apostila de projeto residencial - excelente

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MEC – SEMTEC Centro Federal de Ensino Tecnológico de Mato Grosso Projetos de Instalações Elétricas Rua Zulmira Canavarros, 95 – Centro 78005-390 – Cuiabá-MT 65 314-3531 Cel: 9951-0308 e-mail: [email protected] / [email protected]

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MEC – SEMTEC Centro Federal de Ensino Tecnológico

de Mato Grosso

Projetos de Instalações Elétricas

Rua Zulmira Canavarros, 95 – Centro 78005-390 – Cuiabá-MT

65 314-3531 Cel: 9951-0308 e-mail: [email protected] / [email protected]

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MATO GROSSO – CEFET/MT PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Prof. Luís Anselmo da Silva

ÍNDICE

UNIDADE I – REVISÃO DE ELETRICIDADE BÁSICA

UNIDADE II – MATERIAIS ELÉTRICOS MAIS USADOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

UNIDADE III – PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RESIDENCIAIS

3.1 – desenvolvimento do quadro auxiliar

3.2 – elaboração do quadro de cargas 3.3 – elaboração do diagrama esquemático

3.4 – elaboração do diagrama unifilar 3.5 – padrão de energia

3.6 – planta de localização

UNIDADE IV – PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS

4.1 – revisão do desenvolvimento do P.I.E. residencial 4.2 – cálculo de demanda para o edifício e para o condomínio

4.3 – posto de transformação 4.4 – diagrama unifilar geral

4.5 – diagrama vertical

UNIDADE V - ANEXOS

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UNIDADE I – REVISÃO DE ELETRICIDADE BÁSICA 1. DEFINIÇÕES 1.1 - POTENCIAL / DIFERENÇA DE POTENCIAL / TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA Um corpo em repouso está eletricamente neutro; dizemos que o seu potencial é zero (nulo). Se esse mesmo corpo perder ou ganhar cargas elétricas negativas, através de um processo qualquer de eletrização (atrito, contato ou indução), ele passa a ter um potencial positivo ou negativo, respectivamente. Se dois corpos com potenciais diferentes forem colocados próximos um do outro, a diferença de potencial (ddp) entre eles fará aparecer uma força denominada força eletromotriz. A medida da intensidade dessa força é a tensão elétrica. Se proporcionarmos um caminho entre esses dois corpos capaz de permitir o escoamento das cargas elétricas negativas do corpo eletrizado negativamente para o corpo eletrizado positivamente, esse fluxo ordenado de cargas negativas constituirá a corrente elétrica. Elétrons livres (cargas negativas) estão em constante movimento nos materiais, de forma desordenada. Para que esses elétrons livres passem a se movimentar de forma ordenada, é necessário que apliquemos uma força eletromotriz (tensão elétrica). A unidade de medida de potencial, diferença de potencial, força eletromotriz e tensão, é o VOLT (V). O movimento ordenado dos elétrons livres no interior do material provocado pela ação da tensão, forma uma corrente de elétrons denominada corrente elétrica, cuja unidade de medida é o AMPÈRE (A). 1.2 - POTÊNCIA ELÉTRICA Nós não vemos os elétrons se movendo no interior de um material; o que percebemos são os efeitos produzidos pela ação conjunta da tensão e da corrente elétrica: luz, calor, choque elétrico, movimento, imagem, som, etc. Esses efeitos são possíveis devido à potência elétrica. Quando acendemos uma lâmpada, percebemos que ela produz uma certa quantidade de luz e calor (efeitos) que nada mais é do que a potência elétrica que foi transformada em potência luminosa (luz) e potência térmica (calor). Mas para haver potência elétrica, é preciso haver a ação conjunta da tensão e da corrente elétrica.

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Observe que:

- quando diminuímos a tensão, a lâmpada brilha e aquece menos; - quando aumentamos a tensão, a lâmpada brilha e aquece mais. Concluímos, então, que a potência elétrica é diretamente proporcional à tensão, porque variam entre si, da mesma maneira.

Observe também que:

- quando diminuímos a corrente, a lâmpada brilha e aquece menos; - quando aumentamos a corrente, a lâmpada brilha e aquece mais.

Concluímos, então, que a potência elétrica também é diretamente proporcional à corrente, pelo mesmo motivo.

Portanto, podemos dizer que a potência elétrica varia de forma direta com a tensão e com a corrente, ou seja, potência elétrica é o resultado do produto da tensão pela corrente:

Potência = Tensão X Corrente

A unidade de medida da potência elétrica será o produto das unidades de tensão e corrente elétrica, ou seja, VOLT-AMPÈRE (VA). A potência elétrica também é chamada de Potência Aparente e é o resultado da soma vetorial de duas formas de potência que veremos mais tarde: a Potência Ativa, que é a parte da potência elétrica responsável pela realização do trabalho que esperamos dos eletrodomésticos, medida em WATT (W) e da potência reativa, responsável pela criação do campo magnético que movimenta a parte rotativa dos motores elétricos, medida em VOLT-AMPÈRE REATIVO (VAr).

O FATOR DE POTÊNCIA é um valor percentual que informa quanto da potência elétrica foi realmente transformada em trabalho. Nos projetos elétricos residenciais, desejando-se saber quanto da potência aparente foi transformada em potência ativa, aplicam-se os seguintes valores de fator de potência:

1,0 para circuitos de iluminação; 0,8 para circuitos de tomadas de uso geral.

1.3 - CARGA / RESISTOR

Todos os aparelhos eletrodomésticos que usamos no dia-a-dia em nossa casa,são considerados CARGAS elétricas, porque transformam energia elétrica em outra forma qualquer de energia (térmica, luminosa, mecânica, etc.).

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As cargas elétricas, normalmente, transformam apenas parte da energia elétrica que fornecemos a ela, em trabalho. Outra parte, é necessária para gerar campo magnético girante, capaz de fazer movimentar os motores que acionam aparelhos como ventiladores, bombas d’água, liquidificadores, enfim, uma infinidade de cargas consideradas induzidas (palavra que vem de indutor, bobinas, enrolamentos de motores elétricos). Há um tipo especial de carga que transforma toda (100%) energia elétrica fornecida à ela em trabalho. São os RESISTORES, que produzem calor, como resultado do seu trabalho. Exemplos de resistores são os chuveiros/torneiras/ aquecedores elétricos, ferros de passar roupas, lâmpadas incandescentes, etc.. Seu fator de potência, portanto, é igual a 1,0. 1.4 - FONTE / CIRCUITO Uma FONTE de energia elétrica é um provedor de tensão, capaz de não permitir que a diferença de potencial entre dois pontos se anule, permitindo que o fluxo de elétrons esteja sempre em movimento. As pilhas e as baterias são tipos de fonte de corrente contínua, que possuem dois pólos carregados, de cargas negativas (pólo negativo) e positivas (pólo positivo), estabelecendo uma d.d.p. constante entre seus pólos. Essa d.d.p. vai perdendo a força na medida em que essas fontes se descarregam, ao longo de um certo período. Um circuito elétrico básico, é formado por uma fonte, uma carga e pelos condutores que os unem. Outros dispositivos, como chaves, medidores de tensão e corrente, etc., entretanto, podem ser adicionados aos circuitos, com diversas finalidades específicas. 1.5 - CORRENTE E TENSÃO CONTÍNUAS A tensão contínua é uma força de intensidade constante, que impulsiona o fluxo de elétrons livres numa direção e sentido também constante ao longo do tempo. Tensão e corrente, então, com essas características, são chamados de tensão e corrente contínuas. Tensão e corrente contínuas são características de circuitos alimentados por fontes como as pilhas, as baterias, etc., onde o fluxo de eletros parte do pólo negativo, na direção do pólo positivo dessas fontes. Nesses circuitos, os condutores conectados ao pólo positivo da fonte, são denominados condutores positivos (+) e aqueles conectados ao pólo negativo da fonte, de condutores negativos (-). Nessa modalidade de tensão e corrente elétricas, não existe freqüência, uma vez que os valores sendo constante, não há a repetição de ciclos.

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1.6 - CORRENTE E TENSÃO ALTERNADAS As usinas hidrelétricas, por exemplo, utilizam a energia potencial das quedas d’água, para moverem as turbinas, e portanto, a peça móvel dos geradores de energia elétrica chamada indutor. Um campo elétrico em movimento constante intercepte os condutores fixos de uma peça que envolve o indutor, chamada induzido, produzindo uma força eletromotriz e, conseqüentemente, uma corrente elétrica, ou seja, a potência gerada ou, ao longo do tempo, a energia elétrica gerada. Essa modalidade de tensão e corrente elétricas, é denominada ALTERNADA porque, tanto a tensão quanto a corrente, variam de intensidade, direção e sentido, com o tempo. Tensão e corrente elétrica se comportam segundo uma senóide, que aumenta de valor numa direção e sentido até atingir seu valor máximo, decrescendo, em seguida até atingir o ponto zero novamente e, depois, voltam a crescer, só que em sentido contrário até o valor máximo, voltando ao ponto zero novamente. Essa evolução completa é denominada “ciclo”, e o número de ciclos desenvolvidos numa determinada unidade de tempo, é denominado “freqüência”. No Brasil, a corrente alternada é fornecida na freqüência de 60 ciclos por segundo, ou 60 Heartz (Hz). 1.7 - CIRCUITOS ELÉTRICOS É o conjunto de condutores, eletrodutos, emendas, caixas de passagem, dispositivos de proteção, etc. que, interligados, partem de um quadro de distribuição, e levam energia elétrica para uma carga ou um grupo delas. Podem ser de dois tipos, basicamente: CIRCUITOS TERMINAIS, cujos dispositivos partem de uma mesma proteção localizada no quadro de distribuição e alimentam diretamente as cargas elétrica (com exceção das próprias cargas, pois não fazem parte dos circuitos terminais, visto que podem ser substituídas por outras); e CIRCUITOS DE DISTRIBUIÇÃO, que interligam dois ou mais quadros de distribuição. 1.8 - QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO DE LUZ Quando dizemos “circuitos de luz”, queremos nos referir às cargas de iluminação e tomadas de um modo geral. Para diferenciar os circuitos que alimentam motores elétricos, denominamos, para estes, “circuitos de força”. O Quadro de Distribuição de Luz é o local de onde partem os circuitos terminais à partir de suas respectivas proteções. Esse quadro recebe energia elétrica proveniente do medidor da Concessionária através do circuito de distribuição, que chega no QDL na proteção geral e nos barramentos. Cada circuito terminal parte dos barramentos, após passar pela proteção individual, se dirigindo para as respectivas cargas.

