apostila direito administrativo rodolfo

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RODOLFO FERREIRA PINHEIRO 1 1. REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO CONCEITO: são os direitos, vantagens, prerrogativas, deveres e obrigações que a Administração Pública possui em razão da função de representar o interesse público. 2. PRINCÍPIOS BÁSICOS PRINCÍPIOS: a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 1 A) LEGALIDADE: a Administração Pública só pode fazer o que a lei expressamente autoriza. B) IMPESSOALIDADE: a Administração Pública deve agir de modo impessoal, sem privilegiar nenhum particular. C) MORALIDADE: a Administração Pública deve obedecer além da lei a moral. D) PUBLICIDADE: a Administração deve publicar seus atos para existir transparência, salvo quando em jogo a defesa da intimidade, interesse social, segurança do Estado ou da sociedade. E) EFICIÊNCIA: o agente público e à forma de organização da Administração Pública devem atentar para os padrões modernos de gestão. MACETE LIMPE: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 3. ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONCEITO: a Administração Pública é composta por entidades que visam o bem da coletividade. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: formada por órgãos e agentes das pessoas políticas. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA: formada por entidades que são pessoas jurídicas de direito público ou privado. A) ENTIDADES POLÍTICAS: são aquelas que recebem suas atribuições da própria Constituição, exercendo-as com plena autonomia. São pessoas jurídicas de direito público interno, possuidoras de poderes políticos e administrativos. A competência para legislar caracteriza sua autonomia política. No Brasil, são consideradas as entidades políticas a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 2 B) ENTIDADES ADMINISTRATIVAS: não são detentoras de poderes políticos, mas tão-somente de autonomia administrativa. Não legislam, mas apenas exercem sua competência conforme estabelecida na lei que as instituiu, ou autorizou sua instituição, e no seu regulamento. São entidades administrativas as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de 1 CRFB/88, art. 37, caput. 2 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.17. economia mista, integrantes da chamada Administração Indireta. 3 ESQUEMA (ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO) DEFINIÇÃO NASCIMENTO AUTARQUIAS Pessoa Jurídica de Direito Público (prestadora de serviço público) Criada por lei específica FUNDAÇÕES Pessoa Jurídica de Direito Público ou de Direito Privado (prestadora de serviço público) Criada ou Autorizada por lei específica EMPRESA PÚBLICA Pessoa Jurídica de Direito Privado (prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica) Autorizada por lei específica SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Pessoa Jurídica de Direito Privado (prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica) Autorizada por lei específica ESQUEMA (EMPRESAS ESTATAIS) COMPOSIÇÃO DO CAPITAL FORMA EMPRESA PÚBLICA Exclusivamente público Qualquer SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Público e privado (50% + 1 ações ordinárias do Poder Público) S.A. ESQUEMA (PRIVILÉGIOS) PRIVILÉGIO FALÊNCIA AUTARQUIAS Sim, art. 150, § 2º, da CRFB/88 e art. 188, do CPC. Não FUNDAÇÕES Sim Não EMPRESA PÚBLICA Sim, quando prestadoras de serviço público. Depende SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Sim, quando prestadoras de serviço público. Depende esta lei não se aplica à empresa pública e a sociedade de economia mista” (art. 2º, da Lei n. 11.101/2005) 4. ÓRGÃOS PÚBLICOS CONCEITO: nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes individuais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade estatal e expressados através dos agentes neles providos. 4 Características 1. integram a estrutura de uma pessoa jurídica 2. não tem personalidade jurídica 3. são resultado de desconcentração administrativa 3 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.17. 4 MELLO. Celso Antônio Bandeira. Apontamentos sobre agentes públicos. São Paulo: RT, 1975 p.69

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Page 1: Apostila Direito Administrativo Rodolfo

RODOLFO FERREIRA PINHEIRO

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1. REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO

CONCEITO: são os direitos, vantagens, prerrogativas, deveres e obrigações que a Administração Pública possui em razão da função de representar o interesse público.

2. PRINCÍPIOS BÁSICOS

PRINCÍPIOS: a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 1

A) LEGALIDADE: a Administração Pública só pode fazer o que a lei expressamente autoriza.

B) IMPESSOALIDADE: a Administração Pública deve agir de modo impessoal, sem privilegiar nenhum particular.

C) MORALIDADE: a Administração Pública deve obedecer além da lei a moral.

D) PUBLICIDADE: a Administração deve publicar seus atos para existir transparência, salvo quando em jogo a defesa da intimidade, interesse social, segurança do Estado ou da sociedade.

E) EFICIÊNCIA: o agente público e à forma de organização da Administração Pública devem atentar para os padrões modernos de gestão.

MACETE LIMPE: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

3. ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO: a Administração Pública é composta por entidades que visam o bem da coletividade.

► ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: formada por órgãos e agentes das pessoas políticas.

► ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA: formada por entidades que são pessoas jurídicas de direito público ou privado.

A) ENTIDADES POLÍTICAS: são aquelas que recebem suas atribuições da própria Constituição, exercendo-as com plena autonomia. São pessoas jurídicas de direito público interno, possuidoras de poderes políticos e administrativos. A competência para legislar caracteriza sua autonomia política. No Brasil, são consideradas as entidades políticas a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 2

B) ENTIDADES ADMINISTRATIVAS: não são detentoras de poderes políticos, mas tão-somente de autonomia administrativa. Não legislam, mas apenas exercem sua competência conforme estabelecida na lei que as instituiu, ou autorizou sua instituição, e no seu regulamento. São entidades administrativas as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de

1 CRFB/88, art. 37, caput. 2 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.17.

economia mista, integrantes da chamada Administração Indireta. 3

ESQUEMA (ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO)

DEFINIÇÃO NASCIMENTO AUTARQUIAS Pessoa Jurídica de Direito

Público (prestadora de serviço público)

Criada por lei

específica FUNDAÇÕES Pessoa Jurídica de Direito

Público ou de Direito Privado (prestadora de

serviço público)

Criada ou Autorizada

por lei específica

EMPRESA

PÚBLICA Pessoa Jurídica de Direito

Privado (prestadora de serviço público ou

exploradora de atividade econômica)

Autorizada por lei

específica

SOCIEDADE DE

ECONOMIA MISTA Pessoa Jurídica de Direito

Privado (prestadora de serviço público ou

exploradora de atividade econômica)

Autorizada por lei

específica

ESQUEMA (EMPRESAS ESTATAIS)

COMPOSIÇÃO DO CAPITAL FORMA EMPRESA PÚBLICA Exclusivamente público Qualquer

SOCIEDADE DE

ECONOMIA MISTA Público e privado

(50% + 1 ações ordinárias do Poder Público)

S.A.

ESQUEMA (PRIVILÉGIOS)

PRIVILÉGIO FALÊNCIA AUTARQUIAS Sim, art. 150, § 2º, da

CRFB/88 e art. 188, do CPC.

Não

FUNDAÇÕES Sim Não EMPRESA PÚBLICA Sim, quando prestadoras

de serviço público. Depende

SOCIEDADE DE

ECONOMIA MISTA Sim, quando prestadoras

de serviço público. Depende

“esta lei não se aplica à empresa pública e a sociedade de economia mista” (art. 2º, da Lei n. 11.101/2005)

4. ÓRGÃOS PÚBLICOS

CONCEITO: nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes individuais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade estatal e expressados através dos agentes neles providos. 4

Características 1. integram a estrutura de uma pessoa jurídica 2. não tem personalidade jurídica 3. são resultado de desconcentração administrativa

3 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.17. 4 MELLO. Celso Antônio Bandeira. Apontamentos sobre agentes públicos. São Paulo: RT, 1975 p.69

Page 2: Apostila Direito Administrativo Rodolfo

RODOLFO FERREIRA PINHEIRO

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CLASSIFICAÇÃO QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL

A) ÓRGÃOS INDEPENDENTES: são os originários da Constituição Federal e representativos dos poderes de Estado (legislativo, Executivo e Judiciário). Nessa categoria, encontram-se as Corporações do Legislativo, as Chefias de Executivo, Tribunais Judiciários e Juízos singulares e, ainda, o Ministério Público e os Tribunais de Contas. 5

B) ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: são os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos órgão independentes e diretamente subordinados a seus chefes, tais como os Ministérios, as Secretariais de Estado e de Municípios e demais órgãos diretamente subordinados aos chefes de poderes. 6

C) ÓRGÃOS SUPERIORES: são os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico, como é o caso dos Gabinetes e Secretariais Gerais, entre outros. 7

D) ÓRGÃOS SUBALTERNOS: são todos os órgãos que exercem atribuições de mera execução, sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Têm reduzido poder decisório. São exemplos as seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria etc. 8

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESTRUTURA

A) ÓRGÃOS SIMPLES: são os constituídos por um só centro de competência, ou seja, não há outro órgão incrustado em sua estrutura. 9

B) ÓRGÃOS COMPOSTOS: são os que reúnem, em sua estrutura, outros órgãos, onde as funções são desconcentradas, isto é, distribuídas em vários centros de competência. 10

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À AUTUAÇÃO FUNCIONAL

A) ÓRGÃOS SINGULARES: são os que atuam e decidem através de um único agente, que é seu chefe e representante. 11

B) ÓRGÃOS COLEGIADOS: são os que atuam e decidem por manifestação conjunta e majoritária de seus membros, como ocorre nas Corporações Legislativas e nos Tribunais. 12

5. AGENTE PÚBLICO

CONCEITO: considera-se agente público toda pessoa física vinculada, definitivamente ou transitoriamente, ao exercício de função pública. 13

CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS

OCUPANTES DE CARGO OU EMPREGO PÚBLICO

5 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 6 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 7 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 8 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.472 9 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 10 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 11 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 12 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.4. 13 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.48.

A) AGENTES POLÍTICOS: são titulares de cargo localizados na cúpula governamental, investidos por eleição, nomeação ou designação, para o exercício de funções descritas na Constituição. 14 Exemplo: Presidente da República, juízes de Direito, membros do Ministério Público e membros dos Tribunais de Contas.

B) AGENTES ADMINISTRATIVOS: são pessoas físicas que

exercem função pública com vínculo estatutário ou celetista. • SERVIDOR PÚBLICO OU FUNCIONÁRIO PÚBLICO: são

pessoas físicas ocupantes de cargo público, que exercem função pública, contratadas sob o regime estatutário.

• EMPREGADOS PÚBLICOS: são pessoas físicas ocupantes de emprego público, que exercem função pública, contratadas sob o regime celetista.

OCUPANTES DE FUNÇÃO PÚBLICA

A) SERVIDORES TEMPORÁRIOS: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. 15 Neste caso, existe apenas o exercício de função pública, pois tais pessoas não ocupam cargo público.

B) PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM PODER PÚBLICO: são as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado, com ou sem remuneração, não ocupando cargo público.

• HONORÍFICOS: são os exercentes de função pública de forma transitória, convocados, designados ou nomeados para cumprir objetivos cívicos, culturais, educacionais, recreativos ou de assistência social, como o mesário eleitoral ou membro do Conselho de Sentença no Tribunal do Júri – jurado. 16

• DELEGADOS: são os destinatários de função específica, realizando-a em nome próprio, tal como ocorre com os serventuários da Justiça em serventias (cartórios) extrajudiciais (registro civil das pessoas naturais, por exemplo). 17

ACESSIBILIDADE: a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 18

A) CONCURSO PÚBLICO: em regra para o ingresso na Administração Pública, é necessária a aprovação em concurso público, em respeito aos princípios da eficiência e isonomia.

• LEGITIMIDADE: os cargos empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. 19

• PRAZO VALIDADE DO CONCURSO PÚBLICO: é de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. 20

14 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.48. 15 CRFB/88, art. 37, IX. 16 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.380. 17 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.49. 18 CRFB/88, art. 37, II. 19 CRFB/88, art. 37, § 3º. 20 CRFB/88art. 37, III.

Page 3: Apostila Direito Administrativo Rodolfo

RODOLFO FERREIRA PINHEIRO

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• NOMEAÇÃO E POSSE: dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. 21 (verifica-se que os aprovados não tem direito adquirido a contratação, por conseguinte, a Administração não tem obrigação de contratar os aprovados, há um direito de não serem preteridos por outros aprovados).

Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse 22

Súmula n. 683 do STF. O limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

B) SEM CONCURSO PÚBLICO: existem casos excepcionais em que o ingresso na Administração, não exige o concurso público.

• PREVISÃO CONSTITUCIONAL: como no caso dos Ministros dos Tribunais Superiores, Deputados, Senadores e outros.

• CARGO EM COMISSÃO: consiste naquele que só admite provimento em caráter provisório. São declarados em lei de livre nomeação (sem concurso público) e exoneração (art. 37, II), destinando-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V). Todavia, pela EC 19, o preenchimento de uma parcela dos cargos em comissão dar-se-á unicamente por servidores de carreira, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei (art. 37, V). 23

• SERVIDORES TEMPORÁRIOS: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. 24 Neste caso, existe apenas o exercício de função pública, pois tais pessoas não ocupam cargo público.

OBS: Função de confiança: As funções de confiança somente podem ser exercidas por servidores públicos, já concursados, portanto. Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V). 25

PROVIMENTO: provimento é o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular. 26

CLASSIFICAÇÃO DO PROVIMENTO

A) ORIGINÁRIO: é o que se faz através de nomeação, que pressupõe a inexistência de vinculação entre a situação de serviço anterior do nomeado e o preenchimento do cargo. Assim, tanto é provimento inicial a nomeação de pessoa estranha aos quadros do serviço público quanto a de outra que já exercia função pública como ocupante de cargo não vinculado àquela para o qual foi nomeada. 27

21 STF. Súmula n. 15. 22 STF. Súmula n. 16. 23 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.394. 24 CRFB/88, art. 37, IX. 25 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.55. 26 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.397. 27 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.398

• NOMEAÇÃO: a nomeação pode dar-se em caráter efetivo ou em comissão, para cargos de confiança, está ultima não exigindo concurso público, podendo tanto recair sobre quem já seja integrante da Administração Pública (o que não descaracteriza o provimento originário, já que a causa da nomeação em comissão não é a relação existente entre o servidor e a Administração) ou sobre pessoa sem qualquer vínculo anterior com a Administração. 28

• POSSE: é o ato solene pelo qual a pessoa nomeada pela Administração Pública, para o provimento de determinado cargo público, declara aceitar-lhe as atribuições, tem-se que a solenidade pode inclusive dar-se por procuração, não caracterizando início do exercício das atribuições do cargo, mas mero termo de declaração.

• EXERCÍCIO: é a prática pelo funcionário dos atos relativos ao cargo público para o qual foi nomeado. É o efetivo trabalho. O exercício das funções inerentes ao cargo público completa à investidura do funcionário nesse cargo.

1. NOMEAÇÃO 2. POSSE 3. EXERCÍCIO

ESQUEMA (PERDA DO CARGO E EMPREGO)

PERDA DO CARGO VITALÍCIOS Mediante sentença judicial transitada em

julgado. ESTÁVEIS Mediante processo disciplinar onde se

assegure o contraditório e a ampla defesa ou através de sentença judicial transitada em julgado.

EMPREGADOS Em qualquer ocasião, mediante pagamento das indenizações.

COMISSIONADOS Livre exoneração, ad nutum

ESTABILIDADE ���� adquire-se após 3 anos de exercício. VITALICIEDADE ���� adquire-se após 2 anos de exercício.

OBS: são estáveis independentemente de concurso público aqueles servidores que tiverem mais de 5 anos de efetivo exercício na data da promulgação da CRFB/88.

SISTEMA DE REMUNERAÇÃO

A) SUBSÍDIO: é a remuneração paga em parcela única, ao membro do Poder, detentor de mandato eletivo, servidores policiais, Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais (art. 39, § 4º e art. 144, § 9º, ambos, da CRFB/88).

B) VENCIMENTOS: é a remuneração paga por um salário base (vencimento), acrescido das vantagens (gratificações, adicionais e indenizações).

C) SALÁRIO: é a remuneração paga aos empregados públicos.

D) PROVENTO: é a remuneração paga ao agente público aposentado.

Súmula n. 680 do STF. O direito ao auxilio alimentação não se estende aos servidores inativos.

