apostila despacho de exportação

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WWW.ABRACOMEX.ORG PROCEDIMENTOS NO DESPACHO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO

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Apostila Despacho de Exportação

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PROCEDIMENTOS NO DESPACHO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO

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Todos os direitos reservados à Associação Brasileira de Consultoria e Assessoria

em Comércio Exterior.

Formação de Despachante Aduaneiro. ABRACOMEX

Presidente da ABRACOMEX:

Marcus Vinicius F. Tatagiba.

Coordenador Acadêmico:

José Manuel Meireles de Sousa

PROCEDIMENTOS NO DESPACHO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO

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O Projeto Comexblog

Um dos grandes desafios da economia e do mundo atual, pautado pela sociedade da informação, é tornar compreensíveis os fatos e acontecimentos, os quais surgem desse ramo instigante que é a Economia. E o Comércio Exterior de qualquer país é uma das chaves para o crescimento de uma nação por meio das trocas internacionais, sejam pela importação ou pela exportação.

O blog ComexBlog surgiu com o objetivo de abordar temas relacionados ao universo econômico, ao comércio exterior e à internacionalização das empresas brasileiras, e de servir como ferramenta na colaboração para o corpo discente e docente universitário.

Nele, são publicados artigos, notícias, agenda de eventos, entre outras informações inerentes ao comércio exterior brasileiro, abordando questões operacionais do dia-a-dia daqueles que militam no despacho aduaneiro ou nas empresas de importação e exportação.

Também são abordados assuntos da macro e microeconomia, presentes neste panorama global inquietante.

Faça uma vista ao site www.comexblog.com.br. Assine nosso Feed na página principal e nos acompanhe no twitter: @abracomex e @comexblog.

Com certeza você se manterá atualizado de tudo que acontece no comércio exterior brasileiro.

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Sumário

Política Brasileira de Exportação ................................................................ 4

Personagens do Comércio Internacional ................................................. 4

Procedimentos Administrativos na Exportação .......................................... 6

Registro de Exportador ........................................................................... 6

Credenciamento e Habilitação ................................................................ 7

Registro de Exportação (RE) .................................................................... 7

Registro de Exportação Simplificado ....................................................... 9

Registro de Operação de Crédito(RC).....................................................10 Registro de Venda (RV)..........................................................................10

Tratamento Administrativo........................................................................10

Documento de Exportação......................................................................11

Exportação Sem Cobertura Cambial ...................................................... 10

Exportação em Consignação ................................................................. 11

Exportação para Uso e Consumo a Bordo ............................................. 12

Exportação Destinada a Feiras e Exposições ......................................... 12

Incentivos Fiscais à Exportação ................................................................ 13

Formação de Preço Na Exportação pelo Incoterms .................................. 15

Comissão do Agente...................................................................................17

Artigo: A desoneração tributária das exportações brasileiras .................. 17

Slides ........................................................................................................ 20

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PROGRAMA DA DISCIPLINA

Ementa

Etapas do Despacho Aduaneiro de Exportação. Análise dos Documentos de Instrução. RE. DDE. DSE. Presença da Carga. Recepção dos Documentos. Seleção Parametrizada. Conferência Aduaneira na Exportação. Desembaraço Aduaneiro na Exportação. Registro dos Dados de Embarque. Averbação. Comprovante de Exportação. Retificação e Cancelamento do Despacho Aduaneiro. Simulação do Despacho Aduaneiro de Exportação no Siscomex. Simulação da Gestão do Processo de Despacho.

Carga horária total

30 horas

Objetivos

• Estudar os procedimentos descritos na IN 28/94

• Identificar as Etapas do Despacho Aduaneiro na Exportação

• Conhecer os passos para o preenchimento da RE, DDE, RES e DSE

• Aprender os procedimentos operacionais do Despacho de Exportação

• Simular a inclusão das informações no Siscomex (Ambiente de Treinamento)

• Simular a Gestão dos Procedimentos Operacionais no Despacho de Exportação

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Política Brasileira de Exportação

Desde que o homem habita a terra, têm-se conhecimentos do início das práticas comerciais.

Inicialmente através do comércio de troca de mercadoria e, mais tarde, da criação da moeda, que passou a ser um elemento único para ser "trocado" pelo objeto desejado.

