apostila faixas preta_es

Upload: realteck665

Post on 07-Apr-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    1/39

    2011

    EXAME DE GRADUAO PARA

    FAIXA PRETA

    Autor: Edson Gondim da Costa Neto (4 Dan)

    Federao Pernambucana de Jud (FPJU)

    Adaptao: Robnelson Flix Ferreira (5 Dan)

    Federao Espritossantense de Jud (FEJ)

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    2/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    1

    A PARBOLA DA FAIXA PRETA

    Imagine um lutador de artes marciais, ajoelhado na frente do mestre, numa cerimnia para recebera faixa-preta obtida com muito suor.

    Depois de anos de treinamento incansvel, o aluno finalmente chegou ao auge no xito dadisciplina.

    "Antes que eu lhe d a faixa voc tem que passar por outro teste, diz o mestre.

    "Eu estou pronto", responde o aluno, talvez esperando pelo ltimo assalto da luta. "Voc tem queresponder pergunta essencial: qual o verdadeiro significado da faixa preta?.

    "O fim da minha jornada", responde o aluno, "uma recompensa merecida pelo meu bom trabalho".

    O mestre espera mais. bvio que ainda no est satisfeito. Por fim, o mestre fala: "Voc ainda noest pronto para a faixa-preta. Volte daqui a um ano.

    Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do mestre.

    "Qual o verdadeiro significado da faixa-preta?", pergunta o mestre.

    "Ela significa a excelncia e o nvel mais alto que se pode atingir em nossa arte. Responde o aluno.

    O mestre no diz nada durante vrios minutos, esperando. bvio que ainda no est satisfeito. Porfim ele fala: voc ainda no est pronto para a faixa-preta. Volte daqui a um ano.

    Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do mestre e mais uma vez o mestrepergunta: "qual o verdadeiro significado da faixa-preta?.

    "A faixa preta representa o comeo - o incio da jornada sem fim de disciplina, trabalho e a buscapor um padro cada vez mais alto, responde o aluno.

    "Sim. Agora voc est pronto para receber a faixa-preta e iniciar o seu trabalho!.

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    3/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    2

    FILOSOFIA e TICADO JUD

    D-me uma alavanca e um ponto de apoio no universo que removerei o mundo.

    Arquimedes

    ________________________________________________________________

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    4/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    3

    INTRODUO

    s condies mentais dos judocas so muito importantes para os mesmos alcanarem oprogresso no aprendizado do Jud. Deve-se controlar as paixes prejudiciais, pois elas

    podero restringir ou alienar a liberdade do seu esprito e do seu corpo. No se deixedominar. O Jud o ajudar a desenvolver o poder de sua vontade. Cultive a cortesia, a benevolncia,a moderao no linguajar principalmente no Dojo. Seja sempre sincero, leal, justo e esportivo. Naspalavras ou nos atos, procure no lesar nunca a dignidade do homem, nem tentar contra aliberdade de esprito e de conscincia de quem quer que seja. Uma Intimidade baseada na estimarecproca deve substituir toda a familiaridade ou camaradagem excessiva. A nobreza do corao,caracterstica do homem completo, estampa-se nas atitudes, no olhar e nas palavras. Sendo afinalidade do Jud, desenvolver harmoniosamente o esprito e corpo, o judoca dever se esforarpara desenvolver particularmente as qualidades interiores como: ateno, a cortesia e a lealdade.Para tanto considerar seus parceiros no inimigos, mas como companheiros indispensveis ao seu

    prprio progresso, e, portanto, merecedores de todo respeito. No Dojo, dever manter-se tranqiloe moderado, nunca dever elevar demasiadamente a voz, prestar ateno s instrues do mestreou de seu assistente e ajudar aos novatos. Estar sempre bem asseado, e antes de entrar notatami, verificar seu asseio pessoal. O dever do judoca no s praticar o Jud, tambm paracom a sociedade.

    Devemos nos conservar em plena posse de nossos meios fsicos e mentais, tanto tempo quantodurar a nossa vida. Tenhamos plena conscincia de que o trabalho de cada um tem seu valor paratodos, uma contribuio indispensvel para o bem comum.

    Devemos igualmente ter sempre presente na lembrana o exemplo dos grandes mestres de Jud,famosos tanto pela cincia desta arte, como pela beleza e eficcia de seus movimentos, tambmpela nobreza de suas atitudes perante a vida e de seu valor intrnseco e social, todos ou foram

    judocas trabalhadores, perseverantes e sinceros.

    Perfeito nunca, mas sempre susceptvel de perfeio, o jud fonte inesgotvel de alegria e deprogresso humano. Todo aquele que pretender seguir o caminho do Jud, dever inserir esteensinamento do mestre JIGORO KANO no corao: O JUD o caminho para a utilizao eficaz dasforas fsicas e espirituais. Treinando os ataques e as defesas, o corpo e a alma se tornam apuradose a essncia do JUD torna-se parte do prprio ser.

    Desse modo, o ser aperfeioa-se a si prprio e contribui alguma forma para valorizar o mundo. Esta a meta final da disciplina do Jud.

    A

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    5/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    4

    1. JIGORO KANO - O FUNDADOR DO JUD

    igoro Kano, a quem devemos a criao do Jud, nasceu em 28 de outubro de 1860, em Mikage,Prefeitura de Hyogo no Japo, terceiro filho de Jirosaku Mareshiba Kano, alto funcionrio da

    marinha imperial (intendente naval do Shogunato Tokugawa), seus pais queriam que seguisse acarreira de diplomata ou poltico, mas preferiu o Magistrio, embora de personalidade marcante,possua fsico franzino, medindo 1,50 m de estatura e pesando 48 kg, o que dificultava o seuingresso nas maiorias dos esportes.

    Em 1871 com 11 anos de idade foi mandado para Tquio para estudar o idioma ingls, entoindispensvel para o progresso em qualquer sentido e que, possibilitou mais tarde tornar-seprofessor e tradutor dessa lngua e ainda montar sua prpria escola em Tquio, o Kobukan (Escolade Ingls).

    Aos 16 anos, decidiu fortificar o corpo, praticando a ginstica, o remo e o beisebol. Mas estesdesportos violentos para a sua dbil constituio. Alm disso, nas brigas entre estudantes. Kano erasistematicamente vencido. Ferido na sua qualidade de filho de um Samurai decidiu estudar o Ju-Jutsu. Quem lhe ensinou os primeiros passos, foi o professor Teinosuke Yagi.

    Posteriormente, 1877, matriculou-se na Tenchin Shinyo Ryu, sendo discpulo do mestreHachinosuke Fukada. Sob a direo deste mestre, Kano iniciou-se nos mistrios da escola "Coraode Salgueiro". Em 1879, com a idade de 82 anos, Fukada morreu e Kano herdou seus arquivos.Tornou-se em seguida aluno do mestre Masatomo Iso, um sexagenrio que possua os segredos deuma escola derivando igualmente do Tenjin Shinyo Ryu.

    Continuando seu treinamento Jigoro Kano torna-se vice-presidente da escola. Infelizmente,Masatoma Isso, morreu muito cedo e Kano novamente encontrou-se sem professor. Contudo Kanocontinuou a treinar intensamente, mas um bom professor lhe era indispensvel. Foi ento queprocurou mestre Tsunetoshi Likugo que lhe ensinou a tcnica da escola Kit-Ryu. Como Kano atento s praticara sempre as lutas corpo a corpo, sempre usando roupas normais; a escola de Kitoensinou-lhe o combate com armadura.

    Pouco a pouco, Kano fez a sntese das diversas escolas, criando um sistema prprio de disciplina,continuando, no entanto a treinar-se com mestre Tsunetshi Likugo, at 1885.

    J

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    6/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    5

    m fevereiro de 1882, Jigoro Kano inaugura sua primeira escola denominada Kodokan (Institutodo Caminho da Fraternidade) j que Ko significa fraternidade, irmandade; Do, caminho oumoral e Kan instituto. A Kodokan estava localizada no segundo andar de um templo budista

    Eishji de Kita-Inaritch, bairro Shimya em Tquio, onde havia 12 Js (J, medida de superfcie,

    mdulo do tatami). O primeiro aluno inscreveu-se a 05 de junho de 1882; chamava-se Tomita.Depois vieram Higushi, Arima, Nakajima, Matsuoka, Amano Kai e o famoso Shiro Saigo (SugataSanshiro). As idades oscilavam entre 15 e 18 anos. Kano albergou-se e ocupo-se deles como se fosseum pai. Um perodo difcil, mas apaixonante; o jovem professor no tinha dinheiro e o Shiai-Jmedia apenas 20m quadrados, mas a escola progrediu e em breve tornou-se clebre.

    Em 1898, em uma de suas conferncias, Jigoro Kano, assim se pronunciou: "Eu estudei Ju-Jutsu nosomente porque o achei interessante, mas tambm, porque compreendi que seria o meio maiseficaz para a educao do fsico e do esprito. Porm, era necessrio aprimorar o velho Ju-Jutsu paratorn-lo acessvel a todos, modificar seus objetivos que no eram voltados para a educao fsica ou

    para a moral, nem muito menos para a cultura intelectual. Por outro lado, como as escolas de Ju-Jutsu, apesar de suas qualidades tinha muitos defeitos. Eu concluo que era necessrio reformular oJu-Jutsu, mesmo como arte de combate. Quando eu comecei a ensinar o Ju-Jutsu estava caindo emdescrdito. Alguns mestres desta arte ganhavam a vida organizando espetculos entre seusalunos, atravs de lutas, cobrando daqueles que quisessem assistir. Outros se prestavam a serem artistas da luta junto com profissionais de Sum e praticantes de Ju-Jutsu. Tais prticasdegradantes prostituam uma arte marcial e isso me era repugnante. Eis a razo de ter evitado otermo Ju-Jutsu e adotado o do Jud. E para distingu-lo da academia "jikishin-Ryu" que tambmempregava o termo Jud; denominei a minha escola de "jud Kodokan", apesar de soar um poucolongo.

    Jigoro Kano desenvolveu a cincia da queda-amortecedora (Ukemi), bem como criou umavestimenta especial para o treino do Jud, o (Judogui), pois o uniforme utilizado pelos cultores doJu-Jutsu, denominado de Hakama, provocava freqentemente ferimentos.

    A nova arte do mestre Kano tinha duas formas distintas: uma abrangia as tcnicas de queda,imobilizaes, chaves de articulaes e estrangulamentos. Essa forma evolui para o esporte e aoutra parte consistia nas tcnicas de golpear com as mos e os ps, em combinaes comagarramento e chaves para imobilizao, inclusive ataques em pontos vitais (Atemi-Waza). Essaforma evoluiu para a defesa pessoal (Goshin-Jitsu).

    E

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    7/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    6

    Jigoro Kano nos levou vrios manuscritos, nos quais em geral assinava com pseudnimos, dentreestes, um muito usado por ele era "Ki Itsu Sai", que quer dizer "Tudo unidade". Kano tambm erapoliglota, pois falava quatro lnguas alm do japons, francs, alemo, ingls e espanhol.

    amentavelmente a 04 de maio de 1938, morre Jigoro kano de febre amarela, a bordo dotransatlntico "Hikawa Maru", quando voltava do Cairo, onde havia presidido a AssembliaGeral do Comit Internacional dos Jogos Olmpicos.

    No houve para ele, tempo de assistir a Universidade do Jud, mas tinha certeza da suaperpetuao. "Quando eu morrer, o Jud Kodokan no morrer comigo, porque muitas coisas viroa ser desenvolvidas se os princpios de minha arte continuarem sendo estudados".

