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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO FAP – Fator Acidentário de Prevenção (novas regras de cálculo para 2010/2011 – Resolução 1.316/2010) e NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico PARTE I – ACIDENTE DE TRABALHO – NOVA LEGISLAÇÃO 1. Principais Alterações trazidas pelo Decreto n. 6.042/2007; Altera o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n o 3.048, de 6 de maio de 1999, disciplina a aplicação, acompanhamento e avaliação do Fator Acidentário de Prevenção - FAP e do Nexo Técnico Epidemiológico, e dá outras providências. RAT Significa RISCOS AMBIENTAIS DO TRABALHO , correspondendo ao percentual que toda empresa tem que pagar, incidente sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e ao trabalhador avulso. Os percentuais previstos em lei são: 1%, 2% e 3%. Para saber o percentual de pagamento de uma empresa, deve-se ter em mãos o n° do CNAE (Código Nacional da Atividade Econômica), e posteriormente analisar a tabela constante no anexo V do Decreto 3.048/99. Vejamos o artigo do Decreto n° 3.048/99, que regulamenta o RAT: Art.202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: I - um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II - dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou III - três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. § 1º As alíquotas constantes do caput serão acrescidas de doze , nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de CLAUDIA ANDERMAN 1

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

FAP – Fator Acidentário de Prevenção (novas regras de cálculo para 2010/2011 – Resolução 1.316/2010) e

NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico

PARTE I – ACIDENTE DE TRABALHO – NOVA LEGISLAÇÃO

1. Principais Alterações trazidas pelo Decreto n. 6.042/2007;

Altera o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999, disciplina a aplicação, acompanhamento e avaliação do Fator Acidentário de Prevenção - FAP e do Nexo Técnico Epidemiológico, e dá outras providências.

RAT

Significa RISCOS AMBIENTAIS DO TRABALHO, correspondendo ao percentual que toda empresa tem que pagar, incidente sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e ao trabalhador avulso.

Os percentuais previstos em lei são: 1%, 2% e 3%.

Para saber o percentual de pagamento de uma empresa, deve-se ter em mãos o n° do CNAE (Código Nacional da Atividade Econômica), e posteriormente analisar a tabela constante no anexo V do Decreto 3.048/99.

Vejamos o artigo do Decreto n° 3.048/99, que regulamenta o RAT:

Art.202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso:

I - um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve;II - dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ouIII - três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave.

§ 1º As alíquotas constantes do caput serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição.

§ 2º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

§ 3º Considera-se preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos.

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§ 4º A atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V.

§ 5o  É de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social revê-lo a qualquer tempo.

§ 6o  Verificado erro no auto-enquadramento, a Secretaria da Receita Previdenciária adotará as medidas necessárias à sua correção, orientará o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procederá à notificação dos valores devidos.

(...)

§ 13.  A empresa informará mensalmente, por meio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP, a alíquota correspondente ao seu grau de risco, a respectiva atividade preponderante e a atividade do estabelecimento, apuradas de acordo com o disposto nos §§ 3o e 5o.

2. Acidente do trabalho típico e equiparado;

Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Art. 19/Lei 8.213/91. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.

- Não é considerado como doença do trabalho:

a doença degenerativa; a inerente ao grupo etário; a que não produza incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

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- Equiparam-se também ao acidente do trabalho:

o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:

        a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

        b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

        c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

        d) ato de pessoa privada do uso da razão;

        e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

        a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

        b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

        c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

        d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Observações Importantes:

Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

- Doença Profissional ou do Trabalho

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Art. 20/Lei 8.213/91. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

- A caracterização do acidente e/ou doença advinda do trabalho, acontecerá da seguinte forma:

a) Administrativamente, por meio do setor de benefícios do INSS, que estabelecerá o nexo entre o trabalho exercido e o acidente;

b) Tecnicamente pela perícia médica do INSS, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre: o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; e a causa mortis e o acidente.

c) Judicialmente, por perícia determinada pelo juiz.

- CAT – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO

A empresa SEMPRE deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência de um acidente e/ou doença do trabalho e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa.

Não sendo feito pela empresa, poderá ser feito:

Pelo próprio acidentado ou seus dependentes; Pela entidade sindical competente; Pelo médico assistente; Pelas autoridades competentes.

Envio da CAT deverá ser em 4 vias:

1ª via ao INSS2ª via ao segurado ou dependente3ª ao sindicato dos trabalhadores4ª à empresa.

Temos os seguintes tipos de CAT:

CAT INICIAL - Para o Acidente do trabalho típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho.

CAT DE REABERTURA - O reinicio de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS.

CAT DE COMUNICAÇÃO DE ÓBITO - O falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.

Obs.: Há a denominada “CAT Parcial”, via internet, mas que apenas objetiva iniciar, para efeitos de cumprimento do prazo legal, as informações da comunicação do acidente.

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3. Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP;

Até a competência de março de 2007, os acidentes do trabalho eram caracterizados pelo reconhecimento técnico do nexo causal, considerando a relação entre:

• o acidente e a lesão;• a doença e o trabalho; e• a causa mortis e o acidente.

A contar de abril de 2007, inclusive, a caracterização do acidente de trabalho será realizada pelo denominado Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), que consiste na relação entre trabalho e o agravo, considerando para tanto a relação entre o ramo de atividade econômica da empresa, expressa pela Classificação Nacional de Atividade Econômica-CNAE, e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, relacionada na Classificação Internacional de Doenças – CID.

O NTE presume ocupacional o benefício por incapacidade requerido em que o atestado médico apresenta um código de doença que tenha a relação com o CNAE da empresa empregadora do trabalhador requerente.

A relação das atividades que determinam a caracterização do acidente de trabalho (nexo epidemiológico) consta na Lista B do Anexo II do Decreto n. 3.048/99, alterado e atualizado pelo Decreto 6.042/2007.

Ocorrido o agravo (doença e/ou acidente) o empregador deverá informar na SEFIP/ GFIP o afastamento do trabalhador e emitir a CAT no primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência.

A empresa, se entender e dispuser de dados e informações que demonstrem que os agravos não possuem nexo causal com o trabalho exercido pelo trabalhador poderá requerer ao INSS até quinze dias após a data da entrega da SEFIP/GFIP, a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, ao caso concreto, sob pena de não conhecimento da alegação em instância administrativa.

Caracterizada a impossibilidade de atendimento ao disposto no parágrafo anterior, motivada pelo não conhecimento tempestivo do diagnóstico do agravo (atestado médico), o requerimento tratado acima poderá ser apresentado no prazo de quinze dias da data para entrega da SEFIP/ GFIP do mês de competência da realização da perícia que estabeleceu o nexo entre o trabalho e o agravo.

Neste aspecto, o INSS disponibilizará, para consulta da empresa, por meio do endereço eletrônico www.previdencia.gov.br ou, subsidiariamente, pela Comunicação de Resultado do Requerimento-CRER, entregue ao trabalhador as informações sobre o diagnóstico do agravo (perícia médica).

Com a entrada do requerimento junto ao INSS, a empresa formulará as alegações que entender necessárias e apresentará a documentação probatória, em duas vias, visando demonstrar a inexistência do nexo causal entre o trabalho e o agravo.

Por sua vez, Agência da Previdência Social-APS, informará ao segurado sobre a existência do requerimento da empresa, informando-lhe que poderá retirar uma das vias apresentada pela mesma para, querendo, apresentar contra razões no prazo de quinze dias da ciência do requerimento. E ser-lhe-á possível, contra razoar as alegações que entender necessárias e apresentar documentação probatória, com o objetivo de demonstrar a existência do nexo causal entre o trabalho e o agravo.

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A análise do requerimento e das provas produzidas será realizada pela perícia médica, cabendo ao setor administrativo da APS comunicar o resultado da análise à empresa e ao segurado.

Da decisão do requerimento cabe recurso com efeito suspensivo, por parte da empresa ou, conforme o caso, do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social-CRPS. Neste caso o pagamento regular do benefício não fica prejudicado, desde que atendidos os requisitos de carência que permita a manutenção do reconhecimento do direito ao benefício como auxílio-doença previdenciário.

Os procedimentos e rotinas referentes ao Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário –NTEP, constam na IN 31, de 10.09.2008.

Será obrigatoriamente aplicado as disposições constantes desta Instrução Normativa aos benefícios requeridos a partir de 1º de abril de 2007 ou cuja perícia inicial for realizada a partir dessa data.

As conseqüências do NTEP é a possibilidade do aumento do encargo patronal, tendo em vista, a também entrada em vigor do FAP.

Aos benefícios em manutenção aplica-se a regra anterior, haja vista que a eventual prorrogação decorre da incapacidade para o trabalho e não da natureza do benefício. Da mesma forma, aplicar-se-á, também a regra anterior aos pedidos de revisão e recurso tempestivos do segurado visando à transformação do benefício previdenciário em acidentário, ainda não concluídos.

A partir de 1º de abril de 2007, data da publicação da IN 16/2007, (atualmente revogada pela 31/2008) quando do requerimento de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez do segurado empregado e desempregado, é obrigatória a informação do Código Internacional de Doença-CID.

4. Fator Acidentário de Prevenção – FAP;

O fator acidentário é um multiplicador a ser aplicado às alíquotas de 1%, 2% ou 3% da tarifação coletiva por subclasse econômica, incidentes sobre a folha de salários das empresas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho.

Esta nova metodologia irá conceder redução da taxa para as empresas que registrarem queda no índice de acidentalidade e doenças ocupacionais.

Por sua vez, as que apresentarem maior número de acidentes e ocorrências mais graves terão aumento no valor da contribuição. O FAP varia de 0,5 a 2 pontos, o que significa que a alíquota de contribuição da empresa pode ser reduzida à metade ou dobrar. O aumento ou a redução do valor da alíquota passará a depender do cálculo da quantidade, freqüência, gravidade e do custo dos acidentes em cada empresa.

A nova metodologia, para o cálculo do fator acidentário, leva em consideração a acidentalidade total da empresa, com a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e todos os nexos técnicos sem CAT, incluído todo o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP) a partir de abril de 2007.

O fator acidentário atribui pesos diferentes para as acidentalidades. A pensão por morte e a aposentadoria por invalidez, por exemplo, têm peso maior – cada uma com pesos diferenciados – que os registros de auxílio-doença e auxílio-acidente.

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Art. 202-A/Decreto 3.048/99.  As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 serão reduzidas em até cinqüenta por cento ou aumentadas em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP.

§ 1o  O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000), aplicado com quatro casas decimais, considerado o critério de arredondamento na quarta casa decimal, a ser aplicado à respectiva alíquota. 

