Possibilidade de perigo.

O Risco de eventos perigosos é função de 2 fatores:

Da Freqüência com que estes eventos ocorrem e das Conseqüências destes eventos, tais

como:

Ocorrência de Danos materiais;

Ocorrência de vítimas, com lesões e/ou mortes.

As ações para minimização dos riscos demandam tempo e, portanto exigem estudos e

planejamento constantes.

Portanto temos:

* Risco = f (Freqüência x Conseqüência).

10.2 - Emergência Ocorrência de qualquer Situação perigosa ou Situação crítica:

Nas situações de emergência os fatores de riscos emergem do campo virtual

passando para a situação real e gerando danos e perdas, algumas vezes fatais.

84

Page 85: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Quando ocorre uma Emergência geralmente temos a ocorrência de uma cadeia de

eventos indesejáveis.

O primeiro evento desta cadeia é chamado evento iniciador ou demanda.

O Controle da emergência compreende das seguintes etapas:

Detecção; Mobilização; Intervenção.

Na intervenção por sua vez teremos as seguintes ações:

Recomposição da Contenção; Combate; e Defesa.

Todas estas ações demandam preparativos, treinamentos, testes e provas, os quais

devem ser executados preventivamente e regularmente de modo a prepararmos as equipes

para as possíveis emergências que porventura venham a ocorrer.

O sucesso do combate e do controle das emergências dependerá da precisão das

ações tomadas e da rapidez com que as mesmas são executadas.

10.3 – Segurança Situação livre de perigo

Segurança = função inversamente proporcional ao Risco = f (1 / Risco).

11 – Técnicas de Identificação de Perigos, de Análise e de Avaliação dos Riscos:

11.1 – INTRODUÇÃO.

11.2 – TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS.

11.2.1 – TÉCNICA DE INCIDENTES CRÍTICOS – TIC.

11.2.2 – WHAT-IF (WI).

11.2.3 – “BRAINSTORMING”.

11.2.4 – “CHECK LIST” – Lista de verificações.

11.3 – TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS.

11.3.1 – ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS - APR.

11.3.2 – ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS - AMFE.

11.3.3 – ANÁLISE DE OPERABILIDADE DE PERIGOS - HAZOP.

11.4 – TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS.

11.4.1 – ANÁLISE DE ÁRVORE DE EVENTOS – AAE.

11.4.2 – ANÁLISE POR DIAGRAMA DE BLOCOS – ADB.

11.4.3 – ANÁLISE DE CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS – ACC.

11.4.4 – ANÁLISE DE ÁRVORE DE FALHAS – AAF.

11.4.5 – MANAGEMENT OVERSIGHT AND RISK TREE – MORT.

11.4.6 – ANÁLISE COMPARATIVA.85

Page 86: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

11.4.7 – ANÁLISE PELA MATRIZ DAS INTERAÇÕES.

11.4.8 – INSPEÇÃO PLANEJADA.

11.4.9 – REGISTRO E ANÁLISE DE OCORRÊNCIAS – RAO.

11.1 – INTRODUÇÃO:

Para termos uma visão geral do contexto, resumidamente é colocado abaixo o quadro

da situação mundial no período compreendido entre o término da 2ª Guerra Mundial,

passando pela Guerra Fria e pela Corrida Espacial e chegando aos tempos mais recentes,

por ocasião da queda do muro de Berlim e do aparecimento da Política de Globalização dos

mercados.

Nesta época os graves acidentes ocorridos no mundo tiveram impacto sobre a opinião

pública, levando os governos e as empresas a buscarem meios mais eficientes de proteção e

segurança. (Ver quadros de acidentes maiores ou ampliados, tais como os acidentes

aeroespaciais, os acidentes em Usina Nucleares, os acidentes em Industrias Químicas,

como o ocorrido em Bhopal e outros tantos, conforme dados anteriormente tabelados).

Os governos, a opinião pública e as entidades ligadas à tecnologia, as indústrias e a

segurança do trabalho mobilizaram-se então objetivando o aumento da segurança das

instalações industriais e a diminuição dos acidentes maiores ou ampliados.

Houve a necessidade de melhorar e desenvolver novos instrumentos para a solução

dos problemas ligados à segurança, como as Técnicas de Identificação de Perigos, de

Análise e de Avaliação dos Riscos, bem como, de Sistemas de Gestão da Qualidade e Meio

Ambiente.

Portanto, foram desenvolvidas ferramentas de Análise dos Perigos, de Riscos e de

Acidentes, para obtermos melhores e maiores níveis de segurança total em áreas como a da

aeronáutica, aeroespacial e nuclear.

Os conceitos de perigo, de risco, de confiabilidade, de modos de falha, MTBF (Tempo

médio entre falhas), bem como, as técnicas e metodologias aplicadas pela Segurança de

Sistemas, antes utilizadas principalmente nas áreas militar e espacial, evoluíram e

progrediram a partir da década de 70 para aplicação nas áreas industriais e de serviços

públicos, alavancando e auxiliando na solução dos problemas da engenharia, da produção

industrial, da segurança no trabalho e do meio ambiente.

Simultaneamente o desenvolvimento alcançado pela industrialização acelerada e pela

competividade na busca dos mercados internos e dos globalizados, por sua vez estimulou o 86

Page 87: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

desenvolvimento de novas políticas industriais de produtividade, qualidade, meio ambiente e

segurança do trabalho tais como:

Aparecimento de novas tecnologias, como por exemplo, a Instrumentação, a

Eletrônica e a Informática;

Aparecimento de Máquinas e instalações cada vez mais grandiosas e sofisticadas;

Necessidade de treinamento adequado do pessoal e dos trabalhadores no que se

refere a Segurança;

Necessidade de equipes e estruturas adequadas de Segurança e Medicina do

Trabalho;

Necessidade de Fiscalização suficiente para evitar os acidentes inclusive os

maiores ou ampliados;

Necessidade de realizar novas instalações devido a obsolescência dos

equipamentos e processos existentes;

Complementando este quadro, Políticas de Responsabilidade Social aplicadas nos

países desenvolvidos deram maior atenção ao trabalhador, principal bem de uma

organização, buscando maior segurança, eficiência e produtividade dos processos

industriais além da melhoria de qualidade de seus produtos.

