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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS UNIPAC CAMPUS II UBÁ MG LÍNGUA PORTUGUESA: TEORIA E PRÁTICA Profª: Ilza Corrêa Ribeiro (Organizadora) 2007

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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS – UNIPAC CAMPUS II – UBÁ – MG

LÍNGUA PORTUGUESA: TEORIA E PRÁTICA

Profª: Ilza Corrêa Ribeiro (Organizadora)

2007

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ÍNDICE 1. ELEMENTOS DA LINGUAGEM .............................................................................. 2

1.1. CONCEITO ....................................................................................................... 2 1.2. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO ........................................................................ 2 1.3. VARIABILIDADE LINGÜÍSTICA ....................................................................... 3 1.4. AS ARMADILHAS DAS PALAVRAS................................................................. 4 1.5. ORDENAÇÃO DA LINGUAGEM ...................................................................... 5 1.6. A REPETIÇÃO ENFÁTICA E O PLEONASMO VICIOSO ................................ 6 1.7. PROBLEMAS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ........................ 7 1.8. PROBLEMAS DA LÍNGUA CULTA .................................................................. 8 1.8. ORTOEPIA E PROSÓDIA .............................................................................. 14 1.9. ORTOFONIA .................................................................................................. 14 1.10. ORTOEPIA ................................................................................................... 15 1.11. PROSÓDIA ................................................................................................... 15 1.12. OXÍTONAS ................................................................................................... 15 1.13. PAROXÍTONAS ............................................................................................ 15 1.14. PROPAROXÍTONAS .................................................................................... 16 1.15. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ................................................ 16 1.16. EMPREGO DO HÍFEN ................................................................................. 20 1.17. ORTOGRAFIA .............................................................................................. 21 1.18. ACENTUAÇÃO GRÁFICA ............................................................................ 23 1.19. HOMONÍMA .................................................................................................. 24 1.20. ARONÍMIA .................................................................................................... 25 1.21. VERBO ......................................................................................................... 31 1.22. VERBOS IRREGULARES ............................................................................ 32 1.22. PRONOME DE TRATAMENTO .................................................................... 44 1.23. A ARTICULAÇÃO DO TEXTO ...................................................................... 57 1.24. CONCORDÂNCIA VERBAL ......................................................................... 64 1.25. SINTAXE ...................................................................................................... 69 1.26. CONCORDÂNCIA NOMINAL ....................................................................... 75 1.27. COLOCAÇÃO PRONOMINAL ...................................................................... 78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84

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1. ELEMENTOS DA LINGUAGEM

1.1. CONCEITO

A linguagem é a faculdade que o homem tem de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons vocais chamado língua que se organiza numa representação compreensiva em fase do mundo exterior objetivo e interior subjetivo e se concretiza pela atividade da fala. Uma das peculiaridades da linguagem é a distinção entre sua forma oral e a escrita. Na primeira há muita liberdade de organização dos recursos que o sistema da língua nos oferece; na segunda essa liberdade é relativa, dependendo do objetivo do texto, de seu destinatário. O código lingüístico é rico e as situações de comunicação também. O emissor tem a tarefa de fazer suas escolhas com critérios adequados para não prejudicar a eficácia de sua comunicação. Uma importante lembrança é o fato de que na oralidade o interlocutor está presente, na atividade escrita o interlocutor está ausente e este fato indica que as estratégicas da escrita são muito diferentes das estratégias da fala. Vejamos a reprodução de um breve diálogo. “_ Veja isso. _ Hum! Que lindo! _ Diferente, né? _ Na outra revista estava mais ousado o ângulo, nessa ta mais ... sei lá ... _ Me empresta um pouquinho? _ Cê quer mesmo? Pode levar. “

1.2. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Compare as duas mensagens: A – Comprei uma geladeira nova. B – Minha namorada está uma geladeira comigo. O signo lingüístico “geladeira” tem dois significados, havendo, portanto, dois signos lingüísticos a se considerar e não apenas o que chamamos de palavra, que é uma só na verdade. É preciso considerar que a língua constitui-se de um sistema de signos lingüísticos que utiliza sinais combinados de determinada maneira, possibilitando a transmissão de mensagem. A comunicação só existe quando receptor e emissor dominam o código utilizado. Ex.: Comprei uma casa nova E um trepadest aste. Não há comunicação, mas o receptor ouviu uma seqüência de sons que não são signos lingüísticos, pois não têm significado. Para que haja signo lingüístico, além da parte sonora, deve haver uma idéia, um significado. Logo, o SL constitui-se de:

a) Significante: parte material, sons/letras;

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b) Significado: parte psíquica (idéia/conteúdo). Cada vez que se altera um dos elementos, há um novo signo lingüístico. Considerando a palavra geladeira, vamos observar o SL 1, empregado no seu sentido próprio, sem permitir outras interpretações. É a significação básica dos elementos lingüísticos na função informativa da linguagem. É a linguagem denotativa. O SL 2 é empregado com novo significado, a ele atribuído, nem sempre dicionarizado, comum na linguagem expressiva. É a linguagem conotativa.

1.3. VARIABILIDADE LINGÜÍSTICA

NÍVEIS DE FALA

Podemos reconhecer, dentre as variantes lingüísticas usadas pelos falantes dois grandes níveis: o coloquial (ou informal) e o formal (ou culto). O nível formal caracteriza-se por uma linguagem mais obediente às normas gramaticais, estando, portanto, menos sujeito a variações. O nível coloquial é representado pelas formas de linguagem usadas na conversação diária, num ambiente descontraído. É bem espontâneo e natural. Esse nível, entretanto, apresenta características variadas, pois depende muito do grau de instrução dos falantes, de sua condição social, etc. Deve-se ressaltar, porém, que essa distinção não significa que um nível seja melhor do que o outro. O que interessa é a adequação do nível empregado à situação em que ocorre o ato de fala. Se o objetivo de um indivíduo é falar para ser bem compreendido pelo ouvinte, ele deve saber usar adequadamente os níveis de fala. O reconhecimento das várias possibilidades de organização das mensagens favorece uma pessoa, pois se torna capaz de estabelecer contato com interlocutores de formação variada e em situações diversas. Imagine um médico, por exemplo, tentando explicar a um analfabeto as características de uma doença. Se não tiver consciência das diversidades lingüísticas, o médico nunca se fará compreender. Além disso, não devemos esquecer que, em nossa sociedade, o conhecimento da norma culta é um dos meios de valorização social, além de permitir ainda o acesso a formas mais elaboradas de cultura, tanto no campo da arte como no da ciência. Leia o texto de Stanislau Ponte Preta, destaque as expressões típicas de nível coloquial e substitua-as por termos equivalestes do nível formal:

TEXTO

VAMOS ACABAR COM ESSA FOLGA

O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos sentados nesse café, tomando uma e outras. Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o diabo. De repente um alemão forte para cachorro levantou e gritou que não via homem para ele ali dentro. Houve surpresa inicial, motivada pela provocação, e logo um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou: _ Isso é comigo? _ Pode ser com você também – respondeu o alemão.

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Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro para ele. Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos. O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos presentes que o que ele dizia era certo. Não havia homem para ele ali naquele local . Levantou-se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez do francês, depois de um norueguês, etc., etc. Até que, lá do canto do café, levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia para perguntar, como os outros: _ Isso é comigo? O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e ... PIMBA! O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro. Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar manso e pensar que são mais malandros do que os outros. (In Tia Zulmira e eu, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1960, p.71).

1.4. AS ARMADILHAS DAS PALAVRAS

As palavras podem se tornar um problema, se nos deixarmos dominar por elas. O uso popular tende a fixar-se mais que o culto e formal, provocando desvios da norma em várias áreas da gramática normativa. Observemos alguns exemplos: 1 - Problemas ortográficos: a) O professor Daniel não gosta de dar aulas “germinadas”. b) A chuva parece eminente. c) Não percebi que a cela do cavalo estava solta. d) Não há poblema que não tenha solução. e) Os íberos habitavam a Península Ibérica nos primórdios da história. 1. Problemas sintáticos:

a) O pessoal foram embora satisfeitos com a festa. (Concordância verbal e nominal)

b) Ele obteve alguns merecidos meses de descanso nas férias _ prêmia. c) Fui no jogo e valeu a pena. (Regência). d) O presidente americano produziu um espetáculo em novembro passado na

Arábia Saudita, onde comeu peru fantasiado de “marine” no mesmo bandejão em que era servido aos soldados americanos. (Colocação de termos).

2. Problemas semânticos:

a) O presidente garantiu aos parlamentares que o seu esforço levaria à aprovação do projeto.

3. “Modismos” lingüísticos

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a) Eu, enquanto parlamentar, defendo o reajuste do IPVA. (Valor semântico da conjunção).

b) A nível de repertório o CD é fantástico. (Regência indevida). c) A gente vai estar enviando sua encomenda amanhã. (Gerundismo). d) Ele não pode ser punido porque é de menor. (Regência indevida).

4. Problemas morfológicos:

a) Os pais interviram e a briga dos irmãos parou. b) Muitos troféus foram conquistados pelos ginastas brasileiros.

Apesar de tantos problemas, as soluções existem e estão na própria gramática, nos dicionários, na prática intensa de leitura e de escrita. Vamos a elas!

1.5. ORDENAÇÃO DA LINGUAGEM

Todas as línguas têm seu sistema de ordenar termos e orações dentro de um período, mas, em geral, a disposição desses elementos está condicionada ao rumo da raciocínio, à seqüência básica, clareza ou necessidade de ênfase. Em português, a ordem direta consiste em antepor-se o sujeito ao verbo e este a seus complementos. Ex.; Deus fez o homem a sua imagem e semelhança. A inversão dessa ordem constitui uma figura de construção como em: O homem, Deus fé-lo a sua imagem e semelhança. Pode-se notar que ocorre ênfase para o termo deslocado, recurso muito comum na linguagem jornalística. É bom ressaltar que no caso de posicionamento do adjetivo esta variação pode provocar mudança de sentido como em: Ele é um homem grande. / Ele é um grande homem. Ele elaborou um período simples. / Ele elaborou um simples período. Também é preciso pontuar adequadamente os adjuntos adverbiais ou outros termos deslocados de seu lugar comum, separando-os com vírgula: Eu costumo ler o jornal antes do almoço. / antes do almoço, eu costumo ler o jornal. Mas a liberdade de colocação encontra seus limites nas exigências de clareza e de coerência, qualidades que se sobrepõem à ênfase e ao estilo, quando não é possível conciliar todas elas. Vejamos exemplos.

a) O protagonista da trama diz que não quer casar no primeiro capítulo, mas já concorda em fazê-lo no quarto. (ambigüidade e incoerência)

b) Estou pronto a discutir com você, quando quiser, este assunto. (ambigüidade) c) Vende-se uma casa com salão, suíte, dois quartos, copa, cozinha e banheiro,

no centro da cidade. (ambigüidade) Vale ressaltar, ainda, o recurso interessante da ordem gradativa, em que o autor gradua de modo ascendente ou descendente uma enumeração, conforme seu objetivo de comunicação.

a) “Anda, corre, voa, se na perdes o trem.” b) “Não houve entre nós um gesto de carinho, uma palavra, um olhar sequer na

despedida”. c) “(...) é só relembrando, revivendo, ressofrendo as dores que a alma se

corrige, se aperfeiçoando, se torna mais próxima de Deus”. Assim, nem sempre o problema de linguagem é evidente como a má grafia ou a pontuação inadequada. Devemos estar atentos ao texto escrito no sentido de buscar a clareza e, com certeza, que ela pode ser obtida com uma colocação adequada.

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Exercitando a boa colocação, melhore a clareza ou desfaça a ambigüidade dos períodos abaixo:

a) Aos inscritos da UNICAMP, foi exigido ler um livro para o exame de vestibular inexistente no Brasil.

b) João ficou com Mariana em sua casa, enquanto Alice saiu com sua irmã. c) O menino viu o incêndio do prédio do prédio vizinho. d) Caminhando pela calçada, o caminhão colheu o operário quando derrapou,

ao entrar na barbearia. e) Para não ser mordido, o cão teve que ficar acorrentado. f) Presidente e governador se desentenderam por causa de sua administração. g) Haverá um seminário sobra AIDS na Câmara dos Deputados. h) Fidel Castro receberá o papa fortalecido.

1.6. A REPETIÇÃO ENFÁTICA E O PLEONASMO VICIOSO

Um dos recursos da linguagem mais veementes para criar impressões sensoriais nos leitores é a repetição consciente chamada de recorrência de termos. Vejamos alguns exemplos retirados de poetas famosos: 1 – “O que há em mim é sobretudo cansaço Não disto ou daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço, assim mesmo, cansaço, Ele mesmo, cansaço.” (F. Pessoa) 2 – “Pedro pedreiro, pedreiro esperando o trem, que já vem, que já vem, que já vem, que já vem ...” (Chico Buarque) Mas a linguagem formal rejeita este recurso e o destina à expressividade e ao subjetivismo da poesia, da linguagem literária com função emotiva. É preciso evitarmos a repetição, sobretudo quando constitui o que se denomina pleonasmo vicioso ou o “chover no molhado”, conforme se diz popularmente, como nos exemplos:

1. Ele possui muita experiência anterior e deverá ser selecionado para o emprego.

2. Ganhamos grátis este lindo brinde. 3. A modista fez um acabamento final com muito capricho. 4. O habitat natural dos animais deve ser preservado. 5. Não se esqueça de que ele é o elo da ligação entre o político corrupto e os

bandidos. A língua fornece sinônimos que devemos utilizar quando notamos que há repetição intensa de palavras no texto. É só buscá-los no dicionário e procurar o que melhor se encaixa no sentido que desejamos. Outro bom recurso para evitar repetições nos textos é o denominado de cadeia semântica, que consiste em utilizar expressões que remetem o leitor ao elemento _ chave (matriz) porque supõe-se que as mesmas sejam de conhecimento geral. Veja no trecho abaixo como foi feita a cadeia semântica.

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Em um texto, para evitar muitas vezes a mesma palavra ou a mesma expressão, o autor se vale de termos que as substituem. “A vida afetiva de Boris Becker foi sempre uma atração a mais para os torcedores alemães. Depois das raquetadas, o excepcional atleta aparecia com um loura cada vez mais bela do que a anterior. Desde o final de 1991, quando o alemão começou a namorar uma negra, a atriz e modelo Bárbara Feltus, o racismo exaltado está azedando a mais bela história de amor do supercampeão. O ídolo das quadras conheceu durante a disputa do Austrália Open (...) Os fascistas alemães não perdoaram um dos símbolos da força e da eficiência germânica por ter escolhido uma moça negra como companheira. Bárbara foi massacrada pela imprensa racista e humilhada por fãs do tenista”. (Veja, 14/07/1993) Depois de ler com atenção a notícia acima grife, todas as palavras ou expressões utilizadas pelo autor para substituir Boris Becker.

1.7. PROBLEMAS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Neste texto o autor expõe uma tese ou mensagem opinião e analisa essa mensagem, além de apresentar argumentos para evidenciar a validade do ponto de vista apresentado. É muito comum o leitor ler este tipo de mensagem e confundir o que é tese e argumento do autor com seus próprios, provocando alguns problemas como os de que seguem após o texto. Examinemos: “O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as coisas, sentindo-se cheio de surpresas, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso _ embora mesclado de terror. Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar _ é está a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido pertenço aos homens profundamente religiosos”. (Albert Einstein – Como vejo o mundo) Seguem-se alguns exemplos de erros no entendimento do texto

EXTRAPOLAÇÃO O texto fala sobre a importância de Deus e da religião, e sobre o mistério da criação do universo. O texto afirma que todo cientista precisa ser artista e religioso, para poder compreender a natureza. REDUÇÃO O texto afirma que o terror fez nascer a religião. O texto afirma que a nossa compreensão dos fenômenos é ainda muito elementar. CONTRADIÇÃO O texto afirma que quem experimenta o mistério está com os olhos fechados e não consegue compreender a natureza.

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O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a ciência. O texto apresenta, na verdade, várias idéias básicas:

A beleza da experiência do mistério;

A emoção do mistério como raiz da ciência e da arte;

O homem incapaz de sentir essa emoção está com os olhos mortos;

A caracterização desse vivência: saber sentir que existe algo _ belo e racional _ que compreendemos apenas rudimentarmente;

O sentido em que o autor se considera uma pessoa religiosa (e unicamente neste sentido).

1.8. PROBLEMAS DA LÍNGUA CULTA

Neste capítulo, abordaremos o emprego de algumas palavras e expressões que, na língua culta, costumam apresentar alguma dificuldade ao estudante. POR QUE / PORQUE / PORQUÊ / POR QUÊ Lembre-se, inicialmente, de que em final de frase a palavra que deve ser sempre acentuada. Você vive de quê? Ela pensa em quê? Escreve-se por que (separado):

Quando equivale a pelo qual e flexões. Trata-se, aqui, da preposição por seguida do pronome relativo que

Este é o caminho por que passa todos os dias. Aquele é o livro por que Paulo se interessou.

Quando depois dessa expressão vem escrita ou subentendida a palavra razão. Trata-se, aqui, da proposição por seguida do pronome interrogativo que. Se ocorre no final da frase, o que deve ser acentuado.

Por que razão você não compareceu? Por que ele faltou à reunião? Ele faltou por quê? Não sabemos por que você não compareceu. Não sabemos por que ele faltou. Escreve-se porque (junto e sem acento) quando se trata de uma conjunção explicativa ou casual. Geralmente equivale a pois. Tirou boa nota porque estudou bastante. Não compareceu porque estava doente.

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Escreve-se porquê (junto e com acento) quando se trata de um substantivo. Nesse caso, vem precedido de artigo ou de outra palavra determinante. Nem o governo sabe o porquê da inflação. Não compreendemos o porquê da briga. ONDE / AONDE Emprega-se aonde com os verbos que dão idéia de movimento. Equivale sempre para onde. Aonde você vai? Aonde nos leva com tal rapidez? Naturalmente, com os verbos que não dão idéia de movimento emprega-se onde. Onde estão os livros? Não sei onde te encontrar. MAS / MAIS Mas é uma conjunção coordenativa adversativa. Equivale, portanto, a contudo, todavia, entretanto. Ele estudou muito, mas não conseguiu boa nota. O time terminou o campeonato sem derrota, mas não foi campeão. Mais é pronome ou advérbio de intensidade. Tem por antônimo menos. Ele leu mais livros este ano que no ano anterior. Ela era a aluna mais simpática da classe. EXISTE TAMBÉM A FORMA MÁS, TRATA-SE DO PLURAL DO ADJETIVO MÁ. ERAM PESSOAS MÁS. MAU / MAL Mau é sempre um adjetivo (seu antônimo é bom): refere-se, pois, a um substantivo. Escolheu um mau momento para sair. Era um mau aluno. Mal pode ser:

Advérbio de modo (antônimo de bem) Ele se comportou mal. Seu argumento esta mal estruturado.

