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1 HIGIENE DO TRABALHO Professora: Yvonne Archanjo Massucate Barbosa

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  • 1

    HIGIENE DO TRABALHO

    Professora: Yvonne Archanjo Massucate Barbosa

  • 2

    1 - Introduo

    A Higiene do Trabalho est relacionada com as condies ambientais de trabalho

    que asseguram a sade fsica e mental e com as condies de bem-estar das pessoas. Do

    ponto de vista de sade fsica, o local de trabalho constitui a rea de ao da higiene do

    trabalho, envolvendo aspectos ligados exposio do organismo humano a agentes

    externos como rudo, ar, temperatura, umidade, luminosidade e equipamentos de trabalho.

    Assim um ambiente saudvel de trabalho deve envolver condies ambientais fsicas que

    atuem positivamente sobre todos os rgos dos sentidos humanos, como viso, audio,

    tato, olfato, e paladar. Do ponto de vista de sade mental, o ambiente de trabalho deve

    envolver condies psicolgicas e sociolgicas saudveis e que atuem positivamente sobre

    o comportamento das pessoas, evitando impactos emocionais como o estresse.

    sabido que o brasileiro, tradicionalmente, no se apega Preveno, seja ela de

    acidentes do trabalho ou no. A nossa formao escolar no nos enseja qualquer contato

    com tcnicas de Preveno de Acidentes, nem ao menos com a sua necessidade. Assim,

    at o nosso ingresso no mercado de trabalho e, assim mesmo, dependendo do setor de

    atividade e, pior ainda, da empresa em que trabalharemos, que teremos o primeiro

    contato com a Preveno de Acidentes, isso, j na idade adulta! Na verdade, embora de

    forma precria, a nica vez em que normalmente temos alguma noo de preveno no

    lar, atravs da me, ao nos puxar a orelha, dar-nos umas palmadas por alguma travessura,

    mas, incoerentemente, , tambm, no prprio lar que somos desafiados, pela primeira vez,

    a demonstrar coragem, praticando o Ato Inseguro, juntamente, pelo prprio pai. Da, a

    grande necessidade que a empresa moderna tem de aplicar recursos, investir em

    treinamento, em equipamentos e em mtodos de trabalho para incutir em seu pessoal o

    Esprito Prevencionista e, atravs de tcnicas e de sensibilizao, combater em seu meio

    o Acidentes do Trabalho que, conforme tem sido demonstrado, atinge forte e danosamente

    a Qualidade, a Produo e o Custo.

  • 3

    Recapitulando...

    Vamos retomar alguns assuntos apresentados em nossa disciplina de Introduo a Higiene

    e Segurana do Trabalho.

    O que acidente de trabalho?

    Em geral: qualquer ocorrncia ou no, que possa causar leses no trabalhador

    e/ou danos no patrimnio da empresa.

    Do ponto de vista prevencionista: uma ocorrncia no programada, inesperada

    ou no, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando

    perda de tempo til e/ou leses nos trabalhadores, e/ou danos materiais.

    Do ponto de vista legal: acidente do trabalho aquele que ocorre pelo exerccio do

    trabalho, a servio da empresa, provocando leso corporal, perturbao funcional ou

    doena, que cause a morte, ou a perda ou reduo permanente ou temporria da

    capacidade para o trabalho.

    Causas de acidentes de trabalho:

    Os Acidentes de Trabalho (A.T.) decorrem basicamente de duas causas primrias:

    1 Atos Inseguros

    2 Condies Inseguras

    3 Fator Pessoal de Insegurana

    Atos Inseguros: Aes e comportamentos do trabalhador que

    podem causar Acidente do Trabalho. O ato inseguro pode

    atingir o prprio trabalhador e/ou terceiros. O Ato Inseguro

    um fator de A.T. exclusivamente humano. Exemplos:

    - recusa do trabalhador em utilizar EPI;

    - utilizao incorreta de ferramentas manuais, mquinas e

    materiais;

    - utilizao de equipamentos defeituosos;

    - desobedincia a sinais ou instrues e normas de segurana.

  • 4

    Condies Inseguras: So as causas do A.T. que

    decorrem diretamente das condies do local ou do

    ambiente de trabalho.Exemplos:

    - pisos defeituosos ou escorregadios.

    - maquinrio desprotegido;

    - equipamento eltrico no isolado ou aterrado;

    - peas e ferramentas espalhadas pelo cho.

    Fator Pessoal de Insegurana: So fatores que levam o

    trabalhador prtica do ato inseguro, independentemente da sua

    vontade. So fatores externos, prprios das caractersticas fsicas e

    psicolgicas de cada um, como tenso, estresse, insegurana,

    condies sociais, econmicas e financeiras.

    Doenas Profissionais:

    A Doena Profissional decorre da exposio

    a agentes fsicos, qumicos e biolgicos que

    agridem o organismo humano. aquela produzida

    ou desencadeada pelo exerccio do trabalho, tpico

    de uma determinada atividade (constante da

    relao de que trata o Anexo II do Decreto no

    2.172/97). Como exemplo, podemos citar a

    tendinite, uma inflamao dos tendes das mos

    ocasionada pelo esforo repetitivo na digitao e

    comum entre os digitadores.

  • 5

    Doenas do Trabalho:

    A Doena do Trabalho aquela adquirida ou

    desencadeada em funo de condies especiais em que o

    trabalho realizado, no relacionadas em lei, e para as quais

    se torna necessria a comprovao de que foram adquiridas

    em decorrncia do trabalho. Um exemplo so as alergias

    respiratrias provenientes de locais com ar-condicionado sem

    manuteno satisfatria, principalmente a limpeza de filtros e

    dutos de circulao de ar.

    2 - Agentes de Riscos Ocupacionais

    Os ambientes de trabalho podem conter, dependendo da atividade que neles

    desenvolvida, um ou mais fatores ou agentes que, dentro de certas condies, iro causar

    danos sade do pessoal. Chamam-se, esses fatores, riscos ambientais. Os riscos

    ambientais exigem a observao de certos cuidados e a tomada de medidas corretivas nos

    ambientes, se pretende evitar o aparecimento das chamadas doenas do trabalho. A

    Portaria 3214 de Segurana e Medicina do trabalho do Ministrio do Trabalho na sua

    Norma Regulamentadora de n 09 contempla o Programa de Proteo aos Riscos

    Ambientais - PPRA - que tem como objetivo de antecipao, identificao, avaliao e

    controle de todos os fatores do ambiente de trabalho que podem causar doenas ou danos

    sade dos empregados. Segue-se uma srie de informaes bsicas relativas aos Riscos

    Ambientais, com enumerao dos principais fatores, das condies possveis de risco para

    a sade e das medidas gerais para o controle desses fatores nos ambientes de trabalho.

    Vamos analisar cada agente de risco separadamente em nossas futuras aulas, mas

    antes vamos conhecer algumas medidas e programas de preveno.

  • 6

    2.1- Medidas de Avaliao e Controle

    A Higiene do Trabalho compreende uma srie de normas e procedimentos,

    abrangendo todos os riscos especficos, com o objetivo de proteger a integridade fsica e

    mental dos trabalhadores, preservando sua sade e mantendo um ambiente de trabalho

    seguro e saudvel. Para alcanar este objetivo so necessrios programas e aes que

    auxiliem a empresa no controle dos riscos ambientais, conforme veremos a seguir. Antes

    de comearmos a definir e conceituar as medidas de controle dos riscos temos que

    observar e entender que o simples fato de existir um agente de risco em um ambiente de

    trabalho no quer dizer que os trabalhadores deste ambiente contrairo uma doena

    ocupacional. Para que isso acontea, devero existir tambm outros fatores que

    determinaro a possibilidade de se adquirir uma doena ocupacional. So eles:

  • 7

    AVALIAO QUALITATIVA

    A avaliao qualitativa das condies de trabalho tem por objetivo coletar o maior

    nmero possvel de informaes e dados necessrios sobre os ambientes de trabalho,

    como por exemplo: nmero de trabalhadores, atividades desenvolvidas nos ambientes,

    tipos de produtos manipulados e produzidos, tipos de ferramental, de mquinas e

    equipamentos, etc, assim como a existncia de equipamentos de proteo coletiva e

    individual, a existncia de agentes insalubres, entre outros, para depois de uma

    sistematizao dessas informaes, definirem as diretrizes a serem seguidas na avaliao

    quantitativa.

    AVALIAO QUANTITATIVA

    A avaliao quantitativa se basear nos dados fornecidos pela avaliao qualitativa

    e compor o reconhecimento preliminar dos ambientes de trabalho, cujos resultados sero

    reconhecidos atravs das medies especficas que indicaro as probabilidades de os

    trabalhadores serem afetados pelos agentes insalubres existentes nos ambientes de

    trabalho. Depois de implantados os procedimentos que visaram eliminao ou

    neutralizao dos agentes de riscos anteriormente identificados, sero necessrios a

    realizao de uma nova medio para verificar se as medidas de controle foram eficazes

    ou no. Em razo da dinmica caracterstica dos processos produtivos industriais,

    recomenda-se que se faam periodicamente avaliaes qualitativas e quantitativas, visando

    identificar mudanas que possam ser geradoras de novos riscos ambientais.

    SUSCETIBILIDADE INDIVIDUAL

    Sabendo-se que cada pessoa apresenta maior ou menor resistncia a este ou

    aquele agente insalubre, especial ateno tem que ser dada s condies de trabalho

    individuais e realizar exames mdicos peridicos conforme determina o Programa de

    Controle Mdico de Sade Ocupacional PCMSO, regulado pela Norma Regulamentadora

    n 7.

  • 8

    Anlise Preliminar de Riscos (APR)

    Antes da fase de execuo, sero analisados os riscos potenciais. Trata-se de

    uma tcnica de anlise prvia de riscos. A Anlise Preliminar de Risco requer um prvio

    conhecimento e/ou viso do trabalho a ser executado, que permite a identificao dos

    riscos envolvidos em cada passo da tarefa, e ainda propicia condio para evit-los ou

    conviver com eles em segurana.

    Por se tratar de uma tcnica aplicvel a todas as atividades, a tcnica de Anlise

    Preliminar de Risco o fato de promover e estimular o trabalho em equipe e a

    responsabilidade solidria.

    A Anlise Preliminar de Risco APR, no mnimo, as seguintes informaes:

    Descrio detalhada das etapas dentro de um servio, operao ou atividade;

    Identificao dos riscos existentes em cada etapa;

    Medidas de segurana para a realizao de todas as etapas dos servios, no sentido de

    reduzir e/ou eliminar riscos existentes (tcnicas de execuo, equipamentos a serem

    utilizados, EPC, EPI, etc.);

    Nmero de profissionais necessrios para a execuo dos servios com segurana.

    Abaixo segue um modelo com os quesitos fundamentais de uma anlise preliminar de

    riscos:

  • 9

    .

