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PA MATERIAL DIDÁTICO DE PAv V PROFESSOR: BASSAM

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PA MATERIAL

DIDÁTICO DE

PAv V

PROFESSOR: BASSAM

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Material de apoio didático de PA V

C O N T E Ú D O SPÁGINA

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 32 PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA 4

2.1 EMENTA 42.2 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 42.3 JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA 42.4 OBJETIVOS DA DISCIPLINA 42.5 CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS E OBJETIVOS POR UNIDADE DE ENSINO 5

2.5.1 Unidade I - Teoria arquitetônica genérica 52.5.2 Unidade II - Informações teóricas sobre o tema e físico-ambientais sobre o local onde será implantada a edificação e as soluções arquitetônicas similares ao tema

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2.5.3 Unidade III - Exercício de projeto – Definição e desenvolvimento do partido arquitetônico

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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O SEMESTRE 53.1 ATIVIDADES DO MÓDULO 1 (Teoria arquitetônica) 6

3.1.1 A forma segue a Função? 63.1.2 Tradição e invenção: uma dialética fundamental – processo projetual

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3.1.3 Arquitetura além do edifício 73.1.4 Nada provém do nada: a produção da arquitetura vista como transformação do conhecimento – métodos de geração da forma arquitetônica

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3.2 ATIVIDADES DO MÓDULO 2 (Coleta e análise de dados) 9 3.3 ATIVIDADES DO MÓDULO 3 (Definição e desenvolvimento do partido) 10

4 EXERCÍCIOS A SEREM DESENVOLVIDOS DURANTE O SEMESTRE 114.1 MÓDULO 1 114.2 MÓDULO 2 114.3 MÓDULO 3 12

5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 146 CRONOGRAMA 157 ANEXOS

7.1 ANEXO 1 - INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA, OBJETIVO DO TEMA, PROGRAMA ARQUITETÔNICO E PRÉ DIMENSIONAMENTO

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7.2 ANEXO 2 - TERRENO 197.3 ANEXO 3 - ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE A HISTÓRIA E A ARQUITETURA DE MUSEUS, DO ESTUDO DE CASO E DA ANÁLISE GRÁFICA E DESCRITIVA DE UM MUSEU DE REFERÊNCIA

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7.4 ANEXO 4 - ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ANÁLISE GRÁFICA DOS CONDICIONANTES FÍSICOS DO TERRENO, ANÁLISE DESCRITIVA DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO TERRENO E SEU ENTORNO IMEDIATO E ANÁLISE GRÁFICA DOS CONDICIONANTES E LEGAIS DO TERRENO

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7.5 ANEXO 5 - ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DO EXERCÍCIO DE LEVANTAMENTO DO CONTEXTO URBANÍSTICO, HISTÓRICO, SOCIAL, CULTURAL DA ÁREA ONDE SERÁ IMPLANTADO O EDIFÍCIO

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7.6 ANEXO 6 - EXERCÍCIO SOBRE O TEXTO 2 257.7 ANEXO 7 - MEMORIAL DE PROJETO 267.8 ANEXO 8 - EXERCÍCIOS PARA A DEFINIÇÃO DO PARTIDO 7.9 ANEXO 9 - DEFESA DOS TRABALHOS - FORMA DE APRESENTAÇÃO, CONTEÚDOS NECESSÁRIOS

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAISProf. Bassam

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As disciplinas de PROJETO de ARQUITETURA e de URBANISMO, são as mais importantes do curso, são sua ¨razão de ser¨, é em função delas que se estrutura todo currículo. Possuem conteúdos, conceitos e princípios próprios, uma estuda o edifício e outra a cidade, mas, na verdade, elas se complementam. O edifício e a cidade não podem ser vistos isoladamente, um influencia o outro, a presença de um edifício interfere no meio urbano onde está inserido, por outro lado a cidade, o bairro, o local onde ele será implantado geram condicionantes que irão influenciar nas decisões arquitetônicas.

A ementa desta disciplina sugere um desafio de projeto onde o edifício não tem como existir se não considerar o lugar onde será implantado assim como, pode ser um agente modificador deste local. Neste desafio o entorno se torna um condicionante fundamental no resultado da solução arquitetônica. Aqui, o entorno assumirá a escala urbana; o bairro, a cidade e suas peculiaridades urbanísticas, culturais e históricas passam a fazer parte das variáveis de projeto e irão influenciar diretamente nas decisões arquitetônicas.

Outro desafio que ela propõe relaciona-se ao edifício, o de dar forma arquitetônica a um tema que tenha um forte apelo simbólico. Diz respeito à própria arquitetura, mais especificamente à forma arquitetônica. A história da arquitetura nos ensina que ela (a forma) não é resultado apenas da adequação funcional de um programa, ela reflete outros fatores, exprime outras intenções. Um tema possui necessidades que não são apenas aquelas de caráter utilitário, mas também, psicológico, poético, simbólico, cultural etc... e irão refletir no resultado final da forma do edifício.

Estes são os principais desafios a enfrentar nesta disciplina: enxergar a arquitetura como um agente do espaço urbano onde ela o influencia e é influenciada por ele e, conhecer também, as outras funções da forma arquitetônica.

Este material tem como objetivo apresentar a disciplina: expor, através da sua ementa, o desafio a ser atingido; apresentar as competências e habilidades que ela quer desenvolver em vocês; justificar o para quê ela existe e porque faz parte do currículo do curso de arquitetura; mostrar as ações a serem realizadas e que irão contribuir para que atinjam o desfio proposto; mostrar o conjunto de conhecimentos que deverão ser adquiridos para que possam lhes dar a fundamentação teórica na realização das ações e ainda mostrar os caminhos que deverão ser seguidos para atingir a meta proposta por ela.

Para a concretização do plano de ensino da disciplina, expresso acima de forma bastante sintética, este material traz informações sobre as atividades que estão programadas e deverão ser desenvolvidas, os prazos que devem ser realizadas (cronograma), como também, os conteúdos a serem apreendidos e as tarefas a serem elaboradas de maneira a podermos vencer os obstáculos que iremos encontrar no exercício de projeto.

Estão inclusos também a forma e os critérios que serão adotados para avaliar a conduta, o aprendizado, o desempenho e o resultado obtido por cada um de vocês ao longo do curso.

Para o apoio às atividades e tarefas a serem realizadas seguem, em anexos, informações a respeito do tema, entre elas: o conceito do tema, o programa arquitetônico e o pré dimensionamento(anexo 1) e as imagens sobre o terreno e sua localização (anexo 2). Encontram-se ainda sugestões de roteiros para: o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica sobre o tema, o estudo de caso e a análise de obras arquitetônicas (anexo 3); a realização da análise descritiva do terreno (anexo 4 ), o estudo do entorno (anexo 5), a elaboração de exercícios (anexo 6 e 8). Segue também uma sugestão para a elaboração de um memorial justificativo (anexo 7).

Serão disponibilizados arquivos em formato de PDF que irão auxiliá-los na elaboração dos exercícios, são eles: Textos 1,2 e 3; Diagramas Analíticos; Análise gráfica dos condicionantes físicos e legais do terreno; Galeria na Groenlândia além dos arquivos referentes a esta apostila.

Os slides de apoio (Power point) às aulas expositivas serão enviados, em formato PDF, via e-mail.

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Espero que esse material possa não só esclarecê-los a respeito da disciplina e seus desafios, mas conscientizá-los do grande trabalho que teremos pela frente e, para isso, será fundamental o empenho de todos em todas as aulas e todas as atividades.

2. PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA

Carga horária semanal : 3 horas/aula Total: 60 horas/aula

2.1- EMENTA: Exercício(s) de projeto promovendo a compreensão e o domínio das relações entre o programa, sítio, entorno construído e/ou natural, e a coordenação dos componentes geométricos, figurativos e técnicos do espaço arquitetônico típico que tenha forte conteúdo simbólico e de caráter coletivo. Estudo de problemas funcionais, formais conceituais e metodológicos de organização e constituição do espaço arquitetônico e seus componentes.

2.2- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: Compreender e expressar os aspectos conceituais do tema desenvolvido, através da coleta de informações essenciais de maneira a formular o problema arquitetônico sob o ponto de vista teórico-conceitual do tema. Levantar e analisar os aspectos físicos e normativos relativos ao terreno e, urbanísticos, legais, históricos e culturais envolvidos no contexto onde ele está inserido de forma a depreender e redigir os condicionantes físicos ambientais que compõem o problema arquitetônico. Compreender e analisar precedentes, identificando projetos de referência que ampliem o repertório de soluções arquitetônicas para um problema/tema de arquitetura. Sintetizar todos os aspectos constituintes do problema arquitetônico de forma a produzir as diretrizes projetuais para a abordagem do tema possibilitando a emergência da solução iniciada com a definição do partido arquitetônico. Comunicar, demonstrar e representar as intenções de projeto através do domínio da linguagem do desenho, maquetes e memoriais justificativos.

2.3- JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA: A disciplina se insere na grade curricular com a finalidade de abordar o problema arquitetônico sob o ponto de vista da Linguagem e Expressão da Arquitetura, que enfatiza a abordagem da concepção e do significado do espaço projetado, na sua plasticidade e sua síntese estética e simbólica. A ênfase no exercício de simbolização e expressão estética, não diminui necessidade de resolução dos aspectos funcionais, ambientais e construtivos.

2.4- OBJETIVOS DA DISCIPLINA: - Debater o conceito de Função na Arquitetura - Debater sobre a função da forma na Arquitetura - Demonstrar que a forma arquitetônica pode ser gerada a partir de outros fatores que não sejam apenas os de ordem funcional e utilitária - Despertar para o fato de que a solução arquitetônica não se dá apenas através de uma resposta direta aos dados objetivos do problema, como preconizado no funcionalismo, gerando produtos que servem somente para a satisfação banal das necessidades imediatas, negando qualquer possibilidade de a obra arquitetônica transcender o seu valor pragmático - Revelar as inter relações existentes entre o edifício e a cidade e a importância do entorno nas decisões de projeto – Mostrar que o entorno extrapola os limites do terreno e suas imediações, assumindo uma escala urbana, assim como os dados a serem observados não se restringem apenas àqueles de natureza física mas também, os de origem histórica, cultural, que dizem respeito ao local onde será inserido o futuro edifício. Expor as duas formas de interpretação de um problema arquitetônico - Apresentar conceitos de ¨idéia forte¨, ¨imagem conceitual¨, ¨idéia dominante¨ , termos sinônimos que têm a função de reunir em torno de sim um princípio capaz de realizar a síntese arquitetônica - Demosntrar os Métodos de Geração da Forma Arquitetônica - Despertar para o uso da História como fonte de informações e depositária de todo o repertório formal/compositivo/construtivo arquitetônico que vem sendo construído ao longo do tempo, contribuindo para o aumento do vocabulário de projeto - Capacitar o aluno com algumas ferramentas que o permitam fazer análise de projetos - Estudar objetos arquitetônicos de temas similares (análise de precedentes)

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utilizando meios gráficos e verbais, visando estabelecer para o aluno, um repertório de possibilidades relacionadas ao tema do projeto que será desenvolvido - Apresentar um repertório formal /compositivo básico que auxilie o aluno na concepção do seu exercício de projeto.

2.5- CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS E OBJETIVOS POR UNIDADE DE ENSINO

2.5.1-Unidade I - Teoria arquitetônica genérica - Esta unidade irá expor e debater uma teoria arquitetônica genérica que possa respaldar o aluno no exercício de projeto de maneira que seja compatível com os objetivos e à proposta sugerida pela ementa desta disciplina , mas que possa também subsidiá-lo em outras disciplinas de projetos. Os conteúdos abordarão as seguintes questões: a relação forma e função na arquitetura; a influência do entorno nas soluções arquitetônicas; o processo projetual, as maneiras de interpretar um problema arquitetônico e o surgimento do fator extra no processo de síntese arquitetônica; os métodos de geração da forma arquitetônica.

2.5.2- Unidade II - Informações teóricas sobre o tema e físico-ambientais sobre o local onde será implantada a edificação e análise de soluções arquitetônicas similares ao tema - Esta unidade diz respeito mais especificamente à coleta e análise de informações relativas ao tema arquitetônico a ser desenvolvido; ao terreno, entorno e legislação pertinente onde a edificação será implantada; ao estudo de caso de uma edificação existente e à análise de edificações, projetos ou obras de referência que possuem temas e problemas arquitetônicos similares (estudo de precedentes). Trata-se da etapa do planejamento arquitetônico que antecede a definição do partido. Estas informações irão permitir ao aluno o conhecimento das informações teórico-conceitual a respeito do tema, para que ele possa observar os principais conceitos que o envolvem. Irão permitir que ele analise as características físico-ambientais sobre o terreno e entorno e verifique suas possíveis influências nas decisões de projeto. O estudo de precedentes permitirá o conhecimento do repertório arquitetônico típico utilizado nestas obras de referência. Todas estas informações somadas à teoria apreendida na unidade I e mais a bagagem adquirida pelo aluno ao longo do curso lhes darão respaldo para que possa fazer a sua formulação do problema arquitetônico.

