apostila de seguranÇa, meio ambiente, saÚde -sms

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Educação Profissional Curso Técnico em Automação e Controle de Processos Módulo I – Básico SMS - Saúde, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)

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Curso Técnico em Automação e Controle de Processos

Módulo I – Básico

SMS - Saúde, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho

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SUMÁRIO 1 - SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO 02 1.1 – INTRODUÇÃO 02 1.2 - SEGURANÇA DO TRABALHO 02 1.3 - ACIDENTE DE TRABALHO 03 2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 23 2.1 – INTRODUÇÃO 23 3 - RISCOS AMBIENTAIS 28 3.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 29 3.2 - RISCOS DE ACIDENTES 29 4 - NOÇÕES BÁSICAS DE COMBATE À INCÊNDIO 37 4.1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DO FOGO 37 5 – USO SEGURO DE EQUIPAMENTOS 56 5.1 - ESMERILHADEIRA PORTÁTIL 56 5.2 - SEGURANÇA EM PROCESSOS OXI-COMBUSTÍVEIS 57 5.3 - SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

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5.4 - ANÁLISE DE RISCO DE ACIDENTES EM PROCESSO INDUSTRIAIS 67 6 - MEIO AMBIENTE 71 6.1 – POLUIÇÃO 71 7 - RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS EM ACIDENTES DE TRABALHO 78 7. 1 - DEFINIÇÕES LEGAIS 79 8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85

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1 - SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO 1.1 - INTRODUÇÃO Nas sociedades mais antigas, o homem já sofria acidentes enquanto trabalhava para prover as necessidades de sua subsistência. Todavia, esses acidentes só chamaram a atenção dos governantes quando, em virtude do seu elevado numero, adquiriram as dimensões de um problema social. Isto ocorreu após a Revolução Industrial resultante das descobertas de novas fontes de força, como o vapor e a eletricidade, provocando o aparecimento de grandes concentrações de trabalhadores em torno das empresas que empregavam grandes quantidades de mão-de-obra. Era uma situação bem diferente daquela que caracterizava a Idade-Média: artesãos realizando trabalho manual dentro de pequenas oficinas. No século passado, o clamor contra as condições de vida do trabalhador cresceu a ponto de levar os homens públicos a pensarem no cerceamento da liberdade das partes na celebração do contrato de trabalho. Era o começo da intervenção do Estado no mundo do trabalho assalariado. Não era possível, no que tange ao acidente do trabalho, continuar adotando os princípios do direito clássico, para exigir do empregado acidentado a prova de que o patrão era o culpado. Na maioria dos casos essa prova não podia ser produzida ou o fato tivera como causa excludente a força maior ou caso fortuito. Pouco a pouco, a legislação foi se modificando até chegar à teoria do risco social: o acidente do trabalho é um risco inerente à própria atividade profissional exercida em beneficio de toda a comunidade, devendo esta, por conseguinte, amparar a vitima do acidente. Não se cogita da responsabilidade deste ou daquele pelo acontecimento. Através de um seguro social, o empregado é protegido quando incapacitado para o trabalho em virtude de um acidente. Em nosso pais, tudo se passou mais ou menos da mesma maneira. Em 1919 tivemos a primeira lei estabelecendo que o empregado acidentado não precisava obter qualquer prova da culpa do patrão para ter direito à indenização. Desde então não nos afastamos desse principio fundamental. 1.2 - SEGURANÇA DO TRABALHO Segurança do trabalho pode ser definida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Gerência de Riscos.

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Os empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como portarias e decretos e também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. A Segurança do Trabalho é exigida por lei e faz com que a empresa se organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no trabalho. 1.3 - ACIDENTE DE TRABALHO A legislação brasileira define acidente do trabalho como todo aquele decorrente do exercício do trabalho e que provoca, direta ou indiretamente, lesão, perturbação funcional ou doença. Como se vê, pela lei brasileira, o acidente é confundido com o prejuízo físico sofrido pelo trabalhador (lesão, perturbação funcional ou doença). Do ponto de vista prevencionista, entretanto, essa definição não é satisfatória, pois o acidente é definido em função de suas conseqüências sobre o homem, ou seja, as lesões, perturbações ou doenças. Visando a sua prevenção, o acidente, que interfere na produção, deve ser definido como "qualquer ocorrência que interfere no andamento normal do trabalho", pois além do homem, podem ser envolvidos nos acidentes, outros fatores de produção, como máquinas, ferramentas, equipamentos e tempo. Assim, as três situações apresentadas são representativas de acidente: Na primeira, o operário estava transportando manualmente urna caixa contendo certo produto; em certo momento, deixa cair a caixa, o que já é um acidente (queda da caixa), embora não tenha ocorrido perda material (a caixa não se danificou) ou lesão no trabalhador; nesse caso, ocorreu tão somente, perda de tempo. Na segunda, a queda da caixa, embora não tenha ocasionado lesão, é também um exemplo de acidente, em que ocorreu, além da perda de tempo, perda de material, pois este se danificou. Na última, a queda da caixa é exemplificativa de acidente do qual resultaram, a lesão no homem, a perda do material e a conseqüente perda de tempo. E claro que a vida e a saúde humana tem mais valor do que as perda naturais, daí serem considerados como mais importantes os acidentes com lesão. Por exemplo, se a caixa ao cair atingir o pé da pessoa que a estava carregando, provocando sua queda e causar-lhe uma lesão, teremos um acidente mais grave porque, além da perda de tempo e/ou perda material, houve dano físico.

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1.3.1 - Diferença fundamental entre a definição legal e a técnica Na definição legal, ao legislador interessou, basicamente e com muita propriedade definir o acidente com a finalidade de proteger o trabalhador acidentado, através de uma compensação financeira, garantindo-lhe o pagamento de diárias, enquanto estiver impossibilitado de trabalhar em decorrência do acidente, ou de indenização, se tiver sofrido lesão incapacitante permanente. Nota-se por aí que o acidente só ocorre se dele resultar um ferimento, mas, devemos lembrar que o ferimento é apenas uma das conseqüências do acidente A definição técnica nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar lesões pessoais. A experiência demonstra que para cada grupo de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300 vezes não ocorre lesão nos trabalhadores, enquanto que em apenas 30 casos resultam danos à integridade física do homem. Em todos os casos, porém, haverá prejuízo à produção e sob os aspectos de proteção ao homem, resulta serem igualmente importantes todos os acidentes com e sem lesão, em virtude de não se poder prever quando de um acidente vai resultar, ou não, lesão no trabalhador. Do exposto, concluímos que devemos procurar evitar todo e qualquer tipo de acidente. Deveremos evitar os acidentes sem lesão porque, se forem eliminados estes, automaticamente, estará afastado a quase totalidade dos outros. Por exemplo, se o trabalhador tivesse evitado que a caixa caísse no chão, ela não teria atingido o seu pé. Teria sido mais seguro e mais fácil evitar a queda da caixa, do que tirar o pé na hora em que caísse. Devemos lembrar ainda que estudos realizados no Brasil e no exterior, tem revelado que o custo de acidentes leves é igual ao dos acidentes sob o encargo do INSS, em virtude, de como já vimos, aqueles serem muito mais numerosos que estes. A política governamental dos últimos anos, no sentido de dinamizar esforços de empresários e empregados e de atualizar a legislação trabalhista, em muito tem colaborado para a diminuição dos percentuais de acidentes do trabalho em relação à população trabalhadora do País. Embora a prevenção de acidentes industriais vise basicamente a manutenção da integridade física do trabalhador, não se pode esquecer a influencia dos custos de qualquer programa na implantação ou , manutenção do mesmo. Em outras palavras, qualquer ocorrência não programada que interfira no processo produtivo, causando perda de tempo, constitui um acidente do trabalho. Deve-se destacar que a prevenção de acidentes torna-se economicamente viável, a partir de um bom programa de prevenção de acidentes. Um empregado acidentado, aposentado precocemente por incapacidade permanente, afeta indiretamente a toda a população pois é um a menos a colaborar no aumento da produção. Quanto mais especializada a sua função, mais caro se torna substituí-lo. Em síntese, ocorre uma redução na capacidade produtiva da nação e um aumento dos custos de treinamento da população economicamente ativa. Restringindo-se o campo de estudo a uma empresa, a diminuição no numero de acidentes pode e deve levar a um aumento na produção, bem como a um custo menor, o que, inclusive, pode baixar o preço do produto final a nível de consumidor ou elevar o lucro do empresário O empregado encontra na empresa inúmeros fatores de risco, que podem criar condições para a ocorrência de um acidente e conseqüente lesão.

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Equipamentos elétricos, operações de soldagens, manuseio de líquidos combustíveis ou inflamáveis, veículos de transporte são exemplos desses riscos. Sua utilização de forma inadequada pode incapacitar ou até matar o elemento acidentado. O primeiro passo na prevenção de acidentes e saber o que se entende por acidente do trabalho. Sua definição legal diz que: Acidente do trabalho é aquele que ocorre no exercício do trabalho, a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária'. Tal definição pode ser encontrada no artigo 131 do "Regulamento dos Benefícios da Previdência Social", instituído pelo Decreto n0 2172 de 05 de março de 1997. Também são igualados, para efeito de lei, os acidentes que ocorrem no local e no horário de trabalho; as doenças do trabalho, constantes ou não de relações oficiais; os acidentes que ocorrem fora dos limites da empresa e fora do horário normal de trabalho, estes sob certas condições. Para a legislação previdenciária, portanto, somente o acidente do trabalho que cause prejuízo físico ou orgânico é enquadrado como tal. Analisando o problema do ponto de vista prevencionista qualquer ocorrência anormal que prejudique a produtividade já pode ser considerado um acidente. Se uma pilha de sacas de café, mal estocada, desabar e atingir um empregado, causando-lhe alguma lesão, temos caracterizado o acidente do trabalho legal. Se não atingir nenhum empregado e apenas tivermos perda de tempo para recolocar o material em seu respectivo local, do ponto de vista prevencionista o acidente do trabalho também ocorreu. Em outras palavras, qualquer ocorrência não programada, que interfira no processo produtivo, causando perda de tempo, constitui um acidente do trabalho. 1.3.2 - Causas dos acidentes Em principio, temos três causas principais causadoras de acidentes: 1. Comportamentos inadequados, entendidos como atitudes inadequadas. 2. Condições inseguras, inerentes às instalações, como máquinas e equipamentos. 3. Fator pessoal de segurança, relativo ao comportamento humano, que leva a pratica do ato inseguro. Estudos técnicos, principalmente no campo da engenharia, são capazes de, com o tempo, eliminar as condições inseguras. Quando se fala, porém, do elemento homem, apenas técnicas não são suficientes para evitar uma falha nas suas atitudes. Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se removido a tempo teria evitado o acidente. Os acidentes não são inevitáveis, não surgem por acaso, eles, na maioria das vezes, são causados, e, portanto possíveis de prevenção, através da eliminação a tempo de suas causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais (dependentes, portanto, do homem) ou materiais (decorrentes das condições existentes nos locais de trabalho). Vários autores, na analise de um acidente, consideram como causa do acidente o ato ou a condição que originou a lesão, ou o dano. No nosso entendimento, devem ser analisadas todas as causas, desde

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a mais remota, o que permitirá um adequado estudo e posterior neutralização ou eliminação dos riscos. Existe então a necessidade do envolvimento de profissionais de outras áreas, principalmente de Ciências Humanas para se obter uma evolução neste setor. Até o presente momento, nenhuma das máquinas construídas, nenhum dos produtos químicos obtidos por síntese e nenhuma das teorias sociais formuladas alterou fundamentalmente a natureza humana. As formas de comportamento, que devem ser levadas em consideração no esforço de prevenir atos inseguros, deverá ser analisadas de modo bastante abrangente. No treinamento de integração baseado na função a ser desenvolvida pelo novo empregado ou na reciclagem dos funcionários mais antigos, deverá ser reforçado o conhecimento das regras de segurança, instruções básicas sobre prevenção de incêndio e treinamento periódico de combate ao fogo, informações sobre ordem e limpeza, cor na segurança do trabalho, sinalização, cursos de primeiros socorros, levantamento, transporte e manuseio de materiais, integram uma política de segurança, visando a diminuição dos acidentes causados por atos inseguros. Sendo a segurança do trabalho basicamente de caráter prevencionista, recomenda-se, ainda, uma pesquisa bibliográfica, no sentido de identificar possíveis riscos no processo de produção, antes mesmo que ocorram acidentes, isto é, a simples analise de risco ou estatística , mesmo que não acuse nenhum acidente, deve ser encarada como mais um subsidio para a prevenção de acidentes e eliminação de causas.. A ocorrência de uma única morte, além da perda para a família do trabalhador, representa um prejuízo para a nação de 20 anos ou 6.000 dias, em média, de trabalho produtivo. 1.3.3 - Fatores de acidentes Para fins de prevenção de acidentes, há cinco tipos de informações de importância fundamental em todos os casos de acidentes. São os chamados fatores de acidentes que se distinguem de todos os demais fatos que descrevem o evento Eles são: o agente da lesão; a condição insegura; o acidente tipo; o ato inseguro e o fator pessoal inseguro. Agente da Lesão Agente da lesão é aquilo que, em contato com a pessoa determina a lesão. Pode ser por exemplo um dos muitos materiais com características agressivas, uma ferramenta, a ponta de uma máquina. A lesão e o local da lesão no corpo, é o ponto inicial para identificarmos o agente da lesão. Convém observar qual a característica do agente que causou a lesão. Alguns agentes são essencialmente agressivos, como os ácidos e outros produtos químicos, a corrente elétrica, etc., basta um leve contato para ocorrer a lesão. Outros determinam ferimentos por atritos mais acentuados, por batidas contra a pessoa ou da pessoa contra eles, por prensamento, queda, etc. Por exemplo: a dureza de um material não é essencialmente agressiva, mas determina sempre alguma lesão quando entra em contato mais ou menos violento com a pessoa. O mesmo se pode dizer do peso de objetos; o peso, em si, não constitui agressividade, mas é um fator que aliado à dureza do objeto, determina ferimentos ao cair sobre as pessoas. Condição insegura Condição insegura em um local de trabalho são as falhas físicas que comprometem a segurança do trabalhador, em outras palavras, as falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de

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dispositivos de segurança e outros, que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas, e a própria segurança das instalações e dos equipamentos. Nós não devemos confundir a condição insegura com os riscos inerentes a certas operações industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos trabalhos que envolvem eletricidade, ou instalações elétricas; a eletricidade, no entanto, não pode ser considerada uma condição insegura, por ser perigo Sa. Insta1ações mal feitas ou improvisadas, fios expostos, etc., são condições inseguras; a energia elétrica em si, não. A corrente elétrica, quando devidamente solada do contato com as pessoas, passa a ser um risco controlado e não constitui uma condição insegura. Apesar da condição insegura ser possível de neutralização ou correção, ela tem sido considerada responsável por 16% dos acidentes. Exemplos de condições inseguras: Proteção mecânica inadequada; Condição defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio, corroído, fraturado, qualidade inferior, etc.), escadas, pisos, tubulações (encanamentos); - Projeto ou construções inseguras; Processos, operações ou disposições (arranjos) perigosos (empilhamento perigoso, armazenagem, passagens obstruídas, sobrecarga sobre o piso, congestionamento de maquinaria e operadores, etc.); Iluminação inadequada ou incorreta; Ventilação inadequada ou incorreta. Comportamento inadequado Comportamento inadequado é a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou inconscientemente a riscos de acidentes. Em outras palavras é um certo tipo de comportamento que leva ao acidente. Vemos que se trata de uma violação de um procedimento consagrado, vio1ação essa, responsável pelo acidente. Segundo estatísticas correntes, cerca de 84% do total dos acidentes do trabalho são oriundos do próprio trabalhador. Portanto, os atos inseguros no trabalho provocam a grande maioria dos acidentes; não raro o trabalhador se serve de ferramentas inadequadas por estarem mais próximas ou procura limpar máquinas em movimento por ter preguiça de desligá-las, ou se distrai e desvia sua atenção do local de trabalho, ou opera sem os óculos e aparelhos adequados. Ao se estudar os atos inseguros praticados, não devem ser consideradas as razões para o comportamento da pessoa que os cometeu, o que se deve fazer tão somente é relacionar tais atos inseguros. Veremos os mais comuns: Levantamento impróprio de carga (com o esforço desenvolvido a custa da musculatura das costas); Permanecer embaixo de cargas; Permanecer em baixo de cargas suspensas; Manutenção, lubrificação ou limpeza de máquinas em movimento; Abusos, brincadeiras grosseiras, etc.; Realização de operações para as quais não esteja devidamente autorizado e treinado; Remoção de dispositivos de proteção ou alteração em seu funcionamento, de maneira a torna-los

ineficientes; Operação de máquinas a velocidades inseguras;

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Uso de equipamento inadequado, inseguro ou de forma incorreta (não segura); Uso incorreto do equipamento de proteção individual necessário para a execução de sua tarefa. Fator pessoal de insegurança É a característica mental ou física que ocasiona o ato inseguro e que em muitos casos, também criam condições inseguras ou permitem que elas continuem existindo. Na prática, a indicação do fator pessoal pode ser um tanto subjetiva, mas no cômputo geral das investigações processadas, e para fim de estudo, essas indicações serão sempre úteis. Os fatores pessoais mais predominantes são: atitude imprópria (desrespeito às instruções, má interpretação das normas, excesso de confiança, falta de conhecimento das práticas seguras incapacidade física para o trabalho. 1.3.4 - Determinação das causas Os cinco fatores relatados são de suma importância na determinação das causas do acidente. Ocorrem eles em determinada seqüência, para determinar o resultado final. O melhor método de por em prática a análise das causas de um acidente com a finalidade de prevenção, reside na utilização dos fatores como guia de análise das condições de trabalho, e determinação das fontes de acidentes, de modo a permitir a adoção de medidas preventivas. Isso pressupõe, a identificação de cada agente para o competente levantamento das causas de acidente. Resumindo podemos dizer que na determinação da causa devemos levar em conta: fatores pessoais, que são dependentes do homem, os quais originam o ato inseguro e fatores materiais que são dependentes das condições existentes nos locais de trabalho e que originam a condição insegura; os dois fatores se encadeiam o que nos leva a dizer que o acidente resulta do ato mais condição insegura. Impropriedade do termo "Descuido” O descuido foi e continua sendo apresentado como a maior causa de acidentes do trabalho. Em vários levantamentos de acidentes com perda de tempo, examinados, tivemos oportunidade de constatar que as causas mais freqüentes dos acidentes investigados eram o descuido, a falta de atenção, a distração e outras mais, nenhuma porém, relacionada a condições inseguras. Sem dúvida, o caminho mais fácil a seguir numa análise de acidentes seria atribuir ao descuido do operário a ocorrência do acidente. Devemos lembrar que como o "descuido" não e uma causa direta de acidentes devemos procurar as causas reais, ou mais diretas, que podem resultar em um ato inseguro. Em geral iniciamos nossa investigação, pelas conseqüências da lesão, tais como: cortes, queimaduras, escoriações, fraturas ósseas, choque, etc. Estes são os resultados de acidentes, não causas. A seguir, passamos para o tipo de acidente, tal como estudamos anteriormente.

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Então procuramos quaisquer condições inseguras que possam ter sido inteira ou parcialmente responsáveis pelo acidente. Estas poderiam ser: impropriedade dos anteparos das máquinas ou transmissões; equipamento defeituoso; arranjo físico perigoso; iluminação deficiente; etc. Também procuramos quaisquer atos inseguros que possam ter procedido ao acidente, tais como: Falta de uso de equipamento de segurança; Uso do equipamento de modo incorreto; Execução da tarefa sem autorização; Trabalho a uma velocidade insegura; Uso de equipamento defeituoso; Carregamentos de risco; Postura inadequada; Conserto ou lubrificação de maquinaria em movimento; Brincadeiras; Dispositivos de segurança tornados inoperantes. Concluímos dizendo que o termo descuido não deve ser empregado com referência à causa de um ato inseguro ou de um acidente. Devemos procurar a causa real entre as atitudes falhas. 1.3.5 - Teoria de Heinrich Entre os vários estudos desenvolvidos no campo da segurança do trabalho, nós encontramos a teoria de Heinrich. O que nos diz a teoria de Heinrich? Nos mostra que o acidente e consequentemente a lesão são causados por alguma coisa anterior, alguma coisa onde se encontra o homem, e todo acidente é causado, ele nunca acontece. E causado porque o homem não se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros, ou então existem condições inseguras que comprometem a segurança do trabalhador, portanto, os atos inseguros e as condições inseguras constituem o fator principal na causa dos acidente. Heinrich imaginou, partindo da personalidade, demonstrar a ocorrência de acidentes e lesões com o auxilio de cinco pedras de dominós; a primeira representando a personalidade; a segunda as falhas humanas, no exercício do trabalho; a terceira as causas de acidentes (atos e condições inseguras); a quarta, o acidente e a quinta, as lesões Personalidade: ao iniciar o trabalho em uma empresa, o trabalhador traz consigo um conjunto de características positivas e negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a sua personalidade. Esta se formou através dos anos, por influência de fatores hereditários e do meio social e familiar em que o indivíduo se desenvolveu. Algumas dessas características (irresponsabilidade, irrascibilidade, temeridade, teimosia, etc.) podem se constituir em razões próximas para a prática de atos inseguros ou para a criação de condições inseguras. Falhas humanas: devido aos traços negativos de sua personalidade, o homem seja qual for a sua posição hierárquica, pode cometer falhas no exercício do trabalho, do que resultarão as causas de acidentes. Causas de acidentes: estas englobam, como já vimos, as condições inseguras e os atos inseguros. Acidente: sempre que existirem condições inseguras ou forem praticados atos inseguros, pode-se esperar as suas conseqüências, ou seja, a ocorrência de um acidente.