  • 10

    O fluxograma acima ajuda o Profissional de Segurana do Trabalho na adoo de

    critrios e/ou decises para a escrita de uma APR simplificada ou completa. O objetivo criar o hbito de verificar os itens de segurana antes de iniciar as atividades, auxiliando na preveno dos acidentes e no planejamento das tarefas, enfocando os aspectos de segurana. Ser preenchido de acordo com as regras de Segurana do Trabalho. A Equipe somente iniciar a atividade, aps realizar a identificao de todos os riscos, medidas de controle e aps concluir o respectivo planejamento da atividade.

    Atividade De posse das ilustraes abaixo selecione duas e faa uma busca em sites de busca de exemplos de APR que se correlacionem com as mesmas. Compartilhe com todos no Frum Anlise Preliminar de Risco.

  • 11

    Caso 1

    Caso 2 Caso

    3

    Caso 4

  • 12

    Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA)

    O Programa de Preveno de Riscos

    Ambientais ou PPRA um programa

    estabelecido pela Norma

    Regulamentadora NR-9, da Secretaria de

    Segurana e Sade do Trabalho, do

    Ministrio do Trabalho.

    Este programa tem por objetivo, definir uma

    metodologia de ao que garanta a

    preservao da sade e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos

    ambientes de trabalho.

    A legislao de segurana do trabalho brasileira considera como riscos ambientais,

    agentes fsicos, qumicos e biolgicos. Para que sejam considerados fatores de riscos

    ambientais estes agentes precisam estar presentes no ambiente de trabalho em

    determinadas concentraes ou intensidade, e o tempo mximo de exposio do

    trabalhador a eles determinado por limites pr- estabelecidos.

    OBJETIVOS DO PROGRAMA (PPRA)

    O objetivo primordial e final evitar acidentes que possam vir a causar danos

    sade do trabalhador, entretanto existem objetivos intermedirios que asseguraro a

    consecuo da meta final.

    Objetivos intermedirios:

    Criar mentalidade preventiva em trabalhadores e empresrios.

    Reduzir ou eliminar improvisaes e a "criatividade do jeitinho".

    Promover a conscientizao em relao a riscos e agentes existentes no ambiente

    do trabalho.

  • 13

    Desenvolver uma metodologia de abordagem e anlise das diferentes situaes

    (presente e futuras) do ambiente do trabalho.

    Treinar e educar trabalhadores para a utilizao da metodologia.

    METODOLOGIA

    O Programa de Preveno de Riscos Ambientais dever incluir as seguintes etapas:

    Antecipao e reconhecimento dos riscos;

    Estabelecimento de prioridades e metas de avaliao e controle;

    Avaliao dos riscos e da exposio dos trabalhadores;

    Implantao de medidas de controle e avaliao de sua eficcia;

    Monitoramento da exposio aos riscos;

    Registro e divulgao dos dados.

    OBRIGATORIEDADE DA IMPLEMENTAO DO PPRA

    A Legislao muito ampla em relao ao PPRA, as atividades e o nmero de

    estabelecimentos sujeitos a implementao deste programa so to grandes que torna

    impossvel a ao da fiscalizao e em decorrncia disto muitas empresas simplesmente

    ignoram a obrigatoriedade do mesmo.

    A lei define que todos empregadores e instituies que admitem trabalhadores como

    empregados so obrigadas a implementar o PPRA.

    Em outras palavras, isto significa que praticamente toda atividade laboral onde haja

    vinculo empregatcio est obrigada a implementar o programa ou seja: indstrias;

    fornecedores de servios; hotis; condomnios; drogarias; escolas; supermercados;

    hospitais; clubes; transportadoras; magazines etc.

    Aqueles que no cumprirem as exigncias desta norma estaro sujeitos a

    penalidades que variam de multas e at interdies.

    Evidentemente que o PPRA tem de ser desenvolvido especificamente para cada tipo

    de atividade, sendo assim, torna-se claro que o programa de uma drogaria deve diferir do

    programa de uma indstria qumica.

  • 14

    Fundamentalmente o PPRA visa preservar a sade e a integridade dos

    trabalhadores por meio da preveno de riscos, e isto significa:

    antecipar; reconhecer; avaliar e controlar riscos existentes e que venham a ser

    introduzidos no ambiente do trabalho.

    OPES DE IMPLEMENTAO DO PROGRAMA

    Para uma grande indstria que possui um organizado Servio Especializado de

    Segurana, a elaborao do programa no constitui nenhum problema, para um

    supermercado ou uma oficina de mdio porte, que por lei no necessitam manter um

    SESMT, isto poder vir a ser um problema.

    As opes para elaborao, desenvolvimento, implementao do PPRA so :

    Empresas com SESMT - neste caso o pessoal especializado do SESMT ser

    responsvel pelas diversas etapas do programa em conjunto com a direo da

    empresa.

    Empresas que no possuem SESMT - nesta situao a empresa dever contratar

    uma firma especializada ou um Engenheiro de Segurana do Trabalho para

    desenvolvimento das diversas etapas do programa em conjunto com a direo da

    empresa.

    PRECAUES E CUIDADOS

    A principal preocupao evitar que o programa transforme-se no principal objetivo

    e a proteo ao trabalhador transforme-se em um objetivo secundrio.

    Muitas empresas conseguem medir a presena de algum agente em partes por

    bilho (ppb) e utilizam sofisticados programas de computador para reportar tais medidas,

    entretanto no evitam e no conseguem evitar que seus trabalhadores sofram danos a

    sade.

    Algumas empresas de pequeno e mdio porte, no possuindo pessoas

    especializadas em seus quadros, contratam servios de terceiros que aproveitam a

    oportunidade para vender sofisticaes tecnolgicas teis para algumas situaes e

  • 15

    absolutamente desnecessrias para outras (algo como utilizar uma tomografia

    computadorizada para diagnosticar unha encravada).

    O PPRA um instrumento dinmico que visa proteger a sade do trabalhador e,

    portanto deve ser simples pratico, objetivo e acima de tudo facilmente compreendido e

    utilizado.

    Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional

    (PCMSO)

    O PCMSO um programa que especifica

    procedimentos e condutas a serem adotadas pelas

    empresas em funo dos riscos aos quais os

    empregados se expem no ambiente de trabalho. Seu

    objetivo prevenir, detectar precocemente, monitorar e

    controlar possveis danos sade do empregado.

    Implementar o PCMSO importante sobretudo para

    cumprir a legislao em vigor. Alm disso, o

    empregador estar prevenindo possveis

    conseqncias jurdicas decorrentes do aparecimento

    de doenas ocupacionais, como processos cveis, criminais e previdencirios.

    O mdico do trabalho far o reconhecimento prvio dos riscos ocupacionais

    existentes na empresa em funo das atividades desenvolvidas. O PCMSO deve estar

    articulado com todas as normas regulamentadoras, principalmente a NR-9 (PPRA).

    Todas as empresas que possuam empregados, independente do tamanho e grau

    de risco, desde que regidos pela CLT so obrigadas a implantar o PCMSO. Excluem-se

    desta obrigatoriedade de indicar mdico coordenador deste Programa as Empresas:

    * Grau de Risco 1 e 2 (conforme NR-04) que possuam at 25(vinte e cinco) funcionrios.

    * Grau de Risco 3 e 4 com at 10 funcionrios.

  • 16

    * Empresas de Grau de Risco 1 e 2 que possuam 25 (vinte e cinco) a 50(cinqenta )

    funcionrios, podero estar desobrigadas de indicar Mdico Coordenador, desde que essa

    deliberao seja concedida atravs de negociao coletiva.

    * Empresas de Grau de Risco 3 e 4 que possuam 10(dez) a 20(vinte) funcionrios podero

    estar desobrigados de indicar mdico coordenador, desde que essa deliberao seja

    concedida atravs de negociao coletiva.

    O Ministrio do Trabalho atravs da Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho

    entende que " todos os trabalhadores devem ter o controle de sua sade de acordo com os

    riscos a que esto expostos. Alm de ser uma exigncia legal prevista no artigo 168 da

    CLT, est respaldada na conveno 161 da Organizao Internacional do Trabalho - OIT,

    respeitando princpios ticos morais e tcnicos ".

    A responsabilidade pela implementao desse Programa nica e total do

    Empregador, devendo ainda zelar pela sua eficcia e custear despesas, alm de indicar

    mdico do trabalho para coordenar a execuo do mesmo.

    No caso dos trabalhadores temporrios o empregador responsvel pelo PCMSO a

    Empresa contratada para fornecer mo de obra temporria.

    ESTRUTURA

    - Identificao da empresa (razo social; CNPJ; ramo de atividade e grau de risco (NR4); n

    de funcionrios, turnos de trabalho, etc.)

    - Definio dos riscos ambientais (avaliao sensitiva; mapa de risco; avaliao ambiental,

    etc.)

    - Programao tcnica ( exames clnicos; exames de apoio diagnstico com base nos

    riscos detectados.)

    - Avaliaes especiais ( aes preventivas em doenas no ocupacionais.)

    - Tabulao de dados (relatrio anual e avaliaes epidemiolgicas.)

    DESENVOLVIMENTO

    - Avaliao sensitiva do ambiente

    * Visita empresa para a anlise do processo produtivo.

  • 17

    * Estudo profissiogrfico em todos os setores da empresa, para reconhecimento dos riscos

    de possveis agravos a sade.

    * Riscos fsicos (rudo, calor, frio, radiaes)

    * Riscos qumicos (solventes, produtos qumicos )

    * Riscos biolgicos (bactrias, fungos, vrus )

    * Atitudes antiergonmicas (erros posturais.) *

    - Exames mdicos

    * Tipos (admissional, peridico, retorno ao trabalho, mudana de funo, demissional.)

    * Contedo (avaliao clnica, exames complementares.)

    * Periodicidade (varivel de acordo com o grau de risco.)

    - Programao tcnica de exames complementares

    * Indicao de procedimentos mdicos e de auxilio diagnstico de acordo com os riscos

    existentes.

    * Exemplos:

    Rudo--------------------Audiometria,

    Poeira mineral------- ----Raio X de trax.

    Radiao ionizante-------Hemograma.

    Chumbo Plumbemia.

    Fumos plsticos----------Espirometria.

    * Observao: no colocar riscos genricos (ex: stress.)

    - Atestado de sade ocupacional (A.S.O.)

    * Em duas vias (uma para o trabalhador outra para a empresa) e deve conter (identificao,

    riscos ocupacionais especficos, procedimentos mdicos realizados, aptido para o

    trabalho, nome do examinador e do coordenador.

    - Tabulao de dados

    * Pronturio Mdico: de responsabilidade do coordenador (manter por 20 anos ).

    * Informaes de sigilo garantido (Cdigo de tica Mdica).

  • 18

    * Estes dados geram um relatrio anual que deve ser apreciado pela CIPA da empresa e

    possibilita ao coordenador um plano de trabalho para o prximo ano.

    AES DE SADE

    * Aes decorrentes dos levantamentos epidemiolgicos realizados pelo relatrio anual.

    * Palestras (alcoolismo, tabagismo, hipertenso, diabetes, DST/AIDS, doenas oculares,

    etc.).