2.5.3- Unidade III - Exercício de projeto: Definição e desenvolvimento do partido arquitetônico Esta é a unidade onde haverá a materialização do problema em um objeto arquitetônico. Tem como objetivo formular e interpretar o problema arquitetônico, traçar a idéia preliminar do edifício (partido arquitetônico) e expressá-la de uma forma perceptível e desenvolvê-la em nível de ante projeto.

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O SEMESTRE As atividades serão desenvolvidas de acordo com a estrutura das unidades de ensino. Serão realizadas em três módulos, sendo o primeiro, basicamente teórico e os outros dois práticos. No módulo 1 serão desenvolvidas atividades de exposição e debates sobre assuntos relacionados à teoria da arquitetura, no módulo 2 acontecerão atividades de pesquisa, coleta e análise de informações e no módulo 3 será desenvolvido o exercício de projeto. Cada módulo deverá gerar trabalhos a serem realizados pelos alunos. A seguir serão descritos os conteúdos, as atividades e os trabalhos que deverão ser gerados a cada módulo

3.1- ATIVIDADES DO MÓDULO I (Teoria arquitetônica)

Durante as primeiras semanas haverá atividades teóricas com aulas expositivas e debates baseados em textos e sites (disponibilizados aos alunos). Debateremos a função da forma na arquitetura; serão apresentados os métodos de criação das formas

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arquitetônicas, os novos conceitos sobre o processo projetual, as formas de interpretar um problema arquitetônico, as características e conceitos que envolvem a arquitetura de Museus, as relações entre o edifício e seu entorno.

Estas aulas abordarão assuntos que darão respaldo teórico aos alunos , assim como, os critérios que serão adotados para a avaliação dos mesmos. Segue uma síntese dos conteúdos que serão abordados.

3.1.1- No primeiro texto, ¨ A forma segue a função? ¨, de João Rodolfo Stroeter, debatemos a relação entre forma e função na arquitetura. Veremos que:

A forma não segue apenas a função, ¨utilitária¨ como acreditavam os funcionalistas. Na arquitetura não existe apenas a função uso mas também a função poética, simbólica. As necessidades humanas não são apenas as de ordem utilitária, prática, mas também, aquelas de ordem psíquicas e simbólicas.

A função pode seguir a forma desde que esta não prejudique as atividades que serão desenvolvidas ou seja a forma adotada não poderá prejudicar a função uso,

A função uso é o motivo da existência de um edifício, porém, a sua construção resulta em uma forma arquitetônica que irá persistir ao longo do tempo mesmo quando se muda a função do edifício. Ela deve ter consistência deve ser criada para transcender o propósito imediato (função utilitária)da edificação.

Não há a uma procura unicamente pela forma, pois, a forma que nasce do nada não transmitirá nada, não será possível julgar seu valor portanto, não deverá existir.

É possível elaborar uma solução em que a função poderá definir uma forma prévia, um princípio de organização espacial, este, porém, poderá receber vários formatos.

3.1.2- No texto ¨ Tradição e invenção: uma dialética fundamental¨ nos trará o olhar de Edson Mahfuz, a respeito do processo de projetual que irá complementar o pensamento de Laert P. Neves sobre o planejamento arquitetônico. Mahfuz nos falará também que, no momento da síntese arquitetônica, um problema arquitetônico pode ser interpretado de maneira mais complexa onde não se leve em conta apenas os dados objetivos do problema (conduta funcionalista), mas que deve ser mais abrangente, deve-se interpretá-lo de maneira que extrapole as meras necessidades imediatas do programa. Segundo Mahfuz esta maneira de ver e traduzir o problema depende muito da bagagem cultural do arquiteto.

Veremos que segundo Laert P. Neves em seu livro, ¨ Adoção do partido na arquitetura ¨, o planejamento arquitetônico se dá em três etapas, a primeira relaciona-se às informações básicas referentes aos aspectosjetivos conceituais do tema (variáveis teóricas) e aos aspectos físicos do terreno (variáveis físico ambientais), as quais nos estabelecem as regras do jogo. Para Edson Mahfuz, esta etapa corresponde à uma fase preliminar que antecede o processo de projeto e refere-se à busca da definição do problema que é decorrente da análise das informação relativas a quatro imperativos: necessidades funcionais; herança cultural; características climáticas e do sítio e, por último os recurso materiais disponíveis.

Edson Mahfuz não reconhece que esta fase corresponda a uma etapa do planejamento ou do processo de projeto e entende que os aspectos culturais e construtivos também devam fazer parte das informações básicas. Percebe-se portanto um entendimento comum de que a finalidade desta primeira etapa é a de definir o problema arquitetônico.

A síntese arquitetônica, de acordo com Laert, corresponde à segunda etapa do planejamento, para Mahfuz é o início do processo de projeto, é o momento da interpretação do problema por parte do arquiteto. Para Mahfuz esta interpretação pode se dar de duas maneiras uma mais simples e outra mais complexa. A primeira se dá através de uma interpretação mais objetiva do problema onde as decisões envolvem somente os componentes objetivos do problema como, por exemplo, decidir pela verticalidade do edifício em função da taxa de

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ocupação e a área estimada do edifício, ou seja a decisão e tomada a partir da combinação de dois dados concretos.

No caso de uma interpretação mais complexa a mesma decisão pela verticalidade da edificação poderia ser tomada devido a um componente abstrato , um princípio não incluso entre os dados objetivos do problema. O arquiteto pode decidir pela verticalidade devido a outro motivo (externo aos componentes objetivos do problema), por exemplo: a decisão pela verticalidade de um templo religioso em função do caráter simbólico (elevação ao céu) que esta solução carrega para este tipo de tema.

Esta maneira mais complexa faz com que na interpretação do problema surja uma ¨ idéia forte ¨(Louis Khan), uma ¨ imagem conceitual ¨(Edson Mahfuz) , uma ¨ idéia dominante ¨ (Laert P. Neves), um ¨ conceito ¨ (segundo outros autores) enfim um novo elemento entra em cena e serve como um catalisador, um fio condutor em volta do qual a realidade do edifício tomará forma. É a idéia que subordinará as demais decisões. É quando ocorre na cabeça do arquiteto a geração de um todo conceitual ou simplesmente de um conceito( utilizaremos o termo idéia).

Interpretar um problema desta forma permite ao arquiteto buscar uma idéia que aglutine em si um princípio em torno do qual o todo é organizado estabelecendo ao conjunto um sentido de coesão e coerência entre as partes e o todo. Faz com que a solução parta do geral para o particular, é a maneira como pensa um arquiteto experiente (Laert reconhece este procedimento e o chama de ¨ ato de síntese integral ¨, porém, por uma questão didática, seu método de adoção do partido parte dos aspectos mais simples para os mais complexos).

A origem da idéia catalisadora tem raízes na vida interior de quem projeta, pode estar relacionado com suas aspirações, sonhos e experiências privadas, podem também se apoiar em imagens e metáforas significativas para o arquiteto, ou até derivar de uma necessidade, interesse ou símbolo universal.

Tivemos, em turmas anteriores, experiências positivas no uso idéias fortes como ponto de partida para a síntese arquitetônica. Alguns trabalhos adotaram idéias baseadas em imagens como; ¨ cavernas ¨, ¨ mirantes ¨, ¨ túnel do tempo ¨, ¨ baú de tesouro¨, ou baseadas em princípios de organização espacial referente a outros temas arquitetônicos ,tais como edificações corporativas, ou baseadas em formas geométricas puras, etc...

Esta idéia porém, é uma imagem abstrata, deverá ser materializada através do repertório formal/compositivo/construtivo da arquitetura transformando-se assim em uma imagem concreta dando origem ao partido arquitetônico.

3.1.3 – No site http://www.arquitetonico.ufsc.br/a-arquitetura-alem-do-edificio, o texto ¨Arquitetura além do edifício¨ nos fala sobre a relação entre o edifício e entorno ou seja da importância da relação entre a arquitetura e a cidade, pois ela é um agente na consolidação deste espaço urbano. Pegando um gancho neste texto discutiremos sobre a importância de conhecer o lugar onde será inserido o edifício, observar e compreender suas características para podermos implantá-lo de maneira que ele possa estabelecer um diálogo, uma relação com este contexto.

A seguir, algumas reflexões, afirmações e conclusões sobre o assunto:

- ¨... a cidade não é só do arquiteto. As inserções, sejam elas quais forem, devem ser resultado da leitura de todo o contexto macro e micro onde se localiza, do respeito aos vizinhos e da capacidade do novo objeto de registrar seu tempo em permanente diálogo com seus antecedentes. Sylvio E. de Podestá em projetos recentes pg. 26.

- O entorno poderá ser natural (paisagem rural) ou construído (paisagem urbana) e a relação entre ele e o edifício poderá ser por contraste ou harmonia.

- O edifício poderá estabelecer um dialogo com o seu entrono quando: cria uma Integração entre os espaços internos e o externos; proporciona vistas para o exterior; faz da edificação

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um marco arquitetônico devido à falta de referências arquitetônicas no local; permite uma transição entre o público e o privado; respeita o gabarito existente; busca referências e as transpõe ao novo edifício, reestrutura o lugar através da insersão do novo objeto; permiti a continuidade espacial do espaço público; cria espaços públicos em função da carência dos mesmos no local; utiliza princípios de organização espacial em comum; implanta o edifício salientando a malha urbana ou isolado dentro do terreno; considera o edifício um microcosmo e a cidade o macrocosmo; o novo edifício como proposta para a reconstituição do tecido urbano; ....

- Fundamentar as propostas a partir do diagnóstico do lugar, não significa reproduzir simplesmente as características encontradas, mas revê-las, harmonizando ou se contrapondo ao existente, mas com a plena consciência das conseqüências do ato projetual.

- Por lugar deveremos entender não apenas o sítio físico, mas também o contexto espacial, histórico e cultural que o envolve ou por ele é sugerido. Compreender o lugar onde será inserida a nova edificação permite ao arquiteto não pensar o edifício de forma isolada dentro de um terreno e cumprindo apenas sua função utilitária. Devemos considerá-lo também como um agente definidor e estruturador do espaço urbano, onde influencia e é influenciado por ele, além das funções pública, social, histórica, cultural e simbólica que ele exerce dentro da sociedade que edifica a cidade.

3.1.4- No texto, ¨ Nada provém do nada: a produção da arquitetura vista como transformação do conhecimento ¨, de Edson Mahfuz, serão expostos os quatro métodos de geração da forma arquitetônica. Estes métodos são baseados na análise e interpretação de precedentes. Auxiliam o aluno a visualizar um projeto como um todo coeso e coerente com um princípio estruturador. O texto ilustra os quatro métodos de criação de formas arquitetônicas utilizados até hoje. Estes métodos partem do princípio de que um objeto novo nasce a partir da interpretação e adaptação de um outro existente (prescedente), ou seja, o anterior serve de referência para o posterior. O instrumento utilizado como mediação destes objetos é a analogia, os resultados destas analogias podem ser positivos ou negativos e as referências utilizadas podem ser arquitetônicas e não arquitetônicas e servirão como ponto de partida para a criação do novo objeto ou para transmitir significados.

Dentre as referências não arquitetônicas há exemplos de uso de estruturas vegetais ou animais, princípios filosóficos, imagens simbólicas, etc..., como inspiração para criação de novas formas arquitetônicas. Dentre as referências arquitetônicas encontramos as edificações produzidas ao longo da história elas nos fornecem idéias, princípios, que se tornarão ponto de partida para criação de novos artefatos arquitetônicos ou até mesmo utilizá-los como referências históricas com a intenção de transmitir significado.

Estes métodos permitem-nos criar composições arquitetônicas em torno de idéias e princípios estruturadores que organizam o todo de um modo coeso e coerente.

O uso de precedentes como referência para elaboração de novos projetos é de importância fundamental na formação da bagagem cultural do arquiteto. Através de seus estudos percebemos não só as idéia envolvidas que geram a síntese arquitetônica, mas também vemos aplicado nestas obras todo o repertório formal/compositivo/construtivo que vem sendo construído ao longo da história da arquitetura. Enfim esta atitude implicará não só no aumento de nosso vocabulário de projeto como também nos abrirá um leque de opções de pontos de partidas para novos projetos e com certeza vai nos possibilitar dar melhores respostas aos nossos problemas arquitetônicos.

3.2- ATIVIDADES DO MÓDULO II (Coleta e análise de dados)

Conforme estabelece a unidade II do plano de ensino este módulo irá desenvolver atividades de pesquisa sobre o tema, de levantamento e análise do local, e de análise de projetos arquitetônicos de referência e de estudo de caso de edificação similar.

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Na pesquisa sobre o tema (museus) deverão ser abordados os seguintes aspectos: evolução histórica do conceito de museus; tipos de museus, idéias geratrizes; princípios de organização espacial dos ambientes mais importantes(ambientes em linha ou planta livre); estratégias compositivas; características tipológicas dos espaços de exposição(espaços adjacentes e interseccionais); tipologias volumétrias adotadas (caixa opaca caixa transparente); relação entre o edifício e o tema (neutralidade ou objeto de arte); relação do edifício e o entorno (contraste e harmonia), enfim conhecer os principais condicionantes que estão envolvidos com o tema.