§ 2o  Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput, proceder-se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro da respectiva atividade econômica, a partir da criação de um índice composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo que pondera os respectivos percentis com pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco por cento e de quinze por cento, respectivamente.

§ 4o  Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se em conta:

I - para o índice de freqüência, os registros de acidentes e doenças do trabalho informados ao INSS por meio de Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT e de benefícios acidentários estabelecidos por nexos técnicos pela perícia médica do INSS, ainda que sem CAT a eles vinculados;

II - para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte, todos de natureza acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferentes em razão da gravidade da ocorrência, como segue: a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento; b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento para cada um; e

III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária pagos ou devidos pela Previdência Social, apurados da seguinte forma: a) nos casos de auxílio-doença, com base no tempo de afastamento do trabalhador, em meses e fração de mês; eb) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projeção da expectativa de sobrevida do segurado, na data de início do benefício, a partir da tábua de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos. 

§ 5o  O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no mesmo mês, no Diário Oficial da União, os róis dos percentis de frequência, gravidade e custo por Subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de cada empresa, com as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e demais elementos que possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho dentro da sua CNAE-Subclasse.

§ 6o  O FAP produzirá efeitos tributários a partir do primeiro dia do quarto mês subseqüente ao de sua divulgação.

§ 7o  Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de janeiro a dezembro de cada ano, até completar o período de dois anos, a partir do qual

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

os dados do ano inicial serão substituídos pelos novos dados anuais incorporados.

§ 8o  Para a empresa constituída após janeiro de 2007, o FAP será calculado a partir de 1o de janeiro do ano ano seguinte ao que completar dois anos de constituição

§ 9o  Excepcionalmente, no primeiro processamento do FAP serão utilizados os dados de abril de 2007 a dezembro de 2008. 

§ 10.  A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social indicará a sistemática de cálculo e a forma de aplicação de índices e critérios acessórios à composição do índice composto do FAP.

Art. 202-B. O FAP atribuído às empresas pelo Ministério da Previdência Social poderá ser contestado perante o Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional da Secretaria Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência Social, no prazo de trinta dias da sua divulgação oficial.

§ 1º A contestação de que trata o caput deverá versar, exclusivamente, sobre razões relativas a divergências quanto aos elementos previdenciários que compõem o cálculo do FAP.

§ 2º Da decisão proferida pelo Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional, caberá recurso, no prazo de trinta dias da intimação da decisão, para a Secretaria de Políticas de Previdência Social, que examinará a matéria em caráter terminativo

§ 3º O processo administrativo de que trata este artigo tem efeito suspensivo.

Outra mudança é a criação da trava de mortalidade e de invalidez. As empresas com óbitos ou invalidez permanente não receberão os bônus do FAP. Mas se houver investimento comprovado em melhoria na segurança do trabalho, com acompanhamento do sindicato dos trabalhadores e dos empregadores, a bonificação poderá ser mantida.

O cálculo também considera a taxa de rotatividade de empregados. O índice médio de cada empresa será calculado tendo como parâmetro a média dos dois últimos anos, sempre utilizando o mínimo do número de demissões ou admissões. Quando a taxa ultrapassar 75%, as empresas não serão beneficiadas com a redução do FAP, salvo se ocorrer demissões voluntárias e o término de obra, desde que as empresas tenham observado as normas de Saúde e Segurança do Trabalho.

A atribuição de pesos diferenciados para morte e invalidez segue indicações de Normas Técnicas Brasileiras. Além disso, a experiência internacional mostra que os procedimentos adotados visam prevenir ou reduzir, prioritariamente, acidentes com morte e invalidez.

PREENCHIMENTO DA SEFIP

O preenchimento do campo FAP na GFIP deve ser feito com duas casas decimais e sem arredondamento.

A GPS gerada pela GFIP deverá ser desprezada e preenchida manualmente.

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Para o cálculo da GPS deverá ser considerado quatro casas decimais após a multiplicação do FAP pela alíquota do grau de risco.

Exemplo: Grau de Risco (RAT/SAT)- 2% x FAP - 0,8765 = 1,7530

5. Doenças profissionais;

Considera-se doença do trabalho ou ocupacional aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e que com ele se relacione diretamente, constante de relação disposta no Anexo II ao Decreto n. 3.048/99.

Sua caracterização dependerá de exame médico-pericial onde deverá ser comprovada a existência de nexo causal (nexo técnico epidemiológico) a ser estabelecido conforme do disposto nos Manuais de Procedimentos Médico-Periciais em Doenças Profissionais ou do Trabalho, levando-se em consideração a correlação entre a doença e a atividade exercida pelo segurado.

O reconhecimento deste nexo é exigido pelo artigo 337 do Decreto n. 3048/99 para a caracterização de qualquer acidente do trabalho, inclusive doenças ocupacionais, diz respeito à relação entre o diagnóstico verificado pelo médico que atendeu o paciente e o risco existente na atividade profissional exercida. Este reconhecimento técnico, por força da legislação previdenciária, somente poderá ser efetuado por médico-perito do INSS.

Assim, uma vez caracterizada a doença ocupacional, ela terá o mesmo tratamento de um acidente de trabalho, devendo ser emitida a CAT, devendo ser pago o FGTS durante todo o afastamento, e ainda, gerando a estabilidade para o empregado que estará se afastando.

6. Análise da nova Resolução MPS/CNPS n. 1.316 de 2010 – novas regras de cálculo do FAP:

Res. CNPS 1.308/09 - Res. - Resolução CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - CNPS nº 1.308 de 27.05.2009

D.O.U.: 05.06.2009

O PLENÁRIO DO CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - CNPS, em sua 154ª Reunião Ordinária, realizada no dia 27 de maio de 2009, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991;

Considerando a necessidade de aperfeiçoamento da metodologia para potencializar a acurácia do método para os cálculos do FAP; e

Considerando o resultado dos estudos desenvolvidos pelo Ministério da Previdência Social, por intermédio da Secretaria de Políticas de Previdência Social, desde a edição da Resolução MPS/CNPS Nº 1.269, de 15 de fevereiro de 2006, que trata da metodologia para a flexibilização das alíquotas de contribuição destinadas ao financiamento do benefício de aposentadoria especial e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, resolveu:

CLAUDIA ANDERMAN

(Dispõe sobre a nova metodologia para o cálculo do Fator Acidentário de Prevenção - FAP, em substituição à Resolução MPS/CNPS nº 1.269/2006).

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

Art. 1º O anexo desta Resolução substitui o Anexo da Resolução MPS/CNPS Nº 1.269, de 2006, em todos os aspectos relativos ao cálculo do Fator Acidentário de Prevenção, excetuando-se os aspectos relativos ao Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário - NTEP.

Art. 2º As propostas referentes à taxa de rotatividade do Anexo apresentadas na 154ª Reunião serão objeto de avaliação e decisão na próxima reunião do CNPS.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ BARROSO PIMENTELPresidente do Conselho ANEXO

O FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO - FAP

1 Introdução

A Lei Nº 10.666, de 8 de maio de 2003, possibilitou a redução ou majoração da contribuição, recolhida pelas empresas, destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. A referida Lei, em seu art. 10, prescreve que as alíquotas de 1%, 2% ou 3%, por empresa, poderão variar entre a metade e o dobro, de acordo com a metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS.

Trata-se, portanto, da instituição de um fator Fator Acidentário de Prevenção- FAP, que é um multiplicador sobre a alíquota de 1%, 2% ou 3% correspondente ao enquadramento da empresa segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE preponderante, nos termos do Anexo V do Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto Nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Esse multiplicador deve variar em um intervalo fechado contínuo de 0,5 a 2,0.

O objetivo do FAP é incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde do trabalhador estimulando as empresas a implementarem políticas mais efetivas de saúde e segurança no trabalho para reduzir a acidentalidade.

Assim, o FAP, que será recalculado periodicamente, individualizará a alíquota de 1%, 2% ou 3% prevista no Anexo V do Regulamento da Previdência Social-RPS, majorando ou reduzindo o valor da alíquota conforme a quantidade, a gravidade e o custo das ocorrências acidentárias em cada empresa. Portanto, com o FAP, as empresas com mais acidentes e acidentes mais graves em uma sub-classe CNAE passarão a contribuir com um valor maior, enquanto as empresas com menor acidentalidade terão uma redução no valor de contribuição.

A Resolução MPS/CNPS Nº 1.269/2006 estabeleceu metodologia definindo parâmetros e critérios para a geração do FAP.

Estes parâmetros foram testados e os resultados sinalizaram para a necessidade de aperfeiçoar a metodologia de modo a garantir justiça na contribuição do empregador e equilíbrio atuarial. Desse estudo resultou a nova metodologia abaixo descrita, que altera parâmetros e critérios para o cálculo da freqüência, da gravidade, do custo e do próprio FAP, em relação à metodologia anterior.

2. Nova Metodologia para o FAP

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

2.1 Fontes dos dados

Para os cálculos dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, foram definidas as seguintes fontes de dados:

Registros da Comunicação de Acidentes de Trabalho - CAT relativo a cada acidente ocorrido;

Registros de concessão de benefícios acidentários que constam nos sistemas informatizados do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS concedidos a partir de abril de 2007 sob a nova abordagem dos nexos técnicos aplicáveis pela perícia médica do INSS, destacando-se aí o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário - NTEP. O critério para contabilização de benefícios acidentários concedidos é a observação de Data de Despacho do Benefício - DDB dentro do Período-base (PB) de cálculo;

Dados populacionais empregatícios registrados no Cadastro Nacional de Informações Social - CNIS, do Ministério da Previdência Social - MPS, referentes ao período-base. As empresas empregadoras informam ao CNIS, entre outros dados, os respectivos segmentos econômicos aos quais pertencem segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, número de empregados, massa salarial, afastamentos, alíquotas de 1%, 2% ou 3%, bem como valores devidos ao Seguro Social.

A expectativa de sobrevida do segurado será obtida a partir da tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos, mais recente no Período-Base.

2.2. Definições

Foram adotadas as seguintes definições estruturantes:

Evento: ocorrência previdenciária, ou seja, cada um dos registros de benefício das espécies de natureza acidentária: B91 - Auxílio-Doença Acidentário, B92 - Aposentadoria por Invalidez Acidentária, B93 - Pensão por Morte Acidentária e B94 - Auxílio-Acidente Acidentário e as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT.

Período-Base - PB: período de tempo em meses ou anos que define o universo de benefícios e vínculos extraídos dos sistemas informatizados de benefícios do INSS e do CNIS que será considerado para o cálculo do FAP.

Freqüência: índice baseado no número de registros, diretos e indiretos, de acidentes e doenças do trabalho em determinado tempo.

