apostila finanças - orçamentário e financeiro

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1 Câmpus de Botucatu SEÇÃO TÉCNICA DE FINANÇAS Missão A Seção Técnica de Finanças tem a missão de Controlar e Executar os recursos orçamentários e financeiros, fornecendo informações técnicas e legais que fundamentem as decisões gerenciais indispensáveis ao Ensino, Pesquisa e Extensão. Para melhor entender, segue abaixo as explicações dos termos utilizados em nossa missão: Controlar: administrar todas as informações e recursos que entram para unidade, como exemplo do “controlar” pode ser citado: manter atualizado saldo orçamentário e financeiro. Saber o que já foi pago, quando foi pago, o que falta pagar, fazer a conciliação bancária para saber quanto tem de dinheiro na conta corrente, fazer a programação financeira, etc. Executar: realizar, levar a efeito o que tem que ser realizado pela na Seção Técnica de Finanças, como, por exemplo, reservar, empenhar, liquidar, pagar, atualizar as planilhas de controle de saldo, etc. Recursos orçamentários: “crédito disponível em valores monetários, com base na fixação de gastos, durante o exercício, fixado por Lei.” (conceito definido durante a PECS). Recursos financeiros: “Valor disponível em dinheiro para pagamento das despesas realizadas.” (conceito definido durante a PECS). Informações técnicas: informações de como é operacionalizado o serviço dentro da área de finanças, tomando por base o aspecto legal. Informações legais: informações com base na lei, do que pode ou não ser feito, como ser feito.

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Page 1: Apostila Finanças - Orçamentário e Financeiro

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Câmpus de Botucatu

SEÇÃO TÉCNICA DE FINANÇAS

Missão

A Seção Técnica de Finanças tem a missão de Controlar e Executar os recursos

orçamentários e financeiros, fornecendo informações técnicas e legais que

fundamentem as decisões gerenciais indispensáveis ao Ensino, Pesquisa e

Extensão.

Para melhor entender, segue abaixo as explicações dos termos utilizados em

nossa missão:

Controlar: administrar todas as informações e recursos que entram para unidade,

como exemplo do “controlar” pode ser citado: manter atualizado saldo

orçamentário e financeiro. Saber o que já foi pago, quando foi pago, o que falta

pagar, fazer a conciliação bancária para saber quanto tem de dinheiro na conta

corrente, fazer a programação financeira, etc.

Executar: realizar, levar a efeito o que tem que ser realizado pela na Seção

Técnica de Finanças, como, por exemplo, reservar, empenhar, liquidar, pagar,

atualizar as planilhas de controle de saldo, etc.

Recursos orçamentários: “crédito disponível em valores monetários, com base

na fixação de gastos, durante o exercício, fixado por Lei.” (conceito definido

durante a PECS).

Recursos financeiros: “Valor disponível em dinheiro para pagamento das

despesas realizadas.” (conceito definido durante a PECS).

Informações técnicas: informações de como é operacionalizado o serviço dentro

da área de finanças, tomando por base o aspecto legal.

Informações legais: informações com base na lei, do que pode ou não ser feito,

como ser feito.

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Câmpus de Botucatu

Equipe:

Área Orçamentária: Elaine e Luciene.

Área Financeira: Maria Amélia, Juliana, Daniela e Ana.

Contador: Ronaldo.

Estagiária da Finanças: Giovana

* Área de Convênios: Vera, Simônia e Marcel.

* Estagiária Área de Convênios: Laís.

*Obs: Na estrutura organizacional da Unesp, a Área de Convênios é pertencente

à Seção Técnica de Finanças, porém na Faculdade de Medicina de Botucatu,

devido ao grande número de convênios firmados, a referida área é vista como

uma “Seção Técnica”, tendo como responsável a Sra. Vera Maria Elias, e se

submetendo diretamente a Diretoria Técnica Administrativa.

