apostila de logistica 2011

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  • 7/30/2019 Apostila de Logistica 2011

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    INDICE

    PARTE I LOGISTICA1. Logistica 022. Planejamento de Estoque 053. Armazenagem 104. Atividade Logistica de Armazenagem 16

    5. Arranjo Fsico 18PARTE II SUPRIMENTOS1. Suprimentos 222. Insumos 233.Almoxarifado 264. Introduo Movimentao de Materiais 345. Equipamentos de Movimentao 38

    PARTE III EMBALAGEM NA LOGSTICA1. Embalagens 462. Unitizao 483. Tipos de Embalagem 54

    PARTE IV - EXPEDIO DE MERCADORIAS1. Roteirizao 592. Identificao de Materiais 613. Transporte Logistico 614. Transporte 715. Supply Chain 766. Logistica Reversa 90

    PARTE V MTODOS E TCNICAS PARA DEFINIES E CONTROLES1. Estoque, Preos, Custos e Controles 93

    PARTE VI - SISTEMAS DE CODIFICAO

    1. Cdigo de Barras Conceitos Bsicos 982. Codificao 102

    BIBLIOGRAFIA 104

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    PARTE I LOGISTICA

    1. Logistica

    O que logstica? E logstica integrada?A misso da logstica dispor a mercadoria ou o servio certo, no lugar certo, no tempo

    certo e nas condies desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuio empresa.

    De acordo com alguns dicionrios, logstica aritmtica aplicada. lgebra elementar.Lgica simblica. Cincia militar que trata do alojamento, equipamento e transporte detropas, produo, distribuio, manuteno e transporte de material e de outras atividadesno combatentes relacionadas.

    A logstica industrial teve incio na dcada de 60 quando surgiram os primeiros sistemasMRP para planejar, programar e controlar a produo.

    J a logstica industrial integrada teve incio na dcada de 80 com os primeiros sistemascompletos para planejar e administrar os recursos das empresas de forma integradachamados de ERP (Enterprise Resourses Planning, Planejamento dos Recursos da Em-presa).

    Ela se prope a administrar os recursos operacionais de manufatura com a finalidade decadenciar a velocidade da produo voltada ao atendimento do cliente final. Para isso vaifiltrar todas as entradas de recursos na fbrica e solicitaes especiais das reas de apoio,evitando interferncias prejudiciais ao bom andamento do processo prod que no agregamvalor ao produto final.

    1.1. Um Pouco da Histria da LogsticaAps o trmino da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1945, o mundo necessitava de

    todos os tipos de produtos possveeis para reiniciar seu crescimento. As indstrias

    produziam a todo vapor e o mtodo de produo era o trimestral.Compravam-se os insumos por perodos de trs meses e os lotes de produo seguiama mesma periodicidade.

    Esse sistema durou 14 anos, at quando as empresas Bosch, GE e WestinghouseElectric Company criaram o sistema MRP (Material Resources PIanning ou Planejamentodos Recursos Materiais). Iniciou-se o ciclo do planejamento porque o mundo j no absorviatudo que se oferecia na velocidade da oferta e no volume trimestral.

    Aps cinco anos o mercado tornava-se cada vez mais exigente e as empresasperceberam que cuidar somente dos materiais j no resolvia os problemas de estoque e daobsolescncia. No ano de 1965 surgiu o MRP II (Manufacturing Resources Planning ouPlanejamento dos Recursos de Manufatura), sistema que continua em uso at hoje.

    Na dcada de 60 a Toyota surpreendeu o mundo com a filosofia do Just in Time

    introduzindo ferramentas desconhecidas no sistema industrial que a transformaram na maiorempresa do mundo, tais como o sistema Kanban, Kaizen e Poka Yoke. Hoje j se fala noMRP III (o sistema MRP II com o Just in Time).

    Na dcada de 80 surgiu o sistema ERP (Enterprise Resources Planning), Planejamentodos Recursos da Empresa, para controlar e integrar todos os departamentos produo elogstica.

    Desta data em diante surgiram outros sistemas para agregar valor aos recursos daempresa, seus fornecedores e clientes. Entre eles SCM (Supply Chain Management,Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos) e o DM (Demand Chain, Cadeia do Consumi-dor).

    Se possvel utilizar sistemas cada vez mais caros e sofisticados, como fica a situaodas empresas menores que no possuem recursos para gastar em sistemas operacionaisonerosos?

    Devemos lembrar sempre que possvel utilizar os recursos logsticos de planejamento,

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    programao e controle da produo no sistema operacional do Windows e do Office. preciso conhecer toda cadeia logstica da empresa e aplicar esse conhecimento, passo apasso, integrando as reas envolvidas com as operaes de manufatura, utilizando as fer-ramentas disponveis para tanto.

    Muitas vezes os empregados dizem que produzir no funo deles, mas na realidadena cadeia logstica todos devem participar e se envolver nas atividades do dia-a-dia e seestiverem motivados e treinados, podero produzir mais e melhor. Se eles tiverem o co-

    nhecimento de como funciona o "cho de fbrica", certamente buscaro o resultado que aempresa precisa, que lhes trar auto-estima e condies para preencher seus planos decarreira.

    importante saber que ningum consegue fazer ou saber tudo sozinho. necessriotrabalhar em equipe para atingir seus objetivos. Tambm aprendero que se estiveremintegrados, seguindo o que foi planejado, o trabalho ser facilitado e ento comeam aaparecer os bons resultados, ficando evidenciados nas redues dos custos da empresa.

    Os sistemas integrados, sejam eles quais forem, somente podem ser aplicados comeficcia se os funcionrios da empresa forem treinados e capacitados exaustivamente atque todos possam participar do processo de implantao. Conhecer bem seus fornecedorese clientes e com eles agregar valor a toda a cadeia produtiva e ter um timo relaciomento.

    O"trabalho em equipe" o segredo sucesso.A mo-de-obra deve ser preservada porque com o aprimoramento contnuo os custos

    sero reduzidos e o envolvimento de todos ser necessrio nas solues dos problemas.Lembre-se do custo de admisso e de demisso e das despesas de treinamento gastas comeles. A rotatividade uma despesa elevada que deve ser evitada.

    1.2. Sistema ERPSistema ERP (Enterprise ResourcesPlanning) significa Planejamento dos Recursos da

    Empresa. Ele fornece rastreamento e visibilidade global da informao de qualquer parte daempresa e de sua cadeia de suprimento.

    Esses sistemas, tambm chamados no Brasil de Sistemas Integrados de Gesto Em-presarial, controlam e fornecem suporte a processos operacionais, produtivos,

    administrativos e comerciais da empresa. Todas as transaes realizadas pela empresadevemser registradas para que as consultas extradas do sistema possam refletir o mximopossvel a realidade.

    Pode-se dizer que o ERP um sistema integrado, que possibilita um fluxo de infor-maes nico, contnuo e consistente por toda a empresa, sob uma nica base de dados. um instrumento para a melhoria de processos de negcios, como a produo, compras oudistribuio, com informaes on-line e em tempo real. Em suma, o sistema permitevisualizar por completo as transaes efetuadas pela empresa, desenhando um amplocenrio de seus negcios (CHOPRA e MEINDL, 2003).

    A capacidade de o sistema ERP realizar a integrao dos sistemas existentes atual-mente nas empresas, facilitando a interface entre eles, torna-o muito procurado porquemelhora significativamente a competitividade da empresa.

    No mundo globalizado de hoje, as empresas buscam cada vez mais aumentar a suacompetitividade, seja pela reduo de custos, pela melhoria do produto, ou mesmoagregando valor ao produto do cliente, para se diferenciar da concorrncia.

    A tendncia atual da rea de sistemas de informaes gerenciais no de apenasvisualizar a empresa isoladamente, mas toda a cadeia de suprimento, conseguindo realizaro planejamento estratgico e ttico globalmente para a cadeia, alm do operacional para aempresa.

    A introduo de um ERP em uma empresa tem um impacto enorme nas operaes queso realizadas diariamente em suas instalaes. Os sistemas ERP so atraentes porqueunificam a informao, e surgiram com a promessa de resolver problemas de integrao,disponibilidade e confiabilidade de informaes ao incorporar em um nico sistema asfuncionalidades que suportam diversos processos de negcios em uma empresa (OLIVEIRAe RAMOS, 2002).

    Mesmo com as dificuldades normais de implementao do sistema ERP, raramente setem notcia de seu insucesso a ponto de abortar o programa de implantao de um ERP.

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    O e-business (negcios pela Internet criou outros canais de distribuio e comunicaopara a cadeia de suprimentos, propiciou a abertura de novos modelos de negcios comacesso a novos mercados, isso levando as empresas a repensar prticas em logsticadevido s mudana no comportamento dos clientes (em todos os nveis da cadeia) no quetange a exigncias de prazos, custos e personalizao dos produtos.

    Essa mudana na estrutura organizacional das empresas trouxe tona a necessidadede um novo tipo de sistema de informao, que conseguisse integrar os diferentes

    existentes, no nvel das diversas reas funcionais da empresa, como: Logstica - planejar e integrar a produo ao sistema operacional. Produo - produzir com qualidade no tempo e no custo. Marketing - planejar as vendas, mantendo as metas ao longo do tempo. Engenharia - fluxo dos processos e novos produtos. Finanas - liberar recursos e controlar oramentos. Recursos humanos capacitao de mo-de-obra em todos os nveis.

    Quanto no nvel hierrquico:

    Operacional - planejar o parque industrial.

    Conhecimento - divulgar as informaes em todos os nveis. Ttico e estratgico - obter consenso sobre a necessidade de implantao do

    sistema ERP entre todos os colaboradores, fornecedores e clientes.De modo a realmente permitir, ou pelo menos facilitar, a criao de conhecimento a partirdas informaes existentes. Foi o incio do surgimento dos sistemas ERP

    Fatores importantes para a implantao dos sistemas ERP:1. Obter a participao ativa da alta gerncia.2. Implementar o gerenciamento de mudanas buscando reduzir o "medo" dos usurios

    pouco informados.3. Identificar os usurios-chave, que so indispensveis em seus respectivos de-

    partamentos.

    4. Escolher com segurana para gerente do projeto um profissional experiente erespeitado, de modo a ser acatado nas decises de implantao do ERP.

    5. Planejar e realizar treinamentos.6. Definir claramente os diversos papis na implementao do sistema atravs da unio

    de conhecimentos e esforos para o alcance do sucesso.7. Adaptar o sistema empresa e vice-versa, refletindo sobre a realidade atual da

    empresa ou a utilizao das melhores prticas.8. Escolher a consultoria adequada.9. Simplificar em todos os sentidos na definio de modelos, no desenho da soluo e

    na prpria implementao do sistema.10. Conseguir a participao ativa dos gerentes e diretores.