Inclui toda a acidentalidade registrada mediante CAT e os benefícios acidentários estabelecidos a partir de nexos técnicos, inclusive o NTEP, que não têm CAT associada.

Gravidade: índice baseado na intensidade de cada ocorrência acidentária estabelecida a partir da multiplicação do número de ocorrências de cada espécie de benefício acidentário por um valor fixo representado os diferentes níveis de gravidade: 0,50 para pensão por morte; 0,30 para aposentadoria por invalidez; 0,1 para afastamento temporário e 0,1 para auxílio-acidente.

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

Custo: dimensão monetária do acidente que expressa os gastos da Previdência Social com pagamento de benefícios de natureza acidentária e sua relação com as contribuições das empresas. Massa Salarial - MS, anual: soma, em reais, dos valores salariais, incluindo 13º salário, informados pela empresa junto ao CNIS.

Vínculo Empregatício: é identificado por um Número de Identificação do Trabalhador - NIT, um número no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ e uma data de admissão.

Vínculos Empregatícios - média: é a soma do número de vínculos mensal em cada empresa com registro junto ao CNIS informados pela empresa, via SEFIP/GFIP dividido pelo número de meses do período.

Data de Despacho do Benefício - DDB: é a data (dia/mês/ano) em que é processado a concessão do benefício junto à Dataprev.

Data Início do Benefício - DIB: é a data (dia/mês/ano) a partir da qual se inicia o direito ao benefício;

Data Cessação do Benefício - DCB: é a data (dia/mês/ano), a partir da qual se encerra o direito ao recebimento do benefício.

Idade: é a idade do segurado, expressa em anos, na data do início do benefício.

Salário-de-Benefício: valor que serve de base aos percentuais que calcularão a renda mensal dos benefícios (Mensalidade Reajustada - MR).

Renda Mensal Inicial - RMI (pura): valor inicial do benefício no mês.

CNAE 2.0: é a classificação das áreas econômicas aprovada e divulgada pela Comissão Nacional de Classificações - CONCLA, vigente a partir de janeiro de 2007: a versão 2.0 da CNAE tem 21 seções, 87 divisões, 285 grupos, 673 classes e 1.301 subclasses.

CNAE-Subclasse preponderante da empresa: é a menor subdivisão componente da CNAE 2.0 declarada pela empresa como sendo a que agrega o maior número de vínculos.

2.3. Geração de Índices de Freqüência, Gravidade e Custo

A matriz para os cálculos da freqüência, gravidade e custo, e para o cálculo do FAP será composta pelos registros de toda CAT e pelos registros dos benefícios de natureza acidentária.

Os benefícios de natureza acidentária serão contabilizados no CNPJ ao qual o trabalhador estava vinculado no momento do acidente, ou ao qual o agravo esteja diretamente relacionado. Para o trabalhador avulso não há configuração de vinculo empregatício, mas o benefício será vinculado à empresa onde presta o serviço.

A geração do Índice de Freqüência, do Índice de Gravidade e do Índice de Custo para cada uma das empresas se faz do seguinte modo:

2.3.1 Índice de Freqüência

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

Indica a incidência da acidentalidade em cada empresa. Para esse índice são computadas as ocorrências acidentárias registradas por meio de CAT e os benefícios das espécies B91 e B93 sem registro de CAT, ou seja, aqueles que foram estabelecidos por nexos técnicos, inclusive por NTEP. Podem ocorrer casos de concessão de B92 e B94 sem a precedência de um B91 e sem a existência de CAT e nestes casos serão contabilizados como registros de acidentes ou doenças do trabalho.

O cálculo do índice de freqüência é obtido da seguinte maneira:

Índice de freqüência = número de acidentes registrados em cada empresa, mais os benefícios que entraram sem CAT vinculada, por nexo técnico/número médio de vínculos x 1.000 (mil).

O número de acidentes registrados em cada empresa equivale às CAT registradas como do Tipo de CAT = "Inicial", o que evita a duplicação de contagem do mesmo evento.

2.3.2 Índice de gravidade

Indica a gravidade das ocorrências acidentárias em cada empresa.

Para esse índice são computados todos os casos de afastamento acidentário por mais de 15 dias (auxílio-doença acidentário - B91), os casos de auxílio-acidente (B94), de aposentadoria por invalidez (B92) e pensão por morte acidentária (B93). É atribuído peso diferente para cada tipo de afastamento em função da gravidade da ocorrência. Para pensão por morte o peso atribuído é de 0,50, para aposentadoria por invalidez é 0,30, para auxílio-doença o peso é de 0,10 e para auxílio-acidente o peso é 0,10.

O cálculo do índice de gravidade é obtido da seguinte maneira:

Índice de gravidade = (número de benefícios auxílio doença por acidente (B91) x 0,1 + número de benefícios por invalidez (B92) x 0,3 + número de benefícios por morte (B93) x 0,5 + o número de benefícios auxílio-acidente (B94) x 0,1)/número médio de vínculos x 1.000 (mil).

2.3.3 Índice de custo

Representa o custo dos benefícios por afastamento cobertos pela Previdência. Para esse índice são computados os valores pagos pela Previdência em rendas mensais de benefícios. No caso do auxílio-doença (B91), o custo é calculado pelo tempo de afastamento, em meses e fração de mês, do trabalhador dentro do Período-base de cálculo do FAP. Nos casos de benefícios por invalidez, parcial ou total (B92 e B94), e morte (B93), os custos são calculados fazendo uma projeção da expectativa de sobrevida a partir da tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos.

O cálculo do índice de custo é obtido da seguinte maneira:

Índice de custo = valor total de benefícios/valor total de remuneração paga pelo estabelecimento aos segurados x 1.000 (mil).

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

2.4 Geração do Fator Acidentário de Prevenção- FAP por Empresa

Após o cálculo dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, são atribuídos os percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse da CNAE) para cada um desses índices.

Desse modo, a empresa com menor índice de freqüência de acidentes e doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o menor percentual e o estabelecimento com maior freqüência acidentária recebe 100%. O percentil é calculado com os dados ordenados de forma ascendente.

O percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas dessa Subclasse é dado pela fórmula abaixo:

Percentil = 100x(Nordem - 1)/(n - 1)

Onde: n = número de estabelecimentos na Subclasse;

Nordem=posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse.

Quando ocorrer o fato de empresas ocuparem posições idênticas, ao serem ordenadas para formação dos róis (de freqüência, gravidade ou custo) e cálculo dos percentis de ordem, o Nordem de cada empresa neste empate será calculado como a posição média dentro deste grupo mediante aplicação da fórmula:

Nordem no empate = posição inicial do grupo de empate + [(("número de empresas empatadas" + 1) / 2) - 1]. Este critério vincula-se à adequada distribuição do binômio bonus x malus.

Por exemplo, se houver uma empresa na posição 199, 7 empresas empatadas na posição 200 e a próxima empresa na posição 207, o Nordem de cada uma das empresas no grupo de empate será: posição no empate + [(("número de empresas empatadas" + 1) / 2) - 1] = 200 + [((7 + 1)/2) - 1] = 200 + [4-1] = 203.

Regra - Quando a empresa não apresentar, no Período-base de cálculo do FAP, registro de acidente ou doença do trabalho, benefício acidentário concedido sem CAT vinculada e qualquer benefício acidentário concedido (B91, B92, B93 e B94) com DDB no Período-base de cálculo, seus índices de freqüência, gravidade e custo serão nulos e assim o FAP será igual a 0,5000, por definição. Nestes casos, ficando comprovado a partir de fiscalização que a empresa não apresentou notificação de acidente ou doença do trabalho, nos termos do artigo 22 da Lei Nº 8.213/1991, mediante protocolo de CAT, o FAP da empresa será, por definição, igual a 2,0000 independente do valor do IC calculado.Esta regra será aplicada aos valores FAP divulgados em setembro de 2009 (vigência 2010) a partir de 1º de setembro de 2010 e nos processamentos seguintes do FAP (vigências a partir de 2011).

No processamento dos valores FAP a partir de 2010 (vigências a partir de 2011) quando ocorrer empate de empresas na primeira posição em um rol de qualquer um dos índices, a primeira empresa posicionada imediatamente após as posições ocupadas pelas empresas empatadas será reclassificada para a posição do Nordem no empate, e as demais que estiverem em posições posteriores terão suas novas posições calculadas por processo matemático-geométrico dado pela expressão:

Nordem Reposicionado = (Nordem Reposicionado anterior) + [(n - Nordem no

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

empate inicial) / (n - (número de empresas no empate inicial+1))]

Nota:

1. O Nordem Reposicionado da primeira empresa colocada imediatamente após o empate inicial equivalerá, por definição, à posição média no grupo de empate (Nordem no empate inicial);

2. Caso ocorra empates na primeira posição (Nordem =1) e um outro grupo de empate em posição posterior, o Nordem Reposicionado de cada empresa deste grupo equivalerá à média dos Nordem Reposicionados calculados como se não existisse o empate.

Exemplo:

Hipótese:

Em uma SubClasse da CNAE há 203 empresas e 196 dessas empresas não apresentam, dentro do período-base de cálculo, qualquer registro de CAT, benefício acidentário concedido sem CAT vinculada e concessão de benefício acidentário (B91, B92, B93 e B94), então a próxima empresa, na ordem ascendente ocupará a posição 197 em um rol de um determinado índice. Para este mesmo rol foi observado que 3 empresas tiveram índices calculados iguais e ocupam as posições equivalentes às de 199 a 201.

Cálculo das posições finais no rol -

A posição média das 196 empresas empatadas equivale a Nordem no empate no início do rol = (196 + 1) / 2 = 98,5.

Como, por definição, as 196 empresas que têm insumos de cálculo zerados, por definição, terão FAP atribuído igual a 0,5000. Então, para redistribuir as empresas no espaço linear fixaremos como "Nordem Reposicionado (1º reposicionamento)" para a empresa que ocupa o Nordem 197 a posição equivalente à posição média do empate, ou seja, 98,5. As demais empresas, que ocupam posição entre a posição inicial de 197 a 203 (esta inclusive) serão reposicionadas segundo a fórmula de "Nordem Reposicionado". Assim temos:

Posição inicial 197 => Nordem Reposicionado = 98,5 (por definição)

Posição inicial 198 => Nordem Reposicionado = (98,5) + [(203 - 98,5) / (203 - (196 + 1))] = 115,9167;

Grupo de empate (199 a 201)

Posição inicial 199 => Nordem Reposicionado = (115,9167) + [(203 - 98,5) / (203 - (196 + 1))] = 133,3333;

Posição inicial 200 => Nordem Reposicionado = (133,3333) + [(203 - 98,5) / (203 - (196 + 1))] = 150,7500;

Posição inicial 201 => Nordem Reposicionado = (150,7500) + [(203 - 98,5) / (203 - (196 + 1))] = 168,1667;

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Posição inicial 202 => Nordem Reposicionado = (168,1667) + [(203 - 98,5) / (203 - (196 + 1))] = 185,5833;

Posição inicial 203 => Nordem Reposicionado = (185,5833) + [(203 - 98,5) / (203 - (196 + 1))] = 203,0000.