    3 - CIPA E SESMT

    3.1- NR5 Comisso Interna de Preveno de

    Acidentes

    Para ter acesso a NR5 na ntegra acesse:

    http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp

    A Comisso Interna de Preveno de Acidentes -

    CIPA - tem como objetivo a preveno de acidentes e

    doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar

    compatvel permanentemente o trabalho com a

    preservao da vida e a promoo da sade do

    trabalhador. Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e

    mant-la em regular funcionamento as empresas privadas,

    pblicas, sociedades de economia mista, rgos da

    administrao direta e indireta, instituies beneficentes,

    associaes recreativas, cooperativas, bem como outras instituies que admitam

    trabalhadores como empregados.

  • 19

    As disposies contidas na NR5 aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores

    avulsos e s entidades que lhes tomem servios, observadas as disposies estabelecidas

    em Normas Regulamentadoras de setores econmicos especficos.

    A empresa que possuir em um mesmo municpio dois ou mais estabelecimentos,

    dever garantir a integrao das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo

    de harmonizar as polticas de segurana e sade no trabalho.

    As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecero, atravs de

    membros de CIPA ou designados, mecanismos de integrao com objetivo de promover o

    desenvolvimento de aes de preveno de acidentes e doenas decorrentes do ambiente

    e instalaes de uso coletivo, podendo contar com a participao da administrao do

    mesmo.

    A CIPA ser composta de representantes do empregador e dos empregados, de

    acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR5, ressalvadas as alteraes

    disciplinadas em atos normativos para setores econmicos especficos.

    Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes sero por eles

    designados.

    Quando o estabelecimento no se enquadrar no Quadro I, a empresa designar um

    responsvel pelo cumprimento dos objetivos da NR5, podendo ser adotados mecanismos

    de participao dos empregados, atravs de negociao coletiva.

    O mandato dos membros eleitos da CIPA ter a durao de um ano, permitida uma

    reeleio.

    ATRIBUIES DA CIPA:

    A CIPA ter por atribuio:

    a) identificar os riscos do processo de trabalho, e

    elaborar o mapa de riscos, com a participao do

    maior nmero de trabalhadores, com assessoria do

    SESMT, onde houver;

    b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ao

    preventiva na soluo de problemas de segurana e

    sade no trabalho;

    c) participar da implementao e do controle da

  • 20

    qualidade das medidas de preveno necessrias, bem como da avaliao das prioridades

    de ao nos locais de trabalho;

    d) realizar, periodicamente, verificaes nos ambientes e condies de trabalho visando a

    identificao de situaes que venham a trazer riscos para a segurana e sade dos

    trabalhadores;

    e) realizar, a cada reunio, avaliao do cumprimento das metas fixadas em seu plano de

    trabalho e discutir as situaes de risco que foram identificadas;

    f) divulgar aos trabalhadores informaes relativas segurana e sade no trabalho;

    g) participar, com o SESMT, onde houver, das discusses promovidas pelo empregador,

    para avaliar os impactos de alteraes no ambiente e processo de trabalho relacionados

    segurana e sade dos trabalhadores;

    h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisao de mquina ou

    setor onde considere haver risco grave e iminente segurana e sade dos trabalhadores;

    i) colaborar no desenvolvimento e implementao do PCMSO e PPRA e de outros

    programas relacionados segurana e sade no trabalho;

    j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como clusulas

    de acordos e convenes coletivas de trabalho, relativas segurana e sade no trabalho;

    l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da anlise

    das causas das doenas e acidentes de trabalho e propor medidas de soluo dos

    problemas identificados;

    m) requisitar ao empregador e analisar as informaes sobre questes que tenham

    interferido na segurana e sade dos trabalhadores;

    n) requisitar empresa as cpias das CAT emitidas;

    o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de

    Preveno de Acidentes do Trabalho - SIPAT;

    p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Preveno da

    AIDS.

    CABE AO EMPREGADOR proporcionar aos membros da CIPA os meios

    necessrios ao desempenho de suas atribuies, garantindo tempo suficiente para a

    realizao das tarefas constantes do plano de trabalho.

    CABE AOS EMPREGADOS:

  • 21

    a. participar da eleio de seus representantes;

    b. colaborar com a gesto da CIPA;

    c. indicar CIPA, ao SESMT e ao empregador situaes de riscos e apresentar

    sugestes para melhoria das condies de trabalho;

    d. observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendaes quanto a

    preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho.

    CABE AO PRESIDENTE DA CIPA:

    a. convocar os membros para as reunies da CIPA;

    b. coordenar as reunies da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT,

    quando houver, as decises da comisso;

    c. manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

    d. coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;

    e. delegar atribuies ao Vice-Presidente;

    CABE AO VICE-PRESIDENTE:

    a. executar atribuies que lhe forem delegadas;

    b. substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus

    afastamentos temporrios;

    A CIPA ter reunies ordinrias mensais, de acordo com o calendrio

    preestabelecido.

    As reunies ordinrias da CIPA sero realizadas durante o expediente normal da

    empresa e em local apropriado.

    3.2 - Servio Especializado em Engenharia de

    Segurana e Medicina do Trabalho SESMT

    Para ter acesso a NR 4 na ntegra acesse:

    http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.asp

  • 22

    O SESMT tem por objetivo a promoo da sade e a

    proteo da integridade fsica do servidor no seu local de

    trabalho, e a norma que rege esses servios a NR4,

    aprovada pela Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978, do

    Ministrio do Trabalho.

    A base para o surgimento do SESMT no mbito da

    administrao pblica deu-se pelo Programa Sade no

    Servio Pblico, que tem como desafio implementar a

    cultura de preservao, promoo e proteo da sade fsica e mental dos servidores.

    Como a Instruo Normativa n. 14/06 estabeleceu em seu art. 1, os rgos e

    entidades da administrao pblica estadual direta, autrquica e fundacional, no mbito do

    Poder Executivo, devem constituir o Servio Especializado em Engenharia de Segurana e

    Medicina do Trabalho (SESMT), bem como mant-lo em regular funcionamento.

    PERGUNTAS E RESPOSTAS COMENTADAS

    1 - Quais as instituies que esto obrigadas a manter os Servios Especializados

    em Segurana e Medicina do Trabalho (SESMT)?

    As empresas privadas e pblicas, os rgos pblicos da administrao direta e indireta e

    dos poderes Legislativo e Judicirio, que possuam empregados regidos pela CLT

    mantero, obrigatoriamente, os SESMT com a finalidade de promover a sade e proteger a

    integridade do trabalhador no local de trabalho.

    2 - Como feito o dimensionamento?

    O dimensionamento dos SESMT vincula-se gradao do risco da atividade principal e ao

    nmero total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros anexos NR 4.

    3 - Quem so os profissionais dos SESMT?

    Mdico do trabalho, engenheiro de segurana do trabalho, enfermeiro do trabalho, tcnico

    de segurana do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho. O SESMT de cada

    empresa dever ser dimensionado conforme Quadro II da NR 4.

    4 - Quais profissionais dos SESMT precisam ser registrados no MTE?

  • 23

    O tcnico de segurana do trabalho precisa ser registrado no MTE.

    5 - Quem deve chefiar os SESMT?

    Qualquer um dos profissionais que integram os SESMT.

    .6 - Qual a carga horria prevista para os profissionais dos SESMT?

    O tcnico de segurana do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho devem se

    dedicar aos SESMT 8 (oito) horas por dia;

    O engenheiro de segurana do trabalho, o mdico do trabalho e o enfermeiro do trabalho

    devero se dedicar 6 (seis) horas por dia.

    7 - Na empresa, a quem compete esclarecer e conscientizar os empregados

    sobre os acidentes do trabalho e doenas ocupacionais, estimulando-os em favor da

    preveno?

    Aos profissionais dos SESMT.

    8 - Os SESMT devem ser registrados em que rgo pblico?

    Na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), rgo regional do MTE.

    9 - Como dimensionar os SESMT de estabelecimentos com empregados

    exercendo atividades em diferentes gradaes de risco?

    As empresas que possuam mais de 50% (cinqenta por cento) de seus empregados em

    estabelecimento ou setor com atividade cuja gradao de risco seja de grau superior ao da

    atividade principal devero dimensionar os SESMT em funo do maior grau de risco,

    obedecendo ao disposto no Quadro II da NR 4.

    10 - O que acidente pessoal?

    De acordo com a Norma ABNT NBR 14280, acidente pessoal aquele cuja caracterizao

    depende de existir acidentado.

    11 - O que acidente de trajeto?

    A Norma ABNT NBR 14280 define que acidente de trajeto o acidente de trabalho sofrido

    pelo empregado no percurso da residncia para o trabalho ou deste para aquela.

    12 - O que acidente impessoal?

    Para a Norma ABNT NBR 14280, acidente impessoal aquele cuja caracterizao

    independe de existir acidentado, no podendo ser considerado como causador direto da

    leso pessoal.

    13 - O que leso imediata?

  • 24

    Conforme a Norma ABNT NBR 14280, leso imediata a leso que se verifica

    imediatamente no momento da ocorrncia do acidente.

    14 - O que leso tardia?

    A norma ABNT NBR 14280 estabelece que leso mediata tardia a leso que no se

    verifica imediatamente aps a exposio fonte da leso. Caso seja caracterizado o nexo

    causal, isto , a relao da doena com o trabalho, evidenciar uma doena ocupacional.

    Assim, admite-se a preexistncia de uma ocorrncia ou exposio contnua ou

    intermitente, de natureza acidental, sendo registrada como acidente do trabalho, nas

    estatsticas de acidente.

    15 - O que incapacidade permanente total?

    Segundo a Norma ABNT NBR 14280, incapacidade permanente total a perda total de

    capacidade de trabalho, em carter permanente, excluindo a morte. Esta incapacidade

    corresponde leso que, no provocando a morte, impossibilita o acidentado,

    permanentemente, de exercer o trabalho ou da qual decorre a perda ou a perda total do

    uso dos seguintes elementos:

    Ambos os olhos;

    Um olho e uma das mos;

    Um olho e um p;

    Ambas as mos ou ambos os ps ou uma das mos e um p.

    16 - O que incapacidade permanente parcial?

    De acordo com a Norma ABNT NBR 14280, incapacidade permanente parcial a reduo

    parcial da capacidade de trabalho, em carter permanente.

    17 - O que incapacidade temporria total?

    Para a Norma ABNT NBR 14280, incapacidade temporria total a perda total da

    capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuados a morte, a

    incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total.

    18 - O que leso com perda de tempo?

    Tambm chamada acidente com leso com afastamento, o acidente que resulta em leso

    com perda de tempo ou leso incapacitante. Conforme a Norma ABNT NBR 14280, a

    leso pessoal que impede o trabalhador de retornar ao trabalho no dia til imediato ao do

    acidente ou de que resulte incapacidade permanente.

    19 - O que leso sem perda de tempo?

  • 25

    Tambm chamada acidente com leso sem afastamento, o acidente que resulta em leso

    sem perda de tempo ou leso incapacitante. De acordo com a Norma ABNT NBR 14280,

    a leso pessoal que no impede o trabalhador de retornar ao trabalho no dia imediato ao

    do acidente, desde que no haja incapacidade permanente.