    1.1 ETAPAS DA VIDA DO MESTRE JIGORO KANO1860 Nasceu em Mikage, Prefeitura de Hyogo em 28 de outubro. Terceiro filho de Jirosaku

    Mareshiba Kano, ele recebeu o nome de infncia Shinnosuke.1871 Ingressou na Seitatsu Shojuku, uma escola privada de Tquio, aonde ele recebeu aulas de

    Keido Ubukata.1873 Entrou na Ikuei Gijuku, uma escola privada em Karasumori, Shiba, Tquio recebeu

    instrues especiais em ingls e Alemo de professores nativos.1874 Ingressou na escola de lnguas estrangeiras de Tquio.1875 Ingressou na escola Kaisei.1877 Ingressou na escola Tenshin Shino e estudou com Hachinosuke Fukuda.1878 Fundou o primeiro clube de basebol do Japo (Kasei Baseball Club).1879 Estudou o Ju-Jutsu na escola do mestre Masatomo Isso.

    1881 Formou-se pela Universidade Imperial de Tquio, em Literatura, Cincias Polticas e PolticaEconmica. Estudou o Ju-Jutsu na escola Kyt-Rya com o mestre Tsunetoshi Likugo.

    1882 Comeou a dar palestras e mais tarde passou a professor em Gakushuin.Fundou a Kodokan. Terminou seus estudos de Cincias Estticas e Morais.

    1883 Fundou o Kobukan, uma escola para estudantes chineses e passou a ser Diretor.1884 adido ao Palcio Imperial.1885 Obteve a 7 Categoria Imperial.1886 Passou a ser vice-diretor de Gakushuin.1889 Deixou de ser vice-diretor em Gakushuin para aceitar na Casa Imperial um cargo. Fez

    viagem Europa, onde visitou organizaes educacionais.

    1891 Casou-se com Sumako, filha mais velha do ento embaixador coreano, Seizei Takezoe, daqual teve nove filhos, seis meninas e trs meninos.Tornou-se Diretor na Quinta escola de segundo grau, na Prefeitura de Kumamoto.Em abril nomeado Conselheiro do Ministro da Educao Nacional.

    1893 Tornou-se Diretor da primeira escola de segundo grau de Tquio, subseqentementeDiretor da escola normal de Tquio.

    1895 Obteve a 5 Categoria Imperial.1897 Demitiu-se da escola normal de Tquio, mas, mais tarde, aceita seu cargo de volta.

    Criou a sociedade Zoshi-Kai e funda os institutos Zenyo Seiki, Zenichi, para a cultura dosjovens. Editou a revista "Kokusai".

    1898 Foi Diretor da educao primria no Ministrio da Educao Nacional.1899 Tornou-se Presidente da Comisso do Butokukai (Centro de Estudos das Artes Militares).

    L

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    8/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    7

    1901 Tornou-se Diretor da escola normal de Tquio pela terceira vez. Nesta poca, o Jud e oKend alcanam uma grande popularidade.

    1907 Fundou no Butokukai, os trs primeiros katas de Jud.1909 Tornou-se o primeiro japons membro do Comit Olmpico Internacional.

    Modificou os estatutos do Kodokan, tornando-se uma entidade pblica.1911 Foi eleito Presidente da Federao desportiva do Japo.1915 Fundou a revista Kodokan.1920 Consagrou-se inteiramente ao Jud.1921 Demitiu-se da presidncia da Federao Desportiva do Japo.1924 Foi nomeado professor honorrio da escola normal superior de Tquio (Tquio High

    School)1932 Deslocou-se aos Estados Unidos, para assistir aos Jogos Olmpicos de Chicago.

    Tornou-se conselheiro do Gabinete de Educao Fsica do Japo.Participou por duas vezes no Conselho dos Jogos Olmpicos, que lanara os convites para os

    jogos japoneses (1932-1934).1938 Esteve na Reunio do COI no Cairo, onde props que Tquio fosse escolhida como sede dos

    XII Jogos Olmpicos. Morreu em 4 de maio, no mar, na viagem de volta.1939 Recebeu a ttulo pstumo o 2 grau Imperial

    Essas so algumas de suas muitas atividades, outras no foram aqui mencionadas, sabendo-se que asua busca de realizaes foram muito alm do normal, notadamente para quem como Kanointroduziu tambm o desporto e a educao fsica no plano educacional do Japo, fato esse j seriasuficiente para perpetuar seu nome como educador e como esportista.

    Por tudo que esse grande mestre nos legou, conclumos que ele sempre esteve muito avanadosobre o seu tempo.Hoje, nosso mestre e cultuado em sua ptria e tambm em todos os pases do mundo. Dos maismodestos aos mais requintados dojs, centenas de milhares de esportistas usufruem sua obra: oJud.

    ssim mostramos um pouco a vida desse extraordinrio pioneiro, que em seu caminho por estenosso mundo, deixou pegadas de gigante, marcando sua passagem, pegadas que perduraroenquanto perdura sua obra.

    1.2 MXIMAS DE JIGORO KANO

    "O adversrio um parceiro necessrio ao progresso; a vida da humanidade baseia-se nesteprincpio".

    " somente atravs da ajuda mtua e das concesses recprocas que um organismo agrupandoindivduos em nmero grande ou pequeno pode encontrar sua harmonia plena e realizarverdadeiros progressos".

    "Vencer o hbito de usar a fora contra a fora uma das coisas mais difceis do treinamento doJud. Caso no se consiga isto, no pode esperar progresso".

    "A simplicidade a chave de toda arte superior, da vida e do Jud"."A derrota na competio e no treinamento no deve ser uma fonte de desnimo ou de

    desespero. sinal da necessidade de uma prtica maior e de esforos redobrados".

    A

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    9/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    8

    "Os Kata so a esttica do Jud. E nos Kata (forma) que est o esprito do Jud, sem o qual impossvel perceber o objetivo".

    "O Jud ultrapassou o estgio primitivo da utilidade para atingir o de uma cincia e de uma arte"."A estabilidade mental (ou uma calma inabalvel) um fator importante numa luta de Jud. Seria

    ainda mais importante caso se tratasse de uma luta de vida ou morte"."O Jud deve existir para o benefcio do homem e no o homem para o Jud (competio)"."Em qualquer espcie de treinamento, o ponto mais importante libertar-se dos maus hbitos"."A idia de considerar os outros como inimigos s pode ser loucura e fonte de regresso"."O Jud deve ser mantido acima de toda a escravido artificial. As novas invenes devem tornar-

    se conhecimentos comuns"."O Jud uma arte e uma cincia. Ele deve ser mantido acima de toda a escravido artificial e

    deve ser livre de qualquer influncia financeira, comercial e pessoal"."O alto valor da habilidade e da qualidade da arte s pode ser obtido elevando-se acima da

    dualidade da competio".

    "O Jud no deve ser revestido por um rtulo nacional, racial, poltico, pessoal ou sectrio"."Quando se percebe a potncia do Jud, compreende-se que no se pode us-lo levianamente,

    pois ela pode ser to perigosa quanto uma espada desembainhada"." medida que se progride no estudo do Jud, o sentido de confiana em si mesmo, base do

    equilbrio mental, se desenvolve"."A Maneira de treinar depende de uma ao consciente, mas o objetivo do treinamento e conseguiro domnio da tcnica, o que e inconsciente"."O Jud pode ser considerado como uma arte, ou uma filosofia do equilbrio, bem como um meiopara cultivar o sentido e o estado de equilbrio".

    2. A ORIGEM DO JUD

    inicio do desenvolvimento histrico do combate corporal se perde na noite dos tempos. Aluta por necessidade de sobrevivncia nasceu com o homem, ela um dos mais antigosdesportos do mundo. Mas, no limiar dos tempos, no se falava ainda de desporto; era

    simplesmente o meio de fazer os outros chegaram razo, pela fora. Em todas as regies do globo,cada povo possua um mtodo mais ou menos elaborado de combater, que ia melhorandoconsoante o progresso da civilizao. Os chineses, os gregos os egpcios j utilizavam notveistcnicas de luta.

    O Japo, durante sculos viveu isolado do resto do mundo, atravs de um regime feudal. Dirigidopelo imperador, era na verdade um governador militar que comandava: o Shogun. O pas estavadividido em distritos militares pertencentes aos vassalos do Shogun: os Daymios. Estes eramguerreiros temveis.

    A luta corpo a corpo e as outras artes marciais encontraram um terreno maravilhoso para sedesenvolverem. Cada classe de guerreiros exercitava-se no combate lana e ao sabre longo. Osinfantes praticavam a esgrima com sabres curtos e os campnios tornaram-se peritos no manejo dovarapau.

    Muitas outras armas eram utilizadas consoantes, as regies ou as classes sociais: havia especialistasno punhal, no arco, na foice de guerra, nos escudos, etc. Os combates encarniados prosseguiam e,durante quase oitocentos anos, a tcnica da luta corpo a corpo progrediu lentamente.

    O

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    10/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    9

    epois do sculo XII, uma seita budista (Zen) educou a elite dos guerreiros. Para ela nada dedoutrinas nem de dogmas; uma s coisa contava: a realidade. O fim visado pelo Zen eraconduzir todos os indivduos a um estado mental especial chamado satori. O indivduo perdia

    a conscincia de ser e alcanava o universo duma maneira intuitiva. Para chegar a este estado totalde libertao, o discpulo devia dedicar-se a uma ascese extraordinria.

    s samurais despertavam interesse pela prtica Zen, porque esse treinamento libertava-os das

    idias pr-concebidas, das angustias, do egosmo, do medo da morte. Mas tambm porque aacesse Zen, libertando o indivduo permitia-lhe a ao direta. O ato espontneo, sem

    interveno da conscincia, era assim possvel. Isto devia melhorar consideravelmente toda aohumana e em particular, as tcnicas marciais.

    A influncia da cultura chinesa no combate de mos nuas foi considervel. A China aplicava mtodosaperfeioados de luta: a sua filosofia, a sua medicina e a sua cincia em geral, haviam originado umterrvel mtodo de combate. A luta chinesa, como a medicina, apoiava-se na filosofia de Tao,concebendo em mtodo de pesquisa terica e de ao prtica. Os sbios consideravam o universo etudo o que nele se encontrava como a unio harmoniosa de duas foras contrrias: o yin e o yang.

    So o yin: o frio, o estado lquido, a escurido, o negro, a expanso, a vida, a ligeireza, a doura, opassivo, o negativo. So o yang: O calor, o estado slido, a claridade, o branco, a compresso, aplenitude, a resistncia, a fora, o positivo. Mas nada no Universo somente yin ou yang. Todas ascoisas so simultaneamente yin e yang. Um homem macho e fmea e a sua harmonia superiordepende do equilbrio destas duas tendncias. assim "completo" por si mesmo, unificado. Nada absolutamente estvel ou fixo. O Universo no conhece repouso. Todas as coisas esto emequilbrio entre as foras negativas. O mdico chins canaliza esta energia picando os pontossensveis do organismo do doente (acupuntura).

    Estes dois pontos vitais, perfeitamente estudados, permitem descobrir os centros reflexos de

    reanimao ou, pelo contrrio, da perda de conscincia, mesmo da morte. Certos guerreirosdirigiam os seus perigosos golpes aos pontos que assinalavam estes centros.Por outro lado, a ttica de combate impregna-se dos princpios da dualidade complementar. Se oagressor for positivo, a vtima negativa e, neste caso, toda a cincia reside em manter emequilbrio as foras antagonistas, a fim de dominar o desenrolar do combate. Foi assim que oschineses desenvolveram dois mtodos de combate: um positivo (ataque), e outro negativo (defesa).Este ltimo consistia em esgotar o adversrio pela no-resistncia.