Surgiram daí novos métodos de trabalho, ações de melhorias e políticas, tais como as

seguintes:

Políticas de Qualidade como as Normas ISO 9.000;

Preservação do Meio Ambiente como as Normas ISO 14.000;

Maior ênfase e preocupação com Segurança dos Processos Industriais e maior

desenvolvimento da Engenharia de Segurança de Sistemas;

Maior desenvolvimento da Engenharia de Controle de Perdas;

Convenção OIT 174 e Decreto 4085 de 15 de janeiro de 2002 o qual Promulga a

Convenção no 174 da OIT e a Recomendação no 181 sobre a Prevenção de

Acidentes Industriais Maiores;

Normas BS 8.800;

Normas OHSAS 1800;

Demais ações de melhorias.

Observações:

87

Page 88: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

As técnicas a seguir colocadas auxiliaram bastante na obtenção de melhorias para

a Segurança dos Processos e Segurança do Trabalho;

No Livro intitulado “Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes” - Editora

Atlas S.A. de Benedito Cardella, 1.999, indicado em nossa bibliografia,

encontramos informações valiosas sobre as estas técnicas;

Além livro acima referido é encontrado outros livros, do mais alto nível técnico,

publicados em língua portuguesa.

Pesquisando-se através de mecanismos de buscas como o da “Google”, “Altavista”

e diversos outros, encontramos também artigos de excelente qualidade no que se

refere às Técnicas de Identificação de Perigos, de Análise e de Avaliação dos

Riscos.

A melhor forma de aprendizado destas técnicas, todavia é pelo estudo e

participação de suas aplicações, sempre que houver oportunidade ou necessidade

do serviço.

A aplicação destas técnicas exige o planejamento das etapas de execução, a

preparação dos materiais e dados, como desenhos, especificações de materiais e

componentes, a disponibilização dos catálogos de equipamentos e componentes,

bem como, a definição das pessoas que serão envolvidas no trabalho, formulários

e folhas adequadas para registro de dados levantados, um calendário de reuniões,

além de demais materiais de apoio necessários como computador, impressora,

máquinas fotográficas, filmadoras, projetor e entre outros.

11.2 - Técnicas de Identificação de Perigos - Resumo:

Observações:

Para consulta ao texto integral ver o Artigo: - TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE

PERIGOS, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS: Acessar:

http://www.eps.ufsc.br/disserta96/anete/index/indx_ane.htm;

Consultar também:

"Técnicas Modernas de Gerência de Riscos" e do livro "Introdução à Engenharia de

Segurança de Sistemas", de autoria de Francesco De Cicco e Mario Luiz Fantazzini:

http://www.qsp.org.br/manual_sst.shtml;

Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, Editora Atlas S.A. , Benedito Cardella,

1.999 : http://www.edatlas.com.br/Atlas/portal/homePortal.ctrl.aspx.88

Page 89: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

11.2.1 - Técnica de Incidentes Críticos (TIC):

A Técnica de Incidentes Críticos, também conhecida como "Confissionário" ou como

"Incident Recall", é uma técnica de identificação de perigos, qualitativa, de aplicação na fase

operacional de sistemas, cujos procedimentos envolvem o pessoal das empresas, em todos

os graus de conhecimento.

Esta técnica tem como objetivo a detecção de “Incidentes Críticos” ou “Quase

Acidentes”, além de auxiliar na correção e tratamento dos riscos correspondentes.

Este método possibilita a identificação de falhas e condições inseguras que contribuem para

a ocorrência dos acidentes com lesões reais e potenciais.

O processo demanda uma amostragem aleatória de observadores-participantes,

selecionados dentro de uma população de pessoas envolvidas, os quais orientados por uma

equipe de apoio passam a lembrar, recordar e registrar impressões e dados de acidentes já

ocorridos.

Os observadores-participantes devem ser selecionados dentre os principais

departamentos da empresa, procurando representar as diversas operações da mesma

dentro das diferentes categorias de risco.

Um entrevistador interroga os observadores-participantes e os incita a lembrar,

recordar e descrever os incidentes críticos, tanto no que se refere aos atos inseguros que

tenham cometido ou observado, como no que se refere as condições inseguras que tenham

ocorrido.

Os observadores-participantes devem ser estimulados a descrever os incidentes

críticos ocorridos, quantos possam recordar, sendo necessário para tal colocar os mesmos à

vontade procurando, evitando-se, entretanto possíveis divagações.

A disponibilização de um apoio técnico, operacional e psicológico será de maior

utilidade durante a aplicação desta técnica.

A TIC é de grande valia, principalmente nos casos em que se deseja identificar

perigos, sem a utilização de técnicas mais sofisticadas, bem como, quando restrição do

tempo disponível para implantação das medidas de segurança cabíveis.

Os incidentes pertinentes, descritos pelos entrevistados, deverão então ser transcritos

e classificados em categorias de risco, definindo-se a partir daí uma relação das áreas-

problema, bem como, permitindo uma priorização das ações no que se refere a distribuição

89

Page 90: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

dos recursos disponíveis, tanto para correção das situações existentes como para prevenção

de possíveis problemas futuros.

Esta técnica deve ser periodicamente aplicada, reciclando-se os observadores -

participantes de modo a detectarem-se novas áreas – problemas, bem como, para verificar a

eficiência das medidas que foram implementadas.

Observação:

A TIC é útil também na prevenção de acidentes, pois além de servir para analisar os

incidentes críticos já ocorridos, permite também a identificação e exame de possíveis

acidentes em potencial, antes que os mesmos venham a ocorrer, ou seja, ao invés de

somente verificar os acidentes ocorridos, permite também evitar a ocorrência de novos

acidentes, prevenindo assim possíveis danos à propriedade, bem como, possíveis

ocorrências de lesões de pessoal.

11.2.2 – WHAT IF - WI (O que...? Se...):

A técnica do “What-If” é utilizada para uma análise geral, qualitativa.