Conjunção temporal (equivale a assim que)

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Mal chegou, saiu.

Substantivo (quando precedido de artigo ou de outro determinante) O mal não tem remédio. Ela foi atacada por um mal incurável. CESSÃO / SESSÃO / SECÇÃO / SEÇÃO Cessão é o ato de ceder, o ato de dar. Ele fez a cessão dos seus direitos autorais. A cessão do terreno para a construção do estádio agradou a todos os torcedores. Sessão é o intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembléia, um evento, etc. Assistimos a uma sessão de cinema. Reuniram-se em sessão extraordinária. Secção e seção significam a mesma coisa, isto é, a parte de um todo, um segmento, uma subdivisão. Lemos a noticia na secção (ou seção) de esportes. Compramos os presentes na secção (ou seção) de brinquedos. HÁ / A Na indicação de tempo, emprega-se:

Há para o passado (equivale a faz) Há dois meses que ele não aparece. Ele chegou da Europa há um ano.

A para o futuro. Daqui a dois meses ele aparecerá. Ela voltará daqui a um ano. SENÃO / SE NÃO Senão equivale a caso contrário. Devemos entregar o trabalho no prazo, senão o contrato será cancelado. Espero que faça bom tempo amanhã, senão não poderemos ir à praia. Se não equivale a se . Estará iniciando orações adverbiais condicionais. Se não chover amanhã, poderemos ir à praia.

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A festa será amanhã à noite, se não ocorrer nenhum imprevisto. Existe também senão substantivo, que significa mácula, defeito. Nesse caso, vem precedido de artigo ou de outro determinante. Essa pessoa só tem um senão. AO INVÉS DE / EM VEZ DE Ao invés de significa ao contrário de Ao invés de que previu a meteorologia, choveu muito ontem. Em vez de significa em lugar de. Em vez de jogar futebol, preferimos ir ao cinema. AO ENCONTRO / DE ENCONTRO Ao encontro (rege a preposição de) significa a favor de. Aquelas atitudes vão ao encontro do que eles pregavam. De encontro (rege a preposição a) significa contra. Sua atitude veio de encontro ao que eu esperava. ACERCA DE / HÁ CERCA DE Acerca de é uma locução prepositiva. Equivale a respeito de. Discutimos acerca de uma melhor saída para o caso. Há cerca de é uma expressão em que o verbo haver está indicando tempo transcorrido, equivalente a faz. Há cerca de uma semana, discutíamos uma melhor saída para o caso. A FIM DE / AFIM A fim de é uma locução prepositiva que indica finalidade. Ele saiu cedo a fim de poder chegar a tempo. Afim é adjetivo e significa semelhante, por afinidade. O genro é um parente afim. Tratava-se de idéias afins.

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DEMAIS / DE MAIS Demais é advérbio de intensidade, equivale a muito. Elas falam demais. Demais também pode ser usado como substantivo (virá precedido de artigo ou outro determinante), significando os restantes. Chamaram onze jogadores para jogar, os demais ficaram no banco. De mais é locução prepositiva e possui sentido oposto a de menos. Não havia feito nada de mais. À-TOA / À TOA À-toa é um adjetivo (refere-se, pois, a um substantivo) e significa impensado, inútil, desprezível. Ninguém lhe dava valor: era uma pessoa à-toa. Á toa é um advérbio de modo e significa a esmo, sem razão, inutilmente. Andavam à toa pelas ruas. DIA-A-DIA / DIA A DIA Dia-a-dia é um substantivo e significa cotidiano. O dia-a-dia do trabalhador é extremamente monótono. Dia a dia é expressão adverbial e significa todos os dias, cotidianamente. Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. TAMPOUCO / TÃO POUCO Tampouco é advérbio e significa também não. Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa. Em tão pouco, temos o advérbio de intensidade tão modificando o pouco, que pode ser advérbio ou pronome indefinido. Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho! (tão modifica o pronome indefinido pouco) Estudamos tão pouco nesta semana. (tão modifica o advérbio pouco).

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EXERCÍCIO SOBRE HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS 1) Complete os espaços com uma palavra dos parênteses:

a) Toda jovem deve falar com ____________(descrição/discrição) b) Meu relógio não tem _________________(conserto/concerto) c) Não saia, pois a chuva é _______________(eminente/iminente) d) A modista acabara de ______________a roupa. (coser/cozer) e) Assistimos a uma _________________ cinematográfica.

(sessão/cessão/seção) f) Pleitearam a _____________________do prédio. (sessão/cessão/secção) g) Pediram a _______________ da Virgem Maria. (intercessão/interseção) h) No antigo _______________ Imperial, há hoje um museu. (Paço/Passo) i) Depois de _______________a madeira, os operários ___________ a porta e

saíram. (serrar/cerrar) j) Denomina-se _____________de duas linhas o ponto onde se cortam.

(intercessão/interseção) k) ___________________-se lhe a licença por fraude. (cassou/caçou) l) Os culpados já _______________ suas culpas. (espiar/expiar) m) Os monges recolheram-se às suas ________________. (celas/selas) n) Devemos ser fiéis ao ______________de promessas.

(cumprimento/comprimento) o) Seus esforços não ________________ efeito. (sortiram/surtiram) p) Resolveram ____________________a viagem. (deferir/diferir) q) O daltônico é incapaz de ____________ cores.(descriminar/discriminar) r) Muitos peixes __________________ do fundo do mar. (emergiram/imergiram) s) Terminada a ópera, os ______________aplaudiram.

(expectadores/espectadores) t) A polícia apanhou o ladrão em ____________(flagrante/fragrante)

2) Leia e corrija as palavras em grifo, quando julgar necessário.

d) O governo ganhou vultuosa soma na obra e as dívidas ascederam muito. e) O advogado falou em impetrar mandado de segurança quando lhe falaram

sobre o mandato do presidente. f) Tudo me passou despercebido, mas à minha mãe nada passa desapercebido. g) O presidente foi a TV afim de pedir apoio ao povo. h) Não fazia nada sem consultar os cheques do petróleo. i) Um desconhecido arreou a bandeira nacional. j) Elisabete se sentiu mau e foi embora, apesar do mau tempo. k) O motorista infringiu o sinal e o guarda lhe inflingiu a multa. l) As rosas não têm outro dever na vida, se não o de serem belas. m) Estive há pouco a um passo de perder a paciência. n) Embora não a veja há muito, não poderei encontrá-la, pois irei daqui a pouco

para o exterior. o) Os mendingos povoam as cidades brasileiras. p) No verão, sôo muito. q) Os músicos executaram uma bela ária. r) Tome acento neste lugar.

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1.8. ORTOEPIA E PROSÓDIA

Ligando-se diretamente à correta produção dos fonemas e à perfeita colocação do acento tônico nas palavras, existem duas partes da Gramática que se preocupam com a pronúncia-padrão do português. São elas a ortoepia e a prosódia. Relacionamos, a seguir, os exemplos mais corriqueiros em que ocorrem erros de pronúncia de acordo com o padrão culto: _ Aquela catedral possui uma impressionante abóboda (e não “abóboda”). _ A aterrissagem de grandes aviões é um belo espetáculo (e não “aterrisagem”). _ Não me queira fazer adivinhar sua idade (e não “advinhar”). _ Crianças usam babadouros (e não “babadores”). _ Dei-lhe uma bandeja de prata (e não “bandeija”). _ Não foi uma boa barganha (e não “berganha”). _ Foi a uma festa beneficente (e não “ beneficiente”). _ Faça o cabeçalho completo na prova (e não “cabeçário”). _ Não é fácil ser bom cabeleireiro (e não “cabelereiro”). _ Comer caranguejo é profundamente agradável e caro (e não “carangueijo”). _ Uma explosão nuclear é um verdadeiro cataclismo (e não “cataclisma”). _ Ele é agora um dignitário; deixou de ser um cidadão comum (e não “dignatário). _ Preciso ir ao banheiro: estou com uma forte disenteria (e não “desinteria). _ Isso não é empecilho à nossa determinação (e não “ impecilho” ou “empecílio”). _ Nosso engajamento em lutas pelos direitos humanos é fundamental (e não “enganjamento”). _ Minha mãe pediu-me que lhe comprasse entretela (e não “intertela”). _ Aquela guerra foi um verdadeiro fratricídio (e não “fraticídio”). _ Um primeiro revés não me iria frustrar (e não “frustar”; da mesma forma, frustração, e não “frustação”). _ Heterogeneidade e homogeneidade são duas palavras de pronúncia difícil (e não “heterogeineidade” e “homogeineidade”). _ Há uma simpática lagartixa na parede (e não “largatixa”). _ Por favor, passe-me a manteigueira (e não “manteguera”). _ Por que existem mendigos (e não “ mendingos”)? _ Ser juiz é ser chamado meritíssimo (e não “meretíssimo”). _ A meteorologia previu bom tempo para hoje (e não “metereologia”). _ Nunca vi nada igual! Comer pão com mortadela e salsicha (e não “mortandela” e “salchicha”). _ Nada deve ser feito apenas em seu próprio privilégio (e não “próprio” e “previlégio”). _ Isto não me vai prostrar (e não “prostar”; daí prostração, e não “prostação”). _ Devemos sempre reivindicar maiores liberdades individuais (e não “reinvidicar”). _ Tentaram surripiar-lhe a bolsa (e não “surrupiar”). _ A tireóide exerce importante função em nosso organismo ( e não “tiróide”). _ Não me cutuque o umbigo (e não “imbigo”)>

1.9. ORTOFONIA

A ortofonia (de orto, ‘correto’ + fon(o), ‘som) preocupa-se com a pronúncia correta de palavras e frases, abrangendo a ortoepia e a prosódia.

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1.10. ORTOEPIA

A ortoepia ou ortoepia (do grego orthós, ‘reto’, ‘direto’ + épos, ‘palavra’) trata da correta articulação e pronúncia das palavras. Os erros de ortoepia caracterizam a linguagem popular; ao articular uma palavra, os falantes normalmente obedecem à lei do menos esforço. Dessa forma, são comuns caso como: ‘róba’ em vez de rouba, ‘alejar’ em vez de aleijar, ‘advogado’ em vez de advogado.

1.11. PROSÓDIA

A prosódia trata da correta acentuação e entoação dos vocábulos. Sua principal preocupação é o conhecimento da silaba tônica de uma palavra. Cometer um erro de prosódia, por exemplo, é transformar uma palavra paroxítona (como rubrica) em proparoxítona (rubrica). Tais erros de prosódia são chamados silabadas. Para evitar silabadas, atente para a pronúncia culta das seguintes palavras em destaque:

1.12. OXÍTONAS

_ O condor é um grande pássaro andino. _ Gibraltar é o nome correto do famoso estreito entre a áfrica e a Europa. _ Faz-se mister (= ‘é necessário’) que observemos bem a pronúncia destas palavras. _ O prêmio Nobel da paz deveria ser atribuído mais criteriosamente. _ Ele é ainda novel (= ‘novo’, ‘inexperiente’) nessa atividade. _ Recém-chegado a seu país natal, o antigo refém ainda está ruim de saúde. _ É sutil a inflamação que lhe apareceu no ureter.

1.13. PAROXÍTONAS

_ O avaro é indivíduo mesquinho, popularmente chamando “pão-duro” _ Finalmente terminara aquele dia aziago (=’azarento’, ‘agourento’). _ Barbaria é sinônimo de barbárie; ambas as palavras referem-se ao comportamento dos bárbaros. _ Cartomancia e quiromancia são atividades típicas de ciganas. _ O herói grego Ulisses derrotou o medonho ciclope Polifemo. _ O decano da escola é um erudito e austero professor de Física. _ O grande filantropo (=’humanitário’) não conseguia mudar o comportamento de seu vizinho misantropo (=’que evita a companhia humana’). _ Os iberos habitavam a Península Ibérica nos primórdios da História. _ O látex é uma mercancia (= ‘mercadoria’) de alto valor no mercado. _ Seu comportamento pudico contrasta com suas vestes policromas. _ A maquinaria têxtil dependia de uma simples rubrica para ser desembarcada.

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1.14. PROPAROXÍTONAS

_ Fomos ao aeródromo ver uma exposição de aerólitos. _ O aríete era uma antiga arma demolidora. _ Arquétipo e protótipo são sinônimos de modelo, tipo exemplar. _ Os homens são bímanos, mas, em nosso mundo ocidental, não podem ser bígamos _ O êxodo rural é um sério problema brasileiro. _ Esperamos sua chegada por duas longas horas; nesse ínterim, ele embarcou para a Europa. _ Esse invólucro não é apropriado para conteúdo tão corrosivo. _ O lêvedo é o fungo utilizado na fabricação da cerveja. _ Nosso amor é sólido, compacto: verdadeiro monólito burilado. _ A letra grega ômega (..) é usada como símbolo do ohm, unidade de medida da resistência elétrica. _ Revérbero é uma bela palavra: significa ‘efeito da luz refletida’. Vocábulos que admitem dupla prosódia Acróbata ou acrobata Oceânia ou Oceania Ortoépia ou ortoepia Projétil (plural: projéteis) ou projétil (plural: projetis) Réptil (plural: répteis) ou réptil (plural: reptis) Sóror ou sóror Xérox ou xérox Zangão ou zangão

1.15. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

a) Ponto (.) Assinala graficamente o encerramento da frase, desde que não seja exclamativa ou interrogativa: “Ontem a lavoura escaldava sob o veranico.” b) Vírgula (,) Indica uma pausa breve, e separa:

1) Orações intercaladas: “A chuva, dizia o caboclo, anuncia colheita e fartura.”

2) Orações adjetivas explicativas: “E, além, são as águas, que se refreiam, que se represam ...” (Enrique de Resende)

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3) As orações adverbiais, principalmente quando precedem a principal: “Mas, como a lua de hoje é nova, / a terra amanheceu toda molhada ...”

4) As orações coordenadas, exceto se introduzidas pela aditiva e: “Banhava-me nas águas dos teus córregos, / das tuas cachoeiras e dos teus açudes, ou me embrenhava pelos verdes bosques ...” (E.R.) Obs: Se a oração iniciada pela aditiva e tiver sujeito diferente, pode aparecer a vírgula: ...”as paisagens da infância povoam-me a retina, e fico a vê-las ...”(E.R)

5) dentro da oração, a vírgula separa os apostos e os vocativos: “Ó tu, que assim te foste, e nunca mais voltastes” (E.R) Enrique de Resende, poeta mineiro, escreveu “rosa dos Ventos.”

6) os termos de uma enumeração: “Lá vai o rio, lento, pesadão, molengo.” (E.R) 7) os termos repetidos, pleonasmo e anacolutos:

Gemia o violão, triste, triste. O poeta, nós o apreciamos bastante. O lavrador, muito lhe devemos.

8) qualquer termo intercalado, quebrando a ordem direta (natural) da frase: “De súbito, transpondo o aceiro, as flâmulas inundam...” (E.R) c) Ponto e vírgula (;) Indica pausa mais longa que a vírgula e é empregada:

1) para separar orações ou elementos oracionais de certa extensão: “Ouço a canção dos carros chiadores; “as moegas se enchem; as máquinas se movem; o arroz entope as tulhas e os celeiros; o milho salta nos debulhadores ...”

2) para isolar cada um dos considerados, artigos, disposições em leis, decretos, regulamentos, contratos:

3) “Artigo I. 8°. Compete à União: I – manter relações com Estados estrangeiros e com eles celebrar tratados e convenções; participar de organizações internacionais; II – declarar guerra e fazer a paz; III – decretar o estado de sítio;

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IV – organizar as forças armadas, planejar e garantir a segurança nacional. (Art. 9°. Da Constituição Federal de 1967) d) Dois pontos (:)

1) Indicam uma citação: “E o meu amigo concluía: _Quem dá o nome às crianças não somos, portanto, nós, nem a mãe, nem o padre, nem o bispo, nem o arcebispo, nem o cardeal: é a criada, meu velho, é a criada!” (Humberto de Campos)

2) Indicam um esclarecimento: “E pressinto a colheita: Ouço a canção dos carros chiadores; as moegas se enchem ...” e) os parênteses ( ( ) ) Isolam palavras ou expressões intercaladas no discurso: “As grades de ferro dos armazéns, fechados à noite, / faziam sonhar (tantas mercadorias!) e me ensinavam a poesia do comércio.” (Ribeiro Couto) e) As aspas (“”)

1) Detonam transcrições literais: “Ontem a lavoura escaldava sob o veranico.”

2) Usam-se para realçar termos ou expressões como estrangeirismo, neologismos, gírias, etc.

A televisão exibiu ontem um “show” de Frank Sinatra. Mariazinha é um “broto” muito “legal”.

3) Acentuam o valor significativo de uma palavra, ou a realçam ironicamente: “Mas as coincidências, os acertos por acaso, geram seguidores nas fronteiras da “confiança absoluta.” (Mauro Mota)

f) As reticências: (...)

1) Indicam uma interrupção de frase, do pensamento: “Um dia ... ela não veio mais.” (Godofredo Rangel)

2) Indicam idéia incompleta: “Filho ingrato, parti ... “ (Adelmar Tavares)

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g) Travessão ( _ )

1) Indica a mudança do interlocutor, no diálogo: “O mocinho encabulou. _ Boa ocupação, Dona Glória, ocupação decente. Se quiser dedicar-se a ela, recomendo-lhe a Orpington. Dona Glória enrugou e desenrugou a cara: _ Cada qual tem o seu meio de vida.” (Graciliano Ramos)

2) Isola, num contexto, palavras ou frases: 3) “E é o ouro brasileiro _ o filho expatriado do seio moreno da terra _ o ouro

brasileiro _ o filho expatriado das entranhas indefesas da terra _ a dourar a audácia do estrangeiro ...” (E.R)

h) Ponto de interrogação (?) É empregado nas interrogações diretas: “O inverno, vês?” (E.R) i) Ponto de exclamação (!) Usa-se para exprimir surpresas, admiração, alegria, temor: “Ó tu, que assim te foste, e nunca mais voltaste!” (E.R) EXERCÍCIOS 1. Justifique o emprego da vírgula:

a) “Ele estava era gordo, pensaram, precisava tomar cuidado com o coração.” (Clarice Lispector)

b) “_Parta o bolo, vovó!” (Clarice Lispector) c) “Quando nada mais precisava de sua força, inquietava-se.” (C.L) d) “Sua cólera era tênue, ardente.” (C.L) e) “Estava rindo, quente, quente.” (C.L) f) Tão atentos estavam os alunos, que não sentiram a chegada do professor. g) “Debruçado no tanque, viu a lua bailar na água noturna.” (E.R) h) “Eu amo este Brasil fecundo, que tem a forma de um enorme coração de

linhas grandes.” (Benedito Sampaio) i) “Meu pai, glorioso e humilde lavrador ... (Hermes Fontes)

2. Virgule convenientemente as seguintes frases:

a) “Emprestada a mesa da copa vinha para a sala de visitas depois de uma difícil ginástica pelo corredor.” (Marques Rebelo)

b) _ Comeu batata-roxa no almoço minha querida? c) “Viajavam por uma estrada larga um burro carregado e um cavalo alentado

leve e sem carga.” (Catulo da Paixão Cearense) d) “Diz que passo o dia abatida pensando em nossa mãe em nosso pai em

nossos irmãos que já morreram.” (Rubem Braga) e) “Cavemos a terra plantemos nossa árvore que amiga e bondosa ela nos

será!” (Arnaldo Barreto)

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f) “Uma devia ter sete anos outra nove ou dez.” (Rubem Braga) g) “Puxara à mãe era um touro no trabalho apesar de pouca idade.” (Jorge

Amado) h) “Sentei-me na porta esperando o diretor.” (José Lins do Rego) i) “Lia bem melhorara a letra adiantava-me aos pulos.” (José Lins do Rego)

3. Justifique a pontuação:

a) O ponto: “A mulher e os filhos aproximaram-se dele.” (Artur Azevedo) b) A vírgula: “Ele entra, atravessa a casa, vai sentar-se na cadeira de balanço.”