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UNIDADE II – MATERIAS MAIS USADOS EM INSTALAÇÕES

ELÉTRICAS

2. MATERIAIS ELÉTRICOS 2.1 – CONDUTORES ELÉTRICOS Materiais condutores (fios, com um só elemento condutor de eletricidade e cabos elétricos, constituído de diversos elementos condutores) isolados com materiais isolantes, são usados nas instalações elétricas como vias dentro das quais fluem as correntes elétricas. Para uso em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais, os condutores e COBRE isolados com PVC são os mais comumente usados, com exceção dos utilizados para instalação de aterramento (ligação à terra de uma instalação) e de proteção (ligação à terra das partes metálicas estranhas às instalações elétricas), que devem estar desprovidos da isolação. São apresentados no mercado segundo um critério que informa a área nominal de sua secção transversal em mm² (série métrica), atendendo pela denominação de “bitola” do condutor. Normalmente são comercializados nas bitolas de 0,5; 0,75; 1,0; 1,5; 4,0; 6,0; 10,0; 16,0; 25,0; 35,0; 50,0; 75,0; 95,0; 120,0 mm², etc. São fabricados para trabalhar numa temperatura de até 70º centígrados, para isolação de PVC (existem outros materiais usados para isolação, mas não aplicáveis às instalações elétricas residenciais, devido ao alto custo). Os condutores fabricados com alumínio também são aplicados em instalações elétricas comerciais e industriais, para instalações expostas ao tempo, visto que geralmente são apresentados sem isolação (nus), em bitolas superiores a 35 mm². Segundo a NBR-5410 da ABNT as bitolas mínimas aceitas em projetos de instalações elétricas residenciais são as seguintes:

- para circuitos de iluminação – 1,5 mm² - para circuitos de tomadas, de força e de distribuição – 2,5 mm²

2.2 – ELETRODUTOS

São Dutos elétricos (tubos), dentro dos quais são instalados os condutores. Servem, portanto, para proteger os condutores da alvenaria, dentro das quais estão embutidos, ficando livres para serem substituídos na medida em que isso venha a ser necessário, ou para que sejam inseridos ou removidos.

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Podem ser fabricados em PVC, liso ou corrugado, rígidos ou flexíveis, podendo ser encontrados no mercado em barras de 3 metros ou em rolos. Os de ferro podem apresentar paredes finas (leves) ou mais espessas (pesados) e são considerados eletrodutos magnéticos. Estão disponíveis no mercado em vários diâmetros, como ½” (16mm); ¾” (20mm); 1” (25mm); 1 ½” (32mm); 2” (50mm); etc. O número de condutores lançados dentro de um eletroduto está restrito, segundo orientação da NBR-5410, à área útil de 40% do mesmo. Os 60% restantes servem para facilitar o manuseio dos condutores entro dos eletrodutos mas, principalmente, para que haja espaço para a dissipação do calor emanado dos condutores quando percorridos por uma corrente elétrica (efeito Joule). 2.3 – CAIXAS DE PASSAGEM Assim como os eletrodutos, as caixas de passagem podem ser encontradas no mercado em plástico ou metal. São dispositivos que servem para a instalação de interruptores e tomadas de corrente, normalmente embutidas nas paredes. Os eletrodutos sempre chegam ou partem dessas caixas e, para que sejam instalados nelas, é necessário que hajam furos nos diâmetros externos adequados aos eletrodutos. As caixas, portanto, vêm pré-furadas, bastando a remoção das chapinhas que encobrem os furos. São fabricadas nos formatos retangulares (para uso normalmente nas paredes e pisos) ou octogonais (para instalação no teto). Podem ser encontradas nas dimensões de 4x2”, 4x4”, etc. Há caixas de passagem disponíveis em tamanhos maiores, com a finalidade de permitir a inspeção/manutenção de circuitos que passam por elas, a exemplo das CPM - caixas de passagem metálicas usadas nas prumadas (grupo de condutores que sobem verticalmente num edifício) ou as CPA – caixas de passagem de alvenaria, instaladas no piso. 2.4 – LÂMPADAS E LUMINÁRIAS As lâmpadas são fontes de luz artificial e podem ser classificadas em lâmpadas incandescentes e lâmpadas de descarga.

As lâmpadas incandescentes são as que utilizam um filamento (normalmente de tungstênio, por ser um metal muito resistente ao calor) que incandesce ao ser percorrido por uma corrente elétrica. São puramente resistivas, de baixo rendimento, mas que reproduzem as cores como a luz natural, por isso chamadas de luz quente. São divididas em dois grupos : as comuns ou de uso geral, são as usadas nas residências; e as para fins especiais, como as ornamentais; as destinadas a faróis de veículos; flash fotográfico; projetores cinematográficos; para uso em fisioterapia; etc. As lâmpadas de descarga precisam de um gás em seu interior (nas incandescente, faz-se vácuo no interior dos bulbos de vidro), cujos átomos se agitam quando submetidos à uma diferença de potencial, chocando-se contra os bulbos de vidro impregnados de pó químico, produzindo a radiação luminosa. Reproduzem as cores não tão próximas às vistas sob a luz natural, sendo

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chamadas de luz fria. Podem ser encontradas no mercado como lâmpadas fluorescentes, mistas, vapor de mercúrio, vapor de sódio, multi-vapores metálicos, etc. As luminárias são usadas para servirem de suporte para as lâmpadas e para decorar. Entretanto, sua principal função é orientar o fluxo luminoso. Na escolha da luminária devem ser observados fatores e ordem econômica, durabilidade, facilidade de manutenção, além de, principalmente, a maneira como orienta o fluxo de luz. Podem ser do tipo direta ou semi-direta (orientam todo ou grande parte do fluxo de luz para o plano de trabalho); indireta ou semi-indireta (orientam todo ou grande parte do fluxo de luz em direção contrária ao plano de instalação; concentrante direta ou semi-concentrante direta (direcionam um fluxo concentrado para o plano de trabalho, num círculo de menor ou maior diâmetro). 2.5 – INTERRUPTORES São dispositivos de comando de lâmpadas, que servem para interromper a passagem da corrente elétrica que alimenta os circuitos de iluminação. São instalados em série com os condutores fase. Quando estão na condição “aberto”, impedem que os soquetes das lâmpadas fiquem potencializados (energizados), possibilitando uma manutenção segura, sem risco de choques elétricos. Podem comandar um ou um grupo de lâmpadas de um só local (interruptores simples ou de uma seção); duas lâmpadas ou dois grupos de lâmpadas, independentemente, de um só local (interruptores de duas seções); três lâmpadas ou três grupos de lâmpadas, independentemente, de um só local (interruptores de três seções); uma lâmpada ou um grupo de lâmpadas de dois locais distintos, como escadas ou áreas com dois acessos (interruptores paralelos ou three-way); uma lâmpada ou um grupo de lâmpadas de mais de dois locais distintos (interruptores four-way). Além desses tipos, há os interruptores destinados a comandar lâmpadas automaticamente: minuteria, comum na saída dos elevadores dos pavimentos de edifícios residenciais, que mantém acesas as lâmpadas por um período de aproximadamente um minuto; relés fotoelétricos, que são acionados pela luz do sol para apagar as lâmpadas, ou acende-las, quando anoitece, etc.. 2.6 – TOMADAS DE CORRENTE Assim como as torneiras são tomadas de água dos circuitos hidráulicos, as tomadas de corrente são derivações dos circuitos elétricos destinadas a suprir, de tensão e corrente, os aparelhos eletrodomésticos, de escritórios, etc. Sob o ponto de vista dos aparelhos a que se destinam, as tomadas de corrente podem ser classificadas em dois grandes grupos:

- as tomadas de uso geral (TUG), que disponibilizam energia elétrica para os portáteis, cujo conhecimento prévio dos valores de suas respectivas potências não tem importância durante o dimensionamento dos circuitos

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nos projetos elétricos. Para dimensiona-las, são atribuídos valores de acordo com a área onde serão instaladas.

