apostila elementos de matemática aplicada

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Elementos de Matemática Aplicada Wagner Queiroz Barros Engenheiro de Petróleo 2013

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  • Elementos de Matemtica Aplicada

    Wagner Queiroz Barros

    Engenheiro de Petrleo

    2013

  • 1

    Esse documento foi compilado pelo Engenheiro de Petrleo Wagner Queiroz

    Barros a partir de notas de aula do Professor Viatcheslav Ivanovich Priimenko,

    da Universidade Estadual do Norte Fluminense - Dacy Ribeiro, Laboratrio de

    Engenharia e Explorao de Petrleo LENEP.

    Quaisquer dvidas ou sugestes favor enviar um e-mail para:

    [email protected].

  • 2

    Sumrio

    1 Conceitos Bsicos de EDPs ........................................................................ 4

    1.1 Definio de EDP .................................................................................. 4

    1.2 Classificao de EDPs .......................................................................... 4

    1.3 Soluo clssica de EDPs .................................................................... 7

    2 A Equao da Onda ................................................................................... 10

    2.1 Introduo ao estudo das ondas .......................................................... 10

    2.2 Vibrao em uma corda, deduo da equao da onda ...................... 10

    2.3 Soluo da equao da onda (Soluo de DAlembert) ...................... 14

    3 Leis de Conservao Equaes de 1 Ordem no lineares ..................... 21

    3.1 Derivao das leis de conservao ..................................................... 21

    3.2 Soluo de equaes conservativas Mtodo das Caractersticas ...... 24

    4 Catstrofe de Gradiente ............................................................................. 32

    4.1 Catstrofe de gradiente ....................................................................... 32

    4.2 Solues do tipo ondas de choque ...................................................... 40

    5 Ondas de Rarefao .................................................................................. 52

    5.1 reas de rarefao .............................................................................. 52

    5.2 Soluo geral de equaes homogneas com reas de rarefao ..... 57

    6 Condio de Entropia ................................................................................. 62

    6.1 No unicidade de solues suaves por partes .................................... 62

    6.2 Condio de entropia ........................................................................... 63

    7 Propagao de Ondas em Meios Infinitos .................................................. 71

    7.1 Equao de DAlembert ....................................................................... 71

    7.2 Curvas caractersticas da equao da onda ........................................ 74

    7.3 Soluo da equao da onda baseado nas curvas caractersticas ..... 76

    7.4 Conservao de energia na equao da onda .................................... 83

    8 Propagao de Ondas em Meios Semi-Infinitos ........................................ 85

    8.1 Meios semi-infinitos, condio de Dirichlet .......................................... 85

    8.2 Meios semi-infinitos, condio de Neumann ........................................ 89

  • 3

    8.3 Soluo da equao da onda baseado nas curvas caractersticas para

    um meio semi-infinito .................................................................................... 94

    9 Propagao de Ondas em Meios Finitos.................................................... 99

    9.1 Meio finito com limites fixos: ................................................................ 99

    9.2 Meio finito com termo fonte Funo de Green: ............................... 109

    9.3 Meio finito com limites variveis: ....................................................... 116

    10 Problemas de Propagao de Ondas em Meios Finitos ........................ 120

    10.1 Problema do martelo chato batendo em uma corda: ....................... 120

    10.2 Problema do martelo pontiagudo batendo em uma corda: .............. 122

    10.3 Problema da corda ressonante: ....................................................... 124

    10.4 Problema da corda com extremidades livre: .................................... 129

    11 Equao de Conservao de Calor ........................................................ 135

    11.1 Conduo de calor em uma barra de comprimento finito: ............... 135

    11.2 Soluo da equao do calor sem termo fonte: ............................... 137

    11.3 Soluo da equao de calor considerando o termo fonte: ............. 139

    11.4 Soluo final da equao de calor: .................................................. 142

    Referncias Bibliogrficas .............................................................................. 146

    Apndice 1: Derivadas parciais e regra da cadeia para funes dependentes de

    vrias variveis ............................................................................................... 147

    A1.1 Derivadas parciais ........................................................................... 147

    A1.2 Regra da cadeia para funes de vrias variveis .......................... 148

    Apndice 2: Soluo alternativa da equao da onda ................................... 152

    Apndice 3: Ortogonalidade de Funes ....................................................... 154

    A3.1 Ortogonalidade de funes do tipo seno: ........................................ 154

    A3.2 Ortogonalidade de funes do tipo cosseno: .................................. 156

  • 4

    1 Conceitos Bsicos de EDPs

    1.1 Definio de EDP

    Uma equao diferencial parcial uma equao que contm derivadas

    parciais, sendo as funes desconhecidas dependentes de mais de uma

    varivel. Por exemplo, a temperatura em uma placa que depende da posio e

    do tempo.

    Para efeitos de simplificao, a seguinte notao utilizada:

    t

    uut

    x

    uux

    yx

    uuxy

    2

    ...

    Pode-se definir uma EDP utilizando a seguinte notao clssica:

    Considerando-se a seguinte funo:

    ),( yxuu , 2),( RDyx (x,y) pertencentes ao domnio D, contido no R

    ento, uma funo do tipo:

    0,...),,,,,,,( yyxyxxyx uuuuuuyxF , Dyx ),( (Eq. 1.1)

    chamada Equao Diferencial Parcial (EDP). Segue alguns exemplos de

    EDPs famosas:

    1. tyxyyxxyxtt FuuCu ,,),( )( Equao da onda

    2. txxt Fuu , Equao de Burgers

    1.2 Classificao de EDPs

    Existem seis classificaes bsicas de EDPs:

    i. Quanto ordem da EDP:

    A ordem da EDP a ordem da derivada parcial mais alta presente na equao.

    Exemplos:

    xxt uu (2 Ordem)

    xt uu (1 Ordem)

    senxuuu xxxt . (3 Ordem)

  • 5

    ii. Quanto ao nmero de variveis:

    Essa classificao leva em conta o nmero de variveis independentes na

    equao.

    Exemplos:

    xxt uu (Dependente de 2 variveis, (x,t))

    ur

    ur

    uu rrrt 211

    (Dependente de 3 variveis, (r,t,))

    iii. Quanto linearidade:

    As equaes diferenciais parciais podem ser classificadas em lineares e no-

    lineares. Existem duas formas de se definir se uma EDP linear:

    1 Forma: Uma EDP dita linear se a varivel dependente e todas suas

    derivadas parciais puderem ser escritas em uma forma linear do tipo:

    GFuEuDuCuBuAu yxyyxyxx (Eq. 1.2)

    onde A, B, C, D, E, F, e G podem ser constantes ou funes das variveis

    independentes (x,y).

    Exemplos:

    )(. tsenueu xxt

    tt

    (linear)

    0. txx uuu (no linear)

    0. yyxx uyu (linear)

    2 Forma: A equao diferencial parcial chamada de linear, se ela linear

    com respeito da funo u e todas as suas derivadas. Assim as solues da

    EDP podem ser obtidas a partir de uma combinao linear de outras solues.

    Exemplo 1.1:

    0)( xxxtt ucu (linear)

    Demonstrao:

    2211 uuu Uma soluo a partir de uma combinao linear de outras 2

  • 6

    02211)(2211 xxxtt uuCuu

    02)(221)(11 xxxttxxxtt ucuucu

    Exemplo 1.2:

    0. xt uuu (no linear)

    Demonstrao:

    2211 uuu Uma soluo a partir de uma combinao linear de outras 2

    0. 221122112211 xt uuuuuu

    Desenvolvendo e agrupando:

    0.. 1221212122222211

    2111 xxxtxt uuuuuuuuuu

    O aparecimento de termos cruzados torna impossvel a escrita da soluo

    linear como combinao linear de outras duas, assim a equao no linear.

    iv. Quanto homogeneidade:

    Uma EDP dita homognea quando o termo independente yxG , da Equao

    1.2 for igual zero para todo ),( yx . Quando o termo yxG , for diferente de

    zero, a EDP dita no homognea.

    v. Quanto aos tipos de coeficientes:

    Se o coeficientes A, B, C, D, E e F da Equao 1.2 forem constantes, a EDP

    dita como tendo coeficientes constantes. Caso contrrio ela dita como tendo

    coeficientes variveis.

    vi. Trs tipos bsicos de equaes lineares:

    Todas as EDPs do tipo da Equao 1.2 podem ser classificadas em

    basicamente 3 tipos:

    a) Parablicas: Descrevem problemas de trocas de calor e problemas de

    difuso, e satisfazem a seguinte propriedade 042 ACB . b) Hiperblicas: Descrevem problemas de ondas e vibraes, e satisfazem

    a seguinte propriedade 042 ACB .

  • 7

    c) Elpticas: Descrevem problemas estacionrios, e satisfazem a seguinte

    propriedade 042 ACB .

    Exemplos:

    xxt uu (A=1, B=C=0, 042 ACB ) Parablica

    xxtt uu (A=1, B=0, C=-1, 442 ACB ) Hiperblica

    0 xxyy uu (A=1, B=0, C=1, 442 ACB ) Elptica

    1.3 Soluo clssica de EDPs

    Considere uma equao diferencial parcial de ordem m:

    0,...,,,,, uDuuuyxF myx , (Eq. 1.3)

    2),( Ryx Para todos os pontos pertencentes a um espao mega,

    contido no plano cartesiano.

    Onde, define-se o operador derivada parcial:

    21

    )21(

    mm

    mmm

    yx

    uuD

    , 21 mmm

    Uma funo ),( yxu dita soluo clssica (ou soluo suave) da Equao 1.3

    se:

    i. )(),( mCyxu Funo ),( yxu possuir derivadas de ordem m

    contnuas no subespao mega

    ii. 0,...,,,,, uDuuuyxF myx , ),( yx

    Exemplo 1.3:

    Considere a seguinte equao da Adveco:

    nteconstac

    cuu xt

    .