    A recomendao que a deciso de implantar o ERP s seja tomada com base em umfluxo de caixa positivo, porque o perodo de retorno do investimento muito longo e oinvestimento muito grande.

    Os custos de integrao e os testes entre o pacote ERP instalado e os outros softwarescorporativos existentes na empresa devem ser estudados caso a caso e ser encontradauma soluo para a correta integrao.

    Supply Chain Management (SCM) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos osistema cujo recurso permite a integrao de uma empresa com as demais organizaesenvolvidas no processo produtivo (clientes e fornecedores), buscando otimizar o fun-cionamento como um todo, com redues de custos e ganhos de produtividade e qualidade.O SCM j vem incorporado modernos sistemas ERP.

    Customer Relashionship Managem (CRM) ou Gerenciamento das Relaes com oCliente est assumindo um papel muito importante nos departamentos de marketing quetambm utilizam a expresso marketing de relacionamento para os conceitos apoiados poressa nova ferramenta. O CRM tambm j vem incorporado aos modernos sistemas ERP.

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    PLANEJAMENTO DE ESTOQUE

    2. Planejamento de Estoque

    Para realizar um planejamento de materiais, antes de mais nada, preciso fazeruma classificao dos materiais de acordo com sua importncia e valor para a empresa.

    A administrao moderna de materiais aquela que avalia e dimensionaconvenientemente os estoques em bases cientficas substituindo o empirismo e suposies.

    Para uma viso geral dos investimentos em estoque existe um mtodo muitoconhecido e seguro, para a definio dos itens que devem ter maiores e menores cuidados,que se chama curva ABC (grfico de Pareto).

    A curva ABC do estoque uma maneira de ordenar os itens pela sua importnciarelativa no estoques , em classes A, B e C. Nesse sistema destaca-se o valorpercentual de cada item sobre o investimento total do estoque.

    A tabela didtica atribui alguns valores ao grfico, porm ele deve ser analisado caso

    a caso, isto , cada empresa apresenta uma realidade e a diviso deve ser adequada a ela.Os nmeros didticos so apresentados a seguir:

    Pela distribuio mostramos que esta tabela orienta a tomada de deciso quanto forma de abastecimento e investimento de estoque, e podemos adotar ainda os seguintescritrios:

    Itens Classe A e B devem ter um giro rpido, buscando um ndice de pelomenos duas vezes por ms ou conforme o volume movimentado, um nmero maior devezes.

    Itens Classe C como essa classe de itens tem valor relativo pequeno e amassa de investimento em estoqueee atinge smente 5% do valor total, o ideal criar umsistema de reposio fcil, e com menor rotatividade que os itens A e B, evitando umgrande controle burocrtico.

    O mtodo mais utilizado o de contrato de fornecimento com alguns fornecedores,evitando o processo de cotao, pedido, recebimento e inventrio.

    2.1. Controle de EstoqueEsse conceito aplicado no sentido de controlar os processos existentes no

    almoxarifado portanto necessrio o conhecimento de vrias atividades para obter um bomcontrole de estoques.

    Conhecimentos bsicos para um controle de estoque eficaz: Conhecer o saldo existente de materiais (dirio, mensal ou anual); Ter conhecimento do que se pretende estocar para dimensionar a rea a ser

    utilizada; Organizar o almoxarifado por armazm, quadra, rua, prateleira, gaveta, geladeira; Verificar se o ambiente necessita de climatizao; Definir o tipo de equipamento que utilizaremos para a movimentao dos materiais

    (carrinhos hidrulicos, empilhadeiras, esteira, ponte rolante);

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    Materiais em processo de separao; Materiais em processo de fabricao; Evitar obsolescncia dos materiais sem movimentao; Acompanhar periodicamente os materiais com data de validade; Sugerir compras. Controle dos estoques de componentes, materiais diretos, indiretos, improdutivos e

    produtos acabados devem contemplar algumas informaes importantes e obrigatoriamenteusar o valor acumulado.

    A tabela a seguir, mostra exemplo simples de controle de estoque.

    2.2. EstoqueEstoque qualquer quantidade de bens fsicos que sejam conservados, de forma

    improdutiva, por algum intervado de tempo.Estoque tambm a quantidade necessria de produtos para atender demanda dos

    clientes. Ele existe somente porque o fornecimento e a demanda no esto em harmoniaum com o outro.

    Os estoque podem ser de: Matrias-primas; Peas componentes, compradas de terceiros; Peas manufaturadas; Material em processo; Produtos acabados.

    Alm destes podem existir ainda as categorias:

    Estoque em consignao; Estoque de materiais improdutivos.2.3. Matria-Prima o material bsico e necessrio para a produo do produto acabado, como

    componentes comprados, materiais para transformao e que agregam valor ao produto.Seu consumo proporcional ao volume da produo. A matria-prima faz parte do produtode forma direta e compe seu custo.

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    2.4. Peas e Componentes Comprados de TerceirosSo os itens adquiridos para serem utilizados na montagem ou submontagem dos

    produtos acabados, de aplicao direta neles e agregam valor diretamente ao produto.Constam dos desenhos e das folhas de processo de fabricao do produto.

    2.5. Peas Manufaturadas

    So os itens fabricados internamente com a matria-prima comprada para essafinalidade. So programadas conforme as folhas de processo de produo nas mquinasdesignadas de cada setor da fbrica.

    2.6. Materiais em ProcessoO estoque de materiais em processo formado por toda a matria-prima que est

    sendo processada na fbrica. Eles so, em geral, produtos parcialmente acabados emalgum estgio intermedirio de produo.

    considerado produto em processo qualquer pea ou componente que j foi de algumaforma processado, mas ter outras caractersticas no fim do processo produtivo. O nvel dosprodutos em processo depende em grande parte da extenso e complexidade do processoprodutivo.

    Existe uma relao entre a durao do processo produtivo da empresa e seu nvelmdio de estoque de produtos em processo, ou seja, quanto maior for o ciclo de produo,maior o nvel esperado do estoque de produtos em processo. Um estoque maior deprodutos em processo acarreta maiores custos, pois o capital da empresa est empatadodurante um perodo de tempo mais longo.

    2.7. Produtos AcabadosO estoque de produtos acabados consiste em itens que j foram produzidos, mas ainda

    no foram vendidos. As empresas que produzem por encomenda mantm estoque muitobaixo de produtos acabados ou, podemos dizer, de quase zero, pois virtualmente os itens jforam vendidos antes mesmo de serem produzidos. Para as empresas que produzem para

    estoque, ocorre exatamente o contrrio.Os produtos so fabricados antes da venda. O nvel de produtos acaba determinado namaioria das vezes pela previso de vendas, pelo processo e pelo investimento exigido emprodutos acabados.

    A programao de produo feita com o objetivo de colocar disposio um nmerosuficiente de produtos acabados, para satisfazer a demanda da previso de vendas.

    Um fator importante quanto aos produtos acabados o seu grau de liquidez. Umaempresa que vende um produto de consumo popular pode estar mais segura se mantivernveis elevados de estoque do que outra que produz produtos relativamente especializados.

    Quanto mais lquidos e menos sujeitos obsolescncia forem os produtos acabados deuma empresa, tornam-se maiores os nveis de estoque que ela pode suportar.

    2.8. Estoque em ConsignaoEstoques em consignao so materiais enviados para terceiros para fazer algum

    retrabalho ou acabamento em algum fornecedor. Exemplos: usinagem, galvanoplastia ouat mesmo algum reparo.

    2.9. Materiais ImprodutivosSo os materiais usados para a manuteno da fbrica ou mesmo da produo, para

    mant-la em funcionamento. Exemplos: leo lubrificante, lmpadas, interruptores, etc.

    2.10. Estoque MnimoO estoque mnimo ou tambm chamado estoque de segurana determina a quantidade

    mnima existente no estoque, equivalente ao lead time do ponto de compra, tambmdestinada a cobrir eventuais atrasos no suprimento e objetivando a garantia dofuncionamento eficiente do processo produtivo, sem o risco de faltas.

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    Entre as causas que ocasionam essas faltas, temos as seguintes: Oscilaes no consumo; Oscilaes nas pocas de aquisio, ou seja, atraso no tempo de reposio; Variao na quantidade; Quando o controle de qualidade rejeita um lote e diferenas de inventrio.

    A importncia do estoque mnimo a chave para o adequado estabelecimento do pontode pedido.

    Idealmente, o estoque mnimo poderia ser to alto que jamais haveria, para as fina-lidades prticas, ocasio de falta de material. Entretanto, desde que a quantidade de ma-terial representada como margem de segurana no seja usada e torna-se uma partepermanente do estoque, a armazenagem e os outros custos sero elevados.

    Ao contrrio, se estabelecer uma margem de segurana demasiado baixa, acarreta cus-to de ruptura, que so os custos de no possuir os materiais disponveis quando necessrio,isto , a perda de vendas, paralisao da produo e despesas para apressar entregas.

    Estabelecer uma margem de segurana, ou estoque mnimo, um risco que a empresaassume na ocorrncia da falta de estoque.

    A determinao do estoque mnimo pode ser feita pela fixao de determinada projeo

    mnima, estimada no consumo, e clculo com base estatstica.Nestes casos, parte-se do pressuposto de que deve ser atendida uma parte doconsumo, isto , que seja alcanado o grau de atendimento adequado e definido.

    Esse grau de atendimento nada mais que a relao entre a quantidade necessitada ea quantidade atendida.

    Geralmente efetuamos compras para atender durante um determinado perodo porm acompra de material no pode ser feita a qualquer momento.

    O estoque mnimo uma ferramenta que demonstra em que momento deve se elaboraruma nova compra, como, por exemplo:

    O estoque gira novecentas peas a cada trs meses. O setor de compras demora dez dias para efetuar a reposio do material. O fornecedor demora quinze dias para efetuar a entrega. O estoque de segurana sempre deve ser de no mnimo trezentas peas.

    2.11. Estoque MximoO estoque mximo igual soma do estoque mnimo com o lote de compra. o

    momento em que o lote de compra entra no estoque que est no seu mnimo. O lote decompra pode ser econmico ou no.

    Em condies normais de equilbrio entre a compra e o consumo, o estoque oscila entreos valores mximos e mnimos.

    O estoque mximo uma funo no lote de compra e do estoque mnimo e, evidente-mente, vai mudar quando umas das varivei for alterada.

    O estoque mximo sofre tambm limitaes de ordem fsica, como espao paraarmazenamento. prefervel diminuir o tamanho do lote a diminuir o estoque mnimo, a fimde evitar a paralisao da produo por falta de estoque.