    A cada golpe desferido, encontrado o vcuo, o agressor acabava por se exaurir rapidamente,tomando-se assim vulnervel. De positivo (fora, plenitude, dureza) tornava-se negativo (fraqueza,

    vacuidade, moleza) e podia ser rapidamente dominado por um ataque positivo. Esta teoria no foicompreendida imediatamente por todos os guerreiros japoneses. O receio de perderem a confianana sua fora, ou antes, a subestimao do adversrio, temor da morte paralisava-lhes o esprito. As

    D

    O

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    11/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    10

    tcnicas positivas foram bem depressa assimiladas e rapidamente se desenvolveram os atmis ealguns ataques diretos.Estes mtodos de combate estiveram em moda at o sculo XVII; depois, pouco a pouco, a tcnicamelhorou. Quando da criao do Bushido, (brevemente descrito como caminho guerreiro japons)

    ele baseava-se em trs pontos principais: lealdade fantica ao mestre, coragem integral noscombates e preferncia pela morte desonra. Este cdigo influenciou durante muito tempo oesprito dos nobres samurais, tornando-se mais tarde o pilar dos ensinamentos dos guerreiros

    japoneses.

    ergulhando nos estudos das origens das lutas marciais, notamos que vrios documentosremontam aos tempos mitolgicos. Um manuscrito muito antigo, o Takanogawi, relata queos deuses Kashima e Kadori mantinham poderes sobre os seus sditos graas s suas

    habilidades desde ataque e defesa.A crnica antiga do Japo (Nihon Shoki) escrita por ordem imperial no ano de 720 de nossa era

    menciona a existncia de certos golpes de habilidade e destreza, no apenas utilizados noscombates corporais, mas, tambm, como complemento da fora fsica, espiritual e mental,relatando uma histria mitolgica na qual um dos competidores, agarrando o adversrio pela mo,

    joga-o ao solo, como se lanasse uma folha.Todavia, segundo alguns historiadores japoneses, o mais antigo relato de um combate corporal,ocorreu em 230 a.C., na presena do Imperador Suinin: Taimano Kehaya, um lutador arrogante einsolente foi rapidamente nocauteado por terrvel cultor do combate sem armas. Nomino Sukune.

    3. NASCIMENTO DO JUD

    aseado nesses inconvenientes, um jovem, que na adolescncia se sentia inferiorizado sempreque precisasse desprender muita energia fsica para resolver um problema, resolveu modificaro tradicional Ju-Jutsu, unificando os diferentes sistemas, transformando-o num poderoso

    veculo de educao fsica. Seu nome era Jigoro Kano.

    Pessoa de alta cultura geral, ele era um esforado cultor de Ju-Jutsu. Procurando encontrarexplicaes cientficas aos golpes, baseados em leis de dinmica, ao e reao, selecionou eclassificou as melhores tcnicas dos vrios sistemas de Ju-Jutsu, dando nfase principalmente noataque aos pontos vitais e nas lutas de cho do estilo Tenshin-Shin yo-Ryu e nos golpes de projeodo estilo Kit-Ryu.

    Inseriu princpios bsicos como a do equilbrio gravidade e sistema de alavancas nas execues dosmovimentos lgicos. Estabeleceu normas a fim de tornar o aprendizado mais fcil e racional.Idealizou regras para um confronto esportivo, baseado no esprito do IPPON-SHOBU (luta peloponto completo). Procurou demonstrar que o Ju-Jutsu aprimorado, alm de sua utilizao para adefesa pessoal, poderia oferecer aos praticantes, extraordinrias oportunidades nos sentido desuperar as prprias limitaes do ser humano.Jigoro Kano tentava dar maior expresso lenda de origem do estilo Yoshin Ryu (Escola de Medulado Salgueiro), esta se baseava no princpio de "Ceder para Vencer", utilizando a no resistncia paracontrolar, desequilibrar e vencer o adversrio com o mnimo de esforo.

    M

    B

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    12/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    11

    Num combate o praticante tinha como nico objetivo vitria. No entender de Jigoro Kano, isto eratotalmente errado. Uma atividade fsica deveria servir, em primeiro lugar, para a educao globaldos praticantes.

    Os cultores profissionais do Ju-Jutsu no aceitavam tal concepo. Para eles, o verdadeiro espritodo Ju-Jutsu era o Shin-Ken-Shobu (vencer ou morrer, lutar at a morte).

    Por suas idias, Jigoro Kano era desafiado e desacatado, insistentemente, pelos educadores dapoca, mas no mediu esforos para idealizar um novo Ju-Jutsu, diferente, mais completo, maiseficaz, muito mais objetivo e racional, denominado de JUD e transformando-o num poderosoveculo de educao fsica.

    Chamando o seu novo sistema de Jud, ele pretendeu elevar o termo "jutsu" (arte ou prtica) para"d", ou seja, para a "vida" ou "caminho", dando a se entender que no se tratava apenas de uma

    mudana de nomes, mas que o seu novo sistema repousava sobre uma fundamentao filosfica.

    Em fevereiro de 1882, no templo Eishji de Kita-Inaritch, bairro de Shimya em Tquio, Jigoro Kanoinaugura sua primeira escola de Jud denominada Kodokan (Instituto do Caminho da Fraternidade),

    j que "ko" significa "fraternidade, irmandade", "d". "Caminho ou moral", e "kan" "instituto".

    3.1 DEFINIES DE JUD

    egundo Lus Robert, no seu livro "O Jud". Editora Notcias, Portugal, 1976, foi realizado uminqurito entre o pblico e ficou constatado a existncia de uma idia bastante deformada, do

    seja Jud. Eis algumas das definies recebidas:

    Um desporto de combate, como o boxe, a esgrima, etc; Um misterioso, mtodo chins ou japons que permite derrubar, seja que adversrio

    for, por meio de "tcnicas secretas", muito perigosas;

    Uma espcie de mfia, de seita budista Zen, que se prope dominar o mundo; Um sistema de treinamento do corpo e do esprito, semelhante ao Yoga. Invulnerveis tcnicas de autodefesa conjugadas com misteriosas prticas de

    desenvolvimento mentais;

    Uma ginstica oriental; Um boxe chins; Um Ju-Jutsu adaptado pelos americanos, etc.

    Tudo isto est, evidentemente, longe da verdade. A resposta infinitamente mais simples. Jud uma palavra japonesa que se compes em Ju e D. Ju significa docilidade, no resistncia,suavidade, flexibilidade; e D, traduz-se por via, meio, caminho. O nome completo significa"Caminho Suave".De acordo com as palavras do fundador do Jud, mestre Jigoro Kano, " O Jud o caminho parautilizao eficaz das foras fsicas e espirituais. Treinando os ataques e as defesas, o corpo e a almase tornam apurados e a essncia do Jud torna-se parte do prprio ser. Desse modo, o seraperfeioa-se a si prprio e contribui alguma coisa para valorizar o mundo".

    S

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    13/39

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    14/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    13

    4. EVOLUO DO JUD KODOKAN

    urante alguns anos, o idealizador do "moderno Ju-Jutsu" atravessou uma difcil fase,principalmente pela quase ausncia de recursos financeiros para a manuteno da academia.Os mais temidos lutadores da poca, impulsionados pela inveja, no se cansavam em desafiar

    os discpulos de Jigoro Kano. Houve muitos encontros memorveis com o intuito de testar a eficciado Jud Kodokan.

    Certa vez um lutador, conhecido por Tanabe, vence os melhores alunos de Jigoro Kano. Tratava-se

    de um grande especialista em tcnicas de shime-waza (estrangulamentos), aplicadas no solo. Tologo um judoca o projetasse, Tanabe encaixava-lhe um estrangulamento dessas derrotas, Kanoaprendeu uma grande lio. Era necessrio aprimorar o Jud nas tcnicas de domnio (katame-waza), particularmente as desenvolvidas na luta de solo (ne-waza). Tanabe foi o nico lutador queconseguiu vencer os discpulos de Kano.

    Os alunos do Kodokan tinham fama de serem imbatveis. Por isso, eram insistentemente desafiados.Aqueles que conseguiam uma vitria sobre um dos alunos da Kodokan, na certa, cresciam em fama.

    Naquela poca utilizava-se, ainda, o "sistema de luta por desistncia". Um dos combates que ficouna histria foi o de Shiro Saigo contra o mais temido cultor do Ju-jutsu da "yoshin Ryu", numamemorvel luta que parecia interminvel. A propsito de Shiro Saigo, foi escrito um belssimoromance de aventuras, contando as suas proezas no Jud, com o nome de Sugata Sanshiro, inclusiveserviu de enredo a vrios filmes.

    Mas foi s no final de 1886, aps uma clebre competio, contra vrias escolas de ju-jutsu,organizada pela policia, que definitivamente ficou constatado o grande valor do Jud Kodokan. Oresultado dessa jornada constituiu-se num marco decisivo na aceitao do jud, com oreconhecimento do povo e do governo que passaram oficialmente a prestigiar o Jud Kodokan.Depois da clebre vitria de 1886, como ficou conhecida, o Jud Kodokan comeou a progredir compassos confiantes.

    D

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    15/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    14

    A frmula tcnica do Jud Kodokan foi completada em 1887, enquanto a sua fase espiritual foigradativamente elevada at a perfeio, aproximadamente, em 1922. Nesse ano a SociedadeCultural Kodokan foi inaugurada e um movimento social foi lanado, com base nos axiomas"Seryoku Zen" (mxima Eficcia) e "Jita Kyei" (Prosperidade e Benefcios Mtuos).

    Entretanto, em 1897, quando o Kodokan estava instalada em "Shimotomizaka", possuindo uma reade 207 tatamis, o governo japons funda uma escola nacional, que congregaria todas as "artesmarciais". Butokukai.

    Apesar de Jigoro Kano Ter idealizado o jud, em pouco tempo a Butokukai tornar-se uma respeitvelrival da Kodokan. Posteriormente, as escolas superiores e profissionais da Universidade de Tquiofundariam outra entidade: a Kosen. Como fcil de adivinhar, a Butokukai e a Kosen comearam acompetir com a Kodokan.

    A Kodokan tinha perdido a sua hegemonia, por outro lado era o Jud que ganhava um maiornmero de praticantes.

    Jigoro Kano, com a finalidade de iniciar uma campanha de divulgao do Jud, no ocidente, em1889, visita a Europa e os Estados Unidos da Amrica do Norte, proferindo palestras edemonstraes.

    Em 1909, um fato marcante parecia devolver a hegemonia do Jud a Kodokan. O governo japonsresolve tornar o Kodokan uma instituio pblica, uma vez que a prtica do Jud estava tendo umatima aceitao.

    Como a mulher japonesa comeasse a entusiasmar-se pela prtica do jud, em 1923, a Kodokaninaugurou um departamento feminino.

    Em 1934, a Kodokan estaria instalada em um edifcio de trs andares, ocupando uma rea de doismil metros quadrados, aproximadamente.Nessa poca o Jud comeava a ser introduzido em quase todas as naes civilizadas do mundo,todavia, no ocidente, o termo ju-jutsu ainda era o empregado, embora o nome de Jigoro Kano fossecitado.

    Em 1937, o Conselho da Indstria do Turismo, rgo do governo japons, editava a traduo emingls do primeiro livro escrito por Jigoro Kano, denominado "Jud (ju-jutsu)". Nesta obra o judabordado sob vrios aspectos inclusive tecia inmeras consideraes sobre o "atemi-waza" (tcnicade ataque aos pontos vitais); todavia, nenhuma linha era escrita sobre as regras de competies.

    Em 1938, O Japo comeava a sentir a guerra, os militares deram um valor especial s chamadas"artes marciais" que comearam a ser praticadas em todo Japo, com um real esprito guerreiro(bushid). A Butokukai recebia alunos de todas as partes do Japo para a cultura do ju-jutsu, do"kendo" (espcie de esgrima japonesa), do Karat e do "kyud" (arte de atirar flechas), para umareal aplicao durante a guerra.

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    16/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    15

    Aps a guerra, todas as atividades que inspirassem o bushid (esprito guerreiro), foram proibidaspelos norte-americanos. Os japoneses no mais podiam praticar o Jud. Entretanto, em 1946, osprofessores da Kodokan foram autorizados a ensinar o jud s tropas norte-americanas.

    Conhecendo o real esprito do jud de Jigoro Kano, os norte-americanos liberaram a sua prtica,inclusive nas escolas, por no a considerar uma perigosa arte marcial, tempos depois.

    Em 1948, fundada a Federao Nacional de Jud, iniciando-se os primeiros campeonatos de mbitonacional, depois da guerra.