Orçamento Público

É um instrumento de planejamento da ação governamental em que constam as

despesas fixadas para um determinado exercício financeiro, coincidente com o

ano civil, em equilíbrio com a arrecadação das receitas previstas. O Poder

Legislativo autoriza ao Poder Executivo realizar essas despesas mediante

aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA – tanto de despesa anual), que deve

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Câmpus de Botucatu

estar em consonância com o Plano Plurianual (PPA – tanto de despesas em

quatro anos – devido ao mandato de quatro anos de nossos governantes) e a Lei

de Diretrizes Orçamentárias (LDO – como esse tanto vai ser gasto), devendo ser

respeitada ainda a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei 101/2000), que estabelece

normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão.

Dotação Orçamentária

São valores monetários autorizados por lei. É a garantia que teremos recursos

orçamentários. A dotação orçamentária de 2013 para a Faculdade de Medicina

ficou assim distribuída:

- R$ 4.452.746,00, divididos em 8 cotas da seguinte forma:

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

R$ 556.600,00

R$ 556.600,00 - R$

556.600,00 R$

556.600,00 - R$ 556.600,00

R$ 556.600,00 R$

556.600,00 R$

556.546,00 -

Importante esclarecer que esses R$ 4.452.746,00 que são enviados pela UNESP

para Faculdade de Medicina, fazem parte da quota parte da arrecadação de ICMS

pelo Estado de São Paulo que é repassado à UNESP (2,3447%).

A UNESP faz a distribuição desse recurso entre as unidades, de acordo com

alguns critérios estabelecidos, dentre eles: número de funcionários, total de área

verde, total de área construída, total de área da unidade, número de alunos,

número de trabalhos publicados, etc.

Essa quantia serve para ser utilizada em despesas de custeio, como por exemplo,

pagamento do contrato da jardinagem, copeiragem, portaria, limpeza predial,

outsourcing de impressoras, locação de computadores, aquisição de material de

consumo, material de escritório, gêneros alimentícios, prestação de serviços, etc.

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Com este recurso não podem ser feitas despesas de capital ou investimento,

como, por exemplo, a aquisição de um microcomputador.

- R$ 1.200.000,00 – Essa é a dotação que pode ser arrecadada na própria

unidade, para ser utilizada tanto com despesas de capital ou custeio. Pode ser

arrecadada, através de multas, taxas, inscrições em concursos e cursos,

reembolso do vale transporte, leilões, ou recursos enviados pela reitoria como

PDI, PICR e PROEX.

Quando for através de compromisso o recurso pode entrar tanto para despesas

com custeio como investimento, dependendo do objeto do compromisso. Por

exemplo, se o compromisso tiver como objeto a aquisição de microcomputadores,

entrará para ser gasto com investimento.

Caso a arrecadação passe de R$ 1.200.000,00 no exercício, essa dotação deverá

ser suplementada para poder ser utilizada, pois o orçamentário e o financeiro

devem “andar juntos”.

Execução Orçamentária

É o processo que consiste em programar e realizar despesas levando-se em conta

a disponibilidade Financeira da Administração em cumprimento das exigências

legais.

Nada mais é do que gastar o que nos foi autorizado na dotação orçamentária.

Na Faculdade de Medicina de Botucatu, em outubro de 2012, a Diretoria

Administrativa formou uma comissão para elaborar o orçamento de 2013, sendo

levantados os valores estimados que seriam gastos mensal e anualmente com os

contratos, adiantamentos, departamentos, almoxarifado, Upeclin, Unipex, Diretoria

da Unidade, Diretoria Administrativa, Diretoria Acadêmica e Diretoria de Serviços e

todos os demais gastos previstos para o ano. No 1º dia útil de 2013, após

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recebermos a dotação orçamentária da reitoria, foram feitas as distribuições

orçamentárias, conforme elaborado pela Comissão de Orçamento, o saldo

restante foi direcionado para reserva de contigente e é utilizado conforme

solicitação de áreas interessadas e autorização da Diretoria.

Receita Pública

É todo e qualquer recolhimento feito aos cofres públicos, quer seja efetivado

através de numerário ou outros bens representativos de valores que o Governo

tem o direito de arrecadar em virtude de leis, contratos ou quaisquer outros títulos

de que derivem direitos a favor do Estado, quer seja oriundo de alguma finalidade

específica, cuja arrecadação lhe pertença ou caso figure como depositário dos

valores que não lhe pertencem.