    2.12. Ponto de CompraO ponto de compra de fundamental importncia no controle do estoque nos

    almoxarifados, depsitos de produtos acabados ou de materiais indiretos no produtivos.Depois de calculado o lead time de compras em dias e quantidades, o valor encontrado

    ser a quantidade mnima de estoque que vai desencadear uma nova compra. Essa compraser do mesmo valor quantitativo e somente poder ser alterado quando a mdia ou o leadtime for alterado.

    Vejamos o exemplo na tabela a seguir:

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    Para controlar o ponto de compra podemos utilizar o sistema de cartes Kanban,

    arquivo de duas gavetas ou empacotamento.

    2.13.Organizao dos EstoquesA organizao e a arrumao do estoque devem estar vinculadas rea fsica existente

    e o que pretendemos armazenar.Ela deve ser efetuada da seguinte maneira: Armazm - pode ser identificado por letra ou nmero (alfanumrico). Quadra - pode ser identificada por letra ou nmero. Rua - identificada por letra ou nmero. Prateleira - identificada por letra ou nmero. Gaveta - nmero. rea externa - nmero ou letra.Se esse conceito for aplicado por sistema eletrnico, permite a identificao do material

    de forma fcil e rpida e em certas situaes, identificar um nico item, um armazm, umaquadra e assim por diante.

    Exerccios1. Quais so os conceitos bsicos para ter um controle de estoque eficaz?

    2. Quais as aplicaes da curva ABC no controle de estoque?3. O que estoque mnimo? E estoque mximo?4. Defina ponto de compra.5. Usando como modelo a planilha Clculo do Ponto de Compra, vamos elaborar outra

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    com os seguintes dados:

    Mdia diria= 300 peas

    Lead time de compras, em dias:

    Almoxarifado................1

    Compras .....................2Fornecedor ..................8Trnsito .......................2Consignao ...............3Recebimento ...............1Controle da qualidade .. 2Segurana ...................2Sistema .......................1Total ..........................22

    Considerando o estoque de 8.000 peas no dia 01/03/2010, determine a data compra ea data da entrada no estoque.

    ARMAZENAGEM E ESTRUTURAS DE ARMAZENAGEM

    3. ArmazenagemA armazenagem a administrao do espao necessrio para manter os estoques. O

    planejamento de armazns inclui: localizao, dimensionamento de rea, arranjo fsico,baias de atracao, equipamentos para movimentao, tipo e sistemas de armazenagem,sistemas informatizados para localizao de estoques e mo-de-obra disponvel.

    O funcionamento adequado do armazm exige que ele disponha de um sistema rpidopara transferncia da carga, imobilizando o veculo durante o menor tempo possvel.

    3.1. Estruturas de ArmazenagemAs estruturas de armazenagem so elementos bsicos para a paletizao e o uso

    racional de espao e atendem aos mais diversos tipos de carga. So estruturas constitudaspor perfis em L, U, tubos modulares e perfurados, dispostos de modo a formar estantes,beros ou outros dispositivos de sustentao de cargas.

    Porta palete vista de frente

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    Porta Palete vista lateral

    Os principais so:

    Porta-paletes convencional - a estrutura mais utilizada. Empregada quando necessria seletividade nas operaes de carregamento, isto , quando as cargasdos paletes forem muito variadas permitindo a escolha da carga em qualquerposio da estrutura sem nenhum obstculo; movimentao dentro dos armazns.Apesar de necessitar de muita rea para corredores, compensa pela seletividade e

    rapidez na operao.

    Porta-

    paletes para corredores estreitos - permite otimizao do espao til dearmazenagem em funo da reduo dos corredores para movimentao. Porm, ocusto do investimento torna-se maior em funo dos trilhos ou fios indu tivos que sonecessrios para a movimentao das empilhadeiras trilaterais. Em caso de pane daempilhadeira, outra mquina convencional no tem acesso aos paletes.

    Porta-paletes para transelevadores - tambm otimiza o espao til, j que seu

    corredor ainda menor que da empilhadeira trilateral. Em funo de alturassuperiores s estruturas convencionais, permite elevada densidade de carga comrapidez na movimentao. Possibilita o aproveitamento do espao vertical e propiciasegurana no manuseio do palete, automao e controle do FIFO - first in, first out

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    (primeiro entrar, primeiro a sair).

    Porta-paletes autoportante - elimina a necessidade de construo de um edifciopreviamente. Permite o aproveitamento do espao vertical (em mdia, utilizam-se emtorno de 30m). O tempo de construo menor e pode-se conseguir, tambm,reduo no valor do investimento, uma vez que a estrutura de armazenagem vai serutilizada como suporte do fechamento lateral e da cobertura, possibilitando maiordistribuio de cargas no piso, traduzindo em economia nas fundaes.

    Porta-paletes mvel - sua principal caracterstica a pequena rea destinada circulao. O palete fica mais protegido, pois quando no se est movimentando, aestrutura fica na forma de um blocado. Muito utilizado em espaos extremamenterestritos para armazenagem de produtos de baixo giro e alto valor agregado.Apresenta, como vantagem, alta densidade.

    3.2.EstruturaDinmica(Deslizante)

    Aprincipalcaracterstica

    a rotaoautomticade estoques,permitindo autilizao dosistema

    FIFO, pois pela sua configurao, o palete colocado em uma das extremidades do tnel edesliza at a outra por uma pista de roletes com redutores de velocidade, para manter opalete em uma velocidade constante. Permite grande concentrao de carga, pois necessitade somente dois corredores, um para abastecimento e outro para retirada do palete. empregada, principalmente, para estocagem de produtos alimentcios, com controle devalidade, e cargas paletizadas.

    Nesse sistema o palete colocado pela empilhadeira num trilho inclinado com roletes edesliza at a outra extremidade, onde existe um stop para conteno. Sem dvida, umadas mais caras, mas muito utilizada na indstria de alimentos para atender aos prazos de

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    validade dos produtos perecveis.

    3.3. Estrutura Cantilver

    Permite boa seletividade e velocidade de armazenagem. Sistema perfeito para arma-zenagem de peas de grande comprimento. destinada s cargas armazenadas pelalateral, preferencialmente por empilhadeiras, como madeiras, barras, tubos, trefilados,pranchas.

    De preo elevado composta por colunas centrais e braos em balano para suportedas cargas, formando um tipo de rvore metlica. Em alguns casos, pode ser substituda porestrutura com cantoneiras perfuradas, montadas nos sentidos vertical e horizontal, formandoquadros de casulos e possibilitando armazenar os mais variados tipos de perfis pela partefrontal. Esse outro tipo de estrutura extremamente mais barato, porm exige carregamento

    e descarregamento manual, tornando a movimentao mais morosa que a da estruturaCantilver, onde se movimentam vrios perfis de uma s vez.

    3.4. Estruturadrive-in e drive-thru

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    Um dos maiores problemas enfrentados no armazenamento de materiais o dilema

    entre o aproveitamento volumtrico da rea de armazenagem e a acessibilidade dosmateriais estocados, principalmente para permitir a rotatitividade tipo FIFO (PEPS). Aacessibilidade 100% aos materiais estocados de maneira esttica s possvel com a perdade espao de armazenamento por corredores, como mostra a figura abaixo:

    Estrutura drive-in

    O armazenamento tipo drive-in permite melhor aproveitamento do espao deestocagem, porm limita o acesso aos materiais. Este tipo de armazenamentocaracteriza-se pela colocao e retirada dos materiais pelo mesmo corredor. Ou seja arotatividade do estoque apropriada para o tipo LIFO (UEPS).

    Estruturadrive-thru

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    No armazenamento drive-thru, o acesso feito por dois corredores: um para aentrada de materiais e outro para a saida. Este tipo de arranjo permite a rotatividadeFIFO (PEPS), mas diminui a rea de estocagem, alm de a ocupao mdia dasposies-palete ser menor do que na opo drive-in.

    3.5.Estrutura Push-Back

    Sistema utilizado para armazenagem de paletes semelhante ao drive-in, porm cominmeras vantagens principalmente relacionadas operao, possibilitando umaseletividade maior em funo de permitir o acesso a qualquer nvel de armazenagem. Nessesistema, a empilhadeira "empurra" cada palete sobre um trilho com vrios nveis, permitindoa armazenagem de at quatro paletes na profundidade.Tambm conhecida porGlide In - Gravity feed, Push-Back(alimentado por gravidade,empurra e volta), insupervel em produtividade de movimentao, densidade dearmazenagem e economia total de armazenagem de cargas diferentes. Esta uma opopara o aumento da densidade de armazenagem sem a necessidade de investimentos emequipamentos de movimentao, pois os paletes ficam sempre posicionados nos corredorescom fcil acesso, isto , qualquer nvel completamente acessado sem necessidade dedescarregar o nvel inferior. A utilizao dos perfis de ao laminados estruturais absolutamente necessria para garantir o perfeito funcionamento de trilhos, carros e rodziosdos sistemas.

    Com o aumento da ocupao volumtrica da fbrica (relao entre o volume total do

    armazm e o volume da carga estocada), possvel listar como benefcios a obteno demaior produtividade operacional (itens movimentados por homem-hora), maior agilidade nofluxo de materiais, maior organizao dos estoques, maior produtividade nas operaes deinventrio e a utilizao do LIFO (last in - first out) nas operaes de transferncias entrecentro de distribuio e lojas ou depsitos.

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    3.6. Estrutura Flow-Rack usada com movimentaes manuais e mantm, sempre, uma caixa disposio do

    usurio, facilitando, assim, o picking, ou seja, a montagem de um pedido, como se fosse umsupermercado. Como elas precisam ser de pouca altura, pois so usadas manualmente, bastante comum mont-las na parte inferior de uma estrutura porta-paletes convencional, nointuito de usar a parte superior para estocagem do mesmo produto, em paletes, simulandoum atacado na parte superior e um varejo na parte inferior.

    Exerccios

    1. O que armazenagem em geral?

    2. Quais so os principais tipos de estrutura de armazenagem?3. O que estrutura dinmica de armazenagem?

    4. O que estrutura drive-in e drive-thru?

    ATIVIDADE LOGSTICA DE ARMAZENAGEM

    4. Atividade Logistica de ArmazenagemAs atividades logsticas absorvem uma parcela relevante dos custos totais das

    empresas, representando em mdia 25% das vendas e 20% do produto nacional bruto. Paraque se obtenha sucesso no processo logstico, muito importante ter um sistema deinformaes que possa atender e dar suporte aos processos que compem sua estrutura.

    A administrao de materiais, o planejamento da produo, o suprimento e a distribuiofsica devem assim integrar-se para remodelar o gerenciamento dos recursos fundamentais.