28 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p. 256.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIRO

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ESQUEMA (TETO DA REMUNERAÇÃO)

TETO ABSOLUTO Ministro do STF MUNICÍPIOS Prefeito

ESTADOS E DISTRITO FEDERAL Estabelecido por Poder PODER EXECUTIVO Governador

PODER LEGISLATIVO Deputado (limite de 75% do Deputado Federal)

PODER JUDICIÁRIO Servidores (limite 90,25% do Ministro do STF)

OBS: nenhuma remuneração do país dentro da Administração Pública pode ser superior a dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

CUMULAÇÃO DE CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO: é vedada a cumulação de cargos, empregos ou funções, salvo: dois cargos de professor, um cargo de professor com outro técnico ou científico, dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde com profissão regulamentada (havendo compatibilidade de horários e observado o teto remuneratório).

ESQUEMA (CUMULAÇÃO)

CARGO CUMULAÇÃO PROFESSOR Pode cumular dois cargos de

professor TÉCNICO OU

CIENTÍFICO Pode cumular um cargo técnico ou científico com outro de professor

PROFISSIONAL DA SAÚDE

Pode cumular dois cargos ou empregos de profissional da saúde

EXERCÍCIOS DE MANDATO ELETIVO

PRESIDENTE, GOVERNADOR, SENADOR

E DEPUTADO

Afastado do serviço, recebendo a remuneração do cargo eletivo.

PREFEITO Afastado do serviço, podendo escolher a remuneração.

VEREADOR Cumulação de cargo havendo compatibilidade de horário.

TEMPO DE SERVIÇO É contado para todos os efeitos, exceto para promoção por

merecimento.

APOSENTADORIA: prolongamento ininterrupto de descanso, com remuneração, integral ou proporcional, durante o restante da vida do agente. Em certos casos previstos em lei a aposentadoria pode ser interrompida e até mesmo cassada como espécie de penalidade disciplinar.

• VOLUNTÁRIA: é necessário mais de dez anos no serviço público, cinco anos no cargo e pedido do agente público.

• COMPULSÓRIA: ocorre quando o agente público completa setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

• INVALIDEZ PERMANENTE: com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, em todos os casos, exceto quando a invalidez decorrer de acidente em

serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. 29

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

APOSENTADO IDADE E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Homem 60 e 35 Mulher 55 e 30

O valor dos proventos será a média dos 80% maiores salário-de-contribuição, corrigidos monetariamente.

APOSENTADORIA POR IDADE

APOSENTADO IDADE Homem 65 Mulher 60

SERVIDORES PÚBLICOS (LEI N. 8.112/90)

ESTATUTO: o estatuto que rege os servidores públicos civis federais é a Lei n. 8.112/1990.

1. NOMEAÇÃO (30 DIAS) 2. POSSE (15 DIAS) 3. EXERCÍCIO

PROVIMENTO DERIVADO: é, na verdade, uma alteração na situação de serviço do provido, dependendo, então, de um vínculo anterior do servidor com a Administração. O provimento derivado faz-se por promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. 30

• PROMOÇÃO: consiste na forma de provimento pela qual o servidor passa para cargo situado em classe mais elevada, dentro da carreira a que pertence. A emenda Constitucional nº 19/98 trouxe uma novidade ao exigir, como requisito para promoção, a participação em cursos de formação e aperfeiçoamento em escolas de governo (art. 39, § 2º da CF). 31

• READAPTAÇÃO: é a forma de provimento pela qual o servidor passa a ocupar cargo diverso do que ocupava, tendo em vista a necessidade de compatibilizar o exercício da função pública com a limitação sofrida em sua capacidade física ou psíquica (art. 24 da Lei nº 8.112/90). 32

• REVERSÃO: corresponde ao retorno do agente aposentado público ao cargo que ocupava ou a outro compatível, normalmente condicionada a certo trato temporal ou à superação da limitação física ou mental que impôs a aposentadoria por invalidez. 33

• APROVEITAMENTO: trata-se do retorno do servidor posto em disponibilidade (portanto estável) a cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado (o qual foi extinto ou declarado desnecessário). 34

• REINTEGRAÇÃO: para a Lei nº 8.112/90, é o reingresso do servidor estável demitido, quando for invalidada por sentença administrativo ou judicial sua demissão. Essa reinvestidura é decorrente da ilegalidade do ato de

29 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.243 30 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.422. 31 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.421-422. 32 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p. 422. 33 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.50. 34 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p. 259.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIRO

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demissão, sendo, portanto, assegurado ao servidor o pagamento integral dos vencimentos e vantagens do tempo em que esteve afastado (art. 28 da Lei nº 8.112/90). 35

• RECONDUÇÃO: consiste no retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Poderá ocorrer em duas hipóteses: inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante (art. 29 da Lei nº 8.122/90). 36

ESTABILIDADE: o art. 41 da Constituição Federal, com redação que lhe atribuiu a EC 19/98, prevê, em defesa do servidor estatutário e no interesse público, que são estáveis, após três anos de efetivo exercício, os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em razão de concurso público. Aí está, constitucionalmente instituída e regulada, a estabilidade. Pode ser definida como a garantia constitucional de permanência no serviço público, do servidor estatutário nomeado, em razão de concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após o transcurso do estágio probatório. 37

ESTÁGIO PROBATÓRIO: em julho de 2004, o Poder

Executivo federal mudou esse entendimento, passando a perfilhar a tese de que o estágio probatório tem duração de três anos, como decorrência lógica (no dizer do parecer) da alteração do prazo de estabilidade que, com a EC n. 19/1998, passou a ser de três anos. Esse novo entendimento esta consubstanciado no Parecer n. AGU/MC-01/2004, de 22 de abril de 2004, da lavra do Consultor-Geral da União, que foi adotado pelo Parecer n. AC – 17, de 12 de julho de 2004, do Advogado-Geral da União, aprovado, em 12 de julho de 2004, pelo Presidente da República. 38

PRADC: produtividade, responsabilidade, assiduidade, disciplina e capacidade de iniciativa.

ESTABILIDADE ANÔMALA: os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público. 39

ESTABILIDADE���� adquire-se após 3 anos

REMOÇÃO Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção: I - de ofício, no interesse da Administração; II - a pedido, a critério da Administração; III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:

35 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p. 423. 36 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p. 423. 37 GASPARINI. Diogenes. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2004, p.197-198. 38 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p. 267. 39 Art. 19, do ADCT.

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

REDISTRIBUIÇÃO

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: I - interesse da administração; II - equivalência de vencimentos; III - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.

VACÂNCIA

CONCEITO: é a condição do cargo público sem o titular, nos casos de exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável, e falecimento. 40

MACETE PF do PADRE: promoção, falecimento, posse em outro cargo inacumulável, aposentadoria, demissão, readaptação e exoneração.

A) EXONERAÇÃO: é o desligamento do funcionário público do cargo que ocupa, rompendo o vinculo jurídico que une o funcionário à Administração Pública.

B) DEMISSÃO: é ato punitivo mediante o qual a Administração Pública exclui um funcionário nocivo de seus quadros, através do Poder Disciplinar. É a mais grave das penas disciplinares.

C) APOSENTADORIA: prolongamento ininterrupto de descanso, com remuneração, integral ou proporcional, durante o restante da vida do agente. Em certos casos previstos em lei a aposentadoria pode ser interrompida e até mesmo cassada como espécie de penalidade disciplinar.

A transferência foi revogada pela lei n. 9.527/97

REMUNERAÇÃO REMUNERAÇÃO = vencimento + vantagens.

A) REMUNERAÇÃO OU VENCIMENTOS: é a remuneração paga por um salário base (vencimento), acrescido das vantagens (gratificações e adicionais).

40 Lei n. 8.112/90, art. 33.

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VANTAGENS

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais. § 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. § 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.

1. INDENIZAÇÕES: são compensações ao agente público, em razão de despesas especiais. São: a) ajuda de custo, b) diárias, c) indenização de transporte e d) auxílio-transporte.

2. GRATIFICAÇÕES: são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente aos servidores que estão prestando serviços comuns da função em condições anormais de segurança, salubridade ou onerosidade (gratificação de serviço), ou concedidas como ajuda aos servidores que reúnam as condições pessoais que a lei especifica (gratificações especiais). 41

3. ADICIONAIS: são vantagens pecuniárias que a Administração concede aos servidores em razão do tempo de exercício (adicional de tempo de serviço) ou em face da natureza peculiar da função, que exige conhecimentos especializados ou um regime próprio de trabalho (adicionais de função). 42

OBS: as indenizações, em nenhuma hipótese, integram o conceito de remuneração, já os adicionais e as gratificações podem, ou não, fazer parte da remuneração. São remuneração as vantagens que forem permanentes. 43

REGIME DISCIPLINAR

CONCEITO: o regime disciplinar a que estão submetidos os servidores públicos federais está tratado nos arts. 116 a 142 da Lei n. 8.112/90. Esses artigos versam os deveres, as proibições, as penalidades e as responsabilidades dos servidores referentes ao exercício de seus cargos. 44

PRESCRIÇÃO: os prazos de prescrição previstos na lei n. 8.112/90, começam a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

PENALIDADE PRAZO 1. Demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição do cargo em comissão.

5 anos

2. Suspensão 2 anos 3. Advertência 180 dias

RESPONSABILIDADES E PENALIDADES

41 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.462. 42 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.457. 43 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p. 259. 44 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.283.

RESPONSABILIDADE: é o dever jurídico, imposto a cada um, de responder por ação ou omissão, que acarrete prejuízo a outrem, pode resultar em sanção civil, criminal e administrativa.

PENALIDADES ADMINISTRATIVAS: são as conseqüências pelos atos lesivos a outrem, que variam conforme a conduta, as penalidades administrativas são: advertência, repreensão, suspensão, multa, destituição de cargo em comissão, destituição de função de comissionada, demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade. 45

A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 46 A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 47

6. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

RESPONSABILIDADE OBJETIVA: as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos dolo ou culpa. 48

A) TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO: o Estado só responde por prejuízos que tiver ocasionado a terceiros, podendo ter sua responsabilidade afastada nas hipóteses em que o dano foi causado por eventos da natureza, pelo homem ou por culpa exclusiva da vítima. 49

B) TEORIA DO RISCO INTEGRAL: segundo esta teoria, basta a existência do evento danoso e do nexo causal para que surja a obrigação de indenizar para a Administração, mesmo que o dano decorra de culpa exclusiva do particular. 50

AÇÃO DE REGRESSO: exigem-se dois requisitos: primeiro, que a Administração já tenha sido condenada a indenizar a vítima do dano sofrido; segundo, que se comprove a culpa do funcionário no evento danoso. 51

ESQUEMA (RESPONSABILIDADE CIVIL)

MODALIDADE DEFINIÇÃO SUBJETIVA Depende de culpa do agente (agente) OBJETIVA Ligada ao nexo causal (Estado)

RISCO

ADMINISTRATIVO O Estado deve indenizar se deu

causa, salvo: caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vítima.

RISCO INTEGRAL O Estado deve indenizar mesmo sem responsabilidade

45 Lei. 8. 112/90, art. 127 46 Lei n. 8.112/90, art. 126. 47 Código Civil, art. 935. 48 CRFB/88, art. 37, §6º. 49 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.267. 50 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.531. 51 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.628.

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A responsabilidade pelos danos causados por atos de terceiros ou fenômenos da natureza é do tipo subjetiva, não estando contemplada na Teoria do Risco Administrativo prescrito no referido dispositivo constitucional. Nessas hipóteses, há necessidade de comprovação de omissão culposa - imprudência, imperícia ou negligência - da Administração, para que fique configurada a obrigatoriedade de indenização estatal. 52

7. SERVIÇOS PÚBLICOS

CONCEITO: é o serviço prestado pela Administração Pública ou por particulares por delegação.

SERVIÇO ADEQUADO é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade nas tarifas. 53

MACETE Caio CESAR MG: continuidade, cortesia na sua prestação, eficiência, segurança, atualidade, regularidade, modicidade nas tarifas e generalidade.

CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

1) SERVIÇOS PÚBLICOS PROPRIAMENTE DITOS (ESSENCIAIS): é o prestado diretamente pela Administração Pública, em razão da necessidade para a sobrevivência da coletividade ou do Estado. Exemplo: defesa nacional.

2) SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA (ÚTEIS): é o prestado

pela Administração Pública ou por particulares, por permissão, concessão ou autorização, pois é serviço conveniente à coletividade. Exemplo: transporte coletivo.

3) SERVIÇOS “UTI UNIVERSI” OU GERAIS: são aqueles que a Administração preta sem ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu todo, como os de polícia, iluminação pública, calçamento e outros dessa espécie. 54

4) SERVIÇOS “UTI SINGULI” OU INDIVIDUAIS: são os que têm usuários determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário, como ocorre com o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares. 55

MODOS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

SERVIÇO CENTRALIZADO: é o prestado pelos próprios órgãos da Administração Pública.

SERVIÇOS DESCENTRALIZADOS: é o prestado por outorga

ou delegação, a autarquias, fundações, empresas estatais, empresas privadas ou particulares.

A) OUTORGA: ocorre quando é criada entidade pelo Estado, por meio de lei para execução de serviço público ou de utilidade pública, transfere-se a titularidade e a execução do serviço público.

52 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p. 256. 53 Lei n. 8.987/95, art. 6º, §1º. 54 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.319. 55 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.319.

B) DELEGAÇÃO: ocorre quando o Estado, por meio de contrato ou ato transfere serviço público, transfere-se a execução do serviço público, a titularidade continua sendo do Estado.

MODALIDADES DE DELEGAÇÃO

CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: é a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. 56

EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

A) ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL (REVERSÃO): corresponde ao término regular do contrato por haver sido atingido o prazo de sua duração. 57

B) ENCAMPAÇÃO: esta causa de extinção da concessão verifica-se na hipótese de interesse público superveniente à concessão tornar mais conveniente a prestação do serviço pelo próprio Poder Público, diretamente. 58

C) CADUCIDADE: extingue-se a concessão por caducidade sempre que houver inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da concessionária. 59

D) RESCISÃO: essa forma de extinção é levada a efeito por iniciativa do concessionário, sendo, entretanto, necessária a propositura de ação judicial. 60

E) ANULAÇÃO: por meio da qual o ajuste é encerrado durante sua vigência por razões de ilegalidade. 61

F) FALÊNCIA: o legislador relaciona a falência ou a extinção da empresa concessionária ou o falecimento ou a incapacidade do titular, no caso de empresa individual, como formas de extinção do contrato de concessão. 62

PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: Permissão, tecnicamente, corresponde a ato administrativo, unilateral portanto, discricionário, precário ou sem prazo determinado, pelo qual o Poder público transfere ao particular a execução e responsabilidade de serviço público, mediante remuneração (preço público ou tarifa) paga pelos usuários. 63 Exemplo: permissão para transporte coletivo.

AUTORIZAÇÃO: são aqueles que o Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente na sua execução por particular para atender a interesses coletivos instáveis ou emergência transitória. 64 Exemplo: exercício profissional de taxistas.

OBS: não é necessário licitação e celebração de contrato

56 art. 2º, II, da Lei n. 8.987/85. 57 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.452. 58 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.453. 59 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.453. 60 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.193. 61 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.194. 62 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.194. 63 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.130. 64 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.381.

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DESCONCENTRAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO: a desconcentração constitui-se em mera técnica administrativa que visa a tornar mais eficiente execução de determinada atribuição, uma vez que um órgão é especificamente designado para realizá-la. É possível termos prestação desconcentrada centralizada (realizada por órgãos específicos integrantes da Administração Direta) ou prestação desconcentrada descentralizada (quando o serviço é realizado por setores ou departamentos, especificamente criados para esse fim, integrantes da estrutura de uma entidade da Administração Indireta). 65

REMUNERAÇÃO: Quando prestado diretamente pelo Poder Público, o serviço é remunerado pelo usuário mediante taxa (espécie do gênero tributo). Mas, quando prestado pelo concessionário, a remuneração decorre do pagamento de preço público ou tarifa. 66

TERCEIRO SETOR

CONCEITO: o denominado terceiro setor é composto por particulares, portanto pessoas jurídicas de direito privado, que não integram a estrutura da Administração Pública, mas que com ela mantêm, por razões diversas e por meio de formas diferenciadas, parcerias com o intuito de preservar o interesse público. 67

1. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS 1. instituídos por lei com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos. 2. ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais. 3. autorização legal para arrecadar e utilizarem contribuições parafiscais, quando não subsidiadas diretamente por recursos orçamentários da entidade que as criou. 4. administração e patrimônio próprios. Ex.: SESI, SENAI e SESC. 5. seus empregados estão sujeitos a legislação trabalhista em toda sua plenitude, sendo equiparados a funcionários públicos para fins penais.

2. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 1. a lei n. 9.637/98 autorizou o poder executivo a qualificar as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos como organizações sociais. 2. destinação de recursos orçamentários. 3. destinação de bens (por meio de permissão de uso). 4. destinação de servidores. 5. possibilidade de serem elas contratadas por dispensa de licitação. 6. celebração de contrato de gestão.

3. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE COLETIVO (OSCIP)

1. instituída a parceria pela lei n. 9.790/99 com pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos. 2. requerimento para formalização perante o Ministério da Justiça. 3. formalização por termo de parceria.

65 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.446. 66 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.129. 67 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.161.

8. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

CONCEITO: o poder administrativo é sinônimo de dever, em razão da função desempenhada.

ABUSO DE PODER: 1. excesso de poder e 2. desvio de finalidade.

MODALIDADES

A) PODER VINCULADO: é aquele em que à Administração Pública fica totalmente presa ao enunciado da lei.

B) PODER DISCRICIONÁRIO: é aquele conferido à Administração, para a prática de certos atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.

C) PODER HIERÁRQUICO: é o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal. 68 Por isso, existe a possibilidade de delegação e avocação de tarefas.

D) PODER DISCIPLINAR: é conferido à Administração para aplicar sanções de caráter funcional, as pessoas no exercício da função administrativa.

E) PODER NORMATIVO: é o poder atribuído aos Chefes do Poder Executivo para expedir decretos ou regulamentos para dar fiel execução à lei.

DECRETOS AUTÔNOMOS: a partir da EC 32/2001, passou a existir autorização expressa na Constituição (art. 84, VI) para que o Presidente da República disponha sobre organização e funcionamento da Administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e proceda à extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, diretamente mediante decreto. 69

F) PODER DE POLÍCIA: é aquele de que dispõe a Administração para restringir atividades e direitos de particulares visando atender os interesses da coletividade.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA

A) DISCRICIONARIEDADE: livre escolha de usá-lo ou não, dentro de um juízo de conveniência e oportunidade.

B) AUTO-EXECUTORIEDADE: não precisa do Poder Judiciário para sua execução, salvo no caso de execução de multas não pagas.

C) COERCITIBILIDADE: pode utilizar-se à Administração de força para o cumprimento de seus atos.

D) ATIVIDADE NEGATIVA: impõe uma abstenção aos particulares, ou seja, determina um não fazer.

68 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.117. 69 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.155.

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MACETE CADA: coercitibilidade, auto-executoriedade, discricionariedade e atividade negativa.

MEIOS DE ATUAÇÃO

A) ALVARÁ: pode ser licença (definitivo e vinculado) ou autorização (precário e discricionário) para a prática de ato ou realização de atividade que necessita do policiamento administrativo.

B) FISCALIZAÇÃO: é meio de atuação do poder de polícia, no qual a Administração verifica a regular observância ao alvará concedido.

C) SANÇÕES: multa, interdição de atividade, fechamento de estabelecimento e outras.

LIMITES À DISCRICIONARIEDADE: razoabilidade e proporcionalidade.

9. ATOS ADMINISTRATIVOS

PRINCÍPIOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

A) AUTOTUTELA: é o dever que a Administração Pública tem de rever seus próprios atos, para anulá-los (ilegais) ou revoga-los (inconvenientes ou inoportunos).

B) MOTIVAÇÃO: é a exposição dos motivos do ato, que é

imperiosa no caso dos atos vinculados e facultativa nos atos discricionários.

REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

a) COMPETÊNCIA: é o poder atribuído a um determinado agente para o exercício de função específica.

DELEGAÇÃO: não podem ser objeto de delegação: 1. a edição de atos de caráter normativo; 2. a decisão de recursos administrativos e 3. as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. (art. 13, da Lei n. 9.784/99)

B) FINALIDADE: é a realização de ato visando o interesse da coletividade.

C) FORMA: é à maneira de exteriorização da vontade, em princípio todos os atos administrativos devem ser solenes, escritos e expressos, constituindo ressalvas as formas não solenes, orais e tácitas, cabíveis apenas em caso de urgência, de transitoriedade da manifestação da vontade ou de irrelevância do assunto para a Administração.

D) MOTIVO: é o pressuposto de fato e de direito que fundamenta o ato administrativo. Pressuposto de fato corresponde ao conjunto de situações que levam a Administração a praticar o ato, enquanto pressuposto de direito é o dispositivo legal no qual se baseia o ato. 70

E) OBJETO: corresponde ao efeito jurídico pretendido pelo ato (adquirir, resguardar direitos) e também decorre de

70 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.85.

expressa previsão legal. Para ser válido o ato deve possuir objeto lícito e moralmente aceito. 71

MACETE FICO MOFO: finalidade, competência, motivo, forma e objeto.

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

A) PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou espécie, nascem com a presunção de legitimidade, independentemente da norma legal que a estabeleça. [...] A presunção de legitimidade autoriza a imediata execução ou operatividade dos atos administrativos, mesmo que argüidos de vícios ou defeitos que os levem à invalidade. 72

B) AUTO-EXECUTORIEDADE: consiste na possibilidade de

certos atos administrativos poderem ser postos em execução pela própria Administração, sem necessidade de intervenção do Judiciário. 73

C) IMPERATIVIDADE: É o atributo pelo qual se faculta a Administração Pública, a coercitibilidade para o cumprimento ou execução dos atos administrativos por terceiros.

D) TIPICIDADE: é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. 74

MACETE PATI: presunção de legitimidade, auto-executoriedade, tipicidade e imperatividade.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

A) ATOS GERAIS: são os atos administrativos expedidos sem destinatários determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato em relação aos seus preceitos. 75

B) ATOS INDIVIDUAIS: são aqueles que se dirigem a um determinado destinatário (ou mais sujeitos certos), criando-lhes uma situação jurídica particular. Exemplo: licença.

C) INTERNOS: são atos administrativos destinados a produzir efeitos no âmbito das repartições públicas, destinados ao pessoal interno.

D) EXTERNOS OU DE EFEITOS EXTERNOS: são aqueles destinados a produzir efeitos fora da Administração Pública. Vale lembrar que tais atos só entram em vigor após sua publicação em órgão oficial (diário oficial) dado o interesse público no conhecimento de tais atos.

E) DE IMPÉRIO OU ATOS DE AUTORIDADE: são todos aqueles atos que a Administração pratica usando de sua

71 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.72. 72 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.154. 73 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.85. 74 DI PIETRO. Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2003, p.195. 75 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.159.

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supremacia sobre o administrado ou sobre o servidor, impondo-lhes atendimento obrigatório. 76

F) ATOS DE GESTÃO: são definidos como aqueles que a Administração pratica afastando-se das prerrogativas que normalmente utiliza para se equipara aos particulares com quem se relaciona. 77

G) ATOS DE EXPEDIENTE: são os que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito a ser proferida pela autoridade competente. São atos de rotina interna, sem caráter vinculante e sem forma especial, praticados geralmente por servidores subalternos, sem competência decisória. 78

H) VINCULADOS: é aquele em que a Administração Pública está totalmente preso ao enunciado da lei para sua realização.

I) DISCRICIONÁRIOS: é aquele em que a Administração Pública pode praticar escolhendo livremente o seu conteúdo, o seu destinatário, a sua conveniência, a sua oportunidade e o modo da sua realização.

J) SIMPLES: o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado.

K) COMPLEXO: são os atos que se formam pela conjugação de vontades de mais de um órgão administrativo.

L) COMPOSTO: são os que resultam da vontade única de um órgão, mas depende da ratificação por parte de outro, para se tornar exeqüível.

ESPÉCIE DE ATOS ADMINISTRATIVOS

A) ATOS NORMATIVOS: são aqueles que contém um comando geral do Executivo, objetivando a correta aplicação da lei, tendo como objetivo explicitar a norma legal a ser observada pela Administração e pelos administrados. 79 Exemplo: decreto, regulamento, instrução normativa, regimento, resolução e deliberação.

B) ATOS NEGOCIAIS: são aqueles que visam a concretização de negócios jurídicos públicos, de interesse da Administração e do próprio administrado, regidos pelo direito privado. Exemplo: licença e autorização, permissão.

C) ATOS ENUNCIATIVOS: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. Exemplo: certidão, atestado e parecer.

D) ATOS PUNITIVOS: são os que contém uma sanção imposta pela Administração a todos os que infringem normas ou disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos. Visam punir ou

76 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.161. 77 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.100. 78 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.162. 79 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.174.

reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos particulares ou mesmo dos servidores, perante a Administração. 80 Exemplo: multa, interdição administrativa e destruição de coisas.

E) ATOS ORDINATÓRIOS: São aqueles orientadores da conduta interna da Administração Pública. Exemplo: ordens de serviço, instruções, circulares e avisos.

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO QUEM PODE

ORDENAR Administração e

Judiciário Apenas

Administração MOTIVO Ilegalidade Conveniência e

oportunidade EFEITOS Ex tunc Ex nunc DIREITOS

ADQUIRIDOS Inexistem Prevalecem

PRESSUPOSTOS Processo administrativo

processo judicial

Processo administrativo

* Professor Márcio Fernando Elias Rosa

PRAZO DECADÊNCIAL: o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé (art. 5º, da Lei n. 9.784/99)

CASSAÇÃO: é quando o ato embora legítimo na sua origem e formação torna-se ilegal na sua execução. 81

CONVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: a doutrina firmou entendimento no sentido de que nem sempre é factível a convalidação do ato administrativo. Depende do tipo de vício, de que elemento do ato administrativo foi praticado com vício. 82

A) COMPETÊNCIA: o ato administrativo com vício de incompetência em razão do sujeito admite convalidação, podendo a autoridade competente ratificar o ato praticado pelo sujeito incompetente, desde que não se trate de competência outorgada com exclusividade, caso em que se exclui a possibilidade de delegação ou avocação. O ato praticado com vício de incompetência em razão da matéria não admite convalidação 83

B) FINALIDADE E MOTIVO: obviamente, quando o vício incidir sobre um desses elementos, não há que se falar em convalidação do ato. 84

C) OBJETO: o objeto ilegal também não pode ser objeto de convalidação. Se o objeto de uma permissão é ilegal, esta não poderá ser convalidada. 85

80 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.195. 81 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.190. 82 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4385 83 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4385 84 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4386 85 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4386

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D) FORMA: o vício de forma pode ser objeto de convalidação, desde que ela não seja essencial à validade do ato. 86

10. LICITAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO: licitação é o procedimento administrativo no qual Administração Pública seleciona a melhor proposta.

NORMA GERAL: Lei n. 8.666/93

SERVIÇOS PÚBLICOS: incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 87

PRINCÍPIOS A) PROCEDIMENTO FORMAL: o procedimento licitatório é formal, para preservar os interesses da coletividade. B) VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO: O instrumento convocatório pode ser o edital ou a carta-convite, que são denominados “lei interna da licitação” e devem ser observados tanto pela Administração como pelos licitantes. C) PUBLICIDADE: a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. 88 D) ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA AO VENCEDOR: não existe para o vencedor direito à contratação, mas em caso de celebração de contrato a Administração, deve contratar com o vencedor do certame. E) COMPETITIVIDADE: é vedada a colocação pela Administração de cláusula que prejudique a competição.

OBRIGATORIEDADE DE LICITAÇÃO: ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 89

DESNECESSIDADE DE LICITAÇÃO

A) INEXIGIBILIDADE: é caracterizada quando há impossibilidade jurídica de competição, em razão da existência de fornecedor exclusivo, contratação de serviços técnicos profissionais especializados, e para a contratação de artistas consagrados pela crítica ou pelo opinião pública.

B) DISPENSA: é caracterizada quando existe viabilidade jurídica de competição, mas a lei autoriza ou determina a celebração direta do contrato.

• LICITAÇÃO DISPENSÁVEL: depende de um juízo de oportunidade e conveniência da Administração, com as hipóteses estão enumeradas taxativamente no art. 24, da Lei n. 8.666/93.

86 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2005, p.4386 87 CRFB/88, art. 175, caput. 88 Lei n. 8.666/93, art. 4º, §3º. 89 CRFB/88, art. 37, XXI.

• LICITAÇÃO DISPENSADA: não há discricionariedade no ato da Administração, as hipóteses estão arroladas no art. 17, I e II, da Lei nº 8.666/93.

LICITAÇÃO COMPETITIVIDADE Dispensa Há possibilidade de competição

Inexigibilidade Não há possibilidade de competição

A dispensa e a inexigibilidade necessitam de justificativa, e devem dentro de três dias serem comunicadas as autoridades superiores, para ratificação e publicação na imprensa oficial. 90

PROCEDIMENTO DA LICITAÇÃO

1º AUDIÊNCIA: audiência pública (valor superior a R$ 150.000.000,00 - cento e cinqüenta milhões)

2º CONVOCAÇÃO: é utilizado o edital que é o instrumento de informação da existência do certame, no qual se divulga as regras da licitação, na modalidade convite à divulgação é realizada por meio de carta-convite.

MODALIDADE PRAZO DE PUBLICAÇÃO DO EDITAL Concorrências Mínimo 45 ou 30 dias

Tomada de preços Mínimo 30 ou 15 dias Leilão Mínimo 15 dias

Concursos Mínimo 45 dias

OBS: No caso da modalidade convite, a carta-convite deve ser afixada no mínimo 5 dias úteis, em local apropriado, para o pregão o prazo do edital é de no mínimo 8 dias úteis, contados a partir da publicação do aviso.

IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA: para qualquer cidadão o prazo é de 5 dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, já para o licitante o prazo de 2 dias úteis (art. 41, §1º e §2º, da Lei n. 8.666/93).

3º HABILITAÇÃO: é a fase do procedimento em que a Administração verifica a aptidão do candidato para a futura contratação. 91

4º JULGAMENTO: ultrapassada a fase de habilitação, os licitantes inabilitados estarão automaticamente excluídos da licitação, que ficará restrita àqueles que foram habilitados na fase anterior, os quais terão os envelopes contendo as propostas comerciais abertos e analisado”. 92

5º HOMOLOGAÇÃO: ato em que o Poder Público tratará de ratificar, de confirmar, ou não, a legalidade de todos os atos até então praticados, o que será feito por autoridade superior àquela que comandou todo o procedimento até aquele momento. 93

6º ADJUDICAÇÃO: O licitante que teve a sua proposta acolhida como a vencedora (seja em razão do preço, da técnica, da técnica e preço, ou do lance) terá direito ao futuro contrato. 94

90 Lei n. 8.666/93, art. 26, caput. 91 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.147. 92 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.209. 93 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.211. 94 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.101.

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OBS: decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos. 95

TIPOS DE LICITAÇÃO

1) MENOR PREÇO: nesse tipo o vencedor é o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertando o menor preço.

2) MELHOR TÉCNICA: nesse tipo de licitação, o vencedor

será o proponente que apresentar a melhor técnica, dentro das especificações e do preço negociado pela Administração, utilizada exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual (art. 46, caput da Lei nº 8.666/93). 96

3) TÉCNICA E PREÇO: nesse tipo de licitação, combinam-se esses dois fatores para escolha da proposta, sendo a classificação feita de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, tudo de acordo com os critérios estabelecidos no edital (art. 46, §2º a Lei nº 8.666/93). 97

4) MAIOR LANCE: nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso (art. 45, §1º, IV da Lei n. 8.666/93). Na classificação, a Administração dispõe, em ordem de preferência, a lista dos que atendem as condições do instrumento convocatório (art. 45, §3º n. 8.666/93). 98

MODALIDADES DE LICITAÇÃO: o artigo 22, da Lei n. 8.666/93, enumera cinco modalidades de licitação, são elas:

A) CONCORRÊNCIA: é a modalidade de licitação, própria para contratos de grande valor, em que se admite a participação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que satisfaçam as condições do edital, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, com ampla publicidade pelo órgão oficial e pela imprensa particular. 99

CONCORRÊNCIA ���� universalidade, ampla publicidade, habilitação preliminar, julgamento por comissão, para obras e serviços de engenharia valores acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e para compras e outros serviços valores acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais), podendo ser utilizada no lugar das demais modalidades.

