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UEG – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS Unidade de Santa Helena de Goiás MBA em Gestão Estratégica de Negócios CONTABILIDADE GERENCIAL E FINANCEIRA (1ª Parte) Profª Ms.Débora Ferguson Ferreira

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Page 1: Apostila Financeira III

UEG – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS Unidade de Santa Helena de Goiás

MBA em Gestão Estratégica de Negócios

CONTABILIDADE GERENCIAL E FINANCEIRA

(1ª Parte)

Profª Ms.Débora Ferguson Ferreira

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2008

SUMÁRIO

1. TOMADA DE DECISÃO. 5 1.1. Tomada De Decisão Em Uma Empresa 5 1.2. Fatores Que Auxiliam As Tomadas De Decisões Nas Empresas 5 1.3. Função do Contador 6 2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E RELATÓRIOS CONTÁBEIS 7

2.1. Relatório contábil 7 2.2. Relatórios Obrigatórios 7 2.3. Complementação às Demonstrações Financeiras. 7

2.3.1 Relatório da diretoria (ou da administração) 7 2.3.2 Notas Explicativas 8 2.3.3 Parecer dos Auditores 8 2.3.4 Balanço Social 9

3 BALANÇO PATRIMONIAL 10 3.1 Capital De Terceiros X Capital Próprio 12 3.2 Origem E Aplicação De Recursos 13 3.3 Requisitos Do Balanço Patrimonial 13 3.4 Curto Prazo E Longo Prazo 14 3.5 Ciclo Operacional 15 3.6 Grau De Liquidez 16 3.7 Classificação Dos Grupos De Contas Do Ativo E Passivo 16 3.8 Grupos De Contas Do Ativo 17

3.8.1 Ativo Circulante 17 3.8.1.1 Componentes Do Ativo Circulante 18 3.8.1.2 Significado Dos Termos Contábeis 18

3.8.2 Ativo Realizável A Longo Prazo 22 3.8.3 Ativo Permanente 22

3.9 Grupo De Contas Do Passivo 23 3.9.1 Componentes Do Passivo 23

3.9.1.1 Passivo Circulante 23 3.9.1.2 Passivo Exigível A Longo Prazo 23

3.10 Grupo De Contas Do Patrimônio Líquido 24 4 ALGUMAS DECISÕES EM RELAÇÃO AO BALANÇO

PATRIMONIAL 25

4.1 Importância Do Passivo. 25 4.2 Situação Financeira: Ativo Circulante X Passivo Circulante 26 4.3 Capital Circulante Líquido (CCL). 26 5 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) 27

5.1 Detalhes De Informações Da Dre 28 5.1.1 Receita Líquida. 29 5.1.2 Lucro Bruto 30

5.1.2.1 Custo Das Vendas 31

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5.2 Lucro Operacional 31 5.2.1 Despesas Operacionais 32

5.2.1.1 Despesas De Vendas 32 5.2.1.2 Despesas Administrativas 32 5.2.1.3 Despesas Financeiras 32 5.2.1.4 Variações Monetárias 33

5.2.2 Outras Despesas E Receitas Operacionais 34 5.3 Lucro Antes Do Imposto De Renda 34

5.3.1 Despesas E Receitas Não Operacionais 34 5.4 Lucro Antes Do Imposto De Renda 35

5.4.1 Calculo Do Ir E Da Contribuição Social Sobre O Lucro 35 5.4.2 Alguns Ajustes No Lucro 35

5.5 Lucro Líquido 37 5.5.1 Participações Nos Lucros 37 5.5.2 Lucro Líquido Por Ações 38 5.5.3 Distribuição Do Lucro E Demonstração Dos Lucros E Prejuízos

Acumulados 38

6 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS. (DLPA).

39

6.1 O Que Fazer Com O Lucro 39 6.2 Instrumento De Integração Entre Dre E Balanço Patrimonial 40 6.3 Exemplo De Demonstração De Lucros Ou Prejuízos Acumulados 40

6.3.1 Ajustes De Exercícios Anteriores 41 6.3.2 Proposta Da Administração Para Destinação Dos Lucros 42 6.3.3 Transferência De Lucro Líquido Para Reservas De Lucros (Conforme

A Lei Das Sociedades Anônimas) 42

6.3.3.1 Reserva Legal 42 6.3.3.2 Reservas Estatutárias 42 6.3.3.3 Reservas Para Contingência 43 6.3.3.4 Reserva Orçamentária 43

6.4 Dividendos – Transferência De Lucro Líquido Para Dividendos 43 6.5 Demonstração De Lucros Ou Prejuízos Acumulados 44

7. DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL).

45

8 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR)

52

8.1 Conceitos Preliminares 52 8.1.1 Exemplo De Variações Do Capital Circulante Líquido (CCL) 53 8.2 Introdução A Estrutura Da Doar 54 8.3 Conceito De Origem E Aplicação 55 8.4 Elementos Não Monetários Que Interferem No Lucro Líquido 58 8.5 Técnicas De Elaboração Da Doar 60

8.5.1 Contas Do Não Circulante 61 8.5.1.1 Realizável A Longo Prazo 61 8.5.1.2 Permanente 61

Page 4: Apostila Financeira III

4

8.5.1.3 Exigível A Longo Prazo 62 9 REGIMES CONTÁBEIS DE APURAÇÃO DO RESULTADO. 63

9.1 Regime de competência 63 9.2 Regime de caixa 63 10 PCGA - PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS 64 11 REFERÊNCIAS 65 12 PRÁTICA 66 13 ANEXOS 98

1. TOMADA DE DECISÃO.

O ser humano pela sua própria natureza vive tomando decisões; algumas

comuns ao dia a dia como:

♦ Horário de acordar;

Page 5: Apostila Financeira III

5

♦ O que vestir;

♦ O que comer;

♦ O que fazer no final de semana.

Por outro lado algumas decisões são importantíssimas e necessitam de um

cuidado maior, uma análise mais profunda dos dados disponíveis, pois, uma decisão

mal tomada pode prejudicar toda uma vida:

♦ A carreira que se escolhe;

♦ O casamento;

♦ Compra da casa própria.

1.1 - TOMADA DE DECISÃO EM UMA EMPRESA

♦ Comprar ou alugar uma máquina?

♦ Contrair uma dívida a curto ou longo prazo?

♦ Qual a quantidade de estoque mínimo que a empresa deve ter?

♦ Qual setor deve ter o seu custo reduzido?

♦ Produzir mais ou não?

1.2 - FATORES QUE AUXILIAM AS TOMADAS DE DECISÕES NAS EMPRESAS

♦ Dados;

♦ Informações corretas;

♦ Subsídios.

DECISÕES MAL TOMADAS

MÁ GERÊNCIA

Page 6: Apostila Financeira III

6

PROBLEMAS DE SOBREVIVÊNCIA

CONCORDATA OU FALÊNCIA

1.3 - Função do Contador:

2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E RELATÓRIOS CONTÁBEIS

2.1 - Relatório contábil: é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos

pela contabilidade. Ele objetiva relatar às pessoas que utilizam os dados contábeis

os principais fatos registrados por aquele setor em determinado período.

2.2 - Relatórios Obrigatórios: São os exigidos por lei, conhecidos como

demonstrações financeiras.

⇒ Balanço Patrimonial;

AdministraçãoAdministração

InvestidoresInvestidores

BancosBancos

GovernoGoverno

Outros interessadosOutros interessados

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO CONTADORÁREAS DE ATUAÇÃO DO CONTADORÁREAS DE ATUAÇÃO DO CONTADOR

Coleta de dadosColeta de dados Registro de Registro de dadosdados

Usuários (tomada Usuários (tomada de decisão)de decisão)RelatóriosRelatórios

AdministraçãoAdministração

InvestidoresInvestidores

BancosBancos

GovernoGoverno

Outros interessadosOutros interessados

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO CONTADORÁREAS DE ATUAÇÃO DO CONTADORÁREAS DE ATUAÇÃO DO CONTADOR

Coleta de dadosColeta de dados Registro de Registro de dadosdados

Usuários (tomada Usuários (tomada de decisão)de decisão)RelatóriosRelatórios

Page 7: Apostila Financeira III

7

⇒ Demonstração do Resultado do Exercício;

⇒ Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;

⇒ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;

⇒ Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

2.3 - Complementação às Demonstrações Financeiras.

2.3.1 - Relatório da diretoria (ou da administração): Após a identificação da

empresa, na publicação das Demonstrações financeiras, destaca-se, em primeiro

plano, o Relatório da Administração, em que a Diretoria dará ênfase às

informações normalmente de caráter não financeiro (não monetário).

As principais informações são:

♦ Dados estatísticos diversos;

♦ Indicadores de produtividade;

♦ Desenvolvimento tecnológico

♦ A empresa no contexto socioeconômico;

♦ Políticas diversas; recursos humanos, exportação;

♦ Expectativa com relação ao futuro;

♦ Dados do orçamento de capital;

♦ Projetos de expansão;

♦ Desempenho em relação aos concorrentes.

Segundo IUDICÍBUS & MARION (2000:23) “Essas informações seriam mais

significativas se não houvesse excesso de otimismo (inconseqüente), como algumas

vezes se observa. Os administradores da companhia aberta são obrigados a

comunicar imediatamente à bolsa de valores e a divulgar pela imprensa qualquer

deliberação da assembléia geral ou dos órgãos de administração da companhia, ou

qualquer outro fato relevante ocorrido em seus negócios, fato que possa influir de

modo ponderável na decisão dos investidores e o mercado de vender ou comprar

valores mobiliários emitidos pela companhia”.

Page 8: Apostila Financeira III

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2.3.2 - Notas Explicativas: São normalmente destacadas após as Demonstrações

Financeiras (quando publicadas). A Lei das S/A estabelece que as

Demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros

quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para

esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

Como alguns exemplos de notas Explicativas podemos citar:

♦ Critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam o lucro;

♦ Obrigações de longo prazo, destacando credores, taxas de juros, garantias à

dívida e outros fatos importantes;

♦ Composição do Capital Social por tipos de ações;

♦ Ajustes de exercícios anteriores.

2.3.3 - Parecer dos Auditores: As companhias abertas, instituições financeiras,

e alguns outros casos específicos estão obrigados a publicar as

demonstrações com o parecer da Auditoria Independente.

Trata-se de parecer de auditor que não possui nenhum tipo de vínculo com a

instituição, tendo total independência para manifestar sua opinião.

Para maior segurança do usuário da contabilidade, as empresas auditadas

apresentam parecer do auditor, onde ele expressa Ter feito um exame nas

Demonstrações Financeiras, efetuado de acordo com os padrões de auditoria

geralmente aceitos.

O auditor emite sua opinião informando se as Demonstrações Financeiras

representam adequadamente a situação Patrimonial e a Posição Financeira na data

do exame. Informa se as Demonstrações Financeiras foram levantadas de acordo

com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e se há uniformidade em relação

ao exercício anterior.

2.3.4 - Balanço Social:

Evidência o perfil social das empresas:

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♦ Relações de trabalho dentro da empresa (empregados: quantidade, sexo,

escolaridade, encargos sociais, gastos com alimentação, educação, saúde do

trabalhador, previdência privada);

♦ Tributos pagos;

♦ Investimentos para a comunidade (em cultura, esporte, habitação, saúde

pública, saneamento, assistência social...);

♦ Investimentos no meio ambiente.

3 - BALANÇO PATRIMONIAL

⇒ Reflete a posição financeira de uma empresa em determinado momento. ⇒ O Balanço Patrimonial é constituído de duas colunas a coluna do lado direito

denominada de Passivo e a coluna da esquerda denominada de Ativo Representação gráfica

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

LADO ESQUERDO LADO DIREITO ATIVO: Todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis em dinheiro, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. Requisitos para ser um ATIVO: 1º Ser um bem ou um direito ⇒ Bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (Moeda) ferramentas, veículos,

instalações, etc. • Tangíveis: quando possuem corpo, matéria.

• Móveis: não são fixo ao solo. • Imóveis: fixos ao solo.

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• Intangíveis: incorpóreo ⇒ Direitos: Contas a receber, os direitos podem ser vistos como bens de posse de

terceiros. Por exemplo, se a empresa tem contas a receber, ela tem dinheiro (bens) de posse de terceiros para receber no futuro. De maneira geral são papeis, títulos, etc.

2º Ser de propriedade da empresa: Se o bem ou direito não for de propriedade da empresa, não constará do seu Ativo (leasing1). ⇒ Funcionários de uma empresa não são contabilizados como Ativo, pois ainda que

sejam um bem, não são propriedade da mesma. ⇒ Escravos eram considerados como um Ativo da empresa. ⇒ O jogador de futebol é considerado um ativo, pois o clube de futebol tem

propriedade do seu passe. 3º Ter valor objetivo (avaliável em dinheiro).

Uma empresa, por exemplo, que possui uma “marca” conhecida no mercado não poderá evidenciá-la como Ativo, embora seja um bem (intangível) de sua propriedade, pois é difícil avaliar a marca monetariamente. Exceção haverá quando a marca for adquirida de terceiros.

Um dos itens mais significativos que normalmente não é contabilizada como ativo, pois não tem um valor objetivo, é o que denominamos de Goodwill. Goodwill é o valor a maior, um ágio, de uma empresa em virtude de bons serviços prestados; da imagem/reputação; da clientela conseguida ao longo dos anos; do ponto comercial, localização; da marca conhecida.

Todos esses atributos positivos, e outros, no momento de se avaliar uma empresa, podem representar montantes algumas vezes maiores do que seu Ativo Tangível. Todavia, por ser de difícil avaliação dado ao subjetivismo, o Goodwill não é evidenciado no ativo, salvo em condições de negociação entre empresas (pois ai define-se ou acorda-se um valor).

4º Trazer benefícios presentes ou futuros: ⇒ Se a empresa tiver um “título a receber” de uma empresa falida, ele não será

Ativo, pois não há a possibilidade de convertê-lo em dinheiro, não trazendo benefício algum para a sua portadora.

⇒ Itens como: carros acidentados, barco afundado, aeronave destruída, estoque obsoleto, bens destruídos por incêndio ou por inundação devem ser baixados. Se houver um valor residual depois do acidente, deve permanecer no Ativo apenas este valor, sendo a diferença baixada como uma perda.

PASSIVO. 1 Existe atualmente uma corrente contábil defendendo a contabilização dos bens arrendados (leasing como ativo, considerando que o leasing nada mais é do que um financiamento disfarçado).

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1º Passivo Exigível: Evidência toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros: contas a pagar, fornecedores, impostos a pagar, financiamento, empréstimos, etc. ⇒ O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer

será exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso é mais adequado denominá-lo de Passivo Exigível.

2º Patrimônio Líquido (PL): Evidência recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. ⇒ Investimento inicial dos proprietários (primeira aplicação) é denominado de

CAPITAL. Se houver outras aplicações por parte dos proprietários (acionistas no caso das S/A, ou sócios no caso da LTDA), teremos acréscimo ao Capital.

⇒ O PL Não cresce apenas com novos investimentos dos proprietários, mas também, e isto é mais comum, com os rendimentos resultantes do capital aplicado. Esse rendimento e chamado de LUCRO

⇒ O Lucro resultante da atividade operacional da entidade, obviamente pertence, em última análise, aos proprietários que investiram na empresa.

⇒ Do lucro obtido em determinado período pela atividade empresarial, normalmente, uma parte é distribuída para os donos do capital (dividendos) e outra parte é reinvestida no negócio, isto é fica retida na empresa.

⇒ A parte do lucro acumulado é adicionada ao PL. Dessa forma, as aplicações dos proprietários vão crescendo.

Na verdade, tanto o Passivo quanto o Patrimônio Líquido são obrigações da

Empresa. No Passivo, temos as obrigações exigíveis por terceiros e, por isso, também são conhecidas como Capitais de Terceiros. No Patrimônio Líquido, temos as obrigações com os proprietários da empresa. No entanto, os proprietários, usualmente, por lei, não podem reclamar a restituição do seu dinheiro investido; por isso, este grupo também é conhecido como Não Exigível. Sendo assim se o proprietário só tiver seu dinheiro de volta no encerramento da empresa, podemos dizer que, num processo de continuidade, os recursos do Patrimônio Líquido pertencem à empresa e, por essa razão, também são conhecidos como Capital Próprio.

BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO

(Capital de Terceiros) ATIVO

Bens + Direitos PATRIMÔNIO LÍQUIDO

(Capital Próprio)

3.1 - CAPITAL DE TERCEIROS x CAPITAL PRÓPRIO.

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A comparação Capital de terceiros com o Capital Próprio revela o grau de endividamento da empresa. Quanto maior for o Capital de terceiros em relação ao Capital próprio, maior será o endividamento da empresa. É certo que um bom equilíbrio entre esses dois grupos é o que se deseja, embora, para ser mais competitiva, adquirir Ativos mais eficientes, haja tendência por parte das empresas em se endividarem mais. 3.2 - ORIGENS E APLICAÇÃO DE RECURSOS. ⇒ O lado do Passivo, tanto Capital de terceiros como Capital Próprio, representa

toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. Nenhum recurso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio Líquido.

⇒ O lado do Ativo é caracterizado pela aplicação dos recursos originados no Passivo e PL.

⇒ Se a empresa tomar emprestado recursos de uma instituição financeira, terá uma origem de recursos: Passivo. Todavia, os recursos serão aplicados em algum lugar no Ativo: estoque, máquinas, caixa, etc.

⇒ Fica bastante simples entender que o ATIVO será sempre igual ao PASSIVO + PL, pois a empresa somente pode aplicar aquilo que tem origem.

⇒ Se há uma origem (fonte) de $ 2.325.648 (PASSIVO + PL), haverá uma aplicação de $ 2.235.648 (ATIVO).