    0 (Eq. 1.4)

  • 8

    Provar que a funo ),( ctxfu )(1 RCf soluo da equao da

    Adveco.

    Demonstrao:

    Calcular as derivadas parciais da funo u:

    )(' ctxfux

    ux

    )).((' cctxfut

    ut

    Substituindo na Equao 1.4:

    0 xt Cuu

    0))('.()('. ctxfcctxfc

    Assim, como a igualdade permanece verdadeira, a funo )( ctxfu

    considerada soluo clssica (ou suave) da Equao 1.4. Essa soluo ser

    demonstrada com detalhes no Tpico 3.2.

    As solues do tipo )( ctxfu so chamadas de soluo do tipo onda

    viajante para a direita, pois para valores crescentes de ),( tx o perfil da soluo

    deslocado para a direita, como pode ser visto na Figura 1.1.

    Figura 1.1: Soluo do tipo onda viajante para a direita

  • 9

    Exemplo 1.4:

    Considere a seguinte equao da onda:

    constantec

    ucu xxtt 02

    (Eq. 1.5)

    Provar que a soluo da Equao 1.5 uma combinao linear das solues

    tipo ondas viajante para esquerda e ondas viajante para direita, ou seja, uma

    combinao linear de:

    )( ctxf Onda viajante para direita

    )( ctxg Onda viajante para esquerda

    Demonstrao:

    Escrevendo a funo ),( txu como combinao linear das funes ),( txf e

    ),( txg :

    )()(),( 21 ctxgCctxfCtxu

    Calculando as derivadas parciais:

    )(')(' 21 ctxgCctxfCux

    )('')('' 21 ctxgCctxfCuxx

    ))(('))((' 21 cctxgCcctxfCut

    22

    21 ))((''))(('' cctxgCcctxfCutt

    Substituindo as derivadas de segunda ordem na Equao 1.5:

    02 xxtt ucu

    0)('')('')('')('' 212

    22

    12 ctxgCctxfCcctxgCcctxfCc

    Como a igualdade permaneceu verdadeira, podemos concluir que a

    combinao linear das funes ),( txf e ),( txg soluo clssica da

    Equao 1.5.

  • 10

    2 A Equao da Onda

    2.1 Introduo ao estudo das ondas

    A noo de onda algo familiar para as pessoas de uma forma ou de outra,

    uma noo intuitiva de onda uma perturbao que se propaga por um meio.

    Uma descrio fsica de uma onda um transporte de energia de um ponto ao

    outro sem que haja transporte de matria. Segundo Whitham (1976) uma onda

    um sinal reconhecvel que transferido de uma parte de um meio para outra

    parte com uma velocidade de propagao reconhecida. A Figura 2.1 mostra o

    exemplo de pedras batendo em um lago gerando ondas na superfcie.

    Figura 2.1: Ondas na superfcie de um lago geradas por pequenos impactos.

    2.2 Vibrao em uma corda, deduo da equao da onda

    A equao da onda (Equao 2.1) uma equao diferencial parcial que

    descreve o fenmeno ondulatrio em vrios ramos da fsica.

    xxtt ucu2 (Eq. 2.1)

    Nesse tpico ser demonstrada a Equao 2.1 que modela pequenas

    vibraes em uma corda totalmente esticada.

    Considere uma corda totalmente esticada, homognea, que possui peso,

    porm no afetada pela gravidade (vibrao em uma mesa horizontal, por

    exemplo), localizada no eixo x, como mostrada na Figura 2.2.

  • 11

    Figura 2.2: Representao de uma onda unidimensional trafegando em uma

    corda totalmente esticada

    Para uma total derivao da equao da onda, sero utilizadas as seguintes

    consideraes:

    Corda uniforme: A corda possui uma densidade linear constante;

    Tenso constante: Ser assumido que a tenso ter o mesmo mdulo

    em todos os pontos da corda, variando apenas a direo e o sentido;

    Pequenas vibraes: A inclinao da corda indicada por ),( txux ter

    sempre um valor pequeno.

    Considere um elemento de comprimento infinitesimal da corda como mostrado

    na Figura 2.3. Utilizando a segunda lei de Newton:

    )()( aceleraoxmassaForas (Eq. 2.2)

    Considera-se atuando as seguintes foras no elemento infinitesimal:

    1. Foras devidas a tenso na corda:

    Decompondo o vetor tenso na componente vertical em cada ponta da corda

    mostrada na Figura 2.3 possvel obter a seguinte equao:

    12 .. senTsenTT xxxvertical (Eq. 2.3)

  • 12

    Figura 2.3: Representao de um elemento infinitesimal de corda

    Utilizando a considerao de tenso constante, possvel observar que a

    derivada espacial da funo ),( txu (funo que representa o deslocamento da

    corda) possui aproximadamente o mesmo valor do seno do ngulo formado

    pela corda e a horizontal, em qualquer ponto da corda, assim a Equao 2.3

    pode ser escrita como:

    ),(),( txutxxuTT xxvertical (Eq. 2.4)

    2. Foras externas:

    Consideram-se foras externas principalmente as foras de campo, ou seja, o

    peso da prpria corda, ou foras criadas pela passagem de outras ondas na

    mesma corda. Utilizando o conceito de fora mdia no elemento infinitesimal,

    as foras externas podem ser escritas como:

    xtxFexternasForas ).,(_ (Eq. 2.5)

    no caso da gravidade, por exemplo, mgtxF ),( .

  • 13

    3. Fora de frico ao movimento da corda:

    Essa fora pode ser modelada como sendo uma resistncia da corda

    passagem da onda, utilizando o conceito de mdia, pode ser descrita como:

    xtxuFricoFora t ).,(_ (Eq. 2.6)

    4. Fora de restaurao

    Essa fora pode ser entendida como uma fora que tende a restaurar a corda

    para a posio de equilbrio, e pode ser escrita como:

    xtxustauraoFora ),(_ Re (Eq. 2.7)

    Observa-se que as foras com sinal negativo possuem o a direo contrria ao

    movimento da corda, de forma a causar uma resistncia passagem da onda.

    Substituindo as Equaes (2.4 2.7) na Equao 2.2:

    xuxtxuxtxuxtxFtxutxxuT tttxx ),(),(),()],(),([

    (Eq. 2.8)

    onde a densidade linear da corda. Dividindo ambos os lados da equao

    2.8 por x , e fazendo x tender para zero, a Equao 2.8 pode ser escrita como:

    ),(1 txFuuTuu txxtt

    (Eq. 2.9)

    Desprezando as foras externas, e de atrito que atuam na corda, a Equao

    2.9 fica escrita de uma forma mais simples:

    xxtt uu2 (Eq. 2.10)

    onde:

    T (Eq. 2.11)

  • 14

    2.3 Soluo da equao da onda (Soluo de DAlembert)

    No Captulo 1 foi provado que as funes tipo onda viajante para a esquerda e

    para a direita so solues da equao da onda, essa soluo foi obtida por

    Jean le Rond d'Alembert, e ser demonstrada nesse tpico. Para o melhor

    entendimento desse tpico, o Apndice 1 mostra detalhes da regra da cadeia

    para funes dependentes de mais de uma varivel, e o Apndice 2 mostra

    uma segunda demonstrao da soluo para a equao da onda. Antes de

    demonstrar a soluo, ser feita uma descrio matemtica do problema.

    O problema da soluo da equao da onda (Equao 2.10) consiste em

    encontrar a soluo do seguinte conjunto:

    constantec

    ucu xxtt2

    t

    x

    0 EDP Hiperblica (Eq. 2.13)

    Sujeito as seguintes condies iniciais:

    )()0,(

    )()0,(

    xgxu

    xfxu

    t

    x Condies Iniciais (Eq. 2.14)

    A soluo da Equao 2.13 ser realizada em quatro passos.

    1 Passo: Transformao de coordenadas:

    Para se resolver a Equao 2.13, ser utilizada uma transformao de

    coordenadas ,, tx , definida por:

    ctx

    ctx

    (Eq. 2.15)

    Assim, tomando as derivadas parciais no novo sistema de coordenadas:

    uucuuu ttt (Eq. 2.16)

    t

    uucutt

    ))((

    tttttt uuuucu

    uuucutt 2.2 (Eq. 2.17)

    uuuuu xxx (Eq. 2.18)

  • 15

    x

    uuuxx

    )(

    xxxxxx uuuuu

    uuuuxx 2 (Eq. 2.19)

    Substituindo as Equaes 2.17 e 2.19 na Equao 2.13:

    uuucuuuc 2.2. 22

    04 2 uc (Eq. 2.20)

    Como a constante c foi definida como positiva, a Equao 2.20 pode ser

    reescrita como:

    0u (Eq. 2.21)

    2 Passo: Soluo da equao diferencial parcial:

    A Equao 2.21 pode ser resolvida utilizando-se duas integraes, uma em

    relao e outra em relao . Integrando em relao obtm-se:

    ddu 0

    )(),( u (Eq. 2.22)

    onde )( uma funo qualquer dependente apenas da varivel .

    Integrando a Equao 2.22 em relao , obtm-se:

    ddu

    )()(),( u (Eq. 2.23)

    sendo )( a funo anti-derivada de )( , e )( uma funo dependente

    apenas da varivel . Assim a soluo geral da Equao 2.21 pode ser definida como a soma de quaisquer funes dependentes apenas de e .

    Exemplo 2.1:

    Provar que a funo 3)(),( senu soluo da Equao 2.21.

  • 16

    Resoluo:

    Substituindo a funo definida no problema na Equao 2.21:

    0))(( 32

    sen (Eq. 2.24)

    Derivando a Equao 2.24 em relao :

    )())(( 3

    cos

    sen

    (Eq. 2.25)

    Derivando a Equao 2.25 em relao :

    0))((

    cos (Eq. 2.26)

    O que prova que a funo 3)(),( senu soluo da Equao 2.21.