    A armazenagem considerada uma das atividades de apoio ao processo logstico, quedo suporte ao desempenho das atividades primrias, para que a empresa possa tersucesso, mantendo e conquistando clientes com atendimento do mercado e satisfao totaldo acionista em receber seu lucro.

    Ela abrange a administrao dos espaos necessrios para manter os materiais es-tocados na prpria fbrica ou em armazns terceirizados. Essa atividade muito relevante,pois muitas vezes diminui a distncia entre vendedor e comprador, alm de envolverdiversos processos como:

    Localizao; Dimensionamento; Recursos materiais; Recursos patrimoniais (arranjo fsico, equipamentos, etc.); Pessoal especializado; Recuperao e controle de estoque; Embalagens; Manuseio de materiais;

    Montagem/desmontagem; Fracionamento e consolidao de cargas; Recursos financeiros e humanos.

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    Um sistema de gerenciamento de armazns customizados visa garantir a qualidade e avelocidade das informaes racionalizando e otimizando a logstica de armazenagem.

    Esses sistemas de gerenciamento de depsitos e armazns ou WMS (WarehouseManagement Systems, Sistemas de Gereciamento de Armazns) como so chamados soresponsveis pelo gerenciamento da operao do dia-a-dia de um armazm. Sua utilizaoest restrita a decises totalmente operacionais, tais como: definio de rotas de coleta,

    definio de endereamento dos produtos, entre outras.O WMS um sistema de gesto integrada de armazns, que operacionaliza de forma

    otimizada as atividades e seu fluxo de informaes dentro do processo de armazenagem.Essas atividades incluem recebimento, inspeo, endereamento, estocagem, separao,embalagem, carregamento, expedio, emisso de documentos, inventrio, que agindo deforma integrada, atendem s necessidades logsticas, evitando falhas e maximizando osrecursos da empresa.

    Um sistema de WMS busca agilizar o fluxo de informaes em uma instalao dearmazenagem, melhorando sua operacionalidade e promovendo a otimizao do processo.Isso feito pelo gerenciamento eficiente de informao e recursos, permitindo empresatirar o mximo proveito dessa atividade.

    O WMS deve se integrar aos sistemas de gesto de informaes corporativos (ERP) edesta maneira contribuir para a integrao da sistematizao e automao dos processosna empresa.

    O WMS possui diversas funes para apoiar a estratgia de logistica operacional diretade uma empresa, entre essas funes:

    Planejamento e alocao de recursos. Portaria. Recebimento. Inspeo e controle de qualidade. Estocagem.

    Transferncias. Expedio. Inventrios. Relatrios.

    Tipos de Armazm

    Armazm Primrio Armazenamento de Unimov (Unidades de Movimentao)

    Armazm Secundrio Armazenamento de Unicom (Unidades de Comercializao)ou mdulo mnimo de vendas.

    Armazm Tercirio Armazenamento de Uniap (Unidades de Apresentao),

    embalagens de apresentao com as quais os usuriostem contato direto.

    Exerccios1. O que a armazenagem administra nas atividades logisticas de uma empresa?2. Quais os processos logsticos envolvidos na armazenagem?3. Cite as atividades bsicas do armazenamento.4. O que sistema WMS (gerenciamento do sistema de armazenamento)?

    5. O que um sistema WMS busca no armazenamento?6. Quais as suas funes mais conhecidas?

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    ARRANJO FSICO OU LAYOUT

    5. Arranjo FsicoNo quadro geral de uma empresa, um papel importante est reservado ao arranjo fsico

    (layout). Fazer o arranjo fsico de uma rea qualquer planejar e integrar os caminhos doscomponentes de um produto ou servio, a fim de obter o relacionamento mais eficiente eeconmico entre o pessoal, equipamentos e materiais que se movimentam. De uma forma

    simples, definir o arranjo fsico decidir onde colocar as instalaes, mquinas,equipamentos e pessoal da produo.

    O arranjo fsico procura uma combinao tima das instalaes industriais e de tudo queconcorre para a produo, dentro de um espao disponvel. Visa harmonizar e integrarequipamento, mo-de-obra, material, reas de movimentao, estocagem, administrao,mo-de-obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial.

    Ao elaborar o arranjo fsico, deve-se procurar a disposio que melhor conjugue osequipamentos com o pessoal e com as fases do processo ou servios, de forma a permitir omximo rendimento dos fatores de produo, atravs da menor distncia e no menor tempopossvel.

    5.1. Princpios do Arranjo Fsico

    Para conseguir os seus objetivos, o arranjo fsico se utiliza dos seguintes princpiosgerais, que devem ser obedecidos por todos os estudos:

    Integrao - os diversos elementos (fatores diretos e indiretos ligados produo)devem estar integrados, pois falha em qualquer um deles resulta uma ineficinciaglobal. Os pormenores da empresa devem ser estudados, colocados em posiesdeterminadas e dimensionados de forma adequada, como, por exemplo, a posiodos bebedouros, sadas do pessoal.

    Mnima distncia - o transporte nada acrescenta ao produto ou servio. Deve -seprocurar uma maneira de reduzir ao mnimo as distncias entre as operaes paraevitar esforos inteis, confuses e custos.

    Obedincia ao fluxo das operaes - as disposies das reas e locais de trabalhodevem obedecer s exigncias das operaes de maneira que homens, materiais eequipamentos se movem em fluxo contnuo, organizado e de acordo com aseqncia lgica do processo de manufatura ou servio. Devem ser evitadoscruzamentos retornos que causam interferncia e conge tionamentos. Eliminarobstculos a fim garantir melhores fluxos de materiais e s qncia de trabalho dentroda empresa, reduzindo materiais sem processo, mantendo-os em contnuomovimento.

    Racionalizao de espao utilizar da melhor maneira o espao. Satisfao e segurana - a satisfao e a segurana do homem so muito

    importantes. Um melhor aspecto das reas de trabalho promove tanto a elevao damoral do trabalhador quanto a reduo de riscos de acidentes.

    Flexibilidade um principio na atual condio de avano tecnolgico, deve seratentamente considerado pelo projetista de layout. So frequentes e rpidas asnecessidades de mudanas de projetos do produto, mudanas de mtodos e sitemasde trabalho.

    A falta de ateno a essas alteras pode levar uma emprsa ao obsoletismo.No projeto do layout deve-se considerar que as condies vo mudar e que ele deveser fcil de mudar e de se adaptar s novas condies.

    5.2. Tipos de Arranjo Fsico

    Depois que o tipo de processo foi selecionado, o tipo bsico de arranjo fsico deve ser

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    definido. O tipo de arranjo fsico a forma geral do arranjo de recursos produtivos daoperao e em grande parte determinado pelo produto, processo de produo e volumede produo.Existem quatro tipos bsicos de arranjo fsico. So eles:

    Arranjo posicional ou por posio fixa;

    Arranjo funcional ou por processo;

    Arranjo linear ou por produto;

    Arranjo de grupo ou celular.

    5.3. Distribuio

    A distribuio dos produtos de uma empresa varia muito e a sua localizao determinante, bem como a vida til dos produtos.

    Quanto mais sofisticado for o sistema utilizado, melhores so as possivilidades de obtera eficincia necessria. Mas, quamto mais sofisticado, mais caro se torna e a eficciacomea a ser prejudicada.

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    O melhor estabelecer antes a porcentagem do custo de transporte sobre ofaturamento lquido da empresa para depois tomar a deciso sobre o sistema a ser utilizado,levando em conta o melhor custo/benefcio.

    Existem muitas formas de fazer a distribuio de produtos, mas o importante conseguirfaz-la de forma coerente, isto , sempre igual mantendo os clientes satisfeitos.

    5.4. A Utilizao de Centros de DistribuioSo grandes armazns administrados por operadores logsticos de transporte ou podem

    ser prprios, isto , de propriedade do prprio fabricante ou distribuidor dos produtos.

    Existem basicamente cinco tipos de centros de distribuio e em alguns casos o mesmooperador logstico tem os quatro modelos. So eles:

    1. Guarda do materialA guarda, transporte para entrada e sada de materiais, feita pelo operador logstico,mas quem administra a rea do CD o contratante, proprietrio do material.Recebe pelo frete de coleta e entrega e pelo aluguel do espao reservado pelo cliente.2. Armazenagem

    Faz a coleta na fbrica do contratante, armazena os materiais, recebe insumos e entregamateriais conforme solicitao.Nessa rea do CD o contratante instala um terminal para impresso de Notas Fiscais deentrega aos clientes.Recebe pelo frete de coleta e entrega e pelo aluguel do espao reservado pelo cliente.3. Cross dockingO operador logstico retira da fbrica ou depsito do contratante material em grandequantidade que deve distribudo aos seus clientes. Junto com o material seguem asNotas Fiscais distribuio de pequenos lotes que seguem em vans ou peruas. RecebePelo frete de coleta, pelo servio de separao e pelo frete das vans ou peruasUtilizadas nas entregas finais.

    4. Prestao de servioRecebe os materiais do contratante a granel, armazena e quando solicitado faz aseparao e formao de kits que sero enviados conforme as Notas Fis emitidas peloterminal instalado no CD. Recebe pelo frete de coleta e entrega, pela prestao de

    servio e pelo aluguel do espao reservado pelo cliente.

    5.5. Estoque para distribuio

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    Recebe e armazena produtos de diversos fornecedores para um ou mais clientes,controla esse estoque e conforme solicitaes dos clientes, os estoques so transferidospara outros clientes finais ou para a fbrica dos clientes principais.

    Exerccios1. Para que serve a elaborao de arranjo fsico em uma rea qualquer?2. Quais so os princpios bsicos arranjo fsico?3. Cite os tipos de arranjo fsico mais comuns.4. O que CD (centro de distribuio)?5. Quais so os tipos bsicos de centro distribuio?

    PARTE II SUPRIMENTOS

    1. Suprimentos

    O departamento de suprimentos responsvel pelo desenvolvimento dos fornecedores,controle do seu desempenho, contratos de parceria, acompanhamento de preos demercado, emisso de pedidos de compras e follow-up.

    Ao desenvolver os fornecedores, preciso levar em considerao a distncia e procurar

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    sempre empresas instaladas prximo da fbrica.Em seguida o setor financeiro vai pesquisar no rgo competente para saber se o

    fornecedor slido na praa, no tem ttulos protestados, no se encontra em concordata ese possui lastro para pagar multas contratuais.

    A engenharia vai analisar se o parque industrial dos fornecedores tem capacidadeinstalada para atender demanda e produzir, dentro das normas legais, as quantidadesplanejadas, lote mnimo de produo e a reserva operacional.