⇒ Daí, o lado do Ativo será sempre igual ao lado do Passivo + Patrimônio Líquido. ⇒ Conclui-se que: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Equação contábil Básica:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

OU

ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

3.3 - REQUISITOS DO BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é composto de um cabeçalho onde conterá:

a) Denominação da Empresa. b) Título da Demonstração (Balanço Patrimonial). c) Data do encerramento do Balanço.

O corpo do Balanço é constituído por duas colunas; à esquerda, que chamamos de Ativo, e a direita, denominada de Passivo.

A Lei das Sociedades Por Ações (Lei 6.404/76) dispõe que as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores

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correspondentes do exercício anterior. Assim, o Balanço Patrimonial, bem como as Demonstrações Financeiras, serão apresentadas em duas colunas: Exercício atual e Exercício anterior.

Essa apresentação facilita ao usuário das demonstrações no sentido de observar a evolução dos valores de um ano para outro, ou seja, propicia a comparação de, pelo menos, dois exercícios. 3.4 - CURTO PRAZO E LONGO PRAZO.

Curto prazo – Classificam-se os bens, direitos e obrigações, com prazo de vencimento ou realização de um ano, ou seja, durante o curso do exercício social seguinte; como por exemplo, as contas do Ativo circulante e do Passivo Circulante.

Longo Prazo – Classificam-se os bens, direitos e obrigações, com prazo de vencimento ou realização superior a um ano, ou seja, após o termino do exercício social seguinte; como por exemplo, as contas do Ativo realizável a longo prazo e do Passivo exigível a longo prazo.

OBS: Nas empresas em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou no longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Data da elaboração do Balanço Patrimonial. 31/12/2004 31/12/2005 2005 2006

CURTO PRAZO

LONGO PRAZO

Término exercício

social

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3.5 - CICLO OPERACIONAL

Entende-se como ciclo operacional o período de tempo que uma industria, por exemplo, leva para produzir seu estoque, vendê-lo e receber as duplicatas geradas na venda, entrando o dinheiro em caixa. Representa a aplicação de recursos na atividade da entidade até a formação dos estoques que, mediante venda, voltarão a ser valores disponíveis. Ciclo operacional de longo prazo – somente ocorrerá nas entidades onde o processo produtivo é demorado, como por exemplo: construção civil pesada, construção naval, construção de equipamento de grande porte, etc. Pela Lei das S/A, se o ciclo operacional de uma empresa for superior a um ano, para classificação de contas no Balanço Patrimonial, passa a ser considerado como base para a classificação em Curto e Longo prazo o prazo do ciclo operacional da empresa. Portanto, se o Ciclo Operacional for de 17 meses, o Curto Prazo será de até 17 meses, e, o Longo Prazo acima de 17 meses. CICLO OPERACIONAL

Compra de matéria prima

Produção em

andamento

Produtos Acabados

Duplicatas a receber

Caixa e

Bancos

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15

3.6 - GRAU DE LIQUIDEZ·

⇒ Os itens de maior liquidez são classificados em primeiro plano. Os de menor liquidez aparecem em último lugar.

⇒ Capacidade de solvência ou de pagamento de dividas e obrigações,

necessitando de bens numerários para fazer frente a esses compromissos. Um bem ou direito, quanto mais próximo estiver de se transformar em dinheiro, maior liquidez possuirá.

3.7 - CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS DE CONTAS DO ATIVO E DO PASSIVO

ATIVO PASSIVO

Itens que já são dinheiro ou que serão transformados em dinheiro rapidamente (curto prazo)

Todas as contas que serão pagas rapidamente, no Curto Prazo, ou até 1 ano.

• Como essas contas recebidas e pagas rapidamente se renova constantemente (estão sempre girando), foi dado o nome de Circulante (corrente), tanto para o Ativo como para o Passivo.

ATIVO PASSIVO

Circulante Recebe rapidamente Recebe lentamente, no Longo Prazo

Circulante Paga-se rapidamente Demora-se muito tempo para pagar

• Se a empresa espera muito tempo para receber, poderíamos chamar esse grupo de Realizável a Longo Prazo. E, por outro lado, demorando-se muito para pagar significa um Exigível a Longo Prazo.

• Assim, no Passivo temos: contas que se pagam rapidamente e contas que vão demorar muito tempo para se pagar. Conseqüentemente, o terceiro grupo será de contas que não serão pagas. É o caso do Patrimônio Líquido: enquanto a empresa estiver em um processo de continuidade, não precisa pagar (Não Exigível) seus donos.

No Ativo, o que recebemos rapidamente está em primeiro lugar; depois vem o

que vamos demorar a receber. Nesta seqüência, em terceiro lugar, vem o grupo dos itens que a empresa não receberá, pois não estão a venda, mas destinados ao uso e a renda. Esses itens permanecem muito tempo dentro da empresa, daí serem chamados de Permanente.

Page 16: Apostila Financeira III

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ATIVO PASSIVO Circulante Será transformado em dinheiro rapidamente. Realizável a Longo Prazo Espera-se muito tempo para receber Permanente Geralmente não se vende, não se recebe, pois é para uso.

Circulante Será pago rapidamente, no Curto Prazo. Exigível a Longo Prazo Demora-se muito tempo para pagar. Patrimônio Líquido Não precisa pagar enquanto a empresa estiver em continuidade

3.8 - GRUPOS DE CONTAS DO ATIVO. O Ativo está disposto em grupos de contas homogêneas ou de mesmas características. Os itens do Ativo são agrupados de acordo com a ordem decrescente de sua liquidez, isto é de acordo com a rapidez com que podem ser convertidos em dinheiro. 3.8.1 - ATIVO CIRCULANTE.

⇒ É o primeiro grupo de contas do Ativo. A recomendação legal de que os bens e

direitos sejam classificados no Ativo na ordem do grau de liquidez decrescente

faz com que, no Ativo Circulante, estejam posicionados, após o disponível, os

itens que se converterão em dinheiro mais rapidamente (até o final do

exercício subseqüente). O AC é o grupo de maior liquidez no Ativo da empresa.

Outras denominações do Ativo circulante

Os sinônimos encontrados para “Ativo Circulante” na literatura contábil

definem, de certa forma, o que ele representa, senão vejamos:

♦ Capital de Trabalho. É com o AC que o administrador trabalha para produzir

riqueza atendendo o objeto social da empresa.

♦ Capital de Giro. É o AC que o administrador movimenta, procurando girar

mais rapidamente possível com o objetivo de melhorar a rentabilidade.

♦ Ativo Corrente. É o AC que corre, gira e trabalha no sentido de trazer

benefícios à empresa.

Page 17: Apostila Financeira III

17

♦ Capital Circulante. É o AC que assume dentro de um ciclo diversas formas,

iniciando-se com dinheiro, transformando-se em mercadoria, posteriormente em

duplicatas e, novamente em dinheiro (no resgate das duplicatas).

3.8.1.1 - COMPONENTES DO ATIVO CIRCULANTE.

Os valores classificáveis no AC são:

1. Disponíveis:

• Caixa

• Depósitos bancários à vista (BCM)

• Aplicações financeiras.

2. Bens e Direitos Realizáveis a Curto Prazo.

• Duplicatas a receber

• Estoques

• Investimentos Temporários

• Outros Valores.

3. Aplicações de Recursos em Despesas do Exercício Seguintes (Despesas

Antecipadas).

• Seguros.

• Despesas Financeiras.

• Material de Escritório

• Outros valores antecipados.

3.8.1.2 - SIGNIFICADOS DOS TERMOS CONTÁBEIS

DISPONÍVEL.

⇒ São recursos da empresa para fazer frente aos seus compromissos imediatos

ou para qualquer outra aplicação relativa à sua atividade. Sua principal

característica é a de serem “a vista”, isto é, trata-se de dinheiro em mãos, ou

de depósito bancário sacável a vista, ou de outras aplicações consideradas a

vista.

Page 18: Apostila Financeira III

18

⇒ Disponível é composto dos itens: Caixa, BCM e Aplicações financeiras diárias.

A) Caixa – Representa o dinheiro à disposição da empresa. Este item pode incluir,

também “cheques em mãos”, não depositados ainda, porém recebíveis

imediatamente. Outros valores como cheques a receber, vales a receber etc.

devem ser classificados em Contas a receber ou Adiantamentos e não figurar

indevidamente no saldo de caixa.

B) Depósitos Bancários a Vista (BCM) – São depósitos efetuados em conta

bancária onde a empresa pode, geralmente com cheque, movimentar livremente o

dinheiro depositado.

Contabilmente, o controle dos depósitos em bancos e da emissão dos

cheques é feito no Razão. Este controle é dos mais perfeitos, e mantido atualizado

dispensa qualquer controle extracontábil. A conferência, sempre necessária, é

feita através da Conciliação bancária.

C) Fundo de Aplicação Financeira. – São aplicações de liquidez imediata, ou seja,

aplicações em títulos, para poucos dias, que podem ser vendidos (transformados em

dinheiro) a qualquer momento.

CRÉDITOS A RECEBER A CURTO PRAZO

⇒ A conta mais representativa desse subgrupo é, sem duvida. “clientes” ou

“Duplicatas a Receber”, que abrange os valores relativos a vendas a prazo,

cujos recebimentos se darão até o término do exercício seguinte, ou seja, no

curto prazo. Além das contas Clientes e Duplicatas a receber são componentes

usuais deste grupo: Estoques, Investimentos Temporários e Outros Valores.

A) Duplicatas a Receber – Originárias de vendas de mercadorias/produtos ou

prestação de serviços a prazo para os seus clientes (por isso alguns contadores

Page 19: Apostila Financeira III

19

denominam esta conta de clientes). A duplicata é um comprovante de dívida do

cliente com a empresa. Dá direito à empresa de cobrar seus clientes no vencimento

do prazo de faturamento. A conta “Duplicatas a Receber” corresponde às

duplicatas emitidas e ainda não liquidadas.

B) Estoques – Para uma empresa comercial, estoques significa o conjunto de

mercadorias a disposição para vendas.

Para uma empresa industrial, estoques significam a matéria prima adquirida

estando ela em transformação ou já acabada.

Para uma empresa de serviços, estoques significam o material de consumo

disponível e necessário para o desempenho eficaz da sua atividade. Portanto, estes

estoques não se destinam à venda, mas são consumidos na prestação de serviços.

C) Investimentos Temporários – O critério de classificação dos investimentos

temporários, permanente, longo prazo ou disponível está ligado à intenção que

animou a aplicação. É a intenção que vai determinar o tipo de investimento e a

classificação adequada. O tipo do investimento não difere muito daquele do

“Disponível” nem do “Longo Prazo”, pois podem ser:

• Fundo de Aplicações Financeiras;

• Depósitos a Prazo Fixo; • Certificado de Depósito Bancário; etc.

D) Outros Valores a Receber – São valores a receber oriundos de aplicações

necessárias, e não classificáveis nos outros grupos, do Ativo circulante, mas

Realizáveis em Curto Prazo. Este grupo pode conter: Adiantamento para

empregados, para viagens, para fornecedores; Impostos a recuperar, etc.

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE (DESPESAS ANTECIPADAS).

⇒ São aplicações de recursos em despesas que permitirão desfrutar de um

benefício no próximo exercício e que, pelo princípio da confrontação, devem ser

apropriadas no exercício do benefício, independentemente da época do

Page 20: Apostila Financeira III

20

pagamento. O grupo de despesas antecipadas apresenta como componentes

usuais os seguintes: seguros, juros, aluguéis, impressos e materiais de uso

personalizados, etc.

A) Despesas Antecipadas com Seguros – representa os valores pagos

antecipadamente à companhia de seguros para desfrutar de uma cobertura

securitária.

B) Despesas Antecipadas com Juros – É o valor geralmente descontado do

financiamento e que corresponde ao custo do Capital de Terceiros que estará à

disposição da empresa no próximo exercício ou será liquidado no próximo exercício.

C) Despesas Antecipadas com Aluguéis – é o valor pago antecipadamente por

força contratual para se utilizar um imóvel no próximo exercício.

D) Impressos e Materiais de uso Personalizado - São os impressos e materiais

de uso fiscal, institucional, ou promocional que devido às suas finalidades precisam

ser personalizados e, muitas vezes, devem ser feitos em grande quantidade, e o

seu uso irá exceder o exercício atual, beneficiando o próximo exercício. Daí, nada

mais justo que transferir para o próximo exercício o valor proporcional às

quantidades remanescentes existentes no fim do exercício e devidamente

inventariadas.

3.8.2 - ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO.

São Ativos de menor liquidez (transformam-se em dinheiro mais

lentamente) que o Circulante. Neste item, são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às

sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas etc. além dos títulos a receber a Longo Prazo.

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3.8.3 - ATIVO PERMANENTE. São aqueles ativos que dificilmente serão vendidos, pois sua característica básica é não se destinarem à venda. Portanto, pode-se dizer que são itens sem nenhuma liquidez para a empresa. Outra característica do Ativo Permanente é que são itens usados por vários anos (vida útil longa) e sua reposição, ao contrário do circulante, é lenta. Seus valores não variam constantemente, daí a denominação de Ativo Fixo. No Permanente, encontram-se prédios, instalações, equipamentos, móveis, utensílios, registrados pelo seu custo de aquisição. Como dedução do valor bruto encontra-se a Depreciação Acumulada que é a perda da capacidade (pelo desgaste ou pela deterioração tecnológica) daqueles ativos de produzirem eficientemente. Assim, tem-se o valor líquido (valor da aquisição – Depreciação Acumulada) que deve aproximar-se do valor daqueles ativos em termos de potencial capaz de trazer benefícios futuros para a empresa. O Ativo Permanente subdivide-se em três grupos ⇒ Investimento: as participações (que não se destinam à venda) em outras

sociedades (investimentos em Coligadas e Controladas) e outras aplicações de característica permanente que não se destinam à manutenção da atividade operacional da empresa, tais como: imóveis alugados a terceiros (Não de uso mais para renda) e obras de arte.

⇒ Imobilizado: as aplicações que tenham por objetivo bens destinados à

manutenção da atividade operacional da empresa, tais como: imóvel (onde está sediada a empresa) instalações, móveis e utensílios, veículos, máquinas e equipamentos (no caso de industria), marcas e patentes, etc.

⇒ Diferido: são as aplicações de recursos em despesas, ou gastos, que contribuem

para a obtenção de receita ou para a formação do resultado de mais de vários exercícios sociais, tais como: gastos pré-operacionais, gastos de reorganização, pesquisa e desenvolvimento de produto.

O Diferido refere-se basicamente a gastos com serviço no sentido de beneficiar a empresa por vários anos. A grosso modo, difere de investimentos (compra de ações, terrenos etc.) e do imobilizado (máquinas, veículos, móveis e utensílios etc.), pois estes, normalmente, se referem à aquisição de bens e direitos e aqueles (diferido), quase sempre, são remunerações por serviços, que beneficiarão a empresa por vários anos.

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3.9 – GRUPO DE CONTAS DO PASSIVO O Passivo agrupará contas de acordo com seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais rapidamente integrarão um primeiro grupo. Aquelas que serão pagas num prazo mais longo formarão outro grupo. Há uma analogia com o Ativo em termos de liquidez decrescente, porém no caso das contas do Ativo primeiramente aparecerão as contas que se converterão mais rapidamente em dinheiro e, no Passivo serão destacadas, prioritariamente, as contas que deverão ser pagas mais rapidamente. 3.9.1 – COMPONENTES DO PASSIVO 3.9.1.1 - PASSIVO CIRCULANTE. São as obrigações que normalmente são pagas dentro do final do exercício seguinte, ou seja, no curto prazo: Contas a pagar, Dívidas com fornecedores de Mercadorias ou Matéria Primas, os Impostos a recolher, os Empréstimos Bancários, as Provisões2. 3.9.1.2 – PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO. São as atividades da empresa que serão liquidadas com prazo superior ao final do exercício social seguinte como, por exemplo, financiamentos, títulos a pagar, Debêntures. A opção da empresa em contrair dívidas a longo prazo é mais confortável, uma vez que esta terá mais tempo para saldar a obrigação e conseqüentemente mais tempo para gerar os recursos financeiros, para saldar a dívida. É tradicional no mercado financeiro obter empréstimos a longo prazo para a aquisição de bens do Permanente. A lógica é que a aplicação no Permanente gera recursos mais lentamente que as aplicações no Ativo Circulante e que os montantes necessários para a aquisição de itens do Permanente são maiores que os Ativo Circulante. Sempre que possível, é interessante que a empresa concentre mais sua dívida a Longo Prazo que a Curto Prazo, embora nem sempre seja tarefa fácil. É claro também, que a forma de cálculo dos encargos deve ser considerada. Por exemplo, em época de inflação decrescente, não é interessante contrair empréstimos a Longo Prazo. 3.10 – GRUPOS DE CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O PL representa os investimentos dos proprietários (Capital) mais o Lucro Acumulado, no decorrer dos anos retido na empresa, ou seja, não distribuído e 2 Provisões são as despesas incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecida pela empresa como por exemplo: impostos de renda, férias a pagar, 13º salários a pagar, encargos sociais a pagar.

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ainda não incorporado ao capital. Além desses itens podemos observar neste grupo de contas as reservas.

Visão sintética do Balanço patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO Circulante São contas que estão constantemente em giro (em movimento) sendo que a conversão em dinheiro será, no máximo, no próprio exercício social. Realizável a Longo Prazo São bens e direitos que se transformarão em dinheiro um ano após o levantamento do Balanço Patrimonial. Permanente São bens e direitos que não se destinam à venda e tem vida útil.

- Investimento. São as inversões financeiras de caráter permanente que geram rendimentos que não são necessários à manutenção da atividade fundamental da empresa.

- Imobilizado. São os itens de natureza

permanente que serão utilizados para a manutenção da atividade básica da empresa.