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Lesões: toda vez que ocorre um acidente, corre-se o risco de que o trabalhador venha a sofrer lesões, embora nem sempre os acidentes provoquem lesões.

Desde que não se consegue eliminar os traços negativos da personalidade, surgirão em conseqüência, falhas no comportamento do homem no trabalho, de que podem resultar atos inseguros e condições inseguras, as quais poderão levar ao acidente e as lesões, quando isso ocorrer, tombando a pedra "personalidade" ela ocasionará a queda, em sucessão de todas as demais.(Veja figura abaixo)

Considerando-se que é impraticável modificar radicalmente a personalidade de todos que trabalham, de tal sorte a evitar as falhas humanas no trabalho deve-se procurar eliminar as causas de acidentes, sem que haja preocupação em modificar a personalidade de quem quer que seja, para tanto, deve-se buscar a eliminação tanto das condições inseguras, apesar da avareza, do desprezo pela vida humana ou quaisquer outros traços negativos da personalidade de administradores ou supervisores como também, deve-se procurar que os operários, apesar de teimosos, desobedientes, temerários, irascíveis, não pratiquem atos inseguros, o que se pode conseguir através da criação nos mesmos, da consciência de segurança, de tal sorte que a prática da segurança, em suas vidas, se transforme em um verdadeiro hábito.

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Eliminadas as causas de acidentes administradores, supervisores e trabalhadores continuarão, cada um com a sua personalidade, de que resultarão falhas no comportamento no trabalho, mas o acidente e as lesões não terão lugar. 1.3.6 - Eliminação das causas de acidentes Tendo em vista que as causas de acidentes se devem a falhas humanas e falhas materiais a prevenção de acidentes deve visar: A eliminação da prática de atos inseguros A eliminação das condições inseguras. Os primeiros, poderão ser eliminados inicialmente através de seleção profissional e exames médicos adequados e posteriormente através da educação e treinamento e as segundas, através de medidas de engenharia que garantam a remoção das condições de insegurança no trabalho. Nesse particular, convém lembrarmos da "Regra EDE", relativa aos problemas de segurança do trabalho: E" (engenharia, medidas de ordem técnicas); "D" (disciplina, medidas que visam que os métodos de trabalho seguro sejam devidamente

observados); "E" (educação, o ensino da segurança a todo o pessoal), deve convencer a administração a corrigir

as condições inseguras reveladas pela "engenharia", instalar e subvencionar um programa de segurança, treinar os trabalhadores, obter seu apoio para o programa e conquistar a cooperação de todos os supervisores. "A segurança do trabalho não é somente um problema de pessoal, mas envolve uma engenharia, um conhecimento de legislação específica, cujo sucesso é função direta da habilidade de vender o programa à gerência e aos trabalhadores".

1.3.7 - Comunicação do acidente Como ponto de partida para qual quer estudo de Prevenção de Acidentes, necessário se faz definir o que seria o acidente do trabalho. Legalmente, a definição é dada pelo Decreto n0. 2.172, de 05 de março de 1997, no "Regulamento dos Benefícios de Previdência Social. “Art. 131 - Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte a perda ou redução da capacidade permanente ou temporária”. Pode-se notar, portanto, que a legislação especifica "exercício do trabalho a serviço da empresa", e, mais ainda, que esse acidente cause incapacidade para o trabalho ou a morte do empregado. Há casos, porém, de acidentes que, embora não se enquadrem na definição de acidentes do trabalho, podem ser encarados como tal: "I - a doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a determinado ramo de atividade e constante do anexo v; II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte ou a perda, ou a redução da capacidade para o trabalho; III - a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal da área medica, no exercício de sua atividade;

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IV - o acidente sofrido pelo empregado no local e horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro motivo de disputa relacionada com o trabalho; c) ato de imprudência, de negligencia ou de imperícia de terceiro, inclusive companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação ou incêndio; f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. V - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive veiculo de propriedade do empregado d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela. e) no percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo do trabalho. Para a Segurança do Trabalho, o acidente do ponto de vista prevencionista ocorre sempre que um fato não programado modifica ou põe fim a realização de um trabalho, o que ocasiona sempre perda de tempo. Outras conseqüências podem advir, tais como danos materiais (aos equipamentos, produtos fabricados, etc.) e lesões (ao operador e/ou colegas próximos ao local). A esquematização do sistema de comunicação de acidentes será elaborada a partir das conseqüências do acidente, que podem ser classificadas em: sem lesão; lesão leve (acidente sem afastamento) ; lesão incapacitante (acidente com afastamento). Essa classificação é feita no sentido de facilitar o entendimento. A Associação Brasileira de Normas Técnicas editou uma norma de cadastro de acidentes (NB-18) em 1958, a qual já passou por duas reformulações, em 1967 e 1975, as quais não têm caráter legal apenas normativo. Os conceitos aqui apresentados envolvem não só uma compilação dessa Norma mas também aspectos legais. Qualquer acidente, mesmo aquele sem lesão já ocasiona perda de tempo para normalização das atividades podendo ocasionar ainda, danos materiais. Não existe a necessidade legal de comunicação aos órgãos da Previdência Social quando não ha lesão que ocasione o afastamento do trabalhador, se este retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, no horário normal. O acidente sem afastamento seria aquele que o acidentado, embora tenha sofrido uma lesão, pode retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, em seu horário regulamentar de entrada. Ocorrido o acidente e não acontecendo o retorno do acidentado ao trabalho no mesmo dia ou dia seguinte de trabalho, no horário normal, passamos a considerar esse acidente como acidente com afastamento, cuja conseqüência é uma incapacidade temporária total, ou uma incapacidade permanente parcial ou total, ou mesmo a morte do acidentado. Esquematizando, os acidentes com lesão ou perturbação funcional compreendem: Acidente : Sem afastamento Com afastamento

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É o acidente que provoca a: incapacidade temporária incapacidade parcial incapacidade total. Incapacidade temporária É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um ano. É aquela em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, devido ao acidente, volta ao mesmo serviço executando suas funções normalmente, como fazia antes do acidente Incapacidade parcial É a redução parcial da capacidade de trabalho do acidentado, em caráter permanente: Exemplos: Perda de um dos olhos. Perda de um dedo. Incapacidade total É a perda da capacidade total para o trabalho em caráter permanente. Exemplo: Perda de uma das mãos e dos dois pés, mesmo que a prótese seja possível. A comunicação de acidentes será tanto mais complexa quanto mais grave for a sua conseqüência. Os acidentes que não ocasionam lesão (como a simples queda de um fardo de algodão da respectiva pilha) tornam-se importantes pela possibilidade de que, no caso do exemplo citado, havendo repetição do fato, o fardo pode atingir algum operário. Deverão, portanto , ser estudadas as causas dessa queda para evitar fatos semelhantes, acionando-se o encarregado do setor, o chefe do departamento e o Serviço Especializado de Segurança do Trabalho, quando houver, ou então a CIPA. No caso de um acidente sem afastamento, com uma lesão leve, portanto, alem dos elementos citados anteriormente também o enfermeiro ou médico será envolvido. Quando em virtude do acidente ocorre lesão ou perturbação; funcional que cause incapacidade temporária total, incapacidade permanente parcial ou total, ou a morte do acidentado, as providencias a serem tomadas quanto à sua comunicação no âmbito da empresa são: a) da própria vitima ou de colegas ao encarregado do setor (normalmente oral); b) do encarregado do setor ao chefe do departamento (normalmente oral ) c) do chefe de departamento à direção da empresa e ao departamento de segurança (por escrito). A empresa deverá comunicar ao INSS, em, no máximo, vinte e quatro horas, da ocorrência do acidente, através do preenchimento da ficha de Comunicação de Acidente do Trabalho. (ver anexo 1) Essa ficha (conhecida como CAT) solicita uma serie de informações, tais como: - Nome, profissão, sexo, idade, residência, salário de contribuição. - Natureza do acidente sofrido. - Condições. - Local, dia e hora do evento, nome e endereço de testemunhas. - Tempo decorrido entre o início do trabalho e a hora do acidente. - Indicação do hospital a que eventualmente foi recolhido o acidentado. Se doença profissional, quais os empregadores acometidos anteriormente nos últimos dois anos.

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Observações: O INSS exige duas testemunhas (CAT) oculares ou circunstanciais, e quando ocorrer a morte do acidentado deverá ser informada a autoridade policial. O sistema de comunicação de acidentes, portanto, difere de acordo com as conseqüências.

1.3.8 - Investigação de acidentes As peculiaridades inerentes a cada industria, tais como espaço físico, produto fabricado, processo, tipo de máquinas e equipamentos, características socioeconômicas da região onde se localiza essa industria, etc., podem criar riscos de acidentes de difícil detecção. Em casos de acidentes do trabalho, somente uma investigação cuidadosa, isto é, uma verificação dos dados relativos ao acidentado (comportamento, atividade exercida, tipo de ocupação data e hora do acidente), possibilita a descoberta de determinados riscos. Temos, então, determinada outra atividade de prevenção de acidentes, baseada não só em conhecimentos teóricos, mas também na descoberta de novos riscos e soluções, com base na capacidade de dedução e/ou indução. A partir da descrição do acidente, de informações recolhidas junto ao chefe de seção ou encarregado, de um estudo do local do acidente, da vida pregressa do acidentado, poderá o responsável pela investigação determinar causas do acidente que originem uma nova atividade para o Serviço de Segurança; podemos investigar. por exemplo, a possibilidade de problemas psicológicos levaram o trabalhador a se acidentar. Surge, então, a figura do assistente social, do psicólogo, entre outros, para, em conjunto com o Serviço de Segurança, desenvolver um novo programa de prevenção de acidentes. A seguir, damos exemplo de uma ficha de investigação de acidentes. FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES SETOR:____________________________________________________ NOME DO ACIDENTADO: __________________________________________________________ IDADE:__________ TEMPO DE EMPRESA: _______________________ OCUPAÇÃO: ______________ TEMPO NA FUNÇÃO: ________________ SERVIÇO EXECUTADO POR OCASIÃO DO ACIDENTE______________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ O EMPREGADO FOI ORIENTADO ATRAVÉS DA ANÁLISE DE RISCO DO TRABALHO - SIM ( ) NÃO ( ) O EMPREGADO JÁ ACIDENTOU-SE ANTERIORMENTE: __________________________________________________________ DADOS DO ACIDENTE LOCAL DA OCORRÊNCIA: __________________________________________________________ TESTEMUNHAS: NOME __________________________________________________________ NOME __________________________________________________________ DESCRIÇÃO DO ACIDENTE: __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________

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__________________________________________________________ __________________________________________________________ INFORMAÇÕES DO RESPONSÁVEL PELO ACIDENTADO: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________ DATA ____/____/____ ASSINATURA DO RESPONSÁVEL MEDIDAS RECOMENDADAS:____________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ DATA: ____/____/____ ASSINATURA DO RESP. PELA SEGURANÇA 1.3.9 - Estatísticas de acidentes As estatísticas de acidentes não são compiladas unicamente com fins de investigação e estudo da prevenção dos acidentes. Embora seja esta a razão principal, também é importante que todos os interessados conheçam devidamente qual a situação existente no tocante aos acidentes, para alertá-los e estimular seu interesse, ajudando-os a adquirir a consciência da segurança. Para esses elementos pode ser conveniente apresentar os dados estatísticos não somente em cifras, mas também em forma gráfica, que indiscutivelmente chama-se melhora atenção que os números. Num país como o nosso, em que grande parte da população é desprovida de preparo adequado, a publicação de figuras que exponham informações sobre os acidentes e seus efeitos resulta em arma de grande eficácia para convencer os trabalhadores sobre a importância de sua segurança. As figuras que se seguem contém exemplos de representação gráfica de estatística de acidentes. A CIPA, de acordo com a NR-5 da Portaria no 3214/78, e obrigada a preencher uma ficha com dados sobre o acidente (ver anexo II). Essa ficha deverá ser aberta quando da ocorrência de acidente com afastamento e será discutida em todas as reuniões até que as medidas propostas para evitar repetição do acidente tenham sido adotadas. Ao tomar conhecimento da ocorreria o Departamento de Segurança deverá providenciar a investigação do acidente. Um elemento do Departamento dirigir-se-á ao local onde fará uma inspeção detalhada e colherá depoimentos dos operários da seção e, posteriormente, do encarregado. Quando houver vítima, esta deverá também descrever o ocorrido. A descrição do acidente e a identificação de suas causas serão apresentadas pelo encarregado da investigação ao Departamento de Segurança, que verificará a conveniência de alguma medida já adotada em caráter provisório e procurara encontrar as soluções mais cabíveis.

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Qualquer programa de Segurança deve incluir métodos de controle e avaliação dos resultados. A reunião das informações e dados relativos as ocorrências, a partir dos diversos formulários, tais como a Ficha de Comunicação de Acidentes (CAT) Ficha de Investigação de Acidentes e Ficha de Inspeção de Segurança, possibilita a fixação das metas e objetivos. Para um resumo dos acidentes em tabelas e gráficos que possibilitem controle e avaliação mais rápidos e precisos, podem ser estimados resumos periódicos, por exemplo, mensais e anuais. Em termos gerais, considera-se o ano estatístico de 1o de janeiro a 31 de dezembro e o mês estatístico do 1o ultimo dia desse mês. Vários coeficientes e taxas podem ser utilizados. Os índices citados a seguir são os mais comuns, e embora alguns autores critiquem uns em defesa de outros, acreditam que todos são válidos em termos estatísticos. Aspectos Legais A Portaria n.º 32, do Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, de 29 de novembro de 1968, no seu artigo 8, letra 1 diz que a C.I.P.A. deve analisar as estatísticas que deverão constar de atas das reuniões. O artigo 16 da referida Portaria diz que das estatísticas deverão constar os seguintes dados: 1. Número de empregados. 2. Número de acidentes, com perda de tempo ocorrido no mês. 3. Número de dias perdidos com os acidentes. 4. Número de homens-horas trabalhado. 5. Coeficiente de Freqüência 6. Coeficiente de Gravidade. Parágrafo único: Os dias debitados serão calculados de acordo com a tabela anexa à Portaria. O art.17 menciona que as estatísticas que acompanharem a documentação a ser enviada mensalmente às Delegacias Regionais do Trabalho obedecerão ao Modelo B. Visto isso, devemos enumerar com exatidão, as lesões que se incluirão na determinação do grau de segurança de qualquer indústria. Incluiremos o acidente sem afastamento ou aquele com afastamento? A prática corrente é a de incluir, apenas os acidentes com lesões e entre estes, somente os chamados acidentes com afastamento. Vários coeficientes e taxas podem ser utilizados. Os índices citados a seguir são os mais comuns, e embora alguns autores critiquem uns em defesa de outros, acreditam que todos são válidos em termos estatísticos. Basicamente, são utilizados dois coeficientes: de freqüência, que nos dá idéia do número de acidentes, e o de gravidade, que nos dá idéia da extensão das lesões sofridas pelos trabalhadores. Para possibilitar comparações entre diversos períodos de tempo ou entre diversas empresas, os dados obtidos sobre os acidentes do trabalho são considerados em relação como tempo de exposição ao risco dos empregados da empresa ou a soma das horas efetivamente trabalhadas. Assim, temos: Coeficiente de Freqüência (C. F.)

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Suponhamos duas fábricas; uma que chamaremos de A e outra de B. No ano passado, 10 trabalhadores se acidentaram na fábrica A e 20 na B. Qual das duas fábricas teve uma proporção mais alta de acidentados? A fábrica B? Mas suponhamos, que na fábrica A trabalhem 100 pessoas e na B um número duas vezes maior. Cada fábrica, portanto, teve o mesmo número de acidentados para cada 100 trabalhadores. Mas, suponhamos agora que a fábrica A trabalhe 40 horas por semana e a fábrica B 44 horas. Isso, nos faz concluir, que em termos de prevenção de acidentes, a B é melhor do que a A, já que cada operário trabalhando mais horas, a exposição ao risco é maior. Assim, com o objetivo de podermos fazer urna verdadeira comparação das lesões ocorridas na fábrica A e na fábrica B durante um mesmo período (ano passado) devemos levar em consideração o total de homens-horas trabalhadas (H.H.T.) em cada fábrica, no mesmo período. Isto se logra por meio do chamado coeficiente de freqüência. O coeficiente de freqüência (C. F.) expressa o número de acidentes com perda de tempo (a.c.p.t.) ocorridos em um milhão de horas-homem trabalhadas. Este é o número padrão adotado para possibilitar a comparação entre coeficientes de empresas que possuem diferentes números de empregados. A expressão do coeficiente de freqüência é: C. F. = _x_ x 106 Y onde x: número de a.c.p.t. y: número de H.H.T. Se na fábrica A, citada no caso acima, ocorreram 10 acidentes com perda de tempo, no ano passado e, se foram trabalhadas 200.000 horas-homem durante o ano, obtemos, aplicando a f6rmula: C.F. = _ 10__ x 106 = 50,00 2 x105 Isto significa, que durante o ano os trabalhadores da fábrica A sofreram lesões que provocaram uma perda de tempo à razão de 50, por cada milhão de horas que trabalharam. O coeficiente de freqüência indica apenas a quantidade de acidentes, mas não indica a gravidade das lesões. Assim por exemplo, numa empresa pode ter havido 50 acidentes com lesões de pequena importância, enquanto que numa outra empresa poderia ter havido apenas 5 acidentes com perda de falanges e perda de visão de um olho. Portanto, como o número de acidentes não expressa realmente a gravidade dos acidentes, torna-se necessário levantar o coeficiente de gravidade. Coeficiente de Gravidade (C.G.) O coeficiente de gravidade representa a perda de tempo resultante dos acidentes em número de dias, ocorridos em um milhão de horas-homens trabalhadas. A gravidade das lesões é, dessa forma, medida pelos dias de trabalho perdidos pelos trabalhadores, em decorrência de acidentes. Aos dias efetivamente perdidos pelo acidentado que sofreu lesão, incapacitado permanentemente, somam-se os dias debitados correspondentes à lesão. A expressão do coeficiente de gravidade é: C.G. = (a + b) x106 y onde: a = número de dias perdidos b = número de dias debitados y = número de H.H.T.

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Se no caso da fábrica A, as 10 lesões provocaram um total de 200 dias perdidos, obteremos empregando a expressão de coeficiente de gravidade: C.G. = 200 x 106 = 1.000 2 x105 Isto é, o tempo perdido devido aos acidentes ocorridos na fábrica A, no ano passado, foi de 1.000 dias para cada 1.000.000 horas trabalhadas. Supondo-se que cada trabalhador, trabalhou 2.000 horas por ano, a média de tempo perdido foi de 2 dias por homem, por ano. Não devemos nos esquecer, que nesse exemplo, não levamos em consideração as incapacidade permanentes. É óbvio, que quando figura uma incapacidade permanente, como por exemplo perda de um dedo, perda de um olho, a perda real de tempo enquanto a lesão cicatriza, não constitui urna medida exata da gravidade. Para sanar esse problema, adota-se a chamada "tabela de dias debitados" que é um dos anexos da Portaria DNSHT - 32, de 29 de novembro de 1968. Tabelas de Dias Debitados A tabela de dias debitados permite a comparação de redução de capacidade devido ao acidente. Representa uma perda econômica, tendo a vida média do trabalhador, sido estimada em 20 anos ou 6.000 dias. E usada internacionalmente e foi organizada pela "Internacional Association of Industrial Accident Bord and Comissions". Se no nosso exemplo incluirmos uma lesão da qual resultou a perda de 2 dedos da mão, a carga correspondente é de 750 dias, os quais acrescidos à perda de tempo proveniente das 9 lesões restantes, que eqüivalem a 180 dias, nos dá um total de 930 dias, e o coeficiente de gravidade será: C.G. = (180 + 750) x 106 = 4.650 2 x 105 Coeficiente de gravidade Expressa a perda de tempo (dias perdidos + dias debitados) por um milhão de homens-horas trabalhadas. FORMULA C = (dias perdidos + dias debitados) x 1.000.000 número de homens-horas trabalhadas Tabela de Dias Debitados A tabela de dias debitados é uma tabela utilizada com o fim exclusivo de permitir a comparação da redução da capacidade resultante dos acidentes entre Departamento de uma mesma Empresa, entre diversas Empresas e entre Empresas de países que adotem a mesma tabela. A perda de tempo constante da tabela representa uma perda econômica tendo por base a vida média ativa do trabalhador, estimada em 20 anos ou 6.000 dias. A tabela, que constitui o Anexo 1 da Portaria 32/68, é usada internacionalmente e foi organizada pela "International Association of Industrial Accident Bord and Commission".

