apostila de trigonometria esférica e ortodromia by clc vivekananda

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CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTER BRAZ DE AGUIAR – CIABA TRIGONOMETRIA ESFÉRICA & NAVEGAÇÃO ORTODRÔMICA POR PROF. CLC J. VIVEKANANDA

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Trigonometria Esférica Vivekananda

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Page 1: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTER BRAZ DE AGUIAR – CIABA

TRIGONOMETRIA ESFÉRICA & NAVEGAÇÃO ORTODRÔMICA

POR

PROF. CLC J. VIVEKANANDA

2009

Page 2: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Prefácio

A Trigonometria Esférica estuda as relações entre os elementos de um

triângulo esférico. Qualquer triângulo plano, ou esférico, é composto de três lados e

três ângulos, sendo, portanto, seis elementos no total. As relações entre eles, os

elementos, servem para resolver os triângulos esféricos, o que significa calcular três

desses elementos quando são conhecidos os outros três.

A grande aplicação da Trigonometria Esférica para o Oficial de

Náutica é na navegação, seja a Astronômica ou Ortodrômica. Na primeira, quando

se considera o céu como uma esfera de raio infinito e a terra como o centro dessa

esfera, a Trigonometria Esférica é aplicada com extrema propriedade visto que

existe íntima relação entre ela e o sistema de coordenadas geográficas, no qual

se considera a terra como uma perfeita esfera. Na segunda, também a

Trigonometria Esférica é relacionada com o sistema de coordenadas geográficas, o

qual, em suma, é o responsável pelo posicionamento de qualquer lugar ou

embarcação na superfície do nosso planeta.

Nesta publicação estudaremos, da Trigonometria Esférica, o

necessário e suficiente para que possamos aplicá-la na Navegação Ortodrômica.

É importante observar que os princípios matemáticos necessários ao

estudo que ora apresentamos serão sucintamente aqui explicados, simplesmente

para que o leitor não venha a necessitar folhear outra qualquer publicação, motivado

pelo esquecimento ou desconhecimento daqueles princípios.

O AUTOR

2

Page 3: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

SUMÁRIO

Prefácio

Unidade de Ensino I – A forma da terra................................................01

1.1 Conceitos preliminares indispensáveis para o estudo da trigonometria esférica.

Unidade de Ensino II - Fundamentos da Trigonometria Esférica.....................02

2.1 planos e esfera .............................................................................02

2.2 polos .............................................................................................02

2.3 meridianos, paralelos e equador..................................................03

2.4 a menor distância entre dois pontos ...........................................03

2.5 triângulo esférico ......................................................................04

2.6 propriedades gerais dos triângulos esféricos ..........................07

2.7 particularidades dos triângulos esféricos .................................08

2.8 relações entre os elementos de um triângulo esférico ............09

lei dos cosenos para os lados ................................................09

lei dos cosenos para os ângulos .............................................11

lei dos senos ............................................................................12

lei das tangentes ......................................................................12

usando calculadoras de bolso ..................................................14

aplicando logaritmos ...............................................................17

resolução pelo Excel ............................................................ 21

triângulos esféricos retângulos..................................................26

as dez fórmulas .......................................................................27

as analogias de NEPER ................................................................29

CAPÍTULO III – Navegação Ortodrômica ............................................32

3.1 navegação ortodrômica por pontos e por rumos iniciais ....... 33

3.2 casos particulares da navegação ortodrômica .......................33

3.3 o primeiro triângulo da ortodromia .........................................34

3.3 a diferença de longitude () e o caminho em longitude ......37

3.4 os sentidos leste e oeste ......................................................37

3.5 constantes do círculo máximo ..........................................38

3

Page 4: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

3.6 cálculo da distância ortodrômica ............................................39

3.7 distância ortodrômica pelo Excel ..........................................41

3.8 convertendo o ângulo de partida (Pt) em rumo inicial (Ri) ....44

3.9 rumo inicial pelo Excel ............................................................45

CAPÍTULO IV - Vertexes de uma derrota ortodrômica ......................54

4.1 cálculo das constantes do círculo máximo .............................55

4.2 cálculo das coordenadas dos vertexes ...................................57

4.3 cálculo das constantes do círculo máximo pelo Excel ............58

4.4 visão básica dos vertexes ........................................................62

CAPÍTULO V - INFORMÁTICA APLICADA À ORTODROMA ...........67

5.1 a planilha do Excel ...................................................................67

5.2 inserindo dados ........................................................................68

5.3 calculando a diferença de longitude .......................................69

5.4 cálculo da distância a navegar .................................................72

5.5 cálculo do rumo inicial ............................................................72

5.6 cálculo de e.........................................................................73

4

Page 5: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

UNIDADE 1. A FORMA DA TERRA

A Terra, todos sabemos, não tem a forma perfeitamente esférica mas, sabemos

também, pode vir a ser considerada assim, dada a diminuta diferença entre seus dois

diâmetros (o maior, que é o equatorial e o menor que é o polar, diferentes em cerca de

40 km ou achatamento, em km, de 12.756/12.716). Para as navegações, então, A

TERRA É UMA ESFERA e, sendo assim, devemos estudá-la como tal e, ao navegar

em sua superfície, fazê-lo cônscios de que:

a) cada ponto de sua superfície admite um único plano tangente a ela como

esfera;

b) cada plano tangente a ela dista de seu centro de um valor linear igual à

medida de seu raio, considerado a metade da média aritmética entre os

seus diâmetros, o maior e o menor;

c) seus diâmetros polar e equatorial são, em tese, iguais;

d) seus “círculos máximos” são intercessões da sua superfície com planos

que lhes contém o centro e todos os demais círculos, formados em sua

superfície, oriundos de planos que não contenham seu centro, serão

chamados de “círculos menores”;

e) por dois pontos quaisquer de sua superfície, desde que não

diametralmente opostos, admite-se passar um único círculo máximo;

f) que qualquer de seus círculos máximos tem comprimento igual a medida

linear de 2.π.r, onde r é a medida de seu raio;

g) que o equador terrestre, equivalendo a 360º, tem 60 x 360 = 21.600

minutos de arco;

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Page 6: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Plano de Círculo Menor

Círculo Menor

Plano de Círculo Máximo

Círculo Máximo

h) que cada minuto de arco, de qualquer de seus círculos máximos, equivale

a uma milha náutica (1 M) ou 1853 metros;

i) a menor distância a se navegar entre dois pontos de sua superfície é um

arco de círculo máximo;

j) ORTODROMIA é navegação feita sobre um círculo máximo, assim como

LOXODROMIA é navegação feita fora de círculo máximo.

Figura 1 - O círculo máximo é originado de plano que passa pelo centro da esfera,

o círculo menor, por plano que não passa pelo centro da esfera.

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Page 7: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

2. FUNDAMENTOS DA TRIGONOMETRIA ESFÉRICA

2.1 - Planos e Esfera

Uma esfera pode ser apenas tocada por um plano, em um único ponto,

tangenciando-a, ou pode cortá-la, separando-a em duas partes. No segundo caso o

plano determina, na sua intercessão com a superfície da esfera, uma figura

geométrica plana chamada círculo.

Se o plano, ao cortar a esfera, passar pelo seu centro, chamar-se-á plano

de círculo máximo; caso não passe pelo centro, tomará o nome de plano de

círculo menor.

A explicação desses nomes é muito simples: O círculo obtido da intercessão

de uma esfera por um plano terá o máximo diâmetro possível (igual ao diâmetro da

esfera) se o plano contiver o centro da esfera, determinando, então, o círculo

máximo; todos os outros determinados por planos paralelos a este, serão, assim,

menores.

Figura 2 – Um círculo máximo e o plano que o gera.

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Page 8: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

2.2 - Polos

Ao cortar uma esfera, além do círculo que fica determinado pela sua

intercessão com a superfície da esfera, o plano determinará também os dois pontos

mais distantes, também da superfície da esfera, de si, plano. A esses dois pontos

chamamos polos:

Figura 3 – Um círculo menor e o plano que o gera.

2.3- Meridianos, Paralelos e Equador

A Terra tem a forma de um elipsóide de revolução, isto é: “De uma esfera

com achatamento nos pólos”, mas para o estudo das Navegações ela é considerada

de forma esférica. Essa é a razão de se estudar os Princípios da Trigonometria

Esférica.

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Page 9: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Os meridianos e o equador terrestres são círculos máximos. Já os

paralelos, são círculos menores.

2.4 A menor distância entre dois pontos

A menor distância entre dois pontos quaisquer da superfície de uma esfera é

um arco de círculo máximo.

Figura 4 – A menor distância entre dois pontos da superfície de uma esfera.

2.5 Triângulo Esférico

Conceito

É qualquer parte da superfície de uma esfera, limitada pelas seções de três

círculos máximos que se interceptam dois a dois. É qualquer das partes triangulares

da superfície de uma esfera quando esta é cortada por três planos de círculo

máximo que se interceptam.

Lembremos que um plano qualquer que intercepta uma esfera resulta em

uma figura geométrica chamada círculo. Esse círculo será máximo (o maior obtido

nessa mesma esfera, por ter seu raio igual ao da esfera) se o plano que o determina

contiver o centro dessa esfera. Nesse caso, tal plano chamar-se-á Plano de Círculo

Máximo. Se um plano corta uma esfera sem passar pelo seu centro, este não será

de círculo máximo pois determinará, na sua intercessão com a superfície dessa

esfera, um chamado círculo menor, já que sempre poderemos obter círculos

maiores que este, a medida que aproximarmos o plano do centro da esfera.

Triângulos esféricos somente podem ser originados de planos de

círculos máximos.

Imaginemos uma esfera como, por exemplo, um melão perfeitamente

esférico, sendo cortado por um plano de círculo máximo, que, no caso, seria uma

faca que o cortasse passando exatamente pelo seu centro. Nesse caso teríamos

apenas um plano cortando a esfera, o que, evidentemente, a separaria em duas

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Page 10: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

metades, mas nenhuma das superfícies (as cascas das duas metades) seria uma

superfície triangular, logo, não temos triângulos esféricos quando apenas um plano

de círculo máximo secciona a esfera.

Figura 5 - Quando um único plano de círculo máximo secciona uma esfera, as duas semi-esferas resultantes não tem superfícies triangulares, não constituindo Triângulo

Esférico.

Agora imaginemos dois planos ( e ), ambos de círculo máximo, seccionando

uma mesma esfera, como se fizéssemos dois cortes no mesmo melão, ambos

passando pelo centro da fruta, de modo a dividi-la em quatro partes. Ainda assim

não teríamos, em nenhuma das cascas dessas partes (quatro gomos), superfície

triangular. Daí deduzimos que, também não temos nenhum triângulo esférico

formado na superfície de uma esfera quando apenas dois planos de círculo máximo

a interceptam.

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Page 11: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Figura 6 - Dois planos de círculo máximo que seccionam uma esfera, dividem-na em

quatro gomos, cujas superfícies não são triangulares.

Ao analisarmos um dos quatro gomos que resultaram do corte da esfera por

dois planos de círculo máximo, veremos que a superfície desse gomo não é

triangular justamente porque os encontros das seções de círculo, pertencentes a

este único gomo, são apenas duas (dois vértices), não caracterizando a formação de

triângulo na seção de superfície esférica desse gomo:

Figura 7 - Dois planos de círculo máximo que seccionam uma esfera, dividem-na emsuperfícies que não são triangulares.

Consideremos agora a esfera seccionada por três planos de círculo máximo.

É como se cortássemos o melão esférico com três golpes de faca, todos esses

golpes passando bem ao centro do melão. Desse modo teríamos o melão dividido

em oito partes, sendo que a seção da superfície esférica de cada uma dessas partes

(onde estaria a casca) seria um triângulo esférico. Assim, quando dividimos uma

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Page 12: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

esfera por três planos concorrentes no centro dessa esfera (planos de círculo

máximo), determinamos, em sua superfície, oito triângulos esféricos, iguais dois a

dois se os ângulos entre os planos forem desiguais entre si. Se dois dos ângulos

formados entre os planos forem iguais entre si e diferentes do terceiro, teremos

quatro triângulos iguais entre si e diferentes dos outros quatro que, por sua vez,

serão também iguais entre si. Finalmente, se os três ângulos formados pela

intercessão dos três planos forem todos iguais, o que acontece quando estes planos

são perpendiculares entre si, teremos os oito triângulos iguais entre si.

Para representarmos uma esfera, naturalmente tridimensional, num

plano só, no caso o plano do papel, temos que considerar que um dos três planos é

sempre o próprio papel, o qual chamaremos de :

C

C’

A B

D

E

Figura 8 – A esfera seccionada por três planos de círculo máximo,

ortogonais entre si.

Do anteriormente exposto, concluímos que será facilitado o estudo da

Trigonometria Esférica se nos limitarmos aos estudo dos menores triângulos

formados na superfície da esfera cortada por três planos de círculo máximo (planos

formando ângulos desiguais entre si) porque, sendo eles apenas dois e iguais entre

si, resumiríamos nosso estudo ao estabelecimento das relações entre os elementos

de um só triângulo esférico. Assim é feito e, em qualquer situação em que tenhamos

três círculos máximos a determinar oito superfícies esféricas, apenas uma delas, o 12

Page 13: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

C

B

A

a

b

c

chamado Triângulo Esférico, é estudado pela Trigonometria Esférica,

estabelecendo-se, para isso, algumas regras às quais chamaremos de propriedades

dos triângulos esféricos, vistas a seguir.

2.6 - Propriedades Gerais dos Triângulos Esféricos.

Em um triângulo ABC, onde os vértices são representados por letras

maiúsculas e os lados por letras minúsculas:

Figura 9 – Um triângulo esférico qualquer ABC

1a ) A soma dos lados é maior do que 00 e menor do que 3600 .

00 < a +b + c < 3600

2a) Qualquer lado é menor que a soma e maior que a diferença dos outro dois lados.

a + b > c > a - c

a + c > b > a - c

b + c > a > b - c

3a) Os lados e os ângulos opõem-se na ordem sucessiva de suas respectivas

grandezas:13

Page 14: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

- Aos maiores ângulos opõem-se os maiores lados e vice-versa.