    A gesto da qualidade analisa se o fornecedor tem condies de atender s normas dequalidade solicitadas pela ISO 9000/2000.

    A logstica deve verificar se o fornecedor tem capacidade instalada para atender umanova demanda, o tipo de embalagem que ser utilizado no manuseio e transporte, o meio detransporte a ser usado, a reserva operacional que estar disponvel para rpidatransferncia e se o sistema operacional compatvel para troca de dados.

    Para eleger novos fornecedores, preciso buscar o mximo de fornecedores possveispara filtrar e escolher os melhores.

    A possibilidade de ter sempre trs fonecedores em condies de atendime imediato d empresa a certeza de que no ficar sem os insumos.

    1.1. Contrato de ParceriaO contrato de parceria permite ter um nico fornecedor permanente por item comprado

    que, alm de reduzir os custos com cotao e a emisso de pedidos de compras todas asvezes que os insumos forem solicitados, vai facilitar tambm a comunica a identificaodos itens fornecidos por cada um deles.

    Ao comprar os insumos pelo perodo de um ano, a negociao fica mais fcil por setratar de um negcio duradouro para o fornecedor e os preos tendem a ficar mais emconta.

    bom para quem vai fornecer o item em maior escala, porque pode planejar melhor suaproduo e reduzir seus custos, comprando mais e melhor seus insumos.

    Nesse sistema o fornecedor garante em suas dependncias um estoque regulador paraentregas emergenciais com a garantia de compra por parte da empresa.

    O contrato deve estipular as penalidades previstas no caso de atrasos nas entregas ouparalisao por falta de suprimento que acarrete lucro cessante. bom para a empresa porque vai ter a garantia de fornecimento, a diminuio do

    estoque de reserva, vai receber em embalagene para uso direto no processo produtivo,evitando separar e contar peas no estoque, programar as entregas na hora certa (JIT Just in Time) e diminuir o tamanho do seu inventrio, reduzir os custos com transportes,utilizando osistema Milk Run (corrida do leite ou logistica reversa de transporte reversa).

    O sistema Milk Run (corrida do leite) recebeu este nome por causa do sistema que ascooperativas dos criadores de gado leiteiro utilizavam para acoleta do leite dos sitiantes,que consiste no exemplo apresentado a seguir:

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    O trator, jeep ou animal, puxando uma carreta, levava as latas vazias da cooperativa ata porteira dos sitios e coletava as latas cheias de leite que o sitiante pontualmente todos osdias, s cinco horas da manh, disponibilizava para a coleta, criando uma logistica reversado transporte com o veculo tarnasportador. Ele saia lotado da cooperativa com as latasvazias e retornavaa da mesma maneira com as latas cheias de leite, aproveitando otransporte em sua plenitude, com o menor custo.

    Esse sistema empregado hoje aproveita os veiculos que saem da fbrica com produtose seus componentes e retornam com os insumos necessrios para a fabricao dos seus

    produtos, embalagens, materiais enviados para beneficiamento ou devoluo demercadoris.Para uma boa funcionalidade desse sistema necessrio criar um roteiro para que cada

    ffornecedor tenha um horario preestabelecido (janela da coleta) em que os itensprogramados devem estar prontos para a coleta.

    O roteiro deve seguir o programa de produo para que as quantidades preestabeleciaspara o fornecedor sejam exatamente as necessidades das produo at a proxima coleta.Dessa forma as quantidades entregues no seguem para serem guardadas no estoque. Vodiretamente para o uso da produo em embalagens apropriadas para isso.

    A vantagem do sistema Milk Run a reduo de custos com o transporte e custos deestocagem, melhor aproveitamento das embalagens e da reserva operacional. A partir domomento que o fornecedor sabe a quantidade de peas que ser coletada com

    antecedncia, ele pode intervir no processo produtivo para evitar atrasos da produo.A desvantagem est nos riscos de atraso por conta do trnsito, na falta de preparao

    dos fornecedores para cumpprir o sistema JIT (Just in Time) de fazer acontecer na horacerta, disponibilizando as peas e os produtos a serem coletados, deixando prontos comantecedncia os documentos necessrios para o transporte, como notas fiscais,conhecimento de carga e manifesto se necessrio.

    1.2. Lead Time de Compras o perodo entre a solicitao de repor o estoque, o tempo de compras para fazer a

    cotao de preos entre os fornecedores j cadastrados, o foenecedor produzir e enviar omaterial, receber o material, o controle de qualidade aprovar o material e o estoquedisponibiliz-lo para uso.

    Para definir o lead time de compras, preciso calcular o seguinte: Solicitao de compras o tempo gasto para analisar o estoque e providenciar o

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    pedido de reposio do estoque. Pedido de compras o tempo gasto para escolher o fornecedor, fazer cotao

    de preos, definir prazo de entrega e fachar o pedido. Fornecedor o tempo gasto para fabricar o item solicitado e entregar na data que

    consta no pedido. Trnsito o tempo gasto para o material ser transferido da fabriaca do fornecedor

    para a fabrica do cliente, quando o fornecedor esta em local distante. Segurana o tempo para cobrir atrasos, rejeies, refugos, quando no h

    confiabilidade no fornecedor. Recebimento o tempo gasto para receber o material e disponibiliz-lo para

    aprovao (quando necessrio) ou uso. Controle de qualidade o tempo necessrio para fazer anlise do material e

    obter sua aprovao.

    1.3. Lead time: Prazo de Pagamento dos Insumos Devemos elaborar o lead time de tempo de aquisio dos produtos para que ele

    contemple o recebimento pela venda do produto antes do pagamento do material necessrio sua fabricao, facilitando o fluxo de caixa da empresa.

    Isso vai evitar que a empresa tenha de recorrer aos bancos para fazer emprstimos ousacar dinheiro j aplicado para cumprir seus compromissos. necessrio fazer estudo decusto/beneficio antes da tomada de deciso.

    Uma empresa considerada boa quando for auto-sustentvel. Deve usar o dinheirorecebido pela venda dos produtos para pagar os insumos gastos no processo de fabricao.

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    Exercicios

    1. Quais so as responsabilidades do departamento de suprimentos?2. Que etapas devem ser elaboradas no processo de desenvolvimento de

    fornecedores?3. Descreva o contrato de parceria.4. O que sistema Milk Run (corrida do leite) e como funciona?

    5. O que lead time (tempo de fazer) de compras e como se elabora?6. O que lead time de pagamento e qual a sua funcionalidade?

    2. InsumosOs insumos podem ser separados em:

    2.1. Materiais DiretosSo aqueles que fazem parte do produto fisicamente, ou seja, possvel ver, pegar,

    sentir e seus pesos bruto e lquido so bem definidos. A mo-de-obra que trabalha comesses produtos denomina-se direta, porque agrega valor diretamente ao produto.

    Exemplo: as matrias-primas para transformao e os componentes comprados de

    aplicao direta no produto final.

    2.2. Materiais IndiretosSo os produtos ou peas utilizadas pela produo para efetuar as operaes

    constantes das folhas de processo, e agregam valor ao custo do produto final de formaindireta, isto , no d para saber fisicamente se ele foi utilizado no produto, seus pesosbruto e lquido no so constantes e a mo-de-obra utilizada chama-se indireta, porqueagrega valor ao produto de forma indireta, mas faz parte do custo de fabricao.

    Exemplo: brocas, limas, solventes.

    2.3. Materiais No-Produtivos

    So utilizados pela fbrica para mant-la funcionando, como, por exemplo: lubrificantes,lmpadas, estopa.Todo material direto e indireto deve constar da rvore do produto, para calcular o custo

    dos produtos e de seus componentes.Os materiais no-produtivos e indiretos ficam no banco de dados, mas controla pelos Bill

    Of Material(BOM), conhecido como lista de materiais.Os materiais indiretos ou no-produtivos no tm uso especfico, por isso so

    comprados pela mdia de consumo dos ltimos ou quatro meses.Todos esses itens precisam ser cadastrados no sistema.Os itens produtivos cadastrados na arvore do produto e os no-produtivos devem ter

    suas necessidades planejadas, programadas e controladas em separado pelo BOM.O planejamento dos insumos feito com base na rvore de produto e plano de vendas.

    Suas necessidades so previstas para o consumo anual calculado ms a ms e serve debase para a programao de manufatura emitir os pedidos de compra, com exceo dosno-produtivos cuja necessidade de compras prevista pelo consumo.

    O fornecedor vai saber a quantidade de peas que dever entregar no ms seguinte eas previses dos prximos trs meses em que ter a garantia de compra da quantidadedeterminada.

    Os insumos fazem parte da estrutura do produto e por isso precisam ser classificadosconforme as normas de segurana para seu manuseio e guarda, e devem ser estocados emlocais apropriados.

    O manuseio e a guarda dos insumos feitos de forma incorreta podem prejudicar aqualidade dos produtos finais, alm de provocarem perdas por avarias.

    Quando se trata de insumos importados preciso lembrar da necessidade de umareserva operacional compatvel com as possibilidades de imprevistos como greves, demoranos portos, acidentes no manuseio, no transporte e roubo de cargas.

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    Exercicios

    1. Como se classificam os insumos?2. O que so insumos diretos? E os improdutivos?3. Como feito o planejamento de insumos?

    4. Por que devemos cadastrar todos os insumos na arvore de produto?

    3.Almoxarifado o local apropriado para armazenagem e proteo dos materiais da empresa.Atualmente, restou muito pouco da antiga idia de depsitos, quase sempre o pior e

    mais inadequado local da empresa, onde os materiais eram acumulados de qualquer forma,utilizando-se mo-de-obra desqualificada e despreparada.

    Manuseio e armazenagem de materiais bem estudados resultam reduo de custos,aumento significativo da produtividade e maior segurana nas operaes de controle, com aobteno de informaes precisas em tempo real.

    Almoxarifado o local destinado fiel guarda e conservao de materiais, em recinto

    coberto ou no, adequado sua natureza, tendo a funo de destinar espaos ondepermanecer cada item que aguarda sua utilizao. Sua localizao, equipamentos edisposio interna ficam condicionados poltica geral de estoques da empresa.

    Impedir divergncias de inventrio e perdas de qualquer natureza o objetivo primordialde qualquer almoxarifado. Ele deve ter condies para assegurar que o material adequado,na quantidade devida, esteja no local certo, quando for necessrio. A armazenagem demateriais deve ser de acordo com normas adequadas, objetivam resguardar, alm dapreservao da qualidade nas exatas quantidades.

    Para cumprir sua finalidade, o almoxarifado deve ter instalaes adequadas, bem comorecursos de movimentao e distribuio suficientes a um atendimento rpido e eficiente.