TABELA DE DIAS DEBITADOS

NATUREZA

AVALIAÇÃO PERCENTUAL

DIAS DEBITADOS

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Morte 100 6.000 Incapacidade total e permanente 100 6.000 Perda da visão de ambos os olhos 100 6.000 Perda da visão de um olho 30 1.800 Perda do braço acima do cotovelo 75 4.500 Perda do braço abaixo do cotovelo 60 3.600 Perda da mão 50 3.000 Perda do 1º quirodátilo (Polegar) 10 600 Perda de qualquer outro quirodátilo (dedo) 5 300 Perda de dois outros quirodátilos (dedos) 12 1/2 750 Perda de tres outros quirodátilos (dedos) 20 1.200 Perda de quatro outros quirodátilos (dedos) 30 1.800 Perda do 1º quirodátilo (polegar) e qualquer outro quirodátilo (dedo)

20 1.200

Perda do 1º quirodátilo (polegar) e dois outros quirodátilos (dedos) 25 1.500

Perda do 1º quirodátilo (polegar) e três outros quirodátilos (dedos) 33 1/2 2.000

Perda do 1º quirodátilo (polegar) e quatro outros quirodátilos (dedos) 40 2.400

Perda da perna acima do joelho 75 4.500 Perda da perna, no joelho ou abaixo dele 50 3.000 Perda do pé 40 2.400 Perda do 1º pododátilo (dedo grande do pé) ou de dois ou mais podátilos (dedos do pé) 6 300

Perda do 1º pododátilo (dedo grande) de ambos os pés. 10 600

Perda de qualquer outro podátilo (dedo do pé) 0 0

Perda da audição de um ouvido 10 600 Perda da audição de ambos os ouvidos 50 3.000

Variáveis dos coeficientes segundo a A.B.N.T. No Brasil, a norma NB-18, R, de 1951, da A.B.N.T. Associação Brasileira de Normas Técnicas, define as variáveis dos coeficientes que intervém nos cálculos. Assim temos: Acidente sem perda de tempo (a. s. p. t.) É o acidente em que o acidentado, segundo opinião do médico, pode exercer sua função normal no mesmo dia do acidente, ou no dia imediato ao dia do acidente, no horário regulamentar. Nota: O a.s.p.t. não entra nos cálculos do C.F. e dos C.G. Incapacidade Temporária

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É a perda total da capacidade para o trabalho para um período limitado de tempo, nunca superior à um ano. Portanto, é aquela em que o acidentado depois de algum tempo afastado do serviço devido ao acidente, volta ao mesmo executando suas funções normalmente como as fazia antes do acidente. Incapacidade Permanente É a incapacidade temporária que ultrapassa um ano. Pode ser parcial ou total. Assim: Incapacidade Parcial Permanente. Perda de qualquer membro ou parte dele, perturbação permanente de qualquer membro ou parte do mesmo. Exemplo: perda de um dos olhos. Perda de um dedo. Incapacidade Total e Permanente Perda anatômica ou impossibilidade funcional, em suas partes essenciais, de mais de um membro, conceituando-se como partes essenciais a mão e o pé. Perda da visão de um olho e redução simultânea de mais da metade da visão do outro. Lesões orgânicas ou perturbações funcionais graves e permanentes de qualquer órgão vital, ou quaisquer estados patológicos reputados incuráveis, que determinem idêntica incapacidade para o trabalho. Nota: As incapacidades definidas e classificadas no item 6.3 referem-se à incapacidade profissional para o trabalho em que estava classificado. Empregado É toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual ao empregador sob a dependência deste e mediante remuneração. Número Médio de Empregados Número médio de empregados num intervalo de tempo é a relação entre a soma das durações do trabalho dos diversos empregados nestes intervalos, e a duração normal do trabalho no intervalo. Assim: Número médio de empregados dias, por ano, é a relação entre a soma dos dias de trabalho no ano e duração normal do trabalho num ano, que é de 300 dias. Dias Computados Dias computados para cada acidentado: é o número de dias atribuídos a cada acidentado, num só acidente, conforme: Acidente com incapacidade permanente parcial: os dias computados correspondem á soma dos dias debitados por Redução de Capacidade, até o máximo de 4.500 dias. Acidente com incapacidade permanente total: os dias computados correspondem a 6.000 dias (dias debitados). Acidente com morte: os dias computados correspondem a 6.000 dias (dias debitados). Dias computados por acidentes: é o número que exprime a soma dos dias computados de cada acidentado no mesmo acidente. Dias computados no mês: é o total de dias perdidos, dias debitados e dias transportados durante o mês considerado. Dias computados acumulados: é a soma dos dias computados a contar. desde 1º de janeiro. Assim, os dias computados acumulados em fevereiro correspondem à soma dos dias computados em janeiro com

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os de. fevereiro; quando em marco, correspondem á soma dos dias computados em janeiro, fevereiro e marco. Estatística Mensal Corno o nome indica, é a estatística elaborada durante um mês, com a finalidade de obter dados comparativos que permitem confronto com as estatísticas de outros locais de atividades semelhantes. Data de Encerramento da Estatística O mês estatístico se encerra no último dia de cada mês. O ano estatístico se encerra no dia 31 de dezembro. Número médio de empregados dias por mês é a relação entre a soma dos dias de trabalho num mês e a duração normal do trabalho num dia que é de 8 horas. Esse número médio referir-se-á totalidade dos empregados de uma empresa devendo-se, em caso contrário, mencionar a seção da empresa. Homens-horas Trabalhadas É o número que exprime a soma de todas as horas efetivamente trabalhadas por todos os empregados do estabelecimento inclusive do escritório, de administração, de vendas ou de outras funções; são horas em que os empregados estão sujeitos a se acidentarem em trabalho. Notas: No número de horas/homens trabalhadas devem ser incluídas as horas extras e excluídas as horas remuneradas não trabalhadas tais como as decorrentes de faltas abonadas, licenças, férias, enfermidades e descanso remunerado. Número de horas/homens trabalhadas referir-se-á totalidade dos empregados da empresa, devendo-se em caso diferente, mencionar a seção ou o departamento a que se referir. Para o empregado cujas horas efetivamente trabalhadas sejam de difícil determinação, serão consideradas 8 horas por dia de trabalho. Dias Perdidos: É o total de dias em que o acidentado fica incapacitado para o trabalho em conseqüência de acidente com incapacidade temporária. - os dias perdidos são dias corridos contados do dia imediato ao dia do acidente até o dia da alta médica, inclusive. - portanto, na contagem dos dias perdidos se incluem os domingos, os feriados ou qualquer outro dia em que não haja trabalho na empresa. - conta-se também qualquer outro dia completo de incapacidade, ocorrido depois do retorno ao trabalho e que seja em conseqüência do mesmo acidente. - contar-se-ão os dias de afastamento do acidentado, cujo acidente fora inicialmente considerado sem afastamento e que, por justa razão, passar a ser incluído entre os acidentes com afastamento. - no caso do item anterior, a contagem dos dias perdidos será iniciada no dia da comunicação do agravamento da lesão. Dias Perdidos Transportados São os dias perdidos durante o mês por acidentado do mês anterior (ou de meses anteriores). Dias Debitados por Redução de Capacidade ou Morte:

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É o número de dias que convencionalmente se atribui aos casos de acidentes de que resulte morte, incapacidade permanente total ou incapacidade permanente parcial, representando a perda total ou a redução da capacidade para o trabalho, conforme a tabela anexa á Portaria 32. Tabela Cumulativa

MES

HORAS HOMEM TRABALHADAS

ACIDENTE COM PERDA DE TEMPO

DIAS PERDIDOS DO MES ATUAL

DIAS PERDIDOS DO MES ANTERIOR

DIAS DEBITADOS

COEFICIENTE DE FREQUÊNCIA

COEFICIÊNTE DE GRAVIDADE

JAN. 890.000 20 310 -- -- 22,47 348 FEV 850.000 25 350 80 900 29,41 1.470 AC. 1.740.000 45 740 -- 900 25,88 942 MAR 910.000 18 240 50 -- 19,78 318 AC. 2.650.000 63 1.030 -- 900 23,77 728 ABR. 965.000 15 405 20 3.000 15,54 3.549 AC. 3.615.000 78 1.455 -- 3.900 21,57 1.481 1.3.10 - Normas Regulamentadoras - Portaria 3.214/78 do MTE As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. A observância das Normas Regulamentadoras - NR não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos estados ou municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho. A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho em todo o território nacional. A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é o órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. NR 1 – Disposições Gerais NR 2 – Inspeção Prévia NR 3 – Embargo ou Interdição NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

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Trabalho NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional NR 8 – Edificações NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR 10 – Instalações e Serviços em Eletricidade NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR 12 – Máquinas e Equipamentos NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão NR 14 – Fornos NR 15 – Atividades e Operações Insalubres NR 16 – Atividades e Operações Perigosas NR 17 – Ergonomia NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construção NR 19 – Explosivos NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis NR 21 – Trabalho a Céu Aberto NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR 23 – Proteção Contra Incêndios NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR 25 – Resíduos Industriais NR 26 – Sinalização de Segurança NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTE NR 28 – Fiscalização e Penalidades NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário NR 31 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura 2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 2.1 - INTRODUÇÃO Podem existir nos locais de trabalho, condições que poderão ocasionar danos à saúde ou à integridade física do empregado. Estes riscos devem ser neutralizados ou eliminados por meio da utilização dos equipamentos de proteção, que oferecem: Proteção Coletiva: beneficiam a todos os empregados indistintamente. Proteção Individual: protegem apenas a pessoa que utiliza o equipamento. Nota: A empresa é obrigada fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

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a) Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho; b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; c) Para atender situação de emergência. Equipamento de Proteção Coletiva - EPC São os que, quando adotados, neutralizam o risco na própria fonte. As proteções em furadeiras, serras, prensas; os sistemas de isolamento de operações ruidosas; os exaustores de gases e vapores; as barreiras de proteção; aterramentos elétricos; os dispositivos de proteção em escadas, corredores, guindastes e esteiras transportadoras são exemplos de proteção coletivas. Equipamento de Proteção Individual - EPI O equipamento de proteção individual (EPI) é todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Seleção do EPI A seleção deve ser feita por pessoal competente, conhecedor não só dos equipamentos como, também, das condições em que o trabalho é executado. É preciso conhecer as características, qualidade técnicas e, principalmente, o grau de proteção que o equipamento deverá proporcionar. Características e Classificação dos EPI Pode-se classificar os EPI, agrupando-os segundo a parte do corpo que devem proteger: Proteção da Cabeça Capacete: Protege de impacto de objeto que cai ou é projetado e de impacto contra objeto imóvel e somente estará completo e em condições adequadas de uso se composto de: *Casco: é o capacete propriamente dito; *Carneira: armação plástica, semi-elástica, que separa o casco do couro cabeludo e tem a finalidade de absorver a energia do impacto; *Jugular: presta-se à fixação do capacete à cabeça. O capacete de celeron se presta, também, à proteção contra radiação térmica.

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Proteção dos Olhos Óculos de segurança: Protegem os olhos de impacto de materiais projetados e de impacto contra objetos imóveis. Os óculos de segurança são, comprovadamente, muito eficazes quanto à proteção contra impactos. Para a proteção contra aerodispersóides (poeira), existem os óculos ampla visão, que envolvem totalmente a região ocular. Onde se somam os riscos de impacto e intensa presença de aerodispersóides (poeira), a afetiva proteção dos olhos se obtém com o uso dos dois EPI - óculos de segurança (óculos basculavel) óculos ampla visão, ao mesmo tempo.

Proteção Facial Protetor facial: Protege todo o rosto de impacto de materiais projetados e de calor radiante, podendo ser acoplado ao capacete. É articulado e tem perfil côncavo e tamanho e altura que permitem cobrir todo o rosto, sem tocá-lo, sendo construído em acrílico, alumínio ou tela de aço inox.

Proteção das Laterais e Parte Posterior da Cabeça

Capuz: Protege as laterais e a parte posterior da cabeça (nuca) de projeção de fagulhas, poeiras e similares. Para uso em ambientes de alta temperatura, o capuz é equipado com filtros de luz, permitindo proteção também contra queimaduras. Proteção Respiratória Máscaras: Protegem as vias respiratórias contra gases tóxicos, asfixiantes e contra aerodispersóides (poeira). Elas protegem não somente de envenenamento e asfixias, mas, também, da inalação de substâncias que provocam doenças ocupacionais (silicose, siderose, etc.). Há vários tipos de máscaras para aplicações específicas, com ou sem alimentação de ar respirável.

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Proteção de Membros Superiores Protetores de punho, mangas e mangotes: Protegem o braço, inclusive o punho, contra impactos cortantes e perfurantes, queimaduras, choque elétrico, abrasão e radiações ionizantes e não ionizantes. Luvas: Protegem os dedos e as mãos de ferimentos cortantes e perfurantes, de calor, choques elétricos, abrasão e radiações ionizantes. Proteção Auditiva Protetor auricular: Diminui a intensidade da pressão sonora exercida pelo ruído contra o aparelho auditivo. Existem em dois tipos básicos: *Tipo Plug (de borracha macia, espuma, de poliuretano ou PVC), que é introduzido no canal auditivo. *Tipo Concha, que cobre todo o aparelho auditivo e protege também o sistema auxiliar de audição (ósseo). O protetor auricular não anula o som, mas reduz o ruído (que é o som indesejável) a níveis compatíveis com a saúde auditiva. Isso significa que, mesmo usando o protetor auricular, ouve-se o som mais o ruído, sem que este afete o usuário.

Proteção do Tronco Paletó: Protege troncos e braços de queimaduras, perfurações, projeções de materiais particulados e de abrasão, calor radiante e de frio. Avental: Protege o tronco frontalmente e parte dos membros inferiores - alguns modelos (tipo barbeiro) protegem também os membros superiores - contra queimaduras, calor, radiante, perfurações, projeção de materiais particulados, ambos permitindo uma boa mobilidade ao usuário.

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Proteção da Pele Luva química: Creme que protege a pele, membros superiores, contra a ação dos solventes, lubrificantes e outros produtos agressivos. Proteção dos Membros Inferiores Calçado de segurança: Protege os pés contra impactos de objetos que caem ou são projetados, impactos contra objetos imóveis e contra perfurações. Por norma, somente é de segurança o calçado que possui biqueira de aço para proteção dos dedos. Perneiras: Protegem a perna contra projeções de aparas, fagulhas, limalhas, etc., principalmente de materiais quentes.

Proteção Global Contra Quedas Cinto de segurança: Cinturões antiquedas que protegem o homem nas atividades exercidas em locais com altura igual ou superior a 2 (dois) metros, composto de cinturão, propriamente dito, e de talabarte, extensão de corda (polietileno, nylon, aço, etc.) com que se fixa o cinturão à estrutura firme.

Guarda e Conservação do EPI

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Quando na troca de usuário De um modo geral, os EPI devem ser limpos e desinfetados, cada vez em que há troca de usuário. Guarda do EPI O empregado deve conservar o seu equipamento de proteção individual e estar conscientizado de que, com a conservação, ele estará se protegendo quando voltar a utilizar o equipamento. Conservação do EPI O EPI deve ser mantido sempre em bom estado de uso. Sempre que possível à verificação e a limpeza destes equipamentos devem ser confiados a uma pessoa habilitada para esse fim. Neste caso, o próprio empregado pode se ocupar desta tarefa, desde que receba orientação para isso. Muitos acidentes e doenças do trabalho ocorrem devido à não observância do uso de EPI. A eficácia de um EPI depende do uso correto e constante no trabalho onde exista o risco. Exigência Legal para Empresa e Empregado O uso de equipamento de proteção individual, além da indicação técnica para operações locais e empregados determinados, é exigência constante de textos legais. A Seção IV, do Capítulo V da CLT cuida do Equipamento de Proteção Individual em dois artigos, a saber: “Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos”. empregados." “Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho - CA. Por outro lado, a regulamentação de segurança e medicina do trabalho em sua Norma Regulamentadora 1 - item 1.8, cuida minuciosamente do Equipamento de Proteção Individual, mencionando, entre outras coisas, as obrigações do empregado, que incluem o dever de utilizar a proteção fornecida pela empresa”. 3 - RISCOS AMBIENTAIS Os ambientes de trabalho podem conter, dependendo da atividade que neles é desenvolvida, um ou mais fatores ou agentes que, dentro de certas condições, irão causar danos à saúde do pessoal. Chamam-se, esses fatores, riscos ambientais. Os riscos ambientais exigem a observação de certos cuidados e a tomada de medidas corretivas nos ambientes, se pretende evitar o aparecimento das chamadas doenças do trabalho. A Portaria 3214 de Segurança e Medicina do trabalho do Ministério do Trabalho na sua Norma Regulamentadora de nº 09, contempla o Programa de Proteção aos Riscos Ambientais - PPRA - que tem como objetivo de antecipação, identificação, avaliação e controle de todos os fatores do ambiente de trabalho que podem causar doenças ou danos à saúde dos empregados.