Como se vê, a humanidade - sem saber - iniciou seu intercâmbio através das práticas de "countertrade" (trocas de mercadorias), hoje tão conhecido.

Quando o mundo começou a dividir-se em nações e estas continuaram a comercializar entre si, surgiu o Comércio Internacional como o conhecemos hoje.

Historicamente, o intercâmbio interno e internacional é a única forma de manter viva a humanidade, sob os mais diversos aspectos, pois nação nenhuma é tão absolutamente auto-suficiente a ponto de auto-suprir de maneira plena de tudo o que ela necessita para sua subsistência e manutenção.

Personagens do Comércio Internacional

Incluem-se aí as empresas exportadoras e importadoras, produtores, indústrias, trading companies, que são os que diretamente irão realizar a transação, e ainda os elementos de apoio, que são os bancos internacionais, as companhias de transporte (marítimo, aéreo, terrestre), as seguradoras internacionais, os despachantes aduaneiros, as corretoras, etc.

Atualmente a economia mundial está presenciando um período de transformações radicais, principalmente com a internacionalização ocorrida nas duas últimas décadas, gerando profundas consequências nas atividades econômicas, políticas e sociais.

Um conjunto de forças comanda o processo de globalização. De um lado, existem as políticas governamentais de abertura econômica e, de outro, forças independentes comandadas pelo progresso tecnológico, notadamente na área de transportes e comunicações. Com efeito, os avanços nessas duas áreas são decisivos para a globalização, na medida em que reduzem os custos das transações e interligam as nações por meio das redes mundiais de computadores.

Hoje, grande parte do comércio mundial é realizada entre empresas do mesmo grupo, que estão em busca de aumentar suas escalas de operação, reduzir custos e ampliar participações nos mercados nacionais e internacionais.

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A participação no competitivo mercado internacional exige que as empresas estejam conscientes não só das vantagens, mas também dos riscos que envolvem as transações entre países. Deve ficar claro, portanto, que a exportação pode representar uma alternativa segura para a diluição de riscos, desde que realizada com planejamentos que considerem os aspectos peculiares dos países envolvidos na transação.

Por outro lado, os governos devem procurar oferecer à iniciativa privada as condições necessárias de incremento e consolidação do comércio em âmbito mundial, por meio de sistemas e procedimentos compatíveis com o interesse nacional do momento, valendo-se, para tanto, de mecanismos e instrumentos de apoio, principalmente nas áreas administrativa, fiscal/tributária, de financiamento, cambial/monetária, de promoção, de infraestrutura e de logística.

Com o advento do Governo Collor, houve uma profunda reformulação na política do comércio exterior brasileiro. Além da reorganização administrativa dos órgãos que integravam a estrutura de comércio exterior, aconteceu a abertura do mercado interno aos produtos estrangeiros, mediante a supressão de barreiras que restringiam as importações.

Atualmente, iniciativas governamentais centradas na promoção à exportação e na substituição competitiva de importações estão sendo implementadas com vistas a aumentar a participação do Brasil no Comércio Internacional.

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Procedimentos Administrativos na Exportação

Registro de Exportador

A inscrição no REI da SECEX é automática, sendo realizada no ato da primeira operação de exportação em qualquer ponto conectado ao SISCOMEX. Os exportadores já inscritos no REI terão a inscrição mantida, não sendo necessária qualquer providência adicional.

A inscrição no REI não gera qualquer número. O DECEX não expedirá declaração de que a empresa está registrada no REI.

A pessoa física somente poderá exportar mercadorias em quantidades que não revelem prática de comércio e desde que não se configure habitualidade.

Excetuam-se das restrições previstas no parágrafo anterior os casos a seguir, desde que o interessado comprove junto à SECEX, ou a entidades por ela credenciadas, tratar-se de:

I. Agricultor ou pecuarista, cujo imóvel rural esteja cadastrado no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA ou;

II. Artesão, artista ou assemelhado, registrado como profissional autônomo.

Estão dispensadas da obrigatoriedade de inscrição do exportador no REI as exportações via remessa postal, com ou sem cobertura cambial, exceto donativos, realizadas por pessoa física ou jurídica até o limite de US$ 50.000,00 (cinqüenta mil dólares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outra moeda, exceto quando se tratar de:

I. Produto com exportação proibida ou suspensa; II. Exportação com margem não sacada de câmbio;

III. Exportação vinculada a regimes aduaneiros especiais e atípicos; e IV. Exportação sujeita a registro de operações de crédito - RC.