- Aos menores ângulos opõem-se os menores lados e vice-versa.

- A ângulos iguais opõem-se lados iguais e vice-versa.

4a) A soma dos ângulos de um Triângulo Esférico é maior que 1800 e

menor que 5400.

1800 < A + B + C < 5400

5a) A soma de quaisquer dois de seus ângulos é menor que o terceiro aumentado de

1800.

A + B < C + 180o

A + C < B + 180o

B + C < A + 180o

6a) A diferença entre quaisquer dois de seus ângulos é menor que o suplemento do

terceiro.

A - B < 180o - C e B - A < 180o - C

A - C < 180o - B e C - A < 180o - B

B - C < 180o -A e C - B < 180o - A

Para que as propriedades dos Triângulos Esféricos sejam obedecidas, é

aconselhável que na escolha do polo (N ou S) como vértice do Triângulo da

Ortodromia, quando os pontos de partida e chegada tem mesmo sinal de Latitude,

escolhamos, como terceiro vértice, o polo de mesmo sinal delas.

2.7- Particularidades dos Triângulos Esféricos

Os triângulos esféricos podem ser retângulos, bi-retângulos ou tri-

retângulos, conforme tenham um, dois ou três ângulos medindo 90o,

respectivamente; podem também ser retiláteros, bi-retiláteros ou tri-retiláteros,

conforme tenham um, dois ou três lados medindo 90o, respectivamente.

2. 8 - Relações entre os elementos de um Triângulo Esférico.

14

Page 15: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

As relações entre os seis elementos de um mesmo triângulo esférico, são

estabelecidas principalmente por três leis, chamadas de Lei dos Cossenos para os

Lados, Lei dos Cossenos para os Ângulos, Lei dos Senos e Lei das Tangentes. Tais

leis são suficientes para resolver qualquer caso de triângulo esférico aplicado à

Navegação.

15

Page 16: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

3. DEDUÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE OS ELEMENTOS DE UM TRIÂNGULO

ESFÉRICO RETÂNGULO

3.1 - Lei dos Cossenos para os Lados

“O cosseno de qualquer dos lados é igual ao produto dos cossenos dos

outros dois somado com o produto dos senos desses outros dois, multiplicado ainda

pelo cosseno do ângulo oposto ao lado pedido”.

ou

cos a = cos b . cos c + sen b . sen c . cos A

cos b = cos a . cos c + sen a . sen c . cos B

cos c = cos a . cos b + sen a . sen b . cos C

A dedução de tais fórmulas é feita da seguinte maneira:

Figura 10 – Um triângulo esférico traçado a partir do centro "O", da esfera

Do centro O da esfera, com um compasso, traçamos o triângulo ABC na

superfície esférica.

Do centro O da esfera traçam-se os raios que unem o centro aos vértices do

triângulo e prolongam-se dois deles.

No ângulo A do triângulo ABC tira-se duas tangentes aos lados c e b até

encontrar os prolongamentos dos raios que passam por B e C. Esses encontros

chamam-se, respectivamente, B’ e C’. Unindo B’ a C’ teremos formados os

triângulos AB’C’ e OB’C’.

Pela trigonometria plana sabemos que num triângulo qualquer ABC:

a2 = b2 + c2- 2.b.c.cos A

Aplicando aos triângulos AB’C’ e OB’C’ da fig.:

16

Page 17: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

sen2 c sen2 b sen b . sen c

cos2 c cos2 b cos b . cos c

cos A =

1 1 2 1 1 2

AB’C’ : (B’C’)2 =(AB’)2 +(AC’)2 - 2 (AB’) (AC’) COS A

OB’C’ : (B’C’)2 = (OB’)2 + (OC’)2 - 2(OB’) (OC’) COS a

Igualando-se os dois valores temos:

(AB’)2 + (AC’)2 - 2 (AB’) (AC’) COS A = (OB’)2 + (OC’)2 - 2(OB’) (OC’) COS a

Notando-se que (AB’) = tg c ; (AC’) = tg b ; (OB’) = sec c e (OC’) = sec b,

substitui-se:

tg2 c + tg2 b - 2 . tg b . tg c . cos A = sen2 c + sec2 b - 2 . sec b . sec c . cos a

Transformando-se os valores de tangente e secante em função de seno e

cosseno:

cos a

Eliminando-se os denominadores ( m.m.c. = cos2 b . cos2 c ) :

sen2 c . cos2 b + sen2 b . cos2 c - 2 . sen b . sen c . cos b . cos c . cos A = cos2 b + cos2 c - 2cos b .

cos c . cos a

Passando o 2o membro para o 1o:

sen2 c . cos2 b + sen2 b . cos2 c - 2 . sen b . sen c . cos b . cos c . cos A - cos2 b - cos2 c + 2cos b .

cos c . cos a = 0

Colocando-se em evidência (cos2 b . cos2 c) :

cos2 b (sen2 c-1) + cos2 c (sen2 b-1) -2sen b . sen c . cos b . cos c . cos A-cos2 b-cos2 c+2cos b.

cos c . cos A = 0

Como, pela trigonometria plana, sabemos que

sen2 b + cos2 b= 1 ; sen2 b - 1 = cos2 b

sen2 c + cos2 c= 1 ; sen2 c - 1 = cos2 c

17

+ -

+ - 2

Page 18: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Substituímos:

-cos2 b . cos2 c - cos c . cos2 b - 2 sen b . sen c . cos b . cos c. cos A + 2 cos b . cos c . cos a = 0

-2 cos2 c.cos2 b - 2 sen b . sen c . cos b . cos c. cos A + 2 cos b . cos c .cos a = 0

Multiplicando ambos os membros por – 2 / (cos b . cos c), fica:

cos b . cos c + sen b . sen c . cos A - cos a = 0

onde:

cos a = cos b . cos c + sen b . sen c cos A

Se tirarmos as tangentes aos outros dois ângulos:

cos b = cos a . cos c + sen a . sen c . cos B

cos c = cos a . cos b + sen a . sen b . cos C

- Aplicação da Lei dos cossenos para os lados.

Ao verificarmos o conjunto das três fórmulas oriundas da Lei dos Cossenos

para os lados percebemos que essas fórmulas relacionam os três lados e um dos

ângulos de um triângulo esférico qualquer. Assim, deduzimos que tal lei serve para

resolvermos dois tipos de problemas:

a) Quando são dados os três lados (e aí então calcula-se cada um dos

ângulos); ou

b) Quando são dados dois lados e o ângulo compreendido entre eles ( aí

então calcula-se o terceiro lado e, já com os três lados, caímos no item a , onde são

dados os três lados, para calcular os elementos que faltam.

3.2 - Lei dos Cossenos para os Ângulos.

“O cosseno de qualquer dos ângulos de um triângulo esférico é igual ao

produto negativo dos cossenos dos outros dois ângulos, somado com o a

multiplicação do produto de seus senos pelo cosseno do lado oposto ao ângulo que

se quer calcular”:

cos A = - cos B . cos C + sen B . sen C . cos a

18

Page 19: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

cos B = - cos A . cos C + sen A . sen C . cos b

cos C = - cos A . cos B + sen A . sen B . cos c

Aplicação da Lei dos Cossenos para os Ângulos.

As fórmulas resultantes dessa Lei, como o leitor já deve ter observado,

relacionam os três ângulos e o lado oposto a um deles. Com tais fórmulas

poderemos resolver também dois tipos de problemas:

a) Quando são dados os três ângulos (e aí se calculam cada um dos lados);

ou

b) Quando são dados dois ângulos e o lado compreendido entre eles (nesse

caso calcula-se o terceiro ângulo e prosseguimos resolvendo o triângulo já com os

três ângulos conhecidos).

3.3 Lei dos Senos

“Os lados são proporcionais aos seus ângulos opostos”.

A Lei dos Senos resolve problemas quando:

- São dados dois lados e o ângulo adjacente a um deles e

- São dados dois ângulos e o lado adjacente a um, deles.

Aplicação da Lei dos Senos.

Essa Lei relaciona tanto dois lados e o ângulo oposto a um deles como dois

ângulos e o lado oposto a um deles. Dessa maneira, quando são dados dois lados e

o ângulo oposto a um deles, pode-se calcular o ângulo oposto ao outro lado dado.

Quando são dados dois ângulos e o lado oposto a um deles, pode-se calcular o

ângulo oposto ao outro lado dado.

3.4 Lei das tangentes

19

sen a sen b sen c

= =sen A sen B

sen C

Page 20: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

C

c

a

B

A

b

Em um Triângulo Esférico qualquer, ABC, se são conhecidos dois lados e o

ângulo compreendido entre eles, podemos calcular um dos outros ângulos aplicando

a relação:

Figura 11 – Triângulo esférico genérico ABC

O resumo da teoria sobre Trigonometria Esférica até aqui estudado é

suficiente para que se aplique ao nosso objetivo maior que é a Navegação (tanto a

Astronômica quanto a Ortodrômica). Desta forma, evitaremos prolongar ou

aprofundar esse estudo matemático sem resultados práticos, passando diretamente

a exercitar em resoluções de problemas sobre triângulos esféricos quaisquer, aquilo

que já aprendemos.

20

Cotg a . Sen b = Cotg  . Sen C . + Cos b . Cos C de onde deduzimos:

Cotg a . Sen b – Cos C . Cos b = Sen C . Cotg A

dividindo toda a equação por (Sen C . Sen b), teremos:

(Cotg a/Sen C) – Cotg C . Cotg b . Cotg A Sen b e então

Sen b [(Cotg a / Sen C) – Cotg C . Cotg b] = Cotg A

A aplicação dessa equação é feita, principalmente, na Tábua ABC, das Norie’s Nautical Tables

Page 21: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Exercício Resolvido de Aplicação da LEI DOS COSSENOS PARA OS LADOS:

- Aplicando arcos notáveis:

Sabendo-se que, num triângulo esférico qualquer, a = 600 ; b = 450 e c = 450 ,

pede-se calcular o ângulo A :

Solução:

Cos a = cos b . cos c + sen b . sen c . cos A

cos a - cos b . cos c

Cos A =

sen b . sen c

1/2 - 2/2 . 2/2 1/2 - 1/2

Cos A = = = 0

2/2 . 2/2 1/2

A = 900

Note-se que quando aplicamos os arcos notáveis como valores dos

elementos dados, para a resolução de um triângulo, o problema torna-se

extremamente fácil, haja vista que não necessitamos consultar as Tábuas de

Funções Trigonométricas já que temos memorizados os valores das funções

trigonométricas daqueles arcos. Mas, na prática, isso geralmente não acontece e

sempre nos deparamos com a necessidade de utilizar aquelas Tábuas e trabalhar

com valores numéricos de, no mínimo, cinco casas decimais, que é o que dá a

aproximação dos décimos de minuto de arco nas respostas.

4. RELAÇÕES ENTRE OS ELEMENTOS DE TRIÂNGULO ESFÉRICO21

Page 22: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

4.1 - Usando calculadoras de bolso.

Ao usarmos calculadora de bolso (científica) eliminamos, logicamente, a

necessidade de utilização das Tábuas. Nelas podemos encontrar as teclas

sen cos F com as quais podemos resolver nossos problemas e,

caso sua calculadora tenha mais de uma memória será ainda mais facilitado o

trabalho. Com a tecla 0 ‘ “ , caso exista na calculadora, o usuário pode digitar

diretamente os graus, minutos e décimos, sem ter a necessidade de transformar

todos os arcos (dados em grau, minuto e décimo de minuto) para valores de grau e

décimos de grau.

Quando trabalhamos com calculadora de bolso é importante

definir, antes de qualquer operação, se a unidade de arco utilizada será o Grau,

o Radiano ou o Grado. Estas unidades são indicadas pelas calculadoras como

DEG, RAD e GRAD, respectivamente. É natural que o navegador prefira sempre

trabalhar em Graus porque tanto os dados dos problemas devem estar sempre

nessa unidade ( porque são latitudes e longitudes lidos nas Cartas Náuticas,

em graus), como também os resultados obtidos, como o Rumo, são aplicados,

na prática, em um Piloto Automático cuja Rosa de Manobras também está

subdividida em graus e minutos de arco de horizonte.

Exemplo:

Dados : a = 1360 02.9’ ; b = 210 46.3’ ; C = 750 31.4’

Calcular o lado c.

Resolução:

A fórmula a ser aplicada será: cos c = cos a . cos b + sen a . sen b . cos C

1. Verificar se a calculadora está pronta para trabalhar em Graus (DEG), caso

negativo, prepará-la para tal.

2. Dividir os minutos de a (2.9) por 60 e somar com os graus correspondentes

(136), do resultado determina-se o cosseno:

22

Page 23: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

(se sua calculadora tiver a tecla 0 ‘ “ digite diretamente os graus inteiros seguidos

dessa tecla, depois digite os minutos e décimos e novamente a mesma tecla: no

visor já será apresentado o valor transformado para graus e décimos de graus,

pronto para ser determinado o cosseno).

2.9 60 + 136 = cos

Se sua calculadora tiver várias memórias, armazene este resultado na

memória 1; caso ela só tenha uma só memória anote este resultado a parte ou

substitua na própria fórmula arredondando-o para a quinta casa decimal.

3) Proceda com b como fez com a :

46.3 60 + 21 = cos

Armazene o resultado na memória 2, ou substitua-o na fórmula (com cinco

casas decimais, no mínimo)

4) Repita a operação 2 trocando a tecla cos pela tecla sen. Substitua o

resultado na fórmula (sempre com um mínimo de 5 decimais) ou armazene na

memória 3.

2.9 60 + 136 = sen

5) Repita a operação 3 trocando a tecla cos pela tecla sen. Substitua o

resultado na fórmula (sempre com um mínimo de 5 decimais) ou armazene na

memória 4.

46.3 60 + 21 = sen

6) Repita a operação 3 trocando os valores de graus e minutos de b pelos

valores de C.

31.4 60 + 75 = cos

Substitua na fórmula ou armazene na memória 5.