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Segue-se uma série de informações básicas relativas aos Riscos Ambientais, com enumeração dos principais fatores, das condições possíveis de risco para a saúde e das medidas gerais para o controle desses fatores nos ambientes de trabalho. 3.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS Os riscos ambientais estão divididos em três grupos: riscos químicos, riscos físicos e riscos biológicos. 3.1.1 - Riscos Químicos São representados por um grande número de substâncias que podem contaminar o ambiente de trabalho. 3.1.2 - Riscos Físicos São representados por fatores do ambiente de trabalho que podem causar danos à saúde, sendo os principais: o calor, o ruído ou barulho, as radiações, o trabalho com pressões anormais, a vibração e a má iluminação. 3.1.3 - Riscos Biológicos São representados por uma variedade de microrganismos com os quais o empregado pode entrar em contato, segundo o seu tipo de atividade, e que podem causar doenças. 3.1.4 - Riscos Ergonômicos Esforço físico, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetividade. 3.2 - RISCOS DE ACIDENTES Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras situações de riscos. Fatores que colaboram para que os Produtos ou Agentes causem danos à Saúde. Nem todo produto ou agente, presente no ambiente, irá causar obrigatoriamente um dano à saúde. Para que isso ocorra, é preciso que haja uma inter-relação entre os fatores que serão expostos a seguir: O tempo de exposição Quanto maior o tempo de exposição, de contato, maior são as possibilidades de se desenvolver um dano à saúde e vice-versa. A concentração do contaminante no ambiente Quanto maiores as concentrações, maiores as chances de aparecerem problemas. O quanto a substância é tóxica

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Algumas substâncias são mais tóxicas que outras se comparadas em relação a uma mesma concentração. A forma em que o contaminante se encontra Isto é, se em forma de gás, líquido ou neblina, ou poeira. Isto tem relação com a forma de entrada do tóxico no organismo, como será visto adiante. A possibilidade de as pessoas absorverem as substâncias Algumas substâncias só são capazes de entrar no organismo por inalação ou, então, pela pele. Deve-se acentuar que é importante conhecer cada caso em separado. Havendo dúvida quanto à existência ou não de perigo, o interessado deve procurar um membro da CIPA ou do Serviço Especializado ou, ainda, o seu gerente. Vias de Entrada dos Materiais Tóxicos no Organismo Três são as formas pelas quais os materiais tóxicos podem penetrar no organismo humano: Por inalação Quando se está num ambiente contaminado, pode-se absorver uma substância nociva por inalação, isto é, pela respiração. Por contato com a pele, ou via cutânea A pele pode absorver certas substâncias se houver contato, mesmo que por poucos instantes. Dessa forma, o tóxico pode atingir o sangue e causar dano à saúde. Por ingestão

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Ou seja, ao se engolir, acidentalmente, o tóxico Isso acontece muito quando são comidos ou bebidos alimentos que estão contaminados com quantidades não visíveis de substâncias nocivas. É por essa razão que nunca se deve fazer as refeições no próprio posto de trabalho. E, também, não se deve ir para o refeitório ou para casa sem antes efetuar um perfeito asseio pessoal: lavar as mãos e rosto com sabão e bastante água. Riscos Químicos As substâncias químicas podem estar na forma de gases, vapores, líquidos, fumos, poeiras e névoas ou neblinas. Por exemplo: Vapores Emanados de solventes como o benzol, o toluol, "thinners" em geral, desengraxantes como o tetracloreto de carbono, o tricloroetileno. Gases Monóxido de carbono, gases dos processos industriais como o gás sulfídrico. Líquidos Que podem ser corrosivos, como os ácidos e a soda cáustica, ou irritantes, causando doenças da pele. Muitos líquidos também podem ser absorvidos pela pele, causando prejuízo à saúde. Névoas ou neblinas Nos banhos de galvanoplastia, fosfatização e outros processos, onde se formam névoas ou neblinas de ácidos. Fumos Nos banhos de metais fundidos como o chumbo. Os fumos são pequenas partículas de metal ou de seus compostos, provenientes do banho que ficam suspensos no ar. Poeiras ou pós Pó de serragem, poeira de rebarbação de peças fundidas no jateamento de areia ou granalha de aço. Principais Efeitos no Organismo Dentre os efeitos dos riscos químicos no organismo, destacam-se, como principais, os seguintes: Irritação Irritação dos olhos, nariz, garganta, pulmões, da pele. Geralmente, as substâncias que causam irritação se encontram na forma de gás ou vapor, mas podem, também, estar no estado líquido ou sólido. Exemplos: vapores de ácidos, a amônia (amoníaco), certas poeiras. A irritação da pele é causada pelo

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contato direto com líquidos ou poeiras, sendo exemplos os solventes "thinners", e a poeira de caviúna. Asfixia Seja, a falta de oxigênio no organismo. Exemplos: monóxido de carbono (CO), gás carbônico (CO2), acetileno. Anestesia Isto é, uma ação sobre o sistema nervoso central, causando estado de sonolência ou tonturas. Geralmente, as substâncias anestésicas estão no estado de gás ou vapor. Exemplos: vapores de éter etílico, acetona. Intoxicação Pode ser causada tanto por inalação como por contato com a pele ou ingestão acidental do tóxico, que pode estar na forma sólida, líquida ou gasosa. Exemplos: benzol, toluol, tricloroetileno, metanol, gasolina, inseticidas, fumos de chumbo, pó de chumbo (nas tipografias). Pneumoconiose Isto é, uma alteração da capacidade respiratória devido a uma alteração no pulmão da pessoa. As substâncias que causam esse tipo de doença estão na forma de poeira. Exemplos: poeira de sílica livre cristalizada, contida no pó de mármore, areia, carepa de fundição (areia), poeira de amianto ou asbesto, pós de algodão. Riscos Físicos Há fatores no ambiente do trabalho cuja presença, tendendo aos limites de excesso ou falta, podem tornar-se responsáveis por variadas alterações na saúde do empregado. Calor O calor ocorre geralmente em fundições, siderúrgicas, cerâmicas, indústrias de vidro, etc. Quanto aos efeitos, sabe-se que o organismo pode adaptar-se aos ambientes quentes, dentro de certos limites. Quando há exposição excessiva ao calor, pode ocorrer uma série de problemas, como câimbras, insolação ou intermação, ou, ainda, uma afecção nos olhos chamada de catarata. Ruído ou barulho Ocorre na indústria em geral, mas, principalmente, nas tecelagens, estamparias, no rebarbamento por marteletes nas fundições, etc. O ruído excessivo tem vários efeitos no ser humano, variando de pessoa para pessoa, como a irritabilidade, entre outros. Entretanto, seu efeito principal, comprovado quando as pessoas são expostas a altos níveis de ruído por tempos longos, é o dano à audição, que leva a vários graus de surdez. Radiação infravermelho É o calor radiante cujos efeitos são, justamente, os mencionados acima em "calor". Onde há corpos aquecidos, há calor radiante que é emitido em todas as direções. Radiação ultravioleta É um tipo de radiação que está presente principalmente nas seguintes operações: solda elétrica, fusão de metais a temperatura muito alta, nas lâmpadas germicidas, nos geradores de ozona. Seus efeitos são térmicos, causando queimaduras, eritemas (vermelhidão) na pele, e, também, inflamação

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nos olhos (conjuntivite). Os efeitos são retardados, aparecendo com maior força 6 a 12 horas após a exposição. Radiações ionizantes Podem ser provenientes de materiais radioativos ou de aparelhos especiais. Exemplos: aparelhos de raio-x (quando indevidamente utilizados), radiografias industriais de controle (gamagrafia). Os efeitos das exposições descontroladas a radiações ionizantes, por mau controle dos processos, são em geral sérios: anemia, leucemia, certos tipos de câncer e efeitos que só aparecem nas gerações seguintes (genéticos). Trabalhos com pressões anormais São os trabalhos em que o homem é submetido a pressões diferentes da atmosférica, na qual vive normalmente. Esses trabalhos exigem um controle rígido das operações, principalmente na etapa de descompressão e volta à pressão normal. Ocorrência: em trabalhos submarinos, no trabalho em tubulações e caixões pneumáticos. Os efeitos são: problemas nas articulações, desde dores até paralisia, e outros problemas mais graves que podem ser fatais. Vibrações As vibrações ocorrem, principalmente, nas grandes máquinas pesadas: tratores, escavadeiras, máquinas de terraplanagem, que fazem vibrar o corpo inteiro, e nas ferramentas manuais motorizadas que fazem vibrar as mãos, braços e ombros. Os problemas provenientes das vibrações aparecem em geral após longo tempo de exposição (vários anos). No caso de vibração do corpo inteiro, podem aparecer dores na coluna, problemas nos rins, enjôos (mal de mar); no caso de vibrações localizadas nas mãos e braços, podem aparecer problemas circulatórios (má circulação do sangue) e problemas nas articulações. O tempo longo de exposição e fatores como o frio têm muita influência no aparecimento desses problemas. Má iluminação A iluminação inadequadas nos locais de trabalho pode levar, além de ser causa de baixa eficiência e qualidade do serviço, a uma maior probabilidade de ocorrência de certos tipos de acidentes e a uma redução da capacidade visual das pessoas, o que é um efeito negativo muito importante em alguns tipos de trabalho que exigem atenção e boa visão. Riscos Biológicos São os microrganismos presentes no ambiente de trabalho que podem trazer doenças de natureza moderada e, mesmo, grave. Eles se apresentam invisíveis a olho nu, sendo visíveis somente ao microscópio. Exemplos: as bactérias, bacilos, vírus, fungos, parasitas e outros. Todos estão sujeitos à contaminação por esses agentes, seja em decorrência de ferimentos e machucaduras, seja pela presença de colegas doentes ou por contaminação alimentar. Exemplo: Nos ferimentos e machucaduras, pode ocorrer, entre outras, a infecção por tétano que pode até matar o empregado. Os colegas podem trazer ao ambiente de trabalho os micróbios que causam hepatite, tuberculose, micose das unhas e da pele. Se o pessoal da copa e cozinha não tiver higiene e asseio, pode ocorrer contaminação das refeições, tendo como possível conseqüência as diarréias. Para prevenção, usam-se as seguintes medidas: Vacinação;

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Equipamento de proteção individual;

Rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho;

Controle médico permanente.

Principais Medidas de Controle dos Riscos Ambientais As principais medidas de controle dos riscos ambientais podem referir-se ao ambiente ou ao pessoal: Medidas relativas ao ambiente Substituição do produto tóxico O produto tóxico pode ser substituído por outro produto menos tóxico ou inofensivo. Esta é a medida ideal, desde que o substituto tenha qualidades próximas às do original. Também, deve-se tomar cuidado para não se criar um risco maior, substituindo um produto tóxico por outro menos tóxico, mas altamente inflamável. Exemplos de substituições corretas: benzeno substituído pelo tolueno;

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substituição de tintas à base de chumbo por tintas à base de zinco; jateamento com areia substituído por jateamento de óxido de alumínio, etc. Mudança do processo ou equipamento Certas modificações em processos ou equipamentos podem reduzir muito os riscos ou, até, eliminá-los. Exemplos: pintura a imersão ao invés de pintura a pistola (diminuindo-se a formação de vapores dos solventes); rebitagem substituída por solda (menor barulho). Enclausuramento ou confinamento Consiste em isolar determinada operação do resto da área, diminuindo assim o número de pessoas expostas ao risco. Exemplos: cabine de jateamento de areia; enclausuramento de uma máquina ruidosa. Ventilação Pode ser exaustora, retirando o ar contaminado no local de formação do contaminante, ou diluidora, que é aquela que joga ar limpo dentro do ambiente, diluindo o ar contaminado. Exemplos: nos tanques de solventes, nas operações com colas, nas operações geradoras de poeiras, nos rebolos de rebarbamento de peças fundidas. Umidificação Onde há poeiras, o risco de exposição pode ser eliminado ou diminuído pela aplicação de água ou neblina. Muitas operações, feitas a úmido, oferecem um risco bem menor à saúde. Exemplos: mistura de areias de fundição, varredura a úmido. Segregação Segregação quer dizer separação. Nesta medida de controle, separa-se a operação ou equipamento do restante, seja no tempo seja no espaço. Separar no tempo quer dizer fazer a operação fora do horário normal do resto do pessoal; separar no espaço significa colocar a operação a distância, longe dos demais. O número de pessoas expostas ficará bastante reduzido e aqueles que devem ficar junto à operação irão receber proteção especial. Boa manutenção e conservação Rigorosamente, estas medidas não podem ser consideradas formas específicas de prevenção de riscos. Entretanto, são complementos de quaisquer outras medidas. Muitas vezes, a má manutenção é a causa principal dos problemas ambientais. Os programas e cronogramas de manutenção devem ser seguidos à risca, dentro dos prazos propostos pelos fabricantes dos equipamentos. Exemplos: ruído excessivo em estruturas e mancais; vazamentos de produtos tóxicos; superaquecimento. Ordem e limpeza

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Boas condições de ordem e limpeza e asseio geral ocupam um lugar-chave nos sistemas de proteção ambiental. O pó, em bancadas, rodapés e pisos, que se deposita nas horas calmas, pode rapidamente ser redispersado, no ar da sala, por correntes de ar, movimento de pessoas ou funcionamento de equipamentos. O asseio é sempre importante e onde há materiais tóxicos é importantíssimo, é primordial. A limpeza imediata de qualquer derramamento de produtos tóxicos é importante medida de controle. Para a limpeza de poeira, deve ser preferida a aspiração a vácuo; nunca o pó deve ser soprado com bicos de ar comprimido, para efeito de limpeza. É impossível manter um bom programa de prevenção de riscos ambientais sem uma preocupação constante nos aspectos de ordem e limpeza. Medidas relativas ao pessoal Equipamento de Proteção Individual O equipamento de proteção individual deve ser sempre considerado como uma segunda linha de defesa, após serem tentadas medidas relativas ao ambiente de trabalho. Nas situações onde não são eficientes medidas gerais e coletivas relativas ao ambiente, a critério técnico, o EPI é a forma de proteção, aliada à limitação da exposição.

O uso correto do EPI por parte do empregado, o conhecimento das suas limitações e vantagens, são aspectos que todo empregado deve conhecer através de treinamento específico, coordenado pelo pessoal especializado em Segurança e Medicina do Trabalho. Especial cuidado deve ser tomado na conservação da eficiência do EPI, sob pena de o mesmo se tornar uma arma de dois gumes, fornecendo ao empregado confiança numa proteção inexistente. Limitação de exposição A redução dos períodos de trabalho tornam-se importante medida de controle onde e quando todas as outras forem impraticáveis por motivos técnicos, locais (físicos) ou econômicos, não se conseguindo reduzir ou eliminar o risco. Assim, a limitação daexposição, dentro de critérios bem definidos tecnicamente, pode tornar-se uma solução eficiente em muitos casos. Exemplos: controle do tempo de exposição ao calor. às pressões anormais, às radiações ionizantes. Controle Médico Exames médicos pré-admissionais e periódicos são medidas fundamentais de caráter permanente, constituindo-se numa das atividades principais dos serviços médicos da empresa. Uma boa seleção na admissão pode evitar a contratação de pessoas que têm maior sensibilidade e que poderiam adquirir doenças relacionadas com certas atividades. Os exames médicos periódicos dos empregados possibilitam, além de um controle de saúde geral do pessoal, a descoberta e a detenção de fatores que podem levar a uma doença profissional, num estágio ainda inicial e com pouca probabilidade de danos.

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4 - NOÇÕES BÁSICAS DE COMBATE À INCÊNDIO 4.1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DO FOGO Para nossa própria segurança, deve-se conhecer os dois aspectos fundamentais da proteção contra incêndio. O primeiro aspecto é o da prevenção de incêndios, isto é, evitar que ocorra o fogo, utilizando certas medidas básicas, as quais envolvem a necessidade de se conhecerem, entre outros itens:

a) as características do fogo; b) as propriedades de risco dos materiais; c) as causas de incêndios; d) o estudo dos combustíveis. Quando, apesar da prevenção, ocorre um princípio de incêndio, é importante que ele seja combatido de forma eficiente, para que sejam minimizadas suas conseqüências. A fim de que esse combate seja eficaz, deve-se, ainda:

a) conhecer os agentes extintores; b) saber utilizar os equipamentos de combate a incêndios; c) saber avaliar as características do incêndio, o que determinará a melhor atitude a ser tomada. Pode-se definir o fogo como a conseqüência de uma reação química denominada combustão, que produz calor ou calor e luz. Para que ocorra essa reação química, dever-se-á ter, no mínimo, dois reagentes que, a partir da existência de uma circunstância favorável, poderão combinar-se. Os elementos essenciais do fogo são: • combustível (carbono, hidrogênio) • comburente (oxigênio); • calor (energia de ativação).

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Combustível Em síntese, combustível é todo material, toda substância que possui a propriedade de queimar, de entrar em combustão.

Os combustíveis podem apresentar-se em 3 estados físicos: sólido (madeira, papel, tecidos, etc.); líquido (álcool, éter, gasolina, etc.); gasoso (acetileno, butano, propano, etc.). Comburente Normalmente, o oxigênio combina-se com o material combustível, dando início à combustão. O ar atmosférico contém, na sua composição, cerca de 21% de oxigênio. Para demonstrar a importância do oxigênio na reação, recomendamos a seguinte experiência: 1º acender uma vela; 2º colocar um copo de material resistente ou um recipiente de vidro sobre a vela. Observe que a chama diminuirá gradativamente até a extinção do fogo; isso porque o oxigênio existente no recipiente vai sendo consumido na reação, até atingir uma quantidade insuficiente para mantê-la.

Genericamente, o comburente é definido como "mistura gasosa que contém o oxidante em concentração suficiente para que em seu meio se desenvolva a reação de combustão". Calor É o elemento que fornece a energia de ativação necessária para iniciar a reação entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão, como a chama de um palito de fósforos. Note-se que o calor propicia: a) elevação da temperatura;

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b) aumento do volume dos corpos; c) mudança no estado físico das substâncias.

Há casos de materiais em que a própria temperatura ambiente já serve como fonte de calor, como o magnésio, por exemplo. Condições Propícias para a Combustão Além dos elementos essenciais do fogo, há a necessidade de que as condições em que esses elementos se apresentam sejam propícias para o início da combustão. Se uma pessoa trabalha em um escritório iluminado com uma lâmpada incandescente de 100 watts e, além disso, ela fuma, haverá no ambiente: Combustível: mesa, cadeira, papel, etc.; Comburente: oxigênio presente na atmosfera; Calor: representado pela lâmpada incandescente ligada e pelo cigarro acesso. Apesar de esses três elementos estarem presentes no ambiente, só ocorrerá incêndio, se, por distração da pessoa que está trabalhando, uma folha de papel, por exemplo, encostar no cigarro aceso. Neste caso, o calor do cigarro aquecerá o papel e este começará a liberar vapores que, em contato com a fonte de calor (brasa do cigarro), se combinará com o oxigênio do ar e entrará em combustão.

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Importante: Somente quando o combustível se apresentar sob a forma de vapor (ou gás), ele poderá, normalmente, entrar em ignição. Se esse combustível estiver no estado sólido ou líquido, haverá necessidade de que seja aquecido, para que comece a liberar vapores ou gases. Esquematicamente, pode-se considerar vários casos: aquecimento a) sólido ----------------------------------> vapor Exemplo: Papel

b) sólido -------------------------> líquido --------------------------> vapor Exemplo: Parafina c) líquido ----------------------------------> vapor Exemplo: Óleos combustíveis d) gás (já se apresenta no estado físico adequado à combustão) Exemplo: Acetileno Quanto ao oxigênio, ele deverá estar presente no ambiente, em porcentagens adequadas. Para cada combustível haverá a necessidade da presença de uma porcentagem mínima de oxigênio, a partir da qual a mistura poderá entrar em combustão. A concentração de oxigênio abaixo desse limite inviabiliza a combustão, pois a mistura combustível comburente estará muito "rica". Reação em Cadeia Toda reação química envolve troca de energia. Na combustão, parte da energia desprendida é dissipada no ambiente, provocando os efeitos térmicos derivados do incêndio; o restante continua a aquecer o combustível, fornecendo a energia (fonte de calor)) necessária para que o processo continue. Didaticamente, representa-se a reação química da seguinte forma: COMBUSTÍVEL + COMBURENTE FONTE DE IGNIÇÃO LUZ + CALOR + FUMOS + GASES (vapor) Essa reação vai ter uma velocidade de propagação relacionada com diversos fatores, tais como temperatura, umidade do ar, características inerentes ao material combustível, forma física desse material (sólido bruto ou particulado, líquido, etc.), condições de ventilação aspectos que serão adiante analisados:

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ER - Energia das substâncias reagentes EA - Energia de ativação EI = ER + EA = Energia do processo que desencadeia a reação EP = Energia final dos produtos da reação ∆E1 = parte da energia desprendida que é reaproveitada no processo, continuando a aquecer as substâncias reagentes; ∆E2 = parte da energia desprendida que é dissipada no ambiente. Triângulo do Fogo Os três elementos básicos para que um fogo se inicie são, portanto, o material combustível, o comburente e a fonte de ignição ou fonte de calor. A representação gráfica desse conjunto é tradicionalmente chamada de Triângulo do Fogo.

Conforme ao exposto no item anterior, a propagação do fogo vai depender da existência de energia suficiente para manter a reação em cadeia. Combustão A combinação dos três elementos do triângulo do fogo sob condições propícias permite a ignição e a continuação das reações químicas, as quais podem ser classificadas em:

oxidação lenta, combustão simples, deflagração, detonação, explosão.

O parâmetro empregado para classificar as combustões é a velocidade de propagação. A velocidade de propagação é definida como a velocidade de deslocamento da frente de reação, ou a velocidade de deslocamento da fronteira entre a área já queimada (zona dos produtos da reação) e a área ainda não atingida pela reação (zona não destruída).

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Classificação Oxidação lenta - A energia despendida na reação é dissipada no meio ambiente sem criar um aumento de temperatura na área atingida (não ocorre a reação em cadeia). É o que ocorre com a ferrugem (oxidação do ferro) ou com o papel, quando fica amarelecido. A propagação ocorre lentamente, com velocidade praticamente nula. Combustão simples - Há percepção visual do deslocamento da frente de reação, porém a velocidade de propagação é inferior a 1 metro por segundo (m/s). Os incêndios normais, como a combustão de madeira, papel, algodão, são exemplos de combustão simples, onde a energia desprendida na reação é dissipada, indo parte para o ambiente e sendo parte utilizada para manter a reação em cadeia, ativando a mistura combustível comburente. Deflagração - A velocidade de propagação é superior a 1 m/s, mas inferior a 400 m/s. Surge o fenômeno de elevação da pressão com valores limitados entre 1 e 10 vezes a pressão inicial. Ocorre a deflagração com a pólvora, misturas de pós combustíveis e vapores líquidos inflamáveis. Detonação - A velocidade de propagação é superior a 400 m/s. Pela descontinuidade das ondas de pressão geradas, cria-se uma onda de choque que pode atingir até 100 vezes a pressão inicial. Ocorre com explosivos industriais, como a nitroglicerina, e, em circunstâncias especiais, com mistura de gases e vapores em espaços confinados. Explosão - O termo pode ser aplicado genericamente aos fenômenos onde o surgimento de ondas de pressão produzem efeitos destrutivos, quando o ambiente onde ocorre a reação não pode suportar a pressão gerada. Comportamento do Combustível Pelos efeitos possíveis de uma combustão em função da velocidade de propagação, fica evidente a necessidade de se conhecerem os fatores que influem na velocidade de propagação, para que o técnico prevencionista possa calcular os riscos oriundos de determinada mistura combustível-comburente. Estado Físico Para avaliação do risco de incêndio, o estado físico do combustível é o primeiro aspecto a ser analisado: Combustível sólido - em condições normais, o aquecimento de um combustível no estado sólido provoca inicialmente a vaporização da umidade, obtendo-se um resíduo sólido (carbono fixo); posteriormente, pela ação do calor, são liberados compostos gasosos que reagirão com o oxigênio em presença do calor, até que seja consumida toda a matéria combustível.