Sua aplicação é bastante útil e simples para uma abordagem inicial dos problemas,

bem como, para o levantamento dos riscos existentes, tanto nas fases de projeto, como na

fase pré - operacional, além da fase do processo, não sendo a sua utilização limitada

unicamente ao processo.

A finalidade do “What-If” é testar possíveis omissões ocorridas nos projetos,

procedimentos e normas, bem como, para aferir o comportamento e a capacitação do

pessoal em seu ambiente de trabalho, com o objetivo de proceder a identificação e

tratamento de riscos.

A técnica do “What-If” se desenvolve através da realização de Reuniões de

Questionamento entre duas equipes. Os questionamentos devem englobar os

procedimentos, as instalações, e os processos em cada situação a ser analisada.

A equipe questionadora é a conhecedora e familiarizada com o sistema a ser

analisado, devendo a mesma formular uma série de questões com antecedência, com a

finalidade de guiar os trabalhos.

Para a aplicação o “What-If” utiliza-se sistemáticas técnico-administrativas que incluem

princípios de dinâmica de grupo. A utilização periódica do procedimento é o que garante o

bom resultado do mesmo no que se refere ao levantamento dos riscos e revisão dos

processos.90

Page 91: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Da aplicação do “What-If” resulta uma revisão de um largo espectro de riscos, bem

como a geração de possíveis soluções para os problemas levantados, além disso, se

estabelece um consenso entre as diversas áreas de atuação, como as da produção,

processo e segurança, quanto à forma mais segura de operacionalizar a planta.

Além do mais os relatórios de procedimentos fornecem também um material de fácil

entendimento servindo como fonte de treinamento e base para futuras revisões.

Recomenda-se quando da sua aplicação da técnica:

a) A formação do comitê de revisão e a montagem das equipes com seus integrantes;

b) Planejamento prévio das atividades e pontos a serem abordados na aplicação da

técnica;

c) Reunião Organizacional com a finalidade de discutir procedimentos, programação

de novas reuniões, definição de metas para as tarefas e informação aos integrantes sobre o

funcionamento do sistema sob análise;

d) Reunião de revisão de processo para os integrantes ainda não familiarizados com o

sistema em estudo;

e) Reunião de formulação das questões: O QUE? SE...”. Começando do início do

processo e continuando ao longo do mesmo, etapa por etapa, até alcançar o produto

acabado colocado na planta do cliente;

f) Reunião de respostas às questões (formulação consensual): - Em seqüência à

reunião de formulação das questões, cabe a responsabilidade individual para o

desenvolvimento de respostas escritas às questões. As respostas serão analisadas durante

a reunião de resposta às questões, sendo cada resposta categorizada como: - resposta

aceita pelo grupo tal como submetida; - resposta aceita após discussão e/ou modificação; -

aceitação postergada, em dependência de investigação adicional. O consenso grupal é o

ponto chave desta etapa, onde a análise de riscos tende a se fortalecer;

g) Relatório de revisão dos riscos do processo: o objetivo é documentar os riscos

identificados na revisão, bem como registrar as ações recomendadas para eliminação ou

controle dos mesmos.

11.3 – Técnicas de Análise de Riscos:

11.3.1 – Análise Preliminar de Riscos (APR) – “Preliminary Hazard Analysis” (PHA) ou

também chamada de Análise Preliminar de Perigos (APP).

91

Page 92: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste do estudo, durante a fase de

concepção ou desenvolvimento preliminar de um novo projeto ou sistema, com a finalidade

de se determinar os possíveis riscos que poderão ocorrer na sua fase operacional.

A APR é utilizada, portanto para uma análise inicial "qualitativa", desenvolvida na fase

de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, tendo especial

importância na investigação de sistemas novos de alta inovação e/ou pouco conhecidos, ou

seja, quando a experiência em riscos na sua operação é deficiente. Apesar das

características básicas de análise inicial, é muito útil de se utilizar como uma ferramenta de

revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos que às vezes

passariam despercebidos.

A APR teve seu desenvolvimento inicial na área militar.

A APR não é uma técnica profunda de análise de riscos e geralmente precede a

aplicação de outras técnicas mais detalhadas de análise, já que seu objetivo principal é

determinar os riscos e as medidas preventivas antes da fase operacional.

No estágio em que é aplicado pode ainda ocorrer outros detalhes finais de projeto e,

que neste caso, a falta de informações quanto aos procedimentos será ainda maior, já que

os mesmos são geralmente definidos posteriormente.

Os princípios e metodologias da APR consistem em proceder-se uma revisão geral

dos aspectos de segurança de forma padronizada:

Descrevendo todos os riscos e fazendo sua caracterização;

A partir da descrição dos riscos são identificados as causas (agentes) e efeitos

(conseqüências) dos mesmos, o que permitirá a busca e elaboração de ações e medidas

de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas;

A priorização das ações é determinada pela caracterização dos riscos, ou seja, quanto

mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser solucionado.

Desta forma, a APR tem sua importância maior no que se refere à determinação de

uma série de medidas de controle e prevenção de riscos, desde o início operacional do

sistema, permitindo revisões de projeto em tempo hábil, com maior segurança, além de

definir responsabilidades no que se refere ao controle de riscos, conforme abaixo:

a) Revisão de problemas conhecidos: - Consiste na busca de analogia ou similaridade

com outros sistemas, para determinação de riscos que poderão estar presentes no sistema

que está sendo desenvolvido, tomando como base à experiência passada;92

Page 93: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

b) Revisão da missão a que se destina: - Atentar para os objetivos, exigências de

desempenho, principais funções e procedimentos, ambientes onde se darão as operações,

etc.. Enfim, consiste em estabelecer os limites de atuação e delimitar o sistema que a missão

irá abranger: a que se destina; o que e quem envolvem e; come será desenvolvida;

c) Determinação dos riscos principais: - Identificar os riscos potenciais com potencialidade

para causar lesões diretas e imediatas, perda de função (valor), danos a equipamentos e

perda de materiais;

d) Determinação dos riscos iniciais e contribuintes: - Elaborar séries de riscos,

determinando para cada risco principal detectado, os riscos iniciais e contribuintes

associados;

e) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: - Elaborar um “brainstorming”

para levantamento dos meios passíveis de eliminação e controle de riscos, a fim de

estabelecer as melhores opções, desde que compatíveis com as exigências do sistema;

f) Analisar os métodos de restrição de danos: - Pesquisar os métodos possíveis que

sejam mais eficientes para restrição geral, ou seja, para a limitação dos danos gerados caso

ocorra perda de controle sobre os riscos;

g) Indicação de quem será responsável pela execução das ações corretivas e/ou

preventivas: - Indicar claramente os responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou

corretivas, designando também, para cada unidade, as atividades a desenvolver.