    4 - Risco Fsico - Rudos

    Agora que entendemos um pouco mais sobre as medidas de preveno e controle

    dos riscos ambientais, vamos ampliar nossos conhecimentos sobre estes riscos e os meios

    de preveno.

    Comearemos com os riscos fsicos.

    Nos riscos fsicos (ou contaminantes fsicos, como tambm so conhecidos)

    incluem-se:

    Rudo;

    Vibraes;

    Radiaes ionizantes e no ionizantes;

    Temperaturas extremas calor e frio;

    Presses anormais.

    4.1 - Rudos.

  • 26

    Conforme vocs j viram no mdulo I, as mquinas e

    equipamentos utilizados pelas empresas produzem rudos

    que podem atingir nveis excessivos, podendo a curto, mdio

    e longo prazo provocar srios prejuzos sade.

    Dependendo do tempo de exposio, do grau de

    concentrao e da sensibilidade individual, as alteraes

    danosas podero manifestarse imediatamente ou

    gradualmente.

    A definio do rudo varia muito, assim como variam tambm os tipos.

    Primeiramente, podemos dizer que o rudo um som ou um conjunto de sons

    desagradvel, indesejvel, perturbador, capaz de prejudicar a sade do receptor.

    Tecnicamente o som uma forma de energia que se propaga atravs de ondas

    causadas pela compresso e coliso sucessivas de molculas.

    Limite de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente

    Nvel de rudo dB (A) Mxima exposio diria permissvel

    85 8 horas

    86 7 horas

    87 6 horas

    88 5 horas

    89 4 horas e 30 minutos

    90 4 horas

    91 3 horas e 30 minutos

    92 3 horas

    93 2 horas e 40 minutos

    94 2 horas e 40 minutos

    95 2 horas

    96 1 hora e 45 minutos

    98 1 hora e 15 minutos

  • 27

    100 1 hora

    102 45 minutos

    104 35 minutos

    105 30 minutos

    106 25 minutos

    108 20 minutos

    110 15 minutos

    112 10 minutos

    114 8 minutos

    115 7 minutos

    No Brasil, um dos maiores problemas encontrados nos setores produtivos a

    chamada Perda Auditiva Induzida por Rudo Ocupacional PAIRO. Ela considerada uma

    doena profissional irreversvel, tornando-se uma grande preocupao para os profissionais

    da sade do trabalho, pois esta a maior causa de afastamento das atividades no mundo.

    Quando o rudo ultrapassa determinados limites, pode levar o trabalhador surdez

    ou efeitos patolgicos. Quando em nveis mais baixos, o rudo pode produzir incmodo, ou

    seja, a pessoa fica intranqila, inquieta e ansiosa; tem dificuldade de ateno, o que

    certamente pode levar ao acidente; tem prejuzo na comunicao, falta de concentrao,

    levando ao cansao e prejudicando o sono.

    No havendo a correta preveno, seus efeitos nocivos podem se tornar crnicos,

    com conseqncias mais srias que comeam com nervosismo, stress, podendo gerar

    dores de cabea, doenas cardiovasculares, problemas no sistema imunolgico, entre

    outras.

    No geral, o rudo age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:

  • 28

    es gastrintestinais;

    Classificao dos Rudos.

    RUIDO CONTINUO E INTERMITENTE

    Segundo a NR-15 o rudo contnuo ou intermitente aquele no classificado como

    impacto. Do ponto de vista tcnico, rudo contnuo aquele cujo NPS (Nve l de Presso

    Sonora) varia 3dB durante um perodo longo (mais de 15min) de observao. Exemplo: o

    rudo dentro de uma tecelagem.

    J o rudo intermitente aquele cujo NPS pode variar at 3dB em perodos curtos

    (menor que 15min e superior a 0,2s).

    Entretanto as Normas no diferenciam o rudo contnuo do rudo intermitente para

    fins de avaliao quantitativa desse agente.

    RUIDO DE IMPACTO OU IMPULSIVO

    A NR-15, anexo 2 da Portaria 3214 define o rudo de impacto como picos de energia

    acstica de durao inferior a 1 segundo, a intervalos superiores a 1 segundo.

  • 29

    Forma de Medio e Avaliao de Rudos.

    A metodologia de avaliao dos riscos foi vista na aula 1, quando falamos do PPRA

    desenvolvido pelos profissionais dos SESMT, dos acompanhamentos dos membros da

    CIPA e das exigncias do PCMSO.

    A Norma Regulamentadora NR-15 estabelece os limites de tolerncia para que o

    RUIDO seja considerado como um agente insalubre, definido em seu anexo 1. Lembrando-

    se que uma vez caracterizado o exerccio do trabalho em condies de insalubridade fica

    assegurado ao trabalhador a percepo adicional (incidente sobre o salrio mnimo da

    regio) de 40%, 20% e 10% para insalubridades de grau mximo, mdio e mnimo

    respectivamente.

    Com relao ao rudo, faz-se um acompanhamento mais severo das reas ruidosas

    (rudo excessivo) atravs de medies com os equipamentos descritos a seguir:

  • 30

    O DECIBELMETRO um aparelho medidor de nvel de presso

    sonora. Este aparelho normalmente vem equipado com microfone,

    circuito integrador e de equalizao e mostrador graduado em dB

    (decibis). Podem apresentar at quatro curvas de ponderao,

    equalizao A, B, C e D, com faixas de operao que podem variar

    entre 30 e 130 dB. Para fins de calibrao existe o calibrador, um

    acessrio que emite um sinal de amplitude e freqncia de 1 kHz,

    que permite aferir o aparelho antes de sua utilizao.

    Os nveis de rudo podem ainda ser

    medidos atravs do DOSMETRO, que um

    aparelho portado pelo trabalhador, de uso

    individual, sendo adaptado no corpo, com um

    microfone prximo orelha, de forma que no

    impea os movimentos normais. O objetivo fazer

    uma avaliao do rudo durante toda a jornada de

    trabalho, considerando o tempo real e o grau de

    concentrao a que o trabalhador est exposto.

    Medidas Preventivas:

    Basicamente, as medidas preventivas podem ser:

    Medidas de Proteo Coletiva (EPC)

    Medidas de Proteo Individual (EPI)

    Medidas de Proteo Sade

    Medidas Educacionais

    Medidas Administrativas

    MEDIDAS DE PROTEO COLETIVA (EPC)

    So medidas que tentam eliminar o agente de risco, controlando o rudo:

  • 31

    1 - Na Fonte: quando se fazem adaptaes no equipamento gerador de rudo. Existem

    equipamentos que permitem identificar e isolar a fonte do rudo contnuo, ou d

    possibilidade de se instalar dispositivos que controlam e colocam os nveis de presso

    sonora dentro dos limites de tolerncia.

    2 Na Trajetria: Podem ser atravs de sistemas de enclausuramento, que so materiais

    que recobrem todo o equipamento, confinando o rudo a um espao mni mo. Construo

    de paredes ou barreiras que dependendo do tipo de rudo ou do material usado nestas

    construes chegam a reduzir entre 35 a 55 dB. Pode -se ainda aumentar o nvel de

    proteo aliando estes procedimentos com a instalao de isolantes acsticos .

    MEDIDAS DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI)

    So medidas que buscam proteger a integridade fsica do trabalhador, neutralizando

    os efeitos do rudo no seu ouvido. No altera o nvel de rudo, porm, antes deste

    procedimento, h uma obrigatoriedade de a empresa priorizar os EPCs, ou seja, primeiro

    devero ser implantados procedimentos que visem eliminar o risco, no resolvendo o

    problema, passa ao fornecimento do EPI, deixando os procedimentos realizados

    anteriormente intactos e em funcionamento.

    Os tipos de EPIs fornecidos variam de acordo com a quantidade de decibis que

    esto acima do limite de tolerncia. O Nvel de reduo de Rudo NRR varia de

    equipamento para equipamento, assim como varia tambm a forma de medida de

    atenuao. Conforme os fabricantes o NRR dos protetores auriculares variam normalmente

    entre 18 dB a 35 dB. Podem ser:

    Tipo PLUG ou de INSERO:

  • 32

    Tipo CONCHA ou FONE:

    MEDIDAS DE PROTEO SADE

    Conforme determina o Programa de Controle Mdico e Sade Ocupacional

    PCMSO (NR 7), a empresa tem a obrigao de encaminhar seus empregados para realizar

    os exames mdicos peridicos especficos aos riscos a que esto expostos, no caso,

    exame audiomtrico para as reas ruidosas visando resguardar sua sade .

    MEDIDAS EDUCACIONAIS

    Estas medidas esto ligadas diretamente ao treinamento dos trabalhadores com

    referncia ao uso dos EPCs e EPIs; ao trabalho de conscientizao, visando faz los

    entender a importncia destes equipamentos e principalmente se comprom eterem com

    sua segurana.

    MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

    Referem-se criao dos procedimentos formais de segurana, das normas de

    segurana especficas da empresa, da fiscalizao, e do acompanhamento de todos os

    procedimentos de segurana implantados.

    Parmetros utilizados nas avaliaes dos rudos:

    DOSE EQUIVALENTE DE RUIDO OU EFEITOS COMBINADOS

    Quando a exposio ao RUIDO composta de dois ou mais perodos de exposio

    a diferentes nveis, devem ser considerados seus efeitos combinados, em vez de efeitos

  • 33

    individuais (NR -15, Anexo 1, item C). Esse efeito combinado ou dose equivalente

    calculado por meio da soma das seguintes fraes:

    O resultado obtido no pode exceder a 1 (um).

    Cn = tempo total de exposio a um nvel especfico

    Tn = a durao total permitida nesse nvel, conforme limites estabelecidos no Anexo 1 da

    NR-15.

    NIVEL EQUIVALENTE DE RUIDO

    Com base na dose, obtm -se o nvel equivalente de RUIDO. Este nvel apresenta a

    exposio ocupacional do RUIDO durante o perodo de medio e representa a integrao

    dos diversos nveis instantneos de RUIDOS ocorridos neste perodo. A NR-15 considera o

    incremento de duplicao igual a 5 (q = 5), isto , a cada incremento de 5 dB no nvel

    equivalente dobra a equivalncia de energia e, consequentemente, o risco de dano

    auditivo. Assim a equao que representa o critrio adotado pela NR -15 extrapolado para

    8 horas a seguinte:

    Onde:

    Leq = nvel equivalente do rudo extrapolado para 8 horas

    D = dose equivalente em frao decimal

    Vamos ver na prtica como isso funciona:

    Exemplo 1:

    Um trabalhador executa sua atividade num local cujo nvel de rudo = 90 dB(A)

    durante 1 hora. Aps certo tempo, o nvel de rudo cai para 84 dB(A) e ele permanece ali

  • 34

    durante 4 horas. No restante da jornada de trabalho, o trabalhador permanece em um local

    onde o nvel de rudo de 86 dB(A). O limite de tolerncia foi ultrapassado?