    A Butokukai havia sido definitivamente interditada e a Kosen, ficaria subordinada a Kodokan.

    Em maro de 1958, e inaugurado o novo Instituto Kodokan, denominado a Meca do Jud, numedifcio especialmente construdo para a organizao e a administrao do Jud, no Japo e no

    mundo, com um doj de 500 tatamis e seis outros menores, sendo trs com 108 tatamis e outrostrs com 54 tatamis, que seriam utilizados para os mais diversos objetivos do ensino e dotreinamento, com departamentos especiais para crianas, mulheres, estudantes competidores dealto nvel e estrangeiros, alm de abrigar dependncias para toda parte da administrao,alojamento, restaurante, totalizando 41 reas especficas.

    4.1 SMBOLO DO KODOKAN

    O smbolo do Kodokan a Sakura no Hana (flor da cerejeira) de oito ptalas com um crculovermelho no centro. Seu significado pode ser entendido como a delicadeza do algodo envolvendoa fora do ferro incandescente lembra a firmeza e a fora interior, a suavidade e gentileza exterior.

    4.2 PRESIDENTE DO KODOKAN

    1 Presidente Jigoro Kano

    2

    Presidente Jir Nang3 Presidente Risei Kano (filho do fundador)

    4 Presidente Yukimitsu Kano (neto do fundador)

    4.3 OS GUARDIES DO KODOKAN

    Shiro Saig (Sugata Sanshiro)

    Sakujir Yokoyama Yoshiaki Yamashita Tsunejir Tomita

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    17/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    16

    5. EVOLUO DO JUD NO BRASIL

    s primeiras referncias que encontramos, quando introduo do jud no Brasil, datam demuitos anos aps a criao deste esporte, no Japo, pelo mestre Jigoro Kano. Mesmo assim,

    aproveitando-se do maior conhecimento do antigo "Ju-jutsu" fora do Japo, os adeptos donovo esporte que surgia, faziam a sua propaganda mantendo a denominao antiga, confundindo ecriando polmica, at hoje existente entre os leigos, quando as origens do Jud.

    O professor Stanlei Virglio, em seu livro a Arte do jud, papirus 1986. Faz referncia aoMestre Massao Shinohara, onde o mesmo afirma em seu manual de jud, publicao de maio de1982, que o Jud foi implantado no Brasil por volta do ano de 1908 com o advento da imigrao

    japonesa, cujo primeiro contingente chegou ao porto de Santos em 18 de junho de 1908, a bordo donavio Kasato Maru. Com referncia ao jud, entretanto, no h registros de nomes, datas ou locais.

    Stanlei, tambm faz referncias muito vagas sobre um certo professor Miura que teriaensinado Jud em nossa ptria por volta de 1903.

    Segundo ainda Stanlei, o mestre Kwanichi Takaeshita afirma que foi no inicio dos anos vinteque chegou o jud ao Brasil, impressionando os esportistas pela facilidade com que se venciam osdesafios feitos aos nossos lutadores.

    Stanlei tenta explicar essa duplicidade de datas, pela forma como foi introduzido o Jud emnosso pas de um lado h uma corrente formada pelos pioneiros do Kasato Muru e subseqentes,que se dedicando a outros misteres, principalmente a agricultura, faziam do Jud um derivativo,uma atividade social, uma forma de manter laos e apagar a saudade da ptria longnqua. Poderiase dizer que praticavam o jud localizado, registro a pequenos grupos e sem finalidades lucrativas. Oprimeiro registro com referncia a esse grupo iria para Tatsuo Okoshi, que chegou ao Brasil em1924, seguindo-se Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo Ogawa e outros mais.

    Por outro lado, numa outra corrente, formava os Lutadores, isto , aqueles que lanando eaceitando desafios, lutando publicamente, alm de buscarem a implantao de Jud entre ns,faziam disso uma forma de subsistncia ou de complementao financeira. Entre estes colocaramosMitsuyo Maeda (Conde Koma), Takagi Saigo, Go Omori, Ono, os Gracie e etc. vestem por esteprisma, o Jud comeou a ser implantado no inicio dos anos vinte.

    Olhando uma forma e outra, achamos que a primazia pode realmente estar com osjaponeses do Kasato Maru, entretanto, a forma mais vlida e que melhores resultados trouxeram napoca foi atuao dos lutadores, que atingiam com seus espetculos como eram proporcionadosnaqueles tempos. Assim, se uns chegaram primeiro, os outros atuaram de forma mais objetiva eeficiente para a implantao do Jud naquela poca.

    Foi no incio dos anos vinte que chegou ao Brasil Mitsuyo Maeda, ou Eisei Maeda comoquerem alguns, tendo ele a seu crdito o primeiro registro nos anais da histria do Jud brasileiro.Mais conhecido como Conde Koma, percorreu Maeda Vrias capitais brasileiras. Mais aceitandodesafios e ganhando todos, promovendo assim esse esporte. Radicou-se finalmente em Belm doPar, onde montou sua escola com algum sucesso. De seus vrios alunos, restou a famlia Gracieque deu continuidade ao seu trabalho, progredindo e fundindo novas escolas em algumas capitais ese projetando no cenrio esportivo brasileiro. Hlio Gracie, em luta contra dois campees

    japoneses, Kato e Kimura, ganhou do primeiro e perdeu para o segundo, o que na poca foi umgrande feito e o seria ainda nos dias de hoje. Desenrolaram-se as duas lutas no cho (katame-waza),pois nosso lutador certo de sua inferioridade em peso e na tcnica de luta em p (nage-waza),inteligentemente forou a luta no cho onde tinha melhores chances, e o resultado provou o acertode seu raciocnio.

    A

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    18/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    17

    Assim, as escolas Gracie prosperaram e espalharam-se por vrias capitais, mas sempre sededicando mais ao Ju-Jutsu, motivo pelo qual prosperaram, pois ns brasileiros, ainda no estamospreparados para um esporte como o jud, ainda desconhecido e que se confundia com seupredecessor o Ju-Jutsu, que monopolizava as atenes e interesses que havia.

    Pode-se dizer que por um bom tempo este nosso esporte amparou-se no ju-jutsu, estranhaarte de defesa pessoal, muito eficiente e misteriosa para a poca, que os japoneses trouxeram nose sabe se misturada com o jud ou se o jud misturada com ela o fato e que ainda hoje o interessesubsiste, mesmo com a evoluo do jud que suplantou de forma inequvoca esse seu rival.

    Em 1924 ou 1925 chega Takagi Saigo, instalando-se em So Paulo e como no obteve bonsresultados, prontamente voltou ao Japo. Nessa mesma poca chegou tambm Tatsuo Okoshi 8Dan, que teve participao bem maior no desenvolvimento do jud brasileiro. Foi fundador eprimeiro presidente no Brasil da associao dos Faixas Pretas do Kodokan tambm, fundador eprimeiro diretor tcnico da Federao Paulista de Jud.

    Em 1928 foi a vez de Geo Omori, lutador extraordinrio, que lanando e aceitando desafios,

    muitos deles no antigo Circo Queirolo, em So Paulo a exemplo de Mitsuyo Maeda, ganhava sempree assim chamando a ateno e contribuindo sua maneira para manter viva a tnue chama quemais tarde viria transforma-se numa das maiores do esporte brasileiro. Seria tambm em 1928 achegada de Katsutoshi Naito, 7 Dan, que radicou-se em Suzano, So Paulo. Sua participao naorganizao e consolidao do nosso jud foi marcante. Ocupou pela primeira vez a funo dediretor do departamento de jud da Federao Paulista de Pugilismo, ento mentora oficial donosso esporte, antes da fundao da federao Paulista de Jud. Outro a chegar em 1928 YasuichiOno, ento 3 Dan, que tambm aceitando desafio e trabalhando com extrema dedicao pelo jud,fez jus a que seu nome fosse inscrito com todo o mrito e justia nas paginas da histria do nossoesporte. Em 1932 abre a sua primeira academia-me de muitas outras, que prosperaram e do

    continuidade do trabalho do grande mestre, hoje 9 Dan. Somente nas dcadas de 30 e 40, com acorrente migratria japonesa que se instalava em So Paulo, muitos outros mestres sugiram,iniciando a pratica do jud nas colnias interioranas e, no Rio de Janeiro, Itagua e na BaixadaFluminense, alguns professores se dedicaram divulgao e prtica do jud.

    Grandes mestres se destacaram, mas, persistiam alguns mantendo a antiga denominao deJiu-jitsu, originando discursses, dissociando uma denominao da outra, obrigando aqueles quese empenhavam na divulgao do jud a um exaustivo trabalho de doutrinao chegando, muitasvezes, ao extremo de aceitar desafios, para confrontos entre seus praticantes. Ainda na dcada de30, mais precisamente em 1931 chega Sobei Tani, 6 Dan, estabelecendo-se com sua academia emJaragu, So Paulo, de onde saram grandes campees como os irmos Shiosawa, Koki Tani e outros.

    Outros mais foram chegando e localizando-se no interior, levando para diversas regies onde aimigrao japonesa era mais intensa, o esporte que s mais tarde iria frutificar e tornar-se popular.Chegava ainda ao Brasil em 1934 o mestre Ryuzo Ogawa, 8 Dan, fundando a academia

    Ogawa (Budokan), com o nico objetivo de aprimorar a cultura fsica, moral e espiritual, atravs doesporte do quimono, obedecendo aos princpios morais e filosficos pregados pelo mestre JigoroKano.

    No se poder deixar de reconhecer que o grande passo para o crescimento do jud noBrasil foi iniciado com o mestre Ogawa em 1938 quando o mesmo, juntamente com um grupo deidealistas oriundos do longinquo Japo comearam um trabalho de amplos ideais que visavaprojetar este nosso esporte na preferncia dos brasileiros, separando-o definitivamente do Ju-jutsu.

    Esse trabalho foi a conquista final para a confirmao do jud no Brasil, sobrepondo-se aoJu-Jutsu e expandindo-se rapidamente para o interior, onde em algumas regies, embora muito

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    19/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    18

    discretamente j fosse praticado. Com a mesma intensidade e rapidez investiu tambm para outrosestados, alastrando-se praticamente por todo o Brasil.

    Na dcada de 40 consolida-se o prestgio do jud em todo o Brasil, esclarecidas as dvidasquanto s suas origens do antigo Ju-Jutsu, propagando-se a sua prtica no Rio de Janeiro, Paran,

    Minas Gerais e Rio Grande do Sul, dentre outros estados, fundando-se novas academias e crescendonmeros de seus praticantes.

    Assim, merc do esforo e dedicao de japoneses e brasileiros, o jud progride a passoslargos. Em So Paulo, no ano de 1951 foi realizado o seu primeiro campeonato oficial. Em 1954 o Riode janeiro tambm realiza o seu. Ainda em 1954, realiza-se o primeiro Campeonato Brasileiro, tendocomo sua maior expresso o judoca Massayoshi Kawakami, campeo nas categorias de 3 Dan eabsoluto.

    Em 1956, o Brasil participa pela primeira vez de uma competio no exterior, maisprecisamente do II Campeonato Pan-Americano, realizado em Cuba, ficando em honroso segundolugar. Formava na equipe os judocas Massayoshi Kawakami, Sunji Hinata, Augusto Cordeiro, Lus

    Alberto Mendona, Hikari Kurachi e Milton Rossi.Continuando com mais fora nos anos 50 o j vigoroso crescimento da dcada de 40, surge a

    necessidade da criao de um rgo controlador, um rgo mentor para dirigir, coordenar asatividades judosticas em franco desenvolvimento. Para essa coordenao funda So Paulo em 17 deabril de 1958 e o Rio de Janeiro em 09 de agosto de 1962. O jud no Brasil nesta poca era dirigidopela Confederao Brasileira de Pugilismo. Dia a dia acentuava-se a necessidade de um rgonascido nos prprios meios judosticos, dedicando-se exclusivamente ao jud, que o representasse anvel nacional e internacional. Assim em 18 de maro de 1969 foi fundada a Confederao Brasileirade Jud, tendo como seu primeiro Presidente Paschoal Segreto Sobrinho. Em 22 de fevereiro de1972, foi a Confederao Brasileira de Jud reconhecida oficialmente, sendo ento o seu Presidente

    at inicio de 1979, Augusto de Oliveira Cordeiro.A bibliografia quanto evoluo do jud no Brasil carente e existe muita controvrsia

    sobre o seu surgimento.A mais recente dela foi publicada na revista ippon, ano II, n12 setembro/97, So Paulo.