    Rotinas rigorosas para a retirada dos produtos do almoxarifado preservam os materiaisarmazenados, protegendo-os contra furtos e desperdcios.

    A autoridade para retirada do estoque deve estar definida com clareza e somentepessoas autorizadas podem exercer e funo.

    3.1.As Principais Atribuies do Almoxarifado

    Receber para guarda e proteo materiais adquiridos pela empresa.

    Entregar os materiais aos usurios empresa mediante requisies autorizadas.

    Manter atualizados os registros necessrios.

    O controle dos estoques depende de um sistema eficiente, o qual deve fornecer, aqualquer momento, as quantidades que se encontram disposio, a localizao. Asdevolues ao fornecedor a as compras recebidas e aceitas.

    As atividades de recebimento abrangem desde a recepo do material na entrega pelofornecedor at a entrada nos estoques, dos materiais com poltica de ressuprimento e os deaplicao imediata, que devem obedecer a critrios de conferncia quantitativa e qualitativa,

    3.2. Recebimento O recebimento de materiais o mdulo de um sistema global, integrado s reas decontabilidade, compras e transporte, caracterizado como interface entre o atendimento dopedido pelo fornecedor e os estoques fsicos e contbeis.

    O recebimento compreende quatro fases: 1 fase entrada de materiais 2 fase conferncia quantitativa

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    3 fase conferncia qualitativa 4 fase regularizao

    3.3. Entrada de MateriaisA primeira fase corresponde entrada de materiais e representa o inicio do processo de

    recebimento, tendo como propsito a recepo dos veculos transportadores, proceder triagem da documentao do recebimento, autorizar a descarga e efetuar o lanamento dosdados pertinentes no sistema.

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    3.4. Na Portaria da EmpresaA recepo na portaria da empresa sofre critrios de conferncia primria de

    documentao que objetiva identificar, constatar e providenciar, conforme cada caso:

    Se existe pedido de compras, objeto da Nota Fiscal em anlise, autorizado pelaempresa;

    Se a compra devidamente autorizada tem programao prevista, estando no prazode entrega contratual;

    Se o numero do documento de compra consta na Nota Fiscal; O cadastramento das informaes referentes a compras autorizadas, para as quais

    se inicia o processo de recebimento; Se houver balana na portaria, proceder pesagem e conferncia para liberar o

    veculo.

    3.5. Exame de Avarias e Conferencia de VolumeO exame de avarias necessrio para apontar responsabilidades. A existncia de

    avarias constatada por meio da anlise de disposio da carga, observando se asembalagens ou proteo esto intactas e inviolveis ou contm sinais evidentes de quebra,

    umidade, amassadas, etc. A conferencia de volume efetuada pela confrontao dos dadosconstantes da Nota Fiscal com a contagem fsica dos volumes em questo.

    3.6. Recusa do RecebimentoAs divergncias constatadas devem ser apontadas no conhecimento de transporte e

    tambm no canhoto da Nota Fiscal, providncia cabvel para o processamento de ressarci-mento de danos, se for o caso. Dependendo do exame preliminar, se houver a constataode irregularidades insanveis em relao s condies contratuais, deve-se recusar orecebimento, anotando-se, tambm nestes casos, no verso da 1 via da Nota Fiscal ascircunstncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do transportador.

    Assim, aps essa anotao, a Nota Fiscal em pauta prpria para acompanhar a mer-cadoria, em retorno, at o estabelecimento fornecedor, no se prestando mais a nenhumoutro fim.

    3.7. Liberao do TransportadorO transportador ser liberado mediante os procedimentos anteriormente apresentados e

    que contemplam a recusa do recebimento, como tambm para os materiais referentes sNotas Fiscais devidamente verificadas, com assinatura no canhoto da Nota Fiscal e noconhecimento do transporte.

    Os materiais referentes s Notas Fiscais aprovadas nessa etapa tero sua descargaautorizada.

    3.8. Descarga

    Normalmente, no layout do almoxarifado h espao destinado ao recebimento, o qualcontempla rea para descarga, se possvel, com docas.Para a realizao da descarga do veculo transportador, dependendo da natureza do

    material envolvido, necessria a utilizao de equipamentos, entre os quais se destacampaleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes, alm do prprio esforo fsico humanosendo necessrio envolver o fator segurana, no s com relao ao material em si comotambm, e principalmente, ao pessoal.

    3.9. Conferncia QuantitativaA conferncia quantitativa a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo

    fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente recebida, portanto tpica decontagem. Deve-se optar por um modelo de conferncia em que o conferente aponta aquantidade recebida, desconhecendo a quantidade constante da Nota Fiscal.

    A confrontao do recebido com o faturado feita pelo conferente, que analisa asquantidades apontadas e se houver distores, providencia a recontagem para dirimir as

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    dvidas constatadas.Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, eles podem ser contados por um dos

    seguintes mtodos:

    Manual - para casos de pequenas quantidades. Por meio de clculos - para os casos que envolvem embalagens padronizadas com

    grandes quantidades. Por meio de balanas contadoras pesadoras - para casos que envolem grandes

    quantidade de pequenas peas, como parafusos, porcas ou arruelas. Pesagem - para materiais de maior peso ou volume, a pesagem pode ser feita com o

    veculo transportador sobre balanas rodovirias ou ferrovirias, casos em que o pesolquido ser obtido pela diferena entre o peso bruto e a tara do veculo. Materiais demenor peso podem ser conferidos por meio de pesagem direta sobre balanas.

    Medio - em geral, as medies so efetuadas com trenas, paqumetros, micrmetrosou balanas.

    3.10. Conferncia QualitativaAtualmente, qualidade questo de sobrevivncia, pois em face da exigncia do

    mercado consumidor, as empresas passaram a melhorar a qualidade de seus produtos a fimde se ajustar nova realidade do mercado, visto que o desempenho dos produtos dependefundamentalmente da qualidade dos materiais comprados.

    A conferncia qualitativa, atividade tambm conhecida como inspeo tcnica, da maisalta importncia no contexto de recebimento de materiais, uma vez que visa garantir aadequao do material finalidade a que se destina.

    A anlise de qualidade feita pela inspeo tcnica, por meio da confrontao dascondies contratadas na autorizao de fornecimento com as consignadas na Nota Fiscalpelo fornecedor, visa garantir o recebimento adequado do material contratado pelo examedos seguintes itens:

    Caractersticas dimensionais. Caractersticas especficas. Restries de especificao. Embalagem para transporte. Embalagem final.

    3.11. RegularizaoA regularizao processa-se por meio da documentao nos vrios segmentos do

    sistema de recebimento, pela confirmao da conferncia quantitativa e qualitativa, peloslaudos de inspeo tcnica e pela confrontao dos dados do pedido com a Nota Fiscal.

    A comprovao da entrega dos materiais constantes na Nota Fiscal se d pelaassinatura e carimbo com data no canhoto. No verso do canhoto deve constar o nmero doRG do assinante.

    Devemos lembrar que o canhoto da Nota Fiscal o documento legal para protestar umttulo no pago. No cartrio de protesto necessria a apresentao do ttulo e canhoto daNota Fiscal que comprove a entrega das mercadorias ao protestado.

    Se, aps essa fase, quando da conferencia, nenhuma irregularidade se constatar,encaminham-se os materiais ao almoxarifado os quais so includos no estoque contbil efsico, identificados mediante seu cdigo na localizao conveniente e determinada sendoarmazenados com os cuidados adequados.

    Os limites permissveis de aceitao de excessos entregues pelo fornecedor devem serdefinidos pela empresa, conforme convenincia.

    3.12. Documentos Envolvidos na Regularizao

    Os procedimentos de regularizao, visando confrontao de dados e objetivandodecises, como, por exemplo, recontagem e aceite ou no de quantidades remetidas emexcesso pelo fornecedor, envolvem os seguintes documentos:

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    Nota Fiscal;

    Relatrio de Recebimento; Conhecimento de transporte rodovirio de carga; Documento da contagem efetuada; Parecer da inspeo, contido no relatrio tcnico de inspeo; Especificao da compra; Catlogos tcnicos; Desenhos.

    3.13. Processamento

    O material liberado deve ser processado mediante o documento Relatrio deRecebimento (RR), uma planilha numerada sequncialmente em que o conferente lana asNotas Fiscais recebidas no dia.

    preenchida em duas vias e no final do expediente encaminha as Notas Fiscais aosetor de contas a pagar, protocolando a conferencia e o recebimento para futuras diligenciasno caso de extravio por parte dos envolvidos.

    Esse processamento dar origem a uma das seguintes situaes:

    Lanamento no sistema informatizado; Devoluo de material ao fornecedor; Reclamao de falta ao fornecedor; Entrada do material no estoque.

    Emitir etiqueta de identificao para os materiais que entram no recebimento. Verificarse o item precisa de etiqueta de rastreabilidade.

    3.14. Baixa do Pedido A baixa do predido de compra pode ser feita automticamente pelo sistema eletrnico.A baixa manual deve ser efetuada na cpia do pedido de compras. Se a entrega for parcial,atualizar o saldo restante do pedido.

    3.15. Devoluo ao FornecedorQuando constatado erro na leitura da Nota Fiscal, pode-se negar a aceitar a entrega e o

    veculo transportador de responsabilidade do fornecedor voltar com as mercadorias com amesma Nota Fiscal de envio, no se caracterizando a entrega do fornecedor.

    Deve-se atentar para o prazo decadencial das devolues, que de dez dias, a contardo recebimento. Expirado esse prazo e no devolvida a mercadoria, o fornecedor podeexecutar (cobrar em cartrio) a duplicata caso no seja paga em seu vencimento.

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    No caso da Nota Fiscal com data de emisso acima de trs dias da entrega, avisar osetor de contas a pagar para solicitar ao fornecedor a postergao do pagamento se acompra foi feita a prazo.

    Independentemente da devoluo por ocasio do recebimento, pode, eventualmente,ocorrer devoluo ao fornecedor mesmo aps tal operao e conseqente pagamento.

    Quando ocorrer devoluo a posteriori, o saldo autorizado do pedido deve ser corrigido

    porque provavelmente a quantidade do material devolvido ser enviada novamente.

    3.16. Tipos de Almoxarifado

    Central

    De matrias-primas

    De produtos acabados

    De materiais txicos, corrosivos, explosivos ou inflamveis

    De manuteno

    De materiais improdutivos

    Para equipamentos de segurana (EM

    De restaurante

    De papelaria

    De ferramentaria

    A rastreabilidade inicia-se tambm no almoxarifado.No importa quantos almoxarifados existam em uma empresa, necessrio que

    todos sigam o mesmo padro de recebimento e entrega de materiais.