    Resoluo e Entendimento:

    1) Tabelando os dados descritos:

    Obs: obter Mxima Exposio Diria no anexo I da NR 15

    2) Clculo da Dose Equivalente de RUIDOS (Equao 1):

  • 35

    1/4 + 3/7 = 0,25 + 0,45 = 0,7 < 1

    3) Clculo do nvel equivalente de RUIDOS (Equao 2):

    Leq = log 0,7 + 5,117 = 82,7 dB (A)

    0,06

    4) Concluindo: Neste caso, a exposio a diversos nveis de RUIDO variveis equivale

    exposio a um RUIDO de 82,7 dB(A) durante toda jornada de trabalho.

    Exemplo 2:

    Um trabalhador fica exposto a um nvel de RUIDO de 95 dB(A) durante 1 hora, 100 dB(A)

    durante 1 hora, 89 dB (A) durante 2 horas e 85 dB (A) durante 4 horas. Nesta condio se

    faz necessria adoo de Medidas de Controle?

    Resoluo e Entendimento:

    1) Tabelando os dados descritos:

    2) Calculo da Dose Equivalente de RUIDOS (Equao 1):

  • 36

    1/2 + 1/1 + 2/ 4,5 + 4/8 = 2,4 > 1

    3) Calculo do nvel equivalente de RUIDOS (Equao 2):

    Leq = log 2,4 + 5.117 = 91,6 dB (A)

    0,06

    4) Concluindo: A dose igual a 2,4 significa que o risco de dano a uditivo mais de duas

    vezes (2,4) maior do que a exposio em condies normais, isto , dentro do limite de

    tolerncia. Essa dose corresponde a um nvel equivalente de RUIDO de 91,6 dB(A), ou

    seja, uma exposio constante a 91,6 dB(A) durante toda a jorn ada de trabalho. Desta

    forma Medidas de Controle devem ser adotadas.

    5 -Risco Fsico Temperaturas Extremas: Calor

    O CALOR EXCESSIVO NO AMBIENTE DE TRABALHO

    Muitos trabalhadores passam parte de sua jornada diria diante de fontes de calor.

    As pessoas que trabalham em fundies, siderrgicas, padarias, - para citar apenas

    algumas indstrias - frequentemente enfrentam condies adversas de calor que

    representam certos perigos para a sua segurana e sade.

  • 37

    A EXPOSIO AO CALOR PRODUZ REAES NO ORGANISMO

    Os fatores ambientais que afetam a sade do

    trabalhador quando exposto ao calor excessivo em sua

    rea de trabalho, so: temperatura, umidade, calor

    radiante (como o que provm do sol ou de um forno) e

    a velocidade do ar. As caractersticas pessoais so

    talvez o fator que mais pesa durante a exposio ao

    calor. Podemos considerar as seguintes: a idade, o

    peso, o estado fsico, as condies orgnicas e a

    aclimatao ao calor.

    O corpo reage s altas temperaturas externas aumentando a circulao sangunea

    na pele, fazendo subir a temperatura nessa rea. O corpo, ento, perde o excesso de calor

    atravs da pele. Sem dvida, na medida em que os msculos esto sendo exigidos pelo

    trabalho fsico, parte do sangue flui para a pele para liberar o calor.

    A transpirao outro meio que o organismo utiliza para manter a temperatura

    corporal interna estvel em condies de calor. O suor, no entanto, no pode ser

    excessivo. Apenas na medida em que sua evaporao possa ocorrer e as quantidades de

    lquido e sais perdidos possam ser repostas adequadamente.

    H, entretanto, vrias maneiras que um trabalhador pode adotar para atenuar os

    riscos provenientes de sua exposio ao calor, como por exemplo, circular de vez em

    quando por local mais fresco; reduzir seu ritmo ou sua carga de trabalho ou afrouxar parte

    de suas roupas ou, at mesmo, se livrar das roupas mais espessas.

    Porm, quando o corpo no consegue eliminar o excesso de calor, este fica

    armazenado. Nestas circunstncias a temperatura do corpo aumenta. Na medida em que

    o corpo retm o calor, a pessoa comea a perder a sua capacidade de concentrao e,

    como conseqncia, torna-se vulnervel ao acidente. Irrita-se com facilidade e,

    freqentemente, perde o desejo de ingerir lquidos. Geralmente seguem-se os desmaios e

    posteriormente a morte se a pessoa no for retirada a tempo das proximidades da fonte de

    calor.

  • 38

  • 39

    TRANSTORNOS CAUSADOS PELO CALOR

    Insolao Este um dos mais srios problemas de sade que o trabalhador enfrenta.

    Surge em decorrncia da falta de mecanismo do corpo para regular sua temperatura

    interior. A transpirao cessa e o corpo j no consegue se livrar do calor excessivo. Os

    sinais so:

    a) Confuso mental

    b) Delrio

    c) Perda da conscincia

    d) Convulso

    e) Coma

    A insolao pode matar, a menos que a pessoa receba a tempo tratamento de forma

    adequada. Enquanto a ajuda mdica no chega a vtima deve ser transportada para uma

    rea suficientemente ventilada, hidratada e suas roupas molhadas. Pode at mesmo ser

    colocada diante de um ventilador para apressar a queda da temperatura. As providncias

    relativas aos primeiros socorros podem ser tomadas como forma de preveno contra

    leses permanentes no crebro e em outros rgos vitais.

    Esgotamento Resulta da perda de lquido por meio da transpirao e quando o

    trabalhador descuida-se de sua necessria hidratao. Quando o trabalhador sofre

    esgotamento ocasionado pela sua exposio ao calor, dominado pela debilidade, fadiga

    extrema, nusea, dor de cabea e desfalecimento. A pele apresenta-se fria, pegajosa e

    mida; a tez torna-se plida. No entanto, o tratamento por demais simples: deve ser

    ministrada uma soluo lquida que reponha os teores de potssio, clcio e magnsio

    perdidos, aquela que os atletas ingerem para recuperar suas energias. Contudo, nos casos

    mais graves em que a vtima tenha vomitado ou perdido a conscincia, conveniente que

    receba os devidos cuidados mdicos.

  • 40

    Cimbra Mesmo quando o trabalhador ingere grande quantidade de lquido mas no

    repe a perda dos sais de seu organismo, pode sofrer terrveis dores musculares.

    Geralmente os msculos mais sujeitos a cimbra so os mais exigidos durante a jornada

    de trabalho. As dores podem surgir durante ou depois das horas de trabalho, mas aliviam-

    se mediante a simples ingesto de lquidos por via oral ou de solues ricas em sais,

    ministradas na veia para obteno de alvio mais rpido da dor, se o mdico assim

    determinar.

    Desmaio Geralmente ocorre com o trabalhador que tem dificuldade de aclimatao em

    ambientes de temperatura elevada, principalmente no exerccio de atividades que exigem

    pouca mobilidade. Na maioria das ocorrncias as vtimas se recuperam rapidamente aps

    perodo de repouso em lugar ventilado. O fato do trabalhador se movimentar de um lado

    para outro, ao invs de ficar parado, reduz a possibilidade de sofrer desmaio.

    Urticria Ocorre principalmente nas partes do corpo em que o suor no pode ser

    eliminado facilmente da superfcie da pele por meio da evaporao. Se ela perdura, ou se

    complica por meio de infeco, agrava-se ao ponto de inibir o sono, e at de prejudicar o

    desempenho do trabalhador. Em alguns casos, ocasiona o seu afastamentoatemporrio.

    Pode ser prevenida com a permanncia do trabalhador em locais ventilados durante os

    perodos de repouso.

    PREVENO

    A maioria dos problemas de sade relacionados com o calor pode ser prevenida ou seus

    riscos reduzidos. As seguintes precaues diminuem bastante os riscos gerados pelo calor:

    1) A instalao de mecanismos tcnicos de controle, entre os quais um plano de

    ventilao do ambiente como um todo e medidas que promovam o resfriamento

    localizado sobre as fontes de calor, incluindo sistemas de exausto. A instalao de

    painis de isolamento das fontes do calor radiante so medidas bastante positivas.

    O resfriamento por evaporao e a refrigerao mecnica so outras maneiras

    possveis de reduo do calor. Ventiladores so dispositivos que tambm concorrem

    para reduzir o calor em ambientes quentes. A adoo de roupas de proteo para o

  • 41

    trabalhador; a modificao, bem como a automao dos equipamentos, visando a

    reduo do trabalho manual so outras formas de reduzir o calor.

    EPI Soldador

    EPI Bombeiro

    2) Certas prticas de trabalho, como por exemplo a ingesto de gua em

    abundncia at um quarto de litro por hora por trabalhador em seu ambiente de

    trabalho, pode concorrer para reduzir os riscos causados pelo calor. fundamental

    que os trabalhadores recebam treinamento em procedimentos de primeiros socorros

  • 42

    para que aprendam a reconhecer e enfrentar os primeiros sinais orgnicos de

    reao ao calor. Os empregadores devem considerar tambm a condio fsica de

    cada trabalhador cuja atividade ser desenvolvida em rea de calor. Os

    trabalhadores de mais idade, os obesos e os que passam por perodo de tratamento

    com ingesto de medicamentos, correm mais riscos.

    3) Os perodos de trabalho e

    descanso podem ser alternados com

    perodos de descanso mais prolongados

    e em ambientes bem ventilados. Na

    medida do possvel deve-se planejar

    para que os trabalhos mais pesados

    sejam desenvolvidos nas horas mais

    frescas do dia. Os supervisores devem

    receber treinamento para detectar com antecedncia qualquer indisposio e

    permitir que o trabalhador interrompa sua tarefa antes do agravamento de sua

    situao.

    4) A aclimatao ao calor por meio de curtos perodos de exposio para em seguida,

    o trabalhador ser submetidos a exposies por perodos mais longos. Os

    empregados recm admitidos e os que retornam aps perodo de frias devem

    passar por perodo de adaptao de cinco dias.

    5) Os trabalhadores devem estar suficientemente instrudos quanto necessidade

    da ingesto de lquidos e sais perdidos durante a

    transpirao. Devem conhecer os sintomas da desidratao,

    esgotamento, desmaio, cimbras e insolao. Devem ainda

    ser conscientizados da importncia do controle dirio de seu

    peso como forma de detectar a hidratao

  • 43

    AMBIENTES DE ALTA TEMPERATURA:

    - Indstria Cermica

    - Minas

    - Fbrica de Vidros

    - Indstria Siderrgica

    - Indstria Metalrgica

    O calor que o organismo humano precisa dissipar para manter o equilbrio

    homeotrmico, pode originar-se de duas fontes:

    -Interna: Atravs do metabolismo, que o calor resultante dos processos intracelulares

    (presente mesmo quando o indivduo est em repouso).

    - Externa: Depende das condies ambientais:

    TEMP. DA SUPERFCIE DO CORPO X TEMP. MEIO AMBIENTE

    Se, Tsc > Ta Organismo ceder calor s molculas de ar por conveco.

    Se, Tsc = Ta Dissipao do calor metablico far-se- atravs de outros fatores.