A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi colocado,

necessita às vezes de ser complementada por técnicas mais detalhadas e apuradas. Em

sistemas que sejam já bastante conhecidos, cuja experiência acumulada conduz a um

grande número de informações sobre riscos, esta técnica pode ser utilizada de modo auxiliar.

11.3.2 - Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) – “Failure Modes and Effects Analysis”

(FMEA):

A Análise de Modos de Falha e Efeitos é uma análise detalhada, podendo ser feita de forma

qualitativa ou quantitativa, que permite analisar as maneiras pelas quais um equipamento ou

sistema pode falhar e os efeitos que poderão advir, estimando ainda as taxas de falha e

propiciando o estabelecimento de mudanças e alternativas que possibilitem a diminuição das

probabilidades de falha, aumentando a confiabilidade do sistema.

Lembramos que a confiabilidade é definida como a probabilidade de uma ação ser concluída

com sucesso dentro de um tempo específico e sob condições específicas.93

Page 94: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

A AMFE foi desenvolvida por engenheiros de confiabilidade para permitir aos mesmos,

determinar a confiabilidade de produtos mais complexos. Por exemplo, um carro, um avião,

uma máquina de produção, etc.

Para isto é necessário conhecer como e em qual freqüência cada componente do produto

pode falhar. Posteriormente a análise é estendida ao produto no seu todo, para avaliação

dos efeitos das falhas ocorridas em seus componentes.

Apesar de sua utilização ser geral, a AMFE é mais aplicável às Indústrias de Processos,

principalmente quando o sistema ou instalação em estudo possui instrumentos de controle,

de modo poder levantar necessidades adicionais e defeitos de projeto.

Além disto, estudam-se e determinam-se possíveis alternativas mais seguras de projeto e de

instalação de modo que o sistema e a instalação possa superar possíveis falhas dos seus

componentes críticos, permitindo no mínimo uma parada ordenada da instalação.

Por exemplo: - O caso de funcionamento de uma Central Termelétrica, dos seus sistemas, e

de seus equipamentos.

A técnica auxilia ainda na determinação e encadeamento dos procedimentos para

contingências operacionais, quando o sistema é colocado em risco e a probabilidade de erro

devido à ações não estruturadas é alta, dependendo da ação correta dos operadores.

A AMFE é realizada primeiramente de forma qualitativa, quer na revisão sistemática dos

modos de falha dos componentes, quer na determinação de seus efeitos em outros

componentes e ainda na determinação dos componentes cujas falhas têm efeito crítico na

operação do sistema, sempre procurando garantir danos mínimos ao sistema como um todo.

Posteriormente, pode-se proceder à análise quantitativa para estabelecer a confiabilidade ou

probabilidade de falha do sistema ou subsistema, através do cálculo de probabilidades de

falhas de montagens, subsistemas e sistemas, a partir das probabilidades individuais de

falha de seus componentes, bem como na determinação de como poderiam ser reduzidas

estas probabilidades, inclusive pelo uso de componentes com confiabilidade alta ou pela

verificação de redundâncias de componentes do projeto.

Para proceder ao desenvolvimento da AMFE ou de qualquer outra técnica, é primordial que

se conheça e compreenda o sistema em que se está trabalhando e qual a função e objetivos

do mesmo, bem como, as restrições sob as quais se irá operar, além dos limites que podem

representar sucesso ou falha. O bom conhecimento do sistema em que se atua é o primeiro

94

Page 95: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

passo para o sucesso na aplicação de qualquer técnica, seja ela de identificação de perigos,

de análise ou de avaliação dos riscos.

Conhecido o sistema e suas particularidades podem-se dar seguimento a análise, cabendo à

empresa idealizar o modelo que melhor se adapte a ela.

Método de aplicação indicado:

a) Dividir o sistema em subsistemas que podem ser efetivamente controlados;

b) Traçar diagramas de blocos funcionais do sistema e subsistemas, para determinar os

inter-relacionamentos existentes;

c) Preparar um “Check - List” dos componentes de cada subsistema e sua função

específica;

d) Determinar através da análise de projetos e diagramas, os modos possíveis de falha

que possam afetar outros componentes. Os modos básicos de falha devem ser

agrupados em quatro categorias:

I - Falha em operar no instante prescrito;

II - Falha em cessar de operar no instante prescrito;

III - Operação prematura;

IV - Falha em operação.

e) Indicar os efeitos de cada falha sobre outros componentes e como esta afeta a

operação do mesmo;

f) Estimar a gravidade de cada falha específica de acordo com as categorias de risco,

conforme o quadro 4.1., para possibilitar a priorização de alternativas;

g) Indicar os métodos usados para detecção de cada falha específica;

h) Formular possíveis ações de compensação e reparos que podem ser adotadas para

eliminar ou controlar cada falha específica e seus efeitos;

i) Determinar as probabilidades de ocorrência de cada falha específica para possibilitar

a análise quantitativa.

Como acima descrito, a AMFE analisa de forma geral os modos de falha de um

produto. Porém, em um produto podem existir certos componentes ou conjunto deles que

sejam especificamente críticos para a utilidade a que se destina o produto ou mesmo para a

segurança do operador.

Portanto, a estes componentes críticos deve ser dada atenção especial, sendo os

mesmos analisados mais detalhadamente do que os demais.95

Page 96: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

A análise, similar a AMFE, que se preocupa com a análise detalhada destes

componentes críticos é conhecida como FMECA – “Failure Modes and Criticality Analysis”.