23

Page 24: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

7) Resolva a equação armada só com os valores numéricos que você

substituiu na fórmula (ou multiplique a memória 1 pela 2 , armazenando esse

resultado na memória 6; multiplique também as memórias 3, 4 e 5 entre elas e

armazene o resultado na memória 7, e some os resultados das memórias 6 e 7).

8) O resultado da operação anterior (7) será o cos C, a partir do qual você

calculará o valor do Arc cos C que, em certas calculadoras, é obtido teclando INV

antes do Cos e , em outras, tecla-se F antes de Cos.

Estando no visor da calculadora o resultado 0.89268 da operação 8 ,

simplesmente tecla-se

F cos ou INV cos

O resultado aparecerá no visor como 127,17333 , em graus e décimos de grau.

9) O resultado em graus, minutos e décimos de minuto será obtido, nas

calculadoras que tem a tecla 0 ‘ “ , diretamente ao apertarmos essa tecla. Nas

calculadoras que não tem a tecla 0 ‘ “ precisaremos anotar o valor dos graus inteiros

e multiplicar o valor dos décimos de grau por 60 para determinarmos os minutos e

décimos. O resultado será 1270 10.4’.

4.2 - Aplicando logaritmos

Quando não dispomos de calculadoras de bolso, além da necessidade de

procurar os valores das funções trigonométricas nas Tábuas, temos ainda que

executar as operações de multiplicação e divisão entre aqueles valores, que tornam

as operações extremamente demoradas e sujeitas a erros, já que temos que utilizar

sempre o mínimo de cinco casas decimais. Nesse caso é preferível logaritimar as

expressões já que, como sabemos, uma das principais utilidades dos logaritimos é

transformar multiplicações em somas, e divisões em subtrações, segundo duas de

suas propriedades:

24

Page 25: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

log ( a . b ) = log a + log b

log ( a / b ) = log a - log b

Assim, quando se calcula, por exemplo, um dos ângulos de um triângulo

esférico qualquer, a partir dos três lados dados, aplicamos o logaritmo da seguinte

maneira:

Dados: os lados a, b,c

Calcular: o ângulo A.

cos a = cos b . cos c + sen b . sen c . cos A

cos a - cos b . cos c

cos A =

sen b . sen c

cos a cos b . cos c

cos A = -

sen b. sen c sen b . sen c

cos a cos b. cos c

fazendo x = e y =

sen b . sen c sen b . sen c

e, logaritimando ( na base 10 por ser mais comum), fica :

log x = log cos a - log sen b - log sen c ; log y = log cos b + log cos c - log sen b -

log sen c

Como sabemos que colog n = - log n , podemos substituir os

LOGARITMOS negativos em cologarítimos, tornando todas as parcelas, de ambas

as equações, positivas :

25

Page 26: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

log x = log cos a + colog sen b + colog sen c ; log y = log cos b + log cos c + colog

sen b + colog sen c

A forma usualmente dada à resolução destes problemas é:

log cos a = log cos b =

colog sen b = log cos c =

colog sen c = colog sen b =

colog sen c =

log x = log y =

x = y =

cos A = x + y

A =

Nas resoluções dos problemas acima, chamamos atenção para os seguintes

detalhes:

- Quanto ao uso de tábuas:

a) Quando utilizada a Tábua de Logaritmos das Funções Trigonométricas,

obrigatoriamente teremos que considerar os sinais (positivo ou negativo) para x e

para y, de acordo com os valores dos cossenos naturais das parcelas que

constituem x e y.

b) As Tábuas de Logaritmos das Funções Trigonométricas fornecem os

valores com características negativas e mantissas positivas. Isto porque todos os

valores dos cossenos e senos são maiores que zero e menores que um (arcos no

primeiro quadrante), sendo, assim, as características de seus logaritimos, que

representam o número de zeros antes do primeiro algarismo significativo, sempre

números inteiros negativos ou subtraídos de dez.

- Quanto ao uso de calculadoras:

a) Quando usamos calculadora para resolver esses problemas (aplicando

logaritmo) temos que trabalhar com os logarítmos em uma única base (geralmente

26

Page 27: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

A

B

C

a

b

c

a base 10), já que as calculadoras quase sempre podem trabalhar também com a

base e (número neperiano) ou outra base qualquer. As calculadoras apresentam, em

suas teclas, as iniciais Log quando a base é decimal e Ln quando a base é

neperiana.

b) Antes de teclarmos Log, depois de termos, no visor da calculadora, o valor

de uma função trigonométrica, é necessário que se transforme esse valor em um

valor positivo (caso ele seja negativo) sob pena de a calculadora indicar sinal de

erro, já que, como sabemos, não existe logaritmo de número negativo. Para inverter

o sinal de um número negativo apresentado no visor da calculadora, basta que se

aperte a tecla + -

O valor do logaritmo de um número encontrado na Tábua tem que ser o

mesmo valor fornecido pela calculadora, depois de somado com 10, pois as

calculadoras fornecem os valores com características e mantissas negativas.

Em um triângulo esférico ABC, dados dois lados e o ângulo compreendido

entre eles, calcular o terceiro lado.

A = 75O15’4 ; b = 83o43’8 ; c = 78o06’4

Calcular o lado a

Figura 12 – Triângulo ABC

Aplicando a Lei dos Cossenos para os Lados:

Cos a = Cos b . Cos c + Sen b . Sen c . Cos A

- Por Função Natural:

Cos a = Cos (83o43’8).Cos (78o06’4) + Sen (83o43’8) . Sen (78o06’4). Cos (75o15’4)

= 0,10921 . 0,20609 + 0,99402 . 0,97853 . 0,25449

= 0,02251 + 0,24754 = 0,27005

a = 74o20’

27

Page 28: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Resolvendo por função logarítmica.

Fazendo:

(Cos b . Cos c) = x e (Sen b . Sen c . Cos A) = y

cos a = x + y

resolvendo x e y:

log x = log cos (83o43’8) + log cos (78o06’4)

= 9.03828 + 9.31406 = 8.35234

x = 0,02251

log y = log sen (83o43’8) + log sen (78o06’4) + log cos (75o15’4)

= 9.99739 + 9.99057 + 9.40567 = 9.39363

y = 0,24754

cos a = 0,02251 + 0,24754 = 0,27004

a = 074o20’

Resolvendo pelo Excel.

Nas células G3 e H3, respectivamente, digitam-se as seguintes fórmulas:

G3=INT(GRAUS(ACOS(COS(RADIANOS(A4+B4/60))*COS(RADIANOS(C4+D4/60))

+SEN(RADIANOS(A4+B4/60))*SEN(RADIANOS(C4+D4/60))*COS(RADIANOS

(E4+F4/60)))))

H

3=60*((GRAUS(ACOS(COS(RADIANOS(A3+B3/60))*COS(RADIANOS(C3+D3/60))

+SEN(RADIANOS(A3+B3/60))*SEN(RADIANOS(C3+D3/60))*COS(RADIANOS(E3+

F3/60)))))-G3)

A B C D E F G H

1 b c A a

2 Gr MIN Gr MIN Gr MIN Gr Min

3 83 43,8 78 6,4 75 15,4 74 20

28

Page 29: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Exercício de Aplicação da Lei dos Cossenos para os Ângulos (dados os três

ângulos):

- Aplicação da Lei dos Cossenos para os Ângulos.

Grau Min

A = 98 14,7 CosA= - cosB.cosC+senB.senC.cosa

B = 33 42 cosa=(cosA+cosB.cosC)/(senB.senC)

C = 57 11,8 x= (cosA)/(senB.senC)

cos A= -0,1434 y= (cosB.cosC)/(senB.senC)

cos B= 0,83195 cos a= x + y

cos C= 0,54176 cosa= -0,3075 + 0,966445

sen B= 0,55484 cosa= 0,658947 a= 48 46,8

sen C= 0,84054 log cosB= 9,920099

sen A= 0,98966

log cosA

= 9,156568 log cosC= 9,733805

colog

senB= 0,255829

colog

senB= 0,255829

colog

senC= 0,075444

colog

senC= 0,075444

log x

= 9,48784 log y = 19,98518

x = -0,3075 y = 0,966445

cos a= 0,658947

a = 48,78035

48 46,8

cosB= - cosA.cosC+senA.senC.cosb

cosb=(cosB+cosA.cosC)/(senA.senC)

x = (cosB)/(senA.senC) y =(cosA.cosC)/(senA.senC)

cosB= x + y

cos B = 1,000128 + -0,09340 = 0,90673

B = 24 56,5 log cosA= 9,15657

log cosB

= 9,92010 log cosC= 9,73380

colog

senA= 0,004512

colog

senA= 0,00451

29

Page 30: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

colog

senC= 0,075444

colog

senC= 0,07544

log x

= 0,00006 log y = -1,02967

x = 1,000128 y = -0,09340

cos b= 0,90673

b = 24,94238

b = 24 56,5

Outros exercícios resolvidos pelas aplicações das duas leis dos cossenos

(para os ângulos e para os lados).

1) Dados os lados a = 980 14.7’ e c = 400 28.4’ e o ângulo B = 1170 30.2’ ,

Calcular o lado b.

Solução:

Grau Min cos b = cos a . cos c + sen a .sen c . cos B

a= 98 14.7 x= cosa.cosc y= sena.senc.cosb

c= 40 28.4 cos b = x + y

B= 117 30.2 cosb= -0.10909 + -0.29665

cosa= -0.14341 cosb= -0.40574

cosc= 0.760708 b= 113 56.3

cosB= -0.4618 log cosa= 9.156568 log sena= 9.995488

sena= 0.989664 log cosc= 9.881218 log senc= 9.812308

senc= 0.649094 log cosB= 9.664454

senB= 0.886984 log x = 9.037786 log y = 9.47225

x= 0.10909 y= 0.296654

cosb= 0.405744

Com os lados a e c (dados) e o b (calculado) determinam-se os ângulos pela Lei dos Cosenos para

os lados.

30

Page 31: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

2) Calcular o ângulo A de um triângulo esférico, sabendo-se que seus lados valem:

a = 1200 34.5’ ; b = 1050 57.4’ e c = 640 52.5’

Solução:

Grau Min

a = 120 34.5 Cosa= cosb.cosc+senb.senc.cosA

b = 105 57.4 cosA=(cosa-cosb.cosc)/(senb.senc)

c = 64 52.5 x= (cosa)/(senb.senc)

cos a= -0.50867 y= (cosb.cosc)/(senb.senc)

cos b= -0.27491 cos A= x - y

cos c= 0.42459 cosA= -0.58434 - -0.13409

sen b= 0.96147 cosA= -0.45025 A= 116 45.6

sen c= 0.90538 log cosb= 9.439191

sen a= 0.86096 log cosa = 9.70643 log cosc= 9.627974

colog senb= 0.01706 colog senb= 0.017064

colog senc= 0.04317 colog senc= 0.043167

log x = 9.76666 log y = 19.12740

x = -0.58434 y = -0.13409

cos A= -0.45025

A = 116.7596

116 45.6

31

Page 32: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

3) Calcular o lado a do triângulo esférico que tem como ângulos

A = 1010 28.2’

B = 750 36.8’

C = 530 22.1’

Resolução:

Grau Min

A = 101 28.2 CosA= - cosB.cosC+senB.senC.cosa

B = 75 36.8 cosa=(cosA+cosB.cosC)/(senB.senC)

C = 53 22.1 x= (cosA)/(senB.senC)

cos A= -0.1989 y= (cosB.cosC)/(senB.senC)

cos B= 0.24846 cos a= x + y

cos C= 0.59667 cosa= -0.25582 + 0.19072

sen B= 0.96864 cosa= -0.0651 a= 93 44.0

sen C= 0.80249 log cosB= 9.395264

sen A= 0.98003 log cosA

=

9.29854 log cosC= 9.775733

colog

senB=

0.01384 colog

senB=

0.013837

colog

senC=

0.09556 colog

senC=

0.095562

Log x = 9.40793 log y = 19.28040

x = -0.2558 y = 0.19072

cos a= -0.0651

a = 93.73261

93 44.0

32

Page 33: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

4) Calcular o ângulo C do triângulo esférico que tem A = 470 13.3’ ; B = 1200 09.9’

e c = 1230 31.6’.

Resolução:

Grau Min cosC = - cosA.cosB + senA.senB.cos c

A= 47 13.3 x= cosA.cosB y=senA.senB.cosc

B= 120 9.9 cosC= - x + y

c= 123 31.6 cosC= -

0.34127

4

+ -0.3505

cosA= 0.679164 cosC= -

0.00922

7

cosB= -0.50249 C= 90 31.7

cosc= -0.55233 log

cosA=

9.83197 log senA= 9.86569

senA= 0.733987 log

cosB=

9.70113 log senB= 9.93681

senB= 0.864582 log cosc= 9.74219

senc= 0.833629 log x = 9.5331 log y = 9.54469

x= -0.34127 y= -0.3505

33

Page 34: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

5. TRIÂNGULOS ESFÉRICOS RETÂNGULOS.

O caso particular dos triângulos retângulos, na Trigonometria Esférica, é

largamente utilizado em resolução de problemas, tanto na Navegação Ortodrômica

quanto na Navegação Astronômica. Esse caso particular, apesar de poder ser

também resolvido pela aplicação das leis já aqui estudadas, merece, pela sua

importância, um estudo mais detalhado, como faremos a seguir, pois este simplifica

muito a memorização de suas fórmulas fundamentais e, consequentemente,

aumenta a rapidez das resoluções desse tipo de problema.

Quando se trata de um triângulo esférico retângulo, apenas dois de seus

elementos devem ser dados do problema já que o terceiro é o próprio ângulo reto.

Assim, dados dois elementos quaisquer de um triângulo retângulo esférico, podemos

calcular os outros três aplicando as Analogias de Neper.

5.1 - As dez fórmulas.

Para resolver qualquer triângulo retângulo esférico é necessário o

conhecimento de um conjunto de dez fórmulas, assim deduzidas:

Figura 13 – Triângulo esférico deduzido de triângulo plano.