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Combustível líquido - a combustão dos líquidos, de composição CN Hm, é decorrente de dois processos: Teoria da Hidroxilização Os hidrocarbonetos pulverizados são decompostos, quando sob a ação do oxigênio e do calor, em compostos hidroxilados (tipo aldeído) de cadeia menor. A ação contínua do calor e do oxigênio acaba por transformar estes compostos em espécies químicas mais simples, como monóxido de carbono e hidrogênio, que sofrerão nova combustão, produzindo, finalmente, dióxido de carbono e água. Assim, a chama azul produzida no Bico de Bunsem, indicativa de combustão de monóxido de carbono e hidrogênio, teria explicação através desta teoria, pois no interior do Bico teríamos um gradiente de temperatura e a conseqüente formação de compostos hidroxilados complexos. Teoria do "Craking" Os hidrocarbonetos pulverizados, em mistura com o ar, ao serem submetidos a um aquecimento brusco, cindem, produzindo diretamente carbono e hidrogênio, que reagirão com o oxigênio, resultando dióxido de carbono e água como produtos finais. Esta teoria pode ser explicada através da queima de uma vela, pois a parafina liqüefeita, ao se vaporizar no pavio, cinde diretamente em carbono e hidrogênio, quando em contato com a chama. A presença do carbono pode ser facilmente detectada por meio de introdução de uma superfície fria no interior da chama, o que implicará um deposito de fuligem (carbono) sobre aquela. Convém notar que na prática, esses dois processos ocorrem simultaneamente, com predominância de um ou outro, dependendo do caso. Combustível gasoso - em mistura com o oxigênio em proporções adequadas pode entrar em combustão pela ação de um pequeno arco voltaico, ou faísca gerada por atrito. Pelas teorias apresentadas, conclui-se que o combustível sólido ou líquido entra em combustão somente após a vaporização ou produção de gás, a partir de sua decomposição, resultante da ação do calor e do oxigênio. No entanto, há substâncias que são excluídas da regra geral, como o carvão vegetal e os metais piróforos, que, expostos ao oxigênio, entram espontaneamente em combustão. Temperatura Todo material possui certas propriedades que o diferenciam de outros, em relação ao nível de combustibilidade. Por exemplo, pode-se incendiar a gasolina com a chama de um isqueiro, não ocorrendo o mesmo em relação ao carvão coque. Isso porque o calor gerado pela chama do isqueiro não seria suficiente para levar o carvão coque à temperatura necessária para que ele liberasse vapores combustíveis. Cada material, dependendo da temperatura a que estiver submetido, liberará maior ou menor quantidade de vapores. Para melhor compreensão do fenômeno, definem-se algumas variáveis, denominadas: ponto de fulgor; ponto de combustão; temperatura de ignição.

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Ponto de fulgor - É a temperatura mínima em que um combustível começa a desprender vapores que, se entrarem em contato com alguma fonte externa de calor, se incendeiam. Só que as chamas não se mantém, não se sustentam, por não existirem vapores suficientes. Se aquecermos pedaços de madeira dentro de um tubo de vidros de laboratório, a certa temperatura a madeira desprenderá vapor de água; esse vapor não pega fogo. Aumentando-se a temperatura, em certo ponto começarão a sair gases pela boca do tubo. Aproximando-se um fósforo aceso, esses gases transformar-se-ão em chamas. Por aí, nota-se que um combustível sólido (a madeira), a acerta temperatura, desprende gases que se misturam ao oxigênio (comburente) e que se inflamam em contacto com a chama do fósforo aceso. O fogo não continua porque os gases são insuficientes, forma-se em pequena quantidade. O fenômeno observado indica o "ponto de fulgor" da madeira (combustível sólido), que é de 150ºC. O ponto de fulgor varia de combustível a combustível: para a gasolina ele é de -42ºC, já para o asfalto é de 204ºC.

Ponto de combustão - Na experiência da madeira, se o aquecimento prosseguir, a quantidade de gás expelida do tubo aumentará. Entrando em contato com a chama do fósforo, ocorrerá a ignição, que continuará, mesmo que o fósforo seja retirado. A queima, portanto, não para. Foi atingido o "ponto de combustão", isto é, a temperatura mínima a que esse combustível sólido, a madeira, sendo aquecido, desprende gases que, em contacto com fonte externa de calor, se incendeiam, mantendo-se as chamas. No ponto de combustão, portanto, acontece um fato diferente, ou seja, as chamas continuam. Temperatura de ignição - Continuando o aquecimento da madeira, os gases, naturalmente, continuarão se desprendendo. Em certo ponto, ao saírem do tubo, entrando em contato com o oxigênio (comburente), eles pegarão fogo sem necessidade da chama do fósforo. Ocorre, então, um fato novo: não há mais necessidade da fonte externa de calor. Os gases desprendidos do combustível, apenas ao contato com o comburente, pegam fogo e, evidentemente, mantém-se em chamas. Foi atingida a "temperatura de ignição", que é a temperatura mínima em que gases desprendidos de um combustível se inflamam, pelo simples contacto com o oxigênio do ar. O éter atinge sua temperatura de ignição a 180ºC e o enxofre a 232ºC. Uma substância só queima quando atinge, pelo menos, o ponto de combustão. Quando ela alcançar a temperatura de ignição, bastará que seus gases entrem em contacto com o oxigênio para pegar fogo, não havendo necessidade de chama ou de outra fonte de calor para provocá-lo. Convém lembrar que, mesmo que o combustível esteja no ponto de combustão, se não houver chama ou outra fonte de calor não se verificará o fogo. Grande parte dos materiais sólidos orgânicos, líquidos e gases combustíveis contêm grandes quantidades de carbono e/ou de hidrogênio. Citamos como exemplo o gás propano, cujas porcentagens em petracloreto de carbono, considerado não combustível, tem aproximadamente, 82% de carbono e

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18% de hidrogênio. O tetracloreto de carbono, considerado não combustível, tem aproximadamente, em peso, 8% de carbono e 92% de cloro. Ventilação Quanto mais ventilado for o local onde ocorre a combustão, mais viva ela será, pois haverá renovação do ar com a entrada de mais oxigênio, permitindo manter a reação em cadeia.

É por esse motivo que se recomenda à pessoa cujas roupas estejam em chamas, que não corra, pois, dessa forma, aumentará a ventilação e, conseqüentemente, as chamas. A pessoa deve deitar-se e rolar pelo chão até abafarem-se as chamas. Forma física Quanto mais subdividido estiver o material, mais rapidamente entrará em combustão. A figura mostra um exemplo clássico, pois a velocidade de propagação é muito maior na serragem do que na madeira maciça, embora a composição seja a mesma. Isso se deve a maior superfície de contato entre combustível e comburente.

Outro exemplo é o da gasolina em recipientes com aberturas de dimensões diferentes. Na figura seguinte a queima será muito mais rápida e intensa no 2º caso, embora a quantidade de líquido seja a mesma.

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Comportamento do Comburente Considerando genericamente a combustão como uma reação de oxidação, a composição química das substâncias determinará o grau de combustibilidade do material. Há substâncias que liberam oxigênio em certas condições, como o cloreto de potássio. Outras podem funcionar como comburentes: por exemplo, uma atmosfera contendo cloro. Tais casos são mais esporádicos e seu estudo envolveria uma complementação de conhecimentos. Em condições normais, a maior fonte de comburente é ao próprio ar atmosférico que em sua composição, possui cerca de 21% de oxigênio. A partir de 16% de O2 (oxigênio) no ambiente, já pode haver combustão com labaredas, e quanto maior a presença de oxigênio, mais via será essa combustão. Com a presença de oxigênio numa proporção entre 8 e 16%, não haverá labaredas, e numa proporção ainda menor, praticamente não haverá combustão. Em ambientes hospitalares ou industriais, onde se manipule oxigênio puro (100%), deve ser feita uma análise de riscos mais severa. Na presença de gases combustíveis, como propano, butano, metano, o limite inferior de concentração de oxigênio necessário para a combustão está próximo a 12%, e para o hidrogênio esse limite está próximo a 5%. Dessa forma, as medidas de prevenção devem ser intensificadas. Fontes de Calor As fontes de calor em um ambiente podem ser as mais variadas: a chama de um fósforo; a brasa de um cigarro aceso; uma lâmpada; a chama de um maçarico, etc. A própria temperatura ambiente já pode vaporizar um material combustível; é o caso da gasolina, cujo ponto de fulgor é de, aproximadamente, -40ºC. Considerando-se que o ponto de combustão é superior em apenas alguns graus, a uma temperatura ambiente de 20ºC já ocorre a vaporização. O calor pode atingir determinada área por condução, convecção ou radiação. Condução A propagação do calor é feita de molécula para molécula do corpo, por movimento vibratório. A taxa de condução do calor vai depender basicamente da condutividade térmica do material, bem como de sua superfície e espessura. É importante destacar a necessidade da existência de um meio físico.

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Convecção É uma forma característica dos fluídos. Pelo aquecimento, as moléculas expandem-se e tendem a elevar-se, criando correntes ascendentes a essas moléculas e correntes descendentes às moléculas mais frias. É um fenômeno bastante comum em edifícios, pois através de aberturas, como janelas, poços de elevadores, vãos de escadas, podem ser atingidos andares superiores. Radiação É a transmissão do calor por meio de ondas. Todo corpo quente emite radiações que vão atingir os corpos frios. O calor do sol é transmitido por esse processo. São radiações de calor as que as pessoas sentem quando se aproximam de um forno quente.

Classes de Incêndio Os incêndios em seu início são muito mais fáceis de serem controlados e extintos. Quanto mais rápido for a ataque às chamas, maiores serão as possibilidades de reduzi-las, de eliminá-las. E a principal preocupação, no ataque, consiste em desfazer, em romper o triângulo do fogo. Mas que tipo de ataque se faz ao fogo em seu início? Qual a solução que deve ser tentada? Como os incêndios são de diversos tipos, as soluções serão diferentes e os equipamentos de combate também serão de tipos diversos. É preciso conhecer, identificar bem o incêndio que se vai combater, para escolher o equipamento correto. Um erro na escolha de um extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas ou pode piorar a situação, aumentando as chamas, espalhando-as ou criando novas causas de fogo (curtos-circuitos). Os incêndios são divididos em quatro (4) classes: Classe A - Fogo em materiais sólidos de fácil combustão, como tecidos, madeira, papel, fibras, etc., que têm a propriedade de queimar em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos. Classe B - Fogo em líquidos combustíveis e inflamáveis, como óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc., que queimam somente em sua superfície, não deixando resíduos. Classe C - Fogo em equipamentos elétricos energizados, como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc. Classe D - Fogo em elementos pirofóricos como o magnésio, o zircônio, o titânio, etc. Os incêndios em equipamentos elétricos energizados (classe C) são fogos de qualquer tipo de combustível em instalações elétricas o em suas proximidades. São classificados separadamente pelo risco suplementar envolvido.

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Atualmente, não são considerados como classe de incêndio pelas normas de alguns países, exigindo-se apenas que substâncias extintoras que conduzam eletricidade não sejam utilizadas em instalações elétricas.

Riscos Inerentes A avaliação dos riscos deve considerar ainda características inerentes a cada substância. As principais são: Limite de Inflamabilidade ou Explosividade São concentrações de vapor ou gás em ar, abaixo ou acima das quais a propagação da chama não ocorre, quando em presença de fonte de ignição. O limite inferior é a concentração mínima, abaixo da qual a quantidade de vapor combustível é muito pequena (mistura pobre) para queimar ou explodir. O limite superior é a concentração máxima acima da qual a quantidade de vapor combustível é muito grande (mistura rica) para queimar ou explodir). Intervalo de Inflamabilidade ou Explosividade É o intervalo entre os limites inferior e o superior de inflamabilidade ou explosividade. Densidade de Vapor ou Gás É a relação entre os pesos de iguais volumes de um gás ou vapor puro e o ar seco, nas mesmas condições de temperatura e pressão. Combustão Expontânea Reação exotérmica que ocorre com algumas substâncias como os metais piróforos ou pirofóricos, ao entrarem em contato com o oxigênio do ar ou com agentes oxidantes. Por um processo de aquecimento espontâneo, ao atingir a sua temperatura de ignição, entram em combustão. Esse aquecimento, na maioria dos casos, processa-se lentamente, como, por exemplo, em estopas embebidas em graxa. O controle de elevação da temperatura e a armazenagem em recipientes de segurança são medidas recomendadas. Combate à Incêndio Quando, por qualquer motivo, a prevenção falha, os trabalhadores devem estar preparados para o combate ao princípio de incêndio o mais rápido possível, pois quanto mais tempo durar o incêndio, maiores serão as conseqüências. Para que o combate seja eficaz, é necessário que:

existam equipamentos de combate a incêndios em quantidade suficiente e adequados ao tipo de material em combustão;

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o pessoal, que eventual ou permanentemente circule na área, saiba como usar esses equipamentos e possa avaliar a

Capacidade de Extinção. Como já foi visto, o fogo é um tipo de queima, de combustão, de oxidação; é um fenômeno químico, uma reação química, que provoca alterações profundas na substância que se queima. Um pedaço de papel ou madeira que se inflama transforma-se em substância muito diferente.. O mesmo acontece com o óleo, com a gasolina ou com um gás que pegue fogo. A palavra oxidação significa também queima. A oxidação pode ser lenta, como no caso da ferrugem. Trata-se de uma queima muito lenta, sem chamas. Já na combustão de papel, há chamas, sendo uma oxidação mais rápida. Na explosão do dinamite, a queima, a oxidação, é instantânea e violenta. Chama-se oxidação porque é o oxigênio que entra na transformação, ajudando na queima das substâncias. O tipo de queima que interessa a este estudo é o que apresenta chamas e/ou brasas. Métodos de Extinção Consideremos o triângulo do fogo:

Eliminando-se um desses elementos, cessará a combustão. Tem-se aí uma indicação muito importante de como se pode acabar com o fogo. Pode-se eliminar a substância que está sendo queimada (esta é uma solução que nem sempre é possível). Pode-se eliminar o calor, provocando o resfriamento no ponto em que ocorre a combustão e a queima. Pode-se, ainda, eliminar ou afastar o comburente (o oxigênio) do lugar da queima, por abafamento, introduzindo outro gás que não seja comburente. O triângulo do fogo é como um tripé; eliminando-se uma das pernas, acaba a sustentação, isto é, o fogo extingue-se. De tudo isso, conclui-se que, impedindo-se a ligação dos pontos do triângulo, ou seja, dos elementos essenciais, indispensáveis para o fogo, este não surgirá, ou deixará de existir, se já tiver começado. Quando num poço de petróleo que está em chamas é provocada uma explosão para combater o incêndio, o que se deseja é afastar momentaneamente o oxigênio, que é o comburente, um dos elementos do triângulo do fogo, para que o incêndio acabe, se extinga. Em lugares onde há material combustível o oxigênio, lê-se um aviso de que é proibido fumar; com isso, pretende-se evitar a formação do triângulo do fogo, isto é, combustível, comburente e calor. O calor, neste caso, é a brasa do cigarro. Sem este calor, o combustível e o comburente não poderão transformar-se em fogo.

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Basicamente, a extinção de um incêndio é feita por uma ação de resfriamento ou abafamento, ou por uma união das duas ações. Ação de resfriamento: diminui-se a temperatura do material incendiado a níveis inferiores ao do ponto de fulgor ou de combustão dessa substância. A partir deste instante, não haverá a emissão de vapores necessários ao prosseguimento do fogo. Ação de abafamento: é resultante da retirada do oxigênio, pela aplicação de um agente extintor que deslocará o ar da superfície do material em combustão. Dependendo do tipo de agente extintor, ou da forma como alguns deles são empregados, outros efeitos podem ser conseguidos, como a diluição de um líquido combustível em água ou a interferência na reação química. A retirada do material combustível (o que está queimando ou o que esteja próximo) evita a propagação do incêndio, sem a necessidade de se utilizar um agente extintor. Agentes Extintores São considerados agentes extintores, em virtude da sua atuação sobre o fogo, conforme os métodos expostos anteriormente, as seguintes substâncias: água; espuma; pó químico seco; gás carbônico; gases halogenados. A água apresenta como característica principal a capacidade de diminuir a temperatura dos materiais em combustão, agindo, portanto, por resfriamento, quando utilizada sob a forma de jato. Pode também combinar uma ação de abafamento, se aspergida em gotículas, isto é, sob a forma de neblina. A espuma pode ser química, quando resultante da mistura de duas substâncias (p. ex., bicarbonato de sódio e sulfato de alumínio, ambos em solução aquosa) ou mecânica (extrato adicionado à água, com posterior agitação da solução para formação da espuma). Sua ação principal é de abafamento, criando uma barreira entre o material combustível e o oxigênio (comburente). Outro agente que atua por abafamento é o gás carbônico, também conhecido por dióxido de carbono ou CO2. É mais pesado que o ar; no entanto, não é eficiente em locais abertos e ventilados. É mais pesado que o ar; no entanto, não é eficiente em locais abertos e ventilados. O pó químico seco comum (bicarbonato de sódio) atua por abafamento; é preferível ao CO2 em locais abertos. Quando se trata de pós especiais, utilizados na chamada "classe D", eles se fundem em contato com o metal pirofórico, formando uma "camada protetora" que isola o oxigênio, interrompendo a combustão. Tipos de Equipamento para Combate a Incêndios Os mais utilizados são:

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extintores; hidrantes. Tipos de Extintor É preciso conhecer muito bem cada tipo de extintor, pois para cada classe de incêndio há um agente extintor mais indicado. Extintor de espuma Funciona a partir da reação química entre duas substâncias: o sulfato de alumínio e o bicarbonato de sódio dissolvidos em água.

A figura mostra, de modo simplificado, esse extintor. Dentro do aparelho estão o bicarbonato de sódio e um agente estabilizador de espuma, normalmente o alcaçuz; num cilindro menor, é carregado o sulfato de alumínio. Ao ser virado o extintor, as duas misturas vão encontrar-se, acontecendo a reação química. O manejo do extintor de espuma é bastante simples: O operador aproxima-se do fogo com o extintor na posição normal; Inverte a posição do extintor; Ataca o fogo de classe A dirigindo o jato para a sua base, e o fogo de classe B, dirigindo o jato para a parede do recipiente.

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Quando o agente estabilizador não é colocado, a espuma formada pela reação rapidamente se dissolve, perdendo o seu efeito de abafamento. Esse tipo de extintor é utilizado apenas em incêndios classe A, denominando-se "carga líquida". No comércio, são vendidos extintores de 10 litros ou carretas de 50, 75, 100 e 150 litros. Embora simples, o extintor de espuma necessita de uma série de cuidados para que, quando houver necessidade, ele possa ser eficazmente usado: A cada 5 anos, deverá sofrer um teste hidrostático, em firma idônea. É um teste em que é usada a pressão da água para verificação da resistência do extintor à pressão da água para verificação da resistência do extintor à pressão que se forma dentro dele, quando em uso; A cada 12 meses, deverá ser descarregado e recarregado novamente; Semanalmente, deverá sofrer inspeção visual e o bico do jato deverá ser desobstruído, ou desentupido, se for o caso. É um extintor relativamente barato e dá boa cobertura, evitando que, num fogo já dominado, recomece a ignição, ou seja, que voltem as chamas. Extintor de água O agente extintor é a água. Há dois tipos comerciais: Pressurizado É um cilindro com água sob pressão. O gás que dá a pressão, que impulsiona a água, geralmente é o gás carbônico ou o nitrogênio. Existem alguns a ar.

O extintor de água pressurizada deve ser operado da seguinte forma: O operador leva o extintor ao local do fogo; Retira a trava ou o pino de segurança; Empunha a mangueira; Ataca o fogo (classe A), dirigindo o jato d' água para a sua base.

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Pressurizar Há uma ampola de gás e, uma vez aberto o registro da ampola, o gás é liberado, pressionando a água. A ampola pode ser interna ou externa ao cilindro que contém a água. Sua manutenção é mais simples que a do anterior; porém devem ser tomados os seguintes cuidados: Revisão e teste hidrostático a cada 5 anos; Anualmente, deve ser descarregado. São fornecidos extintores portáteis ou em carretas. O extintor de água a pressurizar (água-gás) deve ser operado da seguinte forma: O operador leva o extintor ao local do fogo; Abre o cilindro de gás; Empunha a mangueira; Ataca o fogo (classe A), dirigindo o jato d' água para a sua base. Extintor de gás carbônico (CO2) O gás carbônico é encerrado num cilindro com uma pressão de 61 atmosferas. Ao ser acionada a válvula de descarga, o gás passa por um tubo sifão, indo até o difusor, onde é expelido na forma de nuvem. Como há possibilidade de vazamentos, este extintor deverá ser pesado a cada 3 (três) meses, e toda vez que houver perda de mais de 10% (dez por cento) no peso, deverá ser descarregado e recarregado novamente (a norma técnica estabelece o prazo de 6 (seis) meses para a pesagem). Como não deixa resíduo, é ideal para equipamentos elétricos comuns. São fornecidos extintores portáteis de 1 kg até carretas de 50 kg ou mais. Ao utilizar o extintor de gás carbônico (CO2), o operador: Leva o extintor ao local do fogo; Retira o pino de segurança; Empunha a mangueira; Ataca o fogo, procurando abafar toda a área atingida.