    Se, Tsc < Ta Organismo receber calor do meio ambiente ficando com sobrecarga

    trmica.

    AVALIAO

    - Temperatura do ar Maior ou menor em relao a pele. Quando a temperatura do ar

    maior que a temperatura do corpo o organismo ganha calor por conduo conveco.

    Quando a temperatura do ar for menor que a temperatura do corpo o organismo perde

    calor pelo mesmo mecanismo.

    - Temperatura do ar (Ta) Termmetro de mercrio (1/10 C)

    - Umidade relativa do ar Influi na evaporao. Quanto maior a umidade, menor a

    evaporao e vice-versa.

    - Umidade Relativa do Ar (Ur) Psicrmetro

    - Bulbo seco

    - Bulbo mido

  • 44

    - Velocidade do ar Altera o intercmbio tanto por conduo/conveco quanto por

    nevaporao. No mecanismo da evaporao, o aumento da movimentao do ar causa

    uma maior velocidade na remoo da camada de ar mais prxima a pele, que se encontra

    com alto teor de vapor dagua, facilitando a evaporao da mesma.

    - Velocidade do Ar (Va) Anemmetro (sensvel para pequenos fluxos de ar)

    - Calor radiante O organismo normalmente ganha calor com este tipo de mecanismo,

    quando prximo de fontes que emitem grande quantidade de radiao infravermelha.

    - Calor Radiante (Cr) Termmetro de globo

    - Tipo de atividade- evidente que quanto mais intensa a atividade exercida pelo

    trabalhador, maior ser o calor produzido pelo metabolismo.

    INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

    NR-15 anexo 3- Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliao so: Termmetro de

    bulbo mido natural, Termmetro de globo, Termmetro de mercrio comum.

    Termmetro de Globo (Tg) Avalia a temperatura

    equivalente de radiao.

    - Constitudo por um globo feito de uma esfera oca de 1mm de

    espessura com 15,24 cm de dimetro, pintada externamente

    de preto. Faz parte tambm um termmetro de mercrio com

    escala mnima de 10C a 150C e preciso mnima de +-0,1C,

    mais uma rolha de borracha para a fixao do termmetro no

    centro da esfera.

    Termmetro de Bulbo mido Natural (Tbn)

    Avalia a temperatura atravs da presso parcial de vapor. Constitudo de um termmetro

    de mercrio com escala de 10C a +50C e preciso de 0,1C. Tambm um Erlenmeyer de

    125 ml, alm de um pavio em forma tubular de cor branca de tecido de algodo (cadaro).

  • 45

    Termmetro de Bulbo Seco (Tbs)

    Avalia a temperatura ambiental. Composto por um termmetro de mercrio com escala de

    +10C a +100C e preciso de 0,1C.

    MEDIO

    -Feita atravs da anlise da exposio de cada trabalhador, cobrindo todo seu ciclo de

    trabalho.

    - Identificar as distintas atividades fsicas exercidas pelo trabalhador, e estimar o calor

    produzido pelo mesmo (quadro 3 anexo 3 NR-15).

    - O tempo de permanncia do trabalhador em cada situao trmica analisada (mnimo 3

    cronometragem).

    - Arvore de termmetros: Medies devem ser feitas aps 25 minutos de estabilizao dos

    termmetros, e dever ser feitas no mnimo 3 leituras (mdia).

  • 46

    6 -Risco Fsico Temperaturas Extremas: Frio

    O organismo humano no se aclimata ao frio da mesma maneira

    que ao calor. Poucas partes do corpo podem tolerar exposio ao

    frio sem proteo, podendo ocorrer consequncias sade, o

    conforto e a eficincia do trabalho.

    NR-15 anexo 9

    1- As atividades ou operaes executadas no interior de cmaras frigorficas, ou em locais

    que apresentem condies similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a

    proteo adequada, sero consideradas insalubres em decorrncia de laudo de inspeo

    realizado no local de trabalho.

    TEMPO DE SOBREVIVENCIA NA AGUA FRIA

  • 47

    SINAIS CLNICOS PROGRESSIVOS DA HIPOTERMIA

    RECOMENDAES

    Aspectos:

    Aclimatizao- Processo orgnico para manter a temperatura interna do organismo em

    37C.

    Regime de Trabalho- Controle rgido do tempo que o trabalhador permanece nos

    ambientes frios.

    Exames Mdicos Admissionais- objetividade

    Exames Peridicos- Diagnstico precoce de doenas.

    Equipamentos de proteo Individual- Roupas com isolamento trmico.

    Educao e Treinamento- Conscientizao.

  • 48

    CRITRIOS TCNICOS DA FUNDACENTRO PARA A EXPOSIO AO FRIO

    A nossa Legislao, atravs da Portaria 3.214/78, NR-15, Anexo 09, considera como

    atividade ou operaes insalubres por frio, aquelas executadas no interior de cmaras

    frigorficas, ou em locais em condies similares. Esta insalubridade s poder ser

    caracterizada em decorrncia de Laudo de Inspeo realizado no local de trabalho.

    Portanto, esta Portaria no fixa temperaturas limites para a caracterizao de

    insalubridade, deixando a critrio tcnico do Perito, quando da sua Inspeo no local de

    trabalho.

    O critrio tcnico adotado atualmente pela FUNDACENTRO, embasado em estudos

    e pesquisas bastante diversificadas, tanto de mbito nacional como internacional, aquele

    que considera insalubre uma atividade ou operao, quando esta for executada em

    desacordo com a tabela que segue, tabela esta que relaciona faixas de temperaturas com

    tempos mximos de exposio.

    A tabela fixa o tempo mximo de trabalho permitido a cada faixa de temperatura,

    desde que alternado com recuperao trmica em local fora do ambiente considerado frio.

    Esclarecemos que os tempos de trabalho/repouso da tabela por ns sugerida esto

    compatveis com as exigncias legais constantes do Artigo 253 da CLT, que trata dos

    Servios Frigorficos.

    Pela tabela constata-se que para Salvador, temperaturas superiores a quinze graus

    centgrados (15C) no so consideradas frias, no necessitando portanto, de alternncia

    de trabalho/repouso.

    Quanto roupa de proteo necessria, esta variar de acordo com a temperatura

    de exposio. Somos de opinio que trabalhos executados em ambientes com

    temperaturas iguais ou superiores a zero graus centgrados (0C) no requisitam para

    proteo do trabalhador vestimentas especiais.

    As roupas de proteo necessrias seriam similares quelas utilizadas por qualquer

    indivduo em locais de baixa temperatura ambiental.

    Quanto a outros trabalhos sobre Matadouros e Frigorficos a FUNDACENTRO, no

    tem disponvel nenhum material que tenha sido elaborado diretamente por nossa entidade.

  • 49

    LIMITES DE TEMPO PARA EXPOSIO A BAIXAS TEMPERATURAS

    PARA PESSOAS ADEQUADAMENTE VESTIDAS PARA EXPOSIO A FRIO.

    (*) - Faixa de Temperatura vlida para trabalhos em zona climtica quente, de acordo

    com o mapa oficial do IBGE.

    (**) - Faixa de Temperatura vlida para trabalhos em zona climtica subseqente, de

    acordo com o mapa oficial do IBGE.

    (***) - Faixa de temperatura vlida para trabalhos em zona climtica mesotrmica, de

    acordo com o mapa oficial do IBGE.

    Para os trabalhos a temperaturas de -12 C ou inferiores (10,4 F), deve ser aplicado o

    seguinte:

  • 50

    1. O Trabalhador deve estar sob constante observao para efeito de proteo (superviso

    ou sistema de duplas de trabalho).

    2. A carga de trabalho no deve ser alta de forma que cause intensa sudorese, e possa

    resultar em umedecimento da roupa. Em realizando trabalho pesado, devem ser adotados

    perodos de descanso em abrigos aquecidos, possibilitando a oportunidade de troca de

    roupa por vestimenta seca.

    3. Para empregados novos no deve ser exigido o trabalho em tempo integral no frio

    durante os dias de trabalho, at que eles estejam acostumados com as condies de

    trabalho e as vestimentas de proteo requeridas.

    4. O peso e o volume das vestimentas devem ser includos na estimativa da performance

    requerida para o trabalho e na carga a ser carregada pelo trabalhador.

    5. O trabalho deve ser planejado de forma que o trabalhador no passe longos perodos

    parado. No devem ser utilizados assentos de cadeiras metlicas desprotegidas. O

    trabalhador deve ser protegido das correntes de ar tanto quanto possvel.

    6. Deve haver treinamentos com procedimentos de segurana e sade. Os programas dos

    treinamentos devem incluir, no mnimo, instrues sobre:

    a) Procedimentos adequados de reaquecimento e tratamento de primeiros socorros;

    b) Uso adequado de vestimentas;

    c) Hbitos adequados de alimentao e ingesto de lquidos;

    d) Reconhecimento de iminente enregelamento;

    e) Reconhecimento de sinais e sintomas de hipotermia iminente ou resfriamento excessivo

    do corpo mesmo quando ainda no ocorreu calafrio;

    f) Prticas de trabalho seguro.

  • 51

    Curiosidade...

    Perdigo condenada a conceder intervalos a trabalhadores das cmaras frias

    Enviado por LUIZ em ter, 14/10/2008 - 19:20.

    A Justia do Trabalho acatou pedido do Ministrio Pblico do Trabalho (MPT) em ao civil pblica (ACP)

    contra a empresa Eleva Alimentos (Perdigo Agroindustrial S/A) e condenou a empresa a conceder intervalos

    de 20 minutos aps cada perodo de uma hora e 40 minutos de trabalho contnuo para os funcionrios que

    trabalham nas cmaras frias. A sentena favorvel ao MPT foi proferida pelo juiz da 1 Vara do Trabalho de

    Dourados, Alcir Cunha.

    Na ao, proposta pelo procurador do Trabalho Gustavo Rizzo Ricardo, o MPT requereu que a Eleva Alimentos S/A, empresa adquirida pelo Grupo Perdigo, fosse condenada pelo descumprimento das determinaes do artigo 253 da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), que trata da concesso de intervalo de 20 minutos aps cada perodo de uma hora e quarenta minutos de trabalho contnuo para os trabalhadores que atuam em cmaras frias. Alm disso, a ACP ainda pedia a condenao da empresa a conceder o intervalo a todos os trabalhadores que atuam em ambientes com temperatura inferior a 12C, inclusive do setor denominado sala de cortes.

    No final de agosto, na audincia inicial, j havia sido firmado um acordo no qual a Eleva se comprometeu a conceder intervalos aos trabalhadores das cmaras frigorficas e a efetuar o registro dessas pausas, conforme o que determina a legislao trabalhista, ficando agendada nova audincia para tratar da concesso de intervalo para os empregados que atuam na sala de corte.

    Segundo consta na deciso, o fim da norma expressa no art. 253 da CLT o de proteger o trabalhador exposto ao labor em local onde a temperatura mantida, de forma artificial, abaixo dos nveis estipulados paras as zonas climticas. (...) no importa o nome do setor, se cmara fria, se sala de corte, etc. O que importa se o local de trabalho se enquadra no conceito previsto na norma, de ambiente artificialmente frio, em temperaturas abaixo das definidas para as trs zonas climticas.