- Diferido. São aplicações que beneficiarão resultados de exercícios futuros.

Circulante. São obrigações exigíveis que serão liquidadas no próximo exercício social: nos próximos 365 dias após o levantamento do Balanço Patrimonial. Exigível a Longo Prazo. São obrigações exigíveis que serão liquidadas com prazo superior a um ano – Dívidas a longo prazo. Patrimônio Líquido São os recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o Capital mais o seu rendimento: Lucros e Reservas.

4 – ALGUMAS DECISÕES EM RELAÇÃO AO BALANÇO PATRIMONIAL. A contabilidade é um sistema de informação voltado principalmente para prover os usuários de dados para a tomada de Decisão. 4.1 – IMPORTÂNCIA DO PASSIVO. ⇒ Um dos aspectos importantes do Passivo é avaliar a estrutura do Capital:

(Capital de terceiros (PC + ELP) e Capital Próprio (Patrimônio Líquido)). ⇒ Quanto maior for o capital de Terceiros, mais a empresa estará endividada. No

entanto, ao analisar-se o Capital de Terceiros, detecta-se o prazo, o custo da dívida, para quem se deve, etc.

⇒ Também são os indicadores de endividamento que nos informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários.

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⇒ Através do Passivo também saberemos se os recursos de terceiros têm seu vencimento em maior parte a Curto Prazo ou Longo Prazo.

4.2 – SITUAÇÃO FINANCEIRA: ATIVO CIRCULANTE x PASSIVO CIRCULANTE. É desejável que toda a empresa possua um Ativo circulante maior que o Passivo circulante. Enquanto o segundo significa obrigações a pagar o primeiro significa dinheiro (caixa e bancos) e valores que se transformarão em dinheiro a curto prazo. Muitas vezes, mesmo que o Ativo Circulante seja maior que o Passivo Circulante, a empresa encontra dificuldade de pagamento das suas obrigações, isto porque as dívidas estão vencendo com rapidez maior do que os valores que se transformam em dinheiro. Isto é os recebimentos da empresa ocorrem de forma mais lenta que os vencimentos das Contas a Pagar. Quando ocorre este fato, a empresa recorre a empréstimos, descontos de duplicatas, etc. no sentido de reforçar seu caixa para cobrir seus compromissos em vencimento. Dessa forma a empresa recorre ao Capital de Giro. 4.3 – CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL). Ativo Circulante menos Passivo Circulante evidencia o capital Circulante Líquido (CCL), ou seja, à parte do Ativo Circulante que não está comprometida com o Passivo Circulante. Admita que uma empresa tenha um Ativo Circulante de $ 9.000 e um Passivo Circulante de $ 5.000. Observe que neste caso se a empresa pagar todo o seu Passivo Circulante (na hipótese de ter dinheiro suficiente em caixa), ainda lhe restarão $ 4.000 que é o CCL da empresa. Portanto os $ 4.000 não estão comprometidos com as dívidas da empresa. Pelo fato da empresa possuir uma parcela que não será utilizada para pagamento de dívida, dá uma folga financeira maior a ela. No lado estritamente financeiro, quanto maior for o CCL maior será a flexibilidade financeira da empresa.

AC –PC = CCL

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5 – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) A DRE é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (geralmente 12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresas que não requeiram dados pormenorizados para a tomada de decisão. Deve evidenciar o total das despesas deduzindo da receita, apurando-se, assim, o lucro. A DRE completa, exigida por lei, fornece maiores minúcias para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos etc.

DRE (simples) DRE (completa) Receita (-) Despesa. Lucro ou Prejuízo

Receita (-) Deduções (-) Custos (-) Despesas (-) ___________ Lucro ou Prejuízo

5.1 – DETALHES DE INFORMAÇÕES DA DRE. A preocupação na elaboração de um Relatório Contábil é a riqueza de detalhes, sem complicações, no sentido de propiciar um maior número de informações para a tomada de decisões. As parcelas dedutivas, que a grosso modo chamamos de despesas são agrupadas de acordo com suas características.

Receita Bruta ⇒ Total Geral das Vendas

(-) Deduções ⇒ neste grupo incluem-se todos os valores que não representam sacrifícios financeiros para a empresa,

mas que são meros ajustes para se chegar a um valor

mais indicativo que é receita Líquida, como, por

exemplo, impostos cobrados no momento da venda; as

vendas canceladas e os descontos incondicionais.

Receita (-) Despesa sentido vertical Lucro ou prejuízo (dedutivo)

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= Receita Líquida (-) Custo do Período ⇒ São somente os custos com: fabricação, vendas ou

serviço. (dependendo do ramo de atividade da empresa). = Lucro Bruto ⇒ É a diferença entre a venda de mercadorias e o custo dessa mercadoria vendida, sem considerar despesas administrativas, de vendas e financeiras. (-) Despesas ⇒ São os gastos de escritório, gastos para administrar a empresa como um todo: desde o esforço para colocar os os produtos aos clientes (Despesas de vendas, comissão, propagandas), até a remuneração ao capital de terceiros (despesas financeiras e juros) + Receitas operacionais ⇒ Receitas oriundas de atividades acessórias ou mesmo eventuais que gerem receitas (variações monetárias, receitas financeiras, resultados em participações societárias). = Lucro Operacional (-) Perdas ⇒ Geralmente são gastos imprevisíveis, anormais, extraordinários, que não contribuem para a obtenção de receita = Lucro antes da distribuição. (-)Part. de Terceiros ⇒ Há pessoas que, voluntária ou involuntariamente, terão uma “fatia do lucro”: governo (através do imposto de renda e da CSSL), administradores, empregados. = Lucro Líquido (-)Part. dos donos ⇒ Refere-se ao valor distribuído aos sócios ou acionistas. = Lucro Líquido retido na empresa 5.1.1 – RECEITA LÍQUIDA. A Receita Bruta é o total bruto vendido no período. Nela estão inclusos os Impostos sobre Vendas (os quais pertencem ao governo) e dela não foram subtraídas as devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos (descontos) ocorridos no período.

Receita Bruta (-) Deduções Receita Líquida

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Os impostos e taxa sobre vendas são aqueles gerados no momento da venda; variam proporcionalmente à venda, ou seja, quanto maior for o total de vendas maior será o imposto. São os mais comuns:

⇒ IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (governo federal); ⇒ ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (governo

estadual); ⇒ ISS – Imposto Sobre Serviço de qualquer natureza (governo municipal); ⇒ PIS – Programa de Integração Social (contribuição sobre o faturamento

– governo federal); ⇒ COFINS – Contribuição social sobre o faturamento (contribuição sobre

o faturamento – governo federal); Admita-se que a Cia Balanceada, indústria, tenha emitido uma nota fiscal de

venda cujo preço do produto seja de $ 10.000,00 mais 10% de IPI. O ICMS está incluso no peço do produto a um valor de $1.200,00 (12% sobre o valor de produto).

DRE – Cia Balanceada

Receita Bruta............................................................................. $ 11.000,00 (-) Deduções IPI........................................................................................... $ (1.000,00) ICMS....................................................................................... $ (1.200,00) PIS.......................................................................................... $ ( 65,00) COFINS................................................................................. $ ( 200,00) = Receita Líquida........................................................................ $ 8.535,00

Na verdade, os impostos sobre venda não pertencem à empresa, mas ao

governo. Ela é mera intermediária que arrecada impostos junto ao consumidor e recolhe ao governo; por isso, não devem ser considerados como receita real da empresa (uma vez que normalmente, quem paga esses impostos é o consumidor final e não a empresa).

Devoluções (vendas canceladas) são mercadorias devolvidas por estarem

em desacordo com o pedido (preço, qualidade, quantidade, avaria). O comprador, sentido-se prejudicado, devolve total ou parcialmente a mercadoria. Às vezes a empresa vendedora, na tentativa de evitar a devolução, propõem um abatimento no preço (desconto) para compensar o prejuízo ao comprador. Tanto a devolução como o abatimento aparecem deduzindo a receita Bruta na DRE.

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Exemplo: Suponha que a Cia Desequilibrada tenha vendido $ 5.000,00 de mercadorias de má qualidade, metade para o comprador “A” e metade para o comprador “B”. A empresa “A” devolveu 20% do lote e a empresa “B” aceitou a proposta da Cia Desequilibrada de 10% de abatimento para evitar a devolução.

DRE CIA DESEQUILIBRADA

Receita Bruta.....................................................................................................$ 5.000,00 (-) Deduções ICMS sobre vendas......................................................................................$ ( 722,50) PIS sobre faturamento...............................................................................$ ( 27,60) COFINS...........................................................................................................$ ( 85,00) Devolução de vendas (20% devolvido pela empresa “A”)..................... $ (500,00) Abatimentos (10% abatimento dado à empresa “B”)............................ $ (250,00) = Receita Líquida................................................................................................ $ 3.414,90

Portanto deduções são ajustes (e não despesas) realizados sobre a receita

bruta para se apurar a receita líquida. O que interessa para a empresa é efetivamente a Receita Líquida, que é o que sobra em termos de receita. Ajuste significa que não houve sacrifício financeiro ou esforço para obter a receita. 5.1.2 – LUCRO BRUTO

Receita Bruta (-) Deduções Receita Líquida (-) Custo das Vendas Lucro Bruto

Lucro Bruto é a diferença entre a venda de mercadoria e o custo dessa mercadoria Vendida, sem considerar despesas administrativas, de venda e financeiras. Para uma empresa prestadora de serviço o raciocínio é o mesmo: Lucro Bruto é a diferença entre a Receita e o Custo do Serviço Prestado sem considerar aquelas despesas referidas supra. Resumindo, subtrai-se da receita o custo da mercadoria ou do produto ou o do serviço colocado à disposição do consumidor, desprezando-se as despesas administrativas, financeiras e as vendas. O Lucro Bruto, após cobrir o custo de fabricação do produto (ou o custo da mercadoria adquirida para revenda, ou o custo do serviço prestado), é destinado à remuneração das despesas de vendas, administrativas e financeiras, bem como à remuneração do governo (imposto de renda) e dos proprietários da empresa (lucro líquido).

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5.1.2.1- CUSTO DAS VENDAS A expressão Custo das Vendas é bastante genérica, devendo, por essa razão, ser especificada por setor na economia: ⇒ Para empresas industriais o custo das vendas é denominado Custo do Produto

Vendido. (CPV); ⇒ Para empresas comerciais o custo das vendas é denominado Custo das

Mercadorias Vendidas (CMV); ⇒ Para empresas prestadoras de serviço o custo das vendas é denominado Custo

dos Serviços Prestados (CSP). 5.2 - LUCRO OPERACIONAL O Lucro Operacional é obtido através da diferença entre o Lucro Bruto e as Despesas Operacionais.

Receita Bruta (-) Deduções = Receita Líquida (-) Custo das Vendas = Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais = Lucro Operacional

5.2.1 – DESPESAS OPERACIONAIS. São esforços/sacrifícios4 que a empresa faz, no período (ano/exercício) para obter receita. As despesas operacionais são necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa. Os principais grupos de Despesas Operacionais são: 5.2.1.1 – Despesas de Vendas: Abrangem desde a promoção do produto até sua colocação junto ao consumidor (comercialização e distribuição). São despesas com o pessoal da área de venda, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, 4 Utilização ou consumo de bens ou serviços no processo de produzir receitas. Portanto, o sacrifício não é só financeiro, mas, por exemplo, uma depreciação (consumo parcial de bens).

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marketing, estimativa de perdas com duplicatas derivadas de vendas a prazo (provisão para devedores duvidosos) etc. 5.2.1.2 – Despesas administrativas: São aquelas necessárias para administrar (dirigir) a empresa. De maneira geral, são gastos nos escritórios que visam à direção ou à gestão da empresa. Podemos citar como exemplo: honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis de escritório, materiais de escritório, seguro de escritório, depreciação de móveis e utensílios, assinaturas de jornais etc. 5.2.1.3 – Despesas financeiras: São as remunerações aos capitais de terceiro, tais como: juros pagos ou incorridos, comissões bancárias, descontos concedidos, juros de mora pagos etc. As despesas financeiras devem ser compensadas com as Receitas Financeiras (conforme disposição legal), isto é, estas receitas são deduzidas daquelas despesas, havendo indicação de cada uma delas. As receitas de natureza financeira são as derivadas de aplicações financeiras (no mercado financeiro), juros de mora recebidos, descontos obtidos etc. Se o montante de Receita Financeira for maior que o da Despesa Financeira, a Receita financeira será deduzida de outras Despesas Operacionais. Despesa Financeira > Receita Financeira Despesa Financeira < Receita Financeira Despesa financeira.........................(280.000) Receita financeira..............................80.000 Desp./Rec. Financeira....................(200.000)

Despesa financeira.........................(280.000) Receita financeira............................390.000 Desp./Rec. Financeira.......................110.000

Despesas Operacionais Despesas Operacionais De vendas.........................................(300.000) Administrativas...............................(400.000) Financeiras*......................................(200.000)

De vendas.........................................(300.000) Administrativas...............................(400.000) Financeiras*.......................................110.000

* Deve-se, com o objetivo de apresentar maior grau de detalhe, indicar o confronto Despesa financeira X Receita Financeira dentro do grupo de Despesas Operacionais, destacando seus respectivos valores. 5.2.1.4 – Variações Monetárias: significam variações da moeda em virtude da inflação. Se uma empresa, inicialmente, possui uma dívida de US$ 100.000, no final do ano, em termos reais, continua devendo cem mil dólares. Observe que em reais esse valor poderá variar. Se o dólar fosse cotado a R$ 3,00 no início, a dívida seria de R$ 300.000; admita que no fim do ano o dólar estivesse cotado a R$ 5,00 totalizando a dívida em R$ 500.000.

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Com esta variação do real o acréscimo nominal da dívida foi de R$ 200.000, embora, em termos reais, a dívida continue a mesma: US$ 100.000. Esse acréscimo nominal, em virtude da inflação da moeda nacional, é contabilizado no subgrupo Variações Monetárias, com o título de Variação Cambial, de forma destacada, no item Despesa Financeira. Essa variação monetária é conhecida como “passiva”, pois decorre de uma dívida (passivo). Se fosse o contrário, um valor a receber em dólar (ou qualquer moeda estrangeira), teríamos a Variação Monetária Ativa. Nesse último caso, seria tratado como receita, aumentando o resultado. 5.2.2 – Outras Despesas e Receitas Operacionais. Este grupo é utilizado para despesas operacionais não enquadradas no grupo de vendas, administrativas e financeiras. Exemplo: Despesas Tributárias (aquelas que não variam conforme as vendas) e prejuízos oriundos das aplicações em outras empresas. Semelhante às despesas x receitas financeiras, podem-se incluir outras Receitas Operacionais de caráter eventual, ou não, tais como: lucros de participações em outras sociedades e vendas de sucatas.

Receita Bruta (-) Deduções = Receita Líquida (-) CMV = Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais De Vendas Administrativas Financeiras (-) Receitas financeiras Variações monetárias Outras Despesas ou Receitas Operacionais = Lucro Operacional

($1.600,00) ($800,00)

$450,00 ($200,00)

$ 12.000,00 ($ 3.500,00) $ 8.500,00 ($ 2.300,00) $6.200,00

($2.150,00) $500,00

$4.550,00

Despesas Operacionais • De Vendas $_______________ • Administrativas $_______________ • Financeira – Receita $_____________ $_______________

Variação Monetária $_____________ $_______________

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5.3 Lucro Antes do Imposto de Renda 5.3.1 – Despesas e Receitas Não Operacionais. As despesas e receitas não relacionadas diretamente com o objetivo do negócio da empresa são classificadas como Não Operacionais. Normalmente, trata-se de ganhos ou perdas, isto é são aleatórias. Exemplo: Ganho ou Perdas de Capital. São lucros ou prejuízos na venda de itens do ativo permanente: venda de um veículo (imobilizado), venda de máquinas e equipamentos (imobilizado); venda de ações (investimento) com lucro ou prejuízo. 5.4 – Lucro Depois do Imposto de Renda 5.4.1 – Cálculo do imposto de Renda e da Contribuição Social. O lucro calculado pela contabilidade é levado até um livro não contábil usado exclusivamente para fins fiscais, conhecido como Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). No LALUR o lucro contábil sofrerá alguns ajustes, passando para lucro fiscal (ou tributário) e servindo de base para cálculo do Imposto de Renda. Este lucro ajustado conforme regras fiscais é conhecido como Lucro Real. Junto com o Imposto de renda é também calculada a Contribuição Social que é uma taxa sobre o lucro destinada a finalidades sociais. 5.4.2 – Alguns Ajustes no lucro. Admita que um fiscal qualquer passou pela empresa e a autuou por sonegação, aplicando-lhe uma multa de $ 1.000. A empresa pagou a multa e deduziu

Lucro Operacional (-) Despesas Não Operacionais + Receitas Não Operacionais = Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR)

Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro (-) CSSL (-) Imposto de Renda

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como despesa na DRE, o que é correto. Dessa forma, o lucro contábil, que seria de $ 5.000 foi reduzido para $ 4.000. O pagamento da multa e a dedução como despesa na contabilidade provocaram uma redução no pagamento do Imposto de renda. Porém, segundo os critérios do Imposto de Renda, as multas por sonegação são indedutíveis para cálculo do IRPJ. Dessa forma, no LALUR, a empresa deverá somar ao lucro contábil aquela parcela de $1.000, contabilizada como dedutível, mas, conforme o fisco, considerada indedutível. Assim o lucro real passaria para $5.000. Outras parcelas são adicionadas ao resultado no LALUR para fins do cálculo do lucro real: excesso de depreciação, despesas não dedutíveis. Por outro lado, há as exclusões – parcelas que a empresa pode subtrair para fins de Imposto de Renda: prejuízos de exercícios anteriores, alimentação (PAT). Etc.