    3 Passo: Transformao da soluo nas coordenadas iniciais do

    problema:

    Para se encontrar a soluo geral da Equao 2.13 preciso aplicar a mesma

    transformada de coordenadas definidas pela Equao 2.15 na Equao 2.23,

    assim:

    ctx

    ctx

    aplicadas em:

    )()(),( u

    resulta em:

    )()(),( ctxctxtxu (Eq. 2.27)

    dessa forma, a Equao 2.27 a soluo geral da Equao 2.13. Observa-se

    que a Equao 2.27 composta por uma soma de ondas viajantes para a

    esquerda para a direita, como foi discutido no Exemplo 1.4 do Captulo 1.

    Exemplo 2.2: Provar que a equao )().(),( tcosxsentxu soluo geral da

    equao da onda definida pela Equao 2.13 com 1c , e demonstrar que essa soluo pode ser escrita de acordo com a Equao 2.27.

  • 17

    Soluo:

    1 Parte: Provar que )().(),( tcosxsentxu soluo de:

    xxtt ucu2 , com 1c (Eq. 2.28)

    Derivando a funo ),( txu :

    )()( tcosxsenu

    )()( tcosxcosux

    )()( tcosxsenuxx (Eq. 2.29)

    )()( tensxsenut

    )()( tcosxsenutt (Eq. 2.30)

    Substituindo as Equaes 2.29 e 2.30 na Equao 2.28:

    xxtt uu

    )()()()( xcosxsenxcosxsen (Eq. 2.31)

    O que prova que a funo )().(),( tcosxsentxu uma soluo da equao

    da onda com 1c .

    2 Parte: Escrever a funo )().(),( tcosxsentxu na forma da Equao 2.27:

    Utilizando a propriedade de soma e subtrao de arcos:

    )().()().()( xcostsentcosxsentxsen (Eq. 2.32)

    )().()().()( xcostsentcosxsentxsen (Eq. 2.33)

    somando-se as Equaes 2.32 e 2.33:

    )().(2)()( tcosxsentxsentxsen

    2

    )(

    2

    )()().(

    txsentxsentcosxsen

    (Eq. 2.34)

    como 1c , a Equao 2.34 pode ser escrita na forma:

    )()(),( ctxctxtxu

    sendo

  • 18

    2

    )()(

    txsenctx

    Onda viajante para direita (Eq. 2.35)

    2

    )()(

    txsenctx

    Onda viajante para esquerda (Eq. 2.36)

    4 Passo: Substituio das condies iniciais do problema

    Nos passos anteriores foi encontrada a Equao 2.27 que soluo geral da

    Equao 2.13. Nesse passo sero utilizadas as condies iniciais,

    )()0,(

    )()0,(

    xgxu

    xfxu

    t

    x Condies Iniciais

    para se encontrar a soluo especfica do problema.

    Substituindo as condies iniciais na Equao 2.27:

    )()()()0()0()0,( xfxxcxcxxu (Eq. 2.37)

    ))(0('))(0(')0,( ccxccxxut

    )()(')(')0,( xgxcxcxut (Eq. 2.38)

    integrando a Equao 2.38:

    Kdssgc

    xxx

    x

    0

    )(1

    )()( , onde K uma constante (Eq. 2.39)

    As Equaes 2.37 e 2.39 formam um conjunto de equaes lineares, cuja

    soluo dada por:

    Kxfdssgc

    xx

    x

    )(2

    1)(

    2

    1)(

    0

    (Eq. 2.40)

    Kxfdssgc

    xx

    x

    )(2

    1)(

    2

    1)(

    0

    (Eq. 2.41)

    A soluo especfica da Equao 2.13 feita substituindo )( ctx e

    )( ctx nas Equaes 2.40 e 2.41, e somando as duas equaes:

  • 19

    Kctxfdssgc

    ctxctx

    x

    )(2

    1)(

    2

    1)(

    0

    (Eq. 2.42)

    Kctxfdssgc

    ctxctx

    x

    )(2

    1)(

    2

    1)(

    0

    (Eq. 2.43)

    )()(),( ctxctxtxu

    )(2

    1)(

    2

    1)(

    2

    1)(

    2

    1),(

    00

    ctxfdssgc

    ctxfdssgc

    txuctx

    x

    ctx

    x

    substituindo os limites de integrao:

    dssgc

    ctxfctxftxuctx

    ctx

    )(2

    1)()(

    2

    1),( (Eq. 2.44)

    A Equao 2.44 a soluo da equao da onda de dAlembert, onde a funo

    ),( txu fica escrita utilizando as condies iniciais do problema.

    Exemplo 2.3:

    Encontrar a soluo do seguinte problema de valor inicial:

    0)0,(

    )0,(2

    xu

    exu

    uu

    t

    x

    xxtt

    (Eq. 2.45)

    Soluo:

    Percebe-se que a Equao 2.45 a equao da onda com 1c , assim a soluo dada pela Equao 2.44, onde:

    2

    )( xexf (Eq. 2.46)

    0)( xg (Eq. 2.47)

    substituindo as Equaes 2.46 e 2.47 na Equao 2.44:

    dsc

    eetxuctx

    ctx

    ctxctx

    02

    1

    2

    1),(

    22 )()(

  • 20

    22 )()(2

    1),( txtx eetxu (Eq. 2.48)

    A Equao 2.48 a soluo da Equao 2.45, composta por uma onda viajante

    para esquerda e uma onda viajante para a direita. A Figura 2.4 mostra a

    soluo 2.48 plotada para vrios tempos diferentes. Pode-se observar

    claramente que existem duas ondas trafegando em sentidos contrrios na

    figura.

    Figura 2.4: Soluo da Equao 2.45 plotada para diferentes tempos.

  • 21

    3 Leis de Conservao Equaes de 1 Ordem no lineares

    As leis de conservao constituem equaes que contabilizam a variao de

    qualquer varivel mensurvel em um sistema isolado. Constituem na

    matemtica um conjunto amplo de equaes diferenciais parciais hiperblicas,

    onde as equaes das ondas so um sub-grupo das leis de conservao. No

    prximo tpico ser deduzido a lei de conservao em um sistema

    unidimensional, e sero apresentados alguns exemplos de equaes

    conservativas.

    3.1 Derivao das leis de conservao

    Imagine um meio unidimensional posicionado ao longo do eixo-x que contm

    uma substncia mensurvel que consegue se mover ou fluir por esse meio.

    Utiliza-se a varivel Q para representar essa substncia (carros, partculas,

    energia, massa, etc...), para se deduzir a equao da conservao, utilizam-se

    dois conceitos bsicos:

    1. Concentrao:

    Concentrao ou densidade definida como o nmero de unidades da

    substncia Q por unidade de comprimento em um tempo t qualquer, ou seja:

    tx

    QNtxu

    )(),( (Eq. 3.1)

    Podendo ser, por exemplo, nmero de carros por quilmetro em uma rodovia,

    ou gramas de uma substncia por metro de tubulao.

    2. Fluxo:

    Nmero de unidades da substncia Q passando por um ponto x , em um

    intervalo de tempo t , assim:

    xt

    QNtxF

    )(),( (Eq. 3.2)

    Considere um pequeno segmento S definido pelos pontos a e b , mostrado na

    Figura 3.1. A variao do nmero de unidades da substncia Q nesse

    segmento acontecer somente de duas maneiras, ou a substncia atravessar

  • 22

    as fronteiras A e B , mostradas no esquema, ou a substncia ser criada ou

    destruda no interior do segmento S , em outras palavras:

    ),()()()(

    txst

    QN

    t

    QN

    t

    QN

    BAS

    (Eq. 3.3)

    Onde ),( txs definida como termo fonte de uma substncia, sendo

    considerada a taxa (variao no tempo) em que a substncia Q adicionada

    ou retirada do meio S .

    Figura 3.1: Segmento S delimitado pelo intervalo ],[ ba do eixo-x.

    Para se calcular o nmero de unidades da substncia Q calcula-se a integral

    da concentrao nesse intervalo, assim:

    b

    aS

    dxtxudt

    d

    t

    QN),(

    )( (Eq. 3.4)

    logo a Equao 3.3 pode ser escrita como:

    b

    a

    b

    a

    dxtxstbFtaFdxtxudt

    d),(),(),(),( (Eq. 3.5)

    A Equao 3.5 conhecida como Forma Integral da Lei da Conservao, as

    funes ),( taF e ),( tbF possuem sinais contrrios, pois a substncia Q est

    entrando na fronteira A , e saindo na fronteira B . Considerando as funes

    ),( txu e ),( txF constantes e com primeiras derivadas constantes em todo o

    domnio, e utilizando o teorema fundamental do clculo, possvel escrever as

    funes de fluxo da seguinte forma:

  • 23

    b

    a

    x dxtxFtbFtaF ),(),(),( (Eq. 3.6)

    assim a Equao 3.5 fica escrita como:

    b

    a

    b

    a

    x

    b

    a

    t dxtxsdxtxFdxtxu ),(),(),( (Eq. 3.7)

    ento:

    0),(),(),( b

    a

    xt dxtxstxFtxu (Eq. 3.8)

    o que implica que o resultado da integral deve ser sempre igual zero em

    qualquer intervalo ],[ ba do domnio, ou seja:

    sFu xt (Eq. 3.9)

    A Equao 3.9 conhecida como Forma Diferencial da Lei da Conservao,

    tambm conhecida como lei fundamental da natureza. Apesar da Equao 3.9

    ter um forte significado fsico ela no consegue por si s modelar fenmenos

    fsicos, sendo necessrias equaes constitutivas, que so relaes entre

    ),( txu e ),( txF . No caso de ),( txF dependente de ),( txu , e aplicando a

    regra da cadeia, a Equao 3.9 pode ser escrita como:

    suuFu xt )(' (Eq. 3.10)

    Exemplo 3.1:

    constantec

    cuu xt

    ,0

    0 Equao da Adveco (Eq. 3.11)

    A Equao 3.11 escrita na forma da lei da conservao:

    ),(.),(

    0

    txuctxF

    Fu xt Forma da Lei da Conservao (Eq. 3.12)

    Exemplo 3.2:

    0 xt uuu Equao de Burgers invscida (Eq. 3.13)

    A Equao 3.13 escrita na forma da lei da conservao:

  • 24

    2

    ),(),(

    0

    2 txutxF

    Fu xt

    Forma da Lei da Conservao (Eq. 3.14)

    Exemplo 3.3:

    constante

    uuuu xxxt

    Equao de Burgers vscida, viscosidade (Eq. 3.15)

    A Equao 3.15 escrita na forma da lei da conservao:

    ),(2

    ),(),(

    0

    2

    txutxu

    txF

    Fu

    x

    xt

    Forma da Lei da Conservao (Eq. 3.16)

    Exemplo 3.4:

    xxt uxu ').( (Eq. 3.17)

    A Equao 3.17 escrita na forma da lei da conservao:

    x

    xt

    uxtxF

    Fu

    ).(),(

    0

    Forma da Lei da Conservao (Eq. 3.18)

    3.2 Soluo de equaes conservativas Mtodo das Caractersticas"

    No tpico anterior foram deduzidas as equaes conservativas (Forma

    Diferencial da Lei de Conservao), nesse tpico sero discutidos mtodos de

    soluo desse tipo de equao, ou seja, soluo de equaes hiperblicas de

    primeira ordem. Assim o objetivo desse tpico de se resolver o seguinte

    problema:

    )()0,(

    ),(),(

    0 xuxu

    txFutxcu xt

    Problema de Cauchy (Eq. 3.19)

    O problema descrito pela Equao 3.19 conhecido como problema de

    Cauchy, sendo composto por uma equao diferencial parcial e uma soluo

    inicial. Para se resolver esse problema ser utilizado um mtodo conhecido

    como mtodo das caractersticas, deduzido a partir da regra da cadeia

    (descrita no apndice 1). Para se resolver a Equao 3.19 ser utilizada uma

    parametrizao da varivel x , assim:

  • 25

    )),((),(

    )(

    ttxutxu

    txx (Eq. 3.20)

    derivando a funo )),(( ttxu em relao ao tempo:

    xt ut

    txu

    t

    txu

    t

    tx

    x

    txu

    t

    ttxu

    )(),()(),()),(( (Eq. 3.21)

    comparando-se as Equaes 3.19 e 3.21 chega-se a duas concluses:

    ),()(

    txct

    tx

    (Eq. 3.22)

    ),()),((

    txFt

    ttxu

    (Eq. 3.23)

    Observa-se que a equao diferencial parcial foi transformada em duas

    equaes diferenciais ordinrias, que so geralmente mais fceis de resolver.

    Resolvendo a Equao 3.22:

    dttxcdx ),( (Eq. 3.24)

    tx

    x

    dttxcdx0

    ),(

    0

    (Eq. 3.25)

    t

    dttxcxx0

    0 ),( (Eq. 3.26)

    A Equao 3.26 descreve as curvas caractersticas do problema, mostradas na

    Figura 3.2. Resolvendo a Equao 3.23:

    dttxFdu ),( (Eq. 3.27)

    ttx

    x

    dttxFdu0

    ),(

    )0),0((

    ),( (Eq. 3.28)

    t

    dttxFxutxu0

    0 ),()0,(),( (Eq. 3.29)

    Utilizando-se o valor inicial do problema de Cauchy:

    t

    dttxFxutxu0

    00 ),()(),( (Eq. 3.30)

  • 26

    Combinando as Equaes 3.26 e 3.30, chega-se a soluo final da Equao

    3.19:

    tt

    dttxFdttxcxutxu00

    0 ),()),((),( (Eq. 3.31)

    O princpio fsico do mtodos das caractersticas baseia-se no fato de que um

    distrbio em um ponto x qualquer do domnio se propaga ao longo de curvas

    no plano ),( tx , chamadas de curvas caractersticas, mostradas na Figura 3.2.

    Figura 3.2: Curvas caractersticas no plano ),( tx .

    Teorema 3.1:

    Seja 1

    0 )( Cxu (contnua e com primeira derivada contnua), ento existe uma

    soluo nica do problema de Cauchy (Equao 3.19), dada pela Equao

    3.31.

    Exemplo 3.5:

    Resolver a equao da Adveco, descrita por:

    )()0,(

    0

    0 xuxu

    cuu xt, onde

    0t

    x e constantec (Eq. 3.32)

    Soluo:

  • 27

    1 parte: Construo das caractersticas:

    Encontrar curvas que satisfazem a Equao 3.24, ou seja:

    cdt

    dx (Eq. 3.33)

    Resolvendo a Equao 3.33:

    ctxx 0 (Eq. 3.34)

    ou

    ctxx 0 (Eq. 3.35)

    Plotando-se as caractersticas descritas pela Equao 3.34 (Figura 3.3)

    observa-se que as caractersticas so representadas por retas no plano ),( tx .

    Figura 3.3: Caractersticas do Exemplo 3.5, considerando 3c .

  • 28

    2 Parte: Construo da soluo:

    Construir uma soluo que satisfaa a Equao 3.27, com 0),( txF , ou seja:

    0dt

    du (Eq. 3.36)

    ttx

    x

    dtdu0

    ),(

    )0),0((

    0 (Eq. 3.37)

    )()0),0((),( 00 xuxutxu (Eq. 3.38)

    Substituindo a Equao 3.35 na Equao 3.38, chega-se ao resultado da

    Equao 3.32:

    )(),( 0 ctxutxu (Eq. 3.39)

    Essa soluo dada na forma de onda viajante para a direita, e foi comentada

    com detalhes no Tpico 3.1.

    Exemplo 3.6:

    Utilizar o mtodo das caractersticas para se resolver a seguinte equao:

    2)0,(

    02

    x

    xt

    exu

    uu onde

    0t

    x (Eq. 3.40)

    Soluo:

    1 parte: Construo das caractersticas:

    Encontrar curvas que satisfaam a seguinte equao:

    0)0(

    2

    xx

    dt

    dx

    (Eq. 3.41)

    txx 20 (Eq. 3.42)

    2 parte: Construo da soluo:

    Para se construir a soluo da Equao 3.40 deve-se resolver a seguinte

    equao:

  • 29

    0dt

    du (Eq. 3.43)

    ttx

    x

    dtdu0

    ),(

    )0),0((

    0 (Eq. 3.44)

    )0),0((),( xutxu (Eq. 3.45)

    Substituindo a condio inicial na Equao 3.45, encontra-se:

    20),(x

    etxu (Eq. 3.46)

    Utilizando-se a Equao 3.42:

    2)2(),( txetxu (Eq. 3.47)

    A soluo dada pela Equao 3.47 do tipo onda viajante para a direita, a

    Figura 3.4 mostra a soluo, plotada para diferentes tempos.

    Figura 3.4: Soluo do Exemplo 3.6, para diferentes tempos.

    Exemplo 3.7:

    Utilizar o mtodo das caractersticas para se resolver a seguinte equao:

    21

    1)0,(

    0

    xxu

    txuu xt onde

    0t

    x (Eq. 3.48)

    Soluo:

  • 30

    1 parte: Construo das caractersticas:

    Encontrar curvas que satisfaam a seguinte equao:

    0)0( xx

    xtdt

    dx

    (Eq. 3.49)

    tx

    x

    tdtx

    dx

    00

    (Eq. 3.50)

    )2(0

    2

    . texx (Eq. 3.51)

    As caractersticas definidas pela Equao 3.51 esto plotadas na Figura 3.5.

    Observa-se que nesse caso as caractersticas no so definidas por retas no

    plano ),( tx .

    Figura 3.5: Caractersticas do Exemplo 3.7.

    2 parte: Construo da soluo:

    Para se construir a soluo do Exemplo 3.7 deve-se resolver a seguinte

    equao:

    0dt

    du (Eq. 3.52)

  • 31

    ttx

    x

    dtdu0

    ),(

    )0),0((

    0 (Eq. 3.53)

    )0),0((),( xutxu (Eq. 3.54)

    Substituindo a condio inicial dada:

    2011

    ),(x

    txu

    (Eq. 3.55)

    222.11

    ),(tex

    txu

    (Eq. 3.56)

    A Figura 3.6 mostra a soluo dada pela Equao 3.56 para diferentes tempos.

    Figura 3.6: Soluo do Exemplo 3.7 plotada para diferentes tempos

  • 32

    4 Catstrofe de Gradiente

    No Captulo 3 foi deduzido o mtodo das caractersticas, uma importante

    ferramenta na resoluo de equaes diferenciais parciais de 1 ordem. Nesse

    captulo ser discutida uma extenso do mtodo das caractersticas, utilizado

    para resolver problemas em reas onde existem mais de uma caracterstica

    (reas de catstrofe de gradiente).

    4.1 Catstrofe de gradiente

    Como descrito no captulo anterior, o mtodo das caractersticas baseia-se no

    fato de uma perturbao do sistema se propagar ao longo de linhas

    caractersticas no domnio. Porm em alguns casos essas linhas se colapsam

    em um nico ponto, inviabilizando a soluo da EDP via mtodo das

    caractersticas. Para se entender a catstrofe do gradiente, considera-se o

    seguinte exemplo:

    Exemplo 4.1:

    Plotar as caractersticas da seguinte equao diferencial:

    2)0,(

    0

    x

    xt

    exu

    uuu onde

    0t

    x (Eq. 4.1)

    1 parte: Construo das caractersticas:

    Encontrar curvas que satisfaam a seguinte equao:

    0)0( xx

    udt

    dx

    (Eq. 4.2)

    Aplicando a definio do mtodo das caractersticas:

    0dt

    du (Eq. 4.3)

    )0),0((),( xutxu (Eq. 4.4)

    Substituindo a Equao 4.4 na Equao 4.2:

  • 33

    x

    x

    t

    dtxudx

    0 0

    0 )0,( (Eq. 4.5)

    texxx.