Tanto a AMFE como a FMECA são bastante eficientes quando aplicadas a sistemas

mais simples e de falhas mais singelas, porém, quando a complexidade é maior, recomenda-

se o uso de outras técnicas, como por exemplo, a Análise de Árvore de Falhas.

11.3.3 – Análise de Operabilidade e de Perigos – “HAZard and OPerability Studies”

(HAZOP:

O estudo de identificação de perigos e operabilidade é conhecido como HAZOP, é

uma técnica de análise qualitativa desenvolvida com a finalidade de examinar as linhas de

processos diversos, como por exemplo, em uma refinaria de petróleo, ou em uma indústria

química, identificando os perigos e prevenindo a ocorrência de possíveis falhas.

Atualmente, a metodologia é aplicada também para equipamentos de processos,

inclusive seus sistemas diversos.

O método HAZOP é principalmente indicado quando da implantação de novos

processos, na fase de projeto ou em modificações de processos já existentes.

O ideal na realização do HAZOP é que o estudo seja desenvolvido antes da fase de

detalhamento e construção do projeto, evitando com isso a necessidade de se executar

modificações de projeto, quer no detalhamento ou ainda durante a instalação, quando o

resultado do HAZOP for mais bem conhecido, ou seja, evitando-se assim a revisões de

projetos em etapas mais adiantadas as quais tornam-se cada vez mais caras de serem

feitas.

Vale ressaltar que o HAZOP pode ser aplicado em projetos e modificações de menor

porte como de grande porte.

Às vezes, muitos acidentes ocorrem porque se subestima os efeitos secundários de

pequenos detalhes ou de modificações de projeto ou de instalações em funcionamento, as

quais à primeira vista parecem insignificantes, sendo quase impossíveis estes diagnósticos,

antes de se fazer uma análise completa e saber se existem efeitos secundários graves e

difíceis de prever.

Além disso, o caráter de trabalho em equipe que o HAZOP apresenta, onde pessoas

de funções diferentes dentro da organização trabalham em conjunto e em equipe, faz com

que a criatividade individual seja estimulada, os esquecimentos evitados e a compreensão

dos problemas das diferentes áreas e interfaces do sistema seja alcançada.96

Page 97: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Uma pessoa competente, trabalhando sozinha, estará sujeita a erros por desconhecer

os aspectos alheios a sua área de trabalho. Assim, o desenvolvimento do HAZOP alia a

experiência e competência individual às vantagens indiscutíveis do trabalho em equipe.

Em termos gerais, pode-se dizer que o HAZOP é bastante semelhante a AMFE,

contudo, a análise realizada no HAZOP é feita através de palavras-chaves que guiam o

raciocínio dos grupos de estudos multidisciplinares, fixando a atenção nos perigos mais

significativos para o sistema.

As palavras - chaves ou palavras - guias são aplicadas às variáveis identificadas no

processo (pressão, temperatura, fluxo, composição, nível, entre outras) gerando os desvios,

que nada mais são do que os perigos a serem examinados.

A técnica HAZOP permite que as pessoas liberem sua imaginação, pensando em

todos os modos pelo qual um evento indesejado ou problema operacional possa ocorrer.

Para evitar que algum detalhe seja omitido, a reflexão deve ser executada de maneira

sistemática, analisando cada circuito, linha por linha, para cada tipo de desvio passível de

ocorrer nos parâmetros de funcionamento. Para cada linha analisada são aplicadas as séries

de palavras - guias, identificando os desvios que podem ocorrer caso a condição proposta

pela palavra - guia ocorra.

Identificadas às palavras - guias e os desvios respectivos a partir para a elaboração

das alternativas cabíveis para que o problema não ocorra, ou seja, mínimo.

Convém, no entanto, analisar as alternativas quanto ao custo e operacionalidade.

No HAZOP a operabilidade é tão importante quanto à identificação dos perigos.

Geralmente neste tipo de estudo são detectados mais problemas do tipo operacional

do que perigos propriamente ditos.

Isto não é um ponto negativo, ao contrário, aumenta sua importância do método, pois

a diminuição dos riscos está bastante ligada a eliminação de problemas operacionais.

A eliminação dos problemas operacionais recai numa conseqüente diminuição do erro

humano, decrescendo assim o nível de risco.

É impossível, porém a eliminação dos perigos, sem antes conhecê-los, o que pode ser

obtido pela aplicação do método HAZOP.

11.4 – Técnicas de Avaliação de Riscos:

11.4.1 – Análise de Árvore de Eventos (AAE) – “Event Tree Analysis” (ETA):

97

Page 98: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

A Análise da Árvore de Eventos (AAE) é um método lógico-indutivo para identificar as

várias e possíveis conseqüências resultantes de certo evento indesejado inicial.

Esta técnica procura determinar as freqüências e conseqüências decorrentes dos

eventos indesejáveis, utilizando encadeamentos lógicos em cada etapa de atuação do

sistema.

Nas aplicações de análise de risco, o evento inicial da árvore de eventos é, em geral,

a falha de um componente ou subsistema, sendo os eventos subseqüentes determinados

pelas características do sistema.

Para o traçado da árvore de eventos as seguintes etapas devem ser seguidas:

a) Definir o evento inicial que pode conduzir ao acidente;

b) Definir os sistemas de segurança (ações) que podem amortecer o efeito do evento

inicial;

c) Combinar em uma árvore lógica de decisões as várias seqüências de

acontecimentos que podem surgir a partir do evento inicial;

d) Uma vez construída a árvore de eventos, calcularem as probabilidades associadas

a cada ramo do sistema que conduz a alguma falha (acidente).

A árvore de eventos deve ser lida da esquerda para a direita. Na esquerda começa-se

com o evento inicial e segue-se com os demais eventos seqüenciais. A linha superior é NÃO

e significa que o evento não ocorre, a linha inferior é SIM e significa que o evento realmente

ocorre.