Com relação ao terreno deverá ser feita a análise de suas características físicas relativas à forma e dimensão, ao relevo, à orientação ao sol e as ventos, aos acessos, enfim, a observar s peculiaridades impostas pelo terreno e perceber a possíveis interferências que poderão causar nas decisões de projeto.

Quanto ao entorno, como vimos na parte teórica, terá uma relevância nas decisões a serem tomadas, tanto neste quanto em outros exercícios de projeto, por isso, deverá ser feito um levantamento minucioso do lugar, abrangendo todo o bairro onde esta inserido o terreno e parte dos bairros adjacentes. Deverão ser levantados, observados e compreendidos as questões urbanísticas tais como: o tipo de uso e ocupação do solo; a legislação pertinente; o sistema viário; o traçado urbano; as tipologias arquitetônicas existentes; o tipo de urbanização e vizinhança; a evolução histórica; as tendências de desenvolvimento e as atuais funções do local; interpretações e percepções particulares; informações sobre a sua história e sua gente; seu modo de vida. Enfim, deve-se traçar um panorama geral das características físicas, urbanísticas, psíquicas, históricas, sociais e culturais envolvidas no contexto onde está inserido o terreno. Complementando esta tarefa, deverá ser feita uma maquete urbana do bairro e suas adjacências (recurso muito utilizado nos grandes escritórios de arquitetura) que permitirá ao aluno ter uma visão espacial da área de estudo e que irá auxiliá-lo na definição do partido.

O estudo de caso deverá ser realizado, em uma edificação que abriga o mesmo programa arquitetônico que será desenvolvido pela disciplina. Deverão ser feitas coletas de informações a respeito da adequação do seu espaço físico com relação ao tema. Investigar sobre o seu funcionamento, as atividades desenvolvidas, as características espaciais, o programa arquitetônico seu dimensionamento, sobre os pontos e negativos da edificação, enfim, analisar como as necessidades do tema foram resolvidas arquitetonicamente. O estudo de caso será realizado em dois museus de Cuiabá, são eles o Museu Histórico e Antropológico de Mato Grosso e o Museu Dom Aquino, ambos abrigam o acervo do museu que iremos desenvolver.

Para finalizar esta etapa, de pesquisa, levantamento e análise, faz-se necessário o estudo em obras ou projetos de referência que tratam sobre o tema e apresentam problema semelhantes. Os alunos deverão escolher uma obra arquitetônica que tenha os mesmos condicionantes que eles irão encontrar no exercício que irão desenvolver. Deverão verificar como o arquiteto entendeu e interpretou o problema, quais os condicionantes que influenciaram nas decisões de projeto, quais as diretrizes que deveriam ser atingidas e a idéia dominante que norteou a solução. Descrever e analisar como a edificação foi resolvida em termos de ocupação e implantação no terreno, como os setores foram organizados na edificação , como foi resolvida a volumetria, como o edifício se relaciona com o entorno, enfim fazer uma descrição e análise da solução proposta e observar os conceitos, princípios, que são comuns em espaços arquitetônicos típicos de museus

Para fecharmos este módulo e contribuir para o entendimento dos novos conhecimentos, faremos um debate em sala. Nele serão esclarecidas dúvidas sobre a finalidade e o objetivo do museu, do programa , do pré dimensionamento. Serão analisados exemplares (precedentes) arquitetônicos mostrando as idéias, os princípios, conceitos, enfim as principais variáveis teóricas envolvidas e os tipos de soluções encontradas nas edificações destinadas a museus. Com relação às respostas arquitetônicas referentes ao tema analisaremos: as estratégias compositivas, a relação entre as edificações e o entorno, a

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relação entre a forma e o tema, as principais idéias que orientaram a solução, as tipologias volumétricas, as características tipológicas dos espaços internos, as formas de organização espacial dos ambientes de exposição etc... .

ATIVIDADES DO MÓDULO III (Definição e desenvolvimento do partido)

Este é o módulo onde se fará a aplicação dos conhecimentos assimilados na teoria (unidade I), das informações obtidas, das análises e pesquisas realizadas (unidade II) e das experiências do trazidas pelo aluno, até então, ao longo do curso. Serão, ao mesmo tempo, atividades de síntese e reflexão.

O processo terá início a partir do conhecimento, compreensão e formulação, por parte do aluno, do problema arquitetônico. Este ato ocorrerá a partir da reflexão sobre o tema, da observação do contexto onde está inserido, sobre o conhecimento e análise de projetos arquitetônicos similares, além das experiências e conhecimentos do próprio aluno.

O próximo passo será elencar as qualidades que se quer atribuir ao futuro edifício, que irão caracterizá-lo e servirão de diretrizes e metas a serem atingidas na solução arquitetônica.

Estabelecidos os atributos, a próxima etapa será encontrar uma idéia, um conceito, a idéia dominante que irá direcionar todas as decisões arquitetônicas. Uma idéia que seja capaz de reunir em torno de si um princípio que permitirá organizar e relacionar as variáveis do problema formando um todo arquitetônico coerente.

Definida a idéia (o conceito) partir-se-á para sua materialização, através do repertório formal/compositivo/construtivo da arquitetura, gerado assim o partido (o conceito em sua forma concreta).

Após a concretização do partido haverá o seu desenvolvimento. Será um processo onde as definições atingirão graus cada vez maiores, novas decisões deverão ser tomadas, novas idéias deverão ser materializadas. Para dar consistência à proposta é preciso a verificação contínua da coerência entre as soluções efetivadas e o conceito adotado. É possível que durante este percurso um novo conceito possa surgir e determinar uma revisão ou até provocar uma mudança de encaminhamento da solução.

As definições seguirão até a fase de ante projeto

4. EXERCÍCIOS A SEREM DESENVOLVIDOS DURANTE O SEMESTRE

Conforme a explanação anterior, durante o semestre, serão desenvolvidas várias atividades e necessários para a assimilação dos conteúdos teóricos e conhecimento e entendimento dos novos condicionantes que envolvem o problema arquitetônico proposto pela disciplina.

Este item irá expor os exercícios que deverão ser desenvolvidos em cada um dos módulos.

4,1- O MÓDULO I propõe que, a cada aula ou a cada debate, seja elaborado, individualmente um exercício relacionado ao assunto abordado. Os exercícios a serem desenvolvidos neste módulo terão a forma de resumos ou questionário. Devem ser elaborados em folhas no formato A4, redigidos a mão, entregues no início da aula e no dia em que o assunto for abordado (ver cronograma- item 6 deste material). A participação do aluno durante os debates também será considerada. Abaixo estão os textos que servirão de base teórica para as aulas e os debates.

TEXTO 1 - A forma segue a função – 2º Capítulo do livro, Arquitetura e Teorias de João Rodolfo Stroeter.

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TEXTO 2 – Tradição e invenção: uma dialética fundamental – 1º Capítulo do livro, O Clássico, o Poético e o Erótico e outros ensaios de Edson Mahfuz.

TEXTO 3 - Arquitetura além do edifício - http://www.arquitetonico.ufsc.br/a-arquitetura-alem-do-edificio

TEXTO 4 - Nada provém do nada: a produção da arquitetura vista como transformação de conhecimento – 2º Capítulo do livro, O Clássico, o Poético e o Erótico e outros ensaios de Edson Mahfuz.

(os textos 1,2, 4 e texto complementar encontram-se na pasta eletrônica MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE PA V)

4.2- O MÓDULO II propõe dois exercícios:

O 1º será composto por três assuntos distintos: A- pesquisa bibliográfica sobre o tema; B- estudo de caso de uma obra com tema similar; C- análise de obra arquitetônica de referência com tema e problema similares (ver anexo 3).

O 2º exercício refere-se ao levantamento de dados sobre o local onde será implantada a edificação. Terá duas escalas de grandeza, uma em nível de terreno e outra em nível de bairro, uma de natureza física e outra de natureza física, psíquica, simbólica, histórica e cultural. Um será relativo à análise descritiva das características físicas do terreno e seu entorno imediato, e da análise gráfica dos condicionantes físicos e legais do terreno (ver anexo 4 ). O outro relativo ao levantamento do contexto urbanístico, histórico, social, cultural do bairro, e suas imediações, onde será implantado o edifício (anexo 5 ). Este 2º exercício será complementado por uma maquete eletrônica urbana do bairro (ver exemplo de maquete urbana no Capitulo 1, ¨Contextualizando a Arquitetura¨ - pgs. 13, 20 e 112 do livro FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA de Lorraine Farrelly .(na pasta eletrônica).

Os exercícios deste módulo serão desenvolvidos em equipes, extra sala e deverão ser entregues de acordo com o cronograma. Os tópicos a serem abordados na elaboração destes exercícios estão sugeridos nos anexos. Quanto à maquete, esta deverá ser confeccionada eletronicamente e será utilizada para a definição do partido e desenvolvimento do exercício de projeto. A delimitação da área urbana que deverá fazer parte da maquete esta definida junto ao arquivo eletrônico do terreno.OBS: Ao fim do desenvolvimento do projeto deverá ser elaborada uma maquete volumétrica, apenas da edificação. Esta deverá ser apresentada no momento da defesa do trabalho.

4.3- O MÓDULO III propõe o desenvolvimento do exercício principal da disciplina onde será definido e desenvolvido o partido arquitetônico até atingir um estudo arquitetônico em nível de ante projeto.

O desenvolvimento deste módulo seguirá a seguinte metodologia. Primeiramente o aluno deverá, através de um pequeno texto, formular o problema arquitetônico de acordo como ele o entendeu, conceituar para si o que seria um museu, ou seja dar uma definição particular sobre os objetivos e finalidades que deverão ter o seu museu. Deverá também fazer uma leitura pessoal em relação ao terreno e entorno expor as influencias que eles poderão ter na solução. A partir desta interpretação pessoal em relação ao tema, ao terreno e seu entorno, deverá elencar os atributos, as qualidades, enfim, as principais características que o sua proposta deverá ter ou seja, as diretrizes (metas) que, para ele, em seu projeto, deverá atingir. A partir desta definição deverá encontrar a idéia, o conceito ou a idéia dominante que irá sintetizar nela todas as suas metas, toda a sua expectativa com relação à solução arquitetônica. A idéia definida deverá se transformar, através do repertório formas/compositivo /construtivo da arquitetura, por meio de uma linguagem perceptível, se transformar no partido arquitetônico. Este exercício encontra-se no anexo 8 e sua

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elaboração terá como materIal de apoio teórico o Memorial de Projeto (anexo 7). A partir daí, através da linguagem gráfica, o partido deverá ser desenvolvido até a fase de ante projeto. Os primeiros itens deste módulo começarão a ser desenvolvidos ainda no fim do primeiro bimestre e o restante ao longo do segundo semestre.

4.3.1 - Desafios impostos nesta disciplina para a elaboração do exercício:

- A solução deverá atender os aspectos conceituais do tema.- A solução deverá levar em conta as características físicas do terreno.- A proposta deverá ser coerente com a maneira como o problema foi interpretado, bem como as diretrizes de projeto definidas e a ideia dominante adotada.- A solução deverá adotar conceitos quanto à forma arquitetônica como também quanto ao tipo de organização espacial utilizados na arquitetura de Museus. - Deverá considerar e apresentar solução que leve em consideração os condicionantes (físicos, psíquicos, simbólicos, culturais e históricos) relativos ao sítio (entorno). - É desejável que a proposta extrapole os limites do terreno (tracejado).- Apesar das limitações impostas pela topografia e o revestimento florístico, relativos ao terreno, será permitida a liberdade de criação desde que a ideia que direcionou a intervenção tenha pertinência com o problema.- A edificação poderá se relacionar com o local de modo contrastante ou harmônico. - A forma arquitetônica poderá ser gerada a partir de ideias relacionadas a formas, princípios, tipologias e elementos arquitetônicos existentes no local, utilizando-os como referencia histórica, estabelecendo assim um dialogo com o existente. como também utilizar de formas, princípios, tipologias, contidas no repertório universal da arquitetura utilizando-os como ponto de partida para a geração da formal.- As formas poderão ser geradas a partir de ideias metafóricas, ideias simbólicas enfim, ideias não arquitetônicas, desde que sejam pertinentes ao contexto histórico social e cultural do local. - Neste exercício, conforme foi visto em teoria: a forma arquitetônica não deverá seguir apenas a função utilitária (funcionalista); a forma poderá atender a outras funções como por exemplo a simbólica e a poética. - Será permitido partir de uma forma pré estabelecida, desde que esta não prejudique a função primeira da arquitetura (função utilitária).- A opção por uma determinada forma deverá ter uma razão para a sua existência, pois uma forma que nasce do nada, não tem nada a dizer e, portanto não poderá existir.