Dado um triângulo ABC na superfície de uma esfera cujo centro é O, tal que

esse triângulo tenha seu ângulo C medindo 900, cujos lados a, b e c menores que

900, unem-se os vértices desse triângulo de modo a formar o triedro O-ABC.

Passando por B um plano perpendicular a OA, forma-se, nesse plano, o triângulo

plano BDE.

34

Page 35: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Como OE é perpendicular ao plano BDE, também é perpendicular a EB e ED.

Os triângulos BEO e DEO são, então, ambos retângulos, com seus ângulos retos

em E.

O ângulo BÊD mede o diedro B-OA-C (o ângulo A do triângulo esférico).

Como o plano BDE é perpendicular a OE, também é perpendicular a OAC e

sua intercessão nesse plano é OE. Sendo BD a intercessão dos planos OBC e BDE,

ambos perpendiculares a ao plano OAC, é, também, perpendicular a OAC. Assim

sendo, os triângulos BDO e BDE são retângulos, ambos com seus ângulos retos em

D.

Nos triângulos retângulos

(1) BDO, BDE e BEO: sen a = = x = sen  . sen c

(2) BDO, BDE e DEO: tg a = = x = tg  . sen b

(3) BEO, DEO e BDO: cos c = = x = cos b . cos a

(4) DEO, BDE e BEO: tg b = = x = cos  . tg c

Trocando a por b e A por B nas fórmulas (1), (2) e (4), teremos:

(5) sen b = sen B . sen c

(6) tg b = tg B . sen a

(7) tg a = cos B . tg c

O produto de (2) por (6) é tg a. tg b = tg A . tg B x sen a . sen b

Substituindo-se tg a por e tg b por e dividindo-se por sen

a . sen b

Teremos _____1______ = tg A . tg B

substituindo-se em (3) , obtém-se _________ = tg A . tg B ou

35

1

cos c

cos a . cos b

cos a sen b sen a sen b

OB OD OE OD ED EB

OB OD OB

OE OE OD

OD ED OD

OB EB OBDB DB EB

Page 36: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

ab

co-A

co-cco-Bco-A

co-c

b

(8) cos c = cotg A . cotg B

Do produto de (5) por (4) obtém-se:

(9) cos A = sen B . cos a

Do produto de (1) por (7) obtém-se:

(10) cos B = sen A . cos b

5.2 - Analogias de Neper

A memorização das dez fórmulas acima pode ser feita com muita facilidade

se usarmos o artifício de recorrer a um triângulo esquemático, obtido do triângulo

esférico retângulo ABC, onde C = 900, o lado c é substituído pelo seu complemento

(900 - c), assim como os ângulos A e B , tornando-os (900 - A) e (900 - B). Constrói-se

um círculo, chamado Círculo de Neper, dividido em cinco partes, cada uma

ocupada por um dos elementos do triângulo esquemático, rigorosamente na mesma

ordem horária:

co-B

a

Figura 14 – Comparação entre o triângulo esférico retângulo e o círculo de cinco setores, feita por Neper.

No Circulo de Neper o elemento de qualquer dos setores terá sempre dois

adjacentes e dois opostos, de tal maneira que as Regras de Neper os associa,

através de:

I - O seno do meio é igual ao produto das tangentes dos adjacentes.

II - O seno do maio é igual ao produto dos cossenos dos opostos.

36

Page 37: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

A

a BC

bc

Memorizados o círculo e as duas regras de Neper, poderemos deduzir

qualquer das dez fórmulas que resolvem os triângulos retângulos esféricos.

5.3 Aplicações práticas

Figura 15 – Triângulo esférico retângulo ABC

Considerando o triângulo esférico da figura acima, retângulo em C, resolver

os seguintes problemas:

1) Dados os lados a = 520 31.4’ e b = 690 46.8’ , calcular o ângulo A.

Resolução:

Fazendo b meio (sendo A e a adjacentes) e aplicando a

primeira regra:

sen b = tg a . tg (co-A) donde sen b = tg a . cotg A

Então:

sen b 0,93837 cotg A = = = 0,71943 tg a 1,30432

A = 540 16.0’

Aplicando logaritmo:

log sen b = 9.97237

colog tg a = -0.11538

log cotg A = 9.85699

A = 540 16’

37

Page 38: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

2) Com os dados do problema anterior calcular o lado c .

Resolução:

Fazendo co-c ser o meio (a e b sendo opostos), no Círculo de Neper:

sen (co-c) = cos a . cos b

cos c = 0,60844 x 0,34563

cos c = 0,21029

c = 770 51.6’

Aplicando logaritmo:

log cos a = 9.78422

log cos b = 9.53861

log cos c = 9.32283

c = 770 51.6’

3) Ainda considerando os dados do problema 1, indicar a fórmula utilizada para

calcular o ângulo B.

Resolução:

Fazendo a ser meio, (co-B) e b serão adjacentes. Então

sen a = tg (co-B) . tg b

sen a

cotg B =

tg b

38

Page 39: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

6. NAVEGAÇÃO ORTODRÔMICA

A Navegação Ortodrômica é aquela em que o navio procura seguir um arco

de círculo máximo limitado por dois pontos (o de partida e o de chegada). O objetivo

desta navegação é seguir o menor percurso entre esses pontos, pois, como

sabemos, na superfície de uma esfera (no caso a Terra), a menor distância entre

dois pontos é exatamente o menor arco do círculo máximo que contém esses

pontos. Por quaisquer dois pontos da superfície de uma esfera é possível, sempre,

ser traçado um círculo máximo. Isto porque três pontos definem um plano e, nesse

caso, além dos pontos de partida e de chegada, temos, como terceiro ponto, o

centro da Esfera Terrestre.

No caso da Terra (considerada esférica no nosso estudo), sejam quais forem

os pontos de partida e chegada, sempre poderemos uni-los por um arco de círculo

máximo.

Em se tratando de portos, é evidente que nem sempre podemos seguir essa

trajetória (navegando no círculo máximo que une os portos de partida e chegada)

haja vista que podem haver obstáculos (terra, águas não navegáveis ou outros

quaisquer) que nos impeçam de fazer tal navegação desde a saída de um porto até

a chegada ao porto seguinte. Aí então, procuramos depois do porto de partida, um

ponto que podemos considerar como inicial ou de partida e navegaremos até outro

ponto (mesmo que este seja anterior ao porto de destino) que consideraremos como

de chegada, daí seguindo em loxodromia até o porto de chegada ou até poder ser

retomada a Navegação Ortodrômica.

Quando navegamos em um círculo máximo temos a vantagem de percorrer o

caminho mais curto. Mas para que se execute, na prática, tal navegação

(Ortodrômica) se faz necessário que seja alterado o rumo do navio a maior

quantidade de vezes possível já que, na verdade, o navio percorrerá as tangentes

àquela curva. Isso acontece porque qualquer círculo máximo pertencente à esfera

terrestre, não sendo ele o Equador ou um dos Meridianos, forma, em cada ponto da

curva, um ângulo diferente com o meridiano que a intercepta naquele ponto. Assim,

quanto mais vezes os rumos forem alterados, maior será o número de tangentes ao

círculo máximo que procuramos seguir e, consequentemente, mais perfeita será a

curva descrita pelo navio.

39

Page 40: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Cada vez que o rumo for alterado teremos que considerar a posição atual do

navio (obtida por qualquer meio, como GPS, NAVSAT, Navegação Astronômica,

etc.) como ponto de partida e, junto com o ponto de chegada (constante para toda

a viagem), calcular o novo rumo (que geralmente é aplicado ao Piloto Automático

levando em consideração (Erro da Giro e abatimento), o qual é considerado como

Rumo Inicial.

6.1 Navegação Ortodrômica por Pontos e por Rumos Iniciais.

A Navegação Ortodrômica por Pontos é aquela em que se traçam tangentes

ao círculo máximo que pretendemos descrever com o navio e os encontros das

sucessivas tangentes serão os pontos que constituem os objetivos intermediários do

navio, isto é, os pontos que o navio deverá alcançar (way points). É lógico que,

sendo esses pontos pré-definidos, teremos instantes, também pré-determinados,

para mudanças de rumo, ou seja, para mudanças da direção de uma tangente para

a direção da tangente seguinte.

Na Navegação Ortodrômica por Rumos Iniciais poderemos determinar, cada

vez que obtemos uma Posição Observada, um novo Rumo Inicial.

Ambas as navegações acima descritas podem ser executadas nas cartas de

Projeção Gnomônica, próprias para ortodromia, ou nas de Mercator (para

loxodromia).

6.2 Casos Particulares de uma Navegação Ortodrômica.

Existem dois casos em que podemos descrever um círculo máximo da

superfície da Terra sem que tenhamos que mudar de rumo:

a) Quando os pontos de partida e de chegada têm a mesma longitude.

Neste caso navegaremos sempre sobre o mesmo meridiano (que é um círculo

máximo) e o rumo será o mesmo durante toda a viagem: 0000 se o ponto de

chegada estiver ao norte do ponto de partida ou 1800 se o ponto de chegada estiver

ao sul do ponto de partida.

b) Quando os pontos de partida e de chegada têm latitudes nulas . Sendo

as latitudes de partida e chegada ambas iguais a zero, navegaremos sempre sobre

40

Page 41: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

o Equador (que é também um círculo máximo) e o rumo será o mesmo durante toda

a viagem: 0900 se o ponto de chegada estiver a Leste do ponto de partida ou 2700

se o ponto de chegada estiver a Oeste do ponto de partida.

6.3 A formação do primeiro triângulo da ortodromia.

- Associação da Trigonometria Esférica com a Navegação.

Quando se une dois pontos quaisquer da superfície da Terra através de um

arco de círculo máximo, estamos, na verdade, traçando um dos lados de um

triângulo esférico. Os terceiro ponto da superfície da terra, necessário e suficiente

para que possamos uní-los a cada um dos dois anteriores, traçando um Triângulo

Esférico, é o Polo Terrestre (Norte ou Sul) mais próximo. Assim, se são dados

quaisquer dois pontos da superfície da Terra, suponhamos que um deles seja o

ponto de partida de uma navegação e o outro seja o de chegada, podemos unir cada

um desses pontos (tanto o de partida como o de chegada) ao Pólo terrestre mais

próximo desses pontos, formando assim uma superfície triangular esférica que, com

certeza, é um triângulo esférico. Isto acontece porque os triângulos esféricos tem,

como já afirmamos antes, os lados como arcos de círculos máximos (originados de

planos que contém o centro da esfera), e, no caso agora estudado, quando unimos

um dos pontos (o de partida ou o de chegada) a um dos pólos terrestres, nada mais

estamos fazendo do que traçar uma seção do meridiano que passa por esse ponto

(meridiano de partida ou meridiano de chegada), e, como sabemos, os meridianos

são círculos máximos.

- O PrimeiroTriângulo da Navegação Ortodrômica.

O Triângulo da Navegação Ortodrômica é aquele cujos vértices são os pontos

de partida e de chegada da derrota, além de um dos polos terrestres. Daí podemos

deduzir que:

a) Um dos lados do Triângulo é própria distância a navegar (ou navegada) entre os

pontos de partida e de chegada.

41

Page 42: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

b) Um dos dois outros lados é a co-latitude de partida ou a soma de 90° com a

latitude de partida, conforme os pontos de partida e chegada estejam no mesmo

ou em hemisférios diferentes.

c) O terceiro lado é a colatitude de chegada ou a soma da latitude de chegada com

90°, por motivo idêntico ao já citado.

Caso os pontos de partida e chegada estejam no mesmo hemisfério, o polo

terrestre escolhido para ser o terceiro vértice do triângulo, deverá ser de mesmo

sinal dos pontos de partida e chegada.

Dados dois pontos quaisquer da superfície da Terra, um deles chamado "de

partida" e outro "de chegada", por cada um deles traçamos um meridiano, além de

uni-los por um círculo máximo:

Figura 16 - Triângulo da Ortodromia (Polo-Ponto de Partida-Ponto de Chegada),

cujos lados são arcos dos meridianos de partida, de chegada, e do círculo máximo

da derrota

42

Page 43: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

P

ChPt

Ri

LPt

LCh

dortC

A

Ba

bc

Vértices:

a) O primeiro dos vértices é um dos polos (Norte ou sul): se as latitudes de

partida e chegada tem o mesmo sinal, o vértice do triângulo será o polo

desse mesmo hemisfério. Se a partida e a chegada estão em hemisférios

diferentes, então o polo escolhido para vértice do triângulo poderá ser

qualquer dos dois.

b) Os outros dois vértices serão o ponto de partida (PT) e o ponto de chegada

(CH) .

Ângulos nos vértices:

a) Em P é a Diferença de Longitude (entre os pontos de Partida e Chegada:

b) Ângulo de Partida (PT), que se converte em Rumo Inicial (Ri)

c) Ângulo de Chegada (CH)

Figura 17 – Comparação entre os triângulos ABC e P, Pt, Ch (pólo-partida-chegada)

Lados:

Dos três lados do Triângulo Esférico clásico da Ortodromia, dois são

geralmente conhecidos (os originados das Latitudes de Partida e de Chegada) e o

terceiro é á distância a navegar.

Existirão quase sempre duas situações distintas:

43

Page 44: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

PtCh

Pt)Ch)

1. Quando os pontos de partida e chegada estão no mesmo hemisfério.

Figura 18 – Relações entre os elementos do triângulo esférico e as coordenadas geográficas (partida e chegada no mesmo hemisfério).

Nesse caso os lados do triângulo da ortodromia serão, cada um o complemento da latitude (de partida ou de chegada, conforme o caso)

Figura 19 – Relações entre os elementos do triângulo esférico e as coordenadas geográficas (partida e chegada em hemisférios diferentes).

2. Quando os pontos de Partida e Chegada estão em hemisférios diferentes.

44

Page 45: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Nesse caso, um dos lados é o complemento da Latitude (Lp = 90º - ) e o

outro é a Latitude somada a 90º (Lc = + 90º)

Ângulo entre os dois Lados - é a diferença de Longitude entre a Partida e a

Chegada ()

A Longitude (de um Observador ou de um Lugar) - é o arco de Equador

contado desde o Meridiano de Greenwich até o Meridiano do lugar (ou do observador), de

000o a 180o, para Leste (E) ou para Oeste (W).