11.4.2 - Análise por Diagrama de Blocos (ADB):

Na análise por diagrama de blocos se utiliza um fluxograma em blocos do sistema,

calculando as probabilidades de sucesso ou falha do mesmo, pela análise das

probabilidades de sucesso ou falha de cada bloco.

A técnica é útil para identificar o comportamento lógico de um sistema constituído por

poucos componentes.

Dependendo do sistema a análise pode ser feita em série ou em paralelo.

Definidas as probabilidades de falha, pode-se determinar o risco de cada sistema,

juntando com estas, as perdas previstas devido à ocorrência das mesmas.

98

Page 99: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

11.4.3 – Análise de Causas e Conseqüências (ACC):

Já na Análise das Causas e Conseqüências (AAC) de falhas se utilizam as mesmas

técnicas de construção da AAE e da Análise da Árvore de Falhas (AAF) que será vista

detalhadamente a seguir.

O procedimento para construção de um diagrama de conseqüências se inicia por um

evento inicial. Posteriormente cada evento desenvolvido é questionado:

Em que condições o evento induz os outros eventos?

Quais as alternativas ou condições que levam os diferentes eventos?

Que outros componentes o evento afeta?

Ele afeta mais do que um componente?

Quais os outros eventos que este evento causa?

A técnica segue a lógica que liga as causas as suas conseqüências.

A Árvore de Falhas enfoca as causas e a Árvore de Eventos mostra as conseqüências

ambas seguindo a seqüência natural das ocorrências.

Isto permite avaliar qualitativa e quantitativamente as conseqüências dos eventos

catastróficos de ampla repercussão como os Acidentes Maiores ou Acidentes Ampliados e

verificar a vulnerabilidade do meio ambiente, da comunidade e de terceiros em geral.

O processo começa pela escolha de um evento crítico, partindo-se para um lado, com

a descrição das conseqüências e do outro lado determinando e descrevendo as causas.

A estruturação, a exemplo da árvore de falhas, também é feita utilizando-se uma

simbologia.

1.4.4 – Análise de Árvore de Falhas (AAF) – “Fault Tree Analysis” (FTA):

A Análise da Árvore de Falhas - AAF foi primeiramente concebida por H.A.Watson dos

Laboratórios Bell Telephone em 1961, a pedido da Força Aérea Americana para avaliação do

sistema de controle do Míssil Balístico Minuteman.

A AAF é um método excelente para o estudo dos fatores que poderiam causar um

evento indesejável (falha) e encontra sua melhor aplicação no estudo de situações

complexas. Ela determina as freqüências de eventos indesejáveis (topo) a partir da

combinação lógica das falhas dos diversos componentes do sistema.

O principal conceito na AAF é a transformação de um sistema físico em um diagrama

lógico estruturado (a árvore de falhas), onde são especificadas as causas que levam a

ocorrência de um específico evento indesejado de interesse, chamado evento topo.99

Page 100: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

O evento indesejado recebe o nome de evento topo por uma razão bem lógica, já que

na montagem da árvore de falhas o mesmo é colocado no nível mais alto. A partir deste nível

o sistema é dissecado de cima para baixo, enumerando todas as causas ou combinações

delas que levam ao evento indesejado. Os eventos do nível inferior recebem o nome de

eventos básicos ou primários, pois são eles que dão origem a todos os eventos de nível mais

alto.

A AAF é uma técnica dedutiva que se focaliza em um acidente particular e fornece um

método para determinar as causas deste acidente, é um modelo gráfico que dispõe várias

combinações de falhas de equipamentos e erros humanos que possam resultar em um

acidente. Consideram o método como "uma técnica de pensamento-reverso, ou seja, o

analista começa com um acidente ou evento indesejável que deve ser evitado e identifica as

causas imediatas do evento, cada uma examinada até que o analista tenha identificado as

causas básicas de cada evento".

Portanto, é certo supor que a árvore de falhas é um diagrama que mostra a inter-

relação lógica entre estas causas básicas e o acidente.

A diagramação lógica da árvore de falhas é feita utilizando-se símbolos e comportas

lógicas, indicando o relacionamento entre os eventos considerados. As duas unidades

básicas ou comportas lógicas envolvidas são os operadores "E" e "OU", que indicam o

relacionamento casual entre eventos dos níveis inferiores que levam ao evento topo. As

combinações seqüenciais destes eventos formam os diversos ramos da árvore.

A AAF pode ser executada em quatro etapas básicas:

Definição do Sistema;

Construção da Árvore de Falhas;

Avaliação qualitativa e;

Avaliação quantitativa.

Embora tenha sido desenvolvida com o principal intuito de determinar probabilidades,

como técnica quantitativa, é muito usada também por seu aspecto qualitativo porque, desta

forma e de maneira sistemática, os vários fatores, em qualquer situação a ser investigada,

podem ser visualizados. Nos resultados da análise quantitativa são necessárias certas

situações, contudo, para proceder à análise quantitativa, deve ser realizada primeiramente a

análise qualitativa, sendo que muitos analistas crêem que deste modo, obter resultados

quantitativos não requer muitos esforços adicionais.100

Page 101: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Assim, a avaliação qualitativa pode ser usada para analisar e determinar que

combinações de falhas de componentes, erros operacionais ou outros defeitos podem causar

o evento topo. Já a avaliação quantitativa é utilizada para determinar a probabilidade de falha

no sistema pelo conhecimento das probabilidades de ocorrência de cada evento em

particular.