    Tipos de avaliao de estoque: FIFO first in,first out(primeiro que entra primeiro que sai).

    FEFO - first expire, first out(primeiro que vence, primeiro que sai).

    LIFO - last in, first out(ltimo que entra primeiro que sai).

    Avaliao por preo mdio.

    Sistema LIFO last in, first out (UEPS ltimo que entra, primeiro que sai)

    3.17. Sada de MateriaisAs reaquisies de materiais so realizadas mediante a necessidade de fabricao,

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    venda ou consumo prprio.O material deve ser solicitado ao estoque atravs de requisio de material ou

    ordem de produo, que aps digitao ou anotaes manuais permite a liberao domaterial ou emisso da Nota Fiscal. Nenhum material liberado sem a requisio desada devidamente assinada por pessoa autorizada.

    O material deve ser conferido na presena do solicitante, antes de entreg-lo.

    3.18. Organizao dos Estoques A organizao e a arrumao do estoque devem estar vinculadas rea fsicaexistente e ao que se pretende armazenar.

    A organizao do almoxarifado deve ser efetuada da seguinte maneira: Armazm pode ser identificado por letra ou nmero (alfanumrico). Quadra pode ser identificada por letra ou nmero. Rua localizada por letra ou nmero. Prateleira - identificada por letra ou nmero. Gaveta nmero rea externa letra ou nmero

    Se esse conceito for aplicado por sistema eletrnico, permite a identificao domaterial de forma fcil e rpida, permitindo identificar um nico item, um armazm,uma quadra e assim por diante.

    3.19. Giro de EstoqueO ideal para qualquer empresa que os estoques girem constantemente, evitando

    perdas de materiais ou investimentos desnecessrios. Quanto maior for o giro de estoqueem um determinado perodo maior ser a rentabilidade da empresa, ou seja, maior ser omovimento dos estoques (troca) com menor investimento.

    Uma empresa que compra R$100.000,00 duas vezes ao ms, e faturaR$200.000,00 ao ms, sem o mark-up, tem mais rentabilidade que uma outra que comprou

    R$200.000,00 uma vez ao ms e faturou R$200.000,00 a preo de custo, pois embora ofaturamento seja igual ao da primeira empresa, esta investe apenas R$100.000,00 contraR$200.000,00 da segunda empresa. Podemos dizer que o custo do estoque e o custo deoportunidade na primeira empresa so menores.Frmula geral:Giro de Estoque = Estoque Vendido

    Estoque Mdio

    O giro de estoque a quantidade de vezes, em determinado perodo, que o estoqueque a empresa mantm vendido.Atravs do clculo do giro de estoque possvel comparar a rentabilidade de duas

    empresas do mesmo segmento. Quanto menor o investimento e maior o giro de estoque,maior ser a rentabilidade da empresa.

    3.20. Lead Time de Ressuprimento o tempo entre o pedido e a entrega real do material no estoque. Esse conceito

    utilizado para identificar o tempo que ser necessrio para repor um produto no estoque.Ao realizarmos a reposio de qualquer material do estoque, devemos considerar o

    seguinte: Qual a quantidade mnima para iniciar a reposio do material. Quanto tempo ser necessrio para efetuar a compra. Quanto tempo o fornecedor demora para fabricar e entregar o material.Portanto, sugerimos que antes de qualquer tomada de deciso, seja feita uma anlise dasituao e da quantidade de material em estoque, evitando estoques desnecessrios oufalta de materiais.

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    3.21. Programao para Compra de materiais de TerceirosTodo material indireto identificado quando no se sabe exatamente o seu consumo noproduto final, isto , ele tem um consumo irregular que vai depender do operador e doprprio material.Todo material indireto deve constar da folha de processo e da rvore do produto.Sua programao igual dos componentes comprados. A diferena que no se emiteautorizao de entregas ao fornecedor.

    Deve-se extrair listagem com as necessidades para compras emitir pedido.O pedido anual com a previso de consumo mensal e o fornecedor faz as entregasconforme solicitao do almoxarifado ou do comprador, portanto fica definido que asautorizaes de entrega somente sero usadas para material de uso direto na produo.Todo material de uso indireto deve ser contemplado na rvore do produto e a listagemde necessidades de materiais indiretos (BOM Bill of Material) extrada do sistemadepois de rodada a programao para compra de materiais produtivos.Na listagem deve constar cdigo, descrio, ultima Nota Fiscal de entrada com data equantidade, acumulado recebido, pedidos pendentes, estoque na data-corte e asnecessidades do ms vigente, mais trs meses estimados.

    3.22. Materiais No-ProdutivosSo os materiais necessrios para fazer a fbrica funcionar, como por exemplo, osmateriais de manuteno.Eles so estocados e controlados em almoxarifado especifico. Sua programao seguelistagem de necessidade com base em estoque mnimo ou compra conformenecessidade.A lista de materiais vai contemplar as informaes para control-los.

    Observao: os materiais indiretos e no-produtivos devem ser controlados pelo pontode compra e ressuprimento utilizando o BOM.

    Exerccios

    1. Utilizando o exemplo da planilha anterior, vamos elaborar uma planilha do BOM.

    2. Quaisso os tiposdeavaliaodeestoque?

    Explique.3. Quaisso os

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    procedimentos para controlar as saidas de materiais?4. O que giro de estoque?5. Se uma empresa fatura R$ 2.000.000,00 por ano e o saldo mdio mensal de R$200.000,00, qual ser seu giro de estoque?6. Se o faturamento anual for de R$ 800.000,00 e o giro de estoque de 15 vezes, qual o saldo mdio mensal?7. O que almoxarifado?

    8. Quais so as suas principais atribuies?9. Que tipos de almoxarifados podemos enumerar?10. Quais so as fases de recebimento de materiais?11. Cite as tarefas de cada fase.12. Quais so os documentos envolvidos na regularizao?13. O que lead time de ressuprimento?14. De quem a responsabilidade pela identificao dos materiais?

    4. Introduo a Movimentao de MateriaisNa logstica industrial integrada o setor de movimentao de materiais tem como ati-

    vidade fundamental manter a fbrica operando sem interrupo nas suas atividades, com ocontnuo e incessante trabalho de movimentao e abastecimento dos insumos, emba-lagens, componentes, produtos gerados e equipamentos utilizados pela produo.

    Suas atividades baseiam-se no fluxo de abastecimento de insumos e materiais, quedefine passo a passo as necessidades de cada clula de produo.

    O setor de movimentao de materiais responsvel pelo abastecimento e movimen-tao de todo e qualquer produto, insumo, mquina, equipamento, ferramenta e embalagemque possa ser utilizado na fbrica.

    No caso especfico de movimentao de equipamentos especiais que requeirammquinas e pessoal especializado, feito por terceiros, cabe ao setor de movimentao demateriais a responsabilidade de coordenar esse trabalho a fim de evitar a paralisao daproduo.

    A limpeza, arrumao, transporte de sucata, lixo, materiais rejeitados e a desobstruo

    de ruas e corredores so responsabilidade da movimentao de materiais. O lixo serrecolhido e os materiais reciclveis sero separados, identificados e com destinopredefinido. A sucata e os retalhos gerados sero controlados e armazenados para venda.

    As embalagens devem ser controladas e tero seu uso especfico definido para evitarmau aproveitamento. O setor de mentao tambm responsvel pelo uso, guarda,manuseio, manuteno e controle do estoque das embalagens existentes de suapropriedade ou de terceiros, interna ou externamente.

    O inventrio fsico dessas embala deve ser comparado com o estoque contbil e no casode uma no-conformidade, acionar o setor competente para possveis aes deressarcimento por perdas ou danos.

    As embalagens usadas na fbrica devem ser identificadas de forma padronizadadevendo constar a tara, o nome do fornedor quando de terceiros, a clula em que so

    utilizadas e, no caso de embalagens especiais para determinado produto, devem constar ocdigo, o nome, a quantidade, o peso bruto, o cliente ou fornecedor e o local de uso.

    Dependendo do porte da empresa, as embalagens podem ser coloridas para identificaras clulas de produo e evitar o seu uso indevido. Pode-se criar uma central embalagenspara controlar e abastecer as clulas de produo, bem como facilitar o fluxo pela fbrica.

    A vantagem de uma central de embalagens que possivel trabalhar com umaquantidade menor de embalagens e evitar o transporte descontrolado, alem de facilitar amanuteno preventiva.

    A movimentao de materiais deve ter o controle fisico e manter listagem atualizada dasembalagens, na qual deve constar o codigo, tamanho, para quais peas so destinadas, esua localizao no estoque.

    Os equipamentos de transporte interno ou externo da fbrica, com exceo deautomveis e caminhes, so de responsabilidade da movimentao de materiais que devezelar pela sua guarda, uso e manuteno.

    Esses equipamentos somente devem ser usado por pessoas habilitadas e autorizadas.

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    A no observncia desses princpios considerada falta grave. Isso vai impedir que ocorramalteraes nas localizaes dos itens estocados, evitando transtornos produo.

    A manuteno deve ser feita pelo setor responsvel, cabendo a movimentao demateriais o envio desses equipamentos quando ocorrer quebra ou for solicitado eprogramado pela manuteno preventiva ou preditiva.

    Os materiais, peas, componentes, insumos e materiais produtivos somente podem sermovimentados depois de identificados e com a devida etiqueta. No caso de uma no

    conformidade, solicitar ao responsvel pela clula que faa a identificao na hora, paradepois providenciar a movimentao do material.

    4.1. Movimentao InternaA movimentao interna e o abastecimento de materiais produtivos devem ser

    planejados de tal forma que se diluam ao longo do perodo de trabalho. Existe apossibilidade de que uma parte desse trabalho seja feita em horrio alternativo. Para tomaruma deciso a respeito, necessrio elaborar planilha de custo benefcio desta atividade.

    Existem algumas alternativas para fazer o abastecimento interno de uma fbrica e issovai depender do tipo de produto que se fabrica. Se for produo em srie, o fluxo deabastecimento deve ser aplicado completamente. Se for uma empresa que trabalha comproduto sob encomenda; o fluxo de abastecimento deve ser aplicado at um determinadoponto e continuar com um fluxo especfico para produtos sob encomenda.

    Para as empresas com muitos produtos e muitos componentes, necessrio criar osetor de movimentao de materiais para planejar a movimentao e o abastecimento dafbrica. Para as empresas com poucos produtos e componentes deve-se planejar o sistemakanban para o auto-abastecimento e produo, criando clulas de produtos ou de tipos demateriais e processos.