Diferença de Longitude – é o menor dos dois arcos em que o Equador é

dividido, quando cruzado pelos meridianos de dois lugares.

Caminho em Longitude – é a Diferença de Longitude orientada.

A Diferença de Longitude também é representada como um ângulo, formado no

polo.

A DIFERENÇA DE LONGITUDE () e o CAMINHO EM LONGITUDE

Figura 20 – Diferença de Longitude ()

6.4 - Os sentidos leste e oeste45

DIFERENÇA DE LONGITUDE

É o menor dos arcos de Equador, limitado pelos meridianos de dois lugares (ou dois observadores).

CAMINHO EM LONGITUDE

É a diferença de Longitude orientada (para E ou para W) no sentido da partida para a chegada.

Page 46: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

PNE

PNE W

Pt

Além de Pontos Cardeais, os termos Leste (E) e Oeste (W) são empregados

para denominar sentidos de movimento:

a) Leste é o sentido do movimento natural de rotação da Terra. É anti-horário

para quem olha do Polo Norte e horário para quem olha do Polo Sul.

b) Oeste é o sentido contrário à rotação da Terra. É horário para quem olha

do Polo Norte e anti-horário para quem olha do Polo sul

6.5 - Constantes de um círculo máximo

Representadas pelas letras gregas e , as Constantes de um círculo máximo

de uma esfera são:

o arco de Equador medido desde o meridiano de partida até o ponto de

cruzamento do círculo máximo da derrota com o Equador; e

é o ângulo diedro formado entre os planos do Equador e do Círculo Máximo da

Derrota.

Quando destacamos o triângulo esférico Pt, I, O de uma ortodromia, com seus

elementos e , constantes do círculo máximo dessa ortodromia. Poderemos ter o

ponto intercessão (I) a Leste do Meridiano de Partida.

46

Page 47: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Figura 21 – As constantes ( e ) de um círculo máximo.

Como também pode essa intercessão (I), ficar a Oeste (w) do Meridiano de

Partida.

Em qualquer dos casos o arco deve ser combinado com a Longitude de

Partida para resultar na Longitude da Intercessão (I), por isso o valor desse arco

deve ser orientado (com sinal) para Leste ou para Oeste.

Quando as latitudes forem de sinais iguais: se a Latitude de chegada for

maior do que a Latitude de Partida (ch>pt), o terá sinal contrário ao do Caminho em Longitude ().

Figura 22 – Os sinais de e .

47

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doo PtoCho

PtCh

(90-Pt)(90-Ch)

Porém, se as latitudes de partida e chegada tiverem sinais diferentes, ou se a

latitude de chegada for menor do que a de partida (ch<pt), o sinal de será o mesmo caminho em longitude ().

6.6 Cálculo da Distância Ortodrômica (do).

1. Quando os pontos de partida (Pt) e Chegada (Ch) encontram-se no mesmo

hemisfério (ambos de Latitude Norte ou ambos de Latitude Sul):

a) Os dados do problema são as posições geográficas dos pontos de partida

e chegada;

Pt = Pt =

Ch = Ch =

b) Dos dados do problema, deduzimos os três (3) elementos conhecidos do

Triângulo da Ortodromia, sendo dois lados e o ângulo compreendido entre eles.

Figura 23 – A distância ortodrômica como elemento do triângulo da ortodromia.

c) Calcula-se o valor de aplicando-se a fórmula

/Ch – (+/-) Pt usando as convenções seguintes:

E → +

W → -

d) Aplica-se a Lei dos Cossenos para os Lados:48

Page 49: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Ch

Pt

Ch)

Ch)

cos do = cos (90 - Pt) . cos (90 - Ch) + sen (90 - Pt) . sen (90 - Ch) . cos onde

cos do = sen Pt . sen Ch + cos Pt . cos Ch . cos

2. Quando os pontos de partida (Pt) e Chegada (Ch) encontram-se em hemisférios

diferentes (um tem Latitude Norte e outro tem Latitude Sul):

a) Os dados do problema são sempre as posições geográficas dos pontos de

partida e chegada;

Pt = Pt =

Ch = Ch =

b) Dos dados do problema, deduzimos os três (3) elementos conhecidos do

Triângulo da Ortodromia, sendo dois lados e o ângulo compreendido entre eles.

Figura 24 – Os argumentos do triângulo da ortodromia.

c) Aplica-se a Lei dos Cossenos para os Lados:

cos do = cos (90 - Pt) . cos (90+Ch) + sen (90-Pt) . sen (90+Ch) . cos onde

cos do = sen Pt . (- sen Ch) + cos Pt . cos Ch . cos e, finalmente

cos do = - sen Pt . sen Ch + cos Pt . cos Ch . cos

d) Essa formula serve para calcular a distância ortodrômica aplicando

diretamente as funções trigonométricas naturais: seno e cosseno, usando uma

49

Page 50: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

calculadora científica ou uma Tábua de Funções Trigonométricas Naturais comum

ou a das Norie's Nautical Tables.

e) No caso da falta de uma calculadora científica, o s cálculos tornam-se

extremamente sujeitos a erros, haja vista a necessidade de executar os cálculos

todos com cinco casas decimais para se conseguir a aproximação da distância até

décimo de milha. Assim, as operações de números com tantas casas decimais não

somente tornam os cálculos vulneráveis a erros, como também mais demorados,

diminuindo o número de vezes que se calcula a distância a navegar e,

principalmente, o rumo a seguir chamado rumo inicial (Ri) para continuar a

ortodromia.

f) Para agilizar os cálculos, convertendo as multiplicações entre números de

vários algarismos em somas, assim como as divisões em subtrações, aplica-se a

função logaritmica chamando as duas parcelas da soma de x e y:

cos do = - sen Pt . sen Ch + cos Pt . cos Ch . cos

onde x = - sen Pt . sen Ch e y = cos Pt . cos Ch . cos

Então, cos do = y –x

Depois, é só logaritmar os valores de x e de y, calculando seus valores em

seguida:

log sen Pt = log cos Pt =

log sen Ch = log cos Ch =

log x = log . cos

log y =

x = y =

Distância Ortodrômica pelo EXCEL.

50

Page 51: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

a) Inserir os dados (posições geográficas do ponto de partida e do ponto de

chegada) nas primeiras doze colunas, separando, tanto a Latitude como a Longitude

de partida, em Graus, Minutos e Sinal (3) da Latitude de Partida; Graus Minutos e

Sinal da Longitude de Partida (3), totalizando as primeiras seis (6) colunas e

repedindo com a posição de chegada, mais três (3) colunas para a Latitude de

chegada e três (3) para a Longitude de chegada, no total de doze colunas, só para

os dados do problema clássico da Ortodromia. Todas as fórmulas serão inseridas

nas colunas seguintes, como veremos mais adiante.

A B C D R F G H I J K L

Pt Pt Ch Ch

Gr Min N/S Gr Min E/W Gr Min N/S Gr Min E/W

b) Na primeira linha mesclam-se as células, de ter em três, para inserção de

cada uma das coordenadas, tanto de partida como de chegada.

c) A segunda linha é reservada às unidades de medida e sinais de cada

coordenada.

d) Da terceira linha em diante, reservamos para cada problema, ou seja, a

sequência da Navegação Ortodrômica, por way point, cada um com suas

coordenadas, as de partida mudando com a evolução da navegação, a cada

determinação da posição do navio, seja pelo GPS ou pela Navegação Astronômica.

Quanto à posição de chegada, essa permanecerá constante até que mude o destino

da viagem.

e) As três colunas que sucedem as doze colunas dos dados, ou seja, as

colunas M, N e O, são reservadas à inserção dos elementos do Triângulo da

Ortodromia, ou seja, as fórmulas que definem os valores dos dois lados e do ângulo

compreendido entre eles, em função das coordenadas de partida e chegada.

51

Page 52: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

f) A coluna M será, então, reservada ao lado deduzido com o auxílio da

Latitude de Partida, a coluna N ao lado deduzido com auxílio da Latitude de

Chegada e a coluna O destinada ao ângulo compreendido entre esses lados, que é

a Diferença de Longitude.

g) Na linha dois (2) citamos as unidades de medida dos três elementos dados,

que será radianos (Rad), unidade trabalhada pelo Ecxel.

M N O P

LPt LCh E/W

Rad Rad Rad

h) As fórmulas que transformam as coordenadas geográficas dos pontos de

partida e chegada em elementos do Triângulo da Ortodromia são:

Em M3 : =RADIANOS(90-(A3+(B3/60)))

Em N3 : =RADIANOS(SE(C3=I3;90-G3-H3/60;90+G3+H3/60))

Em O3 :

i) o último passo, o preenchimento das linhas da coluna P:

P1: célula vazia;

P2: E/W como opções para o sinal da ;

P3: a fórmula que calcula o sinal da : =SE(F3=L3;SE((J3+K3/60-D3-

E3/60)>0;L3;SE(L3="E";"W";"E"));SE((J3+K3/60+D3+E3/60)>180;F3;L3))

6.7 O Cálculo do Rumo Inicial

Após calcular a Distância Ortodrômica, como mostrado nos capítulos

anteriores, ficamos com os três lados do Triângulo à nossa disposição para calcular

o ângulo de partida (Pt), que será o principal argumento na determinação do Rumo

Inicial (Ri)

52

=RADIANOS(SE(F3=L3;ABS(J3+K3/60-D3-E3/60);SE((J3+K3/60+D3+E3/60)>180;360-(J3+K3/60+D3+E3/60);(J3+K3/60+D3+E3/60))))

Page 53: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

P

Pt

Ch(90+Pt)

(90-Ch)

P

Ch

Pt

(90+Pt)

(90-Ch)

dodo

Figura 25 – Dois ângulos de partida (Pt) diferentes.

a) Como os ter lados já são conhecidos, aplica-se a Lei dos Cossenos para os

Lados para calcular um dos ângulos, no caso o ângulo Pt, iniciando o

desenvolvimento da fórmula pelo lado oposto ao ângulo que se deseja

calcular:

A relação abaixo será aplicada ao caso do gráfico à direita da figura anterior,

ou seja, quando os pontos de partida e chegada encontram-se em hemisférios

diferentes.

cos(90-Ch) = cos do . cos (90 + Pt) + sen do . sen (90 + Pt) . cos Pt onde

cos Pt =

cos Pt =

Quando aplicada a função logarítmica para tornar ágil a resolução, fica:

x = y =

53

sen do . cos Pt sen do . cos Pt

sen Ch cos do . sen Pt

sen do . cos Pt sen do . cos Pt

sen Ch cos do . sen Pt

sen do . cos Pt) sen do . cos Pt)

cos(90-Ch) cos do . cos (90+Pt)

Page 54: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

logaritimando x e y :

log sen Ch = log cos do =

colog sen do = log sen Pt =

colog cos Pt = colog sen do =

log x = colog cos Pt =

log y =

cos Pt = x + y

Pt =

Convertendo o Ângulo de Partida (Pt) em Rumo Inicial (Ri).

O ângulo de partida, Pt, como é medido desde o Norte ou do Sul do

horizonte, conforme o pólo escolhido para vértice do Triângulo da Ortodromia, tanto

pode ser contado para Leste (E) como para Oeste (W), admitindo, assim, qualquer

dos seguintes sinais: NE, SE. NW ou SW. Como o Rumo Inicial (Ri) é sempre

contado exclusivamente a partir do Norte (N) e exclusivamente no sentido Leste (E),

como todo e qualquer outro rumo, de 000o a 360o, como mostra a Rosa dos Ventos,

somente em uma condição o valor absoluto do Ri coincidirá com o valor absoluto do

Pt : é no caso do sinal do Pt ser NE. Em todos os outros três casos, há que fazer a

conversão do Pt para Ri, como mostrado a seguir:

54

Os sinais do ângulo Pt serão o do pólo escolhido como vértice do triângulo da ortodromia e o do Caminho em Longitude ().

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Figura 26 – calculando o rumo verdadeiro inicial usando o ângulo na partida

(PT) como dado.

Rumo Inicial pelo Excel

Depois de calculada a Distância Ortodrômica (do), na célula P3, como visto no

capítulo anterior denominado Distância Ortodrômica pelo EXCEL, prosseguimos

aproveitando toda a construção anteriormente feita. o ângulo Pt na mesma linha que

abrigou a Distância Ortodrômica (do)

i. Primeiro inserimos, na coluna Q, a identificação da distância Ortodrômica,

registrada em Milhas, para que seja aplicada na Lei dos Cossenos para os Lados,

depois de convertida para Radianos, junto com os outros dois lados também

conhecidos em radianos:

Q1 : do

Q2 : M

Q3 : =60*(GRAUS(ACOS(COS(M3)*COS(N3)+SEN(M3)*SEN(N3)*COS(O3))))

55

Page 56: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

ii. Convertemos a distância ortodrômica para Radianos, compatibilizando as

unidades de medidas dos três lados dados, na coluna R:

R1 : do

R2 : Rad

R3 : =RADIANOS(Q3/60)

iii. Em seguida, com os três lados conhecidos, todos em radianos, aplica-se a Lei

dos Cossenos para os Lados para calcular o ângulo Pt , na célula S3, não sem antes

identificar a coluna S, nas linhas S1 e S2:

S1: Pt

S2 : Gr

S3 : = GRAUS(ACOS((COS(N3)-COS(M3)*COS(Q3))/(SEN(Q3)*SEN(N3))))

M N O P Q R S T U V

1 LPt LCh E/W do do Pt

2 Rad Rad Rad M Rad Gr N/S E/W

3

iv. As duas colunas seguintes, T e U, são destinadas aos sinais do ângulo Pt :

T1 : célula vazia U1 : célula vazia

T2 : N/S U2 : E/W

T3 : =C3 U3 : =P3

v. Com o valor de Pt (coluna S) e seus sinais (colunas T e U), calculamos o Rumo

Inicial (Ri) na coluna V :

V1 : Ri

V2 : Graus

V3 : =SE(T3="N";SE(U3="E";S3;360-S3);SE(U3="E";180-S3;180+S3))

56

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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

4.1 - Da Lei dos Cossenos para os Lados

4.1.1 - Aplicando arcos notáveis:

Sabendo-se que, num triângulo esférico qualquer, a = 600 ; b = 450 e c

= 450 , pede-se calcular o ângulo A :

Solução:

Cos a = cos b .cos c + sen b .sen c . cos A

cos a - cos b . cos c

Cos A =

sen b . sen c

1/2 - 2/2 . 2/2 1/2 - 1/2

Cos A = = = 0

2/2 . 2/2 1/2

A = 900

Note-se que quando aplicamos os arcos notáveis como valores dos

elementos dados, para a resolução de um triângulo, o problema torna-se

extremamente fácil, haja vista que não necessitamos consultar as Tábuas de

Funções Trigonométricas já que temos memorizados os valores das funções

trigonométricas daqueles Arcos. Mas, na prática, isso geralmente não acontece e

sempre nos deparamos com a necessidade de utilizar aquelas Tábuas e trabalhar

com valores numéricos de, no mínimo, cinco casas decimais, que é o que dá a

aproximação dos décimos de minuto de arco nas respostas.