B) TOMADA DE PREÇOS: é a licitação realizada entre interessados previamente registrados, observada a necessária habilitação, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em jornal particular, contendo as informações essenciais da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. 100 TOMADA DE PREÇOS ���� valor menor que a concorrência, registro cadastral (CRC) ou cadastro até o terceiro dia

95 Lei n. 8.666/93, art. 64, §3º. 96 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.150. 97 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.150. 98 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.150. 99 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.300. 100 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.306.

anterior à data do recebimento das propostas, para obras e serviços de engenharia valores acima de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e para compras e outros serviços valores acima de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

C) CONVITE: é a modalidade de licitação, para compras de pequeno valor, entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados, mediante solicitação escrita, em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

Da decisão que julga a proposta dos licitantes na modalidade convite, cabe recurso hierárquico no prazo de 2 dias.

CONVITE ���� não há publicação de edital os valores para obras e serviços de engenharia são de até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) e no caso de compras e outros serviços valores de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

D) CONCURSO: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, predominantemente de criação intelectual, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores (nunca se oferece preço), conforme critérios constantes de edital publicado na impressa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

O Julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não. 101

CONCURSO ���� não existe direito de contratação, a execução do projeto escolhido será objeto de novo certame.

E) LEILÃO: é espécie de licitação utilizável na venda de bens móveis e semoventes (arts. 22, §5º, e 53) e, em casos especiais, também de imóveis (art. 19, III). 102 Exemplo: produtos legalmente apreendidos, abandonados nas alfândegas ou áreas alfandegadas ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. LEILÃO ���� não há necessidade de habilitação prévia, exige-se avaliação dos bens e publicação do edital, o pagamento deve ser à vista, admitindo-se o pagamento de percentual estabelecido no edital, não inferior a 5%.

101 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.422 102 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.308.

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PREGÃO: a União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem adotar a modalidade denominada “pregão” para a aquisição de bens e serviços comuns, assim compreendidos “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado” (Lei n. 10.520, de 17-7-2002). A Lei n. 8.666/93 é aplicável subsidiariamente para as contratações realizadas com o emprego da modalidade (art. 9º), sendo obrigatória o critério do menor preço no julgamento das propostas (art. 4º, X). O pregão tem procedimento distinto das demais modalidades, sendo realizado em duas fases distintas. 103

BENS E SERVIÇOS COMUNS: O que caracteriza os bens e serviços comuns é a padronização, ou seja, a possibilidade de substituição de uns por outros com o mesmo padrão de qualidade e eficiência. 104 Exemplo: material de escritório.

PROCEDIMENTO DO PREGÃO

A) FASE PREPARATÓRIA: nesta fase ocorre a motivação da necessidade do certame pela autoridade competente, definição do objeto, orçamento (considerando os preços do mercado), designação do pregoeiro e da equipe de apoio (todos devem ser servidores ou empregados públicos, de preferência do quadro permanente).

B) FASE EXTERNA: nesta fase os interessados são

convocados, através de publicação no Diário Oficial, jornais de grande circulação local e facultativamente meios eletrônicos, apresentação das propostas, abertura das propostas, o critério de julgamento é o menor preço, no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos até a proclamação do vencedor (art. 4º, VIII). Por fim, não havendo pelo menos três ofertas nas condições definidas anteriormente, poderão os autores das três melhores propostas oferecer novos lances verbais e sucessivos até a proclamação do vencedor (art. 4º, IX). Encerrada a etapa de competição entre as propostas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante responsável pela proposta vencedora, para a verificação do atendimento das condições fixadas e da documentação exigida no edital (art. 4º, XII). 105 Em seguida será aberto o envelope da habilitação, não estando o vencedor habilitado, será analisado o documento do segundo colocado, não estando este habilitado do terceiro e assim sucessivamente.

PREGÃO ���� para aquisição de bens ou serviços comuns, sempre do tipo menor preço.

CRIMES NA LICITAÇÃO ���� os tipos estão relacionados do artigo 89 ao artigo 99, da Lei n. 8.666/93 e a ação penal é pública incondicionada.

103 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.95. 104 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.311. 105 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.215.

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO FUNDAMENTO Ilegalidade a) razões de interesse

público, decorrente de fato superveniente

devidamente comprovado e b) não

sendo assinado o contrato no prazo e condições do edital

QUEM PODE Judiciário e Administração

Administração

INDENIZAÇÃO Não gera obrigação de

indenizar

Gera o dever de indenizar para os que

provarem prejuízo

11. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

CONCEITO: todos aqueles ajustes celebrados pela Administração Pública por meio de regras previamente estipuladas por ela, sob um regime de direito público, visando à preservação dos interesses da coletividade. 106

NATUREZA JURÍDICA: o contrato administrativo tem natureza jurídica de contrato de adesão.

Princípios ���� supremacia do interesse público, continuidade do serviço público e mutabilidade do contrato administrativo.

CARACTERÍSTICAS A) CONSENSUAL: porque é um acordo de vontades e não ato unilateral e impositivo da Administração Pública. B) FORMAL: porque é exteriorizado em regra por escrito, salvo nas pequenas compras de pronto pagamento, que são as de valor não superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais) admite-se a forma verbal. C) ONEROSO: por ser o contratado remunerado pela Administração Púbica. D) COMUTATIVO: porque estabelece compensações recíprocas e equivalentes para as partes. 107 E) PESSOAL: porque deve ser executado pelo próprio contratado, vedadas em princípio, a sua substituição por outrem ou a transferência do ajuste. 108

FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

A) INSTRUMENTO: pode ser por termo de contrato, carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

B) CLÁUSULAS: são as regulamentares (as referentes ao objeto, forma de execução, rescisão, responsabilidade das partes); outras constituem as cláusulas financeiras (preços e critérios de reajustamento).

C) GARANTIAS: são escolhidas pelo contratado, desde que prevista no edital, podendo ser caução (em dinheiro ou títulos da dívida pública); seguro-garantia (apólice de

106 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.235. 107 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.206. 108 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.206.

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seguro que obrigue a segurada a executar o contrato ou à indenização, também conhecida por performance bond); fiança bancária (garantia fidejussória). O limite da garantia será de 5% do valor do contrato, salvo se se referir a obras, serviço e fornecimento de grande vulto, quando será de até 10% do valor do contrato. 109

D) PUBLICAÇÃO: a publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvados o disposto no art. 26 desta Lei. 110

CLÁUSULAS EXORBITANTES

A) ALTERAÇÃO UNILATERAL: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei. 111

A alteração somente pode atingir as cláusulas regulamentares ou de serviço, já as cláusulas econômico-financeiras ou monetárias não podem ser alteradas sem a concordância prévia do contratado.

B) RESCISÃO UNILATERAL: é a prerrogativa que tem a Administração, para extinguir de maneira unilateral a relação contratual, em razão da supremacia do interesse público sobre o particular, conforme o rol do artigo 78, da Lei n. 8.666/93. Exemplo: inadimplemento de cláusulas contratuais.

Rescisão com culpa���� o contratado deve arcar com os prejuízos causados. Rescisão sem culpa���� o contratado não precisa indenizar, em razão da teoria da imprevisão.

C) RESTRIÇÃO À APLICAÇÃO DA EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO

CUMPRIDO: em razão dos princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da continuidade do serviço público, não há paralisação do contrato administrativo com base na exceptio no adimpleti contractus, mas admite-se a exceção do contrato não cumprido no caso em que a inadimplência da Administração cria encargo insuportável ao contratado, como ocorre no atraso superior a 90 (dias) dos pagamentos devidos pela Administração, salvo calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, podendo o contratado optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até a normalização da situação de anormalidade (art. 78, XV, da Lei n. 8.666/93).

APLICAÇÃO DAS PENALIDADES CONTRATUAIS

A Administração pode aplicar sem a intervenção do Judiciário, as seguintes sanções administrativas: advertência, multa, rescisão unilateral do contrato,

109 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.104. 110 Lei n. 8.666/93, art. 61, parágrafo único. 111 Lei n. 8.666/93, art. 65, I.

suspensão temporária de participação em licitação, impedimento de contratar com a Administração Pública e declaração de inidoneidade. 112

A) MULTA: é a sanção pecuniária que será descontada da garantia ofertada, quando existente. Não havendo garantia, ou sendo superior ao seu valor, poderá a Administração cobrá-la judicialmente. Ela deve ser fixada no instrumento convocatório. 113

B) SUSPENSÃO TEMPORÁRIA: importa a proibição de o contratante participar de licitação ou de vir a ser contratado por prazo não superior a dois anos. Depende de regular processo de apuração da responsabilidade administrativa pela inexecução contratual e fica restrita ao âmbito do órgão contratante. Pode ser aplicada conjuntamente com a advertência e multa. 114

C) DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE: a sanção administrativa mais gravosa é estendida a todos os órgãos e entidades da Administração que a impôs. É imposta, ao contrário das demais, pelos ministros de Estado, secretários estaduais ou municipais, ou como dispuser a lei local. 115

EXECUÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

A) DIREITOS E OBRIGAÇÕES DAS PARTES • DIREITOS DA ADMINISTRAÇÃO: o principal direito da

Administração é o de exercer suas prerrogativas, além da obtenção do objeto do contrato.

• DIREITOS DO CONTRATADO: já o principal direito do contratado é o de receber o preço (contratos de colaboração) ou a prestação devida pela Administração (contratos de atribuição). 116

• OBRIGAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO: as obrigações da Administração resumem-se, geralmente, ao pagamento do preço ajustado (contratos de colaboração) ou prestação do objeto contratual (contratos de atribuição). 117

• OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO: existem as seguintes obrigações: execução pessoal (cabe subcontratação se admitida pela Administração), encargos de execução (trabalhistas e fiscais).

B) ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO DO CONTRATO: consiste na fiscalização realizada por agente designado, que representa à Administração Pública.

C) RECEBIMENTO DO OBJETO: que pode ser provisório ou definitivo, nos termos do art. 73 a art. 76, da Lei n. 8.666/93.

D) EXTINÇÃO DO CONTRATO: A cessão do vínculo obrigacional entre as partes, ou seja, a extinção do contrato dá-se pelo cumprimento integral do avençado ou pelo seu rompimento, através da rescisão ou anulação. 118

E) PRORROGAÇÃO DE CONTRATO: A prorrogação dos contratos administrativos somente pode ocorrer nas hipóteses legalmente previstas (art. 57, §1º), devendo ser justificada e previamente autorizada pela autoridade para

112 Lei n. 8.666/93, art. 87. 113 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.107. 114 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.107. 115 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.108. 116 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.220. 117 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.220. 118 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.222.

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celebrar o contrato (art. 57, §2º). 119 Exemplo: alteração do projeto ou especificações, pela Administração.

F) RENOVAÇÃO DO CONTRATO: é a inovação no todo ou em parte do ajuste, mantido, porém, seu objeto inicial. A sua finalidade é a manutenção da continuidade do serviço público, pelo quê admite a recontratação direta do atual contratado, desde que as circunstâncias a justifiquem e permitam seu enquadramento numa das hipóteses legais de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como ocorre, p.ex., quando o contrato original se extingue faltando pequena parte da obra, serviço ou fornecimento para concluir, ou quando surge durante a execução a necessidade de uma ampliação não prevista, mas facilmente executável com o pessoal e equipamento já em atividade. Normalmente, entretanto, a renovação do contrato é feita através de nova licitação, com observância de todas as formalidades legais. Nesse caso é vedado o estabelecimento no edital de cláusulas que favoreçam o atual contratado em detrimento dos demais concorrentes, salvo as que prevejam sua indenização por equipamentos ou benfeitorias a serem usados pelo futuro contratado. 120

PRAZO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

O prazo contratual é, via de regra, coincidente com a vigência do crédito orçamentário, que é idêntica ao ano civil (Lei n. 4.320/64, art. 34), salvo se celebrado o negócio no último quadrimestre (CF, art. 167, §2º). Excepcionam a regra, ainda, os projetos contemplados no plano plurianual; os serviços prestados de forma contínua; o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática. Para a Lei n. 8.666/93, não deve haver contrato sem prazo definido (art. 57, §3º). 121

PRORROGAÇÃO ���� é excepcional realizada, nos termos do contrato e realizada através de termo de aditamento.

INEXECUÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO A) CULPOSA: a inexecução doloso ou culposa

(decorrente de negligência, imprudência ou imperícia) leva à responsabilização. 122

B) SEM CULPA: há hipóteses em que se apresenta justificada a inexecução contratual: aplica-se a estas a chamada teoria da imprevisão, como causa justificadora da inexecução do contrato (força maior, fato do príncipe, fato da Administração e interferências imprevistas). 123 O que isenta do dever de indenizar.

• TEORIA DA IMPREVISÃO: a aplicação dessa teoria só terá lugar diante da caracterização do que se convencionou chamar de “álea extraordinária”. Oportuno registrar que a expressão álea representa os ricos que o particular enfrenta por ocasião de suas contratações com o Poder Público. Assim, a álea ordinária representa os riscos, os prejuízos normais decorrentes da má gestão do contrato, razão pela qual a sua caracterização não gera a possibilidade de

119 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.223. 120 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.229. 121 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.104. 122 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.110. 123 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.110.

aplicação da teoria para a revisão das cláusulas inicialmente fixadas. Por seu turno, a álea extraordinária representa os riscos, os prejuízos anormais resultantes da execução de um contrato, razão pela qual a sua caracterização gera a possibilidade de aplicação da teoria, modificando-se os termos iniciais do ajuste para o recomposição do equilíbrio inicial da equação econômico-financeira, ou seja, a relação de igualdade entre os encargos do contratado e a corresponde remuneração a que ele faz jus. 124

• CASO FORTUITO: evento decorrente da vontade do homem que repercute negativamente na execução do contrato, impondo, não por desejo das partes (em especial do contratado), obstáculo instransponível, que não pode ser evitado. Exemplos: greve, paralisação de trabalhadores, rebeliões, conturbações sociais etc. 125

• FORÇA MAIOR: evento decorrente da força da natureza que, por ausência de qualquer intenção das partes, impõe obstáculo à execução regular do contrato, sem que possa ser evitado. Exemplos: enchentes, inundações, tufões, vendavais etc. 126

• FATO DO PRÍNCIPE: refere-se a uma situação imprevisível e posterior à celebração do contrato, impedindo ou dificultando, sobremaneira, a sua execução, criada pelo Poder Público, que incide sobre todos os contratos por eles celebrados, autorizando a revisão das cláusulas inicialmente pactuadas. 127

• FATO DA ADMINISTRAÇÃO: é toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda ou impede sua execução [...] p.ex., quando a Administração deixa de entregar o local da obra ou serviço, ou não providencia as desapropriações necessárias, ou atrasa os pagamentos por longo tempo. 128

• INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS: são ocorrências materiais não cogitadas pelas partes na celebração do contrato, mas que surgem na sua execução de modo surpreendente e excepcional, dificultando e onerando extraordinariamente o prosseguimento e a conclusão dos trabalhos.129 Exemplo: terreno rochoso.

REVISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

CONCEITO: busca-se o equilíbrio econômico ou

financeiro do contrato, contenha este ou não cláusula de reajuste, o corre em dois casos: a) em virtude da superveniência de fatos novos e imprevisíveis ou b) por interesse da própria Administração Pública. Exemplo: exigência de novos processos técnicos e aumentos de encargos ajustados.

RESCISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

A) RESCISÃO ADMINISTRATIVA: nesse caso, a rescisão é efetivada por ato próprio e unilateral da Administração. Podemos, para fins didáticos, dividir esse tipo de rescisão em duas modalidades, de acordo com o motivo que a

124 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.252. 125 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.111. 126 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.111. 127 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.253. 128 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.233. 129 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.234.