Podem ser:

- Orçamentárias: recursos incorporados definitivamente ao patrimônio do

Estado. Ex: multas, taxas, inscrições, etc.

- Extra-orçamentárias: pertencentes a terceiros, devem ser restituídos no

futuro. Ex. Cauções (garantia de contrato).

Fontes da Receita Pública

É a origem, procedência do recurso. São elas:

- 1 – Recursos do Tesouro do Estado*;

- 2 – Recursos Vinculados Estaduais;

- 3 – Recursos Vinculados – Fundo Especial de despesa;

- 4 – Recursos Próprios – Administração Indireta*;

- 5 – Recursos Vinculados Federais*;

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- 6 – Outras Fontes de Recursos;

- 7 – Recursos de Operações de Crédito.

* No orçamento da UNESP constam as fontes 1, 4 e 5.

Os recursos que ingressam pela fonte 1 são os provenientes da quota parte da

Unesp, ou seja, 2,3447% sobre o ICMS líquido do Estado. Os recursos que

entram por esta fonte devem ser utilizados em despesas de custeio, tais como

aquisição de material de consumo, gêneros alimentícios, material de escritório,

prestação de serviços como jardinagem, copeiragem, limpeza e portaria, etc.

Na fonte 4, recursos próprios, ingressam todas as receitas arrecadadas na própria

unidade, tais como multas, inscrições em cursos, concursos e eventos, reembolso

de vale transporte, leilões. PDI, PICR e PROEX também ingressam na unidade

através da fonte 4. Os recursos que entram na unidade por esta fonte podem ser

utilizados tanto em despesas correntes como despesas de investimentos.

Os compromissos que chegam para a unidade podem ingressar tanto na fonte 1

quanto na fonte 4, o que vai determinar em qual fonte será enviado o

compromisso é o seu objeto, se for material de consumo fonte 1, se for material

permanente ou obra fonte 4.

Os Recursos Vinculados Federais, fonte 5, são aqueles provenientes de

Convênios Federais.

Despesa Pública

Caracteriza um dispêndio de recursos do patrimônio público, representado por

uma saída de recursos financeiros.

Importante salientar que sem recursos orçamentários nenhuma compra ou serviço

pode ser executado e nenhuma despesa poderá ser feita sem prévio empenho

(art.60, Lei 4.320/64).

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Princípios para a realização da despesa:

- Utilidade: a despesa deve atender ao custeio dos gastos necessários ao

funcionamento dos organismos do Estado, bem como dos serviços

públicos, objetivando o atendimento da coletividade.

- Legitimidade: a despesa deve fundar-se no consentimento coletivo

(discussão da lei orçamentária) e na possibilidade contributiva (não se pode

exigir esforço excessivo dos contribuintes).

- Oportunidade: a despesa deve adaptar-se às reais possibilidades

financeiras dos contribuintes – capacidade produtiva – em função da

situação econômica do momento.

- Legalidade: para a realização da despesa, o administrador público está

sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum.

- Economicidade: é a otimização da relação custo/benefício na aplicação

dos recursos públicos.

Classificação das despesas

Duas principais classificações:

- quanto à natureza:

o orçamentária: deriva da lei orçamentária ou créditos adicionais –

integra o orçamento.

o extra-orçamentária: saídas de numerários decorrentes do

levantamento ou resgate de valores recebidos anteriormente e que,

na oportunidade, constituíram receitas extra-orçamentárias. Não

consta da lei do orçamento. Exemplo: devolução de caução.

- quanto à categoria econômica:

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o corrente: referentes ao conceito de consumo do Governo, são

despesas orçamentárias destinadas à manutenção e ao

funcionamento dos serviços públicos prestados pela Administração

ou transferidos a outras pessoas físicas ou jurídicas. São as

despesas de custeio, efetuadas com material de consumo, material

de escritório, gêneros alimentícios, prestação de serviços, como por

exemplo, limpeza, jardinagem, portaria, copeiragem, etc.

o capital: referentes ao conceito de investimento do setor

governamental, as despesas de capital são despesas orçamentárias

realizadas de forma direta ou indireta pela Administração Pública. O

objetivo das despesas de capital é adquirir ou constituir bens de

capital que contribuirão para a produção de novos bens e serviços.