A inscrição no REI poderá ser negada, suspensa ou cancelada nos casos de punição em decisão administrativa final, aplicada em razão de:

I. Infrações de natureza fiscal, cambial e de comércio exterior; ou II. Abuso de poder econômico.

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Credenciamento e Habilitação

As operações no SISCOMEX poderão ser efetuadas pelo exportador, por conta própria, mediante habilitação prévia, ou por intermédio de representantes credenciados, nos termos e condições estabelecidas pela RFB.

Os bancos autorizados a operar em câmbio e as sociedades corretoras que atuam na intermediação de operações cambiais, ligados ao Sistema de Informações Banco Central – SISBACEN -, encontram-se automaticamente credenciados a efetuar RE e RC por conta e ordem de exportadores, desde que sejam eles expressamente autorizados.

Os órgãos da administração direta e indireta que intervêm no comércio exterior, ligados ao SISBACEN, estão automaticamente credenciados a manifestar-se via Sistema, acerca de operações relativas a produtos de sua área de competência.

Para fins de alimentação no banco de dados do SISCOMEX, os órgãos anuentes deverão informar ao DENOC os atos legais que irão produzir efeito no registro das exportações, indicando a finalidade administrativa, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias de sua eficácia, salvo em situações de caráter excepcional.

Os atos administrativos expedidos pelos órgãos anuentes deverão conter a classificação do produto na NCM, sua descrição completa, e a modificação pretendida, se inclusão, alteração ou exclusão.

Registro de Exportação (RE)

O RE no SISCOMEX é o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem o seu enquadramento.

As peças sobressalentes, quando acompanharem as máquinas e/ou equipamentos a que se destinam, podem ser exportadas com o mesmo código da NCM desses bens, desde que:

a) Não ultrapassem a 10% -dez por cento- do valor no local de embarque dos bens;

b) Estejam contidos no mesmo RE das respectivas máquinas e/ou equipamentos; e

c) A descrição detalhada conste das respectivas notas fiscais.

As tabelas com os códigos utilizados no preenchimento do RE e do RC estão disponíveis no próprio sistema e no endereço eletrônico deste Ministério.

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As mercadorias classificadas em um mesmo código da NCM, que apresentem especificações e preços unitários distintos, poderão ser agrupadas em um único RE, independente de preços unitários, devendo o exportador proceder à descrição de todas as mercadorias, ainda que de forma resumida.

Poderão ser emitidos RE, para pagamento em moeda nacional, por qualquer empresa, independente de destino e/ou produto, observado o disposto nesta Portaria.

O RE deverá ser efetuado previamente à declaração para despacho aduaneiro e ao embarque da mercadoria.

O RE pode ser efetuado após o embarque das mercadorias e antes da declaração para despacho aduaneiro, nas exportações a seguir indicadas:

A. Fornecimento de combustíveis, lubrificantes, alimentos e outros produtos destinados ao consumo e uso a bordo de embarcações ou aeronaves, exclusivamente de tráfego internacional, de bandeira brasileira ou estrangeira, observado o contido na Seção X deste capítulo; e

B. Vendas de pedras preciosas e semipreciosas, metais preciosos, suas obras e artefatos de joalharia realizadas no mercado interno a não residentes no País ou em lojas francas a passageiros com destino ao exterior, na forma do disposto no Anexo “O” desta Portaria.

O RE será efetivado no prazo máximo de 30 (trinta) dias corridos, contados a partir da data de seu registro no SISCOMEX, desde que apresentado de forma adequada e completa. O referido prazo poderá ser objeto de prorrogação por igual período, desde que expressamente motivado. O DECEX poderá solicitar informações e documentos necessários à análise do RE.

O prazo de validade para embarque das mercadorias para o exterior é de 60 (sessenta dias) contados da data do registro do RE.

O RE não utilizado até a data de validade para embarque poderá ser prorrogado.