    20

    0 (Eq. 4.6)

    Plotando-se a Equao 4.6 (Figura 4.1) encontram-se as curvas caractersticas

    da Equao 4.1. possvel observar que as curvas caractersticas se

    colapsam em um nico ponto aps aproximadamente 2.1t .

    Figura 4.1: Curvas caractersticas da Equao 4.1.

    Esse fenmeno est associado com o princpio que a funo soluo ),( txu

    acompanha a caracterstica da soluo no plano ),,( utx . A Figura 4.2 mostra

    duas curvas da funo soluo ),( txu em uma regio onde no ocorre a

    catstrofe do gradiente. possvel observar que a funo ),( txu determina

    uma funo contnua nesse domnio.

  • 34

    Figura 4.2: Funo ),( txu plotada em um domnio ),,( utx o qual no ocorre

    catstrofe de gradiente.

    A Figura 4.3 mostra duas curvas da funo soluo ),( txu plotada em um

    domnio onde ocorre a catstrofe de gradiente. possvel perceber que no

    ponto onde ocorre a catstrofe, a funo ),( txu possui dois valores diferentes,

    representando uma descontinuidade na funo.

    Figura 4.3: Funo ),( txu plotada em um domnio ),,( utx o qual ocorre

    catstrofe de gradiente.

  • 35

    Traando retas paralelas ao eixo t que ligam as duas curvas na Figura 4.3

    observa-se que no ponto de quebra do grfico, a reta traada faz uma vertical

    em relao ao plano ),( tx , conclui-se ento que a funo ),( txu contnua

    com relao ao tempo, e a catstrofe do gradiente ocorre quando a derivada

    primeira da funo ),( txu em relao varivel x tende ao infinito.

    Pode-se chegar mesma concluso analisando-se o perfil da soluo quando

    ocorre e quando no ocorre a catstrofe do gradiente. A Figura 4.4 mostra o

    avano da soluo com o tempo em um caso onde no ocorre a catstrofe do

    gradiente, pode-se se perceber que a funo crescente com velocidade

    crescente. A Figura 4.5 mostra o avano da soluo em um caso onde ocorre a

    catstrofe do gradiente, nesse caso a funo soluo decrescente em um

    intervalo com velocidade crescente, o que leva formao da catstrofe do

    gradiente.

    Figura 4.4: Avano do perfil da soluo ),( txu com o tempo, para um caso

    onde no ocorre a catstrofe de gradiente.

    Figura 4.5: Avano do perfil da soluo ),( txu com o tempo, para um caso

    onde ocorre a catstrofe de gradiente.

    Analisando o perfil da soluo, observa-se que no momento em que ocorre a

    catstrofe de gradiente, a reta que liga os dois pontos da soluo se torna

    vertical.

  • 36

    Definio:

    Define-se tempo de queda (Breaking Time) o ponto onde ocorre a catstrofe de

    gradiente pela primeira vez, ou seja, o menor tempo positivo em que ocorre a

    catstrofe de gradiente.

    O tempo de queda pode ser calculado da seguinte forma:

    bt = tempo mnimo onde dx

    txud )),(( (Eq. 4.7)

    Exemplo 4.2:

    Calcular o tempo de queda para uma equao diferencial parcial homognea

    de primeira ordem, definida por:

    )()0,(

    0)(

    0 xuxu

    uucu xt, com

    0t

    Rx (Eq. 4.8)

    Soluo:

    Para se calcular o tempo de queda, primeiro preciso se calcular a soluo da

    EDP, nesse caso, utilizando-se o mtodo das caractersticas:

    0dt

    du (Eq. 4.9)

    ttx

    x

    dtdu0

    ),(

    )0),0((

    (Eq. 4.10)

    )()0),0((),( 00 xuxutxu , com 0)0( xx (Eq. 4.11)

    Calculando a derivada parcial da funo ),( txu em relao x :

    dx

    xud

    dx

    txud ))(()),(( 00 (Eq. 4.12)

    Utilizando a regra da cadeia:

    dx

    xd

    dx

    xud

    dx

    txud )(.

    ))(()),(( 0

    0

    00 (Eq. 4.13)

    Construindo as caractersticas desse problema:

  • 37

    )(ucdt

    dx (Eq. 4.14)

    txucxx )).(( 000 (Eq. 4.15)

    Derivando em relao x :

    tdx

    xucd

    dx

    xd ))](([)(1 000 (Eq. 4.16)

    Utilizando a regra da cadeia:

    tdx

    xd

    dx

    xucd

    dx

    xd )())](([)(1 0

    0

    000 (Eq. 4.17)

    t

    dx

    xucd

    dx

    xd

    0

    000 ))](([1)(

    1 (Eq. 4.18)

    Combinando as Equaes 4.13 e 4.18:

    0

    00

    0

    00

    ))](([.1

    ))((

    )),((

    dx

    xucdt

    dx

    xud

    dx

    txud

    (Eq. 4.19)

    Analisando a Expresso 4.19, a derivada de ),( txu em relao x tende ao

    infinito quando o denominador da expresso for igual ao zero, assim o tempo

    de queda calculado escolhendo o menor tempo onde:

    0))](([

    .10

    0 dx

    xucdt ob (Eq. 4.20)

    Ou seja:

    0

    0 ))](([

    1

    dx

    xucdt

    ob

    (Eq. 4.21)

    Para se encontrar o tempo de quebra deve se encontrar o maior valor negativo

    do denominador da Equao 4.21.

  • 38

    Exemplo 4.3:

    Encontrar o tempo de queda do seguinte problema de Cauchy:

    2)0,(

    0

    x

    xt

    exu

    uuu, com

    0t

    Rx (Eq. 4.22)

    Soluo:

    A Equao 4.22 anloga a Equao 4.8, com:

    20))(( 00x

    exuc (Eq. 4.23)

    Assim:

    0

    0

    00 .2))](([ 2

    0 xedx

    xucd x (Eq. 4.23)

    Essa funo ter valor mximo quando a derivada for igual ao zero, ou seja:

    0))](([

    2

    0

    002

    dx

    xucd (Eq. 4.24)

    022 202

    02

    0 xee xx (Eq. 4.25)

    2

    10 x (Eq. 4.26)

    Para valores negativos de 0x a Equao 4.23 se torna positiva, e o tempo de

    queda se torna negativo. Utilizando a Equao 4.21:

    0

    0 ))](([

    1

    dx

    xucdt

    ob

    (Eq. 4.27)

    Substituindo a parte positiva da Equao 4.26, encontra-se um tempo de queda

    igual a:

    2

    etb (Eq. 4.28)

    De fato esse valor vale aproximadamente 2.1bt , fato que foi comprovado graficamente na Figura 4.1.

  • 39

    Exemplo 4.4:

    Encontrar o tempo de queda do seguinte problema de Cauchy, e confirmar o

    valor graficamente plotando as caractersticas do problema:

    2

    2

    1

    1)0,(

    0

    xxu

    uuu xt, com

    0t

    Rx (Eq. 4.29)

    Soluo:

    A Equao 4.29 anloga a Equao 4.8, com:

    22

    0

    00)1(

    1))((

    xxuc

    (Eq. 4.30)

    Assim:

    3200

    0

    00

    1

    4))](([

    x

    x

    dx

    xucd

    (Eq. 4.31)

    Essa funo ter valores mximos em pontos de descontinuidade, assim:

    0))](([

    2

    0

    002

    dx

    xucd (Eq. 4.32)

    01

    1241462

    0

    22

    0

    2

    0

    32

    0

    x

    xxx (Eq. 4.33)

    Ou seja:

    5

    10 x (Eq. 4.34)

    Para valores negativos de 0x a Equao 4.34 se torna positiva, e o tempo de

    queda se torna negativo. Utilizando a Equao 4.21:

    0

    0 ))](([

    1

    dx

    xucdt

    ob

    (Eq. 4.35)

    Substituindo a parte positiva da Equao 4.34 na Equao 4.35, encontra-se

    um tempo de queda igual a:

  • 40

    125

    554bt (Eq. 4.36)

    As caractersticas da Equao 4.29 esto plotadas na Figura 4.6. possvel

    ver que o tempo de queda ocorre em um tempo aproximado de 97.0bt , que

    numericamente igual ao tempo de queda encontrado na Equao 4.36.

    Figura 4.6: Caractersticas do Exemplo 4.4.

    4.2 Solues do tipo ondas de choque

    No tpico anterior foi visto que ao depender do tipo da equao diferencial, e

    do tipo da soluo inicial do problema, podem ocorrer reas onde mais de uma

    caracterstica passa pelo mesmo ponto, denominada rea de catstrofe de

    gradiente, foi tambm deduzida no tpico anterior, uma metodologia capaz de

    se prever o tempo mnimo onde ocorre a catstrofe, denominado de tempo de

    queda ou Breaking Time. Para se construir a soluo da equao diferencial

    em rea de catstrofe, primeiro entenderemos o conceito de funo suave por

    partes.

    Definio:

    Uma funo ),( txu que divide o domnio R em duas regies distintas R e

    R (Figura 4.7) dita suave por partes quando obedecer as seguintes

    condies:

  • 41

    i. A funo possui primeiras derivadas contnuas nos intervalos R e R ,

    e a funo soluo do seguinte conjunto de equaes:

    )()0,(

    0

    0 xuxu

    Fu xt,

    )0(

    ),(

    sxx

    Rtx

    Lei de conservao (Eq. 4.37)

    )()0,(

    0

    0 xuxu

    Fu xt,

    )0(

    ),(

    sxx

    Rtx

    Lei de conservao (Eq. 4.38)

    ii. O limite )0),0((),( sxtx tendendo pelas regies R e R existem,

    podendo assumir valores diferentes.