    Onde ficou comprovado aps longa pesquisa, realizada pelo amazonense Rildo Heros, que Ju-Jutsu eo jud desembarcaram no Brasil juntos, em 1914, em Porto Alegre RS, pelo japons MitsuyoMaeda, aluno desde a infncia do mestre Jigoro Kano.

    No comeo de 1977, aps extenso trabalho de entrevistas e pesquisas embasadas em jornaisda poca, alm de testemunhos de imigrantes antigos, detectou-se que a primeira residncia do

    jud no Brasil foi em Manaus, no Amazonas, depois de entrar no Pas por Porto Alegre.

    Esta verso da histria escrita por Carlos Bortole foi publicada com a certeza de sua exatido.Com tudo devemos ficar alerta para o eventual surgimento de qualquer evidncia que possacontrariar o trabalho do Amazonense. Porm, a chancela do Instituto Kodokan parece dar garantiatotal nova verso. Que talvez no seja to nova assim, mas que pela primeira vez apareceplenamente documentada, como Rildo pretende mostrar em livro a ser publicado brevemente.

    Enquanto aguardamos mais bibliografia e pesquisas a respeito do surgimento do jud noBrasil, ficamos com a verso apresentada pelo mestre Shinohara. Que foi introduzido em 1908 como advento da imigrao japonesa.

    Atualmente o jud brasileiro vem conquistando ttulos de forma brilhante nos campeonatos:Sul-americano, Pan-americano, Campeonato Mundial das Foras Armadas, Circuito Europeu,Campeonato Mundial (Jnior, Snior, Universitrio) e Jogos Olmpicos.

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    20/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    19

    6. JUD NO ESPRITO SANTO

    Em dezembro de 1973 foram iniciados os procedimentos para a fundao da FederaoEspritossantense de Jud, e neste processo de transio esteve sob a direo do Professor Algnio

    de Barros. Oficialmente, a FEJ passou a funcionar no ano de 1974 e teve como 1 Presidente eleito oSenhor Argentino e na sequncia, como 2 Presidente o senhor Jos Lemos Sobrinho. O 3Presidente, eleito no ano de 1978, foi o professor Paulo Wanderley Teixeira, que se tornou oprecursor do desenvolvimento e consolidao da FEJ como entidade de representao estadual enacional do jud, hoje ele o atual presidente da Confederao Brasileira e Panamericana de Jud.A Federao Espritossantense de Jud tem neste momento como presidente, o professor Miguelngelo Agrizzi, que se encontra em seu 2 mandato.

    7. JUD FEMININO

    igoro Kano, ao idealizar o Jud, no pensou que a sua obra tambm poderia ser praticada pelasmulheres. Como sua irm mais velha demonstrasse um grande interesse em aprender e praticaressa notvel modalidade esportiva, pouco a pouco comeou a perceber que as mulheres talvez

    pudessem ser beneficiadas com a sua prtica. Entretanto, a falta de experincia recomendava-lheque tivesse muita prudncia. Comeou a ensinar-lhe os fundamentos e alguns golpes mais simples ede fcil execuo. Apesar de Jud ter sido idealizado em 1882, somente quarenta e um anos maistarde, portanto em 1923, que o instituto Kodokan do Japo (Academia Fundada por Jigoro Kano. Ocentro Mundial do Jud) Foi inaugurado um Departamento. Experimental de Jud Feminino.Entretanto, antes disso, algumas mulheres j treinavam; as pioneiras eram esposas ou irms dealguns assistentes do mestre Jigoro Kano. As aulas eram desenvolvidas no Instituto Kodokan e,

    oficialmente, sob que mtodo era praticado ou sob qual orientao pedaggica nada consta. O quese divulgava isto sim era que, para ingressar no Instituto Kodokan, mesmo depois de inaugurado oDepartamento Feminino, uma pretendente a judoca deveria provar a seriedade e a sua idoneidademoral. Alis, com respeito a essa exigncia e interessante informar que vem sendo imposta at osnossos dias.

    A partir de 1934, o Departamento Experimental de Jud feminino do Instituto Kodokan do Japo,deixaria de ser experimental; j estava completamente organizado e em condies de ministrarcursos realmente especializados de jud feminino. A experincia adquirida, depois de onze anos deestudos, era suficiente para tal. A partir de ento, dois estudiosos do assunto, Mestre Honda e

    Uzawa, foram designados para serem os responsveis pelos cursos de jud feminino do InstitutoKodokan do Japo. Todavia, a orientao bsica era a mesma que Jigoro kano apregoava h muitosanos, ou seja, o estudo do Ukemi, (tcnica de amortecer as quedas) insistentemente praticado;aprendizado e aperfeioado de certos golpes de projeo e corpo a corpo sob a forma de Katas(exerccios, duas a duas, estilizados de ataque e de recebimento e/ou defesa onde uma praticantesabe de antemo o que a sua companheira ou adversria ir fazer) evitando a competio. Pouco apouco o Departamento Feminino do Instituto Kodokan ganhava um nmero maior de alunas, nochegando a enxergar em maro de 1952 trezentas e oitenta e nove judocas. Alguns anos mais tarde,um sem nmero de participantes j estavam graduadas. O mais alto grau ou escalo conquistadopor uma Yudansha (praticante de jud faixa preta), at os nossos dias, foi o nono grau ou ku-dan.

    J

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    21/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    20

    A nica diferena que existia com relao s faixas dos judocas masculinos, que a faixa das judocaspossua uma tarja branca longitudinal no meio da faixa, em ambos os lados. A partir de 01.01.2000,foi abolida uso da tarja branca.

    Em 1980, o primeiro Campeonato Mundial de Jud para Mulheres era estabelecido. O Judfeminino estava na cena h sete anos ou oito anos antes, iniciando sem marcas entre pases comona Europa em 1975, nas competies continentais. E foi apenas quando os torneios estavamestabelecidos em todos os continentes que a FIJ (Federao Internacional de Jud) concordou empromover o Campeonato Mundial para Mulheres. No primeiro Campeonato Mundial para Mulheresestabelecido em Nova York no ginsio do Madison Square Garden, as categorias eram: Abaixo de 48kg, abaixo de 52 kg, abaixo de 61 kg, abaixo de 66 kg, abaixo de 72 kg e mais de 72 kg. Participandodestas competies continentais e deste primeiro Campeonato Mundial s atletas foram adquirindoexperincia para disputarem de forma experimental a Olimpada de Seul em 1988. Contudo foi sem 1992, na Olimpada de Barcelona que o jud feminino tornou-se esporte olmpico e elas

    comearam a partir da a aparecer com sucesso.

    8. ESPIRITO DO JUD

    Esprito do Jud composto por nove "citaes" que marcam as maneiras de percorrer ocaminho da suavidade, cujo estudo de seus fundamentos nos do base para a compreensoe o progresso do Jud. A essas citaes, devem os judocas a sua ateno, obedincia e

    cuidados. Vamos conhec-las:

    1) CONHECER-SE DOMINAR-SE, E DOMINAR-SE TRIUNFAR.O homem para saber suas possibilidades frente ao mundo em que vive, para reagir a cadamomento frente s situaes que vo exigir aes e solues, diretas ou indiretas, necessitaconhecer a si mesmo, saber quais as qualidades e deficincias que possui, para ento,harmoniosamente, apresentar ou utilizar atitudes ou solues mais adequadas a necessidades.De posse em seu ntimo dessa auto-anlise, adquire o homem base que lhe dar um melhorcontrole emocional, uma melhor postura frente ao mundo, uma melhor e mais inteligenteutilizao de seu potencial de foras, que por sua vez lhe daro maiores possibilidades detriunfar.

    2) QUEM TEME PERDER J EST VENCIDO.Quando entramos em uma disputa, incertos, inseguros, temerosos, nossas foras sedesassociam e enfraquecem, colocando-nos merc daquele ou daqueles que buscam com maisgarra o triunfo.

    3) SOMENTE SE APROXIMA DA PERFEIO QUEM A PROCURA COM CONSTNCIA, SABEDORIA E,SOBRETUDO, HUMILDADE.A perfeio de Deus, somente ele perfeito. O homem pode e deve, entretanto, tentarsempre aproximar da perfeio em todas as suas obras e durante toda a sua vida. Assim fazendocom constncia, sabedoria e humildade estaro tambm contribuindo para que o mundo seja

    mais bonito, mais humano e feliz. Portanto, estar trabalhando para a complementao dessemesmo mundo que nos foi dado e pelo qual somos todos responsveis.

    O

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    22/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    21

    4) QUANDO VERIFICARES, COM TRISTEZA, QUE NADA SABES, TERS FEITO TEU PRIMEIROPROGRESSO NO APRENDIZADO.Tantos so os mistrios do mundo, to incipientes so os nossos conhecimentos, quearvorarmo-nos sbios, ainda que, em uma nica e simples matria, seria no mnimo uma

    enorme ignorncia.Isto porque, na medida em que nos aprofundarmos no conhecimento dedeterminados assuntos, vm que a meta final se distncia e se ramifica em tanta as outrasopes, nem sempre coerentes, tantas vezes contraditrias, que nos levam a reconhecer comtristeza, que nada ou muito pouco sabemos ainda, que essa mesma meta final no se encontraao nosso alcance.

    5) NUNCA TE ORGULHES DE HAVER VENCIDO UM ADVERSRIO. O QUE VENCESTES HOJE,PODER DERROTAR-TE AMANH. A NICA VITRIA QUE PERDURA A QUE SE CONQUISTASOBRE A PRPRIA IGNORNCIA.O orgulho no se justifica nunca, porque ningum Deus para ter certeza da vitria na prxima

    luta. Esse mesmo orgulho nunca nos levar a boas opes, pelo contrrio, anttese dahumanidade, ele s nos possibilita ser arrogantes, soberbos e auto-suficientes, criando nossavolta um clima hostil nossa presena. A vitria no , portanto, propriedade privada e de usoexclusivo de ningum.

    6) O JUDOCA NO SE APERFEIOA PARA LUTAR, LUTA SE APERFEIOAR.Fosse a meta primeira e nica do judoca a vitria, em cima do tatame, ento sim, ele voltariatoda a sua capacidade, todo o seu aperfeioamento para essa luta, que igual a tantas outras,pobres em seus motivos, nada de duradouro e de mais til proporcionaria. Felizmente no, suasmetas so to mais importantes e teis porque visam, como j vimos antes, um mundo melhor,

    mais bonito e feliz. Esse o ideal que buscamos.

    7) O JUDOCA O QUE POSSUI INTELIGNCIA PARA COMPREENDER AQUILO QUE LHE ENSINAM EPACINCIA PARA ENSINAR O QUE APRENDEU AOS SEUS SEMELHANTES.A inteligncia que deve ter o judoca para compreender aquilo que lhe ensinam, acrescentamos aperseverana e humildade. Perseverana. Porque nem sempre possumos a facilidade doaprendizado rpido e justo e a demora poder nos levar a abandonar ou negligenciarconhecimentos que nos faro falta. Um pouco de perseverana possibilitar sempre o seuaprendizado. Humildade, porque sem ela podemos achar que somos e do alto da nossasuficincia no desceremos para aprender o que no sabemos. No transcorrer da vida, h uma

    seleo natural que escolhe os que transmitiro os ensinamentos para as geraes futuras.Aquele que teve a pacincia para preservar durante anos, acumulando conhecimentos eexperincias, certamente ter em grande dose a pacincia necessria para o ensino do queaprendeu, contribuindo assim, para que a nossa arte caminhe para o futuro.