Demonstração do Resultado do Exercício Cia. Céu Azul Ltda. Receita Bruta (-) Deduções IPI ICMS Abatimentos Receita Líquida (-) Custo dos Produtos Vendidos Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais de Vendas Administrativas Financeira (-) Receitas Variações monetárias Lucro Operacional (+/-) Despesas/Receitas Não Operacionais Venda de imobilizado com prejuízo Perdas diversas Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social (-) Contribuição social sobre Lucro (-) Imposto de Renda

(3.000) (4.000) (1.000)

(6.000) (12.000) (2.000) (6.000)

(1.000) (2.000)

58.000

(8.000) 50.000

(18.000) 32.000

(26.000) 6.000

(3.000) 3.000

?

Dados para cálculo do Lucro Real: considerando que não há participações vamos calcular o Imposto de Renda Observando as seguintes disposições fiscais.

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1 – No CPV a empresa calculou a Depreciação das máquinas e equipamentos tendo como base 15% e não 10%, como determina o Imposto de renda. O valor de máquinas e Equipamentos é de $ 60.000. 2 – consta em Despesas administrativas uma multa fiscal punitiva no valor de $4.000. 3 – Houve no exercício anterior, um prejuízo de $3.000. Calculo do Lucro Real. Lucro contábil (LAIR) 3.000 Inclusões: 5% de excesso de depreciação (60.000 x 5%) 3.000 Multa Fiscal 4.000

10.000 Exclusões: Prejuízo do Exercício Anterior (3.000) Lucro Real 7.000 Provisão para IRPJ = $ 7.000 x 15% ⇒ $1.050 Provisão para CSSL = $ 7.000 x 9% ⇒ $ 630 5.5 – Lucro Líquido. As sobras pertencentes à entidade (ou aos proprietários). Após a apuração do Lucro depois do IR, faz-se a dedução das participações, previstas nos estatutos. Após essas deduções, encontra-se o Lucro Líquido que é a sobra Líquida a disposição dos sócios ou acionistas. 5.5.1 – Participação no Lucro. Debêntures: As companhias podem solicitar empréstimos ao público em geral pagando juros periódicos e concedendo amortizações regulares. Para tanto,

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emitirão títulos a longo prazo com garantias: são as debêntures. A debênture poderá assegurar ao seu titular, além de juros e correção monetária, participação no lucro da companhia. Empregados e Administradores: É um complemento à remuneração de empregados e administradores. Normalmente, é definido no estatuto ou contrato social um percentual sobre o lucro. Partes Beneficiárias: Normalmente, são concedidas às pessoas que tiverem atuação relevante nos destinos da sociedade (tais como fundadores). São títulos negociáveis, sem valor nominal, que a companhia pode criar a qualquer tempo. Os titulares desse título têm direito à participação (prevista em estatuto) nos lucros anuais. Doações: Contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados. São as doações às constituições de fundações com a finalidade de assistir ao seu quadro de funcionários, às previdências particulares, no sentido de complementar aposentadoria, etc. que definidas em estatuto, serão calculadas e deduzidas da mesma forma que as demais participações. 5.5.2 – Lucro Líquido por ação. Após deduzidas do resultado as participações e contribuições, o que remanescer é o Lucro Líquido. Dividindo-se o Lucro Líquido pela quantidade de ações em que está dividido o capital da empresa, obtém-se o Lucro Líquido por Ação do Capital Social. A legislação brasileira estabelece que o Lucro Líquido por Ação do capital Social deve ser indicado no final da Demonstração do Resultado do Exercício. 5.5.3 – Distribuição do Lucro e Demonstração de Lucro e Prejuízo Acumulados. O lucro Líquido é a sobra Líquida a disposição dos proprietários da empresa. Os proprietários decidem a parcela do lucro que ficará retida na empresa e a parte que será distribuída aos donos do capital (dividendos). Essa distribuição aparece nas demonstrações seguintes: Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrim6onio Líquido.

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6 - DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS. (DLPA) 6.1 – Que fazer com o lucro? Quando a contabilidade apura o lucro de uma empresa, tornando-se este o seu primeiro passo, surge aí uma questão: qual o destino que se vai dar para este lucro? Normalmente, uma parcela do lucro é distribuída aos donos da empresa (acionistas ou sócios) em dinheiro, remunerando o capital investido. Esta remuneração é conhecida como dividendos. Outra parcela visa a reaplicação na empresa, no sentido de fortalecer o Capital Próprio. Esta parcela é conhecida como lucro retido (Não distribuído) e, mais cedo ou mais tarde, irá ser incorporada ao capital social no Patrimônio Líquido. Vamos admitir que a Cia. Mão Aberta, após apurar um lucro de $ 10.000, obedecendo seus estatutos, propõe distribuir 40% em forma de dividendos para os acionistas e o restante (60%) será capitalizado, ou seja, mantido na empresa para fortalecer o Capital Próprio. Assim temos.

DRE _____ _____ _____ _____ _____ _____ _____ _____ Lucro Líquido 10.000

Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO

Circulante _________ ______ _________ ______ Dividendo a pagar 4.000

Patrimônio Líquido ________ ______ Lucros retidos 6.000

40% do lucro vai ser pago

60% o lucro vai ser reinvestido

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6.2 – Instrumento de Integração Entre DRE e BP O trajeto do lucro da DRE até o Balanço Patrimonial sofre tradicionalmente algumas transformações que devem ser explicadas às pessoas que utilizam os relatórios contábeis. Uma das transformações é que o lucro retido poderá receber uma destinação específica, como, por exemplo: ser utilizado especificamente para expansão da fábrica. Ainda que este lucro certamente sirva para aumento de capital (assim como todos os lucros retidos), contabilmente deverá haver o destaque da sua finalidade. O destino do lucro ou prejuízo apurado é apresentado em um relatório denominado de Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). A DLPA serve de “ponte” (é a interligação) entre a DRE e o Balanço Patrimonial. 6.3 – Exemplo de Demonstração de Lucro ou Prejuízos Acumulados. Vamos admitir a Cia Alterosa que teve um lucro de $3.000.000 em 19x3, com o seguinte Balanço.

Balanço Patrimonial Cia Alterosa. Em $

mil ATIVO PASSIVO ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________

31-12-x2 ______ ______ ______ ______ ______ ______ ______ ______ ______

31-12-x3 ______ ______ ______ ______ ______ ______ ______ ______ ______

____________ ____________ ____________ Patrimônio Líquido ___________ ____________ Lucros Acumulados ____________ ____________

31-12-x2 ______ ______ ______ ______ ______ 950 ______ ______

31-12-x3 ______ ______ ______ ______ ______ 2.445 ______ ______

Como foi visto, a conta Lucros Acumulados representa a interligação entre o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Nosso objetivo é verificar porque houve uma variação de $950 para $ 2.445.

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6.3.1 - Ajustes de Exercícios Anteriores.

A nossa legislação estabelece que o Lucro Líquido do Exercício não deve ser influenciado por valores oriundos de outros exercícios. Dessa forma, teremos o Lucro Líquido realmente obtido com as operações num determinado ano.

Encontramos respaldo para esta disposição legal, considerando o princípio de Competência de Exercício, onde serão consideradas Receitas e Despesas geradas no período da apuração do resultado.

Assim, se, por exemplo, constatássemos um erro de soma de cálculo na apuração dos Estoques em 19x0, não poderíamos considerá-lo na DRE em 19x1 (ano em que foi descoberto o erro), pois estaríamos sendo incoerentes.

A legislação dispõe que como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

Observamos ainda que a legislação dispõe que as demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios, contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em notas Explicativas e ressaltar tal efeito.

Vamos admitir que o contador da Cia Alterosa tenha cometido um erro de cálculo na Depreciação, no exercício anterior (19x2), e contabilizado a mais $ 280.000. Agora ele somará $ 280.000 ao lucro anterior. Não podemos esquecer que o lucro Acumulado no Balanço de 31-12-x2 está composto em $ 280.000 a menos e que seria impossível retificar a nossa contabilidade na data do erro. Portanto, o caminho adequado é retificar o saldo de Lucros Acumulados na próxima DLPA, deduzindo aquele excesso.

Demonstração De Lucros ou Prejuízos Acumulados

Cia Alterosa Saldo em 31-12-x2 1. Ajustes de Exercícios Anteriores + Retificação de erro de exercícios anteriores Reversão de Reservas ________________ ________________ ________________ ________________

Saldo em 31-12-x3

950.000

280.000

_______ _______ _______ _______

_______

Assim, Lucros Acumulados passa a ser acrescido de $ 280.000 sem interferir no Lucro Líquido

do Exercício de 19x3.

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6.3.2 Proposta da Administração Para Destinação do Lucro.

Após a apuração do montante disponível (acumulado) do lucro, será destacada a

proposta dos órgãos da administração da companhia, apresentada aos acionistas

(assembléia Geral), sobre a destinação a ser dada ao Lucro Líquido do Exercício.

As destinações do lucro apresentadas na DLPA são constituídas com base no

estatuto da empresa e na Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76). Essas

reservas originadas do Lucro Líquido do Exercício são denominadas Reservas de

Lucros.

6.3.3 – Transferência do Lucro Líquido Para Reservas de Lucros (conforme a

Lei das Sociedades Anônimas). 6.3.3.1 – Reserva Legal.

“Do Lucro Líquido do exercício, 5% serão aplicados, antes de qualquer destinação, na constituição da Reserva Legal, que não excederá 20% do Capital social.

A Reserva Legal tem por fim assegurar a integridade do Capital Social e somente poderá ser utilizada para compensar Prejuízos ou aumentar Capital” (Lei das S/A).

Pressupondo que o Capital da Cia Alterosa fosse de $ 8.000.000 e o Lucro Líquido de $ 3.000.000, a Reserva Legal seria de $ 150.000 (3.000.000 x 5%). Observe que, neste caso, o limite para Reserva é de $ 1.600.000 (8.000.000 x 20%). O valor destinado a esta reserva está, portanto longe do limite.

Esta reserva, assim como as demais reservas de lucro, depois de calculada, farão parte do Patrimônio Líquido da Empresa. 6.3.3.2 – Reservas Estatutárias.

São aquelas previstas nos estatutos da empresa. “ O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

1. indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; 2. fixe os critérios para determinar a parcela anual dos Lucros Líquidos que

serão destinados a sua constituição; e 3. estabeleça limite máximo de Reserva” (Lei 6.404/76)

Admitindo-se que do estatuto da Cia Alterosa constem 10% sobre o Lucro Líquido do Exercício para renovação de equipamento, tem-se:

Reserva Estatutária $ 3.000.000 x 10% = $ 300.000.

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6.3.3.3 – Reserva para Contingência.

“Parte do Lucro Líquido destinado à formação de Reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.

A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa as perda prevista e justificar, com as razões de prudência que recomendem, a constituição da reserva.” (lei 6.404/76).

A Cia Alterosa por não conceder aos seus funcionários os aumentos salariais de costume, prevê, para o próximo período, greve geral por ocasião do dissídio coletivo. A diretoria planeja, confidencialmente, suportar 30 dias de greve. Ultrapassando este limite, ela cederá às reivindicações dos seus funcionários. É prevista, portanto, para o mês de paralisação, uma diminuição de lucro em 17,0%. Então, pode-se equalizar os lucros dos dois anos, formando 8,5% *de reserva:

Reserva para Contingência = $ 3.000.000 x 8,5% = $ 255.000 6.3.3.4 – Reserva Orçamentária (reserva de lucros para expansão) “Parcelas do Lucro Líquido poderão ser retidas para expansão da empresa quando prevista em orçamento de capital aprovado pela Assembléia Geral. O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificativa da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicação de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento” ( lei 6.404/76). Admitindo-se que a Assembléia Geral aprovou um projeto de investimento, em que serão retidos 6% dos lucros do exercício, justificados no orçamento de capital, tem-se: Reservas Orçamentária = $ 3.000.000 x 6% = $ 180.000 6.4 – Dividendos, Transferência de Lucro Líquido para Dividendos.

A parte do Lucro que se destina aos acionistas da companhia denomina-se

Dividendos. Os critérios de cálculo e distribuição dos dividendos são

regulamentados pelo estatuto e através da Lei das Sociedades Anônimas.

A Cia Alterosa ao final do exercício distribuiu 900.000 em dividendos.

6.5 – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

* Metade da perda é assumida no exercício atual e a outra metade no exercício em que realmente ocorrer a perda. Dessa forma, seria disciplinada a distribuição de Dividendos, porquanto não há “gordos” dividendos num ano e, possivelmente, “magros” dividendos no ano seguinte.

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Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Cia Alterosa

Em $ mil

Discriminação Exercício

findo 31-12-x2

Exercício findo

31-12-x3 Saldo no início do período - 950 Ajuste de exercícios anteriores + Retificações de erros - 280 Lucro Líquido do Exercício - 3.000 Saldo Disponível - 4.230 Proposta da Administração para destinação do Lucro Reservas Legal - (150) Reservas Estatutárias - (300) Reserva Orçamentária - (255) Reserva para Contingência - (180) Dividendos a distribuir - (900) Saldo no final do período 950 2.445

7 – Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). A DMPL, dada sua amplitude, inclui a DLPA. Portanto a empresa que optar pela DMPL não precisa elaborar separadamente a DLPA.

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Ao contrário da DLPA que fornece a movimentação, basicamente, de uma única conta do Patrimônio Líquido (lucros Acumulados), a Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido evidência a movimentação de diversas (todas as) contas do PL ocorrida durante o exercício. Assim, todo acréscimo e toda diminuição do Patrimônio Líquido são evidenciados por essa demonstração, bem como a formação e utilização das reservas (inclusive aquelas originadas por lucro). Embora não seja uma demonstração obrigatória, a DMPL é muito mais completa e abrangente que a DLPA. É consideravelmente relevante para as empresas que movimentam constantemente as contas do Patrimônio Líquido. Se elaborada esta demonstração, não há necessidade de se apresentar a DLPA, uma vez que aquela inclui esta. A DMPL é fundamental para a elaboração da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e para ser fornecida às empresas (investidoras) que avaliam seus investimentos permanentes em coligadas ou controladas pelo método da Equivalência Patrimonial3. A técnica da elaboração desta demonstração é bastante simples:

3 Método que visa oferecer meios para avaliação do patrim6onio líquido em sociedades controladas ou coligadas, onde o investimento da investidora é relevante; o valor do patrim6onio líquido da investida é apurado mediante balanço ou balancete. Para maiores detalhe veja: NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo Eduardo. Contabilidade Avançada e Análise das demonstrações Financeiras, Ed. Frase. 9ª Edição, 2000.

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A) Indicaremos uma coluna para cada conta do Patrimônio Líquido (preferencialmente indicando o grupo de reservas a que pertence). Se houver a conta dedutiva “Capital a Realizar”, subtrai-la-emos da conta capital Social e será utilizada a conta Capital Realizado.

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido Empresa..............................................

Reserva de Capital Reservas de Lucro Movimen-

tações

Capital

Realizado Ágio na Emissão de Ações

Outras Reservas de Capital

Legal

Estatutária

Para

contingência

Orçamentária

Lucros a Realizar

Lucros

Acumulados

Total

______ ______ ______ ______

_____ _____ _____ _____

______ ______ ______ ______

______ ______ ______ ______

_____ _____ _____ _____

______ ______ ______ ______

______ ______ ______ ______

______ ______ ______ ______

______ ______ ______ ______

______ ______ ______ ______

_____ _____ _____ _____

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B) Nas linhas horizontais indicaremos as movimentações das contas no mesmo estilo que fizemos com a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido Empresa..............................................

Reserva de Capital Reservas de Lucro Movimentações

Capital

Realizado Ágio na

Emissão de Ações

Outras Reservas de

Capital

Legal

Estatutária

Para

contingência

Orçamentária

Lucros a Realizar

Lucros

Acumulados

Total

Saldo em 31-12-x0 (±)Ajuste de Exercícios Aumento de Capital Reversões de Reservas Lucro Líquido do Exercício

Proposta da Administração de Destinação do Lucro. - Reserva Legal - Reserva Estatutária - Reserva Orçamentária - Reservas para contingência - Reservas de Lucro a Realizar - Dividendos

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

____ ____ ____ ____ ____

____ ____ ____ ____ ____ ____

Saldo em 31-12-x1

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C) Vejamos agora as adições e/ou subtrações de acordo com as movimentações. Vamos admitir que o Capital em 31-12-x0 fosse de $ 7.000 e que durante o período houve um aumento com a utilização de $1.000 de reservas Estatutárias, cujo saldo inicial era de $ 1.500.

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido Empresa..............................................

Reserva de Capital Reservas de Lucro Movimentações

Capital

Realizado Ágio na

Emissão de Ações

Outras Reservas de

Capital

Legal

Estatutária

Para

contingência

Orçamentária

Lucros a Realizar

Lucros

Acumulados

Total

Saldo em 31-12-x0 (±)Ajuste de Exercícios Aumento de Capital Reversões de Reservas Lucro Líquido do Exercício

Proposta da Administração de Destinação do Lucro. - Reserva Legal - Reserva Estatutária - Reserva Orçamentária - Reservas para contingência - Reservas de Lucro a Realizar - Dividendos

7.000 _____ 1.000

_____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

1.500 _____ (1.000) _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

8.500 ____ ____ ____ ____

____ ____ ____ ____ ____ ____

Saldo em 31-12-x1 8.000 500 8.500

Obs.: Neste exemplo estamos admitindo que não houve nova Reserva Estatutária. Fizemos, assim, uma movimentação no Patrimônio Líquido, explicando o porquê do acréscimo no capital e da diminuição da Reserva Estatutária.