(Artur Azevedo) c) O ponto de exclamação: “Sim! Sim! Façam as pazes! _ diz a menina num tom

meigo e suplicante.” (Artur Azevedo) d) O travessão: De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta: _Papai, que é plebiscito? e) Os parênteses: “D. Pedro II espia do alto. / (As barbas tão alvas tão alvas

nem sei!) f) O ponto de interrogação: “_Não conheceste o homem?” (M.A) g) A vírgula: “Tia Calu, irmã de meu pai, veio buscar-nos a bordo ...” (Viriato

Correia) h) O travessão: “Alguns conservam o hábito de “sustentar as fêmeas” _ águia,

borboleta, cabra, cobra, vaca _ durante o ano inteiro.” (Mauro Mota) i) Os dois pontos: “É cachoeira agora: indômito, procura, / de queda em queda,

o interrompido leito.” (E.R) j) As reticências: “O arroz entope as tulhas e os celeiros; / o milho salta nos

debulhadores...” k) As aspas: “Aí, o “bicho” transforma-se em agente confraternizador de

interesse social.” (Mauro Mota)

1.16. EMPREGO DO HÍFEN

O hífen possui sete funções no português contemporâneo:

a) separar os elementos que conservam sua independência fonética, num substantivo composto: tira-teimas, joão-ninguém;

b) ligar pronomes oblíquos enclíticos: amá-lo; c) separar elementos de um adjetivo composto: infanto-juvenil, luso-brasileiro; d) separar as sílabas de uma palavra, inclusive sua partição em final de linha: ci-

da-de; (para evitar suposição de que o hífen não existiria, aconselha-se repeti-lo na linha seguinte se a separação for justamente nele);

e) separar o dia, mês e ano nas datas, ano de nascimento e morte: 18-12-1947; Camões (1524-1580);

f) unir certos prefixos a palavra: super-homem; mal-assombrado; (ver gráfico) g) separar os sufixos tupis: -açu, -guaçu e –mirim, de palavra terminada em

vogal acentuada graficamente ou em tônica nasal: acaraú-açu, capim-mirim; Observações:

1. O prefixo sub- exige hífen diante de palavras iniciadas por B: sub-desenvolvido, sub-bloco;

2. Extraordinário se grafa numa só palavra;

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3. Como se vê pelo quadro (prefixo), incluímos mini- e maxi- entre os prefixos, ainda que alguns vejam aí um radical, ou resquício de radical, pois, admitidos como tal, seríamos obrigados a grafar: miniotel, miniortaliça, maxissafra.

4. Quando o não funciona como autêntico prefixo, equivalente ao in-, liga-se ao substantivo mediante hífen: não-intervenção, não-pagamento. Quando, porém, o não antecede adjetivo, não há hífen: não: não flexionado, não descartável;

Prefixos Vogal H R S

Auto-Contra- Extra- Infra-

Intra- Neo- Proto- Pseudo-

Semi- Supra- Ultra-

Ante- Anti-

Arqui- Maxi-

Mini- sobre

X

Hiper- Inter- Super- X X

Ab- Ad-

Ob- Sob-

Sub- X X X

Circum- Com-

Mal Pan-

X X

Entre- X X X

X = sem hífen _ = com hífen

1.17. ORTOGRAFIA

Emprego das letras S _ês: gentílicos, tílulo: francês, marquês _esa: femininos: francesa, marquesa _isar: verbos derivados de nomes com s: pesquisa – pesquisar _s nos diminutivos: asa, asinha _flexão de v. querer e pôr: quis, pus, quisera, pusera; _após ditongo: coisa, pausa, lousa Z _ez: derivados de adjetivos: altivez, beleza _izar: verbos derivados de nomes sem s: uniformizar _z: flor - florzinha _flexão de v. em zer: fazer, dizer: faz, fazemos, diz, dizia G _terminações: agem, igem, ugem, ege, oge: paisagem, vertigem _terminações: ágio, égio, ógio, úgio: pedágio, refúgio ....

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_verbos em ger e gir: eleger, fingir _após inicial a: agente, ágil _após r, se não há j no radical: convergir, emergir _palavras de origem latina, grega e árabe: álgebra, tigela, girafa J _terminações: aje: laje, ultraje _palavras de origem árabe, tupi, africana ou exótica: alforje, jibóia, jiu-jítsu _palavras de origem latina que eram escritas com i (j): jeito, hoje, majestade, Jerusalém _derivadas de outras com j: lisonjear: lisonjeiro; rijo; rijeza _no subjuntivo de verbos em jar: esbanjar, suje, arranje. X _derivadas de línguas modernas: Sh inglês: xampu; j: castelhano: lagartixa; _após ditongo: caixa, frouxo _após me: mexer, enxotar, enxaqueca _após n: enxada, enxugar CH _do latim (cl,fl,pl): chave, cheirar, chuva _do francês ou espanhol: brocha, chalé, chapéu, chorrilho, flecha _do alemão e inglês: chope, cheque _exceções: encher, encharcar, enchovar, ancho, poncho SC Nas formas eruditas _intumescer, enrubescer, florescer

C

Nas formas populares _amanhecer, anoitecer, amadurecer A - Correlações – Ç, C e não S/ SS / SC: _ correlação T –C: absorto – absoção; _TER – tenção: abster: abstenção; deter: detenção; _terminação _ ence, de verbos: convence, pertence; _após ditongo: foice, louça, traição, feição; _vale pelo sc inicial latino: cena (scena), ciência (scientia); _sufixos: aça, aço, ação, iça, iço, uca, uço: ricaço, dentuça, armação, carniça, enfermiço, criança; B – S e não C / Ç / X:

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_grupos ist/ust: misto, sisto, justapôs; _sufixo ense: paraense, fluminense; _ND – NS: pretender: pretensão, tender: tensão; _RG _ RS: imergir: imersão, aspergir: aspersão _RT _ RS: inverter: inversão, divertir: diversão; _PEL _ PULS: impelir: impulso, impulsão, repelir: repulsão; _CORR – CURS: correr: curso, cursivo, excursão; _SENT-SENS: sentir: senso, sensível, consenso; C _ SS e não C / Ç: _ CED _ CESS: ceder: cessão _GRED _ GRESS: agredir: agressão, progredir: progressão; _PRIM _ PRESS: imprimir: impressão; oprimir: opressão; _TIR _ SSÃO: admitir: admissão; discutir: discussão; _RS _ SS: persona: pessoa; adverso: avesso; _X (CS) _ SS: dixi: disse; sexagintar: sessenta; _PS _ SS: gypso: gesso; ipse: esse; _prefixo terminado em vogal + palavra inicada com s: a + silábico: assilábico; re + surgir: ressurgir; Nas formas de verbos em air, oer, uir: cai, dói, possui, aflui, influi, sai, sais; _E nas formas de verbos em oar, uar: abençoe, perdoe, perdoem, continue, continues,

1.18. ACENTUAÇÃO GRÁFICA

1. Monossílabos tônicos: a, e, o; oi, eu, éi; em (pl: ter / vir): só, fá, pé, mói, céu,

méis, têm, vêm: nem todos têm paciência. 2. Oxítonas: a, e, o, em, ens, (I/U se vogal tônica de hiato): oi, eu, éi: sofá, café,

avô, amém, parabéns, caí, Itaú, lençóis, anéis, chapéu. 3. Paroxítonas: ã (s), ao (s), i, u, (s), om, on(s), um, uns, l, n, r, x, os: ímã, órfão,

júri, Vênus, iândom, próton (s), álbum, fácil, hífen, bíceps, éter. 4. Proparoxítonas (todos): árido, fôlego 5. Proparoxítonas eventuais ou paroxítonas em ditongo: ânsia, mágoa,

espontâneo, água, mútuo, Claúdia. 6. Ditongos abertos: éi, oi, eu (s): idéia, papéis, anzóis, epopéia. 7. Hiato: vogal + i ou u (s); exceto NH: caíste, saúde, rainha; êem; ôo (s): crêem,

vôo, rebôos; 8. Trema no U: átomo nos grupos que, qui, gue, gui: freqüente, tranqüilo,

averigüei, argüir; 9. Acento agudo no U tônico: argúi, argúem, averigúe, averigúem; 10. Acento diferencial: pôde/pode; côa (s), pára/para, pôr/por, pêlo/pélo/péla (s),

pêra, pólo, pólo (s); 11. Acento grave somente na marca de crase: à, àquela, àquilo; 12. Formas verbais terminadas em EM:

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Singular Plural Derivados Ter tem têm reter: retém, retêm Vir vem vêm provir: provém, provêm Ler lê lêem reler: relê, relêem Dar dê dêem Ver vê vêem prever: prevê, prevêem Crer crê crêem descrer: descrê, descrêem

1.19. HOMONÍMA

Os homófonos (vocábulos com pronúncia idêntica e grafia diferente) provocam dúvidas na escrita. O conhecimento dos significados auxilia na distinção. Acender: incendiar, fazer fogo; Ascender: subir, elevar-se; Acerto: tino, perícia; Asserto: afirmação; Aço: metal, liga de ferro e carbônio; Asso: verbo assar; Bucho: estômago de animais; Buxo: planta; Cerração: nevoeiro; Serração: ato de serrar; Cessão: doação; Seção (secção): divisão, repartição; Sessão: reunião; Chá: infusão de plantas; Xá: título do soberano da Pérsia; Censo: recenseamento, estatística; Senso: juízo; Concerto: combinação, harmonia; Conserto: remendo, reparo; Coser: costurar; Cozer: cozinhar; Decente: que tem decência; Descente: que desce, vazante; Esperto: vivo, inteligente; Experto: perito, experiente; Espirar: respirar; Expirar: morrer; Taxar: determinar taxa (juro, imposto); Tachar: censurar; Vós: pr.pess.reto, 2° p. pl.; Voz: som emitido pela garganta.

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1.20. PARONÍMIA

Os parônimos são vocábulos com grafia e pronuncia muito semelhantes que provocam confusão na decisão sobre o uso de um deles. Arear: pôr arreios; Arriar: abaixar; Deferir: conceder; Diferir: adiar, transferir; Destratar; insultar; Distratar: desfazer (contrato); Emergir: vir à tona; Imergir: afundar; Eminente: ilustre; Iminente: inevitável, próximo; Comprido: longo; Cumprido: executado; Soar: produzir som; Suar: transpirar; Bocal: embocadura; Bucal: relativo à boca; Eminência: altura; Iminência: proximidade de ocorrência; Enformar: incorporar; Informar: avisar; Comprimento: extensão; Cumprimento: saudação; Peão: que anda a pé, amansador; Pião: brinquedo; Fragrante: cheiroso, perfumado; Flagrante: evidente, ato surpreendido; Infligir: penalizar; Infringir: desobedecer;

(1) ESQUEMA DE ELEMENTOS MÓRFICOS 1. Radicais gregos 2. Radicais latinos Antropo – homem Avi – ave Bio – vida beli – guerra Caco – mau capiti – cabeça Cardio – coração cida – que mata Cefalo – cabeça fero – que contém Crono – tempo forme – forma Etimo – origem loco – lugar Etno – raça ludo – jogo Fobia – medo mater – mãe Gastro – estômago multi – muito Grafia – escrita, descrição paro – que produz Hemo – sangue pater – pai

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Hipno – sono pede – pé Homo – mesmo, igual pluri – vários Metro – medida puer – criança Morfo – forma quadri – quatro Necro – morto silva – floresta Orto – correto voro – que devora Pato – doença Psico – alma Poli – muitos Trofia – desenvolvimento Termo – temperatura 3. Prefixos gregos 4. Prefixos latinos

A, am – privação, negação ante – anterioridade Anfi – duplicidade ambi – duplicidade Anti – ação, contrária contra – oposição Dia – movimento através infra – posição inferior, abaixo Dis – dificuldade justa – posição de lado Endo – posição interior intra/intro – posição anterior Epi – posição superior mal/male – mal Eu – bom, bem multi – muitos Hiper – excesso pen – quase Meta – transformação pre – anterioridade Para – ao lado de re – repetição Peri – em torno de semi – metade , quase Si – simultaneidade vice – substituição 5. Sufixos 5.1 Nominais Qualidade, sentimento: daí, dade, ez, eza, ia, dade, qualidade, sentimento 5.2. Verbais Freqüentativo, durativo, factivo, diminutivo, pejorativo: ear, ejar, entar, ficar, içar, ilhar, inhar, iscar, itar, izar. 5.3. Adverbial Modo: mente 5.4. Específicos Terminologia cientifica: ato, eto, ito,: clorato, cloreto, clorito Ina: alcalóides e álcalis: cafeína, anilina Io: corpos simples: potássio, sódio ol : derivados de hidrocarbonetos: fenol, naftol ismo: doutrinas; sistemas: fascismo, budismo ista: partidários e sectários: fascista, budista

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Exercícios 1. Complete com as letras solicitadas: C, Ç,S, SS,SC,SÇ,X, XC, XS, ou Z .....inamomo e....pontâneo e....udativo mi....anga re....u...itar vero....ímil a...u...ena la....idão velo..... a...en...ão e...ten...ão repercu....ão e...e...o incande....ente e.....pul...o e....cur....ão con.....e......ionário intem......ão afei...ão realiz...e entarde...er ...ílfide .....ilogismo ....irrose e....el....o em...efalite ...edro e....e.....ão CH ou X: pi....e en...arcar .....ará en ....oval .....u....u ......alé ......ale sei...o ca...imbo ca...umba ....iripá .....ampu ....antungue ....arope ....ute me...ilhão ....oupana .....ocalho pa....á J ou G drá .....ea o....iva ri.....eza ri.....idez ti...ela tra.....e pa....em an ......élico .....ibóia .....ipe pa....é exe....ese na ....ina can ....ica ál ....ebra ......iu-ítsu cafa ......este gara .....em ......en ......ibre la .....e ultra .......e pro .....éitl here .....e ma ........estade man .....edoura tan .......erina lison ....ear ........érsei ál ......ido mon .....e me ......era gor ....eta gran ......ear ..... eca tan ......ente fre ......e be .......e .......en .....iva ...... eito Exercícios de acentuação Acentue, se necessário, os seguintes vocábulos: para (verbo) boemia boa feri-lo bambu parti-lo ciclope raiz circuito pelo (verbo) juiz itens mister caqui (fruta) dificilmente

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polens mercancia intuito refens por (verbo) Na série abaixo, falta acento gráfico em uma palavra. Assinale-a e justifique a regra: ( ) lingüística ( ) arvorezinha ( )avaro ( )sauna ( )cortesmente ( )Cavalcanti Idem à anterior: ( ) abdomens ( ) ibero ( ) somente ( ) coroa ( ) pezinho ( ) Carmen Justificativa:__________________________________________________________ Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, acentuando, se necessário: (1) oxítona ( ) condor (2) paroxítona ( ) ardil (3) proparoxítona ( ) frenesi

( ) celtibero ( ) protótipo ( ) novel ( ) caracteres ( ) bavaro ( ) ritmo ( ) pavio

Assinale a série em que todas as palavras são acentuadas, obedecendo à regra das paroxítonas:

a) húmus – tríceps – caíque – álbum b) pônei – dólar – órfã – suíço c) ravióli – heróico – afável – sílex d) éden – água – vôo – almíscar e) grátis – néctar – íon – miscelânea

Assinale a série cuja acentuação gráfica se justifique da mesma forma que em onomatopéia – aquário – ruína: ( ) maiúsculo – tríduo – rédea ( ) estóico – obliqúem – Bocaiúva ( ) réu – bilíngüe – possuí-la

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( ) próton – tranqüilo – saúde ( ) pastéis – raízes – série Assinale a (s) resposta (s) correta (s): ÍON tem acento gráfico ( ) porque é proparoxítona ( ) porque é nome cientifico ( ) pelo mesmo motivo de próton e rádom ( ) no singular e no plural ( ) sem razão alguma Idem à anterior PÊRA (subst. = fruta) tem acento gráfico ( ) porque é uma palavra paroxítona ( ) para contrastar com a expressão arcaica “pêra” ( ) sem razão alguma ( ) porque é um substantivo ( ) pelo mesmo motivo de côa e pôde I Teste de escolha simples 1. Assinale a série em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) trajetória – querosene – hortênsia – facínora b) obcecado – previnido – salsicha – empecilho c) seiscentos – reivindicação – xadrez – suscinto d) xale – umedecer – cabelereiro - tachar e) soçobrar – tarracha – maciço – irascível

2. Idem à anterior:

a) coalizão – advinhar – abscissa – espontâneo b) exceção – excursão – dextro – torácica c) pajem – gasoso – femural – berinjela d) azteca – poleiro – prazerosamente – privilègio e) prescindir – pontiagudo – molambento – maisena

II Sublinhe, dentro dos parênteses, a forma correta: Temos (ogoriza – ojeriza) e alguns poderosos que, (descriminando – discriminando) as minorias, (destratam – distratam)-nas, sendo, (porisso – por isso) , um (opróbio – opróbrio) para um mundo que se diz moderno e civilizado. A (pesquisa - pesquiza) a respeito da (intercessão – intersecção) da órbita do nosso planeta com a do cometa Halley dependeu da verba de organismos internacionais, conseguida graças à (intercessão – intersecção) dos astrônomos, que não (exitaram – hesitaram) em solicitá-la aos mesmos.

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III Complete de acordo com o modelo 1. apreenSão - aprender – ND no radical consen.....o .................................................................................................................... ace......ível ..................................................................................................................... disten .....ão ................................................................................................................... exce......o ....................................................................................................................... insubmi.....ão ................................................................................................................. perver...ão ..................................................................................................................... defen .... ivo ................................................................................................................... transcur....o .................................................................................................................... irrever.....ível .................................................................................................................. suce....ão ....................................................................................................................... incur....o ......................................................................................................................... emi....ão ......................................................................................................................... obten...ão ....................................................................................................................... isen.....ão ....................................................................................................................... 2. suaviZar – suave + izar

fri ....ar - ....................................................................................................................... iri.....ar - ....................................................................................................................... coloni....ar - .................................................................................................................. eletroli.....ar - ............................................................................................................... enverni...ar - ................................................................................................................ mati......ar - .................................................................................................................. avi .......ar - .................................................................................................................. pi ....ar - ....................................................................................................................... simboli......ar - ............................................................................................................. ajui .....ar - ...................................................................................................................