Poderão ser efetuadas alterações no RE, exceto quando:

a) Envolverem inclusão de ato concessório no campo 24, bem como de código de enquadramento de drawback, após a averbação do registro de exportação; ou

b) Realizadas durante o curso dos procedimentos para despacho aduaneiro.

Na ocorrência de divergência em relação ao RE durante o procedimento do despacho aduaneiro, a unidade local da RFB adotará as medidas cabíveis.

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Registro de Exportação Simplificado

O Registro de Exportação Simplificado – RES - no SISCOMEX é aplicável a operações de exportação, com cobertura cambial e para embarque imediato para o exterior, até o limite de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos), ou o equivalente em outras moedas.

Poderão ser objeto de RES exportações que, por suas características, sejam conceituadas como “exportação normal – código 80.000”, não se enquadrando em nenhum outro código da tabela de enquadramento da operação, disponível no endereço eletrônico deste Ministério e no SISCOMEX.

O RES não se aplica a operações vinculadas ao regime automotivo, ao regime aduaneiro de drawback, ou sujeitas à incidência do imposto de exportação ou, ainda, a procedimentos especiais ou exportação contingenciada, em virtude da legislação ou em decorrência de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

Registro de Operação de Crédito – RC Devem constar do Registro de Operação de Crédito (RC) as informações de caráter cambial e financeiro referentes a exportações com prazo de pagamento superior a 180 dias (prazo que caracteriza as exportações financiadas), contado a partir da data do embarque. O preenchimento do RC e o seu deferimento devem ser anteriores ao preenchimento do Registro de Exportação (RE). O exportador, diretamente ou por intermédio de seu representante legal, é responsável pela prestação de todas as informações necessárias ao exame e processamento do RC, que é feito por meio do SISCOMEX. Registro de Venda – RV O Registro de Venda (RV) deve ser preenchido nos casos de produtos negociados em bolsas internacionais de mercadorias ou de produtos primários (commodities). O preenchimento do RV no SISCOMEX deve ser anterior ao preenchimento do Registro de Exportação (RE) da mercadoria.

Tratamento Administrativo

Os produtos sujeitos a procedimentos especiais, a normas específicas de padronização e classificação, a imposto de exportação ou que tenham a exportação contingenciada ou suspensa, em virtude da legislação ou em decorrência de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, estão relacionados no Anexo “P” desta Portaria.

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Os produtos sujeitos à manifestação prévia dos órgãos do Governo na exportação estão indicados no Tratamento Administrativo do SISCOMEX, também disponíveis no endereço eletrônico do MDIC, para simples consulta, prevalecendo o constante do aludido Tratamento Administrativo.

Documentos de Exportação

Concluída a operação de exportação, com a sua averbação no Sistema, a RFB fornecerá ao exportador, quando solicitado, o comprovante de exportação, emitido pelo SISCOMEX.

Sempre que necessário poderá ser obtido, em qualquer ponto conectado ao SISCOMEX, extrato do RE.

Os bancos que operam em câmbio e as sociedades corretoras que atuam na intermediação de operações cambiais, ligados ao SISBACEN, ficam autorizados a visar os extratos relativos aos RE, assumindo total e inteira responsabilidade pela transcrição, nesses documentos, das informações prestadas pelo exportador.

Em se tratando de certificado de origem de acordos preferenciais, os exportadores devem solicitar, nos casos descritos abaixo, a inclusão de cláusula no crédito documentário - carta de crédito - que preveja a aceitação do aludido certificado, no qual contém menção a outro termo de comércio que não o negociado no próprio crédito documentário:

a) Quando a operação envolver negociação de crédito documentário no qual, dentre os documentos requeridos, esteja relacionado certificado de origem; e

b) Quando no modelo do referido certificado de origem houver menção a um valor de referência que diferir do termo internacional de comércio (INCOTERM) negociado.

Exportação Sem Cobertura Cambial

Poderão ser admitidas exportações sem cobertura cambial, devendo o pagamento de serviços, quando couber, ser processado por intermédio de transferências financeiras.

Nas remessas ao exterior em regime de exportação temporária, o exportador deverá providenciar o retorno dos bens nos prazos e condições definidos pela RFB e pela SECEX, conforme o caso.