- As tomadas de uso específico (TUE), que se destinam à alimentação de aparelhos que requerem instalação fixa, como chuveiros e torneiras elétricas, aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar roupas, banheiras de hidromassagem, etc. Entretanto, portáteis que solicitem mais de 10 A de corrente, devem ser alimentados à partir de TUEs. Segundo o local onde serão instaladas, as tomadas de corrente podem ser

altas, médias ou baixas: as primeiras, instaladas à uma altura superior a 2,0m à partir do piso acabado; as médias, à 1,3m acima do piso acabado e as baixas, à 0,3m acima deste.

Quando alimentadas por apenas uma fase, elas são denominadas tomadas monofásicas; podem, entretanto, ser do tipo bifásica ou trifásica. Segundo o número de pólos, podem se bipolares (fase+neutro) ou tripolares (fase+neutro+proteção ou fase+fase+proteção). 2.7 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Os dispositivos de proteção são responsáveis pelo monitoramento das correntes que circulam pelos circuitos, impedindo que sobre-correntes (correntes superiores às correntes nominais – aquelas para as quais os aparelhos foram dimensionados) prejudiquem o bom funcionamento dos aparelhos. As sobre-correntes podem ser de dois tipos: curto-circuito, que são muito elevadas e de curta duração e que, portanto devem ser interrompidas rapidamente; e as sobrecargas, que são sobre-correntes de longa duração, porém, de valores pouco acima das correntes nominais. Há três tipos, basicamente de dispositivos de proteção disponíveis: os fusíveis, os disjuntores e os dispositivos diferenciais residuais. Os fusíveis são descartáveis e só oferecem proteção contra curto-circuito. Contém um elo fusível fabricado de material sensível ao calor e que são dimensionados para interromper a passagem de corrente com o seu rompimento, quando percorridos por correntes superiores aquelas para as quais foram fabricados. Os disjuntores termomagnéticos (DTM) são religáveis quando desligados pela passagem de uma sobre-corrente (protegem tanto contra sobrecargas quanto contra curtos-circuitos) e podem ser usados como interruptores de circuitos. Os mais comuns são os de caixa moldada, fabricados com invólucro de PVC preto. Os dispositivos diferenciais residuais oferecem proteção contra choques elétricos, interrompendo a alimentação de um circuito percorrido por uma corrente de falta. Esses dispositivos estão associados a sistemas de aterramento e a NBR-5410 estabelece situações em que esses dispositivos devem se instalados para proteger as pessoas. Quando associados aos DTM, são denominados disjuntores diferenciais residuais.

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2.8 – QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO Os circuitos terminais (de iluminação e tomadas) partem todos de quadros de distribuição instalados em locais estratégicos em uma residência. Reúnem, portanto, dispositivos de proteção, barramentos de fase, neutro e terra e condutores elétricos que seguirão, à partir de seus respectivos DTM, para os circuitos de iluminação e tomadas de uso geral e específicas. Existem quadros de distribuição disponíveis para diversos tamanhos. Os mais comuns são os destinados a atender 6, 12, 18, 24 e 36 circuitos (espaços disponíveis para DTM monopolares) São fabricados em PVC ou metal e podem ser encontrados com ou sem barramentos. Normalmente, os destinados a atender instalações trifásicas, são providos de espaço para proteção geral e possuem barramentos.

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UNIDADE III – PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RESIDENCIAIS

1.CONSIDERAÇÕES GERAIS

1.1 - DEFINIÇÃO Projeto, de uma forma geral, é um planejamento formalizado. Um Projeto de Instalações Elétricas, portanto, é um planejamento para que as instalações elétricas de uma área possam ser executadas. O Objetivo de um PIE é permitir que uma instalação elétrica seja executada com economia e segurança, oferecendo conforto ao usuário. Um PIE deve ser elaborado atendendo as prescrições das normas da ABNT, da concessionária, etc., para que não possam existir riscos de dimensionamento incorreto de condutores, eletrodutos, dispositivos de proteção, etc.. 1.2 - CONSTITUIÇÃO DE UM PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Um PIE deve conter, basicamente, os seguintes itens:

- Memória e Cálculo: onde o projetista descreve e justifica as soluções aplicadas no projeto;

- Representação Gráfica: constituem as plantas, os esquemas, os detalhes, a simbologia, os diagramas, etc.;

- Especificação Técnica, Quantificação de Materiais e Orçamento: necessários para a estimativa de custo da obra.

1.3 - FASES DE UM PIE Todo projeto passa, normalmente, por três fases distintas : o ESTUDO PRELIMINAR, momento em que o projetista recebe do cliente o projeto arquitetônico da edificação e todas as informações relevantes para a elaboração do PIE; ANTEPROJETO, fase em que as definições básicas do projeto já estão elaboradas, além da estimativa de cargas, a definição do tipo de consumidor, etc., além de alguns detalhes e diagramas; PROJETO DEFINITIVO, nessa fase, o projeto já está completamente finalizado e pronto para ser submetido à análise. 1.4 - A CONCESSIONÁRIA LOCAL E SUAS NORMAS TÉCNICAS Em Mato Grosso, a REDE/Cemat é a empresa responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Ela também regula e fiscaliza projetos e instalações elétricas de consumidores primários (que recebem energia elétrica à partir dos alimentadores de alta tensão) e secundários (que são alimentados à partir da baixa tensão). Possui várias normas técnicas que devem

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ser consultadas durante a elaboração dos projetos e execução de obras de instalações elétricas, dentre as quais: DDI.1.1.01.0 – Materiais padronizados da distribuição DDI.1.1.04.1 – Critérios para projeto de Redes de Distribuição Urbana DDI.1.1.06.0 – Fornecimento de energia elétrica em tensão primária 13,8kV NTE-010 – Caixas para equipamentos de medição DDI.1.130.0 – Montagem de redes de distribuição urbana NTE-007 – Fornecimento de energia elétrica para edificações de uso coletivo NTE-013 – Fornecimento de energia elétrica em tensão secundária de distribuição 1.5 - A NBR 5410, DA ABNT A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, regulamenta a elaboração de projetos de instalações elétricas em baixa tensão e a sua execução através da norma técnica NBR-5410 (procedimentos). 2 - DESENVOLVIMENTO DO QUADRO AUXILIAR O quadro auxiliar é uma planilha de cálculo, onde serão reunidos os resultados dos dados obtidos após o levantamento das cargas de iluminação, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico, de acordo com as condições estabelecidas pela Norma.

Dependência

Dimensões

Potência de Iluminação( VA )

TUG’s

TUE’s

(local)

Área (m2 )

Perímetro ( m )

Qtde. Potência ( VA )

Qtde. Potência ( VA )

Discrimina ção

Potência

Portanto, de posse da planta baixa da residência que se deseja projetar, iniciamos por calcular as áreas ( m2 ) e perímetros ( m ) das dependências, anotando os respectivos valores no quadro e, em seguida, registramos o levantamento das cargas de iluminação, TUG’s e TUE’s, de acordo com as seguintes recomendações da NBR-5410 : 2.1 - CARGAS DE ILUMINAÇÃO Condições para se estabelecer a quantidade mínima de pontos de iluminação : . prever, pelo menos, um ponto de luz no teto, comandado por um interruptor de parede.

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. arandelas no banheiro devem estar distantes, no mínimo, 60 cm do limite do boxe. Como pode ser observado, o critério estabelecido pela Norma é bastante subjetivo. Em caso de residências, podemos determinar o número de pontos de iluminação para cada área, adotando o seguinte procedimento : a . verificar o valor do pé-direito ( h ); b . verificar se o comprimento ( c ) do local é múltiplo do pé-direito ( h ), dividindo este valor pelo anterior - anotar o valor, se for inteiro; c . fazer o mesmo com a largura ( l ) - anotar o valor, se for inteiro; d . o produto do resultado de ( b ) e ( c ), fornece o número de pontos de iluminação. Exemplo : h = 2,7 m c = 4,2 m l = 3,0 m c / h = 1,55 -------- 1,0 l / h = 1,11 --------- 1,0 1,0 x 1,0 = 1,0 ---- um ponto de iluminação 2.1.1 - Condições para se estabelecer a potência mínima de iluminação : A carga de iluminação é feita em função da área do cômodo da residência. Para área igual ou inferior a 6 m2

. atribuir um mínimo de 100 VA

Para área superior a 6 m2

. atribuir um mínimo de 100 VA para os primeiros 6 m2

acrescidos de 60 VA para cada 4 m2 inteiros

Obs.: a NBR 5410 não estabelece critérios para iluminação de áreas externas em residências, ficando a decisão por conta do projetista e do cliente. 2.2 - CARGAS DE TOMADAS DE USO GERAL ( TUG’s ) Tomadas de Uso Geral ( TUG’s ) são aquelas que não se destinam à ligação de equipamentos específicos, e nelas são sempre ligados aparelhos móveis ( enceradeiras, aspiradores de pó, etc. ) ou aparelhos portáteis ( secadores de cabelo, furadeiras, etc. )

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2.2.1 - Condições para se estabelecer a quantidade mínima de Tomadas de Uso Geral Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m2

. no mínimo uma tomada

Cômodos ou dependências com mais de 6 m2

. no mínimo uma tomada para cada 5 m ou fração de perímetro, espaçadas tão

uniformemente quanto possível

Cozinhas, copas, copas-cozinhas e áreas de serviço

. uma tomada para cada 3,5 m ou fração

de perímetro, independente da área

Subsolos, varandas, garagens ou sótãos

. pelo menos uma tomada

Banheiros

no mínimo uma tomada junto ao

lavatório com uma distância mínima de 60 cm do limite do Box

2.2.2 - Condições para se estabelecer a potência mínima de Tomadas de Uso Geral Banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais semelhantes