Desta forma, o método de AAF pode ser desenvolvido através das seguintes etapas:

a) Seleção do evento indesejável ou falha, cuja probabilidade de ocorrência deve ser

determinada;

b) Revisão dos fatores intervenientes: no ambiente, nos dados do projeto, e nas

exigências do sistema, entre outros, determinando as condições, eventos particulares ou

falhas que possam vir a contribuir para ocorrência do evento topo selecionado;

c) Montagem, através da diagramação sistemática, dos eventos contribuintes e falhas

levantadas nas etapas anteriores, mostrando o inter-relacionamento entre estes eventos e

falhas, em relação ao evento topo. O processo inicia com os eventos que poderiam,

diretamente, causar tal fato, formando o primeiro nível - o nível básico. À medida que se

retrocede, passo a passo, até o evento topo, são adicionadas as combinações de eventos e

falhas contribuintes. Desenhada a árvore de falhas, o relacionamento entre os eventos é feito

através das comportas lógicas;

d) Através de Álgebra Booleana são desenvolvidas as expressões matemáticas

adequadas, que representam as entradas da árvore de falhas. Cada comporta lógica tem

implícita uma operação matemática, podendo ser traduzidas, em última análise, por ações de

adição ou multiplicação;

e) Determinação da probabilidade de falha de cada componente, ou seja, a

probabilidade de ocorrência do evento topo será investigada pela combinação das

probabilidades de ocorrência dos eventos que lhe deram origem.

Notas: Simbologia lógica de uma árvore de falhas:

a) Para proceder ao estudo quantitativo da AAF, é necessário conhecer e

relembrar algumas definições da Álgebra de Boole, a qual foi desenvolvida

pelo matemático George Boole para o estudo da lógica.101

Page 102: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

b) Suas regras e expressões em símbolos matemáticos permitem simplificar

problemas complexos. É principalmente usada em áreas de computadores e

outras montagens eletromecânicas e também em análise de probabilidades,

em estudos que envolvem decisões e mais recentemente, em segurança de

sistemas.

A AAF não necessariamente precisa ser levada até a análise quantitativa, entretanto,

mesmo ao se aplicar o procedimento de simples diagramação da árvore, é possível a

obtenção de um grande número de informações e conhecimento muito mais completo do

sistema ou situação em estudo, propiciando uma visão bastante clara da questão e das

possibilidades imediatas de ação no que se refere à correção e prevenção de condições

indesejadas.

O uso da árvore de falhas pode trazer, ainda, outras vantagens e facilidades, quais

sejam: a determinação da seqüência mais crítica ou provável de eventos, dentre os ramos da

árvore, que levam ao evento topo; a identificação de falhas singulares ou localizadas

importantes no processo; o descobrimento de elementos sensores (alternativas de solução)

cujo desenvolvimento possa reduzir a probabilidade do contratempo em estudo. Geralmente,

existem certas seqüências de eventos centenas de vezes mais prováveis na ocorrência do

evento topo do que outras e, portanto, é relativamente fácil encontrar a principal combinação

ou combinações de eventos que precisam ser prevenidas, para que a probabilidade de

ocorrência do evento topo diminua.

Além dos aspectos citados, a AAF encontra aplicação para inúmeros outros usos,

como: solução de problemas diversos de manutenção, cálculo de confiabilidade, investigação

de acidentes, decisões administrativas, estimativas de riscos, entre outros.

11.4.5 – “Management Oversight and Risk Tree” (MORT):

O método conhecido como MORT é uma técnica que usa um raciocínio semelhante ao

da AAF, desenvolvendo uma árvore lógica, só que com a particularidade de ser aplicado à

estrutura organizacional e gerencial da empresa, ilustrando erros ou ações inadequadas de

administração.

O método pode ser também usado para esquematizar ações administrativas que

possam ter contribuído para um acidente, o qual já tenha ocorrido. Nesta árvore cada evento

é uma ação do operador ou administrador, sendo que as falhas de equipamentos ou

condições ambientais não são consideradas.102

Page 103: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

12 – PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais:

Fundamenta-se na NR – 9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

Para um melhor conhecimento da matéria, no tema incluímos trabalho de pesquisa

sobre a NR – 9, bem como, alguns artigos e apresentações a respeito deste assunto.

13 – PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional:

Fundamenta-se na NR – 7: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional que

estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte dos empregadores e

instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico

de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do

conjunto dos seus trabalhadores. Sobre este assunto um médico será convidado para

proferir uma palestra sobre o referido tema.

14 – Programas de redução dos Acidentes do Trabalho em uma Empresa – Diretrizes

recomendadas:

Para a implantação um Programa de redução dos Acidentes do Trabalho em uma

Empresa, as principais diretrizes recomendadas de se realizar são as seguintes:

Verificar as Condições de Trabalho e as Situações de Riscos e Perigos em potencial, com

base nas Leis existentes (Lei 6.514 de 22.12.1977 e Portaria nº 3.214 de 08. 06.1978);

Verificar o funcionamento regular da CIPA conforme recomendações da NR - 5;

Levantar o histórico dos acidentes já ocorridos na Empresa;

Verificar as condições de funcionamento do Serviço de Segurança da Empresa;

Verificar os meios de Combate a Incêndio (Existência de Corpo de Bombeiros da

Empresa, ou de uma Brigada contra Incêndios, conforme seja as situações de risco

levantadas);

Registrar, analisar e computar cada acidente ocorrido;

Avaliar as diversas Áreas de Trabalho levantando os Riscos de Acidentes existentes;

Comparar os Riscos existentes com o Risco Tolerado;

Analisar todos os Processos de Trabalho;

Elaborar os Procedimentos de Segurança e Prevenção de Acidentes para realização dos

trabalhos onde existam riscos em potencial;

Elaborar Planos de Higiene e Segurança do Trabalho;

Tratar e resolver todas as situações de Risco;

Programar Treinamento de Segurança e capacitar todo o pessoal;103

Page 104: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Sinalizar todas as Áreas de Riscos;

Fornecer todos os EPI e EPC necessários;

Realizar Investimentos para Melhoria da Segurança e Higiene do Trabalho;

Promover Campanhas de Segurança;

Aplicar as recomendações, orientações e princípios referentes a Segurança e Saúde no

Trabalho – SST, conforme orientações oficiais dos Ministérios do Trabalho e Emprego, da

Saúde, do Instituto Nacional de Seguridade Social além das recomendações de órgãos

internacionais reconhecidos como a OIT, a OMS, a BS 8800, a OSHAS e demais

organizações internacionais de alto nível.

15 – Bibliografia recomendada:

Para o estudo da Higiene, Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho as fontes

de estudos e informações abrangem um campo bastante extenso de publicações e trabalhos.