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inspira: por inadimplência do contrato, com ou sem culpa, ou por interesse do serviço público. 130

B) RESCISÃO JUDICIAL: A rescisão judicial normalmente é requerida pelo contratado, quando do inadimplemento pela Administração, já que ele não pode paralisar a execução do contrato, nem rescindir o contrato unilateralmente. A lei nº 8.666/93 admite cinco casos para o pedido de rescisão pelo contratado (art. 78, XIII a XVII). 131

Nulidade do contrato administrativo ���� a nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que já houver executado. 132

CONTRATO DE CONCESSÃO: é ajuste pelo qual a

Administração delega ao particular a execução remunerada de serviço ou de obra pública ou lhe cede o uso de um bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais. 133 No caso das concessões a única modalidade de licitação permitida é a concorrência.

12. BENS PÚBLICOS

CONCEITO: bens públicos são todos os bens que

pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público, isto é, União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de Direito Público. 134 Podem ser: a) bens de uso comum do povo, b) bens de uso especial e c) bens dominicais.

CLASSIFICAÇÃO

1. QUANTO À TITULARIDADE: a) federais (art. 20, da CF),

b) estaduais (art. 26, da CF) e c) municipais. 2. QUANTO À DESTINAÇÃO: A) BENS DE USO COMUM DO POVO: são os que se destinam

à utilização geral pela coletividade (por exemplo, mares, rios, estradas, ruas e praças). 135

B) BENS DE USO ESPECIAL: são os que se destinam especificamente à execução dos serviços públicos [...] Tais bens, como têm uma finalidade pública permanente, são também chamados bens patrimoniais indisponíveis. 136

C) BENS DOMINICAIS: são os bens que, embora constituam o patrimônio público, não possuem uma destinação pública determinada ou um fim administrativo específico, por isso mesmo são denominados bens patrimoniais disponíveis (por exemplo, as terras sem destinação pública específica, os prédios públicos desativados e os móveis inservíveis). 137

AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO

130 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.226. 131 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.226. 132 Lei n. 8.666/93, art. 59, parágrafo único. 133 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.251. 134 MELLO. Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2000, p.727 135 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.614. 136 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.488. 137 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.614.

BENS CARACTERÍSTICA De uso comum do povo Afetado

De uso especial Afetado Dominicais Desafetado

A) AFETAÇÃO: o bem afetado é utilizado para um fim

público determinado. B) DESAFETAÇÃO: o bem desafetado não está sendo

usado para qualquer fim público, tais bem podem ser alienados.

OBS: Os bens públicos possuem as seguintes

características: inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade e não-oneração.

12. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE: são

fundamentos para a intervenção do Estado na propriedade particular: a função social da propriedade e a prevalência do interesse público. 138

CLASSIFICAÇÃO

A) URBANA: a propriedade urbana cumpre a função

social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. 139

B) RURAL: a propriedade rural atende a função social

quando atende simultaneamente as exigências do artigo 186, da CRFB/88.

LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE

A) LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS: são limitações impostas por ato administrativo genérico, não destinado a propriedades determinadas, visando atender ao interesse público por meio de obrigação de não fazer (se a obrigação for de fazer tem-se a imposição de servidão). Atingem o caráter absoluto do direito de propriedade (o poder de usar, gozar e dispor da coisa). A limitação não acarreta o direito de indenização, salvo se indevida, ilegal, gerando a apuração da responsabilidade civil (e o conseqüente dever de indenizar o prejuízo causado). São exemplos as limitações de altura de edifícios, a metragem mínima de recuo para construções de imóveis, dentre outras. 140

B) OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA: é a forma de intervenção pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos.141 Exemplo: uso de escolas para eleição, campanhas de vacinação ou terrenos para depósito de materiais e equipamentos.

C) TOMBAMENTO: definido como meio de intervenção na propriedade que traz restrições quanto ao seu uso, tendo por objetivo a proteção do patrimônio histórico e artístico

138 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.564 139 CRFB/88, art. 182, §2º. 140 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.150. 141 ALEXANDRINO. Marcelo & Vicente Paula. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2006, p.570

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nacional. 142 O bem recebe a característica da imodificabilidade.

D) REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. 143

E) SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: as servidões

administrativas se caracterizam também como um meio de intervenção na propriedade que traz restrições quanto ao uso, sem perda da posse, traduzidas pela imposição de um ônus real para assegurar a realização e a conservação de obras e serviços [...] Surgem como exemplos de situações caracterizadoras de servidões administrativas a imposição compulsória pelo Poder Público da passagem de rede elétrica por uma ou por algumas propriedades determinadas, a passagem de uma rede de tubulação de água, gás ou petróleo. 144

PECULIARIDADES 1. Instituição: a) acordo administrativo; 2. Inscrição no Registro de Imóveis: por ser direito real de uso em favor do Estado e para produzir efeitos erga omnes.

F) DESAPROPRIAÇÃO: desapropriação ou expropriação é o procedimento administrativo pelo qual o estado (ou seus delegados) retira compulsoriamente a propriedade particular, por necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, mediante justa indenização. 145

CARACTERÍSTICAS DA DESAPROPRIAÇÃO

A desapropriação é forma originaria de aquisição da propriedade, porque não provém de nenhum título anterior, e, por isso, o bem expropriado torna-se insuscetível de reivindicação e libera-se de quaisquer ônus que sobre ele incidissem precedentemente, ficando os eventuais credores subrogados no preço. 146

MODALIDADES DE DESAPROPRIAÇÃO

A) DESAPROPRIAÇÃO ORDINÁRIA: é a denominada desapropriação ordinária, consideram-se os motivos de necessidade pública, utilidade pública e interesse social, mediante pagamento prévio, justo e em dinheiro.

COMPETÊNCIA: podem realizar a desapropriação ordinária: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios.

• NECESSIDADE PÚBLICA: decorrente de solução para problemas urgentes. 147

• UTILIDADE PÚBLICA: quando for conveniente ao interesse coletivo, embora não seja imprescindível. 148

• INTERESSE SOCIAL: melhor aproveitamento para solução de problemas sociais. 149

B) DESAPROPRIAÇÃO EXTRAORDINÁRIA: a indenização é mediante pagamento em títulos da dívida pública, resgatáveis em até 10 anos para imóveis urbanos e mediante pagamento em títulos da dívida agrária resgatável em até 20 anos para imóveis rurais, em razão do não

142 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.398. 143 CRFB/88, art. 5º, XXV. 144 SPITZCOVSKY. Celso. Direito Administrativo. São Paulo: EDJ, 2004, p.397. 145 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.585. 146 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.570. 147 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.586. 148 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.586. 149 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.586.

cumprimento da função social da propriedade. (interesse social)

COMPETÊNCIA: no caso de imóvel urbano os Municípios e no caso de imóvel rural a União.

1. DESAPROPRIAÇÃO RURAL: compete à União

desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo a sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 150

Em relação a indenização das benfeitorias úteis e necessárias deverá ser em dinheiro e não em títulos.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II – a propriedade produtiva.

2. DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA: a desapropriação que

tem por fundamento o art. 182, §4º, III da CF, e pode ser denominada de desapropriação urbanística, de competência exclusiva do município. 151

Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/01): visa assegurar a ocupação e exploração racional do solo e construções urbanas de modo que a propriedade cumpra a função social. Sendo necessário a intervenção pode ser através dos seguintes instrumentos: a) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; b) aplicação de IPTU progressivo; c) desapropriação.

3. DESAPROPRIAÇÃO CONFISCATÓRIA: as glebas de

qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 152

PROCEDIMENTO

O procedimento da desapropriação é denominado bifásico, em razão de realizar-se em duas fases: a fase declaratória e a executória.

1ª FASE (DECLARATÓRIA): com a indicação do bem, da necessidade, da utilidade pública ou do interesse social a ser alcançado, seja por lei ou decreto. 153

Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não impede a declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se

150 CRFB/88, art. 184, caput. 151 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.587. 152 CRFB/88, art. 243, caput. 153 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.153.

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incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada. (STF. Súmula n. 23)

2ª FASE (EXECUTÓRIA): com a estimativa da justa indenização e a consolidação da transferência do domínio para o Poder expropriante. 154

• INDENIZAÇÃO: é devida a indenização em dinheiro, salvo nos casos de desapropriação para fins de reforma agrária e desapropriação de bens que não atendam ao plano diretor.

A indenização somente abrange as benfeitorias necessárias, quando feitas após a declaração de utilidade pública ou de interesse social, e as úteis, quando o proprietário for autorizado pelo Poder Público; não são indenizáveis as benfeitorias voluptuárias feitas após a referida declaração.

• JUROS: são compensatórios e moratórios. A) COMPENSATÓRIOS: são aqueles que visam

compensar a perda de renda sofrida pelo proprietário do bem expropriado.

B) MORATÓRIOS: destinam-se a “recompor a perda

decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito”, sendo devidos à razão de até 6% ao ano, “a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito”, na forma ordenada pela Constituição Federal, art. 100 (Dec.-Lei n. 3.365/41, art. 15-B, com redação dada pela MP n. 2.183-56, de 24-8-2001). 155

A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios não constitui anatocismo vedado em lei. (STJ. Súmula n. 102)

DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA ���� é o esbulho cometido pela Administração Pública, em razão da ausência do ato declaratório da desapropriação, resulta em indenização.

“Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação, Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos”. (art. 35, do Decreto-Lei n. 3.365/41)

OBSERVAÇÕES

A) TREDESTINAÇÃO: A tresdestinação, para alguns “tredestinação”, corresponde ao desvio de finalidade havido na desapropriação. É evidenciada pelo não-uso do bem ou porque a destinação ulterior não corresponde à indicada no ato expropriatório. É fundamental que o destino não corresponda a nenhuma hipótese de necessidade ou utilidade pública, ou interesse social para que esteja configurada a tresdestinação. 156

154 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.153. 155 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.156. 156 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.159.

B) RETROCESSÃO: é a obrigação que se impõe ao expropriante de oferecer o bem expropriado, mediante a devolução do valor da indenização, quando não lhe der o destino declarado no ato expropriatório [...] Se o expropriante não cumprir essa obrigação, o direito do expropriado resolve-se em perdas e danos, uma vez que os incorporadores ao patrimônio público não são objeto de reivindicação (Dec.-Lei 3.365/41, art. 35) [...] em casos de desapropriação para implantação de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, não se dará outra utilização, nem haverá retrocessão. 157

C) ANULAÇÃO: como todo ato administrativo, o expropriatório está sujeito à invalidação pelo Judiciário [...] se falto de requisito (competência, forma, finalidade, motivo e objeto), o ato poderá ensejar a impetração de mandado de segurança ou ação popular (Lei n. 4.717/65, arts. 1º, 2º e 6º). O expropriado poderá valer-se, ainda, da ação direta” (Dec.-Lei n. 3.365/41, art. 20) para questionar judicialmente o ato ilegal. A intervenção do Ministério Público é obrigatória em todas as hipóteses. 158

13. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

CONCEITO: por improbidade administrativa entende-se o ato que afronta os princípios norteadores da atuação administrativa; é designativo da chamada corrupção administrativa ou, tecnicamente, fato jurídico decorrente de conduta humana, positiva ou negativa, de efeitos jurídicos involuntários. É ilícito político administrativo, que induz à aplicação de sanções de natureza extrapenal em processo judicial. 159

LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: é a Lei n. 8.429/92, que complementa o artigo 37, §4º, da CRFB/88, tipificando as condutas e impondo as sanções decorrentes da improbidade administrativa.

SUJEITOS DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

A) SUJEITO ATIVO: é o agente público e o particular beneficiado pelo ato.

“Os agentes políticos, como os Ministros de Estado, estão submetidos a um regime especial de responsabilidade, não se aplicando as regras comuns da lei de improbidade (STF. RECLAMÇÃO N. 2138 Rel. Min Nelson Jobim)”

B) SUJEITO PASSIVO: é o lesado.

TIPOS LEGAIS CONDUTA PREVISÃO LEGAL

a) enriquecimento ilícito art. 9º, da n. Lei 8.429/92 b) atos lesivos ao erário art. 10, da Lei n. 8.429/92 c) atos contrários aos princípios administrativos

art. 11, da Lei n. 8.429/92

157 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.592-593. 158 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.158-159. 159 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.214.

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SANÇÕES

SUPEREI: suspensão dos direitos políticos, perda da função, ressarcimento do erário e indisponibilidade dos bens.

COMPETÊNCIA: local do dano se houver ou do ato.

Não pode ser invocado o foro por prerrogativa na ação de improbidade, só é possível em procedimento penal. (ADI 2797/DF e ADI 2860/DF)

LEGITIMIDADE ATIVA: a legitimidade é concorrente e

disjuntiva do Ministério Público e da pessoa jurídica lesada. RITO: o juiz, antes de receber a inicial, deverá ordenar a

notificação do réu, para o oferecimento de manifestação, no prazo de quinze dias (a resposta escrita pode ser instruída com documentos) depois de decorrido o prazo, com ou sem resposta, o juiz terá o prazo de trinta dias para decidir se recebe ou não a petição inicial (da decisão caberá agravo de instrumento); recebida a inicial, o réu será citado para apresentar contestação; em qualquer fase, “reconhecida a inadequação da ação”, o juiz poderá extinguir o processo sem julgamento do mérito (art. 17, §§ 7º, 8º, 9º, 10 e 11). 160

PRESCRIÇÃO

A) AGENTE INVESTIDO POR MANDATO, CARGO EM COMISSÃO

OU FUNÇÃO DE CONFIANÇA: até 5 (cinco) anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou função de confiança. 161

B) AGENTE NO EXERCÍCIO DE CARGO OU EMPREGO EFETIVO: dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de cargo efetivo ou emprego. 162

C) RESSARCIMENTO DO DANO: é imprescritível a ação que vise o ressarcimento do erário público (art. 37, §5º, da CRFB/88).

14. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO: controle, em tema de Administração Pública,

é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, órgão ou autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro. 163

1. CONTROLE INTERNO: é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria Administração. A Constituição deixa claro que cada um dos Três Poderes manterá um sistema de controle interno; esse sistema deverá ser exercido de forma integrada entre os Poderes (art. 74 da CF). 164

A) CONTROLE ADMINISTRATIVO: é o exercido pela Administração Pública em aspectos de legalidade e mérito, com base na autotutela.

160 ROSA. Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2003, p.222. 161 Lei n. 8.429/92, art. 23, I. 162 Lei n. 8.429/92, art. 23, II. 163 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.627. 164 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.628.

MEIOS DE CONTROLE ADMINISTRATIVO

1. fiscalização hierárquica 2. supervisão ministerial 3. recurso administrativo: a) representação, b) reclamação, c) pedido de reconsideração, d) recurso hierárquico (próprio ou impróprio), e) revisão, f) coisa julgada administrativa e g) prescrição administrativa.

2. CONTROLE EXTERNO: quando o órgão fiscalizador

situa-se em Administração diversa daquela em que a conduta administrativa se originou. 165

A) CONTROLE LEGISLATIVO: é o exercido pelo Poder Legislativo através de meios como a CPI e o controle das contas.

B) CONTROLE JUDICIAL: é o exercido pelo Poder Judiciário. A competência do Judiciário para a revisão de atos administrativos restringe-se ao controle da legalidade e da legitimidade do ato impugnado. Por legalidade, entende-se a conformidade do ato com a norma que o rege; por legitimidade, entende-se a conformidade do ato com a moral administrativa e com o interesse coletivo (princípios da moralidade e finalidade), indissociáveis de toda a atividade pública. 166 O que é vedado ao Poder Judiciário é apreciar o mérito do ato administrativo.

15. PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL

(LEI N. 9.784/99)

ASPECTOS PRINCIPAIS

Princípios “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência” (art. 2º)

Motivação

“Os atos administrativos deverão ser motivados, com a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos, quando: I. neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II. imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III. decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV. dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V. decidam recursos administrativos; VI. decorram de reexame de ofício; VII. deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII. Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo” (art. 50)

15. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM JUÍZO

FAZENDA PÚBLICA: a expressão compreende União,

Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias, Fundações Públicas e órgão que tenham capacidade processual.

165 FREIRE. Elias Sampaio. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p.625. 166 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.589.

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PECULIARIDADES

SITUAÇÃO PRAZO Contestação Quádruplo

Recurso Dobro

PECULIARIDADES RESULTADO ações pessoais prescrição em 5 anos

ações reais prescrição em 10 ou 15 anos Interrupção uma única vez

Todos os direitos reservados. É vedada a reprodução total ou parcial desta apostila, sem a autorização do

autor, sob as penas da lei.