3. Complete, usando o hífen se necessário: arqui + secular = ............................................................................................................ pseudo + original = ........................................................................................................ pseudo + crítica = .......................................................................................................... abaixo + assinado = ...................................................................................................... porta + voz = .................................................................................................................. arranha + céu = ............................................................................................................. pré + vestibular = ........................................................................................................... pro + seguir = ................................................................................................................ pre + visão = .................................................................................................................. bio + grafia = ................................................................................................................. sub + reptício = .............................................................................................................. sub + locar = .................................................................................................................. neo + latino = ................................................................................................................. neo + romano = ............................................................................................................. contra + indicado = ........................................................................................................

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extra + oficial = .............................................................................................................. peri + patético = ............................................................................................................. xilo + fone = ................................................................................................................... penta + silabo = ............................................................................................................. ex + presidente = .......................................................................................................... vizo + rei = ................................................................................................................... grão + duque = .............................................................................................................. micro + onda = ............................................................................................................... pre + determinado = ...................................................................................................... ante + ontem =............................................................................................................... super + homem =........................................................................................................... ultra + sensível = ........................................................................................................... sub + alimentado =......................................................................................................... semi + círculo = ............................................................................................................ infra + estrutura = .......................................................................................................... auto + infração =............................................................................................................. super + requintado =..................................................................................................... supra + renal =.............................................................................................................. inter + vocálico = ........................................................................................................... circum + navegação =.................................................................................................... ob + rogar =.................................................................................................................... rio + grandense =........................................................................................................... anti + anêmico =............................................................................................................. hiper + sensibilidade =.................................................................................................... sub + linhar = ................................................................................................................ sub + alterno =................................................................................................................ inter + nacional = ........................................................................................................... multi + nacional =........................................................................................................... anti + inflamatório =....................................................................................................... micro + saia =................................................................................................................. euro + asiático =............................................................................................................. anti + protocolar = .......................................................................................................... mal + humorado =.......................................................................................................... co + seno =................................................................................................................. contra + veneno =........................................................................................................... tele + entrega =............................................................................................................. sobre + loja =................................................................................................................ áudio + metria =.............................................................................................................. sub + gerente =..............................................................................................................

1.21. VERBO

DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS: VERBOS REGULARES: ANDAR, VENDER E PARTIR

Presente indicativo canto vendo parto

Pretérito perfeito cantei vendi parti

Pretérito imperfeito cantava vendia partia

Mais que perfeito cantara vendera partira

Futuro presente cantarei venderei partirei

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Futuro pretérito cantaria venderia partiria

Presente subjuntivo cante venda parta

Pretérito imperfeito cantasse vendesse partisse

Futuro cantar vender partir

1.22. VERBOS IRREGULARES

I) 1° conjunção: Grupo I – terminados em EAR: nomear, passear, semear, coar e outros. Ganham um I após o radical no pres. do ind. e do subj., exceto na 1ª e 2ª pessoa do plural. Ex: nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam. Nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem. Grupo II – odiar, ansiar, incendiar, mediar, remediar (só estes cinco) – ganham um E antes do i do radical, no mesmo tempo e pessoas do grupo I. Ex: odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Odeie, odeies, odeis, odiemos odieis, odeiem II) 2° conjunção: alguns apresentam irregularidade no pres. do ind. e do subj., além de transferi-las para o modo imperativo; outros apresentam irregularidades no pret. perf. do ind., pret. Mais-que-perfeito, imperfeito do subj. E futuro do subj.

VERBO PRES.IND. PRES.SUBJ. PRET.PERF.

PRET. MAIS QUE

PERF.

IMP.SUBJ. FUT.

SUBJ.

valer valho valha

perder perco perca

fazer faço faça fiz fizera fizesse fizer

querer ---------- queira quis quisera quisesse quiser

ver vejo veja vi vira visse vir

dizer digo diga disse dissera dissesse disser

caber caibo caiba coube coubera coubesse couber

trazer trago traga trouxe trouxera trouxesse trouxer

pôr ponho ponha pus pusera pusesse puser

OBS: Hà verbos que perdem o Z do radical no futuro: dizer: direi, diria..... III – 3° conjunção: Grupo I – servir: pres.ind.: sirvo; pres. subj.: sirva Troca do E pelo I na 1° p. do sing. E em todas do pres. subj. (no imperativo) Grupo II – agredir: agrido, agrides, agride, agridem: pres. subj.: agrida..... Troca do E pelo I no sing. E 3° pessoa p. PL. do pres. ind. E em todas do pres. subj. E no imperativo.

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Grupo III – dormir: durmo – durma. Troca do O pelo U na 1° p. sing. Do pres. ind. e todas do pres. subj. ( no imperativo) Grupo IV – acudir: acordes, acode, acodem, cuda: Troca do U pelo O nas 2°, 3° p. sing. E 3° p. PI. Do pres. do ind. e em todas do pres. do subj. ( no imperativo) Grupo V – irregular no radical e no uso de desinências: VIR Venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm (pres.ind.); venha (pres.subj) Vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram – nas formas derivadas do pret. perf. ind.: viera...., viesse..., vier...... Grupo VI – verbos irregulares nas desinências: Sair – tu sais, ele sai; cair – tu cais, ele cai.... Rir – vós rides; crer – vós credes Grupo VII – verbos derivados de outros irregulares que apresentam na mesma irregularidade: rever (ver): revejo, reveja, revira, revissa, revir..... Propor, dispor, supor, etc (pôr): provir, intervir (vir) Reter, conter, deter (ter); dizer, desdizer, contradizer.... Refazer, desfazer (fazer) Reaver (deriva de HAVER, mas é defectivo) Grupo VIII – verbos não derivados de outros, com conjunção própria: Requerer, requeiro, requeira, requeri, requerera, requeresse, requerer.... Prover: provejo, proveja, provi, provera, provesse, prover..... Grupo IX – dificuldades na conjunção de alguns verbos irregulares Verbos vir e derivados ( convir, provir, advir, intervir, desavir-se, etc). Os derivados seguem integralmente a conjunção do verbo primitivo. Problemas:

a) Presente do Indicativo Vir derivados (ex: “intervir”) Venho intervenho Vens intervéns Vem intervém Vimos intervimos Vindes intervindes Vêm intervêm

b) Pretérito Perfeito do Indicativo ( e tempos derivados)

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Vim Pretérito mais-que-perfeito Vieste viera, vieras, viera, viéramos, vieres, vieram Veio Futuro do subjuntivo Viemos vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem Viestes Imperfeito do subjuntivo Vieram viesse, viesses, viesse, viéssemos, viesses, viessem Nos verbos derivados ocorre o mesmo. Exemplo: “Intervir” Pretérito perfeito do indicativo Intervim Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Interviera, intervieras, interviera, interviéramos, Intervieste interviéreis, intervieram. Interveio Futuro do subjuntivo Interviemos intervier, intervieres, intervier, interviemos, intervierdes, intervierem Interviestes Imperfeito do subjuntivo Intervieram interviesse, interviesses, interviesse, interviéssemos, Interviésseis, interviessem. Verbo ver e derivados ( prever, rever, antever, entrever, etc.) Problemas:

a) Futuro do subjuntivo Ver derivados (ex: “ prever “) Vir previr Vires previres Vir previr Virmos previrmos Virdes previrdes Virem previrem

b) Verbo prover Não segue a conjunção do verbo “ver” , apenas no Pret. perf. indic. ( e tempos derivados). Pretérito perfeito do indicativo

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Provi Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Provera, proveras,. Provera, provêramos, provêreis, proverem Proveste Proveu Futuro do subjuntivo Provemos prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem Provestes Imperfeito do subjuntivo Proveram provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem. Nesses tempos segue a conjunção de um verbo regular (mod. Vender). Os verbos terminados em “ear” e “iar”

c) os terminados em “ear” São irregulares nas formas rizotônicas do presente do indicativo e tempos derivados Exemplos: “pentear”

Pres. indic. Imper. Afirm. Pres. sub. Imper. Negat.

Penteio Penteias 1 Penteia

...................... Penteia Penteie

Penteie Penteies Penteie

......................... Não penteies Não penteie

Penteamos Penteais 2

Penteemos Penteai

Penteemos Penteeis

Não penteemos Não penteeis

Penteiam 1 Penteiem Penteiem Não penteiem

(1) formas rizotônicas (2) formas arizotônicas

Nos demais tempos são regulares, isto é, não apresentam o “i” como acréscimo ao radical. Exemplo: “frear”

Pretérito perfeito do indicativo Freei, freaste,freou, freamos, freastes, frearam.

d) os verbos terminados em “iar” São regulares, exceto, mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar,; cujas iniciais formam o nome MARIO: Mediar Ansiar são irregulares nas formas rizotônicas do presente do Remediar indicativo e tempos derivados. Incendiar Odiar Exemplo: “remediar”

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Pres. indic. Imper. Afirm. Pres. sub. Imper. Negat.

Remedeio Remedeias Remedeia

........................ Remedeia Remedeie

Remedeie Remedeies Remedeie

.......................... Não remedeies Não remedieis

Remediamos Remediais

Remediemos Remediai

Remediemos Remedieis

Não remediemos Não remedieis

Remedeiam Remedeiem Remedeiem Não remedeiem

1. Verbos irregulares da 3° conjunção

a) Irregulares fracos (sofrem alterações no radical quando conjugados no

presente do indicativo e tempos derivados).

Modelo Irregularidade Exemplos

Cair Perdem o I na 3° pés. pl. do pres. indic.

Pres. indic. – caio, cais, cai, caímos, caís, caem.

Seguem o modelo: atrair, contrair, distrair, extrair.

Ferir

“trocam o “E” por “I” - na 1° p. sing. Do pres. indic. - em todo o pres. subj.

Pres. indic. – firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Pres. subj. – fira, firas, fira, firamos, firais, firam.

Seguem o modelo: aderir, advertir, aferir, assentir, auferir, compelir, copmetir, comferir, conseguir, consentir, convergir, deferir, desferir, despir, diferir, digerir, discemir, divergir, divertir, expelir, gerir, impelir, inferir, ingerir, inserir, investir, mentir, perseguir, preferir, preterir, proferir, referir, refletir, repelir, repetir, revestir, seguir, sentir, servir, sugerir, transferir, vestir, etc.

Agredir trocam o “E” por “I” nas formas rizotônicas - do presente do indicativo - e em todo o pres. subj.

Pres. indic. Agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Pres. subj. Agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam.

Seguem o modelo: regredir, progredir, transgredir, denegrir, prevenir, cerzir

Medir

Trocam a consoante por Ç - na 1° p.sing.do pres.indic. - e em todo o pres.subj.

Pres. indic. – meço, medes, mede, medimos, medis, medem. Pres. subj – meça, meças, meça, meçamos, meçais, meçam.

Seguem o modelo: despedir, impedir, expedir, pedir, desmedir, ouvir.

Imergir

Fonema (Ê) e letra J - na 1° p.sing do pres.indic. - todo o pres. subj.

Pres.indic.- imerjo, imerges, imerge, imergimos, imergis, imergem. Pres. subj. – imerja, imerjas, imerja, imerjamos, imerjais,

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imerjam.

Seguem modelo: emergir, submergir

Cobrir

Trocam o “O” por “U” -na 1° p.sing.do pres.indic. - todo o pres. subj. .

Pres. indic. – cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Pres. subj. – cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram

Seguem o modelo: encobrir, descobrir, recobrir

Polir

Trocam o “O” por “U” nas Formas rizotônicas (exceto a 1° p.sing.) do pres.indic.

Pres. indic. – pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem Pres. subj. – pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam

Seguem o modelo: sortir

Acudir

Trocam o “U” por “O” nas formas rizotonicas (exceto a 1° p.sing.) do pres. indic.

Pres. indic. Acudo, acodes, acode, acudimos, acudis, acodem

Seguem o modelo: bulir, consumir, cuspir, desentupir, entupir, escapulir, sacudir, subir, sumir.

Frigir

Troca o “I” por “E” nas formas rizotonicas (exceto a 1° p. sing. do pres.indic)

Pres. indic. – frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem Pres.subj. – frija, frijas, frija, frijamos, frijais, frijam

2. Outros verbos

a) Requerer – derivado do querer, mas não segue sua conjunção, nos seguintes casos:

Pres. indic. (1° p.sing)

Pret. perf. indic.

Pret. mais-que-perf.

Fut. Subj. Imperf. Subj.

Requeiro Requeres Requer Requeremos Requereis Requerem

Requeri Requereste Requereu Requeremos Requerestes Requereram

Requerera Requereras Requerera Requerêramos Requerêreis Requereram

Requerer Requereres Requerer Requeremos Requererdes Requererem

Requeresse Requeresses Requeresse Requerêssemos Requerêsseis Requeressem

b) Mobiliar – irregular no Pres. indic. E temos derivados.

Pres. indic. Imper. Afirm. Pres. subj. Imper. negativo

Mobílio Mobílias Mobília

............................. Mobília (tu) Mobílie (você)

Mobílie Mobílies Mobílie

.......................... Não mobílies (tu) Não mobílie

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Mobiliamos Mobiliais Mobíliam

Mobiliemos (nós) Mobiliai (vós) Mobíliem (vocês)

Mobiliemos Mobilieis Mobíliem

(você) Não mobiliemos (nós) Não mobilieis (vós) Não mobíliem (vocês)

c) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar – irregulares no pres. indic. E

tempos derivados (observe a sílaba tônica). Exemplos: “aguar”

Pres. indic. Imper. Afirm. Pres. subj. Imper. Negativo

Águo Águas Água Aguamos Aguais Águam

.......................... Água (tu) Ágüe (você) Agüemos (nós) Aguai (vós) Ágüem (vocês)

Ágüe Ágües Ágüe Agüemos Agüeis Ágüem

........................... Não ágües (tu) Não ágüe (você) Não agüemos (nós) Não agüeis (vós) Na ágüem (vocês)

Há gramáticos que registram a sílaba tônica no “u”, entretanto tal procedimento diverge da norma culta.

d) Apaziguar, averiguar, obliquar, apaniguar – contrariamente aos anteriores, são regulares, com sílaba tônica no “u”.

Exemplo: “averiguar”

Pres. indic. Imper. Afirm. Pres. subj. Imper. negativo

Averiguo Averiguas Averigua Averiguamos Averiguais Averiguam

............................... Averigua (tu) Averigúe (você) Averigüemos Averigüeis Averigúem

Averigúe Averigúes Averigúe Averigüemos Averigüeis Averigúem

............................ Não averigúes (tu) Não averigúe (você) Não averigüemos (nós) Não averigüeis (vós) Não averigúem (vocês)

e) Particípios

(1) Somente particípios irregulares:

Abrir : aberto Cobrir: coberto

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Dizer: dito Escrever: escrito Fazer: feito Ver : visto Vir : vindo Pôr: posto

(2) Particípios regulares que se tornam obsoletos Ganhar ganhado ganho Gastar gastado gasto Pagar pagado pago Na linguagem contemporânea, já não se usam os particípios ganhado, gastado e pagado, embora tais usos não estejam incorretos.

(3) Particípio literário Pegar pegado pego Embora o uso tenha consagrado o particípio “pego”, deve-se preferir “pegado” com qualquer auxiliar.(Rocha Lima) O ladrão foi pegado pela policia. Jamais tinha pegado um passarinho na arapuca. 3. Verbos defectivos

a) Reaver e Precaver-se - Defectivos nas formas rizotônicas do pres. indic. e tempos derivados.

(1) Pres. indic.

(reaver) (precaver-se) Pres. subj. – não há. --------------- ---------------- Imper. Negativo – não há -------------- ---------------- -------------- ---------------- Reavemos precavemos Imper. afirmativo reaveis pecáveis (reaver) – reavei (vós) -------------- --------------- (precaver) – precavei-vos (vós) (*) precaver-se: usa-se mais frequentemente como verbo reflexivo.

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(2) Nos demais tempos: Reaver : conjuga-se como verbo haver. Precaver-se : conjuga-se como verbo regular (mod. Vender) (3) Grupo do EI : conjugados apenas nas formas com E e I depois do radical. - abolir, aturdir, banir, brandir, carpir, colorir, demolir, delinqüir, esculpir,explodir, fulgir, feder, soer.

b) Grupo do I : conjugados apenas nas formas com I depois do radical. - falar, adir, remir, ressarcir, vagir, espavorir. EXERCÍCIOS 1. Complete as frases abaixo com o presente do subjuntivo dos verbos indicados

entre parênteses: a) como os preços baixaram, é necessário que nós......................o orçamento.

(refazer) b) é importante que nossa tentativa .........................o esforço. (valer) c) convém que eles .................. um novo acordo. (propor) d) para que não nomeemos pessoas incompetentes, é necessário que nós

..................o que elas pensam. (saber) e) espero que todos os responsáveis ......................... a culpa. ( assumir)

2. (E.S.UBERABA/MG) Assinalar a item em que todas as formas verbais pedidas

estejam certas: HAVER (presente subjuntivo, 1° pessoa do singular) CRER (presente indicativo, 3° pessoa do plural) PASSEAR ( presente subjuntivo, 2° pessoa do plural)

a) haja – crêem – passeeis b) haje – crêm – passeieis c) haje – creem – passeais d) hajai – creim – passeiais e) haja – creiem – passeieis

3. (U.F.S. CARLOS/SP) O acordo não ............as reivindicações, a não ser que

......................os nossos direitos e...........................da luta. a) substituir – abdicamos – desistimos b) substitue – abdicamos – desistimos c) substitui – abdiquemos – desistamos d) substitui – abidiquemos – desistimos e) substitue – abdiquemos – desistamos

4. (U.E. LONDRINA/PR) As linhas..................para um ponto e depois se

......................no infinito. a) convergem – esvão b) convirgem – esvaem c) convergem – esvaiem

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d) convergem – esvaem e) convirgem – esvão

5. (PUCCAMP/SP) Assinale a alternativa que contiver o particípio verbal empregado

erradamente: a) Mamãe já tinha cobrido as crianças. b) O fósforo tinha sido aceso. c) O guarda tinha salvado a vítima. d) O gato estava morto. e) Nenhuma das anteriores.