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Extintor de pó químico seco Utiliza bicarbonato de sódio não higroscópico (que não absorve umidade) e um agente propulsor que fornece a pressão, que pode ser o gás carbônico ou o nitrogênio. É fornecido para uso manual ou em carretas, e pode ser sob pressão permanente (pó químico seco pressurizado) ou com pressão injetada (pó químico seco a pressurizar). Estes extintores são mais eficientes que os de gás carbônico, tendo seu controle feito pelo manômetro e, quando a pressão baixa devem ser recarregados. São semelhantes, no aspecto, aos extintores de água. Os extintores de pó químico seco devem ser operados da seguinte forma: Pressurizado O operador leva o extintor ao local do fogo; Retira a trava ou o pino de segurança; Empunha a mangueira; Ataca o fogo procurando formar uma nuvem de pó, a fim de cobrir a área atingida.

A pressurizar O operador leva o extintor ao local do fogo;

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Abre o cilindro de gás; Empunha a mangueira; Ataca o fogo procurando formar uma nuvem de pó, a fim de cobrir a área atingida. Há outros tipos de extintores de pó químico seco, que podem ser utilizados com eficiência nos incêndios classe A. São chamados extintores de pó tipo ABC ou Monex.

NOTA: Variante para Classe "D": usar o método de abafamento por meio de areia seca ou limalha de ferro fundido. * Não é utilizada como jato pleno, porém pode ser usada sob a forma de neblina. ** Pode ser usado em seu início. *** Existem pós químicos especiais (tipo ABC) Hidrantes As empresas que possuem sistemas de hidrantes - instalações de água com reservatórios apropriados - normalmente têm direito a descontos na tarifa de seguro-incêndio. Para tanto, devem estar enquadrados nas especificações do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e posteriores recomendações da Susep. Devem ser distribuídos de forma que protejam toda a área da empresa por meio de dois jatos simultâneos, dentro de uma raio de 40 metros (30m das mangueiras e 10m do jato). Além da tubulação 1 1/2" ou 2 1/2"), dos registros e das mangueiras (30 m ou 15 m), devem-se escolher requintes que possibilitem a utilização da água em jato ou sob a forma de neblina (requinte tipo universal).

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5 – USO SEGURO DE EQUIPAMENTOS 5.1 - ESMERILHADEIRA PORTÁTIL Cuidados com seu Manuseio As emerilhadeiras portáteis são máquinas com altas rotações destinadas a acabamentos superficiais, largamente usadas em atividades industriais de obras estruturais, caldeiraria pesada e na construção naval. São fabricadas com todos os requisitos e padrões de segurança, porém se forem modificadas as especificações do fabricante, tais como, retirada das proteções de disco, uso de disco de capacidade inferior à rotação nominal da máquina, uso de disco após a queda do mesmo, uso da máquina por pessoa inabilitada, a esmerilhadeira torna-se uma arma mortal, que expõe não somente o operador, mas também as outras pessoas que trabalham ou transitam nas imediações de suas operações. Com o objetivo de contribuir para a prevenção de acidentes por todos aqueles que utilizam no seu dia-a-dia emerilhadeiras portáteis, e que ainda não atentaram para os riscos das improvisações e falta de cuidado com o equipamento, seguem algumas instruções. Elas podem ser úteis ao pessoal nas oficinas e canteiros de obras, e também para dar subsídios aos supervisores e encarregados de grupos de trabalho. 1- Verifique o tipo de esmerilhadeira portátil que irá utilizar: Pneumática – usando ar comprimido; Elétrica – ligada a tensão de 110 ou 220 volts. 2- Só utilize o equipamento de estiver devidamente habilitado e autorizado. Em caso de dúvidas consulte o supervisor. 3- Verifique sempre a rotação nominal localizada na placa da esmerilhadeira. 4- Use somente disco de desbaste com rotação nominal superior à especificada na placa da esmerilhadeira. Por exemplo: Esmerilhadeira de 12.000 rpm, o disco a ser usado é o de 13.000 rpm. Esmerilhadeira de 8.000 rpm, o disco a ser usado é o de 9.000 rpm. 5- Não retire em hipótese alguma a proteção do disco da esmerilhadeira, pois ela assegura a proteção do Operador. 6- Qualquer ruído anormal da máquina é motivo de paralisação da mesma e verificação por mecânico de manutenção qualificado. 7- Não tente reparar a esmerilhadeira ao suspeitar de defeito. 8- Use óculos de segurança e protetor facial para trabalhar com esmerilhadeira. 5.1.1 - Ocorrências de Acidentes Dois casos de acidentes com empregados utilizando emerilhadeiras portáteis, através de práticas inseguras, são relatados a seguir: Um empregado de caldeiraria ao utilizar esmerilhadeira pneumática, foi atingido por diversos estilhaços de disco que partiu durante o serviço. A causa do acidente foi que o empregado como objetivo de atingir o local de desbaste retirou a proteção do disco e colocou um disco fora da especificação da máquina. O disco era de 13.000 rpm, com um diâmetro de 90 mm e o empregado utilizou um disco de 9.000 rpm com diâmetro de 150 mm. O disco por ser de rotação nominal inferior

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à rotação da máquina, estilhaçou atingindo o empregado. O mesmo sofreu ruptura de tendão e de vaso sangüíneo no braço esquerdo, tendo permanecido um ano afastado das atividades. Um empregado de canteiro de obra ao utilizar uma esmerilhadeira elétrica foi atingido pelo disco de desbaste, quando o mesmo encostou nele. O que ocasionou o acidente foi o uso da esmerilhadeira sem a proteção do disco. O empregado sofreu fratura exposta de dedo e permaneceu 45 dias afastado de suas atividades. 5.2 - SEGURANÇA EM PROCESSOS OXI-COMBUSTÍVEIS 5.2.1 - Introdução Apresentamos neste trabalho, alguns conhecimentos sobre os processos de reversão do fluxo de gases e retrocesso de chama durante a utilização dos processos oxi-combustíveis. Em virtude de estes serem os principais fatores de incidentes nas operações de solda e corte, o Ministério do Trabalho e Emprego editou uma Norma Regulamentadora – NR-18, a qual obriga a utilização de mecanismos de prevenção contra estas ocorrências. Processo Oxi-combustível O processo oxi-combustível é baseado nos seguintes princípios> o primeiro consiste na queima de um gás combustível cujo poder calorífico seja suficiente para produzir uma chama quente e concentrada, capaz de fazer com que o metal ferroso a ser trabalhado atinja a temperatura de ignição; e o segundo se refere ao jato do oxigênio dirigido contra a obra previamente aquecida, causando uma acelerada reação de oxidação do metal ferroso. Os princípios deste processo são utilizados em inúmeras aplicações, dentre as principais temos: corte, solda, aquecimento, têmperas superficiais, conformação mecânica, etc. Devemos ressaltar que todos os consumíveis usados nos equipamentos que aplicam o processo oxi-combustível 9bicos de corte, extensões de solda, bicos de aquecimento, etc) sempre devem ser mantidos em boas condições de uso. Reversão do Fluxo de Gases A reversão do fluxo de gases pode ocorrer como resultado de alguma obstrução nos consumíveis (aderência de escória, mossa por queda, limpeza incorreta, etc), pressão excessiva/insuficiente do gás combustível, oxigênio ou de ambos, ou procedimentos incorretos durante o acendimento ou apagamento da chama. As pressões de trabalho dos consumíveis, foram especificadas para proporcionar a correta relação entre a velocidade de saída dos gases com a taxa de propagação da chama. Se o fornecimento dos gases ou algum problema externo provocar um desequilíbrio nas pressões de forma significativa, um dos gases pode caminhar em sentido contrário pela mangueira, provocando uma mistura indesejável que pode gerar acidente. A mistura dos gases pode propagar-se até os cilindros de gás combustível ou oxigênio, e, podem reagir violentamente nas mangueiras ou reguladores, caso sejam expostos a alguma fonte de ignição. Engolimento de Chama O engolimento da chama pode ser gerado por vários motivos, os principais são: toque da ponta do bico na obra ou respingo de escória na ponta; provocando a obstrução dos orifícios, mesmo que parcial. O retrocesso do fluxo de gases descrito anteriormente propicia o avanço da chama para o ponto de

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mistura dos gases. Se as pressões estiverem corretas e o maçarico em bom estado de conservação, a chama se apagará ou simplesmente produzirá um “estalo” permanecendo acesa. Quando ocorre o engolimento de chama, o maçarico poderá ser usado imediatamente após sua ocorrência. Retrocesso de Chama Da mesma forma que o engolimento, a chama entra pelo bico até atingir o ponto de mistura dos gases, permanecendo neste ponto produzindo um ruído agudo “assobio” bastante característico. Quando ocorrer o retrocesso, feche imediatamente a válvula de oxigênio e, em seguida a de gás combustível para extinguir a chama e evitar que o maçarico seja danificado, ou que a chama venha a atingi os cilindros. A ocorrência do retrocesso de chama indica que alguma coisa está radicalmente errada com o maçarico ou com o modo de operação deste. Um bico com o orifício entupido ou pressões incorretas de oxigênio ou gás combustível são freqüentemente os fatores responsáveis. Depois da ocorrência e um retrocesso, espere que o maçarico esfrie totalmente, e verifique se as pressões dos gases utilizados estão dentro das recomendações do fabricante, e que não exista indício de vazamento ou obstrução dos furos de escoamento dos gases. Caso haja um novo retrocesso, consulte os Serviços de Assistência Técnica WMS. Dispositivos de Segurança As válvulas de retenção PROTEFLUX evitam a reversão do fluxo dos gases, mas não são projetadas para reter um retrocesso de chama. Os acessórios oxi-combustíveis (conexões, mangueiras, uniões, válvulas) devem ser freqüentemente verificados quanto a vazamentos, sempre utilizando espuma de sabão neutro. Os funcionamentos das válvulas PROTEFLUX estão esquematizados abaixo: As válvulas de retenção PROTEFLUX são os primeiros dispositivos de segurança a evitar a reversão dos fluxos de gases. Testes de Válvulas PROTEFLUX As válvulas de retenção PROTEFLUX devem ser testadas pelo menos a cada seis meses, e com incidência maior se as mangueiras forem freqüentemente desconectadas dos reguladores e maçaricos.

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O teste de verificação consiste no seguinte procedimento: Afrouxe o parafuso de regulagem do regulador de gás combustível e abra a válvula do maçarico para esgotar todo o gás contido na mangueira. Desconecte a ponta da mangueira de gás combustível que está fixada no regulador e mergulhe a ponta dentro de um recipiente com água; Coloque um bico com a ponta bloqueada, abra as duas válvulas de regulagem do maçarico; Gire o parafuso de regulagem do regulador de oxigênio até obter 0,35kgf/cm e observe se aparecem bolhas na ponta da mangueira que está dentro d’água. Faça a operação inversa, para testar a outra válvula; Troque as válvulas que apresentarem vazamento superior a 12 bolhas por minuto; Após teste das válvulas, purgue o sistema com gás inerte antes de acender o maçarico. Válvula Seca Corta Chama Dispositivo de segurança que protege contra o retrocesso de chama, é as válvulas secas, cujo princípio de funcionamento é mostrado na figura a seguir: Norma Regulamentadora NR-18 O item 18.11 desta norma trata dos cuidados nas operações de soldagem e corte a quente, os quais descrevemos a seguir: As operações de soldagem e corte a quente somente podem ser realizadas por trabalhadores qualificados; Quando forem executadas operações de solda e corte em chumbo, zinco ou materiais revestidos de cádmio, será obrigatória a remoção por ventilação local exaustora dos fumos originados no processo de solda e corte, bem como na utilização de eletrodos revestidos;

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O dispositivo usado para manusear eletrodos deve ter isolamento adequado à corrente usada, a fim de se evitar a formação de arco elétrico ou choques ao operador; Nas operações de solda e corte, é obrigatória a utilização de anteparo eficaz para a proteção dos trabalhadores circunvizinhos. O material utilizado nesta proteção deve ser do tipo incombustível; Nas operações de solda e corte de vasilhame, recipiente, tanque ou similar, que envolvam geração de gases confinados ou semiconfinados, é obrigatória a adoção de medidas preventivas adicionais para eliminar riscos de explosão e intoxicação. As mangueiras devem possuir mecanismos contra o retrocesso de chama na saída do cilindro e chegada do maçarico; É proibida a presença de substâncias inflamáveis e/ou explosivos próximo aos cilindros; Os equipamentos de soldagem elétrica devem ser aterrados; Os fios condutores dos equipamentos, as pinças ou os alicates de soldagem, devem ser mantidos longe de locais com óleo, graxa ou umidade, e devem ser deixados em descanso sobre superfícies isolantes. 5.3 - SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS 5.3.1 - Definições Pontes rolantes e talhas elétricas: São máquinas transportadoras utilizadas, em meio industrial, no içamento e locomoção de cargas de um local para o outro. Basicamente uma Ponte rolante é composta de viga, carro e talha. Viga: Uma ou mais Vigas (realiza o movimento na longitudinal “para frente - para trás”). Carro / Trole Um carro (realiza o movimento na Transversal “para esquerda – para direita”)

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Talha Uma talha elétrica (realiza o movimento na Vertical “ para cima – para baixo ”) Componentes e Acessórios As Pontes rolantes e talhas elétricas possuem componentes e acessórios cujas finalidades são garantir o perfeito funcionamento da máquina e a máxima segurança na operação. Principais Componentes: Freio Sua finalidade é garantir a parada do equipamento mesmo depois de cessado o comando na botoeira. A máquina tende a continuar em movimento devido a inércia adquirida por sua massa durante a movimentação. Devido a este fato, os freios são utilizados para eliminar a inércia adquirida pela máquina durante a sua movimentação. Botoeira de comando Emergência: Libera os comandos da botoeira somente se estiver destravada. No momento que o botão de emergência for travado o circuito é interrompido. Cabo de aço de elevação Cabo inteiriço que é responsável pela sustentação da carga durante o içamento. Devido os cabos de aço estar sob constante processo de deterioração, o operador deverá observar se os cabos não possuem rompimentos de fios, redução de diâmetro, oxidação, desgaste, corrosão, fadiga, dobras ou nós, ferrugem, ou quaisquer anormalidades que comprometam a resistência do cabo durante a operação. Gancho Peça em aço forjado em formato de anzol, cujo a finalidade é garantir a máxima conexão com a carga.

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Antes de realizar a amarração da carga, o operador deverá observar se o gancho gira em torno do tornel / distorcedor. Caso o gancho esteja travado, a carga ao ser içada, poderá girar e imprimir pressão ao tornel/distorcedor e torcer os cabos de aço da talha. Limite fim de curso São pequenas chaves que ao serem acionadas abrem o circuito, finalizando a operação. Este componente impede a colisão acidental da máquina com a carga ou da máquina com a estrutura da usina. Batente São instalados no final do percurso das vigas de sustentação da máquina, para que não hajam colisões/queda da máquina. Chave ON-OFF ou de Tagueamento São chaves instaladas próximas as máquinas para que possibilite rapidamente o desligamento do circuito elétrico em casos de emergência. Sirene Audiovisual De acordo com a exigência da NR - 11, toda máquina transportadora deverá possuir sinalização de advertência durante a sua movimentação. Esta sinalização pode ser áudio (sirenes/alarmes) e/ou visual (lâmpadas com acionamento alternado). O ideal é que seja usados os dois tipos de sinalização em conjunto: Sirene Audiovisual, para maior segurança do operador e das pessoas que possam estar próximas ao equipamento durante a sua movimentação. Sirene Audiovisual: É acionada assim que o botão de emergência é destravado. Enquanto a máquina estiver em operação a sirene estará ligada. Operação da Máquina com Segurança É fundamental para o operador, antes de qualquer coisa, ter conhecimento da capacidade máxima do equipamento. Utilizar um equipamento com capacidade inferior a carga a ser suspensa é cometer um ato inseguro que provocará sérios danos ao equipamento e o mais grave: o acidente. Outra medida importante é verificar se a área na qual a carga irá passar está livre e desobstruída, já que o operador deverá se deslocar olhando para a carga. Isole a área com fita zebrada e/ou coloque

Trava de segurança

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placas de advertência nos acessos ao local por onde a carga será içada. NUNCA PASSE COM CARGAS SUSPENSAS SOBRE PESSOAS Corda Guia amarrada a carga Um auxiliar do operador irá controlar o giro da carga durante o içamento. Para utilizar este recurso é necessário que o operador e o auxiliar verifiquem se a corda possui comprimento maior que a altura a qual a carga será içada, pois se a corda for menor, o auxiliar terá que se posicionar debaixo ou muito próximo da carga. Atenção: é extremamente proibido realizar quaisquer tarefas sob cargas suspensas por máquinas transportadoras. Amarração da Carga com Segurança O Operador deverá realizar a amarração da carga, procurando distribuir os acessórios de amarração de maneira tal, que a força resultante passe pelo centro de gravidade da carga, proporcionando assim uma maior distribuição do peso, evitando sobrecarga no acessório e o giro da carga durante o içamento. Acessórios de Amarração São dispositivos utilizados para a melhor conexão (engate) do gancho e carga. Dentre diversos tipos de acessórios empregados no meio industrial podemos destacar os seguintes: Estropos, cintas, sapatilhas, cabos de aço, estribos, anéis, anelões, manilhas, grampos, soquetes, esticadores. O Operador deverá ter conhecimento do acessório adequado para o tipo de carga a ser içada. É importante ressaltar que a primeira providência para escolher adequadamente um acessório de amarração é verificar se ele é compatível com o peso da carga a ser içada. Outro ponto a ser verificado são as dimensões da carga. Caso a carga tenha uma dimensão muito maior que as outras (Ex: tubos), deverão ser içadas preferencialmente com cintas. Operador terá que “enforcar” o acessório no tubo ao invés de passá-lo por fora. Quando terminar a amarração levante a carga alguns centímetros para verificar se está bem equilibrada. Caso a carga possua muitas “quinas-vivas ” deverão ser colocados proteções entre as quinas e o acessório evitando assim o seu amassamento e/ou rompimento. Atenção: nunca utilize o cabo de aço do gancho para realizar amarração da carga. Falhas de Operação: Durante o içamento e locomoção da carga existem alguns erros que são freqüentes aos operadores 1) Picoteios no Comando

Proteção de papelão, flanela, madeira, tiras de borracha.