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A exportação temporária poderá ser transformada em definitiva, observando-se o seguinte:Deverá ser mantido inalterado o RE original objeto da exportação temporária, se houver;

I. Deverá ser registrado novo RE para exportação definitiva; II. Nos casos de exportação com cobertura cambial deverá ser utilizado o código

80170 -exportação definitiva de bens, usados ou novos, que saíram do país ao amparo de registro de exportação temporária; e

III. Nos casos de exportação sem cobertura cambial deverão ser utilizados os seguintes códigos: a) 99122, para os casos de mercadoria exportada para reparo ou manutenção,

quando o reparo ou manutenção não for possível, e haverá substituição da mercadoria; ou

b) 99199, nos casos de mercadoria exportada originalmente para reparo ou manutenção, recipientes reutilizáveis, empréstimos ou aluguel e outros, quando o reparo ou manutenção não for possível ou a mercadoria tornou-se imprestável e não haverá substituição da mercadoria.

IV. os novos RE deverão estar vinculados com a declaração de exportação, conforme disposto em Instrução Normativa específica da Receita Federal do Brasil.

Exportação em Consignação

Todos os produtos da pauta de exportação brasileira são passíveis de venda em consignação.

A exportação em consignação implica a obrigação de o exportador comprovar dentro do prazo de até 720 dias, contados da data do embarque, o ingresso de moeda estrangeira, pela venda da mercadoria ao exterior, na forma da regulamentação cambial, ou o retorno da mercadoria.

Em situações excepcionais, poderão ser examinadas prorrogações de prazo, desde que declarado pelo interessado que, para essas exportações, não foram celebrados contratos de câmbio de exportação.

Nas situações abaixo indicadas, o exportador deverá solicitar a alteração do RE, mediante proposta de alteração de RE averbado no SISCOMEX, apresentando documentos comprobatórios, caso solicitado:

I. No retorno total ou parcial, ao País, da mercadoria embarcada, mediante a apresentação dos valores e quantidades e a vinculação no campo 25 do RE dos dados relativos ao desembaraço aduaneiro de importação, informar número da DI;

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II. Na venda da mercadoria por valor superior ou inferior ao originalmente consignado no RE, mediante a alteração destes valores; e

III. Na inviabilidade de retorno, ao País, de parte ou da totalidade da mercadoria, mediante a alteração dos valores e quantidades que efetivamente permaneceram no exterior.

Exportação para Uso e Consumo a Bordo

Constitui-se em exportação, para os efeitos fiscais e cambiais previstos na legislação vigente, o fornecimento de combustíveis, lubrificantes e demais mercadorias destinadas a uso e consumo de bordo, em embarcações ou aeronaves, exclusivamente de tráfego internacional, de bandeira brasileira ou estrangeira.

Considera-se fornecimento de mercadorias para consumo e uso a bordo, qualquer que seja a finalidade do produto a bordo, devendo este se destinar exclusivamente ao consumo da tripulação e passageiros, ao uso ou consumo da própria embarcação ou aeronave, bem como a sua conservação ou manutenção.

Nas operações da espécie deverão ser observados os seguintes procedimentos:

I. Os REs deverão ser solicitados com base no movimento das vendas realizadas no mês, até o último dia útil do mês subseqüente, utilizando-se, para preenchimento do campo do RE destinado ao código da NCM do Sistema Harmonizado (SH), os códigos especiais pertinentes disponíveis no próprio Sistema e no endereço eletrônico deste Ministério;

II. As normas e o tratamento administrativo que disciplinam a exportação do produto, no que se refere a sua proibição, suspensão e anuência prévia;

III. Quando o fornecimento se destinar a embarcações e aeronaves de bandeira brasileira, exclusivamente de tráfego internacional, o RE deverá ser formulado em moeda nacional.

IV. A não observância das instruções para solicitação de RE poderá implicar a suspensão da utilização dessa sistemática pelo exportador, até decisão em contrário da SECEX.

Exportação Destinada a Feiras e Exposições

A remessa de mercadoria ao exterior, com fins de promoção, obriga o exportador a comprovar, no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias contados da data do embarque, o seu retorno ao País ou, no caso de ocorrer à venda, o ingresso de moeda estrangeira na forma da regulamentação cambial vigente.