Como houve empate de empresas na posição original de 199 até 201, o Nordem Reposicionado final de cada uma das empresas no empate equivalerá à média dos Nordem Reposicionados calculados: (133,3333 + 150,7500 + 168,1667) / 3 = 150,7500.

A partir dos percentis de ordem é criado um índice composto, atribuindo ponderações aos percentis de ordem de cada índice.

O critério das ponderações para a criação do índice composto pretende dar o peso maior para a gravidade (0,50), de modo que os eventos morte e invalidez tenham maior influência no índice composto.

A freqüência recebe o segundo maior peso (0,35) garantindo que a freqüência da acidentalidade também seja relevante para a definição do índice composto. Por último, o menor peso (0,15) é atribuído ao custo. Desse modo, o custo que a acidentalidade representa faz parte do índice composto, mas sem se sobrepor à freqüência e à gravidade. Entende-se que o elemento mais importante, preservado o equilíbrio atuarial, é dar peso ao custo social da acidentalidade.

Assim, a morte ou a invalidez de um trabalhador que recebe um benefício menor não pesará muito menos que a morte ou a invalidez de um trabalhador que recebe um salário de benefício maior.

O índice composto calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02 para a distribuição dos estabelecimentos dentro de um determinado CNAE-Subclasse variar de 0 a 2. Os valores de IC inferiores a 0,5 receberão, por definição, o valor de 0,5 que é o menor Fator Acidentário de Prevenção. Este dispositivo será aplicado aos valores FAP processados a partir de 2010 (vigências a partir de 2011).

Então, a fórmula para o cálculo do índice composto (IC) é a seguinte:

IC = (0,50 x percentil de ordem de gravidade + 0,35 x percentil de ordem de freqüência + 0,15 x percentil de ordem de custo) x 0,02

Exemplo:

Desse modo, uma empresa que apresentar percentil de ordem de gravidade de 30, percentil de ordem de freqüência 80 e percentil de ordem de custo 44, dentro do respectivo CNAE-Subclasse, terá o índice composto calculado do seguinte modo:

IC = (0,50 x 30 + 0,35 x 80 + 0,15 x 44) x 0,02 = 0,9920

Aos valores de IC calculados aplicamos:

Caso I

Para IC < 1,0 (bonus) - como o FAP incide sobre a alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade

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laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, reduzindo-a em até cinqüenta por cento, ou aumentando-a, em até cem por cento, ou seja, o FAP deve variar entre 0,5 e 2,0 (estabelecido na Lei Nº 10.666, de 8 de maio de 2003). A aplicação da fórmula do IC resulta em valores entre 0 e 2, então a faixa de bonificação (bonus = IC < 1,0) deve ser ajustada para que o FAP esteja contido em intervalo compreendido entre 0,5 e 1,0. Este ajuste é possível mediante a aplicação da fórmula para interpolação:

FAP = 0,5 + 0,5 x IC

Para o exemplo citado de cálculo de IC o valor do FAP seria:

Como IC = 0,9920 (IC < 1), FAP = 0,5 + 0,5 x IC = 0,5 + 0,5 x 0,9920 = 0,5 + 0,4960 = 0,9960.

A partir do processamento do FAP 2010, vigência 2011, não será aplicada a regra de interpolação para IC < 1,0 (bonus).

Caso a empresa apresente casos de morte ou invalidez permanente, decorrentes de acidentes ou doenças do trabalho, seu valor FAP não pode ser inferior a um, para que a alíquota da empresa não seja inferior à alíquota de contribuição da sua área econômica, prevista no Anexo V do Regulamento da Previdência Social, salvo, a hipótese de a empresa comprovar, de acordo com regras estabelecidas pelo INSS, investimentos em recursos materiais, humanos e tecnológicos em melhoria na segurança do trabalho, com o acompanhamento dos sindicados dos trabalhadores e dos empregadores. Por definição, nestes casos, o FAP será adotado como 1,0000.

Caso II

Para IC > 1,0 (malus) - o FAP não será aplicado nesta faixa em sua totalidade (intervalo de 1 a 2) a partir do processamento em 2010 (vigências a partir de 2011), então o valor do IC deve ser ajustado para a faixa malus mediante aplicação da fórmula para interpolação. A aplicação desta fórmula implica o cálculo do FAP em função de uma redução de 25% no valor do IC calculado:

FAP = IC - (IC - 1) x 0.25.

1. Caso a empresa apresente casos de morte ou invalidez permanente e seu IC seja superior a 1 (faixa malus) o valor do FAP será igual ao IC calculado. Este procedimento equivale a não aplicação da redução de 25% do valor do IC com objetivo de provocar mobilização, nas empresas, para que não ocorram casos de invalidez ou morte;

2. Se os casos de morte ou invalidez permanente citados no item anterior forem decorrentes de acidente do trabalho tipificados como acidentes de trajeto fica mantida a aplicação da redução de 25% ao valor do IC calculado equivalente à faixa malus (IC > 1,0).

O princípio de distribuição de bonus e malus para empresas contidas em uma SubClasse CNAE que apresente quantidade de empresas igual ou inferior a 5 fica prejudicado. Nos casos de empresas enquadradas em SubClasse CNAE contendo número igual ou inferior a 5 empresas o FAP será por definição igual a 1,0000, ou seja, um FAP neutro. Empresas Optantes pelo Simples e Entidades Filantrópicas terão, por definição, FAP = 1,0000, ou seja, um FAP neutro.

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O FAP é calculado anualmente a partir das informações e cadastros lidos em data específica. Todos os acertos de informações e cadastro ocorridos após o processamento serão considerados, exclusivamente, no processamento seguinte. Ocorrendo problemas de informações e cadastro que impossibilitem o cálculo do FAP para uma empresa, o valor FAP atribuído será igual a 1,0000. Se no processamento anual seguinte do FAP for averiguado problema que impossibilite, novamente, o cálculo do FAP será atribuído valor igual a 1,5000. A partir do terceiro processamento consecutivo com impossibilidade de cálculo do FAP por problemas de informações e cadastro a empresa terá valor FAP atribuído igual a 2,0000. Ao efetuar a correção que impedia o processamento, a empresa terá o seu FAP calculado normalmente no ano seguinte à correção.

O FAP será publicado com 4 casas decimais e será aplicado o critério de truncamento, ou seja, serão desprezadas as casas decimais após a quarta casa.

2.5 Periodicidade e divulgação dos resultados

Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de dois anos imediatamente anteriores ao ano de processamento. Excepcionalmente, o primeiro processamento do FAP utilizará os dados de abril de 2007 a dezembro de 2008.

Para as empresas constituídas após janeiro de 2007, o FAP será calculado no ano seguinte ao que completar dois anos de constituição.

Excepcionalmente, no primeiro ano de aplicação do FAP, nos casos, exclusivamente, de aumento das alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 do RPS, estas serão majoradas, observado o mínimo equivalente à alíquota de contribuição da sua área econômica, em, apenas, 75% da parte do índice apurado que exceder a um, e desta forma consistirá num multiplicador variável num intervalo contínuo de um inteiro a um inteiro e setenta e cinco décimos (1,75).

3. Taxa de rotatividade para a aplicação do Fator Acidentário de Prevenção - FAP

3.1. Após a obtenção do índice do FAP, conforme metodologia definida no Anexo da Resolução MPS/CNPS Nº 1.308, de 27 de maio de 2009, não será concedida a bonificação para as empresas cuja taxa média de rotatividade for superior a setenta e cinco por cento.

3.2. Para cumprir o estabelecido no item 3.1, a taxa média de rotatividade será definida e calculada da seguinte maneira: Definição

3.3. A taxa média de rotatividade do CNPJ consiste na média aritmética resultante das taxas de rotatividade verificadas anualmente na empresa, considerando o período total de dois anos, sendo que a taxa de rotatividade anual é a razão entre o número de admissões ou de rescisões (considerando-se sempre o menor), sobre o número de vínculos na empresa no início de cada ano de apuração, excluídas as admissões que representarem apenas crescimento e as rescisões que representarem diminuição do número de trabalhadores do respectivo CNPJ. Justificativa

3.4. A taxa média de rotatividade faz parte do modelo do FAP para evitar que as empresas que mantém por mais tempo os seus trabalhadores sejam prejudicadas por assumirem toda a acidentalidade.

Fórmulas para o cálculo

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

3.5. O cálculo da taxa de rotatividade para cada ano é obtido da seguinte maneira:

Taxa de rotatividade anual = mínimo (número de rescisões ocorridas no ano ou número de admissões ocorridas no ano)/número de vínculos no início do ano x 100 (cem)

3.6. Em seguida, calcula-se a taxa média de rotatividade da seguinte maneira:

Taxa média de rotatividade = média das taxas de rotatividade anuais dos últimos dois anos

Aplicação da taxa média de rotatividade

3.7. As empresas que apresentam taxa média de rotatividade acima de setenta e cinco por cento não poderão receber redução de alíquota do FAP, salvo se comprovarem que tenham sido observadas as normas de Saúde e Segurança do Trabalho em caso de demissões voluntárias ou término de obra.

PARTE II - SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO – OBRIGAÇÕES ADMINISTRATIVAS (PPP - PPRA – SESMET – CIPA – PCMSO)

1. Disposições Gerais – NR-01

Com a Constituição Federal de 1988, as normas preventivas da saúde, higiene e segurança do trabalho adquiriram status constitucional – art. 7º, XXII:

Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; ...

Esta primeira norma vem para disciplinar os artigos 154 e 159 da CLT – define parâmetros genéricos de observância obrigatória em todas as empresas públicas ou privadas que possuam empregados regidos pela CLT.

Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde Ocupacional, bem como direitos e obrigações do Estado, dos Empregadores e Trabalhadores no tocante a este tema específico.

Atribuições do Auditor Fiscal do Trabalho:

a) A aplicação de dispositivos legais e regulamentares de natureza trabalhista e relacionadas à segurança e à saúde no trabalho;

b) A verificação dos registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, visando a redução dos índices de informalidade;

c) A verificação do recolhimento do Fundo de Garantia do tempo de Serviço – FGTS, objetivando maximizar os índices de arrecadação;

d) O cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre empregados e empregadores;

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e) O respeito aos acordos, tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil seja signatário.