. atribuir, no mínimo, 600 VA por

tomada, até 3 tomadas . atribuir 100 VA para as excedentes

Demais cômodos ou dependências

. atribuir, no mínimo, 100 VA por tomada

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2.3 - CARGAS DE TOMADAS DE USO ESPECÍFICO ( TUE’s ) Tomadas de Uso Específico ( TUE’s ) são destinadas à ligação de equipamentos fixos e estacionários, como é o caso de chuveiros, torneiras elétricas, secadoras de roupa, etc. 2.3.1.- Condições para se estabelecer a quantidade de tomadas de uso específico ( TUE’s ) . a quantidade de TUE’s é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de utilização, com corrente nominal superior a 10 A, ou que necessitem de instalação fixa. 2.3.2 - Condições para se estabelecer a potência de Tomadas de Uso Específico (TUE’s) . atribuir a potência nominal do equipamento a ser alimentado, normalmente fornecido pelo fabricante ou encontrado em tabelas com valores médios. 2.4 - CARGA INSTALADA

2.4.1 - Levantamento da Potência Total prevista (Carga Instalada) Uma vez elaborado o quadro auxiliar, é possível fazer o levantamento da potência total prevista para esse projeto. Essa informação nos permite determinar o tipo de consumidor segundo as prescrições da Concessionária local, no nosso caso, a CEMAT / REDE, através da Norma NT 1.1.07.1 ( Fornecimento de Energia Elétrica em Baixa Tensão ), o tipo de fornecimento, a tensão de alimentação e o padrão de energia elétrica. C (KW) = [ ΣPilum. (VA) . fp + ΣPTUG (VA) . fp + ΣPTUE (W) ] / 1.000 Onde : ΣPilum. (VA) = somatório das potências previstas para todas as cargas de iluminação, inclusive iluminação externa (basta somar a respectiva coluna do quadro auxiliar). ΣPTUG (VA) = somatório das potências previstas para todas as cargas de tomadas de uso geral (basta somar a respectiva coluna do quadro auxiliar) ΣPTUE (W) = somatório das potências de todas as cargas de tomadas de uso específico (basta somar a respectiva coluna do quadro auxiliar)

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2.5 - FATOR DE POTÊNCIA (fp) Sendo a potência ativa uma parcela da potência aparente, pode-se dizer que ela representa uma porcentagem da potência aparente que é transformada em potência mecânica, térmica, luminosa, etc. ou seja, trabalho.

A esta porcentagem, dá-se o nome de fator de potência.

Nos projetos de instalações elétricas, desejando-se saber o quanto da potência aparente (potência fornecida pela fonte) foi transformada em potência ativa (trabalho), aplica-se os seguintes fatores de potência : fp ilum = 1,0 – para iluminação fp TUG = 0,8 – para tomadas de uso geral Esses valores foram fornecidos pela NBR 5410 para P.I.E. Residenciais, visto que as cargas de iluminação são predominantemente resistivas (lâmpadas incandescentes) e as tomadas de uso geral (normalmente pequenos motores elétricos ou resistores) não são específicas. 2.6 - TIPO DE CONSUMIDOR Verifique, agora, em que categoria de atendimento o seu projeto se enquadra : Tipos de Fornecimento e Tensão de acordo com as Normas da CEMAT / REDE De acordo com a Norma NT 1.1.07.1, TABELA 1 – DIMENSIONAMENTO DAS CATEGORIAS DE ATENDIMENTO (ver cópia anexa), são os seguintes os tipos de fornecimento de energia elétrica e suas respectivas tensões : 220 / 127 V - Monofásico, tipos M1, M2 e M3 Bifásico, tipos B1 e B2 Trifásico, tipos T1, T2, T3 e T4 380 / 220 V - Monofásico, tipos M4, M5 e M6 Bifásico, tipos B3 e B4 Trifásico, tipos T5 e T6 3 - DIVISÃO DE CIRCUITOS 3.1 - DEFINIÇÕES Circuito Elétrico É o conjunto de equipamentos e fios, ligados ao mesmo dispositivo de proteção. Em uma instalação elétrica residencial, encontramos dois tipos de circuito : os circuitos terminais e o circuito de distribuição.

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Circuitos Terminais : partem do quadro de distribuição e alimentam lâmpadas, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico. Circuitos de Distribuição : interligam dois ou mais quadros de distribuição. A instalação elétrica de uma residência, deve ser dividida em circuitos terminais. Isso facilita a manutenção e reduz a interferência. A divisão da instalação elétrica em circuitos terminais, segue critérios estabelecidos pela NBR 5410, apresentados a seguir : 3.2 - CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PELA NBR 5410

. PREVER CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO, SEPARADOS DOS CIRCUITOS DE TOMADAS DE USO GERAL

. PREVER CIRCUITOS INDEPENDENTES , EXCLUSIVOS PARA TOMADAS DE

USO ESPECÍFICO

Além desses critérios, o projetista considera também as dificuldades referentes à execução da instalação.

Se os circuitos ficarem muito carregados, os fios adequados para suas ligações

irão resultar numa seção nominal ( bitola ) muito grande, dificultando :

. a instalação dos fios nos eletrodutos e . as ligações terminais (interruptores e tomadas)

Para que isso não ocorra, é usual prever mais de um circuito de iluminação e

tomadas de uso geral, de tal forma que a seção nominal dos fios não fique maior que 4,0 mm2 .

Aplicando os critérios estabelecidos pela norma, deveremos ter, no mínimo, os seguintes circuitos, via de regra : . um circuito para iluminação

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. um circuito para tomadas de uso geral

. tantos circuitos quantas forem as tomadas de uso específico. Tendo em vista porém, as questões de ordem prática, optaremos por dividir : . as cargas de iluminação em, pelo menos, dois circuitos : - circuito destinado à iluminação de áreas sociais: sala, quartos, banheiros e hall; - circuito destinado à iluminação de áreas de serviço : copa, cozinha, área de serviço, área externa. Optou-se por dividir as cargas de iluminação em dois circuitos (social e de serviço), mesmo sendo pequena a potência de cada um, pois, em caso de defeito ou manutenção, não é necessário desligar toda a iluminação. . as cargas de tomadas de uso geral em, pelo menos, dois circuitos : - circuito destinado às cargas de tomadas de uso geral de áreas sociais : sala, quartos, banheiros e hall - circuito destinado às cargas de tomadas de uso geral de áreas de serviço : copa, cozinha e área de serviço. Optou-se por dividir as cargas de tomadas de uso geral em mais de um circuito por dois motivos : 1º - para que o fio não seja maior que 4,0 mm2 . Na prática, faz-se a divisão dos circuitos de tal forma que cada um tenha uma potência de, no máximo, 2500 VA na tensão de 127 V ou 4300 VA na tensão de 220 V. 2º - Para não se misturar no mesmo circuito de tomadas de uso geral da cozinha, copa e área de serviço, com tomadas de uso geral da sala, quartos, hall e banheiros.

preferencialmente, estabelecer um equilíbrio entre as potências destinadas a

circuitos de mesma origem, com a finalidade de permitir uma distribuição mais homogênea das cargas entre as fases disponíveis.

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4 - ELABORAÇÃO DO QUADRO DE CARGAS Após a divisão dos circuitos, os dados encontrados no quadro auxiliar, serão transportados para o QUADRO DE CARGAS, que será apresentado a seguir – ver detalhe do Quadro de Cargas nos Anexos:

Circuito : nº / Tipo A primeira coluna deve ser preenchida com o número seqüencial dos circuitos, sem repetição. Logo após, na segunda coluna, devem ser relacionados os tipos de circuitos propostos (Iluminação Social, Iluminação de Serviço, TUG Social, TUG Serviço, TUE - Ar Cond., etc.).

Tensão Se o fornecimento determinado para o consumidor for monofásico, só haverá uma tensão disponível, que será a existente entre fase-neutro, 127 V. Mas se o fornecimento for bifásico ou trifásico, haverá, também a tensão entre fase-fase, 220 V. Sendo assim :

. Os circuitos de iluminação e tomadas de uso geral (TUG´s) são ligados na

menor tensão, entre fase e neutro, 127 V.

. Os circuitos de tomadas de uso específico (TUE´s) são ligados na maior tensão disponível, entre fase-fase, 220 V.

Quanto ao circuito de distribuição, deve-se sempre considerar a maior tensão

entre fase-fase, 220 V, quando este for bifásico ou trifásico.

Local

Nessa coluna devem ser relacionados os locais onde as cargas foram previstas, respectivamente, para cada circuito de iluminação, TUG e TUE, o que permitirá o fácil acesso a essas cargas na planta, durante a análise do projeto.

Potência (VA) : Qtde x Pot (VA) / Tot. (VA) Trata-se da potência aparente ou seja, a potência total que deverá ser fornecida para cada circuito pela fonte. Na primeira coluna (qtde x pot.) deverá ser anotado

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o número de pontos de iluminação ou tomadas multiplicada pela potência de cada ponto, para todos os cômodos da residência que forem pertencer aquele circuito. Na outra coluna, apenas o valor total de potência aparente prevista para esse circuito deve ser anotado (a soma da coluna anterior). À partir dessa coluna, o quadro de cargas passa a tratar dos dados específicos totalizados de cada circuito.