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QUESTÕES

FUNÇÃO ADMINISTRATIVA E PRINCÍPIOS

01) (Procurador da República) É lícito ao Poder Judiciário recusar-se a prestar informações a qualquer cidadão sobre os vencimentos dos Magistrados, sob argumentação de ser “matéria reservada”? a) Sim, porque a Constituição Federal ressalva do princípio da motivação as informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; b) Sim, porque o direito de receber informações dos órgãos públicos deve referir-se à esfera privatística do interesse particular; c) Não, porque o Poder Judiciário, como pessoa jurídica de direito público que é, está adstrito ao princípio da moralidade; d) Não, porque a Administração Pública direta ou indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados e dos Municípios, deve obedecer ao princípio da publicidade. 02) (Exame da OAB/SC) De acordo com a constituição, o princípio que exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição, rendimento funcional e com resultados positivos para o serviço público é: a) Finalidade. b) Legalidade.

c) Eficiência. d) Moralidade

03) (Magistratura do Trabalho 2ª Região) Nos termos da EC n. 19/98, a Administração pública indireta de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos seguintes princípios: a) discricionariedade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência; b) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência; c) legalidade, impessoalidade, representatividade, publicidade e eficiência; d) representatividade, discricionariedade, moralidade, publicidade e eficiência; e) legalidade, impessoalidade, representatividade, publicidade e eficiência. 04) (Exame da OAB/SC - adaptada) Os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência consagradas na vigente Constituição Federal do Brasil: a) devem ser obedecidos apenas pela administração direta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; b) não obrigam as fundações de direito público, mas somente as fundações de direito privado instituídas pelo poder público; c) não obrigam as empresas estatais nem as fundações de direito privado instituídas pelo poder público, mas somente as sociedades de economia mista; d) devem ser obedecidos pela administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 05) (Magistratura de Santa Catarina) Assinale a alternativa correta: Na administração particular é permitido fazer tudo o que a lei não proíbe, na administração pública é permitido fazer o que a lei autoriza, regra esta que compõe o princípio básico da: a) legalidade; b) impessoalidade; c) imperatividade;

d) moralidade; e) finalidade.

06) (Exame da OAB/SP) A Administração Pública tem o direito de modificar, unilateralmente, relações jurídicas estabelecidas, em face: a) da indisponibilidade dos interesses públicos; b) da supremacia do interesse público sobre o privado; c) do princípio da continuidade do serviço público; d) do princípio da legalidade. 07) (Analista de Compras – Recife) A finalidade, como elemento essencial de validade do ato administrativo, corresponde na prática e mais propriamente à observância do princípio fundamental de: a) economicidade. b) publicidade. c) legalidade.

d) moralidade. e) impessoalidade.

08) (Procurador da República) É dever do administrador público atuar segundo a lei, proibida sua atuação contra legem e extra legem. Esse princípio do Direito Administrativo se denomina: a) da restritividade ou legalidade estrita; b) da ultratividade; c) da moralidade; d) do condicionamento. 09) (Ministério Público de Goiás) Marque a alternativa falsa: a) Pelo princípio da impessoalidade entende-se que o ato administrativo é imputável ao órgão a que se vincula e não ao funcionário que o pratica; b) Pelo princípio da impessoalidade entende-se que o ato administrativo dirige-se à coletividade e não a pessoa determinada; c) As alternativas “a”e “b” estão corretas; d) Nenhuma alternativa é correta. 10) (Advogado de Balneário Piçarras) Recente Emenda Constitucional (n. 19), conhecida como da Reforma Administrativa, dispôs sobre os princípios da Administração Pública incluindo entre os anteriormente constitucionalizados a _____________: a) Eficiência; b) Impessoalidade c) Motivação;

d) Segurança Jurídica; e) Razoabilidade

11) (Advogado da União) Pela teoria do órgão, entende-se que a vontade da pessoa jurídica manifesta-se por meio dos agentes que compõe os órgãos de sua estrutura. Por essa teoria, a vinculação da vontade órgão e agente se dá mediante: a) representação; b) usurpação c) mandado;

d) delegação; e) imputação.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

12) (Exame da OAB/SC - adaptada) Relativamente ao Poder de Polícia, é CORRETO afirmar-se que: a) é atividade plenamente vinculada; b) não encontra limites, desde que imposto no interesse da coletividade; c) tem como atributos a discricionariedade e auto-executoriedade; d) dele decorre o poder de impor sanções aos agentes, as quais, mesmo no caso de multas, sempre são auto-executáveis. 13) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta. a) Poder discricionário é aquele conferido ao agente, por lei, para a prática de ato plena e eficazmente delimitado;

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b) Poder regulamentar é o de que dispõe o chefe do executivo para inovar a ordem jurídica em caráter inicial; c) A restrição à liberdade e à propriedade do indivíduo, em prol do interesse coletivo, é manifestação do poder de polícia; d) A imposição de multa ao contribuinte é manifestação do poder disciplinar da administração pública. 14) (Procurador do Banco Central) Conforme a doutrina, o poder de polícia administrativa não incide sobre: a) direitos. b) atividades. c) bens. d) pessoas. e) liberdades. 15) (Exame da OAB/MT) A competência regulamentar consiste: a) na possibilidade de estabelecimento dos procedimentos administrativos internos das repartições; b) na possibilidade da Administração, por meio de decretos, portarias, resoluções e atos gerais, determinar as condições de aplicação da lei; c) na possibilidade de os chefes do executivo expedirem decretos para a fiel execução da lei; d) nenhuma das anteriores. 16) (Ministério Público do Rio Grande do Sul) O poder de polícia é: a) mecanismo de que dispõe a polícia para manutenção da ordem pública visando evitar danos ao patrimônio; b) a faculdade da Administração para condicionar e limitar o uso do bem público em detrimento dos cofres da comunidade; c) o conjunto de normas emitidas pela Administração para restringir ou suspender, em favor do interesse público, direitos individuais; d) a faculdade da Administração de restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado; e) a faculdade de que dispõe os órgãos de inspeção de apurar e punir seus servidores quando incidirem em falta funcional. 17) (Magistratura do Paraná) No poder discricionário, assinale a alternativa correta: a) O administrador não está sujeito à finalidade prevista nos textos legais; b) O administrador não está sujeito à forma legal; c) O administrador não está sujeito à competência; d) O administrador pode agir arbitrariamente, eis que, no caso, o arbítrio e a discricionariedade se identificam; e) O administrador pode praticar com liberdade de escolha quanto ao conteúdo, sua destinação, sua conveniência, oportunidade e modo da sua realização. 18) (Procurador da República) A atividade da Administração Pública desempenhada pelo órgão competente, nos limites da lei aplicável, com observância do devido processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder, que vise limitar ou disciplinar direito, interesse ou liberdade, regulara a pratica ou abstenção de fato, em razão do interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção de mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos, constitui mais propriamente o exercício do poder: a) disciplinar; b) de polícia;

c) hierárquico; d) regulamentar. 19) (Ministério Público do Mato Grosso) Assinale a opção correta. O poder administrativo do qual decorre a faculdade de avocação e o autocontrole pela via recursal é o: a) disciplinar; b) discricionário; c) hierárquico; d) regulamentar; e) vinculado. 20) (Magistratura de São Paulo) Se a autoridade competente declara de utilidade pública para fins de expropriação bem de inimigo político visando a afronta-lo, embora invocando motivo de interesse público, caracteriza-se: a) o exercício do poder discricionário; b) desvio de poder ou de finalidade; c) exercício de poder político insuscetível de controle judicial; d) excesso de poder.

ATOS ADMINISTRATIVOS

21) (Exame da OAB/SC) Acerca do desfazimento dos atos administrativos é correto afirmar: a) A anulação do ato administrativo é prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário. b) Os atos administrativos discricionários praticados por agentes incompetentes podem ser revogados pela Administração Pública. c) O ato revocatório desconstitui o ato revogado com eficácia ex tunc. d) A revogação do ato administrativo é prerrogativa exclusiva da Administração Pública. 22) (Delegado de Polícia do Rio de Janeiro) Os atos administrativos são agrupados em razão de características comuns, formando as espécies. A licença é considerada um ato administrativo: a) negocial; b) ordinatório; c) enunciativo;

d) complexo; e) normativo.

23) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas abaixo. I. Atos administrativos individuais são aqueles que se dirigem a destinatários determinados, gerando uma situação jurídica particular. II. Atos administrativos de gestão são aqueles que se destinam a dar tramitação aos processos que transitam pela Administração. III. Atos administrativos de expediente são aqueles destinados a produzir seus efeitos jurídicos somente no âmbito da estrutura administrativa considerada. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente a afirmativa I está correta. b) Somente as afirmativas I e II estão corretas. c) Somente as afirmativas II e III estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. 24) (Magistratura do Paraná) Consideram-se juridicamente perfeitos os atos administrativos contemplados com os seguintes requisitos: a) capacidade, forma, motivo e objeto; b) capacidade, forma, finalidade e objeto; c) competência, finalidade e objeto; d) competência, forma, objeto, motivo e finalidade. 25) (Procurador da República - adaptada) Ao ato administrativo depende da vontade única de um órgão da Administração Pública, mas cuja exeqüibilidade dependa da verificação e aprovação de outro órgão, se dá o nome de: a) ato administrativo múltiplo;

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b) ato administrativo composto; c) ato administrativo complexo; d) ato administrativo vinculado. 26) (Ministério Público de São Paulo) Enquanto não for decretada a invalidade, o ato administrativo nulo pode ser executado em razão: a) da necessidade de assegurar direitos a terceiros; b) da presunção de veracidade; c) da presunção de legitimidade; d) da autorização legislativa; e) do atributo da imperatividade. 27) (Exame da OAB/SC) Relacione as colunas A e B pelas definições de atos administrativos e assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta, da esquerda para a direita, para a melhor relação de cima para baixo na coluna B: Coluna A I. Atos normativos II. Decretos III. Atos ordinatórios IV. Atos negociais V. Atos vinculados VI. Atos discricionários

Coluna B ( ) aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização. ( )aqueles que a Administração pode praticar com liberdade de escolha de seu conteúdo, destinatário, conveniência e oportunidade.

( ) atos administrativos de competência exclusiva dos Chefes do Executivo. ( ) atos que contém uma declaração de vontade do Poder Público, coincidente com a pretensão do particular. ( ) contêm um comando geral do Executivo, visando à correta aplicação da lei. ( ) visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.

a) IV, III, II, V, I, VI b) IV, III, I, II, V, VI c) V, VI, II, IV, I, III d) I, II, III, IV, V, VI 28) (Procurador da República) Não constitui requisito do ato administrativo a: a) forma escrita; b) competência;

c) causa ou motivo; d) finalidade.

29) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa INCORRETA: a) O princípio da legalidade determina que ao agente público só é dado fazer o prévia e expressamente determinado em lei; b) Em face do princípio da eficiência, o agente público que atuar sem permissão legal, mas concretizar o interesse público previsto na lei, não poderá ser sancionado, a qualquer título; c) Via de regra, os atos administrativos devem ser públicos, salvo naquelas hipóteses em que o sigilo é imprescindível, como nos casos em que a segurança nacional estiver envolvida; d) Mesmo sendo aparentemente conforme a lei, um ato administrativo imoral pode e deve ser anulado, pela própria

administração pública ou pelo Poder Judiciário, se provocado. 30) (Magistratura de Santa Catarina) Segundo as normas gerais da Administração Pública: I. A Administração pode desfazer seus próprios atos por considerações de mérito e de ilegalidade, ao passo que o Judiciário só os pode invalidar quando ilegais. II. A revogação é o desfazimento do ato por motivo de conveniência e oportunidade da Administração. III. Decreto independente ou autônomo é o que dispõe sobre matéria regulada especificamente em lei. IV. Os efeitos da anulação dos atos administrativos sempre retroagem às suas origens, invalidando, sem exceção, as conseqüências passadas, presentes e futuras. a) Só a proposição II é correta. b) Todas as proposições são corretas. c) Só a proposição I é correta. d) Somente as proposições I e II estão corretas. e) Todas as proposições são incorretas. 31) (Exame da OAB/SC) Apontar os fundamentos de fato e de direito é a correlação existente entre a situação ocorrida e a providência tomada de forma a manter a consonância da conduta administrativa adotada com a lei correspondente. Tal afirmativa refere-se a qual princípio administrativo: a) Publicidade. b) Motivação.

c) Razoabilidade. d) Auto-executoriedade.

32) (Exame da OAB/SC) Sobre os atos administrativos, é correto afirmar: a) Podem ser revogados, quando eivados de vícios e anulados, quando o interesse público assim o exigir; b) Gozam de presunção absoluta de legalidade; c) O Poder Judiciário não pode jamais examinar-lhe o mérito ou a legalidade, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes; d) Classificam-se em discricionários e vinculados, sendo que os primeiros permitem certa margem de escolha ao administrador, ao passo que os segundos tem suas condições de validade taxativamente previstas em lei.

SERVIÇOS PÚBLICOS

33) (Magistratura de São Paulo) Contrato administrativo pelo qual a Administração confere ao particular a execução remunerada de serviço público: a) convênio; b) autorização; c) permissão; d) concessão. 34) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: “A prestação de serviços públicos incumbe ao Poder Público, na forma da lei, de modo direto ou”: a) sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação; b) sob regime de concessão ou autorização de uso, sempre através de licitação; c) apenas sob regime de concessão; d) apenas sob regime de percussão, independentemente de licitação. 35) (Ministério Público do Distrito Federal) O direito de retomada coativa do serviço pelo poder concedente, durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, é o direito de: a) reversão; c) encampação;

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b) retrocessão; d) tredestinação. 36) (AFC) Caracteriza a permissão de serviço público, exceto: a) exigência de licitação prévia; b) natureza bilateral e precária do ato de permissão; c) objeto consistente de execução de serviço público; d) sujeição do permissionário à fiscalização da Administração; e) serviço executado em nome do permissionário. 37) (AFC) O serviço público concedido deve ser remunerado mediante: a) tarifa; b) taxa; c) tributo; d) contribuição; e) imposto. 38) (Delegado da Polícia Federal) A execução de serviço de interesse coletivo instável ou de emergência transitória justifica um caso de: a) concessão; b) permissão; c) permissão de uso; d) autorização. 39) (Exame da OAB/SC) Examine as seguintes proposições: I. Nos serviços públicos, o princípio da modicidade impõe à Administração Pública que verifique o poder aquisitivo do usuário desses serviços, de modo a não alijá-lo do universo de beneficiários por dificuldades financeiras. II. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à leicomplementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. III. A responsabilidade objetiva do Estado não incide quando o agente estatal atua fora dos limites de suas funções, mas a pretexto de exercê-las, porquanto o fato ocorrido não pode ser tido como fato administrativo. Assinale a alternativa correta: a) As proposições I, II e III estão erradas. b) Apenas as proposições I e II estão corretas. c) As proposições II e III estão corretas. d) As proposições I e III estão corretas. 41) (Exame da OAB/SC) Considere as seguintes alternativas: I. A descentralização administrativa por outorga ocorre quando o Estado cria uma entidade com personalidade jurídica própria e a ela transfere, por lei, a titularidade e a execução de determinado serviço público ou de utilidade pública. II. Serviço centralizado é o que o Poder Público presta por seus próprios órgãos integrantes da Administração Direta, em seu nome e sob a sua responsabilidade. III. A instituição de uma Secretaria de Estado constitui exemplo típico de descentralização administrativa. IV. Os contratos de concessão e permissão de serviços públicos são hipóteses de descentralização por delegação. Nestes casos, o Poder Público conserva a titularidade do serviço, transferindo, apenas, a execução do serviço, para que o agente delegado o preste por sua conta e risco. De acordo com a teoria dos serviços públicos, estão corretas: a) Todas as assertivas. b) As assertivas I, II e III. c) Apenas a assertiva III. d) As assertivas I, II e IV.

ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

40) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta, com fundamento na Constituição da República: a) As sociedades de economia mista são compostas por capital acionário exclusivamente estatal. b) As fundações públicas, somente em casos especiais, podem ser entidades lucrativas. c) Embora a Constituição Federal não estabeleça uma definição de autarquias, fixa a obrigação de lei específica para criá-las. d) As empresas estatais são reguladas por regime jurídico de direito privado somente quando prestadoras de serviços públicos. 42) (Exame da OAB/SC) Com relação a entidades da Administração Indireta, assinale a alternativa correta: a) A criação de empresa pública ou de sociedade de economia mista, independe de lei autorizadora; b) As agências reguladoras são autarquias sob regime especial, ultimamente criadas com a finalidade de disciplinar e controlar certas atividades; c) Os dirigentes das agências reguladoras exercem cargos comissionados de livre nomeação e exoneração; d) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público, portanto seus contratos não se sujeitam a licitação, por expressa determinação de lei. 43) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa que apresenta a espécie de empresa estatal que pode ser instituída sob qualquer forma das admitidas em direito: a) empresa pública; b) autarquia; c) sociedade de economia mista; d) fundação pública. 44) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas abaixo.

I. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá, exclusivamente, aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. II. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o Poder Público. III. Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações. Assinale a alternativa CORRETA. a) As afirmativas I e III estão corretas. b) As afirmativas II e III estão corretas. c) As afirmativas I e II estão corretas. d) Somente a afirmativa II está correta. 45) (Procurador da República) Assinale a alternativa correta: a) Ao contrário das empresas públicas, que são dotadas de personalidade jurídica de direito público, as sociedades de economia mista têm personalidade de direito privado; b) As sociedades de economia mista podem ser organizadas sob a forma de sociedade civil ou comercial; c) É possível, na esfera federal, que empresa pública seja organizada sob a forma de sociedade civil; d) As autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público, compõe a Administração direta. 46) (Exame da OAB/SC - adaptada) Assinale a alternativa correta, quanto à estrutura organizacional da Administração Pública. a) Somente as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas, tributárias e civis. b) A desconcentração administrativa pressupõe a divisão entre uma administração direta, formada pelos entes de

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cúpula do Poder Executivo, e uma administração indireta, formada por autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. c) O modelo de desconcentração administrativa pressupõe uma execução centralizada, mas com divisão entre órgãos. d) As fundações públicas, embora integrem a Administração Pública, não pertencem à Administração Indireta. 47) (Exame da OAB/SC) Com relação à organização da Administração Pública no Estado brasileiro, assinale a alternativa correta: a) Existe uma estrutura baseada em uma Administração direta composta por órgãos de cúpula e uma Administração indireta composta por entidades descentralizadas sob controle finalístico. b) A Administração Pública descentraliza suas funções através da criação de órgãos, tais como Secretarias de Estado. c) A Administração Pública está dividida em órgãos de cúpula e entidades descentralizadas, ambos sem subordinação hierárquica nos âmbitos das administrações direta e indireta. d) A estrutura da Administração Pública é organizada sob um modelo hierárquico e baseado em entidades no âmbito da Administração Direta e desconcentrado, sob controle finalístico na Administração Indireta.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

48) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta: a) O prazo prescricional para propor ações em face da responsabilidade objetiva do Estado é de 3 anos; b) O Estado é civilmente responsável por atos de seus agentes que, nesta condição, causem prejuízos a terceiros, desde que demonstrado, pelo menos, a negligência, a imprudência ou imperícia do servidor; c) A Fazenda Público dispõe de ação de regresso contra o servidor em virtude dos prejuízos causados a terceiros, desde que demonstrado o dolo ou a culpa daquele; d) Em uma ação movida pelo particular contra o Estado em virtude de ato praticado por seu servidor, é pacífico na jurisprudência pátria o cabimento da denunciação da lide a este último. 49) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta. a) A Constituição Federal de 1988 adotou expressamente a teoria da responsabilidade subjetiva, segundo a qual o ente estatal deve indenizar apenas os danos causados por seus agentes quando comprovada culpa ou dolo. b) A Constituição Federal de 1988 adotou a teoria do risco integral, segundo a qual o estado deve indenizar todos os danos causados por seus agentes, ainda que tenham sido causados por culpa concorrente ou exclusiva da vítima. c) A Constituição Federal de 1988 adotou expressamente a teoria da responsabilidade objetiva, segundo a qual o estado deve indenizar os danos causados por seus agentes, independentemente de terem os mesmos agido com culpa ou dolo. d) A teoria da responsabilidade objetiva, na forma como adotada pela Constituição Federal de 1988, impõe aos entes estatais o dever de indenizar os danos causados por seus agentes, independentemente da existência de causas excludentes de responsabilidade. 50) (Magistratura de São Paulo) Para que alguém obtenha indenização do Estado por danos que lhe tenham sido causados por atos comissivos de seus agentes, é necessário provar, além do dano, o nexo de causalidade entre o dano e a atuação:

a) dolosa ou culposa do agente; b) dolosa do agente; c) do agente; d) ilegal do agente. 51) (Exame da OAB/SC) Sobre a responsabilidade civil do Estado, em decorrência de dano causado por seus agentes, com fundamento na Constituição da República, apresenta-se razoável afirmar: a) Será imprescindível, durante a fase de instrução, restar demonstrada a culpa do agente causador do dano. b) Apesar de admitir-se a responsabilidade objetiva, é imperioso sempre demonstrar no curso do processo a culpa in eligendo ou in vigilando da Administração Pública. c) Deverá aplicar-se a teoria do risco integral, em face da mudança decorrente da Constituição de 1988. d) É necessário haver demonstração da relação de causalidade entre o fato danoso ocorrido no serviço público com a respectiva ação administrativa. 52) (Advogado da União) A responsabilidade civil do Estado, pelos danos causados por seus agentes a terceiros, é hoje tida por ser: a) subjetiva, passível de regresso; b) objetiva, insusceptível de regresso; c) objetiva, passível de regresso; d) subjetiva, insusceptível de regresso. 53) (Delegado de Polícia/MG) A responsabilidade civil do Estado de natureza objetiva não tem aplicação: a) às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público; b) às pessoas políticas integrantes da Federação; c) às pessoas administrativas de natureza pública; d) aos agentes públicos responsáveis pela manifestação da vontade do Estado.

AGENTES PÚBLICOS

54) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta: a) O prazo de validade do concurso público será de 3 (três) anos, prorrogável uma vez, por igual período; b) Conforme dispõe a Carta Política, os estrangeiros terão acesso a funções de confiança públicas, na forma da lei, mas ainda lhes é vedado o acesso a cargos públicos; c) Pela atual redação emprestada à Constituição Federal, as funções de confiança e os cargos em comissão só podem ser exercidos e ocupados exclusivamente por servidores de carreira; d) De acordo com pacífica orientação jurisprudencial emanada do egrégio Supremo Tribunal Federal, pode a lei, desde que o faça de modo razoável, estabelecer limites mínimo e máximo de idade para ingresso em funções, empregos e cargos públicos. 55) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta, de acordo com a Constituição Federal e o entendimento do STF: a) Conforme sedimentado entendimento jurisprudencial, o direito ao auxílio-alimentação estende-se aos servidores inativos. b) Servidor público estável, aprovado por concurso público para o cargo de fiscal sanitário federal e que presta, anos depois, concurso público para agente aduaneiro federal em que é também aprovado, ao tomar posse no novo cargo, rompe definitivamente os vínculos com o cargo anterior, não tendo direito a retornar ao cargo de fiscal sanitário, mesmo que faça requerimento nesse sentido, ainda quando submetido ao estágio probatório no novo cargo.

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c) É necessário o devido processo administrativo, em que se garanta o contraditório e a ampla defesa, para a demissão de servidores públicos, mas este entendimento não é aplicável, segundo orientação pacífica do Supremo Tribunal Federal, aos servidores não estáveis. d) Respeitante aos servidores públicos, pode-se afirmar que o ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas.

56) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta, com fundamento na Constituição da República: a) O servidor público investido no cargo de Prefeito, desde que haja compatibilidade de horários, perceberá as vantagens do seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do seu cargo efetivo. b) As funções de confiança e os cargos em comissão só podem ser ocupados por servidores de carreira. c) Admite-se a acumulação remunerada de dois cargos públicos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, observados os limites constitucionais remuneratórios. d) O servidor público estável só perderá seu cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 57) (Exame da OAB/SC) Com base na Constituição da República Federativa do Brasil podemos afirmar que: I. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. II. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. III. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Assinale a única alternativa correta: a) Apenas as assertivas I e II estão corretas. b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. c) Apenas a assertiva I está correta. d) Todas as assertivas estão correta 58) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas abaixo. I. A parte fixa da remuneração do servidor público é denominada juridicamente de provento. II. É vitalício o servidor nomeado e empossado em cargo público efetivo, após três anos de efetivo exercício. III. A pessoa nomeada para cargo público efetivo, em virtude de aprovação em concurso público de provas e títulos, tem direito à posse. Assinale a alternativa CORRETA. a) Todas as afirmativas estão corretas. b) Somente as afirmativas I e II estão corretas. c) Somente as afirmativas I e III estão corretas. d) Somente a afirmativa III está correta. 59) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta. a) O concurso público não é exigível para a investidura em emprego público; b) As nomeações para cargo em comissão não precisam ser motivadas; c) O prazo de validade dos concursos públicos, segundo previsão constitucional, é de até dois anos, vedada a prorrogação;

d) A constituição garante o direito de nomeação aos aprovados em concurso público, obrigando a autoridade pública a promover sempre o provimento dos cargos. 60) (Exame da OAB/SC) Das alternativas abaixo relacionadas, qual delas contém apenas agentes políticos? a) Secretário de Estado e Fiscal de Tributos. b) Senadores e Escrivão Judicial. c) Fiscal de Tributos e Consultor Jurídico de uma Secretaria de Estado. d) Secretario Municipal e Governador. 61) (Exame da OAB/SC) Nos termos da Constituição da República, a lei que estabelece distinção por sexo para ingresso na Administração Pública: a) Ofende o princípio da isonomia em qualquer hipótese. b) Ofende diretamente a Constituição, pois em nenhuma hipótese pode ser estabelecida restrição em virtude de idade, cor, sexo ou estado civil. c) Não ofende o princípio da isonomia, pois podem ser estabelecidos requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. d) Nenhuma das alternativas está correta.

LICITAÇÃO PÚBLICA

62) (Exame da OAB/SC - adaptada) Assinale a alternativa que contemple todas as modalidades de licitação existentes na Lei n. 8.666/93: a) Convite, tomada de preços, concorrência, concurso e leilão; b) Pregão, tomada de preços, concorrência, carta-convite e leilão; c) Convite, concorrência, menor preço e melhor técnica; d) Pregão, concorrência, carta-convite, concurso e leilão. 63) (Magistratura de Santa Catarina) São cláusulas necessárias em todo contrato decorrente da Lei n. 8.666/93: I. O objeto e seus elementos característicos. II. Os casos de rescisão. III. Os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas. IV. O crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica. V. O regime de execução e a forma de fornecimento. a) As proposições I, II, III e IV estão corretas. b) Todas as proposições estão corretas. c) As proposições II, III e V estão incorretas. d) Só a proposição III é incorreta. e) Todas as proposições estão incorretas. 64) (Exame da OAB/SC) A modalidade licitatória pregão, pode ser utilizada, nos termos da Lei n. 10.520/02, nos casos: a) Aquisição de bens e serviços comuns, até R$ 650.000,00; b) Aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do preço; c) Aquisição de bens e serviços comuns, até R$ 150.000,00; d) até R$ 80.000,00. 65) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas abaixo. I. No Direito Administrativo, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório significa que a Administração está adstrita ao cumprimento das regras editalícias que vier a publicar.

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II. A responsabilidade do Estado está fundamentada na Teoria do Risco Administrativo. III. O procedimento licitatório caracteriza ato administrativo voluntário do administrador. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente a afirmativa II está correta. b) As afirmativas I e III estão corretas. c) As afirmativas II e III estão corretas. d) As afirmativas I e II estão corretas.

66) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta com fundamento na Lei 8.666/93, em sua redação atual: a) A licitação é dispensável quando há inviabilidade jurídica de sua realização; b) A tomada de preços pode ser utilizada quando se tratar de obras ou serviços de engenharia até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); c) A licitação é inexigível para contratação de serviços de publicidade; d) O autor do projeto básico do executivo pode participar na licitação para a construção da respectiva obra. 67) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta, com fundamento na Lei n.º 8.666/93: a) O princípio da vinculação ao instrumento convocatório significa que a Administração deve julgar de acordo com os critérios subjetivos traçados pela Comissão de Licitação. b) É dispensável a licitação quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízos para a Administração, mantidas as condições preestabelecidas. c) A modalidade concurso serve para o ingresso de servidores públicos para ocuparem cargo na Administração Pública. d) Na modalidade convite, se por limitações de mercado ou desinteresse dos convidados não se obter o número de três licitantes, a licitação não poderá prosseguir. 68) (Exame da OAB/SC) A Lei n. 8.666/1993, que regulamenta o artigo 37, XXI, da Constituição Federal, e institui normas para licitações e contratos da Administração Pública, e alterações e regulamentos posteriores, estabelece rol de documentação que será exigida dos interessados, exclusivamente, para habilitação nas licitações. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que contém documentação que NÃO se inscreve no mencionado rol: a) documentação relativa a qualificação técnica e à qualificação econômico-financeira do licitante; b) documentação relativa à habilitação jurídica e à regularidade fiscal da licitante; c) documentação relativa a antecedentes penais dos sócios, dos acionistas e dos administradores não sócios da licitante; d) declaração da licitante de não utilização de mão de obra de menor de 18 anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre, e de não utilização de mão de obra de menor de 16 anos, salvo a partir de 14 anos na condição de aprendiz, se for o caso. 69) (AFC) A modalidade do pregão, recentemente inserida no âmbito do procedimento licitatório, tem as seguintes características, exceto: a) exigência de garantia de proposta pelos licitantes; b) a disputa ocorre por meio de propostas e lances em sessão pública; c) inversão de fases, ocorrendo a habilitação a posteriori; d) maior celeridade de suas fases; e) possibilidade de negociação do preço com o licitante vencedor.

70) (Procurador da República) Assinale a alternativa correta: a) Não é necessária, na modalidade de licitação denominada “convite”, a publicação de edital; b) Ao contrário da concessão de serviço público, que deverá ser precedida de licitação, a permissão de serviços públicos não depende de licitação; c) A interpretação, pela autoridade administrativa, dos casos de dispensa de licitação deverá, em razão do princípio da liberdade de iniciativa, ser extensiva; d) As sociedades de economia mista, por se sujeitarem ao regime jurídico próprio das empresas privadas, não são obrigadas à licitação para contratação de obras, serviços, compras e alienações. 71) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta. a) As sociedades de economia mista e empresas públicas não são obrigadas a realizar licitação para a celebração de contratos; b) As sociedades de economia mista não são obrigadas a realizar licitação para a celebração de contratos, mas tal obrigação existe para as empresas públicas; c) As sociedades de economia mista bem como as empresas públicas, independentemente da sua atuação, sempre se sujeitam ao regime de contratação como capitulado na Lei n. 8666/93; d) As sociedades de economia mista e empresas públicas que exerçam atividade econômica são, em regra, obrigadas a licitar, mas podem contratar diretamente nas hipóteses em que a licitação torne inviável uma atuação competitiva ao lado de empresas privadas. 72) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta, no que se refere às licitações públicas. a) A legislação licitatória, em atendimento aos princípios da isonomia e da melhor proposta a ser escolhida pela Administração, nos seus negócios com particulares, não admite a contratação direta. b) Embora a lei 8666/93 (lei de licitações e contratos administrativos) proíba a criação de outras modalidades licitatórias, além das previstas, legislação posterior criou nova modalidade, aplicável a todos os entes políticos do Estado. c) Quando convocado a assinar o termo do contrato, se o vencedor do certame licitatório não se apresentar para assinatura do termo, a Adminsitração Pública deverá convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para levar a efeito tal ato. d) Segundo a lei 8666/93, o contrato administrativo se define pelo ajuste de vontades entre a Administração Pública e entidades públicas e privadas.