6. (U.C.PR) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas:

1) O intruso já tinha sido ............... 2) Não sabia se já haviam .............a vida. 3) Mais de uma vez lhe haviam ................ a vida. 4) A capela ainda não havia sido ............. a) expulsado, coberto, salvo, benzida b) expulso, cobrido, salvo, benzida c) expulsado, cobrido, salvado, benta d) expulso, coberto, salvado, benta e) expulsado, cobrido, salvo, benzida

7. (FUVEST/SP) Reescreva as frases abaixo, substituindo convenientemente as

formas verbais grifadas pelos verbos colocados entre parênteses: a) Se você se colocasse no meu lugar, perceberia melhor o problema. (PÔR) b) Quando descobrirem o logro em que caíram, ficarão furiosos. (VER)

8. Siga o modelo:

PÔR – Se eu puser Se eles puserem a) rePOR – Se eu ....... Se eles ........... b) proPOR – Se eu .......... Se eles .......... c) suPOR – Se eu ............ Se eles ........... d) comPOR – Se eu .......... Se eles ...........

9. Siga o modelo:

VER – Quando eu vir Quando eles virem a) reVER – Quando eu ......... Quando eles ............ b) preVER – Quando eu ............ Quando eles ...........

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10. Siga o modelo:

TER – Eu tive Quando eu tiver Se eles tivessem a) manTER – Eu ......... Quando eu .......... Se eles tivessem .......... b) reTER – Eu ....... Quando eu ........ Se eles .......... c) deTER – Eu ............... Quando eu .......... Se eles ..............

11. Substitua os verbos destacados pelos que estão entre parênteses: a) Ele pediu um atestado. (requerer) b) Eu recuperei o dinheiro perdido. (reaver) c) Quando ele notar o erro, ficará feliz. (ver) d) Ele entrou na discussão, eu não entrei. (intervir) e) Se ele pedisse apoio, ninguém negaria. (requerer) f) Ele não desconfiou da traição. (prever)

12. (U.F.PELOTAS/RS) Como ..........a licença............novo prazo para o

encerramento da licitação. a) reouveram – requereram b) reouveram – requiseram c) rehouveram – requereram d) rehaveram – requiseram e) reaveram – requereram

13. (U.F.PR) Quais os conjuntos de frases cujas lacunas podem ser preenchidas por

vier, vir e vimos, respectivamente? 01. I – Quando........ a Curitiba, traga sua mãe.

II – Se .........Pedro, avise-o da minha chegada. III – Ontem nós ..............um peixe enorme no lago.

02. I – Se tu .............com mentiras, verás o que é bom! II – Entregue-lhe isto, se o ...................amanhã. III – Nós sempre .............. aqui pelo mesmo caminho.

04. I – Se ............á escola amanhã, terá uma surpresa. II – Peça-lhe para ...........aqui quando puder. III – Pela presente circular ..............pedir seu auxilio aos flagelados.

08. I – Tudo estará pronto para quando .............o Papa. II – No caso de você .................algo estranho, chame-nos. III – Perguntarão se ............ o embora de medo.

16. I – Enquanto não .......... o aumento, nada pagarei. II – Se você e Pedro os ............., nada comentem com eles. III – Ontem nós ..............de Curitiba a Antonina em uma hora.

14. (U.F.VIÇOSA/MG) Observe: 1. “Se você ............mais benevolente, não estaria, agora, com remorso.”

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2. “Se............que isso é necessário, comunica-me imediatamente.” 3. “Ele me havia afirmado que não te .......... nenhum presente de aniversario.” 4. “Quisemos falar, mas ele .............. mandando-nos calar.” 5. “Quando soaram os primeiros tiros, já o esquadrão..........o rio.”

15. Assinale a alternativa com a qual se preenchem CORRETAMENTE as lacunas:

a) for, ver, dava, interviu, transpusera. b) for, vires, dava, interveio, transpôs. c) fosse, veres, daria, interveio, transporá. d) fosse, vires, daria, interveio, transpusera. e) fosse, vir, darias, interviu, transporá.

16. (F.MED.CATANDUVA/SP) Preencher as lacunas com a alternativa abaixo que

seja gramaticalmente correta. ......bem , se Corina Cabral não.................a seu favor, talvez você não .....................a jóia. a) pensa- interviesse – reouvesse b) pense – interviesse – rehavesse c) pensa – intervisse – reavesse d) pensai – interviesse – rehouvesse e) pense – interviesse – reouvesse

17. (FAAP/SP) complete com a forma adequada dos verbos entre parênteses: “Durante o jogo de ontem, embora duvidasse das ameaças dos torcedores, o técnico .......................(requerer) proteção policial, concordando em que os agentes .....................(intervir), se necessário.” 18. (FUVEST/SP) “Se ele .................(ver) o nosso trabalho, ......................(fazer) um

elogio.” Assinale a alternativa em que as formas dos verbos ver e fazer preencham corretamente as lacunas da frase acima.

a) ver – fará b) visse – fará c) ver – fazerá d) vir – fará e) vir – faria

19. (U.E.BAHIA) É importante que vocês ......................se eles não se

.....................durante o depoimento. a) averigúem – contradisseram b) averigúem – contradizeram c) averigúem – contradisseram d) averigúem – contradisseram e) averigúem – contradizeram

20. (FUVEST/SP)

Modelo: Se ele voltou cedo, eu também voltei. Se ele voltar cedo, eu também voltarei. Reescreva as frases abaixo, obedecendo ao modelo: a) Se ele viu o filme, eu também vi.

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b) Se tu te dispuseste, eu também me dispus.

Assinale a alternativa que completa corretamente a frase abaixo: “Se você .....................e seu amigo ..................., talvez você ......................esses bens.”

a) requisesse – intervisse – reavesse b) requeresse – intervisse – reavesse c) requeresse – interviesse – reouvesse d) requeresse – interviesse – reavesse e) nenhuma das anteriores.

1.22. PRONOME DE TRATAMENTO

Quadro demonstrativo

DESTINATÁRIO VOCATIVO ENVELOPE TRATAMENTO ABREVIATURA

Oficiais até Coronel Funcionários graduados (diretores, chefes de seção)

Prezado senhor

Ilmo. Sr. Fulano de Tal ou Ao Sr. Fulano de Tal M.D.Diretor do ......

Vossa Senhoria V.Sª

Monsenhores, Cônegos, Padres e Religiosos

Reverendíssimo (a) Senhor (a)

Reverendíssimo (a) Senhor Padre .......... ou Senhora Madre ........

Vossa Senhoria Reverendíssima ou Vossa Reverendíssima

V. Sª Ver.ª ou V. Ver.ma

Bispos e Arcebispos

Reverendíssimo Senhor

Reverendíssimo Senhor D......... Bispo de ..........

Vossa Excelência Reverendíssima

V.Ex.ª Ver.ª

Cardeais Eminentíssimo Senhor

Eminentíssimo Senhor D ............. Cardeal de .............

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima

V.Em.ou V.Em.Rev.ma

Papa Santíssimo Padre

Santíssimo Padre Papa ............. Palácio do Vaticano

Vossa Santidade

V.S.

Reitores das Universidades

Magnífico Reitor

Exmo. Sr. Fulano de Tal Magnífico Reitor da Universidade ..........

Vossa Magnificência

V. Mag.ª

DESTINÁTARIO VOCATIVO ENVELOPE TRATAMENTO ABREVIATURA

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Procurador-Geral da República Procurador-Geral do Estado Procuradores – Gerais dos Tribunais Embaixadores Governador de Estado e Distrito Federal Presidente e Membros das Assembléias Legislativas Secretário de Estado Membros do Congresso Nacional Presidente e Membros do: Supremo Tribunal Federal, tribunal de Contas da União, Tribunais de Justiça, Eleitorais e Regionais do Trabalho, Tribunal Federal de Recursos, Superior Eleitoral e Superior do Trabalho, Vice-Presidente da República Chefe dos Gabinetes civil e Militar da

Excelentíssimo

Exmo. Sr. .........Fulano de Tal DD .........

Vossa Excelência

V. Ex.ª

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Presidência Ministros de Estado Oficiais-Generais Consultor-Geral da República Chefias do Estado-Maior do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e das forças Armadas.

DESTINATÁRIO VOCATIVO ENVELOPE TRATAMENTO ABREVIATURA

Juízes em geral e Auditores da Justiça Militar

Meritíssimo Senhor Juiz

Exmo. Sr. Dr. Fulano de Tal

Vossa Excelência

V. Ex.

Presidente da República

Excelentíssimo Senhor Presidente da República Federativa do Brasil

Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Digníssimo Presidente da ......................

Vossa Excelência

Não se usa

Envelope

Ilmo. Sr.

José de A. Chaves

Rua Quintino Bocaiúva, 1

90.420 - Porto Alegre - RS

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OBSERVAÇÕES:

a) Plural das expressões de tratamento: O plural das expressões de tratamento depende da própria expressão. Se ela tem o “a” como em v. V.S.ª, V. Ex.ª, etc, acrescenta-se um “s” ao “a”.

Rem.: Maria H. Pinto

Rua Francisco Sá, 1

22080 – Rio de Janeiro - RJ

.................

Timbre

................

Excelentíssimo Senhor

....................................

Digníssimo Presidente da República Federativa do Brasil

Palácio da Alvorada

70000 – Brasília - DF

Rem.: Bruno Vasconcelos

Rua José de Alencar ........

90640 – Porto Alegre - RS

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Exemplos: Vossas Excelências = V.Ex.as Vossas Senhorias = V.S.ªs Se ela não tem o “a”, dobram-se as letras maiúsculas, colocando-se um ponto após a segunda letra dobrada. Exemplos: V.A = VV.AA. V.M. = VV.MM. Lembrete: Não confundir essa última modalidade de plural com a abreviatura de Digníssimo (DD), Santíssimo (SS) ou Meritíssimo (MM.).

b) A concordância dos pronomes TU e VOCÊ com os verbos e pronomes (possessivos e pessoais) aos quais se referem deve ser observada.

Exemplos: Tu te referiste à sua prima. Você se referiu à sua prima.

c) As expressões de tratamento devem concordar com: - verbo na 3° pessoa; - pronome possessivo na 3° pessoa – seu (s), sua (s); - pronome pessoal oblíquo na 3° pessoa – o(s), a(s), se, si, consigo, lhe(s). Exemplos: Falei-lhe que não viria. (= falei a você ou à senhora, etc) Dirijo-lhe a V. Ex.ª para elogiar o seu discurso.

d) Observe: Ela trouxe consigo as passagens. Ela falava consigo mesma. MAS: Ele quer falar com você (e nunca consigo com a senhora porque assim o sentido seria:

ele quer falar com ele mesmo) e) Observe também:

Quando nos dirigimos às pessoas, usamos o pronome VOSSA. Exemplo: Peço que Vossa Senhoria me conceda uma explicação.

Quando falamos das pessoas, usamos o pronome SUA.

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Exemplo: Sua Excelência tranqüilizou os repórteres, dizendo que não faltaria carne à população.

f) Os adjetivos concordam com os pronomes de tratamento em relação à pessoa real que representam (homem ou mulher)

Exemplos: V. S.ª está mais magra. (mulher) V. Ex.ª está equivocado. (homem)

g) Quando forem empregadas expressões altamente cerimoniosas, como V.Ex.ª c V.Em.ª, deve-se evitar o emprego dos possessivos seu(s), sua(s) e dos pronomes ablíquos lhe(s), o(s), e a(s). Talvez a repetição da expressão de tratamento pareça redundante; ela é necessária, porém, para efeitos de clareza.

Exemplo: Vossa Eminência, Eminentíssimo Senhor Cardeal, tem-se preocupado muito com a evasão dos jovens da Igreja, pelo que a atitude de Vossa Eminência tem recebido o apoio de todos os católicos.

h) A expressão de tratamento utilizada para o Presidente da Republica nunca pode ser abreviada.

Exemplo: Sua Excelência o Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira inaugurou Brasília em 1960. REGÊNCIA

1. Introdução e conceito. Verbos e nomes podem, às vezes, não ter sentido completo e dependerem de um complemento. No caso dos verbos, esses complementos podem ser diretos ou indiretos, sendo chamados, respectivamente, de objetos diretos e objetos indiretos. No caso dos nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) temos os complementos nominais. Portanto: “Regência é a propriedade que uma palavra tem de chamar a si um complemento.” (Marouzeau)

2. Classificação Regência Verbal – termo regente = Verbo Regência Nominal – termo regente = Nome

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Regência Verbal Regência Nominal

Simpatizou com o rapas. Agradou ao público. Favoreceu o trabalho. Termo Termo Regente Regido Verbo Complemento Verbal

Tem simpatia com o rapaz. Foi agradável ao público. Agiu favoravelmente ao trabalho. Termo Termo Regente Regente Nome Complemento nominal

3. Verbos Regentes

Quanto à predicação, os verbos nocionais classificam-se:

Verbo Conceito Exemplos

Intransitivos Predicação completa, não exigem complemento.

A criança nasceu. Viajaram ontem.

Transitivos

Predicação incompleta, exigem complemento não preposicionado obrigatoriamente (objeto direto) e preposicionado (objeto indireto)

Transitivo indireto: Encontramos o rapaz. Objeto direto Transitivo indireto: Gostamos de vocês. Objeto indireto Transitivo direto e indireto: Enviou flores à noiva. Obj.direto Obj.indireto

Observação: A classificação de um verbo como intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto depende da situação em que ele é empregada.

Esse homem bebe muito. Verbo intransitivo

Esse homem bebe muito leite. Verbo transitivo direto

4. Nomes Regentes

Os nomes regentes são o substantivo, o adjetivo e o advérbio e o termo regido a esses nomes é o Complemento Nominal, sempre preposicionado.

Tinha lembrança do crime

Foi favorável a ele

Respondeu contrariamente ao pedido

Termo Regente = Nome Termo Regido = complemento Nominal

5. Pronomes “O” e “LHE”

A- Pronomes Pessoais Oblíquos Átonos – o(s) (Substituem Objeto Direto)

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Forma verbal terminada em vogal.

Acrescenta-se apenas o pronome.

Faço o teste. Faço-o.

Forma verbal terminada em R,S,Z.

Cortam-se as consoantes e acrescenta-se L ao pronome

Vou fazer o teste. Vou fazê-lo. Fazemos o teste. Fazemo-lo. Fez o teste. Fé-lo.

Forma verbal terminada em som nasal.

Acrescenta-se N ao pronome

Fizeram o teste. Fizeram-no.

B – Pronomes Pessoais Oblíquos Átonos – lhe(s) (Substituem Objeto Indireto)

Lhe, lhes A ele(s), a ela(s)

Substitui Objeto Indireto Pessoa Substitui Objeto Indireto Coisa Pessoa

Obedeceu ao diretor. Obedeceu-lhe. (a ele) Obedeceu ao estatuto. Obedeceu a ele.

6. Verbos com mais de um sentido e mais de uma regência.

Verbo Sentido Predicação Exemplo

1. Abraçar

Enlaçar Adotar

TD TI – a - com - em (Verbo ronominal) TD

Ele abraçou o rapaz. Ele abraçou-se ao rapaz. com o rapaz. no rapaz. Ele abraçou o catolicismo.

2. Admirar Extasiar-se Causar Admiração

TD TI – a I

Admiro os lutadores. Admira-me que você fracasse. Admira que você fracasse.

3. Agradar Acariciar Satisfazer

TD TI - a

A ama agradava o bebê. A peça agradou ao público.

4. Aspirar Respirar Pretender

TD TI – a

Aspirou o perfume das flores. Aspirava a um país melhor.

5. Assistir

Socorrer Ver Pertencer Morar

TD TI – a TI – a I

O médico assistiu o ferido. Assistiu ao espetáculo. Esse direito assiste ao inquilino. Ele assiste agora no Rio.

6. Atender Deferir Receber

TD TD

Atendeu o meu pedido. Atendeu a visita na sala.

7. Chamar

Convocar Denominar Invocar

TD TD ou TI – a TI – por

Chamei os meninos para jantar. Chamei o rapaz de esperto. Chamei ao rapaz maluco. Chamei por Deus.

8. Custar

Ter o preço Ser difícil Exigir

I TD TI – a TD

Os móveis custaram caro. Os móveis custaram mil cruzeiros. Custou ao rapaz terminar o

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TD e TI caso. A tarefa custou muito trabalho. A tarefa custou-lhe muito trabalho.

9. Implicar

Acarretar Antipatizar Comprometer-se Envolver

TD TI – com TI – em TD e TI

Seu gesto implica punição. Ela implicou com o rapaz. Implicou-se em negócios sujos. Implicou o rapaz no crime.

7. Pronomes relativos

São assim chamados porque se relacionam a um termo – o antecedente (termo anterior) Exemplo: Você é a pessoa que eu procurava antecedente pronome relativo

Variáveis Invariáveis

Masculino Feminino

Singular o qual cujo quanto

Plural os quais cujos quantos

Singular a qual cuja

Plural as quais cujas

Que Quem Onde

EXERCÍCIOS 1. Nas frases abaixo, você deve fazer um círculo no pronome relativo, ligando-o ao

termo anterior (antecedente). 1- Entrou no carro que deixara à porta. 2- O palavrão que resultou da fechada saiu sonoro. 3- Era ele que estava na frente. 4- Fomos nós que organizamos a equipe. 5- A terra onde plantamos é fértil. 6- O homem lembrava-se de tudo quanto aconteceu. 7- Gostei dos conselhos que você me deu. 8- Entre os que trabalham, poucos conseguem enriquecer. 9- Acenou com intimidade para o guarda que encontrou em itinerário. 10- Acreditava em tudo que lhe diziam.

2. Siga o modelo usando os relativos QUE, QUEM, QUAL precedidos ou não de preposição: O relativo QUEM refere-se apenas a PESSOAS. Ouvi um ruído. O ruído me assustou. Ouvi um ruído que me assustou.

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1 – A música é bonita. Você compôs a música. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 – Comprei um carro. É novo. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 – Assistimos ao filme. O filme mostrou cenas chocantes. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 – Josefina não acreditou na triste história. Contaram uma triste história. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 – Feliz é aquele homem. Sempre podemos depositar nossa confiança naquele homem. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 – O ideal é nobre. Lutamos pelo ideal. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7 – O assunto foi discutido em reunião. Referiu-se ao assunto. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3. Siga o modelo usando o relativo ONDE. O pronome relativo ONDE indica lugar e equivale a EM QUE, NO QUAL, NOS QUAIS, NA QUAL, NAS QUAIS. A terra é fértil. Plantamos na terra. lugar A terra onde plantamos é fértil. 1) A cidade é pequena. Moro na cidade. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2) O colégio está bem localizado. Estudo no colégio. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3) Lá está o caminho. Você deverá seguir pelo caminho.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

4. Complete com o relativo CUJO(S) ou CUJAS(S), fazendo-o concordar com o SUBASTANTIVO que o segue.

O pronome relativo CUJO indica POSSE, como o sentido de seu, sua do(a) qual. Concorda em gênero e número com o substantivo que o segue. Não se pode colocar artigo (o, a, os, as) antes ou depois de CUJO.

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Exemplos: Este autor, cujos livros conhecemos, tem sido muito elogiado. O texto, cujas idéias estão claras, foi distribuído ao público.