4.3.2 - Produto final para avaliação dos professores

O produto final será um ANTE PROJETO ARQUITETÔNICO, com acabamento em cores que além das peças gráficas (em escala compatível) deverá conter desenhos esquemáticos, imagens e memorial justificativo da proposta, de maneira que o conjunto destas informações possam, de forma clara e objetiva, permitir o entendimento, a compreensão, a análise e a avaliação da solução adotada pelos professores da disciplina. Todas estas informações deverão ser sintetizadas, por meio de uma diagramação harmônica e de fácil leitura, em no mínimo 04 e no máximo 06 PRANCHAS A1. (ver um exemplo no arquivo ¨EXEMPLO DE APRESENTAÇÃO DE UMA PROPOSTA ARQUITETÔNICA¨).

A seguir segue uma lista dos conteúdos mínimos exigidos na apresentação dos trabalhos (a falta de algum deles assim como o não atendimento dos requisitos exigidos acarretará na perda de pontos) :

1- O memorial de projeto (memorial justificativo). 2 - Planta de implantação e cobertura (escala identificada); 3- Plantas com cotas internas e leiaute do mobiliário de todos os pavimentos (escala identificada);4 - Cortes (escala identificada);5 - 4 perspectivas, ou imagens eletrônicas 3D renderizadas, coloridas com 4 vistas externas, distintas, da edificação;

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6 - Pelo menos 1 perspectiva, ou imagem eletrônica 3D renderizada, colorida com vista do edifício, o morro da luz e o seu entorno. 7 - 4 perspectivas, ou imagens eletrônicas 3D renderizadas, coloridas com 4 vistas internas, dos principais ambientes da edificação. Estas pranchas serão desenvolvidas em meio digital e encaminhadas via portal em arquivo PDF. Deverão ser enviadas no dia 07/12/2015 (segunda feira) até as 23:59h.

5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Os exercícios do primeiro, segundo e do início do terceiro módulo serão realizados durante o primeiro bimestre. A avaliação dos exercícios do módulo 1 levará em conta o conteúdo e a participação do aluno nos debates. A simples presença do aluno em sala não caracteriza a sua participação. Os exercícios do módulo dois serão avaliados em dois momentos. Primeiramente nas entregas e apresentações das partes (conforme o cronograma) e depois na entrega do exercício completo(dossiê), junto com a maquete e o exercício inicial do terceiro módulo. Além destes exercícios, e fechando a avaliação do primeiro bimestre, será realizada um teste contendo todos os assuntos abordados em sala de alula. Os exercícios serão considerados provas parciais (PP) e valerão de 0 a 10 pontos, e o teste será considerado prova oficial (PO) e valendo também de 0 a 10 pontos. A média, que corresponde à nota do 1º bimestre será composta da seguinte maneira: 0,6xPP + 0,4PO

A avaliação do segundo bimestre será composta basicamente pelo desenvolvimento do exercício de projeto (módulo 3). O aluno será avaliado não somente pela elaboração do exercício, mas também pelo processo que o levou a realizá-lo, observando se as respostas dadas estão coerentes com as variáveis envolvidas com o problema arquitetônico proposto pela disciplina. Não nos interessa somente o produto final, a solução do problema, mas é de fundamental importância conhecer e observar os procedimentos adotados e a aplicação da teoria arquitetônica referente a este tipo de problema arquitetônico. O critério de avaliação do processo, da participação do aluno nas orientações em sala de aula, irá considerar a sua produção, as etapas que devem ser cumpridas, a execução das correções e das tarefas que lhes são colocadas e dos prazos lhes são dados para que sejam realizadas. A cada aula os alunos deverão apresentar de forma concreta, através de desenhos sobre papéis ou material impresso ou modelos reduzidos, o estágio de desenvolvimento de seu trabalho e dentro do

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cronograma estabelecido pela disciplina para que possam ser avaliados e definidas as próximas tarefas. A simples presença do aluno em sala sem a realização da tarefa requerida acarreta na sua não participação na orientação. A média do segundo bimestre será composta por 50% da nota atribuída pelos professores da disciplina e50% atribuída pelos professores da banca. A média final para a aprovação é 7.0 (sete). A seguir estão elencados os principais critérios que serão observados na avaliação do exercício.

- As respostas dadas estão coerentes com as variáveis envolvidas com o problema arquitetônico proposto pela disciplina. - Entendimento do tema e a interpretação do problema;- Definição das diretrizes de projeto;- Definição da ideia dominante;- Materialização da ideia dominante;- Pertinência entre as diretrizes, a ideia dominante, o tema e o contexto; - Coerência da solução arquitetônica com as diretrizes de projeto e a ideia dominante;- Compreensão das características do entorno, e a sua influencia nas tomadas de decisões;- Consideração das peculiaridades, físicas, simbólicas, históricas e culturais, do entorno como variável de projeto;- Relação entre a forma arquitetônica e o contexto simbólico, cultural e histórico ( Morro da Luz, Cidade de Cuiabá, capital do Mato Grosso, centro geodésico da América Latina....).- Relação entre a forma arquitetônica e as características físicas do entorno imediato e expandido.- Pertinência da ideia geradora da forma arquitetônica. - Relação entre a solução e os requisitos funcionais.- Relação entre a solução e o sistema estrutural adotado.- Composição da forma arquitetônica;- Adequação do programa à forma arquitetônica adotada.- Fundamentação na escolha da forma;- O método de geração da forma é coerente - Coerência com os princípios de organização espacial adotados em Museus;- Aplicação da teoria arquitetônica referente a este tipo de problema arquitetônico.- Tipo de solução adotada foi gerada a partir de interpretação simples ou complexa.

6. CRONOGRAMA (SEGUNDA FEIRA - NOTURNO) MÊS DIA AULA CONTEUDO

 Agosto

17 1

1-Apresentação da disciplina.2- Encaminhamento para próxima aula.: - Leitura e resumo do Texto 1 (INDIVIDUAL)

24 2

1- Aula expositiva e debate sobre A FORMA E A FUNÇÃO NA ARQUITETURA (Texto 1).2- Encaminhamento para próxima aula.: - Leitura do Texto 2 e responder o questionário do anexo 6. (INDIVIDUAL) - Elaborar pesquisa bibliográfica sobre a História e a Arquitetura de Museus (Anexo 3, item 1) - EQUIPE

31 3

1- Aula expositiva e debate sobre PROCESSO PROJETUAL (Texto 2).2- Entrega do questionário do anexo 6. 3- Entrega e visto e debate da Pesquisa bibliográfica sobre História e a Arquitetura de Museus (Anexo 3, item 1) 3- Encaminhamento para a próxima aula: - Leitura e resumo do Texto 3. (INDIVIDUAL) -Elaborar Estudo de caso e Análise gráfica e descritiva de um museu de referência(Anexo 3, itens 2 e 3) - EQUIPE

Setembro

07 F E R I A D O S E T E D E S E T E M B R O

14 4

1- Aula expositiva e debate sobre ARQUITETURA e ENTORNO (Texto 3 )2- Apresentação de imagens sobre o terreno. 4- Entrega e visto da pesquisa do Estudo de caso e da Análise gráfica e descritiva de um Museu de referência (Anexo 3, itens 2 e 3) 5- Entrega do resumo do texto 3.6- Encaminhamento para a próxima aula: - Leitura e resumo do Texto 4. (INDIVIDUAL) - Elaborar Análise gráfica dos condicionantes legais e físicos do terreno (Anexo 4 – Análise do terreno) - EQUIPE - Elaborar Análise descritiva das características físicas do terreno e seu entorno imediato (Anexo 4 – Análise do terreno) - EQUIPE

21 5 1 - Aula expositiva e debate sobre MÉTODOS DE GERAÇÃO DA Prof. Bassam

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FORMA ARQUITETÔNICA (Texto 4)2 - Entrega e visto do resumo do texto 43 - Entrega das análises do terreno.2- Encaminhamento para a próxima aula: - Elaborar levantamento do entorno (Anexo 5) - EQUIPE - Elaborar maquete eletrônica do morro da luz e do entorno - EQUIPE

28 6

1- Aula expositiva sobre ARQUITETURA DE MUSEUS2- Orientação para elaborar os exercícios 1, 2 e 3 (Anexo 8 ) 3-Entrega e visto da Análise do entorno e da maquete eletrônica do morro da luz e entorno.4 - Encaminhamento da próxima aula:- Elaborar os exercícios 1, 2 e 3 (Anexo 8 ) - INÍCIO DO PROJETO

Outubro

05 7 PROVA OFICIAL12 F E R I A D O N O S S A S E N H O R A A P A R E C I D A

19 8

-Vista de prova- Apresentação, orientação e vistos dos Exercícios 1, 2 e 3 (Partido)1- Definição do Partido, compatibilidade e coerência com o tema, o programa e o entorno, com os sistemas estrutural e construtivo.1.1- Organização espacial do programa relativa ao terreno (morro da luz)- implantação, relação da solução com: os acessos, o entorno, o terreno, os setores1.2- Organização espacial do programa no edifício1.3- Volumetria

26 9Aprimoramento do partido arquitetônico

02 F E R I A D O F I N A D O S

09 10

Aprimoramento do partido arquitetônico 16 11 Aprimoramento do partido arquitetônico

23 12 Aprimoramento do partido arquitetônico

Novembro 30 13 Aprimoramento do partido arquitetônico

Dezembro 07 14 ENTREGA DOS TRABALHOS VIA PORTAL ver item 4.3.2

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7 . A N E X O S

7.1 ANEXO 1

INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA, OBJETIVO DO TEMA, PROGRAMA ARQUITETÔNICO E PRÉ DIMENSIONAMENTO

TEMA: MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL E ANTROPOLÓGICA DE MATO GROSSO

1 OBJETIVO DO MUSEU

Pretende estabelecer um processo que, de forma didática, traga para todos os interessados, informações acerca da história da região, desde os primórdios até a contemporaneidade, afirmando e fortalecendo a identidade deste povo.

2- PROPOSTA MUSEOLÓGICA E MUSEOGRÁFICA

O museu além de abrigar suas funções básicas como presevar, expor, pesquisar e instruir funcionará como ponto de divulgação de pesquisas sobre o assunto

Suas salas de exposições que serão mistas irão comportar desde exposições permanentes a exposições temporárias (itinerantes) aqui, não se trata daquelas que uma vez montada, não se mexe mais, exatamente ao contrário, haverá um revezamento com peças da reserva técnica e até mesmo com aquelas de proprietários de coleções particulares.

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A proposta expográfica poderá ainda, de acordo com um calendário cultural, onde se destacam acontecimentos históricos de relevância, serem montadas com um objetivo específico.

As instalações na verdade serão cenários montados de acordo com a conveniência. As exposições temporárias ou não, têm se utilizado da cenografia para abordar alguns temas ou destacar as personagens ou monumentos históricos. Este tipo de proposta será utilizado, pois considera o aspecto visual do conjunto, as imagens inseridas neste contexto e mais, uma ambientação que pode ainda contar com sons, aliados a uma iluminação específica, irá proporcionar ao visitante uma absorção maior das informações vistas.

Pretende-se não só resgatar a imagem do museu, modernizando-o e atualizando-o, mas transformando-o em um lugar agradável, de bom funcionamento e ao alcance de todos os cidadãos, onde se possa visitar, pesquisar, conhecer, trocar idéias, correspondendo às necessidades de uma sociedade moderna, dinâmica, carente de intervenção cultural e educadora na disseminação do conhecimento, otimizando assim, a aplicação de uma nova tecnologia em prol da sociedade matogrossensse

O papel sócio-educativo das exposições, revelará acima de tudo, a responsabilidade da mensagem cultural que pretende transmitir. Cuiabá terá então um espaço com instalações modernas facilitando o desenvolvimento de ações museológicas, permitindo melhorar a conservação e preservação da memória, da arte e do patrimônio cultural do estado.

3- PROGRAMA ARQUITETÔNICO E PRÉ DIMENSIONAMENTO DO MUSEU

3. 1 - ENTRADA DO MUSEU

Deve ser agradável e convidativa, abrigará uma recepção para controle dos visitantes e um local para guarda volumes.

3.2 - SALAS DE EXPOSIÇÕES PERMANENTES (300m2) E TEMPORÁRIAS (200m2)

Salas destinadas a apresentação do acervo museológico.

OBS. O espaço destinado à sala de exposições permanentes serão expostas peças referentes a cinco períodos históricos: Ancestralidade, Colônia, Império, República, Modernização e Contemporaneidade.

3.3 - SETOR ADMINISTRATIVO (80 m2)

Diretoria---------------------------------------------------------20 m2

Arquivo----------------------------------------------------------10m2

Secretaria--------------------------------------------------------20 m2

Almoxarifado---------------------------------------------------10 m2

Pessoal técnico espacializado---------------------------------20 m2

3.4 - SERVIÇO E MANUTENÇÃO

Zeladoria---------------------------------------------------------10 m2

Depósito----------------------------------------------------------30 m2

D.M.L--------------------------------------------------------------3 m2

Sanitário e Vestiário para funcionários (masc. e fem.)-2 vasos, 2 lavatórios, 2 chuveiros e armários, para cada um.

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3.5 - AUDITÓRIO (até 250 m2)

Espaço com capacidade par 200 pessoas equipado para atividades complementares: cursos, palestras, projeções, mostra de vídeo.