    8) SABER CADA DIA UM POUCO MAIS, UTILIZANDO O SABER PARA O BEM, ESSE O CAMINHODO VERDADEIRO JUDOCA.No seu dia a dia, nos mais corriqueiros atos da vida, aprende o homem um pouco mais, pois ele um ser dinmico e evolutivo. Assim, significativo o fato de que os governantes, na sua grandemaioria e entre os povos mais dspares, em toda a histria da humanidade, serem semprepessoas mais idosas. Esse fato explicado em razo de que a soma de conhecimentos, melhorcontrole emocional e a experincia acumulada durante anos, suplantam tambm o arrojo e o

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    23/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    22

    vigor fsico dos jovens. Quanto a usar esses conhecimentos, essas virtudes ou qualidades para obem, so uma questo de princpios, inerentes ao homem de bem e ao judoca, principalmente.

    9) PRATICAR O JUD EDUCAR A MENTE A PENSAR COM VELOCIDADE E EXATIDO, BEM COMO

    O CORPO A OBEDECER COM JUSTEZA. O CORPO UMA ARMA CUJA EFICINCIA DA PRECISOCOM QUE SE USA A INTELIGNCIA.Na medida em que acumulamos experincia na prtica do jud e nos aprofundamos em seusconhecimentos, nos seus fundamentos, mais fascinantes se torna aos nossos olhos, dada a suaabrangente diversidade de valores fsicos, morais, intelectuais e espirituais. No de seestranhar ento, que nos eduque a mente e nos ensine a pensar com velocidade e exatido, e ocorpo a obedecer com justeza.

    9. PRINCPIOS DO JUD

    Os princpios que inspiraram Jigoro Kano, quando da idealizao do Jud foram:

    1. Princpios da Mxima Eficcia do Corpo do Esprito (Seiryoku Zen).2. Princpios da Prosperidade e Benefcio Mtuo (Jita Kyei).3. Princpios da "JU" ou da Suavidade.

    O primeiro princpio ao mesmo tempo a utilizao global, racional e utilitria da energia do corpoe do esprito. Jigoro Kano afirmava que este princpio deveria ser aplicado no aprimoramento docorpo. Servir para torn-lo forte, saudvel e til. Podendo ainda ser aplicado para melhorar a

    nutrio, o vesturio, a habitao, a vida em sociedade, a atividade nos negcios na maneira deviver em geral. Estando convencido que o estudo desse princpio, em toda a sua grandeza egeneralidade, era muito mais importante e vital do que a simples prtica de uma luta. Realmente, averdadeira inteligncia deste princpio no nos permite aplic-lo somente na arte e na tcnica delutar, mas tambm nos prestam grandes servios em todos aspectos da vida.

    O segundo princpio, diz respeito importncia da solidariedade humana para o melhor bemindivduo e universal. Achava ainda que a idia do progresso pessoal devia ligar-se a ajuda aoprximo, pois acreditava que a eficincia e o auxlio aos outros criariam no s um atleta melhorcomo um ser humano mais completo.

    O terceiro princpio, "JU" ou Suavidade mais diretamente fsico, mas que no entender de JigoroKano deveria ser levado ao plano intelectual.

    Ele mesmo nos explica este terceiro princpio, durante um discurso proferido na University ofSouthern Califrnia, por ocasio da X Olimpada em 1932. Deixe-me agora explicar o que significa,realmente, esta Suavidade ou Cedncia. Supondo que a fora do homem se poderia avaliar emunidades, digamos que a fora de um homem est em minha frente, representada por dezunidades, enquanto que a minha fora, menor que a dele, se apresenta por sete unidades. Ento, seele me empurrar com toda a sua energia, eu serei, certamente, impulsionado para trs ou atiradoao cho, ainda que empregue toda a minha fora contra ele. Isto aconteceria porque eu tinha usadotoda minha fora contra ele, opondo fora contra fora. Mas, se em vez de enfrent-lo, eu cedesse afora, recuando o meu corpo tanto quanto ele o havia empurrado, mantendo, no entanto, o

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    24/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    23

    equilbrio, ento ele inclinar-se-ia naturalmente para frente, perdendo assim o seu prprioequilbrio. Nesta posio, ele poderia ter ficado to fraco (no em capacidade fsica real, mas porcausa da sua difcil posio) a ponto de a sua fora ser representada, de momento, por digamos,apenas trs unidades, em vez das dez unidades normais. Entretanto eu, digamos, apenas equilbrio,

    conservo toda a minha fora tal como de inicio, representada por sete unidades. Contudo, agora,estou momentaneamente numa posio vantajosa e posso derrotar o meu adversrio utilizandoapenas metade da minha energia, isto , metade das minhas sete unidades ou trs unidades e meiada minha energia contra os trs dele. Isto deixa uma metade da minha energia disponvel paraqualquer outra finalidade. No caso de ter mais fora do que o meu adversrio poderia, sem dvida,empurr-lo tambm. Mas mesmo neste caso, ou seja, se eu tivesse desejado empurr-loprocedendo assim teria economizado enormemente minha energia.

    10. O INDIVDUO E SEU AJUSTAMENTO ATRAVS DO JUD

    SOCIALMENTE: Proporciona o ajustamento do indivduo ao grupo despertando o esprito decolaborao, de respeito e solidariedade.

    MORALMENTE: Restaura e equilbrio emocional, causado pelas presses dos acontecimentosambientais, alm de desenvolver a firmeza nos seus atos e palavras.

    FISICAMENTE: Estimulando as grandes funes orgnicas e em conseqncia sade, alm depromover a aquisio de fora, agilidade, destreza, etc. Proporciona meios deaperfeioar as habilidades, desenvolvendo o uso mais racional de energia,

    atravs de movimentos mais coordenados e econmicos.

    PSIQUICAMENTE: Promove o desenvolvimento das capacidades intelectuais, memria, raciocnio,ateno e percepo. Desenvolve tambm as qualidades de domnio prprio ede julgamento, compreenso das situaes e facilidade de achar rapidamenteas solues convenientes, atravs de um melhor hbito de reflexo.

    11. DEVERES DOS PRATICANTES DE JUD

    1) O praticante deve acatar os ensinamentos e observaes do professor com todo o respeito;

    2) O praticante deve ser obediente ao seu superior e esforar-se mutuamente com seus colegas, aomximo, nos treinos a fim de alcanar o perfeito estado fsico e mental;

    3) O praticante deve ser afetuoso ao tratar dos menos graduados;

    4) O praticante deve evitar o uso das palavras grosseiras e sempre procurar comportar-se bem;

    5) O praticante no deve treinar ou competir fora da Academia sem a permisso do Diretor ouProfessor da mesma.

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    25/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    24

    12. ALGUNS SIGNIFICADOS FILOSFICOS DO JUD

    IGNIFICADO DO JUD "KODOKAN: Julga, a maioria dos ocidentais, ser o jud, um esporte decombate, cujo principal mrito seria abolir a diferena natural entre o forte e o fraco, pensando

    apenas em lutar e vencer. Mas a verdadeira interpretao aquela que considera o jud algoespiritual, como uma disciplina total, vinda do Oriente, formada tanto do corpo quanto do esprito.Por determinao do Professor Jigoro Kano, o Jud, que a arte que utiliza ao mximo a forafsica e mental, dever concentrar todos os esforos para o adestramento quaisquer que sejam ascondies climticas, tanto no calor como no rigor inverno.

    Nos intervalos, deve-se aprender dos professores e dos veteranos a tica e o cerimonial. A disputavisando a vitria leva ao seu fortalecimento espiritual. Para ser forte, deve-se manter autntica arotina diria de vida. Quando as pessoas aprendem a se relacionarem melhor, ajudarem-semutuamente, todo o Pas e o mundo podero prosperar juntos.

    JUD DO ESPIRITO: Por que jud do esprito? O jud uma forma de luta moderna surgida dosensinamentos tradicionais. uma forma nova do "combate espiritual" cuja necessidade semanifesta dentro do homem desde as mais remotas eras. O homem sabe que sua vida tem umsegredo e que sua passagem pela Terra um meio de descobrir esse segredo. Sempre cabe aohomem a escolha entre duas possibilidades: uma viver disciplinadamente gozando dos sentidos; aoutra aplicar suas energias para fortalecer o seu ser.

    O DOJ O MUNDO: Doj o local da prtica do Jud. O doj est l para receber nossas quedas, eo que importa a maneira de cair. Da mesma forma no se pode acusar o mundo pela sua dureza,

    mas deve-se aprender a cair. Uma boa queda uma coisa agradvel e a reside arte dos mestres.Para se poder levantar preciso cair, tanto no jud como na vida. Deve-se conduzir no mundo comosobre no doj, sempre com elegncia. no doj que ocorre a batalha do homem consigo mesmo, ouseja, aquele que entra em um doj, quando enfrenta uma luta, vai se encontrar frente a frente comseu prprio medo, seus prprios defeitos e suas prprias faltas justamente no doj, que oindivduo se desnuda de seus falsos medos e toda inibies at ficar completamente s, consigomesmo.

    O JUDOGUI E A MENTE: Judogui a veste do judoca. pelo judgui que se agarrado. O judoguideve ser limpo, bem ajustado, slido e macio ao mesmo tempo. Seja no combate, quanto na vida,

    to desligado do seu judogui quanto possvel, pois quando o puxarem voc no ser deslocado. Omental to importante para sua vida quanto o judgui para o jud.

    A FAIXA A VONTADE: "Ergue-te cinja tua cintura e ande". Ao fim do combate tira-se a faixa, assimcomo no fim da vida nos desfazemos do manto mental, da roupa das iluses. Mas antes de tirar afaixa preciso ter uma. Um judgui sem faixa um pijama. E o Jud do esprito no coisa paraquem dorme. Que o n de sua deciso no se desfaa. Que ningum o possa desatar, a no ser vocmesmo.

    O HARA" A F: Que a sua ao esteja em equilbrio apoiada na f como o corpo est emequilbrio apoiado no centro do hara (abdmen). F extensa, f refgio, f defesa, f como umtabernculo de msculos, estvel como giroscpio pelo turbilhonamento interior. F onde brota o"kiai", o grito que fende as montanhas das dvidas.

    S

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    26/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    25

    A PEGADA O DESLIGAMENTO: Para aquele que se agacha, a queda vir certamente, mas aqueleque no se agacha nenhuma queda deve temer. o prprio Buda que h vinte e cinco sculos nosdeu essa lio fundamental do jud. Uma lio para se meditar em silncio. A verdadeira pegada do

    jud oferece ao adversrio um vcuo que cresce como o movimento que acaba. Por isso, nunca sedeve buscar apoio no adversrio. O apoio encontra-se na f luminosa da compreenso.

    A ATENO A CONSCINCIA: Preste ateno. O movimento do adversrio vem e eis voc no cho.Embora atento voc caiu. Como ele foi mais rpido? Mas a pergunta exata no essa, e sim, como que minha ateno foi mais lenta que o movimento? A questo sondar o adversrio, auscultar suaconscincia, aprender suas intenes para desenvolver o prprio reflexo da ao. Ento sua defesaestar pronta antes do adversrio se movimentar. Ele encontrar o "vcuo" sua frente ou umarocha que a mesma coisa, pois provm do mesmo fator.

    O SEU MAIOR ADVERSRIO VOC MESMO. VENA A SI PRPRIO E TERS VENCIDO O SEUMAIOR ADVERSRIO.