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Veja que no início, o total do PL era de $ 8.500 e em nada alterou no final do ano, pois não houve novos acréscimos no PL, mas apenas uma permuta. Repare, ainda que, se fizéssemos a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), não seria identificada tal movimentação no PL.

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Exemplo de Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Balanço Patrimonial Cia Alterosa

ATIVO 31-12-x0 31-12-x1 PASSIVO 31-12-x0 31-12-x1 Circulante ----------- ----------- ----------- Real. A Longo Prazo ----------- ----------- ---------- Permanente Investimentos ----------- ----------- ----------- Imobilizado ------------ ------------ ------------ Diferido ------------ ------------ -----------

-------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- --------

-------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- -------- --------

Circulante ----------- ----------- Exig. A Longo Prazo ----------- ----------- Res. Exerc. Futuros ----------- ----------- Patrimônio Líquido - Capital Reservas de Capital - Ágio Emissão de

Ações. Reservas de Lucros - Res. Legal - Res. Estatutária - Res. P/ Contingências - Res. Orçamentária Lucros Acumulados Total do PL

---------- ---------- --------- --------- ---------- ---------- 7.000 -------- 50 1.500 100 20 950 9.620

---------- ---------- --------- --------- ---------- ---------- 8.000 -------- 200 800 280 275 2.445 12.000

Total -------- -------- Total -------- -------- Observe que pela Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados seria explicada apenas a diferença de $ 950 para $ 2.445, enquanto a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido explica a variação de $ 9.620 para $ 12.000 que, sem dúvida, é muito mais abrangente.

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No final do período houve um aumento de Capital com utilização de Reserva Estatutária. Os Dados serão os mesmos da DLPA da Cia Alterosa apresentados anteriormente.

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido Empresa Cia Alterosa

Reserva de Capital Reservas de Lucro Movimentações

Capital

Realizado Ágio na

Emissão de Ações

Outras Reservas de

Capital

Legal

Estatutária

Para

contingência

Orçamentária

Lucros a Realizar

Lucros

Acumulados

Total

Saldo em 31-12-x0 (±)Ajuste de Exercícios anteriores

(+) Retificações de erros Aumento de Capital Reversões de Reservas Lucro Líquido do Exercício

Proposta da Administração de Destinação do Lucro. - Reserva Legal - Reserva Estatutária - Reserva Orçamentária - Reservas para contingência - Lucros a Realizar - Dividendos

7.000

____ 1.000 ____ ____

_____ _____ _____ _____ _____

______

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

50 ____ ____ ____ ____ ____

150 ____ ____ ____ ____ ____

1.500 ____ ____

(1.000) ____ ____

_____ 300

_____ _____ _____ _____

100 ____ ____ ____ ____ ____

____ ____ ____ 180

____ _____

20 ____ ____ ____ ____ ____

____ ____ 255

____ ____

_____

____ ____ ____ ____ ____ ____

____ ____ ____ ____ ____ ____

950 ____ 280

____ ____ 3.000

(150) (300) (255) (180) ____ (900)

9.620 ____ 280 ___ ___

3.000

____ ____ ____ ____ ____ (900)

Saldo em 31-12-x1 8.000 _____ ______ 200 800 280 275 ____ 2.445 12.000

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Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido

Empresa Cia Alterosa Reserva de Capital Reservas de Lucro

Movimentações

Capital Realizado

Ágio na Emissão de

Ações

Outras Reservas de

Capital

Legal

Estatutária

Para

contingência

Orçamentária

Lucros a Realizar

Lucros

Acumulados

Total

Saldo em 31-12-x0 (±)Ajuste de Exercícios anteriores

(+) Retificações de erros Aumento de Capital Reversões de Reservas Lucro Líquido do Exercício

Proposta da Administração de Destinação do Lucro. - Reserva Legal - Reserva Estatutária - Reserva Orçamentária - Reservas para contingência - Lucros a Realizar - Dividendos

7.000

____ 1.000 ____ ____

_____ _____ _____ _____ _____

______

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

_____ _____ _____ _____ _____ _____

50 ____ ____ ____ ____ ____

150 ____ ____ ____ ____ ____

1.500 ____ ____

(1.000) ____ ____

_____ 300

_____ _____ _____ _____

100 ____ ____ ____ ____ ____

____ ____ ____ 180

____ _____

20 ____ ____ ____ ____ ____

____ ____ 255

____ ____

_____

____ ____ ____ ____ ____ ____

____ ____ ____ ____ ____ ____

950 ____ 280

____ ____ 3.000

(150) (300) (255) (180) ____ (900)

9.620 ____ 280 ___ ___

3.000

____ ____ ____ ____ ____ (900)

Saldo em 31-12-x1 8.000 _____ ______ 200 800 280 275 ____ 2.445 12.000

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

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8 – DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR). A DOAR explica a variação do Capital Circulante Líquido ocorrida de um ano para outro. Ajuda a compreender como e porque a posição financeira mudou de um exercício para o outro. 8.1 – Conceitos preliminares. Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante (quando o AC > PC) Capital Circulante Negativo = Passivo Circulante – Ativo Circulante (quando o PC > AC )

Balanço Patrimonial Cia. Boneca.

Ativo Passivo + P. Líquido

Caixa Estoque Equipamento Total Fornecedores Financiamento (LP) Capital Total

31-12-x1 100.000 200.00 100.000 400.000 200.000 100.000 100.000 400.000

31-12-x2 150.000 250.000 100.000 500.000 250.000 150.000 100.000 500.000

O Primeiro passo, uma vez que estamos tratando de Capital Circulante, é separar aquilo que é circulante do não Circulante. Em princípio, conhecemos que os valores circulantes são aqueles contidos no Ativo Circulante e Passivo Circulante. Portanto, os demais grupos de contas são vistos como Não Circulante: Realizável a Longo Prazo, Permanente, Exigível a Longo Prazo, Resultado de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido.

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Dessa forma, para fins de estruturação da DOAR, o Balanço Patrimonial da Cia. Boneca passa a ter a seguinte constituição. Ativo Circulante Ativo Não Circulante Total do Ativo Passivo Circulante Passivo não Circulante Total Passivo + PL

Caixa Estoque Equipamentos Fornecedores Financiamento (LP) Capital

31-12-x1 100.000 200.000 300.000 100.00 400.000 200.000 100.000 100.000 200.000 400.000

31-12-x2 150.000 250.000 400.000 100.000 500.000 250.000 150.000 100.000 250.000 500.000

Variação do Capital Circulante Líquido (CCL) Em 31-12-x1 Em 31-12-x2 Aumentos Variação Líquida na

Ativo Circulante (-) 300.000 (-) 400.000 (-) 100.000 Posição Financeira

Passivo Circulante = 200.000 = 250.000 = 50.000

Capital Circulante Líquido

100.000 150.000

50.000

Pelo exemplo constata-se que houve uma variação no CCL de $ 50.000, isto é, há

uma evolução de $ 100.000 (em x1) para $ 150.000 (em x2). É exatamente esta variação de $ 50.000 que a DOAR explicará. 8.1.1 - Explicação da Variação do CCL.

Basicamente, em nosso exemplo, tivemos duas operações no período contábil de x1 a x2.: a) Uma delas é a aquisição de estoque a prazo: é fácil notar, pois tivemos o aumento de

Estoque em $ 50.000 e o aumento em fornecedores pelo mesmo valor. Seria esta operação a causa do aumento do CCL em $ 50.000? Não, pois, por um lado aumento o Ativo circulante em $ 50.000 e, por outro lado, aumento também o Passivo circulante em idêntico valor.

CCL (em x1) = 300.000 – 200.000 = 100.000 CCL (considerando a operação “a”) = (300.000+50.000) – (200.000 + 50.000) =100.000. Com isto podemos concluir que:

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b) A outra operação é um acréscimo de financiamento no valor de $ 50.000 cujo valor

está aplicado no caixa. Observamos que esta entrada de dinheiro, através de um empréstimo a longo prazo,

aumenta o Ativo Circulante em $ 50.000 (caixa), porém não aumenta o Passivo Circulante, uma vez que a dívida foi contabilizada em grupo de contas do Não Circulante.

CCL (em x2) = 400.000 - 250.000 = 150.000 CCL (detalhado) = (300.000 + 50.000 Est. + 50.000 caixa) – (200.000 +50.000 forn.) = 150.000 Então, concluímos uma Segunda regra. 8.2 – Uma introdução a Estrutura da DOAR Demonstraremos que a causa da variação do CCL é a origem de $ 50.000 em recursos (dinheiro) através da solicitação de um financiamento adicional. DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS No exercício X2 Origens de Recursos Financiamento (-) Aplicação de Recursos Não houve = Aumento CCL

50.000

50.000

Modificações na Posição financeira Balanço 31-12-x1

Balanço 31-12-x2

Aumento ou (Redução)

Ativo Circulante (-) Passivo Circulante = Capital Circulante

300.000 (200.000)

100.000

400.000 (250.000)

150.000

100.000 (50.000)

50.000 O objetivo da DOAR é exatamente mostrar o como e o porquê da mutação do CCL. O CCL só varia com operações Não Circulantes X Circulantes. Portanto, a alteração do Não circulante é a causa da variação do Circulante. Por isso, a DOAR evidência apenas o resultado das variações do Não Circulante que provocam alterações no circulante.

“Sempre quando houver uma operação envolvendo unicamente contas do Circulante, não se altera o capital Circulante Líquido”

“Sempre, quando houver uma operação envolvendo contas do Circulante e Não Circulante, haverá alteração do CCL”.

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Exemplos de Operações que afetam o CCL.

Como foi observado, o CCL é alterado quando existe uma operação que afeta simultaneamente conta(s) do Não Circulante e Conta(s) do circulante.

1 – Aumento do Capital em dinheiro. Afeta o PL (Não Circulante) e o caixa (Circulante). 2 – Venda de ações, a vista, constantes do Realizável a Longo Prazo. Afeta o Realizável a Longo Prazo (Não circulante) e o Ativo circulante (Caixa) 3 – Venda, a prazo, de um veículo usado, constante no Ativo Permanente(imobilizado). Afeta o Ativo Permanente (Não circulante) e o Ativo Circulante (contas a receber). 4 – Aquisição de Imóvel, a vista. Afeta o Ativo Permanente (Não Circulante) e o Ativo Circulante (reduz a conta banco). 5 – Financiamento para aquisição de vários itens do imobilizado. Afeta o Exigível a L0ongo Prazo (Não Circulante) e Ativo Circulante (Banco c/ movimento). 6 – Integralização de Capital em mercadorias. Afeta o Patrimônio Líquido(não circulante) e o Ativo Circulante (Estoque). 8.3 – Conceito de Origem e Aplicação. Para fins de elaboração da DOAR, entendemos Origem como toda operação que aumenta o CCL. A obtenção de recursos através de financiamento a longo prazo, o aumento de Capital em dinheiro, vendas de itens do Permanente (Investimento e Imobilizado) e recebimento de itens do Realizável a Longo Prazo são exemplos de Origens de Recursos. Observamos que quando uma conta de Não Circulante é movimentada, entram recursos em outra conta do Ativo Circulante (que pode ser o caixa, contas a receber etc.), o que altera o CCL, aumentando-o. A redução do CCL geralmente decorre de uma Aplicação de recurso no Não Circulante. Podemos exemplificar, entre várias situações, a aquisição de bens ou direitos que venham integrar o Permanente ou Realizável a Longo Prazo, distribuição de dividendos, redução de suas Exigibilidades a Longo Prazo etc. Temos redução do Ativo Circulante, geralmente através de um pagamento (portanto, reduz o disponível).

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Principal Origem (fontes) de recursos. Vamos partir do exemplo da Cia. Boneca em 31-12-x1:

ATIVO PASSIVO Circulante Caixa Estoque Permanente Imobilizado Equipamentos

150.000 250.000

400.000 100.000

Circulante Fornecedores Exigível a Longo Prazo Financiamento Patrimônio Líquido Capital

250.000 150.000 100.000

Total 500.000 Total 500.000

Vamos admitir que, no exercício x2, a empresa tenha vendido 100.000 do seu

estoque (custo), a prazo, por $ 140.000. então teríamos: a) DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (X2)

CCL = Ativo Circulante (-) Passivo Circulante CCL = $ 400.000 (-) $ 250.000 = $150.000

VENDAS 140.000 (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (100.000) LUCRO 40.000

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B) BALANÇO PATRIMONIAL Cia Boneca

ATIVO 31-12-X1 31-12-X2 PASSIVO 31-12-X1 31-12-X2 Circulante

Caixa Estoques Duplic. a Receber Total do Circulante Permanente

Imobilizado Equipamento

150.000 250.000 --- 400.000 100.000

150.000 150.000* 140.000* 440.000 100.000

Circulante

Fornecedores Exigível Longo

Prazo

Financiamento Patrimônio Líquido

Capital Lucros Acumulados Total do PL

250.000 150.000 100.000 ----- 100.000

250.000 150.000 100.000 40.000* 140.000

Total do Ativo 500.000 540.000 Total do Passivo 500.000 540.000 * contas alteradas pela operação de venda (uma conta de PL – Não Circulante e duas contas de circulante). O novo CCL em 31-12-x2 será de Observamos que de x1 para x2 houve um acréscimo de CCL de $40.000 ($190.000 – $150.000) que é exatamente o Lucro do Exercício. Portanto o Lucro Líquido constitui, para todas as entidades com fins lucrativos, a principal fonte (origem) de recursos. Neste nosso exemplo houve uma diminuição de Estoque em $100.000 e, em compensação, um acréscimo de Duplicatas a Receber (direito que será convertido em dinheiro em um futuro próximo) de $140.000. dessa forma, o Ativo Circulante obteve uma vantagem de $40.000, valor este que explica o acréscimo do CCL. O acréscimo no CCL poderia ter sido menor se houvesse outras despesas (o que é comum) no exercício, tais como: despesas administrativas, financeiras, de vendas etc. A redução do CCL ocorreria, neste caso, por saída do disponível (pagamento de despesas a vista reduz o Ativo Circulante) ou o aumento do Passivo Circulante (despesas a prazo).

Ativo Circulante (-) Passivo circulante = CCL $440.000 (-) $250.000 = $190.000

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8.4 – Elementos não Monetários que Interferem no Lucro Líquido. Como vimos no item anterior, as despesas reduzem o CCL através da diminuição do Ativo Circulante (pagamento a vista) ou do aumento do Passivo circulante (despesas com promessa de pagamento futuro). Todavia, há despesas que, obviamente, diminuem o Lucro Líquido, mas não reduzem o Capital Circulante Líquido. O caso mais comum é a Depreciação4 que interfere (reduz) no lucro, mas não interfere no CCL, e sim no imobilizado (reduzindo-o). Ora, se a depreciação não reduz o CCL, o lucro, como origem de recursos, conseqüentemente, não deveria ser reduzido por aquela despesa. Em vez de deixarmos de subtrair a depreciação (o que viria contrariar a teoria da contabilidade), podemos simplesmente, retificar o lucro com a adição daquela despesa não monetária, já deduzida para fins de determinação integral do lucro como origem de recursos. Se no exemplo do item anterior, considerássemos despesas de depreciação teríamos o seguinte resultado:

Ressaltamos que, pelo fato de incluirmos Depreciação, nada alterou em termos do CCL, isto é ele continua $190.000 ($440.00 – 4250.000). Todavia, a origem de recursos (Lucro Líquido) não é $30.000, mas $40.000, dado que a variação do CCL é idêntica a este último valor. Então, na estrutura da DOAR, faríamos a retificação do Lucro: Origem Lucro Líquido 30.000 + Depreciação 10.000 Total de Origem 40.000 (-) Aplicação Não houve --0-- Variação do CCL 40.000

Outros casos de Itens não monetários: Além da amortização e exaustão que

recebem o mesmo tratamento que a depreciação existe também a Variação Cambial decorrente de financiamentos a Longo Prazo. Esses financiamentos são corrigidos de

4 Fenômeno Contábil que expressa a perda de valor que os valores imobilizados de utilização sofrem no tempo, por força de seu emprego na gestão; perda de valor pelo uso. (SÁ,1994)

Vendas 140.000 (-) CMV (100.000)

Lucro Bruto 40.000 DRE (-) Depreciação 10% x 100.000 (10.000) Lucro Líquido 30.000

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acordo com a desvalorização da moeda e a variação cambial e deduzida como despesa, porém geralmente não afeta o CCL, devendo ser adicionados ao lucro na DOAR. A Cia. Xenofobia, por exemplo, adquiriu um financiamento de cem mil dólares em 08-01-x7, quando a taxa de câmbio hipotética era de R$ 1,70 por dólar. Neste momento, a dívida foi contabilizada por R$ 170.000,00 (US$ 100.000 x R$1,70). Nossa legislação determina que as obrigações em moeda estrangeira com cláusula de paridade serão convertidas em moeda nacional à Taxa de Câmbio em vigor na data do Balanço. Portanto, supondo-se que a taxa de Câmbio em vigor esteja em 31-12-x7 à base de R$ 2,18 por dólar, teremos: US$ 100.000 x R$ 2,18 = R$ 218.000,00 Dívida em 08-01-x7 = R$170.000,00 Dívida em 31-12-x7 = R$218.000,00 Perda Monetária (R$48.000,00) DRE Receita _________ (-) Custo _________ Lucro Bruto _________ (-) Desp. Operacional _________ (-) Var. Monetária (48.000,00) Lucro Operacional _________ (+) Outros _________ Lucro Líquido 6.000,00 Observe que, neste exemplo, o lucro da Cia. Xenofobia foi reduzido de R$ 48.000,00 no entanto, não houve nenhuma interferência no circulante; não houve nenhuma saída de dinheiro nem aumento de dívida do Passivo circulante. Portanto o lucro que comporá será de R$ 54.000,00. 6.000,00 Lucro Líquido (DRE) 48.000,00 Variação Cambial 54.000,00 Resumo dos elementos não monetários que interferem no Lucro Líquido.