    Figura 4.7: Domnio de uma funo suave por partes, onde sx a curva de

    descontinuidade da funo.

    A Figura 4.8 mostra um exemplo de uma funo suave por partes. possvel

    ver que nos domnios R e R a funo ),( txu contnua e com primeiras

    derivadas contnuas, sendo que a curva sx define um plano de

    descontinuidade na funo, sendo que os limites laterais existem possuindo

    valores diferentes.

  • 42

    Figura 4.8: Funo ),( txu suave por partes.

    Para se resolver o problema da catstrofe do gradiente, observa-se que se

    pode escrever uma curva no plano ),( tx , onde as caractersticas se unem,

    tornando assim a regio de caractersticas uniforme, a Figura 4.9 mostra uma

    curva s qualquer, onde as caractersticas se encontram de ambos os lados,

    tornando a regio das caractersticas uniforme.

    Figura 4.9: Construo da curva s na regio de catstrofe de gradiente.

  • 43

    A construo da soluo resolvendo-se a equao da continuidade na forma

    diferencial utilizando o mtodo das caractersticas interrompida a partir do

    tempo de queda, porm o processo fsico um processo contnuo no tempo,

    no havendo paradas, assim devemos voltar lei de conservao na forma

    diferencial, com termo fonte nulo, dada por:

    ),(),(),( tbFtaFdxtxudt

    d b

    a

    (Eq. 4.39)

    Considerando o conceito de soluo suave, o domnio agora segmentado em

    duas regies dividas por uma curva )),(( ttxss , como mostrado na Figura

    4.10, a Equao 4.39 pode ser escrita como:

    ),(),(),(),()(

    )(

    tbFtaFdxtxudxtxudt

    dtx

    a

    b

    tx

    s

    s

    (Eq. 4.40)

    Figura 4.10: Domnio da soluo segmentado em dois domnios.

    Desenvolvendo o lado esquerdo da equao:

    ),(),()),(()),(()(

    )(

    tbFtaFdxttxudt

    ddxttxu

    dt

    dtx

    a

    b

    tx

    s

    s

    (Eq. 4.41)

    Utilizando a regra da cadeia para se resolver a derivada, e integral por partes

    para se resolver a integral:

    )()(

    )()]),(([)]),(([)),((

    tx

    a

    tx

    a

    ss

    dxdt

    tdx

    dx

    ttxud

    dt

    ttxuddxttxu

    dt

    d (Eq. 4.42)

  • 44

    )()()(

    )()]),(([),()),((

    tx

    a

    tx

    a

    t

    tx

    a

    sss

    dxdt

    tdx

    dx

    ttxuddxtxudxttxu

    dt

    d (Eq. 4.43)

    )( 2)()( )(

    ).,(),(),()),((tx

    a

    ss

    tx

    a

    t

    tx

    a

    sss

    dxdtdx

    txdtxu

    dt

    dxtxudxtxudxttxu

    dt

    d

    (Eq. 4.44)

    Como )(tx depende apenas de t , a Equao 4.44 pode ser escrita como:

    dt

    dxtxudxtxudxttxu

    dt

    d ss

    tx

    a

    t

    tx

    a

    ss

    ),(),()),(()()(

    (Eq. 4.45)

    Analogamente para o segundo termo do lado esquerda da Equao 4.41:

    dt

    dxtxudxtxudxttxu

    dt

    d ss

    b

    tx

    t

    b

    tx ss

    ),(),()),(()()(

    (Eq. 4.46)

    Substituindo as Equaes 4.45 e 4.46 na Equao 4.41:

    ),(),(),(),(),(),()(

    )(

    tbFtaFdt

    dxtxudxtxu

    dt

    dxtxudxtxu ss

    b

    tx

    ts

    s

    tx

    a

    t

    s

    s

    (Eq. 4.47)

    Fazendo sxa e

    sxb , a Equao 4.47 pode ser escrita como:

    ),(),(),(),( txFtxFdt

    dxtxu

    dt

    dxtxu ss

    ss

    ss

    (Eq. 4.48)

    Que pode ser escrita da seguinte forma:

    ),(),(

    ),(),(

    txutxu

    txFtxF

    dt

    dx

    ss

    sss

    (Eq. 4.49)

    De acordo com a equao deduzida, uma soluo suave por partes que

    satisfaz a lei de conservao na forma integral deve satisfazer a Equao 4.49.

    Essa equao tambm chamada de condio de Rankine-Hugoniot, que

    pode ser escrita utilizando-se a notao de funo salto, dada por:

    ][

    ][

    u

    F

    dt

    dxs Condio de Rankine-Hugoniot (Eq. 4.50)

  • 45

    Para se encontrar precisamente essa curva, necessita-se de um dado inicial,

    para isso se utiliza o tempo de queda descrito na Tpico 4.1, assim, encontrar

    a funo que descreve a curva ),( txs o mesmo que se resolver a seguinte

    equao:

    bbs

    s

    ss

    xtx

    u

    F

    dt

    dx

    tx

    )(

    ][

    ][

    ),( (Eq. 4.51)

    Sendo o ponto ),( bb tx o ponto onde ocorre a catstrofe de gradiente pela

    primeira vez.

    Definio:

    Dada uma funo ),( txu , que seja soluo suave de 0 xt Fu , satisfazendo

    a condio de Rankine-Hugoniot, essa soluo dita ondas de choque, e a

    funo salto ),( txs que divide o domnio em duas partes dita caminho de

    choque.

    Exemplo 4.5:

    Resolver o seguinte problema de valor inicial:

    0,0

    0,1)0,(

    0

    x

    xxu

    uuu xt

    (Eq. 4.52)

    Soluo:

    1 Passo: Construo das caractersticas:

    udt

    dx (Eq. 4.53)

    Como a Equao 4.52 homognea, as caractersticas so dadas da seguinte

    forma:

    txuCxx )).(( 000 (Eq. 4.54)

    Ou seja:

  • 46

    0,

    0,

    0

    0

    xx

    xtxx (Eq. 4.55)

    As caractersticas do problema esto plotadas na Figura 4.11. possvel

    observar que o breaking time ocorre no ponto )0,0(),( bb tx .

    Figura 4.11: Caractersticas do Exemplo 4.5.

    2 Passo: Construo da soluo:

    De acordo com a Figura 4.11 existe uma zona de catstrofe de gradiente,

    assim a soluo ser construda utilizando-se o conceito de ondas de choque.

    0dt

    du (Eq. 4.56)

    )0,(),( 0xutxu (Eq. 4.57)

    Utilizando a definio de soluo suave por partes:

    Rx

    Rxtxu

    ,0

    ,1),( (Eq. 4.58)

    Portando, para se encontrar as regies R e R , deve-se encontrar a curva de

    caminho de choque. Assim, utilizando a Equao 4.51:

  • 47

    bbs

    s

    ss

    xtx

    u

    F

    dt

    dx

    tx

    )(

    ][

    ][

    ),( (Eq. 4.59)

    A funo fluxo pode ser encontrada utilizando-se a seguinte definio:

    xx uuF . (Eq. 4.60)

    Integrando a Equao 4.60 em relao a varivel x , tem-se:

    2

    2uF (Eq. 4.61)

    Assim, a Equao 4.59 pode ser escrita como:

    0)0(

    2

    1

    ),(

    22

    s

    s

    ss

    x

    uu

    uu

    dt

    dx

    tx (Eq. 4.62)

    De acordo com a Equao 4.58 0u e 1u , assim:

    0)0(

    2

    1

    ),(

    s

    s

    ss

    x

    dt

    dx

    tx (Eq. 4.63)

    2

    txs (Eq. 4.64)

    A Figura 4.12 mostra as caractersticas plotadas considerando a curva de

    caminho de choque dada pela Equao 4.64, assim a soluo final pode ser

    escrita como:

    2,0

    2,1

    ),(t

    x

    tx

    txu (Eq. 4.65)

    A Figura 4.13 mostra a Soluo 4.65 plotada para diferentes tempos.

    possvel observar que a frente de choque se move com velocidade igual a 5.0 .

  • 48

    Figura 4.12: Caractersticas do Exemplo 4.5 plotadas junto curva de caminho

    de choque.

    Figura 4.13: Soluo do Exemplo 4.5 para diferentes valores de tempo.

    Exemplo 4.6:

    Resolver o seguinte problema de valor inicial:

    1,1

    1,2)0,(

    02

    x

    xxu

    uuu xt

    (Eq. 4.66)

  • 49

    Soluo:

    1 Passo: Construo das caractersticas:

    Como a Equao 4.66 homognea, as caractersticas so dadas da seguinte

    forma:

    txuCxx )).(( 000 (Eq. 4.67)

    Ou seja:

    1,

    1,4

    0

    0

    xtx

    xtxx (Eq. 4.68)

    As caractersticas do problema esto plotadas na Figura 4.14. possvel

    observar que o breaking time ocorre no ponto )0,1(),( bb tx .

    Figura 4.14: Caractersticas do Exemplo 4.6.

    2 Passo: Construo da soluo:

    De acordo com a Figura 4.14 existe uma zona de catstrofe de gradiente,

    assim a soluo ser construda utilizando-se o conceito de ondas de choque.