57

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4.1.2 - USANDO CALCULADORAS DE BOLSO.

Ao usarmos calculadora de bolso (científica) eliminamos, logicamente,

a necessidade de utilização das Tábuas. Nelas podemos encontrar as teclas sen

cos F com as quais podemos resolver nossos problemas e, caso sua

calculadora tenha mais de uma memória será ainda mais facilitado o trabalho. As

calculadoras que tem a tecla 0 ‘ “ também facilitam o trabalho do usuário pois

com elas pode-se digitar diretamente os graus, minutos e décimos, sem ter a

necessidade de transformar todos os arcos (dados em grau, minuto e décimo de

minuto) para valores de grau e décimos de grau.

Quando trabalhamos com calculadora de bolso é importante

definir, antes de qualquer operação, se a unidade de arco utilizada será o Grau,

o Radiano ou o Grado. Estas unidades são indicadas pelas calculadoras como

DEG, RAD e GRAD, respectivamente. É natural que o navegador prefira sempre

trabalhar em Graus porque tanto os dados dos problemas devem estar sempre

nessa unidade (porque são latitudes e longitudes lidos nas Cartas Náuticas,

em graus), como também os resultados obtidos, como o Rumo, são aplicados,

na prática, em um Piloto Automático cuja Rosa de Manobras também está

subdividida em graus e minutos de arco de horizonte.

Exemplo:

Dados : a = 1360 02.9’ ; b = 210 46.3’ ; C = 750 31.4’

Calcular o lado c.

Resolução:

A fórmula a ser aplicada será cos c = cos a . cos b + sen a . sen b . cos C

1) Verificar se a calculadora está pronta para trabalhar em Graus (DEG), caso

negativo, prepará-la para tal.

2) Dividir os minutos de a (2.9) por 60 e somar com os graus correspondentes (136),

do resultado determina-se o cosseno:

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(se sua calculadora tiver a tecla 0 ‘ “ digite diretamente os graus inteiros seguidos

dessa tecla, depois digite os minutos e décimos e novamente a mesma tecla: no

visor já será apresentado o valor transformado para graus e décimos de graus,

pronto para ser determinado o cosseno).

2.9 60 + 136 = cos

Se sua calculadora tiver várias memórias, armazene este resultado na

memória 1; caso ela só tenha uma só memória anote este resultado a parte ou

substitua na própria fórmula arredondando-o para a 5a casa decimal.

3) Proceda com b como fez com a :

46.3 60 + 21 = cos

Armazene o resultado na memória 2, ou substitua-o na fórmula (com 5 casas

decimais, no mínimo)

4) Repita a operação 2 trocando a tecla cos pela tecla sen. Substitua o resultado na

fórmula (sempre com um mínimo de 5 decimais) ou armazene na memória 3.

2.9 60 + 136 = sen

5) Repita a operação 3 trocando a tecla cos pela tecla sen. Substitua o resultado na

fórmula (sempre com um mínimo de cinco decimais) ou armazene na memória 4.

46.3 60 + 21 = sen

6) Repita a operação 3 trocando os valores de graus e minutos de b pelos valores de

C.

31.4 60 + 75 = cos

59

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Substitua na fórmula ou armazene na memória 5.

7) Resolva a equação armada só com os valores numéricos que você substituiu na

fórmula

(ou multiplique a memória 1 pela 2 , armazenando esse resultado na memória 6;

multiplique também as memórias 3, 4 e 5 entre elas e armazene o resultado na

memória 7).

e some os resultados das memórias 6 e 7).

8) O resultado da operação anterior (7) será o cos C, a partir do qual você calculará

o valor do

Arc cos C que, em certas calculadoras, é obtido teclando INV antes do Cos e , em

outras, tecla-se F antes de Cos.

Estando no visor da calculadora o resultado 0.89268 da operação 8 ,

simplesmente tecla-se

F cos ou INV cos

o resultado aparecerá no visor como 127,17333 , em graus e décimos de grau.

9) O resultado em graus, minutos e décimos de minuto será obtido, nas calculadoras

que tem a tecla 0 ‘ “ , diretamente ao apertarmos essa tecla. Nas calculadoras que

não tem a tecla 0 ‘ “

precisaremos anotar o valor dos graus inteiros e multiplicar o valor dos décimos de

grau por 60 para determinarmos os minutos e décimos. O resultado será 1270 10.4’

4.1.3 - APLICANDO LOGARITMOS.

Quando não dispomos de calculadoras de bolso, além da necessidade de

procurar os valores das funções trigonométricas nas Tábuas, temos ainda que

executar as operações de multiplicação e divisão entre aqueles valores, que tornam

as operações extremamente demoradas e sujeitas a erros, já que temos que utilizar

sempre o mínimo de cinco casas decimais. Nesse caso é preferível logaritimar as

60

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expressões já que, como sabemos, uma das principais utilidades dos logaritimos é

transformar multiplicações em somas e divisões em subtrações, segundo duas de

suas propriedades:

log ( a . b ) = log a + log b

log ( a / b ) = log a - log b

Assim, quando se calcula, por exemplo, um dos ângulos de um triângulo

esférico qualquer, a partir dos três lados dados, aplicamos o logaritmo da seguinte

maneira:

Dados: lados a , b e c

Calcular: ângulo A .

cos a = cos b . cos c + sen b . sen c . cos A

cos a - cos b . cos c

cos A =

sen b . sen c

cos a cos b . cos c

cos A = -

sen b. sen c sen b . sen c

cos a cos b. cos c

fazendo x = e y =

sen b . sen c sen b . sen c

e, logaritimando ( na base 10 por ser mais comum), fica :

log x = log cos a - log sen b - log sen c ; log y = log cos b + log cos c - log sen b -

log sen c

61

Page 62: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

como sabemos que colog n = - log n , podemos substituir os logaritimos

negativos em cologarítimos, tornando todas as parcelas, de ambas as equações,

positivas :

log x = log cos a + colog sen b + colog sen c ; log y = log cos b + log cos c + colog

sen b + colog sen c

A forma usualmente dada à resolução destes problemas é:

log cos a = log cos b =

colog sen b = log cos c =

colog sen c = colog sen b =

colog sen c =

log x = log y =

x = y =

cos A = x + y

A =

Nas resoluções dos problemas acima, chamamos atenção para os seguintes

detalhes:

1) Quanto ao uso de tábuas:

a) Quando utilizada a Tábua de Logaritmos das Funções Trigonométricas,

obrigatoriamente teremos que considerar os sinais (positivo ou negativo) para x e

para y , de acordo com os valores dos cossenos naturais das parcelas que

constituem x e y .

b) As Tábuas de Logaritmos das Funções Trigonométricas fornecem os valores com

características negativas e mantissas positivas. Isto porque todos os valores dos

cossenos e senos são maiores que zero e menores que um (arcos no primeiro

quadrante), sendo, assim, as características de seus logarítimos, que representam

62

Page 63: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

o número de zeros antes do primeiro algarismo significativo, sempre números

inteiros negativos ou subtraídos de dez.

2) Quanto ao uso de calculadoras:

a) Quando usamos calculadora para resolver esses problemas (aplicando logaritmo)

temos que trabalhar com os logarítimos em uma única base (geralmente a base

10), já que as calculadoras quase sempre podem trabalhar também com a base e

(número neperiano) ou outra base qualquer. As calculadoras apresentam, em suas

teclas, as iniciais Log quando a base é decimal e Ln quando a base é neperiana.

b) Antes de teclarmos Log, depois de termos, no visor da calculadora, o valor de

uma função trigonométrica, é necessário que se transforme esse valor em um valor

positivo (caso ele seja negativo) sob pena de a calculadora indicar sinal de erro, já

que, como sabemos, não existe logaritmo de número negativo. Para inverter o sinal

de um número negativo apresentado no visor da calculadora, basta que se aperte a

tecla

+ -

O valor do logaritmo de um número encontrado na Tábua tem que ser o

mesmo valor fornecido pela calculadora, depois de somado com 10, pois as

calculadoras fornecem os valores com características e mantissas negativas.

CAPÍTULO IV - Vertexes de uma Derrota Ortodrômica

Os vertexes de uma derrota ortodrômica são os mesmos vertexes do círculo

máximo onde a derrota está inserida e os vertexes de um círculo máximo qualquer,

da Esfera Terrestre, são os pontos mais afastados do Equador, aqueles de maiores

latitudes de todos os que compõem o círculo máximo. Um tem latitude Norte (N),

outro tem Latitude Sul (S), sempre diametralmente opostos. Portanto, distantes entre

eles de um arco de Equador igual a 180º e, também, distantes, cada um, de um arco

de 90º de Equador, de cada ponto de cruzamento do círculo máximo da derrota com

o Equador, as duas Intercessões chamadas I1 e I2.

63

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PS

PN

Vertex Norte

Vertex Sul

Intercessão I1

Intercessão I2

Vertex Norte

Intercessão I2 Intercessão I1

Vertex Sul

Figura 27 – Pontos notáveis do círculo máximo de uma derrota.

Figura 28 – Pontos notáveis do círculo máximo de uma derrota vistos do zênite.

64

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Cálculo das Constantes do Círculo Máximo

Para calcular as constantes do círculo máximo de uma derrota ortodrômica

são necessários dois dados fundamentais, ambos constantes da primeira parte do

problema fundamental já resolvido quando foram calculados o Rumo Inicial (Ri) e a

Distância Ortodrômica (do), são:

1. As coordenadas do Ponto de Partida, Pt e Pt ; e

2. O ângulo Pt e seus sinais.

Com esses dados, procede-se do seguinte modo, armando um novo triângulo:

i. Plotado o ponto de partida (primeiro vértice do novo triângulo), traça-se, por ele, o

meridiano de partida, até que encontre o Equador, com quem fará um ângulo reto,

intercessão essa que será o segundo vértice do novo triângulo (obviamente

retângulo);

ii. Também pelo ponto de partida traça-se um arco do círculo máximo da derrota no

sentido do Equador, em cuja intercessão será indicado o terceiro vértice desse novo

triângulo, como mostra a figura a seguir:

65

Page 66: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

I O

pt

VN

Pt

O = 90º

= ConstantePt =

IO = ConstanteOPt = pt

Figura 29 – O segundo triângulo da ortodromia.

Elementos do Triângulo:

Ângulos Lados

66

VS

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Os elementos adjacentes ao ângulo reto não são antecedidos por co (indicando os complementos)pt

Co-Co-Vazio

Co-Pt

iii. Arma-se um círculo (chamado Círculo de Neper) dividido em cinco setores,

alocando em cada um desses setores um dos elementos do novo triângulo, exceto

o ângulo de noventa graus, na mesma ordem em que são encontrados no novo

triângulo, usando os complementos dos elementos não adjacentes ao ângulo de

noventa graus:

Figura 30 – O Círculo de NEPER aplicado ao segundo triângulo da ortodromia.

Cada um desses cinco setores tem dois outros, chamados opostos (sem lado

em comum) e dois outros, chamados adjacentes (com lado em comum).

iv. Fazendo com que um dos setores seja meio, relaciona-se com outros dois

setores, adjacentes ou opostos, através das duas (2) analogias de Neper :

1) O seno do meio é igual ao produto dos cossenos dos opostos; e

2) O seno do meio é igual ao produto das tangentes dos adjacentes.

v. Para calcular as constantes e , aplicamos o círculo e as analogias de Neper:

a. fazendo ser “meio”: sen (co- = cos (co-Pt). cos pt

cos = sen Pt . cos pt

b. fazendo pt ser “meio” : sen pt = tg(co- . tg Pt onde

tg(co- sen pt . cotg Pt

67

I Pt = neutro 90º

Page 68: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

PN

PS

Perfil do Plano do Equador do Círculo Máximo da Derrota

Vertex Norte

Vertex Sul

VN

VS

cotg

vi. Se aplicarmos a função logarítmica para calcular ambas as constantes, ficarão:

log cos Pt = log sen pt

log cos pt = log cotg Pt

log cos = log cotg

=

Cálculo das Coordenadas dos Vertexes

1. O nada mais é do que o ângulo diedro formado entre os planos do

Equador e do Círculo Máximo da Derrota, portanto, é comum ao centro da Esfera

Terrestre e na superfície dela. Assim:

Figura 31 – Os perfis de dois planos de círculo máximo.