3.6 - LABORATÓRIO (100 M2)

Espaço destinado a atividades técnicas: restauro, conservação e manutenção das peças. Uso exclusivo dos funcionários.

3.7 - RESERVA TÉCNICA (200 M2)

Espaço destinado à guarda e preservação do acervo não exposto. Deve ser observado as medidas de proteção contra roubo, incêndio e condições ambientais.

3.8 - SANITÁRIOS PÚBLICOS

Masculino e Feminino contendo 3lavatórios e 3 vasos em cada um.

7.2 ANEXO 2 TERRENO

Figura 1 – Situação do terreno e entorno

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Centro Norte

Centro sul

Prain

ha

Cel. Escolástic

o

N

Generoso

PonceGetúlio

Vargas

General Vale

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Figura 2 – Levantamento planimétrico do terreno e entorno imediato

7.3 ANEXO 3

ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE A HISTÓRIA E A ARQUITETURA DE MUSEUS, DO ESTUDO DE CASO E DA ANÁLISE GRÁFICA E

DESCRITIVA DE UM MUSEU DE REFERÊNCIA

1 - PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE A HISTÓRIA E A ARQUITETURA DE MUSEUS 1– História dos museus1.1- Como surgiu?1.2- Como se deu a evolução do conceito de museus 1.3- Tipos de Museus2 - História da arquitetura de museus2.1- Como é caracterizada a Arquitetura de Museus2.2 -Como, ao longo da história, eram idealizados os ambientes para exposições (principais ambientes em um museu) e como eram organizados na composição arquitetônica. 2.3 – Qual o tratamento volumétrico

SUGESTÃO PARA FONTES DE PESQUISA: - MUSEOS PARA EL NUEVO SIGLO – Josep Maria Montaner, editora Gustavo Gilli - MUSEUS BRASILEIROS, Roberto Segre , editora: Viana & Mosley- ARQUITETURA DE MUSEUS, Flávio Kiefer - http://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/PDFs_revista_1/1_Kiefer.pdf

2- ESTUDO DE CASO (visita em uma obra existente com tema similar)Deverão ser levantados dados relativos aos aspectos conceituais da edificação visitada (informações sobre as necessidades do tema em questão que ajudarão a compreender melhor o tema).Serão levantados dados relativos à solução arquitetônica (informações gráficas que permitirão analisar como foi resolvido o problema arquitetônico).2.1. Aspectos conceituais do tema2.1.1-Fotos da fachada, fotos vistas da rua, foto da equipe junto à fachada2.1.2-Endereço: rua, nº, bairro.

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2.1.3- Conceito do Tema (Objetivos e finalidades do tema)2.1.4 -Dados sobre os usuários 2.1.4.1- Funcionários2.1.4.1.1- Quantas pessoas trabalham 2.1.4.1.2- Quais as funções de cada um/ dias da semana que atuam/horário de atendimento 2.1.4.2- Público atendido (visitante)2.1.4.2.1- Quem são2.1.4.2.2- Quantos são (Total do público atendido2.1.5- Período de funcionamento2.1.5.1- Horário de funcionamento2.1.5.2- Horário de pico e o nº de usuários (público) neste horário2.1.6- Principais atividades desenvolvidas2.1.7- Programa arquitetônico ( lista dos ambientes com informações pormenorizadas)2.1.7.1- Nome do ambiente,2.1.7.2- Fotos 2.1.7.3- Finalidade 2.1.7.4- Quais atividades são desenvolvidas e como são desenvolvidas2.1.7.5- Nº de usuário fixo2.1.7.6- Nº de usuário móvel2.1.7.7- Mobiliário existente2.1.7.8- Equipamentos existentes2.1.7.9- Conforto ambiental : Lumínico/Acústico/térmico2.1.7.10-Materiais utilizados e estado de conservação: PISO/PAREDE/TETO2.1.7.11-Aspectos positivos e negativos do ambiente, segundo o usuário2.1.8- Relações funcionais: Diagrama funcional do projeto e diagrama ideal.2.1.9 Pré dimensionamento: estes dados deverão ser resumidos em uma tabela (segundo o livro de Laert P. Neves).2.2 – Peças gráficas: informações gráficas sobre a obra (plantas, cortes, elevações)2.3 – Conclusão sobre a obra : individual

3 – ANÁLISE GRÁFICA E DESCRITIVA DE UM MUSEU DE REFERÊNCIA (PARA A ELABORAÇÃO DESTE EXERCÍCIO USE COMO REFERÊNCIA A SUGESTÃO PARA DESENVOLVIMENTO DE UM MEMORIAL DE PROJETO) 3.1- Dados sobre a autoria do Projeto-Autor(s)-Currículo profissional-Principais obras3.2- Dados técnicos sobre a obra-Tema-Local-Data do projeto -Data de conclusão da obra-Área do Terreno-Área construída3.3- Considerações Preliminares (condicionantes preliminares – aspectos definidores do problema arquitetônico)3.3.1 Demandas conceituais a serem cumpridas:-Justificativa para a construção da obra -Objetivo e finalidade da obra-Objetivos do cliente-Necessidades dos usuários-Programa arquitetônico 3.3.2 Descrição das características do terreno: -Forma e dimensão -Topografia -Vias de acesso -Orientação quanto o sol e ventos dominantes -Entorno -Legislação pertinente -Outros3.3.3 Aspectos tecnológicos – Aspectos construtivos (condicionantes tecnológicos)- Exigências construtivas e uso de materiais- Mão de obra- Sistema construtivo- Sistema estutural

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3.3.4 Aspectos estéticos3.4- Interpretação do problema segundo o(s) autor(es) e diretrizes para projeto- Como o tema foi interpretado pelo(s) autor(s).- Quais as decisões foram tomadas e serviram como diretrizes para a solução arquitetônica.- Qual foi a idéia dominante 3.5- Apresentação e descrição da obra-Como os elementos do programa foram resolvidos na solução arquitetônica.Exemplo: "O hotel desenvolve-se em três pavimentos e um subsolo. O primeiro pavimento constitui o acesso principal e abriga a administração, recepção, áreas sociais, serviços, e ainda nove apartamentos. Nos outros pavimentos as outras 58 unidades de hospedagem. O volume edificado, de difícil apreensão ao primeiro contato, decorre de uma organização espacial centrípeta relativamente simples, que se desenvolve em tomo de um pátio interno coberto...."Trecho da descrição do Hotel Verdes Mares do livro, ¨ Éolo Maia, complexidade e contradição na arquitetura brasileira¨, Autor; Bruno Santa Cecília editora: UFMG3.6. Apresentação gráfica do projeto (peças gráficas)-Planta de implantação-Planta de cobertura- Plantas dos pavimentos -Cortes-Elevações-Fotos da edificação (internas e externas) - devem ser identificadas, numeradas e indicadas na planta, com o respectitivo número, mostrando o local e o sentido de onde a foto foi tirada 3.7. Análise gráfica (Diagramas analíticos)-Diagrama Analítico da IMPLANTAÇÃO. -Diagrama Analítico das PLANTAS DOS PAVIMENTOS ilustrando a relação ESPAÇO USO E CIRCULAÇÃO.-Diagrama Analítico das PLANTAS DOS PAVIMENTOS ilustrando a SETORIZAÇÃO E O SISTEMA DE CIRCULAÇÃO.-Diagrama Analítico da GEOMETRIA-Diagrama Analítico dos ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO DA FACHADA.-Diagrama Analítico do ESTUDO DE MASSA do edifício.3.8. Análise descritiva 3.8.1 – Com relação à implantação: (o diagrama analítico de implantação irá colaborar para visualizar as respostas) 3.8.1.1- Qual foi a resposta arquitetônica com relação à(s) disposição(ões) da(s) edificação(ões) no terreno.3.8.1.2- Qual a relação entre a configuração da edificação e a forma do terreno.3.8.1.3- Qual a relação entre a ocupação do edifício e o terreno.3.8.1.4- Qual a relação entre o(s) edifício(s) e a insolação.3.8.1.5 – Qual a relação entre o edifício e os acessos, como foi resolvida a questão dos acessos ao terreno e ao edifício (pedestres e veículos).3.8.2 – Com relação à setorização: (o diagrama analítico de setorização irá colaborar para visualizar as respostas)3.8.2.1 – Qual foi a solução arquitetônica dada aos setores do programa. Ex: os setores foram distribuídos em: dois subsolos, onde se encontram os setores técnicos e o estacionamento; no pavimento térreo, onde estão localizados o setor social (restaurante e lobby), o setor de serviços (cozinha, lavanderia,depósitos, camareira) e o setor de eventos; o setor de hospedagem foi distribuído em dez pavimentos.3.8.2.2 – Como foram distribuídos os setores em cada pavimento.3.8.3 – Com relação à circulação (horizontal e vertical): (o diagrama analítico de circulação/espaço uso irá colaborar para visualizar as respostas)3.8.3.1 – Como está organizada o sistema de circulação em cada pavimento3.8.4 - Qual a relação entre edifício e o entorno. 3.8.5 - Qual sistema construtivo utilizado.3.8.6 - Qual sistema estrutural.3.8.7 – Com relação à volumetria: (o diagrama analítico do ESTUDO DE MASSA e dos ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO DA FACHADA irão colaborar para visualizar as respostas)3.8.7.1 - Como é composta a forma3.8.7.2 – Como foi feito o tratamento das superfícies3.8.7.3 - Identifique os elementos que as compõem. 3.8.7.2 - Quais os materiais utilizados para revestimento e vedação.3.8.8 - Qual o partido arquitetônico.3.9. Sua conclusão sobre a obra : individual

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7.4 ANEXO 4

ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ANÁLISE GRÁFICA DOS CONDICIONANTES FÍSICOS DO TERRENO, ANÁLISE DESCRITIVA DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO TERRENO E

SEU ENTORNO IMEDIATO E ANÁLISE GRÁFICA DOS CONDICIONANTES E LEGAIS DO TERRENO

Para a elaboração deste exercício use como referência o arquivo, na pasta eletrônica MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO DE PA V de nome Análise gráfica dos concicionantes físicos e legais do terreno. Os tópicos do exercício podem acompanhar os títulos e a sequência do roteiro abaixo.

1- ANÁLISE DO TERRENO

1.1 – LOCALIZAÇÃO DO TERRENOBuscar imagem no Google Earth da área da cidade onde está inserido o terreno.1.2- PANTA SITUAÇÃO DO TERRENOAproximar a imagem do Google Earth de maneira a enquadrar a quadra onde está situado o terreno. 1.3- DESENHO DO TERRENO - Desenho do terreno: com suas dimensões e sua área ; largura real, denominação e sentido das vias; largura real dos passeios; orientação quanto ao norte; topografia; direção dos ventos; pontos de ônibus; postes.1.4 - ANÁLISE GRÁFICA DOS CONDICIONANTES FÍSICOS DO TERRENO -Análise gráfica do terreno e de seu entorno imediato: dimensões, acessos, topografia, orientação de sol e ventos, vistas do terreno, infra estrutura. (Ver exemplo no arquivo sobre .análise gráfica dos concicionantes físicos e legais do terreno)1.5- ANÁLISE DESCRITIVA DAS CARCTERÍSTICAS FÍSICAS DO TERRENO E SEU ENTORNO IMEDIATO. Descreva sobre as características particulares do terreno, inicie descrevendo a forma analisando a possível influência que ela possa exercer nas decisões de projeto, ou seja a possibilidade dela ser um condicionante restritivo ou não de projeto. A seguir site a área do terreno, faça uma descrição de suas dimensões e analise a possível influência que poderão ter nas decisões de projeto, ou seja a possibilidade da área do terreno o suas dimensões serem um condicionante restritivo ou não de projeto. O próximo passo é falar sobre o relevo, descreva o relevo e faça uma análise da influência que ele poderá exercer nas tomadas de decisões, ou seja a possibilidade do relevo ser um condicionante restritivo ou não de projeto. Descreva também sobre o revestimento florístico e sua influencia na

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solução arquitetônica. Descreva sobres os acessos e analise as possibilidades de acesso, tanto de pedestres quanto de veículos, no interior do terreno, verifique o grau de influência que o item acesso irá provocar na solução, ou seja a possibilidade do acesso ser um condicionante restritivo ou não de projeto . Descreva como se dará a insolação, ou seja, a trajetória do sol no terreno e analise a sua influencia nas fachadas paralelas a cada um dos lados. Descreva o sentido dos ventos dentro do terreno e analise a sua influencia nas decisões de projeto. Caso haja algum outro item que seja relevante faça a sua descrição e análise. Caso haja construções descreva-as e comente a necessidade ou não de utilizá-las para abrigar parte do programa. Estas descrições e análises podem ser feitas na forma de texto corrido ou em tópicos.( o livro citado poderá tirar prováveis dúvidas a respeito de como desenvolver cada item )1.6- ANÁLISE GRÁFICA DOS CONDICIONANTES LEGAIS DO TERRENO E SEU ENTORNO- PGM, afastamentos, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, limite de adensamento. (Ver exemplo no arquivo sobre análise gráfica dos concicionantes físicos e legais do terreno)