A observância das NR’s, em todos os locais de trabalho, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.

Algumas siglas importantes:

- SSST – Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho. A SSST também é competente para conhecer de recursos interpostos contra decisões das DRTs (Delegacias Regionais do Trabalho) em matéria de segurança e saúde no trabalho.

- CANPAT – Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (coordenada pela SSST)

- PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador (coordenada pela SSST) – Portaria Interministerial Mtb/MF/MS n. 3/98

- DRT – Delegacia Regional do Trabalho, nos limites de sua jurisdição é o órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho (inclusive com relação ao CANPAT e ao PAT), e ainda fiscaliza o cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

Atribuições das Delegacias Regionais do Trabalho:

a) Adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

b) Impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

c) Embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;

d) Notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de insalubridade;

e) Atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e medicina do trabalho nas localidades onde não houver médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, registrado na Mtb.

Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministério do trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

Para aplicação das NR’s considera-se:

a) Empregador – empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige prestação pessoal de serviços. Equipara-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados;

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b) Empregado – a pessoa física que presta serviços de natureza não-eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário;

c) Empresa – estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo organização de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos;

d) Estabelecimento – cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório;

e) Setor de serviço – menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo estabelecimento;

f) Canteiro de obra – área de trabalho fixa ou temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

g) Frente de trabalho – área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

h) Local de trabalho – área onde são executados os trabalhos.

Em casos de Grupo Econômico – para efeitos de aplicação das NR’s, serão solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

Cabe ao empregador:

a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho

b) Elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:

Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho; Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam

conhecer e cumprir; Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de

punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas; Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de

acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho; Adotar as medidas determinadas pelo Mtb; Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as

condições inseguras de trabalho.

c) Informar aos empregados:

Os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas

pela empresa; Os resultados dos exames médicos e de exames complementares de

diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;

d) Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulametares sobre segurança e medicina do trabalho.

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

Cabe ao empregado (Se o empregado não cumprir com estas atribuições – ATO FALTOSO!!!):

a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;

b) Usar EPI (equipamento de proteção individual) fornecido pelo empregador;

c) Submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras;

d) Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras.

O Decreto 4.552/02 aprovou o Regulamento de Inspeção do Trabalho (RIT), que é um documento que estabelece procedimentos a serem adotados pelos Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) quando da ação fiscal nos estabelecimentos ou locais onde existam trabalhadores.

2. Inspeção Prévia – verificação física dos estabelecimentos – NR-02

Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do MTb, através da Inspeção Prévia.

A Inspeção prévia pode ser definida como a verificação física realizada em determinado estabelecimento novo, para comprovar se este oferece as condições mínimas de segurança e medicina do trabalho para o seu pleno funcionamento, ou quando um estabelecimento, já em funcionamento, tenha sofrido modificações substanciais em suas instalações ou equipamentos.

Esta Inspeção Prévia é solicitada mediante requerimento encaminhado ao Delegado Regional do Trabalho, que será encaminhado ao Auditor-Fiscal do Trabalho (Engenheiro ou Médico do trabalho) para realizar a verificação física no local de trabalho requerido.

O órgão regional do MTb, após realizar a inspeção prévia, emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações - CAI, que é o documento formal através do qual o MTE atesta que o estabelecimento foi devidamente vistoriado e considerado apto a desenvolver as atividades fins para as quais foi criado, é uma espécie de alvará de funcionamento, no que diz respeito à segurança e à saúde no trabalho.

Pode (não sendo obrigado) o empregador solicitar aprovação prévia de projetos de construção e suas respectivas instalações. Esta medida é recomendável, uma vez que pode detectar eventuais falhas ainda nas fases dos projetos, prevenindo modificações futuras.

Em não sendo possível realizar a inspeção prévia antes da entrada em funcionamento do estabelecimento de trabalho, o empregador deverá encaminhar à DRTE uma Declaração de Instalações do novo estabelecimento, que poderá ser aceita pelo referido órgão, para fins de fiscalização, quando não for possível realizar a inspeção prévia antes de o estabelecimento iniciar suas atividades.

A inspeção prévia e a declaração de instalações constituem os elementos capazes de assegurar que o novo estabelecimento inicie suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou de doenças do trabalho, razão pela qual o estabelecimento que não atender ao disposto nesta NR fica sujeito ao impedimento de seu funcionamento, conforme estabelece o art. 160 da CLT, até que sejam cumpridas estas exigências:

Art. 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem

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prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.

§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.

§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações.

A lei não dispõe qual seria o prazo para a comunicação, que deveria ser de imediato!

MODELO DE REQUERIMENTO DE REALIZAÇÃO DE INSPEÇÃO PRÉVIA

Ilustríssimo Senhor Delegado do Trabalho no Estado do .........

A Empresa: (Razão Social e Qualificação Completa: Endereço, CNPJ, telefone, fax, e-mail, caixa posta, CEP), por intermédio de seu Representante Legal ao final subscrito , vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Senhora que determine, através dos técnicos especializados do Setor competente em Segurança e Medicina do Trabalho dessa honrosa Delegacia Regional do trabalho – DRT, a realização de INSPEÇÃO PRÉVIA no estabelecimento da requerente, situado à ......................., de conformidade com o disposto no item 2.1. da Norma Regulamentadora NR-02: Inspeção Prévia, da Portaria SSMT/MTb n. 035, de 28.12.1983, que regulamentou o artigo 160 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

A empresa requerente tem na ..................... sua atividade principal,e, de acordo com a Classificação nacional de Atividades Econômicas – CNAE (Quadro I da NR-04: SESMT), corresponde ao código ............ e ao Grau de Risco ............, possuindo um total de ......... empregados, lotados no estabelecimento referido. Outrossim, informa a requerente que pretende iniciar as atividades produtivas no citado estabelecimento na data de ............, pelo que solicita a imediata realização da pleiteada inspeção prévia legal, com a conseqüente expedição do Certificado de Aprovação de Instalações – CAI, tal como previsto no item 2.2 da mencionada NR-02.

Nestes termos,Pede e espera deferimento.

Local e data, .........................

.....................................................................................(assinatura do representante legal, empregador ou preposto)

MINISTÉRIO DO TRABALHOSECRETARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHODELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO – DRT

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE INSTALAÇÕES – CAI n...............

O DELEGADO REGIONAL DO TRABALHO NO ESTADO DO ..............., diante do que consta no processo DRT ....................... em que é interessada a firma ........................................ resolve expedir o presente Certificado de Aprovação de Instalações - CAI para o local de trabalho sito na ..................................... nº ................., na cidade de .......................... neste estado. Neste local serão exercidas atividades ................................. por um máximo de ............. empregados. A expedição do presente Certificado é feita em obediência ao art. 160 da CLT com a

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

redação dada pela Lei n. 6.514, de 22.12.77, devidamente regulamentado pela NR 02 da Portaria SSMT/MTb n. 035 de 28.12.1983, e não isenta a firma de posteriores inspeções, a fim de ser observada a manutenção das condições de segurança e medicina do trabalho previstas na NR.

Nova inspeção deverá ser requerida, nos termos do § 1º do citado art. 160 da CLT, quando ocorrer modificação substancial nas instalações e/ou nos equipamentos de seu(s) estabelecimento(s).

...............................Diretor da Divisão ou Chefe daSeção de Segurança e Medicina do Trabalho

...............................Delegado Regional do Trabalhoou do Trabalho Marítimo

3. SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – NR-04

As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

Com relação ao dimensionamento do SESMT, este se relacionará diretamente com o CNAE da empresa. Neste ponto, observa-se que no dia 05.09.2006 foi publicada a Resolução n. 1, do IBGE/CONCLA. Tal Resolução modificou os códigos de CNAE para a Versão 2.0, atualizando-os para abranger as novas atividades econômicas do mercado.

Ocorre que a NR-04, que se destina a fazer o enquadramento no SESMT ainda não foi atualizada. Vale dizer, para realização dos citados enquadramentos, haverá necessidade de utilizar o código apontado no CNAE antigo.

O SESMT deverá ser integrado por médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho técnico de segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho, obedecido o dimensionamento do Quadro II da NR.

Os profissionais deverão comprovar os seguintes requisitos:

a) engenheiro de segurança do trabalho - engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;

b) médico do trabalho - médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina;

c) enfermeiro do trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem;

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

d) auxiliar de enfermagem do trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação;

e) técnico de segurança do trabalho - técnico portador de comprovação de registro profissional expedido pelo Ministério do Trabalho.

Os profissionais integrantes do SESMT deverão ser empregados da empresa, salvo nos casos em que o SESMT é terceirizado (quando a empresa não se enquadra nos anexos).

Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser chefiados por profissional qualificado.

O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho deverão dedicar 8 (oito) horas por dia para as atividades do SESMT. O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades do SESMT.

Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho é vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação no SESMT.

Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da instalação e manutenção dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;

b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija;

c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa;

d) responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos;

e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;

f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração permanente;

g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;

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FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO & NTEP - NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s);

i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos mesmos dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro, através do órgão regional do MTb;

j) manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas "h" e "i" por um período não-inferior a 5 (cinco) anos;

l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando tornar-se necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades.

O SESMT deverá manter entrosamento permanente com a CIPA, dela valendo-se como agente multiplicador, e deverão estudar suas observações e solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas.

O SESMT deverá ser registrado no órgão regional do MTb. O registro deverá ser requerido ao órgão regional do MTb e o requerimento deverá conter os seguintes dados:

a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho;

b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho do MTb;

c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por estabelecimento;

d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento;

e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

Para o dimensionamento do SESMT devem ser observadas as seguintes regras:

- 1ª REGRA (regra geral!):

O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II anexos à NR 4.

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Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados.

Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho.

- 2ª REGRA:

As empresas que possuam mais de 50 % (cinqüenta por cento) de seus empregados em estabelecimentos ou setor com atividade cuja gradação de risco seja de grau superior ao da atividade principal deverão dimensionar o SESMT em função do maior grau de risco.

- 3ª REGRA:

A empresa poderá constituir SESMT centralizado para atender a um conjunto de estabelecimentos pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida entre aquele em que se situa o serviço e cada um dos demais não ultrapasse a 5 (cinco) mil metros, dimensionando-o em função do total de empregados e do maior grau de risco.