1- O diretor, ............................. argumentos foram recusados, retirou-se da sala. 2- Outrora, ali havia árvores centenárias, ........................................-sobram

abrigava nossas brincadeiras infantis. 3- As cadeiras ....................................palhinha se achava em mau estado foram

para o sótão. 4- Nosso vizinho, ................................carro está enguiçado, pediu-nos carona

hoje. 5- Era proveniente do Rio o carro ...........................passageiros falaceram.

5. Junte as duas frases numa só, seguindo o modelo:

A cidade deveria ser melhor policiada. Suas ruas são perigosas. A cidade, cujas ruas são perigosas, deveria ser melhor policiada.

1- As pessoas ficaram satisfeitas. As reclamações DAS PESSOAS foram atendidas. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- O animal foi encontrado morto. O aspecto DELE era estranho. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 3- André tornou-se excelente amigo. As atitudes DELE eram suspeitas. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 4- Aquela casa é do governador. As janelas DAQUELA CASA estão abertas. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- Nosso navio ficou encalhado. O capitão DO NAVIO era inexperiente. ______________________________________________________________________________________________________________________________________

6. (UNICAMP-SP) Na Nova gramática do português contemporâneo, de Celso

cunha, lêem-se as seguintes considerações sobre a questão da chamada regência verbal:

A ligação do verbo com o seu complemento, isto é, a regência verbal, pode (......) fazer-se: Diretamente, sem uma preposição intermédia, quando o complemento é o objeto direto. Indiretamente, mediante o emprego de uma preposição, quando o complemento é objeto indireto. (Rio de Janeiro: Fename, 1980,p.480) Com base nas considerações acima, identifique, no trecho abaixo, a passagem em que ocorre um problema de regência verbal: Gentil de Araújo, motorista do caminhão que parou o avião na Marginal do rio Tietê, há 20 anos trabalha nas estradas do país dirigindo caminhões para trabalhadoras. Durante todo esse tempo, diz que já viu muitos acidentes. Mas nenhum se compara, afirma, ao que ele esteve envolvido ontem pela manhã. “Na estrada a gente vê de

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tudo. Já vi um barco cair de uma carreta e amassar um fusca. Só faltava ter visto um avião bater em meu caminhão. Quando contar para os meus amigos, muitos ao vão acreditar.” Transcreva e diga em que consiste, na passagem transcrita, o problema de regência verbal. Reescreva, a seguir, essa mesma passagem, de modo a adequá-la à modalidade escrita culta da língua.

7. (ESPM-SP) Reescreva a frase abaixo duas vezes, substituindo o verbo

destacado pelos verbos assistir e acreditar e fazendo as devidas adaptações no pronome relativo:

“Este é o filme que todos viram.” 8. (UM-SP) Assinale a alternativa que apresente um desvio no domínio da regência

nominal. a) Estava ansiosa para saber se podia gerar filhos. b) Ela precisava domar os caprichos, dirigir suas forças para se sentir apta

àquela situação conjugal. c) Bernardo moera com alegria um punhado de milho no salão contíguo à

cozinha. d) Ávido de esperança, abandonou seu abrigo e lançou-se entre os

perseguidores. e) Com o espírito ambicioso com verdades, aplacou a ira daquele momento.

9. (UF VIÇOSA-MG) Assinale a alternativa correta:

a) preferia antes morrer que fugir como covarde. b) A cortesia mandava obedecer os desejos da minha antiga dama. c) A legenda ficou, mas a lição esqueceu. d) O país inteiro simpatizou-se com esse princípio. e) Jesus perdoou o pecador.

10. (UM-SP) Aponte a alternativa em que a regência do verbo pagar contraria a

norma culta: a) Aliviando-se de um verdadeiro pesadelo, o filho pagava ao pai a promessa

feita no início do ano. b) O empregado pagou-lhe as polias e tachas roídas pela ferrugem para

amaciar-lhe a raiva. c) Pagou-lhe a divida, querendo oferecer-lhe uma espécie de consolo. d) O alto preço dessa doença, paguei-o com as moedas de meu hábil esforço. e) Paguei-o, com ouro, todo o prejuízo que sofrera com a destruição da seca.

11. (PUCSP) Assinale a alternativa que preencha, pela ordem, corretamente as

lacunas abaixo: O verso .....se refere o poeta é mais belo, mais variado e mais imprevisto. O verso......trata o poeta é mais belo, mais variado e mais imprevisto. O verso ......o poeta monta seu poema é mais belo, mais variado e mais imprevisto. O verso ......o poeta constrói é mais belo, mais variado e mais imprevisto.

a) em que, a que, que, de que

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b) com que, que, com que, de que c) a que, de que, com que, que d) a que, de que, que, de que e) que, de que, com que, que

12. (EU PONTA GROSSA-PR) Assinale a alternativa incorreta:

a) Os professores visam à formação dos alunos. b) O fiscal visou os documentos. c) O atirador visa o alvo. d) Visamos a um futuro mais feliz. e) Os desempregados visam melhores condições de vida.

13. (UFV-MG) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas abaixo: A enfermeira procede ..............exame do paciente. O gerente visa ................cheque do cliente. A equipe visa ............primeiro lugar no campeonato. O conferencista aludiu .................fato. Não podendo lutar, preferiu morrer .............viver.

a) ao, o, ao, ao, a b) ao, ao, o, a, do que c) ao, a, o, o, que d) o, a, ao, ao, à e) a, ao, o, ao, que

14. (LONDRINA-PR) Cônscio .......sua grande responsabilidade, desempenhou-se

muito bem ............ tarefas ...................foi incumbido. a) em, nas, que b) de, nas, que c) com, das, a que d) em, às, de que e) de, das, de que

15. (FUVEST-SP) Assinale a alternativa gramaticamente correta:

a) Não tenham dúvidas que ele vencerá. b) O escravo ama e obedece a seu senhor. c) Prefiro estudar do que trabalhar. d) O livro que te referes é célebre. e) Se lhe disserem que não o respeito, enganam-no.

16. (FATEC-SP) Indique a alternativa em que há erro quanto à regência.

a) Eu o agradei, Antônio? b) Eu não lhe agradei, Antônio? c) Muito lhe amo, saiba disto. d) Você não é uma pessoa de que eu goste. e) Sua explanação, contra cuja oportunidade me volto, é bem agradável mas

falha. 17. (CESGRANRIO-RJ) Assinale a opção cuja lacuna não pode ser preenchida pela

preposição entre parênteses:

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a) uma companheira desta,........cuja figura os mais velhos se comoviam (com). b) uma companheira desta, ........ cuja figura já nos referimos anteriormente (a). c) uma companheira desta, .........cuja figura havia um ar de grande dama

decadente (em). d) uma companheira desta, .... cuja figura andara todo o regimento apaixonado

(por). e) uma companheira desta, .... cuja figura as crianças se assustavam (de).

18. (UFV-MG) Assinale a alternativa cuja seqüência completa corretamente as frases

abaixo: A lei ............ se referiu já foi revogada. Os problemas .............se lembraram eram muito grandes. O cargo .........aspiras é muito importante. O filme ............... gostou foi premiado. O jogo ........ assistimos foi movimentado.

a) que, que, que, que, que b) a que, de que, que, que, a que c) que, de que, que, de que, que d) a que, de que, a que, de que, a que e) a que, que, que, que, a que

19. (FUVEST-SP) Assinale a frase correta:

a) Por que motivo preferiu vim aqui, do que me esperar na rua? b) Por que você preferiu vim aqui, do que me esperar na rua? c) Porque você preferiu mais vir aqui que me esperar na rua? d) Porque motivo você preferiu vir aqui, antes que me esperar na rua? e) Por que motivo você preferiu vir aqui a me esperar na rua?

20. (FUMEC-MG) Com referencia à regência do verbo assistir, todas as alternativas

estão corretas, exceto: a) Assistimos ontem um belo filme na televisão. b) Os médicos assistiram os feridos durante a guerra. c) Assistiremos amanhã a uma missa de 7° dia. d) Machado de Assis assistia em Botafogo.

21. (EU PONTA GROSSA –PR) A alternativa incorreta de acordo com a gramática

da língua culta é: a) Obedeça o regulamento. b) Custa crer que eles brigaram. c) Aspiro o ar da manhã. d) Prefiro passear a ver televisão. e) O caçador visou o alvo.

1.23. A Articulação do Texto

A estruturação de um período já foi, com muita propriedade, comparada à articulação de um esqueleto com seus vários ossos. Da mesma forma que de uma

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articulação de ossos resulta um braço, de duas ou mais orações num só período resulta uma articulação de pensamento, lembra-nos o prof. Mattoso Câmara. A redação de um período envolve o conhecimento das relações existentes entre as orações que o formam: a coordenação e a subordinação. 1.23 .1. A Coordenação de Idéias Observe esse período tirado do texto de Dante Moreira Leite: “Ele não se veste como nós, a sua fisionomia pode ser diferente da nossa e não adora os nossos deuses.” Nele, o autor, ao referir-se ao estrangeiro, expressa três pensamentos: Ele ( o estrangeiro) não se veste como nós; a fisionomia do estrangeiro pode ser diferente da nossa; ( o estrangeiro) não adora os nossos deuses. Nesses três pensamentos expressos através de orações, não se percebe que o autor tenha dado maior importância a um que a outro. Eles aparecem encadeados sem que um deles predomine sobre o outro. Esse efeito é resultante do processo sintático que o autor utilizou para relacionar as orações: a coordenação. Na coordenação, não há dependência sintática: as orações se relacionam pelo sentido sem que haja entre elas uma hierarquia. Quando você faz uma descrição, a coordenação é muito útil para apresentar os detalhes daquilo que você descreve, permitindo ao leitor uma visão do todo sem que haja predominância de um detalhe sobre outro. Veja: Era, alta, tinha cabelos loiros, os olhos eram azuis e costumava usar roupas brancas. Na narração, a coordenação nos permite apresentar a seqüência de ações da personagem. É importante que você perceba que, na coordenação, embora não haja dependência sintática, as orações se dispõem em uma certa ordem, como no exemplo abaixo: Acordou bem cedo, vestiu-se rapidamente e saiu para o trabalho. Veja que, embora independentes, a ordem em que essas orações coordenadas aparecem no período não pode ser alterada, pois prejudicaria o sentido da frase. A coordenação é muito útil quando queremos enumerar fatos, ações ou idéias. Na coordenação, as orações podem vir relacionada por conectivos (as conjunções coordenativas), que estabelecem entre elas dependência semântica. As orações coordenada podem indicar as seguintes idéias: adição ou concatenação: Jorge acordou cedo e saiu apressado. oposição ou contraste: Saiu apressado, mas não estava preocupado. alternância: Ora estava preocupado, ora estava distraído. conclusão: Estava doente, portanto não pôde comparecer. explicação: Vá correndo, que já é tarde. Na dissertação, a coordenação assume importante valor expressivo principalmente quando argumentamos, pois com freqüência enumeramos, explicamos ou damos ênfase a um contraste. No texto de abertura encontramos um bom exemplo de concatenação de idéias:

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“... na reação ao grupo estranho: uma de admiração e aceitação, outra de desprezo e recusa.” Outro tipo de relação muito comum na argumentação é a de explicação, como nos exemplos abaixo: “A participação em nosso grupo provoca sentimentos de segurança e bem estar, pois supomos entender..” “E nisso talvez a linguagem desempenhe um papel fundamental, pois os homens geralmente são incapazes...” Já na conclusão, como o próprio nome indica, estabelece-se uma relação conclusiva, via de regra introduzida pela conjunção portanto. 1.23.2. A subordinação de idéias Na subordinação a relação entre as orações é mais íntima, já que há entre elas uma relação não só de dependência de sentido, mas também de dependência sintática: uma oração não sobreviveria sem a outra, o que torna o período composto por subordinação mais coeso. Veja o exemplo tirado do texto de abertura. “Sentimos que aqueles que mais nos conhecem são também capazes de ignorar o que de melhor trazemos conosco.” A relação entre as orações é tão estreita que cada uma delas não tem sentido algum quando isolada: só fazem sentido quando tomadas em relação ao todo. As orações subordinadas são utilizadas para:

1. complementar a significação de outra oração ( chamada primordial): Era necessário que todos comparecessem à reunião.

2. ampliar o sentido de um nome: Não encontramos as pessoas que deveriam nos indicar o caminho.

3. indicar alguma circunstância:

Não visitamos aquela praia quando lá estivemos.

As orações subordinadas que indicam circunstância são muito úteis para caracterizar um fato que está sendo narrado, já que podem indicar diversas circunstâncias de mesmo fato. Veja: enquanto os outros saíam. (tempo) Luciana ficou onde deveria ficar. (lugar) porque não quis sair. (causa) a fim de não prejudicar os demais. ( finalidade)

Em geral, a construção de períodos pressupõe a ocorrência simultânea dos processos sintáticos de coordenação e de subordinação; pode-se, por exemplo,

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utilizar a coordenação para ligar orações subordinadas, como no exemplo tirado do texto de Dante Moreira Leite: “Além disso, o local em que nascemos e crescemos, a paisagem que conhecemos, tudo isso parece constituir um universo próximo e amigo, cujo reencontro é sempre uma alegria e uma consolação.” Observe que as orações subordinadas que ampliam a significação do nome local estão coordenadas entre si: em que nascemos e crescemos. 1.23.3. Coesão Textual Como você já percebeu, um texto não se faz de um amontoado de palavras ou de orações. É necessário que haja uma articulação de pensamentos, isto é, que os termos que formam uma oração e as orações que formam um período apresentam uma relação, uma dependência de significados, como vimos na coordenação e subordinação de idéias. Assim como num esqueleto um osso liga-se a outro, as palavras, os termos da oração e as orações ligam-se para formar um texto. Essa ligação se dá pelo nexo que se estabelece entre as várias partes do texto, tornando-o coeso (nexo=ligação, coerência; daí expressões do tipo: “Ficou falando coisas sem nexo.”) A ausência de coesão pode ser determinada por várias ocorrências, como por exemplo, o emprego indevido do conectivo, a falta de coerência, contra-dições, palavras ou frases desconectadas. Observe as frases abaixo: A verdade é que, apesar de não acreditar nos homens, não acredito na humanidade. O dia estava quente, mas a limonada não era suficiente para todos. Como se percebe nitidamente, no primeiro exemplo não se concretiza a relação de concessão entre as duas últimas orações; no segundo exemplo, não se estabelece a relação de adversidade entre as orações. As frases acima exemplificam o emprego indevido do conectivo. A ausência de coesão também pode ser uma conseqüência de impropriedades gerais de linguagem. Essas impropriedades estão presentes em redações escolares, textos jornalísticos e até mesmo em enunciados de vestibulares. Observe os exemplos abaixo: “Nos camarins, após o show, os integrantes da banda mostravam-se encantados com a recepção da estréia brasileira, com um publico inflamado de 10 mil, que em nenhum momento dos 90 minutos de espetáculo não parou de vibrar com a música energética, direta e honesta do Midnight Oil.” (O Estado de S.Paulo, 15.03.93) “Escreva uma dissertação que analise esta visão que o autor tem do comportamento humano. Você pode discordar o concordar com ela, desde que seus argumentos sejam fundamentais.” (proposta de redação do vestibular da FUVEST-93) No primeiro exemplo, a impropriedade se manifesta no uso indevido de uma dupla negação: “em nenhum momento...não parou de vibrar”. No segundo, a impropriedade reside num erro de regência: Você pode discordar de ou concordar com. Nesse caso, ocorre uma falsa coordenação, muito comum em falas do tipo: “ entrei e saí do metrô” (entrei no e saí do seria o correto).

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Para perceber ocorrências de ausência de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando estabelecer as possíveis relações entre as palavras que formam a oração e as orações que formam o período e, finalmente, entre os vários períodos que forma o texto.

Instruções para as questões 1 a 5. Essas questões apresentam um período que você deverá modificar, iniciando-o conforme se sugere, mas sem alterar a idéia contida no primeiro. Em conseqüência, outras partes da frase sofrerão alterações. Assinale, na folha de respostas, a alternativa que contém o elemento adequado ao novo período. Exemplo: Abraçou-me com tal ímpeto, que não pude evitá-lo. Comece com: Não pude evitá-lo ...

a) assim b) quando c) a medida que d) então e) porque

Neste caso, a resposta correta é (E), pois a frase transformada seria: Não pude evitá-lo porque me abraçou com grande ímpeto. 1. (EU-BA) Ele se mostrou muito prestativo, mas nem assim agradou a todos.

Comece com: Ele não agradou a todos ... a) visto que b) conforme c) uma vez que d) embora e) quando 2. (EU-BA) Como eu me assustei, ele avançou.

Comece com: Eu me assustei ... a) quando b) no caso de c) todavia d) não obstante e) e então 3. (UF PELOTAS-RS) Estava tão quente, que ligamos o ventilador.

Comece com: Ligamos o ventilador... a) conforme b) dado que c) à medida que d) não obstante e) ao passo que

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4. (EU LONDRINA-PR) Havendo tempo, assistiremos ao espetáculo. Comece com: Assistiremos ao espetáculo ...

a) desde que haja b) ainda que houvesse c) visto que houvera d) caso houvesse e) embora haja 5. (UNIMEP-SP) Trabalhamos com tal afinco, que fomos recompensados.

Comece com: Fomos recompensados, ... a) uma vez que b) caso c) por isso d) no entanto e) embora 6. Reescreva as seguintes frases em seu caderno, substituindo os asteriscos pelas

palavras ou expressões abaixo, de tal modo que todas elas, sem exceção, sejam colocadas nas frases:

mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, quando, logo que, assim que, no momento em que, na hora em que, logo, portanto, assim sendo, dessa forma, por conseguinte, embora, apesar de que, ainda que, por mais que, se bem que a) (*) você souber de qualquer coisa, avise-me. b) Não se matricula em nenhuma escola, (*) seja muito inteligente. c) Fizemos todo o possível, (*) tudo foi em vão. d) Este plano econômico é muito criticado, (*) tenha melhorado as condições de

vida da população, em sua maioria. e) (*) vocês entenderam a importância do estudo, serão mais esforçados. f) A firma não tem mais crédito, (*) dificilmente superará a crise. g) Procurei por meus documentos perdidos, (*) não os encontrei. h) (*) os políticos pensarem mais nas próximas gerações, serão verdadeiros

estadistas. i) Corremos para o trem, (*) ele já havia partido. j) Haverá paz social, (*) os inimigos da nação não fomentarem a desordem. k) Marcos quebrou o pé; (*) não fará parte da equipe no próximo jogo. l) (*) receba o convite, não irá à estréia daquela peça teatral. m) Intercedemos pelo aluno, (*) o diretor mostrou-se irredutível. n) Compraram um jornal, (*) souberam da notícia. o) Prosseguiremos na defesa dos nossos ideais, (*) isso nos traga problemas. p) O universitário estudou bastante, (*) não tirou uma boa nota na prova. 7. Classifique a conjunção COORDENATIVA segundo o esquema anterior. ( ) Ele já chegou à escolar e ainda não veio aqui. ( ) Ele não só estuda muito mas também é muito inteligente. ( ) Não se canse muito, por conseguinte não convém maior esforço. ( ) Fale agora ou se cale para sempre.