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São impulsos (toques) rápidos e sucessivos dados na botoeira. Este tipo de ação provoca danos aos componentes elétricos do painel (queima e desarme), além de fazer que a carga ganhe movimento pendular (balanço). Para evitar este erro, calcule a posição da parada da carga e acione de maneira contínua os comandos da botoeira. 2) Movimento Pendular da Carga Caso a carga comece a balançar espere a carga ficar em prumo com a máquina e avance com a máquina no sentido do movimento do pêndulo da carga. 3) Posição Incorreta do Gancho Nunca faça o içamento de uma carga se o gancho não estiver posicionado na vertical em relação à carga, ou então o ponto de sustentação da carga estiver fora da sela do gancho. O operador ao usar o acessório de içamento, deverá deixá-los com folga para o engate correto do ganho. 4) Arrastamento da Carga em Solo Erro muito comum entre os operadores iniciantes. O operador não ergue a carga por completo e inicia a movimentação da máquina transportadora com a carga ainda em solo, promovendo tensão nos cabos e na talha elétrica podendo provocar sérios danos ao equipamento (queima de motores e rompimento dos cabos de elevação) e o mais grave: a queda do carro ou da talha sobre o operador. Atenção: Acidente com potencial de MORTE. 5) Posicionamento da Ponte/Talha fora do Prumo da Carga Este erro acontece quando o operador realiza a amarração da carga, estando a máquina transportadora fora do prumo da carga. Ao dar início a operação, a ponte/talha irá sofrer uma série

Errado Certo Movimento Pendular

Errado:

Provoca a abertura do gancho

Certo: Ponto de sustentação da carga sobre a sela do gancho

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de tensões para as quais não foi dimensionada. A ponte/talha é dimensionada para suportar esforços na vertical. Veja o esquema a seguir: Para evitar este erro siga os seguintes passos : 1) Posicione a ponte/talha em prumo com a carga; 2) Eleve a carga totalmente do solo; 3) Realize a movimentação da carga. 6) Transporte de cilindros de pressão Este erro acontece quando o operador realiza a amarração do cilindro pela válvula ou pelo capacete (capuz), podendo causar o desprendimento do cilindro durante o içamento e conseqüente queda e explosão. Para evitar este erro o operador deverá içar os cilindros dentro de suportes (carrinhos) com os cilindros presos ao mesmo e o gancho engatado no suportes (carrinhos) com o auxílio de acessórios de amarração. 7) Elevar peças fixas no solo ou estruturas Este erro acontece quando o operador tenta extrair uma peça, equipamento ou material que esteja de alguma forma fixo em uma outra estrutura. Este erro poderá queimar os motores do equipamento, romper os cabos de elevação e o mais grave: A queda do equipamento sobre o operador. Atenção: Acidente com potencial de MORTE Sinalização e Comunicação de Segurança Sempre que possível o operador terá que ter seu campo de visão livre durante a operação. Caso isto não seja possível, a operação deve ser realizada com auxílio de um Sinaleiro. O sinaleiro e o operador terão que possuir treinamento específico em sinais para operação de equipamentos de guindar. Para maior eficiência da operação, além da comunicação via sinais o operador e o sinaleiro deverão se comunicar também via rádio. O sinaleiro deverá solicitar aos demais usuários da faixa que durante o período da operação que não ocupem ou interrompam a comunicação. Sinais para operação de ponte rolante e talhas elétricas

1º 3º

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Manutenção Preventiva e Corretiva De acordo com a NR 11, que trata de Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. “Todos os transportadores industriais serão permanentemente inspecionados e as peças defeituosas, ou que apresentem deficiências, deverão ser imediatamente substituídas”. Toda ponte rolante/talha elétrica terá que ser inspecionada periodicamente, em intervalos de tempo de acordo com a freqüência de uso e importância ao processo. Estas inspeções serão feitas seguindo um Check List padrão (definido por uma equipe especializada), e depois de realizada a inspeção a equipe de manutenção deverá enviar um relatório aos responsáveis pelo equipamento. O operador ao encontrar a ponte rolante/talha elétrica fora de funcionamento, deverá entrar em contato imediato com a equipe de manutenção. Em hipótese alguma o operador deverá tentar solucionar o problema, pois não conhece os riscos inerentes ao equipamento e, além disso, poderá estar agravando o defeito do equipamento. Cuidados com a ponte rolante/talha elétrica: Não deixe o equipamento exposto ao tempo, pois a água da chuva e agentes agressivos (minério, carvão, sílica, etc) estragam rapidamente o equipamento. Após o uso posicione o equipamento sob uma área coberta. Lembre-se: Operando um equipamento com defeito você está aumentando o risco de acidentes de sua atividade. Inspeção Prévia É feita antes de por o equipamento em funcionamento. O operador deverá fazer uma inspeção prévia no equipamento, verificando os itens do Check List Pré Operacional. Caso haja a algum item que esteja desconforme, o equipamento deve ser Tagueado e a equipe de manutenção comunicada imediatamente (enviar uma cópia do Check List Pré Operacional).

Subir o gancho Abaixar o gancho Deslocar o carro da ponte Utilizar gancho (1, 2 , etc...)

Deslocar a ponte Parada (Inclusive de emergência)

Deslocar a ponte (sentido contrário)

Operar Lentamente (esfregando as palmas das

mãos)

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Lista de Verificação de Segurança

5.4 - ANÁLISE DE RISCO DE ACIDENTES EM PROCESSO INDUSTRIAIS É um método sistemático de análise e avaliação de todas as etapas e elementos de uma determinada atividade para: Desenvolver e racionalizar toda a seqüência de operações que o trabalhador executa; Identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais; Identificar e corrigir problemas de produtividade; Implementar a maneira correta para execução de cada etapa do trabalho com segurança. Cria uma base para um desenvolvimento adequado do trabalho levando a um produto que atinge os requisitos de qualidade exigido pelo cliente. Cria uma base para um custo efetivo de produção do produto através do direcionamento do empregado para técnicas sabidamente corretas (testadas e aprovadas).

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Há sinais de corrosões ?

Após desenrolar o cabo de elevação até o limite inferior, restam ainda duas voltas do cabo em cada lado do tambor ?As roldanas do gancho apresentam sinais de desgaste ?Os trilhos e/ou vigas de rolamento estão desgastados ou desalinhados ?

Na botoeira está com o seu funcionamento normal ?Se a ponte/talha estiver em manutenção, estão sendo usados TAG´S e cadeados de segurança ?Existe material estocado muito próximo ao barramento ?O içamento de carga é feito com os cabos operando na posição vertical ?

O sistema de freio está funcionado ( translação da ponte, trólei e gancho ) ?Nas pontes rolantes sem barramento, o cabo de alimentação elétrica apresenta sinais de desgaste ?Ao longo da área de movimentação do cabo de alimentação elétrica, existe algum objeto que possa ser agarrado pelas ondulações do mesmo ?A escada e/ou plataforma de acesso apresenta alguma irregularidade ?

Há sinais de danos ou forte desgaste das ligações da extremidade ?Os dispositivos de fim de curso estão funcionando em todos os sentidos ?

Há presença de dobras ou nós ?

ITENS VERIFICADOSO rolamento do cabo no tambor é feito de forma a não oferecer riscos de desgaste para o mesmo ?Há algum fio quebrado ?Há alguma marca de dano em alguma parte do cabo ?

19202122232425262728293031323334353637

A área de operação está desobstruída ?

O gancho está trincado ou muito aberto ? há deformações excessivas ? Torções ?Há Sirene Audiovisual que indique se a ponte/talha está em operação ?As correntes, estropos e cintas de nylon usados pelo operador estão bem conservados ?O kit de segurança ( trava para cabos instalado no gancho ) está funcionando ?

Há algum vazamento nos redutores de translação da ponte e do trólei, e no redutor do gancho ?As rodas de translação da ponte e do trólei apresentam irregularidades ?

Existe acúmulo de sujeira, óleo, graxas nos comandos e botoeiras ?

O que faz quando constata defeitos na ponte/talha ?O operador executa a pré-inspeção de içamento ?O operador executa a pré-inspeção do acessório de içamento ?O operador e o sinaleiro conhecem os sinais para operações de içamento ?

As correntes, estropos e cintas de nylon estão dimensionadas de acordo com o peso a ser içado ?O operador é Treinado ? Habilitado ? Qualificado ?Durante a operação a ponte/talha está apresentando sinal de defeitos ?Antes de içar uma carga você testa os mecanismos da ponte/talha ?

Os cabos do guincho estão lubrificados ?Existe sinal de desgaste no gancho ?

A fixação do cabo no gancho e no tambor apresenta alguma irregularidade ?

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Envolve totalmente empregados, supervisores, chefes e profissionais de segurança no desenvolvimento de praticas seguras de trabalho, criando novas motivações, eliminado o desinteresse. A ART bem implementada torna os trabalhadores mais participativos com: 1) novas sugestões; 2) alertas acerca de outros riscos. 3) certeza de que o programa de segurança é confiável e efetivo. A analise de risco de trabalho, como uma técnica de solução de problemas, pode ajudar-nos a: Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a seleção de equipamentos ou na elaboração do layout do local de trabalho. Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no produto produzido ou etapas do processo. Avaliar possíveis maneiras para prevenir acidentes, paradas de produção, deficiências na qualidade e reduções no valor do produto. Conhecer técnicas ocultas de produtividade e qualidade praticadas por operadores. Identificar abusos cometidos no processo produtivo, de qualidade e segurança cometidos por empregados; Usar todas as informações disponíveis em treinamento para empregados novos, transferidos. PORQUE ELABORAR ANALISES DE RISCO DE TRABALHO? Para a empresa ser economicamente saudável, devemos ser eficientes. Para fazermos as coisas da maneira correta, sem erro, na primeira vez. Para termos um aproveitamento total das pessoas, equipamentos e do local de trabalho. Para proteger os empregados e ter o local de trabalho livre de riscos desconhecidos. Resumindo, uma ART é uma maneira sistemática para o reconhecimento de: Exposições a riscos ou acidentes. Possíveis problemas e incluindo produção, qualidade ou desperdício. Desenvolver maneiras corretas para realização das tarefas de forma que atos inseguros, condições inseguras, acidentes, falhas, retrabalhos e desperdícios não ocorram. Fazer da maneira certa sem perdas de qualquer espécie. Elaboração Esclareça que a ART é apenas quanto à tarefa em si, não colocando em jogo o desempenho de trabalho do empregado. Uma vez que uma tarefa tenha sido escolhida para análise, explique ao trabalhador o propósito da ART e discuta o processo de trabalho com o empregado que desempenha a tarefa. Todas as atividades deverão ser analisadas nos seus detalhes, porém deve-se ter como critério básico para a análise os seguintes fatores: Análise do processo; Atividades que poderão gerar lesões, esmagamento, cortes, queimaduras, decepamentos de membros, etc., ou até a morte; Atividades que geram acidentes com freqüência; Atividades com produtos químicos; Riscos ergonômicos; Arrumação e limpeza; Uso de equipamentos de proteção individual; Treinamentos;

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Outros. Etapas do trabalho Envolva o empregado em todas as fases da análise; desde a discussão de qual é a melhor maneira para execução de cada passo da tarefa até a discussão de riscos em potencial e soluções recomendadas. Observe atentamente os detalhes do trabalho antes de iniciar a análise. Divida o trabalho discriminando suas etapas básicas. O que é feito primeiro, o que é feito em seguida e o que é feito depois e como fazer corretamente. Você pode fazer isto: · Observando atenta e detalhadamente todos as operações do trabalho. Conversando com o operador sobre sua experiência no desempenho da função. Esboçando seu conhecimento do trabalho observado. Descreva as etapas na sua ordem normal de ocorrência. O que realmente é feito, não os detalhes de como é feito. Implementação 1 - A aprovação final para a Análise de Risco do Trabalho deve ser dada somente após revisada pelo gerente, supervisor, empregado e outros responsáveis pela designação do procedimento de trabalho. 2 - Para implementar a Analise de Risco do Trabalho aprovada, o supervisor deve treinar aos empregados envolvidos. 3 - A Análise de Risco do Trabalho deve ser revisada periodicamente com os empregados envolvidos de forma que estes saibam como deve ser executados os trabalhos em qualquer tipo de acidentes. 4 - A qualquer tempo que a Análise de Risco de Trabalho venha a ser revisada, deve ser providenciado treinamento dos novos métodos de trabalho ou medidas protetoras para todos os empregados afetados pela mudança. 5 - A Análise de Risco de Trabalho também deve ser utilizada para treinar novos empregados quanto ao processo produtivo e prevenção de acidentes. 6 - Documente o envolvimento de todos os participantes ao encerrar o treinamento. 7 - Coloque uma cópia da análise, quanto o trabalho for em máquinas, próximo do operador para consultas ou fiscalizações. 8 - Encaminhe uma cópia da análise de risco do trabalho e o documento assinado por cada trabalhador treinado para ser arquivado em seu departamento, ao setor de segurança do trabalho em seus respectivos prontuários, no departamento pessoal. 9 - A análise deverá ser revista sempre que ocorrer alterações no processo, no maquinário, layout ou equipamento. Procedimentos corretos Para cada trabalho analisado, pergunte a você mesmo: qual é o melhor procedimento para que o operador execute sua função sem erros e sem riscos e com qualidade? Você poderá responder: Observando melhor a seqüência do trabalho. Discutindo com o operador ou com outros trabalhadores mais experientes na função. Aplicando todo seu conhecimento e experiência. Pesquisando algum acidente ocorrido na atividade para reforçar sua conclusão. Seja claro ao estabelecer os procedimentos para execução da tarefa, não procure sofisticação, mas processos rápidos, simples, racionais e eficientes.

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Nos procedimentos que o operador deverá seguir, não omita nenhum detalhes da atividade, do maquinário, de ferramentas, de postura, do próprio processo, de saúde, etc. Ao orientar o trabalhador quanto ao procedimento correto e cuidados ao ter ao efetuar a operação, evite generalizar frases como "seja cauteloso", "esteja atento", "tome cuidado", etc. Exemplo: Use luvas de raspa ao invés de "Tomar Cuidado" com a chapa metálica, devido ela ser cortante. Riscos de Acidentes· Estude cada etapa de um trabalho separadamente. Pergunte a você mesmo que acidente poderia acontecer em cada etapa de trabalho. Você poderá responder: Observando o trabalho Conversando com o operador Analisando acidentes ocorridos. Quando você analisar cada etapa de um trabalho deverá dar atenção aos seguintes agentes que causam acidentes: Posicionamento - trabalhos em máquinas cujo ponto de operação permite a introdução de dedos ou da mão. Choque elétrico - Fios expostos, principalmente se o trabalho esta relacionado com eletricidade. Produtos químicos - contato permanente ou não com qualquer destes produtos. Fogo - cortando ou soldando em locais impróprios, riscos de vazamentos ou derramamentos de produtos inflamáveis que possibilitem fogo pela natureza da atividade ou do ambiente. 1 - Área de trabalho Pisos e passagens - irregulares, obstruídas, escorregadias, com saliência ou buracos. Arrumação ou limpeza inadequada. Falta de espaço. Pilhas inseguras ou materiais sobre a cabeça. Exposição a poeiras, fumos e substâncias químicas. 2 – Materiais Pesados - de difícil manejo, cortante, quente, corrosivo, tóxico, inflamável, perfurante. 3 - Máquinas ou equipamentos Partes móveis, correias, correntes, engrenagens e roldanas desprotegidos. Pontos de operação que permitem o acesso do operador. 4 - Ferramentas Adaptadas, falta de manutenção, inadequadas ao trabalho, gastas, usadas de formas incorretas. 5 - Equipamento de Proteção Individual (E.P. I) Inadequado ao trabalho, usado incorretamente, falta do E.P.I. 6 – Ergonomia Postura incorreta, repetitividade de movimentos, levantamento de peso, monotonia, 7 - Outros riscos de acidentes: Falta de treinamento Layout inadequado

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Fazer reparos em máquinas ou equipamentos em movimento. Falta de planejamento de uma atividade. Transferência de funcionários de um setor para outro. Revisão Após você ter elaborado seu rascunho da ART, revise-a: 1 – Revise, na prática, cada etapa do trabalho elaborado para ver se as seqüências das operações, os riscos e os procedimentos para execução das tarefas e segurança estão corretos ou podem ser melhoradas na sua eficiência, qualidades do trabalho, sem comprometer a segurança. 2 - Encontrar uma nova maneira de fazer o trabalho a fim melhorar a produtividade e de eliminar os desperdícios, melhorando as etapas do processo ou modificando sua seqüência, ou se forem necessários modificando equipamentos e precauções de segurança e saúde para eliminar ou reduzir os riscos; 3 - Modificar as condições físicas e ambientais que geram os riscos de acidentes, tais como ferramentas, materiais, equipamento, layout, produtos, matérias primas e meio ambiente. 4 - Eliminar riscos presentes modificando o procedimento de trabalho. 5 - Descreva exatamente o que o empregado precisa saber a fim desempenhar a tarefa utilizando-se deste novo método. 6 - Reveja todo o processo com os empregados que executam as tarefas. Anote suas idéias sobre o processo, os riscos, e os melhores procedimentos adotados para executar as operações. 7 - Assegure-se de que os empregados entenderam o propósito da ART e as razões para as modificações no procedimento de seu trabalho. 8 - Encaminhe para os gerentes, chefes e supervisores dos setores envolvidos as análises de risco elaboradas para conhecimento e aprovação.

6 - MEIO AMBIENTE Constitui-se num conjunto de elementos e fatores indispensáveis à vida, de ordem física, química e biológica. 6.1 - POLUIÇÃO A poluição é uma contaminação do ambiente devido à introdução de substâncias nocivas. O Homem, na ânsia incontrolável de chegar mais longe, está, na opinião de muitos, a destruir-se. A poluição alastra... - os rios estão cada vez mais sujos; - os barcos petroleiros despejam nos oceanos grandes quantidades de petróleo; - os peixes morrem; - afetam desfavoravelmente a flora e a fauna; - o ar está irrespirável, principalmente nas grandes zonas industriais; - o ruído provoca graves doenças nervosas; - afetam as condições estáticas ou sanitárias do Meio Ambiente; - lançam matérias ou energias em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; - as lixeiras conquistam as zonas verdes... Desde a Revolução Industrial que a poluição existe, pois os fumos que saíam das chaminés das fábricas matavam muitos seres vivos.

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Em 1972, na conferência das Nações Unidas sobre o ambiente em Estocolmo, todas asnações do mundo concordaram em tentar resolver a questão. Porém, ainda hoje estão em circulação produtos químicos que contribuem para a poluição. 6.1.1 - Poluição das águas As águas podem ser contaminadas por descargas de resíduos industriais, por esgotosurbanos e pelos acidentes dos petroleiros, sendo esta última a grande causa da poluição das águas. Os esgotos urbanos, das fábricas de papel, da indústria alimentar e dos curtumes estãocarregados de materiais orgânicos. Ao serem despejados para a água, vão formar uma fonte nutritiva que irá provocar o aumento das populações (bactérias, fungos...). Este fenómeno, chamado eutrofização, provoca um elevado consumo de oxigénio, criando dificuldades à vida dos crustáceos, aos moluscos, aos peixes... A poluição química divide-se em dois tipos: - de matérias biodegradáveis - são matérias que rapidamente se decompõem (petróleo, fertilizantes e alguns insecticidas); - de matérias persistentes - são matérias que demoram a decomporem-se (mercúrio e alguns insecticidas). Os tóxicos persistentes, ao passarem nos vários níveis tróficos, vão se concentrando em quantidades cada vez maiores, pondo em perigo os últimos níveis tróficos.Muitas fábricas fazem quantias enormes de lixo. Frequentemente, o modo mais fácil de se livrarem do lixo é atirando-o para rios mais perto. O Reno tem sido apelidado de "o principal esgoto da Europa". A poluição provocou a morte biológica de muitos rios e lagos da América do Norte. Umdos exemplos mais conhecidos é o do lago Eire, na América. Em anos, foram deitados, neste lago, esgotos e lixos de fábricas, bem como enormes quantidades de nitratos dos fertilizantes usados nas agriculturas nos terrenos vizinhos, até que o lago deixou de ser sustentar qualquer tipo de vida.

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Em 1986, aconteceu um grande acidente numa fábrica de produtos químicos da Suíça,resultou no despegar uma grande quantidade de produtos tóxicos no Reno. Esta poluição de uma das vias fluviais da Europa ameaçou alguns países vizinhos que o Reno atravessa, faz um enorme recuo nos anos de esforço e trabalho para a limpeza do rio. Em todas as principais correntes oceânicas pode-se encontrar petróleo. Como o petróleo não é facilmente degradável, está a tornar-se um sério risco, pois elas podem andar à deriva durante anos à volta do mundo. A maior contribuição para a poluição é dada pelos motoristas que, ao mudarem o óleo do carro, despejam-no para qualquer lado. Este, ao infiltrar-se na terra, há-de atingir o mar através das águas subterrâneos. Mesmo no meio oceano, a vida selvagem é afectada. As gotas de petróleo provocam anomalias nos ovos e nas larvas dos peixes. As aves também são muito afectadas, porque confundem os derrames de petróleo com águas calmas e, ao pousarem na água, as sua penas ficam oleadas impedindo que voem, ficando ali a morrer de desidratação e de cansaço. Os esgotos aparecem a céu aberto ou imersos, contaminando as águas marítimas. Nos países ocidentais, os detritos são tratados em centrais, principalmente colocados fora das cidades. Os despejos das águas que foram utilizadas no tratamento podem trazer preocupantes problemas de poluição para as praias, onde se concentra um enorme número de doenças. 6.1.2 - Poluição Atmosférica São alterações no ar atmosférico em sua composição natural, por introdução de elemento estranho fora dos padrões ambientais, ou por desequilíbrio na porção de seus componentes, de maneira a causar prejuízos ambientais com danos a saúde e à economia. Exemplo: Poeira, fumaça, gases, etc. Controle da Poluição Atmosférica O controle das emissões atmosférico industrial deve ser feito através de introdução adequada dos equipamentos industriais que são na sua maioria despoeiramento e instalação de sistemas específicos para controle da poluição. Equipamentos de Controle da Poluição Atmosférica -Precipitadores Eletrostáticos - a poeira é carregada eletricamente e a seguir retirada por ação magnética. -Filtros de Mangas - indicados para a remoção de poeiras, estas são retidas ao atravessarem um tecido industrial (similar ao aspirador de pó). -Ciclones - removem poeiras mais grossas, por ação de força centrífuga. -Lavadores - a poeira é retirado do ar por spray de água à alta pressão A maior parte da poluição atmosférica é resultante de algumas atividades humanas, tais como fumos e gases das chaminés das fábricas e dos tubos de escape dos motores de automóveis, motos... O ar poluído não se encontra nas grandes cidades e nas áreas industriais. Desde que as condições atmosféricas sejam favoráveis, esta poluição poderá se levada para longe, podendo atingir os espaços rurais. Assim, quase todos os seres vivos estão sujeitos a um ar poluído que: - afeta a saúde; - altera o ambiente;

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- compromete as culturas; - corrói os edifícios. O smog resulta da junção de nevoeiros persistentes com elementos poluentes que existem na atmosfera. As chuvas ácidas formam-se devido à acumulação de dióxido de enxofre libertado por várias fábricas que utilizam carvão e hidrocarboneto. O dióxido de enxofre junto com a água origina o ácido sulfúrico que é bastante corrosivo.