DOAR Origem das Operações Lucro Líquido + Depreciação, Amortização e Exaustão (±) Variação Cambial (ou CM de dívida) (±) Participação Equivalência Patrimonial Lucro Ajustado

Xxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxx

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8.5 – Técnica de Elaboração da DOAR Como já observamos, o primeiro passo é separar o circulante do Não Circulante. Esta etapa, todavia, é dispensável com o modelo da Lei das Sociedades por Ações, posto que a estrutura do Balanço Patrimonial já discrimina os Circulantes Ativo e Passivo: ATIVO PASSIVO Circulante --------------- ---------- --------------- ---------- --------------- ---------- Os demais grupos serão do não circulante

Circulante --------------- ---------- --------------- ---------- --------------- ---------- Os demais grupos serão do não circulante

Dessa maneira poderemos calcular o CCL subtraindo do AC o PC. O segundo passo será analisar as contas do Não Circulante que interferem no Capital Circulante Líquido. Já identificamos que operações Circulantes x Circulantes não modificam o valor do CCL. As operações Não circulantes x Não Circulante, de maneira idêntica, não afetam o CCL. Portanto, sobram as operações Não Circulante X Circulante que são alvo de nossa análise, pois afetam o CCL. Assim, faremos um estudo detalhado do grupo não circulante, destacando as variações (do não Circulante) que afetam o CCL. A técnica consiste em comparar o saldo do exercício anterior, com o saldo do exercício atual das contas do não circulante. 8.5.1 – Contas do Não Circulante – exemplo 8.5.1.1 - Realizável a Longo Prazo Houve uma variação de $ 600.000 de x1 para x2. Isto significa que a empresa concedeu mais empréstimos às Coligadas ou Controladas. Ora, se houve novos empréstimos, a empresa tirou recursos do Ativo Circulante para aplicá-los no Não Circulante. Portanto, temos uma aplicação de $ 600.000. Observe que se o saldo de empréstimos as Coligada ou Controladas diminuir significa que alguém está pagando e, como compensação estará entrando recursos (dinheiro) no Ativo Circulante. Nesta hipótese teremos Origem de Recursos. Aliás, poderíamos, aqui, estabelecer uma regra para as variações do Realizável a Longo Prazo:

31-12-x1 31-12-x2 Empréstimos a Coligadas ou Controladas 1.900.000 2.500.000

Aumento do Realizável a Longo Prazo = Aplicação; Diminuição do Realizável a Longo Prazo = Origem

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8.5.1.2 - Permanente Neste grupo exigi-se um cuidado especial, pois as contas do Permanente

aumentam sem significar que houve aplicações. As contas deste grupo podem sofrer Reavaliação e, no caso de Investimentos

Relevantes em Coligadas e controladas, acréscimo derivados de resultados (Lucro) obtidos nas investidas.

Exemplo: Empresa X em 31-12-x1

Se, numa situação externa, tivéssemos Reavaliação nos itens do Permanente, e ainda, acréscimo na conta Investimentos de $ 500.000 por Equivalência Patrimonial sendo a Reavaliação em Imóveis de $ 1.680.000, ficaríamos com os seguintes saldos em 31-12-x2: 31-12-x1 + Resultado da Equivalência

Patrimonial = 31-12-x2

Investimentos 1.000.000 + 500.000 = 1.500.000 31-12-x1 + Reavaliação = 31-12-x2 Imóveis 1.600.000 + 1.680.000 = 3.280.000 Permanente Investimento Imóveis

31-12-x1 1.000.000 1.600.000

31-12-x2 1.500.000 3.280.000

Variação + 500.000

+ 1.680.000 2.180.000

Neste exemplo, tivemos $2.180.000 de acréscimo que não significam Aplicações de Recursos, dado que não houve saída de Recursos do Ativo Circulante. Só haveria Aplicações de recursos se a empresa X adquirisse mais ações (investimentos) ou mais imóvel. O permanente representa Origens de recursos quando os itens que o compõem são Alienados. Se neste mesmo exemplo, tivéssemos uma conta Veículos que variasse de $ 800.000 no início do período, para $ 2.000.000, no final do período, admitindo que as Notas Explicativas não evidenciam Reavaliação deste item, teríamos aquisições de $ 1.200.000 ($2.000.000 - $ 800.000 = $1.200.000), sendo este valor destacado como Aplicações. Assim sempre que houver aumento nos itens de permanente por novas aquisições, teremos uma Aplicação. A venda de Permanente significa Origem.

Investimentos 1.000.000 Permanente Imóvel 1.600.000

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8.5.1.3 - Exigível a Longo Prazo

31-12-x1 31-12-x2 Financiamento 2.500.000 4.000.000

Em primeiro plano, tivemos um acréscimo de $ 1.500.000 na conta financiamentos. Poderíamos deduzir que houve aquisição de novos empréstimos e, dessa forma, teríamos Origens de recursos, porque foi acrescido (recursos) o CCL. Todavia, numa análise mais cuidadosa, podemos constatar que o aumento da conta financiamentos refere-se à atualização da dívida ou variação cambial, se o financiamento for em moeda estrangeira. Nesta situação, não teríamos Origens de recursos, pois em nada é acrescido o CCL. A redução da conta financiamento significa transferência para o Passivo Circulante (refere-se a parcela que irá vencer no próximo exercício) ou pagamento (amortização). Em qualquer uma dessas situações, teremos uma redução do CCL, concluindo-se que aquela redução é uma aplicação de recursos.

A regra básica para Exigível a Longo Prazo, portanto, é: Aumento da dívida por novos empréstimos (financiamentos) = Origem Diminuição(redução) da dívida = Aplicações

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9 - REGIMES CONTÁBEIS DE APURAÇÃO DO RESULTADO. Há duas formas/regimes para se reconhecer a receita e a despesa o regime de caixa e o regime de competência. 9.1 Regime de competência

Regime de Competência: o registro do documento se dá na data do fato gerador (ou seja, na data do documento, não importando quando vou pagar ou receber).

A Contabilidade se utiliza do Regime de Competência, ou seja, são contabilizados como Receita ou Despesa, os valores dentro do mês de Competência (qdo Gerados), na data onde ocorreu o fato Gerador, na data da realização do serviço, material, da venda, do desconto, não importando para a Contabilidade quando vou pagar ou receber, mas sim quando foi realizado o ato. RECEITA OBTIDA/GANHA /GERADA 180,00 x DESPESA CONSUMIDA/INCORRIDA (80,00) LUCRO ECONÔMICO 100,00

9.2 Regime de caixa Regime de Caixa: diferente do regime de competência o Regime de Caixa,

considera o registro dos documentos quando estes foram pagos, liquidados, ou recebidos RECEITA RECEBIDA 100,00 x DESPESA PAGA (30,00) LUCRO FINANCEIRO 70,00

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10 - PCGA - PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS Toda ciência é regida por princípios ou leis. Os princípios contábeis podem ser definidos como as premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela contabilidade, as quais são resultados de análise e observação da realidade econômica, social e institucional. São duas as condições básicas para que um princípio supere a fase de tentativa e se torne “amplamente aceito”, incorporando-se assim à doutrina e à prática contábeis:

• Deve ser considerado viável e objetivo pelo consenso profissional; • Deve ser considerado útil. Entre os vários princípios e convenções aceitos na atualidade, podemos destacar os

seguintes: entidade; continuidade; oportunidade; registro pelo valor original; competência, atualização monetária; prudência.

A seguir são apresentadas as principais características dos princípios e convenções contábeis.

Entidade: A contabilidade é feita para entidades como pessoas distintas dos sócios. O patrimônio pertence, pois, a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos, independentemente de ser propriedade de uma pessoa.

Continuidade: Presume-se, em geral que a entidade operará por tempo indefinido. Portanto, esse princípio influência o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.

Oportunidade: A observância desse princípio permite às empresas registrar as variações patrimoniais, o que deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência. Tal registro deve incluir aspectos físicos e monetários, bem como as variações ocorridas no patrimônio da entidade.

Registro pelo valor original: Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expresso em valor presente na moeda do país, os quais serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores.

Regime de competência: Despesas e receitas são atribuídas de acordo com o seu fato gerador, independentemente de terem sido ou não pagas ou recebidas.

Atualização monetária: Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

Prudência: Esse princípio determina a adoção do menor valor oara os componentes do ativo e do maior valor para os do passivo, sempre que apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio Líquido.

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11– REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Ari Ferreira de. Fundamentos de Contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2006. 278p. EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP – Coord. Sérgio de Iudícibus. Contabilidade introdutória, 9 ed., Atlas, São Paulo, 1998 FRANCO, Hilário - Contabilidade Geral, 22 ed., Atlas, São Paulo, 1990. HAMILTON LUIZ FAVERO....[et al.] Contabilidade Teoria e Prática, volume 1 e 2, 2 ed. Atlas, São Paulo, 1997. CHING, Hong Yuh. MARQUES, Fernando. PRADO, Lucilene. Contabilidade e Finanças – para não especialistas. 2 ed. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2007. LEITE, Helio de Paula. Contabilidade para Administradores. 4ª ed. São Paulo. Atlas, 1997. MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 8ª ed. São Paulo. Atlas. 1998. _________. Contabilidade Básica, 5 ed, Atlas, São Paulo, 1998 NEVES, Silvério das, VICECONTI, Paulo Eduardo V. Contabilidade Básica, 8 ed. Frase, São Paulo, 2000. _________. Contabilidade Avançada, 9 ed. Frase, São Paulo, 2000. OLIVEIRA, Alvaro Guimarães de. Introdução à Contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2002. _________. Contabilidade Financeira. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2002. SÁ, Antônio Lopes de - Dicionário de Contabilidade, 8ª ed. São Paulo. Atlas, 1994.

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12 - PRÁTICAS.

01) A contabilidade é considerada linguagem universal dos negócios. A sua legitimidade (legalidade) é materializada através do que?

02) A contabilidade utiliza as CONTAS para:

( ) a) registrar fatos de natureza semelhante

( ) b) apurar o resultado do exercício

( ) c) apurar o balanço patrimonial ( ) d) não prestei atenção na aula

03) A contabilidade é?

( ) a) Ciência Social ( ) b) Ciência Exata

( ) c) Ciência Biológica ( ) d) Profª., ajude-me

04) O principal usuário da Contabilidade é?

( ) a) Governo ( ) b) Sindicato

( ) c) Administradores ( ) d) Não sei, vou estudar

05) A função da Auditoria Externa é?

( ) a) Fiscalização ( ) b) Apontar erros

( ) c) Multar empresas ( ) d) Exame da Contabilidade 06) Admitindo-se que o Ativo de uma empresa é de $ 250 milhões e o Passivo Exigível $ 230

milhões, Qual é o Patrimônio Líquido?(calcule através da equação contábil). Qual o montante de Origem e Aplicação? Com os dados elabore o Balanço Patrimonial.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO $ PASSIVO $ TOTAL TOTAL

Equação Contábil:

PL = A – PE

Onde:

PL= Patrimônio Líquido; A = Ativo PE = Passivo Exigível (Capitais de Terceiros)

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07) A empresa Dentello apurou $ 200 milhões de Capital de Terceiros e $ 186 milhões de Capital Próprio. Qual é o total do Ativo? Com os dados apure/elabore o Balanço Patrimonial.

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO $ PASSIVO $

TOTAL TOTAL

08) Relacione os conceitos de Passivo Exigível, Patrimônio Líquido, Capital de Terceiros, Capital Próprio, Capital Interno e Capital Externo. Preencher as linhas pontilhadas abaixo.

Capital Interno _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Capital Externo _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

09) O lucro auferido pela atividade operacional (lucro líquido) pertence:

( ) a) a empresa ( ) b) parte a empresa parte aos proprietários

( ) c) aos proprietários, embora não se retire totalmente

Justifique a sua alternativa: Esta questão não pergunta a quem pertence no Processo de Continuidade.

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10) A Cia. To na Área, iniciou suas atividades em 1.999. Em 31/12/1999, foi constatado o seguinte saldo contábil:

Em $ Mil a) Receita Ganha/Gerada em 1.999 100 b) Despesa Paga em 1.999 40 c) Receita Recebida em 1.999 80 d) Despesa Consumida/Gerada em 1.999 70

Pede-se: Apurar os resultados financeiros, econômicos, pelo Regime de Caixa e pelo Regime de Competência. Complete as linhas pontilhadas abaixo COM BASE NA TABELA ACIMA.

Demonstração do Resultado do Exercício -DRE Regime:

Caixa Competência Descrição Em $

Mil Descrição Em $

Mil Receita _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Receita _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ (-) Despesa _ _ _ _ _ _ _ _ (-) Despesa _ _ _ _ _ _ _ _ (*) _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ (*) _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(*) Resultado (lucro ou prejuízo) Econômico ou Financeiro

10 a) Qual o valor do Resultado Financeiro em 1.999?

( ) a) $ 40 ( ) b) $ 43 ( ) c) $ 63 ( ) d) $ 58 ( ) e) não sei, ajude-me professora.

10 b) Qual o valor do Resultado Econômico em 1.999?

( ) a) $ 30 ( ) b) $ 40 ( ) c) $ 60 ( ) d) $ 45 ( ) e) não sei, vou estudar.

11) A Cia. Zucafahi iniciou suas atividades em 1.998. Em 31/12/1.999 foram constatados os seguintes fatos contábeis:

Descrição Valores ($) a) Receita Ganha de 1.999

1.150.000 b) Despesa paga de 1.999 490.000 c) Receita Recebida de 1.999 565.000 d) Despesa Consumida de 1.999 895.000 e) Receita Recebida de 1.998 5.000

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Pede-se: Apurar os resultados financeiros, econômicos, pelo Regime de Caixa e pelo Regime de Competência. Em seguida, demonstrar os saldos a receber e a pagar do

período de 1.999. Preencher (quando for o caso) e Completar os quadros abaixo obrigatoriamente

COM BASE NA TABELA ANTERIOR.

Não necessariamente todas as linhas devem ser preenchidas.

Demonstração do Resultado do Exercício -DRE

Regime: Em $ Mil Caixa Competência

Descrição $ Descrição $ Receita _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Receita _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ (-)_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ (-)_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

_ (*) _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ (*) _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

_

(*) Resultado (lucro ou prejuízo) Econômico ou Financeiro

Demonstração (passo a passo) dos saldos a Receber e a Pagar é OBRIGATÓRIA. Em $ Mil

Saldo a Receber Saldo a Pagar

Somente justifique a alternativa e) colocando o valor correto.

Resultado Financeiro = Regime de Caixa;

Resultado Econômico = Regime de Competência 11 a) Qual o valor do resultado financeiro em 1.999? ( ) a) $ 175.000 ( ) b) $ 50.000 ( ) c) $ 75.000 ( ) d) $ 255.000 ( ) e) N.D.A.

Justificativa da e):

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11 b) Qual o valor do resultado econômico em 1.999? ( ) a) $ 25.000 ( ) b) $ 50.000 ( ) c) $ 75.000 ( ) d) $ 255.000 ( ) e) N.D.A.

Justificativa da e): 11 c) Qual o valor do saldo a receber e a pagar, respectivamente, em 31/12/99?

(considerando somente as receitas e despesas)

( ) a) $ 585.000 e $ 405.000 ( ) b) $ 685.000 e $ 385.000 ( ) c) $ 255.000 e $ 80.000 ( ) d) $ 75.000 e $ 895.000 ( ) e) N.D.A

Justificativa da e): 11 d) Qual o resultado pelo regime de competência? ( ) a) $ 25.000 ( ) b) $ 320.000 ( ) c) $ 75.000 ( ) d) $ 405.000 ( ) e) N.D.A.

Justificativa da e): 11 e) Qual o resultado pelo regime de caixa? ( ) a) $ 110.000 ( ) b) $ 75.000 ( ) c) $ 80.000 ( ) d) $ 585.000 ( ) e) N.D.A.

Justificativa da e):

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12) João foi à empresa aérea TAM, solicitar uma passagem (emissão do bilhete) no dia

09/06/02, no dia 09/07/02 foi efetuado o pagamento via Cartão de Crédito e em 12/08/02 João foi com a sua família fazer uma viagem ao Iraque. Pergunta-se quando a empresa aérea TAM vai reconhecer a Receita pelo vôo através do Regime de Competência?– Preencher as linhas da tabela abaixo.

13) A Pizzaria Estância, que está situada na cidade de Bragança Paulista, foi entregar

duas pizzas de três queijos ao professor Zuinglio no dia 24/05/03, porém ao entregar a pizza chegou visita na casa do professor, sendo assim a pizza foi somente consumida um dia depois, ou seja, em 25/05/03. O pagamento foi feito através de cheque para o dia 07/06/03. Quando a Pizzaria Estância vai considerar como Receita através do Regime de Competência? E se a Pizzaria adotasse o Regime de Caixa? Justifique-as. Regime de Competência: Regime de Caixa:

14) As lojas Magazine Luíza realizam grandes liquidações dos seus estoques, uma vez por ano, (fato este bem divulgado pela televisão). Para baratear os produtos a empresa informa o seguinte slogan: “Você mesmo pega, você mesmo leva”, esta operação é FOB ou CIF? Justifique-a. Quando o Magazine Luiza deve reconhecer a Receita do Período? (trabalha com regime de competência)

Emissão do Bilhete _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 09/06/02 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

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15) As Casas Bahia venderam para o Sr. Tiago(filho do profª. Débora) uma geladeira de cor

branca e preta no valor de $ 1.200 à vista, pois o mesmo era corintiano, foi combinado que a entrega seria em sua residência, rua Argentina, nº 21, Vila Libertadora das Américas. Esta operação é FOB ou CIF? Em que momento a loja vai reconhecer/contabilizar a Receita através do Regime de Competência? Justifique-a.