7.5 ANEXO 5

ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DO EXERCÍCIO DE LEVANTAMENTO DO CONTEXTO URBANÍSTICO, HISTÓRICO, SOCIAL, CULTURAL DA ÁREA ONDE SERÁ IMPLANTADO O

EDIFÍCIO

1 ANÁLISE DO ENTORNO - BAIRRO E ADJACÊNCIAS (Antes de fazer a análise leia o capítulo do livro que está indicado como fonte de pesquisa no fim desta página)

1.1- LEVANTAMENTO URBANÍSTICO E ARQUITETÔNICO 1.1.1 Uso e ocupação do solo. 1.1.1.1 Tipos de uso: residencial, comercial, institucional (educacional ,religioso, filantrópico , público, cultural...) industrial , praças, áreas verdes, (colorido e com legenda) 1.1.1.2 Forma de ocupação: edificação isolada no terreno, preenchendo o terreno (usar técnica de figura e fundo) 1.1.1.3 Mapa de zoneamento (da cidade/ do bairro e seus vizinhos) 1.1.1.4 Mapa de abairramento (da cidade/ do bairro e seus vizinhos)1.1.2 Legislação prevista para o local.1.1.3 Mobilidade urbana 1.1.3.1 Mapa contendo o itinerário e as linhas de ônibus que servem o local e identificação dos postos de ônibus e terminais. 1.1.3.2 Mapa com o sistema viário (com identificação da hierarquia viária) da cidade de Cuiabá. Identificar as principais vias de acesso ao bairro e terreno. 1.1.3.3 Mapa do sistema viário no bairro e imediações: hierarquia viária, dimensão e sentido das vias, identificação dos pontos de conflito. 1.1.3.4 Passeios públicos1.1.4 Mapa contendo as futuras intervenções previstas pelos órgãos públicos.1.1.5 Previsão de futuros empreendimentos particulares ou públicos para o local.1.1.6 Mapa com identificação das principais edificações existentes no lugar e suas respectivas fotos 1.1.7 Gabarito: altura das edificações do bairro.1.1.8 Analise as edificações existentes próximas ao terreno. Observe a tipologia das fachadas, sua forma, altura, materiais utilizados, os detalhes e carcterísticas físicas e identifique os elementos que a compõe. 1.1.9 Análise perceptiva do local 1.1.9.1 Mapa serial - Levantamento pessoal através de desenhos e fotos (percepção pessoal de cada um sobre a área próxima ao terreno, ) técnica ilustrada no capítulo 1 do livro de Lorraine Farrelly, ver fontes de pesquisa1.1.10 Maquete volumétrica, na escala 1:250 da área compreendida na figura 2 do anexo 2.

1.2- LEVANTAMENTO HISTÓRICO, SOCIAL, ECONÔNICO E CULTURALProf. Bassam

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-Evolução Histórica e urbanística da área do bairro e suas adjacências. do morro da luz-Mapa ilustrando a evolução urbanística da cidade de Cuiabá e do bairro- Atualmente qual a vocação do bairro. - Característica da população-Aspectos econômicos

FONTES DE PESQUISA

- http://www.cuiaba.mt.gov.br/secretaria?s=25&v=Mapas

- http://www.cuiaba.mt.gov.br/secretaria?s=25&v=Evolu%E7%E3o%20Urbana

- FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA- Lorraine Farrelly – Capitulo 1, ¨Contextualizando a Arquitetura¨ - pags 12 até 33 - material disponível em power point. Ver também outro material que ilustra a técnica de visão serial também disponível em power point com o título ¨ A paisagem urbana¨.

7.6 ANEXO 6 EXERCÍCIO SOBRE O TEXTO 2

EXERCÍCIO SOBRE PROCESSO DE PROJETO

Este questionário se integra aos arquivos que estão na Pasta Eletrônica cujos nomes são: Texto- Tradição e Invenção...Edson Mahfuz¨ e ¨Galeria na Groenlândia¨. O projeto (aliás, um belíssimo projeto) nos dará várias referências, vários ensinamentos sobre arquitetura, entre eles  a consideração do contexto, físico e cultural, onde o edifício será inserido, como referência para a criação do objeto arquitetônico. Mostrará também uma das maneiras de organização espacial dos ambientes de exposição (os mais importantes nos edifícios de museus). É um exemplo do uso de um conceito central, da imagem conceitual (um dos temas que será abordado no texto 2-Tradição e Invenção..), como idéia norteadora da solução arquitetônica. Mostra-nos também uma maneira de apresentação do projeto bastante didática, ilustrando-o através de imagens e desenhos não só a solução adotada, mas também, o passo a passo da criação. É um bom exemplo de memorial de projeto feito de maneira visual e complementado com um texto justificativo. Além da qualidade das peças gráficas que ilustram o projeto.  Este projeto  nos ajudará a exercitarmos e compreendermos os conceitos abordados no texto 2. Peço-lhes que façam a leitura do material sobre a Galeria na Groenlândia, observe as imagens, os desenhos e a reportagem.   As questões abaixo referem-se às primeiras páginas (17 até 21) do texto 2. Devem ser respondidas individualmente e entregue.

1- Esta primeira questão não se encontra em nenhum dos arquivos em anexo e sim no livro que foi adotado na disciplina de INTRODUÇÃO AO PROJETO (Adoção do Partido na Arquitetura de Laert P. Neves). Tem como objetivo fazer uma revisão sobre planejamento arquitetônico. Segundo Laert, em quantas etapas se dá o planejamento arquitetônico? Fale de forma resumida o objetivo e o conteúdo de cada uma delas.

2- Segundo as primeiras páginas do texto, ¨Tradição e invenção: uma dialética fundamental¨, de Edson Mahfuz, o autor fala sobre o seu entendimento a respeito do processo de projeto. Faça uma comparação entre o pensamento dos dois autores com relação ao processo projetual:a- Como se dá esse processo. b- Qual ou quais os pontos em comuns entre os pensamentos de Laert e Mahfuz.

3- Sabemos que, segundo Laert, os aspectos conceituais do tema e as características do terreno e entorno formam respectivamente as variáveis teóricas e físico-ambientais que nos definem a regra do jogo, o problema arquitetônico. As informações teóricas auxiliarão nas decisões conceituais de projeto enquanto as informações sobre os aspectos físicos-ambientais podem formar um quadro de variáveis que poderão influir de forma restritiva ou indicativa nas decisões arquitetônicas.

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Observe o projeto e cite qual ou quais foram os condicionantes relativos às informações fisico-ambientais que influenciaram na definição do partido?

4- Como Edson Mahfuz entende o processo de interpretação e definição de um problema arquitetônico. O que é fator extra? O que é imagem conceitual? Qual a imagem conceitual que auxiliou na definição do partido arquitetônico da Galeria?

5- Segundo Mahfuz o que é partido arquitetônico? Como se dá a transformação da imagem conceitual em partido arquitetônico? Descreva, no projeto da Galeria, como se deu a transformação da imagem conceitual em partido e qual o partido arquitetônico adotado?

7.7 ANEXO 7

MEMORIAL DE PROJETO

Sugestão para o desenvolvimento de um MEMORIAL DE PROJETO.

1 - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Visto que a muito, desde a minha época acadêmica, é exigido do aluno da disciplina de Projeto Arquitetônico (PA), junto ao seu exercício de projeto, a redação de um memorial justificativo. Ainda hoje, esta exigência permanece. O fato é que não tínhamos e ainda não se tem um tipo de memorial que nos sirva como referência.

A idéia principal deste material é auxiliar o aluno a desenvolver um memorial justificativo, que aqui chamaremos de Memorial de Projeto.

O objetivo não é apenas montar um roteiro com tópicos que deverão ser considerados na elaboração de um memorial e como estes deverão ser abordados, é também fazer uma explanação geral sobre o que é um memorial de Projeto, contextualizando-o dentro do processo de projeto ou do planejamento arquitetônico.

A linha de raciocínio que orienta a estrutura do memorial coincide com a lógica do processo projetual.

O processo de projeto é entendido conforme o conceito de planejamento arquitetônico desenvolvido por Laert P. Neves e com idéias de Edson Mahfuz sobre o mesmo assunto e o seu ponto de vista sobre as formas de interpretação de um problema.

Considera-se que o processo se inicia com a coleta das informações básicas referentes às necessidades programáticas que envolvem o tema e o conhecimento das características do terreno e do local onde será implantada a edificação, são os aspectos definidores de um problema arquitetônico. Um segundo momento acontece com a análise e interpretação das informações, a definição das diretrizes para projeto (idéias para a adoção do partido) e o surgimento de uma idéia dominante, da imagem conceitual, ou simplesmente o conceito que dará origem ao partido (momento de conceituação do projeto). A partir da definição do partido parte-se para o seu aprimoramento até chegar ao projeto final. A estrutura do memorial segue a sequência descrita acima.

Entende-se também que o processo de projeto é cíclico e direcional. Direcional porque há um objetivo a ser atingido que é a elaboração do projeto arquitetônico. Cíclico, porque ao longo deste caminho haverá muitas decisões que serão tomadas e deverão estar coerentes com as diretrizes e a idéia dominante ou o conceito adotado, neste caso o processo segue em frente, do contrário, deve-se rever a decisão tomada , adequando-a às diretrizes e ao conceito, e prosseguir. Poderá acontecer, durante o processo, o surgimento de um novo conceito, mais contundente, que poderá substituir a anterior, assim, revisa-se

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e altera-se as respostas até então definidas deixando-as em conformidade com o novo conceito, dando assim, sequência ao processo. Neste sentido, considera-se o memorial como parte deste processo, como um elemento que auxilia na observação e comprovação da coerência entre as decisões tomadas, os resultados obtidos e, as diretrizes que foram estabelecidas e o conceito que foi adotado. É como se estivesse tirando a prova dos nove.

O conceito de memorial justificativo adotado é o mesmo definido pela ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) que entende que memorial justificativo descreve e justifica a solução arquitetônica relacionando-a às necessidades programáticas (Conceito do tema) e às características do terreno e do seu entorno, à legislação arquitetônica e urbanística pertinente e/ou a outros fatores determinantes na definição do partido adotado.

O memorial, portanto, será um texto que poderá começar a ser redigido durante o processo projetual, após uma primeira definição prévia da edificação (como o faz Oscar Niemeyer), ou num momento mais próximo da sua solução, ou ao final dela, como muitas vezes acontece. Ele deverá explicar as razões que levaram o arquiteto a adotar as soluções arquitetônicas propostas associando-as aos aspectos definidores do problema e às diretrizes e conceitos estabelecidos. Será composto por três etapas: uma primeira, relativa à explanação dos aspectos definidores do problema arquitetônico ou seja, das informações sobre os aspectos conceituais do tema e físicos do terreno e entorno. Esta primeira etapa tem o objetivo de ilustrar as peculiaridades do problema arquitetônico a ser solucionado. Em seguida será exposto como o problema foi interpretado,compreendido pelo arquiteto e revelados as diretrizes, os atributos que se deseja que façam parte do futuro objeto arquitetônico assim como a idéia dominante, ou o conceito, que irá nortear a solução. Por fim, na terceira etapa será descrito o partido arquitetônico adotado bem como as justificativas que o levaram a tal definição. Esta etapa será apresentada em três momentos distintos, porém, complementares. Primeiramente será descrita e justificada a implantação da edificação no terreno, em seguida, descrição e a explicação de como foram organizados os setores e ambientes e definidas as circulações desta edificação, por último, expor e explicar a solução volumétrica. Esta divisão é necessária a fim de melhor ilustrar o processo de definição do partido arquitetônico porém, no ato criativo, estas soluções não são adotadas de forma independente mas de maneira sincronizada numa operação de síntese que é desencadeada na mente do arquiteto envolvendo ao mesmo tempo várias linhas de pensamento.

O texto do memorial pode vir seguido de desenhos esquemático que ajudam a ilustrar a idéia do arquiteto.

2 - ETAPAS DO MEMORIAL DE PROJETO

O memorial será desenvolvido em três etapas.

A primeira denominada de Aspectos Definidores do Problema Arquitetônico, descreverá e analisará os aspectos conceituais do tema (necessidades programáticas do tema)e, descreverá e analisará as características físicas do terreno e o entorno macro e micro(imediato) onde será implantada a obra. Enfim são as informações básicas que irão estabelecer os condicionantes objetivos de projeto, tem como objetivo contextualizar o problema e ajudar o arquiteto na sua formulação pessoal, na sua interpretação particular a respeito do problema arquitetônico.

A segunda etapa, denominada de Interpretação do problema, diretrizes de projeto e idéia dominante, é o momento da conceituação do projeto. Trata da postura individual do arquiteto frente ao problema arquitetônico, ela irá revelar como o arquiteto formulou e interpretou o problema, definiu diretrizes e os atributos e elegeu a idéia ou o conceito que irá nortear a solução e definir o partido.