- 4ª REGRA:

Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no Quadro II da NR e outro(s) que não se enquadre(m), a assistência a este(s) será feita pelos serviços especializados daquele(s), dimensionados da seguinte forma (desde que localizados no mesmo estado, território ou Distrito Federal):

Sendo grau de risco 1 – deverá ser somado o número de empregados do estabelecimento que possua mais empregados, com a media aritmética dos empregados dos demais estabelecimentos – Neste caso, todos os profissionais do SESMT cumprirão tempo integral!!!!

Sendo grau de risco 2, 3 e 4 – o número de empregados será o somatório dos empregados de todos os estabelecimentos.

- 5ª REGRA:

Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadrem no Quadro II da NR 4, o cumprimento será feito através de SESMT centralizado em cada Estado, Território ou Distrito Federal, desde que o total de empregados dos estabelecimentos no estado, território ou Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II, dimensionados da seguinte forma:

Sendo grau de risco 1 – deverá ser somado o número de empregados do estabelecimento que possua mais empregados, com a media aritmética dos empregados dos demais estabelecimentos – Neste caso, todos os profissionais do SESMT cumprirão tempo integral!!!!

Sendo grau de risco 2, 3 e 4 – o número de empregados será o somatório dos empregados de todos os estabelecimentos.

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- 6ª REGRA:

As empresas enquadradas no grau de risco 1 obrigadas a constituir SESMT e que possuam outros serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes serviços com os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho constituindo um serviço único de engenharia e medicina.

Neste caso, as empresas ficam obrigadas a elaborar e submeter à aprovação da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, até o dia 30 de março, um programa bienal de segurança e medicina do trabalho a ser desenvolvido.

As empresas novas que se instalarem após o dia 30 de março de cada exercício poderão constituir o serviço único e elaborar o programa respectivo a ser submetido à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, no prazo de 90 (noventa) dias a contar de sua instalação.

As empresas novas, integrantes de grupos empresariais que já possuam serviço único, poderão ser assistidas pelo referido serviço, após comunicação à DRT.

SSMT (Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho) fica reservado o direito de controlar a execução do programa e aferir a sua eficácia.

- 7ª REGRA (casos de TERCEIRIZAÇÃO):

A empresa que contratar outra para prestar serviços em estabelecimentos enquadrados no Quadro II da NR deverá estender a assistência de seu SESMT aos empregados da contratada, sempre que o número de empregados desta, exercendo atividade naquele estabelecimento.

Quando a empresa contratante e as outras por ela contratadas não se enquadrarem no Quadro II (ambas não possuírem SESMT), mas que pelo número total de empregados de ambos, no estabelecimento, atingirem os limites dispostos no referido quadro, deverá ser constituído um SESMT comum.

A empresa contratante e a contratada poderão constituir SESMT comum, desde que previsto em Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho.

Neste caso, o dimensionamento considerará a soma de empregados de ambas (contratante + contratada) e a atividade econômica da empresa contratante.

O número de empregados da contratada assistidos pelo SESMT comum, não integram a base de cálculo do SESMT da contratada.

O SESMT comum terá seu funcionamento avaliado semestralmente por uma comissão formada por representantes da empresa contratante, sindicato de trabalhadores e a DRT (ou na forma prevista em ACT ou CCT)

- 8ª REGRA:

O SESMT de empresas sazonais deverão ser dimensionados, tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil anterior.

- 9ª REGRA:

As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II poderão dar assistência na área de segurança e medicina do trabalho a seus empregados através de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho comuns, organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas interessadas.

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A manutenção desses Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverá ser feita pelas empresas usuárias, que participarão das despesas em proporção ao número de empregados de cada uma.

- 10ª REGRA:

Empresas de uma mesma atividade econômica localizadas em um mesmo município, ou em município limítrofes poderão constituir SESMT comum, organizado pelo Sindicato patronal ou pelas empresas, desde que previsto em ACT/CCT.

Este SESMT poderá ser estendido pra empresas que não se encaixem no quadro de dimensionamento.

O dimensionamento observará o somatório dos empregados assistidos.

O SESMT comum terá seu funcionamento avaliado semestralmente por uma comissão formada por representantes da empresa contratante, sindicato de trabalhadores e a DRT (ou na forma prevista em ACT ou CCT)

- 11ª REGRA:

Empresas de um mesmo pólo industrial poderão constituir SESMT comum, desde que previsto em ACT/CCT.

O dimensionamento observará o somatório dos empregados assistidos, e o grau de risco da empresa que empregue mais empregados.

O SESMT comum terá seu funcionamento avaliado semestralmente por uma comissão formada por representantes da empresa contratante, sindicato de trabalhadores e a DRT (ou na forma prevista em ACT ou CCT)

DIMENSIONAMENTO DO SESMT

Grau de

RiscoTécnicos

50a

100

101 a

250

251a

500

501a

1.000

1.001a

2.000

2.001a

3.500

3.501a

5.000

Acima de 5.000 para cada grupo de 4.000 ou

fração acima de 2.000**

1

Técnico de Segurança do Trabalho - - - 1 1 1 2 1

Engenheiro de Seg. do Trabalho - - - - - 1* 1 1*Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - - - - - 1 1 1

Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1* -Médico do Trabalho - - - - 1* 1* 1 1

2 Técnico de Segurança do Trabalho - - - 1 1 2 5 1Engenheiro de Seg. do Trabalho - - - - 1* 1 1 1*

Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - - - - 1 1 1 1Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1 -

Médico do Trabalho - - - - 1* 1 1 13 Técnico de Segurança do Trabalho - 1 2 3 4 6 8 3

Engenheiro de Seg. do Trabalho - - - 1* 1 1 2 1Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - - - - 1 2 1 1

Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1 -Médico do Trabalho - - - 1* 1 1 2 1

4 Técnico de Segurança do Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3

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Engenheiro de Seg. do Trabalho - 1* 1* 1 1 2 3 1Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - - - 1 1 2 1 1

Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1 -Médico do Trabalho - 1 1* 1 1 2 3 1

Notas:- * Tempo parcial (mínimo de 3 horas).

- ** O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento da faixa de 3.501 a 5.000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4.000 ou fração acima de 2.000.

Obs.: Hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos similares com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão contratar um Enfermeiro do Trabalho em tempo integral.

4. CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – NR-05

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

Difere do SESMT:

SESMT CIPAComposto por profissionais especialistas em segurança e em medicina do trabalho

Composta por comissão paritária constituída de empregados leigos em prevenção de acidentes de trbalho

Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.

A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho.

As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo.

Organização

A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR.

Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles designados.

Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em

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escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.

O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I da NR.

Quando o estabelecimento não se enquadrar nos quadros da CIPA, a empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva.

O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição.

É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 469, da CLT:

Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.

§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.

§ 2º - É lícita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.

§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.

O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior.

Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador.

Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez dias, no MTE, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.

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Protocolizada no MTE, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.

Atribuições

A CIPA terá por atribuição:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

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p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.

Cabe aos empregados:

a) participar da eleição de seus representantes;

b) colaborar com a gestão da CIPA;

c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho;

d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Cabe ao Presidente da CIPA:

a) convocar os membros para as reuniões da CIPA;

b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão;

c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;

e) delegar atribuições ao Vice-Presidente;

Cabe ao Vice-Presidente:

a) executar atribuições que lhe forem delegadas;

b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários.

O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições:

a) cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos;

b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados;

c) delegar atribuições aos membros da CIPA;

d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;

e) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;

f) encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;

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g) constituir a comissão eleitoral.

O Secretário da CIPA terá por atribuição:

a) acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para aprovação e assinatura dos membros presentes;

b) preparar as correspondências; e

c) outras que lhe forem conferidas.

Funcionamento

A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido.

As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em local apropriado.

As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos os membros.

As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT.

Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas de emergência;

b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c) houver solicitação expressa de uma das representações.

As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso. Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.

Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado. O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.

O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.

No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

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No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.

Treinamento

A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.

As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.

O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo;

b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na empresa;

d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e medidas de prevenção;

e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho;

f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.

O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.

O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados.

A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.

Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

Processo Eleitoral

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Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso.

A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional.

O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, no prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.

Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituída pela empresa.

O processo eleitoral observará as seguintes condições:

a) publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;

b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze dias;

c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;

d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;

e) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver;

f) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.

g) voto secreto;

h) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral;

i) faculdade de eleição por meios eletrônicos;

j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco anos.

Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.

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Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a anulação quando for o caso.

Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.

Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral.

Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.

Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.

Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.

Contratantes e Contratadas

Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação da NR 5, o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.

Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.

A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento.

A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.

A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.

5. PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – NR-07

A NR 7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

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Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços informar a empresa contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados.

O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho.

O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

Responsabilidades

Compete ao empregador:

a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia;

b) custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;

c) indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT, da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO;

d) no caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;

e) inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

Ficam desobrigadas de indicar médico coordenador as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até 25 (vinte e cinto) empregados e aquelas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até 10 (dez) empregados.

As empresas com mais de 25 (vinte e cinco) empregados e até 50 (cinqüenta) empregados, enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo o Quadro 1 da NR 4, poderão estar desobrigadas de indicar médico coordenador em decorrência de negociação coletiva.

As empresas com mais de 10 (dez) empregados e com até 20 (vinte) empregados, enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo o Quadro 1 da NR 4, poderão estar desobrigadas de indicar médico do trabalho coordenador em decorrência de negociação coletiva, assistida por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no trabalho.

Compete ao médico coordenador:

a) realizar os exames médicos previstos ou encarregar os mesmos a profissional médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado;

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b) encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e anexos desta NR profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados.

Desenvolvimento

O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:

a) admissional;

b) periódico;

c) de retorno ao trabalho;

d) de mudança de função;

e) demissional.

Estes exames compreendem avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental e exames complementares.

Para os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos discriminados nos Quadros I e II da NR 7, os exames médicos complementares deverão ser executados e interpretados com base nos critérios constantes dos referidos quadros e seus anexos. A periodicidade de avaliação dos indicadores biológicos do Quadro I deverá ser, no mínimo, semestral, podendo ser reduzida a critério do médico coordenador, ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou mediante negociação coletiva de trabalho.

Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não-constantes dos Quadros I e II, outros indicadores biológicos poderão ser monitorizados, dependendo de estudo prévio dos aspectos de validade toxicológica, analítica e de interpretação desses indicadores.

Outros exames complementares usados normalmente em patologia clínica para avaliar o funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos podem ser realizados, a critério do médico coordenador ou encarregado, ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho.