Corrente ( A ) Cálculo da corrente nominal, dos circuitos terminais : A corrente nominal de cada circuito deve ser calculada através da divisão do valor total da potência aparente (VA) prevista para cada circuito, pela sua respectiva tensão (V).

f É o fator de correção que deve ser aplicada a cada valor de corrente encontrado para os circuitos, para evitar um aquecimento excessivo dos fios quando se agruparem vários circuitos num mesmo eletroduto. fator de correção devido ao agrupamento de condutores em um mesmo eletroduto : quanto maior o número de circuitos embutidos em um mesmo eletroduto, maior a dificuldade para dissipação de calor para o ambiente, o que implica na diminuição da capacidade de condução de corrente dos condutores. Após concluída a distribuição dos alimentadores dos circuitos terminais, pode-se verificar o trecho de eletroduto onde cada circuito está acompanhado de outros circuitos em sua pior situação ( maior número de circuitos por eletroduto ). Para se corrigir o valor da corrente calculada para cada circuito é necessário : 1. Consultar a planta com a representação gráfica da fiação e seguir o caminho

que cada circuito percorre, observando neste trajeto qual o maior número de circuitos que se agrupa com ele.

OBSERVE que, nesta etapa do projeto, é necessário que o Diagrama Esquemático (distribuição dos circuitos na planta) esteja completamente desenvolvido. 2. Consultar a tabela dos fatores de agrupamento para se obter o valor do fator de

agrupamento (f) a ser aplicado para corrigir a corrente calculada.

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Fatores de agrupamento (f) N º de circuitos agrupados

1 2 3 4 5 6 7 1,00 0,8 0,7 0,65 0,6 0,56 0,55

3. Dividir o valor da corrente calculada de cada um dos circuitos, pelo fator de agrupamento correspondente, obtendo-se, assim, o valor da corrente corrigida.

Icorrigida Trata-se da corrente de cada circuito, que deverá ser corrigida com o fator de correção encontrado. Para isso, basta dividir a corrente nominal pelo seu respectivo fator de correção, registrando o valor encontrado no quadro de cargas.

condutor ( mm2 ) A determinação da bitola ( seção transversal ) dos condutores que serão utilizados para alimentar cada circuito obedecerá os seguintes critérios : - há 13 maneiras de instalar os condutores, segundo a NBR 5410, dentre as quais adotaremos os condutores embutidos em alvenaria; - adotaremos, também, condutores de cobre, isolados com PVC; - consideramos condutores carregados, os condutores fase e neutro, sendo em número de dois para os circuitos monofásicos ( 01 fase e 01 neutro, 127 V ) - circuitos de iluminação e TUG, e também em número de dois para circuitos bifásicos ( 02 fases e um condutor de proteção / terra, 220 V ) - circuitos de TUE. Para determinar a seção adequada para os fios de cada um dos circuitos, é necessário : 1. Comparar o valor da corrente corrigida de cada um dos circuitos com a

capacidade de corrente para fios de cobre.

Capacidade de condução de corrente

Capacidade de condução de corrente

Seção ( mm2 )

Corrente máxima ( A )

Seção ( mm2 )

Corrente máxima ( A )

1 12,0 16 68,0 1,5 15,5 25 89,0 2,5 21,0 35 111,0 4 28,0 50 134,0 6 36,0 70 171,0

10 50,0

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2. Verificar para cada circuito, qual o valor da seção mínima para os condutores estabelecida pela NBR-5410, em função do tipo de circuito.

A NBR-5410 estabelece as seguintes seções mínimas de condutores de acordo com o tipo de circuito :

Seção mínima de condutores Tipo de circuito seção mínima (mm2)

iluminação 1,5 força (TUG’s e

TUE’s) 2,5

3. Comparar os valores das seções adequadas, obtidos na tabela de capacidade

de corrente, com os valores das seções mínimas estabelecidas pela NBR-5410 e adotar para a seção dos condutores do circuito o maior deles.

NOTA : Normalmente em uma instalação, todos os condutores, de cada circuito tem a mesma seção, entretanto a NBR-5410 permite a utilização de condutor neutro e de proteção com seção menor que a obtida no dimensionamento, nas seguintes situações : a) condutor neutro Em circuitos trifásicos, onde a seção obtida no dimensionamento for igual ou maior que 35mm2, a seção do condutor neutro poderá ser como indicado na tabela :

Seção dos condutores

( mm2 )

Seção do neutro ( mm2 )

35 25 50 25 70 35 95 50

b) condutor de proteção Em circuitos onde a seção obtida no dimensionamento for igual ou maior que 25mm2, a seção do condutor de proteção poderá ser como indicado na tabela :

Seção dos condutores

( mm2 )

Seção do condutor de proteção

( mm2 )

Seção dos condutores

( mm2 )

Seção do condutor de proteção

( mm2 ) 25 16 70 35 35 16 95 50 50 25

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Proteção

tipo / nº de pólos / capacidade Escolha do tipo de proteção: - para a escolha do tipo de proteção adequada a cada circuito terminal e circuitos de distribuição, devem-se considerar os seguintes fatores : Recomendações e exigências da NBR 5410; Opção de utilização de disjuntor DR geral; Opção de utilização de interruptor DR geral.

Recomendações e exigências da NBR 5410 A NBR 5410 recomenda :

A utilização de proteção diferencial residual ( disjuntor ) de alta sensibilidade em

circuitos terminais que sirvam a :

. tomadas de corrente em cozinhas, lavanderias, locais com pisos e/ou revestimentos não isolantes e áreas externas;

. tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam

alimentar equipamentos de uso em áreas externas;

. aparelhos de iluminação, instalados em áreas externas.

A NBR 5410 exige :

A utilização de proteção Diferencial Residual (disjuntor) de alta sensibilidade

. em instalações alimentadas por rede de distribuição pública em baixa tensão,

onde não puder ser garantida a integridade do condutor PEN (proteção + neutro);

. em circuitos de tomadas de corrente em banheiros.

Nota : os circuitos não relacionados nas recomendações e exigências acima serão protegidos por disjuntores termomagnéticos (DTM).

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Opção de utilização de disjuntor DR na proteção geral No caso de utilização de proteção geral com disjuntor DR, a proteção de todos os circuitos terminais pode ser feita com disjuntor termomagnético, onde o disjuntor DR pode ser instalado, tanto no quadro de distribuição, quanto no quadro do medidor.

Opção de utilização de interruptor DR na proteção geral

No caso de instalação de interruptor DR na proteção geral, a proteção de todos os circuitos pode ser feita com disjuntor termomagnético. A sua instalação é necessariamente no quadro de distribuição e deve ser precedida de proteção geral contra sobre-corrente e curto-circuito no quadro do medidor. IMPORTANTE :

Tipo de aparelho a ser instalado : Na proteção com DR deve-se tomar cuidado com o tipo de aparelho a ser instalado : Chuveiros, torneiras elétricas e aquecedores de passagem com carcaça metálica e resistência nua apresentam fugas de corrente muito elevadas, que não permitem que o DR fique ligado. Isto significa que estes aparelhos representam um risco à segurança das pessoas, devendo ser substituídos por outros com carcaça plástica ou com resistência blindada. Na escolha do tipo de proteção é importante considerar também o fator econômico, sempre respeitando as recomendações e exigências da NBR 5410 e as opções apresentadas. Escolha do número de pólos : Disjuntor termomagnético - a determinação do número de pólos para esse tipo de dispositivo de proteção depende do número de fases de cada circuito. O neutro não pode ser protegido pelo DTM. Assim, para circuito monofásico (uma fase), DTM de um pólo; Para circuito bifásico (duas fases), dois pólos e para circuito trifásico (três fases), três pólos.

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. Dimensionamento da Proteção Dimensionar a proteção é determinar o valor da corrente nominal do disjuntor de tal forma que se garanta que os fios da instalação não sofram danos por aquecimento excessivo provocado por sobrecarga ou curto-circuito (sobre-correntes). Corrente nominal do disjuntor é o valor padronizado por norma para a sua fabricação. Para se obter a corrente nominal dos disjuntores, deve-se empregar procedimentos específicos, que dependem de onde os disjuntores estão aplicados. Numa instalação elétrica residencial têm-se aplicado : nos circuitos terminais : disjuntores eletromagnéticos e disjuntores diferenciais residuais bipolares; no quadro de distribuição : disjuntor termomagnético, disjuntor diferencial residual (DR) bipolar, disjuntor DR tetra-polar e interruptor DR tetra-polar; no quadro do medidor : disjuntor termomagnético, disjuntor DR bipolar e disjuntor DR tetra-polar. Dimensionamento dos disjuntores aplicados nos circuitos terminais Para se dimensionar o disjuntor de cada circuito terminal é preciso saber : . a seção dos condutores deste circuito; . o número de circuitos que estão agrupados a ele. De posse destes dados, consulta-se uma tabela que fornecerá o valor da corrente nominal para o tipo de disjuntor escolhido ( termomagnético ou diferencial residual bipolar ).