Para Edson Mahfuz:

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¨A interpretação dos dados de um problema é um processo seletivo que hierarquiza os vários aspectos envolvidos, visando criar uma estrutura capaz de relacionar essesaspectos entre si, e implica a mudança de uma atitude analítica e objetiva para uma atitude de seletividade subjetiva, onde a própria personalidade e bagagem cultural do arquiteto desempenham um papel central. ¨

Segundo ele, esta interpretação pode se dar de duas maneiras uma mais simples e outra mais complexa. A primeira se dá através de uma interpretação mais objetiva onde as decisões envolvem somente os componentes objetivos do problema como, por exemplo, decidir pela verticalidade do edifício em função da taxa de ocupação e da área estimada do edifício, ou seja a decisão e tomada a partir da combinação de dois dados concretos.

No caso de uma interpretação mais complexa a mesma decisão pela verticalidade da edificação poderia ser tomada devido a um componente abstrato , em princípio, não incluso entre os componentes objetivos do problema. O arquiteto pode decidir pela verticalidade devido a outro motivo (externo aos componentes objetivos do problema), por exemplo: a decisão pela verticalidade de um templo religioso em função do caráter simbólico que esta solução carrega para este tipo de tema.

Esta maneira mais complexa faz com que na interpretação do problema surja uma ¨ idéia forte ¨(Louis Khan), uma ¨ imagem conceitual ¨(Edson Mahfuz) , uma ¨ idéia dominante ¨ (Laert P. Neves), um ¨ conceito ¨ (segundo outros autores) enfim um novo elemento entra em cena e serve como um catalisador, um fio condutor em volta do qual a realidade do edifício tomará forma. É a idéia que subordinará as demais decisões. É quando ocorre na cabeça do arquiteto a geração de um todo conceitual ou simplesmente de um conceito( utilizaremos o termo idéia).

Interpretar um problema desta forma permite ao arquiteto buscar uma idéia que aglutine em si um princípio em torno do qual o todo é organizado estabelecendo ao conjunto um sentido de coesão e coerência entre as partes e o todo. Faz com que a solução parta do geral para o particular, é a maneira como pensa um arquiteto experiente (Laert reconhece este procedimento e o chama de ¨ ato de síntese integral ¨, porém, por uma questão didática, seu método de adoção do partido parte dos aspectos mais simples para os mais complexos).

A origem da idéia catalisadora tem raízes na vida interior de quem projeta, pode estar relacionado com suas aspirações, sonhos e experiências privadas, podem também se apoiar em imagens e metáforas significativas para o arquiteto, ou até derivar de uma necessidade, interesse ou símbolo universal.

Esta idéia porém, é uma imagem abstrata, deverá ser materializada através do repertório formal/compositivo/construtivo da arquitetura transformando-se assim em uma imagem concreta dando origem ao partido arquitetônico.

A terceira etapa do memorial é denominada de Definição do Partido Arquitetônico que é principal parte do memorial. É o momento em que o arquiteto irá descrever a solução preliminar adotada, justificando as razões que o levaram até ela.

Segundo Mahfuz:

¨o partido é uma aproximação, uma síntese dos aspectos mais importantes de um problema arquitetônico, fixa a concepção básica de um projeto,a sua essência em termos de organização planimétrica e volumétrica ¨.

A organização planimétrica estabelece o modo como os ambientes do programa foram organizados espacialmente, sejam eles distribuídos internamente em um ou mais edifícios, ou externos a ele(s) e, todos, ordenados no interior do terreno. Portanto a organização planimétrica do programa é feita de duas maneiras uma relaciona a distribuição da edificação ou edificações no terreno e a outra, ilustra a maneira como os ambientes foram

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abrigados e organizados no interior da(s) edificação(cões), em cada pavimento (caso haja mais de um).

A primeira chamamos de implantação, ela ilustra a forma como o edifício ou os edifícios foram dispostos no terreno, estabelece as relações entre o edifício, os ambientes externos e as áreas livres, o edifício e a topografia, o edifício e a insolação, o edifício e os acessos, a área do edifício e a área do terreno, a forma do edifício e a forma do terreno, a configuração do edifício e as exigências programáticas, a relação entre o edifício e o entorno.

Com relação à organização dos ambientes no interior da edificação esta irá mostrar como os setores do programa foram distribuídos na edificação ( seja em um ou em mais pavimentos), estabelece as relações dos ambientes entre si e deles com o sistema de circulação, permitindo, assim, observar como se dá a experiência do indivíduo no interior da edificação, ilustra também o tipo de organização espacial adotada, mostra o nível de integração entre os ambientes internos e externos, mostra a hierarquização dos espaços, permite observar o tipo de iluminação, etc...

A solução volumétrica diz respeito à forma ou às formas arquitetônicas que abrigam os ambientes internos do programa. A forma arquitetônica, estabelece o tipo de organização formal adotado (centralizada, linear, radial, em malha, aglomerad; as relações entre cheios e vazios, entre superfícies opacas e transparentes; mostra as articulações entre volumes planos e linhas; estabelece relações com o entorno; ilustra os materiais utilizados; revela a integração entre espaços internos e externos; sugere imponência ou intimidade; acentua a verticalidade ou horizontalidade; etc... . Quando há mais de uma edificação abrigando o programa elas poderão estabelecer entre si relações de harmonia, de integração, de contraste, de proporcionalidade, de hierarquia, de conjunto etc... . Enfim a solução volumétrica nos revela as intenções plásticas da forma arquitetônica adotada e estas possuem uma relação direta com as necessidades funcionais e simbólicas do tema, com as peculiaridades do terreno e seu entorno, com as características culturais do local .

A forma arquitetônica não é simplesmente o resultado direto da solução funcional, ela reflete também as questões simbólicas que envolvem um objeto arquitetônico, reflete o diálogo que ela quer estabelecer com o lugar onde ela está, revela o grau de importância do edifico na sociedade, enfim, a forma arquitetônica extrapola a mera função utilitária. A volumetria de uma edificação pode ser definida a priori desde que não prejudique a função utilitária. A forma que sai do nada, nada tem a dizer, por isso, não deve existir. É possível definir a priori uma resposta funcional ao problema e, posteriormente, adotar um formato para ela.

Portanto, a descrição e a explicação do partido será desenvolvida em separado. Primeiramente serão descritas e justificadas a solução planimétrica, esta porém deverá ser dividida em solução de organização espacial do programa relativa ao terreno, que chamaremos implantação e uma outra que denominaremos de organização espacial da(s) edificação(s), onde serão descritas e justificadas as respostas dadas aos ambientes e setores abrigados e organizados no interior da(s) edificação(coes). Finalizando o partido serão descritas e explicadas as razões que levaram o arquiteto a definir a volumetria.

Lembrem-se que esta divisão será necessária a fim de melhor ilustrar o processo de definição do partido arquitetônico porém, no ato criativo, estas soluções não são adotadas de forma independente mas de maneira sincronizada numa operação de síntese que é desencadeada na mente do arquiteto envolvendo ao mesmo tempo várias linhas de pensamento.

3 – SUGESTÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CADA ETAPA DO MEMORIAL DE PROJETO

3.1 1ª ETAPA - Aspectos Definidores do Problema Arquitetônico

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Nesta etapa você fará a apresentação das informações básicas relativas às necessidades exigidas pelo tema, a descrição das peculiaridades do terreno, seu entorno imediato e o do contexto urbano onde ele está inserido.

Estas informações relacionam-se aos aspectos conceituais do tema e aos aspectos físicos do terreno. Estes aspectos bem como os tópicos contidos em cada um encontram-se no livro ¨Ädoção do Partido na Arquitetura ¨ de Laert P. Neves.

Com relação aos aspectos conceituais do tema você deverá fazer uma abordagem conceitual sobre o tema, de acordo com a pesquisa bibliográfica realizada por você. Inicie com um texto falando sobre o conceito do tema (objetivos, finalidades do tema). Logo depois fale sobre as características da clientela e as atividades que serão desenvolvidas. Na sequência liste o programa arquitetônico e o pré dimensionamento de cada ambiente. Esta descrição pode ser na forma de texto corrido ou em tópicos. (qualquer dúvida no conteúdo que deverá ser abordado em cada item consulte o livro acima indicado)

Quanto aos aspectos físicos do terreno, você deverá falar desde sua localização dentro da malha urbana, passando pelas características do seu entorno imediato, chegando até o terreno falando sobre a infra estrutura existente junto a ele e descrevendo sobre suas peculiaridades e analisando o grau de influencia que cada uma poderá exercer nas decisões de projeto.

Inicie descrevendo sobre a localização do terreno dentro da malha urbana, fale sobre as principais vias de acesso, a característica da malha urbana, a urbanização, o tipo de uso do solo, as características tipológicas das edificações. Em seguida faça uma descrição sobre o entorno imediato (vizinhança, tipologias arquitetônicas, visuais, vias limítrofes) ao terreno e analise a possível influencia que poderá exercer nas tomadas de decisões . Fale sobre a infra estrutura existente (água, luz telefone, esgoto,...) . A partir daí descreva sobre as características particulares do terreno, inicie descrevendo a forma analisando a possível influência que ela possa exercer nas decisões de projeto, ou seja a possibilidade dela ser um condicionante restritivo ou não de projeto. A seguir cite a área do terreno, faça uma descrição de suas dimensões e analise a possível influência que poderá ter nas decisões de projeto, ou seja a possibilidade da área do terreno ou de suas dimensões serem um condicionante restritivo ou não de projeto. O próximo passo é falar sobre o relevo, descreva o relevo e faça uma análise da influência que ele poderá exercer nas tomadas de decisões, ou seja a possibilidade do relevo ser um condicionante restritivo ou não de projeto. Descreva também sobre o revestimento florístico e sua influencia na solução arquitetônica. Descreva sobres os acessos e analise as possibilidades de acesso, tanto de pedestres quanto de veículos, no interior do terreno, verifique o grau de influência que o item acesso irá provocar na solução, ou seja a possibilidade do acesso ser um condicionante restritivo ou não de projeto . Descreva como se dará a insolação, ou seja, a trajetória do sol no terreno e analise a sua influencia nas fachadas paralelas a cada um dos lados. Descreva o sentido dos ventos dentro do terreno e analise a sua influencia nas decisões de projeto. Caso haja algum outro item que seja relevante faça a sua descrição e análise. Caso haja construções descreva-as e comente a necessidade ou não de utilizá-las para abrigar parte do programa. Estas descrições e análises podem ser feitas na forma de texto corrido ou em tópicos.( o livro citado poderá tirar prováveis dúvidas a respeito de como desenvolver cada item ).

3.2 2ª ETAPA - Interpretação do problema, diretrizes de projeto e idéia dominante

Esta é uma etapa bastante subjetiva, nela você deverá dar o seu parecer, o seu relato sobre o seu entendimento a respeito do problema arquitetônico, listar as diretrizes (metas) que, para você, em seu projeto, deveria atingir e, por fim, a idéia dominante que deveria nortear toda a sua solução.Toda a vez que um arquiteto se depara com um problema arquitetônico ele procura tentar entendê-lo e formulá-lo a partir do seu ponto de vista. Este ponto de vista é construído não só a partir de pesquisas realizadas sobre o tema, das observações realizadas no lugar, das leituras de obras com temas e problemas arquitetônicos similares. Será edificado também a partir de experiências arquitetônicas vivenciadas por ele e que não estejam

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necessariamente relacionadas ao tema em questão, pelo hábito de fazer leitura de outras arquiteturas, em outros lugares com outros problemas, agora, este ponto de vista será formulado de maneira mais rica e contundente quando é adicionado aos conhecimentos específicos aqueles relativas à bagagem cultural do arquiteto, esta, construída pelas suas viagens nas mais variadas áreas do conhecimento.

Analise os aspectos conceituais do tema (conceito do tema, programa arquitetônico, pré dimensionamento, as particularidades físicas do terreno e os aspectos urbanísticos , históricos e culturais relativos ao local onde será implantada a edificação, acrescente os conhecimentos adquiridos após pesquisas realizadas sobre o tema e suas necessidades programáticas e ainda, as observação dos projetos de referência (com tema ou situações similares) que você investigou. Formule agora com as suas palavras (entendimento particular) o problema arquitetônico que você deverá resolver.

Uma solução arquitetônica não é resolvida apenas atendendo os condicionantes objetivos de um programa de necessidades. A arquitetura deve extrapolar os requisitos funcionais e programáticos, a boa arquitetura transcende os valores utilitários, ela expressa outros valores, transmite significados que transcendem aqueles somente práticos e utilitários e atendem também seus valores simbólicos e culturais, A arquitetônica de qualidade nasce a partir da boa interpretação que o arquiteto faz do problema e dos e atributos que ele define que ela deva ter, os significados que ela deva transmitir as intenções que ele deseja que ela quer expressar.

A partir de suas conclusões a respeito do problema arquitetônico, imagine agora o que é que você deseja para o seu edifício, quais as suas intenções, o que é que você deseja que ele transmita, enfim liste os atributos, as qualidades, as principais características que o sua proposta deverá ter ou seja, as diretrizes (metas) que, para você, em seu projeto, deverá atingir.