A avaliação clínica – exames médicos acima elencados deverão observar a seguinte periodicidade:

- exame médico admissional - deverá ser realizada antes que o trabalhador assuma suas atividades;

- exame médico periódico - de acordo com os intervalos mínimos de tempo abaixo discriminados:

a) para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de trabalho que impliquem o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos:

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a.1. a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho;

a.2. de acordo com a periodicidade especificada no Anexo VI da NR 15, para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas;

b) para os demais trabalhadores:

b.1. anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de idade;

b.2. a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade.

- exame médico de retorno ao trabalho - deverá ser realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

- exame médico de mudança de função - será obrigatoriamente realizada antes da data da mudança (entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança)./

- exame médico demissional - realizado até a data da homologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de:

* 135 (centro e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2;

* 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco 3 e 4.

* As empresas enquadradas no grau de risco 1 ou 2, poderão ampliar o prazo de dispensa da realização do exame demissional em até mais 135 (cento e trinta e cinco) dias, em decorrência de negociação coletiva, assistida por profissional indicado de comum acordo entre as partes ou por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no trabalho.

* As empresas enquadradas no grau de risco 3 ou 4, poderão ampliar o prazo de dispensa da realização do exame demissional em até mais 90 (noventa) dias, em decorrência de negociação coletiva assistida por profissional indicado de comum acordo entre as partes ou por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no trabalho.

Por determinação do Delegado Regional do Trabalho, com base em parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, as empresas poderão ser obrigadas a realizar o exame médico demissional independentemente da época de realização de qualquer outro exame, quando suas condições representarem potencial de risco grave aos trabalhadores.

Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias. A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via.

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O ASO deverá conter no mínimo:

a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função;

b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho-SSST;

c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados;

d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;

e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu;

f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;

g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.

Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registrados em prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade do médico-coordenador do PCMSO.

Estes registros deverão ser mantidos por período mínimo de 20 (vinte) anos após o desligamento do trabalhador. Havendo substituição do médico os arquivos deverão ser transferidos para seu sucessor.

O PCMSO deverá obedecer a um planejamento em que estejam previstas as ações de saúde a serem executadas durante o ano, devendo estas ser objeto de relatório anual.

O relatório anual deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano.

O relatório anual deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na empresa, sendo sua cópia anexada ao livro de atas daquela comissão.

O relatório anual do PCMSO poderá ser armazenado na forma de arquivo informatizado, desde que este seja mantido de modo a proporcionar o imediato acesso por parte do agente da inspeção do trabalho.

As empresas desobrigadas de indicarem médico coordenador ficam dispensadas de elaborar o relatório anual.

Sendo verificada, através da avaliação clínica do trabalhador e/ou dos exames apenas exposição excessiva ao risco, mesmo sem qualquer sintomatologia ou sinal clínico, deverá o trabalhador ser afastado do local de trabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de exposição e as medidas de controle nos ambientes de trabalho tenham sido adotadas.

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Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, através de exames médicos ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, através dos exames, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico-coordenador ou encarregado:

a) solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT;

b) indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho;

c) encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho;

d) orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho.

Primeiros Socorros

Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.

6. PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR-09

Esta Norma Regulamentadora – NR 09 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

O PPRA deverá ser desenvolvido por estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.

Deverá estar articulado com o PCMSO (NR 7)

Consideram-se:

Riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

Agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.

Agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de

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exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

Estrutura do PPRA

O PPRA deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura:

a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;

b) estratégia e metodologia de ação;

c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;

d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.

O PPRA deverá estar descrito num documento-base contendo todos os itens acima especificados. Este documento deverá apresentado e discutido na CIPA (quando existente), e deverá sempre estar disponível de modo a proporcionar o imediato acesso às autoridades competentes.

Desenvolvimento do PPRA

O PPRA deverá incluir as seguintes etapas:

a) antecipação e reconhecimento dos riscos – estudo detalhado dos processos produtivos existentes ou que vão ser implantados. O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando aplicáveis:

- a identificação;- a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;- a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho; - a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;- a caracterização das atividades e do tipo da exposição;- a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho;- os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica;- a descrição das medidas de controle já existentes.

b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle – antecipados e identificados os riscos ambientais, deverão ser estabelecidas prioridades e metas de avaliação e controle dos mesmos, sendo bastante salutar que nessa fase participem não só a administração da empresa, como também os técnicos especializados do SESMT, os membros da CIPA e os representantes sindicais.

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c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores – esta avaliação poderá se dar de forma qualitativa ou de forma quantitativa.

Avaliação qualitativa: inspeção dos locais de trabalho

Avaliação quantitativa: durante a inspeção dos locais de trabalho, necessário se faz a utilização de equipamentos de medição específicos para a quantificação dos agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho e posterior confrontação com os limites de tolerância legalmente estipulados (a NR 15 em seus anexos, especifica agentes ambientais que necessitam ou não de análise quantitativa e, conforme o caso, fixa os limites de tolerância correspondentes).

d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia – deverão ser adotadas as medidas necessárias e suficientes para a eliminação, a atenuação ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais de uma das seguintes hipóteses:

- identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;- constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;- quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR 15 ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos;- quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos.

e) monitoramento da exposição aos riscos – avaliação sistemática e repetitiva da exposição a dado risco, objetivando a introdução ou modificação das medidas de controle, sempre que necessário.

f) registro e divulgação dos dados – deverá ser mantido pelo empregador um registro de dados, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA, sempre disponível aos trabalhadores interessados ou seus representantes e para as autoridades competentes, por um período mínimo de vinte anos.

O estudo desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverão obedecer à seguinte hierarquia:

a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde;

b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho;

c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho.

A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam.

Quando comprovado pelo empregador ou instituição, a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação ou ainda em

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caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas obedecendo-se à seguinte hierarquia:

a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;

b) utilização de Equipamento de Proteção Individual - EPI.

A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as Normas Legais e Administrativas em vigor e envolver no mínimo:

a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário;

b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;

c) estabelecimento de normas ou procedimentos para promover o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando a garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas;

d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva identificação do EPI utilizado para os riscos ambientais.

Nível de ação

Nível de ação - valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.

Monitoramento

Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de controle deve ser realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um dado risco, visando à introdução ou modificação das medidas de controle, sempre que necessário.

Registro de dados.

Deverá ser mantido pelo empregador ou instituição um registro de dados, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA.

Responsabilidades.

Do empregador:

- estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição.

Dos trabalhadores:

- colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;- seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA;

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- informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar risco à saúde dos trabalhadores.

Os trabalhadores interessados terão o direito de apresentar propostas e receber informações e orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos ambientais identificados na execução do PPRA.

Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos mesmos.

Sempre que vários empregadores realizem, simultaneamente, atividade no mesmo local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no PPRA visando à proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados.

7. PPP

Inicialmente, a elaboração do PPP é obrigatória apenas paras as empresas, ou equiparadas, que possuam empregados, trabalhadores avulsos e cooperados, laborando de forma exposta a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial.

Observa-se ainda que a empresa contratada que coloque seus empregados à disposição de empresa contratante para prestação de serviços na forma de cessão de mão-de-obra ou empreitada, expostos a agentes nocivos, igualmente deverá elaborar o PPP com base, dentre outras informações, nas demonstrações ambientais da contratante ou do local da efetiva prestação dos serviços (art. 147, parágrafo único, IN RFB 971/2009).

A obrigação salienta-se, persiste mesmo quando não presentes os requisitos para a concessão do benefício de aposentadoria especial, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou individuais, seja por não se caracterizar a permanência.

O Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP constitui-se em um documento histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o período em que este exerceu suas atividades.

O Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP possui a finalidade de comprovar, perante o INSS, o exercício de atividade especial, com exposição a agentes nocivos, de forma a permitir ao segurado a obtenção do benefício de Aposentadoria Especial ou a contagem do tempo de serviço com o devido acréscimo na hipótese do benefício de Aposentadoria por Tempo de Contribuição.

Outra finalidade que poderá vir a ser atribuída a esse documento é a verificação de indício ou predisposição à doença ocupacional, passando a ser exigido quando dos exames admissionais.

Após a implantação do PPP em meio magnético pela Previdência Social, ainda sem data definida, este documento será exigido para todos os segurados, independentemente do ramo de atividade da empresa e da exposição a agentes nocivos, e deverá abranger também informações relativas aos fatores de riscos ergonômicos e mecânicos.  

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Elaboração do PPP

O PPP deverá ser emitido, conforme a atividade, com base nas seguintes demonstrações ambientais:  

I - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais-PPRA (NR-9); II - Programa de Gerenciamento de Riscos-PGR (NR-22); III - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção-PCMAT (NR-18); IV - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional-PCMSO (NR-7); V - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho-LTCAT; VI - Comunicação de Acidente do Trabalho-CAT.  

Tais demonstrações ambientais deverão embasar, inclusive, o preenchimento da GFIP, presumindo-se verdadeiras as informações ali prestadas pela empresa para a concessão ou não da aposentadoria especial, constituindo crime a prestação de informações falsas neste documento.

8. PERICULOSIDADE (NR 16), INSALUBRIDADE (NR 16), PENOSIDADE

No Brasil existe a remuneração compensatória pelo trabalho perigoso ou insalubre, existe a monetarização dos riscos do trabalho, mediante o pagamento de adicionais para os trabalhadores.

Os adicionais são admitidos como um direito dos trabalhadores sujeitos às condições adversas no ambiente de trabalho.

A justificativa para a criação dos adicionais era que permitir um aumento salarial provocaria uma melhor alimentação do trabalhador e, em conseqüência, uma maior defesa de seu organismo à nocividade do trabalho. Também representaria um estímulo ao empregador para eliminar ou neutralizar o risco e, assim, eximir-se do pagamento do adicional.

O resultado foi diferente os trabalhadores sentiram-se estimulados a trabalhar em piores condições mediante um maior pagamento e, por outro lado, para o patronato mostrou-se economicamente vantajoso deixar de investir em prevenção e optar pelo pagamento dos adicionais.

O trabalhador assim, executa as suas atividades acima do limite de tolerância goza do direito ao recebimento dos adicionais, porém acaba-se negando os direitos constitucionais que visam otimizar a segurança, saúde e qualidade de vida no trabalho.

Constituição Federal:

* Art. 1º, caput – um dos fundamentos da República é a dignidade da pessoa humana;* Art. 5º, caput – fala do direito à vida e segurança;* Art. 6º, caput – qualifica como direito social o trabalho, o lazer e a segurança;* Art. 225, caput – garante a todos um meio ambiente ecologicamente equilibrado;* Art. 225, V – incumbe ao Poder Público o dever de controlar a produção, comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.

Assim, conclui-se que o Estado não tolerará atividades que ponham em risco a vida, a integridade física e a segurança dos indivíduos.