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DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO

Seção dos condutores

( mm2 )

Corrente Nominal ( A )

1 circuito por eletroduto

2 ou mais circuitos

agrupados 1,5 15 10 2,5 20 15 4 25 20 6 35 25 10 50 40 16 60 50 25 70 70 35 100 70 50 100 100

DISJUNTOR DIFERENCIAL RESIDUAL

Seção os condutores

( mm2 )

Corrente nominal ( A )

1 circuito por eletroduto

2 ou mais circuitos

agrupados 1,5 15 - 2,5 20 15 4 25 20 6 35 25 10 - 40

Dimensionamento do disjuntor ou interruptor DR geral aplicado no quadro de distribuição Para se dimensionar o disjuntor ou o interruptor DR geral do quadro de distribuição é preciso saber o valor da corrente do circuito de distribuição e : 1. Compará-la com os valores de correntes nominais existentes no mercado para

o tipo de proteção escolhido ( disjuntor termomagnético, disjuntor DR bipolar, disjuntor DR tetra-polar ou interruptor DR tetra-polar ).

2. Adotar o valor maior e o mais próximo possível da corrente do circuito de

distribuição.

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DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO

Correntes nominais ( A ) 10 15 20 25 30 35 40 50 60 70 90 100

DISJUNTOR DR

Correntes nominais ( A ) 15 20 25 30 35 40

DISJUNTOR DR TETRAPOLAR Correntes nominais (

A ) 38 60

INTERRUPTOR TETRAPOLAR Correntes nominais ( A )

40 63 Dimensionamento do disjuntor aplicado no quadro do medidor Para se dimensionar o disjuntor aplicado no quadro do medidor, primeiramente é necessário saber : . a potência total instalada que determinou o tipo de fornecimento . o tipo de consumidor, segundo a REDE / CEMAT ( tipo de sistema de distribuição ) De posse desses dados, consulta-se a norma de fornecimento da REDE/CEMAT ( NTD - O7 ), para se obter a corrente nominal do disjuntor a ser empregado.

Eletrodutos

Dimensionar eletrodutos é determinar o tamanho nominal do eletroduto para cada trecho da instalação.

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Tamanho nominal do eletroduto é o diâmetro externo do eletroduto expresso em mm, padronizado por norma. O tamanho dos eletrodutos deve ser de tal forma que o seu diâmetro permita que os condutores possam ser facilmente instalados ou retirados. Para tanto é recomendado que os condutores não ocupem mais que 40% da área útil interna dos eletrodutos. Considerando esta recomendação, existe uma tabela que fornece diretamente o tamanho do eletroduto. Seçã

o Número de condutores no eletroduto

Nominal

2 3 4 5 6 7 8 9 10

(mm2)

Tamanho nominal do eletroduto ( mm )

1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20 2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25 4 16 16 20 20 20 25 25 25 25 6 16 20 20 25 25 25 25 32 32 10 20 20 25 25 32 32 32 40 40 16 20 25 25 32 32 40 40 40 40 25 25 32 32 40 40 40 50 50 50 35 25 32 40 40 50 50 50 50 60 50 32 40 40 50 50 60 60 60 75 70 40 40 50 60 60 60 75 75 75 95 40 50 60 60 75 75 75 85 85

120 50 50 60 75 75 75 85 85 - 150 50 60 75 75 85 85 - - - 185 50 75 75 85 85 - - - - 240 60 75 85 - - - - - -

Para dimensionar os eletrodutos de um projeto elétrico, é necessário ter : - a planta com a representação gráfica da fiação com as seções dos condutores indicados; - e a tabela específica que fornece o tamanho do eletroduto. Como proceder :

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1. Contar o número de condutores contidos no trecho; 2. Verificar qual é a maior seção destes condutores. De posse destes dados, deve-se : Consultar a tabela específica para se obter o tamanho do eletroduto adequado a esse trecho. Cálculo da corrente nominal dos circuitos de distribuição : A corrente nominal dos circuitos de distribuição, deve ser calculada pela divisão do valor da Demanda Provável de cada circuito pela respectiva tensão aplicada a ele. DEMANDA PROVÁVEL A Demanda Provável representa uma porcentagem do quanto das potências previstas serão utilizadas simultaneamente no momento de maior solicitação da instalação. Isto é feito para não superdimensionar os componentes dos circuitos de distribuição, tendo em vista que numa residência nem todas as lâmpadas e tomadas são utilizadas ao mesmo tempo. A seguir será apresentado um procedimento para o cálculo da Demanda Provável de circuitos de distribuição, adotado pela Concessionária de Mato Grosso - REDE/CEMAT: 1. somam-se os valores das potências ativas de iluminação e tomadas de uso

geral e encontre no quadro abaixo o referido fator de demanda; 2. multiplique o valor calculado no item anterior pelo fator de demanda

correspondente a esse valor, do quadro abaixo :

Fatores de demanda para iluminação e tomadas de

uso geral ( TUG’s )

Fatores de demanda para iluminação e tomadas de uso

geral ( TUG’s ) Potência ( W ) Fator de

demanda Potência ( W )

0 a 1000 0,86 8001 a 9000 0,54 1001 a 2000 0,81 9001 a 10000 0,52 2001 a 3000 0,76 >10000 0,45 3001 a 4000 0,72 4001 a 5000 0,68 5001 a 6000 0,64 6001 a 7000 0,60 7001 a 8000 0,57

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3. verifique o número de aparelhos eletrodomésticos e de aquecimento, localizando o fator de demanda correspondente a esse número,para esses aparelhos, na tabela à seguir: :

Nº de

circuitos de TUE’s

FD Nº de circuitos de

TUE’s

FD

01 1,00 15 0,44 02 1,00 16 0,43 03 0,84 17 0,42 04 0,76 18 0,41 05 0,70 19 0,40 06 0,65 20 0,40 07 0,60 21 0,39 08 0,57 22 0,39 09 0,54 23 0,39 10 0,52 24 0,38 11 0,49 25 0,38 12 0,48 13 0,46 14 0,45

4. para aparelhos de ar condicionado do tipo janela, use a tabela abaixo, após

verificar o número de aparelhos, independentemente de suas potências. FATORES DE DEMANDA PARA CONDICIONADORES DE AR DO TIPO JANELA

Número de aparelhos Fatores de demanda (%) 1 a 10 100

11 a 20 86 21 a 30 80 31 a 40 78 41 a 50 75 51 a 75 70 76 a 100 65

Acima de 100 60 5. encontrado o fator de demanda, multiplique-o pela soma das potências dos aparelhos de ar condicionado do tipo janela; 4. a demanda é encontrada pela soma dos valores das potências ativas de

iluminação, de TUG’s e de TUE’s já corrigidos pelos respectivos fatores de demandas.

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Uma vez obtida a potência do circuito de distribuição, pode-se efetuar o cálculo da corrente do circuito de distribuição : Idistr.(A) = Demanda(kW) x 1000 / U(V), onde a tensão para circuitos monofásicos será de 127V e para circuitos bifásicos será de 220V. Para circuitos trifásicos, dividir o resultado pela raiz de 3 (1,73): Idistr.(A) = Demanda(kW) x 1000 / (1,73 x U(V)) CÁLCULO DA QUEDA DE TENSÃO EM CIRCUITOS DE DISTRIBUIÇÃO Todo condutor possui uma resistência elétrica que, segundo a lei de Ohm, depende da resistividade (material e que o condutor é constituído) e é diretamente proporcional ao comprimento do condutor, e inversamente proporcional à sua área. Quando percorrido por uma corrente elétrica, essa resistência provoca o aparecimento de potenciais ao longo do condutor, diferenças de potenciais, que geram quedas de tensão devido a essa resistência elétrica e que devem ser observadas durante o dimensionamento dos circuitos para que as cargas não sejam prejudicadas na sua alimentação. Quando o circuito é muito longo (mais de 20 metros de comprimento), a queda de tensão passa a ser preocupante e deve ser compensada pelo aumento da área da seção do condutor (sua bitola). Pela Norma, nenhum circuito, terminal ou de distribuição deve trabalhar com tensão abaixo da mínima tensão admissível e, portanto, são estabelecidas as máximas quedas de tensão admissíveis para o projeto, conforme descritas a seguir:

1. Para alimentações diretamente ligadas por um ramal de baixa tensão, a partir de uma rede de distribuição pública em baixa tensão: queda máxima, 4% (sendo 2% no alimentador principal – circuito de distribuição e 2% para os circuitos terminais);

2. Para instalações alimentadas por subestação ou transformador, a partir de rede de distribuição pública em alta tensão: queda máxima de 7% (sendo 3% para circuitos de distribuição e, no máximo 4% para circuitos terminais);

3. Com fonte própria – queda máxima de 7%, distribuídas conforme o item 2. A tabela a seguir apresenta as quedas de tensão unitárias para os condutores de cobre, fabricação PIRELLI (cabos vinil 0,6/1KV), por quilômetro, por Ampère conduzido:

Queda de Tensão (V/A.Km) – Cabos Vinil 0,6/ 1,0 KV Maneiras de instalar 1,2,3,4,5,6,e 7 da Norma

Seção Nominal (mm2) Sistema

Monofásico Sistema Trifásico

Equilibrado Eletrodutos magnéticos

1,5 23,0 20,0 23,0 2,5 14,0 12,0 14,0

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4,0 9,0 7,60 9,0 6,0 5,87 5,1 5,87 10,0 3,54 3,1 3,54 16,0 2,28 2,05 2,28 25,0 1,51 1,31 1,51 35,0 1,11 0,97 1,13 50,0 0,86 0,75 0,87 70,0 0,63 0,55 0,65 95,0 0,50 0,41 0,51