    Utilizando a definio de soluo suave por partes:

  • 50

    Rx

    Rxtxu

    ,1

    ,2),( (Eq. 4.69)

    Portando, para se encontrar as regies R e R , deve-se encontrar a curva de

    caminho de choque. Assim:

    bbs

    s

    ss

    xtx

    u

    F

    dt

    dx

    tx

    )(

    ][

    ][

    ),( (Eq. 4.70)

    A funo fluxo pode ser encontrada utilizando-se a seguinte definio:

    xx uuF .2 (Eq. 4.71)

    Integrando a Equao 4.60 em relao a varivel x , tem-se:

    3

    3uF (Eq. 4.72)

    Assim, a Equao 4.59 pode ser escrita como:

    1)0(

    3

    1

    ),(

    33

    s

    s

    ss

    x

    uu

    uu

    dt

    dx

    tx (Eq. 4.73)

    De acordo com a Equao 4.69 1u e 2u , assim:

    1)0(

    3

    7

    ),(

    s

    s

    ss

    x

    dt

    dx

    tx (Eq. 4.74)

    13

    7

    txs (Eq. 4.75)

    A Figura 4.15 mostra as caractersticas plotadas considerando a curva de

    caminho de choque dada pela Equao 4.75, assim a soluo final pode ser

    escrita como:

  • 51

    13

    7,1

    13

    7,2

    ),(t

    x

    tx

    txu (Eq. 4.76)

    A Figura 4.16 mostra a Soluo 4.76 plotada para diferentes tempos.

    possvel observar que a frente de choque se move com velocidade 3/7 .

    Figura 4.15: Caractersticas do Exemplo 4.6 plotadas junto curva de caminho

    de choque.

    Figura 4.16: Soluo do Exemplo 4.6 para diferentes valores de tempo.

  • 52

    5 Ondas de Rarefao

    No Captulo 3 foi deduzido o mtodo das caractersticas para soluo de

    equaes diferenciais parciais de 1 ordem, e no Captulo 4 foi deduzida uma

    extenso do mtodo das caractersticas para lidar com reas de catstrofe de

    gradiente. Nesse captulo ser deduzida a soluo para uma rea ainda no

    discutida por onde no se passa nenhuma caracterstica, denominadas reas

    de rarefao.

    5.1 reas de rarefao

    Como discutido no tpico anterior, quando a funo soluo decrescente com

    velocidade crescente algumas reas podem possuir mais de uma

    caracterstica, denominadas reas de catstrofe de gradiente. Nesse tpico

    sero discutidas algumas equaes que possuem um vazio no plano das

    caractersticas, essas reas so denominadas reas de rarefao. Para se

    entender melhor a formao dessas zonas, o tpico ser comeado com o

    Exemplo 5.1:

    Exemplo 5.1:

    Plotar as caractersticas da seguinte equao diferencial:

    0,1

    0,0)0,(

    0

    x

    xxu

    uuu xt

    (Eq. 5.1)

    Soluo:

    Utilizando o fato da Equao 5.1 ser homognea:

    txucxx )).(( 000 (Eq. 5.2)

    0,

    0,

    0

    0

    xtx

    xxx (Eq. 5.3)

    As caractersticas dadas pela Equao 5.3 esto plotadas na Figura 5.1.

    possvel ver o aparecimento de uma zona 0R onde no passam

    caractersticas, tal zona denominada zona de rarefao.

  • 53

    Figura 5.1: Caractersticas do Exemplo 5.1.

    Para melhor entendimento da soluo do tipo ondas de rarefao, antes de se

    apresentar a soluo geral, ser resolvido o Exemplo 5.1.

    Podemos aproximar a soluo do problema inicial por um problema que possui

    as caractersticas homogneas, apenas substituindo a condio inicial, da

    seguinte forma:

    x

    xxg

    x

    xu

    uuu xt

    ,1

    ),(

    ,0

    )0,(

    0

    (Eq. 5.4)

    A Figura 5.2 mostra a diferena entre os perfis das solues iniciais dada pelas

    Equaes 5.1 e 5.4. A Figura 5.3 mostra as caractersticas da Equao 5.4.

    Do fato da Equao 5.4 ser homognea, a soluo pode ser escrita da seguinte

    forma:

    tx

    txtxg

    x

    txu

    ,1

    ),,(

    ,0

    ),( (Eq. 5.5)

  • 54

    Figura 5.2: Modificao da soluo inicial da Equao 5.1.

    Figura 5.3: Caractersticas da Equao 5.4.

    Agora tomando o seguinte limite:

    ),(lim0

    txu

    (Eq. 5.6)

    Tem-se:

    tx

    txtxg

    x

    txu

    ,1

    0),,(

    0,0

    ),( (Eq. 5.7)

  • 55

    A Figura 5.4 mostra as caractersticas da Equao 5.7. Agora o problema se

    tornou se encontrar uma funo ),( txg que possua caractersticas contnuas e

    que seja soluo da Equao 5.1. De acordo com a Figura 5.4 a inclinao das

    caractersticas muda na zona de rarefao, o que indica que a funo ),( txg

    possua a seguinte forma:

    t

    xgtxg ),( (Eq. 5.8)

    Figura 5.4: Caractersticas da Equao 5.7.

    Assim, como a funo ),( txg deve ser soluo da Equao 5.1:

    0)],([

    ),()],([

    dx

    txgdtxg

    dt

    txgd (Eq. 5.9)

    01

    ''2

    tt

    xg

    t

    xg

    t

    x

    t

    xg (Eq. 5.10)

    01

    '2

    t

    x

    tt

    xg

    t

    xg (Eq. 5.11)

  • 56

    A Equao 5.11 admite duas solues:

    constantetxg ),( (Eq. 5.12-a)

    t

    xtxg ),( (Eq. 5.12-b)

    Para se decidir qual soluo melhor representa o Problema 5.1, deve-se

    analisar a condio de Rankine-Hugoniot nas duas solues, assim:

    1: Soluo 5.12-a:

    tx

    txa

    x

    txu

    ,1

    0,

    0,0

    ),( , onde constantea (Eq. 5.13)

    Aplicando a condio de Rankine-Hugoniot nas descontinuidades da funo:

    uu

    uu

    u

    F

    dt

    dxs22 )()(

    2

    1

    ][

    ][ (Eq. 5.14)

    020

    a

    dt

    dx

    sx

    s (Eq. 5.15)

    Ou seja, 0a .

    12

    1

    a

    dt

    dx

    tx

    s

    s

    (Eq. 5.16)

    Ou seja, 1a .

    Como a constante a tem que assumir dois valores diferentes, a Equao 5.13

    no obedece condio de Rankine-Hugoniot.

    2: Soluo 5.12-b:

    tx

    txt

    x

    x

    txu

    ,1

    0,

    0,0

    ),( (Eq. 5.17)

    Aplicando a condio de Rankine-Hugoniot nas descontinuidades da funo:

  • 57

    uu

    uu

    u

    F

    dt

    dxs22 )()(

    2

    1

    ][

    ][ (Eq. 5.18)

    020

    t

    x

    dt

    dx

    sx

    s (Eq. 5.19)

    12

    1

    t

    x

    dt

    dx

    tx

    s

    s

    (Eq. 5.20)

    Fazendo 0x na Equao 5.19, e tx na Equao 5.20, observa-se que a Equao 5.17 obedece condio de Rankine-Hugoniot, sendo considerada

    a soluo da Equao 5.1.

    A Figura 5.5 mostra a soluo dada pela Equao 5.17 plotada para diferentes

    tempos. Observa-se a presena de uma onda de avano da soluo, chamada

    de onda de rarefao.

    Figura 5.5: Soluo da Equao 5.1, para diferentes valores de tempo.

    5.2 Soluo geral de equaes homogneas com reas de rarefao

    No Tpico 5.1 foi construda uma soluo do tipo ondas de rarefao para

    resolver o Exemplo 5.1. Nesse tpico ir ser construda uma soluo geral que

    pode ser aplicada em todos os casos. Assim ser construda a soluo do

    seguinte problema de Cauchy:

    axu

    axuxu

    uuCu xt

    ,

    ,)0,(

    0)(

    (Eq. 5.21)

  • 58

    Soluo:

    Utilizando o fato da Equao 5.21 ser homognea, as caractersticas so

    dadas da seguinte forma:

    txucxx )).(( 00 (Eq. 5.22)

    axtuucx

    axtuucxx

    ,)).((

    ,)).((

    0

    0 (Eq. 5.23)

    De acordo com a Equao 5.23 as caractersticas so retas, plotadas na Figura

    5.6.

    Figura 5.6: Caractersticas da Equao 5.21.

    Da mesma forma que o Exemplo 5.1, a soluo da Equao 5.21 pode ser

    aproximada da seguinte forma:

    ])).(([,

    ])).(([])).(([),,(

    ])).(([,

    ),(

    tuucaxu

    tuucaxtuucatxg

    tuucaxu

    txu (Eq. 5.24)

    De acordo com a Figura 5.6 a inclinao das caractersticas muda na zona de

    rarefao, o que indica que a funo ),( txg possua a seguinte forma da

    Equao 5.8, porm deslocada de uma constante a , ou seja:

  • 59

    t

    axgtxg ),( (Eq. 5.25)

    Assim, calculando as derivadas parciais da funo ),( txg atravs da regra da

    cadeia:

    2

    )().,('

    )],([

    t

    axtxg

    dt

    txgd (Eq. 5.26)

    ttxg

    dx

    txgd 1).,('

    )],([ (Eq. 5.27)

    Substituindo as Equaes 5.26 e 5.27, na Equao 5.21:

    01

    ).,(')).,(()(

    ).,('2

    ttxgtxgC

    t

    axtxg (Eq. 5.28)

    0)(1

    )).,((),('2

    t

    ax

    ttxgCtxg (Eq. 5.29)

    Da mesma forma que na Equao 5.11, a Equao 5.29 possui duas solues

    distintas, assim verificando a condio de Rankine-Hugoniot nas duas

    condies, chega-se a concluso que a soluo fisicamente coerente da

    Equao 5.29 dada por:

    0)(1

    )).,((2

    t

    ax

    ttxgC (Eq. 5.30)

    t

    axtxgC

    )()),(( (Eq. 5.31)

    Por isso, a funo ),( txg dada da seguinte forma:

    t

    axCtxg

    )(),( 1 (Eq. 5.32)

    Logo, a soluo da Equao 5.21 dada por:

  • 60

    ])).(([,

    ])).(([])).(([,)(

    ])).(([,

    ),( 1

    tuucaxu

    tuucaxtuucat

    axC

    tuucaxu

    txu (Eq. 5.33)

    Exemplo 5.2:

    Resolver o seguinte problema de Cauchy:

    1,2

    1,1)0,(

    03

    x

    xxu

    uuu xt

    (Eq. 5.34)

    Soluo:

    1 Passo: Construo das caractersticas:

    Como a Equao 5.34 homognea, as caractersticas so dadas da seguinte

    forma:

    txucxx )).(( 00 (Eq. 5.35)

    1,8

    1,

    0

    0

    xtx

    xtxx (Eq. 5.36)

    As caractersticas do problema esto plotadas na Figura 5.7. possvel

    perceber uma zona de rarefao que comea no ponto )0,1(),( bb tx .