O vapor da água, o dióxido de carbono, o azoto, entre outros, além das grandes percentagens têm uma importância vital, a eles se deve o equilíbrio térmico da Terra e a possibilidade de vida. As radiações solares atravessam a atmosfera antes de atingirem a Terra: uma parte da energia é absorvida diretamente pela atmosfera, outra é reenviada para o espaço e outra atinge o solo. Através das medições científicas, pode observar-se que estão a dar-se alterações na composição química do ar. A concentração de gases tem aumentado. 6.1.3 - Poluição dos solos São modificações ocasionais no solo adivinhas de disposição inadequada de materiais sólidos, líquidos e gazes. Exemplo: Rejeitos industriais, lixo doméstico, etc.

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Controle da Poluição por Resíduos O controle de poluição por resíduos não pode consistir apenas no controle da sua disposição, mas principalmente na redução da geração, reutilização, reciclagem e comercialização. Sistemática para Controle da Poluição por Resíduos Segregação - Consiste em separar os resíduos para que não haja contaminação entre eles. Exemplo: Papel/papelão, vidro, metal, lixo orgânico/rejeito. Acondicionamento - consiste em depositar cada material separadamente em recipientes específicos. Exemplo: Papel/papelão na lixeira de papel; plástico na lixeira de plástico; vidro na lixeira de vidro; metal na lixeira de metal; lixo orgânico/rejeito na lixeira de lixo; óleo em tambores; etc. Baias de Contenção - consiste em uma área com proteção de mureta normalmente em tijolo/bloco ou concreto, para que o material ali depositado, não seja carregado pela a chuva para as pistas e sistema de drenagem. Disposição Adequada - consiste em depositar o material em recipientes apropriados. Exemplo: Lixeira, cestos, tambores, caixas e baias de contenção, etc. Pátios Apropriados Consiste em áreas pré-estabelecidas para depositar um determinado tipo de material, e com proteção de muretas, cortinas de proteção com árvores e sistema de drenagem apropriado para o escoamento da água e recolhimento do material ali depositado. O solo é: - a base dos ecossistemas; - um reservatório de água; - suporte prioritário da atividade agrícola; - espaço onde o Homem desenvolve as suas atividades e deposita resíduos produzidos. A poluição é provocada pela existência de algumas lixeiras a céu aberto e da utilização de pesticidas e herbicidas na agricultura. Numa cadeia alimentar, o veneno é ingerido pelos animais mais pequenos. Outros, de maior porte, comem os mais pequenos. Por fim, as aves de rapina, as raposas, os texugos, acabam a cadeia alimentar. O problema dos pesticidas é que, ao passarem pelos vários níveis tróficos, vão-se decompondo muito lentamente, fazendo com que os últimos níveis tróficos recebam uma maior concentração de pesticidas.

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O Homem tem adicionado fertilizantes artificiais no solo. Com a introdução dos fertilizantes, os lavradores abandonaram as suas práticas tradicionais. Tem-se verificado que as plantas crescem em conseqüência dos fertilizantes artificiais com tendência para: - diminuir as qualidades nutritivas; - durarem menos quando armazenadas; - ficam contaminadas com resíduos agro-químicos; - estimularem a proliferação das pragas. Os fertilizantes e os biocidas (produtos químicos que destroem os organismos vivos considerados prejudiciais para as culturas), ao permanecerem no solo são absorvidos pelas plantas e animais, podendo originar um grande risco para a saúde. Os insetos absorvem-nos e morrem rapidamente. Alguns pesticidas, fixando-se no solo, impedem a nitrificação (formação dos nitratos na Natureza, através de transformação das substâncias orgânicas contidas nos dejetos, nos cadáveres dos animais e nos detritos vegetais) do solo pelas bactérias. O aumento da população e os hábitos alimentares originaram grandes quantidades de detritos humanos e animais, sendo a sua eliminação um grave problema de solução. A agricultura que é

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praticada sem se utilizarem fertilizantes nem pesticidas sintéticos designa-se por agricultura biológica. Esta agricultura foi utilizada pelo Homem antes desta ser sido substituída pela agricultura química, que se desenvolveu, sobretudo nos últimos cinqüenta anos. Nesta agricultura, os produtos têm maior valor nutriente, não poluindo o solo nem as águas, como acontece como a agricultura química. O problema dos resíduos é outro grave poluidor dos solos.

Esta notícia revela-nos que o problema dos desperdícios é tanto ambiental como econômico. Os resíduos urbanos são um dos aspectos do grave problema dos detritos. Como no diz a notícia, os resíduos industriais são considerados perigosos para a saúde, e um dos grandes perigos para a natureza ambiental a nível não só da Europa, mas de todo o mundo. Para que se aproveite ou elimine os lixos urbanos, é importante conhecer-se: - a quantidade de lixos produzidos; - as suas características; - o destino final. Para que se consigam tomar medidas adequadas quanto as seu tratamento e possívelrecuperação, é ainda necessário saber a sua composição. Estão colocados, em Portugal, cerca de 2500 vidrões (em 1989), que servem uma população de 4 milhões de habitantes, principalmente, nas grandes cidades do litoral. Para embalar líquidos alimentares (leite, cerveja, vinho, refrigerantes, etc.) tem-se utilizado cada vez mais a "tara perdida". Em vez de serem postos num aterro ou numa lixeira, alguns resíduos podem ser utilizados novamente, como por exemplo: - as cinzas das centrais térmicas da E.D.P. são aproveitadas no processo de produção de cimento pela Cimpor e pela Secil; - os pneus usados podem ser queimados para produzir energia.

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7 - RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS EM ACIDENTES DE TRABALHO “Quem tem o poder, tem o dever correspondente” “Quem cria o risco, tem o dever de evitar o dano” “Não sou eu que quero, é a norma que exige” “Eliminação dos riscos, as relações sociais evoluem muito rapidamente, é só esperar”. para ver” “Quem cria o perigo, ainda que não tenha culpa, tem o dever de eliminá-lo” “Se assim é, para quem cria o perigo, mesmo que não tenha culpa, com muito maior razão haverá de ser responsabilizado quem cria ou mantém em tráfego, em movimento, irradiação ou escoamento, algo que seja fonte de perigo” Histórico Constituição Federal/88, aspectos de Segurança e Saúde do Trabalhador: Capítulo II - Dos Direitos Sociais art 6. - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a SEGURANÇA, a previdência social, a proteção à maternidade, à infância e à assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. art 7. - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social. XXII - Redução de riscos inerentes ao trabalho, por meio de Normas de Saúde, Higiene e Segurança. XXVIII - Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Lei 8213 de 24 de Julho de 1991 art. 19 - Conceito legal - Acidente do Trabalho “Acidente do Trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho à serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. art. 20 - Conceito legal - Doença Ocupacional/Trabalho “Doença Ocupacional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”. “Doença do Trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o

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trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”. §.1 “A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador”. §. 2º “Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as Normas de Segurança e Higiene do Trabalho”. 7. 1 - DEFINIÇÕES LEGAIS Responsabilidade - (Língua Portuguesa) Qualidade de responsável. Obrigação de responder por certos atos ou fatos. Responsabilidade - (Definição Jurídica) Obrigação jurídica de responder, alguém, pelos próprios atos de outrem, em virtude de determinação de lei ou obrigação a qual se vinculou voluntariamente, quando estes atos não implicam em danos a terceiros ou a uma violação da ordem jurídica. Responsabilidade Solidária Consiste na delegação de serviços e ou tarefas sem que isso implique a desobrigação de atender conseqüências das ações praticadas pelo subcontratado. Culpa No direito penal é a omissão voluntária de diligência ou cuidado, falta ou demora no prevenir ou obstar um dano. Nada mais grave é do que a violação de um dever pré-existente em que o agente procede ou com imprudência, imperícia ou negligência. Imprudência É a atuação intempestiva e irrefletida. Consiste em praticar uma ação sem as necessárias precauções, isto é, agir com precipitação, inconsideração, ou inconstância. Imperícia É a falta de especial, habilidade, ou experiência ou de previsão no exercício de determinada função, profissão, arte ou ofício. Negligência É a omissão voluntária de diligência ou cuidado, falta ou demora no prevenir ou obstar um dano.

Graus de Culpa:

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Grave Se dá quando o sujeito ativo pratica a conduta com a intenção dolosa, ou por negligência, imprudência ou imperícia, consideradas impróprias ao comum dos homens. Leve É aquela evitável apenas com atenção ordinária. Levíssima É só evitável com atenção extraordinária. Modalidade de Culpa Culpa in eligendo Quando provém da falta de cautela ou providência na escolha do preposto ou pessoa a quem é confiada a execução de um ato, ou serviço. Caracteriza-se, exemplificativamente, o fato de admitir ou de manter o preponente a seu serviço, empregado não legalmente habilitado ou sem as aptidões requeridas, ou seja, a má escolha do representante ou preposto. Responsabilidade do Diretor, pelo encarregado de obras que descumpre normas de segurança. Culpa in vigilando É a que origina da inexistência de fiscalização por parte do patrão sobre a atividade de seus empregados ou prepostos. Responsabilidade do encarregado de obras, por acidente causado por seu funcionário, por falta de fiscalização. Culpa in omitendo É a que tem como fonte de abstenção, a negligência. Responsabilidade decorrente da não proibição do início da construção de uma aleta, não havendo materiais para escoramento. Culpa in custodiendo É a que emana da falta de cautela ou atenção do agente a respeito de algo que encontra-se sob a sua responsabilidade e cuidados. Responsabilidade civil do proprietário de um veículo que o empresta para um terceiro, que causa um acidente. Culpa in comitendo É a que o sujeito pratica ato positivo (doloso ou culposo), na forma de imprudência. Excesso de velocidade. Critérios que tem sido adotados para aferir a culpa Objetivo Tem em vista o homem médio, quer dizer, sua inteligência e perspicácia. Previsível é um resultado quando da ocorrência de seu evento que pode ser exigido do homem comum e normal, da sua atenção pessoal e diligências ordinárias. Em outras palavras, é aquilo que se poderia exigir da maioria das pessoas. Diligência Ordinária do Cidadão Comum: Permitir que o empregado permaneça em lugar com risco de queda com diferença de nível.

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Diligência Extraordinária do Técnico: Deixar de cumprir uma Norma Regulamentadora, dentre as que integram as Normas Gerais de Segurança Medicina e Higiene do Trabalho. Subjetivo Não aceita o parâmetro do homem médio, que é abstração, e recomenda que se deve levar em consideração a personalidade do indivíduo, quer dizer, suas condições personalíssimas (idade, sexo, grau de cultura, etc,). Ato ilícito Sua definição foi dada pelo próprio legislador ao dizer que “Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar prejuízos a outrem, fica obrigado a reparar o dano”. art. 159 - Código Civil. O ato ilícito ou omissão pode ser causado por ação ou omissão. Se a ação ou omissão for voluntária, intencional, o ato ilícito praticado é DOLOSO. Se a ação ou omissão for involuntária, mas o dano ocorre, o ato ilícito é CULPOSO. Espécie de dolo Dolo direto Quando o agente ativo quis o resultado. (art. 18, inciso I - Código Penal). Ex.: Furto. Dolo indireto Quando o sujeito ativo assumiu o risco de produzí-lo. (art. 18, inciso I - Código Penal). O dolo indireto comporta duas formas ou seja: Dolo alternativo Quando o sujeito quer um dos eventos que sua ação pode causar. Ex.: Agente desfere tiros contra a vítima, na intenção de matá-la esta, porém, apenas fere. Dolo eventual Quando o agente prevê o resultado e, embora não seja esta a razão de sua conduta, aceita-o. Ex.: Motorista que em desabalada corrida, para chegar a um ponto, aceita de antemão o resultado de atropelar uma pessoa. Acidentes decorrentes da atividade da empresa A ação ou omissão voluntária de que resulta danos pessoais, materiais e morais nos próprios empregados ou terceiros, pode ensejar responsabilidade nas seguintes áreas: a) Responsabilidade da empresa - Responsabilidade acidentária; - Responsabilidade trabalhista; -Responsabilidade administrativa perante o Ministério do Trabalho (multas);

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- Responsabilidade civil por danos pessoais, materiais e morais (indenizações civis); - Responsabilidade perante a coletividade (direitos difusos). b) Outros tipos de responsabilidades - Responsabilidade administrativa perante os órgãos que regulamentam a profissão (CONFEA, CREA, CRQ, CRM, OAB, etc,); - Responsabilidade criminal. Responsabilidade Acidentária Tem por móvel assegurar uma fonte alternativa de renda ao acidentado, distribuindo a cobertura do risco empresarial por toda a sociedade. Responsabilidade trabalhista Uma vez ocorrido o sinistro, abre-se ao empregado a possibilidade de, após o retorno da alta médica e desde que tenha permanecido ao menos 16 dias em gozo de auxílio doença acidentário, independentemente de seqüelas posteriores deduzir em juízo a estabilidade contida no art. 118 da lei 8213/91, que confere doze meses de emprego e salário, contados da comunicação da alta médica. Responsabilidade administrativa perante o Ministério do Trabalho (multas) No cumprimento das normas obrigatórias de ‘Segurança e Medicina do Trabalho, estabelecidas pela Portaria nº 3214/78 - art. 157 - incisos I a IV, da CLT, as empresas encontram-se ao abrigo da legislação repressiva, de índole punitiva, afastando o inconveniente de serem apenadas com multas e sofrerem embargos de suas obras em andamento, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal superveniente. Responsabilidade civil por danos pessoais, materiais e morais (indenizações) A responsabilidade da empresa decorrente de sua atividade pode ser de natureza contratual (ilícito contratual) ou extra contratual (também denominada culpa aquiliana). Culpa extra contratual Os danos materiais, pessoais e morais causados a terceiros devem ser reparados. Para fins de indenização, o empregado da empresa que sofrer acidente do trabalho é equiparado a terceiro e pode pleitear indenização civil se o acidente decorreu de culpa que possa ser imputada à empresa. (art. 6 - inciso XXVIII da Constituição Federal). Normas e procedimento inseridos nos contratos de trabalho e em regulamentos internos das empresas quanto ao procedimento de seus empregados, podem ser extremamente úteis na esfera criminal mas têm defeitos na esfera civil. Em muitos casos, pode-se concluir pela culpa recíproca ou concorrente envolvendo a própria vítima ou terceiros. Entre os danos pessoais, incluem-se também o dano estético, que é devido ao acidentado, quando do acidente resulte deformidade ou aleijão. Responsabilidade empresarial, perante a coletividade, direitos difusos/coletivos Da Proteção Constitucional - Constituição Federal/88 - Ação Popular; - Ação Civil Pública. art. 5Todos são iguais perante a lei, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes;

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inciso LXXIII Qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. art. 129 - São funções institucionais do Ministério Público inciso III Promover o inquérito CIVIL e a AÇÃO POPULAR para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Acidente decorrente da atividade empresarial em razão da responsabilidade criminal de acidente do trabalho A responsabilidade criminal é individual, não se transfere nem pode ser assumida pelo patrão, como no caso da responsabilidade civil. Quando do acidente decorre culpa grave, devidamente caracterizada em processo criminal, evidentemente com amplo e irrestrito direito de defesa, assegurado pela Constituição Federal/88 - art. 5 - inciso LV: “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”, o causador fica sujeito a: Quanto ao Procedimento Criminal - art. 5 e 27 do CPB: 1. Em caso de acidente do trabalho com morte: É obrigatório a abertura de Inquérito Policial - IP. 2. Nos demais casos: - de ofício; - pela requisição da autoridade judiciária; - pela requisição da autoridade do Ministério Público; - a requerimento do ofendido os seus familiares; - por qualquer pessoa do povo que poderá promover a iniciativa do Ministério Público. Visão no Brasil em relação à responsabilidade 1º - Até 2 horas: Dos Funcionários; 2º - De 2 até 48 horas: Das Chefias Imediatas; 3º - De 3 até 7 dias: Dos Profissionais Especializados nas áreas de Segurança Medicina e Higiene do Trabalho;

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4º - Mais de 7 dias: Da Direção da Empresa. I - Se resulta a morte do trabalhador: Pena: detenção de 1 a 3 anos. §. 3 - art. 121 - Código Penal Brasileiro - CPB. Aumento da pena de 1/3 se o crime foi resultante de inobservância de regra técnica inerente a profissão. §. 4 - art. 121 - Código Penal Brasileiro - CPB. II - Se resulta lesão corporal de natureza grave ou incapacidade permanente ao trabalho: Pena: detenção de 2 meses a 1 ano. §. 6 - art. 129 - Código Penal Brasileiro - CPB. Aumento da pena de 1/3 se o crime foi resultante de inobservância de regra da profissão. §. 7 - art. 129 - Código Penal Brasileiro - CPB. Recursos extremamente úteis para prevenirem acidentes e evitarem as suas conseqüências na esfera judicial Definir uma Política Formal de Prevenção de Acidentes, Doenças Ocupacionais e Preservação do meio Ambiente; Elaborar um Plano de Segurança/Saúde Ocupacional, através de um Grupo Multidisciplinar na própria Empresa; Elaborar e Implementar um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais específico para cada área de trabalho; Elaborar e Implementar um Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional específico para cada área de trabalho; Elaborara e Implementar um Programa de Prevenção de Riscos de Acidentes específico para cada área de trabalho; Elaborar e Implementar Normas e Procedimentos Internos de segurança / Saúde Ocupacional e que constem dos Contratos com Prestadores de Serviços; Cumprir e fazer cumprir essas Normas e Procedimentos através de Auditorias; Garantir recursos humanos, financeiros e materiais necessários para a realização de treinamentos nas unidades industriais; Manter uma equipe especializada de profissionais de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e de Higienistas; Realizar Avaliação, Controle e Monitoramento dos Agentes Ambientais; Assessorar os Prestadores de Serviços em todos os aspectos técnicos e operacionais;

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Elaborar e Implementar um Programa de Ergonomia específico para cada tipo de atividade em cada área de trabalho; Elaborar e Implementar um Programa de Proteção Radiológica, para cada tipo de material radioativo existente na unidade; Elaborar e Implementar um Programa de Proteção ao Meio Ambiente, principalmente em relação as Emissões Fugitivas; Elaborar e Implementar um Plano de Controle de Emergências; Elaborar e Implementar um Plano de Prevenção e Combate à Incêndios na unidade industrial; Elaborar e Implementar um Programa de Proteção Respiratória; Manter interface com os demais setores da unidade industrial; Buscar o Benchmarking, adotando postura de líder em todos os seus segmentos; Informar a todos os seus funcionários e prestadores de serviço, os riscos existentes e as medidas de controle existentes aos quais essa população está exposta; Proporcionar a sua equipe técnica visitas técnicas, visando o desenvolvimento e o aprimoramento de novas técnicas: bem como cursos de aperfeiçoamento; Manter banco de dados com todas as informações pertinentes ao desenvolvimento de suas ações, visando a melhoria contínua; Estabelecer objetivos e metas factíveis de serem alcançados; Estabelecer Planos de Ações, para redirecionamento sempre que for necessário. 8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: · Segurança e Medicina do Trabalho. Manual de Legislação de Normas Regulamentadoras, Portaria 3.214/78. . SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Procedimento de Segurança e Higiene do Trabalho, Vitória – E.S, 1996. . SILVA, Waldecy Antonio da Rocha. Metodologia de Análise de Risco. Revista CIPA, 2003. . PADÃO, Márcio Elmor. Esmerilhadeira Portátil: Cuidados com seu Manejo. Revista Proteção, 1988. . WHITE MARTINS SOLDAGEM. Segurança em Processos Oxi-Combustíveis. Informativo Técnico, 1996. . BRINQUETE, Rui. Poluição das Águas, do Ar e dos Solos. Disponível em: URL:http://www.terravista.pt/nazare/6207. . SIQUEIRA, Hugo Luiz Fagundes. Responsabilidade das Empresas em Acidentes de Trabalho. XI Jornada Latino Americana de Seguridad e Higiene em el Trabajo, Santiago, Chile, outubro, 1997. Revista Proteção, 1998.

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