No caso de projetos de instalações elétricas residenciais, mesmo que os consumidores sejam trifásicos, as fases podem conduzir correntes diferentes (circuitos desequilibrados). Portanto, devemos trata-los como se fossem três circuitos monofásicos. A coluna devido a eletrodutos magnéticos serve para atender circuitos cujos eletrodutos são instalados propositadamente de material metálico, para oferecer proteção contra interferência eletromagnética (caso que será abordado posteriormente). Assim, se tivermos um circuito de distribuição, consistindo do alimentador de um consumidor bifásico, por exemplo, com corrente de projeto (calculada a partir da demanda provável) igual a 65 A (condutor dimensionado pelo critério da capacidade de condução de corrente com bitola de 16 mm2), para uma distância entre a caixa do medidor de energia e o QDL de aproximadamente 35 metros, teremos o seguinte:

- queda máxima de tensão admissível = 2% - tensão de serviço = 220 V - valor da queda máxima de tensão admitida = 2% de 220 V = 4,4 V - corrente de serviço = 65 A - distância prevista = 35 metros ou 0,035 Km - condutor previsto = 16 mm2 - queda de tensão unitária do condutor de 16 mm2 = 2,28 V/A. Km

Portanto, a queda produzida por esse condutor, para essa corrente, nessa distância será de: ∆V= 2,28V/A.Km x 65 A x 0,035Km = 5,187 V, que é maior que 4,4 V (máxima queda de tensão admissível por norma). Nesse caso, devemos considerar a possibilidade de aumentar a área da secção transversal (bitola) do condutor, para diminuir essa queda de tensão. Tomaremos, portanto, a próxima bitola, de 25mm² (queda de tensão unitária de 1,51 V/A.Km). Assim, a queda de tensão para esse condutor será:

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∆V= 1,51V/A.Km x 65 A x 0,035Km = 3,435 V, que é menor que a máxima queda de tensão admissível por norma. Isso significa que esse condutor está dimensionado dentro das prescrições estabelecidas. Caso o valor encontrado ainda fosse superior à máxima queda de tensão estabelecida, teríamos que tomar o condutor de seção imediatamente superior e repetir os cálculos, até encontrar o condutor adequado. 5. ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA ESQUEMÁTICO O Diagrama Esquemático consiste na representação gráfica do caminhamento dos eletrodutos e condutores, partindo do Quadro de Distribuição até os circuitos terminais e, também, dos circuitos de distribuição. Nessa etapa, é necessário ter a planta baixa desenhada na escala 1: 50 e estar com o material de desenho preparado: curva francesa, gabarito, régua, etc. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS PONTOS DE LUZ A primeira etapa consiste em representar graficamente todos os símbolos gráficos dos pontos de iluminação e tomadas, de acordo com a nova padronização de símbolos adotados pela NBR-5410. Nesta etapa, não devem ser esquecidos:

1. os pontos de referência para o projeto elétrico, ou seja, de representar as bancadas de cozinha, áreas de serviço (referência para as tomadas médias recomendadas) e banheiros; portas (referências para os interruptores); saída de água para chuveiros e torneiras elétricas;

2. que as tomadas de cozinha e áreas de serviço devem ser, preferencialmente, médias, em virtude de estarem em áreas consideradas molhadas;

3. que as tomadas de uso específico para aparelhos de ar condicionado devem ser altas, em virtude do fluxo de o ar frio ser mais pesado (e vai descer) que o ar quente (e vai subir para ser exaurido);

4. que os eletrodutos que partem de áreas internas devem partir de caixas de passagem instaladas em parede, e não das caixas de passagem instaladas no teto (lembrem do varal de eletroduto);

5. de representar o Quadro de Distribuição de Luz, em um local central da edificação, em área de grande circulação e de fácil acesso, preferencialmente em área de serviço e nunca em área privada;

6. de representar os interruptores em locais que facilitem o acesso na hora de comandar os pontos de iluminação;

7. de distribuir as tomadas de uso geral de maneira uniforme no perímetro do cômodo, iniciando sempre pela TUG instalada próximo à porta de entrada.

IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS DE LUZ

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- iluminação (potência, nº do circuito a que pertence e, se necessário, uma letra do alfabeto informando o respectivo interruptor que o comandará – isso é necessário, normalmente, quando se trata de interruptores de duas ou mais seções);

- tomadas de uso geral . se a tomada de uso geral for de 100 V A, basta identificar o número do circuito, entre parênteses, ao lado da tomada; . se for de potência diferente de 100 V A, é necessário informar a potência e o número do circuito; - tomadas de uso específico: devem ter informado o número do circuito, a

potência ativa ou aparente respectiva e sua finalidade; - Interruptores: verifique que tipo de interruptor melhor se adequa a cada

cômodo e identifique cada um de acordo com os pontos de iluminação que irão comandar (use letras minúsculas, preferencialmente, sem repeti-las em locais próximos, para não gerar confusões;

- Os condutores, quando representados, devem ser identificados com os respectivos números de circuitos a que pertencem; o mesmo deve ser aplicado aos condutores retornos, que devem trazer (caso necessário) as letras dos respectivos pontos de iluminação.

Não se esqueça:

- O QDL deve ser identificado; caso haja mais de um QDL, devem ser diferenciados com números, por exemplo: QDL I, QDL II, etc;

- Identificar os cômodos, discretamente, mas não se esquecendo de nenhum deles;

PASSOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO DIAGRAMA ESQUEMÁTICO:

1. Após representados e identificados todos os pontos de luz (iluminação e tomadas de uso geral e específico) , o caminhamento de eletrodutos e condutores pode ser iniciado, atendendo às recomendações descritas a seguir;

2. Todos os circuitos devem partir do QDL, indistintamente; 3. Cada circuito deve ter o seu próprio condutor neutro; 4. O condutor de proteção pode ser compartilhado em eletrodutos que

conduzirem circuitos de tomadas de uso geral e/ou específicas; 5. os circuitos não podem ser interrompidos em nenhum trecho – a

continuidade na representação gráfica é fundamental para o entendimento do circuito e para a certeza de que ele está adequadamente instalado;

6. Deve-se evitar sair do QDL mais de uma vez para o mesmo circuito; entretanto, pode sair do QDL tantas vezes quantas forem necessárias, através de eletrodutos diferentes;

7. Deve ser evitado o cruzamento de eletrodutos pelo teto, parede ou piso, fisicamente (às vezes, a representação gráfica registra cruzamentos de linhas cheias e tracejadas, o que não caracteriza na realidade o cruzamento físico dos eletrodutos);

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8. Deve ser evitado fazer curvas menores ou iguais à 90º com eletrodutos pela parede; derivações em “T”, nem pensar;

9. O limite para o número de condutores em eletrodutos de ¾” (20mm) é de 10 unidades para os com bitola de 1,5mm2 e 8 unidades para os de 2,5mm² (para outros diâmetros de condutores, consultar a tabela). Para, entretanto, limitar o fator de correção em 0,7, vamos fazer o seguinte: estabelecer que faremos o possível para limitar em 3, apenas, o número de circuitos dentro desse eletroduto.

10. O número de eletrodutos chegando e/ou partindo de uma caixa de passagem octogonal, instalada no teto não deve ser superior a 4 ou 5, no máximo;

11. Iniciar sempre a distribuição dos eletrodutos e condutores, partindo do QDL na direção do ponto de luz do primeiro circuito, e deste para o seu respectivo interruptor; em seguida, passe para o segundo ponto de luz do primeiro circuito e seu respectivo interruptor, e assim por diante, até concluir o primeiro circuito. Só depois disso, passe ao segundo circuito e assim, sucessivamente;

12. Evite sair distribuindo eletrodutos e condutores aleatoriamente, porque isso vai fazer você esquecer algum trecho sem alimentação e isso não pode acontecer;

13. Não se esqueça de levar o condutor de proteção a todas as tomadas de uso geral e específica;

14. Não cruze, pela parede, vãos de portas e janelas; 15. Para passar de um cômodo para outro com eletrodutos, dê preferência para

aqueles que interligam caixas de passagens instaladas no teto; a partir destes, faça as interligações para as caixas de passagem instaladas nas paredes, iniciando pelos interruptores;

16. Procure interligar caixas de passagens instaladas na mesma parede, através de eletrodutos instalados nesta parede;

17. Procure interligar caixas de passagens instaladas em paredes diferentes, através do piso – evite os cantos;

18. As TUE, não precisam, obrigatoriamente, ter eletrodutos exclusivos, partindo diretamente do QDL e chegando até elas; caso hajam caminhos existentes já projetados, com eletrodutos ainda vazios, estes podem conduzir os condutores que irão alimentar estes circuitos de TUE;

19. O diagrama esquemático só termina de ser elaborado, quando nenhum ponto de iluminação e/ou tomadas restar para ser alimentado, inclusive os pontos localizados extremamente ao edifício.

6. ELABORAÇÃO DO DIAGRAMA UNIFILAR O diagrama unifilar é a representação gráfica dos elementos contidos no Quadro de Distribuição da luz. A palavra unifilar indica que essa representação deve ser feita utilizando apenas uma linha (uni = um; filar = fio, linha) para representar fases, neutro e terra dos circuitos.