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Na hipótese de ser inviável o retorno da mercadoria ou ocorrer a venda por valor inferior ao originalmente consignado no RE, por alteração de qualidade ou por qualquer outro motivo, o exportador deverá, dentro de 390 (trezentos e noventa) dias após o embarque, providenciar a confecção de novo Registro de Exportação, mantido inalterado o RE original, utilizando-se dos códigos 80170 ou 99199, conforme o caso.

Incentivos Fiscais à Exportação

Como ocorre nos principais países exportadores, o Brasil também dispõe de uma estrutura de incentivos fiscais à exportação, concedidos de acordo com as normas técnicas definidas pela OMC.

Seguindo essas regras, os incentivos fiscais à exportação concedidos pelo Brasil são representados apenas pela desoneração ou dispensa do pagamento de determinados tributos devidos no mercado interno.

Para que as empresas instaladas no Brasil possam participar do mercado internacional em igualdade de condições com exportadores de outros países, existe um conjunto de incentivos fiscais, cujo objetivo principal é reduzir os custos tributários dos produtos, tornando-os competitivos externamente sob o aspecto preço.

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São estes os principais incentivos fiscais à exportação:

� Imunidade de pagamento do IPI e do ICMS - As empresas exportadoras gozam da imunidade de pagamento do IPI, que seria devido em operações de venda no mercado interno, da mesma forma que esses produtos desfrutam ainda da não-incidência do ICMS, refletindo essa medida em redução dos custos tributários de exportação.

� Suspensão de pagamento do IPI e do ICMS - as vendas internas de produtos primários, semi-elaborados e industrializados, realizadas por estabelecimento industrial, produtor ou comercial, com o fim específico de exportação, para empresas comerciais exportadoras intermediárias capacitadas a realizar exportações indiretas, gozam de benefício fiscal da suspensão de pagamento do IPI e da não-incidência do ICMS.

� Manufaturados gozam da imunidade de pagamento do IPI e da não-incidência de ICMS. Além disso, é assegurada a manutenção dos créditos fiscais, tanto de ICMS como de IPI, gerados nas compras de matérias-primas, bens intermediários e materiais de embalagem, independentemente de tais insumos serem adquiridos no mercado interno ou externo.

� Isenção de pagamento da Cofins - as exportações de produtos manufaturados, sem-elaborados, primários e serviços estão isentas de pagamento da Cofins -Contribuição sobre Financiamento da Seguridade Social.

� Isenção de Pagamento do PIS - as exportações de serviços e produtos, assim entendidos, manufaturados, semi-elaborados e primários, estão isentas do pagamento do PIS - Programa de Integração Social.

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Formação de Preço Na Exportação pelo Incoterms

Existem quatro locais tradicionalmente utilizados para a formação do preço, que passaram, inclusive, a ser denominados com os códigos de alguns INCOTERMS (EXW, FOB, CIF e DDP). Veja-os no quadro abaixo:

PREÇO

Na origem ou fábrica (EXW) Custo Total + Embalagem de Exportação + Lucro + Despesas de Exportação

No local de embarque (FOB) +Transporte interno +Seguro Interno +Licenças +autorizações e formalidades de Exportação +Movimentação em terminal

No local de desembarque (CIF) +Transporte internacional + Seguro internacional

No local de consumo (DDP) Movimentação em terminal +Licenças +Autorizações e formalidades de Importação +Transporte interno no destino

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Comissão do Agente

*A remeter: o exportador recebe o valor integral da fatura, fecha câmbio e é responsável por remeter a comissão para o agente.

* Conta gráfica: o exportador recebe o valor total da fatura, porém o banco, no exterior, retém o valor da comissão do agente. O banco paga diretamente ao agente. O exportador fecha o câmbio sem o valor da comissão.

* Dedução na fatura: na própria fatura comercial é deduzida a comissão. O exportador receberá o valor deduzido para fechar o câmbio. Neste caso geralmente o importador é o próprio agente (situação comum nas operações entre empresas vinculadas).

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Artigo: A desoneração tributária das exportações brasileiras

Por Carlos Araújo – www.comexblog.com.br

O tema “Exportação” nunca perde a sua importância, e com alguma frequência recebo e-mails com perguntas sobre a tributação incidente nas exportações brasileiras.