    Toda movimentao de materiais deve ser planejada para o aproveitamento mximodos equipamentos, evitando as viagens tursticas a meia carga; vai lotado, volta vazio.

    necessrio criar um procedimento para movimentao de materiais rejeitados,refugados ou que aguardam liberao. preciso tomar cuidados especiais para que estesmateriais no sejam usados de maneira indevida ou que sua movimentao acabe

    interferindo no processo produtivo. Dentro do possvel, eles devem ser movimentados emhorrios alternativos.Ateno: Esses materiais devem ser identificados com absoluta clareza e ter destinodeterminado antes de serem movimentados. importante frisar que a rejeio de qualqueritem no processo produtivo deve ser comunicada imediatamente pela produo ao setor demovimentao para a devida reposio.

    O abastecimento dos insumos comprados para transformao deve ser feito pelaproduo atravs das informaes contidas nas ordens de produo ou autorizaes dentregas. O setor de movimentao fornece os equipamentos necessrios para a execuodessa tarefa. O fluxo de abastecimento o mesmo utilizado para o restante dos materiais.

    O modelo que estamos criando atende ao sistema JIT ou a qualquer outro sistema quese pretenda implantar numa empresa. Clulas de produo, Kanban, setores produtivos,

    gesto vista, o importante ter o controle do fluxo de movimentao e abastecimento quemostra localizao, roteiro e quantidade exata de cada componente necessrio para aproduo manter o ritmo, sem a descontinuidade do processo produtivo.

    No importa o tamanho da empresa, seus produtos, suas gestes de trabalho, o sistemadeve abranger todos eles, com algumas alteraes a critrio dos administradores. Alogstica integrada contempla as tcnicas e fornece as informaes necessrias para umaboa gesto, interessada em atingir o menor custo industrial possvel.

    Antes de detalhar como elaborar uma planilha de fluxo de movimentao e abaste-cimento, importante salientar a necessidade de treinamento das pessoas envolvidas noprocesso. Depois de implantado, o fluxo de abastecimento deve ser monitorado para quesejam feitas as correes necessrias dos problemas que podem surgir ao longo doprocesso de implantao. O fluxo fsico deve ser exatamente igual ao terico, o que tornaimportante o acompanhamento contnuo de sua implantao. A manuteno dasinformaes contidas no fluxo de responsabilidade do setor de movimentao demateriais.

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    4.2. Fluxo de Movimentao e Abastecimento de MateriaisNas indstrias cujo sistema de produo controlado pelo MRP II, os fluxos de

    fabricao so complexos e as mquinas agrupadas por processo, oferecendo um grau deflexibilidade em termos de variede de produtos.

    O fluxo de abastecimento e movimentao vai definir o custo inicial fixo dos insumospara a fbrica iniciar a produo sem interrupo do processo produtivo. Vai determinar a

    localizao dos componentes, produtos e materiais produtivos usados pelaproduo.Tambm vai definir as embalagens que sero utilizadas na fbrica para cada itemmovimentado.

    Com a engenharia industrial vai determinar o layout fsico necessrio para oabastecimento e os equipamentos de transporte necessrios movimentao, bem comofreqncia com que a fbrica ser abastecuda e o roteiro a ser seguido para o trajeto deabastecimento.

    Vamos analisar cada item do fluxo abastecimento, mostrando como faz-lo e suasaplicaes e implicaes. As reas envolvidas na elaborao do fluxo so as seguintes:

    Engenharia industrial

    PPCM Produo Manuteno Custos

    As informaes necessrias para a execuo do fluxo de abastecimento devem constarde documentos instalados no sistema informatizado. Vamos citar alguns documentos:

    Programa de produo; Lotes de produo; rvore do produto; Folhas de processo e tempo-padro; Layoutda fbrica; Inventrio das embalagens; Inventrio dos equipamentos de transportes; Curva ABC de custos; Carga-mquina.

    Desses documentos vamos extrair as informaes necessrias para a elaborao daplanilha do fluxo de abastecimento. Vamos citar algumas informaes importantes que cadadocumento deve fornecer:

    Embalagens - peso bruto, tara, peso lquido, peas que transportam e suas

    quantidades e o empilhamento mximo permitido. Equipamentos e transportes - dimenses, peso, tipo de combustvel e a largura das

    ruas para sua movimentao. Custos - curva ABC de custos dos componentes comprados, insumos para

    transformao, peas manufaturadas e produtos acabados. PPCM - programa de produo, carga-mquina e rvore do produto. Engenharia industrial - layout da fbrica, mostrando as dimenses, capacidade do

    piso, altura mxima permitida, corredores e a localizao das mquinas. Folhas deprocesso e tempo-padro com as operaes processuais com suas mquinas,dispositivos e ferramentas, indicando o peso de cada uma e o tempo-padro de cadaoperao.

    rvore do produto - mostrar o desmembramento dos produtos, com suas matrias-

    primas, indicando uso e os pesos bruto e lquido.A partir de ento, vamos iniciar a elaborao do fluxo de abastecimento, criando uma

    planilha para contemplar as informaes necessrias sua execuo.

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    A primeira tarefa identificar os produtos, componentes, materiais, embalagens,mquinas, ferramentas, dispositivos e layoutde cada clula.

    A segunda tarefa alocar item por item dentro da clula, identificando sua localizao,embalagem usada e a quantidade de peas para um dia de produo inicialmente.

    A terceira tarefa abastecer a produo no processo produtivo para mant-latrabaIhando sem interrupo, definindo posto de trabalho, localizao das mquinas,equipamentos, embalagens e ferramentas que vo permanecer na clula e o tempo ne

    cessrio para fazer o abastecimento.A quarta tarefa fazer os ajustes necessrios, definindo corretamente as quantidades de

    peas, embalagens e as freqncias de abastecimento de cada item.A quinta tarefa determina a reserva operacional.A sexta tarefa determina os cdigos de localizao e a listagem completa dos itens e

    suas localizaes.A stima tarefa a definio dos equipamentos de transportes que sero utilizados no

    abastecimento.A oitava tarefa define o layout da clula contemplando mquinas, ferramentas,

    dispositivos, embalagens e insumos em processo.A nona tarefa vai definir o trajeto a ser usado no abastecimento e o tempo necessrio.A dcima tarefa elabora o roteiro de carga. Determina quais itens sero transportados e

    efetua fisicamente a carga do transportes, cronometrando o tempo e depois o tempo deviagem de ida evolta.

    Descarregar os itens transportado em cada clula, cronometrando o tempo deabastecimento. Aps efetuar fisicamente a carga e a descarga do transporte, fazer anlisedos gargalos e elimin-los.

    A carga inicial ser suficiente para abastecer meio perodo de produo esucessivamente ir diminuindo ou aumentando esse valor at atingir o ponto crtico JIT, isto, buscar o menor custo de inventrio inicial e de abastecimento atravs da reservaoperacional.

    A dcima primeira tarefa vai determinar o custo do inventrio inicial.A ltima tarefa para copilar os dados da formao do fluxo de abastecimento e

    movimentao para publicao. Essa tarefa de responsabilidade do planejamento dalogstica.

    Movimentao ExternaA movimentao externa de materiais, dependendo do tamanho da empresa, abrange o

    ptio de ferramentas, de embalagens, de materiais beneficiados por terceiros, sucata, lixoreciclvel e a movimentao de produtos acabados para a expedio. Controlar e movimentar as embalagens de propriedade de tercerios.

    A limpeza e a arrumao das reas externas da fbrica so atribuies damovimentao externa de materiais. A presena e a movimentao de quaisquer materiaisfeitas por terceiros somente sero permitidas com autorizao expressa da movimentaode materiais.

    O material alocado nos ptios e ruas deve ser identificado e seu layout deve seratualizado sempre que se fizer qualquer remanejamento de materiais.

    A movimentao de todo e qualquer material alocado nas ruas ou ptio da empresa,somente pode ocorrer se houver identificao e destino dos materiais.

    Os materiais parados por mais de trinta dias nas dependncias da empresa devem serlistados e divulgados aos responsveis, solicitando uma soluo para eles.

    O controle dos retalhos, da sucata, do lixo reciclvel e de materiais para devoluo,armazenados no ptio da empresa, deve estar atualizado e os materiais sempre arrumadose identificados para as rpidas providncias de despacho.

    Exerccios

    1. Qual atividade fundamental do setor de movimentao de materiais?2. No que se baseia as suas atividades?3. Como se planejam a movimentao interna e abasteicmento dos materiais?

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    4. Quais so as reas envolvidas no abastecimento de materiais?5. Quais so os documentos mais importantes para executar o fluxo de abastecimento

    de materiais?6. Em quantas tarefas se dividem o fluxo de abastecimento?7. Qual a abrangncia da movimentao externa de materiais?

    5. Equipamentos de MovimentaoExistem vrios tipos de equipamentos de movimentao de materiais:

    Veculos industriais;

    Equipamentos de elevao e transferncia;

    Transportadores contnuos;

    Embalagens;

    Recipientes e unitizadores;

    Estruturas para armazenagem.

    Veculos industriais so equipamentos motorizados ou no, usados para movimentarcargas intermitentes, em percursos variveis com superfcies e espaos apropriados, cujafuno primria transportar e manobrar.

    Os tipos mais comuns so: carrinhos industriais, empilhadeiras, rebocadores, auto-carrinhos e guindastes. So utilizados tanto com o processo de produo como no dearmazenagem para no s transportar cargas, mas tambm coloc-las em posioconveniente. Sua principal caracterstica a flexibilidade de percurso e de carga e descarga.

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    Os equipamemtos de elevao e transferncia so destinados a mover cargas variadas

    para qualquer ponto dentro de uma rea fixa, cuja funo principal transferir.Os tipos mais comuns so: talhas, guindastes fixos, pontes rolantes, prticos e semi-

    prticos.So aplicados onde se deseje transferir materiais pesados, volumosos e desajeitados

    em curtas distncias dentro de uma fbrica.

    5.1. Carro Palete DollieCapacidade para at 2.500 kg, possui oito rodas e um sistema entre elas que permite

    girar 360 sobre o prprio eixo, facilitando o transporte e manuseio.

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    5.2. Transportadores ContnuosTransporte de granis e volumes em percursos horizontais, verticais ou inclinados,

    fazendo curvas ou no e com posio de operao fixa. So formados por um leito, em queo material desliza em um sistema de correias ou correntes sem fim, acionadas por roletes oupolias.Principais tipos: correias planas ou cncavas; elementos rolantes como rodizios, rolos ouesferas; correntes areas ou sob piso; taliscas e elevador de caamba continuo. Para

    grande fluxo de material em percurso fixo.

    5.3. EmbalagemPara dar ao produto, forma na sua apresentao, proteo. Movimentao e utilizao

    para poder ser comercializado e manipulad