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O primeiro passo para o entendimento desse diagrama é lembrar dos dispositivos instalados no interior do QDL. Vamos tomar como exemplo, um QDL de um consumidor bifásico e relacionar as suas partes:

1. condutores que chegam ao QDL, a partir do padrão de energia (quadro que contém o medidor de energia elétrica e o dispositivo de proteção do alimentador geral), também chamados de alimentador principal (circuito de distribuição);

2. proteção geral do QDL, normalmente um disjuntor termo-magnético (DTM) ou um disjuntor diferencial residual (DDR);

3. barramentos dos condutores fase, neutro e proteção; 4. dispositivos de proteção dos circuitos terminais, normalmente DTM mono e

bipolares; 5. alimentadores dos circuitos terminais.

Uma vez identificados esses elementos, o próximo passo é representa-los graficamente, identificando-os adequadamente com suas características técnicas (capacidade de condução de corrente dos DTM, bitolas dos condutores, números de fases, números de circuitos, etc.). 7. PADRÃO DE ENERGIA Ao calcularmos o valor da Carga Instalada de um projeto, quase que de uma forma automática já definimos o tipo de consumidor de que se trata, de acordo com as prescrições da NTD-07 da REDE CEMAT. Por ela, se a Carga Instalada for inferior a 20 KW, trata-se de um consumidor secundário mono ou bifásico - será monofásico, somente se as tomadas de uso específico (TUE) não forem 220 V (bifásicas), caso comum em projetos de reforma ou ampliações, quando o proprietário já possui os seus equipamentos na tensão monofásica e não deseja trocar. S e a Carga Instalada for maior ou igual a 20 KW, então o consumidor será trifásico. Pela tabela anexada a esta apostila, similar a que vem na Norma NTD-07, podemos saber o tipo de consumidor monofásico, bifásico ou trifásico (M1, M2 ou B1, B2, B3 ou ainda T1, T2, T3, T4), através da Carga Instalada ou da Demanda Provável calculada. O padrão de energia é um conjunto de elementos instalados, normalmente no limite do terreno próximo à rua, e que recebe os condutores derivados do poste da REDE CEMAT, e portanto, do seu circuito Secundário de Distribuição de Energia Elétrica. O padrão d energia é composto de duas partes principais: o ramal de ligação e o ramal de entrada.

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Ramal de ligação: é o trecho compreendido entre o poste da REDE CEMAT de onde vai ser feita a derivação do circuito secundário da Concessionária, até o local onde se encontra o pontalete do padrão de energia propriamente dito. Normalmente é aéreo (em algumas circunstâncias pode ser subterrâneo) e deve ser instalado segundo algumas orientações da norma, como, por exemplo: não deve exceder a 20 metros de comprimento e não deve cruzar terrenos de terceiros, dentre outras. Deve ser dimensionado, segundo a tabela citada. Ramal de entrada: é o trecho que fica embutido nos eletrodutos presos ao pontalete, interligando o ramal de ligação ao medidor de energia elétrica do padrão e ao dispositivo de proteção do alimentador principal. As especificações dos seus elementos (condutores, eletrodutos, dispositivo de proteção, etc.) também estão determinados na tabela da NTE-013. Os padrões de energia podem ser instalados na parede, muros ou muretas de alvenaria ou em postes de aço galvanizado. Os desenhos são padronizados pela REDE CEMAT e devem ser simplesmente reproduzidos no projeto. 8. PLANTA DE LOCALIZAÇAO Ao elaborarmos um Projeto de Instalações Elétricas de uma edificação, devemos nos informar acerca da localização desta: se se encontra localizada em área rural ou urbana, se há rede de energia elétrica em baixa tensão próxima, suas características, etc. A planta de localização visa informar à REDE CEMAT o local exato onde essa obra será construída ou ampliada/ reformada, para que esta possa se certificar se há condições de fornecimento de energia elétrica na quantidade e qualidade exigidas pelo consumidor. Portanto, devem ser registrados nessa planta:

1. rua, avenida ou logradouro onde se encontra a área de edificação, devidamente identificada, número, etc, calçada, etc;

2. localização, dentro da área (através de uma área hachurada de projeção do edifício), da edificação em questão;

3. cruzamento mais próximo do local da área em questão, com identificação da transversal;

4. representação das redes de alta e baixa tensão existentes, com simbologia adequada, situando os postes (tipos adequados- circulares, seções quadradas, etc.), os fins de rede, derivações existentes, etc.;

5. preferencialmente, algum ponto de referência importante, segundo a Concessionária, ou seja, número de identificação de postes que contém chaves seccionadoras ou transformadores ou, na impossibilidade, número do medidor ou código de identificação de algum consumidor localizado próximo à área.

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9. SIMBOLOGIA Um Projeto de Instalações Elétricas, assim como qualquer projeto, deve ser claro, tanto quanto possível. Todos os símbolos e convenções adotadas durante a sua elaboração, devem ser identificados nesta seção do projeto. Nessa etapa também são registradas as observações sobre valores não cotados, abreviações adotadas, etc. As especificações devem ser completas, caracterizando adequadamente cada símbolo usado. Sendo assim, não podemos nos esquecer de apresentar o significado dos símbolos usados para representar:

- interruptores, tomadas de corrente e pontos de iluminação; - os valores que identificam esses pontos (potência, nº de circuitos, letras de

identificação de comandos de lâmpadas, etc.); - eletrodutos embutidos em parede, teto e piso; - quadro de distribuição; - condutores fase, neutro, de proteção, retornos simples e caixa-à-caixa.

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Diagrama Esquemático

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QUADRO DE CARGAS

POTÊNCIA AP. (VA) P U IN IC CONDUTOR PROTEÇÃO EQUILÍBRIO DE FASESNº TIPO Nº PTOS.X P(VA) TOT. (W) (V) (A) (A) (mm²) TIPO Nº PÓLOS CAP.(A) (A) (B) (C)1 ilum.soc. sala est/j. 2 x 170

quarto 1 1 x 100quarto 2 1 x 100

quarto sui. 1 x 100 640 1 640 127 5,04 0,8 6,30 1,5 DTM 1 10 X

2 ilum.serv. cozinha 1 x 100área serv. 1 x 100circulação 1 x 100banhº.soc. 1 x 100banhº.sui. 1 x 100

sacada 1 x 100 600 1 600 127 4,72 0,8 5,91 1,5 DTM 1 10 X

3 TUG soc. sala est/j. 4 x 100circulação 2 x 100quarto 1 3 x 100quarto 2 3 x 100

quarto sui. 3 x 100 1500 0,8 1200 127 11,81 0,8 14,76 2,5 DTM 1 15 X

4 TUG soc. banhº. soc. 1 x 600banhº. sui. 1 x 600

sacada 1 x 100 1300 0,8 1040 127 10,24 0,8 12,80 2,5 DTM 1 15 X

5 TUG serv. cozinha 3 x 600cozinha 1 x 100 1900 0,8 1520 127 14,96 1 14,96 2,5 DTM 1 20 X

6 TUG serv. área serv. 3 x 600 1800 0,8 1440 127 14,17 0,7 20,25 2,5 DTM 1 15 X

7 TUE (ar) quarto 1 1 x 2240 2240 0,67 1501 220 10,18 0,8 12,73 2,5 DTM 2 15 X X

8 TUE (ar) quarto 2 1 x 2240 2240 0,67 1501 220 10,18 0,8 12,73 2,5 DTM 2 15 X X

9 TUE (ar) qua. suite 1 x 2240 2240 0,67 1501 220 10,18 0,7 14,55 2,5 DTM 2 15 X X

10 TUE (ch) banhº.soc 1 x 4000 4000 1 4000 220 18,18 0,8 22,73 4 DTM 2 20 X X

11 TUE (ch) banhº.sui. 1 x 4000 4000 1 4000 220 18,18 0,8 22,73 4 DTM 2 20 X X

12 TUE (m.lav) área serv. 1 x 1493 1493 0,67 1000 220 6,78 0,8 8,48 2,5 DTM 2 15 X X]

ΣPA 6926ΣPB 8740ΣPC 7166

CARGA INSTALADA (kW) = 20,00 DEMANDA (kVA) = 16,41 TIPO DE CONSUMIDOR = trifásico, tipo T2

LOCAL F.P. fCCIRCUITO

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Dispositivos de proteção

O FUSÍVEL se queima e precisa ser substituído.

O DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO pode ser religado, após verificado a causa do desligamento.

A

B

A - função de disjuntor termomagnético; B - função de dispositivo diferencial residual; C - protege as instalações contra curto-circuito e sobrecarga; D - protege as pessoas contra choques elétricos por contato direto e indireto.

C

D

DTM

30 A – monopolar 10 A – bipolar 50 A - tripolar

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Simbologia usual

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Simbologia usual

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Simbologia usual

Circuitos Terminais e de Distribuição

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Diagrama Esquemático

Visualização em planta e em 3 dimensões:

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Circuitos Básicos

1. Ligação de uma lâmpada comandada por um interruptor de uma seção.

2. Ligação de duas lâmpadascomandadas por um interruptor de duasseções.

3. Ligação de uma lâmpada comandadapor dois interruptores paralelos.

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Circuitos Básicos

4. uma lâmpada comandada porum interruptor four-way e doisinterruptores paralelos (three-way).

5. lâmpada comandada por uminterruptor de uma seção, instaladaem área externa (ao tempo).

6. ligação de tomadas de uso geralmonofásicas

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Diagrama Unifilar

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