73) (Exame da OAB/SC) Conforme a Lei n. 8.666/93 a licitação é inexigível: a) Para aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional; b) Na contratação do suprimento de gás natural com concessionário, segundo as normas específicas; c) Para aquisição de materiais que só possam ser fornecidos por representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca; d) Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar abastecimento.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

74) (Exame da OAB/SC) De acordo com a Lei Federal n.º 8.987/95, quando o poder concedente, durante o prazo de concessão do serviço público, resolve retomá-lo por motivo

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de interesse público, temos a seguinte hipótese de extinção da concessão: a) Reversão. b) Encampação. c) Tredestinação. d) Retrocessão. 75) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa que apresenta a forma administrativa para o uso especial de bem público consistente no contrato administrativo pelo qual o Poder Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que o explore segundo sua destinação específica: a) permissão de uso; b) cessão de uso; c) concessão de uso; d) autorização de uso.

76) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta: a) Uma vez vencida a licitação, tem o licitante-vencedor o direito público subjetivo de ver adjudicado o objeto do certame e, pois, de ver celebrado, no prazo de 90 dias, o respectivo contrato; b) Os contratos para os quais a lei exige licitação são firmados “intuito personae”, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado, apuradas no procedimento de licitação; c) Conforme a nova lei de licitações, já em vigor, não se admite mais a presença, nos contratos administrativos, das denominadas “cláusulas de privilégio” ou “cláusulas de prerrogativa”, isto porque feriam o princípio constitucional da isonomia e da proporcionalidade; d) Convênio é espécie de contrato administrativo, pelo qual a Administração se compromete a buscar a realização de objetivos de interesse comum, mediante mútua colaboração com a iniciativa privada, como nos casos das PPP – parcerias público-privadas. 77) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta, com fundamento na Lei n. 8666/93 (Licitações): a) A declaração de nulidade do contrato administrativo exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelos trabalhos que houver realizado até então; b) O recebimento provisório do contrato administrativo poderá ser dispensado quando se tratar de obra que tenha sido acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado para tal; c) A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato administrativo; d) As cláusulas econômico-financeiras dos contratos administrativos não poderão ser unilateralmente alteradas pela Administração contratante, sem a prévia concordância do contratado. 78) (Exame da OAB/SC) A superveniência de qualquer tributo ou encargo geral, ocorrida após a data de apresentação da proposta, que enseja a possibilidade de revisão dos preços do contrato administrativo em execução, ampara-se no seguinte instituto da teoria da imprevisão, de acordo com a Lei n.º 8.666/93: a) Fato do príncipe. b) Caso fortuito.

c) Força maior. d) Fato da administração.

79) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas seguintes, no que se refere a contratos administrativos.

I. Pela regra geral, seus prazos de duração vinculam-se à vigência dos seus respectivos créditos orçamentários, havendo exceções legais para casos específicos. II. As chamadas “cláusulas exorbitantes” dos contratos administrativos permitem ao Poder Público rescindir unilateralmente o contrato, sem a prévia anuência do Poder Judiciário. III. A sua celebração com o particular depende, sem exceções, de prévio processo licitatório. Indique a alternativa CORRETA. a) As alternativas I e II estão corretas. b) Somente a alternativa I está correta. c) As alternativas I e III estão corretas. d) Somente a alternativa II está correta. 80) (Delegado de Polícia do Rio de Janeiro) Quando a Administração deixa de entregar o local da obra ou do serviço, ou não providencia as desapropriações necessárias, fala-se em: a) fato da Administração; b) fato do príncipe; c) caso fortuito; d) negligência. 81) (Procurador da República) Assinale a alternativa correta: a) As chamadas “cláusulas exorbitantes”, por conferirem privilégios à Administração, desequilibram o contrato administrativo em seu favor e, por isso, são consideradas ilegais; b) A rescisão do contrato administrativo por razões de interesse público não gera direito a ressarcimento de prejuízos em favor de particular, pois o interesse da coletividade deve prevalecer sobre o individual; c) É possível a alteração do contrato administrativo para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro da avença na hipótese de superveniência de fatos previsíveis, mas de conseqüência incalculáveis, que retardem ou impeçam a execução do que foi contratado; d) A autorização de uso de bem público se faz mediante contrato administrativo e, por isso mesmo, tem entre suas características a comutatividade.

BENS PÚBLICOS

82) (Procurador do Banco Central) A permissão de uso é o ato administrativo pelo qual se outorga ao particular a utilização de um bem público a título: a) precário e revogável; b) precário e irrevogável; c) bilateral e revogável; d) oneroso e irrevogável; e) gracioso, porém provisório. 83) (Auditor Fiscal da Receita Federal) O instituto jurídico que transforma o bem público de uso comum em bem público dominical é: a) desapropriação. b) alienação. c) desafetação.

d) servidão administrativa. e) tombamento.

84) (Ministério Público da Bahia) Considere as afirmações abaixo referentes aos bens públicos: I. O prédio da escola pública constitui um bem de uso comum do povo; II. Os bens dominiais (ou dominicais) não sofrem da restrição de inalienabilidade absoluta. III. Desafetação é a proteção administrativa pela qual o bem de uso especial é transformado em bem de uso comum. Quais são corretas? a) Apenas I; d) Apenas I e II;

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b) Apenas II; c) Apenas III;

e) I, II e III.

85) (Procurador do Banco Central) Um imóvel, de propriedade da União, considerado terra devoluta, deve ser categorizado como bem público: a) dominical; b) de uso comum; c) de uso especial; d) afetado ao uso público. e) afetado a uso por autorização legislativa; 86) (Delegado de Polícia do Paraná) Acerca dos bens públicos, assinale a alternativa INCORRETA: a) Os de uso comum e os de uso especial, assim como os dominicais, não admitem alienação; b) São insuscetíveis de usucapião; c) As viaturas policiais servem como exemplo de bens de uso especial; d) São impenhoráveis; e) As terras devolutas não compreendidas entre as da União incluem-se entre os bens dos Estados. 87) (Procurador de São Paulo) Uma creche municipal é bem público de uso: a) especial; b) dominical; c) cultural; d) educacional.

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

88) (Delegado de Polícia do Rio de Janeiro) A passagem de fios elétricos sobre imóveis particulares é: a) limitação administrativa; b) servidão administrativa; c) tombamento; d) requisição. 89) (Procurador do Município de São Paulo) A apropriação de bens particulares pela Administração sem a observância do devido processo previsto em lei é denominada pela jurisprudência: a) imissão provisória na posse; b) desapropriação indireta;

c) reversão; d) investidura; e) requisição.

90) (Exame da OAB/SC) Quando lei municipal exige recuo de certo número de metros na construção a ser edificada em terreno urbano, estamos diante de: a) Desapropriação parcial do terreno. b) Servidão predial. c) Limitação administrativa. d) Requisição administrativa. 91) (Magistratura do Pará) Indique a alternativa correta: a) A União pode desapropriar bens dos Estados; b) A União não pode desapropriar bens dos Municípios; c) O Município pode desapropriar bens do Estado, não os da União; d) Nenhuma das alternativas; 92) (Ministério Público do Maranhão) Quando o Poder Público não dá ao imóvel a utilização para que se fez a desapropriação, cabe ao expropriado usar o instituto: a) da tredestinação; b) da retrocessão; c) da conversão;

d) da reintegração; e) da devolução.

93) (Advogado da União) A Servidão Administrativa equipara-se à desapropriação no sentido de que: a) é de execução indelegável; b) é passível de retrocessão;

c) depende necessariamente de prévio ato declaratório; d) depende necessariamente de prévia indenização; e) intervém na propriedade privada. 94) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta: a) As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas mediante justa e prévia indenização, com títulos da dívida agrária; b) Apenas os bens imóveis podem ser objeto de desapropriação; c) Somente a União tem competência para desapropriar; d) É competência privativa da União legislar sobre desapropriação. 95) (Exame da OAB/SP) Constitui forma de intervenção do Estado na propriedade privada, como procedimento administrativo unilateral, auto-executório, temporário, oneroso e fundado em necessidade pública inadiável e urgente: a) o tombamento; b) a desapropriação; c) a requisição administrativa; d) a servidão administrativa. 96) (Exame da OAB/GO) Assinalar a hipótese de desapropriação por interesse social. a) Para construção de unidade escolar; b) Para ampliação de distritos industriais; c) Para incorporação de bem artístico ao acervo público; d) Para fins de reforma agrária. 97) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa correta: a) Toda servidão administrativa limita a propriedade, e toda limitação à propriedade implica a existência de servidão administrativa; b) Conforme estabelecido pela Constituição Federal, é vedada à Administração Pública a prática da desapropriação indireta. Assim, por exemplo, caso seja construída escola pública em área pertencente a um particular, construção esta não precedida do devido processo expropriatório, poderá o particular exigir a desocupação da escola e, em razão do princípio da afetação, poderá também requerer a demolição do prédio, desde que tal não ocorra durante o período letivo; c) “Tombamento”, no Direito Administrativo, significa uma restrição total da propriedade particular em prol do interesse público, tendo por objetivo a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Por essa razão, quando do tombamento de imóvel cabe ao particular, sempre, cobrar indenização do Poder Público; d) “Retrocessão” é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso a Administração Pública não lhe dê o destino que serviu de justificava e motivo para o ato de desapropriação.

98) (Exame da OAB/SC) Assinale a alternativa totalmente correta: a) Pertencem ao pequeno proprietário, rural beneficiado com a reforma agrária, os potenciais de energia hidráulica dos córregos que atravessam suas terras. b) Todos os entes competentes para desapropriar são competentes para legislar sobre desapropriação. c) A desapropriação, por utilidade pública, de imóvel urbano contendo fabrica em plena atividade deve ser feita com prévia indenização em dinheiro. d) As praças, o oceano e os edifícios das Secretarias de Estado constituem bens de uso comum do povo.

PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL

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99) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas abaixo. I. O desfazimento de ato administrativo que contenha algum vício deve dar-se pela Administração, mediante anulação ou revogação.

II. O conjunto de procedimentos utilizados pela Administração, para o adequado registro de seus atos, controle de seus agentes e solução de controvérsias com os administrados denomina-se Processo Administrativo. III. Ocorre vício de finalidade quando o objeto, efeito ou resultado do ato administrativo é juridicamente inadequado à situação de fato que lhe haja determinado a prática. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. b) Todas as afirmativas estão corretas. c) Somente as afirmativas II e III estão corretas. d) Somente as afirmativas I e III estão corretas. 100) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas abaixo. I. A administração pública, no âmbito do processo administrativo, deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade. II. É viável a aplicação retroativa de nova interpretação em processo administrativo. III. A prescrição no âmbito do processo administrativo deve ser decretada de ofício pela autoridade processante competente. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente as afirmativas I e III estão corretas. c) Somente as afirmativas II e III estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. 101) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas abaixo. I. O Processo Administrativo vincula-se, dentre outros, aos princípios da informalidade, da ampla defesa, da legalidade objetiva, da oficialidade e da verdade material. II. O princípio da segurança jurídica, imposto à Administração, significa que, em processo administrativo, é vedada a aplicação retroativa de nova interpretação. III. Licitação é uma espécie do gênero Processo Administrativo. Assinale a alternativa CORRETA. a) Todas as afirmativas estão corretas. b) Somente as afirmativas I e II estão corretas. c) Somente as afirmativas I e III estão corretas. d) Somente as afirmativas II e III estão corretas 102) (Exame da OAB/SC) Entre as assertivas abaixo, assinale a ERRADA, com fundamento na CF e na Lei 8112/90: a) Com relação ao processo administrativo disciplinar, este poderá ser revisto a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada; b) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; c) O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; d) O servidor público responde somente administrativamente pelo exercício irregular de suas funções.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

103) (Exame da OAB/SC) Analise as afirmativas abaixo.

I. Os atos de improbidade administrativa importarão na suspensão dos direitos políticos e na perda da função pública, na indisponibilidade dos bens e no ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. II. O prazo de validade do concurso público será de dois anos, prorrogável por igual período. III. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente a afirmativa I está correta. b) Somente a afirmativa II está correta. c) Somente a afirmativa III está correta. d) As afirmativas I e III estão corretas.

104) (Exame da OAB/SC) Examine as seguintes proposições: I. Nos termos da CRFB/88, os atos de improbidade administrativa importarão a perda dos direitos políticos, a perda da função, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. II. Desde que haja compatibilidade de horários, o servidor público investido no cargo de vereador 8perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. III. Nos casos em que se exija o afastamento do servidor para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço contará para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento. Assinale a alternativa correta, de acordo com fundamento na CRFB/88: a) Apenas as alternativas II e III estão incorretas. b) Apenas as alternativas I e II estão corretas. c) Apenas a alternativa II está correta. d) As alternativas I, II e III estão corretas.

CONTROLE ADMINISTRATIVO

105) (AFC) O controle exercido em todos os níveis e órgãos, pela chefia competente, da execução dos programas e observância das normas que governam a atividade específica do órgão controlado, consubstancia a (o): a) supervisão ministerial. b) tutela administrativa. c) controle hierárquico. d) controle programático. e) controle sistemático. 106) (Magistratura/SP) Pedido de anulação ou modificação do ato administrativo, dirigido à autoridade superior dentro do mesmo órgão em que foi praticado o ato, constitui: a) pedido de reconsideração. b) representação. c) recurso hierárquico impróprio. d) recurso hierárquico próprio. 107) (AFC) O controle exercido em todos os níveis e órgãos, pela chefia competente, da execução dos programas e observância das normas que governam a atividade específica do órgão controlado, consubstancia a (o): a) supervisão ministerial. b) tutela administrativa.

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c) controle hierárquico. d) controle programático. e) controle sistemático. 108) (AFC) O único aspecto insuscetível de controle jurisdicional, quanto à validade dos atos administrativos, diz respeito a: a) condição da ação. b) motivos determinantes. c) mérito administrativo. d) legitimidade das partes. e) pressupostos processuais.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM JUÍZO

109) (Exame da OAB/SC) O prazo prescricional de ações contra a Fazenda Pública é: a) 5 anos. b) 3 anos. c) 10 anos. d) Não existe, pois são ações imprescritíveis. 110) (Advogado de Balneário Piçarras) A partir da análise das questões abaixo, podemos afirmar: I. A prescrição das ações pessoais contra a Fazenda Pública é de cinco anos. II. A prescrição das ações reais contra a Fazenda Pública tem sido considerada pelos tribunais como sendo a comum de dez ou quinze anos. III. A prescrição qüinqüenal contra a Fazenda Pública, somente pode ser interrompida uma vez. Assinale “V” para Verdadeiro e “F” para falso: a) I. V; II. V; III. V. b) I. V; II. V; III. F. c) I. V; II. F; III. V. d) I. F; II. F; III. V. e) I. F; II. V; III. F.

ÓRGÃO PÚBLICO 111) (CVM) A diferença fundamental existente entre órgãos públicos e entidades da Administração Indireta Federal gira em torno de terem ou não: a) autonomia administrativa. b) personalidade jurídica. c) poder de polícia. d) sujeição ao controle externo. e) sujeição ao princípio da legalidade. 112) (Exame da OAB/NACIONAL) (...) compartimento na estrutura estatal a que são cometidas funções determinadas, sendo integrado por agentes que, quando as executam, manifestam a própria vontade do Estado. José dos Santos Carvalho Filho. Manual de direito administrativo. 19.ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 13. O trecho acima se refere ao conceito de: a) função pública. b) órgão público. c) pessoa de direito público. d) agente público.

GABARITO

01 D 29 B 57 D 85 A

02 C 30 D 58 D 86 A

03 B 31 B 59 B 87 A

04 D 32 D 60 D 88 B

05 A 33 D 61 C 89 B

06 B 34 A 62 A 90 C

07 E 35 C 63 B 91 A

08 A 36 B 64 B 92 B

09 D 37 A 65 D 93 E

10 A 38 D 66 B 94 D

11 E 39 B 67 B 95 C

12 C 40 D 68 C 96 D

13 C 41 C 69 A 97 D

14 D 42 B 70 A 98 C

15 C 43 A 71 D 99 B

16 D 44 B 72 B 100 B

17 E 45 C 73 C 101 A

18 B 46 C 74 B 102 D

19 C 47 A 75 C 103 D

20 B 48 C 76 B 104 C

21 D 49 C 77 D 105 C

22 A 50 C 78 A 106 D

23 A 51 D 79 A 107 C

24 D 52 C 80 A 108 C

25 B 53 D 81 C 109 A

26 C 54 D 82 A 110 A

27 C 55 D 83 C 111 B

28 A 56 C 84 B 112 B