Como já vimos anteriormente que toda boa arquitetura nasce de uma idéia básica, idéia forte, uma imagem conceitual , uma idéia dominante , um conceito, enfim uma idéia capaz de reunir em torno de si o principio que organiza o todo e depois irá se concretizar na forma de um edifício todo o problema arquitetônico. Portanto após os atributos que você elencou revele a idéia, o conceito ou a idéia dominante que conseguiu sintetizar nela todas as suas metas, toda a sua expectativa com relação à solução arquitetônica.

Esta interpretação particular e as conseqüentes diretrizes e idéias que você definirá irá refletir diretamente na sua resposta arquitetônica é que será o diferencial da sua solução com relação aos demais colegas.

3.3 3ª ETAPA - Definição do Partido Arquitetônico

A - Definição da implantação; Nesta etapa você deverá descrever passo a passo como se deu a evolução que resultou na solução quanto à implantação explicando cada decisão tomada relacionando-a à idéia dominante, às diretrizes e a outros motivos que possam ter influenciado.

B – Definição da organização espacial da edificação; descreva passo a passo como se deu a evolução que resultou na solução da distribuição dos setores e ou ambientes na edificação( planta baixa) explicando cada decisão tomada relacionando-a à idéia dominante, às diretrizes e a outros motivos que possam ter influenciado.

C – Definição da volumetria; descreva passo a passo como se deu a evolução que resultou na volumetria explicando cada decisão tomada relacionando-a à idéia dominante, às diretrizes e a outros motivos que possam ter influenciado.

OBS: As descrições e explicações do memorial podem vir seguidas de desenhos e croquis que foram desenvolvidos por vocês ao longo do semestre.

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7.8 ANEXO 8

EXERCÍCIOS PARA A DEFINIÇÃO DO PARTIDO

Antes da elaboração dos exercícios abaixo é importante que se faça a leitura do ANEXO 7

1- EXERCÍCIO 1 (geração do conceito do projeto)Todo problema arquitetônico é composto de um conjunto de informações relativas a quatro aspectos: aspectos conceituais do tema (dados sobre as necessidades programáticas); aspectos físico-ambientais do terreno e entorno(dados sobre as peculiaridades do local onde será implantado o edifício); aspectos estéticos, sociais, históricos, relativos à cultura e aspectos tecnológicos referentes à construção. São informações objetivas e concretas que deverão ser de conhecimento do arquiteto para que ele possa analisá-las e fazer sua interpretação a respeito do problema. A partir deste entendimento ele definirá diretrizes, ideias, conceitos que irão orientá-lo em suas decisões na busca da solução arquitetônica. Enfim, a solução será sempre resultado da maneiro pessoal como o autor analisa e interpreta o problema. É por isso que em um concurso de projetos, onde o problema é o mesmo para todos os concorrentes, observa-se uma diversidade de soluções (tantas quantas forem o número de participantes), pois cada autor tem uma visão particular sobre o problema.

1.1- Formule, por meio de um texto, com suas palavras, como você interpretou problema arquitetônico. 1.1.1 - Expresse com palavras próprias qual foi o entendimento sobre o tema ¨MUSEU¨, consequentemente apresente os objetivos e a finalidade do museu que será idealizado por vocês. 1.1.2 - Qual foi a sua percepção com relação ao local (terreno, Morro da Luz e entorno) onde será implantado o futuro Museu Histórico e Antropológico de Estado de Mato Grosso.

1.2- Faça uma lista elencando os atributos, as qualidades, as principais características que o sua proposta deverá ter, ou seja, as diretrizes (metas) que, para você, em seu projeto, deverá atingir. 1.3- Encontrar a idéia, o conceito ou a idéia dominante que irá sintetizar nela todas as suas metas, toda a sua expectativa com relação à solução arquitetônica.

2- EXERCÍCIO 2 (materialização do conceito)- Transforme as conclusões a respeito do exercício 1,em um painel conceitual .O painel conceitual é uma ferramenta que nos permite materializar ideias abstratas. Em arquitetura pode nos auxiliar a transformar ideias em formas e espaços, associar ideias a materiais, a princípios. O procedimento é simples, parte-se das ideias e vai-se em busca de imagens que se associam a elas. que as representem, que as simbolizem. O processo é sequencial onde a cada etapa procura-se diminui-se o nível de abstração e aumentar o nível de materialização das ideias. As primeiras imagens encontradas podem ter ainda um caráter mais abstrato e paulatinamente chegar a formas que representem de maneira mais concreta tais ideias. Estas poderão servir como referência para auxiliar-nos na concepção de nosso partido arquitetônico.

3- EXERCÍCIO 3 (definição gráfica do partido)Elaborar, planimetricamente e volumetricamente, por meio da linguagem gráfica e/ou através de maquete conceitual, o partido arquitetônico de maneira que seja coerente com as decisões tomadas nos exercícios 1e2.3.1- Elabore um desenho esquemático da implantação ilustrando a organização espacial do programa e suas relações como terreno, com os acessos, com o entorno, com os setores etc...3.2- Elabore um desenho esquemático da(s) planta(s) do(s) pavimento(s) ilustrando a organização espacial do programa no edifício.3.3- Faça um corte esquemático ilustrando os pés direitos ou detalhes de iluminação enfim como se deu a solução no plano vertical. Caso a proposta opte pela verticalização ilustre como foram dispostos os setores no interior da edificação. 3.4- Faça uma perspectiva ou uma maquete conceitual da volumetria da edificação.

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7.9 ANEXO 9

DEFESA DOS TRABALHOS - FORMA DE APRESENTAÇÃO, CONTEÚDOS NECESSÁRIOS

1 - Introdução- CONCEITUAÇÃO:Todo problema arquitetônico é composto de um conjunto de informações relativas a quatro aspectos: aspectos conceituais do tema (dados sobre as necessidades programáticas); aspectos físico-ambientais do terreno e entorno(dados sobre as peculiaridades do local onde será implantado o edifício); aspectos estéticos, sociais, históricos, relativos à cultura e aspectos tecnológicos referentes à construção. São informações objetivas e concretas que deverão ser de conhecimento do arquiteto para que ele possa analisá-las e fazer sua interpretação a respeito do problema. A partir deste entendimento ele definirá diretrizes, ideias, conceitos que irão orientá-lo em suas decisões na busca da solução arquitetônica. Enfim, a solução será sempre resultado da maneiro pessoal como o autor analisa e interpreta o problema. É por isso que em um concurso de projetos, onde o problema é o mesmo para todos os concorrentes, observa-se uma diversidade de soluções (tantas quantas forem o número de participantes), pois cada autor tem uma visão particular sobre o problema. Na apresentação de um projeto arquitetônico, seja ele acadêmico ou não, é conveniente que o arquiteto faça, antes de mais nada, uma pequena introdução expondo o seu ponto de vista sobre o problema e consequentemente as ideias , diretrizes e conceitos que orientaram a sua solução.Portanto antes de apresentar a solução adotada por vocês é necessário que façam uma pequena introdução expondo como foi o entendimento de vocês sobre o tema, sobre o local onde será implantado o edifício, enfim explanar como o problema foi percebido e interpretado por vocês e expor os conceitos, as ideias, as referências que fundamentaram teoricamente e direcionaram a solução. Sugerimos que esta exposição possa ser feita da seguinte maneira:1.1 - Expresse com palavras próprias qual foi o entendimento sobre o tema ¨MUSEU¨, consequentemente apresente os objetivos e a finalidade do museu idealizado por eles. 1.2 - Qual foi a percepção com relação ao local (terreno, Morro da Luz e entorno) onde seria implantado o futuro Museu Histórico e Antropológico de Estado de Mato Grosso. 1.3 - Quais as principais diretrizes (ideias) que condicionaram a solução. 1.4 - Qual a principal ideia (ideia dominante) que norteou a solução. 1.5 - Quais projetos de referências influenciaram suas decisões.

2 - Definição do PARTIDO ARQUITETÔNICO:Após a introdução inicia-se a etapa de apresentação da proposta porém, não poderá ser exposta de maneira fragmentada seguindo uma sequência determinada pelas peças gráficas e modelos volumétricos, por exemplo: iniciando-se pela apresentação e explicação da solução, primeiramente, através da implantação, depois pelas plantas baixas, seguindo pelos cortes, fachadas e assim sucessivamente, fechando com a exposição das maquetes físicas e eletrônicas. Este tipo de apresentação geralmente acarreta em uma leitura segmentada da solução, onde o entendimento do conjunto só será percebido no fim da exposição. Haverá outro momento em que este material será útil e indispensável para esclarecer a proposta. Devemos ter como premissa que os ouvintes não conhecem a proposta de vocês e para entendê-la é necessário que possam compreender primeiro como o todo foi concebido para depois entender e conhecer em detalhes as partes que o compõem. Nesta etapa, portanto, a apresentação deverá seguir uma sequência que inicie da concepção geral da solução ( partido arquitetônico) onde poderá ser observado como as partes foram organizadas e sintetizadas para depois desmembrá-las . Enfim inicia-se a partir da apresentação e explicação do todo para depois descrever e detalhar as partes. Recomenda-se, portanto, apresentar primeiramente o partido arquitetônico, que deverá expresso por meio de uma imagem, ou de uma maquete, ou de um desenho esquemático (planta, corte...), ou através de outras formas de representação associando-as ou não entre si de maneira que seja possível identificar o esquema básico de todo o conjunto para se compreender de imediato como se deu a organização espacial do programa arquitetônico identificando com este foi sintetizado. Desta forma é possível analisar a solução em sua totalidade para que seja observada a articulação entre as partes e o conjunto e a relação que a proposta estabelece com o problema.

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Sendo assim nesta etapa deverá ser apresentado o partido arquitetônico, deverá ser explicado como ele foi definido, desde as ideias que colaboraram para a sua conceituação até o momento de sua materialização. A dupla deverá explicar como os conceitos, as ideias, determinadas na fase conceitual, foram materializadas no partido arquitetônico.O partido deverá ser exposto através de uma representação sucinta e objetiva sem entrar em detalhes mostrando a essência da solução. Sugerimos que estas explanações sejam feitas da seguinte maneira: 2.1 - Apresente o partido arquitetônico (edificação inserida em todo o terreno do morro da luz) através de uma imagem, ou de uma maquete, ou de um desenho esquemático (planta, corte...), ou através de outras formas de representação. Pode ser ilustrado também associando duas ou mais destas formas de representação de maneira que seja possível identificar o esquema básico de todo o conjunto para se compreender de imediato como se deu a organização espacial do programa arquitetônico identificando com este foi sintetizado. (ver arquivo em power point alguns exemplos de apresentação do partido).2.1- A partir da apresentação gráfica/visual do partido descreva como o programa arquitetônico foi organizado. 2.2- A partir da apresentação gráfica/visual do partido explique a solução adotada relacionando-a às ideias, conceitos , referências, enfim às diretrizes traçadas por vocês. Na explicação deve ser demonstrada:- De que forma foi ou foram materializadas as diretrizes de projeto definidas por vocês na introdução;- De que forma foi materializada a ideia dominante- Qual a influência do terreno na solução adotada?- Qual a influência que o morro da luz teve na solução?- Qual a influência do entorno na solução?

OBS: POR FAVOR ABRAM O ARQUIVO QUE POSTAMOS SOBRE ¨EXEMPLO DE APRESENTAÇÃO DE PARTIDO ARQUITETÔNICO¨, ELE SERVIRÁ DE REFERÊNCIA DE COMO PODEMOS ILUSTRAR GRAFICAMENTE O PARTIDO ARQUITETÔNICO. É INTERESSANTE TAMBÉM QUE VOCÊS ACESSEM OS LINKS DOS PROJETOS POIS HÁ AINDA MAIS MATERIAL DE APRESENTAÇÃO DESTES PROJETOS QUE TAMBÉM PODERÃO AJUDÁ-LOS ENRRIQUECER A EXPOSIÇÃO DE VOCÊS.

3 - DESENVOLVIMENTO DO PARTIDO:Este é o momento em que o aluno deverá expor como o partido arquitetônico foi desenvolvido, apresentando-o de forma mais detalhada como o programa foi organizado planimetricamente e volumetricamente.Esta etapa da apresentação poderá ser exposta explicando e ilustrando a proposta utilizando as peças gráficas seguindo uma sequência que lhe for conveniente desde que seja possível expor, de forma clara, como o programa foi distribuído horizontalmente e verticalmente no terreno e na edificação.Para uma apresentação mais dinâmica as peças gráficas poderão ser apresentadas associando-as a imagens em 3D de modo que juntas possam esclarecer melhor como os ambientes foram concebidos nos planos e no espaço. Abaixo segue uma sugestão:3.1- Utilizando a planta de implantação descreva e explique as razões que os levaram a adotar a solução. 3.2- Descreva e explique, utilizando as plantas dos demais pavimentos, como os ambientes e os setores foram organizados e distribuídos ao longo do pavimento. Explique a solução utilizando também cortes esquemáticos. As perspectivas internas e/ou as maquetes eletrônicas dos interiores também deverão ser utilizadas para ilustrar a explicação.3.3 - Explique, através das perspectivas externas ou maquetes eletrônicas, a solução volumétrica e seus acabamentos etc...

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