    Segundo o procurador Gustavo Rizzo, "a deciso importante, pois permite ao trabalhador exposto a baixas temperaturas recompor seu equilbrio trmico". Ainda segundo o procurador, "todos os frigorficos localizados na rea de atuao do Ofcio de Dourados sero acionados judicialmente para que sejam obrigados a conceder os intervalos previstos no artigo 253 da CLT, visto que se negam administrativamente a se regularizarem".

    A empresa foi condenada pela Justia do Trabalho a conceder o intervalo previsto no art. 253 da CLT a todos os seus empregados que laborem em ambientes artificialmente frios, considerando-se aqueles cuja temperatura fique abaixo de 12C, no prazo de 30 dias, sob pena de multa diria de R$ 500, na hiptese de a obrigao no ser cumprida no prazo, por trabalhador a que for devido o intervalo.

  • 52

    Fonte: http://www.pgt.mpt.gov.br/pgtgc/publicacao/engine.wsp Fonte: PRT-24 Regio/MS

    7 - Riscos Fsicos: Radiaes

    Radiaes Ionizantes e No Ionizantes

    Radiao uma palavra derivada do latim, Radiare, que significa um fenmeno em

    que a energia se propaga atravs do espao. Irradiao, tambm derivada do latim In e

    Radiare, que significa o tratamento da matria pela energia radiante.

  • 53

    Radiaes Ionizantes

    A Radiao Ionizante o fenmeno pelo qual a energia transportada atravs do

    espao em forma de raios ou ondas eletromagnticas.

    Os tipos de radiao ionizante so: Radiao Al fa (), Beta () e a Radiao Gama

    ().

    APLICAES DA RADIAO IONIZANTE:

    Vrios so os locais de aplicao desta forma de energia. Podemos citar as reas de

    medicina, nos laboratrios de pesquisa, na indstria, na produo de energia eltrica e em

    propulsores de navios e submarinos.

    FORMA DE MEDIO E AVALIAO DA RADIO IONIZANTE

    A Radiao Ionizante medida atravs de avaliao da intensidade do nmero de

    ons produzida por elas num certo volume padro. A unidade de medida ROENTGEN (R).

    O Roentgen unidade de medida especfica para radiao X e Gama, podendo tambm

  • 54

    medir outros tipos de radiao, mas realizando a converso de valores para se chegar a

    resultados mais precisos.

    Quando se faz a medio de radiao ionizante recebida pelo organismo de um

    indivduo, faz -se uma avaliao da DOSE, que a quantidade total de radiao emitida e

    da TAXA DE DOSE, que a maneira como esta dose foi distribuda no tempo em que ficou

    exposto. O dano sade do trabalhador causado pela radiao varia considerando que a

    dose de radiao por ele absorvida pode ter ocorrido num perodo mais longo, ou seja, com

    taxas de dose mais diludas. O contrrio o levaria a danos maiores.

    Para fins de avaliao dos ambientes onde existam fontes de material radioativo, um

    procedimento padro obrigatrio Monitorao de Radiaes, que a determinao

    contnua e peridica da quantidade de radiao presente em uma determinada rea. Para

    se fazer a dosimetria das radiaes, utiliza-se um detector (instrumento utilizado para

    detectar e quantificar radiao liberada em um local especfico ou presente no ambiente ),

    que funciona a partir de um material ou dispositivo sensvel s radiaes, capaz de produzir

    um sinal resposta, possvel de ser medido ou analisado. Um exemplo de dosmetro o

    Filme Dosimtrico, um dispositivo que mede a dose de radiao absorvida pelo trabalhador,

    normalmente adaptado ao seu crach.

    DETECTORES DE RADIAO:

    Mos e Ps Corpo Inteiro

  • 55

    Detector de Radiao Geiger Filme Dosimtrico

    Filme Dosimtrico

    Embalagem opaca contendo filme fotogrfico, para medir exposies s radiaes ionizantes. similar a um crach. O filme colocado no ambiente que se deseja medir e depois de um tempo revelado. A intensidade e energia da radiao ionizante (raios gama e X) medida no filme revelado por densitometria em 3 regies; uma previamente coberta com lmina de chumbo, uma com lmina de cobre e outra livre.

    MALEFCIOS CAUSADOS PELA RADIAO IONIZANTE

    O que vai determinar o dano ao organismo do trabalhador exposto radiao

    ionizante a chamada Dose Limiar, ou seja, a dose de radiao ionizante que produzir

    um efeito biolgico detectvel. Seus efeitos so muito diversos, podendo ser desde a

    catarata, anemia, leucemia e cncer, at as mutaes genticas. Os efeitos da radiao

    ionizante podem ser divididos em Somticos e Genticos.

    Somticos: So efeitos que geram alteraes no organismo do trabalhador exposto

    radiao, causando doenas que s se manifestam neste trabalhador, no transmitindo a

    seus descendentes. Esses efeitos se dividem em Agudos e Crnicos:

  • 56

    Agudos: So aqueles gerados pela exposio a grandes doses de radiao num curto

    espao de tempo.

    Crnicos: So aqueles gerados pela exposio a baixas doses de radiao, por um longo

    perodo.

    Genticos: So efeitos que geram mutaes nos cromossomos ou genes das clulas

    germinativas, podendo causar alteraes nos seus descendentes. A quantidade de

    radiao acumulada nas gnadas (onde se localizam as clulas germinativas) que vai

    determinar a probabilidade de transmitir as alteraes genticas.

    EFEITOS BIOLGICOS DAS RADIAES IONIZANTES

    Os efeitos biolgicos da radiao so a conseqncia de uma longa srie de

    acontecimentos que se inicia pela excitao e ionizao de molculas no organismo. H

    dois mecanismos pelos quais as alteraes qumicas nas molculas so produzidas pela

    radiao ionizante: efeitos diretos e indiretos.

    No processo de interao da radiao com a matria ocorrem ionizao e excitao

    dos tomos e molculas provocando modificao (ao menos temporria) nas molculas. O

    dano mais importante o que ocorre no DNA.

    Efeitos biolgicos: minutos-anos, a resposta natural do organismo a um agente

    agressor, no constitui necessariamente em doena. Ex: reduo de leuccitos.

    Efeitos orgnicos: so as doenas. Incapacidade de recuperao do organismo devido

    freqncia ou quantidade dos efeitos biolgicos. Ex: catarata, cncer, leucemia.

  • 57

    Efeitos da radiao ionizante nos serem humanos

    Classificao dos efeitos Biolgicos

    Classificao segundo a Dose Absorvida: Estocsticos ou Determinsticos

    Classificao segundo ao Tempo de Manifestao: Imediatos ou Tardios

    Classificao segundo ao Nvel de dano: Somticos ou Genticos

    Efeito Estocstico:

    Leva transformao celular. Sua causa deve-se a alterao aleatria no DNA de uma

    nica clula que continua a se reproduzir. Quando o dano ocorre em clula germinativa,

    efeitos genticos ou hereditrios podem ocorrer.

    No apresenta limiar de dose: o dano pode ser causado por uma dose mnima de

    radiao. Tumores altamente malignos podem ser causados por doses baixas e outros

    benignos por doses altas. A severidade constante e independente da dose;

    A probabilidade de ocorrncia funo da dose;

    So difceis de serem medidos experimentalmente, devido ao longo perodo de latncia.

    Exemplos: cncer, (leucemia de 5 a 7 anos; tumores slidos de 15 a 10 anos ou mais),

    efeitos genticos.

    A severidade de um determinado tipo de cncer no afetada pela dose, mas sim, pelo

    tipo e localizao da condio maligna. Os resultados at o momento parecem indicar que,

    em indivduos expostos, alm de cncer e tumores malignos em alguns rgos, nenhum

    outro efeito estocstico induzido pela radiao.

  • 58

    Efeito Determinstico:

    Leva morte celular

    Existe limiar de dose: os danos s aparecem a partir de uma determinada dose.

    A probabilidade de ocorrncia e a gravidade do dano esto diretamente relacionadas com

    o aumento da dose.

    Geralmente aparecem num curto intervalo de tempo;

    Exemplos: catarata, leucopenia, nuseas, anemia, esterilidade, hemorragia, eritema e

    necrose. A morte de um pequeno nmero de clulas de um tecido, resultante de exposio

    radiao, normalmente no traz nenhuma conseqncia clnica observvel. Para

    indivduos saudveis, dependendo do tecido irradiado, nenhum indivduo apresentar dano

    para doses de at centenas ou milhares de miliSieverts. Acima de um valor de dose

    (limiar), o nmero de indivduos manifestando o efeito aumentar rapidamente at atingir o

    valor unitrio (100%). Isto decorre das diferenas de sensibilidade entre os indivduos.

    O quadro a seguir resume os conceitos acima:

    Efeitos Somticos so aqueles que ocorrem no prprio indivduo irradiado. Podem ser

    divididos em efeitos Imediatos e efeitos Tardios. Nos Efeitos Genticos os danos

    provocados nas clulas que participam do processo reprodutivo de indivduos que foram

    expostos radiao, podem resultar em defeitos ou mal-formaes em indivduos de sua

    descendncia.

    Os Efeitos Somticos das radiaes so aqueles que afetam apenas os indivduos

    irradiados, no se transmitindo para seus descendentes. Os efeitos somticos classificam

    se em:

    Efeitos imediatos: aqueles efeitos que ocorrem em um perodo de horas at

    algumas semanas aps a irradiao. Como exemplos de efeitos agudos provocados

  • 59

    pela ao de radiaes ionizantes pode-se citar eritema, queda de cabelos, necrose

    de tecido, esterilidade temporria ou permanente, alteraes no sistema sangneo,

    etc.

    Efeitos tardios: quando os efeitos ocorrem vrios meses ou anos aps a exposio

    radiao. Exemplos dos efeitos crnicos so: o aparecimento de catarata, o

    cncer, a anemia, etc.

    Efeitos da exposio pr-natal

    A exposio pr-natal pode ser perigosa para o embrio ou feto devido a sua alta

    radiosensibilidade. Estudos baseados nas exploses nucleares de Hiroshima e Nagasaki

    demonstraram as seguintes correlaes entre efeitos mais provveis e a fase de gestao

    quando ocorreu a irradiao.

    MEDIDAS PREVENTIVAS DAS RADIAES IONIZANTES

    Exames admissional e peridico especficos.

    Blindagem da fonte de radiao ionizante (EPI).

    Uso dirio de dosmetros individuais.

    Menor tempo possvel de exposio radiao.

    Uso de roupas e equipamentos especficos (EPI).

  • 60

    Radiaes No Ionizantes

    A Norma Regulamentadora n 15, em seu anexo 7, considera como radiao no ionizante as MICROONDAS, as ULTRAVIOLETAS e LASER. So as radiaes que no produzem

    energia capaz de produzir emisso de eltrons de tomos ou molculas com os quais

    interagem. So as energias eletromagnticas.