O valor absoluto das latitudes dos vertexes Norte e Sul é o mesmo, e igual ao

próprio valor de

Então, VN = N e VS = S

1. Quanto às Longitudes dos vertexes Norte e Sul, sabe-se que são defasadas

entre elas de um arco de Equador igual a 180º e calculadas a partir do valor de já

que essa constante expressa a distância equatorial entre o meridiano de partida e

68

Perfil do Plano do Equador

Page 69: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

PT

O

uma das intercessões (I), sendo possível, portanto, ao combinar a Longitude de

partida (PT) com , calcular a longitude desse ponto intercessão. Com o valor e o

sinal da longitude desse ponto intercessão e sabendo-se que cada intercessão dista

90º do meridiano de cada um dos vertexes, calcula-se a longitude de cada vertex

somando ou subtraindo os 90º do valor da Longitude da intercessão conhecida.

Assim:

i. I = PT (+/-)

ii. V = lI (+/-) 90º

iii. Se a longitude calculada logo acima, em ii, for do vertex Norte, calcula-se a

longitude do vertex sul somando ou subtraindo 180º à longitude calculada.

iv. Caso seja primeiramente calculada a longitude do vertex Sul, a do vertex Norte

será achada com o mesmo procedimento acima.

Cálculo das Constantes do Círculo Máximo pelo Excel.

Figura 32 – O segundo triângulo da ortodromia e seus vértices.

I. No Triângulo retângulo Pt, O, I, retângulo em O :

69

I

Page 70: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Pt é o ângulo que originou o Rumo Inicial (Ri) e em todos os casos os

valores absolutos dos cossenos de Ri e Pt são iguais. Como a Latitude de

cada vertex é igual a e este depende do cosseno

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO (RESOLVIDOS).

1) Determine a distância a navegar e o Rumo Inicial da viagem de Honolulu a San

Francisco, em ortodromia, sabendo que o ponto de partida (Honolulu) é pt = 210

18.3’ N ; pt = 1570 52.3’ W e o ponto de chegada (S.Francisco) é ch = 370 47.5’ N ;

ch = 1220 25.7’ W.

RESOLUÇÃO:

a) Como ambos os pontos (de partida e de chegada) tem latitudes Norte, o terceiro

vértice do triângulo será o Pólo Norte. Assim, os lados do triângulo serão, além da

distância a ser navegada, as colatitudes dos pontos de partida e de chegada.

b) Como as longitudes de partida e chegada estão Oeste (W) , a diferença de

longitude (ângulo formado no polo entre os lados co-pt e co-ch) é igual a diferença

entre a maior e a menor longitude: pt - ch .

c) Já que temos dois lados e o ângulo compreendido entre eles, apliquemos a Lei

dos Cossenos para os Lados para calcular, primeiramente, o terceiro lado (distância

a ser navegada):

cos a = cos b . cos c + sen b . sen c . cos A onde

a é distância a navegar; b é a colatitude de partida; c é a colatitude de chegada e

A é a diferença de longitude:

cos d = cos (co-pt) . cos (co-ch) + sen (co-pt) . sen (co-pt). cos

70

Page 71: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

cos d = sen pt . sen ch + cos pt . cos ch . cos

log sen (210 18.3’) = 9.56030 log cos (210 18.3’) = 9.96926

log sen (370 47.5’) = 9.78732 log cos (370 47.5’) = 9.89776

log cos (350 26.6’) = 9.91099

log x = 9.34762 log y = 9.77801

x = 0,22265 y = 0,59980

cos d = x + y = 0,82245

d = 340 40.1 = 2080 M

d) Já com os 3 lados (co-pt , co-ch e d ) voltamos a aplicar a Lei dos Cossenos

para os Lados com o fim de determinar o Rumo Inicial (que é o ângulo oposto ao

lado co-ch ) :

sench = sen pt . cos d + cos pt . sen d . cos

sench sen pt . cos d

cos = - onde

cos pt . sen d cos pt . sen d

sench sen pt . cos d

= x e = y

cos pt . sen d cos pt . sen d

Fazendo:

71

Page 72: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

log sen ch = 9.78731 log sen pt = 9.56030

colog cos pt = 0,03074 log cos d = 9.91511

colog sen d = 0,24500 colog cos pt = 0,03074

colog sen d = 0,24500

log x = 0,06305

x = 1,15627 log y = 9.75115

y = 0,56384

cos = x - y = 1,15627 - 0,56384

cos = 0,59243

= Ri = 530 40.2’

2) Calcular o Rumo Inicial e a distância de uma viagem de Natal (Brasil) =50 47.0

S ; =350 13.0 W a Luanda (Angola) = 80 50.0’ S ; = 130 15.0’ E .

cos d = cos (co-pt) . cos (co-ch) + sen (co-pt) . sen (co-pt). cos

cos d = sen pt . sen ch + cos pt . cos ch . cos

log sen (050 47.0’ ) = 9.00332 log cos (050 47.0’ ) = 9.99778

log sen (080 50.0’ ) = 9.18628 log cos (080 50.0’ ) = 9.99482

log cos (480 28.0’ ) = 9.82155

log x = 8.18960 log y = 9.81415

x = 0.01547 y = 0.65186

cos d = x + y = 0.66733

d = 480 08.3’ = 2888.3 M

log sen ch = 9.18628 log sen pt = 9.00332

colog cos pt = 0.00222 log cos d = 9.82434

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Page 73: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

vertex norte

vertex sul

colog sen d = 0.12798 colog cos pt = 0.00222

colog sen d = 0.12798

log x = 9.31648

x = 0.20724 log y = 8.95786

y = 0.09075

cos = x - y = 0.11649

cos = 0.11649

= 830,31 Ri = 1800 - = 960 41.4’

Visão Básica dos Vertexes:

Uma derrota é ortodrômica se estiver contida dentro de um círculo

máximo. Esse círculo máximo em que a derrota ortodrômica está contida, salvo em

uma única hipótese, que é quando coincide com o Equador Terrestre, estará

inclinado em relação ao Equador, exatamente porque os planos que originam tais

círculos máximos são concorrentes, isto é, estão inclinados um em relação ao outro.

Os pontos do círculo máximo que contém a derrota, mais afastados da

linha do Equador (de maiores latitudes), são chamados Vertexes da derrota. Eles

são dois e, obrigatoriamente, ficam um no hemisfério norte e o outro no hemisfério

sul.

Figura 33 – Os Vertexes norte e sul de um círculo máximo.

73

Page 74: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Sabendo que uma derrota ortodrômica é um arco de círculo máximo,

podemos garantir que todas elas tem vertexes, à exceção daquelas já citadas,

quando o plano que contém seu círculo máximo é coincidente com o plano do

Equador.

Sendo, cada um dos vertexes do círculo máximo de uma derrota

ortodrômica, um ponto da superfície da Terra, hão de ter, ambos, latitude e

longitude.

É fácil deduzir que os vertexes de uma derrota ortodrômica são

equidistantes do Equador, ficando um no hemisfério norte e o outro no hemisfério

sul. O valor absoluto da latitude dos vertexes é exatamente igual ao ângulo diedro

formado entre os planos do círculo máximo da derrota e o do Equador.

Quanto às longitudes dos vertexes de uma derrota, não é difícil concluir

que, estando cada um deles defasado do outro, em longitude, de 180 graus, é

impossível que suas longitudes tenham sinais iguais.

Para calcular as latitudes dos vertexes de uma derrota, basta que se

arme um triângulo cujos vértices sejam:

um ponto conhecido da derrota (de partida).

o ponto de encontro do meridiano que passa pelo ponto escolhido, com o

Equador.

o ponto em que o círculo máximo da derrota corta o Equador.

Nesse triângulo:

* o ângulo cujo vértice é o cruzamento do círculo máximo da derrota com o

Equador, é chamado de e representa o valor absoluto da latitude dos vertexes.

* o ângulo cujo vértice é o ponto escolhido (de partida ou de chegada)

representa uma relação com o Ri (no caso do ponto de partida) ou com o Rumo

Final (no caso do ponto de chegada), calculado facilmente pela aplicação das Leis

dos Cossenos, como explicado no item 6.3).

* o ângulo cujo vértice é o cruzamento do meridiano (que passa pelo ponto

escolhido) com o Equador, mede, evidentemente, 90 graus e caracteriza o referido

triângulo como retângulo.

* um dos lados é exatamente a latitude do ponto escolhido e como tal, é

conhecida.

74

Page 75: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

pt

PT

co-

co-c

co-Pt pt

Usando como argumentos desse triângulo o ângulo de patida (PT) e a

pt, calcularemos o ângulo a latitude dos vertexes, cujo valor absoluto é representado

por , aplicando as analogias e leis de Neper, nas resoluções de triângulos esféricos

retângulos:

c

Na figura anterior:

- Ângulo no ponto de cruzamento do círculo máximo da derrota com o Equador.

PT – Ângulo no ponto de partida da derrota ortodrômica.

– diferença entre as longitudes do ponto de partida e do ponto intercessão entre o

círculo máximo da derrota e o Equador

sen (co-) = cos (co-Pt) . cos (pt)

cos = sen (Pt) . cospt

Calculado o valor de , atribuímos a ele os sinais N e S, transformando-os nas

latitudes dos dois vertexes.

Para calcular as longitudes dos vertexes de uma derrota ortodrômica,

usamos o mesmo triângulo acima descrito e nele calculamos, com os mesmos

argumentos, o lado que fica sobre o Equador, o qual chamaremos de b, ainda

aplicando as analogias e leis de Neper para triângulos retângulos esféricos:

sen (pt) = tg (co-Pt) . tg

tg =

Esse lado nada mais é do que a diferença entre as longitudes do

ponto escolhido (no caso o ponto de partida) e o cruzamento do meridiano com o

Equador; assim sendo, podemos determinar facilmente a longitude do ponto de

75

cotg Pt sen (pt)

Page 76: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Pt

Intercessão

Gw

pt

cruzamento do círculo máximo que contém a derrota com o Equador. Sabendo que

esse ponto de cruzamento está defasado de um arco Equador de 90o, de cada um

dos vertexes, fica fácil determinar as longitudes dos vertexes:

Exemplo 1

o

Se a longitude do ponto escolhido (de partida) for, por exemplo, 15o W e o

ponto de cruzamento do círculo máximo da derrota com o Equador estiver 20o a

oeste do meridiano do ponto escolhido, então a longitude do cruzamento será a

soma da longitude do ponto escolhido com o valor de (20o):

I = ch + = 15º + 20º = 35º W

Sabendo que a o ponto de cruzamento (I) do círculo máximo da derrota está distante

do dos vertexes de arcos de 90o, basta somar e subtrair os 90o do valor de CR para

se obter as longitudes dos dois vertexes.

Exemplo 2

Se a posição de partida de uma derrota ortodrômica é pt = 12o N e pt =

45o E; a posição de chegada é ch = 17o N e ch = 47o E, calcule as posições dos dois

vertexes.

Resolução:

Em primeiro lugar temos que escolher um ponto (ou o de partida ou o

de chegada) para tomar como base para o cálculo de e b, já que as fórmulas para

esses cálculos usam o Ri (se escolhido o ponto de partida) ou o Rf (se escolhido o

ponto de chegada). Escolheremos o ponto de partida.

Escolhido o ponto de partida temos que calcular o Ri. Para calcular Ri

temos que achar a distância a navegar pela lei dos cossenos para os ângulos:

cos d = cos (co-pt) . cos (co-ch) + sen (co-pt) . sen (co-ch) . cos

76

Page 77: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

d = 322 M ou 5o 22’

Calculando agora o Ângulo Inicial (Pt), pela lei dos cossenos para ao

lados, usando também a distância (d) como argumento:

Cos (co-ch) = cos d . cos (co-pt) + sen d . sen (co-pt) . cos Pt

sen ch - cos d . sen pt

cos Pt = = 20,9o

sen d . cos pt

Com o Pt é a posição de partida, podemos calcular as latitudes dos vertexes:

cos = sen Pt . cos pt

= 69,6o , Vn = 69,6o N e Vs = 69,6o S

Calculando as longitudes dos vertexes, fazemos:

sen pt

Tg b = b = 4o 32,4’

cotg Pt

Como é a diferença de longitude entre o ponto de partida da derrota e

o cruzamento de seu círculo máximo com o Equador, estando b a oeste do ponto de

partida, podemos subtrair b da longitude de partida para encontrar a longitude

daquele cruzamento com o Equador:

I = pt - ou

I = 47o - 4o 32,4’ = 42o 27,6’

Como os vertexes estão defasados do cruzamento, de 90o em

longitude, podemos calcular as longitudes dos vertexes como:

Vn = 42o 27,6’ + 90o = 132o 27,6’ E e

77

Page 78: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Vs = 42o 27,6’ - 90o = 47o 32,4’ W

78

Page 79: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

5. INFORMÁTICA APLICADA À NAVEGAÇÃO ORTODRÔMICA.

Escolhemos aplicar a Planilha do Excel, do Microsoft Office, à Navegação

Ortodrômica, por ser o Office o software mais conhecido e usado no mundo inteiro e

que acompanha a esmagadora maioria dos microcomputadores instalados a bordo

dos navios mercantes brasileiros. Além disso, todas as planilhas eletrônicas tem

uma coisa em comum que as tornam extremamente apropriadas para o uso na

Navegação Ortodrômica: a simples inserção de fórmulas dá a praticidade da

resolução dos mais variados problemas.

A viabilidade da aplicação da informática na navegação ortodrômica é

comprovada através dos fatos seguintes:

1- O custo de um conjunto de cartas náuticas de projeções gnomônicas, em escalas

diversificadas e de acordo com as necessidades de cada derrota, cobrindo todas

as regiões navegáveis, tem o custo mais alto de um microcomputador e o

software nele instalado para cumprir a mesma função.

2- A velocidade de cálculo dos objetivos da Navegação Ortodrômica (Rumo Inicial,

Distância a navegar e posições dos vertexes) é bem maior quando feita no

computador, comparado com qualquer outro método. Isso gera a possibilidade de

se proceder um número de cálculos muito maior e, por conseguinte, seguir uma

curva mais perfeita.

3- O programa pode ser guardado em um simples pen driver e elimina a

necessidade de manuseio de quaisquer tábuas, tabelas, calculadoras, etc.

4- As derrotas feitas podem ser arquivadas com segurança e até mesmo podem

servir de orientações múltiplas, como a respeito das influências de vento e

corrente, numa região, ou alimentar automaticamente outros programas que

venham a necessitar dos resultados da navegação, como distância navegada.