    Figura 5.7: Caractersticas do Exemplo 5.2.

  • 61

    2 Passo: Construo da soluo

    A soluo do tipo onda de rarefao pode ser escrita utilizando-se a Equao

    5.33, dessa forma:

    ]81[,2

    ]81[]1[,)1(

    ]1[,1

    ),( 1

    tx

    txtt

    xC

    tx

    txu (Eq. 5.37)

    Nesse problema a funo )(uC dada da seguinte forma:

    3)( uuC (Eq. 5.38)

    Dessa forma, a soluo da Equao 5.24 dada por:

    ]81[,2

    ]81[]1[,)1(

    ]1[,1

    ),( 3

    tx

    txtt

    x

    tx

    txu (Eq. 5.39)

    A Figura 5.8 mostra a soluo dada pela Equao 5.39 plotada para diferentes

    tempos.

    Figura 5.8: Soluo do Exemplo 5.2 plotadas em diferentes tempos.

  • 62

    6 Condio de Entropia

    As solues do tipo ondas de choque e ondas de rarefao so solues

    particulares da lei de conservao, quando utilizada a noo de soluo

    suave por partes. Nesse tpico ser visto que a noo de soluo suave por

    partes pode fazer com que um mesmo problema possua diversas solues,

    assim a condio de entropia ser utilizada para se definir qual soluo possui

    maior significado fsico.

    6.1 No unicidade de solues suaves por partes

    Considere o seguinte problema de Cauchy:

    0,1

    0,0)0,(

    0

    x

    xxu

    uuu xt

    (Eq. 6.1)

    Utilizando-se a soluo do tipo onda de rarefao, a soluo da Equao 6.1

    pode ser escrita como:

    tx

    txt

    x

    x

    txu

    ,1

    0,

    0,0

    ),( (Eq. 6.2)

    Porm, utilizando-se a soluo do tipo ondas de choque, a soluo da Equao

    6.1 pode ser escrita como:

    xtA

    tAxAtA

    Atx

    txu

    )1(2

    1,1

    )1(2

    1

    2

    1,

    2

    1,0

    ),( , onde )10( A (Eq. 6.3)

    Assim a Equao 6.1 possui uma soluo do tipo onda de rarefao, e infinitas

    solues do tipo ondas de choque, note que todas as solues obedecem

    condio de Rankine-Hugoniot.

  • 63

    6.2 Condio de entropia

    Quando um problema de valor inicial tem mais de uma soluo, utiliza-se a

    condio de entropia para se escolher a soluo mais realista do ponto de vista

    da fsica do problema. A condio de entropia pode ser definida da seguinte

    forma:

    Definio:

    Uma funo ),( txu satisfaz a condio de entropia se possvel encontrar

    uma constante positiva E que satisfaz:

    t

    E

    h

    txuthxu

    ),(, (Eq. 6.4)

    Para todo Rx e 0t .

    Graficamente a condio de entropia expressa inclinao mxima que funo

    pode possuir com relao varivel x, como pode ser visto na Figura 6.1.

    Figura 6.1: Representao grfica da condio de entropia.

    A condio de entropia tambm pode ser representada utilizando-se o conceito

    de derivada parcial, da seguinte forma:

    t

    E

    h

    txuthxuh

    ),(,lim 0 (Eq. 6.5)

    Que pode ser escrito como:

    t

    Etxux ),( , Rx , e 0t . (Eq. 6.6)

  • 64

    Assim voltando ao Problema 6.1, deve-se analisar a condio de entropia nas

    solues do tipo ondas de choque e ondas de rarefao.

    I. Condio de Entropia na soluo do tipo ondas de choque:

    A Figura 6.2 mostra o grfico da soluo dada pela Equao 6.3, possvel ver

    que a maior inclinao acontece nos pontos de descontinuidade da funo,

    assim, analisando o ponto da primeira descontinuidade, quando 2/Atx :

    h

    A

    h

    txuthxu

    ),(, (Eq. 6.7)

    h

    Ah 0lim (Eq. 6.8)

    O que indica que as solues do tipo ondas de choque no satisfazem a

    condio de entropia.

    Figura 6.2: Soluo do tipo ondas de choque, da Equao 6.1, para um tempo

    1t qualquer.

  • 65

    II. Condio de Entropia na soluo do tipo ondas de rarefao:

    A Figura 6.3 mostra o grfico representando a soluo do tipo ondas de

    rarefao para uma tempo t qualquer. possvel ver que a maior inclinao

    ocorre no intervalo 1,0 tx , dessa forma:

    ),('

    ),(,11 ttu

    h

    txuthxux

    (Eq. 6.9)

    Figura 6.3: Soluo do tipo ondas de rarefao, da Equao 6.1, para um

    tempo 1t qualquer.

    1

    11

    1),('

    tttu x , 01 t (Eq. 6.10)

    Dessa forma, utilizando-se a condio de entropia:

    t

    E

    h

    txuthxu

    ),(,, quando 1E (Eq. 6.11)

    Assim a soluo do tipo ondas de rarefao satisfaz a condio de entropia,

    sendo a soluo mais fisicamente aceita.

    Exemplo 6.1:

    Verificar se a soluo do tipo ondas de rarefao da equao 6.12 satisfaz a

    condio de entropia.

  • 66

    0,2

    0,10,

    0,,02

    x

    xxu

    txuuu xt

    (Eq. 6.12)

    Soluo:

    1 Passo: Construo das curvas caractersticas:

    Do fato da Equao 6.12 ser homognea, as caractersticas so definidas da

    seguinte forma:

    txucxx )).(( 00 (Eq. 6.13)

    0,4

    0,

    0

    0

    xtx

    xtxx (Eq. 6.14)

    A Figura 6.4 mostra as caractersticas definidas pela Equao 6.14. possvel

    observar a formao de uma zona de rarefao a partir do tempo 0t .

    Figura 6.4: Caractersticas da Equao 6.12.

    2 Passo: Construo da soluo:

    A soluo do tipo ondas de rarefao dada de acordo com a seguinte

    equao:

  • 67

    tx

    txtt

    x

    tx

    txu

    4,2

    4,

    ,1

    ),( (Eq. 6.15)

    A Figura 6.5 mostra o perfil da soluo do Problema 6.12, para um tempo 1t

    qualquer a partir do incio.

    Figura 6.5: Perfil da soluo da Equao 6.12, para um tempo 1t qualquer a

    partir do incio do problema.

    3 Passo: Verificao da condio de entropia

    De acordo com a Figura 6.5, a inclinao mxima quando 1tx , dessa

    forma:

    ),('

    ),(,11 ttu

    h

    txuthxux

    (Eq. 6.16)

    tx

    txtxt

    tx

    txu x

    4,0

    4,2

    1

    ,0

    ),(' (Eq. 6.17)

  • 68

    Combinando as Equaes 6.16 e 6.17:

    0),('lim 11

    txu xtx

    (Eq. 6.18)

    11

    2

    1),('lim

    1t

    txu xtx

    , 01 t (Eq. 6.19)

    Assim, aplicando a condio de entropia:

    t

    E

    h

    txuthxu

    ),(,, quando

    2

    1E (Eq. 6.20)

    Assim a soluo do tipo ondas de rarefao dada pela Equao 6.15 satisfaz a

    condio de entropia.

    Exemplo 6.2:

    Verificar se a soluo do tipo ondas de rarefao da equao 6.21 satisfaz a

    condio de entropia.

    0,1

    0,00,

    0,,02

    x

    xxu

    txuuu xt

    (Eq. 6.21)

    Soluo:

    1 Passo: Construo das curvas caractersticas:

    As curvas caractersticas so dadas por:

    0,

    0,

    0

    0

    xtx

    xxx (Eq. 6.22)

    A Figura 6.6 mostra as caractersticas definidas pela Equao 6.22. possvel

    observar a formao de uma zona de rarefao a partir do tempo 0t .

  • 69

    Figura 6.6: Caractersticas da Equao 6.21.

    2 Passo: Construo da soluo:

    A soluo do tipo ondas de rarefao dada de acordo com a seguinte

    equao:

    tx

    txt

    x

    x

    txu

    ,1

    0,

    0,0

    ),( (Eq. 6.23)

    A Figura 6.7 mostra o perfil da soluo do Problema 6.21, para um tempo 1t

    qualquer a partir do incio do problema.

    3 Passo: Verificao da condio de entropia

    De acordo com a Figura 6.7, a inclinao mxima quando 0x , dessa forma:

    ),0('

    ),(,1tu

    h

    txuthxux

    (Eq. 6.24)

  • 70

    Figura 6.7: Perfil da soluo da Equao 6.21, para um tempo 1t qualquer a

    partir do incio do problema.

    xt

    txxt

    x

    txu x

    ,0

    0,2

    1

    0,0

    ),(' (Eq. 6.25)

    Combinando as Equaes 6.24 e 6.25:

    0),('lim 10

    txu xx

    (Eq. 6.26)

    ),('lim 10

    txu xx

    , 01 t (Eq. 6.27)

    De acordo com a Equao 6.27 impossvel encontrar um valor E positivo que satisfaa a condio de entropia, logo, a soluo do tipo ondas d