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Por outro lado a CLT discorre em seus artigos 189 a 197 sobre os adicionais de insalubridade e periculosidade, regulamentando sua existência, sua fiscalização e a sua eliminação.

À primeira vista, nos parece que existe uma colisão entre a previsão legal e a constitucional. Mas por outro lado, o legislador não pode fechar os olhos para a sociedade para a qual legisla. Ao mesmo tempo em que se deve defender a saúde do trabalhador, tem-se que a exposição ao risco é indissociável a certas profissões, em nosso atual estágio de desenvolvimento tecnológico.

E, não podemos dizer que os artigos da CLT não foram recepcionados pela Constituição, pois os arts. 189 à 197 possuem raízes constitucionais – o art. 7º, XXII e XXIII da CF garante como direito dos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança e a percepção de adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas na forma da lei.

INTERPRETAÇÃO – devemos perceber que existe o Princípio da Unidade Constitucional, e os artigos da CF nunca devem ser analisados de forma isolada, devendo o intérprete harmonizar eventuais tensões e antinomias existentes entre eles. O direito à vida e integridade física, a redução de riscos e o recebimento do adicional devem ser interpretados em conjunto.

Deve-se perceber que o simples pagamento de adicionais não extingue os riscos, e que o empregador deve, de todas as formas possíveis, buscar minimizar os riscos existentes de fato em sua atividade econômica, fornecendo o material de proteção necessário, investindo em segurança e em treinamento.

Assim, o pagamento o acréscimo não desobriga o empregador de buscar meios eficazes para a diminuição do risco.

“O direito à percepção do adicional não deve ser entendido isoladamente, como uma barganha ou indenização. Ele deve, em suma, ser interpretado conjuntamente com o direito à redução dos riscos inerentes ao trabalho, como uma forma de alcançar esta redução, garantindo assim a efetividade do direito à vida e integridade física. O Poder Público tem o dever constitucional dessa fiscalização. Somente a interpretação convergente e harmônica destas garantias pode, eficazmente, concretizar o direito do trabalhador a uma meio ambiente de trabalho limpo, seguro e saudável”.1

INSALUBRIDADE (NR 15)

“Art. 189/CLT – Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”.2

“Art. 192/CLT – O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário

1 FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. DIREITO CONSTITUCIONAL AO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO SEGURO E SAUDÁVEL. www.pge.sp.br2 CLT, art. 189.

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mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.”3

A insalubridade está regulada na NR 15, que traz aspectos técnicos e legais, aplicando-se a toda e qualquer atividade em que haja riscos à saúde ou à integridade física dos trabalhadores, em virtude da presença de agentes insalubres nos ambientes de trabalho, inclusive com relação ao trabalho rural.

Para a apuração da insalubridade, deve-se considerar se o agente nocivo é:

a) QUALITATIVO – a nocividade é presumida e não depende de mensuração, constatada pela simples presença do agente no ambiente de trabalho (Anexos 6, 13, 13-A e 14 da NR 15);

b) QUANTITATIVO – sendo a nocividade considerada pela ultrapassagem dos limites de tolerância ou doses, por meio da mensuração da intensidade ou concentração, consideradas no tempo efetivo da exposição no ambiente de trabalho (Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12 da NR 15)

A insalubridade só existe a partir da inclusão das respectivas atividades na relação baixada pelo Ministério do Trabalho, que deverá ser considerado por perícia técnica.

As Súmulas do STF assim dispõem:

Súmula 194 do STF - É competente o Ministro do Trabalho para a especificação das atividades insalubres.

Súmula 460 do STF – Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial, em Reclamação Trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e Previdência Social.

Além da caracterização, a classificação da insalubridade, segundo as normas do MTE, faz-se por intermédio de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho.

As perícias realizadas devem indicar o adicional devido, bem como descrever no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas.

E a base de cálculo de referido adicional?

Assim aponta a CLT sobre a matéria – novamente reescreve-se o artigo 192 da CLT: 

“Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo”.4 (Grifamos)

A expressão “salário mínimo da região”, utilizada no referido dispositivo, referia-se, à época, ao salário mínimo fixado para determinadas regiões do país.

3 CLT, art. 192.4 CLT, art. 192.

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Atualmente, de acordo com a CF/88, art. 7º, IV, o salário mínimo tem seu valor nacionalmente unificado. Assim, o salário mínimo constitucionalmente considerado, não se confunde com o piso salarial que pode ser instituído pelos Estados e pelo Distrito Federal, nos termos da Lei Complementar nº. 103/2000.

Desde a promulgação da CF/88, a qual vedou a vinculação do salário mínimo para qualquer fim, a base de cálculo do adicional de insalubridade passou a constituir uma grande controvérsia verificada no âmbito do direito do trabalho.

“Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

...

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; ...”5

Parte da doutrina e jurisprudência trabalhista entendia que a CF, ao vedar a vinculação do salário mínimo para qualquer fim, não admitia, conseqüentemente, a sua utilização como base de cálculo do adicional de insalubridade. Portanto, desde então, o adicional de insalubridade deveria ser calculado sobre a remuneração efetiva auferida pelo trabalhador. Outros argumentavam no sentido de que a previsão constitucional apenas se referia à proibição da adoção do salário mínimo como unidade monetária, ou seja, como fator de indexação, não impedindo, portanto, sua utilização para base de cálculo da insalubridade.

Então surgiram Súmulas do TST:

Súmula 17 do TST - Adicional de insalubridade.O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este calculado.  Súmula 228 do TST - Adicional de insalubridade. Base de cálculo.O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas na Súmula n. 17.

Analisando as 2 Súmulas acima transcritas, verifica-se que o TST tencionou pacificar a questão no seu âmbito de atuação ao estabelecer ser devido o adicional de insalubridade calculado com base no salário mínimo, ressalvada a hipótese de empregado que percebe salário profissional, devendo, neste caso, ser esta a base de cálculo do adicional de insalubridade.

A exceção tratada na parte final da Súmula nº. 17, por sua vez, também acarretou dúvidas acerca da base de cálculo estabelecida para aqueles que auferem salário profissional. Alguns doutrinadores e juristas entenderam que se deveria adotar como salário profissional para fins de cálculo da insalubridade tanto o salário profissional, como o piso salarial da categoria ou o salário normativo. Outros defenderam a tese de que a base de cálculo, neste caso, é tão-somente o salário profissional, não podendo ser considerada também o salário normativo ou piso salarial. 

5 CF, art. 7º, IV.

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“Nos países em que, como o Brasil, a organização sindical é estruturada com base em categorias profissionais e econômicas, podem surgir equívocos resultantes da expressão categoria profissional. Com isso, não será inviável confundir as expressões salário profissional e salário da categoria profissional. Trata-se de dois institutos diferentes.  Salário profissional, como já ficou esclarecido, é o valor mínimo que pode ser pago a alguém que exerce uma profissão.  Salário da categoria profissional é o valor a que tem direito alguém, de qualquer profissão, integrante de uma categoria profissional e econômica.  (...) Se em uma das profissões (por exemplo, caixas) existir salário profissional fixado, por exemplo, por lei, teremos nítida a existência dos dois institutos diferentes, do salário da categoria profissional e do salário profissional. Aquele se estende a todos os membros da categoria. Este só aos membros da categoria que tenham um determinado tipo de profissão.”6

 Observa-se assim existir efetiva distinção entre salário profissional e piso da categoria, sendo este último a previsão constante dos termos coletivos aplicados a toda uma categoria profissional.

Em meio a toda esta discussão, foi publicada a Súmula Vinculante nº. 4:

"Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial."7

Nos termos do art. 103-A da Constituição Federal de 1988, incluído pela Emenda Constitucional nº 45/2004, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode de ofício ou por provocação, mediante decisão de 2/3 dos seus membros, depois de reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar a Súmula Vinculante. Esta súmula, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. A matéria foi regulamentada pela Lei nº. 11.417/2006

Em virtude da Súmula Vinculante, o TST (através da Resolução nº. 148/2008) cancelou a Súmula 17 e reformulou a redação da Súmula 228, deixando-a com a seguinte redação:

Súmula 228 do TST - Adicional de insalubridade. Base de cálculo.A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.

6 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. MANUAL DO SALÁRIO. Editora LTR, 2ª Edição, p.125.7 Súmula Vinculante nº. 04

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A Confederação Nacional da Indústria – CNI ingressou com reclamação junto ao Supremo Tribunal Federal, de acordo com o que dispõe o art. 7º da Lei nº. 11.417/2006:

“Art. 7o  Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação”.8

Fundamentou-se a CNI no julgamento que deu origem à mencionada Súmula Vinculante nº. 4 (RE 565.714/SP – Informativo nº. 510/STF), pois neste documento expressamente estipulou-se que o adicional de insalubridade deve continuar sendo calculado com base no salário mínimo, enquanto não superada a inconstitucionalidade por meio de lei ou convenção coletiva.

Dessa forma, com base no que ficou decidido nesta RE 565.714/SP, o STF entendeu que a redação dada à Súmula nº. 228 teria aplicação indevida da Súmula Vinculante nº. 4, suspendendo assim a sua aplicação na parte em que permite a utilização do salário básico para calcular o adicional de insalubridade.

PERICULOSIDADE (NR 16)

“Art. 193/CLT – São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação, aprovada pelo Ministério do trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido”. 9

Inflamáveis, explosivos e eletricidade são as únicas fontes juridicamente reconhecidas como produtoras de periculosidade com efeitos remuneratórios trabalhistas.

Para inflamáveis e explosivos, o percentual de recebimento será de 30% sobre o salário básico. Para a periculosidade elétrica, será 30% sobre o salário recebido efetivamente (Lei n. 7.369/85).

Súmula 191 do TST – Adicional. Periculosidade. Incidência.O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.

8 Lei nº. 11.417/2006, art. 7º - Regulamenta o art. 103-A da Constituição Federal e altera a Lei n o 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências.9 CLT, art. 193.

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A caracterização e a classificação da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), faz-se por intermédio de perícia a cargo de engenheiro do trabalho.

PENOSIDADE

A Constituição Federal inovou ao trazer o adicional de penosidade em seu art. 7º, XXIII.

A penosidade ainda não foi objeto de lei específica, dependendo de uma lei regulamentadora.

O adicional de penosidade é uma modalidade de indenização que será destinada a todo tipo de atividade que, embora não cause efetivo dano à saúde do trabalhador, possa tornar sua atividade profissional mais sofrida.

O adicional de penosidade é destinado à remuneração das atividades profissionais penosas, tais como aquelas que exigem o emprego de força excessiva, elevada concentração, atenção permanente ou imutabilidade da tarefa.

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