    TPICOS PRINCIPAIS DO CDIGO DE TICA E MORAL DO JUDOSTA:

    OS PRECEITOS DO JUDOSTA:

    a) Respeitar a integridade moral e fsica do seu prximo, jamais utilizando seus conhecimentos

    tcnicos para subjugar ou humilhar outrem;b) Exercer sua atividade com dignidade e conscincia, observando no ambiente de jud e/ou

    fora dele, pautando seus atos em princpios morais, de modo a ser aceito e respeitado;c) Respeitar a todos com considerao, apreo e solidariedade, transmitindo harmonia para o

    grupo ou pessoa, aumentando o conceito pblico;d) No ser conivente com o erro e combater atos que firam os postulados ticos ou as

    disposies gerais que regem o exerccio de qualquer atividade. Crticas a tais atos poderoser feitas respeitando-se a honra e a dignidade da pessoa ou da instituio;

    e) Utilizar conhecimentos tcnicos e/ou cientficos, a seu alcance em favor da evoluo dojud;

    f) No fazer publicidade imoderada, de modo a informar ou formar um conceito que noexprima a realidade;g) No usar ttulo ou anunciar especialidade para a qual no esteja habilitado;h) No participar de plano de trabalho com pessoa fsica ou entidade em que no haja o

    respeito aos princpios ticos e morais estabelecidos;i) Ensinar aos praticantes de jud, respeitando o conhecimento de cada um:

    1. Que, o Jud alm de ser um esporte que proporciona aos jovens praticantes apossibilidade de, com habilidade tcnica somada ao vigor fsico, conquistar inmerosttulos, inclusive Olmpicos e d ainda queles que se aprofundarem no estudofilosfico da doutrina do Dr. Jigoro Kano, idealizador e criador do Jud, de evoluremno conhecimento tcnico e filosfico desta arte, adquirindo o direito e a obrigao detransmitir aos seus discpulos esses conhecimentos;

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    27/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    26

    2. Que, os praticantes de Jud so divididos em trs distintas categorias: Pr-graduados(Dan-gai) so os que no tem graduao e usam faixas coloridas; Graduados(Yudanshas) faixas pretas, do primeiro ao quinto grau (Dan) e Superior graduao(Kodanshas) faixas (vermelha e branca e faixa vermelha) que identificam os

    portadores do sexto ao dcimo grau, so os que, merc da evoluo dos seusestudos, pela sua dedicao ao ensino, divulgao e difuso do jud, assim fizerampor merecer;

    3. Que, os Kodanshas so pessoas portadoras de incontestvel conhecimento filosfico,tcnico e prtico do jud, imprescindvel que estes, atravs de um organismo criadopela Confederao Brasileira de Jud, possam colaborar com o Jud Brasileiro deformas consultivas, orientadoras, planejadoras e todas as demais formas ouatribuies que o Presidente da CBJ possa e queira determinar;

    4. Que, devem integrar entidade que no seja reconhecida pela Confederao Brasileirade Jud;

    5. Que, no devem ferir qualquer preceito do Estatuto da Confederao Brasileira eFederao Pernambucana de Jud.

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    28/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    27

    TCNICAS

    Tem o homem trs maneira de agir com sabedoria: a primeira, pela meditao amais nobre; a segunda, pela imitao a mais fcil; e a terceira pela experincia a maisamarga.Confcio

    _____________________________________________________________

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    29/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    28

    NAGE-WAZATACHI WAZA SUTEMI WAZA

    TE WAZA MA SUTEMI WAZA

    01 - SEOI-NAGE (ipon/eri/morote) 01 - TOMOE-NAGE

    02 - TAI-OTOSHI 02 - URA-NAGE03 - KATA-GURUMA 03 - SUMI-GAESHI

    04 - UKI-OTOSHI 04 - HIKI-KOMI-GAESHI

    05 - SUMI-OTOSHI 05 - TAWARA-GAESHI

    06 - SUKUI-NAGE

    07 - OBI-OTOSHI YOKO SUTEMI WAZA

    08 - MOROTE-GARI 01 -UKI-WAZA

    09 - KUCHIKI-TAOSHI 02 - YOKO-OTOSHI

    10 - KIBISU-GAESHI 03 - TANI-OTOSHI

    11 - UCHI-MATA-SUKASHI 04 - YOKO-WAKARE

    05 - YOKO-GAKE

    KOSHI WAZA 06 - YOKO-GURUMA

    01 - O-GOSHI 07 - SOTO-MAKIKOMI

    02 - UKI-GOSHI 08 - UCHI-MAKIKOMI

    03 - TSURI-GOSHI 09 - HANE-MAKIKOMI

    04 - TSURIKOMI-GOSHI 10 - HARAI-MAKIKOMI

    05 - SODE-TSURI-KOMI-GOSHI 11 - UCHI-MATA-MAKIKOMI

    06 - KOSHI-GURUMA 12 -SOTO-MAKIKOMI

    07 - HARAI-GOSHI

    08 - HANE-GOSHI09 - UTSURI-GOSHI

    10 - USHIRO-GOSHI

    11 - KO-TSURI-GOSHI

    12 - O-TSURI-GOSHI

    13DAKI-AGE

    ASHI-WAZA01 - O-SOTO-GARI

    02 -O-UCHI-GARI

    03 - DE-ASHI-BARAI04 -SASAE-TSURIKOMI-ASHI05 -HIZA-GURUMA

    06 - KO-SOTO-GARI

    07 - KO-SOTO-GAKE

    08 -UCHI-MATA

    09 - KO-UCHI-GARI

    10 - KO-UCHI-GAKE

    11 -O-SOTO-GURUMA

    12 -ASHI-GURUMA

    13 -O-GURUMA14 -HARAI-TSURI-KOMI-ASHI

    15 OKURI-ASHI-HARAI

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    30/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    29

    RREENN--RRAAKKUUHHEENNKKAA--WWAAZZAATCNICAS EM SANDAN-GAKE

    01- HIZA-GURUMA DE-ASHI-HARAI SEOI-OTOSHI02- HIZA-GURUMA DE-ASHI-HARAI TAI-OTOSHI

    03- HIZA-GURUMA KO-SOTO-GARI ASHI-GURUMA

    04- SASAE-TSURIKOMI-ASHI DE-ASHI-HARAI TAI-OTOSHI

    05- SASAE-TSURIKOMI-ASHI HARAI-GOSHI O-SOTO-GARI

    06- DE-ASHI-HARAI HARAI-GOSHI TSUBAME-GAESHI

    07- DE-ASHI-HARAI HARAI-GOSHI O-SOTO-GARI

    08- DE-ASHI-HARAI SEOI-NAGE KO-UCHI-GAKE

    09- DE-ASHI-HARAI O-SOTO-GARI O-SOTO-OTOSHI

    10- KO-UCHI-GARI OUCHI GARI SASAE-TSURIKOMI-ASHI

    KKAAEESSHHII--WWAAZZAA

    01- HIZA-GURUMA KUCHIKI-TAOSHI O-UCHI-GARI

    02- KOSHI-GURUMA USHIRO-GOSHI UTSURI-GOSHI

    03- HANE-GOSHI USHIRO-GOSHI UTSURI-GOSHI

    04- HARAI-GOSHI USHIRO-GOSHI TANI-OTOSHI

    05- KO-SOTO-GARI ASHI-GURUMA TAI-OTOSHI

    06- DE-ASHI-HARAI TSUBAME-GAESHI TAI-OTOSHI07- UKI-GOSHI KOSHI-GURUMA SOTO-MAKIKOMI

    08- KOSHI-GURUMA UKI-GOSHI HARAI-GOSHI

    09- TSURI-KOMI-GOSHI KO-SOTO-GARI HARAI-GOSHI

    10- TAI-OTOSHI HARAI-GOSHI O-SOTO-GARI

    RENRAKU-HENKA-WAZA (E) DE-ASHI-HARAI (F) TAI-OTOSHI

    (E) DE-ASHI-HARAI (F) HARAI-GOSHI

    (E) DE-ASHI-HARAI (F) SEOI-NAGE

    (E) DE-ASHI-HARAI (F) HARAI-TSURI-KOMI-ASHI

    (P) HIZA-GURUMA (F) KO-SOTO-GARI

    (P) SASAE-TSURIKOMI-ASHI (F) KO-SOTO-GARI

    (P) SASAE-TSURIKOMI-ASHI (N) O-SOTO-GARI

    (P) UKI-GOSHI (N) HANE-GOSHI

    (P) UKI-GOSHI (N) HARAI-GOSHI

    (P) UKI-GOSHI (N) TOMOE-NAGE

    (E) O-SOTO-GARI (N) O-SOTO-OTOSHI

    (E) O-SOTO-GARI (N) O-SOTO-GURUMA(E) O-SOTO-GARI (N) HARAI-GOSHI

    (P) O-SOTO-GARI (N) NIDAN-KO-SOTO-GARI

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    31/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    30

    (E) O-UCHI-GARI (N) KO-UCHI-GARI

    (E) O-UCHI-GARI (N) TAI-OTOSHI(E) O-UCHI-GARI (N) UKI-WAZA(E) O-UCHI-GARI (N) UKI-OTOSHI(P) SEOI-NAGE (N) O-UCHI-GARI(P) KO-SOTO-GARI (N) SUKUI-NAGE

    (P) KO-SOTO-GARI (N) NIDAN-KO-SOTO-GARI

    (P) KO-UCHI-GARI (N) O-UCHI-GARI

    (P) KO-UCHI-GARI (N) KUCHIKI-DAOSHI

    (P) KOSHI-GURUMA (N) KO-UCHI-GARI

    (P) KOSHI-GURUMA (N) HARAI-GOSHI

    (P) KOSHI-GURUMA (N) SOTO-MAKIKOMI

    (P) TSURI-KOMI-GOSHI (N) KO-SOTO-GARI

    (P) TSURI-KOMI-GOSHI (N) KO-UCHI-GARI

    (P) TSURI-KOMI-GOSHI (N) TANI-OTOSHI

    (P) TAI-OTOSHI (N) O-UCHI-GARI

    (P) TAI-OTOSHI (N) O-SOTO-GARI(P) HARAI-GOSHI (N) HARAI-MAKIKOMI

    (P) HARAI-GOSHI (N) O-SOTO-GARI

    (P) UCHI-MATA (N) O-UCHI-GARI

    (P) UCHI-MATA (N) KO-UCHI-GARI

    (P) UCHI-MATA (N) TAI-OTOSHI

    (P) TSURI-GOSHI (N) HARAI-GOSHI

    (P) TSURI-GOSHI (N) HANE-GOSHI

    (E) YOKO-OTOSHI (N) KATAME-WAZA

    (P) HANE-GOSHI (N) O-UCHI-GARI

    (P) HANE-GOSHI (N) HARAI-GOSHI(P) HANE-GOSHI (N) HANE-MAKIKOMI(P) KATA-GURUMA (N) KIBISSU-GAESHI(E) KUCHIKI-TAOSHI (N) O-UCHI-GARI(P) OKURI-ASHI-HARAI (E) TAI-OTOSHI(P) OKURI-ASHI-HARAI (E) HARAI-GOSHI(P) OKURI-ASHI-HARAI (E) OGOSHI(P) OKURI-ASHI-HARAI (N) O-SOTO-GURUMA(P) IPPON-SEOI-NAGE (N) KO-UCHI-GAKE

    (E) EMPURRANDO (P) PUXANDO (N) NORMAL

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    32/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    31