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( ) Ele ora se calava ora reclamava em altos berros. ( ) Não compareceu tampouco se preocupou em justificar sua ausência. ( ) Comprava todas as apostilas, no entanto não as lia sequer. ( ) Eu acho que ele não mais virá uma vez que a chuva engrossou muito. ( ) O time treinou bastante, tenhamos, pois, confiança nos atletas. (1) Aditiva (2) Adversativa (3) Alternativa (4) Conclusiva (5) Explicativa 8. Classifique a conjunção SUBORDINATIVA conforme o esquema.: ( ) Se bem que se esforce muito, dificilmente vencerá. ( ) Não se convencerá sem que mude seu comportamento. ( ) Fez as experiências como o livro orienta. ( ) Eles ficaram nervosos visto que o jogo se aproximava do final. ( ) Eles ficaram nervosos ao passo que o jogo se aproximava do final. ( ) Mal ele recebeu o cheque, foi assaltado. ( ) Ela se esforçou para que nós a aceitássemos no grupo. ( ) Ela se esforçou tanto como nós. ( ) Ela se esforçou tanto que nós a aceitamos no grupo. ( ) Ela imaginou que nós não a aceitaríamos. (1) Causais (2) Comparativa (3) Concessiva (4) condicionais (5) Conformativa (6) Consecutiva (7) Finais (8) Proporcionais (9) Temporais (10) Integrantes. 9. Assinale a opção em que a palavra sublinhada é usada com o mesmo sentido

que apresenta na frase modelo: I - “Os alunos apresentam, como os professores também, certos problemas trazidos de casa.”

a) Não sei como ele veio até aqui. b) Como necessitasse de tempo, saiu voando. c) Nada ocorreu como ele previa. d) Ele é tido como gênio no assunto. II – “Se bem que estudasse bastante, acabou reprovado.” a) Caso estudasse ... b) Visto que estudasse ... c) Como estudasse ... d) Ainda que estudasse ... e) Uma vez que estudasse ... III – “Não será recebido sem que se traje condignamente.” a) ...embora se traje ... b) ... porque se traje ... c) ... se não se traja ... d) ... mesmo que se traje ... e) ... já que se traje ... IV – “O sucesso foi total visto que o público aplaudiu de pé.” a) ... já que o público aplaudiu ... b) ... no entanto o público aplaudiu ...

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c) ... contudo o público aplaudiu ... d) ...embora o público aplaudisse ... e) ... para que o público aplaudisse ... V – “Isto não impede, porém; que ele seja crucificado entre nós.” a) ... pois, que ele seja ... b) ... portanto, que ele seja ... c) ... consequentemente, que ele seja ... 10. Assinale a opção em que se altera o sentido da oração, ao se substituir a

conjunção sublinhada: I – “Alcançou seus objetivos, porque jamais desanimou.” a) ... uma vez que jamais desanimou. b) ...por jamais ter desanimado. c) ... não obstante jamais ter desanimado. d) ... em vista de jamais ter desanimado. e) ... já que jamais desanimou. II – “Não era caso de reprovação e sim de expulsão.” a) senão b) mas c) nem d) mas sim e) porém III – “Mesmo que se arrependesse, agora seria tarde.” a) Ainda que se arrependesse... b) Apesar de se arrepender ... c) Se bem que se arrependesse ... d) Embora se arrependesse ... e) Visto que se arrependesse ... IV – “Chegaram em primeiro lugar, foram, todavia, desclassificados.” a) entretanto b) porém c) não obstante d) contudo e) portanto

1.24. CONCORDÂNCIA VERBAL

a) Conceito Concordância verbal é a circunstância gramatical em que o verbo varia em pessoa e número de acordo com o sujeito da oração. É uma relação sintática entre os termos: sujeito e predicado. Ex: Eu sonhei que tu estavas tão linda. b) Regras gerais

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1- Sujeito simples : com um só núcleo: concordância direta do verbo com o núcleo,

podendo ocorrer singular ou plural em qualquer pessoa gramatical. Ex: A orquestra tocou uma valsa dolente. Os pares que rodeavam a nós ...

2- Sujeito composto: com mais de um núcleo: concordância que exige o verbo no

plural (exceto em casos especiais), podendo variar a pessoa. Ex: Pedro e Tiago foram à festa. Eu e ele dividimos o mesmo apartamento. Tu e ele dividires o mesmo quarto dividirão c) Concordância ideológica (Estilística) Ocorre quando há quebra da relação sintática entre o sujeito e o verbo que não é marcado pelo número e/ou pessoa do sujeito. Tais concordância extrapolam a circunstancia gramatical e incorporam os sentidos ou idéias que o estilo impõe à frase. Ex: ...”e o casal esqueceram que havia mundo.” (M. de Andrade) “O povo lhe pediram que se chamasse Regedor.” (F.Lopes) “Dizem que os cariocas somos pouco educados.” (M. Assis) “A gente somos inútil.” (Ultraje a Rigor) 1) O verbo ser: A concordância desse verbo na maioria das vezes é optativa, podendo ser feita tanto com o sujeito quando com o predicativo, dependendo de qual dos termos se quer destacar. Ex: Tudo é flores no presente.

Suj. Predicado Eram tudo travessuras de crianças. 2) Se o sujeito ou o predicativo for constituído por um nome próprio, nome que indicar pessoa ou pronome pessoal reto deve-se dar destaque ao termo assim formado ao estabelecer a concordância. Ex: O homem é cinza Suj. O Brasil, senhores, sois vós. Predicado. 3) Nas orações impessoais, o verbo ser concorda com o predicativo. Ex: São chuvas de verão. São 39 anos passados desde então. Eram 13 horas em São Paulo. Hoje são doze de maio.

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Casos particulares: com mais de um sujeito (composto)

Orientação

1- Se o sujeito vem proposto: Habitava-me o espaço e a desolação. Habitavam-me ...

2- Se os sujeitos são sinônimos: A conciliação e a harmonia é possível.

3- Se houver enumeração gradativa: O grotesco, o pobre, o sem forças era triturado na grande cidade.

4- Sujeitos interpretados como um conjunto, expressando quantidade ou atitude: Morro, se a graça e a misericórdia divina me acode.

Com o sujeito mais próximo ou plural

5- Verbos no infinitivo: Olhar e ver era um recurso de defesa. - Se exprimem idéias contrárias: Em sua vida se alternam rir e chorar.

Singular Singular ou plural

6- Sujeito resumido por pronome indefinido: Dinheiro, jóias, poder, nada o corrompia.

Singular

7-Sujeitos unidos por OU/NEM: O mal ou o bem dali teriam de vir. Nem a monotonia nem o tédio a fariam capitular. - Um ou outro/Nem um nem outro. (verbo no singular) - Nem um nem outro desejavam questionar. (verbo no plural) O pronome Um e o pronome Outro são substantivos.

Plural: se o fato pode ser atribuído aos dois; Singular: se o fato for atribuído a um só núcleo do sujeito.

8-Um e outro: Um e outro tinham a sela rota.

Um e outro jogo nos é odioso.

Plural ( ou singular com menos freqüência)

9- Sujeitos ligados por COM: O mestre com o aluno fizeram a pesquisa. O pontífice, com a comitiva, chegou ao Brasil.

Plural (se há igualdade); singular ( se há realce para um núcleo)

10- Sujeitos ligados por conjunção comparativa: O dólar, como a girafa, não existe. Tanto um como outro se ocupavam.

Singular se há destaque para o primeiro, plural se há equivalência.

Casos particulares –

com um sujeito (simples)

Singular Plural Singular / plural

1- Expressão X

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partitiva: parte de ... uma porção de ... e substantivo no plural: A maior parte dos alunos saiu/saíram.

2- Sujeito denota quantidade aproximada, com números no plural após expressões como: cerca, menos de, mais de. Fugiram cerca de doze presos. Com a expressão “menos de dois”: Menos de dois livros rasgaram. Com a expressão “mais de um” e substantivo no pl.: Mais de um aluno saiu. Havendo idéia de reciprocidade: Mais de um orador se criticaram.

X

X

X

3- O sujeito é pronome relativo que; concorda com o antecedente. Fui eu que lhe pedi ...fomos nós que lhe pedimos ... Com “um dos que”, “um daqueles que”: Eu era um dos que viram.

X X

4- O pronome sujeito relativo quem: Não sou eu quem sabe ... Pode concordar com o antecedente: Não

X

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sou em quem sei ...

5- O sujeito é o pronome interrogativo ou indefinido com “de nós “ (vós) oi “dentro de nós” (vós): Quando de nós saímos/saíram? Se o pronome estiver no singular: Qual de nós saiu?

X X

6- O sujeito é um plural aparente: Vassouras não o esquecerá. Se houver artigo no plural: Os Estados Unidos destacam-se sempre.

X X

7- Sujeito coletivo seguido de substantivo no plural: Um bando de ciganos ocupou/ocuparam a praça. Se for só coletivo: O bando ocupou a praça.

X X

Sujeito Indeterminado 1- Verbo na 3° pessoa do plural: Pediram-me que a procurasse. 2- Verbo na 3° pessoa do singular com o SE: Ainda se vive num mundo injusto.

X X

Oração sem sujeito 1- Verbo haver com sentido de

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existência: Havia nuvens no céu. 2- Verbo haver e fazer indicando tempo decorrido: Há meses ... 3- Verbo fazer e estar indicando condição meteorológica: Aqui faz terríveis invernos. 4_ Verbos que indicam fenômenos da natureza: Choveu muito.

X

OBS: Em sentido figurado, pode-se usar o plural: Choveram tomates no cantor após o espetáculo.

X X

1.25. SINTAXE

I – Concordância Verbal 1. (UFMG) Em todas as alternativas, a lacuna pode ser preenchida corretamente por ambas as formas em parênteses, EXCETO em: a) A maioria das pessoas ........................comentários sobre fatos que não existiram. (ELABORA/ELABORAM). b) Alguns de nós ........................ profissionais autônomos. (SÃO/SOMOS). c) Boa parte dos entrevistados ............................ ao concerto de Villa-Lobos. (ASSISTIU/ASSITIRAM) d) Mais de um ...............................Ulysses Guimarães posando pelado numa revista. (VIU/VIRAM) e) Na avenida Paulista, .............................a burguesia e o populacho. (TRANSITA/TRANSITAM) 2. (UFMG) Em todas as alternativas, ocorre o mesmo desvio em relação à língua escrita padrão, EXCETO: a) Não é certo isso aí: tem pobre que não vai poder pagar. b) Não tem fatos sobre os quais a maioria não elabore comentários e opine

gravemente. c) O dito nível sócio-econômico não tem lá grande influencia no nível do besteirol

proferido.

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d) O Trans-Piração demostra, com inteligência, que ainda tem criatividade nos programas radiofônicos de hoje.

e) Tem ainda o jeito imperativo de o entrevistador chegar com a pergunta. 3. (UFMG) Em todas as alternativas, a lacuna pode ser corretamente preenchida pelas duas formas verbais entre parênteses, EXCETO em: a) ..................................a solidariedade e a mobilização social, aqui e lá fora.

(CRESCE/CRESCEM) b) E lá ..........................Tucuruí, Balbina, a Zona Franca, a contaminação dos rios

(...). (ESTÁ/ESTÃO) c) Lá ........................, além de uma floresta exuberante, um terço das espécies

existentes no planeta. (SE REPRODUZ/SE REPRODUZEM) d) ....................................os que lutam contra o fogo e a devastação. (MULTIPLICA-

SE/MULTIPLICAM-SE) e) .....................................o assassinato de Chico Mendes ou os desastres

criminosos de Balbina e de Jarí. (PODIA-SE EVITAR/PODIAM-SE EVITAR).

4. (PUC-MG) A concordância verbal, de acordo com o padrão culto da linguagem, está CORRETA em: a) Existe muitos privilegiados, que ocupam áreas bem localizadas na Zona Sul. b) A maioria dos domicílios de Belo Horizonte está localizada em favelas. c) Calculam-se que cerca de um milhão de pessoas sobrevive nas favelas. d) Já faz parte da rotina desse homem os períodos de chuva que o obrigam a

alojar-se no grupo escolar. e) Ergueu-se centenas de casebres sobre um solo condenado, semelhante ao

terreno da Barraginha. 5. (UFMG) Indique a alternativa em que a forma destacada admite outra concordância. a) Carlota era para mim a segurança e o equilíbrio. b) O tema da aula foram as figuras femininas de Machado. c) O que mais me feriu, contudo, foi o modo dela para com o Beirão. d) Era quase de manhã, quando segui para casa, cansado mais feliz. e) As filhas de Santa Ângela começarão a ser o que eram em 1535. 6. (UFMG) Em todas as alternativas, a forma destacada está corretamente flexionada, EXCETO em: a) A grande surpresa da noite foram aquelas declarações. b) Quinze minutos foi pouco para responder à questão. c) Já decorreu vários meses e nada de novo aconteceu. d) Qual de vocês fez todas as questões da prova? e) Casos como esse nunca houve na historia do homem. 7. (UFMG) Todas as frases estão corretas, segundo normas da língua padrão, EXCETO: a) Deram cinco horas na igreja São José. b) Fazia dois anos que não tinha notícias de casa. c) Entre eles não deveriam haver muitos pontos de afinidade. d) Aqui nunca pode faltar conforto e segurança. e) Aquele dia, enfeitaram-se as ruas para a festa.

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8. (UFMG) A concordância do verbo destacado é feita com o termo entre parênteses, todas as opções, EXCETO em: a) Afligiram a Zenildo o acontecimento ou os versos. (o acontecimento ou os

versos) b) Ainda falta traquejo, um pouco de leitura, muita gramática! (traquejo) c) (...) dois assuntos ao mesmo tempo não seria conveniente. (dois assuntos) d) E tudo são superstições. (superstições) e) Foram anos de sacrifícios inúteis. (anos) 9. (UFMG) Em todas as alternativas, a lacuna pode ser preenchida apenas por uma das formas verbais entre parênteses, EXCETO em: a) ...........................-me a sela, e os arreios. (faltava-faltavam) b) Os fracassos contíguos, nem os beijos de verdade, nada lhe ..........................os

olhos. (abria-abriam) c) ...........................acessos de mais de três dias. (era-eram) d) Mais tarde .........................os filhos e a mulher num berreiro doloroso. (chegava-

chegavam) e) .....................................-me a alma e a saudade do meu engenho. (cortava-

cortavam) 10. (UFMG) Em todas as alternativas, o verbo destacado concorda com o seu sujeito, EXCETO em: a) Morrer! Tão Moço! E não tens pena dos que chorarão por ti? b) Fazem-se mais palácios hoje, vendem-se mais pinturas e mármores. c) Disseram-me ainda agora que eram duas horas. d) Não serei eu, nem o sonhador daquele livro que ficaremos no caminho. e) O coração do mancebo é como essas flores pálidas que só abrem de noite.

11. (UFMG) Em todas as alternativas, a lacuna pode ser preenchida pelo verbo, entre parênteses, no plural, EXCETO em: a) Ao redor dele ...........................juntar-se sua mulher, as duas moças, Álvaro e D.

Diogo. (Vir) b) Nenhuma das testemunhas mudas desta cena ....................................o que se

passava além do ponto. (Perceber) c) Esperavam que Cecília passasse diante da fresta que ....................... as pedras

para desferirem o tiro. (Formar) d) Ás vezes também nessa face lisa e polida ............................... como em um

espelho palácios encantados. (Desenhar-se) e) Era um aventureiro destemido e audaz em cuja fisionomia se .......................ainda

os traços do Camelita Fr. Ângelo di Luca. (Reconhecer) 12. (UFMG) Em todas as alternativas, a concordância verbal fez-se corretamente com o sujeito expresso, EXCETO em: a) Esse pessoal ficou parado, olhando a gente de enxada na mão, e não se

ofereceram para ajudar. b) Sai da toca, que está cá o sinhô moço e mais visitas. c) Era costume dos tempos fazerem-se os médicos herdeiros dos clientes. d) O Célio, o Celso e eu dormíamos no escritório.

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e) Ouviram-se o fossar dos porcos e o bater das patas dos cavalos que passavam pela estrada.

13. (PUC-MG) Assinale a alternativa INCORRETA, com a conversão do período para o plural: a) Não cessará a provocação, na vida.

Não cessarão as provocações, na vida.

b) Exila-se da comunhão da qual se considera renegado. Exilam-se da comunhão, da qual se consideram renegados.

c) Prefere-se uma palavra protelatória e reflexiva. Preferem-se palavras protelatórias e reflexiva.

d) A qualidade que é mais comum em seu espírito relaciona-se com a discrição. As qualidades que são mais comuns em seu espírito relacionam-se com a discrição.

e) Não se precipita, pois pode haver contradição. Não se precipitam, pois podem haver contradições.

14. (PUC-MG) NÃO é correta a flexão plural do verbo em: a) “Já começaram a desentranhar o metal de suas montanhas.” b) “Não são mais os mineiros os homens introspectivos do outrora.” c) “Haveriam uns capítulos a escrever sobre os fantasmas de Minas Gerais.” d) “As novas eras vêm impondo seus traços à nova fisionomia do Estado.” e) “Os fantasmas fornecem às populações a dose de maravilhoso de que

necessitam.” 15. (PUC-MG) Assinale a alternativa em que a 2ª frase NÃO está correta, segundo o padrão culto da linguagem: a) Não era má a relação de amizade em nossa casa.

Não eram más as relações de amizade em nossa casa.

b) Ocorria uma atitude de mentira no relacionamento familiar. Ocorriam atitudes de mentira no relacionamento familiar.

c) Havia um medo terrível na minha vida infantil. Havia medos terríveis na minha vida infantil.

d) Quem me contava a história da loucura era minha irmã. Quem me contavam as histórias de loucura eram minhas irmãs.

e) Ainda hoje me acena de um ponto qualquer o ectoplasmas do medo. Ainda hoje me acenam de um ponto qualquer os ectoplasmas do medo.

16. (PUC-MG) Passando para o plural as frases abaixo, observa-se ERRO de concordância, de acordo com a norma culta, em: a) “Em cada um de nós existe um potencial para a totalidade (...)”

“Em cada um de nós existem potenciais para a totalidade (...)”

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b) “É uma qualidade feminina que vem ao lado da psique (...)”

“São qualidades femininas que vêm ao lado da psique (...)”

c) “È uma qualidade equilibrada que cada um de nós sente existir no interior.” “São qualidades equilibradas que cada um de nós sente existir no interior.”

d) “Cada uma deve se fazer acompanhar de seu ‘par’ masculino ou feminino.” “Todas devem se fazer acompanhar de seu ‘par’ masculino ou feminino.”

e) “Não é completa em si mesma qualquer qualidade ou característica feminina.” “Não são completas em si mesmas quaisquer qualidades ou características femininas.”