16) Contrato de seguros que abrange o período de 01/08/X8 a 31/07/X9 pago totalmente em 01/08/X8, no valor de $ 2.400, quanto evidencia de despesas de seguros em 31/12/X8 ? –

Faça os registros contábeis somente no Ativo – Empresa adota o Regime de competência.

Ativo Passivo 31/07/X8 01/08/X8 31/12X8 31/07/X8 01/08/X8 31/12X8

Caixa 12.400 _ _ _ _ _ 10.000 Seguros a Vencer 0,00 _ _ _ _ _ _ _ _ _

( ) a) $ 1.000 ( ) b) $1.400 ( ) c) $ 2.400

( ) d) 800 ( ) e) não sei, vou estudar

Não há necessidade de Preenchimento do

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17) Estruture a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) da Cia. Titãs, no período dos dados:

a) A Receita Bruta de Vendas é de $ 18.000, os impostos incidentes sobre as vendas são: ICMS no valor $ 2.700 e IPI no valor $ 3.000;

b) Os gastos (custo dos produtos vendidos - CPV) na fábrica foram:

Itens $ Matéria-Prima 1.450 Mão de Obra 1.950

Outros Custos de Fabricação 600 Total $ 4.000

c) Os gastos de escritório, referentes à administração da empresa, foram: Itens $

Propaganda, comissão de vendedores, fretes 800 Honorários dos diretores, aluguel do escritório 400

Os juros incorridos e outras despesas financeiras 200 As aplicações financeiras renderam juros – Receitas Financeiras 100

Total das Despesas Operacionais $ 1.300 d) Com base no lucro apurado até o momento (LAIR), a empresa calculou o Imposto de

Renda e a Contribuição Social à base de 24%. e) Apenas os Administradores tiveram participação no lucro à base de 6,015038 %

(DESPREZAR OS CENTAVOS) sobre o Lucro Depois do Imposto de Renda (LDIR).

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – Cia. Titãs – Em $ Itens $ $

Receitas (vendas) Operacionais Bruta (-) deduções:

ICMS IPI (=) Receita Líquida (-) CPV (=) LUCRO BRUTO (-) Despesas Operacionais:

Propaganda, comissão de vendedores, fretes Honorários dos diretores, aluguel do escritório

Financeiras (-) Receitas Financeiras (=) Lucro Operacional (=) Lucro antes do IR e CSSL (-) IR e CSSL (=) Lucro depois do IR e CSSL (-) Participação dos sócios (=)Lucro após participação dos sócios

Page 73: Apostila Financeira III

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18) Elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), considerando os seguintes dados da Cia Márcio & Renata:

A Receita Bruta é de $ 24.000, da qual incidem os seguintes impostos: IPI no valor de $ 4.000 e ICMS no valor de $ 3.600;.

No que tange às deduções, além dos impostos incidentes sobre vendas, a

empresa concedeu abatimento (posterior a saída do produto) de $ 200, chegando-se assim a Receita Líquida.

Os gastos na fabricação do produto vendido foram: Matéria-Prima $

1.000; Mão-de-Obra mais os Encargos Sociais: $ 2.000; Outros Custos de Fabricação: $ 1.000. Dessa forma, a empresa calculou o seu Lucro Bruto.

No que diz respeito às Despesas Operacionais, as mais significativas foram

as. Comissões de Vendedores e Propaganda, que somaram $ 1.500. Quanto às despesas administrativas somaram $ 400. As Despesas Financeiras de $ 800 foram aliviadas com as Receitas Financeiras de $ 700. Assim a empresa apurou seu Lucro Operacional.

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Você deverá preencher corretamente TODOS os campos da DRE

Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.) Cia Márcio & Renata Receita Bruta Operacional (-) Deduções: ICMS IPI Deduções (=) Receita Líquida (-) CPV (Mat. Prima, mão de obra, custo fabricação) (=) LUCRO BRUTO (-) Despesas Operacionais: Comissões de Vendedores e Propaganda Administrativas (DF) 800,00 (-) 700,00 RF (=) LUCRO OPERACIONAL (=) L.A.I.R. e da C.S. (-) Ir e CS (=) L.D.I.R. e da C.S. (-) Participações: Adminstradores (=) Lucro

Após o preenchimento da DRE responda abaixo:

Obs.: Não há resposta entre parênteses, o sinal ( ) quer dizer parcela subtrativa na DRE exemplo:.

Qual é o total dos impostos incidentes sobre vendas?

Resposta: (1.000) = errado – = correto : 1.000

A1) O valor total dos Custos dos Produtos Vendidos foi de: ______________________

A2) O valor total dos Impostos Incidentes sobre Vendas foi de: __________________

A3) O valor total do Lucro Bruto foi de: ____________________________________

A4) O valor do Lucro Depois do Imposto de Renda e da Contribuição Social __________

A5) O valor do Imposto de Renda e da Contribuição Social foi de: ________________

A6) Qual foi o valor da Venda (receita) Bruta Operacional: ______________________

A7) Qual o valor total da conta abatimentos: _______________________________ L.A.I.R. e C.S. = Lucro antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social L.D.I.R e C. S. = Lucro depois do Imposto de Renda e da Contribuição Social

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19) A empresa comercial de lingüiças, Franz Muller de Bragança Paulista, apresenta os seguintes dados abaixo:

Conta 2.003 Movimentação 2.004 Ativo Permanente Imobilizado Veículos 120.000 (-) Depreciação Acumulada (24.000) Em 01/04/04 foi adquirido (bem como entrou em operação) um Veículo por $

60.000, cuja depreciação é de 20% a.a. (conforme Imposto de Renda). Calcule a nova depreciação (pro rata) acumulada para o ano de 2.004.

a) Qual é o valor a ser transferido para a Demonstração do Resultado do Exercício

(DRE) de 2.004?

20) Um relojoeiro comprou um relógio Rolex por sete mil dólares e o vendeu, em seguida, por oito mil dólares. Assim que concretizou a venda, entrou um cliente na relojoaria disposto a pagar dez mil dólares pelo relógio.

O relojoeiro, então, entrou em contato com o cliente anterior, ofereceu-lhe mil dólares de lucro e comprou de volta o relógio por nove mil dólares. Quando lhe avisaram que o relógio estava disponível, o cliente que oferecera dez mil dólares pelo relógio veio até a loja, honrou a oferta que fizera e, ainda, deu ao comerciante uma gorjeta de quinhentos dólares pelo seu esforço. Quanto o comerciante ganhou com a transação do Rolex naquele dia?

1 2 Total

Compra - Custo Preço de Venda

CMV Lucro bruto Gratificação

Lucro

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21) Integração das Demonstrações Contábeis C7:

Fatos contábeis ocorridos em 19X2 na empresa Jocara S/A:

Fatos Contábeis – JOCARA S/A

01 Venda total dos estoques de 19X1. Os estoques foram vendidos por $ 670 à vista. Considere o valor das vendas como líquidas na DRE.

02 Obteve despesas no período pagas, referente à publicidade no valor $ 100. 03 Houve novas aquisições de mercadorias (estoques) a prazo por $ 100.

04 Efetuou-se pagamento de 90% do saldo atual da conta Fornecedores (X1 + Fato contábil 03).

05 Foi paga totalmente a dívida com os funcionários referente a X1 (vide balanço). 06 Pagamento dos Dividendos do ano 19X1 (vide balanço). 07 Constitui-se a Reserva Legal de 5% sobre o Lucro do Exercício – X2.

08 Foi resolvido que 45% do lucro do período seria provisionado na forma de dividendos.

Observação: Considerar a depreciação de Veículos de 20% a.a.

Apresenta-se o Balanço Patrimonial da empresa Jocara S/A. Início das atividades em 01/01/X1.

Balanço Patrimonial

Ativo 19X1 19X2 Passivo 19X1 19X2 Circulante Circulante Caixa 60 Fornecedores 150 Estoques 170 Salários a Pagar 30 Duplicatas a Receber 0 Dividendos a Pagar 10 230 190 Permanente Patrimônio Líquido

Imobilizado Capital Social 40 Veículos 100 Reserva Legal 10 (-) Depreciação Acumulada (20) Lucros ou (Prejs.) Acumulados 70 80 120 Total do Ativo 310 525 Total do Passivo 310 525

Fornecedores = Compras efetuadas a prazo

Salários a pagar = Funcionários

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Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) em 19X2

Jocara S/A

Vendas Líquidas ou Receitas Líquidas (-) Custo da Mercadoria Vendida – CMV (01) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais: Publicidade (02) Depreciação de Veículos (vide observações)

Lucro Operacional

Lucro Líquido

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) em 19X2

Jocara S/A

Contas PL (*) Capital Social Reserva Legal Lucros

(Prejuízos) Acumulados

Total do PL

Saldo de 19X1 (*) 40 10 70 120 Lucro Líquido de 19X2 Destinação do Lucro:

Reserva Legal- 5% Dividendos Propostos Saldo de 19X2 (**) 40 29 260 329

(*) Saldos oriundos do Balanço Patrimonial de 19X1 – Patrimônio Líquido; (**) Saldos a serem transportados para o Balanço Patrimonial de 19X2 – Patrimônio Líquido.

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Controle Individual

Fluxo de Caixa Modelo Simples/19X2

Jocara S/A

Itens Valores Valores Saldo Anterior – Balanço Patrimonial de 19X1 60 Entradas (Recebimentos): Vendas à vista (01) Saídas (Pagamentos): Publicidade (02) Fornecedores (04) Salário referente a X1 (05) Dividendos (06) Saldo Atual – transferir para o B/P de 19X2

B/P = Balanço Patrimonial

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CONTROLE INDIVIDUAL– Empresa Jocara S/A

Estoques Duplicatas a Receber Saldo de Balanço 170 Saldo de Balanço 0 Baixa pela venda do saldo total de Estoques (01)

(170)

Aquisição a prazo (03) 100 Saldo Atual 100 Saldo Atual 0

Veículos Depreciação Acum.-Veículos Saldo de Balanço 100 Saldo de Balanço (20) Depreciação do Veículo (obs.) (20) Saldo Atual 100 Saldo Atual (40)

Fornecedores Salários a Pagar Saldo de Balanço 150 Saldo de Balanço 30 Aquisição a prazo (03) 100 Pagto. de Salários X1 (05) (30) Sub Total 250 Pagamento de compras (04) (225) Saldo Atual 25 Saldo Atual 0

Capital Social Reserva Legal Saldo de Balanço 40 Saldo de Balanço 10 Destinação 5% do L.L.(07) 19 Saldo Atual 40 Saldo Atual 29

Dividendos a Pagar Saldo de Balanço 10 Pagamento referente X1 (06) (10) Provisão referente X2 (08) 171 Saldo Atual 171

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22) Integração das Demonstrações Contábeis

Fatos contábeis ocorridos em 19X2 na empresa Dedé & Nadir S/A:

Fatos Contábeis – Dedé & Nadir S/A 01 Aporte de Capital (integralização) em dinheiro no valor de $ 130.

02 Venda de 20% dos estoques por $ 134, sendo $ 75 recebidos à vista e o restante a prazo. Considere o valor das vendas como líquidas na DRE.

03 Obteve despesas no período pagas, referente à publicidade no valor $ 5.

04 Houve aquisição de Veículos por $ 50 à vista, adquirida no início do ano. (Considerar a depreciação para este item)

05 Efetuou-se pagamento de 10% do saldo das compras efetuadas em X1 (vide balanço).

06 Foi paga totalmente a dívida com os funcionários referente a X1. 07 Pagamento dos Dividendos do ano 19X1 (vide balanço). 08 Constitui-se a Reserva Legal de 5% sobre o Lucro do Exercício – X2.

09 Foi resolvido que 48,85% do lucro do período seria provisionado na forma de dividendos.

Observação: Considerar a depreciação de Veículos de 20% a.a.

Apresenta-se o Balanço Patrimonial da empresa Dedé & Nadir S/A. Início das atividades em 01/01/X1.

Balanço Patrimonial

Ativo 19X1 19X2 Passivo 19X1 19X2 Circulante Circulante Caixa 60 Fornecedores 150 Estoques 170 Salários a Pagar 30 Duplicatas a Receber 0 Dividendos a Pagar 10 230 350 190 166,75 Permanente Patrimônio Líquido

Imobilizado Capital Social 40 Veículos 100 Reserva Legal 10 (-) Depreciação Acumulada (20) Lucros ou (Prejs.) Acumulados 70 80 100 120 283,25 Total do Ativo 310 450 Total do Passivo 310 450

Fornecedores = Compras efetuadas a prazo – Salários a pagar = Funcionários

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) em 19X2

Dedé & Nadir S/A

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Vendas Líquidas ou Receitas Líquidas (-) Despesas Operacionais:

65

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) em 19X2

Dedé & Nadir S/A

Contas PL Capital Social Reserva Legal Lucros

(Prejuízos) Acumulados

Total do PL

Saldo 19X1 40 10 70 120 Aumento do Capital

Lucro Líquido de 19X2 Destinação do Lucro:

Reserva Legal Dividendos Propostos

Saldo 19X2 283,25

Page 82: Apostila Financeira III

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Controle Individual

Fluxo de Caixa Modelo Simples/19X2 – Dedé & Nadir

Itens Valores Valores Saldo Anterior (B/P de 19X1) 60 Entradas (Recebimentos): Saídas (Pagamentos): Saldo Atual – (B/P) 155

B/P = Balanço Patrimonial

Page 83: Apostila Financeira III

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CONTROLE INDIVIDUAL– Empresa Dedé & Nadir S/A

Estoques Duplicatas a Receber Saldo de Balanço 170 Saldo de Balanço 0 Saldo Atual Saldo Atual

Veículos Depreciação Acum.-Veículos Saldo de Balanço 100 Saldo de Balanço (20) Saldo Atual Saldo Atual

LEGENDA:

VV = VEÍCULO VELHO; VN = VEÍCULO NOVO

Fornecedores Salários a Pagar Saldo de Balanço 150 Saldo de Balanço 30 Saldo Atual Saldo Atual

Capital Social Reserva Legal Saldo de Balanço 40 Saldo de Balanço 10 Saldo Atual Saldo Atual

Dividendos a Pagar Saldo de Balanço 10 Saldo Atual

Page 84: Apostila Financeira III

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D E S A F I O

23) A Cia. Hernandez (www.hea.com.br) apresenta os seguintes fatos contábeis - A empresa utiliza o Regime de Competência:

1. Venda total dos estoques de 31/12/X8 (este item é para dar baixa nos estoques e reconhecer os custos);

2. A Receita Bruta das Vendas foi de $ 15.000, incidindo sobre estas os seguintes impostos: ICMS no valor de $ 2.160 e IPI no valor de $ 3.000. Do total vendido (Receita Bruta) no ano 50% foi recebido à vista;

3. Pagamento do saldo das Compras referente a 19X8 $ 3.000; 4. Despesas com vendas – geradas e pagas $ 1.200; 5. Despesas administrativas – geradas e pagas $ 350; 6. Considerar a depreciação de Veículos (administração) a base de 20% a.a; 7. A empresa comprou à vista no final do ano Prédios no valor de $ 1.950, e, também no final

do ano, aumentou o Capital em dinheiro no valor de $ 2.000; 8. Foram adquiridas novas Mercadorias (estoques) a prazo pelo valor de $ 1.000; 9. O imposto de renda à base de 15,00% (arredondar para mais) e 9,0% de Contribuição

Social (desprezar os centavos) são calculados sobre o LAIR. 10. Dividendos provisionados são de 15,26964% (desprezar os centavos) sobre o lucro líquido

do período; 11. Acréscimo de Reserva Legal: 5% sobre o Lucro Líquido do Exercício (desprezar

centavos); Pede-se: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das

Mutações do Patrimônio Líquido e o Fluxo de Caixa modelo Direto. (*) Os Impostos Incidentes sobre vendas serão pagos no próximo exercício O Imposto de Renda e a Contribuição Social foram gerados em X9, porém serão pagos em

X10; Impostos a Pagar, no Passivo Circulante representa – ICMS e IPI

Page 85: Apostila Financeira III

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BALANÇO PATRIMONIAL – CIA. HERNANDEZ

Em $ ATIVO X8 X9 PASSIVO X8 X9

Circulante Circulante

Caixa 1.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a Receber 0 Impostos a Pagar (IPI e ICMS)

0

Estoques 3.000 Imposto de Renda 0

Dividendos 0

Contribuição Social 0

4.000 12.500 3.000 7.759

Permanente Patrimônio Líquido

Veículos 4.000 Capital Social 4.100

(-)Depreciação Acumul.-Veículos

(800) Lucros/(Prejs Acumulados 94 2.815

Prédios 0 Reserva Legal 06

3.200 4.350 4.200 9.091

Total do Ativo 7.200 16.850 Total do Passivo 7.200 16.850

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Cia. Hernandez –Demonstração do Resultado do Exercício – Em $

Itens Valores Valores Receita/Venda Operacional Bruta (-) deduções: (=) Receita Líquida (-) (=) Lucro Bruto 6.840 (-) Despesas Operacionais: (=) Lucro Operacional 4.490 (=) _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 4.490 (-) (-) (=) Lucro Líquido 3.412

Lair = Lucro antes do Imposto de Renda – C.S. – Contribuição Social. Cia. Hernandez –Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

– DMPL – Em $ Mil

Contas PL Capital Social Reserva Legal Lucros

(Prejuízos) Acumulados

Total do PL

Saldo 19X8 4.100 6 94 4.200 Aumento do Capital Lucro Líquido 19X2

Destinação do Lucro: Reserva Legal

Dividendos Propostos Saldo 19X9 9.091

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Controle Individual Fluxo de Caixa Modelo Simples/19X9 – Empresa Hernandez

Itens Valores Valores

Saldo Anterior (B/P) 1.000 Entradas (Recebimentos): Saídas (Pagamentos): Saldo Atual – (B/P) 4.000

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CONTROLE INDIVIDUAL– Empresa Cia. Hernandez

Duplicatas a Receber Estoques Saldo de Balanço 0 Saldo de Balanço 3.000 Saldo Atual Saldo Atual

Veículos Depreciação Acum.-Veícs. Saldo de Balanço 4.000 Saldo de Balanço (800) Saldo Atual Saldo Atual

Prédios Fornecedores Saldo de Balanço 0 Saldo de Balanço 3.000 Saldo Atual Saldo Atual Impostos a Pagar – ICMS e IPI Imposto de Renda Saldo de Balanço 0 Saldo de Balanço 0 Saldo Atual Saldo Atual

Contribuição Social Dividendos Saldo de Balanço 0 Saldo de Balanço 0 Saldo Atual Saldo Atual

Capital Social Reserva Legal Saldo de Balanço 4.100 Saldo de Balanço 6 Saldo Atual Saldo Atual

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24) A seguir, apresentamos os dados da Cia Mega (empresa comercial) com o seguinte Balanço Patrimonial em 31/12/X7.