4.1 – A Planilha do Excel.

Como qualquer outra, é uma grande área em branco dividida em pequenos

retângulos chamados células, numeradas em ordem crescente, de cima para baixo

em linhas e da esquerda para direita em colunas, na ordem alfabética. Assim,

qualquer célula pode perfeitamente ser identificada, e de todas as outras se

distinguir, através de número seguido de letra, sendo que o número representa a

79

Page 80: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

linha a que ela pertence e a letra representa a coluna. O usuário pode, de acordo

com a sua necessidade, aumentar ou diminuir o tamanho das células.

A B C D E F G

1

2

3

O principal objetivo de uma planilha eletrônica, de efetuar cálculos, é

cumprido quando inserimos, em uma determinada célula, uma fórmula qualquer

relacionando os dados de duas (ou mais) outras células diferentes. Tais fórmulas

devem iniciar sempre com o sinal de igualdade (=) pois é exatamente isso que indica

ao computador tratar-se de uma fórmula.

Por exemplo, se queremos somar o valor inserido, qualquer que seja ele, na

célula A1, com o valor inserido, também qualquer que seja ele, na célula A2, e

efetuar e registrar automaticamente essa soma na célula B5, por exemplo, basta

digitar, na célula B5, a fórmula =A1+A2, como aparece na planilha anterior, e teclar

Enter.

A partir daí todos os valores que aparecerem na célula B5 serão o resultado

da soma dos valores das células A1 e A2:

A B C D E F G H

1 3

2 4

3

4

5 7

6

5.2 - Inserindo dados.

Como, na Navegação Ortodrômica, os cálculos são feitos

principalmente tendo como dados a posição de partida e a posição de chegada,

com a latitude, a longitude e o sinal de cada uma coordenada, basta que se separem

doze células específicas para os registros desses dados, ou seja, três células para o

registro da latitude de partida (uma para os graus inteiros, uma para os minutos e

80

Page 81: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

décimos, e outra para o sinal), três células para o registro da longitude de partida

(graus, minutos e sinal), três para a latitude de chegada e três para a longitude de

chegada, como mostrado a seguir:

A B C D E F G H I J K L M N

1 pt pt ch ch

2 Gr Min N/S Gr Min E/W Gr Min N/S Gr Min E/W

3

4

As abreviaturas as Gr e Min representam os valores em graus e minutos,

respectivamente.

Também podemos convencionar os sinais norte e sul, das latitudes, como

positivo e negativo, respectivamente, e os sinais leste e oeste, das longitudes,

também como, respectivamente, positivo e negativo. Desse modo eliminamos duas

colunas, as dos sinais da latitude e da longitude, sem prejudicar os cálculos. Por

exemplo:

A B C D E F G H I

1 pt pt ch ch

2 Gr Min Gr Min Gr Min Gr Min

3 12 45,6 -163 -32,8 13 44,5 -161 05,4

4

5

Os dados acima representariam valores, escolhidos aleatoriamente, de

posições de partida e chegada, dadas pela latitude de partida 12o 45,6’ N (porque

não há sinal negativo), longitude de partida 163o 32,8’ W (porque o sinal é negativo

tanto nos graus como nos minutos), latitude de chegada 13o 44,5 N e longitude de

chegada 161o 05,4’ W.

81

Page 82: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

5.3 - Calculando a diferença de longitude entre os pontos de partida e chegada.

Ao ocuparmos as colunas de A até H com as posições de partida e chegada,

podemos notar que cada uma das linhas representará uma derrota ortodrômica

diferente, ou trechos de uma mesma derrota, caso mantenhamos uma única posição

de chegada com as sucessivas posições (consideradas pontos de partida) do

mesmo navio. Desse modo podemos, considerando ainda o exemplo acima, calcular

a diferença de longitude () entre os pontos de partida e chegada, já que a mesma

será utilizada para o cálculo da distância a navegar, na Navegação Ortodrômica. A

fórmula aplicada será a Lei dos Cosenos para os Lados, digitada na célula I3,

transformando os dados para radianos porque o Excel fornece as funções

trigonométricas dos arcos quando estes são lidos em radianos.

Para podermos aplicar cada uma das Leis é necessário que tenhamos os

elementos exatos do triângulo, que serão representados pelos seguintes valores:

Lados:

Colatitude de partida (fixa, tanto nos casos em que os pontos de partida e

chegada estejam no mesmo hemisfério, como estando eles em hemisférios

diferentes, com sinais diferentes para as suas latitudes). (co-pt)

Colatitude de chegada, co-ch, (no caso dos pontos de partida e chegada

estarem no mesmo hemisfério). Se os pontos de partida e chegada

estiverem em hemisférios diferentes, isto é, tiverem sinais diferentes para

as suas latitudes, esse lado será igual à latitude de chegada somada à 90o :

90+ch .

Distância a navegar (d).

Ângulos:

Diferença de longitude entre os pontos de partida e chegada (), ângulo

oposto ao lado que representa a distância a navegar (d).

Rumo final (Rf), ângulo oposto ao lado que representa a colatitude de

partida.

Rumo inicial (Ri), ângulo oposto ao lado que representa a colatitude de

chegada (ou 90+ch).

82

Page 83: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

co-pt

co-ch

ChCH

Pt

Ri

P

PoloPt

Ch

Equador

Caso em que os pontos de partida (PT) e chegada (CH) estão no mesmo

hemisfério (norte ou sul) conforme o P.

Caso em que as latitudes de partida e chegada tem sinais diferentes.

Para construir a planilha contendo os elementos que são dados do triângulo

(dois lados e o ângulo compreendido), já transformados para radianos (porque o

computador trabalha com arcos em radianos para determinar-lhes as funções

trigonométricas), fazemos, para cada posição de partida e chegada:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S

1 VGM DATA HORA pt pt ch ch L1 L2

2 Gr Min N/S Gr Min E/W Gr Min N/S Gr Min E/W Rad Rad Rad

3 * ** ***

4

Na planilha acima deve-se digitar, nas células P3, Q3 e R3, que contém os

asterísticos:

* =RADIANOS(SE(I3=O3;(G3+H3/60)-(M3+N3/60);(G3+H3/60)+(M3+N3/60)))

** =RADIANOS(90-D3-E3/60)

*** =RADIANOS(SE(F3=L3;(90-J3-K3/60);(90+J3+K3/60)))

83

d CH

Page 84: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Se a planilha for preparada exatamente como mostrada acima, sem qualquer

erro de digitação, ainda que seja de simples espaços em branco ou palavras, cada

vez que forem preenchidas as células referentes aos dados, na linha 3, as células

que contém os asteríscos imediatamente mostrarão os valores dos três elementos

dados no triângulo, já em radianos e prontos para serem aplicados às Leis dos

cossenos já estudadas.

5.4 Cálculo da distância a navegar.

Se adicionarmos uma coluna (S), e em uma de suas célula (S3)

digitarmos a Lei dos Cossenos para os lados, usando as células que tinham

asteríscos (P3, Q3 e R3), as quais são os elementos dados do triângulo,

possibilitaremos o cálculo automático da distância a navegar:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S

1 VGM DATA HORA pt pt ch ch L1 L2 d

2 Gr Min N/S Gr Min E/W Gr Min N/S Gr Min E/W Rad Rad Rad M

3

4

S3 - Na célula S3 digitamos a fórmula:

=60*Graus(cos(Q3)*cos(R3)+sen(Q3)*sen(R3)*cos(P3))

5.5 - Cálculo do rumo inicial.

O Rumo Inicial é a direção e o sentido que o navio deve tomar,

inicialmente, a partir do ponto onde inicia a ortodromia, ao seguir, em uma

Navegação Ortodrômica, para um ponto ou porto de destino. Como qualquer

ortodromia é feita através de um conjunto de linhas retas (loxodromias), todas

tangentes à curva que em hipótese o navio deveria descrever, uma ortodromia é

tanto mais perfeita quanto maior o número de tangentes o navio seguir e, por

consequência, quanto maior o número de rumos o navio tiver navegado. Em cada

ponto da trajetória do navio em que se tenha uma posição observada pode-se ter um

Rumo Inicial.

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Page 85: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

Para calcular o Rumo Inicial de maneira automática, a partir da mesma

planilha preparada anteriormente, simplesmente prossegue-se acrescentando mais

uma coluna (coluna T):

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T

1 VGM DATA HORA pt pt ch

ch

L1 L2 d Ri

2 Gr Min N/S Gr Min E/W Gr Min N/S Gr Min E/W Rad Rad Rad M Gr

3

4

Na célula T3 digita-se a seguinte fórmula que calculará o ângulo, do triângulo

da navegação ortodrômica, formado no ponto de partida, chamado de Rumo Inicial

(Ri), mas que ainda não será o rumo que o navio deverá seguir para percorrer a

ortodromia desejada, a não ser que o ponto de chegada esteja a nordeste do ponto

de partida. Caso o ponto de chegada esteja a noroeste do de partida, teremos que

subtrair de 360o; se estiver a sudeste teremos que subtrair de 180o; e se estiver a

sudoeste teremos que somar com 180o:

T3 - A fórmula adicionada à célula T3 será:

=GRAUS(ACOS((COS(R3)-COS(RADIANOS(S3/60))*COS(Q3))/

(SEN(RADIANOS(S3/60))*SEN(Q3))))

5.6 - Cálculo de e.

O Ângulo formado entre o Equador e o círculo máximo que contém a derrota

ortodrômica, ou melhor ainda, entre o plano do Equador e o plano que contém o

círculo máximo da derrota, é indicado por e é exatamente igual à latitude dos

vertexes Norte e Sul (apenas os sinais são diferentes, indicando que um é norte e o

outro é sul).

Para calculá-lo através da mesma planilha, acrescenta-se uma coluna a esta

(coluna U) e na célula U3 digita-se a fórmula, originada das Leis e Analogias de

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Page 86: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

PT

pt

K

ptco-

co-K

co-Pt

Neper para resolução de triângulos esféricos retângulos, aplicando-as a um triângulo

retângulo cujos vértices são:

o ponto de encontro entre o Equador e o círculo máximo da derrota

o ponto de partida da derrota ortodrômica

o ponto de encontro do meridiano do ponto de partida e o Equador

Nesse triângulo os ângulos são:

(por definição, o ângulo formado no encontro do Equador com o círculo

máximo da derrota, e igual ao valor absoluto das latitudes dos vertexes)

90o (porque é o encontro de um meridiano com o Equador)

Ri (porque é oposto pelo vértice a Ri, formado pelo mesmo meridiano e

pela mesma derrota)

Ainda nesse mesmo triângulo os lados são:

a própria latitude de partida (pt) - lado oposto a

a diferença entre as longitudes de partida e do ponto de cruzamento do círculo

máximo da derrota com o Equador (lado oposto ao Ri), ao qual chamaremos de

um lado que não será levado em conta para os cálculos, mas que chamaremos

de K

Pelas analogias temos que:

sen (co-) = cos (co-Ri) . cos pt

de onde

cos = sen Ri . cos pt

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Page 87: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

e sen (co-Ri) = cos (co-) . cos

de onde

cos = cos Ri /sen

Essas fórmulas são digitadas, respectivamente, nas células U3 e V3, criadas

nas colunas U e V da mesma planilha:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V

1 VGM DATA HORA pt pt ch ch L1 L2 d Ri

2 Gr Min N/S Gr Min E/W Gr Min N/S Gr Min E/W Rad Rad Rad M Gr Gr Gr

3

4

As fórmulas a serem inseridas, respectivamente, nas células U3 e V3, são:

EmU3: =GRAUS(ACOS(SEN(RADIANOS(T3))*COS(RADIANOS(D3+E3/60))))

Em V3: =GRAUS(ACOS(COS(RADIANOS(T3))/SEN(RADIANOS(U3))))

Como as latitudes dos vertexes são ambas iguais, em valor absoluto, a b.

Como as longitudes dos vertexes são defasadas em 90o do ponto de cruzamento do

círculo máximo da derrota com o Equador, podemos criar, na planilha, mais 6

colunas (W, X, Y, Z, AA e AB) para designar duas para a latitude do vertex (W e X),

duas para a longitude do vertex norte (Y e Z) e duas para a longitude do vertex sul

(AA e AB), como mostra a planilha final, digitando as seguintes fórmulas em cada

uma dessas colunas:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z AA AB

1 VGM DATA HORA pt pt ch ch L1 L2 d Ri v v V

2 Gr Min N/S Gr Min E/W Gr Min N/S Gr Min E/W Rad Rad Rad M Gr Gr Gr Gr Min Gr Min Gr Min

3

4

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Page 88: Apostila de Trigonometria Esférica e Ortodromia by CLC Vivekananda

As fórmulas a serem digitadas nas células adicionais são:

Em W3: =INT(U3)

Em X3: =(U3-W3)*60

Em Y3: =ARREDONDAR.PARA.BAIXO(SE(V3+90+(G3+H3/60)>180;360-V3-90-

(G3+H3/60);V3+90+(G3+H3/60));0)

Em Z3: =((SE(V3+90+(G3+H3/60)>180;360-V3-90-G3+H3/60);V3+90+(G3+H3/60)))-

Y3)*60

Em AA3: =INT(180-Y3-Z3/60)

Em AB3: =((180-Y3-Z3/60)-AA3)*60

Para completar a planilha podemos adicionar mais três colunas (AC, AD e AE)

para adicionarmos, respectivamente, a cada cálculo, a Singradura, a marcha média

e o ETA:

Em AC3: =S2-S4 (Singradura em milhas)

Em AD3: =AC4/((B4-B3)*24) (marcha média em nós)

Em AE3: =(S4/AD4)+B4 (ETA, data/hora)

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z AA AB AC AD

1 VGM DATA HORA pt pt ch ch L1 L2 d Ri v v V Sing m/m

2 Gr Min N/S Gr Min E/W Gr Min N/S Gr Min E/W Rad Rad Rad M Gr Gr Gr Gr Min Gr Min Gr Min M Nó

3

4

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