    KAESHI-WAZA(P) HIZA-GURUMA (F) KUCHIKI-TAOSHI

    (P) SASAE-TSURI-KOMI-ASHI (N) O-UCHI-GARI

    (P) SASAE-TSURI-KOMI-ASHI (F) KO-SOTO-GAKE(P) SASAE-TSURI-KOMI-ASHI (F) KUCHIKI-TAOSHI

    (P) UKI-GOSHI (F) KOSHI-GURUMA

    (P) UKI-GOSHI (F) HARAI-GOSHI

    (E) O-SOTO-GARI (N) O-SOTO-GAESHI

    (E) O-SOTO-GARI (N) KO-SOTO-GARI

    (E) O-SOTO-GARI (N) SUKUI-NAGE

    (E) O-UCHI-GARI (N) UKI-WAZA

    (E) O-UCHI-GARI (N) TOMOE-NAGE

    (E) O-UCHI-GARI (N) O-UCHI-GAESHI

    (P) SEOI-NAGE (N) DE-ASHI-HARAI

    (P) SEOI-NAGE (N) OKURI-ERI-JIME

    (P) SEOI-NAGE (N) YOKO-GURUMA(P) IPPON-SEOI-NAGE (N) HADKA-JIME

    (E) KO-UCHI-GARI (F) SASAE-TSURI-KOMI-ASHI

    (P) KO-USHI-GARI (N) KO-UCHI-GAESHI

    (P) KOSHI-GURUMA (N) USHIRO-GOSHI

    (P) KOSHI-GURUMA (F) UKI-GOSHI

    (P) KOSHI-GURUMA (N) YOKO-GURUMA

    (P) TSURI-KOMI-GOSHI (N) KO-SOTO-GARI

    (P) TAI-OTOSHI (N) KO-SOTO-GAKE

    (P) TAI-OTOSHI (F) HARAI-GOSHI

    (P) TAI-OTOSHI (N) O-SOTO-GARI

    (P) TAI-OTOSHI (N) YOKO-GURUMA

    (P) HARAI-GOSHI (N) KO-SOTO-GARI(P) HARAI-GOSHI (N) USHIRO-GOSHI

    (P) HARAI-GOSHI (N) SUKUI-NAGE

    (P) HARAI-GOSHI (N) TANI-OTOSHI

    (P) HARAI-GOSHI (N) HARAI-GOSHI-GAESHI

    (P) UCHI-MATA (F) UCHI-MATA-SUKAESHI

    (P) UCHI-MATA (N) SUKUI-NAGE

    (P) UCHI-MATA (N) TAI-OTOSHI

    (P) UCHI-MATA (N) UCHI-MATA-GAESHI

    (E) KO-SOTO-GAKE (N) UCHI-MATA

    (E) KO-SOTO-GAKE (N) O-UCHI-GARI

    (P) HANE-GOSHI (N) USHIRO-GOSHI

    (P) HANE-GOSHI (N) TANI-OTOSHI

    (P) HANE-GOSHI (N) UTSURI-GOSHI

    (P) HANE-GOSHI (N) HANE-GOSHI-GAESHI

    (P) TOMOE-NAGE (F) KO-SOTO-GARI

    (P) TOMOE-NAGE (N) KATAME-WAZA

    (P) KATA-GURUMA (N) TAWARA-GAESHI

    (P) UKI-OTOSHI (F) TAI-OTOSHI

    (E) MOROTE-GARI (N) TAWARA-GAESHI

    (E) DE-ASHI-HARAI (N) TSUBAME-GAESHI

    (E) EMPURRANDO (P) PUXANDO (F) FALSO (N) NORMAL

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    33/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    32

    KATAME-WAZA

    Incio da apresentao das tcnicas de KATAME WAZA.Postura de Tori e Uke:

    a) Aps a apresentao das tcnicas de Nage-waza, Renraku e Kaeshi-waza, Tori e Uke executam a saudao Ritsu-Rei.Em seguida ambos ajoelham-se com a perna esquerda, executando a saudao Za-Rei mutuamente.

    b) Dando continuidade Tori e Uke ficam na postura Taka Kyoshi no Kamae. Neste instante o Uke apia as duas mos noTatami e realiza um giro com a perna direita, ficando deitado em decbito dorsal com a perna esquerda flexionada. Emseguida o Tori que estava na postura Taka, fica em p e se dirige para o lado direito do Uke uma distncia deaproximadamente um metro. Permanecendo na postura Taka e esperando a solicitao das tcnicas pela comisso degraus.c) A voz de comando de Tori ser:

    Deitado decbito ventral ou dorsal; Sentado De joelhos Seis apoios Em p.

    d) O Uke dever atender a voz de comando de Tori sem hesitar. Contudo em momento alguma deve tentar comunicar-se com o Tori seja atravs do olhar, de palavras, gestos ou pinamentos.

    Obs.: No final, aps serem apresentadas todas as tcnicas solicitadas pela comisso de graus, Tori e Uke deveroexecutar a saudao Za-Rei.

    MDULO I - OSSAE KOMI-WAZA

    01 - Hon-Kessa-Gatame 07 kami-shiho-gatame

    02 - Kuzure-Kessa-Gatame 08 - Kusure-kami-shiro-gatame

    03 - Makura-Kessa-Gatame (1 e 2) 09 Yoko-shiho-gatame

    04 - Kata-Gatame 10- Kusure-yoko-shiho-gatame05 - Tate-Shiho-Gatame (1 e 2) 11- Ushiro-kesa-gatame

    06 - Kusure-Tate-Shiho-Gatame (1, 2 e 3)

    MODULO II - SHIME-WAZA

    1 - Jigoku-Jime 7 Hadaka-Jime (1, 2 e 3)

    2 - Koshi-Jime 8 Kata-Juji-Jime

    3 - Ryo-Te-Jime 9 Nami-Juji-Jime

    4 - Sode-Guruma-Jime 10 - Gyaku-Juji-Jime

    5 - Okuri-Eri-Jime 11- Tsukomi-Jime

    6 Kataha-Jime 12- Sankaku-Jime

    MDULO III- KANSETSU-WAZA01 - Ude-Garami (1, 2 e 3)

    02 - Ude-Gatame (1, 2 e 3)

    03 - Ude-Hishigi-Juji-Gatame

    04 - Hiza-Gatame

    05 - Waki-Gatame

    06 - Hara-Gatame

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    34/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    33

    KATAME-NO-KATA

    a) Uke e Tori, ao adentrar no DOJO fazem o cumprimento de p ao JOSEKI;b) Ajoelhados Frente um para o outro (cumprimentam-se);

    c) Ainda ajoelhados Passo arrastado frente (abre perna) (fecha) e dois passos frente(abre perna);

    d) Uke deita-se Tori levanta-se e desloca-se em crculo, ficando ao lado direito do uke.

    OSSAE-WAZA:1) KESA-GATAME

    Tori Ajoelha-se (d 02 passos (afastando diagonalmente a perna) mais 01 passo(abre) segura em kuzure-kessa-gatame.

    1 Tentativa: Uke puxa Tori para o lado esquerdo Tori apia a mo direita no solo;

    2 Tentativa: Uke Levanta o quadril Tori eleva o peito para frente;3 Tentativa: Uke de imediato bate com a mo no peito de tori tori eleva o tronco

    (movimento brusco).

    2) KATA-GATAME:

    1 Tentativa: Uke puxa tori pela frente por cima da cabea tori avana o pesquerdo frente (abre perna);

    2 Tentativa: Uke puxa tori pela frente para o lado esquerdo e tori senta-se com aspernas em tesoura;

    3 tentativa: Uke defende-se como na 1 tentativa e o tori retorna a posio inicial.3) KAMI-SHIHO-GATAME: (cabea do Uke para o lado)

    1 Tentativa: Tori segura uke, pernas flexionadas: Uke tenta sair para os lados toriestende as pernas afastando-as ficando na ponta dos ps;

    2 Tentativa: Idem como na 1 tentativa. (para o lado contrrio);

    3 Tentativa: Uke procura fugir empurrando tori para trs: tori encolhe as pernas,puxando-o para si.

    4) YOKO-SHIHO-GATAME:

    Tori segura na posio ajoelhada (pernas flexionadas)1 Tentativa: Uke tenta puxar tori por cima e tori estende as pernas afastando-as

    elevando o peito para frente;

    2 Tentativa: Uke tenta sair para o lado esquerdo tori flexiona a perna direita;

    3 Tentativa: Uke tenta sentar-se tori flexiona as duas pernas elevando o quadril douke.

    5) KUZURE-KAMI-SHIHO-GATAME: (cabea do uke para o lado).

    Tori segura uke na posio ajoelhada (pernas do uke para o lado).

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    35/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    34

    1 Tentativa: Uke tenta fugir girando o tronco (para o lado direito) tori estende aperna esquerda;

    2 Tentativa: Uke gira o tronco para o lado esquerdo tori inverte a posio daspernas. (direita estendida);

    3 Tentativa: Uke tenta fugir para trs e tori puxa-o para si, flexiona as duas pernas(posio inicial).

    SHIME-WAZA1) KATA-JUJI-JIME2) HADAKA-JIME3) OKURI-ERI-JIME4) KATA-HA-JIME5) GYAKU-JUJI-JIME (sem soltar a kumikata rolar com uke para o lado esquerdo)

    KANSETU-WAZA1) UDE-GARAMI2) JUJI-GATAME3) UDE-GATAME4) HIZA-GATAME5) ASHI-GARAMI

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    36/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    35

    NAGE-NO-KATATe Waza

    Uki Otoshi Ippon-Seoi Nage Kata Guruma

    Koshi WazaUki Goshi Harai Goshi Tsuri Komi Goshi

    Ashi WazaOkuri Ashi Harai Sasae Tsuri Komi Ashi Uchi Mata

    Ma Sutemi WazaTomoe Nage Ura Nage Sumi Gaeshi

    Yoko Sutemi Waza

    Yoko Gake Yoko Guruma Uki Waza

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    37/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    36

    Terminologias do Jud

    Arigat-gozaimachita = obrigado ( utilizado para agradecer um favor j recebido)Arigat-Gozaimas =: obrigado ( utilizado para agradecer um favor ainda no recebido, masprometido).Ashi = p ou pernaAshi-waza = Tcnicas de pernaAtemi-waza = arte de atacar os pontos vitais com o brao ou com o pAyumi-ashi = Passo normalAyumi-kata/Shintai = maneiras de se deslocar no tatameButsukari/Uchikomi = mtodo de treinar as projees at o ponto de desfazer a posio doadversrio sem o atirar realmente ao choDan = titular de um grau da faixa-preta

    Doj = Local de prtica do Jud (sala de treinamento)Eri = golaFusegi = defesaGenki = vigor, energia, vitalidadeGomem = DesculpaGonosen-no-kata = demonstrao preestabelecida de projees e contra projeesGoshi = anca ou qualdrilGuruma = rodaGyaku = invertido, aplicado aos mtodos de estrangulamento e imobilizaes

    Hajime = ComearHandori = Treino livreHane = saltarHarai = varrer ou ceifarHidari = esquerdaHiki-wake = empateHiza = joelhoIppon = ponto completo, vantagem mxima (aplicao da tcnica perfeita, encerra ocombate)Jigo-Tai = Posio de defesa ou posio de autodefesaJud = caminho suaveJudogui = vestimenta prpria do judoca.Judoca = praticante de jud ou judoistaKaeshi-Waza = tcnica de contra ataqueKake = ProjeoKangueiko = Treino de invernoKansetsu-Waza = Tcnica de luxao ou chave.Kata = sistema formal de exerccios preestabelecidos de ataque e defesaKatame-Waza = tcnica de contrle

    Kappo/Kuatsu = mtodo de reanimao.Keiko = treino ou treinamento.

  • 8/3/2019 Apostila Faixas Preta_ES

    38/39

    FEDERAO ESPRITOSSANTENSE DE JUDRua Baro de Itapemirim, 206 Ed. lvares Cabral. -2 andar -- CEP: 29.010-060

    Tel: 27- 3222.0713 /E-mail: [email protected]

    37

    Kiai = grito de ataque que emana do baixo abdome (unio dos espritos).Ko = pequenoK-hai = inferiores (classes)Kon-ban-wa = Boa noiteKon-niti-wa = Boa tardeKoshi-waza = Tcnicas de quadrilKubi = pescooKuzushi = DesequilbrioKyu = classificao, graduao (inferior a faixa-preta)Kyusho = pontos vitais no corpo humano (classificao em diversas reas anatmicas)Ma-sutemi-waza = Tcnica de sacrifcio frontalMatte = PareMigui = Direita

    Montei = discpulo ou alunoMudansha = qualquer aluno de jud abaixo do grau de faixa-preta (qualquer kyu)Nage = projeoNage-waza = tcnica de projeo.Ne-waza = Tcnicas de soloO = grande (maior)Obi = faixaOhay-gozaimasu = Bom diaOnegai-shimassu = Por favor,

    Osaekomi = Imobi