Ocorre, entretanto que muitas das obras já publicadas, na maioria das vezes, não são

encontradas com facilidade nas livrarias comuns. Para serem adquiridas, precisamos quase

sempre encomenda-las.

Desta forma a consulta direta as bibliotecas, inclusive as virtuais, é de maior valor e

utilidade.

Neste contexto, para o estudo da matéria, além dos livros é da máxima importância e

utilidade consultarem a Internet e as revistas periódicas, onde encontramos informações,

dados e artigos, contendo uma gama extensa de trabalhos, com testemunhos sobre os mais

diversos temas, os quais precisam ser conhecidos, pois contribuem muito para o

aprofundamento e amadurecimento dos conhecimentos ligados a Higiene, a Engenharia de

Segurança e a Medicina do Trabalho.

Assim sendo, sem intenção de excluir as obras clássicas do maior valor, relacionamos

abaixo algumas das normas, obras, artigos e endereços disponíveis que são de grande valia

para o aprendizado da matéria:

Normas Regulamentadora: - Acessar o Ministério do Trabalho e Emprego:

http://www.mte.gov.br/;

Segurança e Medicina do Trabalho, Editora Atlas S.A. - 55ª Edição (2004) - 2ª Tiragem:

http://www.edatlas.com.br/Atlas/portal/homePortal.ctrl.aspx;

Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, Editora Atlas S.A. , Benedito Cardella,

1.999 : http://www.edatlas.com.br/Atlas/portal/homePortal.ctrl.aspx;104

Page 105: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental, Editora Atlas, Antonio Nunes Barbosa Filho,

2001: http://www.edatlas.com.br/Atlas/portal/homePortal.ctrl.aspx;

Normas Regulamentadora Comentadas, Giovanni Moraes de Araujo, 4 a edição – 2003:

http://www.submarino.com.br/books.asp;

"Técnicas Modernas de Gerência de Riscos" e do livro "Introdução à Engenharia de

Segurança de Sistemas", de autoria de Francesco De Cicco e Mario Luiz Fantazzini:

http://www.qsp.org.br/manual_sst.shtml;

Segurança em Eletricidade – Jorge Santos Reis & Roberto de Freitas – Fundacentro:

http://www.fundacentro.gov.br/;

Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo, Dácio

de Miranda Jordão, Qualitymark Editora:

http://www.ieles.com.br/downloads/catalogo_qualitymark.xls;

Instalações Elétricas Industriais, João Mamede Filho, Livros Técnicos e Científicos

Editora S.A.: http://www.submarino.com.br/books;

Instalações Elétricas, Antonio Bossi e Ezio Sesto, Hemus Editora Ltda;

Manual de Higiene e Segurança do Trabalho – Ed. Ateneu;

Prevenção de Acidentes nas Indústrias, W. R. Peixoto, Ediouro;

Curso de Eletrotécnica, Chester L. Dawes, Editora Globo;

Artigo: - TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE

RISCOS: - Acessar: http://www.eps.ufsc.br/disserta96/anete/index/indx_ane.htm;

Artigo: - Gerenciamento de Riscos, Prof. Marcos Aurelio Pchek Laureano - Ultima Alteração:

20/05/2004; Acessar: http://www.ppgia.pucpr.br/~laureano/puc_2004/gst/;

Informações sobre a legislação específica da Engenharia de Segurança e demais assuntos

da área: - Consultar página da SOBES - Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança:

http://www.sobes.org.br;

Universidade Santa Cecília – UNISANTA – Higiene e Segurança no Trabalho; - Ver página

http://www.unisanta.br/alunos/sites/index.asp;

Area Seg ; - Ver página: http://www.areaseg.com/;

Segurança e trabalho “Online”; - Ver página: http://www.saudeetrabalho.com.br/;

ABPA – Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes; - Ver página:

http://www.abpa.org.br/;

Grupo CIPA – Portal de Segurança: - Ver página: http://www.cipanet.com.br/;105

Page 106: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

Revista Proteção; - Ver página: http://www.protecao.com.br/;

A Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho e do Meio

Ambiente – ABRAPHISET; - Ver página: http://www.abraphiset.com.br/;

DIESAT - Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de

Trabalho; - Ver página: http://www.diesat.org.br/;

SEGRAC Núcleo de Pesquisa em Engenharia de Segurança, Gerenciamento de Riscos e

Acessibilidade na Universidade Federal do Rio de Janeiro: - Ver página:

http://www.all.com.br/ufrj/capa.html;

Ambientec.com; - Ver página: http://www.ambientec.com/index.htm;

Agência Européia para a Segurança e a Saúde no Trabalho; - Ver página:

http://europe.osha.eu.int/index.php?lang=pt;

Prossiga (Bibliotecas Virtuais Temáticas); - Ver página: http://www.prossiga.br/bvtematicas/;

GT Bibliotecas Virtuais Brasileiras; Ver página: http://www.cg.org.br/gt/gtbv/gtbv.htm;

Universidade de São Paulo – Sistema Integrado de Bibliotecas: Ver página:

http://www.sibi.usp.br/aleph/por/;

Companhia de Energia Elétrica do Paraná – COPEL; Ver página:

http://www.copel.com/pagcopel.nsf.

16 – Anexos diversos:

Para melhor aproveitamento e conhecimento da matéria os Apontamentos de Classe

acima colocados devem ser complementados com Artigos Técnicos e informações diversas

disponibilizados em nossa página de Segurança e Higiene no Trabalho no Site da

UNISANTA:

O Objetivo da área de engenharia de segurança do trabalho é atuar na prevenção de

acidentes do trabalho no intuito de preservar a integridade física dos trabalhadores, bem

como, a proteção das instalações contra sinistros, no que se refere à questão da segurança

e da higiene do trabalho. Seu objetivo básico envolve a prevenção de riscos e de acidentes

nas atividades de trabalho visando a defesa da integridade da pessoa humana.

Ínicio

Programação do curso

Apostila do Curso

Material de apoio

Links106

Page 107: APOSTILA Higiene, Saúde e Segurança Do Trabalho

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