ATIVO PASSIVO Circulante Caixa Duplicatas a receber Estoque Total do Circulante Realizável a L P Títulos a receber Permanente Investimentos Imobilizado Diferido Total do Permanente

X7

200 300 500

1.000

100

1.000 500 500

2.000

X6

- - - - - - -

Circulante Fornecedores Impostos a recolher Outras dívidas Total do circulante Exigível a LP Financiamentos Patrimônio Líquido Capital Lucros Acumulados Total do PL

X7

100 1.000

100 1.200

1.400

400 100 500

X6

- - - - - - - -

Total 3.100 - Total 3.100 - Pergunta-se: a) Qual é o Capital Circulante da empresa? b) A empresa conseguirá, sem problemas, pagar as suas dívidas? c) Pressuponha que a empresa esteja atrasando um tipo de obrigação. Qual é? d) A composição do endividamento (Capital de terceiros) é boa? e) As aplicações no Permanente são sensatas? f) Você compraria ação desta empresa? Por que? Admita que as ações sejam muito

baratas? g) A proporção de Capital Próprio em relação ao Capital de terceiros é boa? h) Qual seria sua atitude como administrador desta empresa? i) O volume dos investimentos dos sócios é satisfatório? 25) Estruture o Balanço Patrimonial da Cia. Chapecó agrupando as contas: Caixa 5.100 Duplicatas a receber (CP) 1.000 Capital 1.000 Diferido 700 Estoque 500 Empréstimos a pagar (CP) 600

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Impostos a recolher 500 Imobilizado 5.000 Investimentos 600 Lucro acumulado 5.700 Bancos 400 Fornecedores 100 Financiamentos(LP) ) 5.000 Contas a pagar (CP) 400

- Observe o Balanço Patrimonial da Cia Chapecó, responda às seguintes perguntas:

a) Qual a situação financeira da empresa? b) Qual o CCL da empresa? c) Qual é a composição do endividamento da empresa? d) A empresa está muito endividada? e) A empresa conseguirá pagar os seus compromissos de longo prazo?

26) O Sr. Cabral Teixeira, proprietário da Cia. Desânimo, após contratar um novo contador, dá a seguinte ordem para seu mais recente funcionário:

“Como o Sr. Está observando, todos os nossos livros contábeis foram queimados no incêndio ocorrido em nossa empresa. Portanto, Não Temos nenhum Balanço Patrimonial para fornecer ao Banco Camaradinha S/A, que está disposto a nos conceder um empréstimo. Gostara

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que, em caráter de emergência, o Sr. Montasse o Balanço Patrimonial, destacando os valores Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido. Passei a noite em claro para fazer um levantamento de todos os nossos bens (inventário). As avaliações são a preço de custo, e eu as tenho na memória.”

Todos os nossos Direitos a Receber totalizam $ 25.960,00 e nossas Obrigações Exigíveis atingem $ 19.980,60 (tudo isto guardo na memória). Não há necessidade de destacar conta por conta dos direitos e obrigações: o gerente do banco quer apenas os bens destacados. Aqui está a listagem; espero que, dentro de alguns minutos, o Sr. Apresente-me o Balanço Patrimonial. Ah! Procure ser fiel às regras que caracterizam o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido, pois o gerente do banco conhece contabilidade.”

A listagem é a seguinte: 1- Duas máquinas operatrizes em perfeito estado: $ 1.200,00 2- Uma máquina prensadeira totalmente destruída: $ 900,00 - 3- Um lote de estoque (matéria–prima) destruído pelo fogo: $ 2.300,00 4- Um lote de estoque não atingido pelo fogo: $ 700,00 5- A marca do nosso produto principal, segundo perito na área, vale mais de $ 10.000,00. Para sermos conservadores, vamos avaliá-la em $ 5.000,00 6 - Nossa “boa imagem” no mercado, por bons serviços prestados; nossa clientela, que os concorrentes gostariam de Ter; nosso crédito como uma empresa idônea; o local onde está situada nossa empresa, facilitando nossos clientes do interior; esta “boa imagem e reputação”, que os contadores chamam de “Fundo de Comércio” (Goodwill); por baixo, se fôssemos vender hoje a nossa empresa, poderíamos pedir, sem medo, $ 20.000,00 - 7- Dez veículos são arrendados do Banco comercial, pelo sistema leasing. No contrato há uma opção de compra, e nós valos adquiri-los, assim que vencer o contrato. O preço, hoje, destes veículos, conforme contrato, é de $ 5.000,00

Total dos nossos Bens ..........................................................................................$ 35.100,00 Pede-se: montar o Balanço Patrimonial em 31/12/x2

27) Abaixo, temos os dados da Cia Amplitude referentes ao término do ano de 19x6. Num primeiro plano apresentamos o Balanço Patrimônial e, em seguida, os dados de 19x7.

Com base nestas informações, pede-se: 1 – Completar o Balanço Patrimônial em 31-12-x7. 2 – Elaborar a Demonstração o Resultado do Exercício para o período de 19x7. 3 – Estruturar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. 4 – Estruturar a Demonstração de Origens de Aplicações e Recursos.

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ATIVO PASSIVO 31-12-

X6 31-12-X7 31-12-X6 31-12-X7

Circulante Caixa Duplicatas a Pagar Estoques Aplicações Financeira Total do Circulante Realizável a Longo Prazo Emprést. a Coligadas Permanente Investimento Imobilizado Diferido Total do Permanente

10.000 15.000 30.000 ----0---- 55.000 12.000 8.000 14.000 ----0---- 22.000

------------- ------------- ------------ ------------ ------------ ------------ ------------ ------------ ------------ ------------

Circulante Fornecedores Juros a Pagar Impostos a Pagar Dividendos a Pagar Partic. Adminstr. a pagar Total do Circulante Exigível a Longo Prazo Financiamento a pagar Patrimônio Líquido Capital Reserva Legal Reserva Estatutária Reserva de Reavaliação Lucros Acumulados Total do Patrimônio Líquido

5.000 ----0---- ----0---- ----0---- ----0---- 5.000 ----0---- 60.000 4.000 8.000 ----0---- 12.000 84.000

------------ ------------ ------------ ------------ ------------ ----------- ----------- ---------- ---------- ---------- ---------- --------- ----------

Operações em 19x7.

1. A empresa vendeu no período $ 100.000, sendo 80% foram recebidos. O saldo de Duplicatas a Receber em 31-12-X6 foi totalmente recebido em 19x7.

2. A empresa pagou sua conta Fornecedores, porém comprou mais $ 40.000 de Mercadorias para Estoque, sendo que $ 10.000 ainda não foram pagos a seus Fornecedores.

3. Dos $ 70.000 de Mercadorias em Estoque (Estoque inicial + Compras) sobraram no final do ano $ 25.000 (estoque final). Desta forma, o Custo da Mercadoria Vendida foi de $ 45.000.

4. Dos Empréstimos a Coligadas no Realizável a Longo Prazo, a empresa recebeu $ 7.000.

5. Em aplicações em Outras Empresas, no subgrupo Investimentos, houve um acréscimo de $ 4.000 por novas aquisições a vista.

6. No item imobilizado, houve novas aquisições no valor de $ 10.000 no início do ano. Esta aquisição é fruto de um financiamento com dois anos de carência sendo considerados juros de 20% ao ano, ainda não pagos. No final de 19x6, o item imobilizado depreciado a 10% ao ano, apresentava: Imobilizado bruto...............................$ 20.000

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(-) Depreciação.................................. ($6.000)..............14.000 7. A empresa teve um aumento de Capital em dinheiro no valor de $ 20.... 8. A empresa costuma fazer Reserva Lega (5%) e Reserva Estatutária (10%). Ambas

sobre o Lucro Líquido. 9. Em termos de Apuração de Resultado constataram-se Despesas de Vendas $ 12.000

e Administrativas $ 8.000, ambas totalmente pagas. 10. O Imposto de Renda é 15% sobre o Lucro apurado na Demonstração do Resultado, já

que não houve nem um ajuste a fazer. 11. Neste período, foi decidido calcular 20% do Lucro após o Imposto de Renda como

Participação dos Administradores, que serão pagos em 19x8. 12. Sobre o Lucro Líquido do Exercício foram provisionados dividendos à base de 35%

que serão pagos no ano seguinte. 13. No final do ano, a empresa aplicou no mercado financeiro $ 53.000. 14. Após fazer a Depreciação no ano de 19x7, no último momento do ano a empresa fez

uma reavaliação do seu imobilizado, acrescentando mais $ 14.000 conforme laudo de uma empresa de avaliação.

28) Passivo e o Patrimônio Líquido da Cia. Gestal apresentam as seguintes contas em 31/12/x7.

CONTAS $ Lucros Acumulados 630 Capital Social 1.500 Empréstimos Bancários (6 Meses) 90 Salários A Pagar 80 Fornecedores 100 Financiamentos (2 Anos) 300 Títulos A Pagar (1,5 Ano) 135 Impostos A Recolher 40 Reservas De Capital 120 Encargos A Recolher 25

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Financiamentos (8 Meses) 190 Imposto De Renda A Pagar 30 Contas A Pagar 15 Férias A Pagar 45

Pede-se: Classificar as contas dentro de seus respectivos grupos de contas, sabendo-se que o ciclo operacional é de 12 meses. 29) O Ativo da Cia Gestal apresenta as seguintes contas em 31/12/x8.

CONTAS $ Caixa 100 Estoque de Produtos Acabados 200 Duplicatas a Receber (10 meses) 1.000 Estoque de Matéria Prima 5.000 Estoque de Produtos em Andamento 40 Veículos 230 Contas a Receber (3 anos) 260 Ações (Serão vendidas em momento oportuno) 400 Imóveis (em uso) 1.500 Participações em Outras Cias. (coligadas) 900 Títulos a Receber (10 meses) 550 Aplicações Financeiras (2 meses) 600 Banco conta Movimento 250 Aplicações em Prazo Fixo (1,5 ano) 600 Móveis e Utensílios 200 Gastos Pré Operacionais 321 Imóveis Alugados para Terceiros 468

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Terrenos 1.800 Instalações 200 Máquinas e Equipamentos 600 Marcas e Patentes 4.000 Títulos a Receber (2 anos) 228 Prédio em Construção (para sede da fábrica) 300 Obras-de-arte 1.000 Imóveis a Venda 1.000 Pede-se: Classificar as contas dentro de seus respectivos grupos de contas, sabendo-se que o Ciclo Operacional é de nove meses. 30) A Cia A, empresa comercial, apresentava, em 31 de dezembro de 2002, a seguinte estrutura patrimonial:

ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa 110.000 Fornecedores 144.000 Bancos C/Movimento 145.000 Empréstimos Bancários 100.000 Clientes 163.000 Salários a Pagar 20.000 Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo Valores a Receber 47.000 Empréstimos e Financiamentos. 30.000 Permanente Patrimônio Líquido Imobilizado Capital Social 513.000 Veículos 82.000 Lucros Acumulados 150.000 Imóveis 431.000 Terrenos 61.000 Instalações 12.000 (-)Depreciação Acumulada (94.000) Total 957.000 Total 957.000

Demonstração do Resultado do Exercício encerrado em 31.12.2002

Faturamento Bruto 6.457.000 (-) Custo das Mercadorias Vendidas (3.158.000) (=) Resultado Bruto de Vendas 3.299.000

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(-) Deduções da Receita Bruta (1.458.000) (=) Resultado Líquido de Vendas 1.841.000 (-) Despesas Operacionais Despesas Administrativas (547.000) Despesas com Vendas (728.000) Despesas com Pessoal(100 Refeições=10 funcs – Dispêndio: R$ 2000). (686.000) Impostos e Taxas (Multas de Trânsito) (47.000) Despesas Financeiras Líquidas (258.000) (=) Resultado Operacional (425.000) (-)Despesas não Operacionais (10.000) (=) Resultado antes da CSLL (435.000) (-) CSLL ________ (=) Resultado antes do IRPJ ________ (-) IRPJ ________ (=) Lucro Líquido do Exercício ________

Pede-se: 1) Apurar o Lucro Real 2) Calcular a CSLL e o IRPJ 3)Preencher o término da DRE 4) Informar o valor do Prejuízo Fiscal 5) Informar o valor da Base de Cálculo Negativa da CSLL 6) Em 2003, a empresa obteve um lucro líquido de R$ 200.000. a) Calcular a CSLL e o IRPJ b) Informar o saldo do Prejuízo Fiscal

a) Informar o valor da Base de Cálculo Negativa da CSLL

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ANEXOS

RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93

DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993 DISPÕE SOBRE OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE

CONTABILIDADE (PFC) O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO que a evolução da última década na área de Ciência Contábil reclama a atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resolução CFC 530/81, RESOLVE: CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA

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Art. 1º – Constituem Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) os enunciados por esta Resolução. § 1º – A observância dos Princípios Fudamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º – Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. CAPÍTULO II DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO Art. 2º – Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência de Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, a Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das Entidades. Art. 3º – São Princípios Fundamentais de Contabilidade: I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; VI) o da COMPETÊNCIA e VII) o da PRUDÊNCIA. SEÇÃO I O PRINCÍPIO DA ENTIDADE Art. 4º – O Princípio da ENTIDADE, reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial,a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aquele dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a

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recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. SEÇÃO II O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Art. 5º – A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. § 1º – A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE, tem prazo determinado, previsto ou previsível. § 2º – A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. SEÇÃO III O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE Art. 6º – O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE: I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência. II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários; III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

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SEÇÃO IV O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Art. 7º – Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior,expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes; II – uma vez integrados no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste; IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada; V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos. SEÇÃO V O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA(*) Art. 8º – Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Parágrafo único – São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

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II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7º),é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (*) Veja a Resolução CFC nº 900/01, de 22.03.2001. SEÇÃO VI O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA Art. 9º – As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. § 1º – O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. § 2º – O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. § 3º – As receitas consideram-se realizadas: I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo,quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE,quer pela fruição de serviços por esta prestados; II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III – pela geração natural de novos ativos independentemente de intervenção de terceiros; IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções. § 4º – Consideram-se incorridas as despesas:

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I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo. III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. SEÇÃO VII O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA Art. 10 – O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. § 1º – O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. § 2º – Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. § 3º – A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. Art. 11 – A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. Art. 12 – Revogada a Resolução CFC nº 530/81, esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994. Brasília, 29 de dezembro de 1993 Ivan Carlos Gatti

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Presidente Veja a Resolução CFC n° 774/94, que aprova o Apêndice à Resolução sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

RESOLUÇÃO CFC Nº 900/01

DE 22 DE MARÇO DE 2001 DISPÕE SOBRE A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO

MONETÁRIA O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais; CONSIDERANDO que o "Princípio da Atualização Monetária", conforme o "caput" do art. 8º da Resolução CFC nº 750/83, obriga a que "Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais"; CONSIDERANDO que a atualização objetiva que "... permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniaise, por consequencia, o do patrimônio líquido", segundo o inciso II do parágrafo único do art. 8º da dita Resolução; CONSIDERANDO que a aplicação do Princípio, não está atrelada a qualquer parâmetro em termos de nível inflacionário; CONSIDERANDO que os padrões internacionais de Contabilidade somente requerem a atualização monetária quando a taxa acumulada de inflação no triênio se aproxima ou exceda a 100%; CONSIDERANDO que a partir da implantação do Plano Real a economia e a moeda brasileira vem apresentando estabilidade; RESOLVE: Art. 1º - A aplicação do "Princípio da Atualização Monetária é compulsória quando a inflação acumulada no triênio for de 100% ou mais; Parágrafo Único - A inflação acumulada será calculada com base no Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), apurado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas, por sua aceitação geral e reconhecimento por organismos nacionais e internacionais;

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Art. 2º - A aplicação compulsória do "Princípio da Atualização Monetária" deverá ser amplamente divulgada nas notas explicativas às demonstrações contábeis; Art. 3º - Quando a taxa inflacionária acumulada no triênio for inferior a 100%, a aplicação do Princípio da Atualização Monetária somente poderá ocorrer em demonstrações contábeis de natureza complementar às demonstrações de natureza corrente, derivadas da escrituração contábil regular; Parágrafo 1º - No caso da existência das ditas demonstrações complementares, a atualização deverá ser evidenciada nas respectivas notas explicativas, incluindo a indicação da taxa inflacionária empregada. Parágrafo 2º - A Atualização Monetária, neste caso, não originará nenhum registro contábil. Art. 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 22 de março de 2001. José Serafim Abrantes Presidente Publicada no DOU em 03.04.2001.