    Para que a radiao eletromagntica possa produzir algum efeito, em um tecido ou

    em qualquer outra substncia, necessrio que haja transferncia de energia desta

    radiao para o meio, e que esta energia seja absorvida. Os efeitos desta absoro no

    tecido humano so de natureza trmica ou no trrmica dependendo se os efeitos so

    devidos deposio de calor (efeito trmico). O que vai determinar o nvel de absoro a

    condutividade, a constante dieltrica (tecidos com caractersticas diferentes) e o contedo

    de gua do meio.

    FORMAS DE MEDIO E AVALIAO DA RADIAO NO IONIZANTE

    Existem equipamentos especficos para identificar radiaes no ionizantes no

    ambiente de trabalho. Este tipo de avaliao requer exper incia do profissional de

    segurana. Como o anexo 7 da NR 15 no estabelece os limites de tolerncia, utiliza -se

    como referncia a norma internacional da ACGIH. Outros organismos que tm suas

    recomendaes aceitas internacionalmente so a Comisso Internacional em Proteo

    contra Radiao No -Ionizante (ICNIRP), o Conselho Nacional em Proteo e Medidas de

  • 61

    Radiao (NCRP), o Instituto Nacional Americano de Padres (ANSI), e o Instituto dos

    Engenheiros Eletricistas e Eletrnicos (IEEE).

    Monitor fixo Alert G1 A para avaliar a presena de radiao ionizante.

    MALEFCIOS CAUSADOS PELA RADIAO NO-IONIZANTE

    Hoje no se vive mais sem eletricidade, mas o potencial risco de malefcios

    causados por ela ainda assunto intensamente debatido no meio cientfico. O que se leva

    em considerao na anlise das radiaes no ionizantes so os campos de

    radiofreqncia, cujos valores variam entre 300 KHz a 300 GHz e aqueles de freqncia

    muito baixa,

  • 62

    albumina dos ovos (clara dos ovos). Assim como o aquecimento da clara do ovo torna-a

    opaca e leitosa, acontece com o Cristalino do olho, gerando ento a Catarata, doena

    irreversvel.

    Efeitos no-trmicos

    So efeitos bioqumicos ou eletrofsicos no causados pelo aumento da temperatura em

    alguma parte do tecido, mas aqueles causados pelos campos eletromagnticos induzidos.

    Seus efeitos ainda sofrem profundas discusses no meio cientfico, porm citaremos alguns

    que j foram demonstrados.

    Fluxo de on: alteraes no fluxo de ons atravs da membrana das clulas,

    afetando clulas nervosas, a mobilidade dos ons de clcio dos tecidos do crebro,

    alteraes na sntese do DNA e transcrio do RNA, entre outros.

    Barreira crebro-sangue: barreira funcional entre o compartimento e o tecido que

    regula a passagem de substncias para dentro e para fora do crebro, prejudicando

    sobremaneira suas atividades.

    Sistema imunolgico: efeitos no sistema imunolgico foram observados

    provocados pela alterao de clulas nervosas, no sistema endcrino, na qumica

    sangnea, no sistema hematolgico. O que vai definir esses efeitos so as taxas de

    absoro de radiao que podem variar de indivduo para individuo.

    MEDIDAS PREVENTIVAS

    Na determinao dos limites de exposio, o objetivo estabelecer valores mximos

    de intensidade de campo e de densidade de potncia tais que esse efeito trmico no

    incorra em risco sade humana. A populao ocupacionalmente exposta formada por

    trabalhadores cuja atividade envolve radiao no ionizante. Todos devem estar cientes do

    potencial de exposio, havendo controle sobre sua permanncia no local, com medidas

    preventivas pr -estabelecidas. Basicamente as medidas preventivas so as seguintes:

  • 63

    Medidas de Proteo Individual EPIs especficos, como por exemplo, mscara com filtro para trabalhos com solda para

    evitar Catarata.

    Medidas mdicas

    Conforme determina o PCMSO, realizao de exames mdicos admissional e peridicos.

    Outras medidas especficas de preveno esto estabelecidas nas normas citadas no item

    referente s formas de avaliao e controle da Radiao no Ionizante.

  • 64

    8 - Riscos Fsicos: Presses Anormais

    a variao positiva ou negativa dos valores normais da presso atmosfrica.

    PRESSO ATMOSFRICA

    a presso exercida pela camada de ar atmosfrico sobre os corpos nele mergulhados.

    UNIDADES

    Sistema Internacional N/m2 Pa (Pascal)

    760 mm Hg = 1 ATA 1 kg/cm2

    PROPRIEDADE DOS GASES

    MASSA quantidade de matria existente em uma substncia. Sob ao da acelerao

    da gravidade nos fornece o peso do corpo.

    DENSIDADE diretamente proporcional a presso nele exercida (Lei de Boyle); e

    inversamente proporcional a temperatura (Lei de Charles).

    COMPRESSIBILIDADE quando um gs comprimido nas mesmas condies de

    temperatura, a presso aumenta na mesma proporo do nmero de molculas por

    unidade de volume.

    PRESSES PARCIAIS a presso exercida por uma mistura de gases

    aproximadamente igual, nas mesmas condies de temperatura a exercida por um dos

    componentes que ocupa o volume total da mistura.

    PRESSES POSITIVAS

    So presses provenientes do aumento da presso baromtrica normal que ocorrem em

    atividades subterrneas ou submersas.

    ATIVIDADES SUBTERRNEAS

  • 65

    So as realizadas abaixo do nvel do terreno, tais como: perfuraes de poos, galerias,

    fundaes profundas etc.

    ATIVIDADES SUBMERSAS

    So realizadas abaixo do nvel das guas: mergulhos.

    EFEITOS CAUSADOS PELA PRESSO SOBRE O ORGANISMO HUMANO

    EFEITOS DIRETOS OU PRIMRIOS

    Os efeitos diretos ou primrios da presso no homem so os efeitos mecnicos das

    presses sobre as clulas e espaos corporais, particularmente no ouvido mdio e nas

    cavidades existentes na cabea.

    CONSEQUNCIAS Barotrauma e Embolia pelo ar.

    Barotrauma Sndrome ocasionada pela dificuldade ou impossibilidade de manter o

    equilbrio de presses no interior de uma cavidade area do organismo em relao

    as variaes de presso no meio ambiente.

    Embolia pelo ar um acidente de pouca frequncia, embora de alta gravidade.

    Ocorre quando h uma rpida diminuio da presso, provocando uma expanso do

    volume de ar contido nos pulmes com formao de bolhas que atingem a corrente

    sangunea. Se as bolhas localizarem no sistema nervoso central ou na circulao

    coronariana provocam embolia cerebral e infarto do miocardio.

    EFEITOS INDIRETOS OU SECUNDRIOS

    So efeitos fisiolgicos devido s alteraes das presses parciais dos gases no meio

    respiratrio.

  • 66

    CONSEQUNCIAS Doena Descompressiva, Osteonecrose, Embriaguez das

    Profundidades, Intoxicao pelo CO2 e O2 , Sndrome Neurolgica das Altas presses.

    OBSERVAES:

    As baixas presses produzem perigosos estados mentais:

    Excessiva confiana, estado de euforia;

    Falta de concentrao, lentido mental;

    Reaes fsicas lentas.

    MANIFESTAES CLNICAS LOCALIZADAS:

    Provocada pela mudana brusca de presso.

    Prurido intenso na pele e no tecido celular sub-cutneo;

    Dores nos tendes, msculos e articulaes;

    Aparelho digestivo, enjo e vmitos;

    Aparelho respiratrio, dificuldade em respirar;

    Distrbios respiratrios;

    Sistema nervoso, embolia gasosa e paraplegia;

    Ouvido, hemorrgia nasal e auricular,ruptura dos tmpanos e labirintite;

    Problemas crnicos, doenas osteoarticular, osteartrose.

    MEDIDAS PREVENTIVAS

    MEDIDAS MDICAS

    Exames mdicos admissionais e peridicos;

    Acompanhamento mdico dos operrios nos

    trabalhos;

    Atendimento ambulatorial permanente na obra.

    MEDIDAS TCNICAS

    Capacitao de pessoal;

  • 67

    Operao de compresso controlada;

    Tempo de exposio de acordo com as recomendaes das normas;

    Descompresso controlada e por etapas;

    Equipamentos adequados e em boas condies de conservao e operao.

    RECOMENDAES PRINCIPAIS:

    DE MANEIRA GERAL

    Conscientizao e treinamento dos trabalhadores envolvidos;

    Faixa etria do trabalhador 18 a 45 anos;

    Cada trabalhador s poder sofrer uma nica compresso diria;

    Presso mxima diria 3,4 kg/cm2;

    Jornada de trabalho em funo da presso de servio:

    0,0 a 1,0 kg/cm2 8 horas/dia

    1,1 a 2,5 kg/cm2 6 horas/dia

    2,6 a 3,4 kg/cm2 4 horas/dia

    O trabalhador no poder: ingerir bebida alcolicas ou gasosas, ser hipertenso, ser

    fumante, ser portador de qualquer molstia respiratria.

    Nas obras devero existir recintos para observao dos trabalhadores aps a

    descompresso.

    Os trabalhadores devero possuir acompanhamento mdico constante.

    CMARA DE DESCOMPRESSO

    Uma cmara hiperbrica ou de

    descompresso nada mais do que um

    equipamento que permite manter a

    presso interna controlada. Trata-se de

    um compartimento selado, para onde

    bombeado de um gs ou mistura, por

    meio de compressores.

  • 68

    O sistema permite a pressurizao, em diferentes nveis os quais so corriqueiramente

    classificados como: Normobrico, equivalente uma atmosfera; Superbrico, duas

    atmosferas e Hiperbrico para valores superiores a duas atmosferas.

    Estas cmaras so largamente utilizadas por mergulhadores nos trabalhos que exigem

    longos perodos de imerso a grandes profundidades. Isso porque existe uma relao entre

    a profundidade do mergulho e o tempo de permanncia o qual pode acarretar grandes

    danos a sade podendo levar a morte do mergulhador. Ao ultrapassar esses limites o

    mergulhador deve retornar superfcie seguindo os procedimentos constantes a fim de re-

    equilibrar seu corpo presso normal de uma atmosfera e evitar uma embolia gasosa,

    fenmeno que decorre da descompresso de um gs dissolvido em um lquido sobre uma

    determinada presso e que quando se encontra em uma atmosfera de menor presso se

    gasifica formado bolhas tal como ocorrem com as garrafas de refrigerante quando so

    abertas.

    EQUIPAMENTOS SOB PRESSO

    TUBULES PNEUMTICOS

    CAIXES (SINOS DE MERGULHO)

    COURAAS

    ESCAFANDRO

    TUBULES PNEUMTICOS

    Os tubules so usados para obras de fundao em terrenos onde a gua percola em

    direo a escavao, impossibilitando o andamento dos trabalhos. Consta de anis de

    concreto com dimetro interno superior ou igual a 0,70 m, para permitir a descida de

    operrios a cmara de trabalho.

  • 69

    Corte no tubulo de ar comprimido