São as despesas com investimento, como, por exemplo, a

construção de uma obra, a aquisição de materiais permanentes,

como microcomputadores, mesas, armários, etc.

Estágios da despesa pública

Na Seção Técnica de Finanças, a despesa pública passa pelos seguintes

estágios: Fixação, Reserva, Empenho, Liquidação e Pagamento.

Fixação

É a autorização do poder Legislativo ao Poder Executivo, pela fixação de dotações

orçamentárias aprovadas na Lei Orçamentária, concedendo ao ordenador de

despesa o direito de gastar os recursos destinados à sua Unidade Gestora.

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Reserva

Garantia de que haverá recursos orçamentários para realização da despesa. O

artigo 14 da Lei 8.666/93, assim preceitua: “Nenhuma compra será feita sem a

adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários

para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe

tiver dado causa.”

Empenho

Na definição do artigo 58 da Lei 4.320/64, “é o ato emanado de autoridade

competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de

implemento de condição”. Portanto, uma vez autorizado o empenho, pelo

ordenador da despesa legalmente instituído, diretamente ou por delegação de

competência, fica criada a obrigação de pagamento para o Estado, podendo

depender de algumas condições ou não. Dessa forma, toda e qualquer despesa

só poderá ser efetuada mediante o prévio empenho, até o limite das dotações

orçamentárias de cada exercício financeiro.

Modalidades de empenho:

- Ordinário: quando destinado a atender despesas com valores previamente

conhecidos e cujo pagamento se processe de uma só vez. Exemplo comum

são os processos aquisição de caixa arquivo, passagem aérea, etc.

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- Global: quando o montante a ser pago também for previamente conhecido,

mas deva ocorrer parceladamente, comum nos casos de contratos.

- Estimativo: quando não se possa determinar previamente o montante a

ser pago, como ocorre, por exemplo, no processo de aquisição de galões

de água, hortifrutigranjeiros, gases, etc.

O empenho materializa-se por meio de um documento chamado Nota de

Empenho.

Liquidação

Conforme artigo 63, da Lei 4.320/64, a “liquidação da despesa consiste na

verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos

comprobatórios do respectivo crédito.”

É na liquidação em que se é agendada a data do pagamento, e com base nesse

agendamento prepara-se a programação financeira.

A finalidade da liquidação é:

- verificar a origem e o objeto do que se deve pagar;

- a importância exata a pagar;

- a quem se deve pagar para extinguir a obrigação.

A liquidação da despesa por fornecimento feito, serviço prestado ou obra

executada terá por base:

- contrato, ajuste ou acordo, se houver;

- a nota de empenho;

- os documentos fiscais;

- os comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva do serviço;

- a medição ou atestado de fiscalização, em se tratando de obras.

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Pagamento

É o último estágio da despesa. Trata-se da extinção da obrigação assumida pela

nota de empenho e contrato se houver.

Restos a pagar

Conforme artigo 36, da lei 4.320/64, “consideram-se restos a pagar as despesas

empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as

processadas das não processadas”. São, portanto, as despesas empenhadas,

pendentes de pagamento na data do encerramento do exercício financeiro,

inscritas como obrigações a pagar no exercício subseqüente.

Distinguem-se em:

- restos a pagar processados: são aqueles decorrentes de despesas já

liquidadas, o credor já cumpriu suas obrigações, isto é, entregou o material,

prestou o serviço ou executou a etapa da obra dentro do exercício. Tem,

portanto, o direito líquido e certo, faltando apenas o pagamento.

- Restos a pagar não processados: são aqueles decorrentes de despesas

não liquidadas, ou daquelas que dependem de prestação do serviço ou

fornecimento do material, ou seja, cujo direito do credor não foi apurado.

Despesas ainda não líquidas.

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Referências bibliográficas:

http://www.fazenda.sp.gov.br/cge2/perguntas.pdf

Apostila do curso de Orçamento Público e Administração Financeira da Unesp,

2002.

Lei 4.320 de 17 de março de 1964.

Lei 8.666 de 21 de junho de 1993.

Lei 101 de 4 de maio de 2000.