Apesar de ser público e notório que as vendas externas das empresas brasileiras não geram quaisquer tipos de tributos, conhecer a base legal desta desoneração requer a leitura de diversas Leis, algumas diferentes nos 27 Estados do país, como é o caso do ICMS.

Além disso, as empresas brasileiras exportadoras sejam elas fabricantes, comerciais exportadoras ou as trading companies (empresas que se caracterizam pela exportação de produtos de diferentes fornecedores de forma consolidada) possuem o mesmo tratamento fiscal, seja em âmbito estadual ou federal.

E com objetivo de responder as dúvidas sobre o tema, elencamos abaixo os principais dispositivos legais do tratamento fiscal na exportação.

Exportação Direta

Impostos Federais

• IPI: imune, artigo 18, inciso II, do Regulamento do IPI; • PIS: não incidência, artigo 5º, inciso I, da Lei nº 10.637/02; • Cofins: não incidência, artigo 6º, inciso I, da Lei nº 10.833/03; • Imposto de Exportação: não há, exceto para alguns produtos mencionados no

Anexo P da Portaria Secex nº 10, de 24/05/10.

Imposto Estadual

• ES – Não incidência de ICMS conf. art 4º, Inciso II do RICMS/ES • MG – Não incidência de ICMS conf. art 5º, inciso III do RICMS/MG • SP – Não incidência de ICMS conf. art 7º, inciso V, do RICMS-SP • RJ – Não incidência de ICMS conf. art 47, Inciso II do RICMS/RJ • PR – Não incidência de ICMS conf. art 3º, Inciso II do RICMS/PR • SC – Não incidência de ICMS conf. art 6º, Inciso II do RICMS/SC • RS – Não incidência de ICMS conf. art 11, Inciso V do RICMS/RS

Para outros Estados é necessário verificar a legislação local.

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Exportação Indireta

Quando a operação de exportação é feita através de uma comercial exportadora, em que o fabricante vende no mercado interno com um fim específico de exportação, a base legal da desoneração fiscal é:

Impostos Federais

• IPI: suspenso, artigo 43, inciso V, do Regulamento do IPI; • PIS: não incidência, artigo 5º, inciso III, da Lei nº 10.637/02; • Cofins: não incidência, artigo 6º, inciso III, da Lei nº 10.833/03.

Imposto Estadual

• ES – Não incidência de ICMS conf. art. 4º, Inciso II, § 1º, alíneas 1,2 e 3 do RICMS/ES

• MG – Não incidência de ICMS conf. art.5º, inciso III, § 1º, alíneas 1 e 2 do RICMS/MG

• SP – Não incidência de ICMS conf. art.7º, § 1º, item 1, letra “a”, do RICMS-SP • RJ – Não incidência de ICMS conf. art.47, Inciso II, § 2º, alíneas 1 e 2 do

RICMS/RJ • PR – Não incidência de ICMS conf. art.3º, Inciso II, § Único do RICMS/PR • SC – Não incidência de ICMS conf. art.6º, Inciso II, § 1º e 2º do RICMS/SC • RS – Não incidência de ICMS conf. art.11, Inciso V, § Único do RICMS/RS

Importante frisar que para esta modalidade de exportação, o fabricante/produtor e a empresa comercial exportadora precisam ter controles adicionais, de acordo com o Convênio ICMS nº 84, de 25/09/09:

O fabricante/produtor (remetente) precisa:

• Emitir uma DANFE de Saída com a expressão “REMESSA COM O FIM ESPECIFÍCO DE EXPORTAÇÃO” no campo de informações complementares;

• Apurar e enviar à sua repartição fiscal, mensalmente, as informações contidas em cada DANFE

Já a empresa comercial exportadora precisa:

• Efetuar a exportação em no máximo 180 dias da compra. Caso isso não aconteça, será obrigado a recolher os tributos e os seus encargos que deixaram de ser pago por conta do benefício

• Emitir uma DANFE de Saída de Exportação, e apresentar posteriormente ao embarque, à repartição fiscal de seu domicílio, o Memorando de Exportação, conforme determina o anexo único do referido convênio.

Page 21: Apostila Despacho de Exportação

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Este benefício permitirá que uma empresa comercial exportadora possa adquirir produtos no mercado interno com o fim específico de exportar e obter os mesmos benefícios tributários que o fabricante/exportador possui.