17. (PUC-MG) Assinale a alternativa CORRETA segundo o padrão culto da linguagem: a) “Na relação médico-terapeuta, não existem igualdades de fala.” b) “Cada um de nós devíamos manter o silencio nos dormitórios, nos corredores e

no refeitório.” c) “Então chegam-se aos casais e pretende-se que pratiquem o que não

aprenderam a praticar.” d) “Sempre se ouvia frases que censuravam a intromissão da criança na fala dos

adultos.” e) “Normalmente não haviam transgressões à regra do silêncio, devido às

punições.” 18. (PUC-MG) Transpondo para o plural as frases ou segmentos de frases abaixo, percebe-se ERRO de concordância, segundo o padrão culto da língua, em: a) “Por longo tempo lhe sobrou alguma dúvida a respeito de tudo aquilo.”

“Por longo tempo lhes sobraram algumas dúvidas a respeito de tudo aquilo.”

b) “Pode-se observar nela alguma semelhança com os rubis falsos.” “Podem-se observar nelas algumas semelhanças com os rubis falsos.”

c) “Era uma cena que, à vezes, lhe ocorria presenciar.” “Eram cenas que, às vezes, lhe ocorriam presenciar.”

d) “O resto da tarde ela meditou no que havia entrevisto.” “O resto da tarde, elas meditaram no que haviam entrevisto.”

e) “Não quer dizer que isto seja a expressão da verdade”. “Não quer dizer que isto sejam as expressões da verdade.”

19. (PUC-MG) Há erro de concordância verbal em: a) À noite, ainda restavam ouvir dois depoimentos. b) De repente o gerente com seus assessores chegou à fábrica. c) Na verdade as testemunhas pareciam temer a família do acusado. d) Nem sempre viajar e ir a festas tirava-lhe aquele ar de tristeza. e) Nem um nem outro assumiu a responsabilidade do desatre.

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20. (PUC-MG) Há erro de concordância verbal em: a) A partir das sete horas da noite vai haver milhares de pessoas subindo o morro

do cemitério. b) É dia vinte de junho e até agora não tivemos uma solução para o problema. c) Fazia muitos anos que Idalina não andava pelas ruas da cidade. d) Passou a existir, a partir daquela data, várias opções de trabalho. e) Se tivesse havido ferramentas apropriadas, fariam a tarefa mais depressa. 21. (PUC-MG) Levando-se em conta a concordância verbal, a forma entre parênteses NÃO preencher com correção a lacuna em: a) Mais de um dos assistentes se ..........................surpresos. (entreolharam) b) Não só ele mas também eu não .........................com a medida. (concordamos) c) No plebiscito, dois terços ....................... a favor da emenda. (votaram) d) .........................-se a entrada e a permanência no recinto. (proibiu) e) Rogo a Vossa Excelência que ..........................e minha solicitação. (atendas) 22. (PUC-MG) Ocorre silepse de número em: a) “Era uma pessoa que vivia pedindo esmolas, nada o satisfazia inteiramente”. b) “O Exército realizava manobras regulares, queriam impor o poder.” c) “Os dois estais envolvidos com os resultados; agora é só esperar.” d) “Os homens somos inúteis, quando carregamos o ódio em nosso peito.” e) “V.Exa. é sempre generoso, desde que os votos sejam garantidos.” 23. (PUC-MG) A concordância da forma verbal destacada está CORRETA em: a) “Dizia-se que nem um, nem outro procurou o amor.” b) “Já devia ser umas quatro horas, quando resolveu chamar-me.” c) “Mais de um menino se esmurrou demoradamente.” d) “Qual de nós conseguíamos ouvir o seu apelo insistente.” e) “Vão fazer três anos que ele se formou.”

24. (FUVEST-SP) Assinale a frase CORRETA, tendo em vista a concordância verbal. a) Fomos nós quem se responsabilizou pela operação de resgate. b) Não sabemos quais de nós deve submeter-se ao concurso. c) Tratavam-se de questões fundamentais. d) Falta ainda seus meses para o vencimento. e) Quando cuidamos, restava apenas alguns objetos imprestáveis. 25. (FCMS-SP) Assinale a frase que contém ERRO, tendo em vista a concordância verbal. a) Eu, tu e vossos amigos fomos ao cinema. b) Fui ao cinema eu, tu e vossos amigos. c) Tu e teus amigos quisestes sair. d) Tu e teus amigos quiseram sair. e) Tu e teus amigos quiseste sair. 26. (FUVEST-SP) Assinale a frase INCORRETA do ponto de vista da concordância verbal. a) Alguns de nós pretendem fazer uma viagem. b) Alguns de nós pretendemos fazer uma viagem.

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c) Qual de nós resolveu a questão? d) Qual de nós resolvemos a questão? e) Muitos de vós chegastes tarde. 27. (CEFET-MG) “Muitos anos já .......................que, na casa-grande do Santa Fé, não se ..................as festas do Congado e não se ...................................as toneladas de rapadura e açúcar. A opção CORRETA que completa respectivamente as lacunas é: a) haviam – celebraram – vendiam b) haviam – celebrava – vendia c) havia – celebrava – vendiam d) havia – celebravam – vendiam e) haviam – celebravam – vendia

1.26. CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. Conceito

Concordância nominal é a que se estabelece entre um nome (substantivo ou palavra com valor de substantivo) e as palavras e ele relacionadas: adjetivo, locução adjetiva, artigos, numerais, pronomes adjetivos. Ex: Eu sou apenas um rapaz latino-americano. Nós somos apenas uns rapazes latino-americanos.

2. Casos especiais:

a) A concordância de adjetivo relacionado a mais de um substantivo:

1) Quanto ao gênero e número: o adjetivo concordará com o gênero dos substantivos ou, se forem distintos (masculino e feminino), concordará no masculino ou com o nome mais próximo (atrativa).

Ex: O livro traz noções de língua e literatura portuguesa. O livro traz noções de língua e literatura portuguesa. Este livro apresenta modismos e gíria brasileiros (ou brasileira). O número será o plural ou o singular conforme se deseje dar destaque aos dois nomes ou apenas ao mais próximo.

b) Quando o adjetivo vem antes dos substantivos: em geral, concorda com o mais próximo.

Ex: Percorreu tortuosas veredas e caminhos. Percorreu tortuosos caminhos e veredas. c) Se o adjetivo anteposto for predicativo, concordará obrigatoriamente com o

sujeito.

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Ex: Estudiosos eram o irmão e a irmã. Pred. Sujeito

3. SITUAÇÕES PARTICULARES

a) Se um substantivo for qualificado por mais de um adjetivo:

Ocorrerá plural do artigo e do nome com adjetivos no singular: Ex: Estudo o idioma inglês e o espanhol.

b) Nos predicados com verbo ser e adjetivo - a expressão fica invariável se o substantivo a que se refere for de sentido genérico (não precedido de artigo ou palavras determinantes). Ex: É proibido entrada de animais. - havendo artigo ou palavras determinante, a expressão varia. Ex: A água mineral é boa para a saúde. É necessária muita atenção. São proibidas as entradas de favor.

c) Palavras que ora são adjetivos (variáveis) ora são advérbios ( invariáveis): só, obrigado, bastante, muito, suficiente, pouco, longe , barato, etc.:

- se for adjetivo é referente a nome e com ele concorda. Ex: Bastantes pessoas foram ouvidas.

Segue anexa a carta. Obrigada, disse ela. Elas ficaram sós na sala. Nós mesmas contaremos tudo, falaram as moças. As blusas baratas logo se esgotaram na promoção.

- se for advérbio é referente a verbo, adjetivo ou outro advérbio e permanecem invariáveis: Ex: Segue em anexo a carta. Adj.adv. modo Só elas ficaram na sala. Apenas, somente (adv.) Eles vão mesmo competir. Realmente (adv.) Elas falaram bastante sobre o problema. Muito (adv.) As blusas custaram caro.

d) Menos é palavra invariável: Há menos crianças hoje no parque. e) Meio é invariável como advérbio (um pouco) e variável como numeral

(metade): Ex: Comprou meia dúzia de ovos e meio quilo de arroz.

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As hortaliças estão meio caras. f) Leso/lesa: aparece em nomes compostos e combina em gênero com o

segundo elemento: Ex: É um crime de lesa-pátria. É um crime de leso-patriotismo.

g) A palavra possível antecedida de mais, menos, o melhor, o pior, etc; segue o número do artigo.

Ex: Quero um carro o mais barato possível. Dirigiu-lhe os maiores elogios possíveis.

h) Os pronomes de tratamento, quando seguidos de adjetivos, levam-nos a estabelecer a concordância ideológica.

Ex: Iniciado o trabalho, todos se calaram. Iniciada aula, todos se calaram. Iniciados os pronunciamentos, todos se calaram.

i) Os adjetivos compostos sofrem flexão de gênero e número apenas no segundo elemento, exceto em algumas situações especiais:

Ex: Consultórios médico-cirúrgicos Músicas latino-americanas Fantasias amarelo-ouro (invariável) Blusas azul-marinho (invariável) Uniformes azul-celeste (invariável) Sapatos cor-de-areia (invariável) Crianças surdas-mudas (variam os dois elementos) Nos exercícios de 1 a 30, faça a concordância com a palavra entre parênteses. 1. Aqueles fatos eram .....................para a resolução. (importante) 2. Escolheu .................hora e momento para falar. (péssimo) 3. Escolheu .................momento e hora para falar. (péssimo) 4. Escolheu o momento e a hora ...................(adequado) 5. Aguardava ocasião e momento .......................(oportuno) 6. Manteiga é ...........................(bom) 7. A manteiga é .......................(bom) 8. É .........................entrada de estranhos. (proibido) 9. É .........................a entrada de estranhos. (proibido) 10. A receita segue .......................(anexo) 11. As receitas seguem ..................(anexo) 12. O documento vai ......................(incluso) 13. Os documentos vão ....................(incluso) 14. A receita segue em .......................(anexo) 15. Ela ................ entregou o requerimento. (mesmo) 16. Nós ................fizemos o pedido. (próprio) 17. Muito ................., responderam as meninas. (obrigado)

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18. Muito.................., responderam as meninas. (obrigado) 19. Eles estavam ........................com a tesouraria. (quite) 20. Havia ..........................pessoas na reunião. (menos) 21. Os soldados ficaram ....................................(alerta) 22. Havia ..........................razões para ele faltar. (bastante) 23. .........................motivos obrigaram-no a faltar. (bastante) 24. Ele faltou ...................................vezes. (bastante) 25. Ela andava .........................preocupada com o resultado. (meio) 26. Ela estava ...........................aborrecida com o resultado. (meio) 27. A porta se encontrava ..............................aberta. (meio) 28. São pessoas ....................................agradáveis. (bastante) 29. Aqueles relógios custaram muito .......................(caro) 30. Pensando bem, essa viagem não será ..............(caro) 31. Complete com as palavras indicadas entre parênteses fazendo a concordância

adequada. a) Quando chegamos ao clube, estavam......................portas e portões.

(fechado) b) As gêmeas vestiam calça e agasalhos ..................(igual) c) Tanto o leão como o tigre são animais ...................(feroz) d) Com a enchente, enfrentei trânsito e ruas................(caóticos) e) O presidente depositou no ministro esperança e crédito ..................................

........................(ilimitado) f) Encontramos ...................................e..............................a sala e os quartos.

(desarrumado/sujo) g) O júri julgou ......................mãe e filho. (culpado) h) Pareciam ............................sua força e poder. (esgotado)

32. Reescreva as frases, substituindo as palavras em destaque por aquelas indicadas a seguir, fazendo a concordância adequada. a) A tarde chuvosa e fria impedia qualquer atividade agitada.

Tardes, dias, mês b) Lenço fino e sedoso foi comprado pelo gentil e educado rapaz.

Blusas/rapazes Lenço e blusa/garotas Blusa/senhora

c) Minha prima usava roupa caríssima. Primas/perfume Tio/calça e camisas Tio e primos/sapatos

d) Sua súbita solidariedade provocou estranha reação nas pessoas. Interesse/força Interesse e solidariedade/comportamento

1.27. COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Os pronomes ablíquos átonos são os seguintes:

ME, NOS, TE, VOS, O, A, OS, AS, SE, LHE, LHES Em relação ao verbo, esses pronomes podem ocupar três posições:

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Próclise: antes do verbo. Todos se revoltaram com o fato. Pronome oblíquo verbo Mesóclise: no meio do verbo Dar-lhe-ei a resposta hoje. Pronome oblíquo Ênclise: depois do verbo Respondi-lhes que voltaria logo. Verbo pronome oblíquo Usos da próclise

Quando, antes do verbo, houver uma palavra que tenha força atrativa sobre o pronome oblíquo (P.O). Tais palavras, às quais podemos chamar de fatores de próclise (F.P), são, principalmente:

As palavras negativas: não, nada, nunca, jamais, etc. Nunca se esqueceu de nós. F.P. P.O. V. Observação: Se houver vírgula depois do advérbio deve-se usar ênclise e não próclise. Agora, esquecem-se dos amigos. Não é F.P. V. P.O. Os pronomes relativos: que, quem, qual, cujo, etc. Essas são as pessoas que nos ajudavam. F.P. P. O.V. Os pronomes indefinidos: tudo, nada, alguém, etc. Alguém o encontrou na cidade. F.P. P.O. V. Os pronomes demonstrativos: este(s), esta(s), aquele(s), isto, isso, aquilo, tal, etc. Isso nos inquietou muito. F.P. P.O. V.

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As conjunções subordinadas: que, se, quando, embora, como, mesmo que, etc. Quando me contaram o fato, fiquei furioso. F.P. P.O. V. Nas orações exclamativas e nas optativas (= orações que exprimem um desejo). Os céus te projetam! (oração optativa) Note que, nesse caso, não precisa haver fator de próclise. Como nos enganamos! (oração exclamativa) Com a preposição EM + gerúndio (terminação – NDO) Em se falando de música, prefiro a popular. P.O. gerúndio Uso da mesóclise O pronome oblíquo só pode ficar em mesóclise quando o verbo estiver no futuro (do presente o do pretérito). Poder-se-ia dizer que ele era bom. (poderia verbo no futuro) Dar-lhe-ão outra oportunidade. (darão verbo no futuro) Observação: Caso o verbo esteja no futuro, mas antes dele haja um fator de próclise, deve-se usar próclise e não mesóclise. Dar-te-ei meu apoio. (mesóclise) Não te darei meu apoio. (próclise) F.P. Uso da ênclise Quando o verbo inicia a oração: Dei-lhe as instruções que você pediu. V. P.O. Observação: De acordo com a norma culta da língua português, nunca se inica uma oração com um pronome ablíquo. Me espere amanhã cedo. (errado) Frases como essa devem ser corrigidas pra: Espere-me amanhã cedo. Usos dos pronomes oblíquos com as formas nominais.

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Infinitivo: andar, viver, etc Formas nominais gerúndio: andando, vivendo, etc. Particípio: andado, vivido, etc. Verbo auxiliar + infinitivo Há várias construções possíveis. Devia preparar-me melhor. v. aux. Infin. Devia-me preparar melhor. Não devia preparar-me melhor. Não me devia preparar melhor. Não devia me preparar melhor. Verbo auxiliar + gerúndio Há várias construções possíveis: A gasolina se foi acabando. v. aux. gerúndio A gasolina foi-se acabando. A gasolina foi acabando-se. Verbo auxiliar + particípio Há várias construções possíveis: Eles se haviam esforçado.

v. aux. Particípio

Eles haviam-se esforçado.

Observação: Não se coloca pronome oblíquo após particípio. Eles haviam esforçado-se. (errado) EXERCÍCIOS Nos exercícios numerados de 1 a 5, reescreva os verbos das orações, colocando na posição adequada os pronomes oblíquos que estão entre parênteses: 1. Ninguém viu na escola. (nos) 2. Espero hoje à noite. (te) 3. Saiu logo que viu. (me) 4. Agora lembro de você. (me) 5. Agora, lembro de você. (me)

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6. “Esses são os livros que ............à disposição do público, mas ..............que poucos.................... a) se acham; se acredita; os procurarão b) acham-se; acredita-se; procurá-los-ão c) se acham; acredita-se; os procurarão d) acham-se; se acredita; procurarão-os

7. (UF-SE) “Os projetos que ............estão em ordem; .......................ainda hoje, conforme.......” a) enviaram-me, devolvê-los-ei, lhes prometi b) enviaram-me, os devolverei, lhes prometi c) enviaram-me, os devolverei, prometi-lhes d) me enviaram, os devolverei, prometi-lhes e) me enviaram, devolvê-los-ei, lhes prometi

8. (FI UBERLÂNDIA-MG) Nada ....................como eu ............................, mas sequer................................atenção. a) se passou, dissera-lhe, deu-me b) passou-se, lhe dissera, deu-me c) se passou, lhe dissera, me deu d) passou-se, lhe dissera, me deu e) se passou, dissera-lhe, me deu

9. Assinale onde ocorre erro de colocação pronominal: a) Preocupei-me demais com suas loucuras. b) Contar-te-ia toda a verdade. c) Não te contaria toda a verdade. d) Hoje se arrepende de que fez. e) Hoje, se arrepende do que fez.

10. Considere a colocação do pronome “te” nas três frases que seguem: I – Eu te havia contado a história. II – Eu havia te contado a história. III – Eu havia contado-te a história. Estão corretas:

a) I, II e III b) Apenas I e II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) Apenas III

11. (UF. VIÇOSA-MG) Se ..........................., creio que ...........................com prazer. a) tivessem me pedido – teria-os recebido. b) me tivessem pedido – os teria recebido. c) tivessem pedido-me – tê-los-ia recebido. d) tivessem me pedido – teria os recebido. e) me tivessem pedido – teria recebido-os.

12. Indique onde há erro de colocação pronominal: a) Se não me contasse tudo, iria embora. b) Se me não contasse tudo, iria embora. c) Nunca se encontraria o culpado. d) Nunca encontrar-se-ia o culpado.

13. Imagine o pronome entre parênteses no devido lugar na frase e aponte a alternativa onde não deve haver próclise: a) Não sinta culpado por isso. (se)

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b) Deus proteja. ( te) c) As palavras que disseram eram verdadeiras. (nos) d) Assim que sentiu prejudicado, saiu. (se) e) Perdoem meu jeito assim quieto. (me)

14. Assinale a alternativa que completa a frase: “Não ................. atitudes que ....................... como uma forma de crítica ao trabalho do grupo.” a) se admitirão; caracterizam-se b) admitir-se-ão; se caracterizem c) se admitirá; se caracterizem d) se admitirão; se caracterizem

15. (EU- BA) Entre eles e .....................existe um compromisso que só ............................se ...........................ao sacrifício. a) eu – se cumprirá – dispusermos-nos b) mim – cumprir-se-á – nos dispuser-mos c) mim – se cumprirá – nos dispusermos d) eu – cumprir-se-á – dispusermos-nos e) eu – se cumprirá – dispuser-mo-nos

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.

GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1986.

LOPES, Edward. Fundamentos da Lingüística Contemporânea. São Paulo: Cultrix, 1988.